sábado, 1 de julho de 2023

PBrasil (2023) - CompTexto - Parte08de11

 PBrasil (2023) - CompTexto - Parte08de11

Segue abaixo a parte 8 da COMPILAÇÃO DE SOMENTE TEXTO das últimas 5.422 postagens no blog PBrasil.

Vamos continuar pela Parte 8 de 11 com 500 postagens cada parte (4.501 até 4.000), totalizando na parte 11 todo o texto dos 5.422 POSTs...


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quarta-feira, 18 de junho de 2014

A última cartada de Einstein - Física

A ÚLTIMA CARTADA DE EINSTEIN - Física



Você tem bastante familiaridade com três estados da matéria: líquido, sólido e gasoso. Você ainda não se acostumou direito com a existência do quarto estado, mas ele já está identificado pela ciência desde a década de 50. É o plasma. Um exemplo? O Sol, que é uma bola de plasma. Pois agora, em julho, pesquisadores norte-americanos encontraram o quinto estado da matéria. Eles conseguiram imobilizar, por bilionésimos de segundo, 2 000 átomos de rubídio. Assim, imóveis, os átomos entraram no quinto estado. Lendo esta reportagem, você vai entender o que é isso. Mas o físico alemão Albert Einstein, morto em 1955, já havia definido esse estado em teoria. Isso em 1925! Das grandes idéias lançadas pelo gênio, era a única que ainda não tinha sido demonstrada. Agora, passados mais de 70 anos, está provado: Einstein estava certo.



Até o século XIX, era muito simples. Os estados da matéria eram três: sólido, líquido e gasoso. No século XX, surgiram dois outros. O quarto, chamado de plasma, não causou grande sensação porque era relativamente simples. Lembrava um gás muito quente, no qual o calor havia desmanchado todos os átomos, separando os seus núcleos dos elétrons que os cercam. O resultado era um gás de núcleos e elétrons, em vez de átomos inteiros como nos gases comuns. O Sol e todas as outras estrelas são assim, grandes esferas de plasma.
A descoberta do quinto estado, em contrapartida, foi um anúncio revolu-cionário. O mundo soube de sua existência num texto publicado por Einstein em 1925. Com esse trabalho, Einstein fechou com chave de ouro uma investigação cujo resultado final tornava iguais a matéria comum, composta por átomos, e a luz, que até a virada do século era apenas um enigma. Em poucas palavras, Einstein disse que, em certas condições, a matéria comum poderia se comportar como a luz.
Essa previsão foi demonstrada em laboratório somente agora - uma proeza de dois físicos americanos, Carl Wieman, da Universidade do Colorado, e Eric Cornell, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, também no estado do Colorado. Eles tiveram de criar um frio extremo, uma das situações em que o quinto estado surge. Usando uma minúscula amostra de apenas 2 000 átomos de rubídio, um metal prateado sem uso comercial, bateram todos os recordes de resfriamento. Quase alcançaram o zero absoluto, que corresponde a 273 graus Celsius abaixo de zero. Se a marca fosse atingida, os átomos estariam totalmente parados. Mas, embora seja impossível atingir o zero absoluto, o rubídio chegou muito, muito perto: ficou apenas 150 bilionésimos de grau acima da imobilidade total. Então, foi como se os átomos se desmanchassem, porque deixaram de agir como partículas e adotaram o comportamento de uma onda luminosa.
Não é que aquele conjunto de átomos "vire" luz. É que ele passa a se comportar como se fosse um feixe de luz. Para entender esse fenômeno, é importante mergulhar num dos fascinantes conceitos da Física moderna. Ela define o átomo não apenas como partícula, mas também como onda. Que diabo de onda é essa? É simples. Átomos estão permanentemente em movimento. Sempre. A questão é saber que trajetória ele descreve, a posição exata em que ele se encontra a cada instante, e a que velocidade ele se desloca. Na busca dessas respostas, os físicos perceberam que podiam apontar as velocidades e as posições dos átomos por meio de equações matemáticas usadas para descrever as trajetórias de ondas comuns como a do som. Essas ondas davam a probabilidade de as partículas, em cada instante, ter uma certa velocidade ou posição.
Em temperaturas normais, ou aquecidas, os átomos se movem desordenadamente, e suas ondas são bem complexas. Como um corre-corre em praça pública. É o que se vê em todos os outros estados da matéria. Um corre-corre em maior ou menor grau. Mas, com o intenso resfriamento e a conseqüente lentidão dos movimentos, o que se verificou é que aqueles 2 000 átomos de rubídio ficaram cada vez mais comportados. Suas ondas cresceram muito, e aí se juntaram, formando um grande e único vagalhão. Bem de acordo com a teoria de Einstein.
Essa união é que produz o quinto estado da matéria: um concentrado de átomos marcando passo em ordem unida. "É como se fosse um só átomo, um átomo gigante", disse Eric Cornell à nos. "Não há nada parecido em nenhum lugar do Universo conhecido." Com a sua experiência bem-sucedida, Cornell e Wieman estão abrindo as comportas de tecnologias que hoje nem podemos imaginar.
De que tipo de matéria seria feita a luz? No século passado se imaginava que ela fosse uma onda e ponto. O problema é que ondas não são uma coisa, mas o movimento dessa coisa. Pense nas ondas do mar, que são um movimento da água, ou no som, que é um movimento do ar. A luz, então, teria de ser obrigatoriamente o movimento de uma substância hipotética, imaginada apenas para justificar o conceito de que a luz era uma onda. A essa substância foi dado o nome de éter (para os gregos, o éter designava a "quintessência", substância que não era água, nem terra, nem ar e nem fogo.)
No começo do século XX, viu-se que a luz existia também no vácuo. Problema de novo: no vácuo não havia nada que uma onda pudesse balançar. É por isso, aliás, que as ondas de som não se propagam no vácuo. O conceito de éter também encalhou porque ninguém conseguia detectá-lo.
Foi então que Einstein entrou em cena. Em 1905 ele mostrou que a luz tinha um caráter ambíguo. Ela agia como uma estranha onda. Mas em outras circunstâncias deixava ver que era feita de algum tipo de átomo, mais tarde chamado de fóton. Vinte anos adiante, Einstein afirmaria também o oposto: que um gás comum pode se comportar como uma onda luminosa quando atinge o quinto estado.
O pontapé inicial para descobrir que a luz é composta de átomos foi dado, sem querer, pelo alemão Max Planck, em 1900. A questão era a seguinte: se um raio de luz é decomposto em cores, cada cor carrega uma parte da energia original do raio. Exemplo: a 5 000 graus Celsius, a temperatura da superfície do Sol, a maior parte da energia fica com o amarelo. Por isso, ele é amarelo (veja o infográfico ao lado). Planck queria uma fórmula para explicar essa distribuição da energia. Ini- cialmente, bateu cabeça tratando a luz como uma onda. Não chegou a lugar nenhum. Afinal, resolveu repartir a energia da luz em pequenos pacotes (cada pacote recebeu o nome de quantum), como se fossem minúsculas partículas, e matou a charada. Ou melhor: começou a matá-la.
Planck, é bom deixar claro, não sabia bem o que estava fazendo. A repartição da luz em pacotes (os quanta) foi quase um ato de desespero, como descreveriam depois os alemães Jagdish Mehra e Helmut Rechenberg, historiadores da ciência. Coube a Einstein sugerir a hipótese de que a luz era composta por algum tipo de átomo. Isto é, que ela não tinha uma estrutura contínua como acontece com as ondas comuns - mas tinha uma estrutura composta de partícula.
O trocadilho é irresistível: foi uma idéia luminosa. O fóton, nome dado ao átomo de luz, tem várias propriedades em comum com os átomos de matéria. O que dá para a luz o aspecto de onda (e este é o ponto genial) é o comportamento ondulatório dos fótons. As ondas do mar movimentam os átomos da água. As ondas de som movimentam os átomos do ar. A luz, não: ela não movimenta os átomos dos outros, mas constitui-se das ondulações dos seus próprios átomos. Ou seja: os átomos também se movimentam como ondas. Da noite para o dia, Einstein se afirmou, junto com Planck, como fundador da mecânica quântica, um ramo da Física que se desenvolveu a partir dos quanta.
Daí para a frente, os fótons viraram a coqueluche da pesquisa de ponta. Graças a eles, descobriu-se que os elétrons giram em torno dos átomos, um feito extraordinário do dinamarquês Niels Bohr em 1911. Em 1925, o francês Louis de Broglie empregou-os para deduzir fórmulas mais precisas das ondas de matéria. Einstein, porém, não aceitava os rumos que sua própria invenção estava tomando nas mãos de outros pesquisadores. E se dedicou integralmente a aprimorar sua teoria da relatividade.
A descoberta do quinto estado da matéria não foi exatamente um motivo de alegria para Albert Einstein. Sua reação foi fria. O físico e historiador da ciência americano Abraham Pais, em seu livro Sutil é o senhor, lançado este ano no Brasil, cita uma carta em que Einstein fala do quinto estado: "A teoria é bonita, mas será que contém alguma verdade?" Sua dúvida se referia ao método que havia utilizado, o cálculo das probabilidades.
O que se fazia, já antes de Einstein, era mais ou menos o seguinte: em vez de procurar saber que velocidade tinha um determinado átomo dentro de um gás - um desafio perfeitamente impossível de se vencer -, os pesquisadores lançavam mão das probabilidades para saber qual era a velocidade média do conjunto todo. Ou, no máximo, quantos átomos (aproximadamente) dentro daquele conjunto tinham uma certa velocidade.
Einstein retomou esse método, ampliou-o para outras aplicações e se tornou um mestre incontestável nos anos seguintes. Mas ele achava que era apenas um recurso útil, na falta de uma teoria precisa e consistente.
O caminho aberto por Einstein no campo das probabilidades possibilitou a criação da mecânica quântica, uma das duas principais vertentes da Física contemporânea. Depois, ela tomou caminhos que sofreram restrições de Einstein, mas ele reconhecia sem discutir que ela funcionava esplendidamente. Mesmo porque muitas idéias contidas nela tinham vindo da sua outra teoria, a da relatividade.
A contribuição mais conhecida da relatividade à mecânica quântica é a equação E = mc2, na qual E representa a energia, m é a massa e c é a velocidade da luz (que aparece ao quadrado na fórmula). Significa o seguinte: se você esquentar um bloco de ferro, ele fica mais pesado, porque a energia do calor se transforma em massa. Com a equação dá para calcular o aumento do peso do ferro: menos de 1 bilionésimo de grama, se a temperatura subir 100 graus. Aqui a diferença é desprezível, mas numa bomba atômica é a massa que vira energia, e o resultado é uma explosão avassaladora.
Da mesma forma que a mecânica quântica, a relatividade também nasceu das pesquisas sobre a luz no século passado. Só que, nesse caso, o ponto de partida não foi a estrutura atômica da luz e sim a sua velocidade, que é diferente da velocidade de qualquer outra coisa no Universo.
Começando do começo: imagine dois homens atirando uma pedra a 20 quilômetros por hora em um mesmo alvo. Agora imagine que um dos homens está parado e o outro está dentro de um carro (ele atira a pedra no exato momento em que passa pelo homem parado).
Que pedra chega primeiro ao alvo? Claro: a que foi atirada pelo homem de dentro do automóvel, porque a velocidade da pedra se soma à do carro. Se o carro estiver a 80 quilômetros por hora, não é difícil perceber que a pedra correrá para o alvo a 100 quilômetros por hora, vencendo facilmente a corrida.
Agora imagine que, em vez de atirar uma pedra, os homens acendem seus faróis na direção do alvo. Os dois acendem seus faróis no mesmo instante, a distâncias idênticas. E aí vem o paradoxo: a luz do farol em movimento chega lá exatamente ao mesmo tempo que a luz do farol que está parado. Dezenas de experiências, no século passado, confirmaram esse fato, deixando os físicos sem saber o que fazer.
Einstein teve a sabedoria de aceitar esse comportamento singular da luz e investigar as enormes conseqüências que ele teria para a Física. Uma das mais estranhas conclusões a que ele chegou a é a de que o tempo passa mais devagar em um relógio em movimento, comparado a um relógio parado.
Na década passada, o mundo foi surpreendido por uma descoberta sensacional a respeito de um fenômeno conhecido desde o início do século. Em condições de frio extremo, de menos 270 graus Celsius, os metais podem se tornar supercondutores: significa que deixam passar eletricidade sem oferecer nenhuma resistência. A corrente elétrica fica ali para sempre, até ser usada por alguém. Mas, devido à dificuldade de se reduzir a temperatura na medida adequada, a supercondutividade recebeu pouca atenção.
Foi então que em 1986 os cientistas viram a eletricidade correr sem resistência numa pastilha de cerâmica a uma temperatura de menos 250 graus, e agora já é possível construir supercondutores em condições "tórridas", perto de zero grau. E não é só isso: alguns pesquisadores acreditam que uma coisa está ligada à outra. Isto é, dentro dos supercondutores pode haver átomos dançando em unís-sono como aqueles que estão no quinto estado da matéria..
O mesmo se pode dizer da superfluidez, situação em que um líquido sob frio severo começa a fazer coisas esquisitas. Como subir por conta própria pelas paredes do recipiente em que está. Existem mesmo especulações de que o quinto estado, apesar de já não existir no Universo, pode ter tido uma breve existência nos primeiros bilionésimos de segundo do Big Bang (a explosão que teria dado origem ao Universo).
Claro, tudo isso são conjecturas, especulações. Por enquanto, a tarefa número 1 dos físicos é procurar re-petir e, se possível, melhorar a experiência dos americanos Eric Cornell e Carl Wieman. Já existem doze equipes em vários países prontas para isso, conta o físico americano Gary Taubes. "E muitos outros devem entrar no páreo rapidamente".
Há pelo menos uma inovação já em vista: descobrir que cara tem o quinto estado. Tudo depende de como os átomos nessas circunstâncias vão interagir com a luz. As apostas variam bastante. Eles podem se tornar opacos a ponto de dar ao conjunto um tom negro profundo. Ou podem refletir um brilho de prata. O próprio Wieman vai recriar o quinto estado e, antes de ele se desfazer, iluminá-lo com um pulso ultra-rápido de laser, para ver sua cor.
É o começo da corrida para ver no que vai dar a última cartada do gênio alemão. Cada uma de suas cartadas mudou conceitos e até a nossa capacidade de imaginar aonde é que o conhecimento humano pode chegar. Em 1905, ele havia feito apenas a primeira parte da teoria da relatividade, na qual analisava o movimento de átomos e estrelas, e já causou uma reviravolta. Mas deixava de fora um ponto essencial: as forças responsáveis por aqueles movimentos. Em 1916, outra reviravolta: depois de passar muitos anos matutando, achou um meio de investigar a força da gravidade. Justamente a mais importante de todas. Como está presente em toda parte, é ela que governa o movimento e a forma dos planetas, estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias.
Por isso, ao incorporar a força gravitacional, a teoria da relatividade deu ao homem o meio de estudar a evolução do Universo a partir do Big Bang. A relatividade também foi capaz de prever a existência de astros totalmente diferentes de todos os outros:buracos negros, tão densos que nem a luz pode escapar à sua imensa força gravitacional (veja o infográfico). A comprovação do quinto estado da matéria começa uma outra reviravolta. Nem um pouco menor do que as outras.

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Alexandria no fundo do mar - Arqueologia

ALEXANDRIA NO FUNDO DO MAR - Arqueologia



Não se sabia direito nem se ele tinha existido de verdade. Mas depois de dezesseis séculos o Farol de Alexandria, uma das sete maravilhas da Antigüidade, foi enfim reencontrado. Está a oito metros de profundidade, no fundo do Mediterrâneo, no porto de Alexandria, Egito. Cientistas localizaram outros 2 000 objetos, submersos na baía - esfinges, estátuas, obeliscos e colunas, gregas e egípcias. É o maior sítio arqueológico submarino já descoberto.



Diz a lenda que Homero, o autor de A Odisséia, apareceu em um sonho para Alexandre, o Grande (356 a.C - 323 a.C), o jovem general da Macedônia (região do norte da Grécia) que conquistou o Oriente, até a Índia, com apenas 25 anos.
O poeta inspirou o rei a fundar uma cidade que eternizasse sua glória. Em 331 a.C, Alexandre invadiu o Egito, proclamou-se faraó e fundou Alexandria. A cidade nasceu com grandes avenidas, teatros, museus, hipódromo e sistema de água potável, tudo construído pelo arquiteto Dinocrates de Rodes.
Com a morte de Alexandre, oito anos depois, seus generais dividiram o império. O Egito coube ao general Ptolomeu, que proclamou-se faraó e fundou uma dinastia que reinou 300 anos. Sob os ptolomeus Alexandria virou uma encruzilhada cosmopolita do Mediterrâneo. Obeliscos, pirâmides e estátuas de todo o Egito foram transplantados para a cidade. O acervo de literatura grega da Biblioteca de Alexandria tornou-a a mais famosa da Antigüidade.
Em 285 a.C., Ptolomeu II começou a construção do farol, na ilha de Faros, ligada ao continente por uma ponte-dique. Era um edifício monumental, o mais alto do seu tempo, com 100 metros de altura, o que corresponde a um prédio de 30 andares. Sua silhueta foi reproduzida em moedas, louças, mosaicos e em estátuas de terracota, da Líbia até o Afeganistão.
Segundo o geógrafo grego Estrabão, (58 a.C.- 25 d.C) o farol era todo de mármore - o que os blocos de granito encontrados no fundo do mar desmentem. Tinha três partes: a base era uma torre quadrada, em cima havia uma torre octagonal e, no alto dessa, uma redonda - onde ficava o fogo sinalizador. No topo, uma estátua, que podia ser de Zeus, o pai dos deuses, ou de Poseidon, deus do mar.
O farol tinha elevador hidráulico, para levar o combustível até o alto. Sua luz, provavelmente ampliada por algum tipo de refletor, era vista a 100 quilômetros. Na primeira torre, havia uma grande inscrição, em grego, bem pouco modesta: "Sostrate de Cnide dedicou este monumento ao Deus Salvador". Sostrate foi o arquiteto do edifício.
A última rainha ptolomaica foi Cleópatra, que amou o imperador Júlio César e o general romano Marco Antonio em Alexandria. Mas em 30 a.C. o imperador Otávio invadiu a cidade, Cleópatra suicidou-se e Alexandria virou possessão romana. Na era cristã, a cidade foi um importante centro de debates religiosos. No ano 365, uma sucessão de terremotos derrubou o andar superior do farol, elevou o nível do mar e desmoronou muitos palácios. Uma guerra civil destruiu a Biblioteca no final do século III. Em 641, os árabes reconquistaram o Egito e fundaram uma nova capital, Fusat, hoje Cairo.
Em 1217, partes do farol ainda estavam de pé. O historiador árabe Ibn Jubayr dizia que "no interior o espetáculo é extraordinário; escadas e corredores são tão grandes, as peças são tão largas, que quem percorre as galerias frequentemente se perde". Em 1325, quando visitou Alexandria, o viajante Ibn Battuta lamentou os terremotos: "Uma fachada desmoronou. O farol está em tão mal estado que foi impossível chegar até a sua porta". No século XIV, outro tremor finalmente derrubou o que restava.
Em 1365, o governador de Alexandria entupiu a entrada da baía com blocos de pedra para impedir ataques navais do rei de Chipre. Para defender o porto do mar agitado também foram construídos quebra-mares, possivelmente sobre vestígios da Antigüidade. Mas em 1477, a construção do forte Kait Bey pelos turcos otomanos, bem em cima das ruínas do farol, paradoxalmente preservou a costa em frente, convertendo-a em área militar. Durante cinco séculos, os vestígios do passado submerso ficaram protegidos.
A primeira descoberta importante foi feita só em 1961, pelo egípcio Kemal Abu el-Saadat, pioneiro da arqueologia submarina. Ele achou, no fundo, perto do forte, a cabeça monumental de uma estátua da deusa Ísis, hoje no Museu Marítimo de Alexandria. Entre 1968 e 1975, uma missão da Unesco fez um relatório pormenorizado sobre o sítio submerso. Em 1992, o cientista submarino Franck Goddio passou um pente fino na baía: com a ajuda de um magnetômetro imerso n´água, vasculhou o fundo do mar medindo a ressonância magnética nuclear do relevo marinho, detectando mudanças de frequência produzidas por objetos extraordinários - como grandes blocos de pedra.
O resultado foi espetacular: foram localizados 2 mil objetos em uma área de 2,25 hectares, a 8 metros de profundidade, ao pé do forte; e, do outro lado da baía, a 6 metros de profundidade, cobertas por 3 metros de lodo, surgiram as ruínas da cidade antiga. Alexandria ressuscitou.
Em 1994, o Serviço de Antiguidades Egípcias convocou o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França e o Instituto Francês de Arqueologia Oriental para ajudarem nas pesquisas. O arqueólogo Jean-Yves Empereur, diretor de Pesquisa do CNRS, fundou o Centro de Estudos Alexandrinos na cidade. Em 1995, com o apoio da companhia de petróleo Elf-Aquitaine e da produtora cinematográfica Gedeon, foi iniciado o trabalho de escavação e identificação de cada pedra com 30 mergulhadores, egípcios e franceses. As primeiras peças recuperadas foram transportadas para terra firme em outubro passado.
No fundo da baía de Alexandria a confusão é grande. Há blocos esculpidos, paralepípedos com inscrições, pedaços de colunas, obeliscos, estátuas colossais e doze esfinges. Mas são de épocas diferentes. O que pertence ao farol? O que provêm dos quebra-mares construídos durante séculos?
Pode se distinguir três ordens no caos. A primeira é constituída por um alinhamento de grandes blocos de pedra, de 10 metros de comprimento, que parecem quebrados, como se tivessem despencado de uma grande altura, e dispostos perpendicularmente à costa, quase que enfileirados. São, sem dúvida, os restos do farol desabado. A segunda ordem é formada por "colinas", montes de pedras a 4 metros de profundidade, que parecem ter vindo de um mesmo monumento desmoronado. E, finalmente, há uma terceira ordem, inteiramente confusa, de pedaços dispostos segundo uma lógica aleatória.
Os estilos também variam. Há colunas da época helenística e pedaços de obeliscos egípcios usados e reutilizados com séculos de intervalo. É o que prova uma cruz cristã gravada sobre um capitel (parte superior de uma pilastra) em forma de papiro. Muitas esculturas foram trazidas de Heliópolis, a cidade consagrada ao deus Sol, a 230 quilômetros de Alexandria.
Há peças com hieróglifos da época do faraó Sesóstris III (1880 a.C.), de Ramsés II (1280 a.C.), de Seti I, pai de Ramsés, e de Pisamético II (590 a.C). Segundo Jean-Yves Empereur, "pode-se imaginar que muitas pertenceram a monumentos erguidos antes dos terremotos que sacudiram a região, depois do século IV. Mas também há outros elementos que podem vir de escombros jogados no mar, talvez intencionamente, para reforçar os quebra-mares". Mesmo com toda essa incerteza, quando o material for classificado, a história de Alexandria será outra.

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terça-feira, 17 de junho de 2014

Os donos da praia - Zoologia

OS DONOS DA PRAIA - Zoologia



Quando você pisa na areia molhada da praia e seu pé afunda uns 10 centímetros, está provocando um terremoto na casa de 35 000 monstrinhos como este aí da foto. Não se sabe quantos morrem. Mas muitos conseguem sobreviver à catástrofe. E continuam povoando os pequenos espaços entre os grãos de areia, um mundo cheio de espécies. Seus habitantes, os verdadeiros donos da praia, são uns bichos estranhos, que os cientistas chamam de meiofauna. Seriam assustadores se fossem grandes. Mas eles têm menos de 1 milímetro e, ao contrário de outros pequenos intrusos que são levados à areia pelo homem ou pelos cães, não fazem mal a ninguém. São faxineiros que comem restos de animais e algas em decomposição. Agora que você sabe que eles existem, não precisa ficar com remorso nem medo de caminhar na areia, mas lembre-se de que sob os seus pés há uma microscópica selva, cheia de animais alucinantes.



A vida é farta entre os grãos. Se você cavar um um buraco na praia e ampliar algumas centenas de vezes um punhado daquela lama que encontrar, verá que os estreitos e úmidos labirintos entre os grãos da areia são habitados por uma variedade incrível de animais. A esses bichos os especialistas chamam de meiofauna.
A palavra diz respeito, principalmente, a tamanho. Para ser meiofauna é preciso ser pequeno o suficiente para passar por buracos de 1 milímetro de largura e grande o bastante para enroscar numa tela cujos furos têm 0,042 milímetro, algo tão fino quanto um fio de seda. Mas isso não é tudo: o animal deve viver nos sedimentos, como a areia das praias de água salgada ou doce, o cascalho do fundo do mar ou as dunas. Dezenas de milhares de espécies se encaixam nessas características. E muitas delas vivem na praia que você freqüenta . Algumas, possivelmente, ainda nem foram catalogadas pelos cientistas.
"Em termos de taxionomia - a ciência que cuida da classificação das espécies -, pode-se dizer que a areia é um ambiente tão rico quanto a floresta amazônica", disse à SUPER o zoólogo americano Robert Higgins, pesquisador emérito do Departamento de Invertebrados do Museu de História Natural da Smithsonian Institution, um dos maiores especialistas do mundo em meiofauna. Pode parecer exagero, mas o que Higgins diz faz sentido. Segundo ele, os animais estão divididos em 33 filos, que são grupos organizados em função de suas características mais gerais. O homem faz parte do filo dos cordados, os animais que em parte da vida ou durante toda ela possuem uma estrutura ao redor da qual se podem formar vértebras. Isso inclui pássaros, répteis e peixes. Como se vê, uma divisão ampla. Mas o mais surpreendente é que desses 33 filos, 22 têm ao menos uma espécie que é meiofauna. No total, são cerca de 20 000 tipos já identificados. Quase nada. Acredita-se que outras 40 000 espécies permaneçam desconhecidas.
Sabe-se pouco sobre os hábitos dessas criaturas. Uma coisa, porém, é certa: a meiofauna tem papel importante na cadeia alimentar, transformando matéria orgânica decomposta em nutrientes para outros animais. Seus integrantes são verdadeiros recicladores de lixo. E não fazem mal à saúde do homem. Por isso, não tenha dúvida, quanto mais meiofauna tiver na sua praia, melhor para você.
Numa única praia da Ilha Anchieta, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, a zoóloga paulista Liliana Medeiros identificou 35 gêneros da meiofauna. O número de espécies não foi definido. Liliana, que faz doutorado em Zoologia na Universidade de São Paulo, é fascinada pelo mundo desses estranhos seres que, suspeita-se, foram os primeiros animais pluricelulares a viver na Terra. Ao longo de sua evolução, eles se adaptaram para levar a vida na escuridão e em ambientes tão reduzidos quanto o espaço entre os grãos de areia. A maioria, conta Liliana, não tem olhos. Em compensação, são bichos ricos em órgãos sensoriais, como cerdas e antenas, que os ajudam a se orientar e a encontrar alimentos. Um caso interessante é o dos copépodes, uns crustáceos cujos menores exemplares têm 0,2 milímetro. Há espécies de copépodes que vivem na água e possuem olhos, mas os da areia são todos cegos. Quanto ao tamanho reduzido, vale lembrar as loricíferas, bichos que parecem plantas, com um chumaço de cerdas na cabeça. Aparentemente esses animais, de no máximo 0,3 milímetro, se miniaturizaram à custa da diminuição do tamanho de suas células (e não somente da quantidade delas). É um caso único, ainda não explicado pelos cientistas.
Nas praias de água salgada, os bichos mais abundantes são os nematódeos, ou nematóides, que se parecem com minhocas. Eles são encontrados também em solos férteis e parasitando plantas e animais. Já inspiraram até ficção científica. Só nas praias, há 4 000 espécies. As menores têm 0,2 milímetro. Algumas possuem dentes e são predadoras. Outras são agricultoras. Elas produzem um muco que funciona como fertilizante para algas que integram seu cardápio. A substância também ajuda a evitar desabamentos nos túneis abertos na areia.
Os nematódeos, como boa parte da meiofauna, copulam. Mas não são tão fixados em sexo quanto os copépodes, aqueles crustáceos milimétricos. Estudos já constataram que machos desses animais copulam com fêmeas pré-adolescentes e mesmo com outros machos. "Ainda não foi encontrada uma explicação para esse comportamento aparentemente aberrante", diz a pesquisadora Liliana Medeiros.
Em geral, animais da meiofauna produzem poucos ovos e a fêmea cuida deles até o nascimento da larva. Algumas os mantêm dentro do próprio corpo. Outras, como as turbelárias, os grudam em grãos de areia e os cobrem com uma secreção, formando uma espécie de casulo. As turbelárias também são predadoras. Elas espetam suas presas com uma estrutura bucal parecida com uma lança e sugam a vítima até secá-la.
Você deve estar se perguntando qual a importância de se conhecer tantos detalhes sobre esses bichos. Há muitos motivos, embora, claro, não se possa esperar deles a solução para os grandes problemas da humanidade. Em primeiro lugar, diz o americano Robert Higgins, simplesmente precisamos saber tudo o que é possível a respeito da biodiversidade na Terra. Mas há mais. Na última década, os cientistas vêm pesquisando meios de usar esses bichos como parâmetro para medir a poluição das praias. É que, além da grande diversidade e densidade, há meiofauna em todo o planeta. E as populações respondem de várias maneiras à presença de poluentes. Por exemplo: já se sabe que, quando aumenta a quantidade de lixo orgânico, ambientes naturalmente habitados pelos copépodes passam a ser dominados pelos nematódeos. Outras pesquisas estão avaliando os efeitos de metais pesados e óleo sobre espécies diferentes. As dificuldades, porém, ainda são grandes, devido à falta de dados relativos ao seu ciclo vital. Sabe-se mais sobre os copépodes, que vivem de 4 a 13 meses, e nematódeos, cuja longevidade, pode variar de 10 a mais de 800 dias.
Outro motivo para se conhecer a meiofauna é a suspeita de que, em alguns ambientes, seu papel na cadeia alimentar seja preponderante. É o caso da Antártida. Por isso, o Comitê Científico de Pesquisa Antártica, entidade internacional com sede na Inglaterra, recomendou recentemente que fossem feitos estudos nessa área. Thaís Navajas Corbisier, professora de Oceanografia Biológica no Instituto Ocenográfico da Universidade de São Paulo, é uma das poucas pesquisadoras do mundo que está atendendo à recomendação. Ela já descobriu que encontrar 7 000 desses organismos em um punhado de 100 centímetros cúbicos de sedimento do fundo dos mares gelados do sul é coisa corriqueira. "Talvez a abundância se deva à claridade, que favorece a multiplicação do fitoplancton (vegetais que vivem em suspensão na água do mar)", explica Thaís. Quando morre ou migra para o fundo, o fitoplâncton serve de alimento para os pequenos habitantes da areia submersa. Sorte dos peixes e camarões que vivem por lá.

Na palma da mão

Num punhado de areia úmida como este, com aproximadamente 100 centímetros cúbicos, é comum se encontrar em torno de 1 000 animais da meiofauna. Mas muitos estudiosos já acharam, em amostras semelhantes, cerca de 7 000 bichos


Umas criaturas muito esquisitas

Alguns parecem camarões, outros parecem legumes e há até os que não se parecem com nada. Veja como são diferentes os pequenos habitantes da praia.

Fórmula 1
Não é por acaso que este bicho se assemelha ao camarão. Ele é o mais primitivo dos crustáceos e pertence ao gênero Derocheilocaris. Tem uma característica muito curiosa para animais do seu tamanho (em média, 0, 5 milímetro): é superveloz. Seu corpo segmentado e as enormes antenas permitem que ande 50 vezes o próprio comprimento por minuto, o que dá, em média, 2,5 centímetros, uma distância incrível, se medida nos labirintos da areia.

Tem alguém aí?
Isto aí em cima parece uma abobrinha, mas é um sipunculídeo. Seu corpo tem uma porção que pode ser exposta ou recolhida ao gosto do dono. Na foto, ela está recolhida. Se estivesse exposta veríamos que se assemelha a uma tromba, na qual se localiza a boca, rodeada de uma coroa de tentáculos. Acredita-se que esses tentáculos sejam capazes de cavar, mas isso não é seguro. Este exemplar tem apenas 0,2 milímetro, mas há outros maiores, de até 4 milímetros, que, por serem muito estreitos, passam na peneira dos cientistas e também são considerados meiofauna. Todos comem, principalmente, detritos.


Desengonçados
Quinorrincos, como este, podem ter de 0,018 a 1 milímetro de comprimento. São 150 espécies marinhas. Eles também contam com a capacidade de recolher a cabeça. Na foto ela está exposta. Essa flexibilidade ajuda na sua locomoção, que, aliás é bem estranha. O quinorrinco abre caminho como que a golpes de tórax. Repare que há dois "bracinhos" na parte da frente do corpo. À medida que os braços entram em contato com a areia, o bicho se joga para a frente e a cabeça emerge, abrindo os espinhos, que se grudam no que for possível. Aí, ancorado, ele recolhe os braços e repete o movimento. O zoólogo americano Robert Higgins conta que há dez anos orientou uma pesquisa, nos litorais de São Paulo e do Rio de Janeiro, sobre o quinorrinco Cateria styx. "Originalmente descoberto em Lobito, Angola, aquele bicho parece ser uma evidência da deriva dos continentes", explica o especialista.

Hora do parto
Preste atenção: você está vendo um nascimento. Pode parecer estranho, mas essa coisa redonda saindo do meio do corpo desse bicho, do grupo dos gastrótricos, é um ovo. Esses ovos grandes são mesmo uma característica desses animais, dos quais temos várias espécies no Brasil. Entre essas espécies há algumas partenogenéticas, ou seja, cujo ovo se desenvolve sem ter sido fecundado. São bichinhos muito pequenos, de cerca de 0,1 milímetro. Os espinhos em volta do corpo funcionam como uma armadura que os protege contra a agitação da areia, que tem forte poder abrasivo.
Os gastrótricos também se prendem nos grãos, como os tardígrados, só que se valem, para isso, de glândulas adesivas. Quando caminham, fazem o movimento mede-palmo (aquele que fazemos com os dedos, aproximando-os e afastando-os, quando queremos avaliar o tamanho de alguma coisa).

Cace o bicho

Qualquer um pode capturar animais da meiofauna. Para isso, vai precisar de equipamento simples.

1 - Recolha um punhado de areia da praia a uns 10 centímetros de profundidade.

2 - Coloque a areia num recipiente e acrescente água potável. A água doce faz com que os bichos percam o controle dos movimentos e se soltem dos grãos.

3 - Agite levemente o frasco até que a água fique meio "suja".

4 - Despeje a parte de cima, mais líquida, numa peneira bem fina, que pode ser feita forrando-se a boca de outro frasco vazio com uma meia fina de mulher. A meiofauna ficará retida na meia.

5 - Retire a meia e vire-a ao contrário na boca de outro frasco (pode ser o mesmo que você usou antes, já lavado). Jogue um pouco de água do mar sobre a meia. Para isso, use um esguicho bem fino, que pode ser produzido furando-se a tampa de uma garrafa. Os bichos que ficaram presos na malha cairão no frasco, junto com a água salgada.

6 - Coloque um pouco da água com a meiofauna em uma placa de Petri (espécie de píres de vidro transparente), pingue um corante, se quiser, e observe-os, de preferência, num estereomicroscópio, aparelho que permite ver os bichos de uma distância maior. Se você não tiver esse equipamento (que é caro), use o microscópio convencional com lâminas escavadas ou comuns, pingando a água com conta-gotas. A ampliação deve ser de, pelo menos, 40 vezes. Você não vai ver os bichos como nas fotos desta reportagem, que foram feitas com microscópio eletrônico, mas poderá dar uma boa espiada no pequeno mundo da meiofauna.

Cuidado com o cachorro

Parasitas que não pertencem à meiofauna, mas são parecidos com alguns de seus representantes, podem ir parar na praia, levados pelas fezes de cães e gatos, e sobreviver ali alguns dias. Um deles é o bicho geográfico (Ancylostoma). A larva penetra na pele e pelos lugares onde passa deixa um rastro semelhante a um mapa que coça muito. Como o homem não é o seu hospedeiro natural, o bicho fica vagando na pele. Em situações raras invade a corrente sanguínea e atinge órgãos como o fígado ou o cérebro, causando infecções perigosas. Nesse caso, o efeito é parecido com o de outro parasita, o Toxocara, que também infesta cães e gatos. Na areia, pode-se adquirir ainda o vírus da verruga e fungos que provocam micoses. Mas esses bichos não fazem parte da meiofauna, que tem vida livre e não se hospeda em outros animais.

Filme tem verme de 450 metros

O monstro do filme Duna (David Linch, 1984, CIC Vídeo) se parece com alguns representantes da meiofauna. A diferença está só no tamanho. O verme de Duna mede algo entre 125 e 450 metros. Vive na areia, mas no planeta Arrakis, em 10191. Duna é a versão para o cinema do romance homônimo do americano Frank Herbert (Nova Fronteira, 1984), que já tem sete continuações.

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terça-feira, 17 de junho de 2014

Esse tal de buraco de Ozônio - Ambiente


ESSE TAL DE BURACO DE OZÔNIO - Ambiente



A vida não seria possível na Terra sem um escudo providencial existente na atmosfera: uma estreita camada de um tipo relativamente raro do gás oxigênio, o ozônio. Ele é capaz de bloquear os raios ultravioleta emitidos pelo Sol, perigosos para o homem porque aumentam a incidência de câncer de pele. Esse protetor gasoso está se desfazendo com grande rapidez. As perdas ocorrem sobre a Antártida, onde se formou um buraco que não pára de crescer. Há 15 anos sua área era menor que a do Brasil, mas este ano vai chegar a ser quase duas vezes maior, alcançando 14 milhões de quilômetros quadrados. Foi o que disse à SUPER o chefe da divisão de meio ambiente da Organização Meteorológica Mundial, John Miller. Aqui você vai saber como os cientistas enxergam o buraco e qual é sua proporção em relação à superfície da Terra. Também vai ler as outras informações essenciais para se compreender o fenômeno.

A luz dá a pista

Um prisma separa as cores que estão contidas na luz solar. Os raios ultravioleta geralmente não aparecem porque são absorvidos pelo ozônio e não chegam ao solo. Quando, em 1982, o inglês Farman registrou o ultravioleta na luz, concluiu que faltava ozônio no ar.

luz do Sol
ozônio
mesosfera
estratosfera
troposfera
ultravioleta presente
ultravioleta ausente

Escudo fininho

Normalmente a atmosfera tem 100 quilômetros de altitude. Para facilitar os cálculos, os cientistas costumam tratá-la como se ela tivesse apenas 8 quilômetros. Nesse modelo teórico, a camada de ozônio tem apenas 3 milímetros.

100 km - altura real da atmosfera
camada de ozônio
altura teórica da atmosfera usada para cálculos pelos cientistas
8 km


Pancadaria no ar
A causa mais provável da destruição do ozônio é uma substância usada nas geladeiras e no ar-condicionado dos carros, o CFC. A molécula de CFC contém cloro, e o cloro quebra as ligações químicas do ozônio. Com isso, dos três oxigênios do ozônio resta apenas uma dupla, que é incapaz de bloquear o ultravioleta.

CFC
cloro
carbono
cloro
cloro
flúor
oxigênio
ozônio
oxigênio
oxigênio
oxigênio
cloro
ozônio


Veja a que altura fica a camada de ozônio

mesosfera
estratosfera
camada de ozônio
troposfera
Antártida

100 km
50 km
25 km
10 km

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terça-feira, 17 de junho de 2014

Heróis da Resistência - Aids

HERÓIS DA RESISTÊNCIA - AIDS



De cada vinte pessoas infectadas pelo HIV, uma resiste bravamente. No caso dessa minoria lutadora, passam-se até vinte anos e a Aids não chega a se manifestar.
Os cientistas querem saber o que essa gente tem de tão especial para deixar o vírus acuado por um tempo muito maior do que o de costume.
Por enquanto, há poucas pistas.
Mas as pesquisas poderão
revelar um contragolpe fatal
do organismo para derrotar a mais terrível doença do mundo atual.



Em novembro de 1986, o universo do assistente social Gerson Winkler foi arrasado pelo vírus da Aids. O papel com o timbre de um renomado laboratório acusava que o HIV causador da doença estava escondido no sangue desse gaúcho de, então, 27 anos. Logo veio uma aposentadoria por invalidez, mandando para o espaço um ótimo emprego numa empresa de informática. Os médicos, por sua vez, eram categóricos: para eles, o paciente só sobreviveria uns seis meses. Sem perspectivas, Winkler vendeu tudo o que tinha, do carro ao apartamento. Divorciado, disse adeus às filhas pequenas e partiu para o sonho de uma volta ao mundo. Só que a viagem acabou, o dinheiro acabou e Winkler voltou com saúde de ferro para o Rio Grande do Sul. Ainda assim, ficou esperando a morte, que talvez estivesse atrasada. Passado um ano inteiro, nada. "Tive, aí, uma certeza: iria morrer sim, mas de fome, se continuasse parado, sem emprego", diz ele, já com nove anos de resistência contra o HIV.
Como 5% dos contaminados pelo temível vírus da Aids, Winkler é considerado um long-term non-progressor (LTNP), definição inglesa para os indivíduos soropositivos em que a doença não progride mesmo após um longo período de infecção pelo HIV. "São organismos absolutamente saudáveis, em que nem sequer as células defensoras do sistema imunológico apresentam qualquer alteração", explica Anthony Fauci, do Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos. "E, no entanto, o vírus está lá, dentro deles", inquieta-se o especialista, quase impaciente com a charada. Hoje, os casos não-progressivos são, de fato, a peça mais intrigante no quebra-cabeças da Aids.
No início dos anos 90, cientistas ingleses descobriram africanos com mais de dez anos de contaminação pelo HIV sem qualquer sintoma de falência imunológica. Na época, cogitou-se que algo - um componente genético - beneficiaria os soropositivos negros da África. Mas o tempo mostrou que a resistência à Aids não é privilégio de uma raça. Alguns dos recordistas mundiais na luta contra o HIV foram encontrados na Califórnia, Estados Unidos, graças a um estudo anterior sobre a hepatite B, doença do fígado que é sexualmente transmissível.
Ainda na década de setenta, a médica americana Susan Buchbinder, do Departamento de Saúde Pública de São Francisco, passou a coletar o sangue de mais de 6 700 homossexuais para investigar a incidência de hepatite nessa população. Por sorte, as amostras foram congeladas e quando a Aids explodiu, quase dez anos depois, a especialista resolveu dar uma nova examinada no material que estava armazenado. Assim, ela provou que muitos de seus antigos voluntários já tinham o HIV antes de 1980, quando a Aids nasceu oficialmente. "E parte deles continua passando bem", garante a médica. "Conheço gente saudável que é portadora há dezoito anos."
No começo, os cientistas rotularam esses indivíduos de "sobreviventes" da Aids. Só recentemente surgiu a definição de paciente não-progressivo, que é muito mais exata: "Sobrevivente pode ser quem vive muitos anos, apesar de doente", justifica o pesquisador americano Anthony Fauci. "E, no caso, estamos falando de pessoas nas quais os males relacionados à Aids nem sequer aparecem durante um longo período."
A existência de organismos capazes de combater o HIV por muito tempo é mais do que mera curiosidade científica. "Se desvendarmos seus truques, poderemos reproduzir essas estratégias no corpo de quem tende a morrer depressa por causa da doença", diz Peter Hawley, diretor da Whitman-Walker, a maior clínica para tratamento da Aids em Washington, capital dos Estados Unidos.
Os cientistas partem de duas teorias para explicar o fenomenal talento para briga de alguns infectados. "Neles, na maioria das vezes, as células de defesa são mais ativas", observa Mark Fineberg, outro pesquisador do Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos. Ou seja, o sistema imunológico é capaz de golpear com maior rapidez e eficiência tanto o próprio HIV quanto os agentes de outras infecções.
A segunda teoria é a de que certos subtipos do HIV são adversários fracos - vagarosos no ataque e facilmente intimidados por células de defesa competentes. A fragilidade do inimigo deve ser provocada por defeitos genéticos. "É provável que o segredo seja a combinação dos dois fatores - um sistema imunológico bem dotado e um vírus menos perigoso", pensa Fineberg.
A princípio, qualquer soropositivo é saudável e capaz de reagir a gripes, resfriados, estresse e outros problemas do dia-a-dia como quem não tem o vírus. O que difere os não-progressivos de outros infectados é que eles conseguem manter a saúde por muito mais tempo. Seu prazo limite, porém, a ciência ainda desconhece. Por enquanto, os pesquisadores procuram peculiaridades no organismo dessa gente.
Exames revelam que, no corpo dos soropositivos resistentes, a quantidade de HIV é bem menor - menos de metade do que se encontra na maioria dos portadores. "Conseqüentemente, a atuação deles também deve ser branda", raciocina a infectologista carioca Cyntia Alves Pereira de Souza.
Além disso, nos nódulos linfáticos dos soropositivos que desenvolvem a Aids relativamente depressa, os vírus praticam atos de vandalismo. Os estragos são notados por meio de microscópio antes dos primeiros sintomas maléficos. "Nos pacientes não-progressivos é diferente", garante o americano Anthony Fauci. "Essas estruturas, onde os vírus se instalam, ficam quase preservadas."
Até agora, a melhor descoberta é que nesses indivíduos uma outra célula defensora, conhecida por CD-8, pode frear o avanço do vírus, liberando um grande número de moléculas inibidoras. Cerca de 160 pesquisadores do mundo inteiro procuram a chave química capaz de acionar essas células. Quando ela for encontrada, poderá ser criada uma vacina terapêutica - incapaz de prevenir a contaminação pelo HIV, mas com o poder de imunizar quem já estiver infectado. Então, todos os soropositivos do mundo ( só no Brasil, eles são 500 000), ganhariam a resistência da batalhadora minoria não-progressiva.
Dois fatores prejudicam a investigação dos organismos lutadores. Um deles é que nem sempre os soropositivos sabem quando se infectaram, dificultando a garimpagem de casos não-progressivos. O outro fator é a falta de similaridades entre esses casos. No início, desconfiou-se que a inibição do HIV era privilégio de pacientes jovens - mas existem soropositivos resistentes de todas as idades. Os pesquisadores arriscaram, então, analisar a forma de contágio que, no entanto, também não parece ser importante.
Segundo dados do Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos, os não-progressivos típicos são o retrato de um bom moço da geração saúde. Cerca de 90% deles praticam exercícios três vezes por semana, quase não bebem álcool e mantêm uma dieta equilibrada. Metade evita tomar remédio por qualquer bobagem. E 80% jamais tragaram um cigarro. Outros estudos apontam que são pacientes menos ansiosos e mais otimistas.
"É complicado apontar a influência das emoções", diz a infectologista Walkyria Pereira Pinto, professora da Universidade de São Paulo. "É provável que uma boa qualidade de vida até contribua, mas não é determinante da sobrevivência." Na opinião da médica, só a boa alimentação faz sentido: "Um organismo subnutrido reage mal a qualquer infecção."
Na realidade, convive-se melhor com o HIV hoje do que no início da epidemia. As primeiras vítimas da doença sobreviviam apenas dois ou três anos após a contaminação. Atualmente, nos países avançados, a média de sobrevivência é oito anos, sendo que ela tende a aumentar com novos arsenais terapêuticos. "Temos mais informações sobre o comportamento do vírus", afirma o médico paulista Dráuzio Varella. Ele não tem dúvida de que é preciso evitar a reinfecção, o que é um conceito novo. "Mesmo casais em que ambos são soropositivos não podem abandonar o uso de preservativos nas rela- ções sexuais", alerta. "Às vezes, um descuido fornece a dose extra de HIV que faltava para se manifestar a doença. Ou, então, o portador adquire uma forma do vírus mais violenta."
É bom que se comemore a vida cada vez mais. longa dos soropositivos. Mas, na mesma proporção em que a sobrevivência deles aumenta, crescem os riscos de transmissão. No mundo inteiro já foram registrados mais de 986 000 episódios de Aids. Desses, 71 110 ocorreram no Brasil. "Cerca de quatro mil pacientes são jovens entre quinze e dezoito anos de idade", conta a médica Lair Guerra de Macedo, que dirige o Programa Nacional de Combate à Aids. Metade das vítimas brasileiras contraiu a doença em relações sexuais. A contaminação pelo sangue representa 34,7% da incidência, enquanto 2,6% dos contágios são de mãe para filho.
No entanto, as campanhas preventivas continuam raras e de gosto duvidoso. E, uma vez consciente da importância do uso de preservativos, o brasileiro paga caro: a camisinha nacional custa quase um dólar, enquanto o preço nos países avançados é a metade disso. No Japão, onde cada cidadão ganha em média dez vezes mais do que o brasileiro, a camisinha custa dez vezes menos. "Desse jeito, fazer prevenção é como anunciar carro importado para miserável", critica Dráuzio Varela. "A epidemia continua descontrolada." E, se o descoberta de portadores não-progressivos é um alento, a realidade da Aids ainda é terrível para a maioria dos infectados.

Há muito tempo, eles carregam o HIV. E passam bem

Força no trabalho

Trabalhar é a válvula de escape do gerente de treinamento João Cristino da Silva, 35 anos, dez deles carregando o HIV. Raramente ele é encontrado em São Paulo, porque orienta o atendimento numa rede de lojas de conveniência espalhadas pelo país. Jamais comunicou à empresa que é portador. "Mas todos devem saber, porque já dei entrevistas e participei de campanhas de prevenção na TV", desconfia.
"Não faz diferença, pois minha postura impõe respeito em qualquer lugar." O alto-astral, ele acha, também conta: "Só fico triste quando falta dinheiro".

Exemplo de felicidade

Fanático pelo Grêmio, o assistente social Gerson Winkler, 36 anos, sempre vai ao estádio torcer pelo tricolor gaúcho. Também não perde um Carnaval - "de preferência no Nordeste". Adora andar de bicicleta nos parques de Porto Alegre, quando não está trabalhando na Secretária Municipal de Saúde. Há dois meses, ele e seus colegas invadiram os motéis da cidade distribuindo camisinhas. Contaminado pelo HIV há nove anos, Gerson quer servir de exemplo também para outros soropositivos: "Podemos levar uma vida normal e cheia de alegria", ensina.

Contra a expectativa

"Peguei o HIV aos vinte anos, vivendo um grande amor", conta o jornalista carioca Pedro Paulo Santana. Isso foi há doze anos. Santana entrou em depressão - "mais pela morte do parceiro do que pelo fato de também estar com o HIV". Para piorar, sua médica na época admitiu que não sabia como tratar a doença. E a avó lhe deu um terno, para vestir um morto distinto. "Já usei a roupa em vários enterros de pessoas que estavam saudáveis quando todos achavam que eu iria morrer", diz. "Sou a prova de que, em matéria de Aids, tudo é uma grande dúvida."

Enquanto o bicho dorme

Ela é fotógrafa, tem 36 anos, já passou por três casamentos e há sete meses descobriu-se soropositiva. A curitibana Fernanda Carvalho de Aquino havia resolvido fazer o teste de Aids com o namorado, antes de abolirem o preservativo. O resultado dela deu positivo. O namoro acabou. Mãe de três adolescentes, ela deve ter o vírus há cinco ou sete anos, período em que chegou a engordar. "Tem um bichinho que está dormindo na minha mãe", explica Lamec, de 11 anos. Enquanto o HIV não desperta, Fernanda trabalha, faz ioga e malha duas horas por dia numa academia.

Convivência com o vírus

Em 1987, o paulistano José Araújo Lima recebeu o resultado positivo de teste de Aids e entrou em pânico: "Viajei para o Japão e para China, onde fiquei quatro anos, fazendo faxina e sendo ajudante de cozinha." Lá fora, não contou para ninguém que tinha o vírus. Mas tanto segredo era sufocante e ele voltou para o Brasil. Hoje preside o Grupo de Incentivo à Vida (GIV), que apóia aidéticos e soropositivos. "Não estou ansioso pela descoberta da cura. Minha preocupação é viver bem com o HIV", diz Araújo, com ar tranqüilo.

Entre os recordistas

O artista plástico americano Robert Anderson, 42 anos, já está acostumado a doar sangue para ser estudado em vários centros de pesquisas do mundo. Há dez anos, esse californiano de São Francisco descobriu que era portador do HIV. Mais tarde, reexaminando amostras sangüíneas coletadas em 1979, os médicos confirmaram que Rob está infectado desde aquela época, pelo menos.
Nesses dezesseis anos, porém, nunca teve sequer um resfriado forte. "Antes mesmo de saber que era portador, aprendi a meditar", diz ele. "Por isso, adoto atitudes positivas."

As várias faces do mal

Quando altera-se a ordem dos genes do HIV, surge um tipo diferente, com táticas próprias para agredir o corpo humano.

Existem dois subtipos de vírus da Aids, chamados B e C. Durante muito tempo, tentou se descobrir qual deles era mais devastador. Hoje se sabe que tanto um quanto outro podem ter variações tremendamente agressivas. A descoberta mais recente foi realizada por cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Eles notaram que o subtipo C tem facilidade para invadir macrófagos, células de defesa presentes no pênis e na vagina - por isso esse vírus seria mais freqüente em quem se contaminou em relações heterossexuais. Já a maioria dos soropositivos homossexuais masculinos costuma ter o subtipo B, que prefere infectar células chamadas monócitos, presentes na mucosa anal.

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terça-feira, 17 de junho de 2014

O SUPEROLHO DO HOMEM - 100 Anos de Raio X

O SUPEROLHO DO HOMEM - 100 Anos de Raio X



Um pequeno acaso, num laboratório doméstico, há exatos 100 anos, brindou a humanidade com os raios X. Quem abriu essa monumental janela para o invisível à retina humana foi o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen. Hoje, entre tantas outras coisas, os raios X permitem ao homem diagnosticar e tratar doenças, compreender as menores partes da matéria e ver a fantástica ebulição em que vive o Universo, repleto de explosões gigantescas e temperaturas de milhões de graus.



Na tarde de 8 de novembro de 1895, após o trabalho, o físico Wilhelm Conrad Röntgen (1845-1923), reitor da Universidade Würzburg, na Alemanha, resolveu continuar alguns experimentos que fazia no laboratório de sua casa. Ele estava com sorte. Antes de cair a noite, um acaso o ajudaria a descobrir os raios X. Foi naquela tarde que o homem ganhou a incrível capacidade ver o invisível.
Como muitos físicos da época, Röntgen pesquisava o tubo de raios catódicos inventado pelo inglês William Crookes (1832-1919) anos antes. Era um tubo de vidro, dentro do qual um condutor metálico aquecido emitia elétrons, então chamados raios catódicos, em direção a outro condutor. Quando Röntgen ligou o tubo naquele dia, algo muito estranho aconteceu: perto do tubo, uma placa de um material fluorescente chamado platino cianeto de bário brilhou. Ele desligou o tubo e o brilho sumiu. Ligou de novo e lá estava ele. O brilho persistiu mesmo quando Röntgen colocou um livro e uma folha de alumínio entre o tubo e a placa. Alguma coisa saía do tubo, atravessava barreiras e atingia o platino cianeto. Por seis semanas, o físico ficou enfurnado no laboratório, tentando entender o que era aquilo. No dia 22 de dezembro, fez a radiação atravessar por 15 minutos a mão da mulher, Bertha, atingindo, do outro lado, uma chapa fotográfica. Revelada a chapa, viam-se nela as sombras dos ossos de Bertha, na primeira radiografia da história. Fascinado, mas ainda confuso, Röntgen decidiu chamar os raios de "X" - símbolo usado em ciência para designar o desconhecido.
Passados 100 anos, não só o raio X deixou de ser obscuro como ajudou a clarear muita coisa para o olho e para a mente humana. Sem ele não conheceríamos a estrutura das moléculas e não poderíamos ver as explosões que incendeiam o Sol. Também não teríamos informações importantes e curiosas sobre coisas tão diversas quanto o método de trabalho do pintor Van Gogh ou - acredite - o torcicolo de múmias egípcias.
Os raios X causaram sensação. Seis dias depois de radiografar a mão de Bertha, Röntgen apresentou seu achado aos colegas da Universidade de Würzburg. A imprensa noticiou o fato com destaque em 5 de janeiro de 1996. No mesmo ano, os médicos adotaram a novidade. Imagine: com ela dava para ver ossos quebrados e órgãos doentes dentro do corpo humano. Logo começou a ser usada no tratamento do câncer. Pesquisadores também radiografavam animais para estudos anatômicos.
Na sociedade, a reação era de deslumbramento. Todos queriam ver o próprio esqueleto. Rápido, o americano Thomas Alva Edison (1847-1931) inventou um instrumento com tela fluorescente que deixava ver a radiografia ao vivo, sem necessidade de revelar filmes. Em 1902, um inglês bolou uma máquina de raios X controlada por moeda, como essas de refrigerante que temos hoje.
Um pouco antes, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, deputados tentaram passar uma lei proibindo o uso da radiação. Eram defensores da moralidade e achavam que os raios permitiriam a qualquer um ver os corpos nus de quem andasse pelas ruas. Já pensou? Seria a delícia dos voyeurs. A lei, é claro, não foi aprovada. Inclusive porque, no máximo, se veriam os esqueletos pelados. E o verdadeiro risco da radiação continuou sendo ignorado. Em pouco tempo, surgiriam as lesões provocadas pelos raios X. As principais vítimas eram os operadores das máquinas, que sofriam exposições repetidas. Vários perderam as mãos.
Antes de ganhar o primeiro Nobel de Física, em 1901, Röntgen enfrentou a desconfiança de colegas cientistas. Muitos alegavam que os raios X já eram conhecidos. Crookes, o inventor do tubo de raios catódicos que Röntgen estava usando em suas experiências, tinha notado a presença de uma radiação do lado de fora do tubo. Achou que eram os próprios raios catódicos, mas errou. Como se soube mais tarde, esses raios são feixes de elétrons e não conseguem atravessar o vidro.
Röntgen constatou que seus raios X projetavam sombra em filmes fotográficos e não podiam ser desviados por ímãs. Percebeu que era algo parecido com a luz, ou seja, ondas eletromagnéticas. Pois é exatamente isso que são os raios X: ondas eletromagnéticas de comprimento muito curto, cerca de um milhão de vezes menor do que 1 milímetro, mais ou menos a distância que separa um átomo de outro num sólido. A descoberta gerou polêmica. Em apenas um ano, mereceu 49 livros e panfletos, além de mais de 1 000 artigos de jornais. Contra e a favor. Röntgen não se abalou. Estava acostumado a polêmicas. Na adolescência fora expulso da escola técnica de Ultrech, acusado de fazer caricaturas de um professor. Mudou-se para Zurique, na Suíça, onde acabou se formando em Engenharia Mecânica, em 1868. No episódio do raio X, optou por responder aos críticos com atitudes nobres: doou o dinheiro que ganhou com o Nobel à Universidade de Würsburg. "Eu considero que o trabalho de uma universidade deve beneficiar a todos, sem idéia de lucro", afirmou na época.
Nada facilitou mais o trabalho dos médicos do que o raio X. "Isso sem falar que ele deu o pontapé inicial para o desenvolvimento de outros meios de ver o organismo, como a ressonância magnética, o ultrassom e a medicina nuclear", lembra o diretor de Radiologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Benedito Pinheiro de Abreu Neto.
Nestes 100 anos, as técnicas de detecção de imagem por raios X evoluíram, claro, mas também encontraram limites. A radiografia comum nunca foi eficiente para visualizar tecidos moles (o fígado, os intestinos, o cérebro) que deixam a radiação passar quase completamente e não criam bons constrastes. A proeza só foi possível com a tomografia computadorizada, uma superevolução do raio X, que rendeu um Nobel ao inglês Godfrey Hounsfield e ao americano Allan Cormack, em 1979. O paciente fica no interior de um grande anel que gira em torno dele. O anel emite e capta a radiação de muitos ângulos diferentes. O resultado equivale a cerca de 30 000 radiografias. Num computador, os sinais colhidos são transformados em imagens tridimensionais, com detalhes precisos de qualquer parte do organismo.
Mas a tecnologia promete resultados ainda mais incríveis. O Lawrence Livermore National Laboratory, nos Estados Unidos, está construindo um supertomógrafo, que trabalha associado a um microscópio de raios X. Ele poderá distinguir áreas de apenas 0,000001 centímetro de largura e fornecer imagens tridimensionais de células vivas sem lesá-las.
A terapia por raios X também melhorou. No princípio, irradiava-se o local afetado pelo câncer, mas se atingia também outros órgãos. Hoje não. Programas sofisticados de computador localizam milimetricamente o tumor e definem a dose certa de radiação a ser aplicada. Assim, os efeitos colaterais são muito menores.
Como muito tem se falado, a grande ambição dos biólogos de nosso tempo é conhecer todos os genes do organismo humano para, em seguida, determinar a estrutura de todas as moléculas. Assim, eles vão poder construir ferramentas químicas, genéticas e biológicas contra todas as doenças. Parece megalomania, mas os raios X podem tranformar esse projeto em realidade. Eles já revelaram a estrutura de várias moléculas. A do DNA, por exemplo, que carrega a herança genética humana, foi identificada em 1953.
A técnica que realizou a façanha foi a difração de raios X. De acordo com o físico Glaucius Oliva, professor do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo, ela funciona assim: um feixe de raios incide sobre uma molécula e, ao encontrar um dos átomos dessa molécula, faz os seus elétrons oscilar. Com isso, todos os elétrons geram mais raios X e do outro lado da molécula sai um chuveiro de raios. Isso é a difração. A análise desse chuveiro permite achar a posição de cada átomo e determinar a estrutura da molécula. "O uso do método já rendeu onze prêmios Nobel", diz Oliva.
Mas os raios X apropriados para a difração não são os tradicionais. São aqueles emitidos pelos aceleradores circulares de elétrons, que produzem a chamada luz sincrotron, abrangendo as radiações visíveis e as invisíveis. Esses raios X são mais homogêneos e têm um feixe mais intenso, o que os torna muito mais eficientes para ver as menores partes da matéria.
Em meados do ano que vem começa a funcionar o Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) brasileiro. É o único do gênero no Hemisfério Sul e poderá contribuir para a determinação de estruturas de moléculas de parasitas associados a doenças endêmicas no país, como a de Chagas. Além dessa, a luz sincrotron terá muitas utilidades. Ela vem sendo usada por vários ramos da indústria, entre outras coisas, para fabricação de chips cada vez menores.
Assim como os biólogos, os astrônomos também estão excitados. Eles não vêem a hora de 1998 chegar. É que para esse ano está previsto o lançamento do satélite Axaf (Advanced X-Ray Astrophysics Facility), uma espécie de irmão caçula do telescópio espacial Hubble, equipado com eficientes receptores de raios X. A ansiedade dos astrônomos se deve ao fato de que o Universo está cheio de fontes desses raios. Eles partem principalmente de astros que emitem muita energia, como os buracos negros, por exemplo.
O mundo que o Axaf vai desvendar é repleto de explosões gigantescas e temperaturas de milhões de graus que não podem ser observadas da Terra, pois a atmosfera absorve a radiação. As informações mais preciosas sobre essa face oculta do Cosmo foram coletadas por satélites. Lançado em 1971, o Uruhu detectou 400 fontes de radiação X. O Einstein, de 1978, viu outras 10 000. O alemão Rosat (Röntgen Satellite), que subiu em 1990, identificou mais de 100 000 fontes de raios X, entre elas supernovas, alguns pulsares, muitas estrelas de nêutrons e montes de galáxias. Um ano depois foi a vez do japonês Yohkoh (Raio de Sol). Ele capturou mais de mil imagens da atividade solar. "O estudo dessa central nuclear natural, o Sol, vai transformar nosso conhecimento sobre energia", prevê um dos responsáveis pela missão Yohkoh nos Estados Unidos, Loren Acton. Segundo David Batchelor, outro americano envolvido no projeto, ele poderá explicar melhor as influências do Sol sobre o clima da Terra.
Mas as imagens de raios X não são encontradas apenas em laboratórios e hospitais. Elas já freqüentam museus. Não por mérito próprio, é verdade. O que os raios X têm feito pela arte é mostrar o método de trabalho dos artistas. No ano passado, uma análise da obra do holandês Vincent Van Gogh (1853-1890), trouxe à tona vários desenhos em grafite bem acabados e completamente diferentes das pinturas que os recobriam. Isso levou historiadores a concluir que apenas em seus últimos anos de vida Van Gogh passou a usar tintas.
Como essa, os raios X vêm contando, desde 1895, dezenas de histórias curiosas do mundo das artes. Uma delas é a do auto-retrato O Homem Ferido, do francês Gustave Courbet (1819-1877). Neste quadro, o pintor aparece com um ferimento na altura do coração. Radiografias feitas na década de 70, no entanto, revelaram, por baixo, um esboço diferente. Courbet estava abraçado a uma mulher, a mãe de seu único filho, que o abandonara pouco antes da conclusão da romântica pintura. Magoado, ele teria substituído a amada pela ferida.
Além de fornecer informações sobre o processo criativo dos pintores, os raios X têm ajudado a desmascarar obras falsas. Em 1992, pesquisadores holandeses conseguiram conferir a autenticidade de 290 pinturas de seu conterrâneo Rembrandt H. van Rijn (1606-1669) e reprovaram 132. As radiações facilitam, também, trabalhos de restauração. Em geral, os museus utilizam equipamentos menos potentes do que os usados em medicina e fazem exposições muito demoradas. O que importa não é a nitidez da imagem, mas, sim, detalhes sutis que possam diferenciar os materiais utilizados e mostrar como eles se sobrepõem.
Gostou do check-up das artes? Pois tem coisa mais interessante ainda feita pelos raios X. Com a ajuda deles, o cirurgião Ahmes Palmer, do City Hospital, de Birmingham, Estados Unidos, observou recentemente o mais antigo caso de torcicolo já conhecido. Há 2 300 anos, ele acometeu uma múmia egípcia, provavelmente um soldado de trinta e poucos anos. O diagnóstico foi feito após a análise de dezessete radiografias da múmia, doada no século XIX ao museu de Birmingham.
Isso é paleopatologia, a ciência que estuda múmias como se fossem pacientes vivos. Uma de suas mais importantes ferramentas é o raio X, usado por arqueólogos desde 1898, quando foram examinadas mortalhas encontradas em Tebas, no Egito. Atualmente, os principais trabalhos na área são feitos no Brigham and Women´s Hospital, de Boston, Estados Unidos. Ali, dez múmias já foram esquadrinhadas por potentes tomógrafos. Uma das milenares pacientes foi Ta-Bes, cantora sagrada do templo do deus Amon, em Karnak, no Egito. Os exames na múmia de mais de 3 000 anos denunciaram que ela tinha costelas fraturadas e infecções dentárias. Também mostraram que a mumificação era feita em etapas, com a utilização de sais naturais e resinas.

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sexta-feira, 13 de junho de 2014

As plantas viajantes - Agricultura


AS PLANTAS VIAJANTES - Agricultura



Das caravanas da Antiguidade às caravelas dos descobridores, o entra-e-sai de plantas pelos cinco continentes atravessou milênios e revolucionou a alimentação mundial. O intenso trânsito botânico acabou padronizando a dieta. Hoje, a humanidade come, basicamente, o produto de vinte espécies vegetais e apenas três delas - trigo, arroz e milho - fornecem metade da comida de todo o planeta.



Até o século XV, a Europa passava praticamente a pão e água e a base alimentar era o trigo. Além de ouro e prata, os descobridores europeus procuravam encontrar novas terras para expandir o cultivo do cereal. O trigo era tão importante que os portugueses pensaram em desistir de colonizar a Ilha dos Açores porque achavam que a região não era boa para ele. Buscavam, também, outras fontes de especiarias, os condimentos como pimenta, noz-moscada e cravo, supervalorizados porque eliminavam o mau cheiro e o gosto ruim das carnes, de difícil conservação e fácil decomposição, na época. O que os descobridores provavelmente não previram é que iriam voltar da América com as caravelas tão cheias de novos alimentos - como milho, mandioca, feijão e tomate - que revolucionariam os hábitos da humanidade.
Algumas plantas também migraram da Europa para o Novo Mundo. Como os viajantes da Era dos Descobrimentos não sabiam se encontrariam alimento na América e na África, enchiam os porões dos navios com sementes e mudas para cultivar. "Foi assim que chegaram ao continente americano o trigo, o café, a cana-de-açúcar, o arroz, a banana e a laranja", afirma o agrônomo Antônio L. Gonçalves, do Jardim Botânico de São Paulo.Depois de séculos de intercâmbio, hoje quase todo mundo come a mesma coisa. Segundo o biólogo Edward Wilson, da Universidade de Harvard, apenas vinte espécies de plantas fornecem 90% do alimento mundial, e só três delas - trigo, milho e arroz - são responsáveis pela metade. Essa padronização aconteceu porque algumas espécies rendem mais, graças à habilidade que o homem desenvolveu para alterar geneticamente uma planta. Ao longo do tempo, aprendeu-se que é possível cruzar variedades diferentes e reunir, em uma mesma planta, as características mais produtivas de muitas delas, como rentabilidade e resistência ao frio, ao calor e às pragas.
Mas se o cultivo de plantas melhoradas geneticamente pode acabar com a fome no mundo, também pode provocá-la. Quanto mais se globaliza o cultivo de apenas um tipo rentável, elimina-se a variedade que permite melhorá-la. Além disso, grandes monoculturas são mais vulneráveis a fungos, pragas ou mudanças climáticas.
Se uma praga atingir a plantação despreparada para resistir... tudo será perdido. Na Irlanda, o desastre fez história. A batata, levada da América para a Europa, havia se tornado a monocultura daquele país. Em 1845, as lavouras foram atingidas por um fungo e, como as plantas eram todas da mesma variedade, não sobrou uma. Dos 5 milhões de irlandeses, 1 milhão morreu de fome e 1,5 milhão migrou para os Estados Unidos.

As plantas viajavam sem passar na alfândega até pouco depois dos grandes descobrimentos. Mas, em meados do século XVII, a festa acabou. Os países que detinham maior controle sobre determinada cultura instituíram o monopólio. Foi o que aconteceu com o café, originário da Etiópia e introduzido nas Guianas pelos franceses, no início do século XVIII. A saída de sementes do país era proibida.
Conta a história que um certo sargento paraense, Francisco de Melo Palheta, foi enviado às Guianas para resolver um problema diplomático e, secretamente, contrabandear mudas de café para o Brasil. Teve sucesso nas duas missões: fez os franceses reconhecerem o limite da fronteira e gastou todo o seu poder de sedução para convencer a esposa do governador da região a lhe ceder algumas sementes. Em 1722, a planta passou a ser cultivada no norte do Brasil e foi conquistando outras regiões. Em pouco tempo, o país tornou-se o primeiro produtor mundial de café, posto que mantém até hoje, com uma safra anual de 17 milhões de sacas, ou 1 milhão de toneladas.

Pouco depois desse romântico contrabando, veio o troco. Quando os portugueses chegaram aqui, já encontraram os indígenas da região Amazônica usando o látex, extraído da seringueira, para vedar canoas e fazer bolas usadas num jogo parecido com o futebol. Logo o Brasil passou a fazer melhor uso da planta e se transformou no único produtor de borracha. Em 1876, porém, o inglês Henry Wickham contrabandeou algumas sementes de seringueira para a Inglaterra. As plantas que sobreviveram foram levadas para a Malásia e Indonésia e melhoradas geneticamente - o que afundou o glorioso ciclo da borracha amazônica. "Como aqui praticava-se apenas o extrativismo, a produção do exterior passou a ser maior e mais barata", conta o botânico Antônio Salatino, da Universidade de São Paulo.
Algumas vezes, o contrabando de sementes serviu para consumo doméstico. Originária das Antilhas e América Central, a palmeira-real, ou imperial, foi introduzida no Brasil pelo português Luiz de Abreu e Silva que, aprisionado pelos franceses nas Guianas (também), conseguiu roubar uma muda e fugir.
A planta foi oferecida como presente ao rei Dom João VI, que mandou plantá-la no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no início do século XIX. Os diretores do Jardim faziam questão de tratá-la com toda reverência e, quando a árvore produzia sementes, mandavam queimá-las para evitar que outros lugares pudessem desfrutar do privilégio real. Nem por isso os endinheirados da colônia se acanharam: escravos que trabalhavam no Jardim escalavam o tronco da palmeira à noite, roubavam algumas delas e as vendiam no câmbio negro. Daí, as sementes roubadas difundiram-se.

O Brasil já ofereceu ao mundo numerosas plantas importantes, além da mandioca e da seringueira, a começar pela madeira que deu nome ao país: o pau-brasil, que era usado pelos europeus para produzir um corante de tecidos e tintas de escrever. Mas isso não é nada perto do que ainda pode oferecer no futuro. "O número de plantas praticamente desconhecidas que o Brasil tem a oferecer é imenso", garante o economista americano David Hathway, especialista em patentes e biodiversidade, radicado no país há dezoito anos. O Brasil é o maior empório mundial de plantas. Seus recursos podem mudar não só a dieta do mundo como a Medicina. Mas falta capital e tecnologia.
Boa parte dessas plantas mora na Amazônia. Uma preciosidade desperdiçada, por exemplo, é a pupunha , palmeira da qual se aproveita tudo: a raiz é vermicida; o caule serve para a construção de paredes e cercas; as flores fornecem tempero; das folhas fazem-se cestos; e o fruto, delicioso, tem alto valor nutritivo, rico em amido, óleos e proteínas. Cultivada há séculos pelos indígenas, a planta é uma estranha dentro do Brasil e desconhecida no exterior. Se fosse norte-americana, o mundo já estaria comendo pupunha-flakes.

Fama, mesmo, alcançou a castanha-do-pará, conhecida na França como noix du Brésil, nos Estados Unidos como Brazil nut e na Alemanha como Pará-nuss. Além do sabor agradável, tem alto valor nutritivo: duas castanhas valem por um ovo. Só por isso, deveria ser incluída nas merendas escolares. Mas, além disso, fornece óleo para cozinhar e para a lubrificar motores. Outra planta rica em óleo, ainda pouco aproveitada, é o babaçu, vegetal com a maior capacidade de produzir óleo no mundo. Um babaçual de quinhentas árvores é capaz de gerar 125 barris de óleo comestível por ano.
Não é difícil esticar a lista de plantas amazônicas que podem render uma infinidade de produtos. Ela é quase interminável, já que desconhecida. O buriti, por exemplo, tem um fruto saboroso e rico, ótimo como sorvete. Sua polpa tem uma massa semelhante à fruta-pão e os brotos fornecem palmito. Na Califórnia, está na moda o batom de urucum, do Acre, de cor sensual e livre de tingimentos sintéticos. O guaraná, popular em refrigerantes nacionais, pode ser usado na criação de aromatizantes e sua cafeína tem efeito broncodilatador e estimulante do sistema nervoso central. Com pesquisa e investimentos, as plantas da Amazônia podem enriquecer a dieta do futuro.

A biodiversidade brasileira também pode oferecer a cura para várias doenças, como o câncer. Uma planta que vem sendo estudada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), cujo nome é mantido em segredo, promete avanços importantes. O problema dos medicamentos anticancerígenos é que eles atacam também células sadias. "No caso dessa planta amazônica, o princípio ativo seria capaz de ir diretamente à célula doente", diz o farmacêutico Jayme Sertié, do Laboratório de Farmacologia e Toxicologia de Produtos Naturais da USP.
O Brasil esconde outras surpresas. "As florestas tropicais abrigam 100 mil espécies de plantas com potencial farmacêutico, mas apenas 1% foi estudado", diz Sertié. No momento, o laboratório da USP está pesquisando outros dois vegetais brasileiros. Um deles é o paulista guaçatongue. O terpeno, um de seus princípios ativos, é capaz de cicatrizar a mucosa do estômago com mais rapidez que os remédios convencionais, nos casos de úlcera. Já a erva-baleeira, encontrada em toda a costa brasileira, promete ser um potente antiinflamatório. Enquanto isso, a Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, está pesquisando o uso do quebra-pedra, planta abundante em todo território brasileiro, no combate ao vírus da hepatite B. Só não foram realizados estudos sobre a possibilidade de fabricar medicamentos usando essas plantas porque não existem indústrias brasileiras capacitadas para isso.

Mas nada impede que laboratórios internacionais tomem conhecimento dessas plantas e passem a produzir medicamentos que o Brasil, então, terá de importar. De acordo com a lei em vigor por aqui, não é permitido patentear vegetais. Com isso, fica fácil para outros países se apropriarem de plantas nativas - e nada pagarem por isso.
Durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, realizada no Rio há três anos, foi feito um acordo, a Convenção da Biodiversidade, segundo o qual qualquer país que criar um produto usando uma planta de outro deverá conceder participação nos lucros. Só que a Convenção ainda não foi posta em prática. "Como não foram elaboradas leis para regulamentar o documento, as plantas continuam saindo do país gratuitamente", diz o economista David Hathway. De fato, existem vários remédios feitos à base de plantas brasileiras e comercializados em todo o mundo. O barbatimão-de-folha-miúda, por exemplo, é industrializado nos Estados Unidos desde o início dos anos 60. Sua vagem possui a chamada rutina que, misturada com a experidina (substância presente na casca da laranja), é capaz de evitar abortos e hemorragias. O jaborandi do Maranhão, que tem um princípio ativo chamado pilocarpina, é amplamente usado na Alemanha em colírios para controlar o glaucoma.

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sexta-feira, 13 de junho de 2014

A cara de zumbi - História do Brasil


A CARA DE ZUMBI - História do Brasil



O céu avermelhado na Serra da Barriga podia ser visto de longe, em Alagoas, no dia 6 de fevereiro de 1694. Era o fogo queimando Macaco, a capital do Quilombo dos Palmares. O incêndio extinguiu a resistência da confederação de escravos rebelados. Ali, eles conquistaram um século de liberdade. Zumbi, o último líder de Palmares, sobreviveu à queda de Macaco, mas foi emboscado e assassinado em 20 de novembro de 1695. A data é, atualmente, o "Dia da Consciência Negra" porque, para muitos brasileiros, a abolição dos escravos começou a acontecer muito antes do século XIX. E não tem a cara da Princesa Isabel



A escravidão no Brasil foi oficialmente abolida no dia 13 de maio de 1888, por uma lei que levava a assinatura da Princesa Isabel. Mas, três séculos antes disso, os escravos rebelados construíram um país independente onde se tornaram homens livres.
O país Palmares começou a surgir em 1597 e durou até 1694. Seu território se estendia por 150 quilômetros de comprimento e 50 de largura, nos Estados de Alagoas e Pernambuco, entre os rios Ipojuca e Paraíba. Era uma região de serras de até 500 metros de altitude, cobertas por florestas e de acesso muito difícil - principal razão da sua sobrevivência. Sua população variou muito em 100 anos. Os holandeses, que dominaram Pernambuco de 1630 a 1654, reconheciam em Palmares duas povoações, com 6 000 habitantes, no total. Mas depois de 1670, os relatos dos portugueses falam em mais de 20 000 habitantes. No auge, Palmares teve nove cidades, ou mocambos. Os historiadores divergem sobre esse número e sobre a localização das aldeias. A única conhecida, com certeza, é a capital, Macaco, na Serra da Barriga.
Em moldes africanos, a confederação constituía um Estado. Cada mocambo tinha seu chefe. Juntos, eles elegiam o rei do Quilombo. Em caso de ataques dos portugueses ou de expedições guerreiras para libertar escravos de engenhos e fazendas, as forças dos mocambos se uniam.
Palmares não abrigava apenas escravos fugidos. Era uma sociedade multirracial e miscigenada de negros, índios e até brancos pobres. Os ritos africanos conviviam com o catolicismo. Além de fabricar armas e ferramentas com a metalurgia trazida da África, os palmarinos plantavam milho, fumo, batata e mandioca. E faziam comércio com os vizinhos. A produção era trocada por munições, armas, sal, tecidos e ferramentas. Foram cem anos de convivência - em paz e em guerra.
Ainda hoje é difícil chegar à capital de Palmares. A estrada que leva ao topo da Serra da Barriga, onde ficava Macaco, a capital palmarina, é de terra. Ou melhor, de barro. Quando chove, carros sem tração nas quatro rodas ficam atolados. Mesmo assim, em menos de uma hora um viajante vindo do litoral consegue atingir a serra, passando por fazendas que, como acontecia há 300 anos, continuam, praticamente, a se dedicar apenas a uma cultura: cana-de-açúcar.
As primeiras expedições de ataque dos portugueses levavam um mês, a pé, para bater às portas de Macaco, atravessando o mato e subindo a serra. No final do século XVII, porém, as trilhas abertas a facão e percorridas pelos soldados cortaram o tempo para apenas dois dias. Com isso, foi possível transportar a vantagem tecnológica dos portugueses: o canhão. Laboriosamente arrastado por carretas puxadas por bois, foi ele que acabou com Macaco.
Os vestígios de Palmares estão debaixo da terra. Não há muralhas, casas de pedra ou monumentos. O que existe é modesto, mas revela bastante da vida dos negros: restos de vasos e jarras de cerâmica, vestígios de casas e de paliçadas, pedaços de armas. A pesquisa arqueológica está no começo, mas o que já se achou deixou os pesquisadores entusiasmados.
Em 1988, a Fundacão Teotônio Villela, de Alagoas, enviou a Macaco os arqueólogos Cleonice Mendonça e Carlos Magno, da Universidade Federal de Minas Gerais, e o antropólogo Pedro Agostinho, da Universidade Federal da Bahia. Eles fizeram investigações de superfície, acharam restos de cerâmicas e identificaram, nas depressões circulares de uma pedra de afiar, uma oficina indígena de machados de pedra polida.
Em 1992 e 1993, o arqueólogo Pedro Paulo Funari, do Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas e o americano Charles Orser Jr., da Universidade Estado de Illinois, fizeram escavações em Macaco. Acharam quatorze sítios arqueológicos (lugares especialmente promissores para as escavações e que, por isso, depois de demarcados, recebem esse nome). Treze desses sítios são do século XVII e um do final do XVIII. Desenterraram 2 448 cacos de cerâmica. Com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de Alagoas, dirigido por Zezito de Araújo, Funari e Orser voltarão a Palmares no ano que vem.
Macaco era cercada por paliçadas. Teria três linhas de defesa, mais torres e baluartes, como uma fortaleza européia. Mas essa descrição pode muito bem ser exagero do inimigo, para glorificar sua vitória e conseguir maiores recompensas.
Esse é o problema: tudo o que se sabe sobre Palmares foi escrito pelos adversários, holandeses ou luso-brasileiros. Só os achados arqueológicos podem dar "voz" aos quilombolas, os habitantes dos quilombos.
Os arqueólogos acharam vestígios de uma pequena paliçada, no alto da serra. De acordo com Funari, o que se descobriu não tem a imponência necessária para ser a grande paliçada da capital, que deveria ficar mais abaixo do morro. Mas poderia fazer parte de um conjunto de obras de defesa. O fato de ter sido achada indica que há mais por ali.
Não se encontrou nada relacionado à batalha final, como madeira carbonizada, armas ou esqueletos. O solo ácido dificulta a sobrevivência de metais ou ossos. Mas há muitos fragmentos de cerâmica colonial grosseira, pedaços de cerâmica européia vitrificada e um grande vaso, quase intacto. "Pode ter servido para armazenar comida, seguindo a tradição banto, ou, talvez, para um funeral, supondo-se uma possível continuidade de práticas indígenas", diz Funari.
Cerâmicas diversificadas indicam duas coisas: que havia pessoas, ali, fabricando-as, ou que elas foram compradas, ou roubadas. Pelos relatos, sabe-se que os palmarinos mantinham comércio com colonos luso-brasileiros vizinhos e que havia presença indígena no quilombo. "Os fragmentos cerâmicos, em particular, demonstram uma forte influência indígena e uma não menos perceptível mescla de estilos europeus, africanos e ameríndios", analisa Funari. Para Orser, "um dos elementos-chave de Palmares foi seu caráter interno sincrético". A arqueo-logia reforça a tese do pluralismo cultural de Palmares.

Onde há escravos, há revoltados. Desde o início da escravidão houve fugas de negros. Bastava uma chance. No Nordeste, o caos provocado pela invasão holandesa de 1630 permitiu um aumento generalizado das fugas. A essa altura, a população de Pernambuco, segundo o historiador Evaldo Cabral de Mello, era de 95 000 pessoas, dos quais 40 000 eram escravos. O historiador José Gonsalves de Melo, entretanto, trabalha com números menores: em 1647, um recenseamento holandês anotou apenas 7 900 habitantes, no Recife.
No início do século XVII, os negros vinham da costa da Guiné. A maioria eram sudaneses ocidentais, segundo o historiador Charles Boxer. Vinham com nomes que não indicavam a etnia, mas os portos de onde eram exportados: "minas", "congos", "benguelas", "moçambiques" etc. Sem letra maiúscula. Por isso, é impossível, para os descendentes, saber quem eram.
Aos poucos, o tráfico concentrou-se no sudoeste da África, no Congo e em Angola, a região dos bantos. Em pouco tempo, os angolanos tornaram-se vitais para a agricultura colonial brasileira. Tanto assim que, quando os holandeses tomaram a cidade angolana de São Paulo de Luanda, partiu do Brasil a expedição que retomou Angola, em 1648.
Os escravos eram vendidos por chefes de tribos inimigas ou, como em Angola, os próprios portugueses invadiam o interior seqüestrando o que chamavam de "peças da Índia". Pagava-se com a aguardente feita nos engenhos do Brasil. Os navios negreiros vinham superlotados. Boa parte da "carga" morria na viagem - daí o apelido sinistro dos navios: "tumbeiros".

Havia dois tipos de escravos: os que trabalhavam nas plantações e os empregados domésticos. Dependendo do senhor, a vida de um escravo doméstico poderia ser menos terrível. Já os escravos empregados na colheita da cana trabalhavam até morrer. Eram os que mais fugiam. Qualquer sinal de rebeldia era punido. Depois de chicoteados, os fujões recebiam um coquetel de sal, limão e urina nas feridas.
A média de "vida útil" de um escravo de plantação não passava de cinco anos, diz o historiador Décio Freitas, autor de Palmares, a Guerra dos Escravos. Quando chegava aos 30, o negro já estava fisicamente liqüidado ou desqualificado para o trabalho, seja do canavial ou do engenho. Com isso, seu valor caía e era mais lucrativo para o senhor comprar outro, mais jovem.
Em vários momentos e regiões da vida colonial, os escravos eram a maioria da população. Por isso, as revoltas eram muito temidas. Para preveni-las, os senhores evitavam ter escravos da mesma origem, para que não pudessem conversar entre si. A palavra "boçal" era usada para designar o escravo que ainda não falava português. "Ladino" era o que falava a língua e podia ter algum ofício, como carpinteiro, ferreiro, vaqueiro. Os "ladinos" eram mais valiosos e mais bem tratados. Tinham menos interesse em fugir para um quilombo, no mato.
A escravidão despojava a condição humana dos escravos. Os negros perdiam a liberdade, a língua natal, os costumes e até a identidade, misturados a africanos de outros povos. Em Palmares, havia quilombolas de toda parte. Para conversar, usavam português misturado com palavras banto e termos indígenas.
Os escravos da diáspora negra perderam tudo, até a possibilidade de se reconhecerem, transplantados para um país estranho como zombies. Nos quilombos, ao menos, podiam viver por conta própria. Só muito mais tarde puderam reencontrar sua cultura de origem, na África.

A partir de 1670, os portugueses intensificaram as expedições contra Palmares. Mas as matas impediam manobras de cavalaria e não havia estradas para transportar canhões. Os negros fugiam das batalhas desfavoráveis e fustigavam os portugueses com operações de guerrilha e emboscadas.
Um relatório da época indaga por que a mesma gente "que pôde domar o orgulho de Holanda", não conseguia derrotar os quilombolas. As explicações dadas: "a fome do sertão", "o inacessível dos montes", o "impenetrável dos bosques" e "os brutos que os habitam".
A longa resistência levou as autoridades a propor conciliação. Em 1678, o governador de Pernambuco, Pedro de Almeida, ofereceu a liberdade a todos os nascidos em Palmares. O rei Ganga-Zumba foi ao Recife, aceitou o acordo e mudou-se para Cucaú, perto de Serinhaém. Mas o chefe Zumbi não aceitou a paz que excluía os fugitivos não nascidos na serra - embora ele mesmo fosse natural de Palmares. Segundo alguns autores, Zumbi mandou envenenar Ganga-Zumba, em 1680.
São poucos os dados biográficos comprovados do último rei de Palmares. Menino, ele foi capturado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso, em 1655, e entregue ao padre Antônio Melo, que o batizou como Francisco. Teria aprendido a ler e sido coroinha. Em cartas, o padre comentou a inteligência do rapaz, que além de português, aprendeu o latim. Mas Zumbi não aceitou a escravidão e fugiu.
De volta a Palmares, dedicou-se à guerra. Assaltava fazendas e engenhos. Golpeava e fugia. Em 1694, quando os portugueses decidiram acabar com Macaco, criou um sofisticado sistema de paliçadas e fossos, repletos de paus pontiagudos. A decisão de resistir foi heróica - mas também errada. Ele achava que o inimigo não conseguiria trazer canhões morro acima. Mas o inimigo conseguiu.
A bravura de Zumbi virou lenda. Historiadores como Oliveira Martins, José Rocha Pombo, Sebastião Rocha Pita e Nina Rodrigues difundiram a versão segundo a qual, desesperado com a queda de Macaco, o rei e seus últimos guerreiros teriam se suicidado, precipitando-se de um penhasco, "preferindo a morte gloriosa ao cativeiro desonrante que os aguardava", como escreveu Nina Rodrigues em Os Africanos no Brasil.
Na verdade, Zumbi foi ferido, sobreviveu ao fim de Macaco e continuou na guerrilha, com um pequeno grupo, até ser traído por um companheiro. No dia 20 de novembro de 1695 foi emboscado e morto. Sua cabeça foi espetada em praça pública, no Recife.
Os quadros de museus, os livros escolares e as estátuas de praças públicas mostram os bandeirantes como senhores patriarcais, com botas altas, casaco, chapéu, arcabuz e barbas brancas. Na verdade, os bandeirantes com esse aspecto eram raríssimos. Em sua grande maioria, eles eram mestiços pobres e maltrapilhos, que falavam mais tupi do que português e ganhavam a vida caçando índios em marchas extenuantes por territórios selvagens. Eram os temíveis "capitães do mato". Um dos mais famosos, Domingos Jorge Velho, foi importado de São Paulo pelos pernambucanos para destruir Palmares.
Sua tropa era formada de 800 índios e 200 mamelucos e brancos, e estava "empregada" matando índios para fazendeiros e colonos do Piauí, quando Velho foi convidado a vir para Alagoas. Demorou um ano em marcha. No caminho, aproveitou para assaltar fazendas e roubar gado.
Quando chegou, o bispo de Pernambuco, D. Francisco de Lima ficou chocado e descreveu-o assim, numa carta: "Esse homem é um dos maiores selvagens com quem tenho topado. Quando se avistou comigo trouxe consigo intérprete, pois nem falar sabe. Não se diferencia do mais bárbaro tapuia. Lhe assistem sete índias concubinas e sua vida, até o presente, foi andar metido pelos matos à caça de índios e índias". O governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro não deixou por menos e alertou o rei: "É gente bárbara, que vive do que rouba".
Em janeiro de 1694, uma multidão se concentrou em Porto Calvo, nas Alagoas. Eram bandeirantes paulistas mercenários, civis recrutados em Alagoas e Recife, presidiários soltos para lutar contra Palmares e soldados regulares da milícia pernambucana. Entre eles, o Terço dos Henriques, o regimento criado pelo negro Henrique Dias, herói da resistência aos holandeses.
O historiador Affonso d´Escragnolle Taunay estima os atacantes de Palmares em 3000, mas, segundo Décio Freitas, eles eram 9 000 homens. O número é grandioso para a época: na segunda batalha de Guararapes, em 1649, a maior até então travada no Brasil, os luso-brasileiros tinham cerca de 5 500 homens, contra 4 200 holandeses.
Chegando em Macaco, toparam com uma sólida paliçada tríplice, projetada para fustigar atacantes de várias direções. Os manuais de sítio aos fortes europeus recomendavam aos atacantes escavar linhas oblíquas de aproximação. Como cavar não era possível em terreno tão escarpado, a solução foi fazer uma cerca de pau a pique para proteger a ofensiva.
No dia 23 de janeiro, tentou-se um ataque, em três frentes. Não deu certo. No dia 29, outra investida fracassou. No intervalo entre as duas, Jorge Velho pediu canhões ao governador Melo e Castro. No dia 3 de fevereiro, chegaram seis, número também grandioso, em tempos coloniais. Os canhões eram pouco móveis e, mesmo na Europa, eram raros em batalhas; pesadões e sem carretas adequadas, eram mais indicados para navios e fortalezas. As peças levadas para Palmares tinham pequeno calibre e disparavam bolas de ferro de até 3 quilos.
Para aproximá-los da paliçada, levantou-se uma nova cerca, correndo obliquamente, de modo a dar proteção contra os tiros dos flancos. A cerca subiu durante a noite. Quando raiou o dia 5 de fevereiro, Zumbi e seus guerreiros, já sofrendo falta de munição, viram que estariam perdidos se não contra-atacassem.
Foi o que fizeram, na escuridão da madrugada seguinte, aproveitando uma brecha na cerca inimiga, próxima a um penhasco. Mas o contra-ataque foi rechaçado. Na luta, muitos quilombolas, encurralados, caíram no despenhadeiro.
Pela manhã do dia 6, Velho ordenou o ataque final. Arrasada a paliçada pelos canhões, o resto foi massacre. Foram aprisionados 500 negros. Nos meses seguintes, as outras povoações, menos defendidas que Macaco, foram destruídas, uma a uma. Palmares sumiu do mapa.
Os descendentes dos quilombos tiveram um primeiro e tardio reconhecimento em 1988, quando comemorou-se o centésimo aniversário da também tardia libertação dos escravos. O artigo 216 da Constituição incluiu os remanescentes de quilombos como integrantes do patrimônio histórico do país e o artigo 68 das "Disposições Transitórias" garantiu o direito de propriedade dos descendentes de ex-escravos sobre as terras que ocupam, as chamadas "Terras de Pretos". Nenhuma, entretanto, foi demarcada, até hoje.
A Fundação Palmares, do ministério da Cultura, cuida dos direitos dos quilombolas. Mas não se sabe quantos eles são nem quantos quilombos há. Calcula-se que existam 500, geralmente isolados em terras remotas, a maioria no Nordeste. A Fundação pediu 300 000 reais ao ministro da Cultura, Francisco Weffort, para realizar um mapeamento dos quilombos e delimitar, inicialmente, seis: Erepecuru e Trombetas, no estado do Pará, Rio das Rãs, na Bahia, Frechal, no Maranhão, Vale do Ribeira, em São Paulo, e Mocambo, em Sergipe. No dia 22 de agosto passado, foi publicada no Diário Oficial uma portaria estabelecendo os critérios antropológicos, fundiários e cartográficos para o reconhecimento das terras.
Em Alagoas, o antigo mocambo de Macaco, a velha capital de Palmares na Serra da Barriga, foi tombado em 1985, mas está praticamente abandonado. A secretaria de Cultura do Estado quer transformá-lo num Memorial de Palmares, com 2,58 quilômetros quadrados. Só para comparar, o campus da Cidade Universitária da Universidade de São Paulo tem 4,40 quilômetros quadrados. No alto do morro, hoje, moram posseiros que plantam roças de mandioca e feijão onde antes viviam escravos rebeldes. A ironia é que as plantações podem danificar eventuais peças de valor arqueológico debaixo da terra e atrapalhar a análise da disposição de casas e paliçadas antigas. Os posseiros estão na deles: cuidam bem de suas roças. O Brasil é que não cuida da sua memória.

Índias com muitos maridos negros

Para os portugueses, os índios dividiam-se entre tupis e tapuias (todos aqueles que não falavam tupi e eram tidos como mais selvagens). Jogados uns contra os outros, eram empregados para guerrear contra outras tribos, holandeses, franceses e escravos fugidos.
Os negros bantos e sudaneses que vieram da África eram agricultores de vida sedentária que já conheciam a metalurgia. Em Palmares, fundiram-se com índios que viviam nas serras - provavelmente a nação dos kariris, que habitava o sertão nordestino desde o Rio São Francisco ao Piauí.
O antropólogo Pedro Agostinho, da Universidade Federal da Bahia, estima que nos primeiros contatos entre negros e índios, em Palmares, pode ter havido mortandade porque os indígenas não tinham resistência aos germes vindos das senzalas. Além disso, deve ter havido violência porque os negros tomaram índias como mulheres, já que as negras raramente fugiam. Há relatos sobre poliandria em Palmares - muitos maridos para uma só mulher.
A cultura política e a tecnologia dos negros garantiu-lhes a supremacia sobre os índios. Mas a miscigenação adaptou as gerações mestiças ao ambiente tropical. A arqueologia comprova que havia muitas índias em Palmares, pois os vasos indígenas são feitos por mulheres. Mas há outras fontes. Em 1644, por exemplo, a expedição do holandês Rodolfo Baro contra Palmares capturou 31 prisioneiros, "entre os quais sete índios e alguns mulatos de menor idade".

A última batalha na Serra da Barriga

A capital de Palmares ficava no alto de um morro de 550 metros de altura, defendido por mato fechado. Do alto do morro, os quilombolas resistiram a inúmeros ataques.

O ataque decisivo
Os portugueses demoraram 22 dias para romper as defesas de Macaco. Uma paliçada oblíqua permitiu a aproximação dos canhões que destruíram as muralhas de madeira do mocambo.
Subindo por um flanco coberto de mato, os atacantes tiveram que ultrapassar fossos, espetos e as muralhas dos quilombolas.
As fortalezas européias tinham baluartes de forma triangular para que os soldados pudessem atirar para todos os lados. A paliçada da capital de Palmares era parecida. Na época, os portugueses atribuíram a sofisticação defensiva aos conselhos de um "mouro" que teria imigrado para Pernambuco e ajudado Zumbi. A vantagem tecnológica das armas, no entanto, decidiu o combate..

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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Como fabricar uma estrela - Física

COMO FABRICAR UMA ESTRELA - Física



Se o homem quiser explorar a fonte de energia mais abundante e barata que existe no planeta, terá que aprender com as estrelas. Elas queimam átomos de hidrogênio por meio da fusão nuclear, liberando grande quantidade de calor. Como os oceanos, aqui na Terra, estão repletos de hidrogênio, o homem está tentando fundi-lo por meio de gigantescos reatores conhecidos como tokamaks. No futuro, cada país deverá ter uma estrela particular, na forma de um tokamak, capaz de resolver o seu problema energético.



Abingdon é uma minúscula cidade de 33 000 habitantes, situada no sul da Inglaterra. Circundada pelo Rio Tâmisa a cerca de 80 quilômetros de Londres, é conhecida principalmente por seus edifícios seculares, entre os quais uma abadia beneditina com mais de 1 300 anos e a igreja de São Nicolau, que começou a ser construída em 1180. Há cerca de dez anos, porém, Abingdon começou a se tornar famosa por uma construção bem diferente: o tokamak do laboratório de pesquisas JET (Joint European Torus), reator que é um dos maiores e mais impressionantes aparelhos científicos já montados pelo homem. Parecido por fora com uma caixa de aço e concreto, com 12 metros de altura, o tokamak, sigla em russo para câmara magnética toroidal - ou seja, em forma de um anel oco -, pesa 30 000 toneladas. Salvo raras exceções, nem o núcleo das estrelas produz tanto calor quanto o JET, como ficou conhecido o reator. A temperatura dele alcança quase 300 milhões de graus, vinte vezes mais do que a encontrada no centro do Sol. Sua missão: preparar o desenvolvimento tecnológico dos futuros reatores de fusão, uma forma de reação nuclear bem diferente da fissão, utilizada nas usinas atômicas atuais.
Em princípio, nenhum aparelho construído na Terra poderia reproduzir o mecanismo pelo qual as estrelas geram energia. É que ela vem de dentro dos átomos e, para tirá-la de lá, é preciso, primeiro, esmagá-los. A potência energética só é liberada quando os núcleos atômicos colam uns nos outros, num processo chamado fusão nuclear. E isto, até agora, só é possível no coração de uma estrela, onde se concentra o peso monumental das suas camadas externas. Para se ter uma idéia, o Sol é 1 milhão de vezes mais pesado que a Terra e 1 bilhão de vezes maior, em volume. Por uma simples questão de espaço, portanto, não é possível meramente copiar aqui na Terra o mecanismo estelar.
Mas há uma saída: substituir a força do peso por algum outro tipo de força. No início da década de 50, os americanos resolveram o problema usando o poder de uma bomba atômica. A bomba A não utiliza a fusão, mas a fissão nuclear, que é o oposto: em vez de unir núcleos leves, como o hidrogênio, ela quebra núcleos pesados, como o urânio ou o plutônio. A fissão não exige grande investimento em termos de força, já que o próprio urânio, por ser radioativo, está o tempo todo emitindo partículas subatômicas, os nêutrons. Eles mesmos quebram núcleos dos átomos vizinhos, numa reação em cadeia que leva à explosão. A idéia dos americanos, então, foi colocar dentro da bomba A uma certa quantidade de hidrogênio, totalmente envolto pelo urânio. Assim, quando o urânio explodia, os núcleos de hidrogênio eram esmagados e se fundiam. Imediatamente, vinha outra detonação, muitíssimo mais poderosa do que a primeira. Foi desse modo que os americanos, e depois os russos, criaram a bomba de hidrogênio.
Desde o início, porém, estava claro que esse sistema não servia para se fazer um reator, onde a produção de energia não pode ser explosiva. Ao contrário, ela precisa ser cuidadosamente controlada. Com isso em mente, os russos conceberam o tokamak, uma máquina capaz de combinar a força de um conjunto de ímãs em torno de uma massa de núcleos de hidrogênio, para espremê-los até fundi-los. Embora os tokamaks tenham sido concebidos ainda na década de 50, a fusão ficou muito tempo parada.
Em 1945, foi criado o primeiro reator experimental de fissão, e vinte anos depois começaram a surgir as usinas comerciais. Hoje, todas as usinas funcionam à base da fissão. Em contrapartida, só em 1991 foram produzidas as primeiras gotas de energia de fusão. Esse marco histórico foi obtido pelo maior e mais importante tokamak em operação, o do laboratório de pesquisas JET, em Abingdon, Inglaterra. Era o fim do monopólio das estrelas sobre a energia de fusão controlada. A máquina do JET garantiu uma potência de 1,7 megawatt durante pelo menos 2 segundos. Isso pode parecer pouco. Mas, para uma experiência científica, é tempo de sobra: numa bomba de hidrogênio, todas as reações necessárias à explosão ocorrem em milionésimos de segundo. Além disso, o objetivo da experiência era justamente demonstrar que a fusão controlada de deutério era possível.
Atualmente, há dezenas de tokamaks estudando esse processo no mundo inteiro e, em dezembro de 1994, o da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, confirmou o feito do JET, aumentando a potência para 6 megawatts. Mas o tokamak inglês é o mais importante porque, com sua ajuda, os cientistas do JET realizaram o mais completo estudo da fusão nuclear até agora. Em milhares de experiências minuciosas, eles apontaram as virtudes e os defeitos dos tokamaks como geradores de energia. Esse diagnóstico será de grande valor na etapa que começa agora, a do desenvolvimento completo da tecnologia.
De acordo com os cálculos mais recentes, o primeiro tokamak comercial deve começar a funcionar a pleno vapor somente daqui a vinte ou trinta anos. Não é tanto tempo quanto parece. Afinal, a tecnologia empregada nos reatores atuais, a da fissão nuclear, levou vinte anos para ser desenvolvida, numa época em que havia mais dinheiro disponível para a pesquisa. Seja como for, a espera certamente vale a pena, pois fundir é bem mais vantajoso do que fender. Antes de mais nada, a fissão usa como combustível o urânio, cujas reservas devem durar, na melhor das hipóteses, cinqüenta anos. Em contrapartida, o combustível da fusão é o deutério, uma variedade de hidrogênio encontrada em quantidade praticamente inesgotável nos oceanos.
Em segundo lugar, a fissão transforma urânio em um conjunto de substâncias terrivelmente radioativas. Já a fusão converte deutério em hélio, uma substância inofensiva. Embora as duas reações sejam radioativas, a fusão não cria o perigoso lixo atômico. Outra grande virtude: se qualquer coisa vai mal, ela pára imediatamente. É simplesmente impossível o reator sair de controle e provocar um acidente, como tem acontecido com diversas usinas de fissão.
Esses trunfos pesam a favor da nova tecnologia nuclear, apesar dos desafios que ela apresenta aos cientistas e do alto custo estimado do seu desenvolvimento. Os países industrializados estão dispostos a fazer o investimento. "Queremos que ela deixe de ser um projeto puramente científico para se tornar um projeto de engenharia", disse em meados deste ano a diretora do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Martha Krebbs. Na Comunidade Européia, os novos reatores também são um item prioritário nos gastos de pesquisa para o período 1994-1998.
Parte dos fundos vai para o próprio JET, que deveria encerrar as atividades no final do ano que vem, mas está pedindo uma extensão do prazo por mais três anos. Em vista dos seus êxitos e da importância econômica do tema, o mais provável é que a proposta seja aceita. "Na minha opinião, as experiências vão continuar", disse à nos o jornalista John Maddox, editor emérito da revista inglesa Nature e uma das mais respeitadas personalidades do mundo científico. "Estamos confiantes", emenda o físico Martin Keilhacker, atual diretor do JET.
Mas a maior parte da verba européia está reservada para o sucessor do JET, um tokamak duas vezes maior: o Iter - sigla para Reator Termonuclear Experimental Internacional, em inglês. Deverá ser o último passo antes da construção dos futuros reatores comerciais. Ou seja, não vai ser apenas um modelo científico, mas também um protótipo comercial.
Se tudo correr bem, o Iter será capaz de produzir energia por tempo ilimitado, sem interrupção das reações nucleares. Terá uma potência bem razoável, de 1 000 megawatts, mais ou menos metade da potência de uma usina hidrelétrica média. A nova máquina é um projeto internacional, como o JET. Mas enquanto este reúne apenas os países europeus ocidentais, o Iter também contará com a participação dos Estados Unidos, da Rússia e do Japão. Por isso mesmo, o seu desenho não dará origem a uma única máquina. A idéia é fazer quatro tokamaks iguais, a serem instalados e testados simultaneamente em várias partes do globo.
O mundo do futuro dificilmente terá apenas uma ou duas fontes energéticas principais, como acontece hoje com o petróleo e o carvão. Entre as várias alternativas possíveis, as mais espetaculares são os captadores gigantes de luz solar, instalados no espaço; os sistemas mecânicos para aproveitar a força das marés e dos ventos; e as tubulações capazes de extrair calor das profundezas da Terra. Mas, dentro desse eclético cardápio, a fusão nuclear vai ocupar o lugar de uma estrela de primeira grandeza.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Encolhi o gordinho - Obesidade


ENCOLHI O GORDINHO - Obesidade



Depois do casal Mickey Mouse e Minie, criado por Walt Disney, a dupla de camundongos mais famosa no planeta surgiu há quase três meses. O par gerado pela ciência deixou muito gorducho cheio de esperança. Não é para menos: o bicho esbelto da foto já foi balofo como seu companheiro. Pesquisadores americanos descobriram a causa de suas banhas - falta de leptina no sangue - e corrigiram o problema. Se for obtido o mesmo sucesso com seres humanos, muitos gordos sairão ganhando. Ganhando leveza. Para eles, há também outras novidades da pesada, como uma droga que faz qualquer comida engordar menos.



Cair de boca numa gigantesca taça de sorvete com calda escorrendo por todos os lados sem medo de engordar é uma doce ilusão que os cientistas procuram tornar realidade. A humanidade, afinal, está cada vez mais rechonchuda. Nos Estados Unidos, por exemplo, a incidência de obesidade aumentou de 25% para 33% nos últimos dez anos. "Um quarto dos habitantes das grandes cidades brasileiras sofre do problema também", conta o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Universidade de São Paulo. Combater o excesso de peso é importante, pois ele tem estreita relação com doenças graves, como as do coração. Mas, por trás da investigação de métodos de emagrecimento, há igualmente a vontade de engordar o bolso.
Em tratamentos contra os quilos extras, só os americanos gastam cerca de 30 bilhões de dólares por ano. A indústria farmacêutica conseqüentemente investe nessa área e nunca suas pesquisas renderam tanto como nos últimos meses. Em julho passado, a equipe do biólogo americano Jeffrey Friedman, da Universidade Rockefeller, em Nova York, concluiu que alguns indivíduos vivem fora de forma porque são gulosos por natureza. Eles teriam um defeito no gene Ob (nome derivado de obesidade). "Por isso, não produzem a leptina, uma proteína que regula o apetite. Sem ela, estão sempre famintos", explica Friedman, em entrevista à SUPER. "Ao injetar a substância em ratos obesos, eles perderam 30% do peso em quinze dias."
Se tiver o mesmo papel em seres humanos, a leptina poderá ser um excelente remédio para aquele típico assaltante de geladeira. Mas será inútil para os esforçados gordinhos que moderam na dieta e mesmo assim não vêem a cintura afinar. Para eles, a solução poderá vir de outro gene recém-identificado, o gene do receptor beta-3.
O material genético escondido no núcleo das células adiposas - aquelas que estocam a gordura no corpo - é dos fatores que mais pesam no emagracimento. No ser humano, cerca de trinta genes são responsáveis pela tendência a engordar. O endereço de todos eles no cromossomo era desconhecido até agosto passado, quando foi comprovada a culpa do gene do beta-3. "É a primeira vez que se identifica um dos causadores genéticos da obesidade no homem", disse à SUPER o pesquisador Alan Shuldiner, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, um dos responsáveis pela descoberta.
Shuldiner investigava o beta-3 desde 1989, quando se constatou uma mutação desse gene nos índios da tribo Pima, habitantes do Arizona, nos Estados Unidos. "Metade dos Pima é obesa", conta Shuldiner. A mesma mutação aparecia em cerca de 12% dos americanos brancos e 25% dos negros acima do peso. Exames médicos indicam uma característica comum entre Pima, brancos e negros gordos: seu corpo faz uma economia tremenda de energia no conjunto de tarefas vitais. "Mesmo moderando a quantidade de comida, eles engordam, porque gastam poucas calorias", diz Shuldiner. "Assim, têm em média 14 quilos a mais do que indivíduos com a mesma altura e idade, mas que não trazem alteração genética."
Segundo o pesquisador, no máximo em cinco anos deverão aparecer drogas que compensem o mau funcionamento desse gene. "O estudo, no entanto, pode ter uma aplicação imediata, viabilizando testes genéticos", diz. "Desse modo, será possível saber se um recém-nascido terá uma enorme tendência à obesidade. E o problema, então, poderá ser controlado com dietas especiais desde os primeiros meses de idade."
Shuldiner faz parte da corrente de pesquisadores que apostam na sobrevivência dos regimes e dos exercícios para manter a silhueta esguia. "Não existe nem existirá pílula mágica capaz de emagrecer dispensando mudanças de hábito", afirma, para desapontamento de quem, na briga contra os ponteiros da balança, sonha com poções milagrosas. No entanto, pensar em dietas menos rigorosas, sem tantas restrições, não é querer demais. No Hospital das Clínicas em São Paulo, 120 voluntários obesos (com peso 20% acima do normal) experimentaram um remédio revolucionário, desenvolvido pelo laboratório suíço Hoffman-La Roche. Trata-se do Orlistat, droga que vem sendo testada em 4 000 pacientes da Europa, Estados Unidos e Brasil. "Quem tomou o medicamento absorveu 30% menos gordura nas refeições", conta, animado, o professor Alfredo Halpern, que coordenou os testes brasileiros.
Para quem fizer um bom controle da alimentação, a nova droga poderá ser uma varinha mágica, capaz de tornar uma feijoada equivalente a um bom filé com salada. A Roche, no entanto, não revela a data de lançamento do produto. Ela também está patrocinando, junto com mais duas empresas, a pesquisa sobre a leptina, a substância que o cientista americano Jeffrey Friedman usou para emagrecer ratos.
Há 45 anos, roedores avantajados chamaram a atenção da comunidade científica. Na época, predominava a idéia de que as gordurinhas acumuladas no corpo eram sintomas de carências psicológicas - um tremendo engano, até hoje não de todo apagado. Eis o que se descobre: mesmo sem ter complexo de Édipo nem amargar dor-de-cotovelo, camundongos podiam ser obesos. Chamados de camundongos Ob, eles tornaram-se a prova viva de que há algo de biológico na obesidade.
Em meados dos anos 60, Douglas Coleman, pesquisador do laboratório Jackson, nos Estados Unidos, fez uma experiência criativa. Numa cirurgia, ele ligou certos vasos sangüíneos de um roedor obeso com os de um outro normal, deixando-os feito siameses. Logo o rato balofo começou a perder peso. "Desconfiou-se que havia alguma partícula no sangue do magro responsável por sua elegância", conta Friedman.
Em 1987, ele se interessou pelo trabalho de Coleman e passou a caçar o gene defeituoso dos ratos gordos. "O material genético desse bicho contém 3 bilhões de unidades e só uma delas deveria apresentar o defeito", explica. Friedman achou o gene Ob no ano passado e, há três meses, conseguiu isolar a leptina, a proteína do emagrecimento que esse gene comanda. Resta saber se há um gene Ob no homem, onde ele fica e, principalmente, se a leptina pode virar remédio.
Nos últimos cinco anos, a Medicina definiu a obesidade como sendo uma doença crônica. "Foi um avanço importante", comemora o professor Halpern, da USP. "Antes, o paciente fazia tratamento e, em seguida, engordava. O sobe-e-desce do peso era frustrante e extremamente prejudicial à saúde." Agora, um obeso é encarado como um diabético, que precisa controlar o seu problema para o resto da vida. Isso não significa apenas fechar a boca diante de um festival de guloseimas. Significa ter que engolir remédios. E há um tremendo arsenal deles.
No passado, remédio para emagrecer ou manter o peso era o famoso moderador de apetite. Atualmente, sabe-se que ele nem sempre funciona. A fome pode driblar esse tipo de droga. É o que acontece quando há insuficiência de serotonina, uma das principais mensageiras das células cerebrais, os neurônios. Ninguém percebe essa dificuldade de comunicação porque o cérebro, esperto, dispara a sensação de fome antes de qualquer confusão. O objetivo é, por meio da comida, extrair a matéria-prima para o corpo fabricar mais moléculas de sua preciosa serotonina. Já surgiram exames capazes de dosar essa substância no organismo - e, uma vez diagnosticada a falta, o ex-gordo tem de tomar serotonina diariamente para se manter na linha.
Em agosto passado, a Hospital Littlemore, em Oxford, na Inglaterra, anunciou outra descoberta importante a respeito da mesma substância. Os pesquisadores submeteram 120 mulheres a uma dieta de 600 calorias por dia durante uma semana; outras duzentas gorduchas puderam saborear 1 200 calorias por dia. Passados os sete dias, claro, o primeiro grupo havia emagrecido muito mais - em compensação, suas participantes foram vitimadas por uma fome incontrolável. Os pesquisadores concluíram que o cérebro não suporta uma medida tão rigorosa e parte para o contra-ataque - mais uma vez, em nome da serotonina.
Estudos como esse também servem para reafirmar o que, no fundo, todo mundo sabe, mas, no desespero de entrar em um manequim pequeno, prefere esquecer: "Regimes extremamente rígidos - ou porque limitam a variedade de alimentos ou porque derrubam drasticamente a quantidade de calorias - estão fadados ao fracasso", alerta o endocrinologista Antonio Roberto Chacra, professor da Universidade Federal de São Paulo. "Outro problema grave é o uso de medicamentos por quem só está um pouco acima do peso." De fato, sete em cada dez pessoas que fazem regime para emagrecer são, do ponto de vista da Medicina, magras.

O mensageiro da fome no sangue

O que se sabe sobre a ação da leptina, a proteína que emagreceu ratos.

1 - Supõe-se que exista dentro das células de gordura de certos obesos um gene defeituoso, como o gene Ob dos ratos.

2 - Em indivíduos magros, esse gene é perfeito e comanda a liberação da leptina, uma proteína secretada sempre que se engorda. Ao alcançar o cérebro, mais especificamente a região do hipotálamo, ela diminui a sensação de fome. Com isso, a tendência é perder os quilos recém-adquiridos.

3 - Nos gordos, porém, a ausência da substância, causada pelo defeito genético, não só aumenta o apetite como induz o corpo a gastar menos calorias, porque o cérebro se engana e interpreta a falta de leptina como
sinal de magreza.

4 - Os cientistas pretendem injetar genes perfeitos em bactérias, para que os microorganismos passem a ser verdadeiras usinas de leptina.

5 - A substância extraída desses micróbios poderia ser injetada em seres humanos como um remédio que, no cérebro, despertaria a sensação de desdém pela comida.


Quem é gordo, quem é magro

Há oito anos, pesquisadores do Instituto de Psiquiatria de Londres, na Inglaterra, vêm analisando a atitude de homens, mulheres e crianças em relação ao seu peso. "No início queríamos apenas entender melhor o comportamento dos obesos por meio de entrevistas", conta Elisabeth Bishop, participante da equipe de investigadores ingleses. "Mas, para nosso espanto, ao solicitar voluntários para o estudo, recebemos um número enorme de candidatos que não eram nem sequer gordinhos, mas tinham mania de magreza." Obesos, gorduchos e magros são adjetivos que, muitas vezes, mudam de significado conforme o estado de espírito de quem está diante do espelho. Do ponto de vista médico, porém, o conceito é exato como um cálculo matemático. Quer ver? Divida o seu peso pelo quadrado da sua altura. Por exemplo, alguém com 70 quilos e 1,75 de altura deve dividir 70 por 3,065 (1,75 x 1,75). O resultado, no caso, é 22,8 quilos por metro quadrado de corpo. Ou seja, esse indivíduo é magro como todos que obtêm pontuação até 25. Entre 25 e 30 é gordo. Acima de 30, obeso. "É preciso prestar atenção nas crianças", alerta a nutricionista paulista Regina Fisbergh. Segundo ela, hoje no Brasil três em cada dez garotinhos entre zero e dez anos de idade são obesos.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

A Primeira Guerra Mundial, mesmo - Cruzadas


A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, MESMO - Cruzadas



Há 900 anos, no dia 18 de novembro de 1095, o papa Urbano II e o monge Pedro, o Eremita, botaram fogo no mundo. Atendendo aos apelos dos cristãos do oriente, o papa reuniu nobres feudais em Clermont, na França, e pediu que libertassem Jerusalém dos árabes. Foi um discurso fulminante. Começaram, aí, as cruzadas, a verdadeira primeira guerra mundial. Para os árabes, foram 200 anos de invasões bárbaras que deixaram cicatrizes que dóem até hoje.


As cruzadas na Terra Santa começaram em 1095 e terminaram em 1291, com a derrota dos cristãos. Mas, fora da Palestina, continuaram até o século XVI. Houve cruzadas na Espanha e no Báltico, contra os pagãos da Letônia e da Finlândia, contra cristãos heréticos, como os cátaros franceses e os hussitas tchecos, e até contra camponeses sublevados na Alemanha. Todas foram convocadas pelos papas em nome de Cristo e em defesa da cristandade.
As cruzadas expulsaram os muçulmanos da Europa, expandiram a influência européia e criaram países latinos na Palestina que duraram 200 anos, mas falharam no essencial: não conquistaram a Terra Santa. Pior: embora fossem convocadas para defender os peregrinos cristãos, perseguidos pelos árabes em Jerusalém, e os cristãos do oriente contra a expansão muçulmana, iniciada no século VIII, uma das cruzadas (a Quarta) invadiu Constantinopla, a Roma grega do oriente (também conhecida como Bizâncio, hoje, Istambul), saqueou-a e repartiu o Império Bizantino entre barões europeus. Os cristãos gregos nunca mais perdoaram os ocidentais e consumou-se o cisma entre a Igreja Cristã Ortodoxa Grega e a Igreja Católica Apóstolica Romana, que perdura até hoje.
Para os muçulmanos, a tragédia foi maior. Durante 200 anos, centenas de milhares de peregrinos armados, aventureiros, guerreiros, cavaleiros medievais e exércitos regulares liderados pelos reis da Europa desabaram sobre o Oriente Médio. Embora a guerra fosse contra os árabes, no caminho até Jerusalém, os cruzados também atacaram os judeus.
Na Palestina, conviviam cristãos de várias seitas, gregos, armênios, judeus, georgianos, muçulmanos sírios, egípcios e turcos. A cultura árabe era mais próxima da grega, mais cosmopolita e mais humanista do que a cultura me-dieval. Mas os árabes eram desunidos e guerreavam entre si, sem parar. Os cruzados encontraram povos independentes e souberam aliar-se com alguns.
As marcas das cruzadas duram até hoje. O turco Mehmet Ali Agca, que atirou no papa, em 1981, declarou: "Decidi matar João Paulo II, comandante supremo dos cruzados". A maior divisão do exército da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) chama-se Hattin, o nome da batalha em que o sultão Saladino venceu os cruzados. Para muitos árabes, o Estado de Israel parece um Estado cruzado.

Para saber mais:
Maomé, religião e poder
(SUPER número 2, ano 4)
Explosão islâmica
(SUPER número 5, ano 11)

A longa marcha guerreira até Jerusalém

Em ondas sucessivas, centenas de milhares de europeus invadiram o oriente. Foram oito cruzadas.

1ª) Fervor penitente
Em 1095, 50 mil fiéis saíram para a Terra Santa, a pé. A maltrapilha "Cruzada do Povo" provocou distúrbios onde passou e foi massacrada pelo primeiro exército turco que encontrou. Mas em 1097, chegaram os cruzados de fato, os cavaleiros francos - chamados de franj pelos árabes. Tomaram Edessa, Antióquia, Trípoli e Jerusalém. Godofredo de Bulhão, Duque de Lorena, foi eleito Defensor do Santo Sepulcro. Seu sucessor virou rei de Jerusalém.

2ª) Ataque infeliz
Cinqüenta anos depois, em 1144, os muçulmanos retomaram Edessa. A Europa reagiu com a Segunda Cruzada, mandando dois exércitos, o de Luís VII, da França, e o de Conrado III, do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1147, os turcos venceram Conrado em Doriléia. Em 1148, Luís VII atacou Damasco, cujo soberano, até então, era aliado cristão. Depois de cinco dias de cerco, bateram em retirada. O ataque foi decisivo para a união dos árabes.

3ª) Duelo de titãs
Em 1187, o sultão Saladino retomou Jerusalém. A Europa indignou-se. Frederico Barbarossa, rei da Alemanha, partiu com um exército, mas morreu, na Turquia, acidentalmente. Felipe Augusto, rei da França, e Ricardo Coração de Leão, principe da Inglaterra, tomaram Chipre e Acre. Ricardo arrasou Saladino na batalha de Arsuf (veja na página 53), mas o sultão fortaleceu-se em Jerusalém. Em 1192, fizeram um acordo de paz: os cristãos ganharam a costa e acesso à Jerusalém, que continuou sob controle árabe.

4ª) Ironia da História
Em 1199, nobres francos encomendaram aos venezianos uma frota para levar a Quarta Cruzada ao Egito. Quando ela ficou pronta, não tinham como pagá-la. Como compensação, os venezianos propuseram tomar a cidade húngara e cristã de Zara, sua rival no Adriático. De lá, a cruzada decidiu ajudar um príncipe a conquistar o trono do Império Bizantino. Foi para Constantinopla e depôs o rei. Depois de uma revolta popular, em 1204, os cruzados saquearam e incendiaram a capital cristã do oriente.

5ª) Loucura total
Em 1212, milhares de crianças, acompanhadas de adultos e aproveitadores, partiram para a Terra Santa. A "Cruzada das Crianças" desapareceu e por isso não é contabilizada. A maioria dos meninos foi vendida como escravo ou naufragrou. Em 1215, Frederico II, da Alemanha, enviou um exército para atacar o Egito, comandado pelo car- deal espanhol Pelagius e pelo rei de Jerusalém, Jean de Brienne. A Quinta Cruzada tomou Damieta, mas uma enchente do Nilo impediu o ataque a Cairo. Em 1221, fez-se uma trégua.

6ª) Bom de papo
Excomungado pelo papa Gregório IX por não ter ido para a Quinta Cruzada, Frederico II, casado com a filha de Jean de Brienne e com direito ao trono de Jerusalém, armou a Sexta. Em 1228, saiu como uma armada da Itália, passou por Chipre e incorporou os Cavaleiros Teutônicos, em Acre. Sentou, então, e negociou com o sultão Al Kamil, do Egito - conversando em árabe. Ganhou Belém, Jerusalém, um corredor da cidade santa para o mar e um acordo de paz de dez anos, sem luta.

7ª) Improvisação
Em 1239, Teobaldo IV, Conde de Champagne, e Richard de Cornwall fizeram uma cruzada mal organizada contra o Egito. Deu em nada. Em 1244, uma aliança turco-egípcia retomou Jerusalém.

8ª) O rei santo
Em 1245, o papa Inocêncio IV conclamou a Oitava Cruzada, aceita pelo rei Luís IX, da França. Em 1249, Luís tomou Damieta, no Egito, mas, em 1250, foi batido e preso na batalha de Al-Mansurah. Libertado em troca de resgate, ficou no Egito até 1254. Em 1265, o sultão egípcio, Baibars, tomou a Galiléia (no norte da Palestina) e, em 1268, a Armênia e Antióquia. Luís reagiu criando uma nova frota. Saiu de Marselha, em 1270, mas, ao desembarcar em Túnis, ficou doente e morreu. A última cruzada voltou para a França sem lutar.

Exaltação religiosa impôs sacrifícios

Se a motivação dos nobres cruzados fosse apenas econômica, para adquirir terras e saquear as cidades, não teria sido preciso ir tão longe. No século XI, ainda havia muita terra disponível na França e na Alemanha. As cruzadas foram um movimento popular. A libertação da Terra Santa e dos lugares sagrados da Bíblia, como o Santo Sepulcro (o suposto túmulo de Jesus), atraiu legiões de penitentes de todas as classes. Eles largavam tudo, costuravam uma cruz nas vestes e saím, rumo à Terra Santa, clamando "Deus le volt" (Deus o quer). As cruzadas perderam popularidade quando começaram a ser usadas pelo papado para combater seus adversários na Europa, como as seitas acusadas de heresia.
A cruzada era vista como um exercício de penitência tão severo que absolvia os participantes de todos os pecados. Poucos cruzados voltaram das expedições. Muitos morriam de fome já no caminho de ida. Embora aventureiros tenham se enriquecido, um número maior de nobres abandonou tudo e morreu na Palestina. As cruzadas difundiram o código de honra da cavalaria medieval e revelaram tipos e personagens que inspiraram a literatura romântica e religiosa.
Ao inventá-las, pregando a união contra os muçulmanos, é provável que o papa Urbano II desejasse, também, desviar a violência dos barões feudais para longe da Europa. Os cruzados, realmente, pareciam loucos. Tinham a audácia de lunáticos. Estavam quase sempre em inferioridade numérica e desconheciam o terreno. Mas possuíam uma arma decisiva: a carga de cavalaria dos lanceiros de armadura. Além disso, eram muito mais disciplinados do que os exércitos árabes, submetidos a soberanos que guerreavam entre si e se atraiçoavam sem parar.
A primeira das cruzadas criou quatro países e instalou dinastias feudais nos condados de Edessa e de Antióquia, no principado de Trípoli e no reino de Jerusalém - o Outremer franco. Conquistou, de roldão, quase toda a costa da Síria e da Palestina. Assim que puderam, os conquistadores construíram castelos iguais aos da Europa, para suportar longos sítios. Alguns continuam em pé.
Durante 200 anos, sempre reforçados por novos contingentes que não paravam de chegar, os barões latinos fizeram e desfizeram alianças com imperadores bizantinos, reis cristãos da Armênia, soberanos abássidas (de Bagdá), fatímidas (do Cairo), turcos, mongóis e mamelucos. Alguns se integraram à cultura oriental. Outros, conservaram a arrogância conquistadora. Os cristãos bizantinos, que provocaram as cruzadas e oscilaram ora pedindo a ajuda dos ocidentais contra os árabes ora aliando-se aos vizinhos contra os conquistadores ocidentais, pagaram caro pela contingência de estarem entre os dois. E de serem cobiçados por ambos.

A barbárie vista pelos árabes

Quando os cruzados chegaram, os árabes tinham hospitais, bancos, correio, água canalizada, esgotos e um sistema judiciário acessível nas cidades, com processos e juízes (cádis). Já usavam papel de palha de trigo, em vez do pergaminho dos europeus. Sua medicina era muito mais avançada do que as brutais amputações e cauterizações medievais. Apreciavam os demorados rituais de limpeza dos banhos turcos, enquanto os francos desprezavam a higiene - apesar do calor. Os cruzados impressionavam pelo ardor e a coragem. Mas eram temidos como animais violentos.
Nureddin tinha 29 anos quando recebeu de seu pai, Zinki, sultão da cidade de Mossul, na Síria, o anel de soberano. Zinki conquistara Alepo, em 1128, unindo os dois reinos, Mossul e Alepo, e retomara Edessa dos cristãos. Nureddin era devoto da fé sunita e súdito religioso do califado de Bagdá, rival, portanto, da outra tradição espiritual do Islã, a fé xiita, do califado do Cairo. Criou-se na guerra, pregando a união do Islã e a jihad, a guerra santa contra os francos. Construiu escolas e mesquitas para ensinar o dever de lutar. Em 1154, tomou Damasco e unificou a Síria. Em 1168, quando os francos atacaram Cairo, o califa rival pediu ajuda a Nureddin, que não hesitou em enviar um exército. Depois que os cristãos se retiraram, um golpe de Estado depôs o vizir (vice-rei) de Cairo. Assumiu o poder Chirkuk, o general do exército sírio. Nureddin, assim, tornou-se sultão da Síria e do Egito. A partir daí, o ideal da jihad empolgou o mundo islâmico.
Saladino impressioniu o Islã e cristãos. Com a morte de Chirkuk, que era seu tio, assumiu o comando do Egito com apenas 30 anos. Quando Nureddin morreu, em 1173, declarou-se guardião de seu filho, o príncipe herdeiro, ainda criança, e marchou para Damasco, onde foi recebido com entusiasmo. Em 1175, foi reconhecido pelo califa de Bagdá como soberano da Síria e do Egito - o mais poderoso do seu tempo.
Em 1187, invadiu a Palestina. Os francos uniram os exércitos de Antióquia, Trípoli e Jerusalém, mas Saladino atraiu-os a uma posição desvantajosa em Hattin e destroçou-os. Capturou as relíquias da Santa Cruz, que o bispo de Belém carregara na batalha de Ascalona. Tomou os castelos e as cidades da costa e, em 14 de julho, conquistou Jerusalém. Destruiu igrejas mas poupou o Santo Sepulcro. A mesquita de Al-Aqsa, sagrada para o Islã e convertida em igreja pelos cristãos, foi lavada com água de rosas e retomada pelo culto de Maomé.
Em 1189, a Terceira Cruzada enviou contra Saladino um soberano à altura: Ricardo Coração de Leão. Na batalha de Jafa, quando Ricardo perdeu seu cavalo, Saladino enviou-lhe um montaria, com cumprimentos. Quando, mais tarde, Ricardo ficou doente, Saladino mandou gelo para refrescar-lhe a testa. Quando o impasse paralisou a guerra, Ricardo ofereceu sua irmã em casamento ao irmão de Saladino, para reinar sobre uma Palestina cristã e muçulmana. Teria sido um final feliz. Mas a moça não topou.
Cinco meses depois de ter feito a paz com os cristãos, Saladino morreu de febre. Entrou para as canções de trovadores e peças de teatro como soberano galante e generoso. Dante Alighieri retratou-o na Divina Comédia, instalando-o no Primeiro Círculo do Inferno, o mais benigno, reservado para os homens bons que tiveram a desventura de viver antes do nascimento de Cristo. O que não era verdade, mas era uma concessão.

O armamento pesado dos cruzados

Metal fundido
A carga dos lançeiros de cavalaria foi a arma poderosa dos cruzados. Homem, cavalo e armadura fundiam-se em um único projétil. Dizia-se que um cavaleiro montado travessaria os muros da Babilônia.

Flecha mecânica
As bestas disparavam potentes virotes, setas curtas que atravessavam os escudos e as malhas mais finas dos guerreiros muçulmanos. A cooperação entre os besteiros da infantaria e a cavalaria era desconhecida dos árabes.

Duro de escalar
Catapultas e torres de assédio muitas vezes vinham prontas da Europa, de navio. Escalar as muralhas e invadir as fortalezas inimigas custava a vida de muitos combatentes.

Monges guerreiros
Dois cavaleiros em um cavalo simbolizavam o voto de pobreza dos Cavaleiros Hospitalários. A guerra pela fé induziu a criação de ordens de monges soldados, como também os Templários e os Cavaleiros Teutônicos.


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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Ficção quase científica - Cinema


FICÇÃO QUASE CIENTÍFICA - Cinema


Um pouco de fantasia, ok. Ninguém vai ao cinema para ver tratados de ciência. Mas enquanto alguns filmes apóiam o sonho em informações coerentes com o conhecimento científico, outros violam impiedosamente as leis da natureza.



Batalhas interespaciais, dinossauros no século XX e insetos monstruosos são coisas que só vemos no cinema, claro. E é justamente por tratar de situações inusitadas como essas que os filmes de ficção científica atraem. Quem gosta mesmo desse tipo de história, no entanto, levanta mais satisfeito da poltrona quando sente que a fantasia está bem respaldada em doses corretas de realidade.
É por isso que checar a credibilidade científica dos filmes de ficção pode ser uma atividade tão divertida quanto assisti-los. E ainda por cima instrui, como mostram os professores universitários norte-americanos Leroy W. Dubeck, Suzanne E. Moshier e Judith E. Boss no livro Fantastic Voyages - Learning Science Through Science Fiction Films (Viagens Fantásticas - Aprendendo Ciência Por Meio de Filmes de Ficção Científica, AIP Press, Nova York, 1994). O livro mostra quando os filmes usam corretamente os princípios da ciência e quando massacram o conhecimento em nome de um enredo dramático.
Não se trata de uma obra estraga-prazeres. Ao contrário. Ela mostra mais uma maneira de apreciar esses filmes. Afinal, se tirássemos a ciência de Blade Runner (1982), por exemplo, ele poderia se tornar um policial banal, passado nos anos 30. E Guerra nas Estrelas (1977) se pareceria com um capa e espada qualquer.
O que torna essas histórias sedutoras é a adaptação da ciência para inventar novos mundos. A mesma técnica permitiu ao francês Julio Verne (1828-1905), pai da ficção científica, prever com muita antecedência avanços como as viagens espaciais, o helicóptero ou o próprio cinema.
Verne fez o que fez porque buscou em informações científicas sólidas a sua inspiração. Porém, nem todos os roteiristas seguem a mesma escola. Nos filmes, encontra-se de tudo: misticismo, erros de proporção e absurdos completos, em meio, também, a acertos. Nesta reportagem, você pode conhecer alguns deles.

Para saber mais:
O impossível sob medida (SUPER número 3, ano 4)
Como se fosse verdade
(SUPER número 7, ano 4)
Irmãos Lumière, luzes, câmera, ação
(SUPER número 12, ano 5)


Quanta Irresponsabilidade!

O Super-homem arriscou demais em Superman IV: Em Busca da Paz (1987), ao levar a mocinha (foto) ao espaço. Se o filme fosse cientificamente correto, ela morreria de frio, pois não resistiria a temperaturas inóspitas, abaixo de -250 graus centígrados, ou sucumbiria diante da falta de oxigênio. Além disso, estaria exposta a radiações cósmicas nocivas.
Outro passeio espacial absurdo foi empreendido pelo herói em Superman, o Filme (1978). Voando velozmente em torno da Terra, ele reverte sua rotação, fazendo o tempo voltar. Mesmo que isso fosse possível, não daria certo, pois não há qualquer relação entre a rotação da Terra e o passar do tempo. Ainda nesse filme, ao levantar uma enorme rocha, na tentativa de conter um terremoto, o Super-homem afronta a terceira lei de Newton, segundo a qual para cada força existe outra igual, em direção oposta. No caso, a força contrária exercida pela rocha deveria enterrar o herói no chão - não importa a sua superforça, as rochas abaixo dele é que não suportariam o peso levantado.

Perigo na Enterprise

A teoria sobre o combustível da nave Enterprise, da série Jornada nas Estrelas, é perfeita. Ela seria movida graças à colisão de matéria (átomos com núcleos positivos e elétrons negativos) com antimatéria (núcleos negativos e elétrons positivos), o que, de fato, é a maneira mais eficiente de gerar energia. Mas há um detalhe que não se esclarece. Uma reação como essa emitiria fótons de altíssima potência energética, difíceis de ser controlados, que poderiam se espalhar pela nave, colocando a tripulação em perigo. Outro fenômeno, o teletransporte , do qual a série abusa, também não se explica. Os átomos do organismo teriam que ser convertidos em impulsos elétricos (energia), que, depois, seriam reconvertidos em carne e osso. Mas o único meio de transformar a matéria em energia é a reação explosiva com a antimatéria, que não deixaria um só átomo inteiro para depois ser retransformado.

Absurdos até debaixo d´água

Alguns princípios fundamentais sobre a vida debaixo d´água são desrespeitados no filme O Segredo do Abismo (1989), a respeito do surgimento de alienígenas no fundo do mar. É sabido que conforme se desce no mar a pressão da água aumenta linearmente. A 1 000 metros de profundidade, a pressão é 98 vezes maior do que na superfície do planeta. No filme, um mergulhador desce até perto de 6 000 metros, em apenas trinta minutos. Se fizesse isso de verdade, ele morreria esmagado. No final, os alienígenas expulsam a estação submarina desde 600 metros de profundidade até a superfície, também em minutos. Mudança tão rápida, sem uma descompressão lenta, deveria ter matado toda a tripulação.

Corpanzil com falta de ar

O clássico O Mundo em Perigo (1954), é pioneiro num tema comum no cinema: a produção de monstros por mutação genética. Nesse caso, explosões atômicas dão origem a formigas gigante. Só que o tamanho dos bichos não leva em conta a relação entre massa e volume. Um cubo de 1 metro de lado, por exemplo, tem superfície de 1 m2 e volume de 1 m3 . Dobrando o comprimento dos lados, a superfície aumenta quatro vezes - 2 m x 2 m = 4 m2 - e o volume oito vezes - 2 m x 2 m x 2 m = 8 m3. Assim, o peso também aumenta oito vezes. A superformiga, 100 vezes mais comprida que o normal, não agüentaria o próprio peso - ele cresceria 1 milhão de vezes. Outro problema: formigas respiram por difusão passiva de ar, ou seja, o ar apenas passa pelo seu corpo. Com o corpo maior, o oxigênio não poderia chegar a todas as células com a rapidez necessária.

Epidemia de enganos

Se a medicina funcionasse como no filme Epidemia (1994), a Aids seria tão curável quanto um resfriado. O enredo trata de um vírus letal, como o Ebola, e a produção de um soro contra ele acontece em questão de minutos, algo impossível. Os processos usados para produzir soro demandam, pelo menos, uma semana. Depois seria preciso mais um mês de testes de segurança. Outra proeza: com o sangue de um único macaquinho faz-se soro para centenas de pessoas. Para se ter uma idéia, uma cobaia de 450 gramas pode fornecer, no máximo, 10 miligramas de soro anti-rábico por mês, menos do que é necessário para tratar um só adulto com raiva. Para completar, a recuperação ultra-rápida de pacientes já muito doentes também é coisa que só acontece no cinema.

Vôo impossível

A rigor, o carro futurista de Blade Runner (1982), não poderia voar. Aviões voam porque a forma aerodinâmica da asa - curva em cima, reta embaixo - faz com que o ar demore mais para passar por cima, produzindo uma diferença de pressão. Mas o carro de Blade Runner não tem asas nem foguetes. Supõe-se que funcione como os hovercraft, veículos que se movem sobre um colchão, que vai expulsando ar por pequenos orifícios na sua parte de baixo. Mas para voar assim ele teria que ter, embaixo do chassi, lâminas semelhantes às asas de avião.
Pelo que se pode observar do carro, no entanto, ele não possui essas lâminas ou elas são pequenas demais, e, portanto, insuficientes para levantá-lo do chão.

Fantasia coerente

Exceção à regra, o filme O Enigma de Andrômeda (1971) prima pelo rigor científico. Num laboratório subterrâneo, pesquisadores tentam identificar um misterioso microorganismo vindo do espaço. Eles usam, corretamente, filtros para checar o tamanho das partículas e microscópios para estudar sua estrutura. Também fazem análises químicas para verificar se há material genético ou proteínas semelhantes aos que existem na Terra. Concluem que o bicho tem estrutura parecida com a dos vírus, mas é capaz de se reproduzir sem parasitar uma célula. Pode ser que em alguma parte do universo exista algo assim, pode ser que não, mas as informações do filme são coerentes com fatos conhecidos pela ciência.


Errinho de
proporção

Em geral correto, 2010, o Ano em que Faremos Contato (1984), não escapa de alguns escorregões e pelo menos um deles merece ser citado. No final do filme, os astronautas encontram sinais de vida em Europa, uma das luas de Júpiter, e, para torná-la mais agradável, dão um jeito de transformar o planeta em um novo Sol. Porém, segundo os astrofísicos, para uma estrela existir ela deve ter massa equivalente a, pelo menos, 3 000 vezes a da Terra. Só assim a pressão interna seria alta o suficiente para aumentar a temperatura a ponto de fundir os átomos, no processo conhecido como fusão nuclear, que é o motor do brilho das estrelas. E Júpiter tem apenas 318 vezes a massa da Terra.

Misticismo e manobras improváveis

Os efeitos especiais não escondem alguns defeitos científicos nos filmes da série que nasceu com Guerra nas Estrelas (1977). Não há nada que explique, por exemplo, a habilidade dos cavaleiros de Jedi de mover objetos com a mente, como ocorre nas famosas lutas com sabres de luz de O Império Contra-ataca (1980). O funcionamento do cérebro simplesmente não produz energia suficiente para fazer levitar objetos. As manobras dos caças em Guerra nas Estrelas são igualmente absurdas. Aviões manobram porque têm superfícies móveis que interagem com o fluxo de ar. No vácuo do espaço não há como utilizar flaps e estabilizadores.
Para compensar, no começo de O Império Contra-ataca há passagens fiéis aos princípios da termodinâmica. É correta a decisão de abrigar do frio, dentro da barriga de um animal morto, um personagem ferido. Como o bicho havia acabado de morrer, ele conservaria por algum tempo certa quantidade de calor interno. Também é certa a decisão de usar o gelo para construir, em volta do ferido, uma espécie de iglu. Ele serve de isolante térmico porque a neve tem bolhas de ar presas que impedem a fuga de calor.

Gravidade artificial

A estação espacial em forma de roda de 2001, uma Odisséia no Espaço (1968), é mostrada como tendo um ambiente com gravidade semelhante à da Terra. Isso é possível. Um objeto grande, girando em torno do seu próprio eixo a uma velocidade adequada pode reproduzir no seu interior um efeito próximo ao da gravidade terrestre. Em outra cena, a ausência de peso dentro de uma espaçonave que não gira como a estação espacial também faz sentido. Por isso, a espaçomoça pode andar pelas paredes desde que tenha um sapato equipado com material aderente.

Amontoado de dúvidas

A idéia central de Viagem Insólita (1987), filme sobre a miniaturização de um submarino e seus tripulantes para uma viagem dentro do corpo humano pode ser fascinante, mas é completamente improvável. De cara, há uma violação da lei de conservação de energia, segundo a qual ela não pode ser criada ou destruída, mas apenas transformada de uma forma em outra. Então, o que acontece com o resto da energia, em forma de matéria, do submarino e das pessoas quando elas se miniaturizam? Segundo, qual processo miniaturizou o que já é uma miniatura - o átomo e suas partículas constituintes? E de onde vem a energia que faz tudo voltar ao normal depois da aventura? São perguntas que o filme não responde. Muito menos a ciência.


Energia que vem do nada

O robô de metal líquido de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), é incrível: ele se transforma naquilo que toca e, quando destroçado, se recompõe rapidinho. Mas a ciência não justifica tais poderes. Primeiro, o robô não conta aparentemente com nenhuma fonte de energia para suas peripécias. Além disso, não se sabe de um mecanismo que permita às moléculas mudar sua estrutura atômica para se transformar em outros objetos. Ao promover uma viagem no tempo, o filme também viola a lei da conservação de energia, segundo a qual não se pode criar nem destruir energia, apenas transformá-la. Assim, a quantidade dela no mundo é sempre a mesma. Seria, portanto, impossível adicionar energia em forma de matéria no mundo do passado - ou retirá-la do mundo do futuro.


Evolução a jato

A história de O Planeta dos Macacos (1968) é curiosa e desconcertante. Os chimpanzés evoluíram e se tornaram a espécie dominante do planeta, tomando o lugar do homem. Até aí, tudo bem, mas o filme se passa no ano de 3978, o que constitui um forte empecilho à sua consistência. Os primeiros hominóides - ancestrais dos primatas atuais - surgiram há 20 milhões de anos. Os primeiros hominídeos - ancestrais do homem - aparecem no registro fóssil há 10 milhões de anos. O ser humano como é hoje surgiu há 300 000 anos. Logo, 2 000 anos é pouco tempo para o chimpanzé evoluir.

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O Rei da Noite - Natureza


O REI DA NOITE - Natureza



Dentro da escuridão, o rugido paralisa animais a quilômetros de distância. Até as grandes manadas silenciam. Sob a lua, os leões machos rugem e vigiam o seu território na gigantesca cratera de Ngorongoro, sudeste da África, enquanto as fêmeas e os filhotes brincam e se exercitam. As fotos que você vai ver são raras: mostram um bando em plena atividade noturna. São imagens íntimas do felino mais magnífico da Terra.



Para fotografar leões à noite, o alemão Reinhard Künkel sai sob a lua cheia. Com isso, consegue se aproximar dos animais com os faróis do jeep desligados. Os leões destestam o facho contínuo dos faróis, mas não dão bola para os flashes. Nessas noites, dá até para tirar closes dos mais de cem leões que passeiam no território de 260 quilômetros quadrados da cratera inativa do vulcão Ngorongoro. Protegidas por altas escarpas, as espécies selvagens ficam preservadas dentro da Reserva Nacional de Serengeti, na Tanzânia.
Cada bando de leões delimita seu território com urina, secreções e rugidos. Em geral, eles são formados por cinco leões e cinco leoas, mais os filhotes.
As fêmeas são todas aparentadas (mães, irmãs, tias, primas). As crias machos são expulsos com dois ou três anos, mas as fêmeas ficam, mesmo quando velhas.
Até atingirem a maturidade sexual, com quatro anos, os jovens leões correm perigo e seriam predados se não andassem juntos. Depois de expulsos do bando, eles migram, nômades, até encontrar outro grupo e lutar contra os machos para ficar com as fêmeas. Depois da luta, redivide-se o território.
Para os leões, a noite, quando o calor arrefece, é primordial. Na divisão de trabalho entre eles, a caça compete às fêmeas e os machos defendem o território. À partir do entardecer, as leoas saem em grupos de três ou quatro para caçar. Correm pouco. Preferem cercar a presa e saltar no seu pescoço. Os machos são os primeiros a comer e os filhotes, os últimos - o que, em períodos de escassez, pode provocar a morte de ninhadas.
Embora sejam monogâmicos, os machos toleram que outros leões do grupo cruzem com sua fêmea. Na época propícia, esses felinos chegam a cruzar uma vez a cada vinte minutos, durante dias. As fêmeas podem ser abandonadas pelos machos mas não aceitam novos companheiros facilmente. No entanto, se após algum tempo, uma fêmea não cruzar com o macho ele começa a matar os filhotes dela.
Um macho adulto vive confortavelmente, em repouso, 19 horas do dia, evitando o calor. Mas, na velhice, o mundo para eles torna-se cruel: enquanto as leoas permanecem no grupo, os machos acabam expulsos pelos jovens. Sem fêmeas, quase não têm caça. Tornam-se, então, perigosos para o homem, podendo roubar aldeias e atacar crianças. Na África, leão velho significa perigo.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Tem boi na linha - Ciberespaço


TEM BOI NA LINHA - Ciberespaço



Eles já entraram nos computadores da Nasa, do Pentágono e de várias instituições brasileiras. Alguns chegam, olham e não fazem nada. Outros destróem programas e arquivos. São os hackers, espiões cibernéticos sem rumo que sabem tudo sobre computadores e se divertem quebrando a segurança dos sistemas. A Internet é um dos caminhos para suas invasões. Por isso, eles estão superanimados com a entrada do Brasil na grande rede. Se você não quer ver seus arquivos particulares devassados, melhor tomar cuidado.



Você guarda no seu computador informações confidenciais e acha que elas estão bem protegidas? Pois saiba que a qualquer momento esses arquivos podem ser bisbilhotados, copiados ou danificados. Seu computador, como qualquer outro equipado com modem, o aparelho que liga o micro às linhas telefônicas, corre o risco de ser invadido pelos hackers - palavra derivada do inglês hack (fenda) e usada para designar uma espécie de fuçador, que vive em busca dos limites da informática. Esses personagens invisíveis, agem no chamado ciberespaço, o meio digital por onde viajam os dados produzidos nos computadores. Eles já rondam os micros brasileiros há uma década, mas agora, com a entrada da Internet no país, estão completamente ouriçados.
A rede, que liga mais de 35 milhões de computadores em todo o mundo, é um dos caminhos prediletos para as invasões. Até agora, só tinham acesso a ela instituições acadêmicas e governamentais. E muitas já foram alvo dos hackers. Só nos cinco primeiros meses desse ano, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias, a Universidade de São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas, a Universidade Federal de Pernambuco e até o governador desse Estado tiveram seus computadores invadidos. Em agosto, foi a vez do Jockey Clube, no Rio de Janeiro. Seu sistema travou exatamente na hora das apostas do Grande Prêmio Brasil, prova tradicional do turfe. O saldo das brincadeiras inclui a destruição de pesquisas e arquivos importantes.
"Mas esses invasores não são hackers, são crackers", protesta Derneval Rodrigues da Cunha, que faz a primeira revista hacker do Brasil, a Barata Elétrica, distribuída na Internet. Segundo Cunha, crackers são aqueles que não respeitam a ética hacker - não mexer, não destruir, não deixar pistas. São hackers "seduzidos pelo lado escuro da Força", ou dark side hackers, nome inspirado no vilão do filme Guerra nas Estrelas (1977). O bom hacker, garante Cunha, é discreto.
Inofensivos ou perigosos, o fato é que eles estão em plena atividade. Tanto que até o final do ano estréiam nos Estados Unidos dois filmes baseados em suas aventuras: Hackers e The Last Hacker (O Último Hacker). Recentemente, o Exército americano admitiu estar testando técnicas usadas por eles para adotá-las, em caso de guerra, com o objetivo de destruir sistemas de defesa e de comunicação inimigos.
No Brasil, muitos rapazes conhecem e usam essas técnicas. Filhos da classe média, a maioria tem pouco mais de 20 anos e sabe tudo sobre linguagens de computador, codificação de dados e eletrônica. Aparentemente são garotos comuns. Um deles pode ser seu vizinho, um colega de escola ou aquele rapaz simpático lá do escritório. Quem sabe até seu irmão ou primo. Nem a família costuma saber das atividades do hacker. Em geral ele age na intimidade do seu quarto, de preferência à noite. E, aí, troca de identidade, assume um codinome, torna-se um transgressor. Com a garantia de que não seriam identificados, alguns desses rapazes concordaram em contar para a SUPER suas proezas. Nas próximas páginas você vai ficar sabendo quem são eles e como agem. E, o melhor de tudo, vai aprender a se defender desses invasores de privacidade.

Empresa cala para não parecer frágil

"É isso aí!", bradou "Curinga", 21 anos, apelido emprestado do inimigo do Batman, quando invadiu os computadores da Coca-Cola, no Brasil, há três anos. Na verdade, Curinga não sabe em que escritório da empresa entrou. Há 25 distribuidores do refrigerante no país. O de São Paulo, a Spal, garante que seus sistemas não podem ser invadidos, pois não são abertos. Curinga, no entanto, dá detalhes da invasão. Segundo ele, foram gastos três meses explorando a Internet com um programa especializado em farejar senhas. Até que encontrou a de um funcionário.
Um universitário que passou a infância jogando videogames, Curinga se diverte explorando os limites do computador. Ele próprio cria os programas usados nas invasões. "Se sua vida estiver em jogo você não vai deixar que outro dobre o pára-quedas para você saltar", brinca. Normalmente, garante, não mexe nos sistemas invadidos. Mas daquela vez não resistiu. Quando viu listas de endereços para distribuição de refrigerantes incluiu o de um amigo. Mandou-lhe duas caixas. Coisa pouca, para quem poderia ter arruinado o sistema da empresa, causando enorme prejuízo.
Para Lafayete Galvão, coordenador de informática da Polícia Federal, em Brasília, mesmo que todos os distribuidores da Coca-Cola negassem a invasão, isso não significaria que ela não ocorreu. Segundo ele, as empresas não denunciam os ataques dos hackers com medo de perder a credibilidade. De fato, é um risco. Mas é mesmo difícil escapar desses jovens persistentes. Um deles, o alemão Markus Hess, que trabalhava para a KGB, a polícia secreta da antiga União Soviética, conseguiu até entrar nos computadores da Força Aérea americana, em 1990. Só foi descoberto porque outro hacker deu o alarme.

Internet abriga submundo dos computadores

Em geral, os hackers começam a trabalhar cedo. Com computadores, claro. Empregam-se como analistas de sistemas ou nas áreas de suporte técnico e a primeira coisa que fazem é descobrir as senhas dos colegas. Foi assim com "Maverick", 25 anos, apelido inspirado no personagem do filme Ases Indomáveis (1986), que trabalha numa grande empresa de São Paulo. "Descobri todas as senhas do departamento. Só para mostrar a um amigo como é fácil", afirma. Para isso, usou o que chama de "engenharia social". Ainda no colégio, uma escola cara da capital paulista, Maverick conheceu a sofisticada linguagem de programação de computadores C++ (lê-se "cê mais mais"). Com ela, conta, criou um "cavalo de Tróia", programa que lhe permitiu invadir, em 1993, a matriz brasileira de uma multinacional do setor automobilístico. Entrou, olhou e saiu. "Não queria fazer nada, só mostrar que dava para entrar."
Maverick adora surfar na Internet. Seus endereços favoritos são aqueles que falam do computer underground, o submundo dos computadores. "A rede é o grande meio dos hackers", afirma. "Alguns grupos de discussão, como o alt.hackers.malicious, dão dicas sobre como encontrar, na própria rede, programas para hackear. Quem quiser, acha livros completos sobre o assunto".
Além de trocar informações na Internet, os hackers a usam para aprontar das suas. No começo desse ano, dois estudantes do Instituto Real de Tecnologia, na Suécia, invadiram os computadores da escola e, usando uma senha de funcionário, espalharam pela rede programas de computador patenteados, como o popular Word, da americana Microsoft. Em três semanas, os programas foram copiados 3 150 vezes. Se os usuários fossem pagar, a conta sairia por 1,7 milhão de dólares. A Microsoft, é óbvio, não achou graça.

Senha esdrúxula é mais segura

Há formas de dificultar a ação dos hackers. Segundo Carlos Campana Pinheiro, da Rede Nacional de Pesquisas (RNP), órgão público que regulamenta a atuação da Internet no Brasil, "cerca de 90% das invasões se devem ao uso de senhas fáceis". Como as palavras senha, password (senha, em inglês) ou guest (visitante), nomes ou datas. O ideal, diz ele, é criar palavras esdrúxulas ou em outra língua, ou misturar letras e números.
As empresas devem instalar programas de segurança, os firewalls (paredes de fogo). Com eles, além de dar a senha, o usuário precisa fazer uma operação qualquer, como abrir um programa, antes de ter o acesso. Outra dica é nunca mandar nada confidencial pelo e-mail, o correio eletrônico da Internet.
Se tivesse tomado esses cuidados, o governador de Pernambuco, Miguel Arraes, poderia ter escapado de ver seu computador invadido por um garoto de 17 anos, em março. Com uma senha roubada, ele entrou e deixou mensagens engraçadinhas em vários computadores. Esse excesso de confiança ajudou a RNP, que o localizou em um mês.
Menor de idade, o hacker não foi preso. E mesmo que fosse maior dificilmente seria. "Não temos lei que o qualifique como criminoso", diz o advogado Manoel Antonio dos Santos, da Associação Brasileira das Empresas de Software. "No máximo, ele pode ser acusado por dano à imagem ou ao patrimônio." Mas isso pode mudar. O Congresso Nacional estuda um projeto de lei para crimes informáticos. Se for aprovado, o hacker ficará sujeito a penas de até um ano.


As origens, no século passado

1878
Os ancestrais

Apenas dois anos após Alexander Graham Bell (1847-1922) ter inventado o telefone, jovens entravam nas transmissões para cruzar linhas ou interferir na conversa dos outros. Esses invasores de sistemas telefônicos, chamados de phreakers, são considerados os antepassados dos hackers.

Anos 60
Os pioneiros

Jovens que ficavam enfurnados no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, explorando os enormes computadores da época, começam a ser chamados de hackers. O termo quer dizer algo como fuçador de sistemas. Na mesma época, os phreakers já haviam evoluído e começam a invadir sistemas telefônicos para fazer ligações gratuitas.

1969
A mãe da Internet

Surge a antecessora da Internet, ARPAnet. A rede, que se tornaria a maior de todas, viria a facilitar o trabalho dos hackers. Nos anos 80 eles já se divertem usando-a para atingir seus alvos. Nos 90, criam nela grupos de estudo para troca de informações .


1975
Um bom negócio

Dois jovens californianos, Steven Jobs e Stephen Wosniaz vendem aparelhos chamados blue box para adulterar telefones, de modo que as ligações não fossem cobradas. Em 1976, os dois constróem o primeiro microcomputador popular do mundo e fundam a empresa Apple Computer. Alguns anos depois criariam o Macintosh, o micro mais fácil de usar. Ficaram bilionários.

Início dos 80
Pirataria de jogos

Os microcomputadores começam a se popularizar no Brasil. Adolescentes das grandes cidades pirateiam jogos, como Space Invaders, King´s Quest, Test Drive e Stunts e começam a se iniciar nas técnicas para invadir o computador alheio.

1983
No cinema

No filme Jogos de Guerra, o ator Matthew Broderick é um jovem hacker que invade os computadores do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e, sem perceber, quase dispara mísseis contra a União Soviética. O filme inspirou os hackers de verdade. Nos anos seguintes o Pentágono sofreu, em média, duas invasões por dia.

1986
A primeira lei

O Congresso americano aprova a Lei de Fraude e Abuso de Computadores. O primeiro condenado - a cinco anos de cadeia - seria o estudante Robert Tappan Morris Junior (foto) que, em 1988, mandou um tipo de vírus chamado de worm (minhoca) pela Internet, atingindo 50 000 computadores.

1987
Nasa é alvo

Três jovens alemães, com idade entre 16 e 25 anos, pertencentes a um grupo de hackers chamado Chaos Computer Club, descobrem uma falha no sistema de segurança da Nasa, a agência espacial americana (foto), e entram no seu sistema central. Obtêm informações sigilosas, como posicionamento de satélites.


1988
Brasileiros em ação

Hackers brasileiros entram em computadores de empresas e órgãos públicos. O Serviço Nacional de Informações (SNI) e o Banco Central anunciam que seus sistemas sofrem investidas. Em São Paulo, alguns garotos conseguem eliminar a conta dos pais dos computadores da companhia telefônica, a Telesp.

1989
A grande caçada

A procuradoria do Arizona, o serviço secreto americano e o FBI (na foto, a identidade de um agente) se unem para localizar hackers em várias cidades do país, numa grande operação chamada Sundervil. Entre os presos, estava "Phiber Optik" (apelido de Mark Abene), líder da gangue hacker Masters of Deception. Liberado alguns meses depois, foi preso de novo em 1993.

1994
Roubo a banco

Hackers russos e americanos decifram os códigos de acesso dos computadores do Citibank em Nova York, maior banco dos EUA, e transferem 10 milhões de dólares para várias contas, abertas por eles em vários países. São presos alguns meses depois. O caso só é revelado em agosto do ano seguinte.

1995
Ataques múltiplos

Várias invasões no Brasil. Hackers entram nos computadores da USP, da Unicamp, da Embrapa, da Universidade Federal e do governador de Pernambuco, Miguel Arraes (foto). Outra invasão trava os computadores do Jockey Clube do Rio de Janeiro.

Gatos, futebol e espionagem

"Mr. Magoo", um ex-míope (ele operou os olhos) de 22 anos, é programador de computadores e cursa Computação numa faculdade particular de São Paulo. Além de trabalhar, joga futebol, namora e faz programas banais, mas sempre arranja um tempinho para gastar no micro. Nessas horas, só quer a companhia de seus cinco gatos. É que ali Mr. Magoo se transforma. Ele passa a ser um espião que se gaba de ter invadido, entre outros, os computadores da Credicard. A empresa, que administra cartões de crédito, não confirma a invasão. "Eu podia ter mexido em muita coisa, mas não mexi. Não sou ladrão. Só curioso."
Haja curiosidade. Para matá-la, Mr. Magoo estuda muito. Começou aos 15 anos, pirateando (copiando) jogos de computador. Com o tempo, os jogos passaram a ser protegidos por senhas e descobri-las tornou-se um passatempo. Estudou codificação de dados, linguagens de computador e aprendeu a fazer programas. Na faculdade, arquitetou sua grande invasão. Deu um disquete com um jogo para um colega que estagiava na empresa. Junto, mandou um programa especializado em descobrir senhas com o qual passou a se comunicar. Seis meses depois, com várias senhas de funcionários na mão, Mr. Magoo atingiu seu objetivo. Para não ser descoberto, entrou primeiro nos computadores de uma universidade e, de lá, ligou para o alvo final. O que viu? Entre outras coisas, parte da folha de pagamentos e extratos de algumas contas. Podia ter feito a alteração que quisesse. Mas, garante, nada fez. "Tudo o que eu queria era vencer o desafio."

A saga do samurai cibernético

A mais famosa história envolvendo hackers confrontou dois personagens que parecem saídos do cinema. De um lado, o californiano Kevin Mitnick, condenado duas vezes, foragido da polícia. Do outro, o japonês cabeludo naturalizado americano Tsutomu Shimomura, um dos maiores especialistas em segurança de computadores dos Estados Unidos.
Tudo começou com a invasão do computador de Shimomura, no final de 1994. O invasor roubou informações e deixou mensagens: "Minha técnica é superior. Dane-se". Como um samurai de honra ferida, Shimomura decidiu ir atrás do hacker. Logo ficou sabendo que uma rede (BBS) californiana tinha sido invadida e era usada para armazenar dados roubados de seus sistemas. O hacker acessava a BBS por meio da Netcom, empresa que vende acesso à Internet. Shimomura rumou para San José, Califórnia, sede da Netcom. Lá, descobriu que as chamadas vinham de um celular em Raleigh, Carolina do Norte.
O invasor já tinha roubado números de cartões de crédito de 20 000 usuários da Netcom.
Shimomura foi para Raleigh. Com ajuda da companhia telefônica, localizou o bairro de onde partiam as ligações.
E, como num filme de Hollywood, saiu pelas ruas de carro, munido de uma antena que capta freqüência de celular. Localizado o prédio, a polícia prendeu o invasor, um homem de 31 anos, meio gordo. Kevin Mitnick pode ficar 35 anos na cadeia.

Barata Elétrica, a revista do bom hacker

O Brasil já tem sua primeira revista hacker. E, como não podia deixar de ser, eletrônica. A Barata Elétrica está disponível, gratuitamente, na Internet. Para ter acesso a ela basta digitar http://www.eff.org/ pub/Publications/CuD/Barata-Eletrica. A redação é composta por uma única pessoa, Derneval Rodrigues da Cunha, 31 anos, estudante de Alemão na USP e um hacker no sentido original do termo, um fuçador das possibilidades do computador. A Barata traz, principalmente, três assuntos. O primeiro é uma espécie de missão: esclarecer a diferença entre hackers, inofensivos, e crackers, destruidores. Além disso, tem artigos sobre segurança. "Um computador só está livre de ser invadido se estiver desligado da tomada ou do telefone", afirma Cunha. O terceiro assunto são os vírus de computadores, que exercem certo fascínio sobre o editor. "Eles são a primeira forma de vida criada pelo homem", costuma dizer. Convicto defensor da atividade hacker, Cunha gostaria que ela não fosse encarada como bandidagem. Segundo ele, é uma prática necessária para que as empresas possam desenvolver produtos menos vulneráveis. O editor da Barata Elétrica lembra também que vários hackers tornaram-se empresários bem-sucedidos. Como Steven Jobs, fundador da americana Apple, que na juventude fabricava aparelhos para usar telefones sem pagar. O que, acredita, só pode ser um indicador de que a atividade traz resultados benéficos.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

O Monstro Corre Perigo - Zoologia


O MONSTRO CORRE PERIGO - Zoologia



Maior predador do planeta, o tubarão branco é uma tremenda máquina de matar, com um peso de quase duas toneladas e até oito metros de comprimento. Equipado com dentes superafiados e centenas de sensores elétricos espalhados pela parte frontal do corpo, o bicho é um exterminador. Mas está ameaçado de extinção. Os cientistas enfrentam o desafio de tentar protegê-lo para não deixar desaparecer uma espécie que tem mais de 60 milhões de anos e é o ápice da cadeia alimentar dos oceanos.



De todos os animais do planeta, nenhum é mais perigoso e temível que o tubarão branco. "Ele é impressionante, o maior predador dos oceanos", diz o biólogo Leonard Compagno, do Museu da África do Sul. "Tem dimensão equivalente à da orca, mas tem dentes mais afiados e está mais bem armado do que ela. Portanto, é melhor predador". Foi por causa do medo que ele provoca no homem que passou a ser apelidado de A Grande Morte Branca, desde o final do século passado, apesar de só ser branco na parte de baixo do corpo. O dorso é cinza. O pavor é compreensível e justificado. "O branco é muito individualista e instável, mudando de comportamento a toda hora. E alguns indivíduos podem se tornar muito agressivos" diz o biólogo Craig Ferreira, do Instituto de Pesquisa do Tubarão Branco, na Cidade do Cabo, África do Sul.
Uma das suas armas mais poderosas são centenas de sensores elétricos dispostos na parte frontal do corpo, com os quais capta até as batidas cardíacas de um outro animal à distância. Então, pelo ritmo das pulsações, ele avalia se a vítima potencial está assustada ou tensa, situação em que pode ser dominada mais facilmente. O bote também é uma cena única. A Grande Morte é capaz de projetar a boca para fora da face, aumentando o o tamanho da mordida para perto de um metro e meio, quase o suficiente para engolir um homem em pé.
Apesar de seu tamanho, força e ferocidade, o monstro está ameçado. No ano passado, uma das mais importantes organizações ambientalistas do mundo, a União Internacional pela Conservação da Natureza, sediada em Londres, colocou o branco no livro vermelho de espécies em risco de extinção. Por telefone, a arqueóloga marinha Marie Levine, do Instituto de Pesquisas sobre Tubarões da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, explicou à SUPER que a medida foi tomada por três motivos. Primeiro, o branco é naturalmente raro. Além disso, gera apenas um ou dois filhotes por vez. Tem uma das mais baixas taxas de procriação entre os peixes. Por último, é perseguido tanto por aqueles que se orgulham de enfrentar um animal perigoso, como por aqueles que o temem.
Por isso, muitos cientistas acreditam que a espécie pode desaparecer. "Há uns cinco anos era comum encontrar fêmeas em idade de procriar, com mais de cinco metros de comprimento", afirma Craig Ferreira. "Hoje, a média de tamanho não chega a 4 metros. As fêmeas adultas são raras." Mergulhadores e pescadores concordam. "Eles dizem que há dez anos um barco costumava puxar nas redes cinco tubarões brancos, entre grandes e pequenos, na costa oeste dos Estados Unidos", conta Marie Levine. "Agora, nem os pequenos aparecem".
A despeito de toda a sua ferocidade, o tubarão branco precisa ser protegido. A ciência ainda sabe muito pouco sobre esse formidável organismo, tão bem adaptado que quase não se alterou nos últimos 60 milhões de anos. Os pesquisadores ficam especialmente impressionados com o seu sexto sentido, a chamada eletrorrecepção, por meio da qual detecta minúsculos campos elétricos gerados pelo organismo dos outros animais. Esses campos são milhares de vezes menores do que os que são produzidos quando se liga um ferro de passar à tomada de 110 volts. Mesmo assim, o branco é capaz de senti-los a dezenas de metros.
E a eletrorrecepção é apenas um dos seus muitos órgãos sensoriais. Eles são tão sofisticados que os cientistas costumam comparar o tubarão a um computador aquático. É que seu cérebro, embora relativamente pequeno, possui ramificações que se estendem por todo o corpo, controlando a parafernália de sentidos
Outra razão para se estudar o branco é a sua importância como principal predador dos oceanos. Como o ápice da cadeia alimentar, ele, de uma maneira ou de outra, influencia todos os níveis inferiores. Antes de mais nada, controla a população de focas e leões marinhos, suas presas favoritas. Se ele desaparecer, as populações desses animais tendem a crescer e a consumir mais peixes. Logo, o número de peixes tende a cair. A reação em cadeia, pelo menos em princípio, pode chegar às algas do plâncton, minúsculos organismos que, em quantidade imensa, produzem a maior parte do oxigênio da atmosfera. Os desequilíbrios decorrentes daí são imprevisíveis. "Sem o branco, os oceanos estarão doentes", afirma Marie Levine.
O problema é que, além da perseguição, há razões naturais para que ele seja um bicho raro. Uma das estratégias mais impressionantes que usa para manter o status de ápice da cadeia alimentar é aquilo que os cientistas chamam de canibalismo intra-uterino. Os embriões começam a competir já dentro do útero, comendo seus irmãos ali mesmo. Esse comportamento faz com que nasçam poucos filhotes, mas fortes e grandes o suficiente para reprimir a tentativa de outros animais de predá-los.
Essa escassez programada de tuba-
rões brancos é reforçada pelo fato de que esse tipo de peixe, dotado de esqueleto cartilaginoso, têm um modo de reprodução, a chamada estratégia k, que os torna pouco férteis. Os espermatozóides do macho têm que ser introduzidos no corpo da fêmea e poucos óvulos são fecundados. Na maior parte dos peixes, tanto os machos como as fêmeas expelem as células sexuais para o mar. Com a mistura, muitos óvulos são fecundados. Os espermatozóides de tubarão, comparativamente, produzem muito menos embriões.
Um peixe de águas tropicais, segundo se imaginava há algum tempo, o tubarão branco mostrou que gosta mesmo é do frio. Os cientistas têm verificado nos últimos anos que ele circula principalmente em regiões próximas das correntes frias e temperadas do planeta. A partir daí, nada para as áreas de procriação das focas e leões marinhos, que se situam em águas rasas, perto das praias de clima temperado e semitropical. São os campos de caça do branco, e quase tudo o que se sabe sobre suas andanças pelo mundo veio das observações nesses lugares.
O resto do oceano continua sendo uma incógnita. Ninguém sabe, por exemplo, onde o branco se acasala e quais são os seus hábitos de procriação. Também não se conhecem muito bem as suas relações com outros moradores do mar. Uma questão curiosa, a esse respeito, é a ausência do bicho nas águas ao sul do Brasil e na Patagônia, onde existem correntes frias e grandes concentrações de focas e leões marinhos. Talvez seja por respeito a outro grande predador, a baleia orca, muito comum nessa última região. Se ficar confirmada, essa hipótese significa que os dois gigantes fazem uma divisão de território. "Orcas e tubarões brancos disputam os mesmos alimentos", diz o biólogo brasileiro Otto Gadig. "Não é conveniente para nenhum dos dois circular nos mesmos ambientes".
Devido a essas lacunas no conhecimento, a meta prioritária dos cientistas é seguir os passos do branco até onde for possível. Para isso, precisam prender em cada tubarão uma etiqueta de identificação. É uma tarefa perigosa, mas existe quem se arrisque. Tendo muitíssima coragem, dá até para mergulhar com o monstro sem proteção nenhuma. Claro, não é assim que ele vai ser estudado: para prender as etiquetas com arame em uma de suas barbatanas, os cientistas ataem o bicho com uma isca e, quando ele salta, colocam a etiqueta usando uma pequena lança. "Mas eu conheço diversos mergulhares que encontraram o branco e nada aconteceu", diz o especialista Leonard Compagno.
"É verdade", confirma Craig Ferrreira. Ele conta que, no ano passado, uma das grades de aço se soltou por estar com defeito, e um macho de 3,5 metros entrou na jaula. Ficou cerca de 1 minuto. Por sorte, o mergulhador manteve a calma e escapou ileso. Fatos assim são as primeiras pistas concretas a respeito do comportamento do bicho e mostram que nem todos os indivíduos da espécie são automaticamente violentos, como se pensava. Os mais ferozes não esperam 1 segundo para saltar sobre uma isca. A maioria demora vários minutos, às vezes até 2 horas, antes de tomar uma decisão. "O teste com a isca, aliás, é uma das técnicas que usamos para saber se podemos descer sem gaiola", revela Ferreira.

Ele tinha 24 metros de comprimento, apenas 6 metros a menos que o maior animal de todos os tempos, a grande baleia azul. Seus dentes, com 15 centímetros de comprimento, provavelmente poderiam mastigar um carro inteiro. Nome científico, Carcharodon megalodon. Época em que viveu: até 50 milhões de anos atrás. Foi contemporâneo, portanto, dos primeiros tubarões brancos, que deveriam parecer anões perto desse tio descomunal.
O carcarodonte representa o auge da evolução dos tubarões em termos de tamanho. Mas ele está quase tão longe quanto o branco da origem de sua família, cuja raiz tem cerca de 400 milhões de anos. Nessa época, somente os insetos andavam ou voavam sobre a terra firme, pois os continentes ainda não haviam sido ocupados por nenhum vertebrado, nenhum animal dotado de ossos. Os únicos vertebrados existentes eram os peixes, e, mesmo assim, representavam uma expe-
riência relativamente recente da natureza. Haviam surgido pouco mais de 100 milhões de anos antes. Entre eles, por volta de 400 milhões de anos atrás, surgiu uma categoria nova, que trazia como marca registrada uma modificação curiosa no esqueleto: em vez de ossos dentro do corpo, tinham cartilagens resistentes e flexíveis.
O tronco dos peixes cartilaginosos produziu três grandes ramos. O mais primitivo reunia os chamados peixes holocéfalos, cujos descendentes, as quimeras, ainda nadam pelos mare. O segundo ramo foi o das raias, o mais numeroso de todos. Atualmente, há quase 400 espécies de raias de água salgada e doce. Finalmente, apareceram os tubarões, o ramo mais moderno dos peixes de cartilagem. A partir daí, eles evoluíram lentamente, modificando muito pouca coisa em seus modelos originais.
As espécies atuais surgiram há 130 milhões de anos, quando os dinossauros já entravam em declínio. Os cientistas acreditam que tenha sido nesse período que os tubarões conseguiram o status de maiores predadores dos mares. O motivo é que se nota, ao longo de sua evolução, uma tendência ao crescimento. Em conseqüência, cada vez menos animais eram capazes de caçar tubarões para comer, e eles galgaram degraus na cadeia alimentar. O carcarodonte, e o branco posteriormente, seriam resultado dessa tendência ao gigantismo. Ambos são classificados num gênero que já teve mais três espécies, hoje extintas. Se o branco desaparecer, sua linhagem acabará. Assim como o precioso patrimônio genético que essa linhagem representa.

A vítima que virou amigo

O mergulhador australiano Rodney Fox, hoje com 56 anos, tem uma trajetória peculiar. Em 1970, depois de ser atacado por um tubarão branco e sofrer perfurações no pulmão e dilacerações em vários outros órgãos, ele foi convidado para uma expedição de revanche. Não apenas aceitou, matando vários animais, como em seguida participou de um filme que os tratava como monstros que não mereciam contemplação. O nome do filme copiava o antigo e tenebroso apelido do tubarão: A Grande Morte Branca. Mas, daí para a frente, depois de observá-lo muitas vezes no mar, Fox ficou fascinado pela beleza e pelo poder do grande predador. Percebeu, também, o quanto ele era importante para o equilíbrio ecológico de seu ambiente. Hoje, o ex-esportista encabeça um movimento pela proteção do tubarão branco e organiza a maior parte das expedições australianas (cerca de cinco por ano) com o objetivo de admirá-lo no mar. Foi Fox, também, que desenvolveu as gaiolas de aço usadas nessas expedições e pelos cientistas em suas pesquisas.
Na bagagem dos expedicionários não pode faltar uma boa dose de paciência e sorte. Mas não é só de sorte que vivem os loucos que saem em busca do branco. É preciso método e dinheiro: no sistema desenvolvido por Fox e seu filho, o tubarão é atraído por iscas lançadas ao mar durante dez dias ininterruptos. A quantidade de isca chega a exigir 1 500 quilos de peixe, sangue e óleo de atum. Este ano, o cinegrafista Lawrence Wahba tornou-se o primeiro brasileiro a filmar o tubarão branco. Foi em março, numa expedição a bordo do barco de Fox, o Falie, com um único objetivo: ver de perto o maior predador dos mares.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Morar no Espaço - Tecnologia


MORAR NO ESPAÇO - Tecnologia



A estação Alpha, próxima
etapa da exploração sideral,
ficará em órbita da Terra como um laboratório permanentemente habitado a
460 quilômetros de altitude, a partir de 2002.
Veja como ela vai ser construída, peça por peça



A nova etapa da conquista do céu começou com um aperto de mãos. No dia 29 de junho, o americano Robert Gibson, comandante do ônibus Atlantis, atracou na estação orbital Mir, atravessou um túnel de conexão entre as duas naves e cumprimentou o comandante russo Vladimir Dezhurov. O gesto marcou o sucesso do acoplamento das naves e o início do mais ambicioso projeto espacial até agora: a estação Alpha.
Nascida das cinzas do projeto Freedom, rejeitado há dois anos pelo Congresso norte-americano por causa do seu preço (23 bilhões de dólares), a Alpha consagra a divisão de custos e a cooperação entre Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e a Comunidade Econômica Européia. Orçada em 17,4 bilhões de dólares, divididos entre os parceiros conforme seus projetos particulares, estará pronta no ano 2002. Será um laboratório permanentemente em órbita da Terra, voando a 28 000 quilômetros por hora. O objetivo inicial é realizar experiências científicas na microgravidade, que equivale a um milionésimo da gravidade existente na Terra. Uma das primeiras beneficiadas será a biotecnologia, pois a diminuição do peso facilita o estudo da estrutura das proteínas.
Outro objetivo é a exploração futura de Marte. A idéia é testar com os tripulantes as maneiras de compensar o efeito da redução da gravidade sobre o corpo humano e analisar os efeitos das radiações cósmicas no organismo.
Também a cooperação internacional será testada. Há vinte anos, em 17 de julho de 1975, os astronautas americanos e russos das naves Apolo e Soyuz apertaram as mãos no espaço. Mas a guerra fria impediu o desenvolvimento da cooperação. Com o fim do comunismo e a crise econômica mundial, o alto custo dos programas aproximou os países, de novo. A NASA, agência espacial americana, e o Centro Espacial de Baikonur, que os russos mantêm no Cazaquistão, estão sob aguda crise orçamentária. A Alpha une todos os países interessados na exploração do espaço, rateia os orçamentos e mantém ocupados cientistas que poderiam ser atraídos para a indústria bélica. Mas para dar certo, precisa de 15 anos de relações internacionais estáveis.
Trinta e quatro viagens de ônibus espaciais americanos e foguetes russos serão necessárias para transportar e montar as peças da Alpha. O projeto está dividido em três fases. A primeira, que começou com o aperto de mãos entre o russo e o americano em junho passado, compreende dez vôos dos ônibus espaciais americanos para acoplamento com a Mir, a serem realizados entre 1995 e 1997. O objetivo é criar uma rotina de trabalho entre tripulações de países diferentes.
A segunda etapa se inicia em novembro de 1997, com a construção efetiva da nova estação. A primeira coisa a ser levada para cima é a Salyut FGB, um veículo russo que contém os propulsores e os meios de controle para manter a nova estrutura na órbita estabelecida. Essa fase vai até setembro de 1998, com os lançamentos de duas unidades de acoplamento, um módulo de serviço russo, uma plataforma de fornecimento de energia e o laboratório americano. Ao fim de onze meses, a Alpha estará pronta para começar as experiências científicas, com três tripulantes a bordo. Uma nave Soyuz permanecerá acoplada à estação, como veículo para emergências.
A terceira fase termina em junho de 2002. Até lá, terá sido agregada uma estrutura central, onde serão conectados os painéis solares que fornecerão energia, e os módulos de pesquisa Columbus (europeu) e JEM (japonês). Uma outra nave de emergência Soyuz e um guindaste robotizado canadense para manutenção externa também vão ser incorporados.
A Alpha será controlada pelo Centro Espacial Houston, nos Estados Unidos, que apoiará o trabalho dos seis astronautas a bordo, substituídos a cada seis meses, durante operações de abastecimento rotineiras dos ônibus espaciais. A cada três meses, haverá um vôo. Vivendo no módulo de habitação, os astronautas terão a bordo cama, artigos de higiene pessoal, fogão, geladeira, comida e uma sala para refeições, reuniões e videoconferências com o pessoal de terra. Terão até chuveiro, mas água que é bom, só para um banho rápido de dois em dois dias. Em compensação, a vista da janela será a mais deslumbrante do mundo.

Uma linha de montagem flutuante

1 - Novembro de 1997

O primeiro vôo leva a Salyut FGB, o propulsor fabricado pela Rússia que manterá a Alpha em órbita.

2 - Julho de 1998

A estação estréia as unidades de acoplamento, o módulo de serviço e uma nave Soyuz, que vai ser usada em caso de emergência.

3 - Fevereiro de 1999

Os primeiros painéis de captação de energia solar já estarão montados. Entra em funcionamento o primeiro laboratório americano.

4 - Novembro de 1999

Colocadas várias partes da armação central, com os sistemas de conexão necessários, mais unidades de acoplamento e o laboratório russo.

5 - Março de 2000

Acopladas outras partes da estrutura central e mais painéis solares. Entra em funcionamento o módulo de pesquisa japonês JEM.

6 - Junho de 2002

Armação central e painéis solares completos. Sobem mais dois laboratórios russos e a plataforma externa japonesa. A estação está pronta com o módulo de pesquisa europeu Columbus e o compartimento de habitação.

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segunda-feira, 9 de junho de 2014

A farmácia do doutro Biruta - Remédios

A FARMÁCIA DO DOUTOR BIRUTA - Remédios



O consumidor brasileiro, com razão, não entende por que medicamentos proibidos, por exemplo,nos Estados Unidos, são autorizados no Brasil.Ou por que drogas que até ontem circulavam sem restrição, hoje são retiradas do comércio como graves perigos públicos. Um consolo: o problema é mundial. Aqui a loucura é maior, é verdade, porque parte dos arquivos do governo evaporou.



No mundo todo a liberação de remédios é um assunto cabeludo. Primeiro porque sabe-se pouco a respeito dos efeitos colaterais que eles causam. Qualquer medicamento, sem exceção, pode ter efeitos tóxicos e sempre vai haver quem diga que ele faz mal à saúde e quem afirme que ele é seguro e eficaz. Isso poderia explicar por que algumas substâncias usadas no Brasil, como é o caso da dipirona sódica, o ingrediente ativo da Novalgina, são proibidas nos Estados Unidos. Mas, além das divergências científicas, existe muita pressão das indústrias farmacêuticas sobre as autoridades encarregadas de aprovar a comercialização de medicamentos. Há quem jure de pés juntos que a dipirona só não é autorizada nos Estados Unidos porque as empresas americanas usam outro analgésico, o paracetamol, ingrediente ativo do Tylenol.
Do ponto de vista científico, o problema está em calcular a relação custo benefício de cada medicamento."Não vale a pena engolir algo que provoque enjôos ou queda de cabelos por causa de um resfriado", exemplifica o farmacêutico Bromislau Polakiewicz, professor da Universidade de São Paulo. "Mas esses efeitos colaterais, comuns nos tratamentos anticâncer, são um preço barato para quem compra briga contra um tumor."
Todo país tem um órgão encarregado de analisar os prós e os contras de cada remédio. No Brasil, ele é a Vigilância Sanitária, ligada ao Ministério da Saúde. Nos Estados Unidos, é o Food and Drug Administration (FDA), que exige de três a cinco anos de testes antes de aprovar qualquer coisa. Mas nem sempre isso resolve.
"Os efeitos colaterais de remédios aprovados causam cerca de 2 milhões de internações hospitalares e 140 000 mortes nos Estados Unidos, por ano", conta Betsy Adams, pesquisadora do próprio FDA. Vale lembrar que esses números só consideram quem não exagerou na dose.
No Brasil, a situação é ainda mais grave, porque o Ministério da Saúde ignora quantos medicamentos existem no país. É algo entre 30 000 e 50 000, deduz-se ao cruzar os dados da Associação Federal de Farmácia com os do Conselho Federal de Medicina. A Divisão de Medicamentos (Dimed) da Vigilância Sanitária, que seria o ende-
reço certo para quem procura essa informação, perdeu parte dos seus arquivos. O tamanho da encrenca ainda não foi diagnosticado, mas as perdas estão sendo notadas dia a dia, desde janeiro deste ano.
A situação atual é a seguinte: quando o secretário da Vigilância Sani-tária, Elisaldo Carlini, pede para ver o processo com os prós e os contras de um remédio, descobre que ele sumiu. Isso pode ser sintoma da desorganização, causada pela intensa mudança de secretários. Afinal, foram nove em dois anos. Mas também se deve lembrar que, segundo relatório entregue pelo ex-presidente Itamar Franco a Fernando Henrique Cardoso, em dezembro de 1994, a Vigilância Sanitária era "um dos três principais focos de corrupção no país".
Uma loucura
de várias origens
Nos últimos quatro meses, oito farmacêuticos trabalham duro para remediar a bagunça em que se encon-
tra a Divisão de Medicamentos da Vigilância Sanitária. Já recadastraram mais de 2 000 medicamentos e inspecionaram duzentos dos seiscentos fabricantes registrados no Ministério da Saúde. "O absurdo é tão grande que havia até uma panificadora no Rio de Janeiro com licença para produzir remédio", conta Carlini. Até meados do ano que vem eles pretendem, com uma equipe ampliada, recadastrar todos os remédios vendidos no Brasil.
Além da confusão causada pelo sumiço dos processos, a lei brasileira também facilita o caos. No caso de um novo medicamento, se o aval do governo não é dado em 90 dias, quem entrou com o pedido de aprovação pode entender o silêncio como concessão e sair vendendo o seu remédio por aí. No andar da carruagem da Vigilância, nenhum processo novinho em folha é analisado dentro desse prazo. "Em geral, leva dois anos", conta o médico Marcelo Azalim, um dos diretores do órgão. Portanto, muita gente pode vender medicamentos desprezando o OK final.
No Brasil, em compensação, um produto proibido sempre é expulso das prateleiras do comércio. Nos Estados Unidos, quando uma droga é considerada nociva, o fabricante tem ainda um ano para deixar de fabricá-la. Hoje, naquele país, você pode comprar livremente cerca de 2 000 remédios vetados pelo FDA.
Outra dica: às vezes, o fabricante substitui o ingrediente vetado. Na farmácia americana encontram-se, lado a lado, caixas idênticas com conteúdo bem diferente, ou seja, algumas com a formulação antiga e proibida, outras com formulação nova e aprovada. Estima-se que 700 remédios brasileiros também mudaram de fórmula sem alterar o nome comercial.
A disputa
mundial dos
analgésicos
Bem e mal se confundem na aprovação de um remédio - exemplo clássico é o da dipirona sódica. Desde que foi inventada por alemães, em 1932, ela vem aliviando as dores de franceses, belgas, italianos e japoneses, entre outros. Em meados dos anos 40, passou a ser vendida no Brasil e hoje consta nas fórmulas de alguns dos analgésicos nacionais mais populares. No entanto, sempre foi vetada em vinte países, entre eles a Suécia e os Estados Unidos.
"O FDA americano é confiável, mas às vezes ele se envolve em questões econômicas", opina o pediatra Antonio Celso Calçado, professor da Univer-
sidade Federal do Rio de Janeiro. Calçado diz isso porque os americanos são donos da patente de um grande rival da dipirona, ganhando dinheiro cada vez que alguém engole analgésicos feitos com paracetamol, como o Dôrico e o Tylenol.
Contudo, o maior argumento contra a dipirona é que, com mais freqüência do que sua concorrente, ela provoca choque anafilático, uma espécie de pane do organismo. E esse tipo de problema, fatal quando o socorro não é imediato, surpreende a vítima que, muitas vezes, nem tinha o hábito de tomar aquele remédio. É diferente do caso de quem usa sempre um medicamento: qualquer droga pode causar um mal maior do que aquele que pretendia curar, quando se apela para ela continuamente, durante anos.
Outros acusam o paracetamol de ser mais fraco: seu efeito dura até quatro horas, contra as sete horas da dipirona. O consumidor, então, repetiria as doses de paracetamol mais vezes para manter a dor afastada, aumentando as chances de ter problemas. Mesmo assim, a Associação Médica da Alemanha só recomenda a dipirona, criada em seu país, nas febres altas que não cedem com outros recursos e nas dores causadas por traumas, cirurgias ou câncer.

A proibição que gerou polêmica

O próprio direito do Estado de re-gulamentar aquilo que um indivíduo decide tomar em seu benefício é uma discussão em voga na França, depois que o ex-presidente François Mitterrand parece ter se tratado de câncer com uma substância proibida. Mitterrand, 78 anos, tem câncer na próstata. Primeiro especulou-se que ele estaria tomando receitas homeopáticas (substâncias diluídas a tal ponto que aquilo chamado de remédio não é muito mais do que água). Só que seu médico, Philippe de Kuyper, nunca foi homeopata.
Depois que Mitterrand declarou estar melhor graças à "uma fabulosa fórmula à base de uma árvore tropical", levantou-se a suspeita de que ele esteja recebendo doses de PB100, uma medicação criada pelo biólogo Mirko Beljanski, ex-pesquisador do Instituto Pasteur e Prêmio Nobel de Medicina em 1968, graças ao seu trabalho na área da Genética. Quando começou a dilvulgar os méritos da PB100 para tratar câncer e Aids, Beljanski foi processado por exercício ilegal de Medicina e Farmacologia. Só não foi condenado em 1988 porque o próprio promotor público alegou que a sua droga não havia sido devidamente testada - portanto também não havia provas de que não funcionasse. Mas isso valeu ao pesquisador um exílio nos meios científicos. Hoje, ele trabalha na garagem de sua casa.
A PB100 é a base da flavopereirina, substância extraída do pau-pereira, uma árvore brasileira. Beljanski diz que a droga é capaz de frear o crescimento do tumor. O médico de Mitterrand não nega, mas também não revela o nome do medicamento que está prescrevendo. Até porque, se revelar que está de fato utilizando a droga proibida, ele poderá ser preso.O problema é saber se o Estado pode ou deve impedir alguém de tentar salvar a própria vida.

Daqui a dois meses, se tudo correr como previsto, o Congresso Nacional irá votar o projeto de lei apresentado em novembro do ano passado pelo então deputado Fábio Feldmann (SP), do PSDB, que obriga os laboratórios farmacêuticos a vender produtos com embalagem de segurança. Trata-se de embalagens com pequenos truques que tornam a sua abertura uma tarefa praticamente impossível para crianças muito pequenas. Nos Estados Unidos, elas são obrigatórias há 25 anos; na Europa, há duas décadas, no mínimo. Nesses lugares, os remédios são culpados por apenas 20% dos casos de crianças que chegam intoxicadas nos pronto-socorros.
No Brasil, a incidência de intoxicações por medicamentos é o triplo, ou seja, seis em cada dez casos. Muitos deles, é verdade, são decorrência de automedicação. Uma pesquisa do Hospital das Clínicas, em São Paulo, revela que 85% dos minipacientes já tomaram, por vontade dos pais, algum remédio em casa que lhe fez mal, antes de se apresentarem ao pediatra. "Mas a maioria das intoxicações é de criança que engoliu comprimidos quando os pais não estavam por perto", informa o médico Cláudio Schwartsman, do Comitê de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria.
A vítima raramente morre. Mas, infelizmente, se a criança tem menos de dois anos de idade, é comum o cérebro não receber oxigênio suficiente enquanto dura a crise. Então, ele fica com danos para o resto da vida. É o caso de se perguntar por que os mesmos laboratórios que usam embalagens de segurança no Exterior não as empregam aqui. "Essas empresas não se preocupam com a sociedade e só fazem o estritamente necessário, ou seja, aquilo o que o país exige", diz Schwartsman. "E a nossa lei não exigiu isso até agora."

Contra a dipirona...

Os males que podem ser causados pelo princípio ativo de alguns dos vinte remédios mais consumidos no país.

Choque anafilático

É uma reação exagerada do organismo à presença de moléculas estranhas - no caso, as da droga. Então, em minutos, o corpo incha, inclusive a glote, parte da laringe, no meio do trajeto do ar para os pulmões. A vítima fica impedida de respirar - a não ser que contra-ataque rapidamente com injeções de fortes antialérgicos. O problema acontece com uma em cada 50 000 pessoas que engolem a dipirona e com uma em cada
5 000 das que tomam uma injeção da substância. É um risco considerado médio.

Anemia aplástica

O analgésico pode, aos poucos, ir atrapalhando a linha de produção do sangue, que fica na medula óssea. Então, as células sangüíneas novinhas em folha saem ou incompletas (com proteínas a menos) ou deformadas. E tanto em um caso quanto no outro deixam de funcionar direito. O problema não é muito comum, de acordo com um gigantesco estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, que acompanhou nada menos do que 22,3 milhões de consumidores assíduos de dipirona em seis países, entre 1980 e 1984. A incidência anual de anemia foi de 6,2 casos por 1 milhão de habitantes. Ou seja, o risco é de 0,0005%.

Agranulocitose

É uma doença em que se perdem os granulócitos, células importantes do sistema de defesa do organismo. O uso persistente da droga poderia, com o tempo, ir destruindo as células formadoras dos granulócitos, dentro da medula óssea. "Em vinte anos de carreira, só vi um caso desses", conta Jorge Roberto Pagura, especialista em tratamento de dor do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.


Eles foram vetados ou estão sob suspeita lá fora

Conheça alguns exemplos de drogas que, em outros países, não se saíram bem no quesito segurança mas, mesmo assim, são vendidas no Brasil.

Hormônio de crescimento

A versão natural (não a sintética) está proibida na França, nos Estados Unidos, na Alemanha e na Grã-Bretanha, mas pode ser comprada no Brasil. Usado para tratar adolescentes que desejam aumentar de estatura, o hormônio muitas vezes não é eficaz por causa de problemas na sua extração. Pior: ele pode danificar os nervos.

Piroxicam

É o princípio ativo do Feldene, antiinflamatório do Laboratório Pfizer. Há seis meses, consumidores americanos pediram a sua proibição. Ele causaria mais hemorragias de estômago do que drogas semelhantes e danificaria os rins. "Já preparamos uma defesa junto ao FDA", diz Valdair Pinto, diretor da Pfizer no Brasil.

Sumatriptano

A arma contra a enxaqueca, conhecida por Imigran, pode parar o coração. "Está na bula que ela não é indicada para cardíacos", defende-se Fernando Vieira, diretor do fabricante inglês Glaxo. Mesmo assim, o FDA está fazendo uma reavaliação, com o argumento de que nem todo cardíaco sabe que é cardíaco até sofrer um ataque.

Oxifenilbutazona

Esse antiinflamatório tem vários nomes comerciais no Brasil. Entre eles, o mais consumido é o Tandrex, do laboratório Sintofarma. Nos Estados Unidos e em diversos países europeus, ele só é usado em último caso, porque pode causar a agranulocitose, doença que deixa a vítima sem defesas contra infecções.

Fenilbutazona

É um antiinflamatório e analgésico, presente, por exemplo, no Butazolidina e no Alcabutazolidina, ambos da Ciba Geigy. Na Alemanha, na Espanha e nos Estados Unidos, ele só é usado quando outros remédios não dão resultado, já que danifica os rins e o fígado. No Brasil, é vendido sem retenção da receita médica.

Feprazone

É um antiinflamatório e analgésico vendido com o nome de Zepelan. Seu fabricante é o laboratório alemão Boehringer de Angeli, mas a substância está proibida na própria Alemanha, há dez anos, por causar doenças da pele e do sangue.


...e contra o
paracetamol
Os piores efeitos possíveis da substância americana que existe em dois medicamentos fabricados no Brasil.

Choque anafilático

Essa droga também é capaz de provocar o choque. Mas a probabilidade é cerca de 25 vezes menor do que a da dipirona. E isso é considerado um de seus pontos fortes.

Falência do fígado

Aos poucos, a substância arrasa as células do fígado, órgão encarregado de destruir moléculas tóxicas para o organismo. A vítima que tomou o remédio continuamente durante anos pode morrer intoxicada por substâncias de que o corpo, com o órgão falido, não consegue se livrar. Esse é um dado novo, confirmado no ano passado. Até então, acreditava-se que somente superdosagens do paracetamol causaria esse tipo de problema.

Lesão nos rins

O uso contínuo do remédio, ao longo de vários anos, é capaz de danificar os rins irreversivelmente, mesmo quando se respeita as dosagens indicadas na bula. O problema pode ou não ser fatal, conforme o tamanho do estrago.


A proibição tardia dos antidiarréicos

Há dez anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que os pediatras abandonassem os antidiarréicos: "Esses remédios não curam", diz Mário Santoro Júnior, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo. "Ao evitar a expulsão do agente infeccioso por meio da enxurrada promovida pelo intestino, eles até pioram a doença, que mata 5 milhões de crianças por ano em todo o mundo". No Brasil, só no último dia 9 de março essas drogas foram vetadas para uso infantil. Então, 73 medicamentos tiveram a sua versão líquida (capaz de ser engolida por bebês) retirada das quase 26 000 farmácias do país. Entre as medicações proibidas estavam algumas muito perigosas, que na verdade nunca deveriam ter existido em gotas pediátricas.
Isso porque certos antidiarréicos, como o Lomotil, do laboratório americano Biolab Searle, são à base de hidrocloreto de difenoxilato e loperamida. Derivadas do ópio, essas substâncias podem afetar o cérebro infantil. Então, a temperatura da criança despenca e os batimentos cardíacos diminuem até parar. "Os pais que, por acaso, ainda tiverem esses antidiarréicos em casa precisam jogá-los fora", adverte o secretário Elisaldo Carlini. "Nos chamados países avançados, essas substâncias jamais foram autorizadas para crianças com menos de 2 anos de idade."

Uma missão só para gente grande

Está para ser votada uma lei com o objetivo de evitar que crianças abram remédios. Veja o que é ruim e o que seria ideal.

O truque da rosca-sem-fim
Uma criança com menos de dois anos consegue girar e abrir a tampa dos vidrinhos atuais.
Na forma segura, é preciso apertar a tampa e, então, girá-la para a esquerda.

Cartelas que não estouram
As cartelas de comprimidos são de alumínio fino. Basta apertar e o remédio "salta".
Elas deveriam ser de alumínio resistente a apertos. Seria preciso descascar a cartela.


Boa defesa contra efeitos colaterais

Nenhuma droga age como um míssil teleguiado, que ataca um alvo específico - o órgão doente. Drogas vão agindo no meio do caminho e agir no lugar errado significa produzir efeitos colaterais. Desde a criação do Código do Consumidor, há quatro anos, os brasileiros se protegem melhor desses acidentes de trânsito. Antes, se uma pessoa processasse um fabricante por causa de uma lesão nos rins, por exemplo, ela tinha de provar que a culpa era do remédio. Agora, a situação inverteu.
A pessoa faz a acusação e o fabricante é quem deve provar que o seu produto jamais provocou danos nos rins. Nesse ponto, a legislação brasileira ficou igual à americana.

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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Vai gelo ? Futuro


VAI GELO? Futuro



Do jeito que a falta d´água se agrava no planeta, a alternativa pode ser... importar icebergs. Hoje, a operação tem qualquer coisa de mirabolante. É muito cara. Mas é viável. Do mesmo jeito que reboca massas de gelo para longe de plataformas de petróleo, a engenharia naval poderia transportar icebergs para regiões que sofrem com a seca. Veja como seria essa aventura.


O transporte de icebergs já atraiu a atenção de vários pesquisadores. A Sociedade Gla-ciológica Internacional, o Scott Polar Research Institute, na Inglaterra, e o Laboratório de Engenharia e Pesquisa de Regiões Frias, do Exército dos Estados Unidos, fizeram diversos estudos. Os países árabes do Golfo Pérsico financiaram projetos. Mas ninguém, até hoje, tentou, de fato, levar uma montanha gelada para acabar com a falta d´água em alguma região seca da Terra.
Na maioria das pesquisas, sugere-se capturar icebergs nos mares de Weddell e Ross, na Antártida, e rebocá-los, aproveitando-se as correntes marítimas, primeiro até as Ilhas Falkland, no sul da Argentina. Apesar desse impulso natural, o começo da viagem é o mais perigoso. O mar que vai do Pólo Sul até a altura das Falkland é um dos mais ferozes e conturbados do planeta.
O imenso bloco de gelo deve ser muito bem amarrado por um vasto sistema de redes e cabos e preso a um comboio de rebocadores. A velocidade de tração terá que ser lenta para não aumentar o degelo com a fricção produzida pelo deslocamento: menos de 4 quilômetros por hora. Como o iceberg é formado por sucessivas capas espessas de neve, corre o risco de se partir a qualquer momento.
A glaciologista norte-americana Jeeny Wood, autora do livro The Icebergs, propôs a instalação de uma tripulação de três pessoas em uma cabine de metal à prova de tempestades, encravada na superfície do bloco gelado. Caberia a esses gelonautas testar as âncoras das amarras, ler os instrumentos que medem as tensões do gelo e transmitir dados via satélite. Um helicóptero garantiria a retirada de emergência dos tripulantes se o colosso ameaçasse romper-se.
Para atravessar as águas mais quentes dos oceanos Atlântico e Índico, as esquinas da montanha teriam que ser cobertas com um produto que as protegesse do sol para evitar o derretimento, ou ao menos mantê-lo dentro de limites aceitáveis. Os técnicos calculam que essa cobertura seria necessária, mas não sabem do que ela seria feita.
Com o calor, o degelo formaria um lago em cima do gigante. Mas se supertanques fossem usados como rebocadores, a água poderia ser absorvida por mangueiras. Se o derretimento ameaçasse a estabilidade do bloco, uma instalação de alarme informatizada libe-raria as amarras automaticamente.
Naturalmente, isso aumentaria o custo do transporte. "Tudo depende do quanto se está disposto a investir", diz o glaciologista Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Programa Antártico Brasileiro. "Embora cara, a dessalinização da água do mar é bem mais barata do que a captura de icebergs. Mas se não soubermos preservar as fontes d´água que estão acabando mesmo, os icebergs terão de ser considerados no futuro".
Para o transporte, a forma é fundamental. Os icebergs da Antártida , onde é comum a configuração tabular (retangular, como tábuas), são mais apropriados do que os do Ártico (Pólo Norte), de estrutura irregular e difíceis de rebocar. Além disso, o Ártico é um mar com uma capa gelada de 2 a 4 metros de espessura, enquanto que a Antártida é um continente, com uma vez e meia o tamanho do Brasil, e uma cobertura de 1 500 a 5 000 mil metros, feita de neve acumulada até há 1 milhão de anos, onde concentra-se 90% do gelo do planeta.
Mesmo descartado o Pólo Norte, a Antártida pode abastecer os 232 milhões de habitantes de 26 países flagelados pela seca. Mas a água é um recurso mineral e o Protocolo de Madrid decretou, em 1991, uma moratória de 50 anos na exploração do continente. Todos os países signatários do Tratado Antártico estão proibidos de agir até o ano 2041.
Enquanto isso, os icebergs passeiam como senhores dos mares antárticos. Todo ano, surgem cinco mil novos, na periferia do continente, com 1 450 a 1 800 quilômetros cúbicos de água. Eles se formam porque "a partir dos sessenta metros de espessura, o gelo antártico começa a fluir pela ação do seu próprio peso", explica Cardia Simões. "Esse processo ocorre devido à deformação interna causada pelo deslizamento dos cristais. Como o gelo é mais espesso no centro do continente, ele flui para a periferia constantemente". Quando chega à costa ele flutua e é quebrado pelas marés.
Regiões secas do Hemisfério Sul, como o norte do Chile, o oeste da Austrália e o oeste da África, poderiam ser beneficiadas com maior facilidade por essas montanhas flu-tuantes. Jeeny Wood calcula que um iceberg de 1 000 metros de comprimento (dez quarteirões) por 500 metros de largura levaria seis meses para chegar até a árida cidade de Perth, na Austrália. Chegaria com a metade do tamanho. Mas o restante bastaria para suprir l milhão de pessoas, durante um ano. Para levá-lo até o Hemisfério Norte os problemas são mais complicados. Para o Brasil, apesar da seca do Nordeste, a medida é totalmente dispensável. O país tem uma das maiores ofertas de água do mundo.

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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Quando a Maconha Cura - Farmacologia

QUANDO A MACONHA CURA - Farmacologia



Está provado. Os efeitos medicinais da maconha beneficiam pacientes de câncer, Aids, glaucoma e esclerose múltipla. Mas os médicos do mundo inteiro se vêem num dilema crucial. Como receitar um remédio que é proibido? Este ano, o debate ganhou peso na comunidade científica internacional e, por isso, nos trazemos até você esta reportagem.



Desde logo, é importante deixar bem claro: o uso de drogas como maconha e outras substâncias alucinógenas ou psicotrópicas, sem orientação médica, é perigoso. O vício das drogas prejudica os jovens e constitui um problema social. A forma de resolvê-lo é uma discussão em aberto, mas não é o tema principal da reportagem que você vai ler a seguir. Aqui, você será informado sobre os efeitos medicinais da maconha, entenderá por que os médicos desenvolvem cada vez mais pesquisas nessa área, e por que, muitos deles, concluíram pela recomendação do uso terapêutico dessa droga.
A comunidade científica começou a estudar a maconha a sério em 1964. Nesse ano, o pesquisador Raphael Mechoulan, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, extraiu da erva natural uma substância chamada delta-9-tetraidrocanabinol. Era o THC, o principal responsável pelos efeitos da Cannabis sativa (nome científico da planta de maconha). Como também aprendeu a sintetizar o THC, Mechoulan viabilizou, pela primeira vez, o estudo sistemático de suas ações no corpo humano.
Há muito tempo se ouvia falar nas virtudes terapêuticas da erva. Na verdade, a sua história é quase tão antiga quanto a civilização: há seis mil anos, aparecem no mais antigo texto medicinal conhecido, o Pen Ts´oo Ching, chinês, sugestões de uso da planta. Ela era indicada para problemas como asma, cólicas menstruais e inflama-ções da pele. E assim foi até recentemente, afirma o bioquímico John Morgan, da Universidade da Cidade de Nova York. "Nos Estados Unidos, a asma, a dor e o estresse foram combatidos com chás e outros preparados de maconha (mas não cigarros) comercializados por grandes empresas, como Parke Davis, Eli Lilly e Squibb." O negócio acabou em 1937, quando a erva foi proibida nos EUA por lei federal.
Após a descoberta de Mechoulen, a indústria voltou a se empenhar e, logo no início dos anos 70, surgiram os primeiros remédios à base de THC sintético, cujo uso é autorizado, em casos especiais, na Europa e nos Estados Unidos. Dois deles são fabricados atualmente: o canadense Nabilone e o americano Marinol. Em forma de
cápsulas, eles ocuparam um mercado em crescimento: o dos pacientes de câncer e de Aids. É verdade que o THC também é benéfico em outros casos. Mas foi a gravidade dessas duas doenças que justificou a atenção dada à maconha como recurso terapêutico.
A canabis não cura o câncer ou a Aids. O que ela faz com eficiência é aliviar o sofrimento decorrente dessas doenças. A partir de 1975, os médicos perceberam que o THC ajudava a superar crises de náusea e vômitos provocadas pela quimioterapia, tratamento que busca controlar os tumores cancerígenos. O mal-estar que decorre da quimioterapia pode se tornar intolerável se não for controlado e há pacientes que não conseguem dar continuidade ao tratamento. Por isso, o uso da maconha pode ser decisivo. Daí que na mais abrangente pesquisa americana, feita pela Universidade Harvard em 1991, 70% dos cancerologistas perguntados responderam que recomendariam o uso da erva natural se esta fosse legalizada. Quase metade (40%) disse que o aconselhava, mesmo sendo ilegal. Nesse mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde reconheceu a maconha natural como medicamento.
No caso da Aids, o efeito mais importante é o de estimular o apetite. Pacientes de Aids perdem em média 4 quilos por mês e podem morrer de desnutrição. O desejo de comer vem com a ajuda do THC. Alguns recorrem às cápsulas e outros aos cigarros, que continuam proibidos na maioria dos países. E a ilegalidade da maconha natural - para fumar - é um problema, porque grande número de médicos acha que ela é bem mais eficiente que a sua irmã artificial.
Claro, isso não significa que ela seja indispensável. Mesmo porque há outros medicamentos disponíveis. Um exemplo, no caso do câncer, é a substância odonsetron, muito receitada. Em comparação, o Marinol tem eficiência apenas moderada, diz o oncologista brasileiro Sérgio Simon. Outro problema é que nem todos toleram os efeitos não medicinais do THC. São comuns os acessos de riso, moleza no corpo ou boca seca (veja infográfico na página 59).
Com tudo isso, quem resumiu bem a questão foi o professor de Farmacologia Roberto Frussa Filho, da Universidade Federal Paulista/Escola Paulista de Medicina. "A maconha funciona", disse ele à SUPER. "O que precisamos é avaliar se e quando vale a pena usá-la. Acho que pode se tornar uma opção para quem não aceita o tratamento convencional".
No decorrer dos anos 90 o estudo científico da maconha avançou muito, apesar de vários contratempos importantes. O maior deles foi criado pelo governo norte-americano na tentativa de dar mais força à campanha antidroga. Em 1992, por exemplo, os EUA cortaram um importante programa federal de pesquisas sobre o valor terapêutico da planta, tirando recursos valiosos dos cientistas. Também suspenderam as autorizações especiais para que alguns pacientes usassem cigarros, complicando o desenvolvimento das terapias.
As autorizações, até certo ponto, contornavam o problema da ilegalidade. Que são muitos, como lembra o brasileiro André Vilela Lomar, infectologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Ele explica a situação em que estão os pacientes de Aids que aceitam bem o cigarro de maconha como estimulante de apetite: "Apesar disso, não recomendo. Justamente porque a maconha é ilícita, não se pode ter controle sobre a sua procedência, saber se está misturada a um mato ou se contém algum fungo".
No Brasil, a questão da legalidade atinge até o Marinol (comercializado nos Estados Unidos desde 1985), que utiliza o THC sintético. De acordo com o farmacologista Elisaldo Carlini, secretário nacional da Vigilância Sanitária, está sendo avaliada pelo Ministério da Saúde a possibilidade de liberar o uso do remédio. Carlini fez o anúncio há cerca de três meses.
Mesmo com todos os obstáculos, esta década trouxe muitas novidades sobre a canabis. A mais sensacional foi a descoberta dos locais em que ela age, no cérebro. Isso é importante porque a planta contém cerca de sessenta substâncias, chamadas coletivamente de canabinóides. Elas são as responsáveis pelos efeitos da planta no corpo mas não se sabia exatamente como cada uma delas atua no organismo. Então, em 1991, descobriu-se que as células do cérebro têm uma substância, ainda sem nome, cuja função é reagir quimicamente com os canabinóides. Ou seja, é por meio dela que os canabinóides afetam o cérebro e, a partir daí, o resto do organismo. Substâncias desse tipo são denominadas "receptores" pelos cientistas.
A receptora dos canabinóides foi identificada em 1991 por duas equipes de cientistas nos Estados Unidos, uma da Universidade de Saint Louis e outra do Instituto Nacional de Saúde. Desde então, uma busca cuidadosa revelou quais são as regiões do cérebro mais ricas em receptores. O mapa dos receptores já revelou pistas interessantes. Ele mostra que os compostos da planta atuam em regiões cerebrais relacionadas com a memória, com os sentidos, com a capacidade de aprender e com os movimentos do corpo, inclusive a sensação de equílibrio. E a maconha realmente afeta a memória, os sentidos, o aprendizado e o equilíbrio.
Na prática, porém, ainda há muito o que conhecer. Os próprios efeitos da maconha ainda são incertos e podem ser contraditórios, como explica o farmacologista Isaltino Marcelo Conceição, do Instituto Butantã. "O THC é um depressor, mas quando a maconha é consumida em grupo costuma trazer euforia". De acordo com o farmacologista Frussa Filho, é difícil comprovar os efeitos porque os estudos clínicos - nos quais se acompanha de perto o comportamento de um usuário - ainda são muito poucos. Também atrapalha o fato de a maconha ser usada, freqüentemente, em combinação com o álcool e com o tabaco.
Por último, o entrave que parece ser o dilema decisivo atualmente: o da ilegalidade da droga. Como separar a maconha que pode curar daquela que está misturada às mazelas sociais do vício e do tráfico? Quando for possível dar uma resposta a essa questão, vai ficar mais fácil conhecer melhor as suas virtudes e os seus defeitos.
A canabis está conquistando uma fatia dos negócios convencionais. Plantada em fazendas especiais, autorizadas pelo governo de alguns países, ela se transformou em uma fonte surpreendente de matérias-primas, com as quais se produzem desde cosméticos até papel, roupas e alimentos. Um bom exemplo desses produtos vai estar nos seus próprios pés em breve. Depois de um ano de testes, a Adidas está lançando, em todo o mundo, um novo modelo de tênis para passeio. Trata-se do Chronic, que, na gíria americana, significa fumante de maconha.
Feito de cânhamo, a fibra que se encontra no caule e nos galhos mais robustos da planta de maconha, o Chronic tem um ínfimo teor de THC. "Estamos vendendo um conceito ecológico", diz Marta Maddalena, gerente de produto da Adidas do Brasil, que vai importar o calçado. "Essa fibra não passa por processos químicos, não danifica o meio ambiente e tem uma cara rústica. É como arroz integral."
A idéia, sem dúvida, é boa. O mundo inteiro anda atrás de mate-riais alternativos. Em 1993, a Inglaterra colheu sua primeira safra de canabis inteiramente legal, plantada em 30 locais do país. As fazendas são subsidiadas pelo Fundo Agrí-cola da Comunidade Européia. Foram 7 500 toneladas de cânhamo, aproveitadas, entre outras coisas, na produção de papel. Resultado: desde os tradicionais saquinhos de chá e até formulários da justiça britânica são hoje produzidos a partir do arbusto. A França também pediu e obteve apoio da Comunidade Européia baseando-se em argumentos econômicos e ecológicos para fazer papel. Afinal, a canabis rende quatro vezes mais do que o eucalipto, com a vantagem de ter menos lignina, substância nociva ao meio am-biente. Itália e Espanha também estão processando fibras para fazer papel do mesmo jeito.
Com muito mais motivo, os europeus passaram para os tecidos, cuja afinidade com o cânhamo vem de muitos séculos. No Egito dos faraós, ele era usado em cordas e velas de embarcações. No mundo moderno, ele está virando os hemp jeans (em inglês, hemp significa cânhamo). A fibra está sendo aproveitada ainda em pranchas de esquiar na neve, as snowboards. Na Suíça, a idéia foi transformar as folhas em xampus e cremes faciais. Tanto na Europa como nos Estados Unidos, se utilizam as sementes para obter prateleiras inteiras de supermercado: detergentes, fertilizantes, diversos óleos, molhos comestíveis e queijo vegetal.

As maiores virtudes e algumas promessas para o futuro

Veja as terapias em que se emprega o THC,
uma das cerca de 60 substâncias encontradas
na Cannabis sativa.

Menos sofrimento

Um dos meios de combater a proliferação das células doentes é um coquetel de drogas. Infelizmente, elas também ativam o que se chama de centro emético do cérebro, responsável por náuseas e vômitos, muitas vezes intoleráveis. O THC reduz o mal-estar.


Aids com apetite

A perda de peso entre os portadores do vírus HIV se
deve a diarréias e à ação de diversas toxinas, entre outras causas. É agravada pela falta de apetite. O THC traz de volta a vontade de comer, combatendo a fraqueza.



Controle dos movimentos

Talvez porque traz relaxamento muscular, o THC devolve o controle dos braços e das pernas às vítimas da esclerose múltipla, doença que ataca o cérebro ocasionando espasmos musculares involuntários.

Glaucoma sem pressão

O excesso de pressão causado pelo glaucoma sobre o globo ocular e torna essa doença a maior causa de cegueira em todo o mundo, inclusive no Brasil. O THC controla a ação dos líqüidos que correm na córnea, e na íris.

Asma controversa

A maconha causa a dilatação dos brônquios do pulmão e diminui a sufocação dos asmáticos. Mas a fumaça é prejudicial, inclusive porque contém nicotina (mais do que o tabaco).

Diminuição da dor

Foi descoberta uma substância da planta no início dos
anos 90, que é mais eficiente que a morfina no combate à dor. É importante porque a medicina, hoje, depende muito dos subprodutos do ópio (como a morfina). Esse efeito da canabis aparece em relatos chineses de mais de quatro mil anos.


Uma situação
polêmica nos
Estados Unidos

O debate é se a planta deve
ser liberada para uso médico.

Oposição
federal...

Em 1992, o governo federal suspendeu as autorizações especiais para o uso do cigarro e não admite que ele tenha valor médico. Só permite o uso controlado do THC sintético, que é a cópia de uma substância de mesmo nomeexistente na maconha.

... flexibilização regional...

Trinta e quatro dos 50 estados têm legislação que, mesmo acatando os princípios do governo nacional, suavizam as penalidades impostas aos usuários.


... e divisão entre os
médicos

Na mais abrangente pesquisa já feita entre cancerologistas, em 1991, 60% disseram não recomendar o uso ilegal da maconha e 40% disseram aconselhar. Se ela fosse permitida, 70% recomendariam.


Das cápsulas aos tabletes

Cápsula: o paciente de câncer toma uma antes da quimioterapia (administrada geralmente de 15 em 15 dias) e outra no dia seguinte. O de Aids toma uma, meia hora antes das refeições.

Cigarro: os pacientes fumam o quanto acham conveniente para controlar os sintomas, inclusive do glaucoma e da esclerose. Em qualquer caso, o efeito aparece entre 10 e 15 minutos depois de tragar e dura uma ou duas horas.

Supositórios e tabletes para mascar: podem ser alternativas mais eficientes do que a cápsula ou mais aceitáveis do que o cigarro. O supositório, por exemplo, parece ter ação bastante rápida..


A sensibidade do usuário
fica alterada

Embora os relatos ainda sejam contraditórios, já há efeitos comprovados.

Relaxamento e risos

É comum uma sensação de bem-estar, às vezes com acessos de euforia e de riso incontrolável. Também se sente relaxamento muscular e sonolência. Diminui a capacidade de seguir objetos em movimento.


Cabeça leve demais

O usuário ganha uma hipersensibilidade, mas perde a noção de tempo e tem falhas de memória. Mais de quatro cigarros podem levar a alucinações, provocar confusão mental, apatia e indolência.


Dilatação das pupilas e boca seca

São efeitos comuns, assim como um pouco de taquicardia. Estudos mostram ainda queda da taxa de açúcar no sangue, da quantidade do hormônio testosterona e de espermatozóides.


Limite da intoxicação

Estimado em 1, 875 grama, equivale a fumar centenas de cigarros de uma vez. Um cigarro tem de 500 miligramas a 1 grama de maconha, mas quase tudo se perde antes de chegar ao cérebro. No final, o consumo não passa de 2,5 milésimos de grama.


Vício e overdose

A dependência psíquica faz o usuário sentir uma pequena vontade de tomar a droga. A dependência física faz com que ficar sem fumar provoque irritação, insônia ou perda de apetite. Não há caso comprovado de overdose

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quinta-feira, 29 de maio de 2014

China diz que veículo de exploração lunar funciona, mas enfraquecido


China diz que veículo de exploração lunar funciona, mas enfraquecido


Veículo teleguiado 'Coelho de Jade' (em cima) e módulo de pouso da sonda Chang'e-3 (embaixo) tiram fotos mútuas na superfície da Lua. (Foto: AFP Photo/CCTV)

China lançou seu primeiro veículo de exploração lunar em 1º de dezembro.
Rodas e painéis solares projetados para aquecê-lo não funcionam mais.

O veículo lunar chinês chamado Yutu, ou Coelho de Jade, está ligado e funcional, disse a mídia estatal da China nesta quarta-feira (28), mas problemas técnicos e as noites extemamente frias na lua têm "enfraquecido consideravelmente" sua capacidade operacional.

O Yutu, nomeado em homenagem a uma tradicional deusa da lua na mitologia chinesa, pousou na superfície lunar em dezembro, causando grande comoção nacional. O veículo, que começou a apresentar "anormalidades de controle mecânico" no fim de janeiro, está em missão para conduzir pesquisas geológicas e busca de recursos naturais.
O veículo lunar ainda é capaz de enviar dados de volta à Terra, usando para isso a sonda Chang'e 3 com a qual pousou, disse o vice-chefe do programa lunar chinês, segundo a agência de notícias oficial Xinhua.

Mas as rodas do veículo e o painel solar projetado para aquecê-lo durante as congelantes noites lunares já não funcionam mais, disse Li. A funcionalidade do equipamento decai progressivamente "a cada noite lunar", disse Li.
A China tem avançado em seu programa espacial com propósitos militares, comerciais e científicos, mas ainda corre atrás para alcançar as potências espaciais, os Estados Unidos e a Rússia.

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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Ascensão e queda de uma utopia verde - Biosfera 2

ASCENSÃO E QUEDA DE UMA UTOPIA VERDE - Biosfera 2



Em 1991, oito pessoas e 3 800 espécies de plantas e animais foram trancados dentro de uma redoma de 12 600 metros quadrados, no Arizona, Estados Unidos. Objetivo: criar o modelo de uma colônia humana auto-suficiente, capaz de sobreviver em outros planetas. Deu tudo errado. Foi um vexame. Agora, refeitos, os cientistas definiram um programa diferente. Vai começar de novo.



Em pleno deserto, perto de Tucson, a Biosfera 2 foi construída como uma réplica da Biosfera 1, ou seja, o planeta Terra, com cinco de seus ecossistemas em miniatura: deserto, oceano, floresta tropical, savana e pântano. Para habitá-la foi escolhida uma equipe que viveria isolada do mundo durante dois anos. Comeriam o que plantassem. Reciclariam a água, os dejetos e até o ar. Nada entraria e nada sairia. O isolamento era a base do ideal de auto-sustentação que seria transplantado para Marte, se desse certo.
O mundo inteiro foi informado da experiência com estardalhaço. A revista Discover comparou-a, simplesmente, à conquista da Lua. Era um grande acontecimento. Mas só na teoria. Por trás do marketing e da publicidade de um investimento de 150 milhões de dólares em experiência científica, tudo deu errado. E, para esconder os fracassos, vieram as fraudes.
De saída, a concentração de gás carbônico na atmosfera fechada tornou-se tão alta que foi preciso removê-lo. Só que isso foi feito clandestinamente, sem contar para ninguém. Além disso, por baixo do pano, injetaram ar fresco na redoma. Depois, falharam as colheitas. Houve fome. Uma tripulante que saiu para tratamento médico voltou trazendo contrabando: a bolsa cheia de comida. No final dos dois anos, a tripulacão deixou a redoma, magra, pálida, faminta e desacreditada. A Biosfera ganhou, então, um apelido em inglês: Lieosfera - Esfera de Mentiras.
Apesar do escândalo, o bilionário texano Edward Bass, proprietário da empresa Space Biosphere Ventures, que montou a Biosfera 2, resolveu dar a volta por cima e recomeçar. Fez um convênio com cientistas das universidades de Columbia e Harvard para criar um novo programa. Desistiu da colônia espacial. Decidiu fincar os pés no chão e aproveitar o laboratório ecológico para estudar o funcionamento dos ecossistemas a fundo. A Biofera, afinal, é um simulador ambiental sem precedentes. Em uma estrutura fantástica projetada por delírio, surge, agora, uma chance de sucesso.
"Finalmente eles estão contratando as melhores inteligências do campo para operar a Biosfera 2 como um laboratório de pesquisa, não como piada New Age", diz David Stumpf, cientista da Universidade do Arizona que abandonou o projeto antes dele começar para valer. Dezoito cientistas das melhores universidades dos Estados Unidos, como Yale, Stanford e Berkeley, participam da nova fa- se, entre eles o geoquímico Wallace Broecker, do Laboratório Lamont- Doherty, reconhecido como uma das maiores autoridades nas interrelações dos ciclos do ar, rochas, água e seres vivos, e Michael McElroy, diretor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Harvard. O novo Diretor Científico é Bruno Marino, um biogeoquímico que trocou Harvard pela Biosfera 2.
"Estamos começando do zero", afirma Marino. "Nada de científico foi feito aqui nos estágios iniciais". Para ele, a Biosfera 2 nem deveria ter esse nome, já que é muito diferente da Terra. "A Biosfera 2 não é de modo algum análoga à Terra. É um meio sintético de um monte de coisas: concreto, vidro, aço e plantas em grandes caixas. Mas partindo disso, podemos entender que alguns dos processos que ocorrem em seu interior são semelhantes aos que ocorrem no exterior". O objetivo é, até o final deste ano, decifrar a redoma, ou seja, entender o que há dentro dela e como funciona, para, a partir daí, produzir cenários que permitam entender o funcionamento da Terra no presente e futuro.
Para dar início às experiências da nova fase, muita coisa foi removida da Biosfera 2. O ar foi trocado para voltar a ficar parecido com o ar exterior. Mais de 700 000 litros do reservatório de água foram substituídos. Quase 90 metros cúbicos de material orgânico foram removidos. Duzentos barris com 200 litros de gás carbônico cada um, na forma de carbonato de cálcio, foram retirados. Doze toneladas de terra inutilizáveis para agricultura foram trocadas. Para começar de novo foi preciso uma limpeza total.
Novos grupos de trabalho estudam práticas de agricultura auto-sustentáveis e o funcionamento do oceano. Além disso, eles irão medir as concentrações e flutuações de gases, como dióxido de carbono e óxido de nitrogênio, analisar solos e fazer inventários de populações de plantas, animais e micro-organismos. O projeto pode dar grande contribuição para o estudo do aquecimento global: ele poderá testar como se dá a concentração de gás carbônico na redoma e analisar, na prática, seu efeito no crescimento das plantas e na distribuição de outros gases.
Não se fala mais em isolar gente dentro da estrutura, pelo menos por enquanto, pois se concluiu que isso não teria grande validade científica. "Estamos estudando, primeiro, qual é o verdadeiro valor científico da Biosfera 2; o que podemos fazer aqui que não se pode fazer em nenhum outro lugar", explica Marino. São 33 milhões de dados, gerados anualmente, obtidos de 1 600 sensores instalados na redoma e amostras de ar e água colhidas diariamente. Pa-ra processá-los criou-se um programa especial de computador, o B2LIS (Biosphere 2 Laboratory of Information Systems), que organiza resultados de laboratório marcando a trajetória dos elementos químicos.
Para Marino, a característica singular da Biosfera 2 é que ela é grande o suficiente para ter interações ecológicas parecidas com as que ocorrem no exterior, mas pequena o bastante para permitir monitoramento. Esse é o seu verdadeiro trunfo. Sistemas complexos, como os ecossistemas da redoma, são de enorme complexidade e a ciência está longe de entendê-los. Fechados e reduzidos em escala, mas reais, podem fornecer respostas e informações que os sistemas abertos naturais escondem.
Havia uma aura mística sobre a Biosfera 2. Os líderes carismáticos do projeto, o poeta e dramaturgo John Allen, Diretor Científico, e a Diretora Executiva, Margaret Augustine, faziam parte de um culto que preparava sobreviventes para o day after de um holocausto nuclear iminente. Allen e Augustine conceberam a idéia e encontraram em Ed Bass um patrocinador politicamente correto. Sob eles, duas tripulações moraram na esfera: uma de setembro de 1991 a setembro de 1993, e outra de março a setembro de 1994. Era o embrião da expansão humana no espaço. O que poderia ser mais transcendental?
Só que a realidade não ajudou. Antes mesmo de a redoma ser fechada, a concentração de carbono no ar, nos testes, foi tanta que um reator químico foi instalado para absorver o gás e depurar a atmosfera. Mas foi instalado sigilosamente, escondido no meio do ecossistema da floresta tropical. Na época, talvez a decisão fosse mais uma precaução do que uma fraude propriamente dita. Mas para o público e à imprensa, os diretores reiteravam que o equilíbrio da redoma seria natural.
Não foi. Os cientistas Jeff Severinghaus e Wallace Broecker, do laboratório Lamont-Doherty, diagnosticaram que a culpa era do solo, que possuía cinco vezes mais adubo do que solos comuns. Adequado para o plantio, esse chão induzia, no entanto, à proliferação de bactérias que, ao se alimentarem, consumiam oxigênio e liberavam gás carbônico. Além disso, o gás se acumulava, porque o concreto das paredes o absorvia, e, enquanto isso, o oxigênio diminuía: o ar da Biosfera 2 ficou com apenas 14% de oxigênio contra os 21% da atmosfera natural. Por isso, em dezembro de 1991, depois que um vazamento acarretou uma perda de 10% de ar, 168 000 metros cúbicos de ar fresco foram injetados. Mas a operação tampouco foi anunciada à imprensa. Foi uma vergonha, quando descobriram.
Falharam também as colheitas, bem aquém do esperado, e faltou comida. "Nós estávamos famintos", conta Linda Leigh, uma dos integrantes da equipe, até hoje no projeto: "A geladeira teve que ser trancada a chave". Houve vá- rias brigas entre a tripulação e o motivo principal foi comida. "Nos dividimos entre os que achavam que a comida podia ser trazida de fora e os que achavam que não. O fato é que estávamos tão famintos e cansados, tendo que cultivar o possível e manter a estrutura da Biosfera funcionando, que não tínhamos tempo para cuidar das pesquisas científicas". Quando o primeiro período de dois anos foi encerrado, cada um dos membros da tripulação havia perdido, em média, 11 quilos. Houve, ainda, muita especulação sobre a vida sexual da equipe. Mas eles souberam resguardar sua privacidade, exemplarmente. Nada transpirou.
Os ecossistemas da Biosfera 2 acabaram se modificando. O deserto se transformou num matagal de arbustos. Ficou parecido com uma caatinga brasileira. Até hoje, não se sabe quantas das 3 800 espécies sobreviveram, mas duas se deram excessivamente bem: baratas e formigas invadiram tudo, dos quartos à cozinha. Viraram praga.
Em fevereiro de 1993, o Conselho Científico da Biosfera 2 renunciou. Os cientistas serviam de enfeite e as decisões importantes eram tomadas sem que fossem consultados. Pressionado pelos escândalos, em 1994, Bass, o dono, entrou na justiça com uma ação dissolvendo a Space Biosphere Ventures. Em depoimentos, admitiu que o projeto necessitava de investimentos para dar lucro e acusou seus diretores de irracionais. Allen ficou inconformado. No dia 1º de abril, a Polícia Federal foi chamada à Biosfera para garantir a destituição da diretoria determinada por Bass. No dia 4, dois membros da primeira tripulação abriram as portas seladas e quebraram painéis de vidro, em protesto. Foram presos e libertados com o pagamento de fiança. A diretora Margaret Augustine entrou com um processo contra Bass alegando calúnia, quebra de contrato e assédio sexual e exigiu o pagamento de 40 milhões de dólares. O projeto era só vexame. A 13 dólares por cabeça, multidões vinham olhar a tripulação e fazer o tour externo da redoma. Parecia um parque de diversões.
Não faltaram cenas de autoritarismo explícito. O nutricionista Roy Walford, único cientista da primeira tripulacão da Biosfera 2, acusou Allen e Augustine de liderarem uma organização militarista, hierárquica e autoritária, pouco afinada com Ciência. "John e Margret tentavam dirigir tudo, inclusive nossas vidas". Enfim, tudo pela causa.

Do paraíso ao pingue-pongue mecânico

Isolamento e exclusão do mundo sustentam o ideal da comunidade perfeita desde que Thomas Morus inventou o termo utopia, em 1516, no livro do mesmo nome. Morus imaginou uma cidade-estado governada pela razão, isolada em uma ilha. Criou o termo utopia com as palavras gregas ou (não) e topos (lugar). Utopia significa "não-lugar", um lugar inexistente. O livro, aliás, propõe o abrandamento da maldade humana, não sua cura, pois o autor acredita que a natureza humana é mesmo falha. Inclusive na sua ilha imaginária.
Depois desse livro, floresceram muitas utopias literárias. Durante quatro séculos, vários grupos tentaram criar colônias-modelo preservadas do contágio mundano, seja sob inspiração cristã, como as comunidades quaker e amish dos Estados Unidos, seja de inspiração anarquista, socialista ou comunista. Muitas vezes, o isolamento reforçou o dogmatismo, como na rígida doutrina do socialismo em um só país, pela qual Stalin tentou implantar, entre 1929 e 1953, uma sociedade socialista na URSS, apesar do resto do
mundo ser capitalista. Mas poucos teóricos levaram o ideal do isolamento tão longe quanto o psicólogo norte-americano Frederick Skinner (1904-1990), que inventou a incubadeira mecânica para bebês - fechada, a prova de som, com ar condicionado e livre de germes. Skinner internou a própria filha na redoma pediátrica. Em 1948, no livro Walden Two pregou o condicionamento psicológico para modelar a comunidade ideal. Passou a inventar máquinas para treinamento de animais e tornou-se advogado do adestramento humano mecânico. Finalmente, conseguiu a proeza de ensinar pombos a jogar pingue-pongue. Tudo pela causa.

Crônica de um fracasso

Fervor utópico escondeu fraudes até o acúmulo de fracassos enterrar a credibilidade do projeto.

Os eleitos
Em setembro de 1992, a tripulação posou sorridente no primeiro aniversário na redoma.
Na saída, em setembro de 1993, tinham perdido 15% do peso, em média; cerca de 11 quilos cada um.

Badalação New Age
A Biosfera foi inaugurada em setembro de 1991, em noite de gala. Seu criador, o poeta e dramaturgo John Allen, temia o day after de um holocausto nuclear. Queria criar colônias humanas auto-suficientes capazes de povoar outros planetas.

Panorama desolado
A morte de muitas plantações deixou os canteiros com um aspecto desolado. A proximidade dos ecossistemas provocou migrações de espécies de um para o outro: o deserto virou um matagal de arbusto.

Anatomia de uma fraude científica
Para corrigir a poluição causada pela proliferação de bactérias nas terras adubadas, que consumiu o oxigênio e aumentou o gás carbônico na atmosfera da redoma, tentou-se de tudo, por baixo do pano.

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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Houston, temos um problema aqui - Apolo 13


HOUSTON, TEMOS UM PROBLEMA AQUI - Apolo 13



Há vinte e cinco anos, essa frase marcou um dos mais dramáticos momentos da história da exploração espacial. Ela vinha da nave Apolo 13, avariada próxima à Lua, com três astronautas a bordo. A mensagem era endereçada ao centro de operações da Nasa, em Houston, nos Estados Unidos. Foi o início da heróica missão de trazer a nave de volta a Terra. A história é contada agora no filme Apollo 13, que estréia este mês com Tom Hanks no papel principal.


Diz a superstição que o número treze traz má sorte. Mas a Nasa, agência espacial do governo americano, não tinha escolha. A nave seguinte à Apolo 12 só poderia mesmo se chamar Apolo 13. Não seria razoável esperar um sinal de superstição por parte daqueles que apenas nove meses antes, em 20 de julho de 1969, haviam levado o homem à Lua, dando "um gigantesco passo para a humanidade", na frase famosa do astronauta Neil Armstrong, o comandante da Apolo 11.
Assim, a Nasa lançou a sua nave número treze, a terceira programada para pousar no satélite da Terra. Colocada na ponta do foguete Saturno 5, de 110 metros de altura (o tamanho de um prédio de 35 andares), ela partiu às 13h13min13s do dia 11 de abril de 1970, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. O número 13 aparecia ainda em dezenas de lugares no cronograma da missão, como nos horários de refeição e de descanso.
Foi um corajoso desafio ao número do azar. Mas não deu sorte. A missão foi cheia de imprevistos, como o afastamento de um astronauta um dia antes da decolagem e um incêndio durante os testes de abastecimento do Saturno 5. Por fim, houve a explosão que destruiu peças importantes e impediu o pouso na Lua, colocando em risco a volta dos seus três tripulantes à Terra. A saga dos náufragos do espaço que sobreviveram e voltaram para casa reacendeu o interesse pelo projeto Apolo. O mundo todo ficou em suspense.
Os problemas da Apolo 13 começaram ainda em Terra. Um dia antes da decolagem, uma suspeita de rubéola tirou da equipe o piloto Ken Mattingly. Às pressas, Jack Swigert foi chamado para o seu lugar e completou a tripulação ao lado de Fred Haise, o outro piloto, e do veterano Jim Lovell, comandante da missão.
Mas a dor de cabeça que se mostraria decisiva foi um dos dois tanques de oxigênio da nave. Durante os testes, o gás liquefeito não saía do tanque na quantidade devida. Os técnicos consideraram que a falha não se repetiria no espaço e, em princípio, tinham razão: um ou outro defeito é mera rotina. Do ponto de vista dos técnicos da Nasa, na verdade, tudo corria muito bem. Tanto que, nos primeiros momentos do vôo, mandavam mensagens brincalhonas à Apolo, reclamando de tédio.
Na noite de 13 de abril, às 21h08 (hora de Houston), o tédio acabou. O tanque de oxigênio explodiu e mandou para o espaço um lado inteiro do módulo de serviço, com cerca de quatro metros de comprimento. O motivo é que, entre os testes e o lançamento, os construtores aumentaram a voltagem do aquecedor elétrico que forçava o oxigênio a sair do reservatório. Com isso, a temperatura passou largamente dos 25,5°C previstos, chegando a mais de 500°C, porque o controle automático também pifou, e o oxigênio expandiu-se até explodir o tanque.
A 330 000 quilômetros da Terra, as luzes de alarme se acenderam. Foi quando Jack Swigert, e não Lovell, que muitos consideram o autor da frase, disse: "Houston, estamos com um problema aqui". Num primeiro momento, os astronautas não perceberam a gravidade do caso: no vácuo o som não se propaga e eles ouviram a explosão como se fosse apenas a batida de uma porta. Até que Jim Lovell olhou por uma janela e falou: "Alguma coisa está vazando... É algum tipo de gás". Era oxigênio. Que não servia apenas para respirar: misturado com hidrogênio, gerava eletricidade. Também gerava água para beber e para a refrigeração. A decisão era inevitável e frustrante: a missão estava acabada. Restava outra missão, muito mais difícil e inédita: fazer a nave avariada voltar para a Terra e salvar os astronautas.
Para os náufragos do espaço, a única chance de sobrevivência era buscar refúgio no "bote salva-vidas", o módulo lunar. Lovell, Haise e Swigert desligaram os equipamentos e saíram do módulo de comando Odissey. Depois deveriam voltar, pois só o Odissey era reforçado o bastante para agüentar a reentrada na atmosfera terrestre. Por isso, as suas baterias de emergência, suficientes para os momentos finais do regresso, foram poupadas.
O módulo lunar da Apolo 13 (conhecido como Aquarius) tinha oxigênio em quantidade suficiente para os três. Mas a energia elétrica e a água haviam sido planejadas para duas pessoas e teriam que ser economizadas. Cortou-se, assim, o suprimento diário de água para menos de um copo por pessoa e a temperatura interna da nave foi reduzida para perto de 4°C.
A falta de oxigênio havia sido reparada, mas a respiração continuava a preocupar: os homens poderiam morrer sufocados pelo próprio gás carbônico que expeliam dos pulmões. O módulo tinha sido planejado para duas pessoas, não três, e os filtros do Aquarius não davam conta do recado. A saída era aproveitar os do Odissey, mas eles precisavam ser adaptados. Isso foi feito com o que se tinha à mão: fitas adesivas, papelão e sacos plásticos, que serviram para confecionar um objeto apelidado de "caixa de correio": um filtro improvisado. Depois disso, começaram a pensar no obstáculo mais difícil: como voltar.
Inverter o movimento da nave com a força dos jatos para colocá-la na direção da Terra era inviável. O combustível não era suficiente. A alternativa era colocar a nave numa trajetória de retorno livre. Quer dizer: a Apolo daria uma volta na Lua e entraria numa órbita que a levaria à Terra. Houston decidiu que os foguetes do Aquarius seriam usados para a impulsão. Para executar essa manobra, normalmente, os astronautas checam a posição de estrelas. Mas, desde a explosão, a visão das estrelas estava impossibilitada pelos detritos que saíam da nave. Houston sugeriu usar uma estrela que não poderia deixar de ser vista: o Sol.
Às três horas do dia 14, Lovell levou a nave à posição certa, descoberta por Haise com o auxílio de filtros para não ser cegado pelo Sol. A Apolo 13 já estava no caminho de volta. Três dias depois caíam no Oceano Pacífico, próximo a ilha de Samoa, a seis quilômetros do porta-aviões americano Iwo Jima. Salvos.

A mais azarada das missões

1 - Decolagem
Poucas pessoas estavam no Centro Espacial Kennedy, no dia 11 de abril de 1970, quando a Apolo 13 decolou, às 13h13m13s.

2 - O estrago
Os astronautas tiraram a foto ao lado logo após soltarem o módulo de serviço. Só aí perceberam o tamanho do estrago.

3 - Caixa de correio
Swigert (à esq.) e Haise montam o dispositivo que evitou que a tripulação não morresse sufocada - apelidado "caixa de correio".

4 - Tão perto e tão longe
Essa excelente vista da cratera Tsiolkovsky foi fotografada no momento em que a Apollo 13 dava a volta na Lua, enquanto tentava voltar à Terra.

5 - O resgate
Após terem viajado mais de 700 000 quilômetros, os astronautas voltaram à Terra, pousando no Oceano Pacífico, próximos à ilha de Samoa, onde foram resgatados.

6 - Volta ao lar
Haise, Lovell e Swigert subiram à bordo do USS Iwo Jima ao som de Aquarius, música do filme Hair, tocada pela banda do porta-aviões.

John (Jack) Swigert Junior

Com 38 anos na época, Swigert era o único solteiro. Namorador inveterado, ex-piloto da força aérea, ele substituiu Ken Mattingly como responsável pelo módulo de comando, um dia antes da decolagem. Morreu em 1982.

Fred Wallace Haise Junior

Nenhum oficial da Nasa entendia tanto de módulos lunares como Haise. Nascido em 1933, tinha passado mais de um ano em testes na empresa Grumman, fabricante do módulo lunar Aquarius. Ajudou a testar o ônibus espacial na década de 80.

James Arthur Lovell Junior

Nascido em 1928, Lovell já havia voado na Gemini 7, Gemini 12 e Apolo 8 (de 1968). Esse último vôo, o primeiro tripulado em torno da Lua, serviu como preparação para a Apolo 11, que desceu no satélite um ano depois.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

O perigo é uma carga pesada - Estradas Brasileiras

O PERIGO É UMA CARGA PESADA - Estradas Brasileiras



Erros de governos passados, falhas humanas, pistas ruins, caminhões de muitas toneladas. Entenda por que as estradas brasileiras são cenários de tragédias diárias.


Existe uma guerra no asfalto. Às vezes, o maior sai amassado, mas quem perde é o menor. Perde e morre. Todo mundo sabe disso. Aqui, você vai entender um pouco melhor as razões das tragédias que acontecem diariamente nas rodovias brasileiras. São razões históricas, mecânicas e até humanas. Antes, porém, vamos aos números que comprovam o que todos sabem: no asfalto, o caminhão mata.
Um levantamento, feito especialmente para a nos pela Polícia Rodoviária Federal, revelou que os caminhões estiveram envolvidos em 60% de todas as mortes ocorridas no trecho paulista da Rodovia Fernão Dias (São Paulo - Belo Horizonte), em 1994. É uma apuração inédita em meio à falta de dados seguros a respeito do envolvimento desses bólidos pesados nas trombadas fatais. Levantar com rigor a responsabilidade dos veículos de transporte no front rodoviário é uma tarefa tão difícil quanto viajar por ele. Mas o superintendente da Polícia Rodoviária Federal em São Paulo, Joaldo Bispo de Souza, confirma a representatividade da amostra apurada para nos: "Em 60 a 70% dos acidentes registrados, há alguma responsabilidade dos caminhões", ele garante.
Só nas estradas federais brasileiras morreram, no ano passado, 6 759 pessoas. Numa delas, a Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre São Paulo e Curitiba, rodam 24 000 caminhões por dia. Há horários em que os peso pesados são bem mais numerosos nas estradas do que os automóveis. Em parte é por isso que, embora representem apenas 7% da frota nacional de veículos, a sua participação nos acidentes fatais seja tão alta como a comprovada pela nos na rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte.
"Em 80% dos desastres com mais de um veículo há participação de caminhões", avalia o capitão Sérgio da Silva, do Comando de Policiamento Rodoviário paulista. O problema é que uma batida dessas costuma ser muito mais grave do que uma colisão entre dois carros. É claro que se pode morrer até mesmo sem bater em nada. Por exemplo, ao capotar. Mas, é bom saber: se uma carreta de 25 toneladas vai, a 100 quilômetros por hora, de encontro a um Fusca estacionado, o impacto será equivalente a 2 500 toneladas. Não importa de quem é a culpa; mais uma vez, a tragédia irá marcar o asfalto.
O fato é que ao transportarem 70% de toda a carga do país os caminhões deixam um rastro sangrento. Além do mais, são pouco econômicos. A razão de entupirem nossas estradas está em decisões de governo, tomadas há algumas décadas. Enquanto nações mais desenvolvidas priorizaram outros meios de transporte por um motivo eloqüente - entre todos, o rodoviário é o mais caro -, a opção pela rodovia firmou-se por aqui. Isso começou a acontecer com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Na década de 40, o Brasil ainda contava com 38 000 quilômetros de ferrovias. Hoje, a extensão das linhas férreas é de apenas 30 214 quilômetros.
As ferrovias encolheram e as rodovias esticaram. Os 185 000 quilômetros de estradas que o país tinha nos anos 40 cresceram para l,6 milhão de quilômetros (embora, destes, apenas 148 243 quilômetros estejam pavimentados). É por essa teia esburacada, pouco policiada e extremamente caótica que transita grande parte de toda a produção brasileira. O negócio dos transportes gira 30 bilhões de dólares por ano.
Além disso, há o fator humano. Na boléia, vão motoristas que, em sua maioria, trabalham mais de dez horas por dia, sem folga semanal. Para agüentar, 33% levam uma televisão na cabine - ou seja, dividem a atenção entre a TV, as curvas e as ultrapassagens. Pilotam naves em condições precárias, quase todas com freios e faróis desregulados, folga no volante e problemas na suspensão.
Se, descontados os fatores objetivos como buracos, sinalização falha e más condições dos veículos, ocorrer um acidente com morte por erro humano, é pouco provável que o motorista venha a responder criminalmente pelos danos. O Código Penal antiquado (foi aprovado em 1940), a morosidade da Justiça e as deficiências no registro das ocorrências trabalham a favor da impunidade. "Apenas 1% dos crimes de trânsito resultam em sentenças irrecorríveis no Brasil", conta o juiz Octávio César Valeixo, que por dez anos foi o titular da 1a. Vara de Delitos de Trânsito de Curitiba. Inconformado com a impunidade, ele não contém a ironia: "O Brasil está enfrentando a criminalidade turbinada com instrumentos legais do tempo da charrete". O país mudou, charrete quase não se encontra mais, mas os governos que se seguiram ao do presidente Washington Luís (1926-1930) mantiveram sua crença de que "governar é abrir estradas". É uma crença maldita. Com mais trens, mais barcos, mais aviões e menos jamantas, o país pouparia, todos os anos, milhares de vidas.

Máquinas Mortíferas

Os problemas de 122 caminhões vistoriados em 1993 na Rodovia Presidente Dutra:

Faróis desregulados: 69,3%
Lâmpada de lanterna queimada: 62,8%
Espelhos retrovisores com vibração: 42,3%
Problemas de suspensão: 86,2%
Folga no volante: 68,7%
Pneus com pouca pressão 68,8%
Problemas de freio: 97,5%
Pneus em mau estado: 16,7%

Fonte: Instituto Nacional de Segurança no Trânsito


Um país sobre rodas de borracha

A distribuição do transporte de carga no Brasil
e em outros países em 1992 (%)
País Hidroviário Ferroviário Rodoviário
Brasil 2 28 70
EUA 25 50 25
França 17 55 28
Canadá 35 52 13
Paraguai 49 4 47

Fonte: Ministério dos Transportes/Confederação Nacional dos Transportes

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

O dia D das Tartarugas - Biologia


O DIA D DAS TARTARUGAS - Biologia



Como as tropas aliadas, que há 50 anos invadiram as praias da França para derrotar os nazistas e dar um fim à Segunda Guerra Mundial, milhares de tartarugas olivares tomam de assalto quatro praias do mundo (três na América e uma na Índia). Elas estão retornando ao local onde nasceram dez anos antes. É a misteriosa arribada.



Um distraído banhista que estivesse aproveitando o início de verão na praia de Oastional (na Costa Rica), à beira do Pacífico, certamente ficaria assustado. Dezenas de milhares de tartarugas, num movimento sincronizado, começam a invadir a praia para a desova. É a arribada, fenômeno que dura no máximo seis dias por ano e que ainda não encontrou explicação. "Por que tantas ao mesmo tempo?", perguntaria o surpreso cidadão, repetindo a mesma dúvida de diversos cientistas.
Um deles, Jorgue Ballestero, da Universidade da Costa Rica, está analisando o DNA das tartarugas olivares para saber se esta espécie produz feromônio, uma substância que alguns insetos liberam como mecanismo de comunicação. Mas o cientista não descarta a possibilidade de elas se guiarem por um tipo de sonar ou até mesmo pelo olfato para chegarem ao mesmo tempo no local de desova. O mais impressionante, é que pesquisas com espécimes marcados indicam que, após percorrerem até 4500 quilômetros, elas regressam, uma década mais tarde, exatamente à praia em que nasceram.
Enquanto milhares de fêmeas desovam, os machos concentram-se na orla aguardando o retorno. Assim que as fêmeas entram na água, são agarradas para uma exaustiva cópula, que pode durar até três horas. Os espermatozóides desta espécie são dotados de extraordinária vitalidade, conservando-se vivos dentro da fêmea durante meses. Eles fecundarão os óvulos da próxima arribada.

O mistério de quatro praias

As tartarugas olivares distribuem-se ao longo da faixa equatorial e também desovam na costa brasileira. Mas por aqui não se observa o movimento coletivo conhecido como arribada, que ocorre na Costa Rica, Nicarágua, México e Índia. No Brasil, elas chegam em pequenos grupos ou mesmo sozinhas

A menor das marinhas

A Lepidochelys olivacea é a menor das tartarugas marinhas. Atinge, no máximo, 70 centímetros. Segundo Guy Marcovaldi, do Projeto Tamar (organização que defende as tartarugas marinhas), seu ciclo de vida é semelhante ao do homem: o período reprodutivo vai dos 15 aos 50 anos e ela vive até 80 anos. Bem alimentada, faz uma desova por ano. A incubação demora de 45 a 60 dias.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Genocídio Instantâneo - 50 anos de Bomba Atômica

GENOCÍDIO INSTANTÂNEO - 50 Anos de Bomba Atômica



O monumento de granito marca o lugar da primeira explosão nuclear produzida pelo homem. Foi às 5h29min45s do dia 16 de julho de 1945, em Alamogordo, Estados Unidos. Ele representa um grande feito científico, mas também é o simbolo de uma vergonha: o uso do conhecimento para construir uma superarma que, menos de um mês depois, dizimou a população civil das cidades deHiroshima e Nagasaki, no Japão.


A primeira explosão nuclear da História aconteceu em silêncio, na madrugada chuvosa do dia 16 de julho de 1945, numa àrea de testes de bombardeios do exército americano, em Alamogordo, Novo México. Uma luz dura, vinte vezes mais brilhante que a do Sol, acendeu a noite e fez o céu, o deserto e as montanhas próximas ficarem brancos como papel. Apesar da hora, milhares de pessoas, em cinco Estados vizinhos, viram o flash sem ter idéia do que estava acontecendo. Não se ouviu o som.
Muito mais lento do que a luz, o som veio muitos segundos depois. Um estalo seco como um tiro, seguido de um trovão. E uma imensa bola de fogo, com 2 000 metros de diâmetro, levantou-se de repente. Mudando de amarelo para laranja e depois para vermelho, a bola em poucos minutos alcançou 15 quilômetros de altura.
Numa reação automática, manifestou-se o gênio do físico italiano Enrico Fermi (1901 - 1954). Ele calculou quase a olho a energia da detonação: deixando cair pequenos pedaços de papel, quando a onda de choque passou pela casamata em que estava escondido, mediu a distância a que os papéis foram lançados e estimou o poder da energia liberada em pelo menos 10 quilotons. O equivalente a 10 000 toneladas de dinamite. Uma conta excelente, naquelas circunstâncias: o número preciso, como se verificou mais tarde, era de 18 quilotons. De longe, a maior quantidade de energia já produzida de um só golpe pelo homem.
Foi um instânte de imenso urgulho e alegria. Os cientistas, técnicos, militares e políticos reunidos em Alamogordo pularam, gritaram e se abraçaram na lama que a chuva tinha deixado por toda parte. A montagem final da bomba, a partir do segundo semestre de 1944, e o teste em julho de 1945 tinham sido apenas as últimas etapas de uma longa corrida contra o tempo.
Nos três anos anteriores, centenas de milhares de americanos tiveram que ser mobilizados, de engenheiros a trabalhadores da construção civil. Acima de tudo, exigiu-se a colaboração disciplinada de dezenas de físicos, químicos e matemáticos. Um time de cérebros que contava com dez ganhadores do Prêmio Nobel. Sete já haviam sido premiados: o italiano Fermi, o dinamarquês Niels Bohr (1885 - 1962), o alemão Otto Hahn (1879 - 1968) e os americanos Arthur Compton (1901 - 1958) e Harold Urey (1893 - 1981). Três eram futuros escolhidos: o alemão Hans Bethe (1906 - ), o húngaro Eugene Wigner (1902 - 1995) e o americano Richard Feynman (1918 - 1988). Além deles, outros figuravam entre os melhores cientistas da época, como o húngaro John von Neumann (1903 - 1957), um dos maiores matemáticos do século, e o próprio chefe cientifíco do projeto, o americano Julius Robert Oppenheimer (1904 - 1967).
O time aceitou trabalhar voluntariamente, num regime de disciplina militar. Em Alamogordo, uma região seca e arenosa, habitat de escorpiões e cobras, quase deserta de gente, ficava apenas uma parte da equipe. Juntando cientistas, técnicos e soldados, a população chegava a 200. Vida duríssima e sigilo absoluto. Ninguém podia telefonar para fora sem autorização. Nem sair do alojamento, um punhado de barracos levantados às pressas pelo exército em 1944. Aí, durante 10 meses, os pesquisadores trabalharam alegremente, com toda boa vontade.
No final de 1938, o físico italiano Enrico Fermi aproveitou uma ocasião extraordinária para escapar da ameaça de perseguição que sentia em seu país, então sob o domínio fascista. Numa quebra de sigilo sem precedentes, mas justificável naquelas circunstâncias, ele havia sido informado de antemão que ganharia o Prêmio Nobel de Física daquele ano. Então, sabendo que conseguiria uma autorização para ir a Estocomo, na Suécia, receber a láurea, planejou secretamente não voltar mais para a Itália. Fugiu com toda a família para os Estados Unidos.
A chegada de Fermi foi decisiva para que a tecnologia do átomo fosse dominada em apenas três anos __ um feito, na época, inimaginável para a ciência. Ninguém conhecia melhor do que ele a ação de partículas recém-descobertas no núcleo atômico, chamadas nêutrons, que teoricamente poderiam escapar de seu núcleo original e entrar em outro para quebrá-lo. Assim, liberariam a energia estocada lá dentro. Na prática, não era tão simples. O próprio Fermi sabia apenas que os nêutrons penetravam facilmente nos núcleos: não sabiam de que os núcleos se quebravam. A fissão nuclear, nome dado a esse fenômeno, foi comprovada em 1939, um ano depois da fuga para os Estados Unidos.
Mas Fermi tinha certeza, desde o ínicio do século, de que o núcleo representava a mais densa concentração de matéria já vista. E isso significava muita energia. Um único grama de matéria, seja do que for, representa 20 trilhões de calorias, o suficiente para fazer ferver 900 000 toneladas de água. É o que diz a fórmula descoberta por Albert Einstein em 1905, E=mc2. Energia (E) é igual à massa (m) multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado (c2). Em 1939, a alemã Lise Mentner usou a fórmula de Einstein para calcular a força gerada durante a fissão do núcleo do urânio.Nem toda a mat´ria virava energia (a conversão não chega a 20%, ainda hoje), mas dava de sobra para projetar uma superarma.
Só faltava demonstrar que, quando um átomo de urânio se quebra, seus fragmentos provocam sucessivamente a quebra de outros núcleos. Ou seja, uma reação em cadeia, que foi demonstrada por Fermi em 1942. Daí em diante, a construção da bomba já não dependia tanto da ciência. Era um problema de tecnologia e de dinheiro, especialmente para produzir e transformsr o urânio comum em combustível (ele precisa ser enriquecido com variedades mais raras de urânio).
A própria guerra, então, daria o empurrão final para a conquista da energia nuclear. Em meados de 1942, os ditadores Adolf Hitler, da Alemanha, e Benito Mussolini, da Itália, haviam dominado toda a Europa continental, da França à Polônia. Diante de tamanha demonstração de força, o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, resolveu encomendar a arma atômica a uma unidade de engenharia do exército. A ordem foi dada em junho. Em agosto, nasceu o Projeto Manhattan, cuja função era coordenar o trabalho de todos os físicos, químicos, engenheiros, técnicos e operários necessários para execultar a ordem.
O gatilho da revolução atômica foi a ciência pura. Mas, depois de iniciada, teve de ser sustentada por uma mobilização monumental de recursos. Até cidades foram construídas. Algumas saíram do nada, em locais isolados, justamente para garantir o segredo. Existem até hoje. Outras, que também permanecem, foram refeitas. Hanford, então um povoado insignificante e perdido do mundo no estado de Washington, foi invadida, em 1943, por 25 000 trabalhadores. Em menos de um ano, construíram 250 quilômetros de ferrovias, 600 quilômetros de estradas, casas para 40 000 operários e suas famílias, e uma fábrica de plutônio, combustível nuclear como o urânio.
As cidades cresceram em diversos pontos do país, sempre com o mesmo fim: alimentar a superbomba. Das novas fábricas, saíam peças ou combustível. Dos laboratórios, números e medidas. Quantos quilos de urânio ou plutônio seriam necessários? Como detonar a explosão no momento exato? Até que ponto o urânio comum, extraído das minas, precisaria ser misturado com o urânio-235, mais radioativo? Em resumo, os cientistas já não faziam Física pura. Mas só eles eram capazes de manipular as equações descobertas na década anterior para desenvolver a técnologia que estava nascendo.
A direção geral do Projeto Manhattan, que coordenava toda a operação, foi entregue a um general do setor de engenharia do exército chamado Leslie Groves. Era administrador competente e autoritário, conhecido por ter levantado o prédio do Pentágono, a secretaria militar do governo americano. O general estava fora da luta, mas queria combater. Então, deram-lhe a função de "construir o armamento que acabaria com a guerra".
Groves teve o bom senso de escolher um cientista brilhante para comandar o time de gênios: o físico Robert Oppenheimer, que também revelou admirável capacidade gerencial. Voluntariamente, os pesquisadores se submeteram a uma disciplina militar. Confinados aos locais de trabalho, moravam longe de suas famílias. Foram divididos em equipes para que uns não soubessem o que os outros estavão criando. Usavam nomes falsos e escreviam tudo em código. Ficaram proibidos até de pronunciar palavras denunciadoras, como "físico". A vontade de vencer a Alemanha gerou um espírito de cooperação fora do comum.
Houve erros e contratempos. A divisão de tarefas por equipes que não se comunicavam não funcionou pois, entre cientistas, pensar significa trocar e debater idéias. O húngaro Leo Szilard simplesmente não obedeceu as restrições de segurança. E, apesar de ter sido o primeiro a propor a construção da bomba, foi ameaçado por Groves com a acusação de traidor. O americano Richard Feynman, outro rebelde incorrigível, se divertia quebrando códigos secretos e abrindo os mais complicados cofres com perícia de arrombador. Edward Teller, da Universidade da Califórnia, futuro idealizador da bomba de hidrogênio, muito mais poderosa que a atômica, brigou com Oppenheimer também por causa da disciplina. Queria mais autonomia.
Nada disso, porém, comprometeu a eficiência prodigiosa do projeto.
A euforia com o teste de Alamogordo, nos Estados Unidos, durou muito pouco. Foi uma emoção passageira. O estado de espírito dos cientistas era péssimo. Eles já sabiam que o governo americano planejava um ataque nuclear ao Japão, o último inimigo ainda de pé (alemães e italianos já estavam vencidos na Europa).
Numa carta à mãe, o físico Richard Feynman descreveu os sentimentos de quase todos: "Tudo estava perfeito, menos o objetivo". Oppenheimer, chefe da equipe científica, lembrou de um antigo texto hindu: "Eu me tornei morte/Destruidor de mundos". O moral da equipe de gênios caía vertiginosamente nos últimos dias do Projeto Manhattan.
O ânimo já vinha despencando desde a morte do presidente Franklin Roosevelt, em 12 de abril de 1945, com quem os cientistas haviam concordado em trabalhar. Eles não se entederam bem com o novo presidente, o vice de Roosevelt, Hary Truman. Em seguida, com a rendição dos alemães no dia 7 de maio de 1945, a tensão aumentou ainda mais. A derrota nazista, que o resto do mundo recebeu como uma boa notícia, virou fator de preocupação dentro do Projeto Manhattan. O que é fácil de explicar: foi contra Hitler que els tinham se unido e, com o ditador nazista fora do conflito, desapareciam as justificativas pAra a construção de uma arma tão arrasadora. E ainda faltava um mês para o teste de Alamogordo. Foi então que, para tornar tudo ainda mais torturante, às vésperas do teste, veio a informação de que o governo americano estudava a hipótese de empregar a nova arma contra o Japão.
Era o início do pesadelo. Até ali, os cientistas alimentavam a ilusão de que o poder nuclear jamais seria de fato empregado. Na pior das hipóteses, aceitariam lançá-lo contra os nazistas. Truman vacilou entre argumentos contra e a favor. Por fim, decidiu-se. Era o final de julho.
Dois anos antes, a máquina militar já começava a se mover. Desde 1943, a Força Aérea treinava o chamado Esquadrão 509, chefiado por um dos melhores pilotos de bombardeiro do país, o coronel Paul Tibbets. Na Boeing, em Seattle, ele escolheu pessoalmente seu avião, o gigantesco quadrimotor B-29. O que havia de melhor na indústria americana. O objetivo do 509 era lançar uma bomba de 4 000 quilos sobre Hiroshima, fazer uma curva de 180 graus, mergulhar, acelerar e dar o fora.
Hiroshima havia sido escolhida depois que o ministro da Guerra, Henry Stimson, descartou a opção por Kyoto, ex-capital e maior centro religiosodo Japão. Na madrugada de 6 de agosto de 1945, já a caminho do Japão, mas sem saber bem por quê, a tripulação recebeu a ordem de lançar a bomba. Ela partiu do avião às 8h16 da manhãe 43 segundos depois, explodiu.
A cidade ficou coalhada de incêndios. Perto do hipocentro, foco da detonação, gente virava cinza. Quase ninguém, a menos de 5 000 metros do hipocentro, sobreviveu. Em toda a cidade, 50 000 edifícios ruíram. Mais tarde, durante anos, a radiação continuou matando. Até hoje surgem novas vítimas fatais do pikadon, o "raio-trovão", neologismo criado para descrever o indescritível. Elas já são mais de 200 000.
"Os físicos conhecerão a vergonha". A maldição poderia ter vindo de uma das vítimas de Hiroshima ou de Nagasaki. Mas seu autor, paradoxalmente foi um dos arquitetos da bomba, o físico americano Robert Oppenheimer. Que nunca se arrependeu do que fez. Essa ambigüidade __ a mistura de desonra com falta de arrependimento __ foi uma marca que pairou sobre a ciência e dividiu a sua história em duas partes. Antes e ddepois da bomba.
A vergonha ficou porque não há como negar: os cientistas produziram a máquina do genocídio instantâneo conscientemente. Têm a seu favor o fato de que queriam construí-la antes de Adolf Hitler. Mas, então, por que não foram unânimes em condenar o seu lançamento contra Hiroshima e Nagasaki, quando Hitler já estava derrotado na Europa? Por que muitos se conformaram? Tudo leva a crer que quando terminaram a sua parte do trabalho, os cientistas, simplesmente, deixaram que ele fosse completado. Bombas são bombas. Existem para matar gente.
Há nuances, e muitas. O homem que mais lutou para ver a bomba construída foi depois o que mais fez força para impedir que ela fosse usada: o físico húngaro Leo Szilard. Desde 1933, antes de qualquer outro, ele intuiu no que daria a mistura das equações de Einstein com a radioatividade. Nos dez anos seguintes, gastou tempo batendo à porta dos governos inglês e americano para convencê-los de que suas idéias não eram absurdas. Em 1939, Szilard conseguiu que Einstein, um dos gênios de maior prestígio na época, escrevesse uma carta a Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, dizendo que a bomba era factível e que os alemães poderiam construí-la durante a guerra. Mas, depois, tentou evitar o bombardeio de Hiroshima a todo custo. Arrumou encrenca com quem foi preciso. Especialmente com o então poderosíssimo general Leslie Groves, coordenador do projeto. Derrotado, depois do ataque nuclear pediu a um padre para rezar uma missa para os mortos.
No final das contas, Szilard foi apenas ingênuo. Obcecado pelos crimes do nazismko, ele só se deu conta do demônio que havia criado quando já não havia mais como detê-lo. Porque a arma nuclear, mais do que qualquer outra obra humana, trouxe para dentro da ciência o poder do sistema de produção em escala. O projeto da bomba virou indústria: posta em movimento, começou a devorar os seus criadores.
Resumo: ela não acabou apenas com duas cidades japonesas. Ou com o ideal do cientista como benfeitor da humanidade. Ela acabou também com a noção de liberdade. A começar pela pesquisa científica. De 1945 em diante, o Estado passou a impor limites à manipulação de urânio ou de plutônio, que acarreta riscos imensos. Desconhecidos pela humanidade, até então. Os desastres potenciais são muitos, desde a possibilidade de um acidente causar contaminação ambiental por longo período, de até milhares de anos, até o perigo de atentados terroristas com material nuclear. Mas a liberdade também viveu outras limitações. A informação passou a ser a mais vigiada pelas razões de Estado. No mundo em que se seguiu a Segunda Guerra, até mesmo as convicções ideológicas dos cidadãos viraram matéria de segurança nacional. A sombra do cogumelo nuclear destruiu a inocência. Cientifica e política.
Depois do teste de Alamogordo, já não havia mais lugar para a ingenuidade como a de Szilard. Oppenheimer, mesmo sentindo vergonha, parece ter compreendido isso melhor do que seu colega húngaro. Daí porque também não mostrou remorso. não custa lembrar que, quando a história da bomba começou, os Estados Unidos estavam em uma guerra selvagem, na qual o número de atrocidades cometidas pelos vários exércitos superou o de qualquer conflito anterior.
Mesmo depois da rendição da Alemanha, havia argumentos militares muito fortes a favor de usar a bomba contra o Japão. Eles iam muito além da necessidade de derrotar o Japão. O governo dos Estados Unidos alegava que o recurso atômico quebraria o ânimo dos generais japoneses, aparentemente dispostos a prolongar a luta até o seu último soldado. Assim, a bomba poderia custar menos vidas do que a invasão do país com a ajuda de armas convencionais. Pode ser, mas a estratégia americana não era determinada apenas pelo que ia acontecer nos meses seguintes. Estava em jogo, principalmente, o equilíbrio do poder sobre o mundo do futuro. Depois da guerra, restariam duas potências: Os Estados Unidos e a então União Soviética. Isso estava bem claro e pesou decisivamente nos cálculos frios da política com relação ao Japão. Hiroshima e Nagashaki eram uma oportunidade para os americanos ostentarem a força de que despunham.
Há uma ironia na mudança dos tempos, desde a ascensão da ciência, na época do italiano Galileu Galileu (1564 - 1642), até a era nuclear. Galileu foi um dos pais da física moderna, a mesma que projetou a arma atômica. Galileu também é lembrado por sua luta contra o autoritarismo. É famosa a sua frase depois de ter sido obrigado a abandonar a idéia de que a Terra não estava parada e que girava em torno do Sol."No entanto, ela se move", comentou o sabio, apesar da humilhação a que fora submetido. Pode-se dizer, como uma metáfora, que ele enfrentou o imobilismo em defesa do prosseguimento da evolução do conhecimento. E da História. Em 1945, deu-se o oposto. A ciência fez o tempo parar. Restou em Hiroshima um símbolo do horror paralisante causado pelo genocídio instantâneo: um relógio parado, encontrado junto da ponte Aioi, perto do local da detonação. Deixando de marcar os minutos, ele parece dizer que, agora, a Terra já não se move.
O relógio de Hiroshima, num sentido muito real, é um herdeiro maldito de Galileu. Oppenheimer percebeu isso muito bem. Reconheceu que tinha as mãos manchadas de sangue. Não tinha dúvida de que tinha sido um dos personagens centrais de uma tragédia gigantesca. Mesmo assim, não queria voltar atrás. Em mais de uma oportunidade, perguntado, repondeu que faria tudo de novo. Sua trágica lucidez rompe com a ilusão de neutralidade da ciéncia e assume as contradições em que os mais destacados gênios podem sucumbir. A realidade em que vivemos hoje é um paradoxo fatal. Oppenheimer e seus colaboradores fabricaram o instrumento de um genocídiu inominável. Eles não tem perdão. Mas também não tem condenação. No mundo que surgiu depois de Hiroshima e Nagasaki não existe um tribunal com a isenção necessária para julgá-los. A humanidade ficou assim: de uma vez só, é vítima e cúmplice da invenção da bomba atômica.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

No encalço dos microassassinos - Supervírus


NO ENCALÇO DOS MICROASSASSINOS - Supervírus



Meio astronautas, meio detetives, os cientistas perseguem o mistério dos vírus emergentes. O do Ebola já está quase resolvido e a vacina, teoricamente, já é possível. Agora,falta pegar o resto da quadrilha.



Está aberta a temporada de caça aos supervírus. Alguns ainda são mal conhecidos, como o brasileiro Sabiá e o recém-descoberto Morbillivírus, da Austrália. Já o velho Ebola (pronuncia-se Ebóla) continua o mesmo. E isso é bom. "Ele nunca ultrapassa 80 milionésimos de milímetro de largura e 970 milionésimos de milímetro de comprimento", diz à nos, o biólogo americano Myles Axton, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A sua aparência é a de um fio enrolado, mas o fundamental é a fita em seu interior, cheia de informações genéticas. Dividida em 12 700 subunidades, ela quase não mudou desde 1976, quando surgiu e contaminou 318 zairenses, dos quais 290 morreram.
"Das subunidades estudadas até aqui, apenas 1,5% mostram-se diferentes", informa Axton, comparando as amostras de 1976 com as de abril deste ano. Isso facilita. Para se ter uma idéia, o grande obstáculo para a vacina da Aids é o alto índice de transformações genéticas do HIV, o causador da doença. Ele muda tanto que uma vacina criada hoje seria inútil em menos de um ano. "Como o Ebola quase não sofre mutações, há condições para se fazer uma vacina eficaz", afirma a virologista Luiza Madia de Souza, do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. "Ela só não foi feita porque não é prioridade. Existem outras doenças que matam muito mais, como a malária, e ainda não têm vacina."
Diante das recentes epidemias, gente do mundo inteiro está alarmada, tem a impressão de que um complô virótico pretende eliminar os seres humanos, da noite para o dia. "É um erro achar que estão nascendo novos vírus, como se o progresso da humanidade estivesse produzindo criaturas diabólicas", diz a virologista Clearence Peters, do CDC, nos Estados Unidos. Peters admite que o fato de a população mundial se alastrar por áreas nunca antes habitadas pode colocar o homem em contacto com microrganismos estranhos. "Mas esses microorganismos já existiam, estavam em algum lugar há milhares ou milhões de anos."
É exatamente por esse motivo que os cientistas preferem trocar o adjetivo "novo" por "emergente", supondo que o bandido estava recluso e, de repente, emergiu de seu esconderijo. O que o faz aparecer ou reaparecer de surpresa, depois de ter sido aparentemente erradicado, é um dos maiores quebra-cabeças da Biologia moderna. A teoria de que os desmatamentos tenham a ver com as novas pragas é válida, mas não é suficiente. Uma evidência disso é o caso do Sabiá, isolado pelas pesquisadoras Terezinha Lisieux Coimbra e Elza Nassar, do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. A primeira e única vítima fatal do Sabiá, uma agrônoma de 25 anos, não vivia no mato e, sim, em Campinas, uma das maiores cidades do interior paulista. Ela passou mal após o reveillon de 1990 na casa dos pais, que moravam em Cotia, cidade encostada na capital de São Paulo, uma região que já é povoada há mais de dois séculos. No entanto, foi em um dos dois lugares - ou Campinas ou Cotia - que a moça se contaminou.
Algumas pessoas alegam que a agrônoma havia trabalhado cinco meses antes em Rondônia, o que é verdade. "Mas é improvável que ela tenha contraído o vírus por lá", diz Terezinha Lisieux. A maioria desses germes só demora de dois a quinze dias para botar as mangas de fora, adoecendo a vítima. O HIV é uma exceção, por ficar incubado no paciente durante anos até provocar a Aids. Mas o Sabiá contaminou acidentalmente dois pesquisadores - um em Belém do Pará e outro num dos mais conceituados laboratórios de Virologia do mundo, o da Universidade de Yale - e ambos adoeceram em poucos dias (mas não morreram). Portanto, a agrônoma não deve ter se contaminado numa floresta do Norte do país cinco meses antes.
Os dois acidentes com pesquisadores que estudavam o Sabiá também atestam outro dado importante: ele é extremamente perigoso, transmissível pelo ar, mas só quando se trabalha com ele em tubo de ensaio. No entanto, parece não ser transmitido de uma pessoa infectada para outra - caso contrário, toda a equipe médica que tratou da agrônoma teria caído doente. "O Hantavírus, que também está provocando pânico por existir no Brasil, é outro que não se transmite de uma pessoa para outra", garante Luiza Madia de Souza. "Ele só infecta alguém por meio de secreções de ratos." Como seus companheiros ditos super, o Hanta não vai eliminar a espécie humana.
Há quase seis anos, em novembro de 1989, 512 macacos foram sacrificados nos bosques da Virgínia, nos Estados Unidos, por soldados mascarados. A matança foi concluída em 72 horas. Era uma operação militar de emergência, orientada pelo CDC. Essa instituição federal americana não tem relação com as forças armadas, mas dá suporte técnico nas situações em que a saúde da população esteja gravamente ameaçada. E, de fato, naquela ocasião, os cientistas temiam que a mais terrível epidemia da história da humanidade estivesse eclodindo - o que, felizmente, não ocorreu.
O alarme soou quando cinco macacos importados das Filipinas morreram no laboratório de uma indústria de Reston, cidade do interior da Virgínia. Desconfiava-se de que estavam com o Ebola, capaz de fazer as suas vítimas sangrarem até morrer. Só 10% delas conseguem escapar, porque seu corpo reage ao invasor. Os que sobrevivem têm sintomas similares aos de uma forte gripe associada a diarréias, mas não chegam a ter seus vasos sangüíneos derretidos. Daí que se recuperam, muitas vezes sem seqüelas.
A questão é que o Ebola, aparecido em 1976 no Zaire e reaparecido em 1979 no Sudão, não era transmitido pelo ar e, sim, pelo contato direto com excreções do doente, como saliva e sêmen. A versão de Reston, porém, era capaz de pegar carona nas partículas de água existentes na atmosfera. Sobrevoou, assim, os céus virginianos e contaminou mais sete macacos do outro lado da cidade. Por sorte, hoje se sabe, o Ebola Reston é um subtipo que não contamina homens, só macacos.
Mas, a partir daí, livros, filmes e até mesmo artigos publicados na imprensa aterrorizam com a possibilidade de o Ebola zairense ou o sudanês se tornarem transmissíveis pelo ar numa manobra apocalíptica. "É um absurdo", explica a nos, pela Internet, o biólogo Ted Crusberg, do Instituto Politécnico de Worcester, nos Estados Unidos. "O Ebola zairense precisaria de muito mais do que uma simples mutação para conseguir isso. Talvez sejam necessárias milhares delas, o que levará, no mínimo, centenas de anos." Crusberg prossegue: "E, depois, quem disse que o vírus tem interesse em mudar? Ele parece estar se dando muito bem do que jeito que é. Na natureza, as criaturas só mudam para sobreviver e quando são forçadas a isso."
O argumento é rigorosamente científico. Além disso, "os microorganismos sempre preferem o caminho mais fácil", ensina Clearence Peter. "Vírus que atacam dentro das veias e artérias, como o Ebola e o da Aids, são transmitidos diretamente pelo sangue", exemplifica. "Vírus que agem nos pulmões, como o da gripe, se transmitem pelo ar." Segundo a pesquisadora, nada impede que, amanhã ou depois, se descubra um vírus letal, capaz de fazer ataques aéreos. "Mas ele não será uma mutação do Ebola ou qualquer outro supervírus dos que conhecemos."
Esses supervírus, aliás, têm como característica o fato de matar muito rápido. Não dão tempo, assim, para quem está infectado transmitir o mal para os vizinhos. "Isolar o infectado é suficiente para controlar a situação", diz Vilela Lomar. "É claro que os médicos e enfermeiros são o maior grupo de risco, porque acabam encostando no sangue e nas secreções." Cabem cerca de 10 000 Ebola numa única gota de sangue.
Por esse motivo, os médicos são obrigados a usar trajes especiais submetidos a numerosos processos de desinfecção. "O principal deles é o banho de ultravioletas, raios capazes de liqüidar vírus de modo geral", diz Peters. Os cuidados também servem para quem passa o dia estudando os supervírus em laboratório. "Um dos nossos principais objetivos é criar reagentes, substâncias usadas em testes para detectar esses microorganismos rapidamente, caso eles voltem a atacar."

O grande enigma dos mortos-vivos

Existem vírus condenados a laboratórios de biosegurança 4. O número significa periculosidade máxima. Ali podem ser encontrados o Ebola, o Junin, o Lassa, o Machupo, o Guanarito, o Marburg, o Sabiá e o Morbillivírus. São letais e facilmente transmissíveis. Ficaram conhecidos como supervírus - o que talvez seja injustiça. "Um reles vírus de gripe também é super, sob certo aspecto", diz o infectologista André Vilela Lomar, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. "Ele pode ameaçar toda a complexidade organismo humano, apesar de ter a mais rudimentar das estruturas."
Vírus não passam de um novelo de DNA ou de RNA (substâncias de que são feitos os genes) embrulhado numa capa de proteína. Alguns, aliás, são nus e nem sequer têm capa. Tão simples, mas a ciência não consegue defini-los - seriam mortos-vivos? Bem, vivos, eles não são. Quem vive precisa de energia (por isso comemos e respiramos) - mas eles não. Podem ficar em seu canto, eternamente, desde que estejam em um ambiente adequado. Também não produzem nem excretam substâncias, o que é outra característica de quem vive. No entanto, se não são vivos, também não são mortos, pois contêm material genético para se reproduzir. Como a reprodução é uma prerrogativa dos vivos, os vírus são uma questão que a ciência não explica.
Para se multiplicar, eles invadem o organismo de animais ou plantas. À medida que usam a célula, os microcriminosos as destróem. São causadores de seis em cada dez doenças. "Os mecanismos de reprodução variam", conta a virologista Teresa Sugahara, do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. "Alguns, como o da gripe, contêm DNA e tomam posse do núcleo celular. Outros, os retrovírus (o da Aids entre eles), são moléculas de RNA que se transformam em DNA depois de infectarem a célula. Há, ainda, vírus de RNA, do tipo do Ebola, que agem fora do núcleo, diretamente na linha de produção das proteínas."

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Júpiter um ano depois do cometa - Astronomia


JÚPITER UM ANO DEPOIS DO COMETA - Astronomia



Em maio, astrônomos do mundo todo se reuniram na cidade americana de Baltimore para comparar o que viram e mediram durante o choque do Shoemaker-Levy 9 contra o planeta gigante, em julho de 1994. Trocaram informações e interpretações. Agora, finalmente, há um entendimento comum sobre o que aconteceu em cada etapa da colisão. Mas algumas dúvidas ainda persistem.


Dia 16 de julho de 1994. Os telescópios do planeta Terra estão focalizados no planeta Júpiter, num ponto bem pertinho do pólo sul. Do espaço, o Telescópio Espacial Hubble e a sonda americana Galileu também estão com as câmeras voltadas para o gigante. Por trás dos monitores desses potentes equipamentos, os pesquisadores esperam ansiosos o maior espetáculo astronômico jamais assistido ao vivo: 21 fragmentos do cometa Shoemaker Levy 9 vão bombardear Júpiter. A expectativa é grande porque, com a colisão, eles esperam "capturar" mais dados sobre a atmosfera do maior planeta do sistema solar e, de quebra, descobrir mais sobre a estrutura dos cometas. O show de luzes e manchas dura seis dias.
Dia 9 de maio de 1995. Cerca de 200 cientistas de vários países estão reunidos na cidade americana de Baltimore, para discutir o que já se sabe sobre o fenômeno. Em três dias, eles checam as previsões, comparam dados e medidas, teorias e suposições. Os pesquisadores juntam tudo o que se observou para começar a responder as grandes questões: O que eles realmente viram? Por que os equipamentos detectaram dois flashes brilhantes na queda dos fragmentos maiores? Qual o tamanho real dos pedaços do cometa? Que substâncias existiam nas colunas de fumaça que subiram a cada impacto? O que há de novo sobre a composição e a estrutura da atmosfera de Júpiter?
"Ainda estamos longe de responder a todas as perguntas", afirmou à SUPER Paul Weissman, do Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, Califórnia, Estados Unidos. "Mas já podemos descrever com certeza cada etapa da queda do cometa e o que ela significa. É o primeiro passo para uma análise mais detalhada das observações."
Weissman é um dos astrônomos que estuda os efeitos do cometa com dados colhidos pela sonda Galileu. Na época do choque, a Galileu era a sonda certa na hora certa no lugar exato. Apesar de estar muito longe de Júpiter - a cerca de 240 milhões de quilômetros (só para comparar, a distância da Terra ao Sol é de 150 milhões de quilômetros) -, ela encontrava-se numa posição privilegiada para assistir ao show "de camarote": enxergava o lado escuro do planeta, invisível da Terra. E foi justamente nessa face de Júpiter que o cometa caiu.
A Galileu teve problemas técnicos numa das antenas, o que provocou atraso na transmissão de dados. Ainda assim, as informações da sonda sobre o brilho, o calor e a luz emitida pelos fragmentos foram fundamentais para confirmar e, em alguns casos, acrescentar detalhes às observações do Hubble e dos telescópios terrestres.
A maioria dos eventos observados na queda do Shoemaker estavam previstos nos modelos desenhados em computador, elaborados com meses de antecedência para levantar todas as possibilidades. Mas o cometa reservou algumas surpresas para a última hora, como a mancha escura que espirrou da trombada de cada fragamento. Os astrônomos já esperavam, sim, que se levantasse uma grande nuvem de gases de Júpiter e estilhaços sobre a atmosfera. E isso aconteceu. Mas eles não contavam que essa nuvem fosse escura.
"Previmos grandes manchas brancas resultantes da condensação de material vaporizado", diz Paul Weissman. Ele acredita que faltou atenção. "Se alguém tivesse pensado mais sobre o assunto, teria chegado à conclusão de que o produto da queima dos compostos de carbono, comuns nos cometas, e de metano, de Júpiter, deveria mesmo ser negro - uma fuligem gordurosa, parecida com a fumaça que sai dos poços de petróleo incendiados."
Quando se trata de fenômenos absolutamente desconhecidos, como o bombardeio do Shoemaker, a teoria e a observação precisam fazer parceria. Desta vez, as suposições iniciais deram pistas sobre o que se deveria procurar. As observações, por seu lado, levantaram eventos inesperados , que exigem novas teorias que os expliquem. Por isso, encontros como o de Baltimore são importantes. "Nessas horas, até as conversas de corredor têm um grande papel", diz Weissman. "Depois de Baltimore, estamos analisando os dados da Galileu com outros olhos."

Cada vez mais fundo

Júpiter não tem solo. Sua superfície é feita de gases. Nesse "chão de nuvens", os fragmentos maiores do cometa mergulharam a profundidades de até 70 quilômetros.

Lá bem no fundo, há uma camada de gelo . Ela não chegou a ser tocada pelos fragmentos do cometa que afundaram em Júpiter. A violência do atrito jogou para cima os estilhaços. Superaquecidas, a 7 200 graus centígrados, as moléculas de metano, hidrocarbonetos e água se quebraram e criaram novos compostos. Subindo, a bola de fogo se espalhou e esfriou. Atingiu 250 quilômetros de diâmetro, a apenas 250 graus Celsius. A coluna de fumaça e fogo chegou a 3 300 quilômetros de altura.


Mergulho no inferno
Tempo: 0 segundo

Um fragmento entra na atmosfera jupiteriana superior, como um meteoro. Depois de um ano analisando os dados coletados pela sonda Galileu, pelo Telescópio Espacial Hubble e pelos observatórios em terra, os astrônomos confirmaram que a velocidade do bólido era de 220 000 quilômetros por hora. A primeira camada gasosa que envolve Júpiter, os astrônomos já sabiam, é muito rala, composta principalmente de hidrogênio a uma temperatura de 1 200 graus Celsius.

12 segundos
O bólido chega às camadas inferiores e produz dois flashes. Tudo indica que o primeiro foi provocado pelo choque com os gases dessas camadas, normalmente a 150 graus centígrados negativos. Sete segundos depois, a sonda Galileu viu um segundo flash, seguido de uma grande explosão e uma coluna de gases subindo como uma bola de fogo. A temperatura dos gases, nesse instante, explodiu para 7 200 graus positivos.

1 minuto
A coluna de gases e estilhaços superaquecidos expande-se a 43 200 quilômetros por hora e chega ao topo da camada superior, 3 300 quilômetros acima da camada inferior, onde é fotografada pelo Hubble. A Galileu registrou o brilho e o calor da coluna. À medida que a bola de fogo subia, seu diâmetro aumentava de 10 para 250 quilômetros, enquanto sua temperatura caía de 4 800 graus para meros 250 graus centígrados.

6 minutos
A Galileu e os observatórios da Terra detectam intensa radiação infravermelha, ou seja, calor. Na época, esse fenômeno foi chamado de evento principal. Hoje, os cientistas sabem que a radiação não veio do impacto em si: já era um efeito dos estilhaços que, produzidos pelas colisões, foram lançados para o alto e depois caíram como chuva de pedras, aquecendo a atmosfera superior. Em alguns casos, essas chuvas estendiam-se por áreas superiores ao diâmetro da Terra.

1 hora
Os restos dos estilhaços formam uma imensa mancha escura, "apoiada" sobre a camada superior da atmosfera. A violência da trombada quebrou as moléculas do fragmento. Os átomos livres se juntaram então ao hidrogênio e ao metano de Júpiter, criando novas substâncias. Os compostos de carbono e de enxôfre detectados pelo Hubble e outros telescópios terrestres explicam a cor negra: elas são substâncias normalmente escuras.

2 meses
Os pesquisadores observaram a dissolução da mancha escura, em forma de anel. A fumaça formada por metano e outros compostos de carbono foi varrida por ventos da alta atmosfera e encobriu parcialmente a face do planeta. Os pesquisadores também concluíram que, ao mesmo tempo, os microscópicos grãos de fuligem começaram a se aglomerar, formando partículas maiores, que acabaram caindo de volta sobre o planeta.

1 ano
A maior parte das partículas pesada de fuligem gordurosa já mergulharam de novo na densa atmosfera jupiteriana - provavelmente até camadas internas, inacessíveis aos equipamentos de observação. Dois meses atrás, os detectores percebiam ainda uma leve neblina, cada vez mais tênue. Agora, as cicatrizes deixadas pelo Shoemaker-Levy 9 somem, debaixo da pesada cortina de gases e de mistério que envolve o planeta gigante.

A misteriosa natureza do gigante

A densidade da atmosfera não é como a de outros mundos gasosos.

Algumas vezes, os cientistas tentam resolver um problema e, em vez disso, levantam novos mistérios. Foi assim com dois geofísicos da Divisão de Ciências Geológicas e Planetárias do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Andrew Ingersoll e Hiroo Kanamori. Eles dizem que detectaram abalos sísmicos em Júpiter durante a queda do Shoemaker.
Os gases teriam sido percorridos por ondas concêntricas, como as que se formam na superfície de um lago quando ali cai uma pedra. Num artigo publicado na revista científica inglesa Nature, eles sugerem que a densidade da atmosfera jupiteriana não deve aumentar gradativamente, como se acredita que acontece com o Sol e os planetas gasosos (Saturno, Urano, Netuno e o próprio Júpiter). Para acontecer um abalo sísmico, como eles detectaram, teria de haver um abrupto aumento de densidade nas camadas mais profundas. É como se, lá embaixo, houvesse uma parede de gases. Ninguém tem a explicação definitiva.O fato é que a aventura em Júpiter está apenas no início. O próximo capítulo começa no dia 7 de dezembro, quando a Galileu chegará à atmosfera do gigante para fazer medidas exatas de sua estrutura e composição.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Clima, o que a ciência sabe (e o que a ciência não sabe) - Meio Ambiente

CLIMA, O QUE A CIÊNCIA SABE (E O QUE A CIÊNCIA NÃO SABE) - Meio Ambiente



O equilíbrio do clima pode ser abalado pela ação humana? Se pode, quanto? Nesse caso, o que fazer? Saiba por que os estudiosos ainda não chegaram a um acordo.


Há dez anos, os cientistas acordaram para o perigo de um superaquecimento do planeta provocado pela ação humana. A concentração de dióxido de carbono(gás carbônico ou CO2) no ar vinha crescendo e isso poderia implicar numa elevação da temperatura. Ele agravaria ainda mais o chamado efeito estufa, a concentração de certos gases na atmosfera, que impedem a dissipação do calor que vem da Terra.
Um esclarecimento: existe hoje uma certa histeria em torno do efeito estufa, como se ele tivesse sido inventado anteontem, ou como se os mares fossem entrar em ebulição depois de amanhã. Na verdade, ele acontece há bilhões de anos, impede o planeta de virar uma pedra congelada (ele seria exatos 33oC mais frio) e o gás mais importante nesse processo - o vapor d´água - tem um ciclo que não depende do homem.
O CO2 também contribui, embora em medida menor. Determinar a relação que há entre a emissão desse gás e o clima na Terra é muito difícil mas, mesmo assim, vários pesquisadores começaram, no fim dos anos 80, a associá-lo a um futuro mais quente. Em abril passado, representantes de 170 países reuniram-se em Berlim, Alemanha, para tentar responder à pergunta: afinal, vai mesmo esquentar? A SUPER foi a Berlim, acompanhou a Conferência sobre o Clima e ouviu alguns dos maiores especialistas do mundo. A seguir, você vai entender o que ainda é mistério, o que é fato, o que é exagero e o que é destempero de alarmistas na discussão sobre o equilíbrio do clima.
A imprensa sensacionalista gosta de exageros: milhões morrendo de sede, os gelos da Antártida derretendo e inundando meio mundo. Cuidado: não é preciso uma mudança tão grande para prejudicar, e muito, a economia, a agricultura e o cotidiano. Um aumento de um ou dois graus na temperatura média global - que hoje é de cerca de 15 oC - transtornaria o mapa agrícola da Terra. Três graus a mais nos oceanos duplicariam o número de furacões. Ou seja: o homem pode pôr tudo a perder bem antes de as geleiras derreterem.
O problema é que os cientistas não concordam quanto à relação exata entre a ação humana e a elevação dos termômetros. Alguns, como o alemão Klaus Hasselmann, do Instituto de Meteorologia Max Plank, de Hamburgo, Alemanha, acreditam que a huma-nidade é o vilão. Para ele, há "95% de probabilidade de que o homem seja o principal responsável" pelo aquecimento global. Outros, como o americano Richard Lindzen, do MIT (Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos), acham tudo isso um exagero. Para ele, "não há uma prova científica definitiva" das relações entre a produção humana de gases do efeito estufa e mais calor no planeta.
A ida e a volta dos cientistas sobre as complicações do clima aumentou com o tempo, para desespero dos ecologistas. Isso era previsível: quanto mais se aprende, mais dúvidas aparecem. Paira no ar um certo ceticismo: a catástrofe virá ou não virá?
Nos anos 80, criou-se um organismo internacional, o IPCC (sigla para Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em inglês), reunindo especialistas com o aval da ONU e da Organização Meteorológica Mundial. O IPCC consolidou todas as informações científicas disponíves em um relatório publicado em 1990, onde se afirmava que a temperatura média aumentaria 0,3oC por década nos próximos 100 anos, se nada mudasse. Por isso, países como a Alemanha comprometeram-se, na época, a reduzir em 25% suas emissões de CO2 até 2005, tendo como base o ano de 1990.
Novos estudos, acumulados nos últimos cinco anos, mudaram o quadro: por que não está ficando mais quente, se a emissão de gases está aumentando? Quanto teria que crescer a concentração de CO2 para que o clima mudasse realmente? Como interagem os diversos gases? Em um documento do IPCC recém-divulgado na Grã-Bretanha, os climatologistas tentam explicar algumas discrepâncias, como você verá na próxima página. Mas a catástrofe parece adiada, ao menos por enquanto.
Climate Change 1994, um livro de 340 páginas, editado na Grã Bretanha pelo IPCC há poucas semanas, apresenta o que há de mais quente (sem trocadilho) na pesquisa científica atual: qual o efeito no clima de certas partículas sólidas (chamadas aerossóis), como a cinza de vulcões que ficam suspensas na alta atmosfera? Os prognósticos pessimistas mudam quando se incluem esses aerossóis no cenário? Para responder a essa questão, os cientistas traçam modelos que envolvem montanhas de cálculos e estatísticas feitos com auxílio de supercomputadores, com o objetivo de tentar prever o clima do mundo nos próximos anos.
O Climate Change traz uma boa notícia. Os aerossóis esfriam, e bastante, a temperatura. Eles podem aparecer como resultado da ação humana (queimar carvão, por exemplo, produz dióxido de enxofre, que reage com outros gases, criando partículas suspensas), ou pela erupção de vulcões, como o Pinatubo , que explodiu nas Filipinas em 1991 lançando milhões de toneladas de cinzas no ar. Mas não se sabe ainda o quanto exatamente eles esfriam o planeta.
Às vezes, o efeito "antiestufa" dos aerossóis poderia chegar a superar a ação do gás carbônico, pelo menos em intervalos curtos de tempo e em regiões determinadas. Como seu papel na balança depende do tamanho das partículas, da sua composição química e de fatores como a umidade atmosférica local, prever seu efeito preciso, e em larga escala, ainda não foi possível.
É aí que entram outra vez os grandes "fazedores" de modelos. Um dos centros mais avançados do mundo fica na Grã-Bretanha: é o Hadley Centre. Seus pesquisadores montam projeções sobre tudo: desde a previsão do tempo no ano 2100, se a emissão de gás carbônico continuar como está, até o regime de chuvas pelo mundo nos próximos dez anos.
Em Berlim, o Hadley mostrou estudos para avaliar o papel dos aerossóis antropogênicos (produzidos pelo homem). Surpresa: em algumas regiões industriais, como o nordeste dos Estados Unidos, a temperatura cairia 7 graus em 20 anos, somente em função da capacidade dos aerossóis de refletir a energia vinda do Sol (o chamado efeito direto), caso o CO2 não estivesse presente.

Para saber mais:
El Niño, um susto com hora marca
(SUPER número 3, ao 7)
O clima está mudando?
(SUPER número 3, ano 8)
Será que vai chover
(SUPER número 3, ano 11)

Dá para lucrar?

Para o cientista político alemão Klaus Meyer-Abich, da Universidade de Essen, "não estamos todos no mesmo barco, como se costuma dizer; alguns podem ganhar e outros perder com as mudanças climáticas". A tese de que alguns poderiam ganhar com mais calor seduziu vários especialistas. O Brasil se tornaria um país árido, e a Sibéria, o celeiro do mundo..

El Niño misterioso

O El Niño, que aparece em vermelho na foto abaixo, indicado por uma seta, é o maior fenômeno climático global: de tempos em tempos, uma enorme quantidade de água no Pacífico Equatorial se aquece, mudando o regime de ventos no mundo. O maior El Niño do século, que começou em 1982, causou danos de US$ 8,11 bilhões. O conquistador espanhol do Peru, Francisco Pizarro, deve ter cruzado com os efeitos dele em 1532. Ele anotou em suas crônicas que a região estava inundada pelas chuvas. Desde o fim dos anos 80, a TAO (Tropical Array Ocean), uma rede de 69 bóias espalhadas pelo Pacífico, registra diariamente sua temperatura. Acreditava-se que El Niño acontecia a cada sete anos, mas dados recentes mostram uma mudança: nos últimos doze anos, houve quatro. Vários cientistas acreditam que a interferência humana na atmosfera tem culpa nessa alteração. Outra teoria, recentemente anunciada, afirma que o fenômeno é causado pelo calor do magma vulcânico liberado no fundo do Oceano Pacífico..

Tempo e colheita

A previsão do tempo não tem somente o objetivo de determinar se as pessoas devem ou não usar galochas ao sair na rua. As companhias de seguros que o digam. Perdem bilhões com o clima. Somente em 1992, catástrofes climáticas deixaram um prejuízo de 27,1 bilhões de dólares.E há o problema da produção agrícola. Colheitas inteiras podem ser - e freqüentemente são - destruídas por excesso ou falta de chuva.
Um calor imprevisto ou um inverno mais prolongado reduzem o rendimento de uma determinada região. Nas bolsas de mercadorias, como a da cidade americana de Chicago (na foto), nos Estados Unidos, aposta-se sobre a produção futura de determinadas commodities, como a soja, o açúcar e o café. As previsões semestrais de colheita, cujas estimativas são feitas em função de modelos climáticos, influenciam diretamente os preços futuros. E esses valores, por sua vez, influenciam os agricultores na escolha de quanto e do quê vão plantar.

Ecologistas mostram o pior dos mundos

O Greenpeace produziu um relatório com centenas de sinais de mudanças no clima. O grupo critica os governos. Acha que eles não divulgam os piores cenários possíveis:

*Meteorologistas do Centro Hadley disseram que 1994 foi o "ano mais quente já registrado".

*A temperatura média
global subiu 0,5 oC desde
meados do século XIX.

*Cientistas argentinos
detectaram o derretimento
de geleiras na Antártida.

*Tempestades custaram mais de US$ 100 bi nos últimos 5 anos.

*1990 foi um ano recordista
em número de furacões nos Estados Unidos: 1 126.

*Seguradoras gastaram
mais de US$ 62 bilhões com catástrofes climáticas em 1992.

Glossário

Efeito estufa: É o fenômeno pelo qual alguns gases atmosféricos, principalmente o vapor d´água e o CO2, retém parte da energia irradiada pelo planeta, aumentando a temperatura.
IPCC: Sigla para Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em inglês. É o grupo "oficial" de especialistas sobre o tema. Um brasileiro, Luiz Gylvan Meira Filho, preside um dos grupos de trabalho.
FCCC: Sigla para Convenção Quadro sobre Mudanças do Clima, em inglês. É o documento aprovado em 9 de maio de 1992, na ONU, que reúne o consenso mundial, alcançado até agora, sobre as mudanças do clima.
Buraco de ozônio: A descoberta de que os clorofluorcarbonetos, antes usados em geladeiras, reagem com o ozônio (O3) que protege o planeta contra os raios ultra-violetas, é de 1974. Em 1985, uma equipe britânica registrou pela primeira vez um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, indicado por uma seta nessa foto de satélite de 30 de novembro de 1992.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Nhá - História do Arraiá - Festa Junina


NHÁ-HISTÓRIA DO ARRAIÁ - Festa Junina



Antes de Cristo já havia festa de São João... com outro nome. Eram as fogueiras que saudavam a chegada do verão Europeu. Até que, no século VI, o catolicismo associou essas celebrações pagãs ao aniversário de São João. No século XIII, os portugueses passaram a comemorar também as noites de São Pedro e Santo Antonio. No Brasil, as festas são populares desde 1583.



A fogueira de São João nasceu antes de são João. Quando o Vaticano instituiu, no século VI, o dia 24 de junho para a comemoração do nascimento daquele que batizou Cristo, os povos europeus já celebravam, com grandes fogueiras, a chegada do sol e do calor. Em 58 a.C., quando o imperador romano César conquistou a Gália (França), os bárbaros já comemoravam o solstício do verão, no dia 22 ou 23 de junho - o momento em que o Sol pára de afastar-se (solstício vem do latim e significa "sol estático") e volta a incidir em cheio sobre o hemisfério norte. "Os cultos pagãos eram rituais de abundância e fertilidade", diz a professora maria Montes, antropóloga da Universidade de São Paulo. "Havia sacrifícios de animais e oferendas de cereais para afastar os demônios da esterilidade, das pestes agrícolas e da estiagem". O cristianismo, na verdade, apenas "converteu" uma tradição pagã em festa católica.
Até hoje, as tradições pagãs e cristãs convivem. A seita uika, inspirada nos antigos celtas (povo que dominou ooeste da Europa no primeiro milênio antes de Cristo) acende grandes fogueiras ao redor do mundo, no solstício do verão europeu. no Brasil, a Uika promove comemorações místicas, com mais de 500 pessoas, no dia de São João, em São Tomé das Letras (MG) e Mauá (RJ). Na Espanha, as Hogueras de San Juan são uma das tradições mais cultivadas, especialmente na Catalunha.
Em portugal, as comemorações foram ampliadas no século XIII, incluindo o dia de nascimento de Santo Antonio de Pádua (que nasceu em Portugal mas morreu na Itália, no dia 13 de junho de 1195), e o da morte de São Pedro, em 29 de junho. Transportadas para o Brasil colonial, as festas "pegaram" entre índios e escravos. Descrevendo as celebrações católicas "assimiladas" pelos índigenas, o jesuítas Fernão Cardim escreveu em 1583, em seu Tratado da Terra e da Gente do Brasil: "A mais alegre é a das fogueiras de São João, porque suas aldeias ardem em fogo e, para saltarem as fogueiras, não os estorva a roupa, ainda que algumas vezes chamusquem o couro".
Com a chegada da família real portuguesa, que se transferiu para o Brasil fugindo de Napoleão, na Europa, as festas juninas tomaram novo rumo. Junto com os 15 000 aristocratas que desembarcaram no Rio, em 1808, veio a contradança (originada nas country-dances, bailes camponeses da Normandia e da Inglaterra) que animava as festas da realeza. Era uma dança de casais que trocavam de pares. Não demorou muito, as contradanças saíram dos salões nobres para as festas populares. Casamomentos, batizados, festas juninas, festas de padroeira e muitas outras passaram a ser comemoradas com a dança francesa.
No final do século XIX surgiram formas mais modernas e urbanas de dançar, como a polca, o maxime e lundu, e as quadrilhas foram desbancadas. Entretanto, permaneceram na zona rural, onde a população é mais conservadora. A partir de 1930, quando o nacionalismo de Vargas estimulou a busca de uma identidade cultural brasileira, a vida rural foi revalorizada. Segundo o antropólogo Renato da Silva Queiroz, da USP, "junto com a temática do homem do campo surgiu a dança caipira que nada mais é do que a quadrilha de origem aristocrática com andaptações".
Hoje, a evolução segue a direção do espetáculo. Segundo o antropólogo Ricardo Lima, da Funarte (Fundação Nacional da Arte), no Rio de Janeiro, há mais de 750 "quadrilhas monumentais "no estado. São grupos de encenação que vestem roupas caríssimas, imitam os trajes das contradanças franceses do século XVIII e aproveitam as quadras de escola de samba para ensaios", conta Lima. As novas quadrilhas usam, cada vez mais, temas como enredos de carnaval, adotam alegorias e dançam ao som de música sertaneja e música funk. Dentro em pouco, teremos a techno-quadrilha.

Fogos espantam maus espíritos

Bombinha, rojão, morteiro, estalinho, cabeça-de-negro, estrelinha, puff e buscapé - vale tudo. O fósforo de cor é um palito de 10 cm de comprimento revestido com massa de pólvora, óxido de ferro, terra refratária e corantes que depois de aceso, provoca faíscas prateadas ou coloridas.

A tran;ca do pau-de-fitas
Dança em que os pares procuram trançar as fitas presas no alto de um mastro de 4 metros de altura. Homens e mulheres ziguezagueiam em volta do mastro, segurando a fita com a mão direita (eles) e com a esquerda (elas), ao som animado do sanfoneiro.

Jogo de argolas
A idéia é levar para casa os objetos "encestados" pelas argolas. Com o fim da troca direta entre os agricultores surgiram jogos e passatempos nas festas - como a pescaria e o tiro ao alvo - para o entretenimento. E para arrecadar fundos para a Igreja Católica.

Comilança e bebedeira na roça
Milho cozido, pamonha, canjica, cocada, bolo de fubá, pipoca, amendoim torrado e pé-de-moleque fazem a festa. O popular quentão, uma infusão quente e conservada no fogo, de cachaça e água, temperada com gengibre e canela, faz a cabeça. Sai debaixo: a ressaca é braba.

A alma da festa
Para pagãos, a fogueira espanta os maus espíritos; para os cristãos, é um bom presságio. Essa da foto, com 22 metros de altura, é feita, todo ano, em Osasco (SP), com 150 toras de eucalipto, e queima de cima para baixo. Pode durar uma semana, mas os bombeiros apagam antes.

O casório
O casamento é o maior evento social da vida rural brasileira. Reúne as famílias, os amigos, os compadres e os noivos, sob as bençãoes do padre e da igreja. O escritor carioca Martins Pena dedicou-lhe duas peças clássicas: O Casamento na Roça (1840) e Festa de São João (1845).

O balão ia subindo
O Balão surgiu para levar pedidos de graça dos homens para São João. Mas virou crime, em todo o Brasil, em 1965, segundo o artigo 26 do Código Florestal e o artigo 28 da Lei das Contravenções Penais de 1941. Dá cadeia. Eles provocam graves incêndios.

Pau-de-sebo
Tronco de árvore, de 3 a 6 metros de altura, lixado e untado com sebo animal. No topo, são colocadas prendas. Quem conseguir escalar o mastro escorregadio, leva. Na escalada, o principal fator de sucesso é a força das mãos, que desgasta o sebo.

O santos padroeiros

Três padroeiros inspiram a tradições portuguesa e brasileira

São João Batista
Nascido em 24 de junho, primo de Cristo e precursou do Messias.
O catolicismo associou sua tradição à festa pagã da fogueira. Assim, segundo a lenda, Isabel, a mãe de São João, teria anunciado o nascimento do filho à irmã, Maria, mãe de Jesus, acendendo uma fogueira em clima de um morro. A fogueira virou bom presságio. São João foi degolado por ter denunciado o adultério de herodes com a cunhada, Salomé.

São Pedro
Morto em 29 de junho. O primeiro dos apóstolos , segundo o Evangelho. Era considerado um homem de temperamento impulsivo, mas leal, expansivo e generoso. Morreu crucificado sete anos depois de Cristo. Acredita-se que seu corpo foi enterrado exatamente onde hoje se segue a basílica do Vaticano, em Roma. Foi o primeiro papa. É objeto de devoção em Portugal.

Santo Antônio de Pádua
Morreu em 13 de junho, em Pádua, Itália, aos 36 anos. Nasceu em Lisboa, Portugal, em 1195. A tradição popular lhe atribui caráter brincalhão e a fama de ser um milagroso casamenteiro, venerado pelas moças solteiras. É o santo a quem se recorre para achar objetos perdidos. Como santo português, no século XIII foi incorporado às comemorações juninas em Portugal e trazido pelos colonos para o Brasil.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

O "Árabe" que escrevia números - 100 anos de Malda


O "ÁRABE" QUE ESCREVIA NÚMEROS - 100 anos de Malda Tahan



Há um século, nascia Júlio César Mello e Souza, o homem que inventou e encarnou o "árabe" Malba Tahan. Com esse pseudônimo, ele foi o maior divulgador da Matemática no Brasil, escreveu cerca de 120 livros e formulou propostas ainda hoje consideradas modernas para o ensino.


Se você imagina que vamos falar de algum milionário, está enganado. A não ser que possamos considerar milionário todo homem que venda mais de 1 milhão de livros. Malba Tahan produziu textos didáticos, folclore, ficção, fez incursões na literatura infantil, escreveu sobre História e inventou "estórias", praticou e inovou muito a pedagogia da Matemática. Não fez fortuna pessoal, mas enriqueceu, e muito, um dos maiores patrimônios que as crianças carregam e as escolas teimam em ignorar: o imaginário infantil.
Se dissermos que esse extraordinário professor se chamava Júlio César de Mello e Souza, talvez você não saiba de quem se trata. Mas, se lembrarmos que, muitas vezes, ele escreveu com o pseudônimo de Malba Tahan, você poderá se lembrar com orgulho do brasileiro da cidade de Queluz (interior de São Paulo) que, se ainda andasse entre nós, faria 100 anos no dia 6 de maio de 1995. Entre as obras que assinou como Mello e Souza (que passou a vida no Rio de Janeiro e morreu em 1974), e as que atribuiu ao "escritor árabe" Ali Iezid Izz-Edin Ibn Salim Hank Malba Tahan (teoricamente nascido próximo da cidade de Meca e morto no deserto lutando por sua tribo), contam-se cerca de 120 títulos. Seu livro mais célebre, O homem que calculava, já traduzido em doze idiomas e com quase quatro dezenas de edições em português, ainda está nas livrarias, junto com outras catorze obras do autor.
É muito comum hoje, ao freqüentarmos seminários sobre Educação Matemática, ouvirmos falar em etnomatemática e também em "pedagogias" centradas no natural interesse que a criança tem pelo lúdico e pelo histórico. A maioria dessas observações são corretas, mas é surpreendente a não inclusão da Aritmética da Emília de Monteiro Lobato e da quase totalidade dos livros de Malba Tahan no rol das exemplificações.
Temas de vibrante atualidade como multidisciplinaridade, perspectiva histórica, respeito ao desenvolvimento cognitivo, construção do conhecimento, que encantam os atuais especialistas em educação, já eram lugar comum nos escritos de Mello e Souza. Quem teve o privilégio de conhecê-lo pessoalmente sabe que ele, com o mesmo carinho que tratava o aprendiz, fustigava o hipócrita - e fez da pedagogia da matemática sua profissão de fé. De quebra, tornou-se, se não o maior, um dos maiores divulgadores de ciência que o Brasil já teve.
Hoje, nem o mais sisudo dos professores pode ensinar as frações sem se lembrar do problema dos camelos. Quer coisa mais interessante para ilustrar tema tão árido? Mas, mesmo com tanta popularidade, Malba Tahan sofreu com as críticas. Tem razão o educador matemático e editor de livros didáticos Valdemar Vello. "Alguns dos matemáticos mais respeitados", lembra ele, "preferiam procurar eventuais equívocos a perceber as belezas imensas da obra inovadora de Malba Tahan."

O caso dos camelos

Decifre o problema mais famoso de Malba Tahan, retirado do livro O homem que calculava.

Beremiz, o homem que calculava, estava viajando pelo deserto de carona no camelo de um amigo. A certa altura, encontraram três irmãos discutindo acaloradamente. Eles não conseguiam chegar a um acordo sobre a divisão de 35 camelos que o pai lhes havia deixado de herança. Segundo o testamento, o filho mais velho deveria receber a metade, ao irmão do meio caberia um terço e o caçula ficaria com a nona parte dos animais. Em qualquer divisão que se tentasse, surgiam protestos e a partilha era paralisada. Como resolver o problema?
"É muito simples", aparteou Beremiz, que dominava muito bem os números. Pedindo emprestado a montaria do amigo, propôs uma divisão dos agora 36 camelos. Sendo assim, o mais velho, que deveria receber 17 e meio, ficou muito satisfeito ao sair da disputa com 18. O filho do meio, que teria direito a pouco mais de 11 camelos, ganhou 12. Por fim, o mais novo em vez de herdar 3 camelos e pouco, ganhou 4. Todos ficaram muito felizes com a divisão. Ora, se somarmos 18 + 12 + 4, teremos 34. Devolvendo o camelo de seu amigo, o homem que calculava ficou com aquele que sobrou.
Pergunta-se: que truque Beremiz usou para resolver o problema dos irmãos e ainda sair ganhando um camelo? A resposta depende de uma matemática meio mágica.

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terça-feira, 27 de maio de 2014

Deu branco no Coral - Ecologia

DEU BRANCO NO CORAL - Ecologia



Os corais estão ficando descorados. Habitantes das águas quentes dos trópicos, eles são as vítimas mais visíveis do Efeito Estufa. A ONU vem estudando o fenômeno e agora o Brasil mergulha nessa pesquisa.



Imagine um termômetro capaz de indicar, mudando sutilmente de coloração, pequenas alterações na temperatura do mar. Agora imagine que não exista um, mas milhões desses termômetros. São os corais. Eles proliferam na região tropical, onde se formam ecossistemas extremamente complexos. Mas, de repente, um alerta: eles estão ficando brancos. O seu embranquecimento progressivo, constatado pela primeira vez em 1987, indica que o aquecimento provocado pelo Efeito Estufa está causando sérios danos ao mar.
Em 1993, o Comitê Oceanográfico Internacional da ONU iniciou um projeto ambicioso: usar os corais como termômetros vivos da saúde marítima em dezessete países. Pesquisadores de várias partes do mundo verificaram que eles trazem não só sua idade registrada no esqueleto, mas também as marcas das agressões ambientais sofridas.
O Brasil acaba de se integrar ao Monitoramento Global de Corais, na qualidade de único país do Atlântico Sul que os possui em sua costa. Membros de onze instituições brasileiras criaram a Sociedade Científica Corallus, no Rio de Janeiro. Agora, ela vai ficar com os olhos bem atentos às belas cores submarinas mas, sobretudo, à falta delas. Biólogos da Corallus vão mergulhar duas vezes por ano em seis pontos da costa brasileira para ver como vai a vida lá embaixo.
Os corais são pequenos bichos pertencentes ao grupo dos cnidários. Eles medem de alguns milímetros até no máximo dez centímetros. E, apesar de minúsculos, são responsáveis pela formação dos recifes, colônias que alcançam dimensões surpreendentes. Somadas, elas cobrem uma área de 190 milhões de quilômetros quadrados do solo marinho, mais de seis vezes superior à África. Um vasto continente submerso ameaçado de extinção.
Durante muito tempo, os cientistas tiveram dúvidas em classificar os corais
como animais. Alguns acreditavam que eram minerais; outros, vegetais. No século XVIII, finalmente, foram identificados como pertencentes ao reino animal pelo cirurgião francês Jean-André Peysonnel. Atrás da aparência, à primeira vista rochosa, vivem algumas centenas ou milhares de corais.
Como crescem concentricamente, eles têm marcas circulares que, segundo alguns cientistas, seriam uma forma de identificar sua idade. "Um coral com dez centímetros de diâmetro, por exemplo, teria cerca de dez anos", exemplifica Clóvis Barreira, acrescentando que se trata de uma aproximação. As datações mais antigas encontradas no Brasil, exatamente em Abrolhos, pela pesquisadora Zelinda Leão, da Universidade Federal da Bahia, são de 6 600 anos. No Caribe, existem colônias vivas que começaram a se formar há 15000 anos. Entre os fósseis, os corais alcançam marcas espantosas: até 60 milhões de anos.
Há quem diga que os recifes de coral sejam "a floresta amazônica dos mares". Não é para menos. A complexidade desse ecossistema se reflete no número de espécies que, direta ou indiretamente, dependem dele para sobreviver. A sua cadeia alimentar inclui desde o peixe-palhaço, por exemplo, que é um predador, até esponjas, ouriços e pepinos-do-mar, que se utilizam dos corais como substrato de fixação. Por isso, qualquer alteração, seja ou não provocada pelo homem, pode quebrar a cadeia ambiental. Hoje se sabe que, quanto mais complexo um ecossistema, mais delicado é o seu equilíbrio. É por isso que o alerta branco dos corais merece a pesquisa gigantesca da ONU e do Brasil.
O branqueamento é resultado da quebra da estreita relação entre corais e algas microscópicas (zooxantelas) que vivem "aprisionadas" em células da sua epiderme. As zooxantelas são responsáveis pela variedade de cores exibida pelos corais. Quando a alga vai embora, ele embranquece. E a debandada delas está crescendo. "O que se pensava ser um fenômeno isolado é hoje visto em escala global", afirma o biólogo Clóvis Barreira e Castro, do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Em 1987, o branco foi observado em um único local da Terra: Porto Rico, no Caribe. No ano passado, o branqueamento foi relatado também no Brasil, em três regiões: Abrolhos, nordeste da Bahia e São Sebastião, no litoral do estado de São Paulo. Essas áreas farão parte do monitoramento da costa brasileira patrocinado pela ONU, junto com outras três.
No Brasil, os recifes ocorrem principalmente entre o Maranhão e São Paulo. O rio São Francisco interrompe essa barreira submarina. Ao levar grande quantidade de sedimentos para o mar, diminui a transparência da água. Com o "escurecimento" do mar, o coral, que precisa de águas luminosas, morre. O rio Amazonas, pelo mesmo motivo, também impede a formação de recifes em sua foz.
O Brasil apresenta dezoito espécies. Dessas, oito só ocorrem no país. Se compararmos com a Grande Barreira de Corais da Austrália, com mais de 400 espécies, é um número reduzido. Mas o fato de a costa brasileira ser a única que tem corais no Atlântico Sul torna a pesquisa feita aqui imprescindível para se chegar a um panorama global.
Ao longo da faixa intertropical existe um gigantesco tapete de corais. Raramente eles prosperam abaixo de 25 metros, embora existam registros de espécies sobrevivendo a 46 metros de profundidade.
A área mais rica em recifes é o Sudeste Asiático e Oceania, com quase duas vezes o número de gêneros do Caribe, outro local de grande concentração. Em número de espécies, ocorre um grande contraste. Enquanto os Oceanos Pacífico e Índico possuem cerca de 700 espécies, o Atlântico só apresenta 35.
Segundo o biólogo Paulo Young, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, há uma explicação para esta diferença: "O Pacífico tem um maior número de barreiras geográficas, o que permitiu que houvesse maior especiação, isto é, que mais espécies se formassem".
No Pacífico e no Índico existem mais de 300 atóis, grandes formações de corais formadas sobre a cratera de vulcões submersos. Normalmente são circulares ou ovais, e têm uma lagoa central. Outra formação característica dos dois oceanos são os recifes em forma de barreira entre a costa e o mar, dando origem a um canal. A Grande Barreira de Coral, na costa da Austrália, é um exemplo dessa formação, que atinge milhares de quilômetros.
As obras desses pequenos enge-nheiros impressionam o homem há séculos. Mas não se sabia que dispunham de um alarme tão perfeito para os riscos do aquecimento global. Mais um serviço que ficamos devendo aos corais.

Como vai ser o monitoramento

Mapeamento: Os pesquisadores escolhem uma colônia que seja significativa (com presença de várias espécies de corais rígidos) e delimitam uma área, fixando pinos e ligando-os com uma corda. Esta área, chamada transect, será investigada rigorosamente, determinado-se o número de espécies, sua distribuição e as diversas relações existentes entre elas.
Observação: Duas vezes por ano, os pesquisadores mergulharão para monitorarem a área previamente definida. O branqueamento será acompanhado por meio de fotografias ou observação direta.
Temperatura: Periodicamente, a área definida para pesquisa terá sua temperatura controlada, para que se estabeleçam relações entre essas variações térmicas e o branqueamento ou alteração do número de espécies.

A existência de recifes no Arquipélago de Abrolhos, situado a 80 quilômetros da costa sul da Bahia, já havia sido detectada, de maneira trágica, pelos navegadores portugueses da colônia. O nome vem de "Abra os olhos!", um alerta para os bancos de coral que provocaram diversos naufrágios. Em 1832, aportou por lá um naturalista inglês que revolucionaria as ciências naturais: Charles Darwin. Mas foi o canadense Charles Frederick Hartt o primeiro a dedicar um capítulo inteiro aos corais do arquipélago, 40 anos depois da visita de Darwin. Além de dar seu nome a uma espécie local, Hartt revelou a existência dos chapeirões, apelido dado pela população local aos recifes com forma de chapéus, únicos no mundo. Os chapeirões alcançam 20 metros de altura, e a cabeça tem 50 metros de diâmetro.
Transformado em Parque Nacional Marinho em 1984, Abrolhos recebe milhares de mergulhadores por ano, que embarcam na cidade baiana de Caravelas. Para o coordenador científico do Monitoramento de Recifes de Coral, Ricardo Coutinho, do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, os recifes da região merecem toda a atenção. "Há cerca de um ano, já observamos branqueamento nos chapeirões do Parcel de Paredes"..

O jardim do Atlântico

O Caribe é a região do Atlântico onde os corais melhor se desenvolveram. Representa também o limite de ocorrência de corais no Hemisfério Norte. As 3 000 ilhas que compõem o Arquipélago das Bahamas, a península de Yucatan, no sudeste mexicano, e as ilhas de Cuba e Porto Rico são considerados os melhores locais para observação e pesquisa de corais. Já o litoral da Venezuela não apresenta grandes colônias de coral, por causa dos inúmeros rios que desembocam na região.
As condições de mergulho no Caribe estão sujeitas à ação dos freqüentes furacões, que aumentam a quantidade de sedimentos da água e chegam a destruir algumas formações mais frágeis de corais.
Foi próximo à ilha de Porto Rico que os biólogos Ernest e Lucy Williams, da Universidade de Porto Rico, observaram pela primeira vez, em 1987, o preocupante branqueamento dos recifes.

A muralha submarina

Os minúsculos corais, fora o homem, são os únicos seres vivos que erigiram uma "obra de engenharia" que pode de ser vista do espaço. É verdade que levaram bem mais tempo. Os chineses consumiram 210 anos para construir os 2 400 quilômetros da Grande Muralha, enquanto os cnidários levaram cerca de 6 000 anos para formar os 2 012 quilômetros da Grande Barreira de Corais, localizada no nordeste da Austrália. Descoberta pelo navegante inglês James Cook em 1770, a Grande Barreira concentra mais de 400 espécies de corais, entre rígidos e macios, imensos cardumes de pequenos peixes, algas, esponjas e uma quantidade tão grande de águas-vivas que o mergulho na região é proibido entre outubro e maio, quando elas se multiplicam. As águas-vivas, que também são cnidários, têm um veneno que deixa feridas profundas na pele e, às vezes, chega até provocar a morte. Terminada a temporada do perigo, começa a dos mergulhadores. Os recifes situados a leste apresentam água morna e calma, enquanto, na barreira oeste, grandes tubarões que habitam o Mar de Coral nadam entre os recifes de coral

Mar quente e raso na Indonésia

A Indonésia, localizada no sudeste asiático, é um país fragmentado pela geografia. São mais de 13 000 ilhas que formam intrincados canais de difícil navegação, principalmente por causa da pouca profundidade. Este aspecto é perigoso para os barcos, mas cria o meio ambiente ideal para o desenvolvimento de recifes de coral: água quente, entre 25 e 28°C e muita luz. A grande atração da Indonésia e do Sudeste Asiático é a variedade de espécies e formas. No fundo submarino da região podem ser vistos recifes em franja (que se projetam diretamente para o mar a partir das praias), em barreira (quando formam um canal entre o mar e a costa) ou formando grandes bancos, que surgem quando diversos corais se fundem. Os atóis, que se formam sobre vulcões, criam ótimas condições de mergulho em suas lagoas, também existem nesta região. A riqueza dos mares da Indonésia faz do Sudeste Asiático um importante centro de estudos tanto da fauna do Oceano Índico quanto do Oceano Pacífico.

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terça-feira, 27 de maio de 2014

Na era da Bionáutica - Cirurgia


NA ERA DA BIONÁUTICA - Cirurgia



Olhos, braços e cérebros eletrônicos fazem do médico um bionavegante, que viaja pelo corpo humano em busca de caminhos mais certeiros e menos traumáticos para as cirurgias.


Cem anos depois da descoberta dos raios X, em 1895, a tecnologia à disposição dos cirurgiões beira a ficção científica. A informática e a robótica, associadas a outras áreas do conhecimento, fizeram dos médicos verdadeiros "bionautas", capazes de viajar pelo corpo do paciente.
Os veículos que conduzem esses navegantes são os mais diversos. Um deles, o Signa MRT, estreou no final do ano passado e continua em testes no hospital Brigham and Women´s, em Boston, Estados Unidos. É uma nova versão da câmara de ressonância magnética nuclear. O aparelho, que há dezesseis anos revolucionou as técnicas de diagnóstico, agora acomoda em seu interior o próprio cirurgião.
"Lá dentro, o paciente fica transparente", explicou a SUPER Brian Johnson, técnico da General Eletric, dona do projeto. A mágica se explica: o aparelho produz um campo magnético mil vezes maior do que o da Terra. Assim, excita os núcleos dos átomos de hidrogênio do corpo. Como nenhum tecido reage da mesma forma a essa excitação, as diferenças permitem gerar imagens tridimensionais do interior do organismo. Operando dentro desse superolho eletrônico, o médico acompanha, ao vivo, o percurso de seus instrumentos nos órgãos.
A sala de cirurgia está deixando de ser domínio exclusivo de médicos e enfermeiros. Um outro tipo de auxiliar gradativamente se junta a essa equipe. É o robô. Ele não está sujeito à temida falha humana e a cada dia ganha mais autonomia. Pode ajudar o cirurgião a localizar um tumor, ou, no futuro, até substituí-lo, fazendo sozinho a operação. Há quem espere que um dia ele dispense, inclusive, a presença física do médico.
"Você, aí no Brasil, poderá ser operada por um cirurgião nos Estados Unidos", exemplificou para SUPER um dos coordenadores do projeto de telecirurgia na Universidade de Virgínia, Estados Unidos, o neurocirurgião Neal Kassel. Um sistema de comunicação rápida, por fibra ótica, permite que o médico acompanhe as imagens da operação e emita, por computador, ordens ao robô. A máquina, por sua vez, estará programada para imitar os movimentos do médico em escala reduzida. De acordo com Kassel, em seis meses será possível realizar a primeira telecirurgia num ser humano.
De posse de ferramentas como essa, o cirurgião acaba por se converter numa espécie de piloto. Para usar uma expressão corrente entre os aeronautas, poderá "operar por instrumentos". Na verdade, ele já vem fazendo isso.
Microcirurgias delicadas, como as de cérebro, seriam impossíveis sem o auxílio de microscópios que potencializam a visão do homem. Os endoscópios também funcionam como extensões dos olhos e dos braços desses pilotos da medicina, que alcançam recantos escondidos do organismo, sem necessidade de grandes incisões e diminuindo o risco de infecção. Até a vestimenta do cirurgião evoluiu. Se fosse vivo, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, que há um século descobriu os raios X, não acreditaria.

Quem tem medo desta sala?

Do piso ao aparelho de anestesia, conheça a tecnologia à disposição de médicos e enfermeiros na sala de cirurgia.

Mesa cirúrgica
Apóia-se sobre uma base hidráulica e pode ser movida por controle remoto. Um tampo radiotransparente facilita a realização de radiografias durante a operação.

Manta térmica
Uma corrente de água quente ou fria circula em seu interior, para aquecer ou resfriar o paciente.

Focos de luz
São controláveis para atingir campos maiores ou menores com diferentes intensidades. As luz das lâmpadas de tungstênio é filtrada para distinguir o sangue venoso do arterial.

Aparelho de anestesia
Controla ritmo cardíaco, pressão e possui analisador de gases. Dosa o anestésico e substitui o pulmão do paciente, fornecendo oxigênio. Purifica o ar exalado, sem retirar o anestésico, e o devolve ao paciente. Com isso, economiza-se anestesia, que é cara. Um sistema de alarmes avisa sobre qualquer irregularidade.

Monitor de constantes vitais
Usado quando o aparelho de anestesia não conta com suficientes recursos.

Aquecedor de sangue
Permite que o paciente receba sangue na temperatura do organismo.

Bisturi elétrico
Gera uma corrente elétrica de alta freqüência. A corrente circula por um cabo até agulhas ou pinças com as quais se pode cortar, cauterizar e coagular.

YAG laser
Gerador para bisturi a laser, usado, principalmente, para a cauterização de tumores. O bisturi pode entrar no organismo via sondas.


Monitor de vídeo
Imprescindível nas operações feitas com endoscópios, sondas que levam luz, microcâmaras e instrumentos cirúrgicos para dentro do organismo. Os médicos trabalham apenas olhando pelo monitor. Associado ao aparelho de videocassete, permite gravar as cirurgias com objetivos didáticos.

Piso
A composição deve incluir material condutivo e malha de cobre, para evitar acidentes elétricos. Alguns hospitais preferem a cor preta, mais eficiente para denunciar a presença de pó.

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Clara Água, Cara Água


CLARA ÁGUA, CARA ÁGUA - Meio Ambiente



Três quartos da superfície do globo são oceanos. Daí que, vista de longe, a Terra é pura Água. Mas não é água pura. Esta é cada vez mais rara, e 30% dos 5,5 bilhões de habitantes do planeta já sofrem com a escassez. Você verá uma radiografia dessa escassez e entenderá por que, nos próximos anos, a conta de água da humanidade não será mais tão barata.



Há três anos, um editorial da revista inglesa The Economist, uma das mais influentes do mundo, afirmou em editorial que a água era "commodity", isto é, uma mercadoria como madeira ou petróleo, e alertou para a elevação do custo dessa "commodity". Um leitor desavisado poderia se espantar: mas como pode custar caro um líquido que a gente vê em todo lugar?
Mas o que a gente vê em todo lugar não é o que a gente aproveita. Mais de 97% da água do planeta é de mares. Salgada. Não serve nem para uso industrial. A potável mais pura da natureza está nas calotas polares e nas geleiras, que armazenam 2% da água do planeta. Muito frio e muito longe. Lençóis subterrâneos, lagos, rios e a atmosfera guardam o 1% restante. E é só essa que está à disposição.
As chuvas e a neve descarregam sobre os continentes parte do que evapora dos oceanos. São 40 673 quilômetros cúbicos ao ano. Mas quase dois terços se perdem. Restam 14 000 km3 como fonte de suprimento estável para um consumo anual global, hoje em torno de 4 500 km3.
No consumo global, 69% das águas potáveis, 15% do uso doméstico e 20% das águas de irrigação são de origem subterrânea. Mas essas reservas não são eternas; são como jazidas de petróleo, não renováveis. A superexploração provoca rebaixamento dos lençóis freáticos e problemas amargos para muitos países.
Nos últimos vinte anos, novas 1,8 bilhões de bocas vieram se somar à humanidade e diminuíram em um terço o suprimento de água do planeta. O pior é que a necessidade de água cresce ainda mais rápido do que o aumento da população. Para atendê-la, cavam-se poços e constróem-se barragens. Já há 36 000 barragens no mundo. O problema é que as novas alternativas para matar a sede da civilização custarão cada vez mais caro.
Onze países da África e nove do Oriente Médio sofrem secas permanentes. Mas a situação vai se complicando também em outros lugares, no México, Hungria, Índia, China, Tailândia e Estados Unidos. Para um número crescente de países há perspectivas de esgotamento de reservas. Veja, a seguir, alguns retratos da crise:
- Na Cidade do México, o governo tenta disciplinar o consumo e escavação de poços. A exploração desordenada rebaixou o lençol freático e isso tem ocasionado o afundamento do centro da capital - 20 cm ao ano, há décadas. A Catedral Metropolitana que já se encontra dois metros abaixo do nível da rua, está tombando.
- Um dos desastres mais graves é o do mar de Aral, na Ásia. Ele já perdeu 40% em superfície e 60% do volume. Os rios Amu e Syr, que desaguavam nele, foram desviados para irrigar 7,5 milhões de hectares de algodão.
- A Arábia Saudita, onde 75% da água provêm de lençóis subterrâneos, irrigou o deserto e virou exportadora de trigo em 1984. Em 1992, o rei Fahd autorizou o aumento da exploração de água do subsolo, de 5,2 bilhões de m3/ano para 7,8 bilhões. Prevê-se o esgotamento das reservas em 50 anos.
- Na Líbia, as reservas subterrâneas da costa do Mediterrâneo já ficaram salobras. Esvaziadas, foram invadidas por água salgada. O governo constrói o Grande Rio Artificial, rede de 1 000 quilômetros de dutos, que trará água de reservas do deserto até a costa. Cerca de 730 milhões de m3/ano serão transfe-ridos durante 40 ou 60 anos, a um custo total de 25 bilhões de dólares. Mas logo a nova fonte também vai secar.
- Na China - com 22% da população mundial e apenas 8% da água doce - falta água em Pequim, Tianjin e nas planícies produtoras de grãos, no Norte. Os lençóis da capital diminuem 2 metros por ano, e um terço dos poços já secaram.

Hoje, quando secam as torneiras de bairros inteiros na cidade grande e a madame do bairro vizinho manda lavar a calçada, ninguém repara. Mas isso também terá que mudar. Nos próximos quarenta anos, 90% do crescimento populacional vai se concentrar nas cidades. Como a agricultura consome dois terços de toda a água retirada da superfície e do subsolo, uma parte dos recursos da irrigação deverá ser desviada. É provável que a água, então, alcance um valor de mercado comparável ao do carvão, do petróleo ou da madeira - e que o desperdício venha a ser punido pela legislação.
Economizar já é imperativo. Em Israel - onde 70% do esgoto é reciclado para irrigação -, foi criada a microirrigação: redes de tubos porosos ou perfurados sob o solo, diretamente sob as raízes dos vegetais, fazem circular água em gotas.
Nos Estados Unidos, o consumo industrial já diminuiu 36% desde 1950. Na Alemanha, mantém-se estável desde 1975, apesar de um aumento de 44% na produção. No Japão, diminuiu 24% desde 1989.
É preciso, também, encontrar alternativas para o abastecimento. Há 7 500 usinas em operação no Golfo Pérsico, Califórnia, Espanha, Malta, Austrália e no Caribe, convertendo 4,8 bilhões de m3 de água salgada em água doce, por ano. Mas o processo ainda é caro. Cada metro cúbico sai por 2 dólares.
Em 1975, o príncipe saudita Mohamed al-Faissal encomendou ao explorador polar francês Paul Émile Victor um estudo para transportar um iceberg do mar de Wedell, na Antártida, até a Arábia Saudita. Conclusão: a viagem de 10 000 km de um bloco de gelo com 100 milhões de toneladas, a 2 km/hora, duraria nove meses. Graças a técnicas de antiderretimento, chegariam 80 milhões de toneladas de gelo na Arábia. A experiência, porém, ainda não foi tentada.

A Amazônia detém a maior bacia fluvial do mundo. O Brasil tem mesmo muita água, mas, ainda maiores que as reservas, são as taxas de desperdício, estimadas em 40% só na rede pública. A ilusão de abundância esconde a péssima gestão dos recursos hídricos.
O estado de São Paulo resume o impasse. Recebe muitas chuvas, tem rios, e vive em racionamento branco. Periodicamente, falta água na capital.A demanda sobe: 290 000 litros por segundo em 1989, 354 000 em 1992, provavelmente 880 000 em 2010. A irrigação gasta 43% dos recursos, a indústria, 32%, e as cidades, 25%.
Na região Norte, as reservas recebem mais agrotóxicos, mercúrio dos garimpos e lixo bruto. Aliás, 63% dos 12 000 depósitos de lixo no Brasil estão em rios, lagos, restingas, ou seja, nos chamados corpos d´água.
No Nordeste, açudes, barragens e represas armazenam 80 bilhões de m3 de água sem melhorar a vida dos 17 milhões de nordestinos. Contudo, os 400 mm de chuvas anuais do semi-árido representam 4 vezes mais do que as chuvas da Califórnia - onde foram criados celeiros agrícolas. A desertificação não ameaça apenas o Nordeste. Há focos de desertificação em Montes Claros (MG), em São Fidélis (RJ), em Marília (SP), em regiões do Paraná, e em 14 municípios do Rio Grande do Sul.
A incúria pode ser medida pela timidez das políticas de reciclagem. A maior estação de tratamento do Brasil, a de Barueri (SP), só agora começou a planejar a reciclagem. Algumas experiências privadas deram certo: a Companhia Cacique de Café Solúvel, em Londrina, e a Fiat, em Betim, conseguiram boa economia de custo com reciclagem e no uso dessas águas.
A civilização sempre dependeu da água. Agora é o inverso: a água é que dependerá do nosso grau de civilização. Dependerá, principalmente, do quanto estamos dispostos a pagar.

Cada vez menos reservas

Vários países do mundo já dispõem, há anos, de estoques de água por habitante menores do que a média aceitável de 2000 metros cúbicos/ano/pessoa. E a escassez deve aumentar.

Suprimentos renováveis de água per capita (metros cúbicos por pessoa)

Região/País 1992 2010

Argélia 730 500
Burundi 620 360
Cabo Verde 500 290
Líbia 160 100
Egito 30 20
Israel 330 250
Jordânia 190 110
Arábia Saudita 140 70
Kuait 0 0
Barbados 170 170
Bélgica 840 870
Cingapura 210 190

Fonte: Worldwatch Institute

O mar de Aral, na Rússia, é um dos exemplos mais graves de destruição ambiental e desertificação causada pelo homem. Um dos resultados: prejuízos graves à pesca, com navios encalhados na areia.

Seca em São Paulo
A estação de tratamento de água de Guaraú, na Grande São Paulo, é a maior do país. Recicla parte das águas usadas nas cidades da região. Faz parte de um projeto-monstro para diminuir o problema de seca no Estado de São Paulo.

Deserto no Sul
A região de Alegrete, no Rio Grande do Sul, vem sofrendo um processo de desertificação constante. Há vários projetos de recuperação do território, que tentam aumentar a fixação de água no solo, utilizando plantas ou muros para conter a areia.

Irrigação no Nordeste
Desde 1847, fala-se em desviar e "transpor as águas" do Rio São Francisco e do Tocantins, para perenizar os rios intermitentes do Nordeste e vencer a seca. O governo do Ceará investiu US$ 48 milhões na construção do Canal do Trabalhador, de 118 km de extensão, com esse objetivo.

Agricultura na Arábia
A Arábia Saudita é quase toda coberta por desertos. Mais de 75% da água potável e usada na agricultura é retirada de lençóis freáticos. Os projetos de irrigação transformaram o país em produtor e exportador de trigo, mas a água deve acabar em 50 anos.

Como se recicla

O problema da seca não pode ser resolvido só com o consumo da água que existe, uma fonte que não é renovável. Por isso, estão sendo tentadas - ou utilizadas cotidianamente - formas de reciclagem das águas já consumidas nas cidades ou no campo, ou da maior fonte de água, os oceanos e mares.

Árabes querem importar icebergs
Os icebergs da Antártida, como esse da foto acima, que se desprendeu em 1991, podem vir a fornecer água.

Esgotos são reoxigenados para uso
Centros de tratamento com grandes misturadores
reoxigenam em tanques a água já usada.

Usinas para dessalinização
Vários países usam água dos oceanos, retirando o sal, em grandes usinas, bem parecidas com as refinarias de petróleo.

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Nosso Ancestral ? Esse Micróbio ? - Evolução

NOSSO ANCESTRAL? ESSE MICRÓBIO? - Evolução



Um pesquisador francês muda os rumos da discussão sobre a identidade do primeiro ser vivo da Terra, o micróbio fundamental. A hipótese predominante dizia que ele era amigo das altíssimas temperaturas. Agora, o professor Paul Forterre diz que não, o bicho não era tão quente assim.



Por volta de 4 bilhões de anos atrás, a superfície da Terra era um inferno horroroso, assolado por centenas de vulcões ativos e bombardeado por grandes meteoros. Mas isso não impediu que os micróbios aparecessem. Segundo a hipótese mais aceita, eram seres infernais: habitavam fendas fumegantes, por onde jorrava vapor de água carregado de sais minerais. Alimentados pelo caldo forte e aquecidos pelo forno interior da Terra, aqueles seres não precisaram da energia do Sol para viver, ao contrário da grande maioria dos seus sucessores.
Bem recentemente, em 1977, foram descobertos micróbios subterrâneos bem parecidos - e bem vivos. São bactérias: os termófilos (se agüentam bem até 80°C) ou hipertermófilos (chegam aos 110°C). No final do ano passado, descobriu-se mais. Que a quantidade desses amigos do calor é tão grande que, em peso, pode ser maior do que a de todos os outros animais e plantas somados. A descoberta foi pura lenha na fogueira e inflamou ainda mais a hipótese de que nossos ancestrais biológicos ferviam. Os herdeiros encontrados seriam as provas candentes da existência dos antepassados.
Foi então que o microbiologista Paul Forterre, da Universidade Paris-Sul, ao lado de alguns outros cientistas, teve a coragem de desafinar o coro acalorado. Primeiro por telefone e depois por fax, ele deu à SUPER detalhes de suas conclusões, explicando por que considera prematuras as conclusões da maioria. Para ele, não é nada disso: "O ancestral universal deve ter sido muito diferente das células atuais. No modelo que eu proponho, o ancestral universal teria sido um mesófilo (que gosta de temperaturas de cerca de 40°C)."
Além do professor Paulo Forterre, a SUPER entrevistou também alguns dos mais importantes cientistas envolvidos no debate. O maior desafio na busca do micróbio (definido como qualquer organismo mil vezes menor que um milímetro) fundamental é achar um tronco para a árvore genealógica de todos os seres, dos insetos às baleias azuis, passando pelas famílias de cada um de nós. São conhecidos três grandes galhos: o das bactérias, o das arqueobactérias e o dos eucariotas. As duas primeiras são bastante semelhantes entre si. Seu organismo é uma célula pequena e sem órgãos internos, nem núcleo nem nada. Por isso, parecem primitivas.
Os eucariotas, o terceiro galho, seriam uma ramificação mais recente. Suas células, de fato, são maiores e têm diversos órgãos internos, como o núcleo - uma bolha de gordura onde os genes ficam guardados. Muitos eucariotas são unicelulares, como as algas, as amebas e os protozoários (um protozoário conhecido é o tripanossoma, causador do mal de Chagas). Mas há os eucariotas multicelulares. Você, que está com essa revista na mão, é um eucariota. A minhoca também é, como todos os animais e plantas.
Foi a partir dessa árvore de três galhos que se chegou a hipótese do ancestral mais tórrido. Por sua simplicidade, as bactérias e arqueobactérias parecem ser as mais primitivas. Além do quê, são amigas do calor. Outro ponto a favor: os fósseis mais antigos já encontrados, com 3,5 bilhões de anos, têm os traços gerais das bactérias, enquanto os primeiros rastros dos eucariotas aparecem há apenas 2 bilhões de anos. Mas a tese pegou fogo mesmo quando passaram a surgir, recentemente, novas descobertas de termófilos e hipertermófilos (bactérias das altas temperaturas, de até 110 graus) habitando as profundezas da terra, muitas vezes embaixo do fundo dos oceanos.
Todos os meses, praticamente, surge um novo representante da escaldante fauna. Em 1994, o microbiologista ambiental Daniel Boone, do Oregon Graduate Institute, de Portland, Estados Unidos, encontrou montanhas de bactérias enterradas sob mais de 3 quilômetros de rochas. Uma delas, apropriadamente batizada Bacillus infernus, é inquilina das fendas de pedra a 60°C. Falando à SUPER, por fax, Boone resumiu o argumento da maioria dos cientistas com relação a esses micróbios. "Durante a formação da Terra, a temperatura era muito alta, e assim que ela caiu um pouco, as primeiras células capazes de sobreviver teriam sido as bactérias termófilas."
O francês Paul Forterre, no entanto, acha prematuro tirar conclusões por aí. Ele reconhece que as bactérias têm uma anatomia simples. Mas, se forem observadas mais de perto, na escala das moléculas, elas não são realmente primitivas: "Elas têm mais ou menos as mesmas engrenagens bioquímicas dos eucariotas." Forterre trabalha com a idéia de um ser ancestral muito diferente com relação aos que existem hoje.
Além disso, segundo Forterre, não há provas de que os primeiros bichos já nasceram preparados para agüentar o calor. Essa capacidade pode ter sido adquirida com o tempo. Ele aposta que as primeiras células tinham uma tecnologia bioquímica realmente rudimentar, cujas engrenagens ainda não foram achadas em nenhum micróbio, nem num fóssil de micróbio. Ele prefere pensar que a linha mestra na evolução desse bicho, que não tinha familiaridade com labaredas, conduz ao galho dos eucariotas. Mas o precursor, em si mesmo, seria algo jamais visto, pondera o cientista. "Alguma coisa entre as bactérias e os eucariotas."
O planeta é dos micróbios. Eles estão na Terra há mais de 4 bilhões de anos; os humanos (Homo erectus) chegaram há 2 milhões de anos, se tanto. Uma idade duas mil vezes menor. Mesmo juntando todos os animais, dos menores vermes às baleias azuis, nenhum está aqui há mais de 500 milhões de anos, quase um décimo da idade dos micróbios. Numa árvore genealógica de todos os seres, o conjunto completo dos animais é um único ramo, e o conjunto das plantas ocupa mais um. São dois ramos num dos três galhos da árvore, o galho dos eucariotas. Todos os outros vinte ramos da árvore são propriedade dos micróbios.
"Já sabemos que há mais diferença entre duas linhagens de micróbios, mesmo filiados ao galho dos eucariotas, do que entre as plantas e os animais, que também são eucariotas", diz o francês Paul Forterre. Isso significa que há mais semelhanças entre um cidadão comum e uma samambaia do que entre um micróbio e outro.
Forterre sustenta que a ramificação dos seres unicelulares, por volta de 4 bilhões de anos atrás, foi muito rápida. Uma explosão que transformou profundamente o hipotético precursor de todos eles, na visão do cientista. Ele sabe que está andando na contramão (veja o que afirmam seus antagonistas no quadro ao lado).
Uma contramão espinhosa. Em oposição a ele, pesa o fato de que Terra sofreu pesada blitz de meteoros gigantes, entre 4,2 e 3,8 bilhões de anos atrás. Essa descoberta, feita há pouco mais de cinco anos, animou os defensores de um ancestral termófilo, já que a temperatura global da Terra pode ter chegado a quase 100 °C.
A posição de Forterre, apesar disso, não fica totalmente abalada. É só ver o que declarou à nos um respeitado estudioso do assunto, o geólogo James Kasting, da Universidade do Estado da Pensilvânia: "Com o impacto dos meteoros, a temperatura global pode ter subido a 85°C, mas meu palpite é de que ficou entre 25 e 40°C ". Assim, fica-se dentro da margem que contempla a hipótese do francês, para quem a vida não começou em temperaturas muito mais altas que 40°C.
Forterre também ganhou pontos em um livro lançado este ano, Origins of Life and Evolution of the Biosphere, do microbiologista Peter Gogarten, da Universidade de Connecticut, Estados Unidos. Em entrevista à nos, Gogarten afirmou: "A genealogia dos micróbios não indica que eles surgiram em ambientes com mais de 70°C." Forterre, em sua honrosa contramão, vai saber aproveitar mais esse argumento. Ele gostaria que surgisse uma associação entre microbiologistas, biólogos moleculares, químicos e exobiologistas (que procuram vida no espaço). "Acho que vamos ter descobertas surpreendentes sobre o ancestral universal e seus possíveis parentes em outros planetas." O debate vai ferver.


A célula única ...

Há 3 bilhões de anos, bactérias inumeráveis cobrem a paisagem como grossas mantas coloridas. A luz já conseguia passar através dos gases ejetados pelos vulcões. A atmosfera não tinha ainda oxigênio, que só iria aparecer, como uma secreção de certas bactérias, 1 bilhão de anos depois. O ar continha vapor de água, nitrogênio e gás carbônico.

... vira corpo mole ...

Ocupando sozinhos o planeta por quase 3 bilhões de anos, os micróbios de repente têm de abrir espaço para os organismos com mais de uma célula e de corpo mole. Um pouquinho mais tarde, há 500 milhões de anos, os animais de casca e outras partes duras explodem com os contornos mais estranhos. Era uma festa de modelos de corpos, uma fartura de formas como nunca mais se viu.

... e organismo acabado

Há 300 milhões de anos, os peixes já haviam se desenvolvido e os répteis conquistavam a terra firme. Os ossos chegavam ao planeta, dando sustentação interna aos organismos. As plantas, que haviam evoluído a partir das algas, completavam a paisagem. As primeiras plantas ainda não tinham flores, que são órgãos sexuais das espécies mais avançadas.

Depois dos répteis...

Com os dinossauros, o predomínio dos répteis chega ao auge. Os seres que começaram essa história, mil vezes menores que 1 milímetro, se tornaram imensas massas de carne, com 30 metros de altura. Eram exuberantes, mas foram efêmeros. O seu reinado não chega a durar 5% da idade da Terra (que é de 4,6 bilhões de anos). O dos micróbios havia durado 88%.

... e dos mamíferos...

Últimos 100 milhões de anos. Pouco antes, a natureza vinha fazendo experiências com animais parecidos com os répteis, mas de um novo tipo. Eram os antecessores dos mamíferos. No princípio, suas populações eram insignificantes, mas eles evoluem com rapidez a partir de 65 milhões de anos atrás, com o repentino desaparecimento dos dinossauros.

... vem a humanidade

De acordo com a microbiologista americana Lynn Margulis, a Terra, na verdade, nunca deixou de ser dos micróbios. Ela sustenta que todos os animais complicados não passam de associações de micróbios. Até o homem, com todo o respeito. O nosso corpo, tal como existe no Homo sapiens há 200 000 anos, seria a forma suprema da aventura existencial desses seres microscópicos.

O que dizem os maiores conhecedores do assunto

"O mais razoável
é que o ancestral
de todas as formas
vivas tenha sido
um organismo
preparado para
enfrentar altas temperaturas"

Carl Woese,
Universidade
de Illinois

Um dos responsáveis pelo debate atual a respeito do mais antigo ancestral de todos os micróbios é o professor Carl Woese. Ele descobriu, na década de 70, o que hoje se considera uma classe inteiramente nova de microorganismos, as chamadas arqueobactérias. Comparáveis às bactérias tradicionais, elas são enigmáticas porque também têm traços que lembram os da terceira grande classe de micróbios, os eucariotas. Nem todos admitem essa divisão tripartite (bactérias, arqueobactérias e eucariotas), que substituiu a divisão em duas classe apenas (bactérias e eucariotas). Mas ela já é muito importante para ser ignorada.
Estão entre as arqueobactérias alguns dos mais extremados hipertermófilos (micróbios muito amigos do calor). Eles não ligam para temperaturas de 110°C. Favorecem a idéia de que a vida começou mesmo pegando fogo.

"Toda a química
que conhecemos sobre a origem
da vida sugere
que ela começou
em baixa temperatura".

Stanley Miller,
Universidade
da Califórnia

Miller é o que se chama uma lenda. Em 1953, na Universidade de Chicago, ele aplicou descargas elétricas numa mistura de metano, vapor de água, hidrogênio e amoníaco, e transformou essas moléculas triviais em aminoácidos, substâncias básicas para o metabolismo das células.
Mostrou que, sob as condições certas, a matéria inanimada podia gerar as peças fundamentais para o funcionamento dos seres. Essa revolução aconteceu na Terra, há bilhões de anos, e repeti-la no laboratório tem sido um sonho dourado do homem. Miller ainda não chegou lá, mas vem acumulando informações preciosas. O dado mais atual, que ele divulgou no ano passado, contradiz os argumentos de que vida precisaria de centenas de milhões de anos para brotar: "Nossos cálculos mostram que 10 milhões de anos são mais do que suficientes."


"Eu acredito que
as moléculas das primeiras células
não suportariam
um calor extremo,
de mais de 100°C. Penso que elas surgiram, há mais
de 4 bilhões de anos, num ambiente de até 70°C. Só depois é que se adaptaram a 120°C."

Peter Gogarten,
Universidade de Connecticut

No final do ano passado, no livro Origins of life and evolution of biosphere, saiu uma das mais completas análises das moléculas básicas de todas as classes de micróbios. "Os autores articularam muito bem as mais recentes novidades sobre o assunto", recomendou o americano James Kasting, professor de Geociências da Universidade do Estado da Pennsilvânia. Um dos autores, o biólogo Peter Gogarten, falou à SUPER que, logo depois de formada, a Terra era quente, às vezes mais, às vezes menos, em períodos alternados. A vida teria surgido numa das fases em que o castigo era menor.

"Há diversas formas de justificar a
hipótese de que
os primeiros organismos eram células familiares
com ambientes quentes. Nessas condições, por exemplo, as reações químicas básicas
das células ocorreriam mais facilmente"

Daniel Boone,
Oregon Graduate Institute

O microbiologista ambiental Daniel Boone participou, no ano passado, da descoberta de um novo nicho ecológico dos micróbios: o subsolo profundo do planeta. Espécies desconhecidas estão sendo encontradas em grande número nesse locais, em todos os continentes. Algumas estão isolados nas profundezas desde o tempo dos dinossauros, há 60 milhões de anos. E os seus ancestrais, a julgar pela posição defendida por muitos cientistas, podem ter ocupado esses nichos desde os primeiros momentos de existência do planeta.


Uma árvore para cada hipótese

Hipótese 1
A visão predominante entre os pesquisadores é que os primeiros organismos surgiram mesmo na Terra ardente. Eram antepassados das bactérias (microorganismos que não têm núcleo). Por isso, as bactérias estariam na linhagem principal da árvore genealógica.

Hipótese 2
Na hipótese alternativa nem tudo era castigo, o tempo todo. As células originais acharam um ambiente menos quente para nascer e estavam na linhagem dos eucariotas (microorganismos com núcleo). Nesse ramo, estão os animais, inclusive o homem.

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

As novas estrelas da comunicação - Estrelas


AS NOVAS ESTRELAS DA COMUNICAÇÃO - Satélites



Você está num barco no meio do Oceano Pacífico. Ou a pé no Saara, com areia por todos os lados. Não importa. Dentro de pouco tempo, ninguém mais vai ficar isolado da civilização. Porque todo mundo estará ao alcance de um celular ou de um micro, esteja onde estiver. As maiores empresas de comunicação do mundo prometem: dentro de dois anos, começarão a circundar o planeta mais de 1 000 novos satélites, transmitindo sinais de telefone, fax, TV e ligando computadores. Hoje, estão em órbita apenas 150.



Os satélites de comunicação, atualmente, estacionam muito longe da Terra - a 35 860 quilômetros de altitude, cerca de um décimo da distância à Lua. A nova geração, em vez disso, ficará abaixo de 10 000 quilômetros de altitude. A aproximação vai alterar a tecnologia das comunicações. Para melhor.
A vantagem principal é que a informação vai e volta com muito mais rapidez. E isso é decisivo para a transmissão entre computadores. Para subir 35 860 quilômetros e descer de novo até o chão, os dados levam quase meio segundo. Quando a distância cai para 1 000 quilômetros, a viagem fica 36 vezes mais rápida.
Só que a velocidade tem um preço: de longe, os satélites conseguem "ver" áreas muito maiores da Terra. Por isso, para compensar um campo de visão mais estreito, o tráfego ficará mais intenso. A nova geração terá de ser muito mais numerosa, para cobrir todo o planeta.
As gigantes mundiais do setor de comunicação estão investindo na novidade. Os dois maiores projetos são o Teledesic, de Bill Gates, e o Iridium, da americana Motorola. A Motorola garante que seu cronograma está avançado. E que os primeiros satélites estarão no espaço antes que 1997 chegue ao fim.
Calcula-se que o homem já mandou para o espaço cerca de 10 000 naves, desde a primeira, o velho Sputnik russo. Seu lançamento, em outubro de 1957, está prestes a completar 38 anos. Hoje, estão na ativa cerca de 300 satélites, que podem ser divididos em duas metades.
A primeira reúne quatro tipos principais de aparelhos: os meteorológicos, os militares, os astronômicos e os de sensoriamento. A outra metade reúne os satélites de comunicação, quase todos situados a 35 860 quilômetros de altitude. Aí, eles seguem a rotação da Terra, ou seja, ficam parados com relação a um ponto qualquer.
Essa posição havia sido prevista pelo escritor inglês de ficção científica Arthur Clarke (autor de 2001: Uma Odisséia no Espaço), num artigo para a revista Wireless World, em 1945. Clarke era operador de radar das forças armadas inglesas. E percebeu que era importante para a comunicação os satélites estarem sempre sobre uma mesma região, ou país.
Menos de vinte países, hoje, possuem satélites. A maioria pertence aos americanos, russos e ao consórcio internacional Intelsat (134 países membros, entre os quais o Brasil). O Brasil já lançou cinco naves. Quatro são Brasilsats, de comunicação. O quinto é o SCD-1, o único já construído no país. Serve para coleta de dados meteorológicos.
No início de outubro de 1957, Fernando de Mendonça e Júlio Alberto Coutinho, estudantes do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos, São Paulo, estavam entusiasmados. Iam participar de um espetacular projeto da marinha americana, o Vanguard, cujo objetivo era pôr em órbita o primeiro satélite construído pelo homem.
Fernando tinha 22 anos (quatorze anos depois, ele se tornaria o primeiro diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, também em São José dos Campos). Ele e Júlio estavam empenhados em construir um receptor para receber sinais do primeiro satélite a entrar em órbita. Que eles, como o resto do mundo achavam que seria americano.
Mas, então, veio a surpresa: no dia 4 de outubro, passando na frente dos americanos, a União Soviética pôs em órbita o Sputnik, o primeiro satélite artificial. Era uma simples esfera de alumínio, de 58 centímetros de diâmetro e 84 quilos, voando a 900 quilômetros de altitude. Suas mensagens não iam além de um contínuo bip-bip. Os estudantes brasileiros conseguiram ouvi-lo, depois de gastarem uma semana adaptando o seu equipamento. Quanto ao Vanguard, acabou sendo abandonado.
Com toda a simplicidade, o Sputnik espantou o mundo. Provou que o homem podia voar no espaço. E com tecnologia russa, o que parecia ainda mais inesperado. Só não se admiraram homens como Sergei Korolev, genial e visionário cientista que desde o começo dos anos 50 defendia a viabilidade do programa espacial soviético. Para ele e sua equipe, que trabalhava numa base no meio da Sibéria, o grande feito era conseqüência lógica dos esforços de vários outros pioneiros, como Konstantin Tsiolkovsky. Seja como for, o precursor dos Intelsats, Iridiums e Shuttles mergulhou a União Soviética e os Estados Unidos numa aventura emocionante e arriscada. A corrida espacial, prolongando-se pelas décadas seguintes, não teve vencedores. Mas a humanidade, com certeza, saiu ganhando.
Imagine uma constelação de 60 satélites voando em formação precisa, como uma rede, sobre todo o planeta. Isso é o que algumas empresas vão começar a fazer, nos próximos anos. Imagine, agora, uma rede de quase 1 000 satélites. Esse é o plano delirante da empresa americana Teledesic Corporation, fundada no ano passado. Em seu sistema, grupos de 44 satélites cada um, flutuariam em 21 órbitas diferentes. Num total de 924 aparelhos.
Essa esquadrilha está ainda longe da realidade. Mas se chegar a levantar vôo, construirá a maior de todas as supervias de informações. Maior até que a Internet. Ela deve transmitir voz, dados, imagens e ligar computadores entre si. Custo: 9 bilhões de dólares. Início previsto das operações: 2001. "O sistema vai fazer seus concorrentes parecerem modestos", diz Paul Verhoef, da Comissão Européia de Comunicação por Satélites.
A Teledesic surgiu de uma idéia do engenheiro americano Edward Tuck, um dos principais fornecedores de equipamentos para os satélites Navstar. A ele se juntou Craig O. McCaw, dono da McCaw Cellular, maior empresa de telefonia celular nos Estados Unidos. Como precisava de mais dinheiro (e, principalmente, publicidade), McCaw convidou para o negócio o amigo Bill Gates, dono da Microsoft, maior fabricante mundial de sofware. Unidos, os nomes de Gates, McCaw e Tuck talvez acabem instalando as superconstelações entre as estrelas.

O perigo de batidas no céu

A multiplicação dos satélites cria problemas inevitáveis de trânsito. Mas será que existe o risco de trombadas no céu? Paul Verhoef, diretor da Comissão Européia de Comunicação por Satélites disse, em entrevista à SUPER, que não. "É praticamente impossível que um satélite bata em outro", afirmou. As órbitas são muitas, e há espaço para todo mundo. Mesmo na órbita mais alta, de 35 860 quilômetros, na qual há hoje maior quantidade de naves, a situação parece tranqüila. O limite suportável é de cinqüenta vezes o número atual. Acima do limite, possíveis fragmentos de um satélite podem arrancar pedaços de outros aparelhos. É possível pensar numa espécie de "efeito dominó cósmico". Mas a grande preocupação é com as faixa de freqüências (as transmissões são feitas por microondas, parecidas com ondas de rádio). Para Verhoef, vai ser difícil arrumar freqüências para todo mundo. E evitar que as transmissões de um sistema iinterfiram nas dos outros.

As órbitas de cada projeção

O projeto Inmarsat P é do consórcio Inmarsat, que opera comunicação móvel para aviões e navios. Seus satélites estarão mais alto que os concorrentes de órbita baixa (aquelas que estão até 2000 quilômetros de distância). Menos naves serão necessárias para cobrir o planeta. Empresas: KDD (Japão), Deustsche Telecom (Alemanha),British Telecom (Inglaterra), Comsat (EUA) e Embratel (Brasil). Custo: US$ 2,6 bilhões de dólares.

As mensagens captadas por um satélite passam para os outros, até chegar ao destinatário. É uma inovação do Iridium e do Teledesic. O Iridium também funcionará numa faixa de freqüência exclusiva. Empresas envolvidas: Motorola (Estados Unidos), DDI, Sony, Mitsubishi (Japão). Custo: 3,4 bilhões de dólares.

Além das órbitas circulares, terá duas altamente elípticas (entre 520 e 7 800 quilômetros). Em órbitas elípticas, uma particularidade desse sistema, os satélites permanecem mais tempo sobre uma mesma região. A idéia é que o Ellipso dê prioridade ao hemisfério norte. Principais empresas envolvidas: Fairchild Space, IBM, MCHI e Westinghouse (Estados Unidos) e Israeli Aircraft (Israel). Custo: não divulgado.


Pretende cobrir grande parte da América Latina, África, Sudeste Asiático e Oceania. O ECCO reúne dois projetos. O ECO-8, Sistema Equatorial de Comunicação, foi proposto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Telebrás. O outro projeto, chamado Constellation, foi iniciativa das empresas Bell Atlantic, Texas Instruments e Martin Marietta (Estados Unidos). Custo: 400 milhões de dólares.

No Globalstar, os satélites vão estar diretamente conectados a "cabines telefônicas" no solo. Movidas a energia solar, elas podem ser instaladas até no deserto do Saara. Projetado pela americana Loral Qualcomm Satellite, é apoiado por companhias de telefonia como a Alcatel (França), Hyundai (Coréia) e Vodafone (Inglaterra). Custo: US$ 1,8 bilhões.

Os sonhos da Terra e do céu

O grande pioneiro da exploração espacial foi o cientista russo Konstantin Tsiolkovsky (1857-1935). De família pobre, surdo, o autodidata Tsiolkovsky estudou Química, Física, Matemática e Astronomia. Em 1895, publicou o livro Sonhos da Terra e do Céu, onde estabeleceu os princípios da astronáutica. Mostrou como as leis da mecânica clássica podiam funcionar na ausência da gravidade. Propôs modelos de foguetes, adivinhando muitas das suas características futuras, como sistemas de navegação e combustíveis.
Foi o primeiro a descrever a possibilidade de o homem construir e colocar em órbita um satélite artificial: "Seu movimento seria como o da Lua", escreveu. "Mas a posição do satélite poderia ser determinada arbitrariamente ao redor do nosso planeta, longe apenas o suficiente para estar fora da atmosfera". Outro grande pioneiro, o americano Robert Hutchings Goddard (1882-1945), recebeu o nome de "pai dos foguetes". Desconhecendo o trabalho de Tsiolkovsky, Goddard foi o primeiro a lançar um foguete movido a combustível líquido, em 16 de março de 1926. Ele vôou 56 metros, a 103 quilômetros por hora, durante 2,5 segundos. O terceiro pioneiro da astronáutica foi o alemão Hermann Oberth (1894-1989), cujo trabalho com foguetes deu forma ao primeiro dos grandes foguetes, o V-2 - criado pelo também alemão Wernher von Braun -, usado durante a Segunda Guerra Mundial.

Inventando o caminho

Uma característica do Teledesic é o sistema de "corrente". Funciona assim: quando um canadense quer falar com um nigeriano, ele fala diretamente com o satélite mais próximo. Este, por sua vez, passa a mensagem à nave vizinha, dentro da constelação, e assim por diante. O Iridium também vai adotar esse sistema, mas somente para chamadas telefônicas, onde a quantidade de informação não é muito grande. O Teledesic quer lidar com grandes volumes de dados, como vídeo e multimídia, para fazer a comunicação entre computadores. Para Russell Daggatt, presidente da Teledesic, o sistema será "a estrada de acesso para a supervia de comunicações" de áreas rurais e de países que não possuem sistemas de transmissão por cabos de fibras óticas.

Guerra nas estrelas
Os satélites usam tecnologia do projeto Guerra nas Estrelas, do ex-presidente americano Ronald Reagan. Nesse projeto, hoje abandonado, 1 000 satélites em órbita baixa poderiam abater mísseis inimigos com lasers de alta potência. O número de aparelhos, suas órbitas e também o fato de se comunicarem uns com os outros foram aproveitados pelo Teledesic.


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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Por que as mulheres tem pavor de barata - Psicologia

POR QUE AS MULHERES TÊM PAVOR DE BARATA - Psicologia



É uma cena familiar: o rapaz ouve gritos desesperados na cozinha e parte como um príncipe valente para defender a donzela. Chegando lá, descobre que o assustador intruso não passa de um inseto. Repugnante, vá lá, mas que não traz maiores perigos. Então, o que (ou quem) é capaz de explicar tamanho medo feminino?



Ansiedade feminina

Pesquisas citadas no livro Pânico, Fobias e Obsessões, editado pelo grupo do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas de São Paulo em 1994, mostram que, de fato, as mulheres têm duas vezes mais transtornos fóbico-ansiosos (de medo de multidão a claustrofobia, que é pavor de lugares fechados) do que os homens.

Homem não chora

Segundo a psicanalista Miriam Chnaiderman, do Instituto Sedes Sapientae, em São Paulo, o processo que leva a uma fobia (medo exagerado) é igual no homem e na mulher. O indivíduo projeta alguma aspecto indesejado de si mesmo em um objeto externo, que passa a temer. O que acontece é que, num processo inconsciente, a pessoa "escolhe" onde depositar sua fobia.
Como fica meio ridículo para um homem sair berrando quando vê uma barata, ele "elege" outros bichos para se apavorar: avião, altura (acrofobia), enfarte etc.

Bicho sujo e rastejante

O psicanalista Augusto Capelo, da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, concorda: fobia é projeção de um conflito interno. "O objeto do medo é como uma metáfora do conflito", explica. Seguidor dos ensinamentos do suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), que inventou o conceito de inconsciente coletivo e estudou o homem a partir de símbolos ancestrais, Capelo diz que a mulher teme a barata quando se sente "suja", "rastejante". "Mulher tem mais propensão à fobia", afirma Capelo. Mas, para ele, a fobia, dentro de certos parâmetros, pode ser positiva, ajudando o indivíduo a estruturar seu mundo interior.

A casa é minha

A barata sempre aparece como intrusa dentro da casa, que, por definição, é um espaço feminino. "No mato ninguém tem medo de barata", diz o psiquiatra Edson Engels dos Santos, professor do Instituto H. Ellis, de formação terapêutica. As índias, em geral, nem ligam para barata.

O valor do inseto

Nem todas as culturas desenvolveram esse medo. É o que ensina a antropóloga da Universidade de São Paulo Lux Vidal: "O inseto na cultura primitiva é avaliado de acordo com o seu perigo real ou com um valor explícito que aquela cultura lhe atribui".

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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ignobel: a Ciência ri da Ciência - Bom Humor

IGNOBEL: A CIÊNCIA RI DA CIÊNCIA - Bom Humor



Temido por muitos pesquisadores do mundo inteiro, o IgNobel é o Prêmio Nobel às avessas. Seus ganhadores são pessoas ou institutos que gastaram tempo e dinheiro produzindo trabalhos inúteis, engraçados ou definitivamente absurdos.



Há cientistas que fazem coisas geniais. Mas, como todos os seres humanos, eles às vezes cometem besteiras. E que besteiras. Robert A. Lopez, um veterinário de Westport, Nova York, por exemplo, coletou amostras do parasita Otodectes cynotis, comum em gatos, e, para ver o que acontecia, as colocou no próprio ouvido, um método discutível cientificamente e com certeza perigoso. Ainda pior fez a Agência Meteorológica Japonesa, que passou sete anos estudando a influência do movimento da cauda dos peixes sobre os terremotos.
Desde 1991, os autores de asneiras desse tamanho passaram a ser homenageados com o IgNobel, cujo nome é formado com um trocadilho das palavras ignóbil e Nobel, referência ao famoso prêmio oferecido pela Real Academia da Suécia.Ganhar o IgNobel se transformou num temor permanente para muitos estudiosos. O "antiprêmio" foi criado por iniciativa do jornalista Marc Abrahams e de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT), nos Estados Unidos. Abrahams é editor do Anais da Pesquisa Improvável e ex-editor do Jornal dos Resultados Irreproduzíveis.
O físico Edward Teller também ganhou o IgNobel - o da Paz - porque criou a bomba de hidrogênio americana, um instrumento de guerra. Foi uma brincadeira dos organizadores do evento. Vê-se, então, que nem tudo é besteira, no sentido puro e simples da palavra. Costumam participar da cerimônia de premiação alguns cientistas que ganharam o outro prêmio, muito mais cobiçado (o Nobel), dos quais o próprio MIT, aliás, tem uma galeria respeitável. Ela acontece sempre no mês de outubro, na mesma época do ano em que são divulgados os vencedores do Nobel.


E o IgNobel vai para...

A seguir, alguns dos ilustres ganhadores. Gênios incontestáveis, para o bem, para o mal, ou simplesmente para o mais completo ridículo.

1991
Biologia
Robert Graham, porque inventou um banco de sêmen que aceitava doações de esperma de ganhadores do outro prêmio, o Nobel (o de verdade). A idéia até parece boa, mas soa como um segregacionismo aos modos de Hitler. Além disso, o fato de ter sido gerado com o sêmen de um gênio não significa que uma criança receba como "herança" essa virtude.

Paz
O físico Edward Teller, por ter criado a bomba de hidrogênio americana. Teller também é o mentor do programa "Guerra nas Estrelas" de defesa espacial contra mísseis balísticos.

Economia
Michael Milken, operador da Bolsa de Valores de Nova York, que criou ações fantasmas e faturou milhões de dólares até ser descoberto. Por isso, foi condenado a 20 anos de cadeia e não pôde ir receber o prêmio.

1992

Medicina
Uma equipe japonesa do Centro de Pesquisa Shisedo, de Yokohama, pelas valiosas pesquisas sobre as causas do chulé. De fato a pesquisa, em si, é séria. O engraçado foi a conclusão do trabalho, que parece não concluir nada: "Quem acha que tem chulé, sempre tem, e quem acha que não, não tem mesmo."

Arqueologia
Um grupo de escoteiros, o Éclaireurs de France, que apagou importantes pinturas pré-históricas em uma caverna achando que eram pichações, quando realizavam uma "cruzada pela limpeza".

Literatura
Yuri Struchkov, por ter participado como co-autor de 948 artigos ciêntíficos, de 1981 a 1990, o que dá uma boa média de produção intelectual: um artigo a cada 3,7 dias. Mas Struchkov é um simples operador de um equipamento e acabou ganhando os créditos, como co-autor, até em algumas pesquisas das quais não entende patavina.

Biologia
O médico americano Cecil Jacobson, pelo seu "método de controle de qualidade do sêmen na inseminação artificial". Ele só inseminava mulheres com o próprio sêmen.

1993

Medicina
Os médicos James Nolan, Thomas Stilwell e John Sands Jr. Eles fizeram trabalhos, publicados em duas revistas de medicina sérias, explicando a seus colegas de profissão como se deve proceder nos casos em que um pênis fica preso em um zíper.

Química
James e Gaines Campbell, que inventaram o odioso método de se colocar perfume nas páginas de revistas.

Literatura
São 972 ganhadores, que fazem parte de uma equipe que fez uma pesquisa médica internacional, em 15 países. O resultado saiu em uma das mais prestigiosas revistas médicas do planeta, a The New England Journal of Medicine, assinado pelos 972 co-autores.

1994

Física
Agência Meteorológica Japonesa, por um estudo de sete anos sobre possíveis terremotos causados pelo movimento de peixes rebolando suas caudas.

Economia
Juan Pablo Davila, corretor e ex-empregado da Codelco, uma empresa do governo do Chile. Ele instruiu seu computador para comprar quando queria vender, provocando um enorme prejuízo à estatal. Em seguida, fez negócios desastrados tentando recuperar o prejuízo que causou.

Entomologia
Robert A. Lopez, veterinário de Westport, Nova York, que coletou parasitas Otodectes cynotis, comum em gatos, e os colocou no próprio ouvido, para ver o que acontecia.

Medicina
Richard C. Dart, do Centro de Veneno de Rocky Mountain, Richard A. Gustafson, da Universidade de Arizona, e o paciente, um ex-fuzileiro naval cujo nome foi omitido. Os médicos levaram o prêmio pelo seu artigo "Fracasso do Tratamento com Choque Elétrico para Envenenamento por Cascavel", e o paciente, por ter sido picado por sua cobra de estimação e pedido para ser tratado com choques no lábio.

Paz
John Hagelin, da Universidade Maharishi e do Instituto de Ciência, Tecnologia e Política Pública, de Washington, DC, pela sua conclusão de que uma meditação feita por 4 000 pessoas na capital dos Estados Unidos baixou em 18% o crime violento na cidade.

Matemática
A Igreja Batista Sulista de Alabama, pela sua contagem precisa, em cada um dos municípios do Alabama, de quantos cidadãos poderão ir para o inferno caso não se arrependam de seus pecados.

Biologia
W. Brian Sweeney, Brian Kratte-Jacobs, Jeffrey W. Britton e Wayne Hansen, pelo revolucionário estudo "O soldado com prisão de ventre: Prevalência entre tropas dos EUA", publicado em Military Medicine.

Psicologia
Lee Kuan Yew, ex-primeiro-ministro de Cingapura, por punir seus cidadãos toda vez que eles cospem, mascam chiclete ou alimentam pombos.

Literatura
L. Ron Hubbard, pela sua ficção científica, por ter fundado a Cientologia e escrito o livro Dianética, altamente lucrativo para a humanidade (ou uma parte dela).

Química
Bob Glasgow, senador estadual texano, por promover uma lei de 1989 para controlar drogas que tornou ilegal comprar tubos de ensaio e outros frascos de vidro para laboratório sem a devida licença.

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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Arte primitiva mesmo - Arqueologia

ARTE PRIMITIVA MESMO - Arqueologia



Magníficas pinturas de 20 000 anos de idade, encontradas na caverna de Chauvet, no sul da França, em dezembro passado, estão deixando os arqueólogos e antropólogos em estado de graça. É a maior descoberta de pintura rupestre dos últimos 50 anos. As imagens têm a elegância das melhores obras, de qualquer época.



Não se via tanto entusiasmo desde 1942, quando foram achadas as pinturas da caverna de Lascaux, a "Capela Sistina da pré-história". É que ela ganhou uma grande rival, a caverna de Chauvet, em Vallon-Pont-d´Arc, no sul da França. Que foi encontrada em dezembro. O caçador de cavernas Jean Chauvet resolveu explorar uma brecha na rocha e acabou numa rede de galerias.
"Nunca vi nada igual", diz o francês Jean Clottes, responsável científico pelo estudo do tesouro. São mais de 300 imagens que apresentam muitas novidades. Cai, entre outras coisas, o predomínio que os animais de caça, como bisões, tinham em todas as cavernas conhecidas. Em Chauvet, há feras para todo lado: ursos, panteras, hienas e dezenas de rinocerontes peludos. Hienas nunca apareciam, e rinocerontes, só em três desenhos já descobertos. Novas pistas atiçam o apetite investigativo dos cientistas.
"Vamos aprender muita coisa", disse por telefone a nos a antropóloga Margaret Conkey, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos . É o que pensa a maioria dos pesquisadores, garante também Allison Brooks, antropólogo da Universidade George Washington. A esse consenso, junta-se outro: a de que os pintores do passado não devem nada aos atuais. Checamos com o artista plástico Luiz Paulo Baravelli. "Eles deixaram uma obra da maior qualidade", confirmou.
As pinturas não são a única fonte de dados sobre o passado. Pegadas humanas, tocos que lembram pincéis, instrumentos de pedra e restos de tochas cobrem o chão das galerias decoradas. "São informações preciosas", afirma a antropóloga Margaret Conkey, interessada em desvendar a organização social dos pintores. Mas terá de esperar: durante um ano, a porta de aço instalada na caverna ficará fechada. Só a equipe de Jean Clottes terá acesso, encarregada de preparar a conservação das imagens, que já são hoje as mais bem preservadas entre todas as cavernas conhecidas. "Continuam como foram criadas", escreveu, por fax para nos, o francês Jean Clottes. Ele esclareceu que a idade das pinturas, de 20000 anos, vai ser reexaminada. Ela foi estimada de acordo com o estilo. "A prioridade, agora, é conservar a caverna", reafirmou Clottes. "O seu estudo, certamente, vai demorar muitos anos."
Claro: é impossível saber, com exatidão, quem foram os pintores da caverna de Chauvet. Mas a idade estimada dos desenhos, 20000 anos, é um bom indício para se ter uma boa idéia sobre eles. O homem europeu nessa época construía casas cônicas, cobertas com peles de animais, fazia instrumentos de pedra refinados e também trabalhava em osso, marfim e madeira.
Os donos dessa tecnologia são chamados solutrenses. Solutrense é o nome da penúltima grande fase da pedra lascada (cultura lítica) desenvolvida pelo Homo sapiens na Europa. A mais antiga cultura lítica do sapiens no continente europeu é o aurignacense. Ela se prolonga de 35000 a 25000 anos no passado. Em seguida, vêm a gravettiana (de 30000 a 20000 anos), a solutrense (de 25000 a 18000 anos) e a magdalenense (de 18000 a 10 000 anos).
Allison Brooks fez para a nos um balanço da trajetória inicial desses povos: "Datações recentes indicam que os aurignacenses se estabeleceram primeiro nas regiões centrais da Europa. Daí foram para o norte da Itália, perto da Espanha, e só então chegaram à França e à Alemanha". Na França e na Espanha, os aurignacenses são substituídos pelos gravettianos e estes, por sua vez, cedem lugar para os solutrenses.
A arte custou um tempo enorme para ser inventada. Demorou algo em torno de 60000 anos. A conta é feita da seguinte forma: do ponto de vista anatômico, o homem moderno tem pelo menos 100000 anos. O problema é que, durante a maior parte desse tempo, ele permaneceu na África ou no Oriente Médio. E, nesses lugares, aparentemente, não houve uma explosão artística, nos moldes da que aconteceu na Europa, há 40000 anos.
Por que tanta demora? A arqueóloga Olga Soffer, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, responde à pergunta desconversando: não existe ainda uma explicação. Como muitos outros cientistas, Olga acredita que a arte foi uma conseqüência natural da evolução das sociedades primitivas. Elas se tornaram maiores, reunindo populações cada vez mais numerosas. Sua tecnologia ficou mais sofisticada e as trocas comerciais eram feitas com freqüência crescente. Tudo isso serviu para abrir a cabeça dos homens, raciocina Olga. Sociedades maiores, mais complexas, dependem muito da comunicação. E arte é comunicação do mais alto grau. "Estou convencida de que as pinturas têm a ver com os contatos entre os grupos que precisavam se comunicar e, a partir de certa época, esses encontros se tornam muito comuns."
As pinturas das caverna foram uma revolução cultural que aconteceu na Europa, há cerca de 40 000 anos. Mas as suas raízes estão enterradas na África, e começaram a crescer há mais de 100 000 anos. Foi nessa época, provavelmente na região da Etiópia, que o Homo sapiens surgiu. Até onde se sabe, ele não estava ainda ligado à arte. A sua cultura consistia numa grande habilidade para lascar a pedra e fazer machados, lâminas para raspar (couro ou madeira) e pontas agudas, usadas como armas. De fato, a palavra "cultura", na pré-história, refere-se às diversas técnicas de se lascar a pedra.
A técnica usada pelo sapiens africano define uma cultura conhecida como levalloisense. Era muito superior à cultura anterior, o acheulense, criada pelo Homo erectus.O erectus se espalhou também pela Europa e desapareceu há cerca de 500000 anos. Se, na África, sua cultura foi substituída pelo levalloisense, na Europa deu lugar ao mousteriano, uma cultura associada ao homem de neandertal. Aí, na Europa, ocorreram as quatro etapas seguintes da evolução do homem, com o surgimento do Homo sapiens a: com a invenção de novas técnicas de lascar a pedra. Batendo pedra contra pedra, a humanidade aprendia a esculpir. Um pouco mais adiante, aprenderia a pintar.

Pré-história com estilo

A forma de desenhar ajuda
a dar a idade das pinturas
de 5 000 a 10 000 anos
Rica em detalhes, essa fase é bem posterior à de Chauvet
de 10 000 a 15 000 anos
Não é tão detalhada como
na fase mais recente de 15000 a 20 000 anos
Traços mais soltos. Estilo usado em Chauvet, segundo Clottes de 20 000 a 25 000 anos
Desenho intermediário, com aparência de mal-acabado
de 25 000 a 30 000 anos
Mais infantil, típico das etapas iniciais do homem na Europa mais de 30 000 anos
Antes disso, não há desenhos figurativos, só geométricos

As tintas correram sobre o gelo e a neve da era glacial

Os pintores de Chauvet habitaram a França e a Espanha, então cobertas de gelo, entre 18 000 e 25 000 anos atrás. Pertenciam à cultura solutrense, a penúltima das quatro fases da idade da pedra. Veja o que eles sabiam fazer.

Casa de nômades

As cavernas eram para pintar, em grandes reuniões. Para dormir, os pintores usavam tendas, provavelmente de pele de rena. Eram nômades: andavam de um lugar para outro, caçando e colhendo plantas.


Tudo em família

Os bandos teriam entre 20 e 25 indivíduos. Para a antropóloga americana Margaret Conkey, quando vários bandos se reuniam, pintavam cavernas. Ninguém sabe por quê. "Os povos mais primitivos de hoje ainda são assim".

Alcançar a presa de longe

Há 20 000 anos, os homens fabricavam pequenas peças de pedra que parecem perfeitas pontas de flecha. Como eram muito numerosas, indicam que o arco já existia. Há arcos desenhados em cavernas, e vestígios deles conservados no subsolo.

Corte e costura

Juntar pedaços de couro ou pele é mais fácil com uma agulha. De osso, com 5 centímetros de comprimento, ela parece ter sido inventada justamente há 20 000 anos.

Ossos para pegar peixes

Arpões denteados de osso, com pouco menos de 15 centímetros de comprimento, presos a um cabo longo, teriam sido usados para pescar. É provável que os ossos viessem das renas ou mesmo de cavalos selvagens.

Técnica de alta precisão

A marca da época são lascas milimétricas tiradas de uma pedra (com golpes de outra pedra) para tornar a peça final mais plana. Há indícios de que se faziam encaixes para o cabo.

Shopping center da pedra

Conchas, marfim ou pedras talvez fossem trocados por outras "mercadorias". Materiais achados em certas escavações vinham de longe, às vezes de mais de 100 quilômetros, o que dá sustentação a essa hipótese.

Armado para o frio

Os solutrenses progrediram por enfrentar bem o frio. Caçavam muitas renas e cavalos, a julgar pelos fósseis em seus acampamentos, e usavam suas peles. Podem ter migrado da Europa central para o oeste. Não se sabe como, sumiram de repente, há 18 000 anos.

As cavernas de todos os tempos

Já são mais de 300 as cavernas pintadas da Europa. A maioria fica na França (150) e na Espanha (125). O resto, em Portugal, Itália, Rumênia e Rússia.
Veja, aqui, a localização das mais importantes:

A pioneira Altamira

Quase uma centena de desenhos, feitos há 14 000 anos, fazem dessa caverna uma das mais sensacionais vitrines da arte pré-histórica. Foram os primeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902.

Bascos de Zubialde

Os traços grossos e as cores básicas das formas, nessa gruta, representam o senso estético dos homens que chegaram ao país basco há mais de 25 000 anos. Foi um dos primeiros locais ocupados, nessa parte do continente.

Elegante Lascaux

Detalhe dos "cavalos chineses", uma cena importante de Lascaux. Suas pinturas, achadas em 1942, têm 17 000 anos e valeram à essa caverna o título de "Capela Sistina da pré-história". Talvez ela seja insuperável em beleza. Mas, em importância, pode perder o lugar para Chauvet, de acordo com a avaliação preliminar.

Receita de Niaux

Niaux, descoberta em 1906, é a caverna mais bem estudada. Os pigmentos usados na feitura de suas tintas foram analisadas pelo francês Jean Clottes. Elas têm 12 890 anos e seguem uma receita precisa. O preto, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês, como em outras cavernas. Mas o artista de Niaux incluiu pitadas de talco (um mineral) e de sais de potássio para dar volume à cor.

Cosquer, sob o mar

Em 1993, o francês Henri Cosquer ficou surpreso ao descobrir essa caverna a mais de 30 metros de profundidade, na costa de Marselha. É que há 16 500 anos, data das pinturas, o nível do mar era mais baixo. A entrada da caverna, então, ficava ao ar livre.

O que há em outros continentes

Austrália

As pinturas que são feitas ainda hoje pelos aborígenes de Laura, na Austrália, são parecidas com as da pré-história. Elas podem fornecer pistas sobre desenhos do passado.

Rodésia

Existem gruta, na Rodésia, centro da África, com mais de 40 000 anos, é um dos poucos exemplos da habilidade artística do homem anterior às cavernas européias.

Piauí

Na década de 70, a brasileira Niéde Guidon descobriu, em Pedra Furada, Piaui, pinturas rupestres que, segundo ela, têm 17 000 anos. Muitos arqueólogos contestam essa idade.

As culturas da pedra existem desde que apareceu o gênero humano

O jeito como o Homo erectus lascava a pedra define a mais antiga "cultura lítica", o acheulense. Seus machados são grosseiros, geralmente com mais de 15 centímetros de comprimento. São relativamente grandes, comparadas às peças posteriores.

Em seguida, surgem o levalloisense, do Homo sapiens africano, e o mousteriano, do homem de neandertal. Essas técnicas são equivalentes. Suas peças, de 10 centímetros, denotam maior conhecimento das pedras.

Culturas líticas mais avançadas: aurignacense, gravettiano, solutrense e magdalense. Os instrumentos são feitos em grande número de estilos e maior precisão, chegando à escala dos 5 centímetros. Depois disso, o homem adotaria a técnica dos metais.

Homo sapiens

Época: de 100000 anos atrás até hoje
Técnica: levalloisense
volume do crânio: 1350 cc

Homo erectus

Época: de 2 milhões a 500000 anos atrás
Técnica de lascar pedra: acheulense
volume do crânio: 900 cc (centímetros cúbicos)

Homo neanderthalensis

Época: de 300000 a 350000 anos atrás
Técnica: mousteriano
volume do crânio: 1400 cc

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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Dor nas costas - Saúde


DOR NAS COSTAS - Saúde



Olha, não tem muito jeito. Ninguém tem a coluna retinha. As vértebras não conseguem ficar no lugar a vida inteira. Depois dos 30, então, teimam em desviar pra valer. Mas calma. Coluna um pouco torta não causa, necessariamente, as temidas dores nas costas. Só 5% delas são causadas pelas vértebras. A maioria tem origem muscular. Umas e outras, porém, são herança de um antigo atrevimento da humanidade. Quem mandou querer andar sobre duas patas?



Nos anos 40, um grupo de ortopedistas ingleses e americanos resolveu, num estudo conjunto, medir o que chamaram de "curvatura lombar" de mais de mil "voluntários saudáveis" - sem dor nas costas, bem entendido. Assim, fizeram a média e divulgaram, nos quatro cantos da Terra, um padrão de normalidade, conhecido como ângulo de Fergunson. Segundo ele, para ser normal, a curva lombar devia ser de 47 graus. Aconte-ce que, nos quatro cantos da Terra, os indivíduos saudáveis não são iguais.
A coluna tem suas curvaturas naturais. E o grau dessas curvas varia de lugar para lugar, de raça para raça. Um americano típico tem bumbum chato porque suas vértebras lombares formam um ângulo menor - ou seja mais reto - do que aquele padrão de normalidade. Já os três povos mais significativos no Brasil - os índios, os judeus mediterrâneos e os negros - estão numa situação oposta, porque seu ângulo é bem maior, em torno de 53 graus. A lordose, quem diria, é a razão do bumbum arrebitado da mulher brasileira. Mas o nome lordose, que não indica doença, assusta o ouvinte, quando ele está à procura de uma causa para a sua dores lombares.
"É um absurdo achar defeito o que é normal", alerta o cirurgião ortopedista Aloysio Campos da Paz, que dirige, há 19 anos, o Hospital de Doenças do Aparelho Locomotor, conhecido em Brasília como Sarah, numa homenagem à ex-primeira-dama Sarah Kubitschek, que ajudou a fundá-lo."Existem muitos mitos nessa história de costas retas", diz Campos da Paz. "Não quer dizer que é certo ser corcunda. Mas um pequeno desvio aqui, outro ali, quase todo mundo tem. E quem ainda não tem, pode vir a ter."
Envelhecer é curvar-se. Não é à toa, é uma adaptação: o coração já não agüenta passadas tão rápidas; o cérebro deixa de ser tão veloz nos seus reflexos. As vértebras, então, puxam o freio e obrigam o sujeito a levar a vida num ritmo mais lento. No extremo oposto da vida, na infância, as costas são mais retas e extremamente flexíveis, topam qualquer cambalhota. Quem está aprendendo a andar está sujeito a quedas e tropeços, que só um tronco flexível pode suportar. É no meio desse caminho, porém, que as pessoas mais reclamam de dor no pescoço, dor nos quadris. No Brasil, os consultórios recebem 4,63 milhões de pacientes com esse problema, todo ano, segundo o Ministério da Saúde. Oito em cada dez queixas são de gente entre 30 e 50 anos de idade.
Só que, em 95% dos casos, os culpados não são os desvios. Por trás da maioria das dores estão músculos. Ligados às vértebras, eles nunca relaxam. Ainda bem. Como, por incrível que pareça, ainda não estamos acostumar a ficar em pé, sem os músculos cairíamos como bonecos de pano. Às vezes, porém, a musculatura exagera na tensão. Daí, aperta os ramos dos nervos que saem da coluna. Estes são mais finos do que um fio de cabelo, mas dóem que não é fácil.
Aquele hominídeo que ficou em pé, há 4 milhões de anos, não foi castigado por essa ousadia. Ele vivia trinta anos, no máximo. E a sua coluna conseguia ter essa mesma vida útil na fatigante posição vertical. Além disso, o corpo humano criou um reforço muscular. Isso mesmo. As vértebras não nos mantêm erguidos sozinhas. Uma série de músculos também nos sustenta, principalmente os do abdome e os das nádegas.
"Barriga flácida é meio caminho andado para as costas nos torturarem", diz a fisioterapeuta Zilda Aparecida Palhares, responsável pela rotina de exercícios do presidente FHC, desde que ele apareceu em fevereiro passado, no Hospital Sarah de Brasília, com dores fortíssimas. "Ele é disciplinado e nunca reclama", fala sobre o seu ilustre paciente. Aquele hominídeo, no entanto, seria dispensado das aulas de abdominais. Predador, ele corria atrás de sua caça e mantinha excelente forma física. "Dor nas costas é um mal moderno", afirma o reumatologista José Knoplich, presidente do Centro Brasileiro de Estudos da Coluna Vertebral, em São Paulo.
A vida média atual do brasileiro é 65 anos. Aos 30, ele ultrapassa o prazo de validade de sua coluna, por assim dizer. E, pior, fica cada vez mais tempo sentado. Indiretamente, até a mais confortável poltrona provoca sofrimento. Primeiro, porque o estilo sedentário promove a flacidez e a coluna perde o auxílio muscular. "Além disso", completa Knoplich, "quando estamos sentados, a pressão sobre as vértebras aumenta 50%".
O estresse diário agrava a situação, deixando os músculos tensos. Desse modo, eles ficam enforcando os nervos. Existem remédios para relaxá-los. Mas têm tantos efeitos colaterais, que não devem ser tomados sem consulta médica. "Até porque são paliativos", diz a fisioterapeuta Zilda, que também não é fã das massagens. "Elas soltam os músculos naquele instante. Depois, a pessoa pensa nos problemas e, em segundos, os músculos se contraem de novo." Para ela, o melhor remédio é cada um aprender a relaxar, com alongamentos que possam ser feitos até no trabalho.
O ortopedista paulista Haruo Nishimura é outro crítico dos massagistas. Para ele, que fez fama tratando
do ex-presidente João Baptista Figueiredo em 1984, só médicos podem mexer nas vértebras: "Já atendi gente que ficou paralítica depois de uma massagem". Nishimura trata hérnias de disco manipulando a coluna dos pacientes - como a atriz Cláudia Raia, que já teve duas hérnias. "Ela exagera na ginástica", diz o médico da estrela. "Isso é tão perigoso quanto o sedentarismo."
Às vezes, o bisturi é inevitável para curar a hérnia. Foi a salvação do próprio Figueiredo em 1985. "Mas, hoje, ele realiza cortes que nunca ultrapassam 3 centímetros", conta o cirurgião Marcos Masini, do Hospital Sarah. "O paciente tem alta em dois dias e, passado um mês, leva uma vida sem restrições." Isso tudo graças ao avanço de microcirurgia, a cirurgia feita com a ajuda do microscópio. A técnica ainda não resolve as entorses, quando os pontos de contato entre as vértebras se esbarram e incomodam. Mas a Medicina vai chegar lá.

Assim se entorta a humanidade

A evolução e os problemas da coluna.

Entre oito e cinco milhões de anos atrás, um suposto ancestral comum do homem e do chimpanzé vivia de quatro.
Sua coluna era um tubo rígido, que não sustentava o corpo - servia apenas de elo entre os membros superiores e inferiores.

Há quatro milhões de anos, porém, ele libertou as patas dianteiras do chão. Tornava-se o Australopithecus afarensis. Como? Curvando a ponta inferior da coluna, empinando as nádegas. Este hominídeo mal sabia caminhar direito só com os membros inferiores - andava com os pés para fora.

Já faz 1,5 milhão de anos que as vértebras deram uma nova empinada, estufando o peito. Desse jeito, conseguiram erguer completamente o tronco. Surgia o Homo erectus. O homem ficou de pé.

Em 1995, 80% da população mundial têm dor nas costas. Nesses mais de 1 milhão de anos, o ser humano ainda não se adaptou a ser bípede. Ele até agüenta essa postura por duas ou três décadas. Depois dos 30, a situação pode se tornar cada vez mais insuportável.


As curvas perigosas do corpo humano

A coluna é parte de um sistema com nervos e músculos, que disparam a dor à menor tensão.

Parece uma pilha de ossos. E é. Mas as 33 vértebras da coluna são tão bem empilhadas que a menor mudança no ângulo de uma delas pode fazer a maior diferença. Basta que um nervo seja pinçado e pronto: por menor que ele seja, vai torturar o cidadão. O equipamento de sustentação do corpo humano é formado ainda por músculos. Se um músculo se contrair um pouco mais, depois de um dia de trabalho complicado, poderá também contrair um nervo, que terminará dolorosamente inflamado.

A região mais frágil

Lordose cervical é o termo científico da curvatura natural das vértebras para fora. Sem ela, nossa cabeça ficaria caída, olhando para o chão, como se andássemos de quatro. Essa área próxima ao pescoço é a mais flexível. Para possibilitar tanta movimentação, passam por ali muito mais nervos do que nas outras áreas - nervos que, ao menor aperto, causam sofrimento. Por isso, é uma área frágil.

Os amortecedores

Compostos por um anel de cartilagem com um núcleo gelatinoso, os discos intervertebrais amortecem o impacto entre as vértebras. Como são solicitados a todo instante, tendem a se desgastar com o tempo e causar problemas - as temidas hérnias.

A área de proteção

Cifose dorsal é outro palavrão que designa mais uma curvatura natural, dessa vez para dentro, necessária para equilibrar o tronco erguido do homem bípede. Suas vértebras, de tamanho intermediário, são inflexíveis. A rigidez se explica: elas fazem parte da caixa toráxica, que guarda e protege dois órgãos vitais - o coração e o pulmão.

Os mensageiros da dor

A coluna funciona como um tronco central, de onde partem nervos para comandar os movimentos de todo o corpo. Há também um conjunto de nervos encarregados de mexer este próprio tronco central. São vias de mão-dupla: comunicam as ordens do cérebro, como "curve-se"; ao mesmo tempo, mantêm o cérebro informado sobre a posição das vértebras, dando a consciência do tipo "eu agora estou sentado". Qualquer nervo, porém, envia mensagens de dor, quando comprimido. As duas áreas flexíveis da coluna - a lombar e a cervical - são as mais enervadas e, portanto, as mais sujeitas a dolorosas encrencas.

A zona de sustentação

As vértebras lombares agüentam a maior parte do peso corporal e, por isso, são de cinco a seis vezes maiores que as cervicais, que têm de sustentar apenas a cabeça. Elas formam a segunda curva para fora, a lordose lombar, que na verdade foi a primeira das curvas adquiridas na evolução - aquela que permitiu aos humanos erguer o tronco.


O que os pés têm a ver com os ombros

Uma nova terapia trata o corpo todo como uma
"cadeia de músculos".

Uma dor nos ombros é uma dor nos ombros para a fisioterapia tradicional - que, no caso, opta por exercícios dirigidos a essa região específica. Mas, de acordo com uma nova técnica de tratamento, a dor nos ombros pode ser um calcanhar que pisa mal. Ou, quem sabe, um quadril fora do prumo. Essa linha é a RPG, sigla de Reeducação Postural Global, criada em meados dos anos 80 pelo fisioterapeuta francês Philippe Souchard, professor da Universidade de Saint Mont.
"A ponta de um músculo está ligada à do músculo seguinte", explica a fisioterapeuta paulista Silvana Ciociorowski. "Assim, a musculatura forma uma cadeia. Se a perna se contrai, a cabeça tende a entortar e, com isso, a sua região dói." Ela é uma das pioneiras em RPG no país, que hoje já soma quinhentos especialistas.
A técnica consiste em ensinar posturas, que trabalham o corpo dos pés à cabeça, colocando tudo no lugar. "O resultado é mais lento, porém efetivo, porque não nos limitamos a aliviar a dor local", explica Silvana. Ela só faz um alerta: "Quem aplica RPG é sempre um fisioterapêuta, com pós-graduação orientada pelo próprio professor Souchard. No Brasil, muita gente usa o nome RPG, sem ter diploma."

Para acabar com o sofrimento

A rotina do Hospital Sarah, de Brasília, é um exemplo.

A espera de alívio

Este é o salão de espera do hospital, exclusivo para quem sente dor nas costas. Ele fica lotado todas as manhãs. Só em fevereiro passado foi uma média de 135 atendimentos diários.

O olhar clínico

Segundo o neurocirurgião Marcos Masini, só 2% dos pacientes necessitam de operação. "Mas, mesmo quando o problema é tensão, a consulta médica é fundamental para se criar um programa eficiente para cada caso."

A ginástica

No final, qualquer paciente é obrigado a fazer exercícios. "Quem foi operado também deve fortalecer os músculos", diz a terapêuta Zilda Palhares. "Senão, terá uma recaída."

O choque contra a dor

Um dos avanços para atenuar o sofrimento são aparelhos que emitem ondas elétricas. Eles dão pequenos choques capazes de bloquear a mensagem que leva ao cérebro a sensação dolorosa.

Sem impactos

Para quem nem consegue fazer exercícios direito, o jeito é fazê-los na piscina: a água diminui a força da gravidade e, portanto, o impacto sobre as vértebras doentes.

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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Alô, Alô, Câmbio - Economês Traduzido

ALÔ, ALÔ, CÂMBIO - Economês Traduzido



Antes um assunto obscuro de especialistas, o câmbio virou centro das atenções desde que governos inventaram de estabilizar suas economias com base nele. Agora, você tem que saber como funciona o câmbio para dormir tranqüilo. Ou para entender por que muita gente anda perdendo o sono.



Há meses você ouve dizer que o México quebrou por culpa do câmbio, que a Argentina vai-não-vai junto, e que o câmbio no Brasil é decisivo para a economia. O noticiário ficou recheado de termos e expressões que ninguém explica: reserva cambial, superávit comercial, leilão eletrônico, balanço de pagamentos. Agora, você vai entender, afinal, o que é o tal do câmbio, por que ele é tão importante, como funciona e que truques fazem uma moeda fraca ficar forte de repente para em seguida cair.
Governos latino-americanos têm valorizado as próprias moedas (e desvalorizado o dólar) para baixar a inflação. Como? Com o dólar barato, os produtos que vêm de fora ficam mais em conta. Assim, forçam os produtos nacionais a diminuir de preço para competir com o importado.
É uma estratégia cara e arriscada. Havendo muita importação e pouca exportação, os dólares dos brasileiros vão embora para pagar os produtos importados. Daí, a quantidade de dólares na praça fica pequena e, se há pouco dólar disponível, o preço dele tende a subir. É então que o governo intervém no mercado e vende dólares. O truque é aumentar a oferta de moeda norte-americana para baixar o preço dela em reais.
Mas isso têm fôlego limitado, porque as reservas um dia acabam. O que pode ajudar é a vinda do dinheiro de especuladores internacionais para o mercado financeiro nacional. É mais dólar que chega e menos reservas têm que ser queimadas. Agora, se esses voláteis investidores resolvem se mandar, começa o salve-se quem puder.
No dia primeiro de julho de 1994, como por um passe de mágica, o Brasil passou a ter uma moeda temporariamente forte. Ela passou a valer mais do que o dólar, de repente. Um dia antes valia muito, muito menos. Em 24 horas sofreu uma enorme valorização. Como o governo conseguiu essa proeza? Simples: parou de comprar dólares e o preço da moeda norte-americana despencou.
Naquele dia, o Banco Central deixou de cumprir a rotina que se estabeleceu em dezembro de 1991. Desde então, o BC comprava todo dólar a que tinha acesso: aqueles que os exportadores brasileiros e os investidores traziam para o Brasil. Mas naquele primeiro de julho não comprou nada. Simples assim. O preço do dólar, que estava em 2 750 cruzeiros reais, despencou para 0,93 centavos de real e continuou caindo: foi para 0,89 em agosto, em setembro desceu até 0,85 e bateu nos 0,83 no mês de outubro.
Isto aconteceu porque o BC é o maior comprador de moeda estrangeira no Brasil. Quando ele resolveu parar de comprar, sobraram dólares e o preço caiu. A condição de maior comprador é garantida ao BC pelo fato de que ele é a única instituição do país que emite dinheiro. Portanto, teoricamente, os seus fundos não têm limites. Toda vez que ele precisa de mais recursos põe a máquina de imprimir dinheiro para funcionar e fabrica reais. É verdade que isso pode gerar, segundo alguns economistas, um aumento da inflação, porque haverá mais dinheiro em circulação. Mas essa é outra história.
Depois de chutar o valor do real para cima, o governo tem novas dificuldades para manter a moeda nacional valorizada. É um mecanismo aparentemente complicado, mas na verdade fácil de entender. Quando o dólar cai, as importações ficam baratas e as exportações, caras. Digamos que um sapato brasileiro custe R$ 20,00. Se um dólar valesse um real, ele chegaria aos Estados Unidos a US$ 20,00. Com o dólar valendo, vamos supor, 0,88 centavos de real, o sapato chega aos EUA valendo US$ 22,72. Quer dizer: os exportadores brasileiros perdem competitividade e suas vendas no exterior declinam.
Acontece que os importadores precisam comprar dólares no Brasil para pagar as importações e a maior fonte desses dólares são justamente as exportações, porque o exportador tem que vender os dólares que ele recebe no exterior para continuar produzindo no Brasil. Com as importações crescendo - porque com o dólar desvalorizado o produto estrangeiro fica barato - e as exportações caindo, começam a sair mais dólares do que aqueles que entram. Em pouco tempo a procura passa a ser maior do que a oferta de dólares. Então, o preço começa a subir. Por isso é difícil manter o real valorizado.
Para evitar que o dólar suba, o governo, que havia passado os últimos anos comprando, muda de lado e começa a vendê-lo. O BC chegou a ter no meio de 1994, cerca de 42 bilhões de dólares em reservas (o número exato é segredo de Estado), uma soma maior do que as reservas cambiais da França e da Inglaterra. De julho de 1994 a fevereiro de 1995 ele queimou uns 6 bilhões de dólares dessas reservas para impedir que o preço das verdinhas subisse. E teria queimado bem mais, caso não tivesse chegado ao Brasil uma enorme quantidade de capital especulativo internacional para operar no mercado financeiro.
Mas, em dezembro de 1994 explodiu a crise do México. O México estourou porque houve uma corrida por dólares e o governo não teve reservas suficientes para manter valorizado o peso mexicano. Uma parte dos investidores estrangeiros com dinheiro por aqui ficou apavorada, achando que o mesmo aconteceria na Argentina e no Brasil, e começou a se mandar. Aí a situação complicou, obrigando a uma desvalorização do real em março.
No primeiro semestre de 1994, chegavam ao mercado financeiro do Brasil quase 100 milhões de dólares por dia. O governo brasileiro comprou esses dólares avidamente para fortalecer as suas reservas. O capital especulativo não é a única fonte de reservas, mas foi, e é importante. Calculava-se que, dos cerca de 37 bilhões de dólares em reservas que o Banco Central dispunha em março passado, nada menos que 15 bilhões tiveram sua origem na entrada de capital externo. Grande parte do resto vinha dos exportadores.
Com a queda das exportações, os dólares que se dirigem ao mercado financeiro ficaram mais importantes. Uma forma de atrair os capitais especulativos é aumentar a taxa de juros. O governo promete pagar mais a quem comprar os seu títulos - que são vendidos nos fundos de renda fixa para aplicadores estrangeiros. Em janeiro passado, havia de 3 a 4 bilhões de dólares aplicados nesses fundos. Mas a maior parte dos investimentos estrangeiros estava concentrada nas bolsas de valores, nas quais são negociadas ações das empresas. Segundo algumas estimativas, havia 14 a 15 bilhões de dólares aplicados nas bolsas brasileiras em janeiro de 1995.
Mas era um dinheiro muito instável. Os analistas financeiros que assessoram os grandes investidores avaliam permanentemente os riscos de mandar o dinheiro para cá e para lá. Se houver muita instabilidade política em um país, o risco de entrar ali fica muito alto e, apesar de taxas de juros convidativas e do bom preço das ações, os investidores recuam. O problema deles é o seguinte: só interessa o lucro em dólares. Se, de uma hora para outra, a moeda em que eles investiram se desvaloriza, como aconteceu com o peso mexicano, eles se estrepam.
Veja um exemplo hipotético. Digamos que o fundo de pensão dos empregados da General Electric queira investir 100 milhões de dólares no Brasil. O fundo escolhe um banco americano que tenha filial no Brasil, como o Chase Manhattan. Então, o Chase pega os dólares dos empregados da GE, troca por reais e compra ações na Bolsa de Valores de São Paulo. Se as ações tiverem um bom rendimento, mais dinheiro é investido. Mas se, de repente, o real sofre uma desvalorização de 60%, como aconteceu no México, na hora que o pessoal do fundo de pensão da GE quiser o seu dinheiro (com os ganhos) de volta, será o desastre. Ele terá que comprar dólares. Como o real está valendo 60% menos, eles vão comprar 60% menos dólares.
Aí a perda é muito grande.
Para não serem pegos nesse contrapé, os investidores começam a tirar seu dinheiro ao menor sinal de que o governo pode não sustentar a taxa de câmbio. Por isso é que os governos interessados em atrair esse capital precisam fornecer uma garantia básica: a de que a qualquer momento que ele deseje sair do país, o governo lhes venderá os dólares necessários para que ele volte a sua terra sem prejuízos.
Depois da quebra do México, em que os investidores que não haviam saído a tempo perderam muito dinheiro, o capital especulativo começou a fugir do Brasil. Entre janeiro e fevereiro de 1995, estima-se que 4 bilhões de dólares desse capital bateu asas e voou. Ocorre que, ao começar a sair, com medo de a moeda se desvalorizar, o próprio capital especulativo força o real para baixo. Ao comprar dólares em grande quantidade, ele acaba por exceder a capacidade do governo de vender esses dólares e aí o dólar sobe e a moeda nacional despenca de uma hora para outra. É a quebradeira.
Precavido, o governo brasileiro se adiantou e fez uma pequena desvalorização do real em março, já anunciando outra para maio. Com isso, tentou estimular a exportação, atraindo novos dólares, e desestimular as importações. Mudou de rumo antes que as circunstâncias piorassem.

Glossário

RESERVA CAMBIAL: Quantidade de ouro e moeda estrangeira (principalmente dólar) que o Banco Central do país tem e controla.

BALANÇA COMERCIAL: É a relação entre o que um país exporta e o que ele importa. Quando o país exporta mais do que importa, a balança comercial está positiva (com superávit). Quando ele importa mais do que exporta, ela está negativa (com déficit).

BALANÇO DE PAGAMENTOS: Saldo final entre todas as divisas que entraram e saíram do país em um determinado período.

DERIVATIVOS: São mercados de "apostas" futuras. Não se negociam mercadorias, ações ou moedas, mas "apostas" de quanto elas vão valer em um certo período de tempo.

CAPITAL ESPECULATIVO: Nome genérico que se dá aos cerca de 20 trilhões de dólares que circulam pelo mundo em busca de oportunidades de investimentos de curtíssimo prazo. É, em sua maioria, constituído por fundos de pensão (poupanças privadas visando aposentadoria) dos Estados Unidos.

ALÍQUOTAS DE IMPORTAÇÃO: Imposto federal sobre as importações. À medida que o governo aumenta as taxas, como fez em fevereiro passado com os carros, dificulta as importações.

ACCs: Adiantamento de Contratos de Câmbio. O governo compra antecipadamente do exportador os dólares que só entrarão no país mais tarde. Assim, estimula o empresário nacional, que pode aplicar esse dinheiro.

Como o Banco Central consegue manipular o preço do dólar

Em seis etapas, o ritual diário que dá ao BC a condição privilegiada de acompanhar de perto as oscilações do mercado e, se necessário, intervir para segurar as pontas.

À procura de dólares
Vamos supor que o corretor ao lado represente um investidor estrangeiro preocupado com a desvalorização do real e por isso tenha mandado vender suas ações na bolsa e tirar seu dinheiro do Brasil. O corretor vende as ações e tenta trocar os reais por dólar para mandar o dinheiro embora.

Fechando negócio
O operador na mesa de câmbio de um banco comercial, procurado pelo corretor ali de cima, propõe uma taxa para fazer a troca. A taxa está um pouquinho acima da média, mas o corretor que quer vender os reais aceita. A transação é concluída e comunicada ao BC pelo computador.

Nova taxa é divulgada
No quinto andar do edifício-sede do BC em Brasília, a mesa de câmbio recebe a informação de que foi concluída uma operação de venda de dólares por uma taxa um pouco mais alta que a média do dia anterior. O BC, então, recalcula a taxa média e a envia, por computador, a todos os bancos.

Cresce a pressão
Depois de receber a nova taxa média, a mesa de câmbio de outro banco é contactada por outro investidor interessado em comprar dólares. O operador propõe uma taxa um pouco mais alta que a nova média e o corretor aceita. O BC é avisado.

Hora de intervir
A mesa de câmbio do BC percebe que está se configurando uma tendência de alta. O responsável pela diretoria de operações internacionais é imediatamente avisado. Para impedir que o preço do dólar ultrapasse o teto estabelecido pelo governo, o banco pode decidir pela intervenção. A hora é agora.

Aviso de leilão
Decidida a intervenção, o BC manda aquilo que no jargão dos operadores se conhece por A2. É um aviso que aparece na tela das mesas de câmbio, no qual se anuncia que o BC vai vender dólares em dois minutos e que os bancos devem preparar seus lances.


O capital viajante

Aplicações muito discretas

Os grupos que controlam os 20 trilhões de dólares do mercado financeiro internacional - permanentemente em busca de rendimentos ao redor do mundo - não gostam muito de divulgar as operações que realizam, quanto ganham e onde andam aplicando.
Os negócios não são ilegais e o banco central de cada país tem acesso a elas - mas há uma espécie de pacto entre os bancos centrais, os bancos comerciais e as bolsas, pelo qual os nomes dos aplicadores e o montante de cada operação não são divulgados.

A mala preta
Hoje, a famosa "mala preta" - gíria que designa forma de transportar grandes volumes de dinheiro para fins nem sempre lícitos - foi substituída pelo computador e pelo telefone. É por meio deles que as administradoras que gerenciam o capital financeiro transmitem suas ordens de aplicação.

Solas viajadas
Os administradores do capital financeiro não carregam o dinheiro na mala, mas viajam muito. Eles percorrem pessoalmente os países onde existem chances de lucro. In loco, obtêm informações e montam um quadro preciso da situação.

Investidores que só querem se aposentar

Os verdadeiros donos da maior parte do chamado capital especulativo que gira pelo mundo (ao todo são 20 trilhões de dólares) são trabalhadores norte-americanos, preocupados em garantir uma velhice tranqüila. Eles são os muitos donos dos fundos de pensão, que constituem a maior parte do capital estrangeiro investido no mercado financeiro do Brasil. São principalmente originários dos Estados Unidos, como o General Electric Pension Trust (Fundo de Pensão da General Eletric) e o State of California Public Employee Retirement Sistem (Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos do Estado da Califórnia), cadastrados para operar no Brasil desde 1993.
Esses fundos são entidades de previdência privada que reúnem contribuições voluntárias dos empregados de empresas particulares ou públicas. Seu objetivo é dar ao funcionário, na aposentadoria, o mesmo padrão de vida que ele tinha enquanto estava trabalhando. Os fundos brasileiros também são hoje grandes investidores econômicos.
Reunindo bilhões de dólares, os fundos de pensão americanos são administrados por empresas próprias, criadas especialmente para isso, ou por bancos contratados. Boa parte do trilhão de dólares que circula diariamente pelo mundo em busca de oportunidades de especulação financeira é dinheiro que vai virar aposentadoria.
Normalmente, os fundos de pensão estrangeiros ou seus representantes preferem investir em países nos quais existam filiais de bancos americanos. O Chase Manhattan, o Citibank ou o Banco de Boston ou corretoras são alguns dos canais por onde esse capital chega ao Brasil.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Metanol o veneno sob nova suspeita - Saúde Pública


METANOL O VENENO SOB NOVA SUSPEITA - Saúde Pública



Num achado surpreendente, uma geneticista da Universidade de São Paulo mostra que o combustível alternativo, usado desde 1990 nos veículos a álcool, pode estar causando mutações genéticas.



Em 1989, o governo federal começou a pensar em importar o metanol, um álcool extraído da madeira. Ele seria misturado ao álcool de cana-de-açúcar, combustível de milhões de automóveis, que estava escasseando. Mas os cientistas se preocupavam: nenhum país utilizava (e ainda não utiliza) o metanol em tão larga escala como o Brasil. Na época, não se falava em câncer, mas em danos a órgãos como olhos e fígado.
O governo venceu. O Relatório de Impacto Ambiental feito pela Universidade de São Paulo e pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) concluiu que o metanol não era mais perigoso do que a gasolina. O produto entrou no país em 1990 e, até hoje, algumas regiões de São Paulo e Minas Gerais vendem álcool enriquecido com 7% de gasolina e, no máximo, 33% de metanol (mistura confirmada em análise pedida por nos ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo).
Agora, veio a dramática surpresa. Uma pesquisa - apresentada em dezembro de 1994 num congresso científico em Gramado, no Rio Grande do Sul, e ainda não publicada - realizada por biomédicos do departamento de Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), apontou alterações nas células dos frentistas que lidam com metanol. Foram examinadas células da mucosa da boca de 37 frentistas, de 28 postos, em duas rodadas de exames: em 1989, antes da chegada do metanol, e, depois, entre 1991 e 1992. Na primeira etapa, a média dos examinados era normal. Apenas 7 em cada 10 000 células tinham micronúcleos (aberrações nos cromossomos, que podem evoluir para o câncer). Depois, o número subiu para 17 em cada 10 000 células.
Segundo Gilka Gattás, chefe da pesquisa, infecções, uso de bebida alcoólica e cigarro também aumentam temporariamente a quantidade de micronúcleos. Mas os hábitos de fumo e bebida dos frentistas não se alteraram e, portanto, não estão associados à mudança registrada.
Especialistas que leram o relatório da geneticista da USP, a pedido de nos, concordam: o trabalho é muito bem feito. Paulo Hilário Nascimento Saldiva, um dos responsáveis pela preparação do Relatório de Impacto Ambiental, em 1990, pondera: "Talvez o metanol tenha facilitado a evaporação da gasolina, que entra na mistura", especula ele. "A gasolina, sim, sabemos que tem efeitos mutagênicos."
Outro que se surpreendeu foi o coordenador do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas, em São Paulo, Anthony Wong. Ele fez a avaliação clínica dos frentistas um ano depois de o metanol chegar aos postos. "Nossa preocupação era a possibilidade de cegueira e de alterações no fígado."
A própria pesquisadora Gilka Gattás sugere cautela. "Os dados ainda não são suficientes para culpar diretamente o metanol. Mas são um alerta: os frentistas estão vivendo um problema de saúde ocupacional. E alguma coisa tem de ser feita."

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

A revolução das pizzas - Tecnologia


A REVOLUÇÃO DAS PIZZAS - Tecnologia



Uma miniantena parabólica, pouco maior que uma pizza tamanho família, está chacoalhando o mercado de TV por assinatura nos Estados Unidos. Ela oferece até 175 canais diferentes, com imagem e som de altíssima qualidade. A novidade deve aterrissar no Brasil ainda este ano. A parabólica deu em pizza. E melhorou.



Você chega em casa, senta no sofá e liga a televisão. Indeciso sobre o que assistir, pula distraidamente de um canal a outro. Sem perceber, duas horas de cliques se passaram e você viu mais de cem canais diferentes. Ficção? Uma cena do desenho Os Jetsons? De volta para o futuro? Nada disso. É o novo método de transmissão de TV que está revolucionando o mercado de comunicação nos EUA.
Em junho de 1994, a RCA, fabricante de produtos eletrônicos, começou a vender um sistema de recepção de TV que utiliza antena parabólica. Mas não é uma parabólica comum, os imensos trambolhos que contribuem para a poluição visual das cidades. Ela é menor e oferece uma programação muito maior. Além disso, você mesmo pode instalar, até mesmo na janela da sua casa. Para completar, o som é da qualidade de um CD e a imagem de alta definição.
O consumidor paga pela antena 700 dólares (modelo simples), mais uma mensalidade que varia de acordo com o número de canais escolhidos. O preço ainda é alto. No Brasil, o modelo mais vendido da marca Santa Rita, por exemplo, custa 410 reais. Só que, com ela, o telespectador brasileiro sintoniza apenas os onze canais abertos (que qualquer um pode pegar sem pagamento), e mais oito que podem ser obtidos mediante assinatura.
Com a miniparabólica no Brasil, vai dar para assistir a pelo menos 72 canais, de uma única empresa de TV por assinatura. Ou seja: você paga mais, mas também leva mais. Foi por conta dessa vantagem que, nos Estados Unidos, apesar do preço elevado, foram vendidas mais de 600 mil unidades da "pizza" em menos de seis meses.
A miniparabólica pode ser tão pequena porque os satélites se sofisticaram. Satélites melhores, que produzem sinais mais fortes, mais fáceis de ser captados, não necessitam de grandes antenas. Hoje, uma pessoa pode receber mais de cem diferentes canais de TV. Menos de quarenta anos atrás, a única coisa que as gigantescas parabólicas da época, de mais de vinte metros de diâmetro, conseguiam captar era um único e contínuo bip eletrônico.
O bip, em 1957, era tudo a que se resumia a comunicação entre a Terra e o russo Sputnik, o primeiro satélite artificial construído pelo homem. "Comunicação" é modo de dizer. Só o que havia, de fato, era emissão de sinais do Sputnik para a Terra. Ele era apenas uma bola de aço de 83 quilos, mas foi fundamental para provar que a comunicação por meio de satélite era possível. Um ano depois, a primeira voz humana vinda do espaço era captada nos Estados Unidos. Tratava-se de uma mensagem gravada, onde o então presidente Dwight Eisenhower desejava Feliz Natal para os americanos, e foi transmitida pelo satélite americano Score.
Eisenhower não achava que as comunicações espaciais tinham futuro. O mundo agradece que ele tenha terminado o seu mandato de presidente em 1961. Porque, no ano seguinte é lançado o Telstar 1 da empresa americana AT&T, o primeiro satélite de comunicação (comunicação finalmente, recebendo e transmitindo informações, sem saudades do Sputnik). Este satélite, com o nome pouco modesto de "estrela das comunicações", foi responsável pela primeira transmissão de TV entre continentes. A primeira imagem "via satélite" assistida pelo homem foi uma esvoaçante bandeira americana, enviada para algumas cidades da França e da Inglaterra.
O Telstar 1, assim como seus sucessores, operava numa faixa de frequência de ondas eletromagnéticas conhecida como "banda C". Para visualizar o que isso vem a ser, imagine que a banda é uma estrada. Então, os sinais, seja voz, texto ou imagem de TV, seriam os carros. A banda C tem uma faixa de frequência muito alta, que vai de 4 a 8 Gigahertz (bilhões de ciclos por segundo). A rádio FM, por exemplo, opera numa faixa 60 000 vezes menor, de 88 a 108 Megahertz (milhões de ciclos por segundo).
Em 1963, veio uma nova geração de satélites. O Syncom 2 foi posto em órbita geoestacionária, parado em relação à Terra, acompanhando a rotação do planeta. Foi um passo importante. Hoje um satélite pode cobrir uma mesma área do planeta, 24 horas por dia.
A maioria dos satélites de comunicação usados atualmente, é geoestacionária, inclusive os famosos DBS (Direct Broadcasting Satellites), que permitiram a criação da miniparabólica. O DBS por mandar um sinal mais potente, dispensa unidades retransmissoras em Terra. O seu sinal vai direto para a casa do telespectador. Esse sistema entrou em operação na década de 80, na Europa e no Japão.
Além do DBS, a miniparabólica se beneficiou de outro avanço na tecnologia dos satélites: a "banda Ku". Os Intelsat V usam a faixa de frequência Ku desde o começo da década de 80. Mas esta banda especial nunca esteve tanto em evidência como agora. O motivo é que a Ku, por ter uma frequência mais alta (de 12,5 a 18 Gigahertz) que a C, pode emitir um sinal mais forte, fácil de ser captado pelas anteninhas. Voltando à comparação anterior, se a banda C fosse uma estrada, teria uma única faixa e a banda Ku seria uma rodovia de seis pistas.
No ano passado, quando a RCA lançou o sistema de transmissão direta por satélite, usando o DBS, causou um terremoto no mercado americano de TV por assinatura, ameaçando as empresas que atuam na área de TV a cabo. Não é à toa que a revista americana de divulgação científica Popular Science pergunta, na capa da edição de janeiro de 1995: "Você deve desconectar o seu cabo?".
O método de distribuição de sinais de TV por cabos, originalmente coaxiais (de cobre), surgiu nos Estados Unidos no começo dos anos 50. A idéia era melhorar (ou tornar possível) a recepção das grandes emissoras de TV em áreas remotas.
A partir do final da década de 70, o cabo passou a oferecer uma programação mais diversificada. E surgiram muitos novos canais para explorar a ainda pouco usada tecnologia. Essa forma de transmissão tornou-se um sucesso, pela programação variada e pela facilidade de recepção. Hoje existem canais que transmitem somente videoclips, ou filmes, esportes ou cotações do mercado de capitais. Nos Estados Unidos, atualmente, 65% das casas estão "cabeadas". Alguns serviços, nos grandes centros, chegam a oferecer 50 canais.
Mas esse velho sistema não se renovou tecnologicamente, transmitindo ainda sinais analógicos, por fios de cobre e não fibra ótica (salvo raras exceções). Além de não estar em todo o território americano, devido às dimensões do país e às dificuldades em instalar os fios elétricos.
Na eterna e implacável guerra industrial, ficar atrás em tecnologia é cometer suicídio. Para a cibernética revista Wired, o cabo está tired (cansado), enquanto o DBS está wired (ligado). No vacilo do cabo, entrou a RCA, com um novo, e muito melhor sistema de TV por assinatura. Poucos meses depois de lançado, o sistema da RCA vende 100 000 antenas por mês, e mais da metade dos compradores estão em locais já "cabeados". Para bom entendedor: o cabo perde freguesia para as novas "pizzas". A briga vai esquentar ainda mais a partir de maio de 1995, quando outra empresa começará a fabricar as miniparabólicas nos Estados Unidos, a japonesa Sony. O preço, provavelmente, vai baixar.
Mas a RCA não está sozinha nesse "cabo de guerra". Uma outra companhia, a PrimeStar (cujos donos são a General Electric e o grupo Time-Warner), opera, desde 1990, um sistema parecido com o da RCA. O sistema da PrimeStar também é de transmissão direta à casa do espectador, usando para isso o satélite americano Satcom K-1. As desvantagens são que oferece menos canais (67) e a antena tem um metro de diâmetro, muito maior que uma pizza. E outra empresa, a EchoStar, pretende lançar um serviço, também usando o DBS, ainda em 1995.
O ano de 1995 também é a vez do Brasil: o DBS está chegando por aqui. No exato momento em que você está lendo esta reportagem, várias empresas estão trabalhando pela implantação do sistema no país.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

O navegante que sequestrou do Rio - História


O NAVEGANTE QUE SEQUESTROU O RIO - História



Em 1711, um ousado corsário francês, René Duguay-Trouin, praticou o primeiro seqüestro do Rio de Janeiro. Em grande estilo. Capturou a cidade inteira e exigiu um alto resgate.



Dia 21 de setembro de 1711. Uma expedição francesa comandada pelo corsário René Duguay-Trouin toma o Rio de Janeiro depois de nove dias de sítio à cidade. O navegante impõe condições para sair de lá: receber o equivalente a 2 milhões de libras francesas. As negociações duram semanas. Os governantes portugueses regateiam. Não dispunham de toda aquela imensa quantia à mão.
Duguay-Trouin ameaça queimar a vila inteira, então com 12 000 habitantes. Por fim, em 28 de outubro, os portugueses cedem, embora não paguem tudo que os seqüestradores haviam pedido. Mas, quando duas semanas depois, eles partem para a França, o total apurado - produto em sua maior parte do saque da cidade - constituía uma fortuna: 600 quilos de ouro, 610 000 cruzados, cem caixas de açúcar, 200 bois, escravos e dezenas de outros itens. A expedição, em parte financiada com dinheiro oficial francês, havia rendido quase 100% de lucro. Assim terminou o primeiro seqüestro do Rio.
Não pense que Duguay-Trouin era um pirata. Era um corsário, o que é diferente. Quer dizer: saqueava como um pirata, mas com todo o apoio de um monarca. O rei Luís XIV lhe concedeu uma carta de corso, documento que lhe dava a atribuição de roubar os navios inimigos. A Europa vivia uma de suas pe-riódicas guerras dinásticas, verdadeiros conflitos mundiais que envolviam combates em todos os mares onde houvesse presença européia. Portugal era aliado da Inglaterra, portanto inimigo da França. O Brasil, colônia portuguesa, se tornou, por decorrência, alvo da cobiça de corsários franceses.
Duguay-Trouin era um verdadeiro expert do saque quando chegou às portas do Rio, em setembro de 1711. Até 1709, já tinha capturado mais de 300 navios mercantes e vinte de guerra. A sua frota de dezessete barcos zarpou rumo ao Brasil em junho, fez escala no arquipélago de Cabo Verde e prosseguiu viagem o mais rápido possível - o que naquela época significava uns 10 ou 15 nós (18,5 ou 27,7 quilômetros por hora). O navio Le Lys, comandado pessoalmente por Duguay-Trouin, teve mais de cem vítimas de escorbuto.
Curiosamente, um barco britânico conseguiu fazer a travessia do Atlântico com mais rapidez e chegou a tempo de avisar os portugueses no Rio. Quando a frota passa por Cabo Frio é avistada e o Rio recebe novo aviso. Os portugueses deveriam estar prontos para o ataque. Mas não estavam. Em uma campanha fulminante, Duguay-Trouin consegue entrar na Baía de Guanabara e seqüestrar a cidade. Inteira.
A chave para tomar o Rio era evitar o fogo das fortalezas cariocas, desembarcar tropas e avançar rápido. Em setembro de 1710, um ano antes, o corsário francês Jean-François Duclerc tentara isso. Seus cinco navios foram impedidos de entrar na Baía de Guanabara pelos fortes. Duclerc desembarcou sua pequena tropa longe e fez uma marcha extenuante até o Rio. Cansados e sem o apoio da artilharia naval, os corsários foram fustigados pelos cariocas e se renderam. Mas o ataque revelou uma quantidade impressionante de inépcia entre os defensores. Foi a população, e não a tropa regular, quem atuou.
Fortes são feitos de pedra e não pegam fogo se atacados com balas esféricas de ferro, disparadas de canhões com alcance máximo de 2 qui-los. Já navios de madeira, com velas de lona, e carregando pólvora, são muito inflamáveis. E o defensor pode lançar mão de uma arma poderosa: as balas podem ser aquecidas em fornalhas e disparadas ainda incandescentes. O maior inimigo do atacante é o fogo, por isso a frota deve evitar ficar trocando tiros com os fortes. Se escapam ao fogo, os navios a vela são extremamente resistentes às balas de ferro maciço. Segundo John Keegan, especialista em história militar da época, as batalhas navais eram decididas mais pela morte dos marinheiros, em uma carnificina concentrada, do que pelo afundamento de navios.
Os preparativos para receber os franceses, no entanto, foram feitos sem urgência. As fortalezas do Rio estavam quase desguarnecidas quando a frota entrou rapidamente no dia 12 de setembro. Os soldados e marinheiros estavam cavando trincheiras. Para completar, graças a uma providencial ventania, os navios de Duguay-Trouin passaram sem dar tempo de os canhões dos fortes praticarem pontaria neles.
Os franceses tomam a cidade depois de intensos bombardeios. Libertam prisioneiros da expedição Duclerc (menos o próprio, que tinha sido assassinado) e quase cem judeus presos pela Inquisição (dois foram para a França, com os corsários). O governador, o bispo, o almirante, todos os notáveis fugiram mais cedo. A população pobre foi quem mais sofreu. Um temporal tornou a fuga pela noite um pesadelo. Pessoas eram pisoteadas, morriam afogadas na lama, mães perdiam seus filhos, ao mesmo tempo que os canhões e trovões tornavam difícil ouvir os gritos.
Duguay-Trouin, o corsário seqüestrador, disse que a expedição rendeu 92% de lucro aos acionistas. Entre outros valores, os invasores levaram à França 602 quilos de ouro. E foi pouco, porque aí tiveram certo azar: a maior parte do metal ainda não tinha vindo das minas para o Rio de Janeiro, de onde seria mandado a Portugal. Segundo o historiador Virgílio Noya Pinto - que estudou a influência do ouro brasileiro na expansão do capitalismo inglês - nessa época, a média enviada a Portugal nas frotas que saíam do Brasil era de 5 a 8 toneladas anuais, ou seja, cerca de dez vezes mais do que os franceses levaram.
Mesmo assim, a venda total do butim passou de 20 milhões de libras. Para se ter uma idéia do que isso significava, o salário mensal de um marinheiro francês variava de 10 a 18 libras, segundo Jean Merrian, historiador especializa- do na arte naval do século XVIII. Um capitão da Marinha ganhava 300 libras por mês.
Para juntar o capital necessário à expedição foi criada uma empresa comercial, cujos acionistas eram tanto a "iniciativa privada" - principalmente tradicionais armadores de navios corsários de Saint-Malo, a cidade de Duguay-Trouin - quanto o governo. A Marinha Real da França emprestou navios e homens. Um dos filhos de Luís XIV, o almirante de França, Conde de Toulouse, era um dos acionistas. O butim foi repartido entre capital e trabalho - cada um dos 6 000 homens da expedição - de acordo com um sistema de "partes". Um capitão recebia pelo menos doze partes; um tenente recebia seis ou nove partes; um soldado ou artilheiro recebia uma ou meia parte; e um marinheiro levava de uma a duas partes.

Veja como aconteceu o ataque dos corsários

A cronologia

12/9, 9h30 Franceses avistam as ilhas na entrada da baía da Guanabara. A manhã é gasta em preparativos para
o ataque.
12/9, 13h00 A frota iça mais velas e transpõe a barra, com a nau Le Magnanime à frente, pois seu capitão já tinha vindo ao Rio antes. Duguay-Trouin está na Le Lys, a quarta a entrar.
12/9, 14h30 Todos já passaram a barra. Explode o forte de Villegaignon. Portugueses encalham suas quatro naus.
12/9, 16h00 A frota está fundeada fora do alcance de artilharia. A entrada custou oitenta mortos, 220 feridos.
13/9 Ao nascer do sol, o francês Le Goyon, com 500 homens, toma a Ilha das Cobras. Duguay-Trouin visita a ilha e manda armá-la com canhões e morteiros para
bombardear a cidade.
14/9 Franceses desembarcam tropas na região do Saco do Alferes e Praia Formosa, sem resistência.
15/9 Escaramuças e mais canhões são desembarcados para
bombardear a cidade.
16/9 Franceses montam bateria de dez canhões no Morro do Pina, hoje Morro da Saúde. Até o dia 20, o bombardeio e as escaramuças continuam. A população começa a fugir do Rio.
21/9 Duguay-Trouin ordena ataque. Prisioneiro francês escapa e avisa que portugueses já tinham abandonado a cidade. À tarde, a cidade já estava tomada. No dia seguinte, o comandante português da Fortaleza de Santa Cruz se rende. De 23/9 a 9/10, escaramuças e negociações. Cidade é saqueada. Em 28/10 o governador, sob ameaça de ataque a suas tropas, decide pagar o resgate. Franceses deixam o Rio em 13/11, às 16h00.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Macho, mas por pouco tempo - Natureza

MACHO, MAS POR POUCO TEMPO - Natureza



Um peixe-palhaço, do gênero Amphiprion, é macho, mas só por tempo limitado. Sua missão natural é crescer - ele mede oito centímetros - e virar fêmea. Dez por cento das espécies de peixes trocam de sexo uma vez na vida. Passam de macho a fêmea ou vice-versa, em um processo que leva algumas semanas para se completar. A inversão ocorre quando a proporção entre os dois sexos sofre algum desequilíbrio. Com ela, a espécie se defende. Aumentam as chances de ocorrer encontros reprodutivos bem sucedidos.



Na maior parte dos vertebrados, os indivíduos são machos ou fêmeas toda a vida. A informação sobre sua sexualidade, inscrita nos genes, não admite mudanças. Os cientistas deram um nome estranho a isso: gonocorismo.
O ser humano é gonocórico, assim como a maior parte das espécies de peixes. Para as outras espécies, a natureza reservou um menu variado de formas reprodutivas, entre elas a inversão sexual, a capacidade de trocar de sexo a partir de estímulos do ambiente. As estratégias alternativas ajudam a equilibrar a proporção entre os sexos em determinado grupo, facilitando a reprodução.
Dez por cento das espécies de peixes mudam de sexo. Os peixes transexuais dividem-se em dois grupos.
No primeiro deles, os peixes são chamados transexuais protândricos. Quando jovens, têm glândulas sexuais potencialmente capazes de produzir óvulos e espermatozóides. Quando atingem o estágio de pré-adultos, tornam-se machos sexualmente ativos.
Parte desses machos, os mais agressivos, vão desenvolver mais tarde a área feminina de suas glândulas sexuais. Não produzirão mais espermatozóides e se tornarão adultos completos. Todos os outros peixes do grupo terão seu crescimento sexual inibido.
Os cientistas estudaram peixes do gênero Amphiprion em que o processo de inibição sexual é bem visível.
O segundo grupo é chamado de protogínico. Reúne 90% dos peixes que trocam de sexo. Nesse grupo, os peixes têm ovários em sua primeira fase; as glândulas transformam-se em testículos na segunda fase. A inversão só acontece uma vez e não se realiza sempre. Somente 15% dos peixes mudam de sexo.
Algumas espécies são ao mesmo tempo transexuais e gonocóricas: incluem indivíduos que são sempre machos (ou fêmeas) e indivíduos capazes de trocar de sexo. Essas espécies são chamadas de diândricas.
A chave para entender a inversão sexual é a proporção entre os sexos em determinado grupo. A inversão é uma estratégia que permite equilibrar essa proporção rapidamente.
Se, em um cardume, houver uma queda acentuada do número de machos, por exemplo, e a espécie não for capaz de trocar de sexo, o cardume perderá um bom tempo mudando de lugar, em busca de outros machos. Nas espécies transexuais, parte do cardume inverte o sexo, e o problema se resolve.
Por que acontece a inversão? "Por uma série de fatores relacionados com o meio ambiente e com a bagagem genética da espécie", diz o professor Robert Betito, da Universidade de Rio Grande, RS. O gatilho da inversão, diz ele, é acionado sempre que o peixe passa por uma série de encontros sexuais mal-sucedidos. Por exemplo, um macho encontra outro animal da mesma espécie e começa o ritual sexual. Só que o outro peixe também é macho. Sem resposta, o primeiro macho vai embora.
Isso acontece porque muitas espécies não têm uma diferenciação visível entre os dois sexos. Quando em um cardume ou um grupo, há um desequilíbrio na proporção entre os dois sexos, com falta de machos ou fêmeas, os peixes começam a se sentir "sexualmente frustrados".
O norte-americano John Goodwin publicou em 1990 um estudo sobre a espécie Amphiprion melanopus. Segundo ele, dez dias depois do começo da mudança de macho para fêmea, as glândulas sexuais dos animais estudados ainda produziam espermatozóides, mas já apresentavam mudanças. No 20º- dia, praticamente só havia produção de óvulos. A partir do 45º- dia, a mudança no tamanho e no padrão de cores já estava completa. Outras espécies demoram até 100 dias para completar a inversão.
As pesquisas sobre inversão sexual entre os peixes começaram há vinte anos. Elas mostram que o fenômeno ocorre muito em lugares de águas quentes e rasas, como o Mar Vermelho, o Oceano Índico ou certas regiões do Pacífico.
No Brasil, em certos pontos do litoral do Rio de Janeiro e do Nordeste, também há várias espécies que invertem o sexo. No Rio Grande do Sul, embora a água não permaneça quente durante um período muito longo do ano, há peixes transexuais, entre eles o pargo rosa.
Alguns gêneros, como o Amphiprion, chamado peixe-palhaço por suas cores, ou peixe-anêmona, por causa de sua relação com quase 800 espécies de anêmonas, são quase totalmente transexuais.
Os Amphiprion são peixes pequenos. As fêmeas da espécie Bicinctus, por exemplo, têm 13 centímetros e pesam 46 gramas; os machos medem 11 centímetros e 28 gramas.
Há 26 espécies de Amphiprion espalhadas entre as regiões de águas quentes do planeta. Os peixes protegem-se do ataque dos predadores escondendo-se entre os tentáculos venenosos das anêmonas. Eles não nascem imunizados contra o veneno. Adquirem a imunização pouco a pouco, passando entre os tentáculos e cobrindo-se com um muco que as anêmonas produzem para que um tentáculo não envenene o outro.
Os Amphiprion não vivem em cardumes, mas em "famílias", com um macho ou uma fêmea dominante (depende da espécie). Têm faixas coloridas e muito marcantes. Isso serve de proteção, já que cria nos predadores uma espécie de memória visual. O predador sabe que junto ao peixe com aquele padrão de cores haverá uma anêmona. Quase sempre prefere tentar comer outra coisa.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

SOL: Uma viagem para o inferno - Astrofísica


SOL: UMA VIAGEM PARA O INFERNO - Astrofísica



A estrela mais próxima da Terra não é ainda totalmente conhecida. E precisa ser porque da energia que ele emite depende o controle das naves e estações orbitais que voam nesse espaço. Este ano, uma frota de sondas sobe ao céu para tentar diminuir nossa ignorância



Nunca ele foi focalizado por tantos telescópios e detectores. A sonda Ulysses, solta no espaço desde 1990, agora busca o melhor ângulo para fotografar o seu pólo norte. E, este ano, nada menos que oito novos satélites vão subir ao céu. A diferença entre todos esses novos aparelhos e a Ulysses é que eles ficarão em órbita da Terra. A Ulysses gira em torno do centro do Sistema Solar. Mas a missão de todos é uma só: olhar para o Sol.
Ao todo, elas leverão mais de trinta instrumentos espaciais para estudar, principalmente, como a energia solar flui para o nosso planeta. "Estamos aperfeiçoando os nossos sistemas de previsão do tempo no espaço", disse à SUPER o astrofísico Richard Marsden, chefe do projeto Ulysses, no Centro Europeu de Tecnologia e Pesquisa Espacial da ESA (Agência Espacial Européia), na Holanda. Com a curiosa expressão "previsão do tempo no espaço", o cientista se refere à previsão das explosões solares e outras descargas de energia. "Isso é importante para operar com segurança aeronaves, como satélites e estações orbitais, e para conhecermos melhor a influência do Sol sobre a Terra."
O tema mais importante das pesquisas é o vento solar - a "chuva" de partículas que jorra constantemente da estrela e varre o espaço, envolvendo todos os planetas. Várias das novas sondas fazem parte de programas conjuntos das maiores agências espaciais do mundo, como a ESA e a Nasa.
A Ulysses, um dos projetos das agências americana e européia, tem a tarefa de desbravar os pólos solares, nunca observados antes. Ela passou sobre o pólo sul solar em setembro de 1994 e já enviou novidades. Em maio, deve alcançar o pólo norte.
Aqui você vai ver o que os satélites estão vasculhando no Sol: como ele funciona por dentro, os sinais das atividades nucleares internas, visíveis na sua superfície
, e os fenômenos solares que mais interferem no cotidiano terrestre.
O primeiro satélite que a Nasa colocou em órbita da Terra para estudar o Sol foi o Observatório Solar Orbital, em março de 1962. Foram anos importantes para a astronomia solar. Naquela época descobriu-se que o astro não é um corpo estático, mas pulsa, oscilando em tamanho.
Foi também na década de 60 que se chegou a uma segunda descoberta: parte da energia solar é liberada no espaço como neutrinos - partículas subatômicas sem carga elétrica e provavelmente sem massa, que mexem muito pouco com a matéria comum. Para os neutrinos, mesmo os grande corpos como os planetas, não são obstáculo. Eles atravessam todos numa velocidade bem próxima à da luz.
As duas descobertas abriram para a astronomia novas possibilidades de mergulhar no interior do Sol. Medidos aqui da Terra, o fluxo de neutrinos solares se tornou uma forma de calcular as reações nucleares dessa imensa usina. E acabaram levantando novos mistérios.
As pulsações, por outro lado, são usadas hoje pelos astrofísicos como espelhos que refletem diretamente o que acontece nas camadas internas do Sol. É por meio delas que a sonda Soho (sigla em inglês para Observatório Solar e Heliosférico), da Nasa e da ESA, vai acompanhar, a partir deste ano, a viagem da energia pelo interior da estrela, do núcleo até a superfície.
A Soho vai ser seguida, ainda este ano, pela Cluster. Não é uma única, mas, na verdade, quatro sondas que operam simultaneamente. Elas vão analisar o vento solar, montando um mosaico em três dimensões.
Dentro da imensa usina atômica que é o Sol, a cada segundo, 657 milhões de toneladas de hidrogênio são transformados em 652,7 milhões de toneladas de hélio. Os 4,5 milhões de toneladas que faltam na reação são liberados na forma de pura energia. A produção do Sol é um absurdo: 383 bilhões de bilhões de Megawatts. Sim, é impossível imaginar o que isso significa. Mas dá para fazer uma idéia distante: o Sol libera, num único segundo, o equivalente a 13 milhões de vezes toda a energia elétrica que os Estados Unidos consomem num ano inteiro (2,8 bilhões de kilowatts-hora).
Não é preciso chegar muito perto para sentir os efeitos dessa superpotência energética - afinal, essa energia viaja por todo o sistema solar e, portanto, não está restrita à superfície do Sol. Assim, muitas sondas fazem uma boa cobertura dos fenômenos solares permanecendo em órbita da própria Terra. Daqui mesmo, a nave japonesa Yohkoh, entre outras, consegue mostrar toda a violência das explosões solares por meio de fotos da atmosfera solar em raio X.
A Wind, lançada no final de 1994, é outro satélite que não deixa as vizinhanças do planeta. A uma distância máxima de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, ela capta as partículas do vento solar antes que elas atinjam o campo magnético terrestre. A segunda etapa da missão será cumprida a partir de dezembro deste ano por outra sonda da Nasa, a Polar, que leva onze instrumentos. Os outros satélites prontos para subir este ano são os americanos Spartan-3, Fast e UV-Star. Também a Argentina vai lançar uma sonda: a SAC-B.
O Sol pode estar muito longe, nas escalas terrestres. Mas 150 milhões de quilômetros não significam nada para a energia. As partículas do vento solar, por exemplo, envolvem todos os planetas, de Mercúrio a Plutão, e vai ainda além. Na Terra, elas criam efeitos como tempestades magnéticas e auroras boreais.
Também para os modernos sistemas de observação, distância não é documento. Tanto é que a sonda Ulysses, a vedete da temporada solar, passou sobre o pólo da estrela em setembro passado, a 345 milhões de quilômetros - quase 2,5 vezes a distância entre o Sol e a Terra - e já apresentou resultados que entusiasmaram a comunidade científica internacional.
Algumas medições confirmaram o que os astrofísicos já sabiam por cálculos: nos pólos, as partículas de matéria são expelidas a 2,7 milhões de quilômetros por hora - quase duas vezes a velocidade registrada no equador. Outros dados são mais surpreendentes: ao contrário do que acontece na Terra, onde a força magnética é mais forte nos pólos do que no equador, o campo magnético do Sol não varia.
Isto é o que o astrofísico Richard Marsden, chefe do projeto Ulysses na ESA, chama de "surpresas e sucessos da missão". Ele explica que o projeto vai indo tão bem que, em vez de terminar com a passagem pelo pólo norte, em setembro deste ano, a sonda pode permanecer em órbita até o ano 2001. "Aí então, ela pegará o Sol em grande atividade, com imensas erupções jogando mais energia e matéria para o espaço do que o normal", diz Marsden. "Se compararmos os dois períodos de observação, vamos aprender muito mais."

Ulysses

A sonda da Nasa e da ESA é a primeira a estudar o espaço interplanetário sobre os pólos do Sol - quer dizer, longe da região da órbita dos planetas. Lançada em 1990, ela coletou dados sobre o pólo sul, em setembro de 1994. Em maio de 1995, deve observar o pólo norte. Pequena, com 3,20 metros de comprimento e menos de 370 quilos, está programada para passar quatro meses fazendo observações.

A sonda Ulysses, lançada em 1990, está estudando pela primeira vez os pólos solares. Ela já sobrevoou o pólo sul e, este ano, vai alcançar o pólo norte.

Traduzindo em números
Apesar de ser uma estrela de tamanho médio, o Sol está entre os 5% dos astros mais brilhantes da Via Láctea.

Distância da Terra: 150 milhões de quilômetros
Diâmetro: 1,4 milhão de quilômetros
Massa: 333 000 vezes a da Terra
Densidade média: 1,41 (a da água é 1, a da madeira, 5, e do ferro, 10)
Período de rotação: 25 dias no equador e 34 dias nos pólos
Força de gravidade: 28 vezes maior do que a da Terra
Temperatura interna: 14,25 milhões de graus centígrados
Temperatura da superfície: entre 3 800 e 6 000 graus centígrados
Composição no núcleo: 64% hélio, 35% hidrogênio e
1% outros elementos
Composição nas demais camadas: 75% hidrogênio, 24% hélio e 1% outros elementos

A terra sente a força de longe

Nosso planeta é como é por causa da energia solar. Mas, além da luz, ela nos chega de outras formas

O gigantesco "saiote" magnético
Por trás da emissão de energia do Sol sobre a Terra está seu campo magnético. Esse íma gigantesco "segura" e vai acumulando as partículas do vento solar até que a imensa pressão cria as erupções. Elas caracterizam períodos de grande atividade do Sol. Os astrônomos costumam comparar seu campo magnético com uma "saia de bailarina". A rotação faz o saiote ondular. O campo magnético chega a 1 bilhão de quilômetros de distância do Sol. Ou seja, até perto de Saturno.

As explosões e o clima
Houve épocas em que o Sol ficou bem mais fraco e isso pode ter dado origem às eras glaciais. Hoje se sabe que, a cada 22 anos, imensas erupções liberam quantidades anormais de energia. A última tentativa de explicar como as variações de humor do Sol influem no clima da Terra diz que, nesses períodos, a luz visível varia em apenas 0,1%, mas os raios ultravioleta aumentam muito mais. Assim, aquecem a atmosfera da Terra e aumentam a temperatura global.

Luminosa matéria supersônica
As transmissões de rádio, volta e meia, são perturbadas por tempestades magnéticas cuja origem está no Sol. Elas se devem à influência do vento solar, que é formado por partículas com carga elétrica, como elétrons e prótons. Essas partículas invadem a alta altmosfera terrestre a mais de 1,4 milhão de quilômetros por hora e emitem luz, criando as auroras boreais e austrais, e interferindo nos sistemas de comunicação e de navegação das aeronaves. Somente com elas, o Sol perde um milhão de toneladas de matéria por segundo.

Mistérios solares

A estrela que melhor conhecemos ainda esconde muitos segredos.

Quanto mais quente, mais complicado
Um dos mistérios está nos gases da chamada coroa. Como eles podem ser muito mais quentes do que a superfície do Sol? De 13 000 graus, a temperatura salta de repente para mais de 500 000 graus, podendo chegar a 1,5 milhão de graus, na parte mais luminosa da coroa. Tudo indica que a força magnética que impulsiona os jatos de gases também os aquece. Pelos cálculos, porém, a força seria insuficiente para aquecer tanto a coroa. A incerteza, portanto, persiste.

Cadê os neutrinos daqui?
De acordo com a quantidade de radiação que escapa do Sol, sua temperatura interna deveria ser de 15 milhões de graus. Mas, medindo a emissão de neutrinos - partículas subatômicas que fogem do núcleo do Sol em menos de três segundos -, a temperatura não passa dos
14,25 milhões de graus. Mas, se fosse mais frio, o Sol deveria ser menor e brilhar menos. A única explicação é ainda hipótese: apenas parte dos neutrinos seriam captados na Terra. O engano no número de neutrinos emitidos levaria a uma avaliação errada da temperatura.

A impossível pulsação radial
A teoria garante: todos os 10 milhões de tipos de oscilação de tamanho do Sol são caóticos, desordenados. Não há oscilação radial, que atinja a estrela por inteiro, em toda a sua circunferência. Mas o astrofísico Nelson Vani Leister, do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo, mede o diâmetro solar há mais de vinte anos. E garante: o Sol cresce e encolhe 150 quilômetros a cada 1 000 dias. Astrônomos do Observatório de Côte d´Azur, na França, confirmam a observação do brasileiro. "Estamos fazendo um levantamento histórico das pulsações, para ver a que tipo de fenômeno elas podem estar associadas."

Pulsando como um tambor

O Sol está sempre oscilando. Os gases em ebulição são como ondas acústicas que abalam a superfície - do mesmo modo que a pele de um tambor é abalada com a pulsação do ar em seu interior. Os astrônomos já registraram mais de 10 milhões de pulsações diferentes. Eles conseguem "ouvi-las" com aparelhos chamados espectrógrafos. Nas imagens criadas em computador, as regiões vermelhas estão "afundando" e as azuis, "subindo".

Soho

O Observatório Solar e Heliosférico (Soho) é um projeto conjunto entre a Nasa e a ESA. Ele vai levantar vôo em outubro na ponta de um foguete Atlas II-AS e deverá orbitar a Terra a cerca de 1,5 milhão de quilômetros. Seus doze detectores vão mandar dados sobre a coroa, o vento solar, as ondas acústicas do Sol, o movimento dos gases da superfície e as variações de radiação.

Cluster

A sonda da Agência Espacial Européia (ESA) vai estudar principalmente os efeitos do vento solar sobre os pólos terrestres. São quatro naves voando juntas. Elas vão carregar instrumentos idênticos que podem mostrar a estrutura e os movimentos das partículas solares que envolvem o planeta, e montar um mosaico em três dimensões. A Cluster entra em órbita da Terra ainda este ano, levada por um foguete Ariane-5.

Yohkoh

O satélite nipo-anglo-americano entrou em órbita terrestre em 1991. Carrega dois telescópios que captam as ondas de raio X. Esse tipo de radiação é emitida por material aquecido a centenas de milhares de graus. A Yohkoh (palavra japonesa para "raio de sol") tem a grande novidade de bater as "fotos" do Sol a uma velocidade nunca conseguida. Assim, enviadas à Terra, elas se transformam em filmes que mostram detalhes das tremendas tempestades de energia.


Wind

Sua principal missão é analisar o vento solar. Lançado no final de 1994, esse laboratório espacial é projeto conjunto da Nasa e da ESA. Mede 2,40 metros de diâmetro e 1,80 metro de altura. Pesa cerca de 900 quilos. Foi desenhado para permanecer em atividade por três anos, numa órbita entre 29 000 e 1,6 milhão de quilômetros em torno da Terra. A idéia é colher dados sobre o vento solar antes que ele atinja o campo magnético do nosso planeta.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Vitaminas - você tem que tomar - Saúde


VITAMINAS VOCÊ TEM QUE TOMAR - Saúde



Quem não toma pode estar perdendo - pela falta de alimentos vitaminados no mercado brasileiro,
pela prática de esportes, pela poluição das cidades, pelo fumo, pelo álcool. Trinta
por cento dos brasileiros de classes média e alta têm algum tipo de carência vitamínica



Dois bilhões dos cinco bilhões de habitantes no planeta têm deficiência de uma ou mais vitaminas. OK, a maioria dessa gente está no Terceiro Mundo e, no prato dos pobres, não faltam apenas vitaminas - falta comida mesmo, com todo tipo de nutriente. Mas o fato é que outro bilhão da população mundial padece da chamada fome oculta. O conceito se aplica a uma multidão que pode reclamar de barriga cheia: afinal, apesar de fazer as refeições normalmente, seu organismo funciona aos trancos e barrancos por falta de vitaminas. E essa falta não é alardeada pela sensação de estômago vazio. Eis o motivo de a fome ser oculta.
Será que os alimentos não são mais os mesmos que forneciam aos nossos avós tudo o que eles precisavam para viver? Não, não são. Mas, principalmente, nós não somos mais como nossos avós. O ritmo da vida moder- na é um notório ladrão de nutrientes. Em primeiro lugar, porque quase ninguém tem tempo para fazer uma refeição como manda o figurino dos nutricionistas. Em segundo, porque o estressante corre-corre se traduz no corpo como uma descarga de hormônios que atrapalham - e muito - a ação das vitaminas. Sem contar outros hábitos que prejudicam essas substâncias. Um comprimido de aspirina faz com que a vitamina C de um suco de laranja tenha um prazo três vezes menor para agir, antes de ser eliminada pela urina. Outro exemplo: os componentes das pílulas anticoncepcionais aniquilam boa parte das moléculas de vitamina B disponíveis no sangue.
O pior é que as refeições do nosso dia-a-dia já são desvitaminadas. "A comida pode conter menos vitaminas do que prometem as tabelas nutricionais", afirma o engenheiro de alimentos Cesar Romeu Araújo, da indústria farmacêutica Roche. "No Brasil, as pessoas preferem uma farinha de trigo branquinha e ela é puro amido". As vitaminas B1 e B2, de que o trigo seria em tese uma boa fonte, vão se embora com a casca endurecida dos grãos.
Desde a II Guerra Mundial, de olho na saúde de seus soldados, os Estados Unidos passaram a devolver essas vitaminas perdidas à farinha, acrescentando-as depois da refinação. Na década de 50, a maioria dos países europeus copiou a idéia. No Brasil, até hoje, a farinha não é vitaminada.
"Por causa disso, tivemos dificuldades", conta Regina Helena Braga, da Interbakers, empresa que, desde 1988, produz pães para hambúrgueres do McDonald´s. A maior rede de fast-food do mundo anunciava que o seu sanduíche tinha a mesma qualidade em qualquer parte do globo. E isso não era verdade, porque a farinha brasileira era bem mais pobre que a de outros países. "Levamos dois anos até conseguir incluir o complexo B na receita", diz Regina. Hoje, o pão de um Big Mac fornece mais de 60% das necessidades diárias desses nutrientes.
"Parece justo repor as perdas", diz a nutricionista Silvia Franciscato Cozzolino, professora da Universidade de São Paulo. "Mas, em vez de biscoitos e chocolates, os produtos vitaminados deveriam ser aqueles de grande consumo popular, como o arroz e o açúcar." Os fabricantes alegam que isso afetaria o preço para o consumidor. "O aumento seria inferior a 1% nas gôndolas dos supermercados", garante Cesar Araújo, da Roche.
Enquanto se discute, a gente pode estar passando fome - a fome oculta. E esta pode ser ainda mais agravada pelo processo de preparo das refeições.
Para a Organização Mundial da Saúde, o Haiti é aqui, como no verso cantado por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Pois, em matéria de falta de vitamina A, nós empatamos com os haitianos no primeiro lugar. Em certas regiões brasileiras, metade da população tem menos dessa vitamina do que seria adequado. A primeira conseqüência é a cegueira noturna: à noite, fica impossível enxergar direito. Porque, para formar imagens com nitidez, é necessário um pigmento, fabricado no fundo dos olhos, usando a vitamina A como matéria-prima. Se a deficiência se prolonga, a pessoa perde a visão.
"O irônico é que, no Norte e no Nordeste, onde a situação é mais grave, existem frutas típicas com alto teor dessa substância", diz a nutricionista Eliete Salomon Tudisco, da Universidade Federal de São Paulo (ex-Escola Paulista de Medicina). "O jeito é ensinar as pessoas a procurar os alimentos certos." Há quem diga, porém, que essa luta pela boa dieta é inglória. E não apenas por questões econômicas. Nos Estados Unidos, onde as pessoas comem até demais - é o país com o maior índice de obesidade do mundo -, não se come direito. Em cada cem americanos, 35 têm falta de vitaminas.
"Às vezes, os suplementos na forma de cápsulas são inevitáveis, como no caso de grávidas e pessoas sob regimes alimentares severos", admite, cauteloso, Hélio Vanucchi, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, interior do Estado. Vanucchi é nutrólogo, ou seja, médico especializado em nutrição. Mas como será que ficam as pessoas com saúde normal, que confiam no almoço apressado do dia-a-dia? Elas também deveriam apelar para suplementos? "O melhor caminho é corrigir a dieta", defende Vanucchi. "Se isso for impossível, as cápsulas sempre serão uma opção."
A questão mais difícil, para o médico, é detectar quem está precisando de vitaminas extras - na maioria das vezes, é quem nem dá bola para o assunto. Calcula-se que, para cada caso de deficiência diagnosticado, existam outros nove na mesma situação, sem desconfiar. O problema é que entre um indivíduo sadio e um doente - com algum mal reconhecidamente causado pela ausência de vitaminas - existe uma larga faixa de pessoas com a chamada deficiência marginal. Elas têm vitamina de menos, mas não chegaram ao ponto de apresentar sinais de doença. Sentem coisas tão diversas como cansaço, falta de apetite e irritação constante. Sintomas que os médicos costumam rotular de estresse, sem ver neles uma causa física.
O organismo, nesses casos, é comparável a um carro com carburador sujo e motor mal regulado - até segue em frente, mas engasgando aqui, pifando acolá. Não é à toa. As vitaminas são dignas do nome dado, em 1911, pelo bioquímico polonês Casimir Funk (1884-1967). Vita, em latim, significa vida. Funk acertou: elas são imprescindíveis para várias reações químicas nos seres vivos. Na segunda metade da palavra, amina, Funk se precipitou um pouco: ele pensava que todas elas eram derivadas da amônia, o que não é verdade.
Aliás, divididas em solúveis em água e solúveis em óleo, as vitaminas não são nada parecidas umas com as outras. O único ponto em comum entre elas é que são fundamentais para o organismo em pequenas quantidades. "Há mais de cinqüenta delas, mas só treze são essenciais para o homem, ou pela sua importância ou pelo fato de seu corpo não conseguir produzi-las", explica Vanucchi.
Infelizmente, está provado: de 2% a 5% do oxigênio que respiramos se transformam em radicais livres. Anarquistas do organismo, esses radicais reagem com tudo o que encontram pela frente para roubar um elétron.E a molécula roubada, então, também passa a ser um radical livre. "Só três substâncias podem quebrar essa cadeia destruidora", conta o médico ortomolecular paulista Wagner Fiori. "Elas são a vitamina E, a vitamina C e o beta-caroteno, a matéria-prima da vitamina A."
Por causa disso, os especialistas em Medicina Ortomolecular - área que trata da bioquímica do organismo humano - não se cansam de prescrever o trio. "De fato, vitaminas não são remédios. Mas seu uso contínuo pode evitar uma série de males", garante Fiori. Essa idéia, que já provocou arrepios na comunidade científica, hoje encontra cada vez menos resistência.
"Estão surgindo diversas evidências de que essas três vitaminas protegem contra enfartes", admite o médico Claude Lenfant, que dirige o Instituto Nacional do Coração, nos Estados Unidos. "Existe uma explicação: os radicais livres participam das reações que levam o colesterol a se acumular nas artérias."
Na verdade, essas moléculas bandidas não se limitam a prejudicar o coração. Parece que por trás de todas as doenças degenerativas - e até mesmo do câncer - há uma pilha de estragos feitos pelos radicais livres ao longo da vida. A dúvida dos cientistas é até que ponto se devem aumentar as doses das vitaminas para combatê-los, sem correr riscos.
Quando o tema é nutrição, nada gera mais discussões do que as megadoses vitamínicas e seus efeitos contra doenças causadas pelos radicais livres. "Amanhã ou depois, pode ser que os benefícios dessas doses gigantes se confirmem", diz a nutricionista Sílvia Cozzolino, da USP. "Por enquanto, quem decide tomá-las está servindo de cobaia." Para dar um fim à polêmica, o Ministério da Saúde, na França, disparou um enorme projeto, orçado em 12 milhões de dólares, envolvendo 1 100 pesquisadores.
O Suvimax, como está sendo chamado, começou há exatamente um ano, quando os cientistas passaram a escolher voluntários num grupo de 100 000 indivíduos. "Pinçamos apenas 15 000 deles , entre 35 e 60 anos de idade", explica o médico Serge Wecberg, em entrevista a SUPER. O cuidado com a seleção faz sentido. É difícil comparar os benefícios de um nutriente em cidadãos que levam uma vida completamente diferente entre si. "Se a gente dá vitamina para um executivo estressado, usando como base de comparação alguém que vive calmamente no campo, podemos chegar à conclusão distorcida de que tomar ou não tomar suplementos é indiferente", diz Wecberg.
Este mês, a investigação dos franceses deve esquentar. A partir de agora, os voluntários vão tomar dia-riamente suplementos de vitamina C , E e beta-caroteno (matéria-prima da vitamina A). Isto é, só metade deles - o resto irá engolir comprimidos falsos. Essa rotina só será interrompida no ano 2003. É quando sairá o relatório sobre o que aconteceu com o organismo de uns e de outros durante esse período de nove anos.
Os consumidores não estão a fim de esperar todo esse tempo pela resposta. O mercado mundial de suplementos vitamínicos vem crescendo 8% ao ano - só nos Estados Unidos movimenta anualmente 4 bilhões de dólares. A mania gera alguns equívocos.
"Sem ouvir um médico ou um nutricionista, pode-se engolir uma vitamina de que o organismo não está precisando e deixar de lado outra, que realmente está fazendo falta", alerta o professor Hélio Vanucchi, da USP. Com a ajuda de reagentes químicos, os exames de sangue apontam as deficiências de cada vitamina separadamente. Os médicos ortomoleculares, por sua vez, fazem um diagnóstico menos específico, com o microscópio.
De qualquer modo, só exames indicam o melhor suplemento com total segurança. Para os que compram vitaminas sem orientação, vale o alerta: o efeito de combinar diversos multivitamínicos por conta própria pode ser um tiro pela culatra. "Não adianta ingerir vitamina A, sem dispor de zinco no organismo", exemplifica a nutricionista Sílvia Cozzolino. Se isso ocorre, a vitamina é absorvida no intestino e vai ser estocada no fígado - mas dali não passa. Isso porque, para viajar pelo corpo, sua molécula pega carona em outra - uma molécula de zinco - que por acaso esteja circulando nos vasos. Enfim, sem zinco, ter ou não ter vitamina A não faz diferença.
Muitas vezes, o consumidor escolhe certo. Mas erra na marca e paga caro por isso. É quando compra aquela "vitamina natural", de preferência extraída de alguma fruta exótica, em vez de levar para casa uma versão sintética mais barata. "É uma bobagem", ensina Vanucchi. "Sintética ou natural, o corpo vai reagir àquela molécula como sendo uma vitamina."
Muitas vezes, os cientistas examinam estatísticas e percebem que o uso de certa vitamina diminui o risco de uma doença, mas não explicam os mecanismos dessa ação protetora. O que não invalida a primeira observação. E nem sequer significa que as vitaminas sejam um modismo. O Instituto Nacional do Saúde, nos Estados Unidos, revelou que o hábito de comer vegetais ricos em vitamina C diminui 13% o risco de enfartes. Agora, esse bom hábito à mesa somado a comprimidos da mesma vitamina faz a incidência despencar 37%. Não se sabe a dose extra exata para se obter esse efeito preventivo. Mas a dúvida não apaga o fato: 37% menos chance de se morrer do coração.
"O erro é achar que as pílulas substituam um almoço", diz o nutrólogo Hélio Vanucchi. Nada substitui um prato cheio de gorduras, carboidratos e proteínas (os únicos nutrientes que fornecem energia). Mas até os cientistas mais ortodoxos, contrários às megadoses, admitem que os suplementos são úteis em alguns casos.
"Quem não precisa das megadoses por doenças também deve avaliar a sua nutrição", diz o médico Wagner Fiori. "E, se for o caso, tomar suplementos apenas para manter a dosagem normal." Entre os consumidores certamente devem estar os fãs de produtos diet, já que eles quase não contêm as vitaminas A, D, E, e K . A poluição, por sua vez, aumenta a produção de radicais livres nos moradores dos centros urbanos, que já vivem sob estresse. A maioria não pode escapar dos suplementos.

As vitaminas roubadas no fogão da sua casa

Enquanto são preparadas, elas vão desaparecendo das refeições e quando chegam no prato sua quantidade é bem menor do que apontam as tabelas nutricionais.

Verduras cozidas
Por serem solúveis em água, a vitamina C e as do complexo B sempre escapam da comida durante o cozimento. Resultado: verduras cozidas têm 40% menos vitaminas B e 70% menos vitamica C do que verduras cruas. Uma dica é usar o mínimo de água possível para prepará-las.

Carne ensopada
Quanto mais molho tem a carne, mais nutrientes podem fugir. Motivo: algumas vitaminas se dissolvem rapidamente na água usada como ingrediente para o caldo. Sem contar que parte da gordura da carne também acaba no molho - e nela estão outras tantas vitaminas. Nos ensopados, as perdas costumam ficar entre 40% e 50%. A diferença é pior em relação à vitamina B1 ou tiamina, imprescindível para o cérebro e para os músculos: ela diminui 60%.

Feijão cozido
Os cereais deveriam ser grandes fornecedores de vitaminas B, mas elas saem dos grãos e vão para a água. Depois, durante o cozimento, parte da água sai da panela em forma de vapor, levando as moléculas de vitaminas junto. Como os cereais demoram até ficar prontos, muito vapor e muita vitamina vão para o espaço. O feijão chega a perder metade de uma de suas maiores riquezas: a vitamina B9 ou ácido fólico [foto 131}, cuja falta causa anemia.

Peixe frito
Quanto mais quente, pior - o calor "arranca" vitaminas da comida ou, então, estraga as suas moléculas.
A temperatura do óleo para a fritura faz com que os pescados percam cerca de 20% da vitamina B3 ou niacina, que ajuda o corpo a extrair energia dos alimentos. Eles também ficam com 10% menos vitamina B12 [ foto 130], responsável pelo bom funcionamento das células do corpo.

Ovo frito
Por causa do calor da fritura, 20% da vitamina B6 - essencial para o corpo fabricar suas proteínas - acabam indo embora. A mesma proporção de vitaminas A, D, E e K também some porque, em temperatura alta, suas moléculas se dissolvem no óleo da panela.

Batatas cozidas
Mais uma vez, a água é a vilã na cozinha: por ela, escapam 40% das moléculas de vitamina C presentes na batata e até metade de todas as vitaminas B. Quando a batata é assada, por não ficar mergulhada na água, as perdas são menores - acontecem apenas pelo vapor.

Linus Pauling, o precursor das superdoses

Um copo de suco de laranja por dia é o que basta - dizemos nutricionistas. Duzentos copos - corrigia um dos cientistas mais brilhantes deste século, o único que ganhou dois prêmios Nobel sozinho.
É claro, o químico americano Linus Carl Pauling (1901-1994) não tomava tanto suco diariamente. Mas engolia o equivalente às laranjas na forma de comprimidos que, juntos, somavam 10 gramas de vitamina C.

Por que dosagens gigantes
Pauling não se conformava com os
65 miligramas de vitamina C recomendados pela Nutrição tradicional. Dizia que a maioria dos animais fabrica a sua qüota do nutriente no fígado - o homem primitivo teria perdido essa capacidade. "Se as cabras produzem 13 gramas dessa vitamina todo dia, por que o organismo humano, que é muito mais complexo, precisaria de muito menos?", perguntava.

Em prol da vitamina C
Segundo o cientista, que se notabilizou por ter descoberto como os átomos formam ligações químicas, a vitamina C rejuvenesce e evita uma série de males. Tudo começou na década de 60, quando analisou seus efeitos em resfriados. Nos anos 70, passou a estudar as qualidade anticâncer do nutriente - foi quando publicou o seu best-seller Como viver mais e melhor.

A ira dos adversários
A Academia Nacional de Ciências, nos Estados Unidos, se recusou a publicar seus trabalhos sobre o tema. Os adversários argumentavam que o corpo humano não precisava mais do que poucos miligramas de vitamina C por dia, sendo o excesso da substância eliminado pela urina.

O contra-ataque dos seguidores
"A vitamina C leva seis horas até ser eliminada", explica, em entrevista a SUPER, o médico americano Stephen Lawson, diretor do Instituto Linus Pauling de Pesquisas. "Durante esse período, ela fica ativa, circulando pelo sangue. E, depois, na medida que vai embora, o indivíduo já estaria tomando uma segunda dose, mantendo o pico da substância no organismo."

A morte, ironizada pelos críticos
Muitos cientistas dizem que, apesar da vitamina C, Pauling morreu de câncer de próstata, no ano passado. Mas morreu lúcido e trabalhou em seu instituto até as últimas semanas de sua longa vida. Ele tinha 93 anos.

Novas especulações
Nas esteira das idéias de Pauling, surgiram teorias, apontando benefícios de megadoses de outras vitaminas. É possível tomar tranqüilamente quantidades até cem vezes maiores do que as dosagens diárias recomendadas pelos nutricionistas de vitamina B e C. Com as vitaminas A, D, E e K, a história é diferente, porque se acumulam no corpo e isso pode ter efeitos tóxicos. Mesmo nesse caso, pode-se consumir até dez vezes mais do que a dose diária recomendada, sem correr riscos. Até o momento, sabe-se que megadoses são válidas para certos casos. Mas também não há provas de que não funcionem em outras situações.


Sem vitamina C, o ferro pode não ser aproveitado pelo corpo humano

Há vinte anos, entre 10% e 35% das crianças brasileiras com menos de três anos de idade eram anêmicas. A proporção variava conforme a região do país. Em 1992, um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo apontou que a situação se agravara terrivelmente: 55% dos paulistas em idade pré-escolar tinham anemia. Atualmente, são 80%. "Essa porcentagem elevadíssima indica que o problema não é privilégio das classes carentes", diz o médico nutrólogo Mauro Fizberg, professor da Universidade Federal de São Paulo. "A má nutrição é encontrada nas crianças das classes média e alta."

As causas do problema
A anemia não tem a ver diretamente com a falta de uma vitamina e, sim, com a ausência de um mineral - no caso, o ferro. "Uma das causas do aumento
da incidência pode ser o desmame
precoce", conta Fizberg. "Ao contrário do leite materno, o da vaca é uma fraca fonte de ferro." Outra suposta causa seria a dieta mal equilibrada - e esta pode ocasionar a falta de vitamina C.

O que seria do feijão sem a laranja
Sem vitamina C, a quantidade de ferro
fornecida pelos vegetais é irrisória.
Qualquer análise de laboratório mostra que o feijão, por exemplo, é rico em ferro. No corpo humano, porém, a sua
contribuição é pequena: o intestino consegue absorver apenas cerca de 10% desse mineral contido no cereal.
Se, no entanto, o feijão for acompanhado de uns bons goles de suco de laranja ou qualquer fruta cítrica, a história será diferente. "As
moléculas de vitamina C do suco dão uma espécie de empurrão para o ferro de origem vegetal entrar no organismo", explica Fizberg. "Assim, sua absorção pode chegar a 40%."

A vantagem das carnes
As carnes são diferentes, pois estão entre as melhores fontes de ferro e, nesse caso, as moléculas do mineral não precisam da ajuda da vitamina. Mas, pelo crescimento das anemias, tudo indica que as carnes não estão chegando no prato das crianças. Pelo menos, não na quantidade que chegava antigamente.

Sarampo e doenças respiratórias
Outra carência que chama a atenção dos médicos é a de vitamina A. No Estado de
São Paulo, 20% das crianças sofrem da sua deficiência. Nelas, essa falta não provoca apenas problemas oculares. Ela está relacionada à tendência a diarréias perigosas. "Nessas crianças, o sarampo é mais grave e as crises de doenças respiratórias costumam durar mais", diz Fizberg.

A falta de vitamina e as notas ruins
Há indicações de que essa carência também prejudica o Q.I., baixando o rendimento escolar. Por essa e outras razões, os pediatras receitam suplementos em gotas de vitamina A nos primeiros anos de vida.


As pistas fornecidas pelo sangue

Exames ao microscópio apontam os danos provocados pelos radicais livres. Indiretamente, os testes denunciam a necessidade de suplementos. Pois é a falta de vitaminas que permite a ação devastadora desses radicais
Para os médicos ortomoleculares, como Wagner Fiori, gotas de sangue são como um prato cheio (ou vazio) de vitaminas. Tiradas de uma espetadela no delo , elas acusam a ação dos radicais livres e das vitaminas capazes de bloqueá-los. Primeiro, Fiori analisa o "sangue vivo" no microscópio .
A concentração dos glóbulos vermelhos e a movimentação das células de defesa já dão uma idéia do diagnóstico. A hora da verdade, porém, é a do sangue coagulado, que se altera nas doenças. No caso do câncer, ele apresenta enormes vãos entre as células vermelhas . São áreas destruídas pelos radicais livres. Áreas assim não aparecem em pessoas sadias .


Os alcoólatras

O alcoolismo é a maior causa de deficiência vitamínica no país. Doze milhões de brasileiros são viciados em bebidas alcóolicas. No seu organismo, as dosagens de complexo B são ridículas. Fica quase impossível extrair esse tipo de vitamina da comida, porque o álcool forma uma barreira no intestino. E as vitaminas B estocadas no corpo serão consumidas para degradar
a bebida no fígado. Por isso, alcoólatras devem apelar para megadoses desse complexo.

Os fumantes

A molécula de vitamina C termina aniquilada pela de nicotina do
cigarro, quando as duas se esbarram na corrente sangüínea. De um terço a 100% de toda a vitamina ingerida pode terminar inutilizada desse jeito.
Por esse motivo, o fumante tem necessidades muito maiores desse nutriente do que os não-fumantes. No mínimo, ele precisa consumir o dobro, para manter o funcionamento normal de seu corpo. Infelizmente, essa compensação não diminui o
risco de câncer no pulmão, como demonstram as estatísticas da doença.
Ainda assim, a vitamina C está sendo ligada à prevenção de outros tumores. Muitos cientistas suspeitam que a sua queda no organismo dos fumantes é uma boa explicação para
o fato desses indivíduos serem
mais sujeitos a tipos diferentes de câncer, como o de bexiga.

Os atletas

Ao suar a camisa, o esportista está perdendo muitas moléculas como a da vitamina B2. Na verdade, ele perde todas as do complexo B e a C, que se dissolvem na água do suor. "E, por ironia, elas estão entre as coisas que mais se precisa para manter a perfomance física", diz o nutricionista Sérgio Miguel Zucas, professor da Escola da Educação Física da Universidade de São Paulo. As vitaminas do complexo B e a C são importantíssimas para os músculos. "As necessidades impostas pelos treinamentos são maiores do que o normal", explica o especialista. "Por isso, o certo
é os esportistas apelarem para doses dez vezes maiores dessas substâncias em relação à recomendação para não-atletas."

Os idosos

Em comparação com os adultos mais jovens, as pessoas acima de sessenta anos devem consumir um terço a mais
de vitamina B6 - com o passar do tempo, o sistema nervoso passa a necessitar
de doses maiores desse nutriente para
continuar saudável. O reforço ajuda a manter a rapidez de raciocínio e a memória.

As grávidas

Desde 1992, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos passou a recomendar cápsulas de B1 (o ácido fólico) para suplementar a dieta de mulheres grávidas ou que planejam ter filhos. A medida
reduz pela metade o risco de se gerar crianças com defeitos congênitos. Isso porque ajuda a regular o desenvolvimento das células do embrião.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Radiação, Calor, Movimento - Geologia


RADIAÇÃO, CALOR, MOVIMENTO - Geologia



Mais uma vez, a ciência é pega de surpresa. Não previu o abalo que destruiu a cidade de Kobe, no Japão e deixou milhares de mortos. Veja o que os pesquisadores sabem sobre a origem dos grandes tremores e o que eles estão fazendo para tentar diminuir os estragos e o número de mortes.

A Terra é quente por dentro porque, em parte, ainda guarda um pouco do calor criado durante o seu nascimento, há 4,5 bilhões de anos. Mas, principalmente, porque sua massa contém materiais radioativos. A radiação acumula-se no interior do planeta e mantém as rochas derretidas, fazendo balançar a frágil casca rígida sobre a qual erguem-se os continentes e os oceanos. É como nascem os terremotos. A ciência sabe disso, mas não sabe como preveni-los. Um dos motivos é a escala gigantesca desses fenômenos.
O nome dessa casca é litosfera. Ela é fina e está toda rachada: é composta por cerca de 20 pedaços, chamados placas tectônicas. São formidáveis jangadas de pedra, flutuando sobre a massa interna. Quando dois pedaços dessa casca, resvalam um pouco, liberam de forma explosiva uma energia equivalente a milhares de bombas atômicas. As explosões são o motor dos terremotos.
Aqui você vai entender a origem das ondas de choque que destróem prédios, estradas e diques. E matam milhares de pessoas. Exemplos recentes dessa força foram o terremoto que arrasou Kobe no dia 17 de janeiro, matando cerca de 5 000 pessoas, aquele que destruiu Tangshan, na China, em 1976, deixando 240 000 mortes, o da Armênia em 1988, e também os terremotos violentíssimos do Japão, em 1992, e o da Bolívia em 1994, que não mataram porque atingiram regiões pouco habitadas .

Um dos passos importantes da ciência para conhecer os terremotos foi a construção da primeira "régua" para compará-los. Ela foi criada por Charles Richter (1900-1985), em 1935, e indica a quantidade de energia liberada em um terremoto. A escala começa pelos mais fracos já registrados. Por convenção, a eles foi atribuído o grau zero na força dos tremores. Depois, cada ponto indica um aumento de 30 vezes na liberação de energia. Indica também um aumento de dez vezes na magnitude do tremor.
A escala Richter não tem um limite superior, mas o mais violento terremoto já registrado mediu 9,2 graus e aconteceu no Japão, em 1992. A energia liberada em um terremoto desses equivaleria a uma bomba de hidrogênio de 20 000 megatons, um milhão de vezes mais poderosa da bomba de Nagasaki. O abalo de Kobe, no dia 17 de janeiro último, liberou 25 megatons. Tremores de 5 graus são considerados de leves a moderados, os de 6 graus, fortes, e os de mais de 7 graus, muito fortes.

A Terra treme...

Abalos que mataram muitos e destruíram cidades inteiras:

São Francisco, EUA
19 de abril de 1906
8,3 graus, 503 mortos

Loma Prieta, São Francisco, EUA
17 de outubro de 1989
6,9 graus, 62 mortos

Northridge, Los Angeles, EUA
17 de janeiro de 1994
6,7 graus, 61 mortos

Kobe, Japão
17 de janeiro de 1995
7,2 graus, 5 400 mortos


A ciência contra-ataca

Os satélites nos últimos anos revolucionaram o trabalho dos sismólogos. Depois que entraram em operação para valer, em 1989, os satélites localizadores GPS passaram a medir deslocamentos anuais das placas da ordem de milímetros, o que ajuda a estudar os tremores e medir seus efeitos.
Outro instrumento revolucionário foi o laser. Ele é utilizado no Centro de Pesquisas de Terremotos dos Estados Unidos para medir deslocamento de placas e o efeito de abalos em prédios.
O primeiro mapeamento de um tremor por radar, a partir de um satélite - o ERS-1 -, mostra quanto a terra se mexeu durante um terremoto em Landers, na Califórnia, no dia 28 de junho de 1992. Cada faixa na foto indica uma movimentação do terreno de 28 milímetros para os lados.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Por que o livro é caro no Brasil - Cultura


POR QUE O LIVRO É CARO NO BRASIL - Cultura



Não é novidade para ninguém. Nos Estados Unidos e na Europa, um livro sai bem mais barato que no Brasil. Vamos só lembrar um dos muitos exemplos. Na França, um dos volumes com as aventuras de Asterix (vendidos em livrarias, não em bancas) sai pelo equivalente a R$ 8,95. Aqui, custa R$ 17,00. A capa, o tamanho, o número de páginas, os quadrinhos, tudo é idêntico. Só o que muda é o idioma que vem dentro dos balões. Claro: os custos da tradução não explicam o aumento.



O problema é a tiragem. Enquanto outros países trabalham com tiragens médias de mais de 10 000 exemplares por edição, no Brasil esse número fica na casa dos 2 000. O mercado é pequeno, vende-se pouco, e elevar essa média é produzir enca-lhes. Daí que, com edições reduzidas, o custo por unidade sobe. O raciocínio é bem simples. Fora o papel, que varia segundo a quantidade de exemplares, toda edição tem um custo fixo, do qual não dá para fugir. Composição das páginas, máquinas, revisões, ilustrações, tudo isso independe da tiragem. E quando se divide o custo fixo pelo número de exemplares, tem-se o custo unitário.
Como o mercado brasileiro se organizou com base nas pequenas tiragens, o preço final de um volume é sempre alto. Mesmo os best-sellers, que vendem dezenas de milhares de cópias, custam caro, já que os editores fixam o preço com base em padrões (um certo "x" por página) estabelecidos a partir das baixas tiragens. A vantagem, dos editores, é que best-sellers dão mais lucro. E quase sempre compensam o prejuízo dos títulos que acabam encalhando nas prateleiras.

O leitor brasileiro é prejudicado pelas tiragens pequenas. Como o mercado de livros no Brasil é bem reduzido, as edições são minguadas. Na média, não passam dos 2 000 exemplares. A equação é cruel: tiragens mínimas projetam o custo unitário lá para as alturas. O leitor, quando pode, é quem acaba pagando a conta. Veja, em porcentagens, para quem vai cada parcela do preço de capa que você paga na livraria:

papel
Menos de 5%
Às vezes é transformado no vilão da história. O custo subiu - depois do Real, o preço da tonelada de papel branco passou de cerca de 600 para 1 100 reais -, mas não significa nem 5% do preço de um livro.

editor
Cerca de 25%
O editor fica com algo em torno de 25% do preço de capa. Esse valor paga os custos de funcionamento da editora, a tradução, revisão, paginação e o lucro.

autor
De 7% a 12%
Recebe em média 10% do preço de capa de um livro, mas essa porcentagem varia. O valor inclui todos os custos de seu trabalho. Na maioria dos casos, o autor não recebe adiantamentos.

gráfica
Cercade 8%
O custo de impressão de um livro comum, sem ilustrações impressas em papel especial, é da ordem de 8% do preço de capa, sem incluir o preço do papel.

distribuidor
Cerca de 15%
A maior parte do preço de capa do livro fica na distribuição e venda. O distribuidor atacadista fica com 15%.

livraria
40%
A livraria fica com 40% do preço de capa do livro, em média.

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Uma questão de inteligência - Idéias


UMA QUESTÃO DE INTELIGÊNCIA - Idéias



Um livro escandaloso usa argumentos pretensamente científicos para defender o preconceito racial.

Os negros são menos inteligentes do que os brancos? Sim, dizem Charles Murray e Richard Herrnstein no livro A Curva Normal. Para os dois, a inteligência, além de ser mais generosa com os brancos, é maior entre os mais ricos e não muda de lado de jeito nenhum, nem se o Estado descarregar montanhas de dinheiro em educação. Claro, tão logo apareceu, o livro foi chamado de racista e nazista por todos os lados. Talvez ele não seja tão maligno, mas uma leitura mais atenta mostra que está longe de ser científico. Escondidas atrás de pilhas de números e estatísticas, estão as posições políticas, contra a assistência social aos mais necessitados. E se há uma grande ameaça para a ciência, é a tentativa de usá-la para encobrir fins políticos.



Todo cérebro é cinza

Dois professores universitários norte-americanos, Charles Murray e Richard Herrnstein, criaram uma grande polêmica, no fim do ano passado, com um livro. A Curva Normal - em inglês, The Bell Curve - é dividido em quatro partes e 22 capítulos, acompanhados por vários apêndices. São 845 páginas. Destas, as notas ocupam 109 e a bibliografia mais 58.
Tudo para afirmar que os 30 milhões de afro-americanos, 15% da população dos Estados Unidos, têm em média um quociente intelectual (QI) mais baixo do que os norte-americanos de origem européia, por sua vez menos inteligentes do que os asiáticos. Foi uma gritaria generalizada. Herrnstein morreu em setembro, um pouco antes do lançamento da obra. Murray, então, teve que enfrentar sozinho a reação dos críticos. Segundo argumentou, não haveria novidade no trabalho, que apenas teria coragem de alardear o que a comunidade acadêmica preferiria esconder.
Antes mesmo de A Curva Normal sair, dezenas de resenhas e artigos já o combatiam. A briga continuou, ocupando páginas e páginas de jornal, inclusive no Brasil.
Além de sustentar que há raças mais espertas do que outras, os dois autores promovem uma completa apologia do preconceito social e racial. Murray é um conservador que acha que o Estado não deve gastar dinheiro com assistência aos necessitados. Diz que isso não resolve nada. Encontrou em Herrnstein um aliado sob medida.
Herrnstein fez sua reputação apregoando coisas como: a inteligência é hereditária; na sociedade atual, os intelectualmente mais capazes seriam os mais ricos; os pobres são pobres porque não são muito brilhantes e casam com outros pobres, têm filhos menos brilhantes, e assim por diante. Os ricos, em contrapartida, vão melhorando sua estirpe de geração em geração, formando o que ele chama de elite cognitiva. Continuando assim, previa Herrnstein, a sociedade norte-americana acabaria dividida em duas ao cabo de algumas décadas. Em outras palavras, ele projetava para o futuro uma espécie de "admirável mundo novo" (que faz lembrar, ao menos de longe, o romance de Aldous Huxley).
Herrnstein esteve em evidência no começo dos anos 70 com suas teses de hereditariedade do QI. Na mesma época, o físico norte-americano, William Shockley, que queria esterilizar os menos inteligentes, pagando-os por isso.
Shockley, que ganhou um prêmio Nobel pela invenção do transístor, é o mesmo que fundou um banco de esperma nos anos 70 para guardar os genes dos mais bem dotados intelectualmente. Não criou nenhum gênio.
Agora, 20 anos depois, a dupla Herrnstein e Murray não se deu por contente em mexer apenas no vespeiro do preconceito racial ou da luta de classes. Quis mais. Afirmou que investir na educação dos "menos dotados" (entenda-se: negros e pobres) não adianta nada porque o QI não muda. Segundo os dois, a educação norte-americana vem cometendo um erro suicida ao nivelar todos por baixo, arrastando para o poço o potencial intelectual da nação. Baseados em quê? Em um conjunto de pouco mais de 100 pesquisas sobre QI e condições de vida de vários grupos sociais no país, feitas nos últimos 70 anos.
Murray e Herrnstein consideram que há seis evidências, e fazem delas o ponto de partida:
1. Existe um número que mede a inteligência. Esse número é melhor representado pelo chamado "fator g", criado pelo psicólogo inglês Charles Spearman em 1904.
2. Os testes de QI expressam com precisão esse número.
3. Os testes de QI indicam o que se chama comumente de inteligência - que os autores preferem chamar de habilidade cognitiva.
4. O QI de alguém é estável durante a vida.
5. Testes de QI bem aplicados não são alterados por diferenças sociais, econômicas e étnicas. Ou seja, o mesmo teste pode ser aplicado a qualquer pessoa, sem perigo de que os resultados sejam falseados.
6. A habilidade cognitiva é hereditária, num fator não menor do que 40% e não maior do que 80%.
Como as pesquisas que eles usam - e consideram acima de qualquer dúvida - dizem que, em média, norte-americanos de origem africana ficam 15 pontos abaixo dos brancos em testes de QI. E, como esses testes medem a inteligência, os afro-americanos, na média, são menos inteligentes, têm menos habilidades cognitivas (pode haver exceções, mas são apenas exceções). Estão fora da elite.
Os pobres também. Os desempregados também. As mães solteiras também. Os latinos também.
Acusados de racismo, os autores se defendem. Dizem que fazem ciência e que todo o resto é populismo. Ou seja: tudo aquilo que os conservadores americanos morriam de vontade de anunciar mas tinham vergonha. Agora, elas aplaudem o livro como quem dá boas vindas ao argumento científico que faltava. Será mesmo?
A resposta é não. Por muitas razões. Em primeiro lugar, porque o livro não define os conceitos, nem limita seu campo de trabalho. Afinal, o que é "raça negra"? Quem são os "brancos"? Para o senso comum pode ser óbvio, mas para a ciência são necessários parâmetros mais precisos. Como veremos a seguir, há este e muitos outros senões científicos em A Curva Normal.


Murray e Herrnstein, os autores de A Curva Normal, preocuparam-se em acender a polêmica sobre diferenças raciais e genéticas com relação à inteligência, mas não ficaram por aí. Dizem também que
os pobres têm menos
QI e que a sociedade
norte-americana dirige-se para um cenário apocalíptico, com uma divisão entre duas castas, a dos ricos superinteligentes e a dos pobres superimbecis

QI justificou restrições a judeus e italianos

O psicólogo francês Alfred Binet (1857 - 1911) foi o primeiro a conceber um teste para medir
a inteligência, em 1905. Só que Binet não estava interessado em medir a inteligência abstrata de milhões de indivíduos, mas descobrir porque algumas crianças tinham problemas escolares e ajudá-las. Poucos anos depois, seu teste foi adaptado por psicólogos
norte-americanos e ingleses,
que misturaram preocupações com a eugenia (purificação da raça) à idéia de que a inteligência seria quantificável, medida
por um número - chamada
de "fator g" por um psicólogo
e estatístico inglês, Charles Spearman, em 1904.
A eugenia dominava o ambiente científico nos dois países, Estados Unidos e Grã-Bretanha, no princípio do século. Em 1917, os partidários da validade dos testes convenceram o Exército norte-americano e mediram
o quociente intelectual, ou QI,
de 1 750 000 recrutas.
Com isso, os psicólogos que defendiam a validade desses testes puderam criar uma escala. Segundo eles, essa escala podia ser aplicada a qualquer um, independentemente de sua idade, cultura, sexo e origem étnica, o que Binet nunca teria admitido. A idéia de medir
a inteligência humana fez imediatamente muito sucesso, mas já nos anos 20 muitos pesquisadores puseram em dúvida os príncipios de aplicação desses testes. Alguns desses críticos era gente que antes defendia os testes.
Apesar das críticas, os testes
de QI serviram de base científica para o Immigration Act
norte-americano, uma lei que em 1924 controlou a entrada de imigrantes do Leste e do Sul da Europa, basicamente judeus e italianos. Os pesquisadores acreditavam que italianos e judeus ocupavam degraus mais baixos do que os povos do norte da Europa na suposta escala universal da inteligência humana.

Um gene que ninguém viu

O genoma humano, o conjunto dos genes de cada um de nós, é muito complexo e ainda está longe de ser totalmente mapeado. Ninguém sabe quais são os genes (ou o gene) responsáveis por aquilo que chamamos de inteligência. Ninguém nunca "viu" o gene do QI. Como saber então se as pessoas avaliadas nos testes de QI, em determinado grupo racial, têm exatamente todos os genes responsáveis pelas habilidades intelectuais daquele grupo?
E mais: em sociedades interraciais como a nossa, é possível falar de "raça pura"? Diferenças entre a origem das várias populações vindas da África com a escravidão produzem diferenças genéticas determinantes da inteligência? Homens negros são menos inteligentes do que mulatos? Brancos de origem italiana são menos inteligentes do que brancos de origem espanhola?
Quem são os "latinos"? Indivíduos com um genoma muito característico, ou simplesmente imigrantes e seus filhos, vindos de países americanos ao sul dos Estados Unidos? Murray e Herrnstein não se preocuparam com isso.
Assim como não se preocuparam em definir exatamente o que é a inteligência, ou a habilidade cognitiva, como dizem. Para alguns psicólogos, como o inglês Cyril Burt (1883 - 1971), a inteligência é algo unitário, uma "coisa" que pode ser medida como medimos a altura de alguém com uma fita métrica. Para outros cientistas, não podemos falar de uma inteligência, mas de várias, cada uma delas referente a uma capacidade intelectual. Não há unanimidade, assim com não há nenhuma certeza sobre o lugar exato onde "se esconde" a inteligência no cérebro, mas Murray e Herrnstein fingem que a discussão está encerrada.
Para mascarar a diversidade de opiniões e de pontos de vistas, eles cedem ao demônio dos números. Há uma enxurrada de estatísticas, muitas delas pouco confiáveis.
O britânico Francis Galton (1822 -1911), parente de Charles Darwin, já era obcecado pela medida de tudo que dissesse respeito ao homem e suas capacidades intelectuais e físicas. Galton foi também um dos primeiros cientistas a pensar na eugenia como um dos resultados da teoria da evolução das espécies concebida por seu primo Darwin. Acreditava que a inteligência era uma característica inata, assim como Burt. Este, aliás, como não conseguia demonstrar suas teses de maneira confiável, chegou a fraudar resultados experimentais. Aplicou testes de QI a 53 pares de gêmeos univitelinos (ou seja, geneticamente idênticos) criados separadamente desde o nascimento e afirmou que os resultados eram idênticos nos irmãos.
Acontece que gêmeos univitelinos são muito raros, gêmeos univitelinos separados ao nascer são ainda mais raros e é muito, mas muito difícil encontrar 53 pares de gêmeos assim. Em 1971, um psicólogo norte-americano, Leon Kamin, desconfiou dos números perfeitos demais de Burt. Em 1976, um jornalista inglês, Oliver Gillie, mostrou que Burt falsificara os resultados, inventando colaboradoras para suas pesquisas. Em 1979, L. Hernshaw escreveu uma biografia de Burt mostrando que o cientista começara a falsificar resultados antes mesmo da investigação sobre os gêmeos. Murray e Herrnstein desqualificam Gillie, não levam em consideração Kamin e nem citam Hernshaw.
Uma das fontes essenciais de A Curva Normal é um artigo escrito em 1969 pelo psicólogo norte-americano Arthur Jensen sobre a hereditariedade da inteligência, baseado nas pesquisas de Burt. Entende-se porque o livro desqualifica os críticos do inglês que falsificava pesquisas.
As fontes são um dos maiores problemas para a credibilidade do livro. Murray e Herrnstein citam vários autores ligados a uma revista, Mankind Quarterly, conhecida por suas posições eugênicas. O editor da revista, o irlandês Richard Lynn, usou em suas pesquisas sobre a relação entre o QI e as raças estudos feitos na África do Sul na época do apartheid ou nos sul dos Estados Unidos antes dos anos 60, quando o racismo era moeda corrente por lá. A veracidade dessas pesquisas é no mínimo dúbia.
O canadense J. Philippe Rushton, outra fonte de A Curva Normal, foi advertido por sua universidade por causa de seus métodos de pesquisa. Rushton sustenta o original ponto de vista segundo o qual a inteligência e o tamanho do pênis são inversamente proporcionais, isto é, quanto maior uma, menor o outro.
Por fim, os testes de QI, que Murray e Herrnstein consideram indiscutíveis, são um instrumento que dificilmente pode ser considerado tão objetivo ou neutro quanto uma balança ou um microscópio. Não medem a inteligência, mas suas manifestações. Seus resultados dependem de raciocínios relacionados com o aprendizado, e não inatos. Os testes exigem, entre outras coisas, um conhecimento mínimo da língua na qual são feitos. No começo do século, muitos imigrantes europeus, analfabetos, eram submetidos a eles, e resultavam ser débeis-mentais. A proporção era tão grande que os psicólogos responsáveis preferiram eliminar alguns dados. Nunca se perguntaram se o problema não estaria nos testes.
Com tantas incorreções, falsas respostas, omissões e confusões, A Curva Normal não pode ser aceito como científico. Se os racistas imaginavam ter encontrado no livro uma justificativa científica para seus preconceitos, terão que procurar mais.

Um dos autores queimou cruzes na juventude

O sociológo norte-americano Charles Murray, hoje com 51 anos, ficou famoso em 1984, ao publicar um livro afirmando que o Estado fingia amparar os pobres mas na prática gastava o dinheiro dos contribuintes e não ajudava ninguém. Virou o intelectual preferido dos conservadores durante o governo de Ronald Reagan. Nascido e criado em uma cidadezinha pequena e tranqüila (chamada Newton, no estado de Iowa), dessas onde todos se conhecem, Murray já queimou cruzes quando jovem, no estilo da Ku Klux Klan, o mais famoso bando racista norte-americano. Hoje, diz que se arrepende. Ao crescer, preferiu bater duro na distribuição de cotas de acesso às universidades a grupos étnicos, ou criticar os programas de assistência a desempregados e mães solteiras.
Seu parceiro em A Curva Normal, o psicólogo Richard Herrnstein, publicou em 1971 um ensaio onde afirmava, baseado em testes de QI, que a inteligência é hereditária. E como os pobres seriam menos inteligentes do que os ricos, o fosso intelectual entre ricos e pobres se alargaria cada vez mais, formando uma sociedade de castas, com ricos superinteligentes de um lado e pobres superburros do outro. Não se preocupou muito em fundamentar suas teses com dados. Recebeu tantas críticas que preferiu ficar quieto. Vinte e três anos depois, voltou ao tema. Morreu de câncer em setembro do ano passado. Os dois apresentam suas idéias como se fossem irrefutáveis no âmbito científico. Insistem várias vezes que seus críticos só estão atrás de popularidade. Observação estranha, se considerarmos que Murray também é popular - entre os que adotam suas idéias. A Curva Normal tem tantas incorreções, omissões e enganos que está bem longe de poder ser considerado um livro científico.

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sexta-feira, 2 de maio de 2014

16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - MAIO DE 2014


16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - MAIO DE 2014



01-Discovery na Escola - Grandes Invenções - Comunicações
Documentário / diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
As palavras que você está lendo são formadas por uma das mais antigas invenções, o alfabeto. Desde seu surgimento, diversos avanços permitiram ao homem utilizar a linguagem escrita e falada para se comunicar.



02-Ciência em casa - Garrafa Pet
Neste episódio, nossos heróis cientistas falam de um produto do cotidiano da casa de qualquer brasileiro, daqueles que a gente nem nota que usa, mas que tem muita ciência nele: o PET.

Trata-se de um material usado pra fazer as garrafas de refrigerante sempre presentes em nossas mesas e que certamente é um dos produtos mais versáteis já criados pelo homem.



03-Mistérios-Corredor da Ressurreição/Operação
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
O método de Robert Cornish para enganar a morte pode deixar um assassino livre. A CIA paga para Ewen Cameron inventar a lavagem cerebral. Louis Pasteur cria a vacina contra a raiva apostando a vida de uma criança.



04-Mil Formas de Morrer 6 - 04.12.2013
Documentário / Diversos
Ano: 2008
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Esta fascinante série de documentários conta histórias reais de pessoas que encontraram a morte da forma mais inesperada. Algumas morreram tragicamente e outras acidentalmente mas todas ficaram com a explicação do que aconteceu registrada nos seus corpos. Ao combinar reconstituições dramatizadas opiniões de especialistas e a mais nova tecnologia em gráficos 3D MIL FORMAS DE MORRER mergulha na ciência forense para resgatar essas histórias.



05-Mil Formas de Morrer 5 - 30.11.2013
Documentário / Diversos
Ano: 2011
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Esta fascinante série de documentários conta histórias reais de pessoas que encontraram a morte da forma mais inesperada. Algumas morreram tragicamente e outras acidentalmente mas todas ficaram com a explicação do que aconteceu registrada nos seus corpos. Ao combinar reconstituições dramatizadas opiniões de especialistas e a mais nova tecnologia em gráficos 3D MIL FORMAS DE MORRER mergulha na ciência forense para resgatar essas histórias.



06-Mil Formas de Morrer 4 - 26.11.2013
Documentário / Diversos
Ano: 2011
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Esta fascinante série de documentários conta histórias reais de pessoas que encontraram a morte da forma mais inesperada. Algumas morreram tragicamente e outras acidentalmente mas todas ficaram com a explicação do que aconteceu registrada nos seus corpos. Ao combinar reconstituições dramatizadas opiniões de especialistas e a mais nova tecnologia em gráficos 3D MIL FORMAS DE MORRER mergulha na ciência forense para resgatar essas histórias.



07-Minha Insólita Coleção
Documentário / Diversos
Nome Original: Hardcore Hobbies
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
É fácil tornar-se obcecado com um hobby, mas estes dois homens foram longe demais. Dave Hitchens é viciado em figuras de ação que vivem em Toms River (New Jersey).



08-Carne Na América
Documentário / Cultural
Nome Original: Meat America
Ano: 2011
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Jamie Stachowski, o Mestre da Carne, abrirá a tampa das panelas americanas para ver o que se está cozinhando por lá. Boi, porco e frango são as carnes que Jamie chama de "Suspeitos Habituais" provenientes de animais que nem sequer existiam no continente quando Colombo chegou. Jamie viaja por todo o país para descobrir como estas carnes chegaram à América. Você está convidado para sentar, pegar um prato e aproveitar este especial que dará água na boca.



09-O ROSTO DE JESUS
O rosto de Jesus Cristo é uma das imagens mais veneradas da História do homem. Mas ninguém sabe realmente como ele era. Seria tal como aparece no Véu de Verônica. No Sudário de Turim ou no Sudário de Oviedo.



10-A Grande História Ep. 06 – O MUNDO DAS ARMAS
Nós, seres humanos, temos dentes pequenos e não possuímos garras ou couraças, então como pudemos conquistar tanto poder? As guerras definiram a nossa história tradicional, mas A Grande História vai nos revelar como tudo começou e como foi forjado o mundo das armas.



11-A Grande História Ep. 05 – MEGAESTRUTURAS
Das grandes pirâmides aos arranha-céus de hoje, os seres humanos têm erguido construções enormes há pelo menos 5.000 anos. Mas por quê? Como a biologia e as emoções humanas afetam o nosso desejo de construir estruturas gigantescas? Por que nossas primeiras megaestruturas foram quase sempre pirâmides? Por que temos o desejo de construir cada vez mais alto, e como estas megaconstruções revelam um princípio básico incorporado na própria estrutura do universo?



12-A GRANDE HISTÓRIA Ep. 4 – ABAIXO DE ZERO
Este episódio revela como as temperaturas geladas tiveram o poder de transformar homens em bárbaros, desencadear a guerra mais longa da história, e criar o conceito de raça. Depois do calor do Big Bang, o frio criou o Universo e a Terra como a conhecemos. Por milhares de anos, controlou o destino da nossa espécie, alterando o nosso corpo, a nossa pele, e até mesmo os metais que usamos em nossas guerras. Quando finalmente conseguirmos ter o controle sobre o frio, certamente teremos também o domínio sobre o nosso planeta.



13-A GRANDE HISTÓRIA Ep. 03 – O PODER DO CAVALO
O cavalo tem sido um animal revolucionário de formas inesperadas. Ele mudou a forma como falamos, o que vestimos e até definiu limites para o tamanho dos nossos maiores impérios. Este episódio traz uma história que se estende desde o início do universo, a partir do Big Bang e o Sol até nosso planeta, que transformou o cavalo no melhor aliado do homem no reino animal.



14-A GRANDE HISTÓRIA Ep. 2 – OURO
Este episódio questiona por que a humanidade sempre foi louca por ouro, e revela que existe uma conexão estrutural para essa cobiça e uma explicação microscópica para o seu brilho. Vamos conhecer como a ciência por trás deste metal já levou os homens a cruzar oceanos e continentes, e como a diferença na forma como ele é utilizado em cada hemisfério pode conduzir a um choque de civilizações.



15-A GRANDE HISTÓRIA EP. 01 – O SUPERPODER DO SAL
Sabemos que não podemos viver sem ar, comida e água... e o mesmo acontece com o sal. Através dele é possível desvendar a história do nosso planeta e do universo. A Grande História revela como esta simples molécula sustentou nossa civilização, motivou guerras, construiu monumentos como a Grande Muralha da China, provocou revoluções da Índia à França e é ainda é a substância que compõe os nossos próprios pensamentos.



16-O Infiltrado - Evangelismo
Séries / Diversos
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Fred explora o mundo evangélico tentando abrir uma igreja. Deparado com a necessidade de se tornar pastor tem que enfrentar como primeiro obstáculo o fato de ser ateu e depois sua recusa em cobrar dízimo de gente pobre.



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sábado, 26 de abril de 2014

Os Fantasmas de São Bartolomeu - História

OS FANTASMAS DE SÃO BARTOLOMEU - História



Paris, França, 24 de agosto de 1572. Começa o massacre dos protestantes que levará à morte cerca de 30 000 franceses. O episódio ficou conhecido como a Noite de São Bartolomeu, porque teve início na madrugada do dia em que os católicos comemoravam a festa do santo. O filme A Rainha Margot, lançado no ano passado e que acaba de sair em vídeo no Brasil, traz de volta essa passagem crucial da história moderna.


Quem assistiu A Rainha Margot,o filme que ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes no ano passado, surpreendeu-se com a matança a sangue frio dos protestantes franceses em Paris, na noite de 23 para 24 de agosto de 1572. Para quem não viu, vale a pena alugar o vídeo que chega este mês às locadoras. Apesar de estar baseado em um livro de ficção - o romance La Reine Margot, de Alexandre Dumas, publicado em 1845 - , o filme apresenta uma versão realista da Noite de São Bartolomeu.
Não é a primeira vez que o romance de Dumas suscita o interesse de ci-neastas. Há uma versão anterior (A Rainha Margot, 1954) tendo no papel principal, agora ocupado por Isabelle Adjani, a atriz Jeanne Moreau. É que Dumas aproveitou bem a polêmica figura da princesa Marguerite de Valois, irmã do rei Carlos IX (que a apelidou de Margot) e tida por ninfômana (mulher que sofre de desejo sexual excessivo), para mostrar um momento dramático da história mo-derna. As reflexões sobre a liberdade de consciência e sobre os limites do poder governamental, suscitadas pela Noite de São Bartolomeu, iriam ajudar a construir o Estado de Direito tal como se conhece hoje.
Durante quase quarenta anos, católicos e protestantes se enfrentaram em uma guerra civil intermitente, que quase leva a França à desintegração. Numa das tantas pazes provisórias - a de Saint German, estabelecida em 1570 -, planejou-se o casamento de Margot (católica) com Henrique de Navarra (protestante).
As núpcias aconteceram numa segunda-feira. No domingo seguinte, a população católica comemoraria o tradicional Dia de São Bartolomeu. Antes do amanhecer, sobreveio a explosão de violência, que terminaria por levar à morte cerca de 30 000 protestantes em todo o país. Por isso, o episódio ficou conhecido como a Noite de São Bartolomeu.

O verão de 1572 foi particularmente quente e abafado em Paris. O calor político também vinha crescendo desde a segunda-feira, 18 de agosto, quando Margot havia se casado com Henrique. A população católica, quase 90% da França, não via com bons olhos aquela união. Parecia-lhe um concessão indevida aos huguenotes, palavra de origem desconhecida que se usava para designar os protestantes franceses.
O rastilho de pólvora se acendeu quando, na sexta-feira, 22, um franco-atirador católico tentou matar o almirante Gaspard de Coligny, chefe militar da facção protestante, com um tiro de arcabuz. Na noite do sábado, 23, pretextando evitar um golpe huguenote, o rei Carlos IX - sob forte pressão da rainha-mãe, Catarina de Médici - manda matar Coligny e seguidores. Na madrugada do domingo, 24, a matança começa a se generalizar e sai do controle governamental. Primeiro no próprio palácio do rei, o Louvre, depois por seus arredores, em seguida por toda Paris e pelo interior da França. Nas páginas seguintes, você vai ver quem foram os principais personagens, suas biografias e as razões da tragédia. Antes, porém vamos nos deter na cena do dia 24.
François Dubois, um artista protestante, retratou os acontecimentos ocorridos nos arredores do Louvre com grande realismo. Dubois escapou por pouco do morticínio e foi para a Suíça, onde pintou um famoso quadro que permanece no Museu da cidade de Lausanne, à beira do lago Léman, até hoje. La Saint-Barthélemy, é uma denúncia da Noite de São Bartolomeu, pintada em óleo sobre madeira, com cerca de 1 metro de altura por 1,5 metros de comprimento. As reconstituições posteriores dos acontecimentos confirmaram a veracidade do que é mostrado por Dubois.
Olhe o edifício de três andares que aparece à direita no quadro. Da janela do meio pende um corpo inerte. É o almirante Coligny, que está sendo defenestrado pelos católicos. Agora olhe para baixo. Bem em frente do mesmo prédio há um homem caído, sem cabeça e sem mãos , rodeado por outros três em pé. O corpo mutilado é de Coligny. O homem do meio , entre os que rodeiam Coligny, é o duque de Guise, chefe do partido católico e responsável direto pela eliminação do almirante. Agora percorra o resto do corpo de Coligny. Você verá um homem agachado perto dele . É um soldado cortando os testículos do defunto.
Um pouco à direita está um nobre protestante chamado Caumont, pedindo de joelhos clemência a dois católicos. Caumont foi morto. Seu filho de 13 anos, o futuro duque de La Force, em compensação, depois de golpeado foi dado como morto, mas respirava ao chegar aonde seria enterrado e acabou se salvando.
Vamos nos transportar para o fundo do quadro. Na entrada do Palácio do Louvre, há um grupo de soldados bloqueando a entrada. O objetivo era impedir que os protestantes alojados no palácio fugissem. Um pouco à frente, a rainha-mãe Catarina de Médici, vestida de preto, como era seu hábito, observa um monte de corpos nus já sem vida. Desde um pavimento superior do palácio, na janela superior esquerda, o rei Carlos IX dispara com um arcabuz sobre os protestantes que tentam fugir para o outro lado do rio Sena.
Repare que no primeiríssimo plano, perto de uma criança morta, o artista deixou registrado, provavelmente com o objetivo de que ninguém jamais esquecesse, o ano da tragédia. Escreveu, com vermelho imitando sangue, l´an 1572 (o ano de 1572).

O casamento de Margot e Henrique foi acertado pelas mães, viúvas, de ambos, Catarina de Médici e Jeanne d´Albret. O objetivo era não só consolidar a paz entre católicos e protestantes, mas também estabelecer uma aliança entre os Valois e os Bourbon. Embora Margot (Valois) e Henrique (Bourbon) fossem primos, cada um representava ramos diferentes da dinastia Capeta. Os Valois detinham a Coroa da França há dois séculos. Os Bourbon eram uma linhagem descendente de Luís IX (1214 - 1270) mas que nunca havia chegado ao trono.
A união entre os Valois e os Bourbon era, na verdade, uma tentativa de Catarina de evitar que uma terceira família, os Guise, poderoso clã da região da Lorena, obtivesse demasiado poder no reino. Desde a morte de Henrique II, em 1559, os Valois haviam ficado em uma situação difícil. Os filhos do rei eram fracos. O mais velho, Francisco, tinha 16 anos quando o pai morreu e sobreviveu poucos meses. O segundo, Carlos, assumiu o trono com apenas 10 anos e morreu aos 24, sem deixar descendentes legítimos. Ambos morreram de tuberculose. Na prática, quem governava era a rainha-mãe, Catarina de Médici.
A fragilidade da casa real atiçou a competição entre os Bourbon e os Guise, para saber quem iria suceder os Valois e, enquanto estes permanecessem no poder, para ver quem exerceria maior influência sobre o trono. Essa disputa adquiriu uma conotação religiosa quando os Bourbon aderiram ao protestantismo. A nobreza dividiu-se ao meio: uma parte se fez huguenote, com os Bourbon, e a outra ficou católica, sob a condução dos Guise. O partido protestante estava mais próximo do poder, por linhagem, mas os Guise eram mais populares, porque a grande maioria da população havia permanecido católica.
Catarina de Médici percebeu que a única forma de esticar o poder dos Valois seria manter e incrementar a divisão da nobreza, e rezar para que algum de seus outros filhos tivesse descedentes. A tática da rainha era aliar-se ora a um, ora a outro dos partidos em luta. Quando um ia ficando muito forte, ela pendia para o segundo, e assim sucessivamente, de maneira que nenhum deles tivesse força suficiente para derrubá-la.
Logo após o casamento de Henrique e Margot, da qual se dizia ter sido até então amante do duque de Guise, Catarina sentiu que a influência protestante estava crescendo demais. Decidiu então eliminar, de surpresa, o almirante Coligny, que estava pressionando o rei a invandir Flandres (região que hoje compõe a Bélgica e uma pequena parte da França e da Holanda). Usou o duque de Guise para assassinar o almirante. Depois, Catarina perdeu o controle da situação, e seu golpe acabou desencadeando uma onda incontrolável de fúria popular contra os protestantes que durou cerca de quinze dias.
A estratégia de Catarina foi boa para os Valois, mas péssima para o país. Com a tática de dividir para governar, ela conseguiu reter a Coroa na família por trinta anos. O preço, porém, foi a guerra civil que levou a França à beira da ruína.

A divisão do catolicismo modificou a cara da Europa no século XVI. A primeira cisão surgiu em 1517, com as teses de Martinho Lutero, em área que hoje pertence à Alemanha. Depois, Henrique VIII rompeu com Roma, em 1534, e formou a Igreja Anglicana na Inglaterra. Em 1541, Calvino, líder de outro segmento do protestantismo constituía um governo teocrático em Genebra, Suíça.
O principal bastião da reação católica para conter a reforma protestante passou a ser a Espanha, maior potência mundial da época. Felipe II, rei da Espanha, era da casa dos Habsburgos, que reivindicavam também o predomínio sobre outras regiões, como as que hoje formam Holanda e Bélgica. Para os Habsburgos, a defesa do catolicismo era bandeira útil na luta contra os movimentos de independência.
Às vésperas do fatídico São Bartolomeu de 1572, o almirante Coligny vinha insistindo para que a França invadisse Flandres. Ao norte de Flandres, onde hoje é a Holanda, um surto independentista contestava a dominação espanhola. A proposta de Coligny significava declarar guerra à Espanha. Catarina de Médici entendia que o conflito seria desastroso para a França, por dois motivos. Primeiro, porque provocaria reações dos católicos franceses, que eram maioria e facilmente mobilizáveis pelos Guise. Depois, porque dificilmente contaria com apoio da Inglaterra, a outra grande potência internacional. Em consequência, Catarina mandou matar Coligny.
Para Elizabeth I, da Inglaterra, interessava muito derrotar a Espanha, como de fato viria a fazer em 1588. Porém, desejava fazê-lo sem permitir um reerguimento da França, sua rival mais antiga e perigosa desde a Idade Média até os tempos modernos.

Aquele que foi o pivô da Noite de São Bartolomeu, o almirante Gaspard de Coligny, teve também um papel na história do Brasil. Foi ele quem deu o aval, estimulou e financiou a expedição do contra-almirante Nicolas Durand de Villegaignon à Baía da Guanabara em 1555 para fundar a França Antártica do Brasil. O objetivo da invasão era estabelecer uma colônia francesa na América do Sul, que pudesse acolher protestantes perseguidos na Europa.
De fato, um ano depois de Villegaignon chegar, Calvino em pessoa mandou para o Brasil cerca de 600 membros de sua Igreja, entre eles alguns pastores. Um desses pastores era um ex-sapateiro chamado Jean de Léry, que publicaria 18 anos mais tarde, um relato clássico sobre a aventura, intitulado Viagem à terra do Brasil e dedicado ao filho de Coligny. Curiosamente, a obra de Léry seria a inspiradora do trabalho de um outro francês sobre o Brasil, o de Claude Lévy-Strauss, o mais importante etnólogo do século XX, autor de Tristes Trópicos.
Villegaignon fundou a França Antártica em uma ilha que hoje leva seu nome e hoje fica bem ao lado do aeroporto Santos Dumont, na cidade do Rio de Janeiro. Na época, a distância do continente era maior, pois ali foi feito um aterro. No povoado, foi construído um forte denominado Coligny, em homenagem ao almirante que ajudou a expedição. O Rio de Janeiro foi fundado pelos portugueses para combater os franceses.
A invasão francesa durou apenas 12 anos. Em 1567 os últimos habitantes da França Antártica foram definitivamente expulsos do Brasil pelos portugueses. De volta à França, Léry escapou por pouco de morrer na Noite de São Bartolomeu. 20 fiéis de sua Igreja morreram a seu lado.

O Príncipe de Nicolau Maquiavel foi dedicado ao pai de Catarina, Lorenzo de Médici. A fama de que Maquiavel seria um diabólico conselheiro de tiranos formou-se a partir da identificação entre as ações de Catarina - como a traição da Noite de São Bartolomeu - e os pensamentos do teórico florentino. Certa ou errada, a imagem que se tem de Maquiavel não foi a única consequência intelectual das guerras de religião na França.
O filósofo Michel de Montaigne (1533-1592), hoje em dia cada vez mais apreciado, fez, como resultado de uma reflexão sobre sua época, afirmações importantes sobre a tolerância e a liberdade consciência nos seus famosos Ensaios.
Ettiene de La Boétie (1530-1563), amigo de Montaigne, lhe entregou um manuscrito que depois iria também se tornar famoso: o Discurso da servidão voluntária. Com base no pensamento antiautoritário de La Boétie, os huguenotes desenvolveram idéias que justificavam o direito à revolução.
Para que a luta entre as facções não degenerasse sempre em guerra civil, Jean Bodin (1530-1596) desenvolveu no Seis livros da República, a idéia de soberania. Apenas um Estado soberano, onde as leis fossem acatadas por todos, poderia assegurar a convivência pacífica entre os partidos.

Guerras de religião duraram mais de três décadas

Entre 1562 e 1598, quando foi baixado o Édito de Nantes, houve oito guerras de religião na França. Entre um conflito e outro, estabeleciam-se acordos de paz, rompidos por ações violentas. A Noite de São Bartolomeu foi uma delas.

Saque de Lyon (1562)
O quadro acima mostra tropas protestantes, comandadas pelo barão de Adrets, saqueando a cidade de Lyon, no ano em que começou a primeira guerra, 1562. O barão era tido por muito cruel com os camponeses.

Cerco de Chartres (1568)
O cerco de Chartres ocorreu durante a segunda guerra de religião, em 1568. Os sítios prolongados às cidades foram uma tática usada com frequência nas guerras civis entre católicos e protestantes franceses.

Festa em Orme (1577)
Comemorações em Orme pela paz entre católicos e huguenotes (que durou sete anos) durante o reinado de Henrique III, Este assumiu o trono dois anos depois da Noite de São Bartolomeu, com a morte de Carlos IX.

No final, a vitória foi do primo pobre

Em 1589, Henrique de Navarra se transformou em Henrique IV. O último rei Valois, Henrique III, sem descendentes, preferiu renunciar em favor do primo, a deixar os Guise assumirem o poder. Henrique IV conseguiu unificar o reino e terminar com as guerras de religião.

Catarina de Médici (1519-1589)
Uma vida dedicada a manter o trono em poder da família Valois.

Carlos IX (1550-1574)
Um soberano fraco para os objetivos da mãe: morreu jovem.

Duque de Guise (1550-1588)
O chefe católico acabou sendo assassinado por ordem de Henrique III, o último Valois.

O rei dos católicos
Felipe II (1527-1598), da Espanha, comandou a reação católica na Europa.

A rainha dos protestantes
Elizabeth I (1533-1603), da Inglaterra, comandava a maior potência não-católica.

O pivô do crime

O almirante Gaspard de Coligny era proveniente da poderosa linhagem Montmorency-Châtillon, um dos clãs mais influentes da França. Na segunda metade do século XVI, os Châtillon, liderados por Coligny, aderiram ao protestantismo e fizeram uma aliança com os Bourbon. Coligny se transformou no chefe militar do partido huguenote. O duque de Guise acreditava que o almirante havia mandado matar seu pai. Depois da paz de Saint-German (1570), Coligny foi incorporado ao conselho do Rei. A partir desse posto, e exercendo, ao que consta, grande influência sobre Carlos IX, Coligny começou a organizar a invasão de Flandres. Para evitar a invasão, Catarina de Médici decide matá-lo, dando início à Noite de São Bartolomeu.

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sábado, 26 de abril de 2014

A conquista do Castello - Segunda Guerra

A CONQUISTA DO CASTELLO - Segunda Guerra



Há 50 anos, no dia 21 de fevereiro de 1945, os pracinhas da FEB, Força Expedicionária Brasileira, chegavam ao cume do Monte Castello, na Itália, e impunham uma difícil derrota aos alemães, no fim da Segunda Guerra Mundial. Você vai ver, a seguir, fotos inéditas dessa campanha, e vai acompanhar toda a sua história. Monte Castello não foi a maior batalha da FEB nos seus 239 dias de luta. Mas ganhou um significado simbólico, como um batismo de fogo das tropas. Os brasileiros não tinham experiência de combate e haviam sido preparados de última hora. Avançando montanha acima, às vezes a 20 graus abaixo de zero, contra um inimigo bem armado, eles fracassaram quatro vezes, ao longo de três meses. A vitória tornou-se uma questão de honra.



Logo depois que os alemães invadiram a Polônia, em 1º de setembro de 1939, e iniciaram a mais devastadora guerra da história humana, começou um complicado balé diplomático entre as nações em conflito: a aliança franco-britânica, de um lado, e o "eixo", formado pela Alemanha, Itália e Japão, do outro. Cada lado procurava conquistar os governos e os povos dos países neutros, se não para tê-los como aliados, pelo menos para não atrapalharem. O Brasil manteve-se fora da guerra durante boa parte do conflito. Sob o governo autoritário de Getúlio Vargas, havia no país muitos simpatizantes dos alemães e seus aliados italianos e japoneses. Mas também havia um forte lobby pró-americano. E os Estados Unidos eram simpáticos à causa franco-britânica.
Antes mesmo de entrar na guerra, em 1941, os americanos passaram a reformar os aeroportos do Nordeste brasileiro, pois queriam usá-los para levar suprimentos aos britânicos na África. Navios da Marinha americana faziam visitas freqüentes a portos do Nordeste, como Natal, Recife e Salvador. Em dezembro de 1941, a dança diplomática ficou mais agitada. Os japoneses atacaram a base americana de Pearl Harbor, no Havaí, e levaram a maior potência das Américas para a guerra. Os brasileiros ficaram em posição delicada. Ainda não estavam em guerra, mas já começavam a abrigar forças militares de um país que tinha entrado nela. Logo depois do ataque japonês a Pearl Harbor, o porto de Natal passou a ser a base de hidroaviões americanos PBY-5 Catalina, de patrulha anti-submarina. Enfim, em 28 de janeiro de 1942, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha e a Itália.
Daí para a frente, o país passou a viver uma guerra não declarada. Em fevereiro, o navio mercante brasileiro Cabedelo simplesmente desapareceu perto da costa dos Estados Unidos, no Atlântico Norte. Sumiram as 54 pessoas que estavam a bordo. Dois dias depois, foi a vez do Buarque ser afundado, também no Atlântico Norte. Em maio, o submarino italiano Barbarigo danificou o Comandante Lyra, em águas do Nordeste. O contra-ataque foi feito por um bombardeiro B-25, da FAB, cuja tripulação incluía instrutores americanos. Até julho de 1942, o Brasil já tinha perdido 13 navios. A gota d´água veio em agosto: o ataque do submarino alemão U-507, que, em poucos dias, afundou cinco barcos. O naufrágio do Baependy deixou 270 mortos, incluindo soldados do exército. O Araraquara teve 131 mortos; o Annibal Benévolo, 150; o Itagiba, 376 e o Arará, 20.
Antes de mandar tropas à Itália foi preciso armá-las. Declarar guerra sem estar equipado era loucura. A Aeronáutica estava apenas começando a se modernizar, com aviões de fabricação americana. A Marinha tinha uma série de velharias, pouco aptas a combater submarinos. O Exército também estava mal-equipado e, ainda por cima, todo o seu treinamento tinha sido feito por uma missão do exército francês, que adotava concepções bastante antiquadas.
Eis como definiu a situação o tenente Demócrito Cavalcanti de Arruda (que, na Itália, seria ferido no ataque à cidade de Montese) em depoimento a SUPER: "Aviação inexistente. Algumas dezenas de aparelhos estrangeiros, antiquados, sem campos de pouso, sem oficinas de conserto e pessoal de serviço. O Exército era outra salada mista: canhões de campanha franceses, sobras de guerras anteriores, metralhadoras francesas e dinamarquesas. Artilharia de costa norte-americana, artilharia antiaérea alemã. Fuzis-metralhadoras franceses e fuzis alemães".
Assim, a Força Expedicionária Brasileira, FEB, teve que ser criada do zero, refeita com material americano. Arruda foi um dos que participaram do livro Depoimento de Oficiais da Reserva sobre a FEB, uma obra polêmica publicada no imediato pós-guerra, comentando os acertos e os desatinos da força expedicionária.
Foi só em 2 de julho de 1944 que 5 081 brasileiros - a primeira leva de um total que chegaria a 25 334 homens - embarcaram no navio de transporte de tropas americano, General W. A. Mann. Cruzaram o Oceano Atlântico com muito medo de submarinos, mas chegaram em Nápoles a salvo, em 16 de julho de 1944. A primeira e única força sul-americana a intervir nos assuntos europeus.
A chegada dos brasileiros coincidiu com uma mudança profunda no curso da guerra. Até poucos meses antes, prevalecia uma estratégia defendida, entre outros, pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Ele acreditava que a Alemanha deveria ser atacada pelo sul, por tropas que "subissem" a Itália. Mas Churchill não levou em conta as dificuldades do terreno: a cadeia de montanhas dos Apeninos, que corta uma parte território italiano.
Encastelados sobre os Apeninos, onde formaram a chamada Linha Gótica, os alemães bloquearam o avanço. contra suas fronteiras. Em vista disso, os aliados realocaram suas forças, concentrando os ataques à Alemanha a partir da França. Para lá, deslocou-se parte das tropas que até então lutavam na Itália. E os brasileiros foram designados para cobrir esse desfalque, integrando-se ao 5º Exército americano.
Para vencer tropas encasteladas em montanhas, um inimigo tem de ter superioridade de tropas. E os dois lados tinham uma razoável paridade, nos Apeninos. As ofensivas anglo-americanas, mesmo com o reforço brasileiro e de tropas de outros países, pouco conseguiam.
Encarregada de tomar o Monte Castello, a Força Expedicionária Brasileira participou de quatro ofensivas malsucedidas. O primeiro e o segundo ataques ocorreram em 24 e 25 de novembro de 1944, sob a responsabilidade de um grupo tático americano, a Task Force 45, apoiado por um batalhão da FEB. Conseguiu-se, ao menos, conquistar uma elevação importante, o Monte Belvedere.
O terceiro ataque, em 29 de novembro, foi feito somente pela FEB, com um batalhão de cada um dos seus três regimentos. Infelizmente, os alemães da 232ª Divisão de Infantaria haviam expulsado os americanos do Belvedere, na véspera. Assim, os brasileiros que tentavam subir o monte tinham de aturar o fogo não só pela frente, mas também pelo flanco esquerdo.
Não deu certo, do mesmo modo que o quarto ataque, em 12 de dezembro, que durou apenas cinco horas. Chuva, lama, frio e tiroteio cerrado dos alemães conspiraram contra o sucesso. Com o céu encoberto, a aviação não podia ajudar. A lama fazia os soldados escorregarem nas encostas e atrapalhava os tanques americanos que lhes davam apoio.
Nessa investida, sob a neve do inverno europeu, a até 20 graus negativos, houve 145 baixas (mortos e feridos): 112 no 1º Regimento de Infantaria, e 33 somente no 1º batalhão do 11º Regimento de Infantaria.
Daí em diante, os brasileiros passaram a ter aulas de esqui e ganharam capotes brancos para se camuflar na neve. Era decisivo tomar a ala norte dos Apeninos como trampolim de futuras ofensivas. Eles tinham de ser conquistados a um só tempo, para evitar o efeito "carga da brigada ligeira", em que uma tropa leva tiro de canhões de três lados. E assim foi feito.
O Monte Castello só foi tomado em 21 de fevereiro de 1945, graças a um ataque simultâneo às várias eleva- ções vizinhas. Para a nova tentativa, os aliados dispunham de um trunfo: a 10ª Divisão de Montanha, uma tropa de elite especialíssima, formada apenas por homens acostumados à vida em regiões altas dos Estados Unidos. A 10ª atacou lado a lado com os brasileiros. O plano para o ataque fora criado pelo oficial de operações da FEB, o tenente-coronel Humberto de Alencar Castelo Branco. Mais tarde, como general, ele tornou-se o primeiro presidente do Brasil após o golpe militar de 1964.
Tudo começou às 5h30 da manhã. Doze horas e meia depois, os primeiros soldados brasileiros atingiam o topo do monte. Ao contrário dos avanços temerários de antes, dessa vez a tropa soube progredir cuidadosamente, buscando cobertura a cada passo, para evitar ataques frontais e atingir o inimigo de lado. As armas mais pesadas da infantaria agiram juntas, para impedir uma represália alemã ao avanço dos aliados.
Tiros de metralhadoras forçavam os soldados a se jogar no chão. Uma vez fixados em um ponto, começavam um bombardeio com morteiros. Combinando fogos, fazendo as unidades se apoiarem mutuamente, requisitando o apoio da artilharia, o comando fez as tropas progredirem simultaneamente. Às 18 horas, um pelotão brasileiro chegava à crista do Monte Castello. Houve 103 baixas brasileiras nesse dia, entre os quais 12 mortos. Mas o objetivo, apesar de tudo, havia sido conquistado.
Com a chegada da primavera na Itália, começou uma nova estação de campanha. Ultrapassados os Apeninos, os exércitos aliados puseram-se em marcha. E em 14 de abril de 1945, a FEB iniciou a maior batalha lutada pelos brasileiros na Segunda Guerra: a tomada de Montese. A FEB teve mais de 400 baixas, mortos e feridos. Libertada por brasileiros, a cidade batizou uma de suas praças como Piazza Brasile.
"A impressão era que os alemães não agüentariam. Mas eles estavam feito doidos", diz José Orlandino da Costa, do 6º Regimento de Infantaria (RI), ferido nessa batalha. O bombardeio de Montese foi um dos mais pesados de toda a campanha brasileira.
Ali, depois da luta da montanha, a FEB experimentou outra modalidade de combate: a luta em área urbana. Dobrar uma esquina era um ato de coragem: o então capitão e hoje general da reserva Plínio Pitaluga, comandante do esquadrão de carros blindados M-8, quase foi morto ao fazer uma curva. O tenente Gerson Machado Pires, do 6º RI, avisou-o a tempo que havia um canhão antitanque alemão logo à frente. Se os M-8 tivessem chegado à curva, teria sido fatal.
Mas, uma vez rompida a defesa, os alemães começaram a retirada. Cidades importantes, como Bolonha, Parma, Asti e Turim, caíram em mãos aliadas. Em Fornovo di Taro, a FEB fez milhares de prisioneiros. Um soldado do 6º RI, Pedro dos Santos, lembra a disciplinada rendição alemã. "Foi bonito. Eles faziam uma saudação e deixavam as armas ao lado da estrada". Muitas cidades eram libertadas por guerrilheiros anti-fascistas antes que as tropas aliadas chegassem. As operações da FEB estavam no fim. Em maio de 1945, o último mês da guerra no território europeu, os brasileiros alcançaram Susa, fronteira França-Itália. No dia 8 desse mesmo mês, os exércitos alemães renderam-se incondicionalmente em toda a Europa.
Somente entre os dias 3 e 20 de junho de 1945, um mês depois da rendição alemã, a FEB começou a se deslocar para o sul da Itália, onde embarcaria de volta ao Brasil. O primeiro grupo desembarcou no Rio de Janeiro em 18 de julho. O último deixou Nápoles apenas no dia 19 de setembro. Aqui, os pracinhas passaram primeiro pela fase de festas, com desfiles públicos de comemoração pela vitória. Todos receberam uniformes novos (que não agradaram a muitos. Dizia-se que o chapéu era mole e que "parecia um chapéu de gari").
O maior impacto da volta dos pracinhas foi político, pois o presidente da República, Getúlio Vargas, temia que os expedicionários tramassem contra o governo. O receio tinha fundamento, pois os pracinhas tinham ido à Europa combater as ditaduras do alemão Adolf Hitler e do italiano Benito Mussolini. Podiam, muito bem, opor-se à ditadura que Vargas comandava no Brasil. Ele havia assumido o poder em1930 e, depois de um golpe, em 1937, criou um regime autoritário, o chamado Estado Novo.
O governo tentou evitar problemas espalhando os expedicionários pelo país assim que desembarcavam. Mas não resolveu. A volta da FEB realmente contribuiu para aumentar a força das correntes democratizantes na sociedade e dentro do Exército. E, ironicamente, até os militares que garantiam a vigência do Estado Novo - especialmente os generais Pedro Auréllio de Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra - participaram do movimento dos chefes das Forças Armadas, que acabou depondo o ditador em 29 de outubro de 1945.

Conversa de veteranos e mensagens secretas

Top secret
Para transmitir mensagens em código, a FEB recebeu 55 aparelhos de criptografia dos americanos.

Na vida e na morte
O "dog tag" - literalmente, placa de cachorro, em inglês - era um cartão com dados que identificavam o seu portador. Era colocado na boca dos mortos.

Xingamento particular
Ainda hoje, quando um veterano da FEB quer provocar um colega, chama-o de "saco B". Equivale a dizer que o sujeito passou a guerra sem participar de combates. O termo vem dos sacos que cada soldado levava. No saco A, havia o equipamento utilizado na linha de frente. No B, ficavam os utensílios deixados na retaguarda. Por exemplo, os uniformes de passeio.

Estilhaços
Nesse modelo, os "gomos" da granada voavam para todo lado, quando ela explodia

Hora do rancho
Além da higiene, outra obrigação do soldado era o cuidado com os seus pratos e talheres.

A mais temida
Desde a Primeira Guerra Mundial, as metralhadoras apavoravam as tropas. De lá até a Segunda Guerra, não mudaram muito. Modelo típico era essa Browning americana, calibre 30.

Medalhas, baionetas e bombas caseiras

Armadilha mortal
O pequeno cano de ferro ligado a alguns fios era uma armadilha terrível. Instalada nas portas das casas, ela explodia assim que alguém as abrisse.

Ração de combate
A ração, embora modesta, era completa. Nas caixas que os soldados recebiam, havia desde carne e batatas, até café e cigarros

Soldado de Hollywood
Stan Laurel, o magro das comédias O gordo e o magro, lutou na Itália, ao lado dos brasileiros. Ele era um dos soldados que trabalhavam na "fábrica de fumaça", uma máquina que, estrategicamente, mantinha o vale sempre nublado, para evitar que, do alto do Monte Castello, os alemães enxergassem todas as movimentações das tropas aliadas e seus canhões.

Condecorações para todos
A Medalha de Campanha foi entregue a todos os veteranos. A Cruz de Guerra, aos que participaram do esforço de guerra. As Cruzes de Combate, de primeira e de segunda classe, aos que praticaram atos de bravura. A Medalha de Sangue, aos feridos.

Inúteis
As baionetas serviam mais para abrir latas. Como armas de guerra, foram muito menos eficientes do que os canhões e as metralhadoras.


Nem só com armas se fez uma guerra

Símbolo de comando
A Colt 45, pistola padrão do exército americano, fornecida a oficiais. Era mais um símbolo de comando, pois seu alcance curto a tornava pouco útil em combate.

Obrigação militar
Mesmo quando estava na frente de batalha, o soldado tinha ordem de manter o rosto limpo. Por isso, cada um recebia um kit apropriado para se barbear.

Dois em um
De fibra de vidro por dentro e de aço por fora, o capacete só há pouco foi substituido no Exército.

Luz baixa
O modelo da lanterna de combate evitava que a luz fosse vista pelo inimigo. Ainda hoje essa é a lanterna utilizada pelos exércitos americano e brasileiro.

Mingau à italiana
Os aliados tinham mais comida do que a população. Isso estimulava o comércio de alimentos com os civis. Muitas mulheres se prostituíam para comer. Mas havia também o altruísmo puro e simples. Os brasileiros davam mingau às crianças italianas necessitadas. Por isso, há regiões onde a palavra brasileira "mingau" acabou sendo incorporada no vocabulário popular.

A cobra fumando
O símbolo da FEB foi uma resposta aos que diziam ser mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra.

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sábado, 26 de abril de 2014

Vacinas do Futuro - Medicina


VACINAS DO FUTURO - Medicina



Imagine ficar protegido, de uma só vez, contra todo tipo de doença. E, melhor, sem ter que tomar injeção. É isso o que está se tentando, com técnicas experimentais. As pesquisas podem até levar à descoberta de uma fórmula antiAids.


Como seria a vacina ideal? Há mais de quatro anos, médicos e biólogos do mundo inteiro refletiram sobre essa questão, proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em setembro de 1990, as respostas foram resumidas num documento, conhecido por Declaração de Nova York, que lançou o desafio de se chegar à perfeição. Iniciou-se, assim, a corrida atrás de uma supervacina, com as seguintes características:
- funcionar numa única dose ou, no máximo, em duas.
- proteger contra várias doenças ao mesmo tempo.
- agüentar firme e forte o calor, pois, hoje, todas só conservam a boa qualidade se mantidas na geladeira.
- ser aplicada por via oral, dando adeus à dor das picadas e ao custo das injeções.
- não causar efeitos colaterais.
- ser 100% eficaz.
- ser facilmente fabricada por laboratórios do mundo inteiro, e a um preço acessível.
Uma vacina desse jeito, capaz de proteger contra tudo (ou quase tudo) de uma só vez, facilitará a vida de muita gente. Afinal, segundo a OMS, para uma criança ficar adequadamente imunizada, ela deve receber dezessete tipos de vacinação, que a obrigam a visitar o médico pelo menos seis vezes nos 15 primeiros meses de vida. Talvez pelo transtorno, nem nos países desenvolvidos isso é seguido à risca. Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 44% das crianças recebem todas as doses prescritas até os dois anos de idade. É bem verdade que logo recuperam o atraso. Antes de entrarem na escola, 87% dos americanos estão em dia.
Nos países subdesenvolvidos, a média fica em torno dos 60%. O Brasil, nesse aspecto, tem conduta exemplar: imuniza quase 80% de suas crianças. "Mas, como no resto do planeta, não conseguimos ultrapassar essa faixa, por melhores que sejam as campanhas", diz o médico paraense Otávio de Oliva, pesquisador da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e representante brasileiro na Organização Panamericana de Saúde. A cada ano, no mundo, morrem de seis a oito milhões de crianças, por infecções que podiam ser evitadas. Para imunizar 100% da população, só mesmo mudando a tecnologia. Agora, surgem os esboços das vacinas do século XXI.
Foi ainda no século X a.C. que os chineses descobriram uma maneira de evitar o avanço fatal da varíola: eles faziam um corte na mão de um indivíduo saudável, para introduzir um pouco de pus, retirado das feridas de um paciente. Isso, sem dúvida, provocava a doença - só que de uma forma mais branda, menos letal. E, daí para a frente, a varíola não tinha mais vez. O sujeito estava imunizado. A seu modo, os chineses vacinavam.
Mas a grande descoberta surgiu em 1796, graças às observações do médico inglês Edward Jenner (1749-1823). Ele percebeu que, nas fazendas, os encarregados da ordenha muitas vezes eram contaminadas pela varíola bovina. E, quando isso acontecia, eles ficavam resistentes à forma humana da doença, tremendamente mais violenta. Assim, otimista com a idéia de acabar com toda a varíola na face da Terra (algo que levaria mais de 180 anos, pois o último caso registrado foi na Somália, em 1977), Jenner criou a primeira vacina propriamente dita. A palavra, aliás, vem do latim vaccia, que quer dizer vaca, porque o médico acreditava que algo naquele bicho tinha o poder de impedir o mal. De fato, não tinha nada a ver com a vaca, mas com o vírus causador do problema e com a resposta do organismo à sua presença.
O que uma vacina faz é imitar micróbios nocivos, despertando as defesas orgânicas - que os médicos chamam de sistema imunológico. Sem esse aviso prévio, as defesas até entram em ação, porém um tanto devagar - precisam de um tempo para estudar quimicamente o microorganismo invasor e preparar estratégias específicas para enfrentá-lo.
As armas usadas são moléculas chamadas anticorpos, e os anticorpos que funcionam contra um vírus não servem para matar outro. O objetivo, então, é preparar o organismo: assim, quando vier a invasão por um micróbio verdadeiro, as células que produzem anticorpos, os linfócitos B, o reconhecerão - elas memorizaram sua estrutura, anteriormente, e podem reagir com rapidez. Essa é a chamada imunidade humoral, ligada aos anticorpos, que trava batalhas contra aqueles micróbios que ainda estão soltos na circulação sangüínea.
Mas não é só aí que age o sistema imunológico. Quando o micróbio já se abrigou dentro das células, então é acionada a imunidade celular, que tem a ver com uma tropa de elite, os linfócitos T . Eles também são ajudados, e muito, pelas vacinas.
Existe ainda um terceiro tipo de imunidade, que poderá ser melhor explorado para efeito de vacinação. É a imunidade da mucosa - o revestimento dos órgãos internos. "Suas defesas se comportam de um jeito diferente e só agora a gente começa a conhecê-las", diz Otávio Oliva, da Fiocruz. "Esse será o principal caminho das pesquisas", aposta o especialista em doenças parasitárias Marcos Boulos, da Universidade de São Paulo. O entusiasmo faz sentido: se for possível estimular as defesas do nariz com uma simples inalação, muitos micróbios nem vão entrar no corpo.
Diversos laboratórios correm atrás de fórmulas nasais. "A maioria das doenças infantis são transmitidas pelo ar", lembra Boulous. Outros têm planos mais ambiciosos: procuram uma vacina contra a Aids que atue nas mucosas dos genitais. Ela impediria apenas a contaminação pelo sexo. Em macacos, já foram feitas dezenas de experiências com esse objetivo.
"As vacinas orais - como a Sabin, a famosa gotinha contra a poliomielite - também agem na mucosa. No caso da Sabin, na mucosa do intestino, onde o vírus se aloja", diz Boulos. Ele conta que ainda é difícil prevenir muitas doenças por via oral. Mas que esse obstáculo logo poderá ser vencido.
Enquanto a proteção em gotas não vem, o maior desafio das pesquisas é diminuir o número de injeções que é preciso tomar, atualmente. Antes de mais nada, isso significa combinar, muitas vezes, substâncias quase incompatíveis. As vacinas da difteria, da coqueluche e do tétano, por exemplo, há muito tempo formam um trio chamado DTP. "Mas essa união é uma exceção", lamenta o médico Otávio Oliva, que faz parte do CVI (sigla inglesa do Iniciativa de Vacinação Infantil, grupo de pesquisadores do mundo inteiro que buscam aquela fórmula ideal). "Um vírus atenuado de certa doença pode anular o efeito de outro, quando os dois são colocados juntos".
"Ou, então, as combinações provocam efeitos colaterais desagradáveis."
Outra saída para diminuir a freqüência das injeções é evitar as doses de reforço. Em alguns casos, não se estimula o sistema imunológico de maneira adequada, logo de cara. Então, tomam-se mais duas ou três picadas. Sem contar que vacinas feitas com microorganismo mortos, como a da cólera, sempre produzem um estoque limitado de anticorpos, que um belo dia acaba. Os cientistas se esforçam para chegar a uma defesa de longa duração, que tenha eficiência máxima na primeiríssima dose. Nesse sentido, surgem novas tecnologias. Conheça as que mais se destacam.
As microesferas: A idéia é usar bolinhas de material orgânico, com menos de um centésimo de milímetro de diâmetro, recheadas de partículas de micróbios. "O material é o mesmo dos fios de sutura absorvíveis, utilizados em cirurgias", conta a farmacêutica Jacqueline Duncan, da Secretech, empresa americana que está conduzindo a pesquisa. "Aos poucos, essas bolotas se dissolvem no organismo e liberam a partículas que dão a imunidade." Como o tempo para a esfera derreter poderá ser controlado por seu tamanho e espessura, será possível dar, de uma só vez, duas ou mais doses. As partículas dos micróbios vão sendo liberadas aos poucos, sem necessidade de reforços posteriores "Também se poderá isolar, em esferas diferentes, substâncias que antes não se combinavam", diz Jacqueline. Tudo indica que as esferas, depois de engolidas, vão conseguir passar pelo estômago e chegar ao local de sua ação.
Os genes de vírus: Alguns cientistas experimentam injetar o material genético de vírus nos músculos . "Como o tecido muscular pode produzir substâncias típicas do vírus durante dois anos, a reação imunológica seria muito mais eficaz do que quando se injeta um vírus morto", explica Jeffrey Ulmer, pesquisador da Laboratórios Merck, nos Estados Unidos. Há cinco anos, ele tenta essa técnica para produzir uma vacina contra a Aids. "Usar o HIV vivo, mesmo enfraquecido, acho arriscado", opina. Segundo ele, ninguém garante que, dentro do corpo, essa versão atenuada não ficaria ativa. "E usar o HIV morto não parece dar bom resultado. Injetar genes dos vírus no músculo é uma solução intermediária."
Os "cavalos-de-tróia": Esse é o apelido dos vírus com diversas faces, criados pela engenharia genética. "Alguns vírus têm brechas na seqüência de seus genes", descreve Otávio Oliva. "É possível, então, enfiar material genético de outros micróbios nesses espaços vazios." O microorganismo passa a produzir proteínas de várias espécies, como se sua membrana fosse uma colcha de retalhos. Em tese, esse micróbio Frankstein provocaria imunização contra diversos males.
Os adjuvantes: São substâncias com talento especial para pirraçar o o exército de defesa do corpo. Em geral, o organismo reage a uma vacina com menos força do que diante de uma doença de verdade. Determinados compostos, porém, têm a capacidade de aumentar, na medida certa, a reação das células defensoras. Essa tecnologia já está sendo aplicada, embora de maneira limitada. Por enquanto, só os sais de alumínio são usados como adjuvantes, e eles não funcionam em todos os casos - servem para aumentar a imunização contra o tétano, a difteria e a hepatite B, apenas. No entanto, a indústria farmacêutica reúne meia dúzia de candidatos a esse papel, todos eles em fase avançada de testes.
As fórmulas conjugadas: Muitas vacinas, hoje em dia, são feitas à base de polissacarídeos, substâncias retiradas de vírus e bactérias, que ativam apenas os linfócitos B - e estas células de defesa só se tornam maduras por volta dos quatro anos de idade. Conclusão: ficam desprotegidas as crianças muitos pequenas, que são o maior grupo de risco das meningites e das infecções por pneumococos. O jeito é tentar enganchar aqueles polissacarídeos numa substância capaz de mobilizar, além dos lifócitos B, também os linfócitos T, que estão prontos para agir desde os primeiros meses de vida. Eles memorizariam todo o conjunto de moléculas - inclusive os polissacarídeos que antes não chamavam a atenção. O desenvolvimento desse tipo de fórmula seria um prêmio à altura do trabalho intenso dos pesquisadores em busca das supervacinas. Ela poderia imunizar bebês de dois meses contra males que vêm sendo as maiores causas de morte, nessa idade.

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sábado, 26 de abril de 2014

Este Robô é um bebê - Robótica


ESTE ROBÔ É UM BEBÊ - Robótica



Ele não foi projetado para executar nenhum tipo de tarefa prática. Não vai substituir operários, não vai consertar satélites no espaço, nem realizar microcirurgias nos hospitais. Ele não faz coisa nenhuma. Está sendo construído com um único objetivo: ser capaz de aprender. Seus criadores esperam que ele tenha um comportamento equivalente ao de um recém-nascido. Só por isso, essa já é a mais ousada experiência tentada pela robótica. Cog, como foi batizado, recebe ensinamentos de uma figura materna, uma mulher de verdade, e está programado para reconhecê-la. Por enquanto, Cog é inútil como um recém-nascido. Mas, se abrir caminho para que as máquinas possam aprender e a desenvolver suas inteligências artificiais, terá sido tão essencial como uma criança.



Metais, fios, vidros, plásticos e borrachas era tudo o que havia no princípio. Essa matéria-prima virou câmeras de vídeo, microfones, motores, engrenagens, fios e circuitos eletrônicos. E essas partes, depois de montadas, exercem as funções de órgãos e membros do corpo humano: olhos, ouvidos, braços etc. É assim que Cog vai ser - o robô mais próximo de uma criatura humana já projetado.
A semelhança não é física, evidentemente, mas de conteúdo, ou melhor, de desenvolvimento. Os outros robôs só fazem o que mandam as instruções previamente embutidas em sua memória, mas Cog vai ser diferente. Programado apenas para executar as operações mais simples, como erguer os braços ou girar o corpo, ele nasceu para ser capaz de aprender. A pretensão é grande: a equipe do Laboratório de Inteligência Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), na cidade de Cambridge, Estados Unidos, quer que Cog reproduza o processo de aprendizado de um bebê.
"Não sabemos exatamente como será o aprendizado de Cog", diz a roboticista Lynn Andrea Stein, chefe da equipe. Antes de mais nada, ele tem de controlar o próprio corpo. Como fazem os bebês. Eles começam com as capacidades motoras, mexendo as mãos e treinando os movimentos dos olhos. Cog, aliás, já tem um certo domínio dos "olhos": pode dirigir suas câmeras para acompanhar uma bola em movimento, por exemplo.
Mas Lynn conta que só daqui a algum tempo ele deve começar a calibrar todos os seus motores internos. Aí, pode ter melhor "noção" de suas habilidades. Os bebês também começam mexendo os braços sem muita coordenação. Só mais tarde, descobrem como esticar o braço com precisão. Cog vai pela mesma trilha. Até uma "mãe" Cog terá. Será uma instrutora encarregada de ensiná-lo e estimulá-lo a aprender, que ele será capaz de reconhecer visualmente. "Provavelmente Cog irá procurar atrair a atenção da mãe mexendo os braços, mais ou menos como os bebês de verdade choram", supõe Daniel Bennet, filósofo e membro da equipe.
Após dez anos de aprendizado, deve ter os mesmos conhecimentos - ou a mesma capacidade cognitiva - que um bebê de seis meses. Você pode achar pouco, mas se Cog for bem sucedido, em dez anos teremos uma revolução tecnológica no planeta. O homem terá aprendido a fazer as máquinas aprenderem como o homem.
Cog, pobre máquina, não tem nada de parecido com um bebê. É um monstrengo, cujo cérebro - uma rede de 64 microcomputadores de última geração - nem cabe na própria cabeça. Ocupa uma sala inteira, próxima à sala em que está o robô.
Os construtores de Cog acreditam que, dessa forma, podem imitar uma das características do cérebro humano: a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, e de combiná-las para executar operações mais complicadas. Em alguns casos, o robô poderá superar os recém-nascidos: ele talvez tenha a perspicácia de olhar para um ponto, só por notar que alguém, ao lado, dirigiu a vista para aquele lugar. Com sorte, talvez consiga também acenar para um cientista enquanto presta atenção na conversa de dois outros, à distância.
Mas Cog ainda está em construção. Seus braços e mãos, com três dedos móveis e um polegar rígido, devem ser instalados dentro de pouco tempo. Seus olhos são câmeras de vídeo, em preto e branco. Seus ouvidos, microfones. Com um quadril e um pescoço mecânicos, pode girar o corpo e a cabeça, que também se levanta. Fica sempre parafusado a um pedestal metálico porque dar-lhe pernas complicaria inutilmente o trabalho, dizem os cientistas. Faz sentido. Bebês de seis meses não sabem andar.
Estudar o funcionamento dos robôs é importante. Não só do ponto de vista da pesquisa, em si, mas por causa da aplicação das novas tecnologias na indústria. Porém, para o mais rebelde dos roboticistas, o australiano Rodney Brooks, também do MIT e colaborador de Lynn Stein, o que conta é apenas a possibilidade de entender a inteligência - humana, animal ou artificial.
Isso é o que torna Cog uma experiência ultra-avançada. Ela põe em xeque a própria inteligência artificial. Antes de Cog, prevalecia a idéia de que uma máquina automatizada só pode se mover num certo ambiente, como uma sala, se tiver gravados na memória dois tipos de informação. Primeiro, instruções minuciosas sobre cada um dos movimentos que pode fazer, ou para se locomover, ou para agarrar e transportar objetos. Segundo, um mapa preciso da geometria da sala e de todos os objetos que ali estão. Esse mapa seria montado pelas próprias máquinas por meio de câmeras de televisão ou qualquer outra categoria de sensor. Feito isso, elas podem estudar a sala e decidir como andar de um lado para outro, como trocar as coisas de lugar, ou como se desviar delas.
O resultado não é muito bom, avalia Brooks. Só dá certo onde os locais não têm muitos detalhes e nem passam por mudanças constantes. Brooks propõe uma estratégia bem diferente, na qual a maior parte dos programas, as próprias máquinas desenvolvem ao longo da vida. Por isso, precisam ser inteligentes desde o princípio.
Inteligência, para Brooks, é algo muito mais prático do que geralmente se imagina. Ela começa com operações básicas, como levantar uma perna ou girar o corpo para localizar um objeto. Essas pequenas coisas podem se somar, numa etapa posterior, criando operações mais e mais complicadas. O roboticista argumenta que, na natureza, o cérebro pode ter evoluído assim, e é bom deixar os robôs seguirem a mesma trilha.
Com essa estratégia na cabeça, desde o início da década passada ele transformou o Laboratório de Inteligência Artificial do MIT em um ninho de máquinas espertíssimas. Como Gêngis, um gafanhoto de metal, de seis pernas, que descobriu por conta própria como subir escada sem levar tombos. Ou Átila, uma formiga eletrônica, que acabou percebendo como mudar de rumo quando tem um obstáculo à sua frente. No fim das contas, mais de vinte robôs "aprenderam" a ser insetos (pelo menos até certo ponto) apenas tentando e errando, até acertar.
As máquinas, inicialmente, mexem as pernas sem coordenação nenhuma. Mas sempre que um movimento as faz cair, o tombo liga um sensor que "reprime" aquele movimento: da vez seguinte que a perna for acionada, provavelmente vai se mexer de maneira menos desastrada. E assim por diante, até o inseto de metal conseguir andar. Ou fazer coisa mais elaborada, como subir escadas.
Os especialistas, hoje, reconhecem que os inventos de Brooks são inigualáveis no campo dos robôs móveis. Mesmo os que acham ridícula a tentativa de recriar a inteligência da maneira que ele propõe. Uma das críticas é a de que os robôs-insetos são imprevisíveis. Nunca se sabe o que vão aprender. Portanto, não se sabe quanto tempo pode levar até surgir um robô realmente útil.
Brooks acredita que vai dar certo. E já convenceu muita gente, inclusive Lynn Stein, seguidora da linha tradicional até pouco tempo. Brooks conta que ambos deram um passo muito além dos insetos mecânicos: "O mais lógico seria tentar um réptil, ou um cachorro. Mas eu não queria ficar conhecido como o sujeito que construiu o melhor gato artificial do mundo."

Automação em milhões de dólares

Desenvolver um novo robô, entre os mais sofisticados existentes nas pranchetas dos engenheiros, atualmente, não sai por menos de 10 milhões de dólares. Em alguns projetos em curso, o orçamento sobe a 50 milhões. Cog deve ficar mais perto da primeira quantia. É um projeto de pesquisa em que os cientistas buscam resultados teóricos, e não práticos. E os teóricos geralmente não recebem dotações tão altas quanto gostariam. Lynn Stein, criadora de Cog, estima que ele vai consumir "muitos milhões de dólares", ao longo de 10 anos. Teoricamente. Porque ela não se arrisca a dar um valor exato para o custo final.

Ficções "inteligentes" demais

Se os robôs de hoje, desenvolvidos por laboratórios de pesquisa ou pela indústria, estão muito longe dos robôs do cinema, a culpa não é dos cientistas. É do próprio cinema. Desde o velho monte de lata pacifista Robbie, do Planeta Proibido, de 1956, aos adoráveis R2D2 e C3PO, da trilogia Guerra nas Estrelas, das décadas de 70 e 80, a ficção científica nos filmes sempre foi mais ficção que propriamente científica. O melhor exemplo são os robôs dos filmes Exterminador do Futuro 1 e 2. No primeiro, a máquina, mesmo após ter sido desmembrada, continuava viva, rastejando, na tentativa de cumprir a missão a qualquer custo. No segundo, os autores se superaram. Criaram um robô com um material estranhíssimo, no qual cada pedaço podia se liquefazer, era independente e inteligente. Ele podia adquirir qualquer forma, separar-se e reagrupar-se de novo. Tudo muito, muito longe do que a tecnologia atual pode fazer.

Inseto eletrônico

Gêngis é um dos mais de vinte robôs-insetos inteligentes construídos no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Os circuitos eletrônicos desse gafanhoto high tech. são revestidos por placas de fibra de vidro. As patas são acionadas por ar comprimido e os movimentos, controlados por computador. À custa de muita tentativas, erros e acertos, Gêngis aprende pequenas coisas. É capaz de perseguir qualquer objeto móvel que passe por perto. E também sobe escadas sem levar tombo.

Como uma formiga

Átila tem apenas 1,6 quilo e 30 centímetros de comprimento. Embora meio grandão, tem sido comparado a uma formiga. Ele é outro robô-inseto do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Com 23 motores e 150 sensores - inclusive uma câmera de vídeo, que funciona como olhos -, ele realiza tarefas, como desviar de obstáculos, usando sua própria cabeça. Ou seja,
ele enfrenta os problemas, aprendendo a resolvê-los sozinho.

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sábado, 26 de abril de 2014

Quem foi que inventou o Carnaval ? História da Folia

QUEM FOI, QUEM FOI QUE INVENTOU O CARNAVAL? História da Folia



A mistura da tradição européia com os ritmos musicais dos africanos criou no Brasil um dos maiores espetáculos populares do mundo. O Carnaval nasceu no Egito, passou pela Grécia e por Roma, foi adaptado pela Igreja Católica e desembarcou aqui no século XVII, trazido pelos portugueses. Viva a folia!



"Quem foi que inventou o Brasil? / Foi seu Cabral, foi seu Cabral / No dia vinte dois de abril / Dois meses depois do Carnaval"
(História do Brasil, Lamartine Babo, 1934)

Com História do Brasil, Lamartine Babo (1904 - 1963) fez mais do que o grande hit de 1934: deu uma definição clássica da festa e do país. À altura desta, só a de Assis Valente (1911 -1958), em Alegria : "Minha gente era triste, amargurada / Inventou a batucada / Prá deixar de padecer / Salve o prazer / Salve o prazer".
Abaixo do Equador, onde não existe pecado, a fusão da tradição européia com a batucada africana libertou o Carnaval na plenitude. Em nenhum lugar, ele adquiriu a dimensão que alcançou no Brasil. Durante quatro dias, o país fica fechado para balanço. Ou melhor: fica aberto para só balançar. E se entrega ao espetáculo que seduz e deslumbra os estrangeiros.
A farra toda vem do inconsciente dos povos, desde os rituais da fertilidade e as festas pagãs nas colheitas. Remonta às celebrações à deusa Ísis e o touro Ápis, no Egito, e à deusa Herta, dos teutônicos, passando pelos rituais dionísiacos gregos e pelos licenciosos Bacanais, Saturnais e Lupercais, as suntuosas orgias romanas.
No século VI, a Igreja adotou essas festas libertárias que invertiam a ordem do cotidiano, para domesticá-las. Juntou todas na véspera da Quaresma - como uma compensação para a abstinência que antecede a Páscoa. O Carnaval, então, espalhou-se pelo mundo. Desembarcou no Brasil no século XVII. Aqui, virou um dos maiores espetáculos do mundo. Você vai conhecer um pouco mais da origem da grande folia, desde a mais remota antigüidade até a invenção da serpentina.
Em Roma, comemoravam-se as Saturnais de 16 a 18 de dezembro, para a glória do deus Saturno. Tribunais e escolas fechavam as portas, escravos eram alforriados, dançava-se pelas ruas em grande e igualitária algazarra. A abertura era um cortejo de carros imitando navios, com homens e mulheres nus dançando frenética e obscenamente - os carrum navalis. Para muitos, deriva daí a expressão carnevale.
No dia 15 de fevereiro, comemoravam-se as Lupercais, dedicados à fecundidade. Os lupercos, sacerdotes de Pã, saíam pelados, banhados em sangue de cabra, e perseguiam os transeuntes, batendo-lhes com uma correia. Em março, os Bacanais homenageavam Baco (o deus grego Dionísio em versão romana), celebrando a primavera inspirados por Como e Momo, entre outros deuses.
Assumindo o controle da coisa, a Igreja fez o que pode para depurar a permissividade igualitária dos carnavais. Na Idade Média, a festa virou encenação litúrgica, corrida de corcundas, disputa de cavaleiros e batalha urbana de ovos, água e farinha. Depois, o carnaval se espalhou pelo mundo.
Na Rússia, a Maslenitsa dá adeus ao inverno, com corridas de esqui, patinação, danças com acordeão, balalaika, blinky masleye (panquecas amantegadas) e, é claro, muita vodka. No carnaval de Colônia, na Alemanha, as mulheres armam-se com tesouras e saem pelas ruas para cortar as gravatas dos homens.
Em Veneza, a tradição consagrou os fogos de artifício e foliões mascarados, inspirados na velha Commedia dell´ Arte. Na Bolívia, os mineiros de Oruro veneram a mãe-terra, Pachamama, dançando fantasiados de demônios. Em New Orleans, nos Estados Unidos, uma torrente humana invade as ruas do French Quarter, na terça-feira do Mardi Gras, atrás de músicos que tocam toda a noite.

Um ritual subverte a hierarquia

O entrudo português chegou aqui no século XVII. Os foliões se lambuzavam com cabaças de farinha e bexigas d´água. Durante a Colônia e o Império, o entrudo foi proibido inúmeras vezes. Consta que D. Pedro II gostava de jogar água nos nobres, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.
O primeiro baile aconteceu em 1840, no Hotel Itália, no Rio, ao som de valsas, quadrilhas e habaneras. Em 1845, os ricos aderiam à polca tcheca e os negros dançavam jongo. Em 1848, o sapateiro português José Nogueira de Azevedo Prates, o Zé Pereira, saiu por aí tocando bumbo. Deu origem aos primeiros blocos de rua.
Os cordões começaram com as sociedades carnavalescas, em 1866. Na Bahia, em 1895, nascia o primeiro afoxé: estava inventada a batucada. Depois da Guerra dos Canudos, em 1897, uma gentarada foi morar no Morro da Saúde, criando a primeira favela do Rio. Ali, na casa da Tia Ciata, foi composto o primeiro samba, em 1917: Pelo Telefone, de Donga.
Era só o começo. Vieram o Rei Momo, os corsos de automóveis das boas famílias (1907-1930), as escolas de samba (1928) e os concursos de fantasia (1936). Em 1935, o desfile das escolas de samba foi legalizado pela Prefeitura do Distrito Federal. Com o rádio, a festa difundiu-se e profissionalizou-se. Com a televisão, virou indústria.
O antropólogo Roberto DaMatta, autor de Carnavais, Malandros e Heróis (Rio, Ed. Zahar, 1979) define a folia como um rito de inversão, que subverte as hierarquias cotidianas: transforma pobres em faraós, ricos em mascarados, homens em mulheres, recato em luxúria. É uma compensação da realidade. Inventamos a batucada para deixar de padecer.

Quatro maneiras de brincar ao ar livre

Com o frevo, os afoxés e os trios elétricos, o negócio é ir para a rua se embolar

O frevo frenético
A palavra vem de "fervura" e lembra os movimentos acelerados dos foliões. É uma dança de rua e de salão, criada em Recife, nos fins do século XIX. A música, tocada principalmente por metais, é essencialmente rítmica, com compasso binário (de dois "tempos") e andamento rápido. Os dançarinos executam coreografias individuais, improvisadas e frenéticas, que exigem animação de sobra e preparo físico mais de sobra ainda.

Tradição da África
Os afoxés são sociedades carnavalescas fundadas por negros, na Bahia, inspiradas nas tradições africanas. O primeiro afoxé nasceu em 1885: era o Embaixada Africana, que desfilou com roupas e adornos importados na África. O segundo, Pândegos da África, surgiu no ano seguinte. Hoje, os principais afoxés da Bahia são Filhos de Gandhi, Ilê Aiyê e Olodum.

Eletricidade musical
Os trios elétricos são palcos motorizados. Montados na carroceria de caminhões e equipados com potentes alto-falantes de até 100 000 watts, desfilam pelas ruas, levando grupos musicais e seguidos pela população. O precursor foi o Trio Elétrico de Dodô e Osmar, na Bahia. Hoje, essa folia eletrificada marca presença em quase todas as ruas do país.

Samba na avenida
As escolas de samba estrearam no Rio de Janeiro, em 1928 e, com o tempo, adquiriram estrutura e orientação empresariais, reunindo até 15 000 integrantes. Hoje, elas comercializam apresentações, direitos autorais e de imagem, sob o patrocínio do Estado e de banqueiros do jogo do bicho. O termo "escola de samba" surgiu no século XIX, mas foi definitivamente adotado nos anos 30, desde que o bloco Deixa Falar (a primeira de todas) passou a fazer ensaios à porta da antiga Escola Normal.


ISSO TAMBÉM É CARNAVAL

Os confetes chegaram ao Brasil em 1892, jogados em batalhas entre os cordões. As serpentinas substituíram as flores atiradas aos carros alegóricos.

Sob fantasias, o folião tem muito mais liberdade. Elas são usadas no Brasil desde o século XIX. Em 1937, houve o primeiro desfile, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro

O lança-perfume, com perfume e cloreto de etila, foi trazido da França a partir de 1906. Foi proibido em 1960, porque a substância era aspirada como uma droga

Os primeiros blocos foram licenciados pela polícia em 1889, no Rio. Os integrantes percorrem as ruas fantasiados, ao som de instrumentos de percussão

O Rei Momo foi instituído pelo jornal carioca A Noite, em 1933, como símbolo do Carnaval. O primeiro Rei Momo foi o compositor Silvio Caldas

Nas bandas, cada um vai como pode: não existe uniforme ou regulamento. A primeira surgiu em 1965, em Ipanema, no Rio de Janeiro

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sábado, 26 de abril de 2014

A Fera é Azul - Natureza


A FERA É AZUL - Natureza



Cientistas brasileiros conseguem, pela primeira vez, provar quecertas aranhas emitem luz para atrair suas presas, os insetos.



Desde 1954 se sabe que diversas espécies de aranhas são fluorescentes: elas emitem luz, mais ou menos como os vagalumes. A diferença é que os vagalu- mes usam energia química do própio corpo para brilhar, e as aranhas obtêm sua energia absorvendo radiação ultravioleta do sol. Em seguida, a radiação é reemitida pelo aracnídeo na forma de uma luz azul muito fraca, geralmente invisível aos olhos humanos. Tanto que, até agora, os cientistas viam o brilho azul como um acidente: algo que acontecia no corpo da aranha, sem ter nenhuma utilidade para ela. Mas dois pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) acham que mataram a charada. "A fluorescência das aranhas é um mecanismo para enganar suas presas, os insetos que visitam flores", diz o zoólogo João Vasconcelos, coordenador da pesquisa que levou à descoberta. As vítimas são algumas moscas que comem néctar, as borboletas e as vespas (as abelhas não se deixam iludir com facilidade).
Os olhos desses insetos estão entre os mais evoluídos nessa classe de animais. Eles captam três tipos de colorações básicas: ultravioleta, azul e amarelo. Assim, fascinados pela luz das aranhas fluorescentes, se aproximam delas sem perceber o perigo. A mais evoluída caçadora de insetos é a espécie Epicadus heterogaster, mais conhecida como aranha-caranguejo ou aranha-flor.
Essa espécie foi submetida a um banho de raios laser ultravioleta para aumentar a intensidade da luz azul emitida. Foi possível, então, fazer uma análise detalhada do fenômeno, explica Ramires. "A luz ficou tão forte que iluminou todo o laboratório". Ramires e Vasconcelos passaram cinco anos tentando decifrar os segredos dessa aranha, que ocupa diversas regiões da América do Sul. Foi estudada na Serra do Japi, em Jundiaí, SP, na Mata de Santa Genebra, em Campinas, SP, e na Ilha do Cardoso, no litoral sul paulista. Dura em média dois anos e mede 2,5 centímetros de comprimento. Todo o seu comportamento mostra que sua luz é uma isca. Ela tem forma, cor e jeito de flor (seu corpo se move e imita o balanço causado pelo vento).
A aranha-flor foi descrita pela primeira vez em 1931. Pensava-se que existiam três espécies diferentes: uma branca, uma amarela e uma lilás. "Em 1991 descobrimos que não havia diferença. É a mesma aranha, que muda de coloração conforme a flor onde está caçando", afirma Vasconcelos. O próximo erro foi achar que a aranha mudava de cor para enganar suas vítimas. A verdade é o oposto: ela faz isso para não se tornar vítima de seus próprios predadores, os pássaros. Confundida com as flores, a aranha engana os pássaros.

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sábado, 26 de abril de 2014

Janelas para o Céu - Tecnologia

JANELAS PARA O CÉU - Tecnologia



O primeiro telescópio foi construído no século XVII, com um pequeno tubo e duas lentes. Quatrocentos anos depois, esses instrumentos permitem ao homem viajar através da luz até os limites do Universo.


Dia 25 de agosto de 1609. No alto da torre da Praça de São Marcos, os senadores da República de Veneza acotovelavam-se, curiosos, em torno da última criação de um matemático de Pisa já conhecido por suas inven- ções e excentricidades: um pequeno tubo com duas lentes nas extremidades. Olhando através dele, os edifícios do outro lado da praça, a mais de trinta metros, pareciam estar ao alcance das mãos. Foi assim que Galileu Galilei (1564-1642) apresentou ao mundo "a maravilha do século XVII" - o telescópio. Naquela mesma noite, Galileu descobriu que a Lua não tinha uma superfície lisa, como se pensava, mas era cheia de montanhas e crateras. Ele viu mais: "Eu observei a natureza e o material da Via Láctea. Ela não passa de um aglomerado de estrelas, agrupadas em nuvens."
O Universo conhecido hoje já ultrapassou os limites da Via Láctea. O homem aprendeu a "enxergar" a "luz invisível", como os raios infravermelho, gama e ultravioleta. Assim, pôde vasculhar regiões cósmicas que estão a bilhões de anos-luz. Os limites continuam se ampliando: nos próximos cinco anos, a capacidade de observação vai quase triplicar, tal é o número de instrumentos novos em construção.
Nas próximas páginas, você vai acompanhar a evolução dos telescópios, do primeiro modelo, de Galileu, aos gigantes atuais. Vai entender a corrida tecnológica entre os telescópios de solo, como os instalados no Havaí e no Chile, e os espaciais, como o Hubble. Enfim, vai ver o que o futuro promete, como o gigantesco VLT (Very Large Telescope, ou "telescopião"), que aparece em maquete, na foto acima.
Foi Galileu quem criou o primeiro telescópio, mas não foi só dele a idéia original. Em 1608, o fabri-cante de óculos alemão Hans Lippershey (1570-1619) trabalhava em sua oficina na Holanda quando um aprendiz mostrou ao mestre o que descobrira: olhando através de duas lentes, a torre da igreja distante parecia muito mais próxima e de cabeça para baixo. Lippershey encaixou as lentes dentro de um cilindro, mantendo a distância apropriada entre elas para corrigir a imagem. E mandou um recado ao sábio italiano sobre a invenção. Galileu aprimorou muito a engenhoca holandesa e usou-a para examinar o céu pela primeira vez. Nunca tomou a iniciativa de revelar quem era o seu "ajudante secreto".
Os primeiros telescópios refratores (que usavam lentes para desviar e concentrar a luz) tinham um problema: os raios que passavam pela borda das lentes deformavam a imagem. Em 1668, o matemático e físico inglês Isaac Newton (1642-1727) mudou o plano de construção dos instrumentos (veja ilustração ao lado), substituindo suas lentes por espelhos, que concentram a luz sem distorcer a imagem. Nascia assim o primeiro instrumento refletor.
Para "enxergar" longe, um telescópio tem de captar muita luz - ou seja, quanto maior, melhor. A corrida em busca de luz começou ainda no século XVIII, com William Herschel. No século XIX, a vedete era o Leviatã, na Irlanda. No início deste século, com o telescópio de Monte Wilson, esses instrumentos ganharam o status de olhos voltados para o Universo.
A partir da década de 40, o tamanho perdeu terreno para as novas tecnologias eletrônicas na determinação do alcance do instrumento.Captar imagens do Universo distante é sempre um desafio, principalmente daqui da superfície do planeta. É que a atmosfera terrestre funciona como um filtro que atrapa-lha a passagem de parte dos raios X, gama, ultravioleta e infravermelho. Além disso, a turbulência do ar desvia a luz visível e distorce as imagens. Resumindo: vencido o desafio de captar mais luz, o problema é conseguir a maior resolução, isto é, a maior nitidez possível.
A solução foi lançar telescópios acima da atmosfera - o que só se tornou possível a partir da era espacial, na década de 60. O mais ambicioso de todos os projetos nessa área é o Telescópio Espacial Hubble.
Mas a chegada dos telescópios orbitais não tirou da jogada os instrumentos de superfície. Ao contrário: o aceleradíssimo ritmo da tecnologia eletrônica coloca os telescópios com os pés cada vez mais firmes no chão. Um equipamento dessa classe custa bem menos que os dois bilhões de dólares gastos para colocar o Hubble em órbita. Assim, no mesmo ano de lançamento do Hubble, era inaugurado, no Chile, o primeiro telescópio inteligente, o NTT.
E novas janelas para o Universo já começam a ser abertas, com complexos instrumentos. Como o VLT, com uma resolução de ima-gem suficiente para distinguir um objeto do tamanho de uma bola de tênis a 36 000 quilômetros de distância. O VLT terá quatro espelhos de oito metros cada um, com capa-cidade equivalente à de um único espelho de dezesseis metros de diâmetro - um prodígio, já que o maior espelho em uso hoje, o do Keck, tem dez metros.

Os gigantes dos séculos XIX e XX

Estes eram os mais potentes telescópios de suas épocas

O Leviatã
O maior telescópio do século XIX foi construído na Irlanda, pelo astrônomo William Parsons Rosse (1800-1867). Com um espelho de 1,80 metro de diâmetro e
mais de dezesseis metros de altura, foi apelidado de Leviatã. Levou três anos para ser montado entre duas paredes de pedra, na atual cidade de Parsonstown, e entrou em operação em 1845. Apesar de desajeitado, instalado num local de
condições climáticas pouco favoráveis à observação, esse instrumento revelou a estrutura em espiral de alguns objetos cósmicos que, hoje se sabe, são galáxias.
O Leviatã foi desmontado em 1908.

Monte Wilson
Com um espelho de mais de 2,50 metros de diâmetro, o grande telescópio
refletor Hooker foi construído pelo astrônomo americano George Hale (1868-1938) e entrou em operação
em 1917, no Monte Wilson, Califórnia, Estados Unidos. Foi nesse instrumento
que outro americano, Edwin Hubble (1889-1953) percebeu que as chamadas nebulosas espirais, descobertas no
século XIX, eram, na verdade,
outras galáxias fora da Via Láctea.
O Hooker manteve a posição
de maior refletor do mundo até 1948, quando o próprio Hale construiu o
telescópio de Monte Palomar, com um espelho de cinco metros.

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sábado, 26 de abril de 2014

Mentiras da Memória sincera - Neurociência


MENTIRAS DA MEMÓRIA SINCERA - Neurociência



Só nos Estados Unidos, são 3000 casos nos tribunais baseados no depoimento de gente que garante ter recuperado lembranças traumáticas. São acusações de estupros e abusos sexuais. Bom para a Justiça? Nem tanto. Muitas dessas recordações podem ser memórias imaginárias. E o acusador nem sabe que está mentindo.



Nos Estados Unidos, há em pendência na Justiça pelo menos 3000 processos ativados pela suposta recordação de lembranças reprimidas na infância. Claro que a recordação dos traumas é útil para o esclarecimento de uma série de crimes. Mas pode ser uma armadilha. À ciência cabe o papel importante de definir, nesses casos, o que é uma lembrança reprimida verdadeira, que acabou sendo recuperada, e o que é memória falsa implantada. Sim, porque às vezes um cidadão pode se "lembrar" com detalhes de um fato que nunca aconteceu. Aí o sujeito vai lá, diz a verdade (ele está sendo absolutamente fiel à sua memória) mas, sem saber, está contando uma mentira (a memória dele é que não é nem um pouco fiel à realidade).
Nunca se falou tanto de falsas memórias como agora nos Estados Unidos. Em maio do ano passado, na Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, dezenas de neurologistas, psiquiatras e biólogos se reuniram para discutir o problema de quem tem recordações mentirosas. As conclusões estão longe de ser definitivas. O conhecimento científico atual ainda não consegue determinar quando uma lembrança é falsa ou verdadeira. É necessário mais empenho para desvendar como o processo da memória funciona.
É bem verdade que já se sabe alguma coisa sobre os mecanismos de memorização. Sabe-se, assim, que, ao se guardar alguma coisa na memória, as células do cérebro mudam de comportamento. Podem enfraquecer, ou reforçar, os contatos que mantinham com outras células - chamados sinapses.
Com isso, surgem dois tipos de memória: a de curto prazo e a de longo prazo. A primeira é o tipo que se usa para guardar um número telefônico apenas para discá-lo - em seguida, ele pode ser esquecido. Essa memória não altera a estrutura das sinapses. Já a memória de longo prazo, duradoura, provoca mudanças, aumentando a eficiência da transmissão de sinais entre as células cerebrais.
Além disso, em cada um dos dois tipos, a memória se subdivide em duas formas: a implícita e a explícita. A implícita lida com o conhecimento inconsciente, com as habilidades motoras e de percepção. Por exemplo: um adulto só sai andando pelo mundo porque um dia, quando ainda era um bebê, aprendeu a caminhar e guardou esse conhecimento na memória implícita - ele não tem consciência de que está se recordando desse aprendizado a cada um de seus passos. A memória implícita ou inconsciente é trabalhada em diversas áreas cerebrais, em especial numa delas, conhecida como amídala.
Já a memória explícita é processada numa região chamada hipocampo e depois vai para o córtex, a superfície cerebral que funciona como sede da consciência. Esse outro tipo de memória tem a ver com o conhecimento consciente de informações, pessoas, lugares - o que você aprende na escola é guardado como memória explícita.
Na prática, porém, as coisas não são tão fáceis de ser rotuladas, pois as diversas partes do cérebro comunicam-se entre si. A amídala e o hipocampo podem mandar mensagens um para o outro. Um exemplo: alguém se fere num acidente de carro em que a buzina dispara. Mais tarde, esse indivíduo pode vir a ter uma reação emocional sempre que ouvir aquele som. A lembrança do acidente é clara, porque foi guardada na memória explícita (no hipocampo). Mas, quem sabe, não exista a consciência de que a buzina estava tocando quando tudo aconteceu e que esse é o motivo do medo ou do susto, toda vez que escuta o seu barulho. Porque esse detalhe da buzina disparada ficou na memória implícita (na amídala). "A memória sempre registra cada detalhe de uma cena qualquer", explica a psicóloga paulista Elisabete D. R. Pimentel. "Mas só temos lembranças conscientes de parte deles." E o risco surge quando uma memória falsa é confundida com algo que foi recuperado do inconsciente.
Uma das razões pelas quais certas pessoas não se lembram de experiências traumáticas da infância é que a região cerebral do hipocampo, ligada à consciência, leva tempo para amadurecer e formar memórias acessíveis. A amídala amadurece mais cedo e armazena memórias implícitas (inconscientes) desses eventos.
"Os elementos registrados nessa memória inconsciente, traumáticos ou não, irão se expressar nas funções psíquicas e comportamentais do indivíduo", diz a psicóloga Elisabete Pimentel. Para a Psicanálise, algumas lembranças, em especial as dolorosas, podem ser mantidas no incons-ciente por representarem uma ameaça. "É um mecanismo de autopreservação", explica Elisabete. "Pois, se não há um preparo para se ter consciência das informações reprimidas, a vivência delas é como um pesadelo insuportável."
O médico vienense Sigmund Freud (1856-1936) foi o primeiro a se interessar pela "paisagem nublada das memórias reprimidas", como dizia. Também foi pioneiro em descrever que o inconsciente pode embaralhar lembranças reprimidas e lembranças falsas, as fantasias, como mostra o filme de John Huston, Freud Além da Alma.
Freud concordava que no momento em que a pessoa está "pronta", essas memórias podem vir à tona, até de maneira espontânea. Foi o que aconteceu com o americano Frank Fitzpatrick, um corretor de seguros de 38 anos, que recordou ter sido molestado sexualmente pelo padre James Porter, trinta anos antes. A lembrança veio numa noite mal dormida, em que o som da respiração do próprio Fitzpatrick o fez reviver o arfejante sacerdote. O episódio do passado acabou sendo comprovado por depoimentos.
Em outro caso, a americana Eileen Franklin se lembrou que seu pai estuprou e assassinou uma amiga dela, vinte anos antes. A recordação veio quando sua sobrinha gesticulou como sua colega, ao tentar se defender dos golpes. Evidências materiais provaram que a lembrança era verdadeira e, em 1990, George Franklin, pai de Eillen, se tornou a primeira pessoa nos Estados Unidos condenada por uma acusação baseada em memória recuperada. O problema todo é que, às vezes, uma provável memória recuperada não passa de uma fantasia.
O que acontece no cérebro quando as lembranças são reprimidas? Segundo um trabalho da neurologista Michela Gallagher, da Universidade da Carolina do Norte, em situações de pavor, o organismo despeja substâncias similares ao ópio na amídala cerebral. Chamadas opiáceos endógenos, elas enfraqueceriam o processo de memorização, aparentemente para reduzir o medo e a dor. A lembrança fica, então, atenuada na amídala e, com isso, diminui também a sua transmissão para o hipocampo - ou seja, para a consciência.
Mas o acontecimento aterrorizante, que não chega a se transformar em memória explícita, pode permanecer como memória implícita associada a alguma sensação física ou a gestos que, mais tarde, quando experimentas de novo, desencadeiam a recuperação das lembranças (veja ilustração acima). Eis por quê memórias reprimidas podem se tornar nítidas de uma hora para outra.
Às vezes, porém, a situação "recordada" com nitidez impressionante não passa de uma memória implantada - fenômeno para o qual os cientistas começam a encontrar explicações. Em maio do ano passado, Gary Ramona obteve a primeira condenação de psicólogos, nos Estados Unidos, acusados de implantar memó-rias. Os terapêutas tiveram de pagar 500 000 dólares a Ramona, por terem induzido sua filha, Holly, a "lembrar" de supostos abusos sexuais praticados por ele, seu pai, quando ela era criança. Ramona provou que os incidentes alegados nunca ocorreram.
Segundo o pesquisador Stephen Kosslyn, da Universidade Harvard, a mesma área cerebral que percebe uma imagem captada pelo olho e a armazena na forma de memória também se encarrega daquilo que imaginamos - como o rosto de uma pessoa que ainda não conhecemos, mas que foi descrito por alguém. Trata-se da chamada região temporal mediana. Talvez, especula Kosslyn, o fato de visões reais e visões imaginárias serem guardadas no mesmo canto cerebral possa provocar confusões. Então, se perderia a noção daquilo que verdadeiramente foi visto e o que foi imaginado (veja ilustração acima). Alguns estudos recentes mostram que é possível implantar memórias com assustadora facilidade. Especialmente em crianças. Experiências com meninos em idade pré-escolar mostram que eles tendem a relatar como fatos verdadeiros histórias que lhe foram sugeridas por seus entrevistadores. A repetição de perguntas sobre eventos irreais leva as crianças a acreditarem que tudo é real.
Elizabeth Loftus, da Universidade de Washington, implantou memórias em adultos normais, entre 18 e 63 anos de idade. Quando a mentira era sugerida por pais e amigos próximos desses voluntários, o enxerto de memórias foi mais rápido. É ainda mais fácil implantar memórias quando a pessoa está sob o efeito de hipnose ou de drogas como o sódio amital e o sódio pentotal, conhecidos por soros da verdade. Embora essas substâncias sejam desaconselhadas pela Associação Médica Americana, muitos psicólogos ainda as empregam nas sessões de análises.
O perigo é óbvio. As vidas de pessoas respeitáveis podem ser destruídas. O cardeal de Chicago, Joseph Bernadin, passou três meses sob suspeição no início do ano passado. Um homem de 34 anos disse ter sido violentado por Bernadin, 17 anos antes. Depois, o mesmo homem retirou a acusação, afirmando que tinha se enganado. Achar que os processos baseados em memória sempre envolvam esse tipo de engano é um erro. Corre-se o risco de não levar em conta as memórias reprimidas, permitindo que crimes fiquem impunes. O próprio cardeal Bernadin alertou para essa possibilidade, depois de ter se livrado do problema.

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sábado, 26 de abril de 2014

Veneza vai virar Mar? Urbanismo


VENEZA VAI VIRAR MAR? Urbanismo



A mais bela cidade do mundo está sucumbindo às marés, altas como nunca. Há alguns anos, estudam-se diversas maneiras de barrar o avanço do mar. Na prática, porém, nada foi feito até hoje. Falta de dinheiro. Veneza corre risco de vida. Cada vez com menos moradores. Cada vez com mais turistas, mais poluição e mais água.



Todo o incalculável patrimônio histórico e cultural de Veneza, na Itália, está afundando. A cidade-sonho da costa do Adriático, insulada no interior de uma laguna de 55 quilômetros de extensão por 13 quilômetros de largura, está morrendo. Cinqüenta anos de transformações industriais alteraram catorze séculos de equilíbrio delicado entre a cidade e a laguna. Marés cada vez mais altas afogam Veneza e seus famosos "palazzi".
Soluções tecnológicas sofisticadas podem deter o mar. Mas há trinta anos discutem-se causas, estratégias e custos.
O preço é alto e a vontade política, pouca. E, pior, enquanto o tempo passa, desaparece a matéria-prima de qualquer recuperação - os venezianos. Em 1954, eles eram 175 000 em 1974,
108 000; hoje, não passam de
78 000.
A Veneza de Goethe, Mozart, Nietzsche e Thomas Mann virou uma cidade-fantasma. Tem cada vez menos padarias, mercearias e cinemas. E cada vez mais turistas.
Veneza convive com a maré alta, acqua alta em italiano, desde a sua fundação, no século VI. Mas, com o passar do tempo, o subsolo cedeu e o piso da cidade baixou 23 centímetros em relação ao nível médio do mar em 1900. Para resolver a questão, desde o século XVI duas teorias se confrontam. A primeira defende o fechamento das três entradas da laguna, por onde a maré alta passa: elas seriam trancadas. A outra teoria prega a preservação máxima da laguna, atribuindo o aumento do impacto das marés aos detritos industriais e urbanos que se acumulam no fundo da laguna.
A pior fase começou com o desenvolvimento industrial. Em 1920, surgiram aterros nas margens da laguna, do lado do continente, onde ergueram-se as cidades de Mestre e de Marghera, um porto. Na década de 50, período de grande crescimento econômico no pós-guerra, a cidade de Marghera foi muito ampliada com novos aterramentos para a construção de um vasto complexo petroquímico.
Na laguna, cuja profundidade média não ultrapassa 2 metros, escavaram-se canais para a navegação de grande calado, com 5 quilômetros de extensão e 15 metros de profundidade. Por eles, passaram a entrar enormes volumes de água Finalmente, em 1973, veio um novo aterramento, para a construção do aeroporto Marco Polo.
Há treze anos, formou-se o Consorzio Venezia Nuova para recuperar a bacia lagunar, integrado por várias empresas, como a Fiat, Iri-Italstat, Mazzi, Girolla, Lodigiani e Sacaim. Em 1988, criaram-se mais quatro consórcios semelhantes. Até agora, porém, foram feitos apenas testes e estudos. A crise econômica restringe a disponibilidade de recursos.
Às 17 horas do fatídico dia 4 de novembro de 1966, a maré alta atingiu o recorde histórico de 1,94 metro. As ondas impelidas pelo vento scirocco passaram por cima das muralhas na costa, entraram pelas bocas do porto e foram açoitar o Palácio dos Doges. No centro histórico e nas ilhas do estuário, 16 000 famílias e comerciantes perderam quase tudo. Todos os 432 transformadores elétricos da cidade explodiram, deixando os venezianos em pânico, no escuro, durante três dias.
Quando a água começou a recuar, lixo, móveis e mercadorias amontoavam-se em todos os cantos. Manchas de óleo e gasolina tingiam ruas e prédios. Barcos e gôndolas jaziam, quebrados, nas ruas. Milhares de ratos encurralados nas pontes e nos andares superiores das casas ameaçavam os moradores. Gatos, pombos e ratos mortos boiavam nos canais.
Um cenário inesquecível: calçadas afundadas, encanamentos entupidos, ralos abertos e milhares de toneladas de sujeira. Praças, jardins e plantações desvastados. Os danos ao patrimônio cultural foram gravíssimos. A cidade parecia abatida pela peste, como no romance do escritor alemão Thomas Mann, Morte em Veneza.

Para os venezianos, as marés viraram uma ameaça constante. A família de Massimo Cannaregio, 32 anos, é uma das que desistiram e mudaram-se para Mestre: "Vivi a primeira infância em Veneza", diz ele. "Nossa residência ficava no segundo andar de um prédio restaurado do século XVIII. Quando tinha quatro anos, minha família foi embora, porque a casa estava sempre úmida. A enchente de 66 fez um estrago danado e custaria muito dinheiro para reformar o prédio. Vendemos o imóvel por uma ninharia."
Constrangida pela fragilidade ambiental, "a cidade mais bonita do mundo" transferiu moradores de seu centro histórico para aquela que os italianos chamam de "a cidade mais feia do mundo" - Mestre. Veneza esvaziou, enquanto Mestre inchou, sem nenhum planejamento urbanístico. Passou de 37 000 habitantes, em 1921, para 57 000, em 1951, 161 000, em 1961 e 205 000, em 1971.
Os jovens são os primeiros a sair, em busca de emprego, qualidade de vida, automóvel, lazer e outros consumos de que Veneza não pode proporcionar. Ali resiste a população mais velha da Itália: média de 46 anos, contra 40 anos da média nacional. Há poucos espaços para crianças. E cada vez menos infra-estrutura urbana.
Veneza não tem condições de virar uma espécie de Disneylândia, eternamente lotada de turistas. Nem os venezianos gostariam disso. Eles querem a mesma cidade, com canais em vez de ruas asfaltadas. Gaivotas em vez de vira-latas. E barcos (os vaporettos) em vez de ônibus.
A cidade é frágil e vive por um fio, sempre torcendo para que outra maré alta catastrófica, como a de 1966, não se repita. Mas para sobreviver terá de sair de seu imobilismo. Terá aprender a controlar as marés.

Memória pode ir por água a baixo

Em Veneza, pode-se admirar cerca de 450 palácios e residências de valor artístico inegável - neles, há quase sempre o toque de um mestre da arquitetura medieval, renascentista e barroca. A cidade, durante séculos, teve fama de ser ponto de encontro de artistas. Compositores como Rossini, Giuseppe Verdi e, mais recentemente, Igor Stravinsky fizeram a sua primeira apresentação em Veneza, no Teatro la Fenice. O Museu Accademia reúne obras de alguns dos mais famosos pintores italianos, todos com passagens pela capital do Vêneto.

Um espetáculo com final repugnante

Em 10 de julho de 1989, Veneza sofreu outro trauma. Duzentas mil pessoas se espremeram na Praça São Marcos para assistir o concerto da banda inglesa Pink Floyd. Foi uma tentativa de fazer a cidade recuperar a fama de palco de grandes eventos culturais. A tragédia foi que os produtores do evento - musicalmente esplêndido - esqueceram que a cidade tinha poucos banheiros. No dia seguinte, ruas, vielas e canais amanheceram inundados. Não propriamente de água do mar.

Gente em todo canto

Ao mesmo tempo em que muitos venezianos desistem, aqueles decididos a ficar enfrentam hordas de turistas cada vez maiores: 1,6 milhão em 1951 e 8,5 milhões no ano passado. A previsão para o ano 2000 é de 15 milhões. O turismo é responsável por 63% da receita da cidade.
O "congestionamento" de gente é tão comum que em alguns lugares usam-se semáforos para organizar a multidão. Entra-se no Palácio dos Doges em fila, sobem-se escadas em filas, passa-se pelos quadros de Bosch e Tintoretto em fila. A singela Ponte dos Suspiros, onde os condenados à morte passavam, olhavam o canal e suspiravam - o maior dos sedutores, Giacomo Casanova, fugiu dali pelo teto - é atravessada por centenas de pessoas a cada hora. Suspira-se, atualmente, para a travessia acabar logo.

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sábado, 26 de abril de 2014

Ordem na Casa - Paleontologia

ORDEM NA CASA - Paleontologia



Descoberto o Australopithecus ramidus, que passa a ser o mais antigo ancestral do homem, veja quem é quem na linha evolutiva.


Eis o mais novo fundador da linhagem evolutiva humana, o Australopithecus ramidus, que andou pela Terra há 4,4 milhões de anos. Ele foi achado na Etiópia, África, bem perto do sítio em que se havia desenterrado o Australopithecus afarensis - até o meio deste ano o nosso mais antigo ancestral.
O ramidus, por isso, forma a coluna central da tabela - onde aparecem os parentes mais próximos do homem no reino animal. Ele está perto de um ponto crucial na evolução, no qual a linhagem humana mistura-se com a dos grandes macacos, especialmente o chimpanzé.
Embora ancestrais do homem, nem o ramidus nem o chimpanzé são humanos. Eles não são incluídos no gênero Homo, ao qual pertence a nossa espécie, o Homo sapiens sapiens. O ramidus foi um Australopithecus, um gênero já extinto. O chimpanzé é do gênero Pan.
Mas é assim mesmo: quanto mais se recua para o passado, mais bichos entram para o círculo de parentesco do homem. As diferenças com o homem vão ficando cada vez maiores, mas algumas características básicas da humanidade são preservadas. A primeira linha horizontal da tabela agrupa todos os membros da ordem dos Primatas. Essa ordem agrupa os bichos mais parecidos com o homem entre todos os mamíferos. Nesse nível, até os pequenos lêmures, semelhantes aos roedores, são parentes nossos.
A segunda linha é a subordem dos antropóides, que se opõem aos prossímios.Em seguida, vê-se a família do homem, a dos hominídeos. O ramidus, por ter sido hominídeo, está mais próximo do homem do que o chimpanzé. Este, com o gorila e o orangotango, é da família dos pongídeos, a mais próxima dos hominídeos, entre os antropóides.
A linha seguinte mostra os australopitecos, onde duas espécies - o ramidus e o afarensis - estão na linhagem do homem. O africanus, do mesmo gênero, tinha traços divergentes. Não é considerado ancestral humano. Aí reside a importância do ramidus, que pode fornecer dados precisos sobre essa era de transição.
Os paleoantropólogos estão diante de um mundo em que os animais da linhagem humana eram muito mais numerosos do que hoje, confundindo-se com australopitecos, macacos e outros animais. Era muito mais interessante que o mundo atual, em que os únicos hominídeos somos nós.

A genealogia dos primatas

Há 70 milhões de anos, alguns roedores primitivos ganharam características típicas: olhos voltados para a frente, dedos adaptados para agarrar, unhas em vez de garras e cérebro relativamente grande. Desde então, esses traços passaram a distinguir os primatas. Eles evoluíram em várias direções e uma delas levou ao homem moderno.
Não há datas exatas para as mudanças evolutivas:
as indicadas no desenho são apenas aproximações.

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

10 truques do passado que podem (ou não) ser úteis nos dias de hoje


10 truques do passado que podem (ou não) ser úteis nos dias de hoje



Fabricantes de cigarro de mais de cem anos atrás inseriam nas embalagens algumas dicas para a vida cotidiana e emergências

Muito tempo antes de o cigarro ser considerado um vilão para a saúde, o consumo poderia até trazer alguma coisa boa para as pessoas. Mas não estamos falando do próprio fumo, e sim do que a sua compra trazia com o produto. Tudo porque, há mais de 100 anos, dicas e truques para o dia a dia da população passaram a fazer parte das embalagens de cigarro e se tornaram uma tradição bastante interessante.

Tudo começou no final de 1880, quando os fabricantes de cigarros passaram a inserir cartões de papel mais rígidos em suas embalagens para fortalecer esses recipientes. Com o passar do tempo, não demorou muito para que eles tivessem a ideia de estampar esses cartões com obras de arte, curiosidades e pessoas famosas, agrupados em séries colecionáveis.

As coleções fizeram tanto sucesso que se tornaram valiosas nos dias de hoje. O mais caro desses cartões — que trazia o rosto do jogador de beisebol Honus Wagner — foi vendido por 2,8 milhões de dólares em 2007.

A série “Como Fazer”
Na década de 1910, a Gallaher Belfast & Londo e a Ogden`s Branch lançaram a série “How-to” (algo do tipo “como fazer”), com dicas práticas para situações cotidianas e de emergência. De cozinhar e retirar uma farpa da mão até parar um cachorro bravo, estes cartões davam dicas de como lidar com muitos dos problemas da vida.

Os cartões vinham com a ilustração de um lado e o texto com as instruções no verso, como você pode conferir neste exemplar abaixo.


Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

Conheça alguns deles (que fazem parte do Acervo da Biblioteca Pública de Nova York) com as instruções correspondentes, mas lembre-se que as dicas são de mais de cem anos atrás, quando a segurança em tudo não era tão popular. Por essa razão, não podemos recomendar que você tente alguns desses truques. Você vai entender por quê.

1– Como fazer um extintor de incêndio

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"Dissolva meio quilo de sal e 250 gramas de sal-amoníaco em dois litros de água e engarrafe em recipientes de vidro fino com cerca de um litro cada. Caso um incêndio aconteça, jogue uma ou mais das garrafas nas chamas, e qualquer explosão grave, provavelmente, será evitada".

2 – Como extrair uma farpa

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

“Preencher uma garrafa de boca larga com água quente quase até a borda e pressionar a parte afetada da mão firmemente contra a boca do recipiente. A sucção vai puxar a carne para baixo e o vapor logo fará a farpa sair".

3 – Como conservar ovos

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"Ovos devem ser rapidamente conservados, e, simplesmente colocando-os em uma caixa ou lata, deixando-os mergulhados em sal e mantendo-os em um lugar fresco e seco, é possível preservá-los por um longo período. Nenhum ar deve chegar à casca”.

4 – Como derrubar uma árvore

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"Tendo decidido de que lado você deseja que a árvore caia, faça, alternadamente, um corte ascendente e descendente como mostrado. Depois corte o outro lado alguns centímetros mais alto, e, finalmente, puxe a árvore para baixo por meio de cordas".

5 – Como parar um cão raivoso

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"Uma vara de escoteiro, uma bengala ou mesmo um lenço ou chapéu pode ser segurado a sua frente, como mostrado. O cão invariavelmente se esforça para retirar a sua defesa antes de morder, dando-lhe a oportunidade de se livrar dele com um chute".

6 – Como manter as plantas regadas quando você viaja

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"Encha um balde grande com água e deixe um pouco acima do nível das plantas em grupos próximos ou redondos. Pegue dois ou três fios de lã juntos, mergulhe-os completamente na água e coloque uma extremidade no balde e a outra na terra dos vasos, tocando o fundo. Um fio separado de lã é aconselhável para cada pote".

7 – Como acender um fósforo no vento

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"A dificuldade familiar de acender um fósforo no vento pode ser em grande parte superada se lascas finas são cortadas perto da cabeça para o seu fim, como mostra a imagem. Ao acender o fósforo, as lascas enroladas pegarão fogo ao mesmo tempo; a chama é mais forte e tem uma chance melhor".

8 – Como fazer uma cadeira para atravessar um riacho

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"Amarrar uma forte corda a uma árvore, deixar um menino atravessar o córrego e prender a outra extremidade a uma árvore na margem oposta. Faça a cadeira, prenda-a a um gancho corrediço ou uma polia e, por meio de uma corda leve presa ao meio da cadeira e segurada por um escoteiro em cada extremidade, aqueles incapazes de nadar serão transportados com segurança".

9 – Como salvar alguém de um choque elétrico

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

"Além de resgatar uma pessoa tocada por um ‘fio vivo’, não tente tomar conta dela, se ela ainda estiver segurando o fio, a menos que suas mãos estejam protegidas pelas luvas de borracha, um casaco à prova de água ou várias espessuras de pano seco. A deite em vidro ou madeira seca e a mande imediatamente para um médico".

10 – Como fazer um filtro de água

Fonte da imagem: Reprodução/Biblioteca Pública de Nova York

“Um filtro mais acessível e eficaz pode ser feito com um balde de zinco comum perfeitamente limpo, através do fundo de um buraco que foi perfurado e um pequeno tubo colocado. A água se infiltra através das camadas de areia fina e grossa, e cascalho e pedras limpas, com as quais o balde está cheio, filtrando até o fundo em um estado claro".

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Você sabe para que servem as letras nas teclas dos orelhões!


Você sabe para que servem as letras nas teclas dos orelhões!



Entenda porque os telefones públicos têm essas letras e aumente o seu repertório de curiosidades


Todos nós sabemos que quase não se usa mais orelhões hoje em dia. Com a popularização dos celulares e a praticidade das mensagens de texto (SMS, WhatsApp, Viber e outros), os telefones de rua acabaram perdendo adeptos. Mesmo assim, essa não deixa de ser mais uma daquelas curiosidades inúteis que você pode compartilhar com seus amigos sempre que faltar assunto.

Pois saiba que o fato dos telefones públicos – assim como os aparelhos fixos – terem letras nas teclas é um padrão internacional. Nos telefones fixos, as letras são usadas para salvar contatos e para outras funções do aparelho.



Mas mais curioso do que isso é saber que em alguns países é possível enviar mensagens de texto utilizando as letras do telefone, da mesma maneira que fazíamos com alguns celulares mais antigos que ainda não dispunham de teclado QWERTY.

Outra grande sacada de associar letras e números é que muitas empresas incorporam seus nomes no número de telefone para facilitar a memorização dos usuários. Um dos exemplos no Brasil é a rede de escolas FISK, que utiliza os dígitos 3475 no seu telefone – correspondentes às letras F-I-S-K.

E aí, você se lembra de outros exemplos dos usos das letras dos telefones?

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Arqueólogos descobrem câncer em um esqueleto de 3 mil anos


Arqueólogos descobrem câncer em um esqueleto de 3 mil anos



Lesões identificadas nos ossos são evidências da doença que permitem que os especialistas estudem mais a fundo a evolução do câncer em povos antigos


De acordo com um estudo publicado no periódico PLOS One, uma estudante do doutorado de Arqueologia da Universidade Durham, no Reino Unido, descobriu a mais antiga amostra de câncer metastático já descoberta em um humano. Estima-se que o esqueleto analisado tenha aproximadamente 3 mil anos.

Os restos mortais são de um homem adulto com idade entre 25 e 35 anos e foram encontrados em uma tumba no sítio arqueológico de Amara West, no Sudão, em 2013. Testes realizados com os ossos indicaram que o esqueleto data de 1.200 antes de Cristo. As análises revelaram evidências completas da presença de um câncer metastático – que é o que se espalha para outras partes do corpo –, se tornando assim o mais antigo registro arqueológico da doença.



Imagem mostra o esqueleto na posição em que ele foi encontrado em uma tumba no Sudão.
Fonte da imagem: Reprodução/PLOS One

A equipe envolvida na descoberta acredita que ela pode nos ajudar a explorar as causas do câncer em populações antigas e nos dar pistas sobre a evolução da doença no passado. Segundo eles, exames realizados com o DNA de esqueletos e múmias com evidências de câncer podem ser usados para detectar mutações em genes específicos que estão relacionados a tipos também específicos de câncer.

Uma condição moderna
Curiosamente, mesmo sendo uma das principais causas de morte da atualidade, os casos de câncer são incomuns se compararmos com outras condições patológicas que aparecem em registros arqueológicos. Por consequência, isso nos leva a concluir que o crescimento dos casos da doença está diretamente ligado à vida moderna e ao aumento da longevidade.

Contudo, é importante notar que, só porque se trata de uma condição mais comum nos dias de hoje, isso não significa que ela não tenha ocorrido anteriormente. A História registra, por exemplo, casos de câncer na região do vale do rio Nilo na antiguidade.



Imagem revela lesões na omoplata causadas pelo câncer metastático.
Fonte da imagem: Reprodução/PLOS One

Sobre isso, Michaela Binder, doutoranda responsável pela pesquisa, revela: “Sabemos muito pouco sobre a antiguidade, a epidemiologia e a evolução do câncer em populações passadas — com exceção de algumas referências textuais e um pequeno número de esqueletos com sinais de câncer. Nossa análise mostrou que o formato das lesões ósseas só pode ter sido causado por um câncer nos tecidos cuja origem exata é impossível de determinar somente a partir dos ossos”.

De qualquer maneira, os especialistas acreditam que as lesões encontradas nos ombros, na parte superior dos braços, nas costelas, na pélvis e nas coxas possam ter sido causadas por fatores ambientais – como a fumaça proveniente das queimadas nas florestas –, por questões genéticas ou por doenças infecciosas causadas por parasitas. Mesmo com essas hipóteses, não é possível saber se a doença realmente causou a morte do indivíduo.

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Pai faz vídeo do crescimento de sua filha em time-lapse de 0 a 14 anos


Pai faz vídeo do crescimento de sua filha em time-lapse de 0 a 14 anos



Registro mostra transformação da menina de bebê a adolescente em apenas 4 minutos


É bem provável que você tenha uma porção de fotos em casa de quando você era apenas um bebezinho, passando pela infância, adolescência até os dias atuais. E sempre que você volta a ver essas imagens, certamente se surpreende com o quanto — ou não! — a sua aparência mudou com o passar do tempo.

No entanto, Lotte, a menina que aparece na imagem que abre esta notícia, tem um registro dessa passagem do tempo em um formato um pouco diferente. Isso porque o pai da garota — um cineasta holandês chamado Frans Hofmeester —, em vez de simplesmente clicar a filha com uma máquina fotográfica, criou um vídeo em time-lapse que mostra Lotte desde que ela era apenas um bebê até a adolescência, e isso tudo em apenas 4 minutos. Confira:

VEJA VÍDEO NA INTEGRA: https://www.youtube.com/watch?v=UH1x5aRtjSQ

Segundo as informações que acompanham o clipe, Hofmeester capturou imagens da filha semanalmente desde o nascimento da menina até ela completar os 14 anos de idade, e editou as imagens criando o incrível registro acima. E você, leitor, gostaria de ter um clipe semelhante mostrando a sua transformação ao longo dos anos?

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Estudo nega que tubarões sejam 'fósseis vivos', como se acreditava


Estudo nega que tubarões sejam 'fósseis vivos', como se acreditava



Fóssil utilizado para pesquisa é visto em dois ângulos diferentes (Foto: AMNH/F. Ippolito)

Antes, acreditava-se que tubarões tinham permanecido inalterados.
Estudo mostra que eles trocaram esqueletos ósseos por cartilaginosos.


Os tubarões modernos não são "fósseis vivos", réplicas de seus ancestrais pré-históricos, tendo evoluído significativamente ao longo de milhões de anos para desenvolver seu desenho característico, revelou nesta quarta-feira (16) um estudo que contesta uma hipótese até hoje considerada um consenso.


O recém-descoberto fóssil do crânio de um ancestral comum a todos os vertebrados com mandíbula, semelhante ao tubarão, reforça a evidência de que um esqueleto ósseo, e não cartilaginoso, era o protótipo.

O ancestral, que viveu na era Paleozoica, cerca de 325 milhões de anos atrás, apresentava as características de peixes com esqueletos cartilaginosos, como o dos tubarões, e ósseos, como o salmão e o atum, escreveram os autores do estudo, publicado na revista "Nature".

Faz muito tempo que os cientistas presumiram que os animais modernos com esqueletos ósseos tinham evoluído de uma criatura similar ao tubarão, com uma carcaça feita de cartilagem, e que foram adquirindo ossos com o passar do tempo.

Acreditava-se que os tubarões e arraias modernos fossem os representantes mais próximos do ancestral mandibulado (com mandíbula), tendo permanecido basicamente inalterados.

Mas o novo estudo reforçou uma nova corrente de pensamento segundo a qual os tubarões trocaram seus esqueletos ósseos por cartilaginosos para se tornar caçadores especializados de águas profundas.
"Os cientistas e o público em geral costumavam acreditar que os tubarões da atualidade fossem 'fósseis vivos' - pertencentes a um grupo de animais que apareceu muito tempo atrás e que mudou pouco", afirmou à AFP o principal autor do estudo, Alan Pradel, do Museu Americano de História Natural.

Os pesquisadores se basearam no fato de que seus esqueletos são cartilaginosos como os de peixes sem mandíbula (um grupo irmão integrado por lampreias e peixes-bruxa), que seriam mais primitivos, acreditam.

"Assim, os pesquisadores presumiam que os tubarões modernos representassem a versão ancestral do esqueleto dos vertebrados mandibulados", prosseguiu. Mas o novo fóssil desafia essa visão. Seu crânio é organizado de forma muito diferente daquele dos tubarões, muito mais parecido ao dos peixes ósseos, descobriu a equipe de Pradel.

"O ancestral comum dos vertebrados mandibulados lembra muito mais os peixes ósseos da atualidade do que os cartilaginosos", disse Pradel a respeito em alusão às descobertas do estudo.

"Isso causa uma reviravolta no pensamento científico tradicional. Os tubarões de hoje não são fósseis vivos e são muito diferentes dos nossos ancestrais", prosseguiu.

A descoberta significa que os cientistas provavelmente podem aprender mais com os peixes ósseos, como o salmão e o atum, a respeito da evolução primitiva dos vertebrados mandibulados do que com tubarões, como se acreditava.

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Usina de Fukushima detecta novo vazamento de água radioativa


Usina de Fukushima detecta novo vazamento de água radioativa



Mais de uma tonelada do líquido vazou em instalação de descontaminação.
Incidente ocorreu enquanto trabalhadores limpavam tanque de filtragem.



A usina nuclear de Fukushima detectou um vazamento de mais de uma tonelada de água radioativa dentro das instalações de descontaminação do líquido, que não chegou ao exterior da central, anunciou nesta quinta-feira (17) a operadora Tokyo Electric Power (Tepco).

O incidente aconteceu quando funcionários da usina limpavam um tanque utilizado na filtragem de substâncias radioativas em materiais contaminados, explicou a Tepco à emissora japonesa 'NHK'.

O tanque se encontra em uma das linhas de processamento de líquido contaminado da central, e os mais de mil litros de água contaminada que vazaram permaneceram dentro das instalações da usina graças às barreiras de contenção, segundo a Tepco.

A água contém 3,8 milhões de becquerels por litro de raios beta emitidos por substâncias radioativas como o estrôncio-90, informou a companhia, que acrescentou que nenhum funcionário teve contato com o líquido.
O vazamento aconteceu na única das três instalações principais de descontaminação - denominadas Sistema Avançado de Processamento de Líquidos (Alps, sigla em inglês) - que está em funcionamento na usina, depois que a Tepco decidiu interromper a operação das outras duas no mês passado devido a problemas técnicos.

O Alps foi desenvolvido pela empresa Toshiba para retirar 62 tipos de materiais radioativos com exceção do trítio, enquanto o outro sistema de descontaminação de água que está operando na central só é capaz de remover o césio.

As três linhas de purificação do Alps começaram a funcionar simultaneamente em fase de testes no dia 12 de fevereiro e, desde então, ocorreram problemas que indicam que seu funcionamento com rendimento total ainda levará mais tempo do que o esperado.

O incidente é um novo revés nos trabalhos de controle e gerenciamento da grande quantidade de água radioativa que se acumula na usina, o principal problema que a Tepco enfrenta desde o acidente provocado pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011 na central de Fukushima.

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Descoberto o mais antigo ancestral dos animais herbívoros terrestres


Descoberto o mais antigo ancestral dos animais herbívoros terrestres



Concepção artística mostra Eocasea, o ancestral mais antigo dos herbívoros

Fóssil encontrado nos Estados Unidos permitiu descrição da espécie.
Esqueleto apresentava características ligadas à linhagem de herbívoros.



Paleontólogos descobriram o mais antigo ancestral dos herbívoros terrestres, com 300 milhões de anos. O espécime ajuda a esclarecer o aparecimento dessa forma de alimentação no mundo animal, determinante para a evolução do ecossistema terrestre atual.

O fóssil parcial deste animal, denominado Eocasea martini, que tinha menos de 20 centímetros de comprimento, representa "o primeiro vínculo entre os carnívoros e os herbívoros", disse à AFP o paleontólogo Robert Reisz, professor da Universidade de Toronto, no Canadá, principal responsável pela descoberta, divulgada em artigo publicado nesta quarta-feira (16) na revista americana "PLOS ONE".

O esqueleto do Eocasea, ainda um carnívoro, apresentava certas características estreitamente relacionadas a uma linhagem de herbívoros, acrescentou Reisz, indicando que apenas uma parte do crânio, o essencial da coluna vertebral, a pélvis e uma pata traseira foram recuperados no Kansas.
Este animal, que viveu 80 milhões de anos antes do aparecimento dos dinossauros, fazia parte da classe Synapsida, que inclui os primeiros herbívoros terrestres e os grandes predadores, ancestrais dos mamíferos modernos.

Antes da emergência dos herbívoros, um pouco depois do Eocasea, os animais terrestres, todos carnívoros, alimentavam-se uns dos outros, ou comiam insetos. O aparecimento dos herbívoros "foi uma revolução da vida sobre a Terra, porque significou que os vertebrados puderam ter acesso diretamente a vastos recursos alimentares oferecidos pelos vegetais", destacou o pesquisador.

Os herbívoros, que se multiplicaram e cresceram, por sua vez, viraram uma fonte importante de nutrição para os grandes predadores, completou.

Assim, o Eocasea foi o primeiro animal a ativar um processo que resultou no ecossistema terrestre atual, no qual um grande número de herbívoros assegura o aporte alimentar de um número cada vez menor de grandes predadores, observou o professor Reisz.
Este fenômeno ocorre depois separadamente em outros grupos de animais, em pelo menos cinco ocasiões, afirmou.

"Uma vez que a via para o mundo da alimentação herbívora foi aberta pelo Eocasea (...), vários grupos de animais continuaram evoluindo para desenvolver os mesmos traços", permitindo-lhes digerir a celulose, um glicídio que é a principal fonte de energia fornecida pelas plantas.

"Os primeiros dinossauros eram todos carnívoros antes que um grande número se tornasse herbívoro" no curso da evolução, revelou o cientista. Mas, ele admitiu, "não compreendemos porque essa evolução de carnívoro para herbívoro não aconteceu mais cedo, nem as razões pelas quais ela ocorreu separadamente em várias linhagens animais".

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Estudo afirma que vírus ebola presente na Guiné é de nova cepa


Estudo afirma que vírus ebola presente na Guiné é de nova cepa



Trabalhadores da área da saúde trabalham em área de isolamento para pessoas infectadas pelo ebola na Guiné (Foto: Cellou Binani/AFP)

Para cientistas, vírus não surgiu de focos de infecção conhecidos na África.
Mais de cem pessoas morreram devido à doença na Guiné e na Libéria.



O vírus ebola, que desde janeiro deixou mais de cem mortos na Guiné e na Libéria, é uma nova cepa, o que indica que não se originou de focos de infecção conhecidos na África, indica uma equipe de especialistas.

"Esta análise sugere que esta cepa viral na Guiné, a 'Guinean EBOV', evoluiu em paralelo às cepas na República Democrática do Congo (RDC) e Gabão a partir de um recente ancestral comum."

"Portanto, não foi introduzida posteriormente na Guiné", concluem estes cientistas, cujos trabalhos foram publicados na última edição da revista "New England Journal of Medicine".


Vírus Ebola (Foto: CDC)


Suspeitas iniciais
Inicialmente, as autoridades de saúde pública haviam evocado a possibilidade de uma infecção na Guiné pelo vírus ebola do Zaire, antigo nome da RDC.

De acordo com os autores do estudo, os primeiros casos de ebola na Guiné apareceram provavelmente em dezembro passado ou talvez antes, e o vírus circulou sem ser detectado por algum tempo. As pesquisas devem prosseguir para identificar a fonte animal do vírus.

Este novo vírus ebola provocou na Guiné menos casos de febre hemorrágica que as epidemias precedentes na África Central.
"Os sintomas clínicos dos primeiros casos eram principalmente febre, vômitos e diarreia severa. Não detectamos hemorragia interna na maioria dos pacientes no momento da coleta de amostras que confirmaram a infecção", indicam os autores do estudo, que analisam o sangue de 20 pacientes internados na Guiné.

A taxa de mortalidade do vírus ebola na Guiné foi estabelecida em 86% entre os primeiros casos confirmados e 71% entre os casos suspeitos, segundo estes virologistas.

De acordo com a estirpe do vírus, a mortalidade ebola varia entre 30% a 90% dos casos. A propagação do vírus se dá pelo contato direto com pessoas infectadas.

Segundo esses cientistas, o surgimento do vírus ebola na Guiné "destaca o risco de outras epidemias nesta região da África Ocidental".

Os primeiros casos de febre ebola na África Ocidental foram registrados em 1994 na Costa do Marfim. Não existe vacina nem tratamento específico para esta infecção.

Seis cepas
O vírus ebola foi isolado pela primeira vez em 1976 ao norte do antigo Zaire, agora República Democrática do Congo. Até então, os cientistas haviam identificado cinco cepas diferentes, especialmente presentes na África Central. Agora, há seis.

A Guiné enfrenta desde o início do ano uma epidemia de febre hemorrágica viral, com 168 casos, dos quais 108 foram fatais.

O vírus se propagou para a Libéria, onde foram confirmados 6 casos de um total de 26 suspeitos.

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Descoberto o 1º exoplaneta do tamanho da Terra em zona habitável


Descoberto o 1º exoplaneta do tamanho da Terra em zona habitável


Ilustração mostra como seria o planeta Kepler-186f (Foto: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech)

Kepler-186f orbita estrela anã a cerca de 500 anos-luz da Terra.
Sua distância do astro permite que tenha água em estado líquido.



Cientistas anunciaram a descoberta do primeiro planeta fora do Sistema Solar de tamanho similar ao da Terra e onde pode existir água em estado líquido, o que, em tese, o torna habitável.

O exoplaneta, denominado Kepler-186f, foi identificado por pesquisadores da Nasa usando o telescópio Kepler, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (17) na revista científica "Science".

"A intensidade e o espectro da radiação do Kepler-186f o colocam na zona estelar habitável, implicando que, se ele tiver uma atmosfera como a da Terra, então uma parte de sua água provavelmente está em forma líquida", diz o estudo.

O telescópio Kepler permite identificar planetas em sistemas distantes medindo a quantidade de luz que eles bloqueiam quando passam na frente das estrelas que orbitam, ou seja, o equipamento não "enxerga" o planeta diretamente.

O Kepler-186f, que orbita a estrela anã Kepler-186, fica na constelação do Cisne, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Ele é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra.
"É extremamente difícil detectar e confirmar planetas do tamanho da Terra, e agora que encontramos um, queremos encontrar mais", disse em uma teleconferência Elisa Quintana, pesquisadora do Instituto para a Busca de Inteligência Extraterrestre (SETI).

Descobertas do Kepler
Em fevereiro, a agência espacial americana anunciou que o telescópio Kepler, que orbita a 149,5 milhões de quilômetros da Terra há cinco anos, tinha acrescentado 715 exoplanetas à lista de mil corpos que orbitam estrelas a uma distância que torna possível a existência de água e, portanto, de vida.

A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.


Ilustração da Nasa mostra comparação entre a Terra e o Kepler-186f (Foto: Nasa)

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Britânica descobre que 'vândalo misterioso' que furava pneus era cão


Britânica descobre que 'vândalo misterioso' que furava pneus era cão


Britânica descobriu que 'vândalo' que furava pneus na região há seis meses era cachorro

Anne Taylor contou que 'criminoso' agia há 6 meses em Brampton.
Animal teria desenvolvido raiva de veículos após ser atropelado.



Moradores do vilarejo comercial de Brampton, na Inglaterra, finalmente desvendaram um mistério que se arrastava há seis meses no local, e identificaram um “vândalo” que estava furando os pneus de diversos carros estacionados na rua: um cachorro. Veja o vídeo - (https://www.youtube.com/watch?v=i92PKYES74U).

Depois de instalar uma câmera de segurança para identificar o criminoso, Anne Taylor contou à emissora “BBC” que ficou surpresa ao ver o resultado, e observar o animal danificando os pneus de seu carro assim que ele avistou o veículo.

A britânica informou que o “vândalo” se chama Jess, e que teria desenvolvido uma raiva incontrolável de carros após ser atropelado há 18 meses.

O dono do cachorro disse que não sabia sobre os atos de “vandalismo” pediu desculpas pelos danos causados por Jess. O inglês também prometeu que só sairá com o animal na coleira daqui para frente.

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Candomblé - Religião


CANDOMBLÉ - Religião



Os navios negreiros que chegaram entre os séculos XVI e XIX traziam mais do que africanos para trabalhar como escravos no Brasil Colônia. Em seus porões, viajava também uma religião estranha aos portugueses. Considerada feitiçaria pelos colonizadores, ela se transformou, pouco mais de um século depois da abolição da escravatura, numa das religiões mais populares do país.

Quem gosta de cachaça é Exu. Quem veste branco é Oxalá. Quem recebe oferendas em alguidares (vasos de cerâmica) são orixás. E quem adora os orixás são milhões de brasileiros. O candomblé, com seus batuques e danças, é uma festa. Com suas divindades geniosas, é a religião afro-brasileira mais influente do país.



Não existem estatísticas que dêem o número exato de fiéis. Os dados variam. Segundo o Suplemento sobre Participação Político-Social da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1988, 0,6% dos chefes de família (ou cônjuges) seguiam cultos afrobrasileiros. Um levantamento do Instituto Gallup de Opinião Pública, no mesmo ano, indicou que candomblé ou umbanda era a religião de 1,5% da população.
São índices ridículos se comparados à multidão que lota as praias na passagem de ano, para homenagear Iemanjá, a orixá (deusa) dos mares e oceanos. Elisa Callaux, gerente de pesquisa do IBGE, explica por que, tradicionalmente, os índices dos institutos não refletem exatamente a realidade: "Os próprios fiéis evitam assumir, por medo do preconceito." Ela tem razão. A mais célebre mãe-de-santo do Brasil, Menininha do Gantois, falecida em 1986, declarou certa vez ao pesquisador do IBGE que era católica. Apostólica romana.
De seu lado, a Federação Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Fenatrab) desafia ostensivamente as cifras oficiais e garante haver 70 milhões de brasileiros, direta ou indiretamente, ligados aos terreiros - seja como praticantes assíduos, seja como clientes, que ocasionalmente pedem uma bênção ou um "serviço" ao mundo sobrenatural.
Você pode achar um exagero, e talvez seja mesmo, mas terreiro é o que não falta. Em 1980, num convênio da Prefeitura de Salvador com a Fundação Pró-Memória, o antropólogo Ordep Serra, da Universidade Federal da Bahia, concluiu um mapeamento dos terreiros existentes na região metropolitana de Salvador. Eram 1 200. "Hoje são muitos mais", assegura Serra.
Mais recentemente, o Instituto de Estudos da Religião (ISER) verificou que 81 novos centros "espíritas" (englobando cultos afro-brasileiros e kardecismo) haviam sido abertos no Grande Rio de Janeiro no ano de 1991, e que, em 1992, surgiram outros 83. O sociólogo Reginaldo Prandi, da Universidade de São Paulo, contou, em 1984, 19 500 terreiros registrados nos cartórios da capital paulista.
Onde tem terreiro, tem festa. Por isso, para levar você ao mundo do candomblé, SUPER começa por convidá-lo para uma festa no terreiro. Agora, você conhecerá em detalhes um dos fenômenos mais impressionantes da civilização brasileira.

O barracão está pronto: a festa vai começar

São nove horas da noite. Os tocadores de atabaque, chamados alabês, estão a postos em seus lugares. O público - cerca de 40 pessoas - aguarda em silêncio, acomodado em bancos rústicos de madeira. Os homens, na fileira à direita da porta. As mulheres, do lado esquerdo. Separados, para evitar um eventual namoro. Afinal, ali não é lugar para isso. Estamos num templo do candomblé, a Casa Branca, em Salvador, Bahia, o pioneiro do Brasil, fundado em 1830.A festa (que pode ser comparada a uma missa católica) vai homenagear Xangô, o deus do fogo e do trovão.
O barracão foi decorado durante toda a tarde. O teto de telha-vã foi escondido por bandeirolas brancas e vermelhas - as cores de Xangô. As paredes estão enfeitadas de flores e folhas de palmeira de dendê desfiadas. Vai começar o toque, como é chamada a festa de candomblé no Brasil. Ela é aberta a todos os orixás (deuses, que também podem ser chamados de santos) que quiserem homenagear Xangô.
O que o público vai assistir é parte de um ritual que começou horas antes. Na madrugada, os filhos-de-santo fizeram o sacrifício para o orixá homenageado. Nas primeiras horas da manhã, as filhas-de-santo prepararam a comida. Durante a tarde, foi feita a oferenda aos deuses, e Exu, o mensageiro entre os homens e os orixás, foi despachado. Entenda melhor essa preparação

O calendário litúrgico

Muitas festas não têm dia certo para acontecer.
As festas normalmente estão
associadas aos dias santos do catolicismo. Mas as datas podem variar de terreiro para terreiro, de acordo com a disponibilidade e as possibilidades da comunidade.
De maneira geral, o que importa é comemorar o orixá na sua época.
As principais festas, ao longo do ano, são as seguintes:

Abril: Feijoada de Ogum e
festa de Oxóssi (associado a
São Sebastião), em qualquer dia.
Junho: Fogueiras de Xangô
(associados a São João e
São Pedro), dias 25 e 29.
Agosto: Festa para Obaluaiê
(associado a São Lázaro e São Roque) e festa de Oxumaré (associado a
São Bartolomeu), em qualquer dia.
Setembro: Começa um ciclo de festas chamado Águas de Oxalá, que pode seguir até dezembro. Festa de Erê, em homenagem aos espíritos infantis
(associados a São Cosme e Damião). Festa das iabás (esposas de orixás)
e festa de Xangô (associado a São Jerônimo), em qualquer dia.
Dezembro: Festas das iabás Iansã (Santa Bárbara), dia 4, Oxum e Iemanjá (associadas a Nossa Senhora da Conceição), dia 8. Iemanjá também é homenageada na passagem de ano.
Janeiro: Festa de Oxalá (coincide com a festa do Bonfim, em Salvador), no segundo domingo depois do dia de Reis, 6 de janeiro.
Quaresma: O encerramento do ano litúrgico acontece durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa, com o Lorogun, em homenagem a Oxalá.

Ao som dos atabaques, o santo "baixa"

Fotografar uma festa de candomblé não é tão fácil. Na Casa Branca, é absolutamente proibido. Mas outros terreiros, como o Ilê Axé Ajagonã Obá-Olá Fadaká, em Cotia, região da grande São Paulo, são mais liberais. Nesta casa, podemos bater fotos da cerimônia em homenagem a Xangô. Mas com uma ressalva: a de jamais fotografar de frente um filho-de-santo com o orixá "incorporado".
A casa está cheia: 85 pessoas lotam o barracão. Os atabaques começam a "falar" com os deuses. Os orixás são invocados com cantigas próprias e os filhos-de-santo "entram na roda", um a um, na chamada ordem do xirê: primeiro, o filho de Ogum, seguido pelos filhos de Oxóssi, Obaluaiê e assim por diante.
Ao som do canto e da batida dos atabaques, cada integrante da roda entra em transe. O corpo estremece em convulsão, às vezes suavemente, outras vezes com violência. Agora, os filhos "incorporam" os orixás e dançam até que o pai-de-santo autorize, com um aceno, sua saída, para serem arrumados pelas camareiras, chamadas equedes. Logo depois, eles voltam ao barracão, vestindo roupas, colares e enfeites típicos de seu santo. Ao ouvir seu cântico, cada um começa a dançar sozinho uma coreografia que conta a origem do orixá "incorporado".
É quase meia-noite quando os atabaques tocam as cantigas de Oxalá, o criador dos homens. Saudado Oxalá, é hora da comunhão com os deuses: os pratos são servidos aos participantes da festa. O xirê chega ao fim.

Sem música, não existe cerimônia

Tudo acontece sob a batida de três atabaques

Os três atabaques que fazem soar o toque durante o ritual também são responsáveis pela convocação dos deuses.
O rum funciona como solista, marcando os passos da dança. Os outros dois, o rumpi e o lé, reforçam a marcação, reproduzindo as modulações da língua africana iorubá - uma língua cantada, como o sotaque baiano. Além dos atabaques, usam-se também o agogô e o xequerê.
São, ao todo, mais de quinze ritmos diferentes. Cada casa-de-santo tem até 500 cânticos. Segundo a fé dos praticantes, os versos e as frases rítmicas, repetidos incansavelmente, têm o poder de "captar" o mundo sobrenatural. Essa música sagrada só sai dos terreiros na época do carnaval, levada por grupos e blocos de rua, principalmente em Salvador, como Olodum ou Filhos de Gandhi .

As divindades têm defeitos humanos

Em qualquer terreiro, a entrada dos orixás na festa segue sempre a mesma seqüência da ordem do xirê. Depois de despachar Exu, o primeiro a entrar na roda é Ogum, seguido de Oxóssi, Oba- luaiê, Ossaim, Oxumaré, Xangô, Oxum, Iansã, Nanã, Iemanjá e Oxalá.
Segundo a tradição, os deuses do candomblé têm origem nos ancestrais dos clãs africanos, divinizados há mais de 5 000 anos. Acredita-se que tenham sido homens e mulheres capazes de manipular as forças da natureza, ou que trouxeram para o grupo os conhecimentos básicos para a sobrevivência, como a caça, o plantio, o uso de ervas na cura de doenças e a fabricação de ferramentas.
Os orixás estão longe de se parecer com os santos cristãos. Ao contrário, as divindades do candomblé têm características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes, maternais ou ciumentos. Enfim, têm personalidade própria. Cada traço da personalidade é asso-ciado a um elemento da natureza e da sua cultura: o fogo, o ar, a água, a terra, as florestas e os instrumentos de ferro.
Na África Ocidental, existem mais de 200 orixás. Mas, na vinda dos escravos para o Brasil, grande parte dessa tradição se perdeu. Hoje, o número de orixás conhecidos no país está reduzido a dezesseis. E, mesmo desse pequeno grupo, apenas doze são ainda cultuados: os outros quatro - Obá, Logunedé, Ewa e Irôco - raramente se "manifestam" nas festas e rituais.

Deuses e homens sob o mesmo teto

O terreiro, ou casa-de-santo, é simultaneamente templo e morada. A vida cotidiana dos mortais mistura-se com os rituais dos orixás. A família-de-santo (a mãe ou o pai e os filhos-de-santo, não necessariamente parentes de sangue) divide os cômodos com os deuses.
A divisão do espaço, na Casa Branca, em Salvador, lembra os "compounds" africanos, ou egbes - antigas habitações coletivas dos clãs, usadas principalmente pelos povos de língua iorubá. O cômodo principal é o barracão, o salão onde humanos e santos se encontram nas festas.
Por trás do barracão, há várias instalações comuns a uma residência: salas de jantar e de estar, cozinha e quartos - nem todos destinados aos mortais. Há os quartos-de-santo, onde ficam os pejis (altares) e os assentamentos (objetos e símbolos) dos orixás. Aí são feitas as oferendas. Na Casa Branca, os dois únicos orixás que têm quartos dentro da casa são Xangô e Oxalá.
O roncó é um quarto especial onde os abiãs (noviços) ficam recolhidos durante o processo de iniciação. Essa proximidade dos abiãs com os outros membros do terreiro é fundamental: é assim que os iniciados entram em contato com os procedimentos rituais da casa. O fiel do candomblé aprende com os olhos e os ouvidos. Ele deve prestar atenção a tudo e não perguntar nada.
Os terreiros têm também uma área externa, onde estão as casas dos outros orixás. A de Exu, por exemplo, fica perto da porta de entrada.


Sucessão: guerra à vista
A sucessão numa casa-de-santo é sempre tumultuada: basta o pai-de-santo morrer para ter início uma verdadeira guerra entre orixás. Os filhos que não concordam com a indicação dos búzios costumam abandonar o terreiro e fundar sua própria casa. Foi assim que nasceu, no início do século, o Gantois - uma das casas mais conhecidas em Salvador. A partir da década de 70, mãe Menininha do Gantois se tornou conhecida no Brasil inteiro, cantada por compositores, como Dorival Caymmi e Caetano Veloso, e venerada por intelectuais, como Jorge Amado. Mãe Menininha morreu aos 92 anos de idade, em 1986. Deixou em seu lugar mãe Creusa.

Por meses, o noviço só come com as mãos

Os filhos-de-santo são os sacerdotes dos orixás, da mesma forma como, na Igreja Católica, os padres são os representantes de Deus. Nem todos, porém, são preparados para "receber" os santos. Existem os que cuidam dos filhos-de-santo quando os orixás "baixam", os que sacrificam os animais, os que tocam os atabaques e os que preparam a comida. Os búzios, usados como instrumento de adivinhação, é que vão dizer qual a função de cada um.
A entrada para essa hierarquia é a indicação do orixá. É o que se chama "bolar no santo". A partir daí, o abiã (noviço) tem de se submeter aos rituais de iniciação - cerimônias do bori, orô e saídas de iaô.
Um recém-iniciado passa de um a seis meses vivendo dentro de severas restrições. É o tempo de quelê - o período em que o abiã usa um colar de contas justo ao pescoço. Enquanto usar o quelê, ele deve vestir branco, comer com as mãos e sentar-se só no chão. Estão proibidas as relações sexuais e os pratos que não sejam os de seu orixá.
Nem todos os terreiros seguem à risca todas as imposições. Mas pelo menos algumas têm de ser obedecidas: é parte do compromisso do abiã com seu orixá e seu pai ou mãe-de-santo. As obrigações não terminam por aí: o iniciado, que agora se chama iaô, terá de cumprir ainda três rituais - depois de um ano, três anos e sete anos -, com sacrifícios, toques e oferendas. Só depois ele pode se candidatar a ebômi, o degrau seguinte da hierarquia.

A sabedoria da morte e da adivinhação
Como toda religião , o candomblé tem sua maneira própria de encarar a morte. Segundo a crença, a alma vive no Orum, que corresponde, mais ou menos, ao céu dos católicos. Ela é imortal e faz várias passagens do Orum para a vida terrena. Cada um tem controle sobre essas "viagens": quem tem uma boa experiência em vida, pode escolher um destino melhor, na vinda seguinte.
Aqui na Terra, nada que se refira aos deuses e ao futuro pode ser dito sem a consulta ao Ifá, ou seja o jogo de búzios, conchas usadas como oráculo. O Ifá revela o orixá de cada um e orienta na solução de problemas.
O jogo usa dois caminhos: a aritmética e a intuição. Pela aritmética, é contado o número de conchas, abertas ou fechadas, combinadas duas a duas. Para interpretar todas as combinações possíveis dos bú- zios, o pai-de-santo conhece de cor 256 lendas que traduzem as mensagens dos deuses. Isso não é nada raro no candomblé, onde nada é escrito. Toda a sabedoria é transmitida oralmente.
No outro sistema de adivinhação, o intuitivo, o pai-de-santo estuda a posição dos búzios em relação a outros elementos na mesa, como uma moeda ou um copo d´água. Se o búzio cai perto da moeda, por exemplo, pode indicar que não há problemas com dinheiro. Mas é preciso estar preparado: os orixás vão "cobrar pela consulta" uma obrigação. Mãe Kutu, que foi formada pela Casa Branca e está montando seu próprio terreiro, diz: "Se não vai fazer a obrigação, é melhor nem perguntar aos búzios."

Reza para o santo católico e vela para o orixá

Existem diferentes tipos de candomblé no Brasil, cada um deles saído de uma nação. A palavra "nação" aqui não tem nada a ver com o conceito político e geográfico, mas com os grupos étnicos daqueles que foram trazidos da África como escravos. As diferenças aparecem principalmente na maneira de tocar os atabaques, na língua do culto e no nome dos orixás.
Os povos que mais influenciaram os quatro tipos de candomblé praticados no Brasil são os da língua iorubá. Os rituais da Casa Branca, em Salvador, e da casa de Cotia, em São Paulo, descritos nesta reportagem, pertencem ao tipo Queto.
A mistura com o catolicismo foi uma questão de sobrevivência. Para os colonizadores portugueses, as danças e os ri- tuais africanos eram pura feitiçaria e deviam ser reprimidos. A saída, para os escravos, era rezar para um santo e acender a vela para um orixá. Foi assim que os santos católicos pegaram carona com os deuses africanos e passaram a ser associados a eles. A partir da década de 20, o espiritismo também entrou nos terreiros, criando a umbanda, com características bem diferentes.
Assim, o candomblé já se incorporou à alma brasileira. Tanto é que o país inteiro conhece o grito de felicidade- a sau-dação mágica que significa, em iorubá, energia vital e sagrada: Axé!


Da África ao Brasil, uma boa mistura

A principal diferença entre os vários tipos de candomblé é a origem étnica.

Há quatro tipos de candomblé:
o Queto, da Bahia, o Xangô, de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul, e o Angola, da Bahia e São Paulo. O Queto chegou com os povos nagôs, que falam a língua iorubá (em
vermelho, no mapa). Saídos das regiões que hoje correspondem ao Sudão, Nigéria e Benin, eles vieram para o Nordeste. Os bantos saíram das regiões de Moçambique, Angola e Congo para Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo (em amarelo, no mapa). Criaram o culto ao caboclo, representante das entidades da mata.


Candomblé não é umbanda

As duas são religiões afro-brasileiras.
Umbanda é a mistura do candomblé com espiritismo

Candomblé

Deuses: Orixás de origem africana. Nenhum santo é superior ou inferior a outro. Não existe o Bem e o Mal, isoladamente.

Culto: Louvação aos orixás que "incorporam" nos fiéis, para
fortalecer o axé (energia vital) que protege o terreiro e seus membros.

Iniciação: Condição essencial para participar do culto. O recolhimento dura de sete a 21 dias. O ritual envolve o sacrifício de animais,
a oferenda de alimentos e a
obediência a rígidos preceitos.

Música: Cânticos em língua africana, acompanhados por
três atabaques tocados por
iniciados do sexo masculino.

Umbanda

Deuses: As entidades são
agrupadas em hierarquia, que vai dos espíritos mais "baixos" (maus)
aos mais "evoluídos" (bons).

Culto: Desenvolvimento
espiritual dos médiuns que,
quando "incorporam", dão
passes e consultas.

Iniciação: Não é necessária.
O recolhimento é de apenas
um ou dois dias. O sacrifício
de animais não é obrigatório.
O batismo é feito com água
do mar ou de cachoeira.
Música: Cânticos em português, acompanhados por palmas e atabaques, tocados por fiéis
de qualquer sexo.

Quem é quem (e quem faz o quê) na hierarquia de uma casa-de-santo

Cada iniciado tem uma função dentro
do terreiro. Nem todos "recebem" santo.

Abiã
Noviço, primeiro degrau da
hierarquia. Após iniciado, será filho-de-santo.

Iaô
Filho-de-santo,
segundo degrau na hierarquia. Podem ou não "receber" santo.

Ebômi
Terceiro degrau. Iaô que cumpriu as obrigações de sete anos. "Recebe" santo.

Iabassê
Quarto degrau. Não "recebe". É a responsável pela cozinha do
terreiro.

Agibonã
Mãe criadeira. Também quarto degrau. Cuida dos iaôs durante o ritual de iniciação. Não "recebe" santo.

Ialaxé
Quinto degrau. Zela pelas oferendas e objetos de culto
aos orixás. Não
"recebe" santo.

Baba-quequerê
e Iaquequerê
Sexto degrau. Pai ou mãe-pequena. "Recebe". Ajuda o pai ou mãe-de-santo no
comando do terreiro.

Baba-lorixá e
Ialorixá
Pai ou mãe-de-santo, chefe do terreiro, último degrau
da hierarquia. "Recebe" santo e joga búzios.

Ajudantes
sagrados

Pais e mães "terrenos" dos orixás ficam fora da hierarquia.

Ogã
Filho-de-santo que não "recebe".
O Ogã pode ser Axogum ou Alabê, conforme sua tarefa.

Axogum
Ogã responsável
pelo sacrifício de
animais a serem
ofertados aos orixás. Não "recebe" santo.

Alabê
Ogã tocador dos atabaques e instrumentos
rituais. Não "recebe" santo.

Equede
Paralela ao Ogã.
Não "recebe".
Cuida dos orixás "incorporados" e de seus objetos.

As diversas fases da iniciação

Primeiro, o santo indica a pessoa a ser iniciada.
Depois, é preciso cumprir outros três passos:

Bolar no santo
É o mesmo que cair no santo. Este é o sinal que indica a necessidade de iniciação de uma pessoa no candomblé. Acontece sem previsão, normalmente numa festa: durante a dança e os cânticos o orixá se "manifesta" no futurofilho-de-santo, que é agitado por tremores e sobressaltos violentos. Quem já "bolou" conta que sentiu arrepios, calor, fraqueza e sensação de desmaio. Quando acorda no roncó (o quarto do terreiro reservado à pessoa que "bolou"), o abiã não consegue se lembrar de nada do que aconteceu.

O bori
É a cerimônia que reforça a ligação entre o orixá e o iniciado. O abiã se senta numa esteira, rodeado de alimentos secos, aves, velas e objetos de seu orixá. Ajudado pelos filhos já feitos, o pai ou a mãe-de-santo sacrifica aves. O sangue é usado para marcar o corpo do noviço e para banhar as oferendas ao orixá.
A cerimônia só termina quando as aves são servidas aos membros da família-de-santo. Depois do bori, o futuro filho-de-santo passa a assistir às cerimônias e a preparar o enxoval (a roupa e os adereços de seu orixá) para terminar a iniciação, com as saídas de iaô.

Orô
Confinado ao quarto de recolhimento (roncó), por 21 dias, o noviço conhece a hierarquia da casa, os preceitos, as orações, os cânticos, a dança de seu orixá, os mitos e suas obrigações. Durante esse tempo ele toma infusões de ervas, que o deixam num estado de entorpecimento e "abrem espaço" na sua mente para o orixá. A cabeça é raspada e o crânio marcado com navalha: é por esses cortes que o orixá vai "entrar", quando for "incorporado". No final, o iniciado é "batizado" com sangue de um animal quadrúpede, sacrificado.
Os iaôs são apresentados à comunidade, como num baile de debutante
Na primeira saída, os iaôs vestem branco em homenagem a Oxalá, pai de todos. Saúdam o pai-de-santo, os atabaques e os pontos principais do barracão e vão-se embora. Na segunda saída, os iaôs voltam com roupas coloridas e a cabeça pintada, segundo seus orixás. Dançam e deixam o barracão, em seguida.
Na terceira saída, os orixás anunciam oficialmente seus nomes. Os iaôs entram em transe e se retiram para vestir as roupas do santo "incorporado".

Os doze orixás mais cultuados no Brasil

Cada um deles tem o seu símbolo, o seu dia da semana, suas vestimentas e cores próprias. Como os homens, são temperamentais

Exu
Orixá mensageiro entre os homens e os deuses, guardião da porta da rua e das encruzilhadas. Só através dele é possível invocar os orixás. Elemento: fogo
Personalidade: atrevido e agressivo
Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabaças e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Colar: vermelho e preto
Roupa: vermelha e preta
Sacrifício: bode e galo preto
Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água,mel e aguardente

Ogum
Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso.
Elemento: ferro
Símbolo: espada
Personalidade: impaciente e obstinado
Dia da semana: terça-feira
Colar: azul-marinho
Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo
Sacrifício: galo e bode avermelhados
Oferendas: feijoada, xinxim, inhame

Oxóssi
Deus da caça. É o grande patrono do candomblé brasileiro.
Elemento: florestas Personalidade: intuitivo e
emotivo
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi
Dia da semana:
quinta-feira
Colar: azul claro
Roupa: azul ou verde claro
Sacrifício: galo e bode
avermelhados e porco
Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora

Obaluaiê
Deus da peste, das doenças da pele e, atualmente, da AIDS. É o médico dos pobres.
Elemento: terra
Personalidade:
tímido e vingativo
Símbolo: xaxará (feixe de palha e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Colar: preto e vermelho, ou vermelho, branco e preto
Roupa: vermelha e preta, coberta por palha
Sacrifício: galo, pato,bode e porco
Oferendas: pipoca, feijão preto, farofa e milho, com muito dendê

Oxum
Deusa das águas doces (rios, fontes
e lagos). É também deusa do ouro, da fecundidade,
do jogo de búzios e
do amor.
Elemento: água
Personalidade: maternal
e tranqüila
Símbolo: abebê (leque espelhado)
Dia da semana: sábado
Colar: amarelo ouro
Roupa: amarelo ouro
Sacrifício: cabra, galinha, pomba
Oferendas: milho branco,
xinxim de galinha, ovos,
peixes de água doce


Iansã
Deusa dos ventos e das tempestades.
É a senhora
dos raios e dona
da alma dos
mortos.
Elemento: fogo
Personalidade:
impulsiva e imprevisível
Símbolo: espada e rabo de
cavalo (representando a realeza)
Dia da semana: quarta-feira
Colar: vermelho ou
marrom escuro
Roupa: vermelha
Sacrifício: cabra e galinha
Oferendas: milho branco,
arroz, feijão e acarajé

Ossaim
Deus das folhas e ervas medicinais. Conhece seus usos e as palavras mágicas (ofós) que despertam seus poderes.
Elemento: matas
Personalidade: instável e emotivo
Símbolo: lança com
pássaros na forma de leque
e feixe de folhas
Dia da semana: quinta-feira
Colar: branco rajado de verde
Roupa: branco e verde claro
Sacrifício: galo e carneiro
Oferendas: feijão, arroz,
milho vermelho e farofa
de dendê

Nanã
Deusa da lama
e do fundo dos
rios, associada à
fertilidade, à doença
e à morte. É a orixá mais velha de todos e, por isso,
muito respeitada.
Elemento: terra
Personalidade: vingativa
e mascarada
Símbolo: ibiri (cetro de palha
e búzios)
Dia da semana: sábado
Colar: branco, azul e vermelho
Roupa: branca e azul
Sacrifício: cabra e galinha
Oferendas: milho branco,
arroz, feijão, mel e dendê

Oxumaré
Deus da chuva e do arco-íris. É, ao mesmo tempo, de natureza masculina e feminina. Transporta a água entre o céu e a terra.
Elemento: água
Personalidade: sensível e tranqüilo
Símbolo: cobra de metal
Dia da semana: quinta-feira
Colar: amarelo e verde
Roupa: azul claro e verde claro
Sacrifício: bode, galo e tatu
Oferendas: milho branco, acarajé, coco, mel, inhame e feijão com ovos

Iemanjá
Considerada deusa dos mares e oceanos. É a mãe de todos os orixás e representada com seios volumosos, simbolizando a maternidade e a fecundidade.
Elemento: água
Personalidade: maternal e tranqüila
Símbolo: leque e espada
Dia da semana: sábado
Colar: transparente,
verde ou azul claro
Roupa: branco e azul
Sacrifício: porco, cabra e galinha
Oferendas: peixes do mar, arroz,
milho, camarão com coco

Xangô
Deus do fogo e do trovão. Diz a tradição que foi rei de Oyó, cidade da Nigéria. É viril, violento e justiceiro. Castiga os mentirosos e protege advogados e juízes.
Elemento: fogo
Personalidade:
atrevido e prepotente
Símbolo: machado
duplo (oxé)
Dia da semana: quarta-feira
Colar: branco e vermelho
Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão
Sacrifício: galo, pato, carneiro e cágado
Oferendas: amalá (quiabo com
camarão seco e dendê)

Oxalá
Deus da criação. É o orixá que criou os homens. Obstinado e independente, é representado de duas maneiras: Oxaguiã, jovem, e Oxalufã, velho.
Elemento: ar
Personalidade: equilibrado e tolerante
Símbolo: oparoxó (cajado de alumínio
com adornos)
Dia da semana: sexta-feira
Colar: branco
Roupa: branca
Sacrifício: cabra, galinha,
pomba, pata e caracol
Oferendas: arroz, milho branco e massa de inhame

O toque
É o mesmo que festa e se refere à batida dos atabaques, que convoca os orixás. A estrutura da cerimônia, chamada "ordem do xirê" (brincadeira, na língua iorubá), divide a festa em três partes. A primeira acontece à tarde, com o sacrifício, a oferenda e o padê de Exu. A segunda é a festa em si, à noite, na presença do público, quando os filhos-de-santo "incorporam" os orixás. E a terceira fase, o encerramento, com a roda de Oxalá, o deus criador do homem.

O sacrifício
Acontece apenas diante dos membros da comunidade de santo e envolve no mínimo dois animais: um, de duas patas, para Exu, e outro, de quatro patas, macho ou fêmea, dependendo do sexo do orixá a ser homenageado. Quem realiza o sacrifício é o ogã axogum, um iniciado no candomblé
especialmente preparado para isso. Os bichos são mortos com um golpe na nuca. Depois, a cabeça e os membros são cortados fora e o animal sacrificado vai sangrar até a última gota antes de ser destinado à oferenda.

A oferenda
Depois do sacrifício, a moela, o fígado, o coração, os pés, as asas e a cabeça são separados e oferecidos ao orixá homenageado num vaso de barro, chamado alguidar. O sangue, recolhido numa quartinha de cerâmica (espécie de moringa), é derramado sobre o assentamento do santo, ou seja, o local onde ficam seus objetos e símbolos. As partes restantes são destinadas ao jantar oferecido aos orixás, ainda à tarde, e aos participantes, ao final da festa pública, à noite.

O padê de Exu
Este é também um ritual fechado ao público. Significa despacho de Exu. É ele quem faz a ponte entre o mundo natural e o sobrenatural. Portanto, é ele quem convoca os orixás para a festa dos humanos. Para isso, é preciso agradá-lo, oferecendo comida (farofa com dendê, feijão ou inhame) e bebida (água, cachaça ou mel). As oferendas são levadas para fora do barracão e a porta de entrada é batizada com a bebida, já que Exu é o guardião da entrada e das encruzilhadas (por isso é comum ver oferendas em esquinas nas ruas e em encruzilhadas nas estradas).

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

É dezembro. Feliz Páscoa - Turismo Científico


É DEZEMBRO. FELIZ PÁSCOA - Turismo Científico



Aproveite as férias de verão. É a melhor época para visitar as milenares estátuas da ilha de Páscoa, terra dos Rapa Nui, um museu arqueológico ao ar livre.



No mapa mundi, Páscoa é um ponto quase imperceptível no Pacífico Sul. A 3 700 quilômetros da costa do Chile, ela é o topo de um cone vulcânico, criado num ciclo de erupções, nos últimos 3 milhões de anos (os vulcões estão inativos há 10 000 anos). As crateras compõem uma paisagem quase lunar. Mas a grande atração são os moais, estátuas construídas pelos tradicionais moradores, os Rapa Nui.
Por isso, a ilha é constantemente visitada por turistas e arqueólogos do mundo inteiro. E é fácil chegar lá. Os cientistas estudam o modo de vida e as técnicas de escultura desse povo. A origem das esculturas já foi considerada um mistério. O escritor suíço Erich Von Däniken, no livro Eram os deuses astronautas?, atribui a seres extraterrestres a sua autoria. Pura fantasia.
A verdade sobre os moais é apresentada no filme Rapa Nui - Uma Aventura no Paraíso, lançado nos cinemas brasileiros em outubro passado. São monumentos de caráter religioso, esculpidos com instrumentos de pedra, a partir de uma única rocha. Os moais têm de 2 a 20 metros de altura. Os Rapa Nui começaram a fazê-los no ano 1000 de nossa era. Supõe-se que eles chegaram a Páscoa em grandes catamarãs, provavelmente emigrando da Polinésia, conjunto de ilhas perto da Austrália.

O patrimônio cultural da civilização perdida dos Rapa Nui inclui 670 estátuas e 240 templos. A única vila de Páscoa, Hanga Roa, tem 2 000 habitantes, que não gostam de ser chamados de nativos: são pascoanos.
Na ilha, os passeios podem ser feitos de carro, motocicleta, a cavalo ou a pé. A maior distância entre uma extremidade e outra é de 20 quilômetros. Seus 163 quilômetros quadrados equivalem à área de vinte campos oficiais de futebol. O nome Páscoa surgiu em 1722, quando o navegador holandês Jacob Roggeveen redescobriu a ilha no dia de Páscoa. Em 1888, ela foi incorporada ao território do Chile.

Como chegar lá

Ônibus - São Paulo a Santiago, Chile: R$ 80,00 (prossegue-se por avião).

Avião - partindo de Santiago, ida e volta: U$ 812,00

Avião - partindo de São Paulo, com baldeação em Santiago, ida e volta: U$ 890,00 (tarifa da Lan Chile, válida para dezembro, janeiro e fevereiro).

Hospedagem - A melhor opção é o Hotel Hanga Roa: U$ 150,00 a diária (com café da manhã e jantar). Residencial Vaika-Pua, (com café da manhã e jantar): U$ 25,00.

Informações - Consulado do Chile, Av. Paulista, 1009, 10º andar, São Paulo, SP, telefone (011) 284 2044. Loatur, mesmo endereço, telefone: (011) 288-3378

Toda a ciência da ilha

Os lugares mais interessantes podem ser visitados em apenas quatro dias de estadia. Não há diferença entre lazer e cultura

Mitologia
Os sete moais de Akiwi ilustram a importância das estátuas na religiosidade do povo: representam os antepassados e eram um elo com o mundo sobrenatural. Também simbolizavam poder.

Geologia
Uma cratera, de 1 600 metros de diâmetro, comprova a atividade vulcânica, entre 3 milhões e 10 000 anos atrás, que fez a ilha emergir. Hoje está morta. É um mero reservatório de água da chuva.

Etnologia
A 1 600 metros de Páscoa, era o centro de um importante costume: o torneio para escolher o líder da comunidade. Vencia o nadador que trouxesse de lá, intacto, um ovo de andorinha negra do mar.

Tecnologia
As estátuas foram esculpidas em rochas basálticas da cratera Rano Raraku. Prontas, eram transportadas rolando sobre troncos a quilômetros de distância.

Sociologia
Muros de pedra ou Pipi Horekos, limitavam a área das diferentes linhagens que constituíam a população. Esta ainda alcançava 10 000 habitantes, no século XVII. A sociedade era formada por unidades, ou grupos de parentes.

Arqueologia
Na praia Anakena, a única de areia em toda a ilha, desembarcaram os primeiros Rapa Nui. Ao contrário dos outros moais de Páscoa, estes estão com os rostos voltados para o mar.


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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sob Pressão - Medicina


SOB PRESSÃO - Medicina



Descobertas recentes abrem perspectivas de cura para a hipertensão, um mal que atinge 12 milhões de brasileiros e triplica as chances de uma pessoa ter infarto.



Todos os dias, trafegam pelas artérias cerca de cinco litros de sangue. Dentro de vasos saudáveis, o passeio é confortável. Mas não para os hipertensos, aqueles que sofrem de pressão alta. Seu sangue viaja apertado, como automóveis num túnel congestionado. A circunferência interna das artérias, chamada luz, diminui e deixa menos espaço para os passageiros que, então, começam a pressionar as paredes. Muitas vezes a pessoa nem sabe que tem o problema e os sintomas, como dor de cabeça, falta de ar e distúrbios na visão, só surgem quando o estado já é grave.
Calcula-se que, no Brasil, há aproximadamente 12 milhões de pacientes hipertensos. Desses, só 2 milhões estão em tratamento. Nos Estados Unidos, existem cerca de 50 milhões de pessoas com pressão alta. A Medicina quer saber o que os vasos dos hipertensos têm de diferente em relação aos de quem é saudável, com pressão ao redor de 12 por 8. Uma descoberta recente é que a hipertensão pode ser comparada a um envelhecimento precoce. As lesões que ela causa nos vasos são muito parecidas com as que ocorrem na velhice. Tanto em hipertensos de qualquer idade quanto nos idosos, é grande a incidência da aterosclerose - um terrível endurecimento das artérias. Isso mostra que a hipertensão pode ser uma doença com raízes mais profundas, que têm a ver com o próprio desenvolvimento do organismo.

A pressão sangüínea aumenta quando a artéria se contrai. É verdade. Mas não é tudo. Agora já se sabe que as paredes dos vasos dos hipertensos são 20% mais grossas do que o normal e chegam até a dobrar de espessura. Como isso acontece ainda é um mistério. O fato é que, numa das três camadas da parede do vaso - a média - , as células se distribuem de um jeito diferente. E isso está animando alguns pesquisadores. "Será que as alterações são reversíveis?", pergunta-se Ernesto Schiffrin, chefe de uma equipe no Instituto de Pesquisas de Montreal, no Canadá.
"Se conseguirmos uma droga que corrija as alterações, teremos a cura de um problema até agora sem solução", afirma Schiffrin. Hoje, existem três remédios para hipertensão: beta-bloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio e diuréticos, que ajudam a eliminar sal. Mas há um problema: se a pessoa deixar de tomá-los, o aperto nas artérias reaparece.
Pior: essas drogas evitam infartos e derrames cerebrais, males comuns nos hipertensos. Porém, não são eficientes contra a isquemia - quando os minúsculos vasos do coração ficam deformados. O órgão recebe menos sangue e não funciona direito.
"Até agora, só um remédio parece reverter as lesões dos pequenos vasos", conta Schiffrin. "É o cilazapril, novidade usada com cautela pelos médicos." Ele reduz a quantidade de uma substância no organismo - a angiotensina II - que contrai os vasos e aumenta sua espessura.

Ninguém morre de hipertensão, mas de problemas decorrentes dela. Os que não tomam precauções correm um risco seis vezes maior de derrame ou edema cerebral, tem quatro vezes mais probabilidade de sofrer de insuficiência cardíaca e o triplo de chance de um infarto.
O jeito é ficar de olho nas artérias e examiná-las continuamente para saber se o tratamento, por meio de drogas, está conseguindo interromper o estrago que a doença causa. Um avanço foi verificar que o ultra-som pode ser usado para avaliar a condição dos vasos. "A técnica é antiga, mas só agora está sendo usada com essa finalidade", conta o radiologista Sérgio Ajzen, da Escola Paulista de Medicina. Ele mesmo fez o teste. Ficou feliz: suas artérias estão normais.
Antes, só havia duas maneiras de observar as seqüelas deixadas pela pressão alta. Uma delas é a autópsia, mas esta só serve para conhecer melhor a doença, pois é realizada com a pessoa morta. Outra é a biópsia, quando se retira uma amostra de qualquer parte do corpo, imaginando que a situação dos vasos é parecida em todo o organismo. Esse exame é usado para avaliar artérias de pequeno calibre.
A valorização desses exames começou a partir da década de 50 (apesar de a hipertensão já ser citada em um tratado de Medicina chinês, escrito por volta de 2400 antes de Cristo). Explica-se: nos anos 50, as companias de seguro dos Estados Unidos descobriram que os hipertensos tem uma propensão maior para problemas cardio-vasculares.

Vários fatores podem levar uma pessoa a sofrer de pressão alta. Uma das mais importantes é o excesso de insulina no organismo, como tenta mostrar o estudo da professora Cláudia L. Forjaz, da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo. "A função básica da insulina é levar a glicose para dentro das células", diz ela. "Algumas pessoas precisam de uma dose maior da substância para realizar essa função." Nesse caso, o sistema nervoso simpático (que controla os vasos sangüíneos) passa a trabalhar mais. A professora quer descobrir como o aumento da atividade nervosa estimulado pela insulina provoca a contração dos vasos.
O estresse e o nervosismo também podem fazer o corpo liberar hormônios - substâncias que regulam o funcionamento do organismo - que contraem os vasos. Mas, passado o momento crítico, essas substâncias vão embora e tudo volta ao normal. "Certas pessoas ficam tão tensas quando vão ao médico que apresentam pressão elevada no consultório", explica o nefrologista Artur Beltrame Ribeiro, da Escola Paulista de Medicina. Há três anos, chegou ao Brasil um aparelho que pode resolver esse problema. É o MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial) que faz medições durante 24 horas. "Com ele, observamos como a pressão varia de acordo com a atividade que o paciente realiza durante o dia", diz Beltrame. "E fica claro que os momentos de estresse elevam a pressão tanto em hipertensos quanto em pessoas normais"

Quem é o hipertenso

A tendência à hipertensão é maior em homens do que em mulheres. Aos trinta anos de idade, para cada nove deles,
há apenas uma delas com o problema. Com a idade, a incidência feminina vai aumentando. Talvez isso aconteça porque elas passem a produzir menos progesterona, um hormônio protetor. Aos 70 anos, há mais mulheres hipertensas, mesmo porque parte dos pacientes masculinos já morreu.

As outras vítimas
Além do sexo e idade, há outros fatores que tornam uma pessoa mais sujeita à hipertensão. Negros, por exemplo, têm até duas vezes mais chance de ter pressão alta do que brancos. Filhos de hipertensos são mais vulneráveis do que filhos de quem tem saúde normal: a probabilidade de desenvolverem o problema, ao longo da vida, chega a ser de 80 por cento.

Para aliviar a pressão

Se ela não está muito acima do normal, os remédios podem até ser dispensados. Basta seguir a receita abaixo

Diminuir o sal
Algumas pessoas tem dificuldade em eliminar o sal pela urina. O sódio, um dos seus principais componentes, fica então circulando pela corrente sangüínea.
Para manter o equilíbrio, o sangue acaba retendo água e assim aumenta seu volume. Conseqüência: sobe a pressão nas paredes das artérias. O sal também provoca contração, principalmente
nos vasos mais finos. Além disso, ainda atrai água para as paredes, aumentando o seu espessamento.

Beber menos álcool
Cerca de 100 gramas de álcool por dia, o que equivale a duas doses de uisque ou 660 mililitros de cerveja, provocam aumento na pressão. Ainda não se conseguiu explicar porque isso acontece.

Cortar o cigarro
Os componentes do cigarro provocam formação de uma depressão na parede da artéria onde se depositam partículas do sangue chamadas plaquetas. Com o acúmulo delas, a região inflama e aparece uma espécie de calosidade que obstrui parte da artéria.

Controlar a gordura
Quando uma pessoa se torna obesa, passa a produzir glicose em maior quantidade. Conseqüentemente, o organismo passa a fabricar também mais insulina, substância que faz contrair as artérias.

Fazer exercícios
Atividades leves, como caminhada, natação e bicicleta ajudam a diminuir o estresse, a tendência à obesidade. Também fortalecem a musculatura do coração. O ideal é realizar o exercício três vezes por semana.

Aparelho mede a força do sangue

Usado tradicionalmente, o esfigonomanômetro funciona de modo simples. O braço é envolvido por uma faixa elástica e oca: o manguito . Bombeado , ele se enche de ar e comprime a artéria. Como o sangue pára de passar, a pressão do manguito é máxima e a da artéria é zero. Então, aos poucos, deixa-se sair o ar, o que reduz a pressão do manguito. Ele faz menos força sobre a artéria até o sangue voltar a fluir. O médico sabe disso porque ouve os batimentos do coração na artéria por meio do estetoscópio encostado no braço. Nesse momento, a pressão arterial é igual à do manguito. E esta é assinalada o tempo todo pelo marcador . O valor da pressão é dada por dois números. O primeiro é maior e mede a pressão no momento em que o coração bombeia o sangue, a chamada sístole. O segundo mede a pressão no instante em que o coração está relaxado, a diástole. O problema do esfignomanômetro é que ele mede a pressão em momentos específicos: o ideal é poder acompanhar sua variação ao longo do dia.

24 horas por dia

O MAPA facilita a vida do médico e do hipertenso,
realizando medições a cada quinze minutos durante 24 horas ou mais. Um manguito , semelhante ao do aparelho convencional, é preso ao braço do paciente. Cada medição é gravada por um aparelho que fica acoplado à cintura. As informações são depois passadas para um computador, que cria gráficos e aponta os horários em que a pressão esteve mais alta.

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

I Guerra Mundial - História da Tecnologia


I GUERRA MUNDIAL - História da Tecnologia



Milhões de jovens europeus passaram o pior Natal de suas vidas há oitenta anos. Metidos em trincheiras geladas, espalhadas da fronteira franco-suíça até o Mar do Norte, eles se lembraram das promessas que haviam recebido de políticos, de líderes militares e de uma imprensa patriótica,quatro meses antes:"Os soldados já estarão em casa para as festas de fim de ano". Mas naquele agosto de 1914 havia começado a I Grande Guerra. Franceses, alemães e ingleses passariam quatro natais nas barricadas, pois o conflito só acabaria em novembro de 1918. Nele, a ciência e a tecnologia foram recrutadas como nunca antes tinham sido. Em suas batalhas, estrearam os submarinos, os tanques e os aviões de combate.



De um lado, a Alemanha, a Áustria-Hungria e a Turquia. De outro, as forças aliadas, formadas pela França, Grã-Bretanha, Rússia, Japão, Itália e, a partir de 1917, Estados Unidos. A raiz da discórdia estava na vitória da Alemanha sobre a França na Guerra Franco-Germânica (1870-1871), que desencadeou alianças políticas explosivas. O crescimento do nacionalismo foi outro fator importante. Havia um clima tenso, no início deste século, na Europa.
O assassinato do arquiduque Ferdinando da Áustria, por um nacionalista sérvio, em junho de 1914, provocou uma série de mobilizações. Não deu outra: dois meses depois, explodia a guerra. Em terra, os aliados eram mais poderosos do que seus adversários. Mas os alemães conseguiam se aproximar da Inglaterra, sua principal rival, graças a seus submarinos. A morte de milhares de civis foi o argumento para os Estados Unidos entrarem em cena. As forças aliadas ficaram, assim, com mais soldados, pressionando o recuo da Alemanha. No dia 9 de novembro de 1918, o kaiser alemão William II abdicou. Dois dias depois, a guerra terminava.

A Guerra no mar

Torpedos
Os submarinos alemães contavam com torpedos autopropelidos capazes de percorrer até 4,8 quilômetros, mesmo em águas turbulentas. Mas a essa distância, não eram lançados porque erravam o alvo.

Trunfo submerso
Em 1914, as marinhas ainda acreditavam que os grandes couraçados eram a sua principal arma. Mas tiveram uma surpresa: os submarinos, fabricados desde 1880. Inicialmente uma incógnita, ao longo da guerra mostraram-se perigosos. Os alemães investiram mais que as outras nações na nova arma e quase derrotaram a Grã-Bretanha ao afundar os navios mercantes que levavam alimentos e munição. Só não derrotaram de fato por causa de uma medida simples: a criação de comboios de navios mercantes escoltados. Os aliados perceberam que, de cada cem navios comboiados, só dois eram afundados pelos submarinos, enquanto se perdia um em cada dez navios isolados.

A Guerra em Terra

Trens
O transporte de provisões e exércitos, por terra, foi mais eficiente do que nunca, graças à industrialização. Em 1840, por exemplo, a Alemanha tinha apenas 469 quilômetros de ferrovias; trinta anos mais tarde, em 1870, as estradas de ferro alemãs estendiam-se por 17 215 quilômetros. Quando a Grande Guerra começou, já eram 61 749 quilômetros, facilitando o deslocamento dos soldados.

Uniforme
Uma constatação fundamental: os trajes de batalha tinham de ser discretos. No início da guerra, os soldados franceses orgulhavam-se do visual de suas calças vermelhas e dos elegantes quepes revestidos de ferro. Mas acabaram notando que o número de baixas no seu exército era maior do que em outros, porque as cores vibrantes chamavam a atenção do inimigo. E, por sua vez, a ausência do capacete os tornava mais frágeis. Por isso, mudaram de uniforme em 1916.

População
O resultado mais visível dos avanços tecnológicos anteriores ao conflito foi o crescimento da população européia. Conseqüentemente, o tamanho dos exércitos também aumentou. Os soldados eram mais robustos por causa da criação de esgotos e de campanhas de vacinação, que diminuíram o risco de doenças infecciosas, como a cólera. E o aparecimento de alimentos baratos melhoraram a sua dieta.

Rifle SMLE
Inglês, ele foi usado pelo exército britânico até a década de 50.
Calibre: 7,56 milímetros
Poder de fogo: com carregador de dez tiros, tinha um alcance de 1 000 metros

Metralhadora Maxim
De origem americana, foi produzida em vários outros países, como Alemanha, Rússia e Grã-Bretanha.
Calibre: 7,92 milímetros
Poder de fogo: 400 a 500 tiros por minuto

Canhão 75
Francês, ele também foi fabricado nos Estados Unidos.
Calibre: 75 milímetros
Poder de fogo: atirava por minuto até vinte granadas de
5,4 quilos a 7,2 quilos, com um alcance de 6,8 quilômetros

Tanques
A nova artilharia, no início do século, travou o avanço dos
soldados no campo de batalha. O impasse foi resolvido por uma invenção britânica - o tanque blindado. O nome "tank", aliás, não significava nada. Foi inventado para que os espiões alemães não descobrissem que tipo de projeto secreto os ingleses estavam desenvolvendo. Abaixo, um bem sucedido modelo francês, o Renault FT-17.

A Guerra no ar

Pedradas aéreas
A primeira função dos aviões na guerra foi o reconhecimento. O piloto ollhava para baixo, tentando localizar os inimigos em terra. Mas, muitas vezes, estes eram encontrados em pleno ar, em outros aviões. Nesses casos, o jeito era se defender com tiros de revólver, fuzis ou mesmo tijolos. Os frágeis aviões de madeira da Primeira Guerra podiam ser derrubados com umas boas pedradas.

Spad XII (França)
Tipo: caça e reconhecimento
Tripulação: 1
Velocidade máxima: 215 km/h
Peso: 820 quilos
Envergadura: 8,02 metros
Comprimento: 6,20 metros
Armamento: duas metralhadoras 7,7 milímetros

Royal Aircraft Factory (Grã-Bretanha)

Tipo: caça e reconhecimento
Tripulação: 1
Velocidade máxima: 212 km/h
Peso: 930 quilos Envergadura: 8,12 metros
Comprimento: 6,38 metros
Armamento: uma metralhadora 7,7 milímetros

Triplano Sopwith (Grã-Bretanha)

Tipo: caça e reconhecimento Tripulação: 1 Velocidade máxima: 188 km/h Peso: 699 quilos Envergadura: 8,08 metros Comprimento: 5,74 metros Armamento: uma metralhadora 7,7 milímetros

Albatros D.V. (Alemanha)

Tipo: caça e reconhecimento Tripulação: 1 Velocidade máxima: 165 km/h Peso: 937 quilos Envergadura: 9,05 metros Comprimento: 7,33 metros Armamento: duas metralhadoras 7,92 milímetros

Triplano Fokker Dr.I (Alemanha)

Tipo: caça e reconhecimento Tripulação: 1 Velocidade máxima: 185 km/h Peso: 626 quilos Envergadura: 7,19 metros Comprimento: 5,77 metros Armamento: duas metralhadoras 7,92 milímetros

Maior ataque: 1 000 mortos.
A Primeira Guerra também introduziu os bombardeios a cidades. Os alemães usaram os dirigíveis Zeppelin - que haviam sido criados em 1900 - contra Londres. Em 1916, catorze deles fizeram o maior ataque contra a Inglaterra, lançando 3 500 bombas e causando a morte de mais de mil pessoas.

Generais achavam que o avião seria inútil
Inventado em 1906, o avião foi decisivo no conflito. Em 1914, os militares não o levavam à sério como máquina de guerra. "É bom para o esporte, mas inútil para o exército", dizia o general francês Ferdinand Foch. No final guerra, Foch gostaria que esquecessem o que ele tinha afirmado. Houve sucessos importantes: os aviões detectaram a direção do avanço alemão na frente ocidental, em 1914. Logo depois, ganharam câmaras para fotografar movimentos do inimigo.

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

O ano novo da Onça - Zoologia

O ANO NOVO DA ONÇA - Zoologia



O maior predador das Américas terá um feliz 1995: as 5 000 onças brasileiras ainda não estão na lista de animais em extinção. E se depender do trabalho de biólogos e ecologistas - o maior já realizado no país -, o ano que vem será ainda melhor.


A onça é carnívora. Não é um bicho "bonitinho" como o panda, nem pacífico feito a baleia. Seus quase dois metros de comprimento e mais de 100 quilos de músculos, ossos, garras e presas são feitos para destruir. E é bom que seja assim. Os grandes predadores - raros por definição - representam um atestado de boa saúde para todo o restante da natureza.
A onça é um símbolo do vigor do meio ambiente porque encabeça toda a cadeia alimentar. Sobrevive somente se houver abundância de alimentos, das menores plantas, aos maiores herbívoros. É certo que a população de onças no país (estimada em 5 000) é relativamente pequena, beira o limite do perigo para preservação da espécie. Mas elas estão longe da ameaça de extinção. Para que houvesse risco, a população teria de ser duas vezes menor.
A situação não é ruim e vai melhorar. Nunca se fez tanto pelo grande carnívoro nacional - um trabalho que não se mede apenas em dinheiro. Mais importante é o empenho dos cientistas, que transformam pessoas comuns em agentes de defesa do bicho.
Um exemplo: em julho deste ano, nasceu o Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação de Predadores Naturais, o Cenap. Sediado no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (a sede definitiva ficará em Poconé, no Mato Grosso), o centro tem no comando oito cientistas bem treinados, capazes de mobilizar as comunidades a favor do felino. O método de envolver a população é eficiente. Foi testado com sucesso na proteção às tartarugas marinhas no Nordeste, com o projeto Tamar. Agora, chegou a vez do carnívoro.

Até uma ONG, ou Organização Não-Governamental, a onça está ganhando: a Sociedade Pró-Carnívoros. Ainda em processo de formação - por iniciativa do biólogo Peter Crawshaw, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), o maior especialista brasileiro em onças - a ONG vai ser importante para o trabalho do Cenap. Ela vai ajudar a levantar verbas internacionais para os trabalhos do centro. Crawshaw espera contar com a assessoria de grandes nomes da ciência mundial. Dois prováveis consultores são o americano Mel Sunquift, zoólogo da Universidade da Flórida, e Peter Jackson, também zoólogo, membro da IUCN (União Internacional para a Proteção da Natureza). Quando estiver funcionando, a partir de 1995, a sociedade vai trabalhar em estreita colaboração com o Cenap.
Outra novidade são as tentativas de saber mais sobre o comportamento e a situação das onças brasileiras. Já existem projetos sendo tocados por pelo menos dez equipes científicas, do sul ao norte do país. Mas há um problema: A espécie vinha gradativamente perdendo território - literalmente, porque foi acuada pelo desmatamento. "Abaixo da Amazônia e do Pantanal, a situação é crítica", explica Crawshaw. É dele a estimativa de que a população de onças no Brasil oscila entre quatro mil e seis mil indivíduos. Na média, 5 000 animais. Existem campanhas para preservar matas fechadas, habitat da espécie. Mas esta ação, por si só, não é suficiente para salvar os felinos. A onça agradece o interesse. Elogiada na mitologia indígena e na literatura nacional , o fato é que se sabe pouco sobre ela. E é mais difícil ajudar um animal que se conhece mal.

Para evitar que a população de onças diminua, é urgente dar-lhe mais espaço. Ela precisa ter onde caçar e proliferar. Mas há ainda outro problema: em pequenas áreas, as onças sofrem degradação genética, causada por cruzamentos repetidos entre parentes.
A integridade genética geralmente pede populações de pelo menos 50 indivíduos. Para se ter uma idéia, o Parque Nacional do Iguaçu, o maior da região sudoeste, tem, no máximo, 35 onças. Júlio César Voltolini, do Instituto de Biologia da Universidade de São Paulo, diz que degradação significa filhotes defeituosos e menor resistência dos animais a doenças.
Voltolini também chama a atenção para a classificação dos diversos gatos - os felinos, membros da família Felidae. É uma das famílias de mamíferos mais difíceis de se classificar. Ela agrupa 36 espécies, no mundo todo. No Brasil, contando somente os felinos selvagens, são oito espécies. Há discordância sobre esse número (alguns gatos pequenos, originais de outros países, podem àsvezes passear em terras nacionais). Além da Panthera onca, nome científico da onça pintada, existem no Brasil as espécies Felis concolor, popularmente conhecida como suçuarana; Felis pardalis, a jaguatirica; e Felis yagouaroundi, o jaguarundi.
A suçuarana habita todo o continente americano. Nos Estados Unidos, onde é bastante numerosa, recebe o nome de leão-da-montanha. Nos países de língua espanhola, a suçuarana é conhecida como puma. A jaguatirica, por sua vez, é encontrada nas Américas do Sul, do Norte e Central.

A onça segue, em sua alimentação, o princípio adotado pela maioria dos grandes felinos. É um regime chamado pelos cientistas de "feast or famine", "banquete ou fome", em inglês. O animal fica até uma semana sem comer, mas pode devorar, em um dia, 20 quilos de carne.
Apesar do apetite, não há justificativa para a matança indiscriminada movida por fazendeiros. A reação normal do animal diante do homem, garante o biólogo Peter Crawshaw, é a fuga, ao contrário do que acontece com o tigre e o leão. Segundo ele, há várias notificações de ataques a pessoas, mas poucas provas. Um dos poucos casos comprovados ocorreu no Pará, em 1992, quando uma onça-parda matou um menino de oito anos.
Alguns acreditam mais na agressividade das onças. O indigenista Cláudio Villas-Boas, que passou 45 anos desbravando o Brasil Central, é um deles. "Há muitos casos de ataque, e os motivos são dois: ou porque ela está com fome ou porque está com cria".
Villas-Boas diz ter conhecido pessoalmente cinco índios que posteriormente foram mortos por onças, e vários outros, mutilados por ataques do animal. Isso não impede que os índios a enfrentem. A onça é até mesmo procurada por eles, pois tem papel importante em vários ritos de passagem - como o do jovem ao se tornar adulto. Muitas tribos preferem caçá-la à distância, com arcos tão fortes que as flechas atravessam o corpo do bicho. Mais impressionante é a coragem dos cayabis, que usam bordunas (porretes feitos de uma madeira pesada, o tucum) numa tremenda luta. Pode não ser um esporte muito saudável, mas é bem mais justo enfrentar a onça com uma clava do que usar serras elétricas e asfalto.

Ficha técnica

Nome: Panthera onca
Família: Felidae
Tamanho: 1,85 metro
Peso: 110 quilos (150 quilos, em cativeiro)
Longevidade: 20 anos
Habitat: Da Patagônia ao sul do México
Hábitos Sexuais: Animal solitário, só procura a fêmea para procriar
Alimentação: Pode passar até uma semana em completo jejum e depois comer, em um único dia, 20 quilos de carne
Cardápio: Capivaras, veados e os porcos quixadás e caititus. Na falta, inclui tatus, cutias e pacas.
Em cativeiro, é alimentada com coração, músculo ou fígado de boi (5 quilos por dia)

Corredores de mata

Um dos projetos que podem ajudar os grandes felinos é o de abrir espaço para eles em meio à civilização. "É fácil de entender", diz o professor Júlio César Voltolini, do Departamento de Zoologia da USP. "Veja-se a Mata Atlântica da região costeira: apesar de ser um habitat da espécie, já não tem onças em situação estável." Isso ocorre porque a área é composta de montanhas, com vegetação, mas os vales entre as montanhas estão ocupados pelo homem. A onça não consegue território de tamanho adequado para se estabelecer. A saída é construir corredores de mata nos vales. Assim, os animais podem passar de um lado para outro, sem temer as populações humanas próximas. Esse tipo de projeto já está sendo desenvolvido - longe da costa - no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná. Lá o objetivo é ligar o parque a áreas da Argentina onde existem onças pintadas.

Latifundiária do reino animal

Uma onça sozinha ocupa uma área de 50 quilômetros quadrados
O tamanho do território
Um macho ocupa um território de 50 quilômetros quadrados, em média - como um círculo de 8 quilômetros de diâmetro. As cheias dos rios podem reduzir drasticamente essa área em determinadas épocas do ano.
O território do macho invade, em parte, o de duas ou três fêmeas. É um "campo neutro", onde o casal passa de sete a dez dias junto, até que a fêmea seja fecundada.
Depois de fecundada, a fêmea se retira para seu próprio território (do mesmo tamanho da área do macho), onde os filhotes vão nascer. A gestação dura 110 dias e os filhotes, dois ou três, mamam até os seis meses. Ficam com a mãe até os 15 ou 18 meses. Só então, partem para demarcar seus próprios territórios. A maturidade sexual chega por volta dos três anos.

Dos mitos indígenas aos contos de Guimarães Rosa

A figura da onça aparece em toda a cultura nativa das Américas do Sul e Central. Ela é muito ligada às lendas que tratam da origem do mundo, ou cosmogonia. "A onça e o jaguar têm lugar central em todas as cosmogonias dos povos indígenas da América do Sul", diz a antropóloga Lux Vidal, do Departamento de Antropologia da USP. Mais tarde, a influência da onça chegou à arte desse século. Ela está presente nas obras literárias de Mário Palmério, Monteiro Lobato e Guimarães Rosa. Leia abaixo trechos desses autores.

Vila dos Confins, Mário Palmério
"E vi a onça. A onça, não: os olhos dela, apertando-se, dilatando-se, mexendo. E, antes que eu pudesse calcular a distância em que se encontravam e enxergar o resto do corpo da onça, aqueles dois olhos de fogo se ergueram a um tempo só, que nem dois vagalumes gigantes que levantassem vôo(...). Num átimo, calculei tudo: a onça-preta se erguera(...). Beleza de animal! Onça-preta, pintada de preto: depois de tirar o couro foi que vi, contra o sol, a beleza do malhado de manchas redondas!"

Caçadas de Pedrinho, Monteiro Lobato
"A menina arregalou os olhos.
- Está louco, Pedrinho? Não sabe que onça é um bicho feroz que come gente?
- Sei, sim, como também sei que gente mata onça.
- Isso é gente grande, bobo!
- Gente grande!... - repetiu o menino, com ar de pouco caso. - Vovó e tia Nastácia são gente grande e, no entanto, correm até de barata..."

Meu tio, o Iauaretê, Guimarães Rosa
"Nhem? Onça preta? Aqui tem muita pixuma, muita. Eu matava a mesma coisa. Hum, hum, onça preta cruza com onça pintada. Elas vinham nadando, uma por trás da outra, as cabeças de fora. Trepei num pau, na beirada do rio, matei a tiro (...). Onça nada? Eh, bicho nadador! Travessa rio grande numa direitura de rumo, sai adonde é que quer...Suçuarana nada também, mas essa gosta de atravesar rio não".


Gatos de um lado ao outro do planeta

A família Felidae tem 36 espécies, dos raros margay e gato de Geoffroy aos conhecidos leão e leopardo

Ocelote
Nome que a jaguatirica recebe na América do Norte, onde é abundante no Texas, nos Estados Unidos.

Suçuarana
É um animal perigoso. Nos Estados Unidos, onde é protegido por lei, atingiu uma população de 12 mil indivíduos. Resultado: as suçuaranas invadiram fazendas e uma mulher foi morta por uma delas, em abril passado

Gato doméstico
Existe em todo o mundo, menos na Antártida e na Groenlândia.

Leão
É encontrado na África inteira, abaixo do deserto do Saara, principalmente no Senegal, Serengeti, Namíbia e África do Sul.

Tigre siberiano
Um dos animais mais bonitos do mundo, o tigre siberiano está quase extinto, infelizmente. Apenas 400 indivíduos sobrevivem no leste da antiga União Soviética.

Serval
De pequeno porte, pode ser visto em todo o continente africano.

Pantera nebulosa
Sua pelagem "esfumaçada" é rara na família. Ela é encontrada na Ásia, especialmente na região do Himalaia, no sul da China, Tailândia, península da Malásia, e nas ilhas de Sumatra e Bornéo.


Os felinos no mundo

Europa
Gato doméstico (Felis catus)
Gato selvagem (Felis silvestris)
Lince europeu ou Lince Vermelho (Lynx lynx)
Lince espanhol (Lynx Pardinus)

Ásia
Caracal (Caracal caracal ou Caracal lynx)
Cheetah (Acionyx jubatus)
Gato da areia (Felis margarita)
Gato de cabeça chata (Prionailurus planiceps)
Gato chinês das Montanhas (Felis bieti)
Gato doméstico (Felis catus)
Gato dourado de Temminck (Gatopuma tem
minckii)
Gato da floresta (Felis chaus)
Gato leopardo (Prionailurus bengalensis)
Gato marmoreado (Pardofelis marmorata)
Gato de pallas (Otocolobus manul)
Gato pescador (Prionailurus viverrinus)
Gato selvagem (Felis silvestris)
Leopardo (Panthera pardus)
Leopardo das neves (Uncia uncia)
Lince europeu ou Lince Vermelho (Lynx lynx)
Pantera nebulosa (Neofelis nebulosa)
Rusty-spoted cat (Prionailurus rubiginosus)
Tigre (Panthera tigris)

América
Bobcat (Lynx rufus)
Gato dos aandes (Felis jacobita)
Gato doméstico (Felis catus)
Gato de Geoffroy (Oncifelis geoffroyi)
Gato dos pampas (Oncifelis colocolo)
Jaguarundi (Herpailurus yaguarondi)
Jaguatirica (Leopardus pardalis)
Kodkod (Felis guigna)
Lince canadense (Lynx canadensis)
Margay (Leopardus wiedii)
Ocelote (Felis pardalis albescens)
Onça pintada (Panthera onca)
Oncilla (Leopardus tigrinus)
Suçuarana (Puma concolor)

África
Caracal (Caracal caracal ou caracal lynx)
Cheetah (Acionyx jubatus)
Gato da areia (Felis Margarita)
Gato doméstico (Felis catus)
Gato dourado Africano (Profelis aurata)
Gato de pés pretos (Felis nigripes)
Gato selvagem (Felis silvestris)
Leão (Panthera leo)
Leopardo (Panthera pardus)
Serval (Leptailurus serval)

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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Criatura mais antiga do mundo é um molusco de 507 anos


Criatura mais antiga do mundo é um molusco de 507 anos



Infelizmente, o molusco foi morto acidentalmente enquanto os pesquisadores buscavam mais detalhes sobre a vida do animal.

No outono de 2006, uma equipe de pesquisadores em expedição na Islândia fez uma descoberta que ganhou destaque na mídia. O fato foi tão notório que acabou indo parar até nas páginas do Livro dos Recordes. A grande novidade é que eles haviam encontrado um exemplar de um molusco bivalve da espécie Arctica islandica que, depois de algumas análises, foi constatado como o animal mais velho do mundo, com 405 anos.

No entanto, depois de buscar métodos mais refinados para calcular a idade do molusco, os cientistas descobriram que o animal é, na verdade, 100 anos mais velho do que se imaginava, sendo que a nova estimativa registra que ele teria 507 anos.

“Nós erramos na primeira vez e talvez tenhamos nos apressado em publicar as descobertas naquela ocasião. Mas estamos absolutamente certos de que conseguimos a idade correta agora”, explicou o pesquisador Paul Butler, da Bangor University, no Reino Unido, ao ScienceNordic (http://sciencenordic.com/new-record-world%E2%80%99s-oldest-animal-507-years-old).


Um incidente inesperado
Com essa notícia, a nova idade do molusco nos permite deduzir que ele teria nascido em 1499, ou seja, apenas alguns anos depois de Colombo chegar à América pela primeira vez.

Porém, o animal mais velho do mundo teve um fim trágico quando os cientistas britânicos – sem saber ao certo a idade do molusco – resolveram abrir sua concha para investigar mais detalhadamente. Depois de sua morte, o molusco recebeu o nome de “Ming”, em uma referência à dinastia chinesa que cuidava do país na época do seu nascimento.



A precisão dos dados
Para descobrir a idade dos moluscos, o método mais utilizado pelos cientistas é contar os anéis que formam a concha, sendo que cada anel corresponde a um ano. Essas marcas podem ser vistas tanto do lado de dentro quanto do lado de fora da concha do animal, mas é do lado de dentro que elas podem ser analisadas com mais facilidade, e foi justamente esse fato que levou os pesquisadores a abrir o animal.

“Do lado de fora, a concha do molusco é curvada, o que dificulta para conseguirmos o ângulo certo para contar os anéis. Os anéis também estão mais bem protegidos do lado de dentro dos ligamentos”, comenta Butler.

O problema é que Ming tinha tantos anéis que ficou difícil contar do lado de dentro da concha, que tem uma área menor. Por fim, os pesquisadores utilizaram o lado de fora para refazer os cálculos, o que indica que talvez a morte do animal tenha sido desnecessária. Então, para garantir que a conta não estava incorreta mais uma vez, os pesquisadores recorreram a diferentes métodos de pesquisa.

“A idade foi confirmada através de vários métodos, incluindo testes geoquímicos, como o carbono-14. Então estou confiante de que eles determinaram a idade correta. Se houver algum erro, é de apenas um ou dois anos”, informa Bob Witbaard, do Royal Netherlands Institute for Sea Research, que estuda esses moluscos há mais de 30 anos e foi o cientista que descobriu que era possível determinar a idade do animal a partir dos anéis da concha.



Mudanças climáticas
Além de provar que Ming é a criatura mais antiga do mundo, os anéis encontrados em sua concha guardam informações valiosas sobre as mudanças climáticas que ocorreram no passado. Ao examinar os isótopos de oxigênio presentes em cada um dos anéis, os cientistas são capazes de determinar a temperatura do mar em diferentes momentos.

“O molusco A. islandica nos dá uma linha do tempo da temperatura do oceano ano a ano. Isso é incrível e fascinante”, comenta Butler, que tem seu argumento reforçado pelo trabalho de Witbaard: “É importante para o nosso entendimento sobre o quanto as mudanças nos oceanos afetam o clima na terra”, finaliza o pesquisador.


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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Conheça alguns fatos curiosos sobre banheiros


Conheça alguns fatos curiosos sobre banheiros



Esse é um cômodo que todo mundo usa várias vezes por dia. Mas será que você sabe tudo sobre ele?


Banheiros são locais íntimos aonde todo mundo vai para fazer xixi, cocô, escovar os dentes, tomar banho, arrumar a maquiagem, chorar escondido, ler aquele HQ favorito e por aí vai. Na Europa e em alguns outros países do mundo, é comum jogar o papel higiênico na privada. E, antigamente, quando os banheiros não existiam, muita gente fazia suas necessidades em penicos ou em “casinhas” que ficavam do lado de fora de suas residências e nada mais eram do que um troninho sobre um imenso buraco no chão.

Mas aí o banheiro surgiu e, como já bem reparou o cronista Mario Prata, o cômodo acabou mudando de estilo com o passar dos anos. O que antes era um espaço único em uma casa, com direito a azulejo cor-de-rosa, bidê e tapetinhos de vó, hoje é um entre tantos, já que os apartamentos modernos são cheios de suítes, lavabos e outros banheiros minúsculos.



Sobre isso, Prata questionou: “Será que não se fabrica mais apartamentos e casas como antigamente? Com um só banheiro, comunitário, grande, todo branco de chão vermelho, com janelas para as mangueiras, com banheira grande, branca como devem ser as banheiras?”.

E você, já reparou nos banheiros que frequenta? Como eles são? Como é o da sua casa? E mais: o que será que você ainda não sabe a respeito desse cômodo para os aliviados? Se você acha que saca tudo a respeito de banheiros, você está bastante enganado. Confira algumas estatísticas bizarras a seguir:

Você passa em média três meses de sua vida sentado em uma privada.

O que será que tem mais bactérias? O teclado do seu computador ou o assento da privada? Acertou quem respondeu a primeira opção, já que as letrinhas que você espanca todos os dias podem ter até 200 vezes mais bactérias do que o seu troninho. Bora fazer aquela faxina?

Se para você é algo absurdo imaginar que muitas pessoas já usaram e ainda usam as “casinhas”, saiba que 1 bilhão de indivíduos ainda defecam em lugares abertos como o chão. O motivo? Infelizmente nem todo mundo tem uma casa bonitinha com pelo menos um banheiro.

Se um dia você estiver no Taiwan, talvez você faça uma boquinha em um famoso restaurante temático de lá, conhecido por servir seus pratos em privadas em miniatura. E aí, deu fome?

Há mais pessoas no mundo com celulares do que com banheiro em casa.

Você gasta, em média, seis litros de água limpa cada vez que dá a descarga.

Se você tem nojo de banheiro, saiba que seu telefone celular tem 18 vezes mais bactérias do que a descarga que você aperta várias vezes por dia.

E, se você trabalha em um escritório, lá vem bomba: a sua mesa tem 400 vezes mais bactérias do que uma privada. Lide com isso.

Os cidadãos da Roma Antiga tinham alguns deuses estranhos, como a deusa do esgoto, o deus da privada e o deus do excremento.

E você, já sabia a respeito dessas curiosidades estranhas a respeito dos banheiros? Como você pode perceber, esses cômodos têm mais história do que você imagina!


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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Conheça o homem que viveu 256 anos - Longevidade



Conheça o homem que viveu 256 anos - Longevidade



Registros afirmam que chinês viveu 256 anos


O chinês Li Ching-Yuen, conhecido também como Li Ching-Yun, possivelmente é o homem que viveu o maior período na Terra. Segundo relatos, ele morreu aos 256 anos.

Durante sua vida, Li teria perdido 23 esposas. Ele vivia em Qi Jiang Xian, província de Szechuan. Registros dizem que ele nasceu em 1677.


A longevidade estaria ligada ao fato de ele ter sido médico especialista em ervas medicinais. Ele ainda era mestre de qigong e consultor tático. O segredo seria o de manter o coração calmo, sentar como uma tartaruga, andar alegre como um pombo e dormir feito um cão.

Ele começou a colher ervas aos dez anos de idade, e já havia viajada por diversos locais nesta época. Em Kai Hsien ele conheceu os mestres do taoísmo, que lhe ensinaram a alquimia interna, o chi kung e a arte secreta de como usar ervas para se manter saudável e alcançar a longevidade.

Quando adulto, Li começou a comercializar as ervas que colhia. Com 71 anos ele se juntou ao Exército Provincial do comandante Yeuh Jong Chyi,, assumindo a função de professor de artes marciais e conselheiro tático.

Ele morreu de causas naturais ao retornar à sua terra natal, em 1933. Inicialmente acreditava-se que ele teria vivido 199 anos, mas pesquisadores da Universidade Minkuo encontraram registros de que Li havia nascido em 1677. As principais provas são documentos do Governo Imperial Chinês, os quais o parabenizavam pelos aniversários de 150 e 200 anos.

Depoimentos de pessoas que o conheciam deixavam claro que ele aparentava ter apenas 70 anos nessa fase. Li não consumia bebida alcoólica e não fumava. Suas refeições ocorriam em intervalos regulares, incluindo sucos a base de fruta goji, rica em aminoácidos.

O chinês dormia e acordava cedo, e tinha por costume praticar meditação por horas. Segundo explicações de cientistas, a meditação reduzia o envelhecimento do cérebro de Yuen, impedindo seu encolhimento. A mudança mental ainda diminui os efeitos do estresse, ansiedade e depressão.

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quarta-feira, 2 de abril de 2014

16 Documentários Indicados - Abril de 2014


16 Documentários Indicados - Abril de 2014



01-Star Trek - Segredos do Universo
Documentário / Diversos
Nome Original: Star Trek: Secrets Of The Universe
País: EUA
Ano: 2013
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Seria possível construir nossa própria nave Enterprise? Poderíamos viajar entre as estrelas tão facilmente como o fazem em Star Trek? Neste especial, vamos aos bastidores do novo filme de JJ Abrams, Além da Escuridão - Star Trek, tanto no set de filmagem, como também investigando a incrível ciência dos exoplanetas, a física do impulso warp e as ideias sobre como poderíamos viver um dia em um universo igual ao que vemos em Star Trek.



02-A 2ª Guerra Mundial Vista do Espaço
Documentário / Diversos
Nome Original: Ww2 From Space
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais.
Neste especial de duas horas, veremos os principais momentos da Segunda Guerra Mundial como nunca antes. Com tecnologia de satélite e animações computadorizadas.



03-Quanto Vale A Terra ?
Documentário / Diversos
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Formada há mais de 4,6 milhões de anos, a Terra acumula grandes riquezas, desde a madeira ao gado, passando pelo ouro. Em conjunto, esses recursos construíram nossas grandes civilizações. Mas, e se pudéssemos explorar o planeta, contando cada árvore e cada pepita de ouro na Terra, fazendo o maior inventário já realizado? Este especial vai colocar um preço em tudo o que o mundo tem para oferecer, dar uma visão do muito que temos usado ao longo da história humana e quanto ainda resta, para revelar o valor absoluto da Terra.



04- Magia Decifrada
Documentário / Diversos
Nome Original: Lost Magic Decoded
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
O mestre ilusionista Steve Cohen segue as pistas, decodifica e ressuscita alguns dos efeitos mágicos mais emocionantes e assustadores já vistos. A Magia tem uma história secreta e foi preciso Cohen para se ter acesso a encantamentos antigos, bruxaria, segredos e aparatos que tiveram impacto sobre o público por séculos. Estes segredos podem de alguma forma ser redescobertos? Podem emocionar e surpreender o público de hoje como fizeram antes? Explore os mistérios de como esses efeitos lendários foram influenciadas pelo seu tempo, e até mesmo como as ilusões mudaram o curso da história. Steve Cohen descobre que há muito mais na magia do que parece.



05-QUEM FAZ E COMO?
Você já se perguntou quantas pessoas são necessárias para se fazer uma garrafa de Whisky, um baralho ou fogos de artificio...



06-101 Objetos que Mudaram o Mundo
Documentário / Diversos
Nome Original: 101 Objects That Changed The World
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Nossa vida é tão cheia de coisas hoje em dia, que é muito fácil não lhes dar a devida importância. Mas quando o destino e a história se combinam, até o objeto mais simples ganha relevância histórica.



07-101 "Fast Foods" Que Mudaram o Mundo
Documentário / Diversos
Nome Original: 101 Fast Foods That Changed The World
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Não importam as fronteiras, a cultura nem o tempo, a comida é uma das coisas que as pessoas têm em comum. Do homem das cavernas à era espacial gostamos das comidas que possam ser levadas.



08-101 Armas que Mudaram o Mundo
Documentário / Diversos
Nome Original: 101 Weapons That Changed The World
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Da catapulta à tecnologia stealth, as armas mais básicas e as mais complexas parecem ter mudado o curso da história, e com elas nosso mundo. Os seres humanos se tornaram os mais perigosos depredadores da história, em sua sede de alimentar e expandir impérios.



09-Ciência Mágica - Salto Mortal
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais.
James convence um grupo de londrinos que pode destruir um caminhão-tanque usando telecinese. Ben e Billy entram em um restaurante portando câmeras secretas. Wayne pula de bungee jump, usando uma corda e dois livros.



10-Dynamo - Mágica Impossível
Documentário / Diversos
Nome Original: Dynamo: Magician Impossible: Season 2 - Ep. 01
País: Reino Unido
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais.
Um menino comum de Bradford que teve uma vida extraordinária. Assim como seu avô, Dynamo cresceu praticando truques com cartas e desenvolvendo grande habilidade para mágicas. Veja o jovem de 28 anos dando a volta ao mundo e impressionando a todos.



11-Anos 80 - Caridade e Celebridades
Séries / Cultural
Nome Original: Tear Down These Walls: Season 1
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Os anos 80 não foram apenas a década em que a ganância era algo bom, mas também um marco para o início de uma aliança forte entre caridade e celebridades. Pela primeira vez, temos grandes eventos repletos de estrelas para lidar com a crise e a pobreza em todo o mundo.



12-Mil Formas de Morrer
Documentário / Diversos
Ano: 2010
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Esta fascinante série de documentários conta histórias reais de pessoas que encontraram a morte da forma mais inesperada. Algumas morreram tragicamente e outras acidentalmente mas todas ficaram com a explicação do que aconteceu registrada nos seus corpos. Ao combinar reconstituições dramatizadas opiniões de especialistas e a mais nova tecnologia em gráficos 3D MIL FORMAS DE MORRER mergulha na ciência forense para resgatar essas histórias.



13-Como é Possível? Transporte de Dinheiro / Varas Futurísticas
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais.
Como é possível transportar milhões de dólares em espécie? Como são fabricadas varas da era espacial para pescar peixes enormes? Como se produz o som inesquecível das Highlands escocesas?



14-A Ciência das Artes Marciais- Silat
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Durante o dia, Joel luta na Marinha dos EUA. Porém, em seu tempo livre, ele é um expoente do Silat, uma arte marcial malaia. Acompanharemos a jornada de Joel conforme ele luta para buscar o reconhecimento na arte que ele devotou 14 anos de sua vida.



15-O Homem e as Feras - O Pé Grande Brasileiro
Documentário / Diversos
Nome Original: Brazilian Bigfoot: Season 2
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Por muito tempo, histórias de uma criatura chamada mapinguarí foram passadas de geração em geração nos povoados do Amazonas. A criatura é descrita como uma fera alta e desgrenhada, que ataca produzindo um rugido ensurdecedor. Na maior selva úmida tropical do mundo, são descobertas novas espécies com frequência e, depois de ouvir as histórias de aldeões que afirmam terem encontrado a criatura, Richard decide determinar se o mapinguarí é mais do que um mito.



16-Mythbusters: Os Caçadores de Mitos: Metralhadora de Flechas
Nome Original: MythBusters: Season 7
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Neste episódio de Mythbusters, Adam e Jamie enfrentam uma odisseia para tentar recriar uma metralhadora de flechas. Já Kari, Grant e Tory testam um mito perigoso ao volante.


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quarta-feira, 2 de abril de 2014

02 DE ABRIL NA HISTÓRIA


02 DE ABRIL NA HISTÓRIA



1953:
James Watson e Francis Crick anunciam a descoberta do DNA O ácido desoxirribonucleico

frequentemente abreviado como DNA, constitui o principal componente do material genético da imensa maioria dos organismos, sendo o elemento químico primário dos cromossomos e o material com o que os genes estão codificados. Cada molécula de DNA é constituída por duas cadeias ou fitas formadas por um elevado número de compostos químicos chamados nucleotídeos. Estas cadeias formam uma espécie de escada retorcida que se chama dupla hélice e cujo modelo foi proposto em 2 de abril de 1953 por James Watson e Francis Crick (o artigo Molecular Structure of Nucleic Acids: A Structure for Deoxyribose Nucleic Acid foi publicado no dia 25 de abril de 1953). O sucesso deste modelo radicava em sua consistência com as propriedades físicas e químicas do DNA, mostrando ainda como a complementaridade de bases podia ser importante em sua replicação, e também a importância da sequência de bases, como uma forma de informação genética.



1967:
Estreia o anime Speed Racer (Mach GoGoGo)

Originalmente chamado Mach GoGoGo no Japão, a série animada Speed Racer (assim rebatizada nos outros países) estreava na telinha em um dia como este, no ano de 1967. Ao todo, foram 52 episódios que fizeram o desenho ganhar o mundo. O anime é inspirado no mangá criado nos anos 60 por Tatsuo Yoshida, sobre corridas de automóveis. As aventuras são sobre o jovem Go Mifune (assim batizado em homenagem ao astro Toshiro Mifune, de Os Sete Samurais). A fórmula do mangá era simples: misturava corrida e aventura, sob influência dos filmes de James Bond.

A corrida passava pelos mais desafiadores cenários: montanhas, profundos desfiladeiros, desertos e vulcões. O protagonista Speed Racer pilota o seu carro Mach-5 enfrentando diversos rivais, acidentes e golpes sujos, tudo em busca do sonho se tornar o melhor piloto do mundo. Em 2008, foi lançado o filme Speed Racer, dirigido pelos irmãos Wachowski (os mesmos de Matrix), com atores reais, baseado na história original.



2005:
Morre o Papa João Paulo II

No dia 2 de abril de 2005 morria, no Vaticano, o Papa João Paulo II. Seu papado foi um dos mais longos da história, com início em 1978 e término com a sua morte em 2005. João Paulo II morreu aos 85 anos por conta de uma septicemia e colapso cardiopulmonar irreversível, agravada pela sua doença de Parkinson. Nascido no dia 18 de maio de 1920, em Wadowice, na Polônia, ele era um linguista extraordinário: falava português, polonês, esperanto, espanhol, grego, latim, italiano, francês, inglês e alemão. Também tinha conhecimentos de checo, lituano, russo e húngaro, como outras línguas como japonês e idiomas africanos.

Foi o primeiro papa a fazer grande uso dos meios de comunicação, em particular a internet. Outra característica era a busca por laços mais estreitos com os líderes de outras religiões como judeus, muçulmanos, ortodoxos e tibetanos (por meio de Dalai Lama).

"O homem não pode viver sem amor. Sem amor, torna-se um ser incompreensível para si mesmo."

"Peço perdão, em nome de todos os católicos, por todas as injustiças contra os não-católicos no decorrer da história."

"A Igreja não tem necessidade de recorrer a sistemas e ideologias."

João Paulo II

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segunda-feira, 31 de março de 2014

Fechado para Balanço - Big Bang


FECHADO PARA BALANÇO - Big Bang



Segundo medições feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, o Universo é muito mais jovem do que supunha a teoria.


A notícia deixou a comunidade científica internacional no mínimo confusa: o Universo parece ser mais novo do que as estrelas mais antigas da nossa Galáxia. Pois é isso o que mostram as últimas medidas de distâncias intergalácticas: em vez de 15 bilhões, o Cosmo pode ter apenas 8 bilhões de anos. A conclusão é de duas pesquisas realizadas por diferentes equipes de astrônomos, que mediram a distância de duas galáxias no centro do aglomerado de Virgem - a NGC4571 e a M100 -, observando estrelas de brilho variável, chamadas cefeidas.
A primeira equipe, liderada pelo americano Michael Pierce, do Observatório Kitt Peak, trabalhou com um telescópio de solo, o potente CFHT, no Havaí, e apresentou os resultados em setembro. Em outubro, foi a vez do segundo grupo, chefiado pela doutora Wendy Freedman, dos Observatórios Carnegie, na Califórnia, que utilizou o Telescópio Espacial Hubble. Ambas as equipes chegaram aos mesmos números: pelas últimas medidas, o Universo deve ter mesmo entre 8 bilhões e 12 bilhões de anos.
Alguns cientistas ainda desconfiam dos resultados. Outros já propõem revisões na teoria do Big Bang, a mais aceita sobre a origem do Cosmo. Entenda porque essas últimas observações colocam o Big Bang em xeque. E veja o que os maiores astrônomos do mundo disseram com exclusividade.
Uma das maneiras de calcular quantos anos o Universo tem é verificar seu ritmo de expansão. Segundo a teoria do Big Bang, a grande explosão que gerou toda a matéria e energia que existe, empurra, até hoje, tudo o que existe no Cosmo. Assim, as galáxias estão permanentemente se afastando umas das outras. Isso é o que se chama expansão cósmica.
O primeiro a detectar essa corrida em direção ao infinito foi o americano Edwin Hubble (1889-1953). Ao estudar as galáxias, em 1927, ele percebeu que, na escala cósmica, tudo se afasta de nós. Dois anos mais tarde, Hubble verificou um fato espantoso: quanto maior a distância da galáxia, maior é a sua velocidade de afastamento.
É fácil entender: imagine que uma galáxia está a 1 milhão de anos-luz da Via Láctea, a galáxia onde fica a Terra, e a velocidade com que ela se afasta é de 15 quilômetros por segundo. Então, uma outra galáxia que esteja a 2 milhões de anos-luz se afastará a exatos 30 quilômetros por segundo. E assim por diante. A proporção entre a distância e a velocidade das galáxias é chamada taxa de expansão, e recebeu o nome de constante de Hubble.
A velocidade de 15 quilômetros por segundo foi exatamente a que Hubble mediu, em sua época. E só com isso já deu para calcular a idade do Cosmo. Basta voltar ao exemplo da galáxia a 1 milhão de anos-luz da Via Láctea. A idade do Universo é justamente o tempo que ela levou para ficar tão longe da Via Láctea - já que, no momento do Big Bang, elas estavam juntas.
É só fazer a conta: a uma velocidade de 15 quilômetros por segundo, elas levaram dois bilhões de anos para se distanciar 1 milhão de anos-luz (a idade é a distância dividida pela velocidade; não esquecer que 1 ano-luz vale 9,5 trilhões de quilômetros). O resultado dessa conta seria a idade do Universo: 2 bilhões de anos. Aí apareceu, pela primeira vez, a grande contradição: como o Universo poderia ser mais novo do que a própria Terra, que já se sabia ter 4,5 bilhões de anos?
Hubble foi prejudicado pelas medidas de velocidade, muito imprecisas. Acontece que nem sempre as galáxias seguem o ritmo de expansão do Cosmo: duas galáxias podem ser atraídas entre si, por sua própria força gravitacional, e criar um movimento independente, que interfere com o cálculo da idade do Universo.
Desde a época de Hubble, a taxa de afastamento das galáxias foi corrigida diversas vezes e acabou caindo para perto de 15 quilômetros por segundo, atualmente. A idade do Universo foi recalculada para cerca de 15 bilhões de anos, valor coerente com a idade das estrelas mais velhas conhecidas.
É possível que a imprecisão das medidas, 65 anos depois de Hubble, ainda estejam atrapalhando os novos cálculos. Os autores admitem uma incerteza de mais de 20% na distância do aglomerado de Virgem (aglomerado é um agrupamento de galáxias). Com isso, em vez dos 8 bilhões de anos que eles calcularam, a idade do Universo subiria para cerca de 10 bilhões de anos. É um valor menos contraditório com a idade das mais velhas estrelas. Esta idade também pode conter incertezas - as estrelas podem ter bem menos do que 13 bilhões de anos. Em resumo, tudo pode se ajeitar. É o que pensa a maioria dos pesquisadores, atualmente.
Para entender melhor o jogo de puxa-puxa entre as galáxias - a causa de imprecisão nas medidas de distância e velocidade -, veja o que descobriu, em 1989, um grupo muito especial de astrônomos. Apelidados de Sete Samurais, eles verificaram que as galáxias mais próximas da Via Láctea, pertencentes ao chamado Grupo Local, estão todas se movendo em direção ao aglomerado de Virgem, muito além delas. Este, por sua vez, parece viajar em direção a outro superaglomerado, o de Centauro, ainda mais distante. É nessa região que os Sete Samurais acreditam que exista uma monstruosa massa de estrelas, batizada de Grande Atrator.
É possível que as galáxias de Virgem estejam sendo puxadas pelo o Grande Atrator, que está muito além delas. Ou seja, vistas da Via Láctea, elas estariam se afastando mais rapidamente do que o fluxo cósmico. Assim, a velocidade delas faria o Universo parecer mais jovem: elas teriam levado menos tempo para percorrer a distância que nos separa delas. E esse tempo, como se viu antes, é a idade do Universo.
A dificuldade dos astrofísicos é separar os dois tipos de velocidade - a que é causada pelo Big Bang e pelo movimento independente. "A única saída é medir a velocidade de grupos de galáxias muitíssimo distantes de nós, em que a atração gravitacional seja tão mínima que possa ser desprezada", explicou a nos o argentino Roberto Televich, um dos Sete Samurais. Televich esteve em novembro de passagem pelo Brasil, para assistir ao eclipse total do Sol. "Para confirmar a velocidade do aglomerado de Virgem, também é preciso verificar a velocidade de galáxias mais distantes, na direção oposta, como as do aglomerado de Fornax".
Os cientistas tentam, então, isolar a velocidade causada pelo impulso do Big Bang, comparando o movimento da galáxia estudada com outra, das vizinhanças. Com base nisso, Michael Pierce garante que suas medidas são bastante precisas.

A própria Wendy Freedman, um dos pivôs da polêmica, admite que, dentro da margem de erro dos seus cálculos, é até possível que tudo se encaixe: as novas medidas e as observações mais antigas. Ainda assim, a notícia de que o Universo pode ser muito mais jovem mexeu com toda a comunidade científica.
Mas, se for confirmado que a velocidade das galáxias medida pelas duas equipes é causada mesmo apenas pelo Big Bang, algo terá de ser mudado. Ninguém, a sério, nega que tenha havido a grande explosão que deu origem a tudo. Seria quase como dizer que a Terra é quadrada, hoje. A questão é a evolução do Cosmo daí para a frente: todo seu ritmo de desenvolvimento precisaria ser revisto.
Alguns astrônomos e cosmologistas já falam em mudar o modelo do Big Bang, introduzindo, por exemplo, a chamada constante cosmológica - uma espécie de número mágico que representaria uma força extra, a empurrar o Universo sempre para a frente.

Brilho oscilante dá a distância

As cefeidas são estrelas que pulsam com regularidade exata. Na foto da esquerda, uma cefeida da galáxia M100 aparece com o seu o brilho mais fraco. Vinte e dois dias depois, a mesma cefeida brilha duas vezes mais forte. Com base nessa variação é que se pode chegar ao cálculo preciso da distância: 54 milhões de anos-luz. É a partir desse número que os cientistas passam a estimar que o Universo tem 8 bilhões de anos. Com isso, ficou aberta a temporada de debates acalorados sobre o Big Bang.

A galáxia da discórdia

De acordo com a teoria, tudo começou numa grande explosão (o Big Bang). Toda a matéria do Universo concentrava-se num só bloco, que explodiu - e desde então o Cosmo está se expandindo. Daí que, tendo-se a velocidade de afastamento entre as galáxias, a distância entre elas indicaria a idade do Cosmo. A galáxia M100 (ao lado) fica a exatos 54 milhões de anos-luz da Terra. A distância foi conseguida entre setembro e outubro, em medições feitas pelo Hubble. E aí é que a coisa complicou: diz o Big Bang que o Universo tem 15 bilhões de anos; mas, segundo a nova medição do Hubble, esta idade não passa dos 8 bilhões de anos.


"Estou certo de que realmente medimos a taxa de expansão do Universo, com uma margem de erro de apenas 10%."
Michael Pierce

O americano Michael Pierce, do Observatório Kitt Peak, no Arizona, é líder da equipe que mediu a distância e a velocidade da galáxia NGC4571, no aglomerado de Virgem

Na entrevista concedida a nos, Michael Pierce afirma que os resultados confirmam que o método de medição das distâncias e velocidades das galáxias por meio das estrelas do tipo cefeidas - visto com ceticismo até há pouco tempo - é extremamente confiável. Para ele, os próximos passos das pesquisas vão modificar alguns pontos do modelo padrão de desenvolvimento do Universo, provavelmente com a introdução de uma força extra, não identificada ainda, que empurre o Cosmo com uma velocidade maior do que as estimativas iniciais. Em resumo, Pierce defende a adoção da constante cosmológica nas equações da evolução do Cosmo.


"Nossa equipe não está tão otimista quanto a de Michael Pierce - não achamos que o problema esteja resolvido. É preciso medir a distância de outras galáxias para confirmar nossos resultados."
Wendy Freedman

A canadense Wendy Freedman, 37 anos, é chefe da equipe que mediu a velocidade da galáxia M100, no aglomerado de Virgem. Doutora em Astronomia e Astrofísica, ela lidera o projeto de medição de distâncias intergalácticas do Telescópio Espacial Hubble

Wendy Freedman confia na grande capacidade do Telescópio Espacial Hubble em levantar a distância de galáxias distantes, com altíssima precisão, já que ele trabalha acima da atmosfera e, portanto, livre das interferências do ar. Na entrevista, ela diz que, se as últimas medidas forem confirmadas e não baterem com a idade das estrelas mais antigas, será preciso adotar a constante cosmológica.


"As últimas medidas significam uma das três possibilidades: a) as medidas não são suficientemente precisas; b) a interpretação dos dados não está correta; c) o modelo do Big Bang está errado. Acredito que é ainda prematuro dizer que o trabalho esteja concluído."
George Smoot

George Smoot é astrofísico do Laboratório Lawrence Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos. Trabalhou durante vinte anos com o satélite COBE, fotografando a radiação de fundo que cobre uniformemente o Universo.

Segundo Smoot, vários métodos mostram resultados similares, mas todos com uma margem de erro grande demais. Na entrevista, o astrofísico diz que a evolução estelar ainda é pouco conhecida. É preciso avaliar melhor essas teorias, antes de derrubar a idéia do Big Bang.


"Sabemos que a Via Láctea está sendo puxada em direção a Virgem, o que traz um efeito significativo na medida da sua velocidade real. Se a correção desse movimento relativo calculada pela equipe de Wendy Freedman for grande demais - como eu acredito que tenha sido - então a constante de Hubble será superestimada."
Joseph Silk

O inglês Joseph Silk é doutor em Astronomia pela Universidade de Harvard. Professor na Universidade da Califórnia, em Berkeley, é autor de vários livros, entre eles, O Big Bang, a origem do Universo

Silk disse a nos que a própria teoria da evolução estelar precisa ser aperfeiçoada para, então, se determinar exatamente a idade das estrelas. Mas ele não descarta a possibilidade de rever alguns pontos da teoria do Big Bang.

"Sou suspeito para falar, mas, em minha opinião, a teoria do Big Bang tem bases muito mais firmes do que outros elementos envolvidos no problema de idade. Assim, acredito que ela sobreviverá. E pouca coisa terá de ser modificada."
Alan Guth

O americano Alan Guth, 47 anos, é o criador da teoria do Universo inflacionário, que afirma que, logo depois da grande explosão, o Cosmo passou por um curto período de aceleradíssimo crescimento. Doutor em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Guth recebeu vários prêmios internacionais

Segundo Guth, mesmo que se confirme que a constante de Hubble é alta, a teoria do Big Bang não deverá enfrentar muitos problemas. A nos, ele afirmou que se for necessária alguma modificação, a mais razoável é a introdução da constante cosmológica, que aumentaria a taxa de expansão do Cosmo. Guth acha, ainda, que a idade das estrelas deve ser revista.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

O Imponente rito de passagem do Poder - Cerimonial da Posse


O IMPONENTE RITO DE PASSAGEM DO PODER - Cerimonial da Posse



Entenda o que significa a cerimônia que transforma o presidente eleito em chefe de Estado, chefe de governo e comandante supremo das Forças Armadas.

A longa festa da posse do presidente da República é composta por um sem-número de símbolos. O cerimonial do Itamaraty, encarregado de organizar a solenidade, prevê o uso de uma série deles no próximo dia 1º . de Janeiro de 1995, quando FHC toma posse. Alguns são obrigatórios, como o juramento constitucional perante o Congresso. Outros são opcionais, como a transmissão da faixa. O presidente Figueiredo (1979-1985), por exemplo, não passou a faixa para Sarney (1985-1990). Caberá a FHC definir qual será o seu estilo de posse.

Talvez os 21 tiros de canhão ou a farda tradicional dos Dragões da Independência sejam muito impressionantes, mas o momento mais importante da cerimônia de transmissão do poder é o juramento constitucional perante o Congresso. O professor Vicente Marotta Rangel, ex-diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, explica que qualquer funcionário público - e o presidente não deixa de ser um -, antes de começar a exercer suas funções, precisa tomar posse perante o superior hierárquico que o nomeou para o cargo. Aí é que vem a questão: quem é o superior hierárquico do presidente da República, se este é o chefe do Estado, isto é o funcionário número um?
No sistema brasileiro, o chefe do Poder Executivo é também o chefe de Estado, quer dizer, além de comandar o governo ele é responsável pelas ações que envolvem o Estado como um todo. Por isso, o presidente representa o Brasil perante os outros países e pode comprometer o Brasil em tratados internacionais. Quem então está acima dele?
Acima do chefe de Estado está o povo, que o "nomeou" para o cargo. "Naquele momento, o Congresso, que é composto por representantes populares, simboliza o povo", afirma o professor Marotta Rangel. "É como se o presidente estivesse tomando posse perante o povo soberano, seu único superior hierárquico".
Uma vez tendo assinado o termo de posse (onde consta por escrito o juramento lido em voz alta) no Congresso, o agora presidente da República vai para o Palácio do Planalto, onde receberá o cargo. A melhor maneira de entender a existência de duas solenidades (uma no Congresso e outra no Planalto) é a seguinte: o funcionário toma posse perante o superior hierárquico que o nomeou e depois vai para o novo local de trabalho, onde o cargo lhe é transmitido pelo antecessor (no caso pelo simbolismo da faixa).
Pode parecer estranho que o chefe de Estado tenha que se submeter a um procedimento funcional comum para começar a trabalhar. Mas essa é a peculiaridade do Estado de Direito, em que o poder dos governantes está limitado pela Constituição. Aquele que comanda um Estado de Direito obedece aos regulamentos desse mesmo Estado e extrai a sua autoridade exatamente do cumprimento dessas leis. É isso que o distingue de um monarca absoluto ou de um tirano.

Resumo dos passos necessários para tomar posse e começar a governar

O presidente eleito precisa percorrer várias etapas até estar em condições de iniciar o seu governo

Diplomação, juramento e saudações militares

Antes de empossado, o presidente eleito é diplomado pelo Poder Judiciário, que assim atesta o resultado eleitoral. Perante o Congresso reunido, jura lealdade à Constituição, assina o termo de posse e anuncia em discurso as diretrizes de governo. Depois recebe homenagens militares: 21 tiros de canhão (número reservado a chefes de Estado) e apresentação de armas.

Encontro, faixa presidencial e cumprimentos

O presidente que deixa o cargo recebe o sucessor na porta do Palácio e depois passa a faixa. A faixa presidencial carrega as Armas nacionais e um broche com a representação feminina da República. Recebida a faixa, o presidente vai até o parlatório (tribuna) do Planalto.

Nomeação do Ministro da Justiça e dos demais

O primeiro ato de governo é a nomeação do ministro da Justiça, para em seguida empossar os outros. O ministro da Justiça precisa referendar a nomeação dos outros ministros para que eles tomem posse. Os ministros assinam o termo de posse no Planalto. Depois, existe a transmissão do cargo em cada ministério.


Conheça os símbolos que estão na faixa presidencial brasileira

Nela, as Armas da República estão bordadas com fios de ouro e há um broche com diamantes

Faixa original era diferente

A faixa presidencial foi criada por decreto de Hermes da Fonseca em 1910. No começo era uma faixa com a cor verde no centro, ladeada por duas bandas amarelas. Hoje, o amarelo está no centro . O primeiro presidente a aparecer com a nova faixa na galeria de retratos oficiais do Planalto é Getúlio Vargas.
A faixa tem 12 cm de largura por 70 cm de cumprimento e deve ser usada da direita para a esquerda. No centro está bordado o Brasão da República em fios de ouro . Onde as duas pontas se cruzam há uma medalha de ouro maciço presa a um broche que repousa sobre uma roseta . Em princípio, ela só deveria ser usada com fraque. Os presidentes às vezes a usam com terno.

Brasão tem espada militar

O Brasão da República é um dos quatro símbolos nacionais (os outros três são a bandeira, o hino e o selo). O brasão é uma herança da Idade Média. Os cavaleiros medievais distinguiam-se nas Cruzadas por seus respectivos brasões. O Brasão da República Federativa do Brasil é composto por: um Cruzeiro do Sul colocado no centro . Em volta dele há um círculo rodeado com vinte e uma estrelas de prata . Tudo isso repousa sobre uma espada desembainhada , lembrança da intervenção militar que proclamou a República. No lado esquerdo do Brasão, há um ramo de tabaco florido e no direito, um ramo de café . Herdados do Brasão do Império, indicam a vocação agrícola do Brasil.

Broche mostra República

O broche apresenta uma mulher com o barrete frígio , que é o símbolo da República na França. O barrete frígio indicava que uma pessoa era livre (não escrava) na Roma antiga. Por isso foi recuperado pelos revolucionários franceses como símbolo da liberdade republicana conquistada após terem derrubado o absolutismo em 1789.
No lado direito do broche, da mulher está escrita a palavra "libertas" , que em latim significa liberdade. Há 21 diamantes incrustados no broche , representando os 20 antigos estados da União e o Distrito Federal. A medalha de ouro maciço contém a inscrição "Presidente da República do Brasil" e no verso, o Brasão da República.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

A Revolta da Vacina - História do Brasil

A REVOLTA DA VACINA - História do Brasil



Oswaldo Cruz queria livrar o Rio de Janeiro da varíola. Mas na primeira campanha de vacinação, há 90 anos, a cidade virou um campo de batalha.



Entre os dias 10 e 18 de novembro de 1904, a cidade do Rio de Janeiro viveu o que a imprensa chamou de "a mais terrível das revoltas populares da República". O cenário era desolador: bondes tombados, trilhos arrancados, calçamentos destruídos - tudo feito por uma massa de 3 000 revoltosos. A causa foi a lei que tornava obrigatória a vacina contra a varíola. E o personagem principal, o jovem médico sanitarista Oswaldo Cruz.
A oposição política, ao sentir a insatisfação popular, tratou de canalizá-la para um plano arquitetado tempos antes: a derrubada do presidente da República Rodrigues Alves. Mas os próprios insufladores da revolta perderam a liderança dos rebeldes e o movimento tomou rumos próprios. Em meio a todo o conflito, com saldo de 30 mortos, 110 feridos, cerca de 1 000 detidos e centenas de deportados, aconteceu um golpe de Estado, cujo objetivo era restaurar as bases militares dos primeiros anos da República.
A revolta foi sufocada e a cidade, remodelada, como queria Rodrigues Alves. Poucos anos depois, o Rio de Janeiro perderia o título de "túmulo dos estrangeiros". Hoje, a varíola está extinta no mundo todo. E a Organização Mundial da Saúde, da ONU, discute a destruição dos últimos exemplares do vírus da doença, ainda mantidos em laboratórios dos Estados Unidos e da Rússia.
Rodrigues Alves assumiu a presidência da República em 1902, no Rio de Janeiro, sob um clima de desconfiança e com um programa de governo que consistia basicamente de dois pontos: modernizar o porto e remodelar a cidade. Isso exigia atacar o maior mal da capital: doenças como peste bubônica, febre amarela e varíola.
A futura "Cidade Maravilhosa" era, então, pestilenta. A situação era tão crítica que, durante o verão, os diplomatas estrangeiros se refugiavam em Petrópolis, para se livrar do contágio. Em 1895, ao atracar no Rio, o contratorpedeiro italiano Lombardia perdeu 234 de seus 337 tripulantes por febre amarela.
Segundo a oligarquia paulista do café, de quem Rodrigues Alves era representante, além de vergonha nacional, as condições sanitárias do Rio impediam a chegada de investimentos, maquinaria e mão-de-obra estrangeira.
O projeto sanitário deveria ser executado a qualquer preço. Rodrigues Alves nomeia, então, dois assistentes, com poderes quase ditatoriais: o engenheiro Pereira Passos, como prefeito, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz, como chefe da Diretoria de Saúde Pública. Cruz assume o cargo em março de 1903: "Dêem-me liberdade de ação e eu exterminarei a febre amarela dentro de três anos". O sanitarista cumpriu o prometido.
Em nove meses, a reforma urbana derruba cerca de 600 edifícios e casas, para abrir a avenida Central (hoje, Rio Branco). A ação, conhecida como "bota-abaixo", obriga parte da população mais pobre a se mudar para os morros e a periferia.
A campanha de Oswaldo Cruz contra a peste bubônica correu bem. Mas o método de combate à febre amarela, que invadiu os lares, interditou, despejou e internou à força, não foi bem sucedida. Batizadas pela imprensa de "Código de Torturas", as medidas desagradaram também alguns positivistas, que reclamavam da quebra dos direitos individuais. Eles sequer acreditavam que as doenças fossem provocadas por micróbios.
1.Jacobinos e florianistas.1, que já articulavam um golpe contra o presidente Rodrigues Alves, perceberam que poderiam canalizar a insatisfação popular em favor de sua causa: a derrubada do governo, acusado de privilegiar os fazendeiros e cafeicultores paulistas.
Dia 31 de outubro, o governo consegue aprovar a lei da vacinação. Preparado pelo próprio Oswaldo Cruz - que tinha pouquíssima sensibilidade política -, o projeto de regulamentação sai cheio de medidas autoritárias. O texto vaza para um jornal. No dia seguinte à sua publicação, começam as agitações no centro da cidade.
Financiados pelos monarquistas - que apostavam na desordem como um meio de voltar à cena política -, jacobinos e florianistas usam os jornais para passar à população suas idéias conspiradoras, por artigos e charges. Armam um golpe de Estado, a ser desencadeado durante o desfile militar de 15 de novembro. Era uma tentativa de retornar aos militares o papel que desempenharam no início da República. Mas, com a cidade em clima de terror, a parada militar foi cancelada. Lauro Sodré e outros golpistas conseguem, então, tirar da Escola Militar cerca de 300 cadetes que marcham, armados, para o palácio do Catete.
O confronto com as tropas governamentais resulta em baixas dos dois lados, sem vencedores. O governo reforça a guarda do palácio. No dia seguinte, os cadetes se rendem, depois que a Marinha bombardeara a Escola Militar, na madrugada anterior. No dia 16, o governo revoga a obrigatoriedade da vacina, mas continuam os conflitos isolados, nos bairros da Gamboa e da Saúde. Dia 20, a rebelião está esmagada e a tentativa de golpe, frustrada. Começa na cidade a operação "limpeza", com cerca de 1 000 detidos e 460 deportados.
Mesmo com a revogação da obrigatoriedade da vacina, permanece válida a exigência do atestado de vacinação para trabalho, viagem, casamento, alistamento militar, matrícula em escolas públicas, hospedagem em hotéis.
Em 1904, cerca de 3 500 pessoas morreram de varíola. Dois anos depois, esse número caía para nove. Em 1908, uma nova epidemia eleva os óbitos para cerca de 6 550 casos, mas, em 1910, é registrada uma única vítima. A cidade estava enfim reformada e livre do nome de "túmulo dos estrangeiros".
Cerca de quinze tipos de moléstia faziam vítimas no Rio do início do século. As principais, que já atingiam proporções epidêmicas, eram a peste bubônica, a febre amarela e a varíola. Mas havia também sarampo, tuberculose, escarlatina, difteria, coqueluche, tifo, lepra, entre outras.
Para combater a peste bubônica, Oswaldo Cruz formou um esquadrão especial, de 50 homens vacinados, que percorriam a cidade espalhando raticida e mandando recolher o lixo. Criou o cargo de "comprador de ratos", funcionário que recolhia os ratos mortos, pagando 300 réis por animal. Já se sabia que eram as pulgas desses animais as transmissoras da doença.
Em 1881, o médico cubano Carlos Finlay havia identificado o mosquito Stegomyia fasciata como o transmissor da febre amarela. Cruz, então, criou as chamadas "brigadas mata-mosquitos", que invadiam as casas para desinfecção com gases de piretro e enxofre. No primeiro semestre de 1904, foram feitas cerca de 110 000 visitas domiciliares e interditados 626 edifícios e casas. A população contaminada era internada em hospitais.
Mesmo sob insatisfação popular, a campanha deu bons resultados. As mortes, que em 1902 chegavam a cerca de 1 000, baixaram para 48. Cinco anos depois, em 1909, não era registrada, na cidade do Rio de Janeiro, mais nenhuma vítima da febre amarela.
Apesar de todos os incidentes, foi com a mesma firmeza que Oswaldo Cruz bancou a campanha contra a varíola. Na noite de 14 para 15 de novembro, enviou a mulher e os filhos para a casa do amigo Sales Guerra e seguiu, ele mesmo, para a casa do cientista Carlos Chagas, que mais tarde descobriria a causa do mal de Chagas.
Em 1907, de volta de uma exposição na Alemanha, onde fora premiado por sua obra de combate às doenças, Cruz sente os primeiros sintomas da sífilis. Envelheceu rapidamente: aos 30 anos, tinha já cabelos brancos. A sífilis causou-lhe insuficiência renal. Mais tarde, surgiram problemas psíquicos. Os delírios se intensificaram e conta-se que muitas vezes foi visto à noite, vagando solitariamente pelas dependên-cias do Instituto Manguinhos, que ele próprio ajudara a projetar, em 1903, e que receberia o nome de Instituto Oswaldo Cruz, em 1908.
Em 1916, foi nomeado prefeito de Petrópolis. A cidade, envolvida em disputas políticas, não recebe bem a nomeação. Oswaldo Cruz morreu, em 11 de fevereiro de 1917, com uma passeata de protesto em frente à sua casa.

O mês de novembro de 1904 pôs fogo no Rio de Janeiro

Dia 9
O jornal carioca A Notícia publica o projeto de regulamentação da lei de vacinação obrigatória. Os termos são considerados autoritários e começa a indignação popular. No dia 10, o povo se aglomera no largo de São Francisco. "Morra a polícia. Abaixo a vacina", gritam os oradores. A multidão desce a rua do Ouvidor e, na praça Tiradentes, encontra policiais. Ao final, quinze presos.

Dia 11
A Liga Contra a Vacina Obrigatória marca um comício no largo de São Francisco. Seus líderes não comparecem. Mas, exaltada, a multidão recebe a polícia com pedras, paus e pedaços de ferro da construção da avenida Central (hoje, Rio Branco). À noite, cerca de 3 000 pessoas marcham contra o Palácio do Catete, sede do governo, já cercado por tropas. Na volta, pela Lapa, há novos confrontos. Tiros. Morre o primeiro popular.

Dia 12
Nos três dias seguintes, a cidade se transforma num campo de batalha, com barricadas em diversos pontos. Bondes e postes são depredados. Trilhos e calçamentos, arrancados. Delegacias, repartições públicas e casas de armas, invadidas. A polícia é expulsa de bairros pobres, como a Saúde. Tropas do Exército de São Paulo e Minas Gerais são requisitadas. A Marinha entra no conflito.

Dia 14
Golpe de Estado contra o presidente Rodrigues Alves. Líderes políticos conseguem sublevar a Escola Militar, na praia Vermelha, de onde saem 300 cadetes armados, rumo ao Catete. Golpistas e tropas legalistas se enfrentam. O governo reforça a segurança do palácio. O presidente se recusa a se refugiar num navio da Marinha. O encouraçado Deodoro bombardeia a Escola Militar. Os rebelados se rendem. Fracassa o golpe.

Dia 16
O governo suspende a obrigatoriedade da vacina, retraindo a revolta. A resistência fica isolada a poucos locais, entre eles, a Saúde, "último reduto dos anarquistas". No dia 18, acontece o último conflito, na pedreira do Catete. Saldo: 110 feridos, 30 mortos e 945 pessoas presas, das quais 461 são deportadas - inclusive sete estrangeiros, segundo o chefe de polícia. A cidade volta à normalidade.


Breve história da extinção da varíola no mundo

1904
A vacina era fabricada com o vírus da varíola bovina. A primeira vacina tinha sido desenvolvida em 1797, pelo médico inglês Edward Jenner (1749-1823). Com o tempo, o método foi aperfeiçoado. No final do século XIX, já se produzia a vacina desidratada, a partir do vírus da varíola bovina. Foi este o método trazido da França por Oswaldo Cruz. A aplicação era feita no braço, por meio de arranhões com lancetas.

1967
A Organização Mundial da Saúde (OMS), da ONU, iniciou a campanha de erradicação da varíola. A vacina era produzida, então, a partir de tecidos de bezerro contendo o vírus ativo, e a aplicação, feita por pistola. Em 1973, a varíola é considerada extinta na América do Sul. Em 1976, o último ataque à doença, na Somália e na Etiópia, mobilizou 3 milhões de vacinadores. O último caso foi o de uma jornalista inglesa, que se contaminou em laboratório e morreu da doença, em 1978.

1980
Em 8 de maio, a OMS dá a varíola como completamente erradicada da Terra. Alguns países foram autorizados a conservar o vírus em laboratório, entre eles Estados Unidos, África do Sul, a extinta União Soviética, Grã-Bretanha, Holanda e China. Os três últimos desistiram. A África do Sul destruiu suas amostras em 1984.Em meados deste ano, foi realizada uma reunião para definir o que fazer com as amostras americanas e russas.

1994
Em 9 de setembro, o Comitê de Especialistas da OMS aprovou a recomendação de destruir os últimos vírus e encaminhou-a à Assembléia Mundial de Saúde, que acontece em maio de 1995. O Brasil foi representado no Comitê pelo pesquisador Hermann Schatzmayr, da Fundação Oswaldo Cruz. Tudo indica que os últimos exemplares terão seu fim em 30 de junho de 1995. Mas seu código genético será preservado.


O sanitarista

Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu em São Luis do Paraitinga, São Paulo, em 5 de agosto de 1872. Precoce, ingressou na faculdade de medicina aos 15 anos. Em 1892, com 20 anos, obteve o doutorado pela Faculdade Nacional de Medicina, do Rio de Janeiro. Exerceu a clínica médica por pouco tempo e, com o apoio do sogro, seguiu para Paris, em 1896, para um estágio no Instituto Pasteur. Faleceu em Petrópolis, em 11 de fevereiro de 1917.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

Internet S.A. - Informática

INTERNET S.A. - Informática



Serviços comerciais e programas mais simples de usar transformam a maior rede de informações do planeta em um negócio que rende muito dinheiro.



A Internet, a gigantesca e anárquica rede mundial que une 25 milhões de pessoas, passa por uma brutal metamorfose. Até hoje, Internet foi sinônimo de conversa entre órgãos do governo americano, cientistas e maníacos por computador. Este ano, outro personagem surgiu: o dinheiro.
A abertura definitiva da Internet é responsabilidade dos grandes serviços on-line dos Estados Unidos, como o America On Line, CompuServe e Prodigy. Essas companhias simplificam o acesso à Internet, mas cobram pelo serviço cerca de dez dólares por mês. Um grande negócio, pois hoje os três serviços possuem mais de quatro milhões de assinantes. Mas esse filão parece estar se esgotando. Nos últimos anos surgiram diversos programas que também facilitam a navegação pela Internet. E com uma grande vantagem: são gratuitos.
Como o acesso à Internet tornou-se muito simples, o número de novos usuários não pára de crescer. Isso assusta as pessoas que estão há mais tempo na rede - que apelidaram os neófitos de "novos insensatos". Aumento de usuários e de serviços - hoje, mais de um terço das informações trocadas na rede tem fins comerciais. De pequenos serviços a grandes anúncios: como o da poderosa companhia americana AT&T, que está usando os cabos da Internet para um anúncio multimídia, onde uma narração do ator Tom Selleck (o detetive Magnum da série de TV) diz como vai ser o futuro. O anúncio é gratuito.
O grande segredo da Internet, desde que foi criada pelo governo americano na década de 60, para ligar as áreas de Defesa às universidades, é que todo usuário tem algo a dizer. Caótica, sem direção, mas sobretudo democrática, a rede é um lugar "onde todo mundo é um gerador de informação", como escreveu James Gleick, o criador da Teoria do Caos, em artigo para a revista do jornal The New York Times.
O que muda, com os "novos insensatos", é que o antigo habitat de cientistas pode transformar-se num grande supermercado virtual onde é possível vender de tudo. Como um casal de advogados do Arizona que teve a idéia de anunciar na Internet. A dupla enviou a mais de cinco mil fóruns de discussão conectados à rede uma pequena publicidade onde propunham resolver problemas de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.
A reação dos veteranos foi uma declaração de guerra. Os computadores e fax do casal foram inundados com todo tipo des protestos, de simples xingamentos a centenas de páginas de fax em branco. Apesar disso, foi um excelente negócio. Feitas as contas, o casal lucrou mais de 100 000 dólares com o anúncio.
A Internet possui um código de uso (e de conduta) cujo principal ponto é que toda informação seja livre. Há pouco, o governo americano surgiu com a idéia de embutir nos computadores um chip chamado Clipper - um "grampo", um dedo-duro decifrador de mensagens. Essa idéia colocou os hackers em pé de guerra. Para eles, o Clipper é uma afronta à primeira emenda da Constituição americana, que garante a todos os cidadãos a mais absoluta liberdade de expressão. O governo contra-argumenta que seu chip é uma ferramenta contra criminosos. Mas não convence. Para combater a iniciativa do governo, surgiu um novo ser na fauna na Internet: os criptopunks. Valendo-se de textos cifrados, invenção atribuída aos Césares de Roma, implodiram qualquer tentativa de controle oficial. Um programa da década de 70, recuperado agora pelo criptopunks, cria duas chaves cifradas. Uma delas é um código público, mas a mensagem só pode ser decifrada com outra chave, privada.
Ainda é cedo para adivinhar como acabará a guerra eletrônica, mas, ao que parece, os veteranos serão obrigados a conviver com "novos insensatos", vendedores de pizzas e advogados com pendores publicitários.

Programas que tornaram muito mais simples a navegação pela rede planetária

A Internet não é mais um reduto de cientistas e militares. Hoje, qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode fazer parte da rede mundial de comunicação.
Quando a Internet surgiu, no final da década de 60, trocar informações dentro dela era muito difícil, cheio de complicados códigos de acesso, além de textos e gráficos rudimentares. Atualmente, a comunicação é bem mais fácil e qualquer pessoa que tenha um microcomputador, um modem e uma linha telefônica pode fazer parte da rede de informações.
Veja os programas desenvolvidos nos últimos quatro anos que tornaram "amigável" a navegação pela Internet.

Gopher
É uma ferramenta desenvolvida no início da década de 90 pela Universidade de Minnesota (EUA) que explora o modelo cliente/servidor, e permite ao usuário navegar facilmente pela Internet. As informações e serviços disponíveis no servidor são apresentados ao usuários em forma de menus agrupados por localização geográfica (região, estado, país...), conteúdo temático (educação, informática...) ou procedência (governalmental, comercias, etc.).

WAIS
O WAIS (Wide Area Information Service, "serviço de informações em área ampla"), assim como sistemas parecidos (Archie, Veronica e Jughead), é um programa criado para procurar informações dentro dos vários bancos de dados (conhecidos como "bibliotecas") contidos na Internet. Através desse programa, você pode, por exemplo, de Belo Horizonte, acessar um texto sobre o poeta inglês Byron que esteja em uma "biblioteca virtual" em Paris ou Chicago.

WWW
A World Wide Web ("ampla teia mundial") é um avançado sistema de navegação dentro da Internet. Com a web pode-se utilizar o recurso de hipertexto: você está escrevendo um texto sobre um assunto qualquer e com um simples comando no programa pode obter mais informações referentes ao assunto, sem ter que sair da tela onde está o seu texto. A WWW reúne todos os outros sistemas de comunição pela Internet, como o Gopher, o WAIS e a própria WWW.

Mosaic
O programa que faz na Internet o que o Windows faz no PC: facilita (muito) a operação. O usuário do Mosaic vê algo como uma página de revista, com textos bem arrumados na tela, além de ícones e imagens. E dentro das palavras ou imagens há conexões para outras localizações na Internet. Com isso, fica muito mais fácil trocar informações científicas, programas de computador, mensagens românticas ou fotos eróticas. Ou ainda, escolher um filme pela TV a cabo e até pedir uma pizza.


Personagens da rede

Veja quem são os principais personagens da Internet

Comunidades virtuais
Grupos de usuários da Internet que se comunicam pela rede, trocando informações sem nunca terem se conhecido pessoalmente.

Donas de casa
Para fazer parte da rede, ninguém precisa sair de casa. Nos Estados Unidos é possível escolher filmes ou fazer compras pela Internet.

Ciberpunk
O "punk cibernético" utiliza o que há de mais moderno em tecnologia de informática para protestar e a adotar uma atitude de repulsa à sociedade.

Estudantes
Pela Internet um aluno pode estudar e pesquisar, consultando "bibliotecas virtuais". Pode também trocar mensagens e jogos eletrônicos.

Professor universitário
É um dos maiores usuários da Internet. Poder trocar informações, idéias e textos com qualquer lugar do mundo tornou-se um recurso muito útil à comunidade acadêmica.

Criptopunks
Pessoas que usam textos cifrados para impedir qualquer controle de informações na Internet.

Hackers
Geralmente um jovem que passa as noites em claro para descobrir todas as possibilidades do seu computador.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

Viagem à Pré-história - Paleontologia


VIAGEM À PRÉ-HISTÓRIA - Paleontologia



Para comemorar seus 125 anos, o Museu Americano de História Natural, de Nova York, monta uma exposição de esqueletos de animais pré-históricos, reconstituídos com perfeição.



Este ano o Museu Americano de História Natural comemorou seu aniversário, montando uma exposição onde se pode ver a evolução em marcha. São tantos esqueletos de espécies do passado que se tem a sensação de estar assistindo aos animais mudando de forma ao longo dos milênios.
O museu tem a mais completa coleção de mamíferos pré-históricos do mundo - 250 exemplares. No conjunto, eles representam 300 milhões de anos na história dos seres.
A exposição deve aumentar a confiança dos visitantes no conhecimento científico, esperam os organizadores. Os visitantes podem observar como os ossos de cada espécie se ajustam com naturalidade uns aos outros, fazendo ressurgir a forma de um corpo que já não existe. Fica mais fácil acreditar nas leis da evolução, que as pessoas custam a aceitar, de acordo com os especialistas.
Uma pesquisa encomendada pelo museu informa que 62% dos americanos adultos conhecem as conclusões científicas de que os macacos são os parentes mais próximos do homem. Apesar disso, mais da metade dos americanos não está convencida de que o homem descende de espécies mais antigas. Ou seja, mesmo os cidadãos bem informados têm dúvida sobre as idéias da ciência.

Um precursor dos cachorros

Um maiores predadores entre os mamíferos de todos os tempos, o Amphicyon ingens media 3,3 metros de comprimento. Semelhante ao urso, também tinha características dos cachorros. Há 14,5 milhões de anos, caçava nas planícies da atual América do Norte.

Preguiça Gigante
Há 30 000 anos, a família dos tamanduás e dos tatus incluía o Lestodon armatus, com 3 metros de altura. Era uma preguiça, mas não se abrigava nas árvores, nem dormia de dia (como as preguiças existentes hoje na natureza). O Lestodon andava no chão e dormia de noite. Era herbívoro, não deixou descendência e existiu apenas na América do Sul.

Presa veloz
O Ramoceros osborni media 90 centímetros. Parente extinto do veado pronghorn (o corredor mais resistente do mundo atual), era alvo constante do Amphicyon.

Marsupial recordista
O Diprotodon australis perambulou pela Oceania, 20 000 anos atrás, e tinha bolsa na barriga para levar os filhotes, como os cangurus. Com 2,70 metros, foi maior que qualquer outro marsupial posterior.

Dentes de Sabre
Pouco menor que um tigre atual, o Smilodon necator tinha 2,10 metros, da cauda ao focinho. As chaves de sua anatomia eram os grandes dentes de sabre e a constituição pesada da ossatura frontal. Há 25 000 anos, podia ser encontrado do Canadá à Argentina.

Anta muito antiga
Da linhagem do Brontops robustus saíram a anta, o cavalo e o rinoceronte. O ancestral pastou pelo norte dos Estados Unidos há 35 milhões de anos, bem antes de esses animais evoluírem. Media 4 metros de comprimento.

Urso das cavernas
As montanhas da região onde agora é o leste europeu formavam um ambiente ideal para os ursos de 14 000 anos atrás. O Ursus spelaeus (2,10 metros de altura) foi uma das espécies que proliferaram nas muitas cavernas da região.

Réptil-mamífero
Alguns lagartos do tempo dos dinossauros já tinham algumas características do que seriam os mamíferos, mais tarde. Estavam na trilha dos mamíferos, pode-se dizer. Como o Dimetrodon limbatus, com 2,9 metros de comprimento, muito comum nas antigas terras da América do Norte, há 280 milhões de anos.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

A sentença é Genética - Câncer de Mama


A SENTENÇA É GENÉTICA - Câncer de mama



O gene causador dos tumores nos seios foi identificado. Agora, ficou mais fácil prevenir a doença que afeta uma em cada oito mulheres no mundo incidência entre as mulheres do planeta.



Terminou a corrida. No final de setembro, a equipe do professor Mark H. Skolnick, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, anunciou ter isolado o tão procurado gene do câncer de mama. Doze outras equipes no mundo inteiro buscavam o mesmo feito. Frustaram-se.
Os adversários estão entre aliviados e desapontados com o final de uma perseguição, que durou quatro anos de longas jornadas de trabalho. Alguns cientistas estiveram muito, muito perto mesmo de achar o BRCA 1, como o tal gene vem sendo chamado. Mas só Skolnick, que contou com 44 colaboradores de cinco instituições científicas, chegou lá - reconheceu a porção de DNA culpada por uma doença que atinge uma em cada oito mulheres do mundo. Cinco por cento dessas mulheres cancerosas já nascem com o BRCA 1 defeituoso. Nas 95% restantes, o defeito genético pode aparecer mais tarde, provocado por fatores, como radiação.
A alta incidência explica a enorme força econômica por trás desta pesquisa. A disputa para se isolar o BRCA 1 foi mais acirrada do que a busca de outros genes causadores de doenças. A vitória de Skolnick é, de fato, peculiar. É a primeira vez que se localiza o gene de uma doença comum, possibilitando a criação de testes que poderão ser aplicados amplamente - no caso, para identificar mulheres com alto risco.
Mas eis aí a polêmica também: há três anos, Skolnick fundou uma empresa de Biotecnologia, a Myriad Genetic Inc., que agora ganhou a patente do BRCA 1. Seus pesquisadores já estão empenhados em desenvolver testes para detectar defeitos genéticos.
Muitos cientistas debatem: será certo patentear genes? Mas, segundo Mary-Claire King, professora da Universidade da Califórnia - e uma das principais adversárias de Skolnick nesta grande corrida da Genética -, a polêmica só existe porque o conhecimento do BRCA 1 vai ser usado num enorme número de testes. "Ninguém fez tanto escarcéu quando foram criados testes para doenças raras", diz ela. "Desta vez, porém, muita gente vai querer fazer o exame genético. A patente é um prêmio justo."

Os pesquisadores sabiam que o gene associado ao câncer de mama estava em algum lugar na metade inferior do cromossomo 17. Também sabiam que mulheres com mutações nessa região têm 85% de chance de desenvolver a doença.
Uma vez conhecida a vizinhança do gene, tudo o que tinha de ser feito era estreitar a procura, como num funil, para chegar a seu endereço em particular. Era preciso vasculhar uma molécula de DNA com milhões de subunidades - os chamados pares de base. Eis a questão: qual grupo de pares, formando um gene, seria o famoso BRCA 1?
O único jeito de responder era examinar amostras do sangue de pessoas pertencentes a famílias com grande incidência de câncer. Era preciso perceber padrões anormais, ou seja, de pedaços de DNA, extraídos das células sangüíneas, com alguma combinação diferente em relação à população saudável.
Portanto, cada vez que identificavam um desses padrões anormais, os pesquisadores precisam verificar se ele não se repetia em pessoas sadias da mesma família. Porque, se repetisse, era sinal de que aquela suposta anormalidade representava uma mera característica familiar e não uma ameaça de câncer.
Foi em julho que a equipe de Skolnick desconfiou que tinha encontrado a parte certa. Seu grande trunfo, dizem, foi estudar os casos de certas famílias mórmons, incrivelmente grandes, habitantes do Estado de Utah. Em algumas delas, chegavam a existir quarenta mulheres com câncer de mama.

Num futuro próximo, qualquer mulher poderá saber se carrega ou não o BRCA 1 com um simples exame de sangue. Filhas, irmãs e sobrinhas de pacientes de câncer de mama podem ter interesse em descobrir isso.
Mas, infelizmente, nos casos de resultado positivo, tudo o que a pessoa tem a fazer é aumentar a freqüência dos exames de mamografia, para controlar a sua saúde. Existem, claro, soluções mais radicais, como a amputação preventiva dos seios, que causa muita polêmica, e o uso de drogas experimentais como o tamoxifeno, que parece impedir o crescimento dos tumores. Nada disso garante evitar o câncer. Ao menos, por enquanto.
"A partir do melhor conhecimento do gene BRCA 1 devem aparecer testes capazes de detectar células da mama que já estejam doentes", prevê, otimista, o médico Edison Mantovani Barbosa, presidente da regional paulista da Sociedade Brasileira de Mastologia. "A importância disso é inegável, pois hoje a mamografia só consegue flagrar tumores com mais de 1 centímetro de diâmetro." De fato, para chegar nesse tamanho o câncer leva quase uma década. Portanto, só testes com marcadores genéticos é que farão um diagnóstico precoce ao pé da letra.
"Também é fundamental saber o que é capaz de ativar esse gene. Será radiação? Serão hormônios?", pergunta Mantovani Barbosa. Nesse sentido, os mesmos treze laboratórios que participaram da corrida atrás do BRCA 1 estão trabalhando duro. Pois na ciência é quase sempre assim: quando se resolve uma questão, surgem outras dez.
Os cientistas querem saber como o gene BRCA 1 trabalha em condições normais, quais tipos de mutação pode sofrer e, entre elas, quais estariam mais relacionadas com tumores de mama - já que o mesmo gene é suspeito de causar câncer de ovário. E o mais importante: eles se perguntam que tipo de droga poderia reverter o efeito da mutação, resultando na cura da doença.
O BRCA 1 causa o câncer no seio. Mas pode não ser o único responsável pela doença. Recentemente, instituições inglesas apontaram um segundo provável envolvido, já batizado de BRCA 2. O problema é que ninguém sabe exatamente onde ele fica. Uma nova corrida começa.

O descobridor

Mark Skolnick é formado em Matemática, tem 48 anos e especializou-se no uso de computadores em Medicina. Daí para o estudo dos genes foi um passo. Há quinze anos, ajudou a inventar a técnica dos testes genéticos e, desde então, migrou de um projeto de pesquisa para outro, sem parar. Recentemente, descobriu um gene relacionado ao melanoma, o mais terrível dos cânceres de pele. Mas, sem dúvida,a sua maior vitória foi ter encontrado uma porção de DNA responsável por tumores nos seios. Afinal, é a primeira vez que alguém localiza o gene de uma doença com grande incidência no mundo inteiro.

A precursora

Mary-Claire King é geneticista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Em 1990, ela provou que o gene do câncer de mama estava em algum lugar do cromossomo 17. Fez isso, demonstrando que existiam alterações nesse cromossomo em centenas de pacientes com câncer no seio e nos ovários - algumas dessas mulheres apresentavam os dois tumores ao mesmo tempo. A partir daí, a cientista não cansou de procurar o gene culpado. Mesmo sem encontrar o seu endereço exato, é reconhecida pelo mérito de Ter lançado a corrida atrás do BRCA 1.

Perfil do tumor que mais atinge as mulheres

Números americanos
Nos Estados Unidos, a cada 3 minutos é detectado um tumor de mama. Só lá, são 180 000 novos casos por ano.

Números brasileiros
No Brasil, a cada 24 minutos surge uma paciente com esse tipo de câncer. Só aqui, são 22 000 novos casos por ano.

Sinais de alarme
Aparecimento de nódulos nos seios e alterações que persistam, tais como inchaço ou retração das mamas ou mesmo irritações na pele ao seu redor.

Fatores de risco
A probabilidade de desenvolver a doença aumenta com a idade, principalmente quando existem outros episódios na família. Mulheres que entraram na menopausa com mais de 50 anos de idade ou que nunca tiveram filhos também têm mais chance de adoecer.

Prevenção
A partir dos 20 anos, as mulheres devem se auto-examinar, palpando as mamas à procura de nódulos, uma vez por mês, na primeira semana após o fim da menstruação. Depois dos 40 anos, é preciso fazer um exame de mamografia todo ano.

Tratamento
Quando é pequeno, o tumor pode ser isolado e arrancado numa cirurgia. Tumores maiores, porém, exigem a retirada de boa parte ou de toda a mama, que pode ser reconstituída numa plástica, mais tarde. De qualquer modo, essas operações são combinadas com rádio e quimioterapia.

Sobrevivência
Nos últimos quarenta anos, a incidência de cura subiu de 78% para 93%, quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais.

O seguidor

O geneticista britânico Simon Smith, do Grupo de Pesquisa de Genética do Câncer, em Cambridge, na Inglaterra, é um dos responsáveis pela descoberta de um segundo gene envolvido com o câncer de mama. O chamado BRCA 2 também está no cromossomo 17, como indicam os fragmentos de DNA. Resta saber em que ponto o segundo gene estaria.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

Secou porque não ventou - Clima


SECOU PORQUE NÃO VENTOU - Clima



No último inverno, o Brasil teve a maior seca dos últimos 40 anos. Tudo por causa da chamada área de circulação zonal, no Pacífico: ela bloqueou os ventos que trariam as chuvas.



Nos meses de julho, agosto e setembro de 1994, as regiões Sudeste e Centro Oeste do Brasil sofreram as conseqüências da pior seca dos últimos 40 anos. Durante mais de 100 dias não choveu na cidade de São Paulo. Em Brasília, a umidade relativa do ar atingiu índice de 11%, igual ao do deserto do Saara. Os incêndios consumiram matas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal.
O que provocou tudo isso?
"O problema veio de bem longe, da parte leste do oceano Pacífico", afirma a meteorologista Cíntia Uvo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, SP. Mais ou menos na altura do Trópico de Capricórnio, linha imaginária que dá a volta ao globo, passando pela cidade de São Paulo, surgiu um fenômeno cuja causa não se conhece, diz Cíntia. Parecido com um redemoinho, ele é tecnicamente batizado de área de circulação zonal e pode ter até 1 500 quilômetros de diâmetro. Dentro dessa área, a pressão atmosférica sobe e desce: é alta em alguns pontos e baixa em outros. Então, o ar fica circulando, como se estivesse fechado em uma redoma de vidro.
A área de circulação zonal ficou estacionada no Pacífico durante três meses. Desviou o caminho do fluxo de ar que traz as frentes frias da Antártida e que fazem chover no Brasil. A anomalia começou a interferir nos movimentos da atmosfera a partir de julho.
Os ventos bloqueados por ela trafegam na média troposfera, isto é, a aproximadamente 5 quilômetros de altitude. São compostos por ar frio e aí é que está: o ar frio é mais pesado que o ar quente e úmido do continente. Por isso, quando chegam ao continente, os ventos frios vindos do Pacífico tendem a se enfiar por baixo do ar quente - que então sobe e forma as nuvens. Este ano, com as frentes frias desviadas para o Atlântico, o ar quente ficou sem ninguém para empurrá-lo lá para cima. Aos poucos, foi perdendo a umidade. Resultado: o Brasil, embaixo, ficou seco.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

Gelatina com veneno - Biologia Marinha - Medusa


GELATINA COM VENENO - Biologia Marinha - Medusa



Por baixo dos magníficos véus coloridos, as medusas escondem 700 milhões de anos de história e milhares de arpões venenosos. Com eles matam mais gente que os tubarões.



Elas não têm cérebro, coração, nem pulmões ou ossos. Parecem mais um punhado de gelatina, com longos cordões pendurados. Mas as medusas devem ser as campeãs de adaptação e resistência. Povoam os mares com o mesmo formato e metabolismo de seus ancestrais, surgidos no período Cambriano, há cerca de 700 milhões de anos.
Naquela época remota, apareciam por aqui os primeiros animais multicelulares. "As medusas surgiram justamente no início da era de especialização, quando as células começaram a dividir seus papéis", explica a bióloga marinha Érika Schlenz, professora da Universidade de São Paulo (USP). "Algumas células voltaram-se à digestão, outras, à reprodução ou à locomoção, organizando-se em órgãos e sistemas determinados".
O principal segredo do recorde de sobrevivência das medusas está ao longo de seus tentáculos: eles contêm minúsculos arpões carregados de veneno. A mesma artilharia pesada usada para caçar pequenos peixes e plânctons serve de defesa contra seus raros predadores: alguns peixes, baleias, caranguejos e tartarugas marinhas. Estas são imunes às ferroadas mortais devido à queratina - a proteína que forma a carapaça desses animais e protege também sua boca e esôfago.
Algumas espécies mais evoluídas matam mais gente que os tubarões, que fazem cerca de cinco mortes por ano, no mundo todo. Parece pouco, mas comparando o aspecto ameaçador do famoso "assassino dos mares" com as aparentemente inofensivas medusas, o dado é de assustar.

A mesma simplicidade que intriga nas medusas faz delas um interessante e útil objeto de estudo para a ciência: por causa da pequena variedade de células, são cobaias ideais para se analisar o comportamento dos organismos em condições extraordinárias. Foi assim que 2 500 medusas acabaram se transformando em astronautas, em 1991.
Acomodadas em tanques com água marinha, elas deram um passeio de nove dias em órbita da Terra, a bordo do ônibus espacial americano Columbia. Os biólogos e médicos acreditam que, estudando os efeitos da falta de gravidade sobre os processos de reprodução, locomoção e desenvolvimento desses animais, estarão dando um grande passo na descoberta de respostas para questões fundamentais referentes à adaptação do homem à vida no espaço.
Em terra, especialistas em farmacologia marinha pesquisam as substâncias produzidas por essas criaturas. "Alguns tipos, por exemplo, liberam uma fotoproteína que, quando entra em contato com o cálcio, as deixa luminosas", conta José Carlos Freitas, biólogo marinho da USP. "Essa substância, chamada equorina, já é usada em pesquisas biomédicas, para se detectar o papel do cálcio em alguns processos fisiológicos, como a contração muscular."
Alheias aos interesses da pesquisa científica e livres das paredes dos tanques, na liberdade do mar, as medusas levam uma vida bem mais pacata. Essas verdadeiras bolhas d´água (95% de seu organismo é composto por nada além de água salgada) limitam-se a boiar ao sabor das correntes frias, à espera de um bom petisco que caia ao alcance de seus longos braços.
Com seu apetite, são capazes de engolir enormes quantidades de água e alimento. E, mesmo quando não agüentam mais comer, continuam matando, o que tem um efeito devastador sobre a vida marinha. Uma Aurélia, por exemplo, o tipo mais comum de medusa, medindo apenas 25 centímetros de diâmetro, pode abater até dez filhotes de salmão por hora.

Água-má, chora-vinagre, cansação ou mãe-d´água - as medusas são conhecidas no mundo inteiro, com os mais diversos apelidos. Os biólogos já catalogaram cerca de 9 000 espécies, desde as mais simples, chamadas hidromedusas, até as cifomedusas, bem maiores e um pouco mais complexas. O tamanho pode variar de alguns centímetros a mais de 2 metros de diâmetro, com tentáculos de até 30 metros de comprimento.
Como tudo nelas, o sistema neurológico é surpreendentemente simples mas eficaz. Uma rede de neurônios cobre a camada externa do corpo gelatinoso. Apesar de não possuir órgãos, algumas cifomedusas, mais evoluídas, têm células que percebem a luz e um primitivo sistema de equilíbrio, que as mantêm na posição correta, quando levadas pelas correntes.
Para se locomover, as medusas contam com um anel de poderosos músculos, na borda do sino, ou seja, do corpo. A cada vez que esses músculos se contraem, expulsam a água do interior do sino, numa propulsão "a jato". Com os músculos relaxados, o sino se abre novamente, dando estabilidade. Mas nem sempre elas têm força para lutar contra as correntes. Nesse caso, podem chegar às centenas ou aos milhares em qualquer praia.
O maior trabalho que uma medusa tem na vida é nascer. Os óvulos liberados pela fêmea são fertilizados pelo macho, no mar. Em algumas espécies, a mãe retém o embrião, como se estivesse grávida, até que o ovo se transforme em larva. A partir daí, a sobrevivência do filhote fica por sua própria conta.
Comem de tudo, têm raríssimos inimigos e gastam pouquíssima energia para se reproduzir - as medusas têm tudo a favor para uma longa vida. É justamente por estar perfeitamente adaptadas a seu meio ambiente, que elas não precisaram evoluir quase nada ao longo de quase um milhão de anos - e provavelmente não vão mudar, nos próximos milênios.

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sábado, 29 de março de 2014

Arqueólogas acham ossada de criança de 3.500 anos no Piauí


Arqueólogas acham ossada de criança de 3.500 anos no Piauí



Criança de menos de um ano foi a primeira ossada a ser encontrada.

Material foi encontrado no Parque Nacional da Serra da Capivara.
Arqueóloga Tânia Santana diz que maioria das ossadas pertence a crianças.



Com 129 mil hectares, o Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí reúne a maior quantidade de sítios pré-históricos do continente americano e o maior número de pinturas rupestres do mundo. Recentemente, pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) encontraram um cemitério com 12 ossadas humanas com cerca de 3.500 anos em um dos cerca de 800 sítios arqueológicos do Parque, distante 540 quilômetros de Teresina. Os corpos foram enterrados em urnas funerárias e sepulturas simples, sendo que a maioria das ossadas pertence a crianças, segundo a arqueóloga Tânia Santana.
O início da descoberta se deu em março de 2013 quando um grupo de arqueólogos estava preparando mais 10 sítios para visitação, quando se depararam com indícios da primeira ossada, a de um menino que tinha aproximadamente um ano quando foi enterrado.


Arqueólogas Adriana e Tânia fazem parte da equipe que achou 12 sepulturas.

“Deixamos a Toca do Gongo 3 (local onde foi achado o cemitério) por último já imaginando que lá encontraríamos algo mais interessante, visto que o trabalho realizado na década de 1970 na Gongo 1 já tinha histórico de enterrados. Primeiro encontramos o esqueleto de uma criança e depois mais quatro ossadas. Fizemos uma escavação em laboratório e agora estamos com os restos desse menino. Terminado ele, ainda temos mais seis para escavar”, relatou Tânia Santana.


Detalhe do crânio da criança enterrada há cerca de 3.500 anos.

As outras seis ossadas estão em urnas funerárias e serão trabalhadas em laboratório. A expectativa é encontrar mais enterramentos na Gongo 3. “Encontramos 12 sepulturas em uma área de 11 metros de comprimento por quatro metros de largura. Ainda temos 39 metros para serem explorados e acredito que vamos achar mais. Paramos a escavação lá por enquanto, pois já temos muita coisa para trabalhar em laboratório”, afirmou a arqueóloga dizendo ainda que o trabalho em laboratório deve durar pelo menos mais seis meses.
A descoberta desse cemitério gera repercussão, pois são poucos os registros de sepulturas na Serra da Capivara. Com o novo material coletado, os pesquisadores poderão realizar trabalhos comparativos com dados colhidos em outros sítios arqueológicos e assim descobrir se aquele grupo enterrado é o mesmo que viveu em outras regiões do parque.



Arqueólogos trabalham na escavação de criança enterrada há cerca de 3.500 anos.

“Poderemos saber a cultura deles, o que eles produziam e ferramentas que usavam. Vamos entender também suas práticas funerárias porque uns usavam urnas e outros não. Além disso, vamos comparar os dados com outros grupos e saber quanto tempo essa prática (rito fúnebre) perdurou”, explicou a arqueóloga Adriana Almeida.


Detalhe do pé da ossada da criança quando foi enterrada.

Além das ossadas, foram encontrados vários materiais líticos, rochas e minerais que podem ter sido usados de diversas maneiras, que foram coletados e catalogados no laboratório da Fumdham.
“Fazemos um estudo prévio no qual catalogamos as características do material e colocamos todas as informações em um banco de dados. Depois os especialistas irão definir do que se tratam as rochas encontradas. Os objetos no Gongo 3 são variados e podem ser de machadinhas, pedras para raspar, cortar, bater etc”, conta Annelise Silva Neves, coordenadora do Laboratório de materiais líticos da fundação.

Mais antigos habitantes
O Parque Nacional da Serra da Capivara está em uma área espalhada pelos municípios de Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e, principalmente, São Raimundo Nonato. Estudos realizados desde a década de 1970 confirmaram que a presença do homem na Serra da Capivara data de 50 mil anos, os mais antigos registros descobertos na América até o momento.
Sua utilidade podia ser das mais diversas, tais como machadinhos, pontas de lança, moedores de alimento, lascas para corte de carne, couro etc. O material servia até para confecção de símbolos.

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sábado, 29 de março de 2014

Instrumento da Estação Espacial permite detectar raios do espaço


Instrumento da Estação Espacial permite detectar raios do espaço



Foto tirada a partir da ISS mostra região entre o Kuwait e a Arábia Saudita: relâmpago é visto no centro da imagem (luz branca); luzes noturnas das cidades estão em amarelo na imagem (Foto: Nasa/Divulgação)

Instalado em agosto, 'Firestation' tem observado 50 raios por dia.
Objetivo é compreender melhor processos que desencadeiam relâmpagos.



Um novo instrumento da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) está possibilitando que os cientistas observem melhor os raios a partir do espaço.

Chamado "Firestation", o equipamento tem observado cerca de 50 raios por dia. O aparelho tem fotômetros para medir os clarões dos relâmpagos e antenas de rádio para analisar a eletricidade estática, além de um detector de raios gama.
Segundo a agência espacial americana (Nasa), os cientistas estão interessados nos processos que desencadeiam os relâmpagos durante as tempestades e em descobrir quais tipos de relâmpagos produzem raios gama.
O "Firestation" foi instalado em agosto de 2013, e a Nasa já tem planos de enviar outro sensor de raios à ISS. O Sensor de Imagens de Relâmpagos (LIS, na sigla em inglês) deve ser mandado à estação em 2016.
Na foto acima, é possível comparar as luzes de um relâmpago com as de cidades do Kuwait e da Arábia Saudita. A imagem foi feita por um astronauta a bordo da ISS no dia 12 de dezembro de 2013. Na imagem abaixo, feita da ISS em janeiro de 2011, um relâmpago é visto sobre a Bolívia.
Foto tirada em janeiro de 2011 a partir da ISS mostra o clarão de um relâmpago em meio a uma tempestade de raios na Bolívia (Foto: Nasa/Divulgação)


Foto de 2011 mostra clarão de relâmpago em meio a tempestade de raios na Bolívia (Foto: Nasa/Divulgação)

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sábado, 29 de março de 2014

Máquina automática de vender cupcake vira sensação em Nova York


Máquina automática de vender cupcake vira sensação em Nova York


Com opções de sabores, cada bolinho custa US$ 4,25 (R$ 9,60)

Equipamento foi instalado no Upper East Side, em Manhattan.
Com opções de sabores, cada bolinho custa US$ 4,25 (R$ 9,60).


Os nova-iorquinos que vivem na famosa cidade que nunca dorme agora podem satisfazer seu desejo de cupcakes em qualquer uma dessas horas de vigília sem fim.

Uma máquina de venda automática por 24 horas que distribui os bolinhos, de boa qualidade, começou a funcionar nesta semana no Upper East Side, em Manhattan, e moradores fazem fila para testar, apesar das temperaturas de inverno.

"É muito divertido", disse Melissa Martelli, professora e moradora do bairro, enquanto mordiscava um bolinho de açúcar com canela que ela comprou da máquina. "A gente poderia simplesmente ir até a loja e esperar na fila, mas é tão legal."

Apesar de a loja de cupcakes Sprinkles estar conectada à máquina, e da abundância de doçarias e lojas de conveniência na cidade durante toda a noite, os clientes disseram que a máquina tem o apelo da novidade.

"É a experiência de comprar um cupcake de uma máquina eletrônica. É um conceito incrível", disse Amy Benaderet, gerente de contas de serviços financeiros que vive nas proximidades. "Você pode pegar dinheiro a qualquer momento. Agora, pode pegar bolinhos a qualquer momento."



Equipamento foi instalado no Upper East Side, em Manhattan (Foto: Andrew Burton/Getty Images/AFP)


Ao preço de US$ 4,25 (R$ 9,60) cada um, as opções incluem chocolate, coco, red velvet (de recheio vermelho ou castanha-avermelhado), baunilha e merengue de limão.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

Aeroporto flutua no mar do Brasil - Tecnologia


AEROPORTO FLUTUA NO MAR DO BRASIL - Tecnologia



O porta-aviões Minas Gerais, único do Hemisfério Sul, volta à ativa depois de uma reforma de dois anos. Nosso repórter passou dez dias a bordo.


O Minas Gerais é o que se chama, no jargão da Marinha, de "navio de controle de área". Sua principal tarefa é coordenar a defesa da costa brasileira. Ele é, ao mesmo tempo, o núcleo pensante e o comando de um grupo de navios, e dirige as ações de combate.
A reforma do Minas Gerais foi toda realizada no Arsenal da Marinha, no Rio. As maiores mudanças aconteceram no equipamento eletrônico. O Centro de Informações de Combate (CIC), o cérebro do navio, recebeu o sistema Siconta, desenvolvido no Brasil. O Siconta reúne dados de todos os sensores e radares a bordo e pode analisar e classificar barcos e aviões de acordo com seus tamanhos. Mais que isso, o sistema consegue monitorar a rota e a velocidade de até 96 contatos de radar (como são chamados os alvos), numa área de 80 milhas náuticas (são quase 150 quilômetros) ao redor do porta-aviões.
O Minas Gerais vai receber ainda mísseis antiaéreos Mistral Sinbad, da empresa francesa Matra. Modernizado, tornou-se uma poderosa arma de guerra. O porta-aviões brasileiro não tem muito em comum com os enormes superporta-aviões americanos, como o Nimitz, que operam até 90 aeronaves e têm um poder de fogo capaz de fazer bombardeios nucleares. Chamado "NA e L" (traduzindo: "navio aeródromo ligeiro"), tem mais parentesco em outras águas: nas espanholas, com o Príncipe de Astúrias; nas italianas, com Giuseppe Garibaldi. Todos são navios de controle de área.
Uma pequena cidade funciona dentro do Minas Gerais. A padaria faz 3 000 pães por dia. O açougue tem duas câmaras frigoríficas com capacidade para até quatro toneladas de carne. Numa missão normal, que dura 20 dias, 15 toneladas de alimentos são embarcados. Três, só de arroz e feijão.
As áreas de lazer e refeição são separadas de acordo com a graduação dos usuários: praças, suboficiais e oficiais (que têm jogos, som, TV, vídeo e bar). E melhor: toda noite acontecem duas sessões de cinema na sala dos suboficiais.


Disparos do ar
Os helicópteros Super Puma são usados para missões como busca e salvamento. O Minas Gerais tem também os Sikorsky/Agusta SH-3H Sea King, os maiores e mais sofisticados helicópteros militares do Brasil. Numa luta anti-submarino, lançam torpedos "inteligentes". Num ataque a navios, atiram os mísseis Exocet.

Divisão de tarefas
Antes da missão, as equipes que trabalham no convés de vôo fazem uma minuciosa limpeza, retirando os objetos estranhos. Elas se identificam pela cor dos uniformes, de acordo com suas funções: abastecimento/preparação das aeronaves (verde), bombeiros e antiacidentes (vermelho), e operações de vôo (amarelo).

Evitando acidentes
Durante as operações de vôo, as equipes de "crash" (acidente, em inglês) ficam prontas para agir. Incluem bombeiros e pessoal de resgate. Além disso, um helicóptero fica em vôo durante todo o tempo, com um mergulhador, pronto para o salvamento em caso de uma queda de aeronave no mar.

Direto para a garagem
Um Tracker dirige-se a um dos elevadores para ser levado ao hangar, que fica embaixo do convés de vôo. As asas são dobráveis para que o avião ocupe menos espaço. O Minas Gerais pode acomodar em seu hangar até 16 aeronaves.

Sistema pensante
O Centro de Informações de Combate, que é o cérebro
do navio, acaba de ser equipado com o sistema SICONTA, inteiramente desenvolvido no Brasil por iniciativa da Marinha. Esse sistema, único criado fora do Primeiro Mundo, reúne dados de todos os sensores e radares do navio. Pode monitorar até 96 contatos (alvos) numa área de 150 quilômetros ao redor do porta-aviões.

Controle total
Um oficial traça no mapa a rota do navio, no Centro de Informações de Combate, como parte da rotina de relatórios e diário de bordo. O comandante recebe todas as notícias, mas ocupa uma posição isolada, num posto anexo à ponte de comando, de onde tem comunicação com todas as partes do barco e visão total do convés de vôo.

De olhos abertos
A tela do Centro de Controle de Aproximação, que é a torre
de controle do "aeroporto" do navio, mostra os sinais orientando as aeronaves. Uma imagem do convés de vôo facilita a visualização do operador. O Minas Gerais tem cinco radares: SPS-40E (para busca aérea), AWF-4 (busca aérea e de superfície), Furuno e Scanter-Mil Nav (ambos de navegação), e Scanter-Mil (aproximação de aeronaves e controle de vôo).

Ficha técnica

O Minas Gerais nasceu com o nome de HMS Vengeance, na Grã-Bretanha, e entrou em serviço para a Marinha Britânica em 1945. Virou brasileiro em 1960. Veja, a seguir, os dados mais importantes:

Comprimento: 214,1 metros
Comprimento da pista: 206 metros
Largura máxima do casco:
45,85 metros
Largura do convés de vôo: 37 metros
Capacidade de deslocamento:
19 340 toneladas
Número de conveses: sete (três deles abaixo da linha d´água)
Calado (profundidade do casco abaixo da linha d´água): 7,5 metros
Radares: 5
Autonomia de máquinas: 20 dias
Consumo de combustível: 150 toneladas de óleo combustível por dia
Consumo de energia elétrica:
1 100 kW por dia
Potência: dois eixos propulsores de
20 000 cavalos cada um
Velocidade máxima: 45 quilômetros
por hora
Tripulação (Marinha): 1 000 homens (incluindo 146 oficiais)
Tripulação (Aeronáutica): 300 homens
Turno: quatro horas de serviço por oito de descanso
Temperatura na sala de caldeiras:
50 graus centígrados
Cinema: duas sessões diárias
Padaria: 3 000 pães por dia
Atendimento médico: 32 leitos
Outros serviços: biblioteca, academia de ginástica, capela, barbearia, loja de conveniência, TV e vídeo, sistema de som e sala de jogos
Número máximo de aeronaves:
16, entre aviões e helicópteros

Helicópteros
Bell JetRanger II: para instrução
de pilotos
Super Puma: para missões de
treinamento, reconhecimento, busca
e salvamento
Sikorsky/Agusta SH-3H Sea King:
os maiores e mais sofisticados em uso no Brasil. Com sonar e computadores, podem voar à noite e com qualquer tempo. Têm torpedos "inteligentes" contra submarinos e misseis Exocet

Aviões
Grumman S-2 Tracker (P-16):
Usam sensores magnéticos e sonoros para localizar submarinos. Têm asas dobráveis de acionamento elétrico-hidráulico.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

Á procura de novos mundos - Astronomia

À PROCURA DE NOVOS MUNDOS - Astronomia



Astrônomos e astrofísicos estão vasculhando a Via Láctea para tentar ver, pela primeira vez, um planeta fora do sistema solar. Já encontraram mais de cem estrelas que parecem ter o seu próprio sistema planetário - da mesma maneira que o Sol é cercado pela Terra, Marte, Júpiter e outros corpos celestes. Até hoje não se viu um planeta como o nosso. Mas ele pode muito bem estar aí no céu, girando em torno de alguma estrela não muito longe da gente.



A melhor maneira de caçar um planeta fora do sistema solar é procurar imensas manchas de calor que às vezes se acham em volta de algumas estrelas. Tudo indica que o calor vem de um material rochoso que circula ao redor das estrelas mais jovens. Isto é, que começaram a brilhar há um tempo relativamente curto, em termos cósmicos - menos de 100 milhões de anos. Nesse caso, o material rochoso é aquecido pela luz estelar e emite calor, que pode ser captado por telescópios especiais (os que vêm radiação infravermelha, em vez de luz).
Não é certo que a estrela tenha planetas: geralmente a matéria que a cerca está quase toda na forma de gás ou de uma finíssima poeira. A poeira gira num enorme disco e seus grãos são cem vezes menores que 1 milímetro. Mas uma parcela do disco pode ter se transformado em corpos bem maiores: mundos inteiros, com oceanos, continentes e atmosfera espessa. A própria Terra pode ter surgido assim.
"Os dados sugerem que os planetas são um resultado inevitável da evolução dos discos", diz o pesquisador Stephen Strom, da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos (veja ilustração abaixo). Há dois anos, Strom analisou um estudo de 32 estrelas mais ou menos com o tamanho do Sol. Todas elas tinham discos de gás e poeira. "Este ano, os discos conhecidos já são bem mais de uma centena", relata o especialista Charles Telesco, do Laboratório de Ciência Espacial da Nasa, em Huntsville, no estado americano do Alabama. Telesco fez essa afirmação depois de um feito anunciado em junho passado: a confirmação de que há um planeta no disco da estrela Beta Pictoris, ou ß Pic, como abreviam os astrônomos. Situada a 52 anos-luz da Terra (495 trilhões de quilômetros), ß Pic é jovem. Tem cerca de 100 milhões de anos e o Sol, 5 bilhões. Por isso mesmo, ela é mais quente e mais brilhante que o Sol.
O disco de poeira à sua volta estende-se por mais de 150 bilhões de quilômetros no espaço. Os possíveis planetas estariam muito mais perto da estrela, a menos que 40 bilhões de quilômetros. Nessa região, o disco é bem menos volumoso, indicando que a materia rochosa acabou se concentrando e formou corpos maiores.
Há dois anos, o astrofísico americano Alexander Wolszczan, da Universidade Cornell, descobriu um novo meio de vasculhar a galáxia em busca de planetas. Seu método é procurar estrelas que oscilam ligeiramente em torno de sua posição normal - como se estivessem sendo puxadas de um lado para outro. Se isso acontece, é sinal de que há um planeta por perto: enquanto gira, o planeta atrai a estrela de um lado para o outro, com sua força gravitacional. O puxão é minúsculo, mas causa um movimento que os telescópios captam aqui da Terra.
Resumo: Wolszczan deu com dois candidatos a planetas onde ninguém imaginava encontrar nada. Eles estavam junto a um pulsar - um corpo superdenso, nascido durante a explosão de uma grande estrela que morria. O pulsar é uma estrela anormal, portanto. Mas, por isso mesmo, foi mais fácil captar suas oscilações. É que os pulsares emitem luz apenas em uma direção - como se tivessem um farol em seus pólos. Enquanto a estrela gira em torno de si mesma, o farol varre o espaço.
Além disso, como o pulsar é muito denso, sua velocidade de rotação é altíssima, e seu movimento pode ser muito bem controlado: a passagem do farol pela Terra é precisa como um cronômetro. Wolszczan, dessa maneira, pôde deduzir que havia um planeta junto a um pulsar denominado B1257+12. Novas medidas, de lá para cá, mostraram que os planetas são dois, na verdade, e teriam massa aproximadamente três vezes maior que a da Terra.
A idéia de Wolszczan animou outros pesquisadores a procurar estrelas oscilantes, sejam anormais ou comuns. Um dos resultados mais interessantes foi obtido por David Lathan, do Centro de Astrofísica, instituição ligada à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De tanto caçar, Lathan descobriu que uma desconhecida estrela, batizada com a sigla HD114762B, está executando uma dança promissora.
A análise ainda não pôde ser concluída porque há uma incerteza crucial sobre a direção exata dos movimentos da HD114762B. E, dependendo dessa orientação, o corpo que orbita a estrela pode ser maior ou menor. Na melhor das hipóteses, sua massa é onze vezes maior que a de Júpiter - o recordista do sistema solar. Na pior das hipóteses, o corpo é tão grande que já não pode ser um planeta: seria outra estrela, girando em torno da HD114762B. Mas o método inaugurado por Wolzszczan é um sucesso e está sendo aprimorado. Certamente, vai se tornar umas armas mais eficazes da pesquisa. nos próximos anos.
Descobrir um planeta desconhecido é emocionante. Mas melhor ainda seria poder vê-lo. É um desafio e tanto, mas muita gente acredita ele será superado, dentro de mais alguns anos. Só para dar uma idéia do que está em jogo: o último planeta do sistema solar é Plutão, que fica a 5 bilhões de quilômetros do Sol. Em comparação, a estrela mais próxima, chamada Proxima Centauri, está a 38 trilhões de quilômetros (4 anos-luz). Se houver planetas por lá, a essa distância eles pareceriam grudados na estrela. Além do que, planetas não emitem luz: apenas refletem a luz da estrela que orbitam. E é pouca luz. Mesmo um gigante como Júpiter, 400 vezes maior que a Terra, brilha com força um bilhão de vezes menor que a do Sol.
Mas existem soluções para esse problema, dizem os astrônomos. Uma delas é a ótica ativa. No fundo, são lentes que literalmente se contorcem - dançam sob a ação de pequenas peças instaladas debaixo delas. Com isso podem corrigir as distorções dos raios luminosos vindos de uma estrela e suprimir o seu excesso de brilho. O americano Roger Angel, da Universidade do Arizona, está desenhando uma lente dotada de ótica ativa.Ela terá 6,5 metros de diâmetro e 10 000 peças para fazê-la dançar. Com isso, Angel espera ver planetas do tamanho de Júpiter, distantes até 20 anos-luz (190 trilhões de quilômetros).
Uma técnica mais poderosa, mas bem mais cara, consiste em trabalhar ao mesmo tempo com dois grandes telescópios apontando na mesma direção. A isso se chama interferometria: combinar as duas imagens para pinçar detalhes que não seriam vistos em cada uma delas, em separado. Talvez demore um pouco para que essa técnica seja usada. De acordo com Angel, os telescópios precisariam ter 5 metros de diâmetro e funcionar no espaço, em órbita da Terra.
Mas é certo que haverá muitos planetas esperando para ser observados. Uma equipe do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, diz que basta uma lente de 1,2 metros para se examinarem 6 000 estrelas da classe do Sol. Se todas tiverem planetas, a equipe garante que pode detectar 60 planetas. Em outras palavras, um em cada cem denunciaria sua presença: aqueles que estiverem girando na direção certa, de modo a passar, em algum momento, exatamente entre a estrela e a Terra. Então, a luz da estrela diminuiria um pouco, e a diferença seria captada por telescópios orbitais relativamente baratos. Se depender da animação dos cientistas, esses telecópios logo serão construídos.

No começo, uma explosão
Grandes estrelas, ao morrer, explodem e lançam no espaço a matéria que mais tarde volta a se reunir para criar novas estrelas.

Depois, nuvens gigantes
Gás e poeira interestelar formam nuvens cuja massa pode ser mil vezes maior que a do Sol e todos os corpos do sistema solar. Os grãos de poeira são 100 vezes menores que 1 milímetro.

E nascem os planetas
Em alguns pontos da nuvem a matéria se concentra por causa da força gravitacional dos grãos de poeira e o gás. Uma parte da massa se desgarra do resto e se torna o embrião de um novo sistema planetário.

Discos em rotação
O gás e a poeira tomam a forma de um disco porque, como tudo no Universo, encontram-se em rotação. O achatamento da massa é maior nas bordas. No centro, forma-se um bulbo, em cujo interior irá se acender o novo Sol.

A separação dos anéis
Aos poucos, o disco se alarga e a matéria começa a se concentrar em alguns pontos. Formam-se anéis em torno do bulbo central - um anel dentro do outro, cada vez mais distantes do centro.

Destacam-se os embriões
Logo, em cada anel vão aparecer pequenos corpos. É porque os finíssimos grãos de poeira originais colam-se quimicamente uns aos outros. Com o tempo, os corpos atingem o tamanho de um punho e começam a colidir entre si, crescendo ainda mais. A estrela central, ainda cercada de poeira, começa a se definir.

Esfera incandescente
A junção de muitos corpos pequenos, colados uns aos outros por inúmeras colisões, molda o contorno de um planeta. Aquecido pelos choques, ele ainda aprisiona rochas menores, com um anel à sua volta. A Terra pode Ter tido um anel assim, em sua infância.

Penúltimos retoques
Os choques, muito raros,ainda ocorrem, como se vê pelas crateras na crosta recém-criada. Mas eles não evitam o resfriamento progressivo da crosta. O planeta pode ter ou não ter uma Lua.

Construção terminada
O aspecto final é muito parecido com a Terra. Imagina-se que planetas assim sejam muito raros, na Galáxia. Entre milhares de estrelas, porém, talvez se possam encontrar alguns deles. Quem sabe, habitados por formas vivas.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

Os construtores de Átomos - Química Nuclear


OS CONSTRUTORES DE ÁTOMOS - Química Nuclear



Tudo no Universo é composto por apenas 92 elementos químicos. Mas o homem já sabe criar seus próprios elementos artificiais.

Um lingote de ouro é muito diferente de uma gota de mercúrio. O primeiro é amarelo, sólido e conduz bem a eletricidade. O segundo é prateado, líquido e um péssimo condutor. A diferença é radical. Porém, o que provoca toda essa mudança é uma simples partícula atômica, tão incrivelmente pequena que nem o mais poderoso microscópio do planeta poderia torná-la visível ao olhos.
O próton pode realizar o sonho aparentemente absurdo dos alquimistas: transmutar os elementos. Com ele, é possível transformar o ferro em ouro. Sem truques nem efeitos especiais. E muito mais: apenas pela soma de prótons, uma a um, a natureza consegue criar tudo o que existe no Universo.
Mas existe um limite a essa soma de partículas: um átomo não pode ter mais do que 92 prótons. Acima disso, ele não se agüenta inteiro e começa a se desfazer. Assim, do levíssimo hidrogênio ao pesado urânio não existe mais do que dois elementos naturais - qualquer átomo maior do que o urânio tem um tempo de vida tão breve que já desapareceu da face da Terra e do próprio Universo.
Dez desses elementos naturais já eram conhecidos desde a Antigüidade: carbono, enxôfre, antimônio, ferro, ouro, prata, mercúrio, chumbo e estanho. Hoje, o homen conhece todos os 92. Mais: já descobriu o segredo da natureza para a construção de átomos e passou a fabricar em laboratório suas próprias substâncias artificiais - os chamados elementos transurânicos, ou seja, mais pesados que o urânio.
Até hoje, já foram criados dezessete desses novos elementos, com até 109 prótons. Muitos deles, de vida curtíssima, só podem ser "percebidos" por alguns milésimos de segundo, por meio de sofisticados aparelhos. São átomos batizados com noes bastante estranhos, em homenagem a grandes químicos e físicos, como einstênio (Albert Einstein), mendelévio (Dmitri Mendeleev), rutherfórdio (Ernest Rutherford) e seabórguio (Glenn Seaborg).
Talvez menos conhecido, mas não menos importante do que os cientistas anteriores, o químico nuclear americano Glenn Seaborg é um dos principais construtores de átomos do mundo: além de fabricar um dos primeiros elementos transurânicos, o plutônio, em 1940, ele participou da sintetização de outros nove elementos artificiais. "A construção de elementos superpesados é uma forma de estudar a estrutura dos átomos e seus núcleos", comenta Glenn Seaborg, a SUPER.
O seabórguio foi criado em 1974, por outro americano, Albert Ghiorso. E já tem uma nova versão. Em meados deste ano, físicos de dois institutos de pesquisa, um em Dubna, Rússia, e outro na Califórnia, Estados Unidos, construiram dois novos tipos de átomos desse elemento. Com os mesmos 106 prótons, mas com mais nêutrons do que o modelo original. Os nêutrons são partículas atômicas sem carga elétrica, que funcionam como um campo de força, impedindo que os prótons, de carga positiva, se empurrem uns aos outros e estraçalhem o núcleo. O novo seabórguio russo, com dois nêutrons a mais, soncegue sobreviver mais de dois segundos. E o americano, até dez segundos - um recorde, comparado com os 9 décimos de segundo do primeiro modelo.
Até onde o homem é capaz de avançar nesse terreno instável, ninguém sabe ainda dizer. Mas as teorias indicam que deve existir mais à frente uma ilha de estabilidade - uma região da tabela periódica em que os elementos, mesmo com os núcleos muito pesados, mantêm-se estáveis por até mais de um ano.
É atrás dos "habitantes" dessas ilhas que as pesquisas da química nuclear prosseguem. A melhor expectativa é de que eles estejam em torno de um elemento com 114 prótons. E o recém-construído átomo de seabórguio superalimentado de nêutrons, é um bom sinal nesse sentido. "Chegarmos aos elementos superpesados representa um grande passo, tanto para a ciência básica quanto para o desenvolvimento tecnológico", comenta o astrofísico nuclear Iuda Goldman, professor da Universidade de São Paulo.
Nem sempre o conhecimento já nasce organizado. Foi justamente por irritar-se com a falta de sistematização dos dados conhecidos em química, no século XIX, que um professor russo do Instituto Técnico da Universidade de São Petesburgo, começou a pregar dezenas de cartõezinhos num quadro, na parede do laboratório. Em cada um deles estava escrito o nome e as propriedades de todos os elementos químicos conhecidos na época, cerca de cinqüenta. O nome do professor: Dmitri Ivanovich Medeleev (1834-1907). Ele procurava alguma pista para a ordem em que a natureza os criou.
O conceito de elementos químicos - as substâncias mais simples e puras, que constitutem todos os materiais - tinha sido definido dois séculos antes, pelo químico inglês Robert Boyle (1627-1691). Mas até o tempo de Mendeleev, ninguém havia ainda conseguido colocar todas as substâncias em ordem.
O químico russo percebeu que, dispondo os cartõezinhos na ordem crescente da massa atômica - ou seja, a soma do número de prótons e de nêutrons - os elementos apareciam em fileiras horizontais e colunas que refletiam propriedades semelhantes. Estava criada a tabela periódica. Na mesma época, outro químico, o alemão Julius Lothar Meyer (1830-1895) chegou a apresentar um trabalho parecido, mas bem menos preciso e completo do que o de Mendeleev.
Nem todas as casas da primeira versão da tabela periódica estavam ocupadas. Mas o químico previu o tipo de elemento que deveria se encaixar em cada lugar. Mais tarde, esses elementos - como o gálio, o escândio e o germânio - foram descobertos e a tabela foi completada, exatamente segundo as previsões de Mendeleev.
Alguns anos depois, outro químico, o inglês Henry Moseley (1887-1915) percebeu que as propriedades dos elementos estavam mais ligadas ao número atômico (número de prótons) do que à massa atômica. Ou seja, é simplesmente a quantidade de prótons que define as carascterísticas de cada elemento. Com a descoberta de Moseley, a posição de alguns elementos na tabela original de Mendeleev foi rearranjada. Mas a essência do trabalho do gênio russo permanece válida e cada vez mais forte.
Em meados do século XVII, vivia na cidade de Hamburgo, na Alemanha, um alemão de nome Hennig Brand, que insistia em encontrar a pedra filosofal - o segredo da transmutação de metais básicos, como ferro, em ouro. Brand, considerado o último dos alquimistas, entrou para a história como o primeiro cientista a descobrir um elemento químico. Ele conseguiu isolar da urina uma substância branca, com consistência de cera, a que ele chamou de "condutor da luz", porque brilhava no escuro. Era o fósforo. Foi só depois dessa época que as descobertas químicas passaram a ser registradas.
De lá para cá, a física nuclear desvendou grandes segredos do núcleo e da camada de elétrons que circunda os átomos e a química continuou descobrindo novos elementos. Mas, a partir da década de 40 os cientistas trocaram o papel de descobridores pelo de construtores de átomos. O velho sonho da alquimia começava a se ronar realidade: o homem apredeu que, além dos 93 prótons, a transmutação dos elementos não depende mais de simples misturas, reações químicas, mas de verdadeiras revoluções no núcleo atômico: é preciso quebrar o coração do átomo para mudá-lo.
As primeiras tentativas de construção de elementos artificias foram feitas pelo italiano Enrico Fermi (1901-1954), em 1934. Ao bombardear átomos de urânio com nêutrons, ele identificou uma série de "produtos radioativos". Quatro anos mais tarde, dois pesquisadores alemães - Otto Hahn e Fritz Strassmann - descobriam que os tais "produtos raioativos" resultantes dos experimentos de Fermi nada mais eram do que novos elementos formados pela quebra do núcleo de urânio. Assim, o homem começou a entender as reações envolvidas na fissão nuclear e entrou na era atômica.
Mas foi só em 1940 que Edwin McMillan e Phillip Abelson, da Universidade da Califórnia, em Bekerley, conseguiram isolar o primeiro elemento transurânico, com 93 prótons: o neptúnio. Alguns meses mais tarde, outra equipe de Berkeley, liderada pelo químico nuclear Glenn Seaborg, conseguiu isolar outro elemento mais pesado do qie o permitido: o plutônio.
Até hoje, foram criados nada menos que dezessete novos átomos. A maioria surgiu de dentro de potentes aceleradores, como os cíclotrons. Outros, como o einstênio e o férmio, foram identificados em explosões de bombas atômicas, em testes realizados no Oceano Pacífico.
As últimas boas novas do fronte da química nuclear vem de dois pontos bem distantes do globo: da Rússia e dos Estados Unidos. São dois novos tipos de átomos de seabórguio. Ambos têm 106 prótons, mas foram "engordados" com uma dose extra de nêutrons. O primeiro deles saiu dos laboratórios do Instituto de Pesquisa Nuclear de Dubna. O seabórguio sintetizado pela equipe liderada pelo físico Yuri Lazarev recebeu dois nêutrons a mais do que o átomo original e conseguiu, assim, manter-se inteiro por mais de dois segundos.
Notícia melhor ainda veio da equipe americada, liderada pelo físico Ron Lougheed, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia. O seabórguio ocidental leva três nêutrons a mais do que o átomo fabricado pela primeira vez em 1974. Com esse pequeno truque, os cientistas conseguiram aumentar o tempo de vida do átomo dos antigos 9 décimos de segundo para mais de dez segundos - uma recorde que, para muitos, pode ser o sinal de que a tão procurada ilha de estabilidade - um grupo de átomos que conseguem se manter inteiros por mais de um ano - esteja próxima.
"Chegar a ilha de estabilidade significa encontrar elementos capazer de liberar mais nêutrons nas reações de fissão nuclear do que o urânio e o plutônio", comenta o astrofísico nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Iuda Goldman. "Quer dizer, vai ser muito mais fácil gerar energia nas usinas nucleares".
O astrofísico polonês naturalizado brasileiro acompanha de perto os resultados das pesquisas, principalmente das equipes de Berkeley e, em suas constantes viagens à Califórnia, já teve várias oportunidades de discutir o assuntos em interessantes almoços dom Glenn Seaborg. Para Goldman, cada boa notícia vinda dos aceleradores de partículas significa um passo a mais para se entender a formação do Universo. "Nós já sabemos como a natureza produz os elementos básicos, até o ferro, nas explosões estelares", explica o professor. "Daí para a frente, o processo de produção da matéria, até o urânio, é conhecido apenas em teoria".
Resta saber também o que existe depois da ilha de estabilidade. "Até onde a natureza vai permitir que o homem construa átomos cada vez mais complexos é uma das principais questões da ciência", conclui o professor da USP.

A química no dia-a-dia

Alguns objetos contêm inesperados elementos químicos

Estrôncio
Descoberto em 1790, entra na fabricação de fogos de artifício

Ródio
Descoberto em 1803, ideal para a fabricação de refletores de faróis e lanternas

Telúrio
Descoberto em 1782, pode entrar na vulcanização de pneus

Boro
Desoberto em 1808, é usado no ácido bórico, para higiêne dos olhos

Gleen Seaborg

Nascido em 1912, na pequena cidade de Ishpeming, estado de Michigan, o americano, filho de um imigrante sueco, ganhou, em 1951, o Prêmio Nobel de Química por suas pesquisas sobre elementos transurânicos. Formado pela Universidade da Califórnia, Seaborg participou, entre 1942 e 1945, do chamado Projeto Manhattan - um projeto de pesquisa implantado pelo governo dos Estados Unidos, que reuniu cientistas americanos e europeus para desenvolver as primeiras bombas atômicas. Seaborg trabalhava, então, no Laboratório de Metalurgia da Universidade de Chicago, na extração de plutônio do urânio. Hoje, Seaborg é diretor do Laboratório Lawrence Berkeley, na Universidade da Califórnia.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

Quando morrer era uma arma de guerra - Kamikazes - História


QUANDO MORRER ERA UMA ARMA DE GUERRA - KAMIKAZES - HISTÓRIA



Em outubro de 1944 o mundo era apresentado aos kamikazes, fruto do desespero militar japonês.



Seis caças japoneses apareceram no horizonte do Golfo de Leyte, nas Filipinas, às 7h40 da manhã no dia 25 de outubro de 1944. Os marinheiros da 1ª Frota da Armada americana correram para as armas antiaéreas e abriram fogo. Mas alguma coisa estava errada: os aviões arremetiam, mas não atiravam. Dois foram logo abatidos e caíram no mar. Um passou incólume por todos os projéteis e veio direto, obstinadamente, estatelar-se no porta-aviões Santee. Os outros três pareceram recuar, subiram e sumiram nas nuvens. Dez minutos depois, quando todos olhavam para o Santee em chamas, um voltou e mergulhou, de 2 000 metros de altitude, como um raio vertical, até espatifar-se no porta-aviões Suwanee. O ataque matou 31 marinheiros e feriu 82. Com muito pesar, o mundo era apresentado aos kamikaze (pronuncia-se kami-kazê).
A guerra já estava perdida para o Japão. A ofensiva do império oriental havia sido detida desde a derrota na batalha de Midway, em junho de 42. Em janeiro de 43, os americanos passaram à ofensiva com a vitória de Guadalcanal. Em junho de 1944, conquistaram Saipan, nas ilhas Marianas, em pleno Pacífico. Em setembro, desembarcaram no Sul das Filipinas. A máquina de guerra japonesa espalhada pela Ásia estava em desagregação. A falta de combustível era dramática. Em 12 de outubro, metade da força aérea imperial estacionada em Taiwan foi destruída por bombardeios. Uma semana depois, uma força irresistível de 840 navios, 3 mil aviões e 200 mil homens invadiu Leyte, no centro das Filipinas.
A América trabalhava no Projeto Manhattan para fabricar a bomba atômica e Hitler lançava os mísseis V1 e V2 sobre Londres. O exército japonês também descobriu uma novidade: uma arma absoluta, imaterial, que a ciência desconhecia. Era um segredo espiritual guardado no passado profundo e cultivado pela tradição: para vencer, impunha-se querer verdadeiramente, querer até a morte e organizar o uso do sacrifício consentido. Os kamikazes converteram em programa de governo uma tradição rigorosa da cultura japonesa - a arte da morte voluntária.
Ao contrário do que o Ocidente perplexo imputa como quintessência do fanatismo, a consciência dos pilotos kamikazes - de unir-se à tradição do suicídio na derrota - nada tem de irracional. Tratava-se de defender o Japão ameaçado, a pátria, as famílias em casa, deter o inimigo e inflingir-lhe as mais pesadas baixas. Tarefas infinitamente mais importantes do que a sobrevivência física individual. A possibilidade de transformar-se em um herói incandescente era um privilégio. Os 2 198 pilotos que jogaram seu avião contra o inimigo eram todos voluntários; a lista de candidatos a kamikaze foi sempre maior do que o número de aviões disponíveis.
O suicídio voluntário não é um ato de desespero, mas de lucidez e abnegação rigorosas. Ele confere significação à toda a vida. A força de vontade que o suicida dá de si próprio expressa soberania e orgulho, revida o ultraje e expia o fracasso. A morte é triste e lamentável, mas o suicida não morre, se mata; desaparece, não sem um último resplendor que, como ele bem sabe, fascinará os mortais e atestará seu devotamento à causa da sua morte voluntária, seja por amor, honra ou patriotismo.
O suicídio como enobrecimento surgiu na antigüidade japonesa. Os chefes poderosos dos primeiros clãs guerreiros, em seu enterro, eram acompanhados pe-lo enterro compulsório dos parentes; um costume também registrado na Babilônia, na Índia e na China. A prática durou até o século V, quando o rei Suinin aboliu-o, substituindo familiares vivos por estátuas de terracota. Entretanto, o junshi - acompanhamento voluntário na morte - continuou. Os sentimentos que uniam o senhor e seus servidores, suserano e vassalos, o imperador e seus oficiais, o apego de homem para homem forjado em combates, era intenso.
Às 10h50 do dia 25 de outubro de 1944, quando a notícia do primeiro ataque kamikaze - três horas antes - ainda não tinha sido totalmente entendida, cinco Zero atacaram a 3a. Frota no Golfo de Leyte. Surgiram rasantes, sobre a espuma das ondas, para escapar dos radares, subiram 2 mil metros e mergulharam. Dois arremeteram contra o navio-capitânea, o porta-aviões Fanshaw Bay, mas foram derrubados. Um errou por centímetros o porta-aviões Kitkun Bay e explodiu na água. Dois mergulharam no White Plains, mas as balas de 40 milímetros do fogo antiaéreo atingiram um, que caiu e explodiu, matando 11 marinheiros, e desviaram o outro. O piloto manobrou com sucesso, mudou de alvo e foi estatelar-se, em cheio, na ponte de comando do Saint Lo. A explosão e o incêndio acionaram torpedos e bombas estocadas no hangar. Sete explosões sucessivas sacudiram o porta-aviões. Trinta minutos depois, às 11h25, o Saint Lo afundou. Foi o primeiro navio afundado pelos kamikazes.
Na base de Macabalat, na ilha de Luzón, nas Filipinas, de onde a esquadrilha decolara, o vice-almirante Onishi Takijiro exultou. Naquele momento, a força aérea japonesa nas Filipinas estava reduzida a 60 aviões em condição de vôo. Os dois ataques, com o sacrifício de nove pilotos, mataram 113 americanos, feriram 200, afundaram um porta-aviões e danificaram três. Takijiro, o idealizador dos Taiatari Tokubetsu Kogekitai - as Unidades Especiais de Ataque por Choque Corporal, mais conhecidas como kamikaze, tinha um saldo positivo para informar ao imperador. A expressão kamikaze, que significa "vento divino", havia sido usada para designar um tufão que, em 1281, dispersou os navios e impediu a invasão mongol do Japão. Novamente , em 1944, o vento divino poderia mudar a sorte.
A idéia suicida avançou no Exército e na Marinha. Dois meses antes da estréia dos kamikazes, o imperador Hiroito aprovara a construção do míssil Ohka, um torpedo voador de duas toneladas, asas, pequena cabine para piloto, controles elementares de vôo e cinco foguetes. Podia voar 30 quilômetros depois de ser lançado por um planador. Com o cerco do Japão, foram projetados botes leves carregados de dinamite, homens-rãs suicidas, torpedos auto-dirigíveis e mini-submarinos.
O honroso sacrifício de 2 198 pilotos kamikazes resultou no afundamento de 34 navios, danificação de 288 e na morte de milhares de marinheiros, mas não impediu a vitória americana. A arma não era cem por cento eficaz, embora de rendimento superior aos métodos ordinários. Os almirantes em Tóquio sabiam que ela não mudaria o curso da guerra.
O inimigo temia e odiava os ataques kamikazes. No princípio, não sabia como reagir: o navio visado teria que zigue-zaguear ou se imobilizar para melhor ajustar o tiro antiaéreo? Com o tempo, o efeito surpresa se desgastou e as guarnições antiaéreas foram treinadas para servir em sobressalto. A superioridade da aviação americana no ar diminuiu muito a eficácia dos kamikazes.
Enquanto isso, os sacrifícios japoneses eram cada vez maiores. Na Ilha Leyte, morreram 4 000 americanos e 65 000 japoneses. A conquista das Filipinas custou 10 440 vidas americanas e 256 000 japonesas. O massacre seguinte, na ilha de Iwo Jima, em fevereiro de 1945, custou a morte de 6 812 americanos e 21 000 japoneses, a guarnição inteira aniquilada. A carnificina fez os generais americanos pen-sarem. Se naquela ilhota a resistência fora assim, o que aconteceria quando os aliados chegassem às ilhas do Japão? A lógica da resistência até a morte acabaria por tornar razoável a lógica do uso da bomba atômica para poupar a morte estimada de 2 milhões em uma guerra de ocupação.
Em abril de 1945, os americanos reu-niram quatro divisões do exército e três de fuzileiros, 280 000 homens, pa-ra invadir Okinawa. O Japão manda--va uma advertência mórbida: se sacrificava 185 000 pessoas por Okinawa não haveria limite de sacrifício na de-fesa do solo pátrio.
No começo, os kamikazes eram escolhidos entre pilotos de elite voluntá-rios. Mais tarde, no final da guerra, as autoridades adaptaram-se às necessidades. Solicitaram vocações, escolhendo jovens, ao redor dos 20 anos. No Japão, a maturidade completa corresponde à idade simbólica de 41 anos: aos 21, os jovens ainda são considerados em dívida com a família e a sociedade.
O sentimento de solidariedade e de emulação reunia as vontades num mesmo impulso. Os voluntários iam para o escritório do comandante, recebiam felicitações, assinavam um engajamento e começavam o treinamento - na medida da disponibilidade de gasolina, cada vez mais rara. Os pilotos aguerridos, cada vez mais raros, passaram a ser reservados para missões de cobertura e os mais jovens para o mergulho final. Para muitos jovens medíocres, desprovidos de maiores talentos, a oportunidade de morrer como kamikaze significava acesso à glória de herói. No final, muitos universitários vindo de disciplinas jurídicas e literárias, intelectuais inflamados com a moral samurai, eram treinados sumariamente e convertidos em kamikazes. Estudantes de ciências eram muito preciosos para o futuro para serem dispensados dessa maneira.
Os treinadores recomendavam manter a calma e a responsabilidade pelo uso eficaz do precioso avião confiado. Era preciso escolher a presa, voar rente às ondas, ou se precipitar a pique sobre a embarcação, esquivando-se do fogo inimigo com a mente desperta, o coração calmo e os olhos bem abertos, para atingir o bom fim. Era preciso resistir à pressa, à ansiedade, ao impulso e levar seu suicídio a termo, sem comoção - levando, pela morte, o autodomínio à perfeição. No máximo, o grito vitorioso de Banzai! (Viva!), antes do impacto.
Na última noite antes da missão, os pilotos escreviam suas cartas finais, um ou dois poemas, dormiam ou cantavam para espantar o medo. Ao nascer do sol, arrumava-se uma mesa no campo de aterrissagem e a esquadrilha se reunia. O comandante da base partilhava uma última taça de saquê com os que iam partir. Fumavam um cigarro. Os pilotos vestiam, na testa, uma faixa de algodão branco com um sol vermelho impresso - a cor que os samurais usavam em batalha para avisar que estavam dispostos a morrer. Perfilavam-se, inclinavam-se pela última vez na direção do sol nascente e subiam nas carlingas. As fotografias os mostram, instantes antes da decolagem, sorrindo e acenando. A adesão era completa.
No holocausto de Okinawa poucos caças Zero foram usados pelos kamikaze. Os aviões eram cada vez menos adequados à missão e cada vez mais precários. A grande maioria foi derrubada no ar pelos Hellcats americanos. Toru Okazono escapou de morrer porque não chegou a entrar em missão. Tinha 18 anos e sentiu imenso remorso: "Eu acreditava na superioridade do espírito kamikaze. Foi um dia terrível, perdi minha razão de viver, porque eu vivia para morrer", disse.
A inutilidade prática do sacrifício dos pilotos foi compreendida pelo seu idealizador. O almirante Onishi Takijiro foi um dos que suicidou-se fazendo sep-puku após ouvir o discurso de rendição do Imperador no rádio. O incentivador do tufão deixou sobre sua mesa o seguinte poema: "No céu puro sem nuvens / Agora a lua brilha / A tempestade passou".
Sua mensagem de despedida dizia: "Eu me dirijo à elite que os kamikaze representam. Eles lutaram heroicamente. Estávamos cheios de esperança na vitória final, mas o sacrifício não tornou nosso triunfo possível. Ofereço minha morte em honra de meus subordinados e suas famílias. Também me dirijo aos jovens. Que eles aprendam uma lição com a minha morte. Deve-se levar a vida a sério. Deve-se obedecer ao Imperador e, mesmo na derrota, todos devem continuar orgulhosos de serem japoneses".

Os samurais e o Seppuku

No século XII houve a emergência de uma elite marcial, os samurais. Chefiados por um general supremo, o shogun, os samurais dominaram o Japão de 1192 até 1868. A ideologia dos samurais exigia glória na derrota. A prática de suicídio dos vencidos surgiu no século XII, para evitar a execução em guerras onde não se tomavam prisioneiros. Mas a partir do século XIII o gesto de matar-se tornou-se mais e mais solene e ritual. A morte voluntária era um manifesto do domínio de si. Por isso, gradualmente, impôs-se a cerimônia dolorosa do seppuku, o ritual impassível de abrir-se o ventre com uma adaga, em cruz, da esquerda para a direita e de cima para baixo. No Ocidente, ficou conhecido pelo nome harakiri.
A sucessão de derrotas no Pacífico, até a rendição total, em 2 de setembro de 1945, provocou uma epidemia de seppuku no Alto Comando japonês. Dezenas de comandantes, almirantes, generais e ministros abriram o ventre.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

O Brasil à sombra da Lua - Eclipse

O BRASIL À SOMBRA DA LUA - Eclipse



O último eclipse total do Sol nesse século vai transformar a manhã de algumas cidades do sul numa curta noite de quatro minutos.



Quinta-feira, 3 de novembro de 1994. Faltam quinze minutos para as onze horas da manhã, na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. Em qualquer dia normal, o sol de primavera já estaria brilhando bem acima do horizonte. Mas, este não é um dia normal. Às 10h44, a Lua se coloca entre o Sol e impede que sua luz atinja uma parte da superfície terrestre.
A gigantesca sombra, com 200 quilômetros de diâmetro, progride a cerca de 3 000 quilômetros por hora do Oceano Pacífico para a América do Sul, entra no Brasil por Foz do Iguaçu e sai para o Oceano Atlântico, sobre a divisa dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É a chamada faixa de totalidade - o trecho da Terra que recebe em cheio a sombra da Lua. De um lado e de outro dessa faixa, uma penumbra se estende sobre boa parte do continente sul americano.
Fenômenos como esse acontecem pelo menos duas vezes ao ano. Mas raramente no mesmo lugar. E é isto que faz este eclipse tão fantástico: muita gente vai ver.Como Foz do Iguaçu, outras cidades localizadas na faixa de totalidade, ao sul do país, vão mergulhar numa curta noite em plena manhã.
Nessa região, o ritmo da natureza vai mudar: o céu vai ficar tão escuro que será possível ver as estrelas. Os animais vão ficar agitados e os pássaros vão se recolher aos ninhos. As flores sensíveis à luz, como a "dama-da-noite", vão se abrir.
No resto do país, o eclipse será parcial. Somente uma parte do Sol desaparece. É que quem se afasta da faixa de totalidade vê a Lua cada vez mais de perfil, cruzando uma porção menor da esfera luminosa..
Fique atento às dicas para acompanhar o jogo de esconde-esconde da Lua e do Sol: como ver e registrar, que cuidados tomar e o que os cientistas pretendem estudar no eclipse. Aproveite. Porque o próximo eclipse total no Brasil, só no ano 2046.
A porção do Sol que se vê ocultada depende da distância da região à chamada faixa de totalidade, no sul do Brasil. Em São Paulo, por exemplo, a cerca de 750 quilômetros da faixa de totalida-de, vê-se no máximo 85% do Sol en-coberto. Em Recife, muito mais distante, a fração escondida não passa de 23%.
No centro da faixa de totalidade, o eclipse total dura cerca de 4 minutos. Mas, desde o momento em que a Lua começa a fazer sombra até o final do fenômeno, decorrem de duas a duas horas e meia. Nas demais regiões.
Os estudos realizados pelo Comitê Científico do Eclipse de 1994, coor-denado pelo astrônomo Oscar Matsuura, do Instituto Astronômico e Geo-físico, da Universidade de São Paulo (IAG/USP) demonstram que, nos locais de eclipse total, as melhores probabilidades de céu limpo estão na direção do interior, ou seja, mais próximo de Foz do Iguaçu. Mas, como é muito difícil fazer qualquer previsão com muita antecedência, a melhor dica é acompanhar o "homem do tempo" nos noticiários de rádio e TV da vés-pera do eclipse e fazer figa para São Pedro colaborar.
Para quem pretende viajar até a fai--xa de totalidade, outros fatores, como infra-estrutura de hospedagem e facilidade de acesso devem ser levados em conta na hora de escolher o melhor ponto de observação. Para garantir que você não terá de dormir ao relento, é aconselhável se informar sobre outras possibilidades de abrigo, antes de arrumar as malas.

O que os cientistas pretendem ver

Comissões de vários países vêm ao Brasil para estudar o eclipse

Cerca de quarenta astrônomos profissionais dos Estados Unidos, França, Ucrânia, Rússia e Geórgia vão se instalar em cinco cidades do sul do país para observar o eclipse solar de novembro. Aqui, o astrônomo Oscar Matsuura, presidente do Comitê Científico do Eclipse 1994, fala da importância do evento para a ciência.
ENTREVISTADOR: Por que os eclipses ainda merecem atenção dos cientistas?
OSCAR MATSUURA: O Sol é a estrela mais próxima e, portanto, a que nos oferece melhores condições de estudar o comportamento das estrelas, em geral. Entre outras coisas, os eclipses são uma boa oportunidade de se aprofundar o conhecimento sobre a coroa solar e aperfeiçoar os métodos de observação. São também a forma mais econômica de se fazer pesquisa: não exigem nenhum equipamento muito sofisticado.
ENTREVISTADOR: O que há ainda para estudar na coroa solar?
O.M.: Existem ainda muitos mistérios como, por exemplo, a tempera-tura da coroa solar, que é cerca de 2 milhões de graus mais elevada do que a própria superfície do Sol, de onde ela se origina. A coroa é um halo de plasma que circunda o Sol, composto por uma espécie de gás rarefeito formado de elétrons livres e de átomos que perderam elétrons, chamados íons positivos. Sabe-se que esse superaquecimento é causado por um campo magnético muito forte, que funciona como um transmissor de energia. Mas não conhecemos detalhes desse processo físico. Queremos entender também como ocorrem as ejeções coronais, quer dizer, como o Sol lança para o espaço a imensa quantidade de matéria e energia com uma aceleração espantosa. Esse tipo de descoberta pode ter aplicações muito importantes, como o desenvolvimento de novos mecanimos de propulsão de foguetes, mais poderosos.

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segunda-feira, 24 de março de 2014



O CORPO CINTILANTE - Medicina Nuclear



É possível fazer imagens do cérebro graças à cintilografia, o principal exame dos médicos nucleares.


Em matéria de saúde, a princípio as aparências quase sempre enganam. Pois é raro uma doença começar por causa de uma alteração anatômica, ou seja, no formato dos órgãos. Em geral, as encrencas surgem quando esta ou aquela parte do organismo deixa de trabalhar direito.
E só depois de certo tempo trabalhando do jeito errado é que aparecem as tais mudanças na forma - diferenças que os raios X, o ultra-som, a ressonância magnética e o tomógrafo captam muito bem, obrigado. No entanto, esses exames não flagram os órgãos em plena ação. Só a chamada Medicina Nuclear é capaz de fazer isso.
A cintilografia, seu grande recurso, usa doses de radiação menores do que uma radiografia ou uma tomografia. Tanto assim que pode ser aplicada até em recém-nascidos. É, sem dúvida, uma potente arma para diagnósticos precoces. Mas, sobretudo, serve para dar lições de como o corpo realmente funciona.
Onde o cérebro se encarrega das confusões
"Hoje, podemos conhecer minúcias dos mecanismos cerebrais", diz o professor Edwaldo Camargo da Universidade de Campinas, no interior de São Paulo. Durante sete anos, ele morou nos Estados Unidos, onde chefiou o setor de Medicina Nuclear do conceituado Hospital Johns Hopkins. Numa experiência realizada lá, o paciente tinha de olhar para uma tela com quadrados vermelhos, verdes e azuis.
Em seguida, olhando para outra tela, tinha de dizer o nome das cores, na ordem certa. Detalhe: eram letras coloridas formando o nome de outras cores. Onde está o vermelho (red, em inglês), por exemplo, está escrito azul (blue). Foi feito o exame nas duas situações. O computador, então, substraiu uma imagem de outra, para mostrar a área exata do cérebro encarregada em desfazer confusões como essa dos nomes trocados.
O pessoal da limpeza
O trio da faxina: os dois rins e, logo abaixo deles, a bexiga. Sua função é filtrar substâncias indesejáveis, que devem ser descarregadas com a água que bebemos. Se o serviço é mal feito, a saúde padece sujeira.
Quando se usa a cintilografia, as imagens só aparecerem nítidas porque os rins filtraram a substância radioativa que estava no sangue. E passaram suas moléculas para frente, ou seja, para a bexiga, junto com a urina.
"Ás vezes, leva muito tempo até a bexiga aparecer na tela", explica o professor Edwaldo Carmargo. "Ela demora para ficar cheia." No caso, será que os rins estão trabalhando devagar ou simplesmente não conseguem mandar o líquido para a bexiga?
A dúvida é logo resolvida com doses de diuréticos, remédios que aceleram a produção de urina. Quando é um problema de lentidão provocado por alguma doença, a droga funciona e a imagem da bexiga aparece. Numa obstrução, porém, nenhum diurético faz efeito.
O trabalho da tireóide
Parece um W - é a tireóide, glândula situada no pescoço, que governa o ritmo de trabalho dos órgãos. Ela extrai as moléculas de iodeto presentes no sangue, para fabricar os seus hormônios. Os médicos nucleares usam uma versão radioativa da substância, para visualizar a glândula.
Às vezes, porém, a tireóide absorve iodeto demais ou de menos. Então, o exame de ultrassom mostra a imagem nítida de um nódulo - uma área em que as coisas não andam bem. Mas só a cintilografia mostra se é um nódulo quente ou frio, no jargão dos médicos.
O chamado nódulo quente aparece como uma bolota excessivamente vermelha - ali, a tireóide exagerou na absorção do iodeto. Não há risco de ser câncer. O problema pode até mesmo ser tratado pela Medicina Nuclear: em uma segunda sessão, os médicos injetam doses maiores de iodeto radioativo, para destruir as células obcecadas por trabalho. Já o nódulo frio aparece como uma área em branco, pois não capta o iodeto. Há chance de ser câncer. Pois as células cancerosas se recusam a trabalhar como suas colegas sadias.
Flagrantes do fígado
Todos os dias, o fígado fabrica cerca de 700 mililitros de bile, líquido essencial para a digestão das gorduras nos alimentos. Na cintilografia, injetam-se moléculas que se comportam tal e qual essa bile. Elas que tingem de amarelo e vermelho um fígado normal.
Espera-se que a imagem vá se desfazendo, porque as moléculas terminam escoadas para uma bolsa, a vesícula. Esta pode ser comparada a um tanque de reserva, onde a bile é estocada. Eum uma suposta imagem do fígado , as sucessivas imagens do órgão mostram que, com o passar das horas, a substância não desapareceu. Sinal de que cálculos ou inflamações estão obstruindo os caminhos que conduzem a bile até o intestino, seu destino final.
Já na imagem, o fígado lembra um fruto mordido. O pedaço que falta é um tumor. Tumores nunca absorvem a substância parecida com a bile, pois as células cancerosas abandonaram a sua linha de produção.

O esqueleto muito vivo
Diferente de outros exames, a cintilografia não pode ser realizada em gente morta . Isso porque ela só capta a figura daquilo que está em funcionamento - absorvendo, produzindo ou eliminando substâncias. Daí que esta imagem do esqueleto humano é muito especial: ela prova que os ossos não são estruturas estáticas. Tão ativos quanto o coração ou o estômago, eles vivem absorvendo moléculas inorgânicas, para produzir e eliminar material orgânico, como as células brancas do sangue.
Em uma imagem de cintilografia, o que desenha os ossos são moléculas de MDB - um radiofármaco que o esqueleto absorve, como faz com os sais minerais usados para reparar danos. Isso mesmo: os ossos sempre tentam tapar seus próprios buracos. Às vezes, fazem isso desesperadamente e o que se vê são bolotas brancas de MDB concentrado. Sinal de metástase - quando um câncer se espalha pelo corpo, começando pelo esqueleto.
Como o tumor faz estragos, os ossos aceleram os serviços de reparação - daí as bolotas de MDB. Uma radiografia só denuncia o tumor, quando ele já destruiu de 30% a 50% da camada superficial óssea. A cintilografia pode acusá-lo até 11 meses antes das chapas de raios X. Com isso, o tratamento anticâncer é disparado mais cedo e as chances de sobrevivência aumentam.

Batimentos na tela
No futuro, a cintilografia será cada vez mais aplicada com finalidade preventiva. Nesse sentido, aliás, o coração é testemunha. Existem radiofármacos, como o tálio-201, capazes de penetrar no músculo cardíaco, delineando a sua figura na tela do computador. Em intervalos de frações de segundo, o equipamento registra várias imagens. Assim, é possível obter a seqüência de um batimento - o coração relaxado e depois contraído. Graças a um programa de animação, os médicos podem vê-lo em movimento.
Em países como os Estados Unidos, esse cineminha é uma sessão obrigatória nos check-ups. "Se o resultado do exame é normal, a pessoa tem menos de 1% de chance de morrer do coração, nos próximos cinco anos", afirma Edwaldo Camargo, da Unicamp.
Primeiro, o paciente faz o exame em repouso. Depois, repete a cintilografia, pedalando uma bicicleta ergométrica. As imagens provam que, muitas vezes, os vasos sangüíneos do coração dão conta do recado durante o repouso. Mas deixam de mandar sangue adequadamente para o músculo cardíaco durante o exercício. É aí que mora o perigo.
Como, necessariamente, não aparecem grandes diferenças nos batimentos, os exames que analisam a freqüência cardíaca podem dar a falsa garantia de que tudo está na mais perfeita ordem. E, tempos mais tarde, a pessoa sofre um infarto. Em outras palavras, um pedaço do músculo cardíaco que morreu por falta de sangue. Eis o motivo do vazio - em áreas mortas a cintilografia não funciona. Ela serve para mostrar o corpo vivo e em cores.

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segunda-feira, 24 de março de 2014

Pequenos Prazeres - Saúde


PEQUENOS PRAZERES - Saúde



Conversar, encontrar amigos e jogar futebol, enfim, viver momentos agradáveis, são os novos aliados do organismo na luta contra as doenças, de acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos. Os pequenos prazeres cotidianos reforçam o sistema imunológico do organismo, garantem os pesquisadores.



O psicólogo americano Arthur Stone, da Universidade Estadual de Nova York, está convencido que pequenos prazeres, como a festa de aniversário de um filho ou uma prosaica pescaria com amigos, podem fortalecer o sistema imunológico. Stone e seus colegas concluíram que existe uma indiscutível relação entre eventos considerados agradáveis e o aumento de moléculas defensoras do organismo. "O estudo reforça a hipótese de que eventos corriqueiros influenciam todo o sistema imunológico", diz o psicólogo.
As alegrias domésticas, como uma conversa relaxante depois do jantar, por exemplo, são as primeiras colocadas no ranking das atividades que mais provocam aumento de anticorpos. De acordo com a pesquisa, os efeitos positivos dos pequenos prazeres sobre as defesas do organismo são mais duradouros do que as conseqüências negativas. "A relação causal foi muito mais forte no primeiro caso do que no segundo", disse Stone em entrevista.
O psicológo conduziu uma pesquisa com 96 casais de voluntários que, durante 84 dias, responderam a um questionário, todas as noites. A pesquisa é apenas um indicador. Os voluntários moravam na vizinhança da universidade e tinham renda familiar entre 51 000 e 60 000 dólares anuais, nível universitário e idade média de 42 anos. Nos questionários, eles reconstituiam os principais acontecimentos das últimas 24 horas e os classificavam como desejáveis ou indesejáveis. Também qualificavam o seu humor e registravam eventuais sintomas de gripes ou resfriados.
O objeto da pesquisa eram os homens. As mulheres foram apenas testemunhas de que o relato dos maridos estava correto. De manhã, os homens tomavam 100 miligramas de uma proteína de coelho, cuja função é provocar o sistema imunológico, induzindo a produção de moléculas de defesa ou anticorpos. À noite, os voluntários colhiam amostras de saliva, nas quais se pode medir a quantidade de alguns desses anticorpos, como a chamada imunoglobina secretória A (sIgA), liberada nas mucosas do corpo humano. Depois, os dados eram comparados com as atividades cotidianas da família.
Os cientistas já sabiam que episódios muito estressantes, como a morte de uma pessoa querida ou a perda do emprego, são capazes de baixar a eficiência do sistema imunológico. No caso, são tristezas muito fortes, mas esporádicas. O que ninguém podia afirmar com certeza era que as pequenas frustrações do dia-a-dia, e não só as grandes, também seriam danosas. Nesse sentido, o estudo americano foi revelador. Os problemas de trabalho são os maiores inimigos da defesa do organismo, de acordo com o ranking da pesquisa. Eles diminuiriam o número de anticorpos até três vezes mais do que as preocupações com dinheiro, que ocupam o segundo posto dentro do grupo de voluntários analisado.
Mas até que ponto esses problemas cotidianos seriam nocivos? No início da investigação, Stone formulou a teoria de que um evento indesejável conseguiria diminuir ou anular os efeitos positivos de uma ocorrência desejável, quando os dois aparecessem no mesmo dia. Isso acabou não se confirmando. Felizmente, uma alegria ainda é uma alegria para o sistema imunológico, mesmo num dia que se revele cheio de contrariedades.
O problema com a pesquisa de Stone é a sua pequena abrangência. Ninguém pode afirmar que com pessoas de outras faixas etárias, ou de classes sociais diferentes, um jantar em família tenha o mesmo peso que para os voluntários nova-iorquinos. Mas a pesquisa é um bom indicador de que os prazeres do cotidiano, mesmo quando pequenos, fazem muito bem para o organismo. Ser feliz, afinal, é uma atitude saudável.

As melhores alegrias

1- Situações de felicidade doméstica (festa de aniversário de um parente, refeição em paz com a família)
2- Momentos de lazer (pescaria, jogging, jogo de futebol)
3- Experiências interiores satisfatórias (prazer religioso, sessão de análise produtiva)
4- Bem-estar com amigos (noitada agradável num bar, bate-papo)
5- Satisfação no trabalho (elogio do patrão, tarefa bem realizada)
6- Tranqüilidade financeira (pagamento de uma dívida, recebimento de um dinheiro extra).

As piores tristezas

1- Problemas no trabalho (bronca do patrão, dificuldade para realizar alguma tarefa)
2- Preocupações financeiras (dívidas a pagar, despesas imprevistas)
3- Desentendimentos com amigos (discussões, frustrações)
4- Brigas conjugais
5- Experiências pessoais insatisfatórias (frustrações religiosas, sessões de análise improdutivas)
6- Situações domésticas ruins (discussões durante o jantar, fes-ta de aniversário em que as coisas saem erradas).

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segunda-feira, 24 de março de 2014

A Matemática do delírio - Fractais

A MATEMÁTICA DO DELÍRIO - Fractais



O artista digita uma equação. A partir daí, o computador faz literalmente milhões de cálculos e vais desenhando os fractais, imagens cuja riqueza de detalhes só perde para a própria realidade.


Segundo o velho Euclides, matemático grego que viveu dois milênios atrás, existem figuras que não têm dimensão, ou melhor, têm dimensão 0. É o caso dos pontos, como este ponto final (.). Uma linha, por sua vez - considerada a distância entre dois pontos quaisquer -, é algo com uma única dimensão. Já a capa de qualquer livro, de acordo com a geometria euclidiana, tem duas dimensões. Pois, para conhecer qual a sua área, é necessário multiplicar dois números - o do comprimento pelo da largura. Do mesmo modo, um bloco possui três dimensões, porque precisamos multiplicar três números (comprimento, largura e altura) para saber qual o seu volume. Euclides estava certo. Mas não resolveu todo o problema.
Os contornos das montanhas, a superfície dos pulmões humanos, a trajetória das gotículas de água quando penetram na terra - existe uma infinidade de fenômenos na natureza que não podem ser descritos por essa geometria toda certinha. É preciso apelar para complicados cálculos que resultam nas chamadas dimensões fracionárias - como a dimensão 0,5, por exemplo, típica de um objeto que é mais do que um simples ponto com dimensão zero, porém menos do que uma linha com dimensão 1.Só a chamada geometria dos fractais consegue descrevê-lo.
Essa nova área das ciências matemáticas vem tendo uma enorme aplicação. Para os biólogos, ajuda a compreender o crescimento das plantas. Para os físicos, possibilita o estudo de superfícies intrin-cadas. Para os médicos, dá uma nova visão da anatomia interna do corpo. Enfim, não faltam exemplos. Um dos mais belos - e, sem dúvida, o mais colorido - é o uso dos fractais na arte. Quando os computadores são alimentos com equações, eles criam magníficos desenhos abstratos. É o que você poderá ver nas ilustrações do inglês Greg Sams e no trabalho do Grupo Fractarte, formado por três pesquisadores paulistanos.
Planetas com florestas estranhas, mares cor de laranja e montanhas com milhares de picos pontiagudos - são alguns dos mundos imaginados pelo artista gráfico Greg Sams, que trabalha em Londres, na Inglaterra. Na verdade, ele faz uma espécie de colagem com o auxílio do computador, como se recortasse pedaços redondos de fractais para criar um planeta ou uma estrela de contorno regular.
"O que mais me fascina é procurar novos padrões de um mesmo fractal para construir as minhas imagens", diz o artista. Isso porque quanto mais você se aproxima de um fractal, mais detalhes você consegue enxergar nele. Parece não ter fim - é uma visão do infinito. Desse modo, Sams vai ampliando determinada área dezenas ou centenas de vezes - e sempre observa desenhos diferentes.
Diferentes, porém parecidos. Pois não basta ter dimensão fracionária para ser um fractal. É preciso que o objeto seja auto-semelhante: suas partes devem se parecer muito entre si e representar o todo. Ou seja, um fractal pode ser comparado a uma couve-flor - se alguém cortar um pedaço dela, verá que ele tem a cara da verdura inteira. A terceira e última característica de um fractal é ser fruto de um processo iterativo. No jargão dos matemáticos, isso significa repetir uma fórmula inúmeras vezes. É dessa repetição que surge a imagem.
A arte com fractais pode ser um caminho para os matemáticos explicarem as suas idéias. Isso é o que almejam três pesquisadores da Universidade de São Paulo. Rodrigo de Almeira Siqueira, 23 anos, cursa Engenharia Elétrica e faz pesquisas na área de multimídia. Alexandre Dupont, 25 anos, é estudante de Engenharia e de Matemática. A terceira figura é Humberto Rossetti Baptista, 23 anos, formado em Ciência da Computação, que vive no maior corre-corre por causa de uma inacabada tese de mestrado. Cujo assunto, claro, é teoria dos fractais - o elo entre os três integrantes do grupo Fractarte.
"Os fractais viraram uma espécie de moda", observa Dupont. "Muita gente está fazendo coisas com fractais. No entanto, quase ninguém explica o que são." Daí surgiu a idéia da exposição "Janelas para o Infinito", que já esteve em São Paulo e agora percorre o interior do Estado. Neste mês, poderá ser vista em Pirassununga (até o dia 21) e em Ribeirão Preto. Novembro será a vez de Bauru (a partir do dia 17). Finalmente, em dezembro o grupo mostrará a sua arte (e ciência) aos cariocas.
Dizem que uma imagem pode substituir mil palavras. No caso, um único fractal pode ocupar o espaço de 100 000 palavras na memória do computador. E o objetivo dos pesquisadores é de que ele sirva por outras 100 000 palavras para mostrar ao público leigo aquilo que passa na cabeça de um matemático. "Muitas vezes, os matemáticos perdem anos tentando encontrar ou decifrar uma fórmula sem finalidade prática alguma - ao menos imediata" diz Rossetti Baptista. "Fazem isso porque a matemática é lúdica, com suas idéias abstratas. E é um pouco desse lado lúdico que as pessoas podem experimentar ao ver uma obra cuja base é uma equação."
Na opinião do professor José Teixeira Coelho Neto, da Escola de Comunicação da USP, a linguagem dos fractais tem tudo a ver com o presente. "Há muito tempo existem uma discussão na Arquitetura entre modernos e pós-modernos", exemplifica. Segundo ele, os modernos encaram os ângulos retos, a geometria clean como algo mais evoluído, enquanto os pós-modernos brigam contra esse conceito. "Assim, a geometria dos fractais vem como um reforço para o pós-modernismo."

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segunda-feira, 24 de março de 2014

Genética é Destino - Debate


GENÉTICA É DESTINO - Debate



Já não é mais ficção científica. Exames podem detectar doenças futuras em pessoas hoje sadias. A nova tecnologia permite revolucionar a medicina preventiva, mas também trouxe vários casos de abuso da privacidade. Começou a era da discriminação genética.


O local é o consultório médico de uma grande indústria química americana, onde um operário interessado em trabalhar faz exame de sangue.
Depois que sai o resultado, ele é informado de que não será admitido, mas não lhe explicam o porquê. Motivo: dentro das células do sangue, o exame encontrou um gene anormal, que pode, quando menos se espera, disparar o mecanismo do câncer em seu corpo. Há muita chance de isso acontecer porque naquela indústria fica-se exposto a compostos de chumbo e benzeno, capazes de acionar o gene. A empresa não quer correr o risco de ter de pagar indenização se o operário ficar doente.
Os exames genéticos estão se mul-tiplicando velozmente porque a cada dia se aprende mais sobre os genes - as receitas bioquímicas que comandam o funcionamento do organismo. Feitos de uma substância comum a todos os seres, o DNA, os genes carregam as informações necessárias à formação e ao desenvolvimento do ser vivo. Mas também comandam a destruição: todas as pessoas, sem exceção, trazem dentro dos genes pelo menos cinco ou seis que podem ser causa de doenças.
Ser portador de um gene patogênico, ou que produz doença, não é certeza de ficar doente. Cada pessoa tem um gene herdado do pai e outro da mãe; às vezes um cancela a ação negativa do outro. Ou então o gene indica apenas predisposição à doença.
Durante a Copa do Mundo de 1990, se achava que existiam algo como 4 000 doenças provocadas pelos genes. Na era do te-tra, calcula-se que elas sejam em número de 6 000. E a ciência já é capaz de dizer, pelo menos, em que parte do genoma, nome que se dá ao conjunto dos genes, se encontram as falhas fatais que conduzem a 1 000 doenças. Para metade dessas doenças, o defeito pode ser apontado ainda com mais precisão: em um dos 100 000 genes, aproximadamente, que compõem o genoma dos seres humanos (esse número é incerto: pode estar entre 50 000 a 150 000).
Em muitos casos, basta analisar o sangue de uma pessoa - ou até fios de seu cabelo - para saber se, dentro de suas células esconde-se uma doença. Os exames ainda são caros e difíceis de fazer, mas são rotina em vinte das 500 maiores empresas americanas, diz uma pesquisa encomendada pelo Congresso dos Estados Unidos. Mais de 250 empresas já demonstraram interesse em usar os testes, no futuro.
A certeza de que é inevitável a invasão da intimidade genética das pessoas cria dilemas éticos graves. Para as empresas, pode não ser aconselhável contratar alguém que vai cair doente no futuro, comprometendo sua capacidade de trabalho e o investi-mento que possa ter sido feito nele. Uma companhia aérea gasta mi-lhares de dólares para treinar um piloto. E se os seus genes indicarem que ele morrerá logo? Também os hospitais não vão querer contratar um cirurgião que em al-guns anos pode ficar incapacitado por sintomas como os do Mal de Alzheimer, que afetam sua coordenação muscular. Uma empresa de seguros médicos pode querer saber que doenças um segurado poderá desenvolver e co-brar em cima disso taxas adicionais.
Quem tem o direito de conhecer o que há de mais íntimo em uma pessoa, a sua constituição genética? Para citar só um caso recente, já se conhecem nos Estados Unidos 41 pessoas sadias que reclamam de discriminação baseada no risco genético de se tornarem doentes. A discriminação resultou em perda de emprego, de seguros de saúde ou de vida. Houve mesmo quem tenha sido im-pedido de adotar crianças.
"Cada vez mais o conhecimento so-bre o genoma está se tornando um elemento na relação entre indiví-duos e instituições, geralmente au-mentando o poder das últimas sobre os primeiros", diz o pesqui-sador R. C. Lewontin, da Universi-dade Harvard, um dos principais críticos do determinismo biológico, autor de um livro com o significa-tivo título "Biologia como Ideolo-gia: a Doutrina do DNA".
O médico cancerologista brasileiro Drauzio Varella acha que vão acontecer cada vez mais casos de operários discriminados por empresas. "A discriminação é inevitável", diz Varella. Para ele, os avanços são "teoricamente muito úteis". Mas vão ter de originar uma nova ética, para impedir os abusos.
Varella acha que a discussão ética vai acontecer primeiro nos países desenvolvidos e virá já pronta ao Brasil. Do mesmo modo como aconteceu com a Aids. Os empregadores tentaram - e ainda tentam - discriminar funcionários portadores do vírus da Aids, mas a justiça foi rápida em coibir as violações cometidas.
A discriminação genética ainda não é um assunto amadurecido na consciência da população. Não pode sequer ser combatida diretamente por meios legais informa Dalmo Dallari, advogado e professor da Universidade de São Paulo. "Mas se for comprovado que um teste genético foi usado com objetivo de seleção, é discriminação. Numa circunstância assim, é possível fazer um enquadramento legal", de-clara o advogado. Para Dallari, do mesmo modo como obrigar a fazer teste de Aids, discriminar geneticamente violaria a Constituição.
O médico Drauzio Varella acha que o diagnóstico genético será a medicina preventiva do futuro. "Também será possível descobrir coisas positivas", diz ele. O bioquímico Fernando Reinach, do Instituto de Química da USP, acha errado analisar genes para selecionar empregados de uma empresa. Ou para definir o valor do seguro médico, mas argumenta que os testes podem ser usados de modo útil. "Em uma sociedade justa, os testes poderiam ser usados para o bem, por exemplo evitando que uma pessoa com uma ultrapropensão a doença cardíaca fosse contratada para um trabalho estressante", diz Reinach. Ele também é sócio de uma empresa brasileira que faz exames de DNA, a Genomic, e declara que os testes genéticos, em essência, não trazem nada de novo eticamente em relação aos que já existem. Um empregador também pode exigir exames de sangue, de colesterol, ou como se costumava fazer, chapa do pulmão. "Será que pedir exame de colesterol também seria inconstitucional?" Ou seja, alguns testes seriam discriminatórios e outros não?
Reinach lembra que quando foi, anos atrás, contratado nos Estados Unidos como professor assistente da Universidade Cornell, teve de fazer vários exames médicos, necessários à burocracia do seguro-saúde. A universidade se comprometeu a contratá-lo quaisquer que fossem os resultados. "Mas eu fico imaginando como seria se eles descobrissem que eu tinha alguma doença que os obrigasse a gastar um milhão de dólares nos três anos seguintes".
Não há limites ao que se poderá encontrar nos genes. Ainda não se achou um gene ligado ao alcoolismo. Mas há quem pense que ele exista. Um dia, um gene poderá ser ligado à propensão de uso de droga, e o funcionário de uma empresa po-derá ser testado para verificar se é portador. Em maio passado, cientistas anunciaram a descoberta, em camundongos, de genes que causavam maior preferência pela morfina. Dois grupos de pesquisa nos Estados Unidos e Europa, com verbas milio-nárias, estão hoje procurando os genes da esquizofrenia e da psicose maníaco-depressiva."O grande estouro vai ser na área de propensões", diz Rei-nach. Um bom exemplo dessa tendência são os genes ACE (sigla em in-glês para Enzima Conversora de An-giotensina). Quem tem defeito nos ACEs tem um risco maior de ataque do coração. "Acredita-se que até 8% dos ataques de coração sejam causados por ele", diz Reinach. Mesmo sem pertencer a algum grupo de risco de doença cardiovascular, como o dos fumantes, uma pessoa estará ameaçada, se tiver o ACEs. Ela tem até 14 vezes mais chance de ter um ataque do que outra pessoa com o gene normal. Mesmo entre os que já são grupo de risco, ter o de-feito no gene aumenta em três vezes a chance de ataque. E é um defeito freqüente: 25% da população o tem. O próprio Reinach testou positivo. Ele está agora aplicando esses testes no Brasil com médicos do Incor (Instituto do Coração), em São Paulo. "O médico tem que tomar cuidado com o que vai di-zer ao paciente. Ter o gene não significa que a pessoa vai ter um ataque. Apenas que tem mais risco".
Outros testes causam muito mais angústia. Hoje é possível saber com certeza se uma pessoa vai de-senvolver a Coréia ou Mal de Hun-tington, doença que surge entre 35 e 50 anos. É um distúrbio cerebral caracterizado por movimen-tos musculares anormais e espontâneos, sem propósito. Lembra uma dança. O cérebro vai se dete-rio-rando aos poucos e a morte vem de-pois de 15 anos. Não há cura. A causa é um defeito em apenas um gene, e é um gene "dominante", isto é, basta tê-lo herdado de um dos pais. Quem tem uma mãe doente, sabe que sua chance de ter a doença é de 50%. Se fizer o teste, ficará sabendo se suas chances são de 0% ou de 100%.
É o caso da psicóloga americana Nancy Wexler, cuja mãe morreu de Huntington em 1978. Quando a mãe começou a apresentar sintomas da doença, ela decidiu pesquisar o as-sunto, e mais tarde foi traba-lhar em uma fundação dedicada a doenças hereditárias. O trabalho de Nancy ajudou os cientistas a desco-brir a mutação genética que causa a doença, alojada no cromossomo 4. Hoje ela pode saber com segurança se tem o gene herdado da mãe. Mas nem ela nem sua irmã quiseram fazer o teste. Saber que tem uma doença incurável faz com que os pacientes de Huntington tenham índices de suicídio acima do normal. Os cientistas só aplicam esses testes em pessoas adultas que passaram por acompanhamento psico-lógico.
"É um problema novo para a ética: a doença genética que tem diagnós-tico, mas não tem cura", diz Oswaldo Frota-Pessoa, geneticista do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Dalmo Dallari acha que "fazer teste de doença letal sem cura apenas cria angústia, não traz ajuda nenhuma". Frota-Pes-soa dá exemplos de crises pes-soais possíveis. A família de uma noiva, ou a própria, pode querer que o noi--vo faça o teste, se ele vier de uma família de risco. Será que uma pessoa afe-tada deve ou não avisar do risco, ou da certeza, de doença a seus pa-rentes próximos? Deve um médico in-formar o outro cônjuge da doença do parceiro?
Frota-Pessoa acha que a legis-lação deve proibir a "discriminação genética", do mesmo modo como já se faz com a Aids. Os preços dos segu-ros médicos devem continuar sendo estabelecidos através de taxas de mortalidade gerais da sociedade. Mas as taxas já incluem as doenças genéti-cas, segundo ele. Testar genetica-mente , portanto, seria cobrar além da média já estabelecida. Além de atentar contra a privacidade e autonomia do indivíduo. Os testes genéticos não servem apenas para empregadores selecionarem seus empregados. Também aumentam as opções dos testes pré-natais, permitindo aos pais escolherem características de seus filhos. Podem saber se terão ou não doenças. Isso abre outro campo de debate ético. O caso mais simples já é polêmico: saber o sexo de embriões que serão implantados nas mães, segundo a técnica de bebês de proveta. Vários embriões são implantados na mulher depois da fertilização feita em proveta. Mas o Conselho Federal de Medicina brasileiro proíbe que os médicos analisem os vários embriões para determinar seu sexo. É que aí os pais poderiam escolher se preferem menino ou menina, optando entre vários embriões.
Segundo o médico Roger Abdelmassih, especialista em reprodução assistida, uma nova técnica, agora disponível no Brasil, permite retirar uma célula do embrião recém-formado e fazer exames genéticos. Desde saber o sexo até descobrir males incuráveis. A técnica é a micromanipulação de espermatozóides e óvulos. Abdelmassih pretende pedir ao Conselho Federal de Medicina permissão para fazer essa "biópsia de embrião" em um futuro próximo. Ou seja, caso os pais decidam não ter um filho doente, o "aborto" do embrião não ocorreria na barriga da mãe, e sim no tubo de ensaio. Ele quer fazer o exame quando houver risco de o embrião ter doença grave.
No futuro, porém, será possível saber muito mais coisa sobre esse embrião. "O entendimento ético vai ter de ser reavaliado", diz Abdelmassih. "É como no caso da empresa e do indivíduo. Vamos ter muitos desses problemas".

Genes conhecidos: o vírus da AIDS

Conhecer os genes é essencial para se fazerem exames genéticos que podem detectar doenças. Mas o problema pode ser bem mais complicado que isso. Uma prova é o vírus da AIDS: todas os seus genes são conhecidos. Isto é, foram identificadas as 9 749 bases químicas de que se compõem seus genes. Isso ajuda a achar o vírus, mas não dá meios de se curar a doença. O HIV tem nove genes. Um deles, o ENV, por exemplo, dá ordens para se fazerem as proteínas de sua capa (o seu "envelope").

Como são feitos os testes genéticos

Para se achar uma doença é preciso analisar o DNA, onde estão "escritas" - quimicamente - as mensagens que controlam o funcionamento do organismo

1. Cada uma das células humanas contém um conjunto completo de genes chamado genoma

2. Os genes estão guardados em estruturas, chamadas cromossomos. Há 23 pares de cromossomos

3. A substância de que são feitos os genes é o DNA. Sua molécula parece uma fita enrolada dentro dos cromossomos

4. Visto em detalhe, o DNA tem a forma de uma espiral. Os genes são "pedaços" da espiral

5. As informações químicas contidas no gene são "escritas" por meio de bases, pedaços menores do DNA. Há quatro bases - timina, guanina, citosina e adenina- simbolizadas por T, G, C, A. Elas são agrupadas em trios, como se cada trio fosse uma palavra e o gene todo fosse uma frase

6. Mutações podem tornar os genes defeituosos. Um teste genético consiste em achar, por meio de análises químicas, um desarranjo que esteja ligado a uma doença. Acima, um exemplo imaginário de desarranjo em que a base TGG foi trocada por GTG

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segunda-feira, 24 de março de 2014

E a serra quase levou - Florestas Americanas


...E A SERRA (QUASE) LEVOU - Florestas Americanas



Consciência planetária, desenvolvimento sustentado, ambientalismo. Até bem pouco tempo, os governos do mundo não ligavam para isso. Mesmo os Estados Unidos, país que hoje se destaca na vigilância ecológica, quase dizimaram suas matas originais. Agora, ainda não descobriram a melhor maneira de preservar o que resta.


No ano que vem, a Lei das Espécies Ameaçadas nos EUA vai caducar. Terá que ser ratificada por mais 22 anos. Em vigor desde 1973 e considerada em todo o mundo modelo de legislação de defesa da vida selvagem, ela sempre sofreu cerrada oposição empresarial.
Com o objetivo de facilitar sua ratificação, o presidente Bill Clinton anunciou medidas para suavizar o conteúdo da lei. Aí, quem não gostou nada foram os ecologistas. Muitos consideram as suavizações mais uma traição.
A chapa Bill Clinton-Al Gore foi eleita em 1992 com o apoio integral dos ambientalistas. Afinal, nenhum político importante no país se identificou tanto com eles quanto Al Gore. Hoje, recomendam ao vice-presidente que releia os seus próprios livros. Depois da posse, os ambientalistas viram que, se ganharam acesso ao poder com o novo governo, perderam terreno na prática. Muitas decisões ambientais tomadas por Clinton são parecidas com propostas rechaçadas pelas entidades ecológicas nos governos de Ronald Reagan e George Bush. Em especial no que se refere à preservação de florestas. As principais matas nativas do país, na costa oeste do território continental e no Estado do Alasca, estão sendo destruídas mais agora do que antes. Elas são o pouco que restou das densas florestas que cobriam quase metade do país quando a colonização inglesa começou em 1607: cerca de 5% do que existia na época. Os ambientalistas acham essencial mantê-las. Inclusive porque, sem elas, os EUA perdem autoridade moral para cobrar de outros países, como o Brasil, a manutenção das matas.
O biólogo americanco Thomas Lovejoy, um dos maiores especialistas em Amazônia do mundo, diz que do ponto de vista científico os processos de destruição florestal nos EUA e no Brasil são muito diferentes porque as matas dos dois países têm pouca similaridade entre si. "É muito mais fácil recompor as florestas norte-americanas do que as brasileiras", avisa o biólogo.
Mas ele vê semelhanças no terreno político: o governo subsidiando industriais para derrubarem as florestas. Lovejoy acha particularmente parecidos os processos que ocorrem na Amazônia e no noroeste dos EUA, onde a Lei das Espécies Ameaçadas desde 1990 proíbe a derrubada de árvores para proteger uma espécie de coruja em extinção mas, ainda assim, os madeireiros continuam agindo.

Quando, no século XVI, os europeus começaram a colonizar o território que hoje constitui os Estados Unidos havia 445 milhões de hectares de florestas. Em 1994, restam menos de 5% dos bosques originais: pouco mais de 22 milhões de hectares (lembrando que o territírio total dos EUA é de 936 milhões de hectares). Mas a destruição ou substituição por florestas artificiais ou homogênas prossegue ao ritmo de pelo menos 159 000 hectares por ano (uma extensão um pouco maior que o município de São Paulo, que tem 149 000 hectares).
O ambientalista norte-americano Fairfield Osborn (1887-1969) fundador da Conservation Foundation, costumava dizer:"A história dos EUA durante o século XIX, no que concerne à utilização das florestas, das pastagens, da fauna, da flora e da água é a mais violenta e a mais destrutiva entre todas as da longa História da civilização."
A destruição do verde causou, entre outros resultados, a extinção completa de várias espécies de animais. Entre elas, o pombo-migrador Ectopistes migratorius (tourte), o periquito-da-carolina Conuropsis carolinensis e outro pássaro, o Campephilus principalis.
A primeira lei que possibilitou a defesa das matas no país foi votada em 1891. Autorizava o presidente da República a constituir reservas florestais . Em 1905, o Serviço Florestal foi criado. Mas essas e outras medidas foram insuficientes para proteger a flora natural.
Apenas 26% das florestas do país são públicas. o resto pertence ou a fazendeiros ou a empresas que as exploram. Segundo avaliação do Serviço Florestal, apenas de 15% a 20% das matas particulares estão sendo bem administradas do ponto de vista da garantia de sua sobrevivência. Dos 50 Estados americanos, só 10 têm legislação considerada ecologicamente adequada.
Para piorar tudo, o próprio Serviço Florestal vende árvores para a indústria madeireira a preços tão baixos que muitos empresários preferem comprar das 122 florestas nacionais protegidas, em princípio, pelo governo federal do que desenvolver o negócio em suas próprias terras. O subsídio dessas transações é tamanho que o governo perde com elas cerca de U$ 600 milhões por ano.

Hoje a maiores florestas naturais dos EUA estão localizadas na costa oeste do país, ao longo dos Estados de Washington, Oregon e Califórnia e, fora do território continental, nos Estados do Alasca e do Havaí. As maiores florestas recuperadas estão na costa leste, na região da Nova Inglaterra. Algumas delas renasceram de maneira espontânea em fazendas abandonadas durante e logo após a Guerra Civil, em meados do século passado. Todas elas enfrentam agora um novo inimigo: a chuva ácida, resultante da poluição.
Desde meados da década de 60 se observa o efeito desses agentes sobre as florestas, em especial as das montanhas dos Apalaches, desde a Carolina do Norte até a região da Nova Inglaterra, as da Califórnia e as do nordeste do país. O pinheiro e o bordo são os dois tipos de árvores mais sensíveis à queima de combustíveis fósseis nos grandes centros industriais.
No Alasca, a poluição dos rios provocada pela atividade madeireira também coloca em risco, segundo os ambientalistas, várias espécies de peixe, inclusive o salmão local, e o teixo do pacífico, um tipo de árvore sempre verde que é a fonte de uma substância química chamada taxol, considerada eficiente tratamento de algumas formas de câncer.
Com 851 milhões de hectares de território, o Brasil é o país com maior quantidade de matas: cerca de 500 milhões de hectares. Os EUA (936 milhões de hectares de área total) vêm em segundo: entre 260 e 295 milhões de hectares de florestas, aí incluídas as artificiais. As planejadas, por melhores que sejam, sempre têm problemas: são vulneráveis a pragas, doenças e incêndios e sofrem com a erosão provocada pelos cortes periódicos. Piores ainda, segundo os ambientalistas, são os " desertos verdes". São plantações para exploração ininterrupta: de eucalipto para lenha, de pinheiro para papel, de teca para móveis, de conífera norte-americana para construção civil, etc. O valor ecológico é praticamente nulo.
Mas há ecologistas que reconhecem a importância de certas experiências em florestas artificiais. Alan Thein Durning, do Worldwatch Institute, por exemplo, elogia os esforços feitos no Estado de Oregon, costa oeste do país. Ali, o corte de árvores é realizado aos poucos, em áreas pequenas. Depois, vem o replantio, de acordo com a estrutura ecológica da floresta. Corredores ao longo dos cursos d´água são poupados para proteger a fauna aquática.

Muitos ecologistas, agora lançam mão de argumentos econômicos. Querem provar que floresta preservada dá lucro. Durning afirma que 40% dos remédios vendidos nos EUA têm ingredientes ativos derivados de plantas, animais ou microorganismos florestais e que a engenharia genética mal começou a avaliar a importância que as cadeias de genes encontradas em florestas poder vir a ter. Ele acha que não será possível salvar as florestas -nem nos EUA nem em qualquer outro país -,se não se apresentarem alternativas viáveis para que possam ser exploradas. "Nós achamos possível conciliar saúde ecológica com produtividade econômica", resume.
Mas a realidade não tem sido de conciliação. Um dos mais populares adesivos de automóvel nos Estados da costa oeste dos EUA tem a frase: "Salve um lenhador. Mate uma coruja". O humor negro às vezes é enfrentado com a crueldade pura: no auge de sua disputa com ambientalistas, medeireiros costumavam atirar corujas mortas no quintal dos inimigos.
A guerra começou em 1990, quando a coruja manchada do norte (Strix accidentalis caurina) foi incluída entre as quase 900 espécies consideradas em extinção nos EUA e passou a ser protegida pelo governo federal. Segundo os cálculos oficiais, há seis mil indivíduos dessa espécie remanescentes nas florestas nativas dos Estados de Washington, Oregon e Califórnia. O problema é que esse tipo de coruja precisa de muito espaço para sobreviver: na média, 4 800 hectares para cada casal.
A coruja manchada também necessita de florestas "velhas", com árvores mortas e troncos caídos, que servem de moradia para esquilos, ratos e outros mamíferos pequenos - a base de sua dieta alimentar. Ela pode viver entre 12 e 15 anos, mas não resiste a mudanças no seu habitat. Ela também se reproduz pouco: um ou dois filhotes por ano, dos quais só 20% são capazes de chegar à vida adulta.
A convivência dos lenhadores com a coruja manchada é impossível. Mesmo que não cortem todas as árvores de algumas áreas, eles sempre vão remover as maiores, mais cheias de ramos, justamente as mais usadas pelo pássaro para fazer seus ninhos e se proteger. A indústria madeireira argumenta que seis mil corujas valem muito menos do que 140 000 homens. Sua estimativa é de que em 15 anos esse será o número de desempregados, caso ela não possa mais explorar as florestas do noroeste do país.
Os ambientalistas contestam tais números. Dizem que no máximo 106 000 empregos de lenhadores serão perdidos e argumentam que 43 000 outros serão criados para levar adiante a tarefa de proteger as florestas, o que reduz a cifra para 57 000 empregos. Também afirmam que a automação está cortando vagas na indústria madeireira e que os empresários omitem esses dados.
Os ecologistas argumentam ainda que a coruja manchada não é a única espécie ameaçada pelos lenhadores. Outros 200 vertebrados podem ser extintos se as florestas desaparecerem, inclusive o acor do norte e a águia careca. Uma outra ave dessas flores-tas, a alca-torda mármore, foi declarada oficialmente espécie em extinção no mês de abril de 1994. O presidente Bill Clinton baixou um decreto com o objetivo de agradar a todos. Mas desagradou a quase todos. Ele permite que até 40% das florestas sejam exploradas pelas madeireiras desde que cumpram determinadas exigências para proteger as corujas e diminuam o ritmo da atividade para permitir o replantio. Nem os ecologistas nem as madeireiras gostaram. Um acordo ainda parece distante.

Assim fenece o verde do Alasca

Troncos seculares "viram papel higiênico" no Japão

A Floresta Nacional de Tongass, uma densa mata úmida com 6,3 milhões de hectares (mais de 20% do que sobrou de florestas nativas nos EUA), fica no Alasca, na fronteira com a província de Yukon, no Canadá. É a maior mata americana e enfrenta problemas. Uma das fórmulas concebidas pelo general Douglas MacArthur, o interventor militar americano no Japão logo após a Segunda Guerra, para ajudar a desenvolver aquele país, foi conceder a uma empresa japonesa, a Alaska Pulp, monopólio da exploração de Tongass até o ano de 2011. "Árvores seculares de 70 metros de altura estão virando papel higiênico no Extremo Oriente", protesta George Frampton Jr., da Wilderness Society.
O negócio é excelente para os japoneses. Como Tongass é administrada pelo Serviço Florestal dos EUA, toda a infraestrutura é fornecida por ele. Para cada dólar gasto pelo Serviço Florestal na operação madeireira, os japoneses devolvem U$ 0,28, segundo Frampton. O resto é prejuízo.
Por isso, em abril deste ano, o Serviço Florestal cancelou o contrato firmado por MacArthur. O governo Clinton, para perder menos dinheiro, deciciu que a Alaska Pulp vai ter que entrar em concorrência pública: irá explorar a floresta a empresa que oferecer mais. Os japoneses recorreram à Justiça contra a decisão. Dizem que seus direitos são legais. O governo do Alasca e a bancada estadual no Congresso apóiam os japoneses.
Outra derrota recente dos ambientalistas no Alasca foi a lei 310, aprovada pelo Senado em maio e remetida à Câmara com grandes chances de sucesso. Ela ameaça outros 6 milhões de hectares de florestas nativas no vale do rio Tanana, na região central do Estado. A lei autoriza a exploração de cerca de metade da área por madeireiras nos próximos 40 anos.
Mas nem tudo são más notícias. O Alasca é o Estado que faz a maior despesa percapita em prol da natureza. São 44,26 dólares anuais por habitante para proteger recursos florestais, mais 147,30 para preservar a vida selvagem, outros 23,49 para administrar terras e 5,93 para pesquisas geológicas. Um dos frutos desses investimentos é a possibilidade de o falcão peregrino da região, uma espécie que há 25 anos está na lista das ameaçadas de desaparecimento, vir a ser retirado da lista em breve. Desde 1974, o número de indivíduos da espécie no Alasca triplicou para 600 . Eles vêm sendo ajudados por um projeto de alta tecnologia. Alguns estão portando microtransmissores e sendo monitorados. Com isso, os pesquisadores podem conhecer suas rotas de migração pelo mundo todo e, assim, estudar fenômenos ecológicos tão diversos quanto a contaminação por mercúrio em rios brasileiros, a poluição industrial na Rússia e a destruição de florestas na China.

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terça-feira, 11 de março de 2014

Por que elas estão sumindo - Lontras


POR QUE ELAS ESTÃO SUMINDO - Lontras



Pescadores, poluição, mercado de peles - estes são os pdas Pescadores, poluição, mercado de peles - estes são os principais acusados pelo desaparecimento das lontras. Espertas, elas pareciam ter tudo para ser invulneráveis.

No início do século, era possível encontrar lontras em todos os cantos da Europa. Elas viviam em qualquer ambiente perto da água, doce ou salgada, dos lagos nas montanhas à beira-mar. Mas, a partir dos anos 30, sua população passou a regredir. Hoje, só podem ser vistas com freqüência na costa atlântica da Irlanda, de Portugal e da Escócia. O mais intrigante é que as lontras não têm nenhum predador natural. Nenhum predador, fora o homem.
Os peixes compõem 50% a 90% da sua alimentação e elas sabem pescá-los como ninguém. Corpo longo, cara fina com focinho achatado, orelhas minúsculas, patas curtas, dotadas de membranas, cauda comprida e robusta - têm o perfil de nadadoras natas, realizando proezas na água. Fora dela, também se viram muito bem para conseguir alimento. Enfim, tinham tudo para levar uma existência tranqüila. No entanto, vivem sempre sob ameaça.

Na França, até 1972, a matança de lontras era estimulada em concursos, com altíssimos prêmios em dinheiro. Os patrocinadores desses eventos eram companhias de pesca, que acreditavam no mito da concorrência. Pois se dizia que cada lontra era capaz de comer o equivalente ao próprio peso (5 a 10 quilos) em peixes, todo santo dia. Na realidade, seu consumo é por volta de 10% disso.
Infelizmente, não são apenas os pescadores que saem à sua caça: a pele do animal é uma das mais fortes e sedosas de que se tem notícia. Todas as passeatas dos ecologistas não impedem que, a cada ano, 3 000 a 4 000 lontras terminem em emboscadas para virar casaco de madame. Para piorar a situação, foram praticamente obrigadas a se reti-rar dos cursos de água, esvaziados por causa da construção de grandes barragens. Mas isso, por si só, ainda não justificava o seu sumiço.
Os especialistas estão cada vez mais convencidos de que a poluição é a maior culpada por esse desaparecimento. De fato, as lontras não resistem ao contato direto com os rejeitos industriais e os esgotos, jogados nas águas. A acusação, é também para a sujeira do ar, principalmente para as moléculas de policlorobifenóis (PCB), liberadas pelas fábricas que lidam com materiais plásticos. Os PCB tombam no chão com a chuva, contaminando rios e lagos. Praticamente indestrutíveis, logo vão parar no organismo dos peixes. Na seqüência, acumulam-se no corpo das lontras. Se elas não morrem intoxicadas, acabam inférteis, incapazes de dar continuidade à espécie.

Truques infalíveis de pescaria

Pescar é seu dom natural. Nas águas profundas, a lontra opta por um bom mergulho, podendo ficar mais de 1 minuto submersa, à espera da presa, que é surpreendida por baixo. Já quando está em águas mais rasas, ela simplesmente impede a passagem do peixe que, por ventura, se escondia entre pedras ou plantas aquáticas. Dali, ele não escapa. Nessa hora, o longo bigode branco da lontra tem um papel fundamental: ele capta as menores vibrações, localizando os peixes escondidos, até mesmo à noite.

Sem sofrer por causa da comida

Seu prato predileto é aquele que está mais fácil de conseguir. Quando o inverno chega e não há como pescar, porque a superfície de riachos e lagos congela, a lontra vai atrás de pequenos mamíferos. Adora um rato selvagem. Mas nunca esnoba patos. Nem um belo réptil que esteja dando sopa. Já em março, ela saboreia rãs e sapos. Pois, nesse mês, inicia-se a temporada de acasalamento dos anfíbios e há uma fartura de seus filhotes na água. As pequenas rãs são devoradas inteirinhas. Mas os sapos são, antes de mais nada, despelados - quem aprecia uma pele repleta de glândulas secretadoras de veneno?

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terça-feira, 11 de março de 2014

Os número não mentem jamais. Será ? Estatística

OS NÚMEROS NÃO MENTEM JAMAIS. SERÁ? Estatística



"Fulano está com 34% de intenções de voto".
"Fome atinge 32 milhões de brasileiros".
"São realizados 4 milhões de abortos por ano no Brasil".


O homem nem sequer sonhava com eleições de massa, contabilização da miséria ou de abortos quando Santo Agostinho, no século VI, alertou os bons cidadãos contra "os matemáticos e todos aqueles que fazem profecias vazias". Segundo Agostinho, "o perigo é que eles tenham feito um pacto com o Diabo para obscurecer o espíritio e manter o homen no cativeiro do Inferno".
Pactos demoníacos à parte, ainda hoje é com uma boa dose de ceticismo que o brasileiro encara as chamadas estatísticas. Não importa o que pretendam retratar - como vai a saúde ou a economia do país, o que pensa ou como se coporta a população -, os grandes números calculados por órgãos oficiais ou institutots particulares são, senão diabólicos, pelo menos muito misteriosos.
A desconfiança tem seus motivos. O brasileiro está se acostumando a assistir a infindáveis bate-bocas sobre a validade dos números que lê. Até parece que atrás de uma pesquisa corre sempre uma polêmica. Quando dois especialistas falam, os que não são do ramo abaixam a orelha. Assim, quem não conhece a metodologia, não sabe o que é variável e nunca viu de perto a tal margem de erro, fica nadando num mar de dúvidas.
Afinal, pode-se ou não confiar no que os números dizem? A dúvida é tanta que o brasileiro já incorporou uma nova palavra ao seu vocabulário: "chutometria". O termo pode ser definido como "sistema de medir por meio de chutes, quer dizer, por palpites".
Mas nem tudo é tão obscuro ou vago no mundo das estatísticas. A verdade é que elas são fundamentais para a compreensão da realidade. O problema é interpretá-las corretamente. É preciso distinguir, primeiro, os dois tipos de estatísticas - as calculadas por amostragem, como as pesquisas sobre a intenção de voto, e as que envolvem a contagem pura e simples, como o censo da população, feito pelo IBGE. Deve-se saber também que há algumas regras básicas empregadas na "contabilidade" e na generalização dos dados obtidos. E tomar alguns cuidados pra não cair em ciladas.

"A única maneira de se conferir o resultado exato de uma eleição é realizá-la hoje mesmo", afirma o estatístico Carlos Alberto de Bragança Pereira. "Como isso é impossível, temos de utilizar os métodos de pesquisa por amostragem". Bragança Pereira é diretor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP) e foi consultor da Organização dos Estados Americanos (OEA) nas eleições presidenciais do Haiti, El Salvador e Nicarágua.
A amostragem é um dos principais instrumentos da Estatística - a área da matemática que lida com os grandes números. Os estatísticos preocupam-se com o levantamento, a organização e a análise dos dados de um conjunto - a população de um país, as mulheres de uma cidade ou as moléculas do corpo humano. Isso pode ser feito de duas maneiras: contando todos os elementos do conjunto (quando isso é possível), ou contando uma pequena parte e calculando os re-sultados globais por generalização.
Amostra é uma "fatia" separada para estudo do universo. É como se alguém quisesse descobrir os ingredientes de um bolo de chocolate sem desmilingüir o bolo inteiro e cortasse, para análise, apenas um pedaço.
Se a farinha, o fermento, o chocolate e os outros elementos estão bem misturados na massa, a proporção empregada de cada ingrediente pode ser inferida de uma fatia qualquer. No caso das pesquisas eleitorais no Brasil, os ingredientes do bolo de 100 milhões de eleitores não estão bem misturados. Apesar disso, "podemos chegar a uma projeção muito próxima da realidade falando apenas com uma fatia desse conjunto, de 2 500 pes-soas", garante a estatística Renata Nunes César, gerente do Datafolha, instituto ligado ao jornal Folha de S. Paulo.


A base do método de análise de um todo por suas fatias é a teoria da probabilidade, criada por dois importantíssimos pensadores do século XVII - o filósofo, matemático e físico francês Blaise Pascal (1623-1662) e o matemático, também francês, Pierre de Fermat (1601-1665). Em 1654, eles foram desafiados por grandes apostadores a calcular quanto uma pessoa poderia ganhar ou perder em jogos de moedas, dados, cartas e roleta. Foi assim que surgiram as fórmulas matemáticas que definem as chances de um evento ocorrer.
Hoje, a Estatística é ferramenta indispensável em todas as ciências, biológicas, exatas e sociais. "Mas não se pode dizer que seja, ela própria, uma ciência", afirma Bragança Pereira. "Não se trata, tampouco, de adivinhação ou magia. É um método de ´fotografar´ o presente e fazer projeções para o futuro."
Para a foto sair com um bom foco, a parcela a ser estudada tem de ser bem escolhida. Voltando ao exemplo do bolo eleitoral brasileiro, para descobrir a quantidade de cada ingrediente que a receita leva, não basta analisar um naco qualquer. É necessário pegar pedaços diferentes e "montar" uma fatia que seja re-presentativa do bolo inteiro.
Para começar, as pessoas não estão distribuídas igualmente pelo territó-rio nacional. Algumas áreas têm uma po--pulação maior que outras. É preciso fazer entrevistas em proporção à densidade das regiões.
"Até esse ponto, os institutos de pesquisa empregam o mesmo sistema de definição da amostra - por sorteio e proporcionalidade", explica Örjan Olsén. Sueco, no Brasil há 41 anos, Olsén foi diretor do Ibope e hoje dirige sua própria empresa, a Companhia Brasileira de Pesquisa e Análise (CBPA), em São Paulo. "Daí para diante, podem-se seguir dois métodos diferentes: a amostragem probabilística ou por quotas."
Pelo método probabilístico, tudo tem de ser sorteado dentro de cada setor da cidade: primeiro, o quarteirão, depois, o domicílio e, dentro do domicílio, a pessoa a responder o questionário.
Para representar a totalidade dos eleitores brasileiros, os entrevistados têm de se encaixar nos diferentes "tipos de pessoas" que existem no país. São as chamadas variáveis - características, como sexo, idade, ocupação, nível de instrução e si-tuação sócio-econômica, que influem na opinião e no voto de cada um. "É a própria experiência que nos mostra quais variáveis devem ser levadas em conta", afirma o veterano estatístico José Severo de Camargo Pereira, professor aposentado da USP e consultor do Instituto Gallup.
Assim, como a população brasileira é composta 50% por homens e outros 50% por mulheres, aproximadamente, o número total de entrevistas tem sempre de ser feito dentro dessa proporção.
"Para garantir a proporcionalidade da amostra probabilística, temos um pe-queno pulo-do-gato", conta Severo. "Qualquer distorção é corrigida por alguns cálculos matemáticos simples". Essas continhas de chegar são as cha-madas ponderações.
Na pesquisa por quotas, é diferente. Antes de começarem as entrevistas, é determinado quantas pessoas de cada tipo terá de haver no final. Então, o entrevistador já sai procurando um número definido de eleitores para compor a proporção representativa de cada variável.
O principal objetivo do planejamento rigoroso da amostra é garantir a menor margem de erro na pesquisa. Margem de erro significa exatamente o que o nome diz - um intervalo controlado dentro do qual podem variar os resultados finais. Ou seja, um estudo bem planejado não elimina o erro, apenas o limita.
O que pode parecer um preciosismo metodológico é muitas vezes o detalhe que faz a diferença. Imagine que o can-didato "A" tem 34% das intenções de voto e o candidato "B", 30%, numa pesquisa com margem de erro de 3%, bastante comum no Brasil. Isso significa que o instituto só afirma que o candidato "A" está com algo entre 31% e 37% das intenções de voto, e o candidato "B", com 27% a 33% das preferências. Eles podem, portanto, estar empatados, com 33%, ou afastados em até dez pontos percentuais. Prestar atenção na margem de erro é o tipo de cuidado que ajuda a avaliar corretamente as porcentagens que bombardeiam o cidadão.
Veja este resultado do censo de 1980: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantou na ocasião que havia no Brasil 41.974.865 pessoas casadas, sendo 21.029.031 homens e 20.945.834 mulheres. Percebeu alguma coisa errada? Claro, se no Brasil legalmente só existe casamento monogâmico e heterossexual (isto é, cada homem só pode se casar com uma e apenas uma única mulher), como é que pode haver um número maior de maridos do que de esposas? "É que o IBGE entrevistou pessoas de 15 anos de idade ou mais", explica Severo. "Como no interior do país é comum as mulheres se casarem até com 13 anos, estas ficaram fora da contagem."
Este é um exemplo de "escorregão" metodológico. Mas os números podem enganar de outras maneiras. Um erro no sistema de levantamento de dados, na composição da amostra, na elaboração do questionário ou na interpretação dos resultados, sem falar na forma de divulgação, podem ser fontes de equívoco.
Muitas vezes os números que retratam a realidade brasileira são fruto de meras estimativas. Nos últimos meses, alguns "palpites" formidáveis têm recheado as notícias nos jornais e os discursos polí-ticos. São dados alarmantes, como os supostos 4 milhões de abortos realizados por ano no país, que tem aparecido freqüentemente na imprensa. A estimativa foi atribuída à Organização Mundial da Saúde (OMS), mas lá ninguém assume a autoria da pesquisa. "Contar o número de abortos no Brasil é praticamente impos-sível", comenta o epidemiologista Ruy Laurenti, da Faculdade de Saúde Públi-ca da USP. "Simplesmente porque o aborto provocado é proibido por lei e, por isso, é feito clandestinamente, sem registro."
Outro caso polêmico é o dos 32 milhões de brasileiros famintos. A conclusão do trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é que mais de 9 milhões de famílias passam fome porque têm renda abaixo de dois salários mínimos. Entre várias críticas levantadas à metodologia utilizada, afirma-se que não se pode medir a fome das famílias brasileiras por salários mínimos. Metade da população que vive no campo, por exemplo, não é paga em dinheiro, mas em produtos agrícolas, como mantimentos e animais. Daí, não se poder concluir, com segurança, que toda família sem dinheiro no bolso seja necessariamente faminta.
Uma simples palavra mal definida também pode ser responsável por grandes disparates estatísticos. É o caso do número de desempregados no Brasil. Os índices variam de 1 milhão a 20 milhões de pessoas. Qual o número correto, afinal? Tudo depende do que se entenda por "desempregado" - quem não tem carteira assinada (nesse caso, a pessoa pode trabalhar como autônomo), quem está procurando emprego, ou quem vive de peque-nos negócios, como vender frutas nas esquinas?
Mesmo tomadas todas as precauções, as estatísticas podem ser perigosas para quem as lê desavisadamente. Principalmente em assuntos que representem alguma ameaça à vida. Os hipocondríacos e pessimistas crônicos que o digam. Eles sabem o quanto é fácil se auto-incluir em índices crescentes de mortalidade por doenças graves.

"As pessoas se esquecem de que, quando se descobre a cura para uma moléstia, a porcentagem de mortes causadas por ela naturalmente cai", alerta Severo. "Mas, como o total de mortes representa sempre 100%, a porcentagem de óbitos por outras doenças tem de subir", avisa Severo aos que se preocupam à toa.
A dica é não confundir possibilidade com probabilidade. Mesmo antes do choque do cometa Shoemaker-Levy 9 contra Júpiter, em julho passado, foi levantada a hipótese de que o mesmo poderia acontecer na Terra. A crença no desastre se fortaleceu quando o Congresso americano anunciou planos de investir 50 milhões de dólares num gigantesco programa de prevenção à queda de cometas por aqui. A idéia dos congressistas americanos é que a NASA desenvolva um siste--ma de rastreamento e destruição de grandes objetos que eventualmente entrem em rota de colisão com o planeta.
Mas qual é a probabilidade real de um cometa ou asteróide atingir a Terra? "É de uma vez a cada 100 milhões ou 200 milhões de anos", afirma o astrônomo Augusto Damineli Neto, do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP e colaborador de SUPER. Damineli explica que o planeta é bombardeado todos os dias por rochas menores, pesando até um quilo, comuns no espaço. Mas, por serem muito pequenos, esses meteoros desintegram-se assim que entram na atmosfera. "Corpos maiores, como o Shoemaker, são bem mais raros. Além disso, a Terra é um alvo minúsculo, em termos astro-nômicos, e, portanto, difícil de acertar."
Como se acredita que o último cometa a passar por aqui tenha sido aquele que eliminou os dinossauros da face da Terra, há 65 milhões de anos, o mais provável é que a NASA tenha de esperar pelo menos outros 35 milhões de anos para colocar em uso as armas de caça a cometas. Ou seja, existe a possibilidade, mas a probabilidade de que isso venha a ocorrer é mínima.
Em se tratando de pesquisa, "o mais provável" é a única expressão que se pode utilizar. Em Estatística não existem certezas - pelo menos enquanto os especialistas não fizerem o pacto com o demônio, tão temido por Santo Agostinho. "Ninguém é guru ou adivinho. A única verdade abso-luta sobre Estatística é que, por mais próximo que os resultados estejam da realidade, a probabilidade de se acertar exatamente na ´mosca´ é re-motíssi-ma", diz Bragança Pereira.

Como se escolhe o entrevistado

Veja como os institutos selecionam as pessoas que vão responder os questionários das pesquisas eleitorais

Universo
São todos os eleitores do Brasil - cerca de 100 milhões

Amostra
É uma "fatia" do universo, definida segundo o número de eleitores em cada região

Em cada região
Calcula-se a distribuição de eleitores por estado e daí se tira, proporcionalmente, o número de entrevistas que desem ser feitas em cada um deles

Em cada estado
As cidades são ordenadas segundo o número de eleitores que possuem. Daí se tira o número de entrevistas que devem ser feitas em cada uma

Cada cidade
É dividida em zonas, segundo a quantidade de eleitores. As áreas onde serão feiras entrevistas são então sorteadas

Em cada zona
A pesquisa precisa encontrar um grupo de eleitores representativos daquela área. Se 60% do eleitorado da região é da classe C, será necessário que 60% dos questionários sejam respondidos por pessoas da classe C.

Quando os números enganam

"Mulheres sorriem mais"

Esta é a conclusão de um trabalho acadêmico de uma psicóloga de São Paulo. A constatação saiu da comparação de 623 fotografias coletadas junto a amigos e familiares da pesquisadora. Nas fotos, mulheres de diferentes faixas de idade apareciam sorrindo mais do que os homens. O problema é que as 623 fotografias colhidas entre amigos e familiares da pesquisadora não podem representar o universo de todas as mulheres do mundo, nem do país, nem de uma região ou cidade. Para isso, a amostra deveria ser colhida em diferentes regiões geográficas, grupos sociais e culturais. Assim, o máximo que a pesquisadora poderia concluir com o levantamento é que suas amigas e parentes são sorridentes.

"Pessimismo deixa careca"

Outro caso real, que saiu nos jornais: uma empresa japonesa de cosméticos constatou que homens pessimistas têm cabelos mais fracos e tendem a ficar carecas. Foram entrevistados 733 homens entre 15 e 59 anos de idade, em Tóquio. Resultado: 51% dos que se consideravam pessimistas disseram que seus cabelos estavam ficando fracos, enquanto 47% dos otimistas percebiam algum sinal de calvície. Problema: pessimismo e calvície é uma associação no mínimo questionável. O próprio porta-voz da empresa japonesa admitiu que ainda não se comprovou cientificamente nenhum vínculo entre a personalidade e a quantidade de cabelo. Além disso, a própria diferença entre as declarações dos pessimistas (51%) e as dos otimistas (47%) é muito pequena para se tirar qualquer conclusão nesse sentido.

"A política cambial do Plano Real é melhor do que a dosoutros planos econômicos?"

A pergunta é fictícia. Mas serve para ilustrar vários "pecados capitais" em pesquisas de opinião pública.
1. É tendenciosa. Deveria apresentar as duas opções para o entrevistado: "Você acha que a política cambial do Plano Real é melhor ou pior do que...?"
2. Pressupõe que o entrevistado saiba o que significa política cambial e conheça as políticas adotadas em diversos planos econômicos.
3. A comparação é imprecisa: não fica claro a que outros planos econômicos a questão se refere.

"Cai o número de seqüestros em São Paulo"

Outro exemplo fictício. Deve-se ficar alerta para informações desse tipo. É preciso saber mais antes de tirar qualquer conclusão. Será que menos pessoas estão sendo seqüestradas? Ou o que caiu foi o número de casos registrados na polícia, para evitar interrupção de contato com os seqüestradores? Em outras palavras, é preciso estar atento para as causas que geram certos dados, antes de interpretá-los pelo caminho mais óbvio.

"O candidato Fulano de Tal cai 15 pontos nas pesquisas"

Preste atenção também nesse tipo de manchete. O número até pode ser verdadeiro, mas esta talvez não seja a informação mais importante daquela pesquisa. É só imaginar que Fulano de Tal estivesse com 70% das intenções de voto. E Sicrano, o segundo colocado, com 5%. A diferença entre os dois, nesse caso, é enorme - 65 pontos percentuais. Assim, mesmo descendo para 55% das intenções de voto, Fulano continua ainda muito na frente de Sicrano, se este permanecer com 5%.

"Estados Unidos têm mais árvores hoje do que cem anos atrás"

O exemplo é real. A informação é divulgada por madeireiras norte-americanas. Ela é uma meia-verdade, com as quais se deve ter muito cuidado. O dado sobre o maior número de árvores não é falso. Mas a conclusão a que a frase pode levar - de que os Estados Unidos têm hoje mais florestas do que no século passado - é mentirosa. Uma muda de poucos centímetros é uma árvore, porém, para o meio ambiente, ela não tem nem de longe a importância de uma sequóia nativa com cerca de 300 metros de altura (veja, sobre o assunto, reportagem na página 40). É preciso sempre avaliar a fonte da informação que está por trás dos números apresentados.

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terça-feira, 11 de março de 2014

300 anos no fundo do mar - História

300 ANOS NO FUNDO DO MAR - História



O Vasa, da Suécia, foi o maior e mais poderoso navio de sua época. Mas transformou-se num fiasco ao afundar assim que foi lançado à água. Resgatado e preservado num museu ultramoderno, em Estocolmo, ele trouxe à tona um pedaço intacto do século XVII.


Estocolmo, verão de 1628. No ensolarado dia 10 de agosto, uma multidão alegre reuniu-se para assistir o mais novo galeão da armada real, o Vasa, ser lançado ao mar. Era um dos maiores navios do seu tempo: tinha 64 canhões, dez velas e três mastros (o maior, de 50 metros). Quando a brisa enfunou as velas, milhares de pessoas na praia saudaram o galeão avançando na baia.
Súbito, os gritos de alegria viraram murmúrio de horror. Uma lufada de vento fez o Vasa adernar à esquerda. O navio ainda conseguiu endireitar-se, mas apenas para tombar de novo, agora com água entrando pelos buracos dos canhões no casco. Majestosamente, o Vasa afundou com velas, bandeiras e bronzes, levando 50 homens e mulheres. Percorreu 1 300 metros na sua única viagem.
Foi o maior fiasco da história naval sueca. Os mestres do estaleiro, o capitão e o piloto foram presos tão logo salvos da água. Mas um inquérito aberto em seguida foi suspenso sem apontar responsabilidades.
Em 1956, o caçador de tesouros Anders Franzén realizou o impensável. descobriu o Vasa e, com a ajuda do governo sueco, tirou-o do fundo da baia e trouxe-o intacto para a superfície. O navio e os 25 mil objetos achados nele, primorosamente restaurados, podem ser vistos, hoje, no museu mais visitado da Suécia - o Museu do Vasa.

O Vasa foi encomendado pelo rei Gustav Adolf II para impor seu poder no Báltico. Uma armada poderosa, raciocinou o rei, protegeria as linhas de suprimento para a guerra então em curso contra os poloneses, e permitiria bloquear portos poloneses importantes, como Danzig (hoje Gdansk). O Vasa era instrumento e expressão de planos grandiosos. E foi o navio mais caro, maior e mais poderoso da sua época.

Mil carvalhos foram derrubados para a construção do casco. O barco todo foi luxuosamente adornado por mais de 700 estátuas barrocas representando leões imperiais, profetas do Velho Testamento, imperadores romanos, heróis da mitologia grega, sereias, anjos e demônios. Ao contrário do que ocorre na arquitetura moderna, no Vasa a função foi submetida à forma para promover a imagem gloriosa de Gustav Adolf II. Todos os que vissem o navio deveriam impressionar-se com o esplendor e o poder da monarquia sueca.
Mesmo assim, durante os três anos de construção, a escalada da guerra com a Polônia e a proximidade de uma guerra com a Alemanha induziu à revisão dos planos. O navio já tinha forma quando Gustav Adolf decidiu aumentá-lo às pressas. Não foi fácil, já que os mestres de obras da época não desenhavam a estrutura das naus e não dispunham de meios para calcular sua estabilidade. Ensaio e erro, talento e experiência eram a base da indústria. Além disso, o mestre de obras holandês, Henrik Hybertsson, morrera um ano antes do Vasa ser concluído e a responsabilidade pela obra foi entregue à viúva e a um assistente e um irmão de Hybertsson.
O rei decidiu adicionar um segundo andar ao Vasa para dobrar seu poder de fogo de 32 para 64 canhões - que representavam um quarto do poder de fogo de toda a frota sueca. Com isso, o espaço destinado ao lastro ficou reduzido, limitado a comportar 121 toneladas de pedras. Era menos da metade do que mandavam os manuais.
A ambição de Gustav Adolf, por-tanto, selou o desastre do Vasa. E o inquérito de 1628 ficou sem conclu-são por motivos óbvios. Mas a culpa não foi só do rei. O piloto Joran Mattson, revelou, no inquérito, que o homem mais influente da Marinha, o Vice-Almirante Klas Fleming, e o comandante do Vasa, capitão Sofring Hansson, acompanharam, pessoalmente, os testes de estabilidade.
Nesses testes, trinta homens corriam diversas vezes pelo convés da popa, para ver se ele se desequilibrava. Mas logo tiveram de ser interrompidos, pois na terceira volta o navio adernou perigosamente. Ou seja, estava claro que alguma coisa não ia bem com o Vasa. Mas as autoridades silenciaram e não tomaram providência.

Três dias após o naufrágio, o Conselho do Reino autorizou o resgate dos canhões do Vasa. O Vice-Almirante Fleming, o mesmo que silenciara sobre os testes de estabilidade, conseguiu recuperar vários. Muitos tentaram resgatar objetos do Vasa - tantos que, em 1961, 40 âncoras, de diferentes séculos foram encontradas presas no casco. O mais bem sucedido foi o sueco Albreckt von Treileben que, em 1664, desceu até o fundo usando um "sino submarino". O princípio era o mesmo de um copo emborcado na água: sempre fica uma camada estreita de ar na parte superior do copo. No sino, isso permite que o mergulhador respire. Treileben resgatou 50 dos 64 canhões.
O Vasa, então, foi abandonado e sua localização, esquecida. Em 1950, o engenheiro naval, caçador de tesouros e estudioso de arquivos Anders Franzén decidiu procurá-lo. Em experiências anteriores, Franzén descobrira que as águas pouco salgadas do Báltico gozam de um privilégio: são inós-pitas ao verme Teredo navalis, que destrói a madeira dos navios. Por isso, o Vasa deveria estar lá, inteiro, no fundo. Franzén achou-o em 1956, após cinco anos de busca.
Imediatamente, lançou-se uma campanha nacional para resgatar o navio."Salvem o Vasa" - era o seu mote. Não faltaram palpites. Um pesquisador propôs congelar o Vasa em um imenso bloco de gelo. Dessa maneira, ele deveria flutuar. Outro afirmou que o mesmo efeito poderia ser conseguido se o navio fosse abarrotado de bolas de ping-pong.
A estratégia adequada foi definida com a ajuda da Marinha Real e de empresas de navegação e resgate. Mergulhadores operando canhões de água cavariam túneis por baixo do casco, enfiando neles cabos de aço para erguer o navio. Em agosto de 1959, após 300 anos, o Vasa soltou-se do fundo.
Dezoito vezes a operação foi repetida, deslocando-se o Vasa gradualmente para águas mais rasas. Antes da última e definitiva suspensão, o casco teve de ser restaurado para poder flutuar. Os mergulhadores ainda levaram dois anos para tapar milhares de buracos - abertos por pregos desintegrados pela ferrugem. A pôpa quebrada foi reconstruída e as 64 aberturas para os canhões, no casco, foram substituídas por escotilhas à prova d´água. No dia 24 de abril de 1961, as televisões do mundo todo e milhares de pessoas assistiram o Vasa voltar gloriosamente à superfície - trazendo consigo um pedaço intacto do século XVII.
No século XVII, a Suécia era um país pobre, mas uma potência em expansão. Em 1621, o rei Gustav Adolf declarou guerra à Polônia. A Lituânia e a Prússia, sob domínio polonês, foram palcos da guerra. O adversário foi batido em 1629 - um ano após a tragédia do Va--sa.Em 1630, Gustav Adolf sentiu-se forte para começar outra guerra, ao lado dos príncipes protestantes contra os católicos liderados pelo imperador da Alemanha - a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Em junho de 1630, a bordo de 37 navios, os suecos invadiram a Alemanha com 15 mil homens.
Como o Vasa havia sido construído para participar dessas lutas, os objetos encontrados nele revelam muita coisa sobre o mundo no século XVII. Apesar da toda a sua grandeza, a vida dos marinheiros era dura. Um em cada dez suecos era recrutado pela Marinha. Quando a armada voltou da Polônia, em 1629, os marinheiros tiveram de ficar em Estocolmo, proibidos de visitar suas cidades. Temia-se que fugissem. O salário era pequeno e parte dele era usada para pagar roupas e comida.
Os homens usavam jaqueta curta, com uma camisa de linho grosso por baixo, calções até o joelho e casacos de lã. Meias e sapatos de couro macio, ou botas. As roupas tinham que durar bastante porque não havia outras. Por isso, serzir, costurar e remendar eram atividades comuns a bordo. Agulhas, facas para cortar pano e linhas de costura foram achadas em profusão no Vasa.
O marinheiro que não estivesse nas velas ou cuidando da âncora ficava junto aos canhões. Ali, fazia as refeições, usando pratos e colheres de madeira, dormia e lutava, durante as batalhas.
A cozinha ficava no fundo do navio e servia uma dieta básica de mingau de cevada, cereais cozidos com feijão e ervilha seca, além de carne ou porco salgado, peixe seco e pão. Os cozidos eram feitos em um único caldeirão de ferro, sobre o fogo de uma lareira de tijolos. Não havia chaminé. A fumaça enchia os andares que a tripulação ocupava.
Higiene não existia. O risco de morrer em epidemias era maior do que o de morrer em batalha. Escorbuto, disenteria, malária e difeteria eram comuns. Em 1628, dois terços dos marinheiros de uma esquadra enviada à Polônia morreram. O médico de bordo era também o barbeiro e os principais tratamentos eram cataplasmas, ervas medicinais ou sangramentos (para tentar expelir do corpo a causa do mal). Amputações eram feitas sem anestesia. O regulamento mandava dar dois copos de cerveja para fortificar aos marinheiros jovens, antes das batalhas.
As penalidades por infrações eram cruéis. Uma das mais temidas era passar o infrator por baixo da quilha, amarrado pelo pé, uma, duas ou três vezes, de acordo com a falta. Se não morresse afogado, ele dificilmente sobrevivia aos ferimentos e arranhões sofridos no casco do navio. A navegação também podia ser muito perigosa: na década de 1620, a Suécia perdeu 15 navios de guerra, mas só dois em batalha. Treze afundaram em consequência de terem saído da rota devido a erros de navegação.
Quando o Vasa subiu à superfície, antes de começar a escavar na lama no fundo do casco, os arqueólogos vacinaram-se contra tétano, tifo e icterícia. Mais de 14 mil fragmentos de peças foram recompostos. Mas o maior problema foi preservar a madeira fora da água após 300 anos de imersão. A madeira molhada se contrai e racha quando exposta novamente ao ar quente e seco. O Vasa quebraria inteiramente se não fosse cuidadosamente tratado. No início, ele foi umedecido por sprays. Ao mesmo tempo, o desafio de remover a água de 1 100 toneladas de madeira era su-perado por injeções de glicose de polietileno (PEG). Essa substância penetra na madeira e expulsa a água.
O tratamento durou 18 meses pa-ra o carvalho e um ano para as ma-dei-ras macias. Durante 17 anos, o navio foi impregnado por dentro e por fo-ra até saturação. Em 1979, finalmente, o casco foi secado. Mas o navio con-tinua frágil. No museu, o ar é mantido com 60% de umidade e a temperatura em 20 graus. A luz tem que ser fraca. Toda a delicadeza é pouca para que um pedaço do século XVII chegue à eternidade.
Os números do Vasa
Altura:52,5 metros até o topo do mastro principal
Comprimento: 69 metros
Área total das velas: 1 275 metros quadrados
Armamento: 64 canhões, 48 deles com carga de 12 kg de pólvora
Tripulação: 145 marinheiros e 300 soldados.

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terça-feira, 11 de março de 2014

Tudo ao mesmo tempo agora - Futuro


TUDO AO MESMO TEMPO AGORA



Prepare-se para cair na estrada digital. Nela, você poderá navegar em múltiplas direções.

Uma revolução está em andamento bem diante dos seus olhos. É como se você tivesse andado de bonde a vida toda e descobrisse de repente que pode dirigir um carro e sair dos trilhos da mesmice. Não tem mais que ir ao ponto para tomar a condução, pode guiar sozinho e entrar em cada ruazinha que encontrar, a qualquer hora. O que os jornais chamam de Era da Informação nada mais é que o atestado de óbito da cultura de massa - um estilo de vida que surgiu com Gutenberg, no século XV, e foi a tônica da Revolução Industrial. Até hoje você foi obrigado a assistir ao mesmo filme que o vizinho, ler o mesmo jornal que outros 200 mil assinantes, comer o mesmo molho de tomate industrializado e usar uma calça jeans do mesmo modelo do seu amigo de trabalho. Esse tempo está chegando ao fim.


No lugar da massificação em que uma matriz serve igualmente a todo mundo, surge agora a personalização. Exemplo: uma companhia japonesa é capaz de produzir 11 milhões de modelos de bicicleta, de acordo com o gosto do freguês - que recebe a encomenda em 24 horas. A bike pessoal leva em conta idade, peso, altura e estilo de vida do comprador, e custa só 10% a mais que um modelo comum. Imagine essa tendência em tudo que o cerca. Vai ser assim. "A tecnologia da informação criou uma economia totalmente nova", diz Walter B. Wriston, o principal executivo do Citicorp. "Ela é tão diferente da economia industrial quanto a economia industrial foi diferente da agrícola." Desceremos do bonde e passaremos ao que o professor William Miller, da Universidade de Stanford, chama de "economia da escolha", na qual o consumo é pautado pela história de vida do cliente e o produto tem alta qualidade e sabor individualizado.
A riqueza vai mudar de mãos. Os dois maiores negócios do planeta, hoje, são as indústrias do petróleo e a automobilística. Daqui a dez anos será a indústria da informação e do conhecimento. Quem vai permitir isso é a digitalização. Tudo - imagens em movimento, sons e textos - pode ser transformado em dígitos binários, em infinitas combinações de 0 e 1. Com a ajuda de fibras ópticas e satélites, esses dígitos binários, ou bits, podem ser transportados para qualquer lado. Esse caminho foi batizado de super-rodovia da informação.
Quando os automóveis foram inventados, uma série de fenômenos novos mudou os hábitos dos seres humanos. Surgiram estradas asfaltadas e os subúrbios. A velocidade da vida cotidiana se acelerou. Houve coisas boas e ruins. Também ganhamos mais poluição e passamos a depender do petróleo. Com a Era da Informação não vai ser diferente. Os críticos falam em isolamento nas casas e no fim da vida comunitária. Os otimistas contra-atacam. Para eles, redes como a Internet, que une 20 milhões de pessoas ao redor do mundo em conversas pelo computador doméstico, não significam isolamento. Os computadores também são mais democráticos. Qualquer pessoa, com um programa relativamente barato, pode fazer seu jornal e difundir suas idéias, seja através de disquetes, de modem ou de papel impresso. Para o bem ou para o mal, o mundo está menor.
O que você fez com seus velhos discos de vinil? Pois vai acontecer coisa parecida com os CDs, as fitas de vídeo, cartuchos de videogame e até com livros. Grandes bancos de dados serão capazes de fornecer, a qualquer hora, tudo aquilo que você precisar, por pouco dinheiro. É o que os especialistas chamam de "fim dos meios físicos". O futuro é virtual e caminha a velocidade da luz por fibras ópticas. Que estão cada vez mais baratas. Custavam 7 dólares por metro em 1977. Hoje, saem por 10 centavos de dólar.
A porta de entrada da super-rodovia vai ser um híbrido de computador, telefone e televisor. No lugar de teclado, comandos de voz ou toques na tela. Fala-se hoje que será possível estudar, fazer compras e trabalhar sem sair de casa. Mas não é só isso. Com a digitalização, as noções de compra, estudo ou trabalho vão mudar. Você vai escolher o tamanho, a cor e o modelo da sua nova camisa, e ela será diferente de qualquer outra.
No campo da educação e da informação, o mundo vai ficar de ponta cabeça. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Stanford, as pessoas são capazes de guardar 10% do que lêem, 30% do que lêem e ouvem e 70% do que lêem, ouvem e interagem -- ou seja, será mais fácil aprender. Uma lição de casa sobre o Egito Antigo poderá ser feita com material de acervo do Museu do Cairo. Outra, sobre História da Arte, com a ajuda do banco de dados do Museu do Louvre.
O computador pessoal é o melhor exemplo de máquina personalizada. Nele é impossível ser passivo (ele não faz nada sem o comando do dono). Também é difícil encontrar um computador com os mesmos programas e utilizações idêntico a um outro. Ele é uma máquina íntima. "O computador é um espelho, um novo caminho para se refletir sobre si mesmo", ensina Sherry Turkle, professora de Sociologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. A capacidade de interagir, criando seu próprio jornal, definindo suas lições e abrindo caminho em bancos de dados de todo o mundo vai mudar a face do que chamamos hoje de conhecimento. Fronteiras entre países, línguas diferentes, culturas hostis - tudo isso perderá a razão de ser.
Há quem afirme que a super-rodo-via vai aumentar o fosso entre ricos (e informados) e pobres (e ignorantes). É possível, mas improvável. Os preços de computadores e fibras ópti-cas não param de cair. Quando o aparelho de televisão foi lançado, em 1947, equivalia a 5,3 semanas de trabalho de um americano médio. Oito anos depois representava apenas 1,8. Com os computadores não é diferente. Um PC 386 compatível com IBM custa hoje a metade do que valia há pouco mais de um ano. Os computadores são cada vez mais poderosos, têm mais recursos - e custam menos. Há mais gente no mundo alfabetizada em linguagem de programação de computadores do que em línguas escandinavas, por exemplo.
O grande desafio para o futuro é justamente encontrar a linguagem da super-rodovia de informação. O resultado de imagens em movimento, sons e textos é muito maior que a soma das partes. A multimídia interativa, que hoje se pode ver em CD-ROMs, ainda usa muitos recursos criados com a invenção do livro. Fala-se em número de páginas e índices, por exemplo, como se ainda lêssemos papel impresso. Quando o carro foi inventado, era chamado de carruagem sem cavalos. Nesse período de transição cultural e tecnológica, você tem dois caminhos. Pode, por exemplo, escrever uma carta mas também pode me encontrar em outro lugar, virtual, na Internet.

Assim caminhou a humanidade

Quem assentou a base da super-rodovia da informação

1 Johannes Gutenber
O alemão adaptou a invenção chinesa da tipografia para o Ocidente no século XV. O livro garantiu a circulação de conhecimento pela Europa, deu forma às línguas nacionais a ajudou a propagar o Protestantismo

2 Charles Babbage
Em 1822, o matemático inglês concebeu a Máquina Analítica, um equipamento capaz de realizar operações mais rápido que a mente humana e que é considerado o avô do computador.

3 Alexander Graham Bell
O americano cria o primeiro sistema interativo ao inventar o telefone em 1876, permitindo a comunicação imediata entre duas pessoas. Bell buscava um substituto para o telégrafo

4 Konrad Zuse
O engenheiro alemão desenvolveu, no final da década de 30, a linguagem binária (binary digit, ou bit, em inglês), a matriz da programação dos computadores, baseada em respostas do tipo "sim" e "não"

5 Bill Gates
O americano, dono da Microsoft, a maior empresa de software do mundo, desenvolveu o sistema operacional mais popular do mundo, o MS-DOS, em 1981.

6 Steven Jobs e Stephen Wozniac Em uma garagem,
os dois americanos criaram o Apple II, que é lançado em março de 1977 e se torna o primeiro computador pessoal a se popularizar.


Fibras ópticas

Têm a capacidade de transportar grandes quantidades de dados por longas distâncias


Jogos

No lugar de cartuchos, será possível buscar o jogo numa central e disputar campeonatos com vizinhos ou desconhecidos. A qualidade gráfica será muito maior do que a de hoje .

Livros

O papel não vai acabar, mas os computadores oferecerão recursos adicionais. Ao ler Shakespeare, o usuário poderá ouvir diferentes atores dizendo "to be or not to be"

Banco de dados

Arquivos com grandes quantidades de informação. Irão guardar os conteúdos que circularão pela super-rodovia

Aprendizado

Livros infantis interativos e aulas on-line vão ajudar a educação. Para os adultos, fóruns de discussão eletrônica aumentarão a base do conhecimento. A comunicação com especialistas permitirá a troca instantânea de informação.

On-line
As informações on line podem ser recebidas no mesmo instante em que forem geradas pelos computadores.

Trabalho

O home office já é realidade. Com um modem ou videoconferência se pode participar de reuniões ou receber arquivos, aprovar campanhas e falar com clientes e fornecedores

Home office
O escritório dentro da casa. Com a ajuda de computadores e imagens de vídeo, pode-se controlar processos de trabalho.

Videoconferência
Forma de comunicação digital que permite a várias pessoas conversarem simultaneamente por cabos ópticos.

Televisão

A tela vai oferecer mais de 500 canais, graças à compressão digital . Um programa controlará as opções do usuário para que ele não se perca em meio a tanta oferta

Compressão digital
Converte sinais de TV ao formato digital e comprime vários canais em apenas um.

Linguagem digital

Sons, imagens e textos reduzidos à fórmula de dígitos binários, o que garante que serão acessíveis a qualquer computador.

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quarta-feira, 5 de março de 2014

Batalha selvagem - Natureza


BATALHA SELVAGEM - Natureza


O crocodilo-do-nilo, de 300 quilos, vai devorar o gnu, que é quase do seu tamanho

Todos os anos, no mês de junho, trava-se uma luta mortal às margens do Rio Grumeti, no Parque Na-cional Serengeti, na Tanzânia. De um lado, os crocodilos-do-nilo, com 300 quilos e 5 me-tros de comprimento. Do outro, os gnus,de pas-sagem pelo parque, com 200 quilos e 1,30 metro de altura. Num ataque rápido, o crocodilo vence a batalha. Em 20 minutos, ele prepara a refeição: agarra a vítima e, sem perder tempo, consegue arrastá-la para o rio e afogá-la.


Quando o bando de gnus - que pode ter de dez a 1 000 animais - chega à beira do rio, o chefe, geralmente o mais ve-lho de todos, faz o reconhecimento do terreno e acha que não há pe-rigo. Sem se dar conta dos olhos que o espreitam, submersos, entra na água e é atacado. Uma dentada certeira no focinho acaba com sua tentativa de fuga e depois com sua vida. Os outros gnus fogem.
Depois de afogar o gnu, o crocodilo tem de estraçalhá-lo pois seus dentes não servem para mastigar, só para cortar. Então, começa a dar giros na água para destroçar a vítima. Depois, tem pela frente mais um exercício para poder engolir. É que sua língua, fixa na mandíbula inferior, o impede de engolir normalmente. Para contornar o problema, o réptil joga a cabeça para trás fazendo com que o naco de carne escorregue pela garganta.
Os filhotes são as presas mais fáceis de abocanhar. Mesmo tendo um adulto por perto, o crocodilo prefere atacar os mais jovens. O réptil tenta arrastar um deles para a água. Então, acontece um fato raro: a cria se debate tanto que consegue fugir. Uma explicação pa-ra isso pode estar nos peculia-res dentes do crocodilo, chamados dentes de troca contínua. É co-mo se fossem cones que es-ti-vessem um dentro do outro. Se um cai ou quebra, há outro em-baixo. Na lu-ta pela vida, o gnu jovem pode ter quebrado alguns dentes de seu inimigo e então conseguiu escapar.

A melhor defesa é a fuga
Os gnus da espécie taurinus, família Bovidae, espalham-se do sudeste do Quênia até o sudes-te de Angola e nordeste da África do Sul. Todos os anos, duran-te a seca, viajam para o noroeste, rumo às savanas, e fazem uma parada no Parque Serengeti. Apesar do tamanho - têm cerca de 200 quilos e 1,30 metro -, são atacados até por pequenos car-nívoros. Mas seus maiores ini-migos são os leões. Sua princi-pal defesa é a velocidade: correm até 40 quilômetros por hora. Se houver tempo.

O mais terrível de todos
Maior réptil da África, o crocodilo-do nilo ou Crocodilus niloticus, pesa entre 300 e 500 quilos, mede de 5 a 6 metros de comprimento e tem vida longa: pode chegar aos 100 anos de idade. Da família Crocodilidae (cujos ancestrais surgiram há cerca de 208 milhões de anos), ele recebeu esse nome por ser típico do Vale do Rio Nilo, no norte da África. Mas, hoje, essa espécie só é encontrada no sul, sudeste, leste e centro do continente africano. Dos crocodilos atuais, eles são os mais agressivos

A melhor defesa é a fuga
Os gnus da espécie taurinus, família Bovidae, espalham-se do sudeste do Quênia até o sudes-te de Angola e nordeste da África do Sul. Todos os anos, duran-te a seca, viajam para o noroeste, rumo às savanas, e fazem uma parada no Parque Serengeti. Apesar do tamanho - têm cerca de 200 quilos e 1,30 metro -, são atacados até por pequenos car-nívoros. Mas seus maiores ini-migos são os leões. Sua princi-pal defesa é a velocidade: correm até 40 quilômetros por hora. Se houver tempo.

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quarta-feira, 5 de março de 2014

As Bactérias que mordiam - Medicina / Imprensa


AS BACTÉRIAS QUE MORDIAM - Medicina / Imprensa



Há quatro meses, uma avalancha de notícias alarmistas anunciou uma bactéria devoradora de carne humana. O vilão seria o estreptococo do tipo A, o micróbio das inflamações de garganta, que teria sofrido uma terrível mutação. Mas as coisas não são bem assim.


Assassina! Carnívora! Com esses adjetivos, qualquer bactéria teria tudo para se transformar em manchetes sensacionalistas. E quando, em abril, um médico do Hospital Geral de Gloucester, no oeste da Inglaterra, anunciou que tinha fechado as portas de uma das salas de cirurgia porque "algo" ali dentro havia matado duas pessoas recém-operadas´ pronto. Prato cheio. Foi assim que o estreptococo do tipo A se transformou em mito.
Gloucester é do tamanho de Araguaína, no Tocantins (90 000 habitantes). O que aconteceu por lá acabou conquistando espaço em todos os jornais do mundo. Começou quando os repórteres descobriram mais três casos, na mesma cidadezinha industrial inglesa: as vítimas tiveram febre; depois, apresentaram enormes manchas vermelhas no corpo, acompanhadas de inchaço. Duas delas acabaram morrendo. Em 24 horas. A outra ficou deformada, com parte dos músculos e da gordura sob a pele do abdome destruída pelo micróbio.
A imprensa londrina não perdeu tempo. "Bactéria misteriosa", publicou o Evening Standard, com letras garrafais. "Comido vivo", saiu na primeira página do Daily Mirror. E logo surgiram mais casos - então (oh!) em todo o país. Os tablóides populares apelaram para va-ler: "Uma bactéria está devorando o meu Terry", dizia a legenda, sob a imagem de uma senhora com o rosto contorcido de desespero pelo marido doente.
O que poderia ser o melhor remédio para o pânico - explicações científicas para os episódios - só agravou a situação. Pois, quando os médicos declararam que a doença, conhecida por fasciite necrotizante, era causada pela mesmíssima bactéria das amigdalites, muita gente começou a imaginar mutações. A idéia dos leigos era de que a bactéria, antes quase inofensiva, tinha se transformado em um monstro. E, pior, que qualquer dorzinha de garganta seria uma jura de morte. A bactéria chegou lá - virou star. A história de que foi protagonista, porém, não passava de ficção. Um dos mais graves mal-entendidos dos últimos tempos.
O estreptococo A é, na realidade, um tipo bem ordinário. Uma em cada dez pessoas o hospeda na garganta. E, ali, ele não faz nada - até que, um belo dia, o estresse ou a mudança brusca do clima faz baixar as resistências do organismo. Então, a bactéria cresce. E aparece na forma de dor de garganta. "Noventa por cento das amigdalites são provocadas pelo estreptococo", afirma o infectologista André Vilela Lomar, diretor científico do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. "Isso não quer dizer que ela possa sair da garganta na direção dos músculos." Em alguns dos casos na Inglaterra, as vítimas sentiram dor ao engolir, mas o médico brasileiro acredita que, então, tenham sido duas infecções ao mesmo tempo - uma nas amígdalas e outra na fáscia, a capa protetora que reveste os músculos. Enfim, coincidência.

Para ocorrer a fasciite necrotizante, o micróbio ataca diretamente por uma brecha na pele. É por ali que entra. Os médicos sabem disso. Afinal, o estreptococo é um velho conhecido - e a fasciite necrotizante, vendida como grande novidade, também. "De acordo com a forma de infecção, o mesmo estreptococo A pode causar doenças completamente diferentes", explica o médico Joseph Alouf, do Instituto Pasteur de Paris, na França. "Ele é responsável pela escarlatina, pela erisipela, por certos tipos de reumatismo agudo e por muitos dos problemas de garganta e ouvido."
Na fasciite necrotizante, a bactéria ataca a fáscia. As primeiras descrições da doença remontam à Guerra Civil Americana (1861-1865), quando as vítimas eram sempre os soldados feridos em combate. Segundo o microbiologista Alexandre Adler, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os primeiros sinais da doença, no Brasil, ocorreram há 120 anos. Na década de 50, descobriu-se que o mal era causado pelo estreptococo e isso passou a aparecer nos livros de Medicina. "Toda essa confusão é porque a mídia só descobriu a doença agora", critica.
Como se trata de uma bactéria comum, não é difícil que invada o organismo por uma ferida qualquer. Difícil mesmo é o micróbio se instalar na região sob a pele - em geral, as células de defesa no sangue o impedem de agir. De acordo com especialistas, para que a fasciite necrotizante apareça é preciso que o paciente esteja imunodeprimido (com o número de células de defesa abaixo do normal), como no caso de idosos ou de quem acabou de passar por uma cirurgia. Aliás, aquelas duas primeiras vítimas de Gloucester tinham sido operadas.
No final, ocorreram oito supostos episódios naquela cidade, até o último mês de junho. Mas no boletim oficial do Centro de Doenças Transmissíveis, em Londres, está escrito que apenas cinco deles foram confirmados como fasciite - dois são considerados prováveis casos da doença e o último foi, na realidade, outro tipo de infecção. A revelação mais importante, porém, foi divulgada após uma rigorosa análise do Centro de Referência dos Estreptococos, no Laboratório Na-cional de Saúde, na Inglaterra: os micróbios que causaram furor em Gloucester são de cepas diferentes.
Dois micróbios com a mesma cepa têm a mesma linhagem familiar. Quando alguém chega em casa resfriado e passa a doença para o resto da família, o micróbio de todas as pessoas são de uma única cepa - afinal após infectar um, seus descendentes infectam outro e assim por diante. O fato de os estreptococos de Gloucester serem de cepas diferentes, portanto, afasta qualquer hipótese de uma epidemia, como chegou a se dizer. Pois para haver uma epidemia seria preciso que uma vítima transmitisse a doença a outra. Algo, aliás, que só poderia ter ocorrido se a bactéria fosse realmente mutante, tornando-se muito mais virulenta. Afinal, a fasciite, tal qual os médicos a conhecem nem é contagiosa: "Suas vítimas podem perfeitamente dividir o quarto com outros pacientes", diz o professor Edmundo Machado Ferraz, da Universidade Federal de Pernambuco.
Nos últimos dez anos, Ferraz atendeu quinze casos de fasciite em Recife - sete morreram. Em geral, seis em cada dez pacientes acabam morrendo. "Mas a bactéria não é o fator mais importante e, sim, o paciente enfraquecido", conta o médico. Felizmente, o micróbio continua sendo secundário, por assim dizer. Nenhum dos testes acusou mutações: "Ao que tudo indica, ele está como sempre foi, nem mais, nem menos agressivo", diz a médica Jacqueline Nguyen, do Hospital Salpetrière de Paris. "Falar em mutação da bactéria, nesse caso, é erradíssimo."

Na França costumam aparecer 64 casos de fasciite todo ano. Isso representa 8% das internações por causa do estreptococo do tipo A no país. Na Inglaterra e no País de Gales são 200 episódios anuais; pela projeção dos quatro primeiros meses deste ano, nada indica que em 1994 esse número vai aumentar. Nos Estados Unidos, a doença fez 450 vítimas, de 1990 até o ano passado. No mesmo período, foram 80 casos no Japão.
Outra imagem que não procede é da bactéria comendo os tecidos do corpo. "Devoradora?", espanta-se o médico Philipe Lagrange, do Hospital Saint Louis, de Paris. "Ora, o estreptococo não devora nada. Os tecidos são destruídos pela reação do organismo à sua presença." Segundo Lagrange, o micróbio induz o corpo a realizar essa destruição, porque é do seu interesse. "O pus e as enzimas de defesa só facilitam a sua propagação." O que mais assusta Lagrange, porém, são as notícias afirmando que o estreptococo é resistente aos antibióticos. "Trata-se de uma bactéria muito frágil, que é liquidada facilmente pela penicilina, a mais antiga de todas as drogas286 antibióticas."
As pessoas, então, devem estar se perguntando: se a bactéria pode ser eliminada por um remédio comum, por que a fasciite mata? Ocorre que, nos tecidos destruídos, o sangue não consegue passar direito. E é ele que carrega as moléculas do remédio. Portanto, entre as células mortas da fáscia, a bactéria fica a salvo. "Por isso, só há uma solução para o paciente escapar da morte: uma cirurgia urgente para retirar todo o tecido necrosado", diz André Lomar, do hospital paulistano Emílio Ribas. O médico não pode hesitar para tomar essa medida, já que a velocidade de destruição da fáscia é tremenda - mais ou menos 3 centímetros por hora. Chega um momento, o organismo entra em choque e morre.
Livre do tecido morto, porém, o corpo passa a responder aos medicamentos. Daí que praticamente todo paciente operado se restabelece. Na pele, é certo, ficam marcas terríveis de lembrança. "É uma doença horrorosa, mas transformá-la numa Aids é um enorme engano", opina o médico pernambucano Edmundo Ferraz. E o engano, dessa vez, não teria se alastrado sem a ajuda da imprensa.

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sábado, 1 de março de 2014

16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - MARÇO DE 2014


16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - MARÇO DE 2014



01-As Mais Estranhas Formas de Morrer-CUSPE DA MORTE
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais. Cada episódio desta série apresenta três das mortes mais estranhas da história, explicadas pela ciência.


02-Gigantes da Indústria-A Nova Máquina
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America - Ep. 08
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Um jovem engenheiro chamado Henry Ford está trabalhando em uma invenção, um carro movido à gasolina a preços acessíveis para a classe média. Ele consegue um patrocínio e desenvolve uma novidade: a linha de montagem.


03-Gigantes da Indústria-Encontrando Petróleo
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Enquanto as luzes de querosene iluminam as noites no país, a demanda por petróleo alcança o seu pico mais alto e Vanderbilt entra em contato com John Rockefeller, um jovem petroleiro empreendedor de Ohio, para desenvolver um combustível bom para seus trens.


04-Gigantes da Indústria-Começa Outra Guerra
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Em uma cruzada para reconstruir uma nação destruída pela Guerra da Secessão, Cornelius Vanderbilt é o primeiro a ver a necessidade de união e assim recuperar a sua posição no mundo. Ele vende sua empresa de transporte para investir tudo em estradas de ferro, na certeza de que seria a melhor estratégia para conectar o Leste e o Oeste dos Estados Unidos, como nunca havia sido feito antes.


05-DESESPERO NÃO AJUDA EM NADA!!!
Desespero não ajuda em nada!!!


06-20 MELHORES JOGOS DO MSX - 30 ANOS
Confira e mate a saudade...


07-Perigo-Receitas Venenosas-Peixes
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Na Ásia, chefs e clientes pagam caro para flertar com a morte. Neste episódio, conheça a fascinação bizarra por peixes venenosos.


08-Gigantes da Indústria-Tomando Posse de TudoDocumentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America: Season 1 - Ep. 06
Elenco: Eric Rollan, Alex Falberg
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Com uma contribuição em dinheiro de Morgan, é criada a Edison Electric Company, que começa a levar energia elétrica às casas de Nova York. Mas Nikola Tesla aparece, com uma tecnologia diferente, e nasce uma grande rivalidade.



09-Anos 80-A Droga do Momento
Séries / Cultural
Nome Original: Masters of The Universe: Season 1 - Ep. 04
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Com o mantra "a ganância é boa", Gordon Gekko deixa os anos 80 encapsulados com seu anseio pelos excessos e sua ambição impiedosa em "Wall Street", de Oliver Stone, enquanto grandes comerciantes espelham seu notável mau comportamento com uso das drogas na vida real.


10-Segredos da Bíblia - Apocalipse
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Tsunamis, terremotos, guerra e desastres estão à nossa espreita. Será que eles representam o "Fim dos Dias" conforme profetizado na Bíblia? Será que o Apocalipse está realmente próximo? Alguns dizem que sim. Não apenas religiosos, mas políticos, estudiosos da bíblia, pesquisadores e empresários. Este episódio explora as profecias sobre o fim do mundo e as compara com as mais recentes descobertas científicas. Será que o "Apocalipse" é apenas uma descrição poética do Século I sobre um estado religioso interno, como alguns teólogos alegam, ou é a profecia do caos iminente que todos nós teremos de enfrentar?


11-Indestrutíveis-Atropelamento
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Dayton, Ohio, 23 de maio de 2004. Começa um típico dia de primavera para o cidadão Dayton Scott Tegtmeyer, que caminha em direção ao centro da cidade. De repente, algo terrível acontece. Dois veículos se chocam em um cruzamento e um deles voa em direção a Scott. Sem tempo para escapar, Scott se torna o alvo humano de um carro de mais de uma tonelada que voa pelos ares e o atinge no solo. As testemunhas têm certeza que o impacto devastador custou sua vida. O terrível acidente é registrado por uma câmera de vigilância. O vídeo não deixa dúvidas: a chance de sobrevivência é praticamente nula. Com uma equipe de cientistas e especialistas em colisões, utilizamos as ferramentas mais sofisticadas para responder a questão: como alguém poderia sobreviver a um acidente do gênero? Investigamos os casos mais extraordinários envolvendo sobreviventes de colisões registradas em vídeo em todo o mundo, recriando os cenários letais em testes de igual proporção; e usamos tecnologia de ponta para determinar como Scott Tegtmeyer sobreviveu.


12-Gigantes da Indústria - Tomando a Casa Branca
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America: Season 1 - Ep. 07
Elenco: Michael Chmiel, Tim Getman, Eric Rolland, Adam Jonas Segaller
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Vanderbilt, Rockefeller, Carnegie e Morgan trabalharam livremente durante décadas, mas os políticos americanos estavam a ponto de intervir. Eles achavam que esses homens deveriam estar sob o controle do governo.


13-Gigantes da Indústria-Derramamento de Sangue
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America: Season 1 - Ep. 04: When One Ends, Another Begins
Elenco: Ed Schiff, Tim Getman, John C. Bailey, Tim Getman, John C. Bailey, Cary Donaldson
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Carnegie contrata Henry Frick, um personagem de moralidade duvidosa, para ajudá-lo a superar Rockefeller, e assim realizar sua vingança. A sociedade é promissora, mas Carnegie não sabe que Frick está muito longe de ter a capacidade para levar a obra adiante.


14-A História do Mundo-A Palavra e a Espada
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Este episódio mostra as revoluções espirituais que chocaram o mundo entre 300 a.C e 700 d. C. Visitando os Éditos de Ashoka em Vaishali, veremos como o príncipe se converteu ao budismo.


15-Desconstruindo-Nova York
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Nova York é a mais incrível das cidades. É lar para milhões de pessoas e o símbolo verdadeiro do espírito dos EUA. Saiba como Nova Iorque passou de uma humilde colônia holandesa à cidade com a primeira ponte suspensa do mundo.


16-Mythbusters: Os Caçadores de Mitos: Missão - Expressões
Documentário / Diversos
Nome Original: MythBusters: Season 7 - Ep. 150
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Neste episódio que aborda expressões idiomáticas, os caçadores testam se é verdade que ficamos com os pés frios quando sentimos medo. E o que será que acontece quando se joga "caca" no ventilador?


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sábado, 1 de março de 2014

Sob o domínio da Lua - Comportamento


SOB O DOMÍNIO DA LUA - Comportamento



Dizem que ela afeta a agricultura, a pesca, o parto, a loucura, tudo. De onde vêm essas crenças? O que a ciência tem a dizer sobre elas?


Faz 25 anos que o homem pisou na Lua pela primeira vez. Já realizamos dezenas de vôos tripulados e não tripulados até lá. Físicos, biólogos e botânicos estudaram mais de 400 quilos de amostras lunares, trazidas pelas naves Apolo. Mesmo antes da era das viagens espaciais, o homem já tinha bons conhecimentos do satélite da Terra. Sabe-se, por exemplo, que ele é composto de elementos bastante comuns aos terráqueos, como alumínio, silício e cálcio. A ciência garante que a Lua não passa de uma esfera poeirenta e esburacada. Apesar de tudo, ela continua sendo vista como uma entidade mágica, que tem poderes sobre os destinos da humanidade. Por quê? É difícil dizer. Parte da resposta pode estar na História.

"A Lua acompanha a imaginação do homem desde as primeiras civilizações", diz Niomar de Souza Pereira, diretora do Museu de Folclore de São Paulo. "Por não entender os fenômenos naturais, o homem buscava explicações nos astros, principalmente na Lua e no Sol. Daí surgiram os primeiros deuses e mitos."
A lista é longa. A começar pelos gregos que, não contentes com uma única deusa lunar, criaram três: Ártemis, para o Quarto Crescente, Selene, para a Lua Cheia, e Hécate, para as luas No-va e Minguante. Os romanos foram mais modestos: chamavam a Lua de Diana, protetora da caça e da noite. Entre os povos da Mesopotâmia, ela era a deusa Sin, que mais tarde foi substituída por Ishtar, na Babilônia. Para os chineses, era Kwan-Yin e, para os índios brasileiros, Cairê ou Jaci.
A Lua também foi adorada como um deus andrógino, que reúne características masculinas e femininas - como Shiva, o deus transformador do hinduísmo, que carrega a Lua Crescente como um de seus símbolos. Temperamental, instável e misterioso como a loucura, o satélite podia trazer fartura e saúde, ou miséria e doenças. Suas fases - Nova, Crescente, Cheia e Minguante ajudaram decisivamente para essa reputação. Para os antigos, o próprio astro parecia nascer, crescer, atingir a plenitude e desaparecer, como a barriga de uma gestante. Por isso, ela foi associada à fertilidade da terra, dos animais e das mulheres. Era a senhora absoluta dos ritmos de vida e morte.
Essa marca aparece na cultura de muitos povos, mesmo naquelas em que a Lua não adquiriu uma personalidade divina. No Corão dos árabes, ela é Qatar, símbolo do poder transformador de Alá. Entre os judeus, seu aspecto mutante transformou-a na representação do judeu nômade. Na Idade Média, os alquimistas a usavam para simbolizar o mercúrio, elemento fundamental do corpo humano. Até a Igreja Católica mantinha então um pé nos cultos lunares: aconselhava os fiéis a esperar a benéfica Lua Crescente para se casar ou mudar de casa. Ainda hoje, a imagem da Imaculada Conceição mostra a santa pisando uma Lua Crescente, que indica ressurreição e renovação. A imagem tem um segundo sentido: o do cristianismo vencendo o islamismo, cujo símbolo é exatamente o Crescente. O próprio São Jorge tem um "ancestral mitológico" numa antiga lenda oriental, da época do conquistador mongol Gengis Khan (século XIII), que falava de um guerreiro que combatia sem parar o dragão que vive na Lua.
Ela também compõe o cenário para personagens fantásticos como o lobisomem. Segundo a pesquisadora de cultura popular Maria do Rosário Tavares de Lima, o primeiro registro desse mi-to está no livro Metamorfoses, do poeta latino Ovídio (43 a.C.-17 d.C.). "Com pequenas variações de um povo para outro, a história do homem condenado a se transformar em lobo e correr toda noite sete ci-dades à caça de carne humana existe no mundo inteiro", diz ela.
Além do misticismo, o homem tirou da Lua também instrumentos para o lado prático da vida: devido a seu rápido e pontual ciclo de 28 dias, ela foi a primeira referência para a medição do tempo. Até hoje, as agendas trazem a marca dos primitivos calendários lunares: o "sábado" e o "sabá" dos judeus tiveram origem nos cultos lunares: entre os babilônios, "sabattu" era o dia de Lua Cheia, quando a deusa Ishtar ficava menstruada e, indisposta, precisava se recolher. Todos deviam, então, aproveitar o dia para "descansar o coração".
Não são só as folhinhas que mantêm os sinais da importância que a Lua tinha para os povos antigos. Existe mais uma infinidade de palavras, em todas as línguas, surgidas dos tem-pos em que a deusa prateada domi-nava os céus. "Mente" e "mania" surgiram do termo "manas", ou "men", que, em antigos idiomas indo-europeus, designava o "sangue da sabedoria" da Grande Mãe, que surgia nas mulheres a ca-da mês, governado pela Lua - ou seja, a menstruação.
Essa herança lunar é universal - está presente em todas as culturas, com diferentes interpretações. Na astrologia, tudo o que tem forma e é mutável é regido pela Lua. "Não é ela que causa, fisicamente, as transformações", comenta o astrólogo Oscar Quiroga. "A Lua é apenas a maior analogia que o homem encontrou no Cosmo para as mudanças vividas na Terra."
Assim, o fascínio da Lua resiste, ao longo dos séculos. Ainda hoje, dizem que ela influi na germinação e no desenvolvimento dos vegetais, no crescimento do cabelo, no humor das pessoas, na gestação e no parto, entre outras coisas. A ciência não consegue eliminar de vez esse encanto lunar. Mas faz um contraponto com as crenças, limitando os territórios do conhecimento e da mitologia. Nas próximas páginas, você vai saber o que há de verdade e de superstição em tudo isso.
Mauro Aparecido Lázaro nasceu e passou todos os seus 46 anos de vida na fazenda da Faculdade de Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga. Hoje, é o responsável pela administração de todas as atividades agrícolas da fazenda. É com essa autoridade que ele garante: "Madeira, para ser de boa qualidade, tem de ser cortada na Lua Minguante, porque nessa época ´chupa´ menos água do solo. Nas outras luas, ela se encharca e o mourão logo apodrece."
Nas mãos do agricultor, as plantações da fazenda da USP, que fornecem alimento aos rebanhos da escola, seguem um rígido cronograma lunar. Arroz só deve ser plantado na Lua Nova de outubro. Alho, para durar mais tempo, tem de ser colhido na Minguante. "Se existe alguma prova científica disso, eu não sei", admite Lázaro. "O que eu sei é que a gente segue essas regras desde o tempo do meu avô e nunca deu errado." Assim, mesmo não se comprometendo com a influência da Lua sobre as plantas, os agrônomos da USP de Pirassununga acabam respeitando a "administração lunar" de Mauro.
Não é só no interior do Brasil que a Lua é usada tradicionalmente como indicador agrícola. Há mais de quarenta anos, a técnica alemã Maria Thun desenvolveu um calendário de plantio e colheita que leva em conta as mu-danças de posição entre a Terra, a Lua e os planetas. Segundo o agrônomo René Piamonte, do Instituto Biodinâmico, em Botucatu, Estado de São Paulo, não se trata de astrologia. "Mas não tem como negar que a conjunção dos astros, em particular da Lua, influi no crescimento dos vegetais." Provas científicas? Ninguém tem. Mesmo Piamonte se rende: jamais conseguiu concluir uma experiência que com-prove a eficácia do sistema lunar.
Existe gente que precisa ver para crer. O agrônomo Salim Simão, professor aposentado da USP, é uma dessas pessoas. Intrigado com as histórias que ouvia na faculdade sobre a influência da Lua na lavoura, ele resolveu fazer desse assunto o tema de sua tese de doutorado, em 1946. Durante cinco anos, Simão semeou vários tipos de hortaliças, em todas as fases luna-res. "A acreditar no que os lavradores dizem, os vegetais de folhas, como alface, repolho e espinafre, deveriam se desenvolver melhor se fossem plantados na Lua Cheia", conta ele. "Os de raízes tuberosas, como cenoura e rabanete, na Lua Minguante."
Mas não foi isso que Simão verificou. As hortaliças parecem só dar bola mesmo para o clima. "A cenoura e o rabanete vão muito melhor durante o verão, não importando a fase da Lua em que forem plantados." Quanto à influência da força gravitacional da Lua na germinação das sementes, Simão também fez as contas e nada achou. "O efeito da força de gravidade lunar - se é que existe - seria insignificante: não representaria mais do que 0,5 milímetro no crescimento de uma árvore de 20 metros de altura."
Nem a maior ou menor absorção de água pelos vegetais resiste a uma análise mais detalhada. "A necessidade de água de uma planta depende do quanto ela transpira", esclarece o botânico Gilberto Barbante Kerbauy, professor de Fisiologia Vegetal na USP. Ou seja, como qualquer organismo vivo, os vegetais buscam manter o equilíbrio. A quantidade de água absorvida do solo será tanto maior quanto maior for a perda de água pelas folhas. "E isso tem a ver com o clima, e não com a Lua", conclui Kerbauy.
Mudando da terra para o mar: Emídio Balbino dos Santos passou a maior parte de seus 84 anos junto ao mar. Pescador na praia de Toque-Toque Pequeno, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, ele assegura: "Nos dois dias seguintes à Lua Cheia, que a gente chama de quebrante da Lua, a pesca rende mais." Há idéias que, de um jeito ou de outro, funcionam. Segundo o engenheiro de pesca Moisés Almeida de Oliveira, professor da Universidade Federal do Ceará, o pescador tem razão.
Oliveira explica que nas marés mais fortes, provocadas pelas luas Nova e Cheia, as águas sobem e descem com muita violência. Para quem faz pesca de espera, como seu Emídio, isso é ruim porque nesse caso a rede precisa ficar parada, o que não é possível nas águas turbulentas. Por isso, o melhor para ele são os dois dias depois da Lua Cheia, quando as correntes começam a se acalmar. "Para quem faz pesca de arrasto, por outro lado, puxando a rede de barco, as melhores marés são mesmo as mais fortes", diz Oliveira. Isso porque as correntes mais intensas revolvem o fundo do mar e trazem para a tona microorganismos, como os plânctons, que atraem atrás de si todo um cortejo de peixes - presas fáceis das redes em movimento. Assim, pode-se dizer que, ainda que indiretamente, a Lua tem, sim, influência sobre a pesca. Porque ela mexe com as marés.
E, imagine: as marés podem decidir até guerras. A Segunda Guerra Mun-dial terminou como terminou por influência da Lua. O General Dwight Eisenhower só marcou a data de desembarque das forças aliadas na Normandia, na França, depois de consultar a Lua. Não se tratava de superstição, mas de simples questão de tática militar. A madrugada de 6 de junho de 1944 foi escolhida com base no estudo das marés no Canal da Mancha. Esta era uma das únicas noites claras, de maré baixa - condições fundamentais para a chegada das tropas americanas e francesas à praia dominada pelos alemães. Assim, era possível aos aliados enxergar perfeitamente as armadilhas e a posição dos inimigos.
"Na verdade, a data inicialmente escolhida era o dia 5, mas o desembarque acabou sendo adiado por causa de uma violenta tempestade", comenta o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, astrônomo do Museu de Astronomia, no Rio de Janeiro. Desse ponto de vista, não há, portanto, nenhuma inverdade em afirmar que a Lua "define" os destinos da humani-da-de. "Mas é uma influência indireta, por meio das marés - estas, sim, o único efeito lunar cientificamente compro-vado sobre o planeta", completa Mourão.
Não são só os oceanos que sentem a atração gravitacional da Lua. Ela provoca também movimentos de atração e retração na porção sólida e gasosa do planeta, as chamadas marés de crosta e de atmosfera, bem mais sutis que as oceânicas. "A crosta, por ser sólida, oferece uma resistência muito maior e qualquer movimento aqui é praticamente imperceptível", explica o astrônomo. Os gases, que compõem a atmosfera, por outro lado, tendem a ocupar todo o espaço que lhes é oferecido. Assim, também aqui, o efeito que a maré produz na pressão atmosférica é mínimo.
Quando Janaína completou sete dias de vida, dona Joaquina, sua avó, deu o primeiro banho na criança e, assim que a Lua subiu, levou a menina para fora e estendeu-a para o alto, rezando: "Luar, luar, aqui está Janaína, me ajuda a criar". Hoje, Janaína é uma saudável garota de 13 anos. O quanto a bênção lunar influiu na boa criação da filha, o pai de Janaína, o pesquisador de cultura popular Toninho Macedo, não sabe dizer. "Mas pedir a bênção à Lua é costume na minha família desde que eu era criança", diz o folclorista fluminense, que hoje vive em São Paulo.
A história de Janaína demonstra bem o fascínio que o satélite natural da Terra sempre exerceu sobre o homem. Um fascínio que mexe, inclusive, com todo o organismo humano - da gestação ao parto, do crescimento do cabelo à loucura.
A Lua sempre foi fortemente asso-ciada à mulher. A começar pelo ciclo menstrual: o período regular, de 28 dias, é o mesmo tempo que o astro leva para cruzar o céu e passar pelas quatro fases. Daí, a crença de que ele controla toda a gestação e o próprio parto. E isso aparece até nas maternidades.
A Neomater, em São Bernardo do Campo, município da Grande São Paulo, é um exemplo disso. "Apesar de não termos nenhum relatório oficial, podemos notar que boa parte dos 400 partos que fazemos por mês está concentrada nos períodos de mudança de Lua", comenta Walter Ramos, diretor clínico do hospital. A obstetra Neiva Ortiz de Camargo, que também é astróloga, diz que tudo depende do mapa astral de cada pessoa. "Mas, de maneira geral, na Lua Cheia há uma ocorrência maior de hemorragias e até abortos."
A explicação mais comum para esses nefastos efeitos lunares são as cha-madas "marés biológicas". Criada pelo psiquiatra americano Arnold Lieber, a teoria supõe que, se a Lua mexe com os oceanos, provocando as marés, mexeria também com os líquidos que constituem cerca de 70% do or-ganismo humano. Assim, se a Lua Cheia provoca marés mais violentas, deveria também provocar uma expansão no líquido amniótico, que envolve o embrião no útero, forçando a bolsa e precipitando o parto.
A teoria é até bem bolada. Mas não consegue convencer a todos. "Cerca de 60% dos abortos são provocados por anomalias genéticas da mãe, como má-formação uterina", sustenta o ginecologista e obstetra Thomas Gollop, que diz desconhecer algum trabalho científico que comprove a influência - ou não influência - da Lua sobre o organismo humano. O que há são levantamentos estatísticos. E, aí, quase sempre acontece um empate.
De um lado, a obstetra Neiva de Camargo conta que tem registrados cerca de 400 casos de acidentes cirúrgicos de alguma forma relacionados com a Lua. De outro, o físico Luiz Renato Souza Júnior, diretor da empresa ADP Informática, em São Pau-lo, não resistiu à curiosidade e resolveu, no início de 1992, conferir o que havia de verdade em tudo isso.
Souza Júnior cruzou em computador as datas de nascimento de mais de 316 500 pessoas com os dias de mudança de Lua. O resultado foi surpreendente: 25% das pessoas haviam nascido na Lua Nova, 25% na Crescente, outros 25% na Cheia e os restantes 25% na Lua Minguante. E mais: os nascimentos estão distribuídos igualmente pelos sete dias de duração de cada fase. Ou se-ja, somente um sétimo das pessoas nascem na mudança de fase. Ninguém poderia esperar normalida-de maior. "Mas nada disso adiantou", lamenta, inconformado, Souza Júnior. "As mulheres continuam acreditando que a Lua controla os nascimentos."
O astrofísico fluminense Vítor D´Ávilla, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, tem uma resposta definitiva à teoria das marés: "Qualquer movimento trivial, como levantarse de uma cadeira, ou simplesmente caminhar pela rua, produz uma aceleração milhões de vezes maior do que a provocada pela gravidade da Lua", diz ele. "Portanto, se ela, tão distante, fosse capaz de fazer tudo o que dizem por aí, não poderíamos nem mesmo sair da cama de manhã, sem sofrer uma hemorragia fatal."
Passando do sistema reprodutivo pa-ra o digestivo, quem não se lembra da famosa dieta da Lua? Segundo se diz, basta ficar atento ao dia e à hora em que a Lua muda de fase e, a partir de então, passar 24 horas se alimentando só de líquidos. A promessa é de se perder até 4 quilos num mês. Não é difícil adivinhar a resposta de uma especialista em dietas sobre esse sistema de afinar a silhueta: "É claro que ficar um dia inteiro só à base de chás e água acaba emagrecendo", critica a nutricionista clínica Mariângela Deláqua, de São Paulo. "E isso independe da Lua."
Outra crendice: cortar o cabelo em Lua Crescente apressa o crescimento. Em Lua Cheia, aumenta o volume. Em Lua Nova, fortalece as raízes. Mas, em Minguante, os fios enfraquecem e caem. Novamente, os médicos têm outra interpretação: "O crescimento de pêlos é controlado pela testosterona, e não pela Lua", rebate o endocrinologista Ricardo Peres, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A testosterona é um hormônio masculino, também produzido pela mulher, em menor quantidade. A liberação de hormônios é regulada pelo hipotálamo - a região do cérebro que funciona como um relógio e impõe o ritmo biológico ao organismo. "Esse processo é regido pelos períodos de sono e vigília do indivíduo. Qualquer associação com a Lua é mera coincidência", conclui Peres.
Outra antiga associação é com a loucura. Na Idade Média, acreditava-se que o satélite controlava a quantida-de de um certo "fluido nervoso" nas pessoas. Era comum, então, atribuir à Lua Cheia a responsabilidade por sur-tos psicóticos e ataques de epilepsia. A palavra lunático ainda hoje é definida nos dicionários como sinônimo de maníaco, visionário, aluado: "Que é sujeito à influência da Lua".
Como aqui também não se tem no-tícia de nenhum trabalho científico, SUPER fez uma verificação empírica. Perguntou à diretora do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha, em São Paulo, Odete Maria Vieira Lanzotti, se havia registro de crises coletivas em datas específicas, particularmente ligadas à Lua. O hospital mantém 560 internos - pessoas com distúrbios mentais encaminhados para lá pela Justiça, por terem cometido crimes violentos. Segundo ela, nos quinze anos em que trabalha ali, nunca houve um único surto coletivo em noites de Lua Cheia. Há um outro calendário, muito pessoal, a reger a demência de cada um: "As crises individuais costumam acontecer quando está chegando a época do ano em que o paciente cometeu o crime".
O psiquiatra Itiro Shirakawa também não acredita na influência da Lua sobre o ânimo das pessoas. "Os modernos recursos de exame e diagnóstico mostram que tudo está ligado a alterações metabólicas no cérebro - o que não tem nada a ver com a Lua", afirma o médico, que é professor da Escola Paulista de Medicina.
Mas ela mantém seu domínio sobre a imaginação humana. Para a psicóloga Liliana Wahba, a explicacão está mesmo com as fases lunares, que funcionariam como um espelho do ciclo de vida e morte. "O homem projeta nesse espelho todas as suas experiências, ou seja, sua própria existência."
Enfim, talvez o mais certo seja aquela marchinha que Armando Cavalcanti, Brasinha e Klecius Caldas lançaram no Carnaval de 1961. Num verso, ela encerra a polêmica: "Todos eles estão errados, a Lua é dos namorados".

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sábado, 1 de março de 2014

Quando os Répteis Voavam - Paleontologia


QUANDO OS RÉPTEIS VOAVAM - Paleontologia



Há 145 milhões de anos, o céu foi tomado por pterossauros, os répteis alados. Eles se multiplicaram em novas espécies. Foi uma explosão demográfica nos ares. Agora, depois dos dinossauros, os pterossauros se tornaram o tema preferido dos paleontólogos.

Visto do solo, era uma sim-ples mancha, difícil de encontrar entre as nuvens do céu. Apesar disso, de uma ponta a outra das asas abertas, o tupuxuara media cerca de 6 metros - duas vezes mais que o condor dos Andes, uma das maiores aves vivas. E não era uma ave. Era um réptil voador - um dos muitos e muitos répteis extravagantes que tomaram conta do céu, no passado. Por isso, receberam o nome de pterossauros, palavra que quer dizer "réptil de asas".
Quando o tupuxuara ensaiou seus primeiros vôos, há 110 milhões de anos, os pterossauros já eram velhos habitantes da Terra. Haviam aparecido cerca de 150 milhões de anos antes. Por um longo tempo, porém, eram poucos e primitivos demais. Até que veio uma verdadeira revolução: há 145 milhões de anos o número de espé-cies se multiplicou enormemente e as novas versões de pterossauros inundaram o planeta.
Alguns eram pequenos como pombas. Outros, imensos. Maio-res até que o tupuxuara. Os ossos deste último estão causando sen-sação porque foram achados na Chapada do Araripe. E essa região, situada na fronteira entre o Ceará e Pernambuco, é uma mina de pterossauros petrificados. Ela está sendo explorada não só pe-la quantidade, como pela qualidade dos fósseis.
Mas a grande estrela do show, no final das contas, é mesmo a revolução dos pterossauros. Sua espetacular explosão demográfi-ca.
Os pterossauros aparecem no cinema e nas histórias em quadrinhos quase como uma fraude. Não são inteiramente falsos, mas sempre se apresen-tam à platéia como algum tipo de ave. E isso é algo que os pterossauros, répteis voadores, nunca foram. Quando as primeiras aves pisaram na Terra, ainda incapazes de voar, os pterossauros já estavam no mundo, milhões de anos antes. E já eram mestres acabados das manobras aéreas.
Por ironia, as mais avançadas pesquisas começam a confirmar as fantasias da arte. Na sua divertida ignorância, os cineastas e desenhistas acabaram acertando nas aparências. Se, na essência, os pte-rossauros nada tiveram a ver com as aves, e isso é certo, podem ter sido muito parecidos com elas no modo de viver. E ocuparam os mesmos nichos ecológicos que elas iriam conquistar, mais tarde.
Pode ter havido um pterossau-ro-tucano, por exemplo. É o que mostra uma reportagem recente da revista americana Discover. Nela se diz que o tapejara, descoberto no Brasil, tinha um bico comprido e liso, sem dentes, não muito diferente do bico dos tucanos. E como eles vivia em matas fechadas e se alimentava de frutas. Outra espécie descrita na Discover, à maneira dos patos vasculhava a lama dos charcos.
Uma espécie, conhecida pelo nome de pterodaustro, pode ter si-do o flamingo de sua época. Tinha centenas de pequenos dentes que devem ter sido usa-dos como uma rede, para filtrar insetos e algas. O flamingo é assim: tem no bico um serrilhado que serve para se-parar o almoço da água.
São especulações. E difíceis de comprovar, por enquanto. Mas elas estão se tornando cada vez mais plausíveis. É possível, até, que nos próximos anos se resolva uma questão-chave na história desses répteis: a maneira de voar.
Até aqui, prevaleceu a hipóte-se de que os répteis voadores não teriam plena destreza no ar. De acordo com essa hipótese, a culpa seria das asas, que não passa-riam de uma peça de couro. Apenas uma extensão da pele do cor-po, esticada pelos braços. Por isso, não seriam muito flexíveis.
Bem diferente é a asa das aves: construída com várias fileiras de penas, é maleável. Uma parte da asa pode mover-se em relação às outras. Conseqüentemente, as aves executam mo-vimentos mais precisos.
Mas a hipótese que fez dos pterossauros voadores de segunda categoria vem sendo desmentida pelas novas pesquisas. De acordo com elas, as asas dos répteis não eram tão grosseiras como se pensa, porque, sob a pele, escondiam notáveis fibras de colágeno. "Cordões" de proteína. Macios, mas firmes. Quase como hastes dentro das asas. Em outras palavras, as fibras teriam um papel equivalente ao das penas, isto é, serviam para dar uma estrutura maleável às asas e também maior flexibilidade ao vôo.
Muitas asas fossilizadas de pterossauro têm marcas que podem ter sido deixadas pelos cordões de colágeno. Num fóssil encontrado há pouco tempo na Alemanha, daria até para ver a ponta de algumas fibras. Pelo menos é esse o diagnóstico do zoólogo Jeremy Rayner, da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Especialista em aerodinâmica dos animais, Rayner aposta na habilidade de vôo dos pterossauros. E diz que, se eles não foram tão capazes quanto as aves, chegaram perto. Com maestria.
Em ciência, uma coisa puxa outra. Novos achados quase sempre sugerem novas idéias, ou levantam a bola de possibilidades até então duvidosas. Com os pterossauros foi assim: saber que eles voavam bem forta-leceu a hipótese de que teriam hábitos parecidos com os das aves.
Não é difícil entender por quê. Veja-se a suposição de que alguns pterossauros viveram à moda dos tucanos, comendo frutas em flores-tas densas. Fica mais fácil aceitar essa idéia sabendo que os répteis podiam manobrar com precisão em espaços estreitos. Entre galhos, ci-pós e folhas das matas.
Mas nada ilustra melhor esse raciocínio do que o caso do quetzalcoatlus, o maior pterossauro que se conhece. Apesar de ser muito leve, pesando menos de 50 quilos, ele media 13 metros de uma ponta a outra das asas abertas. Ou seja, tinha a envergadura de um caça da Pri-meira Guerra Mundial, dimensão jamais alcançada por qualquer ave do passado ou do presente. Basta ver que o albatroz, recordista mun-dial da atualidade, tem apenas 4 metros de envergadura.
Até recentemente, aceitava-se sem contestação a idéia de que o quetzalcoatlus reinava supremo a mais de 1 quilômetro de altura. As imensas asas quase imóveis, apenas oscilando para tatear as correntes de ar e não perder sustentação. E, lá de cima, poderia descer para capturar pterossauros menores.
Essa análise continua prevale-cendo. Mas ela está sendo contestada por dois bons motivos. Primeiro, porque ninguém viu os restos das asas de um quetzalcoatlus. Ele é conhecido apenas pelos avantajados ossos do ombro - e daí se inferiu o tamanho das asas. O problema é que nem sempre ombros poderosos têm de estar ligados a asas pequenas.
As garças, por exemplo, não têm asas muito amplas, em comparação com seu corpo. E tudo bem, porque boa parte do tempo ficam de pé, paradas ou perambulando nas águas rasas dos pântanos e lagoas à caça de peixes. Não pro-curam comida voando acima das nuvens - onde a maior envergadura das asas é cru-cial para planar.
Resumo: os pa-le-ontólogos podem muito bem ter errado de nicho ecológico quando viram o quetzalcoatlus no topo do céu. É possível que ele exibisse asas modestas e fosse um pescador de águas rasas. Um gigantesco pterossauro-garça.
E a segunda razão para pensar assim foram justamente as novas noções sobre o aparelho voador dos pterossauros. Mais precisamente, a desconfiança de que tinham asas estreitas, como as das aves. E não asas largas, estendidas dos braços até as pernas, como é o caso dos morcegos.
Se fosse assim, seria difícil exibir a elegância das garças: o couro das asas travaria o passo do quetzalcoatlus, que não poderia andar atrás dos peixes. Hoje, há quem acredite que suas asas não fossem presas às pernas. É isso que torna plausível imaginar um novo nicho ecológico para o portentoso réptil.
O primeiro palpite de um cientista sobre os pterossauros foi um chute que passou muito longe da meta. Em 1784, diante do primeiro fóssil encontrado, o zoólogo italiano Cosimo Collini imaginou estar vendo os restos de um mamífero marinho.
Duas décadas mais tarde, no início do século XIX, ele foi corrigido pelo anatomista francês Georges Cuvier. Nem mamífero, nem marinho, disse Cuvier. Aquele fóssil pertencera a um parente distante das tartarugas e dos crocodilos. Dito de outro modo, era um réptil. E um rép-til voa-dor. Algo que nunca mais se veria nos céus do planeta.
Os pterossauros foram os primeiros animais, além dos insetos, a ocupar esse vasto nicho ecológico que é a atmosfera. Ainda hoje se sabe pouco sobre o ancestral que deu origem a eles. A melhor suposição é que devia lembrar um dinossauro. E por isso também se deduz que andava sobre duas patas, como os dinossauros. Não quer dizer que esteja excluída a alternativa quadrúpede - apesar da estranha figura que ela sugere.
De uma maneira ou de outra, por volta de 225 milhões de anos atrás, os pterossauros voavam de verdade. Não davam saltos prolongados. Nem planavam por curtas distâncias, como fazem certos esquilos atualmente. Voavam para valer, estabilizando as manobras no ar com ajuda de uma cauda tão longa quanto sólida.
Mas eram bem pequenos. Nenhum deles superava uma gaivota, um pato ou uma galinha em tamanho. E eram muito raros. Durante um tempo enorme, não passaram de mar-ginais na corrente criativa da evolução. O primeiro avanço desse grupelho de répteis esquecidos pela natureza aconteceu há 180 milhões de anos. Espécies novas ampliaram a coleção dos pterossauros.
Em comparação com seus antecessores, os novatos tinham cabeças maiores. Haviam perdido os dentes, em parte ou por completo. E seus bicos eram parecidos com bicos mesmo, em vez de bocas modificadas. Mais importante que tudo: tinham reduzido a cauda em troca de um cérebro maior. Caudas curtas não servem para estabilizar o vôo, raciocinam os paleontólogos. Portanto, os novos pterossauros deviam compensar a perda com um controle mais ágil das asas - com ajuda de um cérebro maior.
Olhando para o passado, têm-se a impressão de que essas primeiras mudanças foram um sinal. Anunciavam a formidável proliferação de pterossauros ocorrida há 150 milhões de anos. E são os fósseis desse período - desenterrados em número crescente, a partir da década de 70 - que animam os paleontólogos. Eles dizem que as novas informações disponíveis vão preencher as muitas lacunas ainda existentes na história dos répteis voadores. E assim talvez seja possível reconstruir com mais precisão o estranho mundo que habitaram.

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sábado, 1 de março de 2014

Santo Cafezinho - Saúde


SANTO CAFEZINHO - Saúde



Antes, era uma tentação, um pecado: na xicrinha soltando fumaça, a bebida cheirosa prometia prazer, mas também ameaçava com insônia e problemas cardíacos. Agora, aquele tempo passou. Novos estudos provam que o café só faz bem.


A bronca é quase sempre assim: "Menino, larga isso, café não é pra criança!" Mas, agora, no que depender de doze pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro essa história vai mudar. A partir deste mês, eles iniciam uma peregrinação por todas as escolas do primeiro grau da rede pública fluminense, levando junto uma máquina capaz de fazer 21 expressos de uma só vez, carregada com pó para servir 300 xícaras.
A meta é oferecer um fumegante cafezinho para 50000 estudantes entre 7 e 15 anos de idade. Pois a bebida, que era proibida para menores, pode elevar o QI da garotada. Para conferir essa tese, vão ser aplicados testes de inteligência antes e depois da beberagem. "Após o café, os resultados dos testes devem melhorar cerca de 5%", estima o professor Darcy Lima, da UFRJ. "Por enquanto, já existe a certeza de que o hábito do cafezinho facilita o aprendizado e a prática de esportes. Além de ajudar na prevenção às drogas."
Exagero? Pode parecer que sim. Mas representantes de alguns dos mais respeitados laboratórios do mundo concordam com ele. Não faltam trabalhos sobre as boas ações da cafeína, componente do café. Esses novos estudos derrubam a sua velha fama de vilã, provando que, em doses controladas, ela não prejudica o organismo de crianças. Ao contrário, só faz bem. Tanto assim que, no Japão, diversas escolas estão incluindo café na merenda. Aqui, a moda pode pegar, começando pelo Rio de Janeiro.
Um segundo depois de ser engolido, o café começa a agir: mal encosta nas paredes do estômago e já vai provocando a secreção do suco gástrico. Para quem tem úlcera, o efeito é doloroso. Mas, para a maioria das pessoas, ele é bem-vindo, especialmente após as refeições. Pois o aumento do líqüido estomacal apressa a digestão.
Os benefícios de um simples cafezinho não param por aí. Em cerca de trinta minutos, suas moléculas começam a ser absorvidas, caindo no sangue. Ali ficam, arrastadas pela circulação, durante um período de três a sete horas, até serem eliminadas. Ao passar pelos músculos, estimulam os nervos, aumentando a coordenação motora. Nas voltas pelo corpo, porém, a escala mais importante é o cérebro. A cafeína induz a produção da chamada noradrenalina - substância que ativa o estado de alerta. Toda vez que se presta atenção em alguma coisa, por exemplo, há muita noradrenalina jorrando entre as células cerebrais.
Provavelmente, a relação entre a cafeína e a noradrenalina explica a informação divulgada no ano passado por médicos do Instituto de Psiquiatria de Londres, na Inglaterra. Segundo eles, quem bebe café diariamente chega a elevar a sua capacidade de raciocínio entre 4% ou 5%. A memória melhora na mesma proporção. Eles afirmaram isso com base no exame de 7 000 pacientes.
No Brasil, o médico Darcy Lima, da UFRJ, obteve resultados semelhantes, analisando 2 450 pessoas. Ele investiga a ação do cafezinho há doze anos, sem vínculo com produtores, patrocinado exclusivamente por instituições de pesquisa. Em 1989, Lima descobriu um segredo importante: por que todo fumante tem mania de tomar café enquanto traga um cigarro. "Nos pulmões, a cafeína relaxa determinados músculos, dilatando os brônquios, os canais pulmonares por onde passa o ar", explica. "Com isso, ela compensa tanto a contração provocada pelas crises asmáticas como a causada pelo tabaco." Daí a associação entre o prazer do cafezinho e o cigarro.
Além disso, os bebedores de café tendem a fumar menos do que os tabagistas não-consumidores da bebida. Entre os dependentes de tóxicos, por sua vez, os apreciadores de um bom cafezinho apelam para as drogas com menos freqüência. Até hoje não se sabe direito por que isso acontece. "Parece haver algo que, durante certo tempo, aplaca a vontade de cheirar mais cocaína", observou Darcy Lima em seus pacientes. Atualmente, os médicos do Hospital Johns Hopkins, um dos maiores dos Estados Unidos, estão usando pastilhas de cafeína concentrada no tratamento de drogados.
Mas será que é mesmo a cafeína a responsável por tudo isso? Provavelmente não. Ela acaba recebendo os louros - e as críticas - por ser a substância mais estudada da infusão. No entanto, existem mais de 100 componentes no café e há indícios de que muitos deles têm efeitos medicinais importantes.
Há quatro anos, cientistas australianos notaram uma molécula, diferente da cafeína, que atua nos receptores opióides, espécies de fechaduras nas células cerebrais. Quando algo se encaixa nesses receptores é como se fosse apertada uma tecla no cérebro, ativando sensações de prazer e de saciedade. Existem receptores opióides específicos para moléculas de maconha, de cocaína, de álcool e de nicotina, entre outras. A misteriosa molécula do café, porém, encaixa-se em todos eles, como uma chave mestra. Resultado: nas poucas horas em que permanece no cérebro, antes de ser degradada, ela literalmente ocupa o lugar da droga, freando o desejo de consumi-la. Resta identificar a tal molécula e saber em qual café ela é mais comum.
Pois o cafeeiro é uma planta cheia de manhas: "A menor alteração de clima e de solo altera a proporção dos componentes nos grãos", explica Américo Sato, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC). "A mesma espécie que se planta em São Paulo pode ter um sabor completamente diferente, quando cresce no Cerrado mineiro", exemplifica. "Até mesmo o jeito de colher pode mudar a sua química."
As boas notícias sobre o café ainda não conseguem arrancar das pessoas o temor que vem do coração. Virou senso comum achar que cafezinho causa infarto. No ano passado, porém, o Instituto de Estudos Farmacológicos de Milão apresentou dados capazes de tranqüilizar os consumidores mais receosos. Segundo os cientistas italianos, pessoas cardíacas podem tomar até 250 miligramas de cafeína por dia (aproximadamente cinco xicrinhas das nossas). Acima dessa dosagem, a substância pode, de fato, agravar os casos de hipertensão. Nada que deva preocupar quem tem pressão normal: nessas pessoas, o aumento costuma ser de apenas três décimos. A diferença, dentro da normalidade, está longe de preocupar. Por isso, são permitidos até 600 miligramas de cafeína aos adultos sadios (cerca de doze xícaras). As crianças devem tomar doses menores, conforme a idade.
A quantidade exata de cafeína aumenta conforme a quantidade de pó usada no preparo. O cafezinho típico brasileiro - assim como o dos franceses e italianos - tem, em média, 1 miligrama de cafeína por mililitro. Pode-se considerar 50 miligramas de cafeína por xicrinha, 2,8 vezes mais do que o café preparado nos Estados Unidos ou na Alemanha, países que preferem uma bebida mais aguada, prima distante do chá (o que a gente considera um legítimo "chafé").
O principal diferenciador, contudo, é o blend, a mistura de grãos diferentes, cuja receita é guardada a sete chaves pelos industriais. Basicamente, o café se divide em duas espécies. O chamado robusta chega a ter 2% de cafeína em sua composição. O segundo tipo, chamado arábico, contém de 1% a 1,5%. "A maioria dos fabricantes brasileiros inclui o café robusta em seus produtos", conta o corretor de café Wilson Ramos, de São Paulo. Uma das razões é que essa espécie solta muita tinta. Com isso, o consumidor tem a ilusão de que o pó rende mais. "Outro motivo, no entanto, é que o robusta forma a espuma, fundamental para a aparência dos expressos", diz Ramos.
Se o robusta contribui com muita ca-feína, em compensação não acrescenta nada ao sabor. Seu gosto é o que os especialistas definem como neutro. "O que o paladar sente como café, na realidade, vem do arábica", explica Luís Roberto Gonçalves, diretor da Café do Ponto. "O que não significa que todos os pós de café sejam iguais. Há mais diferença entre eles do que entre marcas de uísque." Gonçalves fala sério.
Existe a chamada bebida mole, com gosto adocicado. Apesar de ser considerada a mais nobre de todas, representa apenas 2% da produção nacional. A bebida dura, com sabor forte e encorpado, é consumida principalmente no Sul e Sudeste. Vinte por cento de todo o café brasileiro é desse tipo. O restante é classificado como riado ou rio zona. Tem substâncias adstringentes, que fazem o gosto "pegar" na língua. Tecnicamente, é inferior. É aquele cafezinho com aroma tão forte que se espalha pelo ar, chegando à casa do vizinho. Mais barato, mais cheiroso, e também faz bem.

A colheita

É a parte mais importante da produção. Na Colômbia e na Costa Rica - cujos cafés estão entre os melhores do mundo -, os colhedores escolhem um a um os frutos vermelhos e maduros. No Brasil, porém, usa-se uma técnica chamada derriça: ao passar a mão no galho, de cima para baixo, o colhedor arranca os frutos de uma só vez. Entre os maduros, há sempre um ou outro ainda verde

A secagem
O mais comum é deixar o café colhido em imensos terreiros, secando ao sol, durante uns quinze dias. Depois de seco, fica fácil retirar a casca, separando os grãos.
Existe, ainda, o método da via úmida: os cafés são mergulhados em água quente, para a retirada da polpa. Desse jeito, torna-se mais rara a formação de compostos químicos capazes de prejudicar o sabor da bebida

A prova
Valdeci Pontes, da empresa Café do Ponto, toma 100 cafés por dia. Todas as indústrias têm o seu provador. Quando os grãos chegam à fábrica, ele põe um punhado na água quente e prova. Depois, testa o produto final

A estocagem

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Só seguem para a estocagem os cafés com qualidade aprovada. Dentro das sacas, nunca pode haver mais de 1% de impurezas. Afora isso, os cafés se dividem em oito tipos, conforme a proporção de grãos defeituosos, como os imaturos ou com fungos. Na prática, são encontrados no mercado cafés do tipo 4 (com 4,5 % de grãos com defeitos) ao tipo 8 (com 25% a 30% de grãos defeituosos)

A torrefação
Mais torrado, menos torrado - isso não é fundamental para deixar o café com gosto forte ou suave. O que realmente importa é a combinação de grãos de procedências diferentes, que dá a característica de cada marca. Os cafés são misturados na imensa torradeira, onde podem ser acrescentadas as essências usadas nos aromatizados, lançados há um ano no mercado brasileiro

Enfim, moído
Saído dos moedores, o café é embalado. O Brasil consome 600 milhões de pacotes de 1 quilo por ano, o que dá para fazer 48 bilhões de xicrinhas. Está em terceiro lugar, perdendo para os Estados Unidos, em primeiro, e para a Alemanha

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Alerta. O Concreto esta doente - Engenharia

ALERTA. O CONCRETO ESTÁ DOENTE - Engenharia



Aos poucos, vão surgindo pintas amareladas. De repente, eis as trincas. Daí, os engenheiros têm de agir como médicos. Senão, um dia, a casa cai.


Existem pessoas que se dedicam a torturar o concreto, até ele não poder mais. Gente que aperta cilindros desse material cinzento entre robustos braços mecânicos. Chega uma hora, os cilindros espatifam-se com a pressão de dezenas de toneladas. E não é só isso. Outras amostras - ou corpos de prova, como preferem os especialistas - são abandonadas em equipamentos que mais parecem geladeiras, ficando ali dentro expostas a fumaça, ácidos e temperaturas extremas. Algumas das peças sacrificadas foram retiradas diretamente de pontes, barra-gens ou edifícios, com o auxílio de um aparelho capaz de cortar a rigidez do concreto, graças a uma afiadíssima lâmina de diamante. Mas há também pedaços de concreto moldados exatamente com essa finalidade - serem testados para ver qual a sua resistência. Se está baixa, é sinal de que o concre-to pode ficar doente ou mesmo já adoeceu. O que, muitas vezes, se traduz em ameaça de ruína, ao pé da letra.
Para se ter uma idéia do tamanho da encrenca, dezenove de cada vinte edificações brasileiras - de pontes a hospitais, de barragens a escritórios e residências - são cons-truídas com esse material. De fato, sua proporção de uso é altíssima em todos os cantos da Terra. Só no ano passado foram produzidas 1,4 bilhão de toneladas de cimento e isso dá para fazer uma montanha de 1 tonelada de concreto para cada cidadão do planeta.
O concreto surgiu na Europa em meados do século passado. Sua soli-dez, então, parecia eterna. Mas essa imagem ruiu. Os primeiros sinais de doença - marcas amareladas e rachaduras - apareceram nos anos 40, nos Estados Unidos, que, desde então, fazem exames periódicos nas obras.
Todo o cuidado, porém, não foi su-ficiente para evitar o que engenhei-ros americanos consideram uma epi-demia. Calcula-se que 10% das estradas nos Estados Unidos, feitas de concreto em lugar de asfalto, estejam doentes, e 230 000 das 575 000 pontes existentes no país precisam de tratamento (aproximadamente 15 000 delas correm risco de vida, exigindo urgentemente uma UTI tecnológica). Os números impressionantes deste último levantamento epidemiológico, por assim dizer, está deixando o Departamento do Transporte do gover-no desesperado: prevêem-se gastos de 50 bilhões de dólares, nos próximos dois anos, para realizar os primeiros socorros. Para conseguir dinheiro, o governo pode recorrer a um ligeiro aumento nos impostos - que, lá, não sobem assim, sem mais, nem menos.
Na Europa, o controle da saúde do concreto começou para valer apenas no final dos anos 70, quando surgiram as primeiras barragens doentes na França. No ano passado, os franceses constituíram um comitê técnico para cui-dar das estruturas problemáticas. Outros países europeus estão fazendo o mesmo. No Brasil, tudo é mais devagar.
O estudo das doenças do concreto é uma das mais recentes áreas da En-genharia. Como nos seres humanos, existem problemas congênitos - por causa de material de baixa qualidade ou processos de construção inadequados, algumas estruturas já nascem doentes. As obras saudáveis, por sua vez, tendem a ficar doentes com o passar do tempo, assim como uma pessoa na terceira idade tem mais chance de ir parar no hospital. Em todo caso, a distribuição das manchas e os desenhos formados pelas falhas são importantes para se diagnosticar o tipo de mal e a sua gravidade.
"Há fissuras e fissuras", distingue o engenheiro Paulo Helene, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Autor de três livros sobre o assunto e tradutor de outros três, Helene tem olhar clínico: "Para o leigo, uma rachadura incomoda muito, dando a impressão de que tudo irá desabar. Mas nós, engenheiros, observando a configuração das trincas, analisamos se a estrutura está comprometida."

Entre as enfermidade nacionais, há uma cuja origem é familiar a cada um de nós: o gás de cozinha. Isso mesmo. A Congás consegue cobrar nas contas apenas cerca de metade da sua pro-dução. Sinal de que a outra metade - ou parte dela - se perdeu em vazamentos. "No solo, o gás acaba formando o ácido sulfí-drico", explica Helene. "Essa substância ataca o concreto. Reage com seus componentes e, depois disso, ele começa a se expandir perigosamente." Os engenheiros podem usar aditivos e cimentos especiais na receita do concreto, tornando-o menos reativo ao ácido sulfídrico, o vilão desta história. Podem ainda aplicar substâncias pro-tetoras nas estruturas prontas. Enfim, dão um sumiço nos sintomas, apesar de o solo continuar contaminado.
Há casos em que o concreto não tolera tratamentos paliativos como esse por muito tempo. É o que está acontecendo na Barragem de Moxotó, em Alagoas. Construída há dezesseis anos pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), tinha tudo para chegar inteira aos 200 anos de vida. No entanto, ainda jovem, já está com os dias contados. Sua doença é outra, mas também faz o concreto engordar: trata-se da chamada reação álcali-agregado. A culpa é de ingredientes dele próprio, ou seja, é um ataque interno, contra o qual nenhuma terapia consegue fazer nada.
Os engenheiros fazem o que podem com Moxotó - o concreto se alarga, estrangulando as turbinas e eles vão lá, cortando pedaços ao redor, para deixar as hélices girar em paz. O efeito não dura para sempre. Uma das oito turbi-nas já teve de ser desligada. Os tais álcalis causadores do problema são a soda cáustica e o potássio, que todo cimento tem, uns mais, outros menos - e o cimento é o principal ingrediente do concreto. Já as pedras e a areia que também entram em sua composição são conhecidas por agregados e, às vezes, contêm mo-léculas reativas aos álcalis. Daí o no-me da doença, reação álcali-agregado.
Ela é mais comum no Nordeste do país, onde as pedras disponíveis para se fazer o concreto são de origem vul-cânica. Parte delas contém as tais mo-léculas reativas. São moléculas de sílica, substância encontrada em tudo quanto é rocha, pedrinha, pedregulho. A questão é que ela existe em duas versões: numa delas, a sílica está arrumadinha, na forma que os quími-cos rotulam de cristal. Na segunda versão, apresenta-se como moléculas amorfas e são elas que reagem com os componentes do cimento, resultando em moléculas grandalhonas, que co-locam o concreto no maior aperto.
Há muito otimismo quando se dis-cute a prevenção de doenças nas construções. Antes mesmo de se erguer um edifício, arquitetos e engenheiros estudam tudo o que pode ser feito para aumentar a sua longevidade. Os especialistas po-dem reunir elementos para afirmar se uma obra irá durar 50 ou 60 anos com saúde perfeita. Mas, nessa matéria, fazer cálculos nem sempre é simples. Dá até para estimar o que irá acontecer com um prédio que ainda não foi construído ou por quanto tempo um concreto doente agüentará firme. Difícil é estimar a vida dos prédios espalhados pelas cidades, que ainda estão saudáveis. "Uma de nossas metas é saber quanto tempo dura todo concreto que já existe por aí", explica o engenheiro Carlos Eduardo Tango, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo. "Apesar de não viver para sempre, ele ainda é de longe o melhor material de construção conhecido."
O concreto é a paixão do pesquisador, cuja tese foi uma análise do estado desse material nos prédios mais antigos do Brasil. Uma de suas conclusões é que já não se fazem concretos como antigamente: "As obras mais modernas tendem a ser menos resistentes", afirma. Será que mudou tanto assim a receita do concreto com o passar do tempo? A resposta é não: ela continua a mesma. "Mas hoje as partículas de cimento são menores", diz Tango. "Portanto têm mais superfície em contato com o reagente, que é a água." Ocorre algo análogo ao que se dá com uma pastilha de sal de frutas - quebrada, ela derrete mais depressa.
A água é o bem e o mal do concreto. Sem ela, não há negócio: a água é imprescindível para o cimento endurecer. Mas que seja na medida certa. "Se é acrescentada de menos, o resultado é uma massa pouco maleável, difícil de se trabalhar", explica o engenheiro do IPT. "Se é colocada só um pouquinho a mais, o concreto perde a sua famosa resistência." Em outras palavras: torna-se mais poroso. Pois, apesar da aparência compacta, de perto, muito de perto, o concreto se assemelha a uma colméia. O microscópio revela seus túneis, pelos quais passam os mais diversos agentes agressivos. Inclusive água, que pode se converter numa das suas piores inimigas. Isso porque ácidos e outros agressores se dissolvem e pegam carona no líqüido, para alcançar as profundezas do concreto. "Tanto assim que as doenças são mais comuns nos climas úmidos", observa o pesquisador. "Ou nas estruturas que têm contato direto com a água, como as pontes e as barragens." É por isso que as casas dos pernambucanos, apesar de provavelmente terem sido feitas com a mesma espécie de concreto de Moxotó, não estão ameaçadas como a barragem.
Mas, justiça se faça, a água pura não tem nada contra o concreto. Mas quan-do alcança as barras de aço no seu interior, aí, sozinha, é fatal. O chamado concreto armado - a combinação desse material com barras de aço - é um ca-samento perfeito. Pois o concreto simples é ótimo para agüentar compressão, que os leigos definem como peso. Quando alguém sobe numa tábua, por exemplo, está comprimindo a madeira. Numa casa de dois andares, por sua vez, os pi-lares do térreo estão suportando a compressão do segundo pavimento. Mas há uma qualidade que o concreto simples não tem: não resiste muito bem à tração, que é a força que se faz numa corda, quando duas pessoas puxam suas extremidades. É nessa característica - fundamental para a construção civil - que o aço é uma fera. Junto com o concreto, portanto, ele forma uma dupla imbatível.
No entanto, 90% dos casos de doenças no concreto são problemas de corrosão de sua armadura de ferro. A questão é tão séria que a Escola Politécnica da USP inaugurou, há dois meses, o Lab Cor, um laboratório dedicado à deterioração das barras dentro do concreto. O maior orgulho de seus pesquisadores é o chamado G-Cor. Não é à toa: só existem três exemplares desse aparelho no mundo. Há mais um nos Estados Unidos e outro na Espanha. O G-Cor emite uma corrente elétrica através de eletrodos, fixados na estrutura examinada. Antes, os pesquisadores se informam do diâmetro de barras daquela obra e calculam quanto da eletricidade será conduzido pelo metal.
Se houver diferença entre o resultado estimado e o registrado pelo aparelho, é sinal de que as barras entraram em corrosão. Isso porque,como a ferrugem não conduz eletricidade, se a corrente elétrica conduzida for menor do que o esperado, sabe-se que parte do metal já enferrujou. O G-Cor aponta ainda a exata proporção do metal enferrujado.
"Em geral, as doenças não ocorrem separadamente", explica o engenhei-ro Luiz Alfredo Falcão Bauer. "Uma trinca, causada pela doença de expansão, pode deixar que a água alcance a armadura. Então, a ferrugem aparece, como um segundo mal." A empresa fundada por Bauer há mais de quaren-ta anos, em São Paulo, é uma das pioneiras em tratamento do concreto no mundo. Quando aparecem grandes problemas, o engenheiro grisalho e bem-humorado costuma dar seu pare-cer. Ultimamente, vem estabelecendo limites: "Não viajo mais do que três ve-zes por mês para ver as minhas doentes." Obras doentes, bem entendido.
Para o diagnóstico, Bauer e seus co-legas de área contam com um arse-nal de quase cinqüenta exames. Co-rantes tingem de verde a área do material que perdeu resistência, por causa da maresia, por exemplo. "Usamos até o ultra-som, co-mo os médicos, para avaliar a locali-zação e o tamanho dos danos", conta o engenheiro. "Felizmente, também não faltam terapias, que vão de revesti-mentos especiais a técnicas como os jatos de areia para re-tirar a ferrugem. Isso resolve boa par-te dos casos. Mas o fundamental é melhorar a qualida-de das obras, para que não adoeçam tanto e tão cedo."

Dos males, os piores

No corpo humano, qualquer órgão pode adoecer. Nas
construções não é diferente - podem aparecer problemas na alvenaria ou na parte elétrica, por exemplo. Mas, certamente, as doenças nas estruturas de concreto são as mais preocupantes. Algumas surgem no próprio concreto; outras atacam
as barras de aço que sustentam as edificações

1 - O enfraquecimento gradual
Quando a estrutura de
concreto vai se dissolvendo

Os ácidos são capazes de arrastar ingredientes da estrutura - estes, aos poucos, vão escapando como uma finíssima camada de areia na superfície. O fenômeno é chamado lixiviação. Quanto mais poroso, mais frágil fica o concreto.

- O ataque que vem do céu
Numa fábrica de cerveja, por exemplo, o ambiente é cheio de ácidos. O ataque mais freqüente, porém, é o das chuvas ácidas nas cidades, provocadas pela poluição do ar. Uma maneira de retardar seus efeitos é usar concretos mais re-sistentes nas obras. Pois, quanto mais resistente, menos poroso ele é. Afinal, os poros são brechas por onde penetra a água da chuva, que mais parece uma limonada.

2 - Problema nos ossos
Quando a armadura de aço enferruja

Em ambientes muito alcalinos, o aço não enferruja. Por isso, dentro do concreto, cujo pH (índice de alcalinidade) é 13 - lembrando que o pH máximo de qualquer substância é 14 -, o aço deveria se manter numa boa. Ocorre que, com o passar dos anos, o pH da estrutura começa a diminuir. Quan-do chega a 9, a corrosão do me-tal aparece. E, então, cobertas por camadas e mais camadas de ferrugem, as barras de aço aumentam até oito vezes de diâmetro. O que, é claro, provoca trincas, por causa da pressão.

- A ação do ar
O tempo todo, o gás carbônico do ar penetra e se difunde pelo concreto. Devagar, mas sempre, reage com seus ingredientes, alterando o pH. É a chamada carbonatação, que termina sendo a inevitável sentença de morte de uma estrutura. Por sor-te, seu processo é muito lento - co-mo acontece da superfície para o centro da estrutu-ra, pode demorar mais de 100 anos, até atingir as bar-ras de aço. No en-tanto, quando há falhas no concreto, a carbonatação se acelera. Até por-que muita água pode, então, fluir pelas trincas - e ela é uma notória cau-sadora de fer-rugem.
Mais rápidas e vorazes do que o gás carbônico e a água pura são as moléculas de cloretos, abundan-tes onde existe maresia. Essas moléculas também penetram no concreto. Para se ter idéia do estrago que fazem, basta lembrar que, no litoral, os carros e as geladeiras enferrujam mais depressa.

3 - A obesidade galopante
Quando o concreto não
pára de se expandir

Às vezes, ocorrem reações químicas indesejáveis. O resultado são substâncias cujas moléculas, transformadas, aumentam a distância entre os seus átomos e, dessa ma-neira, passam a ocupar o dobro do espaço de antes. Por causa disso, como se fosse um Hulk granda-lhão, rasgando as roupas justas, a estrutura começa a trincar, não cabendo mais em si.

- Causa externa
Uma pessoa engorda se exagera nas refeições e não fica longe das gu-loseimas. O concreto, por sua vez, se expande quando fica muito exposto aos chamados sulfatos. Esse grupo de substâncias está presente na água do mar, nos esgotos e em certos ti-pos de solos. Para prevenir ou impedir o avanço da doença, é só proteger a estrutu-ra do contato com os tais sul-fatos. Uma solução é revesti-la com camadas de isolantes especiais.

- Causa interna
Alguns concretos já nascem com uma tremenda predisposição para se expandir. Isso por causa de certos componentes que reagem entre si e, daí, formam aquelas moléculas gorduchas. Quando as estruturas doentes engordam demais, os engenheiros realizam uma verdadeira cirurgia plástica, amputando os pedaços excedentes. Mas como elas continuam aumentando de tamanho, chega uma hora em que não há mais jeito. É a ruína.

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Brasil: O País dos 100 milhões de raios - Física


BRASIL: O PAÍS DOS 100 MILHÕES DE RAIOS - Física



No ranking dos relâmpagos, somos campeões mundiais.

Dos 3,15 bilhões de raios que golpeiam a Terra e seus habitantes durante um ano, 100 milhões deles vêm desabar em terras brasileiras. O número, divulgado no ano passado por uma equipe de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, São Paulo, não é superado por nenhum outro país. E ficou bem acima das estimativas que davam conta de 30 milhões ao ano. Agora, sabemos com segurança: em quantidade de relâmpagos, ninguém segura este país.


Mas a pesquisa do INPE vai muito além de contar faíscas no céu. Desde 1989, num trabalho que usa enormes balões - do tamanho de prédios de 20 andares -, o Instituto vem medindo a carga elétrica das nuvens e dos relâmpagos que atingem a Região Sudeste. Para isso, os balões levam sensores elétricos, sensores de raios X e até máquina fotográfica e câmera de vídeo. Registram tudo o que acontece a 30 quilômetros de altura.
Tanta investigação acabou encontrando as particularidades dos raios brasileiros, que são diferentes dos que caem em outros lugares. "Sessenta por cento dos que atingem a Região Sudeste, em alguns dias do verão, têm carga positiva", diz Iara Cardoso de Almeida Pinto, geofísica espacial, que juntamente com o marido, o também geofísico espacial Osmar Pinto Jr., comanda a pesquisa. Outra surpresa, pois 90% dos raios do mundo têm carga negativa.
Um detalhe: raios positivos são, geralmente, mais destrutivos. Embora os relâmpagos sejam mais freqüentes dentro das nuvens do que das nuvens para o solo, os mais estudados são justamente estes, que vêm bater no chão - os mais ameaçadores.
"Os raios são fenômenos naturais que aguçam a curiosidade mas causam prejuízos e mortes", diz Osmar Pinto Jr. Calcula-se que mais de 100 brasileiros morram todos os anos vítimas de raios (positivos e negativos). Quanto aos prejuízos, de acordo com dados da Eletropaulo (Eletricidade de São Paulo), no ano passado ocorreram 974 casos de falhas ou interrupções da rede elétrica causadas pelos raios. Só para se ter uma idéia do tamanho do prejuízo, se um grande blackout atingisse toda a região da Grande São Paulo por uma hora implicaria uma perda de 30 milhões de dólares.


Mas, afinal, como se formam as faíscas que vemos no horizonte quando se anuncia uma tempestade? Relâmpagos são gerados dentro de uma nuvem muito particular: a cumulonimbo, que se diferencia das outras por ser verticalmente mais extensa. Ela se forma a 2 quilômetros de altura do solo e se estende até 18 quilômetros acima.
Tudo começa quando o ar quente e úmido próximo do solo se eleva na atmosfera (ele sobe porque é mais leve que o ar acima dele). À medida que vai subindo, esfria, até chegar ao topo da nuvem onde a temperatura é muito baixa, de 30 graus negativos. Resultado: o vapor de água que estava misturado ao ar quente transforma-se em granizo e começa a despencar (porque é mais pesado que o ar) para a base da nuvem. Na queda, vai se chocando com outras partículas menores, cristais de gelo principalmente. Os choques fazem o granizo e os cristais ficarem eletricamente carregados.

As cargas negativas presas ao granizo vão para a base da nuvem. Já as positivas ficam nos cristais de gelo, mais leves, que tendem a subir com o ar quente que vem de baixo para o topo da nuvem. Ou seja, as cargas se separam: positivas em cima e negativas em baixo. Em dado momento, as cargas positivas e negativas atingem intensidade muito alta. É o que basta para o surgimento do relâmpago. Para equilibrar cargas tão diferentes, a eletricidade anda sozinha, sem fio nem nada, pelo ar. Em outras palavras: um raio não é nada mais que uma carga elétrica cruzando a atmosfera.
A maioria dos raios começa e acaba dentro das nuvens. São poucos os que vêm para o chão. Sobre esses há duas curiosidades. A primeira é que só podem ser vistos na fase final. Logo que o raio sai da nuvem e segue em direção do solo não pode ser visto (nessa fase é chamado de "líder escalonado"). Quando essa faísca tortuosa chega a 50 metros do chão, sai da terra outra faísca em direção à nuvem (é a "descarga conectante") e ela ainda não pode ser vista. Só quando as duas correntes se encontram é que tudo se ilumina. O que vemos, então, é a "descarga de retorno". A segunda curiosidade: os raios que enxergamos, portanto, saem da terra para o céu. Por ilusão de óptica, achamos que o clarão do relâmpago vem do alto para a terra.
E aqui chegamos à pergunta: por que alguns raios são positivos e outros negativos? O que os diferencia é o local da nuvem onde se originam. Os negativos saem da parte baixa da nuvem, onde se concentra a energia negativa. Já os positivos saem do topo da nuvem, onde ficam as partículas carregadas positivamente.
Há outra diferença importante: nos raios positivos, a corrente elétrica contínua - a que persiste até o relâmpago acabar - dura cerca de 200 milésimos de segundo, enquanto nos negativos a corrente dura, em geral, menos da metade. Justamente porque nos raios positivos a corrente contínua dura mais é que eles são mais perigosos e destrutivos, capazes de iniciar um incêndio florestal (os negativos raramente causam incêndio). Outra diferença é que o raio negativo carrega uma corrente contínua de 100 ampères (o ampère é a unidade de intensidade da corrente elétrica), enquanto o positivo carrega o dobro: 200 ampères, energia suficiente para alimentar vinte fornos elétricos domésticos.
Mas o que os pesquisadores querem entender é por que, em algumas tempestades da Região Sudeste, 60% dos relâmpagos são positivos. Além de tudo, esse tipo de relâmpago, por não ser freqüente, é pouco conhecido e só começou a ser estudado em detalhes na década passada. Para tentar explicar a ocorrência desses raios positivos, a equipe do INPE formulou uma hipótese: a maior quantidade deles por aqui estaria relacionada a gigantescas concentrações de nuvens que vêm da região antártica em direção ao Brasil. Quando encontram o ar quente das regiões Sul e Sudeste, produzem aglomerados gigantes de cumulosnimbos. O topo dos aglomerados "entorta" para o lado formando uma cauda gigantesca só com cargas positivas. Isso explicaria a quantidade maior de raios positivos nessas regiões. A parte superior dos cumulosnimbos estaria tão afastada da parte inferior que teria mais facilidade de trocar energias diretamente com o solo. A conclusão definitiva (a confirmar ou descartar a hipótese) só virá depois que os cientistas terminarem a análise dos 30 milhões de dados recolhidos pelos balões.
O primeiro experimento para pesquisar os raios no Brasil foi realizado em dezembro de 1989, na base de lançamentos de balões do INPE, em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo. O mais impressionante foi mesmo o enorme balão estratosférico, de 7 500 metros cúbicos. Feito de plástico muito fino, leve e super-resistente à radiação ultravioleta do Sol, ele partiu para as nuvens carregando um equipamento de 100 quilos. A 30 quilômetros de altura, deu início à missão de sentir a força dos relâmpagos e contá-los em um raio de 100 quilômetros.
Isso é possível porque os raios emitem radiação: a luz, por exemplo, é uma forma de radiação. Além disso, eles também emitem ondas de rádio, que interagem com partículas que existem ao redor da Terra gerando outro tipo de radiação: os raios X. Tudo isso pode ser captado, registrado e também filmado e fotografado.
Na experiência de 1989, o balão levava apenas sensores para medir as cargas elétricas dentro das nuvens e dos relâmpagos. A peça central dos sensores são bolas metálicas de 20 centímetros de diâmetro: atingidas pelos impulsos elétricos que saem das nuvens, elas medem as correntes. Os registros são captados por circuitos eletrônicos dentro do equipamento e transformados em sinais. Codificados digitalmente, os sinais são transmitidos para a superfície e gravados num microcomputador para análises posteriores.
Nas experiências seguintes, em janeiro e fevereiro de 1994, além dos sensores elétricos, o equipamento incluiu uma câmera de vídeo, uma máquina fotográfica e um sensor de raios X - um cristal de iodeto de sódio sensível aos raios X. O cristal é acoplado a uma fotomultiplicadora, que amplifica um sinal de raios X e o transforma numa corrente elétrica cuja intensidade é codificada e gravada no microcomputador. A câmera de vídeo e a máquina fotográfica finalmente registram as imagens de tudo o que acontece ao redor.
E lá se vai o balão com toda essa carga pendurada. Ao chegar a 30 quilômetros de altura, começa a se mover para o oeste (no interior do Estado), passando sobre as nuvens. O vôo dura de dez a doze horas. No final, o equipamento cai de pára-quedas (para depois ser recuperado) e o balão se perde no ar.
Depois dos estudos, os cientistas esperam sugerir formas mais adequadas de proteção contra os raios brasileiros, positivos e destruidores. "Costumo dizer que nos protegemos bem contra relâmpagos que caem em outros lugares do mundo", brinca Osmar Pinto Jr.
Conhecer melhor os relâmpagos que caem em determinadas regiões significa evitar prejuízos, como os causados por blackouts - interrupções no fornecimento de energia elétrica.
A aviação também pode se precaver conhecendo os trechos das rotas mais sujeitos a relâmpagos. Se não derrubam aeronaves, eles provocam panes momentâneas nos computadores de bordo - e tempestades sempre acabam chacoalhando os passageiros.
Nessa pesquisa, eles contam com a colaboração da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) que tem um Sistema de Localização de Tempestades (SLT ou LPATS - Lightining Position and Tracking System). Minas Gerais é o único Estado brasileiro que possui uma rede de detecção e rastreamento de relâmpagos. "Eles são responsáveis por 70% do total de desligamentos da rede elétrica no Estado", constata o engenheiro eletricista José Henrique Diniz, do Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Normalização Técnica da Cemig.
Para avaliar os efeitos das tempestades, as torres de transmissão de Minas têm elos magnéticos, dispositivos que medem a corrente dos raios que caem sobre elas. Esses e outros equipamentos ajudam a reduzir os estragos causados pelos 7,5 milhões de relâmpagos que caem anualmente naquele Estado.
A melhor forma de proteção contra os relâmpagos, a despeito de toda a tecnologia moderna, continua sendo o primitivo pára-raios, uma invenção do século XVIII. Não pode haver aparelho mais simples. Colocada sobre uma casa, uma haste metálica ligada a um fio condutor de eletricidade enterrado no chão será sempre a primeira parte da construção a receber o relâmpago. Primeiro, por ser de metal; segundo, por ter um fio condutor que leva a eletricidade para a terra e, terceiro, por ser o ponto mais alto da casa.
Bastava saber disso para se inventar o pára-raios. Mas antes era preciso descobrir que os raios são um fenômeno elétrico. E essa foi a façanha realizada em 1752 pelo cientista americano Benjamin Franklin.
Pouco antes de uma tempestade, ele empinou uma pipa em direção às nuvens, já desconfiado de que elas estivessem repletas de cargas elétricas. Com sorte e muita habilidade, conseguiu provar isso ao perceber que uma parte dessas cargas descia pelo fio da pipa. Foi ali que nasceu o pára-raios. Franklin teve mesmo uma boa mãozinha da sorte, porque, se um raio de verdade - e não as pequenas cargas que estavam se acumulando nas nuvens, antes de se transformarem em raio - houvesse caído no fio, ele não teria vivido para contar a história. Tempos depois, o físico russo Georg Richmann, ao tentar repetir o feito, morreu eletrocutado.
Com o pára-raios, boa parte dos transtornos ocasionados por relâmpagos puderam ser evitados. Hoje, casas e edifícios são protegidos por eles. Prédios mais baixos e de áreas pequenas precisam de um único pára-raios. Já edifícios de dez andares para cima costumam ter mais de um. Deles saem cabos condutores de eletricidade que correm por fora da estrutura e descem para o solo.
Em busca de maior proteção, no início deste século, foram introduzidos pára-raios que tinham na ponta uma cápsula radioativa, feita de amerício, um ele-mento químico. Uma pequena abertura na cápsula permite que a radiação escape, atraindo os raios. Mas, por causa da radioatividade, acabaram proibidos no mundo inteiro. Em São Paulo, 30% dos edifícios ainda o utilizam. O prazo estabelecido por uma lei municipal para a retirada final desses equipamentos é abril do ano que vem.
Outra forma de proteção foi inventada no século XIX, pelo físico inglês Michael Faraday (1791-1867). Ele descobriu que um dispositivo com paredes de metal, como uma gaiola, atuava como blindagem contra as descargas elétricas que vinham de fora, protegendo seu interior. Por esse princípio, um carro com chapas de aço ou um avião funcionam como o equipamento que levou seu nome: gaiola de Faraday.
É possível, hoje, aproveitar as ferragens do concreto armado dos edifícios, se elas estiverem bem amarradas entre si. "Se conectarmos a essas ferragens pequenas hastes na cobertura do edifício, elas também vão funcionar como uma gaiola de Faraday", explica o engenheiro eletricista Duílio Moreira Leite, pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo. Isso é recente no Brasil e existem poucos prédios construídos assim. E não oferecem perigo pois, se um raio atingir as hastes, a corrente elétrica se confina às ferragens e vai diretamente para o solo.
Mas uma tarefa complicada para arquitetos e engenheiros é descobrir proteções eficazes e também estéticas. Por isso, os engenheiros bolaram pequenas cercas de metal que dão a volta no teto das construções, com hastes pequenas em cada canto. Elas não prejudicam a harmonia dos edifícios.

Notáveis e demolidores
Desde o século XIV, a história registra transtornos, muitas vezes trágicos, por causa dos relâmpagos. Veja como aconteceram alguns desses casos

A saga de Sullivan
Talvez ninguém tenha sido tão perseguido pelos raios quanto o azarado Roy Sullivan, guarda-florestal no estado americano da Virgínia. Ele foi atingido sete vezes. Na primeira, em 1942, ele perdeu a unha de um dedão do pé. Em 1969, 1970, 1972 e 1973 escapou com queimaduras leves. Em 1976, feriu o tornozelo. Em 1977, ficou com o peito e a barriga queimados. Agüentou todo esse tranco, mas acabou se suicidando em 1983.

O céu contra Veneza
A belíssima Basílica de São Marcos, na Praça São Marcos, na cidade italiana de Veneza, foi assolada, em quatro séculos, por nove demolidores raios. A história começou em 1388, e o mais grave acidente ocorreu no início do século XVI. No lugar da igreja restaram apenas ruínas. Depois de reconstruída ainda sofreu atentados do céu. O último foi em 1762. Com a ajuda de um pára-raios, inventado alguns anos antes, o perigo foi afastado.

Mistério na Flórida
Estado americano mais atingido por relâmpagos, a Flórida nunca viu uma tempestade como a de março de 1993. Chegou de surpresa e deu um baile na rede que monitora o território dos Estados Unidos, despejando cerca de 5 000 raios por hora durante um dia inteiro. E então se foi. Tão rápido quanto havia chegado. Até agora, os cientistas não conseguiram explicar a causa de tão longa tormenta, que se desfez levada pelos ventos.

Praga da torcida
O ano de 1983 ficou registrado como um dos piores na história da Sociedade Esportiva Palmeiras - atual campeão de futebol paulista e brasileiro. Não apenas pelo péssimo futebol jogado pelo time. Em setembro daquele ano, um raio atingiu o estádio do Parque Antártica, em São Paulo, durante um treino, quase matando o meia-direita Carlos Alberto Borges - que sofreu uma parada cardíaca - e derrubando técnico e jogadores. A torcida não lamentou.

Proteja-se, que os raios vêm aí

Se você for surpreendido por relâmpagos durante uma tempestade ou mesmo antes de a chuva chegar (isso mesmo, eles também caem
antes dos temporais), acautele-se

Fora de casa
- Evite contato com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas telefônicas, de energia elétrica ou estruturas metálicas.
- Afaste-se de tratores e máquinas agrícolas, motocicletas, bicicletas e carroças; se estiver num carro com chapas metálicas, fique dentro dele com as janelas fechadas.
- Afaste-se de campos abertos, pastos, campos de futebol, piscinas, lagos, praias, árvores isoladas, postes e lugares altos.

Dentro de casa
- Evite tomar banho, usar chuveiro ou torneira elétrica.
- Afaste-se de fogões, geladeiras e canos.
- Evite ligar aparelhos e motores elétricos, pois eles podem queimar.
- Afaste-se de tomadas e não use o telefone.
- Desligue da tomada os aparelhos eletrônicos como som, computador e televisão. Para os aparelhos de televisão existem dispositivos protetores que são instalados nas tomadas e podem ser encontrados nas casas de material elétrico. Fax, computadores e secretárias eletrô-nicas requerem proteção especial. Basta consultar as lojas especializadas em eletroeletrônicos.
- Por fim, agüente firme, pois o sufoco, geralmente, não dura mais de dez minutos.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Os porquês da luta na Bósnia - Geopolítica


OS PORQUÊS DA LUTA NA BÓSNIA - Geopolítica



Numa seqüência de quatro mapas, 1 500 anos de História para você entender as razões ancestrais da guerra entre sérvios, croatas e bósnios.


No último mês de junho - após três anos de uma luta que já fez mais de 200 000 mortos -, sérvios e bósnios largaram os fuzis. Pela primeira vez, estão tentando resolver, sem as armas, o mais grave conflito gerado pela dissolução da antiga Iugoslávia, em 1991. Uma mistura explosiva de etnias e religiões, a Iugoslávia havia nascido em 1918, criada pela união de seis repúblicas até então pertencentes ao Império Austro-Húngaro: Macedônia, Bósnia, Sérvia, Croácia, Eslovênia e Montenegro.
O país se manteve coeso, ao longo de sua História, devido ao carisma do presidente Josip Broz Tito, que morreu em 1980. Nove anos depois começou o desmantelamento do bloco socialista no Leste europeu. Movimentos de independência brotaram em vários países desse bloco, e a Iugoslávia, embora não fizesse parte dele, foi atingida pela onda.
Duas de suas repúblicas - a Eslovênia e a Croácia - declararam independência, em 1991. Como resposta, o governo federal mandou invadir a Eslovênia. Não teve sucesso, e foi forçado a aceitar uma trégua. Mas logo em seguida a Sérvia violou o cessar-fogo e atacou a Croácia, a outra república que havia declarado independência, a pretexto de defender a unidade iugoslava.
O pretexto da Sérvia para atacar a Croácia não convenceu e ela passou a ser acusada de tentar expandir seus territórios. A situação ficou ainda pior quando a Sérvia atacou a Bósnia, a mais heterogênea das repúblicas. Sua população é constituída por bósnios, croatas e sérvios. Estes últimos representam um terço do total.
Tamanha divergência entre as etnias cria um clima favorável à luta armada e, se a disputa com a Croácia logo foi resolvida, assegurando a independência a esse país, em 1992, a guerra na Bósnia se intensificou, desde então. E o cessar-fogo, agora, não é garantia de que os combates tenham terminado definitivamente.
As negociações buscam um meio de repartir a Bósnia de acordo com as etnias que vivem dentro de suas fronteiras. Durante a guerra, os sérvios passaram a controlar 75% da Bósnia. Mas as outras parcelas da população não aceitam isso: reclamam o controle de pelo menos 51% do território. Os sérvios ficariam com os 49% restantes.
Para entender melhor a origem de tantos combates - entre povos etnicamente muito próximos, todos eslavos -, é preciso recuar 1 500 anos no tempo. E acompanhar os mapas. Eles mostram quatro momentos decisivos na História daqueles povos, desde os últimos dias do Império Romano até o presente.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Como ele pensa. Como ela pensa - Biologia

COMO ELE PENSA. COMO ELA PENSA - Biologia



Quase nunca se perde. Sabe para onde seguir e como conduzir seus pensamentos para chegar a um objetivo. Assim funciona a cabeça dos homens.


Senhoras, não insistam em brigar com o motorista - seja ele quem for - sobre qual o melhor caminho para se chegar a algum lugar. O cérebro do homem, de acordo com especialistas da área, é comparável a um guia de ruas. Pesquisas realizadas em diversos países demonstram que o sistema nervoso masculino é campeão na chamada percepção espacial. As mulheres, nesse ponto, costumam dar vexame: levam muito mais tempo do que seus companheiros para localizar um ponto qualquer no mapa.
Além disso, hoje os médicos confirmam que os homens são extremamente lógicos. Resolvem qualquer problema com mais desenvoltura do que as mulheres - problema de matemática, fique claro. Provavelmente essa tendência à lógica, marcante nos mecanismos do cérebro deles, acaba se expressando em vários momentos do cotidiano. Agir logicamente não é um talento feminino. Esta é a opinião dos cientistas que investigam as diferenças sexuais no cérebro - uma das linhas de pesquisas mais quentes da Neurologia, empenhada em provar que homem e mulher nunca vão pensar do mesmo jeito.

COMO ELA PENSA

Escolhe palavras o tempo inteiro e sabe falar muito bem o que lhe passa na mente. Assim funciona a cabeça das mulheres.

Senhores, se precisam de um bom orador para convencer alguém a fazer algo, na verdade os senhores precisam é de uma oradora. O cérebro da mulher, mais do que o do homem, é um gigantesco arquivo de argumentos - e isso é consenso entre cientistas do mundo inteiro que pesquisam a chamada cognição, a capacidade do sistema nervoso de captar informações e ligá-las entre si. Pois, em todos os testes de comunicação verbal, o sexo feminino se sai muito melhor. As mulheres aprendem novas palavras mais depressa do que os homens e, ainda, usam todos os recursos do vocabulário com mais criatividade.
É claro, para persuadir alguém não basta escolher a palavra certa - também é preciso dizê-la no momento certo. Mas essa é outra qualidade feminina: a área do cérebro ligada à percepção visual parece ser ativada frações de segundo mais rápido que no homem, quando um objeto é mostrado ao casal. Daí porque as mulheres percebem logo quando existe um novo enfeite na sala, segundo uma experiência realizada pela Universidade da Califórnia nos Estados Unidos. Enfim, com essa característica elas captam as menores diferenças na expressão de seu interlocutor. Como pistas de que o discurso delas está dando certo ou não.

Há muito, muito tempo, as pessoas se acostumaram a rotular: os homens são assim, as mulheres são assado. Não se referem à evidente discrepância física, mas ao jeito de agir e pensar. Antropólogos, psicólogos, feministas e machistas já se debruçaram bastante sobre o tema, produzindo teorias e mais teorias. Chegou a vez dos estudiosos do sistema nervoso. Há cerca de dez anos, caso alguém perguntasse a um deles se o cérebro masculino era diferente do feminino, a resposta seria curta e seca: o da mulher pesa em média 1,150 quilo, enquanto o do homem chega a 1,400 quilo. Tamanho não é documento de inteligência. Simplesmente os ossos do homem são maiores do que os das mulheres, inclusive os da caixa craniana. O crânio maior, então, daria espaço para um cérebro mais folgado, cuja aparência era idêntica à de seus pares do sexo oposto. Hoje, porém, a velha pergunta provoca polêmica. Porque há diversos estudos mostrando que cérebros masculinos e femininos têm mecanismos ligeiramente diferentes.
Por menores que sejam essas diferenças, elas mudam muita coisa em ciência. Pelo menos é o que acreditam pesquisadores sérios da área. "Daqui para frente, não se podem avaliar as habilidades das pessoas para certas tarefas analisando apenas a sua experiência pessoal. É preciso analisar igualmente a predisposição biológica." Quem diz isso, em entrevista a SUPERINTERESSANTE, é a professora Doreen Kimura, da Universidade do Oeste de Ontário, no Canadá. Psicóloga, ela quer ver até que ponto o comportamento está determinado nas células cerebrais. "Em suma, hoje em dia ninguém pode dizer que uma mulher borda muito bem só porque desde menina foi treinada para trabalhos manuais", explica. "Ora, ela borda maravilhosamente também porque tem um cérebro voltado para esse tipo de habilidade."
Pode parecer uma provocação às feministas, mas a idéia é a seguinte: por mais que tenha sido induzido por uma mãe zelosa ou por uma sociedade que admira mocinhas prendadas, esse cérebro já tinha um talento especial para linhas e agulhas - assim como para outras tarefas que exigem a chamada coordenação motora fina, ou seja, uma precisão espetacular dos dedos. "Essa vocação é resultado da ação de certas substâncias no cérebro no início da vida", diz Doreen. "Elas alteram a organização dos neurônios, como são chamadas as células cerebrais, bem antes de a pessoa ouvir os conselhos da mãe ou notar os olhares da aprovação dos outros." Quer dizer, embora o meio em que se vive seja importante, sua influência é posterior.
Doreen coleciona testes que mostram as diferenças nas habilidades de homens e mulheres. Embora, neles, sempre existam exceções, como homens que dariam excelentes bordadeiros, sem que isso signifique que sejam homossexuais. É bem verdade que esses exames citados pela psicóloga não provam por si a tendência biológica a desenvolver habilidades. "São apenas um indicador", reconhece.
Segundo ela, o importante é que os voluntários tinham a mesma média de QI. "Não queremos discutir a inteligência dos dois sexos, mas a forma como homens e mulheres aproveitam a sua inteligência", enfatiza. E eles tendem a não fazer isso da mesma maneira. Os sinais de disparidade aparecem cedo.
Um estudo feito pela equipe de Doreen no Canadá mostra que garotos de 3 anos são melhores em atirar bolas no alvo do que garotinhas da mesma idade - e, como indicam aqueles testes reunidos pela pesquisadora, acertar em alvos é um dos talentos predominantemente masculinos. É o caso de perguntar: como será que os garotos podem ser mais talentosos, se meninos e meninas possuem basicamente a mesma bagagem genética? A única exceção, de fato, é um cromossomo entre os 46 que se encontram dentro de cada uma das células do organismo. Mulheres têm um cromossomo X no lugar em que os homens têm um cromossomo Y. Este cromossomo não se manifesta até a décima semana de vida fetal. Portanto, nesse período das dez primeiras semanas, qualquer feto se desenvolve no sentido de formar um corpo de menina. Então, a entrada em cena do cromossomo Y induz o aparecimento dos testículos e estes, uma vez prontos, produzem o hormônio sexual masculino chamado testosterona. Esta substância é responsável pelas características típicas do homem, como a barba do adulto. E recentemente os cientistas passaram a desconfiar de que ela estimula o cérebro a ativar mais os neurônios de determinadas áreas do que de outras. O que, de seu lado, tornaria a pessoa mais apta a certas tarefas do que a outras. A desigualdade de ativação corresponderia a uma desigualdade de comportamento, entre machos e fêmeas. É uma teoria.
As fêmeas de todos os mamíferos, incluindo, claro, as do homem, também possuem hormônio sexual masculino em seu organismo, mas em doses ínfimas. Mesmo assim, em quantidades minúsculas, ele afetaria a ativação dos neurônios no cérebro feminino - só que, talvez, de uma maneira inversa à de seu sexo oposto. A questão é que os cientistas não podem realizar experiências precisas para analisar a ação da testosterona no cérebro humano. Para isso teriam de injetar a substância ou dar um jeito de privar o organismo de sua presença - e tanto uma coisa quanto a outra teriam conseqüências desastrosas.
Por essa razão, um grande número de estudos utiliza cobaias. Um dos pioneiros foi realizado pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, há quatro anos. Os pesquisadores castraram ratos machos, instantes depois do nascimento. E, assim, notaram que o comportamento de montar na fêmea, como fazem no acasalamento, tornou-se raro. Em compensação, os ratinhos castrados apresentaram sinais de lordose, como se chama um arquear exagerado da coluna vertebral. Ora, nos ratos, esse é um problema típico das fêmeas, que arrebitam o bumbum para atrair parceiros. Conclusão: a ausência do hormônio induziu o cérebro a alterar o comportamento sexual. Com as fêmeas, não foi diferente. Ao receberem injeções do hormônio sexual masculino passaram a trepar no corpo das companheiras, como fazem os machos que buscam o acasalamento.
A área do cérebro que governa o comportamento sexual é o hipotálamo - uma estrutura escurecida e estreita, na base da massa cinzenta. Há três anos, em 1991, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que determinada área do hipotálamo dos ratos machos é maior do que nas fêmeas. E essa diferença de tamanho, provaram os americanos, é causada pela testosterona que circula no cérebro do animal recém-nascido. No final do ano passado, a mesma equipe divulgou que no cérebro humano existe uma diferença semelhante entre homens e mulheres - só não sabem, por enquanto, se ela também aparece nos primeiros dias após o parto, motivada pelo hormônio sexual.
Os hormônios sexuais não influen-ciam só o comportamento de reprodução", conta o neurologista Esper Cavalheiro, da Escola Paulista de Medicina. "Eles têm a ver com a maioria dos comportamentos em que homem e mulher diferem." O curioso é que, em termos de cérebro, o hormônio sexual testosterona parece só ter efeito em um período crítico, entre a fase fetal e os primeiros dias de vida. A falta ou o excesso dessa substância, passado esse tempo, muda as características físicas, mas não altera o comportamento das cobaias. Com os seres humanos ninguém sabe até onde vai essa influência. Pelo sim, pelo não, vários pesquisadores estão medindo o nível de hormônios masculinos dos voluntários antes de submetê-los a testes psicológicos, em que devem resolver diversos tipos de problemas. A canadense Doreen Kimura faz isso: analisa a dosagem da testosterona presente na saliva dos participantes dos testes. Não são apenas os hormônios sexuais, porém, que entram na jogada cerebral. Há indícios, por exemplo, de que os homens são de fato mais durões do que as mulheres - e a causa, no caso, não estaria na substância secretada por seus testículos, ou seja, em um hormônio sexual. Porque os cientistas descobriram que o hormônio prolactina - não-sexual - ajuda o cérebro a provocar o estado do choro. E esse hormônio, fabricado no próprio sistema nervoso, é mais presente no organismo das mulheres. Faz sentido. Ele participa diretamente da produção de leite, no período de amamentação do bebê. Daí que as mulheres teriam, biologicamente, uma propensão maior a cair no berreiro. Se depender do ânimo dos cientistas, não vão faltar diferenças - algumas que nada têm a ver com o cérebro em si - tornando os sexos cada vez mais opostos.
Uma coisa se pode afirmar com segurança: muitas diferenciações de comportamento estão marcadas de fato no sistema nervoso. Como surgiram é outra conversa, tão fascinante quanto incerta. Imagina-se que as diferenciações tenham se originado por causa de vantagens, do ponto de vista da evolução das espécies. Talvez as especializações do sistema nervoso feminino e masculino tenham surgido por causa da divisão de trabalho que existia nas sociedades primitivas. O homem, então, teria desenvolvido a capacidade de se localizar no espaço, porque uma boa noção de geografia era essencial em suas saídas para a caça. A mulher, por sua vez, teria necessidade de aprimorar a percepção visual, para notar eventuais ameaça à segurança dos filhos, enquanto o companheiro estava ausente. São divagações que os cientistas fazem, sem que no entanto possam garantir que essa ou aquela seja a origem das diferenças que constatam em seus laboratórios.

Os doze destaques dele

Estatura
Ele é, em média, 15 centímetros mais alto do que a mulher

Força física
40% de seu peso são músculos, enquanto na mulher a massa muscular não chega a representar 23% dos quilos apontados pela balança

Câncer de pele
Para cada três homens com a doença, há apenas uma mulher na mesma situação

Loucura
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 58% dos pacientes de instituições mentais são do sexo masculino

Sentir frio
Ele é mais friorento, apesar de a mulher levar essa fama

Narcisismo
68% dos homens gostam de se ver nus, enquanto apenas 22% das mulheres aprovam a imagem do próprio corpo sem roupas

Apetite
Ele é responsável por 61% do consumo mundial de fastfood e, em média, bebe duas vezes mais refrigerantes do que a mulher

Acidentes de carro
Duas em cada três trombadas graves, de acordo com a OMS, são provocadas por um homem no volante

Tabagismo
Ele consome cerca de meio maço de cigarro a mais por dia do que a mulher fumante. Além disso, existem 20% de fumantes a mais no sexo masculino

Problemas de aprendizagem
Dez em cada 100 garotos têm dificuldade para aprender a ler, contra só 3% das meninas

Dor nas costas
Ele representa 69% dos pacientes em tratamento de coluna

Alcoolismo
Ele consome 40% mais álcool do que a mulher e tem o dobro de chance de se tornar alcoólatra


Reações opostas

Será que a dosagem dos hormônios sexuais influenciaria na noção de espaço de uma pessoa? Os médicos passaram a ter essa suspeita ainda no início dos anos 70. Eles notaram que garotas com uma doença congênita - a chamada hiperplasia adrenal - tinham muito mais percepção espacial do que meninas saudáveis da mesma idade. Detalhe: no organismo dessas pacientes havia níveis terrivelmente elevados do hormônio sexual masculino. Daí surgiu a idéia de que quanto maior o volume da substância típica dos homens, melhor a habilidade da pessoa para lidar com espaços. Hoje se sabe que as coisas não funcionam bem assim.
De fato, há uma relação entre esse hormônio e a capacidade de uma pessoa se localizar e situar objetos em determinado espaço. No entanto, nem sempre ter mais hormônio sexual é uma vantagem - tudo vai depender do sexo, como mostrou uma experiência recente, realizada pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Foram selecionadas pessoas com níveis normais de hormônio sexual masculino. Mas, dentro dessa faixa de normalidade, as minínas diferenças hormonais correspondiam a diferenças na percepção espacial, analisada em testes psicológicos. E, no caso, dosagem acima da média no homem tem o efeito inverso de hormônio acima da média na mulher. Isso prova que seus cérebros são tão diferentes que reagem de modo diverso a uma mesmíssima substância.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O retrato do passado - Antropologia

O RETRATO DO PASSADO - Antropologia



Um crânio de 3 milhões de anos comprova a existência do Australopithecus afarensis, o mais antigo ancestral da humanidade. Ficou provado que os machos eram bem maiores que as fêmeas. Essa diferença de tamanhos sugere que eram polígamos, como os gorilas - senhores de um bando de fêmeas bem menores do que eles.



Há 4 milhões de anos, a humanidade não existia. Mas uma criatura, pelo menos, trazia nos ossos aquela que seria a marca registrada do Homo sapiens, nós mesmos. O Australopithecus afarensis- nome daquela criatura - tinha um cérebro mi-núsculo. Mas andava de pé como nenhum macaco seria capaz de fazer. E os humanos fariam melhor num futuro distante. O primeiro fóssil de Australopithecus afarensis, desenterrado há 20 anos, na Etiópia, no norte da África, era uma fêmea, recebeu o apelido de Lucy. Mas faltava o crânio de um macho para que a espécie ficasse completa. Este ano, dois pesquisadores americanos anunciaram o achado: o mais completo crânio de um afarensis, já batizado "o filho de Lucy" porque seu dono foi do sexo masculino. Embora bem mais alto que sua "mãe" - 200 000 anos mais velha -, ele tinha os ossos iguais aos dela. E ambos certamente pertenceram à mesma espécie.
Lucy nasceu, cresceu e teve filhos numa paisagem de fronteira, entre a floresta tropical africana e a savana de grama rasteira, arbustos e umas poucas árvores. Aí, onde é hoje a Etiópia, seu esqueleto permaneceu durante quase 4 milhões de anos, absorvendo minerais do solo até virar pedra. Assim foi encontrado, em 1974, pelo antropólogo americano Donald Johanson, atualmente no Instituto das Origens Humanas, na cidade de Berkeley, Califórnia, nos Estados Unidos.
Johanson já era um cientista respei-tado, mas daí para a frente tornou-se uma celebridade. Apareceu na capa e na primeira página das principais publicações do mundo como autor de um dos maiores achados do século, no campo da Antropologia. O motivo é que Lucy era a mais antiga ancestral do homem encontrada até aquela data.
Mas havia, ainda, um outro motivo, talvez mais importante. Ela provou, pela primeira vez, que o cérebro grande não foi essencial ao aparecimento do homem. Um duro golpe pa-ra o orgulho do mais inteligente dos animais. Mas não havia contestação. Lucy tinha um volume craniano de míseros 500 centímetros cúbicos. Pouco mais de um terço do volume craniano de um homem moderno, que chega a 1 300 centí-metros cúbicos.
De resto, Lucy tinha 1,05 metro de altura, e passaria facilmente por um chimpanzé. Johanson mesmo, com toda a experiência que tinha, mais tarde confessou seu engano. "O primeiro osso que eu vi foi o do braço. E achei que pertencia a uma macaca." O fato é que não era, com toda a certeza. Porque Lucy sabia andar de pé, e muito bem - a estrutura de seus ossos, dos quadris para baixo, tinha a forma correta para sustentá-la em posição ereta. E foi esse jeito de andar - sem qualquer ajuda da inteligência - que transformou o afarensis num novo modelo de animal. Gerou um grande tronco que, mais tarde, abriu-se em diversas ramificações.
Os novos ramos eram variações sobre o mesmo tema: outras espécies do gênero Australopithecus que também tinham cérebros pequenos e também andavam de pé. Enfim, mais de 1 milhão de anos depois de o último afarensis desaparecer do planeta, surgiram os primeiros humanos.
E foi somente nessas criaturas que o cérebro começou a se ampliar. Mais ou menos como um subproduto de mudanças anteriores, em partes supostamente menos nobres do cor-- po de Lucy. Metade macaca, metade humana, ela não era tão ágil quanto o homem seria no futuro. Mas é provável que nenhum outro animal, antes dela, tenha tido o mesmo tipo de habilidade na locomoção.
O paleoantropólogo americano Wil-liam Kimbel, do Instituto das Origens Humanas, expli-cou a SUPERINTERESSANTE que -o povo de Lucy pode não ter sido o primeiro a ficar de pé. "Talvez tenha havido outras espécies, antes do Australopithecus afa-rensis." Mas, por enquanto, ele é o pioneiro e não há outro candidato à vista. Mesmo que houvesse, não seria a maior preocupação de Kimbel, que nos últimos anos esteve ocupado em descobrir que espécie de animal era realmente o afarensis. Kimbel já havia ajudado Johanson a coletar os restos de Lucy, na Etiópia. E este ano os dois anunciaram a descoberta de um novo crânio e uma montanha de outros ossos.
Com esse material à mão, eles começaram a reconstituir a história do afarensis. Decifrar ossos é a principal atividade dos paleoantropólogos, e eles certamente sabem o que fazer. Analisam minúcias de cada peça do esqueleto humano, assim como dos animais de anatomia próxima à nossa, como a dos macacos. Também sabem distinguir, só de olhar, se um osso pertence a um jovem ou um adulto, a uma fêmea ou a um macho.
Apesar disso, e sem querer fazer tro-cadilho, os paleoantropólogos às vezes encontram um osso duro de roer. Foi o que aconteceu com o afarensis, cuja anatomia era extremamente irregular. De acordo com a ciência dos ossos, os machos dessa espécie eram bem maiores do que as fêmeas. E numa proporção que muitos pesquisadores tiveram receio de aceitar, ou se recusaram a admitir.
Imagine um casal humano em que o homem tivesse 2,10 metros e a mulher 1,50. Não é impossível, mas é raro: a média atual de diferença de altura gira em torno de 15%, algo como uma mulher de 1,50 metro e um homem de 1,80. Nos mais antigos ancestrais do homem, em vez disso, a média se aproximava dos 40%. Estima-se que as fêmeas tivessem pouco mais de 1 metro de altura, e os machos, por volta de 1,40.
Os críticos acharam demais. Imaginaram que houvesse uma grande confusão de ossos, e a própria existência do afarensis foi posta em xeque: os fósseis reunidos com esse nome podiam muito bem ser partes dispersas de vários animais. Estava armado o dilema, já que seria impossível discutir a evolução de uma criatura indefinida - sobre a qual nada se podia dizer de concreto, ou confiável.
Duas décadas após a descoberta de Lucy, os céticos finalmente tiveram de entregar os pontos. O Australopithecus afarensis realmente possuiu uma anatomia disforme. E não apenas ele, pois a diferença de altura entre os sexos aparece em outras espécies do gênero Australopithecus. A desigualdade cai apenas nas espécies humanas: o Homo habilis, o Homo erectus e, afinal, o Homo sapiens, a nossa espécie.
Só se pôde esclarecer tudo isso graças ao crânio recém-encontrado na Etiópia. O raciocínio é simples: ele é semelhante ao de Lucy em todos os aspectos. Logo, pertence à mesma espécie que ela. Ao mesmo tempo, seu dono era um típico macho afarensis. Ou seja, era bastante alto, enquanto Lucy era baixa.
Foi decisivo nessa disputa o trabalho do zoólogo inglês Bernard Wood, da Universidade de Liverpool. Ele notou que o maxilar dos macacos machos é um pouco mais espesso que o das fêmeas. E sugeriu que essa variação fosse usada para classificar fósseis, além de macacos. Wood estava mais certo do que pensava: o maxilar foi a peça chave na hora de classificar o crânio do Australopithecus afarensis como de um macho.
A confiança que ganharam com essa prova animou os paleoantropólogos a partir para o ataque. Eles agora começam a pensar nos efeitos da diferença entre os sexos. De que maneira ela poderia afetar o dia-a-dia de uma espécie? Não há resposta pronta para essa pergunta. Mas existe uma pista instigante: de que a diferença de altura entre os machos e as fêmeas esteja ligada à forma de acasalamento.
Quem duvida, po-de checar com os macacos. Eles geralmente seguem uma regra simples: se existe uma grande diferença de tamanho entre os sexos, os macacos são polígamos. Um único macho fecunda todas as fêmeas do seu bando. Quando a diferença é bem pequena, machos e fêmeas se acasalam em duplas, no melhor estilo Adão e Eva. Nesse caso, o Australopithecus afarensis e os outros australopitecos seriam polígamos. Existe mesmo a tentação de aplicar essa regra aos primeiros homens. Obviamente, o que vale para um macaco não tem de valer para o homem. Ainda que seja um homem de 1 milhão de anos atrás, desprovido de civilização ou cultura.
Mas é bom lembrar que, nesse está-gio da evolução, o homem enfrentava as leis da natureza com muito menos pre-paro do que hoje. Por isso, tendia a responder aos desafios mais ou menos da mesma forma que os macacos, seus mais próximos parentes. Muitos bió-- logos, geneticistas e ecologistas acreditam que vale a pena seguir aquela pis-- ta. Estão estudando centenas de ban-dos de macacos do mundo inteiro. Para chegar ao homem, portanto, o primeiro passo é verificar como a regra de acasa-lamento funciona entre os símios.
O gorila macho é um extremo. Absurdamente maior do que a fêmea - numa proporção que pode chegar a 160 quilos, contra apenas 90, ou a 1,70 metro contra 1,20de altura -, ele vive como um sultão. Fecunda todas as fêmeas de um bando no qual todas as crias têm o mesmo pai. Os jovens machos logo saem para formar seu próprio bando; às vezes ficam, mas não têm acesso às fêmeas. No extremo oposto se encontram os gibões, pequenos macacos de 5 a 10 quilos, conforme a espécie - em nenhuma da quais se nota diferença marcante de altura das fêmeas com relação aos machos. E os gibões, ao contrário dos gorilas, adotam a monogamia. Acasalam-se aos pares.
Assim, se essa regra fosse aplicada ao Australopithecus afarensis, ele seria polígamo, como o gorila. Puro palpite? Nem tanto, diz o americano William Kimbel. Ele concorda que esse tipo de análise é quase uma adivinhação. Como tatear os fatos com os olhos vendados. "Mas, em princípio, está correta. Só não se pode esquecer que ela dá uma idéia geral sobre o que pode ocorrer. Não mais que isso."
Antes de mais nada porque, entre a poligamia e a monogamia puras, machos e fêmeas relacionam-se de muitas maneiras possíveis. Vejam-se os chimpanzés. Entre eles, os sexos são mais ou menos iguais (com uns 20% de diferença na altura a favor dos machos). Apesar disso, não são monógamos. Apostam numa coluna do meio: um sistema de acasalamento coletivo, em que vá-rias fêmeas copulam com diversos machos. Sem problema.
Nos bandos de chimpanzés, compostos por até 100 animais, às vezes surgem turmas de machos. Cinco ou seis indivíduos se associam por alguns dias, ou algumas semanas, para caçar, pegar frutas ou enfrentar outros chimpanzés nas querelas da tribo. E também copulam juntos, mais ou menos com as mesmas fêmeas. Chega a lembrar as comunidades que os hippies tentaram, sem sucesso, implantar, nos anos 60 e 70.
E mesmo entre os chimpanzés essa idéia não funciona muito bem. Porque todo bando tem um líder, e ele quase sempre estraga a festa. Se tiver disposição, consegue impor sua inclinação por qualquer fêmea, contra o protesto de qualquer macho. Feitas todas as contas, o líder torna-se pai da maior parte das crias. Mas nunca de todas, como acontece com o sultão gorila.
Para encurtar a história, entre o gorila e o chimpanzé, há bastante espaço onde encaixar o Australopithecus afarensis, diz Kimbel. Difícil é saber em que nível - entre o harém total e o livre sexo grupal. Para isso seria preciso descobrir até que ponto os Australopithecos afarensis machos eram mais altos que as fêmeas. "O grau de diferença em altura determina o nível de poligamia da espécie", explica Kimbel. Ele mesmo não corre riscos. "Meu único palpite é que os afarensis colocam-se entre o gorila e o chimpanzé."
Este não é o fim da história. Resta o Homo sapiens, e aí existe o peso da inteligência e da cultura. Costumes, tradições, hábitos: parece impossível estimar o peso de tudo isso sobre a preferência dos primeiros homens, em matéria de acasalamento.
Um fato curioso é que a maior parte da atual população humana é monogâmica. E também as primeiras populações eram monogâmicas, a julgar pela diferença de tamanho entre os sexos. Mas grande parte dos povos mais antigos do planeta são polígamos. Os árabes são um exemplo, mas há muitos outros, até mais antigos, na África, na Ásia e na América.
Em uma lista dos 250 povos mais importantes, estudados no início do século, 193 adotavam a poligamia. Pesquisas recentes registram que, em muitos deles, a diferença de altura do homem para a mulher é maior que a mesma diferença nas sociedades monogâmicas. Sinal de que a regra do acasalamento deixou marca nas sociedades humanas. As diferenças não passam de des-vios estatísticos na média de cada povo. Mas não podem ser desprezadas.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Depois do Quark Top. Para onde vai a Física ? - Física

DEPOIS DO QUARK TOP. PARA ONDE VAI A FÍSICA? - Física



Numa fantástica trombada subatômica dentro de um acelerador de laboratório, despontou o que todos procuravam: o quark top, a última das partículas fundamentais da matéria. O desafio foi vencido. E agora?


Quase vinte anos de teimosia valeram a pena. Os físicos esbarraram, enfim, no tão procurado quark top - última das seis partículas fundamentais que constituem toda matéria. Dessa família de seis, duas são os "tijolos" básicos de tudo o que nos cerca hoje: o up e o down. A Lua, uma caneta, um fio de cabelo - tudo é formado por esses dois quarks. Achá-los já não foi nada fácil. Outros três também já tinham sido descobertos. Problema maior foi encontrar o top, o último que faltava. É que o top não existe mais por aí. Ele apareceu e sumiu logo no início da formação do Uni-verso. Hoje, só foi possível recriá-lo em um superpotente acelerador de partículas. Iden-tificá-lo era um desafio e uma necessidade. Sem isso, tudo o que se ima-gina sobre a construção do Universo estaria em xeque. Pois bem: achou-se o top. O que mais há para se descobrir?

Pronto! Achou-se o top. E então? A Física já fez o que tinha de fazer?
Em 1897, a mesma pergunta foi feita, quando o inglês Joseph John Thomson anunciou que todo tipo de matéria continha componentes muito leves que ele batizou de "corpúsculos". Eram os elétrons. Acreditando que seriam estas as porções mínimas da matéria, o mundo supôs que a Física tinha chegado a seu ponto final.
Ilusão. A primeira metade do século XX traria novas surpresas, como a descoberta da antimatéria - partículas idênticas ao elétron e ao próton, só que com carga elétrica inversa. Quer dizer: enquanto o próton tem carga positiva (+ 1), seu correspondente antipróton tem carga negativa (- 1). O mesmo acontece com o elétron, que tem carga (- 1), e seu oposto, o pósitron, de carga (+ 1).
Na década de 50, foram construídos os primeiros aceleradores de partículas. Promovendo trombadas e espatifando elétrons e prótons contra sua respectiva antimatéria, os físicos co-meçaram a descobrir coisas novas. Por fim, no início dos anos 60, o americano Murray Gell-Mann propôs uma nova teoria: toda partícula é construída de "tijolos" básicos chamados quarks. Gell-Mann ganhou o Prêmio Nobel de 1969 pela idéia e a Ciência mergulhava mais e mais no mundo subatômico.
Atrás de uma teoria sempre corre uma experiência. Vieram aceleradores de partículas cada vez mais potentes. Produzindo choques cada vez mais bombásticos, eles se transformaram em "maternidades de quarks".
Foi de uma delas, o Fermilab (abreviatura em inglês para Laboratório Nacional do Acelerador Fermi), nos Estados Unidos, que, no final de abril, veio a grande notícia do ano - talvez da década. Uma equipe de 440 físicos e engenheiros de 36 institui- ções de pesquisa do mundo todo "viu", nas intrincadas imagens das telas dos computadores, não um, mas uma dúzia de exemplares de quark top.
O top era a única partícula ligada à matéria que faltava ser descoberta pa--ra confirmar o chamado Modelo Padrão. "Isso quer dizer que, se as partículas observadas forem mesmo quarks top - e tudo indica que são - o que hoje imaginamos sobre a construção do Universo está correto", comenta o físico Carlos Escobar, da Universidade de São Paulo (USP). O tal Modelo Padrão é, na verdade, um comple-xo de equações matemáticas que tenta explicar como interagem todos os ti-pos de matéria e de forças conhecidas. É o mapa que os físicos seguem na maior caçada científica da História - a busca de uma única teoria que expli-que o funcionamento do Cosmo.
O Modelo Padrão garante, entre outras coisas, que toda a matéria comum, a que conhecemos, tem como base apenas dois minúsculos blocos: os quarks up (para cima) e down (para baixo). É isso mesmo: no fantástico nível subatômico, não existe nenhuma diferença entre você, um dinossauro, esta folha de papel, esta manchinha de tinta aqui, ou o planeta Plutão. "Tudo é resultado da combinação de quarks", afirma Carlos Escobar.
De quarks, Escobar entende: há dez anos, ele participa de pesquisas do Fermilab. Ao longo desse período, o físico de São Paulo passa pelo menos três meses por ano na sede do Fermilab, em Illinois. Atualmente, ele coordena, aqui no Brasil, a construção de um novo detector a ser usado a partir de meados de 1995, para estudar outro quark, o charm (charmoso). Um detector funciona como um "olho-mágico", que "enxerga" as partículas produzidas dentro do acelerador.
"Enxerga" é modo de dizer. Na verdade, ninguém nunca viu (e muito provavelmente jamais verá) que jeitão tem um quark. Ele é pequeno demais: não passa de 10 -16 centímetros (ou seja, um centímetro dividido por dez quatrilhões). E tem uma vida curtíssima: a maioria se desintegra praticamente no mesmo instante em que é criado. O recém-descoberto top, então, nem se fala - é o maior azougue de todos: não vive mais do que 10-23 segundos (um segundo dividido por 100 sextilhões)! Em seguida, ele começa a se transformar em outras partículas, cada vez mais duradouras.
Mas, o que fazem os detectores no meio dessa mutação infernal? Eles detectam os rastros deixados por esses "filhotes" de quark. A partir daí, os cientistas fazem cálculos estatísticos que permitem saber se o top apareceu ou não. No fim, o que existe é o sinal de que por ali "aconteceu" um quark top.
A identificação do top exigiu um imenso detector da altura de três an-dares e com 5 toneladas de peso, ape-lidado de CDF (não faça mau juízo: CDF, aqui, quer dizer Detector do Colisor do Fermilab). Depois, foi neces-sário provocar um trilhão de colisões entre prótons e antiprótons para localizar os tops - uma dúzia ao todo.
Parece pouco, mas pode ser até demais. Estatísticas do Modelo Padrão prevêem, com bastante exatidão, o número de candidatos que podem surgir de cada colisão. E candidatos em excesso de repente significam problemas. Os próprios descobridores calculam que existe ainda uma chance em quatrocentas de haver algum erro experimental - margem suficiente para a cautela da equipe em anunciar os resultados da pesquisa como "evidências", e não exatamente uma descoberta. Eles esperam, para os próximos meses, a análise de novos dados, coletados também por outra equipe do Fermilab. São mais quatrocentos cientistas que pilotam outro detector em busca do top - o chamado D-zero.
Quark quer dizer... bem, não quer dizer absolutamente nada. O excêntrico nome dado às partículas fundamentais da matéria foi tirado por Gell-Mann de um trecho do romance do irlandês James Joyce (1882-1941), Finnegans Wake. A misteriosa frase "Três quarks para Muster Mark" saiu da literatura para desembestar no meio de supera-celeradores.
Alguns físicos arriscam um palpite: em alemão (Joyce conhecia bem essa língua), quark significa um tipo de queijo branco macio, com uma consistência de flocos. De uma certa maneira, isso passa a idéia de pequenos pedaços formando um todo. Seja lá o que for, a receita dos "três quarks" de James Joyce não serve apenas para "Muster Mark". Segundo a teoria de Gell-Mann, cada próton e nêutron é construído exatamente de três dessas partículas - dois quarks up e um quark down no caso dos prótons, e um up e dois downs para o nêutron.
Bom humor e criatividade não faltam aos físicos. Além do up e do down, a exótica família inclui outros quatro quarks, todos com nomes no mínimo divertidos: os irmãos charm (charmoso) e strange (estranho), e o bottom (fundo), que faz par com o próprio top (topo) (veja quadro abaixo). De todos, o top é o mais difícil, justamente por ser o mais obeso do sexteto. Sozinho, pesa tanto quanto um átomo inteiro de ouro, ou seja, o equivalente a 237 quarks up e down, que constituem toda a matéria existente hoje no Universo.
O físico brasileiro Arthur Maciel, que trabalha atualmente no Fermilab, explica melhor: "O top tem vida muito curta justamente porque, para se manter pesadão, precisa de uma quantidade fantástica de energia, só disponível na natureza nas primeiras frações de segundos do Big Bang". À medida que o Universo foi-se expandindo e resfriando, os quarks foram gradualmente se transformando em outras partículas, cada vez mais estáveis. Até que, quinze bilhões de anos depois do Big Bang, a temperatura do Cosmo só permite a sobrevivência dos quarks up e down. Os outros quatro andam aposentados.
"Por isso, os aceleradores funcionam como verdadeiros túneis do tempo", compara Maciel. "Só nesse ambiente é que conseguimos reproduzir as altíssimas concentrações de energia do início do Universo." O físico é um dos onze brasileiros que, junto com mais 400 cientistas, operam o detector D-zero que também busca o top. "Nossa equipe tem seus próprios top", conta Maciel. De fato, a equipe do D-zero tem nas mãos oito bons candidatos a quarks top. "Mas esperamos alcançar, até meados de 1995, cerca de trinta, para publicar os re-sultados de nossas experiências e confirmar as evidências encontradas pela equipe do acelerador CDF, on--de surgiram os top, em abril".
O Modelo Padrão prevê alguma coisa mais para a matéria: a família dos léptons, que constituem a parte mais leve da matéria (veja quadro). O mais famoso deles é o nosso bem conhecido elétron, descober-to há quase 100 anos por Joseph Thomson. Mas existem outras cinco partículas.
"A teoria afirma que o Universo é simétrico", explica o carioca Gilvan Alves, físico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no Rio de Janeiro. "Por isso, a confirmação do sexto e último quark garante que existem também seis léptons - nem mais nem menos". Gilvan Alves é parceiro, aqui no Brasil, de Arthur Maciel. É ele quem analisa milhares de casos de colisão registrados pelo detector D-zero, lá do Fermilab, "peneirando" os melhores candidatos a quark top.
E depois, para onde vai a Física? "Estamos apenas no começo", garante Gilvan Alves. "Achar o quark top era fundamental para confirmar o Modelo Padrão. Agora, com isso resolvido, podemos seguir em frente, para entender, finalmente, como todas as partículas interagem."
Por que a matéria é como é, formada por quarks e léptons? O que deu a essas partículas massas tão diferentes? E que estranho fenômeno nos primórdios da história do Universo fez com que a matéria predominasse sobre a antimatéria? Eis as novas perguntas que passam a valer a partir de agora, adiando uma vez mais o fim da Física. A própria massa exagerada do top levanta novas suspeitas: será esta realmente a última partícula indivisível da matéria?
Há quem pense que não. Existem já cientistas no próprio Fermilab e em outros aceleradores, como o SLAC (Centro do Acelerador Linear de Stanford), na Califórnia, vasculhando o interior dos quarks e léptons. "A resposta a todas essas questões depende, em boa parte, da construção de aceleradores mais potentes do que os atuais", esclarece Gilvan Alves.
E qual o benefício que o homem tira de toda essa busca, todo esse investimento em ciência pura? De imediato e prático, nenhum. Tudo não passa então de curiosidade? Pode ser. "Quando, em 1900, o inglês Ernest Rutherford bombardeou folhas de ouro com raios alfa e descobriu a estrutura do átomo, com elétrons girando ao redor do núcleo, tudo parecia pura curiosidade", pondera Arthur Maciel. "Mais tarde, porém, o resultado dessa curiosidade mudaria a História."
Sem dúvida. Graças a Rutherford a bomba atômica seria possível. Mas também viriam os aparelhos de ressonância magnética usados em diagnós-ticos médicos. A Física prossegue - o uso que é feito dela depende, como sempre dependeu, menos da ciência e muito mais da política. Mas isso aí é uma outra história.

Para cada quark, existe um lépton. E vice-versa

Os quarks são considerados as partículas fundamentais da matéria porque constituem os prótons e os nêutrons, o núcleo do átomo. Mas, fora do núcleo, existe outra família de partículas - a dos léptons

A família dos quarks
Existem seis. Mas apenas dois, o up e o down, conseguem se manter inteiros na natureza, hoje. Os outros precisam de muito mais energia para sobreviver. Parece esquisito, mas todos eles têm carga elétrica de (- 1/3) ou (+ 2/3)

Up(pra cima)
O menor dos quarks tem um longo tempo de vida. Cada próton possui dois ups e cada nêutron, um

Charm (charmoso)
Só é criado dentro dos aceleradores e tem um tempo de vida brevíssimo: 10 -13 segundos

Top (topo)
O mais obeso dos quarks equivale a 237 quarks up e down. Vive apenas 10 -23 segundos

Down (pra baixo)
É o irmão do up e também parte fundamental da matéria. Cada próton tem um down e cada nêutron, dois

Strange (estranho)
O irmão do charm também não existe mais. Sobrevive muito pouco tempo nos aceleradores

Bottom (fundo)
Pesado demais para sobreviver no Universo de hoje. Nos aceleradores, dura só10 -13segundos


A família dos léptons
O pai-de-todos, o elétron, tem duas versões mais pesadas: o muon e o tau - todos com carga elétrica de (+1) ou (-1). Seus irmãos neutrinos são partículas mais exóticas: não possuem carga elétrica e não se sabe ainda se têm massa

Elétron
Presente em toda matéria comum, é responsável pela eletricidade e pelas reações químicas

Múon
Primo mais pesado do elétron, sobrevive nos aceleradores apenas dois milionésimos de segundo

Tau
O mais pesado de todos os léptons sobrevive por um período de tempo curtíssimo

Elétron neutrino
Possivelmente não tem nenhuma massa. A cada segundo, bilhões dessas partículas atravessam nosso corpo

Múon neutrino
Surge sempre junto com o múon, só nos raios cósmicos ou nos aceleradores de partículas

Tau neutrino
O irmão mais magro do tau ainda não foi descoberto, mas a teoria garante que ele existe

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O Morcego voa na ponta dos dedos - Zoologia

O MORCEGO VOA NA PONTA DOS DEDOS - Zoologia



A evolução deste mamífero transformou em asas o que antes eram mãos. Os dedos se alongaram e, entre eles, uma pele muito fina se formou. Agora é assim. Para alçar vôo, basta abrir bem os braços e depois bater palmas.


Charada: o que o Batman e os verdadeiros morcegos têm realmente em comum? Muita gente talvez saiba que os morcegos são mamíferos, como o herói da história em quadrinhos, mas a semelhança mais importante é bem menos conhecida. É que tanto o Batman como os seus inspiradores têm mãos quase iguais. Os dedos têm a mesma forma, são cinco em cada mão e ficam na mesma posição.
Entre todos os mamíferos, porém, os morcegos são os únicos que voam. E fazem isso com os dedos. Incrivelmente longos, os dedos ganharam uma cobertura de pele que se estica a partir do corpo e das pernas do animal. A explicação para a semelhança é que a ordem dos primatas (à qual pertence o ser humano) é muito próxima na história da evolução animal à dos quirópteros (nome dado à ordem dos morcegos e que significa "mão alada"). Na conformação da mão que vira asa, o único dedo que fica de fora é o polegar, tão curto que quase não se vê. Ele é o único dedo que tem unha, e geralmente é usada para coçar.
Algo parecido aconteceu durante a evolução dos pássaros, segundo o professor de Zoologia dos vertebrados da Universidade de Campinas (Unicamp), Ivan Sazyma. Mas, diferentemente dos pássaros, a habilidade de voar não é adquirida com rapidez. O morcego jovem não é ágil como o adulto.
O problema é que as asas demoram até atingir o tamanho final - por isso, o bicho apanha muito no aprendizado. A primeira tentativa de voar acontece perto da quarta semana de vida. Mas é uma espécie de pastelão aéreo. Desengonçados, os jovens logo se cansam e despencam no chão - e a comédia vira tragédia. Os aprendizes de vôo, ainda sem brevê, são presas boas e fáceis para gambás, cobras e coiotes. Com isso, a maioria não passa nem do primeiro ano de vida. Os sobreviventes, porém, só vão morrer 10 anos depois.
Há mesmo algumas espécies que alcançam os 30 anos - uma longevidade impressionante para um animal tão pequeno. Em algumas espécies, incluída a maioria das que se alimentam de insetos, os morcegos mais jovens possuem apenas 20% da capacidade das asas dos adultos. Segundo os pesquisadores americanos Rick Adams e Scott Pedersen -- que escrevem sobre o assunto na revista americana Natural History -, esse é um dado intrigante. Na idade de quatro semanas o corpo do pequeno morcego já alcança 60% do tamanho de um adulto. É essa desproporção (apenas 20% de asas para 60% de corpo) que deixa os mais novos numa situação precária.
"Não é incomum observar pequenos morcegos com um jeito de fracassados, voltando a pé para seu poleiro, depois de uma tentativa frustrada de voar", contam os dois cientistas. Suas asas só alcançam o tamanho máximo depois de um mês e meio de vida. Elas são formadas por finas e flexíveis membranas, irrigadas de sangue por capilares; são extremamente elásticas e têm uma grande capacidade de cicatrização. Sem isso, um simples ferimento deixaria os animais incapacitados para caçar.
Bons caçadores, eles têm olhos bem abertos. Ao contrário da crença popular, os morcegos não são cegos. Todas as espécies enxergam muito bem. A maior parte delas ainda conta com a ajuda de um sonar, ou ecolocalização. Sons emitidos pelo morcego se refletem em obstáculos: o eco é captado pelo animal que, assim, identifica com mais rapidez o que está a sua volta.
As asas demoram para se formar, mas começam a ser fabricadas antes do nascimento. Ao se concentrarem no crescimento desses mamíferos voadores, Adams e Pedersen encontraram novas informações em uma área que não tinha sido ainda bem estudada: "Nós estamos interessados em descobrir o que transforma um embrião comum de mamífero em um acrobata voador".
Para observar as várias fases e as diferenças na estrutura anatômica dos embriões, eles usaram certos produtos químicos coloridos, que migram para determinados tecidos do organismo e "tingem" as partes internas do corpo. Com isso, obtiveram uma espécie de radiografia do embrião. O azul, por exemplo, combina-se com o açúcar presente nas cartilagens, enquanto o vermelho adere ao cálcio dos ossos. Depois de colorir um embrião morto, limpam o que não foi tingido, usando uma enzima que digere a maior parte do que sobrou de pele, músculos e tecidos.
Nos mamíferos, a maioria dos elementos do esqueleto surgem como modelos em cartilagem, ou precursores da estrutura óssea adulta. À medida que o animal se desenvolve, a cartilagem vai absorvendo sais de cálcio e se transformando lentamente em ossos cada vez maiores, até um ponto em que pára de crescer.
Na maioria dos morcegos, a gestação dura de 50 a 60 dias. Mas já dá para ver desenvolvimentos significativos no esqueleto apenas 35 dias depois da fertilização. Nesse estágio, o modelo cartilaginoso do esqueleto está formado. Por isso mesmo, é possível ver claramente as mãos cartilaginosas com o modelo de cada dedo. A mão tem um terço do tamanho da cabeça, proporção normal na maioria dos mamíferos com a mesma idade. Até aí, nada indica que o embrião vai se transformar em um animal voador.
Somente quando se aproxima dos quarenta dias de gestação é que o feto começa a virar morcego. A partir de então, os dedos crescem a uma velocidade que ultrapassa a do resto do corpo, indicando pela primeira vez a futura formação das asas. Ao fim do segundo mês, os pés já estão quase totalmente desenvolvidos, inclusive com pequenas gar-ras; elas servirão para que o recém-nascido se prenda no pêlo da mãe.
Ainda antes de desmamar, os pequenos morcegos já têm dentes e asas com tamanho suficiente para começar a caçar insetos, voando. Uma semana depois do primeiro vôo, a dieta muda completamente para moscas, besouros e mariposas. Seus dentes já podem mastigar.
O problema é mesmo aprender a voar. As asas crescem em tamanho e conformação toda vez que o animalzinho tenta voar, modificando constantemente sua performance. É como se alguém alterasse toda hora a potência e tamanho de um carro enquanto você estivesse aprendendo a dirigir. Sem dúvida, seria difícil evitar um desastre.
A coisa é ainda mais grave quando se sabe que os jovens morcegos precisam de uma grande quantidade de insetos para alimentar um coração que ultrapassa os 1100 batimentos por minuto, durante um vôo.
Apesar de toda a precariedade para desenvolver a habilidade de voar, mais de 900 espécies de morcegos se reproduzem em todo o planeta, o equiva-lente a cerca de 25% de todas as es-pécies de mamíferos existentes. Batman pode ser um só, mas os bichos de quem ele copiou o visual são incontáveis. E se o herói aprendeu a se esgueirar pela noite na ponta dos edifícios, eles ganharam os céus noturnos na ponta dos dedos.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Yes, nós temos Dinossauros - Paleontologia


YES, NÓS TEMOS DINOSSAUROS - Paleontologia



Eles reinaram em quase todas as regiões do que hoje nós chamamos de Brasil. Pouca gente sabe, mas viveu por aqui há 230 milhões de anos o candidato número um a dinossauro mais antigo do mundo. Era o estauricossauro. E era gaúcho.



Em maio do ano passado, em entrevista na Academia Brasileira de Ciências, o paleontólogo Diógenes de Almeida Campos manifestou uma ponta de inconformismo. Um inconformismo bem brasileiro. Comentando a descoberta do Eoraptor, anunciada quatro meses antes, como o dinossauro mais antigo do mundo, com cerca de 225 milhões de anos, o paleontólogo per-guntou: "E o nosso estauricossauro"?
A pergunta tinha razão de ser. Afinal, o esquecido estauricossauro, de aproximadamente 230 milhões de anos de idade, é mais velho que o Eoraptor. Verdade que a diferença de idade entre os dois, 5 milhões de anos, é uma bagatela de tempo, levando-se em conta os padrões da Paleontologia. Ainda assim, a lembrança de Almeida Campos é justa. Na época do estauricossauro não havia Brasil, nem Portugal, nem índios, mas já que os dinossauros são tão populares por que não falamos de um pro-duto doméstico? O estauricossauro, por exemplo. Ou melhor: o nosso estauricossauro. Ou melhor ainda: esse desconhecido estauricossauro.
Fora da comunidade científica ele é ignorado. Nem seu esqueleto está no Brasil. Para vê-lo é preciso dar uma chegada ao Museu de Zoologia Comparada de Harvard, nos Estados Unidos. Antes de protestar contra o aparente "roubo", porém, os nacionalistas precisam saber que isso era comum algumas décadas atrás. O crânio e os ossos do estauricossauro, encontrados pelo paleontólogo gaúcho Llewellyn Ivor Price, em 1936, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, saíram do país sem ferir nenhuma lei.
Hoje, os fósseis até podem ser levados ao exterior para estudos, mas têm de voltar. "Para isso existe uma lei de proteção aos depósitos fossilíferos", lembra Almeida Campos, chefe do setor de Paleontologia do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério das Minas e Energia, no Rio de Janeiro. O fa-to é que o estauricossauro foi embora e só seria descrito na década de 60, como o Staurikosaurus pricei, um pequeno carnívoro bípede, de 1,20 metro de comprimento, pesando entre 20 e 30 quilos.
O estauricossauro foi apenas um dos muitos dinossauros a andar no chão que, milhões de anos mais tarde, seria batizado de Patropi pelo cantor Jorge Benjor. A região de Uberaba, em Minas Gerais, por exemplo, não é só a capital nacional do gado zebu. É, indiscutivelmente, um dos mais ricos filões de dinossauros do país. Lá está a maioria dos fósseis de titanossauros - herbívoros quadrúpedes de 15 metros de comprimento e 20 toneladas - parentes menores do brontossauro do Hemisfério Norte. Pela enorme quan-tidade de ossos encontrados, os tita-nossauros devem ter sido os reis dos lagartões brasileiros.
Eles viveram também em Sousa, na Paraíba, onde deixaram impressionantes trilhas de pegadas impressas no leito seco do Rio do Peixe. Os rastros revelam, por exemplo, que muitos outros animais estiveram por lá, como os celurossauros, predadores bípedes, que aqui tinham 1,5 metro de altura; os carnossauros, predadores ou comedores de carniça bípedes, de 7 metros de comprimento; e ornitópodes, herbívoros bípedes (ou quadrúpedes, conforme o tipo), que aqui tinham 5 metros de altura.
O Nordeste, aliás, nos reservou uma boa surpresa em forma de crânio. Encontrado na Chapada do Araripe, no Ceará, o crânio foi doado à Universidade de São Paulo por um colecionador. O tal crânio, considerado ouro puro pelos especialistas, está sendo estudado no Museu Americano de História Natural, em Nova York. Já foi descrito como sendo de um dinossauro semelhante ao espinossauro: era bípede, carnívoro e tinha uma corcova bem pronunciada no dorso. Esse dinossauro é típico do norte da África e, lá, tinha 7 metros de altura, 10 metros de comprimento e pesava cerca de 5 toneladas. É o pri-meiro exemplar desse tipo encontra-- do no Brasil.
Mas quem estiver esperando por nomes gloriosos, tipo Espinossauro brasiliensis pode tirar o estauricossauro da chuva. "O animal terá um nome tupi assim como os que forem descritos daqui para a frente", adianta o paleontólogo Diógenes de Almeida Campos, com ar de suspense. Aguardemos então por um Anhangüerassauro ou, quem sabe, um Tupãssauro.
Bichos para receber nomes de índio é o que não falta. Em calçadas da cidade de Araraquara, no Estado de São Paulo, existem pegadas de ornitópodes e celurossauros, os únicos registros de dinossauros brasileiros do Jurássico, período geológico que se estendeu de 208 milhões a 144 milhões de anos atrás. Perto dali, no oeste do Estado, também há vestígios de titanossauros, como em Uberaba. Mas não só deles.
No ano passado, o paleontólogo paulista Reinaldo José Bertini, 41 anos, e professor no campus de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista (UNESP), anunciou ter identificado um abelissauro, carnívoro, primo menor do mais célebre e feroz dos dinossauros, o tiranossauro. Bertini fez a identificação a partir de um dente e um fragmento de maxilar, que haviam sido descobertos em 1988, em Santo Anastácio, a 30 quilômetros de Presidente Prudente.
Até então exclusividade argentina, o abelissauro era mais primitivo e menor que o tiranossauro. Viveu há cerca de 80 milhões de anos, tinha temíveis 5 metros de altura, 7 de comprimento e 5 toneladas. A identificação de Bertini foi um feito, já que os carnossauros eram mais raros por aqui, como também no resto do mundo.
Uma parte dos fósseis descobertos no oeste paulista está na cidade de Monte Alto onde, desde 1992, funciona um museu exemplar, com cerca de 100 ossos de dinossauros encontrados na região. Sem dúvida, é esse o modo certo de divulgar nossos dinossauros. Mas o Museu de Monte Alto é uma exceção. No Departamento Nacional de Produção Mineral, no Rio de Janeiro, há um galpão cheio de ossos - mas vazio de recursos.
"A sociedade brasileira não sabe o que é um Museu de Paleontologia e nem para que serve um fóssil", constata Diógenes de Almeida Campos. Aos 50 anos, 26 dedicados aos répteis, ele é um baiano forte e bem-humorado, que não se incomoda em enfrentar a poeira. Não a poeira da estrada ou das escavações, mas a poeira do galpão do DNPM, que guarda em seus 200 metros quadrados a memória dos lagartões verde-amarelos. Só ali, existem cerca de 70 000 fósseis catalogados de vários bichos, entre eles 80 dinossauros diferentes, basicamente, os titanossauros de Uberaba.
No galpão há ossos imensos. Nem todos com as modestas proporções do nosso estauricossauro, de apenas 1, 20 metro de comprimento. Alguns têm tamanhos impressionantes como duas pélvis de dois titanossauros, cada uma com 1 metro de largura e um fêmur com 1,20 metro de comprimento. Além desses, há colunas vertebrais, dentes, falanges de membros inferiores e superiores e até ovos.
Além de empoeiradas, as preciosidades do DNPM não estão arrumadas, como num museu. Os ossos maiores estão nas mesas e jogados em cima dos armários. O abandono começou no governo Collor, em 1990, quando os três preparadores de fósseis do laboratório foram aposentados. Não houve mais concurso público e, por isso, Almeida Campos está sozinho. Dos sete paleontólogos do DNPM, só ele se ocupa dos dinossauros.
Apesar do quadro pouco animador, ao menos os ossos menores estão classificados e dispostos em gavetas. Todo esse material está aguardando a criação do Museu das Ciências da Terra. Um dia ele vai exibir, como se deve, a imensa coleção dos fósseis brasileiros que o público desconhece. Lugar já tem. É uma ampla casa ao lado do prédio principal da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), no Rio de Janeiro, onde também está o DNPM.
O futuro museu poderá fazer uma boa dupla com o Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price, em Peirópolis, a 20 quilômetros de Uberaba. Ali funcionam um laboratório e um museu com 300 fósseis encontrados na região a partir de 1945, durante obras na Estrada de Ferro Mogiana. Só há um problema: os ossos não formam um esqueleto inteiro, pois falta o crânio. Esse é o sonho dos caçadores de dinossauros brasileiros, uma minúscula categoria que pode ser contada nos dedos de uma mão. Mas o clima desértico que predominou durante quase 100 milhões de anos nesse pedaço do Hemisfério Sul não ajudou a preservação dos crânios, com ossos muito finos e frágeis que se esfacelam com facilidade.
E, sem crânio, é difícil classificar um dinossauro. Mesmo assim, os pesquisadores brasileiros não desistem. Cada fóssil descoberto no Hemisfério Sul, seja de dinossauro ou não, é comemorado pelos cientistas de todo o mundo. É que isso ajuda a entender melhor o Gondwana, o supercontinente que, há 180 milhões de anos, reunia a América do Sul, a África, a Antártida e a Austrália, uma parte do mundo pré-histórico praticamente desconhecida.
Além da escassez de recursos, os pesquisadores têm de enfrentar um inimigo traiçoeiro, o comércio ilegal de fósseis, que está arrasando com a Chapada do Araripe, um dos principais sítios paleontólogicos brasileiros. Fora isso, há muito trabalho a fazer. "Temos fósseis aos montes, muita coisa ainda para ser descoberta e muito material inédito esperando para ser estudado", diz o paleontólogo Bertini. Em sua sala, as paredes foram recobertas por desenhos de tiranossauros, brontossauros e um quadro com o nome Pink Floyd. O conhecido conjunto musical da década de 70, um dos preferidos do pesquisador, não destoa na decoração. É, de certa forma, um dinossauro. Do rock.

Histórias de uma conservação nem tão conservadora assim

Sala de espera
Um fêmurde 1,20 m aguarda entre outros ossos em uma das salas da casa. Espera-se que, um dia, o local se transforme no Museu das Ciências da Terra. Hoje, nada está aberto ao público. Nem organizado

Engavetados
Organizadas, só as gavetas. Vértebras de caudas, falanges de membros superiores e inferiores e arcos hemais (parecidos com estilingues) já estão classificados

Três ovos de ouro
São os únicos no Brasil. Os menores podem ter sido de ceratópsios. O maior, de titanossauro, era usado como bola de bocha, em 1945, por operários da região de Uberaba

Poeira do tempo
Enquanto se aguarda um lugar adequado para exibir os restos dos lagartões nacionais, muitos ossos permanecem abandonados em cima de armários velhos, cobertos de pó. Alguns foram encontrados em 1947

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Atenção, Tripulação! - Astronomia


ATENÇÃO, TRIPULAÇÃO! - Astronomia



Há vinte anos já se desconfiava: a Terra rodopia no espaço a mais de 2 milhões de quilômetros por hora. A novidade é que agora já sabemos para onde. Nosso destino é o Grande Atrator.



Desde a década de 70, os astrônomos suspeitam que a Terra viaja pelo Cosmo a 2,2 milhões de quilômetros por hora. Agora, eles acabam de descobrir para onde estamos indo. Vamos para o Grande Atrator, que fica atrás da fenomenal concentração de galáxias conhecida como aglomerado de Centauro. Pois assim é: o planeta é arrastado em rodopios pelo espaço. Primeiro, ao redor do Sol. Depois, com todo o sistema solar, em torno da Via Láctea. Esta, por sua vez, tem seu próprio movimento entre outras galáxias vizinhas... e assim por diante, até o Grande Atrator.
Depois de mais de vinte anos de pesquisas, os cientistas podem, enfim, apontar para um ponto na direção do aglomerado de Centauro, a mais de 137 milhões de anos-luz (um ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros) e dizer: "É aqui!". Mesmo sem nada conseguir enxergar naquele local, eles têm certeza de que o próprio aglomerado de Centauro é atraído por um superagrupamento de galáxias maior ainda - este sim, o tão procurado Grande Atrator. "Acreditamos que esse verdadeiro vespeiro de galáxias seja provocado pelo encontro de dois outros imensos grupos alinhados em forma de uma grande parede", afirma o astrofísico Paulo Sérgio Pellegrini, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. "A massa desse incrível ´bolo´ gera uma formidável força de gravidade que atrai as galáxias da região da Via Láctea e até mais além."
Pellegrini faz parte da equipe chefiada por Luiz Nicolaci da Costa, que trabalha no mapeamento do Universo desde 1981. A pesquisa realizada pelos cientistas brasileiros, em colaboração com astrônomos da Argentina, do Chile e da África do Sul, foi fundamental na descoberta das chamadas "muralhas de galáxias" que levaram ao próprio Grande Atrator.
A idéia do Grande Atrator não é exatamente nova. Já na década de 70, desconfiava-se da existência da pode-rosa "draga" cósmica. Em 1986, um grupo de sete pesquisadores - cinco americanos, um inglês e um argentino - começava a desvendar o grande mistério. Os Sete Samurais, como são apelidados os astrônomos, famosos por aceitar e vencer grandes desafios cieníficos, previram que esse enigmático "ímã" deveria estar na direção do aglomerado de Centauro.
Por meio da observação de mais de 400 galáxias e de complexas equações matemáticas, eles calcularam as diversas direções e velocidades em que a Terra viaja. Isso porque o caminho dessa jornada é definido pela força de gravidade de diversos corpos ao nosso redor. O planeta gira em torno do Sol, que está preso a um dos braços da galáxia. A Via Láctea, por sua vez, faz parte de um grupo de cerca de trinta galáxias, que corre em direção ao aglomerado de Virgem. Calculando tudo, os cientistas concluíram que a viagem vai até mais além, numa região intermediária entre Centauro e Virgem.
"Pode-se comparar essa dança de forças à correnteza de um rio", diz Pellegrini. "Em alguns pontos, a água acelera em turbilhão entre as pedras; às vezes, ela flui vagarosamente junto à margem, para, mais adiante, entrar em redemoinho. Mas, no final, o destino é um só: o mar." Na escala cósmica, o Grande Atrator funciona justamente como um oceano, para onde as galáxias escorrem.
Os Sete Samurais descobriram, então, que a Terra avança através do espaço a estonteantes 2,2 milhões de quilômetros por hora. Ou seja, algo em torno de 5 000 vezes mais que a velocidade a que chegam os carros de corrida da Fórmula Indy, ou até cinqüenta vezes mais que os foguetes, que viajam a 40 000 quilômetros por hora. Alerta geral para a tripulação: parece que temos uma trombada astronômica pela frente. Mas não há motivo para pânico. Primeiro, porque existe uma boa chance de apenas "tirarmos uma fina" do ninho de galáxias. E segundo porque, mesmo que a Terra não resista a essa atração fatal, um eventual encontro com o Grande Atrator não deve acontecer antes de 130 quintilhões de anos.
Os Samurais previram a localização aproximada desse misterioso ímã, mas, em 1986, não sabiam dizer mais sobre o que ele é, ou como é. Isso porque - para cúmulo do azar - o Grande Atrator está escondido exatamente atrás do chamado disco da Via Láctea, uma região de intensa luminosidade, que prejudica a observação de pontos mais distantes.Por causa do disco, a visibilidade naquela direção é praticamente nula. Os cientistas só podem contar, então, com os satélites que medem a radiação infravermelha e ultravioleta emitida pelos astros. Mas a incógnita não duraria muito. Logo viriam novas informações sobre o complexo celeste que atrai a Terra.
Ainda em meados da década de 80, outra equipe de pesquisadores, liderada por Margareth Geller e John Huchra, do Centro de Astrofísica do Instituto Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, surpreendia o mundo com a descoberta de um objeto até então inimaginável: uma gigantesca parede de galáxias, de 150 milhões de anos-luz de comprimento, na região do aglomerado de Virgem. A primeira reação dos cientistas foi de sutil descrédito.
Mas nem todos duvidaram de cara. Deste lado do mundo, os astrônomos brasileiros e seus colaboradores argentinos, chilenos e sul-africanos continuavam o levantamento do que existe na porção do Universo vista do Hemisfério Sul. E levaram a sério aquela história de muralha. Na verdade, os brasileiros desconfiavam dessas grandes concentrações de galáxias, havia já alguns anos.
Hoje, juntando todos os dados coletados em porções cada vez mais profundas (significa dizer, mais distantes) do Universo, foi marcada a posição de 3 600 galáxias. E - grata surpresa - foram achadas duas grandes paredes que se encontram bem perto do ponto onde os Sete Samurais previam que estaria o Grande Atrator, na região de Centauro. Com a participação dos brasileiros, o mistério começava a ser desvendado.
Mais do que identificar o Grande Atrator, as últimas observações comprovaram o que se acreditava ser absolutamente improvável. A com-binação dos dados levantados nos hemisférios Norte e Sul - mais de 14 000 galáxias numa profundidade de 900 milhões de anos-luz da Terra - mostrou que a estrutura de paredes existe nas duas "metades" do céu. "Isso quer dizer que não há uma única Gran-de Muralha, mas que essas paredes são muito mais comuns do que se pensava", comenta Nicolaci da Costa. "E levanta novas questões para a Cosmologia como, por exemplo, a de que o Universo talvez seja composto de bolhas de vazio rodeadas por paredes de matéria".
Se essa hipótese se comprovar, significa que, em algum momento longínquo do passado do Universo, alguma estranha perturbação começou a dar verdadeiros "nós" de matéria em certos pontos do espaço. Como massa atrai massa, pela força de gravidade, a lógica prevê que isso acabaria mesmo causando o esvaziamento das regiões em torno desses pontos.
Nesse caso, pode-se imaginar o espaço cósmico dividido em casulos, como uma colméia irregular. As paredes de cada casulo constituem as muralhas por onde as galáxias escorregam em direção aos vértices - provavelmente os grandes atratores finais. O problema é que não existe nenhum modelo sobre a formação do Universo que explique o que seriam e como teriam surgido tais perturbações no início do Cosmo.
A descoberta do Grande Atrator não quer dizer, necessariamente, que tenhamos vislumbrado o ponto final dessa corrida maluca. Os astrônomos já estudam a possibilidade de outras paredes de galáxias estarem influindo em todo o movimento. Desse modo, o Grande Atrator criado pela intersecção de duas muralhas deve ser a força predominante nas nossas redondezas - que é tudo o que temos, mais ou menos mapeado.
"Já existem indícios de que outra parede, chamada Perseus-Peixes, na região do céu oposta a Centauro, seja outra fonte de atração a influir em todo esse movimento", conclui Pellegrini. A resposta definitiva a todas essas questões ainda depende de muita observação. Afinal, como diz Margareth Geller, "em termos astronômicos, ainda não conseguimos ver além do jardim da nossa própria casa".

O Universo em cubos

A estrutura do Cosmo pode ser comparada a uma colméia, a um grupo de bolhas de sabão, ou, para ficar fácil de visualizar, a cubos empilhados. Segundo a teoria, as galáxias tendem a se juntar em "paredes" ou "muralhas", que seriam as faces justapostas dos cubos

As faces dos cubos atraem mais e mais galáxias para compor as muralhas. Assim, o interior dos cubos fica cada vez mais vazio e as paredes, cada vez mais densas

As arestas são formadas pelo encontro de paredes. Aí, a concentraçãoa de massa é ainda maior que nas paredes, o que aumenta também a força de gravidade


Finalmente, os vértices - ponto de encontro das arestas dos cubos - são os locais de maior densidade. Portanto, devem ser também os de maior força gravitacional

Um conjunto de bolhas de sabão também é uma boa imagem para o Universo. A única diferença em relação à figura à esqueda é que aqui as paredes e muralhas são arredondadas

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Tenentismo à Paulista - História do Brasil

TENENTISMO À PAULISTA - História do Brasil



Um crânio de 3 milhões de anos comprova a existência do Australopithecus afarensis, o mais antigo ancestral da humanidade. Ficou provado que os machos eram bem maiores que as fêmeas. Essa diferença de tamanhos sugere que eram polígamos, como os gorilas - senhores de um bando de fêmeas bem menores do que eles.

Há 4 milhões de anos, a humanidade não existia. Mas uma criatura, pelo menos, trazia nos ossos aquela que seria a marca registrada do Homo sapiens, nós mesmos. O Australopithecus afarensis- nome daquela criatura - tinha um cérebro mi-núsculo. Mas andava de pé como nenhum macaco seria capaz de fazer. E os humanos fariam melhor num futuro distante. O primeiro fóssil de Australopithecus afarensis, desenterrado há 20 anos, na Etiópia, no norte da África, era uma fêmea, recebeu o apelido de Lucy. Mas faltava o crânio de um macho para que a espécie ficasse completa. Este ano, dois pesquisadores americanos anunciaram o achado: o mais completo crânio de um afarensis, já batizado "o filho de Lucy" porque seu dono foi do sexo masculino. Embora bem mais alto que sua "mãe" - 200 000 anos mais velha -, ele tinha os ossos iguais aos dela. E ambos certamente pertenceram à mesma espécie.

Lucy nasceu, cresceu e teve filhos numa paisagem de fronteira, entre a floresta tropical africana e a savana de grama rasteira, arbustos e umas poucas árvores. Aí, onde é hoje a Etiópia, seu esqueleto permaneceu durante quase 4 milhões de anos, absorvendo minerais do solo até virar pedra. Assim foi encontrado, em 1974, pelo antropólogo americano Donald Johanson, atualmente no Instituto das Origens Humanas, na cidade de Berkeley, Califórnia, nos Estados Unidos.
Johanson já era um cientista respei-tado, mas daí para a frente tornou-se uma celebridade. Apareceu na capa e na primeira página das principais publicações do mundo como autor de um dos maiores achados do século, no campo da Antropologia. O motivo é que Lucy era a mais antiga ancestral do homem encontrada até aquela data.
Mas havia, ainda, um outro motivo, talvez mais importante. Ela provou, pela primeira vez, que o cérebro grande não foi essencial ao aparecimento do homem. Um duro golpe pa-ra o orgulho do mais inteligente dos animais. Mas não havia contestação. Lucy tinha um volume craniano de míseros 500 centímetros cúbicos. Pouco mais de um terço do volume craniano de um homem moderno, que chega a 1 300 centí-metros cúbicos.
De resto, Lucy tinha 1,05 metro de altura, e passaria facilmente por um chimpanzé. Johanson mesmo, com toda a experiência que tinha, mais tarde confessou seu engano. "O primeiro osso que eu vi foi o do braço. E achei que pertencia a uma macaca." O fato é que não era, com toda a certeza. Porque Lucy sabia andar de pé, e muito bem - a estrutura de seus ossos, dos quadris para baixo, tinha a forma correta para sustentá-la em posição ereta. E foi esse jeito de andar - sem qualquer ajuda da inteligência - que transformou o afarensis num novo modelo de animal. Gerou um grande tronco que, mais tarde, abriu-se em diversas ramificações.
Os novos ramos eram variações sobre o mesmo tema: outras espécies do gênero Australopithecus que também tinham cérebros pequenos e também andavam de pé. Enfim, mais de 1 milhão de anos depois de o último afarensis desaparecer do planeta, surgiram os primeiros humanos.
E foi somente nessas criaturas que o cérebro começou a se ampliar. Mais ou menos como um subproduto de mudanças anteriores, em partes supostamente menos nobres do cor-- po de Lucy. Metade macaca, metade humana, ela não era tão ágil quanto o homem seria no futuro. Mas é provável que nenhum outro animal, antes dela, tenha tido o mesmo tipo de habilidade na locomoção.
O paleoantropólogo americano Wil-liam Kimbel, do Instituto das Origens Humanas, expli-cou a SUPERINTERESSANTE que -o povo de Lucy pode não ter sido o primeiro a ficar de pé. "Talvez tenha havido outras espécies, antes do Australopithecus afa-rensis." Mas, por enquanto, ele é o pioneiro e não há outro candidato à vista. Mesmo que houvesse, não seria a maior preocupação de Kimbel, que nos últimos anos esteve ocupado em descobrir que espécie de animal era realmente o afarensis. Kimbel já havia ajudado Johanson a coletar os restos de Lucy, na Etiópia. E este ano os dois anunciaram a descoberta de um novo crânio e uma montanha de outros ossos.
Com esse material à mão, eles começaram a reconstituir a história do afarensis. Decifrar ossos é a principal atividade dos paleoantropólogos, e eles certamente sabem o que fazer. Analisam minúcias de cada peça do esqueleto humano, assim como dos animais de anatomia próxima à nossa, como a dos macacos. Também sabem distinguir, só de olhar, se um osso pertence a um jovem ou um adulto, a uma fêmea ou a um macho.
Apesar disso, e sem querer fazer tro-cadilho, os paleoantropólogos às vezes encontram um osso duro de roer. Foi o que aconteceu com o afarensis, cuja anatomia era extremamente irregular. De acordo com a ciência dos ossos, os machos dessa espécie eram bem maiores do que as fêmeas. E numa proporção que muitos pesquisadores tiveram receio de aceitar, ou se recusaram a admitir.
Imagine um casal humano em que o homem tivesse 2,10 metros e a mulher 1,50. Não é impossível, mas é raro: a média atual de diferença de altura gira em torno de 15%, algo como uma mulher de 1,50 metro e um homem de 1,80. Nos mais antigos ancestrais do homem, em vez disso, a média se aproximava dos 40%. Estima-se que as fêmeas tivessem pouco mais de 1 metro de altura, e os machos, por volta de 1,40.
Os críticos acharam demais. Imaginaram que houvesse uma grande confusão de ossos, e a própria existência do afarensis foi posta em xeque: os fósseis reunidos com esse nome podiam muito bem ser partes dispersas de vários animais. Estava armado o dilema, já que seria impossível discutir a evolução de uma criatura indefinida - sobre a qual nada se podia dizer de concreto, ou confiável.
Duas décadas após a descoberta de Lucy, os céticos finalmente tiveram de entregar os pontos. O Australopithecus afarensis realmente possuiu uma anatomia disforme. E não apenas ele, pois a diferença de altura entre os sexos aparece em outras espécies do gênero Australopithecus. A desigualdade cai apenas nas espécies humanas: o Homo habilis, o Homo erectus e, afinal, o Homo sapiens, a nossa espécie.
Só se pôde esclarecer tudo isso graças ao crânio recém-encontrado na Etiópia. O raciocínio é simples: ele é semelhante ao de Lucy em todos os aspectos. Logo, pertence à mesma espécie que ela. Ao mesmo tempo, seu dono era um típico macho afarensis. Ou seja, era bastante alto, enquanto Lucy era baixa.
Foi decisivo nessa disputa o trabalho do zoólogo inglês Bernard Wood, da Universidade de Liverpool. Ele notou que o maxilar dos macacos machos é um pouco mais espesso que o das fêmeas. E sugeriu que essa variação fosse usada para classificar fósseis, além de macacos. Wood estava mais certo do que pensava: o maxilar foi a peça chave na hora de classificar o crânio do Australopithecus afarensis como de um macho.
A confiança que ganharam com essa prova animou os paleoantropólogos a partir para o ataque. Eles agora começam a pensar nos efeitos da diferença entre os sexos. De que maneira ela poderia afetar o dia-a-dia de uma espécie? Não há resposta pronta para essa pergunta. Mas existe uma pista instigante: de que a diferença de altura entre os machos e as fêmeas esteja ligada à forma de acasalamento.
Quem duvida, po-de checar com os macacos. Eles geralmente seguem uma regra simples: se existe uma grande diferença de tamanho entre os sexos, os macacos são polígamos. Um único macho fecunda todas as fêmeas do seu bando. Quando a diferença é bem pequena, machos e fêmeas se acasalam em duplas, no melhor estilo Adão e Eva. Nesse caso, o Australopithecus afarensis e os outros australopitecos seriam polígamos. Existe mesmo a tentação de aplicar essa regra aos primeiros homens. Obviamente, o que vale para um macaco não tem de valer para o homem. Ainda que seja um homem de 1 milhão de anos atrás, desprovido de civilização ou cultura.
Mas é bom lembrar que, nesse está-gio da evolução, o homem enfrentava as leis da natureza com muito menos pre-paro do que hoje. Por isso, tendia a responder aos desafios mais ou menos da mesma forma que os macacos, seus mais próximos parentes. Muitos bió-- logos, geneticistas e ecologistas acreditam que vale a pena seguir aquela pis-- ta. Estão estudando centenas de ban-dos de macacos do mundo inteiro. Para chegar ao homem, portanto, o primeiro passo é verificar como a regra de acasa-lamento funciona entre os símios.
O gorila macho é um extremo. Absurdamente maior do que a fêmea - numa proporção que pode chegar a 160 quilos, contra apenas 90, ou a 1,70 metro contra 1,20de altura -, ele vive como um sultão. Fecunda todas as fêmeas de um bando no qual todas as crias têm o mesmo pai. Os jovens machos logo saem para formar seu próprio bando; às vezes ficam, mas não têm acesso às fêmeas. No extremo oposto se encontram os gibões, pequenos macacos de 5 a 10 quilos, conforme a espécie - em nenhuma da quais se nota diferença marcante de altura das fêmeas com relação aos machos. E os gibões, ao contrário dos gorilas, adotam a monogamia. Acasalam-se aos pares.
Assim, se essa regra fosse aplicada ao Australopithecus afarensis, ele seria polígamo, como o gorila. Puro palpite? Nem tanto, diz o americano William Kimbel. Ele concorda que esse tipo de análise é quase uma adivinhação. Como tatear os fatos com os olhos vendados. "Mas, em princípio, está correta. Só não se pode esquecer que ela dá uma idéia geral sobre o que pode ocorrer. Não mais que isso."
Antes de mais nada porque, entre a poligamia e a monogamia puras, machos e fêmeas relacionam-se de muitas maneiras possíveis. Vejam-se os chimpanzés. Entre eles, os sexos são mais ou menos iguais (com uns 20% de diferença na altura a favor dos machos). Apesar disso, não são monógamos. Apostam numa coluna do meio: um sistema de acasalamento coletivo, em que vá-rias fêmeas copulam com diversos machos. Sem problema.
Nos bandos de chimpanzés, compostos por até 100 animais, às vezes surgem turmas de machos. Cinco ou seis indivíduos se associam por alguns dias, ou algumas semanas, para caçar, pegar frutas ou enfrentar outros chimpanzés nas querelas da tribo. E também copulam juntos, mais ou menos com as mesmas fêmeas. Chega a lembrar as comunidades que os hippies tentaram, sem sucesso, implantar, nos anos 60 e 70.
E mesmo entre os chimpanzés essa idéia não funciona muito bem. Porque todo bando tem um líder, e ele quase sempre estraga a festa. Se tiver disposição, consegue impor sua inclinação por qualquer fêmea, contra o protesto de qualquer macho. Feitas todas as contas, o líder torna-se pai da maior parte das crias. Mas nunca de todas, como acontece com o sultão gorila.
Para encurtar a história, entre o gorila e o chimpanzé, há bastante espaço onde encaixar o Australopithecus afarensis, diz Kimbel. Difícil é saber em que nível - entre o harém total e o livre sexo grupal. Para isso seria preciso descobrir até que ponto os Australopithecos afarensis machos eram mais altos que as fêmeas. "O grau de diferença em altura determina o nível de poligamia da espécie", explica Kimbel. Ele mesmo não corre riscos. "Meu único palpite é que os afarensis colocam-se entre o gorila e o chimpanzé."
Este não é o fim da história. Resta o Homo sapiens, e aí existe o peso da inteligência e da cultura. Costumes, tradições, hábitos: parece impossível estimar o peso de tudo isso sobre a preferência dos primeiros homens, em matéria de acasalamento.
Um fato curioso é que a maior parte da atual população humana é monogâmica. E também as primeiras populações eram monogâmicas, a julgar pela diferença de tamanho entre os sexos. Mas grande parte dos povos mais antigos do planeta são polígamos. Os árabes são um exemplo, mas há muitos outros, até mais antigos, na África, na Ásia e na América.
Em uma lista dos 250 povos mais importantes, estudados no início do século, 193 adotavam a poligamia. Pesquisas recentes registram que, em muitos deles, a diferença de altura do homem para a mulher é maior que a mesma diferença nas sociedades monogâmicas. Sinal de que a regra do acasalamento deixou marca nas sociedades humanas. As diferenças não passam de des-vios estatísticos na média de cada povo. Mas não podem ser desprezadas.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

No tempo das aves do Terror - Paleontologia

NO TEMPO DAS AVES DO TERROR - Paleontologia



Carnívoras, elas chegavam a 3 metros de altura. Dominaram completamente os pampas argentinos e parte do Brasil. Extintas a 2,5 milhões de anos, deixaram uma descendente: a seriema.

Pouca gente se lembra das aves quando o assunto são animais assustadores, pequenos ou grandes. Daí o sucesso do filme Os pássaros, do inglês Alfred Hitchcok: ele fez as pessoas terem medo de simples gaivotas, normalmente simpáticas e inofensivas. Mas, há 2,5 milhões de anos, quando o Panamá ainda estava no fundo do mar e a América do Sul era um continente isolado, as aves aterrorizavam de verdade. Os reis da fauna brasileira e argentina, então, eram rainhas. Tinham penas, embora não voassem. E não precisavam: saíam do mato de surpresa e em segundos estavam sobre a vítima, correndo a 70 quilômetros por hora.
As aves do terror - como foram apelidadas pelos paleontólogos - de-r-rubavam a caça a pontapés, pren--diam-na com o bico, à maneira de uma tenaz, e espancavam-na contra o solo, até ficar inconsciente. Estava pronta para ser engolida por inteiro. "Foi o mais espetacular e formidável grupo de aves carnívoras já existentes", conta o americano Larry Marshall, do Instituto das Origens Humanas, em Berkeley, Califórnia. "Elas eram, em terra, o que os tubarões são, hoje, no mar: máquinas de destruição." Estudioso da evolução da fauna sul-americana, Marshall já fez 22 expedições cientí-ficas à região, especialmente ao Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia.
Foram alguns dos lugares onde aqueles monstros emplumados teriam vi-vido por longo tempo, até 2,5 milhões de anos atrás. A partir daí, perderam a primazia - ou o papel de maiores predadoras - para os jaguares, cachorros-do-mato e felinos de dentes-de-sabre, vindos da América do Norte, pela primeira vez. Pelo menos, foi nesse período que nasceu grande parte do que é hoje o Panamá, resultado da ascensão de massas monumentais das profundezas do Oceano Pacífico e do Mar do Caribe. Marshall supõe que há uma relação entre esses três fatos: a união das Américas pelo Panamá, o sumiço das grandes aves e o aparecimento de felinos e cachorros no sul.
Mas não se pense que os an-ti-gos predadores desapa-receram por completo, embora seus parentes vivos já não assustem mais ninguém. O mais próximo, relata Marshall, é a conhecida seriema, que às ve-zes se vê entre porcos, galinhas e patos, em alguns quintais do interior de Goiás ou de Minas Gerais. Com 70 centíme-tros de altura, pouco mais alta que um peru, ela guarda diversas lembran--ças anatômicas de suas terríveis pri-mas-avós, como as pernas longas e a velo-ci-dade, as asas subdesenvolvidas e o vôo raro e curto, ao qual recorre ape--nas quando não há outra saí-da, duran-te uma fuga necessária.
Mas é no comportamento de caçadora e na dieta de carne que ela mais denota os laços com o passado. Desde que saem do ninho, seus filhotes caçam na vegetação rasteira. Agarram com os pés, imobilizam com o bico, batem a presa no chão e engolem-na de uma vez. Do mesmo modo agem ou-tros parentes não extintos das aves gigantes, como o norte-americano road-runner, celebrizado como Papa-léguas - aquele mesmo, o herói do desenho animado. Outra ave moderna com hábitos parecidos é o chamado secretá-rio, que vive na África. A variada dieta dessas espécies inclui insetos, pequenos mamíferos (do tamanho de ratos), além de outras aves. "Em condições favoráveis, não hesitam em atacar presas maiores", acrescenta Marshall.
Diz o povo que a seriema pode bicar até crianças, atraída pelo brilho dos olhos infantis, uma ameaça pouco provável e sem confirmação científica. Mas não há dúvida de que o esqueleto das seriemas repete, nas linhas básicas, a ossatura das aves do terror, ou phorusrhacoides, no jargão paleontológico. E se há semelhança entre os corpos, é razoável supor que a estratégia de caça também seja parecida, no passado como no presente. Tanto que, no início, se imaginou que os descendentes dos phorusrhacoides fossem as águias e os gaviões, de bico poderoso. Mas estes atacam mergulhando sobre as vítimas em pleno vôo, algo improvável no caso das aves antigas.
Hoje se sabe que esse grupo de animais reunia pelo menos 25 aves diferentes, ou 25 espécies, cujo porte variava de 1,80 a 3,5 metros de altura. Sua história começou justamente com a extinção dos dinossauros, há 67 milhões de anos. Ao que parece, as aves tomaram dos répteis o posto de predador, que, na América do Sul, cabia aos celurossauros. Eram dinossauros re-lativamente pequenos, que caminhavam sobre duas pernas. Tinham curtos membros frontais, pernas e pescoço compridos, cabeça grande e braços curtos. Ou seja, não eram muito diferentes das aves do terror.
Portanto, não é impossível que também atacassem as presas basicamente com as pernas e com a boca. Uma diferença menor é que, em seu galope, os dinossauros se equilibrariam com ajuda de uma extensa cauda, enquanto as aves usavam as pequenas asas para essa função. Mas os pontos comuns põem fogo na imaginação: seriam antepassados da seriema dinossauros emplumados? Impossível dizer. Sabe-se pouco sobre a curiosa suspeita de que as aves se-riam dinossauros mo-dificados - uma espécie de continuação da linhagem extinta.
Espalhados ao longo de milhões de anos, os fósseis mostram uma pequena fração da fauna do passado, sugerindo, somente, as possíveis relações entre os animais daqueles tempos. Portanto, não é fácil dizer com segurança como se deu a transição entre dinossauros e aves: exatamente que tipo de réptil teria sofrido as mudanças-chaves nessa evolução. Quanto aos phorusrhacoides, os paleontólogos têm pela frente o fascinante trabalho de descobrir o verdadeiro parentesco entre as diversas espécies já identificadas. Nesse meio tempo, deve tornar-se mais clara a ligação entre os monstros do passado e a quase do-méstica seriema.
De acordo com Marshall, o mais antigo fóssil na linhagem da seriema, encontrado no Brasil, pertenceu a uma ave batizada Paleopsilopterus e tem espantosos 62 milhões de anos. Em contraposição às suas parentas, já não era grande. Tinha por volta de 1 metro, três vezes menos que os fósseis encontrados, por exemplo, no período de 30 milhões de anos atrás. Foi o máximo tamanho que alcançaram, embora um representante do grupo, por volta dos 2,5 milhões de anos, tenha se aproximado dos 4 metros. Recebeu o nome de Titanis e foi o único phorusrhacoide a viver na América do Norte.
Não se sabe como teria enfrentado a concorrência evolutiva dos caninos e felinos pré-históricos - que no sul teriam levado as aves à extinção, seja porque tinham coragem e força para atacar seus ovos e filhotes, seja porque roubavam suas presas. Sabe-se também que as aves do terror viveram em outros continentes, como a Europa, mas neste caso não há ainda uma hipótese clara sobre o motivo de seu desaparecimento. Estas são algumas das muitas questões sem respos-ta sobre a história da vida no planeta. E se há uma lição deixa-da pela descoberta das surpreendentes aves gigantes é que não se devem esperar res-postas simples e óbvias para aquele tipo de indagação.

Ataque em cinco etapas

Uma técnica fulminante, calcada na velocidade

A cabeça baixa vira-se várias vezes de lado, em movimentos rápidos: só assim pode medir a distância, pois não tem os dois olhos voltados para a frente. Ao ver que a presa está perto (menos de 50 metros), a ave eriça as penas e inicia a corrida fatal.

1 - Em segundos, está correndo a 70 km/h

2 - Um coice bem dado derruba a vítima

3 - O bico serve para prender e espancar

4 - Inconsciente, a presa é engolida de uma só vez

5 - Sem predadores naturais, a ave digere com calma

Veloz celurossauro

Antes das aves, há mais de 60 milhões de anos, o rei da fauna na América do Sul era o celurossauro. Esse pequeno réptil, pouco maior que um gato, caçava como as aves do terror - e seu corpo lembrava o delas.


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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Pisou na Lua? Vai para o castigo - Espaço

PISOU NA LUA? VAI PARA O CASTIGO - Espaço



Temendo que terríveis micróbios contaminassem o planeta, a NASA colocou os astronautas que pisaram no solo lunar em isolamento absoluto por quase três semanas. Tudo em vão. Não há micróbios na Lua e, se houvesse, os cuidados tomados não teriam sido suficientes para evitar o contágio.


Ao voltar de seu passeio lunar, naquele histórico 20 de julho de 1969, Armstrong e Aldrin fizeram uma limpeza. Espanaram a poeira e passaram aspirador nas próprias roupas, antes mesmo de partirem ao encontro de Collins, que permanecera na cápsula de comando, em órbita do satélite - tudo para reduzir os riscos de contaminação por eventuais microorganismos extraterrestres. Pouco tempo antes da entrada da nave na atmosfera da Terra, o rádio deu um aviso da base de controle: "Quero lembrar a vocês que a etapa mais difícil da missão ainda está por vir, depois do resgate", dizia a voz de Jim Lovell, de Houston. Começava aí uma controvertida tentativa de manter o mundo livre de hipotéticos germes lunares.
A nave pousou pouco antes do amanhecer do dia 24 de julho, no Oceano Pacífico, perto do Havaí, e foi imediatamente atada a uma bóia, por três homens-rãs da Marinha americana. Enquanto dois deles mantinham-se a favor do vento, o terceiro abriu a escotilha e jogou para dentro do módulo três trajes de isolamento biológico. Um potente desinfetante à base de iodo foi esfregado ao redor da escotilha e nas partes da nave que entraram em contato com a cápsula que pousara na Lua. Finalmente, Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins saltaram para o bote de borracha, vestindo capuzes, máscaras e respiradores. Levados de helicóptero até o porta-aviões Hornet, ancorado cerca de 20 quilômetros adiante, eles desapareceram dentro do compartimento de isolamento - um trailer adaptado, para uma longa viagem até o Centro Espacial Johnson (na época, Centro de Veículos Espaciais Tripulados), da NASA, em Houston, Texas. Chegando lá, os astronautas entraram no que seria seu lar pelas três semanas seguintes - o Laboratório de Recepção Lunar.
Após um dia de descanso, tinha início um apertado programa de exames médicos, elaboração de relatórios e entrevistas, que, assim como as visitas dos familiares, aconteciam por trás de uma parede de vidro. Tudo o que vinha de fora - alimentos e pacotes - era entregue através de uma câmara de ar comprimido. Até mesmo o 39º. aniversário de Armstrong foi comemorado dentro do espírito de quarentena: ele, comendo o bolo atrás da janela de vidro, a família e os amigos, do lado de fora. Em outra ala do laboratório de isolamento, as amostras lunares, também dentro de câmaras especiais, eram manipuladas, com pesadas luvas, por geólogos, biólogos e botânicos. (O único resultado de todas essas experiências foi a descoberta de que a poeira da Lua funcionava como excelente adubo: jamais exposta à água, mantinha os nutrientes prontos para serem absorvidos imediatamente pelas plantas.) Apesar da sala de ginástica, da mesa de pingue-pongue e da televisão instaladas na área de isolamento, a vida reclusa começou a se tornar opressiva depois de uma semana. De acordo com um relatório da NASA, enquanto Armstrong, comedido, dizia que tudo corria dentro do esperado, Collins, menos tolerante, afirmava simplesmente: "Quero sair daqui". Finalmente, no dia 10 de agosto, os astronautas saíram da quarentena - sem que se encontrasse alguma evidência de agentes infecciosos.
Tanta cautela, que hoje pode parecer exagerada, começou anos antes de o primeiro homem pisar na Lua: em 1962, os cientistas já entravam num apaixonado debate sobre o que os pioneiros exploradores poderiam encontrar. Imaginava-se de tudo: de areia movediça a labaredas nascidas da poeira. Na acalorada discussão, alguém propôs a hipótese de contaminação da Terra por microorganismos alienígenas. "Nada sabíamos sobre a história da Lua", diz Carl Sagan, àquela época um jovem astrônomo da Universidade de Cornell. Como a maior parte da comunidade científica, Sagan considerava extremamente improvável que qualquer organismo pudesse sobreviver num ambiente tão hostil quanto o lunar. Mesmo assim, ele jamais deixou de defender as medidas de proteção. Por volta de 1964, o Conselho de Ciência Espacial criou um certo Comitê Interagências de Combate à Contaminação, envolvendo até a unidade de guerra biológica do Exército americano. O Comitê tinha de desenvolver sistemas de defesa contra uma eventual contaminação desconhecida. "Uma vez que era impossível saber como era um micróbio lunar, decidiu-se adotar como modelo um dos mais terríveis organismos conhecidos do planeta - o bacilo da peste bubônica", lembra Charles A. Berry, diretor de pesquisa e operações médicas do Centro Espacial Johnson. Por segurança, o Comitê preferiu isolar temporariamente os astronautas e o Congresso americano autorizou a liberação de fundos para a NASA construir as instalações do Laboratório de Recepção Lunar.
Muita gente achava que a quarentena era desnecessária e inútil. Um especialista em geologia planetária da Universidade de Chicago, Ed Anders, chegou a se oferecer para comer uma amostra do solo lunar, para provar que era inofensiva, ao que Carl Sagan respondeu: "Vai ter de comê-la na Lua, porque, se ele cair morto, o que quer que o tenha matado ainda estará entre nós". Para botar mais lenha na fogueira, poucos meses antes do lançamento da Apolo 11, o romance O Enigma de Andrômeda, escrito pelo então estudante de Medicina de Harvard, Michael Crichton (autor de outro sucesso, O Parque dos Dinossauros, de 1993), entrou para a lista dos mais vendidos. O livro conta como um vírus alienígena quase liquida os terráqueos. "O romance originou os mais loucos delírios e fomos obrigados a responder a milhares de cartas", afirma Charles Berry.
Nesse meio tempo, começavam os conflitos entre as equipes de cientistas ligadas à Apolo 11, cada uma com sua própria missão a cumprir. Os biólogos tentavam defender a Terra da contaminação lunar, os geólogos queriam proteger o material da Lua da contaminação terráquea e os engenheiros buscavam apenas chegar à Lua. "O problema é que a quarentena em si era um grande espetáculo, que não evitaria a contaminação", esbraveja Gerald Wasserburg, professor de Geologia e Geofísica do Instituto de Tecnologia da Califórnia, ainda fumegando de raiva. "O pessoal da unidade de guerra biológica do Exército, que sabia como conter bactérias, achava tudo ridículo."
O severo programa de isolamento dos astronautas começou 21 dias antes do lançamento da Apolo 11, com os contatos limitados ao mínimo necessário. E todos que tinham acesso à tripulação, inclusive familiares, eram obrigados a passar por um monitoramento médico. O objetivo da NASA era evitar que os astronautas contraíssem qualquer doença antes do vôo. Porque, caso algum deles voltasse doente da Lua, seria muito difícil convencer o mundo de que a causa não era nenhum organismo extraterrestre.
Por esse tempo, começavam as discussões sobre como e quando a tripulação deveria deixar a espaçonave após o pouso. A NASA queria seguir os procedimentos normais de resgate, mas o Comitê de Combate à Contaminação exigia que os astronautas passassem diretamente da cápsula pa-ra o trailer de isolamento, no porta-aviões. A Saúde Pública ameaçou proibir a entrada da tri-pulação nos Estados Unidos, se o resgate fosse feito pelo sistema convencional. Por fim, o Comi-tê acabou concordando com o procedimento padrão de resgate, desde que fossem tomadas al-gumas medidas de precaução, como o banho de desinfetante na nave e o uso de trajes especiais.
Passadas três semanas de quarentena, sem incidentes, os geólogos e a maioria dos chefes de equipes da NASA queriam dispensar o isolamento de uma vez por todas. Mas a recomendação original da Academia Nacional de Ciências dizia que o período de confinamento deveria repetir-se em cada uma das três primeiras missões. Segundo a Academia, um único pouso e passeio não era suficiente para se descartar a existência de formas de vida na Lua.
Num certo sentido, eles tinham razão. Em novembro de 1969, a Apolo 12 voltou à Terra, trazendo uma peça da sonda Surveyor 3, que havia estado na Lua, em 1967. Na peça, os técnicos encontraram a bactéria Streptococcus mitus. Mais tarde, o Laboratório de Recepção Lunar concluiu que o microorganismo havia saído daqui mesmo da Terra - alguém espirrara sobre a câmera de TV da Surveyor, antes do lançamento. Incrível, mas a bactéria sobrevivera dentro de um pedaço de espuma, por dois anos e meio. Isso bastou para convencer o comandante da Apolo 12, Charles Conrad, de que a contaminação era, no mínimo, uma possibilidade e que "a quarentena era até uma boa idéia". Bem mais leve, a quarentena da Apolo 12 foi suspensa 36 horas depois que os testes não identificaram nenhum sintoma de contaminação.
O pessoal da Apolo 13 escapou do isolamento porque um problema técnico impediu a cápsula de pousar na Lua. Mas a tripulação da expedição seguinte, Apolo 14, não teve a mesma sorte: Alan Shepard, Edgard Mitchell e Stuart Roosa, que traziam amostras coletadas a 1,5 metro de profundidade da superfície lunar, foram fechados em isolamento, o que foi encarado por eles com maldisfarçado desdém. "Era apenas mais uma obrigação na lista", diz Shepard. Por essa época, a imprensa já não tinha interesse nenhum pelos relatórios diários do laboratório de isolamento. "Estávamos interessados apenas nas rochas lunares", conta Paul Recer, correspondente da agência de notícias AP (Associated Press).
No dia 27 de fevereiro de 1971, quando Shepard, Mitchell e Roosa deixaram o Laboratório de Recepção Lunar, depois de quinze dias de confinamento, a idéia da quarentena foi oficialmente abandonada. Não se achou um único organismo lunar. Mais tarde, o trailer foi reformado e hoje é usado como laboratório e escritório da divisão de ciências médicas do Centro Espacial Johnson. Muitos ainda mantêm a opinião sobre a quarentena. "Acho que tudo isso foi uma operação do tipo ´vamos tirar da reta´, diz Richard Gordon, da Apolo 12. Há ainda quem defenda a quarentena, como Carl Sagan: "Por sorte, não há nada vivo na Lua. Mas imagine se acontecesse o altamente improvável..." Depois de 25 anos, a quarentena, que custou 14 milhões de dólares, é hoje apenas uma nota de rodapé na história das viagens à Lua - um lembrete do medo que o homem tem do desconhecido.

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Peso-pesado quase a nocaute - Natureza

PESO-PESADO QUASE A NOCAUTE - Natureza



Cercado pela civilização e perseguido pelos caçadores de chifres, o rinoceronte depende dos mais sofisticados recursos tecnológicos para escapar da extinção.


Há somente trinta anos,havia na África cerca de 70 000 rinocerontes-negros. Hoje, eles não passam de 2 500, ou seja: nas últimas três décadas, foram mortos, em média, 2 250 espécimes por ano. Não é exagero dizer, portanto, que o rinoceronte-negro pode desaparecer em pouco tempo. Daí para a extinção seria um pequeno passo, e a perda, inestimável. O negro não é a única espécie existente: há mais duas na África e três na Ásia. Mas, no total, elas somam parcos 15 000 exemplares, em condições tão precárias quanto as do negro.
Em outras palavras, embora estejam entre os mais antigos mamíferos do planeta - uma raridade na vasta arca de seres vivos criados pela evolução -, os rinocerontes só continuarão a existir com a ajuda crescente dos homens. Durante milhões de anos, eles puderam se dar ao luxo de ser um dos mais pacatos bichos da floresta. "São muito caseiros", diz o biólogo espanhol, naturalizado brasileiro, Cástor Cartelle.
"Se o ambiente for favorável e o homem permitir, um rinoceronte passa os seus 50 anos de vida sem nunca sair de um mesmo lugar."
Especializado em Paleontologia Animal e professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, Cartelle está aqui desde os 20 anos e se diz apaixonado pelas coisas brasileiras. O que não o impediu de direcionar sua curiosidade justamente para os rinocerontes - que já existiram no mundo todo, menos aqui na América do Sul e na Oceania. E o motivo, acredita Cartelle, é aquela mesma calma, o fato de os rinocerontes não mudarem muito de lugar. Corpulentos, menores apenas que os elefantes, eles têm visão muito fraca, guiando-se principalmente pelo olfato, apuradíssimo, e pelos sons. O cheiro é fundamental, por exemplo, no acasalamento, quando o macho capta no ar o rastro odorífico das fêmeas no cio. Torna-se, en-tão, muito agressivo, atacando até os demais membros da família. A aproximaçãode qualquer outro macho, nesse momento, dá briga na certa.
Uma briga dessas quase sempre deixa ferimentos, alguns deles mortais. E é com estrondo equivalente, embora em clima bem diverso, que ocorre o acasalamento, em que o macho se empina e apóia as patas dianteiras sobre o lombo da fêmea. Não deve ser muito fácil para ela já que alguns dons-juans pesam 4 toneladas.Por isso mesmo, o ato sexual mostra o quanto vale ter uma pele duríssima, que chega a ter 6 centímetros de espessura, e protege a fêmea de eventuais excessos amorosos. No entanto, essa não é a função principal da couraça típica dos rinocerontes. Ela serve de proteção contra os caninos dos predadores e pode ser lisa, com pêlos dispersos, fato de que poucas pessoas se dão conta, geralmente. O modelo mais conhecido é o das grandes placas, que parecem chumbadas entre si, como nas armaduras medievais. Mas não são placas separadas. Cartelle esclarece que elas são meras dobras, embora bem acentuadas, no couro do animal. "Da mesma forma que há dobras nas perninhas de uma criança recém-nascida." Seja como for, a couraça foi responsável pelo mito dos rinocerontes como feras terríveis - algo que definitivamente não são. Tímidos e desconfiados, têm um comporta-mento que mais se aproxima ao dos bois: o de quietos herbívoros, vivendo num rebanho que é, de fato, uma grande família.

São agressivos apenas quando o macho de uma família estranha ameaça o território de outro macho, ou quando são deliberadamente provocados. Esse é o recurso utilizado pelos diretores de cinema para filmar cenas que sugiram os perigos na selva, os quais, como se vê, nem sempre são justificados. A verdade é que os rinocerontes muito raramente atacam, sejam pessoas ou outros animais. Pode-se dizer que pagam para não entrar numa briga: fazem todo tipo de fanfarronada para intimidar o possível oponente, e assim demovê-lo da luta. A encenação inclui sopros fortes pela boca e pelas narinas, um estardalhaço sonoro ampliado pelo furioso raspar dos cascos no chão.
Mas é tudo bravata. Depois de uma corrida direta para cima do adversário, o rinoceronte pára. Mesmo porque, a essa altura, já não há adversário à frente. Se esse tipo de recepção assusta, imagine-se o terror que seria um encontro com o baluquitério, um antepassado dos atuais rinocerontes. O maior mamífero a pisar o solo terrestre em todos os tempos, ele tinha nada menos que 5 metros de altura e pesava 30 toneladas (o mesmo que a atual baleia-azul). Destituído de chifres, viveu no Oligoceno, entre 36 milhões e 25 milhões de anos atrás, quando Ásia e América do Norte ainda eram um único continente.
Monstros como o baluquitério surgiram de um ancestral bem mais antigo, que teria vivido há mais de 60 milhões de anos. Dessa linhagem de animais descendem tanto os rinocerontes, como também as antas, e mais tarde, os cavalos e as zebras. Todos eles são hoje agrupados na chamada ordem dos perissodáctilos, termo que significa, literalmente, "número ímpar de dedos no pé" . Segundo Cartelle, os cavalos e as zebras são membros mais recentes e as antas estão mais próximas da origem - daquele ancestral que fundou a ordem dos perissodáctilos. Os rinocerontes, explica o paleontólogo, seriam uma especiali-zação, uma espécie de ramo novo no tronco original das antas, também chamadas tapires.
"As antas atuais continuam com o mesmo aspecto dos tapires que existiram anteriormente, sem muitas diferenças essenciais." Pode-se dizer que assim continuaria por muito maistempo, se não fosse um fato muito recente na vasta história da vida - o aparecimento da civilização, nos últimos 10 000 anos. Nesse período comparativamente curto, os rinocerontes foram levados à beira da extinção.
A caça esportiva - o prazer de abater uma criatura tão grande e portentosa - destruiu uma parte da população de rinocerontes. Mas não foi, nem de longe, o principal motivo. A destruição dos habitats naturais, com certeza, teve influência muito mais devastadora. Animais precisam de grandes espaços, um bem que a civilização torna cada vez mais escasso. No caso do rinoceronte, porém, houve uma agravante: a crendice, muito popular no Oriente, de que o pó de seus chifres teria propriedades medicinais ou milagrosas. A ciência já provou que nada há de verdade nessa idéia. Mas não convenceu: o pó de chifre é o produto natural mais caro do mundo, chegando a custar, em dólar, cinco vezes mais que o ouro. Transformados no objeto do desejo de centenas de milhares de pessoas, 1 quilo do pó de chifre de rinoceronte chega a custar 60 000 dólares, em Taiwan.
Segundo o WWF - Fundo Mundial para a Natureza, organização não-governamental, com sede na Suíça -, somente na China são processados 700 quilos desse pó por ano. Isso representa chifres de aproximadamente 40 000 rinocerontes. Como a matança ocorre principalmente para a extração de chifres, o WWF está empenhado num projeto pioneiro, que já começa a dar os primeirosresultados. Batizado de Operação Strong-hold, tem o objetivo de evitar que esses animais virem pó, pois, ao pé da letra, é mais ou menos isso o que tem acontecido.
Dispondo de 250 000 dólares anuais, a organização ambientalista, em alguns casos, instala transmissores de rádio nos ani-mais para poder acompanhá-los, via satélite. Pode assim protegê-los, controlando as populações que ainda vivem nas reservas da África e da Ásia. Mas esse tipo de esquema é sofisti-cados e caro, devido aos equipamentos usados, inclusive helicópteros. Os cientistas acre-ditam que valem a pena. Um recurso bem mais simples utilizado pelos técnicos da WWF para acabar com a matança é o da extração dos chifres. Destituído de seu valioso apêndice, o animal não corre risco de ser perseguido. Os chifres logo voltam a crescer, pois são aglomerados de fios rígidos, feitos de um material que mais se assemelha às unhas e aos cabelos, do que aos chifres dos bovinos, por exemplo. Por isso, é preciso cortá-los regularmente.
Um tipo de providência completamente diferente - talvez mais eficaz - é responsabilizar os diversos governos africanos e asiáticos pela caça. No final do ano passado, por exemplo, o governo americano ameaçou cortar o comércio com os países em que há tráfico ilegal de espécies ameaçadas de extinção. A iniciativa americana já começa a surtir efeito. Com medo de retaliações, autoridades das nações ligadas ao consumo do pó de chifres de rinocerontes, como China e Taiwan, adotaram medidas para inibir esse tipo de comércio. O grande mufti, líder espiritual do Iêmen, por exemplo, publicou um edital decretando que quem mata rinocerontes para vender os cornos "atua contra a vontade de Alá". Medidas como esta alimentam as poucas esperanças de se evitar o triste fim de uma espécie.
No caso do rinoceronte, as expectativas não são grandes porque o tamanho do animal amplia as dificuldades de sobrevivência. Ele precisa de pelo menos dezoito meses de gestação para pôr um único filhote no mundo. A próxima fase é em parte preenchida pela amamentação - que dura dois anos, embora uma semana depois do nascimento o bebê rinoceronte já comece a pastar. O resto do tempo, a mãe utiliza para proteger o rebento, dando-lhe condições de enfrentar a vida posterior. Somente aos cinco anos ele será considerado adulto. E, se for macho, será expulso do grupo pelo próprio pai, que não admite concorrência na família quando surge o momento de um novo acasalamento. Em resumo, podendo pesar até 60 quilos, a nova cria só nasce quatro anos depois de seu irmão mais velho. Esse longo período entre uma cria e a seguinte é a principal causa do baixo nível de reprodução da espécie. A matança desenfreada, portanto, faz piorar uma situa-ção naturalmente difícil - num mundo onde o homem ocupa espaço cada vez maior. Nascido em um planeta selvagem e relativamente vazio, o rinoceronte é uma contradição viva entre imensas plantações, estradas, cidades, aeroportos e tudo o mais que a civilização criou.

Os cinco sobreviventes

Eram mais de trinta espécies, no passado. Das cinco atuais, a mais abundante e estudada é a do rinoceronte-branco africano. Os de Java são os mais atingidos pela caça, enquanto o da Índia goza de boa saúde e vem se tornando mais numeroso. Mais primitivo e menor, o de Sumatra tem pêlos na couraça

Rinoceronte-de-java
(Rhinoceros sondaicus )
Asiático, 60-70 exemplares. Tem várias placas, 3,2 metros de comprimento e 1,6 tonelada. Um só chifre (30 cm). É o mamífero mais raro e ameaçado do planeta

Rinoceronte-negro
(Diceros bicornis)
Do leste africano, 2 500 exemplares. Tem 3,75 metros e pesa de 1 a 1,8 tonelada. Couraça sem divisões. Dois cornos, o maior com 1,10 metro

Rinoceronte-branco
(Ceratotherium simun)
Africano, 5 800 exemplares. Tem 4,5 metros, pesa 4 toneladas. Dois cornos, o maior de até 2 metros. Poucas placas na couraça. Há uma subespécie no Zaire quase extinta

Rinoceronte-de-sumatra
(Dicermocerus sumatrensis)
Sudeste da Ásia, 500 exemplares.Tem 2,8 metros e 1 tonelada. Único asiático com dois cornos.Tem pêlos sobre a pele e número médio de placas

Rinoceronte-da-índia
(Rhinoceros unicornis)
Sul do Himalaia, norte da Índia, Bangladesh e Malásia. Restam 1 900 exemplares. Mede 4,2 metros e pesa 4 toneladas. Tem muitas placas e só um chifre (60 cm)

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A Corrida do Século - Antibióticos X Bactérias

A CORRIDA DO SÉCULO - Antibióticos X Bactérias



Os antibióticos estão perdendo a competição para as bactérias. Em 1928, eles dispararam na frente e prometiam acabar com todas as infecções. Agora, começam a derrapar e já se deixam ultrapassar. O quadro é preocupante. Já há quem fale no fim da era dos antibióticos. É preciso buscar outros tipos de remédio.



Numa experiência, cientistas ingleses misturaram duas espécies de bactérias, a Staphylococcus aureus e a enterococcus. A primeira era quase imbatível, porque já tinha deixado para trás os mais de 200 tipos de antibióticos conhecidos, com ex-ce-ção de um deles, a vancomicina. A segunda espécie, por sua vez, sabia o que fazer para derrotar justamente a tal vancomicina - e foi esse segredo que transmitiu às Staphylococcus aureus, passados alguns dias de convivência em tubo de ensaio. Isso aconteceu há dois anos, em um laboratório da Fa-culdade de Medi-cina de Londres, na Inglaterra. Mas não há rastros do estudo, a não ser uma pilha de papéis, relatando o ocorrido.
Pois os pesquisadores ficaram tão aterrorizados com o que viram - um micróbio capaz de vencer qualquer remédio - que tocaram fogo no material utilizado. Afinal, staphylococcus é um dos germes mais comuns nas infecções dos cortes cirúrgicos. Em tese, se não puder ser combatido, uma reles operação de apêndice passará a oferecer graves riscos. O pior é que os médicos têm certeza: mais dia, menos dia, numa manobra genética, a bactéria aprenderá sozinha a se defender da vancomicina. É só uma questão de tempo.
Desde que Alexander Fleming descobriu o primeiro antibiótico, a penicilina, em 1928, o homem e a bactéria disputam uma corrida - e a liderança da competição vem se alternando o tempo todo. A previsão, porém, é de que os antibióticos, as drogas milagrosas do século XX, terminem vencidos pela bactéria, um dos seres mais primitivos na face da Terra. Se isso de fato acontecer, a humanidade fará uma viagem no tempo em marcha à ré: voltará à era em que mulheres morriam de parto por causa de contaminação no sangue, quando uma simples infecção de ouvido infan-til podia se metamorfosear numa ter-rível meningite e pequenos cortes, às vezes, provocavam até complicações fatais.
Ninguém imaginaria um cenário tão funesto, há pouco mais de dez anos. No início dos anos 80, a impressão que se tinha era de que, para quase todo mal, havia remédio. Especialmente, em casos de infecções bacterianas, já que triunfavam os antibióticos - medicamentos cujo nome significa "antivida", mas que, na realidade, só agem sobre bactérias. Assim, a ciência médica se declarou vitoriosa e voltou para casa cedo demais. Hoje em dia, não existe absolutamente uma única bactéria que não seja capaz de se desviar, na melhor das hipóteses, de dois antibióticos. Algumas espécies, aliás, já derrotam os mais importantes grupos dessas drogas.
A bactéria pode ser comparada a um carro de F-1, que não largou na frente, mas acabou dominando a prova. Atualmente, dois em cada sete novos casos de tuberculose no planeta são provocados por micróbios ultra-resistentes. Por isso, 5% dos tuberculosos acabam morrendo, mesmo em países do chamado Primeiro Mundo. Na África do Sul, por sua vez, ainda nos anos 70, apareceram as primeiras versões de pneumococos resistentes a remédios. Estas bactérias geralmente estão envolvidas nas inflamações de ouvido que acometem as crianças e nas meningites. Pois bem: nos primeiros anos 80, as pneumococos resistentes chegaram à Europa e, pouco depois, desembarcaram nos Esta-dos Unidos. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças deste país, só no ano passado 13 300 americanos morreram em hospitais, vitimados por essa espécie imbatível.
"Os germes resistentes se espalham por toda a Terra, em menor ou maior prazo", adverte o infectologista Antonio Carlos Campos Pignatari, professor da Escola Paulista de Medicina, que passou dois anos na Universidade de Iowa, Estados Unidos, investigando bactérias resistentes. "A situação é muito séria." De volta ao Brasil, Campos Pignatari continuou perseguindo esses micróbios, em diversas pesquisas. De acordo com o médico, ironicamente, o fenômeno da resistência é provocada pelo próprio antibiótico. Cada dose é uma bela chance para as bactérias resistentes crescerem e aparecerem. Pignatari mostra uma plaquinha de vidro, dessas usadas em microscópio, e explica: "Aqui, cabem bilhões de bactérias. E, como em qualquer população, há diferenças entre os indivíduos. Do mesmo modo como existem pessoas loiras e morenas, baixas e altas, gordas e magras - todas igualmente seres humanos -, numa colônia de bactérias de uma mesma espécie devem existir aquelas com alguma característica, capaz de torná-las resistentes".

O antibiótico mata ou paralisa os exemplares que não possuem a marca da resistência. Com corantes, Pignatari pode exergar na lâmina uma minoria reluzente, que resistiu ao medicamento. "Isso sempre acontece, em qualquer infecção", conta. "Mas, claro, no caso de uma simples amigdalite, a gente supõe que as próprias células de defesa do organismo consigam destruir os micróbios que insistem em viver", exemplifica. "Portanto, o fim dos antibióticos não preocupa tanto, nas infecções simples. O problema é quando o paciente está debilitado, como quem se encontra numa UTI. Ou, sobretudo, quando a bactéria cai na corrente sangüínea, como ocorre nos cortes infeccionados." Então, sem freios, a turma de micróbios restante começará a se reproduzir. Uma única bactéria deixa nada menos do que 16,7 milhões de herdeiros, em 24 horas. Nessa situação, o quadro típico é o do paciente que começa a melhorar após as primeiras doses de antibiótico; em seguida, tem uma recaída fatal.
O pior é que as sobreviventes são capazes de ensinar a outras bactérias o truque para enfrentar as drogas com as quais competem, como fez a enterococcus ao chegar perto da Staphylococcus aureus, naquela experiência inglesa, realizada há dois anos. Os micróbios se encostam, como em um abraço. Daí, abrem-se poros nas membranas, por onde a bactéria resistente passa um plasmídeo da resistência ao outro germe. Plasmídeo é um pedaço circular de DNA, que as bactérias costumam desprender. Foi desse jeito, por exemplo, que o micróbio causador da cólera se tornou resistente aos antibióticos comuns: em um encontro casual, ele ganhou o gene da resistência de certas bactérias inofensivas, habitantes do intestino. Afinal, por causa do local privilegiado onde vivem, essas bactérias entram em contato com todos os antibióticos orais que uma pessoa ingere no decorrer da vida. Logo, aprendem a se defender de todos eles. E, eventualmente, transmitem a estratégia genética a outros germes.
Os micróbios podem também antecipar eventuais confrontos. Em um trabalho realizado pela equipe chefiada por Pignatari, na Escola Paulista de Medicina, os pesquisadores testaram a reação de bactérias pseudomonas - outro terror dos hospitais - diante de amostras de um dos últimos hits em matéria de antibióticos. Mais precisamente, o remédio analisado era a chamada cefalosporina de terceira geração. Por trás do nome imponente, estava a esperança da indústria farmacêutica de colocar um remédio tremendamente eficaz no mercado.
Na época, há dois anos, o medicamento nem estava disponível nas prateleiras das farmácias. Mas, danadas, as bactérias simplesmente ignoraram o novo adversário. "Elas desenvolvem mecanismos para ficar fora do alcance de uma série de moléculas parecidas", explica a supervisora farmacêutica da equipe, Irani Lúcia Leme. "Desse modo, nunca ficam resistentes a um antibiótico apenas, mas a um grupo de antibióticos. A possibilidade de se criar uma droga eficaz diminui, porque sua molécula teria de ser completamente diferente de tudo o que as bactérias já conhecem."
Segundo Irani, as dificuldades são tantas que, muitas vezes, as bactérias obrigam os médicos a tirar medicamentos do fundo do baú. É o que fez, recentemente, a Acinetobacter, micróbio que fixa residência nas mãos. Daí, são capazes de pular para lençóis, seringas, esparadrapos - em última análise, para o organismo de um paciente. Às vezes, aliás, sua origem é a mão do próprio. Se o pior acontece, isto é, se a bactéria causa uma infecção, só há uma arma para combatê-la, uma droga criada nos anos 50, a polimicina B -que foi logo aposentada, por causa dos efeitos colaterais, extremamente tóxicos. Mas, no caso atual, é o único remédio. Irani e seus colegas encontraram a Acinetobacter em nove dos principais hospitais paulistanos - privados e públicos -, em um hospital de Campinas, em São Paulo; em outro, na Paraíba.
Uma das tarefas da pesquisadora é organizar um banco de bactérias, que atualmente reúne cerca de 2 000 colô-nias de micróbios resistentes, capturados em diversos hospitais. Os germes são conservados, vivos, em minúsculos frascos, com leite desnatado. Assim, toda vez que ocorre um surto de infecção hospitalar, investigam-se os genes das bactérias causadoras e se fazem comparações com a bagagem genética dos germes da coleção. É possível, assim, descobrir a origem do micróbio e elaborar teorias sobre como foi parar em determinada enfermaria. "Esse tipo de estudo é fundamental para evitar novas infecções", opina o infectologista Carlos Alberto Pires Pereira, do Hospital São Paulo, um dos pioneiros em controle dos antibióticos no Brasil.
Desde 1989, antes de receitarem algum dos antibióticos presentes numa lista de dezoito dessas drogas - os mais caros e mais potentes -, os médicos do hospital consultam Carlos Alberto Pereira. "Naquele primeiro ano de controle, 17,5% dos pedidos de receita foram recusados, por serem inadequados", lembra o médico. "Ou os antibióticos não eram necessários ou o tipo escolhido estava errado para aquele determinado paciente." Consertando esses enganos, sugerindo aos colegas alternativas de tratamento para evitar a droga solicitada, Pereira vem obtendo uma economia de 250 000 dólares por ano. "Este, no entanto, não é o principal objetivo do controle. Sua maior função é impedir a proliferação das bactérias resistentes."
A Organização Mundial de Saúde estima que metade das prescrições de antibióticos são inoportunas e, como se sabe, cada vez que se toma um desses remédios na hora e na dose erradas, aumentam as chances de micróbios resistentes se desenvolverem.
Às vezes, no entanto, o antibiótico entra no organismo de carona nos alimentos. Pois os animais de criação recebem, em média, trinta vezes mais dessas drogas do que os seres humanos. A razão disso não é só prevenir doenças: os remédios fazem os bichos crescer mais depressa, o que interessa aos criadores. O resultado é que as chamadas infecções alimentares - confundidas muitas vezes com intoxicações - podem ser fatais. A bactéria salmonela encontrada na carne é praticamente indestrutível por medicamentos. Como esses germes são freqüentes, a sorte das pessoas é que o calor do cozimento consegue liqüidá-los. Em um bife mal passado, porém, mora o perigo. Nos Estados Unidos, no ano passado, 6 milhões e meio de pessoas caíram doentes, após uma refeição; 500 000 mor-reram, entre elas, três crianças que comeram hambúrguer contaminado na famosa rede Jack-in-the-Box.
Será que não haveria uma droga milagrosa, capaz de resolver esses casos? É difícil responder. Até meados dos anos 80, os farmacologistas tinham sempre um novo antibiótico guardado na manga, prontinho para ser lançado. Mas, em 1990, foi aprovado um único antibiótico novo; em 1991, cinco; em 1992, três, no ano passado, apenas um. "É sempre muito difícil desenvolver um remédio", defende o farmacêutico Lauro Moretto, da Universidade de São Paulo. "Em vez de lamentar, as pessoas deveriam comemorar que, ao menos, apareceu mais uma droga, para combater as infecções." A questão é que, por melhores que sejam, 5.os antibióticos novinhos em folha.5 não são eficientes por mais do que cinco anos - vida média calculada para esse tipo de droga, hoje. "Antigamente, até surgirem bactérias com sinais de re-sistência a uma droga, demorava uns dez anos", comenta o infectologista André Vilela Lomar, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. "Agora, a saída passageira é associar antibióti-cos, na tentativa de um reforçar o efeito do outro."
No futuro, a solução poderá ser encontrada no meio do mato - ao menos, é nisso que aposta o farmacêutico Jayme Sertié, da USP. Famoso por caçar matérias-primas para medicamentos nas plantas, Sertié acredita que as espécies vegetais contêm substâncias antimicrobianas. "Os antibióticos atuais são extraídos de fungos ou outras bactérias", explica. "São, na realidade, verdadeiros venenos produzidos para servir de defesa contra espécies de micróbios inimigos. Eles têm várias semelhanças e só uma planta poderia conter uma molécula de estrutura completamente diferente, capaz de pegar as bactérias de surpresa."
Outra linha de pesquisa é cancelar a corrida bactérias versus remédios. Estes seriam substituídos por outras micróbios. Faz sentido. Bactérias resistentes não são sinônimas de superbactérias. "Se fosse assim, elas seriam maioria", raciocina Pignatari, da Escola Paulista de Medicina. "No entanto, sempre estão em minoria e só têm chance de proliferar quando as menos resistentes desaparecem, em razão dos antibióticos." A idéia é que, na competição bactérias versus bactérias que existe naturalmente no organismo humano - o ecossistema dos micróbios - , as menos resistentes às drogas teriam alguma vantagem biológica, ainda desconhe-cida, que as tornariam mais capazes de colonizar e ocupar o lugar das resistentes. Ou seja, é bactéria desalojando bactéria. "Por isso, há quem imagine aplicar nos pacientes um spray de germes inofensivos, nos pontos do organismo mais sujeitos à invasão de micróbios resistentes", conta o infectologista. "Assim, eles não achariam espaço para formar colônias e causar doenças." Ninguém prevê o desaparecimento absoluto dos antibióticos. Mas daqui para a frente seu uso deverá ser limitado.

Para impedir a ultrapassagem

Para ganhar tempo, enquanto não se encontram alternativas para os antibióticos, médicos e pacientes devem agir como os retardatários de uma corrida. "Algumas medidas são como obstáculos ao progresso das bactérias resistentes", diz o infectologista Paulo César Ribeiro, chefe da comissão de controle de infecção hospitalar, no Hospital Universitário da USP. Eis o que se pode fazer:

Não se deixar encantar pelo último lançamento
Na opinião de Paulo César Ribeiro, alguns médicos ficam hipnotizados diante de um antibiótico recém-chegado ao mercado. "Eles apelam para a novidade por qualquer bobagem e, com isso, as bactérias no organismo dos pacientes vão se tornando resistentes. Esses medicamentos novos só devem ser usados em último caso, quando outras drogas já não fazem mais efeito, para que possam causar grande impacto."

Abreviar as internações
Os especialistas são unânimes na opinião de que uma pessoa deve permanecer o menor tempo possível hospitalizada. Por causa da concentração de doentes e do uso contínuo de antibióticos, o ambiente hospitalar é repleto de bactérias resistentes. "Uma simples visita é o suficiente para a pessoa sair contaminada", garante Ribeiro. "Mas como os visitantes costumam ter saúde normal, a invasão é controlada pelo sistema imunológico, sem provocar danos." Os médicos estimulam os tratamentos ambulatoriais, em que a pessoa vai mais cedo para casa.

Evitar as UTIs
As chamadas "unidades de terapia intensiva" são os maiores focos de bactérias resistentes. Tem lógica, porque ali se concentram os doentes mais graves e que mais utilizam antibióticos. Quanto menos tempo uma pessoa permanecer na UTI, menores as chances de seu organismo ser colonizado por micróbios resistentes que, mais tarde, poderão complicar a sua saúde.

Fugir de cirurgias e até mesmo de agulhas
Do corte de uma cirurgia a um soro no braço, passando pelo uso de catéteres, todos são procedimentos médicos que perfuram uma das mais poderosas defesas do organismo humano - a pele. Abre-se uma tremenda brecha para os germes resistentes caírem na corrente sangüínea. Além disso, há indícios de que os germes resistentes têm mais facilidade para se fixarem em equipamentos, como agulhas e catéteres.

Acabar com o mau uso dos antibióticos
"As pessoas ainda insistem em tomar antibiótico para gripe, que é uma doença provocada por vírus", reclama o farmacêutico Jayme Sertié, da USP. "Ora, sabe-se que antibióticos matam bactérias e não vírus." O paciente deve ainda informar ao médico o nome de outros medicamentos que eventualmente esteja tomando, porque algumas substâncias, como o ácido acetilsalicílico da popular aspirina, podem diminuir os efeitos do antibiótico, dando chance à resistência das bactérias.

Levar em conta as bactérias de cada paciente
A medida está longe da realidade brasileira, mas mostrou ser um sucesso na Dinamarca, país com apenas 0,2% de índice de infecção hospitalar. Mal entra no hospital, um paciente dinamarquês é submetido a um exame do muco do nariz. Assim, verifica-se se existem bactérias resistentes transmissíveis pelo ar. Caso haja, o paciente é mantido em isolamento, por menos grave que seja o seu problema.


Explosões e sabotagens

Os remédios antimicrobianos têm duas estratégias para vencer os adversários

As armas que destroçam

Certos antibióticos, como a penicilina, são os mais rápidos: chamados bactericidas, suas moléculas vão derretendo as paredes das bactérias, até se tornarem finíssimas. Ocorre que, momentos antes de se dividirem, os germes começam a fazer cópias de suas proteínas e, daí, o seu volume interno aumenta. Então, a membrana não suporta e o micróbio explode

As armas que paralisam

Alguns antibióticos atuam diretamente no chamado DNA transportador, estrutura que monta as moléculas que uma célula bacteriana precisa para viver. Induzidos pela droga, esses DNAs começam a fabricar peças defeituosas. Não é o suficiente para a bactéria morrer. Mas, ao menos, com isso ela não consegue se reproduzir. Fica estática - daí o nome dessa família de remédios, os bacteriostáticos - até morrer de velhice ou ser aniquilada por células imunológicas. Quem toma esse tipo de medicamento não nota os efeitos de uma hora para outra. Porque, mesmo já estando paralisada, a bactéria continua provocando os sintomas da doença

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Delta Clipper: Este foguete vai e volta - Aeronaútica

DELTA CLIPPER: ESTE FOGUETE VAI E VOLTA - Aeronaútica



O primeiro veículo espacial retornável tem um único estágio e faz verdadeiras acrobacias. Fica parado no ar como um helicóptero, voa de lado e, por incrível que pareça, pousa. Inteiro. Sem perder nenhum pedaço no caminho.


Tudo o que sobe, inevitavelmente tem de descer, e os foguetes não podem fugir a essa lei fundamental. O problema é que, até hoje, eles despencam literalmente aos pedaços, sobre o mar. O motivo é que estão divididos em estágios - cada um deles dotado de um motor que funciona por determinado período e dá ao foguete uma velocidade definida. Depois de realizar sua cota no esforço da subida, cada estágio é desligado dos seguintes e despenca para a superfície. O Delta Clipper, pela primeira vez, promete acabar com esse desperdício. Desenvolvido pela empresa americana McDonnel Douglas Aerospace, o protótipo foi testado e aprovado, no final do ano passado, no Deserto do Novo México.
Medindo pouco mais de 12 metros de altura e quase 4 metros de largura, na base - um terço do seu tamanho original -, o Delta Clipper não lembra nem de longe seus esguios antecessores, os chamados foguetes de múltiplos está-gios. Com os tanques cheios de combustível, não pesa muito mais que 20 toneladas. Para os engenheiros da empresa McDonnel Douglas Aerospace, que o construíram, ele é uma pequena obra de arte, um tanto prosaica: montado em apenas 18 meses, emprega tecnologia disponível, usada anteriormente, como os motores dos estágios superiores dos foguetes Atlas e Titan. Graças aos controles automatizados, toda a operação de vôo pode ser controlada por apenas três pessoas. Apesar de bastante criticado, principalmente por técnicos da NASA, o protótipo saiu dos testes do ano passado como provável sucessor dos atuais lançadores, de múltiplos estágios.
Levar um objeto do chão até a órbita da Terra exige um esforço enorme. Para conseguir o impulso necessário, um foguete precisa de grande quantidade de combustível. Mas, depois de lançado, quando já alcançou uma certa velocidade e queimou parte do combustível, o foguete está mais leve. Daí para a frente, escapar da força da gravidade fica muito mais fácil. A diferença de esforço entre essas duas etapas da subida é enorme: na primeira fase, seria como acelerar um ônibus com o tanque cheio, de 0 a 100 quilômetros por hora. Na fase seguinte, é como acelerar uma motocicleta de 65 a 100 quilômetros horários - muito mais fácil. Assim surgiu a idéia dos múltiplos estágios, que reduzem ainda mais o peso do foguete, que consegue, então, aumentar a velocidade mais facilmente.
A principal desvantagem desse sistema é clara: o desperdício de grandes pedaços de foguete. Não é difícil imaginar, portanto, os benefícios de um lançador como o Delta Clipper, que vai, volta e pode partir de novo, inteiro. O problema é que os foguetes de hoje não são capazes de sair do chão levando a quantidade de combustível necessária para entrar em órbita e retornar à Terra.
O sonho de um foguete retornável não é exatamente novo. Quatro anos depois do lançamento do Sputnik, pelos russos, ainda na década de 60 o especialista em foguetes Max Hunter já desafiava os conceitos convencionais propondo o que ele chamava de "Meio de Transporte Interplanetário Reaproveitável", movido a energia nuclear. Na década de 80, Hunter agitaria de novo a discussão, questionando os caros foguetes de múltiplos estágios e apresentando a idéia dos lançadores pelo sistema SSTO, de onde nasceu o projeto Delta Clipper, financiado pela Organização de Defesa por Mísseis Balísticos, dos Estados Unidos (abreviado como BMDO, em inglês).
A grande revolução do Delta Clipper está justamente na forma proposta para resolver, pelo menos em parte, o problema do peso. Subindo e descendo na posição vertical, o foguete dispensa todo um aparato de peças, como rodas e asas, usadas no ônibus espacial, por exemplo. Com essa carga a menos, o motor pode ser menor - o que contribui para reduzir ainda mais o peso do lançador. Além disso, a capacidade de descer praticamente em qualquer lugar dá ao foguete uma versatilidade não conhecida até hoje. Outra promessa dos construtores: o Delta Clipper será capaz de colocar em órbita uma carga de até 9 toneladas com um custo abaixo de 10 milhões de dólares. (Só para dar uma idéia da economia que isso representa, cada lançamento do ônibus espacial custa à NASA 413 milhões de dólares.)
Mas nem tudo é vantagem no Delta Clipper. Para começar, ninguém jamais pousara um foguete verticalmente na Terra. As experiências de pouso na Lua não servem de ba-se porque o ambiente lunar é extremamente calmo - sem atmosfera e, portanto, sem ventos que afetem os movimentos da nave. Além disso, a Lua tem um sexto da força de gravidade da Terra. Os desenhistas do Delta Clipper têm de pensar também na complicada manobra de virar o foguete, que deve entrar na atmosfera de ponta-cabeça, para a posição de pouso, com a cauda para baixo. E tem mais: sem asas, o lançador só conta com os motores para amortecer a queda e fazer um pouso seguro. E se algo falhar?...
Os testes, em 1993, provaram que, até certo ponto, a teoria funciona na prática. Mas nada foi suficiente ainda para calar os críticos do projeto. Cientistas da NASA, principalmente, atacam o programa afirmando que, em primeiro lugar, os motores do Delta Clipper não chegam nem perto da velocidade necessária para colocar um objeto em órbita (a velocidade de escape da gravidade da Terra é de 40 000 quilômetros por hora). Segundo ponto: o veículo utiliza componentes e estruturas convencionais pesadas demais para vôos retornáveis. Terceiro: o projeto não de-talha a proteção térmica necessária para a reentrada na atmosfera. Os céticos também duvidam dos baixíssimos custos de um vôo do veículo. Assim, segundo eles, até agora, o projeto provou muito pouco sobre a viabilidade dos foguetes retornáveis.
Os construtores do Delta Clipper respondem que este primeiro protótipo coloca a engenharia a meio caminho da realização do sonho desse tipo de foguete. "Se pensarmos sobre o conceito de um foguete retornável, já vencemos de 40% a 50% das dificuldades; em termos de operacionalidade e resistência, podemos dizer que avançamos de 60% a 70% do caminho", avalia Paul Klevatt, da McDonnell Douglas, que passou toda sua carreira envolvido com a construção de equipamentos usados nas viagens espaciais.
Encarado por alguns um bom truque de salão e por outros um revolucioná-rio meio de transporte espacial, o projeto Delta Clipper não tem ainda continuidade assegurada. Das verbas originalmente previstas, de 300 a 400 milhões de dólares, para a montagem de mais dois protótipos, um em tamanho original, até o ano 2000, a McDonnell Douglas conseguiu do Congresso americano apenas 40 milhões de dólares para o próximo modelo, ainda em escala reduzida, no ano de 1996.

Coisa de ficção científica

Nos testes do ano passado, coordenados pelo ex-astronauta Pete Conrad, da Apolo 12, o Delta Clipper demonstrou que pode mover-se no ar como nenhum outro foguete. Toda a operação, da decolagem ao pouso, não levou mais que 60 segundos

1 - Depois de 3,5 segundos, os motores alcançam 80% de potência
2 - A 50 metros do solo, uma pausa no ar antes de deslizar no horizontal
3 - A potência dos motores cai para 50% e a nave inicia a descida
4 - No pouso, os jatos que fizeram subir aparam a queda

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A fraude que revoltou a França - Caso Dreyfus - História


A FRAUDE QUE REVOLTOU A FRANÇA - Caso Dreyfus - História



Há 100 anos, o alto comando do Exército francês encenou um lance de espionagem e condenou um inocente.O capitão Alfred Dreyfus, acusado de vender informações secretas aos alemães, recebeu pena de prisão perpétua. O objetivo era desviar a atenção dos inimigos do verdadeiro segredo, um novo canhão, uma superarma de guerra. Mas tudo foi descoberto. Indignados, os cidadãos exigiram a revisão do caso. A França nunca mais seria a mesma .


Quando o capitão de Artilharia Alfred Dreyfus , oficial do Estado-Maior do Exército, foi sentenciado à prisão per--pétua na Ilha do Diabo, Guiana Francesa, em 1894, não houve protesto. A opinião pública também o condenou. A França, recém-saída da guerra contra a Prússia, vivia um período de estabilidade política interna e a população encarava as Forças Armadas como as intocáveis guardiãs da Segurança Nacional. Quatro anos se passaram até que algumas ilustres personalidades resolvessem denunciar as inúmeras irregularidades do processo. Entre elas estavam os escritores Émile Zola e Anatole France, o poeta Charles Péguy e os compositores Alfred Bruneau e Albèric Magnard. Mas só em julho de 1906 sua inocência foi reconhecida e ele pôde ser reabilitado.
O centenário do Caso Dreyfus desencadeou a publicação, na França, de vários estudos que reavaliam a questão. Um dos mais interessantes, sem tradução em português, é Un secret bien gardé (Um segredo bem guardado), de Jean Doise, especialista em História Militar. Baseando-se em minucioso exame de toda a documentação existente - incluindo arquivos nunca antes abertos aos pesquisadores -, ele formula uma explicação coerente e com muita probabilidade de aproximar-se do que realmente aconteceu, mas que difere da comumente aceita por especialistas no assunto, como Jean-Denis Bredin, o respeitado autor de L´Affaire (O Caso).
Sempre se acreditou que o capitão fora acusado devido a um erro decorrente de uma perícia apressada. E que a esse erro se juntou o preconceito: Dreyfus era judeu, de origem burguesa, numa arma do Exército onde predominava uma elite aristocrática. A partir daí, e apoiado no anti-semitismo da opinião pública, sem poder admitir que escolhera o homem errado, o Exército teria feito tudo para condená-lo, a ponto de proteger o verdadeiro culpado.
Mas o especialista Doise é de opinião que o indiciamento do capitão não foi por acaso e sim uma escolha deliberada de seus superiores. Para ele, o anti-semitismo, embora tenha tido papel fundamental no decorrer do processo, não foi elemento significativo no início. O ponto de partida do Caso Dreyfus, diz ele, foi uma intox - abreviatura de intoxication, nome dado às operações com que o Service de Renseignements (SR, serviço de informações do Exército) semeava notícias falsas para despistar inimigos em potencial.
Passados 24 anos da derrota para os alemães na Guer-ra Franco-Prussiana, a França experimentava um pe-ríodo de prosperidade eco-nômica, grande efervescência cultural e intenso desenvolvimento cien-tífico. No plano externo, graças à expansão colonial das décadas de 1880/90, recuperava também um papel preponderante entre as potências européias. Mas ainda havia ameaças: a aliança da Alemanha com a Itália e o Império Austro-Húngaro, e os atritos com a Grã-Bretanha devidos a litígios coloniais. Essa situação amedrontava os franceses com a possibilidade de que nova guerra viesse perturbar a calma daqueles últimos dias do século XIX, ao qual se dava o nome de Belle Époque - em que se imortalizaram, por exemplo, os belos cartazes do pintor checo Alfonso Maria Mucha.
Por isso, o povo enxergava as Forças Armadas como a garantia da Se-gurança Nacional; e a necessidade de preservar os segredos estratégicos gerava uma febre de espionagem e uma fobia da traição. Entre esses segredos, continua Doise, o mais importante era o do canhão de 75mm dotado de um revolucionário freio que amenizava o recuo da peça após o disparo, tornando-a muito mais rápida e eficiente (o 75mm seria uma das causas principais da vitória francesa na batalha do Marne, durante a Primeira Guerra Mundial).
Para evitar que os alemães nem sequer desconfiassem de que o 75mm estava sendo construído, era preciso montar uma intox, fazendo-os crer que as pesquisas referiam-se a outra arma: o canhão de 120mm, em estudos na época, mas longe de ficar pronto. Assim, o tenente-coronel Jean Sandherr, chefe do SR, plantou junto a Max von Schwarzkoppen, adido militar da embaixada alemã em Paris, um agente duplo: o conde Charles-Ferdinand Walsin-Esterházy. Este oficial, um nobre de origem húngara, totalmente arruinado, era um oportunista sem muitos escrúpulos, que faria qualquer coisa para se livrar da penosa situação financeira em que vivia. Esterházy procurou Schwarzkoppen, em julho de 1894, oferecendo-se para vender-lhe informações confidenciais.
Mas, para que essas informações parecessem realmente valiosas, era necessário apanhar e punir o "espião" que as oferecera: só assim os alemães se convenceriam de não estar comprando gato por lebre. Foi por isso, argumenta Doise, que o diretor do SR e seu adjunto, o comandante Hubert Joseph Henry, fabricaram, de comum acordo com Esterházy, o bordereau, uma carta sem assinatura, escrita no papel quadriculado usado pelo Estado-Maior, prometendo ao adido alemão vários segredos sem importância. Entre eles também estava o projeto do canhão de 120mm. Não interessava a Sandherr, porém, queimar seu agente duplo, Esterházy, que ainda lhe poderia ser útil. Por essa razão, procurou outro bode expiatório.
Por que, então, a escolha recaiu so-bre Alfred Dreyfus? Primeiro porque ele não era popular entre seus pares, que desdenhavam de seu caráter intro-vertido, assim como do orgulho com que se referia a seus sucessos profis-sionais e à riqueza de sua família. O ressentimento era ainda mais forte numa época em que a desconfiança generalizada contra os estrangeiros, vistos como espiões em potencial, açulava o anti-semitismo, que tinha sua tribuna mais asquerosa no jornal La Libre Parole, dirigido por Édouard Drumont. Dreyfus era francês, mas nascera na Alsácia, anexada pela Alemanha em 1871. Além disso, era membro de uma família de in-dustriais judeus-alemães, originária da Renânia.
A esses ingredientes, San-dherr, o chefe do SR, também alsaciano de Mulhouse como Dreyfus, acrescentou um ele-mento de acaso. No início de 1894, Sandherr recebera de sua terra uma carta anônima acusando um oficial não identificado - denominado pelo autor "esse canalha do D" - de ter feito contato com os alemães durante uma visita a Mulhouse, em dezembro do ano anterior. Ora, exatamente nessa época, sem se preocupar em pedir a autorização de seus superiores, o pouco simpático Alfred Dreyfus fora a Mulhouse para os funerais de seu pai. Sandherr enfureceu-se com a possibilidade de que um conterrâneo seu fosse um traidor e, sem sequer verificar a procedência da denúncia, resolveu puni-lo. Como não podia admitir publicamente que dispunha de uma rede de informantes em país estrangeiro, transferiu para Paris o local da pretensa traição, fazendo de Dreyfus o homem que queria vender a Schwarzkoppen o segredo do 120mm.
Essa versão altera certezas que os historiadores tinham anteriormente. Por exemplo, a de que o bordereau fora encontrado na lata de lixo do escritório do adido alemão pela faxineira Marie Bastian, na verdade uma agente infiltrada pelo SR na embaixada. O mais provável é que o papel tenha ido diretamente da sala de Sandherr para as mãos do comandante Du Paty de Clam, que tinha a pretensão de entender de caligrafia e atestou ser aquela a letra de Dreyfus. Foi o que bastou para que o general Auguste Mercier, ministro da Guerra no gabinete do primeiro-ministro Charles Dupuy, ordenasse a prisão do suspeito. Em dezembro de 1894, aos 35 anos, Dreyfus foi inapelavelmente condenado à prisão perpétua. Da tal carta anônima vinda da Alsácia, sabe-se que fez parte do "dossiê secreto" do caso, mas desapareceu quando Sandherr morreu em 1896, em conseqüência de problemas nervosos.
A opinião pública, atemorizada pelos riscos de segurança que a traição poderia acarretar, e envenenada pela propaganda anti-semita de jornais como o de Drumont ou o católico La Croix, não estranhou as irregularidades do processo. Em nome da "razão de Estado", a corte marcial violou arbitrariamente vários regulamentos. Os advogados de defesa, Fernand Labori e Charles Demange, não tiveram acesso ao "dossiê secreto" mandado preparar pelo general Mercier - decidido a obter a condenação a qualquer custo - e que conteria "provas irrefutáveis dos contatos do capitão com Schwarzkoppen". Ignorou-se também o direito de Dreyfus a uma pena mais leve, a de deportação para a Nova Caledônia, por ser réu primário e ter nível superior de escolaridade. Em vez disso, Dreyfus foi punido com trabalhos forçados, ao lado de presos de alta periculosidade, na hedionda Ilha do Diabo. Para lá o embarcaram, após a humilhante cerimônia de degradação a 5 de janeiro de 1895, em que seu sabre foi quebrado e ele se viu despojado do uniforme.
Num primeiro momento, ninguém pareceu dar-se conta de que ele fora vítima de tremenda injustiça. A comunidade judaica o condenou por imaginar que tinha respondido com traição à acolhida que a França lhe dera e à sua gente. Poucos acreditavam desde o primeiro momento na inocência do capitão - como o jornalista Bernard Lazare que, em novembro de 1896, publicaria na Bélgi-ca o inflamado Um er-ro judiciário: a verdade sobre o Caso Dreyfus. O caso teria terminado aí se não ocorresse um episódio que veio mudar tudo.
Em março de 1896, o tenente-coronel Georges Picquart, que assumira a chefia do SR após a morte de Sandherr, recebeu das mãos da senhora Bastian, a faxineira, o petit bleu. Assim chamado devido à cor do papel em que vinha impres--so, o "azulzinho" era um pneumatique (carta expressa) onde Schwarz-koppen fazia referência a encontros com Esterházy. Picquart que, até então, acreditava piamente na culpa de Dreyfus, conseguiu acesso ao "dossiê secreto" e, dias depois, comunicou ao general Le Mouton de Boisdeffre, chefe do Estado-Maior e seu amigo pessoal, nada haver ali que incriminasse o capitão. Pior do que isso: a letra no bordereau não era dele, e sim de Esterházy. Bastou essa notícia vazar, em setembro, numa reporta-gem do jornal L´Éclair, para que Lucie Dreyfus entrasse com o pedido de re-visão do processo do marido.
Apesar disso, o prêmio para o íntegro Picquart, por ter tentado restabelecer a verdade, foi ser nomeado para um comando na Tunísia. Em seu lugar, à frente do SR, foi colocado Joseph Henry. Este, por excesso de zelo, acreditan-- do com isso proteger Mercier e o fale-cido Sandherr, falsificou novo documento, em que o nome de Dreyfus era citado explici-tamente e com o qual pretendia incriminá-lo de forma definitiva.
Picquart, entretanto, não conseguiu ficar calado: revelou a autoria do bordereau a seu advogado, Georges Le-blois, e este levou a informação a Auguste Scheurer-Kestner, vice-presi-dente do Senado. Kestner tentou inutilmente obter das autoridades militares a revisão do processo. Estas, porém, não quiseram ceder porque, em novembro de 1897, Mathieu Dreyfus, irmão do condenado, havia acusado Esterházy publicamente de ser o verdadeiro traidor. Era preciso convocar uma corte marcial para salvar a face do Exército. Nesse processo sumário, que durou somente dois dias, Esterházy foi unanimemente absolvido.
Em janeiro de 1898, dois dias depois dessa escandalosa absolvição e do encarceramento de Picquart, o jornal parisiense L´Aurore, dirigido por Georges Clemenceau - futuro primeiro-ministro, na época da Primeira Guerra - , estampava na primeira página uma carta-aberta ao presidente Félix Faure intitulada J´ccuse, Eu acuso, em francês. O autor de Eu Acuso era o renomado escritor Émile Zola. Desde que lera as revelações do Éclair, ele vinha hesitando em se envolver na campanha pró-Dreyfus, mas quando Esterházy foi absolvido, decidiu protestar contra as irregularidades.
A França, então, dividiu-se em dois campos que se digladiavam nos órgãos de imprensa. Os dreyfusards, partidários da revisão do processo, agrupavam republicanos, radicais, socialistas, maçons, protestantes, judeus progressistas, e os militantes da recém-fundada Liga dos Direitos do Homem (no bloco da esquerda, a única dissensão era a dos marxistas revolucionários, para os quais o proletariado não tinha de mobilizar-se em defesa de um burguês condenado por sua própria classe). No campo oposto estavam os anti-semitas e os conservadores, divididos em monarquistas, clericais e nacionalistas como Maurice Barrès e Charles Maurras.
A resposta do ministro da Guerra, general Billot, foi processar Zola por difamação. Condenado a um ano de prisão, em fevereiro de 1898, o escritor apelou à Corte de Cassação, que revogou a sentença. Um novo julgamento, realizado no mês de julho, confirmou a condenação, e o autor de J´Accuse teve de se exilar na Inglaterra.
Uma vez mais, tudo parecia terminado - e talvez fosse assim, se não fosse um deslize dos militares. É que o novo ministro da Guerra, Godefroy Cavaignac, abertamente hostil aos revisionistas, resolveu pedir um reexame dos autos do processo que lhe permitisse expor, perante o Parlamento, por que Dreyfus não deveria ser inocentado. Mas no discurso que acabou fazendo aos deputados cometeu um erro fatal, que lhe custaria a carreira e tornaria a revisão inevitável: mencionou uma carta que o chefe do SR, Joseph Henry, falsificara cerca de um ano antes com o objetivo de ligar Dreyfus aos alemães. O problema é que Cavaignac desconhecia o andamento do reexame dos autos que ele próprio pedira. E seu ajudante-de-ordens, o capitão Louis Cuignet, depois de estudar atentamente o documento, concluíra que era forjado. Assim, quando o ajudante botou debaixo do nariz do chefe as provas da grosseira falsificação, Cavaignac não teve outra alternativa. No dia 30 de agosto de 1898, convocou a seu gabinete o desventurado Henry, que, encostado na parede, confessou a fraude e na noite de 31 abriu a garganta com uma navalha. Três dias depois, Lucie Dreyfus voltava a exigir a revisão do processo de seu marido.
Não havia mais como recusá-la. O suicídio de Henry amotinara a nação. Pessoas demais em altos escalões estavam comprometidas, e a questão se tornaria nitidamente política. Dreyfus, que havia quatro anos penava na Ilha do Diabo, foi trazido à França e autorizado a envergar novamente o seu uniforme para assistir, em Rennes, a seu segundo julgamento. Ainda assim, o Exército não podia admitir tê-lo sacrificado injustamente. Apesar da imparcialidade do juiz, coronel Albert Jouaust, que votou a seu favor, e da vontade evidente do governo do primeiro-ministro René Waldeck-Rousseau de reparar a injustiça, sua culpa foi reafirmada, embora com atenuantes.
Ele foi condenado a dez anos numa prisão militar, mas ao mesmo tempo foi-lhe oferecida a possibilidade de ser agraciado pelo presidente Émile Loubet, se renunciasse à apelação. Líderes dreyfusards como Picquart, Clemenceau e Labori queriam continuar lutando; mas Alfred estava tão cansado e desejoso de reencontrar a família, que aceitou. Os revisionistas, assim, se indignaram com a anistia assinada em dezembro de 1900 por Loubet, que pôs Mercier e outros a salvo de punições.
A fase final do caso se iniciou em 8 de abril de 1903, quando o general De Pellieux, que tivera participação ativa no processo contra Zola, pediu remoção para a reserva. Na carta que enviou ao novo ministro da Guerra, general André, dizia "ter perdido a confiança em seus superiores ao descobrir que estes o obrigaram a trabalhar com documentos falsificados". Por isso, André solicitou novo inquérito, e confirmou a existência no "dossiê secreto" de documentos forjados, que tinham escapa-do aos juízes anteriormente. Enfim, no dia 25 de abril Dreyfus pediu nova revisão e, em 12 de julho de 1906, as três câmaras da Corte de Cassação o declararam inocente.
Dez dias depois, aos 46 anos, ele voltou à esplanada da Escola Militar, onde fora degradado, para ser solenemente reabilitado e receber a Cruz de Cavaleiro da Legião de Honra. Alfred Dreyfus serviu o Exército francês por mais um ano. Ao atingir o posto de major, passou à reserva (o que não impediu que fosse reconvocado ao serviço ativo durante a Primeira Guerra). Depois, aos 59 anos, aposentou-se e viveu discretamente em Paris. Morreu em julho de 1935, aos 76 anos.
As conseqüências imediatas do Caso Dreyfus foram a vitória eleitoral republicana e a aprovação da lei que separou a Igreja e o Estado. A aliança entre radicais, republicanos de esquerda, progressistas e socialistas, na fileira dos dreyfusards, facilitou a criação do Bloco das esquerdas que, nas eleições de abril e maio de 1902, conquistou 465 cadeiras na Assembléia Nacional, contra 124 da Ação Liberal, de direita.
Esse resultado permitiu aos socialistas colocar em prática o projeto de revogação da Concordata de 1801, que estabelecera a união Igreja/Estado. O sentimento antimilitarista também se fortaleceu: o SR foi desmantelado e os gastos militares reduzidos. Numa fase em que a Alemanha estava em plena corrida armamentista esse corte teve efeito prejudicial durante a Primeira Guerra. A ascensão da esquerda provocou o crescimento do nacionalismo com fortes tintas xenofóbicas e, em especial, anti-semitas: em 1899, Charles Maurras fundara a Ação Francesa, movimento de ideologia claramente pré-fascista.
O rancor azedo dos antidreyfusards seria ainda maior quando, em 1936, as eleições foram ganhas pelos esquerdistas da Frente Popular, liderados pelo judeu Léon Blum. O antagonismo entre esses dois campos gerou a divisão interna que, nas décadas seguintes, enfraqueceria o país politicamente, plantando a semente do desastre na Segunda Guerra. O debate sobre a culpa ou inocência do capitão Alfred Dreyfus põe à prova a noção de "direitos humanos", formulada durante a Revolução de 1789, em termos modernos. Só isso bastaria para garantir enorme atualidade ao seu centenário, como matéria de reflexão e ensinamento a ser incorporado ao nosso presente.

O mundo agitado da Belle Époque

A virada do século XIX foi bastante tumultuada: descobertas científicas que mudariam conceitos estabelecidos se mesclavam a movimentos políticos revolucionários e às agitações culturais

1894
- Batido o recorde de velocidade de 21 quilômetros por hora na corrida de automóveis Paris-Rouen
- O presidente da França Sadi Carnot é assassinado pelo terrorista italiano Sante Caserio

1895
- Em artigo publicado no Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, o jurista e ex-senador baiano Rui Barbosa, em Londres, protesta contra a injustiça imposta a Dreyfus
- Criada na França a Confederação Geral do Trabalho (CGT)
- Louis e Auguste Lumière realizam, no Grand Café de Paris, a primeira sessão de cinema

1896
- O francês Antoine-Henri Becquerel descobre a radioatividade

1897

- A atriz francesa Sarah Bernhardt estréia em Paris a peça La Samaritaine, de Edmond Rostand; o cartaz é do pintor Mucha

1898
- O casal Pierre e Marie Curie descobre o elemento químico rádio

1899
- Ernest Rutherford, neozelandês, descobre a radiação alfa e beta
- Giovanni Agnelli funda em Turim, Itália, a fábrica de automóveis FIAT

1900
- Inaugurada em Paris a Exposição Universal, que recebe mais de 50 000 visitantes
- Começa a funcionar o metrô de Paris

1901
- O japonês Jokichi Takamine isola a adrenalina
- O italiano Guglielmo Marconi envia a primeira mensagem radiotelegráfica da Europa para a América
- O inglês Hubert Cecil Booth inventa o aspirador de pó

1902
- O Bloco das esquerdas vence as eleições na França e Émile Combes, escolhido primeiro-ministro, luta pela separação entre Estado e Igreja

1903
- O russo Ivan Pavlov descobre os reflexos condicionados
- Pela primeira vez registra-se em disco uma ópera: Ernani, de Giuseppe Verdi
- O holandês Willem Einthoven inventa e constrói o eletrocardiógrafo

1904
- Eduardo VII, da Inglaterra, propõe a Entente Cordiale com a França, para resolver todos os litígios entre os dois países

1905
- O físico alemão Albert Einstein apresenta ao mundo sua Teoria Especial da Relatividade, que subverte as idéias fundamentais da Física clássica

1906
- O físico alemão Albert Einstein apresenta ao mundo sua Teoria Especial da Relatividade, que subverte as idéias fundamentais da Física clássica

Militares ainda não reconhecem o erro

Até hoje os franceses convivem mal com a lembrança da injustiça cometida contra o capitão Dreyfus. Quando, em 1986, o ministro da Cultura, Jack Lang, o incluiu entre as personagens históricas a serem homenageadas pelo governo socialista de François Mitterrand, com monumentos em praça pública, o Exército se opôs terminantemente a que a estátua de Dreyfus, do escultor polonês Louis Mitelberg, fosse colocada na esplanada da Escola Militar, onde ele foi degradado em janeiro de 1895. E a Justiça tam-pouco aceitou que ela se erguesse na praça diante do tribunal onde ele foi condenado. Só após dois anos de polêmica a estátua pôde ser inaugurada - e assim mesmo num cantinho escondido do Jardim das Tulherias, onde não chama a atenção dos passantes.

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Em busca do monstro perdido - Polêmica


EM BUSCA DO MONSTRO PERDIDO - Polêmica



Um projeto encanta os turistas e facilita a vida dos cientistas que estudam o Lago Ness, no norte da Escócia. O sucesso das viagens de submarino ao fundo do lago onde viveria a mais procurada criatura do mundo reaquece a lenda que desafia a ciência.



Um novo submarino, com 10 metros de comprimento e pesando 24 toneladas é o mais novo recurso usado na caça à lenda mais famosa do mundo, o incrível monstro Nessie - um ani-mal gigantesco que milhares de pessoas afirmam ter visto nas águas escuras do Lago Ness no norte da Escócia. Construído no Canadá, o submarino é capaz de mergulhar a 230 metros de profundidade levando até seis pessoas.
Este não é o primeiro submersível a vasculhar o lago escocês mas, diferentemente dos anteriores, seus passageiros são, a maior parte do tempo, turistas e curiosos dispostos a pagar cerca de 100 dólares por uma hora de diverti-da caçada mitológica. Só na primeira semana, de acordo com os organiza-dores, cerca de 500 pessoas fizeram reserva. Essas excursões têm um objetivo nobre: o dinheiro arrecadado é usado para financiar um projeto do Centro de Pesquisa sobre o Monstro do Lago Ness. Além do dinheiro, entre uma viagem e outra, o submarino desce para coletar amostras do fundo do lago que servirão para estudar a história e a idade geológica da região - daí seu apelido de Máquina de Volta ao Passado. Os cientistas garantem que não estão atrás de Nessie. Mas, como o nome do centro de pesquisa indica, nenhum deles deve ficar infeliz se topar com ele.
Nessie, aliás, é o maior beneficiado pelo projeto: depois de ter sua credibilidade seriamente comprometida com a descoberta de uma fraude vergonhosa, a lenda parece mais viva do que nunca, "ressuscitada" pelo sucesso das excursões. A farsa era uma fotografia batida em 1934 pelo ginecologista inglês Robert Wilson, considerada uma das provas mais "contundentes" da existência da fantástica criatura. A imagem do dorso, do longo pescoço e da pequena cabeça do que parece ser uma espécie de dinossauro semi-submerso tinha tudo para convencer até os mais incrédulos - e convenceu, por longos sessenta anos. Os peritos atestaram: a foto era autêntica. Era o que se pensava até o final de 1993, quando Christopher Spurling confessou que a figura era um boneco sobre uma bóia, construído por ele mesmo. O trote fora encomendado por seu padrasto, o cineasta Duke Wetherell, como vingança contra o jornal inglês Daily Mirror, que o despedira.
Apesar de abalada, a credibilidade de Nessie não foi destruída. Afinal, o monstro existe - ainda que só em fantasia - há quase 1 430 anos. Consta que a primeira aparição aconteceu no ano 565, quando o missionário irlan-dês Columba salvou um de seus discípulos das garras de uma gigantesca serpente surgida das águas escuras do lago. Mas foi a partir de 1933 que Nes-sie perdeu a timidez e passou a se mostrar mais. Há quem diga que o monstro foi acordado pelas explosões de dinamite na abertura da estrada que liga a cidade de Inverness a Fort Augustus, nos extremos do lago. Ao todo, calcula-se que tenha sido visto por mais de 4 000 testemunhas, muitas delas com séria reputação a zelar e, por isso, consideradas fidedignas, como monges, oficiais da Marinha e até mesmo cientistas.
Boa parte dos relatos coincide em pelo menos alguns pontos: Nessie é vermelho-escuro, de pele brilhante e mede entre 8 e 9 metros de comprimento - uma descrição que leva a várias interpretações. A hipótese mais cotada é a de que seria um plesiossauro - uma espécie de dinossauro aquático. Seja a espécie de animal que for, uma coisa é certa: para perpetuar-se por mais de quatorze séculos teriam de existir pelo menos vinte monstros. O Lago Ness - o maior da Escócia, com cerca de 37 quilômetros de comprimento, 1,5 quilômetro de largura e 240 metros de profundidade média - oferece todas as condições para isso. Os grandes salmões e trutas que povoam as águas representam abundantes petiscos e o fundo rochoso tem pelo menos uma profunda caverna, ideal para abrigar uma família inteira de Nessies.
Todas as pesquisas baseiam-se nesse tipo de suposição, nos testemunhos e em dezenas de fotos e filmes. Pelo menos até que se prove que são falsos, isso é matéria-prima suficiente para dezenas de expedições científicas em busca do monstro. Na década de 70, por exemplo, sérias instituições americanas, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e a Fundação Smithsonian vasculharam as águas do lago, sob o patrocínio do não menos sério jornal New York Times. Em 1987, 24 barcos "varreram" com sonares toda a área do lago, numa aventura que custou nada menos que 1,6 milhão de dólares aos patrocinadores. A melhor conclusão a que os pesquisadores chegaram foi a de que existe algo muito grande e estranho nadando lá embaixo. "Poderia ser uma espécie de esturjão do Báltico - um peixe que pode medir 3 metros de comprimento e pesar 200 quilos", afirma Adrian Shine, encarregado das operações de pesquisa do novo subma-rino que percorre o lago. A opinião não é de estranhar. Preocupados em não arranhar a reputação, os cientis- tas sempre dizem que ninguém está atrás de Nessie. É assim, também, com o Projeto Urquhart, do Museu de História Natural de Londres, que começou em 1992 a estudar o ecossistema do Lago Ness.
A equipe já levantou, no fundo do lago, pelo menos 28 tipos de vermes nematóides, medindo de 2 milímetros a 1 centímetro de comprimento. Os nematóides estão entre os animais mais abundantes da Terra, representando entre 8% e 9% de toda a fauna do planeta. E Nessie, cadê? "Sobre isso, não tenho nada a comentar", foi a resposta de John Lambshead, um dos líderes da pesquisa do museu londrino, a nos. Com comentário ou sem comentário, o fato é que as caçadas se sucedem, ano a ano. E Nessie vai sobrevivendo, de polê-mica em polêmica, há quatorze séculos, atraindo cer- ca de 600 000 turistas a cada ano para a região do lago. A última e definitiva prova da existência de Nessie é a lei esco-cesa que, desde 1933, protege a fantástica criatura: nenhu-ma pessoa ou instituição po-de capturá-la ou feri-la. E depois vêm dizer que não exis--te, ora. Lei é lei.

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A África que você nunca viu - Geografia


A ÁFRICA QUE VOCÊ NUNCA VIU - Geografia



Neblina perene e plantas descomunais, envoltas em sufocante manta de musgo, dão ao Monte Ruhengeri o ar de um outro planeta.


Nada ali recorda as típicas florestas, savanas ou desertos do continente negro. Milhares de metros acima do nível do mar, a floresta do Ruhengeri é um habitat único no mundo, onde o calor tropical conflita com frígidas geleiras - mais de trinta. Sob eterna neblina vêem-se ervas altas que parecem árvores, como as lobélias, cujas folhas, aveludadas e azuis, depois de mortas servem de cobertor contra o frio. A floresta é tão densa e retém tanta água que a umidade torna-se opressiva. "A água escorre de todas as folhas e nos encharca até os ossos", relata a jornalista francesa Christine Huot, um dos raros visitantes recentes a enfrentar as dificuldades e chegar às Montanhas da Lua, como a região foi batizada pelo sábio grego Ptolomeu, no século II.
Com 5 119 metros de altitude, o Ruhengeri é o terceiro ponto mais alto da África. Ao con-trário dos dois outros grandes picos, o Kili-manjaro, na Tanzânia, com 5 898 metros, e o Monte Quênia, com 5 202 metros, ele não tem origem vulcânica; representa o ápice de um emaranhado geológico no qual se misturam seis cordilhei-ras e nada menos que 24 picos atingem 4 500 metros acima do nível do mar. Supõe-se que esse maciço rochoso tenha emergido, milhões de anos atrás, depois de uma grande fratura na crosta terrestre, sob a região nordeste da África, apurou Christine. "O resultado foi a ascensão para a superfície de massas de granito e gneisse (tipo de rocha cristalina)".
Entre os picos, em vales apertados, cobertos por uma das mais fechadas florestas do globo, as chuvas e as geleiras criaram 22 grandes lagos. O périplo de oito dias a pé que levou Christine ao alto das Montanhas da Lua teve início no território do Zaire. "A trilha que partia de Mutsora, a última aldeia, estava bloqueada por diversos caminhões, parados devido ao mau tempo, e mesmo o jipe derrapava continuamente. Nosso avanço era lento e penoso. Sob o brilho inclemente do sol, a trilha cruza plantações de banana, mandioca e café e grupos de mulheres passam carregando lenha às costas. A uma altitude de 1 700 metros, penetramos na parte mais fechada da floresta."
A selva do Ruhengeri se apresenta, então, com toda a sua exuberância. As árvores erguem-se, às vezes, até 25 metros de altura, como um prédio de oito andares. Embaixo, o solo é escorregadio, repleto de raízes, e um sobe-e-desce contínuo. Os tombos são ainda mais freqüentes porque a atenção do caminhante é distraída pela beleza da floresta: um verde intenso pontilhado por lampejos de outras cores. Por exemplo, as grandes pencas de flores rosadas do bálsamo, um arbusto típico da região tropical úmida africana. Mas o que mais impressiona o visitante é o porte descomunal dos vegetais: enquanto as lobélias européias são plantas de jardim, as africanas têm mais de 3 metros de altura.
O cúmulo do exagero, porém, é a conhecida raiz-de-são-joão, que não passa dos 50 centímetros no resto do mundo e no Ruhengeri tem 15 metros de altura. Não se sabe por quê. O clima somente não é capaz de explicar desproporções dessa ordem. "Os botânicos acreditam que as plantas do Ruhengeri foram isoladas do mundo por uma era glacial, há 10 000 anos, e com o tempo tomaram formas extravagantes", conta Christine. Mas as causas do crescimento são desconhecidas. Talvez a resposta esteja na brusca mudança de temperatura no Ruhengeri, onde faz mais de 30°C de dia e menos de 10°C à noi--te. Outra influência possível é a da própria luz solar, excepcionalmente forte, nas grandes altitudes. São algumas das hipóteses que se começam a testar.
Mas, certamente, não será simples compreender os caminhos que a natureza escolheu para desenvolver a vida vegetal nestas condições únicas: o topo de altas cordilheiras no tórrido e úmido leste africano. E põe umida de nisso, conforme relata vivamente a jorna-lista, ao falar de um trecho particularmente árduo da jornada. "A 2 138 metros de altitude, atravessamos um rio e paramos para passar a noite. O sistema eletrônico de uma das máquinas fotográficas, já havia pifado, a essa altura, devido à umidade. E, para aumentar o desconforto, nossas provisões foram assalta--das por camundongos durante a noite." Não foi, portanto, com a melhor disposição que, no dia seguinte, a equipe enfrentou a trilha, bem mais íngreme, prossegue Christine.
"A floresta impenetrável, devido aos milhares de raízes que pavimentam o solo, parecia, definitivamente, ter se transformado numa imensa esponja, empapada de água. Ficava cada vez mais difícil erguer da lama os sapatos encharcados. Kangourou, nosso guia, mostrou-nos a trilha aberta por um bando de gorilas, mas não pudemos vê-los, por serem extremamente ariscos. Assim, chegamos a um mundo de arbustos de troncos retorcidos, as chamadas urzes. Nessa área magnífica, um formidável tapete de musgos verdes, laranja e amarelos forram inteiramente o chão, em alguns pontos com camadas de mais de 1 metro de espessura, nas quais nos sentimos afundar suavemente."
A 3 600 metros, o meio ambiente já não é o mesmo. Desaparecem as árvores e os enormes véus de líquens que pendem de seus ramos. Surgem orquídeas cor-de-rosa e magníficos buquês de sempre-vivas brancas, criando uma atmosfera mágica sob as espessas nuvens. É a partir desse patamar que crescem as lobélias, assim como os tanacetos. Singulares, os tenacetos pertencem à família do dente-de-leão, uma planta de jardim, e enquanto jovens lembram grandes couves-flores que cresceram rápido demais, cujas folhas, grandes e espessas, forradas de pêlos prateados, fornecem proteção perfeita contra o frio e o calor. Mais tarde, porém, emerge em meio às folhas um talo ereto, tão grande que lembra um tronco de árvore. Dele, despontam aglomerados de flores, de um tom amarelo-esverdeado.
As lobélias, por sua vez, apresentam-se em grande variedade de espécies, a maioria da família que os botânicos classificam pelo nome deckenii. Têm um pedúnculo, ou haste, de mais de 3 metros de altura e uma aparência espetacular, pois chegam a vergar com o peso das flores que ostentam. À noite, estas flores se fecham, num mecanismo cuja função é conservar o calor do néctar. Com isso, enlouquecem os pássaros, alguns dos quais bicam o pedúnculo do topo até a base e espalham o pólen das flores azuis, ocultas sob as folhas. Em vez de fazerem mal, portanto, as aves asseguram a reprodução das plantas.
Mas estas são as últimas representantes da grande floresta. A uma altitude de 4 200 metros, ao pé do pico Wasuwameso, erguendo-se 200 metros acima dos expedicionários, começa a zona dos lagos e das geleiras. Do cume do Wasuwameso, junto ao Lago Margarida, vêem-se as primeiras massas geladas, e o frio, à noite, torna-se cortante. Lobélias e tanacetos resistem com galhardia, espalhados pelo solo íngreme. Mas a paisagem é estéril, de uma beleza selvagem, fora do comum. A 4 280 metros, avista-se o Lago Verde, bem escuro, e logo a seguir o Lago Cinzento. Dessa altitude, contemplam-se diversas geleiras e cumes, como que brincando de esconde-esconde entre as nuvens, e a vegetação, afinal, desaparece. Restam, somente, rochas nuas e gelo.

Praga Africana

A maria-sem-vergonha, quem diria, é importada. Natural da África, essa plantinha, que apresenta pequenas flores coloridas, pode ser encontrada em quase todo o território brasileiro. Segundo o biólogo José Rubens Pirani, do Instituto de Bio-ciências da USP, ninguém sabe exatamente como ela foi introduzida por aqui, mas é bem provável que tenha sido trazida pelos botânicos contratados para implantar parques e jardins na época do Brasil colonial. Hoje, a Impatiens sultanii, seu nome científico, é considerada uma espécie subespontânea, pois nasce sem a necessidade de intervenção humana. "Seus frutos explodem com o impacto de uma minúscula gota de chuva, espalhando as sementes. Essa estratégia de dispersão das sementes fez a espécie se alastrar com muita facilidade, transformado-a numa verdadeira praga", explica. "Mas, mesmo assim, ela não deixa de ser bonitinha."

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A verdadeira face de Ivan, o terrível - Perfil

A VERDADEIRA FACE DE IVAN, O TERRÍVEL - Perfil



O primeiro czar arrasou cidades e matou milhares de pessoas. Mas também governou com seriedade e fez da Rússia uma nação moderna, a semente da qual nasceria um grande império mundial


Era visível a surpresa dos antropólogos quando terminaram o estudo do esqueleto, que repousava em um sarcófago de mármore, na Basílica de Archangel, no Kremlin, sede do governo russo, em Moscou. Com ajuda de um computador, os cientistas haviam reconstituído a disposição dos ossos da face. Com isso, produziram a primeira imagem fiel de um dos fundadores da nação russa cuja obra política e personalidade controversa marcaram os quatro séculos seguintes da História.
Conhecido como Ivan, o Terrível, muitos artistas, no passado, o haviam pintado com semblante frio e mau. Mas em sua fa--ce nada havia que justificasse esse apelido, como comprovaram agora os cientistas russos. Na verdade, é provável que Ivan IV tenha merecido o cognome de Terrível, mas é certo que governou com inteligência e seriedade. Entre 1547 e 1584, ele partiu para novas conquistas fora dos limites do império russo, que já se encontrava consolidado como um Estado moderno - moldado a partir da massa de Estados menores, que geralmente eram apenas uma cidade ou um pequeno grupo de aldeias agrícolas. Assim nasceram França, Holanda, Espanha e outros países europeus: como uma colcha de retalhos em que passaram a viver sob a mesma bandeira os mais diferentes povos de costumes e línguas diversas.
Quem hoje vê os restos do gigantesco império soviético, assiste aos últimos momentos de uma história que começou no tempo de Ivan IV, no Período Moscovita, da História russa. "Ele foi uma figura forte e ambígua", define a professora Arlete Cavaliere, da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo. Em suas aulas, chama a atenção para a seriedade e a inteligência do soberano, e acrescenta: "Mas não media esforços para atingir seus objetivos. Mandava prender, matar. Tudo isso o levou à loucura no final da vida".
De olhos azuis e barba castanha cobrindo-o desde a garganta até os ombros, ele ganhou celebridade menos por seus atos políticos do que pelas atrocidades que teria cometido. Na infância, por exemplo, atirava cachorros do alto das muralhas. Já czar da Rússia, mandou matar a mulher e o filho de um amigo, suspeito de traição. No final do reinado, seu exército invadiu a cidade de Nov-gorod, torturou e assassinou mais de 60 000 pessoas. Enfim, por medo de conspiração, dois anos antes de morrer, assassinou o filho com as próprias mãos.
No plano puramente político, seu trabalho foi levar adiante a tarefa do avô, Ivan III, que depois das tentativas de seus antecessores conseguiu, finalmente, unificar o país e outorgar-se o título de "chefe de todas as Rússias". O pai, Vassili III, o grão-duque de Moscou, embora menos importante, merece registro por ter completado a unificação e iniciado a conquista de outras terras. Em 25 de agosto de 1530, Ivan IV nasceu da segunda mulher do pai, Helena Glinskaia - a primeira havia sido internada num convento por não poder ter filhos. O país, então, já era um reino. Já no final do século XV, terri-tórios como Novgorod, Kiev, Tver fa-ziam parte de um verdadeiro império, com a capital em Moscou.
O detalhe mais importante do governo de Ivan IV foi a expulsão definitiva dos tártaros - povos nômades da Ásia que nas décadas anteriores haviam ocupado cidades próximas ao império russo. Ivan, muito audacioso, queria expandir seus domínios e aproximar-se do Ocidente; queria intensificar o comércio e modernizar o país, até então isolado e muito atrasado, em comparação aos vizinhos europeus. Mas as primeiras conquistas do czar não foram no Ocidente, e sim a leste - rumo ao Rio Volga, sua rota para o Mar Cáspio e daí para a Sibéria. Assim, em 1552, enviou 39 000 homens contra Kazan, cuja população expulsou para longe.
Quatro anos depois, os moradores de Astrakan tiveram destino igual, dando aos moscovitas domínio sobre a navegação e o comércio no Volga. Era mais um passo rumo à ocupação da Sibéria. Ainda nessa época, Ivan tentou abrir uma rota direta para o oeste, e atacou a chamada Livônia, terra situada onde é hoje o norte da Polônia. Ou seja, junto ao Mar Báltico, que Ivan dizia ter as costas de prata e as águas de ouro. A guerra começou em 1558. Nesse caso, o cálculo foi mal feito: pressentindo o perigo, Polônia, Dinamarca, Suécia e Lituânia juntaram-se à Li-vônia, e depois de 24 anos de luta os moscovitas foram obrigados a se retirar.
Ao mesmo tempo, o czar havia aproveitado para pôr o país em ordem e intensificar o comércio interno, ainda precário. Também organizou, pela primeira vez, um exército permanente e estabeleceu contato mais firme com outros países. E uma surpresa: procurou melhorar as condições de vida das classes menos favorecidas. As canções populares de então sobreviveram nada menos que quatro séculos, atestando que a população reconheceu os favores do soberano. As pessoas humildes o idealizavam como defensor dos pobres contra a arbitrariedade e a injustiça dos grandes senhores.
Acontece, como muitas vezes se vê na História, que o julgamento popular é ambíguo. Assim, ao mesmo tempo que reconhecia os favores, admitia a imagem do czar como uma personalidade sádica, vítima de explosões selvagens e excessos políticos - também descritos em muitas canções do passado. E não é mesmo fácil interpretar esse conturbado período da História da Rússia. Antes mesmo que Ivan nascesse, já se previam tempos duros pela frente, muitas profecias anteciparam o papel do futuro governante. Um monge profetizou que o menino conquistaria Kazan, e uma princesa desse principado teria dito: "Entre o povo de Moscou nasceu um grão-duque que tem dois dentes. Com um nos devorará, com o outro devorará seu próprio reino".
Três anos após o nascimento, a morte do pai fez de Ivan o grão-duque de Moscou. A viúva Helena assumiu o comando do Estado enquanto o filho não atingisse a maioridade, aos 15 anos. Ela não permaneceu muito tempo no poder. Helena foi envenenada, cinco anos mais tarde, provavelmente por incitação de um boiardo, da classe dos nobres russos, cujas famílias entregaram-se, de imediato, a uma tremenda luta pelo poder. Neste ambiente, cresceu o menino, rodeado não somente pelos boiardos, mas também pelos clérigos. Foi muito forte a influência de Macário, arcebispo de Moscou, sobre a educação do futuro governante.
A Igreja acreditava que a Rússia estava a caminho de se tornar uma nova Roma, e foi por isso que Macário insistiu no título de czar: termo equivalente ao de césar, ou imperador, na antiga Roma. Ivan IV empolgou-se com a idéia: reuniu a Assembléia Legislativa russa, anunciou que estava procurando uma noiva e que seria coroado czar, o que ocorreu na catedral de Assunção, no dia 16 de janeiro de 1547. Foi o primeiro governante a receber tal título. A escolha da noiva deveria seguir a tradição, em que as filhas dos nobres de todo o império des-filavam diante dos olhos do imperador.
Anastásia Romanova, pertencente a uma antiga família da nobreza, tornou-se, após o casamento em 3 de fevereiro de 1547, a primeira czarina russa. O casal simbolizaria um regime absolutista, esboçado já na época de Ivan III, mas cimentado pelo neto. O soberano seria visto como um enviado de Deus: a arma que ele usou para combater os boiardos, como declarou em cartas a governantes menores. Entre outras coisas, denuncia os nobres como forças desagregadoras. "Viram bem o que aconteceu quando fostes governadores e vice-reis das cidades: nada mais que destruição."
Em outra carta, reforça seu poder: "Acaso roubei ou conquistei o trono pelas armas? Não. Nasci para governar pela graça de Deus." Foram quase quarenta anos de conflito, em que Ivan instituiu leis diminuindo o poder dos oponentes e centralizando o poder no Estado. Os boiardos não podiam ocupar postos importantes; estavam fora do exército e da administração. Muitos foram expulsos das terras e outros tiveram que torná-las produtivas. Mas não deixaram por menos, conspirando em tempo integral contra o czar.
Cinco anos depois da coroação, Ivan caiu doente. Imaginando a morte próxima, mandou chamar os boiardos para que jurassem obediência ao filho Dmitri, ainda criança, e à czarina. Se morresse, Anastásia assumiria o poder até a maioridade do filho. Mui--tos boiardos recusaram-se a beijar a cruz porque, soube-se depois, planejavam nomear outro rei. Acabaram presos e executados. Isso, quando Ivan ainda não tinha o cognome "Terrível". O amor por Anastásia fazia dele um homem equilibrado e tolerante. Tanto que sua pior derrota teria sido contra as forças da natureza, que em 1560 lhe tomaram a esposa amada.
Arrasado, o czar entregou-se à bebida e aos prazeres carnais. Até o final da vida, casou-se mais seis vezes. Começou assim o reino do terror, dias jamais esquecidos pela Rússia. Ivan declarou a intenção de abandonar o governo, mas com isso reuniu maior apoio: formou-se uma comissão de deputados com o objetivo de convencer o czar a ficar no poder. Muito astuto, ele impôs condições, como o direito de expulsar da corte todos os adversários, de realizar execuções sumárias e de confiscar bens. O resultado foi um compromisso que, em 1565, dividiu a Rússia ao meio.
Uma parte, denominada Oprichnina, ficou sob governo pessoal do czar; a outra, Zemschina, passou a ser administrada pelos boiardos, sob soberania formal do czar. Oprichnina ocupava a maior parte do Estado, as terras mais ricas e privilegiadas, no norte e no centro da Rússia, cujos proprietários foram expulsos. Ivan dispôs à sua volta os mais íntimos conselheiros, nobres de menor escalão e servos. Além disso, teve o cuidado de recompensar os servos mais fiéis com lotes de terras, por serviços prestados. Era mais um meio de enfraquecer a antiga classe feudal hereditária. A medida fez surgir a classe dos servos proprietários, que chegou a ocupar as melhores regiões.
O instrumento mais aterrorizante na luta entre os boiardos e Ivan foi o novo exército criado pelo czar, o oprichniki, formado por 6 000 homens, fardados de preto. Basta ver a expedição punitiva que empreendeu, em 1570, contra Nov-gorod. Por suspeita de que seus habitantes tramavam contra o império, a cidade foi deixada em ruínas e muitos moradores foram humilhados, obrigados a desfilar em praça pública, antes de serem fuzilados. Desde então, passou-se a associar a palavra "terrível" ao nome de Ivan. O fato, porém, é que a Rússia estava em guerra com ela mesma, e seus inimigos externos percebiam isso claramente.
Então, um ano após a chacina de Novgorod, 120 000 tártaros da Criméia marcharam contra Moscou e incendiaram a cidade, abrindo os olhos da nação para o perigo das disputas internas. Rapidamente, a Rússia se reorganizou. Alguns meses depois do primeiro ataque tártaro, repeliu uma segunda investida contra Moscou. Em seguida, desfez a divisão do país em dois pedaços artificiais. Quando Oprichnina sumiu do mapa, o reinado de Ivan IV chegava ao fim. Ele ainda iniciou, em 1582, sua última campanha: a conquista da gigantesca Sibéria, nos confins gelados da Ásia. Mas já não controlava as faculdades mentais havia alguns meses, por ter matado o filho Ivan Ivanovich, num acesso de fúria. De madrugada perambulava pelo palácio e aplicava castigos a si mesmo. Os empregados o encontravam caído no chão, pela manhã. O remorso, com certeza, foi a pior das dores que o terrível czar conheceu às vésperas da morte. Infeliz, sossegou, finalmente, em 18 de março de 1584. As portas da Sibéria estavam definitivamente abertas para os russos.

Rússia: História em quatro capítulos

A partir do século IX, a linha do tempo atravessa os períodos kievano, moscovita. Depois, peterburguês e moscovita novamente, durante os quais o país passou de um terrítório fragmentado a grande potência mundial

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Supercondutores, receita francesa para alcançar um recorde - Tecnologia


SUPERCONDUTORES, RECEITA FRANCESA PARA ALCANÇAR UM RECORDE - Tecnologia



Pesquisadores constroem uma nova cerâmica que conduz eletricidade, sem resistência, à incrível temperatura de -23oC, ou seja, quase 120oC acima da marca mais alta conseguida até hoje


Pegue uma lâmina de titanato de estrôncio (SrTiO3) e aqueça-a a 550oC. Reserve. À parte, ferva separadamente um punhado de átomos de bismuto, estrôncio, cálcio, cobre e oxigênio. Quando os elementos químicos começarem a evaporar, abaixe o fogo e inicie a montagem das camadas atômicas: abra cada uma das panelas, dirigindo o vapor para a placa de SrTiO3. Vaporize cada elemento sobre a lâmina, alternando o óxido de cobre (CuO2) e os átomos de estrôncio (Sr), em oito camadas de 30 nanômetros (um nanômetro vale um milionésimo de milímetro). Envolva as camadas com os demais elementos - bismuto (Bi) e cálcio (Ca) -, formando uma espécie de sanduíche. E ... voilà ! Sirva "quente", a -23oC.
O que é isso? É um suflê? É um pavê? Não! É um Supercondutor - o material mágico que, a uma temperatura muito baixa, chamada temperatura crítica, deixa de opor qualquer resistência à passagem de eletricidade. Já se construíram muitos super-condutores. Mas este, em especial, gerou um entusiasmo e uma confusão que há muito não se viam nessa quentíssima área de pesquisa. "Nossa descoberta é uma verdadeira revolução", disse o autor da proeza, o físico Michel Laguës, da Escola Superior de Física e Química Industrial de Paris, à SUPERINTERESSANTE. Laguës elevou, de uma única vez, a temperatura crítica a níveis que poucos querem acreditar: cerca de 117oC acima do último recorde. Para se ter uma idéia, comparem-se os -23oC que o francês afirma ter alcançado, com os -243oC, das primeiras cerâmicas supercondutoras, de 1986. Depois, até meados de 1993, a temperatura crítica subira em pequenos saltos até -140oC. Ainda no ano passado, o papa dos supercondutores, o sino-americano Paul Chu conseguiu chegar a -113oC - a temperatura mais alta aceita pela maioria dos cientistas.
O salto de Chu, de 27oC, já causou espan-- to. Mas a gélida marca de -23oC alcançada por Laguës parece tórrida, perto de qualquer valor conseguido por seus colegas. Por mais que pareça absurdo para quem vive num país tropical como o Brasil, uma temperatura de -23oC está numa faixa do termômetro considerada amena, não só por esquimós e pingüins. Também para os cientistas, isso é apenas um "friozinho" - a temperatura ambiente dentro de uma câmara frigorífica comum, que pode ser produzida em laboratório, com o uso de gelo seco ou gás fréon, substâncias muito mais fáceis de serem manipuladas.
Muitos duvidam que a equipe francesa tenha mesmo ido tão longe. Chegou a correr o boato no meio científico de que a própria equipe estaria retratando-se sobre a descoberta - rumores logo desmentidos pela publicação especializada High TC Update. O chantili da iguaria científica de Laguës começou a azedar logo ao anúncio da descoberta. A comunidade científica mundial estranhou que os descobridores não tivessem aberto detalhes da receita, ou seja, a fórmula exata do composto, como é de praxe em pesquisa científica. Os parisienses defendem-se, alegando que a fórmula só será divulgada após o registro da patente do novo composto. Os céticos contra-atacam, dizendo que há centenas de grupos tentando repetir a experiência - condição fundamental para a comprovação de um experimento científico -, sem conseguir nada. Laguës promete repetir e confirmar os resultados em breve. "As técnicas não são tão complicadas a ponto de demorar tanto para a descoberta ser confirmada por outros cientistas ou pelos próprios descobridores", questiona o físico Oscar Ferreira de Lima, do Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que tem um currículo de dezessete anos na área. A cautela é tanto mais necessária devido à longa série de enganos do passado. No final da década de 80, quando as cerâmicas apenas engatinhavam como supercondutoras, cientistas chineses já alardeavam ter alcançado a marca dos -20oC. Mas eles não conseguiram repetir o feito e não se falou mais nisso.
O mesmo ocorreu com um composto à base de mercúrio, descoberto também no final do ano passado por uma equipe do Centro Nacional para a Pesquisa Científica, na cidade de Grenoble, na França. O material só funcionou uma vez a -30oC. Nas demais tentativas, a temperatura crítica caiu para a já conhecida marca dos -140oC e fez com que os próprios descobridores juntassem ao entusiasmo um certo tom de incerteza. Mais do que isso, levantou-se a possibilidade de erro experimental. O fenômeno observado poderia ser algo bem mais rotineiro - a brusca queda de resistência elétrica que não tem nada a ver com a supercondutividade, e acontece normalmente na solidificação do mercúrio. Gato escaldado tem medo de água fria... Por isso o tom cuidadoso com que a comunidade científica recebe essa espécie de "boa notícia".
O fato, porém, é que, se for reproduzida com sucesso, a experiência tornará bem mais próximo da realidade o sonho dos supercondutores: trens que voam sobre colchões magnéticos, minúsculos e superpotentes motores, baratíssima transmissão de energia e supercomputadores muito mais rápidos que os atuais. Simplesmente porque, quanto mais alta é a temperatura crítica, mais fácil e barata fica a produção industrial dessas maravilhas. "O importante é não considerar definitivo o resultado dos franceses", afirma Lima. Quando o assunto é supercondutividade, os cientistas têm de trabalhar com dezenas de variáveis, tentando milhares de combinações, sob as mais diversas condições. Além da busca de temperaturas críticas mais altas, eles têm de contornar outros obstáculos, como a baixa intensidade da corrente elétrica que o material suporta, como fazê-lo mais resistente a campos magnéticos, ou como enrolar rígidas e quebradiças cerâmicas em flexíveis fios e cabos. E tem mais: palavrinhas difíceis, como weak links, vórtices e fluxóides escondem outros mistérios. "Não existe até hoje uma boa teoria sobre o assunto", esclarece o físico Reginaldo Muccillo, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). "Por isso, este é um trabalho de alquimistas, muitas vezes feito na base da tentativa-erro, cujo resultado depende do número de experiências realizadas e da própria sorte." Como exemplo, Muccillo conta que, em 1989, quando as equipes da USP construíam, em média, um composto a cada duas semanas, os chineses, com muito mais equipes, conseguiam desenvolver, numa única semana, até noventa novos compostos para teste.
Mas alquimia mesmo é o que as indústrias fazem, tentando, por assim dizer, transformar cerâmica em ouro. Elas antecipam-se ao futuro e já estão construindo os primeiros aparelhos que usam supercondutores quentes. Não são os grandes sonhos, ainda. Mas começar logo vale a pena em vista do que se pode ganhar com isso. Apenas as aplicações em pesquisa científica e na Medicina representam um mercado mundial estimado entre 150 e 200 bilhões de dólares, para o ano de 2020. Somadas ao imenso filão da indústria eletrônica e do setor de geração e transmissão de energia elétrica, essas cifras funcionam como uma apetitosa cenoura colocada à frente de um coelho faminto. Ainda que mantenham um olho sobre as universidades e institutos de pesquisa básica, as grandes indústrias européias, americanas e japonesas estão mais interessadas em contornar as dificuldades. E, segundo a revista Scientific American, de dezembro de 1993, essas indústrias já acenam com promissores protótipos.
Já se sabe: os supercondutores não funcionam exatamente como um mágico "abracadabra". Mas os constantes avanços das cerâmicas cada vez mais quentes deixam as portas da imaginação abertas para os grandes sonhos. Não está longe o dia em que o excesso de energia produzida por uma hidroelétrica será armazenada, para ser distribuída em horários de pico de consumo. Ou veremos emergir, em alguma praia deserta, uma réplica do Outubro Vermelho - o submarino que, no filme com o ator Sean Connery, movia-se em absoluto silêncio por um certo "sistema lagarta", que, na ficção, substituiria as tradicionais hélices por supercondutores. Poderemos ainda andar pelas ruas sobre tapetes magnéticos no lugar das calçadas. "A supercondutividade está envolta ainda em muito mistério, mas a fronteira para se avançar nessa área está aberta, reservando-nos muitas surpresas", conclui Lima, da Unicamp.

Cerâmicas difíceis como crianças berrantes

De bonzinhos, os supercondutores de alta temperatura não têm nada. Essas jovens cerâmicas maravilhosas comportam-se como crianças ranhetas, fazendo manha nos momentos mais inconvenientes e obrigando os cientistas a recorrer a alguns corretivos, nem sempre fáceis de serem aplicados.

Primeira birra: weak links
Em português, "ligações fracas". São uma espécie de calda grudenta que se cria no vão entre os grãos microscópicos de que são feitos os supercondutores, como o açúcar derretido pelo leite num prato de sucrilhos. Os flocos de sucrilhos são os grãos cristalinos do supercondutor e o açúcar derretido, as weak links. A eletricidade não tem dificuldade em atravessar os grãos, mas passar de um grão para outro através dessa calda melada já é outra história. Como os flocos de sucrilhos, os grãos tendem a ficar desalinhados e separados por distâncias desiguais. Se os elétrons que formam a corrente elétrica não tiverem impulso suficiente para o salto, eles simplesmente caem. Pronto - está quebrada a supercondutividade. Este problema afeta principalmente os fios, onde é extremamente difícil manter uma distância uniforme entre os grãos, por longos comprimentos.
Uma das técnicas para contornar o problema das weak links é transformar os fios em fitas pelo processo "pó-no-tubo" (veja quadro adiante). Comprimidos, os grãos são obrigados a se deitar e os elétrons podem percorrê-los, sem nenhum salto de malabarista. Nos filmes finos, construídos camada atômica a camada atômica, a distribuição dos grãos é bem mais uniforme, o que impede o surgimento de weak links.

Segunda birra: vórtices
Ou fluxóides. São como finas linhas imantadas dançantes, formadas dentro do supercondutor pela invasão de um campo magnético externo. Para comparação, imagine-se uma linha de pipa, com cortante. Substituindo-se o vidro moído do cortante por pequenas lascas de ímãs, tem-se aí um modelo de fluxóide. Dentro de um supercondu-tor, várias dessas linhas cortantes entrelaçam-se numa espécie de treliça que, a baixas temperaturas, congela-se e permanece estacionada. Mas, a temperaturas críticas mais elevadas, a treliça começa a serpentear e, por fim, acaba se dissolvendo e criando uma barreira magnética que envolve todo o material, derrubando a supercondutividade. Como a própria passagem da eletricidade cria um fluxo magnético, isso obriga os supercondutores quentes a trabalhar com correntes muito baixas, pouca coisa acima dos fios de cobre convencionais - um obstáculo para a construção de motores, transformadores e dispositivos de levitação (como os usados no trem japonês Maglev).
A solução está nos chamados pinning centers - uma espécie de alfinetes com que os cientistas tentam fixar as "treliças" em diversos pontos, entre os grãos. Esses alfinetes podem ser pequenos "defeitos", na forma de impurezas, como um composto montado com os mesmos elementos do supercondutor, só que numa proporção diferente. Isso faz com que esses pontos tenham uma temperatura crítica mais baixa do que o supercondutor e não deixem os fluxóides passear livremente.

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Quem diria que é brinquedo ?

QUEM DIRIA QUE É BRINQUEDO?



Uma maria-fumaça, igual nos mínimos detalhes às velhas locomotivas a vapor, toda feita a mão e em escala quinze vezes menor que a original


Arnaldo Bottan ainda se lembra das velhas marias-fumaça de sua infância em Lençóis Paulista, interior de São Paulo, na década de 50 e de como passava horas se imaginando no controle do trem, tocando o apito ao aproximar-se da cidade e vendo a coluna de fumaça ficar para trás. "Um dia", ele se prometeu, "ainda vou conduzir um trem a vapor." Levou 25 anos, mas conseguiu. Hoje, professor de eletrotécnica, 48 anos, Bottan tem a sua maria-fumaça. Menor, bem menor é verdade - quinze vezes menor, para sermos mais exatos - que as de quando era menino, mas igual nos mínimos detalhes às mais perfeitas construídas no mundo para transportar cargas e passageiros.
Bottan é o feliz proprietário de uma J1 Class 484, modelo Baldwyn 1947, uma das representantes da finest steam hour, a geração mais avançada das máquinas a vapor, das décadas de 1930 e 40. Mas, enquanto a original foi construída pela Baldwyn Locomotive Works para a estrada de ferro americana Western Maryland, a de Bottan foi construída por ele mesmo em 4 000 horas de trabalho noturno e nos finais de semana, na garagem de sua casa no bairro paulistano de Cidade Ademar. Uma jóia do live steam, ou "vapor vivo", uma modalidade de modelismo praticamente desconhecida no Brasil.
"Ele é um dos raríssimos praticantes dessa modalidade no Brasil e seu trabalho tem nível internacional", afirma Edgard Francisco Soares, presidente da Sociedade Brasileira de Ferromodelismo, um passatempo que vem crescendo de maneira significativa no país. A maioria prefere locomotivas elétricas, es-pecialmente depois que algumas empresas, no Brasil, passaram a produzir peças e equipamentos para os modelos. Isso barateou os custos, embora o hobby ainda seja caro. Uma composição nunca fica por menos de 200 a 300 dólares e pode passar facilmente dos 1 000 dólares. Para os adeptos do live steam as dificuldades são ainda maiores devido à absoluta falta de literatura em português.
A tal ponto que a primeira tarefa de Bottan, em 1976, quando deparou com uma revista americana sobre ferromodelismo, foi aprender inglês para decifrar as rígidas normas técnicas do que, daquele momento em diante, seria uma das paixões de sua vida. Nos doze anos seguintes ele construiu pacientemente cada uma das minúsculas peças de sua maria-fumaça, cada uma delas em uma escala exatamente quinze vezes menor que a original. A começar pelos longerões, o chassi da locomotiva. Depois o mecanismo motriz, com as braçagens e cilindros que transmitem a força do motor às rodas.
A seguir, os domos, pequenas cúpulas sobre a locomotiva, para captar o vapor a ser transmitido ao cilindro. A caldeira, onde é gerado o vapor - com o auxílio de acessórios como um superaquecedor e um sifão de Nicholson para otimizar seu funcionamento. É este vapor que vai fazer girar o mecanismo motriz. Tão perfeito que o diminuto manômetro deve marcar uma pressão de 80 libras. No original a pressão é de 280 libras, que no modelo em escala reduzida precisa ser subdimensionada para permitir à máquina transportar 720 quilos à velocidade de 9 km/h. Ou exatamente 1/15 da velocidade da J1 Class 484 em tamanho real.
O vagão seguinte é o tênder, com capacidade para 14 litros de água e 1 quilo de lenha que alimenta a caldeira. Freios mecânicos, caixa de areia, como qualquer trem do mundo, para evitar que as rodas derrapem sobre os trilhos, feitos de barras de ferro de meia polegada. Cada peça é estampada, usinada ou torneada pelo próprio Bottan, com precisão de frações de milímetro para possibilitar um funcionamento exatamente igual ao do modelo real. Bem, não exatamente. Em dois detalhes o modelo de Bottan é diferente da verdadeira J1.
O primeiro é que suas luzes não acendem. "Com os recursos disponíveis, para mim é impossível construir um gerador elétrico no tamanho apropriado. A turbina teria de ser do mesmo tamanho de uma broca de dentista", desculpa-se ele. O segundo é que é impossível encontrar maquinistas e foguistas em escala quinze vezes reduzida para caber na cabine da locomotiva - eles são obrigados a viajar sentados sobre o tênder. Bottan até se esforça, ensinando suas duas filhas, Tatiane e Teresa Cristina, a pilotar o comboio. Mas elas teimam em crescer.

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Seca - Clima


SECA - Clima



Correntes de ar que cruzam o Oceano Pacífico e a temperatura das águas no Atlântico norte, influenciadas pelas geleiras
do Pólo Norte, determinam o ciclo das chuvas e secas no Nordeste do Brasil


Aracati, nos sertões do Ceará; cantarino na Chapada do Araripe - divisa de Pernambuco com o Ceará -, porque assovia ao atravessar a serra: um vento forte, de nordeste para sudoeste, que sopra pontualmente entre 19 e 21 horas e refresca agradavelmente as noites de primavera. Mas, para os nordestinos, a mesma brisa benfazeja é o primeiro sinal de tragédia. Quando sopra nas últimas semanas de dezembro e no mês de janeiro, é sintoma certo de seca. Seca que será tão mais grave e inevitável se não chover até 19 de março, dia de São José. Durante séculos, enquanto os meteorologistas torciam o nariz, essas foram duas das formas de o sertanejo fazer a pre-visão do tempo para a temporada das chuvas na região, entre março e abril. Agora, respaldados pelas observações de satélites meteorológicos e modernos computadores, os climatologistas dão a mão à palmatória: os sertanejos tinham razão.
O que o sertanejo não sabia é que as secas do Nordeste têm origem em lugares tão distantes quanto o Sudeste asiático e o círculo polar ártico. O que é compreensível: os próprios cientistas levaram décadas para entendê-las. São provocadas por dois intrincados e fascinantes mecanismos gerais de circulação de ventos no planeta. São fenômenos que se estabeleceram provavelmente há 20 000 anos, no fim da última grande era glacial. O primeiro e mais importante é composto pelas áreas de baixa e alta pressão atmosférica no Pacífico equatorial - a pressão atmosférica não é igual em todo o globo terrestre - conhecido como "célula de Walker".
Na década de 1920, o inglês Gilbert Walker descobriu que o padrão meteorológico do Oceano Pacífico equatorial contém uma área de baixa pressão atmosférica sobre a Indonésia e o norte da Austrália e uma área de alta pressão no oceano, próximo à costa da América do Sul, resultado da lei física de que o ar quente tende a subir e o ar frio tende a descer. De maio a setembro, as águas quentes do Oceano Índico e do Mar da China provocam a ascensão de um vento quente e úmido, criando o que os meteorologistas chamam de área de baixa pressão. A ascensão desse vento úmido, também chamada de convecção, leva à formação de nuvens e chuvas, no fenômeno conhecido no Sudeste asiático como monções. Livre da água, o vento viaja sobre o Pacífico a uma altura de 15 quilômetros em direção ao leste. Nesse trajeto, o vento se resfria e tende a descer sobre o oceano, próximo à costa oeste da América do Sul, criando uma área de alta pressão atmosférica.
O ar de cima para baixo impede a formação de nuvens de chuvas, o que, ao longo de milhares de anos, levou ao surgimento do deserto do sul do Chile e da região de Lima, no Peru. Parte dessa coluna de ar retorna em direção à Austrália e à Indonésia, enquanto uma parcela, novamente aquecida, toma novo movimento ascendente sobre a Amazônia, provocando chuvas na região, e desce sobre o Nordeste brasileiro, onde recebe os nomes de aracati ou cantarino, para refrescar as noites de primavera. Mas nem sempre acontece assim.
Em ciclos de três e sete anos, nos meses de setembro, outubro e novembro, por motivos que ainda não se consegue determinar com certeza, uma grande massa de água quente vinda da Austrália avança pelo Pacífico equa-torial em direção ao leste além da Ilha de Taiti, no fenômeno conhecido co--mo El Niño. A água quente cria nova zona de convecção, deslo-cando as chuvas do meio do Oceano Pacífico para a costa oeste da América do Sul, na altura do Peru, e levando a corrente de ar vin-da do Sudeste asiáti-co a cair direta-mente sobre o Nordeste brasileiro, impedindo a formação de nuvens de chuva.

É quando o suave assovio do cantarino na Chapada do Araripe nos meses de janeiro a março se torna de mau agouro, anunciando seca para o inverno - os nordestinos chamam a estação das chuvas na região de "inverno", embora ocorra nos meses de verão-outono oficiais. É chegado, então, o tempo das novenas, promessas e procissões para São José, cujo dia, 19 de março, é a última esperança de chuva no sertão. Afinal, apesar de sua importância, o El Niño não é o único fator determinante das chuvas no Nordeste.
Ainda assim, as chuvas da terceira semana de março no Nordeste dependem muito mais de fatores físicos que de fé. Elas são conseqüência de outro fenômeno meteorológico conhecido desde o século XVIII e chamado pelos climatologistas de ZCIT - zona de convergência intertropical, um anel de ar úmido que envolve a Terra próximo à linha do equador. A ZCIT oscila entre as latitudes de 10° ao norte e 5° ao sul, a região onde os ventos alísios dos hemisférios norte e sul se encontram. Esse fenômeno também é chamado de "célula de Hadley", devido ao meteorologista inglês George Hadley (1685-1768) que em 1735 descreveu seu fun-cionamento. Dependendo da localização, a zona de convergência intertro-pical pode amenizar ou agravar as secas provocadas pelo El Niño.
As nuvens de chuva da zona de convergência intertropical são alimentadas em boa parte pelo sistema de baixa pressão atmosférica da região da Terra Nova, no Canadá, próximo ao círculo polar ártico. Quando a baixa pressão é mais forte na Terra Nova, o ar úmido engrossa a ZCIT que se desloca em direção às águas mais quentes próximas ao equador, acompanhando com um pequeno atraso o movimento do Sol. Assim, quando o Sol atravessa a linha do equador no equinócio de outono do hemisfério sul, entre os dias 20 e 21 de março, a zona de convergência intertropical atinge sua posição mais ao sul, com o seu centro sobre a cidade de Quixadá, a 5° de latitude sul, no sertão cearense, provocando as chuvas do dia de São José.

Às vezes, porém, a chuva não chega. O movimento da zona de convergência intertropical depende da tempertatura das águas no oceano, que na região equatorial varia entre 26° e 29°. E uma variação de 1 a meio grau entre as águas do Atlântico norte e do sul é a diferença entre um "inverno" chuvoso ou seco. Com as águas do Atlântico norte mais frias, a ZCIT desloca-se para o sul, trazendo suas nuvens carregadas. Se as águas do Atlântico estiverem mais frias no sul, entretanto, as chuvas serão despejadas na Amazônia e sobre a Ilha de Marajó. Para o nordestino será a seca, a fuga da asa-branca, a terra calcinada e a fome. Sem culpa de São José.

ÁGUA

Um mar de água doce sob a terra seca

Só o Piauí abriga um volume de águas subterrâneas quatro vezes maior que a Baía de Guanabara. Mas os projetos para aproveitá-las estão engavetados

Nos últimos vinte anos, o geólogo João Alberto Bottura, pesquisador da seção de Águas Subterrâneas do Instituto de Pesquisas Tecno-lógicas paulista, trabalhou em cerca de vinte projetos de estudos de águas subterrâneas no Nordeste e um para ex-trair água no Deserto do Saara. Mas, enquanto seu trabalho para Muammar Khadafi está ajudando a transformar o deserto líbio em um pomar, os estudos feitos no Brasil continuam dormindo placidamente nos arquivos e pra-teleiras dos vários órgãos públicos que os encomendaram. "O Nordeste tem pesquisas e conhecimentos suficientes para otimizar o uso dos recursos hídricos disponíveis", afirma Bottura. "O que falta é a decisão política de aproveitá-los."
A certeza de que não falta água no Nordeste não é nova. Já em 1984, o Projeto Radam, do Ministério das Minas e Energia, constatava através de sensoreamento remoto a existência de um potencial de 220 bilhões de metros cúbicos de água nas áreas mais afeta--das pelas secas. Desse total, 85 bilhões de metros cúbicos estavam na super-fície da terra e 135 bilhões subterrâ-neas, sendo 15 bilhões em rochas cristalinas, de difícil perfuração, e 120 bilhões em rochas sedimentares, mais fáceis de perfurar para alcançar o lençol freático. Somente no Piauí, afirma o geólogo Aldo da Cunha Rebouças, presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, o reservatório hídrico sob a terra é superior em quatro vezes à Baía de Guanabara.
Um exemplo desse potencial é o poço Violeta, no vale do Rio Gurguéia, no sudoeste do Piauí, o poço de maior vazão da América Latina, com um jorro de 800 000 litros por hora, à tem-peratura de 60° e altura de 27 metros - equivalente a aproximadamente um edifício de nove andares -, sufi-ciente para abastecer uma população de l00 000 pessoas. "No entanto, toda essa água está jorrando em vão, sem ser utilizada para matar a sede das pessoas ou irrigar plantações", indigna-se o piauiense José Luiz Albuquerque Filho, também hidrogeólogo pesquisador, há treze anos no IPT paulista, diante do incrível desperdício de 70 bilhões de litros de água nos últimos dez anos, desde que o poço de 1 000 metros de profundidade foi aberto. Isso em plena região do Polígono das Secas. E o desperdício não pára por aí.
Chove no Polígono uma média de 400 a 700 milímetros por ano. Sete vezes mais, por exemplo, que na Califórnia, uma das regiões de agricultura mais desenvolvidas no mundo. A diferença está no gerenciamento desses recursos. Enquanto na Califórnia cada litro é criteriosamente estocado e aproveitado, o Nordeste brasileiro morre de se--de enquanto a água se evapora sem uso por falta de redes de distribuição. Segundo a Funceme - Fundação Cearense de Meteorolgia e Recursos Hí-dricos, somente o projetado açude Castanhão, com seu espelho de água de 650 quilômetros quadrados, poderá perder anualmente 1 bilhão de litros por evaporação. Pior ainda é quando se armazena a água apenas para torná-la inutilizável.

"Os rios do Polígono das Secas arrastam o sal da terra, depositando-o nas proximidades do oceano", explica o geógrafo Aziz Nacib Ab´Sáber, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e um dos mais profundos e abrangentes estudiosos do Nordeste e seus problemas. Um erro muito freqüente na construção dos açudes nordestinos pode, porém, anular essa ação. "Grande parte dos açudes da região não possuem descarregador de fundo, uma válvula próxima à base da barragem para liberar os excessos de água", conta José Alberto Bottura. Com isso, o sal acaba acumulando-se no fundo dos reservatórios e, com o tempo, salinizando toda a água. O que pode transformar em realidade o delírio profético de Antônio Conselheiro no final do século passado ao afirmar que "o sertão vai virar mar". Desgraçadamente para os sertanejos, entretanto, um mar de águas salgadas, inútil para matar sua sede.

Solução

Como conviver com a estiagem

A ciência ensina a administrar a carência de águas. E arranca colheitas da terra calcinada, plantando na hora certa para não desperdiçar a umidade

Em 1991, os agricultores cearenses colheram 794 000 toneladas de grãos - arroz, milho, feijão, amendoim, mamona e sorgo -, com uma perda de 21,6% sobre a colheita de 1 milhão de toneladas de 1988, a melhor já obtida no Ceará. No entanto, ela foi recebida com entusiasmo pelo governo e fazendeiros. Significou um aumento de 89% sobre as 420 000 toneladas de 1990 e foi obtida quando fazia dois anos que o Nordeste enfrentava uma das piores secas do século. Por trás desse resultado estava o Programa Nordeste, um pequeno e quase desconhecido projeto do Ministério da Ciência e Tecnologia. Não foi sua única façanha. Graças às suas informações, o Ceará conseguiu evitar o colapso do abastecimento de água para 1,7 milhão de habitantes de Fortaleza no ano passado.
Criado em 1991, a partir de experiência bem sucedida no Ceará, o Sistema de Informações Gerenciais em Tempo, Clima e Recursos Hídricos - SIGTEC, nome oficial do projeto, reúne cinqüenta cientistas. São dois meteorologistas, dois especialistas em recursos hídricos e um em Informática com nível mínimo de mestrado em cada núcleo estadual do Piauí à Bahia e uma diminuta coordenação sediada no INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em São José dos Campos, São Paulo. Eles não têm altos salários, não distribuem verbas ou decidem sobre obras, mas seus boletins diários e mensais são acompanhados minuciosamente por fazendeiros, prefeitos e governadores de todo o Nordeste.
São boletins de previsão do tempo a curto e médio prazo - ou seja, a possibilidade de chover em até três dias e a expectativa climatológica para um período de três meses; disponibilidade de água em rios e reservatórios, índice de umidade no solo e evaporação. Tudo isso com o sensoreamento da região por satélites e disponíveis a qualquer momento em cada núcleo, mantidos pelos governos estaduais e interligados por rede de Informática. "Nosso objetivo é apenas o de gerar informações para o gerenciamento dos recursos hídricos pelos tomadores de decisão", explica Fausto Carlos de Almeida, gerente do projeto. Em outras palavras, evitar mau uso e desperdício.
Foi assim, por exemplo, que a Funceme - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, o núcleo do Ceará, criado em 1988 e que inspirou todo o projeto, levou o governo do Estado a organizar o programa Hora de Plantar, uma adaptação da técnica de administração de recursos just in time, desenvolvida pela indústria japonesa, para a agricultura no semi-árido. Ele consiste em monitorar diariamente o nível de umidade do solo e as possibilidades de chuvas e só distribuir sementes aos agricultores quando as condições indicarem "risco mínimo" de perdas ocasionadas por períodos de estiagem em plena estação das chuvas, que no semi-árido chegam a durar até vinte dias. Com essa estratégia, o Ceará conseguiu salvar 50% de sua safra em 1990, primeiro ano da seca, enquanto os outros Estados nordestinos amargavam perdas de 85%, e quase dobrar a produção em 1991 quando os outros Estados do Polígono das Secas se debatiam em meio ao drama provocado pela estiagem.
Com base no monitoramento do nível dos açudes e estudos climatológicos, que, a partir da temperatura do Pacífico e do Atlântico previam outro ano de poucas chuvas para 1993, o governo cearense decidiu construir em noventa dias um canal ligando o açude de Orós a Fortaleza. O que evitou racionamento de água na capital do Cea-rá no ano passado.

A maior proeza do Programa Nordeste, porém, saiu de uma pequena sala do INPE. Dali, quase soterrado por livros, índices de evaporação, temperatura dos oceanos, direção e velocidade dos ventos, o meteorologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, um dos pilares do Programa Nordeste, anunciou em dezembro do ano passado o fim da seca em 1994. A distribuição de sementes baseada nessa previsão levou a economia cearense à contramão da inflação brasileira: enquanto no resto do país a inflação acumulada nos dois primeiros meses beirava os 100%, e 1 quilo de feijão que em janeiro custava 1 000 cruzeiros reais no Vale do Jaguaribe, alto sertão cearense, caía para 250 cruzeiros em meados de março. Com uma redução de 75%.

INDÚSTRIA

Quem ganha com o drama de toda a população

Açude do Cedro, um monumento da "indústria
da seca": barragem em pedra talhada a mão, esculturas e grades de ferro importadas, mas
sem água sequer para a região de Quixadá

Resultado de uma promessa do imperador Pedro II - de que empenharia até a última jóia da coroa para acabar com a seca do Nordeste -, o açude do Cedro começou a ser construído em 1884, mas só ficou pronto em 1906. A barragem de 15,5 metros de altura e 415 metros de comprimento é toda de pedra talhada a mão, guarnecida por esculturas de pedra e grades de ferro importadas. Seus 128 milhões de metros cúbicos de água não chegam para matar a sede da região de Quixadá e os equipamentos de irrigação só beneficiam alguns poucos. Tombado pelo Patrimônio Histórico em 1987, o açude do Cedro é um monumento centenário à política de combate às secas: demorado, caro, suntuoso e ineficiente.
Na época ainda não havia sido cunhada a expressão "indústria da se-ca", que só surgiria em 1959, mas foi para evitar esses erros e rebater as críticas pelo mau uso do dinheiro público que, em 1906, foi criado o Dnocs - Departamento Nacional de Obras contra a Seca. O governador Ciro Gomes, do Ceará, costuma dizer que o problema da seca poderia ser resolvido em dez anos, com a aplicação de 2 bilhões de dólares em programas que seguissem um bom planejamento estratégico. Nos 88 anos desde sua criação o Dnocs consumiu 6 bilhões de dólares em dezenas de milhares de açudes, projetos de irrigação e poços.
A maioria dessas obras, porém, foi feita em propriedades particulares, sem benefícios diretos para a população do Polígono das Secas, uma área de 947 150 quilômetros quadrados que vai do norte de Minas Gerais ao Piauí, campo especialmente fértil apenas pa-ra as denúncias de corrupção e mani-pulação de verbas com objetivos políticos.
Um caso exemplar foram as denúncias que envolveram, no ano passado, o presidente da Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira, flagrado utilizando máquinas do Dnocs em sua revendedora de motocicletas em Serra Talhada, no semi-árido pernambucano, enquanto a região se debatia com uma das piores secas deste século. "E o pior de tudo é que os próprios limites do Polígono das Secas são artifi-ciais e politiqueiros, servindo muito para drenar recursos do Fundo Constitucional do Nordeste pa-- ra os inúmeros ´anões´", afirma o geólogo José Luiz de Albuquerque Filho, do IPT paulista. Albuquerque argumenta com um estudo da Funceme para o Banco do Nordeste do Brasil, o qual, baseado em critérios técnicos, concluiu pela redução de 160 000 quilômetros quadrados do atual Polígono das Secas. Denúncias como essa levaram à fracassada tentativa de criar, no ano passado, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a indústria da seca. Seria a décima CPI sobre o assunto desde 1952. Todas sem resultados práticos.

Os ventos contra o Nordeste

Quando eles descem sobre a região, a umidade não sobe e as nuvens de chuva não se formam. Entenda como os ventos lá da Indonésia acabam afetando o nosso Nordeste:

1 - Os ventos oriundos de baixa pressão sobre a Indonésia cruzam o Pacífico a 15 000 metros de altitude

2 - Com o Pacífico aquecido, devido ao El Niño, os ventos frios descem junto à costa oeste da América do sul

3 - Parte da coluna de vento, novamente aquecido, torna a subir, provocando chuvas no Peru e na região amazônica

4 - Após perder calor e umidade, o vento volta a descer, agora sobre o Nordeste, impedindo a formação de nuvens de chuva

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Na terra de Dom Quixote - História


NA TERRA DE DOM QUIXOTE - História



Na milenar cidade de Toledo, em cujos arredores viveu o fictício herói de Cervantes, ainda se fazem espadas com a mesma técnica que os romanos teriam copiado no segundo século a.C.


Ninguém sabe exatamente quando começou. Há quem diga que já se faziam boas espadas na Espanha desde a Idade do Bronze, mais de 1 000 anos anos antes de Cristo. E que durante as guerras púnicas - quando os romanos começavam a erguer seu império, em terrível disputa com os cartagineses - foi aos espanhóis que acorreram para aprender melhor a técnica de fazer lâminas de ferro. Por essa época, o historiador romano Tito Lívio (59-64 a. C. -17 d. C.) admitiu que as espadas romanas não valiam grande coisa, e que as espanholas eram supe-riores até às dos árabes, mestres con-sagrados na arte.
O melhor testemunho dessa tradição milenar, porém, são os próprios moradores de Toledo. Ainda hoje, em simples oficinas de fundo de quintais grande número de artesãos fazem armas como as que seus tataravós usaram pa-ra defender a cidade . Uma tecnologia de ponta à sua época, essa técnica ficou tão bem preservada porque foi necessária à defesa da cidade. Toledo este-ve cercada por inimigos diversas ve-zes em sua história e, embora tenha capitulado em algumas oca-siões, nun-ca foi invadida. Assim, durante o século V da era cristã, tornou-se a capital inexpugnável dos visigodos, povo do norte que subjugava os habitantes originais do país, os celtiberos.
Cerca de 200 anos mais tarde, Toledo estava no centro de uma poderosa linha fortificada, com a qual os árabes protegiam os territórios que haviam tomado ao resto do país. A partir de 1085, a situação inverteu-se, com a retomada da cidade pelo rei cristão Afonso VI, proclamado "rei de todos os impérios espanhóis". Nessa época, viveu o lendário El Cid, apelido do nobre e aventureiro espanhol Rodrigo de Díaz Vivar. Amigo do rei, El Cid muitas vezes encontrou-se com ele em Toledo para tramar investidas contra os árabes, instalados mais ao sul, especialmente na cidade de Granada.
Por seus feitos nessa luta, seria posteriomente aclamado herói nacional e imortalizado pelos poemas épicos medievais sobre sua vida. Em todos esses episódios, é claro, as espadas toledanas tiveram participação crucial. Não é difícil imaginar como seria o longo assédio de um exército inimigo por volta do primeiro milênio da era cristã - quando os soldados nunca ficavam sem armas, produzidas em centenas de pequenas oficinas por milhares de habilidosos artesãos. Hoje, a única diferença é que as espadas já não servem para lutar. São vendidas aos milhares de turistas que todos os anos espantam-se com as ruas incrivelmente estreitas da cidade: sem calçadas e espremidas por paredes de pedra, dificilmente uma pessoa se arriscaria a passar por um mesmo ponto de uma rua junto com um carro.
Numa dessas ruelas, o visitante encontra a oficina de Mariano Zamorano, um espadero, herdeiro vivo da antiga técnica de fazer espadas. Atarracado, como muitos em sua terra, sem um dedo da mão direita, perdido na oficina, Zamorano não sabe dizer se é verdade que a água do Tejo dê poderes especiais às espadas toledanas, como rezam antigas lendas. Sabe, apenas, que banhar a lâmina na água do rio é parte de uma comprovada receita. "Talvez porque as substâncias dissolvidas nela se misturem ao ferro na proporção certa", arrisca o artesão. Seja como for, a suposta magia do rio incorporou-se à técnica dos espaderos na forma de orações curtas.
Pronunciadas enquanto a lâmina era imersa na água, depois de aquecida e malhada ao rubro, as orações serviam de relógio, no passado: para dar a têmpera correta, a imersão devia durar o tempo de se recitar um verso. Um deles dizia: "Temperou-se no Tejo esta lâmina / Cujos golpes lhe fazem honra". Ou então: "Em Toledo foi forjada / E no Tejo batizada". Aos 40 anos, com dois filhos, um dos quais preparando-se para substituí-lo ao pé da forja, Zamorano aprendeu a arte desde os 12 anos, trabalhando com o pai. O avô, proveniente da Galícia, bem ao norte, era alfaiate, e o pai só passou a lidar com o ferro depois de mudar-se para Toledo. "Hoje em dia já nem se fazem mais espadas de ferro porque o trabalho é tremendo", explica o espadero.
"Com o aço, comprado em barras, a lâmina fica pronta em horas. Com o ferro, pode-se demorar uma semana." Só se entende a razão disso quando Zamorano mostra como se fazia antigamente. Apanha um retalho de ferro disforme, com menos de dois palmos, largado nas cinzas apagadas da fornalha, e explica que a partir desse retalho se constrói uma lâmina de quase 2 metros de comprimento. Ou seja, é preciso soldar muitos e muitos pedaços, o que se faz com a força do braço, somente. Primeiro, aquecendo, malhando e resfriando cada pedaço, para afiná-lo; depois malhando-se um pedaço sobre o outro, para soldá-los.
"No passado, era ainda pior, porque era preciso começar com o minério bruto." São intermináveis horas de suor, dia após dia. A cada vez que se leva ao fogo, é preciso saber o ponto certo de aquecimento, pela cor do ferro incandescente. Alaranjado? "Não, vermelho. Tem de olhar. É mais para o vermelho." Ou seja, o olho do homem é um analisador natural de luz - ou um espectrômetro, como diriam os físicos. Toda vez que é aquecido e malhado na bigorna, o metal ganha dureza e elasticidade por imersão na água. Depois disso, a lâmina está inteira, mas fosca e áspera: só se torna lisa e brilhante como espelho ao ser lixada com pedra.
As armas atuais não são apenas eficientes, são também bonitas, especialmente porque, no século XV, o metal passou a ser enfeitado com ouro e prata. Trata-se do damasquinado, atualmente um dos maiores atrativos das armas brancas e outros objetos artesanais de Toledo. Foi aprendido dos árabes, daí o nome - derivado de Damasco, a capital da Síria. Na realidade, esses desenhos são um dos ofícios mais antigos, dizem os estudiosos; já eram feitos no Antigo Egito. Os espanhóis Antonio Pareja e Carlos Villasante, pesquisadores da arte toledana, contam que o trabalho é feito com um buril, capaz de riscar o metal.
Pode-se, por exemplo, marcar a área de uma figura, cobrindo-a de riscos a buril. Em seguida, grudam-se finas folhas de ouro ou prata ao riscado, apertando-as sobre o desenho. O resultado é magnífico, e não é por outro motivo que as espadas toledanas tenham se tornado parte dos uniformes de gala de soldados de todo o mundo - inclusive do Brasil. O maior fornecedor de espadas de gala, atualmente, talvez seja a fábrica Bermejo, muito antiga. "Nossas maiores encomendas vêem das forças armadas americanas", diz Juan Carlos Ojalvo, gerente da pequena empresa. Mas também somos fornecedores da Marinha brasileira."
Hoje, os artesãos tornam-se cada vez menos numerosos. Sua técnica também enfrenta a crescente concorrência das máquinas, introduzidas para facilitar o antigo trabalho, todo manual. Mesmo assim, procura-se ao máximo preservar os artesanatos originais e a mão-de-obra tradicional. Não é pouca coisa. Em toda a província, há pelo menos 500 estabelecimentos onde trabalham quase 5 000 mestres e aprendizes. Apenas na cidade de Toledo, hoje com pouco menos de 100 000 habitantes, são setenta estabelecimentos. Não mexem só com metais. A maioria trabalha com madeira para móveis e uma infinidade de utensílios típicos.
De acordo com o último levantamento do governo espanhol, de 1988, essa categoria representa 35% dos estabelecimentos de artesãos e emprega mais de 2 000 pessoas, em toda a província. Em segundo lugar vêem os ceramistas e em seguida os especialistas em metal, que são meio milhar, no total. Além de armas, eles fabricam objetos de todo tipo, desde tesouras até portões, corrimãos, grades e outras peças. Seria uma pena se essas pessoas vierem a desaparecer, no futuro, ou que sua técnica ficasse esquecida. Elas são parte viva das muitas outras lembranças que a cidade guarda do passado.
Como as muralhas que cercam a cidade do único lado em que o Tejo não lhe dá cobertura, o norte. Iniciadas pelos romanos, no século II a.C., restam evidências apenas das paredes erguidas pelos visigodos, no século V, e dos acréscimos feitos por árabes e cristãos já na Idade Média. Outra obra monumental, que domina toda a vista da cidade, quando se chega de ônibus, é o Alcázar, misto de palácio e fortaleza ocupada desde o século VIII pelos governantes árabes. Sua grandeza só encontra rival em duas obras.
A primeira é o Palácio de San Servando, situado fora dos muros da cidade. Pode ter sido romano, mas também foi bastante reformado, ao longo dos séculos. A outra é a fantástica Catedral de Santa Maria, de origem duvidosa. Consagrada pelos visigodos, a partir de 1226 teria sido reerguida sobre as próprias paredes de uma grande mesquita muçulmana, transformando-se num dos maiores legados deixados pelos visigodos, em toda a Espanha. No entanto, assim como o tempo corrói as pedras das construções, também desfaz, aos poucos, a técnica dos artesãos. Zamorano, cuja oficina fica a menos de 100 metros da grande catedral, fornece um bom exemplo, quando abandona as espadas de ferro em favor das de aço, mais fáceis de fazer. "Não vale a pena", diz ele.
E não é só pelo trabalho, que poderia, simplesmente, ser compensado pelo preço. Assim, uma arma de aço custa entre 10 e 20 dólares (ou de 10 a 20 URVs), conforme o tamanho e os adereços do cabo, feitos em latão e outros materiais, como o ouro. Uma de ferro custa, no mínimo, 40 dólares. Mas isso quando o fabricante não tem apego incontornável à obra e decide vender. "Eu não vendo", teima Zamorano.

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Um vândalo no estômago - Saúde


UM VÂNDALO NO ESTÔMAGO - Saúde



Cientistas acusam o microorganismo Helicobacter pylori como o causador da úlcera. Com remédios para combatê-lo, a doença deixou de ser um tormento para toda a vida. Já
não são proibidos o cafezinho, a cerveja e a feijoada


Há alguns anos, se um médico prescrevesse antibióticos a um paciente com úlcera gástrica ou duodenal, seria tachado de louco. Pior seria se ele não recomendasse uma dieta rigorosa ao doente, regada a litros e litros de leite. Pois é isso o que acontece hoje. O paciente não segue nenhuma dieta, não toma leite e as cirurgias são raras. "A medicina é a ciência das verdades transitórias", brinca o gastroenterologista Moacyr Pádua Vilela, professor da Escola Paulista de Medicina. Essa revolução deu seus primeiros passos em 1983, quando dois pesquisadores australianos, Barry J. Marshall, médico clínico, e R. Warren, patologista, descobriram que a bactéria Helicobacter pylori é a grande responsável pela formação de úlceras - ou feridas - no estômago e duodeno, que faz a ligação com o intestino delgado. Dez anos depois, essa tese é aceita em todos os centros de pesquisa do mundo, tanto que no ano passado a revista inglesa Nature classificou a gastrite e úlcera como doenças infecciosas. A descoberta e depois o desenvolvimento de medicamentos para combater a tal bactéria foram comemorados. E por bom motivo: 5% a 10% da população mundial tem úlcera.
De forma alongada, a Helicobacter pylori parece uma taturana e vive, de preferência, onde faltam higiene, esgotos e água tratada. Ela se reproduz apenas no estômago humano e pode ser transmitida pela saliva. Possui seis flagelos, espécie de cílios longos que lhe permitem nadar velozmente no suco gástrico. Durante seu passeio, vai produzindo uma série de substâncias tóxicas, chamadas citocinas, que infectam e destroem a mucosa gastroduodenal, grudando-se nas células de revestimento do estômago. Dessa forma, causa uma irritação muito forte na parede estomacal e produz lesões, às vezes imensas crateras na mucosa gastro-duodenal.

"Mais da metade dos adultos possui a bactéria no organismo", explica o médico Antônio Frederico de Magalhães, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e considerado um dos maiores pesquisadores da Helicobacter pylori no Brasil. Por que, então, nem todas as pessoas desenvolvem a úlcera? "É necessário que se tenha predisposição genética", esclarece Magalhães. A presença da bactéria é constatada por meio de endoscopia, com a retirada de um pequeno fragmento do tecido da região danificada. Confirmada a existência da Helicobacter, entram em cena os antibióticos.
O tratamento se faz com um coquetel de remédios à base de sal de bismuto, furazolidona e tetraciclina ou amoxilina, que pode curar a doença em uma semana. São cerca de dez comprimidos diários, ingeridos separadamente. O paciente também toma o chamado bloqueador H2, que inibe a formação de suco ou ácido gástrico. "A esperança é que seja desenvolvido um remédio único para facilitar a vida dos doentes", sonha Magalhães, que há cinco anos receita a mistura de antibióticos, com muito sucesso. Dos últimos 290 pacientes tratados na Unicamp e em sua clínica particular, 260 (quase 90%) ficaram livres das úlceras. Esse grupo foi acompanhado antes de iniciar o tratamento, durante e depois de dois anos de cura. "A reinfecção pela bactéria é possível, podendo ou não se desenvolver uma nova úlcera, mas a chance é pequena, de apenas 10%", comemora o médico.
Existem outros tratamentos para as úlceras. Muitos médicos preferem ministrar, por oito semanas, remédios que diminuem ou bloqueiam a fabricação do ácido clorídrico (HCl), principal ingrediente do suco gástrico. O índice de cura também é alto: 95%. Mas, diz o professor da Unicamp, com esse tratamento a doença pode voltar mais facilmente. O cirurgião Thomas Szego, do Hospital das Clínicas e do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, explica que o estômago produz o ácido clorídrico para digerir os alimentos. Já o duodeno recebe enzimas e bicarbonato de sódio fabricados pelo pâncreas. Essas substâncias, em geral, não causam lesões porque existem fatores de defesa, como o muco estomacal. "Para surgir uma úlcera, tem de haver algum desequilíbrio. Se o ácido aumentar, ou o muco diminuir, abre-se o caminho para a formação de úlceras", afirma Szego.
No caso da diminuição do mu-co surge uma úlcera no estômago. Já no caso do aumento de secreção ácida, abre-se a ferida no duodeno. Apesar de possuírem uma aparência semelhante - como uma ferida sem a casca - os dois tipos apresentam sintomas diferentes. No caso do duodeno, costuma-se dizer que existe uma dor em três tempos: dói, come, passa. "A dor tem horário certo, em geral longe das refeições", explica Szego."Quando a pessoa come, a ferida deixa de ficar exposta e a dor some." Quem tem esse tipo de problema costuma assaltar a geladeira durante a madrugada. Só assim é possível aplacar a dor e voltar a dormir. Já a úlcera gástrica dói em quatro tempos - dói, come, dói, passa. Ou seja, a dor também é mais freqüente nos períodos de jejum, mas assim que o doente come, ela aumenta, por causa do atrito dos alimentos no es-tômago sensível. "Em seguida, a comida neutrali--za o ácido", diz o médico Szego. Alto, forte e com uma barba bem tratada, ele dá mais uma lição: "Não existe relação entre o tamanho da ferida e a intensidade da dor".
Também não é verdade que as doenças estomacais sigam uma seqüência predeterminada: gastrite, úlcera, tumor. Para início de conversa, úlcera e gastrite são problemas bem diferentes e um não leva a outro necessariamente: a primeira é uma lesão, enquanto a última é uma inflamação na mucosa. Quando ocorre, o interior enrugado do estômago fica inchado. Daí muda de cor, passando de rosado a vermelho. A gastrite é menos grave do que a úlcera, porém muito mais difícil de curar. "Até porque a gastrite não é uma doença, mas uma conseqüência natural do envelhecimento do estômago", garante o médico Moacyr Vilela. "Depois dos 40 anos, é normal a pessoa ter esse problema." Com um ar professoral, depois de passar sua vasta experiência a centenas, talvez milhares, de novos médicos, Vilela explica que existem dois tipos de gastrite, a aguda e a crônica. No primeiro caso, o doente sente náuseas, azia e dor no estômago. Muitas vezes, chega a vomitar. Mais raramente, pode ter hemor-ragia. Todo esse desconforto é causa--do pela contaminação por agrotóxicos ou, ainda, por ingestão exagerada de comida contaminada, álcool e remé-dios antiinflamatórios. "Estes medicamentos são os mais utilizados no mundo. Basta a pessoa sentir uma dor, para se automedicar", condena Vilela. Em excesso, os antiinflamatórios podem até provocar úlcera.
Mas, afastado o fator agressivo, o estômago se regenera rapidamente, curando-se da gastrite aguda. Para isso, ajudam os antiácidos e remédios que recomponham a mucosa. Em algumas pessoas, porém, há uma tendência do organismo para fabricar substâncias inflamatórias. Estas padecem de gastrite crônica: sentem azia, a digestão é difícil e arrotam muito. Infelizmente, a descoberta da Helicobacter pylori não trouxe alegrias a quem sofre de gastrite. "Embora a presença da bactéria seja uma constante nesses pacientes, os antibióticos não surtem o mesmo efeito que para a úlcera", lamenta o gatroenterologista Magalhães, da Unicamp.
Isso reforça a tese do envelhecimento do estômago, defendida por Vilela. Para ele, o tratamento para gastrite crônica deve ser sintomático. "Doeu, toma remédio; caso contrário, vida normal." Tão normal que nem dieta ele recomenda aos pacientes. "Não posso obrigar o coitado a ficar sem comer uma série de coisas durante toda a vida", justifica. Recomenda, apenas, que na fase aguda da doença sejam evitadas frituras e condimentos.

Quanto à possibilidade de uma úlcera se tornar um tumor, os médicos afirmam que é pequena. "Câncer no duodeno é praticamente inexistente", conta Szego. No caso do estômago, acontece que, muitas vezes, o tumor tem a aparência de uma úlcera e exames malfeitos podem confundir e adiar o tratamento adequado - daí a idéia errada de que a falsa úlcera teria se transformado em câncer. O certo seria o paciente com uma suposta úlcera gástrica se submeter à biópsia, para ter garantia do diagnóstico.
"O câncer gástrico é perfeitamente curável", tranqüiliza Szego. E, se o que houver, for de fa-- to apenas uma úlcera, dificilmente o paciente terá de se submeter a uma cirurgia. Hoje, ela é recomendada em alguns poucos casos:
1)Se houver perfuração do órgão e a dor abdominal for muito intensa;
2) Se houver hemorragia e o paciente perder grande quantidade de sangue. Isso normalmente ocorre quando a ferida fica sob um vaso sangüíneo;
3) Em casos de estenose, ou seja, dificuldade de esvaziamento do estômago. A estenose acontece quando a úlcera fica na junção entre o estômago e o duodeno, impedindo que os alimentos sigam na direção do intestino;
4) Se os remédios não fizerem efeito.

Nestas exceções, em que a cirurgia é realmente necessária, os médicos podem apelar para três técnicas, de acordo com o problema do paciente: gastrectomia, quando se retira um pedaço do estômago para que a produção do suco gástrico diminua; vagotomia, desligamento do nervo vago para reduzir a produção de enzimas e bicarbonato de sódio no duodeno; e gastrectomia aliada a vagotomia. A descoberta da Helicobacter pylori reduzirá ainda mais o emprego do bisturi. A demora para aceitar o envolvimento do micróbio com as úlceras foi causada por dificuldades de pesquisa: a bactéria só cresce no estômago humano, sendo impossível provar sua culpa em experiências com animais. Por isso, o próprio Marshall, um dos descobridores da Helicobacter, ingeriu uma cultura de bactéria para defender a sua tese. De fato, ele desenvolveu uma gastrite. Outro médico da Nova Zelândia repetiu a experiência e também teve gastrite. Se os dois ti-vessem predisposição genética teriam ganho uma úlcera.

Verdades e mentiras sobre as feridas estomacais

Existem verdades sobre as feridas no estômago, que as pessoas ignoram, enquando engolem mitos, que já caíram na boca do povo. Há quem acredite, por exemplo, que comidas condimentadas provocam úlcera. Não é verdade. A doença só ocorre quando o organismo tem a bactéria Helicobacter pylori somada à predisposição genética. Quem pertence a famílias de ulcerosos tem mais chances de desenvolver o mal. A partir disso, eis o que se conhece, hoje, sobre o surgimento de úlceras:

Sangue
A bactéria prefere sangue tipo O. Daí que pessoas com esse tipo sangüíneo correm mais riscos.

Alimentos
Os alimentos são apenas coadjuvantes, podendo apressar sintomas de uma doença já existente. Quem tem úlcera também não precisa comer de hora em hora, como os especialistas receitavam antigamente. Um paciente que toma remédios e tem acompanhamento médico pode ingerir de tudo e nos horários normais. Uma dieta moderada é sugerida apenas na fase aguda da doença.

Leite
Passar o dia tomando leite também é coisa do passado. Os médicos garantem que o leite não faz bem nem mal, é neutro. Quem costuma beber leite e tem úlcera deve continuar com a mesma quantidade. Quem nunca bebe leite, não precisa iniciar um novo hábito. Até porque cerca de 90% dos adultos orientais de raça amarela, 50% dos negros e 20% dos brancos não produzem lactase, a enzima que transforma lactose em glicose e, nesse caso, beber leite pode agravar os distúrbios digestivos.

Estresse
O estresse ainda é considerado um vilão coadjuvante, mas não o principal. Em situações de muita pressão pode-se desenvolver uma úl-cera ou gastrite, mas o organismo se recupera sozinho. Por isso, quem tem úlcera ou gastrite não precisa tomar calmantes.

Bebidas
Bebidas alcoólicas não são proibidas, garantem os médicos. O álcool, por si, dificilmente causa úlce-- ra. Quem costuma beber grandes quantidades, de estômago vazio, po-- de terminar com gastrite aguda. Mas pacientes ulcerosos podem tomar um drinque de vez em quando, sem dor na cons-ciência ou no estômago. É só não abusar.

Remédios
Pior que o álcool são os remédios à base de ácido acetilsalicílico, como a popular aspirina. Em excesso, eles destroem a mucosa gástrica.

Cigarro
Outro grande bandido é o cigarro. O fumo é agressivo à mucosa estomacal e pesquisas já comprovaram que ele pode desencadear as úlceras. Além disso, retarda o tratamento, pois a nicotina dificulta a cicatrização. Fumantes têm de tomar 30% a mais de remédios para se curarem. Essa mesma porcentagem é verificada no tempo necessário para a cura. Enquanto um não-fumante se recupera de uma gastrite aguda em dez dias, o fumante precisa de treze dias. O ideal é não fumar. Mas cuidado: se o fumante largar de vez o vício, pode ficar nervoso e, no caso, o estresse será tão prejudicial quanto era o fumo.


Pontos frágeis

Os órgãos do aparelho digestivo que, geneticamente predispostos, podem terminar machucados pela ação de bactérias:

O duodeno
A primeira porção do intestino fica sujeita a lesões quando as secreções ácidas são excessivas

O piloro
É a passagem estreita do estômago para o duodeno, o corredor de entrada do intestino. Capaz de se contrair, o piloro se fecha para reter alimentos ainda não digeridos pelo estômago. Ou se abre para esvaziar esse órgão.

O estômago
Envolvido por nervos, que comandam as secreções de ácido, o órgão fica mais ou menos fragilizado conforme a espessura de suas paredes. Se são muito finas, as bactérias fazem facilmente o maior estrago

A mucosa estomacal
Coberta por um líquido viscoso protetor, a parede interna do estômago é enrugada e repleta de glândulas secretoras de ácidos

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Japão rumo ao espaço - Astronautica

O JAPÃO RUMO AO ESPAÇO - Astronautica



O bem-sucedido teste do foguete H-II marca a arrancada dos japoneses na corrida espacial. Com tecnologia feita em casa, prometem não só colocar satélites e estações espaciais em órbita, mas também ir mais longe - chegar a outros planetas


Bastaram 27 minutos e 57 segundos para o Japão entrar de vez na corrida espacial . Foi o tempo que o foguete H-II em seu primeiro vôo de testes, levou para colocar em órbita suas duas cargas experimentais. O H-II subiu ao céu às 7 horas e 20 minutos da nublada e fria manhã de 4 de fevereiro, lançado da base de Tanegashima. A primeira carga, o OREX (sigla de veículo experimental de reentrada em órbita), cobaia dos futuros ônibus espaciais, separou-se do segundo estágio do foguete 13 minutos e 51 segundos depois do lançamento. A segunda carga, o VEP, veículo para testar o transporte de satélites, desligou-se do foguete e entrou em órbita nos tais 27 minutos e 57 segundos depois do lançamento. Mais que um sucesso, o vôo do H-II foi uma declaração de independência japonesa.
Antes do H-II, os foguetes construídos no Japão tinham tecnologia importada dos Estados Unidos. Com o novo foguete desenvolvido com tecnologia totalmente doméstica, o Japão pode ditar o ritmo e os rumos de seu próprio programa espacial. Não lhe falta ambição: os planos da NASDA, a agência espacial japonesa, incluem lançamentos de satélites, de um ônibus espacial, construção de um laboratório no espaço e a colonização da Lua e de Marte.
O Japão deu seus primeiros passinhos em direção ao céu em 1955, quando pesquisadores da Universidade de Tóquio testaram com sucesso foguetinhos parecidos com um lápis. Nessa época, porém, como a tecnologia vinha de fora, os americanos controlavam o que os japoneses podiam ou não fazer com esse conhecimento, já que quem domina a construção de foguetes naturalmente é capaz de construir mísseis. Apenas dois anos mais tarde, a então União Soviética lançava seu primeiro satélite, o Sputnik-1.
Em 1969, quando a NASDA acabara de nascer, os Estados Unidos colocavam a Apollo 11 na Lua, onde dois homens puseram os pés. O Japão só lançou seu primeiro satélite, o Oshumi, em 1970. O primeiro foguete japonês, o N-I, construído com tecnologia americana, ficou pronto em 1985. Seu peso total era de 90 toneladas, e sua capacidade de lançamento em órbita geoestacionária era 130 quilos de carga útil. Além da capacidade de carga quinze vezes maior (2 toneladas), o H-II não fica atrás de seus companheiros europeus ou americanos em desenvolvimento tecnológico - pelo contrário, é um dos mais sofisticados do mundo.
Comparado ao Ariane 4, foguete lançado pelo consórcio europeu Arianespace há cinco anos, o H-II tem capacidade de carga útil semelhante, mas seu peso total é quase a metade. Cada foguete japonês, porém, custa 145 milhões de dólares, quase o dobro do Ariane 4. Isso significa que, embora seja um primor tecnológico, o H-II ainda não tem condições de disputar o mercado de lançamento de satélites, por causa do alto custo. Além disso, o Centro Espacial de Tanegashima só pode lançar foguetes em 90 dias por ano, segundo um acordo feito com os pescadores da ilha, que alegam que os veículos espaciais afugentam os peixes.
O desenvolvimento do H-II começou em 1986, com o propósito de torná-lo a mola propulsora do programa espacial japonês. Embora seu modelo básico seja preparado para lançar satélites, ele poderá ser adaptado para lançar um ônibus espacial ou sondas lunares e interplanetárias. As grandes estrelas do H-II são os motores, o LE-7, do primeiro estágio, e o LE-5A, do segundo estágio. Para alcançar a melhor proporção de peso/potência, os japoneses escolheram como combustível o oxigênio e o hidrogênio líquidos. Entre todos os combustíveis empregados em foguetes, o hidrogênio líquido é o que exibe melhor desempenho. O problema é que não é fácil usá-lo.
O hidrogênio líquido tem uma temperatura extremamente baixa, -253°C, enquanto o oxigênio tem -183°C. Se algum ar permanecer dentro das partes móveis do motor, o óleo lubrificante congela-se, e o motor falha. Dentro da câmara de combustão, porém, esses gases são consumidos a uma temperatura de 3 200° a 3 300°C, suficiente para derreter ou queimar metais comuns.
Além disso, o desempenho do motor melhora muito quando a pressão na câmara de combustão é maior. São portanto três fatores complicadores: temperatura do combustível extremamente baixa e, dentro da câmara de combustão, temperatura e pressão extremamente altas. Para injetar o hidrogênio líquido a alta pressão dentro da câmara de combustão, são necessárias válvulas turbocompressoras de alta potência. O funcionamento desse motor é parecido com o motor turbo de um automóvel, em que o gás quente resultante da combustão volta por uma válvula ao interior do cilindro para aumentar a pressão e, assim, proporcionar maior potência. No foguete é um pouco diferente: o combustível que aciona as válvulas de pressão vem diretamente do tanque, mas depois de passar pelas válvulas entra na câmara de combustão para que não haja desperdício. Deste modo, o combustível deve vir do tanque já em alta pressão antes mesmo de entrar na câmara de combustão, o que é um perigo.

Esse foi o fator responsável por dois incêndios no LE-7 durante testes realizados em 1989. Dois anos depois, uma explosão matou um engenheiro. Em 1992, outro vazamento de combustível seguido de incêndio atrasou em um ano o lançamento do foguete. As dificuldades são tantas que, antes do Japão, apenas os Estados Unidos e a União Soviética utilizaram tal tecnologia. No próximo ano entrará em operação o europeu Ariane 5, impulsionado por hidrogênio líquido, mas com um mo-tor muito mais simples que o do H-II.
Após mais dois vôos de teste, o H-II fará seu primeiro lançamento de verdade entre janeiro e fevereiro de 1996, levando o satélite ADEOS (sigla de satélite de observação terrestre avançada). Até 1997, outros dois vôos levarão, além de dois satélites de testes, o TRMM (sigla de missão para medição de chuvas tropicais). Tanto o ADEOS quanto o TRMM são os mais novos produtos do grupo de satélites de observação terrestre construídos pelo Japão desde 1976. Entre eles está a família dos Himawari, ou GMS, satélites meteorológicos geoestacionários (ou seja, estão sempre sobre o mesmo ponto acima da Terra). Os quatro GMS em órbita transmitem imagens da distribuição das nuvens na atmosfera 28 vezes por dia, para uso em previsão do tempo e boletins marítimos. O GMS-5 será lançado pelo H-II no terceiro vôo de teste, previsto para janeiro ou fevereiro de 1995.
Em 1987 começaram a ser lançados os satélites de observação marítima, conhecidos por MOS ou Momo. Com dois desses satélites, os japoneses têm dados sempre atualizados sobre correntes, temperatura da água e conseguem até localizar os cardumes de peixes - informação vital num país onde a pesca tem fundamental importância. O mais recente da série de observação terrestre é o JERS-1, ou Fuyo-1, lançado em 1992, cujo principal objetivo é procurar recursos minerais por todos os continentes, incluindo a Antártida.
Daqui a dois anos subirá o ADEOS, com a missão de monitorar mudanças no meio ambiente, como as condições meteorológicas do mar, o ozônio e outros poluentes na atmosfera e gases responsáveis pelo aquecimento global. O próximo da fila é o TRMM, desenvolvido em conjunto com a NASA americana para monitorar as chuvas nas regiões tropicais e subtropicais. Embora mais de dois terços da água que se precipita sobre a Terra caia nessas regiões, esse é o parâmetro menos conhecido quando se estuda o clima. O TRMM vai observar as chuvas e a irradição de calor do solo, coletando dados sobre a circulação da água e do calor para que se pos-sa compreender fenômenos climáticos em escala global, como o El Niño ou a desertificação.
Que um país tenha foguetes e satélites no seu programa espacial é fato bem comum. Mas o Japão quer ir mais longe. O primeiro passo para chegar lá é a construção do ônibus espacial não tripulado HOPE (sigla de avião orbital H-II). Esse veículo será lançado pelo foguete H-II, e terá como missão levar material de apoio a futuras plataformas de pesquisa no espaço, bem como trazer de volta à Terra os resultados das experiências lá conduzidas. Os primeiros testes com o HOPE deverão acontecer no final desta década. Quando estiver em operação, será lançado do centro espacial da Ilha de Ta-negashima e, em dois dias, será acoplado a uma estação espacial que deverá estar a 400 quilômetros de altitude. Após a troca de cargas, deixa a estação e volta à Terra em um dia, descendo na pista de Tanegashima com um sistema de pouso por microondas.
No espaço, o Japão vê o caminho para novas conquistas em alguns campos da ciência, como biotecnologia e novos materiais, impossíveis de se conseguirem na gravidade da Terra. Na microgravidade do espaço pode-se fazer, por exemplo, um cristal semicondutor perfeito. Com semicondutores melhores, constroem-se chips de computador com qualidade superior. Essas pesquisas começaram na década de 80, a bordo de foguetes não tripulados. Em 1992, o primeiro astronauta japonês esteve a bordo do ônibus espacial americano Endeavour para conduzir 34 experimentos em processamento de material e biologia.
O Japão também participa do projeto IML (Laboratório Internacional de Microgravidade), um programa da NASA do qual participam mais de vinte cientistas de dezesseis países. A primeira parte do programa aconteceu há dois anos, quando astronautas operaram 42 experimentos em materiais e biotecnologia, como o crescimento de cristais e o cultivo de células. A segunda parte ocorre ainda este ano, a bordo de um ônibus espacial, no qual serão testados equipamentos japoneses para pesquisa em microgravidade. Depois disso, o Japão vai lançar uma estação espacial feita em casa: já está em construção o SFU, sigla de unidade espacial voadora, que deverá ser lançada pelo H-II e trazida de volta à Terra alguns meses depois pelo HOPE.
Além de realizar alguns experimentos, essa estação espacial reutilizável e não tripulada testará equipamentos para o Módulo Experimental Japonês (JEM), a parte japonesa da futura estação espacial Freedom, prevista para ser lançada no final da década e que ficará em órbita a 400 quilômetros de altitude. O JEM será dividido em três partes. O módulo pressurizado, que será mantido à mesma pressão da Terra (1 atmosfera), servirá como laboratório para o processamento de material de experimentos biológicos. No módulo exposto, que fica do lado de fora da nave e é acessado por um braço mecânico, os cientistas farão experiências com materiais, engenharia e comunicações, além de observação da Terra. O terceiro módulo, o logístico, será usado para transportar equipamentos científicos e suprimentos para as pessoas a bordo.
O espaço em torno deste planeta ainda é pouco para a expansão oriental. Numa conferência proferida durante o Ano Internacional do Espaço (1992), o presidente da NASDA, Masato Yamano, analisou o problema da escassez de recursos da Terra, quando chegar o ano 2050 e houver 10 bilhões de seres humanos sobre ela: "Já que a Terra é finita, precisamos olhar além da Terra para a infinitude do espaço, ou a ´Nova Fronteira´, com todos os meios efetivos para o desenvolvimento espacial a fim de superar tais obstáculos e atingir um desenvolvimento sustentável para a humanidade". Em outras palavras, se a Terra já não nos basta, vamos para outros planetas. Assim como Colombo há 500 anos, os japoneses se preparam para uma nova era das grandes viagens.
Yamano define o ano de 2030 como o ponto de partida para a exploração extraterrestre. A primeira escala é naturalmente a Lua, onde serão construídos áreas habitacionais, aeroportos lunares, minas, fábricas e laboratórios. As indústrias, operadas por robôs, produzirão materiais básicos, como tijolo, vidro e aço, enquanto unidades orgânicas produzirão pão, vegetais e, talvez, criarão frangos e peixes. Como não há atmosfera na Lua, o local é excelente para a instalação de observatórios astronômicos. A Lua pode ser também uma ótima opção para as férias.
Depois da Lua, é natural ir para um planeta. Mercúrio e Vênus estão descartados, pois lá a temperatura excede os 400°C. Júpiter também não serve, pois se leva mais de 1 000 dias para chegar lá. Sobrou Marte. Parece muito bom: gravidade de 0,38 G (38% da terrestre), temperatura entre -140°C e 20°C, uma fina camada de atmosfera e a viagem leva apenas 240 dias.
Uma base avançada será estabelecida em Marte em meados do século XXI. Como a oportunidade de vôo a partir da Terra acontece a cada dois anos, uma pessoa levaria entre três e cinco anos na viagem completa. Assim, é preciso que no pessoal dessa base estejam incluídos, entre outros, médicos, engenheiros e especialistas em controle ambiental. Fábricas experimentais pesquisarão os recursos minerais marcianos, cultivarão plantas e criarão animais experimentalmente, e produzirão água e oxigênio.

Dinheiro pelo espaço

O custo de desenvolvimento do H-II, 2 bilhões de dólares, daria para comprar 261 437 carros populares. Cada foguete custa 145 milhões de dólares

Ponte aérea entre o céu e a ilha

HOPE, o futuro ônibus espacial não tripulado para transportar equipamentos às estações espaciais, será colocado em órbita pelo H-II e pousará como um avião

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Falsas Assassinas - Orca - Natureza


FALSAS ASSASSINAS - ORCA - Natureza



Há vinte anos, quase nada se sabia sobre elas. Hoje, depois de muitas observações, os pesquisadores descobriram que esses enormes mamíferos são dóceis, inteligentes, sociáveis e se movimentam em grupos liderados pelas fêmeas


Ao observar um bando de orcas, com os dorsos negros reluzindo ao sol, nadando próximo à orla marítima, não se pode evitar um sentimento de puro enlevo diante de animais tão majestosos. É difícil acreditar que, quarenta anos atrás, as orcas eram consideradas a "pedra no sapato" dos pescadores e que as autoridades chegaram a elaborar planos para exterminá-las. O Departamento Canadense de Pesca pretendia montar uma metralhadora na costa da Colúmbia Britânica e abrir fogo contra as baleias que lhe passassem ao alcance. O plano, felizmente, jamais foi posto em prática. Nossa ignorância a respeito dessas magníficas criaturas também passou por drásticas alterações durante as últimas décadas.
No início dos anos 70, começaram a ser feitos levantamentos naquela região da costa canadense. As primeiras estimativas, baseadas na observação das baleias avistadas ao largo, ficavam em torno de 200. Pouco mais tarde, desenvolveu-se uma técnica de identificação fotográfica na Estação Biológica de Nanaimo, e a partir daí chegou-se a 300 baleias. Os estudos demonstraram também que elas formavam duas populações costeiras distintas, a do norte (no Estreito de Johnstone) e a do sul (no Estreito de Haro). Em cada uma dessas áreas, as orcas se movimentavam em cardumes ou bandos, grupos familiares que podiam abranger de alguns a cinqüenta exemplares.
Descobriu-se que os bandos tinham uma estrutura social do tipo matriarcal, isto é, os filhotes permaneciam na companhia das mães mesmo depois de chegarem à maturidade. Os bandos eram surpreendentemente estáveis e as mudanças ocorriam de forma notadamente vagarosa, indicando baixas taxas de natalidade e mortalidade. Percebeu-se também que as orcas têm vida longa; as fêmeas alcançam os 80 anos e os machos atingem 50 anos. Mais ou menos aos 10 anos de idade, as orcas chegam à maturidade: então, os machos estão com 6 metros de comprimento, e as fêmeas, com 5 metros. Os filhotes nascem após um período de gestação de dezesseis meses (que raramente gera gêmeos), e são amamentados durante um a dois anos. As fêmeas dão à luz, em média, a cada dez anos, mas algumas se reproduzem com uma freqüência bem maior, a cada três anos. Uma orca fêmea tem, geralmente, de quatro a seis filhotes em um período de 25 anos, ao fim dos quais pára de se reproduzir.
Os pesquisadores observaram também que, além da separação geográfi--ca das populações do norte e do sul, as orcas formam dois bandos distintos: os "residentes" e os "transeuntes". Os "residentes" permanecem em águas costeiras e preferem se alimentar de salmões e outros peixes. Esses grupos costumam ser grandes e, em geral, se encontram nas águas abrigadas da Ilha de Vancouver. Já as orcas "tran-seuntes" se reúnem em pequenos grupos na costa oeste da Ilha de Vancouver e em alto-mar, e se alimentam de focas, leões-marinhos e, de vez em quando, de outras baleias.
O próximo passo dos pesquisado-res foi gravar os sons que esses cetá--ceos emitiam debaixo d´água. Sabe-se que eles têm visão limitada, já que a água é quase sempre escura e turva. Em contrapartida, desenvolveram a capacidade de produzir sons de alta freqüência e de receber e interpretar os ecos. Chamados de biossonar, os sons são projetados da cabeça do animal para a água à frente. Todo obstáculo no caminho acaba por refleti-lo de volta, e o animal detecta o eco, formando uma "imagem" precisa de seus arredores imediatos.
O biossonar compõe-se de estalos curtos e potentes e sua freqüência muda de acordo com a localização dos alvos: quanto mais afastados, mais baixa é a freqüência; quanto mais próximos, mais alta a freqüência, que pode chegar a 200 estalos por segundo. Além desses, as chamadas baleias assassinas emitem outros ruídos: assobios, gritos, rosnados e sons esquisitos, que servem para estabelecer contato entre elas. Uma pesquisa realizada por John Ford, do Aquarium de Vancouver, revelou algumas interessantes descobertas sobre a comunicação social das orcas. Por exemplo: cada cardume conta com pelo menos alguns "chamados", denominados "chamados discretos", emitidos apenas por um bando. Acredita-se que tais chamados se desenvolvem devido ao isolamento social e são altamente estereotipados. Por meio deles, os componentes do grupo podem entrar em contato entre si à distância de até 15 qui-lômetros, mesmo que haja outros cardumes nas proximidades.
Os pesquisadores descobriram também que os bandos "residentes" das orcas do norte reúnem-se todos os verões no Estreito de Johnstone, uma passagem exígua que é rota migrató-ria de muitas espécies de salmão. Observando as orcas dessa região, descobriu-se uma área especial, próxima à costa, que foi apelidada de "praia de se coçar". Câmeras subaquáticas re-gistraram as orcas esfregando-se e coçando-se de encontro aos seixos arredondados do fundo do mar. Esse local sui generis está protegido, como parte da Reserva Biológica Robson Bight e Mike Bigg, para evitar que as orcas sejam perturbadas ao exercerem o justo direito de se coçar.
Quando a primeira orca capturada na Colúmbia Britânica passou a ser exibida no Aquarium da cidade canadense de Vancouver, em 1964, começamos a apreciar esses animais e a aprender sobre eles. Até mesmo a denominação que receberam,"baleias assassinas", lhes confere uma negativa e imerecida reputação de ferocidade. Na verdade, o nome surgiu inicialmente na forma de "assassinas de baleias", por parte dos pescadores espanhóis do século XVIII, que observaram que as orcas caçavam em bandos e atacavam companheiras de outras espécies.
A captura das primeiras "baleias assassinas" deu margem a numerosas revelações. Descobrimos que essas enormes predadoras nada tinham de matadoras impiedosas: ao contrário, eram criaturas inteligentes e sensíveis, aprendiam rapidamente e não demonstravam nenhuma atitude agressiva em relação aos seres humanos. Mas sua captura e exibição terminou provocando uma intensa pressão sobre a população animal da costa oeste do Canadá. Entre 1965 e 1973, 48 exemplares dessas baleias foram capturados e vendidos, enquanto outros doze morreram durante essa operação. Nessa época, muito pouco se sabia a respeito das orcas, nem mesmo quantas existiam na região.
Observar essas baleias transformou-se em apelo da indústria turística na Colúmbia Britânica. É praticamente certo avistar orcas nos meses de verão, no Estreito de Johnstone - área que se tornou um dos principais cen--tros mundiais de observação desses animais. Em todos os verões, milhares de visitantes saem em embarcações para olhar as orcas no seu habitat. Esse interesse, embora bem-intencionado, acabou dando origem a mais uma perturbação na vida dessas baleias. É que há dias em que dúzias de barcos dos mais variados tamanhos passam o tempo todo atrás delas enquanto se alimentam, brincam e repousam. Ainda não se sabe se essa intensa atividade realmente perturba as orcas, mas há indi-cações de que elas podem abandonar certos comportamentos naturais quando se acham rodeadas por um número excessivo de embarcações.
Com o conhecimento e a compreensão cada vez maior que se tem sobre as maiores componentes da família dos golfinhos, surgiu também um apelo para se extinguir a captura e exibição desses mamíferos. Algumas instituições chegam a advogar a soltura de todas essas baleias que hoje se encontram cativas em aquários. Muitos especialistas, porém, ponderam que elas teriam pouca ou nenhuma chance de sobreviver em um ambiente natural no qual não têm experiência nem conexões sociais. Quarenta anos atrás, fizemos planos para matá-las. Hoje, temos grande estima pelas orcas, por serem mamíferos sociáveis e inteligentes. Foi rápida e radical nossa mudança de opinião a respeito da baleia chamada de assassina.

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A vida dentro da Cratera - Geografia


A VIDA DENTRO DA CRATERA - Geografia



Ngorongoro, a maior cratera vulcânica inativa do mundo, é uma amostra das savanas africanas, com lagos, arbustos, pântanos e milhares de animais selvagens.


É impossível descrever adequadamente o tamanho e a beleza da cratera, pois não há nada com que se possa comparar. É certamente uma das maravilhas do mundo." As palavras de Bernhard Grizmek, naturalista alemão do começo do século e um dos grandes estudiosos da fauna, flora e ecossistemas da África Oriental, ilustram perfeitamente a sensação que se tem ao primeiro contato com a maior cratera vulcânica inativa do mundo, de 18 quilômetros de diâmetro e área de 260 quilômetros quadrados: Ngorongoro. Localizada no norte da Tanzânia, entre o Monte Kilimanjaro (pico culminante da África, com 5 895 metros) e o Lago Vitória (o maior lago da África e um dos maiores do mundo), a cratera faz parte da área de conservação ambiental de Ngorongoro, que soma 8 300 quilômetros quadrados. Maior que a cidade de Recife, dentro dela existe um mosaico dos ecossistemas do leste africano, com savanas, riachos, lagos, florestas e pântanos, onde habitam milhares de animais selvagens. Há aproximadamente 3 000 búfalos, 8 000 gnus, 7 000 zebras, 100 leões, 400 hienas, 70 elefantes e mais uma infinidade de pássaros.
As paredes de 600 metros de altura não compõem uma barreira geográfica ao trânsito de muitos animais, já que acontecem migrações. Leões que ali nasceram, marcados por pesquisadores, foram encontrados no Parque Nacional do Serengeti, que fica a mais de 100 quilômetros dali. O mais comum, porém, é que esses animais permaneçam ali mesmo, pois embora os carnívoros ocupem grandes áreas, o espaço dentro da cratera é suficiente para eles. Por isso, e porque é raro leões de fora entrarem lá, existe o problema da consangüinidade entre os leões da cratera. Ou seja, de tanto cruzarem entre si mesmos, têm a bagagem genética muito parecida e são mais frágeis - uma mudança ambiental, por exemplo, poderia dizimá-los.
A maioria dos animais herbívoros também prefere permanecer lá dentro, por causa da abundância de gramíneas. Na cratera só se encontram elefantes machos. Isso acontece porque as manadas que incluem as fêmas tendem a ser muito grandes e, além de raramente passarem pela cratera durante suas migrações, não encontram comida suficiente ali.
A cratera de Ngorongoro surgiu há 2,5 milhões de anos, quando o vulcão que existia naquele lugar desabou. Esse vulcão tinha altura quase igual à do Monte Kilimanjaro. Seu interior, porém, era um tanto oco, e o topo sustentado apenas pelas constantes erupções de lava. Quando esta lava começou a ser expelida por buracos formados nas paredes do vulcão, o topo perdeu sua sustentação e implodiu, formando a cratera, cuja borda perfeita tem uma altitude de 2 100 metros. Naquela época - Pleistoceno, era Cenozóica -, a atividade vulcânica era comum na região, pois ela faz parte do Vale Rift africano. Rift é o termo em inglês para designar a área de choque entre duas placas tectônicas, em que ocorre intenso vulcanismo. Como na África a movimentação das placas aconteceu há muito tempo, os vulcões estão extintos. Em outras re-giões do mundo, porém, estão em plena atividade, como no Caribe, Indonésia e Japão - onde, inclusive, está Aso, a maior cratera vulcânica do mundo (368 quilômetros quadrados), na qual ainda ocorrem erupções.
Situada a 120 quilômetros da cidade mais próxima, Arusha, Ngorongoro só é acessível por carro. Para se descer dentro da cratera, é preciso estar acompanhado de um motorista-guia. Cercados de animais, os visitantes são proibidos de sair do carro e transitar a pé, e só podem fotografar e filmar por uma abertura no teto do veículo. Também não é permitido dirigir fora das trilhas, e teoricamente não pode haver mais de cinco carros observando a mesma cena - embora às vezes haja congestionamentos de mais de vinte carros observando o ritual amoroso dos leões.
O ser humano não é novato nesses ecossistemas, pois há na região dois dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo: o Vale Olduvai e Laetoli, que ficam a cerca de 60 e 90 quilômetros da cratera, respectivamente. No primeiro foram encontrados os fósseis mais antigos do Homo habilis, nosso antecessor direto, com mais de 1,8 milhão de anos. Em Laetoli estão preservadas pegadas de Australopithecus afarensis, hominídeos que já caminhavam eretos e que provavelmente foram nossos ancestrais, com 3,7 milhões de anos.
Como acontece no Brasil, as áreas de conservação de vida selvagem são ocupadas também por populações humanas - aqui, são os índios que vivem nas florestas. Nos 3% de área de conservação de vida selvagem em Ngorongoro, habita principalmente a tribo Masai, um povo guerreiro e destemido que convive harmoniosamente com os animais. Segundo lendas e crendices, eles são temidos por quase todos os animais, exceto pelos elefantes, que não se acostumam com sua presença. Quanto ao aspecto social, existem certos costumes e tradições essencialmente primitivas, como beber sangue do gado em noites e dias especiais. Para que um homem consiga uma esposa, é preciso ter um bom número de cabeças de gado, pois quanto mais bonita e prendada a moça, mais cabras e bois terá o pretendente de entregar ao pai dela.
Os Masai vivem inteiramente da criação de vacuns e caprinos, não praticando nenhum tipo de agricultura. Suas atividades se integram perfeitamente na savana que predomina na região, um habitat com poucas árvores, onde prevalecem as gramíneas. Habituados à presença de grandes herbívoros, como búfalos, zebras e gnus, os Masai chegaram à cratera há mais de 150 anos, quando entraram em guerra com outra tribo, os Datoga. Após vários anos de conflito, os Masai expulsaram os Datoga e ocuparam a região.
No final do século passado, com a chegada de exploradores e depois colonizadores europeus, cada um brigando para garantir um pedaço do continente africano, a Alemanha ficou com o território que na época era conhecido como Tanganyika. Porém, apesar de várias expedições, poucos europeus decidiram ficar em Ngorongoro. Os alemães dividiram a cratera em duas partes, fazendo plantação de sisal e criação de gado (que era constantemente "apropriado" pelos Masai).
Com a Primeira Guerra Mundial, os alemães foram obrigados a se retirar e os ingleses assumiram o poder sobre a Tanganyika. Como antes, porém, poucos ingleses ocuparam Ngorongoro. Essa situação só veio mudar nos anos 30, com a construção de uma estrada, que abriu a região a visitantes. Em poucos anos, a cratera de Ngorongoro tornou-se uma das maiores atrações turísticas do mundo, por sua beleza e abundância da fauna. A mira dos rifles - a área era usada pelos ingleses para caça - foi substituída pela mira de milhares de máquinas fotográficas.
Em 1951, após a criação do Parque Nacional do Serengeti, houve muitos conflitos entre os Masai e autoridades do Parque, que queriam excluir populações humanas da reserva, causando o desmembramento do Parque do Serengeti e criando em 1959 a área de conservação de Ngorongoro. Os Masai foram transferidos então para o topo da cratera, onde apenas nos períodos de seca estão autorizados a levar o gado lá dentro para beber água e lamber sal, mas não para pastar. Com o turismo intenso, os Masai ganham dinheiro vendendo objetos artísticos, artesanatos, e cobran-do por todas as fotos em que aparecem.

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Paracelso: Mago e cientista - Perfil

PARACELSO: MAGO E CIENTISTA - Perfil



Ele saiu de casa aos 14 anos em busca da pedra filosofal. Médico e alquimista, venceu a peste, antecipou em 500 anos a cura da sífilis e revolucionou a Medicina.


Ousadia e irreverência certamente não faltavam ao garoto Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim. Zombar dos professores durante as aulas pode ser classificado, ainda hoje, como um sinal de intolerável rebeldia de um adolescente de 14 anos, na oitava série do primeiro grau. Imagine-se fazer o mesmo, em 1508, com os catedráticos de Medicina da Universidade de Viena. Quem esse fedelho pen-sava que era? Paracelso, ele responderia, ado--tando esse nome três anos depois, ao bacha-relar-se em Medicina. Para - além de, maior que - Celso. Melhor que Aulus Cornelius Celsus, o grande médico romano do século I, autor de De Medicine, a bíblia de todos os médicos da época. Pretensioso? O jovem Theophrastus não estava nem um pouco preocupado com a opinião de seus escandalizados mestres.
Nos trinta anos seguintes, Paracelso percorreria a Europa e o Oriente Médio. Estudando ciências ocultas e magia negra, curando feridos nas frentes de batalha e vencendo a peste. Aprendendo com ladrões, curandeiros e ciganos para ensinar nas principais universidades. Queimando os manuais de Medicina e escrevendo tratados sobre duendes e cirurgia. Buscando a pedra filosofal, capaz de transformar chumbo em ouro e tornar o homem imortal, e criando a homeopatia e a quimioterapia. Assim, tornava-se um dos grandes cientistas de todos os tempos, enquanto era acusado de charlatão e pretensioso pelos médicos da época. "Pretensiosos", respondia, "são eles." Afinal, que sabiam sobre química ou mineralogia?
Sem contar o que aprendera de prático em disciplinas não científicas, como a alquimia, ou a cabala, que começara a estudar ainda na infância na cidadezinha de Einsiedeln, próxima de Zurique, onde nasceu em novembro de 1493. Quando não estava acompanhando as consultas do pai, médico do povoado, o irrequieto Theophrastus fugia para ler na igreja atrás de sua casa. As calmas tardes de leitura do pequeno Theophrastus na igreja terminariam com a morte de sua mãe e a mudança do pai para Villach, no sul da Áustria. Nessa cidade, o futuro Paracelso aprenderia teorias e práticas daquilo que, mais tarde, se tornaria a Química.
Aprendia com o próprio pai, doutor von Hohenheim, professor na Bergschule, uma escola criada pelos Fugger, uma rica família de banqueiros de Augsburg, para formar técnicos para suas minas de ouro, ferro e cobre. Em 1507, o garoto Theophrastus deixa Villach para unir-se aos grupos de jovens andarilhos. A Europa vivia as mudanças e lutas políticas do fim da Idade Média e o começo da Renascença, com a consolidação do absolutismo. Surgiam os primeiros processos de unidade nacional, que levariam aos Estados modernos.
À procura de saber, ele vai estudar com Iean Tritemio, abade do mosteiro de São Jorge, em Würzburg, autor dos primeiros livros que lera na infância, mas rompe com o mestre por divergência em algumas experiências de magia negra. Passa de uma universidade a outra - Viena, Wittenberg, Leipzig, Heidelberg e Colônia -, mas seu espírito rebelde decepciona-se com todas. "Como as faculdades conseguem produzir tantos idiotas?", zomba, com sarcasmo típico. "As universidades não ensinam tudo. Um médico deve procurar as parteiras, ciganas, feiticeiros, andarilhos e ladrões para aprender com eles." Nos anos seguintes, trabalha nas guerras dos Países-Baixos como cirurgião militar, ocupação desprezada por outros médicos. Vai para a Rússia e chega até a Tartária onde é feito prisioneiro. De passagem pela Alemanha, é preso em Nördlingen, por ressentimento de colegas médicos, a quem chamava de "admiradores de urina". Escapa para a Suécia e, em 1521, trabalha de novo como cirurgião militar na Itália. Depois, viaja pelo Egito, Arábia, Terra Santa e Constantinopla.
Em todos os lugares procura aperfeiçoar seus conhecimentos sobre o que chamava de forças latentes da natureza. Condenava a prática vigente à época, de cobrir os ferimentos com musgo ou esterco. "As feridas devem ser drenadas. Prevenida a infecção, a natureza se encarregará de curá-las." Repudiava também as pílulas milagrosas, receitadas para qualquer doença, assim como infusões, bálsamos, ungüentos e fumigações usadas indiscriminadamente. Foi o primeiro a usar venenos em pequenas doses para curar, e criou a quimioterapia, preparando medicamentos com enxofre, ferro, cobre e mercúrio.
Em 1530, irritou o conselho médico de Nuremberg por escrever a melhor descrição da sífilis até então. Afirmou que a doença podia ser tratada por via interna com compostos de mercúrio - diagnóstico que seria comprovado quase quatro séculos depois, em 1909, pelo alemão Paul Ehrlich. Este criou o Salvarsan, à base de mercúrio, o primeiro remédio eficaz contra a sífilis. Paracelso foi também o primeiro a ligar o bócio aos minerais da água potável, especialmente o chumbo. Freqüentando ta-ver-nas, em meio a prostitutas, ladrões, soldados e trabalhadores, escreveu o livro As enfermidades dos mineiros, considerado o primeiro tratado de Medicina do trabalho. Aí identificou pela primeira vez como causa da silicose a aspiração do pó de silício (esse livro levou o então jovem Karl Marx a escrever uma biografia do autor, em 1841, para registrar o tricentenário de sua morte). Mas os trabalhos práticos não eram o único interesse de Paracelso. Ele também formulou idéias gerais onde afirmava que todos os corpos eram compostos de três princípios: energia, solidez e fluidez. Na linguagem dos alquimistas, esse trio correspondia, respectivamente ao fogo, ou enxofre alquímico; à terra, ou sal; e ao líquido, ou mercúrio. Adepto do esoterismo, estava convencido de que o conhecimento dividia-se em cinco estádios: uma doutrina secreta, ou filosofia hermética; o misticismo; o conhecimento científico; a prática alquímica e da medicina; e a ars magna, ou arte maior, uma síntese dos quatro anteriores. Como conseqüência desse método, acreditava na existência de um princípio vital benéfico - que talvez se possa comparar ao sistema imunológico. A ação de tal princípio, dizia Paracelso, devia ser preservada durante a doença, mantendo-se o doente no que chamava de "expectativa higiênica. Por isso, opunha-se radicalmente aos vomitórios e sangrias usuais na época, que debilitavam o doente.
Como obtinha curas espetaculares, suas histórias espalhavam-se de cidade em cidade. E quando correu a notícia de que aceitara lecionar Medicina na universidade de Basiléia, em 1527, para aí foram estudantes de todas as partes da Europa. Orgulhosas, no início, as autoridades municipais ficaram apreensivas quando ele convidou para suas conferências não apenas os estudantes, mas todo o povo. Essa apreensão iria virar escândalo quando Paracelso, cercado por uma multidão, queima em praça pública livros dos pais da Medicina: o grego Galeno (129- 199) o árabe Avicena (980- 1037) e o romano Celso. O resultado foram violentos choques com farmacêuticos, médicos e juízes da cidade. Paracelso já não era bem visto porque sempre se recusara a usar adornos e distintivos próprios dos médicos medievais, que por sua vez o chamavam de Lutero Médico, em alusão a Martinho Lutero (1483-1546), fundador do protestantismo.
Adivinhando a intenção dos inimigos, Paracelso defendeu-se. "Lutero Médico? Lutero que defenda o que ele diz, eu só me responsabilizo pelo que digo. Mas o que vocês querem para Lutero é o mesmo que querem para mim: a fogueira." Na primavera de 1528, a fogueira parecia já estar pronta, pois Paracelso é obrigado a fugir de Basiléia na escuridão da noite, só com a roupa do corpo. Ele passa os três anos seguintes entre Colmar e Nuremberg e mais três em Saint Gall. Foi seu mais longo período de vida sedentária e durante esse tempo escreveu O livro da cirurgia.
De Saint Gall é chamado para enfrentar uma epidemia de peste na cidade de Stertzing. Salva centenas de vidas dando aos doentes pãezinhos feitos com um pouco das secreções do próprio paciente, que coletava com a ponta de uma agulha. "O que provoca a doença também pode curá-la, se administrado em pequenas doses", ele enuncia pela primeira vez o que seria mais tarde a base da homeopatia. O sucesso na luta contra a peste o transforma em uma lenda viva que aumenta o impacto do lançamento de O livro da cirurgia, em 1536.
O livro amplia ainda mais a fabulosa reputação que obtivera durante os meses em que lecionara em Basiléia, e os aristocratas fazem fila na sua porta. Rico, famoso e respeitado aos 45 anos de idade, retira-se para Mildenheim para redigir sua obra. Nos dois anos seguintes, escreve sem parar. Sobre a peste e as epidemias, as feridas abertas e as chagas, as úlceras dos olhos e o glaucoma. Tratados sobre normas para as análises químicas e livros como A arte de receitar, Os princípios ativos que se obtêm pela trituração dos remédios, A preparação do heléboro - uma planta medicinal - e obras sobre alquimia.
Trata, também, de filosofia e ocultismo. Sobre filosofia, escreve O livro dos prólogos e O livro das entidades, composto de quatro tratados pagãos e um teológico. Sobre ocultismo, Filosofia oculta e o Tratado das ninfas, silfos, duendes, salamandras e outros seres. Finalmente, um livro de profecias sobre o final dos tempos, co-m o título de Prognósticos, composto de 32 textos sobre gravuras alegóricas que recordam as do também médico e contemporâneo Nostradamus (1503-1566).
Muda-se então para Salzburgo, a convite do príncipe-arcebispo duque Ernst da Baviera, que o nomeia médico oficial da cidade. No início do verão de 1541, porém, interna-se em um hospital e passa a escrever sobre misticismo e comentários de passagens bíblicas. No último dia do verão, é um abatido Paracelso que aluga um aposento na Pousada do Cavalo Branco e chama o tabelião para redigir seu testamento. Quando o escrivão se retira, escreve, até nos mínimos detalhes, as instruções para seu enterro. Três dias depois está morto.
O enterro, conforme seu desejo, foi na igreja de Santo Estêvão, em Salzburgo, onde em 1591 os moradores mandaram colocar uma placa de mármore: "Aqui jaz Philippus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, famoso doutor em medicina que curou toda classe de feridas, a lepra, a gota, a hidropisia e outras várias enfermidades do corpo com ciência maravilhosa. Morreu em 24 de setembro do ano da graça de 1541".

O mundo no século XVI

Ainda não existiam nações, no sentido atual do termo. Eram divididas entre centenas de senhores feudais. Como médico militar ou mero andarilho, Paracelso percorreu a Europa e parte da Ásia, onde curou o filho do Grande Khan

A lenda do superior desconhecido

Junto à sua obra científica, às vezes mesclada com ela, Paracelso nos deixou sua interpretação do Universo. Nela, matéria e espírito, que chamava de corpo astral, convivem e se interrelacionam. A partir dessa visão, usa as ciências ocultas para chegar à Medicina científica e propunha atuar sobre o corpo astral como veículo para atingir o físico.
Acredita que a alma está constituída por uma substância natural fluida que não nasce com o homem, mas se forja nele, como o que chamamos hoje de personalidade. A mens divina, ou espírito, que dá o sopro vital, confere a forma, anima e reina sobre tudo. Nessa linha, distingue duas vidas no homem: a racional e a instintiva, que corresponde aos estados alterados da consciência, como o sonho e o êxtase.
Com a separação entre o corpo astral e o corpo físico, chega o momento de regressar ao grande oceano comum, algo muito próximo do que o psiquiatra Carl Gustav Jung chamou, no século XX, de inconsciente coletivo. No conceito paracelsiano, a morte não é um momento, mas um processo com um período de morte aparente. Alguns espíritos podem voltar à vida quando estão nesse estádio, como fizeram Lázaro e Jesus. Em um nível acima atuam os superiores desconhecidos, espíritos que inspiram grupos de pessoas para ajudá-los a despertar. Apesar da fama de mago, foi prin-cipalmente um místico, como Mi-guel Servet (1511-1553) e Nostradamus, dois outros notáveis médicos do século XVI parecidos com ele no temperamento e na heterodoxia.

Irônico, solitário e apaixonado

"Tudo o que digam os teólogos e sofistas contra mim não me atinge. Que me chamem de mago, fei-ticeiro ou sacrílego, que me tratem como os judeus ou os fariseus trataram a Cristo", afirma Paracelso na obra Filosofia oculta.
Esse homem tem uma paixão natural, na mesma linha que outros grandes heterodoxos do Renascimento, como Giordano Bruno ou o espanhol Miguel Servet. Certamente é um gênio solitário, que tem consciência da importância de suas contribuições e da influência que exerceu sobre o establishment. "Pouco me importa que me acusem de apaixonado ou ignorante", escreveu em O livro dos prólogos, "bem sei que dirão que minha física, minha cosmologia, minha teoria e minha prática são singulares, surpreendentes e até absurdas - Não me assustam, posso dizer-lhes, as multidões de seguidores, sejam de Aristóteles, de Ptolomeu ou de Avicena."
Quanto à questão do mau humor, não é fora de propósito pensar que se tratava de uma estratégia defensiva para manter-se a salvo de olhares perigosos sobre as explorações místicas e próprias da tradição hermética que constituíam sua prática intelectual. Não esquecer que Giordano Bruno (1548-1600) e Miguel Servet acabaram supliciados e mortos publicamente por expor idéias bem menos perigosas. Finalmente, o cientista Paracelso nos assombra pelos conceitos modernos sobre muitos temas médicos: o mecanismo das infecções, a opção pelo princípio ativo em lugar dos polifármacos, a observação da morte como um processo - hoje falamos de morte clínica, com as reversíveis e irreversíveis, por exemplo. De certa forma, intui o in-consciente coletivo, cujo conceito Carl Gustav Jung desenvolverá no século XX. Também são atuais suas observações sobre o sonho, no qual distingue fases e causas distintas para seus conteúdos e que hoje são endossadas pela Psicologia, como os sonhos superficiais, com causas endógenas ou exógenas, e sonhos do inconsciente profundo.

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Miniarquiteto - Natureza

MINIARQUITETO - Natureza



O beija-flor é uma das aves mais versáteis da natureza, capaz de desacelerar o próprio metabolismo para poupar energia, ou de ficar imóvel no ar como um helicóptero. Também é habilidoso construtor de ninhos, uma tarefa poucas vezes documentada em detalhe.


A área construída, geralmente circular, com um raio de 3 ou 4 centímetros, poucas vezes alcança 10 centímetros quadrados. E a construção é tão frágil quanto poderia ser - amarrada com fios de teia de aranha, coletados com paciência nos jardins ou nas matas, e colados com saliva sobre materiais quase tão leves como o ar. Os mais comuns são chumaços de paina, fiapos de musgos e líquens, e lascas tiradas da raiz ou da casca de diversas plan-tas. Esse é o material exigido pelos cinco projetos de ninho, idealizados pelos beija-flores. A classificação foi feita pe-lo naturalista capixaba Augusto Ruschi - especialista em beija-flores, mais conhecido por sua morte trágica, intoxicado por uma rã vene-nosa, em 1986.
Basicamente, os ninhos seguem duas fórmulas. Alguns, empregados por mais de vinte espécies no Brasil, têm a forma de um cone, como um chapéu de bruxa de ponta para baixo. O segundo tipo, mais comum, lembra uma pequena tigela de porcelana. A forma, no entanto, não é tudo. Os ninhos não são meros depósitos de ovos - são habitações. Por isso, com o tempo, diferentes aves aprenderam a construí-los com as adaptações necessárias ao seu modo de vida e ao ambiente em que residem. Os ninhos de estilo cônico, por exemplo, catalogados por Ruschi em duas categorias, refletem uma adaptação ao clima.
Na primeira categoria es-tão os ninhos de regiões quentes. Feitos apenas com finas raízes e fibras vegetais, exibem um trançado de rede que deixa o cone bem ventilado, a ponto de se verem os ovos pe-lo lado de fora. Já na segunda categoria, usam-se materiais macios e espessos, tais como a paina, que não deixam frestas, desnecessárias em clima mais ameno. Nos dois casos, os ninhos balançam-se o mínimo possível, equilibrando-se com admirável precisão sobre a folha. Esta ainda lhes dá proteção, seja porque os recobre, em parte, ou porque se confunde com eles, servindo de camuflagem contra os predadores.
Os três tipos de ninho em forma de tigela não têm problema de equílibrio. Alguns são montados na parte supe-rior de uma folha rígida, e ficam como que a cavalo sobre ela, sempre na horizontal. Os dois outros tipos, em lugar de uma folha grande, são apoiados em ramos ou em raízes finas. Em média, a construção de qualquer ninho dura de cinco a dez dias e é responsabilidade exclusiva da fêmea. "Acredita-se que em duas ou três espécies o macho divida a tarefa com a fêmea, mas não se sabe ao certo", esclarece o especialista alemão Rolf Grantsau, autor do livro Os beija-flores do Brasil. Há trinta anos pesquisando essa família de aves no Brasil, ele aposentou-se e desligou-se da vida universitária, mas continua ativo como naturalista. Até onde se sabe, a fêmea põe o primeiro ovo ao término da construção, ainda antes dos últi-mos retoques. Há beija-flores que decoram o fundo e as bordas do ninho com líquens vermelhos, para que essa cor, aos poucos, passe para os ovos. Brancos, levemente rosados, estes acabam camuflados pela tinta dos líquens.
O segundo e derradeiro ovo é posto um ou dois dias depois do primeiro e ambos se quebram após quinze dias, em média. Os filhotes são desprovidos de penas e têm as pálpebras cerradas até o oitavo dia, quando a mãe, finalmente, deixa de sentar-se sobre eles. Dependendo da espécie, os pássaros adultos podem ter de 6 a 20 centímetros, e pesar de 1,5 a 20 gramas. Em liberdade, vivem uma média de oito anos, e até quinze anos em cativeiro. Sua habilidade mais conhecida é o vôo. Os beija-flores não somente batem as asas em alta velocidade - 80 vezes por segundo, no caso extremo -, como também conseguem fazê-las girar à vol-ta do corpo, descrevendo a forma de um "oito" no ar. Como resultado, a ave consegue parar, mover-se lentamente, ou dar marcha à ré em pleno ar.
É claro que tais acrobacias dependem de adaptações anatômicas e fisiológicas cruciais, comparadas ao padrão das aves. Antes de mais nada, o beija- flor possui músculos peitorais privile-giados. "Ele é quase todo peito", diz Grantsau. Os músculos que fazem mover as asas têm 20% do peso total do corpo. Como absorvem grande quantidade de energia, criam um com-portamento singular - uma espécie de suspensão da vida normal, à noi-te. O motivo é que o vôo rápido exige elevada taxa de bombeamento de sangue pelo coração. Assim, é preciso compensar o esforço, no final do dia, com uma drás-tica redução na atividade metabólica.
Exemplos extremos são espécies mexicanas em que o batimento cardíaco despenca de 1 260 por minuto, em alta atividade diurna, para apenas 36 por minuto, durante o letárgico sono noturno. É uma variação absurda, para um animal em que a pulsação, em repouso, gira em torno de 480 por minuto. Essa "parada geral" no final do dia é essencial: só assim a ave consegue viver com a quantidade relativamente pequena de néctar que colhe ao longo do dia. Esse fenômeno não é a mesma coisa que hibernação, mas se assemelha a ela - e o beija-flor, de fato, é uma das poucas aves capazes de hibernar. Nas noites de inverno, ele reduz a temperatura do corpo dos 42°C, normais, para 24°C.
Mas, ao contrário de outros animais, o beija-flor não mantém essa marca por muitos dias. Às vezes, hiberna uma única noite, voltando à normalidade pela manhã, e em certos casos faz isso uma única noite, em toda a semana. Infelizmente, a despeito de todas as habilidades, das camuflagens e dos cuidados maternos com a prole, parte importante desta última sempre se perde devido à ação de predadores. Além do próprio homem, que derruba ninhos com ou sem intenção, cobras, lagartixas e outras aves estão entre os mais freqüentes atacantes, tanto de ovos co-mo de filhotes. É uma pena, porque os beija-flores têm um importante pa- pel na natureza. Muitas plantas, por exemplo, só podem ser fecundadas e gerar rebentos com seu auxílio, explica a professora Elizabeth Höfling, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universida- de de São Paulo. "Os beija-flores se cobrem de pólen ao tocar os órgãos genitais das plantas, e assim o transferem para outras plantas, propiciando a fecundação".
Eles também contribuem para a saúde pública, porque se alimentam de insetos, muitos dos quais transmisso--res de doenças. E vêm fazendo isso há muito tempo: um fóssil de beija-flor, descoberto em Minas Gerais, indica que a família tem pelo menos 20 000 anos de idade. Aves típicas da América, sua origem parece situar-se em países da faixa equatorial, como a Colômbia, onde se encontra a grande maioria das espécies, e o Equador. O Brasil vem logo a seguir, com 86 espécies e 145 subespécies. Catalogaram-se 738 formas diversas, muitas delas simples variações de uma mesma ave. Ao fim das contas, todas as variantes agrupam-se em 110 gêneros e 317 espécies.

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O brilho das estrelas negras - Cosmologia

O BRILHO DAS ESTRELAS NEGRAS - Cosmologia



Na Via Láctea talvez se escondam trilhões de anãs marrons, que não emitem luz, mas concentram raios de outros astros. Elas podem perfazer 90% de todo o Universo.


A quantidade de estrelas no Universo é tão absurdamente grande que a imaginação do homem não é suficiente para visualizar a imensidão indicada pelos cálculos astrofísicos. No entanto, mesmo inimaginável, esse número pode não chegar a 10% do total de objetos que rodopiam na escuridão que, daqui da Terra, nos parece vazia. Onde está essa massa perdida e do que ela é composta são algumas das questões mais importantes da Astronomia atual, que, respondidas, podem indicar um caminho para a solução de outros enigmas, como, por exemplo, se o Universo vai expandir-se para sempre ou contrair-se novamente, um dia. As primeiras pistas para o esclarecimento desse mistério negro vêm da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia a 180000 anos-luz da Terra (1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros).
Observando a vizinha galáxia, duas equipes de pesquisadores - uma francesa, outra de cientistas americanos e australianos - encontraram, no final do ano passado, um estranho fenômeno conhecido como microlente gravitacional. Esse fenômeno acontece quando um objeto com massa passa em frente a uma estrela, provocando um eclipse às avessas: em vez de ocultar a estrela, o objeto funciona como uma grande lupa que pode ampliar o brilho ou produzir múltiplas imagens do astro.
A eventual confirmação da descoberta das microlentes gravitacionais no halo da Via Láctea demonstraria que ao menos parte da tão procurada matéria escura do Universo pode estar na região mais externa e obscura das galáxias, na forma de objetos do tamanho próximo ao de Júpiter, que não emitem luz visível. (Apesar disso, esses objetos podem emitir outras formas de luz, não visíveis, como raios infravermelhos.) Três dos cinco candidatos a microlente gravitacional foram identificados pela equipe australo-americana liderada por Charles Alcock, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore e do Centro de Astrofísica de Partículas da Universidade da Califórnia, no final de 1993.
O melhor desses candidatos foi "visto" em setembro passado. Depois de vasculhar cerca de 1,8 milhão de estrelas da Grande Nuvem, durante mais de um ano, as potentes câmeras digitais da Universidade, em Berkeley - que utilizam os maiores chips sensores de luz do tipo CCD já empregados em pesquisa científica -, flagraram uma delas brilhando até sete vezes mais que o normal, por cerca de um mês. "Eu já estava pensando em baixar nossas expectativas sobre a quantidade de matéria escura que poderia ser atribuída a grandes objetos do halo, quando, de repente, o programa cuspiu esse lindo caso", conta Kim Griest, da Universidade da Califórnia, campus de Berkeley.
Quase ao mesmo tempo, do outro lado do Atlântico, a equipe francesa do Centro de Estudos de Saclay, em Gif-sur-Yvette, anunciava a identificação de outros dois casos, depois de rastrear 3 milhões de estre--las na mesma galáxia. Apesar de nenhum dos novos candidatos apre-sentar uma variação de luminosidade tão intensa quanto o primeiro caso americano (as demais quatro estrelas tiveram seu brilho no máximo duplicado), tudo parece indicar que, antes de chegar à Terra, a luz das estrelas mais distantes pode mesmo esbarrar em obscuros objetos existentes no halo da Galáxia.
"Ainda é muito cedo para dizermos, com certeza, que objetos são esses", ressalvou Alcock, por telefone, em cautelosa unanimidade com os outros descobridores. "Mas as principais suspeitas recaem sobre as chamadas anãs marrons." As anãs marrons têm a medida exata para completar o quebra-cabeça da matéria escura. Com menos de um décimo da massa do Sol, essas estrelas abortadas, compostas de hidrogênio e hélio, têm uma temperatura interior baixa demais para gerar reações termonucleares e acenderem-se como estrelas de verdade. Porém, sua força de gravidade é suficientemente grande para atrair e desviar a luz que passa por elas.
Mas quantos desses corpos giram realmente no halo? Nas fantásticas cifras astronômicas - onde uma diferença da ordem de mil ou milhão é desprezível -, eles podem chegar a 1 trilhão. "Mas, dependendo da massa desses corpos, esse número pode subir até a 1 quatrilhão", salienta o líder da equipe americana. (Compare-se com o total de estrelas visíveis na Via Láctea, em torno de 100 bilhões.) Do começo das experiências até o final de fevereiro, os pesquisadores franceses esperavam encontrar não apenas dois, mas cinco casos. "Isso indicaria, num primeiro momento, que as anãs marrons constituem apenas parte da matéria escura", explicou Michel Spiro, da equipe de Saclay, à nos. Mas a hipótese de que toda a massa do halo escuro seja composta pelas "anãs morenas", como dizem os franceses, não pode ser ainda descartada. Os astrofísicos calculam que teremos de esperar, pelo menos, mais dois ou três anos pelas primeiras conclusões definitivas das pesquisas.
É que, quando se trata de eventos tão difíceis de serem detectados, qualquer conclusão tem que ser baseada nas leis da probabilidade. Para se ter uma idéia da raridade desses acontecimentos, a identificação do primeiro caso de microlente pelos cientistas americanos exigiu o estudo de 1,8 milhão de estrelas; até localizar os outros dois casos, foi necessário rastrear 10 milhões de estrelas. Assim, para reduzir a margem de erro, os astrofísicos esperam reunir uma amostra de exemplos bem maior do que a que têm atualmente.
Mas será que o brilho detectado pelos cientistas americanos e franceses foi causado realmente por microlentes gravitacionais? Para os "advogados do diabo", o que os cientistas "viram" poderiam ser, em princípio, apenas estrelas variáveis. Algumas dessas estrelas têm sua magnitude aparente aumentada ou reduzida por pertencer a um sistema binário, onde outra estrela, mais fraca, passa periodicamente à sua frente, provocando um eclipse temporário. Outro tipo de estrela variável deve suas alterações de brilho a pulsações no seu tamanho e na sua temperatura.
Existe, ainda, outra hipótese: a cintilação das estrelas poderia ter sido gerada por explosões como as que acontecem, a cada onze anos, na superfície do Sol. Essas explosões levantam labaredas de matéria incandescente de até milhares de quilômetros de altura, que depois voltam a mergulhar na superfície estelar. Mas, para o brasileiro José Antonio de Freitas Pacheco, do Instituto Astronômico e Geofísico, da Universidade de São Paulo, os suspeitos do caso das microlentes têm bons álibis. Em primeiro lugar, as variações observadas são acromáticas, ou seja, iguais em diferentes comprimentos de onda - o que não acontece nas estrelas variáveis conhecidas, nem nos casos de explosões solares.
Não seria um no-vo tipo de estrelas variáveis, ainda desconhecido? Entre papéis, livros e mensagens trocadas pelo computador com institutos de pesquisa do mundo todo, em seu gabinete de trabalho, o astrofísico Pacheco responde com outra pergunta: "Por que então nunca encontramos uma dessas novas estrelas variáveis na própria Via Láctea, tão maior que a Grande Nuvem de Magalhães?" Assim, as anãs marrons são hoje as candidatas prefe-ridas por nove entre dez astrofísicos para preencher o vazio do halo escuro.
A caçada à matéria escura do Universo intriga os cientistas há mais de meio século. Tudo começou nos anos 40, quando o astrônomo suíço Fritz Zwicky, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, estudava a estrutura dos grupos ou aglomerados de galáxias. Ele verificou que a massa visível não era suficiente para justificar a velocidade de rotação das galáxias dentro dos aglomerados. Ou seja, para manter seu equilíbrio dinâmico, os aglomerados galácticos precisariam conter muito mais massa. "Hoje, existem dúvidas sobre o equilíbrio dinâmico desses aglomerados", continua Pacheco. "Mas sabe-se que as conclusões de Zwicky são válidas para cada galáxia, isoladamente."
Na década de 80, as pesquisas começaram a confirmar que pelo menos 50% da massa da Via Láctea escapava aos instrumentos astronômicos. Estudos posteriores demonstraram que a maior parte dessa massa estaria concentrada no halo, e não no disco da Galáxia. Mas os telescópios só conseguem ver ali poucas estrelas antigas, em quantidade insuficiente para gerar a força gravitacional que mantém a Galáxia inteira. Até agora, os únicos indícios da presença desses "fantasmas gordos" eram cálculos matemáticos, como os de Zwicky, demonstrando que a curva de rotação de nuvens de gases existentes nos limites do disco da Via Láctea permanece constante, ao invés de cair com o raio. E, mesmo assim, ninguém jamais detectara uma estrelinha sequer escapando dos braços da Galáxia para o breu infinito... Portanto, tem que existir ali algo que não se vê.
No campo da teoria - onde prati-camente tudo é permitido, até sonhar - essa alguma coisa invisível que gira ao redor da Galáxia poderia ser um ti--po de matéria diferente desta que nossos sentidos e instrumentos conse-- guem perceber. A partir daí, a busca pela matéria escura dividiu os cientis--tas em duas grandes torcidas: uma, apostando nas WIMPs e outra, nos MACHOs. WIMPs é a sigla em inglês para designar partículas subatômicas, restos das primeiras etapas da formação do Universo, que interagem muito pouco com a matéria conhecida.
Os principais concorrentes ao título de matéria escura, neste time, são os neutrinos dotados de massa - partículas elementares da família do elétron. Mas a torcida acredita também em outras partículas, como áxions, gravitinos e fotinos, exóticas tanto no nome quanto no comportamento. Até há pouco tempo, o grupo dos WIMPs era francamente favorito. Mas, com as últimas descobertas no halo da Galáxia, o placar está subindo em favor do time dos MACHOs - sigla que designa objetos compostos de matéria comum, chamada bariônica, formada por simples e bem conhe-cidos prótons e nêutrons. Além das grandes vedetes, as anãs marrons, este grupo inclui, ainda, outras possi-bilidades, como buracos negros, pulsares e anãs brancas.
Os astrofísicos desta torcida afirmam que não existe razão alguma para que a massa que falta na Galáxia não esteja, pelo menos em parte, em corpos constituídos de matéria bariônica, como a que conhecemos. A simples contagem dos bárions visíveis em estrelas e aglomerados mostra que a quantidade de matéria brilhante é bem menor do que deveria ser, segundo a teoria de formação dos primeiros elementos do Universo. Conclusão: tem de existir muito mais matéria convencional escondida por aí. A torcida dos MACHOs tem ainda outro ponto a favor. "Afora os neutrinos, não temos nenhum indício de que outras partículas elementares do tipo WIMPs realmente existam, muito menos de que possuam alguma massa", argumenta Pacheco.
Isso poderia decretar a sentença de morte dos WIMPs como candidatos à matéria escura. Mas, atenção: isso só vale para as galáxias, individualmente. Porque nem toda a matéria bariônica que possa existir no halo de todas as galáxias é suficiente para chegar à quantidade de matéria que se calcula exista nos aglomerados galácticos, ou seja, no Universo, em escala maior. E aí, nesse caso, haveria chance de ressuscitar os exóticos WIMPs. Por enquanto, a descoberta das anãs marrons no halo da Galáxia só coloca mais lenha na fogueira da discussão sobre a geometria do Universo.
"Para descobrir se o Universo é aberto ou fechado - quer dizer, se ele vai se expandir para sempre ou voltar a se contrair um dia - é preciso saber a densidade de toda a matéria existente e sua relação com uma determinada densidade crítica", explica o astrofísico Laerte Sodré Júnior, também do Instituto Astronômico e Geofísico, da USP. Matematicamente, se essa relação for menor do que 1, o Universo será aberto; caso contrário, se for maior que 1, será fechado. "É muito difícil medir a densidade exata do Universo", afirma Pacheco. "Mas as medidas mais confiáveis não vão muito além de 0,3 - o que ainda deixa, teoricamente, muito espaço para os WIMPs."
De qualquer maneira, o Universo espacialmente plano, simbolizado pelo número 1, não passa, por enquanto, de teoria -ou de crença. Uma crença que, para se transformar em fato, terá que materializar ainda muito mais "fantasmas gordos". Para Sodré Jú----nior, a questão continua aberta. "Este não é um problema em que haja espaço para opiniões; ao contrário, qualquer conclusão depende de pura observação científica."

Quanto pesa a matéria escura

Foi medindo a massa da Galáxia que se descobriu a matéria escura. Essa medida é calculada pela velocidade de rotação dos corpos no disco e no halo. O halo é uma região esférica que envolve todo o disco, que é plano.
É no halo, onde se enxergam poucas estrelas visíveis, que deve estar a maior parte da matéria invisível da Galáxia. Segundo o astrofísico José Antonio de Freitas Pacheco, é muito difícil tirar as medidas exatas da Via Láctea. Mas as massas aproximadas do disco e do halo são as seguintes, indicadas nas duas balanças. (Os valores são calculados em massas solares, sendo que 1 massa solar é aproximadente 2 x 10 30kg)

Neutrinos - Partículas subatômicas da mesma família dos elétrons, que interagem muito pouco com a matéria comum. Principais candidatos do grupo dos WIMPs, ainda não se comprovou se os neutrinos têm massa

Gravitinos - Pela chamada teoria da supersimetria, são uma espécie de alter ego das partículas que transmitem a energia gravitacional, os grávitons. Produto de uma teoria matemática altamente especulativa, ainda não se sabe se essas partículas realmente existem

Fotinos - Espécie de irmãos gêmeos das partículas subatômicas que conduzem a energia luminosa, os fótons. Como os gravitinos, por enquanto os fotinos também só existem na moderna teoria da supersimetria

Buracos negros - Os corpos mais densos do Cosmo, de cujo campo gravitacional nenhuma forma de energia consegue escapar - nem a luz.Resultado da morte de estrelas de massa muito elevada, que são raras, eles não devem existir em número suficiente para justificar toda a massa perdida da Galáxia


Pulsares - Estrelas com massa próxima à do Sol e diâmetro de cerca de 10 km, que emitem impulsos de rádio com grande regularidade.A Galáxia é muito nova para conter a quantidade de pulsares necessária para explicar toda a massa da matéria escura

Anãs brancas - Estrelas mortas, com diâmetro próximo ao da Terra e, no máximo 1,4 massa solar, de brilho fraco. Elas precisariam ter surgido em grande número no início da Galáxia e se resfriado mais rapidamente do que prevêem as teorias hoje mais aceitas

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O lado feminino do Brasil Colonial - História


O LADO FEMININO DO BRASIL COLONIAL - História



Não era nada fácil ser mulher no século XVI, enfrentando os preconceitos e os tabus trazidos pelos colonizadores portugueses.


Quando os portugueses descobriram o Brasil, em 1500, conquistaram um mundo - milhões de quilômetros quadrados de terra fértil, um éden desconhecido de madeiras, frutas e raízes comestíveis, e um subsolo riquíssimo. Mas deram pouca atenção ao novo território, e quando resolveram colonizá-lo para valer, já em meados do século XVI, assustaram-se com o que viram. Os poucos brancos, negros e índios que aqui estavam haviam aprendido a viver longe da civilização, numa sociedade que parecia confusa aos olhos dos portugueses. Uma versão primor-dial do samba do crioulo doido, pode-se dizer.
Casamento, por exemplo, praticamente não havia. Pelo menos na forma como se entendia na Europa. Homens e mulheres viviam em concubinato, amaziados, ou sob diversas outras variantes da vida em comum. Ainda no século XVIII, o índice de concubinatos era altíssimo: alcançava 80% dos casais na Bahia, mais de 70% no Rio de Janeiro e em torno de 50% em São Paulo. Apenas entre as classes mais abastadas havia casamento convencional, que mantinha intacto o patrimônio da família e assegurava proteção às filhas após deixarem a casa paterna. Fora dessa mino-ria absoluta, ninguém casava mesmo.
E, nisso, as mulheres não só não tinham o aval da Igreja e do Estado, como não seguiam regras convencionais: trocavam de homem quando lhes aprazia e tinham filhos com quem achavam melhor. Elas certamente escolhiam um companheiro único, muitas vezes; mas ele freqüentemente partia atrás de trabalho, pouco tempo depois, deixando mulher e filhos. Estes, por sua vez, tinham muitas mães, isto é, não eram criados apenas pela mãe biológica. Ajudavam nessa tarefa comadres, tias, avós e vizinhas, numa espécie de maternidade informal e coletiva: todo mundo tomava conta de todo mundo.
As mulheres acostumaram-se, sem problema algum, a criar os próprios filhos e os de seu marido com outras mulheres, tanto quanto os filhos de outros homens com outras mulheres. "O que importava era a rede de solidariedade estabelecida entre a mulher e a sua prole", explica a historiadora Mary Del Priore, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo. Estudiosa dos assuntos femininos do presente, Mary mostrou que a mulher brasileira tem nada menos de 300 anos - ou seja, os seus hábitos atuais e maneira de ser foram moldados, na verdade, a partir do século XVI.
Isso aconteceu justamente durante o conflito entre os colonizadores portugueses e a sociedade inicial do Brasil. Antes de mais nada, é preciso dizer que os primeiros brasi-leiros certamente tinham regras sociais, com deveres e direitos muito claros, ditados pela própria comunidade. E eram boas regras: ser boa mãe e mulher, por exemplo, incluía a obrigação de tomar conta das crianças de toda a comunidade. O problema é que os portugueses eram ignorantes, por assim dizer, do ponto de vista da antropologia. Não estavam acostumados e não compreendiam aquelas normas - e pretendiam impor os seus próprios padrões de conduta, em lugar dos que existiam no país.
Queriam "colocar a casa em ordem", e logo perceberam que uma forma de fazer isso era instituir o casamento à européia. A partir daí, a Igreja e o Estado passaram a remodelar o papel da mulher naquela sociedade, tentando convencer a população das vantagens do casamento. Mas começaram instituindo proibições de todos os tipos, determinando o que era "certo" e o que era "errado" para uma "mulher direita". Um recurso bem prático, usado então, eram as altas multas que o Estado cobrava pelos concubinatos, em contraposição ao baixo preço dos casamentos celebrados pela Igreja.
A campanha do "certo" e do "errado", porém, era mais profunda. Basta ver que no Brasil de 1650 não existiam tabus como o da virgindade obrigatória até o casamento. Quebrado em tempos modernos, esse tabu ainda estava por nascer em 1600, e até o século XVIII era difícil achar alguém que se casasse sem antes ter tido relações sexuais. Mas o motivo era bem diferente do atual. É que, naquela época, ter filhos era muito importante. A mulher precisava provar ao homem que era fértil, engravidando antes do compromisso, uma regra consentida por toda a comunidade - inclusive pela Igreja, desde que tudo terminasse em casamento.
Vem daí, na verdade, a conhecida expressão "vá se queixar ao bispo", porque quando o noivo fugia, deixando a donzela grávida, ou já com filhos, esta ia reclamar ao bispo, que então mandava alguém atrás do fujão. O casamento era obrigatório mesmo se a mulher não desse filhos ao homem, na tentativa pré-nupcial. Só que, então, conta Mary, vivia em separação de "cama e mesa". Significava que o marido podia repudiar a mulher, com a qual já não teria relações sexuais, se não quisesse, ficando autorizado, pelo menos em princípio, a ter filhos com outra. Sua própria mulher, porém, estava obrigada a continuar fiel.
Esse tratamento desigual devia-se às idéias da época, segundo as quais a falta de filhos era problema exclusivo da mulher; a infecundidade jamais decorria do homem. Hoje, é claro, sabe-se que não é assim, mas no passado a ciência médica avalizava cabalmente a opinião errada, disseminada por toda a sociedade. E, com isso, a medicina ajudou a Igreja a incutir na mentalidade da mulher tabus como o da virgindade e outros. Também a literatura contribuiu para essa mudança radical de costumes, já que a Igreja popularizou seus conceitos de certo e errado por meio de folhetins, por exemplo - os quais, mais tarde, dariam origem à literatura de cordel.
Além disso, surgiram os "manuais de confessionário", onde até os beijos eram qualificados. Havia beijos aceitáveis, intermediários e inaceitáveis pela mulher direita. O beijo "com sensação de seda", que se dava no nariz, não era tão sério: purgava-se com cinco pais-nossos e cinco ave-marias, segundo os manuais da Igreja. Muito mais grave era o beijo com "sensação de veludo", associado ao genital feminino, purgável de joelhos, após um rol muito maior de orações. Em resumo: foi preciso modificar milhares de regras. E, o que é pior, numa era de grande liberdade, em que os afetos e o namoro eram públicos, aconteciam nos quintais, nas redes, nas festas religiosas.
Então veio a Igreja dizendo que tudo isso era pecado, diz Mary. "Ela perseguiu o cantar, o dançar, tudo o que era vida, qualquer exercício da libido." As relações sexuais, na visão dos teólogos, excluíam o prazer por ter uma função escatológica: isto é, serviam para a salvação da alma por trazer crianças ao mundo. Afirmavam que a única posição permitida era com o homem por cima, a mulher por baixo. Afinal, imaginavam, as mulheres "enlouqueciam" em cima dos homens. Alardeava-se também que a posição em que a mulher fica de quatro dava origem a crianças aleijadas.
A própria paixão era combatida porque, supostamente, "botava o casamento de ponta-cabeça". Amor era um sentimento que se devotava exclusivamente a Deus; ao marido, a mulher devia mera obediência, reverência e temor. O marido, por sua vez, deveria sentir apenas piedade da esposa. Um casamento nesses moldes, sem excitação ou afeto, era considerado ideal. Indiretamente, então, reforçou-se o papel da prostituta na sociedade colonial. Ela já existia, é verdade, quando os portugueses voltaram para a colonização. No período posterior, porém, não havia situação intermediária: ou a mulher era "da casa" ou era "da rua".
Ou era a "santa mãezinha" ou a "prostituta", como classifica Mary, para quem essa duplicidade ainda existe. "O arquétipo dessas duas mulheres ainda é muito forte, na sociedade moderna." De qualquer forma, já não é tão difícil fugir à pecha de mulher da rua, pois no passado nem ser casada resolvia: era preciso parecer casada, ou seja, vestir-se, falar e portar-se como tal. Nada de decotes ou panos diáfanos sobre os seios. Nada de mostrar os dedos do pé, muito eróticos. Nada de perfume ou maquilagem. Era vaidade condenável tanto sorrir demais e mostrar dentes bonitos, como sorrir de menos para não mostrar dentes ruins. Ficar à janela era coisa de "mulher melancólica".
As prostitutas, por sua vez, foram afastadas do convívio com a comunidade. Antes viviam como as outras mulheres, trabalhando em casa, cuidando dos filhos e dos pais desvalidos. Depois, sofreram dura perseguição. Mas isso não impediu que fossem procuradas pelos homens em busca do prazer e do divertimento vivamente desaconselhados dentro do lar. As prostitutas dançavam, cantavam, vestiam roupas provocantes e, é claro, tinham relações sexuais com a liberdade de sempre. As celibatárias também não eram aceitas. Seu maior pecado era não terem filhos, que o Estado e a Igreja incentivavam devido à necessidade de braços para a lavoura.
Elas se enquadravam em duas categorias. À primeira pertenciam as luxuriosas, que faziam tanto sexo que não tinham tempo para gerar filhos. À segunda, as melancólicas, para as quais "tudo era tormento", como diz um documento da época. O texto acrescentava que essas mulheres degeneravam num furor amoroso, que "as faz entregar-se a toda sorte de indecências, tanto em seus atos como em suas palavras" Os castigos recomendados iam de banhos frios à ingestão de ácidos, ou qualquer outra coisa que, no entender da Igreja, pudesse acalmar o furor. Em casos mais graves, permitia-se até a masturbação para evitar o pior: que a celibatária buscasse sexo fora do casamento.
Dito tudo isso, no entanto, seria errado concluir que esse novo modo de vida tenha sido imposto sem que a mulher resistisse como podia. Na verdade, ela entrincheirou-se no próprio lar - ao qual, em decorrência da nova "ordem", estava de certa maneira presa. Aí, foi adquirindo conhecimentos muito específicos: sobre doenças, ervas curativas, o parto, o aborto e, enfim, sobre o seu próprio corpo. Não admira que isso lhe tenha valido, muitas vezes, a qualificação de "feiticeira" ou "bruxa", pois esses conhecimentos contrapunham-se aos dos médicos, em particular, e aos dos homens, em geral. Mesmo porque, algumas das assim chamadas bruxarias eram poções para conquistar os homens, fossem amantes desejados, ou maridos pouco fiéis. E tanto mais atemorizantes porque se empregavam os mais terríveis ingredientes, como pêlos púbicos, suores, sangue menstrual, líquidos vaginais e assim por diante. A disputa com os médicos era menos direta, talvez, mas nem por isso menos intensa.
A popular figura da parteira fortaleceu-se, então, conferindo a essas mulheres respeito e poder num momento em que o parto era fundamental, pois era importante povoar a nação. Nesse campo, as parteiras concorriam com os médicos, não raro vencendo as pelejas. Ao longo dos séculos, tudo mudou, e aquela sociedade do passado, de uma forma ou de outra, não voltaria a existir. Mas o futuro não foi imposto, apenas: foi construído dentro do conflito e, pelo menos em parte, o tiro saiu pela culatra - de claustro para as "megeras domadas", o lar transformou-se em território dominado pela mulher, quartel-general de onde ela saiu, três séculos depois, para assumir novos espaços na sociedade.

Mergulho no passado

"Analisando toda a história desta mulher colonial, não podemos ver a brasileira como vítima - nós nunca fomos vítimas", afirma com entusiasmo Mary Del Priore. Ela sabe do que está falando. Aos 42 anos, divorciada, mãe de dois meninos e uma menina, Mary é professora e pesquisadora da USP, dá aulas regulares como convidade na Universidade de Sorbonne, em Paris, e seu trabalho, hoje, tornou-se referência importante para o movimento feminino no Brasil. Isso porque mergulhou como ninguém na história da mulher no Brasil-Colônia.
Conseguiu, assim, levantar dados para provar, entre outras coisas, que a divisão dos papéis femininos começou naquele período. "Até o final do século XVII, a mulher exerceu todos os papéis simultaneamente. Hoje ela se sente dividida, cheia de culpas e medos de ser a mãe, a esposa, a profissional, a amante." Entender por que se encontram nessa situação, ajudaria as mulheres a assumirem novas posturas, voltando a ser inteiras, acredita a historiadora.

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Máquina de criar bactéria - Saúde

MÁQUINA DE CRIAR BACTÉRIA - Saúde



Fermentadores modernos tornam a produção de vacinas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, tão boa como as melhores do mundo.


Um funcionário sai pela porta do prédio empurrando um carrinho com cinco grandes recipientes de vidro. Afunilados, terminando num tubo com o diâmetro de uma xícara, mas de base circular, como uma panela, contêm um líquido de cor indefinida, alaranjada. Uma mistura bem balanceada de sais minerais, vitaminas, proteínas e glicose, o líquido seria um alimento rico em qualquer mesa. Mas no Instituto Butantan tem uma finali-dade inimaginável: engordar agentes do mal convertidos ao serviço da Medicina. São perigosas bactérias, causadoras de doenças como difteria ou tétano, entre outras, cuja ta-refa é produzir vacinas em larga escala.
Tratar bem tais seres é importante porque a matéria-prima das vacinas, muitas vezes, são substâncias excretadas por eles. Algumas delas são altamente letais. Uma ínfima quantidade mataria centenas ou milhares de pessoas, conta o biólogo Fernando Fratelli - que trabalha bem próximo de um microscópico vilão: o bacilo Clostridium tetani, do tétano, excreta uma toxina que é o segundo veneno mais potente conhecido (o primeiro é a toxina botulínica, produzida pela bactéria do botulismo). Mas Fratelli não corre risco ao circular pela unidade de vacina antitetânica do Butantan. Os funcionários estão bem vacinados, e o Instituto é hoje um modelo internacional no campo da produção de vacinas. Com segurança e qualidade impecáveis, o trabalho é tão bem feito que em curto prazo o Brasil talvez se torne exportador de vacina para países industrializados. A marca mais visível dessa eficiência são os fermentadores, máquinas metálicas, cercadas de canos e válvulas, cuja função é confinar bilhões de micróbios. Um sofisticado curral de microorganismos, pode-se dizer, pois custam quase meio milhão de dólares cada, e são controlados por computador.
Por exemplo, se algo muda a acidez no tanque repleto de nutrientes, sensores automaticamente sinalizam ao computador, que aciona bombas para introduzir hidróxido de sódio ou ácido clorídrico, que elevam ou abaixam o pH, que mede a acidez. O nível deve ser o ideal para a máxima produtividade dos microorganismos, cada um com suas exigên-cias específicas. Outro fator decisivo, controlado automaticamente, é a temperatura. Hoje, o Butantan produz quatro vacinas principais.
Para tétano, difteria, coqueluche ou pertússis e tuberculose a quantidade de doses gira em torno de 25 milhões ao ano, cada uma. Mas também se fazem vacinas contra raiva, cólera e gripe. A cólera é causada por bactéria, mas gripe e raiva devem-se à ação de vírus, que não vivem isolados. Precisam abrigar-se nas células de outro ser - como nas do cérebro de camundongos, no caso da raiva. Já não se trata apenas de criar o vírus, mas também os camundongos, o que complica bastante a fabricação, ensina o veterinário e imunologista Rosalvo Guidolin.
Com larga e histórica experiência na produção de vacina, Guidolin foi um reforço providencial para a atual equipe do Butantan. Aposentado, aceitou o convite do ex-diretor Willy Beçak, nos anos 80, por amor ao trabalho. E ele parece muito satisfeito com a decisão, dado o entusiasmo com que conta um projeto de aprimoramento relativo à raiva. A idéia é aprender a difícil tecnologia de cultivar células isoladas de animais em fermentadores - e dentro delas os vírus.
Isso agilizaria muito o processo, pois já não seria preciso criar os camundongos, infectá-los com virus, esperar que estes proliferem e depois extraí-los das células (com o necessário sacrifício dos animais). Projetos assim são essenciais numa moderna fábrica de vacina porque asseguram constante aperfeiçoamento, tanto quanto a compra de máquinas avançadas. Garantir a realização de pesquisas é papel da biomédica Sally Muller Affonso Prado, que dirige a seção de vacinas anaeróbicas, onde se cultivam bactérias que não sobrevivem em presença de oxigênio (caso do Clostridium).
Sally explica que não basta criar os microorganismos: após cinco dias de cultivo, é preciso colher as toxinas. Ou seja, separá-las das bactérias, já velhas e inúteis, e de outros resíduos que se acumulam no fermentador. Isto se faz por meio de finíssimos e sofisticados filtros. O sistema pode ser melhorado. Inicialmente, os filtros retinham as bactérias e deixavam passar as toxinas - da mesma maneira como os coadores retêm o pó e deixam passar o café. Agora, usa-se um método dinâmico, em que o caldo grosso do fermentador corre sobre o filtro, mas não para atravessá-lo: é como se o caldo corresse num cano cujas paredes fossem o filtro.
Assim, bactérias e detritos passam direto, mas as toxinas "vazam" para fora. Então, para que se transformem em vacina, basta inativá-las por meio do calor e de uma reação com formaldeído. Nesse estado, deixam de ser letais, mas não perdem a capacidade de alertar o organismo em que são introduzidas, acionando defesas imunológicas contra a doença. Há possibili-dade de se conseguir dobrar o volume de vacinas contra a raiva, ampliando a capacidade do Butantan, inclusive com vistas à exportação. Desde já, afirma o diretor do Instituto, Isaias Raw, esse horizonte está à vista. "A prioridade é o mercado nacional. Teremos, então, competência para fornecer a outros países."

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Gordura não é veneno - Fisiologia

GORDURA NÃO É VENENO - Fisiologia



O compreensível temor que causa, por estar associada a doenças do coração, devido a algum desequilíbrio, não deve obscurecer o seu papel essencial dentro do organismo, ainda muito pouco conhecido.


Carne, leite, ovos, camarão e babaçu são alimentos de origem bem diversa, mas têm algo em comum: todos eles contêm boa quantidade de gorduras. São substâncias perigosas, porque podem se tornar letais ao menor desvio de rota, ou desequilíbrio, dentro do organismo. Mas isso não deve obscurecer o papel central que elas desempenham para as células, que armazenam 95% da sua energia justamente na forma de gorduras. A maneira como isso acontece não apenas revela minúcias sobre a formidável máquina do corpo humano - mas também mostra como se podem evitar os descaminhos que levam aos infartos e outros males do coração.
Antes de mais nada, é preciso saber que o nome "gordura" é mero apelido popular para duas categorias de substâncias, a do glicerol e a dos chamados ácidos graxos. Essas categorias, por sua vez, são os principais integrantes da família dos lipídios, cujo traço marcante é serem substâncias insolúveis em água. Isso ajuda a entender por que alimentos úteis e saborosos, como um sorvete coberto com chantili, podem causar tanto mal, em determinadas circunstâncias. Moléculas complexas, os lipídios são decompostos, depois de ingeridos, e trafegam pelo corpo ligados a proteína - como se fossem colocados num veículo. Ao conjunto de veículo e passageiro se chama lipoproteína. Cada molécula assim montada toma um destino diferente no organismo e recebe nome próprio.
Um desses veículos, a LDL, é um dos bandidões do organismo. Quando se concentra demais no sangue, eleva o risco de ataques cardíacos. Claro que nem sempre é assim. Uma lipoproteína de baixa densidade, a LDL normalmente realiza uma tarefa utilíssima, pois, junto com a VLDL (ou lipoproteína de muito baixa densidade), leva energia às células. Os veículos apenas entregam sua porção lipídio, que é armazenada na forma de substâncias chamadas triglicérides.
Operação parecida gera também fosfolípides, essenciais na composição das membranas celulares, e colesterol, usado para produzir substâncias como a bile e os hormônios sexuais. O perigo, portanto, só começa quando passa a haver no sangue mais LDL que o necessário. O terceiro tipo de lipoproteína é o HDL. De alta densidade, sintetizado no fígado e no intestino, seu papel é o de um caminhão de lixo, removendo o excesso de colesterol dos tecidos. Os resíduos são levados, primeiro, para a circulação sangüínea e daí para o fígado, de onde ele é eliminado para o intestino pelas vias biliares. O problema do HDL é justamente seu parceiro LDL: quando se ingere muita gordura, há um excesso de LDL e o batalhão de HDL não dá conta do serviço. Enfim, há uma quarta categoria de lipoproteínas, a do quilomícron, que só agora começa a ser melhor conhecido. Mas isso não quer dizer que o conhecimento disponível sobre as outras esteja completo. Longe disso.
Muitas das pesquisas atuais visam justamente preencher as lacunas existentes. Apenas em 1973, por exemplo, se descobriu como as lipoproteínas abordam as células e lhes entregam encomendas. Dois cientistas da Universidade do Texas, Leonard Goldstein e Michael Stuart Brown, provaram que as células têm uma espécie de argola em sua superfície. Ou seja, são moléculas encravadas na membrana, que auxiliam o contato com as lipoproteínas. Tais estruturas valeram aos pesquisadores o Prêmio Nobel de Fisiologia 1985. Reconhecimento mais do que merecido, pois a partir daí se estabeleceu de uma vez por todas a relação entre o superávit de colesterol no sangue e as doenças do coração. A aterosclerose, por exemplo, resulta de níveis perigosamente altos de LDL no sangue - e uma conclusão importante de Brown e Goldstein foi que esse problema, em grande parte, é provocado por falhas associadas aos apos. Outra área cinzenta do conhecimento é o que ocorre logo depois de se ingerir alimentos gordurosos.
O colesterol, por exemplo, era apontado por centenas de estudos desde a década de 70, como fonte do mal, mas não havia como acompanhar a sua ação, ou a de outras lipoproteínas. Uma saída recente foi criar gorduras artificiais, isto é, contendo uma espécie de mar-ca química, de modo que podiam ser perseguidas no organismo pelos olhares dos médicos. Um experimento assim foi rea-lizado pelo endocrinologista Raul Maranhão, do Instituto do Coração (Incor), de São Paulo. Com isto, foi possível "enxergar" até o quilomícron, de densidade tão baixa que mal se podia distinguir ao microscópio eletrônico.
Quilomícrons artificiais foram injetados em dois grupos, um deles de pessoas que apresentavam sintomas de doenças cardíacas e outro de pessoas saudáveis. Verificou-se que o organismo das primeiras removia as substân-cias com mais lentidão do que o das segundas. Isso pode esclarecer a origem de certos entupimentos de artérias, explica Maranhão. "Quando o organismo não consegue remover rapidamente essas partículas, elas provavelmente têm mais chance de se depositar nas paredes arteriais." Começariam a se formar as placas de ateromas, de efeitos danosos.
Chefe do Laboratório de Lipídios do Incor, Maranhão fala também de avanços na compreensão dos derrames, especialmente de um tipo raro, que atinge pessoas jovens, aparentemente sadias. Há casos de jovens, muito bem dispostos, que estão fazendo jogging na rua e, sem mais nem menos, são fulminados. Imagina-se, agora, que esse risco esteja associado a um mau funcionamento de apolipoproteínas, as moléculas que se encaixam nos apos, os ganchos celulares descobertos em 1973. Uma sugestão assim surgiu em fevereiro passado, numa reunião da Associação Americana do Coração. Janet Ransom co-autora do estudo, pensa que o mal seja hereditário."Pessoas sem alto índice de colesterol ou outros fatores de risco podem sofrer distúrbio hereditário dessa gordura no sangue."
Por enquanto, não há muito o que se possa fazer nesses casos, diz o cardio-logista Francisco Cotrim, médico do setor de lípides da Escola Paulista de Medicina (EPM). "Mas há muito a ser feito para controlar a gordura responsável por boa parte dos episódios da doença." A EPM cria coelhos com dietas variadas de gordura para estudar as repercussões nas artérias. Cotrim também aplica medicamentos nos animais em busca dos melhores meios de prevenir e reduzir as rolhas de ateromas. Certamente não será esforço vão. Apenas nos Estados Unidos surgem todos os anos 1 milhão de novos casos de infarto, a maior parte por excesso de colesterol. Pesquisa divulgada no ano passado com 5 832 pessoas, em cinco capitais brasileiras, revelou que 40% têm nível de colesterol elevado. Previu-se que até o final deste ano 500 000 brasileiros iriam morrer por doenças cardiovasculares, que já são a principal causa de óbitos nas grandes capitais.
Quem quiser saber mais sobre tais estatísticas pode ter uma conversa com o médico paulista Antônio Ramirez, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da ILIB do Brasil, organização internacional de informações sobre lipídios e sua relação com doenças cardiovasculares, criada em 1987. A conversa não precisa girar em torno de más notícias. Ramirez também pode contar que, no mundo todo e também no Brasil, se aprende mais e mais sobre desequilíbrios na absorção de gorduras. Além disso, o esforço em martelar em seus clientes a necessidade de hábitos alimentares mais saudáveis tem levado a taxa de mortalidade a despencar. "Os avanços, aliados a campanhas educativas, fizeram com que as mortes por doenças cardiovasculares, nos Estados Unidos, diminuíssem 30% nos últimos vinte anos".
Nessa luta - em que a ciência enfrenta hábitos culturais difíceis de mudar -, as vitórias, mesmo parciais, são bem-vindas. E elas estão se acumulando. Entre remédios, regimes, informações e algum autocontrole, as pessoas passíveis de problemas cardio-vasculares podem ficar bem mais sossegadas, em comparação com um passado não muito distante. Hoje, é mais fácil fugir da rota que leva ao ataque cardíaco, desde que se desfrutem os prazeres da boa mesa sem sacrificar a saúde.

Uma gordura luta contra o câncer

Quem diz que um bandido não pode ser um bom samaritano de vez em quando ? Uma versão artificial da LDL (lipoproteína de baixa densidade), o mau colesterol, pode ser o veículo que a medicina precisava para levar substâncias anticancerígenas exclusivamente para as células de tumor, sem afetar os tecidos saudáveis do corpo. Até agora, para obter um mínimo de êxito no tratamento, os cancerologistas precisavam injetar medicamentos em doses altas, já que apenas uma parte chegava até o local onde as células do tumor estavam se reproduzindo.
A patente da partícula artificial de LDL já foi requerida pelo endocrinologista Raul Maranhão, do Incor, em São Paulo, que testou a sua eficiência em pessoas com leucemia e câncer de mama. Segundo explicou o médico, as células cancerosas proliferam violentamente e precisam buscar elementos para a produção da membrana celular, que é composta basicamente de fosfolipídios e colesterol. Para isso, essas células multiplicam os seus receptores até cem vezes mais que suas colegas normais, captando os elementos indispensáveis para a produção de membranas justamente no LDL que está na circulação.
Já se sabia que o LDL funcionava como mensageiro, mas os cientistas não conheciam a chave que faz com que a molécula sintética abra os receptores das células doentes, a exemplo do LDL natural. Depois de várias experiências em ratos, iniciadas há cinco anos, Maranhão descobriu que a apolipoproteína Apo-E era a chave procurada. Os resultados mostram que a LDL sintética é captada pelas células doentes do paciente, que são as que possuem mais receptores.

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A Inteligência do Chip - Informática

A INTELIGÊNCIA DO CHIP - Informática



A inteligência artificial ainda não fez surgir máquinas que pensam como gente, mas criou programas que imitam aspectos do raciocínio humano e resolvem problemas com eficiência.


Da forma como era imaginado no cinema e nas previsões acadêmicas, o futuro nunca chegou. Não se vêm robôs falantes, pensantes e atuantes como nos filmes Guerra nas Estrelas ou 2001 - Uma Odisséia no Espaço. A quinta geração de computadores - projeto do governo japonês para máquinas que deveriam reconhecer imagens, compreender a fala humana e esboçar pensamentos -, prevista para o início dos anos 90, também não deu certo. O futuro foi por outro caminho. A inteligência artificial pode não ter cumprido ainda a promessa de criar computadores que se comportem como homens, mas fez surgir programas que resolvem alguns problemas de forma muito mais eficiente que os humanos.

Esse outro futuro não estava nos filmes, mas está nas ruas. O que hoje se conceitua como inteligência artificial - programas que agregam algum tipo de conhecimento humano - está a pleno vapor no mercado, sob forma de sistemas especialistas para diagnósticos em medicina, lógica nebulosa em máquinas de lavar roupa, redes neurais para reconhecimento de imagens de satélite, sistemas de restrição para organização de trabalho em aeroportos, e dezenas de outras aplicações espalhadas pelo mundo cotidiano.
A face mais evidente da inteligência em chips são os sistemas especialistas, empregados em medicina, automação de negócios e manutenção de equipamentos. "São sistemas que trazem o conhecimento extraído de um especialista humano, como um médico, e usados para resolver problemas complexos como diagnósticos", diz Ricardo Machado, pesquisador do Centro Científico IBM Brasil, no Rio de Janeiro.
Assim que as informações são conseguidas junto ao especialista, são organizadas no programa de várias formas. A mais comum em medicina é o sistema baseado em regras, em que o usuário informa os sintomas do paciente e o programa dá o provável diagnóstico. "O objetivo da inteligência artificial é levar o conhecimento especializado ao médico que está longe dos grandes centros", afirma Daniel Sigulem, coordenador do Centro de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina.
O sistema especialista não foi feito para substituir o médico especializado em determinada área, mas para ajudar o clínico geral do pronto-socorro de uma pequena cidade a diagnosticar corretamente uma doença. Um dos vários programas desenvolvidos pelo Centro é para diagnóstico de tuberculose. Pronto há quatro anos, esse programa ganhou mais importância agora que a doença está voltando com força total. Em vista disso, a Organização Mundial de Saúde entrou em acordo com a Escola Paulista para distribuí-lo pelo mundo todo.
No Brasil, embora a própria Escola Paulista tenha programas para diagnóstico de outras enfermidades como diabete, hipertensão e doenças renais, o uso ainda é muito restrito. "Quanto menos avançado é o centro médico, mais se precisa de apoio à decisão", diz Sigulem. O problema é encontrar um posto de saúde na periferia equipado com computador.
Mais fácil que levar inteligência artificial à saúde é incorporá-la ao mundo dos negócios, já que todo banco que se preza está recheado de computadores. A última moda nessa área são os sistemas especialistas para concessão de crédito e seguros. "Oitenta e cinco por cento das propostas de seguro são fechadas na hora, é uma compra por impulso", diz Sérgio Boacnin, gerente comercial da Softon, empresa que desenvolve aplicações em automação de processos comerciais. Munido de um laptop, o corretor visita o cliente em potencial e coloca seus dados no computador, como renda mensal, idade e outras características relevantes. O sistema especialista processa as informações e, na mesma hora, dá a proposta do seguro, evitando que o corretor retorne à empresa e espere que o chefe aprove o negócio.
Os sistemas especialistas são usados também na indústria, para manutenção de equipamentos ou para ajudar a tomada de decisões em caso de acidentes. A empresa paulista ESCA, que trabalha com sistemas de controle e automação, desenvolveu o programa GIC (Gestão Inteligente de Contingências) para situações de emergência em plantas industriais complexas, como pólos petroquímicos. Nessas indústrias, um conjunto de especialistas é encarregado de tomar providências quando acontecem acidentes, medidas bem mais complicadas do que chamar os bombeiros.
Considere-se o caso de uma explosão: é preciso verificar se explodiu um tanque ou um oleoduto, se o duto transportava óleo ou gás (que escapa mais facilmente), quais válvulas precisam ser fechadas, se o produto vazou para algum rio da região, para quais hospitais mandar feridos, e por aí afora. Todos esses procedimentos estão em manuais. O trabalho da ESCA foi colocar esse conhecimento no programa GIC, um sistema especialista baseado em regras. Na hora do acidente, tanto um especialista quanto um leigo podem consultar o sistema e saber imediatamente o que fazer. "A rapidez pode salvar vidas e diminuir o risco de impacto ambiental", diz Raul Jorge Silva, gerente de desenvolvimento da ESCA.
Programas dotados de inteligência artificial são capazes também de organizar o trabalho. É o que faz o Charme, desenvolvido na França e distribuído no Brasil pela ABC Bull. Criado para ser empregado em alocação de recursos, ele funciona com propagação de restrições. Na França o programa é usado, por exemplo, pela RATP, empresa que controla os ônibus em Paris, para montar a escala de horários dos motoristas, respeitando as leis de trabalho. Outro usuário é a Marriot, que planeja e organiza equipes de serviço no trabalho de catering (fornecimento de comida) a aviões. No Brasil, há dois projetos desenvolvidos para a Citrosuco e a Usina São Carlos, no interior de São Paulo, para otimizar respectivamente a colheita de laranjas e a safra de cana-de-açúcar.
Outra técnica de inteligência artificial é a lógica nebulosa. Diferente da programação tradicional, que lida com números precisos, a lógica nebulosa trabalha com conceitos.Esta levou José Roberto Favilla Júnior, assessor em inteligência artificial do Grupo de Engenharia de Conhecimento do Centro Industrial IBM Brasil, a desenvolver um controlador de semáforos com lógica nebulosa. O controlador tradicional funciona com base no levantamento estatístico de carros que passam por um cruzamento durante o dia. É calculado, então, o melhor tempo de abertura para os semáforos. O problema é que esses controladores não levam em conta mudanças repentinas no tráfego.
"Com a lógica nebulosa, o controlador funciona em tempo real, fazendo com que o semáforo se ajuste às condições de tráfego, diminuindo as filas e o tempo de espera", afirma Fa-villa. Os controladores ficam na calçada, ao lado dos semáforos. Quando o número de carros de uma rua estiver dentro do conceito "fila alta", o controlador decide quantos segundos a mais no verde aquele semáforo deve abrir.
A lógica nebulosa também considera, além do "sim" e "não" da lógica tradicional, o "mais ou menos". Graças a essa possibilidade, ela foi usada pelo pesquisador Ricardo Machado, da IBM, para desenvolver junto com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a função de interpretação de imagens de satélite do SPRING, um sistema para desenvolvimento de aplicações geográficas. Primeiro, um especialista analisou 17 000 segmentos de imagens e os classificou segundo conceitos da lógica nebulosa, dando valores entre 0 e 1. Isso foi necessário porque, numa imagem da Amazônia, os elementos não aparecem de maneira estanque. "Pela lógica tradicional, uma área ou é desmatada e tem valor 0, ou é floresta e tem valor 1", compara Machado. "Mas como classificar uma área que foi desmatada e está brotando outra vez? Pela lógica nebulosa, a área pode ser 0,5 floresta e 0,5 desmatada."
Feita a classificação, Machado optou pela técnica de redes neurais para criar a função de interpretação no SPRING, pois esta é a mais adequada para reconhecimento de padrões. A interpretação da imagem feita pelo especialista, que identificou áreas de floresta, cerrado, deflorestamento, água, nuvem e sombra foi "ensinada" à rede neural, que passou a reconhecer os padrões com o mesmo grau de acerto. A diferença de tempo gasto para fazer isso, porém, é brutal.
Para cobrir toda a área da Amazônia, são necessárias 227 imagens de satélite. Em algumas áreas, chega a haver milhares de pontos de desmatamento numa só imagem. "Normalmente, o especialista analisa a imagem, detecta os milhares de pontos e transfere-os manualmente sobre um mapa", diz Ubirajara Moura de Freitas, gerente de programa de geoprocessamento do INPE. "Para transferir essa informação para um banco de dados, às vezes se gastam 500 horas numa só imagem, e às vezes o trabalho é tão complexo que nem se consegue digitalizar", conta.
Com o SPRING fazendo automaticamente a interpretação, o tempo de trabalho humano cai para 50 horas. Melhor que isso, os dados já saem prontos para serem usados em progra- mas de informação geográfica (conhecidos pela sigla em inglês GIS).

Nos sistemas especialistas, a distribuição do conhecimento por computador

Eles ajudam a fazer diagnósticos, manutenção e a vender seguros

Sistemas especialistas são usados principalmente em medicina, manutenção de equipamentos e automação de negócios. O conhecimento do especialista é passado para o computador e forma uma base de conhecimento, acessada pelo sistema baseado em regras, que funciona segundo a lógica do se...então: se um paciente tem febre, dor de garganta e coriza, então provavelmente está resfriado; se está resfriado, então toma tal medicamento. Nos negócios, usa-se sistema especialista na área de seguros. Num laptop, o corretor coloca no programa os dados do cliente e a proposta sai na hora, evitando a perda de tempo de consultas a superiores. Outro sistema, chamado baseado em casos, tem, em lugar da base de conhecimento e regras, uma base de casos, como se fosse a experiência que uma pessoa adquire ao longo de anos. No programa de manutenção de automóveis, o usuário escreve na tela em termos normais como "o motor falha na aceleração". O programa procura casos parecidos no banco de casos e faz perguntas e sugestões. Ele diz "o motor engasga?", "não dá partida?", sugere procedimentos, e vai informando as possíveis causas dos problemas do carro.

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Uma guerreira contra o Câncer - Silva Brandalise - Perfil


UMA GUERREIRA CONTRA O CÂNCER - Sílvia Brandalise - Perfil



Ela é uma das brasileiras mais respeitadas no Exterior, na área médica. Com garra, criou um hospital para crianças cancerosas, cujos resultados estão entre os melhores do mundo.


Era o ano de 1976. A chefe da enfermaria infantil do hospital da Universidade de Campinas, no interior de São Paulo, orgulhava-se de conhecer o rosto, as manhas, os detalhes da saúde de cada um dos pacientes daqueles cinqüenta leitos. Ou quase isso. Porque, em um deles, deitava-se um garoto de seus 5 anos, que a doutora Sílvia preferia ignorar. Desconhecia até o seu nome, André. O curioso é que essa médica brigava feio com colegas de outras áreas, que arriscassem uma intromissão no seu serviço: acreditava que uma criança devia ser atendida sempre por um pediatra, o único profissional capaz de entender as peculiaridades de seu organismo. A regra só tinha uma exceção, que era o câncer. Este mal, ela deixava sem titubear para os oncologistas, médicos que tratam dos tumores. Queria distância. Por isso, passava longe de um dos leitos de sua enfermaria. André Zavarchenko, seu ocupante, era leucêmico. Ou seja, por causa de células cancerosas na medula óssea, tinha não mais que 5% de chance de sobreviver. Isso, naqueles tempos.
Dali até maio do ano passado muita coisa mudou. Foi quando o jornalista James Woods, da conhecida revista americana Newsweek se aproximou da senhora loira de óculos, 50 anos, cabelos bem penteados e maquilagem discreta, para disparar a pergunta em tom espantado: "You said 70%, doctor Brandalise?". Em bom portugês, queria saber se ouvira mesmo ela dizer 70%. "Disse", confirmou a médica em um inglês impecável. A proporção se refere às crianças leucêmicas que conseguem se curar no hospital que criou, sozinha, na cidade de Campinas. Ela, justo ela, Sílvia Brandalise, que um dia teve horror de câncer.
O índice de 70% de cura é, na verdade, semelhante ao de outros poucos, mas bons, serviços de câncer infantil no Brasil. Para surpresa do jornalista americano, isso bate com a estatística dos Estados Unidos, país com muitos mais recursos para tratar de seus doentes. O que mais chamava a atenção sobre a médica brasileira, porém, era o fato de ter construído um hospital considerado modelo no mundo inteiro, desde a concepção arquitetônica aos métodos de tratamento. Por isso e por suas pesquisas sobre o câncer, estava bem cotada para receber o título de Mulher do Ano das Ciências, dado pela pu-blicação americana Who´s Who (Quem é Quem), que todo ano aponta o ranking de pessoas dos mais diversos setores, após uma enorme votação.
No Brasil, muitos desconhecem a história de Sílvia Brandalise. "Ela é, sem dúvida, uma das especialistas em cân-cer infantil mais conhecidas no Exterior, considerada a melhor da América Latina", aponta o pediatra José Martins Filho, vice-reitor da Universidade de Campinas (Unicamp). A propósito, a pediatra ganhou mesmo o título de Mulher do Ano de 1993. Mas não sabe onde o deixou. "Guardo essas coisas no fundo de alguma gaveta e, depois, fico maluca de tanto procurar", confessa. Na parede do consultório, instalado em uma salinha do Centro Domingos Boldrini - este é o nome de seu hospital -, Sílvia só exi-be dois "prêmios", segundo ela, os únicos realmente importantes. Um deles, a redação emoldura--da de Marcos, 16 anos, o caçula de seus quatro filhos, em que o rapaz descreve o orgulho pela mãe. "Olho para ela, sempre que o cansaço me ameaça, no final de um dia cheio", diz ela. "Tia" Sílvia, como é chamada, não pára atrás de uma mesa. Está das 7 horas da manhã às 7 da noite, ao lado dos pacientes. Parte dessa dedicação é explicada pelo segundo dito prêmio na parede: a carta do médico alemão Albert Schweitzer, escrita em 1958, no verso de sua fotografia.
Sílvia tinha 15 anos, quando a recebeu. Qualquer garota da sua idade, nos anos 50, escrevia para os astros de Hollywood. A adolescente paulista-- na, no entanto, suspirava diante da figura de Schweitzer, um senhor de mais de 80 anos, que conhecera através de um artigo de jornal. Ele havia ganho o Nobel da Paz em 1952, por lutar pela saúde dos pobres africanos, na República do Gabão. "Mandei-lhe uma carta por intermédio do consulado. Não lembro das minhas palavras, mas, pelo jeito da resposta, deve ter sido uma declaração de amor", fala rindo. O fa-to é que Sílvia sempre pensou em ser médica, desde criancinha. E foi a ad-miração por Schweitzer que lhe ensinou o sentido da Medicina: "A causa da minha carreira deveria ser social, jamais pessoal", diz ela, que nunca participou de movimentos políticos. Seu tempo foi todo consumido com os estudos. Aboliu as férias, desde que entrou na Escola Paulista de Medicina, em 1962, até a formatura. Quando não estava na sala de aula, podia ser encontrada na enfermaria, aprendendo a examinar olhos ou a aplicar injeções na veia.
"Naquela época, saía da cama para conseguir bater um papinho com ela, tarde da noite", recorda dona Maria de Lourdes Vieira Violante, a mãe. Dela, a pediatra herdou a mania de querer tudo do bom e do melhor. "Se me diziam que o melhor ginásio de São Paulo era o Roosevelt do Parque Dom Pedro, era ali que minhas três filhas iriam estudar", diz a determinadíssima senhora. De seu lado, Sílvia, a filha do meio, costuma pregar o seguinte: "Acho fundamental trabalhar com os mais modernos equipamentos. Primeiro eu os compro, depois vejo como irei pagar." A energia inesgotável para o trabalho foi também lição paterna. Seu Antônio, imigrante português, dono de bar como muitos bons lusitanos, fez das tripas coração para educar as suas meninas. Rígido, nunca elogiou as notas altas de Sílvia - segundo sua cartilha, ao se sair bem na escola, a garota não fazia mais do que a obrigação. O casal Violante se mudou da capital paulista para Campinas, há dezesseis anos, quando Sílvia passou a tratar de câncer. "Viemos ajudar a criação dos netos", explica dona Maria de Lourdes. Os filhos de Sílvia são André, 23 anos, estudante de Medicina; Fernando, 21 anos, aluno de Psicologia; Paola, 18 anos, que pretende cursar Comércio Exterior; e Marcos, autor da redação fixada na parede.
A pediatra conheceu o marido, o cirurgião Nélson Ary Brandalise, quando era sextanista de Medicina e ele, residente, vindo de Uberaba, Minas Gerais. O namoro começou por iniciativa dela: "Tímido, acabei seduzido", ele reconhece. "Quando Sílvia mete uma idéia na cabeça, sai da frente", é sua descrição da mulher. "Então, ajudo na medida que não atrapalho." O doutor Brandalise já se acostumou, por exemplo, a chegar em casa, após uma longa jornada de cirurgias, e não encontrar a mulher. E muito menos o jantar pronto. "Vou para a cozinha e dou um jeito", conforma-se. A pediatra foi parar em Campinas, recém-casada, por causa do convite que o cirurgião recebeu para ser um dos fundadores da Unicamp. Custou a se acostumar. Em 1969, aquela que hoje é uma das universidades mais modernas do país se resumia a galpões no meio do mato. Seus médicos atendiam na Santa Casa de Misericórdia da cidade. Ali, Sílvia tinha de fazer testes de sangue, sob uma escada.
Nesse espaço precário, ela atendia com tanta eficiência, que, no ano seguinte, em 1970, a Unicamp lhe cedeu um velho casarão, recém-desocupado por freiras, para montar um laboratório. "Era um local para atender crianças com problemas de coagulação sangüínea, como as hemofílicas", conta ela. À tarde chefiava a enfermaria e, ainda, lecionava. "A partir daí, comecei a sonhar com um hospital, mas jamais para câncer. A palavra me dava arrepios." Por isso, em 1976, ela recusou examinar o paciente André Zavarchenko, o garotinho com leucemia. "Se não for vê-lo agora, ele vai morrer", apelou uma de suas residentes, Maria Aparecida Brenelli, hoje com 43 anos, uma das responsáveis pelo berçário do hospital da Unicamp. "A professora disse que não entendia nada daquela doença. Desesperada, caí no choro", lembra-se Aparecida. Sílvia Brandalise não resiste às lágrimas alheias. Foi ver o menino.
"Uma série de procedimentos adotados pelo oncologista serviam muito bem para um adulto, mas estavam errados, do ponto de vista pediátrico", rememora Sílvia. "Por isso, quando fiz pequenas correções, a saúde do André melhorou." A família ficou tão animada com a mudança de estado do menino, que pediu a indicação de um especialista no Exterior. A pediatra recomendou-lhe o brasileiro, radicado nos Estados Unidos, João Rhomes Amin Aor. Médico do Hospital de Memphis, ele é uma autoridade mundial em leucemias. Só que, nas vésperas do embarque, a mãe do garoto encostou Sílvia contra a parede - só viajaria se ela a acompanhasse. Relutante, a médica pediu licença no trabalho e partiu com a família Zavarchenko. O paciente, infelizmente, acabou falecendo. No entanto, o período em que Sílvia acompanhou o tratamento aplicado pelo pro-fessor Rhomes serviu de aprendizado. O mestre lhe fez o primeiro apelo, para que trouxesse ao Brasil as mais avançadas técnicas de tratamento da leucemia. "Minha reação foi um choro histérico", fala a pediatra. "Só queria voltar para casa, minhas crianças, e esquecer tudo aquilo."
Não deu para esquecer. Um ano mais tarde, o filho de uma amiga apresentou sinais de leucemia. Era outro André, este de sobrenome Macluf. Sílvia chegou a encaminhá-lo para um professor em São Paulo. Mas acompanhava o seu caso de longe. Assim, desconfiou que algumas medidas tomadas pelo colegas estavam ultrapassadas. Ligou para Rhomes Aor, nos Estados Unidos, para confirmar a suspeita. Este, porém, lhe deu a maior bronca: "Ou você assume o caso ou fique totalmente de fora", gritou no outro lado da linha. Ficaria de fora, decidiu no ato. Isto é, ficaria, se o menino não lhe fizesse uma visita e, aos prantos, pedisse que a "tia" cuidasse de sua saúde. Como se sabe, Sílvia Brandalise se desmancha diante de um choro. Em menos de 24 horas, desligou-se da função de chefe da enfermaria, para tratar do garoto - hoje um saudável estudante de Odontologia. Na mesma semana, alugou uma casa, com dinheiro do próprio bolso. "Passei a estudar os tratamentos de câncer a todo o vapor", ela diz. Nascia o embrião do Centro Domingos Boldrini, nome que homenageia um pe-diatra falecido, famoso na cidade.
No início, Sílvia fazia tudo sozinha: atendia telefones, preenchia fichas, dava consultas, aplicava sessões de quimioterapia para destruir tumores. Não havia móveis, fora uma maca. "Quando um pai perguntava como poderia me pagar, eu pedia um móvel usado ou uma caixa de seringas", exemplifica. "Um deles me trouxe cadeiras de bar. Outro doou uma mesa, cuja madeira eu mesma tratei, porque estava cheia de cupins. Tenho essa mesa até hoje. Aliás, outro pai de paciente, que era marceneiro, lhe fez um belo revestimento de courvim." Nesse esquema, cada um dando o que podia, o hospital foi crescendo e mudando de endereço para espaços maiores. Hoje, ocupa um moderno prédio de 1 300 metros quadrados, doado pela Fundação Bosh. Por ele, já passaram mais de 7 000 pacientes. São oitocentos casos novos por ano, cerca de 30% deles de vítimas de câncer - os outros são pacientes de doenças hematológicas, como a hemofilia. Mais de 90% dos cancerosos não pagam um tostão pelo tratamento.
O hospital sobrevive com a ajuda única e exclusiva da sociedade, que organiza festas e campanhas. As mães de pacientes contribuem fazendo objetos ou reformando roupas, vendidas na loja batizada Instantes. Com esse dinheiro, Sílvia segue seu projeto de expansão. Tem, na ponta da língua, uma agenda repleta. Neste semestre, inaugura outros 1 500 metros quadrados de hospital. No início de 1995, abre as portas de outra ala, do mesmo tamanho. "Mais uma vez, vamos mobiliar tudo, de doação em doação", explica. Para o ano de 1996, quer construir uma praça com chafariz para os pacientes: "Vai alegrar mais o ambiente", justifica. Nos dois anos seguintes, deve erguer prédios para tratar, por exemplo, os casos de ane-mias graves e abrigar médicos residentes. Onde? No terreno vizinho, do qual está fazendo usucapião. Até 2003, ela equipará essas novas instalações. Daí, garante, sossega. Irá trabalhar como voluntária e, quem sabe, ter tempo para aprontar, com o capricho merecido, o jantar do doutor Brandalise.

A trajetória de um hospital

Durante um jantar na casa de um amigo da família, Sílvia Brandalise conheceu o executivo alemão Franz Reimer,então presidente da indústria multinacional de equipamentos ele-trônicos Bosh. Ela lhe contou como seria o hospital de seus sonhos. Foi a semente de um acordo entre a pediatra e a Fundação Bosh. Esta construiu um terço do Centro Boldrini, obra que custou cerca de 1,5 milhão de dólares. O projeto, elogiadíssimo no Exterior, saiu da cabeça da própria Sílvia.
Os dez quartos para internação - neste semestre, serão oitenta - circundam a enfermaria central, com pare-des de vidro. Assim, é sempre pos-sível ver o paciente, que conta com uma TV e, o mais importante, um intercomunicador para falar com a mãe, instalada no quarto vizinho, também com parede de vidro. Explica-se: os pacientes internados são os que ficaram imunodeprimidos por causa do tratamento para eliminar o tumor. Precisam ficar isolados para evitar o risco de infecções. Quando a criança chama pela mãe, ela pode ir à enfermaria central, desinfectar as mãos, colocar máscara no rosto e entrar no quarto do filho. Outros visitantes de qualquer idade são sempre bem-vindos, todo dia, até às 10 horas da noite. Ficam no quarto vizinho e conversam com o doente pelo intercomunicador. Para os doentes não internados, Sílvia criou hotéis, nas duas últimas casas que sediaram o hospital, no passado.

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O milho e seus avós - Genética


O MILHO E SEUS AVÓS - Genética



Um cientista refaz as formidáveis mudanças por que passou este cereal desde que nasceu, há cerca de 7 000 anos, nas montanhas do México e da Guatemala.


Nas regiões montanhosas do sul do México e norte da Guatemala, é comum encontrar um capim de aspecto vulgar e sem utilidade, que os povos dali conhecem pelo nome de teo-sinte. De seu caule central, saem ramos laterais, divididos em nós dos quais despontam pequenas hastes com meia dúzia de grãos recobertos por casca dura que difi-cilmente se poderiam comer. Apesar da aparência, porém, o teosinte é o primeiro ancestral do milho, que há cerca de 7 000 anos, por razões desco-nhecidas, transfor-mou-se radicalmente. Perdeu os ramos laterais e trocou as mirradas hastes por um magnífico suporte, chamado raque ou sabugo.
Atualmente, o raque pode conter 500 grãos taludos, macios e de excelente paladar. E, num único hectare (um quarteirão), se produzem até 15 toneladas de grãos. Obviamente, os cientistas querem saber como esse capim selvagem, de sementes intragáveis, atraiu a atenção dos antigos povos que há milênios aprenderam a cultivá-lo. Essa é a pergunta que o agrônomo William José da Silva acredita ter começado a responder. Pesquisador da Colorado Sementes, empresa sediada em Orlândia, SP, Silva é ex-titular de Genética da Universidade Estadual de Campinas. Um fato notável em sua pesquisa é que, hoje, o teosinte convive com o milho - é um ancestral que não desapareceu da Terra, como se deu com muitas espécies vegetais e animais. Por meio de cruzamentos entre o avô e o neto, Silva obteve algo sensacional: criar plantas tais como as que devem ter ocorrido ao longo da domesticação do milho. As espigas desses vegetais mostram a grande diversidade dessa ilustre família.
De certa forma, foi como reconstruir o passado. De acordo com Silva, antes de atrair a atenção humana, o antigo capim centro-americano vivia no alto da montanha, onde mantinha suas características originais. Então, em alguma época remota, sementes geradas nas alturas desceram as encostas em rios ou empurradas pe-la água da chuva e conseguiram germinar nos vales. Essa mudança de ares foi o primeiro passo rumo ao futuro milho. Não houve alteração na hereditariedade - isto é, nos genes do teosinte - explica Silva. "Foi a arquitetura externa da planta que se tornou diferente, em primeiro lugar."
Talvez o fenômeno mais marcante tenha sido o encurtamento dos ramos laterais. "Eles se retraíram como uma antena de automóvel", ilustra o pesquisador. Assim, os nós em que se dividiam os ramos ficaram mais perto um do outro, aproximando os grupos de grãos entre si. Abria-se o caminho para a formação de um sabugo, que seria uma espécie de galho encolhido, repleto de grãos. A novidade se consolidaria, agora sim, por meio de uma mutação genética. Não foi grande coisa, pois o pacote de genes do milho não difere muito do pacote do teosinte. De qualquer modo, além de consolidar a aglutinação das sementes no sabugo, a mu-tação expôs os grãos no interior da antiga casca, facilitando a debulha.
Antes de chegar a tais hipóteses, Silva submeteu o teosinte a variações ambientais e observou diretamente suas reações. Verificou que sua arquitetura muda, por exem-plo, conforme a altitude e a duração do dia - esta última não é a mesma nos torrões natais do teosinte e nos vales distantes em que ele acabou sendo cultivado pelos ancestrais dos maias e astecas, habitantes da América naqueles tempos remotos.
Uma vez iniciado o cultivo, o milho tornou-se cada vez mais produtivo porque os agricultores plantavam apenas os melhores exemplares, desprezando inúmeras variedades. Essa prática talvez fosse inevitável, em face das necessidades de alimentação. Mas não foi sábia, pois condenou ao desaparecimento muitos genes presentes apenas nas variedades improdutivas. E eles são uti-líssimos, pois, entre outras coisas, podem conferir resistência a pragas ou melhor capacidade de crescimento em solo pouco fértil. Tanto que a pesquisa moderna tem muito a ver com a busca do que tenha restado daqueles preciosos genes.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Baderna Eletromagnética - Tecnologia


BADERNA ELETROMAGNÉTICA - Tecnologia



Robôs enlouquecidos, computadores com amnésia e aviões fora de controle: a interferência eletromagnética que estraga a imagem da TV também provoca.


O cineasta americano Steven Spielberg não faria melhor. Assim que os operários de um prédio em construção em São Paulo movimentaram o guindaste para iniciar mais um dia de trabalho, faíscas estalaram e um festival de raios começou a sair do equipamento. Assustados, os trabalhadores ainda teriam uma surpresa digna do filme Poltergeist. Vozes e sons apavorantes ecoaram, fazendo alguns acreditar que a construção estava realmente sobre solo mal-assombrado. Estavam enganados. Os próprios operários perceberam pouco depois que as vozes fantasmagóricas emitidas pelo guindaste eram nada mais que as dos locutores de uma estação de rádio paulistana. O episódio ocorrido em 1987 não viraria tema de cinema, mas sim de discussões sobre um fenômeno nada sobrenatural nas grandes cidades: a poluição eletromagnética.
Ocorrências estranhas co-mo essa estão se tornando comuns nos grandes centros urbanos, onde antenas de transmissão de rádio e TV e equipamentos industriais se aglomeram, gerando uma caótica teia de sinais eletromagnéticos. As ondas viajam pelos ares e invadem tudo que podem. Dentro de casa, somam-se ainda a outros comparsas, os pulsos elétricos saídos dos eletrodomésticos. O resultado é uma poluição invisível, que inutiliza aparelhos de rádio e TV, destrói a memória de computadores, enlouquece robôs nas fábricas e pode até mesmo derrubar aviões. Ou, ainda, criar guindastes mal-assombrados.
"Quando me chamaram para ver o tal guindaste, achei que fosse brincadeira", lembra-se o engenheiro eletrônico Antonio Roberto Panicalli, especialista em desvendar as origens das mais variadas interferências eletromagnéticas. Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e consultor da Telebrás, Panicalli coleciona casos pitorescos de interferências. Certa vez, atendeu a um obstetra cujo estetoscópio eletrônico não captava batimentos cardíacos, mas sim música sertaneja. O caso da grua falante, porém, foi o mais impressionante visto por ele. Panicalli foi chamado às pressas, pois, além de assustar os trabalhadores, o guindaste emitia um arco de eletricidade em direção ao solo, o que colocava em perigo as pessoas por perto.
Não foi difícil descobrir a causa do fenômeno. O prédio estava sendo erguido ao lado da torre de transmissão da Rádio Bandeirantes, uma das mais potentes de São Paulo. "A energia irradiada era tão grande nas proximidades, que a grua passou a funcionar como uma antena", conta Panicalli. O guindaste captava a energia e a descarregava para o solo assim que a caçamba se aproximava do chão. Isso explica as faíscas e o arco voltaico.Quanto às vozes, ocorreu o que se chama de "alto-falante" iônico. Num alto-falante comum, uma tela faz o ar que está em volta vibrar proporcionalmente à música e às vozes dos locutores. O som nada mais é que o resultado dessa vibração das moléculas de ar. No caso da grua falante, o que fazia o papel da tela era a própria corrente elétrica que dela saía em direção ao chão. De tão intensa, ela fazia o ar vibrar, exatamente como faz um alto-falante comum.
Alguns efeitos da poluição eletromagnética são bem mais perigosos que gruas falantes. "Somos obrigados a monitorar continuamente as imediações dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em busca de emissoras clandestinas de rádio", conta o engenheiro eletrônico Roberto Freitas Moraes, chefe do serviço de radiomonitoragem da seção paulista do Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel). As rádios piratas, como são conhecidas, costumam invadir as freqüências das emissoras comerciais, causando-lhes transtornos e a seus ouvintes.
Isso é pouco perto do perigo que representam para os aviões. É que as emissoras de freqüência modulada (FM) transmitem em uma faixa exatamente vizinha daquela utilizada nos equipamentos de radionavegação dos aeroportos. Ou seja, em qualquer radio de pilha, o final do dial marca 108 megahertz - a freqüência mais alta em que uma emissora pode transmitir segundo as leis. Logo acima dos 108 MHz, começa a faixa de freqüências utilizadas pelo sistema de pouso por instrumentos - um recurso eletrônico usado pelos aeroportos que envia dados por sinais de rádio aos aviões para orientá-los em caso de tempo ruim. Se, por um erro humano ou do equipamento, uma emissora de rádio passar a transmitir sua programação alguns megahertz além dos 108, pode acabar interferindo catastroficamente na aterrissagem de uma aeronave. Esse tipo de erro é praticamente impossível no caso das emissoras de rádio legais, que usam transmissores de boa qualidade e estão constantemente sob a fiscalização do Dentel. As rádios piratas, no entanto, costumam improvisar transmissores caseiros. Não é difícil cometer erros em condições tão precárias.
Intrusos ainda mais inesperados quase derrubaram alguns Boeings nos últimos tempos, nos Estados Unidos. As empresas de aviação mantêm segredo, mas diretores da Administração Federal de Aviação (FAA) revelaram que pelo menos dois 747 tiveram suas rotas "levemente" alteradas por causa de aparelhos eletrônicos utilizados pelos passageiros a bordo. Comenta-se que um dos casos foi mais sério. O piloto automático simplesmente se desligou, deixando o avião à mercê da sorte até que os pilotos percebessem. O comandante do Jumbo ordenou que as aeromoças fizessem uma investigação a bordo. Ficou constatado que a interferência estava sendo causada pelo computador portátil de um passageiro, que não quis esperar o pouso para começar a trabalhar. Por pouco não iria trabalhar nunca mais.
Como é possível um computador quase derrubar um avião? Afinal, ele não foi feito para transmitir ondas eletromagnéticas, como as emissoras de rádio. "Mas transmite", diz Eduardo Berruezo, engenheiro eletrotécnico do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, de São Paulo. "Para executar suas tarefas, sinais elétricos percorrem os circui-tos da máquina e geram um campo eletromagné-tico", explica Berruezo, que se desdobra para resolver os enigmas levados ao IPT por indústrias e particulares atordoados por interferências. "Se a freqüência desse sinal for compatível com algum outro aparelho eletrônico, ela pode se transformar numa interferência", afirma.
Foi o que aconteceu no avião americano. O micro estava emitindo e o piloto automático, por sua vez, estava propício a funcionar como uma antena. Isso não quer dizer, no entanto, que todo computador portátil que for ligado dentro de um avião ocasionará problemas. "O micro transmite com baixíssima potência e certamente não em todas as direções", explica Berruezo. Por isso, é preciso que haja uma grande coincidência na sua localização dentro da aeronave para que haja interferência. Mesmo assim, quase todas as companhias aéreas passaram a pedir aos passageiros que não utilizem microcomputadores ou aparelhos portáteis de CD a bordo.
Vilões dentro das aeronaves, os computadores tornam-se vítimas da poluição eletromagnética quando estão em terra. Há vários registros de siste-mas afetados em ambientes inundados pela radiofreqüência. "Um grande banco nacional desistiu de transferir seu centro de processamento de dados para a Avenida Paulista depois de ver que seus computadores simplesmente não funcionavam ali", conta Roberto Moraes, do Dentel. A região a que se refere, na cidade de São Paulo, é altamente poluída. por sinais invisíveis: concentra doze torres de emissoras de televisão e rádio, e pelo menos dez antenas de transmissão de dados entre empresas. Com tanta energia no ar, não há circuito que não seja "sacodido" eletricamente.
Mais poluídas que a Avenida Paulista, talvez só algumas fábricas no Japão, país conhecido pelo seu altíssimo índice de automação industrial - e também pelos mais trágicos efeitos da poluição eletromagnética. Uma catastrófica epidemia de loucura robótica aconteceu lá, no final dos anos 80. Máquinas ensandecidas mataram dezenove operários e feriram vários outros com movimentos inesperados - na maior parte dos casos, verdadeiros golpes de caratê, que arremessavam os trabalhadores a vários metros de distância.
Quando os peritos examinavam os robôs, no entanto, não achavam nada de errado. Não era para menos: o defeito era de nascença. Os projetistas não haviam previsto a enxurrada de sinais espúrios causada por computadores, equipamentos de telecomunicações e pelas próprias máquinas existentes no ambiente industrial. Para se ter idéia do tamanho dessa inundação, basta considerar as soldas para plástico, usadas em fábricas de brinquedos e eletroeletrônicos. A cada soldagem, elas emitem um sinal na freqüência de 30 megahertz (bastante próxima àquela em que operam os microprocessadores dos robôs), com uma elevadíssima potência de 10 quilowatts. Por isso, a radiofreqüência penetrava facilmente nos circuitos dos robôs e alterava as programações. "Uma simples blindagem, no entanto, poderia evitar essas interferências fatais", diz Eduardo Berruezo, do IPT.
A poluição eletromagnética não é exclusividade do ambiente de trabalho. Embora bem menos perigosa, é dentro de casa que ela provoca os casos mais difíceis de resolver. Quem nunca teve seu aparelho de TV invadido por vozes de radioamadores? Ou o som do rádio distorcido por causa de um liquidificador ligado na cozinha? São problemas aparentemente insolúveis para os desavisados cidadãos. Afinal, não há sentido em instalar uma blindagem na televisão ou um fio-terra no liquidificador. "Quando a interferência é causada por radioamadores, é possível minimizá-la instalando filtros no aparelho de TV", explica Roberto Moraes, do Dentel. Mas nem sempre os incomodados se conformam em pagar para resolver um problema pelo qual não são responsáveis. Brigas e processos se sucedem e alguns até usam meios pouco ortodoxos para acabar com as interferências. "Recentemente, um inconformado telespectador abateu a tiros a antena de seu vizinho radioamador", conta Moraes.
No caso dos eletrodomésticos, há uma luz no fim do túnel. "O importante é que o produto já venha da fábrica sem causar ou receber interferências", diz Flávio Eitor Barbieri, presidente da Associação Brasileira de Compatibilidade Eletromagnética. Criada há cinco anos, a entidade tenta descobrir e repassar às indústrias novas técnicas para evitar emissão e recepção de sinais indesejados.
A iniciativa veio em boa hora. Desinformado e pouco exigente, o consumidor brasileiro não leva em conta os desconfortos que um barbeador elétrico ou uma furadeira podem lhe causar. Os fabricantes também não. Por terem motores de indução elétrica, ou seja, propulsores que geram faíscas continuamente, costumam enviar pulsos de energia de volta para a tomada. "Os pulsos passeiam pela rede e entram impunemente em outros aparelhos, principalmente a TV e o rádio, que são feitos para captar sinais", explica Barbieri.
Às vezes, os pulsos elétricos que percorrem os fios de uma casa são tão fortes que penetram até no que parece invulnerável. Há cerca de dez anos, uma chuva de reclamações desabou de repente sobre os fabricantes de máquinas de lavar. O protesto era sempre o mesmo: as lavadoras não cumpriam a programação fornecida pelas donas de casa, pulando fases ou simplesmente se desligando antes da hora. Depois de muito procurar, os técnicos acharam a causa do problema. É que acabavam de ser lançados os fogões com acendimento automático, que usavam faiscadores em cada uma das bocas para inflamar o gás. Assim que se apertava o botão para ligar o fogo, um sinal espúrio saía por to--dos os fios de energia da casa e, ao chegar nas lavadoras, fazia o seqüenciador das tarefas pular para a seguinte.
Problemas assim já são raros na Europa, onde os aparelhos saem da linha de produção com filtros supressores de interferências. Hoje, de um barbeador a uma geladeira, todos exibem num selo: "De acordo com as normas da CEE quanto a interferências eletromagnéticas". Isso foi uma exigência dos consumidores e resultado da concorrência entre os fabricantes, sobretudo com a formação da Comunidade Econômica Européia, que estabeleceu normas e nivelou por cima a qualidade dos produtos.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Tudo o que você queria saber sobre o Big Bang - Cosmologia


TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE O BIG BANG - Cosmologia



A grande explosão que deu origem ao Universo, o Big Bang, às vezes parece uma idéia confusa. Por exemplo: que estranho "lugar" foi esse onde se deu a explosão? Ou então: exatamente em que ponto do céu ocorreu a explosão? Em outras palavras, se é verdade que o telescópio espacial Hubble poderia ver o nascimento do Cosmo, para onde deveria ser apontado? Tais perguntas são comuns entre os leitores e a revista americana Astronomy deu as respostas, com sucesso. Veja a seguir a versão Superinteressante dos tópicos de maior interesse, em linguagem que qualquer um pode entender. O objetivo é divulgar mais amplamente a Cosmologia, ciência propiciada pelo gênio de Einstein que estuda a origem e a evolução do Cosmo. Ou seja, tudo que existe, visto na maior escala que se pode imaginar.


1 - Se todas as galáxias se afastam da Terra, isso não coloca a Via Láctea no centro do Universo?
É o tipo da dúvida que se desfaz no momento em que se vê a imagem da expansão, mesmo simplificada ao extremo. O melhor é pensar no Universo como um balão de borracha; ele está sendo inflado e as galáxias repousam à sua superfície. Não importa onde se esteja, sempre as galáxias serão vistas afastando-se umas das outras. Mais do que isso, pode-se mostrar matematicamente que a velocidade de afastamento segue a lei de Hubble: ou seja, quanto mais distante a galáxia, mais veloz ela é. Os habitantes de qualquer galáxia do Universo ve-riam todas as outras afastando-se exatamente da forma que essa lei prescreve.
Em outras palavras, o Cosmo é democrático. Nenhuma região dentro dele contém mais matéria que qualquer outra (em regiões do mesmo tamanho; se uma região é maior, contém mais matéria que outra menor, de modo que a densidade é sempre a mesma, na média).

2 - Como se formaram as galáxias?
Este é um dos campos de mais intensa pesquisa, atualmente, mas tudo indica que a semente desses grandes amontoados de estrelas foi lançada bem no início dos tempos, quando o Cosmo era um tórrido e impenetrável caldo de partículas subatômicas. O problema central é que a expansão forçava a matéria a se espalhar, afastando as partículas cada vez mais, umas das outras. Por isso é difícil explicar como elas se juntaram para formar estrelas, galá-xias ou aglomerados de galáxias, em escala ainda maior. Uma possibilidade é que a matéria não estivesse bem distribuída: em certas regiões, havia mais partículas do que a média.
De tal forma que, dentro de tais regiões, a atração da gravidade entre as partículas venceu a expansão, forçando porções de matéria a se aglutinarem. Não se sabe se as massas iniciais eram simples estrelas, que depois se reuniram em galáxias. Ou se desde o começo tinham a dimensão de galáxias, e em seguida desmoronaram sobre si mesmas, formando, cada uma, bilhões de estrelas. Seja como for, não se sabe bem o que tirou as partículas do lugar, alterando sua perfeita distribuição no espaço. Imagina-se que a resposta esteja num fenômeno estatístico. Isto é, a sua distribuição original nunca foi perfeita. As partículas se pareciam mais com um inquieto enxame de abelhas: na média, as abelhas se espalham por igual no enxame, mas estão sempre se ajuntando ou se dispersando, em cada ponto e em cada momento. Nesse caso, existe a possibilidade de alguns ajuntamentos se tornarem definitivos, porque as partículas se aproximaram tanto que acabaram presas pela gravidade.

3 - O Universo tem fim? Se tiver, o que existe além desse limite?
Embora não tenha limite, da maneira como os antigos imaginavam a extrema borda do mundo - um abismo dando para o nada -, o Cosmo também não é infinito. A Terra, por exemplo, é finita, mas sua superfície não tem uma fronteira porque é redonda: quem anda sempre numa mesma direção volta ao ponto de partida. Trata-se de uma analogia imperfeita, porém, pois o Universo é finito no tempo, não no espaço. Outra maneira de dizer isso é a seguinte: aquilo que está longe, está no passado. Portanto, ver o limite do Universo significa olhar para o seu nascimento, sua última fronteira.

4 - Como os astrônomos sabem a idade do Universo?
Em princípio, as medidas não poderiam ser mais simples. Como as galáxias estavam todas juntas quando o Universo nasceu, basta calcular o tempo que elas levaram para chegar à distância que estão atualmente. É como dizer que uma viagem de 200 quilômetros, feita a 100 quilômetros por hora, demorou duas horas. O problema é avaliar a distância e a velocidade das galáxias, mas pode-se usar a velocidade de qualquer galáxia: a distância dividida pela velocidade, dá sempre o mesmo valor - a idade do Cosmo. Parece esquisito, mas é um fato: embora todas as galáxias se afastem, as mais próximas são mais lentas e as mais distantes, mais rápidas.
Trata-se de uma das maiores descobertas de toda a ciência, neste século, e foi feita pelo americano Edwin Hubble, em 1929. Um exemplo concreto são duas galáxias, uma a 10 milhões de anos-luz e outra a 100 milhões de anos-luz (um ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros). Assim, a galáxia mais próxima é mais lenta e se afasta a 150 quilômetros por segundo, enquanto a galáxia mais distante, mais rápida, se afasta a 1 500 quilômetros por segundo. É fácil ver que ambas têm a mesma constante de Hubble, de valor igual a 15 (150 dividido por 10 ou 1 500 dividido por 100). Dividindo-se 1 por 15 chega-se à idade de 20 bilhões de anos para o Universo.
Essa última conversão é um pouco complicada devido às unidades das medidas (quem gosta de contas deve considerar que o número 15 é medido em quilômetros por segundo, por milhão de anos-luz. E que um ano tem 31,5 milhões de segundos). De qualquer forma, se na teoria tudo se encaixa, na prática há diversos problemas. Primeiro, porque as galáxias próximas se atraem pela força da gravidade, de modo que suas velocidades não obedecem precisamente à constante de Hubble. Por outro lado, é difícil calcular a distância de galáxias muito remotas. No final, conforme as medidas feitas, o valor da constante pode variar bastante, digamos entre 15 e o dobro disso, 30. Assim, a idade do Cosmo deve ficar entre 10 e 20 bilhões de anos.

5 - Qual é o destino final do Universo?
Infelizmente, ainda não é possível responder a essa pergunta, pois ela depende de quanta matéria está contida no Cosmo. Há duas possibilidades diferentes, como uma pedra que se joga para o alto: ela pode cair de volta ao solo, ou não, escapando para o espaço interplanetário numa viagem sem retorno. O primeiro caso corresponde a uma pedra muito "pesada", que depois de subir um pouco cai pela força da gravidade. Da mesma forma, se o Universo contiver bastante matéria, a gravidade será capaz de impedir que as galáxias continuem a afastar-se umas das outras. A expansão será interrompida e depois invertida, transformada numa implosão.
Apenas se a quantidade de matéria for pequena, o Cosmo se expandirá para sempre, situação semelhante à de uma pedra pequena, atirada para o alto com tanta força que nunca volta a cair. Até onde se sabe, não há matéria luminosa em quantidade suficiente para interromper a expansão. Reunindo-se todas as estrelas, em todas as galáxias, assim como os gases e a poeira cósmica, chega-se a um centésimo do total necessário. É verdade que uma das maiores descobertas dos últimos anos foi a matéria escura - assim chamada porque não emite luz e não pode ser observada diretamente. Ela pode estar na forma de planetas, ou de partículas subatômicas, como o neutrino. Mas, embora não haja dúvida sobre a existência desse universo oculto, não é certo que sua massa é o que falta para mudar o destino do Cosmo.

6 - Que gatilho detonou o Big Bang?
Que veio primeiro, o ovo ou a galinha? É possível que o próprio Universo tenha posto fogo ao rastilho de sua explosão. Se ele deixar de se expandir e voltar a encolher, espremendo toda a matéria à dimensão de um ponto, o resultado será nova explosão. Um renascer das cinzas que se repetirá eternamente. É o que se chama modelo oscilante de Universo, que alguns consideram o mais satisfatório, do ponto de vista filosófico. Para a Cosmologia, porém, essa é uma questão em aberto, pois ainda não se concebeu um meio de investigá-la cientificamente.


7 - Se o Universo foi criado numa grande explosão, por que o brilho dessa explosão, a chamada radiação de fundo, não vem de um único ponto no céu?
Porque o Big Bang não ocorreu em algum ponto, dentro de um espaço que já existia, e para o qual se possa apontar um telescópio. O próprio espaço e o tempo nasceram com a explosão primordial. Assim, não havia um "lado de fora", a partir do qual se pudesse observar a explosão. A radiação de fundo é um jorro de luz emitido centenas de milhares de anos após o Big Bang. Antes dessa época, o Universo era um caldo indevassável de partículas subatômicas, entrechocando-se a alta velocidade, e partículas de luz, os fótons.
O caldo era tão denso que os fótons não podiam viajar distâncias significativas entre um choque e outro, especialmente com os elétrons, a mais importante partícula de matéria, naquele tempo. Alta velocidade significa alta temperatura, mas esta estava caindo devido à expansão cósmica (os botijões de cozinha também esfriam quando se esvaziam rapidamente, ou seja, quando o gás se expande ao escapar do botijão). Assim, quando a temperatura desceu a 5 000 graus, chegou-se a um marco fundamental: os elétrons foram aprisionados em massa pelos prótons, pois já não eram rápidos o suficiente para evitar a atração que a carga positiva desses últimos exercia sobre a sua própria carga negativa.
Foi como nasceram os primeiros átomos na história do mundo. E uma das conseqüências disso foi a libertação da luz: sem elétrons soltos que pudessem barrar-lhe o caminho, os fótons passaram a viajar livremente em meio à matéria e encheram o Universo, formando a radiação de fundo. Chegam à Terra de todas as partes - e não de algum ponto específico - justamente porque o fenômeno que lhes deu origem ocorreu em todas as partes do Cosmo ao mesmo tempo, preenchendo-o por igual bilhões de anos atrás.
De lá para cá, a expansão cósmica deixou sua marca sobre os fótons, cuja "temperatura" caiu de 5 000 para 2,73 graus acima do zero absoluto, ou - 270, 27 °C (radiação, a rigor, não tem temperatura; é que sua energia equivale à de fótons emitidos por um corpo a 2,73 graus).

8 - Em que lugar o Universo está se expandindo?
É difícil imaginar pergunta mais incômoda que esta, e o problema básico é que não se pode visualizar a resposta. Por exemplo, quando se desenha o Universo como uma bola, ou uma esfera, não significa que ele seja a bola toda - ele constitui apenas a superfície da bola. Assim, quando a bola é inflada, a superfície aumenta, simbolizando a expansão cósmica. Mas não se deve esquecer que a superfície esférica tem apenas duas dimensões, enquanto o Universo, de fato, tem três dimensões. O sacrifício é inevitável: só quem vivesse em quatro dimensões poderia desenhar um objeto de três dimensões em expansão. No Universo real, existe uma quarta dimensão, mas ela tem a ver com o tempo - e não há como recortar imagens no tempo. Pode-se dizer, então, que o espaço se expande no tempo. Ele constituiria a quarta dimensão em que o Universo está imerso.

9 - O que é inflação cósmica?
Esse termo foi emprestado da economia num período de crise nos Estados Unidos, no início dos anos 80. Significa que o Universo passou por um período de expansão exagerada em sua infância, assim como a inflação usualmente indica aumentos excessivos nos preços. Imaginada pelo físico americano Alan Guth, foi uma espécie de explosão dentro da explosão, com conseqüências importantes sobre a evolução posterior do Cosmo. Uma delas é que, se realmente sofreu uma crise inflacionária, o Universo não se expandirá para sempre. Algum dia, a gravidade interromperá a dispersão das galáxias, embora sua força não seja suficiente para inverter o movimento e comprimir o Cosmo de volta ao estágio do Big Bang.
Ou seja, se Guth estiver certo, nem é preciso medir a massa do Universo: ela pode ser deduzida diretamente da teoria. A inflação, de certo modo, obriga o Cosmo a ter certa massa, e não uma outra qualquer. É um exemplo de como as teorias podem ser poderosas e, de um golpe, revelar fatos aparentemente difíceis de obter. Não é possível explicar as idéias de Guth em poucas palavras. Mas elas parecem resolver diversos problemas técnicos que vinham ocupando os cosmologistas há décadas.


10 - As galáxias estão realmente se afastando umas das outras, ou é o espaço que está sendo esticado pela expansão cósmica?
Há certa polêmica em torno desse ponto. À primeira vista, parece não fazer diferença: tanto faz dizer de um jeito ou de outro. Mas uma coisa é subir, por exemplo, de um andar a outro de um shopping center, e outra fazer o trajeto parado numa escada rolante. No primeiro caso, é o caminhante que gasta energia no movimento; no segundo, é o shopping (a escada) que paga o preço do percurso. A resposta correta, com a qual concorda a maioria dos cientistas, é que o próprio espaço está se expandindo. Isso é o que diz a teoria da relatividade do alemão Albert Einstein, base da ciência cosmológica. Mas há quem se oponha.
Se o espaço se expande, dizem os críticos, então tudo o que ele abarca também se expande - inclusive as réguas, ou qualquer outro meio de medir distâncias. Portanto, nunca se perceberia a expansão, pois se as réguas crescem na mesma proporção que as distâncias, vão indicar sempre o mesmo valor. O erro desse raciocínio pode ser visualizado por meio de um balão de borracha ao ser inflado. À medida que isso acontece, vê-se que as galáxias participam da expansão geral, mas elas mesmas não aumentam porque cada uma forma um bloco coeso de matéria, capaz de resistir ao esticamento porque suas partes estão presas entre si pela força da gravidade. É por esse mesmo motivo que as galáxias podem ter movimentos próprios, em que alteram o movimento mais geral de afastamento, causado pela expansão. Muitas galáxias estão efetivamente se aproximando entre si, devido à atração gravitacional.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Campeões de Sobrevivência - Natureza


CAMPEÕES DE SOBREVIVÊNCIA - Natureza



Um dos mais perfeitos organismos conhecidos, com inigualável capacidade para transformar e conservar energia, os jacarés já habitavam a Terra quando os seus primos dinossauros começaram a conquistá-la, há 200 milhões de anos. Depois disso, sobreviveram a todas as tragédias fatais a milhares de espécies - inclusive a grande extinção de 65 milhões de anos atrás, que dizimou os dinossauros.


Especialistas em sobrevivência, eles podem passar meses sem comer, gastando as energias que acumulam durante os períodos de fartura. Para isso, transformam em gordura a maior parte do que comem e possuem um estômago que é o meio mais ácido conhecido entre os vertebrados. Como animais de sangue frio, dependem fundamentalmente do sol para manter a temperatura do corpo; apesar disso, por incrível que pareça, podem sobreviver à neve e ao gelo, diminuindo o ritmo dos batimentos cardíacos e restringindo a circulação do sangue apenas ao coração e ao cérebro.

Vivem em bandos e obedecem a uma rígida escala hierárquica na qual o macho tem cada vez mais privilégios à medida que envelhece, inclusive para acasalar. Com uma vida média de 70 anos, tornam-se mais férteis e potentes sexualmente à medida que o tempo passa. Apesar do aspecto externo, seus órgãos internos têm muito mais a ver com os das aves que com os dos lagartos.
Por isso, não deve causar espanto a possibilidade anunciada agora: de que a caça cruel e em massa pode não ter reduzido o seu número no Pantanal Mato-grossense, estimado entre 6 e 10 milhões de jacarés, mais de 70 para cada quilômetro quadrado daquela região.

Documentadamente, através de fósseis, sabe-se que os crocodilianos surgiram há cerca de 245 milhões de anos, no chamado Triássico Superior, quando os dinossauros começavam a dominar a Terra. Desde então, do Protosuchia do Triássico, um pequeno predador terrestre de não mais que 1 metro de comprimento, ao Eusuchia, subordem à qual pertence a atual família Crocodylidae, eles mudaram muito pouco. As últimas modificações importantes aconteceram há 100 milhões de anos, para melhor adaptá-los à vida na água. As mudanças aconteceram basicamente nas fossas nasais internas, deslocadas diretamente para a garganta, e nas vértebras da cauda.
A primeira lhes permite manter a boca aberta com a garganta fechada por uma válvula, à espera de um peixe desprevenido, enquanto respiram com apenas a ponta do focinho fora da água. A segunda, tornou mais forte e ágil o rabo, usado em movimentos laterais para nadar e como apoio quando pulam para abocanhar os filhotes de uma ave desavisada, que fez seu ninho nos ramos mais baixos à beira da água.
Extremamente sociáveis, vivem em bandos sob uma rigorosa hierarquia, dominada pelo macho mais forte, que procura ampliar sempre sua área, demarcada com o odor das glândulas sexuais. O afortunado macho dominante torna-se cada vez mais potente e fértil à medida que envelhece. O melhor exemplo disso é o lendário Big Jane, um Alligator mississippensis, reprodutor mantido em cativeiro nos Estados Unidos que, aos 80 anos de idade, tinha um harém exclusivo de 25 fêmeas.
Mesmo sem o invejável vigor de Big Jane, contudo, um jovem macho consegue acasalar com um mínimo de seis fêmeas. "Sem a presença de um macho dominante, a situação se inverte e uma fêmea pode acasalar com vários machos", garante Huberto Cezar de Moraes Machado, diretor da Coocrijapan - Cooperativa dos Criadores de Jacaré do Pantanal.
Em terra, livre em seu habitat, um crocodiliano tem normalmente uma forma de caminhar lenta e majestosa, o corpo completamente afastado do chão, apoiado nas quatro patas, como os mamíferos quadrúpedes. Mas que pode se transformar em um rápido galope de até 17 km/h, nos animais menores, quando persegue uma presa. Uma agilidade insuspeitada para quem o vê boiando imóvel ou esquentando-se ao sol durante horas à beira d´água, um de seus lazeres preferidos.
E não por pura preguiça. Animais ectotérmicos, conhecidos popularmente como de sangue frio, os crocodilianos não possuem mecanismo interno de termorregulação para manter constante a temperatura do corpo. Assim, dependem fundamentalmente do sol e da água para conservar a temperatura corporal ao redor de 35°. E calor para eles é tudo. Aquecem-se ao sol durante o dia e, como a água esfria mais lentamente que a terra, submergem à noite.

Diferentemente dos outros répteis vivos, eles possuem um coração semelhante ao dos pássaros, com quatro cavidades, isoladas por uma divisão que separa o sangue arterial, oxigenado, do venoso. Mas os dois tipos de sangue acabam se misturando um pouco, quando as artérias que transportam o sangue do ventrículo esquerdo se comunicam com as do ventrículo direito. Mais fascinante, no entanto, é como o sistema circulatório auxilia na manutenção do calor no organismo.
De acordo com suas necessidades, um crocodiliano pode aumentar ou diminuir o ritmo dos batimentos cardíacos e dilatar ou contrair os vasos sangüíneos. Assim, quando toma sol ele pode acelerar o trabalho do coração e dilatar as artérias, para levar oxigênio e calor a todo o organismo. Quando mergulha na água fria ou nos meses de inverno, ao contrário, reduz o ritmo cardíaco e contrai os vasos da circulação periférica, mantendo o fornecimento de oxigênio apenas entre o coração e o cérebro.
São essas características que lhe permitem resistir por vários dias a temperaturas de até 5 graus negativos- como o crocodilo-do-mississippi, que se espalha do sul dos Estados Unidos até as cabeceiras do rio Mississippi, na Carolina do Norte. Ele necessita somente de um pequeno orifício para respirar enquanto hiberna sob uma camada de 1,5 centímetro de gelo. Ou a vários meses de seca, como os jacarés do Pantanal Mato-grossense, enterrando-se na areia para aproveitar os restos de umidade da terra.
Com a chegada das chuvas de verão, refaz-se o ciclo da vida no Pantanal. Em janeiro, época da desova, as fêmeas fazem os ninhos com gravetos e folhas apodrecidas onde colocam, em média, 25 ovos e os fecham com terra e gravetos. É o calor da decomposição desse material que vai chocar os ovos e determinar o sexo dos filhotes: se a temperatura se mantém entre 28 e 30°, nascem fêmeas; entre 31 e 33°, machos. Para evitar os predadores, elas escolhem os espinheiros às margens dos rios e lagoas ou os "baceiros", ilhas de vegetação flutuante, para montar seus ninhos.
Os ovos de jacaré são avidamente procurados por dezenas de animais, como lobinhos e porcos-monteiros - cães e porcos selvagens do Pantanal. Entre todos os predadores, os mais refinados são os quatis, que por sua vez andam em bandos para proteger os filhotes de outros predadores. Os quatis nutrem pelos ovos de jacaré um apetite e um refinamento de gourmet: partem cinco ou seis ovos, sugam apenas a gema e voltam no dia seguinte para nova degustação. Um prazer que pode lhes custar a vida. Nos 65 a 70 dias de incubação dos ovos, mamãe jacaré estará sempre por perto, atenta a qualquer perigo que ameace os futuros filhotes.
E outra incrível característica dos crocodilianos: eles começam a "falar" ainda dentro do ovo, nas duas últimas semanas de incubação. É uma espécie de ganido, logo repetido em coro por todos de uma ninhada, se tudo correu bem. Dessa maneira, eles avisam a mamãe que é hora de abrir o ninho, já que os filhotes sozinhos não têm forças para fazer isso.
Mesmo com todos esses cuidados, somente 5% de cada ninhada atingirá a idade de procriar - sete anos para as fêmeas e um pouco mais para os machos. Metade nem sequer chegará a sair dos ovos e, do restante, a grande maioria morrerá antes de completar um ano. O índice de sobrevivência pode parecer baixo mas, não fossem os machos dominantes tão ciumentos das fêmeas de seu território, seria suficiente para dobrar a população adulta a cada ano. Para evitar que a taxa de mortalidade seja ainda mais alta, as fêmeas pajeiam zelosamente as ninhadas no primeiro ano de vida, até o nascimento da seguinte, em uma incessante busca de alimento.

Dotado de incrível apetite, um crocodiliano pode comer praticamente qualquer coisa viva, de insetos a elefantes e, eventualmente, após longos períodos de privações, até os membros menores do grupo. Récem-nascidos, eles alimentam-se de larvas e insetos; jovens, de peixes, caramujos e batráquios; adultos, são capazes de comer uma tartaruga inteira, inclusive o casco, que o estômago não tem dificuldade alguma em digerir. Afinal, esse órgão é o meio mais ácido conhecido no reino animal, além de possuir uma moela - uma parte musculosa no estômago que tritura os alimentos - como as aves. E 60% de tudo que come é transformado em gordura, que armazena no corpo para enfrentar os períodos de escassez. Graças a essa previdente poupança, um crocodilo-do-nilo adulto, que chega a medir 6 metros e pesar mais de 1 tonelada, pode passar até dois anos sem comer. Apesar da fama de devoradores de homens que persegue até o nosso tranqüilo jacaré, disseminada principalmente pelo cinema e pelos livros de aventuras, somente três das 27 espécies, o Crocodylus niloticus, o Crocodylus porosus e muito raramente o Alligator mississippensis, conhecidos como crocodilo-do-nilo, crocodilo-marinho e crocodilo-do-mississippi, atacam o homem para devorá-lo.
Espalhados por toda a África, os crocodilos-do-nilo são os principais vilões das histórias e lendas que fizeram a má fama de seus primos em todo o mundo. Mas foi o crocodilo-marinho, disseminado pelas ilhas dos oceanos Índico e Pacífico, o responsável pela mais aterrorizante história conhecida de ataque ao homem. Foi na Segunda Guerra Mundial, quando o avanço do exército inglês levou as tropas japonesas que guarneciam a Ilha de Ramree a tentar uma retirada através dos 30 quilômetros de mangues até a costa da Birmânia, na noite de 19 de fevereiro de 1945. O biólogo inglês Bruce Wright, tripulante de uma lancha militar encalhada no labirinto de manguezais, conta o que foi aquela noite de horror.
"Foi a pior noite que qualquer membro das lanchas militares jamais experimentou. Os disparos de rifles em um lamaçal envolto na escuridão, entrecortados pelos gritos de terror dos homens estraçalhados pelos dentes dos enormes répteis e pelo revoluteio dos crocodilos que nadavam em círculos, criavam uma cacofonia infernal. Com a aurora chegaram os abutres, para dar conta do que haviam deixado os crocodilos. Dos 1000 soldados japoneses que entraram nos pântanos de Ramree, só uns vinte foram encontrados com vida."

Pegando jacaré a laço

Há oito anos um grupo de pesquisadores brasileiros estuda o jacaré-do-pantanal. Com resultados surpreendentes
Buscar formas de uso sustentado dos recursos naturais. Ou, trocando em miúdos, de explorá-los sem comprometer sua renovação. Esse é o objetivo do centro de pesquisas da Embrapa no Pantanal. No caso específico do Grupo do Jacaré, uma equipe de três pesquisadores - financiados pelo World Wildlife Found, a Conserva-tion International e a Fundação O Boticário -, isso significa fazer o censo dos animais nos 140 000 quilômetros quadrados de sua área de atuação, acompanhar a movimentação, taxa de natalidade, crescimento e morte e até o que comem.
Para isso a pesquisadora Zilca Campos já fez plantão por dezenove dias e noites ininterruptos, no meio do mato, à espera do nascimento de uma ninhada e passou semanas medindo, de seis em seis horas, a temperatura de um ninho, para confirmar a influência do calor no sexo dos filhotes. Franzina - 1,52 metro de altura, 45 quilos -, Zilca laça e domina com facilidade um jacaré muito maior que ela mesma, para colocar-lhe um aparelho de rádio que permita segui-lo pelas lagoas e alagados.
Os resultados podem ser surpreendentes, co-mo o do censo aé--reo dos jacarés, que mostra que a espécie não corre risco imediato de extinção. "Ao contrário, a caça predatória pode até ter contribuído para o aumento da população", desconfia Guilherme Mourão, coordenador do Projeto Jacaré. "É que os caçadores matavam principalmente os animais maiores, machos mais velhos, abrindo espaço para a divisão de seu território pelos mais jovens."

Criação em cativeiro

A venda de peles de jacaré-do-pantanal está proibida desde 1975, devido à ameaça de extinção. Agora ela pode voltar ao mercado
A pedido do Brasil, o Caiman crocodilus yacare consta do Apêndice l, das espécies sob risco imediato de extinção, do governo americano, desde 1975. Com isso a comercialização de sua pele nos Estados Unidos, o maior mercado mundial para peles de crocodilianos, está totalmente proibida. Agora, Huberto Cezar de Moraes Machado está pedindo ao governo que interceda junto ao governo americano para que transfira o jacaré-do-pantanal para o Apêndice 2, o que permitiria a comercialização de peles de animais criados em cativeiro.
Austrália, Estados Unidos e Tailândia são alguns dos países que já criam crocodilianos em cativeiro há décadas. O Pantanal reúne, porém, condições excepcionais para essa atividade: além de uma grande população de jacarés livre em seu habitat natural, para a obtenção de ovos, a região possui um rebanho bovino de 4 milhões de cabeças, com matadouros instalados nas principais cidades, o que garante o fornecimento de vísceras em volume suficiente para a alimentação nos criatórios.
Com o aumento da repressão e a recessão mundial, a caça ilegal caiu em 80% nos últimos quatro anos e, somente no Mato Grosso do Sul, já existem dez projetos de criação de jacarés em cativeiro autorizados pelo Ibama - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente. Nesses projetos, os ovos são recolhidos e chocados em incubadeiras, para devolução de 10% a seu habitat natural com seis meses de idade, o dobro do que sobreviveriam livres na natureza. Sua liberação, no entanto, deve ser precedida de um período de readaptação de no mínimo 15 dias. Um jacaré criado em cativeiro cresce com o dobro da velocidade do seu irmão livre na natureza e, devido a uma alimentação balanceada, pobre em cálcio, praticamente não desenvolve osteodermes, placas ossificadas na pele que dificultam sua utilização em artigos de couro.
Com isso a pele da Caiman crocodilus yacare - considerada de qualidade inferior em relação à do Crocodylus niloticus, Alligator mississippensis e Crocodylus porosus - torna-se de muito melhor qualidade, podendo atingir até 50 dólares a unidade no mercado internacional. Além da pele, são aproveitadas a carne, cotada para o mercado europeu em 11 dólares o quilo, e as glândulas sexuais, utilizadas como fixador pela indústria de perfumes finos.
Em dois anos a Cooperativa dos Criadores de Jacaré do Pantanal já tem 40 000 animais em seus viveiros, em Cáceres, Mato Grosso, além de 2 000 peles em estoque. E um projeto de outro grupo pretende atingir a marca de 300 000 jacarés criados em cativeiro em três anos. Segundo a Cites, a convenção internacional para espécies ameaçadas de extinção, 60% das peles de crocodilianos comercializadas anualmente são do gênero Caiman, inclusive de jacaré-do-pantanal. Os dados da Cites, no entanto, não são precisos. Para começar, grande parte dessas peles circula pelo mercado clandestino e as projeções baseiam-se no volume de apreensões.

Um organismo moderno, de 1 milhão de séculos

Órgãos de répteis, mamíferos e aves
O jacaré tem o sistema digestivo característicos dos répteis, o sistema respiratório dos mamíferos e o cérebro e o coração como os dos pássaros. Seus dentes servem para prender e estraçalhar a presa, mas não para mastigar. Por isso o estômago tem uma moela, que tritura os alimentos, como nas aves.

Sem problemas com úlceras
O estômago do jacaré é o meio mais ácido encontrado até hoje entre os vertebrados. A 20 graus Célsius, seu pH chega a baixar a 1,2 o que lhe permite digerir uma tartaruga com casco e tudo

Hibernando sob o gelo
Animal de clima quente, o crocodilo-do-mississipi é capaz de sobreviver à neve e ao gelo. Para isso, reduz a circulação do sangue ao coração e ao cérebro e respira por um orifício, enquanto descansa nas águas mais quentes abaixo da superfície

Sexo, conforme a temperatura
No jacaré e no crocodilo-do-mississipi, a temperatura de incubação, entre 28 e 31 graus, faz nascer fêmeas; entre 32 e 34 graus, machos e fêmeas. Entre os Crocodylinae, machos só nascem entre 31 e 33 graus.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Los Angeles: O perigo esta em toda a parte - Geologia


LOS ANGELES: O PERIGO ESTÁ EM TODA A PARTE - Geologia



A última demonstração de força do mundo subterrâneo mostra que ele era menos conhecido do que se pensava e precisa ser melhor vigiado.


Terremotos não são novidade no Estado americano da Califórnia. Somente neste século, e apenas entre os que superaram o nível 6 da escala Richter (com força para derrubar paredes) foram dezoito tremores. Mas o que atingiu Los Angeles em janeiro passado foi diferente e acrescentou uma apreensão à angústia cotidiana no Estado. Isso porque veio de onde menos se esperava, da obscura falha de Frew, que é horizontal, e não vertical, como muitas outras que fraturam o subsolo californiano.
E nunca se havia registrado um terremoto originado nessa falha, fato que preocupou os sismólogos americanos. Eles perceberam que não adianta concentrar esforços num único foco de tensão, como vinham fazendo até agora. Aparentemente, há perigo em toda a parte, na Califórnia. "Crescemos acostumados com a idéia de que a ameaça viria da falha de San Andreas", diz o geólogo Kerry Sieh, da Universidade da Califórnia. Ele se refere à própria mãe das falhas, que rasga o subsolo a ponto de deixar marca à superfície de mais de 1 000 quilômetros.
Vigiada por um sem-número de cientistas, dia e noite, com os mais refinados instrumentos, ela acabou deixando à sombra outros acidentes subterrâneos. Agora, não apenas Sieh, mas diversos outros cientistas acreditam que é preciso dirigir a atenção para todo um emaranhado de falhas até agora desconsiderado. Estaria havendo uma proliferação de falhas na Califórnia, por meio de ramificações de outras? Algumas estariam acordando, tornando-se ativas após longo período de quietude? São perguntas sem resposta - que agora parece importante responder.
Afinal, o abalo gerado na falha Frew, a 15 quilômetros de profundidade, quase sob a cidade de Northridge, no Vale San Fernando (cerca de 30 quilômetros de Los Angeles), alcançou magnitude 6,6, causando a morte de umas 40 pessoas. Um imenso bloco de terra, com dimensão de dezenas de quilômetros, deslocou-se inteiro para o norte, em pelo menos 1 metro. Também elevou-se em alguns centímetros aumentando um pouco a altura do monte São Gabriel, na extremidade do Vale de San Fernando.
No total, a quantidade de energia estocada sob a terra pelas tensões geológicas, e liberadas durante o abalo, foi equivalente à da explosão de sete bombas atômicas como a que atingiu Hiroshima. A área de Los Angeles, comparada a outras partes da Califórnia, é particularmente rica em falhas horizontais - na verdade, inclinadas, esclarece o brasileiro José Berrocal, da Universidade de São Paulo, que diz se chamarem falhas de impulso. Em San Fernando, em 1971, uma delas produziu um terremoto de magnitude 6,6 que provocou a morte de 65 pessoas. Mas seja qual for o tipo das falhas, pouco se sabe sobre elas, nessa região. Elas poderiam estar sendo"alimentadas" por tensões da falha de San Andreas, que se desvia para leste e passa a 50 quilômetros de Los Angeles.
O abalo de janeiro foi o quinto a ocorrer ao norte da cidade, com magnitude acima de 5, desde 1987, diz a pesquisadora Lucy Jones, do instituto U. S. Geological Survey. Não é bom sinal, diz Jim Mori, da mesma instituição. Imaginava-se que a maior probabilidade de terremoto devastador, com magnitude acima de 8, estava na cidade de Parkfield, bem mais ao norte. Suas chances eram cotadas em 90%. Mas a credibilidade de tais números, após a demonstração da falha de Frew, caiu para perto de zero.

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O homem que colocou o infinito no bolso - Matemática


O HOMEM QUE COLOCOU O INFINITO NO BOLSO - Matemática



O alemão Georg Cantor, no início do século, desafiou o senso comum ao descobrir números que a imaginação matemática ainda não alcançava.


Desde que o homem aprendeu a pensar, poucos conceitos perturbaram tanto o seu espírito quanto o infinito. Um exemplo simples são os números inteiros: 1, 2, 3, 4, 5... e assim por diante. A seqüência nunca termina e não se pode imaginar um número que seja maior que todos os outros - era o que se pensava até o final do século XIX. O fato, porém, é que há números ainda maiores, como se além de um infinito houvesse outros. Esse paradoxo abalou o pensamento matemático e surpreendeu seu próprio autor, o matemático Georg Cantor (1845-1918). Filho de dinamarqueses, nascido na Rússia e radicado na Alemanha, sua pátria por adoção, Cantor era bastante conservador, dizem os histo-riadores.
Muito ligado à religião e de boa índole (chegou a matricular-se num curso de engenharia para satisfazer o pai), não tinha vocação para radical. Num único episódio fugiu à regra: quando propôs, na juventude, que a Igreja abandonasse o dogma da imaculada concepção (pelo qual a mãe de Cristo teria engravidado, continuando virgem). Assim, quando foi atacado por sua descoberta, defendeu-se dizendo sinceramente que fizera tudo para evitá-lo. "Apenas, não vejo como fugir dela", acrescentou. E estava certo. Seu método, claro como água, consistiu em comparar a lista dos números inteiros com as de outros números. Por exemplo, como os existentes entre 0 e 1, tais como 0,014828910... ou........... 0,999999273... E a comparação era feita como quem vis-toria uma sala de cinema: se não há cadeiras vazias e ninguém está de pé, é certo que o número de cadeiras é igual ao de pessoas. Caso contrário, será maior o número do que sobrar, cadeiras ou pessoas.
Com essa idéia em mente, Cantor emparelhou os números in-teiros com os números menores que 1 e constatou: depois de es-gotar a lista dos inteiros, ainda ha-- via menores que 1 a emparelhar. Concluiu que o número desses últimos - apenas entre 0 e 1 - era maior que o infinito número dos inteiros. Nem havia nome para tal quantidade, e coube a Cantor batizá-la. Chamou de álefe-zero ao conjunto de todos os inteiros - o "menor" dos infinitos. Vinha depois o álefe-zero mais 1, e por aí adiante, numa inimaginável hierarquia de infinitos. O mundo ficou pasmo, mas, como quase sempre acontece, grande parte do problema era simples falta de costume com uma idéia nova.
E, depois de assimilados, os métodos cantorianos se mostraram perfeitamente práticos e muito úteis. Apenas a título de ilustração, eles serviram de base à recente teoria dos fractais, que representa um notável avanço no conceito de dimensão. Uma casa tem dimensão 3 porque tem altura, largura e comprimento, e uma folha tem dimensão 2 porque só tem largura e comprimento. Mas há objetos difíceis de classificar - como os alvéolos pulmonares. Por serem ramificados como uma árvore, se diz que sua dimensão é fracionária - alguma coisa entre uma área e um volume - e é denotada por algum número entre 2 e 3. Isso, por si só, mostra que Cantor ajudou a ampliar os cálculos que a Matemática é capaz de fazer.
Ainda mais importante que esse lado prático, porém, foi uma mudança de fundo na maneira de ver os números. Curiosamente, o melhor caminho para entender a visão moderna é relembrar como os números eram usados na Pré-história - e ainda hoje são usados por pastores nômades que aprenderam a contar com seus ancestrais. Como não sabem dizer quantos animais têm, os pastores colocam pedrinhas numa sacola, uma para cada vaca que sai do curral. Assim, sabem que têm tantos animais quantas pedras há na sacola. Ou seja, quase se pode dizer que a sacola de pedras é o número - e que esses povos carregam seus números no bolso, em lugar de decorá-los.
Esse tosco sistema serve apenas para manter o gado sob controle. Mas é mais ou menos isso o que a Matemática moderna entende por número: uma espécie de comparação entre dois conjuntos - o conjunto de pedras e o de vacas, ou de qualquer outra coisa. É fácil perceber que, para contar os infinitos números entre 0 e 1, Cantor repetiu o procedimento daqueles pastores: a diferença básica é que, como pedras, ele usou os números inteiros. Sua sacola era infinita e suas pedras, abstratas, mas seu objetivo, desde o início, era compreender os números comuns. Ou, pelo menos, uma categoria rebelde de números comuns.
O exemplo clássico, conhecido desde a Antigüidade, é a raiz de 2. À primeira vista, é um número trivial, para todos os efeitos igual a 1,41. O problema é que 1,41 ao quadrado dá 1,9881 - e não 2, como deveria acontecer se fosse a raiz procurada. A resposta exata, na verdade, nunca poderia ser escrita, e o mesmo vale para a maior parte dos números entre 0 e 1 . Pelo simples motivo de que raiz de 2 tem infinitos algarismos. Existem fórmulas para se calcularem quantos algarismos se queiram. Por exemplo, com dez casas decimais, o número seria 1,4142135623. Mesmo assim, seu quadrado é 1,9999999997. Ainda não alcança o alvo, como se raiz de 2 fosse uma construção eternamente inacabada.
Esse fato perturbou profundamente os gregos antigos, que conheciam bem as frações, e muitas delas com infinitos algarismos, como 0,66666666... A diferença é que esse número pode ser abreviado na forma de uma razão: ele vale exatamente 2/3. No entanto, não há razão capaz de simbolizar a raiz de 2 e outros números. Daí porque foram chamados "irracionais", no século V a.C. (hoje, frações, inteiros e irracionais são todos englobados num só conjunto, o dos números reais). Não por acaso, por volta daquela época, o infinito começou a revelar suas arapucas aos filósofos e matemáticos. Uma das mais ardilosas foi montada pelo sábio Zenão (c.495-c.430 a.C.), morador da ilha de Eléia, no Mediterrâneo, que imaginou uma corrida fantástica entre Aquiles, lendário herói da Grécia, e uma lerda tartaruga.
Zenão mostrou que, se Aquiles desse uma vantagem à tartaruga, não poderia alcançá-la, por mais que corresse. O herói poderia ser, por exemplo, duas vezes mais rápido, e a vantagem, de um quarteirão. Assim, quando Aquiles percorresse o quarteirão, a tartaruga teria andado mais meio quarteirão. Continuaria à frente, portanto. Num segundo instante, Aquiles percorreria esse meio quarteirão, mas a tartaruga já teria avançado mais um quarto de quarteirão. Em resumo, como o animal é duas vezes mais lento, sempre avança metade da distância coberta pelo homem em cada instante. Sua vantagem cai sempre, mas nunca deixa de haver uma minúscula diferença entre os corredores.
Como Aquiles certamente venceria a tartaruga numa disputa real, esse paradoxo provocou grande celeuma na Grécia antiga e até hoje é discutido. O mais curioso, porém, é que a corrida simboliza uma soma infinita. Suas parcelas são as distâncias percorridas por Aquiles a cada instante, começando com um quarteirão, depois meio quarteirão e assim por diante. A conta fica assim: 1+1/2+1/4+1/8+1/16... Embora pareça impossível fazer tal soma, pois ela nunca termina - sempre se pode acrescentar mais uma parcela ao seu final -, os gregos já sabiam que seu resultado era simplesmente 2.
Ou seja, Aquiles ultrapassaria a tartaruga exatamente ao fim do segundo quarteirão - como, de resto, prevêem as equações da Física e qualquer teste prático pode comprovar. Isso de modo algum significou a derrota para Zenão, pois a soma é feita por meio de um artifício e não se pode dizer que seu resultado ajuda, de alguma maneira, a compreender o infinito. Mas ele abriu um caminho que os gregos posteriormente trilharam com sucesso. O grande nome nesse campo foi Eudoxo de Cnido (c.400-c.350 a.C.). Quase nada se sabe sobre esse matemático, mas ele parece ter feito muitas das descobertas que celebrizariam o seu povo.
É quase certo, por exemplo, que ele tenha realizado boa parte da obra que mais tarde Euclides de Alexandria (c.300 a.C) enfeixou num livro monumental, chamado Elementos. Também se acredita que ele seja autor do chamado método de exaustão, que se tornou a raiz da Análise moderna. Fundamental na Matemática moderna, a Análise lida justamente com os problemas que envolvem o infinito. O método de Eudoxo consistia em colocar figuras dentro de figuras. Por exemplo, um triângulo, depois dois triângulos menores, depois três ainda menores - e assim por diante, todos dentro de uma parábola. Dessa maneira, é possivel usar figuras conhecidas - os triângulos - para calcular uma área desconhecida, a da parábola.
Arquimedes de Siracusa (c.290-c.212 a.C.) foi o primeiro a usar o método de exaustão com rigor, 250 anos antes da era cristã. Conseguiu, assim, montar uma soma infinita: 1+ 1/4+1/16+... (Como se vê, não muito diferente da conta que resolveu a corrida de Zenão.) E, com ela, Arquimedes calculou a área da parábola, uma das mais importantes curvas geométricas. Tanto engenho mostraram os gregos que nos milênios seguintes pouco se acrescentou a seu trabalho, nesse campo. Para realmente avançar, os matemáticos precisavam descobrir fórmulas gerais - por exemplo, para calcular a área de qualquer figura. E não só de figuras especiais, como o círculo ou a parábola, dominadas no passado por artifícios sutis, que não são úteis em outros casos.
Esse passo começou a ser dado apenas na época do Renascimento e seria completado, por volta de 1700, pelo inglês Isaac Newton (1643-1727) e o alemão Wilhelm Leibniz (1646-1716). Com o cálculo infinitesimal, inventado por eles, surgiram fórmulas para o cálculo das mais variadas áreas e volumes, assim como o comprimento de curvas , entre muitas outras coisas. Em todos esses problemas, porém, persistiam os velhos fantas--mas do passado, especialmente as seqüências que nunca terminam, do tipo 1+1/2+1/4+1/8+1/16... Os matemáti-cos estavam avançando, mas às cegas, por assim dizer, como muitas vezes acontece em ciência.
Era como se soubessem somar seqüências infinitas de números, por exemplo, sem compreender muito bem o que estavam fazendo. O alemão Frie-drich Gauss, considerado o príncipe dos matemáticos, expressou as dúvidas dessa época, banindo da Matemática a própria idéia do infinito. O clima só ficou menos tenso depois que o francês Augustin-Louis Cauchy (1789-1857), criou o conceito de limite, um meio de dar significado a uma seqüência infinita. Segundo a idéia de Cauchy, não era certo dizer que 1+1/2+1/4+... era igual a 2, mas sim que essa soma tende a 2, sem nunca chegar a ele.
E o mais importante, dizia Cauchy, é que sempre será possível dizer quanto falta para chegar a 2. Basta fazer uma soma finita: por exemplo, 1+1/2+1/4 dá 1,75 e falta 0,25 para 2. Como num passe de mágica, então, o fantasma foi afastado, pois todas as operações, de fato, são feitas com quantidades finitas. Em lugar de dizer, por exemplo, que uma seqüência é infinita, se diz que é tão longa quanto se queira - quanto mais longa, menor a diferença com relação a 2, que pode ser tornada tão pequena quanto se queira. Pode parecer pouca coisa, mas, em Matemática, o rigor é crucial, o que significa eliminar toda e qualquer ambigüidade. E isso se obteve a partir do trabalho de Cauchy.
A idéia de limite é ainda a base da visão moderna sobre o cálculo supe-rior e de outros temas ligados à Análise. Desde então essa idéia vem sendo aprimorada, inclusive por meio das teorias de Cantor. Pode parecer que os números infinitos não têm nada a ver com o resto da Matemática, mas não é assim. Afinal, os números estão por todo lado. Vale a pena acompanhar, por exemplo, a comparação feita por Cantor entre reta e plano (que se podem imaginar como uma linha e uma folha de papel, respectivamente). A dúvida é a seguinte: se tanto a reta quanto o plano são conjuntos de pontos, qual deles tem mais pontos? À primeira vista, é a reta, pois é só uma fila indiana, um ponto atrás do outro. Já o plano, que contém infinitas retas, faz pensar numa figura muito maior.
Mas ambos têm o mesmo número de pontos, por mais que o senso comum afirme o contrário. Novamente, a prova dos noves consiste em casar os elementos dos conjuntos: cada ponto da reta com cada ponto do plano. E Cantor mostrou como fazer isso, também nesse caso, verificando que não havia pontos solteiros, fosse na reta ou no plano. (Naturalmente, "emparelhar" e "casar" são termos leigos; tecnicamente, se diz que há uma relação "de um para um" quando há um elemento de um conjunto para cada elemento do outro. O casamento é perfeito. Caso contrário, a relação é de "um para muitos").
Para finalizar, é preciso dizer que a teoria de Cantor não resolveu por completo os problemas básicos sobre o infinito. Para citar um único exemplo, talvez o mais importante, ele foi incapaz de dizer qual seria o número dos números reais - que ele havia provado serem em maior quantidade que os inteiros. Mas em que proporção? Se o número dos inteiros é álefe-zero, qual será o número infinito dos números reais? O matemático alemão David Hilbert (1862-1943), homenageado como o maior deste século, pensou ter provado que seria 2 elevado a álefe-zero. Cantor, pessoalmente, se inclinava fortemente para esse resultado, mas a prova não se sustentou.
Mas é claro que seria injusto, por isso, esquecer as notáveis contribuições que ele deu a inúmeras partes da Matemática. E, acima de tudo, a criatividade que demonstrou em tratar da mais difícil entidade do raciocínio, o infinito. O filósofo francês Blaise Pascal (1623-1662) definiu sua atitude dizendo: "O eterno silêncio desses espaços infinitos me enche de pânico". Mas a réplica entusiasmada de Hilbert parece mais apropriada ao sentimento moderno: "Que ninguém seja capaz de nos tirar do paraíso que Cantor criou para nós".

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Diabete, a armadilha do açúcar - Medicina

DIABETE, A ARMADILHA DO AÇÚCAR - Medicina



Trezentos milhões de pessoas, no mundo inteiro, devem evitar os alimentos doces, capazes de lhes provocar amargos problemas de saúde. Sem um rígido e permanente controle, eles podem provocar até a morte.


Seis em cada 100 pessoas, na face da Terra, são diabéticas - e metade delas nem sabe disso. Suas células morrem de fome em meio de fartura - ou seja, são banhadas por um sangue riquíssimo em glicose, sua principal fonte de energia. Mas, por ironia, não conseguem absorver o nutriente, porque os portões de suas membranas permanecem fechados. A chave capaz de abri-los foi perdida para sempre ou não se encaixa mais direito. Trata-se do hormônio insulina, que parou de ser produzido pelo pâncreas, no caso de quem sofre do chamado diabete tipo 1 ou juvenil. Ou, então, a insulina continua sendo secretada por essa imensa glândula, situada transversalmente no abdome superior, mas suas moléculas tornaram-se defeituosas e não conseguem mais cumprir perfeitamente sua tarefa. Isto ocorre no diabete tipo 2 ou senil . Na realidade, as duas formas do distúrbio, quando mal controladas, podem ter conseqüências fatais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o diabete como a terceira principal causa de morte em todo o mundo. A primeira são os problemas cardiovasculares e a segunda, o câncer. No entanto, a OMS poderá rever, ainda este ano, essa colocação. Pois a maioria dos diabéticos descuidados ou que não sabem estar doentes morrem por causa de infartos e derrames cerebrais, engrossando as estatísticas dessas moléstias. "Portanto, é provável que muitas das vítimas de doenças cardíacas, que são as primeiras colocadas, tenham na realidade morrido de diabete. O infarto seria apenas um mal decorrente do controle inadequado", exemplifica o endocrinologista Fadlo Fraige Filho, médico do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Atual presidente da Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD), Fraige Filho revela que, no Brasil, 8% da população é diabética: "É muita, muita gente", diz ele, em tom preocupado. De fato, são em torno de 11 750 000 pessoas. Dessas, cerca de dois terços - ou seja, um exército de quase 7 834 000 brasileiros - desconhecem a ameaça. Não desconfiam que estão doentes.
"O diabete é mesmo silencioso", explica Fraige Filho. "Não dói, não provoca reações estranhas. Estudos recém-publicados mostram que, quando a pessoa nota algo de errado, o problema já tem, em média, sete anos de evolução." Durante esse período, as células beta do pâncreas, produtoras da insulina, foram paulatinamente arrasadas pelo sistema imunológico e o embrião de algumas complicações decorrentes desse ataque também já surgiu. Aliás, complicação é uma palavra que vira-e-mexe se pronuncia, ao se falar em diabete. Este é o que os médicos chamam de síndrome: em vez de uma doença única, trata-se de um conjunto de encrencas, pipocando em todo canto do organismo. Alto, forte, de bigodes, o presidente da ANAD, há mais de dez anos, não mede esforços para alertar as pessoas. Seu alvo são, principalmente, filhos, irmãos e netos de diabéticos, que deveriam fazer até dois exames de sangue anuais, para confirmar se herdaram ou não a doença. Fraige Filho caminha até a sala vizinha ao consultório - um ambiente meio local de exames, meio biblioteca, em que a cama para pacientes se encontra cercada de prateleiras de livros. Ali, seleciona alguns volumes. Experiente, abre nas páginas certas e inicia uma longa aula sobre como a glicose acumulada no sangue vai provocando graves problemas. Isso, bem entendido, apenas no caso dos diabéticos que não controlam a sua saúde. "O diabete é peculiar, à medida que a vítima pode definir o seu destino", diz o médico. E aponta:
-O coração do diabético desleixado padece porque a pessoa apresenta uma tendência muito maior para formar os temidos ateromas, placas endurecidas, nas paredes dos grandes vasos sangüíneos, aumentando a chance de infartos.
-Os nervos acabam danificados. Parte da glicose retida no sangue se transforma em sorbitol, uma espécie de álcool tremendamente irritante para as terminações nervosas. Daí, a pessoa pode ter reações que vão desde a impotência sexual a paralisias faciais e dificuldades motoras.
-As paredes dos pequenos vasos, por sua vez, vão ficando mais e mais espessas, diminuindo o espaço interno para o sangue fluir. Isso somado aos danos nos nervos torna os pés um ponto frágil. Eles costumam formigar e perder a sensibilidade - deixam de perceber dor ou calor. Por isso, machucam-se ou sofrem queimaduras com facilidade. E, quando isso acontece, a parca irrigação sangüínea não transporta matéria-prima o bastante para cicatrizar os tecidos. As feridas ficam muito tempo abertas. Resultado: 90% dos casos de amputação, devido a gangrenas, são de diabéticos.
-Os rins dos diabéticos são outro caso sério. As membranas dos glomérulos, que funcionam como minúsculos filtros de sangue, também vão engrossando. Pouco a pouco, então, os rins perdem sua capacidade de trabalho. O líquido e substâncias que seriam eliminados na forma de urina começam a se acumular na corrente sangüínea, causando hipertensão arterial.
- O diabete é a principal causa de cegueira no mundo. Os microvasos que atravessam a retina, no fundo dos olhos, ficam enfraquecidos e, se a pressão sangüínea se eleva, acabam se rompendo. Forma-se um pontinho de sangue no local do derrame, que depois é coberto por um tecido de cicatriz. Ali, naquele ponto, não se enxerga. Com o passar do tempo, de pontinho em pontinho, aproximando-se entre si, a visão se torna turva. Até a pessoa ficar completamente cega.
Segundo Fraige Filho, essas complicações, que são as mais comuns, ocorrem em sete de cada dez diabéticos que não tomam os devidos cuidados para manter a glicemia normal, isto é, a quantidade de glicose adequada no sangue. Aqueles que se descuidam por desconhecer o seu problema são parentes de diabéticos, salvo raríssimas exceções. "Não é diabético quem quer, mas quem pode", ensina o médico Leão Zagury, professor da Pontifícia Universidade Católica, no Rio de Janeiro. "O diabete é herdado pelos genes", explica. Mas filho de diabético nem sempre diabético é. "A pessoa nasce com a tendência, que pode ser disparada ou não por fatores ambientais."
Os gatilhos para o diabete têm, em comum, a péssima mania de sobrecarregar o pâncreas. Um deles é o estresse contínuo, estado em que as glândulas supra-renais, situadas sobre os rins, liberam superdoses de adrenalina. Este hormônio, que faz acelerar o coração, tem a capacidade de liberar no sangue a glicose estocada no fígado e nos músculos. Para compensar essa liberação, o pâncreas se esforça a fim de produzir quantidades extras de insulina. Algo semelhante ocorre na obesidade: quanto mais gordura no organismo, mais insulina ele necessita, levando o pâncreas à fadiga. Certas infecções também disparam o diabete. Outro exemplo, ainda, é o de mulheres que passaram por multiplas gestações: o aumento da massa corporal, em cada gravidez, foi acompanhado pelo pâncreas, que aumentou suas secreções de insulina, na mesma proporção. "Existem mulheres que desenvolvem o que chamamos de diabete gestacional", explica Zagury. "Seu organismo fica diabético, enquanto espera o filho. Depois do parto, porém, a produção de insulina volta ao normal."
Durante os nove meses de gravidez, essa diabética temporária deve tomar os mesmos cuidados de uma pessoa com diabete tipo 1 ou 2. "A saúde dessa gente é apoiada em um tripé: dieta, exercícios e medicamentos", diz Zagury. "Com isso, é possível evitar todas aquelas doenças provocadas pela taxa de glicose elevada." O cardápio de um diabético só não dá direito à sacarose - em outras palavras, mel, açúcar branco e açúcar mascavo. "A sacarose se transforma rapidamente em glicose no organismo", justifica o especialista. Apesar da avalanche de produtos dietéticos nas gôndolas dos supermercados, o diabético ainda não é um consumidor bem atendido. Alguns desses produtos, ditos diets, contêm menos gorduras, mas não estão isentos de açúcar. Servem apenas para regimes de emagrecimento. Afora situações em que o diabético fica sem opção - as gentis aeromoças, por exemplo, sempre oferecem um cafézinho já adoçado, após a refeição a bordo.
Estudos recentes apontam que uma colherzinha ou outra de açúcar, de vez em quando, não faz mal ao organismo do diabético bem comportado, que vive controlando a sua glicemia. "Acho, porém, que dar uma pequena mordida em um doce, e ter de parar por ali, provoca mais frustração do que prazer. Por isso, não compensa", opina Zagury. Não quer dizer que o diabético viva sem açúcares: ele pode usar e abusar da frutose, que adocica as frutas. Especialmente, antes das sessões de ginástica, recomendadas pelos médicos: "Os exercícios são a insulina dos pobres", brinca Zagury. "A atividade física tem o mesmíssimo efeito desse hormônio. Isto é, por causa de uma série de substâncias liberadas durante a ginástica, os receptores das células se abrem para a entrada da glicose que estava no sangue."
O terceiro e último mecanismo de controle são os comprimidos que incrementam a atividade do pâncreas - usados no diabete tipo 2 - e as injeções de insulina. Zagury se recorda da avó, dona Sarah, que era diabética. Menino, ele aprendeu o jeito certo de aplicar as injeções do hormônio, só de observar a matriarca da família, que vivia em Macapá, capital do Amapá. "Vim para o Rio de Janeiro para estudar Medicina, que era a vontade do meu pai", conta. "Desde que me formei, há 25 anos, me dedico aos diabéticos, talvez por influência dessa avó querida." Endocrinologista, ele defende, com unhas e dentes, que o tratamento do diabete merece se tornar especialidade médica: "Na Argentina e nos Estados Unidos, por exemplo, já existe o diabetólogo. Nada mais adequado, porque o médico que atende um diabético deve entender de cardiologia, dermatologia e uma série de outras áreas, para analisar as possíveis complicações. Enfim, não basta ser um expert em glândulas e hormônios."
Junto com a mulher, a pedagoga Tania, de quem é fã incondicional, Zagury escreveu, há dez anos, um livro para orientar seus pacientes: "Eles precisam conhecer tudo o que se passa com o seu organismo, para entender a importância da disciplina", postula. O cotidiano de um diabético não é simples. Ele toma, no mínimo, quatro picadas por dia: duas para medir a glicose no sangue e duas para injetar insulina. "Felizmente, nos últimos cinco anos, vêm surgindo agulhas de espessuras cada vez mais finas, praticamente indolores", comenta Zagury.
Mas o melhor motivo para se comemorar é a divulgação, em novembro do ano passado, de uma colossal pesquisa sobre o controle da doença, patrocinado pelo Instituto Nacional do Diabete, nos Estados Unidos. O chamado DCCT (sigla em inglês para "estudo de complicações clínicas do diabete"), acompanhou mais de 1 500 dia-béticos durante nove anos. Os voluntários adotaram uma disciplina rigorosíssima. Tinham de medir a glicose do sangue, seis vezes por dia. O resultado, animador, é que esse controle praticamente elimina o aparecimento de complicações. A incidência de cegueira diminuiu 76%.
"De certo ponto de vista, as injeções de insulina nunca substituíram a função do pâncreas normal", explica o infectologista mineiro Marco Antonio Vitória, assessor médico da Biobrás, empresa produtora do hormônio. "A glândula, afinal, está sempre dosando a glicose no sangue, graças a receptores especiais. E assim regula uma quantidade adequada de insulina para cada instante. Já a injeção contém sempre aquela mesma dose prescrita pelo médico, não importando o momento." Até a publicação do DCCT, os especialistas costumavam receitar somente duas injeções diárias - uma pela manhã e outra à tardinha ou à noite. Agora, eles podem mudar de opinião. Em geral, o diabético utiliza um coquetel, misturando insulina regular e de ação prolongada. A primeira, de ação rápida, começa a fazer efeito cerca de meia hora depois da aplicação, sendo indicada antes das refeições. Já a insulina de ação prolongada serve para manter uma boa média de glicemia, no decorrer do dia. "Essa é a questão: antes a gente acreditava que bastava o diabético ter uma taxa de glicose próxima da normal", diz Vitória. "Agora, sabemos que o melhor mesmo é manter a taxa normal. Para isso, é preciso analisar o sangue várias vezes por dia. E, de acordo com esses resultados, ir aplicando doses pequenas de insulina, adequadas para aquele instante. "
Os cientistas ainda buscam formulações de insulina que dispensem a seringa - por enquanto, não tiveram muito sucesso. O hormônio não pode ser ingerido, por exemplo, porque seria aniquilado no estômago, órgão especializado em picotar moléculas de proteína. A mucosa do intestino, por sua vez, é capaz de variar a absorção dessa substância, conforme as circunstâncias - e como a insulina precisa ser administrada numa quantidade exata, a idéia dos supositórios terminou descartada.O projeto mais promissor é o da insulina nasal. "As primeiras experiências não foram boas, porque os cílios, encarregados de varrer impurezas que entram pelo nariz, terminavam expulsando as moléculas de insulina, com seus movimentos", explica Vitória. "Mas, agora, os pesquisadores querem dar um jeito de combinar o hormônio com alguma substância que possa paralisar esses cílios por alguns instantes."
Outra linha de pesquisa procura desenvolver pâncreas artificiais. Alguns diabéticos nos Estados Unidos e na Europa experimentam um equipamento, do tamanho de um rádio de pilhas, preso na barriga, na altura da cintura. Uma agulha retira amostras de sangue para verificar a glicemia; outra, então, injeta a insulina, em dose sob medida. "O problema é que essas agulhas, às vezes, entopem", aponta Vitória. Uma cirurgia de transplante de pâncreas, de seu lado, não resolveria o problema do diabético - seu sistema imunológico continuaria atacando o órgão novo e a doença voltaria depois de certo tempo.
Mas cientistas americanos tentam uma alternativa: o chamado pâncreas bio-híbrido. Eles rechearam um tubo com células beta. Só que o revestimento, uma membrana semipermeável, permite a passagem da glicose e impede a entrada das vorazes células imunológicas. Assim, as células beta ficam protegidas e conseguem liberar insulina. Os especialistas, porém, consideram a criação de exames preventivos tão importante quanto o surgimento de um pâncreas artificial. Nesse sentido, o diabete tirou proveita da pesquisa da Aids. A melhor compreensão do sistema imunológico tem conduzido à identificação de marcadores - substâncias que, uma vez encontradas no sangue, denunciam o início sorrateiro da doença.

Sinais de alerta

Se o pâncreas não produz insulina em quantidade suficiente ou se, por algum motivo, esse hormônio deixa de atuar direito, surgem os sintomas do diabete:
Vontade freqüente de urinar: quando há mais de 170 miligramas de glicose por decilitro de sangue - o que é um grande acúmulo -,os rins passam a trabalhar dobrado. Tentam retirar esse excesso pela urina.

Sede exagerada: para produzir mais e mais urina, os rins começam a extrair água de todos os tecidos do corpo. O líquido precisa ser reposto nesse organismo ameaçado de desidratação. Por isso, o cérebro aciona a sensação de sede.

Aumento de apetite: o cérebro também dispara a fome, estimulando a pessoa a comer. Nota que falta energia para as células, como se a pessoa estivesse em inanição. Na verdade, fonte de energia é que não falta, ou seja, glicose. Mas a substância está retida no sangue e isso o sistema nervoso não percebe.

Cansaço constante: se, no final das contas, apesar de fazer todas as refeições a que tem direito, o organismo não consegue usufruir adequadamente a energia dos alimentos, é natural que a pessoa mostre sinais de fadiga, como sonolência e dificuldade de prestar atenção.

Infecções de pele: as células do sistema imunológico ressentem-se da diminuição de energia e perdem sua eficiência. A pele, como está exposta a todo tipo de germe, é uma das primeiras a sofrer com a queda das defesas, apresentando micoses e furúnculos. Eventuais feridas também demoram mais para fechar, porque o sangue transporta menos substâncias cicatrizantes.

Distúrbios de pressão: a pressão sangüínea pode se comportar como uma gangorra. Ora se eleva, pelo excesso de glicose diluída no sangue. Ora despenca, porque o volume maior de urina seqüestra, carregando para fora do corpo, uma série de sais minerais, importantes para manter a pressão em níveis mínimos aceitáveis.

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O clima esta mudando? - Meteorologia

O CLIMA ESTÁ MUDANDO? - Meteorologia



Se há uma pergunta que não sai da cabeça dos meteorologistas e cidadãos comuns atualmente, é: o que acontecerá com o clima do planeta no pró-ximo século? Haverá um supera-quecimento da Terra? Ou um des-tempero total, com calor no inverno e frio no verão? A seguir, alguns dos fatos que sugerem o início dessas mudanças, e os dados básicos, cruciais para se entender o mundo do clima.


No começo do ano no Rio de Janeiro, quando o calor costuma ser sufocante, uma cena inusitada virou notícia na imprensa carioca. É que o dono do restaurante Vice Rey, na Barra da Tijuca, teve que tirar as teias de aranha da lareira, construída para acalentar uma eventual noite de inverno, e acendê-la pela primeira vez em 18 anos porque fazia frio na cidade. Moderados 17°C, é verdade, mas o fato chamou a atenção porque, afinal, era pleno verão no Rio. Ao mesmo tempo, em São Joaquim, Santa Catarina, termômetros instalados no solo marcavam abaixo de 0°C, na pior onda de frio fora de época desde 1971.
Destemperos desse tipo ocorreram em todo o mundo. A região de Medina, no interior da Arábia Saudita, onde os invernos são geralmente suaves, enfrentou inéditos graus negativos e neve, nos dois últimos anos. Nos Estados Unidos, caíram os recordes históricos de temperatura em nada menos que seis cidades. Há 119 anos Nova York não via a marca de -20°C, e a de Washington (-22°C) foi a menor desde o início do século. Outros recordes: Columbus, Pittsburgh e Louisville (-30°C) e Indianápolis (-33°C). Diante disso, é natural perguntar se o tempo não estaria ficando louco. Há mesmo quem pense que as instabilidades são o prenúncio de um novo mundo: a Terra do século XXI, cujo clima seria radicalmente diferente do de hoje.

A possibilidade de uma transição climática é assunto freqüente nos jornais e na televisão, mas muito pouco se sabe sobre ela. E seria prematuro afirmar que já estaria começando. Primeiro, porque não é claro se está sendo causada por problemas bem conhecidos: emissão de gases tóxicos pela indústria; desnudamento do solo após o corte das matas; a redução das próprias matas; o endurecimento do solo devido ao plantio; além de muitas outras práticas canhestras da civilização. Embora tudo isso seja perigoso para o planeta, não se sabe exatamente até que ponto pode alterar o regime climático. A verdade é que não se conhece bem os mecanismos do clima: é difícil determinar se uma temperatura mais alta é uma anomalia "normal", ou se é indício de uma transformação geral. É o que previu, há pouco, um supercomputator Cray YMP8/864, do Centro Metereológico de Bracknell, em Londres. Com capacidade de análise um milhão de vezes maior que a humana, ele pintou um quadro apocalíptico para depois da virada do milênio. O superaquecimento do globo irá realmente acontecer, com secas no sul da Europa e centro dos Estados Unidos; deslocamento das chuvas para os pólos; as calotas polares, desprendendo-se e descongelando-se, elevarão o nível e a temperatura dos oceanos. Onde há frio e chuva, hoje, haverá calor e seca, ou vice-versa. Será? Talvez, diz o pesquisador Paulo Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, SP. Ele acredita que, hoje, os fenômenos apresentam mudanças mais bruscas que em passado recente. "Saímos de calor intenso para frio rigoroso em pouquíssimo tempo." E oscilações súbitas são suspeitas, concorda Prakky Satyamurti, também do INPE. "Embora não esteja confirmado que viveremos um novo modelo de clima, a possibilidade me assusta." Esses pesquisadores colocam bem o problema. Em resumo, é certo que, se houver transição, ela será precedida de oscilações no clima; também há sinais de atribulações nos fenômenos, atualmente; o problema é que não há garantia de que estas últimas sejam prenúncio de um novo regime no planeta. A cidade de São Paulo fornece um bom exemplo.
Há 50 anos, a cidade era bem mais fria. A temperatura média mínima do inverno, por exemplo, ficava perto de 9,7ºC. Mas ficou em 12,1ºC no ano passado, quando praticamente não houve frio. No dia 4 de julho, apesar de ser inverno, a capital alcançou 28,9ºC - 1,8ºC a mais que no verão propriamente dito, em dezembro de 1993. E essa mudança não começou agora. Nos últimos dez anos constata-se um aumento de até 2°C na cidade. "A alteração parece mínima, mas não é", ensina Neide Oliveira, do 7.º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em São Paulo. O aumento é maior que o da média da Terra, que desde 1942 subiu de 0.5ºC a 1ºC, conforme o World Climate Research Program, dos Estados Unidos. Apesar disso, não se pode dizer que a alteração em São Paulo tenha maior significado. Seria preciso observar as mudanças ao longo de muitos anos para se ter certeza, afirma o meteorologista Luís Cavalcanti, do INMET de Brasília.
"O clima não muda em menos de 200 anos." A atmosfera é um corpo que se auto-regula, acrescenta Cavalcanti. Por isso ,quedas ou aumentos de temperatura em alguns lugares são normais. "O panorama desenhado pelo supercomputador londrino é pura ficção científica. Embora calcado em um modelo matemático, o resultado não é confiável."
Nem todos os cientistas e meteorologistas pensam da mesma maneira. Na dúvida, é melhor ter cautela e, acima de tudo, disposição para estudar e conhecer melhor o clima.

Quem sabe um dia, quando vier a conhecer melhor a atmosfera, o homem possa manipular o clima, em vez de apenas falar sobre ele. Essa ironia do escritor americano Isaac Asimov não é inteiramente justa. Muito já se aprendeu e a muito custo sobre o sistema incrivelmente complexo que é o envelope de gases da Terra. O problema é que, para entender o que provoca secas devastadoras ou chuvas torrenciais, ainda é preciso saber muito mais.
A atmosfera além de invisível é feita de gases, ou seja, matéria que não se pode pegar com as mãos. Mas pesa 5 500 bilhões de toneladas e, embora 90% dela esteja abaixo de 10 quilômetros, se eleva, muito rarefeita, até 1 000 quilômetros de altitude. Trata-se de uma mistura principalmente de nitrogênio, que perfaz 78,1% do volume total, e oxigênio, com 20,95% do total. Há muitos outros componentes gasosos, como argônio, neônio, hélio, criptônio, xenônio e hidrogênio, assim como diversas partículas em suspensão, como fumaça, sal, pólens, areia e cinzas vulcânicas.
Com exceção do argônio (0,9%), suas quantidades são minúsculas. Quantidade, porém, não é tudo: o dióxido de carbono tem influência decisiva sobre a saúde do planeta - é apontado como um dos principais responsáveis pelo efeito estufa que parece estar elevando a temperatura. No entanto, existe na proporção de apenas 0,03%. Ele é particularmente eficaz em reter calor (ou radiação infravermelha, mais precisamente) que o solo emite para o espaço após receber a energia da luz solar. O ozônio, por sua vez, é bom absorvedor de radiação ultravioleta, emitida pelo Sol em menor proporção que a luz, mas altamente energética e prejudicial à vida. Assim, apesar de haver bem pouco ozônio, ele confere uma proteção essencial (é difícil avaliar a concentração de ozônio: se a atmosfera fosse colocada num tubo de 8 quilômetros de comprimento, a camada de ozônio ocuparia 0,3 centímetros do tubo). Já o vapor de água tem papel decisivo nos fenômenos chuvosos. Com um detalhe curioso: sua quantidade na atmosfera não é fixa, pois quando há excesso, simplesmente chove. A chuva, de certo modo, é um meio de a atmosfera enxugar-se, livrando-se de água excedente.
Basicamente, a chuva está estreitamente ligada à temperatura - e controlar esta última é uma das mais importantes missões do envelope gasoso da Terra. É que o envelope atua como um termostato, regulando o calor que a superfície terrestre recebe e emite. A troca de calor, por sua vez, provoca o movimento das massas de ar, que podem conter maior ou menor quantidade de vapor. Assim, elas determinam, em cada região, se vai ou não haver precipitações. As mudanças térmicas são uma constante ao longo dos quase 1 000 quilômetros de espessura da atmosfera. A temperatura sobe e desce, descrevendo uma linha em ziguezague a partir da camada mais próxima da superfície, a troposfera, onde certamente nascem todas as mudanças climáticas. De modo geral, a temperatura diminui 6,4 graus a cada quilômetro de altitude. Mas quando chega ao topo da troposfera, começa a aumentar com a altura. Isso ocorre na estratosfera, no alto da qual há nova inversão. Isto é, a temperatura passa a diminuir com a altura, indicando uma nova camada, a mesosfera. Chega a cerca de 100°C negativos - apenas para elevar-se até os 500°C na termosfera. Esse zigue-zague depende da quantidade de radiação que cada camada gasosa absorve do Sol e remete à de baixo - onde se-rá filtrada ou processada por gases como ozônio, dióxido de carbono e vapor de água.
É na troposfera que esse processo influencia o clima. Perto dos pólos, essa camada tem de 8 000 a 10 000 metros de espessura, contra 15 000 a 18 000 no equador. Contém mais de 75% do peso total do ar; quase toda a umidade; e a maior parte da poeira. Assim, toda essa massa se põe em movimento sob a ação do Sol. Quando ela se aquece, o ar fica um pouco mais rarefeito e se expande. Ele sobe até as camadas mais altas e geladas da troposfera e esfria à medida que ganha altura. É possível "ler" esse fato nos barômetros, que medem a pressão do ar: geralmente, onde o ar sobe a pressão na superfície diminui. É o que muitas vezes se observa logo antes de começar uma tempestade.
Essas diferenças térmicas favorecem o deslocamento das massas de ar, tanto no sentido vertical quanto horizontal. Há por isso um intercâmbio vital entre o equador e os pólos. Em suma, a máquina do clima é fruto de um complexo trabalho de equipe. O Sol produz o combustível - a luz - que coloca em marcha a engrenagem. Parte da energia chega ao solo e volta para a atmosfera, que atua como um laboratório para os fenômenos atmosféricos.
Nem sempre a combinação é tranqüila. O tempo, às vezes, se torna violento, a ponto de fazer pensar que Deus está de mal com o mundo. A expressão maior do suposto mau humor divino, dizem os índios do Caribe, é o furacão - Hunrakén, o deus das tormentas. De fato, os furacões são comuns nas proximidades do equador, como é o caso do Caribe. No verão e no outono, massas quentes, repletas de vapor, elevam-se sobre os ocea-nos e liberam calor. O ar gira em espiral para formar um anel de nuvens altas. Afinal, o va-por tende a voltar ao estado líquido e se condensa. Isto é, forma blocos - que são as gotas- e já não pode manter-se no ar. A chuva, então, despenca numa torrente chamada furacão.
O centro do torvelinho chama-se olho, com um di-â-metro de 6 a 40 quilô-metros. Aí, a pressão é baixa, o vento suave, o ar quente e úmido. Fora, o ciclone arrasa tudo. Gerado sobre o oceano, o furacão morre quando avança para o continente e sai dos trópicos. Ao lado de fenômenos como tormentas ou tornados, ele revela, de modo simples e impressionante, porque é tão difícil manipular essa máquina vasta e complexa a que se deu o nome de clima.

O Sol é mais uma estrela entre os milhões que queimam na Galáxia. Mas, como está comparativamente próxima, tem 1 390 473 quilômetros de diâmetro e temperatura acima de 6 000°C, na superfície, serve de motor para os movimentos que animam a face dos planetas à sua volta. Durante séculos, boa parte das relações entre a Terra e o Sol não era bem compreendida. Não foi fácil, por exemplo, explicar as estações, causadas por uma inclinação de 23,5 graus do globo terrestre (ele às vezes expõe ao Sol o Hemisfério Norte, outras vezes o Hemisfério Sul). Não se suspeitava disso até o século XVI, quando Copérnico formulou a teoria de que a Terra gira ao redor do Sol, e não o contrário. Vê-se, por aí, como foi longo o caminho para se compreender por que e como o Sol influencia o clima. Embora muito perto, comparado a outras estrelas, o Sol está muito longe da Terra - 150 milhões de quilômetros - para os padrões humanos. Além disso, devido a essa mesma distância, a Terra capta ínfima parcela de toda a energia que os astro-rei espalha em todas as direções: 2 milésimos de 1 milionésimo do total. O que vale é que isso basta para manter a casca terrestre a uma temperatura média de 14 graus. Mais ainda: se retivesse toda a energia recebida, o planeta torraria e os organismos vivos desapareceriam. Por isso, a natureza também providenciou um mecanismo para manter o necessário equilíbrio: parte dos raios solares, quando incidem na atmosfera, são refletidos para o espaço, como se batessem num espelho. Uma terça parte da energia solar, dessa forma, nunca chega a penetrar no ar. Dos dois terços restantes (cerca de 67%), parte fica retida nas diferentes camadas atmosféricas; de modo que somente 45% chegam à superfície.
Dito isto, é importante perceber que a energia sempre faz uma viagem de ida e volta: depois que chega ao planeta, este volta a irradiá-la para o espaço, em quantidade exatamente igual à que recebera. É porque devolve energia que a Terra não se aquece demais. A única diferença é que a energia caminha na forma de luz, entre o Sol e a Terra, e na forma de radiação infravermelha, da Terra para o espaço vazio (apenas a energia refletida, como num espelho, preserva a forma de luz). Isso é fundamental, pois o ar deixa entrar a luz mas tende a reter o infravermelho, contribuindo para esquentar certa região. O ar sobre os pólos, por exemplo, tem pouco vapor de água, que é bom absorvedor de infravermelho. Assim, a energia, ao ser irradiada, não encontra obstáculo: perde-se no espaço e não ajuda a elevar a temperatura.
Nas zonas equatoriais ocorre o contrário: como contêm dez vezes mais vapor que os pólos, armazenam melhor o calor. O ajuste dessa defasagem térmica é feito pela circulação geral atmosférica: as massas de ar deslocando-se de um ponto para outro transportam calor junto com elas. E esse intercâmbio se dá entre o ar quente das latitudes tropicais e o ar frio das latitudes polares.
Em princípio, para restaurar o equilíbrio, bastaria que o ar quente dos trópicos fluísse verticalmente até os pólos. Os trópicos perderiam calor -que o ar deixaria nos pólos, voltando frio ao ponto de partida. Essa proposta de circulação foi realmente feita, em 1735, pelo cientista inglês George Hadley (1685-1768). Mas provou ser inviável porque a Terra não está imóvel, ela gira. E a rotação, devido a um complicado componente da gravidade - chamada força de Coriolis - entorta os ventos, por assim dizer. Sempre que o ar tende a correr de norte para sul, por exemplo, é obrigado a dobrar na direção leste-oeste. Por isso, não há caminho direto do equador para o pólo ou vice-versa. No caso dos ventos de direção norte-sul, as trajetórias são elípticas ou concêntricas. As primeiras ocorrem nas zonas de alta pressão, ou anticiclones. As segundas ocorrem nas zonas de baixa pressão, chamadas ciclones.
O encontro entre massas de ar dos pólos e do equador é que gera frentes frias ou quentes. Dependendo de como se formam, as massas de ar são úmidas ou secas: sobre os oceanos, são úmidas; sobre os continentes, secas. Os ventos alísios, por exemplo, sopram dos trópicos para o equador, convergindo para a franja equatorial. Assim, provocam a chamada zona de convergência intertropical, uma das áreas mais chuvosas do planeta. De fato, nela se encontram as matas equato-riais e florestas chuvosas, seja na Ásia ou na América do Sul.
Numa situação inversa, nos continentes em que há pouca penetração de vento marítimo equatorial, pode haver forte carência de água. No deserto tropical, chega-se a um limite: menos de 100 milímetros anuais, comparados aos 1 500 a 2 000 milímetros de chuva carregados pelos ventos alísios. Esse sistema de circulação geral é vital para a saúde do planeta, pois influi decisivamente sobre a vida dos organismos e dos ecossistemas, que, por tabela, volta a a mexer com animais e plantas.

A maior parte da umidade da Terra, como não podia deixar de ser, encontra-se nos oceanos: eles ocupam 70,8% da superfície e respondem por 84% da água atmosférica. Os raios solares evaporam água oceânica, assim como dos mares, rios e lagos. Por ser mais leve que o ar, o vapor vai para as camadas altas da atmosfera, mas só permanece no céu enquanto houver calor. A capacidade da atmosfera não é ilimitada: se ela concentra vapor em demasia, ocorre saturação, que se traduz em ar carregado de chuva em potencial.
Pode-se avaliar o grau de umidade em números. Basta dividir a quantidade de vapor contida em certo volume de ar pelo máximo valor admissível. A regra é: quanto maior a temperatura, mais vapor pode haver. O resultado é uma porcentagem que mede a umidade relativa do ar: em Brasília, no inverno, che--ga-se a um limite - 12% - em que o corpo hu-mano começa a ser prejudicado pela falta de umidade. O inverso ocorre quando o ar está saturado, com 100% de umidade. O ar, então, fica à beira de uma mudança em grande escala, pois é incapaz de admitir mais vapor. Imagine-se que, por algum motivo, haja uma pequena redução na temperatura: como a umidade já estava no máximo, parte do vapor é forçada a passar para o estado líquido, em minúsculas partículas cujo diâmetro não supera 3 centésimos de milímetro. Agrupadas em nuvens, elas constituem a chuva.
Pluviômetro é o aparelho que mede a quantidade de chuva - curiosamente, em milímetros (mm), uma unidade de comprimento. Mas quando se diz que choveu 0,5 mm, significa que esta é a profundidade de água que cobria todo o solo na região da precipitação. Considera-se chuva leve se caiu 0,5 mm em 24 horas; e forte, se a queda foi maior que 4 mm. Quando a chuva se deve ao ar frio procedente dos pólos, se diz que a chu-- va procede de uma frente fria. Mas a precipitação também pode ser causada por um processo oposto: quando é uma frente quente e úmida que atropela massas de ar em região fria.
Há ainda chuvas produzidas por propagação. É que as massas de ar quente sempre sobem e esfriam à medida que sobem. Assim, o vapor de água contido no ar esfria e se precipita. É fácil identificar esse tipo de chuva, pois decorre de nuvens brancas, densas e algodoadas, chamadas cúmulos. Quando há muita umidade, o branco torna-se cinza-escuro e a nuvem ganha o nome cúmulo-nimbo, que verte sua carga de forma particularmente intensa, acompanhada de tormenta, raios e granizo. Em outras ocasiões, as chuvas são ditas "de convergência" porque as massas de ar sobem com ajuda de ventos, os alísios. Estas chuvas também geram pancadas fortes, próprias das zonas equatoriais.
Enfim, há precipitações causadas por montanhas no caminho das massas de ar. Para atravessar o obstáculo, o ar tem que subir, o que resfria o vapor - quando chega do outro lado da montanha, a nuvem está completamente vazia. A se--ca é um problema bem diferente: ao contrário da chuva, ela se dá pela descida de ar para a superfície. Isso impede a formação habitual de nuvens, situação que ocorre nos anticiclones. Entre os fatores que influenciam o início desse fenômeno devastador encontra-se a ausência de ventos úmidos, a oscilação dos níveis de radiação solar ou distância muito grande de uma região aos oceanos.

Vestígios de uma seca do passado

Acredita-se que uma erupção vulcânica e 300 anos de seca tenham levado ao declínio do império mesopotâmico, há cerca de 3 500 anos. A tese é do arqueólogo americano Harvey Weiss, da Universidade Yale, e da geóloga francesa Marie-Agnes Courty, cujo traba-lho foi publicado recentemente pela revista americana Science. A erupção, comprovada pela geóloga, fez cair a temperatura. Ao mesmo tempo, diz Weiss, uma mudança climática diminuiu o nível de chuvas e trouxe a seca. Embora ainda seja fértil, a região tem hoje várias áreas desertificadas.

Microclimas

Em um bosque frondoso, a copa das árvores acumula a maior parte da radiação solar, o que significa que o chão, permanecendo quase todo o dia na penumbra, é bem mais fresco. Assim se define um microclima - ou seja, um local restrito, ou isolado da região em torno. Assim, a temperatura na região de um bosque, no verão, pode ser 5°C mais alta que a do próprio bosque. As metrópoles são outro tipo de microclima - nesse caso porque geralmente estão cobertas por massas de ar quente, situadas a cerca de 120 metros de altura, criadas pela poluição. O resultado é a criação de ilhas de calor: assim, a temperatura no centro de uma cidade, por exemplo, pode estar 6°C acima da de bairros distantes, ou mais arborizados, e da zona rural.

Tempo quente

A cada onze anos, o Sol muda de cara: em um período, não apresenta nenhum traço especial e em outro, aparece salpicado de manchas escuras. Quando elas ocorrem, o Sol mostra maior atividade e radiação. O desaparecimento das manchas causa diminuição da temperatura global em até 2 graus. O Pequeno Período Glacial entre 1450 e 1850 coincidiu com a escassa presença de manchas solares. O ciclo de onze anos de duração das manchas foi estabelecido pelos registros feitos entre 1750 e 1980. Na Antigüidade, os astrônomos chineses e gregos sabiam da existência dessas manchas escuras.

Tornados, tomentas e furacões

Os tornados têm diâmetro entre 50 e 500 metros, e velocidade supe-rior a 75 metros por segundo. Nos Estados Unidos, são a tempestade atmosférica mais temida. Aparecem onde há diferenças extremas entre a direção das massas de ar frio e quente. As tormentas têm outra origem. Nascem no encontro de ar quente das camadas baixas da atmosfera e o ar frio das camadas mais altas. Cristais de gelo são jogados para cima e para baixo, literalmente criando eletricidade no céu: eles colidem contra gotas de água e provocam troca de elétrons em suas moléculas. As partículas eletrizadas desse modo acabam descarregando a tremenda energia acumulada na forma de relâmpagos. As descargas elétrica viajam do céu para o solo ou vice-versa, e têm até 100 milhões de volts. Furacões, enfim, nascem do ar quente sobre o mar, sobem espirais para o céu e são enormes.

A cara das nuvens muda com a altura

Os nimbos-estratos são densos, cinzentos e chuvosos, e ficam a 1 quilômetro de altura. Depois vêm os estratos, 1 000 metros acima, que produzem chuvas e neve. O cúmulo-nimbo (3 quilômetros) e o nimbo (5 quilômetros) são nuvens verticais densas, que lembram couves-flores. O primeiro é escuro, e o segundo, claro. Entre 6 e 8 quilômetros se formam os estratos-cúmulos e altos-cúmulos, de distribuição irregular e com ondulações. Entre 9 e 12 quilômetros estão, em or-dem de altura, os altos-estratos, cirros-cúmulos, cirros-estratos e cirros.

Os muitos caminhos do ar
Entenda a escala de ventos (em quilômetros por hora), criada pelo almirante irlandês Francis Beaufort, em 1805:

Muito fraco: 1 a 5
Fraco: 6 a 11
Suave: 12 a 19
Brisa leve: 20 a 28
Brisa forte: 29 a 38
Rajada: 39 a 49
Vendaval: 50 a 61
Vendaval forte: 62 a 74
Temporal: 75 a 88
Tempestade: 89 a 102
Tempestade violenta: 103 a 117
Furacão: a partir de 117

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O corpo de prontidão - Biologia

O CORPO DE PRONTIDÃO - Biologia



Inflamação é sinônimo de dor, inchaço, vermelhidão e, muitas vezes, febre. Mas, embora incomode, ela não é uma doença. Bem ao contrário: seus sintomas são disparados pelo próprio organismo, quando tenta se recuperar de uma infecção ou reparar os danos de traumas e machucados.


O ar, no vaivém da respiração, parece arranhar a garganta por dentro. Engolir até mesmo a própria saliva se torna um esforço extraordinário. Tudo isso, ainda por cima, costuma ser acompanhado de febre. Não há dúvida: a garganta está infecionada por algum vírus ou bactéria. Mas quem pensa que todo esse tormento está sendo causado diretamente pelo micróbio se engana. A dor na região das amígdalas, o inchaço que dificulta a deglutição, a vermelhidão no local e, por fim, a febre são sinais típicos da reação do organismo diante de algo estranho. Trata-se de uma inflamação, fenômeno disparado pelo próprio corpo, com o objetivo de chamar os glóbulos brancos do sangue para reparar eventuais perdas e danos. De certo ponto de vista, portanto, sofrer uma inflamação pode ser o primeiro passo para o organismo se curar de algum problema. Sem saber disso, no entanto, as pessoas só conseguem reclamar de dor, calor, rubor e inchaço, os quatro sintomas clássicos, que podem ser percebidos no local inflamado.
Esses sintomas são causados por substâncias conhecidas por mediadores inflamatórios. A dor na área inflamada é provocada basicamente por dois desses mediadores, disparados pelas células do corpo que foram danificadas: a chamada interleucina 1 e a prostaglandina irritam os nervos locais. Alguns cientistas presumem que a dor, então, funciona feito uma sirene de alarme - de fato, algo errado está acontecendo naquele canto do organismo. Não bastasse isso, esse par de substâncias faz o maior escarcéu quando chega ao cérebro, conduzido pela circulação sangüínea. Ali, a prostaglandina e a interleucina 1 aumentam a sensação dolorosa e, ainda, desestabilizam o centro regulador térmico, no hipotálamo, de modo que a pessoa pode terminar com febre. Tal efeito não ocorre em ferimentos simples, como um leve arranhão, porque a quantidade de mediadores liberada pelo machucado costuma ser irrisória. Mas, geralmente, nas infecções ou em feridas maiores, a temperatura do corpo sobe acima de seus habituais 36 graus Celsius.
Não é só isso. As moléculas de prostaglandina, mais uma vez, junto com as de aminas - outro grupo de mediadores inflamatórios produzidos pelo organismo -, passam pelas veias e artérias da região lesada como se dirigissem tratores, desobstruindo ou abrindo novas estradas sangüíneas para a chegada rápida dos glóbulos brancos. "Elas ampliam o calibre dos vasos nas proximidades da lesão", explica a imunologista Sônia Jancar, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. "Com isso, a circulação se intensifica. Daí o rubor típico das inflamações." Os mediadores também separam ligeiramente as junções das células que formam as paredes dos vasos. Resultado: o plasma, a parte líquida do sangue, consegue escapar e termina se acumulando naquela área. O volume do líquido entre os tecidos é o que está por trás do edema ou inchaço.
Quem observou pela primeira vez os sintomas consagrados desse fenômeno biológico foi o escritor romano Cornelius Celus, ainda no primeiro século da era cristã. Em um cotidiano repleto de feridos de guerra e infecções disseminadas, ele descreveu a inflamação como mais uma doença. "Contudo, inflamação não é doença, mas um processo de ajuste do organismo a uma lesão", define o imunologista Momtchilo Russo, também professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Essa constatação, aliás, foi feita em meados do século passado pelo médico alemão Julius Cohnhiem (1839-1884). O cientista concluiu que o próprio organismo era o único responsável pela inflamação, cujas conseqüências - embora bastante incômodas - são, no fundo, extremamente benéficas. Sem os mediadores inflamatórios seria impossível atrair os glóbulos brancos do sangue. Essas células, também conhecidas por leucócitos, são legítimos operários, capazes de limpar o terreno e reconstruir o tecido lesado. Eles varrem células mortas, remendam paredes celulares destruídas e, ainda, desapropriam eventuais microorganismos grileiros. "Os mediadores inflamatórios não só convocam os leucócitos como determinam o seu número", afirma Russo. "Porque quanto mais mediadores em circulação, mais glóbulos brancos são acionados."
Os mediadores, por sua vez, podem ser disparados de diversas formas. No caso da garganta inflamada, por exemplo, é possível que o próprio contato com a bactéria estranha tenha levado à sua produção. "Ou, quem sabe, algumas substâncias tóxicas dessa bactéria acabaram ferindo ou acionando as células naquela área. E daí elas passam a liberar mediadores." Outros gatilhos são produtos químicos - um ácido derramado sobre a pele, por exemplo. Também deve-se considerar fatores mecânicos, feito cortes e contusões. Sem contar os traumas, provocados por esforços repetidos e exagerados, que causam aquela dor infernal da tendinite nos jogadores de tênis, por exemplo.
Alguns mediadores inflamatórios pertencem à família química das citocinas, pequenas moléculas de proteína produzidas pelas células. Neste grupo, destaca-se a interleucina 1 (IL 1), cujo desempenho na função de recrutar leucócitos é excelente. Outros mediadores são os lipídeos, que, como o nome indica, são moléculas de gordura. Não são as células danificadas que liberam diretamente esse segundo tipo de mediador. Na verdade, as células lesadas secretam uma outra substância: a fosfolipase, que vai banhar células na vizinhança, para quebrar suas membranas. A reação dessa quebra produz os tais mediadores lipídicos, cujos maiores representantes são as prostaglandinas. Finalmente, existem mediadores que pertencem ao grupo químico das aminas - um grupo cujas moléculas sempre combinam átomos de hidrogênio e nitrogênio. Entre as aminas enviadas pelas células que estão pedindo SOS está a histamina, também envolvida no processo das alergias. Também está na turma das aminas um mediador chamado bradicimina - que, aliás, foi identificado pelo pesquisador brasileiro Maurício Rocha e Silva, em 1949. Essa substância é uma das maiores responsáveis pelo alargamento dos vasos sangüíneos, que facilita o acesso dos glóbulos brancos até o local das obras.
Se a abertura dos vasos deixa o caminho livre para esses operários, um problema ainda tem de ser resolvido. Pois essas células sangüíneas, sozinhas, não conseguem atravessar as paredes das artérias, para trabalhar na célula lesada. Elas precisam, na realidade, de uma espécie de carona, que é dada pelas chamadas moléculas de adesão. Outra vez, são os mediadores que tornam tudo possível: "Eles estimulam as células das pequenas artérias a mostrarem essas moléculas em sua superfície", conta Momtchilo Russo. As moléculas de adesão são comparáveis a uma cola, mantendo as células unidas entre si. "Talvez elas tenham um papel fundamental para a embriologia, agrupando determinados tipos celulares e ajudando a definir a forma final de um organismo", diz o professor sem esconder o fascínio com essa possibilidade. No caso da inflamação, as moléculas de adesão prendem os leucócitos nas paredes dos vasos, facilitando sua fuga posterior para fora das artérias. O processo, conhecido por diapedese, é considerado a principal etapa da inflamação.
Uma vez na frente de trabalho, os próprios leucócitos se encarregam de produzir mais mediadores inflamatórios, como se chamassem outros colegas para ajudar no serviço. Chegam, principalmente, os leucócitos polimorfonucleares - assim chamados porque seus núcleos não possuem forma definida - e os monócitos. Estes, ao deixar a corrente sangüínea, mudam de nome e passam a ser chamados de macrófagos. Tanto os macrófagos como os leucócitos polimorfonucleares trabalham feito lixeiros, comendo os restos de células mortas e microorganismos - atividade que recebe o nome de fagocitose.
A fagocitose fica mais eficiente depois de quatro dias de trabalho - ou seja, de inflamação. "É quando o corpo produz moléculas de anticorpos que vão recobrir a superfície daquelas células devoradoras e aumentar sua afinidade com as bactérias", explica Russo. "Um macrófago que só comia quatro passa a engolir vinte microorganismos", exemplifica. Nesse caso, a inflamação costuma produzir pus, que nada mais é do que restos de células e bactérias, cujas enzimas conferem a cor amarelada à secreção. Além de purulentas, as inflamações podem ser catarrais, quando aparecem em tecidos capazes de produzir mu-co, como os do pulmão. Já algumas doen-ças, como a tuberculose, a lepra e a sífilis, provocam um processo inflama-tório, com a formação de bolinhas de tecido chamadas granulomas. Os bacilos causadores dessas doenças são tão indigestos que nem os macrófagos conseguem digeri-los. Como insiste na refeição, o leucócito acaba enlouquecendo, ou seja, começa a liberar toxinas que chamam mais e mais glóbulos brancos. Estes, ao chegar, tentam engolir a célula destrambelhada e, assim, acabam formando células monstruosas, em torno das quais se desenvolve o granuloma.
Existe uma série de problemas em que o processo inflamatório se desenrola - nos casos de tendinite, apendicite, artrite e uma numerosa família de sobrenome -ite, o sufixo de origem grega que indica inflamação. "Nem sempre esses casos envolvem uma infecção por algum micróbio", afirma a imunologista Sônia Jancar. "Na ferida, por exemplo, ficam restos de células liberando toxinas que precisam ser varridos." Além de fazer a faxina, os macrófagos, trabalhadores versáteis, atuam também como construtores. Eles secretam algumas das substâncias responsáveis pela cicatrização, entre elas a colagenase. É por isso que esforços exagerados ou movimentos repetidos à exaustão podem desaguar em inflamações: acabam criando microlesões que o organismo procura curar. Daí surgem a tendinite, a inflamação dos tendões; e a tenossinovite, que atinge a superfíce dos tendões dos braços e mãos de digitadores, por exemplo.
Apesar de indispensável na defesa e no conserto de tecidos, a inflamação às vezes exige remédio, porque também tem seus distúrbios. O principal deles é quando ela se torna crônica, como na artrite, a inflamação das articulações. "Geralmente, não se conhecem as causas desse processo", lamenta Sônia Jancar. Pelo menos na artrite, acredita-se que seja um engano dos linfócitos, os glóbulos brancos que produzem anticorpos. Talvez o organismo tenha, um dia, contraído uma infecção para a qual os linfócitos fabricaram um anticorpo. "Depois do fim da infecção, os linfócitos confundem os tecidos das articulações com o microorganismo e passam a atacá-los", diz a imunologista. Para recompor essas estruturas destruídas pelos próprios leucócitos, surgiria a inflamação.
Todos os animais do planeta sofrem inflamação, exceto o anfioxo, um meio-termo entre os vermes e os peixes. "Mas ele está perfeitamente adaptado ao ambiente", justifica Momtchilo Russo. Tanto que habita os oceanos há cerca de 400 milhões de anos. "A inflamação é apenas isso, uma tentativa de ajuste a uma ferida ou a uma infecção, sem belicismos do tipo microorganismos invasores e leucócitos soldados", pensa o imunologista. "Afinal, nem sabemos o que provoca a guerra: se é a bactéria atacando o homem ou se é o homem atacando a bactéria."

As etapas do processo inflamatório

1 -Feito um sinal de SOS, a célula danificada do corpo libera pequeníssimas moléculas de proteínas chamadas citocinas. Entre elas, as mais importantes são as interleucinas 1


2 - Outras substâncias secretadas pela célula lesada são as aminas, moléculas que combinam átomos de hidrogênio e nitrogênio


3 - A célula em apuros ainda lança uma enzima chamada fosfolipase. Esta quebra as membranas das células vizinhas, para obter moléculas de gordura que ajudam na inflamação: são os mediadores lipídicos. Entre eles, a prostaglandina


4 - As substâncias do grupo das aminas e a prostaglandina agem feito tratores, abrindo ou alargando os vasos sangüíneos, para facilitar o acesso dos glóbulos brancos

5 - Alguns mediadores inflamatórios irritam os nervos no local danificado, causando dor. É o que fazem a interleucina 1 e a prostaglandina. Como se isso fosse pouco, a dupla de substâncias amplifica essa sensação dolorosa no cérebro e também pode provocar a febre

6 - Os glóbulos brancos viajam dentro das veias e artérias. Quando chegam ao foco da inflamação, eles têm de pegar carona nas chamadas moléculas de adesão. Pois só com essa ajuda é que atravessam as paredes dos vasos, escapando para o local de trabalho

7 - A operação dos mediadores serviu para recrutar os glóbulos brancos. Estes limpam o terreno, levam embora as células mortas e dão um jeito em microorganismos grileiros. Enfim, preparam a região danificada para ser reconstruída


Freios à venda nas farmácias

Bloquear o processo inflamatório pode parecer um contrasenso, já que ele é fundamental para combater infecções e reconstruir tecidos danificados do corpo. Mas, às vezes, é preciso apelar para medicamentos capazes de frear o ímpeto das substâncias inflamatórias: por exemplo, no caso da chamada septicemia, uma inflamação generalizada, que pode provocar a morte do paciente. Ou nas inflamações crônicas, como as artrites. Há, ainda, quem não resista à idéia de engolir algum antiinflamatório, simplesmente para sentir menos dor ou baixar a febre. De fato, certos medicamentos conseguem atenuar esses sintomas desagradáveis, porque barram mediadores inflamatórios importantes - especificamente, a prostaglandina e a interleucina 1.
Esses remédios se dividem em dois grandes grupos: o dos esteroidais e o dos não-esteroidais. O primeiro é formado por drogas da família da cortisona: "Elas formam uma espécie de cortina em torno das células", descreve a farmacologista Glória Maria Petto de Souza, que leciona na Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, interior do Estado. "Desse modo, as drogas esteroidais impedem que a fosfolipase encoste nas membranas celulares, para quebrá-las, formando assim a prostagladina". Além disso, esse grupo de medicamentos impede a síntese da interleucina 1, substância que ajuda a causar a febre. Remédios como a cortisona, porém, são usados apenas em casos graves. Afinal, eles provocam efeitos colaterais que talvez sejam mais terríveis do que a própria inflamação: as células imunológicas despencam e o paciente perde muito peso, entre outras conseqüências.
As drogas não-esteroidais, portanto, são as mais procuradas nas prateleiras das farmácias. Entre elas, estão a dipirona e a aspirina. "Esses medicamentos interferem na seqüência de reações que leva ao rompimento das membranas celulares, para se obter a matéria-prima da prostaglandina." Com menos prostaglandina em circulação, reduz-se também a febre e a dor. Mas a prostaglandina desempenha outras funções no organismo, como recobrir o estômago. Ela forma uma película protetora, sem a qual esse órgão fica sensível à própria acidez. Daí o risco de irritações gástricas, quando se ingere um antiinflamatório.

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Venenosas sedutoras - Botânica

VENENOSAS SEDUTORAS - Botânica



Há milênios, as frutas silvestres servem de alimento, conservantes, poções afrodisíacas e ornamentos. Mas muitas delas, apesar da aparência convidativa, são venenos letais.


Natural das regiões quentes da Europa e da Ásia, a briô-nia lembra uma de suas parentas comuns no Brasil, a melancia. Ambas pertencem à família das cucurbitáceas e têm forma parecida, espalhando-se como trepadeira pelas árvores ou pelo chão. Embora pareça comestível - até mais apetitosa que a melancia -, a briônia é uma das muitas frutas silvestres perigosas. Entre as folhas largas e as pequenas flores alvas, seus frutos vermelhos e brilhantes, não maiores que 5 centímetros, têm forte gosto amargo, causado por substâncias que os químicos classificam como resinas e saponinas. Além disso, contêm toxinas que, se não são mortais na maior parte dos casos, atacam a flora intestinal com violência. A diarréia resultante pode se tornar letal pela forte desidratação que acarreta.
Nem todas as plantas silvestres são perigosas. Como não precisam de cultivo, crescem e se reproduzem onde quer que existam condições adequadas, e desde tempo imemorial têm servido ao homem. Algumas, por serem bonitas, são usadas como ornamento. Outras têm utilidade como conservantes para alimentos, e existem as que se transformam em tintas, inseticidas, poções afrodisíacas e psicotrópicas ou até mágicas, como querem crer algumas pessoas.
As plantas comestíveis são as que despertam maior interesse, e por isso exige cuidado escolher a planta certa. Há vegetais com dupla personalidade, que são maléficos, apesar de servirem como alimento ou ornamentação, por exemplo. Do ponto de vista biológico e botânico, frutas danosas geralmente são bagas. Ou seja, são carnosas e, ao contrário de outras classes de frutos, não se abrem ao amadurecer - característica que se denomina indeiscência. Um caso típico é o to-mate, que não é venenoso. Outro traço marcante é a casca muito lisa, mas que engrossa e se colore com tonalidades vi-vas ao amadurecer. Ingerir um pedaço de tais plantas pode levar à morte.
A briônia está entre as mais agressivas - além de diarréia, ela causa vômito, dilatação das pupilas, palpitações, sufocação, dor de cabeça e fraqueza. Ao lado dela, porém, pode-se listar mais de 100 espécies, que se encontram facilmente, num passeio pelo campo. O azevinho é um exemplo conhecido, pois é comum vê-lo na porta das casas, no final do ano, pois é um dos mais tradicionais enfeites natalinos. E de tão procurado, hoje se encontra em risco de extinção. Também o medronho, um arbusto europeu, ganhou fama como ornamento: ao lado do urso, é o símbolo da capital espanhola, Madri.
Mas não só por isso: seus frutos, que lembram um pouco o morango e são comestíveis, de excelente sabor, podem levar a uma bebedeira inesquecível, se ingeridos em excesso. A família que abriga, talvez, maior quantidade de plantas venenosas é a das solanáceas. Esta inclui a inofensiva batata, ou o tomate, mas também o tóxico tabaco e a terrível dulcamara, que ataca o coração e danifica o sangue.
Outra planta que ataca o coração - e desta vez de modo fulminante - é o teixo. Tanto que pode ser usado para fazer flechas envenenadas. Raro no Brasil, ele era usado com esse fim, desde épocas remotas, pelos guerreiros da etnia basca, estabelecida em grande parte na Espanha. Muito antes disso, o teixo entrara para a mitologia como a própria arma das Fúrias - ou Erínias, as deusas da vingança entre os gregos. Naturalmente, a melhor política é manter-se afastado de qualquer acepipe silvestre, por mais que pareça tentador. Como sempre nesses casos, só quem conhece, sabe se há ou não risco. Havendo intoxicação, a única providência segura é procurar um médico, embora existam medidas de emergência que podem ser úteis em algumas circunstâncias. O envenenamento pela dulcamara, por exemplo, requer lavagem estomacal urgente, acompanhada de reidratação. Mais ou menos o mesmo vale para a briônia: os primeiros socorros consistem em provocar o vômito e fazer lavagem estomacal.

Azevinho

Ilex aquifolium

Natural do hemisfério norte, é um arbusto da família da erva-mate. Contém ilicina, um veneno, capaz de provocar a morte com a ingestão de apenas vinte frutas. Sonolência, vômitos e diarréia aparecem duas horas depois

Briônia
Bryonia dioica
Chamada popularmente de "uva da serpente", é uma trepadeira cujos frutos e raízes contêm venenos fortes. Supõe-se que o óleo das sementes seja psicotrópico. Parente da abóbora e do melão

Zimbro-anão
Juniperus nanum
Ligeiramente tóxico por conter alcalóides. Da estrutura suculenta que envolve as sementes destila-se a genebra, um tipo europeu de aguardente. No Brasil, põem-se grãos de zimbro nas garrafas de aguardente. Também é usado para evitar queda de cabelo. Da família do pinheiro-do-paraná

Espinheiro-branco
Crataegus monogyna
Dá frutos de agradável sabor, seja em consumo direto, em conserva ou misturados com outras espécies. Tem venenos fracos na casca. As folhas são comestíveis, e os espinhos, segundo a crença popular, afastam os raios se colocados entre os dentes durante uma tempestade

Madressilva-vermelha
Lonicera caprifolium
Todas as madressilvas são tóxicas em maior ou menor grau. Recentemente se descobriu que, além da saponina, elas contêm nicotina, ambas perigosas para a saúde. Já se supôs que seus frutos deixavam impotentes os adúlteros. Perfumada, pertence à família da dama-da-noite

Viburno
Viburnum tinus
Uma das plantas silvestres mais comuns, no mundo inteiro. Os frutos desse arbusto contêm viburnina, um tóxico violento. As folhas, convertidas em uma espécie de tabaco, são usadas como psicotrópico

Trovisco-macho
Daphne laureola
Abundante em matas de montanha, como a Mata Atlântica e os Pireneus, na Europa. Conta-se que os árabes usavam-no como afrodisíaco. Mas ninguém sabe como o ingeriam com esse fim, pois toda a planta é venenosa

Teixo
Taxus baccata
Árvore robusta e tosca, possui substâncias muito venenosas em todas as suas partes, e seu princípio ativo, a efedrina, fulmina o coração. Natural das regiões de clima temperado, dá bagas outonais em que uma semente de tom castanho-escuro é recoberta de uma capa carnosa de cor escarlate

Medronho
Arbustus unedo
Abundante nas matas da Europa meridional, cobre-se de flores e frutos ao mesmo tempo, em dezembro e janeiro. A embriaguez que provoca é uma forma de intoxicação causada apenas por frutas muito maduras, cheias de açúcares que, fermentados, se transformam em álcool

Ameixeira-silvestre
Prunus spinosa
De porte rasteiro, da mesma espécie das ameixas, suas toxinas se encontram nas folhas. Com os frutos, comestíveis e muito ricos em vitamina C, se faz o pacharán, um licor de origem espanhola

Dulcamara
Solanum dulcamara
"Uvas traidoras" foi como o grego Teofrasto (372 a.C. - 287 a.C.) chamou suas frutas. O motivo são substâncias como a solanina, que destroem glóbulos vermelhos do sangue, e atuam como depressivos e excitantes do coração

Rusco
Ruscus aculeatus
Arbusto de até 1 metro de altura, caule muito ramificado e frutos de 1 centímetro e meio, possui curiosos tecidos parecidos com folhas, que na verdade são caules modificados. Não é certo que seja tóxico. Age como vasoconstritor e ativador da circulação em tratamento de celulit.

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Profissão: Perigo - Atualidade


PROFISSÃO: PERIGO - Atualidade



Com a mesma tranqüilidade de quem trabalha atrás de uma mesa de escritório, esses operários se equilibram a dezenas de metros do chão para executar suas tarefas


Acima, uma linha de alta tensão de 88 000 volts; abaixo, um vazio de l4 metros. Sebastião Granjeiro ainda estava subindo, por isso seu cinto de segurança estava aberto, quando um arame preso ao cinto aproximou-se da linha energizada e provocou a descarga. Na explosão, Sebastião foi atirado para longe, da altura equivalente a um prédio de cinco andares. Ele teve sorte: sofreu queimaduras graves, mas quebrou apenas o dedo mínimo do pé. Dias depois de receber alta do hospital, lá estava Sebastião novamente, encarapitado em cima de uma torre de alta tensão. Granjeiro, como seus colegas, parece não ter me-do das alturas.
"Tenho medo, sim. Tive muito medo quando comecei e até hoje, cada vez que subo, tenho medo de novo", lembra Manoel Lima, chefe de Granjeiro no setor de manutenção de linhas de transmissão da Eletropaulo, empresa de energia elétrica paulista. "Nós, que trabalhamos lá no alto, temos um ditado: quem não tem medo morre cedo", explica Lima. Na verdade, o único grupo conhecido até agora que não sofre de vertigem das alturas é a tribo de ín-dios navajos norte-americanos. Devido a essa característica, os navajos têm sido alvo da atenção dos antropó-logos e empreiteiros norte-americanos.
Uns, por motivos científicos, para estudar sua estranha herança genética; outros, por motivos econômicos: operários ultra-especializados, os navajos são presença obrigatória em todas as grandes obras nos Estados Unidos. Nas pontes e arranha-céus, eles trabalham tão tranqüilamente quanto se estivessem no chão. Sem a natural aptidão dos navajos, há quem considere o trabalho a dezenas ou centenas de metros de altura um prazer. Como Leonel Brites, que treina operários que fazem esse tipo de trabalho e já foi duas vezes à Antártida em missões semelhantes a convite da Marinha. Nas horas de folga, Brites é balonista e alpinista.
Os trabalhadores treinados por Brites utilizam uma técnica semelhante à dos alpinistas. Uma vez junto à obra, instalam firmemente seus ganchos e estacas. Da solidez desse equipamento depende a vida, quando balançam no vazio. A todo momento apertam os suportes pessoais, soltam cabos de fio duplo e deslizam em queda quase livre. Um bloqueador de cordas lhes permite ficar com as mãos livres para fazer o trabalho. "Até hoje sinto um friozinho na barriga quando estou descendo", conta Aguinaldo Ferreira Guilherme, um desses operários. "Mas tenho uma certeza: vou morrer de qualquer coisa, menos de queda."
Uma certeza comum a todos os trabalhadores nas alturas; para eles, só cai quem desobedece às normas de segurança. Uma prova disso são seus colegas da França. Lá, ao contrário dos operários que trabalham com os pés no chão, os trabalhadores das alturas não registraram um único acidente nos últimos trinta anos. Infelizmente, não ocorre o mesmo no Brasil. Na úni-ca pesquisa disponível sobre o assunto, a engenheira Mônica Hahni Negrão, da Divisão de Segurança e Saúde do Trabalho em São Paulo, verificou que 57,69% das mortes em acidentes do trabalho entre 1979 e 1982 foram provocadas por quedas, das quais 12,82% de escadas e 44,87% de - ou do lado de fora de - edifícios ou outro tipo de construção.
Apesar de muito distante da perfeição francesa, a Alemanha é um dos países do mundo com menor índice de acidentes entre os trabalhadores das alturas. Wolfram Kinne, encarregado de consertar o material eletrônico no alto da torre de telecomunicações de Essen, tem uma explicação para o baixo índice de acidentes nesse tipo de trabalho: a boa qualidade do equipamento de segurança. Kinne lembra- se apenas de um acidente, com um rapaz que participava de um exercício de descida de emergência e, tomado pela vertigem, confundiu os dois cinturões de segurança e abriu exatamente o que o protegia.
"Os operários dos andaimes nunca cometem esse erro, pois precisam do cinturão de segurança para se moverem melhor", assegura o turco Huseyn Aker, na Alemanha, que manobra diariamente tubos metálicos de 12 toneladas no alto de um prédio em construção. Para Wolfram Kinne, o equipamento de segurança que usa é tecnicamente perfeito, o que o deixa tranqüilo para executar seu trabalho, apesar da falta de espaço e do forte vento, que o faz balançar-se perigosamente. O vento, aliás, é o maior risco para o trabalho do sergipano José Antônio dos Santos no cubículo a 120 metros de altura de onde opera uma grua nas obras do World Trade Center, na zona sul de São Paulo.
Foi o primeiro emprego que conseguiu quando chegou à cidade, há dez anos, e nunca mais o deixou. Diariamente, às 7 horas, Santos sobe por uma estreita escada de aço para seu posto, levando água e comida para uma jor-nada solitária de doze horas, acima até de seus colegas que trabalham nos andaimes. Com chuva ou ventania, ele não trabalha. Mas, se for surpreendi-do por uma tempestade na cabine de comando da grua, não desce. Com vento, apesar do cinturão de seguran-ça, é menos perigoso enfrentar a tormenta em seu cubículo que descer. Legalmente, trabalhar nessas condi--ções não acrescenta um centavo a mais em seu salário, em relação aos colegas que trabalham em terra firme. Casa-do, pai de duas crianças, Santos diz que sua família não tem medo de seu trabalho. "Acho mais fácil morrer aqui embaixo que lá em cima."

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Erros, fraudes e intrigas - História

ERROS, FRAUDES E INTRIGAS - História



Ao longo da História, acusações de comportamento antiético levaram cientistas ao banco dos réus. Mas nunca como hoje erros e denúncias de má conduta científica foram tão freqüentes.


Deixa-se apodrecer o esperma de um homem durante quatro dias ou até que, enfim, comece a viver e mover-se. Nesse momento, ele já parece uma criatura humana, mas ainda é translúcido e carente de corpo. Após isso, passa-se a alimentá-lo diariamente, cautelosa e prudentemente, com o arcano do sangue humano, mantendo-o durante 40 semanas com o calor contínuo e igual de um ventre eqüino. Passado esse tempo, ele se transformará em um bebê vivo, como o nascido de uma mulher, só que muito menor. Trata-se do chamado homúnculo, que deve ser criado com todo cuidado e zelo, até que se desenvolva e comece a adquirir inteligência." A fórmula, por mais absurda que seja, é de Paracelso, um dos grandes sábios da história da humanidade.
Erro ou fraude? Provavelmente, nem uma coisa nem outra. Paracelso (1493-1541), médico e alquimista, acreditava não apenas na possibilidade de criar vida a partir de esperma putrefato, mas em transformar chumbo em ouro e outras idéias que hoje nos parecem ridículas, mas que eram tidas como verdades e constituíam o grande campo de investigação dos sábios de sua época. Além disso, não havia até 1541, ano em que morreu, um método científico consolidado, capaz de se contrapor às suas convicções de que: "A imaginação tem precedência sobre tudo. Por meio dela podemos chegar a resultados verdadeiros".
Foi somente em 1637 que René Descartes (1596-1650) em seu Discurso sobre o método iria definir a receita que os cientistas seguem até hoje em seu trabalho. Em linhas gerais, o método pode ser resumido em cinco passos: 1.º) detectar o problema ou, o que significa o mesmo, ter uma idéia; 2.º) reunir todos os dados essenciais sobre ele, eliminando o que não é substancial; 3.º) formular uma hipótese; 4.º) predizer, a partir dessa hipótese, o resultado de ensaios ainda não realizados; 5.º) se as experiências terminam como previsto, a hipótese passa a integrar uma teoria.
Esta metodologia impôs à ciência uma visão de mundo fundamentalmente impessoal e mecanicista. Nada é aceito como verdade até que tenha sido experimentalmente comprovado, sem trapaças ou "jeitinhos". O método, por si só, não é suficiente, porém, para evitar erros, acidentes, conclusões precipitadas , fraudes e má conduta profissional, de forma geral. Afinal, até as acusações contra os pesquisadores norte-americanos Robert Gallo e seu assistente Mikulas Popovic, no que parecia o mais evidente caso de má conduta profissional dos últimos tempos, acabam de cair por terra.
Apesar da confissão de Robert Gallo, em novembro de 1993, o ORI - Escritório pela Integridade nas Pesquisas, órgão do governo dos Estados Unidos, teve de desistir das acusações de má conduta científica contra ele. Meses antes, no início de 93, Gallo havia admitido não ter sido ele o descobridor do vírus da Aids, mas o francês Jean-Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, em Paris. As acusações contra Gallo e Popovic levantaram a suspeita de um enorme iceberg, do qual só uma pequena parte é visível, de fraudes e má conduta na comunidade científica norte-americana.
Uma suspeita robustecida pela pesquisa da socióloga Judith Swazey, publicada pela American Scientist, com professores e alunos de 99 instituições acadêmicas. Dos 4 000 consultados, 1 400 recusaram-se a responder. E dos 2 600 restantes, 6% tinham conhecimento direto de uso de dados falsos em pesquisas e 9% sabiam de casos de plágio entre colegas. Pior, 44% dos estudantes e 50% dos professores se referiram a episódios de má conduta, como falsos créditos de autoria, fechar os olhos ao uso de informações falsas, desvios de verba, assédio sexual, discriminação racial, mau uso de fundos de pesquisas e negligência no cuidado com animais, pacientes humanos e regulamentos de segurança à vida.
Em um depoimento ao Congresso dos Estados Unidos, Jerome Jacobstein, da Universidade Cornell, afirmou que 25% dos comunicados científicos poderiam estar baseados em dados intencionalmente subtraídos ou manipulados. Como um reflexo dessa situação, a Academia Nacional de Ciências recebe uma média anual de 1 500 denúncias contra seus sócios por "má conduta". Um comportamento definido da seguinte forma pela comunidade científica norte-americana:
"Considera-se má conduta a fabricação, falsificação ou plágio na proposta, execução e comunicação das experiências. Excluem-se os erros de julgamento, registro, seleção ou análise dos dados; as divergências de opinião que afetem a interpretação dos resultados e as negligências não relacionadas com o processo de pesquisa". Mas, como determinar onde fica a fronteira entre o erro e a fraude, entre o acidente e a má conduta profissional?
Os casos de comprovada má-fé, como o do médico australiano William McBridge, são raríssimos. Foi McBridge quem, em 1961, descobriu os efeitos nocivos da talidomida sobre os fetos. Voltou à carga quase vinte anos depois, acusando o Debendox, medicamento comercializado pela Merrel Dow, de provocar os mesmos males. Dessa vez, porém, foi pilhado em flagrante falsificando os testes com o remédio. McBridge já perdeu parte de seu patrimônio, sua reputação e está ameaçado de ter cassada sua licença para exercer a medicina, em um julgamento que se arrasta há dez anos.
A demora tem sua razão de ser, pelas conseqüencias de uma condenação desse tipo. Principalmente, porque o meio científico não está imune às falsas denúncias provocadas por rivalidades, antipatias pessoais, interesses feridos, raiva, inveja e ciúme.Como qualquer personalidade pública, sejam artistas, políticos ou esportistas, os cientistas não estão livres de calúnias e intrigas. E quanto mais famosos, mais freqüentemente são vítimas desses ataques.
Gregor Mendel (1822-1884) viveu e morreu como monge em um mosteiro austríaco, em cujo pequeno jardim fez as experiências com ervilhas, a partir das quais deduziu a existência dos genes. No entanto, foi colocado sob suspeita de manipular os números de sua pesquisa para apoiar sua tese, aliás confirmada depois em todos os testes. "Mas os resultados são bons demais para serem verdadeiros", acusaram seus críticos. Johannes Kepler (157l-1630) foi acusado de adulterar cálculos, para que se ajustassem a sua teoria de que os planetas se movem em órbitas elípticas e não circulares - e apesar disso os planetas do sistema solar continuam descrevendo órbitas elípticas.
O mais freqüente alvo dessas maledicências foi, sem dúvida, Isaac Newton (1643-1724) . Presidente da Real Academia de Ciências inglesa, Newton envolveu-se em várias polêmicas com cientistas. A mais famosa delas com Robert Hooke (1635-1703), que o acusou de plagiar seu trabalho sobre a relação matemática entre a força da gravidade e a distância (se a distância dobra, a força diminui quatro vezes. De fato, Hooke havia escrito a Newton sobre essa idéia em 1679. Mas tratava-se de uma hipótese, baseada só na intuição, e na qual Newton trabalhava havia dez anos, baseado nos estudos de Kepler. Hooke, porém, morreu acusando Newton de plágio.
Acusações infundadas, feitas de boa ou má-fé, são comuns ainda hoje. David Baltimore, presidente da Universidade Rockefeller e Prêmio Nobel de Medicina em 1975 pela descoberta de uma propriedade fundamental dos vírus causadores de câncer, foi vítima, há quatro anos, de uma acusação de má conduta científica. Baltimore e a imunóloga brasileira Thereza Imanishi-Kari foram apontados por um membro de sua equipe, Margot O´Toole, como tendo alterado os resultados de uma experiência genética para um artigo publicado na revista Cell. O resultado da investigação inocentou totalmente Baltimore e Thereza.
Ao contrário das acusações contra Baltimore e Thereza, parecia não haver muitas dúvidas sobre a culpa de Robert Gallo e Mikulas Popovic. Em setembro de 1983, Jean-Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, enviou a Gallo, pesquisador do Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos, amostra de um retrovírus recém-isolado e que Montagnier havia batizado de LAV. Meses depois, Gallo anunciou em entrevista coletiva ter isolado o vírus causador da Aids, que chamou de HTLV-III. Rapidamente, os franceses protestaram, demonstrando que o material hereditário do LAV e do HTLV-III tinham 98,5% de semelhança.
O jornal americano Chicago Tribune publicou uma reportagem mostrando que o vírus alegadamente descoberto por Gallo era o mesmo de Montagnier, o que "ou era um acidente ou um furto". A reportagem levou o Escritório pela Integridade nas Pesquisas a acusar Gallo e seu assistente Popovic por má conduta científica, com base em um artigo escrito pelos dois sobre a descoberta para a revista Science. Gallo e Popovic foram considerados culpados por seus colegas cientistas, mas recorreram a uma junta de advogados, criada pelo ORI em 1992, para apelação de suas próprias decisões.
Popovic, o primeiro a ser julgado, defendeu-se dizendo que a respeitada revista americana Science tinha revisado seu texto mas se equivocara na redação. A junta aceitou seus argumentos, exigindo que o ORI provasse que Popovic tinha a intenção de fraudar e não cometido um "erro honesto ou uma honesta diferença de interpretação". Diante do resultado do julgamento de Popovic, o ORI resolveu retirar as denúncias também contra Gallo.
Se no tempo de Newton e Hooke o principal motivo para essas brigas era a glória da descoberta, hoje a essa glória acrescentam-se os interesses financeiros. Gallo e Montagnier chegaram a fazer um acordo, em 1987, para dividir os lucros vindos da descoberta. Claro, antes já havia a disputa pelo dinheiro dos mecenas, aristocratas ricos que patrocinavam as pesquisas. Mas acima do dinheiro impunha-se a "ciência pela ciência".
Esse conceito foi se desfazendo ao longo dos anos, e com velocidade cada vez maior a partir do casamento da ciência com a política, durante a Segunda Guerra Mundial - mais concretamente, com o Projeto Manhattan, o programa oficial norte-americano que levou à construção da primeira bomba atômica."Com os custos das pesquisas atingindo níveis astronômicos, o Estado assumiu um papel cada vez maior em seu financiamento", explica Shozo Motoyama, professor de História da Ciência na Universidade de São Paulo.
Logo o casamento da ciência com a política transformou-se em um ménage à trois, ao unir-se a eles o interesse econômico. Por sua vez, ao financiarem uma pesquisa, os empresários passam a ter o poder de inclusive nomear a equipe do laboratório, o que leva a dois movimentos, aparentemente antagônicos. De um lado, a necessidade de absoluto sigilo, exigido pelos financiadores, mas prejudicial à pesquisa: é do debate aberto das idéias que surgem os avanços. Do outro, a extrema competitividade da sociedade atual leva o cientista a se sentir pressionado por seus patrocinadores, dos quais dependem seus projetos, seu cargo, seu prestígio e até seu salário.
Com isso, surgiu uma autêntica febre de publicar, que nos meios científicos é conhecida como papermania. No início do século, o número de publicações científicas em todo o mundo não passava de 7 000. Hoje, calcula-se que existam mais de 40 000 revistas e jornais especializados, publicando anualmente a média de 1 milhão de artigos. No início do século, Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) o neurologista espanhol que ganhou o Nobel de Medicina em 1906 por estabelecer o neurônio como a célula básica do sistema nervoso, investiu quase toda sua fortuna na criação de uma revista científica, na qual ele era muitas vezes autor de todos os artigos.
Revistas como Science, e as inglesas Nature e The Lancet recebem mensalmente muito mais material do que podem aproveitar. A publicação do artigo de um cientista em uma dessas revistas é quase uma garantia de patrocínio para suas pesquisas. "Quem publica um artigo em Nature não demora a receber ofertas de trabalho e colaboração", confirma John Maddox, diretor da revista.
Para selecionar o material recebido, as revistas científicas contratam consultores técnicos, que lêem o material dando um parecer técnico sobre sua importância e originalidade. O que gera outro tipo de problema. Não é segredo nos meios científicos que determinados consultores atrasam seu parecer - para publicar com antecedência suas próprias pesquisas ou a de seus amigos. O mais famoso caso desse tipo na história da ciência envolveu o matemático suíço Johann Bernoulli (1667-1748), acusado pelo próprio filho, Daniel (1700-1782). Em 1738, o livro Hidrodinâmica, de Daniel, estava sendo impresso quando ele foi surpreendido pelo lançamento de outra obra, de igual título e conteúdo, assinada por seu pai.
Mas a pressa em publicar resultados também pode ser fatal para a reputação do cientista. Foi o caso, afirmam seus colegas, da experiência de fusão a frio anunciada em 1989 por Martin Fleischmann e Stanley Pons. Os físicos que a repetiram não têm dúvidas que eles viram alguma coisa ocorrer, mas não o que anunciaram. Assim cometeram um erro de boa-fé. De qualquer forma, a presunção de inocência é fundamental em uma atividade eminentemente democrática - a única em que uma verdade só é aceita como tal quando passível de comprovação por qualquer pesquisador -, embora possa dificultar a punição de possíveis fraudes.
Nem mesmo o autor da fraude melhor comprovada da história da ciência - a do Homem de Piltdown, um crânio humano com mandíbula de macaco, desenterrado por Charles Dawson, em 1912 - foi desmascarado. Somente na década de 50, com a introdução dos testes com carbono-l4 para datação da idade de fósseis comprovou-se que o crânio pertencia a um Homo sapiens de 10 000 anos; e a mandíbula, envelhecida quimicamente, era bem mais recente. Apesar das suspeitas sobre Dawson e seu colega George Edward Smith, nunca se conseguiu provar quem foi o autor da fraude.
Contemporâneo de Dawson e Smith, o biólogo Paul Kammerer (1880-1926) pagou com a vida por uma fraude que nunca se provou ter sido praticada por ele. Adepto da teoria de Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) de que as características adquiridas acidentalmente se transmitem aos descendentes, Kammerer apresentou em 1923 o resultado de uma pesquisa para prová-la. Segundo Kammerer, em suas experiências, obrigados a se acasalarem na água, sapos-parteiros de terra firme, que não têm o polegar colorido típico da espécie que vive na água, haviam transferido a seus descendentes esse traço característico.
Em 1926, entretanto, descobriu-se que os polegares coloridos dos sapos de Kammerer haviam sido pintados. Kammerer protestou inocência e foi aberto um inquérito no Instituto de Pesquisas de Viena, onde trabalhava, para apurar o responsável pela fraude. Kammerer não esperou pelos resultados. Sentindo-se desacreditado, matou-se com um tiro na cabeça. O inquérito não encontrou evidências de que tivesse sido ele o autor da fraude.
Na busca de provas de fraudes científicas, às vezes o caçador se transforma em caça. Nos últimos dois anos, por exemplo, só dois cientistas norte-americanos foram punidos com perda de verbas e afastamento de seus cargos em casos ligados a má conduta: Walter Stewart e Ned Feder, pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde, a mesma instituição de Gallo e Popovic. Ironicamente, os dois trabalhavam em um programa de investigação de fraudes e má conduta científica e foram afastados, em abril de 1993, acusados de usar seus computadores para apurar uma acusação de plágio contra o historiador Stephen Oates, da Universidade de Massachusetts, o que estaria fora de sua área de competência. "Muita gente na comunidade de pesquisa básica acha que eles já foram tarde", afirmou Science, a revista da Associação Americana para o Progresso da Ciência.

Os maiores enganos da história da ciência

Nem os maiores cientistas estão livres da possibilidade de erro. Falsas teorias, falhas no equipamento de pesquisa,preconceitos e religião provocam a maioria dos equivocos

Desencontros de corpo e alma
Para o católico Gottfried Leibniz (1646-1716) corpo e mente - que identificava com a alma - jamais se encontravam

Contrapeso de gás carbônico
Georg E. Stahl (1660-1734) dizia que o carvão ao queimar liberava a inexistente substância flogisto. Hoje sabe-se que se libera gás carbônico

A incrível cadela do conde Buffon
George-Louis Leclerc, conde de Buffon (1707-1788) achava que os ovários, em vez de ovos (femininos), produzissem esperma (masculino). Disse ter encontrado esperma em uma cadela

A grande omelete de Malpighi
Marcello Malpighi (1628-1694) confundiu os biólogos da época ao afirmar ter visto um pintinho gerado de um ovo não fecundado

Geração espontânea
Alquimista e o maior médico do século XVI, Paracelso (1493-1541) escreveu uma fórmula para a geração espontânea de um homem, deixando apodrecer o sêmen durante quatro dias

Perdeu a arca de Noé
Em 1726, o geólogo Scheuchzer apresentou um fóssil de ictiossauro como sendo de uma vítima do dilúvio

A ilusão de óptica de Galileu
Galileu Galilei (1564-1642) [entra a foto 307] considerava que os cometas não pasavam de fenômenos ópticos. Além disso, errou ao atribuir as marés à rotação da Terra - e não à atração da Lua

No centro do Universo
Durante dezoito séculos acreditou-se na teoria de Ptolomeu (século II), que colocava a Terra e o homem no centro do Universo

Uma raça de cíclopes
Pela teoria de Jean-Baptiste Lamarck (1798-1859), tirando-se um olho de animais recém-nascidos e cruzando-os, se criava uma raça de um só olho

Palavras ocas
Theodor Schwann (1810-1882) definiu a célula como uma unidade básica da estrutura animal. Errou ao dizer que era oca

Um pára-quedas furado
Aristóteles (384-322 a. C.) sustentou, entre outras teorias equivocadas, que um corpo pesado cai mais rápido que outro, mais leve


O erro útil de Einstein

Quando aplicou ao Universo sua recém-formulada teoria geral da relatividade, em colaboração com o astrônomo Willem de Sitter, Albert Einstein percebeu que o Cosmo estava em movimento e expandindo-se. Essa constatação fez com que pensasse que sua teoria não funcionava, já que na época acreditava-se que o Universo era estático. Para compensar essa expansão, Einstein introduziu na teoria geral da relatividade um termo extra, que chamou de "constante cosmológica" - uma espécie de energia do vácuo, que impediria a dilatação cósmica.
Em 1929, entretanto, Edwin Hubble comprovou que o Universo não é estático, mas está de fato em expansão e, portanto, a "constante cosmológica" estava sobrando. "É o mais grave erro de minha vida profissional", lamentou-se Einstein. Mas, como disse o escritor irlandês James Joyce, um homem de gênio não comete erros: seus enganos são voluntários e constituem a porta da descoberta. A "constante cosmológica" de Einstein acabou sendo retomada por Alan Guth, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, exatamente para explicar o modelo de Universo em expansão. Ela hoje é uma das bases da teoria do Universo pulsante, para explicar como este entrará em retração.

Pasteur, críticas 100 anos depois
Em 1878, Louis Pasteur pediu à sua família que nunca tornasse públicas suas anotações de laboratório. Durante quase 100 anos seu desejo foi cumprido, até que em 1964 os documentos foram doados à Biblioteca Nacional de Paris por um de seus netos. Antes não o tivesse feito. Estudando as notas de laboratório de Pasteur, o historiador Gerald Geison, da Universidade de Princeton, diz ter encontrado evidências de que o comportamento de Pasteur não pode ser chamado de exemplar quanto à ética científica.
Segundo Geison, em 1881 Pasteur publicou os resultados da pesquisa de uma vacina contra o antraz, uma espécie de tumor inflamatório, em um rebanho de ovelhas. O teste foi um sucesso completo: só os animais vacinados sobreviveram. A única coisa que Pasteur não teria informado é que as vacinas não haviam sido criadas mediante seu método de inativação por oxigênio, mas mediante uma fórmula idealizada por outro pesquisador, que faleceu logo depois. Além disso, conforme Geison, Pasteur teria experimentado em seres humanos vacinas - e não apenas contra a raiva, o que seria compreensível devido ao desespero diante de uma doença fatal - que jamais haviam sido testadas em animais.

Correndo atrás da bola

Uma molécula com formato de bola de futebol, o buckminsterfulereno, transformou-se em motivo de disputa entre o químico Konstantinos Fostiroupoulos, atualmente trabalhando no Instituto Max Planck, na Alemanha, e dois de seus antigos colegas. Quatro anos atrás, recém-formado, Fostiroupoulos fez parte de uma equipe germano-americana que conseguiu pela primeira vez produzir buckminsterfulereno em grandes quantidades. Hoje a molécula começa a ser utilizada nas indústrias de supercondutores e lubrificantes. O problema é que, dos quatro pesquisadores que compunham a equipe, só os dois mais antigos tiveram o nome lembrado no registro de patentes como inventores e proprietários da técnica para a obtenção - uma prática comum em projetos de pesquisa da qual participam doutorandos. Fostiroupoulos tornou pública sua denúncia e espera ser convidado para a divisão do bolo.

A censura das revistas

As revistas científicas sonegam do público informações que podem afetar a vida das pessoas, em nome dos chamados "interesses nacionais" ou das grandes companhias? Existe censura nessas revistas? As duas questões estão colocadas desde que se descobriu que pelo menos dois informes científicos, cuja divulgação poderia gerar problemas à indústria ou ao governo, tiveram sua publicação dificultada pelas revistas especializadas.
No primeiro caso, um estudo assinado por Thomas Chalmers, da Escola Pública de Saúde de Harvard, relaciona o uso de água clorada com o câncer da bexiga e do reto. O artigo foi rejeitado por três importantes revistas médicas, que publicaram, porém, outro trabalho sobre os benefícios do programa público de tratamento da água com cloro.
A mesma dificuldade para publicação encontrou o comunicado de Samuel Ben-Sasson, da Universidade Hebrew, em Jerusalém, que estabelece uma conexão entre a luz fluorescente com a leucemia infantil. Os editores de algumas das principais revistas científicas se recusaram a publicá-lo, alegando que poderia gerar pânico entre as mães.

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Incríveis dinossauros das neves - Paleontologia


INCRÍVEIS DINOSSAUROS DAS NEVES - Paleontologia



Eles sobreviveram em condições climáticas hostis: baixas temperaturas e invernos longos e escuros. Apesar disso, talvez tenham vivido mais tempo que seus parentes de outras partes do planeta. Explicar essa façanha é um grande desafio para os cientistas.


Os grandes répteis do passado aparecem representados sempre em ambientes cercados por densa vegetação, em regiões de clima definitivamente tropical. Assim, a idéia de que pudessem ter colonizado regiões próximas aos pólos - como o sudeste australiano, o Alasca, o Canadá, a Nova Zelândia e a Península Antártica - não contava com muitos adeptos. A impressão geral era de que esses habitats eram demasiado frios para eles. Dinossauros na neve? Impossível. Nem tanto. Demonstram o contrário mais de 5 000 ossos e dois esqueletos incompletos resgatados até o momento no litoral de Vitória, sudeste da Austrália. Além desses, também foram encontrados fósseis de plantas e de mais de uma centena de diferentes espécies animais, de aranhas a pterossauros. Isso revela que ali havia uma frutífera comunidade de seres vivos capazes de enfrentar os rigores climáticos. O estudo das plantas e invertebrados fósseis descobertos no local mostrou que o clima, ainda que não fosse tão rigoroso quanto é hoje nas regiões polares, estava sujeito a constantes variações. "Todas as tentativas de interpretação giram em torno das estimativas de temperatura", dizem os paleontólogos australianos Patricia Vickers-Rich e seu marido Thomas Hewitt Rich.
Há treze anos eles comandam as escavações numa abrupta praia, conhecida como enseada dos dinossauros. Ele é curador da seção de Paleontologia de Vertebrados do Museu Vitória, em Melbourne. Ela, interessada especialmente em reconstruir meios ambientes antigos sem similares modernos, é especialista em Ciências da Terra, e trabalha na Universidade Monash, também em Melbourne. "Esse trabalho tem sido o centro de nossa vida, da vida de nossos colaboradores, de nossos filhos e mesmo de nossos parentes", escrevem eles, em artigo publicado pela revista Scientific American, em julho do ano passado, no qual relatam as conclusões a que chegaram e as muitas dúvidas que ainda restam sobre essas descobertas.
Até o final da década de 70, contavam-se nos dedos da mão os restos de lagartos primitivos encontrados na costa australiana. Por isso, os caçadores de dinossauros jamais se empenharam em escavar na região. Mas, em 1980, um verdadeiro cemitério de fósseis veio à tona, surpreendendo os paleontólogos. Há cerca de 100 milhões de anos, no Cretáceo inferior, a Austrália limitava com a Antártida e ambas faziam parte do supercontinente Gondwana . Mais especialmente, a ponta sudeste da Austrália - onde hoje é o Estado de Vitória, cuja capital é Melbourne - ficava dentro do círculo antártico. E, sob condições climáticas sem comparação no mundo atual, de baixas temperaturas e invernos escuros e longos, viviam animais e plantas.
Nessas condições extremas, algumas linhagens de dinossauros sobreviveram e, surpreendentemente, foram os últimos a desaparecer, mesmo depois de seus parentes terem sumido de outras regiões do planeta, no final do Cretáceo, 65 milhões de anos atrás. Por isso, foram chamados dinossauros polares. O estudo das temperaturas reinantes na época é a chave para as hipóteses levantadas pelos cientistas. Para isso existem dois métodos já bem testados. Um deles obtém a temperatura a partir da quantidade do átomo radioativo do O18 presente nas rochas (o índice 18 designa a massa, que no oxigênio comum vale 16). Foi o caminho escolhido pela equipe do paleoclimatólogo australiano Robert T. Gregory. Sua conclusão: a temperatura média anual no sudeste da Austrália, durante o Cretáceo, se aproximava do zero grau centígrado podendo chegar a -8° C.
Os registros de Gregory diferem um pouco dos obtidos por seus colegas Judith Totman Parrish da Universidade do Arizona e Robert Spicer da Universidade de Oxford, que escolheram o outro método: analisando a estrutura de vegetais fósseis, chegaram à temperatura média de cerca de 10° C. Se as estimativas estiverem certas, pode-se dizer que o clima na Austrália polar era ao mesmo tempo temperado e sujeito a períodos contínuos de escuridão durante o ano, uma combinação absolutamente sem similar hoje. As noites de inverno duravam entre seis semanas e quatro meses e meio. "Se as baixas temperaturas médias forem corretas, torna-se mais que um simples desafio científico entender como essa comunidade vivia", dizem os dois paleontólogos. Seja como for, o fato é que a fauna australiana alcançou um fantástico grau de adaptação ao frio, que lhe permitiu sobreviver.
Esse deve ter sido o caso dos dinossauros e também dos antepassados dos atuais anfíbios e répteis. Os cientistas sempre acreditaram que estes últimos tinham se extinguido ainda no Jurássico, há 160 milhões de anos. Contudo, há quinze anos, foram encontrados nos sítios arqueológicos de Vitória três mandíbulas de um enorme anfíbio polar de 115 milhões de anos. Como explicar terem vivido muitos milhões de anos a mais que o restante de seus pares?
Note-se que a maioria dos dinossauros encontrados na Austrália também estão representados em outras regiões do planeta, como o alossauro (um carnívoro bípede que apareceu no final do Jurássico), e alguns hipsilofodontes (pequenos herbívoros bípedes, de 1,5 metro de comprimento). Mas certas espécies podem ter surgido primeiro na Austrália para depois propagar-se em direção à Eurásia e à América do Norte. Um bom exemplo são os ornitomimos, carnívoros do tamanho e da aparência de um avestruz, com cerca de 4 metros de comprimento. Pela datação dos fósseis, eles devem ter surgido na costa australiana ainda no Jurássico, mas aparecem como bichos bem-sucedidos no final do Cretáceo na América do Norte e Eurásia. Além disso, a enseada dos dinossauros escondia restos de ovirraptossauros, hábeis ladrõezinhos de ovos, de quadrúpedes como o ceratóps - aquele com um formidável chifre na testa - e de anquilossauros, com as placas ósseas no dorso e na cauda.
Uma característica curiosa nessas pesquisas é a ausência de animais de grande porte como o diplodocus, um quadrúpede herbívoro de 27 metros de comprimento. A exceção fica por conta do mutaburrassauro, um herbívoro bípede-quadrúpede, de cerca de 7 metros de comprimento e dentes afiadíssimos - encontrado pela primeira vez há treze anos, no nordeste da Austrália. Um exemplo do pequeno tamanho dos dinossauros polares é o alossauro. Enquanto em outras partes do planeta esse bicho chegava aos 11 metros de comprimento e 1,5 tonelada de peso, um verdadeiro ônibus de patas, na Austrália ele não passava de um furgãozinho, com menos da metade do tamanho de seus irmãos.
Isso contradiz as leis relativas ao tamanho formuladas no século passado pelo cirurgião alemão Ernest von Bergmann. Elas estabelecem que os exemplares de uma espécie alcançam a estatura máxima quando a temperatura média em seu habitat cai. Um possível motivo para essa contradição é que existem outros fatores determinantes das dimensões do corpo. O principal seria o tamanho do território em que vive determinada população. Os habitantes de uma ilha, por exemplo, são comumente menores do que os que vivem em áreas maiores. Recentemente, foram encontrados fósseis de mamutes anões em ilhas da costa da Sibéria. O efeito do tamanho do território também é notado em penínsulas e, durante o Cretáceo, o sudeste da Austrália era uma península do Gondwana. Isto significa que quando o espaço é pequeno, os indivíduos têm o tamanho diminuído para que possam aumentar seu número. "O nanismo dos dinossauros polares pode ser uma resposta adaptativa para assegurar a sobrevivência da espécie em uma área geográfica restrita", diz o casal Rich.
Fica a possibilidade, como sustentam alguns especialistas, de que o achado quase exclusivo de ossos de dinossauros anões se deva a uma casualidade. Esses depósitos fósseis, como a enseada dos dinossauros, que aparecem ao longo do litoral de Vitória se originaram à medida que violentas correntes marinhas sazonais arrastaram esqueletos e outros materiais das planícies próximas para as margens dos rios. O que pode ter acontecido é terem carregado apenas os ossos menores. Outra curiosidade sobre esses fósseis é que mais da metade é de dinossauros jovens. "Isso sugere que eles não estavam por aqui de visita, mas viviam nestas paragens a maior parte do ano, aproveitando os meses de verão, quando o sol brilhava, para fazer seu berçário", diz a dupla. Porém, quando chegava o inverno, o que faziam? Hibernavam ou migravam para regiões mais quentes?
A resposta a essas questões não é simples. Uma migração para o norte pressupõe um esforço incalculável, pois o caminho estava bloqueado por um imenso mar interior que só poderia ser evitado desviando-se centenas de quilômetros em direção ao oeste antes de retomar o acidentado trajeto rumo ao norte. E, ao fim de tanto trabalho, o máximo que conseguiriam seria apanhar uma hora de sol por dia. É possível que hibernassem, como fazem os atuais répteis do Ártico, que se tornam inertes quando a temperatura cai abaixo de zero. Mas, se não hibernavam, como se mantinham vivos? O caso do Leaelinassauro amicagraphica, um hipsilofodonte, cujo crânio foi encontrado em ótimas condições de preservação, intriga os cientistas. O enorme cérebro e os grandes olhos indicam que era dotado de uma acuidade visual que lhe permitia enxergar no escuro, durante o inverno. Por isso, percebia os vegetais dos quais se alimentava. Isso explica por que justamente os hipsilofodontes eram o grupo mais numeroso. Resta saber como driblavam o frio. Só poderiam ter sobrevivido mantendo a temperatura corporal e comendo freqüentemente, como fazem as aves no inverno. Quanto aos carnívoros, provavelmente subsistiram devorando os herbívoros.
Duas últimas questões. Ainda que não existam provas suficientes, a adaptação ao frio e ao gelo pode ser um indicador de que os dinossauros polares tinham sangue quente. A disputa do sangue frio ou quente é polêmica e ainda há quem sustente que os dinossauros, como os répteis de hoje e seus antepassados anfíbios, tinham sangue frio e por isso dependiam da luz solar como fonte principal de energia. O fato de os dinossauros australianos terem se adaptado ao frio e à escuridão até pode colocar em dúvida algumas das hipóteses para explicar a extinção do Cretáceo: o choque de um cometa ou asteróide contra a Terra ou mesmo erupções vulcânicas. Nos dois casos, uma gigantesca nuvem de poeira teria tomado conta da atmosfera, impedindo a passagem da luz e provocando um inverno artificial que teria resfriado o planeta e matado os bichos. Mas se os dinossauros das neves já sabiam viver nessas condições pode-se especular que teriam sobrevivido à catástrofe.

Refúgio de outros bichos

Apesar de sua posição polar durante a Era Secundária (que engloba o Triássico, o Jurássico e o Cretáceo), a Austrália serviu de refúgio a inúmeras espécies animais e vegetais, como mostram os fósseis recolhidos na enseada dos dinossauros e em outros locais próximos. É o caso de Koonwarra, a sudeste de Melbourne. Ali, os paleontólogos identificaram mais de oitenta espécies de invertebrados, entre os quais se destacam aranhas gigantes, crustáceos e outros, que coabitavam com os dinossauros.
Nas águas dos rios e lagos existia uma grande variedade de peixes, incluídos os dotados de pulmões, que hoje são encontrados em certos pântanos australianos e nos mangues da África e América do Sul. O único testemunho que restou das aves é a impressão de suas plumas em algumas rochas - coisa difícil, pois plumas são muito leves e quase não se fossilizam. Ao contrário, são abundantes os ossos dos anfíbios, tartarugas, pterossauros (répteis voadores) e plesiossauros (répteis que nadavam nas águas continentais do antigo vale entre a Austrália e a Antártida).

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Mitocôndria, uma E.T. na célula - Biologia


MITOCÔNDRIA, UMA E.T. NA CÉLULA - Biologia



Ex-bactéria, ela invadiu as células há milhões de anos e acabou se transformando numa de suas principais organelas: aquela capaz de extrair energia dos alimentos e da respiração. Hoje, cientistas especulam que males tão diversos como cegueira e enfarte podem ser causados por seu mau funcionamento.



Há mais de 1 bilhão de anos, quando a Terra ainda era paupérrima em oxigênio, uma bactéria primitiva desenvolveu a habilidade de respirar. Foi um ato de vanguarda. Porque, naqueles tempos, os seres vivos - células mais ou menos complexas - sobreviviam modestamente fermentando moléculas orgânicas. Um belo dia, porém, a bactéria vanguardista invadiu ou foi engolida por uma célula maior, que ainda vivia da fermentação. Por algum motivo, quem sabe por sorte, não foi digerida. Assim, feito uma E.T., ela permaneceu na célula anfitriã, até que os dois organismos co-meçaram a trabalhar em parceria. Com a ajuda da bactéria, a célula maior passou a se benefi-ciar da respiração, um método mais eficiente de obter energia. E o micróbio respirador faturou proteção e alimento fácil.
Os dois organismos sincronizaram sua reprodução, de modo que cada filhote da célula já carregava o seu filhote de bactéria. Com o tempo, esta última passou a depender parcialmente dos genes da primeira para se dividir. Resultado: tornou-se sua subordinada. Ou melhor, uma organela celular. Mais especificamente, o ex-micróbio se transformou na mitocôndria, estrutura que, até hoje, carrega os seus próprios genes, em um cromossomo circular, parecido com os das bactérias atuais. Aliás, a mitocôndria guarda várias semelhanças com suas ancestrais. Ela possui ribossomos, verdadeiras fábricas de proteínas, similares aos das bactérias. É capaz de se reproduzir, indício de que foi, no passado, uma célula independente. Finalmente, a organela e as bactérias são quase do mesmo tamanho: de comprimento, uma mitocôndria tem entre 1,5 e 10 mícrons ou milionésimos de metro; o diâmetro nunca ultrapassa 1 mícron.
Apesar dessas dimensões minúsculas, a importância da mitocôndria para o organismo humano é tão grande, que ela sempre cai nos vestibulares. "Dizem que a mitocôndria é a usina das células", conta o veterinário, especialista no estudo das células, Luiz Octávio Medeiros, professor da Universidade de São Paulo. "Ela não gera energia. Mas libera a energia química contida nos alimentos, tornando-a aproveitável para as células." Em resumo, a função da mitocôndria é fazer a glicose ou outros nutrientes, como as gorduras, reagir com o oxigênio captado na respiração, formando moléculas de água e de gás carbônico. Essa reação libera a energia dos alimentos, que vai parar, então, nas moléculas de ATP, legítimas baterias do organismo.Todo esse trabalho é realizado em etapas. Se liberasse a energia de uma só vez, a célula explodiria feito uma bomba. Portanto, a mitocôndria funciona como o motor de um carro, queimando combustível aos poucos, para obter doses pequenas, mas contínuas, de energia. Dessa maneira, a interação do oxigênio com a glicose acontece por meio de diversas reações.
Parte das reações ocorre no recheio gelatinoso das mitocôndrias, ou seja, na matriz, sendo chamadas de ciclo do ácido cítrico ou, ainda, ciclo de Krebs. O nome é homenagem ao bioquímico inglês Hans Krebs (1900 - 1981), que ganhou o Prêmio Nobel de 1953 por ter desvendado sua complicada seqüência. As substâncias químicas formadas no ciclo de Krebs escorregam para a superfície interna da organela. Ali, graças a uma série de enzimas, vão perdendo elétrons - partículas de carga negativa que giram ao redor do núcleo atômico - para os átomos de oxigênio, em um processo denominado cadeia respiratória. No final, tudo termina em água que é utilizada pelo próprio organismo; gás carbônico que é jogado fora pela respiração; e moléculas de ATP, prontas a descarregar energia onde quer que ela seja necessária. Quer dizer, desde que dentro dos limites da célula. "Não existe solidariedade entre as células", brinca o professor Medeiros. "Uma nunca produz ATP para outra. Cada qual tem de se virar para conseguir energia para si."
Daí que células mais ativas possuem um número maior de mitocôndrias. As do fígado, por exemplo, que trabalham exaustivamente na degradação de substâncias, possuem até 2 000 mitocôndrias, ocupando cerca de um quinto do seu volume. Em média, porém, uma célula tem entre 100 e 150 dessas organelas em seu interior. "O tamanho das mitocôndrias também decorre da quantidade de energia química que elas terão de produzir, conforme as necessidades da célula", explica Medeiros. "É bem verdade que elas usam sempre metade de sua capacidade de produção de ATP. Porque metade da energia que arrancam dos nutrientes elas dissipam na forma de calor, ajudando o organismo humano, por exemplo, a manter seus 36 graus Celsius de praxe."
Quando não está ensinando aos universitários o beabá do funcionamento celular, Medeiros se dedica a pesquisas sobre hemácias, os glóbulos vermelhos do sangue. Estes constituem uma rara exceção: não contêm mitocôndrias. "Essas células têm vida curta, não circulam mais do que quatro meses", diz Medeiros. "É como se justamente elas, que transportam o oxigênio por todo o organismo, não quisessem perder tempo com a respiração. Por isso, já nascem com um estoque de ATP sufi-ciente para sobreviverem por esse pe-ríodo." Na realidade, nenhuma célula precisa rigorosamente do oxigênio pa-ra gerar ATP. Fora da mitocôndria, no líquido que preenche a célula - o citoplasma -, também se produz ATP, graças à fermentação.
No caso, a substância fermentada é o ácido pirúvico, que surge quando enzimas do citoplasma quebram as moléculas de glicose, vindas dos alimentos. Só que, além de ATP, esse tipo de reação resulta em outros produtos, como o ácido lático, que são tóxicos para as células. "Quando a pessoa faz exercício e sente os músculos doer, o culpado é o ácido lático", exemplifica o professor Sezar Sasson, autor de livros didáticos que são verdadeiros best sellers de Biologia e supervisor das unidades do Anglo Vestibulares, que prepara alunos para entrar na faculdade. "Isso acontece porque as fibras musculares pedem mais energia do que as mitocôndrias estão conseguindo converter. Pode ocorrer durante o esforço muscular intenso, como uma corrida. " Na falta de oxigênio bastante, entregue via circulação sangüínea, a célula apela e passa a fermentar. Até que, depois de causar ardor, o ácido lático trave os músculos em estado de fadiga.
Mas não é só por essa situação dolorosa que a fermentação deixa de ser uma boa opção, como mecanismo de converter energia para o corpo. "A sua produção de ATP é muito baixa", diz Sezar. Os cientistas calculam que as mitocôndrias, no final das contas, conseguem converter 1 mol de glicose em nada menos do que cerca de 36 moles de ATP (mol é a unidade que os químicos empregam para a massa das moléculas). Na fermentação, no entanto, 1 mol de glicose resulta em apenas 2 moles de ATP. Por isso é que se morre de asfixia: na ausência de oxigênio, as células não geram moléculas de ATP suficientes para continuar funcionando. "As células cerebrais, grandes consumidoras, são uma das primeiras a sofrer com a queda de energia, morrendo rapidamente", explica Sezar.
As mitocôndrias se distribuem, dentro das células, no sentido de providenciar uma entrega rápida de ATP. Elas se concentram nas regiões de maior atividade. Nos espermatozóides, por exemplo, essas organelas disputam espaço nas proximidades do flagelo, a fim de garantir o seu batimento. Aliás, esta é a única participação das mitocôndrias na fecundação. Explica-se: os espermatozóides injetam apenas o seu núcleo no óvulo. E a receita para novas mitocôndrias está nas moléculas de DNA que elas mesmas carregam."Em geral, as nossas características são herança do pai e da mãe, porque são determinadas por genes de origem paterna e materna", diz Sezar. "Mas as mitocôndrias são herdadas apenas da mãe, porque só o óvulo contribui com essa organela."
Supõe-se que aquela bactéria primitiva teve grandes dificuldades para transmitir seus dados genéticos para o núcleo da célula que a hospedou. Daí a maioria do seu material genético ter permanecido separada. A mais recente linha de pesquisa na área de Genética se dedica a investigar se os mais de trinta DNAs mitocondriais não estariam por trás de males como enfartes e cegueiras. A desconfiança de que certas doenças são causadas por um mau funcionamento das mitocôndrias não é novidade: há duas décadas, por exemplo, os cientistas observam que problemas do coração são acompanhados por um excesso de ácido lático nas células desse músculo. Ora, se estão produzindo doses extras dessa substância é porque fermentam, em vez de usarem suas mitocôndrias direito. Mas até aí a falha poderia estar sendo causada pelo comportamento da pessoa - se é fumante, por exemplo, ocupando parte do pulmão com fumaça no lugar de oxigênio - ou por defeitos naqueles poucos genes do núcleo que têm a ver com as mitocôndrias.
No entanto, os cientistas notam que muitas dessas doenças têm maior incidência na família da mãe do que na do pai - e DNA mitocondrial é herança materna. No Brasil, o Instituto Adolpho Lutz de São Paulo criou um grupo disposto a investigar o papel das mitocôndrias em distúrbios que envolvem o trabalho muscular. "Algumas intoxicações e remédios como o AZT, usado em pacientes de Aids, prejudicam o desempenho dessas organelas", conta o cientista Edenílson Calore, da equipe do instituto. Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade Emory já provaram que um tipo de cegueira, a neuropatia de Leber, é provocado por falhas no DNA mitocondrial. O problema deve ocorrer nas mitocôndrias de todas as células da vítima, mas as oculares seriam as primeiras a manifestar sintomas. Afinal, os músculos dos olhos gastam muita energia, até para manter a retina fixa numa palavra. Calcula-se que suas mitocôndrias trabalham em dobro na hora de se ler um texto qualquer, como este.

Matéria obrigatória

Os 140 000 candidatos que prestaram a primeira fase do vestibular da Fuvest, em São Paulo, no mês passado, podiam ter uma certeza: as mitocôndrias iriam cair na prova. "Quem prepara as perguntas de Biologia é orientado para incluir sempre uma questão sobre a membrana celular e outra sobre mitocôndrias", dá a dica o químico Atílio Vanin, vice-diretor da Fuvest, instituição que organiza a seleção dos estudantes para cerca de 8 300 vagas em universidades paulistas. "Este vestibular só perde em número de participantes para uma prova similar, no Japão", diz ele.
Segundo Vanin, a ênfase nessas duas estruturas celulares ocorre porque elas são responsáveis por fenômenos fundamentais para a manutenção da vida. "A membrana controla tudo o que entra e sai das células. Ela não deixa escapar o que é importante para o seu funcionamento e tenta evitar a entrada do que pode ser nocivo", justifica. "Quanto às mitocôndrias, só elas podem converter a energia dos alimentos, sem a qual ninguém sobrevive. Por isso, entra ano, sai ano, elas continuam sendo uma barbada, isto é, nunca ficam de fora no vestibular."

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O jardim das esculturas - Geologia


O JARDIM DAS ESCULTURAS - Geologia



Maior concentração de arcos de pedra do mundo, o Parque Nacional Arches, nos Estados Unidos, exibe formas talhadas nas rochas pela ação das forças da natureza, como a chuva e o vento.



A 8 quilômetros de Moab, uma cidadezinha do Meio-Oeste americano, fica Park Avenue. Da avenida de Nova York, porém, ali só há lembrança. No meio do deserto de Utah, onde a água é rara, a vegetação quase inexistente e o calor sufocante, Park Avenue impõe-se como edifícios de metrópole, imensos muros esculpidos em pedra pela ação da água e do tempo. Esse monumento natural marca a entrada do Parque Nacional
Arches, a maior con-cen-tração de arcos de pedra do mundo, fincado na porção nordeste do Platô do Colorado, nos Estados Unidos. Esse platô é uma imensa região desértica, onde as rochas foram escavadas ao longo do tempo em infinitas variedades. Lá estão hoje mais de vinte parques e monumentos nacionais, entre eles o Grand Canyon. Ocupando a área de 296 000 quilômetros quadrados, pequena para os padrões locais, o Parque Arches diferencia-se dos outros pelas formas espetaculares de suas for-mações, que o fazem pa-recer um jardim de pedras. Seco e extremamente quente no verão, quando a temperatura pode chegar a mais de 50°C, o Arches não é o tipo de parque acolhedor, onde se passam dias agradáveis ao ar livre. Não há hotéis; o único local para acampamento não tem árvores e por todo o parque a água é escassa - cada visitante precisa levar a sua. O calor insuportável do verão contrasta com o inverno gelado, os termômetros acusando temperaturas bem abaixo de zero. Embora inóspito, é um paraíso para quem gosta de cenários dramáticos esculpidos com delicadeza e paciência pelas forças da natureza - chuva, frio, calor, neve, vento e, por estranho que pareça, sal. Sal sedimentado há milhões de anos, remanescente de um antigo mar, que por caminhos tortos provocou a exposição de uma enorme camada de arenito na qual a água moldou os arcos.
O Arches é resultado de uma rara combinação de antigos e contemporâneos eventos geológicos. Embora sua origem tenha mais de 300 milhões de anos, o atual cenário vem sendo desenhado há menos de 2 milhões, quando começou a sofrer erosão. Essa história teve início há centenas de milhões de anos, quando a região que agora inclui o Arches era parte da Bacia Paradoxo, uma depressão coberta por um mar, que recebia grande quantidade de sedimentos das áreas circunvizinhas. Com o passar do tempo, o clima quente e seco evaporou a água e deixou uma espessa camada de depósitos de sal, argila, calcário e outros materiais.
A esse tempo, as terras a nordeste da bacia, chamadas de Uncompahgre Highland, começaram a se elevar, causando rachaduras nas partes mais profundas da bacia. Essas terras mais elevadas, erodidas, lançaram uma camada de mais de 1 500 metros de entulho rochoso sobre a região norte da Bacia Paradoxo. Conforme esses sedimentos se acumularam sobre a camada de sal, seu peso forçou o sal a migrar em direção ao sudoeste, onde havia menos sedimentos. Uma camada de sal com quase 2 quilômetros de espessura mo-ve-se como uma geleira. No caso da Bacia Paradoxo, esse processo levou 150 milhões de anos.
Deslocando-se para sudoeste, falhas preexistentes na bacia fizeram com que o sal fosse comprimido em forma de domo e penetrasse nas camadas mais finas de rocha, formando paredes verticais e pararelas. Essa elevação às vezes chegava a perfurar a rocha. Formou-se, então, um círculo vicioso: quanto mais a camada superior de sedimento aumentava de espessura e peso, mais pressionava a camada inferior de sal para cima; os sedimentos afundavam, abrindo espaço para que mais materiais erodidos da Uncompahgre Highland se depositassem. Ao todo, mais de 200 milhões de anos de depósitos sedimentares aparecem no parque. Esse lento e constante processo de elevação da camada de sal foi decisivo para a formação do cenário atual do parque, pois afetou toda a geologia da região.
Entre 60 e 10 milhões de anos atrás, uma série de movimentos regionais da crosta terrestre distorceu o Platô do Colorado. Na área do Arches, esses movimentos intensificaram o abaulamento das camadas de rocha provocado pela movimentação do sal, e mais tarde criaram fissuras nos flancos dessas dobras numa série de juntas, ou fraturas paralelas na rocha quebradiça. Depois, quando a erosão começou a desgastar as camadas superiores, água subterrânea começou a dissolver o sal. Sem esse suporte, as rochas começaram a desmoronar, formando dois vales - do Sal e Cache - com paredes inclinadas e fraturadas.
Durante os últimos 10 milhões de anos, a erosão removeu do Platô do Colorado uma camada de quase 2 quilômetros de rocha. Olhando-se o cenário atual do Arches, é difícil acreditar que um dia ela tenha estado lá. Rios e riachos carregaram milhares de metros cúbicos de detritos para o que viria a se tornar o Rio Colorado, e esse processo ocorre até hoje.
Desgastando as rochas mais recentes, a erosão fez aflorar uma camada mais antiga, formada há 140 milhões de anos, conhecida por Sand-stone Entrada (sandstone significa arenito). Ela é dividida em três partes: a inferior é a Ponte Dewey, composta de arenito argiloso, pouco resistente à erosão. A do meio é a Slick Rock, um arenito de grãos finos, mais resistente à erosão, que forma os paredões e as torres de pedra. A superior é a Moab, também de arenito homogêneo. Essas três camadas formam a matéria-prima a partir da qual os arcos são escavados. A diferença de resistência à erosão entre elas provoca formações como os gnomos do Garden of Eden (Jardim do Éden), em que a camada inferior se desgasta mais rápido que a superior. Uma das maiores atrações do parque, a Balanced Rock (rocha equilibrada), é um perfeito exemplo disso. Fatalmente chegará o dia em que o pedestal estará tão fino que não suportará mais o peso da ro-cha sobre ele, e desabará.
O processo de fraturamento da Sand-stone Entrada durante o colapso dos Vales do Sal e Vale Cache resultou em centenas de fraturas paralelas nas rochas que agora bordejam esses vales. Quando a erosão das camadas superiores expôs a Entrada, essas juntas se desgastaram, se alargaram e deixaram apenas algumas torres bem estreitas de pedra, chamadas barbatanas. A seqüência de eventos que levou ao surgimento dos arcos estava começando.
Praticamente todos os arcos do parque se formaram a partir da Sandstone Entrada, rocha composta de inumeráveis grãos de areia de quartzo agrupados por um cimento natural de carbonato de cálcio. A água - vinda da chuva, do subsolo ou da neve derretida -, ligeiramente ácida, dissolve esse cimento, fazendo com que os grãos de areia se soltem. Como o cimento de carbonato está distribuído pela rocha de maneira não uniforme, algumas partes das barbatanas da Sandstone Entrada sofrem erosão mais rápida que outras, tornando-se mais estreitas em alguns pontos. A água penetra nas rachaduras e atrás das lascas (espécie de escamas de pedra), congela no inverno, se dilata e arranca essas lascas, provocando o afilamento cada vez maior das paredes. Chuvas de verão também levam as "sobras" de rochas. Conforme as lascas de pedra vão sendo arrancadas, outras vão se formando. Esse processo acontece até que surge o primeiro furo na parede, dando início ao arco.
Os arcos têm um ciclo de vida. Depois de começar como um pequeno furo na parede, a abertura vai aumentando de tamanho pela ação das intempéries - vento, chuva etc. - e da queda das rochas. Em alguns casos, como no Arco Landscape, considerado o maior do mundo, o processo de alargamento continua. Rochas caem do te-to da abertura fazendo com que o arco se estreite e se alongue. Diz o livro America´s Wonderlands, editado pela National Geographic Society, que esse arco não deveria existir, pois é demasiado longo e plano (87 metros de comprimento). Uma de suas extremidades tem apenas 1,80 metro de espessura, enquanto no centro há uma corcova com 6 metros de largura, que pesa milhares de toneladas.
Alguns arcos, como o Duplo, se abrem num contato (quando dois ti-pos de rocha aparecem juntos) entre as camadas Slick Rock e Ponte Dewey. Enquanto na primeira camada o desgaste ocorre a partir do teto, no segundo a erosão ocorre mais rápida no chão, alargando-o a partir de baixo.
Provavelmente, os arcos que vemos hoje se formaram nos últimos 2 milhões de anos. Como a água é a principal força escultora, acredita-se que o processo tenha se acelerado durante os períodos glaciais úmidos dos últimos 100 000 anos. Embora o processo de erosão seja lento e gradual, às vezes ocorrem alterações bruscas. O Arco Skyline chamava-se Arch-in-the-Making até 1940, quando, numa noite sem testemunhas, um enorme bloco de pedra que estava encravado caiu, dobrando o tamanho do arco.
Com o tempo, as forças que construíram os arcos vão destruí-los. Alguns, devido à instabilidade do chão ou da parede, mais rapidamente que outros. Esses diferentes estágios de desenvolvimento são visíveis no Arches. Embora ele pareça imutável, o visitante mais atento, cada vez que retornar, poderá ver a gradual metamorfose por que passa aquele cenário.

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A vida depois do Câncer - comportamento

A VIDA DEPOIS DO CÂNCER - comportamento



Em cerca de metade dos cancerosos, o tumor maligno desaparece para sempre, após o tratamento. Mas o ex-paciente pode ser prejudicado pelo medo de a cura não ser completa e pela discriminação, já que muita gente ainda encara a doença como sentença de morte.



Quando escreveu para a equipe do Hospital do Câncer, em São Paulo, o garoto estava realmente zangado. Era um desabafo. Tinha feito uma malcriação qualquer e a mãe, em vez de colocá-lo de castigo como fazia com os irmãos, deixou passar barato. Ele ficou frustrado. "Quando se trata de um ex-paciente de câncer, é comum um menino gostar de bronca", garante o oncologista Sidney Epelman, um dos responsáveis pelo atendimento das crianças, no hospital . Segundo o médico, o desejo número um dessa garotada é, na medida do possível, esquecer a doença, levando uma vida normal, com direito até a eventuais puxões de orelha paternos. "Mas os pais, com medo da volta do câncer, superprotegem o filho. O que só aumenta a insegurança do paciente em relação à sua cura."
Em média, seis em cada dez crianças cancerosas conseguem vencer a doença - a incidência pode ser maior, dependendo do tipo de tumor maligno. Em adultos, as chances de cura crescem com o aparecimento de novas técnicas de diagnóstico e tratamento (veja quadro). No entanto, quando se põe um ponto final na história do câncer, outra história está apenas começando. "O medo que envolve a doença pode dobrar justamente no dia da alta médica", diz a psicóloga Maura Camargo. "É como se, abandonando a quimio e radioterapia, a pessoa estivesse sendo devolvida à fera do câncer." Além de ser ex-paciente, Maura participa, em São Paulo, do Centro Oncológico de Recuperação e Apoio (CORA), um grupo de médicos e psicólogos que orientam quem está passando pela doença e quem já se curou.

O receio dos pacientes fora de tratamento é justificável: afinal, de tempos em tempos, eles têm de fazer exames de controle. Alguma célula cancerosa pode ter escapado do órgão de origem, instalando-se em outro canto do corpo, para ali recomeçar a sua reprodução desenfreada, típica da doença. Os médicos sabem, porém, que se um câncer não voltar em três anos, as chances de recidivas serão muito pequenas - e, depois de cinco anos, poderá se falar em cura. Esse período costuma ser vi-vido de maneira estressante.
"Nas vésperas dos exames, a tensão é impressionante", conta David Capistrano, prefeito de Santos, no litoral de São Paulo. Vítima de uma leucemia, há onze anos, ele acabou fazendo um transplante autólogo. A medula óssea produtora das células malignas foi arrasada por potentes medicamentos. Em seu lugar, os médicos deixaram um pedaço de medula supostamente são, retirado do próprio paciente. ´É, mas poderia haver uma célula doente ali também", temia o político, que também é médico e sabia o que estava enfrentando. Por isso, só nos últimos anos passou a comparecer tranqüilamente aos exames de sangue, feitos para controlar a sua saúde, a cada semestre. "O que me ajudou é que evitei parar de trabalhar." Nem sempre, porém, isso é possível. Infelizmente, é comum ex-pacientes - ou porque o tratamento os obrigou a faltar ao trabalho ou porque são vistos como condenados à morte - perderem emprego ou ficarem encostados na empresa, sem esperança de promoção.
No caso das crianças, os serviços médicos costumam fazer de tudo para que não percam o ano letivo: "Os professores nos entregam as provas e as lições, enquanto a criança está internada", conta o oncologista Sérgio Petrilli, da Escola Paulista de Medicina."Mais tarde, as escolas são orientadas no sentido de não discriminarem essas crianças, até porque não há motivos." Em populações mais carentes, um problema difícil de lidar é o do emprego dos pais. Explica-se: é aconselhável que alguém da família permaneça ao lado do paciente, nas penosas sessões de quimioterapia. "Muitas vezes, a mãe não pode deixar os outros filhos sozinhos em casa", conta Petrilli. "O pai, então, falta ao serviço. Depois, muitas vezes, a criança se torna uma paciente bissexta, porque o pai teme o desemprego. Sem tratamento adequado, ela perde as chances de cura."
Na entrada da casa clara e cheia de brinquedos, em que funciona o departamento de Oncologia Infantil da E.P.M., Petrilli e seus colegas penduraram uma placa: é uma homenagem à empresa Método Engenharia, que mandou, no ano passado, uma assistente social para acompanhar o tratamento do filho de um de seus funcionários, que trabalhava na Divisão Agropecuária, em Rondônia. "Nos dias de quimioterapia, a moça passava por aqui, para conversar com a mãe e com a criança, que aliás, já teve alta", lembra o oncologista. "Essas visitas deixavam toda a equipe de queixo caído, porque no Brasil as empresas não tomam esse tipo de atitude." Para Euvaldo Foroni, que dirige a Divisão Agropecuária, a decisão foi coerente com a filosofia da Método: "Os problemas pessoais dos funcionários afetam o seu trabalho, portanto também nos dizem respeito", afirma. Um estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer com 2 940 pessoas - ex-pacientes ou parentes de ex-pacientes - revela que um terço delas tem alguma seqüela da doença na vida profissional. A pesquisa levou em consideração o caso de pessoas que preferem esconder no ambiente de trabalho que foram doentes de câncer.
"A gente sabe que, no caso das crianças, a cura pode ser absoluta", diz a pediatra Sílvia Brandalise. "Mesmo assim, quando se tornam adultos competentes e saudáveis, essas pessoas muitas vezes omitem que tiveram câncer, nos testes de seleção, porque senão costumam ser preteridas. O estigma da palavra câncer ainda é terrível", lamenta a médica. Por isso, em junho do ano passado, ela organizou uma comemoração, reunindo mais de 800 pacientes que passaram pelo Centro Boldrini, em Campinas, interior paulista. Silvia fundou esse hospital há mais de dez anos para tratar o câncer infantil. A "Festa do Arco-Íris, como foi chamada, deve se repetir este ano. Mas, desta vez, acontecerá em diversos Estados ao mesmo tempo", diz Silvia. "A idéia é mostrar gente bonita, feliz e produtiva, que um dia teve câncer."
Talvez sejam necessárias mil festas como essa para convencer o pessoal das agências de seguro, por exemplo. Porque nenhum tipo de seguro, seja de vida ou de saúde, aceita quem declara ser ex-paciente canceroso. "Só não aceitamos os de cânceres incuráveis", corrige Júlio Oscar Mozes, gerente da área mé-dica da Itaú Seguros, uma das cinco maiores empresas do setor, no país. Mas há um detalhe: as seguradoras só excluem desse rol, isto é, só consideram câncer curável certos tumores de pele. "O tratamento quimioterápico no Brasil ainda tem pouco tempo de experimentação para garantir seus resultados", tenta justificar Mozes. Outro detalhe: as drogas usadas aqui são as mesmas utilizadas no Exterior, em combinações determinadas por protocolos internacionais. "Quem expõe dúvidas desse jeito ou é mal-informado ou está agindo de má-fé", contra-ataca o pediatra Gabriel Oselka, ex-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). "E eu não acredito, no caso das seguradoras, que seja falta de conhecimento."
Problemas como esse induzem ex-pacientes a calar sobre o seu passado. O médico Petrilli, da E.P.M., reconhece que nem sempre é fácil comentar que se teve câncer: "A pessoa costuma ouvir um comentário piedoso ou é tratada com atenções especiais. Nada é pior para baixar o astral. O ser humano detesta ser subestimado." Além disso, a palavra câncer passa a ser predicativo do ex-paciente - nos cochichos, ele é "o fulano que aliás teve câncer-" .
A psicóloga paulista Lúcia Rosemberg compreende esse espanto geral: "A morte é um conceito cercado de mistérios. E, quando se está diante de alguém que teve câncer, estamos de frente a uma pessoa que já experimentou a morte", analisa. A psicóloga, no caso, não se refere à morte física: "Morre com o tumor uma série de manias, conceitos, convicções. Todos saem transformados, de um jeito ou de outro." Existem pessoas, segundo Lúcia, que parecem fazer um pacto com a vida - olham para os lucros da experiência, ficam mais animadas do que antes, passam a valorizar mais o cotidiano e seus sonhos. Outras, porém, amargam as perdas e danos da doença. "Estas, de certo modo, acabam derrotadas pelo câncer, mesmo que se curem."

As estatística da cura

Veja as possibilidades de recuperação nos dez tipos mais comuns de câncer em adultos nos Estados Unidos:

Pulmão: No total, apenas 13% dos doentes se curam, porque a doença costuma ser diagnosticada quando já está avançada. Se é detectada no início, as chances de sobreviver sobem para 46%.

Intestino: Diagnosticado cedo, as possibilidades de se curar são de 91% para pacientes com câncer de cólon e 85% para doentes com tumor no reto. Se a doença já se espalhou para órgãos vizinhos, as chances passam a ser 60% e 51%, respectivamente.

Mama: A incidência de cura está em torno de 93%, quando não há metástase.

Gânglio linfático: Órgão afetado por linfomas; 77% dos casos de tumores de Hodgkin são resolvidos, contra 31% a 51% de outros.

Pâncreas: Apenas três em cada 100 pacientes conseguem ficar completamente curados.

Útero: Na média, 66% das pacientes se recuperam; nos estágios iniciais, a probabilidade de cura chega a 94%.

Medula óssea: São as leucemias. Calcula-se que 37 em cada 100 pacientes ficam recuperados. A taxa é relativamente baixa devido à queda das defesas imunológicas. Em geral, o paciente não morre por causa do câncer em si , mas de infecções oportunistas.

Próstata:
As chances de plena recuperação aumentaram de 50% para 76% na última década.

Pele: Na maioria dos tumores, a cura é total. Nos melanomas, a remição é de 83%, quando não há metástase - o que ocorre na maioria dos casos.

Ovário: Cerca de 89% das vítimas sobreviveriam, se a doença fosse percebida nos primeiros estágios - o que só acontece em 23% dos casos. Daí, o índice de cura fica em 18%, somente.


"Eles estranham os novos limites"

O cheiro do Hospital Samaritano, em São Paulo, desperta lembranças capazes de tirar o apetite de Arlete Maria de Oliveira Passos, cada vez que volta ali para um tratamento da coluna. Há pouco menos de dois anos, ela esteve no mesmo hospital para cuidar de um linfoma no canal vaginal. Casada, 46 anos, mãe de três filhos, Arlete entrou na Faculdade de Psicologia em 1985, depois de quinze anos como dona de casa. Como sempre quis trabalhar com doentes terminais, acha que o câncer lhe trouxe uma espécie de experiência profissional: "Entendo melhor as angústias de quem encara a possibilidade da própria morte", avalia. Além disso, a mãe de família definiu novos limites em casa. "O pessoal fica assustado, até bravo, quando digo que não posso satisfazer suas vontades", conta. "Mas eles vão aprendendo a aceitar que não sou mais tão disponível, vivendo só em função de filhos e marido. Retomei o comando da minha vida."

"Antes, a palavra era proibida"
Quando o comerciante aposentado Luiz Paes d´Almeida ouviu o diagnóstico de câncer na língua, o nome da doença não era sequer pronunciado na família. Passados três anos e 35 sessões de radioterapia, a vida mudou muito.
O português de 73 anos, radicado no Brasil desde 1949, teve de aprender a articular as palavras em sessões de fonoaudiologia. "Se falo devagar, as pessoas me entendem. Quando demoram a me compreender, perco logo a paciência", diz com bom humor, ele que se define um amante da boa prosa. Como a cirurgia que lhe extirpou o tumor arrancou-lhe junto a possibilidade de sentir o paladar, dona Amélia, a esposa, tomou uma decisão: deixou de preparar os pratos preferidos do marido, para não deixá-lo com água na boca. "No começo, o câncer deixa a gente desnorteado", afirma Paes d´Almeida. "Mas, falando abertamente da doença, vencemos o medo e a depressão."

"A doença amadurece"
Tomás Sigrist Lopes tem apenas 12 anos, mas fala como gente grande. "Quem passa pelo câncer amadurece", avalia o garoto, que teve um tumor de rim aos 8 anos de idade. Perspicaz, sempre de altíssimo astral, ele vai logo explicando: "Câncer não é catapora. A criança fica fraca feito um palitinho, perde os cabelos, acaba proibida de um monte de coisas, como ir na praia ou ter animais em casa. A doença não altera só a rotina dela, como a das pessoas que a cercam." Nesse sentido, aliás, Tomás se orgulha da família e faz questão de contar das férias em Maromba, um lugar em plena Serra de Itatiaia, no Rio de Janeiro, famoso pelas águas límpidas. Explica-se: na fase de tratamento, o menino não podia cair na piscina, por risco de infecção. Os pais descobriram, porém, que era permitido mergulho em nascentes de rios - e foi exatamente isso o que descolaram no vilarejo serrano, para onde carregaram Tomás e sua irmã Érica. "A forma como você vive a doença influencia a sua cabeça, para o bem ou para o mal, depois de curado", afirma ele, que não vê a hora de outras férias em Maromba.

"Mulher-maravilha, nunca mais"
O câncer de mama transformou Lyene Giordano Guerra, uma elegante executiva paulista. Por causa dele, em 1989, ela tirou os dois seios, de uma só vez. Mais do que isso, a doença mexeu com a personalidade da mulher que dirige uma das mais tradicionais construtores do país. Para espanto geral, a pessoa corajosa, sempre rígida consigo mesma, cedeu lugar a outra, mais maleável. "Estou aprendendo a lidar com meus pontos fracos", afirma Lyene. Essa fragilidade vem à tona principalmente a cada bateria de exames de controle, que é obrigada a fazer de seis em seis meses. "Tenho medo dos resultados", confessa. "Assumir esse temor é difícil para quem sempre se viu como uma mulher-maravilha. No entanto, tenho certeza de que, olhando meus receios de frente, o câncer nunca mais vai voltar."

"Quero ter filhos e netos"
Armando Rocha Pacheco tinha 15 anos de idade, quando colocou uma prótese no lugar de dois terços da tíbia e um terço do fêmur, dois ossos da perna afetados pelo câncer. "Era muito criança e nunca me preocupei demais com as conseqüências da doença", conta o paulista Armando, hoje com 24 anos, estudante de Administração. Praticante de natação, ele não pode correr nem praticar esportes violentos - o que não o impediu de enfrentar a multidão para assistir aos shows de Michael Jackson e Madonna, em novembro do ano passado. O estudante percebe que o câncer deixou um rastro de mudança: "Estou mais responsável com a saúde. Não penso muito nisso, mas tenho, sim, medo de uma recidiva do tumor e até da morte." Seus planos são montar um negócio próprio, casar, ter filhos e netos. "O que eu quero é morrer velho, muito velho."

"Descontava o atraso"
Bailes, noites em discoteca, troca-troca de namorados - a paulista Daniela Carolina Rovaris Pexe, 22 anos, diz que aprontou bastante, quando recebeu o aviso de que estava curada da leucemia, há seis anos. "A doença apareceu quando estava em plena adolescência. Foi difícil porque, nos primeiros meses de tratamento, não podia nem sequer receber visitas dos amigos." Daniela acha que os pacientes adolescentes enfrentam uma situação especial: "A gente, depois, fica com aquela vontade de querer descontar o atraso. Afinal, a adolescência é a fase da vida em que você quer mais liberdade e, de repente, se vê preso na gaiola de uma doença." Segundo Daniela, nessa faixa etária as pessoas costumam ser mais egoístas: "Aos poucos, fui sendo abandonada pelos colegas, que estavam curtindo a vida e não queriam saber da doença dos outros. Mas, passado algum tempo após a alta, tudo volta ao ritmo certo. Inclusive as amizades."

"Sonho com uma vida normal"
Durante dez anos, uma ou duas vezes por semana, dona Maria Leonor Pereira deixava o marido na lavoura em Amparo, interior de São Paulo, para ir de ônibus à cidade vizinha, Campinas, levando a filha Cristina no colo, para mais uma sessão de quimioterapia. A menina nem conseguia andar, por causa da leucemia, diagnosticada aos 2 anos de idade - a alta médica só veio aos 12. "Muita gente perguntava por que eu insistia tanto nessas viagens", conta a mãe. "Mas quem fala assim não tem fé na cura." Agora, aos 16 anos, Cristina exibe vaidosa três brincos em cada orelha e um número idêntico de sonhos: "Quero estudar porque nunca estive na escola, cuidar dos meus sobrinhos pequenos e arrumar um emprego, qualquer emprego." Para quem acha isso pouco, a garota dispara: "Isso é vida normal, é o que no fundo todo mundo quer."

"Só você pode se convencer da cura"
Apesar das noites de insônia, na enfermaria escura do Hospital São Paulo, a recordação mais marcante que Jackson Carlos Joaquim tem dos "tempos do câncer" foram as amizades: "Vizinhos, colegas de escola, parentes, todos deram apoio", lembra. O tumor linfático lhe ensinou o valor da amizade, quando tinha somente 7 anos. Algumas lições foram duras: "Meu melhor amigo, colega de quarto, morreu por causa da doença." Talvez por isso, quando recebeu a primeira alta, aos 9 anos, Jackson fugiu do hospital e nunca mais deu as caras para fazer exames de controle. O resultado é que o câncer teve recidiva e Jackson acabou recebendo alta para valer apenas há poucos meses, aos 19 anos. "É fundamental confiar no que fala o médico, sem ficar imaginando coisas", diz ele, que por coincidência trabalha durante o dia no hospital em que passou parte da infância, antes de ir para o curso noturno de Publicidade. "A partir do momento em que está convencido, você passa a mesma confiança para os outros. Eu, por exemplo, corro, tenho um dia-a-dia agitado, jogo bola feito um louco nos fins de semana. Viver desse jeito, para quem me vê, é a maior prova da minha cura."

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Ciência fora da sala de aula - Educação


CIÊNCIA FORA DA SALA DE AULA - Educação



Vale tudo para mostrar que a ciência é menos complicada e menos "séria" do que parece: desde programas de televisão, exposições na universidade, até espetáculos para cativar o público que sai para passear aos domingos.


Formada pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, hoje com 42 anos e três filhos em idade escolar, Eliana Andrade nunca teve contato particularmente estreito com as ciências exatas. Mas confessa que, de alguns meses para cá, não consegue tomar sol à beira da piscina sem imaginar: "Olha só a luz do Sol batendo na água... Esse é o tal fenômeno da refração da luz". O motivo desse súbito e saudável interesse é simples. Como supervisora de produção, Eliana foi seduzida pelo charme do próprio programa que ajuda a fazer na Televisão Cultura de São Paulo - "O professor", levado ao ar, desde meados de outubro passado, às terças e quintas-feiras, às 11 da manhã e às 5 da tarde.
Apesar do nome, e da faixa de público que pretende atingir, entre os 10 e 15 anos, o programa nada tem de professoral. Seguindo uma forte tendência, no Brasil e outros países, a idéia é despertar a curiosidade do público por meio de divertidas aplicações dos princípios e conceitos científicos. Como, por exemplo, ferver água num recipiente de papel e mostrar que este não se queima sobre a chama do fogão - mesmo que 15 000 calorias sejam absorvidas pela água até a fervura. Desta vez foi o diretor geral da série na Cultura, Fernando Rodrigues de Souza, que, inconscientemente, se deixou contagiar pela graça do truque. Em casa, pela manhã, ao ver a água do café em ebulição, flagrou-se refletindo sobre os fenômenos do calor.
O contágio alcançou também os espectadores do programa, que desde sua estréia assinala em média quatro pontos no Ibope, excelente marca para uma série educativa. É uma forte indicação de que Souza está conseguindo realizar sua proposta: "Instigar o público a procurar suas próprias respostas". Embora não seja fácil tornar palatáveis conceitos básicos de Física, Química, Biologia e Matemática, o programa é ajudado pela simplicidade. Seu protagonista, o físico e professor de cursinho Sadao Mori, vive na tela o papel de um simpático e sábio vizinho, rodeado de agitados discípulos: os pré-adolescentes Cinthya, Jaime, Vanessa e Caio.
Logo no primeiro episódio, Mori faz a criançada vibrar com a fervura da água e aproveita para explicar a ciência da coisa: a água "rouba" o calor que a chama transmite à cartolina que, por isso, simplesmente não tem como incendiar. Ou seja, filosofa Mori, muitas vezes as pessoas pensam ter certeza de alguma coisa, mas como não têm prática de observar tudo o que acontece, chegam a conclusões errôneas. No começo, todos dizem que é impossível ferver água no papelão sem queimá-lo. Depois se convencem de que esse é, na verdade, o resultado mais plausível.
Além das crianças, quem está adorando a série são os professores de ciências, ávidos de material para complementar o ensino. A produção não pára de receber telefonemas pedindo esclarecimentos e cópias dos episódios. Mas Souza explica bem a diferença entre a escola e a tevê, que não tem que ensinar o currículo. "Isso é tarefa da escola. O que nós queremos é mostrar que todo mundo pode ser um cientista." Nesse ponto, Souza faz algo parecido com os "shows" do físico Cassiano de Carvalho Neto. A diferença é que este último, em vez da televisão, utiliza a praça pública para mostrar brinquedos científicos que ele mesmo constrói.
Assim, conquista a atenção de garotos e adultos para os conceitos da Física. Seu maior sucesso é um pequeno pica-pau de madeira que escorrega numa haste de metal com velocidade constante. Ele deveria cair cada vez mais rápido sob a força da gravidade, mas o atrito com a haste torna a queda uniforme. Assim, pode-se mostrar, de um jeito interessante, o que significa a fórmula v = s/t, com a qual se calcula a velocidade na escola (v é a velocidade; s é a mudança de posição do pica-pau ao cair; e t é o tempo de queda). Sem ter que decorar, o aluno aprende em clima de festa.
Até um "racha" de pica-paus é possível fazer, já que eles caem com velocidades ligeiramente diferentes. "Não há quem não aprenda assim", acredita Carvalho Neto. "Esse método faz as pessoas respeitarem a ciência, pois a vêem como uma ferramenta, com a qual podem resolver problemas." Ao lado do biólogo Cláudio Braghini e do químico e farmacêutico Emílio Galhardo Filho, ambos professores, o físico costuma fazer suas apresentações na Praça da República, em pleno centro de São Paulo, ao meio-dia de domingo. Assim, atrai as crianças que saem com os pais para fazer compras. Uma delas, o garoto Rodrigo, de 5 anos, depois de ver a experiência do pica-pau, espremido entre mais de vinte pessoas, não quis mais sair de perto.
Mas um outro cidadão, igualmente atento, era o artista de circo Celso Aparecido da Silva, 25 anos. Como seria de esperar, ele gostou da "mágica" realizada por Galhardo. Trata-se de derramar num copo de vinagre um pouco de suco de repolho roxo, que imediatamente se torna amarelo. Aparecido reconheceu que nesse tipo de experiência se encontram alguns dos segredos dos truques de circo. Nesse caso, o que se vê é uma reação muito útil nos laboratórios, entre um ácido e uma base (dois tipos fundamentais de substâncias). O ácido, contido no vinagre, tem átomos de hidrogênio positivo, e a base, presente num pigmento do repolho, tem moléculas chamadas hidroxilas, de carga negativa.
São os hidrogênios que alteram o suco de repolho, fazendo-o mudar de cor. Ou seja, o caldo fica com a cara de um ácido e só volta à cor e à categoria anterior quando se acrescenta a ele algo bem básico, como o sabão. No laboratório, substâncias desse tipo podem ser usadas para saber se uma outra substância é um ácido ou uma base, e são chamadas "indicadores". Galhardo quer justamente mostrar que os indicadores não existem somente nos laboratórios, mas em toda a natureza. O chá, por exemplo, fica mais claro quando colocamos o limão, porque este é um ácido. Aparecido ficou impressionado: "A ciência é mesmo algo fascinante e perigoso". Já o casal de aposentados Nélson Martins da Costa e Gertrudes gostou mais de ver uma maquete de locomotiva na qual várias máquinas simples funcionam ao mesmo tempo.
Antes de tudo há uma lamparina: ela queima álcool, que faz água virar vapor, que empurra um pistão, que gira um ímã e cria eletricidade. Ou seja, a energia química do álcool se torna energia térmica na chama, energia mecânica no pistão e energia elétrica no fio. "Pena que meus netos não saibam como essas coisas funcionam", lembra Martins. "Fui criado vendo meu pai dirigir uma serralheria onde tudo funcionava por um sistema de vapores, igualzinho à locomotiva que ele mostrou". Ao mesmo tempo, o filho de Carvalho, André, de 7 anos, conseguiu convencer o menorzinho Rodrigo a largar o pica-pau para aprender a teoria da refração da luz do Sol com ajuda de uma lente de plástico, uma folha seca e um fósforo.
"É só colocar o fósforo em cima da folha e a lente um pouco para cima. Quando a luz do Sol bater na lente e for esquentando, o fósforo acende e tudo pega fogo", explica o menino com ares de físico. Carvalho imagina que a metodologia dessas aulas ao ar livre supre uma deficiência da escola moderna, que nem sempre prepara o aluno para pensar cientificamente. "A criança acaba não aprendendo o mais importante." E é essa possível deficiência que ele espera suprir com os kits e brinquedos usados em suas demonstrações e fabricados por sua empresa de tecnologia educacional, a Laborciência.
Empresas como essa estão se tornando mais comuns. Aníbal Fonseca de Figueiredo Neto, assessor de ciências do Colégio Vera Cruz, em São Paulo, é outro fabricante, dono do Atelier de Brinquedos Científicos. E também faz demonstrações no estilo de Carvalho, embora em cursos ou feiras de ciências, e não na rua. Ele ensina, por exemplo, a construir uma pilha usando placas de flandres - dessas usadas nas calhas das casas. Basta cobrir uma placa de flandres com um filtro comum de café, embebido em vinagre, e com uma placa de cobre (as placas têm 8 por 8 centímetros de lado). Depois de montar três sanduíches como esse, ligam-se por um fio as placas de flandres às de cobre.
Isso abre uma trilha por onde os elétrons dos átomos de cobre, atraídos pelos átomos de zinco, passam a correr. Pode-se, então, acender uma lâmpada de painel (também chamada de led, vendida em casa de material elétrico) ligada ao fio. A pilha gera um potencial de 3,3 volts (1,1 volt para cada sanduíche) e ilustra como produzir energia luminosa a partir da energia química. "A gente faz o experimento sentado no chão da sala de aula", conta Figueiredo. "A meninada não quer parar."
As vantagens de sair da sala de aula e conquistar outros espaços para a ciência são evidentes. Tanto que se criou uma espécie de contra-senso: as escolas fazem o que podem para deixar de ser "escolas", no sentido tradicional, e seguir a nova tendência. Iniciativas interessantes é que não faltam, como a do Teatro-Laboratório do Colégio Objetivo Júnior de São Paulo. Nessa sala especial, com ajuda dos computadores, os alunos simulam montagens reais de filmes, como se fossem diretores de cinema de verdade.
Tatiana Goumila e Renata Tremonte, por exemplo, ambas de 11 anos, se divertiram introduzindo cenas novas - inclusive suas próprias imagens - no filme "ET", do americano Steven Spielberg. Certamente, não há maneira mais direta de fazer o aluno participar da aula, um sonho de todo professor. Não é por outro motivo que, na Escola da Vila, em São Paulo, esse objetivo é perseguido de maneira sistemática. A idéia, como diz o professor de Ciências da Escola, Vinícius Signorelli, é fazer com que a criança "construa" o conhecimento por si mesma, vivenciando as teorias. Isso significa mostrar-lhes onde a ciência pode ser encontrada, seja em passeios pelas matas, freqüentes no currículo da Escola, ou numa atividade qualquer do dia-a-dia.
Por exemplo, para responder à questão - o ar ocupa espaço? - Signorelli sugere aos alunos que observem uma seringa de injeção, enchendo-a e esvaziando-a. Não demora muito, o barulhinho do ar saindo da seringa convence os meninos, e a resposta é um "sim" entusiasmado. "As crianças são curiosas, querem entender o mundo, e por isso se interessam naturalmente por ciência", diz Signorelli. "Assim, nossa tarefa é aumentar o repertório de conhecimento delas, para que possam fazer relações entre as coisas que aprendem." Não é à toa que a Escola da Vila também estímula os alunos a lerem revistas de popularização científica. Mas se isso aproxima as pessoas do trabalho dos cientistas, imagine-se o impacto de uma visita a um laboratório de verdade.
Isso é perfeitamente possível, embora muita gente não saiba. Basta visitar a exposição "Do Caleidoscópio ao Carrossel", montada desde 1988, e hoje instalada no Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Trata-se de um verdadeiro paraíso de "truques" científicos que apenas 1 000 pessoas vêem todos os meses. Sem perceber, enquanto mexem em tudo e se divertem, os visitantes lidam com o eletromagnetismo, a óptica, a mecânica e a Química. As crianças adoram comprovar, na prática, uma das leis fundamentais da Física, chamada conservação do momento angular: numa cadeira giratória, elas abrem e fecham os braços para fazer a velocidade diminuir e aumentar. Isso acontece porque os braços abertos dificultam o movimento, que no entanto não se perde: volta a impulsionar a cadeira quando os braços se fecham.
É o mesmo princípio que as bailarinas empregam para girar bem rapidamente. Para quem procura informação mais séria, o Instituto abriu um dos seus laboratórios, contendo mais de 1 000 instrumentos. As explicações ficam a cargo do professor Luiz Ferraz Neto, que usa desde garrafas de refrigerante até raios laser para demonstrar as mais importantes leis da Física. Assim, apesar do público reduzido, a exposição é um sucesso, avalia o seu coordenador, o físico Ernst Hamburger. "Vê-se isso pelo grande interesse dos professores e das pessoas pelos experimentos." Sem dúvida, é animador as universidades abrirem as portas à comunidade, especialmente às crianças. Isso não garante que as próximas gerações terão mais intimidade com os fenômenos científicos - em vez de apenas apertar botões, sem saber o que acontece quando eles são apertados. Mas já se terá dado um largo passo nessa direção.

O fogo que não queima

Um queimador comum de fogão produz, em um minuto, milhares de calorias. O suficiente para reduzir a cinzas uma cartolina grossa. Mas ela enfrenta bem o desafio se tiver a forma de um recipiente e este estiver cheio de água. A água esquenta até 100ºC e vira vapor. Pode-se calcular a energia absorvida pela água pela variação de temperatura: se ela começa a 25 ºC, a variação será de 75 ºC 100 - 25). Depois, se acha a massa da água contida no recipiente: se ele tem 10 x 10 centímetros de lado e 2 centímetros de altura, seu volume é de 200 mililitros (menos que uma garrafa de refrigerante pequena). Ou seja, 200 gramas de água. A energia, então, vale 200 vezes 75, ou 15 000 calorias.


Som e luz em forma de mola

Uma simples mola pode dar uma idéia de como as ondas de som e luz se propagam no espaço. É o que se faz no Instituto de Física com as chamadas molas slinky, que entortam com facilidade. Cada movimento cria uma deformação peculiar, que caminha sobre a mola. Algo parecido ocorre com o som, que é um movimento do ar em forma de ondas. Assim como a luz é uma perturbação elétrica e magnética que percorre o vácuo como uma onda. Tais movimentos escapam aos olhos humanos, mas podem ser compreendidos a partir do estudo das molas. O princípio que se aprende aqui é a chamada Lei de Hooke, expressa pela fórmula F= -Kx. Ou seja, F é a força que a mola acumula quando encolhida ou esticada de uma distância x. O sinal menos indica que a deformação gera força em sentido contrário e K é uma constante que diferencia uma mola de outra.

Os pica-paus versus Galileu

Qualquer corpo em queda, na ausência de ar, alcança 36 quilômetros por hora, no primeiro segundo, e incrementa sua velocidade a cada segundo. Descoberta pelo sábio italiano Galileu Galilei (1564-1642), essa lei não vale para os pica-paus de brinquedo que escorregam num arame esticado. Eles caem com velocidade praticamente constante porque sobre eles atuam duas forças: a gravidade, para baixo, e a força de atrito do seu "pé" com a haste, para cima. Desse modo, a força resultante do movimento é nula e não há variação de velocidade. Por isso mesmo, os pica-paus podem ser usados no cálculo da velocidade média (constante). Basta medir o tempo que o pica-pau demora na queda, e dividir o comprimento da régua pelo tempo. Na prática, a velocidade tem um valor próximo dos 7 quilômetros por hora, ou quase 2 metros por segundo.

Crianças analisam o solo e descobrem a pressão do ar

Não é fácil saber se um solo é bom ou inviável para plantar, mas as crian-ças da 5.ª série da Escola da Vila aprendem pelos menos as idéias mais sim-ples sobre o assunto. Elas recolheram terra de três lugares diferentes e separaram seus componentes: areia, húmus e argila (cada um ficou numa garrafa de plástico com água dentro). Esperaram uma semana e percebe-ram, primeiro, que a areia não segura a água. Ou seja, o solo arenoso não é bom porque resseca logo. Também viram que o solo argiloso, por ser impermeável, tem o problema oposto: encharca demais. Por exclusão, o solo com muito húmus é o mais fértil. De quebra, a criançada observou que as garrafas murcharam, depois de sete dias fechadas. É que o vapor de água existente dentro delas fazia pressão para fora e equilibrava a pressão do ar, do lado de fora. Mas quando o vapor esfriou e se tornou líquido, passou a ocupar menor volume e a exercer menor pressão sobre o plástico. As garrafas murcharam.

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Etruscos - A cultura que roma destruiu - História

ETRUSCOS. A CULTURA QUE ROMA DESTRUIU - História



Eles dominaram boa parte da Península Itálica até se renderem ao jugo romano. As necrópoles da região da Toscana contam sua história e os geneticistas tentam descobrir se deixaram descendentes.


Quando os antigos gregos, em sua aventura de expansão comercial e colonizadora, aportaram, no início do século VIII a.C., nas costas do Mediterrâneo, onde hoje é a Itália, esta era considerada uma região bárbara. Por isso, os refinados helenos se surprenderam ao encontrar um povo curioso cuja civilização se mostrava bem avança-da. Mais especialmente, ficaram impressionados com a pirataria que eles praticavam. Os gregos chamaram esse povo de tirreno e com esse nome fi-caram conhecidos os etruscos na Antigüidade. "Naquela época, eles ainda viviam em aldeias, não conheciam a escrita, e possuíam uma arte rudimentar", diz o arqueólogo Norberto Guarinello, da Universidade de São Pau-lo, autor de uma extensa pesquisa sobre a cerâmica etrusca. Mas muito rapidamente foram se desenvolvendo e expandindo seus territórios até conquistar Roma.
A presença dos tirrenos num mun-do onde o denominador comum era o atraso, em comparação com a civilização grega, levantava algumas questões. A principal, e que inquietou várias gerações de historiadores, era: afinal, de onde vinham os etruscos? Foi Dionísio de Halicarnasso, histo-riador grego, quem mais se preocupou em averiguar as raízes daquele povo enigmático.
No século I a.C., ele escreveu Antiguidades romanas, no qual expu-nha as diferentes hipóteses que conhecia sobre a origem dos etruscos: umas apontavam para suas raízes orientais e outras, como a do historiador grego Heródoto, afirmavam que eles teriam vindo da Lídia, na Ásia Menor, e se misturado aos autóctones. Finalmente, Dionísio formula sua própria teo-ria: "É possível que os que mais se aproximem da verdade sejam os que declaram que este povo não veio de lugar algum, é autóctone, pois é mui-to antigo e sua língua e forma de vida não coincide com nenhuma outra ci-vilização".
Estava lançada a polêmica: havia conjecturas para todos os gostos e estas foram engrossando com o correr dos séculos. Entre elas, a de que teriam vindo da Europa central, da região do Danúbio. A mais original, entretanto, fala de uma "cultura etrusca", em vez de "povo etrusco". Para os defensores dessa teoria, a mais aceita pelos etruscólogos hoje, a Etrúria não significa necessariamente uma nação, mas uma cultura comum, uma língua, uma religião. No entanto, vez ou outra trope-ça-se numa questão importante: o idioma. "O número de textos é pequeno e nada se sabe sobre a origem da lín-gua, pois ela não é aparentada a ne-nhuma outra. Porém, dá para ler e identificar os verbos, os substantivos e os adjetivos", diz o professor Guarinello. Em seu livro Etruscologia, o historiador italiano Massimo Palottino revela que os sinais do alfabeto etrusco fo-- ram iden-tificados no século XVII e em princí-pios do século XIX foram comparados ao alfabeto gre---go e ao latino. Também é cer-to que durante o século VII a.C. os etruscos tinham ado-tado um alfabeto grego com 26 caracteres.
Mesmo sendo um povo de origens incertas, sua história é contada pelas necrópoles que deixaram. A Etrúria desenvolveu-se na Itália central, a oeste da Cordilheira dos Apeninos, basicamente onde hoje é a Toscana. Seu terri-tório se limitava ao norte pelo Rio Arno, a leste e sul pelo Rio Tibre e a oeste pelo Mar Tirreno, assim chamado porque era com esse no-me que se denominava os etruscos. O início do desenvolvimento de sua cultura singular, distinta da do restante de seus vizi-nhos da Península Itálica, remonta a meados do século VIII a.C. Depois da chegada dos gregos, as aldeias etruscas acabaram se transformando em cida-des, e tiveram como base a estrutura das cidades-Estado, como na Grécia.
Esse processo de urbanização das aldeias foi lento e demorado, mas alguns fatores favoreceram a expansão da cultura etrusca como a chegada à região de uma enorme quantidade de comerciantes vindos de além-mar, fa-cilitando o surgimento de um merca-do. Entre eles, estavam os sardos, atraídos pelo ferro da Ilha de Elba e os navegadores procedentes do Mar Egeu e das costas asiáticas: gregos principalmente. A princípio, eles criaram pequenos portos no sul da península e mais tarde formaram autênticas co-lônias, como a de Cumas, em 725 a.C., na Baía de Nápoles. O que os gregos queriam, na verdade, era estabelecer colônias ao norte, onde havia um mercado promissor, mas sabiam que seria difícil, pois a população local, formada por etruscos e latinos, era bastante numerosa para ser expulsa. Além disso, os povoados, sempre em lugares altos e próximos à costa eram fortemente defendidos.
A monarquia foi a primitiva forma de governo dessas cidades-Estado sendo mais tarde substituída por um governo oligárquico encabeçado por magistrados. Sabe-se pouco sobre as funções que eles exerciam, porém supõe-se que se o poder estava concentrado nas mãos da aristocracia, mais espe-cialmente no sul, isso se devia à agricultura. Já no norte, em cidades como Populonia, onde se fundia o ferro que vinha de Elba, é possível imaginar uma classe dominante de homens de negó-cios dedicados à manufatura e expor-tação. O restante se dividia em um grupo de homens livres, outro de escravos - aqui entendidos como cidadãos de segunda classe, eram dependentes mas não propriedade dos mais ricos - e colônias de residentes estrangeiros, gregos basicamente.
Nesse caso se incluía o coríntio Demarato, que viveu e fez fortuna na ci-dade de Tarquínia. Seu filho seria eleito rei de Roma, em 616 a.C., com o nome de Lúcio Tarquínio, ou Tarquínio, o Velho. É claro que o fenômeno da urbanização não se produziu de uma só vez. Segundo alguns registros históricos, Roma teria surgido em 753 a.C. - essa é a data mais aceita, em-bora com ressalvas -, e nessa mes-ma época os etruscos fundaram Veio, Cere, Tarquínia e Vulci. Depois, no final do mesmo século, seriam criadas Populonia, Vetulonia e, talvez Orvie-to. No século VII a.C. se consolida-riam Volterra e, possivelmente Cortona, enquanto Arezzo e Chiusi se constituiriam como cidades propriamente ditas na transição do século VII ao VI a.C. Foi exatamente essa a épo-ca de maior esplendor e máxima ex-pansão da civiliza-ção etrusca, quando também Roma se tornou etrusca. A essa altura, os tirrenos eram os senho-res de boa parte da península, na área que se estendia da Campania, no sul, até o Vale do Pó, ao norte.
Não se sabe ao certo como se deu esse processo expansionista. Sabe-se ter existido uma espécie de liga de doze cidades principais: Tarquínia, Cere, Veio, Vulci, Volsini e Vetulonia eram algumas delas. Tudo indica que se reuniam uma vez ao ano para celebrar um festival religioso. Porém, não se pode afirmar com segurança que tenham juntado seus recursos para fundar uma federação que servisse de base ao poder etrusco. É pouco provável também que sua organização naval e bélica tivesse tido em algum momento o respaldo adequado para manter com sucesso um império territorial diante de possíveis inimigos. Assim, depois de rápido florescimento no século VII a.C. e um breve e brilhante período de expansão imperialista durante o século VI a.C., seguiu-se uma série de insucessos iniciados com sua expulsão de Roma em 509 a.C. Com isso caíram as rotas de comunicação por terra entre a Etrúria e a Campania.
O poderio naval etrusco também sofreu um duríssimo golpe algum tempo depois, quando, em 474 a.C., seus navios, aliados com a frota cartagine--sa, enfrentaram os gregos - condu-zidos por Hieron de Siracusa -, e foram destroçados na batalha de Cu-mas. Mais adiante foram expulsos de Cápua e de outras cidades do sul. Até que finalmente, em 400 a.C., também perderam as cidades do norte para os gauleses. Ao mesmo tempo, os romanos marchavam sobre o centro da península, conquistando as cidades etruscas. No século V a.C., Veio foi destruída e no decorrer do século IV a.C., toda a Etrúria capitulou. Em 270 a.C., já era parte da federação romana.
Sem dúvida, surgia um novo mundo no qual a Etrúria tinha de se integrar, ainda que sacudida por rebeliões contra a nova ordem estabelecida. Se durante o século III a.C. Roma fundou colônias em pleno território etrusco, como Cosa ou Castro Novum, e lenta mas implacavelmente foi introduzindo a língua e os costumes romanos, o processo de romanização da Etrúria recebeu o golpe definitivo em 90 a.C., quando a Lei Júlia converteu em cidadãos romanos todos os itálicos. A partir de então se tornaria muito difícil e complicado separar o etrusco da história romana.
Era o fim de um povo alegre e amante dos prazeres, que procurava a felicidade na vida cotidiana. Ao menos é a impressão que se tem ao examinar as pinturas das tumbas etruscas, especialmente as datadas dos séculos VIII a V a.C., que retratavam banquetes, jogos atléticos e homens pescando e mergulhando no mar. "Daí em diante, as cenas são deprimentes, com representações do inferno povoado de demônios e de mulheres aladas com caras de animais", explica o professor Guarinel-lo. Essa impressão de felicidade du-rante o apogeu fez com que o escritor inglês D. H. Lawrence (1885-1930), autor do clássico O amante de Lady Chaterley, refletisse assim sobre os etruscos: "Não se pode bailar alegremente ao som da flauta e ao mesmo tempo conquistar nações e ganhar grandes somas de dinheiro". Es-sa descrição, porém, não é totalmente correta.
Na realidade, os etruscos foram bons administradores e eficientes homens de negócios, capazes de fabricar produtos de alto nível técnico, embora talvez não reunissem as condições necessárias para se manter no poder. Seja como for, o certo é que, além do ferro, algumas cidades manufaturavam objetos de bronze, tradição que veio do Oriente. Nelas também se plantava trigo e se produziam vinho e azeite de oliva, coisas que aprenderam com os gregos. Além disso, tinham grande produção artesanal de barcos, cordas, velame para navios, e cerâmica. "Eles sempre foram grandes ceramistas e produziam uma cerâmica negra, semelhante à porcelana chinesa. Até hoje não se descobriu a técnica que eles usavam", lembra o arqueólogo Guarinello.
Os etruscos foram também notáveis construtores de cidades. Marzabotto, pequena vila próxima a Bolonha, na atual região da Emilia-Romagna, tinha uma ampla rua principal cruzada por várias vias secundárias que se estendiam em quadras, esquema que foi mais tarde copiado pelos romanos. Porém, se as características urbanísticas desenvolvidas pelos vivos é admirável, o universo de pedra que criaram para os mortos é surpreendente. Os cemitérios etruscos chegavam, em algumas ocasiões, a configurar-se como autênticas cidades, a ponto de o escritor italiano Curzio Malaparte (1898-1957) afir-- mar: "As verdadeiras cidades dos etruscos são as necrópoles. As cida-des dos vivos não eram senão subúr--bios das dos mortos".
Tudo isso revela uma grande preocupação pela vida além da morte e obviamente a existência de ritos fúnebres complexos. De fato, quando morria um personagem notável, seu corpo era exposto em algum lugar da necróple durante vários dias, aguardando a chegada de amigos e deuses que vinham de seus lugares de origem. Mais tarde havia uma procissão (ekphora) até a pira e dali à tumba - uma casa subterrânea com salas, quartos e cama onde se depositavam as urnas funerárias. Os mortos eram sepultados com todos os seus objetos pessoais, incluindo roupas, jóias e armas.
No interior da Etrúria, a regra era a cremação, enquanto na zona costeira meridional se enterravam os defun-tos. A parte mais vistosa do ritual, que aparece freqüentemente em pinturas e relevos, vinha depois de se deixar o morto ou suas cinzas na tumba. Celebrava-se então um grande banquete, do qual só participavam alguns convidados. Seu significado era recordar a constante renovação da natureza e a prolongação da vida depois da morte. Concluída a comilança, os convidados assistiam a provas atléticas, corridas de cavalos e combates de homens contra cães que, provavelmente, deram origem às lutas de gladiadores.
Estes jogos fúnebres tinham um toque macabro, co-mo mostram as pinturas: homens com a cabeça coberta por um saco carregando uma clava numa das mãos e na outra um cão selvagem preso por uma coleira. Talvez por isso é que o escritor latino Arnóbio (século IV) tenha classificado a Etrúria como "princípio e mãe de todas as superstições". Para o historiador Tito Lívio (59/64 a.C.-17 d.C.), ao contrário, o povo etrusco seria "uma raça superior a todas as demais, consagrada a crenças e cerimônias religiosas".
Mas o que distinguiu a cultura etrusca das outras foi um conjunto de crenças e rituais que recebeu o nome de disciplina etrusca. Tratava-se de uma concepção religiosa da natureza e do mundo na qual todos os entes naturais contêm a manifestação da vontade divina. Para eles, os desígnios divinos se manifestavam por meio da natureza, bastando observá-la atentamente e interpretá-la para conhecer o futuro e as formas de modificá-lo. Os intérpretes da vontade dos deuses eram os arúspices e os princípios da chamada aruspicina - a arte de adivinhar a partir da análise minuciosa do fígado dos animais oferecidos aos deuses, e da leitura dos raios e trovões - vinham de uma revelação do deus Tages. Ele teria surgido de um sulco no campo traçado por um lavrador etrusco, com a cara de um menino e a prudência de um ancião.
Segundo a lenda, relatada pelo escritor latino Marco Túlio Cícero (106 a.C.- 43 a.C.), Tages reuniu toda a Etrúria em um determinado lugar e pronunciou um discurso que serviu de base para a ciência praticada pelos arúspices. Muito depois da decadência da nação etrusca, seus arúspices ainda faziam parte do séquito dos generais e imperadores romanos, e seguiriam influenciando as instituições de Roma e o curso de sua história. Mais um elemento que se somou a outros fortalecendo as raízes etruscas que sobreviveram entre os romanos.

Possíveis sobreviventes

O que restou dos etruscos além de esculturas, pinturas, inscrições e tumbas? Quem sabe, descendentes. Eles podem ser os 2 000 habitantes da pequena Murlo, na província de Siena. Ao menos é a hipótese levantada pela equipe do professor Alberto Piazza, diretor do departamento de Genética da Universidade de Turim, Itália. Para começar, os cientistas recolheram amostras de sangue de 150 murlenses a fim de estabelecer por meio do exame do DNA - molécula que determina as características das pessoas - se seu patrimônio genético é igual ou parecido com os dos antigos habitantes da Toscana.
O Projeto Murlo nasceu depois que os pesquisadores liderados por Piazza concluíram uma detalhada análise dos "marcadores" genéticos dos povos itálicos: grupo sanguíneo, dados antropométricos como altura, cor dos olhos e da pele. A análise desses fatores permitiu mapear detalhadamente os povos que se estabeleceram na Península Itálica na época pré-romana, divididos em três grupos principais: celta-ligúrios ao norte, etruscos no centro e gregos no sul. Esses dados, no entanto, são insuficientes para saber se há uma continuidade biológica entre os etruscos e um determinado grupo de homens de hoje.
A resposta mais segura pode ser dada comparando-se o DNA dos murlenses com o DNA dos ossos que se encontram nas necróples etruscas que rodeiam Murlo. A escolha dos murlenses para a experiência se explica: o local foi bastante preservado ao longo dos séculos, não foi invadido nem destruído e por isso, provavelmente, não sofreu misturas étnicas que caracterizaram outras po-pulações. "Ainda não escolhemos as técnicas para extrair o DNA dos ossos", explica o professor Piazza, ouvido por SUPERINTERESSAN-TE. "A dificuldade é que eles estão contaminados por diversos tipos de materiais, devido à manipulação por parte dos arqueólogos." Outra pista curiosa é a sugestão de uma equipe de glotólogos - estudiosos da linguagem - de que os etruscos deviam aspirar o C (pronunciando hasa em vez de casa) como se faz em algumas áreas da Toscana. A pes-quisa mal começou e por isso ainda vai demorar um tempo para sabermos se, de fato, os etruscos deixaram herdeiros.

Um berço da emancipação feminina

Mesmo nas mais avançadas sociedades da Antigüidade ocidental, as mulheres sempre ocuparam papel secundário, reduzidas à sombra dos maridos. Na Grécia, por exemplo, encerravam-se no mundo doméstico e em Roma sofriam inúmeras restrições. Na Etrúria havia maior consideração pelas representantes do sexo feminino, em relação a outras culturas do mundo antigo e, por isso, os etruscos não eram vistos com bons olhos. Para se ter uma idéia do que os romanos pensavam sobre as mulheres etruscas basta ler um fragmento de um escrito do dramaturgo latino Plauto (284-187 a.C.): "Receberás de teu pai vinte mil talentos, para que não tenhas que ganhar um dote à moda etrusca, prostituindo vergonhosamente teu corpo".
Toda essa violência verbal se deve ao fato de que a etrusca vivia menos enclausurada, sentava-se ao lado do marido nos banquetes e trocava carinhos com ele, em vez de se retirar das reuniões, como acontecia entre os gregos. Ela também assistia aos jogos e espetáculos misturando-se com os homens e não perdia seu sobrenome nem seu nome ao se casar - como era costume em Roma. Isso fazia parte de seus direitos. Havia casos em que, em suas tumbas, escreviam-se os nomes do pai e da mãe.

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sábado, 18 de janeiro de 2014

O que os genes podem explica - Genética


O QUE OS GENES PODEM EXPLICAR - Genética



Foi precipitado o anúncio de que o comportamento agressivo e o homossexualismo são determinados pela química da hereditariedade, como pensavam ter descoberto alguns cientistas.


Afinal, homossexualismo e violência são características hereditárias ou comportamentos adquiridos? Melhor perguntando, a pessoa nasce gay ou criminosa, ou torna-se gay ou criminosa? A questão rende panos para mangas há muito tempo, mas ganhou especial destaque nos últimos cinco anos, quando foi lançado o projeto internacional de mapeamento do DNA humano, batizado Genoma: desde então, constantemente pesquisadores anunciam a descoberta de genes que seriam responsáveis pelo alcoolismo, a depressão, a criminalidade, a esquizofrenia, mesmo o autismo. Em julho passado, uma equipe do Laboratório de Bioquímica do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, liderada por Dean Hamer, anunciou a descoberta de evidências de que o homossexualismo estaria inscrito em um gene do cromossomo X. Publicado na revista Science, órgão oficial da Associação Americana para o Progresso da Ciência, o estudo foi saudado pelos editores como capaz, "eventualmente, de levar a um melhor entendimento das bases biológicas da homossexualidade e da orientação sexual em geral". A frase, em todo caso, fôra precedida pela ressalva "se confirmado". E isso não parece fácil.
"As pessoas têm cada vez mais reservas com relação aos resultados desse tipo de pesquisa", informa o psiquiatra brasileiro Homero Valladan, que trabalha no Instituto de Psiquiatria de Londres, na Inglaterra, engajado na seção do Projeto Genoma que procura causas genéticas para doenças mentais. Valladan está comparando o cromossomo 22 de diversas pessoas esquizofrênicas, tentando encontrar uma mutação que seja comum a todas. A esquizofrenia é uma doença mental, provoca alucinações e não tem cura. Mas a tarefa é enorme, quase insuperável. Se um dia conseguir descobrir uma mutação genética comum a todos os doentes que estuda, Valladan terá em seguida de provar que ela não aparece em pessoas não doentes. Todas essas pesquisas revelam evidências, em geral baseadas em dados estatísticos, mas ninguém ainda conseguiu provar que algum desses comportamentos tenha origem exclusivamente genética. Filhos de pais alcoólatras ou violentos podem se tornar também alcoólatras ou violentos por influência do meio em que vivem. Steven Rose, professor da Open University de Londres, especialista em desenvolvimento do cérebro e autor de sucessos literários científicos como A química da vida e Não em nossos genes, defende esse ponto de vista com entu-siasmo. "Na Grã-Bretanha, os crimes estão aumentando na mesma proporção em que crescem a pobreza e a desigualdade. Do mesmo modo, ouço dizer que há mais violência nas favelas do Rio de Janeiro do que nos bairros chiques da cidade".
A psicóloga Bina Coid, também do Instituto de Psiquiatria de Londres, concorda inteiramente. Ela está conduzindo uma pesquisa sobre comportamento criminal violento de gê-meos criados em famílias diferentes. "Não vejo na minha investigação ou na literatura da área nenhuma evidência de que esse tipo de comportamento seja geneticamente transmissível", garante. No entanto, apesar da oposição de importantes cientistas, parece ganhar terreno a idéia de que alguns, ou todos os aspectos do comportamento humano podem ser explicados geneticamente.
O trabalho da equipe comandada por Dean Hamer é um bom exemplo dessa nova linhagem. Ele envolveu a análise genética de 76 famílias de homossexuais, que permitiu identificar "uma significativa correlação entre herança genética e orientação sexual". Pelo menos 7,5% dos homossexuais tinham tios ou primos do lado materno também homossexuais. O geneticista Oswaldo Frotta-Pessoa, professor da Universidade de São Paulo, discorda da idéia de que um gene específico possa ser responsável pelo homossexualismo - "deve haver vários genes envolvidos, ou seja, esse seria um comportamento poligênico". Mas não acredita, também, que possa ser condicionado apenas pelo meio ambiente.
Por isso, muitos cientistas reagem com desconfiança a pesquisas desse tipo, mesmo quando não tratam de tema tão explosivo quanto o homossexualismo. A do geneticista holandês Han Brunner, por exemplo, que teria "descoberto o gene da agressão", é sempre comentada com reservas. Há quatro anos, Brunner foi procurado por uma família em que cinco dos dezessete homens sofriam incontroláveis explosões de violência. Os cientistas descobriram que os cinco homens violentos carregam uma rara mutação genética que, segundo publicaram, altera a química cerebral e provoca uma espécie de superexcitação das células nervosas. Como o estudo envolve uma única família, a descoberta pode revelar apenas uma coincidência; e também não foi possível demonstrar que mutação igual não ocorre em pessoas não violentas.
Brunner, em todo caso, acredita que tenha descoberto apenas o metabolismo geral da agressividade, que seria causada quando, em certa região do cérebro, houvesse um acúmulo indevido de neurotransmissores, moléculas que levam sinais de um neurônio a outro. Mas o pesquisador muda o tom da voz quando perguntado se a descoberta pode ajudar a família investigada, de alguma forma. "Em teo-ria, é possível", esquiva-se, sabendo que na prática não é. Pois mesmo acreditando que descobriu a causa do problema que afeta seus pacientes, ele não tem idéia de como pode solucioná-lo. Essa não é uma situação nova. Há muitos anos sabe-se da causa genética de doenças como distrofia muscular e cistofibrose, sem que se consiga fazer nada para evitá-las. Como no caso do câncer, criam-se métodos de diagnóstico, avançam-se novas teorias, usam-se tecnologias e drogas cada vez mais sofisticadas, mas a doença continua incurável em boa parte dos casos.
Há quem veja na distância entre diagnóstico e cura um dos principais problemas éticos das pesquisas genéticas sobre comportamento humano e doenças mentais. "A abordagem da Genética certamente vai produzir um frenesi de novos medicamentos no mercado", escreveu o biólogo molecular alemão Benno Muller-Hill numa das edições da revista inglesa Nature de abril passado. "É muito mais fácil prescrever uma pílula do que alterar as condições so-ciais que podem ser responsáveis pela severidade dos sintomas, como o da violência. Quem sabe vão criar testes baratinhos de diagnóstico. Mas, de uma hora para outra, a injustiça gené-tica vai se tornar um fato."
Os cientistas que pesquisam a genética insistem que o fruto de seu trabalho não deve levar à discriminação. Mas isso não é simples. Em setembro, anunciou-se na Inglaterra um teste capaz de reconhecer pessoas com propensão genética para o Mal de Alzheimer, doença incurável que afeta as funções cerebrais e lentamente inutiliza suas vítimas. A associação de parentes dos doentes britânicos foi pedir ao governo a proibição dos testes em candidatos a empregos, assim como por parte das companhias de seguros. Negação do pensamento, o preconceito faz as pessoas se esquecerem de fatos óbvios. A agressividade, por exemplo, quase sempre é entendida como sinônimo de mal, o que não é verdade.
"Comportamento violento não significa comportamento criminoso", adverte o psicológo social Luís Carlos da Rocha, professor da Universidade Estadual Paulista, em Assis, interior do Estado. Ele demonstra sua idéia com um exemplo: "Quando um animal é caçado, ele tem reações violentas de defesa, enquanto o caçador se mantém tranqüilo, de cabeça fria". Ou seja, todos são capazes de reações agressivas, principalmente como forma de proteção.
Pesados os prós e os contras, resta fazer uma reflexão sobre os caminhos da ciência nesse terreno delicado. Eles não são fáceis, lembra a psicóloga paulista Lídia Rosenberg Aratangy. Para ela, é fácil atribuir aos genes mais in-fluência do que têm - mas acha, também, que os cientistas têm o dever de investigar todas as possibilidades, não importa o que se possa fazer com suas descobertas. Assim, a pesquisa sobre as raízes genéticas de qualquer comportamento humano não pode parar por causa do perigo de que usem apressadamente seus dados - como, por exemplo, definir a homossexualidade como uma doença. É um absurdo - mas não se pode esquecer que até 1974 ela estava na relação das enfermidades mentais referendada por ninguém menos que a Associação Americana de Psiquiatria. Usos, costumes, certezas va--riam com o tempo e o desenvolvimento cultural. A esta altura, o mais indicado é admitir que por trás de cada comportamento existem genes, as ainda não bem conhecidas regras da evolução, o meio ambiente, as relações sociais e pessoais. Como qualquer obeso pode explicar, há um gene responsável por sua irresistível tendência a engordar; mas o verdadeiro tamanho de sua cintura tem mais a ver com o número e o tamanho das refeições que faz, e o tipo de alimentos que aprendeu a preferir desde criancinha.

O sucesso de um erro há 150 anos

A idéia de que a criminalidade é hereditária chegou a ser a principal teoria "científica" sobre a criminalidade. Cesare Lombroso, autor da idéia, nascido em Verona, Itália, em 1835, fez tanto sucesso que, de médico de prisão passou a catedrático de Medicina Legal na Universidade de Turim e se tornou símbolo da criminologia científica. Lombroso dizia saber identificar um criminoso por certos traços como a forma do crânio (assimétrico), orelhas de abano, narizes chatos ou baixa sensibilidade à dor, entre muitos outros. Assim, chegou a inspirar condutas educacionais e de saúde pública em vários países. Onde fosse possível, sugeria ele, se deviam observar e "medir" as características das pessoas. A começar pelas crianças, nas escolas. Conforme o caso, se usaria o confinamento perpétuo, a execução ou mesmo a castração dos indivíduos para isolar o perigo latente.
Anos depois, diz o psicólogo social Luiz Carlos da Rocha, seria cabalmente comprovado que as marcas lombrosianas ocorriam em pessoas de todos os tipos. "Não importa se criminosos, juízes, médicos ou pacientes", ironiza. Mas o simplismo de se acreditar numa tendência hereditária ao crime continuou a seduzir muita gente, lamenta Rocha. Mesmo depois de gente de peso, como o biólogo alemão Franz Exner, na década de 30, ter denun-ciado os meios capciosos, usados nessas pesquisas.
Primeiro, cita Exner, se planta a informação de que é característica do delinqüente uma perturbação qualquer. Depois se manipulam as comprovações de que a mesma característica também se manifesta nos não-criminosos. Enfim, fica-se com o resultado de que, em todo caso, as anormalidades são um pouco mais freqüentes nos criminosos.

A defesa violenta dos próprios genes

A violência de padrastos com seus enteados pode ter razões evolutivas. Essa é a teoria de dois psicólogos da Universidade McMaster, na Inglaterra. A dupla de pesquisadores baseou-se em estatísticas policiais do Canadá e da Grã-Bretanha, realizadas nas últimas duas décadas. Assim, concluíram que enteados correm um risco muito maior de serem assassinados por seus padrastos do que filhos legítimos por seus pais. Os dados canadenses mostram, por exemplo, que crianças com menos de 2 anos estão sessenta a setenta vezes mais sujeitas a serem molestadas sexualmente e mortas por seus padrastos do que crianças da mesma idade que moram com seus pais genéticos.
Os cientistas explicam a violência dos padastros com teorias sobre a evolução. Na perspectiva evolutiva, se dá bem aquele que tem o maior número de crias. Por isso é que pássaros, ratos e macacos - espécies observadas pelos pesquisadores - tendem a matar os filhotes de seu companheiro ou campanheira, quando estes são frutos de outras ligações. Em geral, é o macho que possui esse instinto assassino, liberando a fêmea para cuidar dos herdeiros de seus genes. Para os psicólogos, os seres humanos não são muito diferentes: "As pessoas são menos pacientes com o choro de bebês que não são seus filhos biológicos", exemplifica Margo Wilson, uma das responsáveis pelo estudo.

"É um erro básico pensar que a homossexualidade, a agressividade ou mesmo outras características de personalidade resultem exclusivamente dos genes. A genética não é algo fatal, que não há como alterar, pois em todos esees casos está claramente demonstrada a influência do modo de vida e do ambiente".
Oswaldo Frota-Pessoa, geneticista

"Os genes e o meio em que se vive são igualmente importantes. Antes, havia cientistas que acreditavam no inatismo, ou seja, que as pessoas já nasciam fadadas a expressar determinada personalidade. Outros cientistas defendiam o comportamentismo, isto é, tudo era determinado pelo ambiente. Esse confronto, em voga no final do século passado, não existe mais."
Newton Freire Maia, geneticista

"Diversas teorias tentam explicar as causas da homossexualidade. A dos genes é defendida dentro da própria comunidade gay. Seja como for, há um lado positivo na tese dos geneticistas: ela descarta a homossexualidade como um desvio moral. O lado negativo, porém, é supor um controle na gravidez, que permita o aborto dos futuros homossexuais".
Luiz Mott, antropólogo, presidente do Grupo Gay da Bahia

"A biologia não é destino em se tratando de seres humanos. No caso da estatura, os genes não definem a altura, mas um leque de probabilidades de tamanhos. Se a pessoa for subnutrida, chegará apenas à altura mínima. E quanto às emoções, também há várias maneiras do ser humano expressá-las. A agressividade, por exemplo, não é necessariamente ruim. Sem ela, Van Gogh não teria produzido quadros maravilhosos."
Lídia Rosemberg Aratangy, psicóloga

"Como definir a homossexualidade? Pode ser uma forma de relação sexual ou uma paixão platônica por alguém do mesmo sexo, por exemplo. O fato é que a atração homossexual ocorre de diversas maneiras. As diferenças entre os comportamentos sexuais são tantas que parece impossível a idéia de um único gene reunir todas as suas características".
Jurandir Freire Costa, psicólogo

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Inteligência em movimento - Tecnologia

INTELIGÊNCIA EM MOVIMENTO - Tecnologia



Recheados de computadores e controles eletrônicos, os carros importados são um desfile de soluções engenhosas que trazem mais potência aos motores, mais segurança e maior conforto a quem dirige.



Enquanto o pistão desce, o cilindro aspira a mistura de ar e combustível pelas válvulas de admissão abertas. As válvulas então se fecham, e o pistão volta a subir para comprimir a mistura. Neste instante, salta uma faísca pela vela. A mistura, ao inflamar-se, transforma-se em gases de alta pressão e empurra o pistão para baixo. O pistão desce, movimenta o virabrequim - peça que transforma o trabalho do motor em movimento das rodas - e torna a subir, abrindo as válvulas de escape e expelindo os gases. E o ciclo recomeça na descida do pistão, sempre puxado pelo girar do virabrequim.
É assim desde a invenção do motor a vapor, no século XIX. Não poderia ser diferente nos automóveis, mesmo nos mais modernos e sofisticados. Como se explicam, então, as diferenças entre um possante BMW 850i, que atinge mais de 300 quilômetros por hora, um Santana nacional e um Fordinho 1918? A resposta é que nada se criou, mas muito se transformou. Os carros hoje parecem um catálogo de chips sobre rodas. Já não respondem passivamente apenas a controles mecânicos, tornaram-se mais inteligentes e mais maleáveis. Tudo neles é controlado por sensores e computador, seja a potência do motor, a troca de marchas, a estabilidade nas curvas ou o ajuste do espelhinho retrovisor. Colocaram até um sensor na alavanca do acelerador que faz o carro descobrir se está subindo ou descendo. A eletrônica de bordo, embora não mude a essência de um veículo com 104 anos de idade, traz cada vez mais conforto, segurança e prazer de guiar.
Por dentro de um carro reluzente, evolução tecnológica pode ser sinônimo de simplicidade, como no caso dos japoneses da Honda. Os engenheiros descobriram um "ovo de Colombo" que faz aumentar a potência de seus carros, sem que para isso tenham que aumentar o tamanho dos motores. O caminho normal é simplesmente aumentar o número de cilindros, sejam oito, dez ou doze. O problema é que isso resulta em motores maiores, o que obriga à construção de um carro também maior, dinamitando a relação peso/potência - entre dois carros com o mesmo motor, o mais leve terá mais velocidade final.
A mágica japonesa chama-se Vtec, um sistema de controle eletrônico para tempo e abertura de válvulas. Ela consegue a proeza de fazer com que o motor 1.6 do Civic atinja 160 cv (cavalos-vapor), enquanto o motor 3.0 de um Omega tem 165 cv. Traduzindo, o motor Honda tem a metade do tamanho e a mesma potência. Comparado ao motor AP-1600 de um Gol, que chega apenas a 80 cv, o Honda é 100% mais eficiente.
"A potência de um veículo está diretamente ligada à quantidade de mistura ar e combustível aspirada pelo pistão em sua descida," explica Laerte Zatta, engenheiro de serviços da Honda do Brasil. A mistura entra quando se abrem as válvulas de admissão. A velocidade de funcionamento de um motor, porém, é muito alta. Gira no mínimo a 1 000 rotações por minuto, em marcha lenta - ou seja, nesse tempo o pistão faz 1 000 vezes o ciclo completo de subida e descida dentro do cilindro. O tempo que as válvulas ficam abertas, portanto, é ínfimo.
No Vtec, quando o motorista pisa fundo no acelerador e o motor atinge 5 500 rpm, um sistema faz com que as válvulas afundem mais, dentro do cilindro, aumentando o tamanho e o tempo de abertura. Assim, entra maior quantidade de mistura explosiva, e esta acaba sendo mais comprimida no cilindro. "O resultado é um aumento da potência do motor, que chega a girar a até 8500 rpm", explica Zatta. "Quando a aceleração se reduz, o sistema garante o retorno à abertura normal."
É por isso que os carros Honda, equipados com o Vtec (Civic, CRX, NSX, Prelude e Accord 94) conseguem o milagre de ser "mansos" em situação de trânsito e "ferozes" quando se pode andar mais depressa. Isso, respeitando o perfil de econômico para a primeira situação e eficiente para a segunda. Ou seja, são dois carros em um, ou um carro com dupla personalidade.
Com a potência cada vez maior desses carros, o uso da tração traseira ou dianteira já não tem sido suficiente para absorver sua força. Algumas fábricas adotaram a tração permanente nas quatro rodas, mas em sistemas bem mais inteligentes que o usado nos jipes pau-para-toda-obra. O modelo SVX da Subaru, um esportivo de 230 cv de potência que chega a 235 km/h, tem tração nas quatro rodas com um refinamento batizado de VTD - 4WD system. Ele propicia a distribuição do torque do motor em proporções variáveis para as rodas da frente e as traseiras, por meio de um diferencial central (diferencial é aparelho que permite às rodas girarem em velocidades diferentes quando o carro faz uma curva).
"Em condições normais, 35% da força fica nas rodas dianteiras e 65% nas traseiras", conta Carlos Biekarck, gerente da divisão técnica da Subaru no Brasil. Porém, quando os pneus perdem o atrito com o solo, seja numa derrapagem em curva, numa pista escorregadia ou em subidas fortes, o computador que controla o sistema envia uma ordem imediata para transformar o carro num rígido 4x4, com a mesma tração em todas as rodas, devolvendo a estabilidade necessária. Da mesma forma, quando a perda de aderência ocorre em apenas uma das rodas traseiras, o VTD redistribui a aceleração entre elas até que ambas estejam girando em condições iguais e adequadas ao deslocamento.
Os carros Toyota também contam com um sistema que controla a patinação das rodas. Ele é composto de sensores de velocidade, uma subválvula de aceleração para controlar o torque do motor (ou a força transferida às rodas), atuadores de freio para parar a roda que está escorregando e uma central de computador. Por meio dos sensores de velocidade em cada roda, a central calcula o quanto alguma delas está patinando e comanda os atuadores de freio para brecá-la, até que pare o giro em falso. Ao mesmo tempo, ordena o fechamento da subválvula do acelerador para cortar o torque enviado pelo motor - um sistema parecido com o controle de tração usado na Fórmula 1.
Outro ponto que mereceu a preocupação dos engenheiros do Primeiro Mundo é o da transmissão automática (o sistema de troca de marchas sem o uso da alavanca de câmbio), que apresenta algumas deficiências. Laerte Zatta, engenheiro da Honda, exemplifica: numa descida de serra, o carro permanece em marcha elevada (quarta ou quinta) e com alta rotação do motor, o que obriga o motorista a sobrecarregar o freio para reduzir a velocidade, correndo o risco de superaquecê-lo. Em ultrapassagens ou subidas, quando se precisa de mais torque, a resposta também é lenta. A Honda resolveu o problema colocando um sensor de posição da alavanca do acelerador, cujas informações são processadas por uma central eletrônica. Numa descida, o motorista normalmente tira o pé do acelerador, mas a velocidade continua aumentando. Com estes dois dados conflitantes, somados aos da velocidade e da rotação do motor, a central descobre que o carro está descendo a ladeira e ordena a redução de uma ou mais marchas para não sobrecarregar os freios.
Na subida, o sensor da alavanca demonstra que o pedal está sendo apertado, mas a velocidade está caindo. Nas ultrapassagens, o simples pisar rápido e fundo no acelerador vai significar uma necessidade de aumento de giros do motor. Automaticamente, as marchas são reduzidas e, além disso, um comando ordena à injeção eletrônica o enriquecimento da mistura ar e combustível para aumentar a potência do motor. As transmissões automáticas normais, baseadas em um sistema hidráulico, não têm essa esperteza. A pressão do óleo vai subindo de acordo com o aumento das rotações do motor, e as marchas são trocadas em valores predeterminados. Ou seja, elas são incapazes de perceber se o carro está subindo ou descendo.
Já a Mitsubishi criou um sistema complexo onde praticamente todas as funções do carro são monitoradas eletronicamente. Entre os sensores que influem mais diretamente na definição das marchas estão: sensores de curva (ajustam a marcha, de acordo com o ângulo de esterçamento do volante), de deslizamento (em caso de frenagem na chuva, por exemplo, desacelera automaticamente) ou desgarramento (compensa a perda de aderência com corte ou aumento da tração). Há também incontáveis sensores no motor e freios que fornecem informações.
"A dificuldade para se desenvolver esta transmissão não está nos sensores, mas sim no software da central eletrônica, que processa tudo ao mesmo tempo e toma as decisões em frações de segundo", explica Luiz Eduardo de Assis, engenheiro de planejamento da Mitsubishi Motors. O programa foi testado por mais de três anos, antes de ser incorporado ao Galant, edição 94.
Embora totalmente desconhecida do consumidor brasileiro, uma inovação para melhorar a estabilidade parece estar virando moda entre os carros mundiais. Os Mitsubishi, Toyota, Honda, Peugeot, Citröen e Volvo incorporam o eixo traseiro esterçante - as rodas de trás também viram para fazer curva. A idéia parece um pouco esdrúxula à primeira vista, mas ela visa justamente uma melhor segurança nas curvas e em altas velocidades. O sistema, segundo o engenheiro Emílio Paganoni, supervisor de produto da Peugeot do Brasil, é muito utilizado em rallies. A montadora francesa adotou o sistema no recém-lançado 306, mas seus modelos competitivos já o usavam no Paris-Dacar desde 1990.
A lógica é a seguinte: quando o carro faz uma curva para a direita, por exemplo, as rodas dianteiras se torcem nesta direção acompanhando a mudança de rota. Mas as de trás, por permanecerem retas, tendem a escorregar para a esquerda. Em alta velocidade, esse movimento da roda traseira torna-se perigoso para a estabilidade do carro, que pode girar. "Com o sistema de direção esterçante para as rodas traseiras, elas esterçam em um ângulo proporcional às rodas da frente e evitam essa derrapagem, ao mesmo tempo em que aumenta o atrito com o solo."
Também no capítulo direção e segurança, um desenvolvimento recente da Honda merece destaque - um sistema de direção hidráulica progressiva simplificado (a progressividade da direção hidráulica é o que faz o volante ser "leve" nas manobras com o carro parado e "duro" em alta velocidade). O engenheiro Laerte Zatta chama o sistema de simplificado quando o compara à atual parafernália necessária para se conseguir a progressividade. "Hoje se usam bombas, válvulas e circuitos hidráulicos muito complexos, caros e de manutenção onerosa", afirma Zatta. O sistema Honda leva em consideração o atrito pneu-solo, que é muito alto quando se está em baixa velocidade - momento em que se precisa de uma direção leve para facilitar manobras. Esse atrito é capaz de provocar uma pequena torção na coluna de direção. Ali fica instalada um pequena válvula que lê os valores da torção e se abre, permitindo a passagem do óleo em direção aos cilindros de força, que reduzem o esforço no volante.
Ainda pensando em segurança, as fábricas inventaram suspensões inteligentes geniais, capazes de se adequarem ao terreno ou à disposição do motorista em dirigir tranqüilo ou esportivamente. Dá para imaginar uma suspensão sem molas ou amortecedores e que funcione muito bem? Pois ela existe e é considerada uma das melhores do mundo pelos diversos fabricantes de automóveis. A suspensão mágica é a Hidractiva II que equipa os carros das linhas Xantia e XM da fábrica francesa Citröen.
"Ela se assemelha à suspensão utilizada pelos carros de Fórmula 1, que detecta as irregularidades de solo e condições como frenagem, arrancadas ou derrapagem, corrigindo a altura e o amortecimento das rodas", compara Fernand Barrallier, gerente técnico da XM, representante brasileira da marca. Outro recurso é a regulagem da altura da carroceria, feita com uma pequena alavanca, para compensar excesso de carga na traseira ou atravessar terrenos alagados. A Hidractiva II é o aperfeiçoamento da revolucionária suspensão hidráulica, desenvolvida pela Citröen, ainda na década de 50. Só que agora, como em todas as outras geniais inovações nos carros, ela conta com a precisão e a automação da eletrônica.

Motor pequeno, mas possante

O sistema Vtec utiliza, como qualquer outro carro, os dois lóbulos de comando, cada um ligado a uma válvula de admissão (isto nos motores de quatro válvulas - duas de admissão e duas de escape - por cilindro, como os Honda e boa parte dos estrangeiros atuais). Abaixo destes, ficam os cames, que no caso Vtec estão ligados a três balancins. O balancim do meio é "bobo", não está ligado a nenhuma válvula. Dentro dos balancins existem pinos. O pino do primeiro balancim está ligado a uma mola, e o do terceiro se liga ao circuito hidráulico do motor.
Quando o motor está funcionando em baixas rotações, os balancins dos extremos exercem seu trabalho normal de abrir e fechar as válvulas. Mas, ao atingir 5 500 rpm, um comando eletrônico faz com que o óleo do circuito do motor seja injetado em alta pressão no orifício do pino do terceiro balancim, deslocando parte deste pino para o segundo balancim e o do segundo para o primeiro. Desta forma, os três passam a trabalhar juntos, unidos pelos pinos e, graças ao peso adicional do balancim do meio, o conjunto empurrará as válvulas mais para baixo no cilindro, aumentando assim o tamanho e o tempo de abertura.

Nas curvas, sem derrapagens

A tração variável VTD-4WD tem como cérebro o diferencial central, mais leve e menor que os normais, que permite a distribuição de torque entre a traseira e dianteira. Se necessário, envia até 100% para um eixo só. A decisão vem do computador, que colhe informações de sensores das rodas, aceleração, freios e abre ou fecha a válvula de um sistema hidráulico. O diferencial traseiro baseia-se em um conjunto de embreagens com vários discos próximos uns aos outros. No meio deles, há uma camada fina de silicone viscoso. Em presença de calor, o silicone torna-se mais espesso e trava os discos, que passam a girar juntos igualando a aceleração das duas rodas.

A roda traseira também vira

Introduzidas no Peugeot 405 dos rallies, incorporado agora ao 306, as rodas traseiras esterçantes são acionadas por um sistema de cabos mecânicos ligados às rodas da frente. Eles são ativados por um pequeno motor que aciona uma engrenagem. Esta põe em operação uma válvula hidráulica que aciona um pistão cilíndrico. O pistão move os cabos, fazendo com que as rodas traseiras se estercem em um ângulo máximo de 1,5°.
Tudo é monitorado eletronicamente. Sensores nas rodas dianteiras medem o ângulo de esterçamento e a velocidade do veículo. Quando acima de 80 km/h, o esterçamento traseiro é ativado para auxiliar nas curvas.

Suspenso por esferas

A suspensão hidrativa do Citroèn Xantia é composta de seis esferas de ferro, divididas ao meio por um diafragma. A metade superior contém nitrogênio (gás leve e inerte) e a inferior, óleo. As esferas estão ligadas a uma bomba hidráulica, conectada a um motor que faz funcionar todo o sistema. Quatro delas se ligam diretamente aos braços das rodas. As duas do meio são utilizadas como reservatórios para distribuir ou compensar rapidamente o óleo desviado para alguma roda.
Sensores avaliam, o tempo todo, o peso do carro, os ângulos do volante, a velocidade, a pressão na freagem e as oscilações da barra estabilizadora. Essas informações são processadas num computador, que em cada situação avalia a necessidade de amortecimento ou firmeza da suspensão. Um comando é enviado à bomba hidráulica que aciona as válvulas, aumentando ou reduzindo a pressão do óleo, que comprime ou descomprime o gás modificando o amortecimento.

Perfumaria importada

Alguns luxos dos carros topo de linha, fruto da eletrônica ou de simples boas idéias:

Rodar em silêncio
Em um motor onde o princípio de funcionamento é uma explosão, como no caso de todos os automóveis, os engenheiros quebram a cabeça para diminuir, eliminar ou evitar que os ruídos e vibrações gerados por este violento princípio não atinjam os usuários dentro ou fora do carro. A Toyota parece estar à frente na busca do silêncio. Nos modelos Camry e Corolla, ambos luxuosos, consegue-se um nível de ruído baixíssimo pelo uso de alguns dispositivos, como o coxim hidráulico. A função de um coxim é ajudar a fixar o motor sobre o chassi monobloco. Normalmente são confeccionados em metal e borracha para impedir que as vibrações do motor passem diretamente para o chassi e todo o carro. Mas como o motor é pesado e seu funcionamento violento, só o coxim não basta.
O coxim hidráulico desenvolvido pela Toyota possui uma câmara cheia de fluido, que absorve e amortece melhor as vibrações do movimento do motor. Além disso, o motor deixou de ser fixado diretamente no chassi e sim num subchassi, reduzindo ain--da mais a transferência de vibração. Painéis de material fono-absorventes forram pontos críticos como assoalho, painel e capô para abafar os ruídos.
A Mercedes-Benz se preocupou não só com os ruídos e vibrações do próprio carro, mas também com os barulhos externos. A fábrica utiliza vidros laterais duplos, semelhantes aos utilizados pelos estúdios de gravação nas cabines: entre os dois vidros há vácuo, que absorve os ruídos.

Assento com memória
Os modelos mais luxuosos dos carros mundiais como os Toyota Camry, BMW 850i, Peugeot 306 e todos os Mercedes-Benz contam com um sistema eletrônico de memória de posição do banco e acessórios. Ao sentar, o motorista ajeita a sua posição ideal de banco (entre as mais de dez opções de mudança que esses carros oferecem, como regulagem de altura lombar, altura da perna, do encosto, etc.); coordena os três retrovisores e o volante, normalmente escamoteável, e aperta um dos três botões de memória. As informações são armazenadas na memória de um microcomputador de bordo. Quando o mesmo motorista usar novamente o carro, basta apertar o botão correspondente a sua memória e a posição ideal é arrumada sem qualquer esforço.
O sistema consiste em unidades eletrônicas de processamento (ECU) que trocam informações entre si. Uma está colocada na coluna da direção, outra recebe dados do banco e outra cuida dos espelhos. Todas são conectadas a interruptores, sensores e atua-dores. As posições são captadas por sensores e transmitidas às ECUs, que as gravam na memória. As ECUs comandam atuadores que ligam os respectivos motores elétricos, para que estes realizem a operação mecânica de ajustar a posição solicitada.

Espelho ultra-sônico
As gotículas de água que se armazenam nos espelhos retrovisores externos, quando chove, prejudicam muito a visibilidade do motorista. Os engenheiros da Toyota lançaram mão de um dispositivo ultra-sônico que transforma as gotículas em névoa. Ele se compõe de um minivibrador piezoelétrico fixado a uma borda vibratória colocada na parte de trás do espelho. O sistema não toca a superfície do espelho, evitando qualquer distorção na imagem. Um interruptor no painel aciona o circuito elétrico que inicia as vibrações, enquanto outro circuito controla a freqüência das vibrações.
O vibrador piezoelétrico expande e contrai quando a corrente elétrica é aplicada. Essa ação faz com que a borda também se expanda e contraia, gerando vibrações de alta freqüência na superfície do espelho. Elas rompem a tensão superficial das gotículas, quebrando-as em pequeníssimas partículas como névoa. Para completar, um circuito que gera calor faz a névoa evaporar sem aderir ao espelho.

Manobras sem perigo
As costumeiras encostadas de pára-choque, ao se manobrar em uma vaga pequena, podem ser evitadas nos carros BMW, Honda ou Mitsubishi. Pequenas antenas nos pára-choques dianteiro e traseiro emitem ondas sonoras que, ao esbarrar no primeiro obstáculo (o carro estacionado atrás ou na frente), retornam amplificadas avisando o motorista de sua proximidade. O som de retorno é em forma de bip, e sua intermitência define a distância. Quanto mais freqüente o som, mais próximo o obstáculo, até tornar-se contínuo, indicando que o motorista deve frear.

Abraço do cinto
O motorista e o passageiro de um Subaru SVX nunca esquecem de colocar o cinto de segurança, porque o próprio carro se incumbe de prendê-los. O cinto corre por um trilho que passa sobre a porta, indo do pára-brisa até o término da janela, onde está o engate. Ao se fechar a porta, um sensor envia uma mensagem à central eletrônica, que comanda um motorzinho elétrico e faz correr o cinto. A parte transversal do cinto abraça os ocupantes, e os libera quando a porta é destravada.

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Corte & Costura na sala de cirurgia - Medicina


CORTE & COSTURA NA SALA DE CIRURGIA



Não é fácil fazer emendas nos rasgos do corpo humano. Os pontos não podem ficar frouxos ou apertados. É preciso escolher a linha certa para cada tipo de tecido. E, no final, o arremate tem de ser feito na maior rapidez.


Estudante de Medicina que se preze passa ho-ras e horas entre linhas, agulhas e pedaços de pa-no. Treina a mão para pontos e arremates, com mais afinco do que moças casadoiras do século passado ou do que caprichosas vovós. "Qualquer um pode cortar, até um assaltante com uma faca na mão", costuma dizer o professor Flávio Luis Ortiz Hering, aos alunos da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, litoral de São Paulo, onde leciona. "Mas costurar o corpo humano é privilégio do cirurgião", acrescenta o jovem mestre, de 34 anos. Há um exagero evidente na primeira afirmação: os médicos, em geral, não ferem como bandidos e, sim, fazem cortes precisos, desviando o bisturi dos órgãos internos. No entanto, dessa maneira Hering alcança a meta de mostrar a importância da sutura.
O momento de suturar é, de fato, um dos pontos altos de uma operação. Hering percebeu isso quando ainda estava no segundo ano de faculdade. "Naquela época, comecei a me interessar por Cirurgia", diz ele, que acabou se tornando urologista, médico encarregado dos rins e das vias urinárias. Um detalhe sempre chamou a sua atenção: havia livros especializados que eram uma verdadeira aula de corte, jamais de costura. Por isso, quando passou a lecionar, Hering amarrou tudo o que havia reunido sobre o assunto, na forma de uma apostila. Esta, por sua vez, foi o embrião do trabalho que publicou recentemente pela Editora Roca, de São Paulo. O livro Bases Técnicas e Teóricas de Fios e Suturas redigido com os pro-fessores David Rosenberg e Silvio Gabor procura desatar dúvidas e mitos sobre a costura na cirurgia.
A rigor, a sutura médica nem é fundamental. Pois qualquer corte é capaz de se fechar sozinho, sem a ajuda de pontos. Mas isso poderia levar meses ou anos - o que, além de incômodo, significa manter uma porta aberta para a entrada de micróbios nocivos. "A sutura serve justamente para aproximar as bordas de uma ferida, acelerando o fechamento dessa brecha", explica Hering, que também trabalha no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. "Talvez por isso as pessoas imaginam que o melhor é apertar bem os pontos, para o corte não voltar a abrir. O que é, porém, um terrível engano." É verdade que, se ficar frouxa, a sutura não cumprirá direito o seu papel de unir as bordas.
Mas o extremo oposto também é ruim. Pois, quando os pontos estão muito apertados, o fio estrangula os vasos, impedindo a passagem do sangue. É o líquido vermelho, afinal, que transporta as substâncias construtoras da cicatriz. Sem a chegada da matéria-prima, a obra da cicatrização fica atrasada, o corte demora para fechar. Depois de consumir muitos metros de tecido, acostumando-se a não apertar os pontos demais, nem de menos, os futuros médicos continuam seu treinamento em animais de laboratório. Aí, as dificul-dades aumentam por vários moti-vos, um deles óbvio - pano não san-gra. Para evitar hemorragias, especialmente na hora de emendar veias e artérias, as mãos do cirurgião têm de ser tão ágeis quanto as de um mágico. Além disso, o ser vivo é comparável a uma colcha de retalhos, com os mais diferentes tecidos - uns mais frágeis, outros muito duros e resistentes ou ainda, bastante elásticos. Ou seja, o je-i--to de costurar não é sempre o mesmo.
Há uma agulha e um ponto mais adequado para cada uma das partes, na tapeçaria médica. No passado, a maioria dos pontos cirúr-gicos foi copiada dos bordados e da te-celagem. Além de pontos, existe uma variedade de nós, usados no arremate - alguns rebuscados, parentes próximos dos nós-de-marinheiros, que terminaram sendo conhecidos como nós-de-cirurgião. "Na realidade, existe um ponto certo para cada situação", diz Hering. "Mas, quanto ao nó, é permitido dar qualquer um. Em geral, o médico escolhe aquele de que tem mais prática e que, por isso, consegue fazer mais rápido." O eleito pela maioria dos cirurgiões é o velho nó-de-sapateiro - aquele que se dá nos cadarços de tênis
Se a escolha do nó é fácil, por ser de acordo com o gosto de quem costura, o mesmo não acontece com a seleção dos fios. Há cerca de trinta tipos no mercado, incluindo linhas que são da mesmíssima espécie, porém apresentadas em tonalidades diferentes, como roxo, preto ou verde. O colorido é justificável: quando se costura um órgão sangrando, a linha branca termina tingida de vermelho e fica difícil para o médico enxergar direito o que está fazendo. No entanto, mesmo com tantas opções, não existe um fio perfeito. Cabe ao médico pesar vantagens e desvantagens de cada tipo, em cada caso.
Nos filmes de caubói, por exemplo, existe uma cena típica: o mocinho leva um tiro e seu melhor amigo, ou a heroína, bancam médicos de pronto-socorro. Enquanto a vítima cerra os dentes de dor, eles consertam o ferimento com meia dúzia de pontos improvisados. Mas a vida nem sempre imita a ficção. No mundo real, a sutura poderia arrebentar: os músculos se contraem e se estendem, e a pele acompanha esse vaivém. Os órgãos internos também se mexem um pouco ao trabalhar. Enfim, com o passar do tempo, o fio pode não agüentar a agitação. Por isso, os cirurgiões levam em conta a elasticidade de uma linha de sutura.
Outro fator importante é a chamada memória, a capacidade do fio de voltar à forma em que estava, antes de ser usado. Assim, algumas linhas entram na sala de cirurgia enroladas, como se estivessem em carretéis. Os médicos conseguem esticá-las com os dedos; mas, quando as soltam, elas voltam a se enrolar. Às vezes, ter boa memória é defeito: "Dar pontos com esse tipo de fio é muito mais demorado, porque ele vive se enroscando nos nossos dedos", conta Hering. Em certos casos, porém, essa característica se transforma em vantagem. É quando se costura uma mucosa ou qualquer tecido inflamado do corpo - estes, uma vez cortados, tendem a inchar muito. O fio, então, fica esticado enquanto a área está inchada, mas depois os pontos podem ficar frouxos. "No caso, a boa memória, isto é, a tendência de o fio enrolar de novo, ajuda a apertar a sutu-ra outra vez", explica o cirurgião.
Um antigo temor dos médicos é a reação provocada pelo material de costura no organismo. Porque, para este, qualquer linha é uma estranha e o sistema imunológico nunca parece disposto a fazer acordos. Segundo um famoso documento do Antigo Egito, o papiro de Edwin Smith, 3 500 anos antes de Cristo já se observava que a sutura era capaz de causar infecções fatais. Em busca do fio ideal, Claudius Galeno, médico que viveu no século II a.C., em Roma, criou o chamado categute, inspirando-se em uma espécie de violino pequeno, conhecido por esse nome. As cordas do instrumento eram feitas de intestino de boi, material com que se fabrica o categute até os dias de hoje. Este fio é absorvível: o sistema imunológico o destrói sem deixar rastros, depois de uma ou duas semanas. Mas seu terrível defeito é justamente atiçar essas células de defesa, causando inflamações que facilitam a infecção por micróbios.
Atualmente, já existem fios absorvíveis sintéticos. As reações do corpo humano a esses materiais sintetizados em laboratório costumam ser muito menos violentas. Além disso, os fios absorvíveis sintéticos levam mais tempo para desaparecer - algo entre um e seis meses. Para os pacientes, o prazo maior acaba sendo uma segurança extra. Pois diminui a chance de o fio ser absorvido pelo organismo, antes de se completar a cicatrização. Mesmo assim, os médicos preferem não correr riscos e costuram as grandes artérias do coração com fios indestrutíveis, que o acom-pa-nharão enquanto ele bater.

Em busca da linha ideal

Há cerca de trinta tipos de fios de suturas, usados pelo médico de acordo com as características do que vai ser costurado

Absorvíveis
São os fios que vão se desfazendo aos poucos dentro do organismo, até desaparecerem como um comprimido efervescente. Empregados na sutura de órgãos internos, eles se dividem em orgânicos e sintéticos

Categute
É o fio absorvível feito de mucosa de boi. Atacado por células de defesa do organismo, ele some depois de uma ou duas semanas

Sintéticos
Os laboratórios produzem linhas feitas de substâncias que vão se dissolvendo em contato com as moléculas de água presentes no organismo

Monofilamentadas
Como o nome indica, são as linhas sintéticas com um único filamento. Nesses fios lisos, as bactérias escorregam e não se fixam

Multifilamentadas
Já essas linhas são formadas por uma trança de vários fiozinhos, entre os quais as bactérias se instalam. A vantagem: são mais resistentes

Inabsorvíveis
Também divididos em orgânicos e sintéticos, esses fios podem permanecer para o resto da vida no organismo. São preferidos quando se trata de costurar órgãos vitais, para não haver risco de a linha se dissolver antes da hora

Orgânicos
Em geral, são fios de seda ou de algodão. Esses materiais não são absorvidos. Mas, com o tempo, ficam frouxos. Perdem o viço como uma flor que murcha

Mistos
Trata-se de uma combinação de materiais orgânicos e sintéticos, como nos fios de algodão encapados com poliéster

Sintéticos
São fios especiais de náilon, mono e multifilamentados

Mineral
É o fio de aço, usado na cirurgia de ossos, por exemplo

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - JANEIRO DE 2014


16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - JANEIRO DE 2014



01-Os Estados Unidos na Mira de Hitler
Documentário / Diversos
Nome Original: Hitler's Secret Attack On Amer
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
11 de dezembro de 1941: Hitler declara guerra contra os Estados Unidos.
Para o almirante alemão Karl Dönitz, comandante da frota de submarinos U-boot, o momento está próximo. Dönitz elabora um plano para um ataque surpresa à costa dos Estados Unidos, chamado "Operação Drumbeat." A história do que poderia ter sido um dos ataques mais violentos à costa leste dos Estados Unidos foi encoberta e permanece sem ser contada, até agora. Pela primeira vez, a história dos U-boots e de suas presas está sendo procurada, descoberta e filmada pelo NOAA National Marine Sanctuaries e pela Wild Life Productions. Utilizando veículos submarinos operados remotamente de alta definição, sonares especiais e imagens 3D, este programa vai reunir as táticas, as batalhas, os heróis e os vilões da Operação Drumbeat, um plano desconhecido para atacar os Estados Unidos que poderia ter tido resultados mortais.


02-A Megalomania de Hitler
Documentário / Diversos
Nome Original: Hitler's 9/11
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
A megalomania de Hitler não tinha limites. Desde o começo da guerra, suas estratégias planejavam atacar os Estados Unidos. No mais audacioso dos planos, bombardeiros alemães desabariam sobre os arranha-céus de Manhattan como bombas. Hitler compreendia o enorme poder simbólico dos arranha-céus de Manhattan. Ele estava convencido de que estas missões suicidas teriam um impacto psicológico devastador nos Estados Unidos e, com este plano, o regime nacional-socialista esperava mudar o curso da guerra. Através de relatos de testemunhas contemporâneas, material de arquivo e os planos originais de construção, mostraremos como esta destrutiva fantasia e seu monstruoso produto, o "America Bomber" transformaram-se em um desejo coletivo e indiscriminado de destruição.


03-A Máfia nos Estados Unidos-Nossa Família
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Este império pouco conhecido foi fundado no sistema carcerário da Califórnia, para que seus membros se defendessem da máfia mexicana. O Nuestra Familia ficou conhecido pelo estilo de recrutamento e pelos métodos de treinamento.


04-Anos 80-Grandes Tragédias
Séries / Cultural
Nome Original: Tragedies: Season 1
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
A década de 1980 foi testemunha de alguns dos desastres mais devastadores do mundo. Desde o ônibus espacial Challenger, Chernobyl e o desastre de Bhopal, este programa traz uma luz sobre alguns dos momentos mais sombrios da década, a fim de esclarecer algumas das lições importantes.


05-Anos 80-A Era Tecnológica
Séries / Cultural
Nome Original: Gadgets
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
A década de 1980 foi quando a tecnologia pulou das páginas de ficção científica e caiu com um baque nas casas de pessoas comuns.

06-Anos 80-A Cultura Pop
Séries / Cultural
Nome Original: Super Power
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Ao que a década de 80 chegava ao final, a Guerra Fria podia estar acabando, mas o muro de Berlim ainda estava de pé. Os Estados Unidos implantam uma "arma" poderosa para acelerar a sua queda: a cultura pop.


07-Enigmas Revelados-O Cobre dos Grandes Lagos
Documentário / Diversos
Nome Original: America Unearthed: Season 1 - Ep. 03: Great Lakes Copper Heist
Direção: Ben Krueger
País: EUA
Ano: 2013
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Scott Wolter investiga o misterioso desaparecimento de grandes quantidades de cobre do Lago Superior. Por meio de provas científicas, faz uma conexão entre uma antiga civilização e a Era do Bronze.


08-Anos 80-Os Revolucionários
Em 1981, Ronald Reagan é levado a presidência dos Estados Unidos, mas a sua administração foi abalada profundamente em apenas 70 dias quando as balas de um assassino perfuraram seu pulmão



09-Gigantes da Indústria-Surge um Novo Rival
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America: Season 1 - Ep. 05
Elenco: Eric Rolland, Tim Getman, Adam Jonas Segaller, Justin Morck
País: EUA
Ano: 2013
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Enquanto Carnegie e Rockefeller continuam sua batalha, JP Morgan aparece e monta um banco na cidade de Nova York com um único propósito: promover o avanço tecnológico dos Estados Unidos. Morgan investe pela primeira vez, apoiando uma nova invenção de Thomas Edison: a luz elétrica.


10-Jornada ao Centro da Terra
Documentário / Cultural
Nome Original: Journey to The Earth's Core
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Neste especial iremos bem além da superfície e faremos uma viagem ao coração do nosso planeta em busca de sua última fronteira.


11-Enigmas Revelados-Gigantes em Minnesota
Documentário / Diversos
Nome Original: America Unearthed
Ano: 2013
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Scott Wolter visita um fazendeiro em Minnesota que encontrou ossos de um gigante, enterrados em seu jardim. Estes ossos levantam a questão se um Viking poderia ter viajado à América, a milhares de quilômetros do Atlântico?


12-Obsessões-Anorexia e Bulimia
Conhecemos casos extremos de jovens que sofrem destes distúrbios alimentares e que só resolveram aceitar ajuda médica quando sentiram medo diante da própria imagem.


13-Papa Francisco-A Caminho do Vaticano
Documentário / Diversos
Nome Original: Pope Francis: Road to the Vatican
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Que vida aguarda o novo Papa Francisco? Com acesso raro ao Vaticano, temos um olhar de perto da realidade que enfrenta o Papa que declarou que a Igreja tinha ido "até o fim do mundo" para encontrá-lo.


14-Mythbusters-Os Caçadores de Mitos-Mergulho no Contêiner de Lixo
Documentário / Diversos
Nome Original: MythBusters: Season 7 - Ep. 132
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Neste episódio, os Mythbusters fazem outra tradicional prova lixo adentro. Desta vez, eles querem verificar se é possível sair vivo e andando depois de um salto dentro de um contêiner de lixo, como nos filmes.


15-No Mundo do Crime-A Camorra
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
A cidade italiana de Nápoles é considerada por muitos como o berço do crime organizado. Lou chega na terra dos seus antepassados com a missão de se infiltrar num dos grupos mafiosos mais antigos, duros e misteriosos do mundo: a Camorra.


16-Instinto Assassino-A Bruxa Assassina
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais.
No final da década de 1990, o assassinato de dezenas de crianças aterrorizou os habitantes de Rio Claro, no interior de São Paulo.


ÁLBUM DE DOCUMENTÁRIOS

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

GPS: o guia que veio do espaço - satélite

GPS: O GUIA QUE VEIO DO ESPAÇO - Satélite



Entra em ação o satélite que completa um sistema capaz de dizer, com precisão nunca antes atingida, a latitude, longitude e altitude de qualquer ponto na Terra.


Era o ano de 1978, a Guerra Fria ainda estava no ar. De uma base americana, três satélites foram secretamente lançados ao espaço. Lá do alto, eles enviariam constantemente sinais de rádio para que alguns navios de guerra dos Estados Unidos pudessem calcular sua localização com precisão bem maior que a dos obsoletos rabiscos feitos a lápis sobre as cartas náuticas. Esse era o começo do projeto "Guerra nas Estrelas", que pretendia montar artefatos espaciais para usá-los em um possível conflito nuclear com a União Soviética. Os militares americanos não sabiam, mas acabavam de colocar em órbita uma inovação que quinze anos depois seria adorada por civis pacíficos do mundo inteiro: o Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, como ficou conhecido.
Com o fim da Guerra Fria, os guias espaciais passaram a ter propósitos mais nobres. Embora tecnologicamente complicado - cada satélite, por exemplo, carrega quatro relógios atômicos para marcar o tempo -, o sistema tem um funcionamento teórico simples, o que despertou a atenção das indústrias eletrônicas americanas na metade dos anos 80. Elas perceberam que o sistema era capaz de muitos outros feitos, além de orientar destróieres ou porta-aviões. E mais: os sinais estavam sendo irradiados pelos satélites para qualquer pessoa com um receptor capaz de captá-los. Ou seja, bastava construir tais aparelhinhos e vendê-los aos montes.
Hoje, com a entrada em órbita do 24.º e último satélite planejado, lançado no mês de setembro, essa constelação 18 000 quilômetros acima de nossa cabeça diz com precisão nunca antes atingida a latitude, longitude e altitude de qualquer ponto na face da Terra. Basta ter um pequeno receptor, do tamanho de uma calculadora, que já virou moda entre pilotos, aventureiros e cientistas. O GPS acha os caminhos certos para embarcações que vão desde o solitário veleiro Paratii, do explorador brasileiro Amyr Klink, até os petroleiros do Golfo Pérsico. Pode ser visto com pilotos de ultraleves ou de Boeings 747. Ajuda a mapear locais inóspitos como a Antártida e a evitar a poluição das represas de São Paulo. Resolve a falta de água na Arábia e de fertilizantes nas fazendas dos Estados Unidos.
Obviamente, os militares americanos não gostaram nem um pouco de ver seus satélites sendo usados indiscriminadamente. Afinal, assim como ajuda inocentes cidadãos, o GPS poderia apurar a trajetória de armas dos inimigos. Como não podiam impedir a captação dos sinais, introduziram distorções nas ondas enviadas pelos satélites. O desvio proposital reduz a precisão dos aparelhos de uso civil, que passam a ter uma margem de erro de, no mínimo, 15 metros. Só os receptores das Forças Armadas dos EUA corrigem por si próprios o desvio, aumentando a precisão para a casa dos centímetros.
Exceção foi a Guerra do Golfo - o conflito entre Estados Unidos e Iraque, em 1991. Apesar de terem se preparado por seis meses antes do primeiro tiro, as Forças Armadas americanas não tinham receptores suficientes na hora "H", fato preocupante em um ambiente tão fácil de se perder quanto no deserto. Por isso, compraram-se às pressas receptores de uso civil, incapazes de corrigir a interferência proposital. Os cientistas do Departamento de Defesa responsáveis pelo GPS não tiveram outra opção: foram obrigados a enviar instruções aos circuitos eletrônicos dos satélites para que interrompessem as distorções. Dessa forma, garantiu-se precisão de centímetros aos receptores de todos os soldados - e também aos dos outros usuários no mundo todo.
Com ou sem margem de erro, o uso do GPS se expandiu para fora das bases militares. A primeira aplicação foi no mar, onde, além de facilitar o trabalho dos navegadores, o sistema passou a evitar tragédias. Não são raras as histórias de naufrágios devidos a erros de localização. O exemplo mais recente é o do navio argentino Bahia Paraiso, na Antártida, em 1989. Envolto na neblina, o comandante confiou na carta náutica e acabou batendo em um arrecife, que, segundo o mapa, deveria estar dezenas de metros longe da embarcação. Além de deixar todos os tripulantes e passageiros à mercê da sorte, em pequenos botes salva-vidas, a colisão derramou várias toneladas de óleo no mar, matando milhares de pingüins, focas e pássaros.
Para evitar desastres como aquele, hidrógrafos do mundo todo estão conferindo e refazendo cartas náuticas de locais remotos como a Antártida. "Isso é necessário porque o mapeamento dos mares antárticos foi feito há muito tempo e de modo precário", disse a nos o imediato do navio polar brasileiro Barão de Teffé, Herz Aquino de Queiroz, em sua última viagem aos mares gelados. Os brasileiros gastam várias semanas por ano delineando os contornos das ilhas Shetlands do Sul, onde fica nossa base de pesquisa. Com o GPS, é impossível cometer erros tão graves quanto o do mapa a bordo do Bahia Paraiso.
Se no mar o receptor de GPS impede tragédias, no ar ele vai proporcionar economia de tempo e de combustível. Seu uso ainda não foi oficialmente aprovado pelas autoridades internacionais da aviação civil, mas isso é uma questão de tempo. "Com ele, os pilotos poderão voar em linha reta entre uma cidade e outra", diz Jaroslaw Sobieski, um dos maiores especialistas em aviação da NASA. Isso porque as aeronaves costumam cumprir rotas sinuosas, para estar sempre próximas às estações de radionavegação que informam sua posição. Só que tais estações quase sempre ficam perto dos grandes aeroportos e têm alcance limitado .
Com o GPS, esse ziguezague torna-se dispensável, pois mesmo longe dos aeroportos o avião descobre sua localização exata, inclusive a altitude. Sabendo a posição com precisão muito maior do que a proporcionada pelos radares, os aviões poderão também voar mais perto uns dos outros, sem medo de colisões e serão capazes de pousar por instrumentos com visibilidade zero - coisa que só é possível hoje no aeroporto de Heathrow, na Inglaterra. No resto do mundo, os sistemas de pouso por instrumentos só permitem pouso com visibilidade mínima de 400 metros. "Isso vai evitar atrasos e se traduzirá em um aumento na capacidade dos aeroportos, já que mais aeronaves poderão pousar e decolar no mesmo intervalo de tempo", prevê Sobieski.
Mas é em terra que o GPS está encontrando aplicações cada vez mais inesperadas, como preservar a pureza da água bebida pelos paulistanos. "Estamos mapeando toda a área de mananciais da Cantareira", conta o geólogo Fábio Cardinale Branco. A serviço da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), ele e o geólogo Fernando Fabrini de Almeida - um exímio operador do receptor de GPS - realizaram vôos ao redor de cinco represas que abastecem São Paulo. Registraram com extrema precisão áreas onde ocorre erosão, urbanização e destruição de mata natural.
Esse trabalho poderia ser feito pelo tradicional método de fotografias aéreas. "Só que custaria 1 milhão de dólares e ficaria desatualizado rapidamente, devido à dinâmica de ocupação do solo em São Paulo", justifica Branco. "Usando um receptor do GPS de apenas 500 dólares, podemos atualizar os dados a cada vôo." Além disso, os dados do GPS podem ser descarregados num computador do tipo PC, onde um programa chamado Sistema de Informações Geográficas permite fazer simulações. "Pretendemos descobrir as conseqüências ambientais da eventual duplicação da Rodovia Fernão Dias", revela Fernando Almeida, referindo-se à principal artéria de ligação entre a capital paulista e o Estado de Minas Gerais.
Se no Brasil o GPS ajuda a controlar a qualidade da água, nos Estados Unidos está melhorando o alimento. "Algumas grandes fazendas americanas possuem terras bastante heterogêneas do ponto de vista dos nutrientes", diz o engenheiro Sidney Vicente, diretor da Comtrac, empresa que vende os aparelhos do GPS da americana Motorola. "Com os receptores, os fazendeiros registram os trechos que precisam mais de um ou de outro fertilizante". Depois, ligam o aparelho a um computador que calcula a melhor rota para seus tratores e a quantidade de fertilizante a ser depositada em cada porção de terra. "Tudo é feito automaticamente, poupando tempo e dinheiro."
Não bastasse o uso urbano e rural, há também aplicações em regiões selvagens, onde não há pontos de referência ao alcance dos olhos. É o caso da aldeia Haximu, na Amazônia, onde ocorreu em agosto último um massacre de índios ianomâmis. Como, obviamente, a linha de fronteira entre Brasil e Venezuela não está pintada no chão, mas apenas nos mapas, não havia como saber em que país ficava a vila. O GPS registrou as coordenadas e pôde-se descobrir, olhando no mapa, que a chacina havia ocorrido em solo venezuelano.
Como na Amazônia, o deserto também priva as pessoas de referências visuais: para onde quer que se olhe, tudo se parece. Por isso, os receptores do GPS já fazem parte da paisagem, seja nos equipamentos de pilotos de rali, de arqueólogos ou de geólogos em busca de petróleo e água. Recentemente, o governo do árido sultanato de Omã resolveu um problema que irritava a população. A desgastante tarefa de achar poços artesianos no deserto volta e meia ia por areia abaixo, quando as tempestades de vento ocultavam qualquer demarcação. Cansadas desse jogo de esconde-esconde, as autoridades locais compraram de uma só vez 45 aparelhos. Agora estão mapeando 200 000 poços de água e, dessa forma, acabando com a sede dos omanis.

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Montanhas de fogo - Geologia

MONTANHAS DE FOGO - Geologia



O poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) costumava dizer que os terremotos e vulcões, justamente por sua força trágica, indomável, tinham o dom de manter o espírito humano alerta e humilde diante da natureza. Somente um grande poeta poderia entrever essa virtude tortuosa, em fenômenos que causam tanto sofrimento. Mas é fácil admitir que ela existe quando se vêem as fotografias recentes das erupções, rios de lava e monumentais plumas de cinza vulcânica. São manifestações de vitalidade do planeta, que os fotógrafos aprenderam a traduzir em imagens de impressionante realismo.


Não por acaso, essa arte segue o impulso sem precedentes, registrado nos últimos dez anos pela vulcanologia, a ciência dos vulcões. Muitos cientistas atribuem uma data precisa a esse avanço: a manhã do dia 18 de maio de 1980. Foi quando o Monte Santa Helena, após 123 anos de aprazível quietude, no noroeste dos Estados Unidos, finalmente se moveu. Parte da parede norte de seu cone, com 1 000 metros de altura, veio abaixo um pouco antes da explosão que espalhou rochas, cinzas e chamas sobre uma área de 500 quilômetros quadrados. A erupção foi acompanhada passo a passo pelos pesquisadores, como nunca se fizera em fenômenos desse porte, e pela primeira vez se registraram alguns dos indícios que os precedem.
Meses antes daquela avalancha, por exemplo, a parede norte do monte se abaulara de modo quase imperceptível, mas o bastante para que se previsse o desastre à frente. Isso não impediu imensos prejuízos, nem a morte de 57 moradores da vizinhança. Um problema é que não basta prever como vão se comportar as entranhas da Terra: mesmo que se soubesse fazer isso, não haveria como colocar em segurança os milhares de pessoas que vivem próximas aos vulcões, e muito menos evitar danos às suas casas e negócios. Uma ilus-tração viva dessa dificuldade foi a erupção do vulcão filipino Pinatubo, que não escondeu de ninguém sua disposição de ressuscitar em grande estilo, em 1991, após um sono de 600 anos.
No início de abril, dois meses antes da explosão principal - uma das maiores vistas neste século -, o gigante de quase 6 000 metros de altura passou a despejar no ar incontáveis toneladas de grossas cinzas e gases. Essa fuligem geológica, poucas vezes explicada com clareza, não é outra coisa que a própria lava, ou rocha fundida, transformada em pó pela violência com que é dispersada no ar. A origem primária da lava é a matéria do manto, imenso abismo ardente sobre o qual flutua a crosta rígida do planeta - que em comparação com o manto não passa de uma casca de ovo, embora sobre ela repousem os oceanos e continentes.
O manto existe num estado físico incomum: é constituído por rochas sólidas, mas estas estão submetidas a pressões e temperaturas tão altas que se tornam fluidas e se movem constantemente, carregando junto o leito dos oceanos e os continentes. Agora se sabe que o Pinatubo, por volta do final de março, estava sendo alimentado por rochas fluidas provenientes do manto, o chamado basalto. Este, então, passou a se acumular na câmara de magma, um grande depósito de matéria nova, originária das entranhas da Terra, existente sob os vulcões. O conteúdo da câmara, em seguida, começou a ser arremessado ao ar como formidáveis colunas de cinza e gases.
Uma das muitas maneiras de avaliar as condições de um vulcão é examinar a incrível rede de depósitos de lava à sua volta. No Havaí, por exemplo, há tubos de lava em fluxo permanente que podem ser estreitamente monitorados. No caso do Pinatubo, um aumento brutal no conteúdo de dióxido de enxofre denunciou a presença de magma novo sob o vulcão. O passo seguinte foi verificar que espessos depósitos de cinza e lava se estendiam a regiões muito distantes do vulcão, sinal de que suas erupções obedeciam a uma tradição de violência.
Em meados de junho, afinal, percebeu-se que a explosão era iminente porque dobrou o volume de lava nos domos, depósitos de lava junto ao topo, ou cone da montanha. Isso posto, é claro que houve algum tempo para providências, e de fato 200 000 pessoas puderam ser retiradas da área de maior perigo. Mesmo assim, no final das contas, houve nada menos que 900 mortes e 42 000 famílias ficaram sem lar. Os vulcanólogos acreditam que essa situação deve melhorar, em futuro próximo. O otimismo se deve à maior persistência no estudo dos fenômenos e na maior freqüência das análises.
Hoje ainda, o foco maior das pesquisas incide sobre os cinco vulcões do Havaí, especialmente sobre o Kilauea, assim como seus deslizamentos de solo e derrames de lava (que em menos de dez anos aumentaram a maior ilha do arquipélago, a Grande Havaí, em 1,2 quilômetro quadrado). Eles também são os mais conhecidos do público porque são visitados por grande número de turistas, e também porque os fotógrafos fazem acrobacias - até debaixo de água - para retratá-los em todos os aspectos. Diversas outras regiões, porém, começam a ser estudadas com regularidade. É o caso das Filipinas, onde apenas a Ilha de Luzon, sede da capital Manila, contém treze vulcões ativos.
Também o Japão amplia seus quadros de especialistas e atrai outros de todo o mundo. Lá morreram os respeitados vulcanólogos franceses Maurice e Katia Krafft, durante a erupção do Unzen, em junho de 1991. Outros países importantes são os da costa oeste da América Latina, ou os da região nórdica, como a Islândia. Para seus habitantes, a ciência não promete apenas segurança. Ao lado da arte, ela enseja uma mudança do medo natural para uma compreensão melhor do mundo em que vivem.

Gelo e fogo

O estreito contato do frio dos pólos com o calor dos vulcões cria fenômenos caprichosos na pequena Islândia, a noroeste da Grã-Bretanha. Vapores vulcânicos que exalam das rochas às vezes esculpem brancas cavernas sob imensas geleiras, ou transformam águas frígidas em sofisticadas termas. Isso, sem falar na minúscula ilha Surtsey, que, graças a uma erupção submarina no início dos anos 60, aflorou do fundo do mar e concedeu aos islandeses um gratuito acréscimo de território.

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Olha a bola - costumes

OLHA A BOLA! Costumes



Chutes, arremessos, voleios, passes, dribles - há 30 000 anos o homem não pára de jogar bola. Os esportes primitivos deram origem a cerca de 200 modalidades existentes hoje em dia. Algumas delas, 100 por cento brasileiras, como o biribol, o futevôlei e a sinuca.


Vários povos querem o troféu por ter dado o primeiro passe. Nesse lance, os historiadores do esporte fazem o papel de juiz: querem cancelar a partida, por falta de dados precisos, ou oferecer empate a alguns dos participantes. Não há tira-teima capaz de decidir essa história. É até provável que a paixão pela gorduchinha, comum em todos os cantos da esférica Terra, tenha começado quando, um belo dia, o homem primitivo chutou uma pedra, por distração. E daí, quem sabe, achou muito mais divertido brincar de bola do que pensar na vida e suas implicações. A idéia é ingênua, mas tudo é possível. A imaginação corre solta para criar hipóteses sobre essa primeiríssima jogada.
Muitos esportes modernos surgiram, de fato, em situações bizarras. O boliche é caso típico. A modalidade apareceu entre os séculos IV e V, nas igrejas germânicas. Os pinos personificavam os pagãos, que a bola da fé - uma bolota de rocha pesada - deveria derrubar. Assim, padres e fiéis passavam horas e horas fortalecendo a sua religiosidade. Diga-se, treinando arremessos. É certo que para o homem pré-histórico a bola não carregava um significado religioso como para esses alemães - nem sequer um caráter espor-tivo. Desenhos em paredes de cavernas, realizados há mais de 30 000 anos, mostram figuras segu-rando esferas feitas de pedra. Esses bolões, do tamanho de uma cabeça de boi, possivelmente serviam de utensílio, na caça ou na preparação de alimentos. Há mesmo teorias apontando a busca de comida como a raiz de todos os esportes. Afinal, para agarrar a sua presa, o homem aprendeu a correr, nadar, remar, acertar alvos.
Seja como for, a semente dos esportes com bola se confunde com a dos esportes coletivos, há cerca de 12 000 anos. Há quem diga que tenha brotado com o costume guerreiro de se cortar a cabeça de um dos vencidos. Esta passava de mão em mão, entre os que comemoravam a vitória, segundo o livro "Evolução dos desportos através dos tempos", de Adolpho Schermann. Tal prática, contudo, acabou se arrefecendo e, por volta de 3 000 a.C., o crânio foi substituído por troféus de formatos semelhantes, igualmente arredondados. Enfim, a cabeça humana teria inspirado a bola. No caso, uma das modalidades mais antigas de que se tem notícia é o chamado kemari, criação chinesa, que se popularizou no Japão, no século X a.C. O jogo, na realidade, era usado como treinamento militar pelos chineses, seus inventores: os participantes se dispunham em um círculo e chutavam uma bolinha, com proporções de um punho fechado, até acertarem um alvo no centro da circunferência. "Há quem suspeite de que o futebol seja um descendente direto do kemari", conta o jornalista Orlando Duarte, do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que há 46 anos se dedica a comentar a modalidade campeã no coração do brasileiro. "É provável, porém, que esse esporte tenha mais de um precursor na Antigüidade", diz ele, que é estudioso da história do futebol. "Outro de seus ancestrais seria o episkyros, criado pelos gregos", indica.
O povo da Grécia Antiga era fanático por um bom bate-bola. Não há registro de outra civilização que, ao menos na mesma época, tenha cultivado tamanha adoração. Os gregos cultuavam o físico e desenvolveram todas as modalidades do atletismo. Só que nas primeiras aulas de educação física os meninos aprendiam esportes com bolas, como o tal do episkyros. Este era praticado numa quadra dividida ao meio por uma linha; cada uma das duas áreas, por sua vez, tinha uma linha de fundo, que a bola não poderia ultrapassar. Assim, os jogadores se alternavam no papel de atacantes e defensores, ora arremessando com as mãos para o campo adversário, ora impedindo que a bola alcançasse o fim da quadra. Bola que era, na realidade, uma bexiga de porco ou de boi, recheada de areia. Bexigas de animais, diga-se de passagem, foram a bola de nove em cada dez esportes, até o século XVII, quando terminaram substituídas por legítimas bolas de couro.
Na Grécia, os garotos deviam se divertir com as bexigas até ganharem massa muscular para treinar o atletismo. Mas, depois de pegar o gostinho, muito marmanjo grego não largou mais a bola. O célebre poeta Homero (do século IX ou VIII a.C.), famoso pela autoria da Odisséia, escreveu um livro inteiro só a respeito da esferística - nome que se dava ao conjunto de modalidades envolvendo a esfera.
Com a invasão do território grego pelos romanos, a bola foi lançada em outras áreas. Logo, os jogos da esferística foram adaptados e se difundiram em Roma. O campo do deus Marte, por exemplo, se transformou em ponto de encontro de seus praticantes. E os romanos acabaram disseminando essa moda nos territórios que conquistaram. Entre outros destinos, a bola foi parar nas ilhas britânicas. Tanto assim que, até a Idade Média, em certas regiões da Inglaterra se recordava a derrota dos romanos, no século III, com uma partida comemorativa. No caso, a disputa pela bola era de uma violência de fazer inveja aos hooligans, a encrenqueira torcida inglesa de futebol: sempre vestindo armaduras, os participantes lutavam para agarrar a bola, com o auxílio de suas espadas. Vencia aquele que a erguia com os braços, entre mortos, feridos e desistentes.
Nos tempos medievais, os jogos de bola ganharam tantos adeptos que os nobres e militares ingleses passaram a vê-los com maus olhos. Afinal, as pessoas deixavam de lado os tradicionais treinos de arco e flecha, para brincar nas praças. Resultado: no ano de 1314 o rei Eduardo II resolveu proibir de uma vez por todas essas partidas. A bola entrou na área da clandestinidade - mas continuou rolando por lá. Tanto assim que, 35 anos mais tarde, outro rei, Eduardo III, adotou medidas de reforço, como a criação de fiscais encarregados única e exclusivamente de caminhar pelas ruas, tomando a bola de quem ousasse burlar a lei. Como, mesmo assim, os jogadores insistiam em driblar a situação, o rei Carlos II não viu outra saída a não ser considerar criminoso quem fosse flagrado jogando bola, bolinha ou bolão ou qualquer coisa parecida. Só no século XVIIIé que os ingleses foram liberados para jogar em paz.
Na França o jogo também levou cartão vermelho. Ali, no século XIV o chamado jeu de paume (em francês, jogo de palma) virou mania: as pessoas, sempre em duplas, lançavam a bola com força contra um paredão. Primeiro, foram os nobres que ficaram fissu-rados pelo esporte. Depois, a onda se espalhou entre os plebeus, que passaram a se atrasar sistematicamente no trabalho. Por essa razão o prefeito de Paris achou ser uma boa idéia censurar o jogo nos dias de semana - proibição válida apenas para os desprovidos de sangue azul, bem entendido. O jeu de paume é bisavô do tênis e tataravô do squash, do ping-pong, do paddle. Pois é quase sempre assim: adaptações em velhas modalidades vão criando novas, de modo que um esporte com bola é derivação de outro.
O bowls, por exemplo, também conhecido por boliche de campo, tem um longo ramo de descendentes. Esse jogo já era praticado pelos antigos egípcios. A princípio, bastava ter disponível algumas pedrinhas e uma delas servia de alvo. Assim o bowls é o ancestral co-mum de praticamente todos os jogos de bola e alvo, como a bocce, o croquet, o boliche. Um dos irmãos dessa modalidade, por assim dizer, é o bilhar, que também descende do bowls - no início, os praticantes deste substituíram o contato direto das mãos com a bola pelo uso de bastões. As primeiras referências conhecidas sobre o bilhar são cartas de jogadores dirigidas à Igreja, datadas do século XIV, pedindo perdão por terem machucado os adversários, graças à falta de prática com o instrumento recém-adquirido.
O jogo, porém, só deixou o campo para ser disputado sobre mesa própria um século mais tarde. "As pessoas estavam cansadas de interromper os jogos no meio, por causa das chuvas", especula Antônio Marcondes, vice-presidente da Federação Paulista de Bilhar e Sinuca. "A mesa de bilhar não tem caçapas", ensina o mestre. "São três bolas e o objetivo é bater na esfera neutra e na do adversário em uma só tacada", resume. Até o século XVII, a prática dessa modalidade se limitava aos nobres. Então, ao se tornar popular, especificamente na Inglaterra, o bilhar passou por algumas modificações. Os ingleses resolveram torná-lo mais complexo, incluíram seis caçapas na mesa e mais de uma dezena de bolas. Surgia assim o chamado snooker, por volta de 1875.
"No snooker há quinze bolas vermelhas e seis de outras cores", explica Marcondes. "A meta, no caso, é encaçapar primeiro uma bola vermelha, o que dá direito a encaçapar, em seguida, uma segunda de cor diferente. Isso se repete, até terminarem as vermelhas. Se, daí, ainda restarem bolas de outras cores, elas devem ser encaçapadas seguindo uma ordem crescente de valor." Todas essas ta-cadas provocam demoras nas partidas. No Brasil, onde o jogo foi trazido pelos ingleses no início deste século, isso acabou sendo um problema. Pois, no final das contas, como o aluguel da mesa era cobrado conforme a duração da partida, o snooker acabou pesando no bolso do brasileiro. "Alguns mestres perceberam que a quantidade de bolas vermelhas só atrasava. Então, para o jogo durar menos tempo, eles retiraram progressivamente essas bolas da mesa", conta Marcondes. Acabou sobrando apenas uma: o jeitinho brasileiro diante do orçamento curto tinha criado a sinuca, modalidade cem por cento nacional.
Nem sempre, porém, as coisas evo-luem desse modo, como a trajetória do bowls até o aparecimento da sinuca, em clima de jogo pai para jogo filho. O basquete, por exemplo, é um esporte sem paternidade conhecida. A modalidade parece ter sido literalmente inventada, no inverno de 1891, na sede da Associação Cristã de Moços (ACM), instalada em Springfield, uma cidadezinha do Massachusetts, Estados Unidos. Fazia um frio terrível para se praticar atividades ao ar livre. Por isso, os diretores da instituição incumbiram um de seus professores de Educação Física, James Naismith, de bolar uma distração qualquer para os associados.
Naismith logo pensou em um jogo que pudesse acontecer em recinto fechado. "A primeira bola usada foi de futebol", revela o professor José Medalha, da Universidade de São Paulo, ex-técnico da Seleção Brasileira de Basquete. "Existe uma curiosidade a respeito da origem do basquete, que pouquíssima gente conhece", diz ele, com os olhos arregalados e fixos anunciando uma espécie de revelação. Depois de uma pausa, Medalha encerra o suspense: "Os alvos deveriam ser duas caixas. Mas, na hora agá, elas desapareceram. Sem tempo a perder, porque havia muita gente esperando para ver o novo jogo, Naismith descolou duas cestas usadas para colher pêssegos". Caso não tivesse acontecido esse incidente, o esporte nem se chamaria basque-te, nome que se refere a cesto, em inglês. "Seria talvez boxball ou caixa--bol", imagina Medalha.
Três anos depois da criação do basquete, outro professor resolveu lhe fazer concorrência. O pastor americano Willian C. Morgan, também ligado à ACM, achava a invenção de seu colega muito agitada para homens de meia-idade em diante. Ele resolveu criar um jogo supostamente mais manso, com uma bola leve feita sob encomenda, que deveria ultrapassar uma rede, no meio da quadra. Para pessoas mais idosas, nascia o volêi, o jogo que já deu cria, duas vezes, no Brasil.
Em fins de 1965, atletas cariocas - jogadores de vôlei e de futebol - juntaram os dois esportes, só por farra. "No início, a rede era montada no meio da rua, nos calçadões da praia", conta Luís Cláudio de Castro Viana, que preside a Associação Brasileira de Futevôlei, sediada no Rio de Janeiro. "Mas a polícia começou a implicar, porque a bola atrapalhava o fluxo dos carros. Daí, o jeito foi a moçada jogar na areia ou mesmo em quadras." Este ano, os praticantes da modalidade brasileira decidiram inovar, permitindo pela primeira vez a participação de mulheres, em equipes mistas. "Nesta nova categoria será proibido sacar em cima da jogadora, porque em geral a recepção é com o peito, o que para as mulheres termina sendo complicado", diz Viana.
Outro derivado do vôlei nasceu numa cidade paulista, que não reúne mais que 71 000 habitantes, boa parte li-gada à indústria de calçados. Dizem que Birigüi - este é o local - tem o maior número de piscinas per capita no Estado de São Paulo, por causa de seu ca--lor, à beira do insuportável. Não poderia haver lugar mais propício para o vôlei cair na água. Seu primeiro mergulho foi na casa do advogado Dario Miguel Prado, por volta de 1968. "Mas a divulgação do esporte só começou a partir de 1973", explica o inventor, que numa atitude assumidamente bairrista deu-lhe o nome de biribol.
"Dentro da água, até pessoas obesas conseguem fazer os movimentos com facilidade. Acho que o biribol tem tudo para pegar", afirma Prado. Segundo ele, a grande sacada será no próximo ano, quando os jogos serão transmitidos pela televisão. Isso, no entanto, terá um preço: os sets diminuirão de quinze para doze pontos. "Isso tornará a partida mais ágil, mais interessante para os anunciantes", analisa.
Embora entenda pouco de biribol, o tenista Nelson Jorge Nastás, presidente da Federação Paulista de Tênis, vê a mudança de outra maneira. "Os esportes estão sempre sofrendo alterações, para se adaptarem aos novos tempos", diz ele. "E isso não resulta necessariamente em outras modalidades. O tênis que se joga, atualmente, não é o mesmo que o chamado clássico, de três déca--das atrás", compara. Antes o jogo era mais lento e privilegiava as bolas de efeito. "O tênis se tornou tão rápido, que chega a ser violento. Essa observação vale para diversos outros jogos. Parece que a bola absorveu a agitação de hoje em dia."

A grande família

Pequenas variações em um esporte já fazem nascer um outro


Harpastum
Século I a.C. - Roma
O objetivo: fazer a bola entrar na área adversária

Episkyros
600 a.C. - Grécia
A bola não podia ultrapassar a linha de fundo de campo

Kemaru
600 a.C.
Usado como treinamento militar

Bowls
2 000 a.C. - Egito
No começo, era jogado com pedrinhas

Ping-pong
1884 - Estados Unidos
É o tênis de mesa sem normas rigorosas

Tênis
1873 - Inglaterra
Inventado pelo major birtânico Walter Wingfield

Jogo de Paume
Século XII - França
A bola era lançada com a mão contra uma parede

Rúgbi
1863 - Inglaterra
Surgiu numa briga de futebol: o jogador zangado pegou a bola e saiu correndo

Handebol
1850 - Alemanha
Foi difundido por militares alemães, na I Guerra Mundial

Palla corda
Século XIV - Itália
Para evitar lesões nas mãos, acrescentou-se a raquete ao paume

Paddle
1898 - Estados Unidos
Inicialmente era um método para crianças aprenderem tênis

Squash
1882 - Estados Unidos
Diz a lenda que foi um jeito para os tenistas inveterados jogarem em dias de chuva

Tênis de mesa
1884 - Estados Unidos
Uma empresa resolveu faturar inventando uma forma de se jogar tênis dentro de casa

Futebol
1863 - Inglaterra
A data é da criação das regras, pois já existia antes, na Europa

Futebol Society
1987 - Suiça
Miscelânea de handebol, futebol e futesal

Futesal
1954 - Estados Unidos
Um grupo resolveu jogar futebol na quadra de basquete

Bocce
Século XVI - Roma
A filha mais parecida com o bowls

Boliche
Século IV - Alemanha
Surgiu na Igreja

Croquet
Século XIV - França
Era uma partida de bolws, com a inovação dos tacos

Bilhar
Século XIV - França
Forma de jogar bowls dentro de casa

Snooker
1875 - Inglaterra
Variante do bilhar

Pólo
Século III - Pérsia
A maneira de unir a bola com a paixão pelos cavalos

Pólo aquático
Século XIX - Inglaterra
As traves eram dosi barcos, lado a lado

Sinuca
1950 - Brasil
O jeitinho brasileiro para a partida de snooker durar menos

Punhobol
Século XVI - Itália
Jogo prediletos dos plebeus

Voleibol
1895 - Estados Unidos
Seu inventor buscava um esporte menos fatigante do que o basquete

Biribol
1968 - Brasil
O vôlei disputado na piscina

Futevôlei
1965 - Brasil
É o vôlei jogado com os pés

Basquete
1892 - Estados Unidos
Era um esporte de inverno

Beisebol
Século XVIII - Inglaterra

Hóquei no gelo
1855 - Canadá
A idéia, a princípio, era continuar jogando golf sobre a neve

Golf
1500 - Escócia
Os escoceses aperfeiçoaram a mania romana

Críquete
Século XV - Inglaterra
Foi o jogo mais popular entre os britânicos, até o século XIX


Gordinha e gostosa

Quando ela aparece, o sucesso é imediato. Todos querem fazer uma brincadeira, tocá-la, largar tudo para ficar ao seu lado, ainda que seja só por alguns instantes. Agrada gente de diversas faixas etárias, de qualquer sexo, indiscriminadamente. Os psicanalistas encontram um motivo para o poder de sedução da bola: "Ela é um instrumento para se trabalhar com o inconsciente", fala a psicóloga Maria Lucimar Fortes Paiva, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, interior do Estado."Ou seja, enquanto brinca de bola, a pessoa consegue expressar o que está sentindo. Assim, cortadas ríspidas numa quadra de vôlei podem servir para extravasar uma agressividade contida", acredita.
A semelhança com uma válvula de escape é que tornaria o brinquedo tão atraente para os adultos, embora muita gente não se dê conta disso. Maria Lucimar é especialista em ludoterapia, a área da Psicologia que se utiliza de brinquedos para analisar os pacientes, em geral crianças. "Garotos que resistem à terapia, rejeitam a opção de brincar com a bola, no consultório", ela observa. "Essas crianças preferem brinquedos com regras, como o jogo de damas, para não se exporem."

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O salvamento do Hubble - Astronomia

O SALVAMENTO DO HUBBLE - Astronomia



As ferramentas que os astronautas pretendem manusear no vácuo para dar novos olhos e melhor equilíbrio ao telescópio espacial.

Enfiar-se debaixo de um carro e tentar consertá-lo em movimento, a mais de 27 000 quilômetros por hora, é uma sensação que mecânico nenhum experimentou. Mas essa é a tarefa que espera a americana Kathryn Thornton, 40 anos, doutora em Física e mãe de cinco filhos. Este mês, se tudo correr como previsto, ela e outros cinco astronautas vão arregaçar as mangas, a 540 quilômetros de altura, e tentar reduzir a miopia do Telescópio Espacial Hubble. Um magnífico instrumento, que deu grande impulso à ciência e é avaliado em 2 bilhões de dólares, o Hubble geraria imagens ainda mais revolucionárias se seu principal espelho não fosse mais plano do que deveria ser. Certamente não se muda a forma de uma peça desse porte e acuidade - o espelho pesa 800 quilos, mede 2,4 metros de diâmetro e sua deformação se resume a inacreditáveis 2 milésimos de milímetros. Assi, será preciso uma reforma em regra, tanto mais difícil por ter de ser feita num objeto de 11 toneladas no espaço, onde a mera coordenação dos movimentos pode tornar-se um pesadelo.

Para enfrentar o problema da miopia do Hubble, os engenheiros contratados pela Nasa (agência espacial americana) criaram uma peça mágica. Denominada Costar, ela se monta por conta própria, ou quase isso, pois deverá se ajustar automaticamente, por meio de braços metálicos, dentro da estrutura do Hubble. Já na posição, ela terá o tamanho de uma cabine telefônica. A precisão do ajuste é decisiva, pois a função da nova peça é justamente rebater na direção certa a luz que o espelho principal hoje desvia por ser plano demais. A correção de rota, para colocar a luz em foco, será feita por meio de oito espelhos menores - não maiores que uma moeda, de fato - existentes na "caixa de truques óptica", apelido que os engenheiros deram à Costar.
"Os espelhos são perfeitamente capazes de corrigir a deficiência óptica do Hubble", aposta Charles Bradford, responsável pela construção da Costar na empresa Ball Aerospace, do estado do Colorado, Estados Unidos. Ele diz que a eficiência do aparelho ficou comprovada em inúmeros testes previamente realizados em terra. É verdade que, mesmo depois do reparo, nem toda a luz captada poderá ser dirigida para as câmaras formadoras de imagem - cada câmara enxerga numa certa faixa de luz, como se o Hubble fosse quatro telescópios em um. Duas das câmaras enxergam luz visível, com um campo de visão mais amplo ou mais estreito, conforme a conveniência; as outras enxergam na faixa dos raios ultravioleta e infravermelhos.
Mas a perda de luz não é muito grande - menos de 20% do que chega ao telescópio principal, informam Pierre-Yves Bély e Duccio Macchetto, da Agência Espacial Européia, que trabalham no projeto Hubble. Outra mudança importante: para que a Costar possa ser introduzida na estrutura do telescópio, uma das câmaras terá de ser retirada: aquela que trabalha com luz visível e tem largo campo de visão, conhecida pela sigla Wifpic.
O sacrífico, porém, trará mais benefícios que prejuízos, pois uma nova Wifpic será integrada ao telescópio. Ela não contará com a magnífica ampliação proporcionada pelo espelho principal, mas é muitíssimo mais eficiente que a antiga câmara, concebida no início dos anos 70. Equipada com captadores eletrônicos de luz, chamados CCD, a Wifpic II fará imagens melhores do que se havia cogitado para a Wifpic I, explica John Trauger, responsável pelo projeto desses instrumentos. Afinal, contabilizam Bély e Macchetto, as correções deixarão o telescópio exatamente como deveria ser se não tivesse sido mal construído. Além disso, o desenho da Costar assegura que, mesmo se tudo der errado, nada se perderá, pois no futuro os espelhos auxiliares da Costar poderão ser automaticamente afastados de sua posição. Assim, na pior das hipóteses, o desempenho do telescópio ficará como está. E já está muito bom, a julgar pelo interesse dos astrônomos e astrofísicos.
As contas divulgadas por Bély e Macchetto mostram que, para atender a todos os que querem usar o telescópio, atualmente, seria preciso construir mais oito instrumentos iguais. Não se deve esquecer que as atuais imagens do Hubble estão sendo corrigidas por computador, com resultados que, se não equivalem aos que serão obtidos depois do conserto, são de boa qualidade. Menos conhecido que a miopia de "nascença" é o fato de o Hubble estar ficando velho - e talvez de forma prematura. Diversas peças, em vista disso, terão de ser repostas, inclusive duas essenciais ao seu equilíbrio: os giroscópios que impedem o telescópio de girar arbitrariamente e assim o mantêm na direção desejada.
Três giroscópios estão em uso permanente e três outros servem de reserva. O problema é que exatamente metade dos aparelhos quebrou, e a Nasa agora terá de repor pelo menos dois dos estepes. Não é novidade que o Hubble exigiria manutenção constante, ao longo de seus projetados quinze anos de vida. Mas as panes parecem estar surgindo mais velozmente do que se esperava, e algumas delas, ao que tudo indica, são definitivas. Elas estão em toda parte, de medidores de forças magnéticas e comandos elétricos de motores a componentes de computadores. Particularmente grave, de acordo com os especialistas da agência espacial européia, são as falhas de dois geradores de tensão elétrica.
Esses danos, por sua vez, prejudicam o funcionamento de dois instrumentos científicos: um espectrógrafo, ou analisador de luz, e uma câmara especial para fotografar estrelas muito fracas. Felizmente, as panes não afetam de modo significativo o desempenho dos instrumentos, já que os geradores dificilmente poderiam ser consertados. Essa possibilidade chegou a ser cogitada, informam Bély e Macchetto, mas esbarrou na necessidade incontornável de se desmontar a estrutura do Hubble para chegar às peças, proeza que nenhum mecânico do espaço poderia realizar.
Já não será fácil substituir os painéis de 70 metros quadrados que captam energia do Sol e alimentam os complexos sistemas do telescópio. Devido a um erro de concepção, os painéis são sensíveis à variação de temperatura, e isso, por incrível que pareça, faz o Hubble tremer. O motivo é que, por estar em órbita, o telescópio fica parte do tempo à sombra da Terra, e outra parte exposto ao Sol. Sempre que passa de um lado para outro o choque térmico provoca a contração ou a expansão das grandes placas coletoras de energia, e conseqüentes oscilações em toda a estrutura do telescópio. O efeito dura apenas alguns minutos e é pequeno.
Mas a orientação do Hubble é absurda: normalmente, ele não oscila mais que 5 milésimos de segundo de arco, ou seja, o ângulo pelo qual se veria uma moeda a 650 quilômetros de distância. Nesse caso, portanto, os astronautas terão de enfrentar as dificuldades orbitais e, no lugar dos velhos, colocar painéis novos, cobertos por um isolante térmico. É essa tarefa que Kathryn Thornton comparou a consertar um veículo em movimento. Ela será um dos quatro astronautas encarregados de sair do ônibus espacial aos pares, em trajes adequados, e lutar em pleno vácuo contra os caprichos da falta de peso. Thomas Akers, também na equipe, sabe o o que isso significa.
Ele viu de perto a estafante batalha de nada menos que três dias apenas para capturar e corrigir a órbita do satélite Intelsat, há cerca de um ano. Mexer uma perna, contam os astronautas, pode ser suficiente para fazer rodar o homem e a peça que ele segura, por pesada que seja. É certo que o astronauta europeu Claude Nicollier usará o braço mecânico do ônibus espacial para escorar o Hubble enquanto se introduz a Costar em suas entranhas. O telescópio também possui uma espécie de corrimão à volta, que facilita a coordenação dos mecânicos fora do ônibus. Mas o trabalho, desta vez, é mais meticuloso do que simplesmente apreender um satélite à deriva, e não será muito mais fácil.
"Estamos esperando surpresas", adverte um dos participantes da missão, o experiente Story Musgraves. Ele se conforma com fato de que, como diz, "nenhum vôo jamais sai como planejado". Por isso mesmo, essa missão conta com um plano recheado de alternativas: 150 possibilidades diferentes de executar as mesmas tarefas. Durante meses, os astronautas treinaram tais operações usando maquetes em tamanho natural do Hubble e imersos numa grande piscina onde a água simulava a falta de peso. Outro meio excelente de conferir traquejo em ações orbitais é a realidade virtual: visores onde as manobras são simuladas e conectadas eletronicamente aos movimentos dos braços por meio de luvas.
Empregada pela primeira vez, a realidade virtual ensina as conseqüências de atos tão inofensivos e impensados em terra firme, quanto estabanados no espaço. Mesmo assim, talvez não seja possível cumprir o esquema idealizado, de etapas e prazos rígidos, a ser executado num máximo de treze dias e em não mais que cinco saídas do ônibus espacial - um recorde na categoria. Alguns especialistas, em vista disso, sugerem que a missão seja completada em um vôo preparado para o final do próximo ano. Não é o que a Nasa quer, mas pode não ter saída. Com toda a razão, a agência americana joga pesado no salvamento do Hubble. Nesse caso, diante de tudo o que ele já se mostrou capaz de fazer, e das perspectivas ainda mais brilhantes propiciadas pelo reparo, os cientistas certamente estarão a seu lado. É o que sugerem Bély e Macchetto ao dizer que a investigação do Universo avançará muito mais se não depender apenas dos instrumentos em terra. E que é preciso estar no céu, mesmo que isso custe muito caro.

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Depois da tempestade vem a vida - Natureza

DEPOIS DA TEMPESTADE VEM A VIDA - Natureza



Um universo fascinante, povoado por pequenos e estranhos seres, reúne-se nas áreas alagadiças depois das chuvas. São milhares de espécies de insetos, moluscos, anfíbios, aves e alguns mamíferos especialmente adaptados à luta pela sobrevivência em um ecossistema extremamente frágil e fugaz.

Sobre a superfície desenvolve-se um incrível balé de efêmeros desenhos traçados com a ponta das patas pelos veliídeos , percevejos cuja estrutura das longas pernas lhes permite andar sobre a água. Encarapitados nas folhas de lentilhas-d´água, pequenos insetos do grupo dos lepismatídeos, de corpo alongado e cauda franjada que lembram peixinhos de prata, se aquecem aos raios do sol, enquanto são embalados pelo suave balanço das ondas provocadas pelos besouros em sua incessante busca por comida. Espalhados um pouco adiante, alguns diminutos periscópios aparecem fora da água: são os condutos abdominais que permitem aos percevejos nepídeos e ao escorpião aquático respirarem. E mais abaixo, o mistério do desconhecido: uma infinidade de organismos ignorados e criaturas implacáveis que dão forma a um universo único e fascinante.
Charcos, tanques, diques, canais, lagoas, brejos, alagados, mangues ou pântanos: existem muitos nomes para designar essas pequenas massas de água que talvez constituam a manifestação da natureza que mais chama a atenção do homem. E a característica mais notável desses lugares é a enorme biodiversidade que acumulam em tão pequeno espaço. Não devemos esquecer que a vida surgiu na água, há aproximadamente 3,5 bilhões de anos. E ali permaneceu durante milhões de anos, até que começou a colonizar a terra. Hoje, muitas formas de vida desses alagados são incapazes de viver em terra firme, enquanto outras necessitam desses ecosistemas peculiares para desenvolver alguma fase de sua existência.
O motivo de semelhante acumulação de seres tão distintos entre si está na composição da água. Apesar de muitas vezes apresentarem um aspecto limpo e cristalino, os brejos estão longe de possuir água pura. A água pura não pode manter organismos vivos em seu interior durante muito tempo, ao contrário das águas naturais, que são ricas em substâncias gasosas e sólidas. Entre os gases, destacam-se o oxigênio e o dióxido de carbono. Outras matérias de grande importância são os nitratos, sulfatos, cloritos e fosfatos, além de minerais como o sódio, potássio, ferro, magnésio e cálcio. Sua maior ou menor abundância condiciona a presença de uma flora e uma fauna determinadas. Nas águas pobres em cálcio ficou comprovado que não sobrevivem caracóis nem outros moluscos aquáticos.
A falta de pureza das águas dos pântanos não significa que estejam contaminadas. Ao contrário: seus elementos são impurezas naturais que favorecem a proliferação da vida. Existem, entretanto, outras substâncias, como os óleos, detergentes e demais resíduos típicos de certas atividades humanas que sujam artificialmente as águas, ou seja, as contaminam. Então, o volume de vida que podem acolher é inversamente proporcional a seu grau de poluição: quanto mais contaminadas estejam as águas, menos organismos contêm.
Por sua reduzida extensão, essas massas são extremamente frágeis. "É certo que esses alagados estão ameaçados mas, de todos eles, são os charcos temporários os que correm maior risco." Eles se formam em regiões caracterizadas por períodos de fortes chuvas e temperaturas elevadas, o que provoca uma evaporação rápida e faz com que seus ciclos tenham um desenvolvimento muito rápido", explica Jesus Dorda, biólogo e pesquisador especializado em herpetologia e ictiologia do Museu Nacional de Ciências Naturais da Espanha.
Exemplos de espécies associados aos brejos são o sapo comum e, sobretudo, o sapo-corredor, que proliferam especialmente nesses tanques, acrescenta Dorda. Sua curta existência faz com que a quaquer momento, normalmente após um forte aguaceiro, se produza uma autêntica concentração desses anfíbios, em uma estratégia claramente oportunista com que evitam os predadores que se constituiriam em uma séria ameaça para a espécie.
Excluindo-se esses alagados temporários, os habitantes dos alagados naturais e dos tanques artificiais de uma mesma região são idênticos, exceto os animais exóticos introduzidos pelo homem. Além disso, todos esses espaços são colonizados de forma parecida.
Os mais madrugadores de todos são os insetos voadores: espécies como os mosquitos e outros dípteros são os primeiros a chegar, seguidos logo mais tarde pelas libélulas e os escaravelhos.
O vento e alguns animais - insetos, aves, anfíbios e pequenos mamíferos - são o meio de transporte adequado para que ovos de outros insetos, como os copépodos, um tipo de crustáceos de água doce e salgada, cheguem a um tanque. Pouco depois vêm outros crustáceos e moluscos, que chegam ainda como ovos nas patas das libélulas e dos escarevelhos.
Ao contrário do que ocorre em outras zonas úmidas, como os grandes lagos - onde se pode falar de uma estratificação em suas formas de vida, conforme ocorram em águas superficiais ou profundas -, as pequenas massas de água têm um único substrato, já que em geral são pouco profundas. Convém falar aqui do que os cientistas denominam película superficial; isto é, a superfície das águas. Sua função no mundo dos alagados é igual à da pele no corpo humano, isolando e separando a massa de água da atmosfera, abrigando formas de vida sumamente especializadas, como as larvas de mosquito, para citar apenas um exemplo bem conhecido.
Mas, se nos aprofundarmos um pouco abaixo da superfície, irá se abrir diante de nossos olhos um autêntico universo de estranhas criaturas em que os invertebrados são os personagens principais.
Veremos a ferocidade dos ditiscídeos, besouros adaptados à vida aquática, verdadeiros submarinos encouraçados, quando encurralam os ciclopes, ácaros, pulgas-d´água ou pequenos notonectídeos, percevejos cujo nado de costas lembra um barqueiro remando. Observaremos a aranha mergulhadora, que ao construir seu ninho inventou o escafandro autonômo há milhares de anos. Junto deles, escorpiões da água e outros escaravelhos nadadores formam um ecossistema fechado em que todos se relacionam e no qual há presas e predadores, com uma rigorosa pirâmide ecológica estabelecida.
A base está ocupada pelos seres microscópicos: protozoários, ciliados, hidras e os componentes do plâncton. E no vértice, os vertebrados como as rãs, salamandras e sapos, entre os anfíbios; patos e gansos, entre as aves, e alguns pequenos mamíferos. No brejo, cada espécie ocupa seu lugar preciso, da mesma forma que ocorre em qualquer outro habitat, como a floresta atlântica, a savana africana ou os oceanos.
Dos diversos segmentos em que se pode dividir a vida animal associada às áreas alagadas, o dos pequenos invertebrados é sem dúvida o mais apaixonante. Aqui se situa o reino dos insetos, quer sejam os adultos ou os que se encontram em forma larvária.
A rainha de todos eles é a libélula, que está completamente ligada a esses ecossistemas, onde encontra refúgio porque possui um ciclo de desenvolvimento coincidente com os charcos. Assim, durante o inverno, as Anax parthenope se encontram em estado larvário sob as águas.
Na primavera se metamorfoseiam à fase de imago, preâmbulo do estado adulto, a que chegam quando o verão já está bem avançado. Nesta estação vivem os adultos, que alcançam em média 40 dias.
A maioria das libélulas põe seus ovos sobre os talos das plantas, apesar de algumas espécies desovarem sobre o barro ou diretamente nas águas. O período de incubação é extremamente variável e oscila desde os quatro a cinco dias da Pantala flavescens aos 200 da Aeschna nigroflava, ainda que a maioria amadureça entre 30 e 40 dias. Nos dias quentes de verão as larvas começam a mover-se. Em seguida, ao longo de 13 etapas, mudarão de tegumento - a membrana que as envolve durante o processo de metamorfose - à medida que vão se desenvolvendo.
As larvas são extremamente vorazes e se alimentam de larvas de mosquitos, pequenos invertebrados, girinos e, em suas últimas fases antes de sair da água, chegam a capturar pequenos peixes.
Quando alcançam a maturidade, as larvas sobem pelos talos das plantas e uma vez fora da água permanecem imóveis, firmemente agarradas a um ramo, até secarem o corpo. A troca, que na maioria das espécies acontece à noite, começa com o desprendimento do tegumento peitoral. Por eles saem em primeiro lugar o dorso e os volumosos olhos compostos, pouco depois surgem a cabeça completa e as patas e, por último, as asas e o comprido abdômen.
No mundo dos invertebrados dos mangues, além da libélula, outras duas espécies ocupam o posto de grandes caçadores: os nepídeos, um tipo de percevejo parecido com o louva-deus, e o escorpião aquático. De corpo estreito e comprido, com os olhos grandes e negros sobressaindo de uma das extremidades e pernas longas e finas, os nepídeos têm o primeiro par de pernas semelhante ao do louva-deus. Da parte final da barriga sai um tubo pequeno e fino, que emerge da água e pelo qual ele respira. É também um nadador exímio e rápido, capaz ainda de caminhar pelo fundo dos brejos, onde se torna um caçador infalível atacando presas que podem chegar a seu próprio tamanho.
O escorpião aquático prefere as águas com lodo ou barro no fundo, onde oculta seu corpo maciço e de cor parda. Dotado de grandes e poderosas patas anteriores, nada com vigor para aproximar-se de suas vítimas e depois as domina com facilidade.
Os ditiscos, besouros que se adaptaram à vida na água, são outros grandes predadores dos charcos. Escaravelhos que trocaram sua primitiva vida terrestre pela aquática, eles constituem mais de 2 000 espécies, divididas por diversos ambientes aquáticos, como as correntes de montanhas, águas subterrâneas e determinadas zonas litorâneas marítimas, embora demonstrem uma clara preferência pelas águas doces estagnadas.
Habilíssimos caçadores, é freqüente ver um grupo de ditiscos devorando um alevino de peixe, um batráquio ou um caranguejo de rio. Por outro lado, possuem um surpreendente mecanismo de defesa, que consiste em uma série de orifícios que recobrem seu corpo longitudinalmente e através dos quais expelem um líquido fétido.
Sua adapatação à água é também curiosa: com relativa freqüência pode-se contemplar ditiscos carregando uma volumosa bolha de ar na parte traseira do abdômen enquanto mergulham. É a continuação da bolha de ar que guardam sob seus élitros - duas pequenas peças córneas que lhes recobrem as asas - e que lhes permite respirar como se levassem cilindros de mergulho.
Mas essa diversidade biológica é de extrema fragilidade, já que como um ecossistema quase completamente fechado em si mesmo e com espaço reduzido, qualquer mudança ambiental lhes afeta diretamente. Assim, os poluentes, esgotos e as variações das condições ambientais podem acarretar a destruição desses autênticos cadinhos biológicos que são as lagoas.
Assim é o mundo dos alagados, um universo cheio de vida ao alcance de nossa mão, porém tão extraordinariamente frágil que podemos destruí-lo com a mesma facilidade com que arrancamos um ramo de lírio-do-brejo de sua tranqüila superfície.

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FELIZ 2014 PARA TODOS!!!





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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

No calor das águas de Yellowstone - Geologia

NO CALOR DAS ÁGUAS DE YELLOWSTONE - Geologia



O mais antigo parque nacional do mundo, nos Estados Unidos, é um cenário de cinema. Ao lado de florestas, cachoeiras e animais selvagens, brota das entranhas do solo um inesquecível espetáculo aquático.


Depois de estacionar o carro na beira da estrada, não é preciso caminhar muito para chegar a uma grande clareira no meio de um bosque. O número de pessoas é grande. Todos sentados, formando um pequeno círculo, observam atentamente. Os mais ansiosos não param de apontar para o centro e olhar o relógio. O espetáculo está para começar. No meio do público, uma simples poça d´água, com 1,5 metro de diâmetro, de cor cinza-esverdeada. De repente, a água começa a borbulhar e a expelir uma espessa fumaça branca. Apreensivos, todos se concentram naquela poça, que borbulha cada vez com mais força. A terra parece vibrar sob os pés até que, de repente, como se fosse a explosão de uma bomba, sai da poça um gigantesco jato de água fumegante.
O jato sobe uns 8 metros, quase a altura de um prédio de dois andares, e dura alguns segundos. Aos poucos vai diminuindo, enfraquecendo, até que desaparece. A água borbulha e esfumaça mais um pouco, e tudo volta ao normal. As pessoas tinham acabado de presenciar um curioso e raro fenômeno da natureza: um gêiser, ou uma espécie de vulcão de água. Extasiados, todos se levantaram e cederam lugar a outro grupo, que vinha assistir à "próxima sessão". Esse espetáculo acontece diariamente centenas de vezes no Parque Nacional de Yellowstone, no Estado do Wyoming, ao norte das Montanhas Rochosas, no centro-oeste americano.
O parque, em algumas áreas, lembra os cenários dos filmes de Steven Spielberg: são mais de 200 gêisers que entram em erupção, alguns com hora "marcada", a todo instante. Há chão que solta fumaça, terraços rochosos, fontes naturais de água escaldante que brota do subsolo nas mais variadas tonalidades, azuis e esverdeadas. O Yellowstone possui a maior e mais variada coleção de fenômenos hidrotermais do mundo - mais de 10 000 formações, entre gêisers, piscinas de água quente e de lama, e fumarolas (fissuras que expelem vapor de água e gases). Há também canyons, cachoeiras com 100 metros de altura, lagos com até 160 quilômetros de margens, bosques e animais de grande porte - ursos, alces, veados, bisões - totalmente soltos.
Essas maravilhas naturais atraem quase 3 milhões de pessoas por ano ao Yellowstone, o primeiro parque nacional do mundo, estabelecido em 1872, quando os visitantes ainda chegavam em carruagens. Ao contrário da maioria dos parques, o Yellowstone é vivo, efervescente. Suas atrações não são apenas estáticas, como belas paisagens. Lá é um dos únicos lugares do planeta onde as pessoas podem ver e sentir a ação das forças que trabalham no interior da crosta terrestre.
A idade da Terra é de aproximadamente 4,5 bilhões de anos. As rochas expostas mais antigas no Yellowstone têm até 2,7 bilhões de anos, e as mais recentes estão em plena formação. O parque é um lugar especial porque está muito perto das entranhas escaldantes do planeta, que é coberto por uma crosta sólida de rochas que normalmente tem de 50 a 100 quilômetros. Em Yellowstone, a crosta tem apenas de 5 a 7 quilômetros. Isso porque ali embaixo há um bolsão de magma (rocha fundida), que corroeu a camada inferior da crosta e a esgarçou como uma bolha sob a pele. Essa câmara de magma, num passado remoto, gradualmente acumulou pressão e, há 600 000 anos, causou a maior erupção ocorrida na Terra (foi pelos ares uma área superior a 2 500 quilômetros quadrados, equivalente a 250 000 campos de futebol). As rachaduras - chamadas falhas -resultantes dessa explosão permitem hoje que a água da superfície, proveniente de chuva ou neve derretida, penetre na rocha, aqueça-se e retorne à superfície, em forma de gêiser ou fonte termal (de água quente).
Para existir essa atividade hidrotermal, como o termo já indica, é preciso que haja água e calor. Mas é necessário também que exista um mecanismo que transporte a água à fonte de calor e a traga de volta, numa espécie de sistema de bombeamento. O Yellowstone tem a maior coleção de formações hidrotermais do mundo porque apresenta a melhor combinação desses três fatores. A precipitação anual é de 1 000 milímetros ao ano (nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, por exemplo, chove entre 1 500 e 2 000 milímetros); existe uma grande câmara de magma próxima à superfície para aque-cer as rochas da crosta; as falhas nas rocha são profundas o suficiente para permitir que a água das chuvas ou da neve derretida alcance a fonte de calor; e a pressão provocada pelo calor é grande bastante para forçar a água a retornar à superfície.
Enquanto a temperatura da crosta terrestre aumenta, na maioria das regiões do mundo, cerca de 30°C a cada 1 000 metros de profundidade, na região central do parque, onde ocorrem os fenômenos hidrotermais, o Serviço de Geologia dos Estados Unidos informa que a temperatura aumenta 700°C a cada 1 000 metros para baixo. Mas, dentro da terra, a água sofre tanta pressão das rochas e da água que está sobre ela que alcança temperaturas muito mais elevadas que o ponto de ebulição, sem passar do estado líquido para o gasoso.
Acredita-se que, em algumas áreas do parque, a água penetra nos poros das rochas rápido o suficiente para chegar a profundidades de 3 000 metros ou mais, antes de voltar para cima por convecção (movimento circulatório de qualquer fluido quando há diferença de temperatura). Nessas profundidades, a pressão é muito forte e a água atinge temperaturas elevadíssimas. Assim, quando começa a subir para diminuir a pressão, parte dela se transforma em vapor, o que aumenta seu volume, fazendo com que suba mais rápido do que a convecção sozinha seria capaz de carregá-la. Nesse ponto, o processo se torna irreversível e nada pode deter a água até que emerja na superfície. Análises mostraram que a viagem a partir do solo, por dentro das rochas e de volta à superfície leva cerca de 500 anos.
O jeito e a forma pelos quais a água emerge e flui dependem das falhas. Se a rota for larga e livre de obstáculos, ela surgirá de forma constante, como uma fonte termal. Se isso se der num buraco na superfície, estará formada uma piscina, co-mo a Emerald Pool. Mas, se houver obstáculos no sistema, a água prova-velmente formará um gêiser, pois o vapor criará pressão. O fluxo será intermitente porque, após cada erupção, as cavidades do sistema terão que ser preenchidas antes que nova erupção ocorra.
O gêiser mais famoso, e símbolo do parque, é o Old Faithful. Jorrando água entre 30 e 60 metros de altura (equivalente a um prédio de 20 andares), cada erupção - que ocorre em média em intervalos de 30 a 90 minutos - chega a atrair mais de 2 000 espectadores em volta. Muito apreciado também é o Castle, o mais antigo do parque, cuja erupção ocorre em duas fases: a primeira jorra água durante 30 minutos, que depois se transforma num ruidoso vapor por mais uma hora.
Embora seja proibido chegar muito perto deles, alguns gêisers menores entram em erupção bem ao lado da trilha por onde caminham os visitantes, e o simples fato de ficar observando-os nos momentos que antecedem as erupções, quando expelem alguma fumaça e ouve-se a ebulição a grandes profundidades, é uma experiência emocionante. No Midway Geyser Basin, a área onde se concentram as piscinas e as fumarolas, pelo fato de haver uma cobertura muito frágil de minerais e cristais depositados pelas águas, além de uma lâmina de água muito aquecida, a trilha acaba e caminha-se por extensas passarelas de madeira suspensas alguns centímetros do chão. É um lugar perigoso: algumas pessoas morreram ou ficaram gravemente feridas quando caíram nas esfumaçantes águas que atingem mais de 90°C.
Os padrões das erupções no Yellowstone podem variar de ano para ano, de acordo com as alterações que ocorrem nas rotas de infiltração e circulação da água subterrânea, devido aos terremotos. Tremores de terra são comuns em áreas como o Yellowstone, onde ocorreu vulcanismo recente - ou seja, o material aquecido do interior do planeta moveu-se em direção à superfície. Mas as maiores mudanças hidrotermais que ocorrem no parque são causadas pela própria água, ou o que ela contém.
Superaquecida, a água passa pelas rochas dissolvendo pequenas porções delas, causando alterações graduais nas fraturas subterrâneas. Como uma fração desses sedimentos extravasa e se amontoa pela borda do gêiser, um cone vai se formando gradualmente no topo dos mais persistentes. Ricos num mineral cha--mado geiserita, os gêisers localizados ao longo do Rio Firehole, no oeste do parque, constroem seus cones à velo-cidade média de 2,5 centímetros a cada 100 anos. É a geiserita, um material muito resistente, que proporciona a existência dos gêisers, pois agüenta as explosões de água quente sem se deformar.
Outro lugar do parque onde ocorrem fenômenos parecidos é numa área chamada Mammoth Hot Springs, famosa por seus terraços. Ali a sedimentação é muito mais rápida porque o mineral transportado pela água é outro, o carbonato de cálcio. O subsolo da área possui uma espessa camada de calcário, altamente solúvel em água. O carbonato de cálcio dissolvido do calcário é redepositado na superfície como travertinos (rochas formadas a partir da deposição de minerais dissolvidos nas águas de uma fonte). Isso ocorre de maneira tão rápida que um observador mais atento pode perceber mudanças de uma semana para outra. O volume de calcário transportado para a superfície é tão grande - mais de duas toneladas por dia - que alguns travertinos têm vários metros de espessura, como o Terraço Minerva, o mais conhecido deles. Olhar para o Terraço é como ver o chão de uma caverna a céu aberto, pois pelo mesmo processo a água carregada de minerais constrói as formações rochosas dentro das cavernas.
Um tipo especial de fonte resulta quando a quantidade de água é limitada. Embora dissolva, altere quimicamente os minerais que estão no subsolo e os carregue para a superfície em solução, ela não é suficiente para espalhá-los. Suspensos pela pequena quantidade de água e vapor que continua borbulhando, os minerais se depositam em pequenas piscinas de lama e argila: são os chamados poços de lama.
As fumarolas - fissuras por onde emergem apenas vapor ou outros ga-ses - são a quarta e última categoria de fenômeno hidrotermal. Elas se desenvolvem quando a água no sistema não tem força suficiente para subir o caminho de volta em forma líquida. Embora haja apenas quatro tipos bá-sicos de formações hidrotermais, o parque oferece uma infinita varieda-- de dentro de cada categoria. Forma--tos, tamanhos, quantidade de fluxo, cores, temperatura - tudo varia. As alterações nos condutos subterrâneos ocorrem tão rapidamente que um lu--gar onde jorra muita água hoje pode, no ano que vem, expelir apenas um filete. Datação com carbono-14 feita no cone do Old Faithful comprovou que o gêiser está ativo há cerca de apenas 300 anos. Daqui a outros tantos, talvez ele não esteja lá.

Entre carros, hotéis e animais

Apesar de receber quase 3 milhões de visitantes por ano, a bordo de 1 milhão de veículos que causam engarrafamentos dentro do parque, a maior parte dos quase 9 000 quilômetros quadrados do Yellowstone nem sequer foi pisada pelo homem. Distante dos principais grandes centros americanos - a pelo menos 2 000 quilômetros de cidades como Los Angeles, Nova York e Chicago, é um local onde só se chega de carro ou em ônibus do pró-prio parque, desestimulante para os mochileiros predadores.
Rota de imigrantes pré-históricos, mais tarde residência dos índios Shoshone, o parque está situado próximo ao paralelo 45, a meio caminho entre a linha do equador e o Pólo Norte. Devido a sua altitude média de 2 500 metros - com alguns picos atingindo mais de 3 300 metros -, o clima no Yellow- stone é caracterizado por longos e rigorosos invernos e um curto e fresco verão, quando a temperatura pode chegar a perto de zero grau durante a noite (mais um motivo do afastamento da horda de civilizados). A vegetação predominante são os bosques de coníferas, embora muitos vales sejam recobertos por gramíneas e arbustos.
Como em todos os grandes parques nacionais americanos, a infra-estrutura é grande. Há três hotéis - um deles, o Old Faithful Inn, é o maior do mundo construído em madeira, com um gigantesco vão de 30 metros. Quatro conjuntos de chalés para aluguel e quatro áreas para camping completam os alojamentos. Além das inevitáveis lojas de souvenirs, há supermercado, restaurantes, posto de gasolina, oficina mecânica e até um hospital.
Mesmo contando com mais de 1 600 quilômetros de trilhas onde só se entra a pé, são poucos os que se aventuram a percorrê-las. Pode-se dizer que o parque foi projetado para o automóvel: a grande maioria das formações geo-lógicas podem ser alcançadas de carro, com uma pequena caminhada de 100 ou 200 metros a partir do acostamento. Em alguns pontos, como o Firehole Lake Drive, um pequeno circuito de 5 quilômetros em mão única sai da estrada principal, contorna alguns gêisers e volta à estrada.
Também não é preciso andar muito para se admirar, de diferentes pontos, a mais espetacular paisagem do parque: o Grande Canyon do Yellowstone, com seus paredões de até 400 metros de terra alaranjada, tendo ao fundo os 100 metros de queda da Cachoeira Yellow-stone Inferior (lá quase tudo leva o nome do parque). Chega-se bem perto da queda-d´agua tanto por cima como ao pé da cachoeira, dentro do Canyon.
Às vezes nem é preciso descer do carro. Nos 25 quilômetros da estrada que corta o Vale Hayden avistam-se com certa facilidade, principalmente no começo da manhã ou no final da tarde, alces, veados, coiotes e, com um pouco de sorte, ursos. Para frustração de algumas pessoas, avistar um dos mais de 1 000 ursos - eternizados pelo desenho animado do ladrão de comida Zé Colméia - se tornou bem mais difícil de vinte anos para cá, desde que os guardas-parque passaram a multar quem abandona lixo pelo parque (mais de 2 000 toneladas em cada verão).
Dentro do parque, com pouco es-forço, é possível se afastar de qual-quer coisa que lembre a civilização, contemplar uma natureza que tem se mantido inalterada, na sua essência, nesses últimos 8 000 anos, e sentir a emoção de imaginar o deslumbramento do caçador John Colter, em 1807, quando se tornou - acredita-se - o primeiro homem branco a entrar na região do Yellowstone.

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Memória gelada da Terra - Climatologia

MEMÓRIA GELADA DA TERRA - Climatologia



Groenlândia revela inesperada queda de temperatura no passado e fornece pistas para se compreenderem melhor as oscilações do clima no presente.

O cenário é uma imensa planície branca, fria e estéril, onde só se ouve o vento e a nevasca. Situada na Groenlândia, no extremo norte do planeta, onde é inviável qualquer manifestação de vida, sua temperatura, mesmo no verão, fica muito abaixo de zero, entre 10°C e 35°C negativos. No inverno, chega a -65°C. Em 12 de julho de 1992, porém, a monotonia da paisagem foi quebrada por uma melodia, entoada por nada menos que quarenta pesquisadores dinamarque-ses, franceses, suíços, alemães, italianos, belgas, islandeses e ingleses. Abrigados numa grande tenda em forma de iglu, eles dançavam e riam, indiferentes ao frio e à solidão.

E tinham bom motivo para isso: depois de três verões de trabalho, estavam comemorando a retirada final de uma barra de gelo de nada menos que 3 029 metros de comprimento e 10 centímetros de diâmetro. Frágil como uma pilha de porcelana, a barra estende-se desde a superfície até as profundas rochas que o gelo recobre, e tem o valor de uma fantástica biblioteca - criada muito antes de o primeiro homem ter imprimido suas pegadas no planeta. Ela representa uma verdadeira "memória da Terra", como diz o glaciologista Claude Lorius, presidente do Instituto Polar Francês e membro do projeto GRIP (Greenland Ice-core Project), que reúne oito países europeus.
As calotas polares tornam-se um gigantesco banco de dados porque se formam gradualmente, quando sucessivas camadas de neve se depositam sobre as mais antigas e não se derretem nunca. Portanto, como os cristais de gelo guardam resíduos do ar, dão um testemunho fiel dos mais variados acontecimentos do passado remoto - sejam possíveis eras glaciais, erupções vulcânicas, incêndios de floresta, densidade da radiação cósmica, variações de temperatura e efeito estufa. Na barra de gelo colhida pelo GRIP - a mais antiga já extraída integralmente das calotas polares - estava codificada uma informação surpreendente e inexplicável.
Ela diz respeito a um período interglacial de nome Eemian, que se estendeu de 110 000 a 140 000 anos atrás. Nessa época, por estar entre duas eras de frio extremo, a Terra gozava de clima ameno, tão clemente quanto o atual. Mas as coisas não aconteceram exatamente dessa forma, como mostra a barra de gelo: embora tenha sido bom, de maneira geral, o tempo sofreu diversos sobressaltos misteriosos, com va-riações bruscas de temperatura. Há 115 000 anos, por exemplo, a bonança climática foi abati-da por um rigoroso resfriamento que se prolongou por quase setenta anos, no hemisfério norte.
"Em apenas alguns decênios, por motivos desconhecidos, a temperatura despencou nada menos que 14°C em média", admira-se Robert Delmas, diretor do Laboratório de Glaciologia e Geofísica do Meio Ambiente de Grenoble, na França. "Em seguida, e com a mesma rapidez, as condições voltaram ao normal." Esse evento está longe de representar mera relí-quia do passado, justamente porque o Eemian foi semelhante ao período climático atual, iniciado há 8 000 anos e igualmente classificado como interglacial. Ou seja: como saber se não vem aí um distúrbio de grandes proporções, tão inesperado quanto o que abalou o Eemian?
Essa dúvida mostra como é importante extrair e analisar as barras de gelo - as "cenouras", como foram carinhosamente apelidados tais arquivos gelados. Lorius explica como se bisbilhotam as cenouras em busca das pistas depositadas pelos ventos nas regiões polares. "O gelo não é um material puro: quando examinamos com atenção uma barra, logo percebemos a presença de bolhas de ar, de mais ou menos 1 milímetro de diâmetro. É dentro delas que se acham as preciosas impurezas que marcaram o ar do passado." As impurezas podem ser grãos de poeira, ou então moléculas, como as de ácido sulfúrico ou de sal marinho, ou mesmo microscópicas partículas de origem cósmica.
A maior ou menor concentração de cada tipo de impureza acusa eventos distintos na história do clima terrestre. Finalmente, podem-se observar por meio de iluminação especial cristais coloridos que denunciam a temperatura ambiente no momento em que a neve se depositou. Isso é possível porque os cristais revelam a quantidade de certos isótopos - átomos de peso anormal, fora da média característica de cada tipo de elemento químico - existente no ar. Um exemplo é o oxigênio-18 (O-18), cujo peso atômico é duas unidades maior que o do oxigênio-16, bem mais comum.
Normalmente raro, esse isótopo se torna ainda mais escasso quando a temperatura do ar é baixa - a ponto de se poder dizer quando é inverno apenas medindo a concentração daquele raro elemento no ar. Assim, na barra de gelo, cada ano que passa deixa duas marcas: numa delas, um excesso de O-18 assinala o verão; logo a seguir, uma carência de O-18 assinala o inverno. Portanto, basta contar essas oscilações ao longo da cenoura para calcular sua idade. Esse método é eficaz em barras de até 12 000 anos. A cenoura do GRIP não pôde ser datada apenas por esse expediente, pois, da primeira à última fatia, resume nada menos que 200 000 anos de história da Terra.
Nas suas amostras mais antigas, as camadas "anuais" estão esmagadas de tal forma que não ultrapassam a espessura de uma folha de papel. Não se podem, assim, obter datas com precisão, e os isótopos passam a ser usados para definir a temperatura média vigente em cada momento do passado. O lapso de 200 000 anos é o máximo a que se pode che-gar na Groenlândia, pois a ca-mada de gelo mais profunda incluída na barra do GRIP é a que está depositada diretamente sobre as rochas groenlandesas - as quais simplesmente quebraram as duas lâminas da perfuradora Istiuk utilizada pelos pesquisadores.
Foi como eles descobriram, com imensa alegria naquele 12 de julho, que a extração da cenoura chegara ao fim, conta o incansável Lorius. Apresentado à imensidão branca ainda estudante da Universidade de Besançon, em 1957, Ano Internacional de Geofísica, ele explica melhor a descoberta que ajudou a fazer sobre o interglacial de Eemian. O abrupto resfriamento desse período fez com que a temperatura entre o pico do verão e o pico do inverno variasse de 16 graus positivos a 19 graus negativos (uma média em torno de -3°C). Em contraste, hoje na França a temperatura varia de mais 30 a menos 5 graus (não se pode comparar com o Brasil porque aquele fenômeno restringiu-se ao hemisfério norte).
"Precisamos desvendar esse enigma a fim de entender melhor a dinâmica do Holoceno, a época geológica em que vivemos", diz Delmas. Mas decifrar as pistas do gelo não será tarefa leve, pois os resíduos da atividade humana se misturam com todos os outros vestígios da história climática. Gás carbônico e metano, por exemplo, os dois principais gases responsáveis pelo aquecimento atual da atmosfera - o efeito estu-fa -, já estão em doses elevadas no pó-lo, diz Lorius. "Comparado com o presente, há 20 000 anos havia 30% menos de CO2 e metade do metano." Ao queimar combustíveis, o homem injeta por ano 20 bilhões de toneladas de gás carbônico no ar. Mais 7 bilhões de toneladas vêem do desmatamento. Além disso, sulfatos e nitratos gerados pela indústria já estão encravados na Groenlândia, embora não sejam perceptíveis na Antártida. É que o hemisfério norte responde por 9 em cada 10 toneladas de sulfatos e nitratos produzidos no mundo.
Seja como for, os dados das cenouras mostram que o efeito estufa não é fe-nômeno apenas "humano": ele po-de ocorrer por causas naturais. No Eemian mesmo, após o resfriamento, houve uma situação de alta temperatura, há 125 000 anos. É o que relata o cilindro de 200 milênios, hoje bem abrigado em câmaras geladas, concebidas na Uni-versidade de Copenhague, na Dinamarca. Não há dúvida sobre seu valor, afirma Delmas. "Ele ainda vai nos abastecer de muitas informações. Mesmo porque ainda estamos analisando os cilindros bem mais modestos da Antártida."

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Guerra de Canudos... E o sertão virou um mar de sangue - História

GUERRA DE CANUDOS ...E O SERTÃO VIROU UM MAR DE SANGUE - História



No centenário da fundação de Canudos por Antônio Conselheiro, a memória do massacre a ferro e fogo da cidade santa dos sertanejos baianos permanece viva como uma das mais cruéis e absurdas páginas da História do Brasil.

Quando Canudos caiu no dia 5 de outubro de 1897, o país respirou aliviado. Depois de pouco mais de um ano de combates, três expedições fracassadas e milhares de mortes, finalmente estava esmagado o movimento que, para as pessoas da época, representava a mais duradoura resistência monarquista à recém-nascida República brasileira. Chegava também ao fim a comoção que tomou conta das principais cidades brasileiras, em especial Rio e São Paulo. Pela primeira vez, a porção civilizada do país acompanhou pela imprensa o dia-a-dia de uma campanha, transmitido pelo telégrafo. Durante semanas, os despachos dos correspondentes de pelo menos doze jornais fascinavam e alarmavam o público com relatos sangrentos da ação de uma gente descrita como fanáticos primitivos, mestiços "miseráveis e supersticiosos" empenhados em puxar o Brasil de volta para o passado e o Império.

Cem anos depois da fundação da cidade santa de Antônio Conselheiro, tamanha apreensão parece uma trágica ironia. "É provável que Conselheiro nem soubesse o nome do presidente da República, Prudente de Morais", conta Walnice Galvão, professora de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo, atualmente lecionando em Paris e autora do livro No calor da hora - A guerra de Canudos nos jornais, uma das primeiras obras a estudar o papel da imprensa no pânico criado em torno do movimento do sertão baiano. "Canudos foi um sonho de ascetismo religioso. Eles queriam se isolar do mundo e não alimentar revoluções políticas."
Antônio Vicente Mendes Maciel, o verdadeiro nome de Conselheiro, nasceu em Quixeramobim, Ceará, no dia 13 de março de 1830. Filho de um comerciante de secos e molhados, que, apesar do alcoolismo, queria um filho padre, ele teve uma boa educação: estudou Aritmética, Geografia, Português, Francês e Latim. O sonho do seminário jamais se realizaria. Com a morte do pai, aos 25 anos Antônio assumiu os negócios e as dívidas da família, além da responsabilidade sobre quatro irmãs solteiras. A falência foi inevitável e, durante anos, ele tentou de tudo para ganhar a vida. Foi professor de Português, Aritmética e Geometria, trabalhou em lojas, tentou abrir seu próprio comércio em pequenas localidades do interior do Ceará e chegou mesmo a atuar como requerente - uma espécie de advogado sem diploma - na cidade de Ipu.
Na época, já era casado com sua prima Brasilina Laurentina de Lima, com quem aparentemente teve dois filhos. Na cidade cearense de Tamboril, a mulher acabou fugindo com um soldado chamado João de Melo. Era o ano de 1860, e pouco depois Antônio Maciel deixou os filhos com a mãe de Brasilina e começou a viajar pelo Ceará. No início foi uma espécie de caixeiro-viajante, até que, em 1871, já convertido, começou a vagar pregando pela região sertaneja dos Estados do Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, onde surgiu pela primeira vez em 1874.
O Conselheiro que a Bahia conheceu já não era mais um homem ligado às coisas do mundo: seu único interesse eram as obras para apoiar a Igreja. Principalmente organizar a reforma das capelas e cemitérios das pauperizadas cidades pelas quais passava no sertão ou construir cisternas em lugarejos esquecidos pela chuva, obras extremamente caras à população do Nordeste.
A persistente religiosidade dos nordestinos era impressionante, se for levada em conta a situação de abandono dos rebanhos religiosos. Em 1887, das 190 paróquias existentes no Estado da Bahia, 124 não tinham padres permanentes. Para fazer frente à falta de pastores, a Arquidiocese de Salvador recorria aos chamados estrangeiros, missionários jesuítas, franciscanos ou capuchinhos vindos da Europa, que nada conheciam da realidade sertaneja e muitos mal falando o português. O chefe da primeira missão oficialmente enviada a Canudos - cidade fundada por Conselheiro em 1893 - pelas autoridades eclesiásticas baianas, por exemplo, foi um capuchinho italiano, João Evangelista de Monte Marciano.
Evangelista permaneceu em Canudos durante uma semana em 1895 e sua tarefa era convencer Conselheiro a dispersar o povoado. Um fiasco. Bem-recebido, ele oficiou missas, casamentos e batizou mais de uma centena de fiéis - havia quase um ano Canudos não recebia um sacerdote, pois o padre que fazia visitas periódicas a sua população foi proibido pela Igreja de entrar lá. Assim que os seguidores de Conselheiro perceberam as reais intenções de João Evangelista, porém, ele foi expulso de imediato. Em seu relatório, o capuchinho acabou selando a sorte de Canudos: ela era um perigo, estava armada até os dentes e precisava ser contida. Nele também constam as palavras, atribuídas por Evangelista a Conselheiro, que ligaram o líder canudense em definitivo à questão republicana. "No tempo da monarquia deixei-me prender, porque reconhecia o governo. Hoje não, porque não reconheço a República", teria lhe confessado Conselheiro.
Naqueles anos, encontrar monarquistas no sertão não era difícil. A miséria crônica daquela terra esquecida não era responsabilidade da República. Condenado a viver à margem da riqueza das regiões de lavoura de exportação, como o açúcar, o tabaco ou o cacau, o sertanejo aprendeu a se conformar com a sorte, numa economia de subsistência onde apenas 1% da população rural tinha algum tipo de propriedade, na maioria coronéis empobrecidos, mas ainda assim poderosos. Secas intermitentes aniquilavam cidades inteiras. Na de 1877 a 1880, só em Fortaleza se perderam 64 000 vidas. Entre 1888 e 1892 - quando nasceu a República - a estiagem voltou a dizimar a região. Em algumas localidades, a expectativa média de vida era de 27 anos.
O novo regime só agravou a situação. Ao transferir os impostos de exportação do governo central para os estaduais, a Constituição de 1891 jogou na miséria Estados mais decadentes, que passaram a aumentar as taxas internas, pressionando ainda mais os pobres. Além disso, religiosos ortodoxos como Conselheiro jamais aceitaram a separação entre Estado e Igreja realizada pela República, que instituiu o casamento civil, por exemplo. Ele morreu sem reconhecer a autoridade de um cartório para unir vidas em matrimônio.
Quando decidiu fundar Belo Monte, em 1893 - Canudos era o nome da fazenda abandonada onde se instalou -, Conselheiro estava acuado por causa de um pronunciamento anti-republicano em Bom Conselho. Seus sermões não só falavam da salvação das almas, mas também de problemas reais como a fome, a miséria, a opressão política. Perseguido por uma tropa de cerca de trinta praças, Conselheiro e seus seguidores - cerca de 200 - enfrentaram os policiais na localidade de Masseté, entre Cumbe e Tucano, com baixas de ambos os lados. O incidente, porém, não teve maiores conseqüências.
O líder carismático também já não tinha o apoio da Igreja fazia muitos anos, embora jamais acusado de heresia: era um católico fervoroso e ortodoxo, que defendia a instituição. "Ele jamais rezou uma missa ou batizou alguém, e o próprio João Evangelista foi obrigado a reconhecer que Antônio Conselheiro nunca tentou usurpar as atribuições de um padre ou monge", conta Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais, e autor do livro Canudos - O campo em chamas. Se para a Arquidiocese de Salvador ele não passava de um místico perigoso, para os sertanejos, no entanto, ele era a esperança de uma vida comunitária independente: pobres, como sempre foram, mas livres dos potentados e impostos, que Canudos sempre se recusou a pagar. A cidade de Antônio Conselheiro chegou a ter uma população de 15 000 a 25 000, só perdendo na Bahia para Salvador, que em 1897 contava 180 000 habitantes. E transformou-se num fenômeno único no sertão, acostumado às grandes peregrinações religiosas: pela primeira vez, os fiéis iam mas não voltavam. De onde saía o alimento para tantas bocas é um mistério, já que a pequena agricultura que praticavam não supriria tanta gente e as doações que Conselheiro recebia teriam que ser muitas para manter a comunidade.
Em outubro de 1896, porém, uma provocação daria início às hostilidades contra Canudos. Antônio Conselheiro havia encomendado e pago em Juazeiro uma partida de madeira para a construção da nova Igreja Nova da cidade. Por determinação do juiz de Juazeiro, Arlindo Leoni, o carregamento foi detido na cidade. Leoni, aliás, era um velho desafeto de Conselheiro. "Há versões de que a inimizade surgiu porque Conselheiro defendeu um homem que surrou a amante de Leoni quando ele era juiz em Bom Conselho", diz Villa.
Seja qual for o motivo, os canudenses decidiram pegar a madeira à força, se necessário, e imediatamente o juiz comunicou ao governo baiano que Juazeiro estava sob ameaça de um ataque conselheirista. Em socorro da cidade, foi enviada pelo comando do 3.º Distrito Militar, de Salvador, uma força de 107 homens, chefiada pelo tenente Manoel da Silva Pires Ferreira. Foi a chamada primeira expedição da Guerra de Canudos, que teve um fim vexaminoso: entre Juazeiro e o reduto de Conselheiro, as tropas pararam para descansar em Uauá e não perceberam que, à noite, a população fugiu da cidade. Pouco depois, foram atacados pelos canudenses e debandaram, deixando para trás armamentos e munição. Foi a primeira "vitória improdutiva" da campanha - era assim que o Exército se referia aos reveses no sertão.
Em dezembro, organizou-se uma segunda expedição, dessa vez comandada por um major, Febrônio de Brito, à frente de 543 praças, 14 oficiais e 3 médicos e munida com três canhões Krupp e três metralhadoras. Seu destino não foi diferente. Em três escaramuças, Febrônio foi batido pelas táticas guerrilheiras dos "jagunços" e obrigado a se retirar, humilhado, em 20 de janeiro. A essa altura, Canudos era um problema nacional e entra em cena o coronel Moreira César, que vem do Rio para aplacar o levante. Considerado herdeiro de Floriano Peixoto e até provável candidato à Presidência, Moreira foi à Bahia levando o cacife da fama de violência e degolas na repressão à Revolução Federalista gaúcha (1893-1895).
Com 1 300 homens e quatro canhões Krupp, em fevereiro de 1897 ele iniciou o ataque a partir de Queimadas, ao sul de Canudos. "Moreira estava tão seguro da vitória, que desprezou os preceitos básicos do manual de guerra escrito por ele e adotado nos cursos de formação militar", lembra Marco Antônio Villa. Além disso, era epilético e teve dois ataques durante a campanha. Num erro fatal e infantil, Moreira determinou que a artilharia se estabelecesse no morro acima de Canudos e mandou os soldados invadirem a cidade: acantonados no arraial, os conselheiristas receberam o exército à bala, sob o olhar impotente dos canhoneiros, que não podiam disparar para não matar os companheiros. Moreira César pagou com a vida seus absurdos descuidos e a repercussão da nova "vitória improdutiva" abalou o Rio e São Paulo. Em meio a distúrbios de rua selvagens, lideranças monarquistas foram perseguidas: no Rio, o coronel Gentil de Castro é assassinado e jornais como O Comércio de São Paulo e o carioca Gazeta da Tarde, monarquistas, são invadidos.
Sob o comando do general Artur Oscar de Andrade Guimarães, começa então a quarta e última expedição contra Canudos. Dessa vez, com toda precaução. O próprio ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt - que acabaria morto no atentado contra o presidente Prudente de Morais durante as comemorações da vitória no Rio, em novembro -, visitou a região. Mais de 10 000 homens de dez Estados, três generais e dezenas de oficiais envolveram lentamente Canudos num cerco mortal, que encontrou resistência incansável. Conselheiro não viu o fim de seu sonho: ele morreu duas semanas antes, no dia 22 de setembro, provavelmente vítima de disenteria. Seus seguidores ainda lutariam até o dia 5 de outubro, quando o último foco de resistência, depois de meses de combates, caiu em meio a uma cidade já completamente em ruínas, depois queimada para que não ficasse pedra sobre pedra. Destruída pelo fogo, hoje a Canudos de Conselheiro repousa sob as águas do açude de Cocorobó.

A redescoberta do sertanejo

Euclides da Cunha assistiu somente às três semanas finais de Canudos como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo. Mas foi o suficiente para alimentar o talento de um personagem cuja vida foi tão trágica quanto a saga que originou Os sertões, a obra-prima de 1902 que lhe valeu a imortalidade na estante dos clássicos brasileiros. Nascido em Cantagalo, no Rio de Janeiro, em 1866, Euclides teve uma vida turbulenta, que chegou ao fim aos 43 anos num dos maiores escândalos do início do século: um duelo com Dilermando de Assis, amante de sua mulher, Ana.
Em 1897, no entanto, quando desembarcou no sertão, o jovem engenheiro e ex-militar, positivista e republicano convicto, estava certo de que encontraria apenas uma manifestação da brutalidade dos miscigenados caboclos da região. Pelo menos, assim rezava a cartilha intelectual de quem conhecia e apreciava teóricos racistas europeus da pureza racial e da superioridade dos po-vos. Os fatos se encarregaram de mudar seu ponto de vista, ao perceber que os verdadeiros selvagens trajavam farda.
Como correspondente de jornal, Euclides nada pôde denunciar: o exército manteve sob censura os jornalistas. "O impacto dOs sertões foi revelar não só a realidade humana de uma terra esquecida, como a barbárie dos militares: degola dos prisioneiros, tortura, prostituição e o comércio de crianças", conta Roberto Ventura, professor de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo. Autor do livro Estilo tropical, ele agora está escrevendo a romanesca biografia de Euclides.

O ´fanatismo´ com sotaque sulista

Assim como Antônio Conselheiro não foi o único pregador a atuar no sertão - Padre Cícero era contemporâneo dele -, o Nordeste também não foi o palco exclusivo dos messiânicos, sempre tachados como "fanáticos". No Sul, alemães e brasileiros viveram radicaliza-- ções religiosas que deixaram marcas na história:
Muckers - Movimento alemão liderado pelo casal de imigrantes anabatistas Jacobina e João Jorge Maurer. Instalados em Ferrabrás, próximo a São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, eles se diziam eleitos para fundar um reino santo. Em 1871, com a construção da ferrovia entre Porto Alegre e São Leopoldo, saíram do isolamento e começaram a ter problemas com fazendeiros vizinhos. Dois anos depois, foram atacados e derrotaram uma força militar, mas acabaram sucumbindo a uma nova expedição. Presos, foram anistiados em 1883 e voltaram a Ferrabrás, onde as lutas recomeçaram, até que, em 1898, terminaram quase todos mortos.
Contestado - Movimento liderado pelo visionário monarquista Miguel Lucena Boaventura, que se denominava José Maria em homenagem a um antigo pregador da região. Hostilizado pela polícia de Taquaraçu (SC), José Maria fugiu com os seguidores para Palmas (PR). Na época, havia um litígio pela posse da região entre os dois Estados - daí o nome Contestado - e o governo paranaense considerou a chegada deles como uma invasão catarinense. Atacados pela polícia, o líder morreu no combate. Mas, em 1913, um fazendeiro cuja neta tinha visões de José Maria reagrupou os fiéis, fundando a cidade de Santa Maria, perto de Taquaraçu. O crescimento da seita assustou as autoridades e, em 1914, começaram os combates, que se prolongariam até o fim de 1915, quando o movimento, que chegou a reunir 20 000 adeptos, foi aniquilado, com o uso, pela primeira vez no país, da aviação na guerra.

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Olhos de Craque - Medicina

OLHOS DE CRAQUE - Medicina



Nem só de pernas vivem os jogadores de futebol. A medicina mostra que treinar os olhos melhora a performance dos atletas, e que "visão de jogo" não é um dom de nascença, privilégio de bem-dotados.


No primeiro instante, ninguém entendeu aquela jogada. Pelé recebeu a bola na entrada da área italiana e, em vez de driblar o zagueiro e partir para o gol, tocou-a com pouca força para o lado direito, onde não havia nenhum jogador. Seria um erro primário cometido pelo rei do futebol? Nada disso. Foi, na verdade, uma jogada genial. Lá de trás, vinha o lateral Carlos Alberto Torres, veloz como um foguete. O passe de Pelé veio na medida exata. Resultado: mais uma bola no fundo das redes do goleiro italiano Albertosi. Era o quarto gol da Seleção brasileira, que selaria a conquista do tricampeonato mundial, no dia 21 de junho de 1970, no Estádio Azteca, no México.
Qual a explicação para o passe genial? Como Pelé conseguiu perceber, quase de costas, a aproximação de Carlos Alberto? A resposta não tem nada de sobrenatural. Pelé tinha aquilo que, no meio futebolístico, costuma-se chamar visão de jogo - a capacidade de perceber, num piscar de olhos, tudo o que se passa à sua volta. Essa velha conhecida dos amantes do chamado esporte bretão tem outro nome para os oftalmologistas: visão periférica. É ela que permite aos motoristas, por exemplo, olhar no espelho retrovisor sem perder a atenção no trânsito à frente. Ou, ainda, ao leitor perceber as bordas da revista enquanto lê o texto. Agora juntaram-se o oftalmologista Durval Morais de Carvalho e o técnico de futebol Paulo Gonçalves, professor da Universidade Federal de Goiás, para afirmar uma hipótese ousada: essa virtude pode ser desenvolvida e melhorada artificialmente.
A questão é polêmica. A "visão de jogo" sempre foi considerada um dom de nascença de uns poucos privilegiados. "Alguns têm, outros não", diz taxativamente o ex-jogador e técnico da Seleção brasileira, Paulo Roberto Falcão, que atualmente dirige o Internacional de Porto Ale-gre. Outro craque do passado recente, Roberto Rivellino, concorda: "Visão de jogo é questão de talento e isso nasce com o jogador", diz Rivellino, atualmente comentarista de TV e técnico do Clube Brasil de Masters. Já o ex-atacante do Corinthians e da Seleção, Sócrates de Souza Vieira de Oliveira, acredita que é possível melhorar a percepção com treinamentos específicos. "O pouco uso destas técnicas é resultado da falta de conhecimento", adverte o ex-jogador, que ficou famoso por seus desconcertantes passes de calcanhar, e hoje trabalha como médico em Ribeirão Preto, SP.
A controvérsia é fácil de resolver, para o médico Durval Morais de Carvalho: "Os craques realmente conseguem aproveitar a visão periférica naturalmente. Mas há como induzi-la também nos jogadores menos dotados". Praticante do futebol, ele se interessou pelo assunto por acaso. "Eu sempre ficava intrigado com lances em que um jogador, às vezes de costas, percebia um colega e fazia o passe", conta. "Até que um dia me flagrei fazendo coisas assim num jogo de amadores." Como especialista em assuntos de visão, Carvalho descobriu que sua "jogada de Pelé" não tinha sido casual. Na época, ele se dedicava a exaustivos exercícios de leitura dinâmica. "Tinha que haver uma relação entre as duas coisas."
E aparentemente havia. "Os exercícios me condicionavam a prestar mais atenção na periferia da visão. Ao andar pela rua, ficava incomodado com as placas e outdoors, que antes eu nem percebia." Se a visão lateral se mostrava mais apurada num simples passeio, no campo de futebol não poderia ser diferente. Não era mais necessário olhar fixamente para a bola e, assim, Carvalho podia procurar companheiros desmarcados ou ver a colocação do goleiro antes de chutar.
Os exercícios de leitura dinâmica haviam ampliado o mundo visual do médico. Isso porque, comprovadamente, o homem comum costuma prestar atenção apenas na chamada visão central. Não é para menos. Na vida cotidiana, é necessário constantemente identificar rostos, ler palavras e perceber objetos - tarefas que demandam uma análise detalhada das imagens. "Isso só pode ser feito por células fotossensíveis bastante complexas, chamadas cones, que captam a imagem e a levam ao cérebro com muita nitidez, como se fosse uma fotografia", explica.
Só que essas células superevoluídas concentram-se apenas na região central da retina, bem no centro de um círculo de apenas 1,5 milímetro. Por isso, conseguimos ver com minúcias apenas as coisas que estão exatamente em frente de nossos olhos, num cone visual de irrisórios 10 graus, algo como o facho de uma lanterna. "É verdade que temos a impressão de ver com nitidez bem mais do que isso", diz Carvalho. A razão é a rapidez de movimentação dos olhos, que conseguem mudar o foco da "lanterna" de um alvo para outro em frações de segundo. "Vale lembrar que os músculos oculares são os mais velozes de todo o corpo humano."
Assim, apesar de não percebermos, a maior parte do nosso mundo visual está sempre no campo da visão periférica. Esta, por sua vez, é proporcionada por outro tipo de célula. São os bastonetes, mais simples, situados na periferia daquele pequeno círculo da retina. Como se fossem desenhistas preguiçosos, os bastonetes repassam ao cérebro apenas um esboço da imagem que a pessoa vê. Só dizem o formato aproximado dos objetos ao redor, a e se estão parados ou em movimento. Não percebemos claramente onde termina nossa visão central e onde começa a periférica pois há uma faixa de transição, onde cones e bastonetes se misturam.
Como qualquer humano normal, um atleta tende a seguir a regra de usar muito mais a visão central que a periférica. Só que, no esporte, o sofisticado trabalho das células cones não tem tanta importância. Nenhum jogador precisa ler qualquer coisa durante o jogo ou analisar o rosto de um companheiro ou adversário. Basta perceber a cor do uniforme daqueles que o rodeiam, se estão longe ou perto, parados ou em movimento. É aí que a visão periférica adquire um status que não costuma ter na vida comum. Somada a um bom desenvolvimento da musculatura do pescoço e dos olhos, ela faz os craques do futebol acharem rapidamente um companheiro desmarcado, sem precisar virar o corpo, tarefa que demanda preciosos segundos e revela ao adversário a intenção da jogada.
Ao perceberem isso, Durval Carvalho e o técnico goiano Paulo Gonçalves decidiram unir teoria e prática. "A preparação dos jogadores de futebol tem visado muito mais a parte motora, ao passo que com treinamento da percepção pode-se melhorar a velocidade dos reflexos. Por isso, é importante também criar exercícios para os olhos", afirma Paulo Gonçalves, que, ao contrário da maioria dos técnicos de futebol, optou pela formação acadêmica: é mestre em ciências do esporte pela Universidade Paris V, na França, onde pretende apresentar o trabalho desenvolvido pela dupla no ano que vem, interrompendo temporariamente sua carreira de técnico.
Foi desenvolvida uma espécie de terapia para aumentar o aproveitamento da visão periférica pelos jogadores. Os primeiros resultados foram sentidos este ano na sensacional campanha do antes inexpressivo Vila Nova, de Goiás, o time escolhido como cobaia. "A intenção era aumentar a velocidade dos reflexos da musculatura do pescoço e dos olhos, além, é claro de forçar o uso da visão periférica", explica Gonçalves.
Bons treinadores já haviam se preocupado em orientar os novatos para jogar de cabeça erguida. "Normalmente, os garotos novos olham apenas para a bola e não percebem a aproximação do adversário, errando mais passes", diz Telê Santana, técnico campeão mundial interclubes pelo São Paulo, de quem os juniores são-paulinos volta e meia ouvem broncas como: "Levanta a cabeça!", ou "Presta atenção no jogo!"
Outros, como Otacílio Pires de Camargo - o Cilinho - são mais criativos. O atual técnico do Rio Branco de Americana (time revelação do futebol paulista no último ano) ficou famoso por "garimpar" novos talentos e também por insistir para que esses novatos praticassem exaustivamente os fundamentos do esporte: chute, drible, passe, cabeceio e condução de bola. Cilinho inventou um treino curioso para laterais e pontas.Com o objetivo de condicioná-los a olhar com atenção para a área antes de cruzar uma bola, ele se coloca perto do gol, segurando uma camisa vermelha e outra amarela. Conforme o jogador se aproxima da linha de fundo para cruzar, Cilinho levanta uma das duas camisas. O jogador tem que gritar a cor da camisa antes de chutar, o que obriga a desviar a atenção da bola e utilizar a visão periférica.
Alguns craques também são bons exemplos de autodidatismo. O atual técnico do Corinthians, Mario Sérgio Pontes de Paiva, ficou famoso na década de 80 como jogador capaz de visualizar jogadas que ninguém conseguia imaginar. Ex-craque do Grêmio Porto- alegrense, São Paulo e Palmeiras, Mário Sérgio não se preocupava com a bola enquanto corria, mantendo os olhos livres para planejar o jogo. Mas nem sempre foi assim. "No início de carreira, eu só olhava para baixo", confessa. "Perdia tantas bolas e errava tantos passes que um dia me irritei e decidi treinar incansavelmente até aprender a jogar de cabeça erguida. Deu tão certo que passei a surpreender até meus próprios companheiros de time com passes muito rápidos", revela.
O mesmo ocorreu com Rivellino, que apesar de considerar a visão de jogo um dom de nascença, confessa que aprendeu pouco a pouco a usá-la para enganar os zagueiros adversários. "Na Seleção, cansei de fazer uma jogada em que olhava para o Edu na esquerda e passava para o Zico, na direita".
Todas essas tentativas, no entanto, foram isoladas e intuitivas. O primeiro trabalho realmente estruturado em moldes científicos começou pelas mãos da dupla goiana, em 1983. Desde então, eles desenvolveram um aparelho capaz de medir a velocidade de captação de imagens e a percepção periférica. Paralelamente, inventaram e testaram toda sorte de exercícios visuais, elegendo, ao final, os mais produtivos, que foram aplicados pela primeira vez em 1992.
Gonçalves e Carvalho recrutaram doze jovens do time de juniores do então inexpressivo Vila Nova, de Goiás. Primeiro, a velocidade de reflexo visual de cada um foi verificada. O jogador era colocado a 1,5 metro de duas telas de vídeo, separadas entre si também por uma distância de 1,5 metro. Dessa forma, era impossível olhar fixamente para os dois vídeos ao mesmo tempo. Tinha então que identificar letras que apareciam de repente nas telas. Enquanto na à direita aparecia, por exemplo, um "a", a tela da esquerda mostrava um "j". As letras ficavam durante um momento nas telas e então se apagavam.
Nas primeiras baterias, o tempo de permanência das letras era mais do que suficiente para que os jogadores pudessem facilmente ler uma tela, virar e ler a outra. No decorrer do teste, porém, os flashes ficavam cada vez mais rápidos, exigindo não somente movimentos de pescoço e dos olhos, mas também o emprego da visão periférica. O tempo de permanência das letras foi reduzido até o ponto em que mesmo os jogadores mais rápidos não conseguissem ler ambas as telas. Esses privilegiados atingiram a impressionante marca de 46 centésimos de segundo. Ou seja, necessitavam menos de meio segundo para ler dois estímulos diferentes separa-dos por mais de um metro de distância. "Muitos, no entanto, revelaram reflexos visuais bem mais lentos", conta Carvalho. O próximo passo seria decisivo para os menos dotados.
Descoberta a velocidade visual de cada jogador, os novatos do Vila Nova foram submetidos a três modalidades de treinamento para a visão, realizados três vezes por semana, durante três meses. Uma delas era eminentemente laboratorial e assemelhava-se aos exercícios de leitura dinâmica. O jogador era condicionado a ler, com apenas um golpe de vista, palavras impressas com vários centímetros de distância umas das outras.
O segundo exercício já estava ligado à bola. A velha e boa "embaixada" - aquela brincadeira de ficar chutando a bola para cima sem deixá-la cair no chão - tinha que ser executada ao mesmo tempo em que o jogador era obrigado a olhar para o gol. "Nas primeiras tentativas quase ninguém conseguia dar mais de trinta olhadelas em direção ao gol em cada série de 80 embaixadas", recorda-se Carvalho. "Ao final de um mês, no entanto, alguns jogadores já conseguiam olhar para o gol 70 vezes a cada 80 toques na bo- la." Em outras palavras, eles haviam se libertado da bola. Se antes tinham que olhar fixamente para ela, agora bastava a visão periférica, tal qual fazem os jogadores de basquete enquanto quicam a bola.
A terceira e última etapa foi a mais difícil para os juniores do Vila Nova. Era um treino de cabeçadas para o gol, após cobranças de escanteio. Só que, em vez de simplesmente esperar o cruzamento, os jogadores precisavam cumprir uma tarefa durante o trajeto da bola. Assim que era chutada, tinham de olhar para o lado oposto e ler palavras escritas em uma tabuleta. À primeira vista, parece realmente impossível virar-se para trás, ler uma placa, voltar e cabecear a bola para o gol - tudo em mais ou menos um segundo. "Como no exercício das embaixadas, ao final de dois meses a maioria já tinha reflexos suficientemente rápidos na musculatura do pescoço e dos olhos para cumprir a tarefa."
Seis dos doze juniores treinados por Gonçalves e Carvalho tornaram-se titulares do time principal, após a experiência. O Vila Nova, que fazia nove anos não ganhava nada, saiu de uma fase ruim, à beira do rebaixamento para a segunda divisão, para chegar em 3.º lugar em 1992 e se sagrar campeão estadual goiano em 1993. "É claro que muitos fatores levaram o time a ganhar o campeonato. Mas, com certeza, um dos mais importantes foi o treinamento da visão", diz Paulo Gonçalves.

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Testando a evolução humana em laboratório

Testando a evolução humana em laboratório



A identificação de características celulares e moleculares que diferem os humanos de outros primatas é algo essencial para o entendimento básico da evolução da nossa própria espécie. Com as melhorias da tecnologia de sequenciamento de DNA, descobrimos que somos muito parecidos geneticamente com nossos primos evolutivos, incluindo os chimpanzés, os bonobos e os gorilas. Por outro lado, análises anatômicas e comportamentais mostram o quanto diferentes somos dos outros primatas.

Esse cenário nos mostra que as pequenas variações genéticas entre essas espécies são, portanto, bem significativas. Cientistas do mundo todo especulam sobre as consequências dessas variações para a fisiologia humana: neurônios humanos devem gastar mais energia, músculos dos chimpanzés são mais fortes, e por aí vai. Porém, até hoje era impossível desenhar experimentos controlados a nível molecular e celular sobre a evolução humana, provando causalidade entre as diferenças genéticas e os fenótipos celulares em células vivas de chimpanzés e bonobos. Parte dessa dificuldade vem das restrições de trabalho com material biológico de primatas, principalmente quando estão ameaçados de extinção.

Quando criança, lembro que gastava horas pensando em questões filosofais como “de onde viemos?” e “quem somos?”. Esse tipo de questionamento sempre me deixou com vontade de estudar evolução humana, principalmente sob a ótica da neurociência. Porém, nunca soube direito como poderia contribuir para essas questões fundamentais até que decidi aplicar técnicas de reprogramação celular para gerar células pluripotentes de outros primatas. Com isso, poderia obter material biológico de estágios iniciais do desenvolvimento e comparar as espécies. Células da pele de chimpanzés e bonobos foram obtidas do zoológico de San Diego e reprogramadas para um estágio embrionário. O estudo que descrevo abaixo é fruto de uma cooperação internacional e culminou com um trabalho publicado hoje na revista cientifica Nature (Marchetto et al, Nature 2013).

Nesse trabalho, procuramos responder uma questão essencial sobre a origem do homem moderno: por que temos tão pouca variabilidade genética quando comparados aos chimpanzés ou outros primatas? Eu explico melhor. Análises de sequenciamento do genoma humano revelaram que temos pouquíssima diversidade na população. Somos muito parecidos entre nós e o conceito de raça entre os humanos modernos pode ser considerado apenas uma curiosidade geográfica. Do ponto de vista genético, somos todos irmãos. Isso contrasta muito com chimpanzés, por exemplo. Uma simples colônia de chimpanzés na África tem mais variabilidade genética do que a humanidade inteira!

Uma teoria para explicar isso sugere que os humanos modernos passaram por um “gargalo evolucionário”, reduzindo dramaticamente a população humana. Consequentemente, reduzimos a variação genética também. Ou seja, somos todos muito similares uns aos outros porque fomos originados de uma população inicial muito pequena. Esse gargalo pode ter sido consequência de uma infecção viral, mudanças climáticas ou qualquer outro fator que fizesse com que apenas uma pequena porcentagem, com os mais adaptados, sobrevivesse e procriasse.

Essa teoria pode ser confirmada em nosso modelo, contrastando células-tronco induzidas de humanos, chimpanzés e bonobos. A variabilidade gerada pela atividade de elementos móveis no genoma (uma das ferramentas evolutivas para gerar diversidade genética) é significativamente menor em humanos quando comparada com os outros dois primatas. Análises de expressão gênica ajudaram a desvendar o porquê disso. Mecanismos moleculares responsáveis por manter a estabilidade do genoma são mais rigorosos em humanos. Seria como se as células-tronco embrionárias dos outros primatas tolerassem mais insultos na molécula de DNA.

Essa observação não serve apenas para confirmar uma teoria evolucionária antiga, mas também traz insights sobre os mecanismos moleculares envolvidos nesse fenômeno. Vou mais além, nosso dados fazem pensar: será que o fato de os humanos terem menos diversidade genética foi algo positivo pra humanidade moderna? Acho que sim, pelo menos por enquanto. Imagino que a dramática redução de diversidade dos nossos ancestrais nos aproximou empaticamente, favorecendo cooperação entre grupos. Humanos modernos são muito mais tendenciosos a trabalhar junto aos seus semelhantes. No momento após o gargalo, os humanos que restaram eram nada mais do que uma grande família. E ainda somos, o que induziria a cooperação entre nações. Grupos de chimpanzés, ao contrário, são extremamente hostis uns aos outros e não são necessariamente dispostos a trabalhar em conjunto. É uma especulação interessante.

De qualquer forma, nosso trabalho é pioneiro no sentido de criar uma nova ferramenta para estudos de evolução utilizando-se de células-tronco pluripotentes induzidas. Esse modelo já está sendo aplicado ao estudo do desenvolvimento do cérebro humano. Estamos começando a comparar neurônios e glia (células não-neuronais, pouco caracterizadas, mas que possuem funções importantes no cérebro) derivados de humanos e outras espécies, durante a maturação neural. O conhecimento vai além de um mero egocentrismo antropológico. Acredito que resultados desses estudos serão benéficos para doenças humanas, como autismo e esquizofrenia.

Esse trabalho conta com a participação de outros colegas brasileiros. Foi liderado pela Carol Marchetto (atualmente a brasileira mais influente internacionalmente quando o assunto é células-tronco) e com participação dos bioinformatas Apuã Paquola e Roberto Herai, ambos fazendo pós-doutoramento em San Diego. Pois é, um trabalho desse calibre tinha que ter uma participação criativa brasileira muito forte.

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Acervo de 'pai' da teoria da evolução junto com Darwin é aberto na web


Acervo de 'pai' da teoria da evolução junto com Darwin é aberto na web



Ilustração de pássaro que consta no acervo de Alfred Wallace, cientista britânico 'pai' da evolução junto com Darwin (Foto: Reprodução/Wallace Online Project)

Site reúne mais de 28 mil documentos do pesquisador Alfred Wallace.
Cientista britânico esteve em expedição na Amazônia entre 1848 e 1852.


O pesquisador britânico participou de uma expedição ao Brasil de 1848 a 1852, percorrendo trechos da Floresta Amazônica e subindo o Rio Negro, segundo o site do projeto "Wallace Online", que abriga o acervo. Durante a volta para a Grã-Bretanha, o navio de Wallace pegou fogo e naufragou, destruindo quase todas as anotações e ilustrações reunidas pelo cientista.

O site com o acervo foi lançado a tempo de marcar o centenário da morte do pesquisador, que ocorrerá em 2013. O projeto "Wallace Online" é dirigido por ciensitas da Universidade Nacional de Cingapura e foi possível com a ajuda de um doador americano, que preferiu se manter no anonimato.

Teoria evolutiva
Com rascunhos do que viria a ser a teoria evolutiva, Wallace enviou os documentos para Charles Darwin, na década de 1850.

Para evitar uma disputa pela "paternidade" da ideia, os dois cientistas apresentaram juntos suas pesquisas sobre o tema durante uma reunião científica realizada em Londres, em 1858. O encontro lançaria as bases da teoria evolutiva pela seleção natural que nortearia muito da biologia moderna.


Projeto "Wallace Online" inclui 22 mil imagens e ilustrações, como este gato (Foto: Reprodução/"Wallace Online Project")

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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um terço dos americanos rejeita a Teoria da Evolução, diz estudo

Um terço dos americanos rejeita a Teoria da Evolução, diz estudo



Apoiadores do Partido Republicano creem menos na teoria que há 4 anos.
Entre os democratas, 67% acreditam na evolução.
Estudo divulgado esta semana pelo centro de pesquisa Pew aponta que um terço dos americanos rejeita a Teoria da Evolução, também denominada de evolucionismo, na qual afirma que as espécies animais e vegetais do planeta não são imutáveis.

Na pesquisa, 33% dos norte-americanos entrevistados disseram que “os seres humanos e outros seres vivos existem em sua forma atual desde o início dos tempos” enquanto que 60% concordaram com a ideia de que tenha havido a evolução de espécies.

A proporção dos que aceitam e rejeitam a teoria é quase idêntica a registrada em 2009, ano em que aconteceu a última análise da Pew.

Além disso, o levantamento informou que simpatizantes do Partido Republicano acreditam menos na teoria do que há quatro anos. O percentual dos que não acreditam na evolução subiu de 39%, em 2009, para 48%, em 2013.

Entre os Democratas, 67% acreditam na evolução, três pontos percentuais a mais que em 2009. Já 27% deles rejeitam a teoria de Darwin.

O estudo foi feito por meio de entrevistas telefônicas em inglês e espanhol entre 21 de março e 08 abril de 2013, com 1.983 adultos de todo o país.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Amplificadores de Gente - Tecnologia


AMPLIFICADORES DE GENTE - Tecnologia



Armações de metal articuladas, movidas por motores, sistemas hidráulicos ou elásticos, transformam qualquer um em super-homem, capaz de levantar 200 quilos com uma só mão ou correr a quase 50 quilômetros por hora.



A mão do homem se coloca por dentro do braço da máquina. A armação de metal negro tem várias articulações, cada uma impulsionada por um pequeno motor, todos ligados a um motor maior. Homayoon Kazerooni, o inventor do braço mecânico, move sua mão delicadamente, movimentos repetidos pela armação metálica. Quando o homem fecha a mão, a ponta do braço mecânico segura uma barra de 250 quilos.
Há mais de 30 anos, engenheiros como Kazerooni, da Universidade da Califórnia em Berkeley, Estados Unidos, trabalham para criar amplificadores da força humana que funcionem tão bem quanto os originais - ou seja, músculos e ossos. A idéia é empregar esses extensores humanos onde os robôs de verdade são falhos, como reproduzir o com-plicado jogo de forças dos movimentos dos membros de uma pessoa, controlados pelo cérebro. E, ao contrário dos robôs, os extensores seriam manipulados não com ordens codificadas à máquina, como no uso de um teclado, mas com as próprias mãos e pés.
A pesquisa com os amplificadores da força humana, também conhecidos por exoesqueletos (como se fossem esqueletos externos a sustentar um corpo), começou na década de 60, impulsionada pelo Departamento de Defesa americano. A intenção dos militares era equipar o pessoal que trabalhava no carregamento de torpedos e carga dentros dos navios e submarinos. O primeiro resultado prático surgiu na forma do Hardiman, um exoesqueleto produzido pela General Electric, que pesava 700 quilos e tinha 30 articulações.
Pesadão e desengonçado, o Hardiman tinha duas pernas, dois braços e um cinturão no lugar dos quadris, todos ligados a uma armação articulada. O candidato a usá-lo tinha que se amarrar à armação e começar a se movimentar. Uma rede de ligações hidráulicas e elétricas amplificava sua força, mais ou menos como um sistema de direção hidráulica num carro faz o volante parecer leve nas mãos do motorista. Na ficção, até que o Hardiman se deu bem, usado pela atriz Janice Rule no filme The Ambushers para enfrentar os vilões. Fora das telas, porém, nunca se conseguiu que um simples braço do aparelho funcionasse direito, dada a enorme dificuldade de manobrá-lo.
Somente vinte anos mais tarde alguém propôs um conceito diferente. Jeffrey Moore, engenheiro do Laboratório Nacional Los Alamos (Estados Unidos), inventou um exoesqueleto chamado Pitman. Seria uma armadura, impulsionada por motores, desenhada para os homens de Infantaria, as tropas que vão para a guerra a pé.
A idéia, porém, não emplacou nem no Departamento de Defesa, tal o esoterismo da proposta: como num corpo humano, os braços e pernas do Pitman seriam comandados pelo cérebro. O usuário vestiria um capacete com sensores, que mediriam as alterações do campo magnético do cérebro quando este ordenasse aos membros da pessoa que se movessem. Assim, os braços e pernas mecânicos se moveriam também, pelo menos teoricamente. Na década de 80, o cinema exibiu uma amostra perfeita do uso do exoesqueleto. No filme Aliens - O Resgate, a suboficial Ripley, interpretada pela atriz Sigourney Weaver, veste um exoesqueleto e vai à luta contra a rainha monstrenga. O público só não sabia que aquele modelito última tecnologia era feito de plástico, manejado por um sujeito fortão longe dos olhos das câmeras.
Nem só com objetivos militares caminha a pesquisa em amplificadores humanos. Na Califórnia, o pesquisador do Laboratório de Jatopropulsão da NASA, John Dick, inventou um exoesqueleto diferente - é só para as pernas, e não tem motores. O SpringWalker é um par de pernas articuladas, acrescido de algumas roldanas e cordas elásticas. O usuário amarra seus pés nos pedais e começa a mexer as pernas. Essa ação desencadeia uma série de contrações e extensões dos elásticos, que acabam alavancando as pernas mecânicas com uma força duas vezes superior à exercida pela pessoa.
Ainda claudicante, o SpringWalker, segundo seu inventor, pode ser melhorado com o uso de algumas catracas movidas a motor. Assim, os pés da pessoa não farão força diretamente sobre os elásticos, mas o estica-e-puxa será intermediado pelos sensores do motor. John Dick promete que sua criação pode fazer uma pessoa correr a quase 50 quilômetros por hora. Para pessoas comuns, seria uma ótima maneira de fazer um jogging a velocidades jamais imaginadas, ou mesmo passear apenas por diversão. Mas nada impede que soldados o utilizem para atravessar rapidamente a pé um campo perigoso.
O trabalho de Homayoon Kazerooni, porém, não tem o menor norteamento bélico. Sua intenção é proporcionar força extra para trabalhadores que pegam no pesado descarregando caminhões ou empilhando fardos de cereais. Seus mais recentes projetos envolvem amplificadores que possibilitariam a um homem levantar uma carga de 100 quilos fazendo uma força equivalente a apenas 5 quilos - os outros 95 ficam por conta da máquina.
Em vez de usar vários motores e articulações hidráulicas, ele se vale de sensores de carga espalhados por dentro dos braços mecânicos nos locais em que a mão e o braço humano encostam. Sensores iguais são colocados nas garras do equipamento. Eles medem tanto o peso da carga como a força que a mão humana faz para levantá-la, e mandam sinais a um computador. Este aciona então os motores para aliviar quase todo o peso dos músculos humanos.
Embora tenha criado máquinas menores do que os desconjuntados Hardiman, Kazerooni enfrenta um problema novo - a inconstância dos músculos humanos em movimento. Ao levantar um peso, os músculos de um braço fazem mais ou menos força de acordo com a posição do braço enquanto alavanca. Os sensores interpretam essa variação como se a carga pesasse ora mais, ora menos, criando uma oscilação no movimento do braço mecânico. Para resolver esse problema, Kazerooni está escrevendo programas de computador que levam em conta os caprichos dos músculos humanos.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Arco-iris Submarino - Natureza


ARCO-ÍRIS SUBMARINO - Natureza



É espantosa a quantidade e a qualidade das cores dos recifes de corais. E neles destacam-se peixes e invertebrados, alguns capazes até de "trocar de roupa" conforme seja hora de comer, lutar ou amar.

Pergunte a um mergulhador o que é mais impressionante nos recifes de coral e ouvirá: a cor. As regiões rasas dos trópicos são famosas pelas variadas e intensas nuances dos habitantes dos recifes , e o visitante de primeira viagem surpreende-se com o fato de serem os peixes que exibem os mais grandiosos e mutáveis tons coloridos. Os invertebrados, as anêmonas e os camarões, as estrelas-do-mar e os nudibrânquios, para citar apenas alguns, apresentam cores riquíssimas; mas o que primeiro salta aos olhos são os peixes, as miríades de peixes que nadam por todos os lados.

Por que os peixes dos recifes tropicais precisam usar uma roupagem tão brilhantemente colorida? Afinal, isso não é comum para a maioria dos animais. A maior parte dos mamíferos tende a ter uma pelagem marrom ou cinzenta, para camuflar-se no meio ambiente. Os pássaros têm plumagem comum e muitos dos bem coloridos abandonam as cores ao final da temporada de acasalamento. Na verdade, a maioria dos peixes marinhos também é da cor da água e apresenta tons contrastantes - escuros no dorso e claros na região ventral - para dificultar a visão, tanto a partir de cima quanto de baixo. Assim, por que será que os peixes que vivem em redor dos recifes desafiam o que parece ser um procedimento regular, senão uma lei, da natureza?
A resposta não é simples, nem completa, nem clara. Muitas observações e descobertas levaram os cientistas a elaborar teorias e meias teorias que, tomadas em conjunto, permitem conclusões hesitantes. Uma delas garante que aqueles deliciosos tons coloridos dos peixes são produto de cromatóforos, ou células de cor, presentes em sua pele, que contêm compostos pigmentares chamados carotenóides. Esses carotenóides fazem parte da dieta dos peixes, os quais, sem eles, seriam capazes de produzir apenas pigmentos pretos e brancos. Devem seus maravilhosos tons de vermelho, laranja e amarelo, que tanto apreciamos, àquilo que comem; e devem os compostos pigmentares presentes em seus tratos intestinais aos cromatóforos da pele. Essas células de cor podem se expandir e contrair, alterando assim os padrões e a intensidade das cores da pele. Quando os cromatóforos se expandem, os pigmentos se tornam difusos e as cores esmaecem; quando se contraem, o pigmento se concentra e as cores se intensificam. Já a surpreendente iridescência (capacidade de refletir todas as cores do arco-íris) dos peixes dos recifes se deve a iridóforos, tipos de cromatóforos que contêm cristais brancos e opacos de proteína. Esses cristais refletem a luz de tal forma que os comprimentos de ondas cromáticas se chocam, criando assim aquela iridescência cintilante.
A maioria dos peixes conserva por toda a vida suas cores e padrões. Na realidade, são as cores e os padrões que permitem aos observadores identificar esses animais. Esse padrão previsível é conhecido como coloração morfológica e, embora extremamente útil, é de certa forma menos intrigante que a coloração fisiológica, denominação dada pelos cientistas à capacidade que alguns peixes têm de alterar rapidamente sua aparência, de "mudar de roupa" bem diante de nossos olhos.
Como isso acontece é um quase completo mistério. A capacidade dos chromises púrpuras adultos em "ligar e desligar" manchas azuis na pele, as pintas próximas às nadadeiras dorsais dos graysbys, que mudam de preto para branco e novamente para preto, para citar apenas dois exemplos, até hoje não foram explicadas. Mas algumas coisas sabemos sobre esses fenômenos.
Os trumpetfish são longos e delgados predadores dos recifes que não guardam o produto de suas expedições de caça para o nascer ou o pôr-do-sol. Oportunistas, eles se alimentam em qualquer ocasião possível, muitas vezes em plena luz do dia. Para melhorar sua capacidade de espreitar a presa, esses animais têm a habilidade de mudar rapidamente de cor. Ainda mais notável é sua capacidade de imitar a cor, senão a forma, de outros peixes, po-dendo, assim, deslizarem sem se-rem percebidos para perto de um gru-- po de presas distraídas. Um exemplo marinho do "lobo na pele de cordeiro".
Os flounders também são capazes de mudar de cor para combinar com o ambiente, e valem-se disso tanto para caçar quanto para se proteger, pois são moradores das águas profundas.Em águas quentes, tanto o frogfish quanto o scorpionfish usam suas cores e sua forma serrilhada para se esconderem bem na frente de seus predadores e de suas presas. Eles se disfarçam tão perfeitamente que os mergulhadores costumam apoiar a mão em cima deles, tomando-os por pedras cobertas de algas. Como ambos são capazes de dar uma poderosa e venenosa ferroada, esse engano costuma ser doloroso.
Mudar de cor para garantir a segurança é uma tática freqüentemente usada por muitos e diferentes peixes dos recifes, e essa alteração pode ser rápida e profunda. Os normalmente brilhantes parrotfish, redband e yellowtail podem nadar até o fundo e ficar parados, enquanto vão perdendo as cores e se tornando pálidos e mosqueados. Dessa maneira misturam-se com o ambiente e, com um pouco de sorte, aos olhos de um predador parecem desaparecer.
Nem toda alteração de cor, porém, se relaciona à alimentação ou à proteção contra os predadores. Às vezes essas transformações se ligam claramente ao comportamento reprodutivo e, outras vezes, àquilo que só podemos descrever como "fúria de peixe". Muitos peixes foram observados mudando de cor ao se aproximar a temporada de acasalamento, do mesmo modo como os pássaros vestem suas melhores roupas na primavera, ao se prepararem para a época da reprodução.
De forma diferente dos pássaros, contudo, alguns peixes podem atirar "lampejos" de cor uns para os outros, como sinal de disposição para o acasalamento. Esses lampejos de prontidão sexual podem, se os peixes se parecerem mesmo remotamente conosco, ser considerados uma mensagem emocional; parece que a urgência sexual não é a única emoção que se reflete nas suas alterações de cor. A garoupa as utiliza para dar sinal de alarme ou submissão.
A fúria parece ser uma emoção animal comum, relativamente fácil de identificar. Na lula e no polvo ela se evidencia pela passagem para a cor vermelha, algo parecido com o que ocorre com os humanos. Mergulhadores que se aproximam cuidadosamente dos peacock flounders podem provocar uma mudança de cor ao erguer a mão bem devagar por cima do animal. Quando o peixe percebe o vulto do braço as manchas azuis de sua pele clareiam vagarosamente, como sinal de ameaça ou ansiedade, ou da combinação das duas ou talvez de algo completamente diferente. Como observou um pesquisador, é inútil entrevistar os peixes, eles não respondem às perguntas; raramente se pode identificar com clareza o que significam essas alterações de cor.
Numa coisa os pesquisadores concordam: as alterações de cor servem a propósitos de comunicação que tornam a vida nos recifes mais fácil para todos os envolvidos. Quando se observam as cores brilhantes dos lionfish ou de certos surgeonfish, percebem-se marcas espalhafatosamente coloridas perto dos perigosos ferrões de suas caudas, um aviso que reduz a incidência de conflitos. Parece também ser o caso de aperfeiçoamento da eficiência, quando se observa que entre os peixes dos recifes, os jovens geralmente apresentam uma coloração diferente dos adultos de suas espécies. Os filhotes dos queen angelfish, dos butterflyfish de quatro olhos e de outros lindíssimos peixes que vivem entre as rochas são tão diferentes dos adultos que os observadores chegaram a pensar que pertencem a espécies diferentes. Fica claro que a coloração dos peixes imaturos serve de camuflagem de proteção. Como os filhotes de muitos animais, eles são notavelmente vulneráveis aos predadores, e sua possibilidade de sobrevivência aumenta quando se tornam mais difíceis de encontrar.
Enquanto as diferenças de cor ajudam a manter estáveis as relações entre os jovens e os adultos de algumas espécies, também servem de instrumento para o estabelecimento da ordem entre as confusas e complexas famílias dos peixes hermafroditas. Algumas espécies de wrasse e parrotfish têm a capacidade de mudar de sexo segundo a demanda da idade ou do equilíbrio de sua população. Ao mudarem de sexo, mudam também de cor.
É provável que as demarcações de cores sejam ainda úteis para a determinação do status. Entre os parrotfish, por exemplo, os machos mais velhos são dominadores e os primeiros a ter acesso às fêmeas. Os machos mais jovens desempenham um papel mais modesto na hierarquia social e reprodutiva, e são as diferenças de cor entre os machos e entre esses e as fêmeas que permitem a todos saber exatamente qual é o seu lugar.
Estreitamente relacionados à cor, os padrões da pele dos peixes também têm importantes funções. Basicamente, costumam apresentar padrões de listras horizontais ou barras verticais e, mais raramente, manchas ou pintas. Qualquer desses padrões pode dar origem ao que se conhece como coloração críptica ou disruptiva, nomes dados à confusão sobre os limites visuais de qualquer peixe individual quando um cardume de peixes com padrões é visto em conjunto. Os predadores se dão melhor quando saem em perseguição a um único e determinado animal, mas se essa discriminação se torna difícil, a vantagem é de todos os indivíduos do cardume. As listras são associadas com os peixes que nadam rapidamente e com as espécies do mar alto. Elas parecem acentuar a velocidade e podem confundir os predadores, principalmente se houver um certo número de peixes listrados passando juntos: as listras proporcionam uma qualidade visual de extrema indefinição.
As barras são comuns nos peixes mais encorpados e lentos que vivem nos recifes de corais. Eles não precisam fugir rapidamente, mas costumam mudar de direção como um raio e esconder-se em fendas ou buracos do recife. Vistos "em pé", um angelfish ou um butterflyfish podem ser confundidos com a barra vertical da lateral do corpo de um de seus companheiros. O padrão torna um pouco mais difícil a identificação visual por parte dos predadores, e essa fração de segundo pode ser suficiente para a fuga. Os peixes dessas espécies quase sempre têm uma das barras verticais passando por cima do olho, e muitas vezes apresentam uma mancha imitando olho, ou ocelos, na cauda.
Os pesquisadores acham que esse padrão disfarça o olho verdadeiro e confunde os predadores, que acabam sem saber em que direção a presa está nadando.Uma teoria mais interessante a respeito dos ocelos propõe que, como os peixes são geralmente vistos de lado, os dois "olhos" das extremidades frontal e traseira de um coralfish, por exemplo, podem muito bem ser confundidos com os dois olhos amplamente espaçados na cabeça de um predador mais avantajado. Embora a maior exibição de cores de um recife de coral se realize por meio da pele dos peixes, muitos invertebrados também apresentam lindíssimas roupagens. Em sua maior parte, as cores desses animais relacionam-se estreitamente com a composição química daquilo que comem.
Muitas vezes os animais mais vulneráveis apresentam, como se poderia esperar, uma coloração com fins protetores. Uma interessante exceção a essa lógica, porém, são os nudibrânquios, caramujos desprovidos de conchas que freqüentemente exibem escandalosos tons de amarelo, vermelho ou laranja. À primeira vista pode-se concluir que semelhante guloseima, sem ossos, tão macia e suculenta quanto um escargot e tão colorida quanto um desfile de escola de samba não duraria sequer dez minutos em um oceano povoado de predadores cheios de dentes, mas ter um bocado desse animal na boca é como morder uma almofada de alfinetes.
Essas lesmas marinhas se alimentam de cnidaria, animais parecidos com a anêmona, que contêm poderosas células-aguilhão, ou cnidoblastos, na ponta dos tentáculos. Os nudibrânquios não são prejudicados ao ingerir essas células e as transmitem de seu trato digestivo para as extremidades de suas cerrata, as estruturas em forma de franja que correm ao longo de seu dorso. Ali os cnidoblastos jazem, inertes, até que algum predador tenha a infeliz idéia de transformar o animal em refeição.
Uma visita a um recife de corais é uma excitante aventura visual. As cores são um verdadeiro espetáculo e, quanto mais se olha, mais se vê e mais rico se torna o arco-íris. É importante que se recorde, porém, que os animais que consideramos tão maravilhosos passam os dias tentando permanecer vivos e prosperar em um meio ambiente cheio de perigos. Não podem se dar ao luxo de exibir cores meramente decorativas; a coloração e o padrão que desenvolveram durante milhões de anos têm, quase com certeza, o objetivo de servir como instrumentos de sobrevivência. É verdade que essas "roupagens" servem para ocultá-los dos predadores e, ao mesmo tempo, aumentam sua capacidade de apanhar presas, mas também funcionam de formas mais sutis e complexas, para transmitir milhares de mensagens aos parceiros sexuais, aos inimigos e aos membros da mesma ou de diferentes espécies.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O curto-circuito do orgasmo - Biologia


O CURTO-CIRCUITO DO ORGASMO - Biologia



A evolução criou o prazer sexual como pretexto para o acasalamento. Pela causa justa de estimular a reprodução das espécies, valeria a pena superativar o cérebro, deixando-o à beira do esgotamento.


Certa vez, em um impulso autobiográfico, o romancista russo Fió-dor Dostoiévski (1821-1881) escreveu: "Felicidade - Tão forte e tão doce que por alguns segundos dessa delícia trocaria dez anos de minha vida". Dessa maneira, por incrível que pareça, ele tentava descrever um ataque epilético. O autor de clássicos da literatura, como Irmãos Karamázov, era vítima de um raríssimo tipo de epilepsia, em que, durante o surto, as áreas de prazer do cérebro ficam à beira de um curto-circuito. A pessoa, então, experimenta algo semelhante a orgasmos, enquanto dura a crise. Por sorte, não é preciso padecer do mesmo mal para saber do que o escritor falava. Normalmente, a sensação de prazer intenso é a isca arranjada pela evolução para atrair determinados seres vivos para o sexo, garantindo a reprodução de suas espécies. A maioria dos chamados animais se-xuados cai nessa armadilha do desejo, mas nenhum com tanta freqüência e tamanha intensidade quanto o homem.
A espécie humana pode ser considerada a campeã do prazer sexual. Afinal, é capaz de experimentar o orgasmo em qualquer época do ano, enquanto outros bichos só desfrutam desse prazer no período do cio. Para chegar ao orgasmo, o sistema nervoso ordena, em primeiro lugar, que os batimentos car-díacos acelerem, autorizando um derrame do hormônio adrenalina. A substância faz o coração arrancar, por um bom motivo: não pode faltar sangue para os músculos, na agitação do sexo. Esse mesmo hormônio, despejado pelas glân-dulas supra-renais, faz ainda com que as artérias se dilatem, facilitando a passagem do sangue. Este precisa estar oxigenado - daí que os pulmões também aumentam o ritmo de trabalho; a respiração torna-se rápida e curta. Toda essa superatividade física leva o corpo a esquentar, como um motor prestes a fundir. E, feito a água do radiador de um carro, o suor passa a jorrar na pele, na tentativa de controlar a febre do desejo.
No cérebro, por sua vez, um crescente número de neurônios passa a secretar substâncias ativadoras de certas regiões, que são reconhecidamente o centro das sensações de prazer. Foram elas, aliás, que comandaram aquelas reações do corpo, como o aceleramento do coração. Até que, no limiar do esgotamento físico e da exaustão dos neurônios, outra região cerebral, a do desprazer, contra-ataca com uma descarga de endorfinas, para acabar com a festa - e com o risco de pane cerebral. Nos pequenos espaços entre os neurônios, as endorfinas com forte efeito calmante vão se misturar às substâncias excitantes liberadas pelas zonas de prazer. Assim, por alguns instantes, tanto as áreas de prazer como a do desprazer entram no curto-circuito do orgasmo, e mandam faíscas para outras partes do sistema nervoso. Entre elas, as responsáveis pelos movimentos de certos músculos - eis o co-mando para o espasmo da ejaculação, que sempre acompanha o gozo masculino.
Há quem se contorça por inteiro, involuntariamente, até o cérebro se pôr em ordem. Quando isso acontece, sobra o cansaço da intensa atividade física, capaz de consumir a mesma quantidade de calorias de uma partida de tênis, de 420 a 660. Resta, também, o relaxamento provocado pelas endorfinas, que, depois de serem descarregadas em alta dosagem no cérebro, terminam se espalhando pelos músculos, arrastadas pela corrente sangüínea.
No reino animal as coisas funcionam de forma mais ou menos parecida. "Mas, em geral, as fêmeas dos mamíferos só topam o acasalamento quando estão no período do cio", diz o biólogo Ladislau Deutsch, de São Paulo, que afirma já ter "visto sexo até de macacos africanos". Segundo ele, duran-te a ejaculação, os mamíferos machos demonstram uma forte sensação, semelhante ao orgasmo do homem. "Quanto às fêmeas, é impossível ter certeza de que sentem alguma coisa."
Ou seja, nesse aspecto, até que se prove o contrário, o sexo feminino dos seres humanos é uma exceção. "O fato de a mulher ser privilegiada com a capacidade de sentir prazer sexual nunca foi muito bem compreendido", admite o geneticista Oswaldo Frota-Pessoa, da Universidade de São Paulo, autor de livros sobre sexo e seleção natural. "No macho, por causa da coincidência entre o orgasmo e a ejaculação, conclui-se que a sensação prazerosa tem o papel de impulsionar o organismo a injetar seus espermatozóides na parceira", explica. "Já o orgasmo feminino, à primeira vista, parece não ter função. É claro, porém, que existem algumas teorias para justificá-lo."
Há quem postule, por exemplo, que o orgasmo da mulher surgiu quando seus ancestrais se tornaram bípedes. Isso porque a nova postura criava a possibilidade de a fêmea sair caminhando, logo depois da relação sexual. E, daí, a maioria do sêmen escorregaria rapidamente para fo-ra da vagina, sem dar muita chance de fecundação aos espermatozóides. No entanto, o gozo deixaria os músculos do corpo com-pletamente relaxados. Desse modo, a tendência seria a mulher permanecer mais tempo deitada. A teoria é polêmica - afinal, caminhar depois do sexo jamais foi um método anticoncepcional. Estudos recentes mostram, ainda, que os espasmos ocorridos durante o orgasmo transformam o útero numa espécie de sugador, facilitando, mais uma vez, a entrada dos espermatozóides.
Uma coisa é certa: o prazer feminino, ao tornar a fêmea bem disposta para o sexo, foi fundamental para libertar a espécie humana do cio. Para os seus indivíduos, todo dia pode ser dia de acasalamento. A possibilidade do orgasmo, de que só os humanos parecem ter consciência, torna o sexo uma tentação permanente. E, no cérebro, o centro de todas as tentações - e de todas as aversões, também -, fica no chamado sistema límbico.
Trata-se de uma enorme região, dividida em diversos núcleos, na parte interna da massa cinzenta. Uma de suas principais estruturas é o chamado septo, que governa as sensações de prazer. Na realidade, as emoções agradáveis também são criadas numa área vizinha e maior: o hipotálamo, que ainda se responsabiliza pelas sensações de fome, sede, frio e calor. Um terceiro núcleo desse sistema é o hipocampo, a sede da memória. Finalmente, existe a amígdala, que é o grande centro de desprazer do sistema nervoso. "Quando a gente estimula eletricamente essa área, no cérebro de cobaias, notamos que elas sentem emoções desagradáveis, como medo ou raiva", revela o neurofisiologista Eduardo Pagani, de 29 anos, que faz pesquisas sobre o sistema nervoso na Escola Paulista de Medicina. De acordo com ele, o orgasmo pode ser considerado uma overdose das substâncias produzidas pelas células nervosas dessas quatro estruturas do sistema límbico.
Tudo, no entanto, começa mais na superfície da massa cerebral, ou seja, na camada cinzento-escura conhecida por córtex. Nele, afinal, desembocam as informações nervosas, provenientes dos diversos órgãos sensoriais. É o caso, por exemplo, da imagem do parceiro em potencial, que alcança a retina, no fundo dos olhos. Ali, a luz refletida por essa figura é transformada em impulsos elétricos, que percorrem o nervo óptico até parar no córtex. Os neurônios que tecem essa camada vão analisar a imagem recém-chegada: se é a de uma pessoa gorda ou magra, se ela tem pernas finas ou grossas, se o nariz é arrebitado ou adunco e assim por diante. "O córtex, porém, só processa esses dados, sem emitir nenhum juízo", explica Pagani. "É o sistema límbico que julga se é para gostar ou não dessa imagem."
Não é à toa, a primeira escala das informações nervosas no sistema límbico é justamente o hipocampo, aquela estrutura relacionada à memória. "Ele faz comparações com outras imagens gravadas em seus arquivos, isto é, suas redes de células", diz o pesquisador. A partir disso, vem o veredicto: o hipocampo pode enviar as informações visuais àquelas duas áreas ligadas ao prazer ou para a amígdala, relacionada ao desprazer.
O provável parceiro sexual, é claro, não se limita a estimular a visão. O tom da voz e, mais adiante, quem sabe, o som de gemidos entram no cérebro pela área do córtex dedicada à audição. As carícias chegam pelo tato; o cheiro pelo olfato; o sabor do beijo, pelo paladar. O trajeto, porém, é sempre o mesmo, isto é, dos órgãos sensorias em direção ao córtex e, a partir daí, ao sistema límbico. "Algumas vezes, os órgãos sensoriais podem ser dispensados", diz Pagani. "Pois a imaginação também consegue estimular o córtex e, daí, o sistema límbico. Isso explica por que existem pessoas que se excitam ao ver uma cena de filme ou uma foto de revista."
Provavelmente, é o sistema límbico que dá a primeira ordem para os órgãos sexuais se excitarem, enviando substâncias que os deixam inundados de sangue extra. Este, contudo, não é o único mecanismo. Os cientistas descobriram que a medula espinhal, na altura da região lombar, também é capaz de liberar substâncias da ereção masculina e do intumescimento do clitóris, na vagina. Mas, no caso, essa segunda ordem só é acionada quando existem estímulos táteis - pela masturbação ou pelo próprio contato dos genitais.
A partir do momento em que clitóris e pênis são estimulados, surge uma via de mão dupla. Os genitais não apenas recebem as mensagens de prazer, vindas do sistema límbico, como enviam outras, reforçando a sensação agradável. Com isso, o sistema límbico vai ficando cada vez mais acionado e, nessa altura, começa a interferir no funcionamento de outras áreas cerebrais - especificamente daquelas ligadas às funções involuntárias do corpo. É como se o cérebro desejasse que essa felicidade não tivesse fim. Tudo se acelera, até que os organismos cheguem ao clímax, algo já comparado a uma explosão, um curto-circuito - e por Dostoiévski à epilesia que o martirizava.

O exercício do sexo

As principais reações do organismo, durante o ato sexual

Cérebro: a atividade dos neurônios aumenta.

Pele: a face e outras áreas ficam ruborizadas, porque o hormônio adrenalina dilata os vasos superficiais do corpo.

Coração: acelera para bombear mais sangue aos músculos.

Pulmões: a respiração se torna rápida, para oxigenar o sangue, que circula mais depressa.

Músculos: dilatam-se, com a chegada de doses extras de sangue; depois, pela circulação, recebem substâncias calmantes, fabricadas no cérebro, e ficam quase absolutamente relaxadas.

No homem:

1 - O organismo está pronto para sentir desejo sexual a partir da puberdade, quando os chamados hormônios andrógenos passam a ser secretados em maior quantidade, pelas glândulas supra-renais e pelos testículos.

2 - O desejo só é percebido, porém, quando esses hormônios andrógenos se combinam, no cérebro, com uma substância neurotransmissora chamada dopamina.

3 - Unidas, as duas substâncias vão induzir a liberação dos hormônios FSH e LH, secre-tados pela glândula hipófise, tam-- bém situada no cérebro. Tanto o FSH como o LH estimulam, por sua vez, a produção de espermatozóides e do principal hormônio sexual masculino, a testosterona.

4 - Quando espermatozóides e testosterona já entraram em ação, o cérebro pode dar a sua contribuição, transmitindo através da medula espinhal os impulsos provenientes dos centros de prazer. Ao alcançarem a região lombar, essas mensagens de conteúdo prazeroso são desviadas para nervos que têm comunicação direta com as artérias do pênis.


Na mulher:

1 - A capacidade de ter desejos sexuais também é desencadeada pelos hormônios andrógenos (que promovem no homem o desenvolvimento masculino). Estes, embora sejam tipicamente masculinos também são produzi-dos no organismo da mu-lher - só que em dosagens meno-res, secretadas pelas glândulas supra-renais e pelos ovários.

2 - Assim como no homem, o desejo se reforça, quando os hormônios andrógenos inundam o cérebro e se misturam com a substância do-pamina, produzida pelas células nervosas.

3 - Mais uma vez, a dupla andrógeno-dopamina dispara a liberação dos hormônios FSH e LH.

4 - Mas, na mulher, FSH e LH provocam a produção do hormônio sexual estrógeno, que faz amadurecer o óvulo para a fecundação, mas nada tem a ver com o apetite sexual. Pois o desejo feminino é resultado da ação de outra substância de nome complicado - a ocitocina, que os centros de prazer cerebrais descarregam diante de estímulos agradáveis, como a visão do parceiro. Carregadas pela corrente sangüínea, as moléculas de ocitocina impregnam determinadas regiões do corpo, como seios e vagina, transformando-as em zonas erógenas.

Sistema hidráulico

Como ocorre a ereção do pênis
As artérias que irrigam o pênis vivem trabalhando com cerca da metade de sua capacidade. Mas tudo muda quando o cérebro sente prazer. Então, boa parte delas, que se encontrava fechada, se alarga para permitir a passagem do sangue. "Esses vasos passam dentro de dois cilindros, formados por músculos e colágeno, que se chamam corpos cavernosos", situa o neurofisiologista Eduardo Pagani, da Escola Paulista de Medicina, que vem estudando o tema. "Com a chegada de mais e mais sangue, esses corpos começam a se dilatar."
Em um primeiro momento, o pênis fica volumoso, mas permanece flácido até que o volume das artérias alcance o ponto máximo: então, elas próprias, graças ao espaço que ocupam, atrapalham o escoamento do sangue, apertando e obstruindo as veias da vizinhança. "Como continua entrando muito sangue e pouco dele consegue sair, o pênis termina ficando rígido", diz Pagani. Segundo o especialista, um fenômeno semelhante ocorre com o clitóris, no caso das mulheres - este órgão incha, mas não chega a se enrijecer.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Busca adiada dos últimos marcianos - Astronomia


BUSCA ADIADA DOS ÚLTIMOS MARCIANOS - Astronomia



O silêncio da Mars Observer frustrou os planos de investigar criaturas que podem ter vivido em Marte, e talvez ainda se escondam do frio e da seca sob o solo.


Pacíficos, sábios admiradores da harmonia da vida, os últimos marcianos apegam-se desesperadamente aos derradeiros momentos de sua existência. Surpreendidos pela chegada de visitantes ao seu planeta, escondem-se em cavernas ou montanhas distantes, tentando preservar sua civilização antiqüíssima. Nada disso, é claro, estava nos planos dos cientistas que organizaram o vôo da nave americana Mars Observer, desaparecida no espaço pouco antes de fazer sua primeira órbita em torno do planeta vermelho. Mas uma de suas metas era realmente procurar vestígios de marcianos que viveram bilhões de anos atrás.
Eles dificilmente estarão vivos, e mesmo que algum dia tenham existido, nunca tiveram uma civilização. Ainda assim, a malsinada viagem da Mars Observer deixou um sentimento de frustração comparável ao que transmite a história do primeiro parágrafo - enredo da novela As crônicas marcianas, do americano Ray Bradbury, clássica obra-prima da ficção científica. O sentimento é ainda mais forte porque os marcianos reais, caso existam, também são remanescentes de outras eras e fazem milagres para sobreviver num dos mais secos e gélidos ambientes em que se pode conceber a vida. Para tentar descrevê-los, nos pedimos ajuda a um dos especialistas que analisa-riam os dados da Mars Observer, o americano Christopher McKay, do Centro de Pesquisa Ames, ligado à NASA.
A lúcida proposta de McKay é que os habitantes de Marte devem ser parecidos com as algas e os liquens que conseguiram se adaptar ao interior do continente antártico, escondidos do frio e da falta de água alguns centímetros abaixo da superfície hostil. "Os nichos do subsolo podem ter preservado a vida muito depois de as condições da superfície terem se tornado inóspitas." Como na Terra, aquelas minúsculas e primitivas formas vegetais podem ter se desenvolvido há bilhões de anos, quando Marte ainda não era um mundo tão frígido e havia água corrente em sua superfície.
Mais tarde, depois que o planeta perdeu a atmosfera e esfriou, seus organismos podem ter tomado dois rumos: extinção ou adaptação às terríveis condições prevalecentes. Desde 1980, McKay procura elementos para reforçar essa tese. Para isso, ele pesquisa a vida em ambientes análogos aos de Marte, seja nos vales secos da Antártida, ou, mais recentemente, nas regiões árticas da Sibéria. Seu objetivo atual, em termos bem amplos, é investigar se a vida é fruto da própria evolução do sistema solar - em vez de um mero acaso na história da Terra. "Desde a época do colégio, fiquei intrigado por não haver vida em Marte, embora o planeta tivesse todos os elementos necessários para isso."
Naturalmente, McKay ficaria feliz se a Mars Observer tivesse ajudado a encontrar, pelo menos, vestígios fósseis de seres extintos no planeta vermelho. Mas ele não descarta a possibilidade de tais seres continuarem vivos - apenas à espera de que os terráqueos escavem o solo marciano para se revelarem. "Se ficar provado que existe água líquida, a vida pode ainda estar presente. Por outro lado, a aparente ausência de água líquida é talvez o mais sério argumento contra a presença da vida em qualquer lugar do planeta." Esse é o nó que alguns dos instrumentos contidos na Mars Observer poderiam ter ajudado a desatar.
O mais importante deles é a camâra de alta resolução, capaz de ver detalhes menores que 250 metros na superfície. Ela teria ampliado formas suspeitas, bem visíveis na face de Marte, que lembram o leito seco de antigos rios ou lagos. "Nosso trabalho na Antártida sugere que os lagos marcianos seriam locais perfeitos para caçar fósseis", explica McKay. "Lagos cobertos de gelo poderiam ter servido de abrigo para a vida muito depois de o resto da superfície ter se tornado desabitado. Além disso, enterrados sob os sedimentos do fundo de um lago, os fósseis ficariam preservados em ótimas condições."
Mas a grande imagem da câmara seria a de um vulcão ativo. Ela provaria que em Marte há calor para derreter gelo da superfície e gerar água corrente, e assim sustentar alguma forma de vida. Nesse caso, um segundo instrumento-chave poderia ter entrado em ação: o chamado espectrômetro de emissão de calor, por meio do qual se poderia medir a temperatura do próprio solo. Mais do que isso, ele era capaz de analisar minerais, em eventuais pontos quentes do planeta, e assim verificar se contêm compostos comumente associados a água líquida, como carbonatos, nitratos e outras. O espectrômetro também po-deria detectar substâncias ricas em energia química - uma alternativa salvadora à energia luminosa.
Na Antártida, a luz do Sol atravessa o gelo que protege as algas, permitindo que façam a fotossíntese. Mas não há como obter luz nos eventuais nichos biológicos marcianos, situados sob o solo opaco. A saída, diz McKay, são certos gases vulcânicos. "Gerados bem abaixo da superfície, esses gases sobem através das rochas por um processo denominado percolação e poderiam servir de fonte energética para comunidades de micróbios." O que se sabe de Marte até agora, contabiliza o cientista, não permite excluir nem comprovar a existência de tais comunidades. Mas elas seriam denunciadas por resíduos como o metano (CH4) ou áci-do sulfídrico (H2S), pois eles são nor-malmen---te liberados quando um organismo extrai ener-gia química de gases do tipo vulcânico.
McKay adverte que os vulcões marcianos parecem definitivamente mortos. Não só porque não se observou nenhum em ação, até hoje, mas também porque há sinais de que sua atividade vem declinando há muitíssimo tempo. Mas isso não quer dizer que não haja pistas intrigantes de vulcanismo recente. Um exemplo curioso é o meteorito Shergotty, que se acredita ser um pedaço de Marte lançado na Terra por um vulcão. "Ele tem origem vulcânica e é muito jovem, do ponto de vista geológico, com menos de 200 milhões de anos." Contradiz-se, assim, a idéia de que os vulcões se extinguiram há cerca de 1 bilhão de anos.
A hipótese vigente é que eles vomitaram lava durante 4 bilhões de anos e depois se apagaram. Mas, se ainda estavam ativos há 200 milhões de anos, como sugere o meteorito Shergotty, é razoável supor que o planeta não esteja geologicamente morto. É bom lembrar que a Mars Observer, além dos instrumentos adequados, teria tido tempo bastante para bisbilhotar o menor sinal de vulcanismo. Sua meta era circundar o planeta durante os 687 dias (terrestres) que compõem o ano marciano e vigiar bem de perto o clima do planeta. A começar pelas gigantescas tempestades de areia e pelo vapor de água que se supõe fluir no finíssimo ar, composto basicamente de gás carbônico.
Marte poderia até entrar para o horário nobre da televisão, pois a nave enviaria uma previsão diária de seu tempo - tal como se faz para as cidades e regiões mais importantes da Terra. Embora Marte seja bem conhecido, comparado aos outros planetas, apenas 15% de sua superfície é conhecida em detalhes menores que 250 metros. A Mars Observer deveria ampliar a porcentagem para 100%. A importância da missão pode ser avaliada pela frase do americano James Pollack, um dos mais respeitados cientistas planetários, que antes de a nave se perder antecipou grandes mudanças nas idéias sobre Marte: "Eu ficaria desapontado se isso não ocorrer".
O desapontamento foi muito maior, pois se deveu ao fracasso total da experiência, e atinge com mais força os 100 pesquisadores que planejaram a missão, durante a década passada, e outros 500 que estariam envolvidos na análise dos seus dados, como relata a revista Science, da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência. A indignação é tanta, na verdade, que talvez o estudo de Marte seja retomado - uma possibilidade distante, mas não descartável. "Eu não estou triste, estou furioso", explodiu Michael Malin, chefe da equipe que devia operar a câmara de alta resolução.
Afinal, recordam os cientistas, foi o Congresso dos Estados Unidos que empacotou numa única missão todos os preciosos instrumentos da Mars Observer, elevando seu custo a quase 1 bilhão de dólares. A idéia inicial era parcelar os gastos ao longo dos anos 90, numa série de viagens. Além disso, como há cópias de todos os instrumentos, um segundo vôo sairia 20% ou 30% mais barato que o primeiro, diz William Boynton, responsável por um dos aparelhos a bordo, o espectrômetro de raios gama.
Por último, há o fato de Marte ser o alvo de diversas missões futuras. As mais importantes, projetadas por cientistas russos, visam observar o planeta em órbita baixa; vasculhar a superfície com veículos; e perfurar o subsolo com sondas. Em vista disso, os mais otimistas crêem que podem pressionar o governo acenando com o risco de os Estados Unidos ficarem para trás. Se funcionar, talvez os americanos ainda tenham chance de ver os marcianos imaginados por McKay.

Imaginários caçadores de naves

Diz a revista inglesa The Economist que a história começou em 1964, quando a sonda soviética Zond 2 tomou o mesmo destino da antecessora Mars 1, dois anos antes, e sumiu nas cercanias de Marte. Nessa época, o americano John Cassini preparava o vôo Mariner 4, e, talvez para aliviar a própria tensão, inventou que o culpado era o Grande Ghoul Cósmico, referência a um monstro da mitologia britânica. Desde então, o Ghoul teria feito outras vítimas até chegar à Mars Observer. Puro sarcasmo, claro. Sua graça decorre da idéia implausível, para dizer o mínimo, de que a Mars Observer teria sido perdida de propósito - para evitar que revelasse uma civilização alienígena supostamente estabelecida em Marte. Sugestão parecida, lembra The Economist, foi feita sobre a nave russa Fobos: a última foto tirada por ela mostraria "algo" tentando alcançá-la. Sarcasmo e excesso de imaginação à parte, o mais provável é que cortes de orçamento e outros problemas administrativos estejam produzindo mais erros do que se poderia esperar. Quem duvida, basta ver a lista da revista americana Science, que contém os desastres americanos apenas no mês em que a Mars Observer emudeceu: três satélites espiões explodiram com o foguete Titan IV, cujo motor já negou fogo duas vezes depois disso; um satélite meteorológico NOAA emudeceu em órbita; o ônibus espacial falhou em três lançamentos sucessivos; e, como resultado do atraso, o telescópio orbital ORFEUS não poderá estudar o mais brilhante dos astros conhecidos como quasares, o 3C 273.

Um pedaço de Marte na Terra

O biólogo brasileiro Antônio Batista Pereira não é especialista em assuntos de Marte - mas estuda as criaturas que mais se assemelham aos possíveis marcianos. Veterano de quatro expedições à Antártida, ele conhece bem as áridas paisagens que as chamadas algas criobiontes adotaram como lar - onde a temperatura média anda sempre em torno dos 35 graus negativos e, o que é pior, caem menos de 5 centímetros de água anualmente, três vezes menos que no Deserto do Saara. Ou seja, se existe na Terra um lugar tão hostil para a vida quanto Marte, esse lugar é o interior da Antártida. Portanto, se os marcianos existiram algum dia, eles devem ter se parecido com aquelas algas, primitivas formas vegetais. "Não é absurdo cogitar que Marte tenha sido habitado por algas", concorda Pereira, que trabalha na Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Ele explica que as criobiontes antárticas não são simples sobreviventes, mas um sucesso evolutivo, pois agrupam nada menos que 460 espécies diferentes. Alojadas alguns centímetros abaixo da superfície, elas usam o gelo como um cobertor, capaz de impedir a entrada do ar gelado, enquanto retém o constante fluxo de calor vindo das entranhas da Terra. Nesse nicho, a temperatura é razoavelmente confortável e poucas vezes cai abaixo de 1 grau ne-gativo. Marte, como qualquer outro planeta, deve ter vísceras quentes, e é possível que, sob a gélida superfície, se encontrem primitivas plantinhas.

Vida paralela dos planetas

A idéia de que Marte já abrigou alguma forma de vida deve-se à hipótese de esse planeta, no passado, não ter sido tão diferente da Terra quanto é hoje. A chave dessa semelhança é o gás carbônico: há cerca de 4 bilhões de anos, ele teria retido calor em quantidade suficiente para que a água fluísse como um líquido na superfície marciana. Foi assim, até onde se sabe, que a vida surgiu na Terra, e é razoável supor que o mesmo tenha acontecido no planeta vermelho. Essa tese pode ser melhor visualizada com ajuda dos gráficos que, no alto e no pé desta página, comparam a evolução dos dois mundos. Publicados pela revista americana Astronomy de setembro passado, eles ilustram, não por acaso, um artigo do cientista planetário Christopher McKay sobre as condições necessárias para que a vida surgisse no planeta vermelho. O pesquisador explica que o gás carbônico vazou em grande quantidade, tanto do interior da Terra como de Marte, logo depois de um pesado bombardeio de meteo-ritos que terminou há 3,8 bilhões de anos. A questão é saber quanto tempo a vida demorou para surgir, depois que a superfície dos planetas começou a esquentar. Na Terra, tudo indica que a explosão vital durou algumas centenas de milhões de anos, o que não é muito, em termos cósmicos. Nesse caso, haveria tempo para que os organismos vi--vos também se desenvolvessem em Marte, pois seus habitats "líquidos" podem ter durado até 1 bilhão de anos. Depois, o gás carbônico reagiria com a água, formando carbonatos agrega-dos a rochas. Os vulcões, por algum tempo, devolveram parte do gás ao ar, mas em quantidade pequena. Incapaz de elevar a temperatura média acima dos 60 °C negativos (contra 15 °C po-sitivos na Terra). E, possivelmente, incapaz de manter acesa a chama vital que um dia possa ter brilhado.

Ordem sem resposta

Na noite de 21 de agosto passado, a nave Mars Observer chegou ao fim de sua tortuosa jornada de 720 milhões de quilômetros, iniciada na Terra onze meses antes. Nada, até então, indicava que o dispendioso veículo espacial, transportando 120 milhões de dólares em instrumentos científicos, pudesse fracassar nas manobras finais que o colocariam em órbita segura à volta do planeta vermelho. Se ele não fosse desacelerado, passaria direto sobre o pólo norte marciano e possivelmente se perderia rumo ao Sol. Mas, até onde se sabe, apenas a primeira operação de frenagem foi executada com precisão. Conforme previamente determinado, no início daquela noite o computador de bordo desligou os transmissores de rádio. Nunca isento de risco, esse procedimento era necessário para proteger os transmissores da pequena explosão que viria a seguir, cuja função era abrir as válvulas que injetavam gás e pressurizavam os tanques de combustível. Ou seja, ela dava o passo inicial para se acionarem dois dos quatro motores da nave e assim reduzir sua velocidade. É impossível dizer se isso foi feito. O computador de bordo estava preparado para realizar, por conta própria, todas as manobras necessárias. Mas, como os transmissores de rádio não voltaram a funcionar, ninguém sabe o que aconteceu, nem onde foi parar a infortunada viajante.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A arte de enganar - Natureza


A ARTE DE ENGANAR - Natureza



Se você pensa que a desonestidade é monopólio dos seres humanos, não se iluda. Os animais se comunicam não só para trocar informações, mas também para mentir e ludibriar.

Pode ser surpresa para quem pensa que a desonestidade é uma característica exclusiva dos seres humanos, mas para muitos zoólogos não há dúvida: eles afirmam que os animais usam a linguagem muito mais para dissimular e mentir do que para trocar informações "honestas". A natureza está repleta de bichos vigaristas, cujo comportamento chega a ser quase humano, no pior sentido dessa expressão. Um desses trambiqueiros é um jovem babuíno do sul da África, batizado de Paul pelos primatologistas ingleses Richard Byrne e Andrew Whiten, que o flagraram várias vezes passando o seguinte conto do vigário: assim que notou que uma fêmea arrancava uma suculenta raiz da terra, Paul pôs-se a gritar como se estivesse apanhando. Imediatamente, sua mãe apareceu e, pensando que a fêmea tivesse atacado seu filhote, expulsou-a. O esperto babuíno aproveitou para roubar e saborear a raiz.

Paul é apenas um dos 253 casos de mentiras contadas por macacos estudados pelos dois ingleses. Amparados pela quantidade de lorotas, Byrne e Whiten não hesitam em classificar os símios como criaturas maquiavélicas, que têm a chance de ser honestos mas insistem em enganar os próprios companheiros. Outro exemplo é o do chimpanzé Figan, que descobriu as vantagens da omissão. Ao encontrar algumas bananas, Figan soltou um grito para avisar o bando de que encontrara comida, conforme manda seu instinto. Os outros macacos apareceram e comeram as bananas. No dia seguinte, ele voltou a achar frutas, mas dessa vez não gritou. Fez um esforço supremo para conter o som, mas valeu a pena: comeu as bananas sozinho.
Byrne e Whiten conseguiram coletar os 253 casos graças a uma lista de farsas que poderiam ser obra de macacos enviada a mais de 100 primatologistas em todo o mundo. A resposta foi surpreendente: somente a família dos lêmures, animais de cérebro pequeno e organização social simples, não se encaixou em nenhuma das fraudes listadas. Além disso, os cientistas fizeram outra descoberta - quanto mais dissimulado o primata, maior o seu cérebro.
Mesmo as criaturas menos evoluídas e com cérebros menores do que os primatas têm sua dose de desonestidade. Que, aliás, não merece reprovação: para os cientistas ingleses John Krebs e Richard Dawkins, as mentiras são apenas elementos da justa disputa pela sobrevivência. Segundo eles, todo animal procura tornar seu ambiente o mais vantajoso possível para si mesmo. Se aparece um concorrente, é preciso expulsá-lo. Mas como uma luta aberta seria onerosa, pois pode acarretar ferimentos e não há garan-tias de vitória, é melhor tentar afugentar o intruso com ameaças.
O zoólogo americano Eugene Morton, da Smithsonian Institution, sugere uma incrível hipótese sobre as carriças, pequenas aves dos Estados Unidos. Segundo ele, esses pássaros defendem seu território por meio do canto. Assim, cada ave tenta ameaçar as outras, que se afastam e cedem terreno. Morton afirma que as carriças avaliam a intensidade e o timbre do canto do inimigo, pois de algum modo percebem que os sons são amortecidos de forma diferente pela floresta. Sons graves, por exemplo, costumam passar mais facilmente; se uma carriça ouve um som grave e outro agudo, sabe que o autor do segundo está mais perto. Mas o zoólogo garante que as carriças cantam na mesma freqüência, além de modificar sempre as canções. Ou seja, o canto nada mais é do que um bombardeio recíproco de mentiras.
Outro tipo de ameaça comum na natureza se relaciona com tamanho avantajado, que geralmente é sinônimo de perigo. Tais advertências serão mais bem-sucedidas quanto maior se insinuar o orador. Além do mais, parecer grande é melhor do que ser grande de fato. Uma ave corpulenta demais não voaria, um elefante monstro sucumbiria sob o próprio peso. Por isso, as aves abrem as asas e os felinos eriçam o pêlo da nuca, a fim de parecer mais assustadores do que realmente são. Algumas espécies de peixes diminutos das Ilhas Maldivas, no Oceano Índico, por exemplo, logram predadores maiores ao fazer seu cardume assemelhar-se a um só peixe gigante, navegando sempre bem perto uns dos outros.
No mundo das ondas sonoras não é diferente. O reino animal aprendeu a manipular instintivamente uma verdade biofísica valiosa: a de que sons graves refletem grandeza. O latido grave e carregado do cão são-bernardo, por exemplo, soa mais ameaçador do que a aguda gritaria de um chihuahua. A Física explica essa associação. O som vem da vibração das cordas vocais. Quanto maior for o comprimento delas, menor será a freqüência das vibrações. Os sons de baixa freqüência são percebidos como graves. Um animal pequeno, dono de cordas vocais curtas, produzirá ruídos mais agudos.
Essa lei física determina códigos de comunicação no reino animal. Para o zoólogo americano Eugene Morton, os sons graves indicam hostilidade ou agressão. Já os agudos são sinal de submissão ou carência. Ele ilustra a teoria com um exemplo simples: imagine ouvir de dentro de uma caverna escura um barulho fino e alto. Com todo o instinto de proteção despertado, será muito fácil acudir o animal. Mas se o som vindo da escuridão for grave e rouco, é melhor fugir da fera que deve morar na caverna. Praticamente todos os animais estudados pelos cientistas ameaçam com sons graves: os pássaros chilram em tom mais baixo, os cães rosnam e os felinos resmungam perigosamente. Com esses truques, alguns animais parecem ainda mais perigosos do que já são. O leão, por exemplo, complementa a poderosa mandíbula com a juba arrepiada e com seus rugidos extremamente graves.
Mas os bichos, assim como os homens, não conversam apenas para enganar uns aos outros. Justiça seja feita: a linguagem no reino animal serve também a propósitos mais nobres. Um exemplo é o dos elefantes e sua comunicação inaudível para os humanos. Os zoólogos se admiravam com o comportamento dos elefantes machos - habituados a passear pelas savanas sozinhos, eles subitamente correm distâncias quilométricas, como que atraídos por uma força misteriosa, e chegam sempre a uma fêmea no cio. A bióloga americana Katharine Payne, da Universidade de Butler, decifrou o enigma: constatou que as fêmeas chamam os machos com infra-sons, ruídos abaixo de 20 hertz que o ouvido humano não consegue captar. Hoje se sabe que os infra-sons não são usados unicamente nos períodos de acasalamento, mas também para socorrer um animal ferido ou induzir o grupo a fugir de algum perigo.
Em algumas espécies, o domínio do som já se transformou numa linguagem razoavelmente elaborada, como no caso dos macacos-do-sudão (Cercopithecus aethiops), estudados pelos zoólogos americanos Dorothy Cheney e Robert Seyfarth na África Oriental. Eles descobriram que os animais utilizam gritos para transmitir informações precisas: uma espécie de latido avisa a chegada de um leopardo. Imediatamente, os outros sobem na árvore mais próxima e se refugiam nos galhos finos, onde o pesado predador não pode pegá-los. O segundo sinal de alarme é um som gutural, traduzido pelos pesquisadores como "águia". Ao ouvir esse alerta, o grupo procura um arbusto, de forma a não ser alcançado pela ave. Já ao som de um grito estridente, a reação é outra: levantam-se sobre as patas posteriores e aguardam a chegada da cobra anunciada.
A descoberta mais impressionante aconteceria nas florestas de Camarões. Os americanos encontraram um quarto sinal de alarme: um chamado suave e quase imperceptível. Para surpresa dos dois, ele significava "caçador". Quando o ouviam, os macacos procuravam um arbusto denso, mas que permitisse uma saída por trás. Dorothy e Robert ficaram atônitos. O grupo não podia ter aprendido o chamado por herança genética, pois sua caça pelo homem é recente para que isso ocorresse. Além disso, os macacos-do-sudão de outras regiões, nunca perseguidos por humanos, não entendiam o alarme.
Surge aqui uma linguagem racional? Os pesquisadores não sabem responder, embora haja quem acredite que a fala humana nasceu exatamente assim - pela cooperação e não pela mentira - e que talvez um dia os macacos também cheguem às palavras. Só que para confirmar isso, os cientistas têm de esperar com paciência - provavelmente alguns milhares de anos.

Eterno adolescente
Os adolescentes não falam mais só de skate e espinhas. Eles latem também. Um deles chegou a latir 907 vezes em 10 minutos. Claro que não foi um rapazinho mas sim um cocker spaniel que atingiu esse recorde. Por incrível que pareça, as duas coisas têm ligação: os cães ladram porque vivem numa adolescência perpétua. A conclusão é do biólogo Raymond Coppinger e do lingüista Mark Feinstein, do Hampshire College, em Massachusetts, Esta-dos Unidos.
A imaturidade seria o preço pago por sobras de comida, casinha e afagos humanos que os cães começaram a receber há 10 000 anos. Só os canídeos mansos podiam se aproximar das al-deias e a docilidade é uma característica dos animais jovens. Os adultos, cujo comportamento é mais agressivo, quase não ladram - os latidos cor-respondem a apenas 2,5% de seus sons. O cruzamento repetido entre animais mansos nas aldeias teria in-fantilizado o cão. Coppinger e Feinstein também dizem que o latido não faz sentido, pois contém tons agudos, que chamam os outros animais, e graves, que os afugentam. É como dizer a alguém "venha aqui vá embora", o tempo todo.

Conversas sem palavras

Além dos sons, os animais usam o corpo e os cheiros para se comunicarem e para mentir. O sapo, por exemplo, não possui defesa contra as cobras que o têm como destaque no cardápio mas consegue escapar delas: incha o corpo e eleva-se nas patas, parecendo muito maior e assustador do que realmente é. Mais honestos, os leões delimitam o território por meio do cheiro da urina. "É um aviso para que leões de outro grupo não se aproximem", conta o zoólogo brasileiro Ladislau Deutsch.
Certas posturas também são códigos de conversa: em brigas entre lobos, um deles avisa que se rendeu ao oferecer o pescoço aos dentes do adversário. Tais recursos são fundamentais em situações delicadas como o acasalamento. "As espécies predadoras precisam deixar claro que o futuro parceiro não é um futuro jantar", diz o zoólogo. A gaivota fêmea levanta a cabeça algumas vezes para mostrar que se interessou por algum macho charmoso. Já as fêmeas de mergulhão preferem virar a cabeça para o lado.
Mesmo com tantos salamaleques úteis, as espécies animais têm certa preferência pelo uso do som. Segundo o zoólogo americano Eugene Morton, quem se comunica por meio de ruídos ouve o que está dizendo, mantém as patas livres e os vestígios das mensagens desaparecem rápido. Para ele, essas vantagens tornam o som a mais eficiente entre todas as formas possíveis de linguagem.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O fórmula 1 da estrada - Automóvel


O FÓRMULA 1 DA ESTRADA - Automóvel



A McLaren traz para fora das pistas a tecnologia que lhe deu seis dos últimos dez campeonatos mundiais da categoria mais importante do automobilismo. Está nas ruas o carro de passeio mais caro do mundo.

Há quinze anos, uma corrida de Fórmula 1 gerou polêmica. Ninguém duvidou da perícia de Niki Lauda, quando ele venceu o Grande Prêmio da Suécia de 1978. A chiadeira geral tinha motivo diferente: um acessório semelhante a um ventilador, acoplado ao fundo da Brabham pilotada pelo austríaco. O tal "ventilador" aspirava fortemente o ar que estivesse embaixo do carro, fazendo o bólido "grudar" no chão - o chamado "efeito solo". Uma solução genial para o problema da aderência à pista, coisa que até então só era resolvida com pesados aerofólios e spoilers (peças frontais que disciplinam a passagem do ar sob o carro e o impedem de decolar). Depois de muita pressão das outras equipes, o dispositivo foi banido da competição, sob o duvidoso argumento de que "era perigoso, pois levantava uma nuvem de detritos e sujeira".

Hoje, quem arriscar um racha pelas estradas européias, corre o risco de comer a poeira levantada por aquele mesmo dispositivo. Não que algum maluco esteja pilotando a Brabham de 1978 pelas ruas. É que o ventilador está incorporado ao McLaren F1, o supercarro de passeio da equipe inglesa de Fórmula 1, recém-lançado na Inglaterra. Não por coincidência, essa incursão pelas ruas e estradas teve como mentor intelectual o engenheiro sul-africanoGordon Murray, pai do "efeito solo" de quinze anos atrás. Ainda na década de 1980, Murray saiu da Brabham para se transformar num mago das competições automobilísticas, a serviço da McLaren. Vale lembrar que a equipe - em que corre atualmente o tricampeão Ayrton Senna - venceu nada menos que seis campeonatos mundiais de construtores e sete de pilotos nos últimos dez anos. Muito disso se deve a Gordon Murray e seus projetos revolucionários.
A filosofia utilizada por ele na Fórmula 1 foi aplicada ao carro de rua: peso mínimo e simplicidade. Para começar, o McLaren F1 é o mais leve superesportivo. São apenas 1 018 quilos, contra 1 575 de um Lamborghini Diablo ou 1 470 quilos de um Jaguar XJ220. A mágica dessa le-veza está nos materiais que compõem o chassi. É o primeiro carro de série feito com kevlar e fibra de carbono, em lugar de aço pesado. Exagerando, pode-se dizer que é um carro de plástico. Isso não significa, de forma alguma, que seja inseguro. Basta lembrar que os próprios carros de Fórmula 1 da McLaren são feitos com esses compostos, capazes de manter a integridade do piloto mesmo em acidentes a mais de 300 quilômetros horários. Que o diga Michael Andretti, o desastrado americano companheiro de equipe de Senna, notório por suas barbeiragens na pista.
Murray não se contentou com um chassi mais leve. Preocupou-se com detalhes aparentemente insignificantes, como o couro da tapeçaria - submetido a processos químicos de redução de peso - e a aparelhagem de som, fabricada com plásticos leves. Sem contar o cano de escape, as ferramentas de emergência e os pneus. Tanto o sofisticado escapamento - dotado de catalisadores antipoluentes - quanto as infalíveis chaves de roda foram forjados em titânio, metal muito resistente e não muito pesado. Os pneus, por sua vez, são produzidos com uma variedade de borracha mais leve, especialmente criada pela Goodyear para a McLaren.
Outra característica dos projetos de Gordon Murray é a simplicidade. Quem esperar do McLaren F1 um carro cheio de badulaques eletrônicos, pode se decepcionar. De alta tecnologia, só existem dois diminutos computadores. Um se encarrega de informar ao motorista alguns dados triviais sobre o motor, como temperatura, rotações por minuto etc. e outros nem tão comuns, como a relação da mistura oxigênio/gasolina. O outro computador controla a refrigeração dos freios e os eletroventiladores responsáveis pelo "efeito solo".
Ao contrário da tendência atual, o carro não tem sistema de controle de tração. Em outros superesportivos, esse aparelho controla a transferência da potência do motor para o solo, por meio das rodas. Na prática, evita que os pneus girem em falso, se estiverem arrancando, por exemplo, sobre uma poça de água. O controle de tração diminui automaticamente a rotação, até que haja aderência, e só então acelera gradualmente, evitando derrapagem.
Na opinião do projetista inglês, esse tipo de tecnologia reduz a emoção de dirigir um carro esportivo. No McLaren F1, o controle de tração foi abolido em nome do prazer de pilotar e da simplicidade - afinal, é mais um equipamento sujeito a defeitos. Em lugar dele, há um controle automático dos enormes eletroventiladores. Gordon Murray garante que eles são capazes de forçar o carro contra o solo de tal maneira que a aderência aconteça com chuva ou sem ela. Isso ocorre não apenas pela presença dos aspiradores ultrapotentes, mas porque o próprio fundo do carro foi meticulosamente desenhado para que as correntes de ar sejam sugadas plenamente, criando um vácuo entre a lataria e o solo.
Os eletroventiladores também possibilitaram uma inovação no visual do carro. O que dizer de um superesportivo sem aerofólios nem spoilers? Pois Murray, tal qual um estilista, declarou fora de moda todos esses artefatos. Na opinião do engenheiro inglês, eles agridem a elegância do veículo, além de torná-lo mais pesado. Em seu lugar, os enormes aspiradores garantem a estabilidade, prendendo o carro ao chão como se fossem ímãs. Ganha-se em beleza e em velocidade, pois, sem aerofólios e spoilers, reduz-se a resistência do ar - ou o "arrasto aerodinâmico", como preferem os engenheiros.
No McLaren F1, o arrasto aerodinâmico só apare-ce quando necessário. Ou seja, na hora de frear. Antes de mais nada, é preciso dizer que se trata de um carro leve, com a caixa de câmbio mais rápida que existe e um respeitável motor de 12 cilindros, projetado pelo renomado engenheiro alemão Paul Rosche, da BMW. Teoricamente, a po-tência é de 550 cavalos vapor, o que significa 7 000 rotações por minuto e velocidade máxima de 320 quilô-metros por hora. Mas, nos testes, alguns protótipos ultra-passaram 600 cv.
Brecar esse monstro exige mais do que freios. Assim que o motorista pisa forte no pedal, um pequeno aileron se levanta na traseira do carro. É o freio aerodinâmico, que aumenta o arrasto e mantém o equilíbrio do veículo, normalmente prejudicado nas freadas, quando todo o peso "tenta" se transferir para as rodas da frente.
Finalmente, Murray se preocupou em fazer o superesportivo mais confortável de que se tem conhecimento. Como ele mesmo diz, faltava um carro que pudesse tanto proporcionar a sensação de guiar um Fórmula 1 quanto condu-zir despreocupados passeios pela cidade. O McLaren F1 é o único super-esportivo com lugar para três pessoas. Em vez do tradicional assento duplo, existe um triplo, com o banco do motorista no centro, alguns centímetros mais à frente. Os pára-brisas incorporam uma fina camada de metal em pó que reduz a entrada de radiação ultravioleta, sem prejudicar a visibilidade. Existem ainda acessórios como um aparelho para a reprodução de compact discs de última geração, capaz de mesclar, durante doze horas seguidas, as músicas de dez discos. E para que se possa realmente ouvir a música, mesmo a 200 km/h, o carro tem isolamen-- to acústico e até os pneus - aqueles feitos com borracha mais leve - emitem menos ruídos.
Já existe uma fila de 400 pessoas esperando para ter seu McLaren F1, demanda que só deve ser atendida de-pois do ano 2000, já que a produção será de apenas 50 carros por ano. Mesmo com esse número tão pequeno, a McLaren Cars está apostando alto no projeto. Boa parte dos recursos que serviriam para aperfei-çoar o carro de Fórmula 1 de Ayrton Senna e pagar os milionários salá-rios do piloto brasileiro acabaram sendo desviados para o desenvolvimen-to do superesportivo de passeio. Afinal, cada McLaren F1 vendido representará cerca de 740 000 dólares a mais nos cofres da empresa, quase o dobro do preço de seus concorrentes.


Motor
- 12 cilindros em V a 60°
- Cilindrada: 6 064 centímetros cúbicos
- Injeção eletrônica multiponto
- Distribuição variável com 4 válvulas por cilindro
- Potência máxima de 550 cv a 7 000 rpm
- Velocidade máxima: 320km/h

Transmissão
- Tração traseira com diferencial autoblocante
- Caixa de câmbio de 6 marchas sincronizadas

Estrutura
- Chassi e carroceria de fibra de carbono
- Suspensão com amortecedores a gás
- Freios com sistema eletrônico de ventilação nas 4 rodas
- Direção de cremalheira
- Comprimento=4,23m; largura:=1,82m e altura=1,14m
- Peso=1 018kg

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Nero, o vilão reabilitado - História

NERO, O VILÃO REABILITADO - História



Ele chegou a ser considerado a encarnação do anticristo, mas novos estudos históricos revelam que a caricatura de artista canastrão e piromaníaco esconde um dos melhores administradores da Antigüidade, cujo pecado foi amar a refinada cultura grega e desprezar o militarismo romano.


Num campeonato imaginário entre os vilões da História, talvez apenas o líder alemão Adolph Hitler supere o imperador romano Nero na categoria Reputação Negativa. Mas nem mesmo Hitler tem no currículo o assassinato da mãe, da primeira mulher, do irmão de criação e o incêndio da sua capital. Já em matéria de genocídios, o imperador Lucius Domitius Ahenobarbus, nascido no ano de 37 da nossa era na cidade de Antium (atual Anzio), sai perdendo. Conseguiu matar, com requintes de crueldade, apenas 300 pessoas - calcula-se que 10% da colônia de cristãos de Roma no ano 64. Muito menos que os 6 milhões de judeus imolados em nome da pureza racial ariana durante a Segunda Guerra Mundial.
A proximidade dos eventos não deixa dúvidas sobre quem foi Hitler. No caso de Nero, porém, a releitura dos fatos à luz de pesquisas recentes desencadeou uma verdadeira moda entre os historiadores: reabilitar a imagem do imperador romano. Da figura malvista, sobrou o devasso que escandalizou Roma com seus casamentos heterodoxos. No mais, ele sai incólume na onda de revisão histórica. Em lugar do canastrão da harpa surge agora um amante da cultura grega jamais aceito pelos pragmáticos romanos, e o piromaníaco deu lugar a um administrador eficiente - dos melhores na história do Império -, que impôs leis moderadoras da crueldade nos espetáculos públicos.
Uma reviravolta impressionante na trajetória de um rapaz que ascendeu ao trono com 17 anos, no dia 13 de outubro de 54, graças às artimanhas de uma mulher que aprendeu precocemente os caminhos da intriga: sua mãe, Agripina, cuja beleza só era obliterada pela sede de poder. Um jovem que, até se tornar o foco da ambição materna, viveu na tranqüilidade do campo, sob os cuidados de sua tia Domícia, onde aprendeu a amar o teatro, o canto e as corridas de quadriga, o esporte popular romano que então fazia as vezes do futebol. Não são poucos os historiadores que atribuem sua queda justamente à persistência dessa paixão, hoje considerada sua característica mais simpática: os romanos não suportavam sua mania de querer ser artista e impor-lhes a refinada cultura grega.
Agripina, no entanto, tinha outros planos para Nero. Filha do general Germânico, um dos homens mais populares da história de Roma, descendente do imperador Augusto e irmã de Calígula, ela sobreviveu sozinha a uma sucessão shakesperiana de mortes em família e após o assassinato do irmão, em 41, desencadeou a estratégia que levou o filho a ser aclamado imperador. Primeiro, Agripina conseguiu o noivado de Nero, aos 12 anos, com Otávia, filha de 8 anos de seu tio e imperador Cláudio. Mais tarde, ela mesma se casou inces-tuosamente com Cláudio e, por último, o xeque-mate nos outros pretendentes ao trono: convenceu o marido a adotar Nero. Era o ano de 49. Cinco anos mais tarde, quando Cláudio começou a favorecer o filho Britânico na sucessão, Agripina não hesitou em servir-lhe um prato de lulas envenenadas. Morto o imperador, Nero foi alçado ao poder.
A primeira notícia que o historiador romano Tácito (c. 56-c. 120) dá do imperador é a de um novo envenenamento: dessa vez, a morte de Júlio Silano, outro canditado à sucessão de Cláudio. Mas Tácito poupou o monarca ao escrever "ignaro Nerone oer dolum Agrippinae": por obra de Agripina e sem que Nero soubesse. Como não podia deixar de ser, desde as primeiras linhas de seus Anais, o historiador reafirma a grande influência da mãe sobre o filho, que se prolongou durante os anos ini-ciais de seu governo. Como mulher, Agripina era excluída das reuniões do Senado. O impasse foi superado transferindo as assembléias para o palácio de Nero. Agripina acompanhava-as escondida atrás das cortinas.
Diante de uma supermãe castradora e imperial desse calibre, o único freio às suas interferências durante os primeiros anos de Nero foram os conselheiros Lúcio Anneo Sêneca, filósofo e preceptor do jovem imperador, e Afrânio Burro - uma espécie de ministro polivalente, que acumulava as decisões referentes à Justiça e às finanças. Com apoio dos dois, Nero deu os primeiros passos em suas medidas populares e de contenção dos costumes, que acabaram levando os romanos a acreditar numa nova era de ouro. Distribuiu dinheiro para os militares, conteve o preço do trigo e promoveu espetáculos para o povo, em harmonia com o famoso receituário político do pão e do circo.
Em 57, por exemplo, Nero lutou para romper uma tradição sangüinária, e obteve sucesso parcial. Na época, se acontecia um senhor ser assassinado por um escravo, era hábito que todo o pessoal de serviço da casa - em alguns casos, centenas de serviçais - fosse condenado à morte. Morte atroz, diga-se, já que para pessoas sem cidadania, como os escravos, significava o martírio na cruz ou na fogueira. Após uma luta cerrada, Nero conseguiu que o Senado não condenasse os ex-escravos - que, apesar de libertos, se mantinham a serviço do próprio senhor: para eles, a pena passou a ser comutada em exílio.
Mas foi sem dúvida na economia que Nero mostrou talento administrativo. Ele soube como poucos transformar o Estado numa arma para o crescimento econômico de Roma. Sua obra-prima financeira foi a desvalorização monetária de 63, uma reforma que diminuiu a quantidade de ouro e prata nas moedas. Inteligentemente, no entanto, para que o "pacote" não fosse neutralizado pela inflação, como hoje costuma acontecer, o imperador lançou mão de um idéia ainda em voga: obras públicas para gerar emprego e lucros. Suas ini-ciativas deram grande impulso à pro-dução de cerâmica, às olarias, ao comércio e, indiretamente, a todas as atividades. A inflação foi contida em 2% ao ano e houve uma grande euforia produtiva e comercial. Tudo, com um detalhe de ruborizar os políticos "mãos sujas" da Itália de hoje: quando faltavam fundos aos cofres públicos, o imperador usava sua fortuna pessoal para injetar dinheiro na economia. A partir do ano 62, doava, anualmente, 60 milhões de sestércios - moedas de prata - para as finanças governamentais.
Essas iniciativas parecem ter impressionado menos do que outras facetas de Nero. Ele jamais escondeu que considerava convencionalismos banais as tradições de austeridade da classe dirigente romana. Como empedernido partidário da não-violência, preferia a atividade diplomática e a negociação à agressão militar. Segun--do o historiador romano Suetônio (69-122), que não nutria simpatia pela imagem do imperador, "Nero nunca agiu movido pelo desejo de aumentar o império". Não se interessava pela guerra, nunca assumiu o comando do exército nem fazia revistas à tropa. Uma atitude incompreensível para os imperialistas romanos.
É certo que, em família, ele não se mostrou tão manso assim. Mas nisso não foi exceção. Pelo contrário, a história das dinastias romanas, em particular a dos Júlio-Cláudia, à qual pertencia Nero, é uma seqüência de eventos sangüinários. Hoje sabe-se que a causa desses crimes não eram personalidades perturbadas - pelo menos, não unicamente -, mas a ausência, desde de Augusto, de uma forma de sucessão oficial. Para mascarar o caráter monárquico do governo e evitar a morte nas mãos dos senadores como Júlio César, Augusto criou mecanismos pelos quais a sucessão era um fato incerto até o último momento. O grande número de baixas entre governantes comprova a ferocidade dessa luta pelo poder.
A execução de Agripina, em 59, foi um ato de sobrevivência política: ela vinha jogando o Senado contra o filho. O crime de Nero foi tão grave e inédito que não existia em latim a palavra para denominá-lo. Relatos da época recorrem ao termo "parricida". A primeira tentativa, uma simulação de naufrágio, falhou. Agripina salvou-se, mas sabia que a profecia feita quando era muito jovem, de que seu filho seria imperador e a mataria, estava por se realizar. Com fatalismo, ela ficou em casa esperando seus algozes, que chegariam horas depois. A favor de Nero, resta o fato de que Sêneca apoiou a decisão do imperador matricida, como diríamos hoje.
Como Agripina, seis anos depois o próprio Sêneca sucumbiria às intrigas políticas: uma conjuração de aristocratas para assassinar Nero. Dela fazia parte Anneo Mela, irmão do filósofo. Para alguns historiadores, a real intenção do golpe era levar Sêneca ao trono. Provavelmente, Nero desconfiou da trama e deu a Sêneca a ordem de se suicidar, a mais honrosa das penas. Fiel à sua filosofia e inspirado na morte de Sócrates, aos 61 anos ele saldou todas as suas contas, reuniu os amigos e diante da mulher, Paulina, encenou um dos mais teatrais e discursivos suicídios de que se tem notícia na História.
Já no assassinato da esposa, Otávia, em 62, Nero não tem justificativa: ele estava perdidamente apaixonado por Poppea Sabina, cuja beleza ofuscava a de Agripina. O caminho natural seria o divórcio, mas, no caso de Otávia, como argumentou Afrânio Burro, a separação implicava devolver o dote da esposa à família. Ou seja, o próprio império. Após a morte de Burro - com Sêneca afastado da política -, Nero perdeu a inibição. Forjou uma acusação de adultério contra Otávia, condenou-a à morte e casou-se com Poppea.
Daí a piromaníaco vai uma longa distância. Nenhum historiador sério acredita na culpa de Nero no incêndio que durante nove dias consumiu Roma (veja quadro). Ele nem es-tava na cidade na noite de verão en-tre 18 e 19 de julho de 64, quando o fogo começou num bairro de comerciantes, onde se concentravam depósitos de mercado- rias inflamáveis. Mesmo os testemunhos antigos que citam Nero como incendiário ressaltam que se tratava de boatos: como os povos da Antigüidade, e muitos modernos, os romanos acreditavam que tudo de bom, e principalmente de mau, era responsabi-lidade do imperador. Além disso, a catástrofe frustrou a melhor fase de seu governo, quando o pacote econômico de 63 começava a dar frutos. Pior ainda: afastou o povo do imperador, o único apoio que tinha após a ruptura com a aristocracia.
Era necessário arranjar um culpado. E quem melhor do que as franjas extremistas do cristianismo, aqueles que esperavam, como rezava a profecia do Apocalipse de São João, que o fogo derrotasse a "fera de sete cabeças", uma metáfora, segundo a crença popular, da própria Roma, a cidade das sete colinas? Mas não houve perseguição sistemática. Tácito conta que Nero, para acabar com os boatos, aceitou as delações contra os cristãos e que eles confessavam a culpa antes mesmo de serem presos, numa espécie de busca do martírio e da recompensa celestial.
A prova de que a acusação aos cristãos não era um ato contra sua fé está no fato de só terem sido presos os de Roma. São Paulo, conhecido líder da comunidade cristã, estava na capital no ano de 64, mas nem por isso foi incomodado. A perseguição real aos cristãos começaria mais tarde, com Domiciano (81-96), para assumir o aspecto de genocídio a partir de Décio (249-251).
Nero se lançou à tarefa de reconstrução de Roma com entusiasmo quase infantil. Deu à cidade uma planificação urbana condizente, com critérios estéticos e de segurança: proibiu telhados ou casas de madeira para evitar novos incêndios, prédios colados uns aos outros e ainda estipulou que sua altura máxima seria de duas vezes a largura da rua. Para si, construiu a Domus Aurea, cujo luxo provocou críticas. O jardim com bosques e lagos abrangia a área onde, mais tarde, seria erguido o Coliseu. A severidade dos romanos hoje em dia é pouco compreensível, pois a Domus Aurea foi financiada por Nero e não com dinheiro público.
O imperador não ignorava a opinião conservadora que os romanos tinham sobre ele. Seu casamento com o sol-dado grego Pitágora, quando ainda estava com Poppea, e, três anos após a morte dela, com um jovem eunuco de nome Sporo, já havia chocado a opinião aristocrata. Sabia também dos preconceitos contra artistas e, por muitos anos, só se exibiu nas festas do palácio.
Com o tempo, porém, a prudência acabou derrotada pela sedução do palco, e o amor pela cultura grega - para a mentalidade machista romana, o termo grego era sinônimo de efeminado - levou-o ao que é considerado o seu suicídio político: uma viagem à Grécia, em 66, que durou quase um ano e meio. Nunca um imperador havia se ausentado durante tanto tempo da capital.
Coroando o sonho de menino, Nero pôde exibir livremente seus dotes artísticas e acumulou todos os prêmios canoros dos jogos gregos. De volta a Roma, mergulhou numa atmosfera de festas e assumiu sem inibições a dupla personalidade de imperador e artista.
Os dias de sonho foram bruscamente interrompidos em março de 68, com a notícia de uma revolta do governador da Gália Lugdunense, Júlio Vindex. Era o começo do fim. Apesar da derrota do amotinado, aos poucos outros governadores aderiram ao levante, enquanto o imperador vacilava entre a inoperância total, um desespero profundo e um ativismo sem convicção. Dizia freqüentemente que, deposto, enfim poderia viver da arte. Na manhã de 9 de junho, traído por todos, abandonado pela terceira mulher, Statilia Messalina, Nero fugiu do palácio ajudado pelos eunucos, ex-escravos e a amante, a liberta Athe. Numa peque--na casa de campo de um funcionário, a 4 quilômetros de Roma, fez escavar um fosso para si e exclamou Qualis artifex pereo - Que artista morre comigo! -, para em seguida cortar o pescoço com um punhal.

Revisitando a História

Nero não foi um santo. Mas também não foi a encarnação do diabo ou o caricato personagem hollywoodiano de Peter Ustinov em Quo vadis. Embora pareça difícil de acreditar, ele foi venerado até a época do imperador Trajano (98-117), quando sua sorte mudou. Por que, exatamente, não se sabe, mas o fato é que todos os livros que elogiavam seu governo foram então destruídos e perderam-se. Para o inglês Brian H. Warmington, professor da Universidade de Bristol e autor de Nero, reality and legend, a virada se deve ao rancor contra o imperador que desbancou o Senado aristocrata para modernizar o Império. Em geral, a história é propaganda dos vencedores, mas no ca-so de Nero parece mais a ver-são tendenciosa dos perdedores.
No livro Beau come l´antique, o francês Jacques Gaillard vai além: define Nero como déspota esclarecido e diz que, apesar do anedotário, era ator talentoso. Já o italiano Mario Attilio Levi absolve o imperador do grande incêndio de Roma em Nerone e i suoi tempi - o melhor estudo sobre ele: os argumentos contra ele não vão muito além da agourenta passagem de um cometa na capital.
Como chave de ouro da reabilitação, o jornalista italiano Massimo Fini escreveu Nerone, recém-lançado no Brasil, e consagra Nero como governante e pessoa justa. Para tal, chama o testemunho de São Paulo, que em 58, para salvar-se de um linchamento em Jerusalém (Atos dos Apóstolos na Bíblia, 21 a 36), recorreu a Nero. E com sucesso.

Um dia na vida da capital do mundo

Na época de Nero, a população romana beirava 1 milhão de habitantes, sem contar os escravos e a enorme massa de imigrantes de raças e culturas das mais variadas origens: árabes, negros da Etiópia, camponeses da Trácia e muitos outros. Todos concentrados na mais absoluta desordem de uma cidade que tinha como característica a disposição urbana caótica e uma rede de ruas insuficiente, coisas que o imperador começou a mudar com a reurbanização empreendida após o incêndio

De noite, o vaivém dos carros e a gritaria dos condutores xingando. De dia, os veículos eram proibidos de rodar, mas a multidão fazia suas vezes: de manhã, os professores e seus estudantes não deixam ninguém em paz e os paneleiros batem sem parar seus martelos

Em casa, as mulheres ricas contavam com escravas para cuidar de sua beleza. Elas se encarregavam de vestir e pentear a senhora. A moda era usar cabelos postiços com madeixas tiradas das cabeleiras dos bárbaros

Nas casas, populares ou aristocratas, era comum haver uma pequena porta para a rua, onde se encontrava um dos ambientes mais freqüentados pelos homens de Roma: tabernas especializadas na venda de vinhos.

Todos comiam com os dedos: no cardápio dos ricos avestruz e mexilhão, no dos pobres peixe, porco e carne de burro. Além de muito pão.

A toga tinha a forma de um semicírculo, para criar o charmoso drapeado.

Valise de couro para levar os pergaminhos, os livros da época, canetas, tinteiro, a tábua de cera e os estiletes para poder escrever nela.

Escola: crianças de 7 a 15 anos tinham aulas todas manhãs com professores estrangeiros severos, de bastão à mão para punir os erros.

As termas, ou banhos públicos, eram um programa vespertino quase obrigatório. Lá, os amigos costumavam se reunir diariamente para conversar, fazer abluções em banheiras de água quente, morna ou fria e praticar todo tipo de esportes e exercícios físicos.

Jogos: gladiadores (escravos e vagabundos em busca de riqueza) se enfrentavam até a morte.

Unidos pelo sangue

O avô foi assassinado, a avó morreu numa greve de fome em protesto por ter sido surrada e o tio Calígula dispensa comentários. Nero tinha a quem puxar: descendente de Augusto, o primeiro dos imperadores, ele trouxe no sangue o estigma trágico da linhagem Júlio-Cláudia. Uma seqüência mórbida que começou com os avós Germânico e Agripina I - neta de Augusto -, mortos na disputa pelo trono. Germânico era candidato à sucessão do tio e pai adotivo Tibério. O imperador, porém, decidiu favorecer o próprio filho e tramou a morte do enteado. Agripina I suicidou-se e os dois primogênitos dos seis filhos do casal foram executados.
A revanche veio em 37, com o violento e degenerado Calígula, terceiro filho de Germânico, que sucedeu Tibério no trono para se notabilizar como o homem que nomeou seu cavalo, Incitatus, senador. Na época, Agripina - irmã e ex-amante de Calígula - era casada com Domício Ahenobarbus, pai de Nero. Dois anos depois, ela e a irmã Júlia seriam exiladas por conspirarem contra o irmão, enquanto Domício morria doente e Nero era entregue a uma tia. De volta a Roma em 41, após o assassinato de Calígula, Agripina casou-se com o senador Passieno Crispo, que usou todo seu prestígio para protegê-la quando Cláudio, sucessor de Calígula, mandou matar Júlia. Passieno foi envenenado pela mulher em 47, e a essa altura ela e Nero eram os únicos sobreviventes da família de Germânico. Pouco depois, Agripina casou com Cláudio - seu tio, assassino da irmã e futuro pai adotivo de Nero. Final da história: envenenou o marido, e o filho assumiu o trono.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O mais fino dos sentidos - Biologia


O MAIS FINO DOS SENTIDOS - Biologia



Dentro da boca, nada tem muito gosto - os alimentos são apenas doces, salgados, azedos ou amargos, de acordo com a análise da língua. Mas o cérebro reúne essas informações gustativas com as impresssões do nariz e cria uma imensa gama de sabores. Eis o paladar.


Se nove em cada dez pessoas não resistem ao gosto de chocolate, a culpa é da 2,6-dimetilpirazina. O nome difícil, quase impronunciável, se refere a uma molécula, capaz de se desprender de tudo o que possui esse sabor e ficar pairando no ar. Existe uma aura de 2,6-dimetilpirazina no cookie achocolatado, por exemplo. Assim, centenas dessas moléculas são tragadas, narinas adentro, quando o biscoito está prestes a ser mordido. Imediatamente, feito peças de quebra-cabeça, elas se encaixam nos receptores nervosos, situados na parte mais profunda do nariz - é neste exato instante que o ingrediente marrom-escuro começa a ser saboreado, embora pouca gente se dê conta disso. Em seguida, já dentro da boca, as partículas de 2,6-dimetilpirazina formam uma nuvem, invadindo pela segunda vez as fossas nasais, por um canal que faz a sua interligação com a garganta. Surge a certeza de quem degusta: o sabor é mesmo de chocolate. Sabor que, na verdade, é sobretudo um cheiro. Ninguém duvide, qualquer degustação começa no nariz. Apesar da fama, a boca é responsável por menos da metade daquilo que o sistema nervoso interpreta como paladar, o menos estudado dos cinco sentidos.
Até as últimas duas décadas, os laboratórios demonstravam pouco gosto pelo assunto. A explosão dos alimentos industrializados é que fez os pesquisadores prestar mais atenção na própria língua. A indústria, afinal, vive faminta de fórmulas que possam estimular o paladar de seus consumidores. Só que, nesse sentido, mesmo hoje em dia não se conhecem todas as respostas. As pesquisas parecem ter esclarecido quais ingredientes conferem este ou aquele gosto a um alimento, mas nem sempre explicam como a língua reúne informações gustativas diferentes sobre uma mesma comida, antes de transmiti-las ao cérebro. Pois, em geral, um alimento não é simplesmente doce, salgado, amargo ou azedo. Um biscoito de chocolate, por mais adocicado que seja, é sempre meio-amargo. Porque uma de suas principais matérias-primas é o grão do cacau que, ao ser tostado, reage produzindo moléculas de diversas substâncias amargas - como as de cafeína, também presentes no cafezinho. Por causa do gosto acre desse componente, muita gente não engole a bebida sem açucará-la.
O interessante é que, provavelmente, as células da língua liberam substâncias capazes de atenuar os sinais nervosos disparados pelas moléculas amargas, em prol do doce sabor do açúcar. E agiriam assim em qualquer situação, enfatizando ou não determinados sabores, conforme a comida - ao menos, essa é a conclusão de um estudo recente, conduzido por neurologistas da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos. Os pesquisadores afirmam, com segurança, que o funcionamento das células sensoriais do paladar é muito mais complexo do que se imaginava, faltando à ciência destrinchar os seus mecanismos. E esta é uma linha de pesquisa que os laboratórios mal começam a experimentar. O fato inegável é que, enquanto aquele biscoito de chocolate se desfaz na boca e escorrega garganta abaixo, as moléculas de cafeína e outras substâncias amargas se ligam em receptores no fundo da língua; já as moléculas de açúcar se fixam na região da ponta dessa massa muscular, extremamente flexível (veja quadro). São os movimentos da língua - para cima e para baixo, de um lado a outro -, que esparramam por toda a sua superfície a guloseima diluída em saliva, a fim de decifrar os ingredientes. O segredo desse serviço de análise é entrar em atrito com o alimento - para isso, a língua conta com ligeiras elevações, batizadas de papilas por dois cientistas alemães do século XIX, Georg Meissner e Rudolf Wagner.
Parecidas com vulcões marcianos, algumas papilas também podem ser encontradas na face interna das bochechas, nas vizinhanças da laringe e até no esôfago. Mas é na língua que se concentram, divididas em cinco grupos. As mais comuns são compridas feito fios e, por isso mesmo, terminaram sendo chamadas de filiformes. Entre 150 e 400 destas se espalham no dorso da língua, forrando-o como se, juntas, tecessem um tapete. Na mesma região, há ainda papilas redondinhas, denominadas cônicas pelos cientistas. Mas tanto estas como as filiformes não percebem o gosto de coisa alguma - eles captam, sim, informações tácteis e térmicas dos alimentos. Conseguem, desse maneira, distinguir um gelado milk shake do calor escaldante de um café recém-passado. Ou, ainda, diferenciar a fluidez de um suco e a dureza crocante de uma torrada.Os sabores propriamente ditos ficam por conta dos três tipos restantes. Um deles é o das papilas calciformes ou valadas que - garantem os pesquisadores - lembram castelos medievais circundados por um fosso, quando observadas ao microscópio. Especialistas em captar o gosto acre, elas desenham um V na língua. Na ponta desse órgão, por sua vez, ficam as papilas fungiformes, que se assemelham a cogumelos e têm facilidade para sentir os sabores doces e salgados. Finalmente, no último terço e nas bordas laterais, a língua é coberta pelas papilas foliáceas, parecidas com folhas, que captam a sensação de acidez de uma limonada, por exemplo.
"As moléculas dos alimentos caem nas papilas, encostando em aglomerados de células internas, que reagem de acordo com a substância química em contato", descreve o otorrinolaringologista Ricardo Ferreira Bento. Essas reações podem acontecer de duas maneiras: no caso de sabores doces ou ácidos, as moléculas simplesmente se encaixam em receptores, com aparência de bolso, na superfície da membrana celular; esta fica alterada, enquanto dura esse encontro. Já moléculas de sabor azedo ou salgado conseguem enviar átomos diretamente para o interior dessas células, modificando a sua eletricidade. "De uma forma ou de outra, as células terminam abaladas e, então, se comunicam com neurônios, logo abaixo, que têm linha direta com o cérebro."
Professor da Universidade de São Paulo, Bento conhece bem o caminho que liga o paladar ao sistema nervoso central. Isso porque ele já escreveu duas teses sobre o nervo facial, um dos doze pares cranianos, cuja função, entre outras, é transmitir as informações gustativas para o cérebro. Segundo o médico, alterações de paladar podem significar lesões importantes nesse nervo, decorrentes de cirurgias ou mesmo tumores. Mas há problemas muito mais corriqueiros, que também deixam tudo com outro sabor. "Um bom exemplo é a febre", aponta Bento. "A gente sabe que as células gustativas não reagem direito, com o aumento da temperatura corporal. Daí que nenhum alimento fica com o mesmo gosto."
E, claro, ninguém deve se meter a gourmet com o nariz entupido, por causa de um resfriado. "A língua dá informações sobre o sabor básico, a temperatura e a consistência", ensina o especialista. "Para ela, portanto, não há muita diferença entre um croquete de carne e uma coxinha de galinha - afinal, ambos podem ser macios, quentes e salgados. A células olfativas do nariz precisam estar livres e desimpedidas para diferenciar um alimento de outro." Paladar e olfato têm algo em comum: ambos servem para captar diferenças quí-micas entre as substâncias. E, por isso mesmo, trata-se dos sentidos mais primitivos, de acordo com o biólogo americano Richard Axel, da Universidade Columbia, em Nova York. "Todo ser vivo, dos unicelulares ao homem, é capaz de sentir diferenciações químicas no ambiente", diz Axel, numa entrevista a nos. Há 3 bilhões de anos já existiam organismos com mecanismos de sobrevivência muito semelhantes àquilo que, hoje, se conhece por olfato ou paladar. Os outros sentidos, como a visão e a audição, são bem mais recentes, pois só apareceram há centenas de milhares de anos. Há mais de uma década, Axel se preocupa em desvendar a evolução dos sentidos. Segundo ele, certas espécies antigas de bactérias "podem ser consideradas as tataravós do paladar". Esses micróbios possuem quatro ou cinco tipos de receptores, desenhados especialmente para o encaixe de certas moléculas. "Quando uma substância qualquer se liga a um receptor, é disparado um sinal elétrico para o flagelo da bactéria. Assim, ela consegue se mover na direção de um amontoado de açúcar, seu alimento predileto, ou se afastar de um grupo de toxinas." Óbvio, ninguém pode dizer se a bactéria identifica substâncias pelo cheiro ou pelo gosto: "O que importa é que a reconhece", considera Axel.
Odor e sabor só passaram a ficar parcialmente separados com o aparecimento dos insetos na face da Terra, há 550 milhões de anos: suas antenas capturam moléculas odoríferas, enquanto receptores espalhados ao redor da boca, pelas asas e pelas patas captam a sensação de gosto. O olfato, no entanto, sempre pareceu muito mais poderoso do que o paladar, em qualquer espécie animal. O ser humano, por exemplo, consegue identificar literalmente milhares de substâncias pelo cheiro. Já em matéria de sabor, seu repertório se restringe a quatro sensações - doce, salgado, azedo e amargo. Alguns especialistas incluem ainda uma quinta sensação, defendendo estudos que catalogam como um sabor à parte o monoglutamato de sódio, muito empregado como condimento pelos japoneses. Mas isso, por enquanto, gera controvérsia. Quatro ou cinco sabores, não importa: devem existir razões, do ponto de vista evolutivo, para esse número reduzido. "Talvez, esse limite agilize a função do paladar, que é a de selecionar alimentos. Em ma-téria de cheiros, há tantas opções que a gente às vezes se perde, antes de identificar o que está sentindo", diz Axel.
As informações gustativas, por sua vez, devem ser rápidas e precisas. A maioria dos venenos encontrados na natureza. por exemplo, apresentam gosto amargo. Quando a língua percebe esse sabor - se a pessoa não está preparada para senti-lo, sendo pega de surpresa -, costuma ocorrer uma reação reflexa. Ou seja, os músculos faciais se contraem, a epiglote na abertura da garganta se fecha momentaneamente e a boca ameaça cuspir o seu conteúdo. Há quem especule que os receptores do sabor amargo ficam no fundo da língua, justamente para dar uma espécie de última chance para se jogar fora a bebida ou alimento com sabor de veneno, antes da deglutição.
O fato de muitas toxinas serem amargas também pode justificar a sensibilidade do ser humano a esse sabor específico: o paladar consegue notar uma molécula de gosto amargo em cada 2 milhões de moléculas. Para o azedo, a proporção é de uma para 130 000. O salgado só pode ser percebido quando há, no mínimo, uma molécula de sal entre outras quatrocentas; finalmente, é preciso existir uma molécula de gosto doce em cada duzentas, para algo parecer adocicado. Existem, sabe-se, va-riações de sensibilidade de pessoa para pessoa e, até mesmo, de acordo com a raça. Há certos sa-bores amargos bastante fortes, segundo o paladar de negros, que não são nem sequer notados por cerca de 10% da população branca.
O talento da língua para notar sabores também se altera com a idade. Nesse sentido, as crianças podem ser consideradas privilegiadas, porque têm quase um terço a mais de células gustativas do que um adulto. "Todos nascem com o equipamento básico para se tornar um refinadíssimo gourmet", fala o otorrinolaringologista Sérgio Paula Santos, que também é enófilo e autor de cinco livros sobre degustação de vinhos. "A questão é que os prazeres da mesa são culturalmente apreendidos. Isto é, a criança pode se transformar ou não em um adulto de paladar apurado, conforme a variedade de sabores existente na sua dieta."
É provável, porém, que um recém-nascido não aprecie muitas inovações e se recuse a engolir comidas que não sejam doces. Estudos levam a crer que bebidas com o menor resquício azedo, amargo ou salgado são insossas ou intragáveis, conforme o veredicto de um paladar novinho em folha. A predileção da língua por alimentos adocicados é inata, como se, nas primeiras semanas da vida, as papilas gustativas intensificassem os sinais da sensação de doçura ao cérebro - o que, supõe-se, deve acontecer. O leite materno, afinal, é levemente doce. De modo que, preferir esse sabor a qualquer outro, é uma espécie de garan-- tia de se fazer a opção mais indicada no cardá-- pio, na primeira fase de vida.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Como funciona a cabeça de um corrupto - Comportamento


COMO FUNCIONA A CABEÇA DE UM CORRUPTO - Comportamento



É difícil compreender a psique de uma pessoa insensível à ética. A psicanálise, as ciências sociais e a filosofia ajudam a pesquisar o mistério.


Astucioso, egoísta, alerta às chances de burlar os cidadãos e o Estado, espantoso desrespeito pelo bem comum e pelas leis - esta a imagem que se tem do corrupto, o mais notório personagem da realidade política atual, no Brasil e, pode-se dizer, no mundo. "Mas quem, afinal, são os corrup-tos?", provoca o psicanalista Manoel Tosta Berlinck, de São Paulo. Aqueles que trabalham para o governo e se apropriam de bens públicos? Os profissionais liberais que não declaram integralmente seu imposto de renda? O chefe de compras que aceita propina para escolher o fornecedor da empresa onde trabalha? Toda a população, enfim, porque não exige nota fiscal ao fazer suas compras e facilita aos comerciantes lesar o fisco?
Um efeito dessa natureza ampla do fenômeno corrupção, que Berlinck enfatiza, é o da arquiteta Mathilde Caetano, de São Paulo. Em 1990, mal saída da faculdade, ela abriu um pequeno escritório e contratou um contador. Meses depois, apareceu um fiscal da prefeitura, que descobriu um imposto atrasado. "Há grande espaço de avaliação nas perdas de prazo", sinalizou o funcionário, já de olho numa propina. A arquiteta devia entender que com um "por fora" a avaliação da dívida seria irrisória, mas preferiu pedir ao contador que esclarecesse a situação. Conseguiu, no máximo, aprender que os múltiplos impostos federais, estaduais e municipais, com datas e procedimentos diferentes para serem quitados, induzem à perda de prazos.
O advogado Marcelo Caserta Lemos aproveita para lembrar o conceito jurídico de corruptíssima república: "Ele expressa que a abundância de leis torna corrompida a organização da coisa pública", explica. O episódio de Mathilde terminou com o contador recomen-dando o pagamento da propina. "Do contrário, você fica na mira", alertou o profissional das contas. "Daqui a dois meses aparece outro. Eles são muitos, você uma só. Tem gente de cabelo branco por causa disso." A arquiteta pagou os cerca de 100 dólares pedidos e, já desconfiada do próprio contador, or-ganizou o que se chama caixa 2, para enfrentar futuras investidas.
O caso é exemplar, porque de um lado revela que a corruptíssima república favorece a impunidade; e de outro, compromete um fiscal, funcioná-rio que se costuma considerar, de antemão, corrupto, salvo eloqüente prova em contrário. "Devo expor a situação de nossa classe", contra-argumenta Mauro Decar, lotado em uma das administrações regionais da Prefeitura de São Paulo. "Ninguém se preocupa se uma obra prejudica os vizinhos ou se o beiral podre está para cair na cabeça de alguém. Quando chegamos, somos sempre mal recebidos, querem logo dar um jeitinho. Explicamos a exigência da lei, pensam que insi-nuamos a extorsão. Ameaçam. Às vezes, o fiscal é mesmo corrupto, uma só das multas que deve aplicar representa dez, vinte vezes o que ele ganha por mês. Não temos carreira profissional, nem chefia própria."
Como se vê, a vida é dura em toda parte. "Existem contextos culturais que ajudam a formar cabeças corruptas", informa o psicanalista lacaniano Contardo Calligaris, de Porto Alegre. "O Brasil destaca-se nessa triste situação não só porque é forjado na cultura individualista, mas por sua História, sempre vulnerável à corrupção". Calligaris, presidente da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, insiste em que a história de um país explica muita coisa, pois é fruto de uma cultura específica: instituições, organização social, costumes, crenças, mitos. No exercício de sua profissão, detectou na fala e no inconsciente dos brasileiros a presença de duas figuras supostamente perdidas no passado: o colonizador e o colono. "O colonizador abandonou a mãe-pátria, Portugal, por uma nova terra, que vai explorar. O que quer dizer explorar? Conhecer e também arrancar seus recursos. Ele veio impor sua língua e gozar a nova mãe sem o interdito do pai. O colono, ao contrário, não veio gozar a América; queria construir um nome, encontrar um novo pai. Ser sujeito."
Segue o raciocínio: "O que é ser sujeito? É submeter-se à autoridade e tornar-se alguém. O que é autoridade? Implica respeito e amor - portanto, valores simbólicos. Mas o colono vira um escravo branco da fazenda, o que gera uma decepção sem remédio. A saída é fugir ou morrer. O falso pai é um explorador, não o assume como filho nem lhe dá um nome. O colono termi-na medindo a função paterna pelo gozo ao qual dá acesso, inscrevendo em seu inconsciente um cinismo radical com relação à autoridade. Impressiona-me como uma família inteira, hoje, é ca-paz de desconsiderar um pai que não consegue enriquecer. Pouco vale o capital incrível de amigos, estima, valor de um nome respeitado."
Berlinck, o outro psicanalista, segue pela mesma trilha: "A nossa sociedade exige que as pessoas sejam bem-suce-didas. Isso significa ser rico, poderoso, acumular propriedades. Saímos todos atrás disso, mais desembestados do que deixamos transparecer". O quadro, sem dúvida, piora quando pensamos nos políticos e nos funcionários do Estado, que representam a autoridade simbó-lica. Mas, em boa parte, são co-mo o colonizador: falsos pais, norteados pela frase famosa "é dando que se recebe". A dádiva, explica Calligaris, é que sustenta o poder do doador, impondo a quem recebe o dever de retribuir com dádiva semelhante, ou maior. E assim se abrem as portas do clientelismo, fenômeno social em que os políticos ofe-recem, em troca de apoio eleitoral, toda sorte de ajudas e favores. Monta-se uma re-de de fidelidades pessoais que usa recursos públicos ou privados, sacos sem fundo de campanhas eleitorais, por exemplo.
Quem ficar fora de uma rede dessas - que, como vimos re-centemente, pode ir do doleiro ao presidente da República - fatalmente vai ouvir em algum momento o retumbante "você sabe com quem está falando?", à qual o antropólogo Roberto DaMatta, atualmente lecionando na Universidade de Notre Dame, em Indiana, Estados Unidos, dedicou um capítulo inteiro do seu livro Carnavais, malandros e heróis. Eunice Ribeiro Durhan, coordenadora do Núcleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de São Paulo, viveu uma amarga experiência nos dois anos em que serviu no Ministério da Educa-ção, durante o governo José Sarney (1985-1990).
"Diariamente - lembra - vinham deputados ao meu gabinete, pressionar. Eram quase sempre solicitações de bolsas de estudo, pedidos de ver-bas e insistência na transformação de faculdades em universidades. Tudo sem atender os critérios legais, claríssimos, por sinal. Em troca, propunham apoiar (ou dificultar) o andamento de projetos de lei do interesse do Ministério, vale dizer, do interesse do distinto público. Eunice deixou o Ministério junto com o ministro José Goldemberg, em 1992, já no governo Col-lor, ambos incapazes de adaptar-se ao comportamento considerado normal naquelas paragens.
"Quem funciona contra essa cultura é considerado excêntrico, criador de caso, trouxa, babaca", explica outra antropóloga, Maria Lúcia Montes, da Universidade de São Paulo. Como fruto do clientelismo, a cabeça do brasileiro tende a buscar benefícios valendo-se da influência de alguém. Nesse caso, é bobagem reivindicar direitos pelo mérito. Tudo se torna legítimo, pois ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Roberto DaMatta acredita que a sociedade brasileira combina duas mitologias: uma se inspira na tradição moderna, da igualdade e da liberdade; a outra, na desigualdade. "Ao adotar ambas, instituiu-se nossa ´ética da ambigüidade´, mãe de nossa familiar corrupção: o que não posso fazer como cidadão, faço como amigo do rei."
A malandragem chegou a tais níveis, que o brasileiro hoje clama por ética sem ambigüidade. Explica Renato Janine Ribeiro, professor de Filosofia Política da Universidade de São Paulo: "As pessoas querem referências para saber o que é certo e errado. Isso é um equívoco. Ética significa agir de acordo com escolhas individuais, que se supõe voluntárias, muitas vezes racionais, baseadas em valores que nós julgamos certos ou errados." O filósofo usa a expressão "supõe-se" porque depois dos trabalhos de Sigmund Freud, o pai da Psicanálise (1856-1939), sabe-se que freqüentemente não temos muita clareza acerca de nossas motivações inconscientes. Além disso, os valores de certo e errado mudam com o tempo. Não há mais preceitos absolutos. Mesmo pessoas religiosas sabem que os mandamentos bíblicos não bastam para sustentar as escolhas éticas.
A situação parece mais complicada se lembrarmos que os valores da vida privada nem sempre servem para orientar a vida pública."A ética individual sugere: sou a favor de melhores salários", explica Maria Lúcia Montes. "A ética da responsabilidade, esfera, entre outras, da política, acrescenta: mas não a ponto de piorar a situação do país. A lógica desse impasse tem um elemento natural, a nego-ciação. Mas esta deve manter-se no nível do inte-resse público, senão afundamos na reles barganha. Por que, a meu ver, caiu o presidente Fernando Collor? Seus eleitores poderosos sabiam que viria roubalheira; julgavam-se capazes de controlá-lo. Mas ele, onipotente, não barganhou."
Para os psicanalistas, há diferenças substanciais entre gente como a arquiteta Mathilde Caetano e alguém que sistematicamente desvia dinheiro público. "Acho que a cabeça do honesto é idêntica à do corrupto no que se refere à violência interna, contra a qual precisamos nos proteger, e a violência externa, que nos assalta", explica Berlinck. "Depois, os seres humanos são voltados para o prazer e cometem desvarios. A civilização é essa tentativa, falha, de conter a violência, da qual somos todos sujeitos." E aqui entram as diferenças entre honesto e corrupto: "O honesto, em sua criatividade originária da violência, cria vida, realizações; o corrupto, em sua criatividade igualmente originária da violência, é um parasita destruidor da vida. Chupa a vida dos outros, permanece um bebê que mama nas tetas do Estado. Faltou-lhe um pai que, exercendo as funções paternas, estipulasse os limites da lei. Por isso, quando o chamam de corrupto, fica indignado, sente-se injustiçado."
Colocado o Brasil no divã dos psicanalistas, vamos descobrir que, para mudar, realmente, será preciso que ele se torne uma nação real, descartando a identidade do colonizador que se fixou nos violões, nas praias, na bola de futebol, nos desfiles de carnaval em boa parte sustentados pela contravenção do jogo do bicho e do tráfico de drogas. Geralmente, um país torna-se uma nação depois de viver episódios históricos penosos, guerras de libertação, resistência a invasores, busca de independência. Cria-se a partir daí uma comunidade nacional, a partir de quase nada. Ao brasileiro parece faltar esse sentido de destino comum. Pouco lutamos nos episódios marcantes de nossa história, a Independência, a abolição da escravatura, a República. Nos primeiros anos depois da descoberta, chamavam-se brasileiros os comerciantes de pau-brasil. Rapinavam a terra (gozavam a mãe sem o interdito do pai, no linguajar da Psicanálise) e extinguiram a preciosa madeira que servia para fazer tinturas. Talvez seja necessário, tantos séculos mais tarde, marcando a diferença entre a cabeça destrutiva do corrupto, "um malandro burocratizado", no dizer de Roberto DaMatta, e a cabeça construtiva do honesto, simbolicamente plantar uma muda de pau-brasil. É uma árvore majestosa, alta, belíssima: grosso tronco avermelhado, com muitas ramificações, generosa folhagem. Em se cultivando, dá.

ABC da delinqüência

Crimes que prejudicam a administração são considerados de forma diversa quando praticados por fun-cionários públicos ou particulares. Os advogados Francisco de A. Mi-né Ribeiro Paiva e Marcelo Caserta Lemos, de São Paulo, ajudam a de-finir os principais.

Crimes praticados por servidores públicos
Corrupção passiva: solicitar ou receber, para si ou para outra pessoa, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida ou apenas sua promessa. Por exemplo, quando o funcionário propõe um "por fora" para expedir mais rapidamente um documento oficial. Artigo 317 do Código Penal.
Concussão: espécie de corrupção passiva mais grave, porque o funcionário não pede, exige a vantagem indevida. A jurisprudência já admite que esse crime pode abranger particulares. Assim, se Paulo César Farias exigiu de empresários pagamento de taxas para que se habilitassem a concorrências para realização de obras públicas, está incurso nesse crime. Artigo 317 do Código Penal.
Peculato-estelionato: apropriação indevida de dinheiro, valor ou outro bem qualquer (tanto público quanto particular) que o funcionário detém em razão do cargo que ocupa, e utilizada em seu proveito ou de outra pessoa. Por exemplo, o diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que usa as máquinas do órgão para perfurar um poço na propriedade particular de um deputado. Artigos 312 e 313 do Código Penal.

Crimes de particulares contra a administração pública
Corrupção ativa: a pessoa que oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público, para que realize, omita ou retarde ato de sua obrigação. Por exemplo, o servidor deve conferir certidões que habilitarão a empresa a participar de concorrência pública mas faz de conta que não viu irregularidades nelas e aprova tudo. O sujeito ativo desse crime é o corruptor. Artigo 343 do Código Penal.
Exploração de prestígio: obter para si ou outra pessoa vantagem ou promessa dela, a pretexto de influir em funcionário público no exercício da função. É um dos casos típicos de "você sabe com quem está falando?" e um dos enquadramentos a que se sujeitaria o já cita-do PC Farias, por usar a amizade do presidente Fernando Collor. Absorve o crime de estelionato e consuma-se logo que o sujeito obtém a vantagem ou sua promessa, mesmo que descumprida. Artigo 332 do Código Penal.

Crimes de funcionários e particulares
Estelionato: empregar meios fraudulentos para induzir ou manter a vítima em erro, com o fim de obter proveito patrimonial indevido. Não envolve violência, mas exige esperteza do fraudador e malícia ingênua da vítima. Por exemplo, o fraudador vende, por preço vil, uma corrente que diz ser de ouro. A vítima acha que está levando vantagem e compra uma corrente de latão. Artigo 171 do Código Penal.
Falsidade documental: ato ilícito de forjar documento não verdadeiro ou alterar documento público ou particular verdadeiro, bem como reconhecer firma ou letra falsa, fornecer atestado falso ou destruir ou ocultar documento verdadeiro. Artigos 297 e 298 do Código Penal.
Sonegação fiscal: ato doloso que consiste em falsear, omitir ou inserir declaração inexata em documento de natureza fiscal, com a intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento do tributo. Artigos 743 a 747 do Código Tributário. Depois da aprovação da lei do colarinho branco, em 1991, os crimes de natureza fiscal passaram a receber penas mais graves. Por essa lei, os crimes de sonegação fiscal, a ausência de declaração do imposto de renda ou a sonegação de informações na declaração, passaram a sujeitar o cidadão a multa, prisão e perda de bens. A lei pretende compelir o pagamento de impostos, coibindo o enriquecimento sem causa que o justifique; no Direito, é presunção de ato ilícito.

Nós e Édipo

"O objetivo da Psicanálise é ser a ciência do desejo ou da sexualidade humana. É no inconsciente que o desejo lança suas raízes", definiu o psicanalista Hélio Pelegrino (1924-1988), mineiro radicado no Rio de Janeiro. A figura paterna, representante da lei, é que interdita o incesto e separa a criança, menino ou menina, da mãe. Esse triângulo, chamado edipiano, referência ao mito grego de Édipo, que sem saber matou o pai e casou com a própria mãe, é o que estrutura a personalidade humana. De acordo com Sigmund Freud, todos os distúrbios emocionais, grandes e pequenos, têm origem nas interações mal resolvidas desse triângulo.

Duas éticas de boa família

Faça o que deve fazer, independente do resultado, é um preceito individual. Em política, vale o faça o que deve para que aconteça o que você deseja. Essa máxima encontrou no pensador italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527) sua mais forte expressão e configura o que o cientista político, também italiano, Norberto Bobbio, da Universidade de Turim, ainda hoje considera um dos problemas centrais da filosofia política. "Não se pode dizer que o obrigatório, em moral, o se-ja em política", escreveu. O filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1824) sugeriu o seguinte: toda vez que vo-cê agir, faça-o de modo que sua ação seja uma norma universal.
O professor Renato Janine Ribeiro costuma contar aos alunos o exemplo proposto pelo médico, satirista e filósofo holandês Bernard de Mandeville (1670-1733), no livro A fábula das abelhas - vícios privados e benefícios públicos: no século XVII, em Amsterdam, cidade portuária de sólida moral protestante, existia grande tolerância para com a prostituição. Como era possível? É que a cidade recebia muitos marinheiros, havia meses sem ver mulher; donzelas e senhoras da sociedade correriam risco de assalto, na ausência das prostitutas. Melhor tolerá-las, nas casas de tolerância, e proteger as famílias.
Esse exemplo mostra como valores do mundo privado nem sempre servem no mundo público. Aliás, Janine destaca que a palavra público tem dois sentidos: bem comum, senso de coletividade; e assistência de um espetáculo. Continuando por aí: quem representa, no espetáculo, interpreta um papel; e um político também é um representante. O sociólogo e economista alemão Max Weber (1864-1920) analisou essa oposição, distinguindo ética de convicção e ética da responsabilidade. São dois universos, o público e o privado. Por exemplo, salvo em casos excepcionais, a violência individual costuma ser condenada; já a violência de grupo - digamos, a polícia que se envolve em tiroteio com traficantes de drogas - é justificada. "Uma das razões que torna injustificável a violência do indivíduo", escreve Bobbio, "é que a violência coletiva o protege." Mas nem precisamos de exemplos tão fortes. Quando, como no Brasil, se privatiza o público, cada um produz sua pró-pria lei. O sinal ficou vermelho, mas eu estou com pressa - e isso justifica meu direito de passar.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Um corpo nas alturas - Fisiologia

UM CORPO NAS ALTURAS - Fisiologia



O organismo do homem sofre várias mudanças ao enfrentar a perigosa aventura de viver sob frio intenso e com pouco oxigênio, quando desafia montanhas acima de 6 000 metros.


Faltam apenas 300 metros para chegar à barraca. Caminhando com dificuldade sobre a neve, o homem dá dois, três passos e pára para respirar. Inspira profundamente, mas tem a impressão de que o ar não chega aos pulmões. Mais três passos, nova parada. O frio de - 15° C penetra até os ossos, enregela mãos e pés, resfria a garganta até doer, corta os lábios até sangrarem. Depois de longos minutos caminhando, ele enfim alcança a segurança de sua barraca, onde cai prostrado, esgotado pelo cansaço. Corpo humanos não foram feitos para sobreviver onde o ar é rarefeito e o frio, cruel.
Quando no corpo de uma pessoa existe apenas 30 por cento do oxigênio que deveria, considera-se que ela está à beira da morte - ou seja, tanto pode estar na UTI de um hospital ou no topo do Monte Everest, a 8 848 metros de altitude. Se alguém saísse diretamente do nível do mar para lá, desmaiaria em alguns segundos e morreria em poucos minutos. Se demorar algumas semanas para fazer o mesmo percurso, no entanto, o corpo passa por um processo de aclimatação, uma série de mudanças que lhe permitem se adaptar e sobreviver. Mas não por muito tempo.
"A primeira conseqüência da altitude é a diminuição do oxigênio que se respira", conta o médico Eduardo Vinhaes, mergulhador e alpinista nas horas vagas, que há dois anos participou da primeira expedição brasileira ao Monte Everest. Os efeitos da redução do gás vital no organismo humano são devastadores. Um corpo humano começa a sofrer acima de 2 800 metros. É a partir daí que surgem os primeiros sinais de aclimatação, com a mais óbvia resposta do organismo: aumentar a ventilação pulmonar , ou seja, a pessoa passa a respirar mais rápido e mais profundamente, na tentativa de colocar mais oxigênio para dentro. Ao mesmo tempo, para melhor distribuí-lo a todas as partes do corpo, a freqüência cardíaca também aumenta.
Caso o indivíduo permaneça em altitude muito elevada por mais de dois ou três dias, entram em ação mecanismos mais duradouros. Um dos mais importantes é a produção acelerada de hemoglobina, a substância dentro dos glóbulos vermelhos responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões até as células. É como se uma nova tropa de carregadores de gás chegasse para ajudar a atender à demanda.
Essas mudanças, porém, não são imediatas. Levam até oito dias para apresentar respostas eficientes, atingindo o ápice em trono de três a quatro semanas. Mesmo quando a aclimatação é feita lenta e adequadamente, subindo entre 300 e 500 metros por dia de desnível, passar por ela não é uma experiência agradável. A dupla de estudantes Rodrigo Chaddad Ranieri e Tomás Gridi-Papp, em Campinas (SP), sofreu alguns sintomas na escalada ao pico do Aconcágua ( 6959 metros), na Argentina, em janeiro deste ano. "Quando atingimos 5 400 metros, tivemos que montar a barraca ajoelhados, por causa da dor de cabeça", conta Rodrigo. É comum também sentir muito cansaço e perder o apetite.
Um corpo aclimatado faz toda a diferença do mundo. Ao tentar escalar o Monte Makalu (8 470 metros), na Cordilheira do Himalaia, o fotógrafo e guia de montanhas paulista Thomaz Brandolin subiu de 5 100 metros a 5 900 metros em dois dias, parando no meio do caminho para dormir. "Três semanas depois, na segunda tentativa de chegar ao cume, fazia o mesmo percurso, ida e volta, em 3 horas e meia", lembra Thomaz, que foi o chefe da expedição brasileira ao Everest.
Quem não respeita os limites e sobe rápido demais, sem dar tempo ao corpo para se aclimatar, pode ser vítima de uma série de distúrbios, chamada mal agudo da montanha. "O mal agudo da montanha provoca dor de cabeça, perda de apetite, náusea e prostração, mas desaparece em dois ou três dias com boa alimentação, muito líquido e algum repouso", diz o médico Vinhaes. Vinte e cinco por cento dos visitantes de centros turísticos nas montanhas são vítimas do mal da montanha agudo.
A história começa a ficar complicada quando os sintomas perduram por mais tempo, sinal de que há risco de edema pulmonar (acúmulo de líquido nos pulmões) e edema cerebral (acúmulo de líquido no cérebro). Tudo por culpa da falta de oxigênio, ou hipoxia, o gatilho da cascata de mudanças fisiológicas no corpo. É que o aumento de ventilação, ao mesmo tempo em que leva mais oxigênio para dentro dos pulmões, elimina muito gás carbônico, deixando o sangue mais alcalino. Essa é a senha para uma série de alterações no organismo que vão levar ao acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares.
Na maioria das pessoas, esse líquido é absorvido pelo corpo. Quando isso não acontece, o candidato a doente começa a tossir, sente falta de ar e topor. O líquido acumula-se cada vez mais, encharcando os alvéolos, a falta de oxigênio fica cada vez mais grave, e acontece enfim o edema pulmonar. Se o doente não for levado a altitudes mais baixas, pode morrer em cinco dias.
Mecanismo semelhante acontece no cérebro. Neste caso, a série de alterações orgânicas resulta em maior permeabilidade dos vasos sangüíneos, provocando vazamento de fluido para o tecido cerebral e o conseqüente edema. Esse problema é percebido pelo andar cambaleante da vítima, como se estivesse embriagada, além de perturbações na visão e alucinações. Se não for tratado em poucas horas, o edema pode levar ao coma e à morte.
No lato de uma montanha, tratamento só existe um - descer. E à vezes isso pode ser impossível. "Acima de 5 000 metros, é muito difícil resgatar um doente ou um acidentado, porque os helicópteros não chegam até lá", explica Eduardo Vinhaes. A cabine do helicóptero não é pressurizada, como a dos aviões; assim, um piloto desmaiaria acima dessa altitude. Um alpinista afetado por edema pulmonar ou cerebral precisa descer enquanto consegue andar. Caso contrário, o provável é que fique por lá mesmo: seu companheiro pode não ser capaz de carregá-lo para baixo, ou uma tempestade de neve pode impedir o regresso a tempo.
O perigo é que um alpinista nessas condições nem sempre percebe que há algo errado. É que a falta de oxigênio no cérebro afeta o julgamento - a capacidade de raciocinar, de executar tarefas aparentemente simples e de perceber perigos. Isso acontece porque o cérebro usa sozinho entre 15 e 20 por cento do oxigênio consumido pelo corpo. Na escassez, as funções mais afetadas são as chamadas superiores, que incluem justamente a coordenação motora e o raciocínio.
Por isso, nas alturas do Himalaia, subir montanhas é um jogo bem mais pesado do que aqui embaixo. "Escalar uma parede de gelo com 50 graus inclinação em baixas altitudes não é tecnicamente difícil. A 7 000 metros de altitude é complicadíssimo", compara Thomaz Brandolin. Como sempre, é tudo culpa da escassez de oxigênio. Calcula-se que a cada 100 metros para cima o alpinista perde 1 por cento da capacidade de trabalho.
Na prática, isso significa o que sentiu o engenheiro agrônomo Ramis Tetu, também participante da expedição ao Everest, quando estava a 6 500 metros: "Antes de ir para o Everest, eu corria dez quilômetros por dia. Lá, na pressa de buscar uma máquina fotográfica, eu corri 30 metros até a barraca e caí em cima dela, tonto, vendo tudo branco". Tarefas simples, como calçar botas ou arrumar a mochila, bastam para deixar uma pessoa ofegante.
Para compensar um pouco da escassez de oxigênio, os montanhistas levam garrafas com o gás para usá-lo em alguma emergência - como subir alguns metros em direção ao topo, no chamado ataque ao cume, quando já não se tem forças. Isso não significa que o alpinista fique inteirão. O oxigênio suplementar dá um ganho de 2 000 metros, ou seja, quem o utiliza a 8 000 metros respira como se estivesse a 6 000. Acima de 7 000 metros, o oxigênio engarrafado é usado às vezes para dormir. É que a partir de 6 000 metros um corpo não se aclimata mais, só degrada - perde a aclimatação. Traduzindo, o oxigênio é tão pouco que não é suficiente nem para o organismo repor as células que morrem. A 7 000 metros começa a chamada zona da morte, em que a velocidade da degradação é muito rápida. Depois de uma noite de sono, uma pessoa se sente tão cansada quanto antes de dormir. Respirar durante a noite com oxigênio suplementar aumenta ajuda a minimizar a degradação.
A partir de 6 000 metros, quanto mais alto, menor o tempo que se pode ficar lá em cima. A expedição brasileira ao Everest ficou catorze dias no campo base avançado, a 6 500 metros, tentando escalar uma parede de gelo de 450 metros. Thomaz Brandolim e o físico Alfredo Bonini passaram três dias no alto dessa parede, esperando que o vento amainasse para prosseguir, mas não conseguiram. "Se no terceiro dia o tempo estivesse bom, eu teria descido do mesmo jeito, porque não tinhas mais forças para subir", diz Bonini.
Nem só de falta de oxigênio sofre um homem na alta montanha. Há também o frio intenso. O problema não é apenas a temperatura baixa, que chega a - 15° C ou - 20° C, mas a sensação térmica provocada pelo vento - ou seja, o frio que o corpo está sentindo quando o vento ajuda a tirar calor. Existe até uma tabela: sob uma temperatura de - 20°C e ventos acima de 60 quilômetros por hora, uma pessoa sente o frio de - 50°C. Qualquer parte do corpo exposta congela em 1 minuto.
Além do perigo de congelamento, que pode causar a morte dos tecidos das extremidades do corpo (e em casos graves a amputação dos dedos), o ar extremamente frio e seco contribui para a desidratação. O sangue, já com excesso de hemoglobina, fica ainda mais viscoso que a falta de líquido. "Uma pessoa em altitude deve tomar de 3 a 4 litros de líquidos por dia, enquanto ao nível do mar 1 a 2 litros são suficientes", recomenda o médico Vinhaes. Simples, quando se esquece que lá em cima não há rios nem torneiras - para conseguir água, é preciso derreter neve por longos minutos em pequenos fogareiros, um trabalho desgastante para uma pessoa esgotada.
Nas montanhas em torno de 8 000 metros, não basta subir, é preciso conseguir descer, e rápido. Nessa altitude, um homem não sobrevive por mais de três dias. Uma expedição científica ao Everest, em 1981, mediu a quantidade de oxigênio no corpo de uma pessoa no topo do mundo, e chegou à conclusão de que a situação do organismo é pior do que a de um doente à beira da morte. "É extraordinário que um montanhista no topo continue vivo", escreveu o chefe da expedição, o médico americano John B. West. "Sem oxigênio suplementar, um homem deve estar nos limites da tolerância humana".
Está. O primeiro homem a escalar o Everest sozinho e sem oxigênio (em 1980), o austríaco Reinhold Messner, descreveu assim o seu martírio: "Era uma agonia contínua; eu nunca tinha me sentido tão cansado em toda a minha vida como no topo do Monte Everest naquele dia. Simplesmente fiquei sentado ali, sem consciência daquilo. Por um longo tempo não consegui descer, nem queria. Finalmente, eu me forcei a começar a descida. Sabia que estava no fim das minhas forças".

Os males, montanha acima
2 800 metros - Até aí, a maioria das pessoas não tem problemas de altitude. No máximo, pode se sentir cansaço ou dor de cabeça leve.
Acima de 2 800 metros - A partir desta altitude é comum acontecer o mal agudo de montanha, que pode atingir qualquer pessoa. É caracterizado por dor de cabeça, fadiga, falta de ar, distúrbios do sono e náusea.
3 000 a 5 500 metros - É nesta faixa que ocorre a maioria dos casos de edema pulmonar. Os sintomas - falta de ar, tosse forte, letargia e febre baixa - geralmente se desenvolvem depois de 36 a 72 horas na altitude. Pode acontecer também o edema cerebral.
Acima de 5 500 metros - A partir daí, diminui muito a capacidade de aclimatação do organismo. Se uma pessoa permanecer nessa altitude, começa a degradação, ou a perda de aclimatação, devido à pouca quantidade de oxigênio no ar.
8 000 metros - No ar, há apenas um terço do oxigênio que existe ao nível do mar. Acima desta altitude, como no Everest (8 848 metros), uma pessoa aclimatada só ficaria dois ou três dias, antes que a falta de oxigênio levasse à morte.

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ciência sob medida - Tecnologia

CIÊNCIA SOB MEDIDA - Tecnologia



A maior instituição científica da Europa tem 47 centros de pesquisa na Alemanha, que atuam em áreas tão diversas quanto informática, medicina e novos materiais, mas com algo em comum: todos trabalham para as indústrias.

No laboratório do Instituto de Organização e Engenharia Industrial de Stuttgart, um cientista trabalha dentro de um cenário fictício que aparece na tela: o interior de um prédio em construção. Para comunicar-se com o computador, ele usa óculos e luvas em lugar do teclado ou do mouse. Movimentando a cabeça e as mãos, o cientista, como se realmente estivesse dentro de uma futu-ra casa, caminha, abre portas e muda os móveis de lugar. Quando os pesquisadores tiverem dado os últimos retoques a este sistema, qualquer arquiteto que o utilize verá suas obras de uma forma quase real antes mesmo que elas saiam do chão, com a vantagem de detectar no próprio local os defeitos de construção e de projeto.
A apenas 300 quilômetros dali, no Hospital de St. Marien, em Düren, um médico realiza uma operação de rotina: implanta um pequeno chip no ouvido de um paciente surdo. Este aparelho, produto do Instituto de Sistemas e Circuitos Microeletrônicos, já curou a surdez de centenas de pessoas. Enquanto isso, em Berlim, no Instituto de Sistemas de Produção e Tecnologia de Design, constroem-se robôs para trabalhar na linha de montagem das indústrias ou na soldagem do casco de navios.
Essas pesquisas são apenas algumas amostras da imensa atividade do Instituto Fraunhofer, a mais importante fundação européia de pesquisa aplicada. Criado em 1949, o Fraunhofer tem hoje 47 centros espalhados por toda a Alemanha, que trabalham em campos tão vastos e diversos como microeletrônica, informática, automação, novos materiais, química, energia, meio ambiente, saúde, física, laser.
O objetivo do Instituto Fraunhofer é atender às necessidades tecnológicas das indústrias. Protagonista de primeira hora do milagre alemão a reconstrução do país depois da derrota na Segunda Guerra Mundial -, é o supermercado a que os empresários recorrem quando precisam de alguma técnica inovadora, como informatização ou automação da linha de produção. É feito um contrato entre a empresa e um dos centros do Instituto que fará a pesquisa, estabelecendo-se custos e prazos. Graças a este contrato, o empresário, que não dispõe de equipe própria de pesquisa, obtém todos os benefícios tecnológicos que sua companhia necessita para enfrentar as evoluções do mercado e a concorrência.
O Fraunhofer trabalha sob enco-menda. E a descentralização entre os 47 diferentes centros é tão grande que cada um deles depende economicamente dos contratos que realiza com as respectivas indústrias. Por isso, os responsáveis de cada centro estão sempre em contato com os setores comerciais que podem se interessar por sua pesquisa. E todos os diretores, incluindo os cientistas de cada sede, sabem a quais empresas podem interessar suas linhas de trabalho. Com este peculiar sistema de busca de clientes, o Fraunhofer movimentou no ano passado mais de meio milhão de dólares.
Em algumas áreas, o governo é o principal cliente. O Departamento de Meio Ambiente e Saúde do Instituto Fraunhofer dispõe de cinco diferentes centros de trabalho, e a maior parte de sua atividade tem sido encomendada pelo governo alemão. O Ministério de Pesquisa e Tecnologia financiou um estudo sobre aerossóis em Hannover para medir o efeito da poluição nas infecções respiratórias. Os especialistas analisam o papel das altas concentrações de fuligem e ozônio no ambiente - fato comum nos pólos industriais - e sua relação com o sistema imunológico pulmonar. Provavelmente, nenhuma empresa privada teria gasto dinheiro numa pesquisa como esta.
Em outros campos, porém, as indústrias são as mais interessadas, como no projeto de espumas metálicas desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Aplicada de Materiais de Bremen. Obtidas a partir de alumínio, essas espumas podem se tornar um material ideal para a indústria aeroespacial, graças à combinação de resistência e pouco peso.
Outra área em que a indústria costuma investir é nas novas formas de geração de energia, como a solar. No Instituto de Sistemas de Energia Solar de Friburgo, o maior da Europa, os cientistas pesquisam células fotovoltaicas - lâminas cobertas com silício que transformam a luz do sol diretamente em eletricidade - cada vez mais eficientes.
As novas tecnologias eletrônicas também são pesquisadas no Fraunhofer. O Instituto de Circuitos Integrados, de Erlangen, desenvolveu um sistema que permite a transmissão de som digital através das ondas de rádio. Com isso, evita-se que os sons digitais percam qualidade quando são transmitidos através das emissoras comerciais. Esta pesquisa foi, em parte, financiada por grandes empresas de comunicação como a Thompson, da Alemanha, e AT&T, dos Estados Unidos.
A superfundação deve seu nome a Joseph von Fraunhofer, um físico alemão que viveu entre 1787 e 1826 e possuía especial habilidade para combinar suas duas vocações de cientista e homem de negócios. Quando, em 1949, os 150 principais responsáveis da indústria, da pesquisa e o governo da Alemanha decidiram criar um centro para unir os esforços desenvolvidos na economia e na ciência, não tiveram dúvidas em dar-lhe o nome de Instituto Fraunhofer. Em apenas alguns anos, essa fundação participou ativamente no renascimento da indústria alemã. Suas transferências de tecnologias ajudaram a levantar setores econômicos até aquele momento estagnados.
Desde então, o Instituto, que conta com 7 600 funcionários e só pode ter lucros para reinvesti-los, cresceu e ocupou um papel importante na pesquisa européia. Hoje, é vis-to como exemplo de uma perfeita relação entre ciência aplicada e indústria ao serviço do desenvolvimento de um país. É uma idéia transparente até nos folhetos de divulgação do Instituto: "Quando quiser melhorar seus produtos, trabalhar com novas tecnolo-gias ou assegurar a vantagem competitiva no mercado internacional, contactenos. Confidência assegurada".

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Terremoto no céu - Astrofísica


TERREMOTO NO CÉU - Astrofísica



Pulsares, buracos negros e outros objetos superdensos abalam a própria estrutura do espaço e do tempo. A energia desses tremores, captada por uma espécie de antena, feita com raios laser, promete inaugurar um novo e intrigante ramo da Astronomia.

Desde o início da civilização, há 10 000 anos, a luz é o único meio de contato do homem com o resto do Cosmo. Mesmo quando se enviam sondas automáticas a outros planetas, é por meio do rádio que se recolhem as informações. E o rádio é luz, assim como os raios X, infravermelhos e ultravioleta, ou as microondas. São diferentes nomes da energia luminosa, ou eletromagnética. Para ver cada um desses feixes de energia, os astrônomos construíram um modelo adequado de telescópio e ampliaram seus horizontes dentro do Universo. A partir deste ano, a história pode mudar. Pela primeira vez será possível "sentir" um mar de energia ainda virgem, de natureza inteiramente diversa da eletromagnética.
Não quer dizer que seja nova - trata-se apenas da velha energia da gravidade, a mesma que prende as pessoas à superfície terrestre ou retém os planetas em torno do Sol. Mas o que agora se procura são ondas gravitacionais, uma espécie de perturbação da gravidade, descoberta há quase oitenta anos pelo alemão Albert Einstein. Um exemplo exagerado de perturbação seria o peso das pessoas dobrar de uma hora para outra e depois voltar ao normal. Assim, os próprio planetas tremeriam se o Sol fizesse um movimento brusco e violento, já que todos eles estão imersos no oceano de energia que aquele astro mantém à sua volta.
Esses exemplos didáticos ensinam a primeira lição básica sobre a onda gravitacional: ela não é a própria energia da gravidade, mas sim um surto de energia, do mesmo modo que uma onda do mar é um aumento temporário no nível da água, num certo ponto. Pode parecer estranho dizer que a energia flui, como se fosse matéria. Mas um raio de luz também é isso: um pacote de energia deslocando-se de um ponto para outro. A diferença é que a luz representa energia eletromagnética, que é criada pela carga elétrica, uma característica fundamental dos corpos. Enquanto a energia gravitacional se deve à massa, uma característica bem diferente, embora também fundamental.
Essa comparação é instrutiva porque durante muito tempo se duvidou das ondas gravitacionais, diz o físico americano Clifford Will, da Universidade Washington, em St. Louis. "Havia discordância sobre se as ondas eram ou não reais." Não admira: as ondas foram deduzidas da complicada teoria da relatividade geral, com a qual Einstein desbancou a antiga lei da gravidade, do inglês Isaac Newton. E nessa teoria, a gravidade não era uma simples força, mas uma deformação do espaço, algo difícil de conceber.
Ondas gravitacionais, então, seriam autênticos terremotos na estrutura do espaço, assim como os abalos sísmicos são deformações na estrutura rochosa de um planeta. Afinal, os físicos aprenderam a conviver com as esquisitices do Cosmo. Por volta de 1960, diz Will, a idéia de ondas gravitacionais ressuscitou. Compará-las com as ondas eletromagnéticas, então, tornou-se um meio de descobrir como podem ser geradas e quais são os seus efeitos. Os contraste mais marcante entre as duas formas de radiação é a sua intensidade.
Emitir ondas eletromagnéticas é relativamente fácil: um pedaço de ferro aquecido logo se torna incandescente, isto é, emite ondas luminosas visíveis. O calor faz mover suas moléculas, dotadas de carga, e esse movimento gera pulsos de energia. Mas, embora a massa das moléculas também irradie energia, sua intensidade é tão fraca que não se pode detectar. O próprio Sol, infinitamente maior que aquelas partículas, seria uma fonte miserável de ondas gravitacionais.
Só as maiores concentrações de matéria, em movimento ultra-rápido, produzem ondas em quantidade apreciável. Por isso mesmo, se espera que tragam informação sobre fenômenos inéditos, os mais violentos e dinâmicos do Universo. Uma fonte comum, de acordo com o especialista americano Kip Thorne, da Universidade da Califórnia, seriam colisões de buracos negros, os astros mais densos que se podem conceber. Outra fonte poderosa seria a associação de buracos negros com pulsares - vice-campeões na categoria dos corpos superdensos.
Pode-se ter uma medida da densidade por meio do Sol. Se ele se transformasse em pulsar, toda a sua massa - 1,5 milhão de vezes maior que a da Terra - ficaria confinada a uma esfera de apenas 10 quilômetros de raio. Um caixote de 1 metro cúbico, cheio com a matéria de um pulsar, pesaria 100 milhões de toneladas. No caso do buraco negro, a esfera final seria ainda menor, com raio de apenas 3 quilômetros. E já não se poderia sequer falar em matéria, já que a densidade, no centro dessa esfera absurda, seria infinita. A massa do Sol ainda estaria lá, com seu valor original, mas já não há sentido falar do seu estado físico, de que ela seria feita.
Seja como for, mesmo esses Himalaias do Cosmo emitiriam radiação gravitacional em doses apenas débeis, estima Will. Ele conta que o colapso de uma grande estrela até se tornar um buraco negro seria uma das mais poderosas fontes de ondas, desde que não estivesse muito longe (no outro extremo da Via Láctea, por exemplo). Em princípio, não seria difícil captar tais ondas. Bastaria observar dois pêndulos separados por certa distância: a passagem da onda os faria oscilar para perto e para longe um do outro, sucessivamente. O grande problema é medir a variação da distância: se ela for de 1 metro, a variação seria de um centésimo do diâmetro de um núcleo atômico - que mede um trilionésimo de 1 milímetro.
Os físicos estão de olho em oscilações como essa desde a década de 60, quando o americano Joseph Weber, então na Universidade de Maryland, perto de Washington, começou a busca. Foi preciso coragem para construir uma antena cujo objetivo era auscultar o rumor de uma estrela caindo sobre si mesma. Para isso, Weber usou um sólido cilindro de alumínio, quase tão grande quanto um caminhão, e calçou-o da melhor maneira possível para evitar a interferência de vibrações indesejáveis, como a dos tremores de terra. Se uma onda passasse pelo cilindro - como Weber chegou a anunciar em 1969 -, ele vibraria como um sino.
Infelizmente, ninguém conseguiu reproduzir seu achado. E apesar de vários outros detectores parecidos terem sido construídos, de lá para cá, só existe uma evidência de que as ondas gravitacionais realmente existem. Assim mesmo, a pista é indireta: curiosamente, ela foi encontrada porque um dos mais de 400 pulsares conhecidos parece estar perdendo energia sem motivo aparente. Depois de observá-lo durante vinte anos, os astrônomos estão convencidos de que a causa do sangramento são as ondas gravitacionais. O ritmo com que a energia vaza é precisamente o mesmo que se deveria achar caso o pulsar estivesse emitindo tais ondas.
O PSR 1916+13 - nome do pulsar - é incomum porque gira velozmente em torno de um ponto onde parece não haver nada. Mas é certo que há um corpo muito denso, pois o pulsar está sendo arrastado a 1,5 milhão de quilômetros por hora - velocidade apenas 750 vezes menor que a da luz. Ele está a 1,5 milhão de quilômetros do companheiro invisível (cem vezes mais próximos que o Sol da Terra) e a cada 8 horas dá uma volta completa em sua órbita. A partir daí se deduz que o pulsar teria 1,42 vezes a massa do Sol e seu companheiro 1,40 (esse valor sugere que seja outro pulsar). Will comemora: esta foi a primeira medida em Astrofísica jamais feita por meio da relatividade geral. Nada mal para um começo, diz ele, "obter o peso de um pulsar!"
O fato crucial, porém, é que a velocidade do pulsar está se reduzindo. Sua órbita de 8 horas diminui de 75 milionésimos de segundo a cada ano - um atraso que só se percebe porque os astros se movem com imensa regularidade. Além disso, eles estão sendo cronometrados desde 1974, quando o pulsar foi descoberto por Joseph Taylor e Russell Hulse, então na Universidade de Massachusetts, em Amherst, Estados Unidos.
As primeiras medidas - aprontadas a toque de caixa para o centenário de nascimento de Einstein, em 1979 - variavam cerca de 20% com relação ao valor teórico. Os números mais recentes, diz Will, concordam plenamente com a teoria, uma forte evidência de que as ondas gravitacionais realmente existem. Os físicos acreditam que logo poderão capturá-las diretamente, e para isso estão construindo um "telescópio" de 4 quilômetros de comprimento. Grosso modo, seria um tubo dentro do qual duas massas podem mover-se livremente, como rolhas frouxas. Se as massas oscilarem ao longo do tubo, reduzindo e aumentando a distância entre elas, será porque uma onda gravitacional passou por ali. A precisão será garantida por feixes de laser, continuamente refletidos de uma massa à outra (elas têm espelhos para esse fim).
O arranjo, de fato, emprega dois tubos na forma de um ele, de modo que a luz de um dos tubos se combina com a luz do outro. A imagem obtida é um padrão de luz e sombra, denominado interferência, que se altera à mais ínfima oscilação das massas. Não é a primeira vez que se constrói um aparelho desse tipo. Mas ele será, de longe, o mais refinado, e entusiasma o principal responsável por sua construção, o teórico Rochus Vogt, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. "Acredito que o novo instrumento não se tornará famoso pela descoberta de pulsares duplos ou buracos negros, mas de coisas que nem concebemos ainda". Nem todos os astrônomos têm tanta certeza e se sentem usados: os físicos alegam que o projeto ajudará a Astronomia, mas não haveria certeza disso.
Na dúvida, craques do quilate de Kip Thorne correram ao computador e dispararam a calcular todos os tipos imagináveis de ondas. Eles querem saber o mais exatamente possível quais são os objetos mais prolíficos em ondas, e como identificá-los, caso venham a captar suas emissões gravita-cionais. Isso reforçará seus argumentos e ajudará a conquistar a simpatia dos outros cientistas. A decisão é difícil. Talvez os astrônomos pudessem usar a mesma verba em pesquisa menos incerta. Por outro lado, a ciência muitas vezes lucra justamente quando aposta numa área de vanguarda. Por exemplo: se conseguir comprovar a existência dos buracos negros de maneira irretorquível, o novo aparelho já terá pago, com juros, o investimento original.

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Uma em cada 200 jovens diz ter engravidado sendo virgem, diz estudo


Uma em cada 200 jovens diz ter engravidado sendo virgem, diz estudo


Gravidez (Foto: Reprodução/TV Morena)

Pesquisa nos EUA apontou 0,5% que teriam dado à luz sem contato sexual.
Também foram encontrados alguns pais 'virgens', diz pesquisador.

Uma jovem americana em cada 200 declara ter ficado grávida apesar de ainda ser virgem, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (17) no "British Medical Journal" (BMJ).

De um total de 7.870 mulheres que participaram de um estudo em nível nacional de longa duração (1995-2009) e confidencial, 45 delas, ou seja, 0,5%, afirmam ter concebido sem o menor contato sexual com penetração vaginal.

Nenhuma delas declarou ter recorrido a algum tipo de assistência médica para a procriação (inseminação artificial ou fecundação 'in vitro').

Quase um terço destas mulheres que afirmam ter ficado grávidas antes de sua estreia sexual fizeram voto de castidade antes do casamento (31%), algo muito comum entre os cristãos conservadores.

Os resultados se apoiam nas respostas a uma série de perguntas sobre o histórico de sua gravidez e o início de suas relações sexuais, embora as mulheres não tenham sido perguntadas diretamente se eram virgens no momento em que ficaram grávidas.

Apesar de todas as precauções tomadas pelos pesquisadores, não se descarta uma possível falta de compreensão das perguntas em alguns casos, admitem os autores do estudo.

Por sua vez, "há algumas semanas tentamos verificar se este fenômeno se limita apenas às mulheres", indicou Amy Herring (docente da Universidade da Carolina do Norte, Chapel Hill, Estados Unidos), líder deste trabalho.

"Também encontramos alguns pais 'virgens', algo que é ainda mais difícil de compreender", declarou com um sorriso.

Estes resultados trazem à tona algumas questões relativas à educação sexual, mas, sobretudo, à dificuldade para obter dados precisos sobre a vida sexual dos jovens, concluiu.

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Cachorros reconhecem rostos familiares, diz estudo


Cachorros reconhecem rostos familiares, diz estudo


Cães reconhecem rostos familiares de humanos e cachorros, mostra estudo (Foto: Sanni Somppi)

Segundo pesquisa, cães olham mais fixamente para faces conhecidas.
Movimento dos olhos dos cachorros foi monitorado.


Os cachorros têm a habilidade de diferenciar rostos de humanos e outros cães que conhecem das faces que não são familiares, mostra estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Helsinki, na Finlândia. A habilidade, até então atribuída apenas aos humanos e possivelmente a outros primatas, foi testada enquanto os cachorros eram monitorados.

Os pesquisadores exibiram imagens de rostos de humanos e de outros cachorros familiares, além de outros que nunca haviam visto. O monitoramento do movimento dos olhos dos cães apontou que eles olhavam mais fixamente e profundamente para rostos e olhos familiares do que para os desconhecidos.

Apesar de ser conhecido o fato de que o contato dos olhos tem papel importante na comunicação entre cachorros e humanos, segundo os pesquisadores, este é o primeiro estudo em que o reconhecimento facial por parte dos cães foi pesquisado com o monitoramento do movimento dos olhos.

Além disso, constatou-se que os cachorros olharam para imagens de cachorros por mais tempo do que para imagens de humanos, independentemente da familiaridade dos rostos apresentados. Isso corresponde a um estudo prévio da mesma equipe, em que foi descoberto que cachorros preferem olhar rostos da mesma espécie do que para os de humanos.

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Satélite europeu tem 'câmera mais poderosa da História'


Satélite europeu tem 'câmera mais poderosa da História'


O satélite Gaia em construção: câmera tem sensores que detectam distintos tipos de luz (Foto: BBC)

Gaia vai mostrar Via Láctea em 3D pela primeira vez e identificar cor e temperatura de estrelas.

Orçado em 740 milhões de euros, o satélite Gaia decolou da Guiana Francesa com o objetivo de produzir a primeira imagem realista, em 3D, de como a nossa Via Láctea é construída.

A sensibilidade notável do Gaia - uma das missões espaciais mais ambiciosos da história, lançada pela Agência Espacial Europeia - permitirá ainda a detecção de muitos milhares de corpos celestes jamais vistos antes, incluindo novos planetas e asteroides.

Gaia está em desenvolvimento há mais de 20 anos.

No coração do telescópio transportado pelo satélite há uma câmera. O aparato é sensível o suficiente para detectar estrelas que estão a trilhões de quilômetros de distância.

Ao revisar repetidamente suas metas ao longo de cinco anos, o satélite deverá conhecer as coordenadas das estrelas mais brilhantes com uma margem de erro mínima, de apenas sete microssegundos de arco.
"Este ângulo é equivalente ao tamanho de uma moeda na Lua vista da Terra", explica o professor Alvaro Gimenez, diretor de ciência da Agência.

Evolução da Via Láctea

Os sensores da câmera também têm diferentes cores e detectam distintos tipos de luz.

Trata-se da "câmera mais poderosa já construída", diz a Agência Espacial Europeia. Poderia tirar uma foto de um fio de cabelo humano a milhares de quilômetros de distância.

No espaço, a função do equipamento será medir o tamanho, a luminosidade e a posição de mais de um bilhão de estrelas, algo útil para que se saiba como a Via Láctea evolui.

Gaia vai identificar estrelas semelhantes ao Sol e outras que estão explodindo, as supernovas.

Buscará ainda buracos negros, poderá encontrar elementos jamais imaginados antes por cientistas e, possivelmente, descobrir que a forma da Via Láctea é diferente desta que vemos e da que conhecemos nos livros de ciência.

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Droga bloqueia HIV em estudo de laboratório, mostra pesquisa

Droga bloqueia HIV em estudo de laboratório, mostra pesquisa


Concepção artística do vírus HIV (Foto: Divulgação/NIH)

Experimento foi feito com remédio feito para tratar epilepsia.
Cientistas querem testá-lo em pessoas infectadas com HIV.


Uma droga experimental desenvolvida para tratar epilepsia pode bloquear o vírus da AIDS? Estudo preliminar feito em laboratório sugere que é possível e os pesquisadores estão ansiosas para experimentá-la em pessoas.

Os cientistas experimentaram a droga depois de descobrir detalhes sobre como eles acreditam que o HIV enfraquece o sistema imunológico para desenvolver AIDS.

Quando testada em tecidos humanos em laboratório, a droga “funciona lindamente” para prevenir que o HIV destrua células chaves do sistema imunológico, disse o Dr. Warner Greene do Instituto Gladstone em São Francisco, um dos autores do estudo. Os resultados estão em pesquisa publicada na “Nature”.

Neste trabalho e em outro publicado na Science, Greene e colegas focam em como o HIV mata as células vitais CD4 do sistema imunológico que combatem a doença.

Há muito tempo os pesquisadores sabem que o vírus infecta algumas células CD4 e as transforma em fábricas produtoras de vírus, as matando no processo. Mas um número maior de células morrem sem passar por essa transformação. O que acontece com essas células CD4 “espectadoras”?

O novo trabalho oferece evidências de que o HIV entra nessas células, mas não consegue produzir completamente a infecção. Em resposta as células desencadeiam um ataque letal nelas mesmas pelo sistema imunológico. É “mais um suicídio do que um assassinato”, disse Greene. “Eu acredito que esse é o mecanismo principal através do qual células CD4 são esgotadas, que é a marca da AIDS”.

A droga para epilepsia, que não está no mercado, bloqueia uma enzima que a pesquisa identifica que desempenha papel importante neste ataque do sistema imunológico.

Estudos anteriores da droga em pessoas mostram que ela é segura, disse Greene. Assim os pesquisadores estão conversando com a empresa fabricante da droga para testá-la em pessoas infectadas com o HIV. Nenhum cronograma para esses estudos foi estabelecido, disse.

Greene afirmou que se esses estudos obtiverem sucesso, a droga pode ser usada em pessoas com HIV que resiste a drogas padrão. Ela também pode ser útil como um tratamento temporário para manter o HIV sob controle, para pessoas que não podem tomar drogas padrão imediatamente, disse. Também é possível, especula, que a droga bloqueadora de enzima ajude cientistas a erradicar o vírus do corpo.

Ainda não está claro se a abordagem de bloquear a enzima vai produzir terapia prática para pessoas infectadas com o HIV, disse Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, que não esteve envolvido no trabalho.

Mas a nova pesquisa por trás dessa estratégia é “um avanço importante” para entender como o HIV mata células do sistema imunológico, ele disse.

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Grã-Bretanha testa vacina contra câncer no cérebro

Grã-Bretanha testa vacina contra câncer no cérebro


Vacina visa ensinar sistema imunológico do paciente a combater câncer no cérebro (Foto: BBC)

Tratamento 'ensina' sistema imunológico a encontrar e combater tumores.

Começaram os testes de uma vacina que se propõe a tratar uma forma agressiva do câncer de cérebro.

O primeiro paciente europeu recebeu o tratamento no hospital King's College, em Londres. Robert Demeger, 62, foi diagnosticado da doença neste ano.

A vacina é personalizada e foi desenvolvida para ensinar o sistema imunológico a lutar contra as células de um tumor.

O King's College faz parte de um grupo de mais de 50 hospitais - os outros estão nos Estados Unidos - que estão testando o tratamento.

Demeger, um ator de televisão e teatro, teve que desistir de seu papel de Otelo, no aclamado Teatro Nacional, depois que começou a ter convulções.

Otelo
Ele disse que chegou a ter um susbstituto, para o caso de se sentir mal no palco, mas não precisou usar esse recurso.
'Eu fui diagnosticado com um tumor no cérebro e marcaram uma cirurgia em uma questão de dias'.
Porém, antes de sua operação ele foi convidado para ser o primeiro paciente na Europa a participar do experimento internacional.

Vacina
Cirurgiões removeram o máximo possível de seu tumor - que foi depois levado a um laboratório onde foi incumbado com células dendríticas (células imunológicas tiradas de seu sangue).
O objetivo foi ensinar as células a reconhecer o tumor. A vacina personalizada que resultou do processo foi injetada no braço dele, com a esperança de que aquelas células treinariam o sistema imonológico dele sobre como localizar e destruir o câncer.
Ele receberá dez doses da vacina nos próximos dois anos.
Keyoumars Ashkan, um neorocirurgião do King's College, está liderando a parte britância da pesquisa. Ele diz que há uma grande necessidade de novos tratamentos para o câncer de cérebro.

Glioblastoma
'Mesmo que um tumor pareça igual em dois pacientes, na realidade ele varia muito'.
'Por isso, a terapia padrão provavelmente não é a melhor. Há uma necessidade de fornecer tratamento individualizado baseado no tipo de câncer de cada paciente'.
O tratamento envolve pacientes com glioblastoma, a forma mais agressiva de um tumor primário de cérebro, que afeta cerca de 1.500 pessoas por ano na Grã-Bretanha.
A média de sobrevivência desses pacientes é de 12 a 18 meses. Dois estudos anteriores menores da terapia DCVax, nos Estados Unidos, descobriram que o tratamento aumentava essa sobrevida para três anos, sem efeitos colaterais. Vinte pacientes participaram dos testes e dois deles estão vivos há mais de dez anos.
Ashkan ressaltou que a atual pesquisa, que envolverá 300 pacientes, é necessária para mostrar se o tratamento é realmente eficiente. Metade deles receberá a vacina real e os demais tomarão placebos.
'Até obtermos os ressultados desta pesquisa não saberemos se a terapia deve ser oferecida a todos os pacientes', ele disse.
Demeger afirma que está encantado em fazer parte dessa pesquisa. 'Qualquer coisa que me dê uma chance melhor, mas também por outros fatores, vale a pena participar disso'.

Fala
A cirurgia para remover o câncer afetou sua fala, porque o tumor estava localizado próximo da parte do cérebro que lida com a linguagem.
Assim Demeger, que tinha a voz como seu meio de vida, teve que reaprender a se comunicar.
'Eu adoraria voltar a atuar. Esse é o meu trabalho'.

'Tenho trabalhado com um terapeuta da fala e com o chefe das vozes no National (Theatre)'.
'Não sei se poderei voltar aos palcos em semanas ou meses, mas estou esperançoso'.

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domingo, 29 de dezembro de 2013

USP pesquisa geladeira que utiliza magnetismo para conservar alimentos


USP pesquisa geladeira que utiliza magnetismo para conservar alimentos


Teste em pedaços de carnes comprovou eficácia da geladeira com o sistema (Foto: Paulo Chiari/EPTV)

Equipe de Pirassununga testa tecnologia em carne bovina.
Ideia é disponibilizar equipamento no mercado para o consumidor.


Um pesquisador da USP de Pirassununga (SP) desenvolveu uma geladeira que, além do sistema tradicional de resfriamento, usa ondas magnéticas para aumentar a durabilidade do alimento. O equipamento ainda está em fase de testes, mas o resultado obtido com carne bovina é promissor. A ideia é disponibilizar o sistema no mercado.

Aparentemente a geladeira é parecida com uma convencional, mas dentro há uma divisória. Em uma delas, há um compartimento em que o alimento recebe as ondas magnéticas. Elas atuam diretamente nas enzimas, moléculas que definem características da carne, como cor, textura e cheiro.

O campo magnético interfere nas cargas elétricas dessas enzimas e muda a maneira como o alimento deteriora. Na prática, faz com que a carne dure mais tempo sem perder qualidade. “Nós percebemos que algumas enzimas presentes nos alimentos podem ser mais ou menos ativadas na presença do campo magnético. Apesar de ele não matar as bactérias, verificamos que ele impede o crescimento delas”, explicou o pesquisador Ernane Xavier Costa.

Para comprovar o resultado, o professor e as alunas separaram dois pedaços de carne. Um foi colocado em uma prateleira comum da geladeira e o outro no campo magnético. Quatro dias depois a carne que estava apenas sob refrigeração ficou mais escura, com mau cheiro e um pouco ressecada. Já a outra permaneceu mais clara, sem odor e com a aparência de fresca.

Mercado
Ainda não há prazo para que o consumidor tenha acesso à geladeira, mas quando isso ocorrer facilitará a vida na cozinha e evitará o desperdício, aposta o pesquisador. “Nós vamos requerer uma patente e a ideia é que cada dona de casa tenha um compartimento na geladeira de modo que o alimento tenha um pouco mais de qualidade com o tempo”.

Para que isso ocorra, outros produtos também serão testados, entre eles a cana. “Quando você pasteuriza o caldo, ele perde um pouco o sabor. Se a gente conseguir usar o campo magnético, nós vamos aumentar a vida do caldo de cana e manter o sabor”, disse Costa.


Compartimento emite ondas magnéticas que atuam nas enzimas da carne (Foto: Paulo Chiari/EPTV)

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Cerca de 1,8 tonelada de água contaminada vaza em Fukushima


Cerca de 1,8 tonelada de água contaminada vaza em Fukushima



Vista áerea da usina de Fukushima, em foto de arquivo feita no dia 20 de agosto (Foto: Kyodo/Arquivo/Reuters)

Vazamento ocorreu pelas rachaduras das barreiras que rodeiam os tanques.
Segundo Tepco, água radioativa não deve chegar ao mar.

A operadora da usina nuclear de Fukushima informou nesta segunda-feira (23) que 1,8 tonelada de água radioativa vazaram através de rachaduras nas barreiras que rodeiam os tanques para armazenar líquido contaminado.

As fugas foram detectadas concretamente nas bases dos amortecedores que isolam duas áreas de tanques de armazenamento diferentes, segundo explicou a Tokyo Electric Power (Tepco) em comunicado.

A Tepco acredita que a água contaminada que vazou de uma das áreas afetadas não pode chegar ao mar visto que não há nenhum desaguamento perto, ao mesmo tempo em que investiga se o líquido que se saiu da outra área de contenção pode chegar ao Pacífico através de alguma canalização.

As barreiras que rodeiam as 23 áreas destinadas a estes depósitos na unidade têm 30 centímetros de altura e foram construídas para evitar que a água que estes tanques possam perder flua para o exterior como aconteceu no semestre passado, quando um destes contêineres perdeu 300 toneladas de líquido altamente radioativo.

Essa fuga aconteceu em um dos muitos tanques que foram construídos de maneira mais rápida e econômica após o início da crise e cujas juntas estão unidas com resina em vez de solda.

Desde então, a Tepco tenta substituir o mais rápido possível todos os contêineres do mesmo modelo.

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Grande reservatório de água é descoberto sob o gelo da Groenlândia


Grande reservatório de água é descoberto sob o gelo da Groelândia


Grande reservatório de água foi descoberto debaixo da cobertura de gelo da Groelândia, identificada como a mancha mais branca desta imagem de satélite (Foto: Earth Observatory / Nasa)

Área é de 70 mil quilômetros quadrados, equivalente ao território da Irlanda.
Acredita-se que o reservatório contenha neve derretida no verão anterior.
Um grande reservatório de água, equivalente em área ao território da Irlanda, foi descoberto debaixo da cobertura de gelo da Groenlândia e pode fornecer respostas para um dos grandes enigmas das mudanças climáticas.

Em 2011, cientistas americanos cruzaram a cobertura de gelo do sul da Groenlândia em uma expedição para coletar testemunhos de gelo, uma referência da queda anual de neve.
Eles ficaram assombrados ao perfurar uma camada de neve comprimida denominada "firn" e, ao invés de uma esponja congelada a 10 metros de profundidade, como era esperado, eles encontraram água líquida e grânulos de gelo.

Os cientistas, então, fizeram outra perfuração a alguns quilômetros dali e obtiveram o mesmo resultado ao atingir a camada de neve "firn" a 25 metros.
Em busca de uma resposta para esta água misteriosa, um avião da Nasa equipado com um radar de mapeamento de terreno foi levado para sobrevoar a região, assim como um radar de penetração no solo, puxado por um snowmobile (trenó motorizado).

O radar retornou reflexos brilhantes, indicando a presença de um grande reservatório de água sob o gelo.
Estendendo-se para o flanco sul da Groenlândia, a água escondida cobre uma área de 70 mil quilômetros quadrados. É encontrada em profundidades sob o gelo que variam de 5 a 50 metros.

A maior raspadinha do mundo?
Segundo artigo publicado no domingo na revista "Nature Geoscience", acredita-se que o reservatório contenha neve derretida no verão anterior.
Ele funciona de forma similar a um aquífero subterrâneo, que é uma rocha esponjosa que armazena água em seus espaços.

Neste caso, os espaços de ar na neve "firn" são ocupados por água, resultando em algo similar ao gelo batido de uma sobremesa popular conhecida como raspadinha.
"O fato surpreendente é que o suco nesta neve nunca se congela, mesmo no escuro inverno da Groenlândia", afirmou Rick Forster, professor de geografia da Universidade de Utah, que chefiou a missão.

"Grandes quantidades de neve caem na superfície posterior no verão e rapidamente isolam a água das temperaturas do ar abaixo do congelamento da parte superior, permitindo à água perdurar por todo o ano", continuou.

Mudanças climáticas
O reservatório secreto parece existir por algum tempo e não foi provocado pelo aquecimento global, acreditam os cientistas.

Mas eles acrescentaram que poderia ajudar a compreender o destino da cobertura de gelo, uma questão chave da ciência climática.

Uma poderosa placa de gelo com espessura de cerca de 1.500 metros, a Groenlândia sofre um degelo sem precedentes, à medida que o aquecimento global se acelera.
Em 2012, a cobertura de gelo perdeu um recorde de 150 quilômetros cúbicos em volume, transformando esta no maior contribuinte único para a elevação do nível do mar no mundo, afirmou Forster.

Se a cobertura de gelo derreter totalmente, poderia fazer o nível do mar subir cerca de 7 metros. Este é um cenário catastrófico que a maioria dos cientistas descarta, mas, mesmo a perda de uma grande parte, ainda inundaria cidades costeiras vulneráveis.
A descoberta do reservatório subglacial que dura todo o ano põe por terra todas as simulações de computador que tentaram estimar este movimento hídrico.

As simulações costumam ter água chegando aos rios, lagos e corpos hídricos subglaciais que eventualmente chegam para o mar ou correm para a cobertura de gelo através de fendas e acabam congelando.
O próximo passo é determinar se o reservatório ajuda ou retarda a sobrevida da cobertura de gelo da Groenlândia.

"Ele pode conservar o fluxo de água de degelo e, assim, ajudaria a reduzir os efeitos das mudanças climáticas", disse Forster.
"Mas também pode ter o efeito contrário, fornecendo lubrificação para as geleiras em movimento e exacerbando a velocidade do gelo e a quebra (do iceberg), aumentando a massa de degelo para o oceano em todo o mundo", concluiu.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

O menino de Turkana - Antropologia


O MENINO DE TURKANA - Antropologia



A descoberta desse fóssil, um dos raros esqueletos quase completos do Homo erectus, deu início a uma fascinante tentativa de reconstruir, em detalhes, o modo de vida dos ancestrais do homem moderno. O objetivo é descobrir se tais criaturas, embora bem diferentes, também poderiam, de alguma forma, ser considerados humanos.

Com um metro e sessenta de altura, mas ainda trocando os dentes de leite, ele cer-tamente não estava preparado para sair com os caçadores. Talvez fosse sua primeira vez: estava ali apenas para observar e aprender bem cedo a técnica arriscada que distinguia sua espécie das muitas outras da vizinhança. Estas sabiam há milênios acompanhar os leopardos ou os tigres- dentes-de-sabre, para aproveitar os restos que deixavam. Matar animais vivos, porém, apesar de perigoso e difícil, trazia uma vantagem inédita naqueles tempos: significava suprimento regular de carne, essencial ao funcionamento de um cé-rebro não muito pequeno.

Os braços compridos, o andar bamboleante, a garganta incapaz de pronunciar palavras, o herói dessa história ficou conhecido como o ´menino de Turkana´ porque viveu às margens do vasto Lago Turkana - onde é hoje o Quênia, no nordeste da África - e morreu quando tinha apenas nove anos. Embora não tenha sobrevivido à sua primeira lição de caça, seus ossos venceram o tempo. Preservados por mais de 15 000 séculos em ótimas condições, eles se tornaram inestimável fonte de informações sobre uma época em que o homem nem sonhava existir. Em compensação, existiam ´outros homens´, criaturas batizadas de hominídeos porque eram parecidos, mas essencialmente diferentes dos seres humanos modernos.
Extintos muito antes que estes últimos surgissem, os hominídeos permanecem em grande parte um mistério. O menino de Turkana tornou-o ainda mais fascinante, pois se comportava, de muitas maneiras, como os futuros seres humanos. A seu modo, ele era humano. Pelo menos é isso que defende um dos astros da ciência contemporânea, o paleoantropólogo queniano Richard Leakey. No final do ano passado, Leakey publicou um livro, admirável em muitos sentidos, no qual descreve a descoberta dos fósseis do menino - um esqueleto praticamente completo, feito raro na pesquisa antropológica.
Até então quase nada se sabia da anatomia do Homo erectus, a espécie de hominídeo a que o menino pertenceu. Perto de cem indivíduos dessa espécie haviam sido encontrados, em várias partes do mundo, mas isso geralmente significava achar um pequeno pedaço do crânio ou dos maxilares, ou, bem mais raramente, um fragmento do fêmur ou da bacia. Com o menino, não só a variedade de ossos cresceu, mas também a qualidade. E o exemplo mais impressionante, de longe, são os dentes. Só o fato de terem sido achados constitui um desses acasos que fazem crer em milagre: todos eles ha-viam caído, logo após a morte do dono, e se espalhado pela areia, sobre uma área não desprezível.
Mas puderam ser recuperados porque a disposição geral dos ossos sugeria que o menino havia morrido em águas rasas, possivelmente um rio tributário do Lago Turkana, há muito tempo extinto. Bastou, assim, acompanhar o leito seco para encontrar diversas peças do esqueleto, inclusive os dentes perdidos. Além disso, foi uma grande vantagem a água ter desfeito os tecidos da boca e afrouxado os dentes antes que se petrificassem colados ao maxilar. Soltos, eles deixaram exposta a raiz, uma valiosa fonte de informação. Desde 1984, quando o menino foi descoberto, já se sabia que seu maxilar não era de adulto, pois o terceiro dente molar não havia saído e o segundo começava a sair.
Num menino moderno, isso denota idade por volta dos 12 anos, mas a análise da raiz mostrou que 11 anos seria um número mais próximo da realidade. A precisão é importante porque está em jogo, na verdade, uma delicada comparação entre duas espécies: o homem atual e o Homo erectus, cuja biologia nunca pôde ser observada diretamente. A comparação, no entanto, foi feita por autênticos magos, entre os quais a antropóloga Holly Smith, da Universidade de Michigan. Surpreendendo o próprio Leakey, ela explicou como podia decifrar a biologia do menino de Turkana.
Caso não tivesse morrido, ele poderia, por exemplo, seguir o padrão do chimpanzé, cujos filhotes não crescem muito entre a adolescência e a fase adulta. Em média, a taxa de crescimento extra seria de 14%. Como o menino de Turkana estava entrando na pré-adolescência e tinha 1,60 metro, o acréscimo seria de 22 centímetros. Parece muito, mas seria maior ainda se o erectus estivesse mais próximo do padrão humano, na qual o acréscimo é de 23%, apontando para uma estatura bem perto de 2 metros. Leakey acredita que os números reais do menino de Turkana estariam num meio-termo, de modo que sua idade não chegaria aos 11 anos das crianças modernas, mas superaria um pouco a média dos chimpanzés, de sete anos.
Por isso, considera-se que ele morreu aos nove anos. A esse tipo de análise se dá o nome ´história de vida´. "Essencialmente, é uma descrição de como um animal vive", explica Leakey. O mais importante é que, a partir de uns poucos dados, podem-se deduzir muitos outros, informações decisivas sobre a biologia de uma espécie qualquer. Quanto dura a gestação de suas fêmeas e quantos filhotes ela tem de cada vez? Com quantos anos os filhotes se tornam independentes dos pais e quando se tornam sexualmente maduros? São algumas perguntas que a história de vida permite responder. Está claro que isso abre possibilidades inimagináveis para o estudo do passado.
"É um meio de ver criaturas reais em lugar de meros ossos petrificados", escreve Leakey. Depois de analisar os dentes e outros ossos do menino de Turkana, deduz-se, por exemplo, que os membros de sua espécie viviam em média 52 anos, enquanto os homens modernos alcançam 66. As mães, provavelmente, tinham o primeiro filho aos 13 ou 14 anos e depois empre-nhavam a cada três ou quatro anos. Esses números são impressionan-tes, mas o objetivo de Leakey, na verdade, é mais instigante: mostrar que o Homo erectus merece o qualificativo ´humano´.
Ou seja, que sua mente funcionava, grosso modo, da mesma forma que a mente do homem moderno - o Homo sapiens, que surgiria mais de 1 milhão de anos mais tarde. Não é fácil definir com rigor a idéia de humanidade. Mas, seja o que for, argumenta Leakey, não se deve pensar que esse atributo tenha nascido subitamente, pronto e acabado, com o aparecimento do homem moderno. "Acredito que as qualidades da mente humana, a exemplo da forma do corpo humano, foram moldadas por uma fascinante história evolutiva." São os indícios des-sa história que ele procura nos fósseis, mais do que seus traços puramente físicos.
A pretensão é imensa, e chega a ser comovente a persistência com que Leakey vasculha as evidências disponíveis à cata de tudo o que possa ajudá-lo. O modo de vida dos hominídeos, por exemplo, poderia deixar vestígios visíveis de sua presumida humanidade. Será que eles dividiriam entre si as tarefas, repartindo posteriormente os seus frutos? É possível que tivessem alguma espécie de lar, uma base, mesmo que temporária? Talvez. Há uma área na margem leste do Lago Turkana (do lado oposto em que morreu o menino) que pode ter sido um acampamento temporário. Trata-se de um dos mais ricos depósitos de artefatos da época em que o erectus surgiu, entre 2 milhões e 1,5 milhão de anos atrás.
Aí se encontraram nada menos que 2 000 fragmentos de ossos, pertencentes a uma dúzia de indivíduos, e 1 500 peças de pedra, com aspecto de instrumentos rudimentares. "Uma mixórdia de ossos e pedras", de acordo com seu descobridor Glyn Isaac, amigo de Leakey e seu companheiro de pesquisas. Apesar disso, algumas peças estão mais concentradas em um ponto da área, onde dois indivíduos aparentemente estiveram sentados fabricando implementos. São simples calhaus lascados para ficar mais largos de um lado e mais pon-tudos do outro. Ou então, lascas finas que se podiam usar na ponta de lança grosseira.
Vários ossos de hipopótamo, antepassados das zebras, girafas e antílopes sugerem que os instrumentos foram usados para desmembrar juntas e cortar carne. Comparando o suposto acampamento pré-histórico com o que se vê entre os mais rudimentares povos do presente, Leakey imagina que os hominídeos poderiam montar arapucas de pau para pegar caça leve. Pela manhã, empunhando varas longas e afiladas para se defenderem ou lancetar uma presa eventual, eles recolheriam os animais capturados. Ao mesmo tempo, as mulheres fariam sua parte na economia do bando, coletando raízes ou frutas das redondezas, transportadas em sacolas feitas de pele de animal.
As atividades do dia seriam acaloradamente discutidas por meio de uma linguagem de gestos e sons mais ou menos articulados. O suficiente, pelo menos, para amarrar, por meio da comunicação, os complexos laços sociais do bando. Em tese, esse tipo de raciocínio por analogia com as comunidades modernas é atraente. É realmente assim que vivem alguns povos seminômades atuais, como os habitantes do deserto do Kalahari, no sul da África, denominados !Kung (a exclamação representa um estalo da língua contra o céu da boca). Mais importante, porém, é a idéia de que a caça teve um papel revolucionário no passado distante.
O motivo é que os dentes dos hominídeos podem ter evoluído para enfrentar uma dieta rica em carne, que seria obtida por meio da caça. A mudança ocorre em três etapas, a começar pelos chimpanzés e gorilas, cuja boca adapta-se bem a um cardápio de folhas macias e frutas. Vêm depois os mais antigos hominídeos - quatro ou cinco espécies agrupadas sob o nome coletivo de australopitecos - cujos dentes são desenhados para macerar e moer partes duras das plantas. Esse perfil de pilão, finalmente, desaparece na linhagem do menino de Turkana, que tem a boca de um animal onívoro, isto é, que come de tudo. E tudo, nesse caso, tem boas chances de incluir repastos regulares de carne.
Primeiro, porque o erectus sem dúvida estava equipado para obtê-la: era hábil modelador de pedras cortantes ou contundentes, e com certeza fabricava instrumentos de maneira sistemática. É possível que os usasse apenas para limpar carcaças de animais mortos por outros predadores. Mas é tentador imaginar que fosse mais ousado, pois precisava de proteínas e calorias em abundância para saciar um cérebro pelo menos 50% maior que o dos mais antigos australopitecos. Embora modesto, o crânio do erectus representa um salto brusco para um volume superior a 700 centímetros cúbicos, comparado ao persistente padrão dos australopitecos, em torno de 500 cm3.
Um e outro número ficam bem aquém da média de 1 300 cm3 encontrada no Homo sapiens. Seja como for, se é verdade que a caça fazia parte da rotina do erectus, é muito fácil examinar as conseqüências desse fato sobre sua vida social: não se levam mulheres, idosos e crianças ao um confronto com uma manada de antílopes. É muito razoável, portanto, que os bandos de erectus dividissem o trabalho e repartissem seus bens, tal como raciocina Leakey. Infelizmente para ele, são poucas - ou absolutamente nenhuma, de acordo com alguns pesquisadores - as evidências de que os instrumentos pré-históricos estejam associados com atividade de caça. E a prova dos noves, entre paleoantropólogos, são as pistas enterradas no solo, como não podia deixar de ser.
Vistos por esse ângulo, nenhum dos muitos hominídeos de 2 milhões de anos atrás é menos ou mais humano que qualquer outro. A situação se agrava quando se considera que, afinal, mesmo os chimpanzés organizam e executam caçadas em grupo, e judiciosamente repartem os resultados entre si. Esse fato não ajuda a tese de Leakey, e em última instância confunde o sentido que ele quer dar ao conceito de humanidade - que certamente não inclui os chimpanzés. Glyn Isaac ilustrou esse dilema apelando para certa dose de humor negro. "Suspeito que se esses hominídeos vivessem nos dias de hoje, nós os colocaríamos no zoológico."
Críticas à parte, não é esse o sentimento que transpira dos argumentos e do livro de Leakey. Bem ao contrário, ele desfaz o preconceito de que o Homo sapiens seja superior aos seus tataravós. Ele simplesmente mostra que, se os hominídeos não eram modernos, também não eram criaturas inacabadas, meros rascunhos no caderno da evolução. Eram apenas diferentes. Não é por outro motivo que a mais forte e duradoura impressão legada pelo livro é a de se estar em outro planeta, no qual houvesse, não apenas um, mas inúmeros homens vivendo lado a lado - um atestado de abundância e prosperidade que já não existem mais.

Caçador de fósseis e protetor dos elefantes

O mais famoso paleoantropólogo da atualidade fala de sua grande paixão, a busca das origens humanas, e de sua nova tarefa, proteger a vida selvagem.

Se alguém tivesse perguntado ao pequeno Richard o que queria ser quando crescesse, ouviria a profética frase: "caçador de fósseis". Era de se esperar, já que nascido e crescido num paraíso antropológico, o nordeste da África, onde seus pais fizeram notáveis descobertas nos anos 50 e 60. Segundo filho da arqueóloga inglesa Mary Leakey, e do arqueólogo e antropólogo queniano Louis Leakey, filho de missionários ingleses, Richard passou a infância correndo entre restos desenterrados de ancestrais do homem. Certa vez, aos seis anos de idade, aborrecido por não participar das buscas, recebeu o convite do pai. "Venha pegar seu próprio osso!" Minutos mais tarde encontrou seu primeiro fóssil, uma mandíbula completa do porco gigante extinto, Notochoerus andrewsi, com meio milhão de anos.
Depois de algum tempo pensando em dar outro destino à vida, acabou fascinado pela antropologia. Nascido em Nairobi, capital do Quênia em 1944, ele chega aos 49 anos, em 19 de dezembro próximo, como um homem de sucesso. E não apenas em sua profissão, como também no mundo glamuroso dos grandes cientistas, que o transformou numa estrela de seriados científicos na televisão. Mas a tarefa que mais o ocupa nesse momento - o combate a caça clandestina, como diretor do Serviço para a Vida Selvagem do Quênia - é provavelmente o maior desafio que já enfrentou. "Quando me impus essa tarefa, em 1989, o comércio do marfim estava no apogeu e perdíamos 5 000 elefantes por ano".
Apenas quatro anos mais tarde, contabiliza, a caça furtiva está quase vencida. O preço do marfim despencou e o país arrecada 150 milhões de dólares destinados à construção de estradas e de abrigos para uma frota de vigilância aérea. Mas seus problemas não foram apenas de ordem administrativa. O confronto com os caçadores ainda significa risco de vida, como conta Leakey no prefácio de um novo livro publicado no final do ano passado. "Vivo cercado por lembranças do perigo: soldados armados protegem minha casa e guarda-costas me acompanham sempre que saio de carro". Ele já não pode se dedicar como antes à caça de fósseis - "que foi e continua sendo o primeiro amor de minha vida". Ainda assim, considera uma honra ter sido apontado para a nova tarefa, em 1989, pelo então presidente Daniel arap Moi.
Uma coisa é certa: o que nunca lhe faltou foi ambição e persistência para atingir seus objetivos. Em 1967, por exemplo, ele convenceu a National Geographic Society americana a financiar uma viagem ao lado leste do Lago Turkana, no norte do Quênia. Foi uma audácia, pois Leakey tinha então apenas 23 anos e, ainda mais grave, era autodidata, não possuía título acadêmico. A instituição pagou para ver, mas valeu a pena. Entre os 400 ossos encontrados, estava o crânio 1 470, um fóssil decisivo para sua carreira. "Ele me fez famoso, da mesma forma que, em 1959, meu pai ganhou celebridade por ter descoberto o Zinjanthropus ". Foi o primeiro fóssil do gênero mais tarde batizado Australopitecus. O crânio desenterrado por Richard pertenceu a um hominídeo do gênero Homo.
Na década seguinte, o cientista realizou a série de expedições que culminou nos grandes êxitos de 1984. Especialmente o achado do menino de Turkana, um esqueleto quase completo que lhe valeu a capa da revita americana Time e um lugar definitivo entre os grandes antropólogos do século. Mas apesar de ter alcançado a glória graças à habilidade em achar ossos, ele diz que não se deve pensar que um macaco subitamente se tornou homem apenas porque passou a andar sobre duas pernas. Para ele, a evolução é muito mais que isso: representou mudanças no comportamento, na linguagem e na fabricação de objetos. Ou seja, em toda a cultura.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Ciganos: A segunda invasão da Europa - Comportamento


CIGANOS: A SEGUNDA INVASÃO DA EUROPA - Comportamento



Agora eles não vêm da Índia, como há 500 anos, mas dos arruinados países do Leste. Nesse novo mundo, terão de aprender a pagar impostos, mandar os filhos para a escola e não roubar os não-ciganos.

Alguma coisa está acontecendo com os ciganos. Desde o início de 1993, grandes grupos vindos do Leste estão se dirigindo para Paris, onde as mulheres são vistas nas ruas implorando caridade, em nome das crianças. Nesse gesto, que parece parte da sua própria natureza, trazem notícias de perseguições, guerra e miséria.
Certo ou errado? Errado. Não faz parte da natureza de ninguém implorar caridade. Este é apenas um dos mitos, talvez o mais perigoso, que cercam os ciganos. O nomadismo, considerado como um dado natural deste povo, é outro mito. Segundo o sociólogo Jean-Pierre Liégeois, professor da Universidade de Paris V, "o nomadismo é mais um estado de espírito do que de situação. Sua importância é mais de ordem psicológica que geográfica".
Muitos ciganos estabeleceram-se na Europa, primeiro no Leste, depois no Oeste, há mais de 500 anos. Admite-se que saíram da Índia, em repetidas migrações, e chegaram à Pérsia no século XI. América e Austrália só foram atingidas no século XX. A chegada da nova leva de migrantes do Leste provoca tensão e ansiedade. Povo que desconheceu a escrita até o século XX, os ciganos acreditam numa história que não está nos livros e se revela em tradições, símbolos e costumes. Alguns vêem surgir, na sombra dos recém-chegados, a marca da fatalidade e do destino.
O muçulmano Faik Serifovic, cigano nascido na província sérvia de Kosovo e com domicílio na Suíça, fica arrepiado quando escuta a palavra fatalidade, usada no sentido de determinismo. Membro do comitê executivo da Romani Union, uma associação interna-cional de ciganos com direito a voz consultiva na assembléia das Nações Unidas, quer fundar um centro cultural cigano. Por causa desse sonho, que persegue há vinte dos seus 43 anos, já perdeu negócios, um restaurante e até a primeira mulher. Ele sorri como se estivesse diante de uma visão do paraíso quando encontra, em suas andanças como revendedor de porcelanas, um camping com água encanada e luz elétrica, que admite ciganos e é dotada de escola maternal. São raros tais campings no Ocidente e inexistentes na Europa Oriental. Serifovic acredita que, com eles, o destino cigano seria melhor.
Para o bem de todos, Serifovic quer ter certeza de que os recém-chegados do Leste compreendem que para vi-ver na nova terra em relativa paz e segurança será preciso pagar impostos, mandar os filhos para a escola e não roubar os não-ciganos. Caso contrário, teme que eles estarão colocando uma arma nas mãos daqueles que, em qualquer parte, consideram os ciganos naturalmente ignorantes, sujos, pregui-çosos, ladrões e manipuláveis.
Sinal dos tempos, Faik Serifovic acha que o espancamento e a imposição da mendicância às mulheres é motivo para a convocação de uma Kris - o tribunal cigano. Não faz muito, esses delitos não seriam capazes de provocar um minuto de atenção em homens respeitáveis. Algumas mulheres de idade e posição têm participado das Kris, como observadoras. Em muitos grupos, só podem emitir opinião através dos pais, maridos ou filhos, sob pena de colocar os homens da família na boca do povo. Na prática, isso poderia ser a pá de cal em acordos de casamentos e negócios.
A realidade prosaica no dia-a-dia das ciganas desmente a imagem exaltada que dela fazem os gadjé. Vendedora de ilusões, profetiza de sonhos, leitora da sorte, ela não precisa das cartas para prever o próprio destino. Na tradição cigana, cabe à mulher o papel de guardiã do patrimônio cultural e transmissora dos valores sociais do grupo. O homem é símbolo da autoridade e guia. Na prática, isso significou, para a mulher, uma liberdade estritamente vigiada. A juventude de uma cigana acaba aos 16 anos, idade em que geralmente se casam. Aos 12 anos, muitas famílias preferem tirar as filhas da escola, por temer que elas se percam na má companhia dos gadjé.
A virgindade está entre as primeiras virtudes de uma jovem. No Brasil, uma noiva cigana virgem pode custar até o preço de um automóvel, em moedas de ouro. Trata-se de uma quantia simbólica, embora este dote constitua um motivo de exaustivas discussões entre os parentes. Em muitas famílias, são os pais que ainda decidem os casamentos. Alguns consultam a opinião dos filhos, outros não. Entre os jovens, está se tornando cada vez mais comum o costume manouche de casamento por fuga. Depois de uma semana, o casal retorna ao grupo e passa a viver com a família do marido enquanto os mais velhos decidem o valor do dote. Esse período pode ser difícil para a mulher. Ela só é considerada realmente casada depois do nascimento do primeiro filho.
Muitos dispensam as cerimônias de casamento no civil e no religioso. Mas os Roma e os Gitanos não dispensam as grandes festas de casamento, em que todo mundo é convidado. A tradição manda que as matriarcas das famílias exibam, durante o baile, um lencinho com as manchas de sangue do rompimento do hímen, assunto que cabe a elas resolver na intimidade. Desvirginada, a noiva volta para o salão e dança com o noivo. "É de tal beleza, isso-" comenta a gitana Mossa Poubil, quase 30 anos, autora de um livro-depoimento sobre a condição da mulher ciga-na. "Acabaram de tirar-lhe as cinc estrellas e ela dança - levanta os braços no ar, move as mãos, os ombros, o corpo todo. Isso é flamenco! Ela dança e chora e está contente - e todo mundo está contente e dança também".
Para se casar, é importante que uma jovem cigana seja trabalhadora, submissa, saiba ganhar a vida e guardar silêncio. Muitos ciganos consideram natural que o marido passe dias fora de casa, embebede-se com os amigos e freqüente assiduamente a intimidade das não-ciganas. Em público ou mesmo em família, a tradição proíbe a mulher de queixar-se. Quando a situação no casamento torna-se insustentável, a nora pode tentar obter o apoio da sogra, o que nem sempre lhe é dado. As mulheres ciganas raramente são solidárias em lamúrias. A volta à casa paterna não é estimulada. Nesse caso, a família do marido pode reivindicar e receber a guarda dos filhos. O tempo, dizem, acaba por ajeitar as coisas.Cèline La Fleur, 58 anos, 13 filhos e 50 netos, admite que muitos ciganos estão mudando. As filhas de Cèline usam calças compridas, minissaia, shorts e aposentaram o lenço na cabeça, antigo símbolo cigano de aliança de casamento. Mas, como a maioria das ciganas, concebem a maternidade e o casamento como seu único destino. Irmã Cecília queria algo além. Cigana manouche, tornou-se freira e hoje vive e trabalha entre ciganos de acampamento.
Em algumas famílias, a roupa dos homens não é lavada junto com a das mulheres, e não é permitido ao marido acariciar a esposa, na intimidade. Antigamente, as mulheres eram as primeiras a exigir o cumprimento dessas proibições, consideradas como manifestação de respeito. Mas essas são, segundo Mossa Poubil, cada vez mais raras, assim como as carroças puxadas por cavalos, que acomodavam famílias de mais de quinze pessoas.Os estudiosos da realidade cigana insistem no perigo das generali-zações em relação a um povo que não é um; são muitos. Quando apareceram pela primeira vez na Europa, em plena Idade Média, apresentavam-se como prínci-- pes e reis do Egito, peregrinos expulsos da Terra Santa, descendentes maldi-tos do Caim bíblico ou povo abençoa-do por Jesus, de quem teriam aliviado o sofrimento no Calvário. Nas esquinas, as mulheres ganhavam a fama de oráculo, com especial aptidão para aliviar os bolsos dos curiosos do ocul-to e atrair a ira das autoridades. O pa-pel de intérpretes do desconhecido não lhes foi benéfico, embora, muitas vezes, representasse a única fonte de renda da família. O comércio com as coisas do sobrenatural faz parte do folclore cigano e sempre foi um terre-no restrito a mulher.
Esse primeiro contato histórico ainda marca as relações entre ciganos e gadjé, como chamam aos não-ciganos. Percebendo-se e sendo percebidos como tribo profética, passaram a ocupar um território reservado aos mitos, com cadeira cativa na comunidade de poetas e artistas. Os historiadores tiveram menos sorte. Os ciganos não ergueram pirâmides, não fizeram guerras, não conquistaram impérios e, muitas vezes, não deixaram rastros de sua passagem.
Nação sem Estado, construíram uma realidade feita de "empréstimos culturais" dos povos com que conviveram mais tempo. Nem o nome pelo qual são genericamente conhecidos é deles. Liégeois explica que a palavra vem de "atsinganos", seita herética desprezada na Grécia do século XII, época em que as primeiras famílias ciganas chegaram à região, estabelendo-se num lugar conhecido como Pequeno Egito. Entre si, os ciganos se reconhecem pelos nomes dos vários grupos e pela noção de pertencerem ao mesmo conjunto. "Fomos reconhecidos por Indira Gandhi como os filhos perdidos da Índia", explica Vanko Rouda, um dos fundadores em 1992 do Movimento Confederal Cigano, que edita em Paris o jornal Le Tambour Tzigane. Como e por que saíram da Índia, os historiadores não sabem responder. Reyniers sugere que, em geral, as comunidades se dispersam quando há pressão demográfica, escassez de recursos econômicos e guerras. O caminho das migrações ciganas segue as rotas das invasões do século X em diante, embora nenhum general cigano apareça entre os conquistadores.
A maioria dos ciganos fala outro ou outros idiomas além do romani, a língua áspera e melancólica, declinável como grego e o latim que lhes serve de traço de união e de espelho. No interior do grupo, entendem-se por meio do romani. Ou melhor, de várias versões do romani, diluído em inúmeros dia-letos influenciados pelo idioma das regiões onde permaneceram mais tempo. Essas influências vão muito além do campo estrito da linguagem. Na economia, por exemplo, os ciganos têm que se adaptar ao meio, para sobreviver e exercer suas tradicionais profissões - artesãos do cobre e do metal, treinadores de animais e artesãos de jóias, músicos e acrobatas - dentro de uma dinâmica cultural de produção que não é sua.Há quem explique o peculiar comportamento dos ciganos dentro da economia global com o conceito de "nicho específico". Assim, o cigano seria "diferente" dos demais agentes econômicos pelo fornecimento constante de mercadorias, serviços e mão-de-obra nos setores em que surge desequilíbrio na balança da oferta e da procura. Na Bulgária, isso significa que, quando faltaram carrascos no século XVIII, os ciganos aceitaram ocupar este espaço. E antes do advento da medicina veterinária, eles eram requisitados em toda parte como ótimos conselheiros sobre saúde dos animais.
Como em todos os povos, entre os ciganos nem todos os indivíduos são iguais. Algumas famílias são ricas, outras pobres. Algumas andam a pé, outras de avião. Carroças puxadas por cavalos são coisas de museu. Explica-se: embora ainda sejam considerados pelo menos seminômades, o estilo de vida dos ciganos foi afetado pelo progresso do mundo gadjé. Hoje viajam em caravanas de carros modernos, caminhões e trailers. Embora a produção industrial de aço inoxidável tenha tornado os artefatos de cobre obsoletos, ciganos urbanos conseguem empregos variados e também modernos, como por exemplo mecânicos de automóveis. Jacqueline Charlemagne, do departamento de So-ciologia Jurídica da Universidade de Paris II, diz que a marginalização, entre os ciganos, "pode provocar a degradação das relações no interior do grupo familiar, indiferença quanto à escolarização das crianças e jovens e desvalorização social que impede qualquer comunicação com o exterior". Dentro da comunidade cigana, muitos preferem a solução interna dos litígios a qualquer intervenção externa. "Em alguns grupos, isso passa por uma assembléia específi-ca, reunida para a circustância", nota Reyniers. A decisão dessas assembléias, as Kris, é respeitada. Freqüentemente evita-se o prolongamento das crises me-diante compensações financeiras, dispersão dos antagonistas, fuga ou desconhecimento ostensivo entre as partes. Em casos extremos, recorre-se à expulsão do grupo, o que para um cigano tem gosto de pena de morte ou prisão perpétua. Os ciganos consideram que a vio-lação de mulheres, homicídio de crianças, incêndio de caravanas e falsos testemunhos à polícia gadjé são crimes passíveis de pena de morte.
Um estudo feito pelo Conselho Europeu antes da queda do Muro de Berlim, em 1989, estimou a população cigana na Europa do Leste entre 2,5 milhões e 4 milhões de pessoas. Um relatório publicado em 1993 pela revista Espace Soci-al Européen estabeleceu em 1,250 milhão o número de ciganos nos doze países do Mercado Comum Europeu. Rouda afirma que estas estatísticas não refletem a realidade.
O sociólogo Jean-Pierre Liégeois duvida desses números e calcula em torno de 8 milhões de ciganos europeus, enquanto Rouda prefere algo entre 15 e 20 milhões. Acredita-se que existam cerca de 2 milhões de ciganos na América do Norte e 1,5 milhão na América do Sul, dos quais 800 mil no Brasil. A primeira notícia sobre um cigano no Brasil é um édito real de 1574: permitiu ao degredado João das Torres trazer família para o país.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Face a face com a Bomba - Guerra Fria

FACE A FACE COM A BOMBA - Guerra Fria



Mais de 100 testes nucleares ao ar livre sacudiram o Deserto de Nevada, nos Estados Unidos, a partir de 1951. As seqüelas que deixaram só em anos recentes vieram a público. Este é o tema das fotos e do texto a seguir.


Saint George, no estado americano de Utah, situa-se no coração da região mórmon. Aí, como em muitas outras tranqüilas cidades que pontilham o deserto, a vida e a morte são vistas como dádivas do céu. Por-tanto, em 27 de janeiro de 1951, foi como mais um sinal de divina inspi-ração governamental que os cidadãos de Saint George aceitaram uma de-tonação atômica que devastou o sítio de testes de Nevada - a primeira de mais de uma centena que brotariam no local nos doze anos seguintes. Mas o programa americano de testes de armas nucleares nunca foi benigno, fa-to que só se tornou claro em anos re-centes, quando vieram a público documentos até então secretos.
Nuvens de radiação, tão tóxicas quanto as liberadas pela explosão do rea-tor soviético em Chernobyl, verteram resíduos rosados sobre pontos tão distantes como a Nova Inglaterra, a mais de 2 000 quilômetros, envenenando o leite, matando o gado e afetando moradores ao longo da trajetória. Milhares de soldados, com ordem de realizar manobras ao pé das detonações, foram expostos a debilitadoras doses de radiação, da mesma forma que eletricistas ou encanadores empregados no sítio de teste. Nos anos seguintes, ex-militares, funcionários do sítio de testes e gente da vizinhança foram vítimas de câncer em proporção alarmante.
Ao contrário de muitos civis feridos em guerra, essas vítimas da Guerra Fria não foram advertidas sobre as ameaças contra sua saúde. Na verdade, foram submetidas a uma cruel campanha de desinformação. Soldados no sítio de testes receberam informações falsas: "O sol, e não a bomba, é seu pior inimigo". Mulheres que sofriam efeitos do envenenamento pela radiação - perda de cabelo, sérias queimaduras da pele - tiveram alta dos hospitais próximos com diagnósticos de "neurose" ou de "síndrome de dona-de-casa". Quando uma moradora da área ameaçada relatou à Comissão de Energia Atômica (AEC em sigla inglesa) que seu filho e vários vizinhos haviam morrido, aparentemente de câncer induzido pela radiação, ouviu seca resposta: "Vamos manter o senso de proporção sobre a chuva radioativa".
Quaisquer riscos a que a mulher e seus vizinhos "pudessem" ter sido expostos "representavam um pequeno sacrifício" em nome da dissuasão (ou seja, do fortalecimento bélico do país). Poucos documentos expressam de modo tão eloqüente o tributo humano àquele "pequeno sacrifício" quanto as fotos de Carole Gallagher. De 1983 a 1990, ela viveu e viajou em diversos Estados do oeste e sudoeste. Em áreas que a AEC antes designara como "virtualmente inabitadas", Gallagher ganhou a confiança de diversos veteranos, funcionários do sítio de testes e moradores da área de risco, involuntariamente expostos à radiação.
Os retratos que colheu retêm a tradição do humanismo: diretos e sutis, trágicos mas nunca apelativos. Seria fácil descartar o trabalho de Gallagher como um desafortunado capítulo de uma história encerrada. O Decreto de Compensação por Exposição à Radiação, de 1990, estende às vítimas um pedi-do oficial de desculpas e uma oportunidade de indenização. Os testes nucleares subterrâneos, realizados a partir de 1961 em Nevada, podem ter fim dentro de pouco tempo em virtude de uma decisão assinada em agosto de 1992 pelo então presidente George Bush. Mas, para as personagens de Gallagher, as feridas da Guerra Fria continuam abertas.
Críticos do Decreto de Compensação apontam que ele oferece parca recompensa - de 50 000 a 100 000 dólares - e somente a alguns segmentos da população atingida. Regiões com direito a compensação fazem divisa com regiões que não têm esse direito, quase ao acaso. Dos mais de vinte tipos de câncer classificados pela Academia Nacional de Ciências como radiogênicos (ou causados por radiação), o decreto considera que apenas treze dão direito a remuneração. Também não prevê pagamentos à segunda geração das vítimas: isto é, crianças com defeitos de nascimento, câncer ou outros danos nos cromossomos, resultantes da exposição dos pais à radiação.
Recursos interpostos sob outras leis, válidas apenas para ex-soldados, levaram ao pagamento de menos de 3% das reivindicações feitas até meados de 1993. Isso evidencia, dizem os críticos, que tanto as leis como sua aplicação são inadequadas. E, afinal, mesmo os testes subterrâneos representam risco para pessoas que vivem na direção que o vento sopra, a partir do local da explosão. Dos mais de 760 testes subterrâneos conhecidos, pelo menos 126 liberaram radioatividade para a atmosfera, embora as doses tenham se tor-nado relativamente pequenas desde 1971. Persiste também o problema de os vazamentos radioativos não serem anunciados.
Em maio de 1986, por exemplo, au-toridades no sítio de testes tentaram disfarçar a radiação gerada pela detonação "poderoso carvalho": deixaram que a poeira letal escapasse no momento que os ventos sopravam resíduos de Chernobyl sobre o local. Não é coincidência que os testes são realizados, ou que se deixam escapar os vazamentos, apenas quando o vento sopra para leste, direção oposta às cidades de Los Angeles e Las Vegas. Um técnico do Departamento de Energia (DOE) explicou esse procedimento a Gallagher dizendo que "as pessoas em Utah (Estado que fica a oeste de Nevada) não ligam a mínima para radiação".
Tal explicação é típica do menosca-bo que a indústria federal de armas nucleares manifesta sobre a segurança de seus empregados, do público e do meio ambiente. No ano passado, o DOE teve de responder em tribunal à acu-sação de ter ajudado a fábrica de ar--mas Rocky Flats, perto de Golden, no Colorado, a esconder crimes ambientais da Agência de Proteção Ambiental. No Novo México, está para ser aberto um depósito de resíduos nucleares que não satisfaz nenhum dos regulamentos ambientais federais. Portanto, o que a câmara de Gallagher registra não é uma triste anomalia de outras épocas, mas as primeiras vítimas de uma traição à confiança popular. Quando lhes dão face e voz, elas expressam dignidade e exigem a verdade de maneira tão suave e poderosa quanto a radiação que assombra nossas vidas.

Ken Case: o "caubói atômico", como era conhecido pelos outros funcionários do sítio de testes, foi contratado pela Comissão de Energia Nuclear, nos anos 50, com a função de conduzir gado para a região de impacto imediato das detonações, momentos depois de acontecerem. Assim os cientistas de Los Alamos podiam medir os efeitos da radiação. Case sofreu onze intervenções cirúrgicas, inclusive para tirar o rim e boa parte do intestino, antes de morrer em 1985."Eles tiveram câncer e nós também", disse o ex-funcionário sobre os animais que conduzia. "Eles apenas morreram mais depressa."

Walter Adkins com a mulher, Marvel: motorista de ônibus no sítio de testes, teve tumores na pele, esôfago e pulmão, morrendo em 1988. Foi surpreendido pela chuva radioativa de Banenberry, um teste subterrâneo realizado em 1970, do qual vazou grande quantidade de radiação para a atmosfera. "Ela veio caindo como uma coisa de aspecto rosado. Eu podia vê-la em minha mão. Me disseram: a radiação nunca vai prejudicá-lo."

Della Truman: como muitos outros moradores da cidade de Enterprise, uma área de risco em Utah, desenvolveu nódulos na tireóide por beber leite contaminado com iodo radioativo. Embora tenha sido diversas vezes examinada por médicos da Comissão de Energia Nuclear, nunca foi informada dos resultados dos exames. Morreu em 1987 de um ataque cardíaco induzido por "tempestade da tireóide", uma grave aceleração do metabolismo. Seu filho Preston Jay Truman sofre de problemas radiogênicos crônicos. "Na escola nos mostraram um filme chamado A de átomo, B de bomba, conta ele. "Muitos de nós, que crescemos naquele período, pensávamos: C de câncer, D de desaparecimento."

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Aurora: O Espião a 8.000 Km/h - Tecnologia


AURORA: O ESPIÃO A 8.000 KM/H - Tecnologia



Jamais fotografado, o avião hipersônico Aurora é um segredo da Força Aérea americana. Mas relatos de testemunhas permitem traçar um retrato da nave que voa a 40 quilômetros de altitude e abre caminho para os aviões espaciais.

O controlador de tráfego aéreo da Real Força Aérea britânica (RAF) não esconde o espanto: em novembro de 1991, sobre a base de Machrinanish, na Escócia, o radar descobre um objeto que se desloca a uma velocidade três vezes maior que a do som. O jornal local, The Scotsman, espalha a notícia. Diversas testemunhas afirmam ter ouvido um ruído extremamente grave - e intermitente - nas cercanias da base, uti-lizada conjuntamente pela RAF e pela OTAN.
Enquanto isso, em Nevada, os sensores sismológicos instalados pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos - USGS - registram vibrações produzidas por aeronaves que percorrem o céu do deserto a velocidades supersônicas. Pelo menos em quatro ocasiões, os 220 sensores disseminados pelo sul da Califórnia, desde a proximidade de Los Angeles até o Deserto de Mojave, detectaram ondas sonoras similares. Segundo os cientistas do USGS, elas pertencem a um veículo menor que o ônibus espacial -, que mede 37 metros de comprimento. Por seu lado, a NASA afirma que nenhum ônibus espacial ou avião SR-71 Blackbird, que chega a três vezes a velocidade do som (cerca de 3 500 quilômetros horários), estava em missão durante esses dias.
No começo de 1992, várias testemunhas em Nevada e na Califórnia afirmaram ter ouvido ruídos extremamente fortes, e às vezes pulsantes, causados por aeronaves não identificadas. Desde então, depoimentos semelhantes foram se acumulando, sempre em áreas desérticas ou pouco povoadas. Várias fotografias de estranhos rastros de condensação foram publicadas: largos fios de vapor branco salpicados em intervalos regulares por bolas de fumaça.
A proximidade das visões com bases secretas da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e vários outros indícios fizeram surgir rumores da suposta existência de um novo avião secreto: um aparelho capaz de voar a velocidades entre Mach 6 e 8 - ou seja, seis a oito vezes a velocidade do som, entre 6 400 e 8 500 quilômetros por hora - e a altitudes que superam 30 ou 40 quilômetros. Seria este o até então secreto Aurora, que o jornal americano The New York Times revelou em 1988?
A verdade não se conhece, mesmo que hoje se saiba mais do misterioso Aurora do que em 1985, época em que foi identificado o caça "invisível" F-19, um dos aviões stealth (indetectável pelo radar). Este também era um grande segredo da USAF e, como o Aurora hoje, despertou muita especulação. A Força Aérea fez de tudo para que os segredos do F-19 não fossem descobertos e, contra toda a lógica, o caça invisível levou o nome de F-117A - uma sigla completamente fora da seqüência dos outros aviões militares americanos. Suas linhas demonstraram como estavam equivocados os especialistas ao intuir qual se-ria o aspecto exterior de um avião indetectável pelo radar. Nada de traços suaves e arredondados, como se apostava: o F-117A é a mais angulosa das aeronaves conhecidas.
Como nessa ocasião, também agora se especula sobre as linhas e as qualidades do misterioso Aurora. Sua sigla deveria ser SR-72, já que desbancou o SR-71 Blackbird, embora a Força Aérea nunca tenha admitido ter construído um sucessor para o espião aposentado em fevereiro de 1990. Alegou-se então que o avião espião era desnecessário, pois seu trabalho de reconhecimento de terreno ou inspeção de instalações nucleares em países como Iraque, Índia e Coréia do Sul passava a ser feito por satélites. Uma conversa difícil de acreditar, já que, como espião, o satélite tem um defeito grave: todos os vigiados sabem exatamente onde e a que horas eles passam sobre seu território. Se o Blackbird saiu de cena, provavelmente foi porque atrás dele vinha um avião muito melhor.
Dada a velocidade a que o Aurora deve se deslocar, tudo o que se pode afirmar quanto às linhas externas é que são muito refinadas aerodinamicamente. Talvez ele possua um desenho de asa em delta muito pronunciada e boa integração entre as partes - ou seja, com a menor diferença possível entre as distintas formas de fuselagem, cabine, asas, superfície de controle (como flaps e leme) e motor. Este último parece o lado da história mais fácil de adivinhar: é, quase certamente, um ou vários estatopulsorreatores.
Essencialmente, esse motor nada mais é do que um tubo aberto nas extremidades, dentro do qual se injeta um combustível que é queimado imediatamente, cujos gases resultantes são ejetados pela extremidade traseira. O ar para a combustão penetra pela dianteira, e para comprimir a mistura aproveita-se a pressão dinâmica do próprio ar, absorvido pelo avanço do motor enquanto o avião se desloca.
É óbvio que um sistema propulsor desses necessita, para funcionar, encontrar-se previamente em movimento. "Os estatorreatores, eficientes em altas atmosferas, não funcionam a velocidade zero", conta o engenheiro Maurício Pazini Brandão, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Todas as aeronaves impulsionadas por esses motores ou são lançadas de outras já em vôo ou dispõem de outros meios de decolagem. Geralmente utilizam fo-guetes aceleradores conhecidos como boosters. Quando colocam a aeronave na altitude adequada, os boosters se desprendem ou são expulsos, eliminando-se assim um peso morto.
Porém, pelos curiosos rastros de condensação que o suposto Aurora deixa atrás de si, é possível que o avião secreto disponha de um motor especial - um pulsorreator. Motores de reação muito parecidos com os estatorreatores, os pulsorreatores foram utilizados pelos alemães nas famosas bombas V-1 da Segunda Guerra Mundial. Consistem, em princípio, em um tubo em cuja parte dianteira se encontra uma câmara de combustão. Quando o ar penetra pela abertura dianteira, ela se fecha ciclicamente para permitir a queima da mistura de ar e combustível, obrigando os gases a sair pela extremidade traseira. Do abre e fecha vêm o nome e o característico som intermitente que fez os britânicos chamarem as V-1 de buzz-bomb, ou bomba zumbidora. O motor da bomba voadora alemã funcionava com gasolina, e o sistema que fechava a tubeira de admissão era uma persiana metálica. A principal vantagem do pulsorreator é que não precisa estar em movimento para arrancar, já que basta fechar a admissão e iniciar a detonação para conseguir um primeiro empuxo.
Esse tipo de propulsor se caracteriza por receber o ar necessário para a combustão por um diafragma. Imediatamente depois da admissão, injeta-se o combustível, provavelmente metano ou hidrogênio líquido, e se detona a chama. A onda de choque ricocheteia na parede dianteira e expulsa em direção ao exterior uma parte da mistura de gases. A maioria é expelida para trás, pela saída de escape, proporcionando o empuxo e empurrando a aeronave para a frente. A pequena porção de gases que sai pelo diafragma forma as bolas de fumaça visíveis no rastro de condensação.
Assim, consegue-se uma espécie de combustão intermitente ou pulsátil. Além disso, não é necessário reduzir a velocidade de entrada do ar no motor, o que nos estatorreatores é capaz de apagar a chama da combustão. A taxa de compressão da mistura aumenta progressivamente com a velocidade do avião, conseguindo-se desta forma uma considerável aceleração. No entanto, continua a necessidade de iniciar o movimento da aeronave por outros meios, até se conseguir a velocidade imprescindível para que o sistema pulsorrreator funcione.
Uma das alternativas é deixar o diafragma fechado durante a fase de decolagem e aceleração em ascensão. Assim, o motor não funcionaria como um pulsorreator, mas como um propulsor semelhante ao dos foguetes, utilizando inclusive oxigênio líquido como combustível. Mas também é possível que o Aurora empregue outros sistemas, como boosters semelhantes aos dos mísseis movidos por estatorreatores. Ou que seja uma aeronave composta, similar às dos projetos europeus Sän--ger e Hotol. O primeiro, de origem alemã, será um veículo duplo: o infe-rior, dotado de turborreatores e o su-perior, a verdadeira aeronave espa-cial, com motores de foguete.
O Hotol (Horizontal Take-Off and Landing, ou decolagem e aterrissagem horizontais) é outro projeto de veículo transatmosférico, de concepção britânica. Ele deverá ser capaz de decolar com turborreatores e, uma vez alcançada grande altitude, acionar seus motores foguetes para comportar-se como um verdadeiro veículo espacial e transportar 60 passageiros de Londres, na Inglaterra, a Sydney, na Austrália, em pouco mais de uma hora. Proeza semelhante fará o National AeroSpace Plane (Nasp), o futuro avião civil hipersônico americano. Para este plano, a empresa americana Rockwell apresentou há alguns anos um sistema de trolley.
O trolley é, neste caso, uma asa voadora dotada de motores a reação que se desprendem assim que o conjunto chega a altitude e velocidade adequadas. O Nasp é atualmente o maior foco de pesquisas da Força Aérea americana. "O objetivo é chegar a um avião capaz de decolar de pistas comuns e entrar em órbita", afirma o engenheiro Maurício Brandão. "Mas, para isso, ele teria de atingir a fantástica velocidade de Mach 20, ou mais de 21 000 km/h."
Esse ambicioso projeto anunciado pelo presidente Reagan em 1986 como o novo Expresso do Oriente, "será capaz de decolar do Aeroporto Dulles, em Washington, acelerar até 25 vezes a velocidade do som, alcançando uma órbita terrestre baixa, ou voar a Tóquio em duas horas". Segundo suas palavras, ele poderia se converter em um avião militar. Mas também pode ser usado como transporte espacial -mais econômico e versátil que o Space Shuttle atual - ou como um trans-porte hipersônico de passageiros por todo o planeta.

Fábrica de velocidade

O avião hipersônico Aurora poderia ser equipado com um pulsorreator. Este motor consiste num tubo com uma câmara de combustão na qual o ar entra e sai alternadamente para misturar-se ao combustível. Quando a câmara se fecha, os gases escapam pela parte traseira, proporcionando à nave um grande empuxo.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Palmares: Cem anos de sonho - História


PALMARES: CEM ANOS DE SONHO - História



Uma equipe de arqueólogos e antropólogos americanos e brasileiros começa a escavar a história do Quilombo dos Palmares, a maior rebelião negra das Américas, para tentar reconstituir um pouco da vida dessa sociedade livre, que resistiu por quase um século a todos os ataques dos senhores de escravos no Brasil colonial.



O ano de 1602 trouxe novidades para Pernambuco. Pela primeira vez, a capitania tinha a graça de receber um governador-geral da colônia em sua capital, Olinda. A visita inédita, no entanto, entraria para a história não exatamente por isso, mas sim porque, naquele mesmo ano, o governador em questão, Diogo Botelho, iria inaugurar uma epopéia fadada a ser a mais longa guerra interna deste país. Na época, ainda eram poucos os que usavam a palavra quilombo, e Botelho preferiu referir-se às suas ordens como uma "entrada" contra os "negros de Guiné" na região serrana conhecida como Palmares.
Sob o comando do oficial português Bartolomeu Bezerra, a expedição durou poucos meses e se deu por satisfeita com o resultado anunciado: em carta a Felipe III, rei da Espanha e de Portugal, Diogo Botelho se disse "livre por ora da insolência desses alevantados". Mesmo que não tivesse a intenção, as palavras do governador foram premonitórias. Até o ano de 1694, as autoridades coloniais continuaram tendo que enfrentar a insolência negra do Quilombo de Palmares sem conseguir mais do que isso: vitórias inexpressivas que não iam além de um "por ora". Por quase um século, Palmares resistiu a todas as investidas contra seu reduto para, aos poucos, se transformar num país negro e livre incrustado na colônia escravagista.
Em julho passado, quase 400 anos depois da primeira aventura de Bartolomeu Bezerra, uma outra expedição subiu as estradas de terra alagoanas que levam à Serra da Barriga, onde um dia floresceu Macacos, a capital de Palmares. Mas dessa vez nu-ma missão pacífica. "O quilombo ficou conhecido por suas batalhas e guerras", conta o arqueólogo americano Charles Orser Junior, da Universidade Estadual de Illinois, que chefia o Projeto Arqueológico Palmares, um trabalho científico que pretende escavar e resgatar uma nova face da revolta negra que marcou a vida do Brasil no século XVII. "O que nós queremos agora é descobrir como era a vida dessa comunidade."
"Reconstituir uma sociedade arrasada pelos seus oponentes é um trabalho complicado, ainda mais em Palmares, onde a matéria-prima das construções eram a madeira e folhas de palmeira, altamente perecíveis", completa Pedro Paulo Abreu Funari, arqueólogo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que divide com Orser a responsabilidade sobre a pesquisa de campo. Até agora, o trabalho tem sido animador.
Financiados por entidades americanas como a National Geographic Socie-ty, a Universidade Estadual de Illinois e o Conselho Nacional de Pesquisas em Ciências Sociais, Orser e Funari já levantaram material suficiente para justificar as verbas jogadas no projeto. Em duas incursões - a primeira em julho do ano passado e a segunda há dois meses -, a equipe de arqueólogos e antropólogos brasileiros e americanos identificou 17 sítios arqueológicos e recolheu 2 448 artefatos - na maioria restos de cerâmica.
Quem chega hoje ao topo da serra precisa de um pouco de imaginação para reconstruir a paisagem de quatro séculos atrás. Embora a cerração quase londrina, sempre acompanhada pela chuva fina e constante, ainda se faça presente, resta muito pouco das matas do século XVII. Tudo que se vê por ali agora são plantações de mandioca, feijão, milho e cana-de-açúcar, um ambiente muito diferente do encontrado pelas tropas que atacavam o território dos negros. Investir contra Palmares era uma incursão ao inferno, como relatou um anônimo da época: "Um sítio naturalmente áspero, montanhoso e agreste, semeado de toda variedade de árvores conhecidas e ignotas, com tal espessura e confusão de ramos que em muitas partes é impenetrável a toda luz".
Para os escravos, essa natureza inóspita foi acolhedora. Oficialmente, a história do quilombo começou no final do século XVI, quando os primeiros quarenta negros chegaram ali, fugindo de um engenho de Porto Calvo, no sul da capitania. Um grupo insignificante, mas teve o mérito de descobrir no país estranho, para o qual ha-viam sido trazidos à força, um refú-gio inexpugnável para acolher os que desafiavam os senhores brancos: as montanhas de Alagoas.
Isolado do mundo, ainda com poucos moradores, em sua fase inicial Palmares era basicamente uma sociedade extrativista. Alimentos não faltavam na região. Frutas como a pitanga, araçá, joá, ingá, cajá, jenipapo, trapiá, pitomba ou sapucaia eram colhidas à vontade. O próprio nome Palmares vem dessa fartura, inspirado pelas palmeiras de pindoba (Palma attalea pindoba). Havia caça e pesca em abundância também: nos rios, traíras, jundiás, piabas. Nos campos e florestas, uma fauna infindável, às vezes apetitosa, com veados, gambás, pacas e queixadas, às vezes perigosa, com onças, jaguatiricas e cobras variadas, da jibóia às peçonhentas coral, cascavel e surucucu.
De tempos em tempos, um grupo de homens voltava aos engenhos ou fazendas que haviam abandonado para tentar convencer outros escravos a fugir com eles. Os que se negavam, eram seqüestrados para os quilombos. Precisavam também arregimentar um bem precioso e raro nos primeiros tempos de Palmares: mulheres. Negros eram trazidos da África para enfrentar o trabalho pesado na lavoura, e a maio-ria dos senhores de escravos preferia homens. Além disso, eram freqüentemente os homens que tomavam a iniciativa da fuga. Essa disparidade deu ao matrimônio na sociedade palmarina uma característica curiosa. "Enquanto os chefes e o rei podiam ter várias esposas, no resto da comunidade predominava o casamento poliândrico, ou seja, as mulheres chegavam a ter até sete maridos", revela o historiador Clóvis Moura, presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Africanistas (Ibea). "Há relatos de que índias e mesmo brancas foram raptadas pelos quilombolas." O próprio Zumbi parece ter tido uma branca entre suas esposas.
Até a invasão holandesa, em 1630, embora já incomodassem os senhores de terra da vizinhança, parece que os fugitivos mereceram pouca atenção das autoridades portuguesas: somente duas incursões expressivas, comandadas por Bartolomeu de Bezerra, em 1602 e em 1608, foram enviadas para combatê-los. Fora isso, escaramuças e investidas dos plantadores, que nunca surtiam efeito. Além de algumas capturas e eventuais chacinas, jamais conseguiram desbaratar a comunidade negra. O quilombo continuou crescendo e se tornou uma referência para a fuga de escravos não só de Pernambuco, como até da distante Bahia.
Com a chegada dos holandeses ao Nordeste, a população de Palmares se multiplicou. Durante a luta de resistência -- que se estendeu até 1641 -, com o governo colonial preocupado em combater o invasor e os senhores-de-engenho abandonando as lavouras, as fugas se tornaram constantes e grandes levas de novos escravos se incorporaram ao quilombo. Os mesmos holandeses que subjugaram os portugueses, dominaram Pernambuco por 24 anos (1630-1654) e trouxeram prosperidade, riqueza e palácios para região, não conseguiriam fazer mais do que os portugueses contra os "salteadores dos bosques", como chamavam os negros de Palmares, a essa altura um verdadeiro Estado confederado, que agrupava sua população em várias aldeias ou mocambos, ligados entre si econômica e militarmente.
No apogeu da federação palmarina, eram 16 ou 17, espalhados numa área de 27 quilômetros quadrados, que hoje atravessaria o Estado de Alagoas e entraria Pernambuco adentro. Cada um com um chefe eleito pela comunidade, que, por sua vez, integrava um conselho de guerreiros encarregados de escolher o rei de Palmares e comandar a guerra. Os tamanhos variavam. Um deles, "tinha meia légua de comprimento (3 000 metros) e duas portas; a rua era da largura de uma braça (2,20 metros)", escreveu o capitão holandês João Blaer, falando do Mocambo de Mundéus, em 1645. Abandonado pelos negros três anos antes por um problema de insalubridade, Blaer ainda encontrou suas casas de pé - 220, segundo ele - bem como a muralha. "As portas ... eram cercadas por duas ordens de paliçadas ligadas por meio de travessões..." Na época, estimava-se em cerca de 6 000 os habitantes de Palmares. Por volta de 1680, esse número era calculado em até 30 000. Macacos, o mocambo do rei Ganga-Zumba e capital do quilombo, tinha então nada menos do que 1 500 casas, quantidade suficiente para fazer sombra a mais de 90% das cidades coloniais de então. Em 1660, a população do Brasil não passava de 184 000 habitantes, 74 000 deles brancos e índios subjugados e 110 000 escravos.
Negro, índio ou branco, qualquer pessoa que chegasse ao território dominado pelos palmarinos costumava ser aceita. Depois de admitido por algum líder, o novato recebia um pedaço de terra para trabalhar. Ali, ele deveria plantar os mantimentos e reservar uma parte da colheita para a manutenção do reino, principalmente para sustento das tropas. Do resto, parte ainda acabava sendo negociada com os moradores de vilas e pequenos povoados das proximidades, em troca de armas, munições, tecidos e outros gêneros de que os quilombos não dispunham. Mas a agricultura não era a única atividade dos palmarinos. Testemunhos antigos falam em olarias, oficinas, escolas de treinamento militar e até mesmo uma fundição no mocambo de Macacos, na qual eram fabricados facões, martelos e foices para a lida agrícola.
Sobre sua base negra, Palmares, com o tempo, tornou-se uma sociedade multirracial. Principalmente pela presença marcante de índios em seu território, e mesmo nos mocambos. Em quase todas as investidas contra o quilombo, era comum fazerem-se prisioneiros negros, mulatos e muitos índios. Alguns documentos mencionam até brancos marginalizados que passaram a viver ali. "A cerâmica que estamos encontrando é um forte indício da participação dos índios nos quilombos", diz a antropóloga americana Julie Ruiz-Sierra, que faz parte da equipe do Projeto Palmares.
Em 1694, depois de quase um século de tentativas, o maior quilombo das Américas chegou ao fim. Sob o comando do paulista Domingos Jorge Velho, as forças legais não mediram esforços para alcançar o objetivo. Sua tropa somava mais de 7 000 homens e, pela primeira vez no Brasil, canhões foram usados em uma batalha campal. Os primeiros ataques foram infrutíferos: os palmarinos estavam bem acantonados e a muralha parecia inexpugnável. Mas uma distração mudaria o destino da batalha: após duas semanas de combate, durante a noite de 4 de fevereiro daquele ano a sentinela quilombola dormiu e não percebeu o movimento dos inimigos, que se preparavam para levantar uma paliçada junto à muralha de Macacos. Era a única chance que teriam para aproximar suas armas e efetivos da defesa do quilombo.
Os defensores da cidadela amanheceram desorientados diante da obra erguida numa única noite. Zumbi ordenou a execução do vigia, mas era tarde. À noite, quando tentaram atravessar o corredor formado pelas muralhas, que tinha como saída um abismo, foram atacados e massacrados. Zumbi conseguiu escapar vivo, apesar de ferido. Mais de 200 de seus guerreiros morreram no precipício. E Macacos caiu no dia seguinte sob o fogo dos canhões. Assim conta a história oficial.
"Mais do que confirmar a história, porém, nossa esperança é desvendar a vida dos palmarinos", garante Pedro Paulo Funari, da Unicamp. "Saber exatamente como eram suas casas, as aldeias, os objetos que usavam no dia-a-dia. Se conseguirmos desenterrar a cultura dessa sociedade, que desafiou durante tanto tempo o sistema colonial escravista, talvez finalmente se conheça um pouco da versão dos vencidos." Uma história que há quatro séculos tem sido vista apenas através dos documentos deixados pelos vencedores.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

A Terra de corpo inteiro - Geoesfera


A TERRA DE CORPO INTEIRO - Geoesfera



Telas eletrônicas mostram ao público imagens de satélite e informações sobre a situação do planeta - florestas, animais, mares, populações, desertos, recursos naturais, religiões e bases militares.

Na tela do computador, a Terra aparece nua e descoberta de nuvens. Para além dessa imagem, como se ela fosse a primeira página de uma vasta enciclopédia sobre o planeta, estão bichos e humanos, florestas e queimadas, correntes marítimas e clima mundial, reservas de petróleo, agricultura, poluição, bases militares, religiões. Esse banco de dados formado por imagens de satélites, vídeo e computação gráfica compõe a Biblioteca Visual Global, mais uma etapa do Projeto GeoEsfera, liderado pelo artista plástico americano Tom Van Sant.

A Biblioteca faz parte da Sala de Situação da Terra, um centro de divulgação ao público das informações compiladas pelo Projeto GeoEsfera. Nascido há cinco anos, o projeto tem como meta facilitar a compreensão de sistemas globais complexos. "Com o uso da tecnologia, estamos criando visualizações que ilustram e aumentam nosso entendimento dos processos da Terra", diz Van Sant. "É visualizando e entendendo esses processos que poderemos passar de consumidores de recursos naturais para administradores de recursos naturais." Produtos finais do projeto GeoEsfera, cerca de vinte salas começam a ser montadas em todo o mundo, inclusive no Brasil - aqui, ela está no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em São José dos Campos (SP).
O primeiro fruto do projeto de Tom Van Sant surgiu em abril de 1990, na forma de um mapa feito com a colagem de imagens do satélite NOAA-TIROS, usando-se apenas os pedaços que não estivessem cobertos por nuvens. Foi a primeira vez que se viu a superfície da Terra a partir do espaço, por inteiro e sem obstruções. Em se-guida, nasceu o primeiro protótipo da GeoEsfera, um modelo real do globo terrestre com 2 metros de diâmetro. A mesma base de imagens usada para com-por o mapa foi em-pregada para mon-tar o globo, só que desta vez impressas em 36 gomos de papel fotográfico, co-lados paciente-mente um a um. É como se fosse o mapa em três dimensões.
A GeoEsfera está programada para ser o centro da Sala de Situação da Terra. Montada sobre uma base e movimentada por um motor, terá suas funções controladas por computador, desde a velocidade da rotação e a iluminação interna até a projeção de imagens sobre sua superfície. Um exemplo do que essa sala permitiria ver está no plano de receber dados diretamente dos satélites meteorológicos GOES, GMS e Metsat, processá-los em computadores do tipo workstations (estações de trabalho, muito usadas em computação gráfica) e projetar as imagens resultantes sobre uma concha transparente que recobrirá a esfera. Isso serviria tanto para se ter uma visualização imediata da atmosfera terrestre como para montar uma seqüência com intervalos de tempo, a fim de se perceberem mudanças globais do clima.
Por enquanto, nenhuma GeoEsfera com projeção de imagens controlada por computador foi implementada, pois os vários projetos de seu funcionamento ainda estão em estudo. As Salas de Situação da Terra já montadas são como a do INPE, que têm um computador onde se consulta a Biblioteca Visual Global e uma GeoEsfera apenas como demostração. Essa esfera é bem menos brilhante que o primeiro protótipo, pois não foi montada com papel fotográfico, e sim com papel impresso a laser, um processo comum para a impressão de imagens geradas em computador.
Para Tom Van Sant, a sua criação marca uma nova idéia de biblioteca. Ela foi planejada para ser consultada por cientistas, políticos, crianças, estudantes e qualquer pessoa que queira saber mais sobre o planeta Terra. "É como um sonho realizado. Pela eletrônica, acessamos instantaneamente uma biblioteca organizada geo-graficamente, com ícones em lugar de letras", conta ele, embevecido. De fato, a primeira página não é um índice, mas a imagem da GeoEsfera, aquele mapa do planeta sem nuvens. É mais que um mapa, na verdade; é a cara da Terra. Se alguém quiser saber algo sobre o Brasil não vai escrever nada no teclado, e sim posicionar o cursor sobre o país e clicar com o mouse.
Além de sediar a Sala de Situação da Terra, o INPE também enviará ao escritório do Projeto GeoEsfera, na Califórnia, dados sobre o Brasil e a América do Sul para as constantes atualizações da Biblioteca, distribuída em disco laser. As imagens que se vêem hoje sobre o desmatamento na Amazônia são do satélite NOAA, que tem uma resolução de 1 quilômetro - ou seja, cada ponto da imagem representa um quadrado com 1 quilômetro de lado. "Vamos enviar novos dados com imagens do satélite Landsat, com resolução de 30 metros", conta Roberto Pereira da Cunha, coordenador de Relações Institucionais do INPE e responsável pela instalação da Sala.
A primeira seqüência de imagens a ser montada vai mostrar o desmatamento subaquático na represa da usina de Tucuruí, partindo do espaço até chegar debaixo da água. Uma imagem do satélite GOES mostrará o planeta inteiro, depois a imagem do Landsat fechará o foco sobre a Amazônia. Em seguida aparecerão o mapa da Imagem da GeoEsfera, fotografias aéreas e por fim um vídeo com imagens do corte das árvores embaixo da água. Todos os dados e imagens serão enviados à Califórnia, onde o material será editado e passará a fazer parte das novas edições da Biblioteca. A intenção não é ficar só na Amazônia. "Embora no Brasil só se fale em florestas, queremos retratar outras regiões, como as pradarias e o Pantanal", diz Roberto Cunha.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Lagamar, O milagre da sobrevivência - Meio Ambiente


LAGAMAR, O MILAGRE DA SOBREVIVÊNCIA - Meio Ambiente



Na região mais densamente ocupada do país, um paraíso serve de berçário à vida do Atlântico Sul e, junto com a Mata Atlântica que o envolve, abriga uma das maiores biodiversidades do Brasil.


Na lista dos paraísos ecológicos brasileiros, não faltam unanimidades como a Floresta Amazônica, o Pantanal, o Arquipélago de Fernando de Noronha ou a Mata da Juréia, em São Paulo. Dificilmente, porém, alguém se lembraria de incluir nesta listagem uma faixa costeira de 200 quilômetros, entre os municípios de Iguape, em São Paulo, e Paranaguá, no Paraná, conhecida pelo estranho nome de Lagamar. Em 1991, no entanto, quando a Unesco decidiu fazer da Mata Atlântica nos dois Estados a primeira Reserva da Biosfera brasileira, o Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Paranaguá - seu nome científico - acabou ganhando um lugar no seleto grupo de santuários ambientais. E, embora ainda não seja uma pérola dos ecologistas, somando-se seus dotes aos da floresta que o envolve, juntos eles concentram o que alguns biólogos consideram uma das mais ricas biodiversidades do país.
Entender a receita que produziu essa fabulosa variedade de vida também não é difícil. Basta pegar uma mata tão verdejante quanto a Amazônica, adicionar os terrenos alagadiços do Pantanal, salpicar uma quantidade de ilhas maior que as de Fernando de Noronha e povoar tudo com bichos raros da Juréia. Resultado: Lagamar, uma mistura de ecossistemas tão diversos quan-to florestas tropicais de planície e montanha, manguezais, lagunas, braços de mar, baías, du-nas e praias. Cada um desses habitats povoa-do por plantas e animais não só típicos, mas muitos endêmicos.
Quem entra pela primeira vez no coração verde dessa região litorânea tem a sensação de estar atravessando um túnel do tempo. E a impressão tem um fundo de verdade. Durante séculos, o Lagamar permaneceu praticamente intocado pelo homem, em parte graças aos contrafortes da Serra da Graciosa, em parte pelo dossel compacto da Mata Atlântica, que o envolve desde a serra até o Vale do Ribeira.
Apesar de espremido entre o porto paranaense, Paranaguá, e as praias paulistas do litoral mais cobiçado por empreendimentos turísticos, a natureza sobreviveu incólume, tanto na terra quanto no mar. "O Lagamar é o berçário do Atlântico Sul", garante a oceanógrafa Yara Schaeffler Novelli, da Universidade de São Paulo (USP). "Em suas águas se reproduzem diversas espécies de peixes e crustáceos, garantindo a sustentação de uma fabulosa cadeia alimentar marinha." Hoje, pesquisadores estimam em mais de uma centena as espécies de caranguejos, camarões e peixes que utilizam a região para reprodução.
Em terra, onças, capivaras, tamanduás-mirins, macacos muriquis - os maiores das Américas - convivem com animais endêmicos e ameaçados de extinção, como o papagaio-cara-roxa (Ama-zona brasilien-sis) e o pre-cioso mico-leão-caiça-ra (Leontopithecus caissara). Mas estas não são as únicas espécies em risco encontradas no Lagamar. Lá também vivem o jacaré-de-papo-amarelo e a quase esquecida ariranha-de-planície (Ptero-nura brasiliensis), parente distante da lontra con-siderada extinta na Região Sudeste.
A fartura de maravilhas naturais dos 6 000 quilômetros quadrados do Lagamar permaneceu quase ignorada até pouco tempo atrás. A atenção dos biólogos só se voltou para lá quando encontraram uma nova espécie de mico-leão. "Desde então, um número crescente de pesquisadores trabalha na área, trazendo à luz novas revelações", afirma a bióloga Guadalupe Vivecananda, diretora do Parque Nacional do Superagui, criado pelo governo federal na ilha do mesmo nome em 1989.
Os dados sobre a biodiversidade do Lagamar ainda são preliminares, mas já foram catalogadas até o momento mais de 300 espécies de pássaros. Na floresta, vivem pelo menos 21 mamíferos de grande porte. Quanto aos répteis, anfíbios e insetos, são tantos e tão diferentes que mesmo estudiosos como a zootecnista Márcia Rodrigues, do Instituto de Biociências da USP, admitem não saber identificar todos. "Estamos apenas começando, mas tenho certeza que novas pesquisas vão ampliar muito o nosso conhecimento sobre o número de espé-cies que habitam a região", diz ela.
O Lagamar não foi sempre esse paraíso. Até cerca de 12 000 anos atrás, ao fim da última glaciação, a maior parte dele era fundo do mar, inundada pelas águas do oceano. O solo arenoso guarda vestígios dessa época: as manchas brancas que podem ser vistas em meio ao verde da vegetação que beira o mar são na verdade terraços marinhos do passado, restos de conchas acumulados em milhares de anos.
Mais intrigantes ainda são os sambaquis, ou casqueiros, reservatórios parecidos com os deixados pelo mar. A diferença é que eles foram criados pelo homem e acabaram levando para o Lagamar arqueólogos interessados na cultura perdi-da dos conchófagos.
Talvez tenham sido estes estranhos homens as primeiras testemunhas humanas a pôr os olhos na paisagem que emergiu das entranhas do oceano. Provavelmente, na época o mesmo conjunto de ilhas e ilhotas que ainda hoje caracteriza a re-gião. Algumas se renderam à ocupação humana e sustentam cidades com até 28 000 habitantes, co--mo a Ilha de Iguape e a de Cananéia. Muitas outras, porém, permanecem quase intocadas, como a Ilha do Cardoso, a Ilha do Mel e a Ilha das Peças.
As ilhas são o segredo da fertilidade do Lagamar. É da interação entre o complexo estuarino-lagunar, a Mata Atlântica e o mangue que surge o equilíbrio da vida na região. A convivência entre os três funciona como uma espécie de filtro, voltado basicamente para a preservação dos manguezais. "Embora a Mata Atlântica não dependa dos demais para sobreviver, sem ela os outros dois já teriam sucumbido", conta o geógrafo e ecologista Aziz Ab´Sáber, um paulista de 69 anos que acaba de ser empossado na presidência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A mata se incumbe de reter a areia que, se as encostas fossem nuas, desceria em direção ao mar e, com isso, faz prevalecer no mangue o solo de aspecto lodoso, composto por argila, altamente nutritivo para a vegetação leve, de raízes suspensas, dos manguezais. "Essas condições, porém, não seriam suficientes para formar um mangue. É aí que surge a importância do complexo es-tuarino-lagunar", revela Aziz. Manguezais são ambientes híbridos, que não podem ser caracterizados nem como marinhos, nem como continentais. Sem a invasão do mar, portanto, eles simplesmente não existiriam. Mas também sem o dique de ilhas, os mangues seriam varridos pela força do oceano.
Enfileiradas ao longo da costa, as ilhas funcionam como uma barreira natural, obrigando o mar a contorná-las e entrar mansamente pelas frestas. Lá dentro, ele encontra o desaguar de dezenas de rios e córregos e se integra no lodaçal, numa mistura salo--bra que domina as margens de canais e lagunas de uma das maiores áreas contí-nuas de mangue do país.
É nas lúgubres regiões de manguezal, com suas árvores retorcidas, pouco oxigênio e muito mosquito, que a matéria orgânica trazida pelos rios se decompõe. Associada ao material fornecido pela vegetação local - folhas e galhos secos -, essa mistura se transforma num caldo rico em proteínas, base da cadeia alimentar não só da fauna marinha, como também de aves como o atobá, a fragata, a garça, ou mesmo do homem, represen-tado no santuário ecológico pelas ralas co-munidades de pescadores caiçaras.
Por causa de sua biodiversidade e seus misté-rios, o Lagamar está se transformando na nova meca dos pesquisadores da natureza. O primeiro estudioso, porém, chegou lá bem antes, em 1554. Em sua segunda viagem ao Brasil, o cronista alemão Hans Staden vinha na expedição do nobre espanhol Don Diogo de Senabrica quando uma súbita tempestade os fez naufragar, lançando-os na costa de Superagui. Staden aproveitou a ocasião e desenhou, num pergaminho, o primeiro mapa da Baía de Paranaguá. De lá para cá, o Lagamar sofreu poucas mudanças. Com suas pesquisas, os ecologistas lutam agora para que ele continue sendo, no futuro, o mesmo paraíso que Staden conheceu há 439 anos.

O bicho de pelúcia que virou raridade

Apesar dos esforços, os estudiosos da natureza estão longe de conhecer a totalidade da vida no planeta. O que não se imaginava é que ainda fosse possível achar novas espécies de macacos neste fim de século. Afinal, o parentesco com o homem fez deles o alvo principal da Zoologia moderna. Nos últimos três anos, porém, pelo menos quatro primatas desconhecidos foram encontrados no país. E um deles exatamente no Lagamar. Em 1990, pesquisadoras do Museu de História Natural de Curitiba descobriram ali o mico-leão-da-cara-preta ou mico-leão-caiçara (Leontopithecus caissara), quarta espécie brasileira da família.
O novo mico-leão saiu do anonimato graças a um curioso episódio. Ele é, na verdade, um antigo conhecido dos habitantes do Lagamar, que o chamam de mico-da-cara-suja. Alguns zoólogos já tinham ouvido suas histórias em andanças por lá, mas nunca haviam avistado um espécime. Isso só aconteceu quando um menino morador da Ilha do Superagui, no Paraná, apareceu arrastando um estranho bicho de pelúcia. O brinquedo era um mico-leão-caiçara empalhado, que a criança ganhara do pai.
O novo primata se tornou uma preciosidade científica. Os poucos vistos estavam em matas de até 200 metros acima do nível do mar. Para delimitar com exatidão as áreas de ocorrência do mico, a zootecnista Márcia Rodrigues, da USP, pesquisa há três anos seus hábitos. Nesse período, localizou bandos de até oito na divisa de São Paulo com o Paraná. "Minha luta é pela criação de uma estação ecológica no local", afirma. "Assim teremos a garantia de que toda a vida ali será protegida e devidamente estudada." Enquanto espera pelo reforço, o Parque Nacional da Ilha do Superagui garante a preservação dos raros animais.
As quatro espécies de mico-leão brasileiras (as demais são o preto, o dourado e o de-cara-dourada) estão ameaçadas. Mas o do Lagamar subiu rapidamente de cotação e foi reconhecido como "raridade primatológica contemporânea" em 1990, durante um congresso mundial em Belo Horizonte. Para os estudiosos presentes ao encontro, patrocinado pelo Ibama e por organizações internacionais como o WWF (World WidLife Fund for Nature) e a Smithsonian Institution, as pesquisas apontam uma densi-da-de populacional muito baixa da espécie, pouco mais de setenta. Além disso, não existem animais em cativeiro para a reprodução e repovoamento das matas. O único do qual os pesquisadores se aproximaram foi um domesticado pelos ín-dios carijós, que vivem em Superagui.

Os pescadores pré-históricos que chegaram depois do frio

A exuberância da natureza não é o único tesouro do Lagamar. Sob a terra - ou mesmo em grandes manchas de calcário visíveis na base das montanhas -, ele guarda também uma riqueza de caráter arqueológico: os sambaquis, toneladas de conchas acumuladas não pela natureza, mas por misteriosos homens que habitaram a região há milhares de anos. Chamados de conchófagos ou sambaquieiros, eles se alimentavam basicamente de moluscos ou frutos do mar, e os sambaquis nada mais são do que depósitos de refugos de sua alimentação. "A estimativa é de que essas populações se fixaram na região entre os anos 4000 antes de Cristo e 1000 da nossa era", revela o biólogo Levy Figuti, doutor em Arqueologia que trabalha para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Desde 1988, Figuti pesquisa as culturas antigas da região.
Formados por restos de conchas, crustáceos, utensílios de pedra e até esqueletos humanos, os sambaquis chegam a ter 5 metros de altura por 100 metros de comprimento e têm ajudado os arqueólogos a entender melhor o povoamento desta parte da América. Provavelmente, os conchófagos eram migrantes e partiram dos trópicos em direção às extremidades do continente após a última glaciação, acompanhando o degelo do planeta e o lento ressurgimento da flora e da fauna nas regiões de maior latitude.
É quase certo que tenham vindo do norte, desde a Amazônia, pois guardam as mesmas características asiáticas dos índios brasileiros, com uma única diferença marcante: eram mais robustos e tinham maxilares maiores. "Pelo que sabemos, esses povos tinham em seus dentes seu principal instrumento de trabalho", afirma a professora Dorath Pinto Uchôa, arqueóloga da USP, que há quinze anos estuda os sambaquieiros. Eles não dominavam a agricultura ou a cerâmica e fabricavam utensílios bastante rudimentares. Suas tribos não deviam ultrapassar o número de 200 indivíduos, organizados em núcleos familiares, e todos dependiam profundamente da oferta de alimento dos mangues e estuários para sobreviver como extrativistas.
Ninguém sabe exatamente como desapa-receram. A hipótese mais aceita, porém, é de que tenham sido afugentados para o interior com a chegada de novos indígenas ao litoral. Ou, então, assimilados culturalmente por esses índios, muito mais adiantados. Os tupinambás e guaranis encontrados pelos europeus nas costas do Brasil não só já conheciam técnicas agrícolas e de guerra, como se orga-nizavam em poderosas comunidades de até 2 000 pessoas.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

A Fantástica Ciência dos Super-Heróis - Ficção


A FANTÁSTICA CIÊNCIA DOS SUPER-HERÓIS - Ficção



No mundo real, ninguém pode voar como o Super-Homem, ou subir pelas paredes feito o Homem Aranha. Mas qual a graça desses personagens se vivessem conforme conceitos estritamente científicos?

Há um universo em que a ciência faz milagre. Nele, os pesquisadores nunca realizam testes e nem sequer perdem tempo com estatísticas. Mesmo assim, jamais erram. E, embora não apareçam em congressos, muito menos se interessem em lecionar, podem se dar ao luxo de dispensar a corrida atrás de bolsas e patrocínios. Ao que se nota, em seus laboratórios a falta de dinheiro deixa de ser problema. Não se sabe de onde vêm os recursos, mas inventos mirabolantes e fenômenos surpreendentes surgem dia após dia - ou melhor, página depois de página. Tudo é possível nas histórias em quadrinhos. "No mundo dos super-heróis, a ciência está mais próxima da mágica", analisa o psicólogo paulista João Paulo Branco Martins, que se especializou no assunto. "A falta dos empecilhos comuns a todos os cientistas ajuda a criar o clima fantástico."

Para os fãs dos gibis, nem pensar em tirar a ficção científica da história. "Sem os cientistas, quebrando todos os galhos, os quadrinhos não teriam graça", opina o roqueiro Roger Moreira, vocalista da banda Ultrage a Rigor. O artista plástico Guto Lacaz, outro fanático, vai além: "É a ciência, muitas vezes, que determina o ponto alto de uma aventura". Logo que surgiram, porém, os quadrinhos já fizeram enorme sucesso sem o auxílio de seus famosos cientistas. A primeira história do gênero foi criada em 1895, pelo americano Richard Outcault: era Yellow Kid, e contava as peripécias de um garoto travesso, de traje amarelo. Há quem diga que muitos desenhistas traçavam outras histórias, nessa mesma época. Mas o mérito inegável de Outcault foi introduzir o balão, recheado com as falas dos personagens - imagem , sem dúvida, marca registrada dos quadrinhos.
No início, contudo, as tiras publicadas pelos jornais tinham sempre um caráter humorístico. Daí terem recebido o nome de comics (palavra que significa "cômicos"), como se chamam as histórias em quadrinhos, até hoje, nos países de língua inglesa, não impor-tando qual seja o seu conteúdo. As primeiras aventuras envolvendo ficção científica só apareceram no final da década de 20. E um dos pioneiros foi Tintim, o herói desenhado pelo genial belga Hergé. Na década de 40,Tintim seguiu para esse destino, a bordo de um foguete caseiro, construído pelo Professor Girassol. Algum tempo mais tarde, em 1933, um personagem americano também embarcaria numa viagem espacial: Flash Gordon rumava para o Planeta Mongo, que, de acordo com a imaginação fértil do quadrinista Alexander Raymond, ameaçava invadir a Terra.
Vítima de um acidente aéreo, o jovem desportista Flash Gordon cai de pára-quedas - bem acompanhado pela mocinha da trama, Dale Ardem - justamente em cima do laboratório do Doutor Zarkof, um eminente pesquisador. Este aproveita e despacha o casal para o planeta dos invasores. Mas, claro, foguetes de fundo de quintal como os de Tintim e Flash Gordon são inviáveis no mundo real. "A começar pela incrível velocidade necessária para escapar da Terra, algo em torno de 40 000 quilômetros por hora", esclarece o professor Manfredo Tabacnicks, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. "Uma nave tão veloz demanda altíssima tecnologia." Mesmo imaginando que esse primeiro problema fosse resolvido, haveria ainda uma complicada questão de pontaria: "Os dois corpos estão em movimento", explica o cientista. "Por exemplo, a Terra e a Lua. Fora a movimentação da própria nave. Por isso, um foguete espacial deve estar sempre corrigindo o seu percurso, graças a uma série de cálculos, realizados por computadores. Caso contrário, não chegará a lugar algum."
Quem o físico Tabacnicks não perdoa, no entanto, é o Super- Homem, o herói mais popular de todos os tempos, lançado em junho de 1938 pela dupla americana de universitários, Joe Shuster, autor dos desenhos, e Jerome Siegel, que escrevia as aventuras. O personagem não é um cientista, mas seus superpoderes estão diretamente relacionados à pseudociência típica dos quadrinhos. "A chamada visão de raios X do Super-Homem é uma aberração. Ele não poderia enxergar através das coisas", diz o professor da USP, que faz comparações com aparelhos hospitalares, feito os tomógrafos, usados para registrar imagens do interior do corpo humano. "Esses equipamentos emitem feixes de ondas, que atravessam o organismo e se refletem num sensor, geralmente uma chapa fotográfica, sempre colocado no lado oposto. Em suma, não é possível que algo - no caso, um olho - consiga emitir o feixe, para captar a imagem, no mesmo lado." Além disso, na realidade o Super-Homem não poderia voar: "Nada voa sem ter propulsão, sustentação e sem consumir uma monstruosa quantidade de energia", afirma Tabacnicks.
No princípio, é verdade, o primeiro dos super-heróis não voava, só dava os seus pulinhos, sobre prédios de quinze andares. Contudo, apesar de saltar destemido e correr feito um trem, uma granada seria capaz de feri-lo. Então, estimulados pelos promissores resultados de seu lançamento editorial, os autores resolveram dar mais asas à imaginação e o Super-Homem virou o que é. Ele voa mais rápido do que a luz, viaja entre planetas e resiste até à bomba atômica. Só mesmo a proximidade com a kryptonita, um minério de seu planeta natal, consegue extrair-lhe as forças. Essa invencibilidade faz sentido, quando os quadrinhos são observados no contexto histórico. A quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, gerou uma crise ecônomica sem precedentes, no mundo inteiro. Muitas pessoas tiveram de sacrificar as atividades de lazer. Talvez isso explique o sucesso do gênero aventura, que proliferou nos anos 30. Afinal, a leitura dos gibis proporcionava uma volta a outros tempos, como os medievais do Príncipe Valente, um turismo às selvas de Tarzã e a outros planetas, na companhia de Flash Gordon - três heróis de sucesso, na época.
Aparece, também nesse período, a fantasia de Mickey Mouse, o primeiro personagem de Walt Disney, que saiu das telas de desenho animado para as páginas dos quadrinhos. Na Europa, por sua vez, a popularidade crescente de Tintim estimulou o surgimento da Escola de Bruxelas, na Bélgica, o centro de criação onde nasceria ninguém menos do que Asterix, o mais notório dos heróis gauleses. No final da década, porém, as aventuras já não eram suficientes para levantar o ânimo de seu público, alarmado com a possibilidade de explodir a Segunda Guerra, como de fato aconteceria, em 1939. Não foi à toa que o Super-Homem tornou-se um verdadeiro estouro de vendagem, um ano antes. Somente alguém com poderes sobre-humanos poderia vencer o gigante do nazismo. Na sua esteira, vem a legião dos super-heróis, ba-seados na ficção científica.
"No início, a ciência também é tratada como algo temível", observa o jornalista Marco Moretti, que cuida das revistas de super-heróis na Editora Abril Jovem. "O arquiinimigo do Super-Homem é Lex Luthor, um cientista rico e inescrupuloso", exemplifica. A si-tuação é levada a extremos com o Doutor Silvana - este, personagem de outra história americana, a do Capitão Marvel, criada em 1940, com roteiro de Bill Parker e traços de Charles Clarence Beck. Shazam! Quando o jovem Billy Batson pronunciava essa palavra, para se transformar no Capitão Marvel, era para impedir mais um plano do cientista louco. Da lustrosa careca do Doutor Silvana nasciam projetos tão absurdos como patentear o alfabeto, impedindo as pessoas de se comunicarem. Tudo era válido para o cientista, a fim de dominar o mundo. E por trás dessa idéia de domínio estariam os temores provocados pela guerra na Europa.
Nesse sentido, em março de 1941, a ciência passa para o lado dos mocinhos, graças a um argumento de Joe Simon e aos desenhos de Jack Kirby. "Com a figura do Capitão América, essa dupla de criadores aproveitou a maré da euforia antinazista e do próprio medo dos jovens americanos, que tinham de ir para os campos de batalha", diz o jornalista Marco Moretti. Na história, o conhecido pesquisador Professor Rein-stein convida um adolescente franzino, o praça Steve Rogers, para ser sua cobaia em uma experiência. Assim, apli-ca no rapaz um soro, que desenvolve a sua musculatura, a sua coragem e - tchan! - o seu patriotismo. "O Capitão América agiu como o velocista canadense Ben Johnson, que usou anabolizantes para ficar mais forte", compara o químico Sérgio Massaro, professor na Universidade de São Paulo. "No entanto, sabemos que essas drogas provocam o crescimento muscular gradualmente. Nunca em dose única, de uma hora para outra, como nas origens desse super-herói."
Só nos anos 50, contudo, surgiria aquele que, talvez, seja o maior símbolo da ciência nos quadrinhos: em 1952, os Estúdios Disney apresentam o Professor Pardal, que pregou na porta do seu laboratório a placa "Inventa-se qualquer coisa", de cara, em sua primeiríssima história. E nunca mais tirou a tal placa de lá. "Sua invenção mais brilhante foi o Lampadinha, seu fiel ajudante, que vive correndo para consertar os estragos do mestre", opina Júlio de Andrade Filho, que há vinte anos está envolvido com as revistas em quadrinhos da Editora Abril Jovem. Hoje, diretor da divisão de livros, ele conta que foi a sua equipe o cupido do famoso pardal cientista. Explica-se: depois de permanecer por mais de três décadas como um celibatário incorrigível, em 1989 o Professor Pardal se rendeu a uma namorada, Emengarda, criação de quadrinistas brasileiros.
Entre as birutices de Pardal, estão patenteados um oralicóptero que voa movido a quacs do Pato Donald e um tradutor de vozes de animais. Na ciência real também há muitos inventores malucos, alguns que até plagiam o cientista da Disney. Em maio deste ano, por exemplo, um engenheiro inglês desempregado, Louis Allen Richardson, saiu nos jornais de seu país ao lado de sua invenção, a bicicleta voadora, que - justiça se faça - já havia sido projetada pelo Professor Pardal, nos anos 70. Nem sempre a ciência dos quadrinhos está errada: é só lembrar que nas histórias de Flash Gordon, ainda na década de 30, já apareciam aparelhos de TV. Os pesquisadores da NASA, a agência espacial americana, também admitem terem buscado inspiração nas aventuras desse herói, na hora de desenhar as suas pistolas de ar comprimido. Outro exemplo de como, às vezes, os heróis dos quadrinhos se antecipam em relação à ciência são as histórias do Quarteto Fantástico, criado em 1961, com textos de Stan Lee e desenhos de Jack Kirby. Em suas aventuras, o grupo de super-heróis usava computadores para simular o resultado de expe-riências - o que se faz, hoje em dia.
No mais, porém, aquele quarteto não deixava de ser fantástico, como revela o seu nome. Basta ver que seu líder, Reed Richards, foi atingido por raios cósmicos. A partir daí, se transformou num super-herói, porque tanto o seu corpo como o seu intelecto adquiriram uma tremenda elasticidade. Outro personagem famoso, nascido nos anos 60, foi o Homem de Ferro - roteiro de Stan Lee e traços de Don Heck, ambos americanos. O herói, nas horas vagas, seria o jovem empresário Tony Stark, que fabricou uma superarmadura de metal maleável, com visor infravermelho, computador interno, mira laser e outras parafernálias. Graças a ela, o Homem de Ferro enfrentava qualquer bandido, ficando a salvo dos tiros - o que é negado pelo químico Sérgio Massaro, da USP. "Metal maleável não consegue ser à prova de balas", diz ele. "A armadura acabaria se rasgando."
No mesmo ano em que surgiu o Homem de Ferro - 1963 -, também era lançada a revista do Homem Aranha, inventado pelos americanos Stan Lee e Steve Ditko. Diz a história que o estudante Peter Parker assistia a uma aula de ciências, quando acabou picado por uma aranha radioativa. A mordida transmitiu para o rapaz a capacidade dos aracnídeos de subirem pelas paredes. "Claro que transferir os poderes de uma aranha para um ser humano é impossível", diz o imunologista Mário Mariano, da Universidade de São Paulo. "Mas é interessante notar que, desde tempos remotos, o homem deseja se associar a animais. Nos mitos antigos, há a figura do minotauro, meio humano e meio fera."
Dos anos 60 para cá, o Homem Aranha mudou de vida. Primeiro, ele terminou os estudos. Depois, saiu da casa da tia viúva, para ir morar sozinho. Enfim, arrumou uma namorada e casou. Hoje, ele vive preocupado com as contas que tem de pagar. Na verdade, as histórias em quadrinhos obedecem a uma cronologia, em que os super-heróis também envelhecem, embora em ritmo lento. Às vezes, os autores optam por soluções radicais, a fim de chamar a atenção do público. No ano passado, por exemplo, o Super-Homem morreu nos Estados Unidos - e também irá morrer no final deste ano, nos gibis brasileiros. Mortes não são novidade: o maior sucesso dos anos 80 é um grupo de personagens chamados X-Men. É a Genética que explica o super-heroísmo: trata-se de jovens que nasceram com genes alterados e, por isso, possuem os mais diversos poderes especiais. Só que, a cada ano, as aventuras mostram a morte de alguns X-Men, assim como o aparecimento de outros.
Para os fãs, admite-se, a morte do Super-Homem pode ser mais chocante. Mas eles devem ficar tranqüilos: já se sabe que, daqui a um ano, o super-herói vai ressuscitar, de um jeito misterioso, que os autores guardam a sete chaves. Haverá, é certo, alguma explicação científica, na melhor maneira dos quadrinhos, para o seu renascimento. Pior será para o Batman, que sofrerá um acidente, nessa mesma época, e ficará inválido. Conseguirá a ciência salvar o super-herói? Afinal, perguntas desse tipo, no término de cada história, são um dos velhos truques do gênero.

Um dos cientistas mais famosos nos quadrinhos, o Professor Pardal já inventou todo tipo de maluquice. Entre os seus maiores orgulhos está uma máquina, extremamente complexa, cheia de engrenagens, especializada em não-fazer-nada.

Logo que surgiu, em 1938, o Super-Homem dava saltos enormes, mas não conseguia voar. Esse poder ele adquiriu depois que os autores, entusiasmados com o sucesso de seu lançamento, resolveram tornar o herói ainda mais super - mesmo que sem o respaldo da Física.

Doutor Silvana, cientista inimigo do Capitão Marvel, queria dominar o mundo. Seus projetos visavam impedir a comunicação entre os povos.

O Capitão América recebeu uma injeção de substâncias que os cientistas suspeitam serem anabolizantes: afinal, o adolescente franzino ficou musculoso

Depois de ser picado por um aracnídeo, ninguém subirá pelas paredes feito o Homem Aranha. Só se for de dor ou de raiva.

Nos anos 60, Reed Richards, do Quarteto Fantástico, já usava computadores para simular situações.

Conselho para o Homem de Ferro: ele deveria evitar tiroteios. Por ser de metal maleável , sua armadura pode se rasgar com as balas.

A história de um quadrinho

Uma boa história em quadrinhos começa a ser criada quatro meses antes de chegar ao leitor. Não que os quadrinistas trabalhem na maior moleza: "É uma loucura, tudo precisa ser refeito mil vezes, até ficar da forma ideal", conta Júlio de Andrade Filho, diretor de grupo da Editora Abril Jovem, uma das maiores produtoras de quadrinhos do mundo. De sua gráfica saem, anualmente, mais de 760 edições de revistinhas - ou seja, uma média de duas por dia -, divididas em cerca de cinqüenta títulos. Algumas das histórias são totalmente desenvolvidas no Brasil. "A cada ano, criamos em torno de 3 000 páginas de quadrinhos", calcula Andrade.
Os brasileiros, aliás, são os segundos maiores consumidores de histórias com os personagens Disney, perdendo apenas para os dinamarqueses. "Foi o sucesso desses quadrinhos, lançados no país na década de 50, que financiaram o crescimento da Abril", lembra Ike Zarmati, diretor-superintendente da empresa. "E eles são importantes até hoje. Afinal, nossos leitores iniciam com essas histórias na infância e, depois, consolidado o hábito de ler, continuam consumindo revistas de adultos, ao longo da vida." O tempo que um quadrinho leva para ficar pronto é dividido em seis etapas. Todas, importantíssimas para um final feliz:

1. O argumento
Os argumentistas se responsabilizam pelo roteiro. Eles dividem folhas em branco com um traço vertical. Então, do lado direito, escrevem as falas dos personagens; do lado esquerdo, descrevem o desenho que imaginam para aquele quadrinho. Alguns argumentistas, porém, como a jovem Denise Nogueira, de 19 anos, preferem já rascunhar as figuras: "Adoro traçar as cenas com o Tio Patinhas", confessa.

2. O desenho
Com o argumento nas mãos, o desenhista cria a imagem. "Posso soltar a imaginação, desde que obedeça ao que chamamos de folha modelo", explica Aparecido Fernandes Norberto, que está há dezessete anos nessa profissão. "Trata-se de um guia para traçar cada personagem. Ali, eu encontro dados de referência, como a sua estatura." Existem, ainda, indicações de desenhos que não são recomendados: evita-se retratar o Mickey de costas, por exemplo, que é o seu pior ângulo. "Só daria para enxergar três bolas pretas, da cabeça e das orelhas", justifica o desenhista.

3. Os balões
Desenho pronto - é a hora do letrista Mauro Lucchini Pereira entrar em ação. "Aproveito os espaços deixados pelo desenhista para incluir os balões", diz ele. "Tento fazê-los de tal maneira, que evite hifenar as palavras, facilitando a leitura." E não é só isso: Pereira é o responsável pelos crashes e pimbas - as clássicas onomatopéias - que dão sons à ação dos quadrinhos. "Uso uma letra tremida para um ruído de água, como splash; ou um monte de estrelinhas, para o soc, de um soco" exemplifica. "Enfim, tenho meus truques para fazer o maior barulho."

4. O acabamento
O arte-finalista Acácio Ramos dá o último toque aos desenhos, incluindo os balões: ele reforça os contornos com traços de tinta nanquim, ora mais finos, ora mais grossos. "Muitas vezes, é uma pequena diferença de espessura que dá a noção de profundidade", explica. Talvez esse seja o momento mais delicado, na criação de um quadrinho. "Eu nem atendo o telefone com a mão direita, que uso para desenhar. Qualquer esforço prévio pode fazê-la tremer na hora do trabalho", diz ele. "No fim de semana, por exemplo, quando lavo o meu carro, tenho de ficar treinando a mão cerca de meia hora, para ela voltar a ficar firme."

5. A cor certa
Até aqui, desenhos e balões estão em preto-e-branco. Daí, munido de canetas e tintas, Danilo dos Santos vai tornando o quadrinho colorido. "Às vezes, não tenho opção. É o caso das roupas dos personagens, que apresentam sempre as mesmas cores", conta o colorista, como é chamado no jargão da área. "Mas, no resto, eu preciso fazer escolhas. Vou pintando as páginas, preocupado em selecionar cores que as deixem harmoniosas e, ao mesmo tempo, cheias de tonalidades, para despertar a atenção do leitor."

6. Colorização
Até o mês passado, boa parte das histórias era pintada à mão, antes de as páginas serem fotografadas para a impressão da revista. Agora, com a chegada de equipamentos, todos os quadrinhos são coloridos por computador, seguindo as instruções do colorista. "Não existe um programa específico para pintar quadrinhos", revela Edvânia da Silva, que há dois anos realiza esse trabalho. "Isso cria pequenas dificuldades. Se existe um furinho qualquer no contorno do bi-co do Pato Donald, por exemplo, a cor laranja acaba vazando para fo-ra." Quando isso acontece, Edvânia apaga tudo, usa um outro programa para tapar a brecha milimétrica com um traço igualmente laranja e, só então, recomeça o serviço. "Mesmo assim, os computadores tornam tu--do mais rápido", admite.

O diabo azul

Ele costuma ser assustador, capaz mesmo de matar as pessoas de medo. Sim, trata-se de um personagem de quadrinho, mas de uma história muito especial. Foi publicada em 1982 como tese de doutoramento do imunologista Momtchilo Russo, da Universidade de São Paulo. Considerado genial entre seus pares, o pesquisador conta que seu trabalho era sobre endotoxinas, moléculas presentes nas chamadas bactérias gram-negativas. "Essas substâncias desencadeiam uma tremenda inflamação no organismo infectado", diz ele. "São dificílimas de ser estudadas. Até por ser muito raro encontrá-las purificadas, já que costumam se misturar com outros componentes das bactérias." Tamanha dificuldade levou uma cientista americana, em meados dos anos 70, a apelidá-las de diabos azuis. Pronto, a imaginação de Russo começou a funcionar.
Segundo o imunologista, há camundongos que parecem indiferentes à endotoxina - "é possível injetar a substância na sua corrente sangüínea, que nada acontece", afirma. As células desses animais não tinham receptores para as moléculas nocivas. "A imagem do diabo azul, então, servia perfeitamente", diz Russo. "A endotoxina seria como um fantasma: quem o via, morria de medo; quem o ignorava, conseguia viver tranqüilo." Com essa idéia, ele convidou dois artistas amigos, Ma-rilene Pini e Gofredo da Silva Telles, para realizarem o roteiro e os desenhos. O pesquisador admite que a tese ficou bastante original, mas não a considera uma ousadia: "Ela é seriíssima, pois os dados científicos estão todos lá, bem explicados. Apenas, a história em quadrinhos era o jeito mais simples de transmitir conceitos complicados", afirma.

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Brinquedo de gente grande - Aeromodelismo


BRINQUEDOS DE GENTE GRANDE - Aeromodelismo



Os aeromodelos já são usados para carregar câmaras em filmagens ousadas e para espalhar inseticidas em pequenas plantações. Mas seu trabalho mais fascinante é o de dublê, como cópias incrivelmente perfeitas de aviões reais.


A cena não mostra exóticos extraterrestres, nem desastres terríveis: apenas o emocionante ataque de um caça americano da Segun-da Guerra, o Mustang P-51, contra um campo de concentração japonês, onde o menino James Graham, depois de perder-se dos pais ingleses, havia passado quase dois anos em abominável sofrimento. Apesar disso, ela representa um marco primoroso do moderno ilusionismo cinematográfico - cujo truque não se percebe mesmo quan-do o menino sobe a um dos edifícios da prisão para ver bem de perto o elegante avião, apelidado de "cadilaque do céu", em ataques rasantes contra os japoneses.
Mas o segredo é tão simples quanto sofisticado: o avião, na realidade, é um dublê - um aeromodelo que resume o desen-vol-vimento tecnológico desses brinquedos nos últimos vinte anos. Embora tenha apenas 1,5 metro de uma ponta a outra da asa, ele incorpora caprichos das sondas espaciais, pois car-rega a bordo um receptor de rádio para sinais de comando transmitidos em linguagem binária - código composto por uma sucessão de dois caracteres, por exemplo, zero e um. O receptor decodifica os sinais e aciona um conjunto de motores elétricos, ou "servos", conforme o jargão dos engenheiros.
Os servos, por sua vez, comandam a aceleração do motor e movimentam os ailerons (superfícies nos extremos da asa que fazem o avião inclinar as asas na curva); os flaps, lâminas que escorregam por trás e para baixo da asa para aumentar a sustentação; e os lemes de direção e de profundidade, este último encarregado de fazer subir ou descer o nariz do avião. Esse conjunto de comandos é basicamente o mesmo dos aviões de verdade, e pode ser acrescido de outros: para abrir e fechar o trem de aterrissagem, despejar bombas, ejetar o piloto de pára-quedas, acionar dispositivos para soltar fumaça e dar a impressão de o avião ter sido atingido pelo inimigo.
Ou é possível simplesmente detonar um explosivo e encerrar a carreira do dublê voador, com glória, júbilo e aplausos da platéia. Além dos comandos, o refinamento alcança o motor a explosão, uma jóia da mecânica fina. Esculpido em ligas de alumínio e aço, pelas mesmas máquinas robotizadas presentes na indústria automobilística do Primeiro Mundo, cabe na palma da mão, pesa de 0,5 a 1 quilo e sua potência pode variar de um quinto à metade da do motor de uma motocicleta leve. O corpo do avião, afinal, embora não dis-pense uma pitada da tradicional ma-deira balsa, é mol-dado principalmente em espuma sintética e fibras de carbono, como as que dão forma aos car-ros de Fórmula 1.
Essa tecno-logia não é aplicada em fábricas automatizadas, mas em oficinas de hábeis artesãos, que cobram caro pelo trabalho de tornar as miniaturas indistinguíveis de seus correspondentes de grande porte. Os a-van--ços tecnológicos são de tal ordem que os aficionados mais radi-cais preferem hoje chamá-los de "modelos aero-náu-ticos" ou réplicas de aviões em escala reduzida. Não é por outro motivo que são capa-zes de dar aos filmes do-ses de realis-mo inimagináveis, até bem pouco tempo atrás, e a um custo relativamente baixo. O resultado foi uma profusão de filmes, nos últimos anos, nos quais os aeromodelos chegam a roubar a cena dos atores principais.
Um exemplo é a série de thrillers Águia de aço, do diretor Sidney Furie, já em edição de número três. Na suculenta salada aeronáutica que oferece, destaca-se uma revoada em que veteranos ases e seus antológicos aviões da Segunda Guerra - como os caças Spit-fire, inglês, Messerschmitt 109, ale-- mão, e Zero, japonês - são perseguidos pelo estranho jato Soko, iugoslavo, pilotado por um malvado traficante de drogas. Também já existem modelos dotados de jatos - eles fizeram sua estréia no cinema em Os Eleitos. O filme, dirigido por Philip Kaufman e baseado num ro-mance-re-portagem de Tom Wolfe, revela a angústia dos pri-meiros astronautas dos Estados Unidos, nos anos 60.
Escolhidos entre os pilotos de prova da Força Aérea americana, aqueles heróis eram encarregados de descobrir, na prática, as manhas e os vícios da primeira geração de jatos supersônicos. Espati-far-se a bordo de um deles, então, era rotina nos campos de testes da Flórida. Mas como recriar os aciden-tes, com a destruição de caríssimos aviões, sem elevar o orçamento dos filmes a níveis estratosféricos? A saída natural foi usar aero-modelos no papel de cobaias a jato. Tanto que agora eles estão em via de conquistar o status de réplicas em pequena escala, como já o fizeram seus parceiros de motor a explosão. Até agora, os jatos têm usado um sistema de propulsão chamado em inglês de "ducted fan", o que poderia ser traduzido livremente como "ven-toinha num tubo".
Não se trata, de fato, de um motor a jato, mas sim a explosão; a diferença é que ele opera em altíssima velocidade, entre 20 000 e 40 000 rotações por minuto. Assim, faz girar uma ventoinha que sopra o ar para trás e, em reação, empurra o avião para a frente. No máximo, o sistema pode ser classificado como uma imitação de turbina. E, embora cumpra sem ressalvas a tarefa de fazer voar um modelo, sua aposentadoria está próxima. Desde o início deste ano, uma indústria da cidade de Vibraye, na França, passou a produzir em série uma miniatura de turbina que funciona de acordo com os mesmos princípios dos verdadei-ros jatos: ar e combustível, comprimidos e queimados numa câmara, geram gases que escapam com força por uma abertura na traseira e impelem o aparelho à frente.
Ao mesmo tempo faz girar uma turbina que, em última instância, provoca a compressão inicial da mistura de ar e combustível. O motor a jato francês utiliza querosene ou gás de cozinha, tem cerca de 11 centímetros de diâmetro, 30 de comprimento e pesa pouco mais de 2 quilos. Sua potência mantém no ar aviões de até 7 quilos durante 15 minutos, o tempo médio de vôo de um aeromodelo comum. Mas não foi por sua ficha técnica que causou euforia entre os craques do aeromodelismo presentes, no ano passado, num dos mais importantes torneios do mundo, o Top Gun dos Estados Unidos, rea-lizado em Palm Beach, Flórida.
Apresentada ao público equipando um caça F-16, a turbina acrescentou a última pincelada que faltava para dar realismo total ao jatos: o som. Pode parecer exagero, mas esse é um dos quesitos daquela modalidade de competição, conhecida como escala, na qual vence o modelo que reproduz com melhor precisão as características de um avião de grande porte. Outros itens importantes são a postura de vôo e o timbre do motor. Detalhes à parte, o que conta mesmo é o bom desempe--nho profissional dos aeromodelos, conseqüência da crescente confiabilidade dos motores e sistemas de con-trole remo-to. De outro modo, ninguém ousaria colocar um microhelicóptero pairando 5 metros acima das cabeças do público de um show de rock, ou de uma corrida de Fórmula 1.
Foi o que fez recentemente a empresa belga Movie Can, pioneira em filmagens aéreas dessa categoria. E a idéia já chegou ao Brasil, por exemplo pelas mãos do especialista em efeitos especiais Guilherme Steger e do engenheiro e construtor de aeromodelos Celso De Santi. Responsável pelos dispositivos que permitiram certas proezas em comerciais de TV - como aquele em que um maço de cigarros faz strip-tease -, Steger usa uma oficina na zona norte de São Paulo para desenvolver um helicóptero capaz de fazer "filmagens impossíveis", como diz. O problema é que as câmaras são usualmente presas a uma grua, espécie de braço mecânico de 6 a 7 metros de comprimento, o que obviamente limita seu raio de ação.
Sustentada por um helicóptero, a câmara tem muito mais liberdade, explica Steger. "Ela pode passear sobre a cena ou ao lado dela, mesmo se o ambiente for restrito ou se o objeto a ser filmado estiver em movimento, como um barco no mar." O aparelho de Steger e De Santi terá um rotor principal de 2,5 metros para sustentar duas câmaras num total de 20 quilos de carga. Embora previsto para ficar pronto no final do ano, já fazem fila as agências de publicidade e produtores de cinema interessados em usar o helicóptero. E filmagens não são suas únicas aplicações possíveis. De acordo com Steger, helicópteros em miniatura também são usados no Japão para pulverizar defensivos agrícolas em jardins e pequenas plantações. "Uma vantagem é que a turbulência causada pelo rotor faz com que o defensivo se espalhe por baixo das folhas, onde geralmente as pragas preferem ficar."
Foi com um aeromodelo agrícola que o piloto privado Hildefonso Cavalheiro da Silva conseguiu tornar mais eficiente a pulverização de defensivos em seu sítio em Jundiaí, no interior de São Paulo. Em 1986, ele mesmo projetou e construiu uma espécie de teco-teco de 3 metros de envergadura, movido por um motor de moto-serra. Em estágio experimental, o avião pôde pulverizar num vôo rasante 10 quilos de defensivo sobre uma faixa de 1 000 metros de comprimento por 7,5 de largura. "Como não precisa carregar piloto a bordo, o aeromodelo torna a operação mais barata que a executada por um avião de grande porte. Também não o expõe ao risco de prejuízos à sua saúde."
Embora inconveniente para grandes extensões, como as vastas culturas de soja ou cana, Silva acredita que o aeromodelo é perfeito para o trabalho em pequenas e médias propriedades. Os aeromodelos também estão à procura de emprego em atividade bélicas - e já parecem ter feito um bom serviço durante a Guerra da Golfo, em 1991. Pelo menos é o que sugerem as cenas que os Estados Unidos exibiram ao mundo para exaltar seus feitos de batalha. Entre elas, estava a rendição de um grupo de soldados iraquianos filmada a partir de um "zangão". Este é o apelido que se dá a uma família de aeromodelos gigantes, com 3 ou 4 metros de envergadura, geralmente usados como espiões ou rebocadores de alvos para treinamen--to da pontaria de canhões antiaéreos.
Fabricados nos Estados Unidos, os zangões, ou "drones", em inglês, fizeram sua prova de fogo na Guerra do Yon Kipur, em 1973, no Oriente Médio. "Eles foram usados pelo exército de Israel para espalhar filipetas de metal no ar e confundir os radares do Egito", conta o coronel Descartes Francisco Pereira Nunes de Andrade, comandante do II Grupo de Artilharia Antiaérea, sediado em Osasco, na Grande São Paulo. Quando criança, o coronel ganhou intimidade com aeromodelos construindo modelos com varetas de madeira, revestidas de papel, cujas hélices giravam à força de elástico. Ho-je, Andrade tem sob seu comando uma unidade inteira de aeromodelis--tas profissionais: o tenente Eduardo Mário Fasano e o sargento Artemio Bueno Rosa Júnior, pilotos, e o soldado Paulo Roberto dos Santos, mecânico. Todos artilheiros.
A equipe opera uma esquadrilha de aviões monomotores a hélice, com asa em delta, fabricados no Rio Grande do Sul. São menores e mais leves que os ancestrais drones importados e rebocam pipas de alumínio. Elas servem de alvo para canhões em terra, explica o sargento Bueno, o piloto mais antigo do grupo. "O aeromodelo deve simu-lar os procedimentos de ataque de um avião enquanto o radar da bateria antiaérea segue o alvo puxado por um fio de 100 metros. Um computador exa-mina a trajetória, coloca os canhões em posição e, no momento certo, dispara uma rajada de 1 100 tiros por minuto." Só um avião invisível ao radar consegue escapar desse chuveiro de projé--teis de 35 milímetros.
Os exercícios de tiro real são feitos numa praia desabitada do litoral paulista e o treinamento de vôo acontece num aterro amplo e abandonado no município de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, um dos poucos lugares da região com suficiente espaço e segu-rança para o vôo de modelos contro-lados pelo rádio.
Mas não se deve pensar que as funções "sérias" reduziram o sucesso dos aeromodelos como brinquedos. Prova disso é o telefone do engenheiro mecânico Celso De Santi, que aos 36 anos é um dos mais requisitados construtores de aeromodelos do país. De sua oficina saem safras limitadas de nobres modelos de competição - como os esguios torpedos voadores do piloto de Fór-mula 1 Ayrton Senna. Em relação a De Santi, o tricampeão está no extremo oposto da atual tendência do aeromodelismo: é um amador puro. Desde a infância, no bairro de Santana, em São Paulo, eles faziam aeromodelos juntos. Aos poucos, o kart ocupou o coração e a vida do amigo. Mas hoje os brinquedos voadores voltam a uni-los nas raras ocasiões que se vêem, na sede de uma fazenda em Tatuí, no interior paulista. Aí, Senna mandou construir um kartódromo cuja reta principal serve também de pista de pouso. Entre os últimos aparelhos que De Santi lhe destinou estão os da modalidade FAI-F3A - não por acaso uma espécie de Fórmu-- la 1 entre as modalidades da Federa--ção Internacional de Aeromodelismo. "Como não podia deixar de ser, Senna prefere o que há de mais veloz."

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Faraós no consultório - História


FARAÓS NO CONSULTÓRIO - História



As pirâmides não são o único legado do Antigo Egito. Graças a essa civilização, a Medicina começou a se organizar enquanto área da ciência.


O paciente entra na sala do médico e se queixa de dor de cabeça. Sai de lá aliviado, com a promessa de que seu mal terá fim. Para isso, garante-lhe o especialista, há uma receita infalível: beber, três vezes ao dia, a mistura de gordura de crocodilo, sêmen e fezes dissolvidas em urina. Consultas como essa eram comuns no Antigo Egito, em que a prosaica beberagem era, de fato, tão popular quanto os comprimidos de analgésicos, hoje em dia. Em diversos papiros, são citados medicamentos com ingredientes ainda mais estranhos do que os dessa prescrição contra dores de cabeça. Não que, ao longo da História, outras culturas não tenham criado remédios igualmente esquisitos. Mas, sem sombra de dúvida, os relatos da terra dos faraós são os mais antigos e ricos nesse sentido. Foi nos tempos em que se erguiam as pirâmides, também, mais de um milênio antes de Cristo, que a Medicina começou a se organizar. E, nesse sentido, poucas pessoas conhecem a importância dos antigos egípcios.
Costuma-se considerar a civilização do Antigo Egito um exemplo de morbidez, co-mo se ali só se pensasse na morte e na vida além-túmulo, sem dar importância para a saúde neste mundo. Mas, na verdade, os antigos egípcios nada tinham de mórbidos. Eles simplesmente acreditavam que a vida depois da morte era tão real e concreta quanto a terrena. E, esclareça-se, estudaram o tratamento de doenças como poucos povos contemporâneos. O médico no Antigo Egito era chamado de sunu, palavra equivalente a doutor. Só que, na realidade, os sunus se dividiam em três grupos de terapeutas. Existiam, em primeiro lugar, os sacerdotes da terrível deusa Sekhmet, acusada de ser a principal causadora de todos os males. O papel desses homens, que mantinham um bom relacionamento com a deusa, era aproveitar esse poder de influência para induzi-la a não punir determinada pessoa com doenças.
Com esses sacerdotes, conviviam os magos, que tinham uma visão ligeiramente diferente do assunto. Para eles, a doença não era um simples castigo da deusa e, sim, a influência de um bando de maus espíritos - os quais, claro, eles tentavam exorcizar. Finalmente, a terceira categoria era a dos sunus, propriamente ditos, pessoas que recebiam instrução médica na chamada Per Ankh, que significa Casa da Vida. Era a faculdade de medicina da época, onde se podia aprender to-dos os princípios conhecidos sobre o funcionamento do organismo humano. Esses sunus, por sua vez, trabalhavam junto com os uts, como eram chamados os auxiliares de médicos - os primeiros enfermeiros de que se tem notícia.
Na prática, porém, todo sunu era também sacerdote da deusa ou mago à caça de maus espíritos. E essa combinação não bastava: pelos documentos que chegaram até os dias atuais, deduz-se que a maioria dos médicos ou sunus exercia paralelamente outras funções, como a de administrador, arquiteto ou escriba. Quer dizer, poucos arriscavam viver exclusivamente da medicina. Mesmo assim, quando o historiador grego Heródoto visitou o Egito, no século V a.C., espantou-se não apenas com o número de médicos, mas com o seu complexo grau de especialização.
Enquanto, na Grécia Antiga, o médico perambulava de cidade em cidade, demonstrando em praça pública os seus conhecimentos, os médicos egípcios eram devidamente organizados e, geralmente, atendiam em endereço fixo. Ou seja, tinham consultórios, como manda o figurino moderno. O curioso é que o médico no Antigo Egito se especializava em alguma área do corpo humano, mal começava os estudos. E isso é exatamente o oposto da tendência apontada no decorrer da história dos mais diferentes povos. Normalmente, o estudante de Medicina adquire primeiro um conhecimento generalista sobre os organismos vivos e só depois opta por alguma especialidade. Os egípcios, nesse aspecto, foram exceção.
O mais antigo médico egípcio conhecido foi Hesy-Ra, que viveu por volta do ano 3000 a.C. e só cuidava de dentes. No entanto, sabe-se por documentos que Hesy-Ra tinha colegas que se dedicavam exclusivamente ao nariz, ao ânus, aos olhos e ao abdome. Deduz-se, desse modo, que a medicina tenha surgido no Antigo Egito como uma constelação de especialidades muito distintas e que essas, com o passar do tempo, acabaram se reunindo. Ao desvendar a anatomia e mostrar as relações entre as estruturas do corpo, a mumificação deve ter contribuído para essa unificação.
Contudo, fique claro, a prática da mumificação rendeu conhecimentos anatômicos que nada têm a ver com as informações científicas de hoje em dia. O coração, é verdade, parece ter recebido um merecido destaque como centro da vida. No entanto, as demais vísceras eram desprezadas, na hora de fazer a múmia. Esta seguia para o outro mundo sem cérebro, por exemplo. Porque, segundo os antigos egípcios, a massa cinzenta, si-tuada na cabeça, não iria fazer a menor falta.
De seu lado, os vasos sangüíneos, chamados de mutus, eram considerados importantíssimos. Talvez, porque fizessem parte do mesmo sistema do coração. Daí que apalpar os pulsos era a principal técnica usada para examinar a quantas andava a saúde de uma pessoa. A medicina do Antigo Egito dava prioridade aos movimentos de fluidos e compostos vitais pelas veias e artérias. Alguns estudiosos suspeitam que essa concepção sobre a fisiologia humana tenha sido resultado direto da influência do Rio Nilo nessa civilização.
Os papiros egípcios também relatam várias doenças. Os médicos se impressionavam, por exemplo, com a possibilidade de o sangue coagular e de as artérias endurecerem, nos casos de aterosclerose. O ânus recebia igualmente um tratamento especial: tanto assim que todo faraó tinha um médico exclusivo para cuidar do seu - os vermes provocavam pânico. Como eram encontrados freqüentemente nas múmias, os egípcios acreditavam que esses micróbios eram legítimos mensageiros da morte. Além disso, quando apareciam, muitas vezes eram o anúncio de diarréias fatais. Quanto às cirurgias, há diversas referências, inclusive gravuras de casos de circuncisão - aliás, não se sabe o motivo, só os sacerdotes e nobres podiam se submeter a essa operação.
Como os demais povos da Antigüidade, os egípcios não tinham idéias precisas sobre os mecanismos da fecundação. Acreditavam que só o esperma tinha o poder de gerar e a tarefa feminina seria a de uma espécie de receptáculo. O teste de gravidez era à base da urina da mulher: a paciente urinava sobre um punhado de cereais; se, dali a alguns dias, eles crescessem, era sinal de que estava grávida. Ao menos, de acordo com os médicos egípcios. Quanto aos remédios, eles acreditavam que o organismo era capaz de produzir, ele próprio, os mais potentes medicamentos. Daí a mistura para dor de cabeça. O fato é que quase todos os povos receberam influência dessa medicina e copiavam suas receitas, por mais estranhas que fossem.

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Do alto do Everest, 40 anos nos contemplam - Aventura


DO ALTO DO EVEREST, 40 ANOS NOS CONTEMPLAM - Aventura



Desde que o neozelandês Edmund Hillary chegou ao pico da montanha mais alta da Terra, milhares de expedicionários tentaram imitá-lo. Poucos conseguiram- e quase todos contribuíram para transformar a legendária montanha num depósito de lixo.

Há quarenta anos, exatamente no dia 29 de maio de 1953, dois integrantes da Expedição Britânica John Hunt, Edmund Percival Hillary e seu guia sherpa, o nepalês Tenzing Norgay, tornaram-se os primeiros homens a atingir o pico do Monte Everest, a mais alta montanha da Terra, com 8 848 metros, na Cordilheira do Himalaia, na fronteira do Nepal com o Tibete (China). Desde então, algumas centenas de alpinistas sucederam-se na tentativa de atingir o pico mais alto do mundo, utilizando diferentes caminhos. Em 1978, Reinhold Messner e Peter Habeler foram os primeiros a chegar lá sem auxílio de bombas de oxigênio; em 1980, o mesmo Messner tornou-se o primeiro a subir sozinho. Mas pelo menos 130 montanhistas e 41 guias sher--pas morreram em outras tentativas de domar a Rainha Mãe do Mundo - tradução literal do nome sherpa da montanha, Chomolungma.

A luta para chegar ao topo do Everest começou em 1920. Sete expedições subiram pelo lado noroeste, entre 1921 e 1938; outras três foram pelo lado sudeste. Todas fracassaram por causa do ar gelado e rarefeito, dos ventos fortes e das dificuldades do terreno. Em 1953, finalmente, uma expedição patrocinada pela Sociedade Geográfica Real e pelo Comitê Himalaio do Clube Alpino, duas entidades inglesas, chegou ao alto, graças ao uso de roupas e botas aquecidas, sistemas portáteis de oxigênio e aparelhos de rádio para comunicação. A expedição demarcou oito campos em sua rota, subindo até o Desfiladeiro do Sul, um enorme parapeito de pedra a 8 646 metros de altura. Dali, no dia 29 de maio, o neozelandês Edmund (dois meses mais tarde Sir Edmund) Percival Hillary e o sherpa Tenzing Norgay escalaram o Cume do Sudeste, passaram pelo Pico do Sul e chegaram ao alto do Everest .
Aos 33 anos, Hillary estava no auge de uma exemplar vida de aventureiro. Começou a praticar o montanhismo em seu próprio país, mas logo estava envolvido em expedições para levantamento da Cordilheira do Himalaia. Ajudou no reconhecimento do lado sul do Everest, antes de empreender a sua conquista, dois anos mais tarde. Tornou-se, a partir daí, um benemérito da região, onde ajudou a construir escolas, hospitais e aeroportos. Em 1955 transferiu seu interesse para a Antártida, tendo chegado ao Pólo Sul em 4 de janeiro de 1958. Em outra expedição, esta em 1967, praticou seu esporte predileto - o montanhismo - escalando pela primeira vez o gelado Monte Herschel, de modestos 3 600 metros. Tudo isso ficou elegantemente registrado em vários livros, o último dos quais uma autobiografia de 1975, que parecia ser o discreto anúncio da aposentadoria de um herói. Mas ainda haveria uma aventura final: em 1977, Hillary subiu o Rio Ganges, na Índia, até atingir suas nascentes na Cordilheira do Himalaia.
A cordilheira formou-se durante o período Miocênico, entre 26 e 7 milhões de anos atrás, pela compressão de suas bases sedimentárias, com a convergência do subcontinente indiano e o planalto tibetano. O Monte Everest apareceu bem mais tarde, durante o Pleistoceno, há 2,5 milhões de anos. A subida até o seu cume significa atravessar dois terços da atmosfera terrestre, chegando a uma altitude onde o ar é extremamente rarefeito, com muito pouco oxigênio. Isso torna ainda mais admirável o feito dos que conseguem fazer a subida sem o auxí-lio de equipamentos especiais: o guia sherpa Ang Rita, ainda em atividade - serviu até a uma expedição brasileira -, já praticou essa proeza sete vezes.
Mas outras dificuldades devem ser vencidas pelos montanhistas, entre elas os ventos fortíssimos e a temperatura muito baixa, sobretudo nas partes mais altas, onde não sobrevivem nem plantas, nem animais. A identificação dessa montanha como o ponto mais alto da Terra foi feita em 1852, pelo governo da Índia. Chamava-se Pico XV até 1865, quando o governador ge-ral do país, o imodesto oficial inglês Sir Geor-- ge Everest rebatizou-o com o próprio nome. Sua altura exata foi objeto de muita discussão até 1955, quando se estabeleceu definitivamente que ela é de 8 848 metros.
Pode-se dizer que a partir da conquista de Hillary e Norgay, o Everest foi perdendo muito de seu encanto. Todos os anos, quando chega o mês de maio, uma avalancha de alpinistas invade os bazares de Namche, a capital sherpa e última cidade antes do campo base, onde começa realmente a escalada. Ali, é possível fazer-se entender em praticamente todas as línguas do mundo e comprar sacos de dormir, fogões portáteis, garrafas de oxigênio, cereais - e toda sorte de souvenirs e presentes, como posters, capacetes, cartões-postais. Afinal, o Nepal também precisa viver.
Em média, 100 expedições aventuram-se todos os anos à conquista das 110 montanhas do Himalaia, na tentativa de chegar ao ponto culminante. Levam com elas, anualmente, de 3 a 5 toneladas de materiais diversos, que ficam pelo caminho, abandonados. A rota costuma estar tão congestionada que, em maio do ano passado, 55 montanhistas ficaram pacientemente estacionados no campo base uma semana inteira, à espera de sua vez de começar a subida. Estima-se que o caminho na montanha esteja coberto por 17 toneladas de lixo, acumuladas ano após ano.
Um inoportuno problema ecológico que o governo do Nepal enfrentou corajosamente: a partir de maio de 1993, somente 24 expedições serão autorizadas, cada ano, a tentar a escalada. Podem ter no máximo sete pessoas e deverão pagar 50 000 dólares pelo privilégio. O objetivo é espantar os amadores e, para piorar as regras, os expedicionários devem trazer de volta para Kathmandu todo o seu lixo - sacos plásticos, latas, garrafas de oxigênio etc. O único lixo que pode ser jogado no solo da montanha é o degradável: papel higiênico, comida e, conforme especifica a portaria ministerial, não sem uma ponta de humor negro, corpos humanos.
Se o objetivo era diminuir o número de pretendentes à conquista gloriosa, a diretiva do governo parece ter fracassado: as inscrições para as 24 vagas anuais na subida ao Everest estão completas até o longínquo ano 2003. Essa abundância de clientes afetou particularmente a convivência entre os sherpas, que se consideram hoje mercenários muito mal pagos. As tarifas de trabalho fixadas pela sua entidade de classe foram completamente abandonadas - qualquer um pode oferecer-se às expedições, como carregador ou cozinheiro, ganhando míseros 3 ou 4 dólares por dia.
Apesar disso, os sherpas mostram-se orgulhosos de sua parte de heroísmo na conquista do Everest. Começando, é claro, com Tenzing Norgay, um simples camponês que em uma noite tornou-se um verdadeiro herói nacional, tanto no Nepal, sua terra natal, quando na Índia, sua terra adotiva. Nos dois países ainda se suspeita ter sido ele o único a atingir o cume do Everest, em 29 de maio de 1953. A história, em todo caso, registra para a eternidade o momento de glória absoluta do neozelandês Hillary e seu guia sherpa, dominando o mundo do alto dos 8 848 metros de pedras e gelo da montanha legendária.

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Perguntas sem resposta - AIDS


PERGUNTAS SEM RESPOSTA - AIDS



Sem saber direito como o HIV se comporta no organismo, os cientistas admitem: precisam resolver algumas questões básicas sobre a doença, antes de retomar a corrida atrás de vacinas e drogas. Senão, a busca de novos tratamentos poderá ser inglória. Essa foi a principal conclusão da conferência internacional que reuniu 14 000 especialistas na Alemanha.

Por que a cura da Aids ou mesmo uma vacina para evitá-la são tão difíceis de ser encontradas? Muita gente acha que sabe a resposta na ponta da língua. Quando surge o assunto, alguém invariavelmente saca a explicação de que o vírus responsável pelo mal, o HIV, é um mutante de marca maior. Como vive se transformando, uma vacina eficiente contra o vírus de hoje talvez não seja capaz de deter o vírus de amanhã. Sem contar que existem tipos e subtipos diferentes de HIV. Mas essa justificativa, só, não basta. Aliás, ao contrário do que muitos imaginam, de todas as questões que envolvem a Aids, hoje em dia, essa é a que mais desperta o otimismo dos cientistas. Eles estão confiantes em ter encontrado aquelas moléculas do vírus menos sujeitas a alterações e, nelas, concentram as esperanças de produzirem uma vacina. Em compensação, os pesquisadores ainda colecionam uma série de dúvidas que, essas sim, são o motivo da dificuldade para barrar a ação do HIV no organismo. Isso ficou claro durante a IX Conferência Internacional de Aids, realizada em Berlim, na Alemanha.

Ali, a arquitetura moderna do Centro Internacional de Convenções não ajudou: entre os dias 7 e 11 de junho passado, 14 000 pessoas de 166 países, perdiam-se como em um labirinto, esbarrando-se pelos corredores e pelas dezenas de escadas, à procura das salas em que se apresentaram 800 palestras. Muitas vezes, desistiam no caminho, aproveitando para trocar idéias com outros participantes. Só que o tom animado dessas conversas informais, cujo tema era quase sempre trabalho, acabou se transformando no final do evento. Pois, dessa vez, ninguém traria para casa a promessa de uma nova droga ou tratamento. Em seu lugar, a bagagem de volta conteria os dados atualizados sobre o avanço da pandemia, incomparáveis com o número tímido de pessoas atingidas por programas de prevenção, ao redor do mundo. A conferência também destacou, em diversos debates, o crescimento acelerado de casos de Aids entre mulheres heterossexuais, que durante muito tempo ficaram fora da mira de campanhas contra a doença. Mas, sobretudo, o encontro berlinense deixou no ar uma lista de indagações. "Hoje, temos muito mais incertezas do que tínhamos há um ano", concluiu o professor alemão Karl-Otto Habermehl, chairman da conferência.

O que causa o colapso do sistema imunológico?
Ninguém duvida de que o principal registro da ação do HIV seja a queda das chamadas células CD4 no sangue. Estas são verdadeiros generais no exército de defesa do organismo e comandam as batalhas contra uma série de inimigos invasores, feito vírus, fungos e bactérias. O que não se sabe, porém, é como o HIV provoca a derrocada das CD4. A explicação mais simples é de que o vírus as destruiria diretamente, ou seja, ao infectá-las, ele induziria a sua explosão. No entanto, nos pacientes aidéticos, os cientistas encontram muito mais células CD4 arrasadas do que vírus soltos no sangue, o que dá margem para teorias sobre mecanismos indiretos do HIV.
Há cinco anos, o imunologista Jay Levy, da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, encontrou um tubo de ensaio peculiar, entre as dezenas de vidrinhos espalhados em seu laboratório, onde cultivava o vírus da Aids. Naquela amostra específica, os vírus pareciam ser capazes de matar células sadias, ou seja, que não haviam sido infectadas por eles. "Desde então, passei a desconfiar de que o HIV seria uma espécie de chefe de quadrilha, que nem sempre realiza as suas maldades pessoalmente", conta Levy a NOS. O pesquisador não parou de investigar essa suspeita. No início deste ano, ele implantou células do sistema imunológico humano em ratos. Em seguida, os animais foram infectados por grupos diversos de HIV. "Os ratos que receberam os vírus capazes de agir indiretamente ficaram doentes num período muito mais curto do que os outros animais, cujos vírus eram hábeis em destruir as CD4 de maneira direta", garantiu o cientista, em sua palestra. Por causa disso, Levy especulou que os supostos mecanismos indiretos do HIV seriam mais nefastos do que o seu ataque direto. "Além disso, notei que não há uma correlação clara entre o ritmo de multiplicação dos vírus e a velocidade com que as células imunológicas despencam."
Levy e outros renomados colegas suspeitam de que o HIV poderia mandar uma mensagem química para outros tipos de células defensoras, como as chamadas células T. Estas, então, passariam a estranhar as CD4, atacando-as como se não fossem companheiras de um mesmo organismo. "O HIV pode disparar uma reação auto-imune", resume Levy. Outros cientistas, como o francês Jean-Luc Montagnier, do Instituto Pasteur de Paris, apostam na teoria da apoptose - nome que os especialistas dão para o fenômeno em que as células se suicidam. "O suicídio das CD4 seria desencadeado pelo vírus na corrente sangüínea", diz ele, que, apesar de ter demonstrado a existência da apoptose na presença do HIV - em tubo de ensaio, bem entendido -, não consegue convencer a comunidade científica de que este seja o mecanismo central da Aids.
O próprio Robert Gallo, do Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos - que perdeu para Montagnier a glória de ter sido o primeiro cientista a isolar o HIV, depois de uma longa disputa judicial -, até a conferência do ano passado definia como "pura besteira" todas as idéias sobre mecanis-mos indiretos. Em Berlim, no entanto, ele mostrou ter mudado radicalmente de opinião: "Dizia aquilo com medo de que as pessoas se confundissem e deixassem de ver o HIV como causador da doença", explica. "Mas reconheço que precisamos de uma quantidade muito pequena de vírus para liqüidar com um enorme batalhão de CD4. Isto é, as coisas não podem ser tão simples e diretas, como acreditávamos no passado."

Como é possível impedir a replicação do vírus?
Foi a rigorosa Food and Drug Administration (FDA) - a agência do governo americano que controla a aprovação de medicamentos - que, em 1989, liberou o uso do AZT em pessoas infectadas, cujo organismo ain-da não manifestava sinais da doença. Em abril passado, porém, cientistas ingleses e franceses divulgaram os resultados do chamado estudo Concorde: eles passa-- ram os últimos três anos es-tu-dando 1 749 casos e con-cluíram que a droga anti-HIV mais famosa e anti-ga não traz benefício al-gum para esses pacientes assintomáticos.
Essa informação, embora já tivesse sido publicada, continuou ecoando durante o encontro internacional na Alemanha. E não é para menos. Nos países industrializados, quase metade dos portadores de HIV diagnosticados - isto é, sem contar as pessoas que ignoram estar infectadas - engolem comprimidos de AZT diariamente, na esperança de que a droga adie as manifestações da Aids. "Existem, de fato, pessoas que são muito mais resistentes à instalação da doença do que outras. Mas isso não tem nada a ver com o uso do remédio", garante o médico Ian Weller, da Universidade de Londres, na Inglaterra, que foi um dos coordenadores do estudo. "O Concorde, no entanto, não está recomendando que pessoas aidéticas deixem de tomar o AZT", ele chama a atenção. " Não estudamos o caso dos doentes, mas o dos soropositivos."
É público e notório, contudo, que as drogas antiHIV existentes - no caso, a DDI, a DDC e o próprio AZT - obtêm efeitos bastante limitados. Estão longe, muito longe, de representar o controle da Aids. Esses medicamentos, ao bloquear uma enzima do HIV, impedem que a molécula de RNA do vírus, seu material genético, seja traduzida para uma molécula de DNA; esta, sim, capaz de se infiltrar no núcleo da célula infectada, para tomar-lhe os comandos. Esse magnífico feitiço farmacológico dura pouco. Ou melhor, dura algo em torno de um ano, tempo em que esses remédios prolongam a vida dos pacientes. Passado esse período, o HIV costuma dar um jeito de traduzir o seu RNA sem a ajuda da enzima bloqueada. Ocorre que a transformação do DNA em RNA não é o único momento crítico para o vírus: "Na realidade, sua multiplicação envolve uma dúzia de passos. Atrapalhar qualquer um deles significa evitar a replicação do HIV", conta o professor Gary Nabel, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Há cinco anos envolvido exclusivamente com essa linha de pesquisa, Nabel diz que já foi experimentada uma série de outras estratégias para barrar o crescimento do HIV. "Elas fazem efeito em tubo de ensaio. Nos testes clínicos, porém, a história é outra", lamenta. Isso, no entanto, não chega a abatê-lo: "Precisamos saber qual desses doze passos, uma vez impedido, deixará o vírus sem saída. Pode ser que tenhamos de colocar obstáculos em duas ou três etapas de sua reprodução ao mesmo tempo", supõe. "Mas tem de haver uma espécie de xeque-mate bioquímico." Ele afirma que os cientistas continuam fazendo alguma coisa errada - e não fazem a menor idéia de onde estaria esse erro.

Como saber se uma droga contra Aids está fazendo efeito?
O maior debate provocado pelo estudo Concorde em Berlim, no entanto, não foi a respeito do uso do AZT. Na verdade, ao questionar a validade do remédio para aumentar a sobrevida dos pacientes, o trabalho franco-britânico abalou uma das crenças mais fortes dos especialistas em Aids - a de que a contagem das células CD4, feita através de um exame de sangue, serve para apontar o estágio da doença. "Será que podemos continuar confiando nesse marcador?", indaga o professor Maxime Seligmann, do Hospital Saint Louis, em Paris, na França. Marcadores é como os cientistas chamam, de modo geral, aquelas substâncias existentes no organismo que, uma vez medidas, indicam se determinada doença está avançando ou regredindo. No caso da Aids, como as células atingidas pelo vírus são as CD4, parecia lógico que elas pudessem servir como marcador.
Mas Seligmann volta a se referir ao Concorde para justificar sua desconfiança: "Nesse estudo, as células CD4 voltaram a crescer, nos pacientes que tomavam o AZT. Eles chegavam a ter, em média, trinta CD4 a mais por mililitro de sangue, em comparação com o grupo de pacientes que não havia recebido a droga. Ainda assim, os usuários do AZT não pareciam mais saudáveis do que esses outros." Daí que Seligmann e outros cientistas presentes à conferência apontaram a hipótese de que as CD4 extras, que os pacientes adquirem após tomar remédios anti-HIV, não seriam competentes na função de defender o organismo. "Elas só fazem volume, porque não trabalham direito." Se o crescimento das CD4 for ilusório, isso irá mudar o re-quisito número um para se aprovar uma nova droga - que, até então, era a sua capacidade de aumentar o exér-cito dessas células no sangue.

Como uma vacina pode proteger contra a Aids?
Os cientistas ainda não sabem qual parte do vírus eles pode-riam usar para fabricar uma vacina eficaz - é ponto pacífico. Esse quebra-cabeça, porém, parece mais fácil de resolver do que outro: qual tipo de reação uma vacina deveria despertar no organismo? "Qualquer vacina deve provocar uma reação de defesa, mas há maneiras e maneiras de se defender", explica Daniel Bolognesi, da Universidade Duke, nos Estados Unidos. Perseguidor implacável de uma vacina preventiva contra a Aids - ou seja, uma vacina aplicável a pessoas sãs, que nunca tiveram con-tato com o vírus -, Bolognesi conta que algumas delas estimulam a produção dos chamados anticorpos neutra-lizantes. "São moléculas, fabricadas pelo sistema imunológico, que se agarram co-mo rolhas em determinados receptores do HIV", descreve o cientis-ta. "Com isso, o vírus não consegue entrar nas células CD4."
Estudos com chimpanzés, porém, mostram que os anticorpos neutralizantes não são tão eficazes quanto parecem em teoria. "Qualquer mutação do vírus e eles podem deixar de fazer efeito", reconhece Bolognesi. É por esse motivo que o cientista americano Jonas Salk - criador da vacina contra poliomielite que leva o seu nome - optou por buscar uma vacina que induziria o organismo a fabricar mais células T. "Essas células são capazes de uma luta corpo a corpo com o vírus", diz ele, que está testando sua fórmula contra Aids em pessoas já infectadas. "Minha intenção é diminuir o máximo possível a quantidade de HIV no organismo, para controlar a doença", fala Salk. "Mas suponho que vacinas preventivas para pessoas sadias também possam usar es-sa estratégia de aumentar as células T. Ou, quem sabe, combiná-la com a estimulação dos anticorpos." Hoje em dia, cerca de 1 500 pessoas em todo o mundo estão testando alguma vacina contra a Aids. Diante de tantas incertezas é impossível afirmar se alguma delas será bem-sucedida. Contudo, em ciência sempre há o inesperado. No final do século XVIII, por exemplo, o inglês Edward Jenner (1749-1823) criou a vacina da varíola. Na época, ele nem tinha como saber que era um vírus - este descoberto só um século mais tarde - o causador da doença.

"As pessoas teimam em estudar a Aids como se fosse uma doença, simplesmente. Ora, não se trata disso. Como o próprio nome diz, é uma síndrome, um conjunto de coisas ruins despencando ao mesmo tempo. Quem procura uma vacina tem de encarar essa realidade. Não podemos nos esquecer do vírus e do que ele causa em si. Mas, também, não podemos nos esquecer que tentamos evitar a derrocada de um organismo que reage diferente, por estar sendo atacado por diversos lados."
Jonas Salk, Corporação da Resposta Imunológica, Estados Unidos

"Não conhecemos os mecanismos que disparam a doença na pessoa já infectada. E só um medicamento desenvolvido para agir exatamente nesse momento, o do gatilho, teria chances de apresentar resultados bastante satisfatórios em pessoas soropositivas, no sentido de evitar ou, ao menos, adiar os sinais da Aids."
Anthony Fauci, do Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos

"Os responsáveis pela prevenção erraram feio. Porque, durante todo esse tempo, não deram tratamento especial às mulheres. As campanhas diziam apenas ´use camisinha´. Mas nenhuma peça publicitária tentou convencer a mulher, especificamente, a não ter medo ou vergonha de dizer ´não´ ao companheiro que se recusa a usar a tal camisinha."
Anke Erhard, Centro de Estudos Comportamentais ligados ao HIV, do Instituto Psiquiátrico, Estados Unidos

"Experimentar formas de barrar a Aids, diante do desconhecimento atual, é como atirar no escuro, sem enxergar o alvo. No entanto, o fundamental é prosseguir nessas tentativas. Porque a pesquisa de novos tratamentos, nos seus erros e acertos, ajuda a compreender os mecanismos da doença."
Robert Gallo, do Instituto Nacional de Saúde, Estados Unidos

"O crescimento assustador dos casos de Aids entre mulheres é acompanhado de perto pelo avanço da doença em crianças. Isso é lógico e merece ser explorado em campanhas para per-suadir os homens a usar preservativos em suas relações extraconjugais, se estas forem inevitáveis. Além disso, a indústria precisa se preocupar com esse problema e se esforçar mais no sentido de desenvolver preservati-vos femininos."
Marvellous Mhloyi, da Universidade do Zimbábue

Os números conhecidos

No ano 2000, existirão entre 38 e 110 milhões de pessoas infectadas pelo HIV. Essa enorme diferença na projeção é porque não se sabe se as campanhas de prevenção farão efeito. Hoje elas atingem apenas 6 milhões de pessoas

Oceania
Mulheres 5 000
Homens 27 000
Crianças 1 000
Total 33 000

Nordeste asiático
Mulheres 8 000
Homens 41 000
Crianças 1 000
Total 50 000

Sudeste asiático
Mulheres 1 605000
Homens 1 962000
Crianças 102 000
Total 3 669000

América do Norte
Mulheres 139 000
Homens 1122000
Crianças 15 000
Total 1 276000

África subSaara
Mulheres 5 822000
Homens 5 163000
Crianças 1 021000
Total 12006000

Leste europeu
Mulheres 2 000
Homens 22 000
Crianças 1 000
Total 25 000

Oeste europeu
Mulheres 142 000
Homens 692 000
Crianças 8 000
Total 842 000

Sudeste mediterrâneo
Mulheres 8 000
Homens 40 000
Crianças 1 000
Total 49 000

Caribe
Mulheres 184 000
Homens 277 000
Crianças 19 000
Total 480 000

América Latina
Mulheres 210 000
Homens 840 000
Crianças 36 000
Total 1 086 000

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

'Arquivo da internet' disponibiliza 1,4 milhão de torrents gratuitos


'Arquivo da internet' disponibiliza 1,4 milhão de torrents gratuitos


Site guarda informações da história da internet (Foto: Reprodução)

Conteúdos estão em domínio público e não ferem direitos.
Audiolivro de Isaac Asimov é arquivo mais popular.


O site Internet Archive (http://www.archive.org/), que se propõe a arquivar conteúdos para fins históricos, começou a disponibilizar o acervo que possui em domínio público por meio de arquivos de "torrent", a mesma tecnologia usada pelo "The Pirate Bay". São 1.226.656 livros, 10.447 filmes e 128.248 torrents de áudio, que incluem gravações ao vídeo de centenas de artistas.

Os arquivos eram antes disponibilizados apenas por HTTP ou streaming, e a demanda tornava o download lento para alguns usuários. O uso doe BitTorrent deve aumentar a velocidade e diminuir os custos de distribuição do conteúdo para o site.

O conteúdo foi todo autorizado pela lei ou pelos detentores de direitos autorais. Alguns conteúdos são muito antigos e já caíram no "domínio público", quando a proteção de direito de propriedade autoral passa a não mais valer e o material pode ser distribuído livremente, desde que com a atribuição ao autor.

"A natureza distribuída do BitTorrent e a habilidade de baixar torrents de outros usuários locais deve ser valor maior para visitantes com acesso mais lento ao Arquivo, como quem é de fora dos Estados Unidos ou estão em instituições com conexões lentas", afirmou o site em um comunicado (http://blog.archive.org/2012/08/07/over-1000000-torrents-of-downloadable-books-music-and-movies/).

John Gilmore, fundador da Electronic Frontier Foundation, ONG que defende os direitos de internautas e de donos de eletrônicos, também comentou a adoção do BitTorrent. "O BitTorrent não é apenas para coisas efêmeras ou duvidosas que desaparecem depois de um breve período. O BitTorrent é uma grande forma de compartilhar arquivos grandes que estão disponíveis permanentemente em bibliotecas como o Internet Archive".

O Internet Archive foi fundado em 1996 como uma biblioteca digital para fornecer "acesso universal a todo o conhecimento". Além de fornecer o download de conteúdos disponíveis publicamente, o site também é conhecido pela "máquina do tempo" "Wayback Machine", que permite acessar páginas ou versões antigas de sites na internet que não estão mais on-line.

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

‘Arquivo da Internet’ libera jogos para Atari e outros 4 videogames clássicos


‘Arquivo da Internet’ libera jogos para Atari e outros 4 videogames clássicos


Atari 2600, um dos videogames mais conhecidos lançados pela companhia (Foto: Divulgação)

Entidade que preserva memória da internet liberou 742 games.
Lista tem 'Asteroids' e 'Halo 2600', que originou jogo exposto em museu.
Para comemorar o Natal, a Internet Archive (Arquivo da Internet), organização sem fins lucrativos que trabalha para preservar a memória da web, liberou 742 jogos de cinco videogames clássicos nesta quinta-feira (26) (Veja aqui - https://archive.org/details/consolelivingroom).

O site da entidade hospedou games dos consoles Atari 2600, Atari 7800 ProSystem, ColecoVision, Magnavox Odyssey 2 e Astrocade, que podem ser baixados de graça.

“Em expansão da ‘Coleção da História do Software’, a Internet Archive abriu a ‘Sala de Estar dos Videogames’, uma coleção de consoles de videogames dos anos 1970 e 1980”, informou a entidade (veja o site da coleção - https://archive.org/details/software).

O Atari 2600, de 1977, é o que possui a maior lista de jogos disponibilizados no site, 528 títulos, entre os quais os clássicos “California Games”, “River Aid” e “Dragonfire”.

Também disponível, “Halo 2600”, avô da franquia de sucesso “Halo”, foi recriado em 2010. Classificado pelo Smithsonian, maior museu do mundo, como uma “desconstrução visual e da experiência virtual”, o “Halo 2600”, de 2010, foi incluído no acervo permanente do museu. “Asteroids” é o destaque da lista de 57 jogos para Atari 7800 ProSystem, lançado em 1986.

A Internet Archive listou 55 games para o ColecoVision, de 1982, entre os quais “Tarzan” e “Spy Hunter”. Para o Magnavox Odyssey, de 1978, foram listados 82 games e, para o Astrocade, 20 títulos. O videogame é de 1983.

Os games liberados são ROMs para emulador. Para rodar os jogos, a Internet Archive indica o programa de emulação JSMESS.

Além dos games clássicos, a ‘Coleção da História do Software’ inclui ainda arquivos de CDs e CD-ROMs, versões do sistema operacional Linux e softwares históricos.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Deus a ciência e eu - Depoimento - Stephen Hawking


DEUS, A CIÊNCIA E EU - Depoimento - Stephen Hawking



Um dos homens que mudaram a concepção do Universo, o físico inglês Stephen Hawking, conta histórias da Física e de sua vida em seu segundo livro recém-lançado na Europa.


O sucesso de Uma breve história do tempo - seu primeiro livro, traduzido em trinta idiomas e com 5,5 milhões de exemplares vendidos desde o lançamento em abril de 1988 - levou Hawking a escrever História do tempo: um guia para o leitor (ainda não editado no Brasil). Nele, o físico fala de seu empenho em aprender, comunicar-se, viver, e ainda oferece informações adicionais para auxiliar os leitores a compreender melhor os conceitos expostos em Uma breve história do tempo e também no filme de mesmo nome, dirigido por Errol Morris. Astro principal da história, Hawking estranhou o roteiro quando as filmagens começaram. Segundo ele, havia pouca ciência e muita biografia, coisa que de cara tinha descartado. Mas, depois, o cineasta o convenceu de que tinha de ser assim, pois o filme imaginado pelo físico, mais ao estilo documentário, atrairia apenas um pequeno grupo de pessoas. Hawking acabou concordan-do, pois, em sua opinião, "Morris é um homem íntegro, coisa pouco freqüente no mundo do cinema". O resultado será, com certeza, um novo best seller e um filme bem-sucedido. Reproduzimos a seguir alguns dos trechos mais surpreendentes desse guia para o leitor.

Sob o signo de Galileu
"Nasci em 8 de janeiro de 1942, exatamente 300 anos depois da morte de Galileu. Calculo, entretanto, que naquele mesmo dia nasceram outros 200 000 bebês e desconheço se algum se interessou posteriormente por Astronomia. Vim ao mundo em Oxford, embora meus pais vivessem em Londres. Era um bom lugar para nascer durante a guerra, graças ao acordo pelo qual os alemães tinham se comprometido a não bombardear Oxford nem Cam-bridge se os britânicos respeitassem Heidelberg e Göttingen (essas cidades eram e continuam a ser sede de quatro grandes e seculares universidades). Foi uma pena que esse tipo de pacto civilizado não se estendesse a outros lugares.
Meu pai era de Yorkshire, de uma família arruinada em princípios deste século e, mesmo assim, conseguiu enviá-lo a Oxford para estudar Medicina e ele logo se especializou em Medicina tropical. Minha mãe nasceu em Glasgow, Escócia, e, como meu pai, pertencia a uma família de poucos recursos. Apesar disso, ela também pôde ir para Oxford. Ao sair de lá, teve vários empregos, entre eles o de fiscal fazendária. Mas ela não gostava daquele mundo e o deixou para tornar-se secretária. Foi assim que conheceu meu pai, nos primeiros anos da guerra.
Eu era um menino bastante normal, lerdo para aprender a ler e muito interessado em como funcionavam as coisas. Na escola nunca estive entre os primeiros da classe (era um grupo muito brilhante). Quando eu tinha 12 anos, um amigo apostou com outro um saco de caramelos como eu não seria nada na vida. Não sei se a aposta foi paga ou, caso tenha sido, quem foi o ganhador.

Oxford apático
Meu pai queria que eu estudasse Medicina. Para mim, a Biologia era muito descritiva e não suficientemente fundamental. Eu preferia estudar Matemática e Física. De sua parte, meu pai achava que a Matemática não tinha outra saída que não fosse o ensino, e por isso me fez aprender Química e Física. Além do mais, ele pretendia que eu me matriculasse no mesmo centro que ele, a Universidade de Oxford. Mas lá não se ensinava Matemática naquele tempo. Quando chegou o momento, em 1959, ingressei na dita instituição para estudar Física, o que realmente me interessava.
A maioria de meus companheiros de universidade tinha feito o serviço militar e, portanto, eram maiores de idade. Durante o primeiro ano e parte do segundo me sentia muito sozinho. Até o terceiro ano não me senti à vontade. Na Oxford daquela época, a atitude predominante era o antitrabalho. Supunha-se que se deveria ser brilhante sem fazer nenhum esforço ou aceitar as próprias limitações e conseguir um título de quarta categoria. Esforçar-se para obter uma qualificação melhor era considerado coisa de medíocre, a pior palavra do vocabulário oxfordiano.
Naquele tempo, os cursos de Física de Oxford estavam enfocados de tal forma que era fácil evitar o trabalho. Tive de fazer um exame médico antes de entrar na universidade e não voltei a ser examinado outra vez até o final do curso, três anos depois. Segundo meus cálculos, devo ter estudado aproximadamente umas mil horas durante esse período, uma hora diária em média. Não tenho orgulho de ter trabalhado pouco, simplesmente descrevo minha atitude de então, compartilhada pela maior parte de meus colegas: apatia diante de tudo e a sensação de que nada valeria a pena se fosse necessário esforçar-se por alguma coisa.

Crônica de uma morte sonhada
Pouco depois de fazer 21 anos entrei no hospital para fazer uns exames. Extraíram uma amostra de tecido muscular do meu braço, me colocaram eletrodos e injetaram um líquido de contraste em minha coluna para observar, por meio de raios X, como ela subia e descia ao se inclinar a cama. O diagnóstico foi esclerose lateral amiotrófica, ou doença dos motoneurônios, como é conhecida na Inglaterra.
Ao saber que tinha uma doença incurável, que provavelmente me levaria à morte em poucos anos, sofri uma comoção. Como isso podia ter acontecido comigo? Naquela época, meus sonhos eram bastante perturbadores. Antes que diagnosticassem minha enfermidade cheguei a ficar aborrecido com a vida. Parecia nada valer a pena. Porém, pouco depois de sair do hospital sonhei que iam me executar. De repente, compreendi que se eu fosse indultado poderia fazer muitas coisas interessantes. Na raiz da minha doença cheguei à seguinte conclusão: quando temos de enfrentar a possibilidade de uma morte prematura, nos damos conta de quanto viver vale a pena.

O sentido da vida
Parecia-me não ter sentido continuar com minhas pesquisas, pois não esperava viver o suficiente para terminar o doutoramento. Com o passar do tempo, a indolência recuou. Comecei a entender a relatividade geral e a progredir em meus estudos. No entanto, o realmente decisivo foi meu compromisso com uma mulher chama--da Jane Wilde. Ela me deu uma razão para viver e me fez entender que tinha de conseguir um trabalho se queríamos nos casar.
Meu pedido para fazer pesquisa em Cam-bridge foi aceito, embora tenha me decepcionado ao saber que meu orientador não seria Fred Hoyle e sim um desconhecido chamado Dennis Sciama (provavelmente, Hawking não o conhecia na época, mas ele é um dos maiores físicos do pós-guerra). Tanto um quanto outro acreditavam na teoria do estado estacionário, segundo a qual o Universo não teria princípio nem fim no tempo. No final, a mudança de orientador re-sultou muito gratificante. Hoyle viajava sem cessar ao exterior, e era provável que eu o visse muito pouco. Sciama, ao contrário, estava sempre à mão, e sua presença era estimulante, ainda que freqüentemente não compartilhas-- se de suas idéias. Assisti ao seminário no qual se anunciou a existência dos pulsares (estrelas que emitem pulsos regulares de rádio, e pare-- cem uma mensagem cifrada, daí a piada de que seriam sinais de extraterrestres). A sala esta-- va enfeitada com homenzinhos verdes de pa-- pel. Os primeiros quatro pulsares descober-tos foram batizados de LGM I, II, III e IV. LGM é a sigla em inglês para Little green men, homenzinhos verdes.

No princípio foi a singularidade
As observações das galáxias remotas indi-cam que elas estão se distanciando de nós. O Universo está em expansão. Isto quer dizer que os astros tinham de estar mais juntos no passado. E aqui surge uma questão: houve um tempo em que todas as galáxias estiveram comprimidas num único ponto e a densidade do Cosmo era infi-nita? Ou houve uma fase prévia de contração na qual as galáxias evitaram se chocar? Talvez tenham passado umas ao lado das outras em grande velocidade e em seguida começado a se distanciar. Para responder a essa pergunta eram necessárias novas técnicas matemáticas. Estas, em sua maior parte, foram desenvolvidas entre 1965 e 1970 por Roger Penrose e por mim mesmo. Nós as utilizamos para demonstrar que se a teoria geral da relatividade estava certa, de-via haver um estado de densidade infinita no passado. Esse fenômeno é conhecido como a singularidade do Big Bang e constituiria o princípio do Universo. Diante dele, todas as leis co-nhecidas da ciência viriam abaixo. Isso signi-ficaria que, se a relatividade geral está corre-ta, nós cientistas não poderíamos deduzir co-- mo começou o Cosmo.

Buracos negros e espaguetes
Cair num buraco negro se transformou num dos horrores comuns da ficção científica. Porém, os buracos negros já podem ser considerados realidades científicas. Como é lógico, os escritores de histórias fantásticas somente se interessam pelo que acontece se você despencar num deles. Uma idéia muito difundida é que se o buraco negro tem um movimento rotatório, você pode entrar num pequeno vazio de espaço-tempo e sair em outra região do Universo. Obviamente, isso abre enormes possibilidades às viagens pelo Cosmo. Com efeito, necessitamos algo assim para poder visitar outras estrelas, para não dizer outras galáxias. Do contrário, já que nada pode viajar mais rápido que a luz, um périplo de ida e volta à estrela mais próxima duraria oito anos. Esqueçamos os fins de semana em Alfa Centauro. Por outro lado, se pudéssemos passar através de um buraco negro, reapareceríamos em qualquer lugar do Universo. Assim, não fica muito claro como conseguiríamos chegar ao nosso destino: seria o mesmo que planejar férias em Virgem e acabar na nebulosa do Caranguejo.
Sinto ter que desiludir o turista galáctico do futuro, mas as coisas não são assim: se saltasse dentro de um buraco negro, você ficaria em pedaços e seria esmagado até não restar nenhum sinal. Apesar disso, as partículas que foram seu corpo seriam transportadas, de certo modo, a outro mundo. Não sei se isso serve de consolo a alguém que é convertido em espaguete no inte-rior de um destrutivo turbilhão espacial.

O astronauta reciclado
Uma noite, pouco depois do nascimento de minha filha Lucy, comecei a pensar nos buracos negros enquanto me preparava para deitar. Devido à minha incapacidade física, essa simples rotina cotidiana se convertera num processo bastante lento. Por isso, dispunha de muito tempo. De repente, compreendi que a área do horizonte de eventos (a superfície que delimita o buraco negro) sempre aumenta com o tempo. Estava tão entusiasmado com minha descoberta que quase não dormi naquela noite. O aumento dessa zona fronteiriça indicava que um buraco negro possui uma quantidade chamada entropia, a medida do nível de desordem que contém. E se tem entropia, deve ter também uma temperatura. Bem, se você aquecer um atiçador no fogo, ele vai ficar vermelho e emitir radiação. Mas um bu-raco negro não irradia absolutamente nada pois nada escapa dele.
A relatividade geral é considerada uma teoria clássica. Pressupõe um caminho único definido para cada partícula. Porém, segundo a outra grande teoria do século XX - a da mecânica quântica -, existe um elemento de probabilidade e incerteza. Durante o tempo que visitei Moscou, em 1973, discuti com Yakov Zeldovich, o pai da bomba de hidrogênio soviética, o efeito da mecânica quântica sobre os buracos negros. Pouco depois, fiz meu achado mais surpreendente. Descobri que as partículas se filtrariam através do horizonte de eventos e escapariam do buraco negro. Primeiro contei isso a Sciama e logo me dei conta de que o segredo não era mais segredo. Roger Penrose me telefonou durante um jantar de aniversário. Estava tão entusiasmado e falou tanto tempo que, quando desligou, minha comida estava completamente fria. Foi uma pena: era ganso, um dos meus pratos favoritos.
Eu ainda não acreditava totalmente. Convenci-me de que os buracos negros emitem radiação quando encontrei o mecanismo que podia fazer isso acontecer. Segundo a mecânica quântica, o espaço está cheio de partículas e antipartículas virtuais que de forma constante se materializam em duplas, se separam, logo voltam a se juntar e se aniquilam. Na presença de um buraco negro, pode ser que uma das partículas desse par caia no seu interior deixando a outra sem companheira para destruir. A partícula abandonada constitui a radiação emitida pelos buracos negros. A mecânica quântica admite que uma partícula escape de uma dessas terríveis gargantas galácticas, coisa que a teoria da relatividade não permitia.
Einstein jamais aceitou a mecânica quântica devido a seu componente de improbabilidade e incerteza. Ele dizia: "Deus não joga dados". Parece que o gênio alemão estava duplamente equivocado. Os efeitos quânticos dos buracos negros sugerem que Deus não apenas joga dados como às vezes os tira de onde ninguém pode vê-los. Todas essas descobertas nos têm mostrado que o colapso gravitacional não é tão definitivo como pensávamos. Se um astronauta cair em uma garganta galáctica, será devolvido ao resto do Universo em forma de radiação. Nesse sentido pode-se dizer que o astronauta será reciclado.

Cada vez mais sereno
Até 1974 podia comer, sentar e levantar sem ajuda. Jane foi capaz de cuidar de mim e criar dois filhos sem a ajuda de ninguém. Mas as coisas estavam fi-cando cada vez mais difíceis e decidimos que um de meus estudantes viria mo-rar conosco.

Tempo real e tempo imaginário
Meu interesse pela origem e destino do Universo se reavivou em 1981, quando assisti a uma conferência sobre Cosmologia no Vaticano. Depois, o papa João Paulo II, que ainda estava se recuperando de um atentado contra sua vida, concedeu-nos uma audiência. Ele nos disse que era correto estudar a evolução do Universo depois do Big Bang, porém não devíamos indagar sobre a Grande Explosão em si, pois esse foi o momento da Criação, e portanto, obra de Deus. Alegrei-me por ele não saber o tema de minha conferência: a possibilidade de o espaço-tempo ser finito, mas sem fronteira, o que significaria que não tinha havido um começo. Em meu trabalho As condições de fronteira do Universo, eu sugeria que o espaço e o tempo eram finitos em extensão, porém estavam encerrados em si mesmos, sem limites, da mesma forma que a superfície do planeta Terra é finita ainda que não tenha fronteiras. Em nenhuma das minhas viagens consegui cair da borda do mundo.
Na época da conferência do Vaticano não sabia como utilizar essa idéia para fazer previsões sobre o comportamento do Universo. Entre 1982 e 1983 trabalhei com meu amigo e colega Jim Hartle, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e demonstramos como utilizar o conceito da inexistência de fronteiras para calcular o estado do Cosmo em uma teoria quântica da gravidade. Se a proposta da ausência de limites for correta, não haveria nenhuma singularidade e as leis da ciência seriam sempre váli-das, inclusive a do começo do Universo. Tinha conseguido realizar minha ambição de descobrir como tudo começou. Ainda assim, continuo sem saber por que o fiz.
Para falar de nossas origens, necessitamos de leis que possam ser válidas em qualquer estado. No tempo real só existem duas possibilidades: que este se prolongue para trás, no passado, para sempre, ou que tenha um princípio. Pode-se então imaginar uma linha que vá do Big Bang ao Big Crunch (o colapso final do Universo). Mas também pode-se considerar outro sentido do tempo, em ângulo reto ao tempo real. É a chamada direção imaginária. Nela não há por que haver singularidade que constitua um começo ou um fim para o Universo. O espaço não seria criado nem destruído. Talvez o tempo imaginário seja o autêntico tempo real e o que chamamos tempo real seja somente um produto de nossa imaginação.

Um lugar para Deus
A maioria das pessoas acredita que Deus permite a evolução do Universo de acordo com um conjunto de leis, sem precisar intervir nele. Mas continuaria sendo assunto divino dar corda ao relógio e escolher o momento de fazê-lo funcionar. Se o Universo teve um começo, podemos supor que teve um criador. Porém, se o Cosmo, com efeito, se contém em si mesmo, há lugar para um sumo Criador? Em certa ocasião, Einstein perguntou: "Que grau de deliberação teve Deus na gênese do Universo?" Se a proposta da ausência de limites estiver correta, ele não teve nenhuma liberdade para escolher as condições iniciais. Só pôde escolher as leis que regeriam sua obra magistral.
De fato, é possível que não tenha havido tal determinação. Na realidade, pode ser que exista somente uma teoria unificada que permita a existência de estruturas tão complicadas como os seres humanos, indivíduos capazes de investigar as leis do Universo e questionar sobre a natureza de Deus.

Minha última assinatura
Em 1979, fui eleito professor de Matemática na mesma cátedra que, um dia, fora ocupada por Isaac Newton. Há um enorme livro que todos os professores da universidade devem assinar. Depois de mais de um ano ali, eles se deram conta de que eu ainda não o havia assinado. Trouxeram-me o livro e assinei com certa dificuldade. Aquela foi a última vez que escrevi meu nome.

Voz da ciência
Antes da intervenção cirúrgica, minha fala havia se tornado ininteligível e poucas pes-soas que me conheciam conseguiam me en-tender. Ditava meus trabalhos científicos e dava seminários com a ajuda de um intérprete. A traqueotomia me privou totalmente dessa função, tão corriqueira nos outros. Durante algum tempo, a única maneira que eu tinha de me comunicar era soletrando as palavras e levantando as sobrancelhas quando alguém assinalava a letra correta numa cartolina com o alfabeto. Com esse método, era bastante difícil manter uma conversa, quanto mais re-digir um trabalho científico.
Por sorte, um especialista em Informáti-ca, da Califórnia, ciente da minha situação, mandou um programa que me permitia sele-cionar palavras de uma série de menus na tela apertando uma tecla com o dedo. O apa-relho também funciona com outro botão acionado por um movimento da cabeça ou dos olhos. Quando tenho frases suficientes posso mandá-las para um sintetizador de voz que, junto com o computador, está acoplado à minha cadeira de rodas. Esse sistema permite que agora eu me comunique muito melhor. Posso construir até quinze palavras por minuto e dizer o que escrevi ou gravar num disco. A voz é muito importante, pois se temos uma fala inexpressiva é mui-to provável que as pessoas nos tratem como deficiente mental. Meu sintetizador é o me--lhor de quantos ouvi, pois muda de entonação e não vocaliza como se fosse um robô estú-- pido. O único problema é que me deu um sotaque americano.

Adeus ao passado
O que aconteceria se o Universo deixasse de se expandir e começasse a se contrair? A seta termodinâmica se inverteria e com o tempo começaria a diminuir a desordem? Veríamos xícaras quebradas se recompondo no chão e saltando de novo sobre a mesa? Recordaría--mos as cotações da manhã e faríamos fortu-- na na Bolsa? Eu acreditava que o Cosmo te-- ria de voltar a um estado de calma e ordem quando começasse a se contrair. Se fosse as--sim, durante essa fase as pessoas viveriam suas vidas ao contrário. Morreriam antes de nascer e se tornariam progressivamente mais jovens conforme o firmamento diminuísse. Estava enganado. Eu estava utilizando um modelo de Universo demasiadamente sim-plificado. O tempo não mudará de direção quando o Universo começar a se contrair. E as pessoas, infelizmente, continuarão a envelhecer como sempre.

O Big Crunch
O Cosmo tem dois possíveis destinos. Pode continuar se expandindo sempre ou contrair-se de novo e terminar com o Big Crunch. Sou defensor da segunda tese. Tenho, sem dúvida, certas vantagens sobre outros profetas do fim do mundo. Aconteça o que acontecer, é pouco provável que dentro de mil milhões de anos eu esteja aqui para me dizerem que estava enganado.

A borda da morte
Voltava para casa, na noite de 5 de março de 1991. Estava escuro e chovia. A cadeira de rodas tinha luzes de bicicleta dianteiras e traseiras. Ao atravessar uma avenida, vi uns faróis que se aproximavam, mas julguei que poderia cruzar a rua com segurança. No entanto, o veículo andava mais rápido do que eu pensava. Quando me encontrava no meio da avenida, a enfermeira gritou: "Cuidado!" Ouvi o chiado das rodas e o carro chocou com a parte traseira de minha cadeira. Sofri um tremendo golpe. Terminei caído no asfalto e gravemente ferido.

Conheceremos o Criador
Se chegarmos a descobrir uma teoria completa, com o tempo esta deveria ser compreensível para todos e não só para um pequeno grupo de cientistas. Então, todo o mundo poderia discutir sobre a existência do ser humano e do Universo. No caso de encontrarmos a resposta a esta questão, alcançaríamos o triunfo final da razão humana, porque nesse momento conheceríamos a mente de Deus. Teríamos tornado realidade todos os nossos sonhos.

O dicionário do senhor Hawking

Antipartícula: cada partícula elementar tem uma antipartícula do mesmo tipo. Quando uma se encontra com a outra, elas se aniquilam mutuamente, deixando apenas energia.

Big Bang: a singularidade do começo do Universo, quando tudo estava concentrado num unico ponto de densidade e temperatura infinitas.

Big Crunch: singularidade que se produzirá no final do Universo, caso ele entre em colapso até tornar-se um úni-co ponto de densidade e temperatura infinitas.

Buraco negro: região do espaço-tempo da qual nada pode sair devido à sua força gravitacional muito concentrada. Nem sequer a luz é suficientemente veloz para escapar: portanto, a zona não emite radiação e parece negra. Porém, o princípio de incerteza da mecânica quântica admite que partículas e radiação se filtrem para fora.

Espaço-tempo: descrição quadridimensional do Universo, segundo a teoria da relatividade, unindo as três dimensões do espaço e a única dimensão do tempo.

Horizonte de eventos: fronteira de um buraco negro. Uma vez atravessada, é impossível escapar dele.

Mecânica clássica: sistema de leis no qual cada objeto tem uma posição e uma velocidade determinadas.

Mecânica quântica: sistema de teorias no qual as partículas não têm posições nem velocidades determinadas e se comportam, de certo modo, como ondas.

Princípio de incerteza: supõe que não se pode estabelecer com exatidão a posição e a velocidade de uma partícula; quanto melhor se conhece uma delas, pior se conhece a outra.

Pulsar: estrela de nêutrons em rotação, que emite pulsações de ondas de rádio quando seu campo magnético interage com o campo magnético que a rodeia.

Quasar: segundo se acredita, consiste no núcleo de uma galáxia em cujo centro há um enorme buraco negro rota-tório no qual cai continuamente grande quantidade de ma-téria. Esta alcança uma temperatura muito alta e emite muita energia antes de ser apanhada pelo buraco negro. Os quasares estão muito longe, mas podem ser observados devido à sua alta potência.

Radiação de Hawking: partículas elementares e ra-dia-ção emitidas pelo horizonte de eventos dos buracos ne-- gros. Quanto menor é o buraco, maior é a quantidade de radiação de Hawking, chegando a uma grande explosão quando, finalmente, o buraco se evapora e desaparece.

Relatividade geral: a segunda teoria da relatividade de Einstein (1916), estabelece que a gravitação é o resultado de distorções na geometria do espaço-tempo (isto é, uma geometria que não considera só a distância entre pontos no espaço, mas também a distância entre pontos no tempo) e estabelece que os campos gravitacionais interferem nas medidas de um e outro.

Segunda lei da termodinâmica: estabelece que a quantidade de desordem do Universo, ou entropia, aumenta com o tempo. Diferencia-se das outras leis porque nem sempre é certa - existe minúscula possibilidade de a desordem não aumentar, num certo sistema. Também depende de o Universo ter começado num estado caótico.

Singularidade: ponto no qual o espaço-tempo se curva infinitamente e chega a um fim. A teoria clássica da relatividade geral prevê que este fenômeno ocorre, porém não pode descrever como se comporta, porque ao chegar a este ponto suas leis já não funcionam.

Teoria da ausência de limites: propõe que o espaço e o tempo imaginário formam juntos uma superfície finita em extensão, ainda que sem fronteiras nem bordas. Nessa teoria, o espaço-tempo seria como a superfície da Terra, porém, com duas dimensões a mais.

O filme de uma vida

Longe de conformar-se em ser um dos cientistas vivos mais admirados pelo grande público, Stephen Hawking decidiu passar para um campo mais popular: o cinema. Por isso, mergulhou na tarefa de modelar em celulóide o autêntico filme de sua vida. Passo a passo com o diretor Errol Morris, o próprio físico supervisionou a filmagem do documentário Uma breve história do tempo, baseado em sua biografia.
Numa espécie de "esta é a sua vida", Morris recolheu testemunhos dos personagens que mais influenciaram a carreira do cientista. Os parentes, os colaboradores e alunos mais próximos, incluídos alguns dos pesquisadores mais importantes do mundo, concordaram em colocar-se diante da câmera para mostrar o mundo particular e cotidiano do privilegiado Hawking. O resultado de três anos de trabalho duro e centenas de horas de filmagens são os noventa minutos de entrevistas pessoais que es-tão sendo exibidos nos cinemas de uma parte da Europa.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A sujeira nossa de cada dia - Ecologia

A SUJEIRA NOSSA DE CADA DIA - Ecologia



Pequenos detritos que se jogam na rua podem se acumular por décadas e vencer os micróbios cujo trabalho evita que o planeta seja soterrado pelo lixo.

Bitucas de cigarro, chicletes, cascas e bagaços de frutas, latas de refrigerante ou garrafas de plástico. Diante de tudo o que se descarta sem maior preocupação, em qualquer lugar e todos os dias, é surpreendente que a Terra não fique coberta por uma malcheirosa camada de dejetos. Isso só não acontece graças ao processo natural de biodegradação. Por meio dele, bactérias, leveduras, fungos e outros micróbios se alimentam da matéria orgânica do lixo, transformando-a em compostos mais simples, que são devolvidos ao meio ambiente.
A matéria orgânica é formada de extensas cadeias de carbono à qual se penduram outros átomos. Os microorganismos quebram a cadeia junto ao carbono e aproveitam a energia encerrada na ligação química. Os micróbios tendem a quebrar o maior número de ligações e arrancar do composto original a maior quantidade de energia possível. Por isso é que no final restam materiais extremamente simples. Mas isso depende do tipo de degradação: quando ela é aeróbia, que utiliza oxigênio, o processo é muito eficiente. Seus restos são elementos como o nitrogênio e o enxofre, anteriormente pendurados às cadeias de carbono. Na decomposição anaeróbia, sem oxigênio e menos eficiente, os restos são mais complexos, como o gás metano e sulfídrico.
Esse trabalho pode demorar um século ou mais. O tempo depende de vários fatores. O calor e a umidade do solo, por exemplo, estimulam o crescimento e a atividade dos microorganismos aeróbios. Assim, quanto mais quente e úmido for o local, mais rápida será a decomposição. Por outro lado, as águas e terrenos ácidos limitam a capacidade de desenvolvimento dos microorganismos. Os ácidos, metais pesados e substâncias tóxicas prejudicam as bactérias, podendo chegar a matá-las.
Outro problema: a gastronomia dos microorganismos. Certas colônias de bactérias de um determinado terreno não são capazes de decompor resíduos - facilmente devorados por outro tipo de micróbio. Por exemplo, se o terreno não dispuser de uma quantidade ra-zoável de oxigênio, diversas substâncias, como o azeite e alguns pesticidas, não sofrem degradação. É difícil determinar as preferências e localizações das incontáveis espécies de bactérias. As mais conhecidas são as anaeróbias e entre estas as mais comuns pertencem a um grande grupo chamado de metanogênico, pois produzem metano.
Em vista de tudo isso, é claro que sempre vale a pena procurar uma lata de lixo -- e mesmo assim persiste o risco de o planeta se converter num autêntico lixão. Basta ver os dados do Plano Nacional de Limpeza Urbana (Planurb), do Ministério da Ação Social. Aí se estima que o Brasil produz uma montanha de mais de 80 000 toneladas de lixo por dia, das quais só a metade é coletada. Da parte que é coletada, o Planurb indica que 34% vai para lixões a céu aberto e 63% termina em beiras de rios e áreas ala-gáveis. Não admira que 65% das internações hospitalares no Brasil decor--ram de doenças transmissíveis pela água. Cada cidade tem seu sistema de reciclagem, que reduz os resíduos e também economiza recursos, pois aquilo que se recupera do lixo volta à fábrica como matéria-prima. É uma pena que, em São Paulo, das 12 000 toneladas diárias de lixo, apenas 0,8% sejam recicladas.

O tempo de decomposição dependerá do tipo de lixo

3 meses
A lignina, substância que dá rigidez às células vegetais, é um dos componentes mais importantes do papel. Ela não se decompõe facilmente pois suas moléculas são maiores do que as bactérias que as destroem. Num lugar úmido, o papel leva três meses para sumir e ainda mais do que isso em local seco. Além disso, um papel absorvente dura vários meses. Jornais podem permanecer intactos por décadas.

6 meses
A deterioração de um fósforo de madeira começa com a invasão da lignina - seu principal ingrediente - por hordas de fungos e insetos xilófagos, os que comem madeira. O processo é lento e, em um ambiente úmido, um fósforo não se destrói até que se passem cerca de seis meses.

6 a 12 meses
Os microorganismos, insetos e outros seres invertebrados geralmente transformam a matéria orgânica de forma eficaz. No entanto, o miolo de uma maçã, que se decompõe em uns 6 meses em clima quente, pode conservar-se por um ano num lugar mais ameno. Isso porque o orvalho (e a neve nos países frios) dificultam a proliferação dos micróbios e diminuem sua capacidade devoradora.

1 a 2 anos
Um cigarro pode demorar de 1 a 2 anos para se decompor, tempo em que as bactérias e fungos digerem o acetato de celulose existente no filtro. Jogar um cigarro sem filtro no campo é menos nocivo, uma vez que o tabaco e a celulose levam quatro meses para sumir. Contudo, se jogado no asfalto, o tempo de vida da bituca é maior.

5 anos
Um chiclete jogado no chão começa a ser destruído pela luz e pelo oxigênio do ar, que o fazem perder a elasticidade e a viscosidade. Como a goma contém resinas naturais e artificiais, além de açúcar e outros ingredientes, o processo pode durar até 5 anos. A pulverização do chiclete é mais rápida se ele gruda no sapato de algum distraído.

10 anos
Os metais, em princípio, não são biodegradáveis. Uma lata de aço se desintegra em uns 10 anos, convertendo-se em óxido de ferro. Em dois verões chuvosos, o oxigênio da água começa a oxidar as latas feitas de aço recoberto de estanho e verniz. Já uma lata de alumínio não se corrói nunca. E boa parte dos refrigerantes é vendida em latas de alumínio.

mais de 100 anos
As boas qualidades do plástico - sua durabilidade e resistência à umidade e aos produtos químicos - impedem sua decomposição. Como este material existe há apenas 1 século, não é possível determinar seu grau de biodegradação, mas estima-se que uma garrafa de plástico demoraria centenas de anos para desaparecer.

4000 anos
O vidro não se biodegradará jamais. Sua resistência é tamanha que arqueólogos encontraram utensílios de vidro do ano de 2000 a.C. Por ser composto de areia, sódio, cal e vários aditivos, os microorganismos não conseguem comê-lo. Um recipiente de vidro demoraria 4 000 anos para se desintegrar pela erosão e ação de agentes químicos.

O que há no lixo

Composição aproximada do lixo recolhido na coleta seletiva da cidade de São Paulo. A coleta seletiva representa 0,8% do total produzido: 12 000 toneladas por dia, o maior volume do país. Desse valor, 87% vai para quatro aterros sanitários da metrópole.

Plástico 7%
Metais 10%
Vidro 13%
Matéria orgânica e resíduos 20%
Papel 50%

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Os sexos se confundem - Comportamento


O SEXOS SE CONFUNDEM - Comportamento



Terninhos, tênis, mocassinos. Nas mulheres, cabelos curtinhos; nos homens, longos cacheados. De repente, parece que a androginia tomou conta do mundo.


Seres esféricos, fortes, vigorosos, tentam galgar o Olimpo, a montanha sagrada onde moram os deuses gregos. Querem o poder. Possuem os dois sexos ao mesmo tempo, quatro mãos, quatro pernas e duas faces idênticas, opostas. Diante do perigo, o chefe de todos os deuses, Zeus, decide cortar ao meio os andróginos (do grego andrós, aquele que fecunda, o macho, o homem viril; e guynaikós, mulher, fêmea). "Sede humildes", podemos supor que trovejou o grande deus, arremetendo os raios que apavoraram os tempos anteriores à descoberta do fogo. Ao enfraquecer o homem e a mulher, assim criados, Zeus condenou cada metade a buscar a outra, o desejo extremo de reunir- se e curar a angustiada e ferida natu-reza humana.
Este, resumidamente, é o mito do amor tal como o filósofo grego Platão (428-348 ou 427-347 a.C.) o descreveu nos diálogos de O banquete, reproduzindo o relato feito por Aristófanes, o mais famoso comediógrafo grego (450-388 a.C.), durante um jantar e simpósio, encontro onde se tomava vinho e se trocavam idéias. Estava presente, entre muitos outros convidados ilustres, o filósofo Sócrates (470-399 a.C.) Deve ter sido uma noitada daquelas, mas não se pode dizer que começou ali a preocupação da humanidade com a androginia. Numerosas cosmogonias, anteriores à civilização grega, explicaram o mundo a partir de um ovo primordial, o símbolo da fertilidade.
Para a Biologia, andrógino é o ser que possui os dois sexos ao mesmo tempo e é capaz de reproduzir-se sozinho (não no caso dos humanos). O mesmo que hermafrodita. Mas para os psicólogos, médicos e até estilistas, a androginia é sobretudo um fenômeno cultural, nada tem a ver com a bissexualidade ou o homossexualismo. "O que está em jogo é o papel social desempenhado pelo indivíduo. A pessoa andrógina não precisa ter, necessariamente, comportamento sexual ambíguo", explica o sexólogo Os-waldo Rodrigues Júnior, de São Paulo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Sexualidade. Ele dá exemplos de incorporação de papéis sociais do sexo oposto: o homem que não tem vergonha de chorar e expor sentimentos, cuida dos filhos, participa das tarefas domésticas, ou a mulher que impõe opiniões, assume o sustento da casa, exerce profissões consideradas "masculinas".
O psicanalista Renato Mezan, da Pontifícia Universidade de São Paulo, expõe com clareza: "São fatores so-ciais que aos poucos esfumaçam as di-ferenças entre os gêneros e embaralham a consciência que homens e mulheres tinham de sua identidade e função social. Por isso é impossível explicar a androginia apenas em termos psicológicos. Ela não é uma opção sexual e está no plano do consciente". Entre as vanguardas culturais, é ver-dade, sempre existiram andróginos - artistas, burgueses contestatórios, suf-fragettes (militantes femininas que exigiam o direito de votar). Mas com certeza nunca a confusão foi tão grande como agora.
"A diferença entre os gêneros diminuiu com a entrada da mulher de classe média no mercado de trabalho, principalmente em posições executivas, o que fica mais evidente nos Estados Unidos", observa a antropóloga Bela Feldman-Bianco, da Universidade de Campinas, São Paulo. "O fenômeno nada tem a ver com a Biologia. Um número crescente de mulheres reage contra a estereotipia dos papéis sexuais. Não querem mais saber se ´isso é coisa de homem ou de mulher´". Ela acredita que muito da androginia moderna veio do movimento feminista americano, que identificava o feminino como conservador. E do gosto gay na moda, na beleza, na decoração. Renato Mezan reconhece com clareza: falta ao homem tranqüilidade para executar atributos do outro sexo sem sentir-se diminuído. "Assumir os dois lados da sexualidade e da sensualidade ainda é uma questão de caso a caso. De outro lado, negar as diferenças pode gerar um híbrido, nem isso nem aquilo. Aí, há privação das qualidades de ambos," expõe.
O dilema provoca ásperas discussões. Radical, Camille Paglia, professora de Literatura da Universidade de Arte da Filadélfia, nos Estados Unidos, sustenta no livro Personas sexuais que a androginia não passa de arma das feministas contra o princípio masculino: "Serve para anular os homens, significa que eles devem ser como as mulheres, e as mulheres podem ser como quiserem". Ela acredita, em todo caso, que o culto do masculino será preservado graças aos gays - o que não deixa de ser, também, uma inversão. Menos contundente, o estilista e cabeleireiro Diaullas de Ná, de São Paulo, oferece sua opinião: "A androginia é um jogo lúdico, em que o homem projeta seu lado masculino na mulher, e a mulher projeta seu lado feminino no homem. Um jogo que globaliza, traça um círculo de 360 graus em torno do outro, totalmente diverso do homossexual, autocentra-do, ou do bissexual que separa com rigidez o masculi-no do feminino".
Empresária e especialista de moda, Costanza Pascolato há anos analisa a influência da androginia no estilismo. "A moda contemporânea não pára de brincar com as diferenças entre os gêneros. Com isso expressamos nossas idéias mutantes sobre o que é ser homem ou mulher", escreveu em 1988, num artigo de jornal. Hoje ela acrescenta: "Um ligeiro toque de ambigüidade aumenta o lado sensual das pessoas. O masculino e o feminino exagerados são menos se-xy. Há uma qualidade misteriosa em Marlene Dietrich e Greta Garbo, que vem em parte da sugestão de virilidade lá no fundo de sua personalidade".
O problema está no risco de perder-se a nitidez dos gêneros pois, como analisa Renato Mezan, as pessoas nesse caso aderem a modas em busca de orientação: "Em geral, as tendências são mais rigorosas do que as anterio--res, gerando um espírito de gangue". É o temor da antropóloga Cynthia Sarti, da Universidade de São Paulo: "Acho que existe alguma coisa perversa na androginia, pois faz supor algo que não é: impõe uma imagem sem suge-rir nenhum novo masculino ou femi-nino. Nega as diferenças. Sinto a idéia como totalitária, e nada mais nocivo à humanidade do que posturas antidemocráticas".
Pode ser, mas convém lembrar que a intenção, por trás dos modismos em geral, e da androginia em particular agora, depende sempre do contexto social. Por exemplo, na Alemanha pré-nazista dos anos 20, os cabelos curtos usados pelas mulheres eram uma contestação ao ideal feminino pregado pelos nazistas, que pensavam nas mulheres como robustas valquírias de longos cabelos loiros, engomadas nas suas roupagens regionais, vivendo em regime de dedicação exclusiva aos três Ks: Kinder, Küche, Kirche (crianças, cozinha, igreja). Vestir-se como homem, pensar e agir como um marxista era ser mesmo mui-to do contra.
É possível que estejamos convivendo, atualmente, com uma acentuada tendência à alteridade - conceito desenvolvido pelo psicoterapeuta Carlos Byington, de São Paulo, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica."O dinamismo da alteridade consiste na interação igualitária das polaridades", escreveu em obscuro dialeto profissional no livro Dimensões simbólicas da personalidade.
A psicóloga Leniza Castello Branco, de São Paulo, completa e clarifica o raciocínio: "A mulher recupera seu lado masculino sem tornar-se lésbica, e o homem seu lado feminino sem tornar-se gay". Para essa psicoterapeuta, a androginia traria um retorno do reprimido: o corpo, o sexo, a magia, o feminino. "Por causa do reprimido existe carnaval em todas as culturas", explica. "Permite-se a vivência do contrário, a inversão. O pobre se veste de rico, o homem se veste de mulher, alguns se fantasiam de animais. O carnaval é a festa de Dioniso, o deus pagão que representava o campo, a fertilidade, o vinho. Ele nasceu da coxa de Zeus, um andrógino, pois gestou um filho."
Os primeiros andróginos explícitos da atual voga no Brasil começaram a aparecer na década de 70, inspirados em cantores pop americanos e, logo em seguida, brasileiros. Naquela época não se viam, como hoje, homens e mulheres anônimos vestidos e penteados com tal ambigüidade - terninhos, tênis, mocassinos, cabelos quase recos -, capazes de provocar tanta confusão que fica impossível distinguir uns das outras. "Em caso de dúvida é mulher", ensinam os moradores de San Francisco, talvez os americanos mais acostumados a conviver com a androginia em voga em todo o mundo. Aliás, é da psicoterapeuta americana June Singer, autora do livro Androginia - rumo a uma nova teoria da sexualidade, a comparação do andrógino com o ovo fecundado. Ela considera que, por reunir características psicológicas abrangentes, a androginia é a chave do futuro. Talvez seja um exagero, mas, para que dela fique alguma marca indelével na história humana, será preciso que assuma resolutamente o que é específico de cada gênero. Sem prejuízo da divisão de responsabilidades sociais e sem a soberba dos seres esféricos que pretenderam invadir o Olimpo. Haverá mais chances de sucesso na vida afetiva e profissional e nenhuma necessidade de invejar os deuses.

Para todos os gostos e todas as neuroses

Eis um roteiro sucinto para você atravessar com segurança essa balbúrdia sexual moderna.

Heterossexual - O que sente atração sexual por pessoas do sexo oposto.
Homossexual - O que se sente atraído por pessoas do mesmo sexo. Uma perene discussão entre os cientistas ainda não estabeleceu se sua origem é biológica ou cultural. Em todo caso, concorda-se que tem motivos inconscientes, mas não patológicos.
Bissexual - O que sente atração pelos dois sexos. O psicanalista Renato Mezan faz uma descrição desse estado: "Aparece um desejo desesperado de fazer as duas coisas. Não é tranqüilo e ele não goza. Parece alguém que está querendo pular a própria sombra". A alta incidência de Aids em mulheres casadas, mono-gâmicas, sem contato com dro-gas injetáveis, pode ser atribuída a ma-ridos bissexuais.
Travesti - Homossexual que usa e exibe roupas e atributos do sexo oposto. Ele nega o seu gênero e torna a questão sexual o centro de sua vida. Alguns desejam tão obsessivamente pertencer ao sexo oposto que se submetem a cirurgias para retirar os órgãos masculinos.
Hermafrodita - Possui órgãos reprodutores masculinos e femininos, além de características sexuais secundárias, como pêlos, voz grossa, seios. É possível mudar, com ajuda da cirurgia, de um sexo para o outro. O nome vem de Hermafrodito, filho mitológico dos deuses Hermes e Afrodite. Etimologicamente, o nome significa "o que participa de Hermes e de Afrodite", portanto, dotado de ambos os sexos. Assim, a mitologia já o distingue do andrógino, pois ele não pode ser dividido pelo facão de Zeus e é impotente para o sexo e a fecundação. O androginismo ex-pressa a fecundidade dos dois gê-neros; o hermafroditismo simboliza a esterilidade.

A porção feminina, talvez melhor

A androginia parece seduzir principalmente os jovens e por isso a música popular moderna a explora muito. Astros como o inglês David Bowie, o americano Michael Jackson, a jamaicana Grace Jones, o americano Prince, a irlandesa Sinéad O´Connor ou o inglês Boy George, entre numerosos outros, são exemplos expressivos. O poeta e crítico literário Affonso Romano de Sant´Anna, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro, julga o cantor e compositor Ney Matogrosso e seu grupo Secos & Molhados, da década de 70, precursores da onda musical andrógina no Brasil. "Matogrosso recuperou a tradição do cantor contralto medieval", explica Sant´Anna.
O antropólogo Luiz Mott, professor da Universidade Federal da Bahia e presidente do Grupo Gay da Bahia, lembra que a música contemporânea expõe de maneira evidente sua face andrógina. "Muitos artistas são homossexuais e vivenciam certa androginia psicológica. Como são ricos e poderosos, exteriorizam livremente a condição por meio de roupas, adereços e penteados." Mas nem sempre o compositor é homossexual. O baiano Gilberto Gil cantou a androginia em Superhomem - a canção, de 1979: "Um dia/vivi a ilusão/de que ser homem bastaria/...que nada/minha porção mulher/...é a porção melhor/...é a que me faz viver". Ou Pepeu Gomes, heterossexual, na música Masculino/feminino, de 1984: "Ser um homem feminino/ não fere o meu lado masculino".

Sucesso na televisão e no cinema

Buba, personificada pela atriz Maria Luíza de Mendonça, personagem da novela Renascer, da TV Globo, pretende ser hermafrodita, mas os psicólogos garantem que para bem personificar tal condição ela deveria ter pêlos e voz grossa. Há quem a imagine andrógina, mas o autor da novela, Benedito Ruy Barbosa, informa que quis caracterizá-la emocionalmente feminina. O tema da androginia foi mais corretamente explorado no cinema. O ensaísta e crítico Ismail Xavier, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, lembra dois filmes marcantes: Morte em Veneza, do italiano Luchino Visconti, baseado numa novela do escritor alemão Thomas Mann. "O adolescente por quem o velho compositor (o ator inglês Dirk Bogarde) se apaixona, personifica o andrógino enquanto figura de contemplação estética ambígua", analisa Xavier. O outro filme é Teorema, do também italiano Pier Paolo Pasolini. Uma espécie de anjo exterminador (o ator Terence Stamp) seduz todos os membros de uma família burguesa conservadora. Um dos marcos da literatura moderna, Orlando, da instigante escritora inglesa Virginia Woolf, a longa narração da vida de uma personagem ora homem, ora mulher, foi levado ao cinema pela diretora inglesa Sally Potter. Convém não perder, pois qualquer que seja o resultado, o filme será mais fácil de ver do que o livro de ler.

Esses rapazes tão lindos

O inconsciente humano sempre conviveu com uma certa confusão entre os dois gêneros. Os escultores gregos clássicos fundiam feminino e masculino de tal forma que, não raro, os restauradores modernos equivocaram-se reconstruindo efebos (rapazes adolescentes) como se fossem moças. Nos antigos baixo-relevos da Índia, da mesma forma, quase não há separação por sexo; afinal, divindades precisam ser completas, não teria sentido empobrecê-las fazendo-as masculinas ou femininas. Os pintores também criaram mulheres e homens com jeito andrógino. "Todas as figuras masculinas do clássico italiano Leonardo Da Vinci (1452-1519) são femininas e até mereceram um estudo de Freud", lembra a pintora e professora de desenho Ely Bueno, de São Paulo. "Os homens e mulheres de Marc Chagall (1877-1985) apresentam ambigüidades de gênero. O contemporâneo americano Andy Warhol (1927-1987) fez uma Marilyn Monroe que é ele próprio. Hoje, o ótimo cuiabano Humberto Spíndola faz figuras andróginas. São apenas alguns poucos exemplos", garante a pintora.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Estaleiro de Ossos - História Natural

ESTALEIRO DE OSSOS - História Natural



Com trabalho pesado e muita paciência, cinco técnicos belgas restauram três centenárias baleias do Museu de História Natural de Paris.


Na primavera de 1991, um insólito comboio atravessou a fronteira entre a França e a Bélgica. Dezenas de enormes peças, numeradas e cuidadosamente dispostas em caixotes, deveriam chegar intactas às mãos de Michel de Spiegeler, arqueólogo do Ateliê de Museologia da cidade belga de Waterloo. "Recebemos três vedetes para um tratamento de beleza", brinca Spiegeler, que junto com qua--tro assistentes passou os dois anos seguintes cuidando das clientes. Limparam a poeira do tempo, examinaram cada centímetro da carga à caça de sinais de 100 anos de deterioração e corrigiram as imperfeições. Além disso, como num quebra-cabeça, remontaram suas freguesas uma a uma, para então devolvê-las ao expedidor, o Museu de História Natural de Paris.
A trinca, no entanto, estava à altura do trabalhoso tratamento. Afinal, são três personalidades de peso, atrações incontestáveis da Galeria da Evolução do museu desde o final do século XIX, quando foi inaugurada: Physeter macrocephalus (14,15 metros de comprimento e 2 011 quilos), Eubalaena australis (14,05 metros e 2 163 quilos) e Balaenoptera musculus (23,47 metros e 3 326 quilos). Ou cachalote, baleia-franca e baleia-azul, como são vulgarmente conhecidas, três esqueletos impressionantes, tanto pelo porte como pela estrutura, que mais parecem um casco de um navio invertido.
Não foi à toa que o galpão de 1 500 metros quadrados do ateliê - uma cooperativa privada de artesãos espe-cializados em restaurações - ganhou ares de estaleiro, totalmente ocupado pelos "navios" de cálcio. A primeira missão dos belgas foi recuperar a cor original das ossadas, bombardeando-as com jatos de vapor, a 120°C, para que seu tom marfim voltasse. "Usamos este tipo de limpeza duas vezes, para tirar a camada de poeira e para dissolver a gordura que se acumulou com os anos", explica Spiegeler. Um trabalho aparentemente simples, mas que envolveu cuidados técnicos sutis.
"Foi preciso calcular com precisão o tempo de exposição e a pressão dos jatos, de acordo com a idade que cada um dos cetáceos tinha ao ser morto", conta o arqueólogo belga. O esqueleto da baleia-azul, por exemplo, o mais resistente dos três, é de um animal adulto, abatido em 1881 na Lapônia. Como sua ossada já estava totalmente solidificada, pôde suportar bem a pressão e o calor. "Já o cachalote, capturado por uma expedição científica francesa em 1886 no Arquipélago dos Açores, era jovem ao morrer. Seus ossos são mais sensíveis e tivemos que reduzir a pressão." A baleia-franca morreu adulta, em 1896, perto da Nova Zelândia.
Para restaurar estragos que surgiram após a limpeza, a equipe de Waterloo preparou uma massa à base de poliéster que fica totalmente invisível ao olhar leigo dos visitantes. "Trabalhar com esse material é simples. O principal desafio mesmo é manipular os esqueletos", garante Spiegeler. Para se ter uma idéia, cada costela de baleia mede por volta de 2,8 metros e pesa 25 quilos. E cada baleia tem em torno de trinta delas, quinze de cada lado, presas a uma espinha dorsal que, da cabeça à cauda, chega a setenta vértebras.
As costelas foram fixadas com hastes de aço nas duas pontas: em cima, prendendo-as à coluna, embaixo, formando uma armação fixa. Já as vértebras exigiram mais criatividade. "Fizemos uma estrutura resistente e, ao mesmo tempo, maleável", conta Spiegeler. Um conjunto de tubos de aço foi incrustado ao longo da espinha dos animais. Com isso, quando estiverem instalados em Paris, os esqueletos poderão ser dispostos de forma a simular o movimento que suas donas faziam no mar. "A impressão de que elas estão nadando vai dar realismo à exposição", explica o francês Jacques Maigret, responsável pelas estrelas aquáticas no museu.
Mais do que peças fundamentais para entender a evolução animal, duas das vedetes são exemplares de espécies em extinção. Hoje, estima-se que só existam cerca de 1 700 baleias-francas e um número menor ainda de azuis nadando nos oceanos. "Elas não podem ser substituídas e são uma excelente ferramenta para divulgar a vida dos mamíferos marinhos", lembra Maigret, que já recebeu as ossadas, novinhas em folha. Mas, ao contrário de quando partiram, elas viajaram os 300 quilômetros de volta para Paris montadas em blocos: "Um presente para os colegas franceses, que não quebraram a cabeça para juntar as partes destes enormes puz-zles", diz o gozador De Spiegeler.

O perfil das vedetes

Se ainda nadassem livremente, as donas dos esqueletos de Paris seriam assim

Baleia-azul
É o maior mamífero que já povoou a Terra. Ameaçada de extinção

Nome científico: Balaenoptera musculus
Comprimento médio: 27 metros
Peso médio: 110 toneladas
Longevidade: em torno de 60 anos
Profundidade de mergulho: entre 150 e 250 metros
Tempo de submersão: de 20 a 30 minutos
Região: quando era abundante, vivia nas costas da Islândia, Alasca, Japão, México, Chile, Estados Unidos e África do Sul. Hoje, nada apenas nos mares antárticos
Hábitos alimentares: 4 toneladas diárias de krill (Euphausia superba), um camarão de 5 centímetros
Quantas restam: cerca de 1 000 indivíduos, de uma população inicial de mais de 200 000

Cachalote
Apesar do tamanho, não é classificado como baleia, pois possui dentes como os golfinhos.
Nome científico: Physeter macrocephalus
Comprimento médio: machos, 20 metros; fêmeas, de 12 a 15 metros
Peso médio: machos, entre 30 e 35 toneladas; fêmeas, cerca de 10 toneladas
Longevidade: em torno de 60 anos
Profundidade de mergulho: alcança até 3 000 metros
Tempo de submersão: pode chegar a uma hora
Região: é encontrado em todos os mares tropicais
Hábitos alimentares: as presas favoritas são os calamares e as lulas-gigantes
Quantos restam: algo perto de 425 000 indivíduos

Baleia-franca
Primeiro cetáceo caçado industrialmente. Ameaçada de extinção
Nome científico: Eubalaena australis
Comprimento médio: 14 a 16 metros
Peso médio: 50 a 60 toneladas
Longevidade: em torno de 30 anos
Profundidade de mergulho: 150 metros
Tempo de submersão: 20 minutos
Região: é encontrada desde a costa sul do Brasil (Oceano Atlântico) até a Califórnia (Oceano Pacífico), nos Estados Unidos
Hábitos alimentares: como a baleia-azul, alimenta-se de krill, além de outros pequenos crustáceos
Quantas restam: cerca de 1 700, de uma população inicial que foi estimada em 100 000

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Gás Carbônico - Construtor de Planetas - Astronomia

GÁS CARBÔNICO - Construtor de Planetas - Astronomia



Toda vez que alguém respira e esvazia o pulmão, devolve ao ar uma das substâncias mais importantes na vida do sistema solar.


Por mais firme que seja, o chão da Terra nem sempre é estável e seguro. Terremotos e vulcões, perio-dicamente, fazem tremer ou fendem regiões inteiras, com conseqüências bem conhecidas e temidas. Mas nada que, sequer de longe, se assemelhe ao inferno que é a superfície do planeta Vênus. Coberta por uma atmosfera ácida e 100 vezes mais espessa que a da Terra, ela acumula calor em quantidades monumentais e se mantém à temperatura média de 475° C - metade do necessário para derreter rochas. Não é um lugar agradável, e pode ser ainda pior, como sugere a mais recente teoria sobre a natureza desse planeta. É possível que Vênus simplesmente não tenha chão, no sentido usual da palavra.
Imagens obtidas por radar indicam que sua crosta rochosa, amolecida pelo calor intenso, não é rígida como a da Terra. Vez por outra, ela se deixa esticar e inflar como o topo de uma bolha com centenas de quilômetros de extensão. Em outras circunstâncias, planí-cies inteiras desabam para o interior do planeta, de onde vazam torrentes incandescentes de lava. Os restos desse dilúvio, que se vêem derramados sobre quase toda a crosta, parecem estar ainda frescos, em termos geológicos. Como se Vênus, em passado recente, tivesse mudado inteiramente de rosto, num único e formidável espasmo.
Curiosamente, esse remoto cenário extraterrestre tem mais a ver com a Terra do que se possa imaginar. E não é por outro motivo que vem atraindo a atenção de cientistas geralmente desligados dos assuntos do espaço, como geólogos e meteorologistas. Eles querem saber o que há de comum entre a Terra e outros planetas próximos do Sol. O inferno venusiano, por exemplo, pode ter sido criado pelo mesmo gás que parece estar elevando a temperatura da Terra, por meio do alardeado efeito estufa. Trata-se do gás carbôni-co (ou CO2), que dominava, junto com o vapor de água, tanto a atmosfe-ra primitiva de Vênus como as de Marte e da Terra.
Mas isso foi quando esses mundos nasceram, há longínquos 4,6 bilhões de anos. Daí para a frente, o destino do CO2 - bem diferente em cada lugar - moldou um rosto particular em cada um dos planetas. A própria vida, na Terra, surgiu e se desenvolveu com sua ajuda, pois ele era o alimento básico das algas primitivas. Como resíduo, estas descartavam oxigênio, que no futuro se tornaria mais abundante que o CO2 na atmosfera. As plantas ainda absorvem gás carbônico, apesar de, co-mo todos os animais, respirarem pelo processo inverso: absorvendo oxigênio e descartando CO2. Em resumo, co-mo resultado dessa íntima relação com a vida, uma fração não desprezível do CO2 original acha-se hoje estocada na massa das florestas e seus habitantes.
Uma outra parcela de gás, maior que a anterior, dissolveu-se nos oceanos. Mas a imensa maioria, absorvida pelo solo, passou a fazer parte da crosta terrestre, na forma de rochas chamadas carbonatos. As rochas, de vez em quando, devolvem parte do CO2 ao ar por meio de processos como as erupções vulcânicas. Esse ciclo encanta os bió-logos por sua perfeição. A americana Lynn Margulis, por exemplo, da Universidade de Boston, conta no livro Microcosmos que até 90% do carbono dos seres vivos já teria, algum dia, feito parte da crosta. Nada disso foi possível em Vênus, onde o ciclo histórico do gás carbônico tomou um rumo no qual a vida seria inconcebível.
Retido maciçamente na atmosfera, o CO2 venusiano é 280 000 vezes mais abundante do que o terrestre. Ele perfaz nada menos que 96,5% do ar, contra 0,03%, na Terra, e o ar, por sua vez, é 90 vezes mais pesado que o da Terra. Vem daí a fantástica temperatura venusiana, capaz de amolecer toda a sua casca de rocha sólida - como na Terra, a crosta envolve todo o planeta e pode ter entre 10 e 100 quilômetros de espessura. Esse mecanismo explica facilmente o perfil radical recortado na face venusiana, diz o americano Sean Solomon, do Departamento de Magnetismo Terrestre do Instituto Carnegie, em Washington. Em vista daquilo que se vê em Vênus, o aquecimento devido ao efeito estufa, na Terra, torna-se uma brincadeira de criança, pois parece causar um aumento relativamente pequeno de temperatura, da ordem de 1 grau centígrado.
O fenômeno causa preocupação porque o ciclo vital é frágil, e pode estar sendo quebrado por uma estabanada intervenção humana. No fundo, o que se está fazendo é arrancar da crosta parte do carbono estocado na forma de petróleo ou de carvão mineral. Tais combustíveis contêm grande quantidade de carbono (C) que, durante a queima, se combina com o oxigênio (O2) do ar. O produto é um gás, o CO2, que assim retorna à atmosfera. O resto do problema é bem conhecido: o CO2 deixa passar a luz solar, mas retém o calor que a superfície da Terra emite constantemente para o espaço. Portanto faz aumentar a temperatura global: um exemplo claro de como se pode alte-- rar a face de um mundo por meio de ações relativamente simples. Tanto que hoje se alimenta a idéia, aparentemente absurda, de usar o efeito estufa em sentido positivo: para dar vida a Mar-te.
Para isso, um dos primeiros passos seria devolver ao rarefeito ar marciano o CO2 estocado na crosta do planeta. Este, então, esquentaria até derreter quantidades razoáveis da água gelada existente nos pólos e no subsolo. Um cálculo recente mostra que se o volume de CO2 atmosférico fosse aumentado cerca de 150 vezes Marte poderia ter água em forma líquida. A água marciana certamente existe, e em grande quantidade. Marcas profundas de erosão na superfície do planeta tornam quase certo que em alguns períodos o fluxo de água pode ter sido milhares de vezes maior que o do Rio Amazonas.
Essas inundações teriam ocorrido entre 1 e 3,5 bilhões de anos atrás, e o tamanho dos canais que escavaram sugere que elas fluíram à taxa de até 1 trilhão de litros por segundo. Isso posto, o grande debate atual consiste em saber se algum dia essa água chegou a encher um raso oceano que cobriria quase todo o hemisfério norte do planeta, com profundidade média de 500 metros (contra os 5 quilômetros dos oceanos terrestres). Uma polêmica análise, divulgada este ano, afirma que os vulcões marcianos podem ter criado mares em uma ou mais ocasiões. Autênticas crises de vulcanismo teriam degelado água subterrânea na quantidade necessária, ao mesmo tempo em que enchiam o ar de CO2.
O efeito estufa, então, elevou a temperatura a ponto de manter os oceanos líquidos por algum tempo - cerca de 1 milhão de anos - até que a água escoasse de volta ao subsolo. Ainda é cedo para saber se tais especulações têm fundamento, mas elas denotam a crescente esperança que muitos alimentam de dar a Marte um perfil menos hostil ao homem. Seja como for, Vênus está numa situação inteiramente diferente, alegam os defensores de uma nova teoria, de acordo com a qual Vênus, Terra e Marte foram razoavelmente parecidos na infância, a ponto de exibir uma mes-- ma atmosfera embrionária. Esta seria composta por três ingredientes pri-mordiais: CO2, vapor de água e nitrogênio gasoso (de símbolo químico N2).
É possível que Vênus tenha tido água em abundância, tanto quanto a Terra, na verdade. Mas nesse caso foi inevitável o conflito com o CO2, diz o americano Donald Hunten, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, em Tucson. Em fevereiro passado, ele descreveu na revista Science as últimas novidades sobre as atmosferas primitivas. "Mesmo que Vênus tenha tido tanta água como a Terra, sua perda deve ter sido facilitada por um provável efeito estufa logo no início de sua história." Cientistas como Hunten referem-se à totalidade da água venusiana como "oceano", embora não se saiba se ela existiu em forma líquida.
Essa possibilidade não está excluída, mas, então, o próprio vapor de água teria levado à desertificação do planeta, diz Hunten. Primeiro, boa parte da água virou vapor e fortaleceu o efeito estufa do gás carbônico. A molécula de água, então, se partiu em oxigênio e hidrogênio e este último voou para o espaço por ser muito leve. Um problema curioso, nessa história, refere-se ao Sol, que emitia menos luz que hoje. Os físicos estimam que ele era cerca de 30% mais fraco, mas a intensidade real não é conhecida com precisão. Se seu valor tiver sido muito alto, os oceanos líquidos de Vênus devem ter tido vida bem curta. Na melhor das hipóteses analisadas por Hunten, eles teriam durado por volta de 1 bilhão de anos e existiram há mais de 2 bilhões de anos.
Também em Marte, o Sol pode selar o destino da água líquida - mas nesse caso, em sentido oposto. Lá, a falta de energia luminosa teria mantido a água na forma de gelo. E esse obstáculo persiste mesmo quando se considera que o CO2 dominava a atmosfera marciana, embora em quantidade bem menor do que em Vênus. A solução, nesse caso, é complicada, pois há muitas evidências de que a água efetivamente fluiu sobre as areias marcianas. Uma possibilidade é que o efeito estufa do gás carbônico foi reforçado por poeira suspensa na atmosfera. Hoje, não há dúvida de que a poeira é um elemento importante, mas o debate sobre o passado não está resolvido, diz Hunten.
Para os biólogos, a questão mais interessante é o chamado "paradoxo do jovem Sol fraco", que poderia ter impedido o aparecimento da vida na Terra. É que, aqui, como em Marte, a carência de energia teria mantido a temperatura abaixo do ponto de congelamento da água. O planeta teria ficado sem água líquida, essencial à vida, durante os primeiros 2 bilhões de anos de sua existência. O paradoxo surgiu porque os fósseis não deixam dúvida: os mais primitivos microorganismos são quase tão velhos quanto a Terra e existem desde que ela tinha apenas 1 bilhão de anos, ou menos. A saída pode estar numa proposta recente do especialista americano em atmosferas, James Kasting, do Departamento de Geociências da Universidade Estado da Pensilvânia.
Vale a pena acompanhar seus cálculos sobre a história cósmica da Terra. Ele estima que, há 4,6 bilhões de anos, a massa original do planeta continha enorme quantidade de gás carbônico, talvez apenas seis vezes menor que a existente hoje em Vênus. A temperatura da Terra alcançaria 85°C, um forno em que grandes volumes de água ferviam espontaneamente. Mas isso foi antes que a crosta tomasse forma definitiva, absorvendo grandes volumes de CO2. Além disso, a atmosfera primordial pode ter sido modificada por um cerrado bombardeio de asteróides e outros pequenos corpos celestes - suas marcas, preservadas na Lua, mostram que os choques foram especialmente freqüentes e violentos, nesse período.
Enfim, quando a paz se estabeleceu, há 3,8 bilhões de anos, o CO2 era quase 100 vezes menos abundante do que antes. Ou seja, insuficiente para que, nos milhões de anos seguintes, uma gorda sopa química nos mares começasse a modelar os primeiros esboços de células, as primeiras unidades da vida. O problema, diz Kasting, é imaginar que o ciclo do CO2 seja inflexível - ao contrário, ele tende a mudar justamente para manter seu equilíbrio. O mecanismo é simples. Primeiro, o frio reduziu a quantidade de gás carbônico absorvida pelo solo, pois as reações químicas das rochas com o ar se tornam mais lentas em baixa temperatura.
Segundo, os vulcões continuaram a expelir CO2 ao mesmo ritmo que antes, porque suas erupções dependem apenas do calor interno do planeta, que não é afetado pela luz solar. O resultado é que o gás carbônico começa a se acumular na atmosfera e a elevar a temperatura por meio do efeito estufa. Chega a parecer que o planeta é vivo; regula seu próprio clima. De fato, é assim, até certo ponto. O raciocínio de Kasting também mostra que não se de-vem tirar conclusões precipitadas sobre as consequências futuras do atual efeito estufa. É muito provável que o notável ciclo do gás carbônico já esteja movendo as engrenagens planetárias de modo a corrigir, pelo menos em parte, erros humanos.
Mas essa não é a última lição que o cientista extrai da história remota do sistema solar. Para ele, os conhecimentos obtidos aqui podem ser aplicados a qualquer estrela da Via Láctea, e sugerem que muitas delas talvez tenham dado origem a outras formas de vida. Atmosferas de CO2 e água parecem ter surgido automaticamente nos planetas próximos do Sol, Vênus, Terra e Marte. E muitas estrelas conhecidas poderiam abrigar planetas do mesmo tipo. Bastaria essa perspectiva para justificar a vontade e o empenho de conhecer melhor os mundos vizinhos.

A morte do ar: ou como a Terra se tornará Vênus amanhã

O efeito estufa que tanto preocupa a sociedade contemporânea é não só um fenômeno minúsculo, como também oposto à tendência inexorável do planeta. Causado por um episódico excesso de gás carbônico no ar, ele esconde o fato de que esse gás está se tornando cada vez mais escasso, e isso levará à destruição definitiva da biosfera, o conjunto da vida na Terra. Não é algo que possa ocorrer do dia para a noite, nem de um milênio para outro. Mas o que resta de tempo, comparado aos quase 5 bilhões de anos do planeta, é mínimo - 100 milhões de anos. Esse ousado cálculo foi feito há dez anos pelo renomado cientista planetário inglês James Lovelock. O problema básico é que, enquanto envelhece, o Sol emite cada vez mais energia luminosa e acelera a química terrestre.
Como conseqüência, o solo absorve mais CO2 do ar e o converte em carbonatos, um tipo de rocha. Além de certo nível não haverá mais gás suficiente para as plantas fabricarem substâncias básicas por meio da fotossíntese - a fonte de alimentos do planeta. A quantidade mínima de gás carbônico necessário, em cada 1 000 litros de ar, equivale a meia garrafa de refrigerante -- 0, 15 litro - contra pouco mais de uma garrafa inteira, hoje. Melancólico na aparência, esse raciocínio é apenas realista e mais útil do que pode parecer. Com uma teoria geral, como a de Lovelock, fica mais fácil prever o efeito das atividades humanas, que poderiam ser planejadas de modo a reduzir eventuais agressões à natureza.
Mas Kasting acha que Lovelock exagerou: talvez a biosfera possa durar mais 1,5 bilhão de anos, a partir do presente. Primeiro, porque não há só um meio de extrair energia da luz: plantas que usassem outros tipos de fotossíntese prolongariam a existência da vida. Também é possível que as rochas não absorvam CO2 tão rapidamente quanto se calcula: seu ritmo pode ser desacelerado pela química das raízes e dos microorganismos do solo. De qualquer modo, daqui a 1 bilhão de anos, o calor do Sol será suficiente para vaporizar toda a água do planeta e expulsá-la para o espaço. A Terra começará a se tornar tão árida e estéril como sua irmã Vênus.

Incertezas sobre a origem da vida

As muitas incertezas remanescente sobre as primitivas atmosferas dos planetas próximos ao Sol pode alterar as hipóteses existentes a respeito da origem da vida. Alguns acreditam que as moléculas básicas dos seres vivos não podiam ter se formado a partir de reações entre gás carbônico (CO2) do ar e hidrogênio liberado pelo interior da Terra. Surgiram, então, duas hipóteses. Primeiro, as moléculas básicas vieram do espaço, durante o choque de pequenos corpos celestes. Segundo, a vida surgiu no fundo do oceano, em fendas da crosta por onde vazam compostos de diversos tipos. Microorganismos ainda hoje encontrados nesses locais não fazem fotossíntese, pois aí não chega luz solar. Por isso, não dependem do CO2 para sintetizar compostos orgânicos. Dois desses compostos são essenciais: o formaldeído (H2CO), que as células usam na produção de açúcares e o cianeto de hidrogênio (HCN), com o qual se fazem, por exemplo, os nucleotídeos, moléculas básicas dos genes. Sabe-se que uma atmosfera rica em CO2 poderia gerar H2CO, mas há dúvidas com relação à síntese do HCN, diz o especialista James Kasting. "Explicar como se formou o HCN é uma das maiores barreiras às teorias sobre a origem da vida, atualmente". Portanto, quanto mais se souber a respeito do ar primitivo, mais fácil será decidir entre as hipóteses existentes.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Álgebra: Arte de inventar o mundo - Matemática


ÁLGEBRA: ARTE DE INVENTAR O MUNDO - Matemática



Talvez a melhor maneira de compreender os seus símbolos e regras seja como criações livres do espírito - mas tão reais, à sua maneira, quanto os inventos dos outros ramos do saber.


Certamente não é difícil encontrar motivo para não gostar da álgebra - que o escritor Monteiro Lobato, em seus livros infantis, designava como um dos quatro gomos dessa grande laranja azeda que é a Matemática. Na escola, ela aparece quando os alunos deixam de fazer contas com simples números e passam a lidar com símbolos de números, no mais das vezes as letras x e y. É quando as notas começam a cair e os alunos a reclamar que não sabem para que serve tudo aquilo. É verdade que não se pode aprender álgebra sem uma certa disciplina e paciência, nem sempre disponíveis, e que não raro ela é ensinada de maneira desnecessariamente fria, trabalhosa e chata. Mas é disparate achar que a álgebra não serve para nada.
Já seriam mais de 3 000 as áreas profissionais que exigem aplicação regular da Matemática e assim, antes de mais nada, da álgebra. Lingüística, Medicina, Biologia e Psicologia são alguns dos novos ramos do saber em que a presença da Matemática está crescendo, apesar de não ser tão pesada como na Engenharia, Física, Química ou Economia. Pode-se avaliar a necessidade da Matemática nessas outras disciplinas pelo fato de, hoje, elas absorverem o trabalho de pelo menos metade dos 100 000 matemáticos, nos Estados Unidos.
E provavelmente a questão profissional nem seja a mais importante, pois os símbolos matemáticos, espalhados por toda a parte, também afetam a vida das pessoas de maneira indireta. Por isso, não conhecê-los é mais ou menos como não ver o mundo por inteiro, não compreendê-lo como se deve. Basta imaginar o seguinte: como se sentiria no mundo contemporâneo um grego da Antigüidade, para quem os números negativos nada significavam? Com certeza ficaria confuso ou acharia graça se lhe dessem informações que hoje são corriqueiras. Como a de que certa manhã iria fazer menos 5 graus C. Ou que seu saldo bancário estava negativo.
É provável que o grego antigo reagisse com argumentos metafísicos. Poderia dizer que números negativos são um simples contra-senso - seriam como dizer que algo é menor do que nada, e o nada, por definição, é menor que tudo. Mas, com o tempo, quando percebesse como tais número funcionam, concordaria que eles não só têm significado, como são inseparáveis do mundo moderno. Mesmo não sendo feitos de matéria sensível, são tão reais, à sua maneira, quanto carros ou aparelhos de televisão, projetados com sua ajuda. Dito isto, fica mais fácil compreender a importância da álgebra, pois são suas regras que dão sentido aos números.
Ela nasceu há 4 000 anos, quando os sacerdotes babilônios já manuseavam as equações que hoje atormentam muitos jovens e acabaram apagadas da memória de boa parte dos adultos. Os sábios da Antigüidade haviam aprendido que se tivessem algumas informações indiretas sobre um número desconhecido podiam seguir sua pista em meio àquelas informações. De acordo com os documentos que se descobriram daquela época, o número podia ser o comprimento de um terreno, e as informações podiam ser as seguintes: 1) há um comprimento sete vezes maior do que o procurado; 2) há uma área onze vezes maior que a daquele terreno; 3) a soma dos sete comprimentos com as onze áreas dá 6,25.
Não se sabe como os velhos sacerdotes chegaram às regras para resolver o problema, mas elas eram infalíveis. Primeiro, elas mandavam tirar a metade de 7 (3,5) e multiplicá-la por si mesma. O resultado (12,25) devia ser somado a 68,75 (produto de 11 vezes 6,25). Essa soma, que dá 81, remetia então a uma tabela contendo todos os primeiros números ao quadrado: assim se sabia que 9 ao quadrado é 81. Bastava em seguida diminuir 9 de 3,5 e dividir o resultado (5,5) por 11. A resposta é 0,5 e de fato representa o comprimento procurado, como se pode verificar com facilidade. Embora estranhas, à primeira vista, as regras babilônicas são equivalentes ao método usado nos colégios.
Uma diferença é que, hoje, o primeiro passo é chamar o comprimento desconhecido de x. Assim, os sete comprimentos valem 7x e as onze áreas, 11x2 (porque a área do quadrado vale x2). Em seguida, escreve-se a soma: 11x2+7x= 6,25. Esta equação - chamada de segundo grau porque x está elevado ao quadrado - é resolvida de acordo com os mesmo passos estipulados pelas regras babilônicas. Outra diferença é que os babilônios estudavam um problema de cada vez. Em vez disso, por volta de 1550, os italianos Niccolo Tartaglia e Gerolamo Cardano descobriram uma fórmula geral, que valia para qualquer equação do segundo grau (eles também descobriram a fórmula das equações do terceiro grau).
A diferença decisiva, porém, é que mesmo Tartaglia e Cardano ficavam sem saber o que fazer com as respostas negativas. O problema acima, por exemplo, tem duas soluções: 0,5 e -25/22. Mas a segunda era descartada pelos italianos porque não havia lugar para ela em sua imaginação. Tinham bem à frente uma nova dimensão do mundo, mas não conseguiam enxergá-la, um paradoxo que não aconteceu apenas uma vez na história das ciências. No fundo, é um bloqueio semelhante ao que acomete aqueles alunos que não conseguem entender para que serve a álgebra - quando bastaria relaxar e aceitar seus símbolos e regras. Isso não diminui o trabalho e pode nem redundar em ótimas notas, mas afasta aquele bloqueio paradoxal.
"Claro que há vários meios de dar significado à álgebra, mas muitos alunos acabam aprendendo quando admitem que é assim que funciona e pronto", contabiliza o teórico Rômulo Lins, da Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro. Doutor em Educação matemática, Rômulo cria um modelo de aprendizagem da Matemática - que está para chegar às salas de aula no Brasil e na Inglaterra. O trabalho é feito em colaboração com a professora Rosamund Sutherland, da Universidade de Londres. Os problemas existentes, de resto são bem conhecidos. "No colégio eu não via uso algum para a álgebra", diz, por exemplo, Sérgio Groissman, apresentador do Programa Livre, no canal de televisão paulista SBT.
"Aquelas equações do segundo grau serviram apenas para eu passar no vestibular." Apesar disso, como a maior parte das pessoas, Groissman tem consciência da importância da Matemática para o conhecimento. "Ela mostra diferentes aspectos da vida, numa relação daquele universo teórico com a prática da gente." Prova disso seria o gosto que tomou pelo assunto quando chegou ao cursinho, onde se mostravam as relações da Matemática com as artes. É uma análise parecida com a do jornalista Jânio de Freitas, da Folha de S. Paulo. Ele também não gostava de Matemática no colégio e acredita que, a partir de certo nível, ela só teria valor para engenheiros ou economistas. "A álgebra é importante, mas grande parte das coisas que se aprendem na escola não tem muita utilidade na vida adulta."
Mais curiosa é a disparidade de pontos de vista entre os jogadores de futebol. Raimundo Tavares da Silva, o Bobô do Corinthians, lembra de ter tirado boas notas no colégio. "Mas na vida profissional elas não ajudaram tanto assim." Ou seja, o oposto de Zetti, Armelino Quagliato, goleiro do São Paulo, que nunca foi além da média nas notas, mas gostava do tema, que acha útil hoje em dia. "Ganhei noção das distâncias e também da velocidade da bola. Claro, não dá para ficar fazendo contas na hora do jogo, mas o raciocínio funciona melhor."
Como não podia deixar de ser, certos profissionais têm uma relação bem mais próxima com os números, até como meio de lazer. O economista e deputado Delfim Netto, aos 65 anos, diz fazer alguns cálculos todos os fins de semana. "É uma das poucas coisas em que costumo me divertir." Apenas com lápis e papel, o ex-ministro passa horas de bem com a vida e ainda se exercita na profissão. "Outro dia desenvolvi um modelo inflacioná-rio com hipóteses especiais. Foi divertidíssimo. A Matemática é o uso do raciocínio. Só isso. O maior problema é o professor, que geralmente não a conhece ou não sabe ensiná-la."
O que há, na verdade, são professores mal preparados que obrigam a decorar fórmulas e mais fórmulas. Palavras do atual reitor da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Leal Lobo. Como físico e ex-bom aluno, ele diz que gostava da matéria, que não acha chata. "Mas entendo que outros possam não pensar assim. Para os que não têm afinidade, ela deveria ser apresentada com menos abstrações." Por último, dois profissionais chamam a atenção para uma visão mais ampla. O médico Aldo Junqueira, da USP, nota que as equações do segundo grau servem como educação filosófica. "Meus filhos têm aversão pela Matemática, mas eles não percebem que ela é uma linguagem e contribui para a formação do pensamento lógico." O professor Henrique Fleming, do Instituto de Física da USP, lembra por sua vez que a Matemática tem uma poderosa dimensão social, pois é usada para tomar decisões que afetam a maioria da população. Por isso, não concorda que seu ensino seja superficial, embora não tenha de ser exaustiva para todos. "A Matemática é a grande construção do espírito humano, e pelo menos a ponta desse iceberg precisa ser melhor conhecida."
Talvez seja realmente essa a melhor maneira de ver as invenções algébricas: como criações do espírito, ou obras de arte de um tipo especial. Como a arte, a Matemática não precisa representar objetos ou coisas reais. Ao contrário, uma de suas marcas registradas é afastar-se da realidade imediata. A isso se chama abstração, comparada brilhantemente pelo matemático americano Lawrence Young ao gato do livro Alice no país das maravilhas, que desaparece, pedaço após pedaço, até restar somente o seu sorriso no ar. Esse sorriso seria o gato abstrato, reduzido à sua mais simples expressão. Vale a pena acompanhar esse processo na descoberta dos números complexos, ainda mais abstratos que os negativos.
Hoje, são corriqueiros, usados para descrever os circuitos elétricos dos rá-dios, uma de suas mais triviais aplicações. Mas levou séculos para que fossem aceitos. E não por acaso, pois o mais simples deles - o i - é designado por uma letra porque nem há algarismo que possa representá-lo. Como no caso dos negativos, o número i apareceu em equações conhecidas desde o tempo de Cardano, mas como uma resposta esquisita. Ele é, simplesmente, o resultado de uma conta que se considerava impossível: a raiz quadrada de menos 1. O dilema era o seguinte: a raiz de 4 é 2 porque 2 multiplicado por si mesmo dá 4.
Mas qual é o número que multiplicado por si mesmo dá -1? Não existe: -1 vezes -1, por exemplo, dá +1 (os sinais de menos viram mais quando são multiplicados entre si). A saída - depois de muito debate que atualmente se consideraria fútil - foi inventar o i. É ele o número que multiplicado por si mesmo dá -1. O que importa é que isso em nada atrapalha o resto da Matemática. Ao contrário: definidos de maneira adequada, os complexos dão resposta às equações que antes se resolviam pela metade, ou não se resolviam.
Como ilustração, veja-se uma equação de aspecto inocente: 5x2+4x+2=0. No passado, porém, ela não podia ser resolvida porque nenhum número comum, colocado no lugar de x, faz com que o lado direito da equação se torne zero. A igualdade só pode ser conseguida com os complexos 2+-6 i e 2--6 i. Ou seja: apenas com tais números, inteiramente aceitos por volta de 1800, completou-se uma busca iniciada quase 4 000 anos antes, com as regras babilônicas. É nisso, antes de mais nada, que consiste a beleza de tais números. Fora daí, a graça da álgebra torna-se uma simples questão de gosto, ou de se estar ou não acostumado com ela.

Pitágoras - Dá nome ao mais popular teorema já demonstrado: a soma dos lados menores de um triângulo retângulo, elevados ao quadrado, é igual ao lado maior, também ao quadrado. O grego Pitágoras, sábio e místico, viveu no sul da Itália, 500 anos antes de Cristo.

Raiz - Designa a operação inversa à da potência. Se 3 ao quadrado é 9, a raiz de 9 é 3. No passado, não havia número ao quadrado que desse um número negativo.

e - Um dos números mais importantes conhecidos, o e vale 2,71828... (a reticência indica que a seqüência não tem fim). Surge freqüentemente na Matemática.

pi - O comprimento de qualquer circunferência, dividido pelo seu raio, resulta no número 3,14159... Seu valor aproximado se conhece há mais de 4 000 anos.

Logaritmo - Como 43= 64, dizemos que log464=3. Isto é, o logaritmo designa outra operação inversa da potência. De maneira geral, se logab=x, então ax=b. Foi criado no século XVI por John Napier

Reais - São os números comuns, a começar pelos inteiros e fracionários positivos. Mais tarde vieram os negativos e os irracionais, números que não podem ser escritos em forma de fração.

Funções - Elas relacionam dois conjuntos de números, como os inteiros e os inteiros ao quadrado, e facilitaram muito o estudo de complexas expressões matemáticas.

Fatorial - Indica que um número deve ser multiplicado por todos os que o antecedem até o 1. Se n vale 3, então 3! significa 3x2x1, que é igual a 6. O termo n! é lido como "n fatorial" e aparece com freqüência em fórmulas estatísticas.

Vazio - Um grupo de pessoas sem pessoas parece idéia inútil, mas indica que uma equação é sem solução: o conjunto de respostas é então chamado vazio.

Imaginário - A unidade dos números complexos, ou imaginários, o i representa a raiz quadrada de menos 1, uma operação que até o final do século XVIII se considerava sem significado.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Boas novas sobre o Câncer - Medicina


BOAS NOVAS SOBRE O CÂNCER - Medicina



Drogas mais poderosas, coquetéis de medicamentos, mais eficientes equipamentos, combinação de quimio e radioterapia. Com essas armas, os médicos bloqueiam a doença e garantem: nem mesmo a metástase representa hoje uma sentença de morte irrecorrível.

Neste exato momento, há um verdadeiro motim no organismo de cerca de17,5 milhões de pessoas. Este é o número estimado de vítimas de câncer ao redor do planeta. Nelas, determinadas células se transformaram em aliens, crescendo monstruosamente. E, pior, rebelam-se contra uma norma básica do funcionamento do corpo humano - a de que cada célula tem o seu próprio canto. Com seu comportamento duvidoso elas podem se desgrudar do órgão de origem, pegar carona na corrente sangüínea e, finalmente, instalar-se em outra região qualquer do corpo. Quando isso acontece, a chamada metástase, a confusão que já estava armada costuma se tornar uma ameaça fatal: o câncer é a causa da morte de uma em cada dez pessoas, no mundo inteiro. Não foi à toa que mais de 14 000 cientistas se reuniram em Orlando, nos Estados Unidos, entre 16 e 18 de maio, no 29.º Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. Estavam lá para discutir as mais novas estratégias de repressão às células cancerosas. Com o arsenal de que a Medicina dispõe hoje em dia, metade dos casos da doença são resolvidos e o organismo volta a fun-cionar em plena ordem. Mas esse prognóstico tende a melhorar ainda mais com as descobertas recentes.
"O câncer nunca vai desaparecer da face da Terra. Quero dizer, jamais surgirá uma espécie de super-remédio, capaz de liqüidá-lo", acredita o cancerologista paulista Antonio Dráuzio Varella, um dos 42 especialistas brasileiros presentes ao encontro. "No entanto, no futuro, a doença poderá ser acuada pela combinação de diversas táticas terapêuticas." A opinião faz coro com a tendência apontada pela maioria dos médicos palestrantes em Orlando: a melhor maneira de vencer as células cancerosas será jogar com todas os trunfos ao mesmo tempo. Ou seja, atacar o tumor com coquetéis de drogas, radiação e cirurgias cada vez mais precisas. Sem deixar de lado as armas que os geneticistas vêm desenvolvendo, como os anticorpos monoclonais, por exemplo - moléculas defensoras sintetizadas em laboratório, projetadas como se fossem mísseis teleguiados dirigidos contra as células malignas.
A idéia de cercar o câncer por todos os lados parece óbvia, mas não é. Até poucos anos atrás, muitas vezes os médicos tinham de frear o ímpeto do tratamento, por causa das condições do paciente. Explica-se: a radiação e a quimioterapia especializam-se em destruir células que se dividem rapidamente. Esta é uma característica das células tumorais- mas não apenas delas. Certas espécies sadias também se reproduzem velozmente. É o caso das células imunológicas, que se renovam a cada quatro ou cinco dias, aproximadamente. Por causa desse pique elas terminam arrasadas pelos tratamentos anticâncer. O mesmo acontece com as células que estão na raiz dos cabelos e por isso o paciente pode ficar careca durante o tratamento.
Segundo o cancerologista Arthur Katz, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, muitos tumores poderiam ser destruídos com as drogas já exis-tentes, se fosse possível usá-las em intervalos menores do que as três semanas de praxe. Esse prazo permite ao doente recuperar-se da verdadeira agressão sofrida durante a sessão de tratamento. "Se fizéssemos isso, porém, o tumor morreria e o paciente também", esclarece Katz. "Por isso, a meu ver, um dos temas mais interes-santes do encontro de Orlando foi a terapia de suporte, como chamamos o uso de remédios que ajudam o doen-te a suportar melhor o tratamento do câncer." Para essa terapia de suporte os médicos dispõem de novos remé-dios, surgidos nos últimos três anos, que estimulam a medula a se recuperar mais rapidamente.
Alguns cientistas apostam que uma das áreas de maior desenvolvimento na pesquisa do câncer, no futuro próximo, será a do diagnóstico. E, no caso, eles não se referem apenas a equipamentos modernos, como o tomógrafo computadorizado, capaz de flagrar tumores de tamanho mínimo. O quente mesmo, em matéria de prevenção do câncer, será bisbilhotar os genes de um paciente, para verificar se ele possui eventual tendência a desenvolver tumores. "Isso poderá ser feito nas maternidades", diz Dráuzio Varella. "Assim, já saberemos que certo bebê não poderá fumar quando for adulto, porque corre sérios riscos de ter câncer de pulmão ou de estômago. Outro terá de evitar traumatismos, por ter uma bela chance de criar um tumor ósseo", exemplica. Varella não esconde o fascínio com essa possibilidade, discutida com fervor durante o encontro. "Aprendi na faculdade que Medicina preventiva se resumia a água encanada, esgoto, vacina", conta. "Em Cancerologia, claro, pregávamos ainda coisas como o abandono do cigarro e uma dieta rica em vitaminas. Sinceramente, não imaginava, na época, que teríamos uma fórmula para cada organismo prevenir exatamente o câncer que o ameaça."
Segundo o pesquisador americano Michael Gottesman, do Instituto Nacional do Câncer, os testes genéticos devem se tornar rotina ainda nesta década. "Estamos avançando bastante no sentido de descobrir os genes relacionados a cada tipo de câncer", revela ele. "Por sua vez, os exames para identificar genes específicos nos cromossomos de uma pessoa estão se tornando mais práticos e viáveis. Enfim, tudo caminha tão bem que temos de começar a debater questões éticas. Por exemplo: uma empresa, ao contratar um empregado, poderá ter acesso a esse tipo de informação?" As companhias de seguro americanas, por sinal, não escondem o seu interesse, porque os clientes com câncer acabam custando muito caro. "Haverá, talvez, discriminações", preocupa-se Gottesman desde já.
O papel dos genes no desenvolvimento de tumores foi revelado apenas nos anos 80. Até então, acreditava-se que o câncer era conseqüência direta de uma agres-são química - o contato com o tabaco do cigarro, por exem-plo. Ou, ainda, de um insulto físico, como o excesso de radiação solar.Mas, no fundo, os cientistas desconfiavam que as coisas não funcionariam exatamente dessa maneira. Porque se, por hipótese, um grupo de pessoas fosse igualmente exposto a uma substância radioativa, nem todas desenvolveriam câncer. Os pesquisadores sabiam disso, ou seja, que algumas pessoas parecem mais propensas do que outras.
Há cerca de doze anos, descobriu-se aparentemente a chave do enigma, que seriam os genes responsáveis pela multiplicação das células. Eles foram chamados de oncogenes, nome que significa genes do câncer, porque a princípio lhes atribuíram total culpa pela doença. Logo em seguida, porém, foram identificados os chamados genes supressores que, ao contrário dos oncogenes, reprimem o crescimento celular. "Hoje se sabe que metade dos casos de câncer tem a ver com uma mutação no gene que fabrica a proteína P53", revela Pierre May, pesquisador do CNRS ( do francês, Centro Nacional de Pesquisas Científicas), em Paris.
Essa proteína, que ele isolou em 1979, parece ser acionada quando os oncogenes exageram na ordem de multiplicar as células. A P53, então, se fixa em uma parte do DNA, impedindo-o de insistir no erro. Isto é, isso ocorre numa célula normal. Porque, numa célula cancerosa, a P53 não re-para esse terrível engano. "A célula se torna imortal", conclui o cancerologista Narciso Escaleira, de São Paulo. "Se você colocar uma única célula cancerosa em um tubo de ensaio, com nutrientes suficientes como há no or-ganismo, ela continuará se reproduzindo durante séculos ou, quem sabe, milênios", supõe.
Embora se reproduzam rapidamente, as células cancerosas não fazem estardalhaço. A maior dificuldade dos médicos é que a doença costuma ser detectada em estados avançados . "Um tumor do tamanho de uma bola de gude no estômago, que é um órgão elástico, não atrapalha em nada o seu funcionamento", exemplifica Escaleira. "Daí que, em geral, a pessoa sente mal-estar quando a lesão alcança o diâmetro aproximado de uma bola de tênis." Para se ter uma idéia, o câncer chega a um tamanho considerado crítico quando soma 1 milhão de células malignas, o que equivale a cerca de 1 miligrama de um tumor. Então, um pouco maior do que uma cabeça de alfinete, ele começa a botar suas mangas de fora. Ou melhor, passa a liberar proteínas que estimulam a formação de novos vasos sangüíneos. Embebedar-se do líquido nutritivo das células vizinhas já não lhe basta mais - o tumor precisa alimentar-se com os nutrientes do sangue.
O problema é que os vasos sangüíneos recém-criados também liberam substâncias que estimulam o crescimento do tumor, criando um nefasto mecanismo de mão-dupla. "À medida que cresce, o tumor vai descamando. Mas as células perdidas, imortais, vão procurar abrigo em outro órgão." Esse fenômeno, a metástase, acontece em sete de cada dez casos de câncer no Brasil, por falta de exames preventivos. Quando o câncer se espalha, é fundamental para o especialista descobrir onde o tumor surgiu primeiro. Uma célula maligna da mama que escapa para o pulmão não irá formar ali, em seu segundo endereço, um tumor típico das células respiratórias. O exame de laboratório revela que o tumor nos pulmões é, na realidade, um amontoado de células malignas de mama, no lugar errado. Nada impede que essas células partam do pulmão para um terceiro órgão, como o fígado. Ainda assim, serão sempre células malignas de mama esparramadas pelo corpo. E como tais devem ser tratadas, isto é, não importa onde esteja o tumor metastásico - tumor que veio de um ponto distante - , ele deve ser atacado com terapias eficazes para a mama, se é nela que está o tumor primário, como dizem os médicos.
"As terapias genéticas vão repre-sentar, nos próximos anos, a melhor tática para resolver esses casos de metástase", prevê Steven Rosenberg, do Instituto Nacional do Câncer, nos Es-tados Unidos, pioneiro na manipulação de genes para tratar câncer humano. "Metástase não é sentença de morte. Algumas pessoas se curam, mesmo quando os médicos encontram dois ou três tumores no seu organismo. Mas a quimioterapia nesses casos é tremendamente agressiva para os pacientes", opina.
Em 1989, Rosenberg testou pela primeira vez uma terapia para aumentar a capacidade do organismo de contra-atacar tumores. Transformou-se numa estrela e criou algumas inimizades nos meios científicos. Muita gente discute a eficiência de sua técnica, alegando que os resultados não são tão bons em seres humanos quanto em animais de laboratório. "Acho que o problema está no vetor, quero dizer, no vírus usado para injetar genes de substâncias tóxicas para o tumor nas células de defesa", revela. "Atualmente, busco vetores mais interessantes, desse ponto de vista. E não vou desistir", diz, com um sorriso desafiador.
O cientista, porém, teve uma participação discreta no encontro de Orlando. Em vez de falar para duas ou três mil pessoas, público médio das outras palestras do evento, preferiu dar uma aula fechada, que oferecia apenas trinta vagas para cientistas dispostos a pagar quase 100 dólares para ouvi-lo durante duas horas. Também saiu do hotel em que estava hospedado, para evitar o assédio. "Não estou fazendo mistério", garante. "Simplesmente aguardo o desfecho das minhas novas experiências. Isso é comum no meio científico." O fato é que a terapia genética ainda desperta algumas desconfianças. "O problema é que muitas pessoas esperam que a manipulação dos genes seja uma panacéia", analisa o professor Rein Saral, da Universidade Emory, em Atlanta. "E, como não é, ficam de certa maneira decepcionados." Segundo ele, que mediou um dos mais ani-mados debates sobre o assunto, em Orlando, a terapia genética deve ser considerada apenas mais um recurso, que não deverá eliminar os outros já existentes, mas, sim, se unir a eles: "Nessa linha de pesquisa genética, surgem muitas técnicas interessantes, que visam, por exemplo, tornar as células tumorais mais reconhecíveis pelo sistema imunológico ou mais frágeis em relação às drogas", exemplifica. "É preciso olhar para isso tudo com bons olhos."
Um dos trabalhos que atraiu atenção era importado de São Paulo, mais especificamente do Hospital das Clínicas. O grupo coordenado pela médica Angelita Gamma está desenvolvendo um tratamento alternativo para o câncer de reto. "O que se fazia, convencionalmente, para se tratar esse tumor era a colostomia", explica o médico René Gansl, que fez parte da equipe paulistana. "Isto é, uma cirurgia em que se retira essa porção do intestino. E a pessoa ficava, para o resto da vida, evacuando por um saco, preso no abdome. Isso, claro, era ruim do ponto de vista prático e, mesmo, psicológico." Os médicos brasileiros experimentaram no tratamento de setenta pacientes uma combinação, ao que parece perfeita, de quimio e radioterapia. "Em 40% dos casos, o tumor desapareceu", revela Gansl."No entanto, é preciso ter cautela. Os primeiros tratamentos foram rea-lizados há dois anos. Acho que é preciso esperar pelo menos um terceiro ano, para ver se o tumor não volta." Segundo o médico, se der certo, o tratamento poderá beneficiar doentes com tumores pequenos e baixos, isto é, próximos ao ânus. "O melhor é que é uma terapia muito bem tolerada pelo organismo, o que em termos de câncer nem sempre é fácil conseguir. Nosso paciente mais velho tinha 85 anos. Foi um sucesso", conta o médico.
Tolerância é sempre uma questão importante quando se discute o tratamento do câncer. Isso porque, em geral, as drogas aplicadas costumam promover uma série de estragos em órgãos sadios, numa cascata de efeitos colaterais. O taxol, droga desenvolvida pelos americanos, é um caso típico. Parece ser extremamente eficiente para câncer de ovário e de mama. Ocorre que uma em cada nove mulheres nos Estados Unidos apresenta tumor nos seios. Pressionado por tais números, o governo americano apressou a aprovação de seu uso. Muitos especialistas acreditam que o taxol acabou sendo aprovado antes da hora, pois deveria ser melhor estudado por causa dos problemas cardíacos que provoca.
Durante o encontro, porém, foram apresentados nada menos do que 25 estudos elogiando os seus efeitos - a droga funciona naqueles tumores de mama em que outros medicamentos já não faziam efeito e, ainda, no caso do câncer de ovário, pode mostrar resultados melhores do que qualquer outra droga. Há um obstáculo - e este é de produção. O taxol é extraído do tronco do teixo, árvore típica das costas do Pacífico e é preciso serrar 1 000 exemplares dessa espécie para obter 2,5 quilos do produto. Por volta de 1986, muitos cientistas começaram a prever o drama de demanda, se o taxol fos-se aprovado. E, por isso, dispararam uma corrida atrás de um medicamento análogo.
A melhor idéia, ao que tudo indica, foi a do químico Pierre Potier, do CNRS, na França. Ele trocou o tronco pelas folhas do teixo e extraiu uma molécula muito semelhante à do taxol. Só que, além de ser produzida em quantidades muito maiores, segundo alguns estudos, a molécula de taxotere, como foi batizada, é ainda mais interessante do que a primeira droga, que inspirou o seu desenvolvimento. "Há sinais de que o taxotere pode ser uma excelente opção para destruir uma variedade de tumores, como o de estômago e o do pâncreas, além do tumor de mama", diz a cientista belga Martine Piccart Gebhart, do Instituto Jules Bordet, de Bruxelas. Martine está testando o taxotere desde seu aparecimento e não escondeu o entusiasmo às 4 000 pessoas que ouviram sua palestra. "O taxotere por enquanto não demonstrou toxicidade para o coração."
No entanto, Martine admite que a nova droga tem outro efeito colateral: "Ela provoca edemas, que fazem o paciente engordar de 10 a 15 quilos, durante o tratamento, por causa da retenção de líquidos", diz. "Mas, até o momento, estávamos dando o taxotere sozinho, sem estar combinado com outros medicamentos. Por isso, há a esperança de que esse efeito indesejável possa ser controlado com o uso em conjunto de remédios diuréticos."
Mas mesmo os resultados fantásticos do taxotere devem ser analisados com cautela. A pesquisa do câncer, sob certo ponto de vista, é um jogo de paciência, em que é preciso invariavalmente esperar cinco anos para ter a resposta final. "Se o paciente enfrenta esse período sem apresentar novos episódios de câncer, é muito provável que nenhuma célula maligna tenha escapado daquele tumor desaparecido", explica o professor Antonio Sérgio Petrilli, da Escola Paulista de Medicina. "Só então a gente comemora."
Em certos tumores, como os de próstata, os cientistas já identificaram substâncias secretadas pelas células malignas. Batizadas de marcadores tumorais, elas podem ser flagradas em exames simples de sangue e, assim, delatar cânceres que, de tão pequenos, ainda não aparecem em exames sofisticados como o de tomografia ou ressonância magnética. Quando os resultados acusam a presença de marcadores, os médicos não perdem tempo e entram logo com tratamentos agressivos, como a quimioterapia. A esperança, apontada pelos cientistas, é o aparecimento de marcadores para cada tipo.

Números assustadores

De cada nota de 100 dólares que se gasta para combater os mais diversos tipos de doenças, no mundo inteiro, 10 dólares são aplicados no tratamento do câncer. Apenas 5% desses recursos, porém, estão nos chamados países em desenvolvimento, em que morreram 2,5 milhões de pessoas por causa de tumores malignos, só no ano passado; os países avançados, por sua vez, tiveram 2,3 milhões de vítimas. Em todo o planeta, 9 milhões de pessoas desenvolvem algum tipo de câncer a cada ano.
O problema, claro, custa caro. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional do Câncer estima que o país sofreu um prejuízo de 12 bilhões de dólares em 1992, provocado pelas faltas ao trabalho dos doentes e pela morte de pessoas ativas na sociedade. No Brasil, o mal se agrava no bolso da vítima: em junho passado, as pacientes com câncer de útero, por exemplo, tinham de gastar algo em torno de 104 milhões de cruzeiros por mês.

Os campeões de incidência
Homem
Próstata - 165 000
Pulmões - 100 000
Bexiga - 39 000
Intestino - 77 000
Linfoma - 28 500
Boca - 20 300
Melanoma - 17 000
Rim - 16 800
Leucemia - 16 700
Estômago - 14 800
Pâncreas - 13 500
Laringe - 10 000

Mulher
Mama - 182 000
Intestino - 75 000
Pulmões - 70 000
Útero - 44 500
Linfoma - 22 400
Ovário - 22 000
Melanoma - 15 000
Pâncreas - 14 200
Bexiga - 13 300
Leucemia - 12 600
Rim -10 400
Boca - 9 500

Principais causadores de mortes

Homem
Pulmões - 93 000
Próstata - 35 000
Intestino - 28 800
Pâncreas - 12 000
Linfoma - 11 500
Leucemia - 10 100
Estômago - 8 200
Esôfago - 7 600
Fígado - 6 800
Cérebro - 6 600
Rim - 6 500
Bexiga - 6 500

Mulher
Pulmões - 56 000
Mama - 46 000
Intestino - 28 200
Ovário - 13 300
Pâncreas - 13 000
Linfoma - 10 500
Útero - 10 100
Leucemia - 8 500
Fígado - 5 800
Cérebro - 5 500
Estômago - 5 400
Tumor de músculo - 4 600

Cada vez mais fundo, sem destruir células sadias
Foi nos anos 20 que se descobriu a capacidade da radiação ionizante de destruir tumores - no caso, os raios X de baixa penetração. "A radia-ção altera os cromossomos, impedindo a reprodução da célula", explica o médico João Víctor Salvajoli, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. "Na verdade, ela não seleciona as células malignas das benignas. Mas, não se sabe o motivo, as benignas têm maior poder de recuperação". De todo modo, entre os avanços da radioterapia, estão aparelhos de alta precisão, que acertam o tumor em cheio, arrasando o mínimo das células sadias de sua vizinhança. "Eles surgiram graças ao desenvolvimento da computação gráfica", conta Salvajoli, enquanto mostra a imagem de um câncer na tela do computador. A máquina desenha o contorno da lesão e ajuda a programar as doses do tratamento, em cada um de seus ângulos.
Outro fato a se comemorar é que os equipamentos mais recentes, como os poderosos aceleradores lineares, produzem radiação que alcança pontos mais profundos. Explica-se: nas famosas unidades de cobalto, o ponto de radiação máxima era a 1,5 centímetro abaixo da pele. Ou seja, se o desejado era atacar um tumor a 3 centímetros de profundidade, na garganta, por exemplo, com determinada dosagem de radiação, o médico tinha de programar o aparelho para aplicar o dobro dessa quantidade. Assim, quando a radiação chegasse a 3 centímetros sob a pele, teria caído pela metade, ficando no estipulado. Hoje, os aceleradores lineares atingem até 4 centímetros sob a pele. "Com isso, a necessidade de aumentar as doses diminui bastante", explica Salvajoli. "E a agressividade do tratamento também."

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A nova face dos dinossauros - Paleontologia


A NOVA FACE DOS DINOSSAUROS - Palentologia



Nem todos eram grandalhões, pesados, devoradores de toneladas de ervas. Apesar de terem desaparecido quase num passe de mágica, novas descobertas sugerem que deixaram vasta descendência - onde estão incluídas até mesmo as aves.



Uma vez por ano o paleontólogo americano Mark Norell troca o conforto do Museu de História Natural de Nova York, com sua privilegiada vista do Central Park, por uma temporada de dois meses no hostil Deserto de Gobi, na Mongólia. Ali, com a ajuda de pesquisadores da Academia de Ciências da Mongólia, ele procura, desde 1990, fósseis de dinossauros, sua grande paixão e principal atração do museu onde trabalha, e de outros animais igualmente antigos. O sacrifício valeu a pena: em abril passado, Norell apresentou ao mundo o resultado desse trabalho, um quase completo exemplar de um pequeno dinossauro, ainda desconhecido, que na pia batismal recebeu o nome grego de Mononychus, devido a uma singular característica: a garra única dos membros anteriores.
O Mononychus integra o grupo dos celurossauros, tem 75 milhões de anos e sua descoberta causou alvoroço muito além das fronteiras da província científica - a revista Time, por exemplo, dedicou-lhe nada menos que o artigo de capa da edição de 26 de abril. Não poderia ser de outra forma: bípede, pedacinhos afiados de dentes, pescoço e cauda compridos, longas pernas boas para correr, muito a propósito do tamanho de um peru, a descoberta reaqueceu o debate em torno de uma velha - e jamais decidida - questão da Paleontologia: seriam as aves modernas descendentes dos dinossauros? Somado a outras evidências que se acumulam sobretudo a partir da década passada, o achado de Norell aponta para uma conclusão: anatomicamente, as aves pertencem à árvore genealógica dos dinossauros.
É claro que o Mononychus não foi encontrado assim inteirinho pela equipe de pesquisadores. Foi preciso juntar peças descobertas em 1992, 1987 e no longínquo 1923, naquele mesmo local do deserto, para montar esse exemplar que reforça a tese do parentesco entre aves e dinossauros. Mas, a partir daí, outras questões se colocam: será o Mononychus um dinossauro legíti-mo? Ou apenas um parente do ar-queoptérix, considera-do por muitos ornitólogos a ave mais primitiva que se conhece? Ou uma mistura das duas coisas? Muitos espe-cialistas fi-cam com a terceira alterna-tiva, bem em cima do muro, portanto.
O Mononychus não tinha asas nem evidências de penas, ao contrário do arqueoptérix - que, no entanto, não se pode garantir tenha sido um animal voador. Porém, possui outras características pouco tradicionais para um dinossauro e muito próximas das aves modernas, tais como a quilha no osso esterno, isto é, uma estrutura muito reforçada nesse osso, que serve de apoio aos músculos peitorais (os que auxiliam no vôo) e ossos pélvicos muito unidos e alongados. "Os celurossauros, como chamamos esses pequenos dinossauros, foram os principais predadores da Era Mesozóica, que engloba o Triássico, o Jurássico e o Cretáceo, e eram ágeis e rápidos. Como um deles, o Mononychus não poderia ter fugido à regra. Em vista de seu reduzido tamanho provavelmente caçava em bandos, atacando sempre os mais velhos e os mais jovens", explica o paleontólogo Reinaldo Bertini, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Rio Claro, no Estado de São Paulo. Ele estuda mais especificamente os répteis do Cretáceo, e não esconde seu encanto pelos dinossauros.
"As aves modernas são tipos de dinossauros e a descoberta do Mononychus veio confirmar isso", disse Mark Norell a SUPERINTERESSANTE, em Nova York. "Há uma série de características comuns entre um outro celurossauro, o Deinonychus, e as aves, que não foram encontradas em nenhum dinossauro", afirma ele. O Deinonychus ou "unha terrível" foi assim chamado por possuir uma garra especialmente longa num dos dedos do pé. Além disso, tinha pescoço e cauda compridos. Mas só isso não é suficiente para estabelecer comparações. O que conta mesmo são os ossos, a forma tradicional de estudar os dinossauros. "As estruturas ósseas que encontramos no Deinonychus e nas aves modernas são quase idênticas", garante Norell.
Ao mencionar a comparação entre o Deinonychus e as aves, Norell se refere ao trabalho do paleontólogo John Ostrom da Universidade Yale, nos Estados Unidos. Foi ele quem, no início da década de 70, comparou um exemplar de arqueoptérix (existem seis em todo o mundo) com um Deinonychus. Ele próprio havia encontrado um pé desse animal em 1964, na região de Montana, noroeste dos Estados Unidos. Esse celurossauro provavelmente saltava como quase todos os de sua espécie, o que pode ser comprovado por traços anatômicos como a cauda com ossos interli-gados e a disposição da bacia que lhe davam equilíbrio. A partir da constatação dessas e de outras características muito similares, Ostrom garantiu: as aves são descendentes dos dinossauros e o arqueoptérix é seu antepassado mais antigo.
Na verdade, essa é uma das correntes que tentam explicar a evolução das aves. A outra, alternativa mas não oposta, sustenta que dinossauros e aves têm um ancestral comum - o tecodonte, um réptil muito variável, às vezes bípede, outras vezes quadrúpede. Para essa corrente, muitas semelhanças aproximam as aves dos celurossauros, levando à suposição de que ambos evoluíram paralelamente. Tais teorias não chegam a ser exatamente uma novida--de, estão na pauta dos especialistas desde o século XIX, e são reavivadas a ca-da nova evidência que aparece. O Mononychus parece ser a mais importante dos últimos tempos.
O zoólogo inglês Thomas Henry Huxley (1825-1895) já havia levantado a hipótese do parentesco entre aves e dinossauros em 1860, com base nas teorias do naturalista inglês Charles Darwin. Um ano antes, Darwin publicara seu polêmico livro A origem das espécies. Nele, havia uma complicada questão para a época: as espécies animais mutavam no tempo. Por sua teoria evolucionista, Dar-win foi atacado e criticado especialmente pela Igreja. Coincidentemente, naquele mesmo ano de 1860, o paleontólogo Hermann von Meyer fez uma descoberta importante na vila de Solnhofen, na Baviera, Alemanha, só divulgada no ano seguinte. Tratava-se exatamente do fóssil completo do arqueoptérix, um bicho emplumado, de 35 centímetros de comprimento. Caiu como uma luva no meio desse debate e acabou sendo considerado o elo perdido entre aves e répteis. Ou, como ainda afirmam alguns cientistas, a mais antiga ave que se conhece.
Encontrado em sedimentos de rochas calcárias num local que tinha sido uma laguna marinha do período Jurássico, o arqueoptérix, datado de 147 milhões de anos, permanece motivo de discórdia entre paleontólogos e ornitólogos: réptil emplumado ou ave? Seja o que for, esse precioso exemplar está guardado a sete chaves no Museu Britânico, em Londres. Persistente como todo paleontólogo, John Ostrom trouxe o arqueoptérix de novo à baila, em 1980. Durante uma conferência internacional sobre o tema, ele parecia ter ganho a parada. É que a maioria dos pesquisadores presentes ao evento concordou que o animal emplumado tinha relação direta com os dinossauros. Porém, o fato de possuir o osso esterno para apoiar os músculos peitorais suscitou dúvidas no próprio Ostrom. Ele poderia voar, ou quem sabe fosse apenas um animal que saltava para apanhar insetos no alto das árvores? A dúvida de Ostrom permanece. Até hoje, os cientistas não têm certeza se o arqueoptérix ficava nas árvores ou conseguia fazer vôos curtos. Nem mesmo aqueles que defendem com unhas e dentes sua condição de ave. É o caso do ornitólogo Alan Feduccia, da Universidade da Carolina do Norte.
Em sua opinião, as garras indicam que o arqueoptérix vivia em árvores e era inquestionavelmente uma ave. Para apoiar essa afirmação, Feduccia teve a imensa paciência de medir minuciosamente a curvatura das garras dos pés dos três maiores exemplares de arqueoptérix que existem nos museus de todo o mundo e a comparou com 500 espécies de aves modernas. E concluiu: a curvatura virada para dentro do primeiro dedo do pé daqueles fósseis seria um tremendo obstáculo para correrem. E mais: as garras eram extremamente semelhantes às das aves modernas que sobem em árvores. A tese de Feduccia, entretanto, parece não sensibilizar a maioria dos paleontólogos, que reconhecem a importância de seu trabalho mas discordam de seus indicadores.
Paul Sereno, paleontólogo da Universidade de Chicago, que tem se notabilizado por suas descobertas no vale do Ischigualasto, no noroeste da Argentina - entre elas o Herrerassaurus e o Eoraptor, dinossauros de cerca de 225 milhões de anos -, questiona se é possível descrever o comportamento de um animal usando apenas as garras. "Penso também que as garras dos membros inferiores são particularmente irrelevantes porque Feduccia não fez comparações com os dinossauros. E, de fato, as garras do arqueoptérix são muito similares às de muitos celurossauros", disse ele à revista Science.
Opinião parecida tem o professor Reinaldo Bertini da UNESP. "Garras não são elemento-diagnóstico para classificar aves ou répteis. Da mesma forma que só as penas não são indicadores suficientes para afirmar que o arqueoptérix é uma ave, até porque existe um exemplar dele que se preservou sem penas. Ocorre que, depois de analisados os ossos do arqueoptérix, verificou-se que eles tinham o mesmo aspecto dos ossos de dinossauros. O que se usa mais comumente nessas classificações são o crânio, as vértebras, ou os ossos dos membros para se tirar conclusões." Curiosamente, o Mononychus, mesmo sem asas ou penas, reforça a teoria de parentesco entre aves e dinossauros. Isso porque ele tem alguns traços semelhantes aos das aves modernas que o arqueoptérix não tinha. Por exemplo, a quilha do osso esterno (o arqueoptérix tinha o esterno, mas não a quilha), os ossos fundidos no que seria o pulso de suas mãos finalizadas numa única garra, indicando uma adaptação para o vôo, longas pernas e o crânio que lembra o de uma ave, como o de um pato.
A discussão em torno do Mononychus e do arqueoptérix reflete as disputas que se travam quanto ao rumo da evolução das aves. Que elas se originaram dos répteis ninguém duvida. Mas, para os ornitólogos, a transição ocorreu a partir de uma linha de répteis que se separou em determinado momento muito antes do aparecimento dos dinossauros, e assim, as aves primitivas teriam surgido antes deles. De outro lado, estão os que afirmam com segurança que as aves vieram depois dos dinossauros. Entre estes, está o paleontólogo baiano Diógenes de Almeida Campos, responsável pelo setor de Paleontologia do Departamento Nacional de Produção Mineral, no Rio de Janeiro. Para ele, os primeiros fósseis de dinossauros são datados de 100 milhões de anos antes das aves, do Triássico. Elas surgem depois, no Jurássico. "O Mononychus é mais uma evidência de que o arqueoptérix era, de fato, um dinossauro, de onde, provavelmente as aves se originaram. Foi só no Cretáceo que elas adquiriram as características de aves como as conhecemos hoje: sangue quente, ausência de dentes e corpo coberto de penas", diz ele, com a autoridade de quem há 25 anos se dedica a estudar ossos e dentes de répteis fósseis e orienta es-tudantes de pós-graduação em Paleontologia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
"A investigação está apenas começando", lembra o paleontólogo Bertini. "Desde 1976, pesquisadores russos e poloneses também vêm encontrando na Mongólia exemplares de celurossauros com fortes traços de aves. Talvez por ter sido o local onde esses animais evoluíram e ocorreram em maior quantidade. Vamos esperar que essas descobertas sejam noticiadas." Mark Norell, de sua parte, realiza este mês sua última expedição ao Deserto de Gobi. Daqui para a frente vai caçar fósseis de dinossauros no Chile, na África, Argentina e ainda na Ásia.



1.Esses répteis esquisitos com jeito de mamíferos
Os primeiros répteis mamiferóides, assim chamados por apresentarem características de mamíferos - como dentes divididos em incisivos, caninos e molares e duas protuberâncias na base do crânio onde se encaixa a primeira vértebra -, apareceram no final do pe-ríodo Carbonífero e início do período Permiano, cerca de 300 milhões de anos atrás. Ou seja, bem antes do aparecimento dos primeiros dinossauros - o mais antigo que se conhece, o Eoraptor, data de cerca de 225 milhões de anos. Esses estranhos animais, que deram origem aos mamíferos, surgiram entre os pelicossauros, ramo dos répteis perfeitamente adaptado à vida fora da água. Ao que tudo indica, eles eram capazes de manter a temperatura do corpo usando o próprio metabolismo ou, no caso de alguns deles, utilizando placas membranosas em forma de velas que tinham nas costas - supõe-se que tais placas fossem dissipadoras e também receptoras de calor. À medida que os dinossauros foram ocupando todos os nichos ecológicos (à exceção da água e do ar), a partir do Triássico, os répteis mamiferóides praticamente desapareceram e os que sobraram ficaram bem escondidos. Entretanto, durante o Jurássico, os verdadeiros mamíferos começaram, aos poucos, a concorrer com os dinossauros e só depois da extinção do Cretáceo é que se desenvolveram e aí, sim, ocuparam todos os espaços.
Entre os pelicossauros, destacavam-se os ofiacodontes, carnívoros de até 3,6 metros. Outros pelicossauros, no entanto, evoluíram até se tornarem terápsidos - os legítimos avós de todos os mamíferos.

Ophiacodon
(Permiano)
Exemplo típico de pelicossauro, com quase 4 metros de comprimento e prováveis 50 quilos, esse animal passava a maior parte do tempo na água, caçando os peixes e anfíbios.

Procynosuchus
(fim do Permiano)
Cinodonte significa dentes de cão. Da família dos terápsidos, são eles que darão origem aos mamíferos modernos. O Procynosuchus, com 60 centímetros de comprimento, tinha cauda longa e pata com membranas e pode ter sido o ancestral dos cinodontes. Bisavô dos mamíferos, portanto.

Cynognathus
(começo do Triássico)
Com terríveis mandíbulas armadas de dentes especializados, 1,5 metro de comprimento, o Cynognathus (que significa cara de cão) é o modelo acabado do réptil mamiferóide: a boca cheia de dentes de tamanhos e aspectos diversos, o cotovelo para trás e o joelho para a frente, traços típicos dos mamíferos, convivem com uma estrutura óssea característica dos répteis.

A volta de Frankenstein

Fazer sucesso com dinossauros não é surpresa. Os fantásticos seres que sumiram da face da Terra há 65 milhões de anos têm fãs de sobra para lotar todas as salas escuras do mundo. Mas quando esse tema traz a assinatura de Steven Spielberg e 52 milhões de dólares de investimento, tem tudo para ser um sucesso irretocável. E é esse o adjetivo para o recém-lançado Jurassic Park - Parque dos Dinossauros, o melhor filme já rodado sobre os animais pré-históricos. De lambuja, com uma história não menos fascinante.
Cientistas descobrem, na barriga de um mosquito fossilizado, restos de sangue com DNA de dinossauros picados pelo inseto e resolvem ressuscitar os bichos a partir de seus códigos genéticos. Uma missão aparentemente impossível, não fossem os estudiosos funcionários de um excêntrico empresário do ramo de engenharia genética. O milionário patrão não só banca a empreitada, como aproveita para lucrar um pouco com ela e funda um parque turístico lotado de seres pré-históricos vivos. Como não podia deixar de ser, os gigantes acabam escapando ao controle dos criadores e aí, tome emoções.
Só que, para alguns seletos integrantes da platéia que têm abarrotado os cinemas, o assustador não está no realismo das maquetes em tamanho natural e dos efeitos especiais spielberguianos. O que dá medo mesmo é a mensagem anticientífica da película. "Se posso reviver um dinossauro, fico pensando quais serão os outros demônios que vão me acusar de trazer ao mundo?", escreveu recentemente Russell Higuchi, um respeitado geneticista americano. Higuchi e seus colegas temem que Michael Crichton, autor do best-seller Jurassic Park, que inspirou Spielberg, esteja reeditando a síndrome de Frankenstein, o velho mito da ciência amoral liberando forças da natureza que depois não consegue controlar.
Mas a verdade é que, por maior que seja a grita, Crichton não tirou a história do nada. Ele seguiu os rastros de outro cientista dos Estados Unidos, o patologista George O. Poinar Jr, que em 1962 encontrou, num fóssil de âmbar com 40 milhões de anos, os restos cromossômicos de um fungo. Desde então, já se descobriram vários tipos de resíduos genéticos antigos, inclusive de insetos e até mesmo mamutes. Resumo da ópera: Crichton acha, e Spielberg endossa, que berçário de frankensteins chama-se laboratório e que, ao contrário do livro e do filme, eles sempre nascem longe da opinião pública.

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Caçadores de Vórtices - Oceanografia


CAÇADORES DE VÓRTICES - Oceanografia



A bordo do navio da USP Professor Besnard, cientistas perseguem redemoinhos de água fria do litoral sudeste e lançam bóias para desvendar os mistérios da Corrente do Brasil.


Uma peculiar caçada oceânica aconteceu em fe-vereiro, na costa sudeste do Brasil. A bordo do navio oceanográfico Professor Besnard, da Universidade de São Paulo, pesquisadores tentavam achar uma presa invisível e que talvez nem existisse. Se alguém perguntasse o que era exatamente o alvo da perseguição, ouviria uma desconcertante resposta: "água". Não, os oceanógrafos não estavam fora do juízo, ainda que o mar - inusitadamente revolto nas imediações de Santos - estivesse deixando verdes de enjôo até alguns experientes marinheiros. A tal "água" que procuravam era, na verdade, um grande redemoinho frio, em meio ao calor tropical de nossa costa. Os cientistas buscavam um vórtice frio.
Os redemoinhos de água fria aparecem no litoral do Rio de Janeiro, às vezes com mais de 100 quilômetros de diâmetro, e são um dos mais intrigantes fenômenos do mar territorial brasileiro. "Nascem do encontro da água quente predominante na região com uma massa de água fria que, vez por outra, sobe das profundezas do oceano perto de Cabo Frio, no Rio de Janeiro", explica o chefe da expedição, Merrit Raymond Stevenson, da equipe de oceanógrafos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Como se fossem canoas num riacho, porções dessa água fria se desprendem e são carregadas para o Sul, pela quente Corrente do Brasil. No caminho, vão diminuindo de tamanho, enquanto as águas quentes aquecem suas bordas, e acabam desaparecendo perto do Uruguai.
E por que estudar uma enorme gota de água fria perdida no oceano? Em primeiro lugar, pela estranheza do fato em si: era de esperar que uma região tropical como o litoral fluminense fosse banhada o ano todo por águas mornas. Mas, em certas épocas, ocorre um fenômeno conhecido como ressurgência, que traz águas geladas das regiões mais profundas do oceano para a superfície. Além disso, um vórtice frio tem implicações climáticas e econômicas. Com temperatura inferior à da água que o envolve, o vórtice influi no microclima oceânico. Absorve calor do ar e causa mudanças de tempo por onde passa. Os redemoinhos também são ricos em nutrientes, contrastando com a extenuada água da superfície. "A água que compõe os vórtices costuma ter mais nitratos, o que favorece o aumento do fitoplâncton", explica o biólogo Salvador Airton Gaeta, do Instituto Oceanográfico da USP. Com mais fitoplâncton - a base da cadeia alimentar oceânica -, os vórtices se tornam um lugar bastante atraente para algumas espécies de peixes.
Há grandes indícios de que quatro espécies de atum tenham o hábito de freqüentar os vórtices frios brasileiros: Thunnus albacores (albacora-de-lage), Thunnus alalunga (albacora branca), Thunnus obesus (albacora bandolim) e Katsuwonus pelamis (bonito-listrado). "Conforme os vórtices são carregados pela corrente quente, vão diminuindo de tamanho e, desta forma, concentrando cada vez mais os peixes", conta a pesquisadora Sydnéa Maluf Rosa, do INPE. Para os empresários da pesca, que subesploram os cardumes de atum, o mapeamento dos vórtices pode ser um grande achado. Vale lembrar que a maior parte do atum que vai parar na mesa dos brasileiros vem das águas frias do Peru.
Perseguir vórtices frios é também uma forma de desvendar os mistérios da própria Corrente do Brasil, que nunca foi pesquisada a fundo. Hoje, sabe-se apenas que ela nasce na altura de Pernambuco e que desce 2 000 quilômetros pela costa, até a Argentina. Perto de Mar del Plata, choca-se com a gelada Corrente das Malvinas e desaparece.
Ninguém sabe, contudo, detalhes mais precisos, por exemplo, o papel da Corrente do Brasil nas condições do tempo e na pesca em nosso litoral ou o ciclo de vida dos vórtices. Por isso, os oceanógrafos do INPE e da USP criaram o projeto Coroas (Estudo da Circulação Oceânica na Região Oeste do Atlântico Sul). O Coroas é a fase brasileira de um estudo internacional que pretende descobrir como funciona a máquina oceânica global. Isso porque as correntes marinhas são como rios dentro do próprio oceano. Em seu percurso, acabam liberando ou absorvendo calor da atmosfera. "No hemisfério norte, por exemplo, a Corrente do Golfo transmite o calor que recebe no golfo do México para o ar da Europa, garantindo ao norte do continente um clima bem mais agradável do que teria se fosse banhado apenas pelas águas de origem polar ártica", diz Merrit Stevenson, do INPE.
O mesmo faz a Corrente do Brasil com os estados do Sul. E mais: já nas costas da Argentina, ela se torna uma barreira física ao avanço da Corrente das Malvinas, impedindo que a massa de água fria carregada por ela chegue ao Brasil. "Se ´desligassem´ a Corrente do Brasil, só os pingüins nadariam nestas praias", brinca Stevenson, referindo-se ao esfriamento que presumivelmente chegaria até o Estado de São Paulo.
Brincadeiras à parte, a hipótese de um ataque de águas geladas ao litoral brasileiro não é absurda. Tanto que, vez por outra, pingüins aparecem em lugares quentes como Florianópolis ou São Sebastião, e não por que estejam querendo variar seus hábitos. Isso é resultado de invasões ocasionais de águas geladas nas costas brasileiras, quando algum ramo costeiro da Corrente das Malvinas consegue furar o bloqueio da Corrente do Brasil. Ela ruma ao norte, trazendo os pingüins de Magalhães, uma espécie que habita o sul da Argentina e do Chile.
Como os outros fenômenos relacionados à costa oeste do Atlântico, sabe-se que essas invasões acontecem, mas não quando e com que intensidade. Por isso elas também estão na mira dos oceanógrafos. Há quem tema que elas se tornem freqüentes. Basta lembrar que a Corrente das Malvinas é alimentada por águas polares da Antártida. Se o tão proclamado "efeito estufa" estiver mesmo causando um degelo maior nos polos, essa massa de água pode se fortalecer e empurrar a fronteira gelada bem para o norte. Os oceanógrafos brasileiros ainda não consideram essa hipótese. Mesmo assim, os resultados de seus estudos serão decisivos para se perceber a mudança, caso ela realmente comece a ocorrer.
Por enquanto, os pesquisadores a bordo do Besnard perseguem outro tipo de água fria - felizmente não tão fria assim. No cruzeiro realizado pelo navio Professor Besnard em fevereiro, a missão era lançar cinco bóias oceanográficas no interior e nas imediações de um vórtice frio. As bóias utilizadas - conhecidas como LCDs (sigla em inglês para derivadoras de baixo custo) - vagam livremente pelo mar, enviando várias vezes por dia dados de temperatura da água para os satélites americanos NOAA-11 e 12. Os satélites também captam a posição exata de cada bóia e retransmitem as informações para um centro na França. Por meio de seus computadores, os oceanógrafos do INPE, em São José dos Campos (SP), recebem as informações no conforto de seus escritórios. "Com isso, podemos descobrir o rumo, a velocidade e a duração dos vórtices frios, assim como as características bastante peculiares da Corrente do Brasil, ainda uma ilustre desconhecida", revela Stevenson.
Achar o ponto ideal para lançar as bóias é um trabalho semelhante a uma caçada. Nos cruzeiros premiados pela sorte, o tempo bom permite que os satélites da série NOAA enviem ao INPE imagens térmicas do oceano, mostrando em cores quais os pontos mais quentes e mais frios. A equipe de apoio em São José dos Campos, liderada pelo oceanógrafo João Antonio Lorenzzetti, transmite via rádio as coordenadas do vórtice para o navio, que corre em sua direção. Na expedição de fevereiro, no entanto, a natureza obstruiu o uso da tecnologia. Com chuvas castigando o litoral paulista e fluminense durante os quatro dias de viagem, tudo que os computadores do INPE puderam desenhar nas telas foi um emaranhado de nuvens encobrindo o local da experiência.
O jeito foi apelar para métodos tradicionais, bem mais trabalhosos. O navio passou a varrer um determinado trecho da costa, colhendo, minuto a minuto, amostras de água para análise de temperatura e salinidade num equipamento chamado termosalinógrafo. "O objetivo era achar uma frente oceânica, a passagem de uma massa de água para outra com notável diferença de temperatura e salinidade", explica Stevenson. Achar uma frente oceânica na costa de São Paulo significa, quase sempre, encontrar a borda de um vórtice. "Sabemos que estamos sobre uma frente quando a água esfria ou esquenta alguns graus em poucas milhas". Depois de três dias de procura em meio a um mar pouco amigável, os oceanógrafos perceberam uma variação de quase 3 graus centígrados num pequeno trecho de 150 metros. Era, finalmente, uma frente oceânica e chegava a hora das LCDs seguirem seu rumo.
O lançamento é uma curiosidade à parte. Apesar de serem idênticas às usadas pelos oceanógrafos do mundo todo para o projeto WOCE (sigla em inglês para Experimento Mundial de Circulação Oceânica), as bóias foram construídas inteiramente no Brasil, por Stevenson e sua equipe. Por isso, deixaram de ser um simples instrumento de fazer medidas e são tratadas com especial carinho. Antes de serem jogadas ao mar, são batizadas com nomes de mulher, geralmente das mães, esposas ou namoradas dos pesquisadores. "Aparecida" foi arremessada no lado frio da frente; "Ilma", no setor quente; e as outras três - "Nilda", "Carlita" e "Ione" - na zona intermediária. Mas a certeza de que havia realmente um vórtice do lado frio da frente oceânica só veio dias depois, quando o tempo se abriu e permitiu ao satélite fazer imagens.
Não apenas os vórtices frios brasileiros serão visitados pelas bóias. As LCDs transmitirão dados durante um ano para os computadores do INPE. "Espera-se que elas percorram uma grande extensão do Atlântico Sul", diz Ronald Buss de Souza, um jovem oceanógrafo gaú-cho que integra a equipe do projeto Coroas. As bóias devem descer a Cor-rente do Brasil até o encontro com a das Mal-vinas. A partir daí, fazem uma curva para leste e seguem para a África, levadas pela cor-rente conhecida como Giro Subtropical. É provável então que entrem na Corrente das Agulhas e subam para o noroeste africano, onde pegam carona na Corrente Sul-Equa-torial que pode jogá-las novamente na Corrente do Brasil.
Essa previsão, no entanto, pode cair por terra. "É possível que as bóias acabem entrando na Corrente Norte do Brasil e sejam levadas para o Golfo do México", admite Ronald Buss de Souza. Isso não seria nenhuma decepção para os cientistas. "A intenção do projeto Coroas é exatamente confirmar ou derrubar tudo o que se supõe sobre o Atlântico Sul". Logo no primeiro mês de sua jornada, as LCDs revelaram algo que contraria as expectativas. Quatro das cinco bóias foram de imediato arrebatadas por um vórtice. Até aí nada de anormal. A surpresa é que o vórtice ficou estacionado, em vez de deslizar para o Sul. "Três bóias foram ejetadas e desceram com a Corrente do Brasil, mas ´Aparecida´ ainda está girando no mar, a cerca de 60 milhas das praias de Ubatuba", conta Souza.
Ainda não se sabe por que o vórtice se recusou a seguir o rumo esperado. A primeira hipótese é de que o redemoinho achado no litoral paulista numa tempestuosa tarde de fevereiro seja permanente e estacionário, coisa que ninguém imaginava antes. É possível que o relevo do fundo do mar naquela área cause a subida constante de águas frias das regiões profundas, a exemplo da ressurgência. Ou então simplesmente provoque uma contracorrente que aprisiona os vórtices. Uma coisa é certa: como esta, muitas surpresas e mistérios estão para vir à tona.

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Zoológico: Arca de Noé do Futuro - Preservação


ZOOLÓGICO: ARCA DE NOÉ DO FUTURO - Preservação



Em Londres, o mais antigo zôo do mundo se prepara para deixar de ser apenas um parque de exposição e se dedicar à recuperação genética de espécies ameaçadas.

Quando se discute o problema da extinção de animais, duas opiniões costumam se destacar. A primeira é que o problema realmente não é sério, ou pelo menos não tão sério quanto dizem os ecologistas. A segunda é que o problema é sério e triste, mas que não há nada que se possa fazer a respeito - afinal, o progresso não deixa muito espaço para os animais. Recentemente, no entanto, o Zoológico de Londres anunciou uma novidade que pode relegar os dois pontos de vista à lista de idéias em extinção. Desde fevereiro passado, o mais antigo zoológico do mundo transformou a preservação das espécies em perigo no seu principal objetivo.
De agora em diante, mais do que engordar animais para exibi-los aos visitantes no domingo, como faz há 166 anos, o zôo londrino quer manter, estudar, reproduzir e devolver à natureza bichos ameaçados em seu habitat natural. "O conservacionismo é urgente porque as espécies estão desaparecendo. Muito mais urgente, por exemplo, do que a física das partículas, que são virtualmente eternas", compara o zoólogo britânico Collins Tudge, autor do livro Last animal at the zoo (Os últimos animais no zoológico). "Só que, enquanto se investe pesado em pesquisas de física das partículas, o conservacionismo quase não dispõe de verbas."
Os criadores do projeto, batizado Zoológico do Futuro, acreditam que um dia todos os zôos do mundo serão isso: incubadeiras da vida selvagem. A natureza sozinha, dizem, não é mais capaz de preservar os milhões de espécies do planeta, diante do avanço do homem. De 1640 até hoje, 88 das 9 000 espécies de pássaros existentes no mundo sumiram e outras 283 correm risco. Os grandes mamíferos, restritos à Ásia e África, mesmo lá já não estão seguros.
A lista é longa: tigres siberianos, rinocerontes indianos, pombas-rosadas da Ilha Maurício, sapos-bois, flamingos do Caribe, cobras-de-pescoço-negro da África, lobos-vermelhos, condores, pandas, antílopes, macacos.... Todos ameaçados por forças impiedosas: a caça e a eliminação dos habitats. A caça um pouco menos - até mesmo por falta de vítimas. A agressão aos habitats, no entanto, continua a avançar.
"A extinção de algumas espé-cies faz parte de um processo natural. O alarmante é o ritmo que ganhou nos últimos anos", diz Georgina Nace, pesquisadora do Instituto de Zoologia de Londres, que funciona junto ao zôo. Na sala de Georgina, dominada por computadores, percebe-se imediatamente que Noé era um completo amador e que a aventura da Arca só deu certo porque Deus quis. Hoje em dia, para salvar animais é preciso dominar a matemática da criação. Como Georgina, especialista em Genética popula-cional que tenta, com seu com-puta-dor, manter saudáveis animais que parecem fadados a desaparecer.
Para cada espécie em risco, a primeira preocupação é responder a duas perguntas: qual o número mínimo de indivíduos necessários para garantir a vida da espécie por 200 anos e quais devem cruzar entre si para preservar 90% da diversidade genética do grupo? Os dois números - 90% de diversidade e 200 anos de sobrevida - não são aleatórios. Pelo contrário. Eles se apóiam em estudos teóricos de Genética. Graças a eles, os técnicos descobriram que manter 90% da variedade genética de uma espécie exige bem menos indivíduos do que seriam necessários para preservar 100% da herança dos genes.
Em termos ideais, para assegurar a diversidade genética total de uma espécie por 1 000 anos seriam necessários 500 indivíduos sem parentesco entre si. "Mas como acomodar em zoológicos 500 exemplares de cada espécie ameaçada?", pergunta Georgina. Para resolver esse problema de ordem prática, chegou-se a 90% de diversidade e 200 anos de sobrevivência. Com essa meta, por exemplo, o tigre siberiano pode ser preservado a partir de uma população de 136 indivíduos não aparentados, o antílope árabe oryx, de 95, e o rinoceronte, de 53. Já pequenos roedores, de ciclo reprodutivo muito curto, exigem grupos maiores, de até 1 000 indivíduos.
Diversidade genética é a expressão que mais se ouve quando se discute preservação. Sem as diferenças hereditárias que fazem de cada indivíduo um ser distinto dos outros da espécie, não há esperança de vida a longo prazo, embora exista quem conteste essa afirmação. Populações geneticamente idênticas podem ser dizimadas por doenças. O que afeta um, afeta todos. Nessa situação, uma espécie é tão frágil quanto um time de basquete sem reservas: uma equipe assim não tem como repor jogadores exaustos, machucados ou expulsos, e qualquer imprevisto significa derrota.
Um coisa que os zoológicos podem fazer melhor que a natureza é justamente prover a diversidade na ausên-cia de grandes populações. Com exames de DNA, administradores de programas de procriação sacramen-- tam acasalamentos que envol-vem indivíduos sem parentes-- co, com o máximo possível de diferença genética.
Às vezes, como no caso do antílope árabe oryx, isso é difícil. Os poucos remanescentes do grupo são parentes entre si. Além disso, entre os oryx, como manda a seleção natural, o macho mais forte fecunda quase todas as fêmeas. Em cativeiro, essa lei tende a ser mais drástica ainda e todos as crias acabam tendo um só pai e são, portanto, irmãs. "Para ampliar a variedade genética, fazemos com que todos os machos procriem, e todas as fêmeas tenham o mesmo número de filhos", explica Georgina.
No subsolo do prédio onde Georgina trabalha, no entanto, há uma colônia de 300 roedores que desafia a lógica comum da diversidade. Pouco maiores que camundongos, cegos e sem pêlos, os ratos-toupeiras-pelados são uma espantosa anomalia entre os mamíferos. Eles vivem em comunidades subterrâneas e têm uma organização social igual à dos insetos. Há uma só fêmea fértil - a rainha - e dois machos viris. Os demais, machos e fêmeas, são operá-rios assexuados, que trabalham na limpeza, alimentação e proteção dos filhotes da colônia. Todos irmãos, com a mesma herança genética. Como conseguem, então, sobreviver, já que a diversidade é totalmente estranha ao grupo? "Especialização", responde Chris Falks, que estuda os bichinhos há cinco anos. "Eles são adaptados ao meio subterrâneo, que é protetor e estável", explica o pesquisador. "Mas qualquer alteração no ambiente pode condenar seu futuro."
Ratos-toupeiras são tão atípicos que, por si só, já justificam o interesse do Instituto de Zoologia londrino. Não que os pesquisadores estejam desesperados por novidades. Em meia hora de conversa com qualquer um deles, aprende-se logo que, no que diz respeito à reprodução, cada animal é diferente dos outros, tanto em termos biológicos como comportamentais.
Pegue-se o caso dos elefantes, objeto de estudo de Helen Shaw. Como não se conhece direito a fisiologia desses animais, Helen passou meses realizando testes químicos para determinar os períodos de fertilidade das fêmeas a partir das fezes. Ela não tinha idéia dos hormônios envolvidos e começou do zero. A pesquisa era importante porque elefantes têm apenas três ciclos reprodutivos por ano e é essencial detectá-los a tempo quando se quer preparar inse-minação artificial. "Sabemos muito sobre a reprodução humana e quase na--da sobre a de animais selvagens", resume Helen.
No Zôo de Londres há um bom exemplo de acidente provocado por essa ignorância: uma fêmea de leopardo-nebuloso, que perdeu uma pata num namoro mal-sucedido no Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos. Entre esses felinos asiáticos, o macho tem quase o dobro do tamanho da fêmea e - sabe-se agora - pode ser muito agressivo com ela. Não se conhece como é o acasalamento na selva, mas em cativeiro os animais agora ficam em "quarentena": próximos, mas separados por grades até que o macho se familiarize com a companheira. "Hoje sabemos fazer a aproximação, mas na época do acidente, em 1986, fomos surpreen-didos", diz o veterinário Douglas Richardson, há dezessete anos envolvi-do com reprodução.
Enquanto gente como Georgina teoriza e outros, como Helen, farejam hormônios, Richardson cuida para que as coisas "aconteçam" entre os animais. O que nem sempre é fácil. "Como as pessoas, eles às vezes não gostam um do outro, e não há quem os faça ir adiante." Há pouco tempo, no Zôo de Londres, houve um caso desses. Ming-Ming, uma fêmea pan-da-gigante, não quer saber de Bao- Bao, seu candidato a consorte. Ming-Ming, a bem da verdade, deixou a China porque não queria nada com ninguém. Londres é sua última esperan-- ça de ser mãe. Mas a troca de ares e o namorado estrangeiro parecem não ter ajudado. "Ela é anti-social", resu--me Richardson. "Vamos tentar agora a inseminação artificial."
Nesse estágio, convocam-se os talentos de Bill Holt, especialista em preservação de sêmen e inseminação. Em seu laboratório, ele tem congelados a 196 graus negativos amostras de 30 espécies, entre elas orangotangos, papagaios e elefantes. Holt fala com desenvoltura em espermas ou impressionantes e diferentes volumes de ejaculação: o ele-fante ejacula 600 centímetros cúbicos, o porco 200, o boi 10, o leopardo 0,5.
Seu laboratório é uma verdadeira clínica da fertilidade. É dali que se esperam soluções técnicas que permitirão, no futuro, o congelamento permanente de óvulos e espermas, a forma mais segura e barata de garantir diversidade genética por longos períodos. "Cada tipo de esperma reage ao congelamento de forma diferente", diz o cientista. "Alguns saem intactos, outros inutilizados." Explicar e contornar essa dificuldade é parte de suas obrigações a longo prazo.
A curto prazo, ele cuida das inseminações e testes. Em março, Holt participou da coleta de sêmen de um leão asiático suspeito de ser estéril. Não era. Esses animais, dos quais há menos de 300 vivos, são iguais ao leão africano, mas comportam-se como tigres: os machos se isolam e caçam sozinhos, enquanto as fêmeas vivem em bando. Pe-la sua posição geográfica, eles podem ser o elo evolutivo entre o tigre e o leão africano. Há quatro deles em Londres, considerados preciosidades.
A rigor, aliás, não há animais sem valor entre as espécies ameaçadas. Tanto que já não se negociam mais esses bichos. Eles são emprestados de um zoológico para outro e sua reprodução visa elevar ao máximo a diversidade. Sarah Christie é a coordenadora, em Londres, de doze desses programas internacionais. "Os animais não se movem sem que eu saiba", garante. Há pouco mais de dois meses, ela festejava o nascimento de um macaco-aranha-de-cara-vermelha, o primeiro dessa espécie sul-americana ameaçada nascido em Londres. Quando crescer, ele estará participando dos programas de intercâmbio de Sarah, cujo objetivo é assegurar que um dia os animais preservados em cativeiro sejam devolvidos à vida selvagem com o arsenal genético intacto, prontos para lutar pela sobrevivência. Feito a Arca de Noé, os zoológicos do presente sonham atracar no futuro exatamente como na narrativa bíblica: com carga suficiente para repovoar o mundo.

Veloz, vulnerável e teimoso

Nos últimos anos, o guepardo ganhou fama como um dos seres mais vulneráveis do mundo, que já não apresenta nenhuma diversidade genética em sua minguada população de 15 000 indivíduos. Recentemente, no entanto, a importância do gene diversificado para a sobrevivência foi contestada por dois pesquisadores do Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos. Uma bomba que mereceu a primeira página do caderno de ciência do jornal New York Times. Embora reconheçam a ausência de variedade genética nesses felinos, para o dr. Donald G. Lindburg e seu parceiro, o imunologista Michael B. Worley, eles não estão inexoravelmente condenados.
Na opinião deles, ainda não se provou que modelos laboratoriais funcionem com animais selvagens. "Os cientistas pensam o guepardo como se fosse um ratinho de laboratório", argumenta Lindburg, que não encontrou entre os guepardos as marcas típicas de degeneração genética: ninhadas com menos filhotes, infecundidade e defeitos congênitos. "Eles estão atacando preceitos científicos comprovados", respondeu ir-ritado o americano Stephen J. O´Brien, maior autoridade mundial em estudos moleculares de espécies ameaçadas.
Foi O´Brien quem, há dez anos, alertou o mundo para o problema, depois de uma série de transplantes de pele entre guepardos: a demora do sistema imunológico para reagir ao corpo estranho demonstrou que os animais eram praticamente clones um do outro. Para ele, a expansão do homem pelo mundo, após a última glaciação (10 000 anos), exterminou a espécie, ilhando-a em bolsões da África, on-de passou a prevalecer o cruzamento entre parentes.

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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O Hábito é uma Droga - Comportamento


O HÁBITO É UMA DROGA - Comportamento



Embora muitos achem que tudo não passa de exagero dos psicólogos, coisas inocentes como comida, trabalho ou compras podem se tornar vícios tão fortes quanto as drogas ou o álcool.


"Fui viciada em comer. Lembro que esva-ziava a geladeira num abrir e fechar de olhos. Quando não dava mais para continuar comendo, me angustiava, ia ao banheiro e vomitava para comer de novo." Foi assim que a atriz Jane Fonda descreveu os sintomas da enfermidade com a qual conviveu dos 12 aos 36 anos: a bulimia. Quem é vitimado por ela não consegue parar de ingerir alimentos e, caso não o faça, entra em um estado de angústia para o qual só há um remédio: voltar a abrir a geladeira. Quando o estômago está a ponto de explodir, a vítima simplesmente vomita e segue comendo.
Embora seja difícil acreditar que algo tão inofensivo quanto um delicioso sanduíche possa causar dependência, o fato é que pode. E mesmo que não sejam poucos os céticos para quem esse tipo de preocupação não passa de mais uma invencionice de psicólogos interessados em propor novas e extravagantes teorias, a maioria dos especialistas é enfática: coisas simples e corriqueiras como trabalho, sexo e comida são capazes de escravizar uma pessoa. Em certos casos, chegam a se tornar um vício tão irresistível e destrutivo quanto drogas ou bebidas, com direito inclusive à síndrome de abstinência.
Como a polícia não prende ninguém por por-te de empadinhas ou coxinhas, em geral esse tipo de dependência passa despercebido no turbilhão da normalidade. "Nunca falei no assunto", conta Jane Fonda, que só revelou sua antiga fraqueza em 1989, aos 52 anos. "Mas mudei minha atitude porque descobri que de 20 a 30% das mulheres americanas são bulí-micas." Os médicos vão além: para eles, essa compulsão pode ser associada a 70% dos casos de obesidade, e a comida está para os bulímicos como a droga para os toxicômanos.
"Distúrbios alimentares são comuns e sua origem costuma estar relacionada com lembranças da infância", revela o psiquiatra paulista Sérgio Bettarello, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, citando um exemplo simples para ilustrar a teoria: "Quando um bebê chora, geralmente a mãe lhe dá a mamadeira, o que acaba estabelecendo uma relação entre segurança e alimento. Se no futuro essa pessoa procurar o antigo conforto da comida para compensar frustrações, isso não será estranho."
A comilança não está sozinha no cenário da tentação compulsiva. "Todos os comportamentos podem se converter em droga", já garantia, na Idade Média, o médico suíço Teofrasto Paracelso. A questão é descobrir qual a fronteira entre a atitude normal e a impulsiva. Para o psicólogo alemão Werner Gross, especialista no assunto, são quatro as marcas que separam enfermos e normais: o doente sempre perde o controle quando se entrega a uma atividade; quando não a realiza, sofre síndrome de abstinência; sua dependência cresce com o passar do tempo; e, finalmente, perde o interesse por tudo, menos pelo vício. Quando estas características estão presentes, estamos diante de um viciado.
Outros psicólogos preferem enfatizar os aspectos autodestrutivos que acompanham a dependência. "O que diferencia o hábito do vício é que este sempre traz efeitos perigosos para a pessoa", comenta o psicólogo Peter Púrpura, de Nova York, que se dedica exclusivamente ao tratamento de pacientes obcecados por sexo. Embora desde 1987 reconhecido pela Associação Americana de Psiquiatria como enfermidade e não perversão, o desvio comportamental dos sexólatras só ganhou notoriedade recentemente, graças ao ator Michael Douglas. Depois de ter sido elogiado pela atriz Sharon Stone por seu desempenho nas cenas quentes do filme Instinto Sel-vagem, Michael internou-se numa clínica no Arizona para tentar conter a fonte daqueles elogios: uma incontrolável tendência à promiscuidade. Há quem diga que o ator arrumou apenas uma desculpa após ser flagrado pela mulher, Diandra, praticando o vício com outra.
Mas dependentes de sexo existem, apesar de ser um mal menos aberrante que o voyeurismo ou o exibicionismo. "Tive um paciente que mantinha dez relações por dia", lembra o terapeuta Haruo Okawara, diretor da Clínica Kinsey de São Paulo, instituição para tratamento de problemas com a sexualidade. O impressionante é que tamanha virilidade não resultava em prazer. "As duas mulheres que viveram com ele nunca atingiram o orgasmo", diz Okawara. "O sexólatra não busca o prazer da parceira ou o seu. A fixação é repetir o ato, mesmo que fria e mecanicamente."
Ainda é cedo para se falar em consenso quando se trata de explicar por que as pessoas se apegam a uma atividade a ponto de se tornarem viciadas. Para os especialistas, seria fruto de uma neurose ou perturbação mental, mas enquanto os psicanalistas procuram a causa na infância, os psicólogos falam em falta de autocontrole. "Não dá para generalizar as razões. É lógico que uma personalidade mais desenvolvida tem melhores condições de evitar a dependência", diz Sérgio Bettarello. Já um caráter frágil, em vez de superar o obstáculo, se refugia numa ação, como a de comer muito, por exemplo. E vai recorrer a essa "bengala" sempre que encontrar transtornos, criando assim a compulsão.
Em comum, apenas uma certeza: normalmente, são atividades prazerosas que ensejam a dependência. O que não é difícil de entender: se não sentíssemos certa satisfação em comer, por que iríamos nos alimentar? Mas em que consiste esse prazer, que às vezes pode ser tão pernicioso?
Os bioquímicos têm uma teoria interessante para responder a essa pergunta, graças à descoberta da en-dorfina, um hormônio segregado no tecido cerebral capaz de ge--rar efeitos euforizan-- tes parecidos com os das drogas. A endorfina entra em ação toda vez que uma pessoa se vê em situações tensas. Numa mesa de roleta, por exemplo, somos capazes de sentir a mesma euforia de um cocainômano drogado: aumento das pulsações, suor intenso etc. No entanto, se os viciados em determinados tipos de comportamento produzem maior quantidade de endorfi-na, é algo que os cientistas não garantem.
Recentemente, o psicólogo italiano Daniele Pauletto divulgou uma tese revolucionária relacionada a um vício que aterroriza pais e mães em todo o mundo: a videomania. Daniele garante que videogames, apesar da aparência inocente, podem ter efeitos nefastos. Para ele, a irradiação contínua de imagens luminosas superestimula o lóbulo occipital direito, que regula as emoções no cérebro, ao mesmo tempo que atrofia o occipital esquerdo, responsável pela capacidade analítica e crítica das pessoas. Esta síndrome, batizada de vídeo-hiperestesia - ou seja, extrema sensibilidade aos estímulos do vídeo -, leva freqüentemente os fanáticos por esses joguinhos a perder o contato com a realidade e entrar numa espécie de estado hipnótico.
Daniele Pauletto chegou a essas conclusões depois de estudar o comportamento de um menino de 9 anos - Francesco - que passava mais de oito horas por dia jogando videogame. "Foi o meu caso mais espetacular. Francesco já não queria mais nem comer nem dormir. Na escola, não conseguia assimilar o que os professores ensinavam e começou a evitar os amigos", lembra o psicólogo italiano, que aplicou uma curiosa terapia ao jovem paciente: espalhou pela casa de seus pais enormes cartazes coloridos com a inscrição game over (o jogo acabou), e conseguiu conter a fixação de Francesco pelo "vício".
No Brasil, onde já foram vendidos mais de 1 milhão desses aparelhos, os casos de viciados são cada vez mais numerosos. "Comecei com aqueles telejogos primitivos", conta o artista gráfico paulista Tadeu Cerqueira Ferreira, de 22 anos. Na época, ele tinha 14. "Jogava mais de oito horas por dia, não tinha vida social e minha mãe vivia revoltada." Felizmente, as broncas e alguns problemas de saúde - astigmatismo e taxa alta de colesterol, devido à pouca ativida-- de física - fizeram as vezes de terapeuta para Tadeu. Ele pôs um freio na "fissuração" e até recu-perou as antigas amizades. "Mas continuo jogando toda noite."
Entre nós, porém, a videomania ainda não registrou situações hilárias como uma disputa recente que aconteceu no tribunal da pequena cidade espanhola de Villarreal. Um marido, identificado apenas como Antonio, pediu separação da mulher, María del Carmen, de 35 anos, alegando que ela é videomaníaca irrecuperável. Antonio assegurou que Carmen dedicava todo o tempo aos jogos e andava mais preocupada em fugir do pacman do que cuidar da casa ou cozinhar.
Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, chegou à conclusão de que os videogames, além do incentivo à violência, limitam a imaginação. Para a maioria dos psicólogos, porém, utilizados com moderação, os games podem ajudar as crianças, já que aumentam a coordenação visual e motora, a concentração e até a memória. Além disso, os jogos ajudam crianças a lidar mais facilmente com computado-res. O perigo está no excesso.
Aliás, como quase tudo na vida. Quem nunca cedeu ao impulso de se presentear com alguma bobagem para compensar um dia difícil, mesmo correndo o risco de se arrepender na manhã seguinte? Amenizar a dureza da vida nas compras não chega a ser anormal. Desde que não vire um hábito irrefreável, como o que atormenta a atriz Melanie Griffith, a bela do filme Dublê de Corpo.
"Não consigo resistir. Alguma coisa me empurra loja adentro e me obriga a comprar tudo", conta a atriz, que depois do sucesso viu o problema se agravar. "Como sou conhecida, quando não tenho dinheiro é só pedir que mandem a conta para minha casa." Parece frescura de quem tem muito e não sabe como gastar. Melanie garante que não: "No começo, é bom realizar as vontades, mas depois vira um transtorno. É como se não tivesse controle da minha vida." Para os psicólogos, consumidores incontroláveis só diferem dos cleptomaníacos pelo fato de que estes não passam pelo caixa da loja, simplesmente furtam os objetos. São todos enfermos. Como também muitos dos trabalhadores workaholics - neologismo inglês que une as palavras work (trabalho) e alcoholic (alcoólatra). Eles odeiam férias, levam serviço para casa e se esquecem da família.
"Embora o workaholic seja aplaudido pela sociedade, que valoriza a dedicação ao tra-balho", argumenta Sérgio Bettarello, "com o tempo ele vira um estorvo com suas reuniões em horários impróprios e o estresse que provo-ca em todo mundo."
Um dos problemas dos que sofrem com tais enfermidades é que eles só procuram ajuda médica quando já é tarde e quase sempre são os familiares que tomam a iniciativa de buscar tratamento. Mas mesmo eles demoram a descobrir. Viciados dessa espécie são bons dissimularores: os comilões sempre aguardam a noite para atacar a geladeira e os jogadores fingem que vão trabalhar quando saem para a jogatina.
O fato é que, embora suas drogas não sejam tóxicos, essas pessoas padecem de síndromes de abstinência parecidas com as dos toxicômanos: depressão, angústia ou mesmo dores físicas. Terapia ou tratamentos farmacológicos são algumas das alternativas de ajuda para quem sofre de distorções comportamentais tão "inocentes". Os objetivos terapêuticos também variam: para alguns, como os cleptomaníacos, se busca a abstinência total, para outros apenas um autocontrole maior. O passo fundamental, porém, será sempre o desejo da própria vítima de se curar. Algo como acordar de manhã, olhar no espelho e dizer a si mesmo: "Game over."

O canto da sereia lusitana

Depois das 11 da noite, no intervalo co-mercial, uma garota seminua invade a tela das tevês paulistanas com sua voz lânguida: "Liga pra mim. Estava pensando em você..." É o anúncio do Telefantasia, o serviço telefônico que promete um minuto de excitante papo amoroso. O número integra a lista do Disque-900 e é apenas uma das opções de erotismo pelo telefone. "É uma modalidade de sexo auricular, também compulsivo", diz o psiquiatra Sérgio Bettarello. A atitude de se excitar no anonimato, sem contato direto com outras pes-soas, cria um tipo novo, o "voyeur" auditivo. Já o fanático por trotes obscenos conti-- nua o mesmo: um exibicionista telefônico.
Embora ainda não seja possível dizer se alguém se viciou nos disque-sexo, no fim do ano passado, um escândalo, envolvendo adolescentes, chamou atenção para esse tipo de serviço: uma revista masculina di-vulgou um novo número cordial, mas não explicou que era de Portugal. Em apenas dois meses, o serviço recebeu milhares de chamadas. Só de Brasília, foram 34 000. Tudo teria passado em silêncio não fosse a gritaria generalizada de alguns pais, que descobriram que os filhos tinham consumi--do o orçamento da família pendurados no telefone via Embratel. No final, eles conseguiram renegociar as contas astronômicas. Quanto aos adultos que não têm crianças, não foram poucos os que preferiram amar--gar calados a aventura lusitana.

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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dr. Zerbini - O mago do coração - Perfil


DR. ZERBINI, O MAGO DO CORAÇÃO - Perfil



Ele fez Medicina apenas por sugestão paterna, odiou o início da faculdade, quase desmaiou ao assistir a uma operação. Mas, graças à mania de ser sempre o primeiro aluno da classe, acabou se transformando em um dos pioneiros da cirurgia cardíaca em todo o mundo.


Nos últimos quatro meses, a rotina do cirurgião Euryclides de Jesus Zerbini, que permanecera inabalável por quase meio século, sofreu uma mudança. Antes, sustentado por um desjejum reforçado, ele entrava no hospital de manhã e só à noite tirava o pé dali, contentando-se em ingerir um copo de suco e, às vezes, uma fatia de queijo, no meio do expediente. Agora, o mais famoso médico brasileiro em todo o mundo deixa o consultório, no segundo andar do Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, para almoçar em casa. Trata-se de ordem médica. Na última segunda-feira de Carnaval, 22 de fevereiro, doutor Zerbini foi operado para extrair um nódulo do cerebelo, o órgão do sistema nervoso que controla, entre outras coisas, o equilíbrio. "Há tempos, eu notava uns nódulos espalhados pelo corpo, mas atribuía seu aparecimento a traumas dos jogos de tênis. Afinal, eu vivia batendo a raquete nas pernas", diz ele. Só que, na realidade, o problema não tinha relação com as partidas semanais, disputadas todas as terças-feiras, há 39 anos, no raiar do dia. O cirurgião tem, isso sim, uma doença que provoca nódulos indolores no trajeto dos nervos e justamente o do cerebelo foi inventar de crescer, até atrapalhar.
Assim, Zerbini, que já realizou cerca de 40 000 cirurgias do coração, enfrentou o bisturi pela terceira vez na vida. "Já fui operado de apendicite e de um problema na bexiga. Mas não sofri em nenhuma dessas ocasiões", garante. Totalmente recuperado, o cirurgião voltou ao antigo ritmo. Aos 81 anos de idade, completados no dia 7 de maio passado, Zerbini opera quatro vezes por dia, de segunda a sexta-feira. E faz questão de esclarecer: só teve tempo para dar entrevista e posar para fotos porque dois pacientes apresentaram problemas e as cirurgias foram adiadas. De fato, a agenda do cirurgião ficou ainda mais apertada, por causa dos almoços caseiros. Em um dicionário inglês-português, Zerbini seria a melhor tradução para o termo workaholic (maníaco por trabalho). Graças ao seu esforço concentrado na Medicina, ele foi um dos pioneiros nas cirurgias do coração, em todo o planeta. Pois esse órgão - que hoje em dia os médicos mexem e remexem com desenvoltura, para consertar defeitos e desobstruir suas passagens - era considerado intocável até o início dos anos 40. Duas décadas mais tarde, Zerbini também foi o primeiro médico na América Latina a fazer um transplante cardíaco.
Se atualmente os transplantes podem virar tema de novela - como aconteceu no dramalhão De Corpo e Alma, que a Rede Globo exibiu em horário nobre -, no final da década de 60, eles eram assunto obrigatório dos jornais e revistas. O magnífico feito do cirurgião chegou a ser explorado como imagem ufanista pelo regime militar. O transplante brasileiro ocorreu no dia 27 maio de 1968. E 1968 foi o ano em que a linha-dura do Exército colocava as mangas de fora. Dois meses antes de Zerbini trocar o coração do peão mato-grossense João Ferreira da Cunha, mais conhecido por João Boiadeiro, um estudante carioca morria assassinado por soldados, marcando o início da pior fase de repressão na história do país. Instalava-se, ainda, a Operação Bandeirantes (Oban), para investigar suspeitas de movimentos políticos. Depois disso, para homenagear a equipe de Zerbini - e à revelia deste -, o governo publicava um anúncio com o slogan "Pulsa o coração do novo Brasil". "Ah, eles fizeram isso?", retruca Zerbini, quando indagado sobre o episódio, sem levantar os olhos, ocupados com alguns papéis.
A reação é no melhor estilo zerbiniano - o aparente pouco caso em relação a qualquer desvio do assunto cirurgia. "Nunca dei a menor bola para o que os políticos achavam", sentencia, em tom de quem deseja encerrar a conversa. "Eu só queria praticar Medicina, a melhor Medicina possível."E pensar que, garoto, Zerbini jamais sonhou em ser médico. Ele era o caçula dos seis filhos de um casal de imigrantes italianos que se conheceu no Brasil - dona Ernestina e senhor Eugênio, um professor da Escola Normal. Nasceu prematuro em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, numa casa modesta que, há alguns anos, foi demolida para dar lugar à atual estação rodoviária da cidade. "Como era franzino, minha mãe me deu uma overdose de feijão na infância", recorda. "Ela tinha um gênio forte e obrigava meu pai a controlar os estudos dos filhos." Este, por sua vez, não perdoava: nenhum dos Zerbini podia ficar em segundo lugar na classe. "E, de fato, todos tiravam as melhores notas da turma." Aos 17 anos, o jovem Euryclides assustou o pai: "Ele estranhou que eu não falasse a respeito de uma carreira", conta o cirurgião, risonho. "Então, me chamou para um bate-papo. Perguntou sobre a minha vocação e eu, com a maior calma, respondi que não tinha vocação alguma." Daí o pai, conforme a memória do filho, coçou a cabeça, matutou alguns segundos e sugeriu a Medicina. "Eu teria aceitado qualquer idéia. Se ele falasse de outra profissão, eu certamente não estaria aqui, neste hospital."
Naquele tempo, no ano de 1929, já era dificílimo conseguir uma vaga para ser médico. Havia menos candidatos do que hoje em dia, é verdade, mas a Faculdade de Medicina do Estado era a única de todo o São Paulo. Só aceitava cinqüenta pessoas por ano e Zerbini passou em décimo lugar, nos exames de avaliação. Na sua turma existia apenas uma mulher - afinal, na época, as médicas eram exemplares raros. "No começo do curso, a minha adaptação foi péssima", revela Zerbini. A matéria que lhe agradava mais - ou, melhor, a que lhe desagradava menos - era Anatomia. Por isso, o estudante resolveu assistir a uma operação para ver se, finalmente, se entusiasmava pelos estudos. Quem imagina que ele saiu do centro cirúrgico como quem encontrou a sua tão perseguida vocação, se engana. "Saí de lá quase desmaiado. Achei tudo aquilo um horror."
Mas, em vez de desistir da faculdade, foi levando. E encara essa insistência como filosofia de vida. Na sua opinião, o segredo do sucesso é trabalhar 24 horas por dia. "Se você, ainda por cima, gosta da maneira como está gastando esse tempo, melhor. Mas isso não é fundamental", acredita, apesar de admitir que acabou se apaixonando pelo universo da cirurgia. A idéia de seguir para esse campo surgiu quando servia como soldado, no litoral norte de São Paulo, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Zerbini, então, ouviu falar pela primeira vez no trabalho de um jovem cirurgião mineiro, Alípio Corrêa Netto. Além de fazer um rodízio pelas enfermarias, os estudantes de Medicina tinham de se engajar numa das equipes da Santa Casa de São Paulo, numa espécie de estágio extracurricular. Em termos de cirurgia, existiam duas correntes no hospital paulistano. Uma delas pregava a chamada escola européia: o cirurgião tinha de ter uma habilidade artesanal apuradíssima. Diga-se de passagem, essa escola predominava no Brasil na década de 30.
A outra corrente universitária, a defendida pelo professor Alípio, recebia influências dos americanos, que buscavam técnicas cirúrgicas cada vez mais práticas, baseadas em pesquisas em vez de artesanato. Essa escola só iria se desenvolver após a Segunda Guerra Mundial, quando a Europa arruinada dava chance para florescer a influência americana. Zerbini se engajou nessa corrente. No início da carreira, ele se dedicou à cirurgia dos pulmões - até porque os médicos só tocavam em um coração quando estavam diante de uma mesa de necrópsia. Era um tabu, que Zerbini teve a oportunidade de quebrar no dia 26 de fevereiro de 1942. O menino Disnei Zanoline, então com 7 anos, brincava na oficina do pai. Bastou um golpe com um martelo e uma lasca de ferro atravessou seu peito, ficando presa no coração. A criança chegou à Santa Casa em estado de coma. E Zerbini, o médico de plantão, não teve outra alternativa, a não ser abrir-lhe o tórax, para tentar estancar a hemorragia. Deu certo.
Até o século passado, o tratamento de cardíacos era baseado em repouso e sangrias. Dessa maneira, 90% dos pacientes morriam. Por isso, alguns cirurgiões europeus passaram a sugerir o uso de intervenções, numa tentativa de aumentar as chances de sobrevivência. Apesar de esse aumento ser evidente, até os anos 40, quando o menino ferido apareceu diante de Zerbini, operar o coração ainda era visto como ousadia ímpar, válida em casos de total desespero.
Só dois anos mais tarde, quando conseguiu uma bolsa para estagiar nos Estados Unidos, Zerbini trocou os pulmões pelo coração. Os americanos criavam as primeiras técnicas da cirurgia cardíaca.Tratava-se da chamada era cega: os médicos não dispunham de equipamentos, como os que surgiriam mais tarde, para enxergar o coração por dentro. Abrir o músculo cardíaco, nem pensar, porque poderia provocar hemorragia fatal. Então, o jeito era literalmente en-fiar o dedo no coração.
Tal manobra podia, por exemplo, corrigir um estreitamento de válvula que atrapalhava a circulação do sangue. Para fazer esse serviço, alguns cirurgiões adaptavam pequena lanceta na ponta do dedo; outros simplesmente deixavam crescer a unha do indicador. Técnicas como essa, Zerbini trouxe na bagagem de volta ao Brasil. "A partir daí, todo o tempo era para ler, pesquisar, operar doentes cardíacos", diz ele. "Como não freqüentava festas, não passeava nunca, só poderia arrumar uma namorada se ela fosse paciente, enfermeira ou médica." Deu a terceira opção: em 1946, uma jovem estudante de Medicina, Dirce Costa, passou a fazer parte da equipe de cirurgiões.
"Da convivência surgiu o romance", relembra a esposa do doutor Zerbini, com quem ele se casou no dia 24 de janeiro de 1949. "Quando o namoro ficou sério, ele se assustou. No dia do meu aniversário, mandou flores com um bilhete, avisando que tinha ido viajar. Fiquei morrendo de raiva." Mas, ao retornar dos Estados Unidos, três meses mais tarde, Zerbini já tinha sido perdoado. Como a doutora Dirce o perdoaria outras tantas vezes: "Cansei de esperar por ele em casa, toda arrumada. E, na hora agá, como ele não aparecia, tinha de ir aos compromissos sozinha."
O casal, que hoje reúne meia dúzia de netos, teve três filhos - o do meio, Eduardo, morreu em um acidente, em 1978, logo após terminar a Faculdade de Medicina. A compreensão da mulher em relação às eventuais ausências do marido não é surpreendente, porque a doutora Dirce sempre foi companheira de equipe. O marido não esconde o orgulho, ao revelar: "A maioria dessas máquinas de circulação extracorpórea, que faz as vezes do coração durante a cirurgia, foi ela quem desenhou." A esposa também estava ao seu lado, na famosa madrugada de maio de 1968, quando aconteceu o primeiro transplante cardíaco da América Latina. A primeira cirurgia desse gênero no mundo tinha ocorrido seis meses antes: no dia 4 de dezembro de 1967, os jornais anun-ciavam a operação, realizada na Cidade do Cabo, pelo médico sul-africano Christian Barnard. No dia seguinte, um sábado, Zerbini reuniu toda a sua equipe: "Temos de fazer o transplante de qualquer jeito", ordenou.
Na reunião estava presente um jovem médico, Euclides Marques, que quatro anos antes havia pedido ao professor Zerbini autorização para transplantar corações de cães. Ouvira falar da técnica criada pelo médico Norman Shumway, da Califórnia, nos Estados Unidos. "Ele é o verdadeiro pai do transplante car-díaco", diz Marques, hoje um renomado cirurgião do Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Em 1967, Shumway estava esperando o paciente ideal para experimentar a cirurgia, desenvolvida por ele, com um ser humano. Ousado, Barnard passou a perna no criador dos transplantes. Segundo Marques, a equipe brasileira poderia ter feito o mesmo em duas oportunidades, no início de 1967. Mas os conselheiros da Santa Casa negaram autorização por cautela. "É uma pena, porque o Zerbini merecia ter sido o primeiro." Já o mestre, dá de ombros: "Eu não estava interessado em ficar famoso." E pede licença para ir almoçar em casa.

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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A Hora da fome - Fisiologia


A HORA DA FOME



O organismo humano tem necessidade contínua de energia. Pode ficar até dois meses em abstinência porque, além de certo estágio, passa a se alimentar de si mesmo.


Nos três primeiros dias, a sensação é terrível. A vontade de comer, persistente e angustiante, alia-se ao aumento de saliva na boca, à secreção de sucos gástricos e roncos do aparelho digestivo. É sinal de que este recebeu o alerta geral do cérebro, informando que há falta de combustível nas artérias, e se coloca em estado de prontidão - totalmente inútil, pois não há o que digerir. "De imediato, os sentidos ficam muito mais aguçados, como a visão, a audição e principalmente o olfato", diz a fisiologista Naomi Shinomiya Hell, da Universidade de São Paulo (USP). "Como um radar, ele tenta captar o cheiro de alguma coisa para comer. Isso vale tanto para o homem como para os outros animais, domésticos ou selvagens."
Mas, apesar do sentimento de alarme, o organismo está longe de correr perigo. Por incrível que pareça, um indivíduo adulto e saudável pode ficar até dez ou vinte dias em completa abstinência de comida sem risco de sofrer danos irreversíveis - desde que beba água. É o que diz o anatomista Edson Liberti, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (o ICB, onde também trabalha Naomi). Isso acontece, em primeiro lugar, porque o corpo sempre guarda alguma reserva energética - algo em torno de 6 000 calorias, o suficiente para três ou quatro dias em repouso e em circunstâncias normais.No caso de grande necessidade, diz Liberti, esse estoque pode durar bem mais de uma semana.
Em seguida, começa uma forma suave de canibalismo interno: o organismo consome suas próprias proteínas, obtidas à custa de "desmontar" tecidos e órgãos, para suprir a inadiável necessidade de energia. Trata-se de um recurso extremo, empregado apenas quando as perdas já ocorridas ameaçam parar a máquina viva. Afinal, após meros dez dias sem comer, um indivíduo emagrece na proporção de até 10% do total de seu peso, ou cerca de 7 quilos num homem de 70 quilos. Os batimentos cardíacos caem em taxa ainda maior - de 74 para 61 por minuto - e a própria temperatura do corpo pode oscilar de alguns décimos de grau.
Esses números aparecem num livro clássico, adotado há décadas em muitas escolas de Medicina - Fisiologia Humana, do cientista argentino Bernardo A. Houssay (1887-1971), ganhador do Prêmio Nobel de 1947. Ele lembra fatos curiosos - como o de que o organismo "desaprende" a gerar energia pela via costumeira do aparelho digestivo, e se receber comida, adoece. Há um aumento da quantidade de açúcar no sangue, apresentando pressão alta e sintomas semelhantes aos do diabete - como o de verter o açúcar glicose junto com a urina. Conta também que a fome intensa dos primeiros dias logo desaparece e é substituída por uma gradual debilitação física e mental.
Seja como for, num estágio mais avançado de privação alimentar, a pessoa certamente morrerá de indigestão se receber um farto prato de comida, porque suas vilosidades, ou reentrâncias da parede dos intestinos, já foram destruídas. Na Somália e no Sudão, as pessoas submetidas a prolongada insuficiência alimentar precisam passar por extenso tratamento médico antes que possam receber comida. Os técnicos da Organização das Nações Unidas recomendam grande cuidado ao se socorrer qualquer flagelado pela fome. É óbvio que a essa altura o corpo já não se encontra apenas debilitado, mas começa a sofrer conseqüências que podem ser irreversíveis.
Depois de no máximo quinze dias de jejum, as proteínas dos músculos passam a ser queimadas para gerar energia; a musculatura perde o relevo e se atrofia. E isso não vale apenas para os músculos estriados, ou voluntários (os responsáveis pelos movimentos externos do corpo): também podem ficar comprometidos alguns músculos involuntários, como os existentes nas paredes do estômago, veias e outras vísceras. Entre os somalis, muitos já não têm as contrações do aparelho digestivo e há exemplos de vasos dilatados, o que provoca problemas cardíacos. Em animais com dois meses de jejum, verifica-se degeneração das fibras do coração. O pulmão e o cérebro são outros órgãos prejudicados.
É espantoso, portanto, que muitos homens passem trinta ou cinqüenta dias ingerindo apenas água. Houssay conta que a Medicina registra inúmeros casos assim, e cita pelo menos um grevista - o irlandês Mac Swiney - que resistiu até os 74 dias sem comer. De maneira geral, porém, se considera que a morte é inevitável após sessenta dias, mais freqüentemente em quieto coma e às vezes em convulsões. A ciência ainda não descobriu a gênese da fome, ou seja, exatamente o que faz o organismo buscar e ingerir alimentos. Os pesquisadores afirmam que essa sensação está prioritariamente ligada à glicemia, a quantidade de glicose dissolvida no sangue.
Até meados dos anos 80, acreditava-se que a fome crescia à medida que a glicemia caía. "Mas não é assim", diz o fisiologista César Timo-Iaria, do Laboratório de Neurologia Experimental da Faculdade de Medicina da USP. A fome, diz ele, é um sintoma de que o fígado está trabalhando demais para manter a concentração normal de glicose na corrente sangüínea. Não é difícil entender isso, já que esse órgão é o responsável pelo patrimônio de glicose - o principal combustível usado pelas células - disponível no sangue. Normalmente, há cerca de 1 grama de glicose para cada litro de sangue, o que dá perto de 5 gramas dissolvidos nesse líquido contido em todo o sistema cardiovascular, de acordo com o livro de Houssay. Ele diz que o corpo dispõe de mais 15 gramas de glicose dissolvida nos líquidos entre as células, os chamados líquidos intersticiais.
Parece pouco, mas 1 grama de açúcar, depois de queimado com 0,75 litro de oxigênio, gera nada menos que 3 750 calorias, e aquelas quantidades se referem apenas à glicose pronta para chegar às células. O mais importante é que o fígado armazena perto de 200 gramas daquele combustível, numa forma compactada, denominada glicogênio. Assim, ele controla o suprimento de glicose no corpo, transformando glicogênio em glicose sempre que necessário. Para isso, conta com células chamadas glicorreceptoras, que funcionam como sensores e indicam a todo momento a concentração de glicose na circulação.
Segundo Timo-Iaria, foram encontrados glicorreceptores em três partes do organismo: "Os mais potentes estão no hipotálamo, mas também estão presentes no fígado e na região denominada núcleo do trato solitário, localizados na parte mais caudal do encéfalo, sob a nuca". Tudo isso funciona mais ou menos como o sistema hidráulico de um edifício, compara o cientista. Em cima do prédio há uma caixa, dotada de bóia que indica o nível de água, e no subsolo, um imenso reservatório. Quando a caixa se esvazia além de um ponto crítico, repõem-se as perdas por meio de uma bomba que capta água do reservatório. A bóia, com isso, volta a mostrar que o nível de água está normal. "Os glicorreceptores correspondem à bóia. A bomba de água e o reservatório correspondem ao fígado".
Num organismo sem alimentos, o intestino não fornece ao fígado matéria-prima para produzir a glicose, mas a concentracão de açúcar no sangue não chega a cair devido ao contra-ataque acionado pelas células glico-receptoras. No edifício, seria a hora em que a bomba de água começa a funcionar. No corpo humano, o fígado entra em hiperatividade e passa a gastar suas reservas. Não é à toa que existe tão complicado sistema de controle e de alarme para garantir o suprimento de energia. É que ela é absolutamente essencial - a ponto de o corpo se autodestruir para evitar sua falta. Proteínas e vitaminas também são importantes, e sua carência, a longo prazo, cria distorções terríveis, como atrofia muscular, cegueira e outros males. Mesmo assim, o organismo corre o risco, apenas porque não pode parar sequer por um momento.
Basta pensar no coração, um músculo fortíssimo, que mantém sob pressão constante algo como 5 litros de sangue. Quando se reflete um pouco, percebe-se quanto movimento existe num organismo, mesmo quando todas as suas partes externas estão imóveis. O pulmão precisa bombear oxigênio e gás carbônico sem cessar; os intestinos e o estômago realizam contrações complexas; o suor é outra óbvia fonte de movimento, pois representa água quente bombeada para fora, através da pele, de modo a manter constante a temperatura. É claro que, se uma pessoa se alimenta mal, todas essas funções ficam potencialmente prejudicadas. Mas tudo se faz para que não cessem, porque isso seria o fim.
O fato de o organismo se agarrar à vida por longo tempo depois de ter sido privado de combustível só pode ser motivo de profunda admiração. Ainda mais quando se pensa que ele é formado por um condomínio de simples células microscópicas, organizadas em número inimaginável - o corpo humano contém 60 trilhões delas. Em conjunto, diz Naomi Hell, elas se tornam a mais formidável e perfeita máquina existente no planeta.

A trilha da energia

Em várias etapas, o corpo humano retira de tudo o que ingere as matérias-primas para a sua existência

Boca
É só pensar em comer e ela se enche de saliva, que dá início à digestão

Estômago
Transforma o alimento num líquido viscoso, fragmentando-o quimicamente para facilitar a absorção pelo intestino

Fígado
Armazena, sob a forma de glicogênio, toda a glicose não utilizada pelas células periféricas da circulação. Isso faz as pessoas não sentirem fome a toda hora.

Célula
Captura a glicose em circulação e, por meio de uma reação com o oxigênio, a transforma em energia.

Cérebro
Agrega os mais potentes sensores que medem continuamente a concentração de glicose no sangue, pois é o órgão que mais a utiliza.

Suco gástrico
Composto de ácidos que quebram as longas cadeias de átomos que compõem os alimentos em pequenas moléculas

Intestinos
Onde se completa a digestão: proteínas são fragmentadas em aminoácidos, carboidratos em glicose e frutose, e a gordura torna-se hidrossolúvel. Tudo isso cai na corrente sangüínea.

Energia na medida certa

Tudo que o corpo humano ingere - seja um pedaço de lasanha, um sanduíche, doces, sorvetes, pipoca ou refrigerantes - é tratado por ele, indistintamente, como alimento. Um organismo plenamente desenvolvido utiliza esse alimento como matéria-prima para regenerar boa parte de suas células e para gerar a energia que o conserva vivo. Em repouso absoluto, ele tem a potência de uma lâmpada: consome 100 watts de energia, o correspondente a 2 100 quilocalorias por dia. Cerca de 20% dessa energia é utilizada pela musculatura esquelética, 5% pelo coração, 19% pelo cérebro, 10% pelos rins e 27% pelo fígado e pelo baço.
Dependendo do tipo de atividade que exerce, o organismo gasta mais ou menos energia, diz a nutricionista paulista Flora Spolidoro. Ela deve saber, pois criou a dieta mais adequada para o aventureiro Amyr Klink realizar suas proezas pelos oceanos. "O corpo de um atleta precisa de muito mais energia que o de uma recepcionista. Um operário de construção tem muito mais chance de ser magro que um executivo."
Quando Klink atravessou o Atlântico a remo, a partir da África até a América do Sul, seu consumo de energia era grande durante as oito horas diárias que re-mava. Mas nas outras 16 horas, ele ficava muito mais parado que qualquer cidadão, pois tinha os movimentos limitados pelo pequeno barco, diz a nutricionista. "A dieta teve que ser balanceada de forma que o gasto energético fosse reposto sem excessos." Flora conta que o essencial era a cota de calorias, e acabou fixada de acordo com o há-bito de Klink: 2 900 por dia, embora 4 000 fosse o número teórico. De resto, ele comeu de tudo, do macarrão ao bife grelhado e leite.

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Tietê o rio e o sonho - Ambiente

TIETÊ O RIO E O SONHO - Ambiente



O maior projeto de despoluição do falecido rio que corta a capital paulista é colocado em prática, com a promessa de que a vida voltará às águas. Mesmo que tudo dê certo, o Tietê na região metropolitana ainda será um rio agonizante.


É uma água nojenta, escura e malcheirosa. Dejetos em estado bruto de uma população de 17 milhões de pessoas escorrem pelos canos das casas, passeiam pelos córregos e são jogados nas águas do Tietê, ao alcance dos olhos e do nariz dessas mesmas pessoas. Todos os dias misturam-se ao rio 800 toneladas de esgoto doméstico, 300 toneladas de esgotos de origem industrial e mais 3 toneladas de material inorgânico, o caldo impregnado de produtos químicos mandado ao ralo pelas indústrias. Quase a metade do líquido que corre nesse leito é sujeira pura. Ao atravessar a região metropolitana de São Paulo, o Rio Tietê abriga uma variedade imensa de porcarias. Tem tudo. Menos vida.
Como alguém que atira o lixo pela janela e cria um monturo em seu próprio quintal - assim a gente que vive em volta do Tietê lida com o rio. Enquanto a sujeira era pouca, ele dava conta de se limpar. A partir da década de 50, as águas não suportaram mais a carga pesada de esgotos e restos industriais de uma cidade que já acumulava mais de 2 milhões de habitantes, e foi decretada a morte do rio por falta de oxigênio. Fazê-lo reviver é o desafio do Projeto Tietê, um gigantesco conjunto de obras a serem executadas em cinco anos, ao custo de 2,6 bilhões de dólares.
Promessa do projeto: "A recuperação do Rio Tietê e o retorno da vida ao rio paulista nos próximos cinco anos são fatos irreversíveis". Apresentado pelo Governo do Estado de São Paulo no ano passado, em meio ao furor ambientalista da Rio 92, ele será exe-cutado em duas fases. Na primeira, até dezembro de 1994, serão construídas:
- duas estações de tratamento de esgotos novinhas em folha, além da conclusão de uma terceira já em obras e a ampliação de uma quarta (serão cinco ao todo);
- 1 500 quilômetros de redes de coleta de esgoto doméstico, para atender 250 000 novas ligações domiciliares (a rede hoje é de 13 500 quilômetros, com 1,5 milhão de ligações);
- 315 quilômetros de coletores-tronco (para levar o esgoto da coleta doméstica até os interceptores);
- 37 quilômetros de interceptores (canos com 2,80 metros de diâmetro ao longo dos rios que levam os esgotos até as estações de tratamento). Todas essas obras serão tocadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O custo de 900 milhões de dólares será dividido entre o governo do Estado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cada um pagando metade da conta.
Enquanto isso, as 1 250 indústrias responsáveis por 90% da poluição industrial farão seu próprio tratamento dos efluentes, livrando o rio da sopa de metais que recebe hoje. Esse trabalho, supervisionado pela Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) começou há dois anos, e já apresenta os primeiros resultados: 424 indústrias já construíram suas próprias estações de tratamento dos efluentes, o que diminuiu a poluição industrial em 25%. Até o final de 1994, estima-se que todas as 1 250, a maio-ria na área de metalurgia, química e alimentação, já tratem seus dejetos inorgânicos.
Na segunda fase do Projeto Tietê, até 1997, a capacidade das estações de tratamento será ampliada. Hoje na Grande São Paulo somente 63% da população é atendida pela rede de esgotos. Da sujeira coletada, só 19% é tratada antes de ganhar o leito do Tietê (isso significa que apenas 13% do volume total de esgotos produzido na região recebe tratamento). As duas estações de tratamento que funcionam hoje, Barueri e Suzano, operam com metade da capacidade, porque foram inauguradas antes que os coletores necessários para levar os esgotos até elas fossem construídos. Daqui a quatro anos, prevê-se que 80% da população terá rede de coleta de esgoto na porta de casa, e a porcentagem de tratamento subirá para 75%.
Será concreto para todo lado. "O projeto vai abrir 150 frentes de trabalho, gerar 100 000 empregos e transformar a cidade num canteiro de obras", diz José Fernando Boucinhas, secretário estadual de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras e coordenador geral do Grupo Executivo da Comissão Especial para o Programa de Despoluição do Rio Tietê. Se o nome é quilométrico, a ambição é maior ainda. A Comissão Especial tem como presidente o governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho - que fez da despoluição do Tietê uma bandeira de governo -, e reúne sete secretarias estaduais. O Grupo Executivo é a união das três empresas estatais responsáveis por água e saneamento básico (Sabesp e Departamento de Águas e Energia Elétrica) e controle ambiental (Cetesb). Cada empresa, na verdade, tinha seu próprio projeto de obras, a serem executadas sabia-se lá quando e com que dinheiro. O Projeto Tietê é exatamente a reunião de todos os projetos na mesma pasta, o que facilita muito na hora de pedir financiamento a bancos internacionais e garante que todos serão tocados ao mesmo tempo.
Por trás da propaganda de despoluição do rio, uma causa nobre e comovente, percebe-se no entanto que to-das as empresas estão fazendo justamente o que deveriam fazer - saneamento básico e controle de poluição. Para isso, precisaram do empurrão de 2 milhões de paulistanos que resolveram não mais tropeçar nos próprios dejetos. É que há dois anos a Rádio Nova Eldorado AM e a Fundação S.O.S. Mata Atlântica criaram o Núcleo União Pró-Tietê, uma campanha divulgada por rádio, jornais e eventos que angariou 2 milhões de assinaturas pedindo a despoluição do rio. "A idéia do Projeto Tietê surgiu do próprio governador Fleury, que sensibilizou-se com os movimentos ambientalistas e aproveitou o momento favorável da Rio 92 para pedir ajuda aos órgãos financiadores internacionais", conta o secretário Jo-sé Fernando Boucinhas.
Se der certo, o Projeto Tietê pode ser o fim de uma novela de mau gosto que já dura quarenta anos, cujo enredo é o saneamento básico da maior cidade brasileira. Quando o Rio Tietê morreu, na década de 50, começaram a surgir remédios milagrosos para ressuscitá-lo, mas nada foi além das palavras vãs. Na década de 50, foi adotado um plano elaborado pela empresa americana Hazen & Sawyer, que previa uma estação de tratamento às margens da represa Billings, na zona sul de São Paulo, e mais três pequenas estações. Nunca saiu do papel. Depois veio o Convênio Hibrace, uma união de três empresas que começaram a colocar em prática outro plano elaborado por uma consultoria americana, chamada Greeley e Hansen. Os americanos erraram feio na previsão do crescimento populacional, calculando que no ano 2000 a cidade de São Paulo teria 5 milhões de habitantes (hoje são quase 10 milhões).
Mesmo assim, chegaram a ser construídas duas estações de tratamento primário dos esgotos, Vila Leopoldina e Pinheiros, que existem até hoje. O projeto genial seguinte apareceu na década de 70, com o nome de Solução Integrada. A idéia era canalizar todo o esgoto para coletores às margens dos rios e jogar a sujeira numa enorme lagoa de estabilização num vale da Serra da Cantareira, que margeia as zonas norte e oeste da cidade. Seria literalmente uma represa podre. Também não saiu do papel. Em seguida veio o Projeto Sanegran, que aproveitava a idéia dos coletores ao longo dos rios, com a diferença de que o esgoto seria levado a três estações de tratamento - Suzano, Barueri e ABC. Chamado de faraônico na época, já que previa uma estação gigantesca como Barueri (que teria capacidade para tratar 60 metros cúbicos por segundo), esse projeto do final dos anos 70 arrastou-se por mais de uma década, amarrado ora por ações populares na Justiça, movida por vereadores paulistanos que eram contra, ora pela falta de verbas.
Enquanto se discutia, a quantidade de esgoto jogada ao rio não parava de crescer. O atual capítulo dessa novela, o Projeto Tietê, é o Sanegran revisado, com cinco estações de tratamento em lugar das três originais, e bem mais modestas - Barueri terá capacidade total de 9,5 m3/s. Se tudo der certo, e a quantidade de esgotos tratados em São Paulo subir de 13% para 75%, essa novela malcheirosa pelo menos terá saído do lugar. Será um progresso notável se o Tietê for livrado de três quartos da carga poluidora que hoje cai sobre ele. Daí a dizer que estará limpo e com vida, porém, é outra história.
A matemática oficial garante que o rio viverá outra vez. Vejamos as contas: são lançados hoje no Tietê 42 metros cúbicos por segundo. Apenas 13% é tratado (cerca de 5 m3/s); sobram quase 37 m3/s de sujeira pura nas águas do rio. Terminada a segunda fase da obra, serão tratados 75%, sobrando no mínimo 10 m3/s jogados no rio em estado bruto. São 200 toneladas diárias de esgoto purinho, plenamente podre, no leito do Tietê. Rubens Monteiro de Abreu, engenheiro da equipe do Projeto, espe-cialista em despoluição, atesta: "Com 70% do esgoto tratado, o rio deve mudar de aspecto. A cor preta dará lugar a um tom avermelhado e o mau cheiro deve sumir, permitindo a navegação na zona metropolitana".
Os modelos matemáticos feitos pelo engenheiro levam à conclusão de que o nível de oxigenação será cerca de 2 miligramas de oxigênio por litro de água, na época das chuvas de verão. No inverno, porém, em condições de estiagem, ele admite que a oxigenação pode cair a zero e o mau cheiro volta, devido à presença dos microorganismos anaeróbios. Peixinhos corajosos e azarados, que por acaso estiverem passeando por São Paulo nessas ocasiões, deverão morrer por falta de oxigênio.
Segundo a matemática não-oficial, os ingênuos peixinhos não correm esse risco, simplesmente porque daqui a cinco anos não vai haver nem peixe nem bicho nenhum nas ainda fétidas águas do Tietê. "Deixar 20% do esgoto doméstico caindo em estado bruto seria como voltar à situação da década de 50", calcula o biólogo Samuel Murgel Branco, ex-diretor de pesquisa da Cetesb, que trabalha com o Tietê des--de 1956. "Nessa época, o rio já estava bem ruim", lembra. "Não havia mais peixe nem oxigênio no trecho que atravessa São Paulo."
Nem mesmo quem pediu a despoluição do rio acredita que ele voltará a viver em cinco anos. "O fato de ainda cair 20% do esgoto doméstico no rio é suficiente para matá-lo", garante Mário Mantovani, presidente da Fundação S.O.S. Mata Atlântica, a entidade que organizou o Núcleo União Pró-Tietê. Então por que não se trata de uma vez todo o esgoto da região metropolitana? "Os 20% de residências que ficarão fora da rede de coleta estão nas áreas periféricas, com dificuldade de interligação às redes", justifica o secretário José Fernando Boucinhas.
Mesmo que o rio continue morto, não significa que o Projeto Tietê deva ser condenado por isso. "É uma providência necessária, mas é apenas uma das partes de um processo maior e mais abrangente", avalia Mário Mantovani. As outras partes do processo são responsabilidade tanto do governo quanto da sociedade. "É preciso que se determine uma lei de uso de solo tanto na capital quanto no interior, para impedir o assoreamento do rio, além de promover educação ambiental para que as pessoas parem de jogar lixo, pneus e móveis lá dentro", diz Mantovani.
O assoreamento do rio - ou o acúmulo de lixo e lodo no fundo - é um capítulo especial na novela do Tietê. A única obra que nunca parou de ser feita foi o desassoreamento, com escavadeiras tirando lama do fundo e fazendo montanhas com ela nas margens, retiradas por caminhões. Eram 200 caminhões por dia, totalizando 25 000 viagens de transporte de lama por mês. O prejuízo ao trânsito das pistas de alta velocidade das marginais era comum, além do espetáculo deprimente dos montes de lodo emporcalhado às margens do rio. Uma das obras complementares do Projeto Tietê, já iniciada, veio pôr fim a esse transtorno. É a DLD, ou dragagem de longa distância, já apelidada de lododuto.
Nesse sistema, escavadeiras hidráulicas, instaladas sobre flutuantes dentro do rio, retiram o lodo e o lixo do fundo do leito, depositando-os sobre batelões. O lixo fica preso em peneiras e depois é transportado por caminhões. No trecho até a barragem da Penha, na zona leste da cidade, a terra e a areia retiradas vão por um tubo de aço de 5 quilômetros de extensão até áreas de deposição na própria zona leste. No outro trecho do rio, da Penha até a zona oeste, próximo à barragem Edgar de Souza, o processo é parecido, só que o lodo retirado do fundo viaja em barcaças até as proximidades do Rio Pinheiros, ao lado do qual passa uma estrada de ferro. O lodo é transportado por um tubo de 1 quilômetro de extensão até tanques de sedimentação, para depois ser transportado por trem até Carapicuíba, a oeste da cidade.
O desassoreamento não tem fim. "É como tirar o pó dos móveis de uma casa", compara o secretário Boucinhas. Devido à impermeabilização do solo na cidade, caem no rio todos os anos 2 milhões de metros cúbicos de terra e outros resíduos, além do lixo que o povo joga sem dó nem piedade. Para Mário Mantovani, esse é um problema gravíssimo. "É absolutamente necessário que se determine uma lei de uso do solo tanto na capital quanto no interior, para impedir o assoreamento do rio", decreta. "É preciso também promover educação ambiental para que o cidadão pare de jogar lixo, pneu, móveis, a sogra dentro do Tietê."
Por enquanto, tudo indica que as dragas vão passar a vida varrendo o fundo do rio. Se não o fizerem, o risco de enchentes aumenta, e a capacidade de autolimpeza do rio, que já é pouca, diminui ainda mais. Pelo menos o novo método, importado da Holanda, libera as margens do Tietê para empregos bem mais agradáveis, como o plantio de árvores e grama, que está sendo executado pelo DAEE. Esse trabalho começou há dois meses, e a diferença é visível - ainda que a graminha arrumadinha faça um contraste absurdo com a água horrorosamente nojenta.

Um banho de doenças

A água do Tietê não é poluída de forma homogênea ao longo do rio. Dependendo do trecho, pode haver concentração maior de metal, de matéria orgânica (que agrega bactérias patogênicas) ou mesmo de venenos. "Você pode escolher do que quer morrer se cair no Tietê", ironiza o biólogo José Luiz Negrão Mucci, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. O perigo de morte, porém, não é grande. A única certeza é que ninguém passa incólume a um mergulho nas águas fétidas. Pelo menos uma dermatite se leva de lembrança.
O perigo mais imediato é o dos pesticidas, trazidos para o leito do rio por chuvas sobre plantações às suas margens. Tais venenos podem matar em questão de minutos. Para sorte dos banhistas acidentais, eles não são quantitativamente tão perigosos na região metropolitana. Já os metais - com exceção do ferro - causam complicações hepáticas, caso a pessoa engula água. E se tiver o azar de ingeri-la num trecho próximo a uma grande descarga de efluente industrial com metais, pode ter distúrbios no sistema nervoso central, como perda de coordenação motora, disfunções cerebrais, e até perda de dentes. A poluição orgânica vinda dos esgotos, por sua vez, é adorada pelos vírus da poliomielite e da hepatite. Agrega também bac-térias causadoras de febre tifóide, salmonelose e disenterias em geral.

Águas turvas em Paris e Londres

Promessas não cumpridas não são privilégio de políticos brasileiros. Em 1990, o prefeito de Paris, Jacques Chirac, afirmou que em dois anos o Rio Sena estaria tão limpo que os citadinos poderiam nele se banhar. Como prova, o próprio Chirac daria boas braçadas, em pleno centro da capital francesa. Hoje, o Sena é considerado como um dos rios mais sujos da Europa Ocidental. Suas estações de tratamento só têm capacidade para reciclar 70% da água dos esgotos e quando há fortes chuvas, como em junho de 92, os poucos peixes que sobrevivem bravamente à poluição ficam sem oxigênio por causa da enxurrada de produtos orgânicos derramada nas margens da região parisiense. "Temos algumas das maiores estações de tratamento de águas do mundo, com uma capacidade total de 2,4 milhões de metros cúbicos por dia", afirma Phillippe Lohest, responsável por Medidas de Qualidade das Águas Superficiais da Agência de Águas Seine Normandie. "O problema é que a capital é muito populosa, precisamos de mais uma estação", completa. Ao que parece, o prefeito de Paris não está nem prestes a vestir seu calção. Segundo a organização ecologista Greenpeace, a poluição bacteriana do Sena é 100 vezes superior ao li-mite tolerável pelos banhistas.
Do outro lado do Canal da Mancha, os londrinos não manifestam a menor intenção de mergulhar no Tâmisa. No entanto, desenvolveram um eficiente sistema para aumentar seu nível de oxigênio - desde 1987, Bubbler, um barco de 50 metros de comprimento, injeta no rio 30 toneladas diárias desse gás, produzidas a partir do ar atmosférico. Após ser separado dos outros gases que compõem o ar por meio de um absorvente químico chamado zeolito, o oxigênio é dissolvido na água. Em seis anos de utilização, 100 espécies de peixes já foram contabilizadas nos 15 quilômetros do Tâmisa que cortam a capital inglesa, antes considerados totalmente sem vida. Entre elas, 200 salmões. O Bubbler custou ao governo inglês 6 milhões de dólares, cerca de 30 vezes menos do que uma nova estação capaz de tratar os esgotos parisienses.

Galeria de palavras vãs

-O ministro das Minas e Energia Shigeaki Ueki prometia "fazer uma pescaria no Tietê até o fim do governo Geisel". Revista Veja, 21/7/76

-O secretário de Obras e Meio Ambiente, Walter Coronado Antunes, garantiu que dentro de doze anos o Tietê estará completamente despoluído e que todos os prazos de conclusão das obras do Sanegran serão antecipados. "Em doze anos teremos três rios limpos - o Tietê, o Tamanduateí e o Pinheiros, sendo que o Tietê estará completamente despoluído." O Estado de S. Paulo, 1/10/81

-As enchentes de São Paulo vão terminar dentro de dois anos. Foi o que prometeu, ontem, o secretário estadual de Saneamento e Energia, João Oswaldo Leiva, durante o fechamento das comportas da barragem móvel do Tietê, que possibilitará a execução de obras para aprofundar em 2,5 metros o leito do rio (...). Jornal da Tarde, 11/5/89

-Das 1 296 toneladas despejadas no rio em 1990, apenas 260 continuariam sendo jogadas no Tietê (a partir de 1995). A cor escura de suas águas -provocada pelo esgoto - cederia lugar a uma tonalidade avermelhada. Os primeiros peixes começariam a aparecer, o mau cheiro desapareceria e o rio poderia ser utilizado como mais um manancial de abastecimento da cidade e também para lazer. O Estado de S. Paulo, 21/10/90

O jogo do limpa e suja

Os vilões que matam o rio são os mesmos que podem salvá-lo: os microorganismos aeróbios, sobretudo as bactérias. "Eles existem em qualquer curso de água, mesmo nos mais limpos", conta o engenheiro Rubens Monteiro de Abreu, espe-cialista em despoluição do Projeto Tietê. Normalmente, os microorganismos aeróbios convivem em harmonia com os peixes e outros organismos vivos. Mas os seres micros-cópicos viram problema se forem superalimentados. "Isso acontece quando milhares de toneladas de esgotos de São Paulo são despejados no Tietê", diz Abreu. Com muita comida à disposição, as bactérias se repro-duzem num ritmo descontro-lado e passam a consumir cada vez mais o oxigênio dissolvido na água. O gás vital começa a faltar, tornan--do impossível a sobrevivência dos peixes e outros animais.
Nos lugares onde a poluição é exagerada, como no Tietê, as bactérias aeróbias tornam-se uma ameaça a si próprias. Sua explosão populacional chega a tal ponto que começa a faltar oxigênio para elas mesmas. Então proliferam os micróbios anaeróbios, que dispensam o oxigênio para viver. São eles que causam o mau cheiro característico dos rios sujos, graças aos subprodutos de sua digestão: os gases metano e sulfídrico, além de ácidos voláteis, todos eles poluentes. Eles escapam da água e vão direto para o nariz dos passantes. É o sinal de que o rio está morto.
A grande ironia de toda essa história é que os próprios microorganismos aeróbios servem para salvar o rio da poluição. Isso ocorre nas estações de tratamento de esgotos (ETEs). Em vez de ser simplesmente jogada ao rio, a enxurrada de dejetos é enviada para essas estações. Antes de mais nada, ela sofre um tratamento primário, para a retirada do lixo inorgânico. Semelhante ao tratamento feito pelas indústrias, essa limpeza inicial se baseia em processos físicos, como filtração ou decantação, que retiram da água os sólidos e metais pesados.
Vem então a parte mais importante: tirar da água os poluentes orgânicos, resultantes principalmente do esgoto doméstico. O líquido é despejado em grandes tanques sobre o lodo ativado (um tipo de lama propositadamente infestada de microorganismos). Como ninguém vai nadar ou pescar nesses tanques, as bactérias não representam perigo. Pelo contrário, é bom mesmo que se multipliquem e façam do esgoto o prato principal de um farto banquete. Para garantir que elas não morram por falta de oxigênio, instalam-se aeradores nos tanques. São equipamentos semelhantes a um enorme liquidificador, que fazem uma espécie de milk-shake com o esgoto, misturando-o com o ar. Em alguns casos, injeta-se também oxigênio puro diretamente na água, por meio de grandes tubulações submersas.
Com oxigênio de sobra, os microorganismos aeróbios multiplicam-se extraordinariamente e devoram com voracidade o lixo orgânico. A cada período de três horas, em média, a massa de bactérias bem alimentadas acaba formando flocos, que vão para o fundo dos tanques de decantação. Enquanto isso, a água de superfície é devolvida ao rio, com menos de 10% da poluição inicial.

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Veja quais são os 9 melhores snipers da história


Veja quais são os 9 melhores snipers da história



Se você estivesse em um campo de batalha, certamente não gostaria de passar nem um pouco perto desses precisos franco-atiradores

Em períodos de guerras, os snipers (ou franco-atiradores) são extremamente necessários e letais para abater inimigos que estão longe do alcance das armas mais comuns. Conhecidos por serem extremamente precisos, eles são caracterizados por poder abater os oponentes com somente um tiro fatal. Longe dos populares jogos de tiro, como Call of Duty e Battlefield, os snipers são muito reais e carregam o peso de decidir se as pessoas vão ou não viver após os seus disparos fatais. Veja aqui uma lista dos nove melhores snipers da história:



1 – Rob Furlong

Fonte da imagem: Reprodução/Edge

Rob Furlong é um canadense ex-sniper, detentor de um dos recordes de tiros mais distantes já registrados: 2.430 metros. Ele matou em combate um homem da Al-Qaeda que estava escondido em um arbusto durante a Operação Anaconda em 2002, no Afeganistão. Atualmente, Furlong é contratado para treinar equipes de franco-atiradores de grandes forças especiais do mundo, como a SWAT.



2 – Craig Harisson

Fonte da imagem: Reprodução/Mirror UK

Esse franco-atirador britânico abateu dois talibãs que estavam há mais de 2.476 metros de distância dele. Os disparos foram feitos tão longe que os alvos nem sequer ouviram o barulho da arma. Harrison utilizou o rifle Accuary Internacional L115A3 para realizar os ataques, tornando-se um dos snipers mais precisos do mundo. Atualmente, Craig continua em missões especiais pela Inglaterra.



3 – Chuck Mawhinney

Fonte da imagem: Reprodução/Ah Duvido!

Mawhinney foi um sniper americano que serviu o país durante a Guerra do Vietnã. Seus feitos foram conhecidos graças a um amigo que escreveu suas ações durante o período dos conflitos. Em 16 meses no Vietnã, Chuck abateu 103 pessoas (que foram confirmadas). Quando os dados de outras missões são levados em consideração, o número sobe para 213.

Posteriormente, já em solo americano, ele foi questionado sobre suas ações em terras vietnamitas. Mawhinney simplesmente respondeu: "Eu não fiz nada de especial, fiz apenas o que fui treinado para fazer".



4 – Vasily Zaytsev

Fonte da imagem: Reprodução/Ah Duvido!

Esse soldado russo ficou conhecido como um dos melhores snipers da Batalha de Stalingrado, durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo os dados russos, Zaytsev abateu um total de 242 soldados alemães durante o conflito – no fim da guerra, o número de mortos pelas suas mãos subiu para 468. Desde pequeno, Zaytsev foi acostumado com armas, já que era neto de caçadores e aprendeu a atirar ainda criança.


5 – Lyudmila Pavlichenko

Fonte da imagem: Reprodução/Mr. Domingo

Pavlichenko se tornou a melhor mulher franco-atiradora da história mundial. Ela nasceu na Ucrânia e durante a Segunda Guerra Mundial se alistou para ser sniper do batalhão. O responsável pelo alistamento riu, dizendo para Lyudmila ser enfermeira. Entretanto, ela insistiu e foi aceita.

Pavlichenko lutou por dois meses na região de Odessa, abatendo mais de 187 pessoas. A ucraniana também matou 36 snipers inimigos. Depois de ser ferida em combate já no fim da guerra, Lyudmila continuou seus estudos de história e seguiu a carreira acadêmica.



6 – Francis Pegahmagabow

Fonte da imagem: Reprodução/Ah Duvido!

Pegahmagabow foi provavelmente um dos snipers mais eficazes da Primeira Guerra Mundial. Os registros de guerra contabilizam mais de 378 mortes de alemães em seu nome, também capturando centenas de prisioneiros. Apesar de ter sido ferido duas vezes em batalha, ele voltou às trincheiras depois do tempo de recuperação, sem querer ser redirecionado para outras funções.



7 – Adelbert Waldron

Fonte da imagem: Reprodução/Ah Duvido!

Waldron é um dos franco-atiradores mais lembrados pelos americanos quando se fala na Guerra do Vietnã – responsável por 109 mortes confirmadas no país. Ele foi citado pelo coronel Michael Lee Lanning por salvar os seus companheiros de um barco que navegava pelo Rio Mekong, quando um vietcong atacou os soldados. Enquanto muitos se esconderam ou tentaram encontrar o homem camuflado, Waldron pegou seu rifle e matou o oponente com um único disparo.


8 – Carlos Hathcock

Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia

Hathcock entrou no exército dos Estados Unidos aos 17 anos, também sendo conhecido pelo apelido White Feather (Pena Branca) graças à pena que usava no chapéu. Ele lutou na Guerra do Vietnã e lá abateu mais de 93 vietcongs (mortes confirmadas), porém o número pode ser muito maior. Hathcock foi voluntário de muitas missões e seus superiores frequentemente tinham que obrigá-lo a descansar. Graças ao seu alto comprometimento com o exército, o sniper foi homenageado com um rifle que foi rebatizado com o nome de White Feather.



9 – Simo Hayha

Fonte da imagem: Reprodução/Info Escola

Simo Hayha é um dos snipers mais famosos do mundo. Esse finlandês nasceu em 1905 e foi apelidado de "Morte Branca" (ou Valkoinen Kuolema, em finlandês), alcançando o número impressionante de 505 mortes (que foram registradas) durante a Guerra Soviético-Finlandesa. Hayha nasceu em uma fazenda na fronteira da Finlândia com a Rússia e se alistou no exército em 1925, quando os dois países entraram em conflito.

Hayha matava seus inimigos utilizando um traje inteiramente branco e se camuflando na neve, tudo com uma temperatura que variava entre -20 °C e -40 °C. Os russos temiam tanto Hayha que verdadeiras investidas em território finlandês foram realizadas para encontrar o tal homem, que se escondia facilmente na paisagem conhecida. Entretanto, ele foi gravemente ferido na mandíbula em batalha e foi resgatado por seus companheiros, porém parte do seu rosto se deformou permanentemente. Hayha faleceu em 2002.

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sábado, 30 de novembro de 2013

Por que nós usamos anéis de casamento?


Por que nós usamos anéis de casamento?



Descubra a origem e o simbolismo de uma das tradições mais difundidas na cultura ocidental

Você já parou para se perguntar por que nós usamos anéis de casamento? Ou melhor, por que eles são usados no quarto dedo da mão esquerda?


Não se sabe ao certo quando essa tradição tão difundida na cultura ocidental começou. Alguns acreditam que os registros mais antigos da troca de alianças venham do Egito e tenham ocorrido há cerca de 4800 anos. Naquela época, diferentes tipos de junco – que cresciam junto com o conhecido papiro – eram torcidos e trançados para formar anéis e outros tipos de ornamentos usados pelas mulheres.

O círculo sempre foi o símbolo da eternidade, um elemento sem começo nem fim, valorizado pelos egípcios e por outras culturas. O espaço no centro do anel também tinha um significado e representava uma passagem para o conhecido e o desconhecido. Presentear uma mulher com um anel era uma prova de amor eterno e imortal.

Pouco tempo depois, a matéria-prima dos anéis foi substituída por materiais que ofereciam maior durabilidade, como couro, ossos e mármore. Quanto mais caro o anel, maior era o amor de quem oferecia a peça. O valor do artefato também representava a riqueza de quem presenteava.

Outras tradições
Em algum momento, a tradição de trocar anéis também chegou até os romanos. Mas havia uma pequena diferença – para eles, o anel não era um símbolo de amor, mas sim, de posse. As alianças de compromisso dos romanos eram feitas de ferro, simbolizavam força e permanência e eram chamadas de Anulus Pronubus. Acredita-se também que os romanos tenham sido os primeiros a gravar os anéis.



Mas foi somente a partir do ano de 860 que os cristãos passaram a utilizar os anéis nas cerimônias de casamento. Era comum que fossem peças rebuscadas, entalhadas com pombas, liras ou duas mãos ligadas. A Igreja Católica considerava esse tipo de anel como um item pagão, então por volta do século 13 as joias utilizadas para pedir em casamento e consolidar a união foram simplificadas e ganharam um ar mais espiritual.

Um anel, vários dedos
Os anéis de casamentos passaram por diferentes estágios ao longo da história e já foram usados em diferentes dedos, incluindo o dedão, em ambas as mãos. Mas existem algumas explicações que podem nos ajudar a entender porque hoje ele é mais comumente carregado no quarto dedo da mão esquerda.

De acordo com a tradição que vem dos romanos, o anel de casamento deveria ser usado no dedo anelar da mão esquerda porque ali passa uma veia que liga direto ao coração e era chamada por eles de Vena Amoris, ou “veia do amor”. Tempos depois, os cientistas descobriram que essa informação é falsa, mas essa continua sendo a explicação favorita dos românticos inveterados.



Uma outra teoria proveniente do cristianismo parece oferecer uma justificativa mais plausível para o fato do anel de casamento ter ido parar no quarto dedo da mão esquerda. A história conta que durante a cerimônia dos primeiros casamentos cristãos, o padre celebrava a união dizendo “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” enquanto tocava o dedão, o indicador e o dedo médio com o anel, respectivamente. E ao dizer “Amém”, o clérigo colocava o anel no quarto dedo para selar o matrimônio.

A última explicação é mais prática e se baseia na ideia de que o ouro, que é o metal tradicionalmente utilizado para confeccionar alianças de casamento, sofre menos desgaste na mão esquerda, já que grande parte das pessoas é destra. Além disso, tudo indica que o quarto dedo foi o escolhido justamente por ser um dos dedos menos utilizados. O dedinho, por sua vez, resultaria em um anel pequeno demais para ser gravado e decorado, então elegeu-se o próximo dedo menos usado e que tem um tamanho semelhante aos outros para carregar o anel.

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sábado, 30 de novembro de 2013

A vida na Terra Velha - Astronomia


A VIDA NA TERRA VELHA - Astronomia



Como seria a espécie humana se surgisse num futuro remoto, quando o planeta já tiver 9 bilhões de anos? Uma especulação mostra que ela seria tão diferente quanto o próprio mundo.



A maneira como vemos o Universo depende da época em que o olhamos, pois evolui e se transforma, juntamente com as estrelas e a própria Terra. Para saber como será no futuro, é preciso relembrar algumas das muitas mudanças pelas quais passou o sistema solar em sua história. Há 5 bilhões de anos ele ainda não existia. Nuvens revoltas de gás e poeira, ejetadas durante antigas explosões estelares, colidiam entre si no local onde o Sol e os planetas um dia surgiriam, e nenhuma pista indicava as profundas mudanças por vir. Então, há cerca de 4,7 bilhões de anos as nuvens de gás e poeira se reuniram e a gravidade da massa resultante fez com que ela implodisse sobre si mesma. Assim, os corpos do sistema solar começaram a se formar 4,6 bilhões de anos atrás. O Sol surgiu no centro da nuvem, sua parte mais densa e espessa.
Os resíduos restantes formaram quatro planetas internos, de estrutura sólida (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte); quatro grandes planetas externos, de estrutura gasosa (Júpiter, Saturno Urano e Netuno); os satélites desses planetas e diversos corpos menores, compostos de rocha e gelo, que hoje chamamos cometas e asteróides. É provável que o último planeta, Plutão, ainda não estivesse em sua órbita atual, para onde veio mais tarde, após colidir com outro planeta anão, feito de gelo. A formação da Terra levou menos de 50 milhões de anos, e nos 700 milhões de anos seguintes ela sofreu pesado bombardeio de corpos espaciais.
Assim, sua massa cresceu e recebeu água e ma-teriais orgânicos, a partir dos quais a vida pode ter se iniciado. Além disso, a colisão com um corpo da estatura de Marte arrancou material da crosta e do manto terrestre, criando a Lua. Por força dos choques, o ar original foi lançado ao espaço (outros gases, como o hidrogênio, escaparam simplesmente por serem muito leves). Mais tarde, os vulcões ejetaram grande volume de gás carbônico, ou CO2, que constituiu a base de uma segunda atmosfera. Esta se assemelhava à que ainda existe em Vênus, bem mais densa que a atual atmosfera terrestre. Parte do CO2 foi absorvido pelos oceanos e pelas rochas, para formar carbonatos.
Há 2 bilhões de anos, plantas primitivas começaram a decompor aquele gás em carbono e oxigênio, de modo que em quase 1 bilhão de anos estava pronta a receita de oxigênio-ni-trogênio, ainda vigente. Logo em seguida os seres unicelulares passaram a formar organismos multicelulares. Os órgãos especializados dos novos seres começaram a surgir há 600 milhões de anos e 400 milhões de anos depois, ainda durante a ascensão dos dinossauros, vieram os mamíferos. Um dos primeiros membros da linhagem humana a ficar de pé foi o Australopithecus afarensis - um fóssil de nome Lucy, de 4 milhões de anos atrás, é um de seus representantes mais antigos.

oram hominídeos como esse que evoluí-ram para o Homo erectus, há 2 milhões de anos, e os primeiros membros da espécie humana apareceram apenas 250 mil anos atrás. Nosso moderno ancestral, o Homo sapiens sa-piens, surgiu há 35 000 anos. É quase certo que a evolução de cérebros complexos em outros animais tornou inevitável o aparecimento de cria-turas conscientes de si mesmas, como o homem. Mas não era de forma alguma inevitável que as coisas acontecessem como aconteceram. A Terra, por exemplo, poderia não ter se resfriado o bastan-te para formar uma superfície sólida em apenas 700 milhões de anos. Composta inicialmente por rochas derretidas, até hoje ela tem a maior parte de seu cerne nesse estado, devido à forte pressão de fora para dentro e ao calor liberado por elementos radioativos.
A camada externa, ou crosta, perdeu calor para o espaço e resfriou-se até criar uma "casca" flexível, semi-sólida. Mas, se a proporção de elementos radioativos fosse maior, a superfície poderia ter demorado muito mais tempo para se estabilizar e solidificar. Outro ponto é a transformação da atmosfera inicial, que continha gás carbônico e passou a conter oxigênio e nitrogênio. Para isso, foi preciso remover gás carbônico em certa quantidade, mas também manter o oxigênio em estado livre, isto é, impedido de reagir com substâncias da superfície. Em outras palavras, foi preciso que essas substâncias já estivessem saturadas com a maior quantidade de oxigênio permitida pelas ligações químicas.

Isso não é simples, pois o oxigênio é extremamente reativo. Ainda que não haja combustão, ele se combina com diversos compostos, como o monóxido de carbono encontrado no ar e nos minerais de ferro. Até que todos esses compostos se saturassem, não houve oxigênio livre em quantidade suficiente para os animais respirarem. E bastariam pequenas mudanças na química ou no clima da Terra para atrasar a formação de uma atmosfera estável de nitrogênio e oxigênio por centenas de milhões de anos ou mais. Da mesma forma, alguns astrônomos conjecturam que a atmosfera original de gás carbônico poderia ter sido muito mais densa do que foi. Afinal, a atual atmosfera de Vênus é 95 vezes mais densa que a nossa e contém, basicamente, gás carbônico.
Esse hipotético excesso de gás carbônico pode ter sido expulso da Terra após uma colisão que alguns astrônomos imaginam ter dado origem à Lua. Sem isso, a atmosfera inicial acumularia calor solar até o gás carbônico ser absorvido pelas rochas e pela água dos oceanos. Mas, num passo lento, que atrasaria em 1 bilhão de anos a mudança para oxigênio e nitrogênio. Além disso, se vivessem sob um ar de gás carbônico, as plantas gerariam pouco oxigênio, que seria tóxico para elas como é para certas bactérias modernas. Assim, o advento do oxigênio teria de esperar a evolução de plantas diferentes das que conhecemos.
A história da Terra também poderia ser alterada por choques com cometas e asteróides. Muitos seres vivos seriam levados à extinção. As alterações viriam no caso de extinções em períodos críticos - durante o aparecimento dos primeiros organismos multicelulares, por exemplo, ou quando os órgãos internos dos animais começassem a se formar. Enfim, a própria linhagem dos primatas que levou ao homem poderia ter sucumbido. Então, o ciclo evolutivo teria de se repetir inúmeras vezes antes que aparecessem seres autoconscientes na Terra. Mesmo depois disso, tais seres poderiam acabar varridos do mapa por uma colisão cósmica mais recente. Em resumo, é plausível que o homem surgisse 9 bilhões de anos após o nascimento da Terra, em lugar dos 4,5 bilhões de fato. É pouco provável que esses "humanos" se parecessem conosco (pois o processo evolucionário que nos criou é único), e também a Terra teria um aspecto muito diferente do que tem.

A forma dos continentes e oceanos, por exemplo, seria irreconhecível, já que a crosta da Terra é móvel. Ela é composta por placas continentais graníticas, que se assemelham a um conjunto de icebergs muito próximos entre si. Em lugar de água, eles flutuam sobre o manto basáltico da Terra, uma espessa camada de rocha derretida, ou magma, existente logo abaixo da crosta. Átomos radioativos do manto geram parte do calor que mantém as rochas derretidas e numa espécie de ebulição, em ascensão para a superfície. O magma brota à superficie especialmente sob os oceanos e força a pas-sagem entre duas placas, afastando-as.
Algumas vezes, o material ascendente agrega-se às placas, dobra sua espessura e faz com que grandes massas se ergam para o céu na forma de montanhas. Em contrapartida, em outras regiões, parte das placas se desfaz e mergulha de volta ao abismo magmático. Como esses fenômenos estão ativos, a forma externa do planeta será totalmente diferente da atual, daqui a 4,5 bilhões de anos. O Mar Mediterrâneo, por exemplo, deve desaparecer, o Atlântico deverá se tornar tão largo quan-to o Pacífico, e este, provavelmente, ficará mais estreito. As Ilhas do Pacífico, estendendo-se do Japão à Austrália, podem acabar conectadas num só bloco, e novas ilhas surgirão sobre pontos quentes das placas. A emergência de ilhas sobre pontos quentes ocorre hoje no Ar-quipélago do Havaí.

Os Andes e o Himalaia vão prosseguir na tendência de elevação, mas devem acabar sucumbindo à força do próprio peso. Outra mudança drástica: os dias vão se tornar mais longos, com a duração de 48 horas.Também a Lua estará uma vez e meia mais distante e, por isso, parecerá menor. Esses dois fenômenos estão ligados por meio das marés, pois é o atrito da água sobre a crosta da Terra que reduz sua velocidade de rotação e faz com que os dias se tornem 0,002 segundos mais longos a cada século. Por outro lado, a energia que se perde na rotação da Terra é compensada por um aumento na velocidade com que a Lua percorre sua órbita. O resultado é que o satélite terrestre passa a girar numa rota cada vez mais distante: a taxa atual é de 4 centímetros por ano.
As mudanças no céu serão enormes. Muitas das estrelas que vemos hoje chegarão ao fim de seu ciclo na forma de grandes explosões cha-madas supernovas ou nebulosas planetárias. A lista de desaparecidos inclui diversos astros bem conhecidos, a começar por Sirius, a mais reluzente estrela do céu hodierno. Entre as outras estão Vega, Capela Rigel, Betelgeuse, Antares, Régulo e Deneb. Os astrônomos do futuro também vão notar que as galáxias estão se afastando de nós devido à expansão do Universo, como descobriu em 1929 o astrônomo america--no Edwin Hubble.

Ele fez medidas aproximadas e ainda hoje se conhece a velocidade de expansão apenas dentro de certos limites. Por exemplo, uma galáxia a um milhão de anos-luz se afasta a uma taxa entre 15 e 30 quilômetros por segundo (essa taxa é conhecida como constante de Hubble). Se a galáxia estiver duas vezes mais longe, terá o dobro da velocidade e assim por diante. Muitos crêem que a constante de Hubble vale cerca de 23 quilômetros por segundo. Seja como for, os astrônomos do futuro encontrarão uma taxa bem menor, já que a expansão cósmica está se desacelerando com o tempo. Ela pode ser comparada a uma pessoa que salta, na Terra: essa pessoa sobe um pouco, pára por um instante infinitesimal e começa a cair sob a força da gravidade.
Da mesma forma, a gravidade de uma galáxia qualquer sempre puxa de volta aquelas que se afastam, e a atração de todas as galáxias desacelera a expansão. Para saber se esta um dia será interrompida por completo, é preciso antes descobrir que quantidade de matéria existe no Universo. Até agora detectou-se apenas entre 5% e 10% da matéria necessária, mas acredita-se que a maior parte dela não se pode observar diretamente. É o que se chama matéria escura, pois não emite luz nem outros tipos de radiação. A despeito de muito esforço, ninguém sabe até agora se o Universo se expandirá para sempre. Mas, mesmo que ele volte a encolher, isso não ocorrerá nos próximos 4,5 bilhões de anos.
Em vez disso, o futuro Hubble medirá uma taxa de expansão de aproximadamente metade ou um terço do presente valor. O Cosmo será bem maior, mas crescerá muito mais lentamente. Por outros motivos, o Sol também mudará. Sua superfície ainda terá a mesma temperatura e o mesmo tom amarelado de hoje, mas vai se tornar 60% maior e brilhar com o dobro da intensidade. O tempo terá consumido em parte o suprimento de combustível nuclear do Sol. Este é uma bola gasosa contendo 2 000 trilhões de trilhões de toneladas de matéria (2 x 1030 quilos). O gás consiste basicamente em hidrogênio e hélio, com resíduos de outros elementos.
Para cada milhão de átomos de hidrogênio, existe cerca de 85 000 átomos de hélio e quase 1 000 átomos, apenas, de outros elementos. A pressão de toda essa massa sobre o núcleo solar é alta o bastante para forçar a "queima", ou a fusão dos hidrogênios entre si. Ao mesmo tempo, liberta-se a energia que impede o colapso do Sol e o faz brilhar. A fusão transforma hidrogênio em hélio desde o nascimento do astro-rei e já consumiu quase metade do combustível disponível em seu núcleo. Nos próximos 4,5 bilhões de anos, serão usados mais 80% ou 90% do que resta. Assim, embora haja dúvida sobre esses números, os humanos do futuro deverão encarar um Sol quase esgotado.

O fim do combustível reduzirá a temperatura e a pressão do gás. Isso fará com que o Sol desabe sobre si mesmo, no primeiro passo de um complicado processo evolutivo. Antes de tudo, o colapso deve elevar novamente a potência interna, mas daí para a frente a fusão terá que ser feita em torno do núcleo. As camadas externas vão inflar e a superfície solar chegará até a atual órbita de Vênus. Em seguida, quando o hidrogênio extra acabar, a contração terá de ser contida pela queima simultânea de hélio central (gerando grandes quantidades de carbono) e de hidrogênio em camadas mais externas. Então, a descarga correspondente de energia levará a superfície solar para a órbita de Júpiter. A Terra estará dentro do Sol, e sua temperatura, cerca de 6,5 bilhões de anos no futuro, deve alcançar os 30 000 graus centígrados. Qualquer coisa orgânica será convertida em torrada. Claro que os habitantes do planeta serão forçados a deixá-lo bem antes disso, em busca de uma estrela mais jovem e mais estável. Os humanos atuais talvez deixem a Terra em busca de ganhos econômicos. Mas os humanos de nossa especulação terão de fugir para salvar a vida. O Sol ancião, assim, daria à humanidade uma perspectiva e uma meta - a sobrevivência.

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sábado, 30 de novembro de 2013

O mundo sem petróleo - Energia


O MUNDO SEM PETRÓLEO - Energia



Encontrá-lo está cada vez mais difícil; extraí-lo do fundo da terra ou do mar, caro e trabalhoso. Chegou a hora de pensar seriamente em substitutos, pois as reservas duram no máximo 70 anos.



No final da década de 50, quando os geólogos apresentaram a revolucionária teoria das placas tectônicas, já havia sido encontrada a metade de todo o petróleo existente na Terra que o homem poderá utilizar. Foi fácil descobri-lo. Hoje em dia, no entanto, a sua exploração concentra-se em depósitos localizados em pontos menos evidentes, e encontrá-los requer um esforço cada vez maior. A nova teoria, que apresenta a camada externa da Terra com uma espessura entre 50 e 150 quilômetros, dividida em placas que se movimentam vagarosa, mas incessantemente, acabou se tornando um providencial facilitador desse trabalho. A compreensão das condições geológicas torna mais fácil descobrir onde o petróleo se encontra; e, mais importante, ajuda também a saber onde ele não se encontra. Dessa forma, os geólogos especializados nessas pesquisas podem fazer estimativas mais confiáveis do total das reservas com as quais o homem poderá contar, no futuro. O resultado não é o anúncio de uma catástrofe iminente, mas um claro aviso de que chegou a hora de começar o planejamento de um mundo sem petróleo - na melhor das hipóteses, as reservas resistem até meados do próximo século.
Não foi à toa que o petróleo se tornou motivo de guerras e revoluções, fonte de riquezas e de degradação ambiental. Desbancando o carvão, ele logo se tornou o principal combustível que mantém em movimento a sociedade industrial moderna, com suas fábricas, cidades feericamente iluminadas, e cada vez maiores frotas de navios, aviões e automóveis correndo de um lado para outro. Descrito sumariamente, ele é uma substância, quase sempre em estado líquido, constituída de cadeias de átomos de carbono e hidrogênio. Forma-se na natureza por meio da separação de moléculas orgânicas comuns, citadas na maioria dos rótulos de alimentos que compramos no supermercado: ácidos graxos, carboidratos, açúcares, proteínas. Qualquer forma de vida pode fornecer estes ingredientes para a sua formação, mas o fitoplâncton - planta unicelular aquática - é de longe a fonte mais abundante.
Para que o petróleo se forme, é necessário que o fitoplâncton fique enterrado sob espessas camadas de rocha, com muito calor. As moléculas de ácidos graxos e de substâncias semelhantes são robustas, e podem permanecer inalteradas na rocha por milhões de anos. O calor do planeta, contudo, consegue acelerar seus átomos e romper suas ligações químicas, permitindo a transformação. A temperatura da camada externa da crosta terrestre aumenta cerca de 1 grau a cada 30 metros de profundidade. A cerca de 3 000 metros ela já é suficientemente alta para dar início à transformação das substâncias químicas orgânicas originárias do fitoplâncton. Não muito mais abaixo, contudo, a temperatura atinge níveis tão altos que as próprias moléculas do petróleo começam a se separar.
Para encontrar as reservas, entretanto, não basta procurar em locais onde sedimentos ricos em matéria orgânica jazem a cerca de 3 000 metros de profundidade. Em sua fase inicial de formação, o petróleo constitui-se de gotículas dispersas cuja exploração é inviável. Ele só será aproveitável quando essas gotículas se juntarem em enormes volumes. À medida que a pressão aumenta, o óleo é "espremido" para fora da formação rochosa. Como naquelas profundidades não existem grande buracos ou túneis através dos quais possam se movimentar, as gotículas escoam por uma rede de poros e fissuras microscópicas. Quanto maiores as aberturas, mais facilmente o petróleo viaja, mas o ritmo do movimento é sempre arrastadamente vagaroso, e pode ser medido em poucos centímetros ao ano.
Como ele é mais leve do que a rocha e a água que ali existem, consegue elevar-se airosamente à superfície, ou movimentar-se lateralmente em direção aos pontos de menor pressão, até ficar preso sob uma camada de rocha impenetrável. Se a camada abaixo dessa "tampa" for extremamente porosa, pode funcionar como uma esponja e encharcar-se de petróleo. Somente quando chega a uma estrutura geológica desse tipo ele se torna um recurso útil para os interesses humanos. Rochas subterrâneas em muitas configurações diferentes podem armazenar petróleo; mas quase tudo que se conseguiu explorar, até hoje, estava em formações curvas ou em forma de cúpula, chamadas anticlíneos, no jargão geológico.
Gerações de geólogos dedicados à pesquisa de reservas petrolíferas utilizaram mapeamentos geológicos de superfície e sondagens sísmicas para procurar esses anticlíneos. E aí o conhecimento da teoria das placas tectônicas foi providencial: elas explicam como esses anticlíneos estão distribuídos. As placas terrestres movimentam-se na mesma rapidez em que crescem as unhas dos nossos dedos, mas seus efeitos são suficientemente poderosos para provocar grandes terremotos e dar origem a vulcões e cordilheiras. As cúpulas e anticlíneos costumam ocorrer nos pontos em que as forças tectônicas espremem a crosta terrestre, em regiões onde tenha acontecido uma colisão de continentes ou onde a crosta oceânica esteja se movimentando em direção ao continente, ou ainda onde os continentes estejam se esticando em direções contrárias. Quando as camadas horizontais de rocha são puxadas ao longo de uma falha diagonal, algumas delas podem perder o apoio e desabar, tomando a forma de um arco.
A maioria dos depósitos está associada às áreas para onde convergem as placas. As enormes reservas do Oriente Médio encontram-se perto da zona de colisão entre as placas árabe e eurasiana. O petróleo ao norte da Cordilheira Brooks, no Alasca, e a leste dos Montes Urais, na Rússia, resulta da convergência de placas da crosta terrestre. Conhecer a teoria das placas tectônicas permite prever que podemos descobrir novos depósitos nos contrafortes da Cordilheira dos Andes na América do Sul, do lado continental, e nas bacias interiores da China.
A maior parte do petróleo restante se encontra nas áreas em que as placas se fenderam e se afastaram umas das outras. Os campos petrolíferos ao longo das costas brasileira e nigeriana do Oceano Atlântico, entre a Bretanha e a Noruega no Mar do Norte, ou ao largo da costa da Líbia no Mediterrâneo, são todos resultado de fendas continentais. Anticlíneos e outros ambientes favoráveis à formação de petróleo também podem se formar em regiões em que as placas deslizam umas por cima das outras, como ocorre na Falha de San Andreas, na Califórnia, mas essas ocorrências são raras.
A última descoberta de grandes depósitos de petróleo com certeza ainda não se realizou. Mas também é certo que o consumimos muito mais depressa do que ele consegue se formar e se acumular. Nosso suprimento se formou em unidades de tempo geológico - milênios, eras, éons - mas está sendo consumido em unidades de tempo humano - séculos, décadas, anos. Desde que as economias ocidentais começaram a depender sobretudo dele para a produção de energia e transporte, a humanidade passou a indagar quanto petróleo ainda existe. O futuro da civilização depende da resposta.
Mesmo com o auxílio da teoria das placas tectônicas, é impossível fazer esse cálculo com precisão. Há três componentes no suprimento mundial que precisam ser considerados. O primeiro é a produção - o petróleo que foi e está sendo extraído. O segundo são as reservas - o petróleo que está disponível e pode ser eficientemente extraído. O terceiro são as reservas ainda por descobrir, geralmente chamadas "recursos potenciais". A estimativa das reservas mundiais conhecidas mal atinge a marca de 1 trilhão de barris. Até 1990, foram produzidos e consumidos 650 bilhões de barris; sabemos da existência de outros 950 bilhões em campos já descobertos, porém não explorados; supõe-se que outros 500 bilhões estejam à espera de serem descobertos.
Assim, o total do que já foi consumido, do que sabemos existir e da melhor estimativa para o que ainda está por ser encontrado mal atinge a casa dos 2 trilhões de barris de produto aproveitável. Esses números não são tão grandes quanto parecem. Os campos que estamos descobrindo são cada vez menores e o trabalho de perfuração necessário para sua exploração fica cada vez mais árduo e caro. Desde a década de 60, os Estados Unidos consomem mais petróleo do que produzem; esse déficit cresceu nos últimos trinta anos, a despeito de níveis de perfuração jamais atingidos. No final da década de 80, o país já importava mais do que produzia.
À taxa atual de consumo mundial de 20 bilhões de barris por ano, teríamos setenta anos de petróleo abundante. É provável que o consumo aumente à medida que os países em desenvolvimento atinjam padrões de vida mais altos. É difícil prever o que acontecerá, em termos sociais, políticos e econômicos, quando nos aproximarmos da última gota do produto - mas não é difícil imaginar, para quem conhece o passado de turbulências, guerras e conflitos que sempre envolveu sua posse e sua exploração. Precisamos aproveitar as reservas existentes para um prudente e meticuloso planejamento do futuro - um futuro sem petróleo.

Mil e uma utilidades

Petróleo existe na Terra nos estados sólido, líquido e gasoso - mas só o líquido tem merecido o direito ao uso do nome e o reconhecimento como grande benfeitor da humanidade (embora o gás já esteja ameaçando tomar-lhe a dianteira). Era conhecido e usado pelos povos mais antigos, sobretudo na forma de betume, que servia para muitas coisas, entre as quais construir estradas e calafetar embarcações. Ganhou importância no mundo moderno quando substituiu o óleo de baleia na iluminação pública das cidades eu-ropéias. Até então, aproveitava-se o petróleo que aflorava espontaneamente à flor da terra; o primeiro poço perfurado para extraí-lo foi obra do americano Edwin L. Drake, em Titusville, Pensilvânia, nos Estados Unidos, em 1859. Logo ele estava sendo extraído em toda parte - e a invenção do automóvel elevou-o à condição de mais importante fonte de energia da sociedade moderna.
Mas o petróleo serve para muito mais coisas do que simplesmen-te produzir gasolina. Refinado, ele se transforma também em querosene, óleo diesel, óleo lubrificante, solventes, tintas, asfalto, plásticos, borracha sintética, fibras, produtos de limpeza, gelatinas, remédios, explosivos e fertilizantes. Ao longo da História, pro-du--ziu também incontáveis guerras, invasões, disputas territoriais, golpes de Estado, revoluções, cismas políticos. O Oriente Médio, os Estados Unidos e os territórios da antiga União So-viética são os maiores produ-tores - e os dois últimos igualmente os maiores con-sumidores.

Parentes próximos, mas inaproveitáveis

Além do petróleo convencional, disponível em campos que podem ser explorados pela simples perfuração de poços, há outros tipos que dependem de estudos, pesquisas e desenvolvimento tecnológico para serem utilizados. Por exemplo, o petróleo extrapesado do cinturão do Orinoco, na Venezuela, as areias de alcatrão de Athabasca, no oeste do Canadá, e os reservatórios de petróleo gelado e viscoso do Declive Norte do Alasca. O óleo da argila xistosa também é um recurso potencial, embora ainda não possa ser considerado verdadeiro petróleo - é uma rocha sedimentária rica em substâncias orgânicas que ainda não "ficou no forno" o tempo suficiente para chegar ao ponto. Podemos aquecê-la num forno de verdade e acelerar o processo, mas custaria quase três vezes mais do que a exploração de poços comuns. Uma coisa é certa: esses recursos não convencionais poderão se tornar importantes, no futuro, mas continuam cercados por incertezas econômicas e científicas. O mais certo é acreditar que eles jamais chegarão a ser aproveitados em larga escala.

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sábado, 30 de novembro de 2013

Um mito culinário no país das delícias - Camembert - História


UM MITO CULINÁRIO NO PAÍS DAS DELÍCIAS - Camembert - História



Nascido na Normandia, dizem que durante a Revolução de 1789, em apenas duzentos anos esse queijo se tornou a grande paixão do francês.



Trezentos e vinte. Quase um para cada dia do ano. É este o número de tipos de queijo produzidos num território equivalente ao Estado da Bahia. Tantos, que certa vez, numa conversa com o primeiro-ministro inglês Winston Churchill, o líder francês Charles de Gaulle lançou mão dessa diversidade para ilustrar ao colega inglês como era tão difícil governar seu país. Indiscutivelmente, a França é o país do queijo. Um bom queijo pode substituir o doce ou mesmo a refeição inteira. Ser substituído, jamais. Em meio a tamanha variedade, no entanto, um queijo reina absoluto. Ele é o mais conhecido, o mais apreciado, o mais vendido de todos. E embora outros países cometam a heresia de produzi-lo, nada poderá abalar esse mito culinário. Mais do que o país do queijo, a França é e sempre será o país do camembert.
Os números confirmam a fama. Atualmente, na França, são produzidas por ano cerca de 400 milhões de unidades do queijo, embora apenas 40 milhões saiam das fôrmas de camponeses que ainda seguem os procedimentos tradicionais. O resto vem de poderosas indústrias de laticínios, contrariando um antigo provérbio que dizia que nenhum camembert pode ser igual a outro.
Ao contrário do que se imagina, o mito camembert não se deve apenas ao labor francês, mas a um americano que, numa tarde de 1926, bateu à porta de Auguste Gavin, vice-prefeito da pequena Vimoutiers, na Normandia. Apesar da dificuldade com o idioma, o estrangeiro conseguiu perguntar ao petrificado político sobre os horários de trem para a cidade de Camembert. Chamava-se Joseph Knirim e tinha atravessado o Atlântico para homenagear a inventora do queijo, que supunha enterrada no vilarejo do mesmo nome.
Knirim sacou do bolso um papel, escrito em francês, e deu-o ao seu interlocutor. "Anos atrás, eu sofria de terríveis crises de indigestão", dizia o texto. "O único alimento que meu estômago suportava era o camembert. Desde então, passei a cantar os méritos deste queijo. Hoje, ele é consumido por milhares de pessoas regularmente. Eu mesmo consumo uma ou duas vezes por dia. Em humilde testemunha de minha grande admiração e da de milhares de amigos nos Estados Unidos pelo queijo camembert, deposito esta coroa de flores sobre o monumento de nossa benfeitora. Que possam as bandeiras da França e dos Estados Unidos se unir para sempre a serviço da humanidade." Passado o susto, Gavin confessou sua ignorância quanto ao local onde estaria enterrada Mme. Harel, a queijeira procurada pelo americano. Nem ele nem ninguém jamais tinha se interessado em desvendar tal história, menos ainda prestar homenagem à personagem.
A cidade foi mobilizada.Voluntários se encarregaram de visitar o cemitério de Camembert, que na época contava com apenas 300 habitantes, enquanto outros vasculhavam arquivos em busca de algum vestígio capaz de evitar que a viagem do bem-intencionado americano se transformasse numa grande decepção. Para alívio geral, Marie Ha-rel foi encontrada. Não em Camembert, mas no cemitério do vilarejo vizinho, Champosoult. Junto ao seu nome, es-tavam as datas 8/04/1781-14/05/1855. Missão cumprida, Knirim preparou-se para partir. Mas antes, entregou uma nota de 20 dólares a Gavin, para que ele organizasse uma coleta de fundos que permitisse a construção de uma estátua para Marie Harel.
À parte tudo o que possa ser dito a res-peito de Joseph Knirim e sua empreitada incomum, a visita do americano ensejou uma inesperada oportunidade para projetar o cultuado queijo da região. Em pleno pós-guerra, desprovi--da de ânimo e marcada pelo luto de mais de um milhão de mortos e pela decadência do franco, a França era um país em busca de símbolos. Em apenas cinco anos, de 1920 a 1925, mais de 30 mil monumentos funerários foram erigidos - uma impressionante média de 15 por dia. E foi em meio a esse clima que Ma-rie Harel foi brindada com a sua estátua, que contou inclusive com a presença de um ex-presidente da República, Alexandre Millerand, na sua inauguração. Nascia ali um mito, cuja verdadeira história ainda hoje é nebulosa.
Segundo a lenda, Marie Harel teria acolhido um padre em fuga nos turbulentos anos da Revolução Francesa. Em troca da providencial ajuda, ele teria lhe ensinado um novo método de "afinagem" para prolongar a vida útil do queijo e permitir que ele fosse transportado e vendido nas feiras da região. "Afinar" um queijo significa deixá-lo repousar, após a salga, em condições específicas de umidade e ventilação. Co-mo o ano exato da revelação teria sido 1791, a confiar na lápide de Champosoult, Marie Harel teria apenas 10 anos, e os historiadores transferiram o mérito da invenção a sua mãe, Marie Fontaine, casada com Jacques Harel e nascida em 1761. "Mas nada garante que esta hipótese seja verdadeira", comenta Pierre Boisard, pesquisador do Centro de Estudos para o Trabalho, em Paris. Apaixonado pelo queijo, Boisard vasculhou suas origens e lendas para escrever sua história no livro Mito nacional. "Até hoje, não se encontrou nenhum documento que a comprove."
São poucos, no entanto, os que se interessam em estabelecer os fatos como se sucederam na época. A lenda tem preenchido satisfatoriamente a lacuna. "Seja como for, se Marie Fontaine teve algum mérito, foi saber transmitir à filha sua experiência e a preocupação constante de que esta seria guardada em segredo", completa o sociólogo. Marie Harel não só seguiu os ensinamentos maternos, como viu sua própria descendência dar continuidade à tradição da família. Cada um de seus cinco filhos originou um grande nome do produto: Jouanne, Serrey, Paynel, Morice e Lebret. Aos poucos, o pequeno queijo chegou a Caen, capital da Normandia. Com a expansão das estradas de ferro, não tardaria a conquistar o mercado Les Halles, onde acontecia a grande feira de abastecimento parisiense. Se antes a diligência levava três dias para vencer os 300 quilômetros entre a Normandia e Paris, com o trem a viagem passou a ser feita em seis horas, com a vantagem de carregar grande quantidade de produtos.
O próprio imperador Napoleão III - o sobrinho de Bonaparte que inspirou o filósofo alemão Karl Marx a perceber que a história só se repetia como farsa - foi seduzido pela delícia. Em 1863, na inauguração da estação ferroviária na cidade normanda de Surdon, um dos netos de Marie Harel, Victor Paynel, lhe ofereceu pessoalmente um camembert de sua fabricação: encantado, o imperador passou a exigir que o produto não faltasse no palácio.
A ousadia de Victor alcançou seu objetivo: Paris se rendeu aos prazeres do camembert e ele se associou oficialmente ao nome da família. No campo, porém, o segredo da manipulação do queijo começava a escapar das mãos da dinastia Harel. Uma certa Madame Montier teria cometido um dos mais antigos atos de espionagem industrial de que se tem notícia. Ninguém duvida dos métodos pouco ortodoxos que a levaram a ganhar sua primeira medalha de prata no concurso agrícola da cidade normanda de Lisieux, em 1851: Mon-tier pagou em ouro uma operária dos Harel para lhe ensinar, durante um ano, os truques da confecção do queijo. Segundo Pierre Boisard, tanto tempo de aprendizado se justifica. "A fabricação tradicional sempre foi um jogo sutil com a natureza", conta ele. Enquanto a maioria dos queijos requer muitas manipulações - alguns são até prensados para facilitar a saída do soro -, o coalho do camembert deve escoar naturalmente da fôrma. Sua casca nunca pode ser lavada ou escovada e o fungo, responsável pela capa branca, se desenvolve espontaneamente após a semeadura.
Com o passar do tempo, isso mudou. Há 150 anos, o camembert levava cinco horas para fermentar. Hoje, gasta apenas uma. Não é à toa que os franceses dizem que nenhum queijo se modificou e evoluiu tanto quanto ele. Assim como nenhum outro soube acompanhar o paladar e os costumes da nação: à me-dida que encolhia o tempo de fermentação, o sabor tornava-se mais suave e conquistava as massas.
A começar pelas tropas francesas da Primeira Guerra Mundial. Nada menos que um milhão de queijos eram fa--bricados por mês para abastecer o front. Georges Clémenceau, apelidado de Tigre por sua ação política na guerra, costumava lembrar em seus discursos aos veteranos, anos depois, "este outro amigo dos homens nas horas difíceis, o camembert". Os queijeiros de camembert viraram quase heróis. E também grandes produtores, já que os soldados, de volta ao lar, reclamavam o produto consumido nas trincheiras. A fabricação deixou de ser familiar e pequenas indústrias nasceram na Normandia. "A mãe começa o negócio, os filhos o fazem prosperar e os netos o engolem", resumiu um velho queijeiro que presenciou a falência de sua pequena fazenda. Apesar das baixas tradicionalistas, o comércio do camembert tornou-se o Eldorado francês dos anos 20.
Na década de 30, um furacão abalaria de vez a produção artesanal do camembert: a pasteurização. Criado pelo cientista francês Louis Pasteur no século passado, o método se resume a esquentar o leite por alguns minutos, à 70°C, para eliminar os bacilos de Koch e evitar a transmissão da tuberculose. Só que a maioria dos pequenos produtores se negou a adotar a técnica. "Os bacilos são naturalmente destruídos durante a afinagem dos queijos", garantiam os reticentes, enquanto a indústria, suscetível à fiscalização do governo, foi obrigada a acatar a novidade.
A Segunda Guerra Mundial se encarregou de pender a balança para o lado da industrialização. A demanda au-mentou explosivamente e só pôde ser atendida graças à pasteurização. Não que as pessoas estivessem preocupa--das com a qualidade do queijo. Na verdade, isso pouco importava, se o produto che-gasse em abundância nos mer-cados. "Além de regra sanitária, pasteurizar significou também um maior controle sobre o leite", lembra Pierre Boisard. O aquecimento acabava não só com o ba-cilo de Koch, mas exterminava outros organismos microscópi-cos que, embora não afetassem a saúde, aceleravam a fermentação do leite e provocavam perdas significati-- vas. Com o método de Pasteur, a in-dústria diminuiu o desperdício. De quebra, ainda impôs ho-mo-geneidade ao produto: daí em diante, um ca-membert seria sempre igual ao outro. Apenas 10% deles ainda são do tipo fermier, ou seja, feitos com leite cru.
Mesmo o processo de formação da famosa casca de fungos do queijo mudou radicalmente. Nas antigas fazendas, o camembert era colocado sobre prateleiras de madeira, onde outras unidades tinham sido afinadas, e os fungos que restavam ali em cima invadiam os novos queijos. Na época de Harel e de seus filhos, eram três microorganismos e davam ao camembert uma coloração azulada, com manchas vermelhas. Depois que o Instituto Pasteur se interessou pelo produto, a ciência ajudou a abolir tais cores, consideradas símbolos da falta de higiene. Apenas o Penicillium candidum foi poupado. Ele é cultivado em laboratório e pulverizado nos queijos afinados, para maquiar o laticínio de branco.
Fabricar camembert em massa pode não ser o método mais indicado para quem aprecia a degustação. Mas foi a forma de içá-lo a símbolo nacional. "Ainda há espaço tanto para o camembert artesanal quanto para o industrial", ameniza Marie Anne Cantin, dona de uma das queijarias mais reputadas de Paris e fornecedora do Palácio do Elysée, sede do governo francês. Em sua boutique, mais de 140 tipos dife-rentes tentam olhos, narizes e palatos. "Todos são deliciosos, mas o que mais vende é o camembert", confessa.

Um ancião sofisticado

Com apenas duas centenas de anos, em sua curta e fulgurante existência o jovem camembert conquistou o paladar do mundo. Mas, por maior que seja o sucesso do normando de "capa branca", ele jamais conseguirá anular a fama do mais antigo e sofisticado dos queijos franceses: o Roquefort. Citado nas primeiras décadas da era cristã pelo romano Plínio, o Velho, escolhido por Carlos Magno, oitocentos anos depois, co-mo seu queijo favorito, essa especiaria sulista da região do Aveyron, próxi--ma à cidade de Toulouse, talvez seja o mais protegido dos produtos fran-ceses. Desde 1411, quando o rei Carlos VI outorgou aos habitantes da pequena vila de Roquefort-sur-Soulzon o direito exclusivo de fabricá-lo, o queijo é um monopólio regional.
Feito com leite de ovelha, o Roquefort é afinado nas cavernas úmidas da montanha de Cambalou, onde permanece três meses para que o fun-go Penicillium roqueforti imprima as manchas verdes - chamadas gentilmente pelos apreciadores de "salsinhas" - que criam seu sabor marcante. Até hoje, apesar das insistentes tentativas, resiste à pasteurização. Há dois anos, quando Dinamarca, Holanda e Grã-Bretanha tentaram proibir a comercialização dos queijos não pasteurizados, não só a França se pôs em pé de guerra: o próprio príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, se indignou com a idéia e se aliou aos franceses contra os excessos assépticos da comunidade européia. E, felizmente, venceram.

Os caprichosos segredos do sucesso

Um legítimo camembert pesa em média 250 gramas. Seu diâmetro é de cerca de onze centímetros, e a espessura de 4. Trata-se de um queijo fabricado com leite de vaca, cremoso e amarelado, coberto por uma casca comestível, alva, constituída de fungos do tipo Penicillium candidum, que levam por volta de três semanas para se instalar e homogeneizar. "Como todo queijo, o camembert é o resultado da fermentação do lei-te coalhado. Antes de ser afinado, o coalho deve ser colocado em fôr-mas, escorrido, retirado das fôrmas e salgado", explica Pierre Boisard. Além disso, o leite é fermentado com uma técnica mista. Primeiro naturalmente, com agentes láticos que entram em ação quando se deixa o líquido à temperatura ambiente. Em seguida, com o auxílio de fermentos vegetais ou químicos. A arte con-siste em saber quando adicioná-los e em que quantidade. Um pouco mais desses últimos pode acelerar o processo, mas também modifica as caracte-rísticas do camembert. "A produção do camembert é a mais delicada de todos os queijos."
"Hoje, quem consegue fabricar um queijo a partir deste esboço pode chamá-lo de camembert", completa Boisard, um tanto indignado. Como a receita foi guardada em segredo por mui-to tempo pelas famílias que o fabricavam, a partir do momento em que ele passou a ser feito em grande escala não havia mais um único método de produção, apenas alguns princípios gerais e uma infinidade de variantes. Ao contrário dos vinhos - outro ícone francês -, a maioria dos queijos não possui proteção legal eficaz. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode se atrever a produzir o seu . Basta que os locais de fabricação tenham 90% de umidade relativa do ar e ambiente abafado.

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sábado, 30 de novembro de 2013

Flor, a folha que subiu na vida - Evolução


FLOR, A FOLHA QUE SUBIU NA VIDA - Evolução



A mesma catástrofe que levou os dinossauros à extinção pode ter aberto espaço para que um novo tipo de plantas, as angiospermas dotadas de flores, se espalhassem pelo planeta.



As flores são geralmente bonitas, perfumadas e frágeis. Ninguém pensa nelas como armas de defesa. Mas foi assim que nasceram - provavelmente como um escudo para proteger dos besouros e outros insetos os óvulos das plantas fêmeas. Embora existissem há milhões de anos, até a época dos dinossauros as plantas não tinham órgãos sexuais bem desenvolvidos. E depositavam seus óvulos a céu aberto, nas junções dos galhos com o caule. Então, como a Eva da Bíblia, uma espécie aprendeu a se cobrir com uma folha, que logo se tornou uma das invenções mais felizes da natureza - a flor.
As primitivas flores não se pareciam muito com as de hoje. Lembravam mais um galho comum, sobre o qual se espalhavam as novas partes da planta - aquilo que no futuro seriam pétalas, estames e pistilos. As pétalas, por exemplo, eram soltas, não estavam soldadas entre si, e se dispunham sobre o "galho" geralmente na forma de uma espiral meio tosca. As flores eram bissexuais: tanto tinham ovário, no interior dos pistilos, como estames para gerar pólen, equivalente vegetal do espermatozóide. Ainda hoje se encontram plantas com esses traços primitivos, como a magnólia ou a vitória-régia.
Há inclusive plantas que "regrediram" ao estágio em que não havia flores - como o arroz, a cana e o milho, entre outras. Isso significa, em alguns casos, que a reprodução não é feita por células especializadas - óvulos ou pólen. Qualquer célula pode se tornar reprodutora: corta-se um pedaço da planta, joga-se no chão e ela brota num novo ser. É um sistema prático, certamente, mas o fato é que foi abandonado, há cerca de 130 milhões de anos, por alguns vegetais dotados de flores. E tais plantas se espalharam pelo mundo numa incrível diversidade de tamanhos e formatos.
Veja-se, por exemplo, a Galinsoga parviflora, uma erva daninha cuja flor não é maior que o grafite de um lápis comum: mede 1 milímetro de comprimento e 0,3 de largura. Em comparação, a flor da Rafflesia arnoldii, chega a ter 1 metro de diâmetro e pesar quase 10 quilos. Também há plantas sempre floridas, enquanto outras demoram quase um século para florir. Num caso extremo, a palmeira Corypha umbraculifera, natural do Sri Lanka, na Ásia, demora 80 anos. Em compensação sua flor é de fato um cacho de 24 milhões de pequenas flores.
Distribuídas em hastes, no topo da árvore de 25 metros de altura, elas são tão numerosas quanto especiais, já que permitem à planta fecundar-se a si mesma. Ou seja, a palmeira asiática é hermafrodita. Caso contrário, seria difícil para a espécie sobreviver: com tanta demora para florir, seria muita sorte duas plantas férteis, de sexo oposto, florescerem na mesma época e região. Imagine-se, então, o susto dos moradores de Nova Europa, no interior de São Paulo, quando viram uma Corypha precoce, de apenas 62 anos, lançar botões em dezembro passado. Há mais de 60 anos, os proprietários da Usina Santa Fé, em Nova Europa, mantêm uma coleção de quase 1000 palmeiras, entre elas alguns pés da Corypha, conta José Carlos Magalhães, caseiro da usina que toma conta da coleção.
"Comecei a perceber algo estranho na árvore no início de dezembro, mas somente 10 dias depois tive a certeza de que eram as flores, e espalhei a notícia pela fazenda." A floração adiantou-se, provavelmente, porque em 1967 a palmeira foi atingida por forte geada, e a dose extra de adubo que recebeu (como "remédio") pode ter acelerado seu ritmo vital. Em pouco mais de um ano, com a chegada dos frutos, a planta começará a morrer. "O metabolismo normal simplesmente cessa", explica o botânico Hermógenes de Freitas, do Parque Ecológico da Universidade Estadual de Campinas.
Das mais estranhas às mais simples, as flores são uma invenção da natureza da qual o homem faz bom proveito. Em 1992, o Brasil lucrou 12 milhões e meio de dólares com sua exportação - crisântemos e rosas em primeiro lugar. E isso é pouco. A Holanda exporta 1 bilhão de dólares e a Colômbia 250 milhões por ano. A produção interna no Brasil chega a render 200 milhões de dólares por ano e, só em São Paulo, a floricultura ocupa mais de 10 mil hectares de terra cultivada. Esse número representa produtos para ornamentação, mas as flores têm outras serventias.
É verdade que, como alimento, elas são importantes apenas para os insetos, que consomem seu néctar e pólen. "É preciso inclusive cuidado," diz o botânico Carlos Eduardo Ferreira de Castro, chefe da Divisão de Horticultura do Instituto Agronômico de Campinas. "Existe risco de alguém ingerir espécies tóxicas." Seja como for, usam-se flores para fazer licor (de rosa, por exemplo); geléias, (azaléia); perfumes (rosa e violeta); estimulantes medicinais (papoula e datura, arbusto comum no México); e até inseticidas, à base da droga piretróide.
Como sempre, a economia estimula a ciência, já que os segredos da evolução podem conduzir a novas tecnologias para a produção de flores. Infelizmente ainda se sabe muito pouco sobre o aparecimento das angiospermas - os vegetais que inventaram a flor. Não é tarefa fácil reconstruir a evolução quando a matéria-prima dos fósseis é algo tão frágil. Uma das mais importantes e curiosas descobertas recentes parece ligar a ascensão das flores ao desaparecimento dos dinossauros. Esses fósseis, de fato, têm 72 milhões de anos, e portanto são da época em que desapareceram os dinossauros e grande parte dos seres vivos existentes na Terra. Além disso, menos de 15% das plan-tas encontradas tinham flor, o que parece pouco. Afinal, as flores já existiam há 60 milhões de anos. A idéia, então, é que em todo esse tempo as angiospermas eram minoritárias. E só puderam se expandir porque enfrentaram o desastre ecológico com mais aptidão que os vegetais mais antigos, destituídos de flores.
Essa, pelo menos, é a hipótese levantada pelo pesquisador americano Scott Wing, do Museu Smithsonian de História Natural. Foi ele quem descobriu os fósseis, há cerca de dois anos, em Wyoming, nos Estados Unidos: eles estavam em bom estado porque ficaram preservados nas cinzas de um vulcão. Ainda é preciso verificar se a pequena porcentagem de angiospermas se repete em outras re--giões do planeta. Mas, se ela ficar comprovada, a flor pode ter sido o artifí-cio responsável pela sobrevivência das an-giospermas. Embora plausível, é claro que essa conclusão não explica como as flores surgiram, em primeiro lugar.
Fósseis mais antigos mostram que a maior parte das plantas era polinizada pelo vento, que carregava os grãos de uma flor para outra. Outras, contudo, recebiam a visita de insetos oportunis-tas, provavelmente besouros - que carregavam os grãos de pólen de uma flor para outra, facilitando a fecundação. Só que o trabalho não era gratuito e o inseto comia parte do óvulo da planta. Para agasalhar seu órgão reprodutor, a planta envolveu-o com uma folha especializada que ficava ao seu redor e já tinha a função de reprodução. Ela se fechou até recobrir completamente o óvulo, desenvolvendo contudo uma superfície para receber o pólen - o estigma. Essa estrutura foi evoluindo até ficar semelhante a uma garrafa, dentro da qual estão os óvulos, formando o aparelho feminino de reprodução.
Para confirmar a teoria, foram encontrados na Suécia fósseis de plantas bem preservados, com mais de 105 milhões de anos, cujo pólen tinha uma fina cobertura viscosa, típica de vegetais polinizados por insetos. Esses mesmos insetos que a princípio ofereciam perigo à planta tornaram-se quase imprescidíveis à fecundação e, com o tempo, teria surgido um jogo curioso. Os vegetais se precaviam contra os predadores, mas também procuravam atraí-los. Assim, colocaram os grãos de pólen em um local mais acessível, criando os estames, astes que produzem e abrigam os grãos na sua ponta. As pétalas, armadas de cor e perfume, atraíam e ao mesmo tempo serviam como campo de pouso para os insetos.
Resta ainda outra dúvida: qual das centenas de grupos de plantas existentes teria sido brindada com a flor. Catarino imagina que as flores apareceram em regiões tropicais. "É onde a presença de insetos é mais freqüente, favorecendo a polinização por esses agentes." Um bom palpite. O que se sabe é que, bem antes disso, há cerca de 130 milhões de anos, havia muitos grupos de plantas, especialmente as primitivas gimnospermas.
Ainda presentes no planeta, estas últimas podem ter perdido parte de seus antigos membros - que se transformaram em angiospermas. Elaborada no início do século, pelo botânico russo Armen Takhtajan, essa ainda é a teoria dominante sobre o fim de um mundo comparativamente insípido e descolorido. Nos próximos anos, com o acúmulo recente de dados precisos, ela talvez ajude a pintar um panorama vivo, mais detalhado sobre o inimaginável mundo sem flores do passado.

A mais idosa do Brasil

Em 1961, alunos da Escola Na-cional de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, numa excursão para coletar fós-seis na Bacia de Fonseca, município de Alvinópolis, MG, encontraram algo parecido com uma flor. Era mesmo, mas o exemplar vivera cerca de 35 milhões de anos atrás, e a espécie a que pertencia já não existe mais. São palavras da pa-leobotânica Lélia Duarte, do Departamento Nacional da Produ-ção Mineral, hoje na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Única especialista brasileira em vegetais do período Mesozóico (que transcorreu há cerca de 300 milhões de anos), Lélia concluiu depois de longo estu-do que a planta era parente das paineiras, da fa-mília Bombacaceae. Estas habitam regiões tropicais e apresentam flores peque-nas - a que foi encontra-da, único fóssil de flor já descrito no Brasil, media apenas 3,6 centímetros.

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sábado, 30 de novembro de 2013

Arranha Céus Voadores - Tecnologia


ARRANHA-CÉUS VOADORES - Tecnologia



No ano 2000, enormes aviões de dois andares transportarão tantos passageiros que poderão congestionar os aeroportos.



Colocar dois Jumbos 747 dentro de um. A equação parece absurda, mas no momento os técnicos de todas as grandes indústrias aeronáuticas quebram a cabeça para tentar solucioná-la. Eles têm de conseguir fazer decolar de suas pranchetas, até o ano 2000, novos aviões capazes de transportar de 600 a 800 passageiros, duas vezes a capacidade do 747, o maior aparelho em operação atualmente. Mas há complicações a contornar. "Não podemos fazer esse avião simplesmente duas vezes maior que seu antecessor, pois ele seria também duas vezes mais pesado e duas vezes mais barulhento", explica Willy-Pierre Dupont, coordenador do Departamento de Estudos Airbus da Aerospatiale, em Toulose, na França. "Existem restrições que todos os construtores envolvidos neste desafio terão de enfrentar", completa.
Justamente por causa da complexidade do programa, a Aerospatiale e seus três parceiros habituais - a alemã Deutsche Aerospace, a inglesa British Aerospace e a espanhola CASA - juntaram-se à Boeing americana para tentar viabilizar, em um ano, a apresentação de um projeto comum. "Cada um já tem seus próprios desenhos", explica Dupont, "mas nenhum é bom em todos os aspectos." Mas outros motivos justificam tão insólita cooperação. O mercado para tal mastodonte aéreo será limitado - quanto maior a concorrência, menor a fatia de cada fabricante. Além disso, o custo da empreitada, do primeiro esboço à entrega da primeira unidade, subirá à estratosfera - 10 bilhões de dólares, na estimativa mais otimista. Um delírio, mesmo para quem costuma operar contas com mais de meia dúzia de zeros.
Por isso mesmo, o projeto anda - mas bem devagar. O consórcio americano-europeu já tem até diretores designados - Jurgen Thomas, pelos europeus, e John Hayhurts do lado americano. "Vamos nos reunir daqui a seis meses para discutir a viabilidade do projeto", explica Thomas. Mais explícito, o relações-públicas da americana McDonnel Douglas, Don Harton, fala das penosas dúvidas que cercam a empreitada:
"Estamos passando um momento de ambigüidade radical. O mercado parece apontar para a construção de aviões maiores, já que há mais gente viajando. Mas os passageiros parecem preferir vôos mais freqüentes, o que exige aviões menores."
"Existem três mercados para esses superjatos", explica Dupont. "Nas pontes aéreas entre cidades próximas, como Osaka - Tóquio, no Japão, ou Londres -Paris, na Europa; nas rotas entre as capitais asiáticas; e nas linhas intercontinentais que ligam essas capitais e as principais cidades do Ocidente". O fato é que o tráfego aéreo crescerá 5% ao ano, a partir de 1993, principalmente devido ao incremento das relações comerciais entre Ocidente e Oriente. Seguindo a lógica de que fazer voar um aparelho de 800 lugares é mais barato do que fazer decolar dois de 400, o sonho do superjato já não parece tão absurdo. "Ele economizará até 10% dos custos operacionais", garante Dupont. "E mesmo que nem todas as rotas estejam saturadas, devemos pensar no futuro, pois um avião desses nasce para durar 30 anos."
Na verdade, as dificuldades maiores não estão no avião, propriamente - toda tecnologia necessária para sua construção já está disponível. Difícil será fazê-lo decolar ou aterrissar num aeroporto qualquer. Dobrar, pura e simplesmente, o tamanho de um 747, significaria multiplicar por dois o tamanho das pistas, dos espaços de manobra, dos hangares, das instalações de embarque e desembarque dos passageiros. "Sem contar a estrutura da pista", acrescenta Jacques Reder, chefe do Departamento de Comunicações do ADP - Aeroports de Paris, a empresa que cuida de todos os terminais da capital francesa.
Os projetos em andamento apostam na mesma solução, que poderia aliviar um pouco as preocupações dos administradores de aeroportos: aviões de dois andares. A versão francesa, o ASX, tem dois modelos, o 500 e o 600. O primeiro pode levar 603 passageiros, 320 no térreo, se é que se pode dar-lhe tal denominação, e outros 283 no primeiro andar. O 600 abriga 402 pessoas no térreo e 400 no de cima. Com isso, ostentam os mesmos 70 metros de comprimento do atual Boeing 747, e 75 metros de envergadura das asas, contra 65 do 747. Há projetos mais modestos, como o da americana McDonnell Douglas, o MD12, com 511 assentos, que começou a ser planejado para ter três andares, mas ficou nos dois diante da dificuldade que seria servir comida para os passageiros de um arranha-céu; e muito mais ambiciosos, como o Tupolev russo, para mais de mil.
Esses aviões pesarão pelo menos 50% mais que os atuais gigantes dos ares, mesmo que se aumente o uso de materiais leves, como fibras de carbono. Os motores atuais darão conta do recado, mas não as rodas, que serão mais numerosas e mais espaçadas. "Nas pistas dos aeroportos", revela Jacques Reder, "o que interessa é a distribuição do peso na aterrissagem por metro quadrado. Estabelecemos um limite de 14 quilos. Mais do que isso, seria preciso reconstruir a pista." Mesmo a engenhosa solução dos dois andares será uma dor de cabeça para os administradores de aeroportos - ela supõe passarelas também em dois andares, para embarque e desembarque de passageiros.
E como seria conduzir 800 pessoas desde a apresentação do bilhete e da bagagem até a sua poltrona a bordo, ou, pelo caminho contrário, no desembarque? No mínimo, será preciso duplicar guichês, corredores, salas, escadas rolantes - e, mais complicado, número de funcionários. Atualmente trabalham no Charles De Gaulle, um dos três grandes aeroportos internacionais de Paris, 37 mil pessoas. Das 6 às 9 horas, todas as manhãs, quando o movimento é maior, 25 jumbos 747 despejam seus sonolentos passageiros nos corredores das alas nacional e internacional. "Temos primeiro que achar espaço para que todas as aeronaves estacionem por mais ou menos três horas", explica Reder, enquanto rabisca com espantosa rapidez a planta das pistas e vagas disponíveis. "Em seguida temos que evacuar os passageiros e sua bagagem num tempo razoável, que pode ser uma hora nos vôos internacionais. E olha que estamos falando apenas dos 747; dezenas de aviões menores, mas bastante grandes, aterrissam no mesmo horário."
"Teremos que prever diversas adaptações para lidar com vários vôos de superjatos simultâneos em nossos atuais aeroportos", comenta Udo Wolf-fram, membro do comitê Técnica e Segurança do IIWG (International Industry Working Group), um organismo internacional que tenta conciliar os interesses dos construtores, das companhias aéreas e dos aeroportos. Dupont, da Aerospatiale, acrescenta: "Quase todos os problemas parecem solucionáveis a médio prazo. Menos um: o nível de ruído". É fácil entender: os aviões se tornam maiores e seus motores mais potentes, mas a norma que estabelece limites de poluição sonora fica mais severa e cada vez mais rígida.
Atualmente, os aviões não podem produzir ruídos acima dos 102 decibéis, o que já é muito para os ouvidos humanos; por isso, dentro em breve esse nível deverá ser reduzido 3 ou 4 decibéis. O quadrimotor gigante imaginado por americanos e europeus não atende - ainda - essa exigência. O problema pode ser atacado em duas frentes. Primeiro, aperfeiçoando os motores, que possuem duas engrenagens de propulsão. Parte do ar usado para "em-purrar" o avião para a frente passa pela parte quente do motor - primeiro por um compressor de alta pressão, depois por uma câmara de combustão e finalmente por uma turbina; o jato gerado nesse processo é extremamente potente, mas extremamente ruidoso. Outra parte do ar atravessa o motor por un "fan", ou ventilador; ele é comprimido mas não aquecido por combustão, por isso esse jato é menos potente. Em compensação, consome menos combustível e produz menos ruído.
Em 1945, a relação entre esses dois processos era de 1 para l; hoje, é de 5 para 1, ou seja, cinco partes do ar passam pelo "fan" e apenas uma pela parte quente. Segundo técnicos da britânica Rolls-Royce, um dos maiores fabricantes de turbinas, um by pass ratio, expressão usada para definir essa relação, de 6 para 1 já resolve plenamente o problema. Principalmente se for aperfeiçoada a aerodinâmica dos aviões. O segredo está nas asas. "Todos os construtores estão debruçados sobre a laminaridade", entusiasma-se o engenheiro Dupont. Tentam fazer recuar a turbulência do ar sobre as asas, inconveniente que "freia" o avião em pleno vôo. Com máquinas a laser especialmente concebidas para essa tarefa, é possível cobrir a superfície superior das asas com furos microscópicos, encarregados de absorver parte do ar e assim empurrar a turbulência cada vez mais para trás. Esses furos terão um décimo de milímetro de diâmetro e serão repartidos de forma homogênea, a dois ou três milímetros de distância um do outro.
"A tecnologia da laminaridade já existe", revela Dupont, "mas ainda não resolvemos o problema da manutenção. Os furos não podem ser entupidos por poeira ou insetos." Essa técnica permite ganhos de até 10% na eficiência aerodinâmica dos aviões, um detalhe nada insignificante, se pensarmos que cada aparelho desses será vendido por no mínimo 250 milhões de dólares. Caso americanos e europeus solidifiquem sua ainda precária aliança, as primeiras fornadas do superavião começarão a voar por volta de 1998. Hoje, com certeza, dois jumbos dentro de um parece uma equação futurista, mas dentro de outros vinte anos parecerá tão trivial quando a conta 1+1. Exatamente a soma que se pretende fazer.

Cinco estrelas nos ares

Atravessar o oceano com as pernas adormecidas, pescoço torto, luta de cotoveladas com o passageiro do lado - isso não é mais uma fatalidade inevitável para quem viaja de avião. Sobretudo para os que viajam na primeira classe. Na Philippines Airlines, por exemplo, eles dormem em camas de verdade, com lençóis de linho cobertores macios. A British Airlines mantém as poltronas tradicionais, mas oferece um pijama e o jantar ainda em terra, para que ninguém seja perturbado pelo ir e vir dos carrinhos de comida.
Para os que pretendem dormir, poltronas com regulagem eletrônica oferecem o máximo conforto: pés para o alto, costas apoiadas, cabeças mais ou menos inclinadas. Quem fi-ca acordado tem muito o que fazer: além das telas individuais de televisão, no braço da poltrona, videocassetes também in-dividuais oferecem a possibilidade de escolher o filme que se querassistir numa videoteca de 40 fitas. Naturalmente, não faltam videogames. São luxos que já voam nos aviões da American Airways, da Air France, da British Air-lines, da Japan Airlines e da North--west Airlines.
Já os homens de negócios, que mesmo à noite não tem tempo para es--sas futilidades, dispõem de verdadeiro escritório dentro do avião. A Singapore Airlines oferece ser-viço telefônico via satélite, que garante a operação quando o avião sobrevoa o oceano - os telefones comuns apóiam-se em estações retransmissoras terrestres. E toda uma parafernália de fax, compu-tadores, videotexto. Só falta a se-cretária.

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sábado, 30 de novembro de 2013

Bombas de Hidrogênio na cozinha - Física


BOMBAS DE HIDROGÊNIO NA COZINHA



Está mais quente que nunca a idéia de construir um reator nuclear num aparelho quase tão simples quanto uma cafeteira.



Anunciada há quatro anos como a maior descoberta do século, a fusão a frio tornou-se rapidamente uma desoladora frustração. Por mais que se tenha tentado não foi possível compro-var as experiências originais, de autoria dos químicos americanos Martin Fleischman e Stanley Pons, ambos da Universidade de Utah. Mas alguns cientistas nunca se conformaram com o fracasso. E com razão. A nova forma de fusão prometia repetir, com modesto equipamento, reações nucleares que só ocorrem a quente, no coração do Sol ou nas bombas de hidrogênio, por força de uma temperatura da ordem dos 10 milhões de graus Celsius. Em lugar disso, parecia suficiente mergulhar em água dois plugues de metal ligados à tomada. Os plugues aqueciam o líquido numa proporção inexplicável, já que o calor produzido era quatro vezes maior que a energia elétrica ou química consumida pelo aparelho.
Nasceu assim a esperança de que houvesse uma trilha tão simples quanto revolucionária para se chegar ao núcleo dos átomos - possível fonte daquele calor. As infrutíferas investigações subseqüentes destruíram a euforia inicial, mas a idéia não está exatamente morta e enterrada, como se chegou a pensar. O motivo é a dúvida: se a misteriosa energia não vem do coração do átomo, de onde mais poderá vir? Essa é a pergunta que fazem centenas de pesquisadores atualmente, seja na Itália, no Japão ou nos Estados Unidos.
Um dos serenos heróis dessa busca revigorada, o japonês Akito Takahashi, da Universidade de Osaka, conseguiu construir uma fonte de calor apenas fazendo a hidrólise da água pesada - nome que se dá à suposta experiência simplificada de fusão nuclear. O calor não brota aos borbotões. Ao final de muitas horas, o melhor aparelho disponível produz 10 vezes menos energia que uma lâmpada comum de 100 watts. Mas o que importa é registrar a existência de energia excedente, e isso fica praticamente assegurado pelos dados de Takahashi. Impecáveis, eles eliminam, quase que definitivamente, as suspeitas de erro levanta-das contra as medidas de quatro anos atrás.
O próprio Takahashi, a princípio, não dava muito crédito à novidade, mas as experiências o fizeram mudar de idéia. "A quantidade total de calor produzi-da é incrivelmente alta", anunciou uma das mais importantes autoridades ja-ponesas no assunto, Hideo Ikegami, do recém-criado Instituto Nacional para a Ciência da Fusão. Tal conclusão encontra forte respaldo nos dados do americano Edmund Storms, do respeitado Laboratório Nacional Los Alamos. Pertence a ele o aparelho de maior potência jáconstruído. Suas medidas, assim como as de Takahashi, estão acima de qualquer suspeita.
As novas experiências estão abalando o descaso que dominava a comunidade científica. A tese de que tudo havia sido ilusão começou a cair em setembro do ano passado, com um relatório do físico Michael McKrube, do Instituto Internacional de Pesquisa SRI, sediado em Pa-lo Alto, Califórnia. McKrube levou quase quatro anos para realizar 38 experiências, assegurando assim que não havia erro na montagem dos aparelhos ou na leitura dos instrumentos de medida.
Sua conclusão, de que o fenômeno era real, foi convincentemente apresentada em conferência no próprio quartel-general dos céticos, o célebre Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "Podemos demonstrar que obtivemos mais energia do que gastamos". McKrube estima que a energia total gerada por seu aparelho foi de 1 milhão de Joules. Novamente, não é muito: uma lâmpada gera essa quantidade de calor em menos de 3 horas; McKrube e Storms precisam de uma semana inteira para chegar lá.
O que mais espanta em toda essa história, é a hipótese de reações nucleares sem violência. Afinal, para promover a devastadora fusão de uma bomba de hidrogênio é preciso antes explodir uma bomba atômica comum, que funciona por fissão, e não fusão, nuclear. A imensa energia da segunda é uma espécie de gatilho, que dispara as reações de fusão dentro da primeira. Não custa lembrar a diferença entre os dois tipos de reação. Na bomba atômica comum, quebram-se os núcleos de urânio, que são instáveis: justamente por serem grandes, estão sempre emitindo fragmentos. Estes escapam com velocidade vertiginosa e, ao colidir com núcleos vizinhos, aceleram sua quebra, ou fissão, como dizem os físicos. Ou seja, o urânio detona-se a si mesmo. Já nas bombas de fusão, o combustível são pequenos núcleos de hidrogênio, que não se quebram: em vez disso, têm que ser colados uns aos outros.
Não é fácil, pois os núcleos se repelem fortemente. No entanto, quando enfim se unem, liberam energia muito maior que a necessária para vencer a barreira de repulsão. A fusão arranca por volta de 40% da energia estocada nos núcleos, enquanto a fissão opera na casa dos 10%. Por isso mesmo, insistem os céticos, ela exige alto investimento energético no início das reações. E ninguém mais ousa retrucar abertamente que os novos fenômenos são isso mesmo: um meio ainda não imaginado de se fazer a fusão nuclear.
O maior obstáculo a essa hipótese é a ausência de resíduos: se a fusão estivesse mesmo acontecendo, era de esperar que emitisse não apenas energia, mas também diversos fragmentos. O mais importante deles é o nêutron, uma das partículas do submundo do átomo, muito comum nas interações entre os núcleos. Mas todas as tentativas até agora revelaram uma quantidade de nêutrons muito inferior ao esperado. Os resultados chaves nesse campo foram obtidos em 1991, no Japão, por um extraordinário detector, o Kamiokande, de 3 000 toneladas, instalado numa antiga mina, muitos metros abaixo da superfície. Isso serve de blindagem contra nêutrons do ambiente e permite ao aparelho fazer medidas mais precisas da experiência. Resultado: não há resíduos mensuráveis, fato que prejudica a única teoria imaginada até agora para explicar a fusão em baixa temperatura.
Essa teoria havia sido aventada pelos próprios "descobridores" da fusão a frio, Fleischman e Pons. Para eles, a imensa pressão necessária para ativar reações nucleares viria de um metal parecido com a prata, de nome paládio. Imagine-se, por exemplo, que muitos átomos de hidrogênio fossem obrigados a penetrar no metal, apertando-se entre os próprios átomos de paládio. A partir de certo ponto, o metal estaria tão abarrotado que os hidrogênios seriam esmagados e seus núcleos se tocariam, unindo-se uns aos outros.
Na prática, o melhor candidato à fusão, seja a quente ou a frio, é um hidrogênio modificado, de nome deutério. Com ele se forma a chamada "água pesada", de símbolo D2O, em vez do célebre H2O. Nas experiências se usam placas de paládio como terminais de um circuito elétrico que ficam imersos em água pesada.
O fracasso da teoria não significa que os teóricos estão parados: há tanta gente ativa nos laboratórios quanto nos gabinetes e quadros-negros, dando tratos à bola para decifrar o enigma. Das três conferências internacionais sobre o assunto, a maior foi justamente a última, que reuniu 320 cientistas na cidade japonesa de Nagoia, a 200 quilômetros de Tóquio. As duas primeiras foram realizadas em Salt Lake, nos Estados Unidos, no início de 1990, e em Como, na Itália, em 1991. Cada uma delas reuniu perto de 200 participantes. Em Nagoia, poucos teóricos importantes defenderam a idéia de que algum tipo de reação nuclear estaria por trás da energia excedente. Uma exceção foi o francês Jean-Pierre Vigier, da Universidade Pierre e Marie Curie. Ele acredita que os elétrons do átomo de deutério poderiam cair no núcleo e ativar a fusão, em circunstâncias muito especiais. A maior parte dos teóricos, porém, preferiu até evitar o termo fusão. Ele vai para o limbo enquanto não surge uma pista promissora sobre o enigma.
Talvez a energia excedente venha de uma reação mais superficial, com a participação exclusiva de elétrons, habitantes da periferia, e não do núcleo dos átomos. Os japoneses, especialmente, parecem pôr fé nessa possibilidade. Extremamente carentes de energia, eles sonham com um meio de extraí-la da água - pesada ou não, trata-se do combustível mais abundante do planeta. Não é por outro motivo que o governo investe mais que qualquer outro na atual investigação. Inovações tecnológicas são importantes em si, ainda que não representem uma descoberta científica revolucionária, como seria a fusão a frio.
Apesar disso, a porta não está inteiramente fechada, como se depreende da palavra dos especialistas. Ikegami, um dos que evitou cuidadosamente o termo fusão, em Nagoia, aposta na máxima de que em ciência tudo é possível, até prova em contrário. Apenas a experiência pode indicar a trilha da verdade. "O que conta é que existem fenômenos incomuns e não há resposta satisfatória para explicá-los. Logo, é preciso continuar pesquisando." McKrube, por sua vez, é um pouco mais incisivo. Ele acredita que a energia observada é grande demais e há pouca chance de sua origem ser química. As reações nucleares são a fonte mais provável, em sua opinião. Embora confesse ter procurado resíduos, sem encontrá-los, ele acrescenta que não está equipado para detectar nêutrons em muito baixa intensidade. Ou seja: os resíduos talvez existam e estejam passando despercebidos. Trata-se de uma conclusão exemplar - sem se deixar levar pelo deslumbramento, mantém viva a expectativa com relação a hipóteses mais ousadas.

Uma receita caseira

A experiência básica da fusão fria é tão simples que pode ser feita em casa. Bastam uma lâmpada velha, dois tubos de ensaio escolares e água. É bom pedir ajuda ao professor, ou a um físico, para evitar choques, na água, ou queimaduras, devido à queima acidental dos gases hidrogênio e oxigênio.

O primeiro passo é cortar a calota da lâmpada. Depois, retira-se o filamento que fica incandescente quando a lâmpada está acesa. Restam dois fios mais duros, que estavam conectados ao filamento. Sobre eles, emborcam-se dois pequenos tubos de ensaio. A água que cobre tudo é percorrida pela eletricidade assim que a lâmpada é ligada à tomada. Em conseqüência disso, as moléculas de H2O se quebram: um dos fios gera pequenas bolhas de Hidrogênio (H), de carga elétrica positiva. Ele se acumula com um gás no tubo de ensaio. No outro tubo, acumula-se o Oxigênio (O), de carga negativa. É divertido e instintivo, embora não crie nenhum tipo de energia, enigmática ou não. Nessa experiência, chamada hidrólise da água, toda a força que entra como eletricidade é usada para quebrar as moléculas ou para aquecer a água (em proporção insignificante). Para fazer a hidrólise que espante a ciência é preciso mudar algumas peças desse aparelho básico. O físico Edmund Storms, em lugar dos fios da lâmpada, usa duas pequenas folhas de metal paládio. Em vez de água comum, que contém hidrogênio, usa-se água pesada, que contém deutério. A diferença é pequena: o hidrogênio tem o mais simples núcleo possível, composto por uma única partícula, o próton. O deutério é o segundo mais simples, com um próton e um nêutron. Há outros ingredientes, mas esses são essenciais ao sucesso das experiências. Storms, por exemplo, mistura à água pesada 0,3% de um composto contendo lítio, deutério e oxigênio. Ele também acha importante começar com uma baixa corrente elétrica, de 0,13 amperes, mantê-la por algumas horas e depois fazer variar bastante sua intensidade. O excesso de energia aparece ao cabo de alguns dias, com corrente não inferior a 2 amperes. A quantidade de energia gerada é tipicamente 20% maior do que a energia que entra em forma elétrica.

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terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Ótica do Cérebro - Biologia


A ÓTICA DO CÉREBRO - Biologia



Os neurônios truncam as imagens captadas pelo olho. Alguns só enxergam cores. Outros, apenas movimentos ou formas. É espetacular como reúnem essas informações, sem fazer a menor confusão.

Basta um simples aceno e a mão em movimento assume até centenas de formatos diferentes, numa seqüência que dura segundos. No entanto, não importa o ângulo em que observa a sua palma e nem sequer as curvas traçadas pelos dedos, o expectador sabe o que está vendo - aquilo, sem dúvida, é uma mão e ponto. Tamanha certeza só é possível porque o cérebro consegue, com rapidez maior do que a de um piscar de olhos, extrair formas invariáveis dos objetos, a partir de um fluxo de informações em perpétua transformação. Do mesmo modo, o comprimento das ondas luminosas refletidas pela superfície de uma maçã, por exemplo, se altera conforme a iluminação do ambiente. Mas o sistema nervoso simplifica as coisas e atribui à fruta uma cor constante. "Interpretação é boa parte do que chamamos sensação", explica o neurologista Charles Gray, do Instituto Salk, nos Estados Unidos, em entrevista a SUPERINTERESSANTE. "Essa capacidade de interpretar imagens só é extremamente eficiente por causa de uma complexa divisão de funções, do ponto de vista do cérebro." Ou seja, existem neurônios que trabalham em ritmo de dedicação exclusiva à compreensão de cada detalhe daquilo que se está vendo.

Na ótica cerebral, há no mínimo 25 maneiras diferentes de se enxergar o mundo. E o mais espetacular é que todas elas se unem para produzir uma úni-ca imagem da realidade. São 25 as áreas no córtex - a superfície cor de chumbo do cérebro - que têm algum envolvimento com a visão. "Há quem desconfie da participação de umas outras cinco" diz Gray, "totalizando algo em torno de trinta regiões com o papel de decodificar, cada uma delas, um aspecto específico da imagem captada pela retina, no fundo do globo ocular". Assim, existem áreas que interpretam apenas cores e áreas que se encarregam de revelar formas e movimentos. A equipe do cientista se destaca na investigação de como pontos distintos do cérebro cooperam entre si, criando imagens que não aparen-tam, nem um pouco, a separação de tarefas dos neurônios.
Por que será que uma banana pare-ce amarela e uma cereja parece ver-melha? A questão, sem importância à primeira vista, mobiliza em torno de 2000 pesquisadores no mundo inteiro. Entre eles, um jovem médico alemão de 32 anos que, mal saiu da faculdade, trocou o consultório pelo laboratório. No Instituto Max-Planck, em Frankfurt, na Alemanha, o neurologista Andreas Engel se concentra em responder co-mo os neurônios fazem para não confundir as bolas, ou melhor, a figura alongada da banana com a circunferência da cereja "Pois, já que a cor e a forma são processadas em cantos diferentes do córtex, se as duas frutas fossem coloca-das lado a lado, as células nervosas bem que pode-riam cruzar as linhas, criando a visão de uma banana vermelha junto de uma cereja amarela", raciocina Engel, com o ar maroto de quem acha a imagem divertida. "Mas o fascinante é que os neurônios não costumam errar", diz ele, com olhos brilhando.
Por isso, os cientistas apostam: as células das áreas visuais do cérebro se comunicam por meio de um código secreto. "É como se os neurônios capazes de perceber o tom vermelho fossem avisados que tal cor corresponde ao mesmo objeto que outro grupo de neurônios interpreta como sendo uma forma redonda", descreve o médico pesquisador. "E assim, no cérebro, onde todas as visões são produzidas, a cereja acaba tingida de rubro." Engel e sua equipe acreditam ter decifrado o código dos neurônios. Guardaram o segredo a sete chaves, até o último Encontro da Sociedade Americana de Neuro-ciências, quando 16 000 cientistas de vários países fizeram o balanço das últimas descobertas sobre o funcionamento do cérebro (SUPERINTERESSANTE, ano 6, número 12). Durante o evento, a apresentação da tese assinada pelo grupo do famoso instituto alemão causou furor: "Os neurônios, espalhados por diversas áreas, só conseguem relacionar corretamente as informações sobre cor, forma e movimento de um mesmo objeto qualquer, porque trabalham em um mesmo compasso", resume Engel.
Como tudo o que ocorre no cérebro - de um pensamento à dor de um pontapé -, a visão também é pura eletricidade. Com equipamentos de alta precisão, os pesquisadores alemães gravaram os sinais elétricos disparados pelos neurônios de gatos. "As mensagens nervosas relacionadas à visão têm um ritmo próprio", explica o físico Peter König, que participou da experiência. "Em geral, os neurônios ligados a esse sentido descarregam eletricidade em intervalos de 15 a 30 milésimos de segundo. Ou seja, geram ondas elétricas que podem oscilar entre 30 e 70 vezes por segundo." Para o pesquisador, são essas oscilações que fazem toda a diferença de objetos diferentes. Enquanto o gato olhava para determinada figura, o exame apontava um padrão de onda idêntico em todas as áreas especializadas que entraram em ação; por sua vez, diante de duas figuras, surgiam dois padrões ou desenhos de ondas. "O cérebro deve rela-cionar ondas iguais como sendo pertinentes a um mesmo objeto", especula o físico. "Se isso não acontecesse, numa visita a um museu, as pessoas poderiam enxergar as estátuas caminhando e os turistas estáticos", exemplifica.
Alguns cientistas não se deram por satisfeitos com a teoria de König e Engel - embora não tenha sido descartada, ela precisa enfrentar uma batelada de testes, inclusive usando outros modelos animais, como macacos. De qualquer modo, tentativas como essa de compreender a rede de transmissão cerebral vêm tornando o estudo da visão um dos campos mais efervescentes das chamadas Neurociências, hoje em dia.
O mapa moderno do chamado córtex visual, dividido em diversas áreas relativamente distantes entre si, surgiu há apenas duas décadas. Até então, prevalecia a imagem criada pelos primeiros neurologistas que pesquisaram sobre esse tema, no século passado. Eles tinham uma visão bastante diferente da atual: acreditavam que a luz refletida pelos objetos impressionava a retina dos olhos, como se esta fosse um filme fotográfico. Ali, essa impressão era transformada em sinais nervosos, disparados para uma região da superfície cerebral, próxima da nuca, encarregada de revelar a imagem gravada na retina. Portanto, numa leitura simples, ponto por ponto. Antes de alcançarem essa área nobre, porém, os sinais en-viados pelos olhos faziam escala numa estrutura arredondada, abaixo do córtex - o núcleo geniculado lateral.
A concepção desse caminho está correta; o problema é que representa apenas parte da trajetória das informações visuais pelo cérebro. Aquela região na parte de trás da cabeça, hoje se sabe, funciona como uma espécie de agência do correio, distribuindo as informações que ali chegam para destinatários diferentes. Essa mudan-ça de concepção resultou até mesmo em uma alteração de nome: a tal re-gião distribuidora, que antes era conhecida por córtex visual, como se fosse rainha absoluta nessa função, pas-sou a ser chamada de córtex visual primário. Pois, além desse, há pelo me-nos outros quatro territórios sa-grados da sensação visual no cérebro.
As evidências de que a visão não tinha um único endereço no sistema nervoso central surgiram no início da década de 70, com experiências usando macacos, realizadas por duas equipes - uma americana, da Universidade de Wisconsin, e outra inglesa, da Universidade de Londres. Os pesquisadores instalaram eletrodos no cérebro dos animais, para monitorar a atividade elétrica de suas células; mais tarde, mostraram-lhes imagens diversas - linhas, quadrados coloridos, pontos que se moviam. Desse modo, descobriram que milésimos de segundo depois do estímulo visual, ou seja, após a apresentação das figuras, os sinais partiam do córtex visual primário (também chamado V1, sendo a letra V de visão), para uma área ao seu redor, logo classificada de V2.
Próxima dessas duas áreas, uma terceira entrava em ação, mas somente quando os cientistas faziam os animais observarem o desenho de formas. No entanto, essa área, batizada de V3, era indiferente às cores. Já outra parte do córtex, a V4, tinha predileção pelo colorido, embora também fosse ligeiramente sensível aos formatos. Finalmente, qualquer movimento era percebi-do em uma quinta região, a V5. Graças a certos tipos conhecidos de cegueira, os pesquisadores deduziram que, assim como o dos símios, o sistema nervoso do homem também separava cores, movimentos e formas, na hora de interpretar uma imagem. Existem pessoas com lesões cerebrais,que enxergam nitidamente os contornos dos objetos, mas não fazem a menor dis-tinção entre um pálido tom de cinza e um rosa-choque. Sinal de que, nelas, a área danificada do cérebro operava com cores, sem ter nada a ver com os formatos.
Restava saber se, no homem, essas áreas especialistas se situariam na mesma posição em que foram encontradas no cérebro dos macacos. A resposta, afirmativa, só foi possível na última década, com o desenvolvimento da chamada tomografia de emissão de pósitrons. Essa técnica permite visua-lizar quais áreas cerebrais estão sendo mais irrigadas pelo sangue, quando alguém desempenha uma tarefa qualquer. Supõe-se que o aumento da circulação sanguínea corresponda à demanda de energia, provocada pela atividade dos neurônios. O tomógrafo de pósitrons também revelou que as cinco grandes regiões, de V1 a V5, identificadas no cérebro humano, podem se subdividir, criando as 25 áreas especia-li-zadas conhecidas.
Na verdade, essa especialização é muito mais requintada - ela pode chegar ao nível celular, a ponto de existir um único neurônio encarregado de reconhecer a imagem de uma unha do dedão do pé, desconfiam os pesquisadores. E essa idéia não é nada absurda, diante de uma experiência, já considerada clássica, realizada há cerca de dez anos pelo neurologista Charles Gross, professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. O cientista tentava gravar os sinais elétricos emitidos por neurônios isolados, no córtex de um macaco Rhesus, que havia recebido anestesia local. O animal teve de olhar para linhas, sinais luminosos e desenhos geométricos. Seus neurônios, porém, não deram o menor sinal de atividade. Até que, desolado, Gross balançou as mãos - e, detalhe, nesse tipo de experimento, os pesquisadores procuram se manter imóveis, para não atraírem o olhar das cobaias, atrapalhando a análise dos resultados. Espantado, o cientista americano viu que seu gesto de desistência fez os neurô-nios do macaco dispararem. Prova de que aquelas células nervosas desprezavam estímulos simples, como traços riscados em cartolina, com os quais Gross tinha perdido tempo e a paciência.
Não é à toa que esses neurônios esnobes terminaram apelidados pela comunidade científica de células-avós, por serem acionadas diante de figuras tão complexas e ricas em detalhes como o rosto de uma senhora idosa. Certos estudos indicam que as tais células-avós servem para o reconhecimento rápido e rasteiro de imagens consideradas tremendamente importantes. Há seis meses, por exemplo, encontrou-se em carneiros células-avós especializadas em identificar o perfil de predadores.
A mais recente descoberta no campo de estu-dos da visão foi realizada pela equipe do neurologista Ichiro Fujita, do Instituto Riken, no Japão. Os pesqui-sadores, mais uma vez, mostraram figuras diversas a um grupo de macacos, medindo a atividade dos neurô-nios numa área situada logo acima da altura da orelha esquerda - é ali, acreditam, o grande arquivo da memória visual. Os cientistas notaram que o desenho de um círculo negro com o centro branco, por exemplo, ativou determinadas células nervosas na primeiríssima camada do córtex. Uma figura ligeiramente diferente - a do mes-mo círculo negro, dessa vez com uma forma oval no meio - acionou células na camada logo abaixo daquelas primeiras. E assim por dian-te. Logo, conclui-se que o cérebro tem uma coleção de imagens, dispos-tas numa seqüência: a que está gravada em de-terminado neurônio difere muito pouco da que está guardada na célula imediatamente abaixo ou acima. Embo-ra o córtex, isto é, a camada superficial do cérebro, não tenha mais do que 2 milímetros de espessura, os cientis-tas estimam que isso é suficien-te para armazenar em células so-bre-postas - só nessa região atribuída à memória, bem entendido - algo em torno de 1 000 ícones.
Esses ícones seriam como letras de um alfabeto com o qual o cérebro escreve - e assim reconhece - o nome daquilo que está vendo. Por exem-plo: numa célula pode estar gravada a imagem de um bigode; em outra, um formato de olho; bastariam esses dois neurônios serem ativados, para certa pessoa reconhecer o rosto do pai. Ou seja, a combinação dos neurônios determina um padrão, graças ao qual uma figura, por mais complexa que seja, acaba sendo reconhecida. De acordo com o neurocientista Rodolfo Llinas, da Universidade de No-va York, esse estudo pode fornecer pistas so-bre como fun-cionam outros tipos de memória, como a auditiva. "Devem existir pontos em comum", diz ele. "Na verdade, a pesquisa da visão ajuda a esclarecer os mecanis-mos de outras funções cerebrais mais genéricas, como a atenção ou o aprendizado". Ele próprio, como contou a SUPERINTERES-SANTE, tem segundas intenções ao investigar esse sentido: "Os neurô-nios das áreas visuais só conseguem juntar as informa-ções de maneira lógica e organizada quan-do a pessoa está acordada", afirma. "Ou seja, com uma melhor compreensão dos me-canismos da visão, tere-mos avança-do no sentido de en-tender aquele estado cerebral conhe-cido por consciência. "

O que chama a atenção

Há pessoas que vivem esbarrando nas portas; só esvaziam um lado do prato repleto de comida; só maquilam ou fazem a barba de uma das faces e, pior, depois disso, diante do espelho, não vêem nada de errado no próprio visual. Essa gente parece enxergar o mundo pela metade. Mas só parece. Seu problema, decorrente de lesões cerebrais, foi descrito no final do século passado: trata-se de uma heminegligência, ou seja, as vítimas negligenciam um dos lados de seu campo de visão - o lado oposto àquele onde está a lesão no sistema nervoso. "Elas enxergam tudo, mas só prestam atenção a um dos lados", explica o neurocientista Luiz de Gonzaga Gawryszewski, professor da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, Rio de Janeiro. "Se você colocar essa pessoa na frente de uma casa, ela só descreverá o seu lado esquerdo", exemplifica. "Então, ao se virar de costas para a casa, quando os lados se invertem, descreverá a fachada direita. Sinal de que a tinha visto antes, mas não deu a menor importância."
Isso prova que, no cérebro, enxergar e prestar atenção envolvem estratégias nervosas diferentes. Mas é por meio da visão que a equipe chefiada por Gawryszewski pretende esclarecer o comportamento do cérebro atento. "A atenção é um estado em que se cria um filtro", diz a médica Tania Gouvêa Thomaz, que integra o grupo de pesquisadores. "O cérebro seleciona o que lhe interessa e, a partir daí, barra algumas informações, deixando passar outras." Os cientistas fluminenses desenvolvem experiências, para medir o tempo que uma pessoa leva para reagir diante de um estímulo visual. "É uma maneira de ver a quantas anda a sua atenção", justifica Tania.
Em um desses experimentos, por exemplo, voluntários ficam diante de uma tela de computador, com os olhos fixos em determinado ponto. Eles devem apertar uma tecla, assim que se acender um sinal luminoso em outro canto. Só que, antes, surge uma seta, indicando a possível direção desse estímulo. A reação chega a ser entre 30 e 40 milisegundos mais rápida, quando a pista está correta. "Quando a dica da seta é falsa, o cérebro tem de realizar três operações", fala a médica. "Em primeiro lugar se desliga do ponto em que se concentrava; depois movimenta a atenção para onde ocorreu de fato o sinal luminoso e, então, encaixa o foco nesse ponto. Não é à toa que demore tanto, porque esses milisegundos, para nós, são uma enorme diferença."

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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Choque Térmico - Medicina


CHOQUE TÉRMICO - Medicina



A mais leve queimadura já provoca um belo estrago nas células da pele. As mais graves, porém, conseguem até mudar o funcionamento do organismo.


O conteúdo escaldante dafile:///E:/Publicados%20Brasil/2013-10/60-10%20locais%20fascinantes%20criados%20pela%20natureza/11-pamukkale-10-locais-fascinantes-criados-pela-natureza.jpg panela, por exemplo, se derrama na azarada cozinheira. À dor segue o susto e vem acompanhada de bolhas e outras reações, que tornam a queimadura uma das mais graves agressões que um corpo pode sofrer. Um recente simpósio realizado em São Paulo, há quase dois meses, trouxe especialistas estrangeiros com novas tecnologias para melhorar o atendimento dos queimados. Afinal, cuidar de um ferimento no dedo pode ser fácil, mas quando a queimadura atinge mais de 20% da superfície corporal, a vida está em perigo.
Quem apenas encostou na panela quente e quem sobreviveu a um incêndio sofrem o mesmo mal: as células da pele morrem porque suas proteínas foram destruídas. O agente culpado mais comum é o calor - o de líquidos e objetos aquecidos, o que resulta de um choque elétrico ou, enfim, o do fogo propriamente dito. No entanto, alguns componentes químicos, como os ácidos, também podem arrasar as proteínas; assim como a radiação, cujo quadro típico é o das queimaduras de sol.
"A gravidade de uma queimadura vai depender tanto da sua extensão como da sua profundidade", explica o cirurgião plástico Marcus Castro Ferreira, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. "Uma queimadura simples atinge até 15% do corpo e, em geral, não causa grandes problemas. As mais sérias atingem entre 15 e 35% da superfície corporal. Já uma lesão profunda que supera essa área é considerada gravíssima.´´ É como se os médicos esticassem a pele do corpo e dividissem a área total em cem pedacinhos iguais. Para os leigos, um braço inteiro parece conter uma grande extensão de pele; mas os especialistas sabem que, em uma pessoa adulta, ali só cabem sete porções, isto é, 7%. Nessa linha de raciocínio, uma queimadura de tórax representa um estrago de 13% do corpo; idem, uma nas costas. As duas pernas, por sua vez, equivalem a 33% da área corporal.
Há uma hierarquia também para a profundidade da destruição das proteínas. Uma queimadura de 1º grau devasta apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele. Seus efeitos podem ser notados após um banho de sol prolongado: o inchaço, o ardor e a vermelhidão; finalmente, a pele morta descasca. A queimadura de 2º grau, porém, é o tipo mais comum de lesão e implica nas desagradáveis bolhas. Estas, mesmo quando são pequenas, jamais devem ser estouradas. Caso contrário, seu interior fica exposto - trata-se de um local quente, úmido e desprotegido, onde as bactérias adoram se instalar. Enfim, quando a epiderme e a derme são destroçadas, a queimadura é de 3º grau: "Embora seja a mais grave, ela não dói", revela o cirurgião plástico Walter Soares Pinto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. "As lesões superficiais ardem, porque irritam os nervos. Já as de 3º grau, por serem profundas, liqüidam as terminações nervosas, que disparariam a mensagem dolorosa ao cérebro. "
Uma queimadura pode desencadear mudanças no organismo. Elas começam nos microvasos sanguíneos, os capilares: as tramas celulares, que formam as suas paredes, se afastam. Pelos vãos passa o plasma - a parte líquida do sangue - que se espalha entre os tecidos. E atenção: isso, às vezes, não acontece apenas na área queimada. Na verdade, quem se queima tende a ficar todo inchado. Além disso a descarga de calor prolongada em uma região qualquer do corpo - a do Sol na praia, por hipótese - simplesmente desestabiliza o sistema nervoso. O cérebro perde a noção da temperatura correta do organismo, em torno de 36ºC e, daí, o corpo se aquece da cabeça aos pés. O resultado é a dilatação dos vasos, uma das causas da vermelhidão e do ardor. Se o plasma, que escapa pelos vasos dilatados, penetra entre a epiderme e a derme da região ferida, aparece a bolha.
Segundo o médico, uma pessoa bastante queimada pode perder mais de três litros de líquido dos vasos para os tecidos. O sistema circulatório desse paciente sente o déficit, que provoca queda violenta da pressão arterial. Essa baixa é capaz de colocá-lo em estado de choque, a principal causa de morte nas primeiras horas depois do acidente. Para repor o líquido perdido, a equipe médica administra grandes volumes de soro. Além disso, o paciente recebe uma solução de nutrientes. Pois o gasto de energia e de matéria-prima - proteínas e gorduras - para reconstruir a pele é tanto, que alguém com queimaduras sérias pode emagrecer 20 quilos facilmente.
Como se não bastasse, a pele queimada costuma grudar no corpo, formando aquilo que os médicos chamam de escaras. Estas liberam toxinas que interferem no metabolismo. O paciente tem, então, alterações no sistema respiratório, cardíaco, e também no de defesa. "A pessoa muito queimada reage como um imunodeprimido´´, conta o cirurgião plástico Carlos Fontana, do Hospital das Clínicas. "Não se compara à Aids, mas a capacidade de o organismo lutar contra micróbios cai bastante."
Daí que as infecções são a maior ameaça à sobrevivência desse doente. As bactérias mais insidiosas são aquelas moradoras da superfície da pele, que aproveitam a ferida como brecha para a sua invasão. "Por isso, os únicos medicamentos que se aplicam no ferimento são antimicrobianos. Ao contrário do que as pessoas pensam, não existe remédio específico para queimadura´´, garante Fontana. Nas lesões de 2º grau, o organismo consegue se recuperar sozinho. A epiderme renasce novinha em folha, a partir das bordas da lesão, das glândulas e dos folículos em que nascem os pêlos. "Mas a pele restaurada tem uma cor diferente da original", lamenta Soares Pinto.
A diminuição dos melanócitos - células que contêm moléculas de pigmento - desenha uma mancha mais clara. Tudo se complica nas lesões de 3º grau, em que a derme também foi arrasada. "Assim como não dá laranja em pé de limão, não nasce pele da gordura subcutânea", compara Soares Pinto. "A única solução é fazer um enxerto."
A pele enxertada tem de vir do próprio paciente, senão o organismo rejeita o tecido doado. Por isso, para cobrir a área despelada pela queimadura, os cirurgiões retiram uma lâmina, abrangendo a epiderme e parte da derme, de uma área sã do paciente. Essa lâmina é deixada sobre a região queimada, sem necessitar de sutura e nem sequer de me-dicamento. É como plantar grama num jardim: a placa de pele acaba pegando no tecido mais profundo. Em menos de cinco dias, vasos sanguíneos recém-formados enraízam o bloco enxertado e a epiderme, na fronteira da placa e da ferida, cresce até se unir. A região doadora se recupera como se tivesse sofrido uma queimadura de 2º grau.
Contudo, nem sempre o queimado tem uma extensão de pele boa tão grande como a lesada. Nesses casos, pode-se fazer o chamado enxerto em malha. Uma máquina perfura a lâmina doada, esticando-a até o triplo do tamanho original. Em outro truque, o do selo, os médicos recortam a placa em quadradinhos, que espalham no local queimado. Espera-se, tanto na técnica da malha como na do selo, que a epiderme cresça das bordas e feche toda a superfície. "Do ponto de vista estético, o resultado é ruim, por causa daquela diferença de cor da cicatrização. Ninguém quer ficar com uma pele xadrez", reconhece Soares Pinto. Existem, ainda, peles substitutas, usadas para tampar temporariamente a ferida, como curativos que protegem contra a entrada de bactérias. Elas podem ser sintéticas, animais - em geral, de porco ou de rã - ou de cadáveres, que é a me--lhor alternativa. Para evitar a rejeição, o enxerto é trocado a cada dois ou três dias, antes de completar o prazo para o corpo produzir anticorpos.
As pesquisas, porém, concentram-se, na cultura de epiderme em laboratório. Segundo o especialista Gregory Gallico, dos Estados Unidos, participante do Simpósio de Queimaduras realizado em São Paulo, é possível obter extensões razoavelmente grandes de epitélio a partir de 1 centímetro quadrado doado pelo paciente. "As células desse pedacinho são debulhadas, como uma espiga de milho, e semeadas num meio propício", explica o cientista americano. "Elas se replicam, estimuladas por um coquetel, cujos ingredientes tentam imitar o ambiente em que a célula vivia no organismo." Se a receita dá certo, depois de duas ou três semanas surge, dentro do tubo de ensaio, uma folha de epiderme com até oito camadas de células. A equipe do Hospital das Clínicas paulistano começou a cultivar epiderme no ano passado e pretende conjugá-la com a derme retirada de cadáveres.
Os enxertos, na realidade, não evitam apenas as infecções. Eles atenuam outro problema: sob a ferida, forma-se um tecido fibroso, capaz de se retrair bastante, numa tentativa de colar as bordas do machucado. Esse processo não respeita a anatomia do corpo - e daí surgem terríveis deformações. Por isso, durante o tratamento, o paciente queimado permanece imobilizado em posição estirada e tem de recorrer à fisioterapia, logo que possível. Infelizmente, a recuperação de queimaduras sempre envolve dor e desconforto. Um novo curativo, criado nos Estados Unidos, procura aliviar esse sofrimento. A novidade foi trazida para o simpósio brasileiro na bagagem do médico americano Michel Hermans: "Trata-se de um polímero inerte, que adere à pele sã, e uma camada de partículas hidroativas", ele descreve. "Essas partículas reagem com o líquido eliminado pela própria ferida, formando um gel, que não gruda no machucado. Co-mo sua superfície é impermeável, o paciente pode tomar banho normalmente", diz Hermans. Mas a grande vantagem do curativo, que deverá ser testado no Brasil nos próximos meses, seria diminuir o tempo de cicatrização.
Com essa mesma finalidade, há a sugestão de outro especialista americano, Eric Kindwall, que propõe o uso da câmara hiperbárica, aquela encarregada de despressurizar mergulhadores. Dentro de um aparelho desses, a pessoa respira 100% de oxigênio, submetida a uma pressão de duas a três atmosferas, durante duas horas por dia. O oxigênio alcança uma diluição no sangue até 20 vezes maior que a normal. Isso acelera a cicatrização. "No quinto dia, observamos 16% de decréscimo da área queimada", afirma Kindwall.
Se as novas técnicas de tratamento são caras, os antibióticos e os dias de internação também não saem barato. "O atendimento de uma pessoa com queimaduras graves custa, no mínimo, 10 mil dólares", avalia Soares Pinto. "A situação é terrível, porque a maioria dos queimados vem das classes menos favorecidas." Queimar-se, muitas vezes, é conseqüência de viver em casas de um único cômodo, com ligações elétricas clandestinas. Independentemente do nível econômico, estima-se que 60% das vítimas sejam crianças, sobretudo na faixa entre 1 e 5 anos de idade. Em geral, as queimaduras ocorrem dentro de casa. Pequenos cuidados evitam grandes acidentes: crianças fora da cozinha, cigarros apagados quando se mexe com produtos inflamáveis, fios elétricos encapados e instalações conservadas. Quando conselhos como esses foram divulgados em comerciais de televisão no Espírito Santo, o número anual de queimaduras do Estado despencou para um quinto da incidência anterior. Prevenir queimaduras é fá-cil. Porém, quando acontecem, por mais que os médicos se esforcem, é impossível impedir seqüelas.

Idéias para serem queimadas
No desespero de aliviar o ardor, muita gente faz coisas erradas, que só pioram a situação:

Clara de ovo e manteiga aliviam a dor
Em compensação, esses e outros produtos encontrados na cozinha, como o vinagre, podem contaminar a área lesada. É bom não arriscar.

Deve-se cobrir a lesão com um curativo
Estão proibidos os band-aids, esparadrapos e algodão. Eles grudam na ferida e provocam dor ao serem removidos. Se é necessário o socorro de um hospital, cubra o machucado apenas com um plástico ou pano bem limpos.

Mergulhar a queimadura na água cria bolhas
Mentira, porque isso é a melhor coisa que a vítima pode fazer. A água fria libera calor do local lesado, reduz a dor e as bactérias. As bolhas, se tiverem de aparecer, surgirão com ou sem esse banho

É certo usar mercurocromo
Remédios coloridos como mercurocromo, violeta genciana e azul de metileno não ajudam, nem refrescam.

Há pomadas próprias para esses casos
Não existe nenhum produto capaz de curar ou mesmo acelerar a recuperação de uma queimadura. Ainda por cima, as pomadas mais comuns são a base de picrato de butesin, substância tóxica para o fígado.

Passar pasta de dente é ótimo
No início, o frescor do creme até alivia a dor, mas alguns de seus componentes, como o mentol, irritam o ferimento. E o pior é que, mais tarde, vai doer para limpar a pasta do local.

Gelo ajuda a sarar rápido
Ele pode anestesiar o lugar. Mas, também, fecha os vasos sanguíneos e destrói a pele saudável ao redor da queimadura. Com isso, dificulta a recuperação.

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terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Bomba Relógio da Superpopulação - Demografia


A BOMBA-RELÓGIO DA SUPERPOPULAÇÃO - Demografia



Um cientista revela como a degeneração do meio ambiente e as grandes epidemias podem ter uma causa explosiva.



Quando publicou o livro A bomba populacional, em 1968, o biólogo americano Paul Ehrlich, da Universidade Stanford, em São Francisco, Califórnia, acendeu o pavio de uma enorme polêmica. Experiente analista das agressões ao ambiente e com profundos conhecimentos de ecologia, ele não se preocupava com a mera falta de espaço num mundo abarrotado. Naquela época, já antecipava as formidáveis dores de cabeça dos anos 80 e 90. Efeito estufa, chuva ácida, Aids, escassez de alimentos, destruição da camada de ozônio, redução da diversidade biológica e das florestas tropicais. Tudo isso, argumentava o cientista, faz parte de um grande distúrbio da natureza, em escala planetária. Ehrlich, vale lembrar, lançou esse alerta em 1968, quando os atuais desastres eram apenas enredos de ficção científica. Mas o crescimento demográfico já estava decolando de forma sequer sonhada em décadas anteriores. Basta ver que, a cada ano, 80 milhões de novos habitantes eram adicionados aos 3,5 bilhões já existentes. E o mais importante era a velocidade do crescimento: a humanidade havia gasto dezenas de milhares de anos para ganhar seu primeiro bilhão de habitantes, fato que ocorreu por volta de 1800. Mas, em seguida, foram necessários apenas mais 130 anos para dobrar aquele número, de tal modo que em 1930, 2 bilhões de pessoas se espalhavam pelo planeta.
O próximo passo se deu em tempo ainda menor, 30 anos e assim por diante. Na década de 90 o crescimento entra em sua fase mais intensa - quando bastam 11 anos para "produzir" 1 bilhão de pessoas -, mas se nada for feito para contê-lo, o ritmo explosivo deverá prosseguir até a metade do próximo século. Esse tipo de atropelo é que poderia levar a espécie humana a um beco sem saída, já que ela não terá um futuro saudável se sua quantidade dobrar dos atuais 5,5 bilhões para mais de 10 bilhões. Há três décadas, o argumento de Ehrlich era simples: se o crescimento da população não fosse contido, a própria natureza se incumbiria de contê-lo. Nada mais didático do que o sufocante exemplo dos alimentos: à medida que aumenta o número de bocas, se torna cada vez mais difícil produzir comida para todo mundo. E isso eleva a taxa de mortalidade.
Menos óbvio, mas tão revelador quanto o exemplo anterior, é o caso das epidemias: o excesso de gente leva à proliferação de microorganismos e dificulta os serviços de prevenção e tratamento das doenças. Será possível que o homem - tão orgulhoso de seu domínio sobre a natureza - se deixe arrastar a essa espécie de apocalipse ecológico? Ehrlich acredita que sim. Tanto que, quase 25 anos depois, ele volta ao tema por meio de um novo livro, publicado em 1990 e ainda não editado em português. Seu título - Explosão populacional - significa justamente que a bomba antevista em 1968 afinal explodiu.
Uma das muitas evidências a seu favor foi a eclosão da Aids e outras epidemias cuja força vai muito além do que imaginavam os especialistas há pouco mais de uma década. Para Ehrlich, essa era uma ameaça previsível, pelo menos em linhas gerais, e muitos cientistas importantes, em retrospectiva, concordam com isso. É perfeita uma declaração do virologista americano Howard Temin, premiado com o Nobel de Medicina em 1975, a respeito da Aids: "O que me surpreende é que tenha havido apenas uma epidemia desse tipo". Certamente não é fácil avaliar até que ponto o biólogo de Stanford está certo, especialmente porque suas previsões são apenas qualitativas, ou seja, não podem ser colocadas em números ou mesmo afirmações precisas.
Mas um esboço de seus principais argumentos ajuda a entender por que o cientista se sente tão seguro de si. Um dos principais focos de sua atenção é o chamado ambiente imunológico - ou seja, tudo aquilo que pode criar maior ou menor facilidade à eclosão e transmissão de doenças. Sua conclusão é que a situação se torna mais precária a cada ano. Um motivo básico, muito marcante nos países do Terceiro Mundo, é o número cada vez maior de pessoas vivendo nas cidades. Esse acúmulo, aliado a condições sanitárias delicadas ou deploráveis, faz com que as pessoas se tornem alvo ideal para epidemias velhas e novas.
O vírus da Aids é apenas um dos muitos microorganismos letais, tão difíceis de controlar, que surpreenderam os especialistas nos últimos anos. Mas ele é exemplar porque pode já ter acionado um mecanismo do tipo previsto por Ehrlich, por meio do qual a natureza eleva a taxa de mortalidade e contrabalança o crescimento populacional. Na África, pelo menos, simulações por computador indicam que a doença promoverá uma significativa queda no ritmo de aumento da população até o ano 2 000. Algumas regiões centro-africanas ganham novos habitantes a uma taxa de 3% ao ano, de tal modo que, ao fim de 12 meses, um país de 10 milhões de habitantes terá 10,3 milhões.
Em vez disso, a taxa cairia para 2% e o número de habitantes subiria para 10,2 milhões, 100 000 pessoas a menos que no cálculo anterior. Essa previsão é ainda mais sombria pelo fato de levar em conta apenas 25 anos de proliferação do vírus, a partir de 1975 (gráfico). A crise mundial de alimentos encerra possibilidade parecida, assinala Ehrlich. E bem mais complicada, pois a fome crônica já afeta quase 800 milhões de pessoas e talvez venha a se tornar mais aguda onde não é tão grave na atualidade. Seja como for, em conseqüência da fome o ambiente epidemiológico se tornará ainda mais precário. Outra complicação é que a emissão de poluentes compromete a agricultura do futuro.
Os dados essenciais seriam os do Worldwatch Institute, sediado em Washington, nos Estados Unidos, sobre as tendências mundiais de produção agrícola. Ehrlich comparou a curva populacional com a produção de cereais básicos. O resultado sugere que a quantidade total de alimentos dificilmente aumentará, bem ao contrário da população.
A partir da metade da década de 80, parece ter-se esgotado a chamada revolução verde - programa americano cuja meta era repassar técnicas modernas aos países pobres. Em certos países da África, a revolução foi simplesmente "devorada" por lutas tribais e caos político. Logo abaixo do Saara, por exemplo, a produção total pode até ter aumentado, mas a quantidade por pessoa caiu 20% desde 1970. Essa tendência vale para o conjunto dos países, ainda que a porcentagem de queda seja menor. Mas o problema é mais grave na África, onde o fracasso das colheitas, entre outras coi- sas, levou à morte mais de 5 milhões de crianças.
Com um detalhe decisivo: mesmo quando a má nutrição não foi causa direta das mortes, ela foi o meio que propiciou o desenvolvimento de doenças letais. Na América Latina, igualmente, a produção de cereais por pessoa vem caindo desde 1981, num declínio da ordem de 10%. Outra tendência alarmante: imensas áreas estão deixando de produzir alimentos de acordo com as necessidades.
Antes da Segunda Guerra, Ásia, África, América Latina, e América do Norte eram exportadoras de alimentos. Hoje, a situação se inverteu: três quartos das exportações de grãos provêm da América do Norte e cerca de 100 países dependem delas, de uma forma ou de outra, pois se voltaram para a produção industrial, relegando a agricultura a um plano secundário. Para piorar, os próprios americanos começam a se deparar com insuperáveis obstáculos naturais: ali, em 1988, devido a uma devastadora seca, se perdeu um terço da colheita de grãos. Pela primeira vez desde a década de 50, esse país consumiu mais cereais do que colheu, e a fração perdida correspondia ao total exportado para aqueles 100 países.
A seca de 1988 explica por que a grande questão do futuro, segundo Ehrlich, é o efeito do clima sobre as colheitas. Esta deve ser prejudicada, antes de mais nada, por uma aguda carência de água no planeta, já que o aquecimento global da atmosfera é a mais importante alteração do clima. A menor disponibilidade de água, por sua vez, levará a uma menor quantidade de cereais.
Em seguida, uma cadeia de efeitos devem se associar de maneira complexa. Populações famintas se tornarão um prato cheio para doenças epidêmicas, e estas elevarão as taxas de mortalidade. As grandes cidades serão alvo certo de distúrbios, pois vão se agigantar velozmente nas regiões pobres. Isso faz prever desde a falta de moradia até serviços aparentemente triviais, como a coleta de lixo. Esta última, em alguns países, já começa a tomar estatura titânica .
Assim, não é difícil antecipar lúgubres perspectivas políticas. Diante de tantos obstáculos, as formas democráticas de governo enfrentariam desafios crescentes, sob constante risco de extinção. Governos nacionais poderão se ver enfraquecidos, profetiza Ehrlich. Em alguns casos acabariam substituídos por uma combinação de feudalismo e tribalismo. Outra perspectiva bastante concreta é a proliferação do fanatismo religioso. Talvez não seja exagero enxergar um sinal dessa tendência num fato bem sabido: os países árabes, onde estão alguns dos recordistas em crescimento populacional, também abrigam os mais fortes movimentos de extremado caráter sectário, ligado à religião.
Caso esse cenário se concretize, representaria uma regressão histórica da humanidade a uma organização política e social semelhante àquela que imperava na Idade Média. Mas seria grave injustiça ignorar que Ehrlich sempre fala em tendências: nada disso precisa acontecer, obrigatoriamente. Como um experimentado cientista - nunca um candidato a profeta -, ele conhece bem os limites dos sólidos argumentos que apresenta. Por isso tem perfeita consciência que as tendências negativas podem ser revertidas por meio de atitudes mais racionais e mais bem informadas, por parte dos diversos governos.
Isso efetivamente já aconteceu devido ao recuo na guerra fria, que opunha os Estados Unidos à antiga União Soviética. Houve então um relaxamento da tensão política, tornando menos provável a ignição de um conflito nuclear. O próprio Ehrlich merece crédito por essa mudança, pois foi ardoroso crítico da guerra, contra a qual ajudou a escrever um contundente estudo científico, conhecido como "Inverno nuclear". Esse trabalho, de 1983, analisava o destino da humanidade após um eventual confronto atômico, mostrando como ele poderia reduzir a civilização aos níveis da pré-história.
O risco não está totalmente afastado, mas já não é tão grande. Da mesma forma, é perfeitamente possível corrigir os atuais tropeços ambientais, e Ehrlich apresenta o que pensa ser a melhor maneira de fazer a correção. A primeira medida é evidente: diminuir o ritmo de crescimento populacional da forma mais rápida possível. Sua idéia é iníciar um amplo programa de controle da natalidade, capaz de fixar um teto definido para a população mundial. Esta não pode ser tão grande que não possa ser sustentada por meio dos recursos disponíveis a cada momento. A expressão sustentada, para Ehrlich, significa que todos devem ter vida de boa qualidade e produtiva.
O sistema econômico também deveria ser remodelado de forma a reduzir o consumo nos países mais ricos. Tal medida é imprescindível para preservar o meio ambiente e não desperdiçar recursos não renováveis do planeta. Ao lado disso, o cientista recomenda o emprego de tecnologias alternativas, isto é, que prejudicam a natureza o mínimo possível. Afinal, o maior perigo, em toda essa história, parece estar na lentidão dos grandes fenômenos naturais, comparados à existência humana. Assim, não são facilmente percebidos, a não ser quando já estão em fase avançada.
É claro que as medidas saneadoras devem ser executadas de acordo com um plano bem elaborado, que também terá de ser corrigido passo a passo, ao longo do tempo. Por isso, Ehrlich criou uma equação para descrever o efeito ambiental da explosão demográfica. Essa equação tem a forma I = PCT, onde I é o impacto ambiental, P é a população, C consumo médio por pessoa e T nível tecnológico. O exemplo da China ajuda a entender como ela funciona. Lá, a população foi fortemente controlada. Estatísticas da ONU (Organização das Nações Unidas) mostram que ela cresceu 2,22% entre 1970 e 1975. Controlada, essa taxa caiu para 1,24% entre 1980 e 1985 e 1,19% entre 1985 e 1990. O impacto no meio ambiente, portanto, deveria diminuir, mas não diminui devido ao desenvolvimento - nesse caso, representado pelo consumo de água, o item C da equação.
O gasto total de água é imenso, já que a China é o país mais populoso do mundo. Mas o consumo por pessoa ainda é pequeno, cerca de um quinto do consumo nos Estados Unidos. Mesmo assim, a demanda vem crescendo rapidamente devido a importantes mudanças sociais. Até o ano 2 000, a indústria deve absorver o dobro da água consumida hoje, e os centros urbanos vão quadruplicar a sua cota. Como resultado, espera-se escassez de água em 450 das 644 maiores cidades chinesas, por volta do fim do século. Tal exemplo é ainda mais edificante porque revela a clara necessidade de maior solidariedade entre os países: para que alguns tenham vida melhor, por meio do avanço tecnológico, outros têm que abrir mão de recursos excedentes e muitas vezes exagerados. Afinal, talvez esteja aí a raiz do problema: se chegar a um acordo sobre a melhor maneira de distribuir as riquezas do mundo, a humanidade terá dado largo passo rumo a um futuro digno de se viver.

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

10 locais fascinantes criados pela natureza


10 locais fascinantes criados pela natureza



Reatores nucleares naturais, castelos de algodão, grutas semelhantes a catedrais — e outras criações que fariam inveja no mais gabaritado dos artistas plásticos.

Os grandes engenheiros, arquitetos e artistas plásticos que nos perdoem, mas a natureza realmente cria belas obras sem qualquer assistência humana — embora ainda sejamos nós a avaliar, é verdade. Ok, “mas o ser humano faz parte da natureza!”, diria um espírito inquisidor.


Uma resposta? Deixe qualquer filosofia/antropologia de lado, por um momento, e confira as imagens abaixo. São cavernas de cristais com milhões de anos, reatores nucleares naturais, pedras que deslizam na areia e calçadas feitas como que para gigantes mitológicos.

Sem mais delongas, confira abaixo 10 dos locais mais deslumbrantes que se podem encontrar sobre a superfície da Terra.


Caverna dos Cristais (México)


A Caverna dos Cristais, localizada no México, traz as maiores formações do gênero de que se tem conhecimento. O crescimento, entretanto, é incrivelmente lento: uma altura equivalente a um prédio de dois andares pode demorar vários milhões de anos para ser alcançada. De acordo com os pesquisadores, é possível que existam bolsões com líquido no interior desses cristais gigantes — caldos que podem trazer vidas microscópicas.


O Olho do Saara (Mauritânia)


Também conhecido como Estrutura de Richat, o local se assemelha a um enorme alvo com 50 quilômetros de largura. De fato, a formação é tão grande que algumas missões espaciais pioneiras a utilizavam como ponto de referência.

De acordo com a explicação predominante entre os cientistas, trata-se do resultado de porções de terra elevadas que acabaram desgastadas pelos ventos ao longo dos anos. Rochas de tipos diferentes, entretanto, sofrem erosão em taxas próprias, o que explicaria as formas concêntricas.


Calçada dos Gigantes (Irlanda)


Para que criaturas míticas haveria de ter sido construída semelhante estrutura? A Calçada dos Gigantes é composta por mais de 40 mil pilares vulcânicos — a maior parte em formato hexagonal. A lenda diz que calçada foi construída pelo gigante Finn McCool, a fim de transpor o mar até a Escócia e encarar seu arquiinimigo, Benandonner.



Alguns pesquisadores, entretanto, possuem outra teoria. A formação seria o resultado de porções de lava que deixaram o interior da terra há 60 milhões de anos. Ao endurecer, a lava acabou assumindo o formato de colméia — sendo que alguns pilares possuem mais de 12 metros.


Rochas deslizantes de Racetrack Playa (EUA)


Caso alguém desinformado encontrasse uma dessas pedras em Death Valley, possivelmente pensaria em alguma forma de “animismo” — um amontoado mineral com vida própria. Afinal, além o rastro deixado para trás é evidente.

Eis a explicação da NASA, entretanto. Durante os meses de inverno, formam-se camadas de gelo ao redor dessas rocha, o que as faria escorregar pela superfície — até que o verão chegue novamente, e a imagem surpreenda passantes incautos.


Torres de gelo do Monte Erebus (Antartica)


O Monte Erebus, na Antártica, é um vulcão ainda ativo com quase 4 quilômetros de altura. É nele que se encontram as famosas “torres de gelo”. As estruturas se desenvolvem quando fumarolas (aberturas na superfície da crosta) passam a jorrar vapor — que acaba congelado no mesmo lugar em que deixa a terra por conta das baixíssimas temperaturas. O resultado são chaminés que podem chegar a 10 metros de altura.


O reator nuclear natural de Oklo (Gabão)


Pode parecer um absurdo à primeira vista, mas nem todos os reatores nucleares da Terra foram feitos por mãos (ou ferramentas) humanas. De fato, em Oklo, no Gabão, encontra-se um forjado pela própria natureza. Aparentemente, o reator se formou espontaneamente há aproximadamente 2 bilhões de anos, movido por urânio.

Pesquisadores dizem que a estrutura se manteve ativa por aproximadamente 150 mil anos, com uma produção média de 100 quilowatts e irradiando uma energia equivalente à de 100 bombas atômicas durante o período.


Eisriesenwelt, o “Mundo dos Gigantes de Gelo” (Alemanha)


A palavra acima, praticamente impronunciável para um lusófono, significa apenas “cavernas de gelo”, e se refere à maior atualmente conhecida no mundo. As grutas calcárias do local se mantém frias o suficiente para congelar qualquer porção de água em seu interior, resultando em formações colossais.


O pavimento de Eaglehawk Neck (Tasmania)


É razoável deixar se levar pelo ceticismo diante da imagem acima. De fato, o pavimento de Eaglehawk Neck dá a impressão de não ser completamente natural. Eis, entretanto, uma rara formação geológica de siltito, formada por rochas que se partiram em formatos semelhantes a paralelepípedos, possivelmente entre 60 e 160 milhões de anos atrás.

No momento em que a água do mar cobre as plataformas, a areia e as ondas fazem o seu trabalho sobre a rocha. O formato se deve à diferença das taxas de erosão referentes ao espaço entre as bordas da estruturas e as bordas propriamente ditas.


Pamukkale (Turquia)


A palavra acima significa “castelo de algodão” em turco, embora a estrutura se pareça muito com uma caverna de gelo... Embora se trate mesmo de formações minerais cheias de água quente. Mas a água das termais do local são tão ricas em minérios que acabam por formar passarelas e imensos terraços “de algodão”.


Gruta de Fingal (Escócia)


A Gruta de Fingal é o que se poderia chamar de uma catedral forjada por forças naturais. Seus 75 metros de profundidade e seus 20 metros de altura — juntamente com belas colunas hexagonais de origem vulcânica — fizeram da caverna a “musa” do compositor Felix Mendelssohn Bartholdy, que buscou nela inspiração para a introdução de sua obra “As Hébridas”.



O local também recebeu muitas visitas ilustres durante o período vitoriano, incluindo o escritor Julio Verne, os poetas William Wordsworth e Alfred Lord Tennyson e mesmo a própria rainha Vitória.

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Supercomputadores mais rápidos, para que? - Tecnologia


SUPERCOMPUTADORES MAIS RÁPIDOS, PARA QUÊ? - Tecnologia



Os supercomputadores de hoje são muito lentos para resolver problemas que envolvam cálculos complexos. Na luta por mais velocidade, os pesquisadores investem no desenvolvimento de programas e constroem máquinas com milhares de processadores.


Bilhões de operações feitas por um processador, milhões de instruções por segundo, dezenas de milhões de dólares por uma máquina. É nessa linguagem numerosamente estratosférica que conversam os engenheiros, pesquisadores e fabricantes de supercomputadores. Os mais poderosos computadores de hoje têm sua velocidade medida em gigaflops, o que significa centenas de milhares de vezes mais rápidos que um micro do tipo PC. Ainda assim, os pesquisa-dores se engalfinham numa luta renhida para ver quem consegue fazer o computador mais veloz, quebrando a barreira dos teraflops - trilhões de operações de ponto flutuante por segundo.
Seria um caso de preciosismo tecnológico, puro exercício de evolução dos chips ou simplesmente uma guerra pela conquista do mercado? Nenhuma das alternativas. É preciso mais velocidade de processamento, mais memória e mais rapidez na transmissão de dados "para resolver problemas complicados, que envolvam grandes estruturas de dados e grande quantidade de cálculos", resume Marcelo Zuffo, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Laboratório de Sistemas Integráveis.
Esses problemas complexos que exigem tantos cálculos não se resumem a divagações restritas às paredes dos laboratórios - são os milhares de equações necessárias para que o computador possa fazer simulações de clima, de túneis de vento em altíssima velocidade, visualizar o corpo humano numa tela em tempo real, permitir a elaboração de novos medicamentos, simulação genética de novas plantas e por aí afora. Com supercomputadores capazes de processar à velocidade de teraflops, essas tarefas hoje impensáveis, ou que levam tempos absurdos para ser completadas, seriam rotina.
Tome-se como exemplo o cálculo da dissipação da fumaça de um cigarro pelo ar de um ambiente. Seria preciso construir no computador um grid, ou seja, um cubo dividido em quadradinhos por onde a fumaça se espalharia. Se o cubo tiver 500 pontos de cada lado, são 125 milhões de pontos no total. Incluam-se aí as variações de velocidade da fumaça, a temperatura e a pressão do ar, diferentes em cada uma das 250 000 etapas de tempo em que seria dividida a simulação. No fim, um computador ideal mostraria a cena imagem por imagem, como um cineminha. A velocidade necessária para fazer todos esses cálculos num tempo razoável é 10 teraflops. Um computador com velocidade de 100 megaflops, quase o dobro da estação de trabalho SUN SPARCstation, muito utilizada para computação gráfica, levaria um ano para completar a tarefa.
Esse tipo de trabalho exige bilhões de bytes (conjunto de 8 bits de informação, equivalentes a uma palavra ou um número) de memória, só para rodar num computador. Ao se analisar um avião dividido em várias partes, uma simples fatia envolve o processamento de quase 100 bilhões de bytes (100 gigabytes) de dados. Para se fazer modelagem de clima, divide-se a atmosfera em milhões de seções, cada uma com sua própria pressão, temperatura, umidade, direção do vento. Basta ver a diferença que vai fazer um supercomputador japonês NEC SX-3/12R (velocidade: 3 gigaflops) no futuro centro de computação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a ser montado no final deste ano na cidade de Cachoeira Paulista (SP). Com as máquinas atuais, o INPE leva cerca de seis horas para fazer a previsão do tempo de 24 horas, baseando-se num modelo matemático da atmosfera alimentado com dados vindos de estações coletoras internacionais. "Com o NEC, o cálculo levará cerca de 15 minutos", afirma Carlos Nobre, chefe do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do INPE.
Outro trabalho para o super NEC no INPE será o estudo do clima. Hoje se prevê a possibilidade de secas no Nordeste com métodos estatísticos, mas a intenção no futuro é fazer simulações do clima no computador. No caso do Nordeste seria duplamente complicado, porque envolveria um modelo matemático de atmosfera acoplado a um modelo do oceano - e haja cálculos. "O clima brasileiro vai mudar com o desmatamento da Amazônia? O que o efeito estufa provocaria no clima do Brasil? Só é possível obter essas respostas com simulação em supercomputadores", explica Carlos Nobre.
Simular fenômenos naturais em computadores por meio de modelos matemáticos já virou moda, e para alguns muito mais que isso. "Antes havia a matemática, para demonstrar os fenômenos físicos, e a ciência experimental. Hoje há uma nova ciência, a de simulação em computadores", acredita Carlos Mariño, gerente geral para a América Latina da Cray Research, a indústria americana que domina o mercado dos supercomputadores. Essa nova ciência pode significar economia de tempo e dinheiro. Tome-se o exemplo do desenvolvimento do Boeing 737-300, sucessor do Boeing 737-200. Os engenheiros da Boeing desenharam novas turbinas para substituir as antigas, pouco eficientes no consumo de combustível, mas testes no túnel de vento indicaram que as novas não poderiam ser colocadas no mesmo lugar. Partiu-se então para um novo desenho de turbinas e para a simulação numérica de seu comportamento no supercomputador, que mostrou aos engenheiros o lugar ideal para prendê-las na borda da asa do 737-300, desde que se alterasse um pouco seu formato.
Os pesquisadores brasileiros ficaram mais perto desse poder de cálculo desde que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, instalou um Cray Y-MP2E (velocidade: 660 megaflops) em julho do ano passado, comprado por 4,6 milhões de dólares, graças a um financiamento federal da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Cerca de oitenta projetos estão sendo desenvolvidos com a ajuda do Cray, dez deles de fora da universidade. Como o supercomputador está ligado à Rede Nacional de Pesquisa, onze universidades, como as de Brasília e Campinas, têm acesso a ele via telefone. Todos os candidatos a utilizar o Cray, porém, precisam submeter o projeto de pesquisa a um comitê de avaliação da UFRGS, para que ninguém use o tempo da máquina em estudos na área militar ou nuclear - exigência do governo americano para vender a um país do Terceiro Mundo um computador desse porte.
Professor do Departamento de Engenharia Química da UFRGS, o pesquisador Argimiro Rezende Secchi utiliza no Cray modelos de simulação de instalações industriais em seu trabalho sobre pólos petroquímicos. "A simulação dos processos químicos, usada para estudar o funcionamento das unidades industriais de transformação de petróleo, envolve problemas com mais de 10000 equações", conta Secchi. "No Cray, faço cálculos em alguns segundos, enquanto num microcom-putador levaria anos."
A química longe do alcance dos olhos também é um campo promissor na incorporação do super-computador co--- mo ferramenta. O que antes se supunha na teoria e se experimentava na prática agora se pode ver na tela. Por modelagem molecular, os químicos vêem a distribuição dos átomos, das cargas elétricas e os locais onde as ligações químicas podem acontecer, conhecendo por dentro a estrutura e prevendo o comportamento dos compostos. Para a síntese de novas drogas é uma maravilha, pois existe a possibilidade de prever se o princípio ativo de um medicamento vai se ligar mesmo a determinada enzima de uma bactéria, que o medicamento foi designado para destruir - ainda que, por enquanto, a simulação não substitua o trabalho do laboratório.
A desvantagem da simulação numérica se traduz na própria lerdeza dos computadores - dependendo de como se divide o problema, como no caso dos quadradinhos do cigarro, demora muito para se obter uma resposta. Estima-se que um computador de arquitetura vetorial levaria 200 anos para calcular a simulação global do comportamento do oceano durante um século. Como ninguém sobreviveria para ver o resultado, a úni-ca saída é quebrar a barreira dos teraflops.
A largada da corrida por essa velocidade foi dada há quase vinte anos, quando o americano Seymour Cray lançou o Cray 1, o primeiro computador digno de ser chamado de super. Sua velocidade era de 100 megaflops, custava 9 milhões de dólares e era 100 vezes menos poderoso que o mais recente e veloz modelo Cray, o Y-MP C90 (que custa a partir de 18 milhões de dólares). Nos últimos três anos, a briga esquentou. Entrou na competição o processamento paralelo massivo, uma opção de arquitetura de computadores em relação ao tradicional processamento vetorial dos super mais famosos.
Enquanto na arquitetura vetorial os chips são caríssimos e complicadíssimos, além de exigir uma parafernália para refrigeração da unidade de processamento, pois a conexão entre processamento e memória é feita por um único sistema que dissipa muito calor, o processamento massivo adotou a linha popular. São vários nós de processamento e memória juntos, feitos com chips até que baratinhos (coisa de alguns milhares de dólares cada um), que vão sendo ligados uns aos outros em blocos como os brinquedinhos Lego. A idéia é boa - se um processador processa muitos flops, dois processadores processam muito mais... A questão é fazer os 500 funcionarem.
"Os chamados multicomputadores, de processamento paralelo massivo, têm problemas de escalabilidade", explica Marcelo Zuffo, da USP. Traduzindo, o ganho de velocidade com o acréscimo de processadores só acontece até certo ponto, depois disso a quantidade de nós de processamento não torna o computador mais rápido. Isso por dois motivos: o primeiro é que o trânsito de informações entre um nó de processamento e outro fica tão complicado quanto o de uma metrópole em dia de chuva - sempre é preciso parar nos cruzamentos para esperar alguém passar. O segundo é como paralelizar o programa, ou seja, distribuir as tarefas por 500 ou 1 000 processadores de forma eficiente, para que todos trabalhem muito e nenhum tenha de esperar o outro acabar de fazer seus cálculos para entrar em ação. Só um programador muito experiente e talentoso é capaz de fazer isso.
Mesmo com tais obstáculos, o processamento massivo está ganhando terreno. Duas máquinas poderosas chegaram ao mercado nos últimos meses, o Intel Paragon XP/S e o Connection Machine CM-5. O CM-5 é um supercomputador de processamento paralelo massivo, que pode ter de 32 a 16.384 nós de processamento, cada um com a velocidade de 128 megaflops. Na configuração máxima, chegaria teoricamente aos sonhados teraflops. Por enquanto, o mais rápido que a Conection Machine vendeu, ao Centro Nacional para Aplicações em Supercomputação, da Universidade de Illinois, tem 64 gigaflops. Dizem seus engenheiros que um CM-5 levaria três meses para calcular um século de modelagem oceânica, em lugar dos 200 anos dos super vetoriais.
O Paragon é a versão comercial do Touchstone Delta, um computador de 528 processadores construído pela Intel para o Concurrent Supercomputing Consortium, uma união de treze instituições (entre universidades, empresas e governo) criada para desenvolver a máquina dos teraflops. A versão mais rápida já vendida chega à velocidade de 150 gigaflops. Quem quiser comprar um, pode escolher configurações entre 5 e 300 gigaflops, com preço variável entre 2 e 55 milhões de dólares. Só que adquirir um computador desses é como comprar um Fórmula 1 - é preciso alguém que saiba pilotar, ou seja, um programador que possa paralelizar o programa para todos os processadores trabalharem. Diz a Intel que o Paragon é escalável à velocidade de teraflops, ou seja, basta acrescentar módulos com nós de processamento que ele chega lá. Os dólares aumentariam muito, também. Mas Justin Rattner, diretor de tecnologia da Divisão de Supercomputadores da Intel, acredita que com tanto esforço de pesquisa "os computadores multiteraflops, de preço acessível e fáceis de usar, logo serão realidade".
Até a Cray Research, tradicional fabricante de supercomputadores vetoriais, está entrando no barco do processamento massivo. "No final de 93, a Cray lançará o T3D, com 1 024 processadores, que chegará à velocidade de 150 gigaflops", anuncia Carlos Mariño. No Laboratório de Sistemas Integráveis da USP, a aposta também é nessa direção. Lá se constroem protótipos, como um montado com 64 processadores que utilizarão os chips i860 da Intel (os mesmos do Paragon), que atingem cada um a velocidade de 100 megaflops. "Não nos preocupamos só com a velocidade, e sim com o conhecimento e a tecnologia que desenvolvemos para construí-los e para saber como paralelizar os programas", conta Marcelo Zuffo.
Uma das principais pesquisas de sua equipe está na área de visualização em Medicina. Colocando no computador imagens do corpo humano adquiridas por tomografia, vê-se o que quiser dentro do paciente - os órgãos, os músculos, os ossos ou tudo junto. Com os computadores que possuem hoje, os pesquisadores do LSI levam até vinte minutos para fazer uma imagem com um grid de 8 mlhões de pontos. Na época dos teraflops, haverá computadores que construirão pacientes na tela em tempo real: conforme as imagens do paciente são adquiridas pela tomografia, o médico já tem na tela o retrato do corpo literalmente inteiro.

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Enxaqueca o sofrimento inútil - Medicina


ENXAQUECA O SOFRIMENTO INÚTIL - Medicina



O sistema nervoso pode se tornar um masoquista e provocar sensações de dor e mal-estar por qualquer motivo. Esta é a mais recente teoria para explicar o martírio dos cerca de 400 milhões de enxaquecosos ao redor do planeta.



Toda dor, a princípio, tem a sua razão de ser. Trata-se de uma sirene, disparada em casos de agressão. E o organismo pode se sentir agredido de muitas formas, por justa causa - com a pressão de um beliscão na pele, com o calor brutal de uma chama, com a multiplicação desenfreada de micróbios em um órgão infeccionado, por exemplo. Espalham-se pelo corpo milhões de receptores nervosos, sempre alertas. Por mera precaução, eles enviam mensagens dolorosas diante de tudo aquilo que possa ser uma ameaça. Exageram, muitas vezes. O simples roçar da roupa no corpo seria interpretado como um arranhão, se o aviso exacerbador desses receptores não fosse calado, antes de alcançar a superfície cerebral. Mas, para aflição dos enxaquecosos, no seu caso essa interrupção em boa hora nem sempre ocorre. Seu cérebro passa a dar atenção a alarmes falsos, como os do tecido sobre a pele. Então, o leve pulsar das artérias se transforma na desagradável impressão de latejamento. Os movimentos do aparelho digestivo, por sua vez, podem ser notados como terríveis cólicas abdominais.
A dor da enxaqueca é uma dor sem sentido. Afinal, não há nada de errado com o organismo. Mas, por causa dela, há um telefone na cidade de São Paulo, que toca quase 1 500 vezes por mês. A linha tão requisitada é a do SOS Enxaqueca, um serviço criado há seis meses, para orientar e responder a eventuais dúvidas das vítimas dessa doença crônica. Só no Brasil, há mais de 15 milhões de pessoas com o problema e, conforme estimativas baseadas nos questionários distribuídos a quem consulta o SOS paulistano, a maioria delas já fez de tudo, antes de se descobrir uma legítima representante dos enxaquecosos. Algumas correram ao dentista para tratar os dentes e, muitas vezes, saíram de lá usando aparelhos ortodônticos. Outras se deitaram na mesa de cirurgia para corrigir defeitos no nariz, como desvio de septo. Sem contar aquelas que experimentaram massagens e fisioterapia para aliviar o peso nas costas. Tudo isso pode até ter resolvido a questão dos dentes, das narinas e da coluna vertebral dessas pessoas. Mas, vira-e-volta, a velha dor latejante explodia novamente. Porque sua causa estava no cérebro.
"Durante a enxaqueca, necessariamente não dói só a cabeça, daí a confusão na hora do diagnóstico", observa um dos criadores do SOS, o clínico geral Alexandre Feldmann. "Alguns enxaquecosos sentem dor nas gengivas, na nuca e nos ombros. Na maioria das vezes, essa sensação dolorosa é acompanhada de náuseas, foto e fonofobia, isto é, os sons e a luminosidade se tornam insuportáveis." Essas são apenas algumas das reações do organismo nas crises de enxaqueca, que é considerada uma síndrome, ou seja, um conjunto dos mais va-riados sintomas. De acordo com a definição clássica estampada nos livros de Medicina, esse calvário dura entre 4 e 72 horas. "Na prática, porém, já vi crises que se prolongaram por mais de duas semanas", diz Feldmann, que começou a se interessar pelo problema quando saiu da faculdade, há sete anos. Em 1988, ele arrumou as malas, embarcou para a Noruega e, depois, para os Estados Unidos. A temporada nesses países foi consumida em estágios em importantes centros de pesquisas sobre cefaléias, como os especialistas preferem chamar as dores de cabeça. Por ironia, até hoje Feldmann conta nos dedos as ocasiões em que recorreu, ele próprio, a comprimidos de analgésicos. "Raramente eu tenho uma cefaléia."
Há dores de cabeça e dores de cabeça: a da enxaqueca é apenas um dos treze tipos existentes, os quais se subdividem mais de cem vezes, segundo os especialistas. O tormento específico dos enxaquecosos foi descrito pela primeira vez pelos antigos sumerianos, que viviam na Baixa Mesopotâmia (região do atual Kuwait, na Ásia), cerca de três milênios atrás. O texto gravado em tábuas não deixa dúvidas, ao descrever o latejamento e a sensação de pressão, em um único lado da cabeça. Pois essa unilateralidade, cujas razões biológicas ainda são misteriosas, é a grande característica da cefaléia dos enxaquecosos - daí a designação da doença. No século XII, ela era conhecida por hemicrânia, nome derivado do grego, que significa metade do crânio. Em inglês e no francês, a palavra migraine - comum às duas línguas - tem esse mesmo sentido. No século seguinte, contudo, os árabes invadiram a Península Ibérica, na Europa. Seus médicos traduziram hemicrânia ao pé da letra, resultando na denominação ax-xaqíqâ, que mais tarde, por influência deles, se transformaria na jaqueca, dos espanhóis, e na enxaqueca dos portugueses.
Existem, no entanto, alguns casos raros de enxaqueca em que a pessoa tem, de tempos em tempos, toda espécie de mal-estar, menos a famosa dor de cabeça. "É quase impossível realizar estatísticas sobre a freqüência dos sintomas", lamenta a neurologista Maria Regina Nothen, do Hospital São Paulo. Ela justifica parte dessa dificuldade pela situação do paciente: "Seria pedir demais a uma pessoa enxaquecosa, que não agüenta nem barulho nem luz, para sair de casa e se submeter a uma série de testes." Maria Regina aponta ainda que o eletroencefalograma dos enxaquecosos, exame capaz de medir a atividade elétrica das células nervosas, não costuma apresentar alterações durante as crises. Apesar disso, os cientistas insistem: é na intimidade dessas células que estão as causas da enxaqueca.
No passado, chegou-se a acusar a dilatação dos vasos da cabeça pelo distúrbio. Mas, hoje se sabe, a enxaqueca tem a ver com a produção de neurotransmissores, substâncias que passam a ser liberadas em dosagens erradas pelos neurônios. A alteração, no caso, afeta diretamente as chamadas zonas moduladoras da dor, no sistema nervoso. O principal envolvido, nas acusações dos pesquisadores, é o neurotransmissor serotonina. Diversas pistas apontam para essa substância: "Suas taxas caem durante as crises", nota o neurologista Edgard Raffaelli Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaléia. "A serotonina também diminui justamente no período pré-menstrual, época em que os médicos observam maior incidência do problema, nas mulheres." Provavelmente, quando as quantidades de neurotransmissores começam a se alterar, surgem os sintomas iniciais,dois ou três dias antes do auge da crise. "Há quem tenha formigamentos nos braços. Algumas pessoas sentem cheiros que, de fato, não existem", exemplifica Raffaelli. Um em cada dez enxaquecosos passa a enxergar pontos luminosos ou pontos pretos; uma proporção igual de vítimas fica vendo o mundo pela metade, ou seja, objetos parecem nítidos só de um lado.
Em plena crise, os médicos costumam receitar o alívio dos analgésicos. Estes, aliás, podem ser um perigo, quando ingeridos por conta própria. Segundo estudos realizados por cientistas americanos, quem engole mais de 4 miligramas de analgésicos por dia (o equivalente a quatro comprimidos) corre o risco de transformar dores de cabeça ocasionais em episódios crônicos. Não é o remédio que cria a enxaqueca; o medicamento apenas ativa a predisposição genética. Há bons motivos para acreditar que já se nasce um enxaquecoso em potencial e, quase sempre, por culpa da mãe. As estatísticas revelam que 91% das pessoas com enxaqueca têm parentes com o mesmo problema; os filhos de mulheres com o distúrbio têm doze vezes mais chance de desenvolvê-lo do que os filhos de pai enxaquecoso.
Nessas pessoas, a bomba da enxaqueca parece estar sempre pronta para explodir. Queijos e chocolates, por exemplo, são notórios estopins de uma crise, por- que contêm tiramina e feniletilamina, respectivamente, substâncias capazes de alterar a produção de neurotransmissores. Chá-preto e café acabam tendo o mesmo efeito, por causa da cafeína, um de seus componentes. O cardápio do enxaquecoso precavido também deveria excluir vinho, sementes em geral, picles, defumados, carnes vermelhas e até mesmo sorvetes, por causa da temperatura gelada que, ao contato com o céu da boca, costuma desencadear a dor.
O sono do enxaquecoso precisa ter medida exata: às vezes, quando se dorme a mais ou a menos, a produção dos neurotransmissores se desequilibra e, daí, já se sabe. A enxaqueca só não estraga o dia-a-dia de uma pessoa porque atualmente os médicos contam com um arsenal de medicamentos, para colocar a produção das substâncias cerebrais em ordem - ou, ao menos, compensar deficiências, como é o caso da droga Sumatriptan, desenvolvida pelo laboratório inglês Glaxo. O remédio imita as moléculas da serotonina, cujos níveis despencam nos enxaquecosos. Os especialistas também não abrem mão de indicar tratamentos alternativos, como a acupuntura e exercícios de relaxamento. "Se a pessoa sente uma dor, ela acaba ficando tensa. E os músculos tensos geram mais e mais dor. O problema cresce como uma bola de neve", diz Raffaelli. Por isso, ele recomenda aos pacientes que aproveitem esses momentos difíceis de crise para um passeio a pé. A receita bizarra faz sentido: "Além de ajudar os músculos a relaxar", explica o médico, "o exercício suave estimula o cérebro a liberar endorfinas, seu analgésico natural."

Os pontos mais fracos

As estatísticas mostram que há quatro mulheres com enxaqueca para cada homem na mesma situação dolorosa. Nessas pessoas, as células nervosas perdem temporariamente o compasso, na fabricação de neurotransmissores. O desequilíbrio dessas substâncias pode ser percebido, com mais freqüência, em certas regiões do corpo:

Cabeça: os vasos sangüíneos se dilatam, talvez devido a alterações bruscas na dosagem de um neurotransmissor conhecido como substância P. Isso produziria a sensação de latejamento. Os olhos, por sua vez, permitem a entrada de luz em excesso, daí a fotofobia, ou seja, a irritação com a luminosidade ambiente. Trata-se de uma decorrên- cia da diminuição do neurotransmissor noradrenalina disponível. A substância é fundamental para a íris - estrutura ocular comparável ao diafragma de máquina fotográfica - contrair-se e dilatar, ajustando assim a passagem dos feixes luminosos. Outra lente natural dos olhos, o cristalino, também tem dificuldade de contrair-se, para focar objetos, por isso alguns enxaquecosos não enxergam com nitidez. De seu lado, as células nervosas conectadas aos ouvidos deixam de distinguir bem a intensidade dos sons e agem feito amplificadores. Resultado: qualquer barulhinho soa como um estrondo.

Ombros: a falta de endorfinas, analgésicos naturais, leva à dor na altura da nuca e dos ombros.

Estômago: provavelmente, cai a taxa de dopamina nas áreas do sistema nervoso que controlam os movimentos do aparelho digestivo e isso provoca dores abdominais. O neurotransmissor serotonina pode, ainda, invadir uma região proibida do cérebro - a chamada zona do gatilho, próxima do hipotálamo -, disparando ânsias de vômitos.

Ovários: as alterações nos níveis de neurotransmissores podem afetar o funcionamento da hipófise, glândula situada no cérebro, que comanda todas as outras, espalhadas pelo organismo. Isso explicaria, em parte, o mal-estar e as mudanças de humor de algumas mulheres enxaquecosas, nas vésperas do período menstrual, assim como certas disfunções ovarianas.

Pernas: elas podem formigar e, até mesmo, inchar durante as crises de enxaqueca. Ainda não se sabe por que isso acontece.

Coração: por falta de controle nervoso adequado , a pressão sangüínea pode se alterar, para alta ou para baixa, conforme a tendência do organismo.

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Vida de Astrônomo - Cientistas


VIDA DE ASTRÔNOMO - Cientistas



As exigências são grandes, os empregos raríssimos, as bolsas microscópicas. Só os muito bons sobrevivem e, no entanto, há cada vez mais brasileiros interessados nesse ramo da ciência.



No final do ano passado circulou no meio acadêmico internacional um trabalho dos astrônomos Augusto Damineli Neto, Claus Leitherer e Werner Schmutz sobre transformações que estão acontecendo na estrela AG Carina. Essa parceria é um perfeito exemplo das maravilhas que a moderna tecnologia permite no trabalho científico: Damineli, Leitherer e Schmutz não se encontraram pessoalmente (na verdade, eles mal se conhecem). Toda a comunicação entre eles aconteceu via Bitnet, uma rede que permite aos computadores dos institutos de pesquisa conversar livremente. Graças a essa rede, Leitherer propôs e coordenou o trabalho a partir do Space Telescope Science Institute, em Baltimore, Estados Unidos; no Brasil, Damineli comparou a AG Carina com outros astros. Para isso, ele escolheu os pontos do céu a observar e determinou a regularidade das observações. A seu favor está o fato de essa estrela fazer parte de uma constelação austral, ou seja, agrupamento de estrelas que pode ser visto somente a partir do hemisfério sul. Schmutz fez todos os cálculos do trabalho no Institut für Astronomie de Zurique, Suíça.
Enquanto durou a pesquisa, Damineli chegava ao seu local de trabalho, o Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da Universidade de São Paulo, às 8 horas, e já encontrava uma mensagem na tela de seu computador transmitida de Zurique por Schmutz, que naquele momento estava almoçando. Leitherer, por sua vez, ainda dormia em Baltimore. E pensar que tudo isso aconteceu com o filho de um lavrador do interior do Paraná, de 45 anos, que só aos 16 viu pela primeira vez um aparelho de televisão. A trajetória do menino Augusto, de uma casa de chão batido às margens do Rio Água do Jacutinga, perto de Ibiporã, até a moderna Astronomia, parece surpreendente. "Eu tinha horror a qualquer tipo de sapato, andava descalço mesmo durante as noites, mal iluminadas por lamparinas, pois não tínhamos eletricidade. A escuridão proporcionava a fantástica visão do céu abarrotado de estrelas, mas eu não posso afirmar que tenha havido uma ligação entre esse fato e a escolha da minha profissão", confessa.
É claro que todos os objetos dessa profissão estão no céu, mas o que menos um astrônomo dos nossos dias faz é olhar para eles. "Para mim, olhar pelo telescópio é tão obsceno quanto olhar pelo buraco da fechadura", compara Damineli. Por isso, nos 2 alqueires e meio de terras cheias de árvores que possui na Ilha do Cardoso, um protegido recanto da Mata Atlântica no litoral norte paulista, não há telescópio, luneta ou mesmo binóculo, embora o céu pareça tão estrelado quanto aquele da infância nas margens do Água do Jacutinga. A mais moderna tecnologia ali instalada está no forno, onde o astrônomo prepara os peixes que ele mesmo pesca, sempre elogiadíssimos, segundo sua insuspeita versão de cientista. A verdadeira jornada de trabalho de um astrônomo desse porte, em todo o caso, é menos poética, ainda que guardando boa dose de contato com os astros.
Damineli resume sua atividade como sendo não apenas a necessidade de conhecer os corpos celestes, mas também "a tentativa de penetrar na dinâmica de uma galáxia, sentir a pulsação das estrelas, e retirar dali alguma coisa de fundamental, superior aos cálculos, que logo são superados". Cálculos é a palavra-chave dessa definição. Quando faz o pedido para utilizar um telescópio - geralmente com mais de seis meses de antecedência -, o astrônomo deve apresentar rigorosas justificativas para sua pretensão. Três meses antes de começar a observação propriamente dita ("apenas 10% do nosso trabalho", segundo Damineli), todos os rigorosos cálculos que orientarão a operação do telescópio, segundo a segundo, devem estar definidos, de modo que a captação das imagens demore o mínimo possível. Para conseguir isso, é preciso passar meses à frente do computador, fazendo e refazendo cálculos - outros 60% da carga de trabalho. Os demais 30% são passados nas salas de aulas.
O domínio da Física dos gases, da dinâmica dos corpos rígidos, da Física de partículas, do eletromagnetismo e da Matemática são conhecimentos indispensáveis na vida profissional do astrônomo. Com uma ressalva fundamental: não basta ter aprendido essas matérias na escola, é preciso ter sido muito bom aluno. Damineli foi o melhor aluno da classe durante toda a vida escolar - com exceção da faculdade, "onde não existia esse tipo de comparação" -, tendo logo de saída realizado a proeza de saltar da segunda para a quarta série do curso primário, por decisão do conselho de professores da escola onde estudava. Por causa dessa sua boa cabeça (e sobretudo dessa sua obsessiva vontade de aprender, de saber as coisas) foi convencido a entrar no seminário e preparar-se para ser padre. A suposta vocação resistiu até os 18 anos, quando conheceu, numa reunião secreta, as teorias de Charles Darwin sobre a evolução das espécies, que contradiziam a Bíblia. "Quando percebi que os padres escondiam dos seminaristas parte do conhecimento humano, houve um rompimento intelectual que se associou às minhas dúvidas de caráter físico, à sexualidade reprimida", lembra Damineli. "Juntei a cabeça com o corpo e vi que não dava mais para ficar ali."
Se não olha pelo buraco da fechadura, como o astrônomo moderno entra em contato com os objetos que pretende estudar? Atualmente, as imagens captadas pelo telescópio passam por um receptor ótico e são transmitidas para o computador, instalado numa sa-la ao lado, no observatório. Geralmente, o trabalho é feito em equipe, sob orientação do astrônomo.
É ele quem define o ponto do Universo a ser pesquisado e o que exatamente procurar ali. Para o computador, há uma quantidade fantástica de infor-mações nas imagens trazidas pelo te-lescópio, mas está programado para reter apenas as que dizem respeito ao estudo previamente definido - o resto vai literalmente para o lixo. Tu-do se processa a uma velocidade enorme e a regra é não interferir fisicamente na observação, para que ela não se atrase.
Quanto menos operações humanas houver, menos perigo de erros fatais. Por exemplo, uma pesquisa para definir a estrutura das galáxias exige a observação de alguns milhões desses corpos. O computador é capaz de extrair todas as informações da observação feita, identificar e classificar cada galáxia observada, definir seu tipo, sua distribuição pelo espaço. Aí começa o trabalho do astrônomo, com as informações catalogadas e arrumadas, para chegar às conclusões. Por isso, na Astronomia moderna, o risco de alguém sair procurando alguma coisa e tropeçar, por acaso, com outra muito diferente, é insignificante, embora não de todo impossível.
No Brasil, atualmente, apenas o telescópio instalado no município de Brasópolis, Minas Gerais, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), oferece boas condições de trabalho. Na verdade, até bem pouco tempo éramos os lanterninhas da América Latina no campo astronômico: basta ver que o observatório argentino de La Plata tem 110 anos, enquanto o de Brasópolis tem apenas treze. Ainda assim, nossa Astronomia experimentou um surpreendente boom nos anos 70, e desde então passou a atrair estudantes e pesquisadores dos países vizinhos, sobretudo para o IAG da USP. Supõe-se que o quadro vai melhorar ainda mais, no começo do próximo século, quando deverá ser instalado no Rio Grande do Sul o LSRT (Large Southern Radio Telescope), um radiotelescópio equipado com uma antena parabólica que mede entre 300 e 500 metros de diâmetro, de custo estimado em 100 milhões de dólares.
Financiado por uma espécie de cooperativa formada por diversos países, esse equipamento terá a mais avan-çada tecnologia entre seus similares na Terra. O LSRT permitirá que os astrônomos façam uma verdadeira devassa no céu, onde deverão ser descobertos aproximadamente 90 000 pulsares - estrelas que emitem im-pulsos de rádio. Ele também poderá medir a distância de toda a população de galáxias do Universo.
Não é só pelas gigantescas dimensões desse equipamento que o mapeamento mais preciso das distâncias cósmicas se tornará possível. Sua localização geográfica foi estrategicamente escolhida para que os cientistas possam ter o melhor acesso ao centro galáctico e às duas Nuvens de Magalhães. Além do LSRT, dois novos telescópios, um no Chile e outro no Havaí, deverão entrar em operação já no ano 2000. Pelo menos esse é o objetivo do Projeto Gemini. Robotizados e com dimensões muito maiores do que os telescópios hoje existentes, os Gemini permitirão aos astrônomos descobrir, finalmente, se o Universo é finito ou infinito, o que terá impli-ca-ções científicas e culturais extrema-mente importantes.
A Astronomia do futuro, então, revela-se uma atividade muito promissora também no Brasil, e é com esse pensamento que os profissionais desta área, principalmente os "filhos" do boom dos anos 70, tentam arrecadar novos discípulos. "Precisamos preparar cabeças que tenham imaginação suficientemente ampla para dar con-ta de instrumentos tão poderosos." Nessa garimpagem de novos talentos, o astrônomo do IAG conta com um poderoso aliado, que influencia as novas gerações, embora seja visto pelos educadores de forma negativa: os vi-deogames. "Os melhores astrônomos do futuro serão aqueles que souberem usar bem os programas de computa-dor, integrados em pacotes, que têm dinâmica parecida com a dos jogos eletrônicos", informa Damineli. "O contato do astrofísico com o processamento de imagens é cada vez maior e a habilidade exigida para que ele manuseie essas imagens não é muito superior à necessária para um garoto prever jogadas num desafio de videogame."

Em busca dos astros invisíveis

Há cerca de dois anos, o astrônomo Augusto Damineli Neto estudava as estrelas de Wolf-Rayet - corpos celestes variáveis de uma categoria muito especial de astros instáveis e muito quentes -, que nascem dentro de nuvens moleculares gigantes. Após algumas observações e a leitura de quase todos os trabalhos científicos publicados a respeito, Damineli passou a duvidar de que o conhecimento sobre elas estivesse bem fundamentado. Mergulhou em cálculos matemáticos e concluiu que, na verdade, existem muito mais estrelas WR do que as já conhecidas. Enquanto a literatura especializada apontava apenas 160 WR, Damineli calculou que elas devem ser aproximadamente 4 000. O próximo passo foi discutir os prognósticos com o "papa" das estrelas desse tipo, o astrofísico americano Peter Conti, do JILA (Joint Institute for Laboratory Astrophysics), no Colorado, Estados Unidos. Conti elogiou o trabalho e indicou alguns alvos no céu que achava mais promissores aos objetivos de Damineli. Este, por sua vez, selecionou outros 2 000 alvos. Seu projeto de pesquisa foi-se difundindo e logo outros especialistas mais experientes se dispuseram a contribuir e investir tempo no projeto, como co-autores. As idéias do astrônomo brasileiro repercutiram na comunidade científica porque as estrelas WR, muito massivas, são verdadeiros motores que ejetam os elementos químicos das galáxias. "Quando jogam isso para fora, viram supernovas e seu material será incluído em novas estrelas", explica.
Agora, a burocracia ameaça esse trabalho. Para poder enxergar as estrelas até agora invisíveis, Damineli projetou cinco filtros interferenciais, ultra-especializados e calculados com muitos detalhes. Fabricados sob encomenda nos Estados Unidos, custaram cerca de 3 000 dólares cada e estão retidos nas malhas da burocracia da alfândega brasileira e da seção de importação da USP. O trabalho do astrônomo, enquanto isso, fica paralisado, e os filtros, "pedras fundamentais do projeto, a alma de tudo", correm o risco de sofrer os malefícios de um armazenamento inadequado e perigoso, já que eles são muito frágeis e ultra-sensíveis ao calor e à umidade.

Para ouvir e entender as estrelas

Você pode começar sua vida de astrônomo ingressando no curso de Astronomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - o único existente no Brasil. Mas o melhor caminho é o curso de Física, principalmente o das universidades paulistas (USP e Unicamp), Federal de Minas Gerais, Federal do Rio Grande do Sul, Federal do Rio de Janeiro e Federal de Pernambuco. Já no segundo ano, o estudante deve escolher um orientador, que lhe indicará as leituras indispensáveis para a futura especialização (na verdade, o ideal seria acontecer isso ainda durante o curso colegial, para que o estudante entre na universidade com todas as leituras básicas já feitas). É aconselhável, também, pleitear uma bolsa de iniciação científica à FAPESP, ao CNPq ou à CAPES. Terminados os quatro anos do curso, começa a pós-graduação, que exige a escolha de um tema para a tese, um outro orientador e a conquista de uma bolsa melhor numa das entidades citadas. São mais dois ou três anos de trabalho árduo, e, dependendo do tema escolhido para a dissertação, o estudante fará ou não observações ao telescópio. Se optou pelo mestrado, ainda não será hora de fazer descobertas, apenas fami-liarizar-se com a literatura mais atualizada da Astrofísica, para, então, fazer uma leitura crítica do assunto. Isso permitirá até mesmo a publicação internacional de algum paper.
Começa então o doutorado em Astrofísica - e aqui o pretendente de-ve mostrar a que veio. Os mais brilhantes podem pegar um atalho e fazer o doutorado direto, sem passar pelo mestrado. Um orientador (que não é obrigatoriamente o mesmo do mestrado) ajudará na escolha do tema para a tese, mas, a partir daí, o estudante deve necessariamente adquirir vôo próprio. Pelo menos 70% do trabalho deve ser criação própria e ele precisa ultrapassar o seu orientador no campo escolhido para a pesquisa. São mais dois a seis anos de trabalho e o valor da nova bolsa conquistada permitirá que boa parte possa ser feito no exterior. O pós-doutorado, finalmente, vai exigir mais dois anos de trabalho, de preferência no exterior, sob o amparo de uma bolsa que chegará, no máximo, aos 1 500 dólares mensais.
Se passar por tudo isso (as pós-graduações podem durar, no total, até doze anos), parabéns: você será um cientista. Mas, se pensa num emprego, desista: eles são pouquíssimos, tanto no Brasil quanto no exterior, e raramente há vagas; acostume-se a viver de bolsas, que serão tanto melhores quanto mais instigantes forem os temas que você escolher para suas pesquisas. Não desanime: nesse fantástico mundo da ciência do Universo, quem tem valor de verdade nunca fica desamparado, sem ter o que fazer.

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Filisteus, o legado do gigante Golias - História


FILISTEUS, O LEGADO DO GIGANTE GOLIAS - História



A nova face de um povo sofisticado, de origem grega, que durante 3 000 anos foi conhecido apenas como um dos mais bárbaros vilões da Bíblia.



A provocação vinha de muitos dias. As tropas alinhadas frente a frente nas colinas de Judá não tinham se encorajado ao combate, mas o fanfarrão Golias não poupava os israelitas. Desde a derrota de Ebenezer, por volta de 1050 a.C., quando a Arca da Aliança foi capturada pelos filisteus, os judeus vinham amargando seguidas humilhações para seus eternos rivais, e as bravatas do gigante Golias pareciam confirmar esse destino. Com quase 2 metros de altura, diariamente ele desafiava os guerreiros de Israel, sem jamais encontrar resposta. Um dia, porém, alguém resolveu aceitar o convite. Não um soldado, mas um jovem chamado Davi. Munido apenas com uma funda, o rapaz enfrentou o desafiante e conseguiu o que parecia impossível: a pedra lançada por sua arma atingiu a cabeça do gigante Golias, derrubando o mais bravo dos soldados filisteus e, com ele, o moral do seu exército.
Enquanto para os hebreus surgia ali um novo herói, o futuro rei que unificaria Israel e Judá, para os filisteus aquela pedrada certeira foi o início do fim. Com a derrota de Golias, começava o declínio da hegemonia em Canaã desse misterioso povo, que atravessou quase 3 000 anos de história condenado ao papel que a Bíblia lhe reservou: uma escória de bárbaros cruéis e mudos, sem direito a sua própria história, já que nenhum vestígio deles foi encontrado até a metade do século passado. Nas últimas décadas, no entanto, escavações arqueo-lógicas em Israel revelaram outra face dos filisteus, bem mais fiel à realidade do que aquela pintada nas passagens bíblicas. Os vilões que subornaram Dalila para descobrir o segredo da força de Sansão, os ladrões que se apoderaram da Arca da Aliança e encontraram em Davi o seu algoz eram uma sociedade brilhante e desenvolvida, que durante muito tempo foi uma espécie de agente civilizatório da cultura grega micênica na região de Canaã.
Uma mudança radical na imagem dos filisteus, que a cada nova escavação desvenda aspectos desconhecidos de uma história escondida pelas terras áridas do deserto. Cidades bem organizadas, cercadas por muralhas sólidas e com áreas industriais e residenciais nitidamente separadas, prédios públicos e templos grandiosos, palácios no mais puro estilo arquitetônico micênico, são pouco a pouco reconstruídos nos sítios arqueológicos. Mais impressionante, porém, é a força econômica desse povo: em quase todos os seus centros urbanos, restos de inúmeras oficinas denunciam uma atividade incessante.
Pequenas confecções e tinturarias foram encontradas em quantidade. Sua indústria cerâmica, capaz de criar peças sofisticadas, enfeitadas com desenhos de espirais, pássaros, animais e homens - marcas registradas da cultura micênica -, contrastava com a tos-ca arte dos israelitas, que na época ainda produziam vasos de barro cru. A fama de sua metalurgia, que os próprios textos bíblicos registram, também não era gratuita: forjas de bronze e adagas finamente acabadas, com cabo de marfim, fazem parte de seu legado. Em Ekron, a mais resplandecente de suas capitais, as instalações para produzir azeite de oliva eram tão grandes que, pelos cálculos dos estudiosos, a produção média devia ultrapassar 1 milhão de litros por ano, um quinto do que Israel exporta atualmente.
Até o século passado, todo esse resplendor era apenas mais um dos mistérios indecifráveis da história da humanidade. Quem eram os filisteus, de onde tinham vindo e por que desapareceram, ninguém sabia. Tudo que se conhecia estava no Velho Testamento. E só. Era certo que chegaram como invasores e ocuparam as terras de Canaã, desde a atual faixa de Gaza até o território onde hoje se encontra a capital israelense, Telavive. Especulava-se também que chegaram lá entre os séculos XIII e XII a.C., já que as primeiras referências a eles são do chamado período dos Juízes, quando os descendentes de Abraão ainda não passavam de grupos de pastores e a única unidade entre as tribos judaicas era a religião. No mais, a narrativa bíblica enfatizava o convívio tumultuado entre os dois povos, até que, no século VII a.C., eles simplesmente somem tanto das páginas da Bíblia, como de Canaã e da história.
No século XVIII, no entanto, graças ao enciclopedista francês Dom Calmet, surgiria a primeira tese plausível sobre a origem dos filisteus. Especialista na Bíblia, em Lingüística e profundo conhecedor da História greco-romana, Calmet dedicou a vida àquilo que esperava ser a enciclopédia definitiva sobre todo o conhecimento bíblico. Mas durante seu trabalho deparou um problema: como escrever um verbete sobre os filisteus, se os textos bíblicos eram extremamente vagos? As únicas pistas que encontrou foram refe-rências a eles como habitantes de uma misteriosa ilha chamada Caphtor ou ainda como integrantes da desconhecida nação dos ceretitas.
Uma barreira aparentemente intransponível, não fosse uma pista reveladora. Consultando uma versão da Bíblia em grego do século II a.C., feita em Alexandria, no Egito, Calmet viu que "nação dos ceretitas" tinha sido traduzida como "nação dos cretenses". Seriam os filisteus cre-tenses? Mais tarde, ele achou uma confirmação valiosa de sua desconfiança em documentos bizantinos do século VI: neles, Gaza, um dos grandes centros filis-teus, era chamada Minoa em homenagem ao rei Minos de Creta, que teria visitado a cidade e lhe dera seu nome. Quando publicou, em 1720, sua enciclopédia, Calmet já não tinha mais nenhum tipo de dúvida: Caphtor virou Creta e os filisteus foram apresentados como imigrantes cretenses em Canaã.
Embora não passasse de uma engenhosa conjugação de textos, sem provas históricas, hoje se sabe que antes da controvertida tese de Calmet ninguém chegou tão perto da verdade sobre os filisteus. Mas foi preciso esperar 109 anos até que, definitivamente, essa relação entre os filisteus e o mundo grego da Idade do Bronze fosse confirmada. E, novamente por obra dos franceses, na famosa excursão de Napoleão Bonaparte ao Egito, em 1798, a mesma que levou para a Europa a Pedra da Roseta usada por Jean-François Cham-pollion para decifrar os hieróglifos. Impressionado com um mural esculpido nas paredes de um templo no sul do Egito, um artista chamado Dominique Vivant Donon resolveu reproduzir suas cenas: batalhas em terra e no mar entre egípcios e um estranho povo com cocares de penas; pelejas que durante muito tempo se acreditou serem parte de uma campanha do faraó Sesóstris na Índia, no século XX a.C.
Em 1829, Champollion em pessoa enterraria essa versão durante sua visita ao templo, chamado Medinet Habu, quando traduziu uma palavra-chave que mudou totalmente a história daqueles desenhos: filisteus. Os relevos de Tebas não tinham nada a ver com Sesóstris ou a Índia, mas, sim, retratavam a vitória, cerca de 800 anos depois, de Ramsés III contra uma tentativa de invasão dos chamados Povos do Mar, guerreiros provenientes do Mar Egeu. Entre eles, os filisteus.
A saga de Ramsés eternizada nas paredes de Medinet Habu é o marco da redescoberta da história filistéia e, atualmente, poucos duvidam de que o fracasso no Egito seja a origem da colonização de Canaã pelos Povos do Mar - além dos filisteus, também se estabeleceram lá pelo menos mais três deles, os sardanas, os sicalaias e os danunas, todos presentes na tentativa de invasão do Império do Nilo. Foi provavelmente a serviço do faraó vitorioso que eles chegaram à terra dos cananeus. Na época, Ramsés enfrentava dificuldades para manter o controle de suas posses na região e pode ter enviado os prisioneiros de guerra, na condição de mercenários, para garantir a defesa de suas cidades. Além disso, quando tentaram entrar no Egito, os guerreiros do mar não vinham sozinhos, mas traziam mulheres e crianças: para muitos historiadores, a presença das famílias é uma prova de que o ataque aconteceu como uma migração em massa, após a destruição de Tróia. É quase certo que os Povos do Mar lutaram como aliados dos troianos e foram obrigados a fugir com a vitória dos atenienses e espartanos, novos senhores da Grécia e do Egeu, que ergueram seus domínios sobre as cinzas de potências micênicas como Creta, Chipre, Tróia e Micenas.
Daí em diante, tudo o que se sabe sobre os filisteus se deve ao trabalho de arqueólogos, que a partir da metade do século passado se empenharam em recuperar a memória dos filisteus e de todo o mundo micênico, desenterrando achados sensacionais como Tróia, o palácio de Cnossos em Creta e a própria cidade de Micenas. No caso da Palestina - nome da região vem da transliteração hebraica de Philistia -, o declínio da influência egípcia transformaria os filisteus em seus herdeiros naturais como senhores da região. Durante a fase dos Juízes, eles reinaram absolutos. O poder de suas cidades, Ashkelon, Gaza, Ashdod, Gath e Ekron, era incontestável, assim como sua cultura, que aos poucos deixou de lado a reprodução da arte micênica para se tornar uma espécie de amálgama cultural com as mais variadas influências. A cerâmica foi abandonando o estilo típico dos egeus para ganhar personalidade própria. As covas coletivas também foram deixadas de lado, substituídas pelos enterros individuais em esquifes de barro inspirados nos sarcófagos egípcios. Em Ekron, por exemplo, descoberta na década de 80 pela arqueóloga israelense Trude Dothan, enquanto as residências mais antigas ainda guardavam o hábito de construir grandes círculos no meio dos salões, uma espécie de lareira central cultivada em palácios micênicos, nas construções mais novas eles foram descartados.
Mas não foi só o mito da bárbarie dos filisteus que sucumbiu ao trabalho dos arqueólogos. Apesar da rivalidade enfatizada pela Bíblia, não são poucos os que acreditam que durante muito tempo filisteus e hebreus compartilha-- ram uma intimidade desconcertante. Segundo o arqueólogo israelense Yigael Yadin, Sansão, o truculento juiz da tribo de dã - uma das doze que constituíram Israel -, era descendente dos Povos do Mar: os Filhos de Israel da Tribo de Dã, na verdade, seriam danunas, os mesmos dos relevos de Medinet Habu. Para Yadin, só isso explica certas atitudes da gente de Sansão: seu pai, por exemplo, permitiu que ele se casasse com uma filistéia, hábito impensável para outras tribos, e o próprio Sansão costumava assediar sem cerimônia as mulheres inimigas. Não só freqüentou uma prostituta de Gaza, como sucumbiu aos encantos de Dalila, agente filistéia. Nenhum outro hebreu jamais se atreveu a tanta confraternização. Assim como nenhum outro herói bíblico é reverenciado por sua virilidade ou dotes físicos como Sansão, que lembra mais um deus grego do que um pastor judeu. Como os danunas desapareceram sem deixar vestígios, Yadin acha que eles entraram em choque com os filisteus e migraram para o norte, fundan-do a cidade de Dan e aliando-se definitivamente a Israel.
O próprio Davi, que com sua vitória conquistou a mão da filha do rei Saul e se tornou rei de Israel, parece ter convivido intimamente com eles. Embora a lenda o descreva como um jovem na época da luta, muitos historiadores acreditam que ele já fosse um guerreiro conceituado: para eles, Davi teria sido adestrado nas artes marciais pelos próprios filisteus, servindo como mercenário na cidade de Gath - terra natal de Golias, até agora não encontrada.
Íntimo ou não, quando subiu ao poder, em 1006 a.C., Davi não demonstrou condescendência com seus inimigos. A união de Judá e Israel fez do novo Estado israelita a grande potência regional, aniqui-lando o poderio filisteu: cidades como Qasile e Ekron foram transfor-madas em cinzas e as rotas comerciais do interior ficaram com os hebreus. Os filisteus, no entanto, sobreviveram e, séculos mais tarde, com a chegada dos assírios, conheceriam um novo período de apogeu: Ekron, depois de conquistada pelo rei Sargão II, em 712 a.C., foi promo-vida a capital da província assíria de Canaã e voltou a brilhar. Até que, 100 anos depois, o novo período de gló-ria encontraria um fim trágico e defi-nitivo. Ironicamente, compartilhado com os hebreus. Após a conquista de Israel e a destruição do templo de Jerusalém, em 586 a.C., Nabucodonosor dedicou-se a aniquilar a civili-zação filistéia. E é até provável que os eternos rivais, deportados para Babi-lônia, tenham se encontrado no cati-veiro. De lá, os judeus um dia retornariam para a história. Dos filisteus, porém, nunca mais se ouviu falar.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

No último FRONT gelado - Pesquisa

NO ÚLTIMO FRONT GELADO - Pesquisa



A partir da base brasileira na Ilha Rei George, nossos cientistas vasculham o passado escondido no gelo, acham vestígios de poluição e investigam a vida marinha da Antártida.


São três frentes de batalha -
no ar, na terra e no mar. O paulista Ênio Pereira Bueno patrulha a atmosfera em busca de gases radioativos. O gaúcho Jefferson Cardia Simões faz uma missão de reconhecimento nas geleiras que cobrem o solo para avaliar os estragos causados pela poluição nos últimos séculos. A paulista Wilma Bastos Ramos ataca de surpresa na água para descobrir os segredos que permitem a sobrevivência dos peixes no frio. Esses são apenas três entre os quinze comandos brasi-leiros que tomaram de assalto a Ilha Rei George este ano num árduo em-penho pelo conhecimento científico da Antártida. De quebra, cuida-se da preservação do planeta.
Basta ver a missão de Jefferson Cardia Simões, geógrafo de 34 anos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Depois de uma temporada em Cambridge, na Inglaterrra, quando se tornou o primeiro especialista brasileiro em geleiras, ele usa as técnicas que aprendeu para achar vestígios do passado gravados nas profundezas do gelo. Não é difícil de entender: ano após ano, novas camadas de gelo se acumulam na Antártida, como num grande bolo, e levam junto impurezas do ar. O resultado é que estas ficam preservadas como uma amostra da atmosfera. "O gelo se torna um verdadeiro arquivo da história ambiental", diz Simões.
Este ano, sua equipe vagou pelo glaciar da Ilha Rei George, onde fica a sede de nossas pesquisas, a Estação Antártica Comandante Ferraz. Com ajuda do alpinista paulista Thomaz Brandolin - que chefiou a expedição brasileira ao Monte Everest -, a tropa partiu para o meio da calota de gelo com a missão de perfurá-la e trazer amostras para análise nos laboratórios da UFRGS. "A calota chega a ter 356 metros de espessura e quanto mais fundo se perfura, mais antigo é o gelo", explica Simões. Os buracos feitos este ano não ultrapassaram 10 metros. Parece pouco, mas não é. Amostras de mesma profundidade, colhidas na estação americana Amundsen-Scott, exatamente no Pólo Sul, revelaram uma alarmante surpresa.
Mostravam um teor radioativo muito superior ao normal. Pela análise da relação entre a quantidade de isótopos 18 e 16 do oxigênio (um eficiente metodo para descobrir a idade do gelo), notaram que correspondia à neve que caiu cerca de 35 anos atrás. Logo, matou-se a charada: a radioatividade era um vestígio dos testes nucleares dos anos 40 e 50. Além das bombas atômicas, outras invenções humanas estão registradas na memória do planeta. O ar que se compactou junto com a neve denuncia como era a atmosfera em outras épocas. "O gelo de 300 anos atrás mostrou que o teor de gás carbônico no ar era 25% menor antes da Revolução Industrial".
É uma prova indiscutível do impacto da queima de combustíveis fósseis nas caldeiras e nos carros e um importante dado para os cálculos do efeito estufa, o fenômeno de aprisionamento do calor na atmosfera, decorrente do aumento de gases poluentes. O estudo do gelo pode ir ainda mais longe. "Russos e franceses já atingiram 2 500 metros de profundidade", admira-se Simões. Isso significa que estão analisando o gelo depositado há 200 000 anos. O brasileiro sonha ter equipamentos capazes de feitos tão audaciosos, mas por enquanto sua equipe usa os músculos para ativar uma modesta sonda manual.
A estrutura do gelo compactado em zonas tão profundas confirmou fatos controversos da história terrestre. Um deles foi o aquecimento da atmosfera ocorrido nas imediações do ano 1000. Esse fenômeno, que permitiu aos vikings se instalarem na gelada Groenlândia, também afetou a Antártida, no extremo oposto do planeta. Descobrir a maneira como isso acontece é tarefa do físico Ênio Bueno Pereira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Doutor em Geofísica nos Estados Unidos, ele realizou este ano sua sétima expedição antártica, para estudar o transporte de gases e partí-cu-- las entre a América do Sul e a Antár-tida. Os resultados surpreendem. "Par-tí-cu-las presentes no ar do sul do Chi--le, chegam em trinta horas até à An-tártida - a 1 000 quilômetros de dis-tância. E quase sem se dispersar", diz.
Para saber com segurança como os gases sul-americanos - inclusive poluentes - alcançam a Antártida, Pereira montou duas sofisticadas estações de coleta, uma na cidade chilena de Punta Arenas e a outra na Estação Ferraz. Elas detectam a quantidade do gás nobre radônio, pois é certo que ele não se forma na Antártida. "Todo o radônio que existe ali vem da América do Sul", explica o cientista. Mais que uma simples medição, o estudo envolve curiosos fenômenos químicos. Formado a partir do urânio e do tório, o radônio sobe ao ar em duas variedades. Uma tem vida longa, enquanto a outra logo "vira a casaca" e se transforma rapidamente em outros elementos químicos. Conforme o tempo passa, mais "radônio de vida longa" existe em relação ao "vira-casaca". Os cientistas podem então calcular quanto tempo o gás levou para atravessar o oceano: basta medir quanto há de uma variedade e de outra no ar de Punta Arenas e comparar com as porcentagens colhidas na Antártida.
Mas não é bastante saber a velocidade dos gases que chegam à Antártida. É preciso descobrir o que de fato existe nos ares antárticos. Por isso, Pereira tem coletado amostras dos aerossóis - concentrações de partículas que influem em toda a química da atmosfera. Para se ter idéia da importância dos aerossóis, vale lembrar que deles depende a formação das nuvens. "Não bastam gotículas de água dispersas no ar. São necessários aerossóis, principalmente de sulfatos, que atraem e condensam a umidade em forma de nuvem", ensina Pereira. Nas regiões semi-áridas dos Estados Unidos e de outros países do Primeiro Mundo, é comum os aviões borrifarem sulfatos pelo ar, numa desesperada tentativa de "espremer" chuva do parco vapor que resta em épocas secas.
Situação terrível como a da própria Antártida: no interior do continente a precipitação é de menos de 5 cm por ano, abaixo da média no Deserto do Saara. A exceção está nas Shetlands do Sul, onde chove cerca de 100 cm/ano. Pereira descobriu que nessa região há 6% de sulfatos nos aerossóis atmosfé-ricos, "muito semelhante ao comum dos oceanos em geral", avalia.
A grande descoberta, porém, foram os 14% de partículas alienígenas, ou seja, poeira e gases que vêm de outras partes do globo. Entre elas, podem estar vários poluentes, inclusive o nefasto clorofluorcarbono (CFC), gás usado em geladeiras e latas de tinta spray e desodorantes. Ele é o causador do buraco na camada de ozônio que nos protege dos perigosos raios ultravioleta do Sol. Normalmente, as moléculas do CFC ficariam muito dispersas no ar para causar algum dano. Mas, concentradas nos aerossóis, atacam as molé-culas do ozônio com rendimento muito maior. "Os aerossóis funcionam como um tubo de ensaio, que facilita as reações químicas no ar", sintetiza Pereira. Por isso, o próximo passo é fazer coletas de aerossóis na alta atmosfera.
Quando o assunto é poluição, entram em cena os pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, com um trabalho que tem sido citado internacionalmente. Dos laboratórios em São Paulo, Rolf Roland Weber e Walkyria Lara comandam uma equipe que vai anualmente às Shetlands do Sul coletar amostras de ar, água, tecidos de animais, sedimentos, peixes e moluscos. "Queremos descobrir quanto há de hidrocarbonetos e organoclorados no ambiente antártico", diz Weber, que já foi à Antártida duas vezes.
A determinação do nível médio de hidrocarbonetos numa região ainda livre dos derramamentos de petróleo ajuda a estabelecer um padrão, que pode ser usado para se ter idéia do nível de poluição em outras partes do planeta. "Isso é necessário porque existem hidrocarbonetos naturais na água e no ambiente, originários, por exemplo, da cera das folhas das plantas", explica Weber. Esses hidrocarbonetos não podem ser confundidos com os gerados pela poluição dos navios e terminais de petróleo. Sabendo o nível médio natural, fica mais fácil descobrir quanto está vindo de fontes poluidoras.
Até agora, os resultados mostram que qualquer água com mais de 2 microgramas por litro é suspeita. "Próximo ao terminal de descarga de petróleo em São Sebastião (SP), o nível ultrapassa 50 microgramas", revela Weber. Mas ainda é preciso estudar melhor o mar antártico. "Este ano, terminamos as coletas de água salgada na Baía do Almirantado, em frente à base Ferraz", conta Rosalinda Carmela Montone, a oceanógrafa que põe as mãos na massa de fato. Se os hidrocarbonetos do petróleo ainda não preocupam na Antártida, o mesmo não se pode dizer dos organoclorados, produtos altamente tóxicos, proibidos em quase todo o mundo, mas ainda usados na América do Sul como pesticidas.
A equipe de Weber achou resíduos na água do mar, das chuvas, na areia e, o que é pior, nos pingüins e peixes. A quantidade é pequena, mas não pode ser desprezada. "Os organoclorados são cumulativos e não se degradam facilmente", explica Weber. Ou seja, vão se acumulando nos tecidos dos animais e na cadeia alimentar. Cada vez que um pingüin come o krill contaminado, ganha um pouco de pesticida que será passado integralmente a quem o comer, a foca-leopardo, por exemplo. Com o passar dos anos, isso pode dizimar populações inteiras desses animais.
Entender como os peixes, pingüins e focas sobrevivem à invasão de poluentes é uma missão que os brasileiros poderão cumprir, se depender dos pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de São José dos Campos, SP. A farmacologista Wilma Bastos Ramos partiu para a Antártida nesse verão com frascos cheios de hormônios e 130 quilos de aparelhos entre eletrocardiógrafos e outros. Por enquanto, o objetivo é desvendar os mecanismos que permitem a vida dos peixes em águas geladas. Os efeitos da poluição virão depois.
"Os peixes antárticos são ilustres desconhecidos do ponto de vista fisiológico. Ninguém explicou ainda como podem suas enzimas digestivas funcionar a 0°C", exemplifica Wilma Ramos. O escolhido para os testes foi o Notothenia neglecta, um peixe de cerca de 40 centímetros, cuja enorme cabeça lembra mais um sapo. Depois de arriscadas pescarias a bordo de um bote inflável, Wilma levou os peixes ao laboratório na base Ferraz, onde teve gratas surpresas. Em primeiro lugar, o olfato. Experiências no aquário mostraram que é mais facil para o peixe sentir o cheiro do alimento do que vê-lo. "Ele não percebia a comida um palmo à frente dos olhos. Mas se houvesse uma corrente de água a favor, descobria a guloseima mesmo que estivesse atrás."
A maior surpresa, porém, foi a incrível capacidade de "ressuscitar". Os tecidos recortados para análise respon-diam a estímulos químicos até trinta horas depois de retirados, quinze vezes mais que o comum. Partindo disso, Wilma descobriu que o Notothenia pode ter parada cardíaca de uma hora e, depois, sair nadando como se nada tivesse acontecido. Entusiasmada com o achado, a pesquisadora dispara o comentário que já virou lugar-comum na batalha pela conquista científica da Antártida: "Nunca vi coisa igual".

Apertem os cintos, o horizonte sumiu

Parecia um típico resgate de refugiados, no meio de uma batalha. A bordo de um Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira, cerca de 50 pessoas amontoavam -se entre caixotes, barris e malas, protegendo-se como podiam do ruído ensurdecedor dos motores. No entanto, havia uma alegre algazarra a bordo: era apenas a maratona aérea de 4 000 quilômetros levando cientistas brasileiros à Antártida - uma rotina que se repete sete vezes todos os anos. A folia só dura até a última escala, em Punta Arenas, no sul do Chile. A partir daí a descontração dá lugar ao suspense.
É verdade que, partindo da cidade chilena a 450 quilômetros por hora, o avião da FAB pode chegar em menos de três horas à base brasileira, na Ilha Rei George. O problema é que os pilotos têm de aguardar o sinal verde para o vôo, que depende das condições do tempo na Antártida. No começo de dezembro último, foram sete dias de espera no chão. E nem sempre o sinal verde adianta. Muitas vezes o tempo muda antes que os dados disponíveis sejam interpretados. Por ironia, as mesmas informações, colhidas nas bases geladas, ajudam a prever como será o tempo, dentro de três ou quatro dias, em São Paulo ou no Rio. Mas na própria Antártida não permitem determinar, com firmeza, se vai fazer sol ou nevar nas próximas horas.
Várias vezes, embora perto do destino, os Hércules C-130 foram obrigados a dar meia-volta. Não vale a pena arriscar. Neblina e tempestades surgem do nada e, nesse caso, não há a quem recorrer, pois a distância entre os campos de pouso pode superar 1 000 quilômetros. Próximas do continente, existem peculiares armadilhas, como os ventos catabáticos, que podem desestabilizar a aeronave no pouso. Ainda pouco estudados, eles chegam em tresloucadas rajadas, pois parecem mudar de direção e força de acordo com o relevo antártico. Há também o problema da umidade do ar, que, quando alta, congela-se em fração de segundo sobre os vidros, cegando os pilotos. Resta torcer para que o limpador de pára-brisa mantenha a visibilidade.
A armadilha mais perigosa, no entanto, é o white-out, espécie de ilusão de óptica responsável por dezenas de acidentes. Se o horizonte está nublado e o sol incide num ângulo desfavorável, é impossível distinguir o limite entre o céu e a brancura do solo. "Não dá para saber o que é nuvem e o que é gelo", explica o capitão-de-corveta Flávio Giacomazzi, chefe do destacamento de helicópteros do navio polar brasileiro Barão de Teffé. Em 1984, o white-out pegou o geólogo gaúcho Marco Antônio Fontoura Hansen, um veterano de onze expedições. O bimotor chileno em que viajava resvalou numa geleira e acabou fazendo um pouso desastrado. Por uma sorte de dimensões antárticas, nenhum dos dezesseis passageiros e tripulantes morreu. "Um fragmento da hélice passou a centímetros da minha cabeça", conta Hansen, que hoje costuma beber com os companheiros de desastre nos bares de Punta Arenas.

Campo de batalha científico é quase uma comunidade

É um lugar um pouco menor que a cidade de São Paulo, com 95% de sua área coberta de gelo. Mesmo assim, os 1 450 quilômetros quadrados da Ilha Rei George - a maior do arquipélago das Shetlands do Sul - formam uma das regiões mais disputadas do planeta. Desde que se descobriu a importância da Antártida, ela foi invadida por pesquisadores e por toda sorte de instrumentos científicos, bem à moda do Tratado Antártico, de 1959. Mas é engano pensar que as estações abrigam apenas abnegados estu-diosos. A maior base da ilha, a chilena Teniente Marsh, é um verdadeiro núcleo de colonização, com doze famílias e 25 crianças. Há um aeroporto sob os cuidados de dezenas de militares da aviação chilena, assim como hotel para visitantes, escola, estação de FM e até bazar de souvenirs.
A rádio reflete bem as intenções de domínio do Chile na região: seu nome é Radio Soberanía (também os cartões-postais trazem os dizeres "Território antártico chileno"). Mas sete outras nações mantêm estações permanentes de pesquisa na ilha: Brasil, Argentina, Uruguai, CEI, China, Coréia do Sul e Polônia. Há duas bases temporárias, usadas só no verão pelo Peru e Equador. Exigências territoriais à parte, uma forte solidariedade une as várias estações. Nas duas últimas décadas, Chile e União Soviética cultivaram uma relação surpreendentemente cordial, apesar do antagonismo político. Separadas por um pequeno rio de degelo - batizado Volga pelos russos e Loa pelos chilenos -, as estações Marsh e Bel-lingshausen enfrentaram juntas in-cêndios e acidentes aéreos, num belo exemplo do que se convencionou chamar "espírito antártico".
A cooperação não inibe rigorosa vigilância mútua num item chave: respeito ao ambiente. Há alguns anos, um batalhão de 300 operários chineses desembarcou na ilha, com a missão de erguer rapidamente uma base. Desinformada quanto às rígidas normas de preservação da fauna, a horda asiática espalhou lixo por todos os lados e, em nome de uma gastronomia politicamente incorreta, banqueteou-se com pingüins, petréis e outras aves que pôde capturar. Naturalmente, tudo se resolveu no devido tempo: depois dos protestos indignados de todos os países, o governo da China pediu desculpas pela gafe. Restou o estigma de "sujões", desde então imputado aos chineses. Os brasileiros, em contrapartida - e sem nenhum ufanismo-, gozam de ótima reputação. Em nove anos de existência, a Estação Antártica Comandante Ferraz raras vezes foi importunada pelos ativistas ecológicos que o Greenpeace mantém num veleiro para fiscalizar a área. Todo o lixo é acondicionado e trazido ao Brasil no Barão de Teffé.
Ferraz também leva a fama de ser a estação que mais cresce em tamanho e em número de cientistas. São sessenta módulos (ou containers interligados) onde funcionam laboratórios, uma estação meteorológica, alojamentos para 26 pessoas e até um pequeno ginásio de esportes. Neste verão, 46 pessoas passaram por lá. Apenas oito não eram pesquisadores (o grupo de apoio da Marinha, que inclui médico, cozinheiro e a equipe de manutenção). A imponente base chilena Marsh não alcança esse número de cientistas, mesmo tendo cinco vezes mais gente.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pontos quentes da cidade - Ambiente

PONTOS QUENTES DA CIDADE - Ambiente



Enquanto a brisa sopra na periferia, o centro de São Paulo ferve. Um novo mapeamento acusa diferenças de até 10 graus de temperatura, conforme a área da capital paulista. Este é o fenômeno das ilhas de calor, típico da urbanização desenfreada.



Dia de verão em São Paulo. Na Avenida Paulista, cartão-postal da cidade, os termômetros indicam 30 graus Celsius às 15 horas. Os edifícios de concreto e vidro refletem o sol. A brisa é pouca. Os 9 000 veículos que ali passam, por hora, são obrigados a parar em pelo menos um dos quinze semáforos. Os apressados paulistanos são cozinhados dentro dos carros. No teto de aço dos automóveis a temperatura vai aos 50 graus; na boca dos esca-pamentos a fumaça sobe a 100 graus. O asfalto dá a impressão de derreter-se. Os pedestres padecem com a falta de árvores e sombras. Mas a poucos quilômetros dali, no bairro do Morumbi, a poluição é menor e o índice de arborização atinge 47% do território, 34 pontos percentuais a mais que o verificado na Paulista. Resultado: os termômetros marcam 25 graus. No mesmo dia, na mesma hora, no sul e no norte do município, onde se encontram as áreas rurais e de proteção dos mananciais, a temperatura é de 20 graus, 10 graus a menos que na zona central da cidade. Aumentou o verde, diminuíram as construções, a densidade demográfica, a poluição, o asfalto. A chamada ilha de calor ficou para trás.
O fenômeno da ilha de calor é caracterizado pela enorme diversidade de temperaturas em áreas diferentes de uma cidade. As variações de até 10 graus Celsius na capital paulistana são demonstradas no mapeamento realizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, com o apoio do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). Os cientistas da USP cruzaram as informações coletadas por termômetros de superfície e pelo satelite LandSat-5.
O estudo começou a ser realizado há dois anos e, agora, está sendo publicado no Atlas do Meio Ambiente do Município de São Paulo, que será distribuído no final deste mês para escolas, bibliotecas, instituições públicas e organizações não governamentais. Por meio de 34 mapas, o Atlas lo-caliza geograficamente a cidade, seus problemas, sua população. Também divulga discussões sobre os recursos humanos e econômicos de São Paulo, sua infra-estrutu-ra, a transformação do meio ambiente e suas conseqüências. O trabalho dos técnicos da Prefeitura, da USP e da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambien--tal (Cetesb) produziu um instrumento capaz de nortear o planejamento e desenvolvimento da capital.
Pelo levantamento no Atlas, as regiões de maior temperatura estão na bacia do Rio Tietê. "Além de serem mais baixas, essas áreas possuem pouco verde, o solo é tomado por prédios e casas, as ruas são pavimentadas, há grande volume de veículos e alto índice de polui-- ção", informa a geógrafa Helena Sobral, coordenadora do trabalho. Afinal, a substituição das áreas verdes por construções e pela pavimentação altera a capacidade de absorção dos raios sola--res pela superficie. O concreto, os tijolos e o asfalto absorvem a radiação solar direta, para transformá-la em calor latente. Mesmo após o anoitecer, esses materiais continuam liberando ener-gia e aquecendo o ar noturno até a alvora--da. Eles funcionam como baterias acumuladoras de calor. Um pedaço de asfalto, por exemplo, pode chegar à temperatura de 46 graus, em um dia de verão paulistano, enquanto uma área de gra-ma exposta à mesma radiação não ultrapassará os 32 graus.
Ao contrário das edificações e do asfalto, a vegetação absorve e libera a radiação solar rapidamente através do processo de transpiração. Ou seja, nas áreas verdes, os raios solares provocam a evaporação da umidade das plantas e do solo e isso termina resfriando a temperatura ambiente. "Daí que a impermeabilização do solo também contribui para a redução da umidade relativa do ar", explica o meteorologista Sílvio de Oliveira, da Cetesb.
Além de irradiar ondas de calor, os edifícios reduzem a circulação dos ventos e a renovação do ar, facilitando a acumulação de poluentes. Na Grande São Paulo, 30 000 indústrias e 4 milhões de veículos jogam anualmente na atmosfera 2 milhões de toneladas de gases e material particulado. Os ventos - que predominam no sentido sudeste -noroeste -, trazem para o centro de São Paulo a po-luição gerada na chama--da zona in-dustrial do ABC, através do vale do Rio Tamanduateí. Portanto, o fluxo na-tural das correntes de ar leva para o centro da capital, pre-cisamente a região mais quente, boa parte da poluição gerada em toda a cidade. As nuvens poluídas, por sua vez, acabam impedindo que o ca-lor gera-- do pela cidade se dissipe. As par-tículas lançadas na atmosfera têm a ca-pacidade de absorver a radiação em ondas curtas, co-mo a luz, e devolvê-la na for-ma de ondas longas, isto é, calor. "A conseqüência des--sa degradação am-biental em São Paulo é o aumento da tem-pe-ratura mé-dia mí-nima de 9 pa-ra 13 graus nos últimos 48 anos", cal-cula Sílvio de Oliveira.
Justamente a partir da década de 40 ocorreu a expansão da cidade. O crescimento desordenado e a falta de uma po--lítica ambiental levaram a uma drástica redução da vegetação em São Paulo, que também pode ser notada nos mapas do Atlas. Hoje, dos 870 quilômetros quadrados do sítio urbano, apenas 2,9% correspondem a áreas verdes públicas. A conseqüência é um índice de verde de apenas 4,24 metros quadrados por habitante, quando o indicado pela Organização Mundial de Saude (OMS) é 12 metros quadrados, ou seja, quase o triplo.
Segundo José Roberto Tarifa, professor de Climatologia da USP, "no Brasil as variações meteorológicas provoca-- das pela urbanização começam a se evidenciar em cidades com mais de 300 000 habitantes". Pesquisas comprovaram a existência de ilhas de calor no Rio de Janeiro, em Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto. Alguns estudos realizados no Cana-dá, concluíram que as cidades com 100 000 habitantes já apresentam a di-ferença de 1 grau en-tre a temperatura urbana e a rural. Nas cidades com 1 milhão de moradores essa variação salta para 3 graus e, nas metrópoles com mais de 10 milhões de pessoas, para 9 graus. São Paulo, com seus 10 graus de diferença, supera um pouco essa média.
Com o rápido crescimento demo-gráfico das zonas urbanas poucas serão as cidades que, na virada do ano 2000, escaparão desse fenômeno. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, no século XXI, cerca de 80% da população mundial estará se espremendo nas cidades grandes. Hoje, 50% dos habi-tantes da Terra estão em áreas urbani-zadas. No Brasil esse número chega a 70% do total.
Se o aumento das temperaturas nas cidades tropicais provoca um descon-forto térmico, nas cidades de clima temperado ocorre o contrário. Em Paris, por exemplo, a temperatura mínima média aumentou; com isso, o inverno é mais ameno e dificilmente neva. Apesar desse aparente benefício, a ilha de ca-lor nas regiões temperadas também agrava o problema da poluição atmosférica e da chuva ácida. Isso sem falar do tão discutido efeito estufa. "Nos últimos cinqüenta anos, a temperatura média da atmosfera terrestre sofreu um aque-cimento de 0,5 grau Celsius", afirma José Roberto Tarifa.
Interromper o processo de degradação que leva à formação de ilhas de calor é possível. Em Stuttgart, na Alemanha, medidas adotadas no programa de combate à poluição - demolição de alguns edifícios para permitir a passagem de correntes de ar, criação de jardins e a construção de espelhos de água em cima dos prédios, por exemplo - diminuí--ram o aquecimento da cidade. Em São Paulo, o trabalho recém-publicado no Atlas da Prefeitura, se levado adiante, pode ser o primeiro passo para melhorar o conforto dos que habitam a cidade. "Sem uma política eficiente de combate à degradação ambiental, os paulistanos estarão condenados a so-frer ainda mais com o aumento constan-te das temperaturas" afirma Oliveira, da Cetesb. "Até o ano 2030 a tempera-tura média mínima poderá subir mais 2 graus Celsius."

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

19 parentes do homem do gelo são encontrados vivos na Áustria


19 parentes do homem do gelo são encontrados vivos na Áustria



Descendentes com o mesmo DNA do Ötzi, a Múmia do Similaun, vivem na região do Tirol.


O famoso homem do gelo pode ter morrido há 5,3 mil anos, mas a múmia tem parentes bem vivos na Áustria! Conhecido também como a Múmia do Similaun, o homem de gelo foi descoberto nos Alpes em 1991 e foi considerado, a princípio, como um alpinista ou um soldado que morreu na Primeira Guerra Mundial.

Somente após pesquisas mais aprofundadas é que foi descoberto que a sua existência datava de 3.300 antes de Cristo e que ele havia morrido, provavelmente, com uma flechada e uma batida na cabeça aos 46 anos de idade.

Parentes vivos
Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Medicina Legal, da Universidade de Innsbruck, encontrou 19 homens relacionados com a múmia, usando amostras de DNA retiradas de 3,7 mil doadores de sangue da região do Tirol, no oeste da Áustria.

Eles constaram que essas pessoas tinham as mesmas mutações genéticas específicas de Ötzi, que recebeu esse nome por ter sido encontrado nas montanhas Ötztal dos Alpes, que ficam na fronteira entre a Áustria e Itália. O estudo foi realizado somente com homens.

"Há partes do DNA humano que são geralmente herdadas de forma inalterada. Nos homens, elas se localizam nos cromossomos Y e, em mulheres, na mitocôndria. Eventuais alterações surgem devido às mutações, que são então herdadas de forma ainda mais intensa", disse Walther Parson, cientista que liderou o estudo, ao Austrian Times.

A equipe de pesquisa já está se associando com parceiros na Suíça e na Itália para organizar um estudo semelhante a fim de determinar se há mais parentes do homem de gelo nas localidades próximas aos Alpes.

O ancestral


A múmia está atualmente em exibição em um museu especialmente construído em Bolzano, na Itália, onde os visitantes podem vê-la em uma sala refrigerada. Um arco, flechas e um machado de cobre estavam entre os pertences encontrados com o corpo congelado na época da descoberta.

O estudo do corpo do homem de gelo revelou que ele tinha a doença de Lyme, tinha uma dieta carnívora e predisposição para doenças cardíacas. Além disso, foi constatado que ele era da ilha de Sardenha, mas os pesquisadores não sabem o que ele estava fazendo nos Alpes e por qual motivo ele foi morto.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Desafio à Morte - Longevidade


DESAFIO À MORTE - Longevidade



As descobertas sobre esse enigma da natureza indicam que o homem pode viver bem mais de um século.



Viver 200 anos em boa forma e partir tranqüilo, sem ter de enfrentar as angústias de prolongada decadência física, não é mais um desejo inatingível, um mistério que o homem almeja, mas sabe que nunca poderá desvendar. Trata-se de uma luminosa idéia, que toma forma cada vez mais nítida na cabeça de grande número de cientistas das mais diversas especialidades. Sem medo de incorrer no antigo pecado da hubris - nome que os gregos davam ao orgulho de saber demais -, eles afirmam que é possível driblar o envelhecimento e a morte. Como não podia deixar de ser, esse segredo parece estar inscrito nos genes, como se fosse um programa de computador. Quando chega a hora, o gene da morte entra em ação para desativar os mecanismos vitais e levar o corpo ao fim.
A entusiasmante alternativa é desativar as engrenagens letais, de modo que se prolongue o período de vida o máximo possível, como faz o biólogo americano Michael Rose, da Universidade da Califórnia. Um dos papas da longevidade, ele criou algo semelhante a um "elixir da juventude", que por enquanto foi servido apenas a organismos tão modestos como as drosófilas, ou moscas das frutas. O resultado foram superinsetos, que vivem quase duas vezes mais que seus semelhantes naturais: em escala humana, seria como morrer perto dos 150 anos, já que nos países desenvolvidos a atual expectativa de vida é de 75 anos para os homens e 79 para as mulheres. Além disso, as supermoscas idosas são tão robustas quanto moscas ordinárias de menor idade.
É uma situação em que a própria humanidade gostaria de se ver, como diz o médico Michal Jazwinski, da Universidade Estado de Louisiana. "O ideal seria ter uma longa vida saudável e então partir rapidamente - morrer de botas, como eles dizem nos filmes de caubói." Como sempre acontece, a meta da ciência é mais ambiciosa que uma simples extensão da vida das pessoas. Seu alvo maior é compreender por que todos os seres vivos têm de envelhecer e morrer, inexoravelmente. Mas é apenas natural que essa busca, de quebra, leve ao ideal esboçado por Jazwinski. Afinal, as descobertas estão se atropelando num ritmo impensável apenas quinze anos atrás.
"Só na década passada percebemos como era fácil postergar o envelhecimento", comemora Rose. "E é isso que torna a pesquisa tão excitante - estamos fazendo coisas que funcionam." Seu trabalho, de fato, é de uma simplicidade a toda prova: consiste em cruzar diversas linhagens de moscas e selecionar aquelas de vida mais longa. O problema é saber por que alguns insetos marcham com mais lentidão para o fim. A única pista encontrada por Rose são antioxidantes - substâncias que, de modo geral, protegem as células contra o excesso de reações com o oxigênio, mas são anormalmente ativas nas moscas de vida longa. Isso é curioso, pois o oxigênio que perambula em estado livre nos organismos é um notório vilão das células, onde danifica proteínas, gorduras e o próprio ácido nucléico, matéria-prima dos genes.
Como é um resíduo comum de diversas reações vitais, o oxigênio poderia ser o próprio motor do envelhecimento. Este, portanto, seria conseqüência natural da vida: à medida que o tempo passa, o acúmulo de oxigênio livre gera um número crescente de defeitos nas células. Até inviabilizar de vez o seu funcionamento. Uma bem-humorada analogia com a destruição dos metais, também causada pela oxidação, seria a seguinte: as pessoas não morrem; elas enferrujam. Nesse caso, o elixir da longevidade seria o poderoso antioxidante detecta do nas moscas, chamado superóxidodismutase e classificado na categoria das enzimas.
Nas moscas comuns, ele é produzido de acordo com certa fórmula, gravada em um gene, mas nas supermoscas esse gene deve ter se alterado por algum motivo e deu origem a uma enzima mais eficaz. Essa elegante teoria só não faz mais sucesso porque há diversos outros fenômenos associados ao envelhecimento, como o espantoso caso dos genes que "suicidam" células. Não há melhor expressão: entre outras coisas, esses genes podem fazer com que as célula defenso---ras do organismo passem a atacá-lo. Dependendo da ida-- de, mais de 95% das células protetoras enlouquecem dessa maneira. Da mesma forma, quando uma lagarta está às vésperas da metamorfose, suas células musculares se tor-nam matadoras e destroem boa parte do organismo.
O resultado é a nova forma da lagarta: a borboleta. Para que o animal viva com seu novo figurino, imenso número de células tem de sucumbir - tal é a incômoda lógica que parece guiar esse fenôme-no. Há sérios indícios de que as inversões de comportamento celular são comuns no reino da vida. E há pelo menos um elo sugestivo com o envelhecimento: no cérebro de alguns portadores do mal de Alzheimer encontram-se traços de uma proteí- na que é produzida em abundância durante a degradação muscular das lagartas. Pode não ser mera coincidência, já que o mal de Alzheimer é caracterizado por maciça destruição de neurô-nios e é conhecido como a doença da velhice. Nos países ricos, ela incide tipicamente sobre 10% das pessoas acima de 65 anos, ou 20%, acima de 80.
A hipótese mais razoável é que a mesma engrenagem da metamorfose está presente na decadência dos processos vitais. E isso é importante, pois sugere que o envelhecimento, de alguma maneira, é imposto ao organismo. Não é algo que simplesmente acontece a ele - como o acúmulo de oxigênio livre nas células. "A morte não é passiva, mas ativa, como o suicídio", resume o americano Robert Horvitz, do Instituto Tecnológico de Massachusetts. Explicando ainda melhor, as pessoas não morrem porque se tornam cada vez mais incapacitadas para reparar defeitos que o corpo acumula. Mas porque têm de seguir um programa cujo objetivo é dar fim à vida.
O suicídio celular, ou apoptose, em linguagem técnica, é um ramo florescente da pesquisa e também da economia americana. Empresas especializadas surgem todos os meses, na esperança de vender drogas que bloqueiem a matança programada de células, deslanchada por certas doenças. O próprio Horvitz, segundo a revista especializada Science, está lançando a Idun Pharmaceuticals para lidar com a morte de células no câncer, no sistema imunológico e no sistema nervoso. A Apoptosis Technology pre-tende comercializar uma proteína de nome TIA-1, descoberta por Paul Arderson, pesquisador do Instituto de Câncer Dana-Farber (que tem parte do capital da empresa).
A TIA-1 seria uma espécie de mensageira da morte, usada por células T do sistema imunológico para levar outras células ao suicídio. Há inúmeras outras proteínas que se imagina terem o mesmo papel e em alguns casos se identifi-caram os genes responsáveis pela produção de substân-cias desse tipo. Acredita-se, por exemplo, que um tipo de linfoma, câncer do sistema linfático, é causado por falha de um gene da apoptose: a pane permite que as células linfáticas se tornem "imortais" e se transformem em tumores malignos. É uma espantosa constatação: a morte programada é saudável e quan-do falha leva a uma doença terrível.
Aqui, é preciso separar bem os fatos: uma coisa é a pesquisa da apoptose em si mesma, na qual há preocupação exclusiva com um pequeno universo, o desti-no das células. Não se investiga o fenômeno da morte em seu sentido mais amplo. Outra coisa é tentar entender esse fenômeno com ajuda da apoptose, tarefa que a maior parte dos cientistas simplesmente ignora. Não é fácil, nem práti-co: ganha-se mais, em benefícios imediatos, pesquisando doenças. Mas é missão permanente da ciência investigar fenômenos fundamentais, como a morte. E esta pode ser compreendida a partir de uma simples célula, acreditam cientistas como James Smith, da Faculdade de Medicina Baylor, em Waco, no Estado americano do Texas.
O objeto de sua atenção é o chamado limite de Hayflick, de acordo com o qual toda célula pára de proliferar após se dividir em duas um certo número de vezes. Para uma célula do tipo dos fibroblastos humanos, que constituem os tendões e tecidos semelhantes, o limite foi fixado em 50 duplicações. Mesmo em condições ideais de laboratório, protegida contra interferências internas e bem-alimentada, a célula esbarra nessa intrigante barreira, descoberta em 1961 pelos americanos Leonard Hayflick e Paul Moorehead. Posteriormente, verificou-se que qualquer célula humana tem o seu limite característico.
Se entendermos por que as células deixam de proliferar, compreenderemos algo sobre o envelhecimento", aposta James Smith. Naturalmente, como ele mesmo diz, será mil vezes mais difícil compreender o envelhecimento de um ser humano inteiro. Os primeiros passos, no entanto, são animadores. Sabe-se, por exemplo, que as células de indivíduos mais velhos têm um limite de proliferação mais curto. É como se o seu programa da morte já tivesse sido parcialmente rodado. Há indícios, também, de que os genes responsáveis por esse programa se localizam nos cromossomos humanos de números 1 e 4.
Um dos genes já investigados, conhecido pela sigla c-fos, age de maneira bastante suspeita: quando é desligado, dispara-se a máquina do envelhecimento. Smith acredita ter encontrado um outro gene, cuja função é justamente desligar o próprio c-fos. Para outros pesquisadores, a chave para o programa da morte estaria no telômero, fragmento de gene que marca o início e o fim dos cromossomos. Estranhamente, esse marcador genético fica mais curto cada vez que uma célula se multiplica, dividindo-se em duas. Como o telômero é finito, ele chegaria ao fim depois de encurtar um certo número de vezes, em cada duplicação celular.
Isso explicaria o limite de Hayflick e propiciaria mais um elo da corrente ligando o programa da morte e o câncer, já que o telômero das células cancerosas não se altera. Não é preciso lembrar que toda cautela é pouca quando se avaliam idéias que representam meras especulações. Estas são sempre criativas, mas não são teorias acabadas. Talvez a melhor descrição do estado atual da pesquisa seja a do pesquisador Huber Warner, do Instituto Na-cional para o Envelhecimento, dos Estados Unidos: "Ainda estamos tateando. Mas com um mínimo de luz, e não em completa escuridão". Portanto, não há realmente como prever até que ponto a vida humana poderá ser estendida, no futuro próximo.
O prazo de 150 ou 200 anos é apenas uma razoável medida daquilo que se pode obter para a longevidade, quando se tem em mente o que já se conseguiu, na prática, com as moscas e outros animais simples. É inegável, porém, que as respostas estão se tornando incomparavelmente mais precisas do que eram há míseros dez anos. E devem se tornar bem mais confiáveis a curto prazo, quando as experiências passarem a ser feitas com ratos, cujo organismo é mais parecido com o dos homens do que o das moscas. E esta é apenas uma das linhas de pesquisa atualmente em curso, sem que ninguém saiba de onde poderão vir os melhores resultados.
Alguns dizem que, desde já, se pode prever um teto de até 400 anos para a duração da vida humana, contra o máximo observado atualmente de mais ou menos 120 anos (75 anos é a expectativa de vida média). Sem dúvida, será preciso pesquisar várias décadas para obter um pequeno avanço nessa direção: por exemplo, para elevar o teto de 120 para 150 anos. Mas, ao mesmo tempo, espera-se que as diversas correntes de idéias consigam chegar a um denominador comum, proporcionando uma visão ampla sobre o significado da vida e da morte. São dois fenômenos opos-tos, aparentemente incompatíveis entre si. Mas sempre exerceu grande fascínio sobre a imaginação do homem o fato de andarem sempre juntos, como os dois lados de uma mesma moeda.
Só o futuro poderá dizer se é mesmo assim, mas essa impressão subsiste na idéia de que o corpo traz em si o cronograma do seu fim: de que há genes para organizar o desenvolvimento das células e também há genes para coordenar o seu desaparecimento. Talvez porque, em vez de ser mera negação, a morte seja um estranho artifício que a natureza criou para tornar possível a manutenção da vida. Daí o forte apelo intelectual da idéia da morte programada.
Se ela se confirmasse, mostraria uma ironia des-percebida no comovente enredo do filme O caçador de andróides, do diretor Ridley Scott, no qual o agente Rick, herói da história, escapa por pouco de ser destruí--do pelo andróide Batty, terrivelmente forte e astuto. Rick se salva porque os circuitos eletrônicos do andróide estavam programados para levá-lo à morte no prazo máximo de quatro anos. Ao pressentir o final, Batty desiste do golpe de misericórdia e apenas anuncia com tristeza: "Hora de viver, hora de morrer". A ironia é que os engenheiros que projetaram o corpo de Batty - e o próprio Rick - também estariam programados pa-ra morrer. Eles apenas não sabiam disso.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Biólogos enchem formigueiro abandonado com cimento para pesquisa


Biólogos enchem formigueiro abandonado com cimento para pesquisa



Com isso, eles conseguiram verificar a impressionante estrutura construída pelas formigas



Quando você avistou um formigueiro em um terreno, já teve a curiosidade de saber como ele é por dentro? Pois essa também era uma das dúvidas de alguns biólogos, que resolveram fazer uma experiência surpreendente a fim de descobrir como eram essas colônias subterrâneas.

Primeiro, uma pesquisa de campo vasculhou onde teria um formigueiro abandonado para realizar os estudos sem prejudicar o ecossistema das formigas. Feito isso, eles partiram para a experiência.

Para isso, eles encheram o local com bastante cimento (numa forma mais líquida) durante três dias. Foram cerca de 10 toneladas de cimento usadas para essa ação e ele desaparecia totalmente no decorrer do processo, tamanha era a extensão dos túneis do formigueiro.

Depois de um mês, eles começaram uma escavação e o que foi surgindo nas semanas seguintes era de um visual fantástico: uma megalópole das formigas com estruturas perfeitas e minuciosas formadas pelo cimento, que esculpiu a cidade-formigueiro. Tudo construído pela organização impressionante das formigas. Confira no vídeo abaixo.



ANTS - Nature's Secret Power (Full)
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Gênios Trabalhando - Zoologia

GÊNIOS TRABALHANDO - Zoologia



Embora temíveis, com toda a razão, elas não merecem a má fama que têm, pois são uma das forças dominantes do planeta e, em alguns casos, tão inteligentes quanto suas primas, as abelhas.



Apenas dois gêneros de animais foram espertos o bastante para fugir às incertezas da vida e garantir a sobrevivência por meio daquilo que semeiam e colhem. O primeiro é definitivamente um novato. Existe há pouco mais de 2 milhões de anos, aprendeu a arte do cultivo há coisa de 100 séculos e hoje é representado por uma única espécie sobre a face do planeta, o Homo sapiens sapiens. Em comparação, seu formidável concorrente existe há um tempo que se mede na casa dos 100 milhões de anos, trouxe praticamente do berço as técnicas agrícolas e se multiplicou em quarenta espécies sobre a Terra.
São as saúvas, que aprenderam a cultivar um fungo sobre um canteiro de folhas cortadas, para depois usá-lo co-mo alimento. Por isso, muitos entomologistas, estudiosos de insetos, as con-sideram os mais avançados animais dessa categoria - talvez mais que as abelhas, suas primas. Não é à toa que saúvas e abelhas têm tanta importância no mundo moderno. Ambas são tataranetas de um inseto genial, que há mais de 200 milhões de anos descobriu um meio de colonizar o subsolo. Este era, então, um vasto e inexplorado ambiente, apenas à espera de um aventureiro que o ocupasse.
Mas fazer ninho em tal lugar significava nada menos que oferecer a prole à inexorável carnificina de fungos, bactérias e outros microorganismos que ocupavam o lugar desde tempos imemoriais. A menos que se tivesse um bom desinfetante à mão - e foi isso que descobriram os ancestrais de formigas, abelhas e vespas, coletivamente chamados himenópteros. Contemporâneos dos dinossauros, os antigos himenópteros guardavam remota semelhança com os seus descendentes. Logo após a invenção do anti-séptico do solo, eles começaram a se transformar rapidamente. E quando se toma consciência do resultado é difícil evitar a sensação de que o planeta, em boa parte, pertence a eles, por mais desagradável que isso soe aos ouvidos humanos. É chocante perceber que as formigas não são pragas - co-mo ensina o geneticista americano Edward Wilson, da Universidade Harvard. "Se elas desaparecessem, centenas de milhares de espécies seriam extintas e muitos ecossistemas ficariam perigo-samente desestabilizados."
Suas responsabilidades começam pelas tarefas básicas de manutenção da vida no mundo. Ao lado dos cupins e minhocas, as formigas arejam, revolvem e drenam diariamente toneladas de terra e assim garantem a boa saúde do solo, mais tarde enriquecido pela matéria orgânica que os insetos levam para os ninhos. "Hoje se sabe que as formigas são mais importantes que as minhocas nesse trabalho", diz o mirmecólogo, ou especialista em formigas, Carlos Alberto Brandão, da Universidade de São Paulo. Wilson, por sua vez, calcula que elas desfazem e enterram nove de cada dez pequenos animais mortos em qualquer ponto do planeta.
As formigas também estão entre os mais importantes disseminadores de sementes, feito equivalente à disseminação do pólen pelas abelhas. Ainda mais impressionante, porém, é a tremenda influência das formigas sobre grande número de seres vivos. O tamanduá é o caso mais escandaloso, pois é rigorosamente desenhado para comer formigas e cupins. Mas com as árvores ocorre algo parecido: um terço delas no Brasil serve néctar às formigas em troca de proteção, revela o biólogo Paulo Sérgio Oliveira, da Universidade de Campinas, SP. O néctar (ou açúcar) é excretado com outros resíduos inúteis, dispostos em pequenas caroços sobre as folhas, e ao longo dos milênios houve um nítido aumento da parcela de néctar.
É como se as árvores convidassem as formigas a viver em seus galhos. Elas não só devoram insetos predadores de plantas, comedores de folhas, como enxameiam ao simples cheiro de estranhos e espantam mesmo animais de grande porte (o homem, inclusive). Sem essas formigas-lixeiras, ou pseudomirmecíneas, no jargão técnico, as árvores do grupo das acácias são literalmente destruídas por predadores, como provou o biólogo americano Daniel Janzen em 1967. Em anos recentes, Oliveira encontrou prova semelhante com relação ao Cerrado brasileiro. "Impedíamos que as formigas subissem em um grupo de árvores e mantínhamos outro grupo liberado." Em poucos dias, as árvores desamparadas estavam visivelmente pior que suas vizinhas. Outro exemplo admirável são os formicarídeos - pássaros cujo meio de vida consiste em surpreender pequenos bichos afugentados pelas taocas, formigas carnívoras das florestas. A dependência dessas aves é tal que a forma de suas pernas se alterou para que pudessem pousar em ramos junto ao solo, que são quase verticais.
Nessa posição estratégica, logo acima da coluna de taocas, os bicos não deixam escapar grilos, lagartixas, aranhas e outros acepipes em fuga. O poder das formigas fica claro quando se sabe que os formicarídeos constituem 240 espécies - toda uma grande família de pássaros da América do Sul e Central. Diante disso, é natural que os himenópteros tenham suscitado grande interesse científico nos últimos anos. Sabe-se, antes de mais nada, que eles tiram sua força da quantidade: estima-se que as formigas sejam 10 000 trilhões em todo o mundo (elas só não vivem nos pólos, ao que se sabe). Edward Wilson acrescenta que elas são mais numerosas que o conjunto dos vertebrados terrestres, isto é, todos os mamíferos, aves, répteis e anfíbios juntos. Assim, embora cada uma pese 1 milionésimo do peso de um homem, a massa viva de todos os formigueiros alcança 1 milhão de toneladas, apenas 300 vezes menos que o peso total da humanidade. Abelhas e vespas, embora sejam relativamente menos abundantes, ampliam de maneira considerável a população mundial dos himenópteros.
Mas o que tornou os himenópteros tão numerosos, em primeiro lugar? A resposta, dizem os entomologistas, está numa espécie de inteligência que não funciona no cérebro: ela se encontra em todo o organismo desses seres, embutida nas habilidades desenvolvidas por eles. Acima de tudo, sua sagacidade transparece por meio da vida em sociedade: entre milhões de espécies classificadas na categoria dos insetos, apenas eles e os cupins desenvolveram ao máximo esse método de dividir tarefas e multiplicar a eficiência do trabalho. Em suas comunidades, todas as fêmeas operárias estéreis e os machos servem apenas para inseminar a rainha, única fêmea fértil. Chamam-se "eussociais" os seres que praticam tal forma de matriarcado, que foi decisiva: somente 5% de todas as espécies de abelhas, por exemplo, têm comportamento social, mas estas últimas superam largamente em número os 95% restantes. Daí o entusiasmo com a descoberta, há poucos meses, das primeiras so-ciedades que não reúnem himenópteros ou cupins. Elas são formadas por pequenos parasitas de plantas, chamados afídios, e também por um besouro australiano que habita túneis cavados no eucalipto. Embora pequenas e simples, tais comunidades podem revelar novas facetas desse fenômeno crucial. Chega-se a dizer que colméias e formigueiros não são simples ninhos - são um ser vivo em si mesmo. As bem conhecidas colméias abrigam em média 50 000 moradores, mas os sauveiros são ainda mais complicados, e podem reunir mais de 5 milhões de habitantes. Em cada um deles, túneis estreitos interligam dezenas de "panelas" - os locais onde as saúvas efetivamente vivem. São ocos subterrâneos, geralmente com meio metro de altura, usados para diversas funções: desde lixeiras comunitárias (também usadas como cemité-rios), até berçários onde a rainha deposita ovos. No final, a construção equivale a um prédio de três andares enterrado a 10 metros de profundidade. Aí, a maior panela é a de cultivo, na qual as folhas que chegam do exterior são dispostas com cuidado e adubadas com o hormônio fertilizante, excretado pela rainha, de nome ácido indolil-acético.
Uma casta inteira de saúvas, as chamadas jardineiras, com 2 milímetros de comprimento, nunca sai do formigueiro. Elas existem para cuidar do fungo, o que inclui cortar ervas daninhas: fungos que não servem para comer. As cortadeiras, que trazem as folhas, têm 5 milímetros e labutam no mundo externo sob a proteção dos taludos soldados, com 1,5 centímetro. É curioso notar que o sauveiro leva mais de 100 dias para nascer. O primeiro passo é a revoada: até 4 000 fêmeas aladas deixam um ninho adul-to e, depois de inseminadas em pleno vôo por 30 000 machos, tornam-se rainhas. Aquelas que escapam aos predadores e às intempéries (muitas vezes menos de 0,5% do total) trabalham dez horas sem descanso para cavar um abrigo de 11 a 12 milímetros de diâmetro, a 15 centímetros de profundidade.
Após bloquear a entrada - por segurança -, as rainhas cospem uma minúscula muda de fungo que haviam trazido na boca e começam o cultivo. Na falta de folhas, elas sustentam o crescimento do fungo com o fertilizante real. Depois de cinco ou seis dias, ainda sem se alimen-tar, as rainhas põem alguns dos ovos que armazenam no corpo, cujo número alcança 3 milhões, em média. Assim, aos vinte dias nascem as jardineiras para cuidar da horta e quase três meses depois surgem as cortadeiras, o que dá vida definitiva ao novo ninho. Os soldados aparecem aos 22 meses e os bitus e içás - machos e fêmeas de asas -, aos 38 meses. Estes são os únicos moradores além da rainha que não são estéreis. Significativamente, nascem pouco tempo antes da primeira revoada, isto é, o primeiro passo para reiniciar a multiplicação dos sauveiros.
Embora haja casos de ninhos que sobreviveram após o nascimento de nova soberana, a regra é eles desaparecerem com o fim do estoque de ovos e a morte da rainha, geralmente aos 15 anos de idade. Nesse período, o sauveiro corta nada menos que 8 toneladas de folhas por ano - o suficiente para alimentar três bois, lamentam os especialistas em pragas. Sem dúvida, foi justamente essa eficiência que sustentou o visceral preconceito contra a saúva. Já em 1560, o padre José de Anchieta afirmava desdenhosamente que, entre as formigas do país, só mereciam menção "as chamadas içás, que estragam as árvores". E o poeta Mário de Andrade fazia eco ainda em 1928: "Pouca saúde e muita saúva os males do Brasil são!"
Esse verso parece inspirado num vaticínio famoso, escrito 100 anos antes pelo naturalista francês Auguste Saint-Hilaire: "Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil". O erro básico desse modo de ver é que ele esquece o principal vilão da história: o próprio homem. Mas é fácil perceber que a saúva causa grandes estragos onde o homem gerou fortes desequilíbrios ecológicos. Os pastos são um exemplo histórico: em alguns deles se podem contar até 64 sauveiros em cada quadrado de apenas 100 metros de lado. Nos últimos anos, a ameaça das saúvas voltou a crescer devido aos reflorestamentos, geralmente de eucaliptos, que a saúva adora.
O mais escandaloso resultado dessa prática ocorreu em Mato Grosso do Sul, que se diz ostentar a maior concentração de formigueiros do mundo: reunidos num só, eles cobririam 500 quilômetros quadrados, área quase igual à da cidade de Porto Alegre. O desastre foi detectado no centro do Estado, onde a mata de 2 500 quilômetros quadrados havia si-- do derrubada para dar lugar a euca-- liptais. A conclusão inevitável dos bió-logos é que a praga saúva segue os desajeitados passos humanos na natureza. E não só a saúva: a doméstica lava-pés, por exemplo, tem sido acusada de devorar até crianças no Estado americano do Texas, para onde foi levada provavelmente em cargas de navios.
Originária de Mato Grosso, onde não chega a assustar, ela proliferou e se me--tamorfoseou em praga por estar fora de lugar, num ambiente em que não tem rivais ou predadores à altura. Aí, as la-va-pés atacam bezerros recém-nas-ci-dos e também silos de cereais e pessoas. Também na Europa há infestações recentes e preocupantes de diversas formigas que, em pontos-chaves como os hospitais, podem causar prejuízo e acidentes sérios.
É compreensível, portanto, o ressentimento existente contra as formigas; vistas com isenção, porém, seus danos apenas salientam sua incrível força e capacidade de sobrevivência. Nada disso seria novidade se durante tanto tempo não se estudassem as formigas pelo avesso: mais para destruí-las do que para conhecê-las. Hoje, essa situação parece estar se invertendo.

Ainda não está muito claro como os himenópteros aprenderam a tirar o máximo proveito do mundo subterrâneo, até chegar ao nível de sabedoria das abelhas e saúvas. Afinal, muitas formigas modernas nem vivem no solo: sem contar as que se instalam nos galhos ou ninhos de folhas, várias delas se abrigam em troncos caídos e outras são nômades, sem casa fixa. As nômades mais terríveis são as carnívoras do gênero Eciton: todas as noites, os 50 000 membros de um bando se agarram uns aos outros e formam uma massa viva, no centro da qual se abrigam a rainha e seus ovos. Também há vespas e abelhas com todos os tipos de moradia, desde buracos no chão, galhos e troncos ocos até as sofisticadas col-méias. Apesar disso, os mais antigos himenópteros parecem ter sido moradores do solo parecidos com as atuais vespas solitárias e carnívoras. Com o tempo, esses insetos do passado teriam aperfeiçoado a toca e eventualmente se tornaram eussociais, criando um dos fenômenos mais importantes e curiosos em todo o reino da vida.

Há formigas que vivem de açúcar, como as cuiabanas. Outras caçam com veneno igual ao das vespas, como as tocandiras. Algumas comem de tudo, como as astecas. As legionárias, como a taoca, formam aguerridos batalhões de caça. Mas as mais avançadas são as agricultoras, como a saúva e a quenquém.

Das 20 000 espécies de abelhas conhecidas, apenas 5% vivem em sociedade, entre as quais as mais avançadas são a Apis mellifera, célebre pela produção de mel, e as melipônidas, ou abelhas sem ferrão. Embora sejam poucas, as espécies sociais superam largamente as restantes em número de indivíduos.

Todos os insetos teriam surgido a partir de um verme remoto que ganhou pernas, mas reteve apenas seis. O Symphyta, um inseto atual, talvez se pareça com os ancestrais das formigas, abelhas e vespas.
Os insetos modernos dividem-se em dezenas de grandes grupos, com dezenas de milhares de espécies cada um. Abelhas, formigas e vespas são himenópteros, um dos três grupos mais importantes ao lado dos besouros e borboletas. Os mais antigos himenópteros, com típicas cinturas finas, deviam se parecer com as atuais vespas solitárias, habitantes de tocas subterrâneas.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Inventores de Plantas - Agricultura

INVENTORES DE PLANTAS - Agricultura



Café, algodão, laranja e morango são algumas das culturas que entraram em São Paulo graças ao Instituto Agronômico de Campinas.


nventado há séculos pelos árabes, popularizado e idolatrado pelos italianos, chegou a hora de o macarrão ser redescoberto pelos brasileiros. Absurdo? Nem tanto. Fazer um bom macarrão exige mais que a boa mão de um dono de cantina ou da matriarca de uma família italiana. Antes de mais nada é preciso cultivar um tipo de trigo que não viceja no Brasil. O Triticum durum, nome que os botânicos dão à planta, é irmão do Triticum aestivum, o mais popular membro da estirpe dos trigos. Mas eles são diferentes: enquanto a planta que produz o segundo tem 42 cromossomos nas células, a que produz o primeiro tem apenas 28. Entre os cromossomos que faltam estão exatamente os responsáveis pela boa qualidade da farinha extraída do trigo.
A farinha de trigo duro é pobre em proteínas que dão elasticidade à massa. Por isso, um pão feito com ela ficaria murcho, imprestável. O mesmo vale para bolos, biscoitos e broas. Mas não vale para o macarrão. Nesse caso, o ideal é uma farinha sem elasticidade, em que o amido se agrega firmemente e faz com que a massa resista mais tempo ao cozimento. A boa liga da massa ainda dispensa os ovos - usados normalmente com esse objetivo. A cor amarela, que também seria proporcionada pelo ovo, é garantida pelo caroteno, um composto orgânico, que o fígado transforma em vitamina A.
Dos países consumidores de macarrão, o Brasil é o único que usa o trigo comum para produzir sua pasta. Mas não por muito tempo. Em 1984, pesquisadores da Seção de Arroz e Cereais de Inverno do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foram visitar o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo, no México. "Na bagagem trouxemos sementes de quarenta variedades de trigo duro e a promessa de receber mais nos anos seguintes", conta o agrônomo Carlos Eduardo de Oliveira Camargo, chefe da Seção, um homem alto, com a pele queimada pelos trabalhos no campo.
As variedades vindas do México foram plantadas em diferentes tipos de solo para se ver até que ponto resis-tiam à acidez, ou quais os nutrientes que favoreciam o crescimento. As amostras também foram cultivadas sob diversas con-dições climáticas para se verificar qual a variedade que melhor se adaptava ao clima reinante no Estado. Foi selecionada uma que, por enquanto, é identificada pelo nome que recebeu no México: guillemot.
Além disso, os pesquisadores ainda estão trabalhando no seu melhoramento genético porque existem algumas barreiras que precisam ser vencidas. Uma delas é exatamente a baixa resistência à acidez do solo."Se houver uma taxa alta de alumínio na terra, esse tri--go simplesmente seca", explica Camargo. Outro problema: quando o clima fica um pouco mais úmido, a espiga começa a brotar, o que evidentemente estraga o grão.
Um dos obstáculos para a utilização de trigo duro no Brasil é a necessidade de um moinho especial para moê-lo. Com o trigo comum, na primeira etapa de moagem, os grãos passam por quatro duplas de cilindros, que giram em sentido oposto, esmagando o grão. Para moer o trigo duro, pela consistência do grão, é necessário um número maior de cilindros para esmagá-lo. "O problema do moinho está praticamente resolvido", conta Camargo. "Há um sendo construído em Tatuí, no interior de São Paulo, e outro em Belo Horizonte."
O IAC já conta com 1,2 tonelada de sementes de guillemot que serão cultivadas em uma das 22 estações experimentais do Instituto, localizada em Tatuí. "Pretendemos, com isso, obter cerca de 35 toneladas de sementes para serem distribuídas aos agricultores em 1994", conta Camargo, que se habituou a lidar com a terra muito cedo. Seu pai, Leocádio de Souza Camargo, foi quem trouxe e viabilizou o cultivo de morango no Brasil. "Ainda me lembro de vê-lo plantando mudas de morango no terreno onde hoje é o prédio novo do Instituto."
Leocádio foi um dos pesquisadores que, no IAC, se tornaram responsáveis pelo desenvolvimento agrícola do Estado de São Paulo. Nem todos se lembram disso, mas, em meados do século passado, a região não ostentava grandes plantações de cana, algodão, frutas. As plantas que se vêem hoje foram criadas principalmente pelo IAC. Desde que foi fundado, em 1887, o Instituto já lançou mais de 350 novas variedades das mais diferentes culturas. Nos primeiros anos, a grande estrela era o café. Foram inúmeras as variedades lançadas e praticamente todas desenvolvidas sob os cuidados do agrônomo Alcides Carvalho, verdadeiro operário da Genética, respeitado em todo o mundo pelo que sabe sobre o café.
Algumas de suas criações atravessaram as fronteiras do país. Cerca de 90% da área cultivada de café na Costa Rica, por exemplo, é coberta pelas variedades chamadas caturra-vermelho e catuaí. Alcides Carvalho ingressou no IAC em 1934. Apesar de aposentado, sua cadeira ainda permanece na sala que ocupou na Seção de Genética. Por suas mãos também passaram o icatu-ver-melho e o icatu-amarelo, a mais recen-te variedade de café, lançada no final do ano passado. Sua grande vantagem é a resistência à ferrugem, doença que dizimou cafezais em 1970 e continua a fazer estragos até hoje. Mas o trabalho ainda não terminou. "A planta é de porte alto, o que dificulta e encarece a colheita. Os pesquisadores buscam agora uma de porte mais baixo", explica Luiz Carlos Fazuoli, che-- fe da Seção de Genética.
Tão importante quanto as pesquisas com o café foi o trabalho do IAC com o algodão. Em 1929, a grande crise econômica mundial jogou o preço do café ao chão. Mas o Instituto não foi pego de surpresa. Em 1924, montou a Seção de Algodão, onde o maranhense Raimundo Cruz Martins empenhou-se em elevar o algodoeiro à altura de seu grande valor econômico. Ele saiu andando pelo país à cata de variedades que já haviam sido introduzidas, sem sucesso, por ingleses e americanos.

Encontrou mais de setenta e escolheu as três mais bem adaptadas às condições de São Paulo. A primeira planta genuinamente nacional surgiu em 1927. "Até hoje já lançamos vinte variedades e estamos a caminho da vigésima primeira, que dê um fio com fibras mais finas e em maior número, porque essa é a demanda do mercado", explica o agrônomo Popílio Angelo Cavaleri, um senhor grisalho e falante que começou seu trabalho no Instituto em 1947.
Depois do café e do algodão, a grande vitória seguinte foi adaptar as frutas de clima frio e temperado às condições de cultivo no Brasil. Uvas, ameixas, figos, maçãs, morangos e caquis que raramente seriam saboreadas no Brasil, não fosse o trabalho realizado no IAC. Um bom exemplo é o pêssego, que começou a ser estudado na década de 60. Era difícil imaginar um pessegueiro florescendo em terras paulistas. A árvore precisa de um choque térmico para florescer e frutificar, coisa difícil de encontrar no clima da região. Os cientistas do IAC foram buscar na sua coleção de mudas, chamada banco de germoplasma, as que precisavam de um choque menor. Realizando sucessivos cruzamentos entre elas, chegaram às variedades adaptadas à temperatura da região.
A grande musa atual das frutas no IAC é a laranja. O geneticista Herculano Medina Filho conseguiu o que as experiências já realizadas mostravam ser impossível: cruzar plantas de espécies diferentes. Uma delas foi a Citrus sunki e a outra a Severina buxifolia. O objetivo era obter porta-enxerto - base onde uma muda é enxertada - resistente ao declínio, mal que atinge os laranjais. Para ven--cer o racismo vegetal e conseguir o cruzamento, Medina enganou a planta.
A flor da laranjeira é composta de uma parte masculina - a antera - onde fica o pólen e uma feminina - o estigma. Na superfície deste último há uma substância, chamada fluido estigmático, que, quando recebe o pólen de uma flor da mesma espécie, ajuda a levá-lo para dentro e facilita a fecundação. Se o pólen que cair for de espécie diferente, ele trancafia as portas. O que Medina fez foi retirar o fluido do estigma da flor de sunki e colocar no seu lugar o fluido da buxifolia. Quando seu pólen caiu no estigma da sunki, o fluido o reconheceu e deixou entrar, acontecendo a fecundação. "Qualquer dia, Deus vai reclamar das nossas intromissões", brinca Medina com ares de homem do campo. As divindades não se manifestaram, mas os americanos, que vêm há tempos tentando fazer a proe--za - sem sucesso - estão atentos à experiência campineira. "Ontem, um dos pesquisadores dos Estados Unidos ligou para saber se a planta está bem", comenta, satisfeito.
Praticamente, todo o trabalho com laranjas é realizado na Estação Experimental Sílvio Moreira, em Cordeirópolis, onde foi criado no ano passado o Laboratório de Biotecnologia em Citrus, com recursos fornecidos por empresas particulares-. Tanto investimento nessa área não espanta. Em 1992, só em São Paulo havia 170 milhões de plantas cítricas e quinze indústrias de sucos. O projeto mais avançado é o que visa criar pequenas mudas, as borbulhas, para serem fornecidas ao agricultor (SUPERINTERESSANTE nú-me-ro 8, ano 6)).
Outro programa importante: obter híbridos somáticos. É uma forma de criar uma planta diferente das que lhe deram origem, mas sem fazer cruzamento. Isso mesmo. O truque é feito com células de alta capacidade de regeneração, como aquelas da membrana que envolve a semente. Quando são colocados em contato, num caldo de cultura especial, as células se fundem e dão origem a um híbrido. Ou seja, novas células que se tranformam numa muda que pode ser plantada.
"Vai levar cerca de seis anos até podermos apresentar um híbrido de boa qualidade", diz Marcos Antônio Machado, chefe do Laboratório. A micropropagação é como o milagre da multiplicação dos pães: uma planta se transforma em várias. Pedaços de cerca de 1 centímetro, extraídos de ramos jovens da planta, se desenvolvem em hormônios que induzem à brotação. A micropropagação é usada principalmente para conseguir porta-enxertos resistentes a doenças.
A biotecnologia convive com técnicas simples no Instituto. O agrônomo José Roberto Caran, da Seção de Virologia, criou um método que possibilita ao próprio produtor de batata obter sua batata-semente, o tubérculo livre de doenças que será plantado. Este método, chamado cova/pré-plantio, é uma grande vantagem para o agricultor porque o custo da batata-semente engole cerca de 50% do custo de produção. Na hora da colheita, alguns pés são escolhidos. Seus tubérculos são embalados separadamente em saquinhos, pé a pé, numerados, e vão para um armazém. De cada pacote retira-se um tubérculo ou dois, também numerados de acordo com a planta de origem. Eles são plantados e, para brotar mais rápido, é usado o gás bissulfureto de carbono. Se, ao crescer, a planta não apresentar nenhuma doença, significa que os demais tubér-culos do saquinho de onde ela foi retirada também estão sadios.

Enquanto os ecologistas brigam contra o extrativismo que acaba com o palmito nativo das matas, o IAC arrumou uma solução: o palmito de cana. Normalmente relegada ao lixo ou como alimentação animal, a ponta do pé de cana pode fornecer um palmito praticamente com o mesmo sabor, textura e valor protéico que a planta original. Utilizando apenas 1% do pé de cana, é possível obter 483 quilos de palmito por hectare plantado.
Já dizia o explorador português Pero Vaz de Caminha (1450-1500) que nesta terra - o Brasil - em se plantando tudo dá. São Paulo não decepcionou, mas, ao contrário do que imaginava Caminha, não bastou jogar a semente. O trabalho foi árduo. O Instituto Agronômico de Campinas deixou sua marca em cada sucesso agrícola. Mesmo que isso não chegasse a ser percebido pelo consumidor. Popílio Angelo Cavaleri, da Seção de Algodão, diz: "Há quem pense que as frutas nascem na banca da feira e o algodão no fardo. Mas para que esses produtos chegassem até os consumidores houve uma his-tória longa e muito trabalho".

Solução com bola de gude

As plantas só crescem bem se tiverem fósforo à disposição no solo. Avaliar se há fósforo suficiente não é fácil e os técnicos tentaram resolver o problema por meio de uma resina sintética em forma de esferas de 5 milímetros de diâmetro. Dotada de carga elétrica positiva, ela atrai o fosfato, que tem carga elétrica negativa. Mais tarde, as esferas seriam coletadas para que se medisse o fosfato absorvido. A dificuldade era moer a terra de modo que as esferas pudessem ser facilmente recuperadas. Parece detalhe. Mas, quando se pensa na quantidade de amostras de terra que tem de ser moída e peneirada diariamente nos laboratórios de análise, dá para entender por que isso inviabilizou a técnica em muitos lugares. No IAC, coloca-se a amostra de solo em um frasco junto com bolas de gude: ao serem agitadas, elas moem a terra. A solução é tão eficiente que pesquisadores da África do Sul decidiram importá-la. O trabalho foi desenvolvido na Seção de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, que presta importante atendimento aos agricultores. "Recebemos mais de 15 000 amostras por ano", explica Bernardo van Raij, ex-chefe da Seção. "Verificamos se faltam nutrientes, se a adubação é correta e checamos a acidez ideal do solo para determinada cultura."

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Em busca da orquestra doméstica - Tecnologia


EM BUSCA DA ORQUESTRA DOMÉSTICA - Tecnologia



Transformando sons em manipuláveis sinais eletrônicos, a tecnologia digital leva aos aparelhos domésticos o melhor som que um estúdio pode gravar. A sensação envolvente da música ao vivo, porém, depende das não tão domadas ondas sonoras saídas das caixas acústicas.



Desde que Thomas Edison inventou o fonógrafo, a tecnologia do som tentou reproduzir com aparelhos a mesma música que se ouvia ao vivo. Nunca conseguiu. A sensação de som envolvente proporcionada por uma orquestra num teatro dificilmente pode ser imitada. A barreira não está na eletrônica - assim que a música é colocada em computadores e passa a ser tratada na linguagem digital, os recursos para atingir o som puro são quase ilimitados, a ponto de se terem programas para restaurar trechos estragados de gravações antigas. Estúdios de preparação de fitas para fabricação de CDs são capazes de criar efeitos ou corrigir defeitos, tudo eletronicamente.
O grande problema do som doméstico hoje começa na hora em que a música deixa os fios e sai pelas caixas acústicas. quando passa da eletrônica para o indomável fenômeno da propagação das ondas sonoras pelo ar. "O momento crítico é quando o sinal digital vira analógico, até se converter em energia sonora emitida pelas caixas", define Fábio Oguri, diretor da Tecnovídeo, uma empresa paulista espe-cializada em áudio e vídeo.
Antes de uma fábrica de CDs receber a fita master, o original que vai gerar a matriz para a produção dos discos, é feita a pré-masterização, quando a música recebe vários aperfeiçoamentos eletrônicos. No estúdio da Microservice, no Rio de Janeiro, é possível diminuir chiados de gravações antigas, realçar graves ou agudos de gravações novas, criar ambientes que as músicas não tinham originalmente. Na mesa de mixagem digital, qualquer música pode ser melhorada, pois em cada trecho se podem corrigir o volume e a freqüência (graves, médios e agudos), dando uniformidade à gravação.
Muito desse trabalho é feito segundo o ouvido de quem edita, mas há meios precisos de visualizar a qualidade de uma gravação sonora. Os chamados equalizadores paramétricos dividem as freqüências audíveis pelo ouvido humano (entre 20 e 20 000 hertz) em 8 grandes grupos. Outro aparelho, o spectrum analyser, mostra as freqüências em forma de gráfico. O técnico da mixagem pode então ver se algumas freqüências estão com volume muito mais alto do que outras - o que pode significar, no ouvido, agudos estridentes ou graves cavernosos - e baixá-las.
A mesa digital tem recursos que mudam algumas características das músicas pela variação da reverberação, ou seja, a repetição do sinal original como um eco. Escolhe-se o modo "igreja", por exemplo, e a mesa vai reproduzir o sinal original algumas vezes, dando a impressão de que aquela música foi mesmo gravada numa igreja, com todas as reverberações típicas daquele local. O mesmo efeito pode criar ambiência em gravações antigas, feitas com menos recursos técnicos do que hoje.
Num disco de 78 rotações, cheio de chiado, um aparelho analógico, o filtro dinâmico, entra em ação para diminuir o irritante barulho. Quando o volume da música diminui, ficando muito evidente o chiado, o filtro abaixa o volume das freqüências agudas, justamente a região onde está o ruído. Há nos Estados Unidos, porém, um equipamento que conserta os defeitos dos discos em vinil, apelidados de "cliques" e "pipocas" pelo pessoal do meio - o programa de computador NoNOISE, criado pela empresa americana Sonic Solutions. A música original é digitalizada, colocada no programa e aparece na tela em forma de ondas sonoras. Assim, vê-se claramente onde estão os defeitos, pois quando há um clique o desenho da onda vira uma linha reta. Basta cortar aquele trecho, onde o programa do computador vai restaurar a música por interpolação, ou seja, calcula o que vem antes e depois e recria uma onda parecida.
Entre o fim da edição de uma fita no estúdio e a produção da matriz dos CDs, há muita tecnologia digital a garantir a qualidade do som como nunca houve no mundo analógico. Assim que a fita master fica pronta, gravada digitalmente no formato U-Matic, passa por um computador chamado digital tape analyser, que testa as condições mecânicas e eletrônicas da fita. Se o computador detectar uma falha, ele mesmo corrige. Isso é possível porque, na hora de gravar, a cada 16 bits (pedaços de informação), 2 são gravados em outro lugar da fita, num processo conhecido como redundância. Se houver problema num trecho, o computador sabe onde colocou a redundância, e vai buscá-la para consertar aquela parte. O toca-discos a laser doméstico também tem esse recurso.
A era das gravações digitais resolveu grande parte dos problemas de registro sonoro, pois re-produzem fielmente o melhor som que os estúdios podem gravar. A questão, agora, é como aproveitar esse potencial. Entra nesse jogo, além dos toca-discos a laser, todo o aparato que viabiliza a reprodução: amplificadores, caixas acústicas e até o espaço destinado à audição.
Com equipamento estéreo já é possível conseguir um som de altíssima qualidade. A criação da imagem acústica, ou seja, a capacidade de simular a espacialidade de uma apresentação ao vivo, é perfeitamente viável com os canais direito e esquerdo. Se, ao tocar um disco de música popular, o ouvinte se posicionar corretamente entre as caixas, terá a impressão de que alguns instrumentos estão à esquerda, outros à direita e a voz no meio. Essa separação é feita na mixagem do disco, e proporciona a sensação de que se está defronte ao palco.
Porém, uma audição ao vivo acontece em condições que extrapolam a música vinda das caixas acústicas. No concerto de uma orquestra, o som que chega aos nossos ouvidos não parte em linha reta dos músicos: é a somatória das ondas sonoras que vêm dos instrumentos e das ondas refletidas nas paredes e no teto. A simulação de envolvimento, que faz com que o ouvinte se sinta numa platéia, só foi viável com a invenção do sistema Surround.
Desenvolvido pela empresa americana Dolby, o Surround usa duas caixas frontais, como no estéreo, mais duas caixas de efeito atrás, e foi criado originalmente para o cinema. Com o video- cassete e o videolaser, foi parar nas salas domésticas. "Já que a integração áudio/vídeo é a tendência de hoje, ela deve ser usufruída ao máximo", opina Josias Cordeiro Junior, há quinze anos projetista de áudio e vídeo em São Paulo. "Metade da emoção de se ver um filme vem do som", diz .
O Surround gerou uma variante mais avançada, o Pro Logic, com uma quinta caixa para o canal central entre as duas da frente. Quando se assiste a um filme ou show num videocassete hi-fi esté-reo ou videolaser, o som é quase tão bom quanto o de uma sala de cinema. Um filme em videolaser teria, no Pro Logic, a seguinte configuração: os diálogos sairiam em primeiro plano, pelo canal central; a música ambiente e os efeitos principais, como explosões, nas caixas frontais; os efeitos secundários, como chuva e passos sobre a folhagem, nas caixas traseiras.
Apesar de ter sido criado para o cinema, o sistema Surround caiu como uma luva na reprodução de música, pois reduz a principal diferença entre o som doméstico e o de um teatro: a ambiência. Isso é criado por meio de um efeito chamado delay (atraso, em inglês), em que o sinal enviado pelo amplificador às caixas de trás chega com alguns milissegundos de atraso em relação ao sinal das caixas frontais. O objetivo é simular as reflexões sonoras da música ao vivo. Como num CD comum, gravado em dois canais, não há os efeitos especiais de um filme, os sons não são diferentes nas quatro caixas. Na verdade, apenas um percentual do sinal emitido para as caixas frontais vai para trás, trazendo a sensação de envolvimento de um concerto.
Mas como o equipamento sabe o que é som de diálogo ou efeito especial, no caso de um filme, ou quanto de música deve ser distribuído para cada caixa? O grande maestro desse coquetel sonoro é o processador de Surround, um chip que controla o endereço do som, a amplificação e a criação dos efeitos acústicos com o recurso do delay. Um vídeo-laser traz já codificado em seus sinais o endereço de cada sinal sonoro. As cinco trilhas (no caso do Pro Logic) estão separadas, uma para cada caixa. O processador de Surround lê e intrepreta essas informações, coordenando o que deve ser enviado para as caixas frontais e o que deve tocar nas caixas de trás.

Depois dessa divisão, o sinal é amplificado e enviado para as caixas. Num aparelho de última geração, capaz de falar a língua do Pro Logic, é como se houvesse três amplificadores separados: um para o canal central, outro para as caixas frontais e um terceiro para as de efeito. Os volumes de cada um podem ser controlados distintamente. Assim, ao ouvir uma ópera, o fã que quiser mais destaque na voz do tenor aumenta o volume do canal central. Prefere ouvir a orquestra? Aumenta então as caixas frontais. Se quiser am-biência, ou os aplausos da platéia, aumenta as caixas de trás.
Esses amplificadores são capazes de criar, digitalmente, as atmosferas de vários ambientes sonoros. Por meio de recursos como o delay e câmaras de eco, é possível escolher, com o toque de botões, se o disco deve soar como se estivesse sendo tocado numa igreja, num estádio, sala de concerto e por aí afora, com as ressonâncias típicas de cada lugar. O ouvinte pode até se dar ao luxo de escolher a posição na platéia de um show. O truque é mudar o tempo do delay nas caixas de efeito do Surround, "sentando" então na primeira fileira, no meio ou na última cadeira. Com maior ou menor atraso nas caixas de efeito, tem-se a impressão de que as ondas refletiram no fundo da sala de concerto e retornaram ao ouvido. É isso que o aparelho tenta recriar - as mudanças de sensação da música conforme a distância a que o ouvinte está do palco. Assistindo-se a um show de rock em videolaser, parece que realmente tem alguém batendo palmas e assobiando na fileira de trás. Uma "mentirinha" digital.
Enquanto tratado digitalmente, no toca-discos a laser, o som está praticamente isento de perdas e distorções perceptíveis. É uma operação "limpa". A partir do momento em que é convertido em impulsos elétricos, para movimentar os diafragmas dos alto-falantes e produzir as ondas sonoras, o processo vira analógico e perde-se o controle que existia no digital. Agora não há mais computadores nem previsibilidade. "Construir uma caixa acústica é um trabalho empírico, não há como fazer simulações. Os testes são feitos um a um, em cada componente, até o produto final", explica Flávio Adami, diretor de desenvolvimento de produtos da Loudy, fábrica paulista das caixas na-cionais mais conceituadas do mercado.
Hoje, as caixas extrapolam a noção das três divisões básicas das freqüên-cias escutadas pelos ouvidos humanos - woofer para os sons graves, midrange para os médios, tweeter para os agudos. Já existem caixas de quatro vias, uma das quais destinada a graves profundos, assim como há o subwoofer, uma unidade separada só para as baixas freqüências. O subwoofer apareceu como resposta aos exíguos espaços da vida moderna. É que, para se obter fidelidade sonora em freqüências abaixo de 200 hz, a caixa precisa ter grande volume, espaço difícil em residências minúsculas. A solução é compactar as caixas, colocando só os médios e os agudos, separando os graves. Os mé-dios e agudos devem ficar à frente e na mesma altura das orelhas do ouvinte, pois dão a espacialidade do som.

Os graves, porém, mais do que audíveis, são sensíveis como um impacto. Pelo fato de ser uma onda sonora de grande comprimento, e por não conferir o caráter de espacialidade, o subwoofer pode ficar em qualquer lugar da sala, até embaixo do sofá. Os materiais que compõem as caixas também in-fluem na qualidade. Os cones dos alto-falantes, as peças que vibram em alta velocidade para produzir o som, eram feitos de papel, mas hoje existem modelos americanos feitos de fibra de carbono, já que se busca leveza e resistência. A brasileira Loudy substituiu a madeira da estrutura das caixas pelo aço. "O aço tem maior densidade e menos volume que a madeira, ocupando menos espaço e evitando ressonâncias", conta Flávio Adami. A empresa também patenteou um sistema de revestimento interno das caixas com mantas de borracha, que amortecem as ressonân-cias das ondas médias e ampliam as baixas freqüências.
Esses equipamentos de alta qualidade tendem a se tornar cada vez mais acessíveis a um número maior de pessoas. "A tônica dos anos 90 será os consumidores investirem em salas domésticas de entretenimento, os chamados home theaters", afirma Josias Cordeiro Júnior, que faz em seu estúdio projetos de engenharia acústica integrada à arquitetura de interiores. É possível que chegue também aos domínios domésticos o mais novo sistema para reproduzir efeitos e ambiência - o THX, desenvolvido pela produtora americana Lucas Film. O THX usa seis caixas acústicas, e é considerado um dos sistemas do futuro.

O melhor som do seu aparelho

Na sua casa, é possível ouvir um som razoável com qualquer equipamento estéreo, desde que se respeitem algumas regras. A primeira é posicionar-se corretamente diante das caixas, para obter a melhor imagem acústica: o ideal é ficar num dos vértices de um triângulo imaginário formado pelas duas caixas e você. As caixas acústicas não devem ficar no chão, e sim à mesma altura de sua cabeça. Enormes janelas ou portas de vidro na sala de audição provocam reflexões indesejáveis, que podem ser resolvidas com o uso de cortinas. Se o seu amplificador possui entrada para vídeo, não perca a chance de assistir a um filme com um nível bem melhor de som. Procure ter todos os componentes com grau semelhante de qualidade: de nada vale um bom toca-discos a laser sem boas caixas. O padrão de qualidade deve incluir até os cabos de conexão.

Os canais da música eletrônica

A reprodução eletrônica do som doméstico começou com aparelhos de apenas um canal para chegar aos equipamentos modernos, com quatro ou cinco caixas acústicas, capazes de simular na sala quase a mesma ambiência de concertos ao vivo:
* Na segunda década do século, época dos discos 78 rpm,
o som era mono, saindo num só canal. Os instrumentos soavam um tanto embolados, sendo impossível, para o ouvinte,
imaginar a posição dos músicos em palco ou estúdio.

* A partir da década de 70, com a estereofonia,
torna-se possível recriar a sensação de distribuição espacial dos sons, através do sistema de dois canais distintos, na gravação e na reprodução. Com aparelhos transistorizados, surge o conceito de High-Fidelity, ou alta-fidelidade, inaugurando uma nova etapa de qualidade sonora

* Na década de 80, a do CD e videocassete, surgiu o Dolby Surround, com duas caixas à frente, para o sinal principal, e duas caixas de efeito atrás. Num filme, as caixas pequenas tocam efeitos especiais secundários. Na música, proporcionam ambiência

* Uma evolução do Surround é o Pro Logic, com cinco canais, ideal para filmes. Na caixa central vem o canal da voz, nas duas frontais estão a música e os efeitos sonoros principais, e nas duas caixas de trás vêm os efeitos secundários

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Todos parente - Etnologia


TODOS PARENTES - Etnologia



Apesar das diferenças de cor e de traços, cada dia mais cientistas apostam na tese de que somos descendentes de um único ancestral, que há 100000 anos deixou a África para colonizar o mundo.



Samuel George Morton, um americano da Filadélfia, morreu, em 1851, convencido de que tinha esgotado o debate sobre a diferença fundamental entre as raças humanas. E não era o único a acreditar nisso. No dia de sua morte, o jornal The New York Tribune, consagrou uma manchete ao "cientista americano de maior autoridade junto à comunidade internacional". Mas o mérito tinha uma boa razão de ser. Afinal, Morton foi o primeiro cientista do mundo a utilizar métodos considerados objetivos, e portanto indubitáveis, para comprovar uma tese até então formulada em bases puramente retóricas. Durante mais de vinte anos, Morton se dedicou a colecionar crânios humanos - mais de mil - de inúmeras populações e passou boa parte de sua vida enchendo cada um deles, minuciosamente, com grãos de mostarda-branca peneirada: depois de preenchida a cavidade craniana, ele despejava os grãos num cilindro de vidro, graduado em polegadas cúbicas, e assim obtinha a medida do encéfalo de cada um dos espécimes com absoluta precisão. Mais tarde, ele substituiria a mostarda por granalha de chumbo, cujos grãos mais homogêneos não deixariam pairar dúvidas sobre suas medições. Tanto esforço foi recompensado: Morton conseguiu demonstrar que a capacidade dos crânios teutônicos ou germânicos se elevava a 90 polegadas cúbicas, enquanto a dos australianos ou aborígines não passava de 75 polegadas. Entre os dois extremos se encontravam, em ordem decrescente, todos os outros caucasianos, seguidos dos mongólicos, dos indígenas americanos e, finalmente, os negros. Ou seja, ele estabeleceu uma explicação biológica para os diferentes estágios de evolução dos povos: quanto maior o crânio, mais evoluído o indivíduo.

Se ainda fosse vivo e visitasse a exposição Todos Diferentes, Todos Parentes, instalada ano passado no Museu do Homem de Paris, Morton certamente estaria fadado a um enfarte fulminante. Lá, diante da tela de um computador, veria crianças remontando aquilo que lhe custou os melhores anos de sua existência para separar. Diariamente, centenas de jovens e curiosos em geral se divertem na mostra - a mais visitada de 1992 e aberta até 1994 - criando "homens" inimagináveis, numa miscelânea que inclui os mais variados tipos de cabelo, olhos, rosto ou mesmo o tamanho do nariz.
Essa brincadeira se confunde com a própria explicação da origem do homem moderno, o Homo sapiens sapiens: a de que, ao contrário do que pensava Morton, as diferenças físicas, tão gritantes a nossos olhos, não passam de detalhes na história de uma espécie que, embora numerosa e espalhada por todo o mundo, em última análise provém de um único ancestral Geraldo de Moura Filho. As aparências enganam. "O sentido da visão tem um papel primordial nas percepções humanas, enquanto várias espécies de animais que diferem na cor dos pêlos ou da pele parecem não dar a menor importância a isso", brinca o francês André Langaney, chefe do laboratório de Biometria de Genética da Universidade de Genebra.
É certo que as questões de um século atrás ainda persistem: se somos descendentes de um mesmo antepassado, por que alguns têm a pele negra, cabelos crespos e olhos escuros, enquanto outros têm olhos puxados, cabelos lisos e a pele amarela? Por que os pigmeus medem em média 1,50 metro, enquanto suecos chegam a 1,77 m? As diferenças são tantas, que apenas enumerá-las já soa como uma missão impossível - quan-to mais listar respostas para cada uma. Mas para geneticistas como Langaney ou o célebre italiano Luigi Luca Cavalli-Sforza, um dos maiores especialistas no assunto, muito mais numerosas e essenciais são as igualdades. Todo homem, seja ianomâmi ou finlandês, possui cerca de 4,5 metros quadrados de pele, 100 órgãos, 450 músculos motores, 211 ossos, 950 quilômetros de tu-bos (veias e artérias), 100 000 quilômetros de fibras nervosas, 5 litros de sangue, 60 trilhões de células, etc. etc.
Tais importante ainda é que jamais se encontraram genes que pudessem ser considerados característicos de uma única população, por mais isolada que ela viva. Isto é: os cerca de 3 bilhões de componentes do patrimônio genético são compartilhados pelos 5 bilhões de homens que ocupam o planeta. Sem exceções. É o que asseguram décadas de pesquisas, em especial as realizadas por aqueles dois especialistas. Langaney concentrou seu trabalho em três genes que são fundamentais no ser humano. O primeiro, responsável pelo tipo sangüíneo, é o sistema ABO. O outro, o do fator Rhesus, determina o Rh positivo e negativo. Quanto ao terceiro, o Gm, é o gene que produz a imunoglobulina, subs- tância essencial para o sistema imuno-lógico. Tais genes se encontram em centenas de grupos étnicos, cujas células a equipe de Langaney vasculhou. E o pesquisador é taxativo: isto descarta a possibilidade de existirem genes "brancos", "negros" ou "amarelos", como se acreditou até há pouco.
"Nenhuma população se isolou por um tempo suficiente para se constituir como uma raça completamente diferenciada", garante Cavalli-Sforza. Professor da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, ele diz isso com a au-toridade de quem nos últimos cinqüenta anos se dedicou a construir a mais completa e ambiciosa árvore genealógica da espécie humana e hoje se dá ao conforto de andar de chinelos nos corredores da universidade.
Sforza testou nada menos de 120 características humanas gravadas nos genes, inclusive o fator Rhesus e os sistemas ABO e Gm. E também não poupou o computador de Stanford para reagrupar milhares de trabalhos lingüísticos e arqueológicos, a partir dos quais selecionou os 42 grupos mais estudados, numa amostragem perfeita dos habitantes dos cinco continentes. Etíopes, pigmeus, europeus em geral, lapões, esquimós, japoneses, polinésios e índios americanos são apenas algumas das etnias escolhidas por ele. E, a partir desses estudos, o geneticista genovês radicado nos Estados Unidos chegou a uma conclusão inovadora: a de que era possível reconstituir a história da evolução humana com base na freqüência de certos genes, o chamado critério de distância genética.
O fator Rhesus é um exemplo que pode ajudar a entender essa conclusão. Sforza verificou que 16% dos ingleses tinham o fator Rhesus negativo, enquanto a freqüência nos bascos era de 9% e nos japoneses 0% (ver gráfico na próxima página). "Se nos limitarmos ao Rhesus, podemos dizer que os ingleses são mais próximos dos bascos que dos japoneses." É lógico que, para obter a distância genética entre as populações, Sforza não usou apenas um gene; analisou mais de uma centena. Graças a esse critério, pôde chegar então às sete grandes famílias, os colonizadores da Terra: africanos, caucasianos, asiáticos do sul, asiáticos do norte, australianos, insulares do Pacífico e ameríndios (veja mapa na página anterior).
Resumindo o trabalho tanto de Langaney quanto de Sforza: se existem diferenças genéticas entre grupos étnicos, elas estão somente na freqüência com que cada gene ou grupos de genes se apresentam nas diversas populações. O que faz, então, com que os etíopes tenham a pele escura, enquanto os belgas têm pele clara? Ainda é cedo para esperar uma resposta definitiva, mas hoje há um consenso de que as diferenças são circunstanciais. "Provavelmente, uma simples questão de clima", explica Langaney. Do ponto de vista bioquímico, por exemplo, não existem classificações como brancos, negros e amarelos: apenas pessoas com menos ou mais melanina. É essa substância, presente nas camadas profundas da epiderme, que responde pela coloração da pele, dos cabelos e dos olhos. Quanto mais melanina, mais escura a pele.
Ainda não conseguimos explicar o mecanismo de incidência do sol na coloração da pele, nem como isso se transfere hereditariamente, mas sabemos muito bem, por outro lado, que a síntese da vitamina D depende diretamente dos raios ultravioleta", revela Langaney. Presentes em maior quantidade nas zonas tropicais, esses raios são menos absorvidos por peles escuras do que pelas claras. A falta de vitamina D, por sua vez, causa raquitismo. "Basta uma simples olhadela no mapa-múndi para notar que, geograficamente, de acordo com a região em que se estabeleceram, as populações são menos ou mais claras." Antes das grandes migrações que, a partir do século XVI, marcaram a história da humanidade, todos os grupos de pele mais escura se situavam nas zonas tropicais, enquanto os mais claros são sempre aqueles próximos das latitudes mais altas. Ao mesmo tempo, zonas interme-diárias, como as Filipinas ou a Índia, são ocupadas por pessoas de cores igualmente intermediárias.
Segundo a teoria mais aceita atualmente, os homens que migraram da África Central ou do Oriente Próximo em direção ao norte teriam mudado de cor de pele para melhor absorver os raios ultravioleta . Assim, escapariam à ameaça do raquitismo, já que o Sol aparecia menos por lá do que nas ter-ras de onde, supõe-se, vieram.
Além disso, tudo leva a crer que as diferenças de cor que notamos entre um negro e um asiático, por exemplo, ocorreram há pouco tempo na escala de desenvolvimento da humanidade. Principalmente quando comparadas com características essenciais: é quase certo que o código genético que determina que todos tenham 4,5 metros quadrados de pele antecedeu em muito o que determina a coloração da pele. Para usar o mesmo exemplo, a cor da pele parece levar de 20 000 a 40 000 anos para se modificar. A conclusão vem do fato de a América ter sido povoada, a partir da Ásia do Norte, há não mais de 40 000 anos. Este intervalo teria sido suficiente para que a incidência solar dos trópicos fizesse efeito e escurecesse as populações que ali se estabelece-ram, os ameríndios. "E o que são 40 000 anos diante dos 4 milhões de anos que forjaram biologicamente a espécie humana?", pergunta Langaney.
Assim como a cor da pele, as estaturas também parecem estar ligadas ao tipo de meio ambiente eleito por uma população. E não deve ter sido necessário muito mais tempo do que o gasto nas mudanças de cor para que populações africanas desenvolvessem estaturas tão discrepantes como entre pigmeus (1,50 metro), habitantes da floresta equatorial, e os saras (1,80 m) que habitam zonas áridas do continente. É certo que a transformação das sociedades rurais agrícolas em sociedades urbanas industrializadas interferiu violentamente nessa divisão: um estudo da mé-dia de altura dos recrutas militares franceses entre 1880 e 1970 mostra que a população masculina do país chegou a crescer 7 centímetros nesses noventa anos (veja gráfico abaixo). As exceções só confirmam a regra.
A seu modo, Sforza também reforça a tese de que as diferenças aparentes são mais ligadas a fatores climáticos e ambientais do que a origens distintas. Em sua árvore genealógica, a cor da pele não é um critério e nada impede que brancos e negros saiam da mesma família. Os branquelos lapões do norte europeu vieram do mesmo grupo - caucasianos - que originou os escuros berberes da África. As diferenças, assim como a distância genética, portanto, foram adquiridas através do tempo. Quanto mais distantes geograficamente, menos as populações se parecem (veja gráfico ao lado, embaixo). "A rede genética mostra que as discordâncias se fizeram durante a colonização do mundo", esclarece Langaney.
Embora a cadeia genética de cada uma dessas famílias tenha sofrido alterações à medida que elas se afastavam e se subdividiam, nenhuma desenvolveu qualquer tipo de gene específico. Recentemente, Sforza demonstrou que, além da coincidência geográfica, a familiaridade genética se superpõe quase sempre a uma familiaridade lingüística. Ou seja, quanto mais geneticamente próximos os grupos, mais suas línguas se correspondem.
Arqueologicamente, hoje poucos duvidam da origem africana do homem moderno: supõe-se que ele surgiu entre a África Central e o Oriente Próximo, há 100 ou 150 000 anos. Pelo menos é o que indicam seus vestígios mais antigos, entre 100 e 125 000 anos, encontrados no conti-nente africano. Mas foi com a descoberta do Homem de Qafzeh, um crânio desenterrado na Palestina, que a tese da migração do Homo sapiens sapiens começou a se concretizar: Eva, o nome dado ao mais perfeito exemplar do passado humano, viveu há 92 000 anos. Para Sforza, a data-chave do momen- to em que os ramos africanos e não-africanos se separaram para iniciar a grande andança, espalhando tipos tão diferentes pelos quatro cantos do mundo que, às vezes, é difícil acreditar virem todos do mesmo ancestral. Para Langaney e Sforza, apenas mais uma prova da sabedoria do velho ditado popular: as aparências realmente enganam.

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Videogame que usa cartuchos de 10 consoles chega ao país em dezembro


Videogame que usa cartuchos de 10 consoles chega ao país em dezembro



Retron 5 tem entradas para cartuchos de NES, SNES e Mega Drive.
Jogadores podem usar ROMs em cartão SD para jogar no console.



Parece um sonho antigo de criança: ter um único videogame capaz de rodar os cartuchos de quase todos os consoles. Se no passado era necessário ter os aparelhos e seus games para poder jogar, hoje é possível realizar esta façanha com o Retron 5, um videogame que tem entrada para cartuchos de 10 consoles do passado.

Fabricado pela norte-americana Hyperkin, o console é compatível com cartuchos, mídia usada nos games até o videogame Nintendo64 no final da década de 1990 - hoje, a mídia dos games é DVD ou Blu-ray.
Pode-se usar os cartuchos de videogames NES, Famicon (versão japonesa do NES), Super Nintendo, Super Famicom (versão japonesa do SNES), Mega Drive, Genesis, Game Boy, Game Boy Color, Game Boy Advance e o Master System. Este último funciona por meio do adaptador para o Mega Drive que permitia rodar jogos do console 8-bit da Sega e que foi lançado na década de 1990 - o acessório não acompanha o console.

"Fizemos uma mudança de última hora, um pequeno ajuste no console que permitiu o encaixe do adaptador de Master System na entrada de cartuchos do Mega Drive", explica o brasileiro Wagner Fulco, gerente de negócios da Hyperkin, ao G1. "Tivemos que mudar a carcaça do produto para fazer caber o adaptador. Acreditamos que, para o mercado brasileiro, é importante ter mais esta opção de videogame no Retron 5".

A Hyperkin trará o Retron 5 para que o público brasileiro possa testar durante a feira de games Brasil Game Show, que acontece na cidade de São Paulo entre os dias 25 e 29 de outubro.



Hyperkin mudou modelo do Retron 5 há poucas semanas para que o videogame rodasse jogos de Master System, em um total de 10 videogames compatíveis (Foto: Divulgação/Hyperkin)


O Retron 5 se destaca por permitir usar os cartuchos destes videogames antigos. Há entradas diferentes para cada um deles no topo do aparelho. Ele possui um controle sem fio que pode ser configurado para os diversos consoles, mas também possui entradas para uso dos controles originais. "Além do colecionador, começamos a ver o interesse das pessoas de irem atrás dos cartuchos para usar em consoles como o Retron. Essa onda retrô voltou em uma forma interessante, de pessoas que querem buscar uma opção diferente", conta Fulco.
O videogame também resolve o problema de rodar os consoles antigos nas TVs modernas. Em vez da entrada tradicional que usava a antena do televisor ou um cabo RCA (de áudio e vídeo), que deixa as imagens de baixa qualidade, o Retron 5 usa entrada HDMI. Isso, segundo o executivo, traz imagens de alta qualidade mesmo com games antigos. "O Retron 5 melhora a imagem do game em tempo real. O som também tem uma performance superior e é possível salvar o progresso do jogo para poder continuar depois", explica.


MOdelo anterior do Retron 5 antes da mudança para receber o adaptador de Master System (Foto: Divulgação/Hyperkin)

Jogos em ROMs
Uma fonte próxima ao projeto disse ao G1 que o Retron 5 pode rodar ROMs dos consoles compatíveis. ROMs são os arquivos de jogos antigos que são distribuídas ilegalmente na internet e que rodam em PCs e outros dispositivos por meio de emuladores.

O recurso que não é divulgado pela Hyperkin usa a entrada de cartões SD, voltada para salvar o progresso dos jogos. Esta entrada não possui bloqueio para outros arquivos, fazendo com que as ROMs possam ser jogadas normalmente como se fosse um cartucho original.

Em comunicado enviado ao G1, a Hyperkin diz que não cogita em facilitar a pirataria com o Retron 5. "A Hyperkin não comenta sobre informações não oficiais, mas garante que apesar do Retron 5 ainda estar em desenvolvimento, em momento algum foi cogitada a possibilidade de facilitar a pirataria de jogos".
Lançamento no Brasil

Fulco disse que a instabilidade do dólar em relação ao real e o meio que o console será importado para o Brasil, que ainda não foi definido, impedem a Hyperkin de dar uma data de lançamento e preços precisos ao Retron 5.

Entretanto, o executivo quer lançar o videogame em dezembro pouco antes do Natal. "Nos Estados Unidos o console chega em 10 de dezembro. Tentaremos trazê-lo uma semana depois ao Brasil", disse.

O preço ainda não foi definido, mas o gerente trabalha com o valor de R$ 500. Lá nos Estados Unidos, o Retron 5 será vendido por US$ 100.

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FONTE:
http://g1.globo.com/tecnologia/games/noticia/2013/09/videogame-que-usa-cartuchos-de-10-consoles-chega-ao-pais-em-dezembro.html





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terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Hora do pulo do Sapo - Natureza

A HORA DO PULO DO SAPO - Natureza



Os chamados bichos anuros - sapos, rãs e pererecas - passam por um momento crucial: os desmatamentos e a poluição do mundo moderno são obstáculos à sua sobrevivência.


Primeiros vertebrados a cami-nhar na Terra, os sapos resistiram às diversas glaciações e não sucumbiram à catástrofe que dizimou os dinossauros, quando provavelmente um asteróide se chocou contra o pla-neta. Hoje, 200 milhões de anos depois de deixarem as águas, algumas de suas espécies estão desaparecendo. Mas, ao contrário do que acontece com macacos, baleias ou pássaros ameaçados de extinção, o sumiço dos anfíbios não desperta muita atenção das entidades preservacionistas. Poucos lhes dirigem o mesmo olhar de encantamento dispensado, por exemplo, a um mico-leão-dourado. Contudo, a possibilidade de extermínio dos sapos e de seus companheiros da ordem Anura - as rãs e as pererecas - vem sendo a grande preocupação de alguns cientistas. Eles procuram descobrir como esses animais enfrentaram tremendas transforma--ções da superfície terrestre e, agora, centenas de milhões de anos depois de seu aparecimento, tornaram-se aparentemente tão vulneráveis.
"Numa escala evolutiva, os anuros são os intermediários entre os peixes e todos os demais vertebrados", diz Werner Bockermann, chefe do setor de aves da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Apesar do nome de seu cargo, Bockermann é mais conhecido pelas investigações sobre anfíbios, que realiza desde 1947. Apaixonado pela Zoologia, esse biólogo mineiro de 64 anos acredita que muitas espécies de anuros vêm desaparecendo nos últimos anos, inclusive no Brasil.
Enquanto a maioria das pessoas tem uma imagem asquerosa desses animais que adoram chafurdar na lama, há aquelas que, como Bockermann, dedicam boa parte da vida pesquisando-os. No primeiro Congresso Mundial de Herpetologia (a área da Zoologia que estuda anfíbios e répteis), realizado em Canterbury, na Inglaterra, em 1989, mais de 1 300 herpetólogos tomaram conhecimento de que o objeto de seu trabalho está com a população em franco declínio. Essa novidade, porém, não teve muita repercussão até o final do ano passado, quando o jornal americano The New York Times publicou: os sapos estão sendo vítimas de uma doença, ainda misteriosa, capaz de provocar o colapso de seu sistema imunológico, levando-os à morte.
Os herpetólogos Adão Cardoso, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Célio Fernando Haddad, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro, SP, também notam o desaparecimento gradual dos anuros de nossas plagas. No entanto, eles conhecem bem os motivos do sumiço dos sapos, rãs e pererecas do território brasileiro: a destruição das matas e a poluição. "Perto dos grandes centros industriais, o desmatamento já foi o principal inimigo dos sapos. Hoje em dia, eles morrem também por causa das chuvas ácidas", afirma Haddad.
A água, que deveria ser o bálsamo da vida para esses animais - pois é nela que a maioria deles coloca ovos - , tornou-se uma perigosa vilã na luta pela sobrevivência. Isso porque os sapos respiram também por meio da pele, permeável, já que os pulmões, por si sós, não conseguem suprir o organismo de oxigênio. Os mesmos poros que, espalhados pelo corpo, servem para absorver o gás, funcionam como entrada de substâncias tóxicas, num eventual mergulho em águas poluídas ou num banho de chuva ácida. Em muitas re-giões da Mata Atlântica, por exemplo, o velho prazer de coaxar na chuva po--de ser uma sentença de morte para os sapos, porque ali os pingos d´água carregam diversos gases tóxicos, diluídos na atmosfera. O triste fenômeno, no entanto, se repete no mundo inteiro, onde há poluição atmosférica.
"Além disso, um grande número de espécies brasileiras de anuros deve ter se extinguido com a destruição da Mata Atlântica, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro", suspeita Célio Haddad."E, infelizmente, isso muitas vezes aconteceu antes que nós, os herpetólogos, pudéssemos estudá-las e classificá-las." O pesquisador menciona ainda a pequena rã Brachycephalus ephippium, que vive num ponto isolado da Serra do Japi, próximo a Campinas, interior de São Paulo. Ameaça--da pelas atividades de uma pedreira, ela é estudada por causa da secreção tóxica, liberada para afastar predadores. O veneno é alvo do interesse de uma equipe de cientistas da Universidade de Brasília (UnB), chefiada por Antonio Cebbem, que já descobriu tratar-se de uma neurotoxina, que funciona como um anestésico local. Esse efeito,talvez, no futuro, poderá ser explorado pela indústria farmacêutica.
A fauna de anuros, aliás, vive reservando surpresas aos seus estudiosos. O ritual de acasalamento dessas espécies, por exemplo, é capaz de fazer inveja a um dom-juan. Quando existem condições ótimas de ambiente, como umidade e temperatura, e os bichos estão na época da reprodução - o que ocorre uma ou duas vezes por ano -, eles sentem-se instintivamente atraídos para a água. Os machos correm na frente e, em seguida, vão literalmente passar uma cantada para atrair as fêmeas. A voz pode ser, ou não, o segredo de seu sucesso. Afinal, é pelas qualidades do canto que as fêmeas escolhem o parceiro ideal. Em suma, sem um belo coaxar, nada feito, não há sexo.
Cada uma das cerca de 3 000 espécies de sapos, rãs e pererecas conhecidas coaxa à sua maneira. O som é gerado pelo movimento do ar entre os pulmões e o papo, que infla e funciona como um amplificador. Nesse vaivém, o ar faz vibrar as cordas vocais. Quando a fêmea se aproxima do felizardo cantador, o namoro já está garantido. "Eventualmente, porém, a fêmea apaixonada pelo cantador pode ser surripiada por um macho satélite", conta Haddad. "Este não coaxa, mas fica ao lado de um sapo cantante, na espreita, para pular em ci--ma da fêmea antes que o outro o faça." Uma vez enamorados, os anuros parecem não ter pressa: os machos podem permanecer até três meses abraçados nas costas das fêmeas. Nesse período, o futuro papai não se alimenta, mesmo que passem os mais suculentos insetos na sua frente. Tão longo amor tem, é claro, um preço: invariavelmente, o macho sai dessa orgia extenuado, raquítico e abatido.
Os óvulos - cuja quantidade varia de 6 a 32 000 - são fecundados externamente, ou seja, sem cópula. Para estimular a fêmea a soltá-los, o macho faz carícias na barriga da companheira. Dos ovos que escaparem dos predadores - peixes ou aves - sairão larvas, conhecidas como girinos. Nessa primeira fase da vida, os anuros respiram feito peixes, por meio de brânquias; não possuem membros e se alimentam de detritos e algas. Mas, conforme crescem, passam por uma verdadeira metamorfose. As alterações começam pelo tubo digestivo, no início to-do espiralado, que vai se tornando fino e reto, ligando a boca ao ânus. As patas, por sua vez, se desenvolvem hiper-trofiadas, e os pulmões entram em ação.
Uma outra mudança importante é que a alimentação se torna carnívora. Com fome, sapos e outros anu-ros não trocam um belo inseto por na--da - pode ser uma mosca, um pernilongo ou mesmo um apetitoso besou--ro. Existem, porém, algumas espécies de paladar mais extravagante. Morador das matas sul-americanas, o sapo-intanha (também conhecido por sapo-untanha), que, apesar do nome, pertence à família das rãs, costuma ingerir filhotes de aves, co-mo pintinhos, nas refeições. Para isso, emite um ruído em alto e bom som, abre a boca imen-sa e engole a vítima, sem a menor cerimônia. "Há sapos que comem até fi-lhotes de cobras", diz Adão Cardoso, da Unicamp.
Exceções à parte, os anuros sofreram adaptações especiais para capturar insetos: sua língua está presa na parte da frente da boca e solta atrás. Com isso, quando o sapo resolve colocá-la para fora, seu comprimento acaba ficando enorme, permitindo alcançar o inseto em pleno vôo. A caça é ainda facilitada por substâncias adesivas presentes na saliva.
O salto, também, pode ser considerado outra façanha do anuro, que serve para ajudá-lo na busca de alimento.
Mas nem sempre os sapos foram tão pródigos em dar seus pulinhos. As análises de fósseis mostram que os ancestrais dos anuros eram muito parecidos com jacarés - e se locomoviam como esses. "Os músculos dos anuros, porém, se alargaram, tornando-os aptos para saltar", explica Haddad. Esses animais, ainda, perderam a cauda e o crânio ficou mais leve, evitando que caíssem de cabeça no chão.
Apesar de toda essa especialização, seu futuro tornou-se incerto. O Brasil, que dispõe da maior fauna de anuros do mundo, já perdeu muitas espécies, devido ao desmatamento. Desde que existam condições favoráveis, os anuros brasileiros podem viver cerca de trinta anos. Nesse período, cada um deles come, sem exagero, milhões de insetos e gera filhotes que, eventualmente, alimentam outros animais. A diminuição de seus exemplares, ainda que mal notada pelos leigos, põe em risco o delicado equilíbrio ecológico do planeta.

A turma do coaxo

Os anfíbios se dividem em três grandes grupos. Na chamada ordem Apo-da, os animais se caracterizam pelo corpo alongado e cilíndrico, e sua mais notória representante é a cobra-cega. Já as espécies da ordem Urodela têm o corpo achatado, dotado de cauda e quatro patas, como é o caso da salamandra. Sapos, rãs e pererecas, no entanto, constituem a ordem Anura, cujas espécies também possuem quatro patas, mas são desprovidas de cau--da. Em comum, os bichos anuros possuem a mania de coaxar e o fato de a temperatura do corpo variar conforme a do ambiente. No mais, para olhos atentos, eles são muito diferentes entre si.

Sapos
Atrás da cabeça, eles possuem glândulas, chamadas paratóides, capazes de secretar veneno. E, graças às toxinas dessas glândulas, sua pele é cheia de verrugas. Se, com isso, os sapos saem perdendo na aparência, ganham de qualquer outro anfíbio anuro em matéria de defesa pessoal: os predadores costumam se afastar, graças ao cheiro ruim e à própria toxicidade das substâncias secretadas pelas paratóides. Os sapos, ainda, gostam de viver no seco e só vão para a água para se reproduzirem.

Pererecas
Elas representam quase metade das espécies de anuros. Esbeltas, não têm verrugas e nem sequer listas; os olhos são saltados e as pernas, extremamente delgadas e longas. Na ponta dos dedos, curtos, encontram-se discos adesivos, feito bolinhas, que ajudam na locomoção. Gostam de viver em cima de vegetais, por isso seu endereço são as matas. Aproveitam a noite, para se alimentarem de insetos; aliás, adoram baratas.

Rãs
Elas também liberam toxinas, graças a glândulas espalhadas em suas costas, que costumam ser cheias de listas. Mas seu corpo é bem mais esguio do que o dos sapos, a pele é lisa, e, ainda por cima, preferem passar o tempo todo na água. Os membros posteriores são bastante desenvolvidos, o que faz das rãs as campeãs de saltos, entre os anuros.

No final, macho vira fêmea

Ao envelhecer, muito sapo macho vai se afeminando - e, levado a cabo, esse processo pode até torná-lo capaz de gerar filhotes. Isso porque, grudado sobre os testículos, há um tecido ova-riano de origem lar-val, chamado órgão de Bidder, que se mantém em estado embrionário, enquanto dura a liberação normal de testosterona, o hormônio sexual masculino. Quando a dosagem des-sa substância despenca, por causa da idade avançada ou por algum problema nos testículos, o órgão de Bidder começa a produzir óvulos per-feitos, prontos para serem fe-cundados por outro macho. A troca de sexos também é co-mum em machos de rãs e pere-recas. "Fêmeas velhas de certas espé-cies também podem passar a produzir espermatozóides, mas isso é muito mais ra-ro", acrescenta o herpetólogo Célio Fernando Haddad, da Unesp, em Rio Claro, SP.

Salto para a vida

Sapos, rãs e pererecas são animais de hábitos sedentários, que podem ser encontrados, ano após ano, morando na mesma moita ou toca. Apesar de não apreciarem mudanças, costumam ser extremamente ágeis e sua especialidade, em matéria de locomoção, é pular. Isso tornou sua musculatura bem desenvol-vida, sobretudo a dos membros poste-riores, longos e robustos, que funcionam feito alavanca, impulsionando o corpopara o salto de grandes distâncias.
A rã-gigante-africana, por exemplo, é o maior anuro conhecido e consegue dar saltos de até 3 metros. Isso não é espeta-cular, considerando que espécies muito menores, que vivem em árvores, são ca-pazes de saltar 15 metros de um galho a outro, distância que chega a ser 100 vezes maior do que o comprimento de seu corpo. Não foi à toa que, no decorrer da evolução, os anuros aprenderam a ser exímios saltadores. O pulo, além de muitas vezes facilitar a captura de alimento, é uma excelente forma de escapar dos predadores. Pois a carne macia de certas espécies de anuros é agradável ao paladar de pássaros, répteis e do próprio homem.

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

O corpo em restauração - Biologia


O CORPO EM RESTAURAÇÃO - Biologia



Quando alguém se machuca, o organismo começa imediatamente a restituir a área perdida no ferimento. Constrói, assim, a cicatriz.



Ao se olhar de perto, muito perto, qualquer machucado à-toa é um tremendo desastre. A barreira da pele racha; células que deviam permanecer associadas se separam; nervos se esgarçam; vasos sangüíneos se rompem. O microscópio mostra que o resultado de uma espetadela de agulha ou de um arranhão com a lâmina de barbear, por exemplo, tem lá suas semelhanças com o efeito destruidor de uma bomba. Para consertar o estrago, reconstruindo a região do corpo em ruínas, os organismos vivos acionam um dos mais instigantes mecanismos biológicos - a cicatrização
Sem ela, toda ferida seria uma brecha fatal, servindo de entrada para micróbios e de saída para o sangue. Mas, apesar de sua importância, os cientistas ainda não conhecem direito cada detalhe desse fenômeno.
Acredita-se que os vasos sangüíneos sejam o ponto de partida . O tecido interno das veias e artérias, conhecido por endotélio, é impermeável. No entanto, quando o sangue vaza dali, entra em contato com estruturas permeáveis. As moléculas do plasma, a parte líquida da composição sangüínea, conseguem entrar, por exemplo, nos espaços entre as células dos músculos e da derme. Encharcados dessa maneira, esses tecidos passariam a liberar uma série de substâncias capazes de dar o primeiro impulso à formação da cicatriz.
Certos tipos de células sangüíneas, as chamadas plaquetas, também reagem ao ambiente estranho, o lado de fora dos vasos em que estão acostumadas a correr. Elas, que antes circulavam livres e soltas, colam umas nas outras e se empilham nas bordas dos vasos lesados por onde o sangue está escapando. Depois, amontoadas, começam a soltar microbolsas que, ao estourar, esparramam seu conteúdo. Trata-se de substâncias que vão se juntar a outros ingredientes sangüíneos para, numa espécie de complô, modificar uma proteína circulante, o fibrinogênio.
Cercado por essas moléculas, o fibrinogênio não tem saída a não ser mudar de cara e, até, de nome. Transforma-se, então, em fibrina e assume a forma de um fio, capaz de tecer uma teia de trama tão fina, que as células do sangue não conseguem atravessar. Essa teia é o coágulo, que logo depois se desidrata e, ao secar desse jeito, forma a popular casquinha do machucado. Sob a sua proteção, acontecerá a cicatrização propriamente dita.
Nem sempre, porém, tudo acontece dessa maneira: quando se cortam grandes artérias, a pressão do fluxo sangüíneo é forte o bastante para arrebentar a teia de fibrina. Daí, só restam a linha e a agulha, para costurar o rasgo da pele. Com a sutura medicinal ou com a emenda natural de fibrina, não importa, a região machucada logo começa a emitir pedidos de socorro.
Na área lesada, falta oxigênio pela ausência da circulação, e os nervos ou foram cortados ou deixaram de enviar suas costumeiras mensagens, intoxicados por substâncias resultantes da morte de células vizinhas. Esse conjunto de efeitos funciona feito um sinal de SOS ao cérebro. "É acionada uma série de mecanismos, típicos da inflamação, cujos sintomas são calor, rubor e dor", explica o imunologista Mário Mariano, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. "O sistema nervoso reage, ordenando a abertura de pequenos vasos sangüíneos, que antes não estavam funcionando. Aliás, essa é a causa da vermelhidão ao redor da área machucada", descreve.
A medida facilita a chegada de um batalhão de glóbulos brancos ao local do acidente. Entre eles, os chamados fagócitos, cujo nome, do grego, significa células capazes de comer. "Elas trabalham como lixeiros, limpando a área", define o professor Mariano. "Engolem e digerem micróbios, que tentam aproveitar o rombo da ferida para invadir organismos sadios. Além disso, destroem os restos de células mortas no ferimento." Enquanto fazem o seu serviço, os fagóticos ainda liberam uma diversidade de moléculas, cuja imensa família é conhecida por citoquina.
Esse nome, mais uma vez de origem grega, significa ativador de célula. Não é para menos. Certas citoquinas, como a interleucina VI (IL6), estimulam a síntese de proteínas, acelerando a reparação dos tecidos. A interleucina I (IL1), por sua vez, ajuda na quimiotaxia, ou seja, provoca a migração de mais e mais células de defesa para a região em perigo. Há, ainda, o TNF (sigla em inglês de Fator de Necrose Tumoral) e outras substâncias, que aumentam a permeabilidade dos vasos, permitindo a saída de alguns glóbulos brancos, para atacar direto na vizinhança arrasada.
Esse mesmo tipo de citoquina induz à formação de microvasos sangüíneos sob a casca da ferida. Essas pequenas artérias serão usadas para levar nutrientes e oxigênio às células encarregadas de trabalhar pesado, enquanto durar a cicatrização. Quando o serviço estiver terminado, no entanto, os vasinhos descartáveis serão eliminados. "Esses são apenas exemplos, porque a cada dia são descobertas novas cito-quinas, com funções di-versas", esclarece o imunologista. O único efeito colateral de algumas dessas substâncias é provocar febre, comum quando alguém sofre um corte muito grande.
"Temos fortes suspeitas de que as citoquinas são imprescindíveis na cicatrização", reforça o gastroenterologista Sérgio Mies, da Faculdade de Medicina da USP, que é especialista em fígado - órgão capaz de se regenerar completamente, quando lhe arrancam um pedaço. Mies desconfia de que as citoquinas estejam envolvidas na mudança de metabolismo das células participantes da cicatrização (veja quadro). "Elas passam a desprezar oxigênio, para retirar a energia exclusivamente da glicose. Isso, quem sabe, torna o processo mais rápido e eficiente."
Outras substân-cias fundamentais para a cicatrização são liberadas pelos macrófagos, soldados de elite do exército de fagócitos, que se acumulam no ferimento. Cerca de três dias após o corte, quando estão no auge de sua comilança - ou fagocitose, como preferem os cientistas -, os macrófagos passam a secretar moléculas muito especiais. A entrada delas em cena marca o início daquela que talvez seja a etapa mais importante, ou seja, a produção dos materiais que irão soldar o rombo no tecido e formar a cicatriz.
As moléculas produzidas pelos macrófagos vão agir no tecido conjuntivo, que em condições normais liga as diversas estruturas corporais, feito uma argamassa. Ele é constituído por diversos tipos de fibras e fibroblastos, células que em geral estão adormecidas. "Uma vez ativadas, graças à ordem química enviada pelos macrófagos, essas células passam a secretar duas substâncias, que irão unir a ferida", diz Mariano. Uma delas é o colágeno, comparável aos ferros de uma construção; a outra é a chamada matriz extracelular, uma mistura de moléculas de proteínas e açúcares, com função semelhante à do cimento, que dá sustentação às barras de metal. Na verdade, os fibroblastos só conseguem trabalhar a ple--no vapor, porque são alimentados por aqueles vasinhos recém-criados por algumas citoquinas.
Uma outra célula acelera ainda mais o serviço. Trata-se da miofibroblasto, que se agarra ao colágeno: feito um elástico, ela aproxima as extremidades das fibras, que antes estavam bem separadas. Com isso, faz pressão no sentido de fechar o corte. Apesar dessa força, a reconstrução do tecido conjuntivo costuma demorar cerca de dez dias. Pouca gente percebe que é tão demorada a cura de um machucado e esse prazo vale também para um simples furo de agulha, que some, superficialmente, em menos de três dias. Na verdade, por baixo da pele, ele leva tanto tempo para cicatrizar quanto um corte grande.
Quando termina a cicatrização, as bordas da ferida estão reunidas, as células danificadas já foram varridas da área pelos macrófagos lixeiros, os vasinhos usados para nutrir os fibroblastos desaparecem. Resta, sob a pele nova em folha, um tecido praticamente desprovido de células - que, diga-se de passagem, costuma ser idêntico na maioria das espécies animais. Decididamente, ele não é igual ao que havia ali, isto é, ao tecido conjuntivo. Pode, sim, ser comparado à camada de cola em um vaso de porcelana restaurado.
É por isso, por exemplo, que doentes com cirrose hepática costumam morrer. A doença, afinal, pode ser descrita como um processo de cicatrização desgovernado. Por motivos ainda não muito bem esclarecidos, os fibroblastos do fígado das pessoas com cirrose entram em hiperatividade e secretam enormes quantidades de fibras de colágeno. A cicatriz resultante cresce sem parar - e ela, por ser um material inerte, não faz o trabalho habitual do fígado. Por sua vez, sobra cada vez menos espaço para as legítimas células hepáticas, que em número menor não dão conta do recado, pois o volume de serviço continua o mesmo. No final, elas entram em falência.
Conhecer cada detalhe dos mecanismos de cicatrização deve auxiliar na criação de medicamentos tanto para cirrose como para outros males, que os cientistas acreditam terem a ver com certos aspectos desse fenômeno - é o caso dos tumores, em que as células se multiplicam desenfrea- damente. A indústria farmacêutica também está investindo na criação de remédios capazes de acelerar a recuperação de pacientes gravemente feridos. No fim do ano passado, por exemplo, pesquisadores da Universidade Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos, anunciaram que irão testar um novo ungüento, capaz de cor-tar pela metade o tempo de reparação dos tecidos. Segundo eles, o segredo da fórmula é combinar uma série de fatores de crescimento e citoquinas, reproduzidas em seu laboratório.

Igual a antigamente

Sabe-se que, ferido, o organismo não perde tempo. No instante seguinte a um corte, por exemplo, as células epiteliais já começam a se multiplicar. Curiosamente, elas proliferam a cerca de 3 milímetros das bordas do ferimento e ninguém conhece a razão de manterem essa distância. Aos poucos, as células novas vão deslizando, para mergulhar por baixo da crosta de sangue e tapar o buraco recém-criado. Embora esteja ocorrendo simultaneamente, isso não faz parte do processo de cicatrização. "A nova pele será idêntica à anterior. Por isso, falamos em regeneração", ensina o imunologista Mário Mariano, da Universidade de São Paulo. "Porque, na cicatrização, o pedaço restituído nunca é igual ao que havia ali antes. A cicatriz, afinal, é apenas uma massa de colágeno, não importando a região do corpo em que se encontre."
Existem apenas pistas sobre os mecanismos que disparam a regeneração. Uma hipótese é a de que o epitélio cortado liberaria moléculas, as chamadas trefonas, capazes de agir feito um hormônio ou fator de crescimento. Outra possibilidade seria a de que, unidas, as células da pele produziriam substâncias inibidoras de sua multiplicação. Uma vez dissociadas, perderiam esse freio e passariam a se replicar. Nem todos os tipos de células têm esse privilégio. "Os neurônios são insubstituíveis", exemplifica o gastroenterologista Sérgio Mies, também da USP. Seu interesse pelo tema é lógico, pois ele é considerado uma das maiores autoridades brasileiras em cirurgias do fígado - e este órgão é campeão em matéria de capacidade de regeneração, assim como a pele e as mucosas do aparelho digestivo. "No caso do fígado, podemos extirpar 80% dos tecidos, que ele volta a crescer e a funcionar normalmente". Existe a hipótese de que as células com capacidade de se regenerar sejam aquelas com ciclo de vida relativamente curto. "As do fígado vivem cerca de três meses", conta Mies. "Portanto, dentro desse prazo, o fígado teria de regenerar outro fígado, novinho em folha. Mas há muitas controvérsias sobre essa teoria."

Marcas do passado

Por melhor que seja o serviço, o acabamento nunca é perfeito: sob o epitélio completamente regenerado, a camada de colágeno dá à cicatriz uma coloração que destoa do restante da pele. Em geral, a marca do machucado acaba sendo mais clara. Não é só isso: observada no microscópio, a cicatriz tem sempre um relevo diferente, ou seja, é ligeiramente mais alta ou mais baixa do que a superfície cutânea em que se encontra. Às vezes, porém, os defeitos são bem mais sérios. Isso porque todas as etapas para a construção de uma cicatriz devem ocorrer simultaneamente. "Quando isso não acontece, e uma engrenagem trabalha mais depressa do que outra, forma-se uma marca exageradamente saliente", explica o cirurgião plástico Marcus Castro Ferreira. "Então, falamos em cicatrizações patológicas." Elas se dividem em duas espécies, a hipertrófica e a quelóide.
Professor da Universidade de São Paulo, o cirurgião explica que as pessoas costumam confundir esses tipos: "Para elas, qualquer cicatriz mais elevada é quelóide, quando a hipertrófica é muito mais comum, principalmente em crianças". Na verdade, quanto mais jovem é a pessoa, maior a sua capacidade de produzir colágeno. Às vezes, essa produção ultrapassa a necessidade, em relação ao tamanho do rombo que o organismo precisa tapar. A massa de colágeno, então, transborda, ressaltando a cicatriz. "Nos idosos, ocorre o contrário", conta Ferreira. "Como tendem a produzir menos colágeno, sua cicatrização acaba ficando ótima do ponto de vista estético. No final, quase não ficam marcas."
Segundo o cirurgião, as cicatrizes hipertróficas adquiridas na infância tendem a desaparecer, à medida que a pessoa vai crescendo. O grande desafio dos cirurgiões são, de fato, as cicatrizes quelóides. Mais freqüentes em negros e orientais, elas costumam ser avermelhadas ou escuras, coçam e doem muito. Pior: em geral não se limitam à área lesada, ou seja, não param de crescer, cobrindo a região vizinha sã. "O problema é que, só depois de um ano, conseguimos distinguir se uma cicatriz é quelóide ou hipertrófica", diz Ferreira."Esta última pode melhorar bastante ou até desaparecer com uma cirurgia plástica. A quelóide, por sua vez, pode até se agravar, depois de uma operação."
Por esse motivo, muitos médicos preferem tratar essas cicatrizes com medicamentos que inibem a produção de colágeno. "A cortisona tem esse efeito", exemplifica o médico. "Mas ela deve ser injetada no machucado antes do início da cicatrização." Outra indicação é a radioterapia, mas essa desperta bastante controvérsia. Aplicam-se emissões de raios gama, numa tentativa de destruir as células fibroblastos, produtoras de colágeno, situadas no tecido conjuntivo. "Só que a radiação não diferencia o que é bom do que é ruim", alerta Ferreira. "O tratamento acaba aniquilando, junto, tecidos sadios. Além disso, ainda não sabemos se ele pode detonar um câncer de pele." Na sua opinião, a radioterapia deve ser considerada apenas em casos extremos, como o de pessoas com cicatrizes quelóides na região da boca, que não conseguem falar e nem sequer se alimentar direito, por causa do problema.
As pessoas com tendência à cicatrização anormal po--dem recorrer ainda às chamadas colas biológicas, que diminuem a distância entre as bordas do corte. "Com isso, a adesão do tecido é facilitada e a deposição de colágeno acaba se tornando menor", revela Ferreira. Infelizmente, a maiorias das colas biológicas ainda está em fase de testes e, algumas delas, vêm mostrando efeitos tóxicos. Por enquanto, só se encontra disponível uma versão australiana, à base de fibrina humana. "Ela é eficaz, mas tem o enorme inconveniente de ser fabricada a partir de sangue", lamenta Ferreira. "Em tempos de disseminação da Aids, sua aplicação pode ser tremendamente perigosa."

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sábado, 26 de outubro de 2013

Vizinhos Problema - Astronomia


VIZINHOS PROBLEMA - Astronomia



Mudar a rota de um asteróide que pode mover-se a 120 000 quilômetros por hora e pesar 250 mil trilhões de toneladas é o atual desafio dos cientistas que estudam os NEOs, corpos celestes cuja órbita cruza a da Terra.


Se alguém está pensando em entrar para um setor milionário de negócios em futuro próximo, talvez devesse começar olhando para o céu, em busca de estrelas cadentes. A idéia é produzir equipamentos para desviar corpos celestes - cometas gelados ou asteróides rochosos - de uma possível rota de colisão com a Terra. Parece brincadeira, mas o fato é que desde 1991 existe uma comissão criada por exigência do próprio Congresso americano, com o objetivo de avaliar os riscos reais escondidos no espaço. Como resultado, mobilizou-se um grande número de cientistas para, entre outras coisas, estudar a tecnologia adequada ao serviço.
Ou seja, o meio interplanetário já não é um lugar remoto, que interes-se apenas a sonhadores e cientistas. Em vez disso, torna-se cada vez mais um ambiente de trabalho - a fron---teira ime-diata da civilização, mais ou menos como foi a América para os eu--ropeus no século XVI. Mesmo para quem não acredita nisso, vale a pena acompanhar o andamento da investigação pioneira sobre a suposta ameaça de asteróides e cometas errantes, pelo menos por causa da polêmica idéia de empregar armas nucleares como escudos espaciais de proteção ao planeta. Não é certo que esta será a tecnologia vencedora, embora pareça a mais eficiente, em princípio. É o que mostra uma curiosa e esclarecedo-- ra análise recém- divulgada pelos americanos Thomas Ahrens e Alan Harris.
Ambos pertencem ao prestigiado Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, distrito da cidade de Los Angeles (dentro do Instituto, Harris trabalha no Laboratório de Jatopropulsão, associado à NASA). Seu trabalho revela quanta ingenuidade existe em pensar que a tecnologia se resumiria a um vulgar tiroteio atômico. Não seria fácil reduzir a pó uma montanha cósmica que pode ter 1 quilômetro de diâmetro e pesar 250 mil trilhões de toneladas. E estilhaçá-la apenas pioraria as coisas, pois seus fragmentos maiores se transformariam em ameaças múltiplas. Em suma, se a Terra depender de explosões a esmo, está perdida.
Em contrapartida, embora muito mais numerosos e comuns, asteróides e cometas menores se desviariam com muito menos que bombas. Basta uma tacada bem dada, afirmam os cientistas americanos. Para isso se usaria uma espécie de aríete tele-guiado: um pequeno foguete levando um peso da ordem de mirrados 200 quilos. Poderia ser o Projétil Exoatmosférico Leve, que a empresa aérea Boeing Company construiu, originalmente, para integrar o plano de defesa nuclear dos Estados Unidos. Imagine-se que esse foguete atinja um bólido de 100 metros de diâmetro e 1 milhão de toneladas de massa, com velocidade de 45 000 quilômetros por hora (não é muito: só para fugir à gravidade da Terra uma nave deve se mover a pelo menos 42 000 quilômetros por hora, do contrário volta a cair).
Apesar de relativamente lento e leve, o aríete celeste faria o bólido oscilar em sua rota e, após um certo tempo, estaria viajando a milhares de quilômetros distante do trajeto original. Ahrens e Harris propõem que desde já se inicie um financiamento da ordem de 100 milhões de dólares ao ano em busca da melhor maneira de mudar a rota dos chamados obje-- tos Terra-próximos, ou NEOs, em sigla inglesa. Embora não sejam es-trelas cadentes ao pé da letra, tais objetos diferenciam-se dos outros corpos celestes justamente porque podem cair sobre o planeta. Ou melhor: eles efetivamente estão caindo, tanto sobre a Terra como sobre a Lua, há muitos milhões de anos, pois o consenso atual é que eles são responsáveis pelas 120 crateras terrestres e praticamente todas as lunares.
A cifra de 100 milhões de dólares não é arbitrária. Ela vem da probabilidade de alguém morrer devido à queda de um NEO, que hoje se estima em cerca de 5 décimos milionésimos. É a mesma probabilidade de alguém morrer devido à queda de um avião comum. Então, como se gas-tam entre 10 e 100 milhões de dólares anualmente com a segurança aérea, os cientistas acham razoável destinar quantia equivalen-te à segurança espa-cial. A priorida de número zero diz respeito à ciên- cia básica: obter mais dados sobre toda a população dos NEOs e suas órbitas. O primeiro NEO foi identificado em 1932, quando os cientistas captaram a imagem de um pequeno ponto esmaecido deslocando-se entre os astros, e deram-lhe o nome 1862 Apollo.
Atualmente, estima-se que haja no espaço próximo um enxame de 2 000 NEOs com diâmetro superior a 1 quilômetro, alguns dos quais até 10 vezes maiores que isso. Tal cifra é uma projeção teórica: não significa que todos os corpos celestes existentes foram observados e catalogados. E, embora já não devam existir NEOs desconhecidos na faixa dos 5 quilômetros ou mais, é muito provável que ainda se descubram alguns na faixa de 3 a 5 quilômetros. Tais monstros é que precisariam ser "dirigidos" por meio de explosivos nucleares. O sistema de direção ima-ginado pelos dois cientistas é curio-- so, pois funciona de maneira análoga à dos motores a jato comuns. Estes expelem gás à sua retaguarda e é por isso que se movem para a frente, jun-to com o avião.
O avião é muito mais pesado que os gases, mas é preciso ter em mente que, após a queima do combustível, os gases deixam o motor de forma explosiva, ou seja, em altíssima velocidade. Assim se faz a compensação: o avião é pesado, mas relativamente lento, os gases são leves mas velozes. No caso do asteróide, esse sistema é recriado de forma engenhosa. Primeiro, é preciso detonar uma bomba nuclear a uma distância bem definida - de mais ou menos 200 metros, se o bólido tiver 500 metros de raio. Apenas em tais condições, o calor e os gases resultantes da explosão teriam o efeito desejado: desagregar até um terço da superfície do asteróide e arrancar uma pequena camada de fragmentos (com espessura total de uns 20 centímetros).
Mas então os pró-prios fragmentos do as-teróide se encar-re-ga-riam de desviá-lo - exatamente co--mo os gases dos jatos empurram os aviões pa-ra a frente. É co-mo se os fragmentos levassem consigo par-te da velocidade que o asteróide ti-nha na rota original e, para se ade-quar à nova situação, ele muda ligei-ramente de ru-mo. Essa regra universal é o segundo dos três princípios fundamentais da Física criada pelo inglês Isaac New-ton. É claro que não bas-ta arrancar os fragmentos: se eles voltarem a cair sobre o asteróide, a lei de New-ton não se aplica. Daí por que é preciso le-var em conta a gravidade do asteróide e a for-ça de agregação de suas rochas: esses fa---to-res afetam a velocidade que a bom---ba é capaz de imprimir aos fragmentos.
Até onde se sabe por meio dos dados disponíveis, as armas nucleares são o recurso mais eficiente de desviar os bólidos maiores que 1 quilômetro. Pelo menos é o que mostram os cálculos de Ahrens e Harris. Para ter certeza disso, eles estudaram outras possibilidades. Por exemplo, a de se empregar um defletor de massa - que é qualquer máquina capaz de escavar um asterói-de e ejetar o material para o espaço. Algo como uma mistura de escavadei-ra com canhão. Como no caso das bombas, a velocidade das rochas ejetadas altera a velocidade do asteróide. A diferença é que, por ter potência menor, o defletor teria que trabalhar ao longo de várias décadas para obter o mesmo efeito da detonação.
Outra desvantagem é que seria difi-cílimo montá-lo e operá-lo à superfí-cie do asteróide, onde a gravidade é baixíssima. A situação é parecida com a das naves espaciais onde a ausên-cia de peso transforma as mais sim-- ples tarefas em exercícios complica-dos. Em todo caso, ainda é cedo para se tomarem decisões tão específicas. Os próprios autores do estudo advertem que seria prematuro passar à fase de projetos ou protótipos. "A tecnologia nesse campo deve mudar rapidamente, nas próximas décadas." Além disso, o debate não se restringe ao campo acadêmico - e os argumentos políticos podem acabar sendo mais importantes que os científicos.
Há quem diga que os NEOs menores, muito mais comuns, são os mais ameaçadores, mas há uma pressão espúria em favor da tese de que o perigo vem dos grandes bólidos. O motivo, simples, é que estes últimos teriam que ser des-viados por armas nucleares, cuja venda renderia mais lucros para a indústria militar. Talvez. Não seria a primeira vez que se distorcem fatos científicos e ninguém deve se surpreender, caso aconteça novamente. Nem por isso, no entanto, investigações sérias e esclarecedoras dei-xarão de ser bem-vindas. Com ou sem ameaças potenciais ao planeta. Esta tem sido a lição simples e duradou-ra que guia os passos da humanidade em direção ao futuro.

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sábado, 26 de outubro de 2013

Um susto com data marcada - Meteorologia


UM SUSTO COM DATA MARCADA - Meteorologia



Cheias, secas e até fomes. Por trás de boa parte dessas catástrofes, que no Brasil costumam chegar com o verão, se encontra o fenômeno meteorológico mais estudado neste fim de século e que aos poucos vai sendo desvendado pelos cientistas.



Nos últimos anos, os brasileiros se habituaram a conviver com um fenômeno sobre o qual recai boa parte da culpa pelas desgraças naturais que, de tempos em tempos, assolam os mais variados cantos da Terra . No Brasil, o susto chega sempre com data marcada. Vem com as águas de março, uma época que, para os habitantes do Sul do país, deixou há muito tempo de ser o período de sonho das férias, da praia e das festas para se tornar um pesadelo de enchentes. Para os nordestinos, já tão castigados pela seca, sobra a certeza de que nem um pingo d´água da chuva deverá visitá-los nos próximos meses. Graças a esse fenômeno, também, associações extravagantes como relacionar o desaparecimento das enchovas na costa peruana com invernos amenos na América do Norte ou as secas na Austrália com enchentes devastadoras no Sul dos Estados Unidos hoje em dia soam perfeitamente normais. Apesar da aparência de um quebra-cabeça incompreensível, todos esses desastres e alterações no clima global repousam sobre uma única explicação: o El Niño.
Conhecido há mais de duzentos anos, ini-cialmente ele não mereceu muita atenção da ciência. Associado a um aquecimento anormal das águas do Pacífico na costa do Peru, durante muito tempo o El Niño foi considerado como um fenômeno estritamente local. Um tipo de patrimônio folclórico da região, batizado pelos próprios pescadores peruanos: em espanhol, El Niño significa "o menino", numa referência ao Menino Jesus, já que o fenômeno se manifestava sempre em dezembro, pouco depois do Natal. A partir do final da década de 50, porém, viria a conclusão espantosa: aquele aquecimento das águas era apenas uma pequena parte de um distúrbio planetário, cujos efeitos dramáticos não têm endereço nem nacionalidade.
Na época, os cientistas descobriram que uma estranha coincidência acontecia durante o El Niño. De um lado, os oceanógrafos perceberam que as águas aquecidas não apareciam somente nas costas do Peru e do Equador, mas se estendiam por todo o Pacífico. De outro, os meteorologistas des-cobriram que os ventos alísios que sopram sobre o oceano pareciam se tornar mais fracos justamente na época em que essa massa de mar quente aparecia. Ou seja, enquanto, na maio-ria dos anos, os ventos sobre o Pacífico sopravam com força e constância em direção à Indonésia, quando as águas aquecidas tomavam conta do oceano ao longo da linha do Equador, essas rajadas de ar diminuíam de forma substancial.
Para os estudiosos do clima, estas constatações foram extremamente significativas: elas não só mudaram radicalmente a face do Pacífico central, como se tornaram a chave para ligar o fenômeno às catástrofes que costumam se encadear pelo mundo afora quando o El Niño se manifesta. O que conjuga a mudança dos ventos e do mar é um segredo que os cientistas ainda não desvendaram, mas é certo que o vento é um dos principais vilões dessa história. "Hoje, ninguém mais duvida de que a diminuição dos ventos é uma das causas do El Niño", conta o meteorologista Carlos Nobre, chefe do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "O que não se descobriu é por que isso acontece."
Este ano, tudo indica que ele não vai dar muito que falar. A despeito das chuvas que já caíram e das que não, o El Niño está fraco e promete não causar pânico. Depois de cobrir a superfície do Pacífico ao longo de 1992, a camada de água quente que caracteriza o fenômeno está recuando de volta à região da Indonésia. Em princípio, portanto, a estiagem no Nordeste brasileiro não poderá mais ser posta na sua conta e, no Sul, as chuvas talvez não se tornem sinônimo de inundações. Em compensação, na Amazônia o Rio Negro está ameaçando provocar uma das maiores cheias do século, e mais uma vez o nome do culpado de plantão está de volta às manchetes. Entre os técnicos em meteorologia, imagina-se que, como o El Niño reteve as nuvens chuvosas durante o ano passado - em junho, a fal-ta de água baixou tanto o nível dos rios que a represa de Balbina, no Pará, foi obrigada a desligar quatro de suas cinco turbinas -, elas agora vão despencar sem cerimônia sobre a região.
Apesar de suas causas serem obscuras, o mecanismo de funcionamento do El Niño já deixou de ser um mistério para os pesquisadores. Sabe-se, por exemplo, que o fenômeno costuma se manifestar com regularidade, geralmente em intervalos de três a sete anos, e que a influência dos ventos alísios está na importância que têm na renovação das águas superficiais do oceano: vindos do nordeste e do sudeste, eles se encarregam de deslocar as águas, normalmente mais quentes, do Pacífico central em direção ao sul do continente asiático, abrindo caminho para que a corrente fria e profunda que chega do Pólo Sul, a Humboldt, venha à tona. Além disso, nos anos em que a situação está dentro dos padrões normais, eles ajudam a manter essas águas quentes literalmente presas na região da Austrália e da Indonésia. A tal ponto que, lá, o nível do mar chega a ser até 40 centímetros mais alto do que na costa da América do Sul.
Enquanto esse bolsão de água quente está em seu devido lugar, na Indonésia e na Austrália, o clima da região costuma funcionar com a precisão de um relógio suíço: o mar aquece o ar, bombeando vapor para a atmosfera, o ar sobe, a umidade forma densas nuvens e fortes chuvas se precipitam sobre a região. É o que se chama de áreas de baixa pressão, aquelas em que há chuvas abundantes. Livre da umidade, o ar segue então seu trajeto em direção às altas camadas da atmosfera, se resfria e desce sobre o oceano, nas proximidades da costa sul-americana, criando uma área de alta pressão, onde as chuvas são raras. Dali, ele é carregado pelos ventos de volta à Indonésia, onde tudo começa de novo. Esse movimento circular é o que se chama de Célula de Walker, homenagem ao meteorologista inglês sir Gilbert Walker, que no início do século desvendou o jogo das pressões nessa região.
Com o El Niño, tudo isso muda. A começar pelos ventos, que diminuem sua intensidade. Por que não se sabe, mas o fato é que, sem a força dos ventos, a bolsa de água aquecida acumulada no sul da Ásia consegue se libertar, esparramando-se ao longo da linha do Equador até a costa do Peru: a água quente aos poucos toma conta da superfície do oceano e as correntes frias ficam retidas nas profundezas. É isso, aliás, o que torna a chegada do El Niño tão incômoda para os pescadores pe-ruanos: como são as correntes frias que transportam os nutrientes do fundo do mar para a superfície, quando a água quente impede que elas cheguem à to-na, acabam provocando a escassez de pescado, já que os peixes morrem de fome e praticamente desaparecem. Para os meteorologistas, porém, mais interessante do que as conseqüências ecológicas do El Niño é o fato de que o "mar quente" nunca viaja sozinho.
No seu deslocamento rumo à América do Sul, as águas quentes sempre levam com elas o sistema climático da sua região de origem. Isto é, as formações chuvosas da Indonésia também fogem para o meio do Pacífico, dando início a uma espécie de reação em cadeia que empurra todos os sistemas climáticos dos trópicos para leste: a Austrália, onde antes havia fartura de chuvas, passa a ser castigada pela seca, enquanto as águas que deveriam estar caindo lá são despejadas no oceano, nas proximidades da Polinésia. Ao mesmo tempo, as chuvas que antes caíam sobre o mar, perto da costa americana, invadem o continente e passam a abençoar as lavouras peruanas, enquanto o ar, que sobe com as precipitações no Peru, vai descer justamente na região costeira do Nordeste brasileiro, banindo as chuvas dali.
No que diz respeito ao Brasil, as catástrofes de 1982 e 1983, quando ocorreu a maior manifestação , do El Niño neste século, se encarregaram de confirmar essas teorias. A área de alta pressão que se formou junto ao Nordeste, por causa das chuvas no Peru, trouxe uma das mais fortes estiagens já registradas na região. Em 1983, 85% da área do Nordeste ficaram secos e 89% de seus municípios em estado de emergência. Simultaneamente, o Sul do Brasil também foi castigado de forma impiedosa por chuvas tor-renciais, chamando a atenção para outro problema ligado à mudança nas águas do Pacífico: o bloqueio de frentes frias no sul do continente pelas correntes-de-jato.
Formadas pelo encontro das massas de ar quente dos trópicos com o ar gelado do Pólo Sul, essas correntes, localizadas no topo da atmosfera (entre 10 e 12 quilômetros de altura), são extremamente velozes e até úteis em certas viagens aéreas. Durante o El Niño, porém, com as águas quentes tomando conta de toda a extensão do oceano e produzindo gigantescas massas de ar aquecido, o excesso de ar quente aumenta sua força. Com isso, as correntes-de-jato passam a funcionar como verdadeiras barreiras de ar, que impedem que as frentes frias, carregadas de chuvas, sigam seu trajeto normal em direção ao norte. "A chuva que deveria ser distribuída ao longo da costa leste da América do Sul acaba caindo toda num só lugar", conta a meteorologista Cíntia Uvo, do INPE, já que as frentes estacionam sobre a região entre o Norte da Argentina e o Sul do Brasil. Uma boa idéia do que isso significa em termos de água pode ser dada pelos números das enchentes de 1983 em Santa Catarina. Só nos dias 11 e 12 de julho, o índice de chuvas alcançou nada menos do que 300 milímetros - o que corresponde a 300 litros de água por metro quadrado -, três vezes e meia mais que a média de todo o mês anterior, de 90 milímetros, que já tinha sido extremamente alta.
Hoje os cientistas já conhecem com uma certa segurança o modo de funcionamento, mas as causas do El Niño estão distantes de serem decifradas, apesar de não faltarem teses que tentem explicá-las. Uma das mais recentes delas, elaborada pelo físico americano Paul Handler, da Universidade de Illinois, defende que o fenômeno seria provocado pela erupção de vulcões tropicais. Em sua controvertida teoria, Handler, que se baseou em comparações estatísticas, defende a idéia de que tudo começa com o bloqueio da luz do Sol pelas nuvens de partículas lançadas na atmosfera pelos vulcões: como elas provocam o esfriamento dos trópicos, isso afetaria o funcionamento normal dos ventos na região, dando início então ao El Niño. Até hoje ele não conseguiu demonstrar o mecanismo dessa influência.
Até que se encontre uma explicação satisfatória, capaz de aumentar a capacidade dos cien-tistas para se anteciparem ao fenômeno, o El Niño continuará a ser uma grande incógnita. Embora já se tenha uma noção de sua periodicidade, a intensidade do fenômeno continua sendo uma fonte de surpresas. Para os brasileiros, normalmente desagradáveis. Para outros, nem tanto. E, apesar de ser sempre motivo de preocupação, dependendo do ponto de vista e da localização de quem olha, ela pode ser bem menor.
Se para os pescadores peruanos o El Niño significa escassez de peixe e dificuldades, não muito longe dali ele chega como uma dádiva dos céus para os agricultores do Peru, trazendo chuvas e abundância para as lavouras. Correntes-de-jato iguais àquelas que são responsáveis pelas trágicas inundações do Sul têm uma função extremamente benéfica na região do Golfo do México, onde se encarregam de dissolver a formação dos furacões que vivem provocando estragos naquela região. Mesmo as estiagens que ressecam a Austrália e o Nordeste brasileiro têm uma contrapartida agradável: para os habitantes do Norte dos Estados Unidos, durante o El Niño seus invernos serão mais amenos.

Carona nas asas do vento

Para quem está em terra, as correntes-de-jato, que bloqueiam as frentes frias sobre o Sul, são sempre motivo de preocupação. Para quem está sentado confortavelmente num avião, no entanto, elas não passam de uma questão de tempo. Com "rotas" mais ou menos estabelecidas no céu - so-prando sempre de noroeste para sudoeste -, esses ventos ultravelozes, que atingem até 150 quilômetros por hora, podem tanto ajudar como atrapalhar as viagens aéreas. Em viagens de ida para a Europa ou a África, por exemplo, quando estão a favor, as aeronaves que pegam carona nas correntes gastam muito menos tempo para chegar ao destino do que se estivessem viajando em direção à Amé-rica do Sul.
Em números, isso significa que um avião comercial, que voa a cerca de 860 quilômetros por hora, alcança até 1 000 km/h quando se instala no meio da corrente-de-jato. E não é só o tempo de vôo que diminui: o consumo de combustível também cai. Em compensação, na viagem contra a corrente, a situação se inverte: o consumo aumenta e a velocidade chega a cair para 715 km/h. Como na rota sulista que liga Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Santiago, no Chile: enquanto a ida leva 2 horas, na volta, com a ajuda do ven-to, gastam-se 1 hora e 40 minutos.

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sábado, 26 de outubro de 2013

Amargo Regresso - Medicina


AMARGO REGRESSO - Medicina



Os povos mais saudáveis e bem cuidados do planeta estão sob o assédio de doenças que pareciam controladas há décadas, e eram vistas quase como exclusivas das regiões pobres.



Aconteceu em julho do ano passado. Um comunicado interno foi afixado nos elevadores que percorrem os 102 andares do World Trade Center, o par de arranha-céus que abriga escritórios de grandes empresas e ilustra a maioria dos postais da cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Tratava-se de uma ordem, na verdade: todos os funcionários deviam se submeter a um teste de saúde, sob pena de não poderem entrar nos edifícios. Dali a quinze dias, só estariam autorizados a passar pelo saguão de entrada aqueles que trouxessem um comprovante do resultado negativo no bolso (ou na bolsa). Dificilmente se poderia pensar que tamanho incômodo fosse causado pela doença em questão - a velha e conhecida tuberculose. Ainda seria compreensível se o alerta surgisse num país pobre, onde a bactéria causadora do problema, a Mycobacterium tuberculosis, engorda à custa da má alimentação ou da falta de higiene de seus portadores, entre outras coisas.
Não mais. A escandalosa verdade é que os povos mais saudáveis, mais robustos e bem cuidados do planeta estão quase numa situação de índio - sucumbindo a reles ataques de gripe. Assim é com a tuberculose, que até 1985 vinha num entusiasmante declínio histórico nos Estados Unidos. Mas disparou a crescer, desde então, a ponto de o número de casos hoje ser 18% maior que oito anos atrás. Em Nova York, o aumento foi, nada menos, de 150%, cifra que explica perfeitamente o susto no World Trade. A ordem aos fun-cionários veio depois da descoberta de que dois deles estavam com a doença. É até possível pensar que houve exagero, já que se tratava de apenas dois casos. O problema é que os nova-iorquinos atingidos são, normalmente, marginais ou moradores de bairros pobres, como o Harlem e o Bronx.
O incidente, nesse caso, teve um caráter simbólico: revelou o pânico moderado que começa a tomar conta das autoridades diante do complexo problema. Primeiro, porque não se conhecem bem suas causas, apesar das inúmeras teorias que começam a pipocar nos laboratórios de todas as instituições de pesquisas. Em segundo lugar, não existe apenas uma doença de país pobre assombrando o país : além da tuberculose, os especialistas alertam contra o crescimento de pelo menos uma dezena de males inacreditáveis. Como imaginar que paupérrima diárreia possa enfrentar, e às vezes vencer, o atlético organismo de um americano médio? Mas é o que vem fazendo o protozoário Giardia lamblia, causador de diarréia, de acordo com uma comissão de notáveis, reunida no ano passado em Washington, capital dos Estados Unidos. Na ocasião, um dos pioneiros da engenharia genética e presidente-conjunto da comissão, Joshua Lederberg, usou a expressão "ameaça dos micróbios" para caracterizar o ressurgimento de infecções há muito consideradas sob controle no país. "Parece que estão reaparecendo do nada", espantou-se o cientista. Suas palavras foram reforçadas pelo outro presidente da comissão, o médico Robert Shope, da Universidade Yale: "Se nada for feito para se recuperar o controle, poderemos enfrentar novas crises, similares à pandemia do vírus HIV da Aids". Em entrevista a SUPERINTERESSANTE, Shope atribuiu o cenário atual a um excesso de confiança: "Fomos precipitados em declarar vitória na guerra contra as doenças infecciosas". Foi este, também, o teor das conclusões que ele e Lederberg apresentaram à Aca-demia Nacional de Ciencias dos Estados Unidos.
Entre as doenças citadas, num total de uma dezena, mais ou menos, estavam a febre amarela, a malária, a cólera, a candidíase, a gripe comum, a brasileiríssima dengue e a pouco conhecida febre púrpura, também de origem brasileira. Alguns dados relativos ao ano passado ajudam a entender melhor as estranhas tintas que borram o panorama da saúde pública nos Estados Unidos:
*Cerca de 2 milhões de pessoas contraem uma das "novas " doenças, muitas delas em hospitais.
* Nada menos que 700 pacientes com malária deram entrada em hospitais. A maioria tinha visitado o Panamá, país que apresenta aproximadamente 1 000 novos casos da doença, a cada ano.
* Estima-se que entre 5% e 7% dos americanos tenham giardíase crônica, ou diarréia. O micróbio Giardia é comum também no México e no Caribe, próximos aos Estados Unidos.
* Vinte casos de cólera foram registrados nos Estados Unidos, no ano passado, seis dos quais em Nova York.
* Nesse período, foram registrados 508 casos de febre amarela e 614 de dengue.

Embora os números não pareçam alarmantes, é preciso lembrar que eles representam o regresso de doenças muito fáceis de controlar em qualquer país bem organizado, sem carência de recursos e em que a renda pessoal seja relativamente alta. Além disso, é instrutivo voltar à analogia com as populações indígenas. Elas são frágeis em face de doenças simples apenas porque nunca as tiveram, e assim não desenvolveram defesas orgânicas contra elas. Por incrível que pareça, algo semelhante acontece com a população dos países ricos - estão sendo atacadas, a rigor, por micróbios desconhecidos. Pessoas traquejadas pelos agentes infecciosos de antigamente podem, assim, ser pegos de surpresa por supermicróbios que se comportam de modo bem diferente. Isso acontece, em parte, porque bactérias, protozoários e vírus atuais são versões melhoradas dos seus ancestrais, e resistem aos medicamentos disponíveis.
Um dos motivos por que aparecem supermicróbios são os antibióticos. Estes forçam os microorganismos a mudar, justamente quando exterminam grande número deles: os que resistem podem depois proliferar sem a concorrência de seus iguais. Ou melhor: não tão iguais, pois de alguma forma sobreviveram aos antibióticos. O mecanismo é análogo à evolução das espécies e levam a agentes infecciosos cada vez mais aptos para enfrentar as armas que se têm contra eles. Talvez um bom exemplo seja a bactéria da cólera, responsável pela última grande ofensiva da doença, incluindo-se os 26 casos nos Estados Unidos. Batizada de vibrião El Tor, a nova bactéria não é semelhante ao vibrião clássico, causador de seis grandes epidemias planetárias, desde 1817.
Mas a campeã dos supermicróbios é mesmo a Mycobacterium tuberculosis. Há dez anos, apenas 6% de todas as variedades, ou cepas, desse microorganismo eram resistentes a qualquer remédio para a tuberculose. Hoje, mais de 30% das variedades encontradas em Nova York são resistentes a pelo menos uma droga. Quase 20% das variedades não podem ser combatidas pelos dois principais medicamentos em uso. Algumas variedades estão imunes a qualquer droga, informa a repórter Phyllida Brown, na revista inglesa New Scientist. Ela adverte que nada disso é uma fatalidade da natureza, como se vê por uma avaliação do presidente da Associação Americana para o Pulmão, Lee Reichman. "Tudo isso poderia ter sido evitado. Aconteceu porque não agimos e não temos um sistema de saúde pública adequado."
Seja como for, ninguém duvida que a situação do Primeiro Mundo é frágil - mesmo quem não acredita na ameaça de superepidemias ao estilo do Terceiro Mundo. Na opinião do professor André Dodin, do Instituto Pasteur, em Paris, embora possam ocorrer casos isolados, é difícil que doenças como a dengue e a cólera invadam os países avançados. "O grau de urbanismo e higiene nesses lugares não permitiria." O que acontece - por causa dos próprios privilégios inerentes à riqueza, segundo Dodin - é que se cometem erros. Os bons remédios, por exemplo, podem acabar prejudicando todo um sistema de saúde. "O acesso aos antibióticos levou à noção equivoca- da de que é desnecessário seguir normas rigorosas de higiene." Além disso, ele concorda com os especialistas ameri-canos quanto à falta de ação: os micróbios têm mais dificuldade de escapar quando são atacados por uma bateria de armas diversas, diz. Assim, os médicos deviam ter começa-do a usar coquetéis de antibióticos há mais tempo. Durante décadas, em vez disso, indicou-se um único tipo de droga. Assim, houve tempo para que se desenvolvessem bichi- nhos poderosos.
Problema parecido - de confiança exagerada nos antibióticos - é que muitos pacientes abandonam o remédio antes da hora. De acordo com a Organização Mudial de Saúde (OMS), independentemente da classe social, metade das pessoas deixa de tomar antibióticos assim que desaparecem os sintomas da doença. Resultado: se sobrou uma pequena população do micróbio no organismo, ela aproveita a trégua para criar nova estratégia de sobrevivência. E, quando a doença reincide, o remédio que antes foi eficaz já não faz mais efeito.
Como os americanos, os europeus também enfrentam a disseminação de doenças antes consideradas quase como males exclusivos de regiões pobres. A crise parece ser mais forte na Inglaterra, onde se fala com medo dos crescentes casos de tuberculose. Mas não só. De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica da Inglaterra e do País de Gales, a incidência de malária nessa região aumentou cerca de 28%, nos últimos dez anos. Os britânicos notam que os doentes costumam ser imigrantes indianos - e, na Índia, existem aproximadamente 5 milhões de casos de malária. Os imigrantes asiáticos, de modo geral, são as maiores vítimas de doenças infecciosas na Inglaterra. De acordo com André Dodin, aí pode estar uma das chaves que abrem as portas dos países ricos a micróbios alheios: estes pegam carona na quantidade crescente de pessoas que circulam pelo mundo moderno.
O próprio vibrião El Tor fez vítimas em terras francesas, e algumas delas eram estrangeiras. As estatísticas, certamente, tendem a corro- borar a tese de Dodin. Elas denunciam, por exemplo, que três em cada dez passageiros com destino a Paris vêm de países em desenvolvimento. Em média, essa proporção é a mesma das grandes cidades americanas. Como existem cerca de 500 000 casos de cólera no mundo inteiro, entende-se como é fácil para o vibrião viajar entre dois destinos quaisquer do planeta, seja por navio, automóvel ou avião. "O mais vergonhoso é que a doença se previne sem grande esforço", explica Dodin. Um programa eficiente para evitar a cólera não custaria mais de 4 dólares por pessoa. Não se deve pensar, no entanto, que o trânsito fácil entre continentes seja o único meio de que dispõem os micróbios para se instalarem no Primeiro Mundo. Eles também encontram facilidades dentro dos próprios países ricos. O motivo disso é compreensível, tendo em vista que tais países, por muito tempo, não tiveram de se preocupar com doenças ligadas à pobreza.
Só para se ter uma idéia, os 4 dólares que se deixam de aplicar no combate à cólera equivalem mais ou menos ao custo das campanhas de prevenção do câncer, nos Estados Unidos. Essa comparação sublinha um doloroso paradoxo apontado por Robert Shope. Ele chama a atenção para a inexperiência de médicos americanos em doenças infecciosas. "Elas são sempre difíceis de controlar. Mas a situação é muito pior quando os médicos não têm experiência no tratamento." Em resumo, é contraditório que tais médicos tenham tanta desenvoltura diante de males sofisticados, como câncer ou infartos, por exemplo, mas atendam de maneira canhestra uma infecção comum, cujo combate é rotina nos países periféricos. Shope não deixa dúvida de que o problema é profundo. "Qualquer pequeno hospital de um país avançado consegue salvar um infartado grave. Mas em pouquíssimos centros de saúde, nas maiores cidades dos países ricos, existem especialistas capazes de atender bem um paciente de doença infecciosa. Às vezes, esse atendimento chega a ser desastroso."
O turista brasileiro que aterrissa no Aeroporto John Kennedy, em Nova York, talvez nem se lembre da palavra cólera, muito menos como uma doença capaz de complicações sérias devido à desidratação, crises de diarréia e, algumas vezes, hemorragias. Nesse caso, porém, Nova York deixa de ser a capital do mundo e funciona igual - ou pior, a se acreditar em Shope - à Cidade do México, a Bangcoc (Tailândia) ou São Paulo. Os casos de cólera, e também de dengue, fornecem outra pista importante para se traçar a origem das novas doenças. É que a cólera e a den-gue são mais comuns em zonas rurais e têm se espalhado por vias muito particulares - até com ajuda da tecnologia. A irrigação, por exemplo, vem abrindo para o cultivo terras antes abandonadas - e é essa a trilha seguida por aqueles males, conta Shope. "As outras doenças, em vez disso, aparecem com mais freqüência nos grandes centros urbanos, onde existe uma enorme concentração de pessoas e, muitas vezes, impera a falta de higiene."
A ressurreição da malária no mundo inteiro segue o padrão da dengue e da cólera: isto é, ela também avança pelo campo e à margem das cidades. Nesse caso, não foram os micróbios que se tornaram mais resistentes. Foram os mosquitos veto-res da doença, em cujo organismo os micróbios se alojam e viajam até encontrar suas vítimas humanas. Combatidos por meio de inseticidas, os insetos, de certo modo, também se tornaram supervetores. Já em 1955, a arma básica contra a malária era o inseticida e pesticida DDT. Nesse ano, a OMS organizou um plano relativamente barato de combate, com custo calculado em 25 centavos de dólar por pessoa. Espalhou-se DDT, e outros tóxicos, nas regiões endêmicas do planeta, numa tentativa de eliminar o mosquito e, de quebra, bloquear o seu perigoso parasito.
O protozoário Plasmodium falciparum, de origem africana, é o causador da única forma mortal de malária. Na África tropical, de fato, encontram-se 80% dos casos clínicos e 90% dos portadores do plasmódio. Mesmo assim, 15% da população brasileira está exposta à doença que, em 1990, gerou 560 000 pacientes. Estes representam 53% de todos os casos registrados nas Américas. Só por isso já se vê que o sucesso imediato do plano da OMS era ilusório e que seu abandono, em seguida, foi prematuro. Eis o resultado disso, hoje em dia, em termos globais:
*40% da população mundial está exposta ao risco de contrair malária, em 99 países;
* ou seja, calcula-se que, no mundo inteiro, existam 300 milhões de portadores do parasito causador da malária;
* todos os anos, surgem 120 casos clínicos da doença.

De qualquer forma, com exceção dos Estados Unidos, a malária não assusta nenhum outro país industrializado. O verdadeiro fantasma é a tuberculose, especialmente porque ela anda de braços dados, ao que tudo indica, com a Aids. A conexão básica dessa aliança nada santa pode ser sumarizada por alguns números simples e diretos. O primeiro deles mostra que, em Nova York, até 40% dos pacientes conhecidos de tuberculose também são reprovados no teste da Aids: são portadores do vírus HIV. E o mais grave é que a proporção cresce à medida que se consideram épocas mais recentes: entre 1990 e 1991, 80% dos novos casos haviam sido causados pela bactéria mais resistente a drogas, principalmente em pessoas HIV-positivas. E até 70% dos que estavam infectados morreram. O segundo número é mais importante, pois sugere que a Aids acelera os passos da tuberculose em qualquer paciente. Verifica-se, de fato, que chegam a 10% as chances de uma pessoa se tornar tuberculosa dentro de apenas um ano, caso seja portadora do HIV. Se a pessoa não tiver o vírus, a probabilidade é bem menor: os mesmos 10%, mas ao longo de toda a vida. Em apenas um ano, a probabilidade pode ser tão baixa quanto 1%. Que tais números preocupam tremendamente os médicos fica claro pela recente declaração de Tom Frieden, chefe do Departamento de Saúde de Nova York.
"Trata-se de uma bomba-relógio montada pela desigualdade social e acionada pela epidemia da Aids." Pode haver certo exagero nesse tipo de afirmação. Mesmo que haja, ninguém espalha tintas tão sombrias sem bons motivos. Frieden faz uma lista de quatro razões fundamentais: sistema de saúde pública inadequado; a explosão dos homeless, ou famílias que não têm onde morar; um número crescente de imigrantes infectados de tuberculose; e, por último, a chegada da Aids.
As mais preocupantes histórias, com certeza, ocorrem em Nova York, mas não é verdade que a crise esteja confinada a essa cidade do nordeste americano. Miami, no extremo sudeste, é outro foco de doenças, assim como San Francisco, na costa oeste. Seja onde for, a lista de motivos elaborada por Frieden repete-se fielmente. Algumas vezes, o problema chega a ser tristemente óbvio: desativar leitos para tuberculose, por exemplo, é um autêntico convite ao mal. Isso aconteceu em Nova York, em meados dos anos 70, reclama Lee Reichman. Previa-se que os pacientes passariam a ser atendidos em casa, um serviço de melhor qualidade - o que nunca aconteceu devido à crise econômica da cidade.
Mas tais circunstâncias, embora lastimáveis, não importam tanto quanto uma conclusão científica inapelável: não são tão simples quanto pareciam as artimanhas dos micróbios causadores de doenças. Microscópicos, eles existem há bilhões de anos e se tornaram, com o tempo, habitantes por excelência do corpo humano. O problema é que não dependem de um único indivíduo: suas estratégias dependem da comunidade em que esse indivíduo vive e das outras comunidades com que ele tem contato. Assim, à medi-da que o mundo cresce e se transforma, abrem-se trilhas inesperadas para o avanço dos menores seres do mundo no interior do organismo humano. A epidemia da Aids já havia sido um alerta clamoroso de tal fato, que se torna mais nítido com o advento das doenças humildes nos países ricos.
Quem poderia imaginar, por exemplo, que a nova história da tuberculose na Inglaterra estivesse associada com esses delicados personagens das sociedades modernas - os idosos? Infelizmente, é assim, dizem diversos especialistas. Comunidades em que é maior a população na terceira idade são mais vulneráveis às doenças infecciosas. É o que afirma uma das teorias sobre o avanço da tuberculose na Inglaterra, que se traduz pelos números a seguir:
*em 1987, 5 056 casos
*em 1992, 5 504 casos

O aumento - de 10% em seis anos - é pequeno. Mas espelha uma situação angustiante, já que um quarto desses casos afeta pacientes com mais de 65 anos. E isso acontece justamente porque os idosos são bem tratados, e seu número está aumentando em relação às outras faixas etárias. É natu-ral, diz o infectologista David Ewerson Uip, da Universidade de São Paulo. "Como as pessoas têm melhores condições de saúde, elas acabam vivendo mais tempo." O envelhecimento é mais acentuado na Europa: estima-se que 36 de cada 100 europeus já apagaram mais de sessenta velinhas no aniversário, enquanto nos Estados Unidos os sexagenários representam 11 em cada 100 pessoas. O problema é que, quando as pessoas envelhecem, o sistema imunológico passa a trabalhar mais lentamente, ensina Uip. Elas se tornam mais frágeis, e quanto maior o número de idosos, maior o grupo de risco de infecções. Se não houvesse nenhum outro motivo de esperança em um mundo mais saudável, este seria suficiente paraestimular o trabalho de médicos e cientistas.

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

16 Documentários Indicados - OUTUBRO DE 2013


16 Documentários Indicados - OUTUBRO DE 2013



01-A Verdade de Cada Um-Comida
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
O relacionamento de cada pessoa com a comida depende de seus hábitos culturais e até a maneira como encara a alimentação, seja para sentir prazer ou simplesmente para nutrir seu corpo.

02-Superespecial Bear Grylls-Aventuras com Bear Grylls: Jonathan Ross
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Bear Grylls ajuda Jonathan Ross a descobrir seu Tarzan interior em uma expedição na incrível floresta da ilha vulcânica de La Palma. Jonathan enfrenta uma série de desafios durante os dois dias intensos de viagem.

03-Obras Incríveis-Plataforma Flutuante
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Numa tentativa de extrair gás natural de uma das reservas mais inacessíveis do planeta, cinco mega navios de alta tecnologia irão concluir uma rede de gás de 1.800 milhas quadradas numa profundidade de quase 4 mil metros. No centro do projeto está uma enorme plataforma de processamento de gás, a Independence Hub. Esta gigantesca plataforma flutuante tem quase o tamanho de um quarteirão e a altura de um prédio de 34 andares. Se os mega navios tiverem sucesso na execução deste projeto de extração de gás em mar profundo, o sistema irá produzir a colossal quantidade de 1 bilhão de pés cúbicos por dia - o suficiente para abastecer cerca de 5 milhões de residências nos Estados Unidos. Porém, caso eles não consigam trabalhar em perfeita sintonia para fazer esta complexa estação de gás funcionar, o projeto não renderá nada além de um déficit de dois bilhões de dólares. Com a demanda por energia crescendo a cada dia, este projeto que promete bater recordes não poderá se dar ao luxo de falhar.

04-DO FUNDO DO BAÚ - Falha do Windows 98 durante a sua apresentação pela CNN em 1998
Durante a apresentação do Windows 98 para uma platéia grandiosa e com transmissão pela CNN, Tio Bill passou uma tremenda vergonha quando seu Windows 98 travou e a tela azul apareceu! A platéia foi ao delírio! Essa cena FICOU na história da Informática!

05-Ameaça Extraterrestre
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Como seria a aparência dos extraterrestres? Como eles teriam chegado aqui? Que tipo de arma eles usariam? E o que aconteceria se isso ocorresse?

06-Como é Possível? 6ºTemp. Ep.8
Como é possivel construir aviões de passageiro de grande porte, produzir energia nuclear e fabricar pianos.

07-Você Conhece o Diabo?
Documentário / Diversos
Nome Original: The Devil we Know
Direção: Jessica Brown
Ano: 2011
Cor: Colorido

08-Destino Aventura-Coreia do Norte
Scott e Justin se preparam para o que talvez seja sua maior aventura até então, uma jornada que permitirá uma rara e breve visão de um país isolado, bem além de suas fronteiras.
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Este programa é centrado nas fixações, atrações e repulsas que as culturas modernas têm em relação ao diabo. Um narrador apresenta entrevistas com acadêmicos e profissionais em assuntos relacionados, assim como uma exploração histórica e perspectivas modernas sobre o diabo.



09-Anos 80-Novas Formas de Entretenimento
Séries / Cultural
Nome Original: Lift Off
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Esta série leva os espectadores de volta no tempo para ver como os anos 80 criaram nosso mundo moderno.

10-Anos 80-Ícones do Esporte
A década de 1980 foi o lar de alguns dos maiores momentos esportivos da história, quando atletas como Mike Tyson, Ayrton Senna, Martina Navratilova e Diego Maradona tornaram-se astros esportivos internacionais. Este programa revive alguns dos momentos mais emocionantes da época, enquanto investiga o legado deixado pelos heróis do esporte mais fascinantes da década.

11-Anos 80-Grandes Momentos do Futebol
Séries / Cultural
Nome Original: Football Moments
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
A década de 1980 foi quando o futebol explodiu mundialmente. Jogadores como Diego Maradona desfilaram suas habilidades da América do Sul na Copa do Mundo, enquanto a famosa equipe de Liverpool dominava os campeonatos europeus e ingleses.

12-Vida Eterna
Séries / Ciência
Ano: 2013
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
A busca pelo segredo da vida eterna parece ter chegado ao fim: pesquisadores afirmam ter a fórmula para a imortalidade. Mas essa busca não é nova; tempos atrás, obcecado pelas lendas de fontes mágicas, Juan Ponce de León impulsionou a maior expedição em busca do segredo da imortalidade. Hoje, graças à tecnologia, são os cientistas que garantem que a vida eterna é um fato e anunciam o fim da morte.

13-O Poder de Jesus-O Cristianismo
Documentário / Diversos
Nome Original: Christians
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Depois de quase três séculos, os seguidores de Jesus passaram por uma sucessão de perseguições, mas nenhuma tão severa quanto a Grande Perseguição de Diocleciano. Embora muitos cristãos tenham morrido, mais uma vez o Cristianismo vence, desta vez com uma hierarquia organizada unida pela luta pela sobrevivência.

14-O Poder de Jesus-O Sacrifício
Documentário / Diversos
Nome Original: Martyrs
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
As autoridades romanas se tornam cada vez mais intolerantes ao que os Cristãos se recusam a sacrificar os deuses pagãos ao Estado. Com suas práticas estranhas, secretas e misteriosas como a comunhão, os Cristãos são condenados como canibais e desviantes.

15-O Poder de Jesus-O Messias
Documentário / Diversos
Nome Original: Messiahs
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Em sua busca para descobrir mais sobre a ascensão do Cristianismo no Império Romano, o Dr. Michael Scott aborda o nascimento da religião Cristã. Os romanos executaram o Messias judeu, Jesus de Nazaré, da forma mais humilhante possível.

16-Caos-Porcelanas
Documentário / Diversos
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Tibira nos leva na casa da amiga Pat Laundry, que tem uma impressionante coleção de porcelana temática.

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Quando a cabeça ignora a dor - Anestesia


QUANDO A CABEÇA IGNORA A DOR - Anestesia



Na sala de cirurgia, o anestesista controla as funções vitais do paciente. Além de, claro, evitar qualquer sensação dolorosa, graças a misturas delicadas de drogas.


De surpresa, explode a dor intensa do lado direito da barriga. A pessoa corre ao médico, que lhe apalpa o ventre, antes de diagnosticar a apendicite aguda. Emergência. Poucas horas depois, lá está ela, deitada na mesa de operações, para extirpar o órgão doente. E talvez mal se dê conta de que, ao lado do cirurgião, há outro médico na sala, cujo papel é tão importante quanto o daquele que vai Ihe retirar o apêndice inflamado. Além de afastar qualquer ameaça de dor, que tornaria cirurgias tão rotineiras legítimas sessões de tortura, este segundo especialista vai controlar a respiração, a freqüência cardíaca, a pressão arterial e a temperatura do paciente. Enfim, pesa sobre ele a responsabilidade de manter as funções vitais de quem está sendo operado. Se ocorrer uma parada cardíaca, por exemplo, é esse médico que deve agir, para salvar a vítima. Mesmo assim, quando deixam o hospital, poucos pacientes sabem dizer o nome do anestesista - eminência parda dos centros cirúrgicos - que participou de sua operação.
"O anestesista acompanha o paciente, durante a cirurgia, com o mesmo rigor dispensado àqueles que estão internados em unidades de terapia intensiva, as UTIs", define a professora Judymara Lanzi Gozzani, da Escola Paulista de Medicina (EPM). Formada em 1977, a anestesista, de fala pausada, diz que escolheu essa área da Medicina por seu caráter dinâmico. Pois a anestesia não se resume num gás fabuloso ou numa injeção milagrosa, que induzem ao sono e eliminam a dor, em um só lance. "Não usamos uma única droga excepcional, capaz de fazer tudo", diz outro especialista, Irimar de Paula Posso, professor de Anestesiologia da Universidade de São Paulo. "O que existe é um conjunto de substâncias que vão sendo associadas antes, durante e depois da intervenção." Dosar cada uma delas em cada caso pode ser considerado uma arte. Todas têm efeitos colaterais e o segredo é usar doses pequenas de várias drogas, para minimizar os efeitos nocivos delas isoladamente. Uma deve compensar o defeito de outra e, de quebra, somar as virtudes.
Para preparar esse coquetel de fármacos, o especialista em Anestesiologia leva em conta as características e o estado de saúde do paciente, o tipo e a duração da cirurgia, as condições do hospital. O alvo principal, sempre, é eliminar a dor, ou seja, produzir aquilo que os médicos chamam de analgesia. A dor é uma espécie de sirene do organismo. "Assim como existem terminações nervosas na pele que detectam o frio, por exemplo, há outras que identificam agressões, como a inflamação de um órgão ou um arranhão", explica a professora Judymara, da EPM. Esse sistema de alarme, batizado de nociceptor, manda mensagens na forma de ondas elétricas, que percorrem os nervos periféricos até o cérebro, seu destino final. Ali, podem desencadear as mais diversas reações, desde mecânicas - como levantar o dedo, para não queimá-lo numa chapa quente - a psicológicas, envolvendo todo tipo de sensação relacionada ao sofrimento.
Ao calar o aviso da dor, os anestesistas pretendem evitar esse conjunto de reações. Muitas vezes, o médico corta a comunicação com o cérebro de uma região específica do corpo - é quando aplica a chamada anestesia local, comparável a um corte em um cabo de telefone. Ela impede a condução do estímulo elétrico, para que a informação não alcance o sistema nervoso central. Esse princípio é imutável, embora as formas de administrar o anestésico variem bastante. Alguns são de uso tópico e, até há bem pouco tempo, eles só agiam quando espalhados sobre mucosas, a pele fina e mais irrigada por vasos sangüíneos, que reveste os órgãos internos, assim como os olhos, a boca, as narinas e os genitais. Recentemente, farmacêuticos criaram o EMLA (sigla em inglês para mistura eutética de anestésicos locais), anestésico capaz de penetrar na pele de qualquer região do corpo, mas que só faz efeito depois de trinta minutos. O EMLA já é usado em cirurgias de pequeno porte, como a remoção de uma pinta.
O segundo e mais comum método de aplicação da anestesia local é o da agulha, que despeja as drogas no ponto exato da intervenção cirúrgica ou nos nervos mais próximos. Às vezes, essas substâncias interferem também naquelas vias nervosas responsáveis pelos movimentos. Quando se deseja obter esse efeito de propósito, é necessário empregar um anestésico mais potente, porque as fibras nervosas dos movimentos são bem mais grossas do que as delicadas fibras da sensibilidade dolorosa. Existe, ainda, uma terceira classe de anestesias locais - as espinhais, em que as drogas são injetadas diretamente na medula da coluna vertebral. É para ali, afinal, que todos os nervos espalhados pelo corpo convergem, antes de alcançarem o cérebro.
Para impedir a dor, as moléculas do anestésico devem se combinar com a membrana dos nervos. Precisam ser, como ela, constituídas de gorduras. Ao se unir à membrana, o anestésico altera o seu funcionamento. "A mensagem elétrica da dor ocorre quando íons de sódio, do lado de fora da célula nervosa, conseguem penetrá-la por pequenos espaços, semelhantes a poros", descreve a médica Judymara. "Os anestésicos são capazes de bloquear essas minúsculas portas. Assim, não se cria a onda nervosa e a informação da dor nunca chega ao cérebro." Mas isso, às vezes, não dura muito.
Certas drogas usadas nas anestesias locais aumentam o calibre dos vasos sangüíneos, sendo absorvidas mais depressa. Resultado: seu efeito é efêmero porque permanecem menos tempo em contato com as terminações nervosas, antes de serem arrastadas pelo sangue. Para driblar esse inconveniente, na fórmula do anestésico local - por exemplo, o do dentista - inclui-se um vasoconstritor, como a adrenalina. Isso também serve para reduzir o aspecto tóxico. "O perigo dos anestésicos locais é proporcional à quantidade captada pela circulação", explica a anestesista Maria dos Prazeres Simonetti, que leciona no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo. "Essas drogas podem afetar o funcionamento dos órgãos." Se o anestésico bloqueia o impulso que faz o coração bater, o resultado é a parada cardíaca.
A receita da anestesia local ainda inclui outro ingrediente: um sedativo, para reduzir a ansiedade do paciente acordado. O grande desafio do anestesista, porém, ocorre quando tem de alterar o funcionamento do próprio sistema nervoso central do paciente. É a anestesia geral, que, de certa forma, faz o cérebro funcionar em marcha lenta. Mais complexa do que a local, ela integra várias drogas, numa alquimia delicada, para que se mantenham reflexos importantes, como a pressão arterial. Em suma, a anestesia geral pode ser considerada um estado de coma produzido farmacologicamente.Há dois grupos básicos de anestésicos gerais: os inalatórios e os intravenosos, que costumam ser aplicados juntos cada qual com o seu papel. Aquele que aparece sempre nos filmes de cinema - a máscara infalível, que bota o paciente para dormir -é o óxido nitroso ou gás hilariante. Sintetizado em 1776, ele é, até hoje, o anestésico inalatório mais usado no mundo inteiro. "Por ser pouco potente, o gás hilariante não consegue fazer a anestesia sozinho. Para isso, teria de ser inalado em concentrações tão altas, que o paciente morreria por falta de oxigênio", diz o professor Irimar Posso. "Ele funciona como uma espécie de música de fundo", compara.Outros anestésicos inalados através de máscaras são o éter e seus sucessores. Eles produzem o sono, aliviam a dor, relaxam os músculos e - um detalhe importantíssimo - causam amnésia, enquanto duram na circulação sangüínea. Sim, para o anestesiado, a falta de memória é fundamental. Graças a ela, ninguém padece com lembranças desagradáveis, como a voz do médico pedindo para passar o bisturi ou comentando o estado das visceral, algo que os leigos não costumam suportar.Tanto o óxido nitroso como os líquidos voláteis, feito o éter, seguem o mesmo trajeto no organismo. Entram pelas narinas, através de máscaras ou aparelhos, alcançam os pulmões e, dali, passam para o sangue. Quando fazem escala no cérebro, inibem progressivamente o trabalho das células nervosas, dependendo da concentração. Em doses moderadas, os fármacos atuam como sedativo, atenuando a ansiedade e causando sonolência. Mas, quando o médico aumenta a dosagem dessas substâncias, elas deixam o paciente completamente anestesiado e sem reflexos. Em concentrações exageradas, contudo, a anestesia pode levar à morte.Isso porque as drogas utilizadas também deprimem as áreas cerebrais que controlam a respiração e a pressão sangüínea. Quando esta zera, por exemplo, ocorre o choque anafilático: o sangue não circula e, daí, as células ficam sem oxigênio - as do sistema nervoso são as primeiras a se danificarem com isso. Quanto à respiração, os médicos diminuem os riscos com um tubo, introduzido na traquéia do paciente, para conduzir o oxigênio. Esse, aliás, é um recurso indispensável, quando não há certeza de que a pessoa passou as quatro horas anteriores a cirurgia em jejum absoluto. "As drogas da anestesia podem provocar crises de vômito" justifica o professor Fernando Bueno Pereira Leitão, da USP. "O paciente pode se engasgar e ficar com as vias respiratórias superiores obstruídas. Mas o tubo, direto na traquéia, garante um desvio dessas obstruções", diz ele.
O desafio dos pesquisadores na área da Anestesiologia é criar uma droga capaz de substituir a mistura de todas as outras. Infelizmente, as primeiras tentativas, nesse sentido, ainda estão longe do ideal. É o caso do chamado etomidato. Em tese, a droga deveria, sozinha, provocar sono, analgesia e relaxamento muscular. Mas o paciente faz movimentos com os braços, que confundem os médicos, sem saber se o gesto é uma reação à dor. O mais promissor dos novos superanestésicos é o propofol, criado há quase dez anos. Há cinco anos, ele começou a ser aplicado em alguns hospitais brasileiros, misturado com outras substâncias. Isso porque, por enquanto, ele só tem um inconveniente: o preço, dez vezes mais caro do que o de outras substâncias anestésicas, que dói no bolso do paciente.

Sem padecer no paraíso

Os calvinistas ingleses quase tiveram uma síncope, quando o obstetra escocês Sir James Simpson (1811-1870) defendeu, no século passado, a aplicação da anestesia para aliviar as dores do parto. Afinal, segundo a Bíblia, como castigo por ter comido a maçã proibida, Eva e suas descendentes teriam de dar à luz em meio ao sofrimento. E, hoje se sabe, a dor do parto pode ser tão violenta quanto a de uma amputação a sangue frio. Ao menos, é o que afirmam os especialistas, que atualmente empregam várias alternativas para tornar esse momento mais suportável, reduzindo o estresse da mãe e do filho.De acordo com o médico José Carlos Almeida Carvalho, que supervisiona o setor de Anestesia Obstétrica do Hospital das Clínicas, em São Paulo, o ideal é atenuar a dor sem inibir os movimentos da parturiente. "Isso é possível graças à chamada peridural contínua", diz ele. "A gente faz uma punção entre a quarta e a quinta vértebras lombares, para colocar um cateter, por onde passa o anestésico. A substância vai sendo despejada aos poucos, em maior ou menor dosagem, conforme a necessidade em cada momento do trabalho de parto."Já nos casos de cesárea, os médicos costumam apelar para a anestesia raquiana ou para a peridural. Nos dois tipos, as substâncias usadas são as mesmas; o que muda é o lugar da aplicação. Na raquiana, o anestésico é lançado no líquor, existente entre as duas membranas - pia-máter e dura-máter - que envolvem a medula espinhal. Na peridural, por sua vez, o anestésico é injetado fora desse espaço, ao redor da dura-máter. Daí que esse tipo de anestesia demora mais para fazer efeito e é mais suave - a mulher pode sentir o obstetra puxando o bebê, por exemplo. A raquiana, extremamente potente por ser aplicada em um ponto mais profundo, chega a abolir os movimentos da mãe e, ainda, causa dor de cabeça no pós-operatório - um efeito colateral da picada em uma região muito sensível, que os especialistas tentam minimizar com agulhas cada vez mais finas.

Um perfeito coquetel

Na receita básica da anestesia geral, cada ingrediente deve completar ou, até mesmo, compensar os defeitos de outro. No final, eles se completam. Veja quais são os grupos de drogas usados, com a ordem de entrada em cena:

1 -A indução
Objetivo: fazer o paciente dormir
Grupo de drogas: hipnóticos
Vantagens: induzem rapidamente ao sono; o doente pode se recuperar de seus efeitos com facilidade; algumas substâncias desse grupo podem produzir um relaxamento muscular, ideal para que o paciente não se mova durante a cirurgia
Desvantagens: alteram a pressão arterial, deprimem o funcionamento do organismo, especialmente da respiração, e não eliminam a dor

2 -A estabilização
Objetivo: acabar com a dor Grupo de drogas: opióides
Via de administração: venosa
Vantagens: o efeito dessas drogas, além de rápido, pode ser perfeitamente controlado, ou seja, durar o tempo exato da cirurgia
Desvantagens: não provocam o sono, reduzem a pressão arterial e, eventualmente, por causa das substâncias empregadas, o paciente sente náuseas no pós-operatório

3 -A manutenção
Objetivo: substâncias mais leves mantêm o efeito das drogas injetadas nas fases de indução e estabilização, que eram encarregadas de dar uma espécie de empurrão forte inicial
Grupo de drogas: gases e líquidos voláteis
Via de administração: inalatória
Vantagens: pouco tóxicas, algumas também ajudam a relaxar a musculatura
Desvantagens: em geral, são pouco potentes, servem apenas para reforçar o efeito de outras drogas, evitando que os médicos tenham de repetir, a todo instante, as doses daquelas substâncias mais tóxicas

4 -A reversão
Objetivo: compensar eventuais desvantagens dos outros grupos de drogas e, no final da operação, reverter totalmente o efeito da anestesia
Grupo de drogas: antagonistas
Via de administração: venosa
Vantagens: ação bem controlada
Desvantagens: não têm .

O fim da tortura

Quando atendeu ao pedido do dentista e estudante de Medicina William Thomas Green Morton (1819-1868), para mostrar um método capaz de abolir a dor nas cirurgias, o professor John Warren talvez não imaginasse que uma de suas aulas na Universidade Harvard, Estados Unidos se transformaria em um dos maiores feitos do século passado. Era 16 de outubro de 1846. O anfiteatro do Hospital Geral de Massachusetts, na cidade americana de Boston, estava tomado por espectadores céticos. O próprio Warren não estava muito seguro - tanto assim que recrutou alguns homens robustos para segurar o paciente, cujo nariz foi coberto por um aparelho, inventado pelo aluno Morton. Tratava-se de um recipiente de vidro com um bocal de madeira, pelo qual se inalavam vapores de uma substância descoberta no século XVI, o éter. Depois de aspirá-la algumas vezes, o paciente adormeceu. Então, Warren extraiu-lhe um tumor do pescoço, sem que ele esboçasse qualquer reação. Foi a primeira demonstração bem-sucedida de uma anestesia, e o anfiteatro, depois daquele dia, passou a ser chamado de Cúpula Éter.Naquela época, já se conheciam o ópio, o haxixe, a folha de mandrágora e o ópio. Também se conheciam algumas técnicas para se reduzir a dor, como mergulhar no gelo determinada região do corpo ou bloquear a circulação sangüínea com um torniquete. Mas as opções para se produzir a inconsciência eram absolutamente dolorosas, para não dizer absurdas - um golpe na cabeça ou um estrangulamento. Isso, claro, podia causar tanto sofrimento quanto o próprio corte do bisturi, ou mais. Daí que a técnica mais difundida, nessas ocasiões, era simplesmente segurar o paciente a força. Encaradas como tortura, as operações eram uma espécie de último recurso de um tratamento. Por isso, a Cirurgia só pôde evoluir, enquanto área da Medicina, depois daquela lição de anestesia no anfiteatro de Harvard.

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

À procura da Inteligência Extraterrestre - Astronomia


À PROCURA DA INTELIGÊNCIA EXTRATERRESTRE - Astronomia



Desta vez é para valer: em outubro do ano passado, depois de três décadas de ensaios e pequenas tentativas, os astrônomos começaram a busca sistemática de Ets pelo Universo.



Promessa é divida. Embora meio desmoralizado, o antigo ditado foi cumprido. Ao menos pela NASA, a respeitada agência espacial americana, que depois de quase dez anos de trabalho colocou oficialmente em prática, no dia 12 de outubro de 1992, a busca de vida inteligente fora da Terra. Trata-se de um ambicioso projeto de escuta que pretende, nos próximos dez anos, responder a uma velha e intrigante questão: há alguém lá, nos confins do céu? A data escolhida foi proposital. Afinal, o projeto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence ou Busca de Inteligência Extraterrestre) começou a funcionar no dia das comemorações dos 500 anos da descoberta da América, a forma escolhida pelos pesquisadores americanos de homenagear o navegador genovês Cristóvão Colombo.
Agora, porém, os novos exploradores do final do século XX, apoiados por tecnologias sofisticadíssimas e computadores de última geração, podem causar um impacto ainda maior que o de Colombo no distante século XV: descobrir novos mundos. Desta vez, no céu. No Observatório de Arecibo, em Porto Rico, a gigantesca antena do maior radiotelescópio do mundo está preparada para tentar provar que a Terra não é o único lugar do Cosmo habitado por vida inteligente. De fato, os astrônomos não têm certeza da existência dos "homenzinhos verdes", como são chamados os ETs. Nem sequer podem afirmar, caso eles existam, que os sinais de rádio poderão detectá-los. Mas foram à luta, encorajados por descobertas recentes que indicam que muitas estrelas próximas do Sol possuem, provavelmente, sistemas planetários. Não bastasse isso, cresce o reconhecimento científico de que a vida é um fenômeno natural que não pode estar confinado a um único planeta.
"O dado novo é o caráter oficial dessa busca. Filosoficamente é muito importante para a espécie humana procurar seriamente traços de outras civilizações", diz Michael Davis, um dos diretores do Observatório de Arecibo. "Se vamos encontrá-los, essa é uma outra história". Para essa difícil tarefa, o projeto SETI conta com equipamentos como o Analisador Espectral Multicanal, acoplado a um supercomputador, ligado por sua vez à antena do radiotelescópio de 305 metros de diâmetro. Ele será capaz de analisar simultaneamente 10 milhões de canais, como se fossem 10 milhões de estações de rádio, todas funcionando ao mesmo tempo. Assim, identificaria de imediato eventuais sinais de extraterrestres que, evidentemente, seriam diferentes dos "ruídos" naturais das ondas de rádio. "Esta pesquisa é muito mais poderosa do que qualquer outra que já fizemos", afirma Frank Drake, astrônomo da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, nos Estados Unidos, um pioneiro caçador de ETs, nos anos 60. Por isso mesmo, considera-se que essa seja uma nova fase da era das descobertas.
Na verdade, a potente antena do radiotelescópio de Arecibo vai continuar trabalhando do mesmo jeito, captando microondas, como o faz desde a década de 60. A novidade é que os novos equipamentos aumentarão bastante as chances de se detectarem eventuais sinais de extraterrestres. Para que tudo funcionasse à perfeição, antes da inauguração oficial do projeto, cientistas e engenheiros trabalharam duro durante duas semanas, checando o processamento eletrônico do equipamento, verificando os programas dos computadores e testando sua habilidade em identificar sinais cósmicos e distingui-los de interferências locais e mesmo de outros "ruídos" do espaço, como os emitidos por estrelas, por exemplo. Depois de passar pelo analisador de multicanal, os sinais são quebrados em dezenas de milhares de canais de freqüência. Então, outra unidade eletrônica varre esses canais procurando sinais diferentes, aqueles que chegam em impulsos ou ondas contínuas, os chamados sinais coerentes.
Finalmente, um outro sistema examina os sinais isolados procurando diferenciar sinais contínuos de um simples ruído, para, aí, aprofundar a pesquisa. Isso, é claro, exige bilhões de cálculos, feitos pelos computadores a cada meio segundo. Enquanto isso, os astrônomos trocam a noite pelo dia. Preferem trabalhar de madrugada, pois nesse período as interferências se reduzem e o céu está mais silencioso. E esperam, ansiosos, ler numa bela noite, nas quilométricas folhas impressas pelo computador, sinais que indiquem algo suspeito. Quando isso acontecer, eles serão rastreados durante alguns dias para se estabelecer com toda a segurança se aqueles sinais são, de fato, extraterrestres e se vêm do sistema solar. O objetivo ao projeto SETI é apenas ouvir, não manter diálogos, pois, considerando-se as imensas distâncias cósmicas, seriam precisos centenas ou milhares de anos para que as ondas de rádio carregassem as mensagens de volta à Terra. Da mesma forma que há 500 anos Cristóvão Colombo colocou a América na história do mundo, quem sabe, daqui a dez anos ou até mesmo antes, os terráqueos possam comemorar a descoberta de uma nova civilização - desta vez no Cosmo.

Que número discar?

Os cientistas pensam que a comunicação interestelar funciona melhor na faixa de microondas, com freqüências entre 1000 e 10000 megahertz (MHz), próximas às freqüências comuns de FM e TV. Talvez essa estreita janela aberta para o Cosmo tenha sido usada pelo herói extraterrestre do célebre filme de Steven Spielberg, quando quis "ligar para casa" conforme sua expressão. Abaixo de 1000 MHz, os sinais tendem a ser confundidos com ruídos: emissões que preenchem o espaço, provenientes de várias fontes, sejam estrelas ou nuvens de gás e poeira. Sinais de alta freqüência, por outro lado, são bloqueados pela atmosfera.

Os ETS do Hemisfério Sul

De forma mais modesta que o projeto SETI, os astrônomos do Instituto Argentino de Radioastronomia (IAR) também entraram na corrida em busca dos ETs, e suas duas antenas rastreiam o céu do Hemisfério Sul, desde 1990. Localizado a cerca de 40 quilômetros de Buenos Aires, o IAR, mantido pelo governo argentino, teve a maior parte de seu projeto financiado pela Sociedade Planetária dos Estados Unidos, entidade particular presidida pelo astrônomo e conhecido divulgador científico Carl Sagan. Trata-se do supercomputador META II (Megachannel Extraterrestrial Assay ou Análise Megacanal Extraterrestre), capaz de realizar 75,5 milhões de operações por segundo. Assim, os sinais enviados em direção ao Hemisfério Sul são recebidos e filtrados por duas antenas de radares de 30 metros cada uma e transmitidas ao META. Enquanto o SETI analisa 10 milhões de emissões de rádio ao mesmo tempo, o META fica com 8 milhões. Embora contem com menos radiotelescópios, os astrônomos do Hemisfério Sul levam uma vantagem em relação aos do Hemisfério Norte: é que aqui o número de estrelas é maior. Além disso, abaixo do Equador, há menos interferência de radares e portanto menos prejuízo à captação de sinais.Até agora, o trabalho do IAR privilegia o estudo das estrelas. Não de uma determinada estrela de cada vez, mas de alguns setores do céu, analisando as freqüências de rádio em busca de sinais artificiais. A outra opção para se estudarem estrelas, diz Raul Colomb, diretor do instituto, "seria dedicar mais tempo a observar individualmente as 1000 estrelas mais próximas ao Sol, num processo bem mais lento, mas igualmente eficiente". Embora com equipamentos menos poderosos, a missão dos argentinos é a mesma dos americanos. Resta esperar para ver quem chega primeiro Se chegar.

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Richard Phillips Feynman, o mais divertidos dos gênios


RICHARD PHILLIPS FEYNMAN, O MAIS DIVERTIDO DOS GÊNIOS



O extraordinário físico do pós-guerra fazia de tudo para satisfazer sua curiosidade e dar vazão a um inesgotável bom humor. Entre muitas outras coisas, aprendeu a contar histórias, tocar bongô, induzir alucinações em si mesmo, fazer massagem e treinar cachorros. Sua habilidade em arrombar cofres - e bisbilhotar documentos secretos - tirava do sério os chefes militares do Projeto Manhattan, que criou a bomba atômica americana (1942-45)


O trabalho que deu a Richard Phillips Feynman o Nobel de 1965 - uma elegante teoria sobre as partículas subatômicas denominada eletrodinâmica quântica - seria suficiente para fazer inveja a muitos outros premiados, em qualquer área da ciência. Sem exagero, a nova teoria explicava um universo tão vasto e complexo quanto importante para a sociedade moderna. Esse universo inclui nada menos que a arquitetura interna dos átomos, a ação dos lasers, os fenômenos radioativos, eletrônicos e químicos, assim como esquisitas transformações das partículas subatômicas, como o elétron e o próton.
Feynman, no entanto, fez mais do que isso. Recriou desde o princípio as idéias da antiga teoria quântica - que após quase meio século de esforço continuavam incompletas e obscuras. "Ele tomou os conceitos semi-acabados e transformou-os em ferramentas que qualquer físico podia compreender e usar", conta James Gleick, autor de uma excelente biografia de Feynman, ainda não publicada no Brasil. Não por acaso, o livro recebeu o título Genius (gênio, em inglês), pois é uma tentativa de elucidar a capacidade criativa de seu personagem, quase um mito entre os seus pares.
Feynman talvez não seja o mais influente físico dos tempos modernos, como afirma Gleick - um ex-editor do The New York Times. Mas quase certamente foi o mais brilhante e, sem sombra de dúvida, o mais original. Antes de mais nada, porque era dono de excepcional intuição. Como se pudesse enxergar antes de todos o modo exato como o mundo funciona e qual era a melhor maneira de compreendê-lo. Na definição do matemático Marc Kac, que o conheceu na Universidade Cornell, "Feynman era um mágico do mais alto calibre". Kac explica que os gênios comuns pensam como qualquer pessoa, embora sejam muito melhores que a maioria. Mas a forma como os magos ou mágicos raciocinam parece incompatível com as regras habituais da lógica.
Uma pista para se entender a mentalidade e a obra de Feynman era sua autêntica obsessão pelas coisas práticas. Isso não é incomum: muitas pessoas têm capacidade excepcional de consertar todo tipo de aparelhos domésticos, achar saídas simples para situações complicadas ou construir objetos úteis com um mínimo de matéria-prima e esforço. Mas ninguém foi tão longe nessa trilha quanto Feynman. Filho de modestos imigrantes europeus que se instalaram num subúrbio de Nova York, nos últimos anos do século passado, ele cultivou desde criança e sistematicamente essa maneira de ser. Para ele, o conhecimento não era algo que se sabia, mas algo que se usava para fazer alguma coisa, explica Gleick. Não é que quisesse facilitar a vida dos outros: era seu modo de entender o mundo.
Pelo menos uma vez o espírito prático de Feynman impressionou multidões, rompendo o círculo estreito da comunidade acadêmica. Em 1986, após a trágica queda do ônibus espacial Challenger - levando à morte os sete tripulantes a bordo -, o cientista foi à televisão com um copo de plástico cheio de gelo e fez milhões de telespectadores compreenderem o motivo básico do acidente. Feynman lembrou que na hora do lançamento estava frio e que isso podia endurecer e tornar quebradiça uma importante vedação de borracha na nave. Sem ela, gases inflamáveis escapariam dos tanques de combustível, levando à explosão Diante das telas, o cientista tirou um pedaço da vedação que havia colocado no gelo e quebrou-o com a mão - uma demonstração simples que teve impacto direto sobre os espectadores.
Entre os físicos, a sua versão da eletrodinâmica quântica tornou-se muito mais popular que outras duas - criadas ao mesmo tempo pelo americano Julian Schwinger e o japonês Shin´ichiro Tomonaga, também agraciados com o Nobel, em 1965. O motivo é que a teoria de Feynman é mais prática, especialmente os "diagramas de Feynman", hoje indispensáveis. No fundo, os diagramas são simples tabelas, como uma espécie de gráfico sofisticado, com o qual o mundo dentro dos átomos não parece tão estranho e fica muito mais fácil calcular a trajetória e as trocas de energia entre as partículas.
Na infância, seu primeiro encanto haviam sido os rádios, maravilha tecnológica que aprendeu a consertar e a construir com peças rudimentares. Ao mesmo tempo, dissecava enciclopédias para elaborar um "manual de matemática para o homem prático" - com o qual dominou os rudimentos da álgebra a ponto de superar e embaraçar a pobre professora de aritmética, na escola primária. Fazia experiências intermináveis no seu "laboratório" - um caixote de madeira, do tamanho de um refrigerador, instalado no quarto de dormir. Nessa época, na década de 20, ele vivia em Far Rockaway, um dos sessenta povoados que a partir de 1898 vinham se dissolvendo na grande metrópole nova-iorquina.
Os vizinhos só não se importavam com os acidentes de "pesquisas" porque Far Rockaway era ainda muito pequena e esparsa naquela década. Mas era comum ver o menino atirar pela janela do segundo andar, onde ficava seu quarto, os restos carbonizados de um transformador recuperado do lixo e queimado por excesso de carga elétrica. De qualquer forma, o laboratório ampliou-se rapidamente. Passou a incluir tubos de ensaio, baterias usadas de automóvel, um telescópio, equipamento de revelação fotográfica e assim por diante. Com o tempo, montou um pequeno motor para balançar o berço da irmã, nove anos mais nova, e também um alarme anti-roubo, que deixou para testar num dia em que os pais, Melville e Lucille, voltariam mais tarde para casa.
Eles não ligaram para o susto, como não reclamavam de muitas outras traquinagens. Finalmente, os amigos da família perguntaram a Lucille como ela suportava o barulho, os aparelhos voando em chamas pela janela ou as toalhas manchadas de tinta supostamente invisível. A sábia resposta foi: "Vale a pena". Na realidade, o mais difícil teria sido deter o menino. Mesmo então, era fácil perceber que tinha talento único e interesse permanente pelos assuntos científicos. De qualquer forma, a intenção nunca foi perturbar. Gleick avalia que o bom humor de Feynman veio da mãe, de origem polonesa e judia. Com o pai, ateu, que viera para a América aos 5 anos, proveniente de Minsk, capital da Bielo-Rússia, compartilhava a fascinação pela ciência. Melville era um simples vendedor, mas gostava de transmitir lições ao filho - que se recorda de tê-las assimilado muito bem.
Uma das histórias que costumava contar era a de um garoto vizinho que um dia Ihe perguntou o nome de um pássaro. Feynman respondeu que não tinha a menor idéia, e o outro retrucou: "Como? Seu pai não Ihe ensina nada?"
O fato é que os pássaros haviam sido tema das lições de Melville. Depois de mostrar um ao filho e dizer qual era seu nome (inventado, garante Feynman), Melville citou muitos outros nomes do mesmo pássaro, usados em outros países. O problema, arrematou, é que saber tais nomes não lhe ensina absolutamente nada sobre o pássaro. "Portanto, trate de observar o que ele está fazendo - isso é o que importa." Essa história é real, mas poderia ser uma das muitas que Feynman gostava de inventar. Gleick conta que ele preparava frases espirituosas em casa - para depois usá-las "de improviso" em palestras. Mas o estilo sempre bem-humorado de Feynman era uma faca de dois gumes, já que muitos o admiravam por isso. Mas nem todos. Murray Gell-Mann, por exemplo, também jovem e brilhante nos anos 40, não mediu palavras para alfinetar o rival a despeito de sua morte recente, em 1988. "Ele se envolvia numa nuvem de mito e gastava boa parte de seu tempo e energia criando anedotas sobre si mesmo - nas quais ele tinha que parecer mais esperto que todos".
Gleick salienta as virtudes de seu personagem: a saudável rebeldia e o desprezo à pompa, às convenções e à hipocrisia. Mas concorda em que as histórias de Feynman criaram um mito enganoso sobre suas aventuras e feitos geniais. No Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, os físicos mais jovens chegavam a imitar sua maneira de escrever no quadro-negro. Muitos outros se espantavam pela velocidade com que fazia contas de cabeça - resultado de teimoso treino desde a infância - e abria caminho em meio a um problema especialmente emaranhado. Certa vez, uma equipe de físicos empregados no projeto da bomba atômica perdeu um mês inteiro tentando resolver um problema, que Feynman decifrou em dois tempos.
Um dos físicos, mais tarde, declarou que ele tinha "a postura flutuante e expressiva de um dançarino", e parecia capaz de resolver tudo com um estalar de dedos. O problema, apesar de difícil, não era importante, conta Gleick. Nem por isso Feynman deixou de causar profunda impressão, alimentando sem querer o mito à sua volta. Poucas vezes a platéia reagia de maneira diferente. Houve uma circunstância decisiva na vida do cientista em que seus ouvintes, longe de se deixarem impressionar, irritaram-se a ponto de deixar Feynman deprimido. Foi justamente quando teve de enfrentar, quase sem exceção, os maiores mestres da Física para explicar suas idéias.
O evento não podia ser mais tenso, pois estava em jogo nada menos que o trabalho central da Física desde o início do século: a teoria quântica. Falhas concretas haviam sido descobertas em uma equação de primeira importância, que descrevia os movimentos e outras características do elétron. Em vista disso, convocou-se uma conferência internacional, que se reuniu não muito depois da guerra (em 1947 e em 1948). Feynman e Julian Schwinger estavam entre os teóricos que procuravam novas idéias para corrigir a equação.Na platéia, entre outros, perfilavam-se o dinamarquês Niels Bohr, pai da teoria quântica original; o italiano Enrico Fermi, criador da reação nuclear em cadeia, essencial para a explosão de uma bomba atômica; e o inglês Paul Dirac, criador da equação em pauta, na qual pela primeira vez se somavam os postulados da teoria quântica aos da teoria da relatividade, de Albert Einstein (um dos poucos mestres europeus ausentes, relata Gleick). Do lado americano, havia Robert Oppenheimer, no auge da glória por ter chefiado o Projeto Manhattan; Edward Teller (de origem húngara), posterior criador da bomba de hidrogênio; e Hans Bethe, que se tornou mais conhecido por explicar o reator nuclear existente dentro das estrelas.A reunião ocorreu num tranqüilo hotel de Pocono Mountain, localidade do Estado da Pensilvânia. Mas ninguém estava calmo, mesmo Feynman. Ele ia falar logo depois de Julian Schwinger, também jovem e brilhante, e o preferido de Oppenheimer. Este não discutia o papel de Feynman na construção da bomba atômica: ele havia produzido uma fórmula-chave, pela qual se calculava a potência real de uma explosão nuclear. Também foi ele quem pôs para funcionar o primeiro grande computador da história, um monstro eletromecânico que recebia dados em cartões, codificados por meio de cores.
Um batalhão de moças empilhava os cartões em ordem e alimentava a máquina, essencial para os cálculos da bomba."Feynman é o mais brilhante jovem físico e todos aqui sabem disso", reconheceu Oppenheimer. Mesmo assim, preferia o estilo formal de Schwinger. Tudo isso corroía os nervos do cientista. Acima de tudo pesava o fato de ele não ter ainda elaborado todos os detalhes das idéias que imaginara. "Ele superestimou sua capacidade de cativar e persuadir aqueles grandes físicos", diz Gleick. A pior reação ocorreu quando Feynman expôs um mecanismo pelo qual as partículas subatômicas podiam voltar no tempo, deslocar-se do futuro para o passado. "Soava como ficção científica", explica Gleick. Mais uma vez, no entanto, tratava-se apenas de um bom truque, um meio prático de se compreender o mundo.
Com tal "truque", Feynman acreditava, por exemplo, que seria mais fácil entender as partículas de antimatéria, como o pósitron - que é idêntico ao elétron, mas enquanto este tem carga elétrica negativa, o pósitron tem carga positiva. Para Feynman, o pósitron era um elétron - mas viajando de costas, do futuro para o passado. Apenas por isso fica claro que não há nada em comum entre o novo conceito e as viagens no tempo da ficção científica, em que os viajantes são pessoas comuns, não seres de antimatéria. Evidentemente, isso faz enorme diferença. E, afinal, Feynman estava certo, lembra Gleick. Apesar de todas as aflições e das críticas severas que ouviu em Pocono Mountain, sua teoria tornou-se um dos fundamentos da Física. "O fato é que Feynman havia encontrado aquilo que havia escapado aos mais velhos."

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Terra, ar e mar - Ambiente


TERRA, AR E MAR - Ambiente



Certas regiões do mar, muito propícias ao crescimento do plâncton, tornam-se pastagens de peixes, de inestimável valor econômico. Em outras regiões, o confronto do continente com a massa oceânica é a chave das sutis engrenagens do clima e afeta as atividades humanas em escala global. São fenômenos colossais - que o homem nunca teve condições de conhecer ou vigiar até surgirem os satélites. Há 20 anos, eles colecionam imagens admiráveis, mas nesse período também mostraram como o planeta pode ser complicado e caprichoso. E como será difícil realizar o sonho de administrá-lo competentemente, de modo a antecipar mudanças, planejar o crescimento econômico, reparar erros já cometidos ou evitar danos futuros.


Mapear as correntes submarinas, os ventos, as ondas e a cobertura de gelo em todos os oceanos do planeta parece missão impossível. Especialmente porque as informações devem ser suficientemente detalhadas para mostrar, a cada momento, a situação real do imenso mundo das águas. Mas isso é o que vão fazer dois satélites lançados ao espaço no ano passado, a ponta de lança de um esforço mundial que está apenas começando: monitorar com precisão a infinitude de movimentos que dão vida à superfície da Terra. Desta vez, os satélites não ficarão sozinhos. Eles terão a ajuda de sondas igualmente refinadas, mas com uma diferença essencial: não vão vigiar o planeta do alto. Vão descer quilômetros até o leito submarino, para coletar dados em nada menos que 24000 locais estratégicos.
Algo parecido já vinha sendo feito em 1992. Uma curiosa experiência empregava ondas sonoras emitidas em pulsos precisos, a partir das Ilhas Heard no Oceano Índico, e posteriormente cronometradas em diversos pontos da superfície. Isso porque sua velocidade de deslocamento funciona como um termômetro e permitiu medir a temperatura do oceano, em várias profundidades, numa escala de milésimos de graus Celsius. Denominada tomografia acústica, essa técnica é menos abrangente e menos informativa que 24 000 sondas estacionadas no leito oceânico. Mas em áreas específicas, ela é muito eficiente, explica o especialista em ciências atmosféricas e marinhas John Woods.
Como presidente da comissão de planejamento do Sistema de Observação do Oceano, Woods falou sobre o assunto à revista inglesa The Economist. "A tomografia acústica será útil em regiões como ao largo da costa sul-africana, onde ocorrem grandes tempestades energéticas dentro do oceano." Tais turbulências estão ligadas à variação da temperatura oceânica, entre outros fatores, e influenciam o curso dos imensos "rios" dentro do mar - as chamadas correntes submarinas. Elas são importantes porque redistribuem calor, água e sais minerais por todo o mundo. Mas são conhecidas, na melhor das hipóteses, de maneira aproximada.Sabe-se há muito tempo que as correntes transportam água por longas distâncias, mas só agora isso começa a ser medido com precisão razoável, diz Woods. Outro desequilíbrio ligado às correntes refere-se à quantidade de sais dissolvidos, ou salinidade da água. Em média, a porcentagem de sal é de 3,47%.
Em áreas de turbulência, porém, esse valor pode variar bastante, introduzindo dessa forma alterações no padrão das correntes submarinas. É possível monitorar a salinidade indiretamente, seja por meio dos satélites ou da tomografia acústica. Não há saída senão instalar salinômetros sob a superfície. Por meio desses instrumentos, descobriu-se em 1992 que as águas do Atlântico Norte estão menos salgadas.
A vida íntima do mar responde apenas em parte às indagações da pesquisa científica: ao mesmo tempo, ela procura aprimorar diversos outros tipos de dados - por exemplo sobre o equilíbrio energético do planeta. Não se trata apenas de saber que quantidade de energia a Terra recebe do Sol: embora esse número seja decisivo, é ainda mais importante descobrir como essa energia se distribui pelo mundo. Alguns casos bastam para se compreender como funcionam essas formidáveis engrenagens térmicas. Graças à soma de informações acumuladas pelos satélites, sabe-se por exemplo que o balanço de energia depende muito da cobertura de nuvens. Antes de mais nada, porque elas refletem um terço de toda a radiação solar, reduzindo na mesma proporção a energia que alimenta o planeta.Numa segunda etapa, as nuvens bloqueiam parte do calor que aterra manda para o espaço (devolvendo a energia que havia recebido em forma de luz). Outro mecanismo que é preciso avaliar bem surge com os contrastes entre água e terra, já que os oceanos absorvem duas vezes mais radiação luminosa que os continentes. Além disso, sua temperatura varia muito pouco do dia para a noite, em contraste com as grandes variações terrestres, especialmente nos desertos. Em resumo, embora os dados de terra, mar e ar sejam conhecidos em linhas gerais, sabe-se pouco como eles variam de região para região e de um período para outro, seja ao longo do dia, como também ao longo do ano.
Problema parecido aflige os pesquisadores que tentam delinear a situação do oceano da maneira mais realista possível. John Woods afirma que as condições de salinidade só seriam bem conhecidas se fossem feitas medidas mensais e em grande escala. Uma idéia não muito dispendiosa é pendurar um salinômetro num cabo e puxá-lo com um barco em velocidade constante. Num caso já estudado, os cálculos mostram que em três meses se mapearia a salinidade do Atlântico Norte, desde o Arquipélago dos Açores (na altura do sul de Portugal) até a Groenlândia. Esse serviço poderia começar a funcionar de modo permanente a partir de 1995.Talvez, então, o sonho de povoar o fundo oceânico com robôs esteja à mão. Seriam descendentes dos torpedos modificados que a empresa britânica Marconi pretende lançar ao mar este ano. O objetivo é patrulhar, cientificamente, as bordas da calota polar ártica. Os modelos existentes não têm fôlego para um trabalho global, adverte Woods. Modelos mais avançados serão testados lá pelo final da década. A título de ilustração, o especialista cita os "autosubs", submersíveis automáticos desenhados por craques do Laboratório Deacon, conhecido pela qualidade das pesquisas oceanográficas. Peter Hedgecock e Peter Collar imaginaram autosubs que até 1998 estariam prontos para mapear o ecossistema marinho.
Centenas deles seriam espalhados como parte do Programa Internacional da Geosfera e Biosfera. A operação custaria dez vez menos do que se fosse feita por navio. Espera-se, entre outras coisas, que eles possam monitorar a população de plâncton, base de toda a cadeia alimentar nos mares. Em resumo, são esses os planos em marcha visando dar ao homem maior controle sobre os fenômenos oceânicos. Eles devem estar em pleno funcionamento por volta do ano 2015, a um custo total de 2 bilhões de dólares ao ano. Ou seja, tanto quanto custariam os almejados sistemas de previsão do tempo. Não é muito, diante dos benefícios envolvidos. Para não falar dos problemas que, finalmente, poderiam ser evitados - antes de se tornarem obstáculos ao próprio desenvolvimento social e econômico que tende a engendrá-los.

Sem refresco à beira da "Piscina Quente" do Pacífico

Satélites apenas não conseguem resolver a intricada equação criada entre o oceano e a atmosfera, ao norte da Austrália, onde parece haver m núcleo de calor (em vermelho no mapa), cuja temperatura excede em 2 a 5 graus a média de qualquer outro ponto ao longo do Equador. Mais do que isso: a chamada "Piscina Quente do Pacifico Ocidental" estaria se tornando ainda mais quente - em 0,5 grau, na última década. Pelo menos é o que avalia o oceanógrafo Xiao-Hai Yan, da Universidade de Delaware, na cidade americana de Newark. Para encontrar o suposto desvio, Yan fez uma media dos dados obtidos pelo satélite Tiros desde 1982, e os complementou por medições diretas na própria água por meio de barcos. Nem todos os pesquisadores aceitaram os resultados, especialmente porque há fenômenos importantes em jogo. Imagina-se que aí nasça o célebre El Niño, distúrbio atmosférico de escala mundial: a ele se atribuem catástrofes periódicas de todos os tipos, inclusive o excesso de ventanias e chuvas no Brasil. Yan concede que parte do aquecimento estimado se deve a um excesso de atividade solar. A parcela restante teria que ser atribuída ao El Niño, erupções vulcânicas e emissões de CO2 por carros e indústrias (no mapa, a cor laranja indica água a 28°C e o vermelho, acima de 29 ºC). Para tentar decidir o debate, o cientista reuniu uma equipe e iniciou um laborioso programa de trabalho para os próximos anos. Eles querem medir a temperatura superficial do Pacífico Ocidental em muito mais pontos, em comparação ao que se faz atualmente. Vão fazer algo semelhante com relação à salinidade, o conteúdo de sais minerais da água, e com os ventos. Com tais tabelas em mãos, a equipe poderá verificar como os diversos fatores se relacionam e, se possível, demonstrar que o resultado leva às medidas já feitas. Não será fácil: as forças em jogo, além de complexas, se distribuem por uma vasta e turbulenta região. Suas interações, certamente, também não são simples. Em todo caso, a recompensa seria grande: poderia representar uma explicação para o El Niño e para boa parte dos caprichos do clima em escala mundial. Ou seja: o esforço vale a pena.

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sábado, 19 de outubro de 2013

O poder dos mapas - Cartografia


O PODER DOS MAPAS - Cartografia



Duas exposições, quase simultâneas, nos Estados Unidos, exibem trabalhos, antigos e modernos, mostrando que eles não apenas representam uma área geográfica, mas expõem opiniões, idéias políticas, até preferências estéticas.



A Enciclopédia Britânica define a cartografia como "a ciência ou a arte de representar graficamente uma área geográfica". Parece uma ambigüidade, pois arte e ciência são categorias que não combinam. Mas uma visita à exposição O poder dos mapas, no Museu Nacional de Design Cooper-Hewitt; em Nova York, vai mostrar que a bicentenária enciclopédia está certa - a cartografia, em muitos casos, bem pode ser considerada o feliz casamento da arte com a ciência. Desde outubro do ano passado, e até o próximo mês, estão em exibição naquele museu da Smithsonian Institution mais de trezentos mapas, gráficos, globos e outros trabalhos diretamente ligados àquela arte ou ciência que têm muito de arte e outro tanto de ciência.
A arte dá aos mapas beleza e poesia; a ciência torna-os práticos e úteis. Mas, conforme sugere o nome da exposição, há algo mais nesses trabalhos que não pode ser descoberto simplesmente com os olhos. Um mapa sempre reflete um ponto de vista, seja do cartógrafo que o preparou, do editor que o produziu ou mesmo da empresa ou do governo que o patrocinou. Ele tanto pode inspirar e divertir quanto ser instrumento de controle ou de pregação política, mostrando um país maior ou menor do que é - ou mesmo fazendo com que desapareça. A exposição apresenta mapas, produzidos desde 1500 a.C. (um desenho da Mesopotâmia) até a atualidade, com trabalhos de alta precisão feitos em computador. Alguns destaques são um mapa-múndi em pergaminho, do século XIII; mapa de 1513, documentando as viagens de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo; mapa das estrelas preparado pelos índios americanos da tribo dos Pawnee; um mapa topográfico da Grande Esfinge, no Egito.
A cartografia é uma disciplina provavelmente pré-histórica: nossos mais distantes antepassados já utilizavam representações dos territórios, para facilitar a caça e a pesca do almoço de cada dia. Mas foi o astrônomo e geógrafo grego Ptolomeu quem estabeleceu, no século II, as regras que tornaram esféricas as representações do território conhecido (e imaginado) do planeta. Um trabalho tão consistente que ainda na Idade Média era rigorosamente seguido pelos cartógrafos, embora o eixo do mundo já estivesse deslocado para Jerusalém e as terras do Leste aparecessem em tamanho desproporcional ao seu peso real.Representações mais perfeitas começaram a aparecer no século XIV, destinadas principalmente aos marinheiros que então singravam todos os mares, em busca de novas terras. A descoberta da América, sobretudo, levou ao surgimento de técnicas que permitissem melhor representação de uma realidade esférica num plano. Produziram-se, então, milhares de representações do Novo Mundo, algumas das quais exibidas em outra exposição nos Estados Unidos, promovida pela Biblioteca Pública de Nova York, como parte da comemoração do quinto centenário da descoberta. A cartografia moderna, enfim, usa largamente a fotografia aérea para a produção de mapas de exemplar minuciosidade, mas são as imagens obtidas do espaço, pelos satélites e naves interplanetárias, que permitem chegar ao máximo de precisão. Com esses artefatos, na verdade, já é possível produzir mapas de regiões da Lua, dos planetas e dos seus satélites.
O Museu Nacional de Design Cooper-Hewitt foi fundado em 1897 e atualmente, incorporado à Smithsonian Institution, funciona em plena Quinta Avenida, em Nova York. O poder dos mapas não é uma simples exibição de belos trabalhos cartográficos - o Departamento de Educação do museu preparou um cuidadoso programa para que a exposição se tornasse um poderoso auxiliar para os professores de Nova York. A programação inclui conferências, seminários, workshops e programas especiais de visita. Guias especialmente designados recebem os professores em pré-visitas, durante as quais são preparados todos os passos da visita dos estudantes, geralmente incluindo sugestões de atividades que a integrem de alguma forma ao currículo escolar. A exposição Mapeando o Novo Mundo foi realizada de setembro do ano passado a janeiro de 1993 na Sala Edna Barnes Salomon da Biblioteca Pública de Nova York, também na Quinta Avenida.

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sábado, 19 de outubro de 2013

Engenharia das Veias - Saúde


ENGENHARIA NAS VEIAS - Saúde



As primeiras injeções de sangue artificial em seres humanos prometem, afinal, dotar a Medicina de um recurso tão importante quanto os antibióticos.



Na minúscula sala do pesquisador Kiyoshi Nagai não há nada que indique a enorme importância do seu trabalho. Compõem a mobília três prateleiras de livros, uma lousa branca com rabiscos em inglês e um computador Macintosh semi-soterrado numa selva de papéis. "Eu não sou muito organizado", informa o agitado biofísico japonês. Ele é uma das estrelas do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, um centro de pesquisas que já produziu três prêmios Nobel e uma lista impressionante de descobertas científicas. Para manter a tradição, Nagai é o responsável por aquela que pode se tornar uma das maiores invenções deste final de século - a do sangue artificial, cuja importância para os médicos equivale à dos antibióticos e anestésicos. Sangue artificial significa sangue abundante e livre da ameaça de doenças como Aids, hepatite B e mal de Chagas. Ele pode representar a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas que diariamente necessitam de transfusões.
A possibilidade de se ter finalmente obtido êxito nessa linha de pesquisa está chamando a atenção de toda a comunidade científica. E não é para menos: desde a década de 30, tenta-se criar uma substância capaz de reproduzir a principal função do sangue - o transporte do oxigênio. O gás, levado dos pulmões pela circulação, é o combustível que mantém viva cada uma das células do organismo. Isso é possível porque dentro dos glóbulos sangüíneos vermelhos, as hemáceas, existe uma proteína chamada hemoglobina. No ambiente pressurizado dos pulmões, cada molécula de hemoglobina é carregada com oito átomos de oxigênio; mas, ao chegar ao interior dos diversos tecidos do corpo, a pressão do ar se torna menor e daí esses átomos são liberados para consumo das células. Os glóbulos sangüíneos também são responsáveis pela nutrição e pela defesa do organismo; no entanto, a oxigenação promovida pela hemoglobina é a sua tarefa mais urgente. Sem oxigênio, a vida desaparece em minutos.Na cidade americana de Boulder, no Estado do Colorado, uma companhia chamada Somatogen vem realizando, há exatamente um ano, as primeiras experiências em seres humanos com a hemoglobina artificial. Grupos de pacientes estão recebendo pequenas doses dessa substância, para testar sua eventual toxicidade. Se o produto não agredir o organismo, ele será levado a uma segunda batelada de testes, dessa vez para provar que é capaz de substituir o sangue com tremenda eficácia, no trabalho fundamental da oxigenação. Em animais, ao menos, a hemoglobina artificial já mostrou resultados satisfatórios.
"Até agora, as coisas vão bem", diz Nagai, que acompanha a distância os testes realizados nos Estados Unidos. Seu interesse é lógico: o produto testado é fruto da cooperação de cinco anos entre ele e os cientistas da empresa americana. Nagai construiu, por engenharia genética, uma molécula de proteína que funciona de modo equivalente ao da hemoglobina humana. E os americanos agora tentam transformar a proeza de laboratório em realidade industrial. A Somatogen já investiu 40 milhões de dólares na montagem de uma fábrica de hemoglobina. Se o produto passar nos testes, como se espera, a companhia estará na frente de um mercado mundial estimado em 1,7 bilhão de dólares por ano. Quanto a Nagai, que além de biofísico é um dedicado e talentoso violoncelista, acredita-se que a descoberta o incluirá na lista de candidatos ao Nobel de Medicina. Para quem tem 43 anos e faz pesquisa dez horas por dia desde os 22, a perspectiva é mais que gratificante. "A produção do primeiro sangue artificial traria enorme prestígio ao nosso laboratório", afirma, transferindo o triunfo pessoal para a instituição inglesa onde trabalha.
O segredo do sucesso de Nagai e seus colegas americanos foi ter vencido dois obstáculos que, até então, eram aparentemente intransponíveis: a toxicidade e a oxidação da hemoglobina. Na realidade, tanto um problema como o outro tinham a mesma razão - a nudez da molécula, ou seja, o fato de não se encontrar dentro de uma célula sangüínea em sua versão artificial. A toxicidade, por exemplo, é uma questão de tamanho, em conseqüência direta dessa nudez. A hemoglobina costuma ser uma molécula grande, composta de quatro subunidades, como uma laranja é feita de gomos. Mas, solta na circulação, ela acaba sendo atacada e reduzida rapidamente à metade do tamanho. Resultado: transforma-se em uma molécula pequena o suficiente para penetrar no tecido poroso dos rins, mas não tão pequena o bastante para sair deles. Por isso, experiências em animais com a molécula de hemoglobina nua sempre resultavam em entupimento dos canais dos rins e, daí, numa terrível intoxicação.
Já o problema da oxidação ocorre porque, dentro do glóbulo vermelho, a hemoglobina está cercada de uma outra molécula, conhecida por DPG, que a obriga a liberar o oxigênio captado nos pulmões, em determinadas condições de pressão. Sem estar agarrada a essa molécula, a hemoglobina artificial tende a reter os átomos de oxigênio, sem entregá-los nos tecidos.
Somadas, a oxidação e a toxicidade implicam na suspeita de que a hemoglobina é incapaz de trabalhar direito fora das células vermelhas do sangue, seu habitat natural. Nagai, no entanto, parece ter conseguido contornar esses dois imensos obstáculos. Para isso, trabalhou nos últimos onze anos reinventando a natureza, através da engenharia genética, o conjunto de técnicas para reproduzir substâncias orgânicas, por meio do implante de material genético em bactérias, por exemplo. Alguns micróbios podem se transformar em verdadeiras fábricas: eles passam a liberar em larga escala aquela substância - geralmente uma proteína -, cuja produção é comandada por genes implantados de plantas e animais. Em 1984, Nagai implantou o gene humano da hemoglobina no código genético de uma bactéria intestinal, a Escherichia coli. O cientista também trocou pedaços do DNA da bactéria, para transformar a síntese dessa proteína numa espécie de prioridade fisiológica, aumentando assim sua produção. O truque foi um sucesso absoluto, mas não resolvia o problema básico: de que vale ter a hemoglobina, se essa substância não transporta oxigênio fora da célula sangüínea?
Daí que o passo seguinte foi alterar geneticamente a própria hemoglobina. Os pesquisadores do renomado laboratório em Cambridge conheciam detalhadamente a estrutura dessa molécula, graças a estudos de cristalografia, conduzidos desde a década de 30. E Nagai, que em 1981 veio de Osaka, no Japão, para a famosa universidade inglesa, sabia que dentro de cada uma das partes da hemoglobina, comparáveis a gomos, o material genético estava distribuído como uma linha embaraçada. Suas análises mostravam ainda que, em duas dessas partes, as extremidades das linhas estavam muito perto uma da outra. O cientista, então, resolveu dar o laço. Soldou as pontas próximas de material genético usando enzimas e, com isso, acorrentou as duas metades da hemoglobina que insistiam em se separar. Melhor, fez isso sem alterar a arquitetura essencial da molécula, da qual depende sua capacidade de captar oxigênio.Uma molécula amarrada desse jeito permanece grande - não é absorvida pelos rins e, daí, não provoca intoxicação. No entanto, ainda não é capaz de largar o oxigênio nas células, porque Ihe falta a DPG. Esse problema, Nagai resolveu com a ajuda da Medicina. Os médicos notam que, em certos tipos de anemia, os pacientes têm células sangüíneas levemente diferentes em relação a pessoas normais. Trata-se de pequenas mutações genéticas, que prejudicam a capacidade de pegar ou de largar o oxigênio.
Há cerca de 300 mutações conhecidas envolvendo a hemoglobina e, em algumas delas, o resultado é uma molécula com tendência maior para liberar o gás combustível do organismo. Ao selecionar vinte dessas alterações genéticas, Nagai e os pesquisadores da Somatogen identificaram uma delas - a Hb Presbyterian -, em que a hemoglobina alterada difere da normal apenas na posição de um aminoácido, numa cadeia em que se enfileiram 145 deles. Essa mudança de local, no entanto, acaba fazendo uma enorme diferença. Porque, ao provocar esse tipo de mutação, os cientistas conseguiram uma hemoglobina artificial que libera o oxigênio mesmo na ausência da molécula de DPG. "No momento, não temos nenhum outro obstáculo para vencer", diz Nagai, confiante.
Os testes com seres humanos indicam que a hemoglobina artificial, de fato, não adere aos rins nem seqüestra para si o oxigênio das demais células. Apesar disso, pode ser ainda muito cedo para festejar. Isso porque pesquisadores de laboratórios rivais começaram a publicar artigos em revistas especializadas apontando problemas potenciais do sangue artificial. Aparentemente, o mais sério deles diz respeito aos átomos de ferro. Como cada molécula de hemoglobina tem quatro desses átomos em sua estrutura, alguns cientistas temem que a proteína fabricada por engenharia genética, sem a proteção celular, possa causar um derrame desse elemento químico no organismo, cujas conseqüências seriam bem graves. O ferro é um nutriente bastante apreciado por bactérias e sua presença em abundância pode estimular as infecções por esse tipo de microorganismo. "Duvido", desafia Nagai. "O corpo humano tem mecanismos especiais para retirar o ferro da circulação", garante o biofísico. Contudo, algo não deixa de ser estranho: os entusiasmados cientistas da Somatogen, preferem fazer silêncio, quando indagados sobre esse assunto específico.

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sábado, 19 de outubro de 2013

Pobre Tubarão - Natureza


POBRE TUBARÃO - Natureza



O governo americano promete executar um plano para salvar da extinção um animal estigmatizado como o terror dos mares. Pescado em massa por causa da carne e das barbatanas, ele seria melhor caracterizado pela expressão´pobre tubarão.



Consagrados pelo cinema como moderno símbolo do terror, na figura de animais ferocíssimos, quase imbatíveis, os tubarões vivem uma realidade completamente diferente, como provam as estatísticas. Elas mostram que, quando muito, cinco a dez pessoas morrem nos dentes dos tubarões, todo ano. Não é pouco, e o risco desse acidente não deve ser desprezado. O problema é que, no mesmo período, e apenas nas costas dos Estados Unidos, chegam a morrer quase 500000 tubarões,geralmente para abastecer os açougues de carne e barbatanas - muito apreciadas na forma de sopa. Como resultado, a partir deste ano o retrato hollywoodiano desses peixes começa a se desvanecer.
Pelo menos é o que promete o Departamento Nacional de Pesca, nos Estados Unidos. Em janeiro, com um atraso de dois anos, seus técnicos apresentaram um plano destinado a proteger inúmeras espécies contra um possível risco de extinção. Os números são certamente alarmantes. Em 1989, 488000 tubarões foram mortos nas costas americanas. Numa balança, eles pesariam perto de 7 milhões de quilos. É verdade que em 1991 aquela cifra havia caído para 370000, mas o problema não é a quantidade absoluta: ela deve ser comparada com o o número de peixes que nascem. O resultado, de acordo com inúmeros especialistas, é que o número de mortes supera o de nascimentos. Isso pode agradar a um grande número de pessoas que nunca vão deixar de ver nos tubarões meros comedores de gente.
Mas é certamente absurdo ignorar que esses animais existem há pelo menos 320 milhões de anos. E que desde então eles ascenderam ao posto de maiores predadores dos mares - fato de suma importância para todo o ecossistema marinho. Perto disso, o apego circunstancial por barbatanas e carne certamente se torna uma necessidade menor. Basta ver o que aconteceu há alguns anos na Tasmânia, ilha australiana localizada na porção sul da Oceania, onde a pesca passou dos limites. Seguiu-se um desastre econômico em cascata. Primeiro, porque a ausência dos tubarões fez com que um dos seus alimentos preferidos, os polvos, se reproduzissem de maneira explosiva. Em seguida, a colossal população de polvos devorou praticamente todas as lagostas da região, levando a indústria pesqueira local a amargar o prejuízo.
Também não se deve desprezar o manancial de informações científicas que se espera extrair dos tubarões - um nome genérico que engloba mais de 350 espécies diferentes. O menor de todos é o tubarão-pigmeu, com pouco mais de 10 centímetros de comprimento, e o maior, o tubarão-baleia, que chega a medir 15 metros. Este último, apesar do tamanho, é inofensivo: vive do plâncton que absorve junto com a água através das brânquias (orifícios laterais de respiração). De maneira geral, o cardápio dos tubarões compõe-se de outros peixes que, em muitos casos, são tubarões menores. Conforme a espécie, a dieta pode variar um pouco. O maior predador da categoria, o grande tubarão-branco, de 12 metros, tem uma dieta de focas, polvos, tartarugas-do-mar e peixes de porte. Os lentos tubarões da Groenlândia, embora com apenas 6 metros, têm as baleias entre seus pratos preferidos (e também renas que cruzam braços de mar). Há tubarões que gostam de moluscos dotados de conchas e por isso têm uma dentição especial para esmagar a parte dura desses acepipes. Não se deve pensar que sejam primitivos comilões. As modernas famílias de tubarões expandiram-se no Cretáceo, a partir de peixes mais antigos. E desde então poucas modificações alteraram a extraordinária máquina biológica que é seu corpo. Ele fascina pesquisadores como o biólogo Timothy C. Tricas, do Instituto Tecnológico da Flórida, nos Estados Unidos. Entrevistado pelo jornal New York Tirmes, Tricas declarou que os tubarões têm os sentidos mais avançados entre todos os vertebrados.
Além de ouvir sons longínquos, eles são capazes de sentir o cheiro de uma pequena gota de extrato de peixe jogada numa área de até 2000 metros quadrados ao redor. Os olhos distinguem cores e proporcionam uma visão sete vezes mais poderosa que a humana. Uma membrana localizada atrás da retina funciona como uma espécie de espelho que reflete as imagens e amplia a capacidade visual. Além disso, os tubarões têm algo como um sexto sentido e percebem qualquer objeto se movendo ao seu redor. Isso é possível graças a minúsculas células incrustadas na pele em volta das mandíbulas. Como se fossem eletro receptores, essas células ajudam os animais a localizar até um peixe enterrado na areia. Elas captam os batimentos cardíacos do peixe escondido. Elas também detectam a aproximação de objetos metálicos e orientam os tubarões durante os movimentos de migração. Todas as informações necessárias à captura das presas ou à fuga são enviadas ao cérebro, comparável em tamanho e funções ao dos mais avançados mamíferos. Capaz de guardar informações por mais de um ano, a memória é outro tema estudado pelos cientistas. Enfim, não é à toa que o tubarão obtém sucesso em mais de 70% dos ataques que realiza.
Entre todas as pesquisas desenvolvidas pelos americanos as mais benéficas talvez sejam aquelas efetuadas no Laboratório de Partículas Marinhas, em Sarasota, na Flórida. Aí, o bioquímico Carl Luer descobriu maravilhado que os tubarões se mostram imunes a diversos tipos de infecções e doenças, como, por exemplo, o câncer. Mesmo submetidos a perigosos cancerígenos misturados por oito anos aos alimentos, os peixes não desenvolveram nenhum tipo de tumor. Se a ciência descobrir como esses organismos conseguem resistir a agressões dessa natureza, estará aberto o caminho para incontáveis benefícios à Medicina.
"Estamos examinando as diferenças e semelhanças entre as células dos tubarões e as humanas, para localizar as responsáveis por essa imunidade", diz o entusiasmado pesquisador. Num outro estudo, realizado na Universidade de Miami, Samuel Gruber injetou doses cavalares - no sentido literal da palavra - do vibrião do cólera em alguns tubarões-amarelos. Suficientes para matar dez cavalos, os vibriões foram rapidamente eliminados de seus corpos, numa perfeita demonstração de força do seu sistema imunológico. Tudo isso, é claro, depende da sobrevivência dos animais: mas preservar suas populações não é tarefa fácil.
Os mais perseguidos são os tubarões-brancos, especialmente porque as barbatanas têm grande procura no Oriente. Com preço de até 200 dólares o quilo, elas não servem apenas para fazer sopa: também são utilizadas pela indústria de computadores, fibras óticas, adubos e cola. A carne do tubarão, comercializada com o nome cação, está nos cardápios do mundo inteiro. No Brasil, o consumo não é menor que em outros lugares. Mas causou emoção no último mês de dezembro a captura de uma fêmea de tubarão-branco, prenhe, com mais de 7 metros e 2,5 toneladas, em Cananéia, litoral sul paulista. O peixe seria embalsamado e colocado em exposição na cidade. Não custa lembrar que proteger o tubarão - e qualquer outro animal - não significa relaxar o cuidado contra riscos. É mais fácil ser morto por um raio do que por um tubarão dizem os especialistas. Mesmo assim, a ameaça existe, e se conhecem as circunstâncias em que ela é maior ou menor. Os mais temidos são o tubarão branco, o tigre, o azul e o martelo. Espécies menores também são perigosas. As estocadas são mais comuns nos trópicos, nos meses quentes e em praias muito cheias. Ruídos objetos brilhantes e esguichos na água estimulam ou provocam os animais, que se aproveitam de canais profundos recifes ou bancos de areia junto à praia. Mas grande parte dos ataques ocorre em água rasa, com menos de 1 metro de profundidade. Há poucas vítimas feridas: até 70% das investidas tornam-se letais devido a hemorragias e choques traumáticos. Parece ironia proteger um matador tão eficiente. Mas afinal, este é mais um motivo para que os tubarões sejam estudados: conhecendo-os bem, será mais fácil evitar encontros desagradáveis.

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sábado, 12 de outubro de 2013

Conheça a história do navio de guerra que teria sido teleportado em 1943


Conheça a história do navio de guerra que teria sido teleportado em 1943



Suposto teste conhecido como Experimento Filadélfia teria feito um destroier inteiro sumir e reaparecer diante de testemunhas

Não é nenhuma novidade que tanto a Marinha como o Exército dos Estados Unidos realizam os mais variados tipos de experimentos, muitos tendo como propósito encontrar aplicabilidade militar para as últimas tecnologias, assim como teorias e descobertas científicas. Entretanto, como você já deve ter deduzido, a grande maioria desses estudos é considerada “Top Secret”.

No entanto, de tempos em tempos, esses segredos militares acabam vazando — e circulando pelo mundo graças à turminha dedicada a criar e divulgar as mais fantásticas teorias da conspiração —, transformando-se em verdadeiros mitos. E um desses mitos seria o “Experimento Filadélfia”, cuja história, como você está prestes a conferir, envolve uma boa dose de ficção científica, fato, muita especulação e maluquice. Preparado?


Invisibilidade


Segundo os relatos, o Experimento Filadélfia foi conduzido em outubro de 1948 pela Marinha dos EUA, comandado por um cientista chamado Franklin Reno. O teste consistia em aplicar a teoria do Campo Unificado de Albert Einstein, e tinha como objetivo demonstrar a interação entre a gravidade e a radiação eletromagnética. A intenção dos cientistas era aplicar a teoria para conseguir curvar a luz ao redor de um objeto e, assim, torná-lo invisível.

De acordo com a lenda — e supostas testemunhas —, o experimento foi levado a cabo com o navio de guerra USS Eldridge, e os cientistas teriam conseguido que a embarcação fosse desmaterializada e teleportada da Filadélfia, na Pensilvânia, até Norfolk, na Virgínia, e trazida de volta com todos os tripulantes ainda a bordo. O evento teria levado apenas alguns minutos, quando a distância real entre as duas cidades demora cerca de 24 horas para ser percorrida.

Para isso, os cientistas teriam envolvido o destroier com enormes cabos pelos quais corria uma altíssima voltagem, que serviria para “embaralhar” a identidade magnética do navio. Toda a operação envolveu a participação de embarcações militares e civis, o que significa que havia muitas testemunhas acompanhando o experimento.


Efeitos colaterais


Pessoas presentes nos dois lados da experiência — Filadélfia e Norfolk — afirmam ter visto o navio sumir e reaparecer diante de seus olhos, e os depoimentos inclusive chegaram a ser publicados em um jornal local. Os observadores em Norfolk contaram que, de repente, um destroier enorme surgiu do nada envolto em uma espécie de nevoa circular esverdeada, permanecendo no local por alguns minutos antes de voltar a desaparecer.

Já os que estavam na Filadélfia, viram a enorme embarcação desaparecer no mar e reaparecer um pouco depois. O problema, porém, é que o experimento teria resultado em alguns efeitos colaterais bizarros, e esse seria o motivo pelo qual a marinha norte-americana resolveu engavetar o projeto três anos depois do suposto teste.

Aparentemente, membros da tripulação que se encontrava a bordo do USS Eldridge durante o experimento — e que supostamente desapareceram e voltaram a aparecer juntamente com a embarcação — teriam enlouquecido, e há relatos de marinheiros que se tornaram subitamente invisíveis ou que atravessaram paredes, desaparecendo para sempre.


Teorias da conspiração


Como toda boa história que se preze, além de muitas contradições, a que envolve o suposto experimento conta com todos os elementos necessários para uma boa teoria da conspiração. A Marinha dos EUA, por exemplo, nega que os testes tenham acontecido, afirmando que a aplicação da teoria de Einstein é totalmente inviável.

Por outro lado, em 1943, parece que os militares norte-americanos realmente andaram brincando com a ideia de tornar embarcações e torpedos invisíveis aos radares inimigos, e existem testemunhas que reforçam essa afirmação. Contudo, marinheiros que estariam no USS Eldridge durante o teste foram entrevistados no final da década de 90, contando que o navio nunca esteve na Filadélfia, e que tudo não passa de uma fábula curiosa.

Obviamente, tudo isso só serve para alimentar a imaginação dos conspiradores de plantão, que alegam que relatos como esses fazem parte de estratégias criadas pelos militares para encobrir o que realmente aconteceu.


Alienígenas?


Há, inclusive, quem acredite que a tecnologia aplicada durante o teste era alienígena, e que a Marinha dos EUA estaria trabalhando em parceria com seres extraterrestres. De lá para cá, diversos livros — de ficção e investigativos — sobre o Experimento Filadélfia foram publicados, documentários produzidos e até um filme lançado, e todos estariam baseados no relato (distorcido) de Edward Dudgeon, um dos marinheiros que teriam participado do experimento.

Segundo Dudgeon, o teste aconteceu sim, mas, além de tempestades eletromagnéticas espetaculares, nada fora do comum aconteceu naquele dia. Além disso, ele seria um dos tripulantes que se tornaram “subitamente invisíveis” diante de testemunhas, e isso ocorreu quando, durante uma briga de bar, Dudgeon e outro marinheiro foram discretamente expulsos do local.

Quanto ao desaparecimento do USS Eldridge, Dudgeon conta que o navio zarpou à noite da Filadélfia para Norfolk e estava de volta pela manhã, mas como o trajeto normalmente demorava muito tempo, para os desavisados, um regresso tão rápido era impensável. No entanto, em vez de teleportar a embarcação, a marinha teria utilizado um canal especial e pouco conhecido, encurtando o tempo de viagem para apenas seis horas.

E você, leitor, o que acha dessa história? Já tinha ouvido falar sobre o Experimento Filadélfia? Acredita que o teste realmente pode ter acontecido ou pensa que tudo não passa de especulação? Não deixe de contar para a gente nos comentários.

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sábado, 12 de outubro de 2013

Já era hora: Game of Thrones ganha paródia pornô


Já era hora: Game of Thrones ganha paródia pornô



Game of Thrones é uma famosa série de televisão baseada na obra literária do autor George R. R. Martin. Para se ter ideia da abrangência e do tanto que a produção é apreciada, ela faturou nada menos do que duas vezes consecutivas o “título” de série mais pirateada dos anos de 2012 e 2013 (isso que o ano nem acabou ainda).

Então, como praticamente tudo o que existe, e principalmente como tudo aquilo que faz sucesso, já estava mais do que na hora da produção ganhar uma mais uma homenagem. Trata-se de Game of Bones: Winter is Cumming (o que é melhor não ser literalmente traduzido para o português).



Como se não bastasse o tanto de conteúdo praticamente explícito da série, você irá poder conferir Varys, Tyrion Lannister, Jorah Mormont e King Joffrey (representado por um ator com idade suficiente para fazer legalmente esse tipo de filme) em cenas quentíssimas. A novidade está a cargo do diretor Lee Roy Myers, que promete abusar de todas as polêmicas que são tratadas na série original.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Bruxas: As mulheres em chamas


BRUXAS: AS MULHERES EM CHAMAS



Durante mais de 300 anos, a mesma Europa que viu nascer a Idade Moderna e presenciou feitos como a conquista do Novo Mundo, a ascensão da burguesia comercial e o fim do domínio feudal, fez das fogueiras um instrumento de repressão e morte para milhares de mulheres condenadas por bruxaria.



As pilhas de lenhas e gravetos já estavam acesas e a multidão inquieta, aguardava o início do ritual que conhecia tão bem. Afinal, execuções eram espetáculos imperdíveis, que atraiam a atenção de pessoas vindas de vários cantos. Em meio ao ruído abafado dos comentários sobre os horrores que havia cometido, surgiu enfim a condenada. A turba, que já estava agitada, aproveitou para liberar a tensão reprimida: objetos, palavras de ódio, risos e piadas partiam de todas as direções contra a terrível criatura. Não houve muitas delongas. A sentença foi lida rapidamente, o carrasco, num gesto piedoso, estrangulou a condenada para que não enfrentasse as chamas viva e, em poucos minutos, seu corpo ardia, diante da aclamação selvagem da assistência. Durante mais de 300 anos, cenas como essa se tornaram corriqueiras nas praças públicas de boa parte da Europa e o caminho da fogueira se transformou no destino de milhares de mulheres. Nuas, montadas em vassouras, aterrorizando cidades, aldeias e castelos, no imaginário popular e religioso da época, as bruxas estavam por toda parte, semeando o pavor. A perversidade feminina campeava solta, a serviço dos mandos do demônio e precisava ser contida qualquer custo.De 1450 a 1750, poucas pessoas ousariam contradizer essa doutrina, repetida em tom de ameaça nos púlpitos dos pregadores católicos, assim como nos sermões protestantes depois da Reforma religiosa de Martinho Lutero no século XVI. Bruxaria era uma calamidade tão real quanto tempestades ou pestes, e intimamente ligada à natureza feminina. Com exceção de Portugal e Espanha, onde os principais perseguidos eram cristãos novos e judeus, em quase toda a Europa a porcentagem de mulheres excedeu 75% dos casos. Em algumas localidades, como o condado de Namur (atual Bélgica), elas responderam por 90% das acusações. Estima-se que 100 000 processos foram instalados pelo continente afora e pelo menos 60 000 vidas se perderam em meio às chamas.Foi em plena Idade Moderna - a mesma que presenciou a descoberta de um novo mundo com as grandes navegações, a ascensão da burguesia comercial, o fim do domínio feudal e a formação dos primeiros Estados nacionais europeus - que o temor às forças do mal deixou o campo da crendice popular para se tornar alvo de uma perseguição sistemática de tribunais leigos, religiosos e da Inquisição - sob controle papal.Não que as fogueiras tenham sido estranhas à sociedade medieval. A Idade Média também presenciou exibições do poder purificador das chamas, a mais notável delas, sem dúvida, aquela que consumiu a vida da jovem Joana d´Arc em 30 de maio de 1431, na cidade de Rouen, então sob domínio inglês. Heroína nacional, Joana ficou famosa depois que conduziu o exército francês à vitória sobre os ingleses em Orléans e deu início à revanche de seu país na Guerra dos Cem Anos (1337-1453), até aquele momento vencida fragorosamente pelos britânicos. Em 1430, quando caiu prisioneira nas mãos do duque de Borgonha, aliado ao rei inglês Henrique V, seus inimigos aproveitaram a fama das visões que ela costumava ter desde pequena para levá-la à fogueira, mesmo sabendo de sua extrema devoção religiosa. Nesse caso, porém, o cunho político da condenação era tão óbvio, que antes do final daquele século ela seria reabilitada e em 1920 finalmente transformada em santa.Para bruxas menos famosas, no entanto, a chegada da Idade Moderna trouxe uma mudança radical na atitude da igreja e dos tribunais em relação ao universo da superstição, do paganismo e do mito com o qual, havia mais de 1500 anos, a Europa convivia. Na mitologia romana, Diana, deusa dos bosques e dos animais, já costumava guiar amazonas noturnas em cavalgadas celestes. Entre as crenças imemoriais germânicas, acreditava-se que figuras ameaçadoras, conhecidas como streghe, se reuniam na floresta em torno de caldeirões para realizar seus rituais. Depois se volatilizavam e invadiam as casas para chupar a vitalidade das crianças. Mas em meio à insegurança da aurora da modernidade, um tempo marcado por mudanças e desgraças contentes como fomes, pestes, guerras e conflitos religiosos, boa parte dessa tradição fantasiosa do passado acabou associada à certeza de que o demônio e suas seguidoras estavam determinados a dominar o mundo. Feitiços e mulheres voadoras tornaram-se, da noite para o dia parte te de uma grande conspiração demoníaca. Encantos e ungüentos - chamados na época de maleficia - que antes serviam para ajudar as pessoas se transformavam em passaporte certo para a morte.Não era preciso muito para provar que a ação infernal estava em andamento. Além das tradicionais acusações de possessões diabólicas, crises políticas e sociais, calamidades naturais ou qualquer outro acontecimento anormal eram capazes de detonar a mortandade. Em Trier, na França, uma feroz epidemia de processos contra as bruxas ocorreu entre 1580 e 1599, quando duas grandes colheitas foram dizimadas por alterações climáticas. No principado alemão de Ellwagen, em 1611, em Genebra em 1530,1545,1571 e 1615 e em Milão em 1630, para citar uns poucos exemplos, centenas foram condenadas à morte após um surto de peste. No século XVII, em Cambrai, também na Franca a instalação de novas indústrias no campo gerou uma onda de ansiedade entre os camponeses que logo desembocou numa grande caça.Algumas alegações contra a bruxaria eram tão descabidas, que só mesmo o clima de paranóia coletiva explicava a relação: em 1590, depois que uma tormenta no Mar do Norte destruiu um dos navios da comitiva de Jaime VI da Escócia e de sua noiva, Ana da Dinamarca, os dois países iniciaram uma cruel perseguição a feiticeiras. As grandes caçadas vinham assim: como tempestades de verão, chegavam avassaladoras e de surpresa, mas tinham curta duração. Quase sempre, após um período de frenética perseguição, as comunidades se aquietavam durante os anos seguintes. Era como se tivessem se livrado de um cancro.Escritos da época registram o quase inacreditável. Na diocese italiana de Como, 1000 execuções em um ano. Em Toulouse, na França, 400 cremações são contadas em um único dia. No arcebispado francês de Trier, em 1585, 306 bruxas delataram cerca de 1500 cúmplices. Embora a maior parte das acusadas tenha escapado à morte, isso não impediu que duas aldeias da região ficassem à beira do extermínio: sobraram apenas duas mulheres em cada uma delas.O mais impressionante é que a maior parte dessas mulheres, e mesmo dos homens, condenadas chegaram às fogueiras por confissão própria, graças à tortura. Durante esses quase três séculos de morte, conseguir uma confissão era apenas questão de tempo. Quando acontecia de o acusado resistir muito ,durante uma sessão de maus tratos, isso só aumentava a convicção de culpa dos interrogadores: afinal, tamanha resistência só podia ter por trás o auxílio de forças que não eram apenas naturais. Hoje, sabe-se que o uso indiscriminado desse instrumento macabro se confunde com o próprio mapeamento da caça às bruxas pela Europa.O predomínio do temido Tribunal de lnquisição, por exemplo, serviu para atenuar os casos de condenação à morte de bruxas nos países da Península Ibérica e na Itália. Embora tenha ficado famoso na Idade Média pela prática da tortura, na época em que começou a grande repressão européia, a partir do século XV, os inquisidores já haviam elaborado uma extensa reforma jurídica que garantia não só assistência legal aos acusados como restringia a ação dos torturados a casos muito especiais. Na Inglaterra, onde suspeitos de bruxaria só podiam ser submetidos à tortura com autorização dos conselhos superiores de Justiça, a caça às bruxas também teve pouca expressão. Já na Alemanha, dividida em dezenas de ducados e principados independentes política e judicialmente, a caça às bruxas ganhou proporções assustadoras. Nada menos de 50% dos processos contra elas aconteceram em terras germânicas, e a maior parte resultou em morte.Às vezes, a descoberta de uma fraude conseguia evitar que a perseguição chegasse a um final dramático. Em 1633, o jovem inglês Edmund Robinson denunciou uma mulher que o teria levado a um sabá de bruxas, onde estavam reunidas cerca de sessenta feiticeiras. O menino deu o nome de dezessete delas, todas imediatamente presas e condenadas. Algumas dúvidas sobre o depoimento, no entanto, levaram o bispo de Chester a interrogar Edmund e ele acabou admitindo ter forjado a história por sugestão do pai, que havia indicado todos os nomes "por inveja, vingança e desejo de tirar vantagem", descobriram os juízes. Na Escócia, o ensaio de uma grande repressão nacional em 1661 entrou em colapso quando os eméritos caçadores de bruxas John Kincaid e John Dick foram flagrados dando picadas em mulheres acusadas de bruxaria: nos tribunais, essas pequenas marcas eram a prova de que elas haviam feito pacto com o diabo.Foram poucas, porém, as caças detidas por evidência de fraudes. Normalmente, quando uma perseguição se instalava, nada conseguia detê-la e o pânico tomava conta da população. A princípio, todos estavam sob suspeita e a melhor defesa era o ataque. Uma vez iniciada a caça, delações não paravam mais. Assustadas com a perseguição, multas pessoas logo se punham a entregar as vizinhas na tentativa de livrar a própria pele de potenciais acusações. Cada possível bruxa levada a julgamento, por sua vez, não tardava a incriminar mais uma lista de acusadas num efeito dominó que levava grandes levas de pessoas diante dos juízes.Cenas e relatos como esses não só foram realidade como contavam com uma robusta fundamentação teórica de uma obra sinistra. Publicado em 1486, o livro Malleus Maleficarum, escrito pelos inquisidores papais alemães Heinrich Kramer e James Sprenger, foi um eficaz instrumento nos tribunais para consolidar a crença de que uma grande conspiração arquitetada por Satã e suas seguidoras, as bruxas, tomava conta do mundo. Até o final do século XV, o manual já era um best seller, recordista absoluto entre qualquer livro anterior ou posterior sobre demonologia, com mais de uma dúzia de edições.Na detalhada obra, que explicava desde os feitiços mais comumente praticados até como localizar a presença das malignas criaturas no seio da sociedade, Kramer e Sprenger não pouparam esforços para mostrar que a mesma mulher que provocou a expulsão do homem do paraíso ainda era uma ameaça presente. O velho temor católico de monges e padres celibatários estava mais forte do que nunca. "A perfídia é mais encontrada nas pessoas do sexo frágil do que nos homens" garantiam os dois. Bruxas eram o mal total: renunciavam ao batismo, dedicavam seus corpos e almas ao demônio e, suprema lascívia, costumavam manter relações sexuais com ele. Principalmente durante os sabás, reuniões em que as forças do mal se reuniam para banquetear-se com criancinhas não batizadas e que sempre terminavam em fabulosas orgias. Testemunhos da época davam notícia de sabás reunindo até 1000 bruxas.Para provar a propensão natural da mulher à maldade não faltavam argumentos aos autores do Malleus. A começar por "uma falha na formação da primeira mulher, por ser ela criada a partir de uma costela recurva, ou seja, uma costela no peito, cuja curvatura é, por assim dizer contrária à retidão do homem. A própria etimologia da palavra feminina confirmava essa fraqueza original: segundo eles, femina, em latim, reunia em sua formação as palavras fide e minus, o que quer dizer menos fé.Defender idéias assim não era exclusividade dos dois inquisidores alemães. A aversão à mulher como ser mais fraco e, portanto, mais propenso a sucumbir à tentação diabólica era moeda corrente em todas as regiões da Europa - dos pequenos vilarejos camponeses aos grandes centros urbanos. Nos sermões de padres por toda a Europa, proliferava a concepção de que a bruxaria estava ligada à cobiça carnal insaciável do "sexo frágil", que não conhece limites para satisfazer seus prazeres. Com seu "furor uterino", para o homem a mulher era uma armadilha fatal, que podia levá-lo à destruição, impedindo-o de seguir sua vida tranqüilamente e de estar em paz com sua espiritualidade.O clima de desconfiança em relação às mulheres teve também predileções profissionais. Quando não era o caso de grandes perseguições orquestradas para expurgar males como a peste, certos ofícios tipicamente femininos tinham precedência na lista de denúncias. Curandeiras, vitais para uma sociedade onde a medicina ainda era uma ciência incipiente, tornavam-se herejes e apóstatas da noite para o dia Cozinheiras também viviam sob constante desconfiança, assim como as parteiras.Acusadas freqüentemente de batizar os recém-nascidos em nome do diabo ou de matá-los para usar seus corpos em rituais, elas foram vítimas de anos de suspeita acumulada, numa época em que a taxa de mortalidade infantil era altíssima Em 1587, a parteira alemã Walpurga Hausmannin, foi processada por ter causado a morte de quarenta crianças, algumas com até 12 anos. Entre os métodos que ela empregava, estavam o estrangulamento, esmagamento de cérebro da criança no parto e aplicação de "um ungüento do diabo sobre a placenta", de modo que a mãe e a criança morressem juntas. Seu destino foi a fogueira. O mesmo de uma parteira húngara, que em 1728 conseguiu uma marca duvidosa, mas perfeitamente factível para seus contemporâneos: ela morreu queimada por ter batizado nada menos do que 2000 crianças em nome do demônio.Para quem se acostumou a relacionar a figura das bruxas a personagens pitorescas de contos da carochinha - como a madrasta de Branca de Neve ou a fada malvada de Cinderela -, às vezes fica difícil acreditar em histórias assim. Mas elas existiram e deixaram em seu rastro uma cruel realidade da morte de milhares de mulheres inocentes em fogueiras piamente acesas para limpar o mundo.

Elas por eles

A identidade com o pecado original, principalmente na história do cristianismo, foi um fardo pesado para a mulher até o século XVII

Desde os primeiros eremitas cristãos, nos desertos da Síria é do Egito, a busca da austeridade religiosa pelo isolamento ascético tornou-se não só uma regra obrigatória para o aprimoramento espiritual, mas também consagrou o papel da mulher como a principal tentação mundana, capaz de afastar o homem do caminho da purificação. Uma norma que, na Europa, começaria a se consagrar a partir do século VI, quando São Bento de Nursia fundou o mosteiro de Monte Cassino, na Itália, e deu início ao movimento monástico beneditino, que marcaria profundamente a atitude religiosa do continente.

"Toda malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher." (Eclesiástico 25:26)"Tu deverias usar sempre o luto, estar coberta de andrajos e mergulhada na penitência, a fim de compensar a culpa de ter trazido a perdição ao gênero humano... Mulher, tu és a porta do Diabo." (Quinto Tertuliano, escritor cristão, século III)"Dentre as incontáveis armadilhas que o nosso inimigo ardiloso armou através de todas as colinas e planícies do mundo, a pior é aquela que quase ninguém pode evitar: é a mulher, funesta cepa de desgraça, muda de todos os vícios, que engendrou no mundo inteiro os mais numerosos escândalos." (Marborde, monge de Angers, século Xl)"Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-lo.
"(Bernard de Morlas, monge da Abadia de Cluny, século XII)"A mulher é um verdadeiro diabo, uma inimiga da paz uma fonte de impaciência, uma ocasião de disputa das quais o homem deve manter-se afastado se quer gozar a tranqüilidade" (Francisco Petrarca, poeta italiano, século XIV)"Que se leiam os livros de todos aqueles que escreveram sobre feiticeiros e encontrar-se-ão cinqüenta mulheres feiticeiras, ou então demoníacas, para um homem." (Jean Bodin, jurista, sociólogo e historiador, século XVI)"Pois a Natureza pretende fazer sempre sua obra perfeita e acabada: mas se a matéria não é própria para isso, ela faz o mais próximo do perfeito que pode. Então, se a matéria para isso não é bastante própria e conveniente para formar o filho, faz com ela uma fêmea, que é um macho mutilado e imperfeito." (Laurent Joubert, conselheiro e médico inglês, século XVII)

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O Vôo do desequilíbrio - Tecnologia


O VÔO DO DESEQUILÍBRIO - Tecnologia



Um helicóptero no ar é uma luta de forças - os mesmos movimentos que o fazem sair do chão o desestabilizam, mas tudo resulta em vôo. Desde que virou arma de guerra, é a indústria militar que desenvolve em laboratório o potencial de uma aeronave com agilidade ímpar.



Tão comum quanto ver um pássaro no céu é observar um helicóptero voando. Mais difícil é entender as complicadas forças que fazem o aparelho sair do chão e seguir estável. Parece um jogo de empurra, em que uma peça em movimento ora faz o helicóptero girar para o lado, ora o pende para baixo, ora o desestabiliza em alta velocidade - no fim das contas, ele voa. E o faz com uma agilidade ímpar, a ponto de ter se tornado uma arma de guerra única, capaz de invadir as linhas inimigas e chegar aonde tropas ou esquadrilhas de aviões não conseguem ir. Essas virtudes do helicóptero, que nenhum avião pode igualar - como a maneabilidade e a capacidade de parar docilmente no ar -, são exploradas em laboratório pela indústria de guerra, criando tecnologia depois passada ao uso civil. Ao mesmo tempo em que procura explorar o potencial do aparelho, a pesquisa tenta resolver as contradições de seu vôo, mais complexo conforme a velocidade aumenta.Como as asas de um avião, as pás do rotor de um helicóptero (a hélice que fica na parte de cima) têm perfil aerodinâmico, com um lado curvo, o bordo de ataque ao ar, e outro afilado, o bordo de fuga. O ar passa mais rápido por cima da pá do que por baixo, criando assim uma força de sustentação que mantém a aeronave no ar. Mas, quando se acionam as turbinas de um avião, ele se move para a frente. No helicóptero, chamado de avião de asas rotativas, o resultado é diferente. Quando a força das turbinas aciona o rotor principal, a potência aplicada em seu eixo causa automaticamente uma força de rotação da fuselagem da aeronave no sentido oposto - é a força de torque. Para anulá-la, o helicóptero precisa de um rotor auxiliar na cauda, que cria uma força igual à de torque para o lado, mas em sentido contrário. Alterando a força desse rotor antitorque, o piloto pode girar o corpo da aeronave sobre seu eixo com controle.
Em movimento, as pás do rotor principal sofrem dois tipos principais de forças. A primeira é chamada de batimento e faz com que as pontas das pás virem para cima. Existem várias soluções para compensar este movimento, como articulações ou materiais flexíveis. É por este motivo que, com o rotor parado, as pás têm as pontas viradas para baixo. A outra força acontece porque, durante o giro do rotor, as pás avançam acelerando e recuam desacelerando, alterando o ângulo entre elas por efeito da resistência do ar e do próprio movimento da aeronave. Essa é a força de arrasto.
É fácil entender que, no lado onde as pás recuam, a desaceleração diminui a velocidade do fluxo de ar e, como resultado, da força de sustentação. Como o contrário deveria ocorrer no avanço, imagina-se que o helicóptero teria uma sustentação muito maior no lado de avanço que no de recuo, fazendo a aeronave girar descontrolada sobre seu eixo longitudinal. Isso só não ocorre porque a velocidade maior causa um batimento também maior, e esta inclinação da pá para cima também causa perda da força de sustentação. Assim, o lado de avanço perde mais sustentação por batimento que o de recuo. E, no fim, os dois lados geram forças de igual valor para manterem a aeronave no ar.
Para controlar o vôo do helicóptero, o piloto dispõe de dois comandos que atuam de formas diferentes sobre o passo das pás - o ângulo de ataque, ou seja, a inclinação de cada pá em relação ao ar. Quando quer decolar, o piloto move o comando que aumenta o passo do coletivo, mudando o ângulo de ataque de todas as pás por igual, ganhando mais sustentação. No momento em que a sustentação for maior que o peso do aparelho, ele sobe. Outro comando é o manche cíclico, que atua na inclinação do conjunto do rotor. Inclinando o rotor para baixo na frente, por exemplo, as pás têm menor passo (e menor sustentação) na parte baixa e maior na parte de trás. A sustentação extra na traseira desequilibra o helicóptero, e faz com que ele se desloque à frente.
Esse vôo complicadíssimo é um prato cheio de desafios técnicos na hora de colocar o helicóptero num campo de batalha. Sua estréia no front aconteceu na Segunda Guerra Mundial, do lado alemão, mas o sucesso veio mesmo na Guerra da Coréia (1950-1953), em que, nas mãos americanas, o helicóptero se consagrou numa missão até então impossível - levar tropas, armas e resgatar pilotos abatidos atrás das linhas, em pleno território inimigo. Como os feridos eram transportados rapidamente pelos helicópteros, foi a guerra com menor taxa de mortalidade da história militar até então. Na Guerra do Vietnã (1955-1975), o potencial dos helicópteros foi explorado ao máximo pelos norte-americanos - fizeram resgates maciços de soldados e feridos, serviram como guindastes aéreos para transportar canhões pesados de artilharia, funcionaram como caçadores de veículos inimigos e como sentinelas eletrônicas. E instituíram uma nova era na técnica de ataque de soldados às posições inimigas, com a criação de "tropas de cavalaria aérea". Sim, cavalaria - apesar de voar, o helicóptero normalmente não pertence ao comando aéreo, mas integra as forças terrestres nas batalhas.
Para se tornar uma máquina de combate tão versátil, foi fundamental para os helicópteros o desenvolvimento das turbinas, que Ihes deram motores leves e pequenos com grande potência. Até fins dos anos 40, eram usados motores a pistão, grandes e pesados, que exigiam engrenagens mirabolantes para transmitirem sua potência num ângulo de 90 graus ao eixo do rotor. Em 1955 voou o primeiro helicóptero propulsado por turbina, o francês Alouette II. A grande vitória das turbinas foi o ganho de carga útil.
Resolvida a questão do motor, a pesquisa com helicópteros partiu na busca de maior eficiência e proteção do rotor, mais agilidade, velocidade e capacidade de operar em quaisquer condições e sobreviver a danos em combate. Se só o vôo da aeronave já é complexo, imagine-se acrescentando tudo isso. A começar pelo rotor - os primeiros, e ainda mais comuns, são do tipo articulado, onde os movimentos de arrasto e batimento são assimilados por uma série completa de articulações entre as pás rígidas e o cubo, o conjunto que liga as pás ao eixo do rotor. Num tipo articulado, pode haver mais de 380 peças, que devem ser mantidas bem lubrificadas, um ponto sensível na manutenção.
Por outro lado, como essas engrenagens absorvem grande parte dos efeitos das mudanças de passo das pás, o resultado são helicópteros de controle bastante preciso e suave, especialmente eficazes num vôo pairado. Em contrapartida, são menos ágeis em manobras velozes. É o caso do McDonnell Douglas AH-64A Apache, fabricado a partir de 1982, que usa o tradicional rotor articulado para conseguir grande capacidade de se dissimular no terreno em lutas antitanque, o que significa muitas vezes ficar em vôo pairado a poucos metros do solo.
Em outra linha estão os rotores rígidos, propostos pela Lockheed em 1962. Neles, o cubo é projetado minuciosamente para ter a flexibilidade certa que absorva o arrasto e o batimento sem uso de articulações. O resultado é não apenas uma aeronave de manutenção simples, mas principalmente uma máquina de respostas rápidas aos comandos, capaz de manobrar com a agilidade de um caça, mas difícil de ser controlado em vôo pairado.
Hoje, as pesquisas usam as vantagens e resolvem os problemas desses dois tipos básicos de rotor. Foi o que a inglesa Westland fez ao criar o seu helicóptero Lynx, baseando-se num avanço do tipo rígido. Assim, o seu cubo é uma peça única de titânio forjado e usinado, e é a própria flexibilidade desse metal que anula o arrasto e o batimento. No novo Lynx III, os rolamentos lubrificados foram substituídos por mancais de elastômeros - sistemas que anulam o atrito entre peças de uma engrenagem, feitos de um material composto de lâminas de aço e borracha que resiste à compressão mas é flexível pelo deslizamento de suas camadas no plano longitudinal. Esses mancais dispensam qualquer manutenção. O trabalho da Westland gerou uma máquina de fácil controle em vôo pairado e agilidade sem precedentes em manobras de combate. Um outro caminho, tentado pela Aérospatiale francesa, usou um avanço do articulado para conseguir a mesma eficácia do Lynx. Em 1974, a Aérospatiale lançou o novo rotor Starflex em seu helicóptero Écureil. Considerado até hoje um projeto de ponta, esse rotor usa um sistema em que as pás são unidas ao cubo por "punhos" rígidos que suportam a força centrífuga, enquanto o próprio cubo é uma "estrela" de fibra de vidro cuja flexibilidade absorve o batimento e o arrasto. E, de forma pioneira, a máquina da Aérospatiale substituiu os rolamentos lubrificados pelos mancais de elastômero para os movimentos de mudança de passo. Comparado às 380 peças de um ariculado, o rotor Starflex não tem mais de 70.
Esses helicópteros de alta tecnologia são produzidos pela única fábrica do gênero na América Latina, a Helibrás, cujo sócia majoritária é a Aérospatiale. Situada em Itajubá, no sul de Minas Gerais, a empresa produz traje o Esquilo (o Écureil francês) HB 350B/B1 e sua versão biturbinada, HB 355F2; e o 365M Panther, de uso militar. Todos com rotor Starflex. Além da capacidade de manobras, outro problema sério é a velocidade máxima que um helicóptero pode conseguir. O recorde absoluto atual é de 1986, com um Lynx que atinge 400,87 quilômetros horários. A velocidade nos helicópteros depende totalmente do rotor, onde as pás são asas projetadas normalmente para velocidades subsônicas. Num helicóptero em vôo à frente, a velocidade em relação ao ar da pá que avança é uma soma com a velocidade da aeronave, e uma subtração na pá que recua. Assim, em alta velocidade, a pá que avança sofre problemas de sustentação por estar praticamente em velocidade supersônica, enquanto a própria aeronave nem chegou perto. É que acontece o estol de compressibilidade - a perda de sustentação que as asas desenhadas para velocidades subsônicas sofrem se ultrapassarem a barreira do som.
Uma solução apontada por pesquisas inglesas é um rotor de cinco pás num helicóptero equipado com turbinas para propulsão auxiliar a jato, como os motores de um avião. Ele decora com a força do rotor e, em vôo, as turbinas auxiliares lançam a aeronave a mais de 400 km/h. Nesse momento, o rotor é parado de modo que alinhe uma de suas pás à frente com o eixo longitudinal da aeronave, enquanto duas outras pás passam a ser literalmente asas enflechadas para a frente. O helicóptero já não voa pelo rotor, mas pela força criada pelas turbinas nas asas, como um avião - e sem limite de velocidade.
A pesquisa desse rotor parado é feita pela NASA e pelo Exército norte-americano, com uma aeronave de estudos Sikorsky S-72 RSRA. Ela tem esbarrado no problema espinhoso de, ao parar o rotor, uma das pás que seria uma asa estar em posição de recuo - ou seja, o seu perfil aerodinâmico está ao contrário, com o ar fluindo do bordo de fuga para o de ataque. Uma solução seriam pás de perfil elíptico (sem bordos de fuga ou ataque), com fendas nas bordas pelas quais um sistema de ar comprimido criaria uma camada de ar alterando o perfil real da pá. Esse sistema de rotor parado é uma maravilha na prancheta, mas é delicado demais e precisaria de manutenção impecável, além de sua fragilidade a danos em combate.
Essa fragilidade é um dos fatores críticos das aeronaves que operam no front. Com os problemas de peso e potência, os helicópteros de combate não são fáceis de proteger com blindagens de aço e chumbo. "A solução são os materiais compostos, que podem reduzir o peso dos metais por três", diz o comandante João Bosco da Cunha Ferreira, diretor técnico da Helibrás. O uso de materiais compostos nos helicópteros aumentou drasticamente nos últimos anos, principalmente pelas vantagens de peso e resistência conseguidas com a nova tecnologia de fibras. Na última geração do Esquilo, praticamente toda a fuselagem e todas as "janelas" são feitas de policarbonatos, ficando o alumínio restrito ao cone de cauda e à barca (parte inferior do corpo da aeronave), enquanto o aço só é usado em partes especiais como a divisória que separa a área mecânica do compartimento de tripulantes e passageiros. As pás do rotor do Esquilo são inteiramente de fibra de vidro, enquanto no Panther são um sanduíche de fibras de vidro e carbono. A grande vantagem das pás de fibra é o seu nível de fadiga, que tende a zero, tornando praticamente desnecessária a manutenção.
Com o mesmo objetivo de eliminar pontos sensíveis a falhas e acidentes, o próprio rotor de cauda passa por pesquisas de novas soluções. Básico para o controle de vôo de qualquer helicóptero (exceto os de rotores principais duplos contra-rotativos), esse rotor teve sua primeira grande evolução somente com o sistema Fenestron da Aérospatiale, que o instalou no SA.341 Gazelle em 1968. No Fenestron, um rotor de onze pás fica embutido numa estrutura maciça de cauda, gerando a força antitorque à semelhança de uma turbina. Com isto, consegue um sistema bem menos suscetível a acidentes com o pessoal de terra, além de uma proteção muito maior contra danos de combate.Numa linha radical, porém, as pesquisas com o NOTAR, da McDonnell Douglas, simplesmente eliminaram o rotor de cauda. O NOTAR (No Tail Rotor, sem rotor de cauda) usa uma pequena turbina embutida num cone traseiro, em que uma série de fendas laterais controladas dirige o fluxo de ar de modo que contrabalance a força de torque. O primeiro modelo de série equipado com o sistema, o MD-520N NOTAR, está em estudo para ser o novo helicóptero leve do Exército norte-americano para o ano 2000. Com tantos estudos e pesquisas, o helicóptero é uma máquina muito cara, e são poucos aqueles desenvolvidos para uma única função de combate. Com os custos do projeto, o mais comum é um modelo ter várias versões específicas para cada missão, incluindo versões para uso civil. É o caso de um dos campeões de vendas da atualidade, o alemão BO-105, criado em 1967.Do lado russo, a surpresa mais recente é o Kamov Ka-50, chamado pela OTAN de Hokom e pelos russos de Lobisomem, projetado para ser uma máquina de ataque dos fuzileiros navais. Ele tem dois rotores que giram um em cima do outro e em sentido contrário. Não é preciso rotor de cauda pois não se cria força de torque na fuselagem. Além disso, a fuselagem do Ka-50 é esguia e aerodinâmica, com grandes asas fixas que não servem apenas para o transporte de armas e cargas, como a maioria dos helicópteros: elas possuem superfícies móveis de controle e sustentação, como flaps e ailerons, iguais às de um avião. Isso terá utilidade se o Hokum puder alcançar velocidades superiores aos 400,87 km/h do recorde estabelecido pelo Lynx em 1986.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Sérgio Buarque de Holanda - Perfil


SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA, O BOÊMIO ERUDITO - Perfil



O bem-humorado historiador que revolucionou o pensamento brasileiro nos anos 30 com o livro "Raízes do Brasil", no fim da vida, em 1982, se definia apenas como "o pai do Chico".


Faz pouco mais de dez anos que Sérgio Buarque de Holanda morreu. Diz a lenda que, quando seus olhos não estavam grudados num livro, eles tinham na mira um bom copo. Parece que o rapaz era travesso. Gostava da noite, de música e, de vez em quando, até brigava por mulher. É pouco provável, no entanto, que o corpulento Sérgio, um erudito que fez folclore com seu monóculo nos meios intelectuais Rio de Janeiro na década de 20, tivesse premeditado tanto, nos idos de 1936, para a sua primeira aventura no mundo dos livros. Mas aconteceu. Raízes do Brasil, uma surpreendente e penetrante reflexão sobre a identidade e as origens deste país e de seu povo, saiu do prelo com lugar cativo na prateleira dos clássicos brasileiros.
Um pequeno ensaio. Na medida exata,. porém, para formar com Casa-grande e senzala, a obra-prima de Gilberto Freyre, lançada em 1933, e Formação do Brasil contemporâneo, publicada mais tarde, em 1942, por Caio Prado Júnior, o trio que revolucionou o pensamento brasileiro durante os agitados anos do Primeiro Período Varguista (1930-1945). Com seus livros, o antropólogo e sociólogo Freyre e os historiadores Buarque de Holanda e Prado Júnior marcaram o nascimento da moderna Ciência Social no Brasil. De lá para cá, suas obras foram revistas, criticadas e até abandonadas durante um certo período. Mas guardaram o mérito típico daquilo que é escrito para ficar: nunca perderam o caráter inovador. "Antes de Sérgio, a história era efeito da atuação de uma elite ou de um grande estadista-herói", lembra Nicolau Sevcenko, 38 anos, professor de História da Cultura na Universidade de São Paulo. "Ele reconstituiu nossa história sem elitismos", completa o velho amigo e historiador Francisco Iglésias, 70 anos, hoje docente da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Não perderam também a atualidade, capaz de reunir em consenso tantas gerações de historiadores. "Depois que surgiu a chamada história das mentalidades, as pessoas redescobriram a importância dos hábitos, das idéias e da cultura para o estudo do passado e revalorizaram o trabalho de Sérgio. Ele ia falava disso há quarenta anos". conta a professora de História do Brasil Colonial, da USP, llana Blaj, 40 anos. O tempo passou, mas Sérgio continua em muitas cabeceiras. Chico Buarque de Holanda, o mais famoso dos sete filhos de Sérgio, está relendo agora a obra Visão do paraíso, escrita pelo pai em 1957 e publicada dois anos depois. "Descobri o Sérgio intelectual depois que ele morreu. Antes, para mim era mais o pai, que aprendeu a gostar de bossa nova comigo."
Os amigos gostavam de dizer que Sérgio era o historiador mais erudito do país, embora às vezes isso parecesse obra dos céus. Boêmio inveterado e incurável fumante, certa vez o poeta e companheiro Manuel Bandeira tentou explicar como tanta cultura convivia com a mesa dos cafés: "Há uns poucos, muito poucos escritores nossos, cuja formação nos parece um milagre". A mania de tomar remédios, essa ninguém explicava. Nem as superstições de quem jamais vestia marrom, vivia contando os cigarros para que nunca ficassem treze no maço, mas carregava suas esquisitices com extremo bom humor. "Sérgio era um homem engenhoso, divertido e cheio de irreverência", lembra o escritor Antônio Cândido, 74 anos, o melhor e mais presente dos amigos do historiador."Ele aliava, como poucos, o refinamento no estilo literário e a excepcional erudição com um enorme prazer de viver. Mas, intelectualmente, era demolidor. Queria entender a formação da sociedade e do caráter brasileiros, o significado de conceitos como cidadania numa nação marcada pelo escravismo e o colonialismo", diz Maria Odila Leite da Silva Dias, 48 anos, professora titular de História do Brasil na USP: ainda hoje, ela trabalha na universidade na mesma sala, na mesma cadeira e na mesma mesa de seu amigo, orientador e patrono Sérgio Buarque de Holanda.
Apesar de todos os feitos, como historiador Sérgio veio ao mundo tardiamente. Até 1936, ano da publicação de Raízes, ele simplesmente não existia. Havia o jornalista e critico literário. Um garoto nascido no bairro da Liberdade, em 1902, que aos 19 anos se viu obrigado a deixar São Paulo e amigos como Oswald de Andrade, para mudar com a família para o Rio, onde chegou já trazendo uma idéia fixa escrever, sua paixão da época e de sempre. Daí a se tornar correspondente da revista modernista Klaxon no Rio, por indicação de Oswald e Mário de Andrade, não demoraria muito. Virou também estudante de Direito da Universidade do Brasil - desta vez por indicação de seu pai, o professor de Farmácia pernambucano Cristóvão Buarque de Holanda -, o único curso superior de sua vida, do qual aproveitou mais a companhia de gente como o jurista Afonso Arinos de Melo Franco, Prudente de Morais, neto, o compositor Ari Barroso e o cantor Mário Reis do que propriamente o diploma.
Era na imprensa que a verve de Sérgio falava alto em saborosas polêmicas. Tanto encostou Tristão de Athayde na parede por suas tendências religiosas, que acabou provocando o clássico artigo Adeus à disponibilidade, em que Tristão, o maior expoente do pensamento católico brasileiro contemporâneo, assumiu definitivamente sua profissão de fé. Outras vezes, exagerou, como no famoso artigo O lado oposto e os outros lados, de 1926, que desancava personalidades do porte de Guilherme de Almeida, Tristão, Ronald de Carvalho e até Graça Aranha, seu amigo e patrono da Semana de Arte Moderna, acusados de representantes do espírito acadêmico infiltrados no modernismo.
O artigo caiu como uma bomba no Rio. Sérgio acabou desempregado e tomou o rumo do exílio voluntário em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo. Foi dirigir o jornal O Progresso, mas não demoraria muito para se desentender com os políticos locais. Resultado: da experiência ficou apenas o apelido de Dr. Progresso e logo o bom filho estava de volta a casa. "Nunca me esqueci de sua figura certo dia em pleno Largo da Carioca, com um livro debaixo do braço, e no olho direito o monóculo que o obrigava a um ar de seriedade. Naquele tempo não fazia senão ler. ...Tanta eterna leitura me fazia recear que Sérgio soçobrasse num cerebralismo... ...Sérgio não soçobrou: curou-se do cerebralismo caindo na farra ... ...Benditos os porres de Cachoeiro do Itapemerim! Eles nos valeram a devolução, em perfeito estado, de Sérgio enfim descerebralizado", lembraria depois Manuel Bandeira no artigo Sérgio, o unticafajeste, de 1952, no Diário Carioca.
Sérgio retomou o trabalho na imprensa carioca, até que, em 1929, Assis Chateaubriand o convidou para ser correspondente de O Jornal em Berlim, onde ficou de l930 a l931. O tempo necessário para que sorvesse as obras dos historiadores Leopold von Ranke (1795-1886) e Werner Sombart (1863-1941), do filósofo Wilhem Dilthey (1833-1911), do sociólogo Max Weber (1864-1920) e outros. "Mas se existe uma influência marcante alemã em Sérgio, ela está no historismo. Conceitos e cultura, para ele, só podiam ser entendidos dentro de um contexto histórico, e talvez venha daí a grande originalidade e criatividade de sua obra", diz a professora Maria Odila Leite.
De volta ao Brasil, ele ainda tinha muito do impetuoso polemista. Mas sua mente já estava em outras paragens: no projeto de Raízes do Brasil, uma idéia que surgiu ainda no Velho Mundo. O brasileiro que vivia numa Europa à beira do domínio fascista e da guerra, queria entender a personalidade de um Brasil latino e católico, com um pé na vida rural. Recriou a teoria do homem cordial, quinto capitulo da obra, sua maior dor-de-cabeça intelectual: denunciar a docilidade e as relações pessoais paternalistas dos conterrâneos como a explicação para a incapacidade de se integrar à modernidade anglo-saxônica rendeu a Sérgio ataques de todos os lados.
"Ele teve a incrível capacidade de inserir nossa história no contexto internacional não como narrativa, mas um encadeamento de idéias", revela o sociólogo e ministro das Relações Exteriores Fernando Henrique Cardoso, 61 anos. Como Marc Bloch (1886-1944) e Lucien Febvre (1878-1956), fundadores da Escola dos Annales e pais da moderna historiografia francesa, Sérgio deu voz ao passado para explicar o presente e recuperou o que permanecia quase invisível. Abandonou as grandes personalidades para encontrar na História os anônimos que construíram a sociedade brasileira.
"Sérgio alternava a interpretação com a descrição detalhada dos fatos que ia buscar em pesquisas de arquivo", conta Maria Odila. Era capaz de produzir obras geniais e abrangentes como Raízes, Visão do paraíso ou o excepcional Da Monarquia à República - quinto volume da coleção História da civilização brasileira, dirigida por ele durante 10 anos - e ao mesmo tempo descer ao detalhismo de Monções, onde desvenda o homem por trás do mito do bandeirantismo e troca o louvor aos desbravadores pela preocupação com o tamanho das canoas usadas pelos paulistas para subir os rios no século XVII, o desconforto da viagem, a sensação de estar em meio a uma selva desconhecida. Ou de Caminhos e fronteiras, no qual reconstrói os primórdios da vida paulista na colônia através do amálgama das culturas indígena e portuguesa. De livro em livro, seus temas inovadores abriam os horizontes da historiografia brasileira.
O sacrifício do jornalista ao historia dor trouxe também outras mudanças para a vida de Sérgio. Em 1936, o boêmio com mais de 30 se casou com a carioca Maria Amélia, filha do desembargador Cesário Alvim, uma união que duraria até o fim de sua vida. Virou então o Sérgio patriarca, o pai de Miúcha, a cantora, Sérgio, Álvaro, Chico, o compositor e cantor, Maria do Carmo, Ana Maria e Maria Cristina. Ainda adorava um bom papo, mas farra agora só em casa. Desapareceu também o carioca Sérgio, que após 25 anos de Rio, em 1946 voltou a São Paulo para nunca mais sair. Na época, veio como diretor do Museu Paulista, substituindo Afonso de Taunay, seu professor nos tempos em que estudava no Colégio São Bento e que publicou o primeiro artigo de Sérgio na imprensa: Originalidade literária, de 1920.A noite e os livros, porém, continuaram sempre sendo paixões. Enquanto a fiel escudeira Maria Amélia administrava a filharada e cuidava das contas, a luz da janela da biblioteca na casa da Rua Buri, no bairro do Pacaembu, costumava varar a madrugada. Lá dentro, na bagunça dos 10 mil livros, da máquina de leitura de microfilmes e da mesinha com a garrafa de uísque, o colírio Moura Brasil, o Sonrisal, o Engov e o maço dos fortes cigarros franceses Gauloises, reinavam até 17 de abril de 1982 todos os Sérgios Buarque de Holanda. O jornalista polêmico, o historiador autodidata, o professor da USP de voz arrastada e chegado adivagações, o erudito que cantava tango em alemão e samba em latim, e o patriarca que se definia, no fim da vida, apenas como o "pai do Chico". Mas, acima de tudo, o intelectual que produziu uma das mais belas e desafiadoras reflexões sobre as raízes de um pais que se chama Brasil.

Um homem de muitos amigos......e livros

Raízes do Brasil, 1936, Ed. José Olympio.Cobra de vidro, 1944, Ed. Perspectiva. Monções, 1945, Ed. Casa do Estudante/1976, Ed. Alfa-Ômega. Antologia de poetas brasileiros da fase colonial, 1952-1953, Ed. Perspectiva.Caminhos e fronteiras, 1957, Ed. José Olympio. Visão do paraíso, 1959, Ed. Cia. Nacional. História geral da civilização brasileira, 1960-1972, 7 volumes (organizador), Ed. Ditel. Tentativas de mitologia, 1979, Ed. Perspectiva.O extremo oeste, 1936, Ed. Brasiliense. Capítulos de literatura colonial, 1991, Ed. Brasiliense.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O futuro bem definido - Televisão


O FUTURO BEM DEFINIDO - Televisão



Com o dobro da resolução dos televisores normais e formato de tela de cinema, a TV de alta definição já aparece nos lares da Europa e do Japão. Nos Estados Unidos, um ousado projeto de TV digital promete revolucionar as ondas.



Um televisor de alta definição tem três características: mais de 1 000 linhas de resolução, som estéreo e um formato de tela que mantenha a proporção 16/9 (para cada 16 centímetros de largura, 9 de altura). Os padrões atuais funcionam com 525 linhas horizontais para formar uma imagem (625 na Europa), som em um só canal e uma proporção de 4/3 para as telas. A alta definição não só duplica o número de linhas como o número de pontos luminosos (ou pixels, abreviação em inglês para picture elements) que compõem a imagem. Traduzindo, sua imagem não só é melhor, como tem oito vezes mais informação. Atualmente, um filme em 35 milímetros projetado em cinema comporta dez vezes mais informação que o mesmo filme projetado na televisão e dezessete vezes mais do que uma cópia feita em videocassete.
"O novo formato não só permite a exibição de filmes na sua totalidade, como também se adapta muito melhor à visão humana". explica o engenheiro Gérard Fromont, especialista em fisiologia óptica do Conservatoire National des Arts et Métiers, em Paris. É óbvio, ainda que pouca gente perceba, que o nosso mundo é horizontal. "Primeiro, porque nossos dois olhos são dispostos lado a lado. Segundo, porque estamos acostumados a tratar dados que chegam das laterais (pessoas, carros, etc.) mais do que de cima ou de baixo."
Esta diferença de proporções alarga a tela atual sem aumentá-la em altura. Como um espectador deve se situar a uma distância máxima de três vezes a altura da tela para se sentir envolvido pela imagem, a uma distância equivalente preenchesse mais o campo visual olhando para uma tela retangular do que para urna quadrada. "De fato, a tela em 16/9 ocupa 30% deste campo, enquanto a de um aparelho normal limita-se a 10% ". completa Fromont.
Em trinta anos de existência, a televisão em cores revolucionou os hábitos das pessoas em todo o mundo, mas tudo indica que sua era está chegando ao fim - pelo menos para a indústria. Embora a vida útil de um receptor seja de dez anos em média, a renovação dos televisores não compensa a atual queda dos preços. Se a atual tecnologia não é capaz de provocar uma corrida às lojas, então que se invente outra - assim, a indústria declarou guerra pela conquista da atenção e do bolso do telespectador. Na reunião do Comitê Internacional de Consulta para os Radiodifusores, a "ONU das ondas eletromagnéticas" em Dubrovnik, ex-lugoslávia, em 1986. a NHK (Nippon Hoso Kuokai), o canal público de televisão japonês, apresentou a Hi-Vision a primeira televisão de alta definição.
As perspectivas que um projeto como esse abrem são tão grandes quanto o dinheiro envolvido nele - estima-se que esse mercado chegará a 400 bilhões de dólares entre 2000 e 2010, época prevista para que grande parte dos consumidores preencham seus cheques nas lojas de eletrodomésticos e esqueçam seus televisores atuais no fundo do porão. Existem hoje 800 milhões de aparelhos de televisão num mundo de pouco mais de 5 bilhões de habitantes. Mais de 90% dos lares europeus e norte-americanos têm um receptor. No Brasil, cerca de 75% das casas possuem televisor. Os japoneses começaram as pesquisas sobre a alta definição assim que os televisores preto e branco se tornaram obsoletos, há trinta anos. Os fabricantes europeus entraram na disputa há cinco anos, e os centros de pesquisa americanos só recentemente começaram a apresentar resultados no seu trabalho. Chegaram, porém, com força total e prometem subverter até mesmo a ordem estabelecida entre as estações e os espectadores.Não mudam apenas os aparelhos de recepção. Muda todo o processo de produção, difusão e recepção da imagem. Por exemplo: a norma japonesa para alta definição, chamada Muse, elimina as outras normas de decodificação de cores - NTSC, PAL, SECAM e suas variantes (PAL-M no Brasil). Outra coisa: para que o aparelho de televisão possa decodificar os sinais eletromagnéticos captados pela câmera e transmitidos pelo ar ou por cabo, é preciso que este sinal contenha todas as informações necessárias, ou seja, todas as 1 125 linhas que formam a imagem, no caso da Hi-Vision. "Toda a aparelhagem deve ser substituída", comenta François Agueci, gerente de novos produtos da Sony, que já fabrica receptores de nova geração.
Se o sistema japonês fosse adotado pelo mundo inteiro, os já potentes industriais nipônicos arrebatariam todo o mercado, deixando apenas migalhas a seus concorrentes europeus e americanos. "Tivemos de recusar a alta definição japonesa" afirma Pascal Marbois, chefe do departamento de Comunicações da Thomson, fabricante francesa que possui a Telefunken, RCA e General Electric, e que está em sexto lugar em vendas de produtos para o grande público. "Nos aliamos à holandesa Philips, quarto fabricante mundial, e à finlandesa Nokia, para criar a televisão de alta definição européia."Atualmente, o canal NHK do Japão já emite oito horas por dia de programas em Muse - todas as lutas de sumô, por exemplo - via satélite enquanto o consórcio europeu vende, desde fevereiro de 1991, seu primeiro televisor em D2Mac. o nome dado ao primeiro estágio do sistema europeu de alta definição. O Space System da Thomson custa a bagatela de 9 000 dólares e só foi vendido a cerca de 5 000 abastados compradores desde então. Seu homólogo japonês não ultrapassou a faixa dos 10 000. Assim como os aparelhos preto e branco podiam receber programas emitidos em cores. o D2-Mac também pode receber sinais em SECAM e PAL. No caso do sistema Muse, se todos os canais resolvessem produzir e transmitir em novos sinais, o parque de televisores deveria ser jogado no lixo. O D2-Mac é apenas a fase intermediária entre o sistema atual e a alta definição de verdade. Ele produz uma imagem "melhorada", como explicam os técnicos dos laboratórios franceses encarregados de testá-lo.
Num televisor atual, os sinais de luz e cor - luminância e crominância, no jargão audiovisual - chegam embaralhados, o que diminui a qualidade da imagem. E por este motivo que um paletó em xadrez miúdo, por exemplo, se transforma numa mancha em que não se distinguem os traços nem as cores. Os sinais de luz e cor transmitidos e captados em D2-Mac são separados, embora ainda em 625 linhas. Um aparelho Space System recebe som estéreo digital e, acoplado a um decodificador, poderá receber as 1250 linhas do HD-Mac, a versão final da alta definição européia, prevista para daqui a três anos. Quem já possui um Space System vê filmes no formato de cinema, em boa qualidade, e ouve som digital. Contanto que as emissoras enviem programas desta forma."É a história do ovo e da galinha", admite Thierry Farjaudon, chefe de projeto da Télédifusion France, o organismo encarregado de assegurar o transporte dos sinais entre a emissora e os receptores. "Se não existem programas, ninguém compra. Se ninguém compra, não se produzem programas." Enquanto os europeus discutem, os americanos tiraram da cartola uma televisão de alta definição grandiosa como uma parada na Disneyworld: o sistema totalmente digital.Segundo a Federal Communications Commision (FCC), instância suprema que controla as concessões de freqüências para emissões de rádio e televisão nos Estados Unidos, não é apenas a qualidade de imagem que precisa mudar para atrair mais e novos espectadores, e sim a televisão como um todo. No projeto americano, a cor e a luz da teve se transformam numa sucessão de 0 e 1, como na informática, o que promete subverter a relação entre espectador e emissor. As possibilidades de um processo digital são ilimitadas, pois a imagem pode ser alterada mesmo depois de gravada. Se o diretor de uma novela prefere que uma determinada cena se passe de dia e não à noite, como foi gravada, basta trocar o fundo e a iluminação por meio de um programa de computador. Também será autorizado pela tecnologia a escolher seus próprios atores para interpretar Casablanca, com o cenário original. Tudo isto com a mesma qualidade de definição conseguida pelos concorrentes internacionais. O espectador que hoje apenas liga, desliga e troca de canal será convidado a participar do processo.Num jogo de futebol, por exemplo, existem sempre diversas câmeras que captam imagens para um mesmo canal. Uma concentra-se na bola, outra num plano geral do jogo, outra ainda grava a torcida nas arquibancadas. O diretor escolhe a melhor em cada plano e monta em tempo real uma seqüência de imagens. Na televisão americana do futuro, o espectador poderá escolher as câmeras no lugar do diretor, congelar a imagem ou passá-la em câmera lenta. Quer rever o gol, assistir à comemoração dos jogadores ou olhar a vibração das arquibancadas? Você decide.
"Ninguém duvida que a televisão digital é a melhor solução", confessam em coro os representantes da Thomson européia e da Sony. "Mas quando é que ela estará disponível?"
De acordo com os especialistas que há pouco mais de um ano testam cinco candidatos à norma a ser adotada nos Estados Unidos e Canadá, até 1998 as centenas de milhões de espectadores americanos já poderão comprar aparelhos digitais a 3000 dólares. Se todas as possibilidades que o sistema oferece ainda não estiverem disponíveis, a definição da imagem e a qualidade do som serão no mínimo equivalentes aos projetos japoneses europeu. Isto é o que garante o Advanced Television Test Center (ATTC), laboratório particular que comanda as sessões de tortura às quais foram submetidos os cinco protótipos em questão.
O nipônico Muse resolveu participar da corrida, mas já foi avisado que não tem a menor chance, pois seu funcionamento não é digital e sim analógico. Restaram dois finalistas concebidos pela dupla General Instruments e Massachusetts Institute of Technology (MIT), um pelo fabricante de televisores Zenith e o gigante das telecomunicações AT&T, e um último que aglutina o David Sarnoff Institute of Technology, que inventou a televisão em cores, o canal de televisão NBC e as indústrias Philips e Thomson implantadas nos Estados Unidos.
Durante oito semanas, os finalistas transmitiram programas produzidos pelo próprio ATTC carregados de armadilhas: interferências, diferenças de luminosidade e coloração, ruidos no som. tudo criado por aparelhos de simulação. Depois de todas as etapas objetivas um grupo de especialistas no Canadá buscou defeitos subjetivos, passíveis de desinteressar o espectador. A FCC, que fará respeitar a escolha do laboratório de testes, bateu o martelo numa opção ousada, que vai empurrar as estações americanas a um futuro digital com data marcada: após a escolha da norma, as estações terão quinze anos para se converter totalmente à alta definição. Caso contrário, perderão suas concessões.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O sabor brasileiro - Natureza


O SABOR BRASILEIRO - Natureza



O exotismo e a diversidade das frutas do Brasil, um país que aprendeu a se identificar com ilustres estrangeiras como a banana e o coco-da-baia e conhece pouco suas delícias escondidas nas matas e nos campos.



Durante muito tempo, a polpa branca e doce do bacuri foi um sabor proibido para os índios caxinauás, da Amazônia. Na aldeia, um ser maligno, na forma de cabeça sem corpo, impedia que os nativos provassem o fruto. Um dia, no entanto, os índios se rebelaram contra a ordem. "Se ele gosta tanto assim, a fruta deve ser muito boa", pensaram. Resolveram então quebrar o tabu e se banquetear com o quitute, enquanto a figura do mal, aborrecida, subia ao céu para nunca mais voltar: lá, se transformou na Lua. A ousadia dos caxinauás valeu a pena: ganharam a luz do luar para atenuar a escuridão noturna e descobriram o prazer do sabor de mais um fruto. Um prazer que ficou escondido de boa parte dos brasileiros nos últimos 500 anos.Como o bacuri, dezenas de frutas se escondem nos meandros de nossas matas e florestas. Algumas se tornaram conhecidas e ganharam o mundo, como a goiaba, o guaraná, o maracujá, o abacaxi, o cacau ou o caju. Outras, nem tanto. Buriti, caraguatá, ingá, pequi são apenas alguns dos nomes de docuras genuinamente brasileiras. que alimentavam lendas e estômagos indígenas desde antes da chegada dos portugueses e permaneceram escondidas pelo manto do regionalismo. Hoje, boa parte delas já está catalogada pelo instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e convive lado a lado com frutas estrangeiras que, trazidas em sua maioria pelos invasores lusitanos, acabaram se tornando símbolos nacionais. O coco-da-baía, por exemplo, só chegou ao Brasil porque algum navegante decidiu tirá-lo de seu ambiente natural, nas ilhas do Oceano Índico. O mesmo ocorreu com a laranja, o limão e todas as cítricas, que trazem no passaporte o visto de naturalidade asiática, ou a graviola, a acerola e o abacate, originárias da América Central. E as surpresas não param aí: os fãs de Carmen Miranda podem ficar abismados, mas a banana, que enfeitava seus espalhafatosos chapéus e virou marca registrada da tropicalidade e de muitos regimes políticos, não nasceu no Brasil. Os especialistas acreditam que sua origem seja a Ásia, embora ninguém possa garantir com precisão. O certo é que ela não estava na paisagem quando Cabral aportou por aqui.
Ofuscadas pelo sucesso comercial das frutas trazidas de outros continentes, as brasileiras mantiveram-se sempre em segundo plano. Só não desapareceram por causa de sua íntima ligação com aquilo que, até algum tempo atrás, era uma espécie de terra de ninguém: florestas tropicais, cerrados e até a caatinga. "É o chamado endemismo. As frutas que se perpetuaram espontaneamente em um determinado ecossistema", explica a pesquisadora Elizabete Lopes,. do Instituto de Botânica de São Paulo, que há sete anos se dedica a pesquisar nossas frutas. Apesar de não serem cultivadas, elas insistem em se reproduzir no Norte, o paraíso das delícias exóticas: a Amazônia é dona do maior índice de endemismo do pais e 68% de sua flora só é encontrada ali.
O curioso desse abandono às frutas nativas é que elas não devem nada em sabor para estrangeiras como a banana a maçã ou a laranja. Ainda na fase de colonização, os bandeirantes paulistas já sabiam disso. Paravam a tropa assim que topavam com um bacuparizeiro, fácil de achar nas margens do Rio Tietê. Em 1600, o jesuíta e cronista português Simão de Vasconcelos esnobou a corte da metrópole ao escrever: "O bacupari não perde para nenhuma fruta que exista em Lisboa". Mais recentemente, já no século XX, o escritor Guimarães Rosa - genial em observar a verdadeira linguagem popular brasileira - soube também descobrir uma delícia nacional a cabacinha-do-campo, de aparência muito semelhante à da pêra. Nos relatos de suas andanças pelas veredas do sertão, ele se refere não só ao gosto, mas insinua outras vantagens da frutinha: "Tomei o refresco de pêra-do-campo (...) e Nhorinha recebeu meu carinho no cetim do pêlo".
Se a cabacinha-do-campo tem realmente algum poder afrodisíaco, não se sabe. Algumas de nossas frutas são pouco conhecidas pelos botânicos. Entre brasileiras e estrangeiras, existem cerca de 200 identificadas pelo IBGE. "Mas é provável que esse número seja bem maior, pois nunca foi feito um levantamento abrangente das frutas silvestres". adverte a pesquisadora Sílvia Corrêa Chiea, do Instituto de Botânica de São Paulo. Das catalogadas, algumas ainda não foram analisadas em laboratório para se descobrirem seus nutrientes. Quando isso é feito, boas surpresas saem dos tubos de ensaio. O pequi, semelhante a uma pequena laranja e muito comum no interior de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, é o campeão em vitamina A entre todas as frutas do mundo.
Embora a maior parte desse tesouro que impressiona os cientistas e encanta o paladar esteja preservada nos campos e matas naturais, seu futuro não está assegurado. A expansão da fronteira agrícola na Amazônia e no Centro Oeste, assim como a destruição da Mata Atlântica no Sudeste, são uma ameaça constante para a existência de muitas espécies. Algumas já sucumbiram à presença humana, como a jabuticaba-branca. em outros tempos abundante na Mata Atlântica, principalmente junto ao litoral fluminense. Ela seguiu o mesmo destino de seu habitat: a devastação reduziu a mata a menos de 5% de sua área original e hoje pode-se contar nos dedos da mão o número de pés dessa fruta, antes tão comum na região.Esse tipo de troca da biodiversidade pelas monoculturas foi denunciado recentemente pela Organização para Alimentação e Agricultura (FAO). Segundo a entidade internacional, cerca de 40 000 espécies vegetais podem ser extintas no mundo nos próximos cinqüenta anos, devido à especialização do plantio. Só se planta aquilo que vende. Certamente foi isso que fez do maracujá, do caju e de outras brasileiras exceções no quadro do nosso exotismo: são todas daqui. mas, como caíram nas graças dos gulosos, tornaram-se vedetes.
Além de prejudicar a cadeia alimentar, o desaparecimento de frutas tão diferentes significa um desperdício. "Estaremos perdendo um grande potencial de alimentação" diz Dalmo Catauli, pesquisador da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). Mais do que isso, também se perde uma chance de bons negócios. Ao contrário das laranjas brasileiras, que para competir no mercado internacional dependem sempre das geada e nevascas nos pomares americanos, frutas nativas como guaraná, babaçu, maracujá e pequi não têm concorrente em nenhum país. A primeira pessoa a perceber isso foi Maurício de Nassau, o holandês que governou Pernambuco durante sete anos no século XVII. Ao ver que o caju alimentava os índios, evitava que seus marinheiros contraíssem o escorbuto - doença causada pela carência de vitamina C - e, principalmente, alcançava bons preços na Europa, onde se transformava em saborosos doces, ele não teve dúvidas: baixou uma lei que multava em 100 florins quem abatesse um cajueiro.

BACURI
Família: GUITIFERAE (mesma do bacupari)
Nome científico: Platonia insignis Mart
Origem: Pará, mas é encontrada no Maranhão, Goiás e Mato Grosso
Arvore: com até 35 m de altura e copa em forma de cone invertido
Fruto: com 250 g, é redondo. de polpa branca, doce e suco viscoso
Frutificação: dezembro a maio
Principais nutrientes: fósforo,. ferro e vitamina C

CARAGUATÁ
Família: BROMELIACEAE (mesma do abacaxi)
Nome científico: Bromélia antiacantha Bertol
Origem: Brasil, principalmente no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
Árvore: herbácea, alcança 2 m de altura
Fruto: ovalado, pequeno, com polpa amarela e ácida
Frutificação janeiro a julho

JABUTICABA-BRANCA
Família: MYRTACEAE (mesma da goiaba)
Nome científico: Myrciaria aureana Mattos
Origem: Brasil, principalmente Mata Atlântica
Arvore: com até 3 m, tronco de casca amarelada e ramos cilíndricos
Fruto: com 2 cm de diâmetro, tem cor-verde-clara e de 1 a 4 sementes
Frutificação: janeiro
Principais nutrientes: cálcio e ferro (dados referentes à jabuticaba comum)
GOIABAFamília: MYRTACEAE (mesma da jabuticaba)
Nome científico: Psidium guajava L.
Origem: América tropical
Árvore: alcança até 10 m de altura, com caule tortuoso
Fruto: casca fina e papa macia, branca ou vermelha
Frutificação: abril a junho e novembro a fevereiro
Principais nutrientes: cálcio, fósforo e vitamina CGUARANÁ
Família: SAPINDACEAE (mesma da pitomba)
Nome científico: Paulinia cupana H.B.K.
Origem: Região amazônica
Árvore: arbusto ou cipó lenhoso, de até 4 m de altura
Fruto: com até 2,5 cm de diâmetro, aproveita-se a semente torrada
Frutificação janeiro a fevereiroCAJU
Família: ANACARDIACEAE (mesma da manga)
Nome científico: Anacardium occidentale L
Origem: América tropical
Árvore: com até 20 m de altura, galhos longos e tortuosos
Fruto: o fruto propriamente dito é a castanha, enquanto a parte macia e suculenta é, na verdade, o pedúnculo
Frutificação: julho a dezembro
Principais nutrientes: caju - cálcio, fósforo e vitamina C; castanha-de-cajú - fósforo, cálcio e ferro:MANDACARU
Família: CACTACEAE (mesma do cacto)
Nome cientifico: Cereus jamacaru DC
Origem: Nordeste do Brasil Árvore: cacto agigantado, com até 10 m de altura e espinhos amarelos
Fruto: com cerca de 8 cm, casca grossa e vermelha, a polpa é branca e suculenta, com muitas sementes pequenas
Frutificação: abril a maioPINHÃO
Família: ARAUCARIACEAE (tem parentes no Chile e na Austrália)
Nome científico: Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze
Origem: Região Sul do BrasilÁrvore: com até 50 m de altura, ramificada só no alto do tronco
Fruto: pinhas que se desfazem, liberando suas sementes, os pinhões
Frutificação: abril a junhoPrincipais nutrientes: proteínas, cálcio e ferroSAPUCAIA
Família: LECYTHIDACEAE (mesma da castanha-do-pará)
Nome científico: Lecythis pisonis Camb.Origem: natural da Amazônia, pode ser encontrada até o Rio de Janeiro
Árvore: de até 40 m de altura
Fruto: esférico, de 25 cm de diâmetro e até 9 kg de peso, suas paredes grossas têm cerca de 2 cm de espessura. As amêndoas são a parte comestível
Frutificação: agosto a outubro ILUSTRES ESTRANGEIRAS
Elas enchem as bancas de feira mas, ao contrário do que se pense, não estavam na paisagem quando Cabral chegou

NOME ORIGEM
Abacate MéxicoAcerola América CentralBanana Provavelmente ÁsiaCajá ÁfricaCarambola ÁsiaCoco-da-baía Oceano ÍndicoFruta-pão Java e SumatraGraviola América CentralJaca ÍndiaJambo ÍndiaLaranja ÁsiaLimão ÁsiaManga ÁsiaTamarindo ÁfricaTangerina Ásia

PEQUI
Família: CARYOCARACEAE (mesma do pequiá)
Nome científico: Caryocar brasiliense Camb
Origem: Cerrado brasileiro, embora também freqüente em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul
Árvore: alcança até 10 m de altura
Fruto: arredondado, casca esverdeada, polpa pastosa e amarela, com sementes espinhosas e comestíveis
Frutificação: janeiro a abril
Principais nutrientes: é a fruta mais rica em vitamina A até hoje analisada

INGÁ
Família: LEGUMINOSAE (mesmo do feijão)
Nome científico: Inga cinnamomea Spruce ex Benth.
Origem: Região Amazônica, junto aos rios Árvore: de até 30 m de altura Fruto: vagem com até 30 cm de comprimento e polpa adocicada
Frutificação: março a abril
Principais nutrientes: cálcio e ferro

CABACINHA-DO-CAMPO
Família: MYRTACEAE (mesma da goiaba)
Nome científico: Eugenia klotzschiana Berg.
Origem: Brasil, principalmente no sertão de Minas Gerais
Árvore: na verdade, dá em pequenos arbustos, com até 1,5 m
Fruto: formato tipo baga, de polpa ácida e com poucas sementes
Frutificação: janeiro e fevereiro

PITOMBA
Família: SAPINDACEAE (mesma do guaraná)
Nome científico: Talísia esculenta Radlk.
Origem: Brasil, principalmente Pemambuco
Árvore: de até 15 m de altura
Fruto: com 3 cm de diâmetro, a casca é consistente e a polpa carnosa, branca, de sabor agridoce
Frutificação: janeiro e fevereiro Principais nutrientes: cálcio e vitaminas A e C

BURITIFamília: PALMAE (mesma do coco-da-baía)
Nome científico: Mouritia flexuosa L.
Origem: Região amazônica
Árvore: palmeira de até 25 m de altura
Fruto: ovalado, brilhante, com polpa esponjosa
Frutificação: janeiro a julhoPrincipais nutrientes: proteínas, cálcio, fósforo e ferro

BACUPARI
Família: GUTTIFERAE (mesma do abricó)
Nome científico: Rheedia gardneriana PI. & Tr.
Origem: Sudeste do Brasil, principalmente na beira de rios
Árvore: com até 6 m de altura e copa piramidal
Fruto: alaranjado, de polpa banca e adocicada
Frutificação: janeiro a março

BABAÇU
Família: PALMAE (mesma do coco-da-baía)
Nome científico: Orbignya speciosa Barb. Rodr.
Origem: Brasil, ocorrendo no Amazonas, Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais.
Árvore: palmeira de até 20 m de altura
Fruto: ovalado, casca amarela e verde, polpa oleosa
Frutificação: setembro a dezembro
Principais nutrientes: proteínas, fósforo, cálcio e vitamina B1 e B2

JUÁ
Família: RHAMNACEAE (única fruta identificada da família)
Nome científico: Zizyphus joazeiro Mart.
Origem: regiões áridas do Brasil, do Piauí ao norte de Minas Gerais
Árvore: com até 15 m de altura e copa ampla
Fruto: esférico, com a casca fina, carnoso e adocicado
Frutificação: janeiro e maioPrincipais nutrientes: sais minerais, vitamina C

MARACUJÁ
Família: PASSIFLORACEAE (família só de passifloras)
Nome científico: Passiflora edulis Sims.
Origem: provavelmente Brasil
Árvore: trepadeira
Fruto: esférico, com até 9 cm de diâmetro, a casca dura e a polpa aquosa
Frutificação: durante todo o ano, mas escasso de maio a agosto
Principais nutrientes: cálcio, ferro e vitamina C

CRUÁ
Família: CUCURBITACEAE (mesma da melancia)
Nome científico: Sicana odorífera L.
Origem: América do Sul tropical
Árvore: trepadeira, semelhante ao maracujá
Fruto: formato alongado, de até 60 cm de comprimento, com polpa carnosa e amarelada
Frutificação: o ano todo

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Vozes do Inferno - Geologia


VOZES DO INFERNO - Geologia



Chegou-se a pensar num surto de alta atividade subterrânea no planeta, tal a força de alguns desastres recentes. Mas eles são sinais normais de vitalidade da Terra.


Durante 600 anos, a terrível energia que flui das profundezas se acumulou vagarosamente nos rochas que sustentam todo o Sudoeste Asiático. Em meados de 1991, ela vazou de um só golpe, com a força de milhares de bombas atômicas, pelo topo da Ilha de Luzon, perto de Manilha, capital das Filipinas. A causa da tragédia foram blocos subterrâneos imagináveis, com 100 quilômetros de espessura, que se chocam em toda a borda do Pacífico, onde formam o "cinturão de fogo", sede de metade de 600 vulcões ativos do mundo. Aprendendo a espionar massas parecidas em toda a Terra, os geólogos esperam explicar não apenas erupções, maremotos e terremotos, mas a própria forma dos continentes e oceanos.
A Terra não é jovem. Com 4,6 bilhões de anos, tornou-se um planeta maduro, de vida bem assentada. Nem por isso se podem excluir surpresas, como um surto transitório e localizado de intensa atividade interna, como a que marcou sua adolescência, há muitos milhões de anos. Algo assim chegou a passar pela mente de algumas pessoas quando somaram as vítimas do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, em junho de 1991 - 300 pessoas morreram e 1 milhão perderam o lar. Após 600 anos de silêncio, o vulcão acordou de modo violento: por sua boca, deixaram o fundo da Terra e foram lançados a 20 quilômetros acima da superfície 20 milhões de toneladas de matéria, cifra sem precedente neste século.
O problema é que os subterrâneos da Terra estão intimamente ligados, naquela região: do Sudeste Asiático às ilhas do Pacífico sul, e até o Japão, ao norte. Não é absurdo pensar numa espécie de conspiração do inferno, em sentido quase literal. Sinal disso foi uma distante erupção que precedeu a do Pinatubo em algumas semanas - a do vulcão Unzen, na província de Nagasaki, no Japão. Não admira que inúmeros cientistas procurem vislumbrar - sem vê-las diretamente - as imensas placas rochosas que sustentam continentes e mares no lado oeste do Pacifico.
Oscilações desses assoalhos do mundo, chamados placas tectônicas, ligariam os dois eventos distantes, mas não há como ter certeza. Foi o que apurou a jornalista Fabienne Lemarchand, da revista científica francesa La Recherche. "Sem dados precisos, não se pode estabelecer uma relação entre os dois vulcões.
" Ela lembra também que há um problema humano superposto aos fenômenos geológicos: a explosão populacional. Inicialmente, a importância da destruição foi superestimada devido à grande população instalada nas suas proximidades (num raio de 80 quilômetros). Mas é justamente por isso que se procura, cada vez mais, bisbilhotar os porões do planeta. Afinal, é certo que as duas explosões se devem a um mesmo tipo de comportamento tectônico - no qual uma placa de tipo oceânico naufraga lentamente no abismo viscoso do interior do planeta.
A placa das Filipinas, por exemplo, sustenta parte do Pacífico e move-se contra a placa Eurasiana - alicerce de dois continentes, Ásia e Europa. É como o embate paralisante de campeões de sumo que se esforçam para deslocar um ao outro. Vez por outra, a borda da placa Indo-australiana resvala para debaixo da placa Eurasiana e a força concentrada no confronto escapa, tomando diversas formas. Uma delas, derivada do forte atrito das placas, é o calor. Ele derrete rochas e forma bolhas fluidas a uma temperatura de até 1 500 graus e mais rarefeitas que a matéria vizinha. Por isso essas bolhas tendem a subir, às vezes por dezenas de quilômetros placa acima, até extravasar à superfície. Não é o que acontece de imediato mas a partir daí está armado o palco de uma grande catástrofe. Talvez um dia se possa auscultar as entranhas e prever terremotos e erupções.Na prática, porém, os desastres podem demorar. Especialmente as erupções que proliferam na borda japonesa do Pacifico, que tendem a bloquear a lava e o gás subterrâneos. Assim, há um lento acúmulo de energia, agora bem perto da superfície, que é repentinamente liberada. Vale notar que a energia é convulsiva: as engrenagens tectônicas giram aos trancos. A erupção do Unzen foi um caso traumático de incerteza, pois foi precedida de alerta geral por parte dos cientistas. Mesmo assim, ela surpreendeu gente experiente. como o casal de vulcanólogos franceses Maurice e Katia Kraft e o geólogo americano Harry Glicken, mortos por ela.
Incerteza ainda maior cercou o mais recente desastre de grande proporção: o terremoto que atingiu a capital do Egito, Cairo, em outubro passado. Com duração de apenas 20 segundos, tempo bastante para destruir 139 edifícios, danificar outros 2 682 e matar mais de 500 pessoas, o tremor espantou o mundo. "Essa região não é sede de grande atividade sísmica", explica a geóloga brasileira Magda Bergmann. Ele teve origem num fenômeno completamente diferente dos choques tectônicos da Ásia, já que nesse local não há destruição parcial das placas, mas o oposto: há criação de crosta terrestre.
A matéria fluida ascende de profundezas incríveis - devido à circulação de calor em todo o interior do planeta - e se acumula próximo à fenda entre as placas continentais Africana e Arábica. Em vista disso, ela vaza lentamente para o leito do Mar Vermelho, empurrando uma placa para cada lado. Eventualmente, a matéria subterrânea, chamada de magma, endurece e acrescenta um novo pedaço à casca do mundo. Mas os terremotos também podem ser causados por choque de placas. Foi assim que se destruiu boa parte do território turco, junto à cidade de Erzincan, em março do ano passado. Num intervalo de 48 horas, dois abalos de grande magnitude deixaram um saldo de quase 1 000 mortos e 100 000 desabrigados. Sua energia, avaliada em 6,8 graus na escala Richter - equivalente a 100 bombas como a de Hiroshima -, veio da placa Arábica que afunda sob a placa Anatólica. Ambas são relativamente pequenas e a primeira é uma subdivisão da placa Eurasiana.
Por ser leve, a placa Arábica não chega a se derreter nas profundezas, razão pela qual não produz vulcanismo intenso. Em compensação, a força liberada pelo atrito provoca movimentos ondulantes nas rochas próximas. Foram essas ondas que se traduziram nos terremotos à superfície da Turquia. Outra miniplaca foi responsável pelo grande maremoto que lavou com ondas de até 20 metros de altura 106 cidades da costa oeste nicaragüense e levou à morte mais de 100 pessoas. A fonte da energia, nesse caso, é o mergulho da placa de Cocos - situada junto à América Central - sob a placa Norte-americana. Constantemente castigada pela natureza, a pobre Nicarágua fica numa região de grande turbulência geológica. Além do mergulho, ou subducção, da placa de Cocos, ela sofre também com o atrito entre a placa Caribenha e a Norte-americana.
Esta última é famosa porque não deixa os habitantes da Califórnia, nos Estados Unidos, dormirem tranqüilos: ali ocorrem cerca de 10 000 abalos sísmicos por ano. O motivo é a enorme falha de San Andreas, ao longo da qual deslizam a placa Norte-americana e a placa do Pacífico. O governo americano faz um esforço concentrado para evitar tragédias como as que assolam a região de San Francisco. Em 1906, morreram 600 pessoas; em 1971, 64; em 1989,270. O maior pesadelo atualmente é a espera de um supertremor decorrente do movimento que está dividindo em dois o Estado da Califórnia. No final do ano passado, a NASA mandou para o espaço o satélite Lageos 2: armado com canhões laser, o satélite vai medir o deslocamento das placas para ajudar a prever a data do evento terrível.
Tragédias diante da pequenez humana, os movimentos das placas tectônicas são saudáveis sinais de vitalidade da Terra. A ascensão do magma profundo por meio da lava em superfície é um meio admirável de reciclar as matérias-primas do planeta. Veja-se o exemplo do carbono, essencial à existência da vida. Ele viaja constantemente do ar, das plantas e dos animais para o mar, e daí mergulha para os abismos de rocha derretida. Num ciclo de 1 milhão de anos, ele volta à tona pela boca dos vulcões.A peça essencial da maquinaria subterrânea é o calor adquirido pelo planeta durante o seu nascimento, há 4,6 bilhões de anos. Desde então essa energia gera verdadeiros rios de matéria fluida que sobem e descem pelo interior da Terra. Sob as placas do Mar Vermelho por exemplo, há uma corrente ascendente. " O magma sobe como o leite que ferve numa panela", compara a geóloga Magda Bergmann. Por isso, nas fendas submarinas estão as rochas mais jovens do planeta. De modo geral, diz Magda, as placas são os verdadeiros arquitetos da Terra: elas criam, destroem e recriam a superfície, dando-lhe diferentes faces ao longo das eras.Ninguém poderia imaginar, por exemplo, que há 440 milhões de anos a cidade do Rio de Janeiro estava às bordas do que é hoje o Deserto do Saara. As duas regiões eram fronteiriças, faziam parte de um mesmo continente e ficavam no Pólo Sul. Podem-se visualizar essas incríveis mudanças no tempo, diz o geólogo Colombo Tassinari, da Universidade de São Paulo, como Magda. "Se fotografássemos a Terra a cada 100 anos, a partir do espaço, seria possível vê-la se contorcendo.
" O tempo é a chave para se compreender o trabalho das placas tectônicas - invisível, quase sempre. às fugazes sensações humanas. Os geólogos explicam que as grandes massas continentais não são mais antigas do que 560 milhões de anos. Parece muito, mas todo esse período não chega a preencher um oitavo da história geológica da Terra. Por isso, a imensa energia concentrada nas placas é praticamente imperceptível. A placa do Pacífico, por exemplo. se move cerca de 5,3 centímetros por ano, na direção noroeste, e a da América do Norte se move 7,5 milímetros para sudeste. África e América do Sul se afastam 2 centímetros por ano.
Há cerca de 200 milhões de anos todos os atuais continentes se reuniam num único bloco, chamado Pangéia. A expansão dos assoalhos oceânicos, aos poucos, dividiu esse supercontinente, e a fenda original ainda pode ser encontrada no centro de uma imensa "costura" submarina: a Cordilheira Meso-oceânica do Atlântico, que permanece no mesmo local em que se abriu no passado remoto. É incrível pensar que fenômenos dessa magnitude - no tempo e no espaço - possam ser medidos e monitorados como parte do dia-a-dia da humanidade. Essa, no entanto, é a perspectiva aberta à civilização - um símbolo de quanto ela vem se tornando responsável pela vida do planeta.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A vaidade por um fio - Saúde


A VAIDADE POR UM FIO - Saúde



A Medicina explica por que alguns homens vão perdendo os cabelos.Mesmo assim, não há cura para o problema. Aos carecas insatisfeitos só restam os tratamentos paliativos ou a cirurgia plástica.



Para alguns homens vaidosos, acompanhar pelo espelho o desaparecimento do topete de cabelos pode ser uma experiência desesperadora. Mas, de fato, não deixa de ser bizarro esse complexo de Sansão, personagem cuja força se originava na vasta cabeleira. Do ponto de vista funcional, os cabelos são supérfluos: teoricamente, serviriam para proteger a cabeça contra o excesso de frio ou dos raios de sol. Só que, no caso, um simples chapéu poderia substituí-los e, com certeza, a raça humana sobreviveria se todas as pessoas fossem carecas. Apesar da pouca utilidade, os fios que emolduram o rosto adquiriram o status de ingredientes fundamentais da beleza. Essa valorização vem impulsionando a ciência a trabalhar a serviço da estética. Os especialistas em Tricologia, a área da Dermatologia que estuda pêlos e cabelos, se empenham na investigação da calvície, buscando tratamentos eficazes, embora ainda desconheçam a cura definitiva do problema.
Desde a Antigüidade já se tentava resolver a questão dos carecas. Papiros egípcios de 4000 a.C. recomendavam que se aplicasse no couro cabeludo a mistura de partes iguais de gordura de leão, hipopótamo, jacaré, cabrito e cobra. O imperador romano Júlio César (100-44 a.C.) sonhava recuperar seus cabelos apelando para outra fórmula exótica, cuja receita incluía ratos domésticos queimados, dentes de cavalo, gordura de urso e vísceras de veado. Nas culturas orientais, ao contrário, principalmente entre os budistas, os monges rezavam para ficar calvos - a queda dos cabelos era interpretada como o desprendimento dos sentimentos mundanos. Infelizmente, a calvície não é freqüente em homens de origem asiática, assim como é mais rara em negros. Já em homens brancos, a careca não é, definitivamente, característica de uma minoria. Calcula-se que aos 65 anos, oito em cada dez homens de cor clara sejam calvos.
Em geral, a redução dos cabelos se inicia ao redor dos 20 anos de idade. No final do processo, que pode acontecer em poucos meses ou se estender por vários anos, notam-se desde discretas entradas, no alto da testa, até a cabeça toda lisa, quando resta apenas um tímido rodapé de cabelos, sobre as orelhas e a nuca - existem, enfim, casos de calvície em graus variados. Mas carecas totais, que não têm um fio de cabelo sequer, são um caso à parte: "Não existe uma tendência hereditária para se ficar completamente careca", explica o dermatologista paulista José Marcos Pereira, que há oito anos vem se especializando em calvície. "Essas pessoas perderam todos os cabelos por causa do estresse ou de certas infecções", diz ele.Segundo o médico, no caso da calvície normal ou clássica, o primeiro sintoma que se pode perceber é o afinamento dos cabelos no alto do cabeça. Eles também vão ficando mais claros", descreve. "Como, nessa região, a quantidade de fios em fase de crescimento é menor, a pessoa muitas vezes se dá conta, com certo espanto, que só precisa cortar os cabelos nas laterais." A calvície, em si, não afeta a imagem de Pereira, que exibe uma farta cabeleira escura, onde despontam alguns fios grisalhos. "Mesmo assim, compreendo o drama de quem não gosta da idéia de se tornar calvo", conta. "Alguns médicos menosprezam esse tipo de queixa, esquecendo que o fator emocional é tremendo."Para entender o que está se passando, literalmente, na cabeça desses homens calvos, é preciso conhecer a estrutura de um fio de cabelo. Ela se inicia na chamada raiz, fincada na derme. A raiz engloba uma estrutura em formato de taça, conhecida por matriz, que contém um punhado de células epidérmicas em seu interior - a papila dérmica. Esta funciona como uma espécie de mestre-de-obras, ordenando a construção de um fio, o qual vai deslizando para fora da pele, à medida que vai crescendo. Os fios são elásticos e têm diâmetro entre 0,05 e 0,5 milímetro.
Esses comandos para que os fios aumentem de tamanho são na forma de substâncias ou mediadores químicos liberados pela papila", explica Pereira. "Embora todas as papilas pareçam iguais, quando olhamos essas estruturas no microscópio, elas devem ser diferentes, de pessoa para pessoa, do ponto de vista bioquímico", supõe o dermatologista. "Assim, conforme o conjunto de ordens químicas, teríamos um tipo de cabelo diferente."Quando se faz um corte transversal em um fio, nota-se que ele tende a ser mais arredondado, quando liso; mais ovalado, se for crespo. "Durante a vida, ocorre uma constante renovação dos fios, através do ciclo biológico dos cabelos, realizado em três fases bem distintas", ensina Pereira. "Na primeira fase, chamada anágena, que dura entre três e cinco anos, o fio não pára de crescer, graças à intensa proliferação celular na matriz.
"Passado o período de crescimento, o cabelo entra na fase catágena, em que o tamanho da raiz diminui. A última etapa é a telógena, em que o cabelo está na sua reta final, repousando de quatro a seis meses antes de se desprender. Nesse período, uma matriz novinha em folha, recém-criada pela papila, produz um outro fio, que dará o empurrão final para aquele fio antigo, telógeno, cair fora. "No couro cabeludo normal, cerca do 80% dos fios estão na fase anágena, 20% na telógena e uma proporção insignificante na catágena", calcula Marcos Pereira.
No entanto, no caso da calvície, o ciclo biológico sai do compasso: em outras palavras, muda a duração das fases. Os principais culpados são os hormônios sexuais masculinos, que agem num solo fértil de predisposição genética. "No passado, acusou-se a circulação sangüínea, a oleosidade, fungos, bactérias e uma infinidade de outros fatores. Mas nenhuma dessas teorias conseguiu se sustentar", comenta Pereira.Atualmente, os médicos sabem que a verdadeira responsável é uma enzima chamada alfa-redutase, presente nas células em maior ou menor quantidade, conforme a bagagem genética. Essa enzima transforma a testosterona, hormônio masculino carregado até ali pela circulação sangüínea, em uma substância de nome complicado - a deidrotestosterona, cuja ação é fatal para os cabelos. Graças a ela, os fios em plena fase de crescimento se tornam precoces fios telógenos. Para conhecer a proporção entre um e outro tipo de cabelo, os médicos realizam o tricograma: eles arrancam aproximadamente 100 fios de cabelos para examiná-los ao microscópio.
O aumento na proporção de telógenos diagnostica a calvície. A qualidade dos cabelos anágenos também se torna diferente. Curiosamente, apenas os cabelos do topo da cabeça são acometidos pelo problema. "Nas raízes dos cabelos das regiões laterais e próximas da nuca há uma menor concentração da alfa-redutase. Portanto, ali, os fios sofrem menos com a ação dos hormônios masculinos", explica o médico Munir Cury vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em São Paulo. Daí que muitos cirurgiões, como ele, retiram os folículos pilosos ou raízes dessas regiões em seus pacientes para implantá-los na área calva. "Os cabelos implantados não voltam a cair, porque são originários dessas áreas com menos alfa-redutase", garante.
O fato de o problema só afligir os homens também se explica pela Genética. "O gene da calvície é dominante no sexo masculino. ou seja, ele se manifesta mesmo quando herdado somente do pai ou só da mãe", conta o geneticista Décio Cassiani Altimari, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Assim, por exemplo, o filho de um pai cabeludo pode se tornar careca porque o avô materno era calvo. As mulheres precisariam acumular dois genes da calvície para correrem o risco de perder os cabelos", afirma. "E, ainda assim, essa herança se manifestaria na presença de hormônios masculinos. Como esses hormônios costumam ser muito baixos nas mulheres, os casos de calvície feminina são raros".Teoricamente, para prevenir a calvície bastaria inibir a ação da testosterona, o que seria desastroso. A falta do hormônio tornaria o organismo do homem efeminado, além de causar impotência. Os cientistas, porém, buscam soluções alternativas: "Nos últimos anos, temos aplicado loções de uma substância chamada espironolactona nos pacientes", conta o dermatologista José Marcos Pereira. "Trata-se de um diurético que, curiosamente, inibe a ação da testosterona, mas seu efeito é apenas local. Portanto, não oferece perigo.
"Os cirurgiões plásticos, de seu lado, não confiam nos tratamentos clínicos. E, na hora de dispararem suas críticas, o exemplo mais citado é o do minoxidil, remédio que virou moda entre os carecas, há cerca de três anos, e mais tarde engrossou o rol das charlatanices. "Com o uso dessa droga, nunca vi o cabelo de ninguém crescer", declara o cirurgião Munir Cury. O minoxidil é, na realidade, um vasodilatador - ou seja, ele aumenta o diâmetro de veias e artérias. Quando isso acontece, a pressão sangüínea cai. O fato é que alguns hipertensos calvos que tomaram o remédio para aliviar o coração viram seus cabelos ressurgir como num passe de mágica. "De fato, em pacientes com menos de 40 anos, o minoxidil funciona", atesta a dermatologista Helena Muraco, do Hospital das Clínicas em São Paulo. "A questão é que o remédio deve ser aplicado duas vezes por dia. durante dois meses, no mínimo. Isso faz muita gente desistir." É a falta de disciplina dos pacientes que a médica acusa alguns casos de fracasso do medicamento. "Ele às vezes não tem efeito algum", reconhece. "É uma incógnita para mim.
" Alguns estudos sugerem que o minoxidil pode, de fato, ampliar a fase anágena, retardando a queda dos cabelos. Mais tarde, no entanto, a pessoa fica careca - não há saída. "Ao melhorar a circulação sangüínea, é como se o remédio fornecesse fôlego extra às células da matriz, quando o processo da calvície está no início. Em fases adiantadas o medicamento não funciona", adverte o dermatologista Pereira.
Na opinião do cirurgião plástico César Isaac, da Beneficência Portuguesa em São Paulo para se voltar a ter cabelos é preciso recorrer ao bisturi: "O procedimento mais popular, hoje em dia, é o micro implante" revela. "Os cabelos são retirados da porção posterior da cabeça e implantados um a um na área nua.
" Outra cirurgia bastante aplicada usa a técnica de retalho: os cirurgiões soltam uma área lateral do couro cabeludo, para esticá-la até o topo da cabeça. Trata-se de uma operação mais complicada. mas alguns pacientes acreditam que o sacrifício compensa. Para alguns, afinal, cabelos são sinônimo de juventude e auto-estima. É por este enfoque, aliás, que o dermatologista Albert Kligman da Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia, Estados Unidos, defende fervorosamente a idéia de que os cerca de 200 000 fios de cabelos de uma pessoa não deveriam ser considerados um produto supérfluo da natureza. Para justificar seu ponto de vista, revela dados surpreendentes de que homens carecas vivem menos: em um estudo estatístico, ele verificou que a saúde das pessoas que se consideram bonitas e atraentes anda muito melhor do que a de quem fica remoendo os seus complexos diante do espelho.

Uma questão de curto prazo

Quando uma pessoa nota o início da calvície, não significa que o crescimento de seus cabelos tenha desacelerado. Na matriz onde o fio de cabelo é montado, célula por célula, o ritmo de produção continua o mesmo de sempre - essa velocidade, aliás, é determinada pelos genes. Ocorre que, no caso dos calvos, o período de trabalho vai ficando cada vez menor. Ou seja: depois de quatro anos sem visitar o barbeiro, um homem cujos cabelos crescem 1 centímetro por mês terá uma longa cabeleira de 48 centímetros de comprimento. No entanto, se o período de crescimento dos cabelos, chamado fase anágena, passa a durar apenas três anos, os cabelos só têm tempo suficiente para alcançar 36 centímetros de comprimento e assim por diante.Enquanto isso acontece, por sua vez aumenta a duração das outras duas fases, em que o cabelo se prepara para cair. Resultado: os fios tendem a ficar mais finos e mais claros. No final de todo o processo, quando os cabelos só têm poucas semanas de prazo para ganhar tamanho, eles só conseguem atingir pouquíssimos milímetros. "Por isso, é errado dizer que a área calva não tem cabelos", diz o dermatologista paulista José Marcos Pereira. "Na verdade, o calvo exibe uma lanugem tão fininha e clara, que mal se percebe."

Vários tipos de causas

Vinte ou trinta dias podem ser suficientes para o desastre: os cabelos começam a cair, até não restar nem sequer um único fio. Existem os chamados carecas totais - que os médicos preferem chamar de alopecias totais - não são determinados pelos genes. Netos e filhos de pessoas cabeludas podem exibir a cabeça inteira lisa, por causa de algumas doenças infecciosas, radiações ou certos médios para câncer, que costumam destruir a raiz dos cabelos. Existem ainda pessoas totalmente carecas devido a fatores emocionais: os cientistas garantem que situações estressantes provocam a perda de cabelos. Eles observam que, muitas vezes, tudo não passa do que chamam de eflúvio, a queda esporádica dos cabelos, percebida quando, por exemplo, a pessoa arrisca passar o pente. No entanto, há estressados que ficam completamente carecas - e o problema poderá não ter volta se a matriz do cabelo estiver morta. Resta aos pesquisa dores detectar quais substâncias, secretadas no organismo em situações de tensão, são capazes de matá-la.

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Ciência de um provocador - Entrevista

A CIÊNCIA DE UM PROVOCADOR - Entrevista



O cientista americano provoca mutações nos genes que coordenam a formação do corpo nas moscas Drosophila. Com isso, ele vem decifrando o desenvolvimento dos embriões na evolução das espécie



São tantos vidros espalhados por prateleiras, revestindo as paredes do chão ao teto, que eventuais visitantes talvez mal notem uma flauta e pilhas de partituras, no canto da sala Durante uma hora, todos os dias, o laboratório do geneticista americano Edward Lewis se transforma em local de ensaio - a música é a sua segunda paixão. Em primeiro lugar, empatam a esposa, Pamela, e as moscas. Ela é uma artista bissexta, que pega em tintas e pincéis para registrar, com traço bem-humorado, os estranhos insetos criados pelo marido - alguns com pares extras de asas, outros com patas fora de lugar, exemplares guardados com carinho naquelas dezenas de recipientes. Os olhos do professor de 72 anos brilham quando mostra, no microscópio, esses animais estranhos - "há mais de quarenta anos, estudo essas mutações na construção do corpo", conta Lewis, um dos geneticistas mais premiados dos Estados Unidos. Professor do lnstituto de Tecnologia da Califórnia, com sede em Pasadena, onde trabalha desde 1948. ele acompanhou passo a passo as principais revelações sobre os genes homeóticos. Daí motivo de ser um dos mais respeitados especialistas no tema
Em todas as espécies, os genes que decidem como será construído o organismo são os mesmos. E admirável que os chamados genes homeóticos saibam, por exemplo, onde se deve fazer a cabeça humana, e não o tórax, e onde se deve fazer a cabeça da mosca, e não o primeiro par de patas. É ainda mais admirável que, nos dois organismos, esses genes (bolas coloridas) sejam idênticos e ocupem a mesma posição no cromossomo. Assim como, provavelmente, seguem sempre o mesmo roteiro para entrar em cena. Isso acontece nos estágios iniciais do desenvolvimento do embrião, quando este não é mais do que um aglomerado com cerca de mil células, indiferenciáveis entre si. Cada célula carrega em seu núcleo todas as informações sobre o organismo de que faz parte, embora não vá precisar da maioria delas. Mas isso - o que interessa ou não a determinada célula - são os genes homeóticos que resolvem. Não é à toa que os cientistas costumam chamá-los de genes espertos.

NOS - O que torna os genes homeóticos tão espertos?
LEWIS - Eles contêm uma seqüência muito especial de moléculas de DNA, que conhecemos por homeobox. Esse trecho específico é responsável pela síntese de uma proteína, que funciona como uma chave, capaz de ligar ou desligar outros genes.

NOS - Como isso é possível?
LEWIS - A proteína do homeobox pode grudar em pontos diferentes dos cromossomos e os genes que estiverem ali, nesses locais de contato, entrarão em ação. Por exemplo: em certas células, essas proteínas se ligam aos genes que carregam informações sobre os olhos; todos os outros genes, como os que determinam a cor dos cabelos, permanecem desligados. Neles, a ausência da proteína do homeobox é interpretada como ´ok, você não precisa fazer nada´. Os genes homeóticos dão ordens e os outros genes, ativados ou não por eles, cuidam da construção, propriamente dita, dos diversos órgãos.

NOS - E qual seria a primeiríssima ordem desses genes no comando?
LEWIS - Primeiro, eles estabelecem que um lado do ovo será frontal e o outro, dorsal. Essa diferenciação é marcada por uma proteína, chamada bicóide, que se acumula nas células destinadas à área frontal. Um segundo sinal recruta células para formar a parte NOSior do corpo e outras para a região inferior. Quando isso tudo já está feito, aparecem três grandes segmentos - um para a cabeça, um para o tórax e outro para o abdome. As espécies sempre obedecem a esse projeto, até mesmo uma minhoca, embora a gente mal consiga notar sua cabeça. Sinal de que o modelo de corpo com três segmentos básicos mostrou uma eficiência imbatível na evolução. Esses segmentos se subdividem para formar as diversas estruturas do corpo. O embrião humano, claro, possui mais subdivisões do que o da minhoca, porque o seu design final implica uma enorme quantidade de detalhes.

NOS - São os genes homeóticos que cuidam desses detalhes?
LEWIS - Não, eles disparam uma reação em cascata. Desse modo, três genes ordenam a diferenciação de uma cabeça o que aliás parece ocorrer em primeiro lugar. Esses mesmos genes ativam cerca de outros dez que criarão os olhos; estes, uma vez acionados, começam a produzir proteínas similares às do homeobox, para ligar mais cem genes e assim por diante. Quanto mais complexo é o organismo, mais genes são recrutados nessa cadeia.

NOS - Por que os braços e as pernas dos seres humanos são considerados um enigma?
LEWIS - Porque ninguém sabe ao certo quais segmentos Ihes deram origem. É bom esclarecer que os braços e as pernas do homem não têm a ver com as patas das moscas. Estas se originam de três subdivisões do segmento do tórax; no embrião humano, existem trinta subdivisões nesse mesmo segmento, que formam as costelas. Portanto, o origem das patas dos insetos é a mesma desses ossos.

NOS - Apesar dessas diferenças, os genes homeóticos são idênticos na mosca e no homem?
LEWIS - Sim, eles desencadearam o surgimento do tórax nas duas espécies; as estruturas que aparecem em fase posterior do desenvolvimento embrionário é que podem divergir, por causa de diferenças entre os genes que obedeceram àqueles primeiros.

NOS - Não existe mesmo nenhuma diferença?
LEWIS - Existe uma diferença de quantidade. Enquanto a mosca possui um par de cada grupo de genes homeóticos, os seres humanos carregam quatro pares. A provável razão disso é que as cópias extras seriam garantia importante. Assim, se um gene não der o comando para criar algum detalhe do ouvido, por exemplo, haverá ainda outros três comandos corretos. E um cerco de cuidados para construir um corpo perfeito.

NOS - Como o senhor consegue observar a ação desses genes?
LEWIS - Eu retiro ou altero genes do ovo da Drosophila, por exemplo, para observar as mutações que ocorrem no embrião. Assim, posso determinar exatamente onde aquele gene está atuando. Como a gente sabe que os genes homeóticos são iguais em todas as espécies, podemos chegar a conclusões importantes sobre o desenvolvimento do embrião humano. Aliás, acho que é por isso que tanta gente está interessada em minhas moscas.

NOS - Qual o significado dos genes homeóticos serem idênticos no homem e na mosca?
LEWIS-Em primeiro lugar, significa que as duas espécies possuem um ancestral em comum, provavelmente parecido com uma minhoca. Mas os genes homeóticos, em si, devem ser ainda mais antigos do que esse próprio ancestral. Trata-se de vitoriosos no processo de seleção, porque muita coisa foi mudando e eles permaneceram inalterados, de espécie para espécie.

NOS - Esses genes teriam aparecido na mesma época?
LEWIS - É provável. Sabemos que devem ter se originado a partir de um único gene, porque são muito semelhantes entre si. Eles são os genes mais antigos que carregamos em nosso organismo. E é isso, particularmente, o que me fascina.

NOS - O principal interesse do senhor não seriam as fases do desenvolvimento dos embriões?
LEWIS - Não, isso é um aspecto secundário do meu trabalho. Ao iniciar o seu desenvolvimento, o embrião humano lembra uma minhoca; depois, fica parecido com um peixe. E assim vai, refletindo todas as etapas da evolução das espécies. Uma teoria é de que, há milhões de anos, existiam genes que apenas diferenciavam a cabeça do restante do corpo. Portanto, os genes envolvidos com cabeça devem ser mais antigos do que outros genes. Depois, apareceram os genes que formam os olhos, porque algumas espécies muito primitivas de minhocas marinhas possuem olhos. Ou seja, ao compararmos o surgimento de espécies na Terra com o desenvolvimento dos embriões, conseguimos presumir a ordem em que os genes foram aparecendo. E, a partir disso, investigar como um gene pode dar origem a novos genes, em um interminável processo da evolução.

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Os últimos Dragões - Zoologia


OS ÚLTIMOS DRAGÕES - Zoologia



Confinados em algumas ilhas da Indonésia, os maiores lagartos do mundo representam uma exceção como principais predadores de um nicho ecológico, titulo que quase sempre cabe aos mamíferos.



Um pai e seus dois filhos sentaram-se na selva, arrumando a madeira que tinham acabado de cortar. O calor úmido, o silêncio e a monotonia do trabalho haviam relaxado tanto a sua atenção que nem sequer notaram o lagarto gigante. Aparentemente saído do nada, o monstro avançou chicoteando a língua bifurcada, arrastando o longo e tenso corpo de 2 metros. Quando os três dispararam em fuga, um dos meninos tropeçou num galho baixo e infelizmente caiu. O monstro o agarrou pelas nádegas e com uma dentada arrancou enorme naco de carne. Antes que desse uma segunda mordida, o lagarto foi afugentado, mas o dano já estava feito. O jovem sangrou durante meia hora e morreu diante do olhar desesperado do irmão e do pai.
Essa cena dramática não está em nenhum livro de ficção. É um fato real, narrado pelo biólogo e especialista em evolução Jared Diamond, da Universidade da Califórnia, na revista americana Discover. O monstro ardiloso e faminto que ele descreve mora nas densas florestas quentes da Indonésia e vive até 100 anos. Os cientistas se referem a ele como Varanus komodoensis, ou simplesmente "monitor" (um dos vários grupos de lagartos do planeta). Na boca do povo, a voracidade do grande caçador valeu-lhe o apelido de "dragão". A expressão dragão de Komodo veio da ilha onde foi identificado pela primeira vez, em 1910.Seja qual for o nome, trata-se do maior lagarto do mundo, que na maturidade alcança 3 metros de comprimento e 135 quilos de peso. Acostumado a comer pequenos mamíferos, ele não despreza vez por outra uma bom prato de humanos, sobretudo na idade adulta. Além do infeliz ajudante de lenhador, relatam-se vários casos de camponeses indonésios devorados e mesmo alguns turistas europeus. Quando foi descoberto, no começo do século, o dragão de Komodo intrigou os cientistas. Eles se perguntavam o motivo de terem persistido no mundo animais primitivos e pecilotérmicos - que não possuem mecanismos próprios para aquecer o corpo. Afinal, as vantagens dos animais de sangue quente são várias e claras. Os mamíferos podem correr muito mais rápido e por mais tempo, o que ajuda muito na perseguição às presas. Além disso, os mamíferos crescem em ritmo mais acelerado que os répteis, podem caçar à noite e não dependem de longos banhos de sol para obter energia. É digno de nota, portanto, que o mundo tenha mais répteis do que mamíferos, em número de espécies. É ainda mais intrigante que o monitor de Komodo seja o líder de um nicho ecológico - o maior predador da região onde vive -, quando em quase todo o mundo esse posto cabe a leões, tigres, ursos ou lobos. Ou seja, mamíferos de sangue quente.
Atribui-se ao zoólogo Walter Auffenberg, da Universidade da Flórida. a solução de alguns desses enigmas. Antes de mais nada, o dragão não vive somente em Komodo, que é apenas uma entre as diversas pequenas ilhas dominadas por ele. As três maiores são Celebes, Timor e Flores: esta última, aliás, possui muito mais indivíduos que todas as outras. Visto desse ângulo, um nome mais correto seria "dragão de Flores e ilhas vizinhas" - se não fosse tão desajeitado. Auffenberg verificou que, devido ao baixo metabolismo, o dragão de Komodo é um bicho lento e cansado por natureza. Os mais rápidos chegam a, no máximo, 11 quilômetros por hora - e não agüentam correr mais do que algumas dezenas de metros. Não atacam de noite, período em que se escondem em buracos para se manter aquecidos, e gastam a manhã estendidos preguiçosamente ao sol.
Essa presumível indolência pode sugerir que ele seja um péssimo caçador. Ledo engano. Ao sair do ovo, o dragão tem cerca de 30 centímetros e pesa apenas 90 gramas. Mas, na idade adulta, alguns ultrapassam 3,30 metros e excedem 230 quilos. Esse crescimento todo não vem de nenhum lugar, senão de boas refeições. Para um dragão "baby" a "boa refeição" pode estar numa simples árvore. Ou melhor. nos insetos que nela habitam. Já os de médio porte adoram ratos e pássaros E os maiores se deliciam com veados selvagens ou então porcos, cabritos e cavalos. Estes últimos são criados para subsistência pelos moradores das ilhas. Daí surge uma verdadeira guerra entre o homem e o réptil, que ataca sorrateiramente os terreiros das pequenas propriedades. E uma curiosidade: quando falta alimento, os dragões não hesitam em tornar-se canibais, deglutindo exemplares de sua própria espécie - os filhotes em primeiro lugar. Nas caçadas, o lagarto mostra sua esperteza. Incapaz de manter uma longa perseguição, como fazem leões ou lobos, ele usa inteligentes táticas. Prepara emboscadas, aproximando-se furtivamente ou esperando na beirada das trilhas naturais, até que a presa passe por perto. Só então desfere seu bote. Tem também uma aguçada capacidade para espreitar fêmeas prenhes, das quais rouba filhotes assim que eles nascem, enquanto a mãe ainda está sem forças para defendê-los
Além de matar as vitimas para imediata degustação, o monitor de Komodo costuma varrer a floresta em busca de animais mortos, em decomposição, tal qual fazem as hienas na savana africana. A diferença é que elas aproveitam restos de animais abatidos por leões e outros predadores, enquanto os lagartos comem a carniça de suas próprias presas. Isso acontece porque nem sempre eles se dão ao trabalho de ir até o fim numa caçada. Às vezes, os lagartos apenas ferem sua vítima e deixam-na fugir, confiando que ela morra em algumas horas.
A garantia de que o animal atacado vá realmente morrer vem dos seus dentes. Extremamente afiados -"como os dos mais perigosos tubarões", segundo Jared Diamond - eles causam fluentes hemorragias. Como se isso não fosse suficiente, também agregam bordas de bactérias agressivas, que contaminam a vítima da mordida. Mais cedo ou mais tarde, ela sucumbe pela falta de sangue ou por uma virulenta infecção. Depois, basta ao dragão usar seu apurado faro para encontrá-la. Ele é capaz de sentir o cheiro da carniça a quilômetros de distância. E não é preciso ser um dedicado pesquisador para perceber isso. Os guias de turismo da Ilha de Komodo há muito tempo costumam expor cabras mortas ao sol tropical para atrair os lagartos até à vista dos visitantes. Sem contar que, vez por outra, os moradores deparam com os lagartos fuçando no cemitério da vila.
"Ver um dragão de Komodo comer é uma verdadeira aula de como não se comportar à mesa", diz Jared Diamond. O lagarto come atabalhoadamente, em grandes dentadas, sem mastigar e babando para todos os lados. Certa vez, os cientistas observaram um dragão de 50 quilos devorar um porco inteiro de 31 quilos em apenas 17 minutos. Outros podiam ingerir 2,3 quilos de carne por minuto. Toda essa pressa tem razão de ser. É essencial terminar a refeição antes que outro lagarto espertinho sinta o cheiro e apareça para jantar. Aí também surge uma diferença em relação às hienas. Ao contrário das carniceiras africanas, o dragão da Indonésia come também os ossos do animal abatido, incluindo o crânio, com dentes, chifres e o que mais houver.
As duas questões que mais desafiam os estudiosos, no entanto, se referem ao passado do monitor de Komodo e, para elas, só existem teorias, por enquanto. A primeira: o que comiam os antiquíssimos répteis alguns milênios atrás? Hoje, eles parecem perfeitamente adaptados ao seu habitat.Mas os porcos, cabras, veados e cavalos não existiam em Flores, Komodo, Celebes e Timor, até serem introduzidos pelo homem. E certamente a população de ratos e pássaros não seria suficiente para proporcionar a evolução de tamanha comunidade. A resposta pode estar em fósseis de elefantes achados em Flores nos últimos anos. Não exatamente os elefantes de hoje em dia, mas duas espécies extintas, uma semelhante aos mamutes, e outra de elefantes nanicos, chamados "pigmeus". Esses mamíferos teriam garantido o alimento aos répteis até que os caçadores humanos passassem a habitar a ilha, dizimando os paquidermes. Para alívio dos dragões, enquanto acabavam com os elefantes, os humanos traziam para as ilhas animais domésticos e selvagens que acabariam se multiplicando e garantindo o sustento.A segunda questão: por que nenhum mamífero tomou para si o topo da escala de predadores, como ocorre nas servas de todo o mundo? Por que não há leões, tigres, ursos ou lobos nas quatro ilhas? O paleontologista Tim Flanery formulou a melhor hipótese, usando sua terra natal, a Austrália, como base do raciocínio. Naquele país, quem dita as ordens são os répteis, sobretudo as cobras. Mas nem sempre foi assim. Fósseis demonstram que em algum lugar do Pleistoceno (época que durou até há 10 000 anos) havia pelo menos um marsupial de bom tamanho, chamado lobo-da-tasmânia (não confundir com o diabo-da-tasmânia, que é um tipo de marsupial da família Dasyuridae). Além disso, por incrível que possa parecer, grandes cangurus carnívoros percorriam a ilha.
E como eles desapareceram? O que aconteceu na escala da evolução para tirá-los da ilha? Para matar essa charada, Flanery aplicou o conceito de pirâmide ecológica à realidade natural daquele país. Ela mostra que a população de uma espécie numa região varia de acordo com a dos animais ou vegetais de que ele se alimenta
Se existe pouca vegetação, é provável que sobrevivam poucos herbívoros e um número ainda menor de carnívoros, que deles se alimentam. Um leão africano, por exemplo, depende da carne de várias zebras, que precisam, por sua vez, de moita vegetação para se alimentar. Ora, em uma população pequena de leões, qualquer epidemia ou fenômeno climático pode exterminar todos os indivíduos de repente. Isso sem contar a própria deterioracão genética ao longo das gerações, pois animais parentes acabam se cruzando com muita freqüência, o que causa defeitos congênitos.Isso provavelmente ocorreu com os mamíferos predadores da Austrália. Apesar de seus 7,6 milhões de quilômetros quadrados, é um lugar pequeno, do ponto de vista da vida selvagem, pois 90% de seu território é árido e sujeito a fenômenos climáticos bruscos - sobre tudo o El Niño. Assim, havia pouco alimento e populações reduzidas de carnívoros de Sangue quente. Uma peste ou seca foi suficiente para dizimá-los. O mesmo vale para as pequenas ilhas da Indonésia, que não tinham alimento suficiente para manter o topo da pirâmide.
Resta então descobrir como os répteis predadores safaram-se dessa armadilha natural. Tim Flanery tem uma resposta para isso também: o sangue frio. Sim, pois nem sempre o baixo metabolismo é uma desvantagem. Se por um lado faz lagartos e cobras serem lentos e dependentes dos raios de sol, por outro ele os torna capazes de sobreviver com menos comida, pois não precisam alimentar mecanismos termorreguladores em seu organismo. O dragão de Komodo sobrevive perfeitamente com 13 quilos de carne por mês, enquanto um leão ou lobo de grande porte precisa de 136. Como resultado, as populações de répteis cresceram e resistiram às eventuais doenças ou desastres do clima.
Em outras palavras, a característica que sempre levou as pessoas a considerar os lagartos primitivos pode ser a mesma que os manteve vivos e soberanos no ecossistema de Komodo e das ilhas vizinhas. Para Jared Diamond, uma boa forma de mostrar as vantagens e desvantagens entre mamíferos de sangue quente e répteis de sangue frio é fazer uma analogia com automóveis. Os leões, ursos ou lobos são como Ferraris, Porsches e Lamborghinis: bonitos, potentes, correm muito e, por isso, precisam de muita gasolina. Já os répteis são como Fuscas: lentos, modestos, mas extremamente econômicos. É fácil deduzir quem predomina durante as crises de combustível. E de alimento.

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Aventureiros do Século XX - Tecnologia


AVENTUREIROS DO SÉCULO XX - Tecnologia



Dez veleiros de aço, tripulados por amadores, saíram da Inglaterra para dar a volta ao mundo em sentido contrário às correntes a aos ventos. Da comida desidratada à comunicação por satélite, a tecnologia lhes garante a sobrevivência.



Maluco. Foi o que pensaram, disseram e escreveram sobre Chay Blyth, um inglês decidido a dar a volta ao mundo sozinho num veleiro, na contramão, há 21 anos. Ao redor do mundo, como a frota do explorador português Fernão de Magalhães realizara em 1522. Sozinho, como o navegador canadense Joshua Slocum fizera em 1898. Em sentido contrário às correntes marítimas e aos ventos, como ninguém ousara.Blyth conseguiu um barco de aço patrocinado pela British Steel, a maior usina siderúrgica britânica. Partiu de Southampton, na Inglaterra, e voltou 292 dias depois. Ao desembarcar, esgotado pela aventura, chamada na época de "a viagem impossível", garantiu ao jornal The Times em sua primeira entrevista: "Eu nunca faria isso de novo e jamais sujeitaria outro ser humano à mesma situação".A promessa foi por água abaixo Há três anos, o hoje promotor de eventos náuticos Chay Blyth foi chamado a organizar uma regata ainda mais desvairada que sua viagem pioneira. A British Steel Challenge, como foi batizada a prova, acenava com o temerário desafio de refazer a rota em contramão, mas desta vez com a participação de pessoas comuns, sem nenhuma experiência com o mar. Anúncios apareceram em jornais e televisão chamando aventureiros em potencial, sob a condição de nunca terem participado de nenhuma regata transoceânica. Era preciso coragem também para desembolsar quase 30 000 dólares, a serem pagos em suaves prestações durante os três anos de treinamento.Apareceu gente de todas as idades, profissões, tipo físico, cor dos olhos, peso e altura. Muitos deles não sabiam sequer velejar. Pessoas normais, dessas que não chamam a atenção quando entram num ônibus. Mas com uma atração atávica pela aventura que os fez admitir a idéia de enfrentar até os vagalhões do Cabo Horn, entre o sul do Chile e a Antártida - o lugar mais perigoso do planeta quando se está sobre a água na opinião de qualquer marinheiro. "A viagem envolve perigo, mas é exatamente isso que as pessoas querem: aventura", diz Blyth. É claro que, como um respeitável promotor de eventos náuticos, ele não pode permitir que seus clientes acabem no fundo do mar.Por isso, cada um dos dez veleiros da regata, projetados para resistir à fúria dos ventos, dos mares e aos erros de uma tripulação de amadores, leva a bordo um skipper (o capitão) profissional e uma parafernália de equipamentos eletrônicos de navegação e segurança. Esses aventureiros do século XX só lembram seus antecessores no gosto pelo perigo. Em lugar do sextante para descobrir a posição do barco no globo, há um computador ligado a satélites, em lugar de carne apodrecida e biscoitos disputados aos ratos como refeição, alimentam-se de uma dieta baseada em comida desidratada; em lugar da morte certa em caso de queda na água, vestem roupas térmicas e portam bips sinalizadores para que seja possível resgatar o perdido no mar."Naquela época eu jamais faria uma viagem dessas" confessa o médico aposentado inglês Campbell Mackenzie, 60 anos, tripulante do barco patrocinado pela Rhône-Poulenc e médico oficial da prova. Mas ele reconhece que todo equipamento de segurança não é suficiente para tornar a empreitada tão tranqüila quanto passear de pedalinho pelo lago do Hyde Park, em Londres. Mas foi mesmo assim, atendendo a um chamado interior que ele define no mais puro estilo navegar é preciso: "É um impulso primitivo - não é desejo de morte, mas de viver perigosamente". Se fossem perguntados na mesma hora, os tripulantes responderiam em coro que a vida na Inglaterra anda um tanto monótona, nada muda, não há guerras nem inflação. A regata é uma oportunidade única de viver uma aventura, dessas que não se fazem mais como antigamente.Como há 21 anos, quando Chay Blyth enfrentou o mar em condições muito diferentes das atuais. Navegação ele ainda fazia por sextante, a comunicação pelo rádio era precária e a qualidade da comida desidratada, bem inferior. Não havia as roupas térmicas que existem hoje e nem seu barco, o British Steel, contava com o dessalinizador dos barcos atuais para tirar do mar a água de beber.O pior de tudo é que, além de sozinho, Blyth fez uma viagem sem escalas, ao contrário da regata, dividida em quatro pernas - nome que se dá a um trecho qualquer da prova. Seus sucessores não estão sujeitos aos delírios de solidão que o faziam deitar em pânico no convés e esconder a cabeça num cobertor, com medo da luz. E o período mais longo que eles ficarão sem pisar em terra é sessenta dias. O slogan publicitário da viagem de Blyth - "Um barco de aço para um homem de ferro" - soaria hoje um pouco exagerado. "Com ou sem eletrônica, as pessoas ainda têm de passar oito horas por dia no convés manobrando o barco", discorda Blyth. Ele insiste que os participantes da regata estão em pior situação. "Eles ficam sob a pressão de uma corrida e eu tinha todo o tempo do mundo", compara.Foi nessa tripulação de novatos que o projetista David Thomas pensou quando desenhou os veleiros. Ao contrário dos milionários barcos de regatas famosas como a America´s Cup e a Withbread (está também ao redor do mundo, só que na mão certa), equipados com toda a tecnologia que o dinheiro pode comprar os participantes da British Steel Challenge foram idealizados e construídos com a preocupação de que os aventureiros a bordo completem a prova vivos.Em detrimento da velocidade, todos os detalhes do projeto privilegiaram a segurança e a resistência. A estrutura dos barcos é feita inteiramente de aço. O convés é de aço inoxidável, e o casco feito de uma folha de 4 milímetros de aço B-50, uma mistura duríssima que oferece a melhor relação possível entre peso e resistência. Cada um dos veleiros pesa 35 toneladas, o dobro dos veleiros de corrida, e tem 67 pés (20,421 metros) de comprimento. Em mar bravio, essa massa é constantemente erguida por ondas de 3 metros de altura e largada no ar para se chocar contra a água. A rotina de sobe-cai-bate se repete por horas, dias e meses, envolvendo quantidades de energia gigantescas. "Todo mundo que já saltou errado do trampolim sabe que a água não é macia quando se bate nela", compara Thomas. Além disso, há o choque permanente e violento das ondas contra as laterais do barco, as enormes variações de pressão sobre o casco e a ininterrupta atuação química da corrosão.Para resistir a tanto esforço, o aço ainda é o material mais confiável. Materiais mais duros e mais leves como as fibras de carbono e os compensados de espuma e fibra de vidro, usados nos barcos de velocidade, podem ser uma bela fonte de encrencas neste caso. Quando ocorrem problemas com esses materiais modernos, geralmente são definitivos. Materiais de alta tecnologia também são difíceis de consertar. Um furo num casco de aço pode ser reparado onde houver um maçarico, mas não é em todo canto que se encontram compensados de fibra de vidro e técnicos capazes de lidar com eles.Ainda assim, a natureza às vezes ganha a batalha contra o veleiro. Peças enormes, como a retranca, podem se partir ao meio se estiverem do lado errado de uma rajada de vento. "Isso ocorreu na segunda perna da regata, a caminho do pólo sul. Tivemos que despachar uma retranca sobresselente por um avião da Real Força Aérea que ia para as Falklands", conta Andrew Roberts, um dos diretores da prova. A disposição, o formato e tamanho das velas são outros fatores essenciais. Ao contrário dos veleiros de corrida convencionais, que navegam com o vento de popa (por trás), os barcos da British Steel Challenge navegam de frente para o vento. Os ventos têm velocidade muito maior, e por isso as velas são menores. "Velas maiores, em menor número, nos dariam mais velocidade, mas teriam custo elevado em segurança e operacionalidade", explica o projetista Thomas.Ele optou por quatro velas menores, mais fáceis de manejar do que três grandes. Resultado: um veleiro mais seguro e manobrável, embora 20% mais lento. No tempo dos descobridores, só se podia saber que um navio havia chegado a algum lugar quando ele voltava. Nesta regata, os organizadores conseguem saber, de suas confortáveis salas em Southampton, onde anda cada barco. Os veleiros levam uma antena modelo Standard-C ligando-os à Inmarsat, uma rede internacional de satélites marítimos. A cada quatro horas, emite-se automaticamente um sinal a um satélite, informando a posição. Em troca, os barcos recebem todos os tipos de dados: fax, informações meteorológicas e correspondência. No caso de pane, basta apertar um botão e a antena envia um sinal de socorro via satélite.A outra comunicação com os céus se dá por meio dos satélites do GPS (sigla em inglês para sistema de posicionamento global). Na mesa de navegação, um computador ligado a essa rede informa a latitude e a longitude em que se encontra o veleiro com uma precisão de 50 metros. Mais do que isso, basta informar a esse computador onde se esta e para onde se vai, e ele informa a melhor rota a seguir, segundo variáveis como a velocidade e a direção dos ventos. Isso só é possível porque todos os censores e instrumentos do barco estão interligados. Assim, os censores de vento na ponta do mastro passam dados tanto ao computador do GPS, quanto aos mostradores digitais consultados pelo skipper. Os satélites só transmitem dados, e não voz. Para falar com os portos e outros barcos, há um rádio VHF, de pequeno alcance. Para falar com o mundo, há um rádio de ondas curtas, de longo alcance, que abrange as freqüências de 2 a 24 megahertz.O pior acidente possível durante uma tempestade é alguém cair na água. Baixar as velas e ligar o motor para controlar o barco é uma manobra complicadíssima. Mas o pior é que os acidentes passam despercebidos. Mesmo que o infeliz seja visto, só com a cabeça fora d´água ele geralmente some no meio das ondas. Por isso, cada tripulante da regata carrega um Personal EPIRB, sigla de transmissor de rádio de emergência pessoal. Pendurado no pescoço ou dentro do bolso da roupa de sobrevivência, esse "radinho" liga automaticamente em contato com a água e aciona um alarme na cabine do barco. Então, uma antena estreia a área até apontar numa direção em que o sinal é mais forte denunciando a posição em que o acidentado está boiando no mar. Isso seria inútil nas águas gélidas do sul do planeta, onde uma pessoa não sobreviveria mais do que 10 minutos. Mas a bagagem inclui uma roupa de sobrevivência feita de um plástico muito leve e impermeável. Com ela, uma pessoa pode sobreviver até três horas em águas a 5°C.Mesmo em cima do barco, sob uma tempestade gelada, eles vestem outras roupas térmicas e à prova d´água tecidas a partir de microfibras. Essas microfibras. que compõem o fio do tecido, são tão pequenas que impedem a água penetrar de fora para dentro. mas deixam o vapor passar no sentido contrário. Como a temperatura de uma pessoa é em torno de 36,5°C, mais quente que o ambiente, o suor sai pela roupa em forma de vapor. Por causa da diferença de pressão n movimento do ar é sempre do calor para o frio, ou seja, do corpo para o ambiente, impedindo que o frio penetre.Velejar perto da Antártida tem esses e outros perigos - um deles é bater nos temíveis icebergs. Essas traiçoeiras montanhas de gelo, porém, podem ser avistadas na tela do radar mesmo durante a noite, a até 40 quilômetros de distância. O radar também localiza outros barcos e tempestades vindouras. Outro método de prever a chegada das tormentas é consultar o barômetro digital, um aparelho com sensor de pressão atmosférica que guarda na memória a variação das últimas horas, calculando-se o tempo ficará estável ou não.Todos esses equipamentos são alimentados com energia elétrica armazenada em baterias, recarregadas todos os dias por um dínamo movido pelo motor do barco. Sem a eletricidade não funcionaria um dos aparelhos fundamentais, o dessalinizador, que transforma a água do mar em água potável. Uma bomba suga a água salgada e a empurra sob alta pressão (800 libras por polegada quadrada) através de uma membrana muito fina, que deixa passar as moléculas de água e barra as de sal. Além de usada para beber, a água é essencial também para comer - a maior parte da comida a bordo é desidratada. Há iguarias como frango ao curry, ovo em pó e carne, bastando adicionar água para se ter o prato pronto. "Se acabar a água morremos não só de sede, mas também de fome", ataca de humor inglês o marceneiro Rod Street. tripulante do barco da Rhône-Poulenc.A sensação inevitável diante de tantos equipamentos é que os tripulantes dos veleiros da British Steel Challenge navegam numa concha tecnológica à prova de riscos e desconfortos. Nada mais enganoso. "A eletrônica fornece informações, mas toda ação é humana", diz um dos organizadores, Andrew Roberts. "A cada momento da prova, metade da tripulação está no convés, puxando, empurrando, amarrando, carregando, enrolando, dobrando, encharcada e praguejando. Se o barco estiver sob ventos de 70 quilômetros por hora, eles vão estar lá. Se ondas de 4 metros de altura lamberem o convés, se a temperatura externa for baixíssima e o barco estiver 25 graus inclinado, eles ainda vão estar lá."

Simon Walkerex engenheiro, 24 anos

"Deixei a engenharia para trabalhar como marinheiro. Entrei nesta regata para navegar ao redor do mundo e enfrentar o desconhecido
Valerie Elliottprofessora, 50 anos"
Com meus quatro filhos já adultos, queria viver uma aventura, algo que exigisse esforço físico, antes que fique velha demais.
"John O´Driscollskipper, 50 anos"
Se todos os equipamentos eletrônicos quebrarem, eu uso a bússola, o sextante e chego onde quiser. Apenas ninguém vai saber onde o barco está.
"Jerry Walsinghamgerente, 38 anos"
Nunca tinha velejado, sou do tipo que fica em casa vendo TV. Meu desafio é manter a boa convivência e o sorriso mesmo sob uma tempestade
"Rod Streetmarceneiro, 46"
Já trabalhei no Oriente médio, e estava achando a vida na Inglaterra muito certinha. Minha ambição sempre foi viajar ao redor do mundo".

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terça-feira, 8 de outubro de 2013

O rei dos anões - Planetas


O REI DOS ANÕES - Planetas



Após passar dois séculos e meio na fronteira com as estrelas, Plutão está agora ao alcance de uma nave terrestre. Ela poderia investigar a nova hipótese de que o mais estranho mundo da corte solar faz parte de uma família de não descobertos.


Menor do que a Lua e feito de gelo como um cometa - mas de tamanho desproporcional e aparentemente fora do lugar -, Plutão não é apenas o mais distante e o menos conhecido dos planetas. Talvez nem deva ser chamado por esse nome, é o que começam a pensar alguns astrônomos. "Seu tamanho e sua órbita sugerem que Plutão é um desajustado". diz o planetologista Alan Stern do Instituto de Pesquisa do Sudoeste. Texas. Estados Unidos. "Ele desafia a visão convencional sobre a arquitetura do sistema solar." Stern ensina que a teoria prevê o nascimento de dois tipos de planeta. O primeiro inclui os mundos rochosos, próximos do Sol: Terra, Marte, Vênus e Mercúrio. O segundo inclui os gigantes de gás: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Estes também têm um núcleo rochoso, mas ínfimo, comparado às imensas atmosferas.
Mas Plutão é inexplicável. Um pequeno exemplo das dúvidas que suscita: se ele nasceu tão distante do Sol, porque não conservou a massa externa de gás, como seus formidáveis vizinhos? Entende-se que os planetas centrais tenham perdido a maior parte da atmosfera - o vigoroso vento de partículas emitidas pelo jovem Sol deixou-os quase carecas. Mas Plutão vagueia a salvo de qualquer turbulência. Em boa parte de sua órbita, está a mais de 7 bilhões de quilômetros do Sol (sua distância média é de 4,6 bilhões de quilômetros). O mais interessante remendo para esse tipo de enigma é supor que alguns planetas nunca passaram da fase de embrião - deixaram de crescer há mais de 5 bilhões de anos, quando ainda estavam acumulando bolotas de gelo e poeira, a matéria-prima dos mundos. Alguns corpos - como os cometas - teriam sido flagrados pela ignição do vento solar e acabaram varridos com atmosfera e tudo para longe do local em que se desenvolviam.
Talvez esse raciocínio valha também para corpos maiores que os cometas, anima-se Stern. Nesse caso, é possível que se descubra até uma dezena de Plutões escondidos na periferia do sistema solar. Uma visita a essa região teria que ser preparada de imediato. Em 2001 e 2003, por exemplo, Júpiter estará entre a Terra e Plutão - assim, a atração de sua gigantesca massa pode ser usada para acelerar a nave numa longa viagem de doze anos através do vazio. Em 2013 haverá outra "janela" gravitacional desse tipo, diz o astrônomo Ken Croswell, de Berkeley, Estados Unidos. Mas então será tarde para observar sua desconhecida atmosfera, que deve estar congelada em 2020, antes da chegada da nave (o curioso ar de Plutão é conversível: a certa distância do Sol, o frio reduz seu volume até solidificá-lo sobre a superfície). Nenhum telescópio, nem mesmo o Hubble, pode discernir a superfície de Plutão (detectou-se metano gelado, mas ela também pode conter nitrogênio e CO2 ).
Se for posto em prática e funcionar, o plano de vôo deverá levar a nave a apenas 3 000 quilômetros da superfície. E o suficiente para obter fotos tão boas quanto as que se tem de Marte, por exemplo, mas também para capturar gases da atmosfera e depois analisá-los a bordo. Plutão passou os últimos dois séculos e meio a distâncias inacessíveis, junto ao vazio interestelar, mas sua exótica órbita o trouxe a 5,9 bilhões de quilômetros - mais perto do Sol do que Netuno. Em 1990, ele chegou ao ponto mais próximo do Sol e começou lentamente a se afastar e em 1999 já terá passado além de Netuno. Para os astrônomos seria uma pena se a crise econômica roubasse a verba necessária para se aproveitar essa rara oportunidade. Os projetistas da NASA, agência espacial americana, acham que podem reduzir custos lançando duas naves simples (uma delas seria dirigida a Netuno). Elas poderiam ser lançadas até 1998 e chegar ao destino, no mais tardar, dentro de mais sete ou oito anos. Apesar de modesto, o vôo valeria a pena, disse em entrevista recente o chefe da missão, Robert Staehle, do Laboratório de Jatopropulsão, na Califórnia. "Já visitamos oito dos nove planetas e é hora de completar o trabalho.
"As expectativas cresceram há alguns meses com a descoberta de um possível parente de Plutão: um objeto designado 1992 QB1, o mais distante membro do sistema solar. A cerca de 7,5 bilhões de quilômetros, acredita-se que ele se encontra no hipotético cinturão de Kuiper, um dos dois reservatórios de cometas (o outro é a nuvem de Oort, a bilhões de quilômetros do Sol). Há muitas lacunas nas novas idéias. Por exemplo: com seus 200 quilômetros de diâmetro, o 1992 QB1 é muito maior que um cometa (cujo diâmetro é de 10 quilômetros, ou menos).
Por outro lado ele é bem menor que Plutão, cujo diâmetro é de 2 300 quilômetros. Além disso, Plutão contém mais rochas do que se supunha: elas são 75% de sua massa, contra 25% de gelo e pó. É o que indica a mais recente medida feita por uma equipe do Laboratório de Jatopropulsão, que pela primeira vez avaliou a massa de Caronte, um satélite de Plutão descoberto em 1978. As incertezas, no entanto, apenas aumentam o apetite por novos dados sobre o vazio gelado além do último planeta.

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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Alerta contra o cometa Errante - Astronômia


ALERTA CONTRA O COMETA ERRANTE - Astronomia



Fragmentado pela força da luz e do vento solar, o cometa Swift-Tuttle se afasta da suposta rota de colisão com a Terra, daqui a 134 anos. Mas fará um vôo rasante que as gerações futuras poderão apreciar sem medo.



Durante a maior parte deste século, os astrônomos esforçaram-se para dissipar o temor que os cometas sempre inspiraram a grande parte das pessoas.
Este ano, pela primeira vez de maneira oficial, eles fizeram alarde sobre o risco de a Terra vir a ser pulverizada por um bólido do tamanho de uma montanha, viajando à velocidade descomunal de 213 000 quilômetros por hora. A força de tal choque liberaria, num único e flamejante golpe, 100 vezes mais energia que o total consumido por ano nos Estados Unidos. A destruição seria completa num raio de 250 quilômetros e a matéria lançada para o alto somaria centenas de milhões de toneladas. Ao cobrir toda a atmosfera do planeta nos anos seguintes, essa espessa capa bloquearia a luz solar, com enorme prejuízo para os seres vivos. "O Homo sapiens não sobreviveria", opina o físico Johndale Solem, do Laboratório Nacional Los Alamos, no Novo México, Estados Unidos. Solem calcula que, para desviar à última hora um corpo do porte do Swift-Tuttle seria preciso detonar contra ele nada menos que 70 000 bombas atômicas como a que arrasou Hiroshima em 1945. Certamente, há meios mais simples de destruir um cometa ameaçador - se fosse possível descobrir a ameaça a tempo.Um pequeno aquecedor conectado ao Swift-Tuttle enquanto ele está perto da Terra poderia lentamente derreter o seu núcleo de gelo. Uma sonda lançada da Terra se encarregaria de depositar o aquecedor sobre ele. Mas as coisas não são tão simples. A ameaça do cometa esvaneceu-se sob o calor solar. Na caso de uma colisão real, a certeza poderá vir apenas quando for tarde demais para ações suaves.
De início, imaginava-se que a situação ficaria mais definida na passagem do Swift-Tuttle por Saturno, em 2 122, quatro anos antes de retornar à Terra. Nesse caso, a frota de armas salvadores deveria ter o porte estimado por Solem. Não seria ainda a última oportunidade de contra-atacar: outro lance poderia ser feito a quinze dias do suposto desastre, quando o cometa passasse à menor distância do Sol. Mas então a força teria que ser 100 vezes maior que a necessária anteriormente. Mas tais contas nada têm a ver com o pânico de outros tempos. Primeiro, porque tiveram a chancela de uma sóbria e veneranda instituição, fundada há 72 anos e hoje sediada na Inglaterra: a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla inglesa). Depois, porque o perigo foi calculado com base em conhecimentos sólidos, ainda que de precisão limitada; o alerta certamente não teve origem em mero preconceito ou vaga suposição, como acontecia no Passado.
Ainda mais importante: há motivo de sobra para que cometas e outros pequenos corpos do sistema solar vejam seriamente estudados, o que não é tarefa simples. Nos últimos anos cresceu a consciência de que a queda de corpos pequenos sobre os planetas é muito comum. Anualmente, chegam ao solo cerca de 20 toneladas de matéria celeste, a maior parte meros grãos de areia. Mesmo meteoritos grandes como pedregulhos são inofensivos, embora possam esmagar um carro em vista de sua velocidade (como ocorreu nos Estados Unidos em 1938, informa a revista Newsweek). O bombardeio de corpos maiores também é considerável.Para dar um exemplo, até pouco tempo se imaginava que apenas 1 000 asteróides poderiam colidir com a Terra. Agora, se avalia que há mais de 4 000 deles com diâmetro superior a 1 quilômetro. Já se sabe que 150 cruzam a órbita da Terra, mas a cada mês se descobrem dois ou três outros, o maior deles com 8 quilômetros de diâmetro. Em 1989, um calhou de 800 metros de extensão errou a Terra por 1 milhão de quilômetros - um tiro de raspão, em escala astronômica. "Cedo ou tarde um deles vai acertar o alvo", diz o astrônomo Donald Yeoman, do Laboratório de Jatopropulsão, nos Estados Unidos.Mas, em princípio, a caça a esses microplanetas nada tem a ver com ameaças de colisão: é ciência pura e simples. Eles contêm dados sobre a origem e a natureza do sistema solar - e são mal conhecidos. O cometa Swift-Tuttle ilustra bem esse fato. Sua passagem anterior ocorreu e esperava-se que voltassem em 1981 Mas apenas no último mês de setembro - com atraso de quase uma década - ele surgiu diante do binóculo de um astrônomo amador, o japonês Tsuruhiko Kiuchi No final do ano, o astro tornou-se visível a olho nu na direção da Grande Ursa, constelação do Hemisfério Norte.Pelo menos um astrônomo, o americano Brian Marsden, do Observatório Astrofísico Smithsonian, havia previsto o atraso do Swift-Tuttle. Não por acaso, portanto, foi ele o autor dos cálculos que corrigiram a órbita anterior do cometa, e da advertência da IAU sobre a possibilidade de choque. Em 7 de novembro, o astro passou pela Terra acerca de 110 milhões de quilômetros (quase o dobro da distância média de Marte). Mas as engrenagens da atração gravitacional o empurram para um trajeto diferente: depois de contornar o Sol, ele terá velocidade para se afastar, mas cada vez mais lentamente. Até fazer meia volta e de novo cair para o centro do sistema. Os cálculos mostram que ele deve passar dentro de uma pequena zona, na qual a Terra também estará. Não é possível prever uma trajetória exata Na estimativa inicial, as chances de colisão eram de uma para 10 000 (pode-se imaginar que, se o cometa passasse 10 000 vezes, acertaria apenas uma). Sem ser assustadora, tal possibilidade não era desprezível, admitiu o cético Alan Harris, planetologista do Laboratório de Jatopropulsão, Estados Unidos. "Há uma pequena chance de que esta coisa nos atinja, afirmou ele ao jornal New York Times. Mas, mesmo antes de os cálculos serem corrigidos, ele insistia na grande incerteza sobre a rota do cometa. Ela não depende apenas das forças gravitacionais do Sol e dos planetas relativamente mais próximos (o Swift-Tuttle viaja muito acima da órbita dos planetas mais distantes, como Netuno e Urano).A grande incerteza são os jatos de gás que o núcleo do cometa emite assim que deixa os confins gelados do espaço e começa a se aquecer. Se o gás sai para um lado, o cometa é empurrado na direção oposta - o mesmo princípio que rege os motores dos aviões a jato. Não há como saber de que maneira isso afetará a rota do cometa. Inclusive porque os jatos já fragmentaram seu núcleo, o que também afeta a órbita. Apesar de tudo, somando-se os prós e os contras, não foi absurda a idéia de divulgar um alerta. Quando mais não seja, por obediência ao lema de que não custa ter cuidado. Não é outro o tom das explicações de Marsden à imprensa. "Nossa mensagem é dirigida aos profissionais. A tarefa de salvar a Terra caberá aos nossos descendentes. A nossa é descobrir se existe realmente ameaça."

Base militar no solo da Lua

Armada com canhões de raio laser, a Lua daria um excelente posto avançado de combate a corpos em rota de colisão com a Terra. Imaginam-se ainda projéteis de antimatéria, além de bombas nucleares de 100 megatons, alocados em foguetes em órbita. A idéia teria vindo de setores militares americanos em busca de um inimigo alternativo - eles admitem que a ex-União Soviética não justifica o mesmo nível de gastos militares de antes. Mas as armas continuariam úteis no céu. O astrônomo Brian Marsden, informa a revista inglesa New Scientist, chegou a ouvir tal proposta por telefone, e as idéias acima seriam parte de um relatório preparado em 1991 pela NASA, agência espacial americana, submetido ao Congresso em março de 1992. Tudo isso parece exagero inadmissível, especialmente porque as questões técnicas e políticas são complicadas. Em todo caso. afirma Newsweek, os astrônomos estão divididos. Afinal, eles estão convencidos de que um asteróide ou cometa pode colidir com a Terra. Mesmo corpos menores, como meteoritos, podem causar destruição limitada - como em estradas ou bairros - nada desprezível.

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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Vikings: A Fúria Nórdica - História


VIKINGS: A FÚRIA NÓRDICA



Novas pesquisas históricas revelam: os escandinavos que assolaram a Europa medieval eram refinados artistas, comerciantes arrojados e, provavelmente, foram os primeiros europeus a colocar os pés na América, 500 anos antes de Colombo.



"Proteja-nos, Senhor, da fúria dos homens do Norte. Eles devastam nosso país, matam nossas mulheres, crianças e velhos." A partir do século VIII todas as capelas da Inglaterra integraram essa nova prece a suas rezas. Os monastérios estavam em perigo e os reinos tornavam-se vulneráveis aos destemidos homens vindos do frio, que aterrorizavam com seus barcos ágeis e machados certeiros as tênues fronteiras do ocidente medieval. O mito viking, cruel e sanguinário, atravessou os tempos, acentuado pelo romantismo e pelo nacionalismo dos países escandinavos do século passado e chegou incólume aos nossos dias. Bárbaros, arrebatados, intratáveis e resolutos, os protegidos de Thor, o deus do raio, só hoje, à luz de uma Europa que não cessa de revisar sua história, encontram adjetivos mais amenos."Eles eram poetas eminentes, finos artesãos e negociantes habilidosos", afirma o historiador Jean-Pierre Mohen, diretor do Museu Nacional de Antigüidades, de Saint-Germain-en-Laye, a 20 quilômetros de Paris. "A violência, aliás, não era exclusividade viking na Idade Média." Mohen vai mais longe. Junto com outros estudiosos, ele quer desmistificar a história e revelar a "complexa e avançada organização escandinava, que durante cerca de 300 anos se espalhou da Rússia à América do Norte, integrando-se a paisagens e costumes os mais diversos". Os temidos homens que conquistaram a Inglaterra, cercaram Paris e colonizaram a Islândia, tinham também outras vocações: comerciavam, desenvolveram técnicas navais inovadoras e, acima de tudo, eram donos de uma singular capacidade de adaptação.Vik, na antiga língua dos suecos, noruegueses e dinamarqueses, quer dizer " expedição guerreira pelo mar". Viking qualifica o homem que toma parte nessa expedição, protagonista de uma era de incursões que levou seus barcos, os famosos knorr, a singrarem rios, lagos e mares de todo o mundo ocidental. Para os outros povos da Europa, uma era de terror, que começa em 8 de junho de 793 com o saque do monastério de Lindisfarne, na costa oriental inglesa alastra-se pela ilha britânica e finalmente chega avassaladora ao continente, devastando o reino franco de Carlos Magno (742-814) e cidades da Península Ibérica muçulmana como Lisboa, Sevilha e Valência. São muitas as hipóteses que tentam explicar essa marcha inexorável em direção à aventura. Uma delas é a de que, no começo do século IX, o clima nórdico tenha se tornado ameno, propiciando colheitas abundantes e diminuindo a mortalidade. Numa sociedade poligâmica como a viking, isso significou não só o aumento da população, mas também do número de despossuídos. Como entre os nórdicos a herança cabia somente ao filho mais velho, aos outros integrantes da prole restava a alternativa de procurar fortuna em terras distantes. E só um havia um caminho a seguir: o mar."É importante lembrar sua natureza marítimo", argumenta Jean - Pierre Mohen. "Os escandinavos se habituaram ao deslocamento por barcos, pois o transporte terrestre em sua região era difícil." Segundo Regis Boyer, diretor do Instituto de Línguas, Literatura e Civilização Escandinavas na Universidade de Paris - Sorbonne, seus barcos eram uma arma absoluta. "Ágeis e leves, os knorr permitiam ataques de surpresa e fugas ligeiras." Com pouco mais de 20 metros de comprimento e 5 de largura, comportavam setenta tripulantes e deixavam perplexos os inimigos, que passaram a chamá-los de serpentes, tamanha a graça com que afrontavam os caprichos das águas. Apesar de seu peso de 9 toneladas vazio, ou 18 carregado, o knorr não mantinha mais do que 95 centímetros do casco submerso, detalhe importante para quem se serviu também de atalhos como rios rasos para penetrar profundamente o território europeu. Foi pelo Rio Sena, por exemplo, que em 885 uma esquadra de 700 knorr, manobrada por 30 000 dinamarqueses. cercou Paris, então uma pequena cidade fortificada, que resistiu miraculosamente durante meses graças à tenacidade heróica do marquês de Eudes, à frente de uma minguada cavalaria de 200 homens.
Construídos em carvalho, no casco, e pinho nos remos e leme, os knorr tinham ainda outras particularidades. Para agilizar o desembarque, os remos podiam ser recolhidos de dentro do barco: os buracos por onde passavam eram desenhados com fendas, de maneira a encaixar as pás. O casco, de tábuas imbricadas como telhas num telhado e calafetadas com raízes embebidas em goma vegetal, era praticamente impermeável, enquanto o mastro, com 10 a 13 metros de altura, ficava fixado por uma trava de madeira maleável. Com isso, se curvava levemente com a vela, oferecendo menor resistência ao vento e tornando a embarcação menos vulnerável às tempestades.
Se a técnica era apurada, as instalações a bordo não eram propriamente confortáveis. Não havia convés e os homens eram obrigados a disputar cada centímetro com cavalos e até vacas. "Mesmo carregado, o knorr era extremamente prático", explica Mohen. De fato, o barco escandinavo podia ser remado para a frente ou para trás sem fazer a volta e era muito veloz. Na proa e na popa, iam as cabeças de dragão removíveis - daí o nome drakkar, usado pelos franceses para defini-los. As cabeças eram instaladas para afugentar maus espíritos quando a frota chegava às nações inimigas. Já a caminho de casa, guardavam-se as armas contra o sobrenatural.As famosas sagas vikings - histórias heróicas transmitidas oralmente, de pai para filho, até a aparição da escrita latina, quando viraram literatura - testemunham o valor dos knorr. Eram necessárias associações de dois ou mais guerreiros para construí-los, pois custavam uma verdadeira fortuna. Os mais belos barcos eram temas de longos relatos, como na saga do rei Olavo Tryggvason e seu knorr, chamado Longa Serpente. Serviam também de túmulo para seus proprietários, reis e cidadãos eméritos, enterrados neles com seus pertences, jóias e, eventualmente, um escravo "voluntário" para acompanhá-lo ao Valhala - a Mansão dos Mortos -, onde os combatentes eram recebidos por amazonas chamadas valquírias.
A primeira metade do século IX foi marcada pela incursão de dinamarqueses, suecos e noruegueses pelo mundo até então conhecido. Os primeiros chegaram em 843 ao que hoje corresponde à França. As cidades de Rouen, Chartres e Tours, foram devastadas. Nem a diplomacia do rei Carlos II, o Calvo (823- 877), neto de Carlos Magno, nem os tributos pagos para que se retirassem lograram impedir o avanço dos vikings. Na Inglaterra, os dinamarqueses conquistaram cidades como Derby, Leicester, Lincoln, Stamford e Nottingham e fizeram delas quartéis - generais para suas infindáveis lutas contra ingleses e noruegueses, também pretendentes à ilha.Com o tempo, porém, o cristianismo se revelou uma eficiente arma para amainar a fúria nórdica. Principalmente depois que os vikings começaram a se estabelecer onde antes apenas saqueavam. O chefe norueguês Rolão só desistiu dos ataques ao território francês depois de seu batismo e a assinatura, em 911, do Tratado de Saint - Clair - sur - Epte, que legou a Nêustria, atual Normandia, no noroeste do país, a seus homens. "Como vassalos de Carlos, o Simples (879-929), eles provaram sua capacidade de adaptação. Tornaram- se agricultores, defenderam suas terras e em pouco tempo adotaram a língua e os hábitos da região", explica Jean - Pierre Mohen. A transformação, no entanto, foi bem mais profunda. Enquanto na Escandinávia as leis eram protegidas por uma assembléia do povo, conhecida por Thing, na França o poder tornou-se feudal e autoritário, e a antiga organização política, considerada hoje como a mais avançada da época, foi abandonada. "Este sistema, onde a monarquia coexiste com a democracia direta, ainda é a base da política atual dos países nórdicos", completa Moben.Ao mesmo tempo, como numa frente de batalha do tamanho de um continente, outro povo escandinavo se apoderava do leste europeu - desta vez sem invasões. "O rus, como eram chamados os suecos, partiram em busca de rotas de comércio na direção leste", conta Mohen. Os próprios eslavos, habitantes daquela região, teriam pedido aos suecos que reinassem em suas terras, dilapidadas por guerras internas. Eles não só aceitaram o convite como criaram uma das mais promissores teias comerciais da Europa Oriental, com rotas ligando o Mar do Norte tanto a Bizâncio quanto ao Mar Cáspio e às caravanas vindas de Bagdá. Centro de todo esse movimento, Kiev tornou-se uma das cidades mais ricas da Europa e serviu de base para o que, mais tarde, viria a se chamar Rússia.Do outro lado do globo, o terceiro tentáculo nórdico preparava, na mesma época, um dos mais importantes feitos da era viking - embora o reconhecimento só tenha vindo após dez séculos de história. Consagrados aventureiros, os noruegueses preferiam colonizar a conquistar. Instalaram-se nas terras vazias da Islândia, descobriram e povoaram a Groenlândia e, de lá, alcançaram, 500 anos antes de Colombo, o continente americano. A grande saga do islandês Eric, o Vermelho, detalha o caminho traçado por ele e confirmado pela presença de habitações nórdicas na ilha de Terra Nova, costa canadense. Condenado a três anos de exílio por assassinato, ele resolveu seguir os passos de um marinheiro que anos antes avistara uma terra estranha durante uma tempestade que o tirou de sua rota original.
Em 982, Eric deparou com os fiordes verdejantes da maior ilha do mundo, batizada por ele Groenland, a Terra Verde e ali se estabeleceu. Cumprida a pena, voltou à Islândia, onde recrutou colonos para povoar a Groenlândia. Quinhentos homens e mulheres, em 25 navios, partiram na primavera, mas só quinze naus chegaram ao destino para fundar pequenas aldeias e viver do comércio de peles e presas de morsa e narval com a Escandinávia e a Europa. Leifr, um dos filhos de Eric, costumava levar a mercadoria ao outro lado do oceano. Movidos pelo mais visceral dos ímpetos vikings - a aventura -, pai e filho prepararam cuidadosamente uma viagem conjunta rumo ao oeste.Como Eric tinha quebrado uma perna num tombo de cavalo, Leifr partiu sozinho. Primeiro, descobriu uma terra árida, varrida pelo vento: Helluland. Segundo o historiador Régis Boyer, poderia ter sido a península canadense do Labrador. A esquadra seguiu para o sul até uma ilha de pastagens verdes e cheia de parreiras, o Vinland ou Terra da Vinha. De volta à Groenlândia, Leifr, que será conhecido como O Sortudo, tratou de arrebanhar colonos para ocupar o novo território. Provavelmente, se instalaram onde hoje fica o sitio arqueológico de Anse - aux - Meadows, no norte da Terra Nova. Descoberto em 1960, as escavações revelaram ruínas de oito casas, cada uma com cerca de 20 metros de comprimento, datadas, com análises de carbono -14, do ano 1000. Na época, esquimós e indígenas não construíam grandes habitações. Já os vikings, moravam em espécies de comunidades familiares, onde marido, esposa, concubinas e filhos dividiam o mesmo espaço.De acordo com a Saga de Eric, o Vermelho, porém, os noruegueses de Terra Nova tinham de afrontar os rigores das intermináveis travessias entre a América do Norte e a Groenlândia para vender suas mercadorias. Também depararam com a acolhida pouca calorosa da população local - os Skraelingar, ou "os horríveis" - nome usado indistintamente para índios e esquimós. "Eram homens negros e hediondos, de terrível cabeleira. Eles tinham grandes olhos e maçãs do rosto largas. Ficavam parados, olhando maravilhados as pessoas que estavam a sua frente." Isolados e acuados, os colonizadores acabaram abandonando o Vinland. "Quando os últimos vikings partiram, estas viagens viraram lenda", conta Jean - Pierre Mohen "Mas hoje estão mais que confirmadas e fazem parte da realidade."A era dos grandes conquistadores do norte acabaria tão bruscamente como começou. A Europa, passado o susto inicial e fortificada com o fim da disputa pelo poder que sucedeu a morte de Carlos Magno, tratou de criar defesas, enquanto os escandinavos se convertiam ao catolicismo em busca de alianças duradouras. Aos poucos, o norte passou a fazer parte da organização ocidental", explica Mohen. " A morte de Ingvar, o Viajante, na Síria, em 1041, marca o fim do domínio viking e o começo de um fantástico mito." A antiga língua falada na Escandinávia, assim como as runas - caracteres de uma escrita germânica usada pelos nórdicos -, foram abandonados em favor da língua européia e do latim. Da aventura nórdica, restou um escrito, a Edda, poemas heróicos compostos no século XIII pelo historiador islandês Snorri Sturluson, que revelam 200 anos de glória. "Quando a aventura acabou, uma outra epopéia estava começando: a construção da Europa como a conhecemos hoje", conclui Mohen.

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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Caça ao Ozônio bandido - Ambiente


CAÇA AO OZÔNIO BANDIDO - Ambiente



O primeiro alarme foi dado pelos satélites. Desde 1984, as imagens dos vigilantes do espaço mostram sobre o Atlântico Sul uma estranha nuvem de ozônio. Ao contrário do ozônio da estratosfera, que protege a Terra dos raios ultravioleta, essa nuvem, quase ao nível do mar, é tóxica às plantas e aos animais. Sob o comando da NASA, mais de 200 cientistas tentam descobrir por que ela se formou.



Há oito anos, as imagens de dois satélites NOAA foram as primeiras a denunciar o aparecimento de uma nuvem tóxica de ozônio na troposfera terrestre - camada da atmosfera que vai da superfície até cerca de 12 quilômetros de altitude. Localizada sobre o Oceano Atlântico, entre a América do Sul e a África, a nuvem aparece todos os anos, desde 1984, durante os meses mais secos no Hemisfério Sul, de setembro a novembro. Conforme indicam as imagens dos satélites, a mancha de ozônio vem aumentando, tendo atingido, este ano, quase as dimensões do território brasileiro. Não se sabe o que a mancha está fazendo ali. As imagens mostram que a atmosfera do planeta tem outras manchas de ozônio, só que localizadas no Hemisfério Norte, próximas a grandes centros industriais. Estas não despertam tanto a atenção dos cientistas, pois são evidentes sinais de poluição. Mas a mancha no Atlântico está sobre um ecossistema natural, longe de qualquer centro urbano e, portanto livre de poluição.
Para determinar as causas do aparecimento do ozônio sobre o Atlântico, a NASA, agência espacial dos Estados Unidos, comanda um esforço internacional de pesquisa que reúne mais de 200 cientistas de treze países, do qual participam duas instituições brasileiras. É o projeto TRACE-A, sigla em inglês de Transporte e Química Atmosférica próximos ao Equador - Atlântico" um programa multidisciplinar de experimentos, com duração prevista de três anos, que pretende não só conhecer a origem da mancha de ozônio sobre o Atlântico, como também vai examinar in foco a concentração de gases de que é formada e determinar seu tamanho exato.
Os resultados da expedição só serão revelados em meados do próximo ano após a análise de todos os dados coletados, mas os pesquisadores já têm pista que levam aos supostos culpados pela existência do ozônio a baixa altitude. Embora concordem que os fenômenos atmosféricos e químicos envolvidos com o aparecimento da nuvem de gás sejam extremamente complexos, e que qualquer tentativa de explicação é, no momento, especulação, os cientistas suspeitam que a mancha de ozônio seja causada pelas queimadas realizadas; durante o inverno no Brasil e na África. A nuvem tóxica estacionada sobre o Atlântico, segundo a hipótese de trabalho dos pesquisadores, seria gerada a partir do monóxido de carbono (CO) liberado pela combustão das árvores.
Em todas as reações de combustão, o monóxido de carbono está presente. Quando a queimada é muito extensa, como acontece em regiões de cerrado, na floresta tropical brasileira e nas savanas africanas, há uma grande liberação do gás que, na atmosfera, reage com a oxidrila (OH) e outros elementos. Depois de uma série de reações, surge o ozônio ( O3 ). Sobre as regiões industriais do Hemisfério Norte, o ozônio de baixa altitude é resultado da queima de combustíveis fósseis, como o carvão. No Atlântico Sul, é provável que ele tenha aparecido como resultado da queima de biomassa, ou seja, florestas e campos.
Os dados obtidos pelos dois satélites e interpretados pelos cientistas só permitiram detectar a nuvem de ozônio e descobrir que ela se encontra na troposfera (um dos satélites só " enxerga" na faixa de 0 a 16 quilômetros). Para conhecer a nuvem de perto, a NASA pôs no ar um instrumento de coleta de dados único no mundo, uma verdadeira jóia da tecnologia moderna", como define o diretor do instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e coordenador brasileiro do projeto. Volker Kirchhoff. A preciosidade é um avião DC- 8, transformado pela NASA em laboratório voador. Com 44 pesquisadores a bordo e equipamentos científicos capazes de fornecer análises químicas precisas e instantâneas das amostras coletadas, o avião vem realizando, desde setembro último, vôos de medição sobre a América do Sul e a África e, principalmente, por dentro da nuvem tóxica no meio do Oceano Atlântico.
O equipamento mais importante do avião - laboratório é um radar a laser, que mede a concentração de ozônio desde o avião até a superfície da Terra. A medida que o DC- 8 passa dentro da nuvem, o radar emite um feixe de laser invisível, na faixa do ultravioleta. Como o ozônio é o único gás da atmosfera que reflete a radiação ultravioleta, quanto mais radiação volta para o radar, mais ozônio há naquele trecho de atmosfera analisado. O equipamento funciona em tempo real, ou seja, conforme o raio laser passa pela nuvem, o resultado da análise é impresso num papel. Assim, os pesquisadores obtêm gráficos coloridos com a visão de cortes transversais da atmosfera, onde as cores indicam a concentração de ozônio, de zero a 100 partes por milhão. "É como uma tomografia. O raio passa através da nuvem e faz uma imagem daquela fatia", explica Volker Kirchhoff.
Instalados em confortáveis poltronas de courvin marrom e manejando computadores portáteis ligados a instrumentos e a um grande computador central, os cientistas da NASA trabalham no DC-8 como se estivessem em seus próprios laboratórios. Os diversos equipamentos do avião sugam porções de ar da atmosfera através de canos especiais que atravessam a fuselagem. As amostras são analisados durante o vôo e formam uma sucessão de dados que permitem traçar gráficos da concentração das substâncias na atmosfera, em função do deslocamento e da altitude em que se encontra o avião. Em alguns aparelhos são estudados os gases de longa vida, como gás carbônico e monóxido de carbono. Outros são especializados em ozônio e nas substâncias químicas que com ele interagem, como o H2O2 (peróxido de hidrogênio).
Em expedições como essa, os cientistas costumam trabalhar com redundâncias, ou seja, vários equipamentos são dedicados exclusivamente ao estudo da concentração de ozônio, por métodos diferentes. O importante é que todos cheguem ao mesmo resultado. Há amostras que só serão analisadas em laboratórios, quando a expedição terminar. São alguns dos chamados gases de longa vida, que podem ser armazenados porque não se alteram nem poluem e, como o metano, só podem ser analisados com precisão num cromatógrafo.
Essas amostras são coletadas em garrafinhas de alumínio, cromadas e extremamente lisas por dentro para evitar qualquer contaminação dos gases, que seguirão para os laboratórios das dez universidades americanas que participam do projeto. O avião dispõe, ainda, de uma série de instrumentos para suporte meteorológico, que fornecem aos pesquisadores dados sobre temperatura, pressão, altitude do avião, localização, latitude, longitude e até imagens diretas de um satélite meteorológico.
Além das imagens de satélite e medições com o DC-8, o projeto TRACE- A conta ainda com fotografias tiradas pelo ônibus espacial Endeavour, na sua missão de setembro, e com amostras coletadas na África e no Brasil nos locais onde se realizam as queimadas.
As primeiras medições feitas nas primeiras medições feitas atmosfera do Brasil por estações do INPE, na Região Centro-Oeste, constataram concentrações de monóxido de carbono superiores às normais. Medidas complementares com resultados semelhantes foram realizadas em baixas altitudes por dois aviões Bandeirante, um do INPE e outro da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que participam do projeto TRACE - A. Os dados obtidos pelo DC - 8 da NASA confirmaram as pesquisas preliminares e apontaram o Estado do Tocantins como a principal fonte emissora de gases poluentes. "As medidas feitas com os aviões Bandeirante revelaram camadas de ozônio bem próximas ao chão na região das queimadas", conta Volker Kirchhoff. Já foram registradas nesses lugares concentrações de ozônio muito superiores à permitida pela legislação brasileira - segundo a qual nenhuma pessoa pode ficar por mais de 1 hora num local onde haja ozônio a uma concentração de 80 partes por milhão.
Na opinião dos cientistas do projeto TRACE - A e também na de Volker Kirchhoff, fenômenos atmosféricos como massas de ar, numa espécie de redemoinho, devem ter transportado até o oceano o ozônio produzido na atmosfera em conseqüência das queimadas. Kirchhoff afirma que a probabilidade de a mancha não ser produto da ação humana, mas resultado de uma troca natural de gases na atmosfera, é muito pequena. O movimento das correntes atmosféricas na região do Atlântico é ascendente, devido ao maior aquecimento solar. "As correntes de ar em elevação inibiriam uma injeção de ozônio de camadas superiores até a troposfera, a camada mais baixa, onde se localiza a mancha", diz.
Além disso, correntes atmosféricas vêm justamente da África e do Brasil para se concentrar no ponto onde está a mancha de ozônio, formando ali uma espécie de redemoinho. O gás tóxico teria vindo "de carona" a bordo delas. Isso leva à hipótese de que a nuvem de ozônio não vai se mover em direção aos continentes, e sim permanecer sobre o Atlântico. "As correntes atmosféricas não vão mudar", afirma Kirchhoff.

Na estratosfera o ozônio atua no papel de herói

Em altitudes elevadas, na estratosfera, o ozônio forma um escudo que filtra a perigosa radiação ultravioleta emitida pelo Sol. protegendo a vida na Terra. O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, detectado há sete; anos já mede 23.4 milhões de quilômetros quadrados quase três vezes o tamanho do Brasil. Ele é provocado pelo clorofluorcarbono, ou CFC, um gás usado em aerossóis e refrigeradores, que reage com os átomos de oxigênio e destrói a molécula de ozônio. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, cada redução de 1% no ozônio da estratosfera permitirá a passagem de raios ultravioleta em quantidade suficiente para cegar 100 000 pessoas que sofrem de catarata e aumentar os casos de câncer de pele em 3%. A exposição dos seres humanos a esses raios pode afetar as defesas imunológicas do organismo e acelerar o aparecimento de doenças infecciosas.

Gás tóxico, ao nível do mar o ozônio vira bandido

Gás azulado, formado por três moléculas de oxigênio, o ozônio em baixa altitude passa de protetor a ameaçador. Isso acontece porque ele é extremamente reativo, ou seja, seus átomos de oxigênio ligam-se facilmente a outras substâncias. Quando aspirado pelos animais, provoca reações de oxidação, reagindo com as substâncias químicas do corpo. O estrago começa já nas mucosas das vias respiratórias.

O ozônio queima - as. Nas plantas, a presença do ozônio é ainda mais devastadora. Quando os vegetais retiram o gás carbônico do ar, para realizar a fotossíntese, absorvem o ozônio junto. Reagindo também com as substâncias químicas da própria planta, o ozônio impede a fotossíntese. A planta não morre, mas definha ou cresce muito pouco. Quando isso acontece numa lavoura, não há salvação para a colheita.

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terça-feira, 8 de outubro de 2013

As primeiras notícias da década do Cérebro - Neurociência


AS PRIMEIRAS NOTÍCIAS DA DÉCADA DO CÉREBRO - Neurociência



Cientistas do mundo inteiro mostram avanços no sentido de decifrar os mecanismos dos pensamentos e das emoções, naquela que é considerada a estrutura mais complexa do Universo.



Certa vez, o filósofo e cientista René Descartes (1596 - 1650) descreveu a mente humana como uma entidade extracorpórea, que se expressava através da pequena glândula pineal, abrigada dentro do cérebro. O pensador francês errou feio quanto à pineal, que tem enorme importância na regulação dos ritmos biológicos, mas está longe de ser o Q.G. de nossas idéias e devaneios. Contudo, Descartes teve o mérito de levantar, há mais de três séculos, uma questão que continua palpitante nos dias atuais: "Como será que a mente não - material pode influenciar o cérebro e vive - versa", indagou o radiologista Marcus Raichle à platéia de quase 3.000 pessoas, na palestra de abertura do XXII Encontro da Sociedade Americana de Neurociências. Espremidos nas longas fileiras de cadeiras laranja do Salão Pacífico no Hotel Hilton, os ouvintes eram uma amostra tímida dos 16.000 participantes do evento, realizado em Anaheim, nos Estados Unidos. Tudo nessa cidadezinha californiana costuma girar em torno da Disneylândia, o primeiro parque do império Disney, construído em sua área central. Mas, durante uma semana, contada a partir do último 25 de outubro, um domingo nublado, boa parte de seus turistas só estava interessada em ver alguns dos 4.000 trabalhos sobre sistema nervoso - as apresentações começavam pontualmente às 8 horas da manhã e só encerravam depois das 9 da noite.
O volume de pesquisas tornou o encontro incomparável na área das Neurociências, mas ele não é de espantar: há dois anos, nos Estados Unidos, foi sancionada uma lei instituindo a Década do Cérebro. Enquanto se virarem as folhinhas dos anos 90, os laboratórios americanos se empenharão em decifrar o quebra-cabeça do cérebro humano, com seus 100 bilhões de peças, ou seja, os neurônios. Nesse primeiro balanço das conquistas realizadas, não se conseguiu responder à pergunta de Raichle, um dos pioneiros na aplicação de técnicas como a ressonância magnética e a tomografia de emissão de pósitrons: "Esses equipamentos permitem fiscalizar
o cérebro em pleno funcionamento", explica. "As experiências com animais de laboratório começam a ser substituídas por estudos com seres humanos vivos. Era a chave que faltava para a compreensão da mente." Na opinião do radiologista, essa tem de ser a principal pauta dos pesquisadores até o final da década. Nesse período, as entidades governamentais americanas destinam a fatia mais gorda do orçamento ao estudo do sistema nervoso; por sua vez, escolas e empresas privadas que financiarem essa mesma investigação pagarão menos impostos.
"Com essa medida, os americanos estão sendo muito práticos e objetivos", observa o pesquisador carioca Ricardo Gattas. As doenças degenerativas do sistema nervoso são um dos grandes problemas da população." De fato, os americanos não escondem a preocupação com os 120 bilhões de dólares que gastam, todo ano, com o tratamento de distúrbios nervosos. Chefe do Laboratório de Neurobiologia do Instituto Carlos Chagas. no Rio de Janeiro, Gattas foi um dos 25 brasileiros presentes no encontro em Anaheim: "No final das contas. a ciência vai avançar bastante com a Década do Cérebro", admite. Como ele, cerca de 10% dos conferencistas nos Estados Unidos vinham de outros países. "Essa é uma viagem que vale a pena. Todos os trabalhos importantes, realizados no mundo inteiro, devem aparecer aqui", apostava, no primeiro dia do evento, o cientista Adolfo Sadile, que chefia os estudos sobre a fisiologia do cérebro, na Universidade de Nápoles, Itália.
Há quem dedique toda a sua atenção ao cérebro traumatizado por causa de doenças e acidentes: outros perseguem os mecanismos com os quais o sistema nervoso comanda os diversos órgãos do corpo; não faltam, ainda, pesquisadores interessados em memória e aprendizado - na verdade, as Neurociências se dividem em nada menos do que 53 campos de estudo. Os cientistas se portam como fervorosos torcedores de futebol: cada um defende a sua área como a que traz mais novidades. Nessa saudável competição, os investigadores do comportamento e da mente parecem ter largado com vantagem, devido ao destaque na palestra de abertura. "Compreender a origem das nossas emoções e pensamentos é a última fronteira da ciência", opina outro entusiasmado participante, o professor Carlos Tomaz, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. "Por isso mesmo, essa é a parte mais difícil.'
Quando Descartes tirou do cérebro qualquer responsabilidade sobre a memória, a imaginação e o humor, ele não fazia a menor idéia de que a massa cinzenta encaixada no interior do crânio, com cerca de 1,3 quilo, era a estrutura mais complexa do Universo. Descartes também ignorava que os circuitos cerebrais são resultado tanto da ação dos genes como da experiência: às vezes, ao gravarem novos dados, as células nervosas fazem crescer seus prolongamentos, os axônios, para se agarrarem a outras células, formando redes neuronais de infinitas combinações e, graças a esse fenômeno de plasticidade, possibilitando infinitas associações de idéias. Finalmente, o filósofo nem tinha como saber, em sua época, que a versão do cérebro humano surgiu após milhões de anos de aprimoramento, no processo da evolução. Se soubesse de todas essas coisas, Descartes talvez fosse buscar no cérebro, o endereço daquilo que alguns chamam de espírito, alma ou mente. Para os cientistas, no entanto, essas palavras de sentido mais ou menos vago significam coisas cada vez mais concretas.
Veja-se, por exemplo, a chamada microdiálise, técnica recente que rendeu 129 trabalhos entre aqueles mostrados no encontro: uma finíssima agulha perfura o cérebro de animais de laboratório para colher continuamente o sangue; a amostra passa por um aparelho de análise, antes de o líquido ser reinjetado. "Com isso, podemos monitorar qual neurotransmissor está agindo em determinada área cerebral, em diversos tipos de situações", explica o neurocientista americano Floyd Bloom, do Instituto de Pesquisas Scripps. Neurotransmissores são moléculas mensageiras que as células nervosas liberam para se comunicarem, já que não estão ligadas entre si. "Experiências com a microdiálise também podem ajudar no tratamento de doenças . explica. "Afinal, os remédios para distúrbios nervosos sempre funcionam no sentido de aumentar ou reduzir a produção de neurotransmissores. Se conhecemos qual substância está mal regulada em cada tipo de caso, fica mais fácil o desenvolvimento de drogas eficazes."
Existem mais de cinqüenta neurotransmissores conhecidos. No entanto, uma mesmíssima substância neurotransmissora pode ter efeitos diferentes, conforme o lado de sua molécula que se encaixa nos receptores dos neurônios. Além disso, desde que o primeiro neurotransmissor foi identificado, em 1921, sua família não parou de crescer. Recentemente, pesquisadores de outro conceituado instituto americano, o Johns Hopkins, encontraram evidências de que o óxido nítrico seria usado como mensageiro no cérebro. "isso pode inaugurar a classe de neurotransmissores cerebrais gasosos", revela Bloom. Há menos de dez anos, os cientistas descobriram que o óxido nítrico ajuda a modular a ordem de relaxar os músculos no sistema nervoso periférico - como se chama a trama de nervos, que se espalha pelo corpo, feito linhas de comunicação entre o cérebro e os demais órgãos. Essa, porém, é a primeira vez que se nota a presença do óxido nítrico na nobre área cerebral. "Devemos descobrir que região exata do cérebro se encarrega de sintetizar o novo neurotransmissor, antes de especular qual seria a função dessa substância", diz Bloom.
Diga-se de passagem que, freqüentemente, as discussões sobre o papel de uma substância neurotransmissora gera controvérsia. Pesquisadores da Faculdade de Medicina Bowman Gray, nos Estados Unidos, chamaram a atenção ao estabelecerem uma relação entre o neurotransmissor serotonina e o comportamento agressivo. "Surgiu a suspeita de que no cérebro de pessoas com tendência ao suicídio e de criminosos havia taxas de serotonina menores do que o normal", conta a médica Babette Botchin. "Resolvemos conferir essa informação em macacos." Durante 28 meses, a pesquisadora observou pacientemente o comportamento de 75 machos. E garante: "Aqueles com menos serotonina viviam comprando brigas com os outros. Eles mordiam e arranhavam seus companheiros de grupo por qualquer bobagem". Segundo Babette, a constatação em macacos pode ter implicações importantes para os seres humanos: "Sabe-se que o nível de serotonina é determinado pelos genes ", diz ela. "Isso implica que algumas pessoas já nasceriam com tendência a praticar atos de violência."
Além disso, na sua opinião, o estudo pode disparar o desenvolvimento de drogas, capazes de aumentar a quantidade de serotonina no cérebro e, assim, controlar a agressividade. Isso é um absurdo"? alfineta o professor Joseph Huston, da Universidade de Dusseldorf, na Alemanha, considerado um dos maiores especialistas do mundo no estudo dos mecanismos cerebrais do comportamento. "No cérebro, nunca uma substância está agindo sozinha. Ok vamos admitir que a falta de serotonina tenha uma participação na agressividade. Daí a dizer que ela pode controlar o impulso à agressão é outra história, que só interessa à indústria farmacêutica. Em breve, ela poderá vender milhões de milagrosos "comprimidos de serotonina", diz ele, torcendo os lábios, no tom sarcástico que predomina quando os cientistas disparam suas criticas.
As pesquisas também avançaram muito no sentido de identificar os genes responsáveis pela produção dos neurotransmissores. Os planos são implantar no cérebro células alheias que com a ajuda da Engenharia Genética foram codificadas para secretar certos neurotransmissores, deficientes nas doenças degenerativas. Até este ano, essas experiências não dispensavam a manipulação de células nervosas fetais, esbarrando em complicadíssimas questões éticas. E não era só isso: uma vez implantados no cérebro doente, os neurônios de feto resolviam o problema em um primeiro momento, mas depois criavam um tumor fatal, porque continuavam se multiplicando sem parar, como de costume. Recentemente, porém, pesquisadores da Universidade da Califórnia apontaram uma alternativa. Eles implantaram o gene encarregado de comandar a produção do neurotransmissor dopamina em um retrovírus chamado SV40. Este foi usado para infectar o cérebro de macacos cujos sintomas, como tremedeiras, eram semelhantes aos do mal de Parkinson - doença que, supõe-se, seja provocada pela ausência de níveis adequados de dopamina no sistema nervoso. Ao invadir o núcleo dos neurônios, o retrovírus com o gene da dopamina ordenou que eles passassem a produzir o neurotransmissor deficiente", afirma Jeffrey Kordower, neurocientista que participou da experiência. "Ao menos em macacos, os sintomas da doença desapareceram.
Apesar de novidades como essa, trazidas dos laboratórios diretamente para o evento, poucas palestras foram tão concorridas quanto a do neurocientista Simon Levay, do Instituto de Educação Gay dos Estados Unidos - os organizadores tiveram de recorrer a cadeiras extras, que mal cabiam na sala com cerca de quatro mil ouvintes. "Existe uma espécie de marca no cérebro determinando a orientação sexual das pessoas", defende Levay, que buscou uma série de evidências dessa teoria. Alguns testes, por exemplo, apontam que as mulheres heterossexuais têm muito mais habilidade para a linguagem do que os homens - e, no caso, os homens homossexuais, embora continuem perdendo para o sexo feminino, são mais habilidosos na arte do discurso do que os homens heterossexuais. Esse padrão, no meio - termo entre o masculino e o feminino, parece se repetir em outros testes, como os de cálculo e memória visual. "As estatísticas ainda mostram que, em gêmeos univitelinos, quando um deles é homossexual, há 75% de probabilidade de o outro também preferir companheiros do mesmo sexo", revela. "Isso indica que a homossexualidade pode ser herdada e o cérebro é lugar certo para a expressão dessa herança."
Será que os genes também podem ser responsáveis pela maneira de pensar? Certos cientistas tentam responder a essa pergunta com a tomografia de emissão de pósitrons (conhecida por PET, sigla em inglês). A imagem gerada pelo computador, ligado ao aparelho, ressalta as áreas cerebrais em que existe maior fluxo sangüíneo. Nelas, há mais consumo de energia - portanto, ali, os neurônios devem estar operando em pleno vapor. A médica Karen Faith, do Instituto Nacional de Saúde Mental, nos Estados Unidos. aplicou o exame do PET em dez pares de gêmeos, que realizavam várias tarefas, como cálculo, leitura, testes de memória. "Fizemos a mesma batelada de exames em pessoas que nem eram irmãs, mas tinham o mesmo sexo e idade. Nelas, não encontramos tantas similaridades como nos casos de gêmeos", diz Karen. Segundo ela, os gêmeos costumam ativar os mesmos pontos do cérebro e com a mesma intensidade, quando realizam uma tarefa em comum. Isso é mais um indício de que já nascemos com uma parte do nosso jeito de ser gravada no cérebro. Portanto, não é nem nos signos apontados pelos astrólogos, nem sequer nos números calculados pelos numerologistas que a personalidade é determinada - ela pode, sim, se encontrar nos genes, que se expressam nos neurônios.

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mania de Magreza - Dieta


MANIA DE MAGREZA - Dieta



A maioria das pessoas que fazem regime têm peso normal. Seguir dietas da moda, emagrecendo depois, é o maior pecado contra a silhueta.



Qualquer pessoa consegue inventar uma dieta de emagrecimento, capaz de se transformar em best-seller e engordar a carteira de dinheiro. Que tal a dieta do chocolate, da lasanha ou das três colheres de feijoada em cada refeição? "Muitos gordos emagreceriam desse jeito", garante o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Universidade de São Paulo. "Na verdade, qualquer regime para emagrecer, emagrece. Mas ninguém pode passar o resto da vida única e exclusivamente à feijoada, por exemplo". Esse é o problema número um de todas as chamadas dietas de moda, que fizeram ou ainda fazem sucesso: elas não podem ser seguidas por tempo indefinido. A médio ou longo prazo, sempre prejudicam o organismo, especialmente daqueles que, de fato, não precisam perder peso.
Magrinhos com mania de magreza é o que não falta. Calcula-se que seis em cada dez brasileiros adultos com acesso a alimentos vivem em guerra declarada contra o ponteiro da balança. Sessenta por cento dos que estão em rigorosa dieta, no entanto, têm peso normal ou até abaixo do normal, segundo os padrões da Medicina. Mas outros padrões, os de beleza, tentam impor-lhes a silhueta de cabide dos manequins. Daí, cisman com qualquer esboço de pneuzinho de gordura, refletido no espelho.
"As dietas de moda não têm fundamento científico", adverte Halpern. "Seguidas à risca, elas quase sempre levam ao emagrecimento rápido, mas também podem causar uma anemia", exemplifica. No fundo, todos sabem de cor qual seria o regime ideal: comer um pouco de cada tipo - de alimento (verduras, legumes. carnes, frutas e cereais) em horários adequados para as refeições, sem abusar de doces nem de frituras. Sucesso garantido. Mas as pessoas acabam apelando para aquelas dietas que prometem fazê-las perder em uma semana os quilos conquistados em meses. "Se alguém faz uma dieta cheia de restrições, há cerca de 90% de chance de recuperar o peso perdido, tão logo volte a ter uma vida normal". observa Halpern. "Justamente porque não aprendeu a dispor com moderação de todo tipo de comida presente no cotidiano."
Quando as formas do corpo se alargam e encolhem sucessivamente feito uma sanfona, graças a diversos regimes fracassados, a pessoa tende a não regressar ao seu antigo ponto de partida na balança, ficando mais gorda após cada tentativa frustrada de ser magra. Engordar significa rechear determinadas células, os adipócitos, com moléculas gordurosas, que correm no sangue. Redondos, os adipócitos lembram balões, capazes de aumentar dez vezes de volume - elasticidade só comparável à das células da superfície da pele. Quando chegam ao limite máximo de armazenamento de gordura, elas se dividem ao meio, em vez de estourar.
Se o organismo é submetido a um regime severo para emagrecer, esses reservatórios de gordura se esvaziam; sua quantidade, porém, é mantida. Assim, é como se os adipócitos aguardassem o primeiro deslize alimentar para ficarem inchados novamente. Quando as moléculas de gordura entram na circulação sangüínea, uma enzima chamada lipoproteína lipase (LPL) trata de arrastá-las para dentro dos adipócitos famintos - só que onde antes havia uma única dessas células, passam a se encontrar duas. Se o fenômeno do ioiô de balança se repetir, existirão quatro, oito, e assim por diante. Essa progressão é acusada pela fita métrica, marcando uma cintura mais grossa a cada final mal resolvido de dieta.
Mesmo as pessoas que fizeram tratamentos bem orientados por médicos correm o risco do chamado efeito sanfona, se não tomarem cuidado com a manutenção do novo peso. "Os maiores inimigos, nessas horas, são os conceitos falsos", opina a nutricionista Mônica Beyruti, que divide o seu tempo entre os estudos de pós-graduação na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e a orientação de pacientes de uma clínica endocrinológica paulistana. Muita gente diz não saber o motivo de ter recuperado alguns quilos extras, uma vez que belisca queijo branco", conta. "Ora, queijo branco tem menos gordura do que queijos amarelos. Mas, ainda assim, possui bastantes calorias".
A maior fonte de "falsos conceitos", de acordo com a definição da nutricionista, morena e esbelta, são os famosos alimentos diets, cuja indústria nacional movimentou cerca de 200 milhões de dólares nos últimos doze meses. Em geral, são produtos em que o açúcar foi substituído pelos não - calóricos adoçantes. Ou seja, destinam-se a deixar mais doce a vida dos 8 milhões de diabéticos brasileiros. Contudo, o mercado desses alimentos acabou se tornando robusto e chega a alcançar quase 30 milhões de consumidores - mais de dois terços deles preocupados em continuar entrando numa roupa justa. "Só por não conterem açúcar não significa que não engordem", esclarece Mônica. Ao se comparar uma barra de chocolate normal e outra, do mesmíssimo tamanho, de chocolate diet, nota-se que os ingredientes gordurosos aproximam os dois produtos, em termos de calorias, o que os faz engordar quase o mesmo tanto.
As calorias são unidades de energia que determinada comida gera no organismo. Na economia do corpo humano, o peso permanece inalterado quando a quantidade de energia gasta, seja num piscar de olhos à elaboração de um pensamento, empata com a quantidade de energia obtida nas refeições; se o consumo de energia é maior do que sua aquisição, o corpo emagrece; por sua vez, a pessoa engorda se ingere mais calorias do que seu organismo queima para funcionar. Parece uma matemática simples, mas o organismo de diferentes pessoas consome combustível de forma diferente.
Numa experiência realizada na Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, os cientistas ofereceram uma dieta rica em gorduras para voluntários com peso normal e voluntários obesos (no jargão médico, gordos são aqueles com peso acima da média ideal para pessoas de determinada idade e estatura; obesos são apenas aqueles cujo peso em excesso ultrapassou 30% do valor dessa média). Os cientistas notaram que, para aumentarem 1 quilo de peso, os voluntários magros precisavam ingerir cerca de 8.400 calorias por dia, durante uma semana; para engordarem igualmente um único quilo, bastava os obesos consumirem 4.700 calorias nas refeições, durante o mesmo período. "Existem fatores genéticos", diz o clínico geral Nicolau Machado Caivano, de São Paulo. Segundo ele, por volta dos 2 anos de idade, já se pode identificar quando uma criança tende a ser um obeso: "Estudos mostram que suas células adiposas são muito maiores do que as de bebês com predisposição a se tornarem adultos magros". Mas, na opinião de Caivano, fica difícil saber até que ponto a obesidade é herdada pelos genes - "ela é mais freqüente em filhos de pais obesos, admite - e até que ponto o problema é assimilado do ambiente em que se vive.
Apenas cinco em cada cem gordinhos ou mesmo peso pesados, feito os obesos, têm alguma disfunção nas glândulas que controlam o entra e sai de energia do corpo - como a tireóide, na altura do pescoço, encarregada de governar o metabolismo. De fato as mulheres na menopausa têm maior tendência a engordar: "A produção dos hormônios tireodianos fica mais lenta", diz Caivano. "A mulher, nessa idade, tem de aceitar que dificilmente irá manter o corpo que tinha aos 20 anos . Aceitar os limites do corpo é fundamental: "Algumas pessoas jamais serão esquálidas. Ao tomarem consciência disso, elas se tornam menos ansiosas e emagrecem, dentro dos seus padrões, com mais facilidade. As dietas têm muito mais a ver com a cabeça do que com o estômago", afirma.

Exemplos de péssimos exemplos

Três regimes que foram moda e acabaram reconhecidos como enormes enganos:

Dieta de Beverly Hills

No inicio da década de 80, os adeptos da alimentação natural ficaram fãs da dieta criada pela ex - rechonchuda californiana Judith Mazel. Ela pregava que certos frutos tropicais, como o mamão papaia e o abacaxi, tinham enzimas capazes de destruir as gorduras do corpo - por isso, as pessoas com vontade de emagrecer, deviam passar dias se alimentando apenas de frutas. Na verdade, as frutas podem estimular os rins a produzir mais urina. Quando os seguidores da dieta de Beverly Hills pensavam estar emagrecendo, eles estavam, isso sim, perdendo a água do organismo. Ao afetar o equilíbrio hídrico do corpo, a dieta provocava taquicardias. Além disso, por ser pobre em proteínas, deixava a pessoa enfraquecida, a médio prazo.


Dieta da lua

Há cinco anos. diversas estrelas brasileiras de TV começaram a divulgar a seguinte receita: a partir do momento em que ocorre uma mudança de Lua e nas 24 horas seguintes, a pessoa só pode ingerir Iíquidos: chás, sopas, sucos e vitaminas coados. O fundamento científico desse método é o mesmo das simpatias de festas juninas. Quem acredita nele, paga um preço: podem ocorrer sobrecarga nos rins e eventuais prisões de ventre.


Dieta do dr. Atkins

Essa foi a coqueluche dos anos 70, especialmente nos Estados Unidos. O médico Robert Atkins desenvolveu uma dieta que permitia consumir carnes, ovos e bacon à vontade, alimentos que os americanos veneram - daí o sucesso em seu país. Embora esses alimentos, sejam gordurosos é preciso quebrar suas moléculas, muito grandes, para que sejam armazenadas dentro dos adipócitos.O custo energético dessa quebra é descontado do valor calórico dos alimentos. Daí, os seguidores dessa dieta acabam emagrecendo. Mas estão terminantemente proibidos de comer carboidratos: cereais, doces e massas. Esses alimentos poderiam fornecer toda a energia necessária para partir as moléculas de gordura - e então tudo iria por água abaixo. O grande problema do regime do dr. Atkins é que as pessoas acabam com taxas elevadíssimas de colesterol. Para hipertensos, por exemplo, ela é um perigo.

Programa bem alimentado

A pessoa acusa o bombom, que saboreia todo fim de tarde no trabalho, pela cintura desfigurada. Mas, para não ficar com peso na consciência, revela detalhadamente o que comeu, de manhã até a hora de dormir, nos últimos três dias. Um computador, então, pode absolver o chocolate e mostrar que os centímetros a mais devem ser causados, na realidade, por aquele sanduíche engolido às pressas no almoço somado àquela colher de óleo no tempero da salada do jantar. Pesquisadores da Escola Paulista de Medicina desenvolveram um dos mais completos programas do mundo inteiro, para analisar dietas. "Quando iniciamos o trabalho, em 1984, estávamos preocupados com a alimentação dos pacientes com insuficiência renal", explica o professor Meide Anção, do Centro de Informática em Saúde. Essas pessoas precisam ter um controle rígido do cardápio. Por exemplo: não podem comer nada que contenha muito fósforo; em compensação, devem suprir a carência de cálcio, outro mineral.

Antes, uma nutricionista com bastante experiência perdia duas horas para calcular a quantidade aproximada de cada nutriente na alimentação de um doente: "Hoje, o computador faz esses cálculos em oito minutos", revela a nutricionista Lílian Cuppari, que participa do projeto desde o início. Em parte graças a seu entusiasmo, o programa nunca ficou estagnado: "Selecionei cerca de 600 alimentos, incluindo alguns típicos das regiões brasileiras" ela conta. "Basta digitar o que uma pessoa come durante o dia e o computador é capaz de calcular até o total de aminoácidos, as unidades básicas das proteínas, que ela ingere por dia." O chamado Programa de Nutrição também calcula o peso ideal da pessoa, de acordo com o sexo, a idade, a estatura e a ossatura "Quando alguém está gordo, a análise do que ele come pode dar pistas sobre os erros em sua alimentação. Mas, para orientar a dieta, a nutricionista continua sendo indispensável, defende o professor Anção.


Esforço relativo

Quem acredita que exercícios compensam os excessos cometidos à mesa, só porque queimam calorias, está quase enganado. Qualquer ginástica consome energia, mas nem tanto. Uma hora e meia pedalando, por exemplo, serve para gastar as calorias de uma porção de arroz com feijão (duas colheres grandes de cada um desses alimentos). É bem verdade que se uma pessoa não aumentar o teor calórico de suas refeições e se exercitar vigorosamente durante 1 hora por dia, de domingo a domingo, perderá até 4 quilos depois de um ano de muito suor.

No entanto, segundo o médico paulista Nicolau Machado Caivano, os benefícios da ginástica são indiretos, para quem pretende perder peso. A vantagem de malhar com disciplina é que em esforço, o organismo produz as chamadas endorfinas - moléculas comparáveis a calmantes naturais. "Essas substâncias podem atenuar a ansiedade, que leva muitas pessoas a comer mais do que necessitam", diz ele. "Além disso, quem faz algum esporte passa a ter uma melhor imagem do próprio corpo, talvez porque a flacidez vá sendo substituída por músculos tonificados. Essa silhueta, com formas mais definidas, estimula a pessoa a não sair da dieta "

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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Vespas assassinas sobe para 41 o número de mortos na China


Vespas assassinas sobe para 41 o número de mortos na China



Os ataques começaram há alguns meses e 1.600 pessoas já foram internadas.



Há menos de uma semana o Mega Curioso noticiou o caso das vespas gigantes na China, na província de Shaanxi. De acordo com a BBC, os números atuais mostram que, desde julho, os ataques dos mega insetos foram responsáveis pela morte de 41 pessoas – até a semana passada o número de vítimas era 28.

Além dos mortos, o ataque dos insetos gigantes causou doenças e complicações em 1.600 pessoas, sendo que dessas, 206 ainda estão internadas nos hospitais da região e 37 estão em condições consideradas graves.

Causas


O rápido avanço urbano e o descuido com algumas causas ambientais são apontados por ativistas como fatores decisivos para o aumento de número de vespas na região. Além disso, a província de Shaanxi tem apresentado invernos menos rigorosos e verões mais úmidos, o que pode ter ajudado no aumento do número desses insetos.
As cidades mais afetadas pelos ataques nos últimos três meses são Angkang, Hanzhong e Shangluo. O governo contratou o serviço de especialistas em pragas para tentar resolver o problema. Policiais e bombeiros foram equipados com uniformes especiais para ajudar a destruir os ninhos desses insetos. Ainda assim, o problema parece estar longe de ser resolvido.
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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A casa do espaço - Astronomia


A CASA DO ESPAÇO - Astronomia



Um sofisticado laboratório em são José dos Campos, SP, é responsável pelo vôo, este mês, do SCD1, o primeiro satélite construído e testado no Brasil.



O conjunto todo, incluindo a carga, acomodada num esquisito cilindro de 1 metro de diâmetro por 1,45 de altura, não pesa mais que 115 quilos e estará em seu destino, no espaço, depois de viajar apenas algumas centenas de quilômetros, algo como a distância de são Paulo a Brasília. Se tudo correr bem, o primeiro veículo orbital brasileiro estará no céu apenas 574 segundos depois de lançado.. O problema é justamente esse: como ter certeza de que tudo funcionará bem nesse breve lapso de tempo, quando nada mais se poderá fazer para salvar a missão? A resposta pode ser encontrada no LIT, um elegante edifício do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, SP.
Não é fácil imaginar instrumentos capazes de simular os detalhes cruciais de um vôo ao espaço. Mas é isso que faz no LIT (Laboratório de Integração e Testes do INPE). "Sem ele, o programa espacial brasileiro estaria fadado ao fracasso", assegura o engenheiro Válter Bento da Silveira, chefe responsável pelos testes no INPE. Quase se pode dizer que lançar um satélite é menos importante do que possuir um laboratório tão sofisticado - capaz de dar ao país um nível tecnológico condizente com a era espacial. Não admira, portanto, que essa verdadeira casa do espaçoesteja sendo aproveitada também pelas empresas do país - aquelas que querem introduzir tecnologia de ponta em seus produtos.Vibrações violentas, ou forças caóticas, elétricas e magnéticas são ameaças potenciais a um satélite e aos equipamentos que ele contém.
O SCD1 (Satélite de Coleta de Dados 1, nome dado ao veículo brasileiro) voará no nariz do novo lançador americano Pegasus, que não parte diretamente do solo, mas de um bombardeiro B52. A 12,6 quilômetros de altura, o lançador se liberta da asa do avião e 5 segundos depois dispara os motores que o levarão, em última instância, à altura de 741 quilômetros. Pelo menos é o que prevê o plano geral de vôo da empresa americana Orbital Science Corporation, construtora do Pegasus (a órbita específica do SCD1, só será conhecida às vésperas do lançamento). Para efetuar o lançamento, que deve durar menos de 10 minutos, o INPE vai pagar 14 milhões de dólares.
No foguete, é como se o satélite fosse impulsionado por uma bala de revólver. Além disso, ele é liberado no vácuo gelado do espaço girando como um pião, ao ritmo frenético de 160 rotações por minuto. Isso é essencial para dar "rigidez" ao SCD1, ou seja, para mantê-lo na rota. Tanto que ele está aparelhado para corrigir desvios causados por forças alheias, tais como o campo magnético da Terra. Se houver redução no giro, bobinas que agem como bússolas podem restaurá-lo automaticamente. Mas a rotação, assim como o impulso ascendente, também é uma fonte importante de tensões mecânicas. Não é por outro motivo que, bem antes do lançamento, se submete o satélite a árduos exercícios no LIT.
O vibrador eletrodinâmico, por exemplo, é uma máquina capaz de gerar forças variáveis, cujo valor se mede em quilonewtons - 1 quilonewton equivale ao peso de uma pessoa de 100 quilos. O vibrador submeteu o pequeno satélite a forças entre 2,2 e 71 quilonewtons e comprovou que seu arcabouço agüentaria os rigores do lançamento. E curioso notar que toda estrutura mecânica tem um ritmo próprio de vibração: se ela sofrer tensões que tendem a impor tal ritmo, acumulará energia de vibração até se estilhaçar. Essa é uma tarefa em que o LIT pode ser útil às empresas, já que a máquina de teste é extremamente precisa e pode determinar o ritmo próprio, ou freqüência natural, dos mais variados produtos. Detalhe: o vibrador está dentro do prédio do LIT, mas tem fundações próprias nas rochas do subsolo; se ficasse apoiado nos alicerces do edifício, este seria destruído.
Mas o LIT está preparado para avaliar problemas físicos totalmente diferentes, como os que ocorrem com sistemas elétricos e eletrônicos. O SCD1 contém equipamentos extremamente sensíveis nesse campo, a começar por seus geradores de energia, que são células solares. É por isso, inclusive, que é preciso fixar com perfeição a rota do satélite: suas células devem estar viradas diretamente para o Sol, quando chegarem ao espaço. Com potência mínima inicial de 70 watts (a mesma de uma lâmpada comum), os coletores de energia não terão vida fácil no espaço. Assim que estiverem acima da proteção da atmosfera, passarão a sofrer pesado bombardeio de partículas subatômicas vindas do Sol ou do meio interestelar, especialmente prótons de carga positiva. Assim, deixarão de abastecer o SCD, após um ano de trabalho.
O mesmo problema afetará os equipamentos ligados aos geradores, como as bobinas de orientação, o emissor e o receptor de rádio, e até microcomputadores. No LIT, define-se com precisão até que ponto pode haver interferência entre os diversos sistemas elétricos ou eletrônicos. Naturalmente, sem a garantia dos testes, o lançamento pode dar chabu. No exato momento em que o satélite se desliga do foguete, seus transmissores são acionados e começam a enviar sinais de rádio, por meio dos quais se calcula a posição do satélite e se avaliam as condições do equipamento a bordo.
A primeira antena a captar os sinais do satélite será a da base de Alcântara no Maranhão, mas o cérebro da operação está em São José dos Campos - no Centro de Rastreamento e Controle (CRC). Aí, três grandes computadores VÁX conectados entre si permitem manobrar o satélite a partir do solo, ou mesmo alterar o funcionamento dos seus equipamentos. Assim, a posição do SCD, deverá ser checada três ou quatro vezes a cada volta em torno da Terra, percurso que ele completará em apenas 98 minutos. O CHC exercerá tal controle durante todo o tempo de vida dos instrumentos: um ano. O próprio satélite pode permanecer em órbita por mais tempo, talvez até quatro anos.
A palavra final nesse caso cabe ao Sol e à atmosfera: quanto maior a atividade solar, mais a atmosfera se expande para o espaço e causa atrito sobre o pequeno veículo orbital. Os cálculos disponíveis indicam que o SCD, perderá até 120 quilômetros de altura a cada ano e depois, forçado a mergulhar como um bólido no ar, será literalmente desintegrado. A despeito de sua curta vida, os instrumentos prestarão valioso serviço enquanto funcionarem. O SCD, será uma espécie de espião ecológico. Ele permanecerá em contato permanente com pequenas estações, chamadas Plataformas de Coleta de Dados (PDC). Espalhadas por vários pontos do pais, de preferência em regiões remotas, as PDCs fazem medidas automáticas sobre o clima, as condições do mar e a química da atmosfera.
Devidamente gravadas, as informações obtidas são eventualmente transmitidas por rádio ao satélite. Da mesma forma, toda vez que o SCDI sobrevoa uma das bases em terra, despeja para baixo os dados que acumulou em órbita. Além de Alcântara, o INPE utilizará bases em Cachoeira Paulista, SP, e em Cuiabá,
MT. Esta última é importante por estar numa posição privilegiada - no centro geodésico da América do Sul - e já funcionar como receptora do satélite americano Landsat. Sua antena parabólica, de 11 metros de diâmetro, está preparada para girar nos eixos e permanecer diretamente apontada para o satélite desde o momento em que ele surgir no horizonte, de um lado do céu, até desaparecer do lado oposto. Ninguém duvida que o SCD, prepara o país para um decisivo salto tecnológico, nos tempos atuais. "O programa espacial da Índia, por exemplo, começou na mesma época que o brasileiro, mas já está 1000 anos - luz à frente", revela Carlos Santana, responsável por esse setor no INPE.
Falta de verba e, certamente, de firmeza política atrasaram enormemente a construção dos quatro satélites que o país pretende lançar. O segundo será o SCD2 - também fará coleta de dados como o SCD1. Os outros dois serão satélites de sensoriamento remoto: como o Landsat, eles terão instrumentos capazes de obter imagens da superfície do planeta. Santana explica por que o SCD, é o primeiro da série. "Era natural, num país de território tão grande e tão carente de informação nas regiões distantes." Pela primeira vez será possível colher dados de todo o país, várias vezes ao dia. As PDCs são máquinas extremamente versáteis. Nas hidrelétricas, por exemplo, medem os índices de chuva, usados para controlar o nível de água que entra na barragem, ou para se prevenir uma enchente. No mar, vigiam os horários e a altura das marés, o que serve de orientação para a navegação. Na Amazônia, enfim, poderiam determinar a quantidade natural de CO2 no ar: esse valor permite estimar melhor o excesso de CO2 em regiões mais poluídas.
Avanço ainda maior da tecnologia espacial virá com os futuros satélites de se sensoriamento, cujas câmaras fotografam luz de maneira seletiva, isto é, captam principalmente uma ou outra cor, dependendo daquilo que se queira destacar. Algumas faixas de cor propiciam melhores informações que outras, conforme se analise o solo, as nuvens, a vegetação, a água e assim por diante. Em alguns casos se pode fotografar luz invisível, como a radiação infravermelha. Além disso, a combinação desses vários tipos de imagem permite extrair informações extras sobre o assunto em questão.
No fim das contas, os satélites brasileiros podem acabar sensoriando o país de modo mais preciso do que o Landsat americano, por exemplo. Este demora 22 dias para fotografar o Brasil inteiro, enquanto os satélites nacionais devem demorar apenas quatro dias. Ou seja, caso consigam levar a cabo todo o programa iniciado agora, os cientistas e técnicos do INPE não vão ficar apenas no aprendizado, mas também devem conseguir resultados práticos imediatos. A lição que fica, desde a inauguração do LIT, em 1987, é que a tecnologia espacial faz o papel de uma alavanca, sustentando, com firmeza, a modernização da sociedade brasileira.

Dos satélites aos carros e eletrodomésticos

Parece exagero, mas alguns carros podem ser simplesmente parados ao passar por uma torre de retransmissão de TV. A torre emite ondas eletromagnéticas, que podem agir sobre a injeção eletrônica de combustível. Não foi por outro motivo que a Autolatina recorreu aos instrumentos do Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos, cujos testes precisos ajudaram a evitar embaraços ao novo sistema. Pelo mesmo motivo o Itautec testa seus computadores. No total, 140 empresas usam ou já usaram os serviços do LIT desde a inauguração em 1987 - tais como a Philco, IBM, Mercedes - Benz e Metal Leve. Até a Abrinq, associação das empresas de brinquedos, pede ajuda à tecnologia espacial para enfrentar com desenvoltura a concorrência externa. Produto bem diverso, o sterilair, sofreu no LIT duras provas para se saber se provocava variações de umidade e temperatura, ou se contaminava o ar com outros gases. O objetivo foi dar ao produto - usado para eliminar ácaros, fungos e outros germes de um ambiente - perfil capaz de enfrentar o mercado internacional. Além disso, os fabricantes não querem vendê-lo principalmente para residências, mas também para dar proteção - contra umidade, por exemplo - a construções maiores, como bibliotecas e museus.

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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Coco Chanel, a revolucionária da Moda - Perfil


COCO CHANEL, A REVOLUCIONÁRIA DA MODA - Perfil



Antes da célebre estilista francesa, a maioria das mulheres escondia as pernas, só usava cabelos compridos, roupas apertadas e jóias verdadeiras



A afirmação de que havia precedido o movimento feminista, ela replicara: "À instrução da mulher consiste apenas em duas lições - nunca sair de casa sem meias e nunca sair sem chapéu". À de que teria sido pioneira na arte do design de moda, ela retrucara: "A moda não é uma arte, é um negócio". À de que sua independência a tinha lançado num mundo antes dominado pelos homens, ela sentenciara: "Uma mulher que não é amada não é ninguém. A solidão pode ajudar um homem a se encontrar, mas destrói uma mulher". À de que foi uma autêntica self-made woman já no início do século, ela rebatia com histórias fantasiosas e rebuscadas sobre uma infância endinheirada e um refinado pai negociante de cavalos. E no entanto, Gabrielle Chanel aboliu os vestidos armados em favor de um jeito de vestir prático e confortável; criou roupas e acessórios que hoje se encontram expostos em museus; sempre preferiu o trabalho à conveniência de um casamento e montou, sozinha, um império equivalente a 4,5 bilhões de dólares em valores de 1990.Mademoiselle, como ficou conhecida ao longo de 88 anos de uma agitada existência, era uma personagem dinâmica e empreendedora, sujeita a tempestades de cólera e a alfinetadas venenosas, quando se sentia ameaçada. O paradoxo marcou sua vida: era uma dama de ferro sonhadora, revolucionária com estilo clássico, ousada apesar de alérgica às grandes extravagâncias. Em sua certidão de nascimento, preenchida por dois funcionários de um hospital para indigentes da cidade de Saumur, oeste da França, consta que, no dia 20 de agosto de 1883, nasceu uma criança do sexo feminino, filha de Jeanne Devolle, 19 anos, e de Albert Chanel, 27 anos, "um casal casado". Mas o pai estava ausente e as testemunhas não assinaram o ato, porque não sabiam como fazê-lo. E, na verdade, embora Gabrielle fosse a segunda filha do par de interioranos, eles ainda não eram casados.A modista abominava sua condição de bastarda. Negava a existência dos irmãos e chegava a dar-lhes uma razoável quantia para que jamais emergissem de sua condição de pequenos negociantes. Nunca alguém ousou desmascarar na sua frente as histórias rocambolescas que ela inventava para falar de sua origem. "Nasci naquele sanatório por acaso, porque minha mãe passou mal na rua", contou certa vez. "Nasci durante uma viagem, num vagão de trem", arriscou em outra ocasião. Na realidade, o pai, Albert, era um vendedor ambulante de botões, aventais e vinhos, nas feiras livres das cidades situadas no vale do rio Loire. Jeanne, a mãe, tinha tanto medo de perdê-lo, que não hesitava em segui-lo nas intermináveis viagens, deixando os cinco filhos com sua família, não menos numerosa Aos 32 anos, em pleno inverno rigoroso, ela morreu de asma num quarto sem aquecimento em Brive-la-Gaillarde cidadela a meio caminho entre os centros comerciais de Bordeaux e Clermont-Ferrand. Albert estava viajando Ao voltar, levou as três filhas para o orfanato de Aubazine, o mais importante daquela região francesa.O pai nunca apareceu, como havia prometido, para buscar Julie, Gabrielle (então com 12 anos) e Antoinette. As garotas acabaram educadas por suas "tias", como Mademoiselle costumava se referir às freiras da Ordem do Sagra do Coração de Jesus. Durante mais de oito décadas, o tempo que viveu, a palavra orfanato jamais escapou de seus lábios. No entanto, os banhos de lixívia - substância usada geralmente para tirar manchas em tecidos - e a rígida disciplina do estabelecimento povoaram sua memória de más recordações. Suas tias eram descritas como espectros negros, de mãos secas e enrugadas, com olhar frio e distante. Graças a elas, Coco elaborou o seu conceito sobre a educação eficiente, capaz de arrepiar muitos psicólogos e pedagogos: "Tenho sido ingrata com minhas detestáveis tias", disse. "Afinal, devo a elas tudo o que tenho. Uma criança revoltada acaba se tornando uma pessoa com couraça e força. Os beijos, os carinhos, as professoras e as vitaminas transformam as crianças em adultos infelizes e doentios. As tias malvadas", acrescentou, "criam vencedores, incutindo-lhes complexos de inferioridade, embora no meu caso o resultado tenha sido um complexo de superioridade."Aos 18 anos, Gabrielle foi transferida para um pensionato e, aos 20, começou a trabalhar em um armarinho na cidade de Moulins, centro da França. Ali, cismou que seu destino era ser artista e passou a cantar as duas únicas músicas que conhecia bem no La Rotonde, um café local. As canções Ko-ko-ki-ko e Qui qu´a vu Coco (Quem foi que viu Coco) tinham refrões muito parecidos e, por causa deles, os galantes militares do 10.° Regimento de Cavalaria, assíduos freqüentadores desses concertos, apelidaram a moça de Coco - depois disso, ela nunca mais foi chamada de Gabrielle.Etienne Balsan, filho de prósperos industriais do setor têxtil, fazia parte do 10.° Regimento e, quando viu a corista, se apaixonou. Seu sonho era comprar uma fazenda para criar cavalos puros-sangues, tão logo terminasse o serviço militar. Ao realizá-lo, adquirindo Royallieu - uma propriedade que, em tempos passados, já tinha sido um castelo fortificado, uma abadia e um convento -, convidou Coco para morar com ele. Assim, aos 23 anos, ela se transformou em uma "mastigadora de diamantes" ou "irregular", termos usados na época para designar mulheres com as quais não se casava legalmente, embora se dividisse o mesmo teto e cama.Coco também dividia as atenções de Etienne com sua concubina oficial, Emilienne d´Alençon, que havia enriquecido graças às jóias dadas pelo ex-namorado, Jacques, filho da duquesa Anne d´Uzès, a primeira mulher que obteve permissão para dirigir um automóvel na França. Ao se apaixonar pela cortesã, Jacques foi banido para a África, pela família, e ali acabou morrendo. Mas, enquanto Emilienne se cobria com enfeites, Coco se diferenciava por suas idéias bastante particulares sobre a moda dos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial. "As mulheres põem até fruteiras na cabeça. Como um cérebro pode funcionar lá embaixo?", comentava. Ela preferia acompanhar o amante Etienne ao hipódromo usando um despojado chapéu de palha, preso com um alfinete na negra cabeleira lisa. Aos vestidos sóbrios, acrescentava acessórios exóticos, como gravatas e paletós, que ia buscar no armário do companheiro.Como Etienne tinha a silhueta enxuta de um rapaz, suas roupas geralmente serviam no corpo miúdo de Coco, que tinha verdadeiro horror aos babados, plumas e rendas que ornavam o guarda-roupa feminino. Preferia adaptar trajes masculinos e, em pouco tempo, alcançou o efeito desejado. As freqüentadoras de Royallieu - a maioria artistas, esportistas e escritoras, mal faladas na sociedade moralista - passaram a procurar Coco, pedindo dicas, e muitas vezes disputavam os seus famosos chapeuzinhos de palha. Até então Coco consumia boa parte do dia em caminhadas pelo campo, cochilos nos jardins e leituras leves. "Ninguém pode viver com horizontes tão estreitos", reconhecia, sempre que recordava a decisão de trabalhar - algo que o amante refutou em aceitar. No início do século, atividade remunerada era coisa para operárias ou artistas, que na maioria das vezes trabalhavam por pura necessidade. O caso de Coco era diferente - ela queria sua independência.O belo Arthur Capel, mais conhecido pelo apelido Boy, inglês amigo de Balsan, parecia compreender a moça. Ele viu Coco pela primeira vez numa caçada em Pau, no sudoeste da França e acabou conquistando-a. "Estou partindo com Boy Capel para Paris. Desculpe, mas eu o amo", ela escreveu no bilhete para o dono de Royallieu. Nada impediu, porém, que Coco e o ex-amante continuassem amigos - ou mais do que isso. Na verdade, durante dois anos, ela namorou os dois homens: Balsan chegou a emprestar-lhe um apartamento, no centro da capital francesa, para que iniciasse o seu comércio; Boy Capel adiantou-lhe o dinheiro. O ano era 1909. Antoinette, a irmã preferida, e Adrienne, uma tia com a sua mesma idade, ajudaram-na na divulgação, usando seus chapéus de manhã até a noite. "As mulheres, às vezes, vinham ao ateliê só para me ver de perto", contou anos mais tarde. "Eu era um bicho curioso, com um chapéu de palha sobre a cabeça e uma cabeça sobre os ombros."Os canotiers, nome desses chapeuzinhos, terminaram ilustrando uma página inteira da influente revista Les Modes. Para aumentar seu prestigio, Chanel assinou o penteado e os chapéus da atriz Gabrielle Dorziat, sua amiga dos tempos de Royallieu, que estrelava a peça Bel Ami, baseada no romance do célebre escritor francês Guy de Maupassant. Foram dois empurrões decisivos para, em 1911, a modista abandonar o pequeno estúdio e abrir sua primeira loja, mais uma vez com a ajuda financeira de Boy, no número 31 da rue Cambon, paralela ao famosíssimo Faubourg Saint Honoré, a alameda parisiense das grandes griffes. Ainda hoje, o costureiro Karl Lagerfeld assina as criações da marca Chanel no mesmo endereço.Numa das muitas entrevistas que concedeu, Coco explicou o sucesso de suas lojas da seguinte maneira: "Minha fortuna foi construída em cima daquela malha velha que eu vesti porque fazia frio em Deauville". Ela se referia ao balneário, à beira do Canal da Mancha, que servia de refúgio aos amantes das corridas de cavalos, tanto ingleses quanto franceses. O hotel mais requintado era o Normandy, onde Boy e Coco, considerados o casal da moda, alugaram a suíte mais luxuosa, para passar uma temporada. Ela já era conhecida como modista - termo usado para designar os criadores de chapéus e penteados. Então, certa manhã, Coco decidiu que não vestiria uma malha do namorado, tipo suéter, pela cabeça. Quem sabe por capricho, cortou-a na frente, improvisando uma gola e um cinto com retalhos do mesmo tecido e, suprema subversão, dois enormes bolsos - "na altura exata em que as mãos gostam de descansar", descreveu. Graças à diferença de estatura, a roupa de Boy, totalmente reformada, caia como se fosse um vestido. "Todos me perguntavam onde eu o havia comprado e eu respondia: "Se quiser, vendo um desses para você". Com isso, acabei vendendo dez modelos iguais". A partir daí, Chanel deixava de ser apenas modista, no antigo conceito da palavra, para se transformar em estilista.Naquele mesmo ano, 1913, inaugurou uma loja em Deauville, com estrondoso sucesso. Não era para menos: o casal Coco e Boy acabava de criar a roupa esporte, como divulgavam os colunistas. Até então, mesmo para um passeio na praia, as "fruteiras" na cabeça eram de bom-tom. Os espartilhos comprimiam as cinturas das mulheres e os vestidos se arrastavam na areia. "Uma moda totalmente inadequada", criticava Coco. Na loja, ela vendia blusas com golas rulês, inspiradas nas roupas dos marinheiros, feitas de malha e de tricô - antes consideradas pouco nobres. Como repetiria depois, criando os tailleurs de tecido tweed, ela transformava a indumentária masculina em clássicos da moda feminina. Como se não bastasse as peças que desenhava, o comportamento despojado e provocador daquela mulher de 30 anos contribuía para que se tornasse uma celebridade. Por exemplo: era uma das únicas mulheres que se banhavam na praia, sempre vestida com um maiô um tanto pudico, feito com suéteres que tomara emprestados de Boy.A efervescência cultural ainda não anunciava os prenúncios da guerra, que explodiria em 1914 e mataria 8,5 milhões de pessoas em quatro anos. Quando Capel foi convocado para lutar sob a bandeira britânica, sua primeira atitude foi mandar um telegrama para a amante. Nele, instruía Coco a não fechar a butique. De fato, a Gabrielle Chanel Modas foi a única loja a permanecer aberta na cidade de Deauville durante a Primeira Grande Guerra. Quando as tropas inimigas estacionaram a apenas 30 quilômetros de Paris, a capital francesa ficou deserta. As damas da sociedade, obrigadas a abandonar suas mansões e apartamentos suntuosos, partiram para as cidades de veraneio. A Côte d´Azur, a costa no sul do país, hoje bastante badalada, ainda não era um lugar freqüentável pelos ricos. Mas Deauville sim. Sem motoristas nem mordomos, elas precisavam de roupas confortáveis, que facilitassem longas caminhadas a pé, por exemplo. Além disso, a época era de austeridade - ninguém queria ostentar vestidos extremamente sofisticados. A etiqueta Chanel atendia a essas novas necessidades.Boy e Coco aproveitaram quinze dias de licença dele para abrir, em tempo recorde, mais uma loja, dessa vez na próspera Biarritz, na costa do Atlântico e a poucos quilômetros da fronteira com a Espanha. Em 1916, Coco já chefiava um exército de trezentos funcionários. Seus folgados vestidos de jérsei, um tecido barato, cujo fornecedor temia não vender para mais ninguém - ao menos, para confeccionar roupas femininas -, eram encomendados às dezenas pela corte de Madri. Custavam 7000 francos na época, equivalentes a cerca de 2 100 dólares de hoje. Além disso, Coco continuou a inventar moda fora do guarda-roupa. Cortou os cabelos na altura do queixo, como apenas as atrizes tinham ousado fazer; foi a primeira freqüentadora da alta sociedade a exibir a pele bronzeada pelo sol; finalmente, diminuiu o comprimento das saias, que passaram a mostrar os tornozelos.Ganhou muitos amigos, como o pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) e o extraordinário bailarino russo Nijinsky (1890-1950). Sua confidente - e também ex-amante num escandaloso caso homossexual - Era a esfuziante Misia Sert, uma das modelos prediletas do pintor francês Renoir, que vivia circulando pelo meio artístico europeu. O poeta Jean Cocteau deveu a Coco dezenas de tratamentos de desintoxicação viciado em ópio e pobre, ele recebeu uma mesada da amiga, até morrer em 1963, aos 74 anos. Com o compositor russo Igor Stravinsky (1882-1971), a estilista teve um romance que durou alguns meses e, depois, tudo terminado, ganhou mais um bom amigo. No entanto, Coco perdeu Arthur Capel. Boy queria coroar sua carreira de diplomata unindo-se à filha de um lorde inglês, Diana Lister Wyndham. Um ano depois do casamento e do fim da guerra, na véspera do Natal de 1919, ele morreu num acidente de carro. Então, Coco pendurou panos pretos nas paredes de seu quarto e cortinas da mesma cor nas janelas. A cena dramática durou minutos. Logo, ela gritou para o mordomo: "Depressa, tire me deste túmulo".Para comemorar seus 40 anos, em 1923, Coco lançou aquele que seria o perfume mais famoso de sua griffe, o
Chanel N.° 5. "Uma mulher que não usa perfume não tem futuro", repetia as palavras do poeta francês Paul Valéry (1871-1945). O químico Ernest Beaux usou nada menos que oitenta substâncias para satisfazer as exigências de Chanel e acabou lhe apresentando oito amostras diferentes. A escolhida por Mademoiselle foi a número 5 - daí o nome que, junto com o frasco de linhas simples, revolucionou a indústria de perfumaria. Três anos mais tarde, surgia outro ícone de Chanel: o tradicional vestidinho preto de crepe com mangas justas e compridas, que ela aconselhava todas mulheres a ter no armário, como garantia de elegância. As clientes estavam acostumadas a comprar peças quase exclusivas e, muitas delas, hesitaram em levar para casa o modelo simples, aparentemente fácil de ser reproduzido. A edição americana da revista Vogue tratou de tranqüilizá-las, comparando o "pretinho" de Chanel com outro símbolo de status da época: o Ford. "Alguém não compraria um carro sob o pretexto de que ele não se diferencia de outro da mesma marca? Ao contrário. Essa semelhança garante sua qualidade", saiu publicado.O segundo homem que Coco amou foi Hugh Richard Arthur Grosvenor, duque de Westminster e, sem dúvida, a maior fortuna da Inglaterra. A estilista se inspirou em seus trajes para criar o tailleur, o blazer feminino usado com saia, sobre o qual suas manequins carregavam colares de pérolas falsas e outras bijuterias barrocas - enquanto, nas ruas, as mulheres não arriscavam comparecer a um compromisso elegante sem usar enfeites de pedras preciosas. "Deve-se misturar o falso com o verdadeiro", sentenciou Coco Chanel. "Pedir a alguém que só use jóias verdadeiras é como pedir que se cubra apenas com flores de verdade, no lugar de vestir uma roupa estampada florida."Foi o duque que apresentou Coco ao primeiro-ministro britânico Winston Churchill, quando a Europa passou a enfrentar uma nova tragédia: a Segunda Guerra Mundial. Graças a esse contato, a estilista se embrenhou numa grotesca operação, chamada modelhut, "chapéu da moda" em alemão. A França tinha assistido perplexa à marcha dos soldados de Hitler sob o Arco do Triunfo, em Paris. As butiques Chanel estavam todas fechadas e à venda só se encontravam os frascos de N.° 5 Coco mudou sua residência para o Hotel Ritz - onde viveu até morrer -, que então também hospedava o alto comando alemão. Uma ligação amorosa com o cartunista Paul Iribe semeou em sua mente, antes alienada dos assuntos políticos, idéias próximas do nazismo, segundo as quais não havia maiores problemas na presença germânica. Coco estava certa de que poderia convencer Churchill a "ao menos ouvir" uma proposta de paz alemã. Por isso, viajou a Madri, na esperança de se encontrar com o primeiro-ministro na embaixada britânica. O encontro nunca aconteceu. Mas o envolvimento com os alemães lhe valeu três horas de interrogatório, suspeita de ter colaborado com o pessoal de Hitler.Dos tempos de guerra até 1953, as lojas Chanel permaneceram com portas cerradas, por decisão da proprietária, que passou uma longa fase longe dos desfiles. Só aos 70 anos, ela reinaugurou seu ateliê, sem precisar de esforço para conquistar clientela. Ali, trabalhou diariamente oito horas, durante dezesseis anos, Inclusive aos sábados. Mas foi num domingo, 10 de janeiro de 1971, que Coco Chanel morreu - um dia da semana que ela dizia odiar: "Só aos domingos eu não invento nada" justificava.

Chanel depois de Chanel

Em 25 de janeiro de 1971, as pessoas se acotovelaram para ver a última coleção desenhada por Coco. Mas Mademoiselle não estava mais sentada no topo da escada, como de costume nesses eventos Durante os três anos seguintes, as manequins não desfilaram na Maison Chanel. Até que Alain Wertheimer, neto de um dos dois sócios de Coco na comercialização de perfumes, decidiu assumir o controle da empresa. Seu avô, Pierre, construiu um império, graças às vendas do Chanel N.° 5, que Coco cedeu em troca de apenas 10% dos lucros - algo de que ela se arrependeu tarde demais.A griffe só voltou à glória nove anos depois da reabertura, em 1983, sob a tesoura do alemão Karl Lagerfeld, o menino prodígio de outra maison francesa a Chloé. Na época de sua contratação existiam 19 lojas Chanel em todo o mundo; em 1990, abria-se a quadragésima, depois de uma elogiadíssima coleção, apresentada no Teatro Champs Elysées, em Paris, ao som de A Sagração da Primavera, de Stravinsky. Lagerfeld manteve os colares de pérolas falsas, os vestidos pretos, os tailleurs; sobretudo, apegou-se ao que define como "cultura do paradoxo". Ou seja, é possível manter-se irreverente na mais completa elegância.

Nudez Perdoada

Numa entrevista, em 1955, perguntaram a Marilyn Monroe o que ela usava para dormir: "Apenas três gotas de Chanel N.° 5". Com a resposta, as vendas do perfume dobraram, fazendo Coco embolsar 162 000 dólares naquele ano.

De nome próprio a adjetivo

Um "pretinho" no armário é infalível: esse curinga tem caimento ideal numa festa, num passeio com o namorado ou naquela reunião de negócios. Daí o exército feminino uniformizado de negro, nas ocasiões sociais. Ao se vestirem assim, as mulheres estão sendo discípulas de Mademoiselle, que também criou o tailleur, peça básica das que trabalham. Às vezes, fica ainda mais claro se alguém está seguindo a cartilha de Chanel. É quando seu nome se escreve com "c" minúsculo, porque já passou a traduzir um estilo. No cabeleireiro, um corte chanel sempre significa fios retos, que não ultrapassem o limite do queixo. Qualquer costureiro por sua vez, entende quando a cliente deseja um comprimento chanel - um vestido ou saia que se alongue o suficiente para cobrir os joelhos. Já o sapato chanel é aquele escarpin bicolor, com o bico em um tom diferente do resto. Há, ainda, a clássica bolsa chanel, que as mulheres penduram no ombro, graças a uma corrente dourada, fazendo as vezes de alça.

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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Viva a diferença - Designer


VIVA A DIFERENÇA - Designer



Concepções radicalmente novas mudam a forma dos produtos industriais, sejam carros, pias, computadores ou tesouras. O objetivo é ir além do consumidor padrão - adulto, destro, nem alto nem baixo e em plena capacidade física - e também respeitar as diferenças entre as pessoas



O empresário norte-americano Sam Farber conseguiu realizar o sonho de muita gente. Depois de 39 anos à frente da Copco, uma empresa de panelas e artigos de cozinha em Nova York, resolveu que era tempo de gozar a vida. Vendeu a companhia por US$ 1,3 milhão e mudou-se para o sul da França, para ser colecionador de arte em tempo integral. Plano perfeito... Só que sua mulher, Betsy, começou a ter dificuldades para cozinhar por causa de uma artrite nas mãos, que a impedia de manusear as facas, colheres e abridores de latas, feitos para pessoas com destreza manual perfeita.
Privar-se do prazer da cozinha afetou o cotidiano do casal e Farber voltou para Nova York determinado a produzir objetos que contemplassem dificuldades como as de Betsy, pressentindo que o problema não estava nela, mas nos produtos. Abriu a empresa Oxo International e encomendou um projeto ao escritório Smart Design. Depois de longos estudos, auxiliados pela Arthritis Foundation e pela geriatra Patricia Moore, os designers chegaram aos Good Grips, uma linha completa de utensílios de cozinha cujo "segredo" é a empunhadura mais grossa que a habitual, feita de santoprene, um material macio e que não escorrega nas mãos. O sucesso foi imediato. Só na feira de lançamento, em abril de 1990, o Oxo vendeu 750 mil unidades, como descascadores de batatas, tesouras, espremedores de alho, facas. No primeiro ano de comercialização, o faturamento foi de US$ 3,4 milhões."Os Good Grips são atraentes, divertidos e confortáveis de usar pelas pessoas saudáveis e tornam o ato de cozinhar possível para aquelas que têm deficiências temporárias ou permanentes, ou para as que estão envelhecendo, quando a força, a coordenação e o senso de percepção vão decaindo", diz o vice-presidente da Smart Design, Tucker Viemeister (ele ganhou esse nome porque seu pai trabalhou no projeto do carro Tucker, um sonho falido do design norte-americano relatado em filme por Francis Ford Coppola).
Viemeister diz que "são os produtos e a arquitetura que definem as deficiências" (em inglês, o termo parece bem menos pesado e discriminatório: disabilities, falta de habilidade). Ele é uma voz dentro de uma corrente crescente no design internacional de objetos, de equipamentos, de edifícios e de áreas urbanas, que advoga prestar muita atenção em problemas específicos de faixas esquecidas para resolver os problemas de todos.
Quem já quebrou o braço ou a perna alguma vez, sabe como é desagradável depender dos outros para atos corriqueiros, e só aí começa a reparar no grau de dificuldade que podem ter atividades que antes se faziam de maneira quase automática. Essas dificuldades "invisíveis", que poucos percebem, marcam os obstáculos enfrentados pelos canhotos. Quem é destro nem sequer imagina que banalidades do tipo abrir uma lata ou usar uma tesoura exigem muito suor. Produtos que podem ser usados tanto por destros quanto por canhotos têm uma penetração crescente no mercado. Um exemplo é o computador portátil Powerbook Apple/Macintosh. Um de seus diferenciais é ter o mouse posicionado exatamente no meio do teclado com fácil acesso para ambas as mãos. Esse modelo está estourando em vendas nos Estados Unidos.Uma das questões mais importantes no design para pessoas de idade e hábitos diferentes é a busca de uma estética não discriminatória Num mundo em que os meios de comunicação e a propaganda exaltam o tempo todo o ideal da juventude e do esplendor físico, é difícil desejar produtos que têm "escrito na cara" o fato de serem dirigidos a pessoas "anormais". "Designs pesados e embaraçosos reforçam sentimentos de isolamento e inadequação das pessoas com deficiências, contribuindo para a sua estigmatização pela sociedade", escreveu a curadora Cara McCarty no catálogo para a exposição "Design para uma vida independente", apresentada no Museu de Arte Moderna de Nova York em 1988. Segundo McCarty, freqüentemente é o equipamento usado pelo deficiente, e não o seu problema, que o deprecia aos olhos dos "normais", podendo provocar até repulsa. Com sua espontaneidade, as crianças usualmente são a, que mais expressam essa repulsa que os adultos procuram disfarçar.
Mas a estigmatização é ainda mais dolorosa quando ela é exercida sobre as crianças com problemas, desde cedo acostumadas a se verem, pelos olhos dos outros, como seres diferentes e desprezíveis. A Bissel Healthcare Company, de Michigan, EUA, lançou uma linha infantil que passa ao largo da discriminação. Um dos itens é o Tadpole, um conjunto de peças macias e moldadas usado para exercícios físicos com crianças com paralisia cerebral ou outras disfunções motoras. As peças são feitas de uretano flexível, à prova d´água, durável e retardador de chamas. Fixadas com velcro, podem ser livremente montadas para colocar a criança na posição sentada, deitada ou inclinada. Leve e portátil o Tadpole foi concebido para ser usado por terpeutas que vão de casa em casa para trabalhar com as crianças, mas a simplicidade das formas e a clareza de como elas se agrupam permitem que sejam deixadas nas casas para que os pais continuem a fazer os exercícios com as crianças. O Tadpole ganhou um prêmio nos Estados Unidos no ano passado, e uma das qualidades apontadas pelo júri foi a de não parecer um produto para deficientes e provavelmente atrair a atenção de qualquer criança, fazendo-a querer brincar junto.
Outro exemplo de aparência não discriminatória é a cadeira de rodas New Move, que acaba de ganhar a medalha de ouro no Idea 92, concurso anual da Industrial Design Societies of America, com o apoio da Business Week. O carácter de seu design é menos de um produto institucional e mais de uma "mountain bike". Além disso, Douglas D. Clarkson, do Art Center College of Desing, da Califórnia, usou componente normais de bicicletas e tubos padrão em vez de peças especialmente manufaturadas, o que torna sua produção extremamente barata. A New Move tem eficiência de 100% na tração, contra a média convencional de 40% ao empurrar uma roda, e atende a um antigo desejo de pessoas com problemas de locomoção. Há uma infinidade de modelos de cadeiras normais disponíveis no mercado e a escolha de uma delas passa por critérios como conforto e preço mas também pelo estilo, levando em conta a preferência de quem as usa - formal? Informal? Pós-moderno? As cadeiras de rodas - que sempre foram mais ou menos iguais, e quase sempre horrorosas - já são usadas para disputar torneios esportivos Já era hora de tê-las também em "estilo esportivo".A tendência nos países desenvolvidos é cada vez mais considerar a cadeira de rodas como um veículo pessoal de transporte urbano. Talvez o modelo que tenha ido mais longe neste conceito seja o desenvolvido por médicos e designers suecos para a empresa norte-americana Permobil. Ela é toda voltada para ativar a independência de quem a usa. Através de um joystick igual ao dos video-games instalado no braço da cadeira, o usuário aciona um sistema computadorizado e faz tudo. Coloca-se na posição vertical no meio de uma multidão num jogo de futebol, ou quando quer falar "de igual para igual" com um parceiro de negócios. Coloca-se na posição deitada para descansar. Sentado, aciona um elevador para pegar uma lata de cerveja no alto da prateleira do supermercado. A altura regulável permite adaptar-se às alturas das coisas e não o inverso (mudar a pia da cozinha ou a mesa do escritório). Vai para onde queira: anda na neve, em terrenos com pedras e até sobe morro. O motor elétrico é exatamente silencioso, permitindo, como diz a propaganda, que a pessoa chegue a um concerto depois que ele começou. Para usuários com dificuldade de fala, há o acessório Alpha Writer, através do qual pode escrever sentenças com ligeiros movimentos de mão e mostrá-las numa tela acoplada na cadeira (o sistema também funciona acoplado a um sintetizador de voz ou a uma impressora de computador). E com modificações na casa, pode torná-la "inteligente": com o controle remoto, faz chamadas telefônicas, aumenta o som do estéreo e abre ou fecha portas sem ter que se deslocar. "Enfocar a satisfação dos portadores de deficiências é uma forma de garantir a melhoria qualidade ambientar para todos os usuários", diz o arquiteto mineiro Marcelo Pinto Guimarães. Ele cita exemplos: O espaço adicional para manobrar cadeiras de rodas em pequenos apartamentos assegura que a especulação imobiliária respeite como mínimas as dimensões reais de conforto; barras de apoio para corrimãos em longos corredores ou escadas de poucos degraus são sempre bem acolhidas. Efeito similar se obtém com piso de textura antiderrapante telefones com controle auditivo de volume; ou maçanetas acionadas pelo cotovelo em vez de mãos ocupadas.
Guimarães é uma das maiores autoridades nesse tema no Brasil. Em 1990 concluiu um mestrado na Universidade de Nova York sobre design sem. barreiras. De volta, abriu uma empresa de projetos em arquitetura e design, e de consultaria em qualidade ambiental. Foi consultor do Prêmio Nacional de Design, Pesquisa e Adequação do Mobiliário Urbano à Pessoa Portadora de Deficiências, promovido no ano passado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil - Seção Minas Gerais.Um dos projetos vencedores desse prêmio é um belo exemplar de design universal. O estudante Guilherme de Avelar Rosa, de Betim, bolou uma adaptação do tradicional jogo de amarelinha para que as crianças cegas ou que enxerguem mal também possam brincar. Isso é obtido através de sinais sonoros produzidos eletronicamente (uma placa de circuito eletrônico reproduz um bip com sete tonalidades, do grave ao agudo). O jogo propriamente dito é feito de placas de compensado pintada em sete cores diferentes, com números arábicos feitos de lixa colado na superfície, além de números em braile de cabeça redonda fixados na placa. Na justificativa de voto, os jurados do prêmio salientaram que esse projeto estimula a integração entre portadores e não-portadores de deficiências. Qual é a criança com visão normal que não vai querer pisar num "tapete" que emite sons?
O projeto de Avelar Rosa ainda está no papel: os empresários brasileiros consultados por ele não se sensibilizaram com a idéia de produzir para o "diferente". Não é o que acontece em outros países, como os Estados Unidos. Em reportagem recente sobre design universal, a Business Week, a revista de negócios mais lida em todo o mundo, destacou a banheira Precedence. Atentos ao fato de que o banheiro é um dos locais onde mais acontecem acidentes dentro de uma casa, os designers da Kohler, de Wisconsin, projetaram uma banheira com porta. Nada mal: você entra, acomoda-se num assento dobrável e fecha a porta. Quando a banheira começa a se encher de água, censores inflam automaticamente para impedir vazamentos.
Outra inovação neste campo é o banheiro público Inax, projetado pelo GK Design, de Tóquio. O objetivo foi prover "espaço, conforto e fácil acesso por pessoas com bagagem, com crianças, usando bengalas, velhos, jovens, etc." Eles desenvolveram quatro modelos: para uso exclusivo feminino, masculino, ambos os sexos e para portadores de deficiências. Mas mesmo os modelos normais prevêem facilidade de utilização para pessoas com diferentes graus de dificuldades físicas e são o que eles chamam de "transgeracionais", ou seja, servem para diferentes idades. Os japoneses cunharam a expressão silver industry, agora usada no mundo todo, para designar a produção para pessoas com "cabelos prateados" (entre nós, brancos). Os estudos demográficos mostram um aumento da porcentagem de idosos na composição das populações.
A expectativa de vida de seus habitantes é um dos indicadores do grau de desenvolvimento de um país. E os países desenvolvidos estão atentos à necessidade de melhorar a auto-suficiência, mobilidade e qualidade de vida dos velhos. As indústrias também estão de olho no poder aquisitivo dos idosos, em geral superior ao dos jovens, por exemplo. Um dos lançamentos recentes para esse mercado é o Microcar Vessa, inglês, cuja propaganda é toda baseada na autonomia dos idosos. Mais fácil de guiar do que os automóveis normais, extremamente compacto e conversível, o Microcar pode ser usado sob chuva ou sol, no campo e na cidade - inclusive em ambientes internos como os shoppings.
É claro que esse é um privilégio caro, para poucos, mas ele mostra o grau de sofisticação tecnológica que o design de produtos pode alcançar. Mesmo porque o tema do design universal é bem mais amplo - chega à escala da arquitetura ou até do desenho das cidades.
Muita gente que viaja ao exterior volta com a impressão de que nos países desenvolvidos há mais deficientes que no Brasil. Ledo engano! E que lá eles saem mais, já que as ruas, os veículos de transporte coletivo, os edifícios públicos (museus. restaurantes. escolas) estão mais preparados para recebê-los. É o que diz o sociólogo mineiro Paulo Saturnino Figueiredo, que se surpreendeu ao ouvir nos Estados Unidos que cada dólar investido em projetos para portadores de deficiências gera 10 dólares de imposto. "É a visão capitalista inteligente, porque a pessoa passa a ser produtiva". Figueiredo usa prótese nas pernas e muletas, dá aulas na Universidade e tem uma vida social intensa, locomovendo-se em Belo Horizonte com sua Parati adaptada. Mas ele acha que teve mais mobilidade quando viveu em cidades européias do que no Brasil, porque aqui não se prevê a circulação de pessoas como ele. Apesar da vontade de sair mais para se divertir, muitas vezes ele fica em casa. Em restaurantes com piso liso e derrapante, ou ainda em desníveis, a única saída para ele se movimentar seria engatinhar. Mas isso seria muito constrangedor para os outros.
Várias prefeituras brasileiras, pressionadas por movimentos de portadores de deficiências, começam a seguir o exemplo do exterior. Nesse caso, acabam ganhando todos os cidadãos. Pisos rebaixados nas calçadas, por exemplo, permitem a circulação de cadeiras de rodas, mas também facilitam a vida das mães que empurram carrinho de bebê, ou de quem sai da feira com o carrinho abarrotado.

O que é design?

Mesmo os povos mais ciosos de sua língua, como os franceses e os japoneses, não encontraram uma tradução à altura para a palavra design. No Brasil, da mesma forma, o mestre Aurélio adota em seu Novíssimo Dicionário a expressão inglesa design e a define como "concepção de um produto ou modelo; planejamento". A habilidade dos profissionais da área, os designers, vai muito além do mero ato de desenhar. Por exemplo: eles também têm que se preocupar com os materiais empregados num produto. Vejam-se as peças do Tadpole. Como foram feitas para crianças, havia a necessidade de torná-las à prova de água e retardadoras de fogo. Por isso os designers escolheram um bom material com essas características: o uretano, atendia ainda à exigência de ser macio e leve. Isso não tem nada a ver com um simples desenho ou projeto, assim como outras preocupações dos designers. Estes têm que adaptar suas idéias ao métodos produtivos existentes, levando em conta aquilo que as indústrias estão ou não aparelhadas a fazer; têm que analisar se os produtos cumprem sua função da melhor maneira possível; têm que examinar se são fáceis de manusear ou operar; e, por último mas não menos importante, se são bonitos. Isso dá uma idéia sobre esses modernos profissionais, cujo trabalho consiste em imaginar, criar e encontrar meios de construir novos objetos que sirvam ao homem.

Deficiência

Os óculos são uma demonstração viva de como é frágil a percepção das pessoas sobre aquilo que é e o que não é "normal" - pois há muito tempo eles deixaram de ser vistos como "aparelhos para deficientes visuais", e seus usuários são vistos com toda a naturalidade por qualquer um, em qualquer lugar. Em vez disso, até se transformaram em acessório de moda, do qual existem centenas de modelos charmosos e cobiçáveis. Nada impede que o mesmo ocorra com outros aparelhos, desde que se siga a máxima de que no fundo o que conta é a aparência. Na Alemanha, a Feira de Frankfurt este ano premiou um aparelho para deficientes auditivos cuja parte interna é a mesma dos aparelhos existentes. A novidade é forma externa: divertidas figuras (pessoas, animais) que podem ser trocadas como se fossem brincos. Com esse projeto da designer Katryn Müller, as pessoas não precisarão mais sair às ruas com um aparelho que as rotula como diferentes, no sentido pejorativo.

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Lago na África calcifica animais e os transforma em estátuas


Lago na África calcifica animais e os transforma em estátuas



Efeito é causado devido à incidência de cinzas vulcânicas no rio, uma verdadeira arapuca natural a animais desatentos.



Tudo isso parece ter saído de uma obra de ficção, mas não foi. O Lago Natrão, localizado ao norte da Tanzânia, tem a capacidade mortal de transformar animais vivos em estátuas calcificadas. As práticas assassinas do rio ocorrem devido ao alto grau de natrão presente na água, um sal à base de carbonato de sódio e bicarbonato de sódio.

As águas chegam a 60 °C, com pH variando entre 9 e 10.5 — tudo isso como obra de cinzas de um vulcão presente em um vale na mesma região. O único animal a viver tranquilamente em suas águas é uma tilápia ultrarresistente (Alcolapia alcalica), pois os demais não conseguem sobreviver ao contato com a água mortal.

É comum que aves que se acidentam na região sejam atraídas ao rio, enganadas por sua superfície reflexiva, e sofram com o destino trágico. A mesma coisa é bem comum de acontecer com flamingos, que usam as ilhas de sal do rio como ninho para seus ovos.



O fotógrafo Nick Brandt, explorador da África e autor da foto aí de cima, esteve no Lago Natrão em 2010 e fez várias imagens. Elas podem ser vistas no site oficial do fotógrafo, que acaba de lançar tudo no livro “Across the Ravaged Land” (Através da Terra Devastada, em tradução livre).

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Russo sacaneia empresa de cartão de crédito e se dá bem


Russo sacaneia empresa de cartão de crédito e se dá bem



Homem indignado com as condições impostas pela instituição financeira altera contrato e entra com processo para cobrar penalizações


Não é nenhuma novidade que muita gente acaba caindo vítima das taxas pra lá de abusivas praticadas pelas empresas de cartões de crédito, descritas com letras bem miudinhas nos contratos de adesão. E olha que isso não acontece só aqui no Brasil não! No entanto, confira o caso genial de um russo que, cansado de pagar tantos encargos, decidiu se vingar de uma instituição financeira de seu país.

De acordo com o The Huffington Post, em 2008, Dmitry Agarkov — o nosso vingador russo — recebeu pelo correio uma “oferta” de cartão crédito da companhia Tinkoff Credit Systems. Contudo, depois de ler as letrinhas miúdas do contrato com cuidado, Agarkov concluiu que os termos eram abusivos e decidiu fazer algumas alteraçõezinhas por conta própria nas cláusulas do documento.


Letrinhas miúdas



Entre as mudanças, Agarkov incluiu termos nos quais a instituição concordava em conceder crédito ilimitado e a não cobrar qualquer taxa ou juro. Além disso, o russo adicionou cláusulas de penalização caso a companhia infringisse o “acordado”, como a cobrança de 3 milhões de rublos (cerca de R$ 200 mil) caso os termos não fossem respeitados, e de 6 milhões (cerca de R$ 400 mil) se o cartão fosse cancelado.

Surpreendentemente, depois de assinar e reenviar o contrato alterado à Tinkoff Credit Systems, a empresa aprovou o documento sem conferir o conteúdo, e ninguém se deu conta das alterações. Agora vem o melhor: alguns anos após a assinatura do contrato, a Tinkoff entrou com um processo contra Agarkov pela falta de pagamento de taxas, e o tribunal que julgou a contenda deu ganho de caso ao russo!

De momento, o juiz determinou que Agarkov pague apenas o saldo devedor do cartão, e o nosso vingador já entrou com uma ação para cobrar da instituição financeira o montante de 30 milhões de rublos (aproximadamente R$ 2 milhões) referentes às penalizações impostas em contrato. Genial, você não acha?

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Laboratório de um País do futuro - Tecnologia


LABORATÓRIO DE UM PAÍS DO FUTURO - Tecnologia



O pólo tecnológico de São Carlos, no interior paulista, fruto da pesquisa de alta tecnologia produzida em suas duas universidades, é uma amostra de cidade brasileira do futuro.



Ao longo de seus 135 anos, São Carlos ficou marcada por uma característica - estar sempre um passo à frente de seu tempo. Em 1984, quando o governo federal, via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), decidiu escolher algumas cidades para implantar pólos cientifico-tecnológicos no Brasil, lá estava ela na fila das concorrentes. Oito anos depois, São Carlos não apenas é um dos pólos de maior sucesso, como se tornou a maior concentração de alta tecnologia por metro quadrado do pais.Com 157 000 habitantes, a renda per capita em São Carlos é 3 500 dólares. A cidade cresce ordenadamente, baseada em 600 indústrias tradicionais, em alguma atividade agropecuária e, principalmente, nas sessenta empresas que tem como principal característica a alta tecnologia, utilizando mão-de-obra qualificada, treinada nas escolas técnicas e nas universidades. Tudo montado como se fosse um laboratório da modernidade.Os principais atores nesse cinematográfico cenário de Primeiro Mundo são as duas universidades públicas (é a única cidade do Brasil a contar com tal privilégio): os campi de São Carlos da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal. "São Carlos só é um pólo cientifico-tecnológico hoje pela existência das duas universidades, e pelo transbordamento das pesquisas feitas ali", avalia Ana Lúcia Vitale Torkomian,engenheira de formação que faz doutorado sobre a cidade. Fundamental para que São Carlos chegasse onde está foi ainda a figura do professor empreendedor, gente que vai à luta em vez de passar a vida lamentando a eterna falta de verbas na pesquisa brasileira.Mais da metade dos quase 1 000 professores das duas universidades tem doutorado. Desde que foram criadas a USP, em 1954, e a Federal, em 1970, a preocupação de grande parte desses professores foi produzir pesquisas de nível internacional. Investiu-se no intercâmbio com centros de pesquisa do exterior e na formação de pessoal especializado para trabalharmos laboratórios. Esses departamentos transformam hoje muitas pesquisas em produtos, empresas ou serviços para indústrias - o tal fenômeno do transbordamento.Encontram-se professores empreendedores em qualquer esquina acadêmica de São Carlos. Um dos exemplos mais bem-sucedidos dessa filosofia é o Laboratório de Cromatografia do Instituto de Física Química da USP. No mesmo Instituto, o Grupo de Óptica, dentro do Departamento de Física e Ciência dos Materiais, é igualmente atuante. Sérgio Zilio, um dos professores, explica que há dez anos, quando o grupo foi formado, um dos maiores problemas para o andamento das pesquisas era conseguir componentes ópticos, como espelhos e filtros para equipamentos a laser tipo de coisa que custa 200 dólares cada peça e demora três meses para ser importado. "Decidimos então criar uma oficina própria para produzir esses componentes, não fabricados no Brasil, e essenciais para a pesquisa básica", lembra Zilio. Hoje, a oficina até exporta seus produtos. Ao orientar as pesquisas, Zilio sempre incentiva os futuros físicos a interagir com outras áreas, para que seu mercado de trabalho não se restrinja a dar aulas. Justamente por isso, uma das principais pesquisas do grupo é o laser aplicado à área médica. Um dos trabalhos do Grupo é desenvolver instrumental para oftalmologia, como um aparelho que mede a curvatura da córneaOutra pesquisa, com resultados ainda para o futuro, é um laser que emite luz ultravioleta, usado para modelar a córnea "A vantagem desse laser é que numa cirurgia para correção de miopia, ele só tira 20% da espessura da córnea, enquanto o método tradicional tira 90%", explica Zilio. Com o Hospital Câncer de Jaú, o Grupo faz um trabalho de assessoria, ajudando os médicos a usar equipamentos a laser, principalmente em cirurgias de cabeça e pescoço, desenvolvendo instrumentos ou ajustando a potência dos raios conforme a necessidade. No mesmo Departamento, o professor Horácio Panepucci construiu um equipamento de última geração também na área médica - um tomógrafo por ressonância magnética. "Percebemos que seria uma aplicação importante em medicina, e decidimos formar pessoas que conhecessem o equipamento, para que tomógrafos importados não fossem como caixas-pretas", conta.Às 3 da manhã do dia 16 de março de 1984 foram produzidas as primeiras imagens por ressonância magnética no hemisfério sul, com um protótipo totalmente desenvolvido pela equipe de Panepucci. Hoje, o modelo mais recente nada deve a um tomógrafo comercial, sendo usado inclusive para exames de pacientes da região; A única diferença é que, se alguma empresa quisesse produzi-lo, um hospital pagaria por ele metade do que paga por um importado.Pioneiros como eles foram também os professores que criaram o Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal há vinte anos, num tempo em que pouca gente sabia o que era isso. Oitocentos engenheiros formados depois, o DEMa ganha respeito conforme cresce a importância econômica de suas pesquisas. "Os materiais - cerâmicas, metais e polímeros - estão em tudo, de computadores a aviões", diz Walter José Botta Filho, chefe do departamento. A última moda no estudo de materiais são os compósitos, ou seja, dois materiais com propriedades diferentes na mesma peça.Assim, seriam aproveitadas as melhores características de cada um, como nos compósitos de cerâmica e metal - juntar na mesma estrutura nióbio metálico e alumina, por exemplo. A cerâmica, muito dura e resistente a abrasão mas frágil, ficaria mais resistente a impactos por causa do metal em sua estrutura, que absorveria possíveis choques e impediria a fratura da peça. Entre os quase 100 projetos do DEMa, duas das pesquisas de ponta são sobre metais amorfos (moldados sem a estrutura cristalina característica de suas moléculas) e gases em metais. Entre outras aplicações, isso serviria para armazenar hidrogênio numa peça de metal, o que daria um ótimo tanque de combustível para futuros carros a hidrogênio. A nortear todas as pesquisas está a idéia da extrapolação dos muros acadêmicos. "A proposta dos pólos tecnológicos brasileiros é transformar o sonho dos pesquisadores idealistas em empresas", analisa o professor José Roberto G. da Silva.Desde 1984, com o surgimento da Fundação Parque Tecnológico de São Carlos, o que era fruto do empenho pessoal virou um trabalho sistemático. "A ação fundamental é promover a transferência de tecnologia pela criação de empresas", explica o presidente, Sílvio Goulart Rosa Júnior. A Fundação funciona em mão dupla: tanto pode servir a indústrias, que a procuram para descobrir alguém que lhes traga solução para um problema tecnológico, como pode garimpar boas idéias nas universidades e dar apoio - espaço físico, telefone, consultaria jurídica - para que se constitua uma empresa e a boa idéia vire produto.As sessenta empresas nascidas de pesquisas universitárias faturam juntas em torno de 60 milhões de dólares por ano, atuando em novos materiais, óptica, informática, mecânica de precisão e química fina A primeira foi a Optoeletrônica fundada no começo dos anos 80 por Milton Ferreira de Souza, então diretor do Instituto de Física e Química da USP. Modelo perfeito de professor empresário, foi ele quem colocou São Carlos na fila das candidatas a pólo tecnológico no programa do CNPq, e sempre teve como meta transferir o conhecimento universitário para a indústria. Fundou a Opto com um grupo de alunos e lá começou a produzir equipamentos nascidos nos laboratórios, como o laser de hélio-neônio.Até hoje, a Opto é a única produtora desse laser no hemisfério sul. Lá também se fazem espelhos para equipamentos médicos (mesa de operações ou cadeiras de dentista), produtos de alta tecnologia porque têm que refletir luz fria, que não produza calor, sem radiação ultra violeta ou infravermelho. Souza já vendeu sua parte na Opto aos outros sócios, mas criou outra empresa de alta tecnologia: a Engecer, fabricante de cerâmicas para aplicações específicas na indústria, empregadas sempre que se precisa de peças muito duras e resistentes a abrasão. Podem ser canos por onde passa aço líquido numa siderúrgica ou guias para fios em tecelagens, feitas de alumina (óxido de alumínio), que simplesmente derreteriam se fossem de metal.Além da Fundação, os candidatos a empresários de São Carlos contam com o Centro de Indústrias Nascentes (Cedin), uma incubadora de empresas mantida pelo governo do Estado. Há oito empresas lá, cada uma ocupando um pequeno galpão, pagando um aluguel simbólico por espaço e infra-estrutura, e dividindo despesas com água, luz e telefone. Um dos projetos que deram certo no Cedin é a Incom, pequena indústria tocada por dois técnicos em eletrônica que fabrica equipamentos para grandes indústrias. Seu produto mais famoso e uma máquina de solda desenvolvida pelos donos, feita para dentistas que trabalham com ortodontia Mesmo com as vantagens da incubadora, a vida é dura. "Se com tantas facilidades já foi penoso, não sei se teria o pique de manter a empresa se tivesse nascido fora da incubadora", conta um dos sócios. Vanberto Nave.Ao lado do enorme prédio do Instituto de Química, no campus da USP de São Carlos, fica uma casinha branca, de portas e janelas azuis, toda limpinha e bem arrumada. Esse ar bucólico é apenas a aparência do Laboratório de Cromatografia, um dos mais atuantes do pólo tecnológico de São Carlos, modelo ideal do que significa colocar a pesquisa científica a serviço da sociedade. Como detetives, tendo como instrumento de trabalho o cromatógrafo, os pesquisadores do laboratório são capazes de esquadrinhar qualquer material e dizer a quantidade de todas as substâncias presentes ali"A cromatografia dá subsídios para o desenvolvimento de várias áreas, como medicina, biotecnologia, alimentos, petroquímicos e controle ambientar", dia Fernando Lanças, chefe do laboratório. A aplicação dessa técnica de separação de componentes, inventada no início do século mas desenvolvida aos atuais níveis técnicos nos últimos dez anos, é quase infinita. Pode-se analisar num cromatógrafo qualquer substância presente em água, ar, solo, plantas ou no corpo de uma pessoa. Esse poder de fogo faz com que a cromatografia seja às vezes a salvação da lavoura, literalmente.Num dos inúmeros convênios de prestação de serviços da equipe do laboratório está a análise da qualidade do suco de laranja, produzido nas vizinhas regiões de Araraquara e Limeira. Houve um episódio em que dois navios carregados com suco voltaram de um porto japonês sem sequer ter conseguido descarregar a mercadoria. Motivo: o suco não passou no controle de qualidade feito no porto mesmo. Embora o suco já tivesse sido analisado por cromatografia, inclusive seguindo padrões americanos, fez-se uma outra no laboratório da USP, mais sofisticada, desenvolvida especialmente para o suco. Descobriu-se então que continha limonim, uma substância que deixa gosto amargo na bebida. Esse teste é feito agora antes do embarque, evitando enormes prejuízos.Uma das características da cromatografia é que ela pode ser feita sob encomenda. Cromatógrafos a gás, com coluna de sílica e amostra empurrada através dela por hélio ou hidrogênio, são indicados para análise de substâncias voláteis, como gasolina e derivados, pesticidas, óleos essenciais de plantas. O cromatógrafo líquido, com coluna de aço e amostra levada por solventes, é indicado para análise de substâncias não voláteis, como polímeros, aminoácidos (e DNA humano), íons metálicos.O orçamento do laboratório de Fernando Lanças e sua equipe foi de 400 000 dólares no último ano. Da Universidade não veio um centavo. Toda verba vem dos serviços de assessoria e consultoria, como é feito para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA. No laboratório da USP são analisados todos os agrotóxicos produzidos no Brasil. As fábricas lhes enviam amostras, com as especificações dos produtos, e são feitos vinte testes para conferir tais características.Uma das análises é verificar a lipossolubilidade, ou seja, se as substâncias tóxicas se dissolvem na gordura. O ideal é que os agrotóxicos não sejam lipossolúveis, assim são facilmente eliminados por organismos vivos.No controle ambientar, a cromatografia é um instrumento poderoso. As mais novas nuvens negras no horizonte atendem pelo nome de bifenilas policloradas, ou PCBs, e as populares dioxinas. "Quando se queimam compostos orgânicos na presença de cloro há grande chance de se formarem bifenilas policloradas, substâncias duas mil vezes mais tóxicas que a estricnina", alerta Fernando Lanças. O perigo pode estar bem próximo. Num incinerador de lixo hospitalar é bem possível queimar substâncias orgânicas junto com frascos de produtos de limpeza à base de clorofórmio, que têm cloro. Está pronta a mistura fatalO problema é tão sério que a promotoria de Justiça do Meio Ambiente de São Paulo abriu um inquérito civil em junho deste ano, para apurar denúncias de que o incinerador da Rhodia. em Cubatão (SP), estaria produzindo dioxinas na queima dos resíduos da produção de solventes clorados, e liberando-as no ar. A Rhodia diz que não. "O produto da queima é analisado por cromatografia e espctometria de massa em nossos laboratórios em São Paulo e na França, com equipamentos e métodos aprovados pelas autoridades de controle ambientar", afirma Otacílio Miguel Tavares, gerente regional da Rhodia na Baixada Santista.Se há ou não produção de dioxinas naquele incinerador, só será mesmo possível provar com análises cromatograficas e com espectômetro de massa - um aparelho que bombardeia as moléculas saídas do cromatógrafo com um feixe de elétrons e as separa em íons identificando as substâncias de acordo com o peso molecular.No Laboratório de Cromatografia não se fazem milagres, mas extrai-se gasolina de bagaço de cana. Isso é conseguido por pirólise, a quebra de moléculas por calor. Coloca-se bagaço num compartimento fechado e vai-se aquecendo até conseguir lignina e celulose, compostos que podem ser degradados em petroquímicos. O segredo é descobrir as temperaturas e atmosferas ideais para conseguir resultados eficientes, mas a equipe já provou que isso é possível. Tanto que, depois que Fernando Lanças apresentou esse trabalho num congresso nos Estados Unidos, em 1987, foi criada lá uma usina piloto de produção de petroquímicos, com bagaço de cana importado do Brasil a preço muito menor do que o de banana.

A lupa dos líquidos

Com funciona em cromatógrafo a gás O gás armazenado no cilindro (1), geralmente hélio ou hidrogênio, sai controlado pelo registro (2) e entra no cromatógrafo, onde vai empurrar a amostra a ser analisada, injetada (3) na ponta da coluna (4).Cada composto da amostra atravessa a coluna num tempo diferente, chegando separadamente ao detector (5). O microcomputador (6) elabora um gráfico mostrando quando e em que quantidade cada composto chegou.

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

De louco, todo mundo tem um pouco - Trânsito


DE LOUCO, TODO MUNDO TEM UM POUCO - Trânsito



Desinformado e mal-educado, o motorista brasileiro insiste em criar suas próprias regras nas ruas e faz do Brasil o país mais violento do mundo sobre rodas.



"Cuidado, bêbados na pista." Parece piada, mas essa placa de "transito" existe. Pena que nem sempre o trânsito brasileiro permita brincadeiras tão espirituosa quanto a do psicólogo Juvenal Silva Souza, de 47 anos, que fixou o precioso aviso em frente ao seu bar para prevenir os motoristas de que pedestres com elevado teor alcoólico atravessam aquele trecho da pista paralela à praia de Itapuã, em Salvador. Diariamente, milhões de pacatos cidadãos ligam o motor do automóvel e saem de casa rumo a estatísticas de péssimo humor. São todos candidatos potenciais à lista de 27 000 vítimas fatais por ano em acidentes que recheou em 1989 os computadores do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em Brasília. Ou 50 000, segundo alguns especialistas, já que os dados do governo incluem apenas as mortes no local do acidente. O que significa um número de vítimas superior ao americano, onde a quantidade de carros é simplesmente nove vezes maior.Proporcionalmente aos veículos em circulação, no Brasil, em 1989, morreram oito vezes mais pessoas do que na França, dez vezes mais do que nos Estados Unidos e doze mais do que no Japão. Contravenções para alimentar essa realidade não faltam. Alta velocidade, manobras proibidas, avanço de sinais vermelhos desrespeito aos pedestres, estacionamento em locais proibidos, fila dupla, todas apontando para um único culpado culpado: o brasileiro, um motorista que insiste em fazer do seu país o mais violento do mundo sobre rodas, onde 72% dos acidentes ocorrem por falha humana."Não sou nenhum Senna, mas quando a gente vê aquela avenida reta, com pouco tráfego, inconscientemente vai para 110 ou 120 quilômetros por hora", conta o assessor político Carlos Prado, um paranaense de 38 anos, há doze morando em Brasília e dono de um Fiat Prêmio 1988 "Eu passo sinal vermelho e entro na contramão para economizar tempo. Mas faço tudo isso com segurança", garante a jornalista Wivian Maranhão, 28 anos, outra contraventora assumida, que circula pelas ruas de São Paulo com seu Voyage 1983. Como milhões de motoristas brasileiros, os dois são réus confessos, mas não mudam seus hábitos.Nem mesmo o criativo autor da placa de Itapuã escapa à regra. Na direção de seu carro, Juvenal é bem menos cuidadoso do que como dono de bar: "Até cinco cervejas, dá para dirigir tranqüilo. Depois da sexta é que eu começo a me preocupar." O psicólogo baiano não sabe, mas suas cinco cervejinhas, nas contas dos técnicos, se transformam em mais de duas gramas de álcool para cada litro de sangue (2,5 gramas por litro). Isto é, três vezes mais que o permitido pela lei (0,8 g/1) e o bastante para colocar Juvenal na faixa dos motoristas com reflexos e campo visual altamente comprometidos, segundo os gráficos sobre redução da capacidade de dirigir.Beber demais, andar em alta velocidade e outros tipos de infração às regras não são marca registrada unicamente dos brasileiros. Em todo o mundo, por exemplo, excesso de álcool ainda é a maior dor-de-cabeça de quem se dedica a cuidar da segurança das ruas. Aqui, porém, os erros sempre assumem proporções trágicas. A grande diferença é que, enquanto lá fora as estatísticas caminham para baixo, no Brasil a violência não pára de crescer."O problema começa pela falta de educação", diz Roberto Scaringela, diretor do Instituto Nacional de Segurança no Transito (INST), de São Paulo. "As pessoas aprendem a manipular carros, não a dirigir com consciência", completa a psicóloga gaúcha Rosane Cunha, presidente da Associação Brasileira para Humanização e Segurança do Trânsito. O fato é que hoje não só cada brasileiro interpreta a lei a seu bel-prazer: a grande maioria coloca as mãos no volante sabendo muito pouco das normas de sinalização e menos ainda sobre noções de segurança que dizem respeito à bebida ou à conservação do veículo.Uma pesquisa realizada pela psicóloga Raquel Alves dos Santos, do campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, ilustra bem a situação. Raquel submeteu 650 motoristas profissionais daquela região do interior paulista a um teste para verificar se conheciam o significado das placas de sinalização. O resultado foi surpreendente. Placas como "Proibido virar à esquerda" não querem dizer nada para 40% dos pesquisados. Apenas metade dos entrevistados reconheceu a que obriga veículos lentos a ficar na pista da direita. Cerca de 20% não tem a menor idéia do significado da placa "80 km/h" E o maior dos absurdos: quinze em cada cem motoristas entram despreocupadamente em cruzamentos perigosos por não saber como agir diante da placa "Pare".A situação é surrealista, mas pode ser explicada pelos próprios exames teóricos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, que pedem apenas o nome da placa e se esquecem de perguntar o que ela significa. Ou seja, habilitar-se é uma simples questão de decoreba: ninguém se preocupa em entender muito bem o que fazer diante delas. "Uma pessoa com um pouco de bom senso é até capaz de interpretar as placas sem ajuda. O problema é que a maioria tem baixo nível de escolaridade", diz a psicóloga. A falta de informação e a renitente teimosia em desrespeitar o pouco que se sabe alimentam argumentos de todo tipo. O gaúcho Luiz Henrique da Silva Oliveira é um exemplo. Taxista há dezessete anos, ele tem uma interpretação muito peculiar para as faixas de pedestres e os semáforos de Porto Alegre "São sinais que só servem para atrapalhar o tráfego. Se eu paro para deixar o pedestre atravessar a faixa até o fim, vem alguém e bate atrás." O mesmo tipo de raciocínio seguido pelo caminhoneiro Neófito Mendonça, que transporta produtos hortigranjeiros na capital paulista. "Quem respeita as leis não consegue andar", garante Neófito, useiro e vezeiro em transitar na faixa esquerda das vias expressas marginais de São Paulo.Essa lógica é tipicamente brasileira, de acordo com o professor Reinier Rozestraten, um holandês especialista em psicologia do trânsito, que desde 1970 pesquisa na USP de Ribeirão Preto como funciona a intricada cabeça dos nossos motoristas. "Para um alemão, lei é lei. Ele não se acha no direito de questionar se um semáforo é correto ou não, pois confia na competência de quem o colocou", diz Rozestraten. Já o brasileiro tende sempre a desconfiar das autoridades.Em alguns casos, o desrespeito às regras chega a ser compreensível. Com seus defeitos de infra-estrutura, as ruas e estradas brasileiras estimulam a contravenção. Cada região tem suas peculiaridades. Em Curitiba - cidade planejada segundo normas modernas de urbanismo -, estacionar um carro na calçada é um desrespeito sem razão de ser. No Rio de Janeiro, em um bairro como Copacabana, é uma necessidade. Sem espaço nas ruas, nem estacionamentos suficientes, a saída é invadir as calçadas. Um recurso tão comum que já é encarado com naturalidade. "Se não for aquela coisa abusiva, de não deixar espaço para o pedestre, estacionar na calçada é até uma coisa simpática, que manifesta intimidade com a cidade", diz diretor do programa de televisão Você Decide, o ator Paulo José um ilustre invasor do meio-fio.Nem sempre, porém, a lógica para contornar as falhas do sistema viário termina em soluções simpáticas. Algumas vezes, a mania de criar suas próprias leis é traiçoeira. É o caso dos chamados "sinais burros", que funcionam com o mesmo intervalo de tempo tanto ao meio-dia, quando o tráfego é intenso, quanto à meia-noite, quando não há movimento. "Não tem sentido ficar parado num sinal de madrugada. Além de perder tempo, pode chegar um ladrão e meter o revólver na minha cabeça", justifica Denis Maurício Cardoso, um estudante paulista de 19 anos que dirige o Monza do pai. A impaciência, aliada ao medo, disseminou pelo país a prática da "olhadinha". Isto é, depois das 10 dá noite, não se pára em sinal vermelho: o motorista apenas reduz, dá uma olhadinha e passa.Só que as estatísticas da Divisão de Crimes contra o Patrimônio da Polícia Civil de São Paulo mostram que quase todos os 60 assaltos que ocorrem a cada dia nos cruzamentos da cidade são antes das 6 da tarde e causam apenas pequenos prejuízos materiais. Entre 11 da noite 5 da manhã, no entanto, acontecem aproximadamente 16 colisões com vítimas e 7 atropelamentos. Em outras palavras, o risco de perder a vida é sempre maior que o de perder a carteira ou o relógio. Burlar a regra raramente tem uma justificativa convincente."Na maior parte dos casos, é puro comodismo", diz o superintendente de Engenharia de Tráfego de Salvador, Oscar Melo. Ele é capaz de citar vários pontos da capital baiana onde se cometem erros primários em nome da pressa . "Na Avenida Garibaldi, próximo à Universidade Federal da Bahia, é comum ver os carros tentando uma arriscada conversão à esquerda. O tempo que perdem esperando a chance para entrar é mais do que suficiente para chegarem a um retorno seguro, 800 metros à frente."Os pedestres também aderem à lei do mínimo esforço. "Eu não atravesso na faixa porque vou ter que esperar o sinal verde. Imagina o tempo que vai levar", disse a estudante Ana Paula Soares, de 17 anos, ao driblar meia dúzia de carros no cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças, em São Paulo. Provavelmente ela mudaria de idéia se soubesse que naquela esquina, em 1990 aconteceram 25 atropelamentos fatais. Em toda a cidade, só havia um cruzamento mais sangüinário, o das avenidas Paulista com Brigadeiro Luís Antônio, onde 44 pessoas perderam a vida.Como a estudante despreocupada, a maioria dos pedestres prefere jogar com a sorte a andar alguns metros até a faixa ou a passarela. Os motoristas, por sua vez, não criaram o hábito de dirigir defensivamente, reduzindo a velocidade nos locais mais habitados. Com isso, o Brasil leva o troféu mundial também na modalidade atropelamento fatal. E com folga. A cidade de São Paulo, por exemplo, registra cerca de 1 600 vítimas de atropelamentos por ano - média de 17 mortes para cada 100 000 habitantes. Proporcionalmente, quatro vezes mais do que Nova York e 47 do que Tóquio.A campeã de atropelamentos, porém, é a exemplar Curitiba, que pelos dados do Denatran, de 1989, mata mais pedestres em média do que qualquer cidade brasileira. São 19 mortes anuais para cada 100 000 cidadãos. "O problema é que nem motorista nem pedestre têm realmente consciência de que o trânsito mata", diz Allan Cannel, coordenador do Programa Volvo de Segurança no Trânsito - que tem premiado anualmente os que contribuem para reduzir a violência sobre rodas com uma espécie de convite para ver de perto as ruas mais civilizadas do mundo: uma viagem à Suécia. Por trás da falta de consciência do curitibano, está o rápido crescimento do Estado nas últimas décadas, que lotou a cidade de carros. "As pessoas ainda não se adaptaram à nova realidade e se expõem em demasia", explica Cannel.A ingenuidade curitibana também se aplica ao resto do país. "A explosão automobilística no Brasil aconteceu nos anos 60, com cinco décadas de atraso em relação a europeus e americanos", conta o engenheiro Lúcio Gregori, secretário dos Transportes de São Paulo. Na verdade, americanos, franceses e japoneses já viveram seus anos negros sobre rodas, sobretudo no fim da década de 60. Em 1970, as batidas e atropelamentos matavam aproximadamente 15 000 na França, assim como na Alemanha e mesmo no Japão. Nos Estados Unidos, os mortos ultrapassavam 56 000. Em todos esses países foram tomadas medidas enérgicas, sempre em três áreas: educação dos futuros motoristas, melhoria na engenharia viária e arroxo na fiscalização e nas multas. Vinte anos depois, a média relativa de vítimas caiu pela metade em todos eles."Nosso transito só deixou de ser assunto de polícia há doze anos, quando foi criada a Companhia de Engenharia de Tráfego, em São Paulo", diz Gregori. Só então técnicos e engenheiros passaram a se dedicar exclusivamente ao trabalho de evitar congestionamentos, educar e reduzir acidentes. Foi graças à CET, por exemplo, que surgiram os computadores que tornam "sinais burros" em "inteligentes". Em São Paulo, a cidade mais avançada nesse ponto, 750 dos mais de 3 000 semáforos já se ajustam automaticamente ao fluxo do tráfego. "Isso influencia o comportamento do motorista, que passa a respeitar mais a sinalização", garante o secretário.Na Europa, porém, o problema já é abordado de forma bem diferente. Hoje em dia. entender e organizar o trânsito não é mais uma tarefa exclusiva de engenheiros: envolve o trabalho de equipes de psicólogos, sociólogos e pedagogos. "Só o grupo de estudos da Universidade de Groningen, na Holanda, conta com 25 psicólogos, sem falar nos outros especialistas", revela o holandês de Ribeirão Preto Reinier Rozestraten. No Brasil, as poucas pesquisas que existem sobre a psicologia do motorista são iniciativas individuais, normalmente sem vinculação com as autoridades responsáveis pelo trânsito. Se os europeus hoje tivessem que enfrentar - o que é pouco provável - situações como as malditas filas duplas em portas de escola ou os ônibus que insistem em ocupar todas as pistas das avenidas mais movimentadas nas cidades brasileiras, certamente as razões do infrator seriam consideradas com muito mais cuidado do que no Brasil. "Transito é essencialmente comportamento", sintetiza Rozestraten.Para os técnicos brasileiros, no entanto, essa carência de estudos está longe de ser nosso maior problema. Engenheiros e psicólogos são unânimes sobre o principal responsável pelo mau comportamento ao volante: a impunidade. "Se eu matar um animal em extinção, vou presa, sem direito a fiança. Mas se atropelar e matar uma criança serei liberada no mesmo dia para dirigir novamente", diz indignada a psicóloga carioca Cíntia Clark, que está desenvolvendo um estudo sobre como o brasileiro encara a gravidade das transgressões no tráfego.Exemplos como o do corretor de imóveis carioca Luciano Ribeiro Pinto, de 48 anos, não chegam a ser raros. Em junho deste ano, ele atropelou nove pessoas na Rua Barata Ribeiro, uma das mais movimentadas de Copacabana. Três morreram na hora, inclusive um garoto de 7 anos. Completamente embriagado, Luciano foi preso em flagrante e levado a um distrito policial. Mas, apesar de sua extensa ficha criminal - processos por direção perigosa, uso de drogas e tentativa de homicídio -, saiu no mesmo dia, depois de pagar uma fiança correspondente ao preço de três maços de cigarros. E com a carteira de habilitação no bolso, que só foi cassada depois que o escândalo tomou conta da imprensa.Mas Luciano ainda tem possibilidades de escapar da pena e voltar a dirigir. Atualmente, a morosidade da Justiça faz com que 92% dos processos prescrevam antes do veredicto e são poucos os casos de punição como o do vendedor Antônio Pachekoski, de 46 anos. Em 1988, depois de beber cerveja com um amigo Antônio bateu em uma motocicleta com seu carro e mutilou a mulher que estava na garupa da moto. Sua carteira foi cassada e hoje ele cumpre sua pena de um ano e oito meses em Curitiba ajudar, todas as sextas-feiras, a polícia a resgatar acidentados. "Se a maioria dos motoristas que matam não são castigados, quem anda com uma lanterna de freio queimada ou sem extintor de incêndio deixa de sentir qualquer peso na consciência", raciocina Cíntia Clark. Mesmo as multas, um eficaz remédio para a irresponsabilidade em todo o mundo, no Brasil não funcionam. "Elas só chegam ao infrator meses depois, na hora de licenciar o veículo. Ele já esqueceu o que fez e o valor defasado do multa não pesa em seu bolso", diz a psicóloga.Uma experiência idealizada pelo engenheiro Fernando McDowell, ex-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio de Janeiro, reforça essa tese. Durante algumas semanas, um grupo de fiscais se entrincheirou em pontos estratégicos da Avenida Brasil, principal via de acesso ao Rio, e multou centenas de carros, registrando tudo num equipamento especial. No final do dia, os dados eram descarregados em um computador e a multa expedida imediatamente, chegando ao infrator na mesma semana. "Nunca ouvi tanta reclamação na vida. Só do governo federal, recebi mais de 100 cartas pedindo anulação de multas de amigos e parentes", revela o engenheiro. Em outras palavras, a cobrança imediata, a valores do dia, incomodou, e muito, os mal-educados do transito.
Há uma esperança de melhora no ar, com a elaboração de um novo Código Brasileiro de Trânsito, que deve corrigir erros do antigo e adaptá-lo à realidade. Só que os brasileiros ainda vão ter que esperar um pouco. Apesar da sua importância, o embrião das novas regras obedece à morosidade do Congresso e não tem data para entrar em vigor. "Infelizmente, o trânsito fica sempre em segundo plano, já que não há pressão da sociedade", diz o engenheiro Gilberto Lehfeld, consultor do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito. "Se pudéssemos publicar os nomes das 50 000 pessoas que vão morrer e das outras 350 000 que serão mutiladas no próximo ano, talvez conseguíssemos mudar essa situação."

Principais causas de morte no país

De 1985 para 1988, o trânsito saltou do 70 lugar para o 40
1 doenças cerebrovasculares
2 Infarto do miocárdio
3 Doenças circulatórias
4 Acidentes de transito
5 Homicídios
6 Pneumonia
7 Outros acidentes
8 Hipoxia e asfixia ao nascer
9 0utras violências
10 Doenças do fígado

A versão americana da loucura carioca

"Você já teve a sensação de estar ao volante de um Fórmula 1, a um fio de cabelo do carro da frente? Já participou de uma corrida de demolição? Ótimo! Você vai se sentir em casa." Melhor apresentação, impossível. Bem-vindos à versão do trânsito carioca da designer gráfica Priscilla Ann Goslin, autora do livro How to be a carioca, em inglês.Priscilla, uma americana de 42 anos. 34 deles no Brasil, traça um retrato bem-humorado da cidade para ajudar seus conterrâneos a se virarem no Rio. Especialmente no didático capitulo do trânsito. Ensina, por exemplo, a fazer ultrapassagens em túnel: aproxime-se do carro à frente mantendo uma distância máxima de 50 centímetros, pisque os faróis altos pelos menos cinco vezes, reduza a marcha e passe bruscamente para a pista da direita sem usar as setas; depois, acelere até o fundo, gesticule. xingue e acene com a cabeça para deixar clara sua reprovação ao passar pelo carro lerdo. Nas regras de estacionamento, ela também é pedagógica: todos os locais onde não haja um guarda são permitidos, de preferência nas modalidade One wheel on the side walk procedure (Procedimento uma roda na calçada), Screw the pedestrian procedure (ou dane-se o pedestre, pondo as quatro rodas na calçada) e The door dinging procedure (Procedimento batendo as portas), em que os carros ficam lado a lado de forma que ninguém abra a porta sem bater no vizinho.Apesar de tudo, Priscilla consegue ver algumas vantagens no tresloucado trânsito do Rio. Uma delas a falta de rancor. "O mesmo cara que te fechou há dois minutos pode tocar a buzina e te avisar que sua porta está aberta", diz ela, que depois de anos no Brasil ainda insiste em usar cinto de segurança. Mas entende as razões do carioca para desprezar o item de segurança: com o tempo que se perde desligando os aparatos anti-roubo, colocar cinto atrasaria muito o motorista.

Motorista parisiense: um afoito responsável

"Nosso motorista dirige embriagado, não respeita limites de velocidade e interpreta a lei de trânsito segundo suas conveniências." A afirmação é de Pierre Dumonté, chefe da Diretoria de Segurança de Tráfego de Paris. Para os padrões europeus, os franceses são realmente indisciplinados e irresponsáveis. Mesmo assim, nem se comparam aos brasileiros que proporcionalmente matam oito vezes mais.O que ocorre nas ruas francesas hoje é resultado dos esforços feitos desde a década de 60, quando os acidentes eram uma epidemia em toda a Europa. Como seus vizinhos, a França centrou fogo em três áreas: educação, fiscalização e punição. Hoje, o motorista francês pode não ser o que se chamaria de um cavalheiro ao volante, mas aprendeu a usar o cinto de segurança, respeitar as faixas de pedestre e dirigir dentro dos limites de velocidade. As exceções citadas por Pierre Dumonté dificilmente acabam em postes, como no Brasil. Antes disso, são paradas pelo eficiente sistema de fiscalização, para levar singelas multas equivalentes a 400 dólares.Mesmo com as melhoras, o assunto não deixou de ser prioridade entre os políticos. Em julho deste ano, entrou em vigor um novo sistema de punição, em que cada tipo de infração vale um certo número de pontos, além da multa, é claro. Dirigir embriagado, por exemplo, vale 6 pontos. Quando o motorista acumula 12 pontos de infrações, perde a carteira e é obrigado a tirar uma nova, passando mais uma vez por todos os exames de habilitação. Exigentes e incorruptíveis, diga-se de passagem.

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dormir tarde ou acordar cedo o que traz mais benefícios para a sua saúde ?


Dormir tarde ou acordar cedo o que traz mais benefícios para a sua saúde ?



Pesquisadores buscam entender as vantagens e desvantagens para aqueles que preferem ficar até mais tarde e para os que madrugam para aproveitar o dia



Existem as pessoas noturnas, que preferem ficar acordadas por mais tempo já que seu trabalho costuma render noite adentro, e as pessoas matinais, que acordam cedinho com um pique de dar inveja e se desdobram para aproveitar bem o dia. E você: faz parte de algum desses grupos?

Observando esses tipos de comportamento com relação ao sono, pesquisadores alemães dividiram as pessoas em três cronótipos: os indivíduos que acordam cedo (matinais), os que dormem tarde (noturnos) e os que oscilam entre os dois padrões. De acordo com o New Scientist, cerca de 10% das pessoas se encaixam na categoria matinal e 20% podem ser consideradas noturnas. O restante dos indivíduos varia entre essas classificações e tem seu cronótipo considerado intermediário.



Curiosamente, o que os pesquisadores descobriram é que mudanças estruturais no cérebro das pessoas podem indicar as diferenças entre os que despertam antes do sol nascer e aqueles que só se deitam depois do Corujão. A má notícia é que, mesmo que os indivíduos noturnos tenham melhores resultados durante a noite, pode ser que seus hábitos tragam alguns prejuízos para a saúde.

Os resultados
Estudos anteriores sugeriram que os noturnos têm um sono pior, sentem mais cansaço durante o dia e consomem maiores quantidades de tabaco e álcool. Outros ainda acreditam que essas pessoas sofrem com a descompensação horária, também conhecida como jet lag.

Na nova pesquisa, a cientista Jessica Rosenberg, da RWTH Aachen University, na Alemanha, buscou verificar as diferenças entre os cronótipos no organismo das pessoas. Para isso, ela e sua equipe escanearam o cérebro de 16 pessoas matinais, 23 noturnas e 20 intermediárias.



As análises mostraram que os indivíduos de comportamento noturno apresentavam uma redução na integridade da massa branca – o tecido cerebral que é formado por um isolante que acelera a transmissão de sinais nervosos – em áreas associadas à depressão, o que pode aumentar o risco de surgimento dessa doença.

“Acreditamos que isso possa ser causado pelo fato de que os noturnos sofrem permanentemente com essa descompensação horária”, explica a pesquisadora, que ressalta que é preciso seguir com os estudos para confirmar os resultados encontrados. Enquanto novas pesquisas não são realizadas, os cientistas acreditam que o melhor é conciliar uma rotina de trabalho e estudos que não atrapalhe os hábitos do sono de cada um.

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O esconderijo dos Alerces - Ambiente


O ESCONDERIJO DOS ALERCES - Ambiente



Uma expedição atravessa lagos gelados e escarpas dos Andes chilenos para visitar uma floresta dos mais antigos habitantes do planeta: os alerces. Algumas dessas árvores da classe das coníferas estão de pé desde a época de ouro dos faraós, há 4.000 anos



As águas frias do Pacífico sul recortam na costa do Chile profundas reentrâncias, ou fiordes no jargão da Geografia, cujas paredes quase verticais são abertas diretamente nas rochas da Cordilheira dos Andes. Acima das ondas e escarpas, localiza-se uma floresta conhecida como Bosque Valdiviano. Embora seja densa e chuvosa, povoada por árvores gigantescas, esse tipo de mata é muito diferente da Amazônia, pois contém árvores típicas de clima temperado. Boa parte das matas desse tipo foi destruída no século passado e elas hoje quase não chamam a atenção.Mas algumas das árvores chilenas, pertencentes à espécie Fitzroya cupressoides e vulgarmente chamadas de alerces, são notáveis. Coníferas, como os ciprestes e pinheiros, elas já existiam há 350 milhões de anos, época em que ainda não existiam flores. Como estas representam uma evolução no sistema sexual das plantas, as coníferas são formas vegetais primitivas. Entre elas se acham os seres de vida mais longa em toda a natureza. Muitas espécies duram menos de um século, mas as sequóias, por exemplo, atravessam os milênios. E, ao que tudo indica, os alerces também são sequóias.O mais antigo ser vivo é uma sequóia norte-americana do deserto, de 4 900 anos de idade, mas pode haver alerces ainda mais velhos. Foi o que sugeriu o botânico chileno Antônio Lara, em 1988. Lara levou em conta que o tronco de muitas árvores contém anéis (algo como se vê nas cebolas), cujo número dá uma medida confiável da idade da árvore. Pois o alerce examinado tinha 3 300 anéis - dez vezes mais que a mais antiga sequóia - e tinha apenas metade do diâmetro de muitos alerces vivos.Estima-se, de fato, que as sementes desses anciãos tenham desabrochado por volta de 5 000 anos atrás - 1000 anos antes de o rei Menes unificar o Egito e dar origem à primeira dinastia de faraós. Os alerces têm perto de 3,5 metros de diâmetro na base do tronco, ou mais de 20 metros de circunferência, e são tão altos como um prédio de vinte andares. A resistência de sua madeira, depois de cortada, é compatível com sua longevidade, pois ela leva até 500 anos para apodrecer e se decompor completamente.Este ano, uma equipe de cientistas e jornalistas partiu da cidade turística de Puerto Montt (veja o mapa) para uma visita às matas de alerces. Na descrição daquilo que viu e aprendeu, o jornalista americano Daniel Dancer diz que as frias matas temperadas têm as mais densas concentrações de vida vegetal. Ao contrário das matas tropicais, poucos mamíferos percorrem suas trilhas. Entre eles se encontra a onça-parda, que é o mesmo puma norte-americano e a suçuarana brasileira, e o menor veado conhecido, o pudu, de apenas 30 centímetros de altura. Isolado pelo Pacífico a oeste, pelos Andes a leste e por um árido deserto ao norte, o Bosque Valdiviano tem muito poucos mosquitos, cobras e roedores.Em compensação, o solo da mata é tão rico em musgos, samambaias e trepadeiras que se pode andar muitas centenas de metros sem pisar no chão, conta Dancer. A massa de musgo, diz ele, é um mar adensada por restos de alerces em decomposição, é tão profunda que pode engolir um incauto excursionista até os ombros e deixá-lo imóvel. Isso quando o aventureiro não cai nos labirintos da quila, ou bambu-matador. São moitas de um bambu baixo como um arbusto, mas de ramos terrivelmente entrelaçados e numerosos. O ingênuo que se mete nesse emaranhado não esquece a lição, atesta a população ardina.E é bom que seja assim, dizem os cientistas. De suas florestas originais, o Chile conserva apenas 7,6 milhões de hectares - o equivalente a um quadrado de 275 quilômetros de lado. Desse total, apenas uns 10% representam bosques de alerces, que podem ser um intrigante capricho da natureza: embora tenham surgido em local diferente, eles talvez sejam gêmeos evolutivos das sequóias dos secos e quentes desertos norte-americanos. De alguma forma, que ainda não se conhece, a evolução produziu resultados iguais a partir de ingredientes inteiramente diversos. E melhor que os intrusos não se sintam à vontade nesse raro santuário natural.

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ecologia nas Fábricas - Meio Ambiente


ECOLOGIA NAS FÁBRICAS - Meio Ambiente



Para evitar riscos e amenizar as mazelas da poluição são necessários muito trabalho e idéias engenhosas.


Eles são engenheiros, advogados, gerentes, ou cientistas cuja preocupação permanente é proteger a natureza e limpar o planeta. Nem por isso precisam freqüentar manifestações públicas, complicados debates sobre a química da atmosfera, ou perigosos confrontos com baleeiras em pleno mar. Como funcionários de grandes empresas, seu trabalho consiste em inventar meios que tornem as atividades produtivas mais compatíveis com as exigências ambientais. As soluções são às vezes surpreendentes - como a que levou à troca pura e simples dos aparelhos de ar condicionado por um conjunto de simples tanques de gelo. em uma unidade industrial da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, SP.
Produzido à noite por refrigeradores elétricos e acumulado em 24 tanques de 9 000 litros cada um, o gelo durante o dia mantém a temperatura dos escritórios da empresa em amenos 24 graus C. Com isso, a Mercedes estima que reduziu em 40% o uso dos perigosos clorofluorcarbonos, ou CFCs, gases empregados nos aparelhos de ar condicionado. Depois de liberados para a atmosfera, eles podem provocar elevação na temperatura do planeta e danificar a camada de ozônio que protege contra a radiação ultravioleta do Sol. De quebra, faz-se uso mais racional da energia, já que durante o dia os refrigeradores são desligados. O excesso de máquinas ligadas no período diurno é uma ameaça permanente de panes no sistema de distribuição das hidrelétricas.
Não está claro qual será o resultado dessas pequenas e engenhosas sacadas sobre a indústria moderna. Mesmo porque elas vêm se acumulando há cerca de vinte anos sob crescente pressão da angústia ecológica, e em alguns casos não são tão pequenas: podem aposentar fábricas no mundo inteiro e colocar novas unidades no lugar das antigas. Foi como parte de um terremoto assim que, em março deste ano, a gigante internacional Du Pont inaugurou em Uberaba, MG, instalações aprimoradas para produzir óxido de titânio um pigmento que se emprega para branquear e dar brilho aos produtos de muitos ramos industriais, sejam plásticos e papéis de todos os tipos, ou materiais de limpeza e higiene pessoal.
O problema é que o dióxido de titânio era gerado a partir de reações químicas com sais de enxofre, que deixam resíduos altamente poluentes. A solução, como descobriram pesquisadores da Du Pont, foi substituir o velho processo por algo diferente, e menos tosco, a partir de sais de cloro que podem ser reciclados e praticamente não deixam restos. Por isso, a empresa foi agraciada com uma medalha de ouro ambientar, conferida pelo Centro Mundial para o Meio Ambiente, com sede em Washington. Outro importante processo industrial ameaçado de aposentadoria compulsória é a expansão de espumas para poltronas, assentos e outros itens de largo uso atualmente.
Como se empregam CFCs para dar consistência de espuma a certos derivados de petróleo, diversas empresas, em muitos países, procuram se livrar das espumas. Mas também se pode alterar o processo de expandi-las. A Mercedes anuncia, por exemplo, que é possível substituir os CFCs pelo inofensivo vapor de água. Este é um dos meios de que a empresa lança mão para chegar à planejada redução de 40% no uso dos CFCs. São 2 200 quilos a menos, todos os meses, só em conseqüência desse novo processo. Além disso, a empresa investiga alternativas à espuma para fazer os bancos de seus ônibus e caminhões - por exemplo, a fibra de coco aglomerada com látex de seringueira. Essa novidade é parte de uma nova cabine em que se testam inúmeras tecnologias verdes, vale dizer, potencialmente menos agressivas ao meio ambiente que suas antecessoras.Seus pára-lamas são feitos com estopa endurecida com resina; os pára-sóis que protegem os olhos do motorista, com as populares buchas de tomar banho; e o revestimento interno emprega a juta, planta comum na Amazônia. De acordo com os técnicos, até 96% dos materiais empregados na cabine são recicláveis. Pneus velhos, por exemplo, podem ser transformados em tapetes e assolalhos internos. Só se não se encontrou ainda alternativa viável para componentes como os vidros laminados, as massas de vedação e a pintura. Naturalmente, todas essas experiências custam dinheiro, exigem mão-de-obra especializada e permanente coordenação administrativa.
E as experiências certamente são apenas a menor parte do trabalho, embora representem o lado mais criativo. Gasta-se muito mais tempo, na verdade. em tarefas de rotina, verdadeiro estado de alerta permanente contra todo tipo de problemas reais e potenciais. Nem podia ser diferente quando se lida diariamente com muitas toneladas de quaisquer substâncias - a ameaça existe pela simples quantidade. Até água pode causar dano. Num caso bem conhecido, se as usinas nucleares brasileiras despejassem no mar a água limpa, mas ligeiramente aquecida de suas turbinas, matariam parcela considerável da população de peixes.
É preciso controlar cada vez melhor as substâncias eliminadas como resíduo na operação rotineira das empresas. Para isso se usam instrumentos como o medidor de DQO, que determinam a quantidade de oxigênio natural destruído pelos líquidos. A partir daí se podem montar planos práticos para amenizar tal tipo de poluição. Na Rhodia, um dos maiores complexos químico-têxteis mundiais, o novo medidor acabou com muita dor-de-cabeça."Nosso objetivo não é apenas obedecer à legislação, mas lançar mão da melhor tecnologia disponível para evitar gastos", diz o engenheiro Lisê Monteiro, gerente de segurança e meio ambiente. Ele afirma que em pouco mais de dois anos, entre 1989 e 1991, o nível de DQO da Rhodia caiu 40% e a meta é reduzi-lo em mais 30% até 1993. Em sua opinião, a empresa inovou, pois antes se media apenas o oxigênio degradado por via biológica e em presença de ar, por meio de um índice chamado DBO; o novo índice mede também a parcela que se perde mesmo quando as reações químicas não são biológicas. A mesma filosofia se aplica aos gases poluentes, em especial os SO - sigla química dos vários óxidos de enxofre. Esses gases são fantasmas comuns a inúmeras indústrias porque são liberados durante a queima de óleo combustível fonte primária de calor para as caldeiras e energia para fazer girar as engrenagens de produção. A cada 3 200 toneladas de óleo diesel queimadas, vão para o ar 100 toneladas de SO2, o dióxido de enxofre.
A arma que se aprontou para caçar tais fantasmas é um aparelho chamado dessulfurizador, com o qual se lava o óleo diesel com amônia para retirar o enxofre. Desde 1977, a Rhodia declara já ter reduzido em 55% suas emissões sulfurosas. Em parte, porque passou a queimar com menos enxofre, e em parte por causa do dessulfurizador. Do ponto de vista da empresa, isso significa investir no aprimoramento de um processo produtivo para não ter que, posteriormente, despender capital com a limpeza do ambiente. "O risco zero não existe", ensina Monteiro. "Mas sempre é possível interpor barreiras para impedir danos eventuais."Isso dá uma rápida idéia da infindável batalha criada pela complicada equação ecológica. Esta última nasceu, basicamente, com as fábricas - ou, em outras palavras, com as exigências do progresso social e do desenvolvimento tecnológico. Ela não será resolvida de modo simples e quando isso acontecer as fábricas provavelmente não serão mais as mesmas. Prova disso são as próprias soluções parciais que, a cada dia, se acumulam e modificam o seu perfil de maneira irreversível.

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Russos detectam asteroide de 10 toneladas que passou raspando pela Terra


Russos detectam asteroide de 10 toneladas que passou raspando pela Terra



Sistema de observação localizado na Rússia identificou a passagem do asteroide com características semelhantes ao que caiu na Terra em fevereiro.



Ainda nem nos esquecemos do asteroide que atingiu a região de Chelyabinsk, na Rússia, no início do ano e já chega mais uma notícia de que um elemento de proporções semelhantes teria passado muito perto da Terra no último domingo (29).

O responsável pela identificação do asteroide foi o sistema robótico de observação Master, construído pela Universidade de Lomonosov. De acordo com os especialistas, o corpo celeste teria 15 metros de diâmetro e poderia pesar mais de 10 toneladas, além disso, ele estaria se aproximando da terra a uma velocidade de 16 km/s.

“O asteroide foi descoberto na sexta à noite pela nossa estação próxima ao lago Baikal e nove horas depois ele sobrevoava a 11,300 quilômetros de distância da superfície da Terra”, revela Vladimir Lipunovo, da Universidade Estatal de Moscou e do Instituto Astronômico de Sternberg.

Segundo o site History, o que surpreende é que essa distância é menor do que a de alguns satélites que orbitam o planeta, posicionados a cerca de 36 mil quilômetros da superfície da Terra. Já o jornal britânico Mirror ressalta que o corpo teria causado danos consideráveis se tivesse entrado na atmosfera terrestre.

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Japoneses criam guarda-chuva que protege o corpo inteiro


Japoneses criam guarda-chuva que protege o corpo inteiro



Se você acha que esse acessório nem sempre é eficaz, talvez a ideia a seguir faça você querer fazer umas comprinhas no Japão



Quem não é bem-humorado o suficiente para ver poesia no ato de andar com gotículas caindo sobre o rosto, deve usar um guarda-chuva sempre que resolver tirar os pés de casa em um dia nublado. O problema desse item é que ele parece insuficiente algumas vezes: se você só vai até a padaria e está garoando, tudo bem, ele cumpre seu papel; mas se você enfrenta uma chuva mais forte na volta do trabalho é provável que seu guarda-chuva não ajude muito e até mesmo que ele se desfaça com a chegada de algum vento forte.

E é por isso que nós amamos os japoneses, porque eles não ficam reclamando das imperfeições de alguns utensílios básicos: eles resolvem problemas de maneira criativa, quase sempre. O produto que você vai conhecer a seguir foi desenvolvido com a intenção de fazer com que as pessoas se encharquem menos em dias de chuva.

Se um protetor de cabeça não resolve o problema todo, por que é que não inventaram um guarda-chuva que proteja o corpo todo? A boa novidade é: agora isso já existe, graças aos nossos amigos de olhinhos puxados. A intenção é justamente proporcionar maior proteção em dias chuvosos. Confira o modelo abaixo e nos conte o que você achou dessa ideia:

1 – Bastante espaço

Fonte da imagem: Reprodução/Design Taxi

2 – Cada um em sua bolha

Fonte da imagem: Reprodução/Design Taxi

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Musaranho, o menor mamífero do mundo - Natureza

MUSARANHO, O MENOR MAMÍFERO DO MUNDO - Natureza



Ele mede apenas 10 centímetros e, por causa do metabolismo acelerado, come sem parar: algumas horas sem comida representam a morte. Venenoso, briga com todo mundo, e é o bicho mais parecido com os primeiros mamíferos que habitaram a Terra.

Caminhar sobre as águas não é privilégio de quem faz milagres. O musaranho da espécie Sorex plustris desafia as leis da física quando atravessa um lago correndo pela superfície, sem afundar. Seu tamanho minúsculo e a espessa pelagem ajudam, mas o truque é conseguido graças à capacidade do bicho em conservar um pouco de ar por baixo dos pés, mantendo-os encurvados. Habitante da América do Norte, Europa, norte da África e oeste da Ásia, o musaranho é cheio de esquisitices - come mais que um elefante, tem o metabolismo tão rápido quanto o de um beija-flor e, tal como as cobras, envenena as vitimas de suas dentadas.De focinho pontudo, olhos miúdos, orelhas quase imperceptíveis entre os pêlos densos e dentes pequenos e afiados, esse mamífero em miniatura se alimenta principalmente de insetos, como baratas, larvas e também caramujos. Sua vida é alvo de cientistas que estudam a evolução das espécies, pois é o animal que mais se assemelha aos primeiros mamíferos verdadeiros descendentes dos répteis mamaliformes, como o Melanodon, que viveu na América do Norte há 160 milhões de anos. Por isso, é considerado o mais primitivo dos primatas atuais.Quando nasce, pelado e de olhos fechados, o musaranho é menor que uma abelha e pesa pouco mais de 2 gramas. Se não virar comida de predadores, vive entre 1 e 2 anos. Entre as mais de cinqüenta espécies, algumas não medem mais de 2,5 centímetros, mesmo na fase adulta. Apesar de ser tão pequeno, a superfície externa de seu corpo é muito grande em relação ao volume interno, o que faz com que ele perca calor com moita facilidade. Para compensar essa perda, tudo no organismo do musaranho funciona depressa. Haja comida para sustentá-lo."O menor mamífero é também o mais comilão entre os quase 5 000 animais de sua classe", afirma o biólogo Ladislau Alfons Deutsch, chefe da seção de mamíferos da Fundação Parque Zoológico de São Paulo durante dezesseis anos. O animalzinho se empanzina porque necessita de energia suficiente para gerar calor e conservar a temperatura do corpo, mantendo o metabolismo em alta velocidade. Isso exige urna respiração rápida, para que seja mantido alto e constante o suprimento de oxigênio utilizado nas reações químicas que transformam o alimento em energia. O suprimento de ar não é interrompido nem quando ele se alimenta. Batendo 1 200 vezes por minuto, o coração trabalha quase doze vezes mais rápido que o do ser humano.
"Se compararmos o metabolismo especifico do musaranho com o de um elefante, por unidade de massa corpórea, 1 grama do musaranho consome em um dia a energia que 1 grama do elefante consumiria em um mês", calcula o biólogo José Eduardo Wilken Bicudo, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. "Pode-se dizer que, proporcionalmente, elefantes comem bem menos que musaranhos." Os diminutos mamíferos alimentam-se sem parar - a cada três horas, engolem uma quantidade de comida equivalente ao seu peso. Algumas espécies praticamente não dormem, pois, se deixarem de se alimentar por mais de seis horas, morrem.Num laboratório da Universidade de Lausanne, na Suiça, onde está concentrado o maior número de pesquisas com musaranhos no mundo, uma equipe de cientistas descobriu que algumas espécies não são ativas 24 horas por dia, mas praticam o torpor - entram em depressão metabólica para economizar energia. O metabolismo desacelera e a temperatura do corpo cai gradativamente, diminuindo a diferença em relação ao ambiente, o que permite a poupança de energia.Extremamente ativo, solitário e hostil, o musaranho é o baixinho invocado do reino animal. Briga com qualquer um, inclusive com seus semelhantes, até durante o acasalamento. No curto período que dura o ato sexual, a união casal de musaranhos quase sempre numa luta sangrenta, em que eles se engalfinham até a morte, quando um chega a devorar o outro. Para conquistar a fêmea, o musaranho macho emite excitados estalos e, se ela não se mostra receptiva, adverte-a com guinchos indignados. Às vezes, o assédio do macho é tanto que a fêmea perde a paciência, e desanda numa tagarelice ultra-sônica. Se o sobrevivente do amor for a fêmea, duas semanas depois nascem de quatro a dez filhotes, muito frágeis e praticamente cegos. Caso a ninhada precise mudar de toca, eles são transportados em fila indiana: um dos filhotes crava os dentes nas costas da mãe e os demais nas costas do que estiver a sua frente. Assim, não se perdem pelo caminho.Quando um musaranho encontra um inimigo, solta uma secreção de odor repugnante. Por isso, seus principais predadores são os gaviões e as corujas, bons de olho mas ruins de nariz. Se tiver que lutar, o musaranho usa um artifício comum nos répteis: o veneno. As glândulas salivares contêm substâncias que produzem efeitos semelhantes aos de picada de cobra venenosa, e ele as utiliza para imobilizar ou matar as presas e até inimigos. A primeira descrição de envenenamento por mordida de musaranho foi feita por C. J. Maynard, em 1889, ferido na mão por um musaranho que havia segurado.Em poucos segundos, o cientista teve sensações de queimadura, inchaço e dores agudas na mão e no braço. A existência desse veneno só foi comprovada quase cinqüenta anos depois, em 1942, quando o naturalista O. P. Person realizou algumas experiências provando que o veneno causa queda da pressão sangüínea, diminuição do ritmo cardíaco e inibição respiratório. Uma mordida, porém, não é suficiente para matar urna pessoa. Essa substância tóxica geralmente não é utilizada como mecanismo de defesa, mas sim para ataque.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

16 Documentários Indicados - Setembro de 2013


16 Documentários Indicados - Setembro de 2013



01-Paranormal-Apocalipse Animal
Variedades / Reality Show
Nome Original: Animal Apocalypse
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Eles estão caindo dos céus, entupindo rios e estragando praias ao redor do planeta. Por que estamos presenciando essas quedas em massa da população animal ao redor do mundo? Cientistas estão procurando respostas ao mesmo tempo em que estudam por que algumas espécies estão começando a desaparecer. Nos Estados Unidos, as populações de abelhas e morcegos estão diminuindo e preocupando pesquisadores. Estas baixas são ocorrências naturais, sinais de um planeta em perigo ou estão além das nossas explicações?


02-Fernando de Noronha - A Ilha dos Tubarões
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Os Aquanautas chegam a Fernando de Noronha, um dos destinos turísticos mais cobiçados do país. Sua meta é entender porque com tantos tubarões na água, não há nenhum registro de ataque a seres humanos. Para atrair e documentar o comportamento desses grandes predadores, Ana Paula e Tony passam por momentos de muita tensão./O casal acompanha o perigoso trabalho do especialista Ricardo Garla, que captura estes animais para poder acompanhar seu desenvolvimento, numa pesquisa inédita em Noronha. Eles tentam ainda, em alto mar, atrair tubarões usando isca. Mas conquistar sua confiança não é tarefa fácil e as táticas precisam ser diferentes a cada investida da equipe.


03-Fanáticos por Armas-Red Jacket X Mythbusters
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais. A equipe Red Jacket decide testar novamente um mito detonado pelos Caçadores de Mitos. Tory Belleci e Kari Byron vão à Louisiana para ajudá-los. Será que eles vão conseguir explodir um tanque de propano com um único tiro?


04-Caos-Futebol
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Caos organiza um encontro de colecionadores de camisetas de futebol para um leilão e troca-troca.


05-Eu, Humano
Documentário / Diversos
Nome Original: I Human Part
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Esta é a história de nosso extraordinário organismo em impressionantes imagens 3D. Por meio de uma rica combinação de sequências da vida real especialmente filmadas e imagens geradas por computadores de última geração, a série levará o espectador em uma viagem pelo interior do corpo humano, para vivê-lo de uma maneira poucas vezes vista. Com tecnologia de ponta, procedimentos médicos e científicos inovadores, impactantes histórias humanas e imagens inéditas em 3D, cada inesquecível episódio está repleto de imagens realizadas de uma perspectiva única. Esta série mudará por completo a maneira com que você se vê.


06-As Doutrinas Nazistas
Documentário / Histórico
Nome Original: The Nazi Gospels
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Este especial explora a psique distorcida do estado nazista, trazendo à tona suas estranhas bases ocultas: desde a ideia de Himmler da SS como uma ordem de cavaleiros antigos até as crenças sexuais surpreendentes impostas pelo poder nazista. Temos aqui uma nova forma de entender a vida humana, o mundo natural e o sobrenatural, a história do planeta e o funcionamento do cosmos.


07-FLOR DO CARIBE - PRIMEIRO CAPITULO - 11/03/2013
Cassiano, Ester e Alberto se encontram e relembram o passado. Lindaura ajuda Samuel, que se sente mal ao ouvir o ruído do avião de caça, pilotado por Cassiano, Ciro, Rodrigo e Amadeu. Alberto não aceita o cargo de presidente do Grupo Albuquerque, deixando frustrado seu avô Dionísio. Cassiano, Ester e Alberto se encontram e relembram o tempo em que eram crianças. Alberto aceita o convite de Olívia para almoçar. Cassiano diz a Alberto que Ester é a mulher de sua vida. Chico não gosta da presença de Alberto em sua casa, e diz a Olívia que ele tem o sangue ruim do avô. Alberto lembra de sua paixão por Ester. Alberto volta atrás e diz a Dionísio que aceita ser presidente do Grupo Albuquerque. Dionísio se sente orgulhoso ao dar ao neto o anel que era de sua esposa e uma medalha que recebeu na época da Segunda Guerra Mundial. Alberto dá o anel de sua avó para Ester.


08-THE WALKING DEAD - 3º TEMPORADA EPISODIO 12
The Walking Dead conta a história da consequência de um apocalipse zombie; segue um pequeno grupo de sobreviventes, viajando por um desolado Estados Unidos à procura de uma nova casa longe das hordas de mortos vivos. O grupo é liderado por Rick Grimes, que era o xerife de polícia de uma pequena cidade da Geórgia, antes do surto de zumbis. Enquanto sua situação fica mais perigosa, o desespero do grupo para sobreviver leva-os a beira da insanidade.



09-101 Invenções que mudaram o mundo
A criação de um artefato nasce da conjunção entre a própria invenção e o estilo de vida do homem. Quem não se lembra quando surgiu pela primeira vez um IPhone, o canivete Swiss Army, o Walkman e os preservativos? Quantas pessoas realmente sabem que o rádio transistor foi o criador do Rock and Roll, ou que uma fita cassette derrubou o Xá do Irã? Nesta oportunidade, a reconhecida revista “Mecánica Popular” e History se unem para apresentar um especial de duas horas, onde será possível conhecer quais são os 101 artefatos que mudaram o mundo.


10-Preparados para o Fim-Explosões e Bombardeios
Documentário / Diversos
Nome Original: Close The Door, Load The Shotg
Direção: Matt Sharp
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
No episódio 9, conhecemos três pessoas que estão fazendo tudo que podem para ficarem protegidas das catástrofes que, segundo eles, mudarão a vida como a conhecemos. John Major levou sua família para a área rural de Idaho para sobreviver a um bombardeio. O fotojornalista aposentado Jack Jobe está preocupado que uma erupção solar vai devastar o país. E a autora Janet Spencer está preparando-se para um holocausto nuclear.


11-Brasil Secreto-Pantanal das Águas
Documentário / Diversos
Nome Original: Wet Pantanal
Direção: Ligia Barbosa, Lawrence Wahba
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
O vasto poder da água cria uma das maiores áreas úmidas do planeta, o Pantanal, e dá origem a uma concentração de animais. Surgindo em todo o coração do Brasil, as chuvas intensas anunciam sua chegada e despertam uma incrível metamorfose, transformando a terra da onça-pintada no mundo subaquático da sucuri e da ariranha. Dois cineastas brasileiros de vida selvagem, Lawrence Wahba e Haroldo Palo Jr., filmam um ano de mudanças dramáticas na vida de jacarés, sucuris, ariranhas e piranhas enquanto enfrentam o desafio de sobreviver em um ambiente em mudança durante a época da seca.


12-A Verdade de Cada Um-Madeira
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
No oeste do Brasil, fronteira com a Bolívia, a maior floresta tropical do mundo está desaparecendo. Rondônia é o estado mais castigado da Amazônia brasileira: nos últimos 50 anos quase 30% da sua cobertura vegetal foi devastada.


13-Maçonaria-O Poder da Maçonaria
Este tema misterioso e enigmático está sujeito a acusações e fantasias de todos os tipos. Presente em todo o mundo, esta associação misteriosa e discreta tem sido objeto de curiosidade, fascínio e suspeita há mais de 300 anos. Atualmente, a Maçonaria tem milhões de membros em todo o mundo. Protegidos do mundo exterior, do qual eles se isolam pelo período de uma noite, os maçons se encontram nas chamadas “lojas maçônicas” onde desenvolvem uma peculiar espiritualidade. Como nasceu este movimento? Sua origem está envolta em mistério? Mesmo entre seus próprios membros, poucos conhecem a verdadeira origem da maçonaria. As próprias lojas maçônicas se esqueceram de onde vieram. Pela primeira vez, baseado nas descobertas mais recentes, um importante documentário investiga a origem da maçonaria. Ela tem ligação com os Cavaleiros Templários? Eles são descendentes de pedreiros da Idade Média? Como surgiram as primeiras lojas? Embarque em uma jornada de mistérios não solucionados que começa na Inglaterra do século XVIII. Descubra os eventos que levaram à criação da Grande Loja de Londres, em 1717. Conheça as verdadeiras ambições dos homens que iniciaram esta incrível aventura e como nasceu a sociedade fraternal mais intrigante dos tempos modernos. Explore as lojas maçônicas mais antigas e sua ligação com o nascimento da maçonaria em Londres. Veja como estes homens se inspiraram em seus rituais seculares, tais como a espada dos maçons e a arte da memória. Descubra as raízes da maçonaria na Escócia e a verdadeira influência da Idade Média.


14-Maçonaria-Rituais Secretos
Documentário / Diversos
Nome Original: Masones: Rituales Secretos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Sinopse não disponível.


15-The Walking Dead - Final da 3º Temporada.
Episodio 16 - 3º Temporada - FINAL DE TEMPORADA.
Rick e o grupo precisam reconsiderar seriamente se querem defender a prisão quando um ataque do governador esta próximo.


16-Preparados para o Fim-Fome, Violência e Anarquia
Documentário / Diversos
Nome Original: Nine Meals Away From Anarchy - Ep. 06
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Você está preparado para o fim do mundo? Estes homens esperam estar. Mike Mester teme que um iminente colapso econômico traga violência e distúrbios a sua tranquila cidade perto de Atlanta. Para preparar-se, ele faz com que toda sua família dedique-se ao armazenamento de alimentos, combustível e armas. Além disso, ele treinou seus dois pastores alemães para serem cães de guarda quando acontecer o colapso. Preston White, um programador do Colorado, acredita que foram ocultados os verdadeiros impactos do acidente nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, e, por isso, ele recolheu onze mil diferentes tipos de sementes para cultivar seu próprio alimento depois de um desastre radioativo. Se o fim do mundo chegar, Riley Cooper investiu suas economizas em um abrigo que proteja sua família de um catastrófico deslizamento polar.


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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Anos Rebeldes - Adolescencia


ANOS REBELDES - Adolescencia



É como se o organismo não quisesse ser tratado como criança. O cérebro contesta e faz certas glândulas, encarregadas de preparar o corpo para a reprodução, desobedecer à velha ordem de se comportar de maneira infantil. É o grito da puberdade.



No início, homens e mulheres parecem idênticos. Mas não se deixe enganar: escondido no núcleo das células masculinas, desde o instante da concepção, está o cromossomo Y - e ele representa uma enorme diferença. Até a sétima semana de vida uterina, todo embrião tende a formar um corpo feminino. A partir daí, porém, o cromossomo Y dos futuros meninos se aciona, formando os testículos, glândulas que serão influenciadas por um hormônio de nome complicado, a gonadotrofina coriônica humana, produzido pela placenta.
Hormônios são mensageiros bioquímicos, capazes de desencadear as maiores alterações no organismo, daí o significado original dessa palavra, hormon, do grego "excitar" ou "estimular". Os testículos, por sua vez, fabricam um segundo hormônio, a testosterona, a grande responsável pelo crescimento do pênis. Se não houvesse essa substância, o órgão sexual masculino não apareceria, mesmo com a presença do cromossomo Y. Assim como, por não possuir testosterona, o embrião feminino continua desenvolvendo uma vagina. Com os genitais formados, fica visível no foto que feminino e masculino são sexos opostos. No entanto, depois do nascimento, a testosterona praticamente deixa de ser liberada, como se os testículos adormecessem. Por isso, apesar de cada um ter o seu design característico, na realidade os corpos de meninos e meninas funcionam quase da mesma maneira - e vão continuar assim, similares, por mais de uma década, até a entrada em ação dos chamados hormônios sexuais, incluindo (no caso deles) o retorno da poderosa testosterona. Isso acontece quando chega a adolescência, período em que a criança se transforma em adulto, graças a um complexo jogo de hormônios, cujo disparo a ciência ainda não desvendou por inteiro.Médicos e bioquímicos concordam: a adolescência é um período de revolta. No caso, rebeldes sem causa aparente são as gônadas, as glândulas que secretam os chamados hormônios sexuais - progesterona e estrógeno, nas mulheres; testosterona, nos homens. São essas substâncias que preparam o organismo para se reproduzir. E, nesse sentido, cuidam até dos mínimos detalhes, como delinear as curvas típicas das moças e acentuar os músculos dos rapazes, esculpindo diferenças nítida que possam servir de armadilha para o corpo de um atrair o do outro. "Na verdade, existem hormônios sexuais no organismo das crianças, mas as dosagens são tão baixas que não provocam efeitos visíveis", explica o pediatra Robert Blum professor da Universidade de Minnesota, Estados Unidos. O médico americano é um especialista em tratar pacientes na faixa etária de seus dois filhos, isto é, na adolescência.Até essa fase da vida, o hipotálamo - a região cerebral que controla a produção dos hormônios - obedece à ordem de cancelar o que poderia ser chamada de operação puberdade, aquela capaz de transformar o organismo infantil em adulto. Essa operação é desencadeada por uma subordinada direta do hipotálamo, a glândula hipófise. Alojada na base do cérebro, com pouco mais de 1 centímetro de diâmetro e meio grama de peso, a hipófise produz uma série de substâncias importantes, entre elas as gonadotrofinas que induzirão as gônadas a liberar os hormônios sexuais "No entanto, esses mesmos hormônios sexuais são capazes de inibir as ordens do hipotálamo para a hipófise", diz Blum. "Por isso, ela interrompe a secreção de gonadotrofinas, num mecanismo que denominamos feed back negativo." É um circulo vicioso, em que a engrenagem da adolescência emperra.Feito Peter Pan, o organismo da criança se recusa amadurecer - basta uma concentração ínfima de hormônios sexuais para paralisar o avanço do processo. Na puberdade, porém, o hipotálamo se rebela, como se deixasse de da ouvidos às velhas normas: "Passam a ser necessárias concentrações hormonais até cinco vezes maiores para inibi-lo" conta o pediatra. Como sinal de independência, o hipotálamo começa a secretar durante o sono, a cada hora ou hora e meia, o chamado hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). É o empurrão decisivo para se tornar adolescente "Esse padrão pulsátil do GnRH parece ser importante", revela Blum. "Isso porque, curiosamente, quando esse hormônio é liberado de forma contínua, ele acaba provocando justamente o efeito oposto, ou seja, o bloqueio da puberdade Tanto assim que os médicos vêm receitando doses de GnRH para tratar crianças com adolescência precoce."Em resposta ao GnRH, a hipófise libera as moléculas de gonadotrofinas, também em pulsos noturnos. Elas se dividem, na realidade, em dois tipos de hormônios: o FSH (do inglês, hormônio folículo-estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). Apesar desses nomes terem a ver com seu papel no organismo feminino, a dupla de substâncias também age nos homens. O fato é que, neles, os dois hormônios entram em ação ao mesmo tempo, enquanto nas mulheres o FSH e o LH parecem trabalhar em turnos diferentes - ou melhor, em épocas diversas do mês.Nas moças, o FSH é o primeiro a entrar em cena, induzindo os ovários - as gônadas femininas - a produzirem estrógeno. O estímulo vai surtir efeito enquanto durar a vida fértil da mulher, até a chegada da menopausa, que costuma acontecer a partir dos 45 anos. Mas, nas adolescentes, a entrada do estrógeno em circulação não é nada sutil: esse hormônio sexual provoca o crescimento das mamas. E não é só isso que se nota no espelho. Se o primeiro sutiã, dizem, é inesquecível. também é marcante a mudança dos contornos em outras regiões do corpo. Porque, uma vez presente no sangue, o estrôgeno induz as moléculas de gordura a se depositarem em áreas específicas - nas coxas e nos quadris, arredondando a silhueta feminina. Esse endereço em que a gordura estaciona e todas as outras características físicas que surgem na puberdade já estavam determinados pelos genes, desde o instante da fecundação. Os hormônios apenas provocam o desenrolar da história, cujo script está contido na bagagem hereditária. Um rapaz, por exemplo, pode não exibir pêlos no peito não por falta de hormônios, mas sim porque não herdou a tendência genética para ser cabeludo.Durante a vida fértil da mulher - entre a adolescência e a menopausa -, o estrógeno também prepara, todo mês, o amadurecimento de um ou mais óvulos, células reprodutoras femininas, instaladas nos ovários. É a própria concentração sangüínea de estrógeno que avisa à hipófise quando esse serviço já está feito. Então, a glândula cerebral dispara um pico de LH, a segunda gonadotrofina Por cerca de dezoito horas, o LH é gotejado na circulação. Isso basta para o óvulo maduro ser lançado para as trompas local em que poderá eventualmente encontrar um espermatozóide - a célula reprodutora masculina. Uma vez desocupada, a região em que o óvulo ficava no ovário se transforma em uma espécie de glândula amarelada, chamada corpo lúteo, encarregada de fabricar a progesterona. Este segundo e último hormônio sexual feminino dá o acabamento final no útero para receber um embrião. Se não há gravidez, porém, os níveis dos hormônios sexuais baixam rapidamente e, daí, acontece a menstruação.Estudos estatísticos apontam que, comparando meninos e meninas de uma mesma população, eles entram na adolescência cerca de dezoito meses depois da primeira menstruação delas. Esse período aparenta ser mais longo, porque o primeiro sintoma da puberdade, nos rapazes, é o aumento dos testículos, as gônadas masculinas - o que é bem menos evidente do que o surgimento das mamas, por exemplo, flagrante nas moças. Os testículos mudam de tamanho justamente porque o organismo dos meninos começa a fabricar a testosterona. O efeito da substância pode ser percebido na voz, que irá se tornando cada vez mais grave, à medida que o hormônio vai alargando a laringe, o canal do aparelho respiratório em que se localizam as cordas vocais.A testosterona ainda faz o pênis crescer e provoca o aparecimento de pêlos por todo o corpo - isto é, em quase todo o corpo. Porque, tanto nos rapazes como nas moças, os chamados pêlos sexuais, nas axilas e na região pubiana, surgem graças aos andrógenos, hormônios fabricados pelas duas glândulas supra-renais, que lembram pequenos bonés sobre o par de rins. Hoje se sabe que, no caso dos rapazes, os andrógenos potencializam os efeitos da testosterona formando uma espécie de dupla dinâmica. Afinal, a testosterona muitas vezes circula pelo organismo agarrada a moléculas de aminoácidos chamadas globulinas, que atrapalham a sua ação. Os andrógenos, por sua vez, diminuem a concentração de globulinas no sangue, deixando quantidades maiores de testosterona livre.Há um outro grupo de substâncias que aproveita os embalos da adolescência: são os hormônios do crescimento. Eles já existiam no organismo da criança, mas na puberdade a hipófise começa a lançá-los com o mesmo ritmo disciplinado que secreta as gonadotrofinas. No fígado, esses hormônios comparáveis a um fermento podem passar por uma metamorfose, transformando-se em moléculas de somatomedina C. Não importa. No final das contas, somatomedina C e hormônios do crescimento causam o mesmo efeito: eles se ligam diretamente nas cartilagens das extremidades dos ossos. Ali, desencadeiam a formação de novas células ósseas. A área cartilaginosa vai diminuindo: em compensação o osso se torna mais longo, garantindo o espichamento do adolescente. No início, esse processo segue o lema do devagar e sempre. Até que os hormônios sexuais - eles, mais uma vez - resolvem dar uma força. Esses hormônios fazem a pessoa crescer com uma rapidez vertiginosa; mas, na mesma velocidade estonteante, causam o fechamento da cartilagem, acabando de uma vez com qualquer possibilidade de aquele osso se alongar. Ou seja, num curto período, o jovem ganha alguns centímetros em estatura, mas depois praticamente não cresce mais.Uma baixinha de 14 anos, por exemplo, que não tenha menstruado - sinal de que a taxa de seus hormônios sexuais ainda deve se elevar - pode ter muito mais potencial de crescimento do que uma garota igualmente baixinha, que já teve sua primeira menstruação. As estatísticas mostram que, depois de menstruar, o ganho de altura das meninas costuma ser desprezível. Em geral, diante de um adolescente baixinho, uma das primeiras providências do médico é radiografar as epífises, como preferem chamar aquelas regiões cartilaginosas. Seu tamanho é a medida fiel da chamada idade óssea. O que preocupa os especialistas são os casos de puberdade precoce, quando a produção dos hormônios sexuais se antecipa em relação à idade cronológica - e, daí, os problemas de estatura podem ser apenas a ponta do iceberg de uma série de complicações em relação ao funcionamento das glândulas.No Brasil, porém, são mais freqüentes os casos de atraso da puberdade. "Para a maioria da população, a puberdade pode chegar tarde por causa da desnutrição", diagnostica a pediatra Verônica Coates, da Santa Casa de São Paulo. "Isso não tem nada a ver com hormônios, mas com falta de proteínas mesmo." Nos países avançados, do final do século passado até os últimos anos 60, constatava-se que a idade média da primeira menstruação das meninas vinha adiantando quatro meses a cada década; há trinta anos, a situação parece ter se estabilizado. "Em termos de população brasileira ainda podem ocorrer mudanças, no que diz respeito à época do inicio do adolescência, porque ainda não alcançamos nosso potencial genético", avalia a pediatra Anita Colli, do Instituto da Criança, em São Paulo. "Um estudo com mais de 3 000 jovens comprovou que na população pobre, sem acesso à alimentação higiene e educação adequadas, a puberdade inicia mais tarde, em relação à dos jovens com recursos", diz a médica.Cedo ou tarde, o que ninguém sabe é o que faz a puberdade chegar. "Trata-se de um enorme ponto de interrogação", confessa o endocrinologista Walter Bloise, do Hospital das Clínicas em São Paulo. "Notamos que podem existir uma relação com a glândula pineal, no meio do cérebro. A substância que ela libera, chamada melatonina, inibiria a produção de GnRH, mas esse efeito desaparece na adolescência". Segundo Bloise, há ao menos consenso entre os especialistas da área: "É necessária certa maturidade geral da pessoa para a adolescência disparar. Estudos demonstraram que as meninas raramente entram na puberdade antes que alcancem um peso mínimo de 30 quilos", exemplifica. Também há indícios de que o processo de desenvolvimento físico tende a caminhar lado a lado com o amadurecimento psíquico. Isso, porém, é bem mais complicado para se provar. Principalmente porque, hoje nenhum cientista duvida, os hormônios sexuais afetam o comportamento das pessoas; então fica difícil saber até que ponto eles são causa ou efeito de mudanças de atitude. Algumas experiências apontam, por exemplo, que os andrógenos levariam a um aumento de agressividade e irritabilidade - daí talvez que, desde os mais velhos tempos, os jovens adorem contestar.

Efeitos colaterais

Às vezes, fica na cara a chegada da adolescência: aparecem as terríveis no rosto. Quando aumenta a quantidade de hormônios sexuais na circulação sangüínea, particularmente a dosagem de andrógenos, as glândulas sebáceas espalhadas pelo corpo tendem a trabalhar em dobro, secretando mais e mais gordura. Esse sebo, que em condições normais lubrifica e protege a pele, se acumula dentro de poros que, repletos, incham até não poder mais - daí, surgem os chamados cravos. Estoques de gordura, eles são como geladeiras cheias de comida para uma série de bactérias, principalmente as Propionibacterium acne, que adoram se alimentar do sebo.Esses micróbios não perdem a oportunidade de infectar o poro estufado com gordura; as células de defesa do sangue tentam impedir o banquete, destruindo os invasores comilões Os mortos e os feridos nessa batalha imunológica formam o pus, líquido amarelo que, acumulado sob a pele, forma a espinha. Segundo os especialistas, o conselho de evitar chocolates a qualquer custo não passa de folclore. Nem mesmo os medicamentos resolvem completamente o problema. A acne só desaparece quando os hormônios sexuais entram em equilíbrio, no final da adolescência.Nos meninos, o mau balanceamento dos hormônios sexuais no período da puberdade pode ter outro efeito colateral desagradável: sete em cada dez rapazes desenvolvem a chamada ginecomastia, ou seja, seus peitos crescem. "Trata-se de um desequilíbrio entre a testosterona e os estrógenos, hormônios sexuais femininos, que também existem nos rapazes, mas em doses mínimas", explica a endocrinologista Nuvarte Setian, do Instituto da Criança em São Paulo. "O problema, no entanto, não afeta a masculinidade e, geralmente, desaparece depois de dois anos." Tudo indica que a ginecomastia ocorre por causa de um aumento da enzima aromatase, que transforma a testosterona em estrógeno. "Além de haver uma tendência genética para o distúrbio essa enzima também costuma se encontrar em doses elevadas nos jovens obesos", diz Nuvarte. "Tratamentos hormonais podem só piorar a situação. O melhor é esperar e, nos casos muito graves, apelar para a cirurgia plástica. "

Os líderes da oposição

Os hormônios são os grandes responsáveis pela existência de sexos opostos. Ainda na vida uterina, sob o comando dos genes, eles esculpem o corpo masculino - diferente do corpo feminino, que dispensa essas substâncias para se formar. Na infância, porém, a ação hormonial é igual em meninos e meninas. As diferenças só surgem na adolescência , quando homem é homem, mulher é mulher, ao menos do ponto de vista desses mensageiros bioquímicosDa sétima à décima semana de vida uterinaNos fetos do sexo masculinoGonadotrofina coriônica humana: secretada pela placenta, ela estimula o crescimento dos testículos, que vão produzir outro hormônio, a testosterona.Testosterona: dispara a formação dos genitais Do nascimento à puberdadeNos meninos e nas meninasHormônios tireoidianos:produzidos pela glândula tireóide no pescoço, eles controlam o metabolismo.GnRH: substância lançada pela região cerebral do hipotálamo, servindo de ordem química para a glândula hipófise fabricar a dupla de gonadotrofinas - os hormônios LH e FSH. Mas na infância, mal essas duas substâncias começam a ser liberadas na circulação sangüínea o hipotálamo interrompe sua produção de GnRH. Daí, o processo que levaria ao amadurecimento sexual nunca segue em frente.Hormônios do crescimento: produzidos na hipófise, glândula situada no cérebro, elas fazem a criança crescer.Somatomedina C: produzido no fígado, é outro hormônio que estimula o crescimento.Na puberdadeNas moças e nos rapazesSomatomedica C, hormônios do crescimento e tireoidianos: aumenta a ação dessas substâncias no organismo.GnRH: não pára de ser fabricada, como acontecia durante a infância.Andrógenos: produzidos nas glândulas supra-renais, eles fazem crescer pelos nas axilas e na região pubiana.Nos rapazesFSH: é responsável pela formação de espermatozóides.LH: estimula os testículos a fabricar a testosteronaNas moçasFSH: estimula os ovários a produzir o estrógeno.LH: todo mês, provoca a ovulação, desencadeando assim a síntese da progesterona.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Viagem no tempo - Física


VIAGEM NO TEMPO - Física



O físico americano Yakir Aharonov projetou uma esfera capaz de se deslocar na quarta dimensão e diz que não se admiraria se alguém achasse meios de construí-la desde já.



"Safáris no tempo S.A. Safáris em qualquer época do passado. Escolha o animal. Nós o levamos ele. Você dispara"No início da década do 50, quando a caça esportiva não era ainda alvo de tiroteio ecológico, o americano Ray Bradbury inventou o anúncio acima para servir de abertura para um divertido conto de ficção científica. Eckels, um cidadão comum, compra passagem para uma máquina do tempo na qual retrocederia 60 milhões de anos em busca de um troféu impossível - um legítimo Tiranossauro rex, não apenas vivo, mas em plena posse de sua força e ferocidade proverbiais. A expedição é um sucesso - exceto por um detalhe insignificante. Contá-lo estragaria o suspense, mas a idéia geral é conhecida: algo dá errado devido à ignorância das leis que regem o fluxo do tempo e suas relações com a matéria, viva ou inerte.
As dúvidas são antigas, a começar pela definição: o que é o tempo? Nenhum cientista moderno se sairia muito melhor que Santo Agostinho, no ano 400 da era cristã: "Se ninguém me pergunta, eu sei; se tento explicá-lo, não sei", esquivou-se o grande pensador da Igreja. Apesar disso, muita coisa mudou, e não é absurdo dizer que desde a década de 50 diversas pessoas passearam pela quarta dimensão. Os astronautas, queiram ou não, foram em certa medida levados ao futuro pelo simples fato de voar em uma nave a cerca de 40 000 quilômetros por hora e em órbitas de 300 quilômetros de altura onde a gravidade é muito menor que na superfície da Terra. Já não há dúvida de que movimento e gravidade alteram o ritmo do tempo e o valor de tais mudanças foi medido com grande precisão.
Um mero avião a 9 quilômetros de altura, ao fim de uma hora de vôo, terá se viajado cerca de 2 bilionésimos de segundo. A bordo, sob gravidade menor, o tempo flui mais depressa do que no solo, o que se constatou pela primeira vez em 1971, sob a supervisão do físico americano Carrol Alley, da Universidade de Maryland.Nas naves orbitais, o ritmo muda de maneira mais sensível: cerca de 1 bilionésimo de segundo a cada segundo. Ou seja, quando o astronauta completar 1 bilhão de segundos no espaço, ele terá se deslocado 1 segundo nos quadrantes do tempo. Se. nesse momento, voltar a superfície, estará 1 segundo mais velho que as pessoas de mesma idade - antes do vôo. É claro que, para a escala humana, esses efeitos são desprezíveis. No entanto, quando se pensa em astros de gravidade substancialmente maior que a da Terra já não se podem negligenciar os efeitos. Na superfície do Sol, por exemplo, o ritmo do tempo é bem mais lento: se fosse possível instalar uma colônia humana nesse lugar, seus ocupantes ficariam presos ao passado, em comparação com os amigos e parentes que ficaram na Terra. A diferença de idade, nesse caso, aumentaria um minuto por ano. Numa anã branca - estrela que pode ter a massa do Sol, mas concentrada num volume não maior que o da Terra -, o fluxo do tempo se retarda em 1 hora por ano. Imagine-se, então, o que aconteceria junto a um buraco negro, os corpos mais densos que podem existir.
Para transformar o Sol em buraco negro seria preciso esmagar sua massa até fazê-la caber em uma esfera de 3,7 quilômetros de raio (em lugar dos 700 000 quilômetros de fato). Isso criaria tamanha concentração gravitacional que a cerca de 50 quilômetros da nova borda do Sol o ritmo do tempo se reduziria à metade. Os especialistas calculam que um astronauta nessa região envelheceria lentamente, o que vale dizer que seus amigos e parentes distantes, vivendo em locais de gravidade mais rarefeita, envelheceriam duas vezes mais depressa. De regresso ao lar, após dez anos, o viajante encontraria a Terra vinte anos no futuro.Vale a pena acompanhar a vida de um astronauta em regiões onde o tempo é mais rarefeito. No livro O Universo de Einstein, do especialista inglês Nigel Calder, há uma viva descrição dessas cenas. A borda do buraco negro, o astronauta vê as estrelas mais azuladas que o normal. As mensagens que ele recebe da Terra estão em freqüência diferente daquela usada na transmissão - seria como captar na televisão mensagens de rádio AM. E não apenas isso: as palavras das mensagens seriam ouvidas em alta velocidade. O astronauta teria de gravá-las e depois reproduzi-las em rotação lenta para poder entendê-las.
O motivo disso é a lentidão do tempo próximo ao buraco negro. Na Terra, as palavras são pronunciadas em cadência normal, por exemplo, ao ritmo de uma por segundo: para o astronauta, porém, um segundo demora a passar, e ao fim desse tempo ele ouve diversas palavras. O mesmo se pode dizer do rádio, cujas ondas oscilam na Terra com uma freqüência padrão de 1 milhão de vezes por segundo(1 000 kHz). Um número muito maior de ciclos é captado durante o lento segundo à borda do buraco negro. A cor das estrelas, enfim, também se altera porque a freqüência das ondas de luz aumenta aos olhos do astronauta.Há cinqüenta anos, era dificílimo fazer cálculos desse tipo devido à complexidade da Teoria da Relatividade Geral, criada por Einstein em 1915. Só com grandes computadores foi possível manipular as equações e obter resultados númericos precisos. Daí em diante, inúmeras equipes científicas passaram a se dedicar à pesquisa do tempo e vêm se multiplicando as propostas de se construírem verdadeiras máquinas de transporte pela quarta dimensão. Um dos projetos mais recentes foi elaborado pelo físico americano Yakir Aharonov, da Universidade da Califórnia, Berkeley. Ele tem na gaveta o desenho de uma estranha esfera maciça, capaz de se expandir ou encolher muito velozmente.A idéia é provocar mudanças rápidas na densidade de matéria no interior da esfera, e assim alterar continuamente o ritmo do tempo. O incrível resultado é uma espécie de liqüidificador temporal: em última instância, não se saberia exatamente em que tempo um ocupante da máquina estaria. Imagina-se que há uma pequena probabilidade de o viajante passar por qualquer momento do passado ou do futuro. Convenientemente desligado, o aparelho pousaria numa época diferente da de partida. Ninguém sabe dizer se a coisa funciona, mas a pesquisa teórica é importante por si só - afinal, todo o conhecimento científico nasceu de idéias, muitas delas impossíveis de realizar, a princípio.
Aharonov declarou à revista americana Discover que a chance de se dar um salto interessante em sua máquina é extremamente pequena. Mas argumenta que conseguiu elaborar uma teoria clara e coerente, que pode ser melhorada, daqui para a frente. Quanto à efetiva construção de seu aparelho, Aharonov é otimista. "Eu não vejo como se poderia proceder, mas não acho improvável que alguém pense num meio de construir uma versão simplificada do aparelho." Em lugar de humanos, os primeiros passageiros seriam partículas subatômicas instáveis, como os múons, parentes pesados dos elétrons. Há alguns anos, múons que duram milionésimos de segundo antes de se, desintegrar foram acelerados por ondas de rádio a 99,9% da velocidade da luz e prolongaram a vida em mais de trinta vezes.
Uma experiência dessas na máquina de Aharowv pode revelar fatos novos sobre as partículas. Outro respeitado pioneiro das pesquisas sobre a quarta dimensão é Richard Gott, americano como Aharonov, mas da Universidade de Princeton. Em vez de construir um aparelho, diz ele, o homem deve procurar portas do tempo nas regiões naturalmente propícias do espaço. Seu alvo, no entanto, não são os buracos negros, e sim as chamadas cordas cósmicas. São filamentos de energia pura estirados pelo espaço como um resíduo do Big Bang, a grande explosão que deu origem ao Universo. De acordo com algumas correntes teóricas, elas seriam muito longas e finas, mas enfeixariam inimaginável quantidade de energia - um pedaço de 2 centímetros pesaria em torno de 40 bilhões de toneladas.Gott é craque em arrancar conclusões lógicas dessas especulações. Uma delas de requer dois filamentos cósmicos movendo-se velozmente um em direção ao outro, e um foguete capaz de girar à volta da dupla. Ao fim de uma órbita, o foguete retorna ao ponto de partida algum tempo antes do início do vôo. Muitos físicos se recusam a aceitar os cálculos de Gott porque ele não sabe realmente resolver, passo a passo, as impenetráveis equações relativísticas. Mas é possível achar atalhos no labirinto matemático com ajuda de grandes computadores, e Gott tem grande confiança na solução que encontrou. Se as cordas cósmicas existem e se movem como imaginado, um foguete poderia voar pela quarta dimensão, assegura ele.
Os contestadores apesar disso, têm seus motivos para desconfiar dos dois cientistas, já que tanto Aharonov como Gott exploram as mais distantes fronteiras do conhecimento. O segundo, além dos atalhos matemáticos lida com uma hipótese no mínimo discutível: as próprias cordas cósmicas, cuja existência é aceita por uma parte, apenas, das correntes teóricas. Aharonov, por sua vez, cometeu a ousadia de somar à relatividade einsteniana a outra grande teoria deste século, a Mecânica quântica. São as leis quânticas, na verdade, que Ihe sugeriram o efeito de liqüidificador, gerando a mistura caótica de épocas dentro de uma esfera pulsante.Seja como for, pode não estar longe o dia em que velhas dúvidas serão submetidas a investigações criteriosas - em vez de simplesmente alimentar enredos de filmes e romances. Voltar ao passado altera o presente? Se sim, como fazer para realizar tal viagem sem conseqüências indesejáveis? O próprio Gott vislumbra um desdobramento terrível de seus cálculos: ele diz que se um homem voltar ao passado, encontrará a si mesmo um pouco mais jovem. E cada vez que alguém fizer tal viagem encontrará outro dos seus eus espalhados pelo tempo. A Teoria da Relatividade, por si só, não dá margem a enigmas dessa ordem, pois em termos clássicos ninguém pode ser transportado ao passado.
Não importa se um astronauta passeia em alta velocidade ou visita objetos densos: na volta, ele estará mais jovem, comparado às pessoas que ficaram em casa. Portanto. pode-se falar que o viajante retornou ao futuro dos seus familiares. Mas não faz sentido dizer que o reencontro se deu no passado do astronauta - já que, para ele, o tempo também passou no sentido único tradicional, sempre ramo ao futuro. Talvez por isso um dos teóricos mais badalados da atualidade, o inglês Stephen Hawking, ironize as viagens no tempo. "Se elas existissem, os cientistas do futuro já as teriam descoberto e nossa época estaria cheia de turistas do tempo." A pesquisa científica se encarregara de dizer quem está certo e quem está errado. A grande novidade é justamente a confiança cada vez maior de que as respostas estão ao alcance da mente humana, a despeito dos seus limites.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Jogos de montar - Buckybolas - Química

JOGOS DE MONTAR - BUCKYBOLAS - Química



O computador antecipa as milionárias promessas tecnológicas das primeiras moléculas esféricas da Química. Sintetizadas em laboratório, a partir da suspeita de que existem na atmosfera de certas estrelas, elas foram finalmente encontradas na natureza, em rochas datadas de medo bilhão de anos.



Os mistérios da ciência têm um curioso destino. Por algum tempo, torturam a inteligência dos cientistas, mas acabam se tornando pistas decisivas para conhecimentos de que nem se suspeitava anteriormente. Exemplo típico são as buckybolas, uma forma de carbono inteiramente diferente das únicas formas puras conhecidas até sete anos atrás - a grafite e o diamante. Durante muitos anos o físico-químico Harry Kroto da Universidade de Sussex, Inglaterra, perseguiu a intrigante composição de cor de algumas estrelas. Era impossível explicar o arco-íris obtido quando a luz dos astros passava por um prisma. Tudo indicava que ao deixar a estrela os raios de luz estavam sendo filtrados por uma substância desconhecida. Ou melhor, os astrofísicos sabiam que o tijolo básico desse material era o carbono, mas os químicos não compreendiam a sua arquitetura molecular. Isto é, de que forma os átomos se organizavam para dar à substância uma peculiar aparência de improváveis aglomerados de átomos. Pelo menos era isso que a análise das cores inspirava à imaginação científica de Kroto, que resolveu Recriar a inesperada forma estelar - mas em seu próprio laboratório, na Terra. Ele aproveitou a valiosa informação dos astrofísicos de que as estrelas de carbono não fundem átomos de hidrogênio para gerar hélio, calor e luz. Em vez disso, a caldeira estelar funde átomos de hélio para gerar carbono diretamente. Esse tipo de alquimia nuclear para criar átomos ainda está fora do alcance da ciência, mas Kroto podia usar carbono natural, e a partir daí tentar forjar os imaginados aglomerados moleculares. Os primeiros resultados, tímidos, só avançaram depois que Kroto passou a contar com a ajuda do americano Richard SmaMey, da Universidade Rice, no Texas, em 1985. Procurando repetir as condições estelares, eles submergiram alvos de grafite numa atmosfera de hidrogênio e hélio, e os bombardearam com um feixe de laser. Entre outras coisas, o canhoneio produziu um pó escuro, com aspecto de fuligem, que os cientistas provaram ser composto de moléculas quase esféricas e ocas, contendo 60 átomos de carbono cada uma. Estava descoberta a buckybola, algo nunca visto na natureza e não previsto pelas teorias em vigor. Ainda mais importante: daí para a frente o antigo mistério cósmico tornou-se caudalosa fonte de experiências inéditas. Mal comprovada a nova maneira de construir moléculas, cientistas em todo o mundo começaram a procurar outras variedades semelhantes. Buckybolas com 60 carbonos, na verdade, são apenas a variedade mais simples da sua espécie. A família agora inclui moléculas com 240, 540, 960 e até 6 000 átomos, sem dizer que elas admitem enxertos de diversos outros elementos, como os metais, além do carbono. Mais tarde, também surgiriam buckybolas não esféricas, com perfis alongados ou cilíndricos. Verdadeira festa para o apetite dos químicos, que muitas vezes nem precisam recorrer a retortas e provetas para fazer experiências: eles se fiam na capacidade de simular tais experiências nos computadores. Esse recurso é particularmente útil quando se tenta juntar buckybolas para moldar aplicações práticas. Os chips analisam se os materiais simulados podem ou não existir, e se têm ou não as propriedades desejadas. Acredita-se, por exemplo, que as buckybolas podem ser usadas para construir imãs não metálicos, ou um tipo de lubrificante muito superior aos que se conhecem. Buckybolas incrustadas com metais também disputam o campeonato dos melhores supercondutores, materiais que podem conduzir eletricidade com resistência zero. Já se fala em unir buckybolas entre si para gerar peças com a força do aço e desenhá-las de modo que possam transportar medicamentos ou partículas radioativas a pontos de difícil acesso, no corpo humano. Até microfios para chips de computador e microbaterias elétricas passaram a povoar os devaneios de um batalhão de pesquisadores em todo o mundo. Eles confirmam o entusiasmo de Kroto há sete anos, quando tinha apenas evidência superficial de sua descoberta. Nessa época, ele decidiu dar à nova substância um apelido simpático. "Algo tão fascinante não podia ter um nome chato." Assim, ele aproveitou parte do nome do americano Buckminster Fuller, que introduziu na arquitetura moderna os domos geodésicos. São superfícies redondas formadas por triângulos, quadrados e outros polígonos que se parecem a buckybolas: uma molécula de 60 átomos, por exemplo, compõe se de 20 hexágonos (polígonos de seis lados) e 12 pentágonos (cinco lados) onde o vértice de cada polígono é ocupado por um átomo de carbono. Apesar de tais estruturas despertarem muita atenção por suas promessas tecnológicas, elas também provocam grande agitação no campo da pesquisa pura. E nessa área novamente surgem mistérios intrigantes, como o das escuras rochas, de nome shungite. nas quais agora se descobriu a primeira fonte de buckybolas naturais, não artificiais. O problema são os dados contraditórios obtidas sobre tais rochas durante mais de um século. Primeiro, elas parecem ter sido formadas a partir de carvão transformado ao longo dos milênios pela ação de altas temperaturas e pressões. Por outro lado, se pensa que elas surgiram no período geológico do pré-cambriano, há mais de meio bilhão de anos. Mas carvão significa árvores e o pré-cambriano é bem anterior aos mais antigos vegetais do planeta. Como se explica, então, a origem da shungite? Além disso, os teóricos acreditam que as buckybolas são formadas quando pequenas películas de carbono se curvam sob baixa pressão - e a shungite parece pressupor alta pressão. Talvez ainda seja cedo para levantar dúvidas desse porte . A quantidade de buckybolas naturais encontradas é ainda muito pequena para permitir grandes conclusões. Desde o princípio, houve forte dúvida sobre sua descoberta, cujo mérito cabe ao russo Semeon Tsipursky e a um grupo de pesquisadores americanos, da Universidade do Arizona. Antes de anunciar o achado, foi preciso garantir que as buckybolas não haviam sido sintetizadas no próprio processo de análise da shungite (comum na cidade de Shunga, a 200 quilômetros de Petrogrado, Rússia). Os testes, enfim, convenceram os cientistas de que as moléculas de carbono eram naturais. Conclusões mais profundas terão que esperar novas amostras de shungite. O americano Peter Buseck, da Universidade do Arizona, pretende prosseguir na busca, diz a revista inglesa New Scientist. Os astrofísicos também podem ajudar, caso descubram novidades no céu - onde não se achou ainda nenhuma buckybola, embora os primeiros espécimes tenham sido criados sob inspiração da física estelar. Na Terra, enquanto isso, os teóricos quebram a cabeça para compreender as regras básicas do autêntico jogo de montar buckybolas. Os ingleses Patrick Fowler e David Manolopoulos sugerem que a primeira regra se aplica à força atrativa do carbono. Esta é criada por algumas das partículas de carga elétrica negativa situadas na periferia dos elementos - os elétrons. O número de partículas que participa das ligações químicas varia de átomo para átomo. O carbono pode empregar até quatro elétrons. e deve usar todos eles para fazer buckybolas, de acordo com a teoria dos ingleses. Em cada átomo, três elétrons formariam laços permanentes com carbonos vizinhos. O quarto elétron fica livre para circular, não mais na periferia de um átomo em particular. mas sim de toda a molécula. Mostra-se, então, que haveria 1 760 maneiras diferentes de agrupar 60 átomos de carbono em uma única molécula. E é possível provar a partir daí que a forma mais simples de todas seria a buckybola quase esférica, composta por 20 hexágonos e 12 pentágonos. Fowler foi além desse ponto e escreveu uma fórmula para moléculas maiores. A próxima molécula acima de 60 átomos, por exemplo, teria 66 átomos, e a seguinte, 72 átomos. Estudos desse tipo são preliminares. Mas, se a teoria contiver uma dose de verdade, ela mostra que as possibilidades das buckybolas são enormes: uma vez definido certo número de átomos, podem-se construir dezenas de milhares de moléculas diferentes. É claro que quando o número de átomos cresce, torna-se cada vez mais difícil estudar as suas propriedades, mesmo com o auxilio de velozes computadores. Mas é animadora a rapidez com que novos conhecimentos se acumulam nos laboratórios e gabinetes das universidades. Para isso foi preciso aprender a fabricar buckybolas em massa, o que facilita a análise química das novidades obtidas. O carbono sempre foi reconhecido como um elemento extremamente versátil. Ele tem um papel decisivo nas engrenagens orgânicas dos seres vivos e é o alicerce sobre o qual se assenta a maior parte da indústria moderna. Os açúcares e o petróleo são dois exemplos diversos das autênticas catedrais moleculares erigidas sobre estruturas de carbonos. Nesses casos. um carbono se une a outro em longos esqueletos atômicos. A essas fileiras básicas de átomos se juntam outros elementos comuns. como o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio. dando origem a grande variedade de substâncias essenciais à economia. como plásticos, combustíveis e remédios. Na grafite e no diamante. o carbono tem um outro tipo de estrutura, que os químicos e físicos denominam cristalina. Aqui os átomos já não se enfileiram linearmente; em vez disso. são figuras tridimensionais. Os hexágonos de carbono que constituem a grafite, na verdade, formam largos planos, algo como folhas. Mas esses planos se sobrepõem uns aos outros e edificam cristais em três dimensões. A grafite é "mole" justamente porque as ligações elétricas entre os planos são fracas e eles escorregam facilmente uns sobre os outros. O diamante, por sua vez, é "duro" porque os hexágonos são figuras rígidas. As buckybolas acrescentam uma outra dimensão a esse universo molecular. Nada mau para uma história que começou como um remoto enigma cósmico. Além da cega busca de materiais tecnologicamente úteis - por meio de seguidas tentativas e erros restam inúmeros segredos por desvendar, como a origem geológica das buckybolas. Mas não se pense que as surpresas terminaram. Um feito recente encantou os químicos: um meio de converter a arquitetura das buckybolas para a cristalina forma dos diamantes. Esse fato sublinha a expectativa de que as fronteiras abertas à frente não se resumem a uma família de moléculas. mas englobam toda da uma nova química. Para citar uma frase de Kroto. "o que vimos até agora é somente a ponta do iceberg.

Como fazer buckybolas

A história das buckybolas tem um enredo digno de novela na televisão. Apesar disso, elas estão presentes - embora nunca percebidas - até nos resíduos de um bico de gás. Produzi-las em massa é que é um problema sério. Os autores da técnica mais eficiente foram o alemão Wolfgang Kratshmer e o americano Donald Huffman, que abandonaram o bombardeio de laser contra um alvo de grafite. O método consiste em fazer passar poderosa corrente elétrica entre duas pontas ou eletrodos de grafite, separados pelo vácuo. O relâmpago desfaz os eletrodos em um vapor que depois de estriar aparece como fuligem na câmara a vácuo. Dissolvida em benzano, a aparente sujeira torna-se parte de uma solução de bela cor magenta que contém boa proporção de buckybolas de 60 e 70 átomos. Hoje se considera que as moléculas mágicas poderiam ser produzidas em larga escala mesmo com os meios relativamente modestos à disposição de um laboratório escolar.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Réplica da Terra em Marte - Astronomia


RÉPLICA DA TERRA EM MARTE - Astronomia



Os idealistas levantaram a bola. Agora os cientistas respondem: é possível alterar o planeta vermelho e torná-lo habitável. Não se sabe quanto tempo levará e o homem talvez nunca venha a respirar oxigênio marciano. Mas a perspectiva de implantar vida num mundo morto já não é mais um sonho.



É verdade: trata-se apenas de um exercício de horas vagas sem nenhum compromisso com a realidade. Mesmo porque não há dinheiro para pequenos ou grandes projetos. Apesar disso, a nova ciência da engenharia planetária está longe de ser uma simples brincadeira. Se houvesse alguma dúvida sobre isso, ela teria sido dissipada agora com o artigo de três craques publicado na revista inglesa Nature: o planetologista Chistopher McKay e os climatologistas Owen Toon e James Kasting. Toon resumiu sem modéstia a presente estatura dos esforços para reconstruir Marte. "Durante anos, muito do que foi escrito sobre o assunto era obscuro ou simples ficção científica. tentamos transformá-lo em algo sério. "Até onde isso corresponde à verdade foi motivo de uma grande reportagem assinada pelo jornalista Jeffrey Kluger, da revista americana Discover, que nos reproduzimos a seguir. A idéia de "terraformar" o planeta Marte - transformá-lo em uma réplica da Terra - não é inteiramente nova. Ao longo dos últimos vinte anos, um poderoso time de escritores, entre os quais os celebrados Carl Sagan e James Lovelock, publicaram especulações sobre o que aconteceria se os ingredientes essenciais à vida, presentes em Marte, pudessem ser liberados e espalhados no meio ambiente marciano. A esse coro se reuniram as vozes de Christopher McKay e Owen Toon. do Centro de Pesquisas Ames, da NASA, e James Kasting, da Universidade do Estado da Pensilvânia. Os cientistas partem de um mundo inóspito, na melhor das hipóteses. Canais hidrográficos e outros traços na superfície sugerem que há 3,5 bilhões de anos Marte era quente, com água correndo sobre o chão e uma atmosfera relativamente densa. Devido à maneira como os terrenos são estruturados, porém, uma parte da atmosfera provavelmente foi absorvida pelo solo e outra parte perdeu-se no espaço: a baixa gravidade marciana representa apenas 38% da terrestre e foi incapaz de reter o envelope de gases. A maior parte da água teria sido congelada no subsolo ou recuado para as calotas polares, o resto perdeu-se com o ar na forma de vapor. O planeta hoje em dia é essencialmente um árido e frígido deserto cor de ferrugem. A atmosfera é desanimadoramente tênue - sua espessura é 0,8% da terrestre - e se compõe de 95% de gás carbônico. As temperaturas médias marcianas atingem paralisantes 18 graus negativos, embora ao meio-dia subam para 75 graus positivos nas regiões equatoriais. O feito de dar vida a essa carcaça de mundo teria que ser realizado por meio de inúmeras etapas, e a primeira delas seria elevar sua temperatura. "Logo de saída, Marte tem a desvantagem com relação à Terra de estar 1,52 vez mais longe do Sol. Isso significa que ele recebe somente 43% da luz que recebemos. Assim, mesmo em um mundo de atmosfera espessa, as coisas tendem a ficar incrivelmente frias", diz Toon. No passado, os cientistas inventaram todo tipo de saídas para o dilema de aquecer Marte. Mas já existem os instrumentos mais eficientes e menos exóticos capazes de elevar a temperatura de um planeta: os gases causadores de efeito estufa. "Nossa atmosfera sempre pôde capturar boa parcela da enorme quantidade de energia emitida pelo Sol", diz McKay. "Parcela ainda maior tem sido capturada pelo CO2 e pelo clorofluorcarbono (CFC) liberados pelas atividades humanas. Em Marte, o rarefeito gás carbônico retém apenas íntimas porções da luz do Sol. Por isso, a primeira coisa a fazer é aumentar a eficiência com que a atmosfera marciana absorve e acumula calor." Essa idéia foi um achado teórico e se pensa especificamente em usar os clorofluorcarbonos para elevar a temperatura de Marte, cujo solo parece ser rico em cloro, flúor, carbono, hidrogênio e outros elementos componentes dos CFCs. Desde que exista tecnologia para levar os químicos e seus equipamentos até Marte, aqueles gases poderiam ser manufaturados com bastante facilidade e então descarregados no céu marciano. "As estimativas mostram que não seria necessário mais do que a produção anual de CFCs terrestres - vários milhões de toneladas - para começar a esquentar as coisas em Marte", diz Toon. "No primeiro ano, os gases adicionados à atmosfera poderiam, em tese, impulsionar a temperatura de menos 75 para menos 22 graus. É como passar da Antártida para o norte do Canadá no inverno." Em teoria, é possível elevar a temperatura acima do ponto de congelamento e aumentar a pressão atmosférica até um nível próximo ao da Terra. Na prática, porém, não será tão fácil. Radiação ultravioleta do Sol tende a quebrar as moléculas de CFC em átomos e destruir todo o gás criado. Na Terra a quebra eventual das moléculas é ao mesmo tempo boa e ruim", diz McKay. "Ruim porque o cloro liberado destrói a camada de ozônio; boa porque a quebra também impede o aumento do efeito estufa. Em Marte, precisaríamos desenhar moléculas que tivessem boa absorção na faixa da radiação infravermelho, mas também muito resistente ao ultravioleta. Mesmo assim, a produção de novos clorofluorcarbonos teria de ser contínua, para substituir aquilo que o Sol acaba destruindo." Felizmente, os cientistas não precisam contar apenas com CFCs de encomenda: quando as temperaturas começarem a subir para a casa dos 20 graus positivos, o próprio planeta começará a liberar um outro gás estufa, o gás carbônico. Além das reservas de CO2 existentes na atmosfera e nas calotas polares de inverno, também se poderia encontrá-lo no solo. Nos seus antigos tempos de calor, a atmosfera marciana era provavelmente densa em gás carbônico, e isso significa que o solo atual pode estar saturado com aquele material. Em experiências de laboratório, um tipo de solo de nome palagonite, vermelho como o de Marte e encontrado nos vulcões havaianos, absorve prontamente as moléculas de CO2, ligando-se frouxamente a elas. Constatou-se que a elevação gradual da temperatura faz o gás ferver e deixar o solo que o havia absorvido. Quanto mais sobe a temperatura, mais gás escapa.Uma vez no ar, o CO2, passaria a trabalhar com os CFCs e a elevar a temperatura mais acentuadamente. O ciclo continuaria até que a temperatura global ficasse um pouco acima do ponto de congelamento. A essa altura, graças ao vagaroso aquecimento, as reservas de água começariam a liberar vapor, ampliando o efeito estufa. Então, se o CO2 do solo estiver perto da superfície, talvez o planeta se aqueça em um século - praticamente do dia para a noite, em termos planetários. Mas se estiver em camadas profundas, o prazo pode se dilatar para 100 000 anos. Seja como for, só depois desse estágio Marte poderia sustentar umas poucas e vigorosas espécies vegetais. E ainda haveria sérios obstáculos. Mesmo quando Marte já tiver gás carbônico para alimentar plantas, o solo pode não lhes fornecer bastante nitrogênio na forma de sais, também decisivos para o metabolismo vegetal. Além disso. os cientistas teriam que usar micróbios para absorver os sais e repassar o elemento vital às plantas. A água é outro problema. Estudos recentes sugerem que Marte é muito mais úmido do que jamais se imaginou, a ponto de formar lagos ou mesmo oceanos assim que a temperatura começar a subir. Para quem pretende estimular a vida, a água é realmente um bom sinal - com exceção de um aspecto. O CO2, atmosférico, que tem afinidade pelo H2O passaria a se dissolver na água e a formar depósitos de calcário. Quanto mais tempo as duas substâncias permanecessem em contato, mais gás carbônico se perderia. Na Terra, esse problema é resolvido pelo movimento dos continentes, que mergulham uns sob os outros e levam o calcário consigo. Ao longo dos milênios, o calor interno desfaz as rochas e devolve o CO2 ao ar pela boca dos vulcões. Em Marte, essa tarefa ficaria a cargo dos próprios terraformadores. Embora seja necessário preservar o gás carbônico atmosférico, certos processos que o destroem são altamente desejáveis. O metabolismo das plantas é um exemplo. Assim que os primeiros vegetais fossem introduzidos no ambiente marciano, começariam imediatamente a retirar CO2 do ar e a quebrá-lo em átomos de carbono e oxigênio. Os terraformadores ficariam contentes: para que animais e homens pudessem sobreviver, a atmosfera teria de ser modificada até a parcela de oxigênio alcançar cerca de 20% - mais ou menos na proporção do ar terrestre. O problema é complicado: como os vegetais produzem oxigênio de maneira altamente ineficiente, precisariam de pelo menos 100 000 anos para criar um lugar agradável aos animais. Para acelerar o processo, os engenheiros planetários teriam de entregar o problema aos engenheiros genéticos. "Seria a tarefa mais difícil de todas", diz McKay. "As plantas vivem na Terra há bilhões de anos e é possível que já tenham atingido o limite máximo de produção de oxigênio. Nesse caso, é improvável que possamos melhorá-lo." Mesmo que a manipulação genética leve a uma população de plantas excepcionais. ainda seriam necessários 1 000 anos para elevar o oxigênio marciano aos níveis desejados, alerta o cientista. Uma vez que se consigam tais níveis, porém, se poderia começar a ocupação do antigo planeta vermelho pelos mamíferos terrestres. No entanto, a teoria científica não responde a uma questão fundamental: o homem deve mesmo tentar realizar tal projeto? Ele teria o direito de fazer isso? Toon, McKay e Kasting têm séries dúvidas. Na minha opinião, procurar vida extinta ou ainda presente em Marte é, de longe, a única justificativa importante de uma visita a esse planeta", diz Kasting. "Antes disso, não se deve sequer considerar a possibilidade de reformá-lo. Imagine se a terraformação destruir locais que contiveram espécies vivas ou micróbios ainda vivos." Os argumentos de McKay são de ordem abstrata. "Na Terra, o conceito de vida é inseparável do conceito de natureza. Mas em Marte e no resto do sistema solar vida e natureza são coisas distintas: Marte parece estar morto, mas nem por isso deixa de ser um belo e valioso planeta. Devemos alterar este estado natural? Pessoalmente, creio que sim, mas concordo que isso envolve toda uma nova dimensão da ética ambientar." Toon usa argumentos parecidos contra a terraformação de Marte, pelo menos por enquanto. "Não devemos alterar outro planeta só porque tornamos a Terra tão desconfortável que não desejamos mais viver aqui. Nosso motivo teria que ser o oposto: se já tivermos resolvido os problemas na Terra e quisermos viver em Marte também " Seja como for, o interesse científico por Marte pode crescer. Não está claro se isso significa que algum dia cientistas e políticos convencerão os Estados Unidos a visitarem Marte, para não falar na terraformação. O certo é que pelo menos alguns cientistas acreditam que tais proezas estão ao alcance do homem. Basta ter visão clara. "Nessas questões, antes de mais nada temos que decidir porque queremos ir a Marte", diz o historiador e analista político John Logsdon, chefe do Instituto de Política do Espaço da Universidade George Washington. "Se o objetivo é uma simples visita, não há necessidade de pensar na terraformação. Mas se pensamos ficar por algum tempo, temos que alterar o planeta de alguma forma; do contrário, não podemos sobreviver. Construir um simples domo, afinal, já é um tipo de terraformação. E preciso lembrar também que, dependendo do grau das modificações feitas, podemos estar destruindo o próprio objeto de nossos estudos."

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Os dias dos Caças - Tecnologia


OS DIAS DOS CAÇAS - Tecnologia



Muitos anos de trabalho e muitos milhões de dólares são consumidos na indústria dos aviões de guerra, projetados, testados e construídos com precisão milimétrica e tecnologia de ponta.



Um ano. Este foi o tempo necessário para concepção, testes e início de fabricação do Sopwith Camel, encomenda do Estado-Maior britânico de um caça que lhe desse o domínio dos céus sobre os campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, em 1916. Onze anos. Pouco mais de uma década foi o tempo gasto por um consórcio trinacional para criar o Tornado, um sofisticado avião de ataque e interdição com capacidade de combate aéreo que deu aos europeus o poder de enfrentar o então temido arsenal do Pacto de Varsóvia. O Tornado começou a integrar as esquadrilhas britânicas, alemãs e italianas a partir de 1980. Entre o épico Camel e o digitalizado Tornado, a criação de um avião de combate deixou de ser uma equação de três componentes - aerodinâmica/motor/armas - para envolver quase todas as áreas de tecnologia de ponta, como informática e novos materiais. Com a aplicação de conceitos inovadores e inéditos, esse trabalho é hoje uma das atividades mais complexas e desafiadoras de toda a indústria, o campo de testes mais fértil em descobertas e soluções revolucionárias. Todo avião militar começa a nascer quando aqueles em operação não cumprem suas missões com eficácia, ou porque um inimigo se armou de um novo equipamento para o qual os atuais aviões não têm resposta. O novíssimo avião de ataque AMX nasceu da primeira situação, quando em meados dos anos 70 a Reggia Aeronáutica (Força Aérea italiana) percebeu que seus Fiat G91 criados no final dos anos 50, já não eram páreo para os novos MiG soviéticos, com os quais certamente iriam se enfrentar num possível conflito europeu.
Por acaso, a FAB (Forca Aérea Brasileira) também constatava que seus Xavante, projeto original italiano de 1957, estavam velhos e longe de serem eficazes mesmo num conflito localizado na América Latina. O AMX começou a tomar corpo em 1980, com a criação de um consórcio que unia a brasileira Embraer às empresas italianas Aeritalia e Aermacchi para a criação de um novo avião de ataque e apoio aéreo aproximado que atendesse às necessidades das duas forças aéreas. Uma vez decidida a necessidade de um novo avião, a Força Aérea monta um grupo de trabalho formado por oficiais de seu Estado-Maior, engenheiros e pilotos, que irá elaborar um documento com os requisitos para o novo avião - ou seja, o que a Força Aérea espera dele em termos de armas, operacionalidade e performance de velocidade alcance, razão de curva e de ascensão, entre outros dados. Quando a Força Aérea enfim oficializa o pedido de um novo avião de guerra, as empresas aeronáuticas entram em concorrência para apresentar suas propostas. A empresa vencedora estipula uma especificação técnica preliminar, um documento interno com a performance prometida para o novo avião. Neste ponto, o projeto começa a tomar forma nas telas dos computadores com CAD/CAM - um programa de computação gráfica capaz de criar imagens tridimensionais de peças ou de todo o novo avião e de comandar as máquinas que fazem a usinagem de cada peça. "Esse é o início da chamada fase conceitual quando não se tem mais de vinte desenhos gerais obtidos por computador do que será a aparência do novo projeto", explica Walter Bartels, diretor do Programa AMX da Embraer. Mas são exatamente esses desenhos que orientarão os passos onde cada componente e sistema será detalhado em layout para se passar à fase de concepção e fabricação do protótipo do avião. Bartels destaca a importância de o projeto ter uma visão clara de como e onde se espera que o novo avião atue - no caso do AMX, espera-se que ele esteja sempre próximo à frente de batalha, e por isso foi preparado para poder operar decolando até de trechos de rodovias. Seus computadores principais são duplicados e afastados entre si, de modo que um continue operando mesmo que o outro seja atingido por munição de 23 mm (o padrão dos aviões russos). Por ter de operar no exigente teatro de operações (o palco da guerra) europeu, o AMX é o primeiro avião militar brasileiro a ter recursos como o lançamento de chaff (partículas metalizadas que formam uma nuvem para despistar radares inimigos) e flare ("fogos de artifício" lançados pelo avião para enganar mísseis inimigos guiados pelo calor). Para confirmar em escala real as soluções adotadas no projeto, antes da fabricação do protótipo são construídos mock-ups (maquetes) de todo o avião ou de partes dele. Um mock-up do cockpit serve para a avaliação, feita por pilotos experientes, de detalhes como a localização dos instrumentos no painel, conforto e facilidade de manuseio dos comandos. Ao projetar o novíssimo bombardeiro B-2, porém, a Northrop americana usou um sistema CAD/CAM tão sofisticado que nenhum protótipo convencional foi construído - o avião que fez os testes de vôo era praticamente o mesmo que iria para a linha de produção. Nem os moldes para monta r as peças tiveram protótipos, foram logo para a linha de montagem. Mesmo assim, a eficiência do programa era tamanha que, embora o B-2 tenha levado metade do tempo para ser construído, os problemas com encaixe de peças causados por erros de engenharia foram seis vezes menor que o normal. Embora computadores com sistema CAD/ CAM possam não só conceber componentes e peças do projeto como até simular testes de resistência e fadiga, é necessário que testes reais sejam realizados em todos os sistemas do avião. Esses ensaios são voltados para aspectos particulares, às vezes um detalhe único. Os bens de pouso são testados num laboratório dedicado exclusivamente a eles, onde sistemas hidráulicos simulam os choques e desgastes que sofrerão nas decolagens e, sobretudo, nas aterrissagens. Na série de ensaios estruturais - estáticos, dinâmicos e de fadiga-, é avaliado o conjunto da aeronave. Nos ensaios estáticos, o objetivo é verificar as condições críticas a que pode ser submetido um avião. Macacos hidráulicos podem vergar uma asa até o seu rompimento, e assim estabelecer vários padrões de segurança, como a capacidade de rolamento (manobra em que a aeronave gira em seu eixo longitudinal). Já os ensaios dinâmicos são executados com equipamentos que vibram toda a estrutura do avião na simulação dos movimentos de um vôo real. Os ensaios de fadiga buscam estabelecer a relação entre tempo de uso e desgaste de toda a estrutura e de cada componente em particular. Para isso, são simuladas as condições de uso ao longo de toda a vida da aeronave quando em operação. Para testar todos os sistemas do avião, como o elétrico, o de integração motor/sistemas e os aviônicos (todos os computadores de bordo), são feitas bancadas especiais, chamadas rigs. Um modelo da cabine completamente equipada. por exemplo, é colocado em laboratório onde computadores examinadores são ligados aos de bordo, simulando seu funcionamento durante um vôo. Assim, verifica-se se os sistemas eletrônicos da aeronave funcionam como planejado e se os mostradores da cabine fornecem ao piloto informações confiáveis e seguras. Computadorizadas como são hoje as aeronaves de combate, estes testes dos sistemas elétricos- eletrônicos devem ter a precisão de uma cirurgia no cérebro. Inclusive porque hoje a última palavra em tecnologia são os comandos FBW (fly by wire, ou vôo por fios), em que todas as manobras do avião são comandadas por impulsos eletrônicos controlados por computador. É óbvio que o FBW produz aeronaves com capacidade e rapidez de manobras inigualáveis, mas também é fácil imaginar que qualquer falha mínima nos computadores de vôo resultaria quase certamente na queda fatal da aeronave. Alguns dos testes específicos pareceriam engraçados, se os motivos de sua realização não fossem trágicos. No Laboratório de Impacto, frangos são arremessados em alta velocidade contra algumas partes do avião, para se ter a medida dos estragos provocados nas aeronaves por choques com aves em vôo. Cortando o ar a mais de 1 000 quilômetros por hora, um avião como o AMX pode ter seu cockpit estilhaçado, com a morte do piloto, ou até o bordo de uma asa rasgado por uma colisão dessas. Um canhão atira em alta velocidade frangos anestesiados com éter contra as partes em que se quer testar a resistência ao choque - como o pára brisa ou todo o cockpit, ou mesmo uma asa. O teste segue padrões internacionais que ditam, inclusive, que as aves não podem ser mortas previamente, porque isso alteraria a sua consistência. Conforme a tecnologia evoluiu, mudaram as características dos caças, e com elas os materiais usados em sua fabricação. Até o final dos anos 60, o objetivo era fazer aviões que voassem cada vez mais alto e mais rápido, pois isso se traduzia em capacidade de entrar no espaço aéreo inimigo. Construíam-se aviões com ligas metálicascada vez mais fortes, para resistir ao impacto do ar com Mach 3, ou três vezes a velocidade do som - como o SR-71 Blackbird, que sofria abrasão como se a fuselagem fosse mergulhada em ácido. Hoje, com o desenvolvimento dos mísseis terra-ar, capazes de abater um avião a qualquer altitude e velocidade, a melhor tática é tentar penetrar no espaço aéreo sem ser captado pelo inimigo. Há duas maneiras de fazer isso - ou se voa em alta velocidade a apenas alguns metros do solo, como o Tornado, ou se reveste o avião com uma roupa invisível, usando a tecnologia stealth (furtivo). A idéia stealth é fazer um avião com formas irregulares e superfície coberta por materiais não-reflexivos, como os compostos de fibra de carbono e epóxi, para dispersar as ondas de radar enviada pelo inimigo e evitar que ele o "enxergue". Durante a Guerra do Golfo, a primeira geração de aviões furtivos os F-117, provou seu poder de fogo. No relatório apresentado ao Subcomitê de Defesa da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o general Charles A. Horner calculou: oito F-117 com oito pilotos alcançariam os mesmos resultados de 75 aviões não furtivos com mais de 100 tripulantes. No primeiro dia da guerra, os F-117 representavam apenas 2,5% da frota, mas foram encarregados de atacar 30% dos alvos - e destruíram as defesas antiaéreas iraquianas. Embora o B-2 tenha nascido perfeito, como alegam seus fabricantes, os aviões normais sempre viram protótipo depois da fase de projetos. É hora então dos testes de vôo com o protótipo, pois, segundo Walter Bartels, da Embraer, "não existe simulação de computador que dê a riqueza de análise de um teste de vôo". De fato, são comuns e freqüentes as modificações ingeridas no projeto como resultado destes testes. E para isso é fundamental a figura lendária do piloto de testes. "O primeiro vôo está longe de ser o mais emocionante, porque ele deve ser o mais simples possível para uma avaliação rápida e geral da aeronave. É só decolar, sacudir a poeira e pousar, e se fizer isso direitinho já é um sucesso", conta o comandante Gilberto Pedrosa Schittini, 42 anos, 7 000 horas de vôo, piloto de testes da Embraer desde 1985. Envelope de vôo são todas as combinações de altitude, velocidade e ângulo de ataque em que uma aeronave pode operar. Uma série de vôos é feita para abrir o envelope, ou seja, testar o comportamento da aeronave em todas estas situações em que ela vai voar, e até exceder um pouco os limites para que o usuário possa operá-la com segurança. Outros vôos são para as manobras clínicas, usadas para testar a aeronave como máquina voadora, comuns a todos os aviões. Já as manobras operacionais são específicas para avaliar a eficiência da aeronave nas missões para as quais foi concebida. Existem séries de vôo especificas para o teste de cada sistema. No AMX só a série dedicada ao sistema de vôo inicial envolveu Cinqüenta vôos. Satisfeitos os testes de vôo, finalmente começa a fabricação em série e a entrega às esquadrilhas que vão usar o avião. Do início do projeto até a fabricação, o número de pessoas que trabalham num avião de guerra pode chegar a 5 000, com custos estratosféricos. Construído por um consórcio trinacional, o Tornado custou desde o desenvolvimento do projeto 627 milhões de dólares. Quando começou a ser entregue às esquadrilhas de combate, em 1979, cada Tornado custava 6,37 milhões de dólares, e a previsão inicial era a aquisição de 385 aviões pela Grã-Bretanha, 322 pela Alemanha e 100 pela Itália. Para se ter uma comparação, em 1939 o contrato de compra de 524 caças Curtiss P-40 Hawk pela Força Aérea americana totalizou o valor de 13 milhões de dólares - ou seja, 24 809 dólares por avião.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Encontro de Civilizações - História


ENCONTRO DE CIVILIZAÇÕES - História



Há 500 anos, quando chegou ao Caribe, Colombo não imaginava que sua aventura colocaria frente a frente mundos tão estranhos. De um lado, a Europa, dividida entre a modernidade e o passado feudal. Do outro, a rica cultura de astecas e incas, que infelizmente não sobreviveu ao confronto.



O Grande Khan não foi recebê-lo. Mas Cristóvão Colombo estava convencido de que a capital chinesa talvez não distasse muito das terras que avistou no dia 12 de outubro de 1492. O olhar europeu de quem sabe o que faz abastecia de segurança o navegador. Quando deixou para trás o porto de Palos - atual Huelva, no sul da Espanha - no dia 3 de agosto de 1492, tinha até certeza de que a aventura não tomaria muito tempo. Por suas previsões, baseadas no livro Guia para a Geografia, de Ptolomeu (90-168 d.C.), as praias da China não ficavam a mais do que 2 700 milhas do reino de Isabel e Fernando. Errou no destino e na distância.

Nada tão sério, porém, que abalasse suas convicções. O Oriente, sabe-se hoje, ficava quase quatro vezes mais longe. O genovês esperava encontrar o país descrito por Marco Polo (1254-1324) no Livro das Maravilhas e não se apercebeu de que aquelas areias que pisava eram outro mundo. Deslumbrante e impensável, o encontro da Europa com a América aconteceu exatamente assim, como uma grande ilusão: o descobridor desembarcando no litoral da China, os índios vendo nele um deus. Diante dos caribenhos nus que o receberam - Colombo sempre entendeu canibas que traduzia como "gente de Khan" -, o europeu transpirava superioridade. Vinha de um continente em transe. "A Europa vivia uma espécie de febre de expansão naquele momento. Os árabes foram expulsos, os estados nacionais começavam a se formar e a curiosidade intelectual recuperava o tempo perdido durante a Idade Média", conta o professor de História Moderna Modesto Florenzano, da Universidade de São Paulo. Brilhavam as primeiras luzes do humanismo. A Europa reencontrava suas raízes gregas, mercadores caçados pelo pecado da usura agora se enchiam de poder e todos os dias novas invenções pipocavam: a impressora de Gutenberg, armas de fogo eficientes, bússola, caravelas. Capacetes reluzentes, arcabuzes e espadas, a cruz e seus navios ao fundo, os espanhóis desembarcaram a civilização sob o olhar de pasmo dos índios. Gente "de boa estatura, que fariam bons cristãos", como escreveu Colombo em seu diário, referindo-se aos habitantes da ilha de Guanabani, hoje São Salvador. Mas a cena que registra a chegada do navegador à América tem pouco a ver com a realidade do encontro. Os historiadores estimam que em 1492 havia na América um população de cerca 80 milhões de pessoas. Alguns eram nômades. Outros estavam integrados à vida das florestas tropicais. Boa parte, porém, principalmente na América Central e na região da Cordilheira dos Andes, se agrupava em sociedades complexas e hierarquizadas. Impérios tão vastos, que nenhum europeu se atreveria a imaginar domínios dessa dimensão em seu continente. Na primeira excursão espanhola à América Central, em 1519, quando se deparou com a capital asteca, Fernando Cortez descobriu que, passear por Tenochtitlán era como visitar a Atenas de Aristóteles: milhares de índios, com capas sobre os ombros, fervilhavam entre mercados, palácios e oficinas espalhadas por todos os cantos. Sua população girava em torno de 300 000 habitantes, num período em que 50 000 almas eram mais do que suficientes para dar a qualquer cidade européia o status de grande centro urbano. Era essa, aliás, a população de Gênova, terra natal de Colombo. Em 1594, um século após a descoberta, a glamurosa Paris contava com apenas 180 000 habitantes, ao passo que Londres, a megalópole européia daquele tempo tinha 250 000. As ruas de Tenochtitlán eram tão bem varridas que se podia andar descalço, sem perigo de ferir os pés", escreveu um dos religiosos que seguia Cortez. Impressionante, considerando que, em 1512, o rei francês proibiu a população de Paris de jogar o lixo para fora da cidade por cima da muralha da capital: os montes eram tão altos que qualquer inimigo poderia transpor os muros escalando as pilhas de dejetos. Na Itália de Colombo, algumas municipalidades resolveram melhorar seu padrão de higiene proibindo a criação de porcos e cabras dentro da cidade. Mudaram de idéia, no entanto, frente à triste constatação de que, mais do que sujar, os animais ajudavam a limpar ruas sem esgotos nem saneamento. Sob o verniz do humanismo, a Europa escondeu durante muito tempo as traças medievais. Em pleno século XV, três em cada cinco crianças européias morriam ao nascer e, dos sobreviventes, metade não alcançava os 20 anos. A Peste Negra ainda era uma ameaça presente. Um mal que o acaso transformou em arma útil para a conquista das novas terras. Cortez é dono do mérito de ter inaugurado a "guerra bacteriológica": um escravo negro doente, trazido por ele de Cuba, espalhou a varíola entre os astecas e dizimou aos milhares. Com os incas, não foi diferente. Entre 1524, quando Francisco Pizarro, o conquistador da região andina da América do Sul, fez o primeiro reconhecimento da costa, e 1532, data em que prendeu o imperador Ataualpa, a doença ceifou a vida de mais de 200 000 índios. As sociedades encontradas por Cortez e Pizarro, os verdadeiros conquistadores do novo continente, eram muito diferentes da que Colombo pressentiu. Os astecas conheciam o papel, possuíam uma escrita pictórica e suas crianças tinham escolas. Os incas não sabiam escrever, mas eram bons matemáticos e usavam o sistema decimal. A metalurgia era especialidade dos povos dos Andes: já fundiam a platina, coisa que na Europa só iria acontecer no século XVII. Todos dominavam a astronomia, sabiam prever eclipses e mediam o tempo, como nós, pelo ano solar. Suas roupas, apesar do exotismo das penas, eram de algodão de boa qualidade, e a arquitetura grandiosa. Só a capital asteca tinha 25 pirâmides onde eram realizados cerimônias religiosas e os sacrifícios humanos que tanto chocaram os forasteiros. Do outro lado do oceano, porém, rituais tão violentos quanto esses, embora sem cunho religioso, faziam a alegria de multidões. Na Europa de então, condenar ladrões e assaltantes à morte era comum. Isso sem falar em bruxas. Os dias de execução viravam festa. Miseráveis vinham esmolar na cidade e vendedores ambulantes se espalhavam pela ruas. Cultuava-se a violência. Em certas situações, com esmero sádico. Há registro de casos em que a turba, ao ver que as autoridades planejavam uma execução sumária, tratava de comprar o condenado e supliciá-lo a seu modo. Não raro, amarrando suas mãos e pés a cavalos para vê-lo esquartejado. Nos Países Baixos, onde hoje está a Holanda, algumas festas populares incluíam como atração verdadeiras "rinhas" de cegos: os pobres coitados eram colocados em ringues e, com bastões, tentavam rachar o crânio do oponente diante de uma assistência de desdentados e malcheirosos. Não que os astecas fossem menos violentos, mas seu cheiro era mais ameno. Não só conheciam o banho de vapor, tão prezado na Europa, como mantiam o hábito do lavar-se diariamente, enquanto, no Velho Mundo, entrava na moda o perfume, agradável ardil para evitar a água. Quantas vezes por ano um camponês europeu tirava todas as suas roupas de cima do corpo? Poucas, principalmente nas regiões frias. Dormia-se com o traje de trabalho e trabalhava-se com o de dormir. Os gigantescos impérios americanos, cuja organização faz lembrar as civilizações do Egito, da Babilônia ou da China, também deixaram monumentos arquitetônicos grandiosos. Os aquedutos que abasteciam Tenochtitlán, trazendo água de fontes localizadas a quilômetros, não ficavam muito atrás das obras do período áureo do Império Romano. Tal qual Veneza, a cidade asteca também foi construída sobre um mangue e tinha problemas para conseguir água potável. Cuzco, a primeira capital dos incas - o último imperador, Ataualpa, havia transferido a corte para Tumipampa, ao norte -, foi descoberta em 1533 e causou espanto. "Está repleta de palácios senhoriais, pois nela não vive qualquer pobre", escreveu Sancho de la Hoza, companheiro de Pizarro. É pouco provável que, com seus 60 000 habitantes, não houvesse pobres em Cuzco. Mas parece que a grandeza cegou o espanhol. O Império inca, por sinal, foi o mais extenso de todos embora também o mais atrasado. Com 10 milhões de habitantes, reunindo uma centena de etnias, seu domínio se estendia por 950 000 quilômetros quadrados, do Equador à Argentina, e deixou uma herança de 16 000 quilômetros de estradas pavimentadas. Tinha um sistema de correio tão organizado, que em apenas dois dias uma mensagem - transmitida de boca em boca, já que não possuíam escrita - podia percorrer 2 000 quilômetros. Técnicas eficientes de irrigação eram conhecidas e ainda hoje, 500 anos depois, os terraços construídos para plantar milho enfeitam as encostas ardinas como escadarias monumentais. Nessa mesma época, na Europa, enquanto um gênio contemporâneo de Colombo chamado Leonardo da Vinci (1452-1519) esboçava em desenhos futuristas criações como a bicicleta e o helicóptero, o máximo de tecnologia que um camponês poderia se orgulhar de ter visto eram os moinhos. Além, é lógico, do seu arado. Como os americanos nunca usaram animais para tração, eles não conheciam nenhum dos dois. Apenas os incas domesticaram animais - a lhama -, e só para carga. Curiosamente, no entanto, com todas as suas estradas e lhamas, o comércio jamais teve qualquer expressão entre os incas, restringindo-se à venda de balas de coca e barras de sal. A moeda, como meio de troca, não era conhecida por essas civilizações. O que não impedia uma intensa atividade comercial entre astecas. Grandes feiras vendiam de tudo em Tenochtitlán: tecidos, milho, aves, calçados e bebidas. Caravanas de negociantes cruzavam o império - que na época de Montezuma II contava com 38 províncias e vinte povos - trocando manufaturados da capital por jade, esmeraldas, plumas, conchas do mar e uma infinidade de outros produtos de luxo. Numa sociedade que nem conhecia a roda como utensílio para o transporte, isso não era pouco. Mas, apesar de todo esse esplendor, as culturas nativas não resistiram ao susto que veio do mar. Em 1519, quando chegou ao México, Cortez contava apenas com 508 soldados e 100 marinheiros para enfrentar um império que, imagina-se, somava cerca de 25 milhões de habitantes. Francisco Pizarro, o conquistador da civilização inca, comandava 100 homens quando desembarcou na América do Sul, e com esse grupelho conseguiu aprisionar o imperador Ataualpa, que tinha ido ao seu encontro à frente de 40 000 soldados. Fechados em seu próprio mundo, protegidos por um Estado que cuidava de tudo e de todos, esses povos foram derrotados mais pela sua incapacidade de lidar com o desconhecido do que pelos canhões. "Quando soube, através de seus emissários, que Cortez queria vê-lo, Montezuma II ficou sem voz. O imperador, em asteca tlatoani, aquele "que fala", ficou mudo e perdeu seu poder", lembra o historiador Jorge Luiz Ferreira, professor de História da América, da Universidade Federal Fluminense. Os espanhóis representavam o impensável e souberam se aproveitar disso. Frente às tropas astecas de cavaleiros-águia e cavaleiros jaguar, Cortez mostrou-se um hábil dissimulador e estrategista. Sabia que o confundiam com um deus - Quetzalcóatl - e portava-se como tal. Quando descobriu que eles não conheciam o cavalo. ordenou a seus homens que os animais mortos nas batalhas fossem enterrados para que os índios não descobrissem que eram de carne e osso. Segundo os códices dos astecas, documentos que eles escreviam para registrar sua história, ao receber a comitiva de embaixadores de Montezuma. o conquistador mandou que seus soldados fizessem os cavalos galopar e disparassem os canhões ao mesmo tempo para impressionar os emissários do imperador. O impacto foi tão forte que todos desmaiaram. No sul, Pizarro deixou-se candidamente atrair por Atanalpa até Cajamarca. Encontrou-se cordialmente com o monarca-deus, que transbordava segurança cercado por sua gigantesca tropa e, na primeira oportunidade, tratou de aprisioná-lo. Os espanhóis também souberam tirar proveito da insatisfação dos povos submetidos por astecas e incas e transformá-los em aliados para destruir aqueles impérios. Habituado a conviver com a diversidade, o cosmonolitismo europeu triunfou com sua estranha mistura de internacionalismo tecnológico. Marinheiros italianos, em caravelas idealizadas por portugueses, podiam agora enfrentar o oceano graças à vela triangular latina, uma invenção árabe que permitia navegar mesmo com ventos contrários. Consultavam mapas gregos e, para se orientar, usavam a bússola, roubada aos chineses, e o astrolábio, dos árabes enquanto um pó preto de nome pólvora, trazido da China por Marco Polo, munia os canhões com que espantavam os novos adversários. Com esse aparato tecnológico recolhido através do planeta. a Europa incorporou a América ao resto do mundo. Para os americanos, porém, o ingresso custou caro. Em apenas trinta anos, os massacres e as doenças reduziram sua população de 80 milhões para pouco mais de 10 milhões de habitantes. Sem contar a parcela paga em ouro.

O esplendor que a mata escondeu

Entre as sociedades que floresceram no continente americano, todas deslumbrantes e sofisticadas, a mais esplendorosa nunca foi alcançada pelos olhos ávidos dos conquistadores. Quando Cortez desembarcou na América Central, a riqueza da cultura maia repousava tranqüila, envolta pelas matas da Península do Yucatán, no México. Sete séculos antes do desembarque espanhol, sem que ninguém até hoje saiba com exatidão por que, os maias abandonaram suas cidades, que só seriam redescobertas no século XIX.Das grandes civilizações do Novo Mundo, apenas os maias desenvolveram um sistema de escrita fonética, capaz de compor palavras. Os astecas, com sua escrita pictórica, podiam no máximo descrever situações e personagens: o resto tinha que ser complementado pela narrativa do mensageiro. Os incas nunca dominaram a escrita. Na arte da escultura. eram inigualáveis. Suas estátuas beiravam a perfeição. As vezes, como na Grécia, prestando-se ao papel de colunas para prédios espetaculares. Outras, reproduzindo divindades que lembram as obras de artistas indianos. Tudo para enfeitar cidades lotadas de construções públicas. Quase sempre pirâmides, como as que os espanhóis encontraram em Tenochtitlán, ladeadas nas quatro faces por escadarias. Ou então inovadoras, como o observatório cupular de Chichén Itzá, ainda hoje fonte de dúvida: seria uma construção ritual ou uma antecipação da arquitetura dos observatórios feita por um povo de mestres da astronomia? Essa resposta dificilmente alguém um dia terá.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Uma dose de Veneno, por favor - Biologia


UMA DOSE DE VENENO, POR FAVOR - Biologia



Ao contrário das picadas de outras cobras, que costumam doer muito, a da cascavel provoca apenas uma sensação de formigamento. Agora já se sabe o motivo: na saliva dessa espécie existe um potente analgésico que, por não ser tóxico, deverá ser transformado em remédio


O cliente se aproxima do balcão da farmácia e, quem sabe mal disfarçando o desespero, pede um comprimido à base de veneno de cascavel. Nada mais apropriado para sua necessidade: matar a dor que o atormenta. Por enquanto, a cena é pura ficção, mas logo será realidade. Há dois anos, no Instituto Butantan, em São Paulo, a farmacêutica Renata Giorgi trabalha duro para que isso seja possível. Ela descobriu um poderoso analgésico no veneno da cascavel, talvez muito mais forte do que a morfina. "Serão necessários dois a três anos para isolar essa substância", conta a pesquisadora, que realiza o estudo orientada pela biomédica Yara Cury, no Butantan, e com a colaboração da bióloga Maria Martha Bernardi, da Universidade de São Paulo. "Depois disso, a indústria farmacêutica deve consumir outros cinco anos em testes de praxe, para analisar a tolerância das pessoas ao medicamento, entre outras coisas", diz ela, sem esconder o entusiasmo quando começa a descrever o passo a passo de sua investigação. Em 1990, ela começou o estágio no Butantan, pesquisando os mecanismos da inflamação. Não era exatamente o que desejava fazer, admite: "Um ano antes, havia assistido a uma palestra sobre o processo da dor e, a partir daí, me interessei pelo assunto". Não foi à toa, portanto, que chamou a atenção da moça irrequieta o fato de pessoas picadas pela cascavel não sentirem dor no local e, sim, um leve formigamento. "Geralmente, as picadas de serpentes doem muito", explica. Intrigada, a farmacêutica só sossegou quando obteve licença para procurar a resposta. Na biblioteca não havia nada, pelo menos no que se publicou nos últimos trinta anos, tudo lido com muito cuidado. O velho álbum de recortes organizado por um antigo diretor do Butantan, providencialmente recolhido por um colega, reabriu o caminho para a pesquisa. Graças a essa coleção, Renata ficou sabendo que, no começo deste século, cientistas europeus usaram o veneno da naja para aliviar dores diversas - na mesma época em que Vital Brazil, fundador do Instituto Butantan, estudava o veneno de cascavel para tratar a dor de pacientes cancerosos. "Encontrei uma bula sobre a aplicação analgésica desse veneno, feita provavelmente entre 1935 e 1940", conta a pesquisadora. A primeira experiência de Renata, para testar o veneno, foi injetar ácido acético, o popular vinagre, em camundongos. As aplicações no peritônio, a membrana que reveste internamente o abdome, provoca contorções, indicando a reação de dor nos animais. Em metade dos ratos, porém, Renata havia injetado, vinte minutos antes, uma dose de 0,5 micrograma de veneno de cascavel. "Nesse grupo, o número de contorções reduziu-se em 70%", ela conta. "Se isso aconteceu, era por que o veneno tinha efeito analgésico." Renata sabia que esse modelo de experiência era ideal para estudar as dores inflamatórias, que envolvem substâncias irritantes. Existem dores, porém, que são disparadas diretamente pelo sistema nervoso central, como a de uma pessoa que encosta a mão em um ferro quente. Por isso, numa segunda etapa, os camundongos foram testados em placas aquecidas, num aparelho improvisado - uma fôrma em banho-maria, na qual eram colocados os animais. Pacientemente, a pesquisadora cronometrava quanto tempo os animais levavam até lamber as patas, sintoma de que buscavam alívio para a sensação de queimadura. Mais uma vez, as injeções de veneno se mostraram eficazes na redução da dor, ao se observar a longa espera até surgirem as primeiras lambidas. "Tudo bem, nessa altura eu tinha certeza de que ali existia algum analgésico. Mas, e se ele fizesse parte do grupo de moléculas tóxicas que compõem o veneno? Essa era a dúvida", recorda a pesquisadora. Para resolver a questão, Renata neutralizou a substância com soro anti-veneno antes de injetar nos camundongos. Nessas condições, repetiu as duas experiências. Foi, então, a sua vez de sentir alívio: "Os resultados continuaram os mesmos. A substância analgésica não era tóxica." Outra descoberta foi feita em seguida: ao dar veneno para os animais pela boca, como se fosse um xarope, as substâncias tóxicas eram degradadas, mas o efeito analgésico permanecia. "Não importava a quantidade, os animais continuavam vivos, porque as moléculas venenosas eram arrasadas no aparelho digestivo." Nas ocasiões mais inesperadas, a cabeça da pesquisadora volta a sintonizar no trabalho: "Posso me tornar chata, porque não paro de falar das minhas experiências, em qualquer canto, com qualquer pessoa", diz ela. "Mas nesse caso foi ótimo. Numa festa, comecei a conversar com um médico, um ilustre desconhecido, e ele acabou me dando uma grande idéia: tratar o veneno com substâncias ácidas, para retirar as moléculas tóxicas." Tem lógica. Tudo o que cai no estômago é atacado por verdadeira chuva ácida, dos suco digestivos. Recentemente, pesquisa do novo analgésico foi enviada para publicação na revista inglesa Toxicon, famosa entre os especialistas em mecanismos de ação dos venenos. "Agora, quero saber qual a natureza química desse analgésico", revela a farmacêutica Para descobrir isso, ela vem usando filtros com poros minúsculos. No primeiro deles, passaram moléculas com menos de 10 quilodaltons (unidade de peso molecular), deixando para trás uma solução com moléculas mais pesadas. O peso molecular é uma espécie de impressão digital de uma substância: uma vez determinado, é mais fácil identificá-la As duas soluções - a filtrada e a que não passou pelo filtro - foram experimentadas nos camundongos e, desse modo, descobriu-se que a molécula de analgésico pertence ao grupo de menor peso. Chegou o momento de cercar essa substância, fazendo o veneno passar por filtros capazes de reter moléculas cada vez menores. "O trabalho é minucioso, daí a lentidão", explica a pesquisadora, mostrando pilhas de anotações na mesa, sob as fotos de Itapetininga, cidade paulista onde nasceu. Renata não duvida da aceitação do medicamento, apesar de parecer estranha a idéia de tomar veneno para eliminar a dor. "Existe esse preconceito, mas ele deverá ser superado, quando as pessoas se derem conta da ausência de perigo e da eficiência do remédio. Eu mesma penso em beber um copo desse santo veneno, se sentir muita dor no parto", brinca ela, agora que sua gravidez chegou ao quarto mês.

Rãs anestésicas

Não é só o veneno de cobras que pode dar origem a analgésicos. Sapos, rãs e pererecas também produzem substâncias malignas que mostram outra face quando analisadas em laboratórios. No National Institute of Health de Bethesda, nos Estados Unidos, pesquisas realizadas pela equipe do professor John Daly revelaram que a secreção liberada pela pequena rã Epipedobates tricolor, natural da Colômbia, Peru e Equador, embora altamente tóxica, é rica em uma substância denominada epibatidina, um analgésico duzentas vezes mais forte do que a morfina. "Quando o anfíbio é abocanhado, sua pele libera substâncias tóxicas para irritar a mucosa do predador e conseguir se libertar", conta o biólogo paulista Werner Bockermann, que há 42 anos se dedica a estudar esses animais. Até aí, nenhuma novidade. Mas que essa secreção pudesse gerar potentes analgésicos, disso poucos sabiam. Atualmente, no Brasil, uma equipe da Universidade de Brasília (UnB), chefiada por Antonio Cebben, também estuda a nova face desses venenos. Pesquisando o sapinho-amarelo (Brachycephelus ephippiam), da Mata Atlântica, os cientistas brasileiros descobriram que sua secreção traz uma neurotoxina de ação analgésica que funciona como anestésico local.

Há dores... e dores

Testes com camundongos mostram a eficiência do veneno em avaliar dois tipos de sensações dolorosas1ª. experiência: efeito em dores, como as das inflamações em geral, que são causadas por substâncias irritantes 1- os camundongos recebem injeções de ácido acético na barriga 2- Metade deles toma uma dose mínima de veneno 3- A metade que não recebeu veneno tem 70% mais contrações de dor 2ª experiêncta: efeito em dores, como as do câncer, provocadas por estímulos do sistema nervoso1 Os animais ficam sobre uma chapa, aquecida a 50 graus Celsius2. A metade que recebe veneno demora quase o dobro do tempo para reagir ao calor3. Os outros começam a lamber as patas, sentindo a queimadura.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O paciente na barriga da mãe - Medicina

O PACIENTE NA BARRIGA DA MÃE - Medicina



Só muito recentemente os médicos começaram a realizar essa proeza: tratar fetos ainda no útero materno. E assim conseguem corrigir problemas antes do nascimento.


Foi-se o tempo em que, agarrada pelos pés, de ponta-cabeça, a criança travava o seu primeiro contato com um médico ao nascer no caso, o obstetra, responsável pelo parto. Hoje em dia. muito antes disso ela já se torna uma paciente, graças à Medicina Fetal, uma das áreas das ciências biológicas que mais recentemente se abriram para a atividade clínica. "Essa especialidade só se tornou viável porque, nas últimas décadas, surgiram vários recursos, como a ultrassonografia e a fibra ótica, que permitem visualizar com nitidez o interior do útero", explica o professor francês Fernand Daffos, do Instituto de Puericultura de Paris, considerado uma das maiores autoridades nesse novo campo da saúde. "Ao enxergar o feto, a gente consegue fiscalizar o seu desenvolvimento. Não só diagnosticamos eventuais doenças, como até podemos tratá-las antes do parto." Não deixar para depois, na maioria das vezes, é uma questão de vida ou morte. A partir do segundo mês de gestação, ocorre um rito de passagem na barriga da mãe: o que era considerado um embrião se transforma em feto, porque todo o organismo já está basicamente formado, restando apenas se desenvolver. Ocorre que, se na fase embrionária algum órgão não foi moldado da maneira certa - uma má formação causada, por exemplo, pela ordem errada dos genes - o seu amadurecimento nunca se completará. Ou então ele prejudicará órgãos vizinhos Assim, uma obstrução na uretra do feto, o canal por onde sai a urina, provoca pressão tão grande nos rins, que eles terminam danificados. A criança nasceria com insuficiência renal grave, que só teria uma chance de cura: o transplante. Agora os especialistas em Medicina Fetal resolvem o problema desobstruindo a passagem da urina com a ajuda de um catéter. O grande campo de trabalho desses médicos, no entanto, são os exames de diagnóstico, com os quais eles flagram cerca de mil doenças hereditárias e um sem-número de malformações. "Quando não existe maneira de iniciar o tratamento no feto, então nos preocupamos em propiciar as melhores condições possíveis para o seu nascimento", explica Daffos. "Se sabemos de antemão que o recém-nascido deverá ser operado, podemos programar uma equipe de cirurgiões para ficar a postos na sala de parto." Nesse instante, os especialistas em fetos costumam trabalhar lado a lado com os Neonatologistas, pediatras cujos pacientes se situam na faixa etária entre 0 e 28 dias. A Medicina Fetal começou a engatinhar nos anos 60. Só na década seguinte surgiu a fetoscopia, o primeiro exame que permitiu visualizar o interior da cavidade amniótica - a bolsa repleta de liquido que abriga o feto -, com a introdução de uma microfonte luminosa pelo colo uterino. A príncipio, esse método não foi o que se pode chamar um sucesso: os riscos de aborto chegavam a 10%. Além de poder transmitir infecções, a agulha com a fonte luminosa, usada no exame, ameaçava machucar o feto, caso ele se mexesse. Ainda por cima, o útero da mulher grávida é um órgão complicadíssimo: muitas vezes, ao ser tocado, reage, contraindo-se em espasmos. Por isso, teoricamente, todo exame invasivo no útero da grávida pode levar ao parto prematuro. Atualmente, com o auxílio de aparelhos monitores, os riscos de aborto desses exames caíram para 0,5 a 2% O professor Fernand Daffos é o responsável por um verdadeiro pulo do gato na área dos diagnósticos em fetos: há nove anos, ele desenvolveu a cordocentese, uma técnica que permite alcançar o cordão umbilical com uma agulha, guiada pela imagem precisa da ultrassonografia. Com ela colhem-se poucas gotas do sangue fetal, 2 a 3 mililitros, suficientes para descobrir eventuais infecções. "Até então, a grávida que pegasse rubéola ou toxoplasmose só tinha duas opções: abortar ou levar a gestação, até o final, angustiada por não saber se a criança fôra ou não comprometida pela doença". exemplifica o médico Eduardo lsfer, diretor do Centro de Diagnóstico Fetus, em São Paulo. "O exame, nesses casos, não deixa dúvidas. O curioso é que em 90% dos casos as mães não contaminam os filhos. Portanto, a cordocentese também acaba evitando muitos abortos programados de crianças absolutamente normais." Se a cordocentese possibilita tirar sangue do feto, parece lógico que a recíproca seja verdadeira. Ou seja, a técnica pode ser aplicada em tratamentos como o de fetos que possuem poucas plaquetas, células sangüíneas envolvidas no processo de coagulação. Para eles, as contrações do útero em trabalho de parto são ameaças de hemorragias fatais. Dai, o cordão umbilical passa a servir de portão de entrada para a agulha fina injetar plaquetas obtidas de um banco de doadores.

Outra aplicação da cordocentese é nas transfusões, que às vezes são o único remédio nos chamados casos de isomunização - a popular incompatibilidade de fatores Rh entre o sangue da mãe e o do filho. O sistema imunológico da mulher com fator Rh negativo fabrica anticorpos para atacar o sangue do feto com fator Rh positivo. Se nada for feito, a criança poderá morrer de anemia, ainda no ventre. Atualmente, porém, estima-se que 97% dos casos são resolvidos com transfusões pelo cordão umbilical. Desse modo, durante sua temporada uterina, o feto é mantido com sangue Rh negativo, amansando o sistema imunológico materno; mas, depois do nascimento, os médicos fazem outra transfusão para restituir ao bebê o sangue Rh positivo que seu organismo deverá produzir dali para a frente, uma vez que está geneticamente programado para isso. Antes do aparecimento da cordoncentese, há exatos 22 anos, o obstetra paulista Luiz Antonio Baulão já tentava realizar a primeira transfusão intra-útero. Tímido, falando sempre em voz baixa, esse professor da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, interior do Estado, trilhou o difícil caminho dos autodidatas. Hoje, ele coordena o centro da Medicina Fetal da universidade. Em 1972, Bailão e sua equipe ousaram realizar a primeira tentativa brasileira de operação a céu aberto -"a céu aberto" é como os médicos classificam as cirurgias em que o feto é retirado do útero. "Não deu certo, por falta de tecnologia adequada", conta. "Ao drenarmos o liquido amniótico, o volume do útero diminuiu e, depois, não voltou ao normal. Além disso, a manipulação desencadeou o trabalho de parto precoce." Atualmente, esse efeito indesejável é controlado com potentes relaxantes musculares, que roubam do útero a força para expulsar o feto. Passadas duas décadas, as cirurgias a céu aberto deixaram de ser quase impossíveis, embora continuem raras. "A incidência dos casos que podem ser corrigidos com essas operações é pequena e, por isso, elas terminam sendo pouco divulgadas", explica Bailão. Há três anos, médicos da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, realizaram pela primeira vez com sucesso a correção de um problema que atinge um em cada 5 mil recém-nascidos - uma hérnia no diafragma, o músculo que serve de fronteira entre o tórax e o abdome. O defeito pode ser descrito como um furo pelo qual os órgãos abdominais acabam passando; assim, invadem a caixa torácica e ocupam o espaço reservado para os pulmões crescerem. Os cirurgiões americanos conseguiram colocar cada órgão em seu devido lugar e, depois, fecharam o rombo no diafragma de um feto, que tinha apenas 24 semanas. O paciente, Blake Schultz, nasceu sete semanas mais tarde, perfeito e saudável, sem nenhuma cicatriz. Essa é uma característica das cirurgias pré-natais: a reposição de tecidos no feto é extremamente veloz e, por isso, apaga as marcas do bisturi. Apesar do êxito dessa e de outras experiências, as cirurgias a céu aberto ainda provocam polêmica. "Os médicos ainda não dominam esse tipo de operação, que pode comprometer outras gravidezes. O útero costuma ficar danificado", adverte o professor Yves Dumez, do Hospital Cochin, em Paris, um dos maiores especialistas do mundo em Medicina Fetal. Na sua opinião, a operação a céu aberto só deve ser cogitada quando o feto não tem, de fato, nenhuma outra chance de sobrevivência. Por enquanto, franceses e americanos são os únicos que realizaram essa proeza cirúrgica. "Nos Estados Unidos o aborto só pode ser feito, legalmente, nas primeiras semanas da gestação", observa Dumez, em seu consultório, onde se pode ver uma dúzia de cachimbos amontoados numa prateleira, entre dezenas de saquinhos de fumo. "Talvez, quando a grávida americana descobre que o filho apresenta problemas sérios, ela não tenha outra saída a não ser a cirurgia. Mas na França, o aborto é permitido em qualquer período da gravidez e daí, freqüentemente, as mulheres francesas preferirem tentar uma nova gestação, em vez de se arriscar numa operação delicada." Por sua vez, as manipulações que usam e abusam de agulhas e catéteres para interferir no futuro bebê sem abrir o útero já são realizadas em diversos países, incluindo o Brasil. Chamadas de cirurgias a céu fechado, elas por enquanto têm três aplicações específicas. Uma delas, com sucesso garantido, é justamente a desobstrução da uretra. A segunda é nos casos de cistos pulmonares: "São pequenas bolsas de água que atrapalham o crescimento dos pulmões", descreve Bailão, da USP. "Por isso, a cada vinte dias, nós drenamos esse liquido, que sempre volta a se formar. Na trigésima sexta semana de gestação, quando os pulmões já estão maduros, fazemos uma cesariana. O recém-nascido, então, é operado para a retirada do cisto." A última aplicação das cirurgias a céu fechado causa muita discussão - a correção da hidrocefalia, popularmente chamada água na cabeça. O líquido pressiona o cérebro do feto, provocando lesões irreversíveis. O único brasileiro que arriscou a drenagem do líquido foi o professor Antonio Fernandes Moron, da Escola Paulista de Medicina: "Dos cinco casos que operei, apenas um foi mal sucedido", comemora. "Atualmente, as quatro crianças estão sendo seguidas por uma equipe multiprofissional e estão apresentando crescimento e desenvolvimento adequado." Recentemente, Moron e sua equipe conseguiram estabelecer o padrão para a chamada alfafetoproteína. Há oito anos, cientistas ingleses descobriram que a dosagem no sangue da mãe dessa substância produzida pelo feto estava relacionada com eventuais distúrbios: "Níveis baixos indicam doenças hereditárias", exemplifica Moron. A questão é que esses níveis variam conforme a população e, por isso, o professor paulista levou os últimos três anos investigando a dosagem média de alfafetoproteína nas grávidas brasileiras. "O exame tem uma margem de erro grande, em torno de 18%", esclarece Moron. Mesmo assim, ele o considera válido: " é uma uma pista". Isso porque, embora sejam precisos, os exames invasivos, que podem levar a um aborto, só são indicados nos casos de gravidez de risco - quando existem episódios de doenças genéticas na família ou quando a mãe tem mais de 35 anos. "Mas oito em cada dez crianças com síndrome de Down são filhas de mulheres abaixo dessa faixa etária nos países desenvolvidos", explica Moron. "Lá, a realização de diagnóstico pré-natal das anomalias fetais é realizado rotineiramente em mulheres de risco elevado. As mais jovens, apesar de correrem riscos menores, podem conceber filhos com a síndrome no caso de não serem adequadamente rastreadas através de exames como a alfafetoproteína. "

Outro exame que pode, e deve, ser realizado em grávidas de qualquer idade é a ultrassonografia. Nele, as ondas de ultrassom atravessam a barriga da mãe até o feto: uma vez recaptadas, um computador faz a leitura, criando a imagem do futuro bebê numa tela. Para os leigos, parecem borrões; para os especialistas, diz quase tudo. Mas, nas grandes cidades brasileiras, apenas quatro em cada dez grávidas passam pela ultrassonografia.

Todo tipo de pressões

Obstruções em qualquer órgão costumam provocar uma terrível pressão interna, que prejudica o desenvolvimento fetal. Quando isso acontece, os médicos tentam resolver o problema com a ajuda de agulhas, nas chamadas cirurgias a céu fechado. A desobstrução da ureta, no caso, é a aplicada mais bem sucedidaQuando o urina do feto não passa pela ureta, o desenvolvimento do rim pressionado estaciona. Uma agulha oca pode deixar uma válvula na bexiga, para a urina voltar a escoar no líquido amniótico. Depois do nascimento da criança, é feita uma cirurgia corretiva definitiva.

De olho vivo na herança do filho

Os quatro exames mais comuns, capazes de acusar as doenças hereditárias, além de outros distúrbios

Alfafetoproteína: o simples exame de sangue da mãe serve para dosar uma proteína produzida pelo feto, a altafetoproteína, cuja falta ou excesso pode indicar eventuais mal formações e doenças genéticas.
Período para ser feito: a partir do quarto mês de gravidez.
Vantagem: não oferece nenhum risco.
Desvantagem: o teste não funciona como diagnóstico decisivo, já que a margem de erro é de 18%.
Amniocentese: uma agulha fina atravessa o abdome da mãe e aspira cerca de 20 mililitros do liquido amniótico. Sua análise pode acusar defeitos nos genes do feto e, ainda, mal formações no tubo digestivo e no sistema nervoso.
Período para ser feita: entre três e quatro meses e meio de gestação.
Vantagem: há apenas 0.5% de risco de aborto. Desvantagem: o resultado demora três semanas.
Biópsia da placenta: um catéter pela vagina ou uma agulha através do abdome da mãe colhe uma amostra da placenta para identificar anomalias nos genes
Período para ser feito: entre dois e três meses de gestação.
Vantagem: o resultado, rápido, sai em uma semana. Desvantagens: oferece 2% de risco de aborto, o hematoma no local de onde se retira a amostra, pode sangrar, trazendo complicações.
Cordocentese: uma agulha coleta o sangue do próprio feto, diretamente do cordão umbilical. Além de detectar doenças genéticas, é o exame ideal para diagnosticar eventuais infecções.
Período para ser feito: a partir da décima oitava semana até o final da gestação. Vantagem: é o mais preciso dos testes.
Desvantagem: o resultado demora cerca de três semanas.

Os primeiros socorros

Um bebê prematuro, de sete meses, com apenas 2 quilos, não tem nada a ver com um companheiro de berçário que eventualmente apresente o mesmo peso, mas tenha nascido após os nove meses de praxe de uma gestação. Este, apesar de magro para os padrões normais, está pronto para enfrentar a vida. Porque, só na reta final da gravidez, durante os últimos sessenta dias, certos órgãos se desenvolvem a ponto de funcionar direito por conta própria. Disso, os médicos sabem desde a década de 40. Nessa época, eles começaram tratar os bebês prematuros com drogas antibióticas para compensar o sistema imunológico ainda capenga e com a chamada alimentação parental, pelos vasos sangüíneos, fazendo as vezes do cordão umbilical materno - esses dois recursos clínicos eram, então, grandes novidades. Surgia assim a Neonatologia, o ramo da Pediatria dedicado àqueles que acabaram de desembarcar no mundo, especialmente aos que chegaram antes da hora. "Nosso desafio é reproduzir o ambiente do útero, para o organismo completar seu amadurecimento", conta Marcelo Silber, neonatalogista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Antigamente, por exemplo, as incubadoras apenas mantinham a mesma temperatura do corpo materno, além de níveis constantes de oxigenação e de umidade do ar; hoje, elas são capazes de monitorizar a mínima alteração no organismo do bebê. Embora os berçários sejam o principal cenário de atuação dos neonatologistas, seu trabalho começa na sala de parto. Ali, eles aplicam uma bateria de testes, para avaliar os reflexos, o ritmo cardíaco e a freqüência respiratória dos recém-nascidos. Conforme o diagnóstico, o bebê segue para um berçário convencional ou para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). "Hoje em dia, a tendência é a mulher ter filhos numa idade mais avançada, talvez porque ela queira, primeiro, se realizar profissionalmente". nota o médico. Quanto mais velha é a mãe, maior a chance de o bebê nascer com complicações. Ou do parto se antecipar." Os prematuros, aliás, representam a maioria dos casos atendidos pelos neonatologistas, que recentemente incorporaram muitos dos exames usados em pacientes adultos, como o de tomografia computadorizada e o de ressonância magnética, para observar cada passo do desenvolvimento desses bebês apressados. "Há vinte anos, quase todos os prematuros com menos de 1,8 quilo morriam. Hoje, 60% dessas crianças deixam o berçário sem nenhuma seqüela", comemora Silber.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Implacavel Dinâmica dos Carros - Física


A IMPLACÁVEL DINÂMICA DOS CARROS - Física



Os brasileiros são barbeiros? Antes de acusá-los, veja como a alta velocidade transformou os lentos veículos do inicio do século em máquinas mortíferas, que fogem ao controle mais facilmente do que se pensa



Em uma nublada manhã de dezembro de 1918, enquanto dezenas de tanques americanos esmagavam a infantaria alemã, no norte da França, o então major George Patton, disse a um ajudante: - As guerras nunca mais serão as mesmas; nenhum humano é páreo para um carro de combate! O que ele não sabia é que sua previsão extrapolaria os limites bélicos. Terminada a Primeira Guerra Mundial, os Fords e outros primos aparentemente pacíficos dos tanques começariam uma batalha silenciosa, que vinte anos depois já estava matando 40000 pessoas por ano, apenas nos Estados Unidos. O próprio George Patton se tornaria vítima dela. Poucos dias após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o mais audacioso general americano havia escapado das balas e morteiros, mas não suportou a violência de um choque de seu jipe contra a traseira de um caminhão. Americano, diga-se de passagem. Ninguém era realmente páreo para os automóveis e seus pilotos. E nem precisavam de canhões ou metralhadoras: os chamados veículos automotores transformavam-se em armas letais por simples imposição das leis dá Física. Por serem relativamente pesados e velozes, carros, motos, ônibus e caminhões fogem ao controle do motorista com muito mais facilidade do que se imagina. Tal fato se deve à lei da inércia, enunciada há 300 anos pelo inglês Isaac Newton: quanto maior é a massa, mais força se emprega para movê-la ou para fazê-la parar. Para mover um carro, existem os motores. E como fazê-lo parar? Do ponto de vista da Física, bastaria bater em um poste, ônibus ou outro obstáculo qualquer. Mas essa alternativa é exatamente o que não se quer. Nesse caso, ocorre uma desaceleração repentina, em milésimos de segundo. Obedecendo à lei da inércia, os passageiros são arremessados violentamente contra as paredes do veículo, como ocorreu com o general Patton. Para reduzir a velocidade de um carro sem prejudicar seus ocupantes, é preciso usar uma força controlada, que não cause uma parada brusca. A solução física para essa charada é o atrito. Ele age por meio dos freios, que aplicam forças gradativas nas rodas, diminuindo sua rotação. Também age nos pneus, que usam o chão como ponto de apoio. Aliás, o atrito dos pneus com o solo - a chamada aderência - também deve existir para que o carro comece a se movimentar. Quem já viu uma largada de Fórmula 1 na chuva, deve ter percebido o quanto as rodas giram em falso, derrapando sobre a água. Isso ocorre por falta de aderência. O desafio do motorista no dia-a-dia é ter aderência suficiente para combater a inércia que puxa o automóvel para a frente, numa freada, ou para fora da pista, em uma curva. Isso já foi mais fácil. O primeiro automóvel comercial, por exemplo, construído pelo alemão Karl Benz, em 1886, não ultrapassava 16 quilômetros por hora (km/ h), o que tornava a inércia um inimigo fácil de vencer. Mas, com o tempo, o automóvel deu saltos em quantidade e qualidade. Nas primeiras duas décadas do século, o aperfeiçoamento do motor a explosão permitiu multiplicar sua velocidade por três, passando à casa dos
50 km/h. Na época da Segunda Guerra Mundial, os carros já ultrapassavam os 100 km/h e a corrida desenfreada prosseguiu até a década de 70, quando se refreou um pouco. É evidente que tal ousadia teria um preço - e ele é bem maior do que parece.
Um exemplo ajuda a entender o motivo, diz Ricardo Bock, um jovem engenheiro mecânico e especialista em automóveis que ensina os segredos de como projetá-los na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), em São Bernardo do Campo, São Paulo. Imaginem-se os ônibus urbanos. Eles são projetados para trafegar a pouco mais de 50 km/h e o espaço necessário para que eles consigam parar totalmente é pouco mais de 30 metros, em condições ideais. Quando chegam a 100 km/h, no entanto, a distância entre o começo e o fim da freada ultrapassa os 100 metros. A proporção parece estranha, pois se a velocidade dobrou, seria normal supor que a freada demandasse o dobro do espaço - 60 m. E não mais de 100 m, como demonstram os testes. A explicação é que o trabalho dos freios não depende apenas da velocidade, mas da energia cinética do veículo, uma grandeza física cujo valor sobe assustadoramente conforme se pisa no acelerador. Não é importante lembrar a fórmula para se calcular a energia cinética (a mesma que se aprende nas aulas de Física do colegial). Basta saber que, quando a velocidade dobra, a energia cresce quatro vezes. Por isso se um ônibus acelera de 50 para 100 Km/h sua energia cinética passa de 900 000 joules para 3,6 milhões de joules. Em conseqüência, o espaço necessário para frear também cresce mais que a velocidade. "Nessa velocidade, o ônibus é capaz de arrasar tudo que encontrar pela frente", dramatiza Bock. Tal e qual os tanques de guerra do general Patton. "Ônibus e carros em alta velocidade são absurdos que encontramos no dia-a-dia", diz o engenheiro. Sua indignação é típica de quem já viu a morte de perto, na guerra entre máquina e homens. Ex-piloto de carro de corrida da categoria hot cars, ele participou de um acidente múltiplo na pista encharcada de Interlagos, em 1987. Milagrosamente sem nenhum arranhão, Bock não ficou livre de cicatrizes de outra ordem. Um de seus melhores amigos acabou morrendo no desastre, fato que mudaria sua vida. "Depois disso, parei de correr e passei a me interessar cada vez mais pela segurança." Acidentes em pista molhada revelam as armadilhas da derrapagem. A força de aderência que neutraliza a inércia e segura o carro na pista depende da capacidade dos pneus de "grudarem" no asfalto, o chamado coeficiente de atrito. Quanto maior o coeficiente de atrito, menor a possibilidade de escorregamento. No asfalto seco das ruas brasileiras, ele vale cerca de 0,8 para pneus em bom estado. Mas para pneus carecas rodando na chuva o valor diminui drasticamente, às vezes para 0,2. Para contrabalançar, é preciso reduzir a inércia, baixando a velocidade.
Embora a alta velocidade seja a maior fonte de preocupação, não é só tirando o pé do acelerador que se evitam acidentes. "Quando se aumenta a potência dos carros, é obrigatório aperfeiçoar os dispositivos de segurança", diz o engenheiro Gilberto Lehfeld, consultor do Instituto Nacional de Segurança no Trânsito. Os freios, por exemplo, até a Segunda Guerra funcionavam à base de precários sistemas hidráulicos, repletos de elementos mecânicos. O motorista que não fosse capaz de um valente pisão não parava o automóvel num espaço seguro. Esse problema começou a ser resolvido na década de 50, com o acréscimo de um pistão movido a vácuo que multiplicava a força aplicada pelo pé sobre o pedal. Ainda havia o problema do superaquecimento, que reduzia repentinamente o poder de fricção dos freios hidráulicos. Isso seria resolvido com o aparecimento dos freios a disco, criados originalmente para os aviões. Conservados até hoje no eixo dianteiro dos automóveis, eles agem por pressão de uma pastilha sobre um disco de metal solidário às rodas. Não esquentam em demasia porque deixam passar o ar frontal do veículo pelos discos. Isso reduziu sensivelmente as falhas súbitas e também o espaço necessário para frear. Hoje, um carro médio, a 50 km/h, consegue parar em cerca de 20 metros, contra muitas dezenas de metros, anteriormente. Mas ainda restava atacar um inimigo há anos entrincheirado no território da física automobilística: a perda de controle nas freadas bruscas, sobretudo em pista molhada. "Em situações de emergência, o motorista comum costuma pisar fortemente nos freios, travando as rodas", explica Lehfeld. O resultado geralmente é uma daquelas derrapagens espetaculares, não raro terminando em tragédia. A vitória nesse caso exigiu intervenção da eletrônica: na Europa e nos Estados Unidos, boa parte dos carros já saem de fábrica armados com o Antiblock Braking System (ABS). Trata-se de um sistema de sensores que verifica, a cada fração de segundo, se há travamento de alguma das rodas. Se isso ocorre, o sistema libera automaticamente a roda e em seguida recomeça a freá-la na medida certa. Para entender a vantagem do ABS, basta verificar como são feitos seus testes, nos quais se freia um veículo em alta velocidade com as rodas de um lado sobre asfalto seco e as do outro sobre poças de óleo. Supondo que as rodas da direita estivessem sobre o asfalto seco, a reação normal do veiculo seria girar feito um pião para esse lado. Isso acontece porque desse lado o carro freia gradativamente, já que os pneus têm aderência suficiente para usar o chão como apoio durante a frenagem. Já os pneus da esquerda travam de uma vez e passam a deslizar velozmente sobre o óleo, impondo uma desastrada rotação para a direita. Com os freios ABS, esse descontrole não ocorre porque nenhuma roda trava e o carro pára reto, dócil como um cavalo treinado. O alvo seguinte dos técnicos foram os pneus, que até os anos 60 tornavam-se frágeis nas curvas. Confrontados ao puxão da inércia para fora da pista, eles se dobravam, diminuindo repentinamente sua área de contato com o solo. O resultado eram derrapagens cinematográficas. A solução só veio com os pneus radiais. Com uma malha de aço entre as camadas de borracha, apresentam estrutura lateral reforçada, muito mais difícil de dobrar. Parceira dos pneus, a suspensão também recebeu reforços para o ataque ao problema das derrapagens. Ao contrário do que muitos pensam, os amortecedores não servem apenas ao conforto dos ocupantes. Do ponto de vista da Física, eles neutralizam as forças rebeldes que desestabilizam o carro, tirando-o do prumo. Em outras palavras, garantem a existência da força normal - nome que os físicos dão à reação do solo ao peso do veículo. É essa força normal que possibilita aos pneus exercerem seu coeficiente de atrito. Aliás, isso acontece com qualquer objeto. Qualquer um sabe que é mais fácil empurrar uma poltrona vazia do que outra com uma pessoa sentada. A razão é que a força normal nos pés da cadeira ocupada é muito maior, possibilitando ao coeficiente de atrito agir plenamente. O mesmo ocorre no automóvel. Quando passa em um buraco, por exemplo, as molas da suspensão reagem ao impacto jogando o carro para cima. Se não existissem amortecedores para disciplinar essa reação, as rodas tenderiam a decolar, como se por um instante o carro perdesse peso. Isso reduziria a força normal e, conseqüentemente, a aderência à pista, aumentando as chances de derrapar. Essas reformas adequaram a máquina-carro ao novo mundo da alta velocidade. Era preciso ainda integrar uma peça chave do sistema - o próprio homem. Sua percepção tinha que ser cada vez mais auxiliada, para que pudesse reagir em tempo hábil. Em 1927 as primeiras luzes de freio começavam a ser instaladas nos carros que saíam de fábrica nos Estados Unidos, como forma de avisar o motorista de trás que o veiculo da frente estava em franca desaceleração. Esse opcional se tornaria obrigatório nos anos seguintes e sua importância cresceria proporcionalmente com a velocidade. Nos últimos anos a eficiência desses dispositivos defensores da retaguarda automotiva foi reiterada, com a invenção da lanterna de freio elevada - conhecida no Brasil pelo nome de brake light. Testes realizados nos Estados Unidos com mais de 7 000 carros mostraram que houve diminuição de 53% nas colisões traseiras entre os que passaram a usar essa terceira luz, instalada no vidro traseiro. Isso ocorre porque reduz o tempo que o motorista de trás leva para perceber o risco, conferindo a ele mais espaço para frear ou desviar. "Uma pessoa sóbria e atenta leva 2 décimos de segundo para reagir a um bom estímulo visual. Mas em condições opostas, esse tempo aumenta quase nove vezes", explica Gilberto Lehfeld. Isso pode acontecer, por exemplo, à noite, se as luzes de freio do veículo estiverem queimadas. É o brake light às avessas, uma armadilha muito comum nas ruas brasileiras. A 80 km/h, um único segundo a mais no tempo de reação representa 20 metros percorridos pelo carro antes de parar. As chances de colisão aumentam muito. E o que é pior: o motorista de trás quase sempre é responsabilizado, pois a prova de sua inocência - as luzes de freio inoperantes do veículo à frente - são destruídas na batida. Mesmo com freios, pneus, amortecedores e sinalização em bom estado, ninguém está livre de acidentes. Ainda nos anos 60, os especialistas viram que a guerra insana promovida pela atabalhoada horda de automóveis não terminaria tão fácil. Então resolveram atacar em outra frente. A idéia era melhorar o carro, para machucar menos seus ocupantes durante os desastres. A durezadas carrocerias foi um conceito revisto. Ainda hoje, é comum ouvir comentários sobre "os bons tempos quando os carros batiam e não amassavam". Os testes, contudo, provaram que nesses "bons tempos" eram as cabeçasdos passageiros que se esmagavam, em lugar da lataria. No impacto, o automóvel indeformável desacelerava totalmente em milésimos de segundos. Motorista e passageiros eram jogados violentamente contra a direção, o painel ou pára-brisa. Essa segunda colisão era fatal. Parece difícil de acreditar, mas a 50 km/h uma pessoa sofre uma desaceleração 100 vezes superior à da gravidade. É como se um homem de 70 quilos fosse esmagado por 7 toneladas - o peso de um elefante. Para que as cabeças não tivessem que sofrer essas pancadas paquidérmicas, surgiram as carrocerias deformáveis e os cintos de segurança. Enquanto amassam, as carrocerias absorvem energia e dão mais tempo ao passageiro para desacelerar. Os cintos, por sua vez, evitam que as pessoas sejam arremessadas contra o painel e também se deformam muitos centímetros, absorvendo outra porção do impacto. Os números impressionam. Nos carros atuais, a deformação conjunta de carroceria e cinto reduz a desaceleração de 100 para cerca de 15 g. "Sem o cinto de segurança, bater a 50 km/h equivaleria a saltar de 10 metros de altura sobre um colchonete de 3 centímetros. Com o cinto, o colchonete se transforma em um supercolchão de 80 cm de espessura", compara o engenheiro Décio Luiz Assaf, gerente de desenvolvimento de produto da Autolatina. Não é à toa, portanto, que são feitas tantas campanhas em prol do uso do cinto de segurança. O assunto é levado tão a sério que, para testar sua ação conjunta com a da carroceria, as indústrias destroem anualmente dezenas de protótipos, nos quais viaja sempre a família antropométrica - uma série de bonecos dotados de sensores de desaceleração e impacto. Durante os crash tests, como são chamados esses acidentes simulados, os sensores e câmeras especiais de cinema captam tudo o que acontece dentro e fora do automóvel. Assim, é possível melhorar também a proteção oferecida por itens que geralmente passam despercebidos pelos usuários dos automóveis. Os mais notáveis são os encostos de cabeça, na prática muito mais que simples elemento de conforto. A verdadeira função de um encosto de cabeça é proteger o pescoço durante as colisões traseiras, quando a cabeça se comporta como um "joão-bobo', balançando freneticamente. Um impacto traseiro a meros 28 km/h causa movimentos de até 120 graus no pescoço dos passageiros do carro da frente. Tudo em um décimo de segundo. "Com o encosto, esse ângulo não chega a 30 graus. As probabilidades de lesão na coluna cervical se reduzem consideravelmente", explica Assaf. A batalha contra os efeitos potencialmente letais da física dos carros esta longe de se encerrar. Para dar apenas uma idéia daquilo que pode se tornar comum nos carros do futuro, vale a pena citar as air bags, já usadas em alguns modelos mais caros. São bolsas de ar que se inflam em menos de 20 milésimos de segundo após uma batida, e evitam choques dos passageiros contra o painel. Ou então, as suspensões ativas da Fórmula 1, que dão estabilidade aos carros e mantêm na pista pilotos ousados demais, como o atual campeão mundial Nigel Mansell. Mas, com certeza, o mais importante nessa guerra é o bom senso dos motoristas - se ele prevalecesse sempre, seriam desnecessários tantos equipamentos de segurança. Naturalmente, nem sempre é assim, como lembra o engenheiro Ricardo Bock. "O automóvel é simplesmente uma máquina feita para facilitar o transporte. Não deve ser um instrumento de auto-afirmação ou um meio de desabafar frustrações. Quando isso acontece, o motorista pisa fundo, sem medir os riscos."

A batalha das curvas

A força centrífuga que puxa o carro para fora é combatida pela aderência - o produto da força normal pelo coeficiente de atrito dos pneus.
Defeito na pista: o pneu decola. Sem contato com o solo, a força normal desaparece e, portanto, perde-se aderência.
Alta velocidade: o centrífuga cresce exponencialmente e supera a aderência, mesmo que a força normal e o coeficiente de atrito sejam altos.
Condições normais: força normal e coeficiente de atrito se multiplicam, resultando em uma força de aderência suficiente para anular a centrífuga.
Pista inclinada: o carro derrapa pois parte de seu peso passa a ajudar a centrífuga, deixando de lado a força normal.
Pista molhada e pneus carecas: o coeficiente de atrito cai muito, reduzindo a aderência A centrífuga ganha a parada e o carro derrapa.

Videogame da destruição

Arremessar dezenas de automóveis novos em alta velocidade contra uma parede rígida era, até o começo da década de 80, a única forma para saber se eles atendiam as normas de segurança. A invasão dos computadores - com os programas de simulação dinâmica, criados originalmente para a indústria de armas - deu um basta nesse método perdulário e vagaroso. "Entre um teste e outro, o computador permite mudar rapidamente as dimensões e os materiais de qualquer parte do carro", explica o engenheiro Wellington Ortiz Jr., diretor da Engeware, uma empresa de São Bernardo do Campo SP. Ele é o responsável pelos crash tests eletrônicos de vários veículos fabricados no país. Num deles, a cabine de um caminhão teve que sofrer doze modificações até chegar ao ponto ideal, após sete meses de trabalho .Se fossem usados apenas testes de campo. o tempo seria de seis anos. "E por isso que os japoneses conseguem colocar um carro à venda em menos de dois anos, contra a média tradicional de pelo menos cinco anos". Esse recurso não é inteiramente novo, pois se baseia na conhecida teoria dos elementos finitos - divide-se um sólido em pedaços bem menores para descobrir como as forças agem em cada pedaço; depois, a soma de cada parte dá a força sobre o sólido inteiro. Na prática, só se pôde fazer a soma depois que surgiram os supercomputadores. como explica Ortiz. "É preciso resolver milhares de equações, o que tornava essa ferramenta inviável". Por ironia, a evolução dos micros acabou dispensando os supercomputadores. Hoje, basta um microcornputador PC-486 para simular desde a resistência de uma roda até a do carro inteiro. Os testes tradicionais ainda são usados, mas seu número se reduziu à metade. Cabem às batidas simuladas a importante tarefa de verificar eventuais falhas no material, como bolhas ou microfissuras decorrentes da prensagem das peças - coisa que nem o melhor computador é capaz de prever. Pelo menos por enquanto.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Os bastidores da mordomia - Tecnologia


OS BASTIDORES DA MORDOMIA - Tecnologia



Do equilíbrio entre tecnologia e artesanato faz-se a receita de um bom hotel. Alguns deles são gigantescos, podem abrigar mais de 2 000 pessoas, e só funcionam porque seguem uma organização perfeita - seja feita a mão ou no computador.



A carne chega sempre pontualmente, às 9h45 da manhã. Antes que ela seja armazenada nas câmaras frigoríficas, passa pelo implacável julgamento do chef Matsubara, responsável pelos 3 000 quilos diários consumidos nos restaurantes do Imperial Hotel, em Tóquio. Com ares de samurai, quebrando o silêncio do açougue, o chef levanta o facão e num só golpe elimina os excessos de gordura. Vê de perto a cor, sente a textura e sacode a cabeça. A carne está mole demais, vermelha demais, não envelheceu adequadamente. Um assistente apressa-se em afastar dali aquele pedaço desprezível. Quando os filés aprovados chegam aos fogões da cozinha, o chef Murakami ensina como descobrir o ponto certo do cozimento: "Pressione-a com o dedo indicador. Se tiver a textura de sua bochecha, está malpassada; se estiver parecida com o lóbulo de sua orelha, está média; se a sensação foi a de tocar seu nariz, é porque está bem-passada". É um paradoxo japonês. O país onde quase tudo é movido a alta tecnologia tem o seu melhor hotel administrado artesanalmente, com serviços personalizados de uma pequena pousada -só que tão grande como fazem supor seus 50 andares e 1 120 apartamentos. Nem um pouco parecido com o outro lado do Pacifico, onde a filosofia da opulência encheu os chiques e enormes hotéis das grandes cidades americanas de controles informatizados, telefones que falam a língua dos hóspedes e aparelhos de TV capazes de lhes informar a quantos dólares andam suas contas. Claro que todo grande hotel que se preze, em vários cantos do mundo, já controla por computador a vida dos hóspedes, desde a chegada e a saída (check in e check out, na linguagem técnica), arquivos personalizados e gastos nos restaurantes e lojas do hotel, debitados imediatamente na conta via computador.
A invasão de chips também acontece na França, ainda que com propósitos diferentes. como economizar energia. Dentro do novíssimo complexo do parque de diversões EuroDisney, a maior concentração de hotéis por metro quadrado do país (são seis, num total de 5 597 quartos), o Hotel New York chega ao luxo de possuir controle automático da temperatura dos apartamentos. Se o quarto está vazio, o aquecimento fica desligado; quando o hóspede chega e faz o check in, o computador aciona o aquecimento imediatamente.
Esse esquema é impensável no artesanato japonês. Quem controla temperaturas, texturas e cheiros são os funcionários treinados nas melhores escolas de hotelaria do mundo e movidos pela obsessão oriental pelo trabalho. A fama de um dos melhores hotéis do planeta o Imperial sustenta há um século, desde sua inauguração. Ao longo desse tempo, hospedou gente do naipe de Winston Churchill, Marilyn Monroe, Michael Jackson, John McEnroe e a rainha Elizabeth da Inglaterra. Para que essa constelação salpicada de executivos milionários que habitam os apartamentos do Imperial sejam tratados com mimo, o trabalho dos 2 400 funcionários e os detalhes preciosistas do atendimento são organizados a mão, na base da intuição, da memória, do toque.
É um cuidado que inclui uma lavanderia onde são arquivadas as receitas de todos os pratos servidos nos restaurantes do hotel. Se algum nobre ou plebeu milionário tiver sua roupa manchada por qualquer molho, a lavanderia sabe a exata reação química para eliminá-la. Com o mesmo zelo trabalha Toshiko Takeya, uma mulher de 82 anos que enfrenta jornadas das 7 da manhã às 7 da noite, cuidando da ala VIP e da suíte Imperial como se lidasse com hóspedes do imperador Hiroito (morto há três anos). Depois que sua equipe de vinte pessoas faz a limpeza e arrumação, ela entra para engraxar sapatos, renovar a ikebana (arranjo floral japonês) e a cornucópia de frutas, e por fim espalhar pétalas de jasmim pelos cantos do apartamento "para criar uma atmosfera de relaxamento e quietude". Há quase sessenta anos executando o mesmo ritual, Toshiko sabe, pelo cheiro do perfume deixado no corredor, qual hóspede acabou de descer para o jantar. "Marilvn Monroe usava Chanel n° 5, Tom Cruise usa a água-de-colônia Jean Marie Farina", lembra. Detalhe: a diária da suíte Imperial, com 508 metros quadrados, custa 4 000 dólares.
Nos informatizados hotéis de Nova York, como o gigantesco The New York Hilton and Towers - 1 805 quartos e 237 suítes encravados no Rockefeller Center -, o caminho das arrumadoras é monitorado o tempo todo. Isso é possível porque no Hilton foi instalado um sistema telefônico gerenciado por computador dos mais modernos do mundo. Entre tantos outros requintes, o telefone tem uma tecla que a camareira aciona assim que termina de limpar o quarto, avisando a governanta quais estão arrumados ou não.
A mesma facilidade está à mão do hóspede. O tal telefone tem teclas especiais para chamar áreas especificas do hotel, como recepção ou lavanderia, sem precisar discar números. Tem também sadias para computador em todos os quartos, e ainda um elogiadíssimo serviço de recados que acabou com os bilhetinhos deixados por baixo da porta. Quando alguém liga para o apartamento e ninguém atende, pode deixar uma mensagem gravada para o hóspede, como numa secretaria eletrônica. Se o hóspede quiser. pode gravar sua própria mensagem, na língua em que desejar. "Isso evita problemas com entendimento de recados, sobretudo porque um terço de nossos hóspedes é estrangeiro", diz Lola Preiss, diretora de relações públicas do Hilton.
Outro telefone cheio de recursos é o da Inncom, instalado em hotéis chiquissimos como o Waldorf Astoria, no ainda mais chique coração de Manhattan. Dotado de um visor de cristal líquido, ele tem funções como despertador, relógio com horário mundial e lista de serviços do hotel, tudo mostrado no idioma que o hóspede escolher. O supra-sumo da mordomia está nas teclas que controlam faz, ar-condicionado, TV e as cortinas do quarto Deitadão na cama, o hóspede pode ligar as luzes, alterar a temperatura do apartamento ou abrir e fechar as cortinas apenas tocando no visor. Isso tudo funciona por sensores infravermelhos colocados ao lado de cada lâmpada, do aparelho de ar-condicionado e das cortinas, que assim recebem as ordens vindas do emissor infravermelho dentro do telefone.
Os chips franceses invadiram os hotéis não só para dar esse tipo de conforto ao hóspede, como também para permitir o uso mais racional - e econômico - de energia. A própria companhia de eletricidade do país, a Electricité de France. desenvolveu um programa chamado Hotel Inteligente que pode ser instalado em estabelecimentos de qualquer estrelato (na França, a classificação máxima de um hotel é quatro estrelas). O mais novo sistema é o Batibus, que permite pilotar e vigiar equipamentos elétricos, como ar-condicionado, água quente, alarmes de incêndio e por aí afora. Para funcionar, o Batibus precisa de três coisas uma central de comando, apenas um teclado de computador; uma linha de comunicação, a linha telefônica; e terminais inteligentes, como interruptores para luz ou cortinas elétricas equipados com um microprocessador capaz de interpretar as ordens da central e colocá-las em funcionamento.No pequeno hotel Yff, noroeste da França, o Batibus foi instalado para controlar o aquecimento da água e o arcondicionado. A temperatura dos quartos não ocupados é 8°C. Assim que o cliente chega, o gerente dá um comando que eleva a temperatura do quarto para 20°C. Quando uma janela é aberta, o Batibus diminui automaticamente a temperatura do ar-condicionado. A água quente é produzida em horários em que a energia é mais barata, e depois estocada. Com esse sistema, o dono do Yff conseguiu uma economia de energia de até 30 por cento.
Além desse controle do prédio, a informatização do New York, na EuroDisney, prevê para os próximos meses um aparelho de TV ligado ao computador central do hotel, pelo qual o hóspede poderá fazer pedidos de café da manhã. É o tipo de facilidade impensável no artesanato japonês do Imperial de Tóquio. Lá, os pedidos de café da manhã são recolhidos da porta dos apartamentos na noite anterior. São formulários com mais perguntas do que uma declaração de Imposto de Renda. Os ovos devem ser mal ou bem-passados? Açúcar, mel ou adoçante artificial? Às 6 horas da manhã, os 200 encarregados de servir o desjejum encontram alinhadas nos corredores as centenas de mesinhas móveis que serão levadas aos quartos dos hóspedes. Na hora certa, eles começam a gritar: "Pedidos de 7 às 7h15, preciso de seis ovos malpassados, dois com torradas, três com bacon e um com salsicha".Bem diferente da comunicação inforrnatizada do Plaza Hotel, em Nova York. Quando um hóspede faz um pedido à cozinha pelo telefone, a telefonista digita-o no computador. O pedido aparece nas telas dos terminais do cozinheiro e do copeiro que começam a preparar a comida e o carrinho enquanto a conversa telefônica acontece. A funcionária ao telefone tem a gentileza de chamar o hóspede pelo nome, pois o computador informa imediatamente quem está naquele quarto. Mal o hóspede desliga, bate à sua porta o garçom trazendo o pedido.
O carinho de tratar o hóspede pelo nome já é feito no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, desde a inauguração, há treze anos. Os telefones indicam o número do quarto que chamou, e no computador o funcionário que atendeu vê quem o ocupa. Em alguns meses, com a implantação de um sistema mais modemo, a identificação será imediata, assim como estará funcionando o TTS terminal de telesserviço. O TTS é um microcomputador que controlará caixinhas com microprocessadores instaladas nos quartos, ao lado dos aparelhos de TV, escondidas da vista dos hóspedes. Uma interceptação no aparelho de TV leva o sinal infravermelho do controle remoto para ser decodificado pelo microprocessador, que manda para a tela a informação escolhida. O hóspede poderá assistir TV normalmente ou, via controle remoto, verificar seu extrato e, se tiver um crédito pré-aprovado pela gerência, fazer o próprio check out e sair do hotel sem passar pela recepção. Automaticamente.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Teriam existido Cristãos antes de Cristo ? História


TERIAM EXISTIDO CRISTÃOS ANTES DE CRISTO? História



Desde a descoberta dos pergaminhos do Mar Morto, há mais de quarenta anos, essa pergunta está presente. Escritos pelos essênios, uma seita religiosa anterior a Cristo que tinha doutrina semelhante à dos cristãos, só agora as autoridades de Israel vão permitir a cientistas de todo o mundo o acesso aos documentos.


Primavera de 1947. Três meninos pastores beduínos haviam levado seus carneiros e cabras para beber no oásis de Ain Feshka, a 15 quilômetros da cidade bíblica de Jericó, na Cisjordânia, território jordaniano hoje ocupado por Israel. Enquanto os animais matam a sede, os meninos brincam pelas cavernas que sulcam a paisagem de precipícios, localizada 400 metros abaixo do nível do mar, perto da costa norte do Mar Morto. Um dia normal e corriqueiro, não fosse o estrondo estafante que os três ouvem depois de jogarem pedras em uma das grutas. Eles descem à caverna e descobrem dez grandes jarros de barro, de aparência antiga: oito vazios, um cheio de terra e, no último finalmente, encontram um maço de velhos rolos de pergaminho.
O achado, sem nenhum valor para seus pequenos proprietários, não demoraria a chegar às mãos de estudiosos estabelecidos na região. E em abril do ano seguinte circula a notícia: pela primeira impressão dos peritos, aqueles pergaminhos amarelecidos, comprados a troco de umas poucas moedas, continham escritos em hebraico e aramaico - a língua semítica usada por Cristo -, provavelmente com 2 000 anos de existência. Deviam, portanto, datar dos tempos de Jesus. No meio dos estudiosos da Bíblia cresce a expectativa, já que os estudos dos Rolos do Mar Morto, como ficaram conhecidos os documentos, poderiam proporcionar novas descobertas sobre a vida religiosa dos judeus e o nascimento do cristianismo.
Passaram-se, desde então, 45 anos e novos fragmentos de textos foram descobertos nas centenas de cavernas próximas a Ain Feshka. Entre eles, restos de 23 dos 24 livros da versão do Velho Testamento até hoje usada pelos judeus - a exceção é o Livro de Esther -, além de obras antes só conhecidas em traduções gregas, latinas ou eslavas antigas, escritos inéditos com comentários sobre profetas, salmos que não constam da Bíblia e cânticos. Foi também encontrada uma série de textos que descrevem uma seita judaica misteriosa, de imediato associada a um nome que transformou os pergaminhos num manancial inesgotável de especulações históricas e religiosas: essênios.
O nome dessa seita já esteve em circulação muito tempo atrás. Nos primeiros anos depois de Cristo, autores judeus como o historiador Flavius Josephus (38-100 d.C.), um dos primeiros a narrar a diáspora de seu povo após a destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos, em 70 d. C., ou o filósofo religioso Philo (10 a.C.- 5O d.C.), que vivia no Egito na época de Jesus, fizeram alusões a eles. O naturalista romano Plínio, o Velho (23-79 d.C.), também falou de um contato com essa comunidade em sua viagem à Judéia.De acordo com as fontes antigas, eles viviam numa comunidade monástica semelhante a uma ordem religiosa, trajavam hábitos brancos, praticavam o celibato e estudavam o poder medicinal das ervas e a astrologia. Até a descoberta dos rolos do Mar Morto, porém, não existiam documentos que atestassem sua existência, pois os essênios não são mencionados nem no Novo Testamento, nem nos textos judaicos antigos.
Contudo, como queria o acaso, as cavernas em que os pergaminhos foram encontrados ficam apenas a um pulo de Khirbet Qumran ruínas de Qumran , em árabe -, sobre cujas origens estudiosos matutavam há muito tempo. Lá não havia mais do que um monte de pedras, uma cisterna, vestígios de um aqueduto, um enorme cemitério e muitas teorias, que viam no local desde a cidade bíblica de Gomorra até uma fortaleza romana.Hoje, não é pequeno o número de especialistas que afirmam que ali ficava a pátria essênia. Mas o mistério está longe do fim. Quanto mais as peças se encaixam, mais emaranhado fica o quebra-cabeça. A começar pelo nome "essênio", que também não aparece nos rolos do Mar Morto. Alguns peritos arriscam explicar a curiosidade: seria uma alcunha usada por rivais. Provavelmente, deriva do aramaico e significa algo como curandeiro. Philo chamava os adeptos da seita de therapeutoi, ou "terapeutas" em grego. Flavius Josephus escreveu que a arte de curar era especialidade deles.
A idade dos fragmentos não é mais um problema: os estudos espectrométricos realizados pela equipe da Escola Superior Técnica Federal de Zurique indicam que os mais recentes são originários do final do primeiro século da nossa era, enquanto os mais antigos retrocedem ao segundo século antes de Cristo. O que significa que os essênios surgiram como comunidade religiosa 200 anos antes dos cristãos. Resta agora saber de onde vieram.Muitos historiadores acreditam que tudo começou em 197 a.C., quando a Judéia foi incorporada ao reino grego dos Selêucidas e passou a ser helenizada, cultural e religiosamente. Um processo que atingiu seu ápice em 167 a.C. com o imperador Antíoco IV: ele colocou uma estátua de Zeus no Templo de Jerusalém. Formou-se então o movimento de resistência comandado por Judas Macabeu, que três anos depois expulsou os gregos e restaurou o judaísmo.Teria sido durante esse período sangrento que surgiu a seita. Inicialmente integrados à luta de Macabeu, logo eles se isolariam por divergências em torno da escolha do sumo sacerdote para o templo restabelecido.Os indícios arqueológicos parecem comprovar essa descrição: as construções de Qumran, hoje em ruínas, foram edificadas em meados do século II a.C. As pedras são mudas, porém, e informam pouco sobre as convicções religiosas de seus antigos habitantes. Por isso, os pesquisadores agora apostam suas fichas nos fragmentos achados nas cavernas vizinhas. Embora não usassem a palavra "essênio", os escribas da seita cunharam autodenominações que aparecem fartamente e ajudam a entender sua crença. As mais freqüentes são Filhos da Luz, Guardiões do Testamento e Filhos de Sadoc, sumo sacerdote do tempo do rei Salomão. Dai o rompimento com os macabeus: como os essênios se consideravam descendentes de Sadoc, eles teriam exigido que o cargo fosse ocupado por um herdeiro sangüíneo da honorável figura, o que, obviamente, não ocorreu.
Os textos dos Filhos da Luz falam também daquele que seria o fundador da seita e autor de alguns dos escritos: o Mestre da Justiça, chamado por alguns de Mestre Verdadeiro ou Mestre da Retidão. Sua identidade, entretanto, é um dos segredos mais bem guardados da Antigüidade. Quem pronunciasse seu nome era punido com a morte, segundo Flavius Josephus. O mesmo valia para o nome de seu inimigo figadal, chamado Sacerdote Ateu, provavelmente um sumo sacerdote não descendente de Sadoc.Certo é que os essênios devem ter participado ativamente das mudanças que abalaram a Judéia nos anos que precederam Cristo. O principal lance na época era a presença da superpotência romana, que reduziu o país a protetorado imperial. É bem verdade que, para manter a paz, os ocupantes deram liberdade religiosa à população fanaticamente monoteísta. Mas mesmo com essa generosidade o país se encontrava conturbado por lutas entre os que toleravam Roma e os contrários a ela. Os primeiros eram os fariseus reformistas religiosos interessados numa interpretação mais flexível da lei de Moisés. Graças ao Novo Testamento, sabe-se que os seus desafetos eram os saduceus e os zelotes.Saduceu. Transportada para o hebreu a palavra soa mais ou menos como zadoki, isto é, sadoquitas. O Talmude, coletânea farisaica de leis, deriva esse nome de Sadoc. Como os essênios se auto denominavam sadoquitas, será que eles e os saduceus pertenciam ao mesmo grupo? A resposta é um enérgico talvez. No último século antes da destruição do templo, foram os saduceus que nomearam a maioria dos sumos sacerdotes. E se houve ligação entre eles, isso deve ter ocorrido no primeiro século antes da era cristã. Qumran seria, então, um seminário para sacerdotes saduceus, teoria agora fortalecida por um dos escritos do Mar Morto. Conhecido como Rolo do Templo, por se ocupar de ofícios religiosos - altamente apropriado para seminaristas, por sinal -, esse pergaminho foi datado entre 79 a.C. e 1 d.C. Exatamente o período de que se fala aqui.Quanto aos zelotes, sua fama era de um apaixonado grupo nacionalista. que resistiu ferozmente aos romanos. É provável que isso agora seja revisto. Os estudiosos acreditam que os "fanáticos" - esta é tradução ao pé da letra do nome zelote - não foram um grupo político isolado nos tempos de Jesus. Acredita-se que a expressão servisse para designar todos os militantes da causa anti-romana, fosse qual fosse seu partido - e os essênios também o eram.
Esse problema do fanatismo na Judéia começou durante o governo de Herodes, o Grande, que reinou de 37 a.C. até 4 a.C. sob os auspícios romanos. Herodes costumava nomear para a função de sumo sacerdote do templo qualquer um que quisesse favorecer, coisa que os fariseus aceitavam de bom grado por acharem que os sacerdotes dispunham de poderes excessivos. Entre saduceus e essênios, no entanto, desenvolveu-se, através dos zelotes ou "fanáticos", um movimento radical - fundamentalista como se diria hoje - para combater a interferência pouco ortodoxa do governante.Os arqueólogos encontraram provas que sustentam a teoria de que não poucos essênios viraram zelotes fundamentalistas Rolos de escritos da seita essênia foram desenterrados na fortaleza de Masada, ao sul de Qumran, onde quatro anos após a destruição do Templo de Jerusalém um grupo zelote ainda resistia às tropas romanas. Alguns até supõem que Qumran tenha sido transformada em fortaleza zelote nesses anos difíceis.
Acompanhar essa história torna quase irresistível a tentação de relacionar os antecedentes do cristianismo com o essenismo. A começar pela crença no messias. Nos escritos de Ain Feshka encontram-se várias referências à chegada de um ou mesmo vários messias.Uma ansiedade provavelmente mais profunda nos adeptos radicais da seita, em busca de um herói que os libertasse dos estrangeiros. O profeta João Batista, por sua vez, parece particularmente ligado aos adeptos da seita. Ele não só desempenhava sua função no deserto onde se localiza Qumran, como também ministrava um rito batismal - foi ele quem batizou Cristo - que lembra muito uma cerimônia de purificação através da água praticada pelos essênios: arqueólogos encontraram nas ruínas restos de uma vasta instalação para banhos. Além disso, João Batista morreu decapitado, punição típica para os zelotes messiânicos.O número de ligações entre essênios e cristãos - em grego christianos significa messianista - não fica por aí. A Bíblia cristã, por exemplo, é marcadamente antifarisaica. Lembrem-se: os fariseus toleravam os romanos que crucificaram Jesus. Nela, encontra-se a proibição de Cristo em relação ao divórcio - uma norma sem antecedentes no judaísmo fariseu. Nos rolos essênios, porém, há uma interdição semelhante. A prática da vida comunitária e a abolição da propriedade são também traços em comum de cristãos e essênios. Trechos inteiros do Novo Testamento, de fato, parecem eco dos textos de Qumran. Um deles é a carta de Tiago, tido por alguns como irmão de Jesus Cristo.
Hoje, não são poucos os que vêem a vida nos primórdios do cristianismo como uma doçura amena, uma novela açucarada. Nada mais distante da realidade. Os primeiros cristãos eram radicais, e às vezes puniam a desobediência com a morte, como se deduz da história dos apóstolos. Tudo isso tem paralelismo nos essênios. Não se deve esquecer outra importante identidade: segundo os Rolos do Mar Morto, o auge das reuniões da seita tinha como marca registrada uma ceia de pão e vinho.
E tem mais No século VIII, o patriarca cristão de Bizâncio Timoteu I menciona em uma carta que um caçador árabe havia descoberto velhos manuscritos hebraicos perto de Jericó. Eles foram enviados a Jerusalém, copiados e postos em circulação. Durante sua estada no Cairo, o estudioso judeu Solomon Schechter (18471915) visitou o depósito de uma sinagoga e ali encontrou um texto hebreu, copiado no século XII, que continha as normas de conduta de uma seita desconhecida. Exatamente o mesmo escrito foi encontrado em Qumran. Com isso fica claro: textos essênios ainda eram copiados no século XII.Outra fonte de idéias essênias poderia ser o islamismo. Que Maomé manteve contato com tribos judaicas na Península Arábica, disso não se tem dúvida. Mas alguns pesquisadores já desconfiam que se tratava, então, de membros de uma seita de judeus que haviam fugido de Jerusalém depois da conquista romana. Seu argumento: a linguagem do livro sagrado do Islã, o Alcorão, vez por outra se assemelha à dos textos de Qumran.
Por enquanto, é até aqui que vão as pistas dos misteriosos essênios, que, como parece, deixaram a terra sem nenhum adeus. Mas quem sabe quando será encontrada a próxima caverna cheia de manuscritos deles? Talvez antes do que se pensa.

Muita briga e poucas conclusões

Embora os primeiros rolos de escritos do Mar Morto tenham sido descobertos há mais de quarenta anos o mundo até agora não teve acesso a uma lista completa dos locais dos achados nem a reproduções fotográficas dos fragmentos: não são poucos os estudiosos que assinariam essas críticas hoje. Os textos de Ain Feshka continuam sendo uma fonte de dores de cabeça para seus guardiões. Mesmo depois de Israel prometer que todo pesquisador sério terá acesso ao acervo do Museu Rockfeller de Jerusalém, o tiroteio continua. O principal alvo é o grupo de cientistas encarregado originalmente pelo governo jordaniano de traduzir os escritos: muitos os acusam de esconderem os resultados da pesquisa. Eles se defendem dizendo que catorze volumes de fragmentos foram publicados, outros vinte estão chegando ao prelo e que até 1996 toda a obra estará concluída.No fundo, essa brigalhada toda reflete o temor de que os documentos possam conter informações em discordância com dogmas do cristianismo ou que maculem a história dos judeus. Nesse embate entre fé e objetividade científica, dois pontos de discórdia ganham destaque. Um diz respeito à identificação dos zelotes com os primeiros cristãos, coisa que não é aceita por todos. O outro, mais delicado, é a teoria de que teriam existido duas correntes nos primórdios do cristianismo: os liderados pelo pretenso irmão de Jesus, Tiago, fieis à lei mosaica, e os que seguiam Paulo, preocupados em ganhar adeptos fora da Terra Santa e, portanto, inclinados a abandonar aquela lei. Conclusões, pelo visto, só em 1996. Até lá, deve continuar a especulação em torno do papel dos essênios: desde 1947, já foram publicados mais de 8 000 artigos e livros sobre Qumran e seus habitantes.

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Quando o Cérebro cai na fossa - Saúde


QUANDO O CÉREBRO CAI NA FOSSA - Saúde



Cerca de 250 milhões de pessoas, ao redor do mundo, se encontram na mais profunda depressão. Razões emocionais podem tê-las empurrado ao fundo do poço, mas os médicos sabem que isso não basta: os deprimidos são doentes crônicos, cujas células nervosas não trabalham direito.



Existe um mundo em preto e branco, não muito longe daqui. Seus moradores são esquálidos, porque lá a comida perde o gosto. Não há Sol, nem há Lua. Cada dia é igual ao outro. Todas as pessoas são consideradas preguiçosas, porque poucas conseguem sair da cama. E, se o fazem, o simples ato de escolher uma roupa transforma-se numa tarefa das mais difíceis. Muitas chegam a abandonar o trabalho e, até mesmo os amigos. Quanto maior a falta de informação sobre o seu problema, mais tempo elas perdem nesse cenário sombrio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos uma em cada vinte pessoas na face da Terra já visitou ou ainda visitará o planeta da depressão.
Em suas anotações o célebre médico grego Hipócrates (460-377 a.C.) relatou o caso de uma mulher que sofria de uma melancolia intensa, acompanhada de insônia e perda de peso. Na realidade, hoje se sabe, ela sofria de depressão, um distúrbio do humor que é mais freqüente entre as mulheres. Ninguém conhece a razão dessa diferença entre os sexos, mas as estatísticas apontam que, para cada três mulheres deprimidas, há apenas um homem na mesma situação. Durante muito tempo, os pesquisadores da depressão se dividiram em linhas de pensamento. Alguns insistiam em culpar única e exclusivamente o ambiente em que vivia o deprimido - este, portanto, viveria afogado em tristeza por causa de fatores externos, como um trabalho desagradável, brigas em família, más notícias de todo tipo. Outros pesquisadores, por sua vez, sempre acreditaram que a depressão tinha origem orgânica. Neste caso, por causa de um distúrbio do corpo, o deprimido seria capaz de ver um mar de rosas como se fosse um vale de lágrimas.

Chegaram mais perto da verdade, porém, os cientistas que defendiam a interseção dessas duas primeiras correntes. Não há mais dúvida: a depressão é tanto um problema de ordem psicológica como orgânica. As primeiras pistas para decifrar os mecanismos da depressão surgiram ainda no início dos anos cinqüenta, com a descoberta de que alguns medicamentos eram capazes de aliviar os seus sintomas. Ora, se funcionavam, era porque esses distúrbios deveriam ter um fundamento orgânico, em vez de serem simplesmente psicológicos. Hoje, de fato, parece existir um consenso entre os especialistas: a depressão se traduz como uma desordem no cérebro, disparada por uma série de fatores que interagem entre si. Um dos fios dessa trama tão intricada é a herança genética. Mas, ao contrário do problema do nanismo, por exemplo, que é determinado por um único gene, a depressão é fruto da ação de diversos genes com efeito cumulativo. Segundo o geneticista Oswaldo Frota-Pessoa, professor da Universidade de São Paulo, é fácil entender o que isso significa, ao se observar a estatura das pessoas: "Se houvesse apenas um gene para determinar pessoas muito altas e outro gene para baixinhos, não existiriam pessoas de estatura mediana", ensina. "Se existe gente de todo tamanho, é porque a estatura é uma característica multifatorial, do ponto de vista da Genética. Na fase de crescimento, diversos genes podem ser acionados, ou não, conforme influências externas, como a prática de esportes e a nutrição." O resultado final, ou seja, a interação desses fatores com os genes, será marcado pela fita métrica.
A depressão, feito a estatura, também pode se manifestar em diferentes níveis. Mais do que isso: "No caso, o que se herda é a predisposição para o problema", esclarece Frota-Pessoa, que já investigou a possibilidade de a tendência ao suicídio ser hereditária. "Existem pessoas com vulnerabilidade genética para ficarem deprimidas, mas que não cairão necessariamente na depressão." Os estudos sobre a responsabilidade da bagagem hereditário não invalidam a teoria dos neurologistas. Os médicos notam que, no sistema nervoso do deprimido, existe uma espécie de defeito na produção de dois neurotransmissores, a noradrenalina e a serotonina - uma dupla de importantes mensageiros químicos entre os neurônios.
Qualquer alteração na quantidade de uma dessas substâncias já é suficiente para abalar a dosagem da outra. "O desequilíbrio entre os dois neurotransmissores atinge principalmente as áreas cerebrais relacionadas à memória, à motivação, à capacidade de atenção e de planejamento" acusa a neuropisicóloga Cândida Pires de Camargo, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Resultado: o deprimido, em vez de mera vítima da melancolia, passa a sofrer de graves distúrbios do comportamento. Há, no entanto, depressões e depressões. Os especialistas costumam classificá-las em dois tipos. Um deles é a depressão bipolar, também conhecida como psicose maníaco depressiva (PMD). Quem tem PMD alterna momentos de profunda depressão, em que provavelmente há falta de neurotransmissores, com fases de esfuziante euforia, em que, ao contrário do que acontecia antes, essas substâncias se derramam em excesso dentro do cérebro. Tanto num extremo quanto no outro, o maníaco-depressivo não se sente bem. Existe ainda a depressão do tipo unipolar, aquela tristeza sem fim "O paciente tem a sensação de que o mundo acabou", define o psiquiatra Valentim Gentil, professor da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele quando o doente não recebe tratamento, essa viagem ao mundo cinzento e sem atrativos pode não ter volta: cerca de 10% das pessoas com depressão unipolar acabam dando cabo à própria vida.
Os especialistas, fique claro, não dispensam o adjetivo unipolar, quando querem tratar do assunto. Isso para não confundir essa espécie de depressão, em que o descuido pode ser literalmente fatal, com angústias passageiras, às quais qualquer pessoa saudável está sujeita. "É normal que alguém se sinta infeliz depois de romper um namoro ou quando morre um parente", exemplifica a psicóloga Regina Wielenska, da Pontificia Universidade Católica, de São Paulo. "Por algum tempo, a pessoa fica em um estado que chamamos de depressão reativa, aquela detonada pelo momento ou pelo ambiente em que se vive. "Mas uma fossa amorosa ou um luto que se estende por vários meses denuncia que algo errado está se passando com o organismo. "Aquela sensação de perda pode ter sido o fator ambientar que precipitou a depressão unipolar, envolvendo disfunções orgânicas", explica Regina. Os médicos tentam bloquear o avanço do problema com um arsenal de remédios, rotulados como antidepressivos. Eles atuam numa região específica, a chamada sinapse: o íntimo espaço entre uma célula nervosa e outra. Por essas células passam nossos pensamentos. Além disso, elas controlam tudo, do piscar dos olhos aos batimentos cardíacos."As ordens nervosas seguem em frente, de uma célula para outra, porque os neurotransmissores saltam o vão das sinapses", descreve o neurologista Esper Cavalheiro, professor da Escola Paulista de Medicina. "Parte deles, no entanto, não é aproveitada e acaba sendo reabsorvida pela célula nervosa ou neurônio." No cérebro, portanto, existe um sistema de reciclagem, responsável por uma tremenda economia de esforço, energia e matéria-prima. Só que, nesse jogo de vaivém, chega uma hora em que moléculas de neurotransmissores novinhas em folha se misturam com neurotransmissores velhos, desgastados e ineficazes. Esse problema, porém, é facilmente contornado. "Dentro dos neurônios, há uma enzima capaz de reconhecer e destruir aquelas moléculas de neurotransmissores em ponto de aposentadoria", explica Cavalheiro. Trata-se da monoaminoxidase (MAO). Como essa enzima consegue fazer o serviço de reconhecimento ninguém sabe direito. Mas o fato é que, no caso dos deprimidos, a MAO pode ser considerada uma esbanjadora.
Afinal, no cérebro em que já existe a falta de neurotransmissores, eliminar moléculas velhas é um luxo. As drogas antidepressivos, portanto, visam a acabar com o desperdício. "De uma maneira ou de outra, elas tentam aumentar a quantidade de neurotransmissores disponíveis, uma vez que os neurônios parecem não atender à demanda", diz Cavalheiro. Os primeiros medicamentos eficazes no combate à depressão foram os triciclicos, descobertos em 1958. Segundo o neurologista, eles agem como selantes, vedando a membrana do neurônio, para impedir a reabsorção dos neurotransmissores. Soltos nos espaços das sinapses, esses mensageiros químicos são usados até o fim.Uma segunda família de remédios é a dos inibidores da MAO - daí serem chamados de IMAO. Ou seja, os neurotransmissores são receptados normalmente, mas não podem ser aniquilados pela enzima, bloqueada pelo fármaco. A terceira categoria de drogas - e também a mais recente - é a dos medicamentos seletivos. Eles recebem esse nome porque ajudam os neurônios a receptarem um neurotransmissor especifico, no caso, a serotonina. Finalmente, alguns médicos receitam o carbonato de lítio, um sal natural. "A substância pode ser tóxica quando há exagero na dosagem, por isso seu uso deve ser permanentemente monitorado por médicos", adverte Gentil, da USP. Ainda assim, os especialistas recomendam o litio para os pacientes maniaco-depressivos. A maneira como o remédio age no organismo ainda não foi desvendada.As drogas antidepressivos em geral provocam efeitos colaterais desagradáveis, como boca seca, sonolência e prisão de ventre. Às vezes, em doses exageradas, as do tipo IMAO levam ao aumento da pressão arterial. "Essa é a maior dificuldade do médico: acertar na dosagem de antidepressivo, que varia de pessoa para pessoa", conta Gentil. "No inicio, essa busca pode ser penosa. Não há como prever a qual medicamento, e em qual quantidade, o doente responderá melhor." Segundo o psiquiatra, há também pacientes que não toleram antidepressivos. Nesses casos, há uma saída alternativa do túnel escuro da depressão - o eletrochoque. O nome, por si só, provoca arrepios de terror nos leigos. Não é à toa. Durante muitos anos, o eletrochoque foi usado como punição nos manicômios. Sem contar que, no Brasil, entre os anos sessenta e setenta, ele tinha espaço garantido, como método de tortura, nos porões da ditadura militar: depois de uma sessão de choques, os presos políticos tinham convulsões, apresentavam ossos fraturados, perdiam a memória.
"Hoje em dia, o eletrochoque é considerado um aliado na cura da depressão", diz Gentil. "Cada passo do tratamento é monitorado por aparelhos, que controlam a passagem da corrente elétrica e a freqüência cardíaca", esclarece. "Além disso, o paciente é anestesiado. Não há riscos nem dor." Os choques agem como se fizessem pegar no tranco a máquina de fabricar neurotransmissores. existente dentro de cada célula nervosa. Sobretudo, os resultados são rápidos, enquanto o tratamento à base de drogas antidepressivos só começa a mostrar efeito depois de quinze dias, em média. A partir desse prazo, a subida do poço da depressão, apesar de continua, avança em marcha lenta. Quando o deprimido não desiste, porém, há 100% de chance de cura.Os especialistas concordam em que a recuperação costuma ser mais rápida quando o paciente alia a munição farrnacêutica a alguma espécie de psicoterapia. "Afinal, enquanto a pessoa permaneceu mergulhada na crise depressiva, tudo em sua vida pode ter mudado sem que ela percebesse, desde as relações afetivas até a situação econômica", diz o psicanalista paulista Guillermo Bigliani. "Cabe ao terapeuta auxiliar o paciente no caminho de volta, em função dos danos que a própria depressão trouxe."Segundo Bigliani, a terapia pode evitar que uma depressão leve se agrave ao ponto de o paciente precisar do auxilio de remédios. Hoje se sabe: os deprimidos são vitimas de uma doença crônica - quem caiu na depressão uma vez tem grande probabilidade de enfrentar novas crises. Durante os episódios, os medicamentos são legitimas doses de ânimo; no entanto, uma vez suspensos, os sintomas da doença tendem a reaparecer. A sensibilidade do médico é essencial para decidir se determinada pessoa pode interromper ou deve prosseguir com o uso de antidepressivos. Felizmente, com o problema sob controle, é possível levar uma vida normal. Aquele mundo cinza, sem cor nem sabor, deixou de ser uma prisão.

Sistema de transmissão Como os neurônios se comunicam

O núcleo da célula nervosa é o encarregado de fabricar neurotransmissores. esta produção parece ser menor no organismo do deprimido. Embalagens em pequenas bolsas, ou vesículas, as substâncias neurotransmissoras percorrem o axônio, uma espécie de prolongamento celular, até chegar na extremidade. É ali que se preparam para um verdadeiro salto, pois nunca um neurônio se encosta em outro.Normalmente, moléculas de cálcio empurram as vesículas para fora da célula. As bolsas estouram, liberando os neurotransmissores. Parte deles encontrará vaga em receptores da célula vizinha. O restante retornará ao primeiro neurônio, para ser reaproveitado ou destruído pela enzima MAO, encarregada de liquidar os neurotransmissores muito velhos.Nos deprimidos, como há falta de neurotransmissores, os remédio evitam a destruição dessas moléculas. Para isso, um dos caminhos é impedir a volta dessas substâncias ao neurônio de origem, como fazem os tricíclios. Outros medicamentos inibem a ação da enzima MAO.

Uma situação familiar

As estatísticas mostram que a tendência à depressão está contida na bagagem hereditária. Em gêmeos univitelinos, cujos genes são idênticos, quando um é deprimido, há 70% de probabilidade de o outro desenvolver o mesmo distúrbio. No caso de pais, filhos e irmãos de pessoas com depressão, incluindo gêmeos não idênticos, as chances caem para 15%. Parentes mais distantes, como avós, tios e primos, têm 7% de risco. Numa família em que jantais alguém ficou deprimido, ainda assim as pessoas têm entre 2 e 3% de probabilidade de apresentar o problema.

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Medalhas de Ouro - Ciência

MEDALHAS DE OURO - Ciência



Os brasileiros não são feras apenas nas quadras e nos tatames: também furam bloqueios e marcam pontos na competitiva área da ciência intemacional. Inquietos, apaixonados pelo conhecimento e incansáveis no trabalho, eles compensam com essas virtudes o desequilíbrio flagrante em termos de recursos materiais e humanos .

Se dependesse apenas das leis da probabilidade, nenhum brasileiro ergueria a cabeça entre a multidão de cientistas que disputam um lugar ao sol no mundo internacional da ciência. A prova está nos números: contando somente os concorrentes americanos, há 1 milhão de pesquisadores, e pouco mais de 50 000 brasileiros, um contingente vinte vezes menor. Além disso, os americanos entram na disputa muito mais bem equipados, pois têm cotações da ordem de 25 bilhões de dólares ao ano, quase 100 vezes maiores que as brasileiras. Combinando as probabilidades, conclui-se que o páreo é duríssimo: 2 000 contra 1.
Números, no entanto, não são decisivos. e o fato é que muitos cientistas, por um motivo ou por outro, conseguem furar o bloqueio. Ao tentar descobrir quem são, como vivem e como trabalham os membros desse clube restrito, nos entrevistamos oito desses autênticos batalhadores. De origem e formação variadas, eles espelham, acima de tudo, a tortuosa história da ciência no pais. O carioca Francisco Dória, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo começou a vida profissional no mercado financeiro, saiu da universidade como engenheiro-químico e obteve projeção internacional por meio da Matemática. Aos 46 anos, pai de três filhos, ele se confessa anarquista e, por acaso, faz sucesso justamente por revelar certa anarquia entranhada no disciplinado reino das equações.
Em resumo, não há meio de verificar se um sistema matemático dá resultados definidos, ou se é caótico, com resultados imprevisíveis. Pelo menos foi por encontrar uma prova dessa afirmação que Dória e seu colega Newton da Costa, da USP, vêm recebendo consagradoras citações internacionais. Mais recentemente, o físico André Koch, natural de Juiz de Fora, realizou a proeza de escrever equações originais a respeito de um tema velho de três séculos: as leis da Gravitação Universal, do inglês Isaac Newton. Ele mesmo conta que não sabe explicar como se deu a virada em sua carreira, iniciada quando estudava plasmas - gases eletrificados - no Culham Laboratory do Departamento de Energia Atômica da Inglaterra."Comecei a lidar com equações gravitacionais quase por acaso. Meus colegas me chamavam de louco e fui proibido de desenvolver pesquisas paralelas ou até de comentá-las no horário de trabalho." A saída foi usar as noites e os fins de semana para aprofundar suas próprias idéias. Por sorte, os artigos que preparou caíram nas mãos de um especialista, o americano Peter Graneau, que chamou a atenção para eles no concorrido Congresso Internacional sobre Fundamentos da Física e da Matemática no Século XX, em Perugia, Itália, em setembro de 1989. Foi surpresa para os hábitos simples que Koch mantém desde a época em que era voluntário do CVV - Centro de Valorização da Vida, criado para ajudar as pessoas em momentos difíceis."Fiquei envergonhado, pois não sabia que Graneau falaria sobre mim. Eu nem o conhecia pessoalmente." Eles agora trabalham juntos no Center of Electromagnetics Research, Estados Unidos e, no final de 1991, Koch foi incluído no comitê de organização do Congresso Internacional sobre os Conceitos de Espaço e de Tempo na Ciência, realizado na ex-União Soviética. É uma prova inegável de prestígio, especialmente em vista da pouca idade do brasileiro, que em agosto completou 30 anos. Nem sempre é assim, claro. Mais comumente, os prêmios representam o trabalho de toda uma vida, como aconteceu com a engenheira-agrônoma Johanna Döbereiner.
Quando tinha 21 anos, Döbereiner e sua família foram expulsas da terra natal, a Checoslováquia, por culpa do furor antinazista. Logo após a II Guerra, esse sentimento se estendeu indiscriminadamente às pessoas de ascendência alemã que viviam na Checoslováquia. Assim. nos três anos seguintes. a fatura cientista não teve vida fácil nas fazendas alemãs, onde realizava tarefas de simples peona, como a capina e a ordenha. No entanto, ela conseguiu fazer o curso de Engenharia Agronômica na Universidade de Munique, no qual se graduou em 1950. Mudou-se nos meses seguintes para o Brasil e foi contratada pelo Ministério da Agricultura. Os conhecimentos que acumulou em Microbiologia do Solo lhe valeram o Prêmio Ciência da ONU, em 1989, logo depois de ela anunciar a espetacular descoberta de micróbios que se procuravam no mundo inteiro devido ao seu valor para a agricultura. "Essa pesquisa começou com um laboratório e eu sozinha, em 1951. Agora temos a liderança mundial nessa área." Entre os lucrativos micróbios está a bactéria Saccharum officinarum, que se hospeda na cana-de-açúcar e é capaz de aspirar nitrogênio da atmosfera. Esse gás, no fim das contas, é repassado na forma de alimento gratuito aos vegetais, dispensando gastos de milhões de cruzeiros anuais (o nitrogênio representa 70% do custo total dos fertilizantes).
Döbereiner já havia participado do esforço para empregar micróbios-adubos nas legumninosas, conhecidos há mais tempo. Deve-se a eles, a partir da década de 60, boa parte do êxito da soja brasileira - a única que não usa fertilizantes derivados do petróleo no mercado mundial. Para o futuro, espera-se que também contribuam para racionalizar a produção da cana-de-açúcar e de cereais, como arroz ou trigo. "A cana pode fixar ainda mais nitrogênio que a soja", garante a cientista. Muito simples, mas segura, Döbereiner impressiona especialmente por sua imensa disposição de trabalho. Sua agenda de viagem começou este ano com um passeio de férias em janeiro à África do Sul, onde vive sua filha. Em fevereiro, organizou um simpósio sobre meio ambiente na Academia Brasileira de Ciências, e em março fez conferências em duas universidades alemãs e em Paris. Em abril e maio, esteve nos Estados Unidos e em outubro irá à China e a Roma. Até o final do ano deverá passar pela Malásia, México e Kuwait, e para 1993 programou duas idas ao Egito.Não é exagero, no entanto. Muitos cientistas realizam périplos semelhantes. É que o mérito raramente cai do céu. Mesmo que passos decisivos possam surgir de um golpe, eles quase sempre são precedidos de muito suor - na definição do poeta pernambucano João Cabral de Mello Neto, o trabalho depende mais da transpiração do que da inspiração.Sem dizer que não é raro ver bons resultados passarem inteiramente despercebidos. O físico José Leite Lopes cita um caso pessoal, de 1958, quando previu a massa de certas partículas subatômicas, fundamentais para se compreender a natureza profunda da energia nuclear. Batizadas W+, W- e Z0 (dáblio mais, dáblio menos e zê zero), sua existência foi comprovada experimentalmente no início dos anos 80. Mas o cientista conta que seus cálculos não foram bem recebidos, embora se aproximassem bastante dos valores obtidas nos experimentos. E veja-se que Leite Lopes já era pesquisador de gabarito internacional. Em 1939, este recifense havia deixado a casa paterna graças à fábrica de alimentos Peixe, que lhe concedeu uma bolsa para aprofundar os estudos em Engenharia Química.Já no Rio de Janeiro, o jovem pesquisador preferiu desbravar os caminhos da Física, área em que se tornou bem conhecido no pais, até ser exilado durante o governo Costa e Silva, em 1969. Em muitos casos, há um reconhecimento informal, mas na prática relegam-se os méritos ao descaso. Um exemplo notável é o do professor Mário Schenberg, que até a morte, em 1990, foi um dos maiores físicos da sua geração, em qualquer país. Ele se tornou conhecido especialmente por suas sacadas sobre o funcionamento das estrelas superdensas. Há alguns anos, no entanto, causou desagradável surpresa um artigo do americano Hans Bethe para a revista Scientific American. Embora o texto fizesse o balanço das principais descobertas nesse campo, em nenhum momento se referia ao nome de Schenberg.Por outro lado, também não é raro encontrar exageros evidentes na avaliação das pesquisas nacionais. Obviamente, não é assim que se chama a atenção do público. Apenas quando se acompanha com cautela e critério o desenvolvimento dos fatos se chega a uma avaliação correta dos resultados científicos. Os próprios cientistas agem assim, como testemunha o astrofísico José Pizarro de Sande e Lemos. Português de 34 anos, metade dos quais vividos no Rio de Janeiro, onde ensina Teoria da Relatividade, no Observatório Nacional, ele precisou dar meia volta ao mundo - viajando até o Japão - para se certificar da importância de seu achado. Que estava lidando com algo grande, Lemos não tinha dúvida. Apaixonado por um dos personagens mais estranhos do Universo, os buracos negros, ele utilizou a Teoria da Relatividade para destrinchar sua natureza.
Com sorte, foi capaz de provar que esses corpos podem, sem qualquer restrição, exibir ao mundo externo o seu cerne - onde a densidade da matéria tende ao infinito, algo que os relativistas denominam singularidade. Em outras palavras, ele mostrou que uma singularidade pode estar nua, ou seja, nem sempre está revestida por um buraco negro, como se acredita desde que tais monstros cósmicos foram descobertos, há 30 anos. Apesar disso, Lemos imaginou que tal resultado já deveria ter sido obtido por alguém, e decidiu tirar a dúvida com o cientista canadense Werner Israel, considerado o "papa" desse complicado tema. Encontrou-o num congresso no Japão. "Quando contei o que tinha feito, percebi que seus olhos brilhavam. Depois confessou que há muito tempo procurava a relação entre os dois fenômenos, sem sucesso."Sem perda de tempo, Lemos publicou um artigo na Physical Review Letters, a mais importante da área de Física, e ganhou notoriedade, no último mês de abril, quando recebeu um comentário favorável da revista inglesa New Scientist. É curioso notar que às vezes se dá grande atenção a um tema sem que se perceba a força de suas conseqüências. Nesses termos, talvez a láurea de mais expressiva contribuição brasileira à ciência nos últimos anos pertença à professora Niéde Guidon. Natural de Jaú, SP, ela escreveu em 1986 um artigo que iria ajudar a mudar os rumos da Arqueologia na América, pois descrevia pistas fortes de que o Piauí teria sido habitado há mais de 30 000 anos.Em contraposição, a teoria tradicional sobre o assunto sustentava desde os anos 40 que o continente havia sido povoado apenas de 20 000 anos para cá. Como sinal de que os tempos tinham mudado, o artigo de Niéde foi transformado em capa pela mais respeitada revista de ciência, a inglesa Nature. Mais de dez anos se passaram até que algo assim acontecesse. Foi preciso assegurar e reassegurar de todas as maneiras possíveis que as pistas encontradas no Piauí eram reais, e não fruto de um eventual engano na hora de estipular a data dos objetos arqueológicos. Isso demandou paciente esforço nos sítios de São Raimundo Nonato, no coração da caatinga nordestino.Afinal, a desconfiança e a resistência tradicionais tiveram de ceder. Os sítios piauienses estão hoje preservados como patrimônio da humanidade (sob indicação da Unesco) por serem a maior concentração de vestígios arqueológicos do continente. Além disso, admite se que eles incluem os mais antigos sinais da presença do homem na América - as mais recuadas datas alcançam 60 000 anos. Mas, embora tais fatos tenham tido ampla divulgação, tratou se apenas timidamente de seu impacto a longo prazo. O fato é que, a partir de 1986, Niéde se colocou no foco de uma reviravolta cuja tendência é desbancar a teoria vigente, em vigor há pelo menos meio século.
O evento já tem data para acontecer: no próximo ano, o Piauí deverá sediar um congresso de especialistas com a missão de reexaminar os fatos e propor uma nova maneira de interpretá-los. Dificilmente se chegará de imediato a um consenso sobre a teoria capaz de resumir as intrigantes descobertas recentes. Mas é o primeiro passo nessa direção. Há motivo de sobra, portanto, para se pensar que a ciência brasileira não vai tão mal das pernas pelo menos não tão mal quanto se poderia supor em vista das dificuldades econômicas. Mesmo porque, os cientistas bem-sucedidos não se contam nos dedos, mas sim às centenas: seria impossível descrever o trabalho de todos aqueles que contribuem para o progresso da atividade acadêmica no país.
Apesar disso, é preciso ter em mente que o Brasil sempre teve nomes isolados de destaque internacional, e não parece que hoje o seu número seja maior ou menor que em outros tempos. De acordo com o bioquímico Rogério Meneghini, da Universidade de São Paulo, o país ocupa um modesto trigésimo lugar em termos de artigos publicados em revistas especializadas e contribui com algo em torno de 0,5% para o trabalho acadêmico. Não é um critério perfeito, mas dá uma idéia das proporções envolvidas. Meneghini acredita que a ciência brasileira está estacionada. Não mudou para pior nem para melhor, nas últimas décadas.
Outro fato relevante é que, na ciência, mais do que no esporte, não basta formar craques: para dar tudo o que podem, estes últimos têm de estar acompanhados por diversas equipes, capazes de ampliar os trabalhos inovadores e dar-lhes continuidade. Os cientistas costumam dizer que é importante ter massa critica: em Física atômica, é uma quantidade mínima de urânio, abaixo da qual as reações nucleares não chegam a produzir uma detonação nuclear. Da mesma maneira, num pais em que não há massa crítica de pesquisadores, os resultados científicos são esparsos - não se somam e não têm continuidade.Com um número mínimo de pesquisadores, nem todos serão campeões, mas ficará mais fácil ganhar medalhas. A analogia com as Olimpíadas é obviamente inexata, mas ilustra o desempenho acadêmico no Brasil, concentrado em poucos feitos solitários.Os cientistas reclamam que a cultura científica da sociedade é pobre e agrava a situação: falta consciência clara do problema e falta exigir uma ciência melhor. "Os brasileiros parecem pensar que videocassetes dão em horta", ironiza o matemático Francisco Dória. "Fico indignado com o descaso do governo com a educação, a ciência e a tecnologia", emenda o geneticista Warwick Kerr, o mais respeitado especialista em abelhas do mundo. Com 70 anos, graduado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, em Piracicaba, SP, ele carrega em seu curriculum uma teoria sobre como se formam algumas raças de abelhas e como se determina a rainha em uma colméia.Graças ao conjunto de seu trabalho - que vai das abelhas ao reino das plantas, onde introduziu hortaliças geneticamente alteradas, com maior teor de vitamina A -, Kerr é dono de uma disputada vaga na Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. O único brasileiro. Com tal estatura, seria fácil encontrar bom emprego em qualquer lugar do planeta, e alguns cientistas realmente pensam em sair do país. No final do ano passado, por exemplo, Leite Lopes retomou seu cargo de professor titular na Universidade de Estrasburgo, França. "O cientista não tem chance de desenvolver tecnologia aqui."O matemático Francisco Dória namora a idéia de tomar o mesmo rumo. "Pretendo buscar um ambiente onde a ciência seja valorizada. "Autor de uma festejada teoria sobre o espalhamento da luz nos arco-íris, muito útil na análise da estrutura profunda da matéria, no interior do núcleo atômico, o físico Moyses Nussenzveig toca no fulcro da questão. Dizendo-se velho demais para deixar o Brasil, ele argumenta que houve avanços significativos. "Várias áreas conseguiram atingir o nível internacional." No entanto o que se consegue num período quase sempre se perde numa etapa posterior, seja por falta de recursos financeiros ou de profissionais tão qualificados quanto seus antecessores. Nussenzveig pensa que o atual descaso prenuncia anos de vacas magras no futuro. "A carência de recursos ameaça destruir um edifício que levou mais de meio século para ser construído." Ele próprio é um exemplo marcante do atual prestigio dos brasileiros, atestado em 1986 por meio do Prêmio Max Born, concedido pela associação americana Optical Society of America.
De maneira explosiva, na última reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em julho, ele declarou que as reduzidas verbas existentes só dariam para preservar os cientistas em formol. A engenheira-agrônoma Johanna Dobereiner concorda - ela diz que a pesquisa está em boa fase, mas acredita que há risco de recaída sem uma reviravolta na recente temporada de cortes.Feitas todas as contas, talvez o maior mérito da ciência brasileira tenha sido sua capacidade de conservar o mesmo ritmo de outros tempos, a despeito de todas as diculdades. Afinal, o rigor da recessão econômica já dura pelo menos uma década. Mesmo assim, não se abateu o animo dos cientistas, que em alguns casos parece inesgotável. Basta ver o depoimento de Döbereiner. "A maior satisfacão da minha vida foi o grupo de oitenta pesquisadores formados no Centro Nacional de Pesquisa em Biologia do Solo. Para mim, isso significa a sensação de ter criado alguma coisa para o país e para o mundo inteiro, já que outros países estão usando nossa tecnologia."

Francisco Dória, matemático, 46 anos

"Eu me considero mais anárquico que maus alunos. Já dei inclusive aula para eles ensinando como anarquizar o sistema' Quando eu morrer, se Deus vier perguntar o que eu fiz com o talento que ele me deu, eu digo: fiz uns teoremas divertidos. O Brasil não tem uma cultura científica. Não tem demanda social pela ciência. Mas na universidade se valoriza o trabalho de cientista. Eu nunca estimularia meus filhos a seguir a carreira científica. Um deles quer isso. Vou sugerir a ele que estude no exterior. Aos 22, 23 anos eu tive uma oferta para ser diretor de corretora, ganhando muito bem. Larguei tudo por uma bolsa de pós-graduação. Foi uma decisão louca, mas era o que eu queria.

Johanna Döbereiner, engenheira-agrônoma, 67 anos

"A pesquisa científica brasileira tem se desenvolvido muito nos últimos 30 anos. Em todos os campos, surgiram vários nomes de projeção internacional" Os jovens que estão pensando em iniciar a carreira de cientista precisam escolher assuntos importantes para a agricultura. Vale a pena fazer ciência no Brasil, se você tem o prazer e a capacidade para ser cientista. Se você gosta mais de fazer ciência do que de dinheiro. Meu neto de 16 anos está me ensinando a mexer no computador. Os técnicos querem ensinar toda a filosofia da Informática, mas isso não me interessa. Nos momentos de lazer, eu vou para o sítio onde tenho uma grande coleção de fruteiras tropicais raras. Antigamente, eu jogava tênis, mas não jogo mais. O grande problema do pais é a enorme diferença entre os salários. Eu acho injusto o salário mínimo.


José Lemos, físico, 34 anos

"A Física brasileira já é uma ciência de peso intemacional. atualmente está caindo porque não tem sido administrada como poderia ser. Vale a pena fazer ciência no Brasil, mas você tem que gostar muito" Corro três vezes por semana na praia e gosto muito de música, de Pink Floyd a Caetano, Gil, jazz e clássica. Praticamente deixei de ir ao cinema. Geralmente acordo às 10 horas, chego ao laboratório às 11 e meia e fico até às 21 horas. Há qualidades mais importantes para o cientista do que a inteligência: trabalho, perseverança, seriedade são muito importantes. O cientista não é muito diferente de qualquer outra pessoa. Talvez um pouco mais eremita. Para compensar, saio mais vezes do que sairia normalmente. Se tivesse oportunidade de me radicar no exterior, minha primeira intenção seria não ir. Eu me sinto melhor no Rio..


Niéde Guidon, arqueóloga, 59 anos

"Não tenho rotina. Quando estou fazendo escavações, passo o tempo todo no campo. Levanto às 5 da manhã e trabalho até as 6 da tarde"

Quem quiser se tornar cientista tem que ter disciplina, gostar de estudar e adquirir boa cultura geral. Tem que ser inquieto e curioso. Eu gosto de ouvir música, ir ao teatro, ao cinema, andar na praia, colher cogumelos na floresta, jogar pôquer. Meu pai foi fiscal de rendas do Estado. E ótimo: foi ele quem me ensinou a amar o trabalho e a disciplina. Ninguém influenciou minha carreira. Eu era professora de Ciências e fui comissionada no Departamento de Arqueologia do Museu Paulista. Daí, virei arqueóloga. Falo francês, inglês, espanhol, italiano. Leio (mal) o alemão técnico. Somente burgueses precisam de horas de trabalho e de lazer. Se estou no teatro, me divirto, mas também tenho prazer em escavar. Não sou casada porque odeio as formalidades burguesas.


Warwick Estevam Kerr, geneticista, 70 anos

"Quando era menino em Pirapora do Bom Jesus, passava as tardes num barco em busca de orquídeas no Rio Tietê O prazer pela observação foi o primeiro indício da vocação de cientista"

O que mais impressiona na carreira científica é o amor à verdade, que às vezes não se vê nem na religião. No segundo ano primário, a professora perguntou quem queria trocar de cabeça com Rui Barbosa. Eu respondi que não. Eu não sabia se eu era mais inteligente que ele. Ela ficou muito irritada. Três grandes honras recentes: uma delas foi me tornar membro titular da Linnaean Society de Londres, a mais antiga associação científica do mundo. A ciência é fantástica e especialíssima. Todas as coisas do mundo podem acabar. A ciência, não. Fico indignado pelo fato de o governo dar tão pouca importância à educação, à ciência e à tecnologia. Meu negócio é trabalhar com bichos e plantas.

Herch Moyses Nussenzveig, físico, 59 anos

"A satisfação pessoal que vem do trabalho compensa todas as dificuldades materiais e frustrações pelas quais um cientista tem que passar. A paixão venceu todos os obstáculos"

Adoro ler novelas policiais, dois ou três livros por semana. Também sou apaixonado pelo cinema e hesitei entre esta carreira e a de Matemática. Pode-se dizer que passei a infância na Biblioteca Municipal de São Paulo onde conheci o escritor Monteiro Lobato quando tinha entre 11 e 15 anos. Sou meio autodidata. Desde muito cedo procurei alimentar meu interesse por Matemática e Física teórica com leituras fora do currículo. O que mais me impressiona como cientista é uma frase de Einstein, de que o mais incompreensível na natureza é que ela pode ser compreendida. Boa parte do trabalho se passa na cabeça. Pode-se acordar ou sair do chuveiro com a solução de um problema .Nem percebe como aconteceu.

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mecânica de Precisão - Automobilismo


MECÂNICA DE PRECISÃO - Automobilismo



Receita de um carro imbatível: junta-se um motor potente, um chassi com ótima aerodinâmica, um combustível explosivo sob medida uma suspensão inteligente. O prato perfeito chama-se Williams.


O campeonato de 1992 entrará para a história como o mais monótono já disputado na Fórmula 1. Com precisão de relógio suíço e previsibilidade de pôr-do-sol, os FW14B da equipe Williams-Renault venceram tantas corridas que, dois meses antes do fim do campeonato, já se sabia que Nigel Mansell, salvo tragédia, seria o campeão da temporada. Mansell, até o ano passado um veloz quebrador de carros, quebrou este ano o recorde de oito vitórias numa mesma temporada, reduziu a pó os limites de velocidade dos circuitos e, junto com Riccardo Patrese, levou a Williams à liderança absoluta entre as escudarias de Fórmula 1. Aos outros, só restou a poeira.
A escuderia fundada em 1968 pelo engenheiro inglês Frank Williams construiu para a temporada 92 um carro uma geração à frente dos demais competidores. O espécime mecânico FW14B está para as McLaren e Benetton como um Homo sapiens sapiens está para um Neandertal - ele é mais inteligente, mais adaptável, mais competitivo. Que mágica fez Frank Williams para chegar a um carro quase perfeito, à prova de erros, seguramente à prova de Nigel Mansell? Várias. "É inútil tentar explicar a superioridade do nosso carro por uma ou outra característica isolada', avisa Gary Grumpler, porta-voz da equipe. "Este carro é um pacote integrado, uma peça aerodinâmica de alta sensibilidade", disse ele a nos. "Não temos nenhum grande segredo." Têm sim. Ainda que o sucesso do carro se deva à felicíssima conjunção aerodinâmica-motor-combustível, é a suspensão ativa- o segredo mais cobiçado da Williams - que faz a diferença a favor dos ingleses azuis e amarelos.
Quem assistiu ao Grande Prêmio do México, na pista irregular do circuito Hermanos Rodriguez, viu pela câmera a bordo dos carros o tanto de solavancos que sofriam os McLaren, enquanto as Williams pareciam deslizar sobre a pista. Ninguém sabe como a Williams conseguiu fazer a suspensão ativa funcionar tão perfeitamente, mas as especulações são muitas. A única certeza salta aos olhos: a Williams anda sempre reta na pista, paralela ao chão. O carro não chacoalha, não se inclina nas curvas e a frente não levanta na aceleração nem abaixa nas freadas.
O sistema tradicional de suspensão é como trancar a porta depois que o ladrão entrou: quando a roda sobe ao passar por uma ondulação, o amortecedor absorve uma parte do impacto e, em conjunto com a mola, empurra a roda de volta à posição original. Como a suspensão é muito mais dura do que em um carro de passeio, para que o Fórmula 1 balance pouco e se mantenha estável nas curvas, o resultado é um solavanco.
Na Williams, a suspensão é "inteligente": de alguma forma, que ninguém da fábrica revela nem sob tortura, as rodas sabem o que lhes espera à frente. A esperteza do sistema começa na troca de amortecedores e molas por atuadores hidráulicos - pistões ligados a reservatórios de óleo pressurizado. Uma válvula comandada eletronicamente injeta mais óleo quando deve endurecer a suspensão, e deixa óleo sair quando a ordem é amolecer. Essa é a parte mais fácil, pois essa tecnologia já existe em carros de rua na Europa. Difícil é fazer o atuador responder sob medida para cada palmo de chão em cada um dos dezesseis circuitos do campeonato.
A Williams FW14B se comporta como se suas rodas adivinhassem a topografia da pista. Quando passa sobre uma ondulação, o atuador amolece, a roda sobe e desce, o atuador endurece de novo e o carro continua como se nada tivesse acontecido. A fábrica admite que há censores nas barras de suspensão, como em qualquer outro carro rival, a transmitir as informações sobre a pressão sofrida pelas rodas a dois computadores de bordo. Com base nesses dados, os computadores calculam quanto o atuador deve amolecer ou endurecer.
A diferença entre o sistema atual e aquele usado pela Williams e pela Lotus em 1987, que nunca funcionou direito, é que hoje ele reage em tempo real. O segredo pode estar no software dos computadores de bordo que gerenciam o sistema. A própria evolução da Informática, com chips cada vez menores, com mais memória e maior velocidade de processamento, permite levar em conta esta hipótese: assim que os censores da suspensão percebem uma ondulação, o computador calcula a resposta dos atuadores em milésimos de segundo, a tempo de ser eficiente, e não alguns metros depois.
Correu pelos boxes um boato, porém, de que o grande mistério da suspensão ativa seria um radar capaz de ler o terreno à frente do carro e enviar as informações ao computador, que então mandaria os atuadores amolecerem na hora certa. Se isso é verdade, não confirmada pela equipe, esse radar seria do tipo usado para mapeamento o mesmo, que equipa aviões de caça como o Tornado. Cabe um equipamento de radar num Fórmula 1? Perfeitamente. A antena, pequena porque seria de baixa potência, com alcance de alguns metros à frente do carro, poderia ir escondida no bico. "O problema não é a leitura do solo nem o processamento e envio de ordens pelo computador", explica Augusto Meyer, engenheiro eletrônico especialista em radares e fã de automobilismo. "O desafio é conseguir que haja resposta rápida do mecanismo que move a suspensão. A engenharia eletrônica evoluiu muito mais do que a mecânica."A outra façanha da suspensão espertinha - manter o carro reto nas curvas e freadas - é conseguida com acelerômetros colocados embaixo do banco do piloto. Esses sensores informam aos computadores as acelerações lateral e longitudinal do carro, enquanto os sensores da suspensão informam a carga que está sendo exercida em cada roda. Traduzindo, os computadores calculam o quanto o carro se inclina para a direita quando faz uma curva para a esquerda, e o quanto inclina o bico para baixo numa freada ou para cima numa acelerada forte. Diagnosticando a inclinação para a direita, por exemplo, o computador manda endurecer a suspensão daquele lado, para que o carro volte a ficar reto.
Um Fórmula 1 paralelo ao chão durante todo o circuito, que mantém o mesmo ângulo de ataque em relação ao ar, é o sonho de todo projetista. Com esse comportamento, é como se o carro corresse na condição ideal de um túnel de vento. A Williams anda assim. Seguindo a tendência inaugurada por Harvey Postlewhite na Tyrrel, em 1990, o projetista Adrian Newey desenhou um carro com o bico alto e curvo. Antes, o bico era reto, rente ao chão, para evitar que ar turbulento passase por baixo do carro. Agora, o bico alto e curvo deixa o ar entrar, só que disciplinado e direcionado.Faz toda a diferença. Um Fórmula 1 tem o perfil de asa de avião: o ar passa mais rápido em cima, cria uma zona de baixa pressão ali e o carro tende a voar. Só não decola porque os aerofólios têm o perfil invertido, e empurram o carro para baixo. Se o projetista consegue fazer o ar de baixo passar disciplinadamente também em alta velocidade, a diferença de pressão cai; isso é o famoso efeito solo. Como o carro tende menos a ser puxado para cima, é preciso menos pressão de aerofólio para mantê-lo no chão. Resultado da matemática aérea: o carro vence melhor a resistência do ar e pode correr mais solto - com pouca asa, como se diz no automobilismo. Resultado da equação: a Williams corre muito nas retas e é estável nas curvas.
A aerodinâmica eficiente em vencer a resistência do ar é um prato cheio para quem vem empurrando atrás: o motor Renault V10 RS3C, 740 cavalos (palavra oficial da fábrica) e 14 000 rotações por minuto.Contrariando a moda lançada pela Ferrari de ganhar potência construindo motores de doze cilindros, a Renault ficou nos dez, e consegue a mesma potência do V12 da Honda. Bernard Dudot, diretor da Renault Sport, contou a nos por que fez essa escolha quando a fábrica voltou à Fórmula 1 há três anos. Ele lembra que chamou vários amigos especialistas em chassis para opinar sobre qual seria o motor ideal entre o V8, V10 e V12.Ganhou o V10 de ângulo fechado - cinco cilindros de cada lado, dispostos em forma de V. Não era a escolha mais fácil para a fabricação, segundo Dudot, mas não há sombra de arrependimento. "Penso que o V12 é uma escapatória para a falta de tecnologia", alfineta Dudot. "Se temos pouca tecnologia para fazer um V10 funcionar, a primeira solução é colocar mais dois cilindros e assim aumentar a potência".
A grande vantagem do V10 em relação ao V12 é ser mais leve e menor. Como a velocidade é resultado da equação peso/potência, fica claro que nem sempre uma cavalaria pesada é a melhor solução. Bernard Dudot ainda vê muita estrada para o V10 antes de pensar em acrescentar mais dois cilindros ao Renault. "O maior potencial de evolução do motor está na escolha dos materiais", afirma. "O objetivo é fazer com que o motor gire o mais rápido possível com o menor desgaste. Logo, se o construirmos com materiais mais resistentes e mais leves, a tarefa será mais fácil."A Renault emprega ligas especiais de alumínio e titânio nas partes estruturais dos motores, como pistões e cilindros, que fazem o trabalho pesado. "Ainda não estamos na era das cerâmicas, porque são muito frágeis, mas já usamos carbono nas partes não estruturais", diz Dudot. Para aumentar a performance do motor francês, só uma poção mágica francesa: o combustível da Elf, capaz de aumentar a potência em até 7%. Milagre? "Falou-se muito de uma suposta molécula milagrosa que a Elf teria descoberto", diz Valérie Jorquera, engenheira química da Elf. "Isso não existe. Trabalhamos duro o ano inteiro e melhoramos a performance do combustível aos poucos."E como trabalham. De julho do ano passado a julho deste ano, a Renault testou para a Elf 34 gasolinas diferentes. Para cada mistura testada, a Elf fez cinco, ou seja, desenvolveu 170 gasolinas em um ano. A Federação Internacional de Automobilismo Esportivo, tentando acabar com essa farra, quer padronizar o combustível para todas as equipes - um golpe no feliz casamento da gasolina Elf com o motor Renault. Até que ponto isso abala o perfeito equilíbrio do carro Williams é uma pergunta a ser respondida na pista.
Tanta pesquisa em combustível é necessária porque há centenas de produtos em cada uma das cinco grandes famílias de hidrocarbonetos que compõem a gasolina - parafina, isoparafina, aromáticos, olefina e nafta -, o que propicia uma enormidade de misturas diferentes. "Estamos sempre à procura de uma molécula que ofereça boa combustão, ou seja, queime exatamente no mesmo tempo de rotação do motor, nem antes nem depois, e que tenha consumo mínimo", explica Valérie.
Para cada circuito é feita uma gasolina sob medida. Em Mônaco, uma pista de média baixa de velocidade, a gasolina era menos eficiente do ponto de vista do consumo, mas tinha melhor performance na retomada de aceleração. Valérie rechaça a impressão de que essas gasolinas - 20 dólares o litro - são tóxicas só por causa do cheiro horrível. "Na gasolina da Elf não há componentes aromáticos, como o benzeno, que são altamente tóxicos", explica. A gasolina comercial de qualquer posto tem 25% de componentes aromáticos, benzeno incluído.Para domar a cavalaria envenenada da Renault, a Williams tem o câmbio semi-automático. Um sistema hidráulico administrado por computador controla a embreagem e faz a seleção de marchas cada vez que o piloto aperta um dos interruptores atrás do volante - há um botão para reduzir e outro para subir a marcha. Assim, o piloto mantém as duas mãos no volante durante toda a volta, e ainda é impedido de fazer besteiras pelo computador. Se ele tentar engatar uma segunda quando deveria colocar a quinta, o computador sabe em que rotação está o motor e ignora a ordem que provavelmente estouraria o câmbio.Esse é também o motivo de o sistema ser semi, e não totalmente automático. "Imagine se o computador decidisse mudar de marcha no meio de uma curva baseado apenas na rotação do motor? ", indaga o porta-voz Gary Grumpler. Outra razão é que um câmbio automático inibiria o estilo de cada piloto. A Williams tem Riccardo Patrese, que sempre reduz na entrada das curvas, e Mansell, que sob pressão às vezes mal executa as curvas.O controle automático de transmissão é outro recurso que faz da Williams um carro resistente a pilotos afobados. Se um sensor na roda indicar que ela está girando mais rápido do que seus avanços no chão - ou seja, patinando -, o computador imediatamente desliga dois ou três pistões do motor, reduzindo a velocidade do carro. O processo permite largadas em altíssima rotação sem risco de derrapagem. O piloto só acelera e vai embora, o sistema de transmissão cuida do resto. A Williams colocou tanta inteligência num Fórmula 1 que nem o estabanado Mansell consegue atrapalhar seu desempenho.

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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Astrônomo acredita que ETs usam laser para se comunicarem


Astrônomo acredita que ETs usam laser para se comunicarem



Depois de participar da descoberta de inúmeros exoplanetas, Geoffrey Marcy agora dedicará seu tempo à caça de sinais de civilizações extraterrenas.
O professor de astronomia da Universidade da California, Geoffrey W. Marcy, é o responsável por grandes descobertas relacionadas ao espaço nos últimos anos. Foi ele, por exemplo, quem constatou a existência de 70 dos 100 primeiros exoplanetas descobertos pela humanidade.

Agora, ele está disposto a colaborar com um grupo que, por muito tempo, foi visto com desconfiança pela comunidade científica. Trata-se do Search for Extra-Terrestrial Intelligence (SETI), programa que tem por objetivo analisar possíveis sinais de rádio enviados por habitantes de outros planetas.

Entretanto, Marcy acha que a busca pode estar sendo feita de maneira errônea. Em entrevista para a revista New Scientist, o astrônomo explicou que, caso existam civilizações extraterrenas, é muito provável que elas estejam se comunicando de alguma forma.

Por anos, temos tentado escutar as ondas de rádio dessa comunicação, mas pode ser que nunca consigamos. A razão para isso, de acordo com o cientista, é que essas sociedades interplanetárias podem estar usando laser, e não rádio, como forma de comunicação.

Lasers e telescópios gigantes
“Lasers são a maneira mais lógica de fazer isso, porque você pode manter um nível de privacidade ao confiná-lo a um raio estreito o suficiente para chegar a uma espaçonave ou civilização que esteja próxima a outra estrela, com uma distância de três anos-luz. Isso sem mencionar a economia de energia”, explica Marcy. “Talvez eles estejam apontando lasers em nossa direção e nós ainda não estejamos observando”, complementa.

O professor Marcy também acredita que, dentro de 100 ou 200 anos, teremos telescópios tão potentes que seremos capazes de fotografar continentes inteiros de outros planetas. Ele também acha que alguns alienígenas já são capazes de fazer isso e que sabem que estamos aqui.

Quando questionado sobre o que o leva a crer que extraterrestres possam ter evoluído a esse ponto, Geoffrey Marcy explica que é o fato de que nossa galáxia possui 10 bilhões de anos, enquanto que a Terra tem “apenas” 4,5 bilhões. “Nós somos apenas um pontinho brilhante na vasta astrobiologia da galáxia”, diz.


Tutorial: como encontrar ETs

Concepção artística do projeto Terrestrial Planet Finder (Fonte da imagem: NASA)

Perguntado pela New Scientist sobre que tipo de telescópio precisaríamos para constatar a presença de civilizações extraterrestres, Marcy é taxativo: “O que queremos é um telescópio do tamanho de um estádio de futebol, que possa fotografar planetas semelhantes à Terra orbitando estrelas próximas e obter um espectro de luz desses planetas diretamente”.

A partir desse espectro, seria possível constatar a presença de água, metano, dióxido de carbono e até ozônio. Caso exista oxigênio, por exemplo, é sinal de que há o processo de fotossíntese naquele mundo.

De acordo com Marcy, a NASA já tem planejado um telescópio como esse — o projeto se chama "Terrestrial Planet Finder" —, da mesma forma que a Agência Espacial Europeia tem pensado sobre a criação do telescópio Darwin. Porém, as pesquisas andam paradas: não existe dinheiro para isso.

Pelo visto, o SETI e as ideias de Marcy ainda parecem as mais fáceis de serem colocadas em prática, no momento. Será que viveremos o suficiente para presenciar a constatação de civilizações alienígenas? Nós, continuamos torcendo para que um dia possamos dar essa notícia.

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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Chuva alienígena pode conter evidências de vida extraterrestre


Chuva alienígena pode conter evidências de vida extraterrestre



Cientista afirma ter identificado organismos unicelulares que teriam chegado à Terra graças à explosão de um meteoro


Em 2001, o estado de Kerala, localizado no sul da Índia, foi palco de um evento climático bem bizarro. Durante cerca de dois meses, a região foi atingida por chuvas torrenciais com uma estranha coloração vermelha — fato que deixou muitos cientistas intrigados —, e estudos recentes vem gerando bastante controvérsia.

Segundo o The Huffington Post, em um primeiro momento acreditava-se que a cor era resultado da presença de esporos e até partículas de poeira. No entanto, análises mais detalhadas revelaram outra história. De acordo com Godfrey Louis — físico que vive em Kerala e conduziu estudos com as gotas —, ao contrário das características comuns observadas em partículas de poeira, o material encontrado na água tem formato irregular e é transparente.

Além disso, as partículas de Kerala parecem estar vivas e apresentam algumas semelhanças com células sanguíneas. Mais curioso ainda, pesquisadores de um laboratório no Sri Lanka descobriram que, apesar de os tais esporos estarem se replicando, não existe qualquer sinal de DNA nessas células. E a coisa não termina por aí!


Carona meteórica

Fonte da imagem: Reprodução/National Geographic

Na época em que as chuvas ocorreram, um relatório oficial chegou a atribuir a coloração avermelhada à explosão de um meteoro que atingiu a região de Kerala uma semana antes do início das tempestades. Segundo Godfrey Louis, os esporos estavam na rocha espacial, e as análises que ele realizou apontaram que as células extraterrestres continuaram a se replicar, mesmo a temperaturas superiores aos 300° C. Parece papo de cientista maluco, não é mesmo?

No entanto, ainda de acordo com o The Huffington Post, outros cientistas afirmam que a teoria apresentada por Louis não é apenas plausível, mas provável também, já que cerca de 100 toneladas de rochas espaciais atingem o nosso planeta todos os dias. Assim, quem garante que microrganismos provenientes do espaço não cheguem à Terra de carona em meteoros?


Panspermia

Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia

Os pesquisadores também mencionaram a descoberta de minúsculos fósseis no interior de um meteorito encontrado no Sri Lanka no final do ano passado, o que reforça a teoria conhecida como panspermia, ou seja, que as primeiras formas de vida chegaram ao nosso planeta por meio de impactos de asteroides e meteoritos. E, como era de se esperar, essas afirmações vem causando bastante polêmica.

Outro estudo relacionado com a “chuva alienígena” revelou que as células presentes nela poderiam representar um risco para a Terra. Análises detectaram uma alta concentração de urânio nas camadas mais externas dos organismos unicelulares, resultado que acabou tirando um pouco o “brilho” sobre a possível descoberta de vida extraterrestre. Essa história ainda vai dar o que falar, e até que a comprovação final seja apresentada, que tal deixar a sua opinião nos comentários?

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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Fóssil de peixe é a mais antiga criatura com rosto já descoberta


Fóssil de peixe é a mais antiga criatura com rosto já descoberta



Pesquisadores chineses encontraram o fóssil de 419 milhões de anos impecavelmente preservado.



Paleontólogos chineses fizeram uma descoberta capaz de deixar qualquer cientista com lágrimas nos olhos: eles encontraram um fóssil de peixe que parece ser o mais antigo animal conhecido com características faciais semelhantes aos vertebrados modernos. Mais especificamente, a estrutura ósseas composta por face e mandíbula dá ao peixe a aparência do que hoje conhecemos como um rosto.

Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências ofereceram uma descrição bastante detalhada do fóssil em artigo da revista Nature. Eles estimam que o fóssil tenha cerca de 419 milhões de anos e, mesmo assim, estava “impecavelmente preservado”.



O animal foi encontrado em uma escavação no sudoeste da China e batizado de Entelognathus primordialis. Embora ele pertença à classe de peixes extinta placodermo, sua estrutura óssea é diferente de animais da mesma classe encontrados anteriormente.

Os placodermos geralmente contam com mandíbulas extremamente simples, feitas de placas ósseas, enquanto alguns nem mesmo tem mandíbulas. Já o Entelognathus primordialis conta com uma estrutura óssea tão complexa quanto os vertebrados modernos.

Mas tudo isso não é apenas uma curiosidade: esse fóssil pode ajudar a ciência a repensar a forma como os processos evolutivos acontecem e o que levou ao que conhecemos hoje como as estruturas faciais de animais vertebrados.

O que mais chama a atenção no fóssil é que ele soma características de peixes já extintos com estruturas ósseas mais modernas, algo que até agora só havia sido encontrado em animais como vertebrados terrestres, répteis, aves e mamíferos.



Até agora, os especialistas acreditavam que os grupos não estavam relacionados e que os placodermos haviam simplesmente desaparecido da Terra, por isso, o achado em questão acaba sendo tão importante para a ciência.

“Se você olhar apenas a parte superior do crânio e do corpo, ele se parece com um placodermo. Mas quando você olha a lateral, e a frente, você percebe que ele tem mandíbulas que, osso por osso, se assemelham às mandíbulas dos peixes ósseos atuais”, defende Matt Friedman, paleontologista da Universidade de Oxford. No entanto, os cientistas ainda não têm mais detalhes sobre a evolução destas espécies, mas estão trabalhando para encontrar novas respostas.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Conheça 5 das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial


Conheça 5 das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial



Ataques e campanhas militares aconteceram em diversas partes do mundo durante o conflito mais violento que a humanidade já viu, confira alguns deles


Entre 1939 e 1945, o mundo viveu momentos de terror. Estima-se que 50 a 70 milhões de pessoas tenham morrido durante a Segunda Guerra Mundial, o que faz dela o conflito mais sangrento da história da humanidade.

Tudo começou quando Adolf Hitler, o ditador alemão, assumiu o poder e decretou a invasão da Polônia em 1939. Alemanha, Itália e Japão se uniram para formar o Eixo. Do outro lado, os chamados Aliados eram Inglaterra, França, União Soviética e os Estados Unidos. O conflito de proporções assustadoras teve fim somente em 1945, quando os Estados Unidos bombardearam as cidades de Hiroshima e Nagasaki.

Se pensarmos que todas essas potências mundiais dispunham de tecnologias de armamento avançadas e desenvolvidas especialmente para aniquilar os inimigos, não é nenhuma surpresa o fato de que a Segunda Guerra Mundial estrelou algumas das batalhas mais violentas da história, ferindo, matando e deixando sequelas em milhares – e até mesmo milhões – de vidas.

Como acontece com outros fatos históricos, é sempre importante levar em consideração de que o real número de fatalidades é amplamente discutido por várias fontes. Ainda, o conceito de “batalha” não tem uma definição exata. Enquanto alguns podem considerar apenas pequenos conflitos que ocorreram em áreas isoladas, outros incluem grandes operações e campanhas militares.

5. Batalha da França

Fonte da imagem: Reprodução/The Atlantic

Países envolvidos: França, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Canadá, Polônia, Alemanha e Itália
Fatalidades: 469 mil pessoas
Período da batalha: 10 de maio de 1940 a 25 de junho de 1940
Também conhecida como a “Queda da França”, essa batalha representa o sucesso da invasão dos alemães na França e nos países baixos. Após a conquista da Polônia em setembro de 1939, Hitler decidiu concentrar suas ações no lado oeste da Europa. Seu objetivo final era invadir a União Soviética, mas o Führer sabia que seria preciso derrotar as nações do oeste europeu para evitar que a guerra acontecesse em duas frentes. Por isso, o seu plano foi invadir os países baixos (Holanda, Luxemburgo, Bélgica) e a França. Em teoria, se essa empreitada fosse bem sucedida, então a Alemanha poderia conquista o Reino Unido e voltar para o leste para enfrentar os russos.

Como a Batalha da França se deu ainda no início da guerra, os dois lados ainda não estavam plenamente fortalecidos. A Alemanha, por exemplo, tinha muito menos tropas do que os Aliados. Esse fato só não representou um problema porque o exército alemão tinha planos muito bem traçados.

Depois de tomar os países baixos, a Alemanha teria que encarar a França e o Reino Unido. Na primeira operação (chamada de “Caso Amarelo”) as unidades alemãs avançaram sobre a região de Ardenas e cercaram as unidades aliadas que estavam instaladas na Bélgica. Com as forças francesas e britânicas sendo obrigadas a recuarem em direção ao mar, a Força Aérea Britânica se retirou.

Em seguida, na segunda operação (que ganhou o nome de “Caso Vermelho”), os alemães dominaram as já esgotadas forças francesas. Durante a Batalha da França, as milícias britânicas e francesas foram evacuadas e, por consequência, as regiões norte e oeste da França foram declaradas zonas de ocupação alemã. Após a batalha, a Alemanha estava livre para criar suas estratégias para conquistar o Reino Unido.

4. Batalha de Moscou

Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia

Países envolvidos: Alemanha e União Soviética
Fatalidades: 1 milhão de pessoas
Período da batalha: 2 de outubro de 1941 a 7 de janeiro de 1942
O objetivo de Hitler ao invadir a União Soviética (Operação Barbarossa) sempre foi conquistar Moscou, pois a cidade era considerada um importante centro político e militar. O plano original do Eixo era conquistar Moscou dentro de quatro meses após o início da invasão na URSS para que as milícias não precisassem se deparar com a entrada do inverno. Mas as chuvas de outono e a forte resistência dos russos atrasaram o avanço dos alemães, que só em dezembro conseguiram chegar a 30 quilômetros de Moscou. O exausto Exército Vermelho foi poupado pelo rigoroso inverno russo e tropas militares da Sibéria treinadas especialmente para lutar nessas condições chegaram como reforços. Algumas fontes apontam que as temperaturas chegaram a 50°C negativos e que Hitler tinha sido avisado das dificuldades climáticas que poderiam encontrar.

O ataque ao centro político e militar ganhou o nome de “Operação Typhoon” e tinha duas ofensivas planejadas. Uma delas era no norte de Moscou contra o fronte de Kalinin e a outra aconteceria no sul do oblast da cidade. O começo da operação trouxe sucesso para os alemães, mas os russos resistiram bravamente. O inverno não permitiu que as tropas alemãs avançassem para Moscou e, após semanas de frio intenso, o Exército Vermelho contra-atacou e obrigou os alemães a recuarem mais de 160 quilômetros da cidade.

Mesmo com a vitória da Rússia, as duas nações se viram diante de uma grande devastação e uma perda irreparável. Na primavera, os soviéticos lançaram uma nova ofensiva contra os alemães, o que serviria como estopim para a Batalha de Stalingrado, que eles também venceriam.

3. Batalha de Stalingrado

Fonte da imagem: Reprodução/Listverse

Países envolvidos: Alemanha e União Soviética
Fatalidades: 2 milhões de pessoas
Período da batalha: 23 de agosto de 1942 a 2 de fevereiro de 1943
A Batalha de Stalingrado envolveu tropas da Alemanha nazista e da União Soviética. Esse foi o maior dos ataques alemães em direção ao leste e acabou marcado por perdas terríveis, fazendo com que essa fosse a batalha mais sangrenta de todos os tempos.

Meses depois da derrota em Moscou, os nazistas decidiram atacar a cidade de Stalingrado – hoje conhecida como Volgogrado por causa do Rio Volga. A conquista da cidade era importante porque Stalingrado era uma rota de transporte vital entre o Mar Cáspio e o norte da Rússia, além de ser a porta de entrada para a região do Cáucaso, muito rica em petróleo.

Hitler estava confiante de que poderia derrotar os russos já que o clima não era mais uma questão importante. Por isso, os alemães deram início ao confronto com ataque aéreos e mais 150 mil soldados e 500 tanques no solo. Eles chegaram a dominar 90% da cidade, mas os russos não se renderam em nenhum momento.

A batalha se arrastou por cinco meses e os soviéticos resistiram até a chegada de um novo inverno. Em novembro de 1942, o Exército Vermelho contra-atacou mais uma vez e teve sucesso, conseguindo dominar 300 mil membros do Eixo. Embora o Führer tivesse insistido, as tropas alemãs – que já haviam sofrido com o clima e com a fome – se renderam contra a sua vontade em fevereiro de 1943.

Essa foi uma das principais batalhas da Segunda Guerra Mundial, que acabou mostrando a força dos Aliados. Embora os soviéticos tenham ganhado a batalha, estima-se que tenham perdido mais de 1 milhão de militares. Algumas fontes apontam que as tropas do Eixo tenham sofrido um desfalque de mais de 800 mil soldados e, para confirmar essa como a batalha mais violenta da história, 40 mil civis também morreram durante o conflito.

2. Batalha de Kursk

Fonte da imagem: Reprodução/Gallimafry

Países envolvidos: Alemanha e União Soviética
Fatalidades: 388 mil pessoas
Período da batalha: 5 de julho de 1943 a 16 de julho de 1943 (ataque alemão); 12 de julho de 1943 a 23 de agosto de 1943 (ataque soviético)
A Batalha de Kursk aconteceu logo após a Batalha de Stalingrado e foi a última investida da Alemanha na região leste. Esse conflito ficou conhecido por ter o maior número de choques de tanques em toda a guerra e também por ter os mais elevados custos em um único dia devido aos ataques aéreos. Estima-se que mais de 6 mil tanques, 4 mil aviões e 2 milhões de soldados tenham entrado em combate. As forças alemãs batizaram o ataque de “Operação Citadel”, enquanto a União Soviética escolheu “Operação Polkovodets Rumyantsev” para sua ofensiva e “Operação Kutuzov” para a ação defensiva.

Hitler e suas tropas tinham planos estratégicos para explodir o Exército Vermelho, mas os soviéticos puderam prever a ação do ditador alemão. Além disso, eles esperavam a chegada de tanques e mais material bélico para que seu plano tivesse sucesso. Enquanto isso, os soviéticos ganharam tempo para planejar seu contra-ataque e enfraquecer as tropas alemãs. Essa foi a primeira vez em que as forças alemãs tiveram seus planos contidos antes mesmo de atacar.

A guerra na Europa durou mais 2 anos, mas quando a Batalha de Kursk terminou, os americanos e britânicos estava prestes a invadir a Itália, o Exército Vermelho estava na ofensiva e os Aliados estavam produzindo mais artigos de guerra do que os alemães. Somente em Kursk, estima-se que a Alemanha tenha perdido 720 tanques, 680 aviões, além de contabilizar 170 mil fatalidades nessa batalha.

1. Batalha de Berlim

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Países envolvidos: Alemanha e União Soviética
Fatalidades: 1.298.745 milhões de pessoas
Período da batalha: 16 de abril de 1945 a 2 de maio de 1945
A Batalha de Berlim marca o fim da Segunda Guerra Mundial. Um dos principais conflitos da guerra arrematou inúmeras vidas e viu a queda da Alemanha junto com Hitler e seus seguidores, que acabaram cometendo suicidio.

O Exército Vermelho chegou ao Rio Oder, na Alemanha, com mais soldados e munição do que tinham os alemães. Conforme as tropas soviéticas se aproximavam de Berlim, o Führer não tinha outra escolha senão arrumar pessoas para conter os soldados. Inflamados pela propaganda alemã que mostrava a destruição causada pelos soviéticos, os alemães não viram outra saída que não fosse atender aos pedidos do ditador.

Quando as tropas russas cercaram Berlim, Hitler havia recrutado a Wehrmacht (forças defensivas), a Volkssturm (milícia) e a Waffen-SS (polícia de elite), além de milhares de jovens inexperientes em uma tentativa desesperada de conter os ataques.

No final, os alemães somavam 300 mil soldados, enquanto os soviéticos passavam de milhões. Estima-se que mais de 2 milhões de tiros tenham sido trocados em Berlim, já que os tanques russos não surtiam tanto efeito com uma cidade de ruas devastadas. Dois dias após o tiroteio, a cidade havia sido tomada pelas tropas do Exército Vermelho.

Em maio de 1945, a cidade de Berlim se entregou aos soviéticos e a Segunda Guerra Mundial na Europa chegou ao fim. No entanto, o medo dos alemães em se entregar para as tropas russas era tão grande que eles continuaram lutando e buscando resistir para que pudessem se render às forças ocidentais em vez de serem capturados pela URSS.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Será que comer insetos fará parte do nosso futuro ?


Será que comer insetos fará parte do nosso futuro ?



Saiba por que muitos cientistas têm defendido essa fonte de alimentação

Você já experimentou um gafanhotinho assado ou uma cigarra frita? O que pode parecer nojentíssimo para muitos lugares ocidentais já é bastante difundido em países do oriente como a China, Coreia e Tailândia. Os insetos usados como alimentação é uma realidade que pode até fazer parte do mundo inteiro em um futuro não muito remoto.


Antes que você faça cara de asco, saiba que as pessoas que experimentaram garantem que o gosto não é ruim, podendo até ser muito crocante e ainda mais saboroso com a ajuda de um molhinho. Com certeza, o que nos deixa com aflição são as perninhas, asinhas e o próprio inseto mesmo como um todo.

Afinal, como ter coragem de colocar na boca uma barata asquerosa ou mesmo um escorpião? Pois esse pensamento pode mudar, assim como mudou em relação ao sushi, por exemplo, que há trinta anos era visto como intragável e hoje é um dos pratos mais consumidos no mundo.

O alimento do futuro
Com uma população em crescimento acelerado, já se aproximando de sete bilhões de pessoas no mundo, nossos métodos atuais de agricultura e pecuária podem se tornar simplesmente insuficientes para alimentar a todos nós.


Por essa razão, a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas começou a defender uma solução interessante. Em um relatório publicado em maio passado, a Organização afirma: "É amplamente conhecido que em 2050 o mundo terá nove bilhões de pessoas. Para acomodar esse número, a produção de alimentos atual terá de ser quase o dobro. Precisamos encontrar novas formas de cultivo de alimentos”. E, essa nova forma pode ser a entomofagia, que é a prática de criar e comer insetos.

E você pensa que somente os orientais aderem à prática? A entomofagia já domina a alimentação de muitas pessoas em 80% dos países do mundo, somando cerca de dois bilhões que já comem mais de 1.400 espécies de artrópodes. Fora a maioria dos países do primeiro mundo, essa “gastronomia” é muito comum e presente em vários povos, sendo vista na América Latina, África e, é claro, na Ásia.

Por que é bom para você?
Além de ser uma fonte de alimentação fácil de ser encontrada e abundante, os insetos são ótimas fontes de proteínas e gordura “boa”, sendo que 100 gramas de grilos, por exemplo, contém 12,9 g de proteína e 5,5 g de gorduras insaturadas. A mesma porção de gafanhotos tem 20,6 g de proteína e 6g de gordura, enquanto que uma quantidade de carne bovina magra vem com 30,5g de proteína e 5,8 g de gordura. Além de tudo, tem poucas calorias!

Onde encontrar?
Por enquanto, os países do ocidente não têm insetos no comércio assim como açougues existem por aí. Em alguns lugares, porém, existem fazendas de criação que podem disponibilizar as iguarias. Aliás, essa pode ser uma boa forma para ganhar dinheiro no futuro, não é mesmo? No Brasil, já existem comunidades incentivando a prática, como você pode conferir nessa página do Facebook.

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Abelhas de aluguel - Agricultura


ABELHAS DE ALUGUEL - Agricultura



Apicultores brasileiros começam a descobrir a polinização por colméias, a técnica para elevar a produção agrícola que tomou conta dos Estados Unidos e da Europa.



Elas são confinadas aos milhares em pequenas casas de madeira, ao redor das grandes plantações. Trabalham 365 dias por ano, sem direito a férias nem fins de semana, e não recebem nada em troca. Um típico caso de escravidão rural, que já se transformou numa prática perfeitamente legal e recomendável na Europa e nos Estados Unidos: o uso das abelhas para melhorar a produção agrícola. Não é novidade que esses insetos ajudam a transferir o pólen - elemento reprodutor masculino dos vegetais - de uma flor para outra. Mas, nas últimas décadas, cientistas e agricultores têm feito desses parceiros naturais uma eficiente mão-de-obra para polinizar lavouras e aumentar a produtividade e a qualidade de frutas, legumes e grãos.
Em muitos países do mundo, apicultura hoje não é mais uma atividade secundária, quase sempre de pequeno porte, e muito menos sinônimo de mel, que virou um subproduto. A grande meta dos apiários agora é a polinização, um negócio altamente lucrativo. Nos Estados Unidos, campeão mundial em pesquisas e no aproveitamento de abelhas na agricultura, os números são reveladores. Em 1988, enquanto a produção de mel acrescentou mirrados 150 milhões de dólares à economia americana, o aumento da produção de alimentos com o auxílio dessas prestativas operárias gerou um lucro adicional de 20 bilhões de dólares para o setor agrícola. Atualmente, mais de 2 000 apicultores vivem de alugar suas colméias, naquele país. No Brasil, o hábito de recorrer a elas para polinizar lavouras não alça vôos tão altos. Pelo menos no campo, porque nas universidades o trabalho das abelhas vem sendo pesquisado há muito tempo. A professora paulista Regina Helena Nogueira Couto, por exemplo, pesquisa há dezenove anos a genética e o modo de vida desses insetos. No campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Jaboticabal, SP, ela lida diariamente com todo tipo de espécies: da Apis mellifera - a mais comum em todo o mundo - até a dócil jantaí (Tetragonisca angustula) ou a nordestina uruçu (Melipona scutellaris), cujo mel é um orgulho regional. "São muitos os insetos que coletam néctar e polinizam as flores. A vantagem das abelhas é que elas são mais eficientes e podem ser controladas", explica Regina Helena.
Dependendo do tipo de plantação, uma colméia, com cerca de 60 000 abelhas, produz de 1 a 10 quilos de mel por semana. O que significa pelo menos 1,5 milhão de visitas coletivas às flores em busca da saborosa solução de água, açúcar e sais minerais do néctar, usado para produzir mel e enfrentar o inverno. Nesse vai e vem, elas levam outra riqueza: grãos de pólen, que as flores depositam estrategicamente em pequenas hastes, chamadas anteras, para lambuzar as visitantes. Carregadas com o precioso produto, voam de flor em flor, espalhando os grãos da fecundidade. As abelhas também se aproveitam desse alimento, rico em proteínas, para abastecer suas larvas. Já os apicultores, sobretudo na Europa, vendem o pólen em tabletes doces - com preço amargo - para atletas ou chefes de cozinha, que o empregam como tempero. Mas não é só a busca frenética do néctar ou do pólen que faz das abelhas melhores polinizadoras do que borboletas, besouros ou moscas. Elas vencem os rivais em eficiência por uma outra característica, batizada pelos cientistas de "fidelidade alimentícia". Enquanto a borboleta abandona facilmente um laranjal para se embrenhar no mato atrás de flores silvestres, a abelha só deixa a plantação quando não há mais flores a visitar.
Pesquisas feitas na Unesp de Jaboticabal provaram que a produção de laranjas pode crescer em 30% com ajuda dessas laboriosas trabalhadoras. A experiência é simples. Na florada, em setembro, as colméias são espalhadas pelo pomar. Metade das laranjeiras, porém, é envolta por telas e, no final do verão, com as árvores carregadas, as frutas são contadas para medir a produtividade em cada lado. "Além do aumento da quantidade, a qualidade das frutas melhora", acrescenta a professora e pesquisadora Regina Helena, de Jaboticabal. As laranjas da Unesp, por exemplo, ficaram 10% maiores e com mais 20% de vitamina C graças às persistentes caçadoras de néctar, que fecundam o máximo possível de óvulos na flor e fazem com que o fruto se desenvolva por inteiro. Quando o agente polinizador é o vento ou são insetos mais preguiçosos, isso fica difícil.Nos Estados Unidos, o recurso às abelhas é tão intenso que, só na Califórnia, existem cerca de 1,4 milhão de caixas - como são chamadas as colméias artificiais - espalhadas entre laranjais e outras culturas. "É mais do que toda a população de Apis no Brasil", compara Helmuth Wiese, autor de vários livros sobre o assunto e presidente da Confederação dos Apicultores de Santa Catarina, o Estado com maior número desses profissionais empenhados na polinização.
Em 1984, Wiese participou de uma experiência que elevou em 50% a produção de maçãs catarinense. Desde então, houve uma adesão em massa à apicultura e hoje existem mais de 50 000 colméias de aluguel só em Fraiburgo. Os catarinenses detêm a liderança disparada na cultura de maçãs, com 217 000 toneladas em 1991, quase o triplo dos vizinhos gaúchos, responsáveis por 85 000 toneladas. "O problema dos agricultores de outros Estados é que eles não percebem que é possível usar abelhas sem risco", diz Wiese.
O risco a que ele se refere são as dolorosas picadas que elas distribuem quando molestadas. Um medo que cresceu a partir de 1957 com o acidente no apiário do cientista Warwick Kerr, um dos maiores especialistas em abelhas do mundo. Vários enxames da agressiva Apis mellifera scutellata - a famosa africana - importados para experiências genéticas, escaparam do seu laboratório em Rio Claro, SP, provocando uma catástrofe. As africanas cruzaram com a mansa Apis mellifera ligustica, italiana, e surgiu uma variedade intermediária, boa para fazer mel, boa para polinizar e, infelizmente, boa também para distribuir ferroadas. As africanizadas avançaram rumo ao norte à velocidade de 200 quilômetros por ano, chegaram aos Estados Unidos no fim da década de 80 e transtornaram a apicultura do continente com sua ferocidade.
Foi preciso reformular as técnicas para lidar com as colméias. Os apicultores passaram a vestir roupas protetoras - na Europa, ainda hoje elas são desnecessárias - e usar um fumigador que evita problemas enquanto se mexe nas caixas: a fumaça impede que as abelhas captem a ordem de ataque transmitida pelo odor de substâncias chamadas ferormônios. Criaram-se também regras de convivência pacífica. "Durante a florada da maçã, quando são instaladas as colméias, o pomar é cercado e sinalizado", conta Helmuth Wiese. Com isso, os trabalhadores sabem onde podem andar e os acidentes são raros.
Os cientistas, no entanto, não se conformaram com a paz armada. O próprio Warwick correu atrás do prejuízo e, no final dos anos 60, importou 25 000 rainhas italianas para distribuir gratuitamente aos apiários paulistas. A idéia até que era boa - frear a africanização -, não tivesse o feitiço se voltado contra o feiticeiro: as abelhas perderam agressividade e uma onda de roubos de colméias invadiu o Estado. "Os apicultores acabaram optando pelas violentas, que se defendiam de tudo, inclusive dos ladrões", lembra Kerr.Hoje, com as abelhas mudando seu endereço para campos cultivados e pomares onde circula muita gente, as pesquisas para a docilização das africanizadas e o uso de espécies mais pacatas foram retomados. "Por que não experimentar novos tipos, como a jataí, na polinização?", pergunta a pesquisadora Fátima do Rosário Naschenveng Knoll, catarinense de origem austríaca que dá aulas no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e agora está batendo em retirada para o interior. A partir de setembro, ela continua suas pesquisas com abelhas no tranqüilo campus da Unesp em Bauru.
A jataí, por sinal, combina com a tranqüilidade interiorana: mansa e sem ferrão, cor marrom avermelhada e mel de sabor mais suave, suas colméias proliferaram em São Paulo, mas foram quase dizimadas pelos desmatamentos. Além disso, ela é vítima da própria mansidão. "A ausência do ferrão as torna indefesas contra inimigos naturais" revela Fátima Knoll Entre eles os ácaros, que mutilam e matam as larvas, e formigas capazes de destruir uma colméia em apenas uma semana.
O melhoramento genético da Apis mellifera é outra arma para reduzir, de geração em geração, a agressividade dos enxames. Aliás, por um mistério não decifrado, isso também ocorre naturalmente, com o passar dos anos. Um bom exemplo é a colméia que se instalou numa parede do Instituto de Biociências da USP há mais de vinte anos. "No começo, as pessoas tinham que desviar o caminho para não serem atacadas. Hoje, os estudantes param para bater papo embaixo dela", conta a professora que está partindo para Bauru.
Em laboratório, a fúria é debelada com a docilização genética através das rainhas. O processo começa com a coleta do sêmen dos zangões de colméias amistosas: as rainhas são então inseminadas artificialmente para gerar crias menos agressivas. Curioso é o método para detectar comunidades dóceis. Como nem sempre é possível indentificá-las pela simples observação, o professor Antônio Carlos Stort, da Unesp, criou um dispositivo infalível: uma esfera de feltro preta, pendurada perto da saída de cada caixa. Como as abelhas associam o preto a inimigos, elas atacam o feltro. Para saber quem está a fim de briga e quem prefere a paz, basta contar os ferrões trincados na bolinha.Os apicultores modernos costumam ficar de olho nesses avanços e logo os aplicam na prática. "Sempre que preciso criar uma nova caixa, compro rainhas docilizadas e climatizadas", revela João Alberto Kors, um jovem engenheiro eletrônico que divide seu tempo entre uma empresa de informática e outra de produção de mel e polinização. Descendente de holandeses, ele tem centenas de colméias em Holambra, no interior de São Paulo, famosa por suas flores.
As rainhas compradas por Kors são criadas na Estação Experimental da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, em Pindamonhangaba. A tal climatização é um processo parecido com a docilização, só que selecionando zangões de regiões com clima semelhante ao desejado pelo agricultor. "Com tanto calor, eu jamais poderia usar abelhas gaúchas aqui", explica Kors.Menos perigosas e adaptadas às condições climáticas, as caixas de João Alberto Kors têm passeado por variadas lavouras de Holambra. "Em agosto elas vão para a florada do limão. De setembro a dezembro, para a da laranja e depois ficam nos bosques de eucalipto até fevereiro. Dai até o fim de maio, chega a vez das flores silvestres."A experiência acabou trazendo para a região uma nova cultura, o níger, uma oleaginosa africana com o providencial dom de florescer em junho. "Sem ele, não dava para manter vivas tantas abeIhas no inverno", observa Kors. Um casamento perfeito. Desde que as colméias foram espalhadas em meio à planta africana, há quatro anos, a área cultivada quadruplicou. Não que as abelhas sozinhas tenham causado esse aumento. Mas elas abriram os olhos dos agricultores para um novo negócio. Sua semente tem bons preços na Europa como ração para pássaros e fonte de óleo comestível. Em 1991, foram exportadas 30 toneladas, "número que deve ser superado este ano", prevê Kors. Com isso, ele se aproxima cada dia mais dos apicultores europeus e americanos, para quem hoje o mel é apenas um detalhe.

Doçuras na casca da árvore

Uma forma curiosa de produzir mel e manter as colméias bem alimentadas durante o rigor do inverno está tomando conta do vale do Rio Canoas. em Santa Catarina. A novidade é um mel extrafloral. tido como iguaria na Europa, mas praticamente desconhecido pelos brasileiros. mesmo aqueles que lidam com apiários. "As abelhas não dependem de floradas quando o frio chega. mas da casca da bracatinga uma árvore leguminosa adorada por parasitas sugadores de seiva chamados cochonilhas", explica o agrônomo e apicultor Carlos Alberto dos Santos, um paulista há dez anos radicado naquele Estado do Sul. As cochonilhas excretam uma solução densa repleta de nutrientes, que é recolhida pelas abelhas da região e transformada em um mel escuro. de sabor pouco doce, com uma concentração de minerais em média cinco vezes maior do que a do mel comum.Conhecido pelos alemães como wald honig (mel da floresta), ele assegura a sobrevivência das colméias catarinenses entre maio e setembro, quando as flores disponíveis para a coleta de néctar tornam-se raras. Isso obriga as abelhas a hibernarem até a primavera. torcendo para que o mel estocado no outono seja suficiente. Quando não é, a fome se transforma num verdadeiro desastre para os apicultores, dizimando boa parte da população de suas colméias. Para evitar o prejuízo, alguns improvisam, suprindo seus exércitos de abelhas com um xarope à base de água, açúcar e mel. Outros procuram convencer agricultores a semear culturas que floresçam no inverno, como o níger. que está sendo plantado em Holambra. no interior de São Paulo. "Mas para os premiados pela sorte. como nós, basta ter uma boa quantidade de árvores de bracatinga por perto", brinca Carlos Alberto.

A operária da Europa

Ela já duplicou a produção inglesa de tomates em estufas e é alvo da atenção dos pesquisadores europeus nos últimos anos. Trata-se da Bombus terrestris, uma abelha peluda, barulhenta e grande - cerca de duas vezes e meia maior que a Apis mellifera. "EIas trabalham mais rápido, por mais tempo e em temperaturas mais frias", diz a cientista inglesa Sarah Corbet, da Universidade de Cambridge. Segundo ela, além de mais veloz que a abelha comum, a Bombus pode levar muito mais pólen em seu corpo repleto de pêlos. "Uma centena faz o trabalho de mil Apis."Só que as vantagens ficam por aí. O uso dessa abelha enfrenta obstáculos difíceis de transpor. O primeiro é o da sobrevivência no inverno. Como seu mel é de baixa qualidade, ele dura poucos dias e não pode ser estocada. Com isso, as colméias apesar de pequenas e com poucas centenas de operárias sucumbem à fome nessa estação "Apenas a rainha sobrevive até a primavera, escondida em buracos que ela cava no solo", conta Sarah Corbet. Além disso, ao contrário das comuns, as Bombus são difíceis de reproduzir em cativeiro.Mas o interesse em sua capacidade polinizadora é tão grande que técnicas sofisticadas foram desenvolvidas para mantê-las em atividade. Entre elas. o congelamento das abelhas no estágio de larva, segredo monopolizado pelos holandeses: os agricultores recebem caixas com as pupas resfriadas, deixam descongelar na plantação e logo as abelhas estão voando pelas flores.No Brasil, uma variedade parecida é encontrada nas regiões de clima temperado. É a Bombu morio, conhecida como mamangava. Apesar de menos agressiva que as outras, a mamangava é temida por muitos. "Sua ferroada é mais dolorida e pode se repetir várias vezes, pois ela não solta o ferrão como as abelhas comuns", adverte a professora Regina Helena Nogueira Couto, da Unesp de Jaboticabal.

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Explosão no terceiro mundo - AIDS

EXPLOSÃO NO TERCEIRO MUNDO - AIDS



Sete a oito milhões de africanos são portadores do HIV, o vírus acusado pela derrota fatal do sistema imunológico nos aidéticos. A doença cresce vertiginosa nos países pobres.



Pandemia. Uma epidemia generalizada, de acordo com o dicionário Aurélio. Quando as sessões da VIII Conferência Internacional sobre Aids foram abertas, em um domingo, ouviu-se pela primeira vez essa palavra, em caráter oficial, para definir o presente estado da doença. Entre os dias 19 e 24 de julho passado, cerca de 14 000 cientistas, entre eles 150 brasileiros, somaram- se aos 700 000 habitantes de Amsterdã, a capital holandesa. Hotéis lotados, muitas pessoas tiveram de se acomodar em cidades vizinhas. O evento foi algo gigantesco: 968 pesquisadores apresentaram trabalhos em 165 sessões; os resultados de outros 2 000 estudos apareceram fixados em posters, decorando as inúmeras salas do Centro de Convenções RAI, onde também se espalhavam stands de associações e laboratórios do mundo inteiro envolvidos com a Aids. Tudo funcionou perfeitamente, levando-se em conta que o evento foi transferido às pressas para a Holanda - estava programado para Boston, nos Estados Unidos mas, como os portadores do HIV não podem entrar no país, muitos inscritos no congresso seriam barrados na alfândega.Um estranho caso de preconceito. Se outros países adotassem a mesma lógica, o atleta Magic Johnson não teria participado da Olimpíada de Barcelona como integrante do fantástico Dream Team de basquete americano. Na mesma situação de Magic, calcula-se que existam entre 10 e 12 milhões de adultos e mais 1 milhão de crianças ao redor do planeta. Ou seja, uma em cada 400 pessoas está infectada pelo HIV, e essa proporção vem dobrando de três em três anos. Levando-se em conta que na África a proporção é mais alarmante - um doente para 100 habitantes - pode-se afirmar que a situação do resto do mundo é menos dramática - um doente para 1 000 habitantes. "O Terceiro Mundo representa 80% das infecções registradas este ano", afirmou o médico holandês Joost Ruitemberg, vice-presidente da conferência.
Estima-se que até a virada do século mais de metade dos portadores do vírus serão mulheres. "Daí que ainda mais bebês nascerão com o HIV. Sem contar as crianças sadias, que ficarão órfãs", sublinhou o americano Michael Merson, diretor do programa global contra a Aids, da Organização Mundial de Saúde. Um estudo realizado em Lusaca, capital de Zâmbia, mostra que, nesse país, um em cada dez jovens com menos de 20 anos já perdeu o pai ou a mãe (quando não perdeu ambos), por causa da Aids. Conter a expansão de qualquer doença no Terceiro Mundo é uma tarefa complicada: faltam condições de higiene, além de educação básica que proporcione à população a capacidade de compreender a importância das medidas preventivas. Mas que isso não sirva de desculpa: "Enquanto 65% dos soropositivos se concentram na África, chegaram a esse continente apenas 2,8% de 1,2 bilhão de dólares investidos no combate global à Aids, no ano passado", acusou o epidemiologista Daniel Tarantola, da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos.Diversos estudos delineiam a suposta rota do HIV: o vírus teria aparecido na África, devido a mutações genéticas de espécies similares, possivelmente parasitas dos macacos; dali, ele migrou para outros continentes, em que terminou desencadeando a epidemia da Aids; esta, nos últimos anos, alcançou o Terceiro Mundo, incluindo o continente de origem do HIV, como uma onda de força avassaladora. O professor Gerald Myers, do Laboratório de Los Alamos, nos Estados Unidos, desconfia que, quanto mais o vírus viaja, mais ele se modifica. Os cientistas responsabilizam duas espécies de vírus pela Aids, o HIV 1 e o HIV 2, que diferem entre si em cerca de metade de seu patrimônio genético. O HIV 1 possuía cinco subtipos conhecidos até julho, quando se acrescentaram a essa perigosa família dois subtipos, recém-identificados na Tailândia."O HIV é um alvo móvel, porque o conjunto de genes de cada um de seus subtipos muda em média 1% ao ano", disse o professor Myers à platéia atenta. "Para complicar, os vírus parecem diferentes entre si, conforme o país em que se encontram. Nas primeiras comparações que fizemos entre subtipos africanos e americanos, notamos diferenças em 30% a 35% dos genes." O cientista ainda suspeita que o vírus se altere de acordo com o vetor da infecção - o HIV 1 do sangue contaminado não seria idêntico ao HIV 1 transmitido por relações sexuais. Por enquanto, é apenas especulação. Teorias como essa, à medida que atestam a incrível capacidade de mutação do vírus sustentam a hipótese de existirem formas extraordinárias e ainda desconhecidas do insidioso HIV. Este é, aliás, o argumento mais freqüente apresentado pelos cientistas para justificar a existência de aidéticos aparentemente sem o vírus.O médico Jeffery Laurence, da Universidade Cornell, Estados Unidos, descreveu cinco pacientes nova-iorquinos com sintomas típicos de Aids - doenças oportunistas contagem baixa das CD4, as células infectadas pelo HIV, que vão morrendo à medida que a doença avança, causando o colapso do sistema de defesa humano. Os exames de sangue não encontraram anticorpos para o HIV 1, nem para o seu primo mais raro, o HIV 2. O médico, então, realizou testes mais precisos com o PCR- um método que, em vez de correr atrás de anticorpos produzidos numa reação ao agente invasor, caça rastros do material genético do próprio vírus procurado. Mais uma vez os resultados foram negativos. Laurence relatou sua experiência à revista americana Newsweek, que chegou às bancas na semana da conferência. O efeito foi o de uma bomba.Imediatamente, os maiores especialistas em Aids se reuniram a portas fechadas - entre outros o francês Jean-Luc Montaigner, do Instituto Pasteur, que isolou o HIV, e o próprio Jeffery Laurence. Embora nunca tivessem divulgado, todos conheciam doentes como os cinco nova-iorquinos. Seis casos chegaram a ser notificados oficialmente pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. Somando o que cada um deles guardava em segredo ou já tinha ouvido falar, os cientistas concluíram que há cerca de trinta pessoas no mundo inteiro com sintomas de Aids sem ter o HIV - ou, ao menos, o HIV nas variações que se conhecem. Entre eles, há um brasileiro internado no Hospital Emilio Ribas, em São Paulo (SUPERINTERESSANTE ano 6, número 7). Todos os casos são semelhantes: as pessoas estiveram expostas a situações ou comportamentos de risco, como grande número de parceiros sexuais e transfusões sangüíneas.Na Universidade da Califórnia, um cientista garante ter isolado uma nova espécie de retrovírus, que poderá justificar essas imunodepressões aberrativas. Sudhir Gupta, que não participou da conferência, tem uma paciente de 66 anos, obrigada em 1945 a fazer uma transfusão sangüínea, por causa de um aborto. Hoje, a mulher e sua filha, de 38 anos, apresentam uma série de doenças oportunistas associadas à Aids. Segundo o pesquisador, no organismo das duas pacientes há um vírus que nada tem a ver com o HIV 1 nem com o HIV 2. "Não sei se ele é transmissível e ainda não posso garantir que seja o responsável pela imunodepressão dessas mulheres", declara Gupta. O francês Montaigner também demonstra dúvida: "Não acredito que possa haver uma espécie de HIV 3. Na minha opinião, esses casos atípicos são provocados por um HIV 1 defeituoso". Embora não tenha realizado estudos conclusivos a esse respeito, Montaigner baseia sua teoria em dois casos ocorridos na França: os cientistas conseguiram detectar o HIV 1 na urina dos pacientes, mas não no sangue.O estudo do americano Anthony Fauci, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, nos Estados Unidos, também chamou a atenção dos conferencistas na Holanda. Na opinião do cientista, considerado brilhante pelos colegas, é necessário reavaliar a chamada fase de latência do HIV- o período entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas da doença, que dura em média cinco anos. Antes, acreditava-se que, durante esse tempo, o vírus permanecia estável no organismo, como um monstro adormecido. Mas Fauci e sua equipe concluíram que, algumas semanas depois da infecção há um verdadeiro seqüestro do vírus para os chamados gânglios linfáticos, cuja função normalmente é servir de armadilha para os invasores do organismo. "Três a seis semanas após a contaminação, entre metade e 70% dos pacientes sentem febre, mal-estar, dores de cabeça. Os gânglios ficam inchados", descreve Fauci. No entanto, um mês mais tarde o sistema imunológico recupera 90% do nível de células CD4, inicialmente abatidas. Daí, os sintomas desaparecem."A trégua é ilusória: os vírus não param de se replicar dentro dos gânglios. A descoberta desse golpe, pregado pelo HIV, é uma novidade . "Durante anos, não vamos encontrar um número significante de vírus na corrente sangüíneas", diz Fauci. "Mas entra em pane o sistema filtrante dentro dos gânglios, uma espécie de teia tecida por células chamadas dendríticas, que deveria segurar eventuais invasores." Em determinado dia, a teia arrebenta, soltando um batalhão de HIVs no sangue. É então que o portador, assintomático, se transforma em doente aidético. Desvendar cada detalhe sobre o comportamento do vírus no organismo certamente ajuda na busca de tratamentos capazes de prolongar o período assintomático da doença. A vacina, por sua vez, não é para amanhã - e nisso todos parecem estar de acordo.Especialista em cálculos, o americano Daniel Hoth, colega de Fauci no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, arrisca previsões: "Uma vacina recém-criada nunca é totalmente eficaz", explica. "Daqui a seis anos, já teremos vacinas com 60% de eficácia. Só no ano 2003, porém, alcançaremos 90%." Em sua palestra, Mauro Schechter, chefe do Laboratório de Pesquisa de Aids, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, divulgou urna técnica de diagnóstico, desenvolvida pelo médico Luis Lima, que permite avaliar a evolução do vírus em um paciente com um hemograma simples e um exame clínico ultra detalhado. "Nos países desenvolvidos, usa-se a contagem das células CD4 para saber o estágio da doença", conta Lima. "O teste, porém, custa em torno de 40 dólares. No Brasil, não há condições de submeter todos os pacientes a esse exame." Segundo Mauro Schechter, a margem de erro do novo método é de apenas 5%. "Os países africanos poderão adaptá-lo, de acordo com a incidência das infecções oportunistas."

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ai, que sede ! Fisiologia


AI, QUE SEDE! Fisiologia



A garganta vai secando, até a sensação ficar insuportável. A pessoa pode buscar alívio em qualquer bebida. Mas não se iluda: o corpo pede água.


De repente, as seis grandes glândulas nos arredores da língua e inúmeras outras menores, dispersas pela boca, iniciam uma operação tartaruga, reduzindo cerca de um quarto da produção de saliva. Se nenhuma providência for tomada, elas entrarão em greve geral. É um movimento de protesto: falta líquido no organismo. Quando a taxa de liqüidez caiu meros 5%, as glândulas salivares já começaram sua manifestação. Quem atravessa esse momento de crise pode achar que há inúmeras maneiras de resolver o problema - uns goles de suco, um copo de refrigerante, uma taça de milk-shake, uma xícara de leite. Há de fato uma interminável carta de bebidas, que aparentemente põem tudo em ordem. Aparentemente. Porque, embora nem todo líquido contenha água - o mercúrio do termômetro, por exemplo, não a contém -, toda bebida inclui essa substância em sua receita. E é de água, afinal - dois átomos de hidrogênio enlaçados com um átomo de oxigênio (a velha fórmula H2O ensinada na escola) - que o corpo sedento precisa.Reunidas, as moléculas de água representam 70% do peso de um adulto. Quem pensa que a maior parte desse volume corre em veias e artérias se engana: apenas uma em cada dez dessas moléculas participam da mistura do sangue. Mais de metade delas se acomoda dentro das células e as restantes - em torno de 30% do total - formam o líquido intersticial, que preenche os vãos entre uma célula e outra. Nomeada solvente universal pelos químicos, no organismo humano a água carrega sais, proteínas, hormônios, gorduras e açúcares. "Dentro de cada célula ocorre uma espécie de circulação aqüosa", descreve o nefrologista Roberto Zatz, da Universidade de São Paulo. "Conforme a diferença de concentração entre o líquido interno e o externo, as substâncias saem ou entram na célula."O jogo de pressões se chama osmose. Graças a ele, a água também transporta a escória do organismo, como as moléculas de uréia, o bagaço das proteínas depois de terem sido aproveitadas dentro das células. "A água ainda ajuda a regular a temperatura", conta Zatz. "Todos os dias, uma pessoa perde cerca de 800 mililitros de água pela transpiração. Ao umedecer a pele, o líquido evapora, roubando o calor do corpo. Pode-se dizer que, como tudo o que é úmido, a tendência do corpo humano é estar sempre secando." Além da perda pelo suor, 1,5 a 3 litros escapam pela urina; 0,5 litro se evapora na respiração e, ainda, 200 mililitros dão a consistência pastosa das fezes. Daí o conselho de se beber diariamente 2 a 3 litros de água - ou de qualquer outro líquido.Se o volume perdido não é reposto, a pessoa entra em processo de desidratação, que pode ser fatal. Teoricamente, sem água, nenhuma substância entra e nem sequer sai das células - o corpo fica travado. "Antes disso acontecer, o cérebro entra em pane", esclarece o nefrologista. Como a concentração do líquido intersticial aumenta, a água escapa do interior dos neurônios, tentando restabelecer o equilíbrio. "O cérebro fica uma uva passa. Se isso ocorre, não há volta." Por sorte, existem receptores no meio do cérebro, no hipotálamo, que não param de analisar o sangue, medindo a concentração ou osmolaridade das moléculas diluídas. Segundo a fisiologista Guiomar Nascimento, da Escola Paulista de Medicina, quando a osmolaridade não está entre 275 e 290 miliosmóis (unidade de concentração das moléculas dissolvidas), é preciso perder ou ganhar água. "Quando alguém almoça uma feijoada, a concentração de sal no sangue aumenta bastante. Durante a ginástica, por sua vez, a pessoa perde líquido pelo suor", exemplifica Guiomar. Nas duas situações, ou quando se aumenta a quantidade de moléculas que a água tem de dissolver ou quando cai o volume de água para dissolver determinado volume de substâncias, o resultado é a sede. "O hipotálamo envia uma mensagem ao córtex, a superfície cinzento-escura do cérebro. Os neurônios que tecem o córtex são os responsáveis, entre outras coisas, pela consciência. "Por isso, a partir do instante em que recebem o aviso, a pessoa percebe que precisa ingerir líquido e corre atrás de um copo de água", informa Guiomar. Cada gole escorrega garganta abaixo em altíssima velocidade, passando em 1 segundo pelo esôfago, o tubo com cerca de 25 centímetros na altura do tórax. O trajeto pelo estômago e intestino costuma ser mais lento, demorando de 3 a 45 minutos - tudo vai depender de a passagem estar livre ou congestionada por alimentos. Só na porção final do aparelho digestivo, no intestino grosso, o líquido é absorvido. "O hipotálamo interrompe, então, as mensagens da sede, porque o equilíbrio se restabelece", diz Guiomar. A explicação não coincide com a experiência de cada um: afinal, tomou água e a sede sumiu; ninguém tem de esperar alguns minutos para sentir o alivio. "Existem teorias de que receptores na mucosa da boca e da garganta mandariam sinais nervosos ao cérebro, quando a pessoa bebe água, por exemplo", conta a fisiologista. "A umidade na região bloquearia a reação de sede. Mas nunca ninguém conseguiu provar isso."Na circulação, a principal escala da água será no par de rins, que eliminam as impurezas do sangue e eventuais excessos de sais - a água, mais uma vez serve de veículo, escoando essas substância para fora. "Os rins também são importantíssimos para regular o nível de líquido no corpo", explica Guiomar. Segundo a fisiologista, a dupla de órgãos filtra diariamente nada menos do que 180 litros de sangue; 99% desse líquido é reabsorvido. Mas uma substância lançada pela glândula hipófise, no cérebro, pode interferir no processo de reabsorção: o hormônio antidiurético (HAD), fabricado por ordem do hipotálamo. Ele age nas paredes do vaso coletor dos rins, tornando suas células bastante permeáveis à água. Estas, então, roubam água pura da urina. "E uma estratégia de defesa", explica o nefrologista Roberto Zatz. "Além de induzir a reposição da água perdida, através da sede, o organismo economiza o líquido que lhe resta." Segundo o médico, o ser humano é capaz de concentrar até cinco vezes o volume urinário. "Isso indica que, durante a evolução, ele nunca sentiu muita sede. O rato do deserto, por exemplo, tem o triplo dessa capacidade."

Coquetel de minerais

Cerca de trinta marcas de água, com misturas diferentes de sais, disputam o paladar dos franceses. Acreditando nos benefícios dessas substâncias à saúde eles dominam a arte de extrair a melhor bebida dos mananciais

Dois mandamentos, um alemão e outro da Roma antiga, definem uma água mineral extraída de fontes nunca inferiores a 1 500 metros de profundidade. Segundo os alemães, para ser mineral a água deve conter, no mínimo, 1 grama de sais minerais por litro. Os romanos, que em seu tempo nem tinham como medir o teor dessas substâncias, sustentavam a tese de que o líquido seria mineral desde que tivesse algum efeito terapêutico. Campeões mundiais no consumo dessa bebida, os franceses, que bebem 4 bilhões de litros de água mineral por ano - cerca de 76 litros por pessoa e mais 74 litros de vinho - preferem engolir, até hoje, a versão romana. Um desavisado brasileiro entre as gôndolas de um supermercado parisiense pode encher o carrinho de garrafas de água de fonte, como são chamadas aquelas bebidas que, embora eventualmente mineralizadas, não têm efeito reconhecido sobre a saúde. Enfim, se lhe agradar o paladar, talvez o estrangeiro nunca perceba o engano uma vez que, feito as nobres minerais, as águas de fonte se originam em camadas subterrâneas e são, também, tão puras e potáveis, a ponto de dispensarem qualquer tratamento de desinfecção. A influência romana nessa questão conceitual começou em épocas anteriores a Cristo. No século I a.C., quando a cidade de Vergese, no sul da França, fazia parte dos domínios de Roma, foram construídas termas, para derramar a água gasosa que jorrava nas redondezas, em banhos considerados capazes de curar qualquer mal-estar Supõe-se que a fonte desse líquido com supostos poderes medicinais havia sido descoberta cerca de cem ano antes, em 218 a.C., pela tropa do general Anibal, chefe de Estado de Cartago (atual Tunísia), que tentava conquista a região. Nobilíssimas, as termas de Vergese só foram abertas ao povo na Idade Média. Muito mais tarde, no século XIX, o imperador Napoleão III autorizou que a famosa água do local fosse engarrafada e distribuída em outras cidades, "para o bem da França" de acordo com suas palavras. Essa mesma bebida, hoje em dia, chega a 120 países, dentro de uma garrafa verde e levemente bojuda, com a estampa da Perrier - a marca de água mineral mais consumida do planeta.Não é só por causa da Perrier, porém, que os franceses se orgulham de suas fontes termais. Afinal, nesse país, concorrem nada menos de trinta marcas de água mineral, extraídas de locais diferentes. Entre elas, a Vichy, a Vittel, a Evian - esta ocupa o primeiro lugar na preferência dos descendentes de Asterix, o gaulês -, que começaram a ser industrializadas ainda no século passado. "Os franceses não suportam o sabor desagradável dos produtos químicos usados no tratamento da água de torneira", conta o engenheiro geoquímico François lundt. "Por isso, o consumo das águas de fonte e das águas minerais não pára de crescer." Responsável pela divisão de águas do Bureau de Pesquisas Geológicas e Minerais (BRGM), uma agência do governo, Iundt e sua equipe assessoram tanto as indústrias interessadas em prospectar fontes como os laboratórios que testam a qualidade das águas comercializadas.Segundo o engenheiro, a concorrência entre as marcas é tão acirrada que o segredo em torno de um novo manancial equivale ao da descoberta de um poço de petróleo. O dinheiro envolvido no negócio justifica o sigilo: o mercado francês de água mineral movimentou o equivalente a 2,4 bilhões de dólares, no ano passado. "A primeira providência, quando se pretende extrair uma água subterrânea, é pedir a autorização do prefeito", conta o professor André Corbet da Academia Nacional de Medicina, que se encarrega de dar o aval científico à nova fonte. "As análises preliminares costumam durar dois anos", revela o médico Um novo rótulo só chega às prateleiras com a aprovação do Ministério da Saúde, garantindo que determinada água é benéfica para a saúde."Lembra Corbet que a bebida rica em cálcio colabora na formação de ossos, dentes e membranas celulares; há suspeitas de que esse mineral também ajude o bebedor da água a manter a calma, regulando os ritmos cardíacos. A água com sais de fósforo, por sua vez, seria capaz de diminuir a fadiga muscular. Já quando se encontra uma quantidade razoável de moléculas de iodo agarradas nas de hidrogênio e oxigênio - a dupla dinâmica da fórmula H2O da água -, a glândula tireóide, na altura do pescoço, passa a trabalhar melhor e, então, a pessoa que encheu a barriga com o Iíquido tende a emagrecer. Ninguém nega, as águas com minérios podem suprir eventuais carências no corpo dessas substâncias (SUPERINTERESSANTE. ano 6, número 3). Ainda assim, muitos cientistas não vêem nelas o gosto de remédio, que querem lhes atribuir os franceses.Segundo Corbet, os cuidados não devem terminar depois do lançamento de uma água mineral no comércio: "Por isso, a cada dois meses, nós realizamos testes de qualidade". A linha de produção nas indústrias é orientada pelo atento Serviço de Minas do governo, que determina a quantidade máxima de água a ser extraída em determinado período. "Afinal, uma fonte não pode ser esgotada, por causa de interesses econômicos", opina o médico. Na França, a divisão das águas é traçada pela dosagem de minerais. Os especialistas consideram pouco mineralizadas aquelas bebidas que têm entre 100 e 500 miligramas de sais por litro - as águas Evian e Perrier servem de exemplo. Há uma categoria intermediária, em que se incluem as marcas Badoit e Vittel, com 1 000 a 3 000 miligramas de minerais diluídos em cada litro. Finalmente, existem águas supermineralizadas, que ultrapassam o limite dos 3 000 miligramas: é o caso da famosa Vichy.Mas a quantidade de minerais não é tudo. Uma água mineral é comparável a um coquetel - pregam os especialistas -, em que a mistura dos ingredientes determina o 5. sabor. 5. "Essa combinação vai depender do tipo de solo por onde o líquido faz o seu percurso", descreve o engenheiro Iundt. "Durante a viagem, ele seqüestra partículas, tornando-se mais doce ou mais salgado, um pouco amargo ou ligeiramente ácido." Algumas águas são naturalmente gasosas, porque os lençóis subterrâneos cortam áreas com enormes quantidades de restos vegetais, cujas moléculas ácidas atacam o carbonato, componente das chamadas rochas calcárias. O resultado da reação é puríssimo gás carbônico, que se mistura ao líquido, formando bolhinhas. Curiosamente, uma vez extraídas, essas águas precisam perder o gás, com a ajuda de uma bomba especial, para entrarem pelos canos, sem provocar desastrosas pressões - e, conseqüentemente, eventuais vazamentos.O gás, no entanto, não é jogado fora. Armazenado, ele é reinjetado no líquido, na hora do engarrafamento. Em alguns casos, os produtores impregnam mais gás carbônico do que havia na receita original da natureza. Na Perrier que escorre pelo gargalo de vidro, por exemplo há 3,5 vezes mais bolhinhas do que na água que sai de sua tradicional fonte. Aliás, foram descuidos na aparelhagem usada nesse processo de gaseificação os responsáveis pelo escandaloso caso de contaminação das Perrier, há cerca de dois anos e meio. Cientistas americanos acharam 17 milionésimos de grama de benzeno numa amostra de treze garrafas da água, importada da França. A substância é considerada cancerígena. Por isso, em menos de uma semana, os supermercados americanos devolveram mais de 72 milhões de garrafinhas verdes ao fabricante europeu. Este, para honrar a marca, ordenou o recolhimento de outros 160 milhões de exemplares da safra benzeno, espalhados ao redor do mundo. Foi uma tempestade em copo d´água: com a dosagem ínfima de benzeno detectada, se uma pesssoa bebesse 1 litro de Perrier contaminada por dia, ao longo de trinta anos, ela teria uma chance em 1 milhão de desenvolver um tumor.Depois dos franceses, são os alemães que mais matam a sede com água mineral - o consumo anual fica em torno de 49 litros por pessoa. Em seguida, vêm os italianos: 47 litros per capita. no mesmo período. Nos Estados Unidos, esse consumo fica próximo dos 17 litros. Em média, um copo de água mineral custa nesses países trezentas vezes mais do que o mesmo volume de água de torneira - e, ainda assim, tem seu público fiel. "Na França, a água já virou uma espécie de bebida nacional", diz Claude Roger, há 23 anos maître do famoso restaurante Maxim´s, freqüentado pela alta sociedade européia. Para acentuar seu status, o Maxim´s oferece uma água exclusiva, a Chateldon, ligeiramente gasosa. "Os jovens executivos adoram pedi-la, porque ela combate o estresse", arrisca o maître. Seu colega de ofício, Michel Roger, do badalado Closerie de Lilas - um bar encravado em Montparnasse, o bairro intelectual de Paris - conta que o embaixador brasileiro Carlos Alberto Leite Barbosa é um de seus mais assíduos clientes e nunca dispensa diversas doses de Evian. "Ele tem bom gosto, é uma água leve", elogia. "Para um francês, saber escolher uma água é tão importante quanto selecionar um vinho."

Muito mais que um filtro

Diariamente, o par de rins filtra o equivalente a 36 vezes o volume total de sangue, que chega pela artéria renal, um ramo da aorta abdominal. Esse vaso se ramifica sucessivamente até ficar com a espessura aproximada de um fio de cabelo. É então que entra em uma espécie de grão microscópico, a cápsula de Bowman, onde se enrola formando um novelo vascular, o chamado glomérulo. O sangue que circula por ali deixa passar a água e as substâncias dissolvidas. O líquido, então, escoa da cápsula de Bownam até um túbulo com desenho de alça - todo esse conjunto se chama néfron. Há cerca de 1 milhão deles em cada rim. Nesse caminho, o organismo reabsorve a maior parte do volume de líquido filtrado. E não é só isso: no filtrado do glomérulo há substâncias como a glicose, que precisam ser devolvidas à circulação porque ainda podem ser utilizadas pelo organismo. Existem, por exemplo, cerca de 7 gramas de cloreto de sódio, sal comum. Em cada litro de sangue; na filtragem, no entanto, os rins captam cerca de 1 quilo de sal por dia e só 15 gramas acabam sendo eliminadas nela urina.

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O Sherlock da Física Atômica - Perfil Niels Henrik David Bohr


O SHERLOCK DA FÍSICA ATÔMICA - Perfil Niels Henrik David Bohr



As pistas que ele descobriu no interior do átomo abriram caminho para a avalanche tecnológica que moldou a vida moderna. Também influenciaram profundamente a visão de mundo contemporânea, contra a opinião do próprio Einstein.


Em novembro deste ano se comemoram três décadas da morte do cientista dinamarquês Niels Bohr, Prêmio Nobel de 1922, e considerado, depois de Einstein, o maior físico do século. Em 1913, estabeleceu o marco inicial da Física do átomo, ensinando como calcular as órbitas dos elétrons no seu interior. Nos anos 20, inspirou e liderou a geração de físicos de várias nacionalidades cujo esforço levou à Mecânica Quântica - que revolucionou os conceitos da ciência clássica e, ao lado da relatividade einsteiniana, fundou a física deste século.Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, Bohr foi além do átomo e mostrou como calcular a energia liberada pela quebra, ou fissão, do próprio núcleo atômico - o primeiro passo para a construção dos artefatos nucleares. Mais tarde, depois de participar dois anos do projeto de produção da bomba, Bohr se conscientizou da terrível perspectiva que ela abria para a humanidade. Já em 1944, tentou, inutilmente, persuadir o primeiro-ministro inglês Winston Churchill e o presidente americano Franklyn Delano Roosevelt da necessidade de negociações internacionais, incluindo a União Soviética, para tratar da questão.
Em plena década de 50, contaminada pela "guerra fria" entre Estados Unidos e União Soviética, empenhou-se na luta pelo uso pacifico da energia atômica (foi o primeiro a receber o prêmio Átomos para a Paz, em 1957). Em carta pública à ONU, clamou pela construção de um "mundo aberto", convencido de que o livre trânsito de pessoas e idéias era indispensável ao controle da energia nuclear. Bohr foi uma das mais festejadas celebridades da história da ciência. A mansão com que foi premiado em 1931 pela Real Academia Dinamarquesa de Ciências e Letras tornou-se local de peregrinação obrigatório para grandes cientistas, artistas e chefes de Estado em visita à Dinamarca. Símbolo de sua autoridade, um divertido cartum publicado na imprensa dinamarquesa mostra-o já velhinho, quase achatado pelo peso das medalhas, comendas, diplomas e demais honrarias que recebeu ao longo da vida. Se Einstein desempenhou na ciência um papel semelhante ao de Picasso nas artes, Bohr pode ser comparado a outro grande inovador da pintura, Wassily Kandinsky. A analogia se justifica. Embora revolucionário, Picasso é herdeiro de uma longa tradição de arte figurativa. Suas imagens, extraordinariamente originais, ainda estão associadas a objetos que nos são familiares: homens, cachimbos, guitarras, frutas. Já Kandinsky, ao recriar a pintura abstrata, rompe totalmente com essa tradição.
Os signos que cobrem suas telas não se referem ao mundo que julgamos conhecer a partir do senso comum, mas a um outro nível de realidade. Com a teoria da relatividade, Einstein revolucionou conceitos fundamentais da Física, mas até o final de sua vida ele se manteve fiel a um pressuposto da visão de mundo clássica: o de que as leis da natureza determinam vigorosamente os fenômenos, e que o cientista pode conhecer tais leis com total objetividade. Foi exatamente isso que Bohr abandonou na chamada interpretação de Copenhague da Mecânica Quântica.
Nela, se postula que há uma incerteza impossível de evitar quando se medem grandezas físicas como a velocidade ou a energia. Isso, como também e a interferência do observador no fenômeno que pretende observar, são inerentes ao processo de conhecimento. Não se trata de uma deficiência científica, mas de uma limitação natural da capacidade de conhecer. No entanto, toda a tradição racionalista apoia-se na distinção rígida entre sujeito e objeto. Isto é, entre aquele que pensa e aquilo que é pensado. A física clássica tratava essa distinção como óbvia: ninguém, em sã consciência, confundiria a maçã que cai de uma árvore com o ilustre cérebro do inglês Isaac Newton.
Mas quando se chega à fronteira do conhecimento, como ocorreu na formulação da teoria atômica, essa distinção já não parece tão clara, dizem os cientistas. Bohr teve a percepção disso antes mesmo, talvez, de ouvir falar de átomos. Foi através do livro As aventuras de um estudante dinamarquês. do escritor Poul Martin Moler, que leu na juventude e do qual jamais se separou. Nele, há um engraçado personagem dado a divagações filosóficas. Metido a pensar sobre o fato de estar pensando, se dizia dividido numa série infinita de eus. "Não sei em qual parar. Torno-me confuso como se estivesse encarando um abismo sem fundo e o pensamento acaba em horrível dor de cabeça."É possível que Bohr se visse nesse personagem - ou, pelo menos, essa era a crença do físico Léon Rosenfeld, colaborador íntimo e biógrafo do cientista. A aguda sensação de que a realidade estava sempre além de sua capacidade de descrevê-la, fazia com que escrever um texto científico fosse para ele verdadeira tortura, apesar de ser conferencista brilhante, quando falava de improviso.Não se deve imaginar, porém, que Bohr fosse um gênio atormentado. Há poucos exemplos na história da ciência de personalidade tão equilibrada. O astrônomo alemão Johannes Kepler, por exemplo, é visto por muitos como um hipocondríaco, toldo pelo complexo de inferioridade e problemas de dinheiro. O italiano Galileu Galilei recebe epítetos de polemista arrogante, vaidoso e perseguido por suas idéias. Newton teria sido celibatário ressentido e vingativo, e Einstein uma criança mal ajustada, que mais tarde enfrentou complicada crise conjugal.Nada parecido se ouve de Niels Henrik David Bohr. Nascido em Copenhague, Dinamarca, em 7 de outubro de 1885, ele teve uma infância segura e feliz, em ambiente familiar caloroso, culto e muito bem respaldado economicamente. O pai, Christian Bohr, professor de Fisiologia da Universidade de Copenhague, era cientista de renome internacional. A mãe, Ellen Adler Bohr, pertencia a uma das mais ricas e ilustres famílias judias da Dinamarca. O irmão mais novo, Harald, antes de se tornar matemático, destacou-se nacionalmente como jogador de futebol.Ainda estudante na Universidade de Copenhague, Bohr recebeu a medalha de ouro da Real Academia Dinamarquesa de Ciências e Letras. Aos 26 anos, já era doutor, com uma tese sobre o movimento dos elétrons nos metais, trabalho em que começa a apontar a inadequação da Física clássica para lidar com fenômenos em escala atômica. Sua formação prosseguiria em grande estilo, com uma bolsa da Fundação Carlsberg para estudar em Cambridge, Inglaterra.
Aí esperava trabalhar com nada menos que Joseph Thomson, descobridor do elétron, em 1896, e Prêmio Nobel de Física de 1906. Em 1912, Bohr se muda para Manchester e se reúne ao grupo de físicos que, liderados por Ernest Rutherford, avançava às apalpadelas no interior do átomo.
Rutherford, natural da Nova Zelândia, imaginara o átomo como um minúsculo sistema solar, no qual o núcleo atômico fazia o papel do Sol e os elétrons, o papel dos planetas. Esse modelo contradizia as leis do eletromagnetismo clássico, e a maioria dos físicos da época, em vez de repensar a teoria vigente, preferia simplesmente, varrer o incômodo modelo de Rutherford para baixo do tapete. O jovem Bohr, porém, aceitou o formidável desafio e aos poucos ganhou confiança, como se deduz das cartas diariamente escritas à noiva, Margrethe Norlund, na Dinamarca.Em 26 de maio de 1912, por exemplo, ele conta que assistira a uma apresentação da peça Otelo, do inglês William Shakespeare, e ficara em tal estado de excitação mental que não conseguia dormir. Assim, escreveu a Margrethe: "Em meus pensamentos errantes e sonhos sem nexo, sinto o tempo todo que há algo crescendo em minha mente". No dia 28, Bohr afirma: "Creio que talvez tenha resolvido uma coisinha. O que posso fazer com isso e o que pode decorrer daí não sei em absoluto".Junho, julho e agosto, num ritmo frenético, Bohr trabalha até concluir que não é o modelo de Rutherford que está errado. São as leis da física clássica que não se aplicam aos fenômenos atômicos. Depois da maratona intelectual, Bohr volta à Dinamarca e se casa com Margrethe, sua companheira de toda a vida, amiga e confidente, mãe de seus cinco filhos homens: Christian, Hans, Erik, Aage e Ernest. Christian, jovem de talento científico e artístico, morreria afogado em 1934, quando uma tempestade o arrancou do barco Chita. Foi a maior tragédia vivida por Bohr, que precisou ser agarrado por amigos para não se atirar às ondas enfurecidas atrás do filho.
Aage seguiria a carreira do pai, e foi também agraciado com o Prêmio Nobel, em 1975. O físico Henrique Fleming, professor titular do Departamento de Física Matemática da Universidade de São Paulo, divide a trajetória de Bohr em duas etapas nitidamente demarcadas. "Na primeira, caracterizada pela criação do modelo atômico, ele trabalhou de maneira convencional." Ou seja: partiu de dados experimentais, elaborou uma teoria capaz de explicá-los e enfim procurou comprová-la."Na segunda etapa, dominada pela construção da mecânica quântica, seu papel foi principalmente o de líder, de catalisador do trabalho coletivo de uma geração mais jovem de cientistas." A descrição de Fleming revela o trabalho de um mestre dedicado: Bohr submetia as idéias dos jovens físicos a um questionamnento severo e, para ajudá-los, traduzia palavras acessíveis a árdua matemática da nova Mecânica. "Foi um epistemologista, um filósofo da ciência do mais alto nível." O Nobel, em 1922, ajudou a consolidar o papel de líder que viria a ter.Em torno dele se aglutinaram físicos do porte de Werner Heisenberg (alemão), Wolfgang Pauli (austríaco), Oskar Klein (sueco), Hendrik Kramers (norueguês), George Gamow e Lev Landau (russos), George de Hevesy (húngaro) e John Slater (americano). Com Heisenberg, principal responsável pela matemática da Mecânica quântica, a interação foi especialmente rica e devemos a ele saborosos relatos da intimidade de Bohr - como o que envolve a figura do físico austríaco Erwin Schrödinger em tragicômico episódio. Foi ele o autor da equação que, finalmente, permitia descrever o movimento quântico dos elétrons - que ora se comportavam como ondas, ora como partículas.O problema é que Schrödinger não pensava como Bohr e seus colaboradores. Ele imaginava que as equações da Física deveriam determinar a órbita real de um elétron - e não uma simples região onde era maior a chance de o elétron estar localizado. Ao saber da divergência, Bohr convidou Schrodinger à capital da Dinamarca e as discussões começaram já na estação de trem, prosseguindo por vários dias. Quando Schrodinger adoeceu e teve de ficar de repouso, o debate continuou à cabeceira da cama. Só terminou com um ataque de nervos do pobre convidado. "Se tivermos que aceitar tais idéias, então lamento jamais ter tido qualquer coisa a ver com a teoria atômica."Disputas à parte, a interpretação probabilística foi rapidamente aceita pela imensa maioria dos cientistas. Nessa época, uma nuvem negra obscureceu a nova fase da vida de Bohr: a ascensão do nazismo na Alemanha. Ele passou a trabalhar ativamente na ajuda aos cientistas de origem judia, perseguidos pelas leis racistas de Hitler. Em 1943, porém, sob ameaça de prisão imediata, Bohr, Margrethe e outros membros da família tiveram que fugir para a Suécia durante a noite, em barco providenciado pelo movimento de resistência dinamarquês e pilotado pelo próprio cientista, que, dias depois, era levado para a Inglaterra, num vôo conturbado que quase lhe custou a vida.A biografia de Niels Bohr termina oficialmente na manhã de 18 de novembro de 1962, quando um ataque cardíaco lhe tirou a vida, aos 77 anos. Mas talvez se deva encerrar essa história décadas antes, numa tarde ensolarada, quando a interpretação da mecânica quântica chegara à completa maturação. Num passeio de barco com amigos, Bohr fala das dificuldades da linguagem e de como era gratificante incorporar essa limitação à teoria atômica, por meio da matemática. Nesse momento, um de seus velhos conhecidos o interrompe: "Niels, não há nada de novo nisso. Você nos dizia exatamente a mesma coisa quando éramos jovens"

Cautelosa conquista do átomo

Para Joseph Thomson o átomo era construído mais ou menos como um pudim de passas: uma massa compacta de carga elétrica positiva, salpicada de "caroços" de carga negativa, os elétrons. Ernest Rutherford mostrou, porém, que os átomos não são maciços: se fosse assim, os átomos de uma folha metálica bloqueariam partículas emitidas por elementos radioativos, como o rádio ou o urânio. Como a maior parte das partículas atravessa o metal, Rutherford concluiu que a carga positiva e quase toda a massa estariam concentradas num núcleo central (como o Sol no sistema solar). O núcleo seria responsável pelo rebatimento das poucas partículas que, por acaso, corriam na sua direção. A sua volta, num espaço vazio comparativamente grande, girariam os pequenos elétrons, entre os quais as partículas podiam passar. Esse modelo estava de acordo com a experiência, mas contrariava uma regra clássica: cargas que giram emitem radiação, ou seja, perdem energia e não têm como contrabalançar a atracão do núcleo. Despencam sobre ele em fração de segundo, levando à conclusão de que os átomos não podem existir. Coube a Bohr consertar esse evidente engano ao juntar o deficiente modelo de Rutherford com a descoberta dos chamados quanta de energia. Em primeiro lugar, ele reconheceu que o elétron não pode ter qualquer quantidade de energia, que só está disponível na natureza em pacotes de tamanho definido - os quanta. Se uma órbita exige dois quanta e meio de energia, ela não será ocupada. Assim se entende por que os elétrons ocupam certas órbitas e não outras, perfeitamente legitimas à primeira vista. Foi um enorme sucesso - diante da imensa dificuldade de analisar os átomos, entidades submicroscópicas e numerosíssimas. O modelo quântico de Bohr esclarecia em parte o problema da perda de energia ao postular que, quando o elétron está numa órbita permitida, ele não emite radiação. Apenas se receber um quantum do meio exterior, poderá saltar para uma órbita mais afastada; depois, ao retornar, ele devolve ao meio exterior o quantum que havia recebido na forma de luz visível e outros tipos de energia eletromagnética, como microondas ou raios X. A análise dessa radiação revelava evidentes saltos descontínuos, ou quantizados. Assim, inaugurou-se a utilíssima física atômica dos dias de hoje. Ela valeu a Bohr carinhosa admiração de grandes cientistas, como o russo George Gamow, que ilustrava feitos de Bohr desenhando-o como Mickey Mouse. Seus estranhos conceitos ainda hoje perturbam os físicos, como revela uma piada do teórico Daniel Greenberger, em entrevista recente à publicação americana Scientific American: "Einstein dizia que, se a teoria quântica está certa, então o mundo é louco. Einstein estava certo. O mundo é louco".

Mundo de dupla personalidade

Até o final do século passado, se imaginava a luz mais ou menos como um fluido: algo que se pode dividir em pedaços cada vez menores, sem limite. Na escala do átomo, porém, percebe-se que não é bem assim: um raio de energia luminosa reparte-se em "grãos" muitíssimo pequenos, mas que não podem ser subdivididos além de certo ponto. São os quanta (plural latino de quantum), nome que receberam do primeiro físico a calcular seu valor, o alemão Max Planck, em 1900. Coube a Einstein, logo em seguida, deduzir que a energia, como qualquer outra forma de matéria é composta por unidades indivisíveis - um tipo de átomo. Mas, em certas circunstâncias, a energia ainda se comporta à moda fluido: ela se propaga como ondas no mar. O detalhe é que não há mar; apenas energia no vácuo. Em 1924, o príncipe e físico francês Louis de Broglie mostrou que a mesma dualidade era encontrada nos tradicionais corpos da Física, como os elétrons: eles também agiam como inexplicáveis ondas sem mar. A partir daí, surgiria a teoria quântica completa, graças a físicos como os alemães Werner Heisenberg e Max Born, o austríaco Wolfgang Pauli, o inglês Paul Dirac e outros. Uma das colunas de sustentação da nova teoria foi o chamado princípio da indeterminação, de Heisenberg, que introduziu um novo meio de calcular valores tradicionais, como posição e velocidade. Ele revelou que tais valores não podiam ser obtidos, ao mesmo tempo, com toda precisão: quando se mede a posição quase exata de uma partícula-onda, o valor de sua velocidade se torna incerto, no sentido de que muitos valores são igualmente possíveis. Por isso, não se podem entender as órbitas dos elétrons como rotas bem definidas. Em vez disso, as equações determinam regiões em que é maior ou menor a probabilidade de se encontrar um elétron. Bohr resumiu as novas regras em seu princípio de complementaridade: corpúsculos e ondas são como duas faces dos objetos atérmicos. Se quisermos conhecê-los, devemos examinar as duas faces. Mas é impossível olhá-las ao mesmo tempo.

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Avanço a passos largos - Medicina

AVANÇO A PASSOS LARGOS - Medicina



Para algumas pessoas, o ortopedista é aquela figura de branco, no cenário de um pronto-socorro, que examina a chapa de raios X, minutos antes de imobilizar a região traumatizada do paciente. A imagem é simplista, mas, se é a que lhe ocorre, sorte sua. Sinal de que você nunca se meteu numa encrenca da pesada, como o piloto Nélson Piquet, que, nos treinos de maio passado para a corrida das 500 milhas de Indianápolis, nos Estados Unidos, bateu o carro a 342 quilômetros por hora. Assim, ele descobriu que os ortopedistas são capazes de muito mais - por exemplo, reconstituir um pé esmagado. A façanha dos americanos, responsáveis pela cirurgia de Piquet, é uma amostra do que os especialistas em aparelho locomotor vêm conseguindo nos últimos anos, com a ajuda da mais alta tecnologia. Proezas realizadas aqui também, no Brasil, onde dois hospitais públicos são centros internacionais de referência - o Hospital de Traumato-Ortopedia, no Rio de Janeiro, e o Sarah, em Brasilia.



Nove em cada dez brasileiros ficam sem escapatória: ou já têm ou, do jeito que caminham, irão ter dores nas costas. A estimativa é de fisioterapeutas do Hospital de Doenças do Aparelho Locomotor, cujo prédio arrojado em Brasília é apontado pela população como sendo o do "Sarah". Com este nome, por sinal, ele acabou conhecido no país inteiro, embora apenas o centro de reabilitação, em um edifício anexo, seja de fato chamado Sarah Kubitschek (este, aliás, é o popular "Sarinha", no dialeto do Distrito Federal). A estatística, levantada a partir do dia-a-dia com os pacientes, não espanta. Pois, entre os 206 ossos que constroem o esqueleto de um adulto, são as 33 vértebras da espinha, eixo monumental do corpo humano, que às vezes pagam pelos pecados alheios. "Um tornozelo pisando errado, durante uma inocente corrida dominical, é o suficiente para surgirem dores na região do pescoço. Corrida, aliás, é coisa para atletas profissionais", adverte o fisioterapeuta paulista Oswaldo Plantier Filho, há treze anos no hospital.Todas as tardes, ele e sua equipe, o Grupo da Coluna, dão aulas de alongamentos especiais para pessoas interessadas em prevenir ou se livrar da maldita dor. Nos outros horários, o salão da Fisioterapia é ocupado por esforçados pacientes, geralmente em fase de pós operatório. Entre eles, é possível encontrar gente ilustre, como o ministro Francisco Rezek, do Supremo Tribunal Federal. Portador de uma doença congênita nas articulações, Rezek se internou no Sarah, pela primeira vez, há oito anos, para operar o punho direito. "Nunca mais senti qualquer problema na mão. Mas, infelizmente, no início deste ano foi a vez de o pé esquerdo aprontar", conta com a voz mansa. As dores, aumentando gradativamente, atrapalhavam um de seus programas prediletos - o cooper matinal com a mulher Myréia, pelas quadras da Asa Sul de Brasília. No dia 25 do último mês de maio, Rezek entregou os pontos e apelou para a cirurgia.
Até julho, o jurista mineiro ia ao hospital uma vez por semana, vestindo camiseta e tênis. "Ele é obediente nunca reclama", elogia a fisioterapeuta Denise Regina Matos. O ministro devolve os confetes: "Os melhores tratamentos para ossos e articulações não se encontram em Genebra, mas aqui", afirma. "Você viu o embaixador do Haiti ali adiante?", pergunta com riso discreto, querendo mostrar que diplomatas e pessoas extremamente humildes disputam os equipamentos fisioterápicos. Nenhum dos cerca de 250 atendimentos diários é cobrado.Na entrada, a cada quinze minutos, funcionários trocam imensos tapetes brancos, que os passantes carimbaram com pegadas cor de terra. O ritual simboliza a impecável higiene, que mantém o índice de infecção hospitalar à beira do zero. Um grupo, que deve reunir 150 pessoas até o final do ano, cuida da manutenção do prédio e da criação de aparelhagens hospitalares, projetados com a ajuda de computadores. Para completar, graças à equipe médica, o Sarah foi indicado no ano passado pela Organização Mundial da Saúde como um dos dez melhores hospitais do planeta, na área de distúrbios do aparelho locomotor.
Não é à toa, existem rumores de que o campeão Nélson Piquet pretende deixar os Estados Unidos, onde vem se recuperando, para continuar o tratamento no Sarah. "Ouvi a história", admite o ortopedista Aloysio Campos da Paz, cirurgião-chefe e responsável pela criação do hospital, há dezesseis anos. "Por enquanto, nenhum parente do Piquet me procurou." Incansável, o médico carioca fez sua manobra mais radical em dezembro passado, ao apresentar o chamado contrato de gestão - um sistema de administração, aprovado pelo governo.
Desse modo, surgiu no Brasil o primeiro hospital público sem funcionários públicos. Desvinculado do Ministério da Saúde, a instituição é que decide onde aplicar seus recursos. "Sem amarras podemos pagar salários compatíveis com o mercado e segurar conosco os grandes especialistas", resume Campos da Paz. "Em compensação, perde-se a regalia da estabilidade de emprego." Apesar de se desdobrar em dezenas de atividades diárias - ele entra no hospital às 7 da manhã, sem ter hora para sair -, Campos da Paz garante espaço na agenda para as cirurgias. "As de Ortopedia infantil são a minha grande paixão", revela. Essas operações têm indicações cada vez mais precisas, isto é, os médicos conseguem localizar exatamente o ponto deficiente no aparelho locomotor da criança. Isso graças à parafernália de equipamentos que decora o chamado Laboratório do Movimento, localizado no térreo do hospital de Brasília. "Se examinássemos as mãos de um grande pianista, revelaríamos os segredos de sua destreza", gaba-se a fisioterapeuta mineira Sheila Marques Denucci, que há seis meses coordena o lugar.
No dia-a-dia, porém, o laboratório é freqüentado basicamente por pessoas com problemas de locomoção. "Chegam aqui os casos mais complicados, em que o olho humano, por mais treinado que seja, pode se enganar." De propósito, Sheila atravessa a sala, jogando exageradamente os quadris: "Quando os médicos viam uma criança caminhar deste jeito", diz, repetindo a performance no trajeto de volta à cadeira "suspeitavam que ela tinha problemas na bacia. E muitas vezes chegavam a operá-la para corrigir esse defeito, sem obter resultados satisfatórios com isso. Porque a raiz do problema poderia estar na posição do joelho. O desvio dos quadris seria apenas uma conseqüência ", exemplifica. Para tornar a história mais clara, a fisioterapeuta compara o episódio imaginário da criança com a situação de quem está com o pé machucado: "Essa pessoa pisará torto, para driblar a dor", supõe. "Com as devidas diferenças, aquela criança tentava driblar o defeito no joelho, jogando os quadris. Não é um mecanismo consciente: o corpo sempre tenta se mover da forma em que gasta menos energia."No laboratório, para a análise começar, são colados 25 marcadores na pele do paciente. A sala fica em penumbra. Acendem-se lâmpadas estroboscópicas - aquelas que costumavam piscar desenfreadas nas discotecas dos anos setenta, causando a impressão de que as pessoas se sacudiam em câmara lenta. Mas, no caso, as lâmpadas emitem raios infra-vermelhos, que se refletem nos marcadores. O paciente, então, realiza uma breve caminhada. "Câmaras dispostas em ângulos diversos disparam uma série de fotografias", conta o engenheira eletrônico José Aroldo de Assis Cavalcanti, o único da equipe nascido em Brasília. As fotos, porém, não dizem nada aos leigos, que notam apenas pontinhos brilhantes, como estrelas no céu escuro. Não é para menos, um técnico pode demorar horas, decifrando a imagem. "Isso porque é preciso informal ao computador o que é o quê", diz outro engenheiro, o cearense Ariosto de Souza Júnior. "Por exemplo, se determinado ponto é o do joelho ou o do tornozelo." Não é uma tarefa fácil, se levar em conta que, com cinco câmaras e 25 marcadores, devem-se localizar 125 pontos em cada instante clicado."Com esses dados, o computador consegue medir a distância de cada passo, a inclinação exata dos pés e dos quadris, o ritmo da marcha", diz Sheila, que depois se debruça para analisar os gráficos. "Às vezes, ainda fazemos a eletromiografia, isto é, a medição do trabalho dos músculos envolvidos em determinado movimento, com a ajuda de eletrodos." Segundo o cirurgião infantil Álvaro Massao Nomura, a análise do movimento com o computador consegue simular uma cirurgia. "Em crianças com deformações sérias, os músculos ficam encurtados e parecem travar os movimentos. Mas você não tem certeza se compensa fazer uma cirurgia, para estirar a musculatura. No laboratório, contudo, é possível injetar substâncias capazes de tirar esse músculo de ação por alguns instantes; é o suficiente para você prever o que aconteceria depois da cirurgia."As operações para reconstruir essas também evoluíram bastante nos últimos anos, na opinião do ortopedista paulista Cláudio Solacci, acostumado a tratar pacientes com tumores, no Sarah. "O grande problema é que a maioria das pessoas procura o médico quando já sente dor há mais de ano nessa área", lamenta. " Diagnosticado precocemente, o câncer ósseo não é uma sentença de morte. Entre 60 e 80% dos pacientes conseguem sobreviver." Além de extrair o tumor em si, o cirurgião deve raspar a área ao seu redor, por garantia, evitando deixar para trás alguma célula cancerosa. O resultado, previsível, é um tremendo rombo. "Para preenchê-lo, hoje em dia existem materiais, feito gomas, fisicamente parecidos com os ossos, ou seja, com certa elasticidade", anuncia. Os ossos são ligeiramente flexíveis e irrigados por sangue como outras estruturas do organismo. "Eles não são nada parecidos com pedras", brinca. Podem até ficar deformados, conforme o impacto."Junto com um arsenal de hastes; ou pinos, os cimentos ósseos também são usados para colar os caquinhos restantes de fraturas múltiplas, como as do pé esquerdo de Piquet. "As pessoas ficaram impressionadas com o aparente quebra-cabeça de identificar ossos. Mas essa é a parte menos complicada", informa o cirurgião. "Quando há uma fratura muito feia, é preciso verificar se os vasos sangüíneos não foram arrebentados", diz ele. Sem receber sangue, as células da região machucada acabam morrendo - o quadro triste acaba em gangrena, que leva à amputação. Felizmente, os especialistas em cirurgia vascular vêm utilizando instrumentos delicados para costurar até os vasos menores. Desse modo, a amputação tende a se tornar cada vez mais rara.As cirurgias para reconstituir ossos quase nunca são realizadas numa única etapa. "Se a fratura foi exposta, isto é, se o osso rasgou a pele, pode ter entrado de tudo dentro daquele pé, como areia, graxa, partículas do metal do carro", fala Solacci. "Por isso, o procedimento normal é abrir novamente, passados dois dias da primeira cirurgia, para fazer uma verdadeira limpeza com soro fisiológico." Solacci nota que os resultados das operações de reconstituição têm sido melhores, graças aos novos modelos de fixadores externos: "São fios que perfuram a pele e laçam o osso fraturado, mantendo-o firme na posição certa."

Entre as cirurgias que mais lucraram ultimamente estão as de joelho. "Quando se tinha de substituir um ligamento, bastava desviar um milímetro do ângulo certo e aquela articulação nunca mais seria a mesma", diz o cirurgião Demétrio Jabur. "Hoje em dia, porém, temos usado a artroscopia", explica. "Com a ajuda de fibras óticas, conseguimos ver o que se passa dentro do joelho. Fica difícil errar."Os joelhos também lucraram com os ligamentos artificiais, que lembram uma espécie de trança de carbono e poliéster: "É uma união perfeita", comemora o bem-humorado ortopedista Lais Turqueto, do Hospital de Traumato-Ortopedia (HTO), no Rio de Janeiro. "Antes, existiam ligamentos de carbono, que por serem muito rígidos, costumavam desprender fragmentos, depois de certo tempo de uso. Isso causava inflamações." O problema do poliéster era oposto ao do carbono: extremamente elástico, quando aplicado na fabricação de ligamentos, ele muitas vezes não resistia ao eterno encolhe-estica. "Agora, um material parece compensar os defeitos do outro", diz Turqueto. O ligamento artificial, fique claro, não dura no joelho para sempre. "Ele é um molde, em torno do qual o organismo vai criando um novo tecido conjuntivo. Portanto, o objetivo é servir de base para o próprio joelho regenerar."O médico começou a usar o ligamento de poliéster e carbono ainda em 1989 no HTO - um centro reconhecido pela fabulosa equipe de cirurgiões. Em maio do ano passado, junto com o colega Idemar Monteiro da Palma, ele substitui os ligamentos do joelho direito na ginasta Eliane da Cunha Simão, 20 anos, atual medalha de ouro brasileira de cama elástica. No mês que vem, ela participará do campeonato mundial, na Nova Zelândia. "Eu caí de mau jeito, depois de fazer duas piruetas mortais no ar com as pernas esticadas", conta a atleta, que então treinava para os jogos pan-americanos. Na verdade, Eliane foi desobediente: "Ela tinha ordem para não pisar numa cama elástica durante um ano", diz Palma. "Quando o Turqueto descobriu que ela havia voltado a treinar poucos meses depois, deu-lhe uma bronca com dedo em riste", lembra o ortopedista, rindo ao recordar a fúria do colega. Mas admite: "Eliane, claro, é uma exceção. Mas seu caso mostra que os ligamentos artificiais conseguem ser mais eficientes do que imaginávamos."Também surgem novas próteses para pessoas com problemas nas articulações nos quadris. "Os modelos antigos eram presas com um cimento que, com o passar do tempo, danificava os ossos", comenta o ortopedista Paulo César Rondinelli, diretor do hospital e especialista nessa área. "Recentemente, porém, começamos a usar próteses feitas de materiais extremamente porosos. A tendência é o osso do paciente crescer ao redor, entrando nesses buracos microscópicos e, dessa maneira, fixando ele próprio a prótese." Os médicos concordam, porém, em que o osso natural tem características - ao menos por enquanto - insubstituíveis. "Um quadril artificial moderno não dura mais do que vinte anos", diz Rondinelli. Já o esqueleto humano, por mais que se desgaste, é um legitimo herói da resistência. Por esse motivo, há dois anos, o HTO criou um banco de ossos de cadáveres."Os ossos são completamente limpos, numa sala em que o ar é captado por filtros de velcro, capazes de reter qualquer tipo de partícula", conta o ortopedista Edilberto Ramalho. "O primeiro passo é retirar uma amostra, para realização de testes, como o de Aids. Depois, mesmo para raspar os restos de cartilagem e outros tecidos, temos de nos vestir feito astronautas." A indumentária especial é para evitar que o osso seja contaminado.
Segundo Ramalho, o banco do HTO obedece aos padrões do Primeiro Mundo. Só tem um porém: esbarra no preconceito: "As pessoas pensam que o doador irá ficar mutilado, o que não é verdade. Os ossos do cadáver são substituídos por próteses de plásticos", avisa. Outro destaque no HTO são as cirurgias de coluna - especialidade que poucos médicos querem aprender. "Em primeiro lugar por causa dos riscos, já que nessa região passam muitos nervos", especula o médico Luiz Cláudio Schettino. "Depois, são operações que duram até quatro horas. A gente sai estressado." Para o médico, o maior progresso na sua área, nos últimos tempos, é um aparelho francês, o Cotreel-Dubousset: duas hastes e diversos ganchos corrigem colunas deformadas pela escoliose. "No terceiro ou quarto dia a pessoa já está andando", ele conta. "E o melhor: sem aquele tradicional colete."

Tratamento com design especial

No final da tarde, em Brasília, pode-se ver um ou outro paciente deitado tomando sol, nos jardins do Hospital Sarah. isso porque os internos ocupam camas equipadas com rodinhas, as camas-macas. Quando participou do seu projeto, em 1976, o arquiteto Cláudio Blois Duarte não tinha a intenção de promover esse tipo de passeio. "O objetivo era, em vez de espalhar equipamentos por todo o hospital, concentrá-los em determinados núcleos - salas de fisioterapia, por exemplo -, dando condições para o paciente ir até eles."Além disso, a invenção diminui o índice de infecções hospitalares, ao evitar que um doente tenha de se deitar na maca que acabou de ser usada por outro. Hoje, Duarte dirige o EquipHos, como se chama o setor de equipamentos hospitalares. Nele, engenheiros, arquitetos e desenhistas industriais desenvolvem desde carrinhos para carregar refeições até muletas menos caras e mais confortáveis.Discreto, o brilho dos olhos entrega a paixão do arquiteto pelos projetos de sua equipe. A vibração só perece maior quando fala do hobbie de voar de planador. "Gostei também de ter ajudado a criar um colchão especial para pacientes com paralisia", conta Duarte. "Bombas de ar simples, como as de aquário, vão enchendo ou esvaziando bolsões. Assim, o ponto de apoio do corpo vai alternando, evitando as escaras, que são terríveis." Entre os protótipos que ainda está guardando, está o de um aparelho para paraplégicos, capaz de virar as páginas de um livro com um sopro.

Um jeito alegre de ensinar e de aprender

O ambiente é alegre; nas salas, cercadas por jardins, espalham-se jogos coloridos. Trata-se da "Escolinha" do Sarah, encarregada de reabilitar crianças com paralisia cerebral. "O cérebro delas sofreu uma lesão, quando ainda não estava maduro", explica a psicopedagoga Lúcia Willadino Brasa. "Isso pode acontecer, por exemplo, por falta de oxigenação no parto."O problema engloba uma série de sintomas - entre eles, convulsões e, às vezes, retardamento mental. Em comum, essas crianças têm distúrbios de locomoção, que podem ser desde um leve arrastar de pernas até uma tetraplegia. Além de cuidar da Escolinha, a psicopedagoga se dedica a uma empolgante tese: quer mostrar que muitas crianças com a chamada coreoatetose - um dos tipos mais graves de paralisia cerebral- podem ser superdotados."Elas não falam, não andam, não pegam objetos e, ainda, babam muito", descreve a pesquisadora. "Por isso, os que as vêem passar pensam que são retardadas." Só há pouco mais de uma década, os cientistas provaram que esses garotos têm, no mínimo, inteligência normal. Com uma haste especial, presa na cabeça, esses meninos conseguem apertar as teclas de um computador: "E impressionante a velocidade em que são alfabetizados e o vocabulário que usam em seus textos". Ela conta que uma menina, aos 12 anos, somente três meses depois de aprender o abecê, digitou: "Tem uma fala dentro da minha cabeça, eu posso formular meus pensamentos." Por isso, Lucinha defende vagas para esses garotos em escolas normais.

A ponte entre os ossos e os genes

Os geneticistas estão botando os pés na Ortopedia. "Devem-se procurar eventuais defeitos nos cromossomos. quando há dificuldades de crescimento", defende a bióloga mineira Teresa Bounte de Carvalho, do Hospital Sarah. de Brasília."Um adolescente pode ser muito baixinho porque seus genes determinam uma deficiência hormonal. A estatura, então, seria apenas um dos sintomas de disfunções mais serias." De fato, uma série de distúrbios de locomoção tem raízes na herança genética: "Moléculas defeituosas de enzimas, fabricadas a partir de uma receita errada dos genes, se acumulam sobre os ossos. Daí, estes se deformam", exemplifica o patologista Jaime Moritz Brun que, junto com Teresa, especializou-se em Genética nos Estados Unidos. "A análise dos fatores genéticos evita, às vezes, que as doenças se agravem", diz ele. "E orienta os pais sobre os riscos de reincidência, caso desejem outros filhos."

Próteses na era dos robôs

Logo cedo, o biólogo Sérgio Romaniuc Neto dirige até o Instituto de Botânica de São Paulo. Ali, pesquisa as plantas que beiram os rios brasileiros, um estudo que o obriga a constantes viagens, para colher espécies com as próprias mãos - as duas eletrônicas. Isso porque, há três anos, Romaninc esbarrou em um fio de alta tensão no alto de uma árvore. Os braços tiveram de ser amputados e, em seu lugar, o biólogo usa próteses de última geração. "Dispositivos captam os sinais elétricos dos nervos nos músculos do coto que. amplificados, acionam os motores das mãos", explica o cirurgião vascular Nélson De Luccia.Em 1990, o médico se afastou do consultório paulistano, para conferir o braço criado na Universidade de Utah, Estados Unidos. "É a prótese mais sofisticada do mundo", garante o médico. Se o usuário contrai o músculo peitoral, o braço eletrônico flexiona: ao relaxá-lo, o cotovelo trava, na altura desejada. A partir daí, automaticamente, é a mão que passa a mexer. "Ou seja, a mesma contração do peitoral agora fecha os dedos", descreve o paciente Romaniuc, com o braço de Utah. "Para abri-los, eu contraio o tríceps. Já a contração simultânea dos dois músculos devolve os comandos ao cotovelo, que se estende com uma nova ajuda do tríceps."

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Serra do Cipó, o jardim rochoso de Minas - Ambiente


SERRA DO CIPÓ, O JARDIM ROCHOSO DE MINAS - Ambiente



Em meio a suas pedras, o Parque Nacional da Serra do Cipó abriga a maior comunidade vegetal em espécies por metro quadrado do mundo.



A paisagem agreste, castigada pelo sol ardente do cerrado, guarda mais segredos do que podem supor os olhos do viajante, e a primeira impressão será sempre enganosa. As rochas pontiagudas, que inspiraram no século XIX o geólogo alemão Ludwig von Eschwege a batizar as montanhas com o nome de Cordilheira do Espinhaço, ainda se espalham por todos os recantos, a vegetação rala e seca reforça a sensação desolada das regiões áridas. Mas tudo não passa de uma miragem. Por trás desse cenário de aparência inóspita, repousa um dos mais belos santuários ecológicos brasileiros: ali onde já foi o fundo do mar, há 1,7 bilhão de anos, a natureza hoje abriga um jardim muito especial.
Com seus campos pedregosos, cortados agora pelas águas mansas de riachos que despencam em cachoeiras cristalinas, a Serra do Cipó, em Minas Gerais, tornou-se nos últimos anos um surpreendente laboratório a céu aberto. O filão de pesquisas para cientistas de todo o mundo é quase inesgotável. As inscrições rupestres lá encontradas ainda desafiam os arqueólogos a seguir as pistas da milenar presença humana e zoólogos já catalogaram na serra 131 espécies de aves, 56 de mamíferos e 35 de anfíbios, alguns sem similares em outras partes do planeta.É na riqueza da flora, no entanto, que ela revela todo o seu encanto. "Numa área de apenas 150 quilômetros quadrados identificamos um número de espécies vegetais equivalente à metade das que existem em toda a Inglaterra", conta a chefe do Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo, Nanuza Luísa de Menezes, que desde 1965 fez da região a ante-sala de seu gabinete de trabalho na universidade paulista. São mais espécies por metro quadrado do que na própria Amazônia - cerca de 5 000, boa parte delas endêmicas, ou seja, encontradas só naquela área - e de suas plantas já foram isoladas 150 novas substâncias por químicos brasileiros, algumas enviadas aos Estados Unidos para estudos por apresentarem atividades contra o câncer e o vírus HIV, o vilão da Aids.Localizado na porção sul da Cordilheira do Espinhaço, urna sólida parede montanhosa que se prolonga até a divisa entre a Bahia e o Piauí, o Parque Nacional da Serra do Cipó foi criado em 1984 e engloba boa parte desse tesouro em sua área de 33 800 hectares, ou 338 quilômetros quadrados. Sua topografia, porém, remete a tempos bem mais distantes, quando, onde estão estas cadeias de montanhas, imperava o oceano. "A Cordilheira do Espinhaço já foi um pequeno mar, possivelmente tão estreito quanto o Mar Vermelho, entre a África e a Península Arábica", explica o geólogo Carlos Noce, do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Na época, América do Sul, África, Índia, Oceania e Antártida compunham um único supercontinente. "Quando essa placa continental começou a se cindir, surgiram fraturas por toda a crosta terrestre. O oceano que existia onde agora se encontra a cordilheira formou-se a partir da inundação de uma dessas fendas", completa Wilson Teixeira, diretor do Centro de Pesquisas Geocronológicas do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo - USP.As marcas desse tempo em que o sertão era mar ainda são nítidas na região. As rochas, inclinadas na mesma direção, são sinais das forças tectônicas que elevaram uma cordilheira onde antes estava a paisagem marinha. E o quartzito, formado pela consolidação das areias depositadas no fundo do mar, predomina na composição do conjunto de pedras do Parque Nacional da Serra do Cipó, hoje aboletado em altitudes que variam dos 900 até os 1 800 metros. "É lógico que, depois de tantos anos sob a ação do tempo. a paisagem de agora não é mais do que uma foto desbotada das montanhas que se alçaram do mar há milhões e milhões de anos", lembra Noce.
Desbotado ou não, é a esse berço rochoso que a exótica comunidade vegetal da serra, que tem nas sempre-vivas sua estrela mais popular, deve muito de sua personalidade. Graças ao solo, que praticamente não absorve água, as plantas de lá desenvolveram sua característica mais marcante: uma extraordinária capacidade de viver em ambientes hostis. Castigadas durante o dia pelo excesso de luminosidade e de calor - que aquece as pedras até os 50°C - , por um frio noturno capaz de baixar a temperatura dessas mesmas pedras a 0 grau e pela escassez de água, elas aprimoraram o nível de especialização que garantiu sua sobrevivência.
O primeiro obstáculo foi a falta de nutrientes. Como as chaves sempre foram escassas na região e a pouca água trazida pelas precipitações do verão escoa rapidamente devido à impermeabilidade do terreno, a flora teve que se adaptar para aproveitar a umidade do ar como principal fonte de sustento. As canelas-de-ema, por exemplo, da família das velosiáceas, desenvolveram uma espécie de falso caule, composto pelas bainhas das folhas velhas que caem: ao se ligarem ao ramo principal da planta, as bainhas vão formando uma camada protetora para as raízes que nascem coladas ao caule. Encobertas por essa capa, elas passam a acumular água como se fossem uma esponja. "Apesar da aparência espessa, o caule real não tem mais do que um centímetro", informa Nanuza. Sua prima, a Vellazia glabra, tem como dote especial minúsculos orifícios em suas folhas (estômatos), situados em fendas que permanecem abertas quando há muita água disponível e são fechadas quando o precioso líquido escasseia.
Mesmo buscando surpreendentes mecanismos de sobrevivência, as plantas rupestres apresentam floradas belíssimas para quem tem oportunidade de apreçiá-las. "A multiplicidade de tipos e gêneros é tamanha que a Serra do Cipó está sempre florida, não importa a época do ano. Há flores para a primavera, verão, outono e inverno", enfatiza o cientista Angelo Machado. Apaixonado pela região desde garoto, o médico - que nunca exerceu essa profissão - chega aos 55 anos como um dos grandes incentivadores da pesquisa científica não somente nas imediações do Cipó, mas em toda a Cordilheira do Espinhaço. São orquídeas, bromélias, margaridas, cactos, ipês, quaresmeiras e, principalmente, as famosas sempre-vivas, aquelas flores secas que não murcham nem perdem a cor, utilizadas na ornamentação de vasos e na decoração de embrulhos de presentes.Só em 1982 foram extraídas nas cidades de Diamantina, MG, e Mucugê, BA, nada menos que 1 milhão de quilos dessas flores. Uma colheita recorde, que indignou a comunidade científica e deu impulso definitivo à luta pela criação do parque nacional, dois anos depois. Para se ter uma idéia do volume da depredação, basta um simples cálculo matemático. Um quilo corresponde a mais de 18 000 escapos (bolotas) de sempre-vivas mutiladas dos campos. Como uma planta produz em média 18 bolotas, cada uma delas contendo de 200 a 500 flores minúsculas, a quantidade exportada representa a incrível batelada de 1 bilhão de plantas, ou uma média de 5,5 bilhões de flores. Com o Parque Nacional, o estigma da extinção foi afastado da Serra do Cipó. "Protegidas por lei, as floradas agora serão eternas", comemora Nanuza Menezes.
As pinturas rupestres da Lapa Sucupira, uma enorme cavidade esculpida nas rochas nos últimos 20 000 anos pelas enxurradas, não tiveram tanta sorte. Embora fique nos limites do município mineiro de Santana do Riacho, onde se encontra boa parte do território do parque nacional, o sítio arqueológico está oficialmente fora de proteção. Ali, foi encontrado um cemitério que pode ser o mais antigo do mundo, já que até hoje nenhum arqueólogo encontrou um terreno reservado exclusivamente aos mortos que remontasse a 15 000 anos.Nas suas paredes, os desenhos estampados através de milênios registram imagens que vão dos veados e peixes cercados por figuras antropomorfas, datados entre 8 000 e 7 000 anos atrás, até figuras humanas menores e mais naturalistas, provavelmente feitas há 2 000 anos. "Interpretar essas pinturas é tarefa complicada", diz o arqueólogo francês André Prous, chefe da equipe de arqueologia da UFMG que tem se encarregado de estudar o acervo da Lapa Sucupira. "Por enquanto, sabemos que eram Homo sapiens sapiens e apesar de reproduzirem animais, o tipo de desgaste de seus dentes indica que deviam comer pouca carne."O mundo florido da Serra do Cipó é também a residência eleita de uma impressionante quantidade de pássaros. Beija-flores ali não faltam. Milhares deles se alimentam do néctar e, em troca da polinização, ajudam a perpetuação dos vegetais. Alguns são particulares daquela região, como o Leucochloris albicolis, de cor verde metálico e pescoço branco "Parece que ele usa um lenço no pescoço", brinca Ângelo Machado. O ornitólogo francês Jacques Veielliard, que trabalha no laboratório de bioacústica do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas - Unicamp -, identificou há pouco tempo, por mero acaso, uma nova espécie de ave.Durante uma sessão de gravações de cantos de aves, Veielliard percebeu um som diferente e encontrou sua fonte: um passarinho diminuto, marrom-pardo, endêmico da cadeia do Espinhaço e provavelmente em processo de extinção. "Ele é parente do joão-de-barro, da família dos furnarídeos, e seu canto se destaca no ambiente, pois pode ser escutado a mais de um quilômetro", garante o francês. Em suas incursões à Serra do Cipó, ele já detectou a presença do gavião-pomba, inserido na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção, e até de águias chilenas, comuns do sul do Brasil, Chile e Argentina. "Parece que elas gostaram do lugar e resolveram morar por ali. Encontramos ninhos delas no parque."Embora não estejam catalogados cientificamente, os mamíferos da Serra do Cipó têm também proporcionado surpresas agradáveis aos pesquisadores. Num trabalho para a UFMG, o biólogo Júnior Augusto dos Santos Silva faz o levantamento preliminar a respeito, onde estão incluídas onças-pardas, lontras, tamanduás, jaguatiricas, raposas, lobos-guarás e veados. "Eu ainda não vi, mas há registros de técnicos do governo federal que indicam a existência do cachorro-do-mato-vinagre, um bicho raríssimo e considerado extinto", afirma Júnior, que tem pela frente a responsabilidade de realizar o primeiro inventário sistematizado dos mamíferos da região.Se a população de mamíferos ainda não é totalmente conhecida, insetos e anfíbios, em contrapartida, já foram largamente estudados. O precursor das pesquisas com anfíbios foi Werner Bokermann, hoje um dos diretores da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Há trinta anos, o Dr. Werner, como é conhecido, passou a se interessar pela Serra do Cipó depois de ouvir os comentários de seus colegas Angelo Machado e Amilcar Martins sobre os bichos exóticos do lugar, como libélulas e mosquitos. Procurando um tipo especial de sapo encontrado na Serra do Caraça. outra elevação que faz parte do sistema Espinhaço, o anfibiólogo acabou por visitar o Cipó. Desde então, foram mais de trinta expedições, em que ele catalogou 35 espécies de sapos, rãs e pererecas, onze delas endêmicas.Entre elas a Hyla cipoense, uma perereca cujas listras lhe valeram o nome de perereca-de-pijama. Há também a rã-da-careta, apelidada por afugentar seus inimigos de forma pouco convencional. Para se proteger, ela abaixa a cabeça contra o chão e estica as patas posteriores, levantando a parte traseira do corpo. Com esse efeito, ela assume formas bem maiores do que realmente apresenta: além de triplicar no tamanho, os ocelos das virilhas - manchas pretas arredondadas - dão a impressão de serem olhos enormes e aterrorizantes, utilizados sabiamente para assustar os predadores.Quase toda essa riqueza natural está hoje sob o manto protetor do Parque Nacional da Serra do Cipó. A devastação não ameaça tanto como no passado o paraíso onde os campos rupestres, cravados de pedra, a secura do cerrado e as matas ribeirinhas convivem em harmonia. Com a beleza das mais de sessenta cachoeiras e dos desfiladeiros de até 80 metros de profundidade em meio a suas colinas, esse pequeno pedaço da serra que serviu de rota para os bandeirantes, foi vasculhado pela ambição da corrida do ouro no século XVIIl. e calçado pelas mãos dos escravos negros, pertence agora ao futuro.

Fortes aliados contra o câncer e AIDS

Atrás de remédios contra o câncer e o vírus da Aids, o HIV, o Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, está investigando duas novas substâncias - a nanuzona e um tipo de cleistanta - isoladas a partir de plantas brasileiras. Identificadas por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comandada pelo professor Ângelo da Cunha Pinto. as substâncias fazem parte de um grupo de 150 estruturas químicas, inéditas na literatura científica especializada, obtidas após a análise de trinta espécies vegetais naturais da Serra do Cipó.Tudo começou durante uma visita de Cunha Pinto ao parque nacional e as grandes vedetes da história chamam-se Vellazia nivea e Vellazia nanazue - que ganhou esse nome para homenagear a pesquisadora Nanuza Luiza de Menezes. As duas, que são largamente encontradas na serra, chamaram a atenção do químico carioca principalmente porque, além da sua extraordinária habilidade para viver, dificilmente são atacadas por predadores. "Quando vi plantas sadias em lugares com pouca terra e água, o meu interesse foi imediato", conta ele. "A resistência é um forte indício da presença de mecanismos de defesa quimicamente aperfeiçoados."Mas foi só a partir da publicação dessas descobertas na revista inglesa Phytochemistry, que divulga internacionalmente trabalhos e estudos de químicos de todo o mundo, que as substancias despertararn o interesse dos americanos. Não demorou muito e o diretor do Instituto Nacional do Câncer, localizado no Estado de Maryland, entrou em contato com o pesquisador brasileiro. "Eles perceberam que as características descritas eram semelhantes às de outras estruturas presentes em alguns extratos que já estavam sendo testados contra câncer e HIV", diz Cunha Pinto. Atualmente, a professora Lígia Maria Marino Valente, também do Instituto de Química da UFRJ, está participando das pesquisas realizadas no Instituto Politécnico da Universidade Estadual de Virgínia com os extratos que Cunha Pinto retirou das velosiáceas. "Sabemos que eles são ativos no combate ao câncer, mas o isolamento em forma pura da substância ainda não foi totalmente realizado", revela Lígia.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Fábrica de Precisão - Tecnologia


FÁBRICA DE PRECISÃO - Tecnologia



Nas instalações no Inmetro em Xerém, RJ, medir bilionésimos de grama ou de segundo faz parte de uma rotina que visa capacitar melhor a indústria nacional e dar mais segurança ao consumidor.

Quem vai ao supermercado e compra 1 quilo de açúcar nunca pode ter certeza de que está recebendo aquilo que deseja - e não é apenas por causa das fraudes, com certeza mais comuns do que se pensa. Antes de mais nada, no entanto, e até para saber se há fraude ou não, é preciso saber exatamente o que é 1 quilo, como essa medida deve ser calculada. Afinal, que significa dizer que um pacote de açúcar tem 1 quilograma de massa, ou que uma lâmpada produz 60 watts de energia luminosa? Se não puder responder a essas perguntas - entre outras, ainda mais delicadas -, nenhum país moderno funciona a contento.
Sem exagero, pode-se dizer que não haveria civilização se não se destinassem recursos para produzir modelos confiáveis e precisos das unidades básicas - seja quilograma, metro, watt, grau Celsius ou segundo. No Brasil, essa indústria singular ocupa urna área de 2,5 milhões de metros quadrados ao pé da Serra de Petrópolis, no município de Xerém, RJ, e é tocada pelos cientistas e técnicos do Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Sua função, é claro, não se restringe a dizer se um pacote de açúcar tem realmente 1 quilo - na verdade, as balanças ultra-sensíveis do Inmetro podem apontar a diferença entre uma folha de papel em branco e a mesma folha de papel assinada. Isso mesmo: elas estão preparadas para registrar o peso da tinta que ficou no papel, assim como também denunciam a falta de um único parafuso numa turbina de avião.
Esse dado permite avaliar a precisão da balança em centésimos milésimos de tonelada, já que o peso da turbina é de aproximadamente 3 toneladas e o do parafuso de mais ou menos 10 gramas - ou seja, 1 centésimo milésimo de tonelada. Mas a menina dos olhos do engenheiro Uilson Cruz é um aparelho capaz de avaliar um peso um milhão de vezes mais leve que um fio de cabelo, ou seja, com sensibilidade de 1 bilionésimo de grama. Em outro instrumento, um dos mais valiosos do Inmetro, o físico Jorge Dutra mede comprimentos que a maior parte das pessoas nem considera parte da realidade. "Alcançamos precisão de 10-8 metros, algo como o diâmetro de um fio de cabelo dividido em 1 500 pedaços. "Para isso, ele utiliza um aparelho avaliado em nada menos que 500 000 dólares, denominado interferômetro.Até parece um brinquedo sofisticado, já que sua função é combinar feixes de luz e produzir microscópicas franjas claras e escuras em um anteparo - algo parecido a um código de barras. Aparência à parte, bastam minúsculas variações no comprimento do feixe de luz para que as franjas se alterem totalmente. Trata-se, portanto, de uma régua de alta eficiência, capaz de denunciar desvios nas barras-padrões introduzidas na caixa do interferômetro - cuja forma lhe valeu a carinhosa alcunha de sarcófago. A luz é usada também para medir o tempo, desta vez nos relógios atômicos. Os brasileiros não são os melhores do mundo; mesmo assim, distinguem intervalos espantosos, 1 milhão de vezes menores que 1 segundo. O sonho do chefe de departamento Paulo Mourilhe é conseguir os chamados relógios de tempo maser, com precisão mil vezes maior, de 1 bilionésimo de segundo. "É o nada", resume Mourilhe.
Mas atenção: tais ordens de grandeza podem confundir, em vez de explicar, já que a precisão não tem valor por si só. O que realmente interessa é estar preparado para lidar com medidas rigorosamente iguais entre si, não importa onde sejam feitas. O motivo é evidente: parafusos e roscas precisam ter medidas compatíveis, caso contrário os primeiros simplesmente não se encaixarão nas segundas. "As pessoas têm dificuldade de entender que trabalhamos com uma ciência de suporte, que ajuda a tecnologia e as demais ciências a evoluir", diz o engenheiro Alexandre Etchebehere, diretor científico do Inmetro. Ele explica que, para ter certeza de que seus produtos têm as medidas corretas, o fabricante precisa ensaiar os produtos em equipamentos confiáveis. Estes, por sua vez, têm de ser aferidos de tempos em tempos por instrumentos de alta precisão do Inmetro.Compreende-se, assim, que, aos 36 anos de idade, Etchebehere tenha sua vida marcada por duas excentricidades: o vôo livre, que ele exerce nos fins de semana saltando das montanhas cariocas numa asa delta, e a mania de precisão. A rotina do Inmetro inclui a necessidade de preservar os padrões nacionais de medida - como o bloco de massa igual a 1 quilograma, a barra de 1 metro ou a pilha de exatamente 1 volt. Naturalmente, qualquer acúmulo de poeira, ou mesmo de gordura dos dedos de um técnico, pode alterar aquela massa, mesmo que seja de 1 micrograma. Por isso, tanto os padrões como seus guardiões têm de passar os dias enclausurados em construções de concreto perfeitamente isoladas - que nem janelas têm.
O isolamento começa nos alicerces, que não deixam passar perturbações externas para dentro do edifício, explica o engenheiro Humberto Beltramini, representante do Inmetro em São Paulo. "Nem uma tropa de cavalos passando ao lado dos prédios produziria oscilações do lado de dentro." Em seguida, é preciso usar outros artifícios - como redomas de vidro, cofres acolchoados ou banhos de óleo mineral - para assegurar a imutabilidade dos mais rigorosos padrões. Balanças, por exemplo, são hermeticamente fechadas em condições bem controladas de umidade, temperatura e pressão: para isolar o calor do corpo humano, manipula-se uma delas a 2 metros de distância, com ajuda de braços mecânicos.
Além disso, cada laboratório é uma construção independente, com fundações próprias e paredes que garantem perfeito isolamento térmico, construídas sobre um solo que recebeu repetidas camadas de compactação. Tamanho cuidado não custou barato. Apenas em edificações calcula-se que haja, em Xerém, cerca de 300 milhões de dólares. Os equipamentos estão avaliados em 60 milhões de dólares. Outro detalhe é que os padrões brasileiros, chamados secundários, foram construídos a partir de modelos primários, preservados na capital mundial da precisão: Sèvres, nos arredores de Paris. A cada dez anos, os padrões brasileiros seguem para Sèvres, onde são aferidos no Bureau International des Poids et Mesures (BIPM).Com tudo isso, o Inmetro, em 1991, bateu recordes, aferindo nada menos que 2,5 milhões de equipamentos em todo o pais, entre balanças, taxímetros, bombas de combustível e hidrômetros, para citar apenas alguns dos mais conhecidos. Os laboratórios, nesse caso, desenvolvem um trabalho mais próximo do dia-a-dia das pessoas. Neles, por exemplo, calibram-se os wattímetros, usados para medir o consumo de energia de geladeiras, ou se aprovam novos modelos de medidores de consumo de energia elétrica. Mais indiretamente, se conservam padrões de resistências, cuja função é manter em boa forma instrumentos de teste - estes, por sua vez, serão empregados para medir resistências como as dos chuveiros.No setor de calor são calibrados termômetros num largo intervalo que vai de 80 graus Celsius abaixo de zero, até 1 000 graus acima de zero. Ainda em instalação, o laboratório de óptica terá condições, entre outras coisas, de aferir padrões de cor para indústrias como as de tinta, azulejos ou tecidos. E a cada dia surgem novas exigências, como se vê pelo Projeto Silêncio, a cargo do engenheiro Marco Nabuco, que visa controlar o crescente ruído da sociedade moderna. Desenvolvido em colaboração com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o projeto deve obrigar os fabricantes de máquinas, inclusive eletrodomésticos, a colocar em seus produtos selos indicadores da quantidade de ruído emitida.
Os testes com fontes de ruído já começaram a ser feitos em dois tipos de câmaras especiais. A câmara anecóica, por exemplo, é à prova de eco: qualquer som no seu interior é absorvido pelas paredes, forradas com três camadas de cubos de lã de vidro. A outra câmara faz o oposto. Com paredes rígidas e irregulares, ela gera reverberações: dentro dela, as ondas sonoras batem nas paredes o maior número de vezes possível. Todo esse barulho é urna dura prova à qualidade dos materiais comumente utilizados para absorver sons. Ainda mais curioso é o trabalho do engenheiro Wellington Barros, que se dedica a medir, em milionésimos de metro, os picos e os vales de superfícies completamente lisas à primeira vista.
O olho, entanto, está longe de ser um bom critério, em quase todos os casos relevantes: nas fitas cassete, por exemplo, as microscópicas montanhas detectadas por Barros podem causar agressões fatais. É verdade que tal esforço não impede a fraude, como se vê pelo controle dos produtos pré-medidos, isto é, que têm o peso impresso na embalagem. Além de a fiscalização ser ainda precária, a verdade é que as multas não chegam a assustar os infratores. Muitos empresários preferem pagá-las a deixar de explorar a fraude, conta o diretor de metrologia legal do Inmetro, Geraldo Baltar. Ele cita o mau exemplo de um embalador de camarões gaúcho que há um ano recebe multas semanais, mas continua entregando apenas 60% do peso estipulado. Esse tipo de problema exige uma solução mais prática, em termos de leis, e o Inmetro pretende enfrentá-lo criando penalidades mais expressivas. Mas o avanço técnico e científico do Inmetro deve ser considerado a melhor garantia de defesa do consumidor brasileiro.Sua face mais visível pode ser a divisão de metrologia legal, que afere equipamentos do comércio e controla produtos. O papel mais básico, porém, cabe à divisão de metrologia científica, capaz de calibrar instrumentos de outros laboratórios científicos e da indústria. É por isso que sua clientela atual são especialmente laboratórios das indústrias de exportação, que enfrentam novas exigências de qualidade no mercado internacional."Muitas delas são verdadeiros truques comerciais", diz o engenheiro José Reginaldo Werneck Cunha. A Volkswagen, por exemplo, teve de alterar 1 400 itens do Voyage montado no Brasil, até conseguir transformá-lo no Fox destinado ao mercado americano. Aos olhos do visitante, porém, tais problemas chegam a parecer vulgares, num mundo que ostenta o fascínio de tudo o que é surpreendente ou bizarro. Quem poderia esperar, por exemplo, que seu peso variasse a todo instante, fruto de mudanças na aceleração gravitacional da Terra? No entanto, perto de onde o engenheiro Barros analisa os vales e montanhas das fitas magnéticas, outro engenheiro, Jorge Cruz, afere dinamômetros com vigor bastante para agüentar até 5 meganewtons, algo como a força aplicada sobre o solo por uma pilha de 500 fuscas. Absorto, ele explica que não se pode descuidar da gravidade, pelo menos dentro de seu laboratório. "Hoje estamos com 9,7875 m/s2, um pouco abaixo do normal, 9,80665 m/s2".

Sete réguas fundamentais

Tudo o que há no mundo pode ser medido a partir de apenas sete unidades básicas, o esqueleto do Sistema Internacional de Unidades. Combinando-se as sete peças primárias - comprimento, corrente elétrica, quantidade de matéria, tempo, intensidade de luz, massa e temperatura - chega-se à infinidade de medidas utilizadas no mundo moderno. Aqui vão suas definições oficiais e os fatos mais importantes a seu respeito.Comprimento
No Egito, por volta do ano 3000 a C., utilizava-se como unidade de distância o comprimento do braço, cujo tamanho foi fixado numa barra de granito que servia de modelo para as demais barras em uso no país. A barra tinha 524 milímetros, ou pouco mais de meio metro. Em 1791, a Academia de Ciências da França definiu o metro, a unidade de comprimento moderna de maneira mais confiável, com base no tamanho da própria Terra o metro deveria ser calculado pela extensão do meridiano de latitude igual a 45 graus dividido por 40 milhões. A partir dessa definição, construiu-se o protótipo internacional de platina (90%) e irídio (10%). Em 1960, a definição mudou. o metro passou a ser medido pela soma de 1 650 763,73 comprimentos de onda da radiação laranja emitida no vácuo pelo átomo de criptônio 86. Em 1983, enfim, o metro tornou-se o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo de tempo de 1 segundo dividido por 299 792 458.

Corrente elétrica
O ampère, unidade básica de eletricidade, é uma corrente elétrica medida de modo indireto, por meio da atração entre dois fios paralelos, compridos e bem finos, situados no vácuo. A corrente que passa em cada fio valerá 1 ampère, se os fios estiverem a 1 metro um do outro e a cada metro de fio existir uma força de 2x10-7 newton (compare com o peso de uma pessoa, 600 newtons). Dessa definição saem também as unidades elétricas de carga (coulomb), tensão (volt) e resistência (ohm). O volt, por exemplo, é a tensão de um fio que, ao ser percorrido pela corrente de 1 ampère, libera energia à taxa de 1 joule por segundo (ou, em outras palavras, dissipa a potência de um watt). O volt materializa-se no Inmetro na forma de uma pilha padrão: uma ampola de vidro em forma de H contendo uma solução saturada de amálgama de cádmio com capacidade para produzir uma força eletromotriz de 1,018 volt. Assim, é possível padronizar e aferir medidores e geradores de tensão, muito usados em laboratórios de controle de qualidade. Exemplo: indústria de eletrodomésticos.
TemperaturaSua unidade, o kelvin, se mede numa escala que vai do zero absoluto quando em teoria não há mais movimento das moléculas - até uma temperatura experimental: aquela em que a água não tem um estado fixo. É o chamado ponto tríplice , em que a água se transforma constantemente em líquido, vapor e gelo. Por convenção, estabeleceu-se que existem 273,16 kelvin entre o zero absoluto e o ponto tríplice. Para aferir termômetros, o Inmetro mantém células que fixam as temperaturas de mudança de fase - como de gelo para liquido - para diversas substancial. São cilindros semelhantes a torpedos de vidro ou metal de cerca de 50 cm de comprimento, em média, que contêm, em seu interior, substancias com grau de pureza da ordem de 99,9999% Massa
O quilograma é igual à massa do protótipo internacional, um cilindro feito de 90% de platina e 10% de íridio, material muito estável, conservado na França. O padrão brasileiro é feito do mesmo material e segue cada dez anos para aferição no BIPM. No Inmetro, ele permanece trancafiado em um cofre, protegido por uma dupla redoma de vidro.
Intensidade de Luz A intensidade luminosa é medida em candelas. Durante muito tempo uma vela de cera comum, com cerca de 25 milímetros de diâmetro, foi usada como padrão de luminosidade. Hoje, uma cadela corresponda à intensidade da luz emitida numa certa direção por uma fonte bem definida: sua radiação deve ser monocromática, isto é, de uma única freqüência, fixada em 540x1012 hertz (ou oscilações por segundo). Sua potência energética também deve ser bem determinada, igual a 683 avos de 1 watt, na direção escolhida. A partir dessa referência pode-se medir a luminosidade de outras fontes. O laboratório de óptica do Inmetro está em fase de implantação e ainda não conta com esse equipamento.
Matéria
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, massa não é quantidade de matéria, mas sim a resistência maior ou menor que um corpo oferece à aceleração. Quantidade de matéria refere-se ao número de partículas comidas em um corpo, sejam átomos, moléculas ou quaisquer outras. Sua medida é o mol, um número fixado o pela quantidade de átomos contidos em 0,012 quilograma do elemento carbono 12. O Inmetro ainda não tem condições de medir essa unidade. Empresários brasileiros que precisam desse serviço, em geral na indústria química, ainda têm que recorrer a laboratórios do exterior.
TempoInicialmente, o segundo foi definido como 86 400 avos da duração do dia. Como a rotação da Terra é irregular, porém, a partir de 1956 o segundo passou a valer 31 556 925,9747 avos da duração do ano tropical de 1900. Em 1967, decidiu-se medir o tempo de acordo com as mudanças de órbita de um elétron pertencente ao átomo de césio 133. Quando o elétron muda de órbita emite radiação em forma de ondas que se sucedem num ritmo cronológico preciso, chamado período. O segundo vale 9 192 631 770 períodos da radiação de césio 133, emitida após um salto eletrônico bem definido - que ocorre, segundo o jargão técnico, entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo. O Brasil conta atualmente com 15 relógios de césio que são propriedade de empresas ou de instituições de pesquisa Todos eles são calibrados pelo Serviço da Hora do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, credenciado pelo Inmetro como laboratório primário de tempo e freqüência. lnternacionalmente, os padrões do Serviço da Hora são aferidos pelo Global Positioning System (GPS), um grupo de 18 satélites (mais seis devem ser lançados nos próximos anos) posicionados em órbitas a 20 000 quilômetros da Terra, e dotados de relógios de césio.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mar à vista - Satélites


MAR À VISTA - Satélites



Pelo espaço, os oceanógrafos descobrem os segredos dos mares. As imagens e dados fornecidos por satélites mostram a temperatura da água, os lugares onde a vida marinha é mais rica e até como eram as praias 8 000 anos atrás.



Animado pelo sol de verão, o turista se prepara para um mergulho no mar de Copacabana. A ilusão de um gostoso banho em águas mornas se desfaz com as ondas ainda pela canela; nos primeiros passos dentro da água, um arrepio gelado lhe sobe pelo corpo. Os banhistas locais, habituados ao truque térmico pregado pela natureza, já não se assustam. Eles sabem que, conforme esquenta o tempo no Rio de Janeiro, esfriam as águas que banham a cidade. Esses veteranos da praia, no entanto, não são os únicos nem os mais bem informados sobre o fenômeno. A mais de 300 quilômetros dali, em terra firme, um grupo de pessoas é capaz de explicá-lo e até dizer a temperatura exata da água. São os oceanógrafos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), que se valem de espiões estrategicamente colocados no espaço para desvendar os segredos escondidos nos oceanos.
Com auxílio de satélites, o INPE está indo fundo nos mares brasileiros. Os bisbilhoteiros espaciais ajudam os oceanógrafos a encontrar os lugares da costa onde a vida marinha é mais intensa, a descobrir como se comportam as correntes marinhas e mesmo mapear as praias de 8 000 anos atrás, hoje submersas a 30 quilômetros da costa. "A vantagem é que, do céu, pode-se ter uma visão abrangente do mar, e não de alguns poucos locais isolados, como ocorre normalmente", diz Carlos Leandro da Silva Júnior, um jovem carioca que há dez anos abandonou a prancha de surfe em favor de outra relação com o mar. Hoje, ele é um dos oceanógrafos da equipe do INPE, e já se tornou um aventureiro oceânico com quatro expedições à Antártida na bagagem.
Os satélites ajudaram os oceanógrafos a descobrir, por exemplo, que o esfriamento da água nos dias em que sopra o vento quente de nordeste - fenômeno conhecido como ressurgência - não é exclusividade dos cariocas. A mais de 800 quilômetros de altitude, o satélite norte-americano NOAA-9 fez imagens de todo o litoral fluminense, mostrando que a faixa de água fria se estende para o norte. Revelou também que o ponto mais gelado fica, não por coincidência, nas águas de Cabo Frio.
Essas imagens foram conseguidas com o sensor de radiometria do satélite, capaz de mostrar a temperatura da superfície do mar de acordo com a intensidade das radiações infravermelhas emitidas pela água. Quanto mais quente a água, maior a emissão de raios recebida pelo satélite, que registra isso na imagem em tons vermelhos Os locais onde a água é fria, como no Rio de Janeiro, aparecem em amarelo.
A ressurgência oceânica não é apenas uma curiosidade de banhistas friorentos. "Os locais onde ela ocorre são privilegiados pela natureza, com aumento do fitoplâncton e conseqüentemente dos peixes, que deles se alimentam", diz o ex-surfista Carlos Leandro. Quando os ventos quentes de nordeste sopram na costa do Rio de Janeiro, empurram a camada superficial de água para alto mar, movimento que é reforçado pela rotação da Terra. Para repor a camada quente deslocada, uma grande massa de água fria, proveniente da região polar, sobe do fundo do mar. Essa água é riquíssima em nutrientes para o plâncton de origem vegetal.
O fenômeno da ressurgência desperta ainda mais interesse porque só ocorre em alguns poucos lugares do mundo, geralmente nas costas a oeste dos continentes, o que torna o Rio de Janeiro uma exceção. Mais excepcional ainda é a falta de aproveitamento da riqueza biológica gerada pela substituição da água de superfície. A frota pesqueira brasileira, pequena e obsoleta, não aprendeu ainda a usar as descobertas feitas pelos oceanógrafos, e praticamente não existe previsão sobre onde estarão os grandes cardumes antes de os barcos ligarem seus motores rumo ao mar. Por isso, a produção anual, que poderia beirar 2 milhões de toneladas, de acordo com as estimativas da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), não chega a 900 000 toneladas. No Peru, onde também existe ressurgência, a quantidade anual de pescado era sete vezes maior em 1988 (antes da epidemia de cólera), ultrapassando 6,5 milhões de toneladas. Isso para não falar dos pescadores do Primeiro Mundo, como os do Japão - os primeiros do ranking mundial, com 11,8 bilhões de toneladas anuais. Lá, é bastante comum os oceanógrafos passarem as dicas fornecidas pelos satélites aos comandantes dos pesqueiros, que então fazem a festa nas águas geladas.
Outro espião ajudou a descobrir as áreas do oceano privilegiadas pelo acúmulo do fitoplâncton: o satélite Nimbus-7. Seu sensor óptico analisou a coloração das águas marinhas, revelando a quantidade de clorofila, nelas contida. "Quanto mais clorofila, maior a concentração de fitoplâncton, os pequeníssimos vegetais que são a base da cadeia alimentar no oceano", diz Alexandre Cabral, outro jovem cientista do INPE. Ao lado do experiente oceanógrafo Márcio Vianna - conhecido mundialmente por suas pesquisas em mares tropicais - ele passa os dias debruçado sobre os computadores analisando as imagens dos satélites.A presença da clorofila indica boas áreas pesqueiras, o que pode favorecer economicamente várias regiões. "Ao mesmo tempo, a varredura de cores revela focos de poluição da água", diz Cabral. Nas áreas poluídas, o fitoplâncton - cuja fotossíntese é comprovadamente o mais importante processo renovador do oxigênio na atmosfera - é escasso. Isso fez do Nimbus7 uma arma a favor dos ecologistas na década de 1980. Nas imagens recebidas pelo INPE, a foz do rio Amazonas aparece como área privilegiada em clorofila, enquanto o Mar do Norte, próximo à Escócia, denuncia altos índices de poluentes. A partir de 1993, os protetores dos mares terão ainda mais apoio em sua guerra contra a poluição com o lançamento de um satélite mais moderno, o Sea Wifs, que vai substituir o Nimbus-7.
Os detetives orbitais não se contentam em investigar se a água está fria ou quente e se abriga muitoplâncton. Outro satélite, o Landsat-5, a mais de 700 quilômetros de altitude, permitiu a Vianna e Cabral descobrirem que as praias do Rio Grande do Norte já foram 25 quilômetros mais longas, e vêm sendo engolidas pelo mar ao longo do tempo. Mas isso não significa uma catástrofe iminente. "A linha de praia sob a água é de 8 000 anos atrás. Hoje o nível do mar está estabilizado", tranqüiliza Márcio Vianna. Para descobrir as antigas feições do litoral brasileiro, os cientistas recebem no computador imagens perfeitas do fundo do mar, mostrando dunas e desfiladeiros. Apesar da nitidez, essas imagens não são fotografias, mas apenas um mapeamento do assoalho marinho. "Com a dificuldade do radar de penetrar na água, criou-se outro modo de perceber o relevo, pela análise das deformações causadas pelo fundo na superfície do mar", explica Alexandre Cabral.
Além de fornecer imagens, os satélites também funcionam como um canal de transmissão de dados coletados por bóias em alto-mar. Essa é uma das formas que os pesquisadores do INPE vão utilizar para estudar um fenômeno intrigante: os vórtices frios, redemoinhos de água gelada carregados por uma corrente quente. Sabe-se que eles nascem na altura do Rio de Janeiro, quando a Corrente do Brasil esbarra nas águas frias da ressurgência, engolindo porções dela. O vórtice recém-nascido é levado tal qual uma canoa na correnteza de um rio. Pelas imagens térmicas dos satélites NOAA-11 e 12 é fácil identificá-lo, na forma de uma bolha amarela, em meio a uma faixa alaranjada. "Sabemos pouco ainda sobre os vórtices, mas é possível que sejam ótimos locais para a pesca do atum", afirma Carlos Leandro. A suposição se justifica porque esses peixes adoram passear na água fria - não pela temperatura em si, mas pelos nutrientes ali presentes. Conforme essa água é cercada por uma corrente quente, dando origem a um vórtice, sua temperatura aumenta de fora para dentro. O vórtice frio, que nasce com dezenas de quilômetros de diâmetro, vai ficando cada vez menor. É provável que os cardumes prefiram se espremer, em vez de abandonar a rica água gelada, o que tornaria os vórtices frios verdadeiros currais aquáticos.
Para desvendar esse mistério biológico e outros físicos e meteorológicos, o INPE se uniu ao Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) em um projeto que vai usar tanto os satélites que fornecem imagens como os que retransmitem dados colhidos por uma dezena de bóias oceânicas, lançadas pelo navio oceanográfico Professor W. Besnard. O Coroas - estudo de Circulação Oceânica na Região Oeste do Atlantico Sul - vai pesquisar, a partir de 1993, a temperatura, velocidade e direção das águas e dos ventos na costa brasileira, sobretudo entre São Paulo e Rio Grande do Sul. "A intenção é ter uma visão geral da física oceânica na Bacia do Brasil e trocar esses dados com pesquisadores de outros países, para descobrir seus efeitos no clima", diz Yoshimine Ikeda, professor do IOUSP, que desde 1970 estuda e ensina a física dos mares. A dimensão do projeto pode ser medida pelo seu orçamento: 400 000 dólares, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.Em janeiro de 1993, o Professor W. Besnard vai partir de Santos, no litoral paulista, para uma viagem até o canal de Vema - um vale submarino a mais de 1 200 quilômetros da costa -, largando todo tipo de engenhos oceanográficos pelo caminho. Entre os mais sofisticados estão as bóias que se comunicam com os satélites. Em fase de acabamento no INPE, elas são de dois tipos: fixas e derivadoras. As fixas vão ajudar a compreender como se comportam as águas e os ventos na região mais próxima da costa, enquanto as derivadoras, que vagam livremente pelo mar, vão revelar a trajetória e o ciclo de vida dos vórtices frios e da própria Corrente do Brasil. Ambas enviam ao espaço os dados colhidos por censores de temperatura, direção e velocidade da água e dos ventos. Os satélites, então, repassam as informações para a estação receptora de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. Assim, os oceanógrafos podem receber diariamente informações que só conseguiriam se tivessem uma frota de navios.
Apesar de tecnologicamente complexas, as bóias são velhas conhecidas dos técnicos do INPE, que já construíram várias outras desde o início da década de 1980, quando o Brasil passou a explorar cientificamente o continente antártico. Nessa época, eles foram encarregados de medir as correntes marinhas nas imediações da Ilha Rei George, onde estava sendo instalada a primeira base brasileira na Antártida. Não houve maiores problemas para projetar o casco e os censores de temperatura, direção e velocidade de corrente.O grande desafio foi montar os circuitos eletrônicos responsáveis pelo armazenamento dos dados e transmissão para os satélites. "Na época, a importação de componentes eletrônicos era proibida, o que nos deu muitas dores de cabeça", lembra Carlos Leandro. Por isso, técnicos e oceanógrafos partiram da estaca zero. De importado, apenas uma parte essencial do projeto: o professor Merrit Raymond Stevenson, um especialista em imagens de satélite, que há doze anos trocou suas pesquisas no Instituto Oceanográfico de San Diego, nos Estados Unidos, pela oportunidade de estudar os mares tropicais e antárticos. Desde então ele coordena a árdua tarefa de construir as bóias do INPE, lançá-las e recolher seus dados.
Veterano de seis expedições antárticas no navio oceanográfico da Marinha, o Barão de Teffé, Stevenson criou, durante uma das viagens, um hábito pitoresco entre os oceanógrafos: batizar as bóias com nomes de esposas ou namoradas. "O motivo foi a saudade de casa e o frio", afirma. "Nos mares gelados, virou costume derramar licor sobre as bóias antes de lançá-las, e depois beber o resto da garrafa para esquentar." Outra razão que explica esse carinho é o árduo trabalho que se tem para construí-las. "Elas levam meses para ser feitas, e chegam a custar 15 000 dólares. Por isso mesmo, têm que funcionar", justifica Stevenson.Vilma, Audrey e Fátima foram as bóias pioneiras, passeando por semanas nos mares antárticos. As duas primeiras voltam às águas geladas em janeiro de 1993, quando o Barão de Teffé parte de novo para o extremo sul do Atlântico, com os cientistas do INPE a bordo. Fátima, por sua vez, sumiu no gelo durante a última expedição. Sua bateria terminou antes do esperado, interrompendo o contato com o satélite NOAA-11, que perdeu seu rastro.
Os dados obtidas no Coroas serão integrados aos que estão sendo coletados em todos os outros oceanos do planeta para o World Ocean Circulation Experiment (WOCE), um estudo em escala mundial que está alvoroçando os oceanógrafos. Esse programa quer descobrir como funciona a máquina oceânica global e como ela interage com a atmosfera. Dois lugares são vitais para o estudo. Um deles é a Bacia do Brasil, que tem papel fundamental nas trocas de calor entre a água e o ar por conduzir cinco correntes importantes - duas quentes e três frias -, coisa que não ocorre em nenhum outro lugar do planeta. O outro é o Mar de Weddell, na Antártida, para onde os cientistas do INPE partem em janeiro de 1993, a bordo do Barão de Teffé e do navio oceanográfico alemão Polar Stern - o mais moderno do mundo. É nesse mar que se origina a mais importante massa de água gelada do planeta - a Água de Fundo Antártica.
Os resultados do WOCE devem ir muito além do interesse puramente científico dos oceanógrafos. Para Yoshimine Ikeda, do IOUSP, eles vão ajudar as pessoas comuns, como os banhistas friorentos de Copacabana, a entender melhor como os mares influem na vida deles, mesmo longe da areia. "Atualmente, a Meteorologia prevê o tempo para os próximos três ou quatro dias. Quando desvendarmos a dinâmica dos oceanos em escala global, será possível prever secas, enchentes e outras variações com meses de antecedência", afirma o animado Ikeda.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Viagem ao centro da Via Láctea - Astrofísica

VIAGEM AO CENTRO DA VIA LÁCTEA - Astrofísica



Possível apenas com a ajuda da imaginação e dos instrumentos científicos, essa aventura leva às maiores ou às mais velhas estrelas do Universo; as vastas nuvens de gás e poeira onde os astros são gestados; e talvez a um buraco negro gigante no coração Galaxia.



Nas noites limpas de agosto, por volta dos 8 horas, bem no alto do céu estende-se a inconfundível fieira de estrelas que os antigos batizaram de Escorpião. Distingüem-se as pinças, o corpo esticado para leste, adornado por Antares, vermelha como um rubi, e a cauda tipicamente enrodilhada sobre o corpo. Logo acima dela, onde nenhum astro se destaca, o aparente vazio do espaço esconde uma formidável esfera de estrelas que mudaria o céu da Terra de maneira espetacular, pois, rivalizaria em brilho com a Lua cheia. Isso só não acontece, paradoxalmente, porque tal esfera é o próprio coração da Via Láctea , galáxia em que giram o Sol e outros 100 bilhões de estrelas. Assim, grandes nuvens de poeira e gás interestelares se concentram na direção do centro e extinguem por completo sua luz visível.
Mas se um viajante deixasse a periferia galáctica onde fica o Sol e tomasse o rumo de Escorpião, veria o espaço tornar-se cada vez mais transparente e afinal discerniria a brilhante esfera central, onde as estrelas são milhares de vezes mais numerosas que na plácida vizinhança solar. Viajar até lá, portanto, seria submergir num espesso oceano de luz não visível, como os letais raios ultravioleta e raios X. Além disso, em vista do elevado número de astros, seriam bem mais freqüentes as grandes explosões estelares, chamadas novas ou supernovas. Isso significa maior possibilidade de um encontro com resíduos gasosos das explosões, alguns dos quais tóxicos, como o monóxido de carbono, expelido, na Terra, pelo escapamento dos carros.
Sem dúvida, seria um roteiro de fazer inveja aos poetas românticos do século passado, sempre sequiosos por paisagens remotas e exóticas. Mesmo porque um motivo espetacular para o avanço recente das pesquisas sobre o centro da Via Láctea é que lá talvez se abrigue um monstro cósmico da categoria dos buracos negro. Um corpo tão denso que poderia, por si só, reunir a massa de um milhão de estrelas num volume não muito maior que o Sol. Daí o caos entrevisto nessa região, onde nuvens de gás desmoronam rumo ao centro ou são expelidas em alta velocidade. É como descrevem os astrônomos Rolf Güsten, alemão, e Pierre Cax, francês, para os quais é preciso mais do que nunca testar hipótese do buraco negro gigante, "um verdadeiro poço de gravidade no qual toda a Galáxia poderia desaparecer".Catástrofes à parte, a maior atração da viagem são a própria Galáxia e seus incríveis habitantes. Os maiores de todos são as nuvens gigantes de gás e poeira, geralmente alimentadas por estrelas gigantes, muito violentas, capazes de emitir tal quantidade de luz que acabam de destroçar a própria superfície. Para ver de perto um espetáculo como esse, vale a pena incluir no roteiro uma rápida passagem pelo Eta Carina, situada a cerca de 9.000 anos-luz da Terra (um ano-luz vale quase 10 trilhões de quilômetros). Trata-se da mais violenta estrela conhecida, pois, com massa quase cem vezes maior que a do Sol, emite quatro milhões de vezes mais de luz. Embora portentosa, não é uma visão tranqüila, pois observações recentes e a curiosa história dessa estrela sugerem que ela deve se extinguir em supernova a qualquer momento.
Fotos do telescópio especial Hubble, há poucos meses, mostraram que o gás e a poeira em torno do Eta Carina têm a forma de uma casca de amendoim. É possível que essa nébula tenha sido ejetada há mais de 200 anos - mais precisamente, em 1843, quando a estrela se tornou temporariamente a segunda mais brilhante do céu. Pode ter sido uma primeira explosão, insuficiente ainda para destruí-la, e uma advertência do alto grau de instabilidade desse astro. O Hubble também revelou que, sob a nébula, partem de Eta Carina dois jatos de matéria em direções opostas, um dos quais se espalha a partir de certo ponto, como se encontrasse um obstáculo,Possivelmente, essa barreira é apenas o conteúdo normal de gás e poeira existente em maior ou menos proporção, em todo o espaço interestelar. Na realidade, estrelas e matéria livre são dois lados de um jogo de vida e morte, cujas regras estão ligadas a evolução da Galáxia, que nem sempre teve a forma atual. Sua estrutura mais evidente é a forma plana e mais ou menos circular, como um disco de vitrola. Até 90% de suas estrelas estão dispostas nesse disco de maneira muito peculiar, já que a rotação gera grandes engarrafamentos de trânsito - ou seja, as estrelas encalham em certas áreas do disco como os carros, em pontos críticos das vias urbanas.
O resultado são os quatro braços da Via Láctea, ou quatro congestionamentos gigantes, Aí, a matéria livre se adensa e se precipita sobre si mesma, dando à luz novas fornadas de estrelas jovens. Então, depois de queimar por algum tempo, as estrelas morrem - explodem e devolvem a matéria-prima interestelar ao local de origem, as vastas planícies galácticas.Esse processo é mais ativo nas grandes nuvens de gás e poeira, explica o astrofísico brasileiro Roberto Ortiz, atualmente empenhado em aprontar o mais completo mapeamento já feito da Via Láctea. Ortiz estima que uma nuvem típica tem 100 000 massa solares e produz estrelas com eficiência de 15% - essa é a parcela da massa total da nuvem que acaba convertida em estrelas.A curiosa gestação estelar ocorre nos "casulos", termo informal, mas muito apropriado, para designar as regiões mais densas do gás e da poeira. O mais interessante, porém, é que o material queimado no interior das estrelas não volta ao disco exatamente como era antes, de modo que há uma continua evolução química na Galáxia. O homem, certamente, representa uma etapa avançada dessa evolução , já que alguns dos átomos essenciais à sua existência, como ferro, são construídos apenas durante supernovas. As explosões jogam para o espaço as camadas externas das estrelas, mas também comprimem seu cerne e aceleram as reações nucleares responsáveis pela produção de novos átomos.
Átomos mais leves, como o carbono e o oxigênio, são criados ao longo da vida normal da estrela, quando o peso das camadas externas fornece a pressão necessária às reações. Esses fatos são cruciais para uma nova e inteligente disciplina, a arqueologia galáctica, ou a busca das estrelas mais velhas da Via Láctea. Tais matusaléns se encontraram, antes de mais nada, nos aglomerados globulares incríveis concentrações de até 20000 estrelas bem próximas entre si. Um exemplo dessas autênticas jóias é Ômega do Centauro, a 16000 anos luz da Terra, mas bem acima do disco galáctico. Trata-se de uma posição especial, que denuncia um momento-chave na infância da Galáxia - quando ela não teria ainda a forma de disco, e sim de uma grande esfera de matéria. As estrelas desse período - nascidas em bloco, em aglomerados globulares - têm por volta de 10 bilhões de anos e alto conteúdo de hidrogênio e hélio, os átomos mais antigos e mais abundantes, criados durante a nascimento do Universo. Também têm baixo conteúdo de metais (qualquer elemento além de hidrogênio e hélio, no jargão dos astrofísicos. No Sol, os metais são 2% do total: nos astros a taxa é até 100% vezes menor). O período esférico no entanto, foi breve: a Via Láctea rapidamente se ajustou à forma mais estável de um disco plano, onde a maior parte das estrelas existentes se desenvolveram. Nesse processo, as estrelas de grande massa tiveram papel decisivo, pois têm vida muito curta, da ordem de algumas centenas de milhões de anos, contra 5 bilhões de anos, no caso do Sol.
Assim eles alimentam rapidamente o meio intersetar, fornecendo matéria-prima para estrelas e planetas mais jovens e de composição química cada vez mais rica. Mesmo porque, depois de ejetados para o espaço, os átomos ligam-se uns aos outros na forma de moléculas de complexidade crescente. Nesse monumental cenário da vida cósmica, o tempo é um fator crucial, como mostram cálculos simples sobre a perspectiva de o homem, algum dia, visitar regiões distantes do sistema solar.À velocidade máxima das naves espaciais disponíveis - 100 000 quilômetros por hora -, uma viagem até a estrela mais próxima, a Alfa de Centauro, demoraria por volta de 45 000 anos.Isso é quatro vezes e meia mais que o tempo de existência da própria civilização humana. Mesmo à velocidade da luz, o limite absoluto do Universo, segundo as leis da Física, o trajeto tomaria quase quatro anos e meio. O que dizer, então, de uma aventura às bordas do buraco negro que se suspeita existir no centro da Galáxia - mais de 5 000 vezes distante que Alfa do Centauro? A conclusão mais simples e evidente é que o homem está condenado para sempre a contemplar a Via Láctea, sem nunca deixar o pequeno recanto em que surgiu. Certamente, ainda não se podem considerar como reais as diversas alternativas sugeridas pelos escritores de ficção científica. Uma das mais plausíveis são as viagens-migrações - nas quais, gigantescas naves transportariam colônias humanas inteiras, cujos membros viveriam e morreriam no espaço, até que seus descendentes aportassem ao destino. Mas também não é impossível que viagens desse gênero se tornem, afinal, um ambicionado passaporte da humanidade para as estrelas.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A Magia das Bonecas - História

A MAGIA DAS BONECAS - História



Com seu estranho fascínio, elas estiveram ao lado do homem em quase todas as civilizações e se transformaram, com sua arte, fantasia e religiosidade. num espelho fiel da história humana.



E Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. A criatura, esperta que era tratou de imitar seu criador. E as. sim começa uma história de brinquedo: era uma vez o ser humano e um objeto feito à sua imagem e semelhança... a boneca.
Assim começa também a história real de um inocente objeto que hoje alimenta fantasias infantis em milhões de lares mundo afora e acompanha o homem há milênios. É provável que desde as cavernas, embora nunca tenham sido encontradas bonecas pré-históricas. Oficialmente, tudo começou cerca de 2 000 anos antes de Cristo, no Egito Antigo, durante a época do Médio Império, quando surgiram as primeiras bonecas de que se tem notícia. Algumas eram talhadas em madeira, com longos cabelos esvoaçantes - que até hoje não se sabe bem para que serviam. Outras, a esmagadora maioria , eram forjadas no mesmo barro que, segundo a Bíblia, moldou Adão, mas com um destino bem menos festivo. Longe do Paraíso, a elas estava reservada a tarefa de acompanhar os faraós na incursão ao mundo dos mortos. E parece que elas se saíram bem nesse rito de passagem para o além, já que depois dessa data as bonecas funerárias, medindo entre 10 e 23 centímetros e batizadas com o nome de ushabtis, passaram a ser produzidas em larga escala para substituir parentes escravos que antes eram enterrados vivos com seus reis.
O fascínio pelas bonecas esteve presente em quase todas as civilizações. Nos túmulos egípcios, elas acompanhavam a morte Na tradição judaico cristã, se imiscuíram sorrateiramente na criação da vida. Afinal, Adão foi feito em barro, e Eva, em osso, dois dos materiais mais comuns para a fabricação artesanal de imagens na Antigüidade. Desde então, o mundo das bonecas tem sido o ninho predileto da magia, da fantasia, da arte e da religiosidade.Originalmente, as crianças nem sequer tinham o direito de se aproximar desses pequenos totens, que se acreditava terem poder de vida e morte sobre as pessoas e eram monopólio de donos bem mais exclusivistas: sacerdotes, feiticeiros e curandeiros. Uma crença que ainda existe em certas religiões anímicas e que tem no vodu sua maior expressão. Seja na África, na Europa ou no Brasil- onde a umbanda e o candomblé são um rico veio de figuras do bem e do mal -, manipular a imagem humana ainda guarda um pouco dessa antiga mística de poder sobrenatural.
Até hoje, historiadores e colecionadores têm dificuldade para distinguir a boneca, simples brinquedo, de todas aquelas imagens e estatuetas que as escavações arqueológicas nos restituem. Uma ambigüidade que não está restrita às civilizações que o tempo apagou. Na Idade Média, por exemplo, ela foi tão marcante que, entre a cruz e a boneca, a sociedade medieval resolveu condenar os pequenos bibelôs à mesma fogueira onde ardiam as bruxas. Carregadas do simbolismo da mitologia pagã greco-romana, elas praticamente desapareceram do mapa. No máximo, eram admitidas em presépios - como o que deram fama internacional a Nápoles, na Itália - e feiras. Principalmente em cidades também italianas como Florença e Veneza, onde, apesar de toda a repressão religiosa, o teatro de marionetes conseguiu sobreviver mas isso porque passou a divertir o povo com parábolas sobre a vida de Cristo. As bonecas, no entanto, não eram mais os brinquedos infantis que foram na Grécia e em Roma, e sim, uma diversão de adultos.No mundo clássico era comum que meninas tivessem bonecas, e provavelmente brincavam com elas tanto quanto as crianças atualmente. Mas esse brinquedo tinha também uma função ritual. Na época do casamento, as jovens gregas costumavam consagrar suas bonecas à deusa Afrodite. Alguns dos bilhetes que acompanhavam essas oferendas foram conservados até hoje. "Eu, Sapho, dedico este precioso presente para você", escreveu uma dessas mulheres de Atenas. Os romanos celebravam em dezembro, ao mesmo tempo que as comemorações de Saturno - o deus que, depois de expulso do Olimpo fundou Roma -, festas particulares em que bonecas eram dadas como presentes. Sempre em maio, o deus Lares - o nome diz tudo - era homenageado com altares lotados de bonecas.
O ritual e o prazer da simples brincadeira se tornaram inseparáveis na sociedade clássica. Em Herculano, cidade romana destruída com Pompéia na erupção do Vesúvio, em 79 d.C., foi encontrado o corpo de uma menina abraçada a uma boneca, completamente preservado pela lava. Descobrir se ela se agarrava a um simples brinquedo ou a um ídolo como as imagens de santos a que até hoje muitos se apegam em momentos difíceis é uma missão impossível. A mesma dúvida existe em relação à boneca de marfim encontrada no sarcófago de Maria, mulher de Honorius, um dos últimos imperadores de Roma. Do tamanho da Barbie, toda articulada, ela tinha enxoval e jóias, do mesmo modo que a boneca moderna. Isso em pleno século III de nossa era.
Essa dualidade que as fogueiras tentaram banir da Europa na Idade Média não foi monopólio do Ocidente. No Japão, até hoje as duas definições se misturam tanto quanto se misturavam entre romanos e gregos. Há pelo menos 900 anos, todo dia 3 de março, as meninas reverenciam a casa imperial reunindo suas bonecas prediletas numa grande festa. Uma a uma, todas as bonequinhas são visitadas, apresentadas às amigas e, durante o chá, têm o privilégio de serem servidas em primeiro lugar. A semelhança com o chazinho de boneca tão comum entre as nossas crianças, no entanto, fica só na aparência. Para os japoneses, bonecas têm espírito. E isso é coisa séria, de adulto.
Ainda hoje, muitos japoneses acreditam que, colocada no leito de uma criança doente, a boneca pode levar a moléstia embora. Se presenteadas no dia do casamento, são consideradas símbolo de prosperidade e felicidade conjugal para o jovem casal. Há pouco mais de vinte anos, o sindicato dos fabricantes e comerciantes de Tóquio aproveitou a deixa dessa crença para promover um grande lance comercial chamado Ninguyo Kuyo. Tradução "consolo da alma das bonecas", ritual de cremação que se tornou tradicional na capital japonesa. Todo dia 25 de setembro, as mulheres estéreis que obtiveram a graça de ter um filho levam uma boneca para ser cremada no templo Kiyomizu-Kannondo. A idéia é que, queimando a boneca, seu espírito carregado do desejo de maternidade vai embora com a fumaça e a criança pode crescer em paz. Vai-se o espírito infantil, fica o comercial.
Em muitas tribos africanas, o mito da fertilidade sobrevive com a mesma força. Entre os cuanhama, da Costa do Marfim, ou os lobi de Angola, quando as mulheres engravidam, passam a andar com bonecas penduradas na cintura. Se querem um filho homem, o objeto terá características masculinas. Se desejam uma filha, a boneca será enfeitada com brincos e colares coloridos. Quando a mãe ou avó presenteia a menina com uma boneca, faz-se uma festa. E como se a família Ihe confiasse a imagem de sua futura descendência, protegendo-a contra a esterilidade. Entre os índios carajás, de Goiás, somente mulheres e meninas podem manipular as pequenas bonecas de barro chamadas litjocós, conhecidas pelos bandeirantes e até hoje produzidas por essa tribo que já somou 9 000 pessoas e hoje está reduzida a pouco mais de 400 índios. Muitas delas dão forma aos seres mágicos da mitologia carajá.Com uma enorme carga simbólica pagã, é compreensível que a Igreja Católica tenha perseguido tanto as bonecas. Mas por maior que tenha sido a repressão, o fascínio ressurgiu em todas as oportunidades que teve. No século XIV, a França foi tomada pela febre das Pandoras, bonecas de madeira, feitas em tamanho natural, que no inicio eram enviadas às cortes para exibir as últimas criações dos estilistas parisienses, mas logo se tornaram presentes, trocados com freqüência entre os nobres. No século XVI, Martinho Lutero, o líder da reforma protestante que mergulhou a Europa em sangrentos conflitos religiosos, condenou veementemente a frivolidade das bonecas fabricadas em Nuremberg, na Alemanha. Os "objetos luxuriosos" não passavam de meras peças de madeira entalhada, com cabelo de crina de cavalo, vestidas como mulher da corte, apelidadas de Docke.Mas era tarde. Embora ainda fossem brinquedos de adultos, as bonecas estavam de volta à Europa, agora para ficar. Para chegar às mãozinhas das crianças, no entanto, ainda iam demorar muito. Só a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, a boneca voltaria ao reino da infância. As regras rígidas que governavam o comportamento das crianças até então começaram a ser relaxadas. Educadores e filósofos encorajavam pais a permitir que as meninas brincassem com elas e o crescimento da classe média abriu mercado para a produção em larga escala. Rapidamente as crianças européias saíram da rústica idade da madeira para a delicadeza dos rostinhos de louça - um segredo roubado da China. Daí para o biscuit - material que proporcionou as mais perfeitas imitações da pele humana até hoje - foi um pulo. Nascia a idade de ouro das bonecas.
O século XIX foi marcado pelos biscuits das fábricas familiares francesas Jumeau, Bru, Schimidt, Fils e das alemãs Armand Marseille e Heubach. Pelo troca - troca de sobrenomes e nacionalidades, nota - se que havia intercâmbio entre os dois grandes centros. A facilidade de conseguir matéria - prima fez da Alemanha a grande recordista na produção de biscuits. Mas as bonequinhas francesas são hoje as mais valorizadas, pela beleza dos rostos e roupas. Um molde de rosto era usado no máximo cinqüenta vezes e depois jogado fora. Até escultores renomados foram contratados pelos Jumeau para desenhar as carinhas de suas bonecas, que durante três gerações, de 1845 a 1899, transformaram o nome da família numa das palavras mais pronunciadas pelas crianças de todo o mundo. Bebé Jumeau, na época, era sinônimo de boneca como Gillette é hoje de lamina de barbear.
A evolução das bonecas européias seguiu uma ordem inversa à natural. Primeiro, foram fabricadas as madames, depois as meninas e, por fim, os bebês. Olhos e bocas também foram se aprimorando. Com o tempo, ganharam o movimento de abrir e fechar, além de cílios e dentes. Em 1905, no entanto, começaria na Alemanha o movimento artístico que poria fim ao predomínio que os biscuits exerceram durante quase todo o século passado. Nesse ano. como contestação ao ideal de beleza inatingível representado pelo rosto de porcelana, nasceram as Googlies, as verdadeiras ancestrais das bonecas que conhecemos hoje em dia.Com suas expressões marotas e olhos esbugalhados, elas representaram uma revolução estética. Ao mesmo tempo, novos materiais passaram a ser testados, em busca de maior resistência aos carinhos infantis. As bonecas de biscuit enfrentaram forte concorrência das de papier mâche e cera, que também tinham defeitos, como rachar e deformar. Seguiu-se a moda das bonecas de celulóide, que se mostraram altamente inflamáveis. O plástico e a borracha só viriam a ser usados com intensidade depois da Segunda Guerra Mundial.Outro sonho perseguido pela indústria de bonecas foi a criação de uma espécie de Pinóquio - capaz de andar, falar e se movimentar sozinho. Fabricados a partir do século XVII por relojoeiros alemães e suíços, os bonecos mecânicos, chamados autômatos, funcionavam como símbolo de status para as classes mais altas. Alguns eram tão caros e elaborados que o público pagava entrada para vê-los. Os temas variavam do tocador de banjo ao garoto soltando bolas de sabão e à vovó costurando. Em 1780, a rainha francesa Maria Antonieta adquiriu um, tão extraordinário, que o compositor alemão Christoph Gluck foi chamado especialmente para escrever uma música para ele. Os autômatos eram capazes de proezas como escrever frases com uma caneta, mexendo a cabeça e os olhos como qualquer pessoa faria, ou tocar flauta com os exatos movimentos do músico.
A invenção da caixinha de música coube a um relojoeiro suíço Antoine Favre, no século XIX. Rapidamente, os pequenos bonecos mecânicos que se moviam conforme a melodia se espalharam pela Europa. Mas poucos desses caríssimos objetos chegaram às mãos das crianças. Elas no máximo observavam o deleite dos adultos com os autômatos. O próprio Thomas Edison (1847-1931), o americano que inventou a lâmpada e o fonógrafo, criou um boneco falante, que inspirou Jumeau a fabricar no final do século passado bonecas fonográficas, capazes de dizer frases como "Alô minha querida mamãezinha", em francês. Uma boneca que caminhava, a autoperipatetikos (que anda sozinho em grego), foi patenteada nessa época.Quase todo esse patrimônio se encontra agora nas mãos de adultos, colecionadores, museus ou antiquários, onde tem status de obra de arte. Atualmente, o hobby de colecionar bonecas é o terceiro mais popular do mundo, atrás apenas dos aquários e dos selos. Só nos Estados Unidos, onde fica localizado o Margareth Strong, o maior museu de bonecas do mundo, existem mais de 100 clubes unidos por uma federação chamada United Federation of Dons Clubs. Na Alemanha, os museus de bonecas são encontrados em todos os cantos. Tudo para não deixar morrer uma história de brinquedo tão grande que nem uma boneca de pano tagarela como a Emília - imortalizada na obra de Monteiro Lobato -, por mais gostoso que seja o colo de Narizinho, teria fôlego para contar.

A estrela da indústria de brinquedos

Pouca gente se lembra, mas o primeiro objeto produzido pela maior indústria de brinquedos da América Latina foi uma boneca de pano, de nariz arrebitado. De 1937 para cá, a Manufatura de Brinquedos Estrela S.A. cresceu com as crianças brasileiras. Hoje a empresa paulista lidera o mercado, com um faturamento de US$ 150 milhões por ano. Bonecos e bonecas representam quase a metade de sua produção, de uma coleção de 600 produtos. Responsável por 85% das exportações das indústrias brasileiras de brinquedos, a empresa investiu, em 1991, USA 15 milhões só no mercado externo. As bonecas da Estrela ficaram para a história. Pupi, a primeira boneca de plástico. que dormia e chorava, causou euforia nos anos 50. Na década seguinte, foi a vez das bonecas mecânicas, de vinil e plástico, como a Gui-gui, que ria quando se abriam e fechavam seus braços, ou a Susi, a primeira fashion doll (boneca que segue a moda), que vendeu 10 milhões de exemplares. Nos anos 70, surgiu o primeiro herói nesse universo tão feminino. Brilhou a estrela de Falcon, um militar ruivo e barbudo que vendeu nada menos que 3 milhões de unidades e abriu caminho para os meninos entrarem na guerra de vendas. E para não sair mais.

Uma balzaquiana linda, feliz e milionária

Das ushabtis egípcias ao biscuit ela é a superstar absoluta da história das bonecas. Apesar de seus trinta centímetros de altura, se todos os 600 milhões de Barbies já fabricados dessem as mãos, dariam quatro voltas e meia ao redor da Terra. A cada 2 segundos, uma é vendida em alguma parte do planeta. Aqui, o sucesso da Barbie é tanto, que o Brasil é o quarto maior consumidor da boneca, atrás dos Estados Unidos, Itália e França.Barbie, uma balzaquiana criada em 1959 pelo americano Elliot Handler, veio ao mundo para o sucesso. Só nos EUA, 95% das meninas entre 3 e 11 anos têm uma em seu quarto. Meryl Friedman, a vice-presidente de Produtos de Consumo Barbie da Mattel Toys, a empresa dona dos direitos sobre a boneca no mundo, reconhece que ela é hoje o brinquedo mais promovido de toda a história. A linha Barbie vende às meninas um sonho, um estilo de vida, um padrão de beleza", revela.No Brasil, Barbie chegou em 1982, através da Estrela, e mostrou seus dotes de recordista. Sozinha, ela responde por 16,5% do faturamento de empresa São 5 milhões de bonecas vendidas. E para comemorar à altura os dez anos de sua chegada, a Estrela contratou Conrado Segreto, o mais badalado estilista brasileiro, para criar quatro modelos de alta costura para ela. "Foi uma honra trabalhar com Barbie, que já foi vestida por nomes famosos", diz Segreto.Realmente, a multimilionária Barbie não pode reclamar. Ela já usou roupas assinadas por celebridades da moda como Saint-Laurent. Dior, Kenzo, Cardin e Courrèges. Guarda-roupa para princesa nenhuma botar defeito.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O ultimo escriba dos Faraós - Perfil Jean-François

O ÚLTIMO ESCRIBA DOS FARAÓS - Perfil Jean-François



Quando percebeu que havia encontrado a chave de um mistério milenar ele quase perdeu os senados. O menino prodígio rejeitado pela mãe tinha se transformado em um mestre da lingüística e realizado a proeza que os estudiosos perseguiam desde a descoberta da Pedra de Roseta: decifrou os hieróglifos e abriu o livro da história do Egito.



Jean-François tinha um bom motivo para acordar cedo e mergulhar no trabalho com mais empenho do que o normal naquele 14 de setembro de 1822. Nada poderia perturbar a concentração do taciturno pesquisados, que aos 31 anos sofria de tosses e crises de mal-estar, aparentava 40, mas mantinha intacto o apetite devorador com o qual se dedicava a, tudo que se relacionasse ao Egito. Em especial aos tais signos impenetráveis, que fascinavam sábios de toda a Europa desde a expedição militar de Napoleão ao país dos soberanos do Vale do Nilo, 24 anos antes. Em 1799, um oficial francês de nome Bouchard encontrou na pequena cidade do delta do Nilo chamada Roseta (atual Rashid), a peça fundamental do quebra-cabeça da literatura egípcia.

A Pedra de Roseta, como ficou conhecida essa lápide de basalto preto, de 114 centímetros de altura e 72 de largura. continha um texto gravado em três escritas diferentes. Uma delas era o grego, testemunha da presença helenística que, de 323 a.C. até a vitória das tropas romanas de Otávio sobre Cleópatra em 31 a.C., dominou política e culturalmente o norte da África. Das duas restantes, uma, incompleta, era idêntica aos signos gravados nos monumentos, chamada hieroglífica. e a outra Parecia ser uma variante do egípcio utilizada pelos helenos em documentos administrativos, conhecida como demótica.

Os escritos gregos revelaram que se tratava de um decreto de 196 a.C., época de Ptolomeu V Epifano, o conturbado monarca que levou o Egito a perder seus domínios na Ásia Menor, e a conclusão foi imediata: Napoleão tinha nas mãos um documento bilíngüe - grego e egípcio - em três escritas. Era a chance que os estudiosos esperavam para poderem comparar suas tentativas de desvendar os hieróglifos com um texto em idioma conhecido. A Pedra de Roseta foi enviada ao Instituto do Egito, no Cairo. de onde fornadas de cópias partiram para a França até 1801. ano em que os ingleses se apossaram dela e a levaram para o Museu Britânico.

Assim como o físico inglês Thomas Young e o fidalgo sueco Johan David Akerblad, outros "egiptólogos" da época, Champollion já tinha observado, destrinchado, copiado, rabiscado e sonhado com todos os caracteres da pedra reveladora quando os primeiros ruídos matinais emanaram da rua Mazarine, em Paris. onde. fazia um ano, estava exilado. Impregnado de disposição, debruçou-se sobre as reproduções de baixos-relevos trazidas do Egito pelo professor de Arquitetura Jean-Nicolas Huyot.

A maioria dos documentos eram os chamados cartuchos, conjunto de signos hieroglíficos rodeados por um circulo e usados para assinalar 0 nome de um soberano. Sabia-se disso graças às pesquisas feitas no decreto de Ptolomeu. O próprio nome do soberano por exemplo, já tinha sido reconhecido por Thomas Young, embora o inglês não tenha conseguido traçar a correspondência entre esse e outros hieróglifos. Champollion também havia percebido nela uma referência à mulher do monarca egípcio, Cleópatra I.

No caso dos novos registros, porém, outros nomes chamavam a atenção do decifrador. Champollion escolheu um cartucho ao acaso. O grupo de sinais era formado por um disco, uma letra com três pernas e três pequenas espigas acima e dois sinais em forma de bengala. A cada um desses últimos fora atribuído o som de "s", pois a letra figurava no cartucho de Ptolomeu (Ptolmis). Quanto ao disco avermelhado, o francês sabia que, em capta, língua egípcia falada a partir do século III de nossa era, representava Rá, o deus Sol. Como o nome começava por Rá e terminava por "ss", bastava que a letra do meio valesse por um "m" para que Jean-François se deparasse com o grande Ramsés II (que reinou de 1304 a 1237 a.C:), o mais ilustre dos faraós no período da história egípicia conhecido como Novo império.

Segundo o sobrinho Aimé Champollion, o lingüista francês teria perdido a respiração e mesmo os sentidos quando anunciou ao seu irmão mais velho, Jacques-Joseph: "Eu domino a situação". Champollion, o Jovem - epiteto que Jean-François adotou para se distinguir do primogênito -, ainda deduziu, utilizando mais uma vez sua fluência em capta, o significado do nome legendário. Mise queria dizer "pôs no mundo". Logo, Ramsés podia ser traduzido como "Rá o pôs no mundo".

Tomado pela euforia, ele escolheu um novo cartucho. À esquerda, um íbis ave comum do norte africano. Em seguida, o signo com três pernas e espigas ao qual tinha atribuído o valor de "m". E, por fim, novamente o sinal em forma de bengala, o "s". Mas o íbis não representa outro que o deus Thot, o sábio inventor dos hieróglifos. Thot, ligado ao "m" e ao "s"? Só podia ser Thotmes. Melhor ainda: era Tutmés III (c. 1504 a 1450 a.C.), o conquistador que construiu aquele mesmo Novo Império em que Ramsés II tanto brilhou.

Champollion não apenas identificou o nome de dois célebres faraós, como conseguiu decifrar seu significado e demonstrar definitivamente sua teoria sobre os hieróglifos. Segundo 0 estudioso dessa terra onde nem sequer tinha posto os pés, tratava-se de um sistema que combinava ideogramas com signos fonéticos No caso de Ramsés, o disco simboliza uma idéia, a do deus Rá, enquanto os outros sinais correspondem a sons e letras, como no latim. Jean-Francois também estava certo de que essa escrita fora criada antes da chegada dos Ptolomeus, o que acabou confirmado pelas inscrições em monumentos anteriores aos gregos, onde foram encontrados os nomes de Amenófis, Séti e outros, escritos como ele previra. Vitória indiscutível do francês, que passou a se autodenominar, Maiamon -"o bem-amado de Amon", senhor dos deuses - em relação aos pesquisadores adversários da hipótese da escrita mista.

É um sistema complexo, ao mesmo tempo figurativo, simbólico e fonético no mesmo texto, na mesma frase e eu diria até na mesma palavra", afirmou na Gramática egípcia, elaborada nos dois últimos anos de sua vida. Champollion descobriu também que a escrita hieroglífica, intimamente ligada à estética da arquitetura, se modificava de acordo com o lugar onde era gravada. Dai a complexidade dessa literatura. Num obelisco, por exemplo, os signos são dispostos em colunas, enquanto numa parede podem estar escritos em linhas. A leitura pode ser da esquerda para a direita ou vice-versa. A direção é determinada pelos sinais que representam seres vivos: o leitor deve se colocar na posição de quem encara a face do personagem e fazer a leitura neste sentido. Além disso, como os sinais não têm o mesmo tamanho, os escribas os agrupavam de forma a não deixar vazios que prejudicassem a beleza dos monumentos.

O homem que desvendou essa intrincada charada nasceu em 23 de dezembro de 1790, em pleno tumulto revolucionário, na mirrada cidade de Figeac, no sudoeste da França. Sétimo e último filho do casal Jacques e Jeanne-Françoise, o pequeno de cabelos e olhos negros, pele cor de mate, chegou ao mundo envolto por comentários nem sempre bem-intencionados quanto à legitimidade de sua filiação. Existe até uma lenda sobre um curandeiro chamado Jacquou que, convocado para cuidar de Jeanne em janeiro de 1790, teria não só restabelecido sua saúde como profetizado o nascimento de "uma luz dos séculos futuros". Como Jacquou era analfabeto, os biógrafos do decifrador não levaram em conta a história fantástica: a frase era muito pomposa para o nível do curandeiro camponês.

O padrinho escolhido para o caçula foi o irmão mais velho, Jacques-Joseph, então com 12 anos de idade, que se incumbiu de substituir pai e mãe, praticamente ausentes na vida de Jean-François. Jacques, o pai, era vendedor ambulante de livros antes de comprar uma pequena livraria. A dedicação ao trabalho, somada a um certo gosto pela bebida, o teria distanciado da prole. Jeanne-Françoise, que não chegava a assinar seu nome, alimentava, por sua vez, uma crescente indiferença em relação ao mais moço, atitude que abastecia a maledicência alheia. A torrencial correspondência trocada entre padrinho e afilhado nas poucas ocasiões em que estiveram distantes comprova a ausência do casal - Jeanne não é jamais citada, enquanto Jacques, quando mencionado, o é sob o apelido pouco afetivo de "o patrão".

O irmão também se encarregou da educação do caçula, que aos 7 anos já dominava os rudimentos da leitura - Jean-François decorava uma série de preces e depois as comparava com os escritos de um missal. Mesmo quando foi obrigado, aos 20 anos, a partir para Grenoble para trabalhar na casa Chatel, Champollion e Rif, um pequeno comércio de propriedade de seus primos. de longe Jacques-Joseph continuou a zelar pelo Jovem. Tratou de matriculá-lo, na véspera de completar 8 anos, na escola religiosa de Figeac, reaberta após anos do Terror. Uma educação sólida, segundo o padrinho - protetor, era mais importante do que os ideais jacobinos antieclesiásticos respeitados pelos Champollion - o pai, ardente defensor da causa burguesa, chegou a se aproveitar das vendas dos chamados bens nacionais para incluir uma vinha ao patrimônio familiar.

O problema era que o pequeno não suportava o ambiente escolar. Rejeitava tudo o que envolvesse Matemática, e sua ortografia, qualificada de aventureira, era tema de constantes reprimendas. A solução foi, pouco tempo depois, transferir a responsabilidade da educação do menino rebelde para um vigário de nome Calmels, ex-professor de JacquesJoseph. Calmels iniciou o pupilo em disciplinas mais bem vindas: Botânica, Geologia, Astronomia, Latim e Grego.

Nada. porém. foi mais festejado que a noticia de sua volta para a companhia do irmão, em Grenoble. Jean-François passou a estudar no reputado colégio do abade Dussert, onde se aventurou pela primeira vez no hebreu, no sírio e no aramaico,a língua falada por Cristo. Aos 14 anos, já matriculado em um dos liceus criados por Bonaparte - ou "a prisão". como ele o descrevia -, nos poucos momentos que escapava à autoridade acadêmica o Jovem se deliciava com uma gramática chinesa, a gramática árabe de Thomas van Erpe. o Corão, uma gramática etíope´ Jacques-Joseph previa um futuro brilhante para o amante da Antiguidade.

Por isto. não mediu esforços para que a Escola de Línguas Orientais, de Paris, recebesse o menino que, com apenas 17 anos, dominava, além do grego e do latim, seis idiomas orientais. Mas a mudança para a cidade que definiu como "a suja capital da França" não foi bem-sucedida. Acostumado à calma da província, Jean-François não se conformava com as longas caminhadas da Escola de Línguas até a Biblioteca Imperial, onde trabalhava copiando e recopiando papiros e manuscritos.

Champollion estava infeliz na capital. primeira paixão, Louise Deschamps, era casada. A vida austera que levava naquela cidade dificultava ainda mais as coisas. O irmão, empregado da Biblioteca de Grenoble, não ganhava para patrocinar regalias ao Protegido: não tinha roupas dignas para freqüentar os cursos e os atrasos no pagamento da pensão que o acolhia se tornaram cada vez mais freqüentes. A única alegria eram os estudos. Principalmente do capta. "Quero falar esta língua como falo francês", escreveu ao irmão.

Nessa época, apesar da pouca idade, o caçula dos Champollion já era membro correspondente da Sociedade de Ciências e Artes de Grenoble, por conta da elogiadíssima tese Tentativa de descrição geográfica do Egito antes da conquista de Cambises (em 525 a.C., os persas, comandados por Cambises II, invadiram o país das pirâmides). Não foi difícil, portanto, para que Jacques-Joseph conseguisse sua nomeação como professor adjunto de História Antiga da Faculdade de Letras de Grenoble. Depois de um ano e meio, Jean-François estava de volta ao lar. E, mais do que nunca, fascinado pelo Egito.

Mas a história da França se retorcia naquele começo de século. Napoleão, exilado pela primeira vez na Ilha de Elba. retornou em 7 de março de 1814. Escolheu Grenoble como porta de entrada e foi acolhido triunfalmente por toda a comunidade, sobretudo pelos Champollion. Grave deslize dos irmãos - prodígio, que pagaram com um ano de exílio em Figeac, quando, 100 dias depois, Bonaparte foi l definitivamente condenado ao isolamento da Ilha de Santa Helena. No intervalo de quatro anos entre o primeiro e o segundo exílio dos figeacos,em 1821 - causado mais uma vez por suas posições políticas. opostos à restauração da dinastia dos Luíses -, Jean-François se casou com Rosine, por quem não nutria mais que uma sincera afeição, mãe de sua única filha, Zoraide.

Foi durante seu refúgio em Paris que Jean-François passou a ser Maiamon, quando, num dia de outono, apresentou se ao grande Ramsés, ao soberano Tutmés e tantos outros, condenados até então ao silêncio. A descoberta foi imortalizada na Carta a M. Dacier, então secretário perpétuo da Academia Real de Inscrições e Belas Letras. Nela, o lingüista revelou os mistérios de uma das mais antigas escritas que se conhecem, nascida 3 000 anos antes da era cristã. Além das explicações teóricas, estabeleceu todo o alfabeto dos sinais fonéticos, chave para a leitura da escrita dita monumental, pois ornava tais obras. O rival Thomas Young acabou por renunciar ao Egito. "Champollion avançou tanto que nada mais posso fazer", confessou. A Maiamon ao contrário. faltava tempo para todos os projetos.

Incumbiu-se de comprar a coleção Salt, de antiguidades egípcias, à venda em Florença, foi nomeado conservador da divisão que a abrigou no Museu do Louvre, cultivou uma paixão frustrada por uma intelectual italiana e, sobretudo, organizou sua primeira e única expedição arqueológica à terra dos faraós. Jean-François era impulsivo, algo arrogante, mas infeliz no amor. Talvez por este motivo, segundo os biógrafos, aos 38 anos, quando enfim embarcou para atravessia do Mediterrâneo, sua saúde já estivesse abalada por uma doença que nunca se soube exatamente qual era. De qualquer forma, foram dezessete meses de descobertas maravilhosas e de uma identificação total com o país. "Parece que nasci aqui", costumava dizer. "O Egito foi percorrido passo a passo - estive em toda parte onde o tempo deixou subsistir algum resto do esplendor antigo", escreveu ao barão La Bouillerie.

"Recolhi trabalho para uma vida inteira", confessou a outro amigo. Dois anos, no entanto, lhe foram concedidos. Maiamon morreu em 4 de março de 1832, enquanto uma epidemia de cólera invadia a capital francesa. Mas conseguiu, pouco antes do fim, completar a Gramática e pedir ao irmão para ser enterrado no cemitério de Père-Lachaise, em
Paris. "O escriba foi consumido por sua extenuante conquista papirácea", comentou o não menos notório e grandiloqüente romancista Honoré de Balzac dias depois.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Um Campeão de Fôlego - Fisiologia

UM CAMPEÃO DE FÔLEGO - Fisiologia



Um campeão de fôlego Pesquisadores desvendam os mistérios da fisiologia do pronghom, o antílope americano que consegue correr durante dez minutos mantendo a média horária de 65 quilômetros, alcança até 100 quilômetros por hora de velocidade máxima e está sendo considerado o atleta mais resistente entre os mamíferos terrestres.



Um atleta esbelto, elegante e veloz, capaz de inspirar uma incrível sensação de leveza com suas carreiras através das pradarias norte-americanas. Um mestre da sobrevivência, que escapou à sanha dos predadores naturais e dos caçadores de bisões que exterminaram seus ex-companheiros de pastagem. Um vencedor, que acaba de conquistar um lugar na galeria dos grandes campeões da natureza. Se o assunto for um pequeno antílope de nome pronghorn (Antilocapra americana), qualquer das opções acima cai como uma luva. Mas é a última que traz um ar de novidade na definição desse velocista, que até algum tempo atrás só encontrava espaço para o seu nome nas listas de animais ameaçados de extinção.
O antilocapra, seu nome em português, agora virou celebridade atlética. Correndo sobre uma esteira rolante, em laboratório, ele não só alcançou a velocidade de 100 quilômetros por hora - segundo lugar entre os mais rápidos mamíferos terrestres atrás apenas da chita,o felino africano que chega a 114 quilômetros por hora -, mas revelou-se capaz de correr durante 10 minutos mantendo a impressionante média horária de 65 quilômetros. Ou seja, a mesma velocidade que um cavalo puro-sangue inglês atinge no pico de uma corrida de 5 minutos de duração. Em relação ao desempenho humano, seria até covardia: nossos melhores atletas não passam dos 38 quilômetros por hora e só conseguem manter este ritmo por, no máximo, 10 segundos.
"Ele é, sem dúvida, o campeão olímpico das provas de resistência entre os mamíferos", garante o fisiologista Stan L. Lindstedt, pesquisador do departamento de Zoologia e Fisiologia da Universidade do Wyoming, nos Estados Unidos, e chefe da equipe de estudos que avaliou minuciosamente as potencialidades do novo recordista de quatro patas, 32 quilos de peso e altura por volta de 90 centímetros. Ele e seus colegas descobriram que o grande desempenho do antílope ao contrário do que seu delicado corpo poderia sugerir, não vinha da reveza. Em artigo publicado na revista inglesa Nature, Lindstedt revela que o dote com o qual o antilocapra desbanca o onagro - um jumento encontrado na Ásia - da condição de corredor mais resistente é a rapidez de seu metabolismo. Mais precisamente, a eficiência do funcionamento de seus músculos, donos de uma singular capacidade de absorver oxigênio (O), principal agente das reações químicas que geram energia para movimentar a maioria dos seres vivos. A teoria é simples: quanto mais oxigenado o músculo, maior o seu desempenho.
Na análise do sistema respiratório do antílope americano, o pesquisador provou que ele fornece a seus músculos nada menos do que 1 litro de oxigênio a cada 7,5 segundos. São 4,15 mililitros (mi) de oxigênio por segundo e por quilo de peso, número para superdotado nenhum botar defeito. Principalmente quando comparado com a quantidade desse gás vital consumi da por outro atleta da natureza, o cavalo de corrida, que processa no máximo 1 litro a cada 13,3 segundos (2,34 mil por segundo por quilo). Quanto ao homem, continua segurando a lanterninha: um excepcional atleta olímpico não metaboliza mais do que 1 litro a cada 45 segundos (1,45 ml por segundo, por quilo).
Que a capacidade de absorção do antilocapra seria maior que a do cavalo ou a do homem, era previsível. Em termos fisiológicos, sabe-se que quanto maior o peso do corpo, menor a quantidade de oxigênio consumida por segundo. Um grama de tecido do elefante, o maior animal terrestre, processa em um mês o mesmo volume de O2 que 1 grama de tecido do musaranho - parente do rato, de 3,5 centímetros, considerado o menor dos mamíferos - absorve em apenas um dia. A surpresa, no caso desse antílope foi ele suplantar em muito não apenas seus concorrentes, mas também a média prevista para animais do seu porte.
Ao estabelecer, por exemplo, um paralelo entre os organismos do antilocapra e da cabra, ruminante com algumas características físicas similares às do novo campeão, Lindstedt descobriu que o antilocapra tinha pulmões mais amplos - com volume 2,5 vezes maior que o das cabras. Além disso, sua estrutura de difusão do ar nesses órgãos era mais eficiente e sua capacidade de distribuir oxigênio para os músculos mostrou-se superior: sua corrente sangüínea tem uma concentração cinco vezes superior de hemoglobina - molécula encarregada do transporte do oxigênio. No balanço final, ele demonstrou ser capaz de, no mesmo intervalo de tempo, repassar quase cinco vezes mais 02 para seus músculos.
"Outra vantagem do antilocapra é a enorme quantidade de mitocôndrias presente em sua musculatura esquelética", acrescenta o biólogo José Eduardo WiLken Bicudo, pesquisador do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. As mitocôndrias - órgãos microscópicos presentes nas células do corpo de qualquer animal - funcionam como verdadeiras usinas geradoras de força. É nelas que ocorre a transformação do oxigênio captado pelo organismo em energia. "Essa quantidade faz com que ele tire o máximo proveito do oxigênio do sangue alimentado por seus pulmões e bombeado por um avantajado coração" completa Bicudo, que conhece bem o trabalho realizado pelo fisiologista americano: uma de suas auxiliares, a bióloga Celina Zerbinatti, participou da equipe de Lindstedt.
Como o antilocapra tem um coração três vezes mais potente que o das cabras, ele consegue distribuir mais rapidamente o sangue saturado de O2 pelas células musculares, que por sua vez abrigam pelo menos duas vezes mais mitocôndrias. Com isso, o antilocapra libera a cada segundo 765 calorias, energia suficiente para aquecer em 1 °C cerca de 765 mililitros de água.
Por que ele chegou a tanto, é um mistério que ainda não tem resposta. Sabe-se apenas que sobrevivência, para o antilocapra, sempre foi sinônimo de fôlego. Seus principais predadores nos campos do oeste dos Estados Unidos e norte do México, por onde perambula desde o Mioceno (mais ou menos 20 milhões de anos atrás), são os lobos e os coiotes. Animais velozes, é certo, mas que não ultrapassam os 65 km/h. Ainda assim, os cientistas acreditam que foi fugindo deles que ele se transformou num recordista cheio de gás. O último representante da família dos antilocaprídeos no mundo - um grupo que já habitou a Europa em tempos remotos, mas desapareceu - continua correndo pela vida. E cada vez mais veloz.

Mistura do barulho

Imaginar um animal estranhamente mesclado, que traz em sua anatomia um pouco de tudo, é um bom começo para se entender a natureza do antilocapra. Como membro da ordem dos artiodáctilos, ele é primo distante dos bovídeos, dos cervídeos e dos girafídeos, e carrega uma mistura das marcas desse parentesco: patas semelhantes às da girafa, mamas e rabo de cabra, pêlo de veado, chifres de boi e veado combinados, olhos de gazela e estrutura de antílope. Somados os fatores, surge um velocista que vive surpreendendo. Até Lindstedt divulgou seu estudo, as estimativas mais ousadas não passavam dos 50 km/h para corridas de longo curso e 86 km/h de velocidade máxima. A caça do antilocarpra foi proibida em 1939, as manadas se recuperam rapidamente, mas alguns estados americanos já voltaram a autorizá-la.


O custo da evolução

Numa raia olímpica, a derrota seria humilhante. Desde que deixou de ser quadrúpede, o homem se tornou um perdedor comparado aos grandes corredores de quatro patas. Tudo começou há cerca de 12 milhões de anos, com as transformações geológicas que resfriaram os continentes e fizeram surgir as grandes cadeias de montanhas. Como as florestas começaram a dar lugar a vastas regiões planas de vegetação baixa, nossos remotos ancentrais se viram forçados a deixar as árvores e enfrentar os predadores em campo aberto. Longe do abrigo dos galhos, eles começaram a aprimorar a postura ereta, já que ao se elevar acima do nível do solo pressentiam de longe o inimigo.

Resultado: há 2 milhões de anos, a posição de seu quadra foi alterada e deixou de existir a angulação de 90° entre seus membros e o tronco, exatamente aquilo que faz com que o antilocapra a chita ou o cavalo consigam obter uma extraordinária força de impulso para correr. O consolo é que, no fundo, isso não passou de uma troca inteligente. Com as mãos livres da função locomotora, o homem teve a chance que precisava para transformá-las em instrumentos de precisão capazes de realizar movimentos sofisticadíssimos. Como dedilhar com agilidade e compasso o teclado de um piano. E é justamente isso o que nos faz muito especiais. Hoje, os músculos humanos gastam boa parte de sua energia para sustentar cerca de 150 articulações que, embora não produzam impulso, criaram com delicadeza e requinte as bases da civilização.

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A realidade das famílias que vivem em apartamentos minúsculos em Hong Kong


A realidade das famílias que vivem em apartamentos minúsculos em Hong Kong



Confira uma galeria de imagens que mostra como os mais pobres vivem em meio a uma das cidades mais ricas do mundo


Quarto, banheiro, cozinha e sala: tudo em um mesmo lugar. Essa é a realidade de milhares de pessoas que vivem em Hong Kong, uma das cidades mais ricas do mundo, mas que esconde sua pobreza em apartamentos minúsculos.

De acordo com o jornal britânico The Daily Mail, os que vivem nessas condições são idosos, desempregados, famílias com baixa renda e solteiros. E como se não bastasse a escassez de espaço – um dos apartamentos mostrados abaixo mede pouco mais de 2,5 metros quadrados (Foto #3) – os alugueis pagos por esses moradores ainda são caros e o metro quadrado pode chegar a custar 90 dólares de Hong Kong (cerca de 25 reais) por mês.

Com uma área de apenas 1,104 quilômetros quadrados, a região administrativa da China tem uma população de 7 milhões de habitantes, fazendo de Hong Kong uma das regiões mais densamente povoadas do mundo – o que explica a falta de espaço e boas condições para quem vive por lá.

As imagens que você confere abaixo foram capturadas pela Society for Community Organisation (SoCO) em uma tentativa de alertar o governo para um problema que cresce diariamente. As fotos foram feitas nos distritos de Sham Shui Po, Yau Tsim Mong e Kowloon City, mas a organização lembra que pessoas vivendo em situações semelhantes podem ser encontradas em todas as 18 regiões da cidade.

“Hong Kong é considerada uma das cidades mais ricas do mundo. No entanto, escondida sob essa prosperidade está a uma grande desigualdade de posses e um grupo esquecido de pessoas pobres. Centenas de milhares ainda vivem aprisionados em casas ou em cubículos divididos, enquanto as famílias desempregadas recém-chegadas da China e as crianças pobres lutam para sobreviver. Os clientes desprivilegiados da SoCO aumentam enquanto a riqueza da cidade continua a crescer”, comenta Ho Hei Wah, diretor da organização.


Foto #1



Foto #2



Foto #3



Foto #4



Foto #5



Foto #6



Foto #7



Foto #8



Fonte da imagens: Reprodução/The Daily Mail

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Por que algumas pessoas são mais picadas por mosquitos do que outras


Por que algumas pessoas são mais picadas por mosquitos do que outras



Se você é daqueles que não consegue passear ileso por um parque ou basta ficar parado alguns minutos ao ar livre para ser picado por um inseto, confira a explicação da ciência para esse fenômeno.



Você já deve ter reparado que algumas pessoas conseguem passar no meio de uma nuvem de insetos e sair ilesas, sem qualquer arranhão, enquanto outras parecem que atraem mosquitos e são picadas nas situações mais inusitadas.

Pois saiba que a ciência tem uma explicação para esse fenômeno e ele está diretamente ligado ao seu tipo sanguíneo e à quantidade de cervejas que você anda tomando. Em outras palavras, os cientistas descobriram que pessoas com sangue tipo O ou pessoas que ingerem cerveja costumam ser os alvos preferidos de pernilongos e outros tipos de insetos que se alimentam de sangue.

Tipo sanguíneo
Em 1972, as cientistas britânicas Corinne Wood e Caroline Dore publicaram um estudo no periódico Nature e foram as primeiras a sugerir que os mosquitos da espécie Anopheles gambiae eram especialmente atraídos por sangue do tipo O. Para chegar a essa conclusão, as pesquisadoras expuseram pares de voluntários com tipos sanguíneos diferentes a 20 mosquitos fêmeas (afinal, os machos não se alimentam de sangue). Elas notaram que, na grande maioria das vezes, os mosquitos se direcionavam as pessoas de sangue tipo O.

Já em 2004, um estudo desenvolvido por uma equipe de pesquisadores japoneses e publicado no Journal of Medical Entomology buscou examinar mais a fundo a preferência dos mosquitos por diferentes tipos de sangue. Ao todo, 64 participantes se expuseram voluntariamente a uma série de mosquitos fêmeas. Para garantir a segurança das pessoas, os mosquitos tiveram suas trombas extraídas. Mais uma vez, os voluntários de sangue tipo O foram os mais atacados. Entre eles, a maior parte dos insetos buscava as pessoas que secretavam sacarídeos – ou seja, açúcar – pela pele.



Cerveja
Independente do tipo de sangue que você carrega, você ainda tem chances de atrair alguns mosquitos. Um estudo realizado em 2002 na Toyama Medical and Pharmaceutical University, no Japão, mostrou que consumir uma simples lata de cerveja pode fazer com que uma pessoa pareça mais apetitosa para os insetos.

No entanto, o que acontece no nosso organismo para que a cerveja deixe o sangue mais adocicado de acordo com o gosto dos mosquitos continua sendo um mistério. Os pesquisadores cogitaram que a quantidade de álcool no suor de uma pessoa ou o aumento da temperatura devido à ingestão da bebida pudessem servir como explicação, mas os testes provaram que esses fatores não influenciam na escolha dos insetos.

E você deve estar se perguntando se os mosquitos ficam embriagados após sugar o sangue de alguém que bebeu cerveja e a resposta é não. Os entomologistas sabem que os insetos podem ficar inebriados, mas a quantidade de álcool presente na porção de sangue consumida pelo mosquito é pequena demais para surtir efeito.

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Você sabia que o tempo passa mais devagar para as moscas?


Você sabia que o tempo passa mais devagar para as moscas?



Pesquisa sugere que a percepção do tempo está ligada ao tamanho dos animais, o que explica porque os insetos escapam de nós com facilidade



Uma nova pesquisa talvez tenha encontrado uma explicação para o fato de termos tanta dificuldade em matar uma simples mosca: o tempo passa mais devagar para elas. Em uma analogia com a famosa cena de Matrix, em que Keanu Reeves desvia com habilidade de uma série de balas, o The Guardian explica que um jornal enrolado que vem em direção à mosca tem um efeito semelhante.

Assim como Reeves, a mosca tem bastante tempo para escapar. E isso não acontece apenas com elas. O estudo sugere que vários animais têm percepções diferentes do tempo, já que esse fator está diretamente relacionado ao seu tamanho. Em geral, quanto menor o animal, mais devagar o tempo passa.

Oscilações da luz
Os pesquisadores apontam que a evidência vem da habilidade dos animais de detectar separadamente os flashes da oscilação da luz. O jornal explica que a “frequência crítica de fusão de oscilação” é o ponto em que os flashes de luz se encontram, para que a luz pareça um elemento constante. É esse ponto que indica a noção de tempo. Estudos comparativos do fenômeno em diferentes animais mostraram que existe uma relação entre essa percepção e o tamanho.



“Curiosamente, existe uma diferença considerável entre espécies grandes e pequenas. Animais menores do que nós veem o mundo em câmera lenta. (...) Nosso foco era nos vertebrados, mas se observarmos as moscas, elas percebem a luz oscilar quatro vezes mais rápido do que nós. Podemos imaginar uma mosca vendo literalmente tudo em câmera lenta”, explica o Dr. Andrew Jackson, do Trinity College, em Dublin, na Irlanda.

Além das moscas, mais de 30 espécies foram observadas, entre elas, galinhas, cães, gatos, tartarugas, roedores e lagartos. E os resultados foram os mesmos: animais menores e mais ágeis tinham uma habilidade apurada para perceber informações sobre o tempo, ou seja, podiam ver mais oscilações de luz por segundo.

A percepção do tempo é apenas mais um aspecto da evolução e da sobrevivência, afirmam os cientistas. Uma prova disso são os animais que tiram vantagem dessa diferença na percepção do tempo entre as espécies.

“Algumas espécies, por exemplo, usam luzes oscilantes como sinais – como é o caso dos vagalumes e muitos outros animais marinhos. Espécies de predadores maiores e mais lentas não conseguem decodificar esses sinais se o seu sistema visual não for rápido o bastante, o que permite que os sinalizadores tenham um canal de comunicação secreto”, revela o Dr. Luke McNally, membro da equipe e pesquisador da Universidade de Edimburgo, na Escócia.



O efeito sobre nós
De acordo com o The Guardian, o pesquisador que coordenou o estudo encontrou sua inspiração depois de perceber que crianças pequenas sempre parecem estar apressadas. Segundo Jackson, o efeito também vale para a sensação que temos de que o tempo passa mais rápido conforme envelhecemos.

“É tentador pensar que para as crianças o tempo passa mais vagarosamente do que para os adultos e há evidências de que isso de fato aconteça. Humanos mostraram que a frequência de fusão da oscilação está relacionada à percepção de tempo de cada indivíduo e isso muda com o tempo”, explica o cientista.

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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Videogame Voador - Aviões


VIDEOGAME VOADOR - Aviões



Uma rede de computadores em um caça coloca todos os comandos do avião ao alcance dos olhos e das mãos do piloto, tornando os cockpits cada vez mais parecidos com jogos domésticos.


Se um piloto da Segunda Guerra Mundial pudesse se sentar no cockpit de uma das estrelas da Guerra do Golfo, o caça McDonnell Douglas F-15 Eagle,com certeza iria se sentir à vontade. O painel diante dele teria a familiaridade dos mostradores analógicos - os "reloginhos " dos painéis - de caças clássicos como o Spitfire, o Zero ou o Messerschmitt. A esquerda, o piloto veria as chaves dos sistemas de armas, e à direita, os comandos e mostradores dos motores. O manete de potência estaria no console à esquerda, e o manche, o "volante" do avião, ficaria colocado entre seus joelhos. No centro do painel estaria o "T" básico - os quatro mostradores analógicos de velocidade, altitude, horizonte artificial e direção horizontal, dispostos no formato da letra e assim chamados por conterem todas as informações fundamentais para o vôo da aeronave. Qualquer instrutor completaria a adaptação do veterano piloto explicando-lhe as telas de TV do radar e do sistema de armas, nos cantos superiores, e o visor à frente do pára-brisa, que deixou de ser uma simples mira óptica para virar um sistema gerador de imagens chamado HUD.
Caso o veterano piloto escolhesse visitar o cockpit do recém-projetado caça sueco JAS39 Grippem provavelmente iria se espantar e não saber o que fazer diante da elegância e despojamento de um painel composto somente por três telas gigantes de TV, circundadas por misteriosas chaves de funções múltiplas. Talvez nem reconhecesse os mostradores do "T" básico, relegados aos cantos superiores do painel. Do F-15 projetado nos anos 70 para o futurístico Grippen da geração pré-2000, o cockpit evoluiu para se tornar uma das fases mais delicadas do projeto de uma aeronave, assumindo a função de uma interface ágil e eficaz entre o homem e uma máquina capaz de voar a 2 300 quilômetros por hora em altitudes de mais de 20 000 metros, e fazer curvas com carga de até 8G - ou oito vezes o peso da gravidade sobre o corpo do piloto.
Com a entrada em cena dos jatos militares, após a Segunda Guerra Mundial, o cockpit de um caça começou a se tornar cada vez mais um amontoado quase caótico de mostradores analógicos e chaves de função única, que só serviam para acionar um comando. A própria visão do piloto foi desaparecendo por trás das pesadas armações dos pára-brisas e mesmo pelos volumosos e pioneiros HUD (Head up Display, ou visor ao nível dos olhos). Foi o que aconteceu nos MiG-21 soviéticos, IAI Kfir israelenses e F-105 americanos. Quando se passou a usar a cobertura tipo bolha, geralmente de peça única, a visão do piloto voltou a ganhar prioridade isso foi resultado da experiência norte-americana no Vietnam, e se concretizou na geração dos anos 70, como o F-15 Eagle e o F-14 Tomcat. A preocupação de manter os olhos do piloto sempre dirigidos ao céu a sua frente se justifica quando se leva em conta que o tempo normal para ele baixar os olhos para o painel; ler um mostrador e voltar a encarar o céu é de não menos que dois segundos. Nesse tempo, uma aeronave em combate aéreo terá percorrido mais de 450 metros em vôo cego.
Um avião dotado de tecnologia que permite ao piloto conduzi-lo olhando sempre em frente é uma rede de computador voadora. E cada vez mais parecido com um videogame, exigindo menos esforço para ser pilotado. A mira óptica normal, uma tela com o desenho de um alvo baseada num conjunto de lentes não muito diferente de um rifle, virou o complicado HUD, cuja aparência externa é de uma simples placa de vidro inclinada e translúcida diante do piloto. Por dentro, porém, o HUD é formado por um computador gerador de símbolos ligado a um pequeno tubo de raios catódicos, como os que existem dentro dos aparelhos de TV comuns, onde se forma uma imagem. Através de lentes colimadas (que corrigem distorções e refletida num espelho, essa imagem é projetada no vidro combinado à frente do piloto. Esse vidro é opaco quando visto por um lado e transparente quando visto pelo outro; a imagem se forma no lado opaco e o piloto, olhando para a frente, enxerga a imagem através do vidro enquanto vê a paisagem lá fora. Dessa forma, ele não precisa tirar os olhos do céu à sua frente para ter as informações de vôo de que necessita.
Os dados mostrados no HUD são alterados conforme o modo de operação acessado pelo piloto. de acordo com a necessidade de cada momento da missão. Para asso, ele aciona um conjunto de chaves que normalmente fica logo abaixo do próprio visor do HUD, para reduz* ainda mais a necessidade de desviar os olhos do céu. Quando entra em combate com míssil, 0 HUD do F-15 Eagle mostra: uma escala de proa em graus; a altitude; o alcance do míssil (e se o alvo está dentro dele); a distancia e velocidade de afastamento ou aproximação do alvo; 0 tipo de míssil escolhido e quantos o avião carrega; a velocidade do próprio F-15; o horizonte artificial; o circulo e ponto direcionador (onde a possibilidade de acerto do alvo é máxima) e um quadrado que segue o alvo pela tela. Tudo o que o piloto do F-15 tem a fazer é colocar o pequeno quadrado com seu alvo dentro do circulo direcionador e disparar.
Derrubado o inimigo, já num vôo mais tranqüilo, o piloto escolhe o modo geral de operação no HUD, quando as informações mostradas na tela se referem ao próprio avião: velocidade; altitude; ângulo de ataque (inclinação longitudinal em relação à Terra); velocidade vertical; posição orientada (para navegações auxiliadas por rádio VHF/ UHF, por exemplo); horizonte artificial (que mostra graficamente as inclinações lateral e longitudinal da aeronave); e diretor de vôo, que simboliza a própria aeronave e dá seu comportamento de vôo junto com o horizonte artificial.
Para que essa avalanche de informações estejam à mão do piloto, o HUD é ligado ao computador central da aeronave, centro de uma complexa rede informatizada. Esse computador de bordo é ligado ao radar aéreo e ao Doppler, um tipo de radar que auxilia a navegação por fornecer, entre outras informações, a imagem do terreno. Também recebe dados da plataforma inercial, um sensor giroscópico que informa a posição da aeronave para navegação. O computador central é alimentado ainda pelos dados de vários sistemas de radionavegação, como a orientação da posição da aeronave por emissões de rádio de estações terrestres, do SMS (Store Management System), o computador dos sistemas de armas, e do ADC (Air Data Computer), o computador que controla os sensores de ângulos de ataque, pressão (para altitude e velocidade) e temperatura (para correções das informações de pressão).
Esse punhado de computadores transformou a estrutura do cockpit tradicional, onde cada instrumento se conectava diretamente a um equipamento eletrônico por meio de uma ligação elétrica convencional. Ou seja, cada sinal analógico tinha seu próprio cabo, o que na complexidade das aeronaves atuais significaria uma monstruosidade inconcebível de ligações entre um emaranhado de cabos, além de impedir o acesso do piloto às informações com a necessária agilidade e rapidez.
A solução foi colocar todos os computadores para conversar num canal só. As aeronaves atuais possuem um sistema de sinais digitais transmitidos por um cabo único numa seqüência de leitura apropriada. Esse sistema, em uso militar chamado Data Bus MILSTD-1553, interliga todos os computadores e sistemas da aeronave através de uma teus tine (cabo único), terminais, unidade de interface e teus controllers. O resultado é que todos os computadores de bordo falam a mesma língua, e todas as informações são acessíveis por uma única interface.
A existência do sistema Data Bus ganha especial importância em virtude de um outro equipamento que, ao lado do HUD, revolucionou o cockpit das modernas aeronaves de combate - o MFD (Multi-Function Display), um visor de múltiplas funções. Constituído por um tubo de raios catódicos, o MFD é como uma tela de TV circundada por uma série de chaves; algumas delas servem para selecionar o modo de operação do visor, enquanto as demais têm suas funções alteradas de acordo com o modo escolhido. Ligado ao computador central, o MFD substitui toda uma série de mostradores analógicos específicos. Acionado num modo de operação de navegação, o MFD mostra as rotas, mapas sintéticos pontos de orientação e posição da aeronave em relação a eles, além do plano da missão. Já no modo de instrumentos de vôo, apresenta informações sobre a aeronave, como altitude, velocidade, Ângulo de ataque, horizonte artificial. O MFD possui ainda modos de operação específicos para dados sobre armas, motores e tudo o mais que possa interessar ao piloto.
Além do MFD, as aeronaves da última geração em operação não dispensam a aplicação do conceito HOTAS (Hands on Throttle and Stick - mão no manete e no manche). Tal filosofia busca a melhor performance do piloto nas fases de combate aéreo e ataque da missão, concentrando todos os comandos essenciais no manete e no manche, de modo que lhe facilite o controle dos sistemas mais necessários às fases mais duras da missão, ao mesmo tempo que preserva e amplia um domínio perfeito sobre o vôo de sua aeronave. Assim, no monete, que controla a potência dos motores da aeronave, estão os comandos de escolha de armas, escoIha de alvo no HUD, freios aerodinâmicos (superfícies que "freiam" a aeronave em vôo, facilitando algumas manobras de combate e aproximações de pouso), radar de altitude, microfone, desarme de míssil (quando o piloto decide não usar estas armas que já estavam em posição de disparo) e IFF (Identification Friend or Foe) - identificação amigo ou inimigo, sistema de código eletrônico que permite a qualquer aeronave reconhecer outra de seu pais. E no manche, que normalmente comanda os movimentos da aeronave, estão os controles de lançamento de bombas ou mísseis (liberação de armas), disparo do canhão, armação dos mísseis (que ficam prontos para disparo) e marcação de alvo no radar, que passa a seguir só o objeto marcado, eliminando do visor outros que poderiam confundir o piloto.
No desenvolvimento do conceito HOTAS fez-se uso de um acurado estudo ergonométrico, para evitar problemas de acionamento incorreto ou acidental dos comandos. E também visando dar o maior conforto possível ao piloto, para que não sofra tensões desnecessárias nos músculos e juntas, além de lhe facilitar operações de comandos seqüenciais como marcar um alvo no radar, armar um míssil e dispará-lo. Unindo-se o HOTAS ao HUD, colocasse o piloto na eficiente posição de poder ler todas as informações de vôo e posição do inimigo sem tirar os olhos do céu, enquanto executa todas as manobras e controles de armas, sem retirar as mãos do manche e do manete. Consegue-se assim a maior rapidez de decisões do piloto ao mesmo tempo que suas ações se limitam aos menores movimentos necessários.
Aeronave operacional com a mais avançada aplicação do HOTAS, o F16C põe o piloto numa posição quase deitada - a mais cômoda em situações de alto G, como as curvas e manobras de um combate aéreo - e tem seu manche deslocado da tradicional posição central para o console lateral direito, onde o piloto o empunha como um joystick de videogame, apoiando o próprio braço no console e assim diminuindo sua fadiga. Tanto o F-16C como o europeu Tornado são aviões típicos dos anos 80, ambos dotados dos visores de funções múltiplas. Um dos cockpits mais avançados dessa geração, porém, está no sueco JA37 Viggen, com um moderno HUD e dois grandes MFD.
Nos aviões russos (ex-soviéticos), a era dos MFD ainda não chegou. Os cockpits de suas estrelas atuais - o MiG Fulcrum e o Su-27 Flanker - exibem um design limpo e de linhas modernas, mas ainda totalmente baseado em mostradores analógicos, embora os HUD de ambos os modelos sejam avançados. Difícil de comparar, porém, com o painel do novíssimo JAS39 Grippen sueco, onde existem apenas quatro mostradores analógicos auxiliares (os indicadores básicos de vôo), colocados nos cantos superiores do painel, ficando o restante do espaço ocupado por três MFD enormes, além da instalação de um HUD gigante de ângulo de abrangência máximo. Tudo muito diferente dos 28 mostradores analógicos do painel frontal do F-15 Eagle, herói da Guerra 1 do Golfo. Embora totalmente programados para destruir, os caças atuais, recheados de computadores, são uma das melhores interfaces entre o homem e a máquina que a tecnologia conseguiu criar.

Alvo na cabeça

Visando à geração que vai rasgar os céus no ano 2000, os projetistas norte-americanos e europeus buscam um cockpit onde não só existam novos instrumentos em uso, como outros ainda mais fantásticos sejam criados. Reconhece-se hoje que o HUD possui uma limitação angular de 20 graus para cada lado e 15 graus na vertical, e já se aponta a solução de um HUD holográfico, à semelhança dos videogames desse tipo já existentes. Outro problema do HUD é que ele não amplia as condições de visibilidade do piloto para operações noturnas ou com tempo desfavorável. Para isto se imagina uma integração do HUD com os sistemas FLIR (Forward Looking Infra-red - visão infravermelha à frente) e LLLTV (Low Level Light TV - TV de baixo nível de luz), de modo a gerar imagens desses sistemas diretamente no HUD, aumentando a eficiência de combates noturnos por uma visão mais real para o piloto. Os sistemas FLIR e LLLTV geram aquelas imagens esverdeadas que ficaram tão conhecidas do público nos ataques noturnos da Guerra do Golfo.

A mais radical das propostas de design para o futuro vem da McDonnell Douglas e atende pelo nome de Sistema de Display e Controle Panorâmico de Cockpit. É uma tela de TV gigante e única, constituída para traduzir em tempo real as informações obtidas pelos. censores e computadores de bordo da aeronave, e também, por pré programação, apresentar mapas de alta definição relativos à missão em quaisquer níveis e escalas. As informações seriam acessadas, fundidas com outras e analisadas por comandos que o piloto acionaria tocando na própria tela ou por um sistema de controle vocal.

Outra linha de pesquisa tecnológica coloca as informações de vôo muito perto dos olhos do piloto - mais precisamente, no visor do capacete. O Crusader, desenvolvido por um consórcio que inclui a fábrica escocesa GEC Ferranti, a galesa Pilkington Optronics e a americana Gentex, foi pensado como opção aos pesados óculos que detectam radiação infravermelho e permitem ao piloto enxergar no escuro. Dois projetores acima das bochechas também colocam no visor as informações de vôo e dos sistemas de armas. Ao contrário do HUD, com o capacete o piloto continua vendo esses dados não importa para que lado olhe.

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terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Homem Decifrado - Genética


O HOMEM DECIFRADO - Genética



O segredos da vida, de acordo com a genética, se produzem a uma prosaica combinação de quatro substâncias chamadas adenina, citosina, e timina, abreviadas pelas letras A, C, G, T. Com elas se constroem os genes que por sua vez, organizam a montagem de milhões de outras substâncias para dar forma aos organismos vivos - qualquer tipo de animal, planta ou micróbio existente no planeta. Daí o entusiasmado que cerca o Projeto Genoma, um esforço mundial para ler cada "letra"dos 50 000 ou 100 000 genes do homem. Cerca de 5% desse monumental empreendimento está pronto, o que é pouco, argumentam alguns cientistas. Em casos, porém, o ritmo de leitura está se acelerando de modo surpreendente, e pode alterar as expectativas a curto prazo.


Incrustados na pequena cidade de Evry, na periferia de Paris, os 3600 metros quadrados do prédio do Genethon abrigam alguns dos mais estranhos robôs já construídos. Sua função é imitar a técnica e os conhecimentos de um químico, e analisar pedaços de genes humanos anteriormente inseridos no núcleo de células de levedura - microorganismos aparentados ao fermento de pão. Multiplicadas velozmente em grandes tanques especiais, as leveduras engrossam o caldo de genes até que o minúsculo volume de cada fragmento possa ser manipulado com precisão. Com ajuda dessas máquinas inteligentes, apenas doze pessoas fazem trabalho de uma centena de profissionais. E fazem bem feito: no início deste ano, o Genethon surpreendeu geneticistas do mundo inteiro com o anúncio de que 25% de todos os genes humanos haviam sido localizados. Isso é cinco vezes mais do que o total de genes já decifrados, e celebrizou o atual diretor do Genethon, Daniel Cohen, que aos 41 anos, está subvertendo toda a estrutura do projeto Genoma, a mais emocionante aventura científica do século. "O que temos a mais que os outros são nossas máquinas", afirmou ele em entrevista exclusiva a nos, no início de junho. Mas não é bem assim. Antes de mais nada, seu laboratório tornou-se modelar devido ao método original de levantar seus próprios financiamentos junto à população. Ao que tudo indica, existe sólido apoio para maciças campanhas públicas desse tipo, das quais participam artistas, esportistas e cientistas de renome. Tanto que elas permitiram pagar a constução do sofisticado laboratório e hoje cobrem 70% do orçamento anual do Genethon. Contribuem nada menos que 2,5 milhões de famílias, o que equivalente a um quinto da população francesa. Outro detalhe importante é que o laboratório centraliza todo a trabalho nacional, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, o esforço se reparte entre inúmeras instituições.
Foram essas condições preliminares que levaram ao desempenho singular dos franceses, que agora têm, talvez as mais modernas instalações do mundo na área de genética, e certamente as únicas capazes de decifrar genes em escala industrial. É preciso cautela ao avaliar os resultados, pois o fato de se terem localizados os genes não significa que todas a suas letras foram lidas. A simples localização, porém, já constitui uma proeza, especialmente quando é feita em massa. Para se ter uma idéia, a quantidade de material genético existente em cada célula humana é da ordem de 3,5 bilionésimos de gramas (3,5 divididos por 1 bilhão), embora seja o equivalente a 5 ou 6 milhões de genes. E isso é só o começo da confusão, pois além de existirem em minúsculas proporções, os genes se encontram nas células emaranhados em pacotes densos, com meio milionésimo de milímetro de diâmetro cada um, chamados cromossomos.. O homem possui 23 cromossomos (cada um deles com um par), mas esse número varia bastante de espécie para espécie. Até 70% da massa dos cromossomos consiste em proteínas protetoras (as históricas e anti-históricas) e a maior dos outros 30% representa ARN, substância usada para fazer cópias dos genes que entram em ação no organismo ( a cópia visa proteger o original). Enfim, na pequena fração restante, encontra-se a matéria-prima dos genes - o ADN, ou ácido desoxirribonucléico. Mapear os genes significa descobrir a forma de cada pedaço de ADN existente nas células de um ser vivo. Uma vantagem é que tais pedaços são sempre os mesmos - são justamente as moléculas relativamente pequenas denominadas adenina, citosina, guanina, timina.
Essas unidades são coletivamente batizadas de nucleotídeos. Colados uns aos outros, os quatro tipos de nucleotídeos se repetem inúmeras vezes até formar a longuíssima molécula de ADN enrosca nos cromossomos. No homem, por exemplo, a fieira reúne 3,5 bilhões de nucleotídeos. Quando se que saber o que faz um gene, deve-se descobrir exatamente quantos nucleotídeos ele possui e em que ordem estão dispostos. Não é fácil empreender a análise completa desses micropersonagens das células. Em última instância, elucubram os cientistas, os nucleotídeos humanos começaram a ser criados há 3 bilhões de anos, no corpo dos primeiros microorganismos de uma única célula. Já então, essas pequenas moléculas se agrupavam na forma de genes para controlar o crescimento dos microorganismos, durante a fase reprodutiva e, depois disso, para organizar o seu funcionamento. À medida que os genes se transformam, o mesmo aconteceu com as formas vivas.Ler os genes, portanto, não ajudará somente a conhecer as doenças hereditárias, como pode parecer: será como abrir o livro da própria história da vida e da evolução do homem.
Os primeiros genomas inteiramente mapeados pertenciam a microorganismos como os vírus MS2 e SV40, donos, no máximo, de 6 000 nucleotídeos. No homem, uma avaliação conservadora do mapeamento realizado até agora dá conta de quase 2 500 genes, contra apenas 500 localizados há três anos. O número atual representa cerca de 5% sobre um total de 48 000 genes (embora o homem tenha nucleotídeos suficientes para montar 6 milhões de genes, a maior parte são simples peças auxiliares). Nessa lista, é claro, não estão incluídos os genes localizados pelo Genethon, nem a avaliação otimista de Daniel Cohen, de que até o fim do ano fará o mapa de 90% dos cromossomos.
A proeza de Cohen foi colocar uma espécie de marca química em cada gene. Assim, embora não saiba como são os genes, é capaz de dizer com exatidão onde eles se encontram num cromossomo. "É como o mapa de uma cidade com suas ruas." Pronto esse primeiro rastreamento, pode-se começar a procurar detalhes como casas e monumentos que interessam. Ou seja, determinar a seqüência de nucleotídeos dos genes mais importantes. Essa será a referência básica para descobrir os defeitos que levam às doenças genéticas. Tais efeitos são, grosso modo, nucleotídeos fora do lugar. Todo o funcionamento de um gene pode mudar por erro num único nucleotídeo entre milhares.
Se esse programa de trabalho funcionar bem, prevê Cohen, talvez seja possível conhecer todas as doenças hereditárias num prazo de vinte anos; e em mais trinta se terá aprendido a curá-las. Antes disso, no entanto, se espera encontrar um mar de informações relevantes, ainda que incompletas, sobre os males. Esse tipo de investigação é prioritário na maioria dos laboratórios, já que muitos desses dados parciais podem se transformar em produtos comerciais valiosos.
Um exemplo são os testes clínicos às vezes, um pequeno grupo de nucleotídeos pode ser usado para denunciar um defeito, e diagnosticar uma doença, mesmo que o gene em questão não seja bem conhecido. Auspiciosa, tal possibilidade tem causado enorme confusão, em meio à qual se diminuiu um ilustre diretor da Organização do Genoma Humano (HUGO, na sigla inglesa), que administra o esforço mundial de pesquisa. Co-descobridor da estrutura básica do DNA, na década de 50, James Watson deixou a chefia do Projeto nos Estados Unidos, em abril passado, acreditando ser impossível resolver os problemas existentes. O mais grave é o fato de muitos fragmentos de DNA estarem sendo patenteados.
Assim, caso essas seqüências venham a ter valor médico, poderão ser vendidas. Normalmente, isso não teria importância, mas a espinha dorsal do Projeto é a troca de informações entre os laboratórios como meio de acumular conhecimentos. Não foi outra a razão de se ter criado um banco de dados oficial, o Genoma Database, que desde setembro de 1990 pode ser acessado diretamente por qualquer cientistas, via computador (há cerca de 4000 cadastros). Esses sistema pode ser prejudicial se as seqüências se tornarem segredo comercial, alegam muitos cientistas. Cohen, por exemplo, faz questão de manter seus dados à disposição de todos, sem restrição.
"Descobertas não podem ser patenteadas. Por acaso a América foi patenteada por Colombo? Além disso, há uma questão moral: não podemos patentear pedaços do corpo humano." O próprio presidente da HUGO, o inglês Walter Bodmer, acredita que a pesquisa pode ser prejudicada se fragmentos de função desconhecida forem patenteados. Apesar disso, inúmeras patentes têm sido concedidas, e os advogados do principal órgão americano de saúde pública, o NIH, argumenta que essa prática não foge às regras normais da sociedade americana. A questão, portanto, parece longe de se encerrar.
Mais recentemente uma outra preocupação começou a tomar forma: as informações genéticas poderiam se tornar fonte de discriminação? Seria possível, por exemplo, usar testes-diagnósticos para descobrir se uma pessoa está predisposta a uma doença e, com base nisso, negar-lhe emprego. Para que isso não aconteça, todos deveriam ter direito de se recusar a fazer testes, alertam alguns epdemiologistas. Há uma hipótese ainda mais sutil: o estado de saúde das pessoas tende a piorar quando descobrem que vão desenvolver, por exemplo, o mal de Huntington, que pode levar à demência e à paralisia.
Mesmo quando se sabe que essa doença não será grave, a tensão e a ansiedade dos futuros pacientes alcançam níveis máximos, mostra um estudo realizado na Inglaterra. Em entrevista à revista New Scientist, o sociólogo inglês Hilary Rose afirmou que a sociedade não está preparada para uma tecnologia que vai propiciar meios sem precedentes de revelar a vida futura dos indivíduos. Sua conclusão: "Temos que avançar devagar, pois ainda há muito que conversar e refletir".
E o progresso mais rápidos se dá justamente nos genes associados a doença, como revela um balanço do geneticista Bertrand Jordan, do Centro de Imunologia do INSERM-CNRS francês. Recém-chegado de uma viagem aos Estados Unidos, Inglaterra e Japão - durante a qual visitou 80 dos 250 laboratórios ligados ao Projeto Genoma -, apresentou nos um resumo do que viu. Ele antecipou que o primeiro cromossomo inteiramente mapeado seria o 21, não só por ser pequeno, mas principalmente por que já se sabia que está associado a duas doenças importantes: mongolismo e mal de Alzheimer, Pelo mesmo motivo, o segundo cromossomo mais visado é o X. De fato, logo após assa entrevista, Daniel Cohen anunciou o mapeamento de 95% do cromossomo 21,20% do X e 50% do Y.
Jordan conta que há três anos nem se imaginava que esses mapas fossem possíveis; a velocidade com que estão sendo feitos, assim, se transformou numa grata surpresa. Por outro lado, se achava fácil obter seqüências completas de genes, mas dificilmente foram imensas. Só agora o trabalho está recomeçando, diz o cientista. E acrescenta que boa parte do mérito cabe aos americanos, que preparam o terreno com pesquisas sistemáticas nas últimas décadas. "Aprendemos mais biologia nos últimos quinze anos do que desde o começo do século.´
Isso, sem contar a possibilidade de avanços mais amplos - por exemplo, no campo da evolução humana. Saúda-se agora, especialmente, a chance de se decifrar a incrível variedade dos tipos humanos, dos orientais e africanos aos europeus e americanos. Os genes encontrados em diversas populações são quase desconhecidos. André Langaney, antropólogo do Museu do Homem, Paris cita como exemplo os antiqüíssimos aborígines australianos, os ionomami brasileiros e esquimós. Mas eles poderiam responder a muitas dúvidas persistentes sobre o aparecimento de tantos tipos diferentes no planeta. É o que espera Langaney: "em dez anos, haverá ótima base para o conhecimento da diversidade da nossa espécie".

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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um Et na Pré-História - Antropologia


UM ET NA PRÉ-HISTÓRIA - Antropologia



Houve uma época em que, em vez de apenas uma, havia duas espécies pertencentes ao gênero humano, e igualmente inteligentes, segundo as mais recentes descobertas. Durante algum tempo, os neandertais viveram na Europa, tão distantes dos outros homens como se fossem seres de outro planeta.

Ele tinha testa curta e grossa, mandíbula forte, de queixo curto, e seus ossos eram pesados. A figura atarracada, ao andar, lembrava o gingado de um malandro. Dele, chegaram a dizer que era "idiota patológico", e tinha "aparência de malévolas intenções". Foi chamado Homo sapiens neanderthalensis porque seu primeiro fóssil foi descoberto no vale do Rio Neander, na Alemanha, em 1856. Há indícios de que esteve presente no planeta entre 130000 e 30 000 anos atrás, quando sumiu da face da Terra.
Mas quem era o neandertal? Um primo desgarrado do homem moderno, o Homo sapiens sapiens? Muito popular durante décadas, essa última hipótese parece agora longe de explicar a natureza desse estrangeiro, vindo não se sabe de onde, que um dia cruzou a trilha da evolução humana. O motivo da dúvida é que o neandertal mostra-se cada vez mais próximo à de seu suposto primo. Ele talvez tenha ficado longo tempo distante, depois de aprender a viver no terrível clima da Europa, na era glacial. Mas, se foi assim, o isolamento não durou para sempre, como mostra a descoberta recente de um sítio arqueológico no Oriente Médio. Aí, neandertais e sapiens sapiens coexistiram lado a lado, há cerca de 90 000 anos. As duas populações teriam habitado grutas vizinhas, a menos de 10 quilômetros uma da outra, durante nada menos que 60 000 anos. E, ainda mais importante, embora fosse moderno do ponto de vista morfológico, sapiens sapiens do Oriente Médio usava instrumentos de pedra do tipo musteriense, marca registrada dos neandertais.
História semelhante está sendo desenterrada, aos poucos, no sítio de Saint-Césaire, França, local povoado por neandertais recentes - talvez os últimas representantes de sua estirpe. Nesse caso, o que surpreende é que seus instrumentos (ou sua indústria lítica, como dizem os antropólogos) eram sofisticados, denominados castelperronense e aurinhacense. A explicação mais provável é que, naquele local, neandertais e sapiens sapiens também foram contemponâneos por milênios.
É fantástico imaginar um mundo em que o homem não era representado por uma única espécie, como hoje. Isto é, quando havia dois seres igualmente inteligentes, mas, de alguma forma, diferentes. E isso, no entanto, o que sugerem as descobertas recentes - uma perspectiva tão espantosa quanto a possibilidade de um extraterrestre visitar a Terra. Basta ver o que afirma o brasileiro Walter Alves Neves, pesquisador titular do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Ele lembra que, embora neandertais e sapiens sapiens tenham convivido nada menos que 60 000 anos no Oriente Médio, não há evidência de cruzamento entre eles. "Nota-se que não houve troca gênica, pois não há formas intermediárias entre as populações."
Isso coloca uma nova questão: dois indivíduos pertencem a uma mesma espécie biológica quando são capazes de se acasalar e deixar descendentes. Portanto, seria natural esperar que as duas linhagens deixassem híbridos férteis, pois são consideradas duas subespécies do gênero Homo. É difícil compreender por que isso não aconteceu - a não ser que as duas populações fossem de espécies diferentes. "Não é impossível que essa conclusão acabe prevalecendo", diz Neves. Nesse caso, os cientistas estariam diante de um fato curioso, em que duas espécies bastante diferentes, do ponto de vista anatômico, criaram e aperfeiçoaram tecnologias essencialmente idênticas.
Se confirmado, esse fato ensina que não se deve confundir cultura e anatomia. Um exemplo dos problemas que esse tipo de confusão pode criar é a própria idade que se atribuiu ao homem moderno, durante muito tempo: imaginava-se que ele teria surgido há apenas 30 000 anos, ou pouco mais. É certa que nessa época houve um extraordinário salto cultural, seja na arte, na tecnologia e no conhecimento. Assim, imediatamente após a descoberta dessa explosão - especialmente na região francesa da Cantábria - acreditou-se que ela marcaria o momento em que o sapiens sapiens emergiu. Mas essa visão vitoriana, diz Neves, decorria de uma tendência a exagerar o lado cultural da evolução humana. Outra questão importante é que durante muito tempo se reduziu a trajetória do gênero humano a uma espécie de linha reta, cuja origem foi o Homo erectus, espécie predominante na Terra, há mais de 1 milhão de anos. Em seguida, como em uma fila indiana, viriam o sapiens neanderthalensis e o sapiens sapiens. Dentro dessa ótica, também, o sapiens sapiens não poderia ter mais de 40 000 anos de idade.
Atualmente, no entanto, muitos cientistas estão sendo obrigados a adotar uma visão mais sóbria e menos grandiloqüente a respeito do homem moderno. A história começa na África, há 5 milhões de anos, com o surgimento dos hominídeos. Eram seres parecidos, mas não idênticos, à mais antiga espécie humana conhecida, o Homo habilis, que andou pelo planeta a partir de 2,5 milhões de anos atrás. O habilis, por sua vez, deu lugar ao Homo erectus, terrível andarilho que acabou se espalhando pela Europa e Ásia. Apesar disso, de uns 500 000 anos para cá, o erectus começou a se transformar em seu território de origem: alguns fósseis mostram uma clara tendência à ´sapientizacão´, mudança que pode ter se completado num período entre 200 e 100 000 anos. Quase ao mesmo tempo, os recém-surgidos deixaram a África e chegaram à Europa. Imagina-se que eles constituíram, em primeiro lugar, as populações mais antigas de neandertais. Isso explicaria por que existem na Alemanha e na Inglaterra vestígios datados de 300 000 anos atrás, cuja anatomia lembra a do neandertal, apesar de arcaica.
Essa história coincide até certo ponto com a hipótese denominada Arca de Noé, defendida, entre outros, pelo inglês Christopher Stringer, do Museu de História Natural de Londres. Eles acreditam que a África deu inicio a duas linhas de sapiens, oriundas de um mesmo tronco. Em oposição a isso, os seguidores de Milford Wolpoff. da Universidade de Michigan, apostam na hipótese do Candelabro, segundo a qual o sapiens sapiens apareceu em diversas partes do mundo ao mesmo tempo. Embora haja evidências muito fortes de que a humanidade surgiu mesmo na África, a questão não está fechada, como também há dúvidas sérias sobre o que aconteceu em seguida: qual foi, exatamente, o destino dos neandertais?
Para Wolpoff, por exemplo, eles teriam evoluído da mesma forma que outros sapiens não-europeus. Em outras palavras, as mudanças sofridas pelas formas humanas arcaicas seriam convergentes, termo técnico que significa o seguinte: não importam as condições ou o lugar onde tenham ocorrido, ao longo dos últimos 100 000 anos, todas as mudanças conduziram a uma forma parecida, o neandertal ou o homem moderno. O neandertal foi o resultado dessa convergência na Europa, embora até mais ou menos quinze anos se acreditasse que ele existiu em todo o Velho Mundo, da África à Ásia.
Essa visão mudou na década de 70, quando alguns estudiosos americanos descobriram que o neandertal teve uma distribuição geográfico bem mais restrita. Na verdade, muito do que se imaginava até os anos 70 era pura idealização, já que só se procuravam sapiens de qualquer tipo no eixo Europa-Oriente Médio. Apenas a partir de uma revisão dos fósseis africanos, descobriu-se que entre eles havia sapiens sapiens tão ou mais antigos que os neandertais. Assim, ficou claro que estes últimos viveram sobretudo na Europa. e que a origem dos sapiens, muito provavelmente, se localizava na África.
Enquanto isso, a geneticista Rebecca Cann já estava empregando uma nova metodologia ao estudo da origem humana: seguindo um caminho inverso ao tradicional, ela fez suas pesquisas não mais a partir dos fósseis, mas sim das populações vivas de hoje. Para estudar a variabilidade genética do homem, não era possível trabalhar num espaço de tempo de apenas 40 000 anos - a pesquisa exigia no mínimo uma antiguidade de pelo menos 100 000 anos. A idéia era estabelecer cronologias evolutivas a partir da evolução das proteínas. E elas indicavam uma origem africana.
Para Stringer, foi a migração do sapiens sapiens da África para a Europa que levou à extinção dos neandertais. O choque físico e cultural entre as duas espécies teria ocorrido nos últimos milhares de anos que antecederam o sumiço de uma delas. O cientista argumenta que os sapiens migrantes teriam chegado em grande número e tomado as meIhores regiões de seus tradicionais ocupantes. Mas ninguém precisa sentir culpa por esse terrível caso de extinção de uma espécie. As relações entre as duas populações não teriam sido violentas a ponto de levar a um massacre. Stringer pensa em algo bem mais sofisticado, pois atribui o desaparecimento à legítima competição por alimentos e outros recursos. "Nesse combate, o neandertal gradualmente saiu perdedor."
É possível checar tais argumentos. Cálculos simples mostram que um acréscimo de apenas 2% na taxa média de mortalidade, devido a doenças, seria o suficiente para extinguir os neandertais no curto prazo de 1 000 anos. Uma eventual deficiência alimentar, ou mera insalubridade, poderia provocar tal situação. Além disso, existem outras possibilidades, ligadas a questões climáticas e morfológicas: o neandertal pode ter sofrido com o aumento gradual da temperatura na Europa, pois estava superadaptado ao clima frio. De maneira um pouco menos convincente, também se especula que ele teria sido prejudicado por não ser fisicamente capaz de falar.
Essa suposição é aventada pelo antropólogo e anatomista Jeffrey Laitman, da Escola de Medicina Monte Sinai, de Nova York. O homem, diz Laitman, é o único mamífero terrestre que tem a placa óssea em forma curvilínea. Ela é uma peça fundamental nó aparelho fonador, pois liga o céu da boca à laringe, na parte inferior da caixa encefálica. O fato de ela ser curvilínea abre espaço para a entrada de ar e facilita a produção e articulação de sons complicados no final da traquéia. Para chegar ao modelo atual, a morfologia humana mudou gradualmente ao longo de 1,5 milhão de anos - mas o neandertal não acusa sinais significativos dessa alteração. Sua placa óssea é relativamente plana, analisa Laitman.
O problema é associar esse traço morfológico com algo tão complexo quanto a fala. Como criticam alguns lingüistas, o papagaio não tem placa nenhuma e isso não o impede de produzir sons. Em todo o caso, se a tese de Laitman puder ser confirmada, certamente traria desvantagens ao neandertal. A linguagem é essencial para se planejar ações futuras, ou para rever ações passadas. Por meio de símbolos (sonoros ou escritos), a linguagem "representa" os fatos na mente e permite raciocino, ou seja, mudar ou desfazer as ações imaginárias, como se fossem reais. Então, mesmo que o neandertal pudesse falar, mas tivesse uma linguagem pobre, isso o prejudicaria, na competição com o sapiens sapiens. Essa variante menos radical da tese de Laitman é defendida pelo arqueólogo Lewis Binford, da Universidade Metodista Meridional, Estados Unidos. Seja qual for a razão, o fato é que, há cerca de 30 000 anos, desapareceram todos os rastros do neandertal no tempo e no espaço.
No vazio, ficou uma pergunta, talvez, irrespondível: qual foi sua contribuição para o homem moderno? Walter Neves diz que está praticamente provado que os neandertais não deram nenhuma contribuição, mas ele pensa que a pergunta está mal formulada. "Nós sempre estudamos os neandertais com vistas ao aparecimento do homem moderno. Eu acho isso muito egoísta. Nós temos de estudar os neandertais pelo seu próprio valor." O fato é que, durante milênios, uma população conseguiu se adaptar com absoluto sucesso na Europa e em parte do Oriente Médio. Portanto, pondera o cientista, o neandertal merece ser estudado por si próprio. "Acho que está na hora de fazermos a pré-história do neandertal. Eles não eram seres estúpidos. Do ponto de vista morfológico e neurológico tinham praticamente as mesmas capacidades que nós. Temos que saber agora - do ponto de vista existencial, da lógica de representação e da sua cosmologia - como é que eles encaravam o mundo. Como funcionava uma sociedade que tinha potencialmente todas as capacidades que temos, mas que se achava limitada pelo seu processo de comunicação."

Primeira cirurgia da História

As descobertas mais recentes devem mudar por completo a descrição das comunidades neandertalenses - onde sempre se enfatiza a pobreza de instrumentos e recursos. No entanto, quando se trata de pintar a tecnologia que o homem moderno desenvolveu para enfrentar o frio, pinta-se aquilo que haveria de mais moderno à época. Não há motivo para isso, quando se considera que as duas linhagens tinham cultura equiparável. É o que se vê no sítio de Shanidar, na montanha de Zagros, Iraque, onde vestígios de um sepultamento neandertalense fascinou os cientistas.

Especialmente porque o morto teria junto de si arranjos de plantas de vários tipos, sinal de aguçada autoconsciência, explica o antropólogo Richard Leakey, em seu livro Origens. "O sepultamento intensional revela preocupação com o espírito". Ele lembra também, que entre várias plantas contidas no túmulo muitas continuavam a ser usadas, até pouco tempo pelos povos da região. "Não é improvável que o povo de Shanidar conhecesse pelo menos algumas de suas propriedades medicinais." De fato, a área médica parece ter sido forte dos neandertais. O cientista brasileiro Walter Neves, que não chega a associar o sepultamento com a idéia de uma possível espiritualidade faz revelação ainda mais impressionantes nesse campo.

O motivo é uma especulação sobre uma espécie de defeito encontrado num dos braços de um dos esqueletos de Shanidar. Alguns cientista acreditam que o sinal é resultado de uma amputação, o que colocaria o neandertal, pelo menos por enquanto, tecnologicamente à frente do sapiens sapiens. "Se for comprovada, será provavelmente o primeiro caso de intervenção cirúrgica da humanidade."


Entre o Candelabro e a Arca de Noé

A hipótese da Arca de Noé afirma o Homo erectus surgiu na África e, depois que parte de sua populacão migrou para a Europa e para a Ásia, continuou a se modificar. Ele pode ter dado origem a formas arcaicas do Homo sapiens nos três continentes, mas a transição aconteceu em primeiro lugar na África. Ainda mais importante: foram migrantes dessa nova espécie africana que povoaram o mundo, inclusive ao se sobrepor a eventuais populações radicadas na Europa e na Ásia (desenho à direita). Tanto os neandertais como os homens modernos, portanto, teriam vindo do mesmo tronco, o erectus africano. Entre 200 000 e 100 000 anos atrás, grupos de sapiens teriam se dirigido para o Ocidente Médio, onde foram contemporâneos de neandertais também migrantes.

Uma outra hipótese - a do Candelabro - não admite a idéia de os sapiens terem surgido na África e somente mais tarde colonizado o mundo. Seus adeptos preferem acreditar no que chama evolução multirregional. Isso significa que apenas o erectus teria migrado da África, inicialmente. Em seguida, de forma inteiramente distinta em cada local, teriam surgido sapiens arcaicos, seja na África, no Oriente, no Extremo Oriente ou na Europa. Supondo que seja assim, pensam os defensores dessa hipótese, seria possível explicar as diferenças raciais entre mongolóides, caucasianos, australóides e negróides.

Mais do que isso: imagina-se que os neandertais tenham contribuído geneticamente, ou até dado origem ao homem moderno na Europa. Essa especiação teria ocorrido na Europa Central, em regiões como a Iugoslávia, a Bulgária e a Checoslováquia. Em outras palavras, pelo menos na Europa, o neandertal - e não o Homo erectus - seria o ancestral direto do sapiens sapiens. Comparando as duas teorias, são poucos os seguidores da hipótese do Candelabro, provavelmente porque, a partir de tudo o que se estudou até agora, a hipótese da Arca de Noé parece responder a maior número de perguntas sobre a origem humana.





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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pronto Socorro Tenológico - Tecnologia


PRONTO-SOCORRO TECNOLÓGICO - Tecnologia



Há 93 anos o Instituto de Pesquisas Tecnológicas faz ciência e socorre a indústria brasileira, desenvolvendo técnicas e analisando produtos. Seu currículo inclui carros a gasogênio e a álcool, morteiros e aviões em épocas de revolução e guerra, concretos alternativos e plástico biodegradável, criado com ajuda de bactérias.

Quando o governo brasileiro decidiu substituir os carros a gasolina, utilizados no mundo inteiro, por veículos movidos a álcool, os fabricantes de automóveis rapidamente procuraram adaptar seus motores ao novo combustível. Um exaustivo trabalho conjunto, realizado por instituições de pesquisa espalhadas por todo o país, foi necessário até que os primeiros carros a álcool saíssem das montadoras, em 1979. Alguns meses após o lançamento no mercado, no entanto, o revestimento do tanque de combustível e de todo o caminho que ele percorre até a câmara de combustão, inclusive os carburadores, começou a ser inesperadamente corroído.
Uma solução urgente se fazia necessária para salvar o patrimônio nacional sobre rodas. Isso era um trabalho para o IPT - o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Em menos de seis meses, a equipe do Laboratório de Corrosão e Eletrodeposição concluía: um novo revestimento, à base de níquel químico, impediria a corrosão. Para o pessoal do laboratório, chegar a essa resposta não foi como decifrar nenhum enigma - dois anos antes a Ford encomendara uma pesquisa semelhante para resolver esse conflito químico detectado em seus carros, provocado pela mistura de álcool na gasolina. "A corrosão ocorria porque, ao contrário do que calculavam os especialistas, o álcool hidratado não é puro, pois conserva algumas substâncias provenientes de seu processo de fabricação, como o ácido sulfúrico", explica o químico Francisco Di Giorgi, um dos pesquisadores da equipe que envolveu a questão alcoólica.
Toda vez que desaba uma favela, desmoronam encostas de serras, pontes ameaçam cair ou produtos industriais têm sua qualidade contestada, chama-se o IPT. Em seus 82 laboratórios, distribuídos por nove divisões, o ritmo frenético de pesquisa é disfarçado pelo ambiente calmo dos jardins e alamedas arborizadas, que mais fazem lembrar um condomínio fechado, encravado na Cidade Universitária, em São Paulo. Sua história de quase 100 anos confunde-se com o desenvolvimento do país - da indústria à engenharia -, pois é quase sempre do Instituto a última palavra quando há dúvida se um prédio vai continuar em pé ou se um capacete resiste ao impacto de um tombo. "Uma das missões do IPT é dar apoio à indústria como se fosse seu laboratório, analisando a qualidade dos produtos e pesquisando novas tecnologias que possam ser aplicadas nas linhas de produção", diz o engenheiro civil Francisco de Assis Souza Dantas, diretor-superintendente do Instituto. A outra missão importante é dar suporte aos projetos de desenvolvimento regional dos governos federal e estadual - afinal, o IPT é mantido pelo governo do Estado de São Paulo.
A face mais visível do trabalho dos 700 pesquisadores está na atuação do Instituto como pronto-socorro tecnológico Às vezes é preciso ser detetive para resolver mistérios como o da Rede Ferroviária Federal. De repente, inúmeros acidentes graves envolvendo trens, com descarrilamento de vagões-tanques, começaram a acontecer nas proximidades de Brasília. Incapazes de diagnosticar o que causava os acidentes, os técnicos da estatal ferroviária desanimaram ao constatar que todas as medidas de segurança tomadas para conter os desastres como uma rigorosa e regular manutenção das composições e dos trilhos, revelaram-se inúteis. A partir de janeiro deste ano, o laboratório de teste da Divisão de Tecnologia de Transportes começou a medir, com aparelhos chamados rodeiros instrumentados, as complicadas forças verticais e laterais que regem todo o comportamento dinâmico (movimento, aceleração e esforços) de uma composição em movimento e dos trilhos na região.
"Os princípios do deslocamento de um trem não são muito diferentes daqueles que atuam em um navio sob efeito das ondas", diz o engenheiro naval Toshi-ichi Tachibana, coordenador da divisão. "Para o trem, a onda é a irregularidade do trilho." A idéia, então, é descobrir as irregularidades excessivas, seja nos trilhos ou nas rodas, que estão causando os descarrilamentos. "Estamos capacitados para saber tudo sobre qualquer tipo de veículo que se locomove em trilhos", orgulha-se o engenheiro. A Divisão estuda agora a implantação no Brasil de trens com motor linear, já existentes nos metrôs do Japão, Alemanha e Canadá.
É no motor que está a diferença. Em lugar do convencional, com uma parte fixa e outra móvel que faz girar eixos, há um sistema de propulsão que parece um motor "aberto": uma das partes é composta por imãs ao longo do trilho e a outra fica embaixo do vagão, que é empurrado por forças magnéticas criadas entre as duas partes. Na Alemanha, os imãs são supercondutores, o que faz o trem levitar e alcançar velocidades acima de 200 quilômetros por hora. O projeto do IPT ainda não voa desse jeito, mas mesmo sem a forcinha extra da supercondutividade, o metrô com motor linear já é um bom negócio, pois diminuiria o tamanho tanto do trem como do túnel a ser construído.
Segundo Tachibana, essa tecnologia torna 50% mais barato o investimento inicial na construção do sistema metroviário, e já poderia ser aplicada no metrô paulistano. "Fizemos um protótipo num trilho circular de 1,5 metro de diâmetro que funciona perfeitamente", salienta. Antes de atingir o sonho da implantação do supertrem tropical, um trabalho mais palpável acaba de ser efetivado. Os pesquisadores do IPT conseguiram dobrar a velocidade dos trens de passageiros nas ferrovias paulistas, que agora podem atingir até 160 quilômetros por hora. O estudo que incrementou o desempenho dos trens envolveu o exame da dinâmica dos trilhos e das rodas, estipulando as correções que deveriam ser feitas na via férrea, como melhor alinhamento e nivelamento dos trilhos.
O desenvolvimento desse trem supercondutor segue a filosofia do IPT - semelhante à dos japoneses - de que "se existe, é porque alguém fez, e nós faremos igual". Foi preciso, porém, percorrer um caminho cheio de pedras e de histórias curiosas até que um simples laboratório de uma escola de engenharia se tornasse o grande centro de apoio tecnológico do pais. O Instituto nasceu com o nome de Gabinete de Resistência dos Materiais, em 1899, apenas um local para aulas práticas da Escola Politécnica de São Paulo. Não podia ter surgido em melhor hora.
As portas do século XX, o Brasil vivia o desafio dá modernidade - a transição de uma economia agrária, movida a fazendas de café, para o capitalismo, na indústria. "E o fim da escravidão, em 1888, fez com que os escravos deixassem de ser considerados ferramentas para produção", conta o historiador Hélio Júlio Gordon, diretor do Núcleo de Informações Históricas e Memória Técnica do IPT. Houve, então, a necessidade de racionalizar o trabalho, principalmente na área agrícola. Enquanto surgiam equipamentos que mecanizavam as plantações, os centros urbanos precisaram ser adequados para comportar as grandes levas de gente vinda do campo, à procura de trabalho nas indústrias nascentes. A população da cidade de São Paulo, por exemplo, cresceu 10 vezes em trinta anos, passando dos 65 000 habitantes em 1890 para quase 600 000 no início dos anos 20. Nesse período surgiram diversos problemas na infra-estrutura do município, despreparado para acolher tamanho inchaço populacional.
Ruas precisaram ser alargadas, redes de água e esgotos foram reformadas e a rede de iluminação pública teve de ser ampliada. Para dar conta disso, era fundamental que os materiais utilizados pela construção civil brasileira fossem de boa qualidade. Realizou-se então uma série de ensaios medindo a qualidade de cimentos, tijolos, ferros, madeiras e tudo o mais que pusesse em pé obras de engenharia, o que culminou com a publicação do Manual de Resistência dos Materiais, em 1905, primeiro grande trabalho do IPT. A partir daí, o Instituto passou a ser solicitado para fazer cálculos de engenharia para os grandes construtores da época.
Nessa onda, alguns cartões-postais de São Paulo levaram a assinatura IPT. Nas obras da Catedral da Sé, o concreto armado teve analisadas suas características físicas, químicas e mecânicas antes de ser empregado, a fim de se estabelecerem as medidas ideais de cimento, ferro e areia que garantissem a segurança da futura maior igreja paulistana. Em 1926, a palavra do IPT acalmou uma multidão em polvorosa no centro da cidade. O problema era que, durante a construção do Edifício Martinelli, projetado para ser o maior da América Latina, descobriu-se que o jornal Noite, no Rio de Janeiro, estava erguendo um prédio ainda mais alto .Decidiu-se imediatamente aumenta os pavimentos do Martinelli de 15 para 26 - quando então os moradores e trabalhadores da redondeza protestaram, temerosos de que o prédio viesse abaixo. Um laudo do IPT certificou que as estruturas suportariam o acréscimo de andares, e o Martinelli finalmente subiu para a glória.
O Brasil entrava na década de 30 produzindo aço com ótima qualidade que, dependendo de sua finalidade, era submetido a testes de resistência a de formações que envolviam até a análise de sua estrutura microscópica. Nesta época, um fato histórico viria a interferir para sempre no destino do IPT: o movimento da oligarquia paulista em oposição à Revolução de 1930 deu origem à Revolução Constitucionalista de 1932, uma guerra civil com aviões bombardeando a cidade de São Paulo. Submetido a um cerco militar depois de se rebelar contra o governo federal, o Estado de São Paulo ficou proibido de receber de qualquer outra unidade da Federação todo o tipo ou quantidade de alimentos, armas, combustíveis e munição.
As forças estaduais do governador rebelde, Pedro de Toledo, recorreram ao Laboratório de Ensaios de Materiais do IPT para tentar produzir suas próprias armas. Com apoio total do corpo docente e técnico da Escola Politécnica, em menos de dois meses começavam a ir para o front os primeiros veículos blindados, carros de combate, capacetes, morteiros e granadas de fabricação local. Mais de 150 000 granadas chegaram a ser produzidas, num ritmo que superou as 10 000 unidades por dia. Tanto esforço não evitou a derrota dos paulistas, mas das cinzas da luta ficou a eficiência do Laboratório, projetando nacionalmente o potencial técnico do IPT.
Alguns anos depois, o pronto-socorro tecnológico atendia a outra emergência bélica. Estourava a Segunda Guerra Mundial, em 1939, e com ela vinha a necessidade de o Brasil substituir a maioria dos produtos que importava por alternativas nacionais. Trabalhando a toque de caixa, os técnicos do IPT desenvolveram os equipamentos necessários para a produção em escala industrial de gasogênios, aparelhos que transformam carvão num gás que pode substituir a gasolina, e adaptaram os motores dos carros para que funcionassem com esse gás. O desenvolvimento forçado fez surgir também muitos aviões que circulam pelo céu brasileiro até hoje, como o Paulistinha, o Teco-Teco e o Planalto.
Se algumas pesquisas dependeram de situações de emergência para sair do laboratório, hoje é comum vê-las chegar naturalmente ao setor produtivo. É o caso do trabalho dos cientistas envolvidos com o Programa de Biotecnologia, que em menos de um ano criaram um plástico biodegradável, resultado de uma linha de pesquisa de fronteira em todo o mundo. Ao contrário de seu similar europeu, desenvolvido pelo Grupo Ferruzzi - império industrial italiano -, que utiliza como matéria prima básica o amido de milho (a popular Maizena),o plástico biodegradável do IPT tem sua origem em duas bactérias. Alcaligenes ou Pseudomonas.
São bactérias inusitadas. Primeiro porque são seres vivos que produzem plástico - o PHB (polihidroxi butirato), mais conhecido como poliéster, material geralmente sintetizado a partir do petróleo. Segundo, porque fazem isso sob ameaça de morte. A história peculiar acontece no laboratório em três etapas: primeiro, um tanque fermentador recebe continuamente um meio de cultura, composto basicamente de oxigênio, açúcar, nitrogênio e fósforo, mais o inóculo,uma espécie de semente de bactérias.
Depois que a população de bactérias cresce dentro do tanque, os pesquisadores deixam de acrescentar seus nutrientes essenciais - menos o açúcar - de maneira gradativa, criando um meio inadequado ao seu desenvolvimento. Ao se alimentar somente com açúcar, o metabolismo das bactérias as faz criar dentro delas os grânulos de PHB. "Como forma de defesa dessa condição de estresse nutricional, esses microorganismos acumulam grânulos de polímeros e engordam. Os grânulos chegam a ocupar 80% de sua massa", afirma o engenheiro químico Celso Lellis Bueno Netto, da Divisão de Química do IPT. Quando gordas. as bactérias são separadas do líquido por meio de centrifugação ou filtração, e em seguida os grânulos são isolados e purificados. Secos, eles se parecem com os polímeros derivados do petróleo, utilizados para fazer o plástico tradicional.
Fugir do convencional é mais uma característica desse Instituto. Outra pesquisa que comprova isso utiliza uma tecnologia de última geração, pronta para ser transferida para as indústrias: a metalurgia a plasma térmico. Considerado o quarto estado da matéria, além do sólido, liquido e gasoso, o plasma é um gás ionizado, aquecido pela passagem de corrente elétrica entre dois elétrodos. "É a corrente elétrica cruzando uma região gasosa que forma o plasma", esclarece o pesquisador Luiz Carlos Vicente. Arma poderosa nos filmes da série Jornada nas Estrelas, sua temperatura varia de 3 000 a 30 000 graus Celsius. Temperaturas tão altas, superiores à da superfície do Sol, fazem dele uma ótima ferramenta para fusão e refino de metais e ligas especiais, além de purificar materiais refratários e cerâmicas avançadas.
O IPT atua em tantas áreas que trabalha até debaixo da água salgada. A Petrobrás contratou a Divisão de Transportes para submeter a rigorosos testes todas as plataformas fixas de exploração de petróleo em alto-mar fabricadas no Brasil. Cada uma dessas estruturas tem 6 000 toneladas de aço e 160 metros de altura, quase o tamanho do mais alto edifício paulista, o Itália, no centro de São Paulo. Em um tanque de provas com 280 metros de comprimento por 7 metros de largura, são simuladas, por meio de modelos reduzidos, todas as condições ambientais possíveis que as plataformas poderão enfrentar no oceano, desde uma violenta tempestade até os mais suaves balanços das ondas. Ali também é definido o tipo de operação necessário para colocar a plataforma que está no chão firme em cima do navio que vai transportá-la, sem provocar danos.

Por dentro do IPT

O trabalho do IPT se distribui em nove divisões, todas com a missão de pesquisar novas tecnologias e testar a qualidade dos produtos para a indústria:

Química - desenvolve e aperfeiçoa processo químicos e biotecnológicos,

Metalurgia- pesquise processos de obtenção de metais, refino e elaboração de ligas.

Produtos florestais, têxteis e couros - identifica e caracteriza madeiras, fibras e produtos têxteis, além pesquisar celulose.

Tecnologia de transportes - desenvolve os transportes rodoviário, ferroviário e hidroviário.

Construção civil - estuda a ocupação do solo, faz ensaios mecânicos e análise química dos materiais de construção.

Economia e engenharia de sistemas - analisa a situação dos setores industriais para apoiar projetos do governo.

Geologia e recursos minerais - estuda o meio físico brasileiro, aprimorando as ferramentas de pesquisa mineral.

Geologia de engenharia e mecânica de rochas - faz pesquisas geológicas para estabelecer a melhor forma de ocupação do solo e aproveitamento dos recursos minerais.

Mecânica e eletricidade - avalia equipamentos industriais para conferir suas especificações técnicas


Concreto de coco e lodo

A busca de alternativas ao alto custo das obras públicas no Brasil faz da Divisão de Construção Civil do IPT um celeiro de novas utilizações para velhos materiais. Uma delas aproveita a escória produzida nos altos-fornos das indústrias siderúrgicas - minério de ferro e outras substâncias empregadas na fundição do aço - para fazer cimento. Com esse novo cimento, faz-se também um concreto muito especial. Em vez de aço, esse concreto utiliza como reforço prosaicas fibras de coco, fruta tão popular no Brasil quanto os computadores no Japão. Uma casa erguida em 1989, em São Paulo, mostra que o uso desses novos materiais é seguro e comercialmente viável, capaz de baixar em até 30% os custos na construção de casas populares.

Outra surpresa dos laboratórios é o argamaço, mais um concreto alternativo, fácil de produzir e com resistência compatível à do concreto armado, que utiliza barras de ferro como reforço. Da mesma forma que é feita a argamassa tradicional, são misturados numa betoneira cimento, areia e água. A novidade começa quando, nessa mistura, é acrescentada a palha de aço, resultando numa argamassa até cinco vezes mais resistente que a convencional. "Como o Brasil tem uma das maiores capacidades de produção de palha de aço do mundo, atualmente ociosa, o argamaço parece não oferecer muitos obstáculos para ser utilizado brevemente em obras de engenharia", prevê o pesquisador Carlos Eduardo de Siqueira Tango, o pai da idéia.

Extremamente leve, o argamaço é o material preferido para concretagens em lugares que apresentam problemas de peso. Sua versatilidade permite ainda a aplicação em "orelhões" - as conchas, atualmente feitas com fibra de vidro, que abrigam os telefones públicos. Uma parceria entre os laboratórios da Sabesp - Companhia de Saneamento Básico de São Paulo - e os pesquisadores do IPT resultou num concreto derivado do lodo de esgoto. Ao passar pelas estações de tratamento espalhadas pela cidade de São Paulo, 0 material orgânico do esgoto é separado dos demais resíduos e sintetizado, virando também concreto.

Em caso de emergência, chame o IPT

Se você desconfia das características de determinado material ou substância que utiliza, seja no uso pessoal ou em matéria-prima para a indústria, o IPT tira a dúvida. Uma de suas mais antigas atribuições é a realização de ensaios, análises e aferições de quaisquer produtos. São muito comuns, por exemplo, análises da composição de metais e ligas metálicas especiais - principalmente para os fabricantes de peças para automóveis - ou trabalhos de medição de teores e pureza de produtos químicos, farmacêuticos e gases. Por isso, os órgãos de defesa do consumidor o consultam freqüentemente.

O reconhecimento desse trabalho culminou com o lançamento do certificado de conformidade e do selo de qualidade IPT, uma proposta do Proqual. um programa que visa apoiar o desenvolvimento de qualidade nas indústrias. Paralelamente ao trabalho do Proqual, funciona há um ano o CAE - Centro de Análises Expeditas -, um sistema de gerenciamento que pretende atuar como um intermediário entre o trabalho dos 82 laboratórios do Instituto e a população. No CAE, qualquer pedido de ensaio, análise ou aferição geralmente demora menos de 48 horas para que o resultado fique pronto.

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terça-feira, 17 de setembro de 2013

LUA NOVA - Astronomia


LUA NOVA - Astronomia



A tradicional figura prateada do velho satélite da Terra dá lugar às imagens codificadas em cores, produzidas por instrumentos modernos. Elas marcam a volta do interesse pelo corpo celeste mais próximo do homem.


Poucos feitos, neste século, deixaram impressões mais profundas que a conquista da Lua, há 23 anos. Para os cientistas que estudam a evolução dos planetas, porém, ficou um sentimento agudo de frustração, como um trabalho que se larga pela metade. O motivo disso veio à tona, agora, quase por acaso, nas imagens enviadas pela nave americana Galileu: de maneira espetacular, elas reafirmaram que a Lua é um manancial de pistas sobre os fatos que deram origem as planetas, há 4,6 bilhões de anos. Embora a nave tivesse pouco tempo, durante uma rápida manobra de passagem para o distante planeta Júpiter, ela foi capaz de identificar nada menos que o maior dos mares da Lua, de cuja existência apenas se desconfiava, até hoje. Melhor ainda, a Galileu pôde mostrar que essa vasta depressão, ao ser formada, perfurou a crosta e expôs uma camada geológica mais profunda, o manto. Com isso, rochas derretidas, ricas em ferro, vazaram e deram à superfície os típicos traços dos mares, assim chamados por terem cor mais escura que as terras altas. Mais tarde, tais traços teriam sido parcialmente enterrados por estilhaços de um corpo errante, cujo impacto criou o vizinho Mar Oriental. "Tudo isso sugere que os primeiros mares surgiram centenas de milhões de anos mais cedo do que se imaginava", explica o analista de imagens da Galileu, James Head (a data aceita atualmente é de 3,5 bilhões de anos).
Esses resultados tendem a completar um formidável quebra-cabeça que começou a ser montado com ajuda das pedras trazidas da Lua pelos astronautas americanos ou pelas sondas automáticas soviéticas. Chega-se a ver tais pedras como simples lembrança de viagem, tal a falta de informação existente, Mas elas revelam segredos realmente importantes, conta o geólogo americano William Hartmann, autor do livro The History of Earth (A história da Terra)."Na verdade, foi preciso ir à Lua para se compreender como nosso próprio planeta nasceu".Isso porque as pedras traziam em si as marcas de um inimaginável oceano de rocha derretida, ou magma, que um dia cobriu todo o satélite terrestre até uma profundidade de quase 50 quilômetros.
Imaginou-se então o oposto disso de acordo com o geoquímico John Wood da Universidade Harvard, Estados Unidos. A velha teoria afirmava que o satélite teria sido forjado a frio, pelo acúmulo de corpos menores. Muito mais tarde, ele teria sido aquecido de dentro para fora pela energia emitida por substâncias radioativas, enterradas em seu corpo. Hoje considera que o acúmulo dos pequenos corpos se fez de forma violenta e o aquecimento ocorreu de fora para dentro. À medida que colidiram em alta velocidade com a crescente massa lunar, os corpos primordiais transferiam para ela enormes quantidade de calor.
Essa análise foi possível porque na Lua não há erosão e as rochas antigas são preservadas mais tempo (na proporção de 4,20 para 3,96 bilhões de anos na Terra). "Mas a Terra e os outros planetas também ficaram oceanos de magma", argumenta Wood. Certamente, resta muito o que aprender, já que a partir de 1972, perdeu-se o apoio essencial de projeto Apolo - interrompido depois de apenas seis pousos em umas poucas regiões da Lua. contra os quinze pousos previstos em áreas diversificadas. Isso não significa que o interesse pela Lua desvaneceu. Ao contrário: o lobby lunar está cada vez mais agitado e há pelo menos dois grandes projetos prontos para execução.
O mais pretenciosos visa nada menos que montar uma grande base interplanetária, verdadeiro degrau para a conquista do Espaço. E também pelo menos de acordo com seus defensores, uma solução para muitos problemas da Terra, pois se imagina que a Lua poderia por exemplo, produzir e exportar energia barata. Um dos meios de fazer isso seria montar um vasto painel de células capazes de converter luz solar em eletricidade. No quinto aniversário da cidade da Lua. garantem os projetistas, tal usina já estaria dando lucro. Os clientes na Terra receberiam suas cotas diretamente do céu por meio de um receptor de quase 1 quilômetro de diâmetro, sintonizado na faixa microondas, ideal para transmissão de energia.
Embora difícil de viabilizar, essa idéia é mais prática do que estacionar um conversor solar em órbita, como se tem sugerido nos últimos anos, Primeiro, porque não é preciso lidar com uma instalação em complicado movimento orbital: o painel estaria preso ao solo onde - graças à baixa gravidade lunar, seis vezes menor que a terrestre - pesaria muito pouco. Além disso, a matéria-prima necessária estaria bem à mão, seja na forma de silicatos (areia), metais e especialmente vidros. Estes últimos, de tão comuns, podem se tornar a espinha dorsal de qualquer construção, inclusive de residência para colonos, "Só é preciso fundir o solo", diz o químico Larry Haskins, da Universidade Washington.
O vidro resultante pode ser moldado em películas finas como folha de revista, para fazer células solares. Ou então rijas, mais resistentes talvez que os produtos similares da Terra. Em todo caso, depois de aquecido e misturado à água, o solo também pode dar um excelente concreto. O que mais espanta porém, são os abundantes recursos continuamente depositados sobre a Lua pelo chamado vento solar - matéria que exala da superfície turbulenta do Sol. Até alimentos poderiam ser fabricados a partir do nitrogênio, carbono e outros elementos básicos que literalmente caem do céu. Há dez anos investigando esse tipo de recursos. Haskins não vê problema em usá-los para sintetizar pratos palatáveis, como assegurou há pouco à revista americana Air&Space. "É um simples problema de síntese química".
A Lua, definitivamente, não merece a reputação de um mundo estéril e desolado, conclui a revista. Como outras publicações, ela abriu espaço aos argumentos do lobby lunar. no caso, o Grupo Síntese, presídio desde 1990 pelo ex-astronauto Tom Stafford. Composto por 27 especialistas, entre físicos, químicos, engenheiros e analistas militares, o grupo reconhece a dificuldade de conseguir 400 bilhões de dólares para concretizar seu sonho, mas acredita que vale a pena insistir. Assim, procura colocar na mesa de negociação o maior número possível de novidades - como os reatores de fusão nuclear, mais limpos, menos perigosos e mais eficientes que os reatores em uso, de fissão nuclear.
O combustível seria outro dourado fruto do vento solar, o hélio 3. Relativamente raro na Terra, esse elemento é tão abundante na Lua que poderia suprir as necessidades energéticas do homem por séculos a fio. A fusão é uma utopia distante, diz a maior parte dos cientistas. Mas não o físico americano Jerry Kulcinski, da Universidade de Wisconsin, autor da idéia de usar o hélio 3. "As pessoas não se dão conta de que esse campo avança velozmente."Seja como for sua proposta cumpre o objetivo de ressaltar os possíveis benefícios econômicos de uma base lunar. Espera-se que eles reduzam a dificuldade de conseguir verba para o projetos de ordem científica, que não são baratos.
Alguns deles são entusiasmantes: a Lua seria um excelente espaçoporto, ponto de partida para vôos a Marte, por exemplo, e um verdadeiro paraíso dos telescópios. Imagina-se, efetivamente, um instrumento de sonho, até 1 milhão de vezes mais poderoso que qualquer coisa instalada na Terra. E não apenas no domínio da luz visível: tal aparelho veria desde ondas de rádio - a radiação eletromagnética menos energética - até o outro extremo do espectro, os raios gama. Com ele, se poderia ler uma palavra miniaturizada - escrita dentro do ponto final de uma frase - num jornal na Terra. Pelo menos foi esse o cálculo feito por seu idealizador, o astrônomo Harlan Smith, com o objetivo, entre outros de aprofundar a busca de planetas em outras estrelas. Seu telescópio permitiria achá-los e também ver detalhes em sua superfície.
É provável, no entanto, que o mais prolífico campo de pesquisa acabe sendo a própria Lua. E isso, mesmo que, infelizmente, o homem não possa voltar a pisar seu solo. A Alternativa, então seria submetê-la ao escrútinio dos sofisticados detectores modernos, como fez agora a Galileu, ainda que de passagem. Não admira que as novas imagens lembrem muito pouco a face familiar do velho satélite da Terra. Obtidas pelo câmera NIMS - uma sofisticada mistura de máquina fotográfica com detector de raios infravermelhos -, suas cores vivas, fortemente contrastadas, não são um simples retrato. Compõem, em vez disso, um painel impressionante de informações sobre a geologia e a química lunar.
É o que se vê no recente pacote de fotos do lado oculto da Lua, o hemisfério que nunca se volta para a Terra: as regiões tingidas de azul forte, por exemplo, indicam alto teor do metal titânio.O verdes, amarelos e laranja destacam rochas do tipo basalto, ricas em ferro e magnésio. Os vermelhos cobrem áreas inteiramente diversas, bem mais altos que os mares e destruídas dos metais detectados neles. Como as rochas trazidas da Lua têm composição química conhecida, elas foram usadas para calibrar os instrumentos isto é, suas fotos servem de comparação para se interpretar o código de cores.
Em compensação, diz a agência espacial americana, a NASA, os dados colhidos durante o projeto Apolo da Galileu. Por meio delas, poderão vir à tona inúmeros detalhes ignorados sobre o lado oculto (que o homem entreviu, pela primeira vez, em 1959, através das câmeras da sonda soviética Lunik 3). Isso, aliás, é o que estão tentando fazer os inúmeros grupos atualmente dedicados a aprofundar os conhecimentos sobre a Lua. Embora não tenham acesso ao lado oculto, propriamente, eles se concentram na áreas que não foram estudadas na década de 60. Na falta de foguetes, eles se viram como podem.
A geoquímica Carla Pieters, por exemplo, conseguiu a proeza de usar um telescópio como instrumento da geologia. No fundo, trata-se de algo parecido com o que se faz na Galileu: ela decompõe a luz branca refletida pela rochas e analisa as cores resultantes. Uma de suas conclusões mais importantes modifica a idéia de que o manto magma primordial moldou as terras altas, por serem mais antigas que os mares. Isso é verdade, de modo geral, mas a situação se complica por causa de minerais denominadas olivina e piroxeno. Por serem pesados, eles deveriam estar no fundo do magma, e não perto da superfície das montanha, onde Pieters os encontrou. Assim, ela crê que os minerais foram expelidos para o alto, mais ou menos como ocorre nos vulcões: nos mares, de fato, há inúmeras evidências de rochas intrusas, ejetadas por vulcões.
Nesse caso, porém, a mistura d matéria parece ter sido pelo choque de um grande corpo em queda sobre a Lua, antes mesmo da era dos vulcões. A própria crosta lunar ainda estaria se solidificando sobre a camada mais externa do magma, muito à maneira como a nata se condensa à superfície do leite quente. Não se sabe se, nessa época, a Lua já estava ligada à Terra: há motivo para pensar que ela se formou como um planeta independente, girando em torno do Sol. O primeiro sinal disso é que nenhum outro planeta tem um satélite proporcionalmente tão grande quanto a Lua. Em segundo lugar, a composição dos dois corpos celestes apresenta diferenças importantes, pois a Lua tem bem menos ferro, por exemplo, do que a Terra.
Outra pista curiosa: a Lua está se afastando a uma taxa de 5 centímetros ao ano. Isso faz pensar que, em algum momento, há cerca de 2 bilhões de anos, ela esteve muito próxima da Terra, talvez a menos de 30 000 quilômetros - menos de um décimo de sua distância atual, de 384 000 quilômetros. Alguns chegam a dizer que a Lua foi efetivamente arrancada do corpo da Terra e ejetada para o espaço, como resultado de uma colisão fantástica com um extinto planeta do porte de Marte.
Cadogam prefere uma outra hipótese. Ele acha mais plausível que a Lua tenha ficado presa a uma órbita da Terra, depois de um quase choque entre os dois corpos. Mas a despeito de todos os fatos e idéias, ainda não se pode descartar a hipótese mais simples: a de que a Lua e a Terra de formaram lado a lado, a partir de uma mesma massa primordial. Os cientistas admitem que estão longe de esclarecer com precisão a complexa natureza dos planetas e esse é um dos mais fortes argumentos em favor do retorno à Lua. Pelo menos é como raciocina um dos mais antigos e persistentes defensores dessa tese, o planetologista americano Wendell Mendell. Se o homem pretende colonizar outros mundos, precisa conhecê-los melhor, e para isso não há lugar mais indicado do que o satélite da Terra. A perspectiva de construir uma base lunar, portanto não depende tanto de verba, diz Mendell. "As dificuldades desaparecerão quando houver uma crença generalizada de que a conquista do espaço é parte do destino da humanidade".

A história, segundo a geografia

Nenhum planeta além da Terra tem um satélite tão grande, em termos relativos. Daí o encanto que se vê no verso da grega Safo, do século VII a.C., sobre a Lua (que ela chama de Silene): "Em torno a Silene esplêndida / os astros / recolhem sua forma lúcida / quando plena ela resplende / alta / argêntea". Mil anos depois, já se mapeavam seus acidentes geográficos que hoje permitem reconstituir a história da Lua. Basta olhar para ela para distinguir as áreas mais antigas: de modo geral, são as mais claras e altas. Muitas delas têm nomes de montanhas terrestres como Cárpatos (Carpathian, no mapa) e Apeninos (Apennines). Elas são a superfície endurecida de um oceano de lava - ou magma - que cobriu a Lua nos primeiros milênios de sua existência. Há 4,2 bilhões de anos, o furioso bombardeio de corpos cadentes abriu crateras de todo tamanho, inclusive as gigantes, que deram origem às planícies escuras, apelidadas de mares. O Mar da Serenidade (Serenitatis) facilmente visível na face lunar, é um dos mais antigos, com cerca de 4 bilhões de anos. Ao lado dele vêm o Mar da Umidade (Humorum), do Mel (Nectaris) e das Chuvas (lmbrium) onde pousou a nave Apolo 15. Mais recentes, com 3,5 bilhões de anos, vêm o Mar da Tranqüilidade (Tranquilitatis) e da Fecundidade (Fecunditatis). Já a cratera Copérnico é bem recente, com menos de 1 bilhão de anos.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Empresa lança capa de revista em quadrinhos falada


Empresa lança capa de revista em quadrinhos falada



Iniciativa foi tomada pela empresa Valiant Entertainment e faz uso de realidade aumentada.

As histórias em quadrinhos são um sucesso já faz muito tempo, e cada evolução trazida pela tecnologia é bem-vinda — pois, normalmente, a qualidade dos desenhos melhora muito. Contudo, a empresa Valiant Entertainment deu um passo um tanto quanto duvidoso: criou uma capa “falada” para a primeira edição da revista “X-O Manowar”.

Na verdade, não foi usada nenhuma tecnologia revolucionária ou inovadora para fazer o personagem falar. Como mostra o vídeo acima, somente é necessário ler um QR Code com o seu celular e colocar o aparelho na posição certa. O resultado não é dos melhores e o efeito acaba não sendo muito bonito.

Fica claro que esta é apenas uma ação de marketing feita para impulsionar as vendas de uma nova história. Portanto, só nos resta esperar pelas próximas novidades e torcer por histórias cada vez mais bem feitas.

Queremos saber a sua opinião: você curtiu a iniciativa?

VEJA O VÍDEO

Fonte: BoingBoing e GizModo

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Cervejaria Becks cria garrafa que toca música como um disco de vinil


Cervejaria Becks cria garrafa que toca música como um disco de vinil



Projeto da divisão artística da empresa resgatou a técnica utilizada por Thomas Edison na criação do fonógrafo.

O alemão Heinrich Beck fundou o que viria a ser a Cervejaria Beck’s na década de 1870, por volta da mesma época em que Thomas Edison, do outro lado do Atlântico, trabalhava na criação do primeiro fonógrafo.

Um século e meio depois, a divisão artística da marca de cerveja, na Nova Zelândia, resolveu unir os dois produtos em um projeto inusitado: a garrafa de cerveja que toca música.

A “Beck’s Edison Bottle” é uma garrafa de vidro que tem música gravada na sua superfície, utilizando a mesma técnica de impressão de sulcos e ranhaduras como conhecíamos no vinil.

VEJA O VÍDEO

A equipe que comandou o projeto percebeu a semelhança de tamanho e forma entre uma garrada de cerveja Beck’s e o cilindro que registrava as músicas do fonógrafo do século 19. Além de desenvolver mecanismos inéditos para gravar músicas na superfície de vidro da garrafa, foi necessário reconstruir um fonógrafo de cilindro, mas com materiais eletrônicos e muito mais modernos do que o aparelho de Edison.

A Garrada de Edison da Beck’s foi apresentada em maio durante um congresso de design na Nova Zelância. A música escolhida para representar o projeto se chama “Here She Comes”, da banda local Ghost Wave. A qualidade sonora produzida pela garrafa agradou aos artistas e também a entusiastas de mídias e tecnologias. Porém, a garrafa de Edison não será comercializada nem reciclada em outros produtos.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

R2-D2 faz participação especial em Star Trek Além da Escuridão


R2-D2 faz participação especial em Star Trek Além da Escuridão



Robôzinho de Star Wars pode ser visto rapidamente em uma cena do último filme da trupe do Capitão Kirk.

No primeiro filme de Star Trek dirigido pelo diretor JJ Abrams, o robô R2-D2 (de Star Wars) já havia aparecido rapidamente em uma cena. Aparentemente, no entanto, isso inaugurou uma nova tradição, uma vez que o personagem foi encontrado novamente em sua sequência, “Star Trek: Além da Escuridão”, que estreou no cinema em junho deste ano.

A confirmação da “participação especial” pôde ser realizada graças ao lançamento dos DVDs e Blu-ray do filme. Basta prestar bastante atenção à marca de 1h17 do longa-metragem, mais precisamente quando a Vengeance dispara contra a Enterprise e alguns membros da tripulação acabam sendo lançados ao espaço juntamente com a criação de Anakin Skywalker. Será que ele volta para o próximo filme da série?

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Caixa fechada de cereal do Super Mario dos anos 90 vai a leilão na internet


Caixa fechada de cereal do Super Mario dos anos 90 vai a leilão na internet



Vendedor está cobrando US$ 450 pelo produto no eBay.

Quanto você estaria disposto a pagar em uma caixa de cereal de 1990? E se fosse uma caixa de cereais em formato dos personagens de Super Mario Bros 3? Pois um vendedor está oferecendo o produto no eBay a qualquer um que esteja disposto a pagar US$ 450 (pouco mais de R$ 1 mil, de acordo com a cotação atual).

Se você tem dinheiro sobrando e está pensando em comprar o cereal pela curiosidade de provar algo tão peculiar, é bom não esperar muita coisa. Mesmo com tantos conservantes, provavelmente comer qualquer coisa de dentro desta caixa depois de todo esse tempo não vai lhe fazer bem.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Mistério você já ouviu falar das crianças com olhos completamente negros


Mistério você já ouviu falar das crianças com olhos completamente negros



Vampiros, seres de outras dimensões ou demônios encarnados.... O que seriam essas figuras que causam pânicos nos internautas de todo o mundo?


As lendas urbanas modernas são amplamente divulgadas pelo poder de dispersão da internet, que muitas vezes acaba trabalhando como uma forma de criação ou de incremento dessas histórias. Se elas se tratam de passagens verdadeiras ou não, realmente não podemos saber ao certo. Mas o fato é que alguns relatos de ocorridos têm chamado muito a atenção dos internautas ao redor do mundo.

Um dos principais tópicos atuais que têm ganhado mais e mais repercussão é justamente aquele que trata das crianças com os olhos completamente negros. Conhecidas no meio americano como BEK (“Black-Eyed Kids” ou “crianças de olhos negros”, em tradução literal), os relatos que mencionam essas entidades são sempre mais ou menos iguais. Ao que parece, alguma pessoa está sozinha em algum lugar fechado (casa, carro ou outro), quando é abordada por uma criança ou adolescente, que pede autorização para poder entrar no local.

Durante esses poucos momentos, o infante tem uma aparência apática e estranha, por assim dizer, e de repente, as pessoas abordadas notam que as crianças estão com os olhos completamente enegrecidos. Logo que isso acontece, quem está do lado de dentro bate a porta, fecha a tranca e fim de história.

Mas o que seria isso?
As descrições desses seres sombrios apontam para crianças aparentando de 6 a 16 anos de idade, com vestimentas pouco cuidadas. As criaturinhas aparecem sempre durante a noite, em frente a alguma porta, pedindo para entrar pelos mais diversos motivos. Vale notar que as vozes desses seres geralmente transmitem monotonia e estranheza. É claro que a característica mais assustadora são os olhos, que são totalmente preenchidos pela cor preta.



De acordo com o site especializado em histórias de horror Snopes, essas crianças podem se tratar de seres de outra dimensão, alguma espécie de extraterrestres ou até mesmo entidades demoníacas possuindo os corpos dos jovens. Por outro lado, o pessoal so site Journal of the Bizarre, dedicado às bizarrices, afirma que a negritude dos olhos pode ser causada por um fenômeno perfeitamente explicável.

Ao que parece, isso ocorre devido a uma dilatação demasiadas das pupilas, chamada “midríase”. Esse mesmo aumento da parte preta dos olhos também ocorre comumente em usuários de drogas muito pesadas, o que poderia contribuir para explicar a apatia notada nas crianças...

Enfim, sejam essas crianças almas perdidas procurando a ajuda de adultos para voltar aos seus caminhos de passagem para a pós-vida ou apenas alienígenas em corpos pequeninos tentando fazer contato com os humanos, fato é que, ao ver os olhos negros, ninguém deixaria que elas entrassem. Ou você deixaria?

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Inseto apresenta mecanismo microscópico que se parece com uma engrenagem


Inseto apresenta mecanismo microscópico que se parece com uma engrenagem



A estrutura – geralmente encontrada em máquinas construídas por mãos humanas – serve para sincronizar as pernas do inseto e melhorar sua performance durante o salto.


Engrenagens são estruturas vastamente utilizadas pelo homem. Desde relógios até motores de carros contam com as rodas denteadas para ajudar no seu funcionamento. No entanto, estudos recentes realizados com um inseto indicam que talvez a natureza tenha sido a verdadeira responsável por criar o mecanismo.

Um novo estudo descobriu que os insetos da espécie Issus coleoptratus são as primeiras criaturas vivas a possuir engrenagens funcionais. As estruturas foram encontradas nas patas traseiras do inseto e servem para sincronizar seus movimentos na hora do pulo.

“Pelo meu conhecimento, essa é a primeira demonstração de engrenagens funcionais em um animal”, declarou Malcolm Burrows, professor emérito de Neurobiologia na Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

Para registrar o funcionamento das engrenagens no corpo do inseto, o pesquisador conseguiu capturar imagens em um vídeo. Conforme o animal se prepara para saltar, é possível ver os dentes da engrenagem se encaixando. Em seguida, o animal impulsiona as patas em um movimento rápido e certeiro, como podemos ver no vídeo (VEJA AQUI).

Pulando em sincronia
Os pesquisadores notaram que cada uma das pernas do inseto apresenta entre 10 e 12 dentes que estão associados ao trocanter – estrutura que corresponde ao espaço entre a coxa e o fêmur. Esse mecanismo já havia sido descoberto e descrito em 1957, mas ninguém provou que as engrenagens seriam estruturas funcionais, afirma Burrows.

As pernas traseiras dos insetos podem ser organizadas de duas maneiras. Os gafanhotos e as pulgas, por exemplo, têm pernas que se movem em planos diferentes nas laterais de seus corpos. Já outros insetos saltadores – como é o caso do Issus – têm pernas que se movem abaixo do corpo em um mesmo plano.



No segundo grupo de insetos, as patas precisam estar firmemente agrupadas. “Se houver uma pequena diferença de tempo entre as pernas, então o corpo do inseto começa a girar”, explica o pesquisador.

As engrenagens sincronizam o movimento das pernas traseiras em até 30 microssegundos de diferença – que é uma velocidade muito superior a que o sistema nervoso consegue alcançar, como já mostraram alguns estudos.

Burrows também notou que às vezes as engrenagens passam nulas umas pela outras, mas quando elas se encaixam, as pernas entram em sincronia. Ao fazer o experimento com um Issus morto, o pesquisador notou que ao puxar uma das pernas do inseto, a outra se estendia rapidamente.


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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Os 10 jogos clássicos do Atari


Os 10 jogos clássicos do Atari

Selecionamos os 10 jogos de Atari que mais curtimos. Sim, a decisão de escolher 10 jogos entre tantos clássicos deste console que marcou gerações é uma tarefa quase impossível, mas, tínhamos que chegar nos mais supimpas.

Acho que chegamos, vocês não acham?

(Deixem suas sugestões nos comentários)



Decathlon


Hero


Pitfal


Keystone Kapers


River Raid


Frostbite


Megamania


Seaquest


Enduro


Moon Patrol



PARA JOGAR ATARI ONLINE:
http://jogosdeatari.com.br/

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Você sabia que morangos podem clarear os dentes naturalmente ?


Você sabia que morangos podem clarear os dentes naturalmente ?



Sabe aquela máxima “tudo o que é bom engorda”? Então, podemos completá-la e dizer que “tudo o que é bom engorda e mancha os dentes”. Afinal, se você parar para pensar por alguns segundos, se lembrará de que café, refrigerante, vinho e alguns doces podem comprometer o visual do seu sorriso.

Mas, se você não acredita muito no poder daqueles cremes e clareadores dentais que prometem dentes brancos e brilhantes em poucas semanas, talvez uma solução mais natural seja ideal para você – morangos. Isso mesmo! Incluir alguns morangos na sua alimentação pode melhorar a sua saúde e, de quebra, deixar seus dentes mais bonitos.

Segundo o Dr. Irwin Smigel, presidente da American Society for Dental Aesthetics, o morango é rico em ácido málico, que é um adstringente natural que remove a descoloração da superfície dos dentes. Para um efeito clareador mais poderoso, você pode misturar morango com bicarbonato de sódio.

Faça em casa
O portal da revista Health explica que basta amassar a fruta até formar uma pasta e misturar bem com o bicarbonato de sódio. Com uma escova macia, aplique a mistura nos dentes e aguarde 5 minutos. Em seguida, escove os dentes normalmente para eliminar o clareador e enxague bem. A revista ressalta que o procedimento deve ser feito, no máximo, uma vez por semana para não danificar o esmalte dos dentes.

Se você já testou ou pretende testar essa técnica, conte-nos o resultado nos comentários.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Estudos descobrem que Ricardo 3º estava infestado por parasitas


Estudos descobrem que Ricardo 3º estava infestado por parasitas


Restos humanos de Ricardo III foram encontrados em vala de estacionamento (Foto: University of Leicester/Antiquity)

Corpo de monarca foi encontrado sob estacionamento no ano passado.
Análises de arqueólogos e geneticistas revelam detalhes do sepultamento.

Ricardo 3º, rei da Inglaterra no século XV, era portador de parasitas intestinais, descobriram cientistas britânicos.


Exames preliminares feitos nos restos mortais do controverso monarca transformado em personagem de uma peça de Shakespeare, encontrados em 2012 em um estacionamento, revelaram a presença de múltiplos ovos de um verme denominado 'Ascaris lumbricoides', causador da ascaridíase, indicaram os cientistas em artigo publicado na revista médica "The Lancet".

A infestação, relacionada à falta de higiene na Idade Média, ainda é frequente em países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), formas graves de ascaridíase causam 60 mil mortes ao ano, principalmente entre crianças.

A contaminação ocorre pela ingestão os ovos, veiculados em legumes e frutas crus sujos com fezes infectadas. Os ovos eclodem no intestino, liberando as larvas, que atravessam a parede intestinal, chegando ao fígado e aos pulmões por via sanguínea e, finalmente, subindo pela garganta, onde são deglutidos e voltam a descer pelo tubo digestivo, onde terminam seu desenvolvimento.

De acordo com os Centros de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o verme adulto pode medir mais de 30 cm e a fêmea põe, aproximadamente, 200.000 ovos por dia.

Estas análises correspondem aos exames preliminares feitos na altura do sacro, região onde se encontram os intestinos, o que permitiu evidenciar esta contaminação.

Estes "resultados mostram que Ricardo estava infectado por vermes, os áscaris", escreveram o doutor Piers Mitchell, do departamento de arqueologia e antropologia da Universidade de Cambridge) e seus colegas da Universidade de Leicester, que não detectaram a presença de outros parasitas, como a tênia, por exemplo, transmitida pela carne mal cozida.

Esta ausência, destacaram os autores, sugerem que a comida do monarca era cozida ao ponto, o que teria evitado a transmissão destes parasitas.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Fukushima detecta nova alta de radiação em torno de seus tanques


Fukushima detecta nova alta de radiação em torno de seus tanques


Tanques de armazenamento na usina nuclear de Fukushima. (Foto: Arquivo / Kyodo News / Via AP Photo)

Tanques armazenam água contaminada.
Em agosto, usina detectou vazamento de 300 toneladas de água radioativa.

A empresa ainda não conseguiu confirmar se estes níveis, detectados em torno das bases das cisternas e de um encanamento, implicam novos vazamentos de água tóxica, já que as leituras de contaminação do solo não indicam rastros disso.



Nesta terça-feira (3/08) , a Tepco apontou para a possibilidade de que a resina utilizada nas juntas destes tanques, ao se degradar por entrar em contato com a água contaminada, esteja propagando esses níveis tão altos.

Em meados de agosto, a empresa detectou um vazamento de cerca de 300 toneladas de água radioativa em um tanque do mesmo bloco.

Todos estes depósitos foram fabricados de maneira rápida e econômica após a fase inicial da crise na usina, para armazenar de maneira urgente a água usada para refrigerar os reatores, que se contamina ao entrar em contato com os núcleos parcialmente fundidos.

Em todos eles, cerca de 350 no total, foi usada resina e fixações metálicas para unir as juntas, em vez de solda, como foi feito com outros mais de 600 depósitos da unidade.

A Tepco reforçou as patrulhas que revisam estes tanques e procura transferir o mais rápido possível a água para outros novos e mais sólidos.

O problema destes depósitos se une ao das milhares de toneladas de água que se acumulam nos porões dos prédios dos reatores, o principal desafio na hora de desmantelar a central, atingida pelo terremoto e tsunami do dia 11 de março de 2011.

Esse acúmulo acontece porque o líquido utilizado para refrigerar os reatores vaza em parte para os porões, ao mesmo tempo em que a água natural do subsolo procedente das áreas próximas penetra também nos edifícios.

Devido a isto, acredita-se que a central verta cerca de 300 toneladas diárias de água radioativa para o oceano Pacífico.

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sábado, 31 de agosto de 2013

Faz 60 anos que a dupla-hélice de DNA foi descoberta


Faz 60 anos que a dupla-hélice de DNA foi descoberta



A estrutura molecular que forma a base de toda a vida do planeta foi observada pela primeira vez em 28 de fevereiro de 1953.

Há exatos 60 anos, em um laboratório da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, dois cientistas fizeram uma descoberta que mudaria a história da ciência. De acordo com uma notícia do The Guardian, em 28 de fevereiro de 1953 o norte-americano James Watson e o britânico Francis Crick descobriram a estrutura molecular que forma os nossos genes e é a base de toda a vida do planeta.

Descoberta histórica
A dupla descobriu a dupla-hélice de DNA — basicamente, um par de filamentos entrelaçados — através da cristalografia de raios X, que eles utilizavam para estudar o interior de células vivas. Os cientistas perceberam que a estrutura que eles observaram podia ser separada e era capaz de se replicar, transmitindo, dessa forma, a informação genética presente em células mais velhas para as mais novas.

Em outras palavras, os dois cientistas haviam descoberto o segredo da vida. O trabalho foi publicado no periódico científico Nature em abril de 1953, e desde então o DNA tem sido uma peça vital para a ciência moderna, permitindo incríveis avanços na área da medicina, criminalística, astrobiologia e arqueologia, para citar algumas.

Contudo, outros dois — e imprescindíveis — cientistas também participaram das pesquisas: a biofísica britânica Rosalind Franklin e o fisiologista neozelandês Maurice Wilkins. E graças ao incrível trabalho realizado pela equipe, Watson, Crick e Wilkins ganharam o prêmio Nobel de Medicina em 1962.

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sábado, 31 de agosto de 2013

Conheça o fósforo diabólico que é difícil de ser apagado


Conheça o fósforo diabólico que é difícil de ser apagado



Palito de fósforo resiste ao vento, à água, pode até ser enterrado e mesmo assim continua aceso.



Esse palito de fósforo é coisa do demônio. Chamado de “Stormproof Matches”, ele resiste a qualquer intempérie que normalmente apagaria um palito de fósforo comum. O produto simplesmente continua queimando mesmo embaixo d’água ou em ambiente sem oxigênio.

O “Stormproof Matches” é fácil de acender, mas difícil de apagar. O palito queima por completo em 15 segundos, e não adianta pisar em cima dele ou assoprar para interromper a chama.

No vídeo abaixo, há uma série de testes e demonstrações da resistência desse palito de fósforo do capeta. Nem enterrado o maldito apaga! Será que esse é um item seguro para você acender o fogão em casa?

VÍDEO - Stormproof Matches

O “Stormproof Matches” foi desenvolvido para fazer parte de kits de acampamento e emergência, quando é vital que os palitos de fósforos funcionem independente da condição climática.

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sábado, 31 de agosto de 2013

Gênio entra na universidade aos 11 anos


Gênio entra na universidade aos 11 anos



Carson já lia vorazmente livros aos dois anos de idade e entrou no ensino médio aos cinco.



Você se acha o sabidão porque conseguiu entrar na universidade aos 17 anos? Pois saiba que tem muito garotinho por aí passando marmanjo para trás no que diz respeito aos estudos. Pelo menos é que o aconteceu lá nos Estados Unidos, onde um pequeno geniozinho de 11 anos de idade entrou na Universidade no estado do Texas.

Carson Huey-You é o mais jovem estudante da história a ingressar na Texas Christian University e os anseios do garoto não são nada pequenos. Ele pretende se tornar um físico quântico e, para isso, está assistindo a aulas de cálculo, física, história e religião em seu primeiro semestre. Além disso, ele já fala Mandarim e toca Beethoven no piano.

Desde muito, mas muito novo mesmo, Carson já dava sinais de sua inteligência extrema. Segundo divulgado no Huffington Post, aos dois anos de idade, ele já devorava diversos livros e ingressou no ensino médio aos cinco anos. Se ele continuar nesse ritmo, poderá alcançar seu objetivo de doutorado antes mesmo dos vinte anos de idade.

Além de Carson, a família dele tem outro prodígio. Cannan, o irmão de sete anos de idade, já está fazendo trabalho escolar no nível da oitava série do ensino norte-americano (referente a estudantes com idade entre 13 e 14 anos).

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sábado, 31 de agosto de 2013

Trombeta apocalíptica - Som sinistro é escutado novamente ao redor do mundo


Trombeta apocalíptica - Som sinistro é escutado novamente ao redor do mundo


Não que isso seja muito lógico, mas, seria isso um dos prelúdios para o final dos tempos?



Kimberly Wookey , uma moradora de Terrace, na Columbia Britânica (Canadá), acordou cedo na quinta-feira de manhã e foi surpreendida por um barulho estranhíssimo proveniente dos céus sobre sua casa. A moça resolveu registrar o fenômeno com uma câmera de vídeo, no qual podemos conferir o som — que soa como uma espécie de trombeta extremamente sinistra.

Acontece que a senhora Wookey já havia presenciado esse mesmo fenômeno no último mês de junho, mas ela afirma que desta vez os sons estavam sendo emitidos com intensidade muito maior. O filho de sete anos da mulher também estava presente no momento, e conseguiu ouvir os barulhos mesmo estando dentro da sala de estar da família. O garoto ficou realmente muito apavorado, conta Kimberly.

VEJA O VÍDEO COM O REGISTRO DO SOM

Após postar o que gravou na internet, a moradora de Terrace descobriu que o fenômeno é assustadoramente mais comum do que ela poderia imaginar. Em meados de janeiro do ano passado, esse mesmo som foi ouvido em várias partes do mundo, sem que ninguém conseguisse descobrir a origem desse sinistro barulho.

É claro que algumas pessoas juram que essas gravações não passam de falsificações feitas por charlatões, que usaram exatamente o efeito sonoro de uma cena do filme Red State (que você pode conferir clicando aqui). Se esse fenômeno é real ou não, ninguém pode afirmar ao certo ainda. No entanto, assistir ao vídeo é no mínimo “incômodo”, você não concorda?

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sábado, 31 de agosto de 2013

Teletransporte humano levaria uma eternidade para ser finalizado


Teletransporte humano levaria uma eternidade para ser finalizado



Transferência dos dados relacionados ao DNA de uma única pessoa demoraria um tempo 350 mil vezes maior ao da existência do universo.



Embora pesquisadores já consigam teletransportar objetos em escala nanométrica, a tecnologia ainda pode ser considerada mais pertencente à ficção científica do que à realidade. No entanto, isso não impediu que estudantes da Universidade de Leicester decidissem calcular quanto tempo levaria para transportar um humano de um lugar a outro usando os métodos e estudos disponíveis atualmente.

Para isso, eles estabeleceram que a viagem seria feita de um ponto da Terra até uma área na órbita do planeta acima do local de origem determinado. O processo levou em consideração o fato de que, para que o transporte fosse realizado com sucesso, seria preciso transformar todo o DNA de uma pessoa em dados de computador e em seguida enviá-los para o lugar desejado.



Levando em consideração o uso de uma banda de 30 GHz, os pesquisadores chegaram à conclusão de que seria preciso nada menos que 4.85×1015 anos para que o processo fosse finalizado. Na prática, isso significa que o processo levaria um tempo 350 mil vezes maior do que o tempo de existência do universo, calculado atualmente em 14 bilhões de anos.

Assim, o teleporte também poderia ser batizado como “raio da morte”, já que durante todo esse tempo o planeta teria sofrido mudanças substanciais, se não tivesse sido destruído nesse intervalo. Além disso, é difícil pensar em um equipamento capaz de reter dados durante um período tão prolongado, o que significa que provavelmente o processo de transporte nunca chegaria ao fim.

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sábado, 31 de agosto de 2013

Elenco de Escola de Rock se reúne 10 anos depois


Elenco de Escola de Rock se reúne 10 anos depois



Após o sucesso estratosférico do filme, alguns seguiram a carreira de ator, outros foram para a música ou ainda para as relações públicas. O grupo aproveitou a ocasião para relembrar algumas músicas.



Impossível não se lembrar de “Escola de Rock” (School of Rock, no original), cuja sinopse trazia uma dose maciça do nonsense divertido tipicamente associado a blockbusters hollywoodianos — roqueiro decadente se passa por professor substituto para revolucionar os métodos de aprendizado utilizando a “magia” do rock. Bem, mas por onde anda o elenco da película hoje, 10 anos depois? Um evento recente ajudou a responder a questão.



O grupo de atores capitaneados por Jack Black se encontrou com o ator recentemente em Austin (Texas, EUA), a fim de relembrar os velhos tempos — em uma espécie de reencontro colegial do showbiz. Além de trocar figurinhas, a trupe ainda aproveitou a ocasião para destilar algum rock ‘n’ roll — incluindo a música composta exclusivamente para o longa, naturalmente.

As imagens foram registradas e postadas no Instagram por Miranda Cosgrove, atriz que interpretou a “burocratazinha” Summer "Tinkerbell" Hathaway, a empresária da banda.



Miranda é também uma das poucas do grupo a ter seguido pelo caminho dourado do cinema. Joey Gaydos Jr. (Zack), por exemplo, que já tocava guitarra na época, seguiu pela música, enquanto que Caitlin Hale (Marta) se tornou relações públicas e ativista por alimentos sem glúten. “Escola de Rock” foi lançado em 2003 e lucrou US$ 131,3 milhões pelos cinemas ao redor do globo.

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Chinesa afirma ser a mulher mais velha do mundo aos 127 anos


Chinesa afirma ser a mulher mais velha do mundo aos 127 anos


Alimihan Seyiti, ao que tudo indica, nasceu em 1886. Ela espera por uma confirmação oficial para receber o título.



Você sabe quem é a mulher mais velha do mundo? Uma chinesa chamada Alimihan Seyiti afirma ter 127 e, se a idade for comprovada, ela poderá receber o título pelo Livro dos Recordes. A Sociedade Geriátrica da China já confirmou a idade de Seyiti já que, ao que tudo indica, ela nasceu no dia 25 de junho de 1886, ainda durante a Dinastia Qing. O título foi requerido depois que Luo Meizhen, nascida em 1885, morreu em junho deste ano.

E o que é que a maioria das pessoas perguntaria a alguém que pode ter quase 130 anos? É lógico que a grande curiosidade gira em torno dos truques para ter uma longa vida e, nesse sentido, Seyiti parece ser uma mulher de poucos segredos: ela afirma que tomou muita água gelada – o que não é muito comum em sua cultura – e sempre lavou muito bem seu rosto.

História



Os familiares da chinesa afirmam que ela sempre foi uma mulher muito bonita e cuidadosa. A própria Seyiti, em declaração publicada no jornal The Irish Times, afirma que já teve muitos pretendentes quando era jovem.

Seyiti orgulha-se quando afirma que ainda faz compras, passeia e visita amigos sem precisar de ajuda. Entre seus passatempos estão também contar piadas e cantar algumas músicas de amor, tradicionais na cultura Uigur, à qual pertence. Durante sua vida, ela adotou um casal de filhos e hoje, entre netos e bisnetos, a família já conta com mais 40 membros.

Sua longevidade é motivo de orgulho também para o município de Shule, onde ela vive. O local, que abriga menos de 300 mil habitantes, tem oito pessoas centenárias, e será nomeado, em outubro deste ano, um dos grandes locais de longevidade da China. Até lá, dona Alimihan vai ter que esperar pelo título de mais velha de todas.

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

AS PRIMEIRAS MANCHETES DAS DÉCADAS DE 70 A 2010


AS PRIMEIRAS MANCHETES DAS DÉCADAS DE 70 A 2010



1970- 02 de Janeiro de 1970



1980- 02 de Janeiro de 1980



1990- 01 de Janeiro de 1990



2000- 01 de Janeiro de 2000



2010- 01 de Janeiro de 2010



2013- 01 de Janeiro de 2013



AGORA DÉCADAS ANO A ANO

1930:



1940:



1950:



1960:



1970:



1980:



1990:



2000:



2010:



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sábado, 17 de agosto de 2013

O cereal matinal que você come até hoje era feito por canhões


O cereal matinal que você come até hoje era feito por canhões



Afinal, transformar milho em um floco fino e crocante não devia ser uma tarefa assim tão fácil...

Você provavelmente sabe que aquele cereal matinal, que você come com leite, vem do milho; mas como, afinal, um grão de milho se transforma em um floco fino e crocante? Aparentemente, se você for um bom observador, a matéria-prima não se parece muito com a versão final, não é mesmo?



O uso de canhões tem a ver com a maneira como você se alimenta hoje, já que muitos produtos encontrados em pacotinhos e prontos para comer surgiram a partir de um processo de aquecimento e pressurização em canhões, com a intenção de que esses alimentos literalmente explodissem. O que você come é, basicamente, resultado da explosão de um canhão.


Técnica


Essa técnica explosiva começou a ser aplicada em alimentos como arroz, trigo, milho, lentilhas e afins. É lógico que o processo atual não é feito com canhões, já que a tecnologia usada para a produção de alimentos é cada vez mais requintada. Mas, caso você tenha ficado curioso para saber como eram esses canhões antigos, fique tranquilo, pois um desses equipamentos, que já pertenceu à patente Kellogg, ainda existe.

Aí entra um cara chamado Dave Arnold, fundador do Museu da Comida e da Bebida, em Nova York. Ele pretende matar esse tipo de curiosidade e contar às pessoas um pouco mais a respeito da história da comida que consomem. Arnold e sua equipe reativaram o canhão que explodia milho e você pode ver o resultado no vídeo a seguir. Depois, como sempre, conte para a gente o que achou.

VÍDEO COM CANHÃO DE CEREAIS

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sábado, 17 de agosto de 2013

Chineses fazem 'acupuntura' com abelhas para tratar artrite e câncer


Chineses fazem 'acupuntura' com abelhas para tratar artrite e câncer


Homem faz careta antes de receber picada de abelha administrada por profissional da medicina tradicional chinesa em clínica de acupuntura nos arredores de Pequim (Foto: Ed Jones/AFP)

Nova aposta da medicina tradicional chinesa é feita em clínicas do país.
Mais de 27 mil pessoas já aderiram à dolorosa técnica, segundo AFP.



Uma nova aposta da medicina tradicional chinesa é fazer "acupuntura" com picadas de abelhas, no lugar das agulhas. Mais de 27 mil pessoas no país já aderiram à dolorosa técnica, segundo a agência de notícias France Presse.

O tratamento é procurado para tratar ou evitar problemas sérios, como artrite e até câncer. Cada sessão inclui dezenas de perfurações na pele, pelos ferrões dos insetos.
Nas imagens acima e abaixo, aparecem pacientes atendidos na clínica Wang Menglin, nos arredores de Pequim, no início de agosto.


Profissional da medicina tradicional chinesa mostra abelha usada em nova 'acupuntura' (Foto: Ed Jones/AFP)


Paciente recebe picada de abelha no pé esquerdo, em clínica situada perto de Pequim (Foto: Ed Jones/AFP)


Detalhe do pé de paciente 'perfurado' por ferrão de abelha em sessão de 'acupuntura' (Foto: Ed Jones/AFP)



Médico seleciona abelhas usadas para aliviar ou evitar dor em pacientes (Foto: Ed Jones/AFP)


Abelhas são usadas para tratar problemas de saúde graves, como artrite e até câncer (Foto: Ed Jones/AFP)

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Museu dos EUA reúne exposição com 'obras toscas'


Museu dos EUA reúne exposição com 'obras toscas'


À direita a obra 'Mana Lisa' exposta no museu e à esquerda a obra Hollywood Lips (Foto: Reprodução/Museum of Bad Art)

Local em Boston abriga obras de 'artistas anônimos'.
Segundo os donos, quanto pior a obra, melhor.

Um museu de Boston, nos Estados Unidos, tem um conceito de arte "diferente" - reúne apenas obras de artistas anônimos. O museu de "Bad Art" diz que só aceita trabalhos sinceros e originais de pessoas comuns, "que queriam comunicar algo para o espectador".

O museu é encarado como o lar de centenas de obras de arte que deram errado - mas que agora são vistos por milhares de visitantes. A exposição do saguão, por conta do grande sucesso, recebe diariamente centenas de inscrições de "artistas" por mês que querem compartilhar suas obras, mas apenas as piores são penduradas nas paredes da galeria.

Entre as mais novas peças da coleção, é possível encontrar desde um homem nu coçando sua axila, uma Mona Lisa transexual e uma pintura feita a óleo de um peixe morto.
De acordo com o jornal "Daily News", o negociante de antiguidades Scott Wilson fundou o museu com seu amigo Jerry Reilly depois de encontrar uma peça de arte em uma lata de lixo, chamada de "Lucy in the Field with Flowers" e perceber que era "tão ruim que se transformava em algo bom".

A dupla gostou da ideia e também começou a recolher "trabalhos auxiliares de arte" que nunca iriam ser colocados em uma galeria tradicional. Várias pessoas se interessaram pela ideia e os dois começaram a expor as "obras toscas" em um espaço doado.
Louise Reilly Sacco, diretor-executivo do museu, disse: "Somos a primeira instituição a coletar, exibir e celebrar estas obras que de outra forma nunca teriam recebido o reconhecimento que merecem. Fazemos isso de forma respeitosa com os artistas".

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

EUA quer voltar a Lua até 2022


EUA quer voltar a Lua até 2022



Congressistas norte-americanos apresentaram projeto de lei que visa encontrar meios da NASA promover o retorno do homem ao satélite natural da Terra até 2022.

Um grupo de congressistas norte-americanos que reclama a liderança dos EUA no espaço, apresentou um projeto de lei para retorno do homem à Lua até 2022, para promover o comércio, exploração e a ciência.

O deputado republicano pela Flórida, Bill Posey, apresentou o projeto de lei H.R. 1641 “Reafirmando a liderança dos EUA no Espaço”, que está disponível para consulta pública no site do congresso.

O texto do projeto de lei, apelidado de “projeto de lei para voltar à Lua”, diz que a NASA deve retornar ao satélite natural da Terra até 2022 e desenvolver uma presença humana ali.

Os legisladores veem esta plataforma como uma forma de promover o comércio e ciência e um trampolim para a exploração de Marte e outros planetas, além é claro de garantir gordos lucros para as empresas que representam.

Os co-patrocinadores do projeto foram o congressista republicano de Utah, Rob Bishop, a democrata do Texas, Sheila Jackson-Lee, o republicano do Texas Pete Olson, e o republicano pela Virginia, Frank Wolf, que também é presidente da subcomissão atribuições do Comércio, da Justiça e da Ciência. Todos representam estados com interesses econômicos na indústria espacial.

O presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu pôr fim em 2009 ao programa Constellation, o plano da NASA de ir à Lua, depois que uma comissão independente avisou que precisaria de um orçamento suplementar de 55 bilhões de dólares.

O programa Constellation foi anunciado em 2004 pelo presidente George W. Bush com a ideia de iniciar os preparativos para o retorno da Lua em 2020.

A partir dessa década, a Lua deve, como inicialmente previsto, ser usada como uma plataforma para missões a Marte.

No entanto, os planos de Bush para a sua visão do que deveria ser a exploração espacial nas próximas décadas, não conseguiram estabelecer um orçamento definido, segundo a comissão Augustine.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Artista usa cédulas antigas da ex-União Soviética para criar obras


Artista usa cédulas antigas da ex-União Soviética para criar obras


Artista Igor Arinich criou quadros usando cédulas antigas da ex-União Soviética (Foto: Vasily Fedosenko/Reuters)

Igor Arinich usa entre 500 e 3 mil cédulas em cada obra.
Ele compra notas antigas e passa várias meses criando suas tela.

O artista Igor Arinich criou quadros usando cédulas antigas da ex-União Soviética. Arinich, que mora em Minsk, capital de Belarus, compra notas antigas e passa várias meses criando suas telas. Ele contou que usa entre 500 e 3 mil cédulas em cada obra.


Artista Igor Arinich criou quadros usando cédulas antigas da ex-União Soviética (Foto: Vasily Fedosenko/Reuters)


Ele compra notas antigas e passa várias meses criando suas telas (Foto: Vasily Fedosenko/Reuters)

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Nasa desiste de restabelecer pleno funcionamento do telescópio Kepler


Nasa desiste de restabelecer pleno funcionamento do telescópio Kepler


Ilustração mostra o telescópio espacial Kepler (Foto: Nasa)

Equipamento teve problemas em duas rodas que proporcionavam precisão.
Cientistas buscam nova função para satélite que descobriu 135 planetas.

A agência espacial americana, Nasa, anunciou nesta quinta-feira (15) que desistiu das tentativas de restabelecer o pleno funcionamento do telescópio espacial Kepler, que teve problemas em duas de quatro rodas que dão estabilidade e precisão ao equipamento. Como nos giroscópios, essas rodas têm alta rotação, o que pode gerar desgaste.

A primeira parou de funcionar em julho de 2012 e a segunda, em maio deste ano. Os engenheiros espaciais tentaram fazer pelo menos uma delas funcionar, pois três é o mínimo necessário para que o telescópio consiga operar da maneira ideal.

O Kepler terminou sua missão principal em novembro do ano passado, e agora trabalhava numa missão adicional estendida de mais quatro anos. Os especialistas da Nasa estão analisando qual outra função o equipamento pode executar com apenas duas das rodas, para que não fique inutilizado.

A missão de Kepler teve início em março de 2009 e seu principal objetivo era detectar exoplanetas rochosos na zona habitável de suas estrelas hospedeiras. A zona habitável de uma estrela é a região onde a quantidade de radiação emitida permite que a temperatura no planeta se mantenha em níveis para que a água exista em estado líquido.

Ou seja, nem muito próximo da estrela para que seja quente demais e a água evapore, nem distante demais para que a água se congele. As dimensões dessa zona dependem muito do tipo da estrela. Os dados enviados pelo satélite para a Terra permitiram, até o momento, confirmar a existência de 135 planetas fora do sistema Solar.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Descoberto novo mamífero da família dos guaxinins na América do Sul


Descoberto novo mamífero da família dos guaxinins na América do Sul


Olinguito é nova espécie de mamífero encontrada na América do Sul (Foto: Mark Gurney/Divulgação)

Bicho parece 'cruzamento de gato com urso de pelúcia', diz instituição.
Há 35 anos, animal carnívoro não era descoberto no Hemisfério Ocidental.



Artigo publicado no jornal científico “Zookeys” nesta quinta-feira (15) aponta a descoberta de uma nova espécie animal, o olinguito. Cientistas do Instituto Smithsonian, de Washington, afirmam que este é o primeiro mamífero da ordem Carnivora descoberto no
Hemisfério Ocidental em 35 anos. Em nota, a instituição afirma que o bicho parece um cruzamento de "gato doméstico com urso de pelúcia".
O olinguito (Bassaricyon neblina) pertence à mesma família dos guaxinins, olingos e quatis, e pode ser encontrado na Colômbia e no Peru. O mamífero tem pelo marrom alaranjado, hábitos noturnos e gestação de um filhote por vez. Ele pertence à ordem Carnivora, mas sua principal fonte de alimen tação são as frutas.

“A descoberta do olinguito mostra que o mundo ainda não está completamente explorado e seus segredos ainda não foram revelados”, diz Kristofer Helgen, líder da pesquisa que durou aproximadamente dez anos.

Os cientistas também comentam que a descoberta não era o objetivo original do trabalho, que pretendia enumerar todas as espécies de olingo existentes no mundo. Pesquisas em catálogos de museus e testes de DNA mostraram que o olinguito tem crânio e dentes menores que os olingos, além de habitar uma área diferente.

A constatação foi seguida de uma expedição de três semanas à América do Sul para descobrir se o novo mamífero ainda existe na natureza. Os olinguitos foram encontrados nas chamadas florestas nubladas, próximas aos Andes, e os pesquisadores preocuparam-se em prestar atenção a todos os detalhes do comportamento e do habitat do animal em busca de informações sobre a espécie.


Espécie da família dos guaxinins tem hábitos noturnos (Foto: Poglayen-Neuwall/Divulgação)

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

ETs teriam respondido uma mensagem da Terra na década de 80


ETs teriam respondido uma mensagem da Terra na década de 80


Escritor afirma que um astrônomo do programa americano relatou o caso inacreditável de contato extraterrestre em uma das luas de Júpiter.

A ficção e a imaginação insistem em caracterizar os alienígenas como serem ameaçadores e malignos, talvez fruto da incerteza e do medo sobre a existência de outro tipo de ser inteligente no universo. Afinal, será que estamos sozinhos? Ou existe outra forma de vida tão complexa quanto a nossa?



O escritor britânico Rupert Matthews é um desses pesquisadores malucos que adoram um bom mistério e não têm receio de escrever sobre os assuntos mais polêmicos que desafiam a lógica, a fé e a razão da humanidade. Com uma lista extensa de livros publicados sobre os mais diferentes temas, Matthews aborda a questão de contatos extraterrestres em uma coleção de textos.

No livro “Alien Encounters: True-Life Stories of Aliens, UFOs and Other Extra-Terrestrial Phenomena”, o autor relata um caso surpreendente que teria acontecido na década de 80 durante o governo do presidente americano Ronald Reagan.

E.T. phone home
De acordo com Matthews, um astrônomo da NASA, a Agência Espacial Americana, a serviço do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), órgão de vigilância por vida extraterrestre, teria testemunhado o contato realizado por mensagens de rádio com uma forma inteligente de vida em uma das luas de Júpiter.

Os astrônomos do SETI detectaram um sinal vindo de Ganimedes, por um breve período de tempo, o que seria um indício de que os extraterrestres estavam ali de passagem. A mensagem teria sido analisada por computadores da época, mas nunca chegou a ser decifrada.

Como o evento não poderia ficar sem uma resposta, o então presidente americano Ronald Reagan foi informado sobre a ocorrência e decidiu enviar uma mensagem, esta em código Morse, para o mesmo ponto da lua de Júpiter em que o sinal de rádio foi detectado.

Fica na tua!
O conteúdo enviado da Terra dizia então: “Recebemos o seu sinal, mas não o entendemos. Por favor, reenvie usando esta linguagem e este código de transmissão”. Por dias e semanas os astrônomos esperaram uma resposta de Ganimedes, até que cerca de um mês e meio depois a equipe recebeu um novo sinal, do mesmo local, em código morse.

A mensagem enviada pelos ETs, de acordo com Matthews, dizia: “Nós não estamos falando com vocês”. É a ironia suprema para os terráqueos: tão preocupados em encontrar outra forma de vida no espaço, fomos jocosamente ignorados em código morse.

Quem disse que os alienígenas não sabem ser engraçadinhos e bem-humorados também? Pelo visto eles não estão nada interessados na Terra, ou estão ocupados demais se comunicando com outros seres, talvez até mais inteligentes do que nós. Imagina só o tamanho do bico do presidente Reagan quando recebeu a mensagem! Em tempos de emoticon, ele poderia enviar um “sad face” em resposta.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Gigantesco pentagrama é encontrado no Cazaquistão


Gigantesco pentagrama é encontrado no Cazaquistão



Desenho do círculo com a estrela aparece nítido em imagem do Google Earth.

Muito se fala de símbolos supostamente gravados por seres de outros planetas. Depois de ver a imagem acima no Google Earth, muita gente acreditou que esse seria mais um misterioso caso de uma visitinha dos ETs ou alguma outra ação bastante estranha.


Esta imagem de um gigantesco pentagrama foi encontrada em uma região remota do Cazaquistão, nas estepes da Ásia Central. O curioso desenho do círculo com a estrela de cinco pontas dentro está gravado na superfície do solo do local e gerou muitas especulações nos últimos dias, podendo ser visto no Google Earth. Entretanto, uma arqueóloga revelou qual é a fonte da misteriosa estrutura.

Lugar estratégico
O imenso pentagrama, medindo 366 metros de diâmetro, está localizado na margem sul do lago Tobol e quase não há outros sinais de ocupação humana na área, sendo que a cidade mais próxima é Lisakovsk, que fica cerca de 20 quilômetros dali.

A curiosidade em torno do desenho registrado se tornou ainda mais enigmática para muita gente que acompanhou o caso, pois a região está repleta de ruínas arqueológicas, como assentamentos da Idade do Bronze e cemitérios antigos. Apesar disso, a explicação estava bem longe dessas influências.

Relação com o significado?


Naturalmente, muitos comentários na internet já relacionaram o local como um ponto de adoração ao diabo, seitas religiosas ou habitantes do submundo, pois o pentagrama é um símbolo antigo utilizado por muitas culturas e grupos religiosos — que não eram satanistas, no caso. Ele foi adotado pelos mesopotâmicos, pitagóricos (seguidores de Pitágoras, o matemático grego antigo), cristãos, maçons e Wiccas.

Para piorar, alguns visitantes engraçadinhos anteriores no Google Maps marcaram dois lugares destacados na estrela como Adam e Lúcifer, este último que é um dos nomes associados do diabo. Mas tudo foi esclarecido pela arqueóloga do Cazaquistão, Emma Usmanova, que explicou que o desenho nada mais é do que um parque antigo, que foi construído na era de domínio soviético, por isso a estrela.

Parque da estrela
A arqueóloga disse que o contorno era de um parque feito sob a forma de uma estrela, que era um símbolo popular durante a era soviética — o Cazaquistão fazia parte da antiga União Soviética até sua dissolução em 1991.

Vários comentários de internautas em vários sites disseram que a forma de estrela foi um local abandonado de um acampamento à beira do lago da era soviética. O pentagrama é marcado por estradas que estão agora alinhadas com árvores. A arqueóloga explicou que isso torna a estrela forma ainda mais visível em fotos aéreas. Ainda assim, é bastante estranho, não acham?

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

4 ideias científicas que todo mundo deveria conhecer


4 ideias científicas que todo mundo deveria conhecer



Saiba um pouco mais sobre alguns princípios e teorias interessantes que ajudam a explicar o universo que nos rodeia.

Ao longo da História, cientistas de todo o mundo desenvolveram leis e teorias científicas com o objetivo de nos ajudar a compreender melhor o mundo que nos rodeia. Algumas dessas ideais acabaram sendo derrubadas, outras melhoradas, mas a verdade é que vários desses princípios resistiram ao tempo e continuam por aí, e é importante que todo mundo saiba pelo menos um pouquinho sobre eles.

O pessoal do site how stuff works publicou uma interessante lista de leis e teorias científicas que todo mundo deveria conhecer — ou pelo menos entender a ideia geral —, mesmo que você não tenha planos de se aventurar pelas áreas da física quântica ou da cosmologia. Confira quatro dessas ideias a seguir:

1 – Teoria da Evolução e Seleção Natural


Eis uma teoria que, apesar de ter sido apresentada no século 19, até hoje provoca discussões. Mas deixando a briga entre criacionistas e evolucionistas de lado, de acordo com a maioria dos cientistas, todos os seres vivos que habitam a Terra são descendentes de um ancestral comum. No entanto, para que a gigantesca variedade de organismos existentes pudesse existir, alguns desses seres tiveram que evoluir na forma de espécies diferentes.

Segundo a teoria, essa evolução ocorreu através de mecanismos como as mutações genéticas, que fizeram surgir algumas características novas em organismos da mesma espécie. Assim, as diferenciações que ofereciam maiores chances de sobrevivência a determinada criatura passaram a prevalecer — ou seja, ocorria a “seleção natural” — sobre as demais, eliminando do ambiente as espécies menos adaptadas.

2 – Lei da Gravitação Universal


Apesar de nem pensarmos sobre esta lei, quando ela foi proposta por Isaac Newton há mais de 300 anos, ela causou uma verdadeira revolução. A ideia, basicamente, é entre dois ou mais corpos sempre existirá uma força de atração entre eles — a famosa gravidade —, que é diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado de suas distâncias, sempre dirigidas na direção e sentido de seus centros.

Essa lei explica o porquê de os gases quentes das estrelas se mantêm juntos a ela em vez de se dissiparem pelo Universo, e de os planetas permanecerem em suas órbitas. Além disso, a Lei da Gravitação Universal é especialmente útil hoje em dia quando precisamos enviar satélites para orbitar ao redor da Terra, por exemplo.


3 – Teoria Geral da Relatividade


Formulada pelo genial Albert Einstein, a Teoria Geral da Relatividade simplesmente mudou a forma como entendemos o Universo, ao apresentar a ideia de que o espaço e o tempo não são absolutos, e que a gravidade não é apenas uma força aplicada a uma determinada massa ou objeto. Em vez disso, segundo Einstein, qualquer massa tem o poder de curvar o espaço-tempo. Mas, como entender essa maluquice?

Imagine que você está dentro de uma nave espacial orbitando a Terra. Embora pareça que você está viajando em uma linha reta através do espaço, a verdade é que a gravidade do nosso planeta está curvando o espaço-tempo ao redor do foguete, fazendo com que você se desloque para frente e pareça orbitar a Terra. Mas, além de curvar o espaço, a massa do nosso planeta também faz com a distância seja mais curta e o tempo mais longo.

Assim, a Teoria Geral da Relatividade conclui que tanto o tempo como o espaço são elásticos e se encontram interligados, e que qualquer massa ou velocidade de um corpo tem influência sobre ambos (espaço-tempo), alterando a passagem do tempo ou a distância entre os corpos.

4 – Princípio da Incerteza de Heisenberg


A teoria de Einstein nos ajudou a entender o Universo trazendo a ideia de o espaço e o tempo são flexíveis. Com essa ideia em mente, Werner Heisenberg concluiu que era impossível conhecer com certeza duas propriedades de uma partícula simultaneamente, ou seja, considerando um elétron como exemplo, se pudermos medir qual é a sua posição no espaço, não poderemos saber qual foi a velocidade alcançada por essa partícula.

No entanto, segundo a teoria quântica, os elétrons e a maioria das partículas subatômicas se comportam como partícula e onda ao mesmo tempo. Portanto, se medirmos a posição de um elétron, estamos tratando esse elemento como uma partícula localizada em um ponto específico no espaço, com um comprimento de onda incerto.

Contudo, se medimos essa partícula como sendo uma onda, poderemos determinar sua amplitude, mas não a sua localização. Esse princípio se chama dualidade partícula-onda, e foi apresentado por Niels Bohr — um dos “coleguinhas” de Einstein — algum tempo depois, ajudando a explicar o Princípio da Incerteza de Heisenberg.

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Problemas no banheiro? Você pode estar fazendo o número 2 da forma errada


Problemas no banheiro? Você pode estar fazendo o número 2 da forma errada



Empresa norte-americana lança banquinho que faz com que o corpo adote a posição certa no trono.


Embora nós, ocidentais, saibamos exatamente o que fazer quando chegamos ao banheiro e nos deparamos com o troninho, segundo alguns pesquisadores, pelo menos no que se refere ao “número 2”, a verdade é que estamos despachando o conteúdo dos nossos intestinos da forma errada. Isso mesmo! Não fazemos cocô na posição certa, ou seja, de cócoras, e isso poderia ser a causa de diversos males que afligem a sociedade moderna.



Vários estudos apontaram que o corpo humano foi “projetado” para defecar de cócoras, já que essa postura favorece o trânsito das fezes e exige menos esforço físico. Por outro lado, os vasos sanitários como conhecemos, apesar de oferecerem mais conforto — e de terem se transformado em sinônimo de civilidade —, fazem com que o nosso corpo fique em um ângulo que, no fim das contas, nos obriga a fazer mais força e dificulta a tarefa de... você sabe!

Posição certa


A consequência disso foi o surgimento de problemas intestinais como a constipação e as hemorroidas, além de uma maior incidência de doenças como o câncer de cólon. Assim, com base nesses estudos, uma empresa norte-americana — a squatty potty — decidiu criar uma espécie de banquinho para ser colocado junto ao vaso sanitário, fazendo com que o nosso corpo fique na posição adequada.

Essa estrutura funciona como um apoio elevado para os pés que, por sua vez, faz com que as pernas fiquem no ângulo certo — de 35 graus, de acordo com o fabricante — e o corpo adote a postura de cócoras. Tudo isso sem que seja necessário fazer mudanças drásticas no nosso estilo de vida nem reformas mirabolantes nos banheiros para converter os vasos sanitários modernos nos buracos no chão de antigamente.

A squatty potty desenvolveu três modelos de banquinhos cujos valores vão de US$ 30 a US$ 80 (cerca de R$ 70 e R$ 185, respectivamente), e podem ser adquiridos através do site da companhia. E você, leitor, sabia que faz o “número 2” do jeito errado?

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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cripta centenária é aberta na tentativa de identificar modelo da 'Mona Lisa'


Cripta centenária é aberta na tentativa de identificar modelo da 'Mona Lisa'


O historiador Silvano Vicenti e o geólogo Antonio Moretti (baixo) exploram o subsolo da basílica Santissima Annunziata, em Florença, Itália. Eles tentam identificar restos mortais de descendentes de Lisa Gherardini, suposta Mona Lisa de Leonardo Da Vinci. (Foto: Michele Barbero/AP e Stefano Rellandini/Reuters)

Cientistas estão à procura de restos de descendentes de Lisa Gherardini.
Eles acreditam que Lisa pode ter sido a modelo do quadro de Da Vinci.



Pesquisadores abriram uma cripta centenária em uma igreja de Florença, na Itália, para procurar amostras que poderão ajudar na identificação dos restos de Lisa Gherardini, que possivelmente foi a modelo que posou para que Leonardo da Vinci pintasse a “Mona Lisa”.

Os cientistas liderados por Silvano Vicenti fizeram um buraco para entrar na cripta do comerciante Francesco del Giocondo, o marido de Lisa Gherardini. Ali eles esperam encontrar restos de algum descendente dela - seu filho Piero, por exemplo.

Vicenti e sua equipe querem comparar o DNA desses restos mortais com os de três mulheres que estavam sepultadas num convento abandonado perto dali, onde se acredita que Lisa tenha passado seus últimos dias.

Se o DNA de alguma das três “bater” com o da amostra retirada da cripa da família de Giocondo, Lisa estará identificada, acredita Vicenti. Então, será possível fazer uma reconstituição do rosto da ossada e compará-la com o quadro.


A obra 'A Gioconda', também conhecida como 'Mona Lisa', de Leonardo da Vinci (Foto: Musée du Louvre Paris / Alfredo Dagli Orti/ AFP)

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Livro de 2 cm² é descoberto nos Estados Unidos


Livro de 2 cm² é descoberto nos Estados Unidos


Obra foi lançada em 1965 e possui textos que não podem ser identificados por olhos humanos.

Imagine qual seria a sua curiosidade ao se deparar com um livro de apenas 2 cm² e 1 mm de espessura. Certamente, você ficaria com muita vontade de descobrir o que está sendo dito nele — e não precisa se sentir culpado, pois a sensação seria a mesma para a grande maioria das pessoas. Mas como fazer para ler algo assim? Apenas com os olhos humanos seria impossível.



Na Universidade de Iowa (Estados Unidos), um livro com as dimensões que foram mencionadas anteriormente foi encontrado em uma biblioteca que reúne mais de 4.000 obras em miniatura. A bibliotecária responsável pelo encontro afirma que ele estava na caixa de “microminiaturas”, sendo ainda menor do que os outros itens que estariam na mesma coleção.

Só era possível identificar a capa, que mostra uma cruz dourada em meio a uma superfície vermelha. Com isso, havia grandes chances de o pequeno livro ser uma versão reduzida de uma bíblia, mas a bibliotecária Colleen Theisen queria ir além. Como informa o The Atlantic, Theisen recebeu a ajuda de Giselle Simón para colocar a obra em um microscópio da Biblioteca de Iowa, conseguindo identificar qual era a editora do livro.



Com isso, conseguiram chegar ao nome da Toppan Printing. Rastreando e cruzando informações, conseguiram descobrir que o livro foi lançado na Feira Mundial de Nova York de 1965. Mas ele não era uma obra independente, pois fazia parte de um conjunto com uma versão maior do mesmo texto: o primeiro capítulo do Gênesis (livro da Bíblia) escrito pelo Rei James para a igreja Anglicana.

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Supermaterial feito à base de fungos pode substituir o plástico


Supermaterial feito à base de fungos pode substituir o plástico


Saiba mais sobre o produto biodegradável que poderia tornar o plástico obsoleto dentro de alguns anos.

O plástico, apesar de suas incontáveis utilidades, é considerado por muitos como uma criação do lado negro da força. Além de estar entulhando o nosso planeta e provocando a morte de inúmeras espécies animais, ele também passou a ser associado a diversos problemas de saúde, como a infertilidade e o câncer, por exemplo.

É por essa razão que cientistas de todo o mundo vêm buscando possíveis alternativas para substituir esse material "maldito" por substâncias menos poluentes. E de acordo com o pessoal do Gizmodo, um supermaterial que pode um dia pode fazer isso é um composto feito à base de fungos.

Orgânico e eficiente


Esse novo material foi desenvolvido pelo pessoal da empresa Ecovative, de Nova York, que vem realizando experimentos com o micélio, um emaranhado de filamentos que serve de mecanismo de sustentação e absorção de nutrientes para os fungos. Acontece que o micélio é supergrudento, aderindo-se facilmente a qualquer superfície. Além disso, ele se desenvolve incrivelmente depressa, formando uma espécie de rede densa.

Assim, a Ecovative “cria” o micélio durante alguns dias e submete o emaranhado resultante a altíssimas temperaturas, para frear sua evolução e evitar o desenvolvimento de esporos tóxicos ou alergênicos. O interessante é que em apenas cinco dias o micélio pode chegar a 13 quilômetros de comprimento, o que o torna um organismo ideal para a produção em larga escala. Além disso, ele pode adotar qualquer formato, dependendo da “forma” na qual ele é colocado para crescer.

Supermaterial


O resultado é uma espécie de espuma densa que lembra o isopor, mas que é resistente ao fogo, vapor e à umidade, funciona como isolante térmico e acústico e é 100% biodegradável. Assim, esse supermaterial pode servir para inúmeras finalidades — tal como o plástico —, como para fabricar grandes painéis de isolamento para edifícios e residências ou embalagens para produtos eletrônicos e objetos frágeis.

Além disso, dependendo do momento em que o processo de desenvolvimento do micélio é freado, também é possível controlar qual será a densidade de cada produto.

Desafios para o futuro


Segundo o pessoal da Ecovative, o maior desafio agora se refere à forma como o público encara os produtos feitos à base de fungos. Aparentemente, existe muito receio quanto à qualidade e funcionalidades desses materiais, mas as negociações com empresas fabricantes de embalagens e eletrônicos estão começando a render bons frutos.

Ao contrário da Dupont e da Down, que passaram o último século transformando o petróleo e outros recursos naturais em todo tipo de material à custa de enormes danos para o meio ambiente, a Ecovative almeja se tornar uma gigante do ramo ainda nas próximas décadas, só que com materiais sustentáveis. Se esse supermaterial for tudo isso que ele promete ser, tomara que a ideia acabe pegando logo, não é mesmo?

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Material impossível é descoberto por acidente


Material impossível é descoberto por acidente



Sabe quando um grupo de cientistas esquece alguns elementos químicos reagindo? Pois é, isso não é uma notícia muito comum, certo? Mas o ocorrido é verdadeiro e se deu em Uppsala, na Suécia. Esse descuido acabou resultando na solução de um problema químico centenário, produzindo um novo material batizado de Upsalite, com ótimas propriedades de ligação de água.



Estamos falando na versão em pó de carbonato de magnésio (MgCO3), cuja produção foi relatada pela equipe da pesquisadora Maria Strømme, da Universidade de Uppsala. Essa nova substância já é visada para o desenvolvimento de novos produtos que possam ser manejados de maneira simples, como um controlador de umidade; ou que sirvam como suplementos químicos para produtos industrializados.

MATERIAL IMPOSSÍVEL


Os componentes usados para criar essa reação foram o óxido de magnésio (MgO) e o dióxido de carbono (CO2) que, dissolvidos em metanol, resultam em MgCO3 seco – termo que na Química indica que o produto é livre de quase todas as moléculas de água.

Essa forma tem sido procurada há muito tempo, sem sucesso até o momento, e é por isso que o Upsalite recebeu o apelido de “material impossível”. Esse estado do MgCO3 foi alcançado graças ao aumento da pressão de CO2, que foi 3 vezes maior do que a pressão atmosférica normal. Após deixar acidentalmente que as substâncias reagissem por uma semana, os cientistas repararam que elas se transformaram em gel.

Esse gel, por sua vez, é formado por moléculas de metanol e, quando aquecido a uma temperatura superior a 70º C, que é o ponto de ebulição do metanol, volta ao seu estado sólido, só que vira um pó branco e áspero. Algumas análises descobriram, então, que o tal pó branco era, na verdade, o produto que cientistas tentam desenvolver há mais de 100 anos.

USO



Se você ainda está se perguntando qual é a utilidade desse produto, saiba que o Upsalite pode agir como dessecante e absorver água melhor do que muitos materiais existentes, sendo que a sua forma seca pode ser regenerada quando aquecida a uma temperatura de 95º C. O produto também não se revelou tóxico, o que o torna um forte aliado ao controle da umidade.

Esses tipos de produtos capazes de absorver até as menores partículas de água – e de agir como catalisadores químicos em algumas situações – têm sido mais procurados nos últimos 20 anos e, nesse sentido, talvez o Upsalite, que surgiu de um erro de laboratório, venha a ser a melhor, menos tóxica e mais barata opção.

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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cientistas capturam imagem de reação química pela primeira vez


Cientistas capturam imagem de reação química pela primeira vez



Com equipamentos poderosos e um pouco de sorte, os cientistas conseguiram captar moléculas sendo quebradas e reconstruídas.


Em toda a história da ciência, nenhum laboratório havia conseguido capturar imagens de reações químicas em alta resolução. Pelo menos não até agora, pois um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia (Berkeley) conseguiu realizar o que todos tentavam há décadas. E o mais curioso é que isso aconteceu de uma maneira quase acidental.

Utilizando um microscópio de alta potência, eles estavam tentando realizar uma série de reações com grafeno. Com muita sorte, conseguiram chegar às imagens que você pode ver nesta notícia. Para o site Mashable, um dos cientistas afirma: “Nós não estamos pensando em fazer imagens bonitas, as reações eram o grande objetivo!”.

VIDEO

Essa é a primeira vez na história que um grupo de cientistas conseguiu capturar imagens em alta resolução de uma molécula sendo quebrada e depois tendo seus átomos realocados em outra liga. Para a sorte de todos, o processo ocorreu exatamente como todos imaginavam — em caso contrário, boa parte do que sabemos sobre ciência seria jogado no lixo.

Agora, os responsáveis pelo projeto estão confiantes em um futuro interessante para a ciência. Segundo eles, apesar de o ocorrido parecer muito simples, há grandes descobertas envolvidas no processo. Essas novas imagens podem, inclusive, colaborar nas pesquisas de nanoestruturas e até mesmo contribuir para novos métodos de arquitetura eletrônica em nanoescalas.

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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Espanhol morre depois de vencer concurso de maior bebedor de cerveja


Espanhol morre depois de vencer concurso de maior bebedor de cerveja


Homem de 45 anos entrou em óbito pouco tempo depois de tomar 6 litros de cerveja em cerca de 20 minutos.


Na Espanha, um concurso de ingestão de cerveja terminou em tragédia. Joaquim Alcaraz Garcia, de 45 anos, começou a vomitar logo após vencer a competição e, em pouco tempo, acabou morrendo.

O competidor ingeriu 6 litros de cerveja em 20 minutos durante o festival. Os médicos foram chamados rapidamente, mas o homem faleceu antes. A causa ainda não foi divulgada com exatidão, mas tudo leva a crer que o problema tenha sido intoxicação devido ao excesso de álcool.

O festival, que acontece na região da província de Múrcia, se repete tradicionalmente há 15 anos. Mesmo assim, as atividades da festa foram interrompidas depois do incidente e um período de luto de três dias foi declarado pelo prefeito.

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Bíblia com evangelho inédito encontrada na Turquia preocupa o Vaticano

Bíblia com evangelho inédito encontrada na Turquia preocupa o Vaticano



Documento com mais de 1500 anos foi descoberto no ano 2000 e traria textos negando a crucificação de Jesus.



De acordo com o Daily Mail, uma bíblia com mais de 1500 anos descoberta no ano 2000 está tirando o sono do Vaticano. Segundo as informações, o volume feito em couro e escrito em siríaco — um dialeto do aramaico — traria o evangelho de Barnabé, um dos apóstolos de Jesus que viajava com Paulo. No entanto, a polêmica foi lançada pela imprensa iraniana, que afirmou que as informações contidas no evangelho podem acabar com o cristianismo.

A bíblia foi encontrada há 13 anos na Turquia, e permaneceu guardada em segredo por todo esse tempo. O livro teria sido escrito no século V e, entre as informações polêmicas, negaria que Cristo foi crucificado e que era o Filho de Deus. Além disso, segundo os iranianos, no evangelho estaria escrito que Jesus previu a chegada do Profeta Maomé, e que os textos seguem a mesma linha que os textos sagrados da religião islâmica.

Polêmica - VÍDEO

Devido à seriedade das alegações, o Vaticano teria feito uma solicitação oficial para avaliar a relíquia, embora muitos acreditem que tudo não passa de propaganda islâmica “anticristianismo”. Ainda assim, as autoridades turcas que avaliaram a bíblia — que se encontra em Ancara — acreditam que o livro seja autêntico. Em contrapartida, Phil Lawler, que escreve para um site cristão, apontou algumas inconsistências nas alegações iranianas.

Segundo Lawler, se o documento foi escrito durante o século V ou VI, é impossível que ele tenha sido redigido por alguém que viajava com o apóstolo Paulo 400 anos antes. Assim, o evangelho deve ter sido produzido por alguém que se fez passar por Barnabé. Além disso, a correta datação do documento é crucial, pois no século VII a chegada de Maomé já podia ser antecipada.

De qualquer forma, a história de que a Igreja Católica teria selecionado quais evangelhos fariam parte da bíblia é bem conhecida, portanto, muita gente acredita que ainda existem diversos textos bíblicos desconhecidos por aí.

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Al-Qaeda estaria transformando roupas em explosivos


Al-Qaeda estaria transformando roupas em explosivos



Vestimentas mergulhadas em líquido explosivo se tornariam verdadeiras bombas-relógio, capazes de explodir ao secar.

De acordo com ABC News, oficiais do governo norte-americano estariam preocupados com a possibilidade de a organização terrorista Al-Qaeda estar trabalhando em uma nova geração de explosivo líquido e praticamente indetectável. De acordo com a notícia, basta mergulhar peças de roupas nessa mistura para que uma nova arma seja produzida. A detonação acontece quando as vestimentas secam.

Os oficiais acreditam que o novo método pode ter sido desenvolvido no Yemen por um dos fabricantes de bombas mais famosos da organização, Ibrahim al-Asiri, que já teria criado até mesmo bombas que podem ser implantadas cirurgicamente em terroristas.

No mês passado, o chefe da Administração de Segurança do Transporte dos Estados Unidos, John Pistole, teve conhecimento de um novo explosivo que é usado junto com as roupas íntimas. Na ocasião, o artefato foi entregue a um agente duplo que investigava a Al-Qaeda, no ano passado. Acredita-se que al-Asiri também seja o responsável por esse explosivo.

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Menino alemão descobre múmia escondida no sótão da casa de avó


Menino alemão descobre múmia escondida no sótão da casa de avó


Menino alemão de 10 anos de idade descobriu uma múmia escondida no sótão da casa de sua avó (Foto: Reprodução/YouTube/Butenunbinnen)

Peça foi achada escondida em sótão em Diepholz.
Avô do menino havia viajado para África na década de 1950.

Um menino alemão de 10 anos de idade descobriu uma múmia escondida no sótão da casa de sua avó. A peça estava dentro de um sarcófago completo, que era guardado em uma caixa de madeira, segundo a imprensa alemã. Assista ao vídeo.

Ainda existem dúvidas se a peça encontrada pelo menino Alexander Kettler em Diepholz, na Alemanha, seria uma relíquia do antigo Egito. O pai do garoto, Lutz Wolfgang Kettler, pretende levar a múmia para ser examinada por peritos em Berlim.

O avô do menino havia viajado para o norte da África na década de 1950. Como o avô já falecido nunca falou sobre a múmia, o mistério sobre sua origem permanece.

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hospital das Cruzadas com cerca de mil anos é descoberto em Jerusalém


Hospital das Cruzadas com cerca de mil anos é descoberto em Jerusalém


Galeria de arcos com até 6 metros de altura faziam parte da arquitetura do hospital na Cidade Velha
de Jerusalém, há cerca de mil anos (Foto: Yoli Shwartz, courtesy of the Israel Antiquities Authority)

Local era movimentado e abrigava até 2 mil pacientes em emergências.
Prédio ficava dividido por tipos de doenças e condições dos pacientes.



Arqueólogos israelenses descobriram na Cidade Velha de Jerusalém uma estrutura de grandes dimensões que pertencia a um hospital do período das Cruzadas, há cerca de mil anos.

O local era muito movimentado e abrigava até 2 mil pacientes em situações de emergência, segundo um comunicado divulgado nesta segunda-feira (5) pela Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI), que fez as escavações e encontrou uma galeria de arcos, de até 6 metros de altura, do período de 1099 d.C (chegada dos cruzados às muralhas de Jerusalém) até 1291 d.C.

O edifício é de propriedade do Waqf, autoridade de bens inalienáveis islâmicos, e está situado no coração do bairro cristão da Cidade Velha de Jerusalém, em uma área conhecida como Muristan. Há cerca de dez anos, o lugar era ocupado por um movimentado mercado de frutas e verduras, mas desde então está em desuso.



Local chegava a atender 2 mil pacientes (Foto: Yoli Shwartz, courtesy of the Israel Antiquities Authority)

De acordo com a pesquisa, a estrutura descoberta é apenas uma pequena parte do que foi um grande hospital, que parece abranger uma área que compreende 15 mil metros quadrados.
A arquitetura do prédio é caracterizada por vários pilares e abóbadas de mais de 6 metros de altura, o que sugere que esse foi um amplo lugar, composto por pilares, quartos e pequenas salas.

Os coordenadores da escavação, Renee Forestany e Amit Reem, também pesquisaram documentos da época para conhecer a história do centro ambulatório.

"Aprendemos sobre o hospital por documentos históricos contemporâneos, a maior parte em latim", contam. Eles ainda explicam que os textos mencionam a existência de um sofisticado hospital construído por uma ordem militar cristã chamada "Ordem de San Juan do Hospital em Jerusalém". Seus integrantes prometiam cuidar e atender peregrinos na Terra Santa, e, quando necessário, somar-se aos combatentes cruzados como "unidade de elite".

Assim como nos modernos hospitais, o edifício estava dividido em diferentes asas e departamentos, segundo a natureza das doenças e a condição dos pacientes. Os integrantes da ordem atendiam homens e mulheres de diferentes religiões e também acolhiam recém-nascidos abandonados em Israel. Os órfãos eram atendidos com grande dedicação e, quando adultos, passavam a integrar a ordem militar, segundo o comunicado.

A AAI destaca, no entanto, que os cruzados eram ignorantes em relação à medicina e à higiene, e como exemplo cita um depoimento da época relatando que um médico amputou a perna de um cavaleiro por uma pequena ferida infectada, levando o paciente à morte.

Grande parte do edifício desmoronou durante um terremoto em 1457 d.C., e suas ruínas ficaram sepultadas até o período do Império Otomano (1299-1922 d.C.). Na Idade Média, parte da estrutura foi usada como estábulo, onde foram encontrados ossos de cavalos e camelos.

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Antropólogos buscam no México os primeiros habitantes da América


Antropólogos buscam no México os primeiros habitantes da América


Imagem de 1º de agosto de 2009 mostra esqueletos na caverna de La Sepultura, no México (Foto: Inah/AFP)

Trinta ossadas de até 12 mil anos a.C. são analisadas por cientistas.
Estudos de crânio, DNA e radiocarbono vão ajudar a comprovar teoria.

Um grupo de cientistas mexicanos e espanhóis pesquisa cerca de 30 ossadas humanas encontradas em uma caverna no estado mexicano de Tamaulipas, na fronteira com os EUA. Os esqueletos poderiam estar relacionados com os primeiros habitantes da América, informou em comunicado o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah) do país.



"Cerca de 30 ossadas humanas, cuja antiguidade se estima por volta do segundo milênio antes da nossa era, e que foram encontradas na caverna La Sepultura, no estado de Tamaulipas, poderiam estar relacionadas com os primeiros habitantes do continente americano", apontou o Inah.

Pesquisadores de várias instituições mexicanas e da Universidade de Córdoba, no sul da Espanha, fazem um estudo genético dos restos humanos, resgatados em 2011, com o objetivo de elaborar o perfil bioarqueológico da região, acrescentou o instituto.

O DNA dos restos descobertos no município de Tula, na cadeia de montanhas Sierra Madre Oriental, "poderia ser muito antigo, pois essas linhagens remontariam a grupos de 10 mil a 12 mil anos antes de Cristo", afirmou o antropólogo físico Jesús Ernesto Velasco, do Centro Inah-Tamaulipas, citado no comunicado.

Se essa hipótese for comprovada pelos estudos de morfologia craniana, do DNA antigo e de testes de radiocarbono, ficaria demonstrado "que nessa área se encontram indícios de uma das linhagens genéticas mais antigas da América", associada com a dos homens que cruzaram o Estreito de Bering, acrescentou.


Foto de 19 de agosto de 2011 revela outros esqueletos em La Sepultura (Foto: Inah/AFP)

Por enquanto, "estamos à espera de corroborar dados genéticos, físico-químicos e mais datações para contrastá-los com os morfológicos e culturais obtidos", para assim conhecer a origem dos grupos pré-históricos do nordeste mexicano e sua dispersão através do tempo, acrescentou Velasco.

Os trabalhos nessa vasta região, onde há grande quantidade de cavernas pré-históricas e manifestações gráfico-rupestres, começaram em 2009 na caverna de La Sepultura.
Em outra caverna, chamada Escondida ou Encantada, muito próxima de Ciudad Victoria, capital de Tamaulipas, foram resgatados em 2012 uma múmia e outros dois esqueletos de crianças.

Quatro anos antes, nessa mesma caverna, foi encontrado um exemplar mumificado que posteriormente foi estudado pelo Laboratório Paleo-DNA da Universidade Lakehead, em Ontário, no Canadá.

Os resultados demonstraram que essa múmia tinha uma linhagem genética que "se associou de forma geral a diversos grupos que povoaram de forma precoce o continente americano", estabelecendo a base para comparação futuras, informou o antropólogo Velasco.


Em imagem de agosto de 2011, arqueólogos trabalham na caverna de La Sepultura (Foto: Inah/AFP)

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domingo, 4 de agosto de 2013

Arqueólogos descobrem relíquia que pode conter pedaço da cruz de Jesus


Arqueólogos descobrem relíquia que pode conter pedaço da cruz de Jesus



Relíquias santas geram controvérsias e disputas entre grupos religiosos e fiéis.

Os arqueólogos que trabalham no local de uma antiga igreja na Turquia acreditam que podem ter encontrado uma relíquia da cruz de Jesus. O objeto foi descoberto dentro de uma urna de pedra encontrado nas ruínas da Igreja Balatlar, em Sinop, nas margens do Mar Negro.

A líder da expedição, a professora Gülgün Köroglu declarou: ”Nós descobrimos um objeto santo em uma urna. É um pedaço de uma cruz, e achamos que fazia parte da cruz em que Jesus foi crucificado. Esta urna de pedra é muito importante para nós. Ela tem uma história e é o artefato mais importante que já descobrimos até agora”.

A arqueóloga apresentou o objeto para os repórteres presentes no local da escavação. O item, feito de pedra e com um símbolo de cruz esculpido, vai passar por testes para determinar seu período e verificar a autenticidade.

Objetos santos de verdade?
Relíquias do período de Cristo despertam sempre o interesse de grupos religiosos e de fiéis, mas não deixam de provocar polêmicas, controvérsias e discussões. Muitas igrejas afirmam possuir algum tipo de objeto sagrado, como um pedaço de madeira da cruz verdadeira de Jesus.

Por essas razões, todas as descobertas de objetos santos devem ser recebidas com cautela e certo ceticismo. Certa vez, o teólogo protestante Calvino comentou que “se todas as peças já encontradas fossem coladas juntas, elas fariam um grande navio de carga e não uma cruz de madeira”.

Enquanto isso, os arqueólogos continuam a trabalhar na região. Köroglu e sua equipe de escavação estão nos arredores da Igreja Balatlar desde 2009 e já descobriram mais de mil esqueletos humanos no local. A igreja foi construída em 660 e possui afrescos em suas paredes representando Jesus, Maria e os Apóstolos.

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domingo, 4 de agosto de 2013

Outpost Haven é o survival horror do seu browser


Outpost Haven é o survival horror do seu browser



Survival Horror é aquele gênero que ficou muito famoso com o clássico Resident Evil, lá na época do primeiro Playstation. Pouca munição, inimigos perigosos e um clima sombrio definiram todo um estilo de jogos que sobrevive até nos dias atuais. Outpost: Haven tem todos esses elementos e, para a felicidade de todos, pode ser jogado agora mesmo no seu browser.


Para jogar você precisará utilizar WASD para se movimentar e o botão esquerdo do mouse para atirar. A barra de espaço é responsável por interagir com objetos e recarregar sua arma. Para mudar a arma equipada, basta pressionar Shift. Se precisar de uma pausa, aperte P.

A história não é das mais originais: você é acordado de seu sono cryogênico – sabe quando congelam as pessoas pra viajar no espaço? Ainda não funciona na vida real, mas um dia teremos essa tecnologia – e deve investigar uma chamada de emergência em algum lugar isolado da galáxia. A tripulação está toda morta e foi substituída por criaturas perigosas e agressivas. Já vimos isso em: Alien, Dead Space, algumas missões de Mass Effect e qualquer filme sci-fi que você assistir na década de 90.

Assim como em todas as situações citadas acima, seu objetivo é descobrir o que aconteceu ali e dar o fora (eu faria só a parte de dar o fora). Se quiser só matar alguns aliens e ganhar pontos, pode escolher por sobreviver ao modo swarm, que não tem nem história, só monstros pra te matar. Eu, particularmente, passei mais tempo na swarm do que na campanha do jogo.

E aí, você consegue sobreviver a Outpost: Haven?

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domingo, 4 de agosto de 2013

EUA divulgam imagem 'peixe monstro' fisgado há mais de 100 anos


EUA divulgam imagem 'peixe monstro' fisgado há mais de 100 anos



biblioteca do Congresso dos EUA divulgou na quinta-feira (1º) a imagem de um peixe enorme que foi fisgado pelo pescador Edward Llewellen há mais de 100 anos (Foto: Library of Congress/Reuters )

Edward Llewellen fisgou peixe Centropristis striata de 193 kg.
Fisgado em 1903 na Califórnia, peixe estabeleceu novo recorde.

A biblioteca do Congresso dos EUA divulgou na quinta-feira (1º) a imagem de um peixe enorme que foi fisgado pelo pescador Edward Llewellen há mais de 100 anos. A foto mostra Llewellen com um peixe da espécie Centropristis striata de 193 quilos, que ele fisgou em 26 de agosto de 1903 na ilha Catalina, no estado da Califórnia.

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domingo, 4 de agosto de 2013

Arqueólogos descobrem ruínas de vila de cerca de 200 anos no Alasca


Arqueólogos descobrem ruínas de vila de cerca de 200 anos no Alasca


Arqueólogos explicam a leigos sobre ruínas de vilarejo encontradas no Alasca (Foto: Daysha Eaton/Rede Pública de Rádio do Alasca/AP)

Vilarejo existia antes de contato com exploradores americanos, diz análise.
Comunidade possivelmente tinha 200 habitantes e importância regional.



Arqueólogos da Universidade Brown, nos Estados Unidos, descobriram as ruínas de uma antiga vila no Alasca que existiu há cerca de 200 anos, aponta a agência de notícias Associated Press. Segundo os pesquisadores, o vilarejo se situa às margens de um rio chamado Kobuk e possivelmente tinha significativa importância regional.

A estimativa dos cientistas é que cerca de 200 pessoas viveram na vila, que existiu em um período anterior ao contato dos nativos com exploradores americanos.

As ruínas foram encontradas nos arredores da cidade de Kiana, no noroeste do Alasca, de acordo com a agência. Arqueólogo especializado na região do Ártico, Doug Anderson disse estar impressionado com a descoberta, que indica que muitas casas eram conectadas por uma rede de túneis.

"Já havíamos encontrados zonas em que duas casas estavam conectadas por túneis, mas nada como isso", afirmou ele à Associated Press. "Em outras áreas, também, as casas são muito pequenas em comparação com essas, que são enormes", ponderou ele com relação às ruínas.

Os restos que indicam o tamanho e estrutura das casas pontam que elas eram cavadas a uma profundidade de pouco mais de um metro. As estruturas incluem paredes de terra e vigas de madeira.

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domingo, 4 de agosto de 2013

Estudo diz que 'Adão e Eva genéticos' viveram em épocas próximas


Estudo diz que 'Adão e Eva genéticos' viveram em épocas próximas



Quadro 'Adão e Eva', pintado em 1538 pelo alemão Lucas Cranach l'Ancien. Ancestrais genéticos comuns do homem e das mulheres têm apelido bíblico (Foto: Leemage/AFP)

Cientistas rastrearam antepassados comuns aos homens e às mulheres.
Conclusão é de que eles viveram entre 99 mil e 156 mil anos atrás.



Os ancestrais comuns mais recentes a todos os homens e todas as mulheres modernos viveram quase na mesma época, segundo um novo estudo feito pela Universidade Stanford, nos EUA. Os chamados "Eva mitocondrial" e "Adão cromossomial-Y", dos quais alguns genes podem ser encontrados em toda a humanidade atual, não são as figuras descritas na Bíblia e nem chegaram a se conhecer.

Apesar disso, novas pesquisas indicam que essa mulher viveu entre 99 mil e 148 mil anos atrás, enquanto o precursor do homem habitou a Terra entre 120 mil e 156 mil anos atrás. Os resultados foram publicados na edição de sexta-feira (2) da revista "Science".

Segundo o autor sênior Carlos Bustamante, professor de genética em Stanford, trabalhos anteriores indicavam que esse antepassado do homem havia vivido bem antes da mulher, entre 50 mil e 115 mil anos atrás, o que agora foi revisto.

De acordo com a ciência, esse homem e essa mulher não foram um casal, mas tiveram a sorte de passar com sucesso, através dos milênios, partes específicas de seus DNAs, como o cromossomo Y (que determina o sexo masculino, passado de pai para filho) e o genoma mitocondrial (presente nas mitocôndrias, as usinas de energia das células, e transmitido de mãe para filho ou filha).

Isso significa que outros ancestrais humanos não tiveram essa sorte, e seus genes acabaram desaparecendo por causa da seleção natural e de um processo aleatório conhecido como deriva genética, que provoca mudanças no DNA de populações ao longo do tempo.
Na opinião do principal autor do estudo, David Poznik, muitos antepassados podem ter morrido por um evento ainda não identificado. "É possível que haja elementos na história demográfica humana que predispuseram essas linhagens a fundir-se em determinados momentos", explica.

69 homens analisados
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores compararam sequências do cromossomo Y entre 69 homens de nove regiões do planeta, como Namíbia, República Democrática do Congo, Gabão, Argélia, Paquistão, Camboja, Sibéria e México.

Novas tecnologias de sequenciamento genético permitiram que os cientistas identificassem cerca de 11 mil diferenças entre as sequências estudadas. A partir daí, foi possível construir uma "árvore genealógica" mais completa para o cromossomo Y.
Os resultados obtidos apontaram uma taxa anual de mutação do cromossomo Y, após serem ajustados com um evento bem conhecido pela ciência: a ocupação humana das Américas, há 15 mil anos. Isso porque mutações genéticas compartilhadas atualmente por todos os nativos americanos provavelmente existiam desde antes do povoamento das Américas. Paralelamente, eles fizeram uma análise parecida com o DNA mitocondrial, e viram que as duas árvores coincidiam em sua origem.

Segundo os autores, a nova árvore do cromossomo Y também esclareceu algumas relações populacionais, até então desconhecidas, que ocorreram quando os seres humanos migraram para fora da África, Europa e Ásia. Além disso, a árvore é um exemplo da profundidade da diversidade genética presente entre os africanos modernos, destaca a pesquisa.

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sábado, 3 de agosto de 2013

10 bairros mais caros do Brasil


10 bairros mais caros do Brasil


Praias de Ipanema e Leblon

A startup brasileira “Ubanizo” disponibilizou um estudo divulgado essa semana a respeito dos bairros mais caros do Brasil, comparando preços médios do metro quadrado em São paulo, Rio de janeiro, Brasilia e Belo Horizonte. Em razão de estas ser as capitais mais valorizadas, não foi avaliado o restante do pais. Sinal disso, é que nenhum dos bairros de Belo Horizonte (o de menor valor) alcançou o melhor dos 10, o bairro Savassi é o mais caro de BH com média de R$ 8.300/M². Do Rio, o palco das novelas da Globo, Leblon, foi classificado como o mais caro m² do Brasil.



TEXTO:

Bairro Preço médio do imóvel Preço médio do m²
1° Leblon/RJ 3,7 milhões 20.800
2° Ipanema/RJ 3,3 milhões 18.700
3° Botafogo/RJ 1,5 milhões 15.300
4° Chácara Itaim/SP 5,5 milhões 14.800
5° Lagoa/RJ 2,5 milhões 14.800
6° Setor Nordeste/DT 904.000 14.800
7° Gávea/RJ 2,3 milhões 13.400
8° Jardim Botânico/RJ 2,7 milhões 12.800
9° Urca/RJ 2,7 milhões 12.800
10° Jardim Europa/SP 4,8 milhões 12.200

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sábado, 3 de agosto de 2013

UE e China entram em acordo para importação de painéis solares


UE e China entram em acordo para importação de painéis solares



Europa entrou em acordo com produtores chineses quanto ao preço de painéis solares

Decisão foi adotada com apoio 'quase unânime' dos Estados-membros.
Fabricantes europeus acusavam a China de se beneficiar de subsídios.



A Comissão Europeia acendeu a luz verde nesta sexta-feira (2) para que o acordo com a China sobre a importação de painéis solares do país asiático. A previsão é que este acerto passe a valer a partir da próxima semana.

A decisão foi adotada com apoio “quase unânime” dos Estados-membros, informou a comissão em um comunicado. Os termos oficiais desta negociação serão publicados neste sábado no Diário Oficial da União Europeia e entrarão em vigor na próxima terça-feira.

O tratado firmado pelo comissário encarregado pelo Comércio, Karel De Gucht, e autoridades chinesas prevê o desaparecimento de medidas impostas pela UE aos produtos chineses. Em contrapartida, os fabricantes chineses comprometem-se a respeitar um preço mínimo de geração de energia que será estipulado.

As cláusulas do acordo são confidenciais, mas, de acordo com a agência de notícias France Presse, o preço mínimo por watt que cada painel produzirá será de US$ 0,56. Um terço dos fabricantes chineses não aceitaram a negociação.

Entenda o caso
Fabricantes de painéis solares europeus acusam a China de se beneficiar dos enormes subsídios estatais, que lhe permitiu exportar para a Europa painéis solares de baixo custo no valor de 21 bilhões de euros (cerca de US$ 28 bilhões), tirando empresas europeias do negócio.

Outras indústrias europeias que acusaram a China de "dumping" tiveram que lidar com importações de cerca de 1 bilhão de euros (R$ 3,45 bilhões) por ano.

A Europa planejava impor tarifas pesadas a partir de 6 de agosto, mas, receosa de ofender os líderes chineses e perder negócios na segunda maior economia do mundo, uma maioria de governos da UE, encabeçados pela Alemanha, se opôs ao plano, que levou ao acordo com concessões.

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sábado, 3 de agosto de 2013

Nicolelis diz que recebeu autorização para teste de exoesqueleto no Brasil


Nicolelis diz que recebeu autorização para teste de exoesqueleto no Brasil



O cientista Miguel Nicolelis (à direita) observa macaco caminhando em esteira durante experimento (Foto: Reprodução)

Anúncio sobre projeto 'Walk Again' foi feito em redes sociais.
Pesquisador não deu maiores detalhes sobre tipo de licença.



O neurocientista Miguel Nicolelis anunciou em redes sociais nesta quinta-feira (1º) que recebeu “a última autorização” para colocar em prática o teste, no Brasil, do exoesqueleto no qual trabalha para fazer um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014.

O projeto chama-se “Walk Again” (andar de novo, em inglês). “Depois de 2 anos de trabalho intenso, Walk Again recebe última aprovação para ser posto em prática no Brasil. Agora é só ciência/engenharia!”, comemorou o pesquisador no Twitter.

Consultado pelo nos sobre que tipo de autorização recebeu, Nicolelis apenas respondeu que aguarda que dois artigos sobre componentes do exoesqueleto sejam aceitos por publicações científicas para dar mais detalhes numa nota oficial.
No Facebook, Nicolelis anunciou a novidade da seguinte maneira: “Agora é oficial: Projeto Andar de Novo recebe a última autorização necessária para iniciar testes com exoesqueleto robótico no Brasil. Primeiro projeto envolvendo uso de sinais neurobiológicos para controlar e ‘sentir’ desempenho de exoesqueleto robótico em pacientes sofrendo de paralisia corporal severa será implementado no Brasil”.

O exoesqueleto é um aparelho que envolve os membros paralisados – no caso de um paraplégico, as pernas. Ele pode ser conectado diretamente ao cérebro do paciente, que então controlaria o equipamento como se fosse parte de seu próprio corpo. Dessa forma, seria perfeitamente possível que um paraplégico chutasse uma bola, como sonha Nicolelis.

A técnica faz parte de uma linha de pesquisa conhecida como interface cérebro-máquina, com a qual Nicolelis já obteve resultados internacionalmente relevantes. Em um dos mais importantes, fez com que macacos não só controlassem uma mão virtual, como também que sentissem uma espécie de tato quando exerciam a atividade.

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Microsoft anuncia placa de vídeo mais rápida para o Xbox One


Microsoft anuncia placa de vídeo mais rápida para o Xbox One

GPU do console terá velocidade de 853 MHz, e não de 800 MHz.
Upgrade foi revelado por Marc Whitten, chefe de produto de Xbox.


Xbox One será lançado em novembro de 2013 (Foto: Bruno Araujo/G1)

A Microsoft anunciou nesta sexta-feira (2) que o Xbox One, videogame da nova geração que será lançado até o final de 2013, terá uma placa de vídeo mais rápida do que o previsto inicialmente.

De acordo com Marc Whitten, chefe de produto de Xbox, a GPU ("graphics processing unit", ou unidade de processamento gráfico) do novo console terá velocidade de 853 MHz, ao contrário dos 800 MHz anunciados anteriormente.
A informação foi divulgada durante uma entrevista de Whitten ao podcast de Larry Hryb, também conhecido como "Major Nelson", o relações públicas da empresa para Xbox.

Na prática
A GPU de um console é a peça dedicada exclusivamente a processar os aspectos gráficos de um game. Com esse aumento de 53 MHz, a placa de vídeo do Xbox One será capaz de renderizar e executar mais processos ao mesmo tempo. No entanto, o que define a qualidade final de um jogo é a facilidade de programação de uma determinada plataforma.
O PlayStation 3, por exemplo, é uma máquina mais potente que o Xbox 360. No entanto, a maioria dos jogos multiplataforma tem melhor desempenho no aparelho da Microsoft.

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Série de RPG 'The Elder Scrolls' ganha pacote com todos os jogos

Série de RPG 'The Elder Scrolls' ganha pacote com todos os jogos



Caixa da edição Anthology de The Elder Scrolls (Foto: Divulgação/Bethesda)

Pacote 'The Elder Scrolls Anthology' chega aos EUA em 10 de setembro.
Caixa traz todos os cinco jogos e as expansões da franquia por US$ 80.



O estúdio Bethesda irá lançar um pacote para PC com todos os jogos e expansões da série de RPG "The Elder Scrolls". O pacote, que inclui mapas dos mundos dos títulos, será vendido por US$ 80 a partir de 10 de setembro nos Estados Unidos.
O anúncio de "The Elder Scrolls Anthology" foi feito durante o evento QuakeCon, que ocorre nos Estados Unidos. A caixa especial terá os discos dos jogos lançados e suas respectivas expansões. A coletânea deve ser exclusiva dos PCs.
O pacote ainda trará mapas do mundo do game, incluinco Morrowind, Cyrodill e Skyrim.
O primeiro game da franquia, "The Elder Scrolls: Arena" foi lançado originalmente em 1994. O último jogo da série "Skyrim", chegou ao PC, Xbox 360 e PlayStation 3 em 2011.

Veja a lista de games do pacote "The Elder Scrolls Anthology":
- "The Elder Scrolls: Arena";
- "The Elder Scrolls II: Daggerfall";
- "The Elder Scrolls III: Morrowind";
- Expansão "Tribunal";
- Expansão "Bloodmoon";
- "The Elder Scrolls IV: Oblivion";
- Expansão "Knights of the Nine";
- Expansão "Shivering Isles"
- "The Elder Scrolls V: Skyrim"
- Expansão "Dawnguard";
- Expansão "Hearthfire";
- Expansão "Dragonborn".


Caixa da coletânea de 'The Elder Scrolls' (Foto: Divulgação/Bethesda)


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domingo, 28 de julho de 2013

Terremotos podem contribuir para aquecimento global


Terremotos podem contribuir para aquecimento global



Os terremotos podem contribuir para o aquecimento do planeta através da liberação de gases do efeito estufa provenientes do subsolo dos oceanos, diz um estudo publicado neste domingo na revista 'Nature Geoscience'.

Os autores desse estudo, da universidade de Brêmen na Alemanha, comprovaram que um grande terremoto ocorrido em 1945 liberou mais de 7 milhões de metros cúbicos de metano no mar de Arábia.

Essa descoberta revela uma fonte natural de emissão de gases do efeito estufa que até o momento não era considerada, disse a revista britânica.
O efeito do metano no meio ambiente é 20 vezes mais potente que o do dióxido de carbono, apesar de o primeiro gás ser menos abundante na atmosfera.

Segundo os cientistas, há enormes quantidades de metano armazenadas em estruturas chamadas de hidratos congelados no subsolo das plataformas continentais que circundam as massas de terra do planeta.

Calcula-se que os hidratos de metano contêm entre mil e 5 mil gigatoneladas de carbono, mais que a quantidade total emitida todos os anos pela combustão de combustíveis fósseis.
Testes realizados com sedimentos recolhidos da parte norte do mar arábico em 2007 revelaram indícios químicos de emissões de metano em grande escala, afirmaram os especialistas.
Uma análise dos registros históricos permitiu confirmar que em 1945 aconteceu nessa região um terremoto de magnitude de 8,1 pontos.
'De acordo com vários indicadores, acreditamos que o terremoto levou a um rompimento dos sedimentos, o que permitiu a liberação do gás que estava retido sob a plataforma', disse o diretor do estudo, David Fischer.

Fischer afirmou que 'provavelmente existem mais regiões na área que foram afetadas pelo terremoto', o que poderia permitir um aprofundamento da pesquisa.
Os hidratos de metano são vistos como uma fonte de energia promissora, mas sua extração é cara e arriscada.

Além disso, segundo os especialistas, eles ajudam a estabilizar o solo do oceano, por isso existe a possibilidade que terremotos e tsunamis possam ser gerados, caso aconteçam intervenções e alterações na estrutura desses hidratos. EFE

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domingo, 28 de julho de 2013

Fases da lua podem alterar duração e qualidade do sono


Fases da lua podem alterar duração e qualidade do sono


Lua cheia poderia influenciar duração e qualidade do sono (Foto: Pedro Sánchez/Notimex/Arquivo AFP)

Na lua cheia, atividade cerebral ligada ao sono profundo diminui até 30%.
Cientistas suíços analisaram mais de 30 voluntários em dois grupos etários.



As quatro fases da lua podem ter mesmo efeito sobre o sono das pessoas, segundo um novo estudo feito na Suíça. A pesquisa, que será publicada na edição de 5 de agosto da revista "Current Biology", aponta que, na lua cheia, a atividade cerebral ligada ao sono profundo diminui até 30%.

Durante essa fase lunar, os indivíduos pesquisados também demoraram 5 minutos a mais para adormecer e, ao longo da noite, descansaram 20 minutos a menos, em média.

Além disso, os participantes apresentaram níveis mais baixos de melatonina (hormônio que regula os ciclos de sono e vigília) durante a lua cheia, e disseram que o sono foi mais "pobre" nessa época.

Os cientistas, liderados por Christian Cajochen, do Hospital Psiquiátrico da Universidade de Basileia, avaliaram mais de 30 voluntários em dois grupos etários. Segundo eles, os ciclos lunares e o comportamento do sono humano estão realmente conectados – mesmo considerando as influências externas da vida moderna, como a luz elétrica.

Para chegar a essa conclusão, os autores monitoraram os padrões cerebrais, os movimentos oculares e as secreções hormonais (melatonina e cortisol, o hormônio do estresse) dos participantes.
"Essa é a primeira evidência confiável de que o ritmo lunar pode modular a estrutura do sono nos seres humanos", diz Cajochen.

Em alguns animais, as fases da lua são responsáveis por coordenar o comportamento de reprodução. E, na Terra, elas também interferem nas marés dos oceanos, por influência do campo gravitacional da Lua e do Sol sobre o nosso planeta.

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domingo, 28 de julho de 2013

Talidomida continua a causar defeitos físicos em bebês no Brasil


Talidomida continua a causar defeitos físicos em bebês no Brasil



Mulheres que recebem prescrição de talidomida no Brasil são orientadas a utilizar duas formas de contracepção. Elas também passam por testes regulares de gravidez. (Foto: BBC)

Droga é proibida na maior parte do mundo.
No Brasil, ainda gera legião de bebês com deformidades, segundo estudo.

Um estudo ao qual a BBC teve acesso exclusivo mostra que o uso da talidomida continua a causar defeitos físicos em bebês nascidos no Brasil.

A polêmica droga é distribuída na rede pública para tratar pessoas com hanseníase - doença antigamente chamada de lepra, causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae, que ataca nervos periféricos e a pele.
Mas algumas mulheres, por desconhecerem seus riscos, têm tomado o medicamento no Brasil durante a gestação.

A talidomida foi introduzida, no final dos anos 1950, como um sedativo. A droga era dada às mulheres grávidas para combater os sintomas do enjoo matinal.
Mas o uso durante a gestação restringiu o crescimento dos membros dos bebês, que nasceram com má formação nas pernas e braços.

Em torno de 10 mil bebês nasceram com defeitos físicos em todo o mundo até que a droga fosse tirada de circulação em 1962.
Na maioria dos países, os bebês vítimas da talidomida se tornaram adultos, hoje com cerca de 50 anos de idade, e não houve mais novos casos registrados.
Mas no Brasil a droga foi reintroduzida em 1965 como tratamento das lesões da pele, uma das complicações da hanseníase.

Os casos de hanseníase no Brasil são mais recorrentes do que em qualquer outra parte do mundo, exceto a Índia. Mais de 30 mil casos são diagnosticados todos os anos - com milhões de pílulas de talidomida sendo distribuídas para tratar a doença.

Mas pesquisadores dizem que atualmente existem cem casos de crianças com defeitos físicos exatamente como os causados pela talidomida nos anos 1950.
'Uma tragédia está ocorrendo no Brasil... Esta é uma síndrome completamente evitável', afirma Lavinia Schuler-Faccini, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


Fernanda Viana, pesquisadora da UFRGS, estudou os efeitos da talidomida nos bebês nascidos no
Brasil. (Foto: BBC)

Mas as pessoas a favor do uso da talidomida para tratamento da hanseníase dizem que a droga é vital para estas pessoas. Eles acreditam que os benefícios ultrapassam os riscos.
A professora Lavinia Schuler-Faccini e outros pesquisadores da UFRGS investigaram os registros de nascimento de 17,5 milhões de bebês entre 2005 e 2010.
'Nós investigamos todos os defeitos de membros que tinham características parecidas com os causados pela talidomida', afirma Schuler-Faccini.
'Nós comparamos a distribuição das pílulas de talidomida com o número de defeitos de membros, o que tinha uma correlação direta'.
'Quanto maior o número de pílulas em cada Estado, maior o número de defeitos nos membros (dos bebês)', explica a pesquisadora.

No mesmo período de 2005-2010, cerca de 5,8 milhões de pílulas de talidomida foram distribuídas em todo o Brasil.
'Nós tivemos cerca de cem casos nestes seis anos similares ao da síndrome da talidomida', explica Fernanda Vianna, outra pesquisadora da UFRGS participante do estudo.
Para a pesquisadora, falta de educação para a saúde e o hábito generalizado de dividir medicamentos com outras pessoas contribuiem para o problema.

Isto é o que parece ter acontecido com Alan, criança que vive numa pequena cidade de uma área central do Brasil.
Tamanho é o tabu em torno de sua deficiência, que sua família pediu para não ser identificada.

Ele nasceu em 2005, sem braços e pernas. Suas mãos começam logo abaixo dos ombros, e os pés são ligados diretamente às coxas.
O menino sorri muito e parece adorar jogar no computador com seus irmãos.
Alan rola o próprio corpo para se movimentar pela casa e, quando precisa ir mais longe, é colocado numa cadeira de rodas.

Ele é bem cuidado pela família, e tem aulas individuais na escola, mas precisa viajar duas horas de ônibus a cada semana para a sua sessão de fisioterapia.
Sua mãe Gilvane tomou talidomida por acidente. O remédio foi prescrito a seu marido para tratar de uma hanseníase, mas as pílulas foram guardadas junto com outras.
'Eu tomei as pílulas quando eu estava passando mal, então fui até a caixa de remédios e tomei. Eu já havia tomado remédios como paracetamol, para fazer com que eu me sentisse melhor, sem saber que eu estava grávida'.
'O pai dele disse que o médico não o alertou de que mulheres não poderiam tomar o remédio. Ele disse que não falaram nada sobre isso a ele'.

Regulamentação
No Brasil, há uma regulamentação bastante restrita para o uso da talidomida. Ela pode ser prescrita apenas para mulheres que estiverem utilizando duas formas de contraceptivo e concordarem em fazer testes regulares de gravidez.
Existem alertas bem claros nas embalagens do remédio, como uma imagem de um bebê nascido com deficiências.
Mas a hanseníase é uma doença das populações mais pobres, em áreas em que o cuidado com a saúde é ruim e a educação é inadequada.

Defensores
Muitos pessoas no Brasil acreditam que o medicamento deve continuar a ser utilzado.
'Atualmente, existe um mito sobre a talidomida', afirma Mariana Jankunas, coordenadora de produção da Funed (Fundação Ezequiel Dias), instituição governamental que mantém uma fábrica de medicamentos genéricos.


Mariana Jankunas, coordenadora de produção da Funed, que fabrica a droga. (Foto: BBC)

'Eu acho que com informação e publicidade sobre os benefícios que a talidomida traz aos pacientes este mito pode ser vencido, porque os benefícios ultrapassam os riscos', defende Jankunas.
'Essa é a melhor droga', afirma Francisco Reis, da clínica de hanseníase do hospital Curupaiti, perto do Rio de Janeiro.
Quando confrontado sobre o fato de que muitas pessoas ficariam chocadas com seu comentário, ele responde: 'você tem os fantasmas da talidomida dos anos 1950, mas você deveria se esquecer desses fantasmas'.
Ele apresenta uma de suas pacientes, Tainah, que mostra como a medicação reduziu as lesões da hanseníase nos seus braços.
'Eu sei que eu preciso desse remédio', diz a garota.
Ela disse que entende que se não tomar pílulas contra a gravidez, ela poderia engravidar e dar à luz a uma criança com defeito físico.

Causas
O Brasil é um país de enorme desigualdade social, onde cerca de 20% da população está abaixo da linha da pobreza - de acordo com a ONU, pessoas que vivem com menos de 1 US$ por dia.
Moradias super habitadas, e falta de programas de saúde pública são comuns em áreas rurais e favelas urbanas - locais onde o índice de hanseníase é alto.
Onde a hanseníase é mais comum, a talidomida continuará a ser prescrita e o risco de bebês nascerem com defeitos físicos continuará.
Artur Custodio, do Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atigindas pela Hanseníase), reconhece que a talidomida é perigosa, mas afirma que carros causam mais acidentes com vítimas que se tornam deficientes físicos no Brasil do que o medicamento.
'Nós não falamos sobre banir o uso de carros, nos dizemos que deveríamos ensinar as pessoas a dirigir com responsabilidade', afirma.
'É a mesma coisa para a talidomida'.

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domingo, 28 de julho de 2013

O Rifle de Maior Alcance do Mundo


O Rifle de Maior Alcance do Mundo



Essa é a BARRET M82A1, a arma de maior alcance do mundo. Os atiradores de elite que a usam são capazes de atingir um alvo humano a 1.800 metros de distância, ou o comprimento de 18 campos de futebol!

Com um Barret, um militar americano estabeleceu o recorde de distância para um tiro: ele acertou um alvo não humano a 2.500 metros de distância! A mira telescópica da arma, que aproxima o alvo em até 10 vezes em relação à visão normal, possibilita disparos ultra precisos mesmo a longas distâncias.

Alguns dados:
País de origem: Estados Unidos
Comprimento: 1,49 m
Calibre: .50 (12,7 x 99 mm)
Peso: 12,9 kg (descarregada)

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domingo, 28 de julho de 2013

World of Warcraft (WoW)


World of Warcraft (WoW)



World of Warcraft é um dos maiores jogos da atualidade. Sua fama pode ser confirmada pelos seus números, quem impressionam qualquer um, e provam como a empresa Blizzard acertou na criação do jogo.



- WoW, conta com mais de 12 milhões de jogadores. É maior que a população de cuba.
- 1 a cada 5 jogadores são supostamente mulheres.
- Os servidores de WoW custam mais de 135 mil dólares por dia.
- Foram corrigidos mais de 180 mil bugs desde o lançamento.
- Em média os jogadores passam 22,7 horas por semana no game.
- 40% dos jogadores dizem ser viciados no game.



Confira o trailer do jogo

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domingo, 28 de julho de 2013

O computador que prevê o futuro


O computador que prevê o futuro



Nautilus, um computador hospedado na Universidade de Illinois, tem “um poder de processamento total de 8,2 teraflops”, o que o torna poderoso o suficiente para prever grandes eventos mundiais. Quando o ligaram ele começou a ler os jornais.



Entenda, é assim que o Nautilus funciona. Ele fica lá lendo as notícias e calcula o que está por vir. No início de 2011 peneirou 100 milhões de reportagens, examinando o “tom” delas através de um processo chamado de “mineração automática de sentimento”. Sim, “mineração automática de sentimento”. De qualquer forma, após ter engolido 100 milhões de boletins de notícias, o Nautilus previu com sucesso a Primavera Árabe e o paradeiro aproximado de Osama bin Laden.


Nautilus

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domingo, 28 de julho de 2013

Cada um tem seu Mapa do Mundo


Cada um tem seu Mapa do Mundo



Você escuta sons com seus ouvidos, vê imagens com seus olhos e sente os objetos com sua pele. Cada uma destas experiências tem um significado na sua mente, e estes significados juntos são o que você considera o "Mundo". Mas tem uma coisa que você não sabe, este seu mundo, não é o meu.



A Programação Neurolinguística (PNL) é um conjunto de modelos, estratégias e crenças desenvolvidos na década de 70 nos Estados Unidos por Richard Bandler e John Grinder. Eles buscavam entender como funcionava o cérebro e os comportamentos humanos e o foco original era o estudo dos padrões fundamentais da linguagem e técnicas terapêuticas notórias e bem-sucedidas.

A PNL geralmente é usada para ajudar as pessoas a melhorarem suas vidas, assim como suas capacidades profissionais. Apesar de não ter sido reconhecida pela ciência e por alguns terapeutas ela vem se difundindo cada vez mais no mundo.

A PNL tem alguns pressupostos básicos e um deles é o foco desta postagem:

"O mapa não é o território. Nossos mapas mentais do mundo não são o mundo. Reagimos aos nossos mapas em vez de reagir diretamente ao mundo. Mapas mentais, especialmente sensações e interpretações, podem ser atualizados com mais facilidade do que se pode mudar o mundo".



Ou seja, existe este mundo físico onde todos nós vivemos mas este mundo é visto de formas diferentes por cada pessoa. Um mesmo som, imagem ou objeto que tem um significado para você, tem outro significado para mim e sabendo disso podemos lidar melhor com as diferenças e nos comunicarmos melhor uns com os outros.

E para terminar, mais um pressuposto muito interessante:

"Se uma pessoa pode fazer algo, todos podem aprender a fazê-lo também. Podemos aprender como é o mapa mental de um grande realizador e fazê-lo nosso. Muita gente pensa que certas coisas são impossíveis, sem nunca ter se disposto a fazê-las. Faça de conta que tudo é possível. Se existir um limite físico ou ambiental, o mundo da experiência vai lhe mostrar isso."



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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Exposição reúne desde tiranossauro até pessoas feitas de Lego na China


Exposição reúne desde tiranossauro até pessoas feitas de Lego na China


Esqueleto de tiranossauro feito completamente de Lego é exibido na China (Foto: Peter Parks/AFP)

Obras fazem parte da exposição 'The Art of the Brick', exibida em Xangai.
Peças foram criadas pelo artista norte-americano Nathan Sawaya.


Em Xangai, na China, uma exposição na cidade reúne diversas peças e estruturas feitas inteiramente a partir de peças de Lego.

Chamado “The Art of the Brick” (A arte do tijolo, em tradução livre), o evento reúne obras do artista norte-americano Nathan Sawaya, que criou desde um esqueleto de tiranossauro até um famoso guerreiro de terracota, utilizando apenas peças do famoso brinquedo.


Visitante tira foto de figuras humanas feitas de Lego (Foto: Peter Parks/AFP)



Guerreiro de terracota feito de Lego é parte da exposição 'The Art of the Brick' (Foto: Peter Parks/AFP)


Obras foram criadas pelo artista norte-americano Nathan Sawaya (Foto: Peter Parks/AFP)



Figuras feitas completamente de peças de Lego são expostas em Xangai, na China (Foto: Peter Parks/AFP)


Homem de Lego exibe 'hospedeiro indesejado' (Foto: Peter Parks/AFP

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

É possível substituir o cigarro por sexo ?


É possível substituir o cigarro por sexo ?



Antiga caixa de cigarros Peggy O'Neal (foto: Wikimedia Commons)

A campanha publicitária “Alegria gera Saúde”, de um hospital da cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, tenta chamar a atenção da população para problemas de alguma maneira relacionados à saúde como stress ou limpeza pública (há uma com bancos de balanço em pontos de ônibus e outra que transforma lixos em cestas de basquete).

A mais popular, no entanto, é a que propõe trocar cigarros por camisinha e tem o slogan “Sexo é bem melhor que cigarro”. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? É possível dizer que um é melhor ou pior que o outro? Se é ou não, fica a seu critério, mas o fato é que sexo e cigarro têm muita coisa em comum.

Conversamos com Renato Sabbatini, neurocientista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, para nos ajudar a ligar os pontos. Ele explicou que o clichê hollywoodiano no qual os atores fumam um cigarrinho depois do ato sexual tem muito mais a ver com fisiologia do que com propaganda subliminar.

Prazer.Todos os prazeres estão na mesma região do cérebro, é a chamada área de motivação. Ela faz parte do sistema límbico, que processa as emoções. A motivação é uma emoção, que surge no reino animal e o faz repetir alguma atividade. Por exemplo, se você precisa comer ou beber água para sobreviver o cérebro precisa te avisar que aquela prática precisa ser repetida. Quando se repete, gera-se uma sensação boa.

Sem motivação, os animais morreriam, porque precisamos repetir certos atos motores. A maneira como o cérebro controla isso é dando ao indivíduo a sensação de “querer mais”. Isso é o que interpretamos como sendo algo “gostoso”. Isso está relacionado a alimentação, bebida, sexo ou adicções, ou seja, os vícios. A diferença é que esses não são associações naturais - culpa dos alcaloides.

Alcaloides são estruturas moleculares neuroquímicas extraídas das plantas que estimulam o circuito dessa região cerebral. Alcaloides são conhecidos pelas terminações em “ina”, como cocaína, heroína, cafeína ou teobromina (chocolate) e nicotina. A pessoa que fuma ingere este último, causando a tal sensação boa e o fazendo querer repetir.

O mesmo acontece com o sexo, que ativa o mesmo circuito. O orgasmo e a sensação de prazer ocorre também por este circuito, mas por razões originalmente biológicas. O estímulo à repetição do sexo (a libido, do latim libido, que significa vontade, desejo) está ligado à copulação, ou seja, à necessidade de reprodução da espécie. Já pensou se os animais não sentissem nenhuma vontade de se relacionar sexualmente? Aliás, esse circuito é ativado também em atividades como jogo, ao ato de fazer compras, ganhar dinheiro, etc.

Impotência sexual. A nicotina promove uma destruição gradativa das artérias. Cada vez que se traga existe uma dilatação das artérias e uma contração. A cada “baforada”, com o tempo, as artérias vão desenvolvendo rachaduras, que o organismo produz colesterol para tapar. A presença de muito colesterol, como consequência, as entope. É por isso que a principal causa de impotência sexual no mundo é o fumo.

Ele atrapalha tudo. Afeta as artérias também do pulmão e do coração, por é o maior causador de doenças cardiovasculares e respiratórias. O alcatrão e os componentes presentes no cigarro tendem a causar enfisema, obstrução respiratória crônica e isso afeta o desempenho durante o ato sexual. A resistência física necessária para o sexo depois de anos como fumante cai, é inevitável.

Sexo vicia? O hormônio motivador, que nos faz ter vontade de fazer de novo, chama-se dopamina. A endorfina está ligada ao prazer e é liberada durante o orgasmo ou após toda sensação agradável que o indivíduo tenha durante o sexo. Ela está muito ligada ao exercício físico, por isso também é muito importante para o ato sexual. Acontece que a a endorfina também vicia, porque ela age como um analgésico, usado para proteger o ser humano das dores causadas por exercícios. Nunca ouviram falar de casos de atletas viciados em exercício? Pois então.

Por outro lado, o sexo também pode viciar por dopamina, mas não acontece com qualquer pessoa. Algumas têm o circuito motivacional mais sensível, é o chamamos de “perfil hedônico”, ligado a hedonismo, ou seja, pessoas “viciadas” em prazeres. Existem genes que controlam essa sensibilidade. Aliás, essa é uma das explicações para a existência do chamado “efeito dominó” nas drogas. O viciado começa com drogas mais leves e vai evoluindo porque chega-se a pontos em que o indivíduo se adapta à droga e o sistema límbico se excita menos.

Talvez seja possível se chegar a um estado parecido com sexo. Depois de algum tempo, é possível que os mesmo estímulos, anteriormente motivadores, não funcionem mais. Tem gente que faz uso de drogas como ectasy para aumentar as sensações durante o ato sexual ou para despertar a libido. Por isso, cientificamente falando, aliar um pouco desses estímulos com sexo pode incentivar o impulso sexual, por causa da dopamina. No caso de Hollywood, o comum era ver o ato acendendo um cigarro depois do sexo, antes era charmoso, hoje é politicamente incorreto. Mas faz sentido, já que o cigarro vai prolongar a sensação de prazer iniciada pelo sexo e ativar a dopamina, para incentivar a repetição.

A campanha deve atingir os que fumam, mas o Dr. Sabbatini não acredita em sua efetividade. Dar o cigarro ou trocá-lo por outro coisa não afeta o vício, só a forma de se ver a coisa. Não basta esconder o cigarro.

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Descontaminação de Fukushima custará 4 vezes mais que o esperado

Descontaminação de Fukushima custará 4 vezes mais que o esperado


Usina de Fukushima Daiichi sofreu, em 2011, acidente nuclear mais grave desde Chernobil (Foto: AFP)

Limpeza de região atingida por acidente nuclear chegará a R$ 114 milhões.
População de zona de 20 quilômetros em torno da usina continua afastada.



Os trabalhos de descontaminação radioativa da área de Fukushima, epicentro da crise nuclear do Japão em 2011, custarão aproximadamente R$ 114,6 bilhões, um valor quatro vezes acima do previsto pelo governo, revelou nesta quarta-feira (24) um estudo apresentado por especialistas do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Avançadas do Japão (AIST).

Um grupo de trabalho do AIST calculou que o custo da limpeza pelo acidente na zona de exclusão alcançará aproximadamente R$ 44,1 bilhões, enquanto o restante da província afetada custaria mais R$ 66,1 bilhões.

Após o tsunami, que em março de 2011 causou a pior crise nuclear desde Chernobil na usina de Fukushima Daiichi, o governo iniciou os trabalhos de limpeza e decretou uma zona de exclusão de 20 quilômetros em torno da central devido aos altos índices de radiação, o que mantém afastadas dezenas de milhares de pessoas.

A estimativa se baseia nas despesas realizadas pelo governo e nos dados apresentados pelas prefeituras locais, que incluem o custo da mudança e armazenamento de resíduos radioativos, assim como o da terra contaminada.

Até o momento, o governo central já destinou mais de R$ 22 bilhões para os trabalhos de limpeza e descontaminação, informou a agência "Kyodo".

O projeto, que está atrasado, recebeu críticas por sua falta de efetividade, já que os níveis de radiação se mantêm elevados em algumas áreas, inclusive depois da suposta descontaminação.
Uma das especialistas responsáveis pelo estudo, Junko Nakanishi, criticou em declarações recolhidas pela emissora pública "NHK" o fato de que o governo está desenvolvendo os trabalhos sem saber quanto custará para conseguir atingir os níveis de limpeza exigidos pelos residentes, alguns deles ainda evacuados.
Neste sentido, algumas organizações ambientalistas - como o Greenpeace, por exemplo -, qualificaram os trabalhos de descontaminação de Fukushima como "irregulares e insuficientes".

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

10 melhores filmes de comédia de 2013


10 melhores filmes de comédia de 2013

Assim como no ano anterior, nós não poderíamos deixar de dar os nossos pitacos para os melhores filmes de comédia do ano de 2013. Igualmente ao gênero de terror, o ano esta recheado de grandes produções para o humor nacional e internacional.
Se destacando com enredo engraçados e baixo custo de produção, os filmes de comédia nacional tem se mostrado rentável nos últimos tempos, e esse ano “Vai que dá certo” e “Odeio o dia dos namorados” vieram confirmar esse fenômeno que tem agradado o publico brasileiro.



TEXTO:

10-Inatividade Paranormal
Lançado: 01/02/13

9-É o fim
Lançamento: 27/09/13

8-Gente Grande 2
Lançamento: 16/08/13

7-Odeio o Dia dos Namorados
Lançado:07/06/2013

6-Uma Ladra Sem Limites
Lançamento:10/05/2013

5-Para Maiores
Lançado:08/02/13

4-Todo Mundo em Pânico 5
Lançado: 14/06/2013

3-Se Beber, Não Case: Parte 3
Lançado:30/05/2013

2-Vai que dá certo
Lançado:22/03/13

1-Finalmente 18
Lançado:17/05/13

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Legalizar não é melhor saída contra dependência química, aponta SBPC

Legalizar não é melhor saída contra dependência química, aponta SBPC


Ronaldo Laranjeira apresentou o mais recente Levantamento Nacional de Álcool e Drogas

Pesquisadores acreditam que ideal é país criar políticas consistentes.
Mesa sobre o assunto foi realizada na tarde desta segunda (22), na UFPE.

A legalização das drogas não é o melhor caminho para enfrentar a dependência química na opinião de especialistas convidados para participar de uma mesa sobre o assunto, na tarde desta segunda (22), dentro da programação da 65° Reunião Anual da SPBC, realizada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife. Para os pesquisadores, o ideal é criar políticas consistentes, baseadas em evidências científicas, rejeitando o princípio de guerra às drogas e a solução da legalização, vista como "derrotismo".

O professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Laranjeira, mostrou o mais recente Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. O estudo indica que os brasileiros estão bebendo mais álcool e consumindo mais drogas. Questionado pelo público, não apresentou dados científicos que diferenciam dependentes dos usuários recreativos. Ele pontuou que o caminho é prevenir o início da experimentação, principalmente com público abaixo dos 18 anos. "Legalizar só vai deixar a droga mais barata [para ser comprada]. A dependência transforma-se numa doença do cérebro e pode ser prevenida, tratada e deve-se estimular a recuperação", disse.

Ele citou as ações necessárias para operacionalizar essa política. "Colocar o foco da prevenção na comunidade, controlar o mercado de drogas (produção e distribuição), facilitar o diagnóstico e acesso rápido ao tratamento, expandir as possibilidades de recuperação, alternativas à relação de uso de drogas e prisão, como uma justiça terapêutica, e melhorar o treinamento profissional e o sistema de informação para melhorar tomada de decisão."
Laranjeira ainda apontou como exemplo positivo políticas públicas que usam como princípio básico intervenções no meio ambiente para inibir o consumo. "Não vamos convencer alguém a parar de fumar, mas criar constrangimentos sociais para evitar que ele fume, como leis que restringem locais para fumantes. Atuar também no preço e promoção do produto", argumentou.


Amadeu Rosseli afirmou que o Brasil nunca teve uma política consistente nem sistêmica de prevenção às drogas

'Políticas autistas'
Tanto Laranjeira quanto Amadeu Roselli, professor de psicofarmacologia e drogas de abuso da Universidade Federal de Minas Gerais, acreditam que o Brasil nunca teve uma política consistente nem sistêmica de prevenção às drogas. "Faltam projetos bem planejados, com metodologias adequadas, e sobra marketing, por isso não dão resultados. Também não há local para tratar todos os dependentes que precisam de atendimento e não há vagas para todos os que dele necessitam", complementou Roselli.
O docente da UFMG classificou as políticas públicas brasileiras de "autistas". "Uma não conversa com a outra por falta de planejamento e gestão. Políticas sobre drogas do Brasil são coerentes ao não funcionar, pois seguem a forma como outras políticas são feitas no País, imediatas, ao remendo, nunca levadas ao final", explicou.
O especialista emocionou a plateia mostrando um lado do crack que está apenas no começo: a perda da guarda familiar pelo consumo da droga. O efeito são crianças órfãs e o medo das pessoas em adotar os "filhos do crack". "Existe esse preconceito, mas eu adotei, legalmente, duas 'filhas do crack'. São lindas e saudáveis", comentou.


Araci Asinelli falou sobre a experiência do Núcleo Interdisciplinar de Enfrentamento à Drogadição

Mediadora da mesa, a professora da Universidade Federal do Paraná, Araci Asinelli, mostrou a experiência do Núcleo Interdisciplinar de Enfrentamento à Drogadição, criado em 2012, que usa como lema a prevenção como princípio para o enfrentamento. Ela ressaltou a importância da prevenção, com ênfase à prevenção primária, junto à criança e ao adolescente, e apontou como necessário potencializar a atuação da universidade na demanda por políticas públicas no enfrentamento da problemática da prevenção, tratamento, redução de danos e repressão do abuso de drogas junto à sociedade brasileira.
A SBPC segue na Universidade Federal de Pernambuco até 26 de julho. A programação completa pode ser conferida no site do evento.

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Peça misteriosa e de tecnologia avançada, de 5000 anos atrás, pode reescrever a História!


Peça misteriosa e de tecnologia avançada, de 5000 anos atrás, pode reescrever a História!


O disco de xisto, conforme foi encontrado

Segundo o site MessageToEagle.com, um objeto de aproximadamente 5.000 anos de idade teria sido encontrado em 1936, na borda do planalto ao norte de Saqqara no Egito, muito próximo à pirâmide de Djoser. Pesquisadores ainda não tem certeza que tipo de objeto extraordinário eles estão lidando. O objeto é um disco esculpido em pedra xisto, uma escultura delicada de aproximadamente 61 centímetros de diâmetro, um centímetro de espessura e 10,6 centímetros na parte central.

O artefato desperta questões interessantes, como qual seria a função original do “aparelho”? Os cientistas não acharam que o objeto poderia ser uma roda, porque a roda apareceu no Egito a cerca de 1500 anos antes de Cristo, durante a dinastia 18 e estima-se que o objeto seja da primeira dinastia do Egito.

Se o disco de xisto for na verdade uma roda, isso significaria que os antigos egípcios possuíam conhecimento da roda a cerca de 3000 AC, durante o tempo da primeira dinastia! Isso implicaria aos egiptólogos que reescrevessem alguns livros de história.Foi fabricado por desconhecidos em um material muito frágil e delicado, exigindo uma escultura muito delicada e precisa, cuja produção poderia confundir muitos artesãos até hoje. Claro que alguns acreditam que este assunto serviu a outro propósito, apenas para ser capaz de conduzir lamparinas.

No entanto, os críticos desta teoria argumentam que para a lâmpada cerimonial de três pás seria quase impossível, por causa da forma e curvatura de suas pétalas, o que parece sugerir uma função, e não apenas a decoração.


Reconstrução computadorizada do disco de xisto

Será que os antigos egípcios tinham uma tecnologia muito além da atual?
Há uma opção que é ainda é mais desafiadora, ou seja, de que estaríamos lidando com algum tipo de tecnologia desconhecida antiga e avançada. É possível que os antigos egípcios tivessem uma tecnologia muito além da atual?
Egiptólogo Cyril Aldred chegou à conclusão de que, independentemente da função do objeto e do que ele representava, o seu design foi, sem dúvida, uma cópia de um objeto metálico anterior e muito mais velho.

Por que os antigos egípcios se preocuparam em criar um objeto com uma estrutura tão complexa há mais de 5.000 anos atrás?
Como pode uma cultura que normalmente usavam cinzéis para moldar rocha ter dominado a técnica de trabalhar um material tão delicado a este nível de precisão tão extraordinário?Por que os antigos egípcios investiram o tempo e as habilidades necessárias para criar esse objeto, a menos que teve uma finalidade específica muito importante?
Obviamente, o disco de Xisto é um objeto que desempenhou um papel importante há 5.000 anos atrás. Egiptólogos oferecem uma série de teorias que tentam explicar a função do disco, mas até o momento, ninguém conseguiu explicar a complexa estrutura do objeto. O design futurista do disco de Xisto continua a confundir tudo que já vimos.
Não há dúvida que este objeto peculiar continua a constituir um dos mistérios egípcios mais desconcertantes e ficamos com várias perguntas sem resposta.
O disco de Xisto está atualmente no Museu do Cairo.

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Internautas brincam com 'chifres' vermelhos no Papa em capa da 'Time'


Internautas brincam com 'chifres' vermelhos no Papa em capa da 'Time'


Internautas brincam com 'chifres' vermelhos no Papa em capa da 'Time' (Foto: Reprodução)

Impressão é dada por foto do Papa, sobreposta ao M do nome da revista.
Publicação questiona se pontífice pode recuperar a Igreja latino-americana.


Internautas e vários sites brincaram nesta segunda-feira (22), nas redes sociais, com o fato de a capa da revista "Time" dedicada ao Papa Francisco dar a impressão de que o pontífice está com "chifres" vermelhos.

A impressão é dada pela foto do papa, sobreposta à letra M do título da revista semanal.

Com o título de "O Papa do povo" na capa e "Um Papa para os pobres" na matéria interna, a publicação trouxe um perfil do pontífice argentino, às vésperas de sua vinda para a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro.

A publicação questiona-se se o novo Papa poderá recuperar a Igreja Católica na América Latina.

A reportagem afirma que a ida ao Brasil vai ser uma oportunidade para medir as forças do "Papa humilde" e o modo como ele está refrescando a face do papado.


Reprodução da capa da 'Time' com o Papa Francisco (Foto: Divulgação)


"No Brasil, o mais populoso dos países católicos no mais católico dos continentes, [o Papa Francisco] vai encarar, em microcosmos, os desafios com os quais a Igreja está confrontada ao redor do mundo: o magnetismop do evangelismo protestante e as tentações da cultura secular", diz o autor. "E é nessa enorme nação latino-americana que o Papa dos pobres pode começar a ter a influência desestabilizadora que o Papa João Paulo II teve na Europa Oriental: virar a maré contra os rivais da Igreja e restabelecer seu primado no lugar onde uma vez ela teve domínio incontestável."

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Facebook para celulares 'simples' alcança 100 milhões de usuários


Facebook para celulares 'simples' alcança 100 milhões de usuários


'Facebook Para Qualquer Telefone' roda tecnologia Java.
Recurso está em mais de 3 mil celulares.


'O Facebook Para Qualquer Telefone' (Foto: Divulgação /Facebook)


O aplicativo "Facebook Para Qualquer Telefone", voltado para celulares mais "simples", alcançou 100 milhões de usuários em todo o mundo, de acordo com a rede social em comunicado divulgado nesta segunda-feira (22).

O recurso, um aplicativo de código Java, é voltado para celulares mais simples com bastante uso em mercados como Índia, Filipinas e Indonésia, onde operadoras de telefonia permitem que clientes usem o Facebook por este meio gratuitamente. Ele é compatível com mais de 3 mil aparelhos. Nos Estados Unidos, celulares desse tipo podem custar US$ 20.

Na versão "Facebook Para Qualquer Telefone", os usuários podem acessar o Feed de Notícias, o Messenger para conversar com contatos e fotos. Também é possível encontrar amigos e criar uma conta para usar a rede social.

O Facebook Para Qualquer Telefone é alimentado por uma tecnologia criada pela Snaptu, adquirida pelo Facebook em 2011. O "app" foi lançado no mesmo ano.

De acordo com o jornal "New York Times", o Facebook, aproveitando a grande base de usuários, começou a vender anúncios recentemente para esta plataforma, retorno financeiro que deve aparecer nos próximos meses para a rede social.

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sábado, 20 de julho de 2013

Conheça alternativas ao Google


Conheça alternativas ao Google


Larry Page, cofundador e CEO do Google. (Foto: Reuters)

Empresa americana já tem concorrentes 'repensando' o conceito de pesquisa na web.

O Google, empresa por trás do famoso site de buscas, anda bastante ocupado. Nas últimas semanas, a empresa apresentou uma nova ferramenta que trata e corrige fotos de sua rede social, o Google+; lançou balões de ar com equipamentos que levarão o acesso a internet quase ao espaço; inaugurou um novo serviço de música por streaming, o Google Play Music All Access; deu pistas sobre um novo smartphone, o Moto X, e revitalizou seu sistema de mapas.

Em breve, também trará ao mercado o Google Glass, um óculos que terá recursos para tirar fotos e filmar e permitirá também a navegação por GPS.

Mas, quando a gigante do setor de tecnologia divulgar seu próximo balanço financeiro, investidores estarão preocupados com outra coisa: o desempenho do negócio de anúncios online do Google, sua principal fonte de lucro.

A predominância do Google entre os buscadores na internet já não é mais tão grande assim.

Na Grã-Bretanha, de todas as buscas feitas no país, a empresa responde por 90% das que são feitas em computadores e 92% das feitas pelo celular, de acordo com dados da empresa de análise Statcounter.

Mas, nos Estados Unidos, somente 78% das pessoas que usam computadores para fazer buscas ainda se mantêm fiéis à empresa.

No Brasil, de acordo com um levantamento da consultoria Serasa Experian feito neste ano, o site Google Brasil era o líder entre os buscadores, sendo usado em 73,83% das buscas realizadas no país no período de quatro semanas encerrado em 30 de março. Em segundo lugar ficou o Bing Brasil, da Microsoft, com 9,91%.

Em outros países, como Rússia, China e Coreia do Sul, a empresa vive uma situação pior, com forte concorrência de sites de busca locais.

"Algum tempo atrás, o Google era claramente um motor de busca melhor, mas agora já podemos debater essa questão", afirma Greg Sterling, analista que escreve para o site de notícias sobre tecnologia Search Engine Land.

"No entanto, o poder da marca Google, juntamente com sua estratégia agressiva em meios portáteis (celulares e tablets, por exemplo) solidificou sua liderança na maioria dos mercados num futuro próximo".

"Nada é certo, mas é difícil imaginar algum concorrente - fora de países na Ásia e da Rússia - ganhando espaço significativo na área de buscas na rede", ressalta Sterling.

Ainda assim, outras empresas continuam a oferecer alternativas ao gigante das buscas e até mesmo tentando repensar a tecnologia por trás das pesquisas na internet. Conheça algumas delas:


Bing


Bing, da Microsoft. (Foto: Reprodução/Microsoft)

O Bing, da Microsoft, (veja aqui) é o principal concorrente do Google se pensarmos em termos globais, ainda que tenha menos de um vigésimo de tráfico total, de acordo com o StatCounter.
A mais óbvia diferença entre o Bing e o Google é que, no caso do sistema de buscas da Microsoft, fotografias coloridas compõem o fundo de sua página inicial, com áreas que destacam links relativos ao tema pesquisado.
A Microsoft também está tentando associar o Bing às redes sociais.

Nos Estados Unidos, os usuários do serviço conseguem ver uma barra lateral que sugere amigos no Facebook que podem ser capazes de ajudá-lo com uma pesquisa em particular. Eles também podem ver 'quadros' â'€ imagens e links que são sugeridos por blogueiros ou outros especialistas sobre aquele tema.


Yandex


Buscador Yandex. (Foto: Reprodução/Yandex)

O site de buscas mais popular da Rússia, Yandex, (acesse aqui) tem versões para a pesquisa em inglês, turco e ucraniano, entre outras línguas.
A empresa está introduzindo uma novidade nos seus resultados de pesquisa, entre elas um recurso chamado 'ilhas'.
As ilhas são blocos de informação que se integram visualmente à página de busca, fazendo com que o usuário não precise sair do buscador e entrar em outros sites para realizar determinadas atividades.

Por exemplo, uma pesquisa por Aeroflot check-in in Moscow ('Aeroflot check-in em Moscou', em tradução livre), vai trazer à tela um bloco (ilha), permitindo que o usuário faça check-in online na companhia aérea russa sem ter que sair do Yandex e entrar no site da companhia aérea Aeroflot.
Uma pesquisa por optometrist city clinic 57 ('optometrista cidade clínica 57') permitiria à pessoa marcar uma consulta com um especialista em outra ilha que aparece no Yandex, sem sair do buscador.


DuckDuckGo


DuckDuckGo promete mais privacidade. (Foto: Reprodução/DuckDuckGo)

O DuckDuckGo (acesse aqui) coloca a privacidade como sua principal característica, prometendo não coletar ou compartilhar informações sobre seus usuários, um tema delicado depois das revelações de que o Google, a Microsoft e outras empresas passaram informações pessoais de usuários para a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês).

O tráfego do DuckDuckGo deu um salto depois que detalhes sobre o programa de espionagem conduzido pela NSA, o Prisma, vazaram ao público. No entanto, alguns questionam se o buscador pode realmente prevenir a NSA de 'fuçar' os dados de usuários caso a agência esteja determinada a fazê-lo.

O DuckDuckGo também afirma ser visualmente mais 'limpo' que seus rivais, em parte porque o site se limita a exibir apenas um anúncio publicitário por cada página de resultados, e não personaliza os resultados, argumentando que impede que seus usuários fiquem presos em 'bolhas criadas por filtros'.


Blippex


Blippex conta com ranking próprio. (Foto: Reprodução/Blippex)

A maioria dos sistemas de busca na internet baseia seus resultados na análises das palavras e dos links que estão em uma página.
No caso do Blippex (veja aqui), o site ordena a busca de acordo com um ranking próprio, o DwellRank, que verifica o tempo que as pessoas gastam navegando em uma página depois de clicarem no link.
Quanto mais segundos o usuário permanece num site, mais importante o DwellRank julga que esse endereço é.

O serviço consegue estas informações pedindo a voluntários para instalarem um arquivo em seus computadores que envia de volta informações sobre a atividades deles anonimamente.

O Blippex foi lançado no começo do mês e alguns de seus usuários podem achar os resultados de suas buscas um pouco incomuns, mas os desenvolvedores do buscador garantem que quanto mais pessoas utilizarem o sistema, melhor o site se tornará.


Wolfram Alpha



Buscador Wolfram Alpha traz estatísticas. (Foto: Reprodução/Wolfram Alpha)

O Wolfram Alpha (veja aqui) se descreve como um 'sistema computacional de conhecimento' e não se vende como um site de buscas no sentido mais restrito da definição, ainda que muitas pessoas o utilizem para pesquisar informações que estão em outros sites.
Ao invés de entregar resultados no formato de uma lista de links para outros sites, o Wolfram Alpha reúne informações e estatísticas de fontes primárias e estrutura os dados, permitindo também compará-los com outras bases de dados, e apresentando o resultado em uma série de tabelas, gráficos e ilustrações.

O buscador também cobra por uma opção 'pro', que permite que os usuários forneçam ao site suas próprias suas imagens e estatísticas para análise, o que favoreceria a apresentação de melhores resultados a cada busca.


Blekko


Buscador Blekko filtra informações.(Foto: Reprodução/Blekko)

A característica mais atraente comercialmente do Blekko (acesse aqui) é o uso de uma ferramenta batizada de 'slashtag' (se refere ao termo slash, a barra '/' do teclado), que é capaz de filtrar as informações que o usuário quer receber.
Por exemplo, se uma pessoa quer saber onde comprar um bolo de chocolate, ela pode digitar 'bolo de chocolate / loja / restaurante'. Mas se ele quer ver uma lista de artigos sobre esse assunto com os mais recentes no topo, ele deve digitar 'bolo de chocolate / blog / data'.
Dessa forma, os resultados são agrupados em diferentes categorias, como lojas, receitas e decoração de bolo, para ajudar os usuários a focar no tipo específico de resultados que eles desejam.


Naver


Naver é o buscador mais usado na Coreia do Sul. (Foto: Reprodução/Naver)

O site de buscas mais utilizado da Coreia do Sul, Naver, (veja aqui) foi criado por um grupo de ex-funcionários da Samsung e lançado em 1999.

As buscas dão resultados pouco comuns, com longas listas de links agrupados de acordo com a fonte â'€ blogs, redes sociais, propagandas, aplicativos, livros e serviços de notícia.

Os links geralmente levam os usuários para os serviços do próprio Naver, incluindo seus 'cafés' â'€ espécies de fóruns onde pessoas com os mesmos interesses trocam informações sobre um tema em particular.

No início do mês de julho, a Comissão de Comércio Justo (FTC, na sigla em inglês) da Coreia do Sul, o organismo antimonopólio do país, anunciou que está investigando a empresa por supostas práticas anticompetitivas.


Pipl


Buscador Pipl encontra pessoas.(Foto: Reprodução/Pipl)

O Pipl se especializou em encontrar detalhes sobre uma pessoa específica ou material que essa pessoa postou na rede. Ele permite que as buscas sejam baseadas em um nome, um endereço de e-mail, um nome de usuário ou um número de telefone.
Os desenvolvedores do buscador dizem que o produto mostra resultados que seus rivais não encontram porque o Pipl (acesse aqui) 'entra na internet profunda' (expressão que se refere ao conteúdo disponível na rede que não é indexado pela maior parte dos buscadores padrão).
Esses resultados incluem informações de perfis de redes sociais, registros judiciais, diretórios de membros (de grupos ou organizações) e outras bases de dados.
Os resultados também incluem fotos e, às vezes, os nomes de outras pessoas que o 'procurado(a)' conhece.
O Pipl pode até soar como o sonho dos detetives particulares, mas as pessoas podem utilizar o serviço como uma forma de rastrear perfis e postagens que elas próprias fizeram no passado, mas se esqueceram.


Baidu


Baidu é o buscador mais popular da China. (Foto: Reprodução/Baidu)

O Baidu (veja aqui) é, de longe, o site mais popular da China, espremendo o mercado do Google no país.
A empresa diz que sua força está no fato de não fornecer somente links como resultado das buscas, mas, em vários casos, dar a informação exata que o usuário quer. Isso pode incluir músicas, vídeos ou até mesmo aplicações interativas na internet.
Por enquanto, o serviço exige que seus usuários sejam proficientes em chinês. No entanto, o Baidu lançou recentemente uma versão em inglês voltada para desenvolvedores estrangeiros que queiram vender aplicativos para a China.


Yacy

Buscador Yacy se baseia no princípio de rede peer-to-peer. (Foto: Reprodução/Yacy)

O motor de busca do Yacy (acesse aqui) se baseia no princípio de rede peer-to-peer, que permite que cada computador da rede compartilhe e receba dados sem que eles passem por um servidor central.

Por isso, ao invés de utilizar seus próprios servidores para indexar links da internet, o sistema se apoia nos computadores de seus usuários para fazer o trabalho por meio de um software distribuído pela empresa.

A informação rastreada é compartilhada em uma base de dados comum, cujos fragmentos estão distribuídos pela rede.

Já que a resposta para uma busca é obtida dos computadores de voluntários, e não de um portal central, o Yacy diz que é impossível censurar seus resultados.

No entanto, os algoritmos que o buscador utiliza para criar um ranking dos resultados não é tão avançado quanto o de seus rivais tradicionais, o que o torna menos atraente para pessoas além de um grupo de entusiastas do serviço.


StartPage


StartPage promete driblar cookies em buscas. (Foto: Reprodução/StartPage)

O StartPage (acesse aqui) diz que seus serviços foram 'melhorados pelo Google', uma referência bem-humorada ao fato de ele depender da empresa para obter seus resultados.
Sua principal característica é retirar todo tipo de informação que identifique os usuários antes de começar as buscas, impedindo que o Google consiga rastrear informações pessoais ou instalar cookies (dados que o navegador armazena no computador do usuário, como a senha que a pessoa usou para entrar em seu e-mail) nos computadores de quem faz a pesquisa.
A empresa por trás do produto, a Surfbord Holding, que fica na Holanda, garante que as informações de seus clientes são mantidas longe do alcance de programas de coleta de informações, como o Prisma, da Agência Nacional de Inteligência americana.
Tudo isso pode parecer bom para os usuários de internet que são mais conscientes sobre questões de privacidade. Por outro lado, o resultado das pesquisas não pode ser personalizado para cada usuário, porque não pode utilizar o histórico do navegador da pessoa e nem a informação sobre a localização do computador.
O StartPage garante que isso torna seus resultados mais 'puros'.

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sábado, 20 de julho de 2013

Máquina destila suor para criar água potável na Suécia


Máquina destila suor para criar água potável na Suécia



Máquina que 'recicla' suor para produzir água (Foto: Unicef/BBC)

Equipamento foi criado para a Unicef com o objetivo de promover campanha sobre falta de água potável no mundo.



Uma máquina que destila a água contida em roupas encharcadas de suor, tornando-a potável, foi apresentada nesta semana na cidade de Gotemburgo, na Suécia.

O equipamento gira e aquece o tecido das roupas para extrair o suor na forma de vapor, que é conduzido a uma membrana que só deixa passar as moléculas de água.

A máquina foi criada especialmente para o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para promover uma campanha de conscientização sobre a falta de água potável, problema que atinge 780 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os responsáveis pelo equipamento afirmam que, desde que a máquina foi colocada em exposição em Gotemburgo, na segunda-feira, mais de mil pessoas "beberam o suor dos outros" e que a água é mais limpa do que a encontrada nas torneiras locais.

Um gole
A máquina foi desenvolvida e construída pelo engenheiro Andreas Hammar. Segundo ele, a parte mais importante do equipamento é um novo componente de purificação de água, desenvolvido por uma empresa chamada HVR, em colaboração com o Instituto Real de Tecnologia da Suécia.

"Ele utiliza uma técnica (de purificação) chamada destilação por membrana", contou Hammar à BBC.

"Nós usamos uma substância que é parecida como Gore-Tex (um tipo de tecido impermeável) que apenas deixa passar o vapor, retendo bactérias, sais minerais, fibras de tecido e outras substâncias."

"Eles têm algo similar na Estação Espacial Internacional para tratar a urina dos astronautas, mas a nossa máquina foi mais barata de construir", explicou o engenheiro.

"A quantidade de água que o equipamento produz depende do quanto uma pessoa sua, mas uma camiseta (suada) de uma pessoa tipicamente produz 10 ml, cerca de um gole de água."


Jovem bebe água de suor (Foto: Unicef/BBC)


'Pedalando como loucos'
O equipamento está sendo apresentado na Copa Gothia, considerada um dos maiores torneios internacionais de futebol juvenil do mundo, com a participação de crianças e jovens de 11 a 19 anos.

Diversos voluntários estiveram não apenas experimentando o suor tratado desde o início da semana em Gotemburgo, mas também ajudando a produzir mais água com seu próprio suor.

Mattias Ronge, presidente de uma agência de publicidade que organizou a apresentação da máquina, disse que ela ajudou a chamar a atenção para a campanha do Unicef, mas na realidade tem suas limitações.

"As pessoas não produziram tanto suor quanto a gente esperava e no momento o tempo em Gotemburgo é ruim", ele disse.

"Por isso, nós instalamos bicicletas ergométricas próximo da máquina, e os voluntários estão pedalando como uns loucos. Ainda assim, a demanda por suor é maior que a oferta."

Para Ronge, a máquina nunca será industrializada, porque "existem melhores soluções no mercado para tratar água, como pílulas purificadoras".

Entre aqueles que beberam a água estão meninas do Brasil que estão participando da Copa Gothia, que reúne times de 70 países e termina neste sábado.

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sábado, 20 de julho de 2013

Expedição afirma que motor encontrado no mar é da Apollo 11


Expedição afirma que motor encontrado no mar é da Apollo 11


Peça de foguete que pertencia à Apollo 11, no fundo do oceano (Foto: Bezos Expeditions/AP)

Material resgatado do fundo do oceano em março foi identificado agora.
Expedição particular foi montada pelo presidente da Amazon, Jeff Bezos.

O presidente da Amazon, Jeff Bezos, afirmou nesta sexta-feira (19) que o motor de foguete que sua expedição particular resgatou das profundezas do Oceano Atlântico é mesmo do foguete Apollo 11, a primeira a levar o homem à Lua, em julho de 1969.



Um restaurador que trabalhava na peça, resgatada em março, encontrou o número 204 na peça, o que permitie identificá-la como sendo do motor número 5 da Apollo 11, segundo texto publicado no blog da expedição.

A expedição que encontrou o motor, que estava no fundo do oceano há cerca de 40 anos, durou três semanas e foi capitaneada por Jeff Bezos.

Boa parte das missões Apollo foram lançadas ao espaço com o uso de foguetes Saturn V, nas décadas de 1960 e 1970 - é a este modelo de foguete que pertenceram as peças encontradas.

A Apollo 11 levou os primeiros homens à Lua, em 20 de julho de 1969. A bordo estavam os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin – os primeiros a pisar na Lua – e Michael Collins, que não pôde descer porque ficou no módulo de comando.

Apollo 11
No ano passado, Bezos e sua equipe usaram sonares e anunciaram ter localizado as peças a cerca de 4 km no fundo do Oceano Atlântico. Eles disseram se tratar dos motores que levaram ao espaço a famosa nave Apollo 11.


Técnicos inspecionam peça de motor resgatada a 4 km no fundo do mar (Foto: Bezos Expeditions/AP)


Estrutura do foguete Saturn V encontrada no fundo do mar (Foto: Bezos Expeditions/AP)

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sábado, 20 de julho de 2013

Cientistas encontram vírus gigantes com maiores genomas já vistos


Cientistas encontram vírus gigantes com maiores genomas já vistos

'Pandoravírus' foram achados no Chile e na Austrália.
Suas características contrariam ideia de que vírus são seres muito simples.


Um dos pandoravírus vistos ao microscópio eletrônico (Foto: Divulgação/ Science/ Chantal Abergel e Jean-Michel Claverie)

Dois tipos de vírus gigantes descritos na edição desta semana na revista “Science” podem representar um grupo totalmente inusitado na árvore da evolução dos seres vivos. Os dois foram identificados na Austrália e no Chile, e ganharam o nome de pandoravírus, porque os cientistas consideram que sua descoberta é como abrir uma caixa de Pandora, cheia de surpresas.

Na revista, os autores franceses Jean-Michel Claverie e Chantal Abergel, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na sigla em francês), apresentam suas descobertas destacando que os pandoravírus não têm "semelhança genômica ou morfológica com nenhuma família de vírus previamente definida".

Um dos pandoravírus foi identificado no mar, perto da costa central do Chile, e chega a ter 1 micrômetro de tamanho (1 milésimo de milímetro). O outro, um pouco menor, estava no barro de um lago de água doce perto de Melbourne, na Austrália.

Além de terem tamanho que chega a cem vezes o de outros vírus, os dois exemplares têm o DNA mais longo já visto entre seus pares, maior até que o de alguns tipos de bactérias. Isso é um forte argumento contra a ideia de que os vírus são seres simples demais para serem considerados vivos.

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sábado, 20 de julho de 2013

Quem são os Piratas da Somália


Quem são os Piratas da Somália



Estamos acostumados a ver os piratas em filmes, documentários, livros e desenhos, geralmente representados por um homem barbado, de feições malignas e cultivador de uma crueldade desumana. Filmes consagrados como “Piratas do Caribe”, criaram no publico leigo uma imagem clássica dos piratas que, embora seja fascinante, não retrata a realidade dos bandidos marítimos.

Além disso, criou-se também em nossas mentes, aquela velha imagem de que os piratas não mais existem e ficaram presos aos séculos anteriores ao atual. No entanto, a atividade pirática permanece viva até os dias de hoje. Não nos referimos aqui aos piratas de informação digital como tem sido difundido por aí; isso não será considerado para nós pirataria stritu sensu. A pirataria verdadeira, aquela onde um grupo de homens armados atravessam águas oceânicas sobre o objetivo de saquear é para nós a legítima e é tão antiga quanto a própria arte da navegação.


Atualmente temos ouvido falar muito dos Piratas da Somália, um grupo de homens armados que atacam navios mercantes na costa leste da África. Naturalmente o litoral somaliano era uma região de povos pescadores, mas nos últimos anos, em especial a partir de 1990, tem-se noticiado ataques de seus habitantes aos navios que cruzam tal região.



O extremo estado de miséria no qual não só a Somália, mas todos os demais países africanos, atualmente se encontram, sem sombra de dúvida é o principal motivo que leva às populações locais a entrar para o mundo do crime. Os meios de comunicação exploram isso como algo inadmissível, mas nos perguntamos se é somente culpa dos piratas ou também dos estados capitalista exploradores. Enfim, não cabe a nós entrar nessa discussão, mas sim apresentar a vocês informações sobre as atividades dos piratas somalis. Com base nisso, reunimos aqui algumas informações sobre tais piratas.

O site da Folha de São Paulo apresentou em abril de 2009 um pequeno texto (intitulado Entenda os ataques de piratas na Somália) sobre a atividade dos somalis, distribuídos nos seguinte quarteto de tópicos:

1 - Como os piratas capturam os navios?¹
Os piratas são muito eficientes no que fazem. Eles administram operações sofisticadas, usando os mais modernos equipamentos de alta tecnologia, como telefones por satélite e aparelhos de GPS.

Eles também possuem armamentos como lança-granadas e rifles AK-47, e contam com a ajuda de contatos posicionados em portos do Golfo de Áden (entre a Somália e o Iêmen), que os avisam sobre a movimentação dos navios.

Os piratas usam lanchas com motores potentes para se aproximarem de seu alvo. Às vezes, essas lanchas são lançadas de embarcações maiores posicionadas em alto mar.

Para se apoderarem dos navios, os piratas primeiro usam ganchos e barras de ferro --alguns também disparados por armas-- e sobem até o convés usando cordas e escadas. Em algumas ocasiões, eles disparam contra os navios para forçá-los a parar, o que facilita sua tomada.

Os piratas então conduzem a embarcação capturada até o porto de Eyl, na Somália, o centro das operações da pirataria. Ali, eles geralmente desembarcam os reféns, que são mantidos até o pagamento de um resgate.



2 - Por que não se consegue conter os piratas?
Navios de guerra de pelo menos nove países estão atualmente operando no Golfo de Áden e nas águas fora da costa da Somália, mas isso pode ter apenas deslocado o problema.

O navio Sirius Star, capturado em novembro, estava a uma boa distância ao sul da costa somali quando foi pego. A área na mira dos piratas agora inclui quase 25% da superfície do Oceano Índico, tornando o patrulhamento virtualmente impossível. O Bureau Marítimo Internacional está aconselhando os donos das embarcações a adotar medidas como ter vigias e navegar a uma velocidade que os permita deixar os piratas para trás.

Entretanto, os piratas se deslocam extremamente rápido e, em geral, à noite. Portanto, muitas vezes é tarde demais para a tripulação se dar conta do que está ocorrendo.

Uma vez que os piratas tenham assumido o controle de um navio, a intervenção militar fica difícil por causa dos reféns a bordo.

Não existe uma legislação internacional para os acusados de pirataria, apensar de muitos terem sido julgados no Quênia, enquanto outros presos por militares franceses estão respondendo a julgamento na França.

Alguns diplomatas argumentam que é necessária uma corte internacional para esse tipo de crime, que tenha o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas) e, além de uma prisão internacional para os condenados.

Em meados de dezembro passado, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução autorizando os países a perseguir os piratas somalis também em terra --uma extensão para a permissão que os países já têm para entrar em águas territoriais somalis para perseguir os piratas.

Mas enquanto a Somália não tiver um governo efetivo, muitos acreditam que a "vida sem lei" que impera no país e em suas águas só tende a crescer.

3 - Por que os piratas cometem esses crimes?
Por dinheiro. Os piratas tratam os navios, sua carga e seus tripulantes como reféns e exigem o pagamento de um resgate. O dinheiro que recebem é muito em um país onde não há emprego e onde quase metade da população precisa de alimentos, depois de 17 anos de vários conflitos civis.

O Ministério das Relações Exteriores do Quênia estima que os piratas tenham faturado US$ 150 milhões no ano passado com o pagamento de resgates.

Eles usam parte do dinheiro para custear novos sequestros, comprando mais armas e lanchas.

4 - Como a pirataria afeta as pessoas fora da Somália?

Além dos prejuízos diretos para os envolvidos na indústria da navegação, o principal resultado é o encarecimento do frete com consequente aumento do preço das mercadorias transportadas.

As empresas de transporte de carga passam adiante os custos de segurança, seguro, recompensa e combustível extra. Por fim, esse aumento chega ao consumidor comum.

Estima-se que a pirataria tenha custado entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões em 2008

FONTE:
fragatasepiratas.blogspot.com.br


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terça-feira, 16 de julho de 2013

10 maiores bilheteria de cinema do mundo em 2013


10 maiores bilheteria de cinema do mundo em 2013



TEXTO:

1- Homem De Ferro 3
US$1.2 Bilhões 26/04

2- Velozes & Furiosos 6
US$ 696 Milhões 24/05

3- Homem De Aço
US$ 591 Milhões 12/07

4- Croods
US$ 578 Milhões 22/03

5- Oz: Mágico E Poderoso
US$ 491 Milhões 08/03

6- Além Da Escuridão – Star Trek
US$ 444 Milhões 14/06

7- Universidade Monstros
US$ 411 Milhões 21/06

8- Guerra Mundial Z
US$375 Milhões 28/06

9- G.I. Joe : Retaliação
US$ 371 Milhões 29/03

10- Se Beber Não Se Case 3
US$ 346 Milhões 30/05

Fonte:Box Office Mojo - Ultima atualização dia 13/07/13.

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terça-feira, 16 de julho de 2013

China quer quadruplicar capacidade de geração de energia solar


China quer quadruplicar capacidade de geração de energia solar



Trabalhadores montam painel solar na companhia chinesa Suntech (Foto: Peter Parks/AFP)

Objetivo é acrescentar 10 Gigawatt por ano até 2015.
Analistas veem salto na produção com ceticismo.

A China quer mais que quadruplicar sua capacidade de geração de energia solar para 35 gigawatts até 2015, em uma aparente tentativa de aliviar a enorme escassez na indústria doméstica de paineis solares.

O objetivo fora estabelecido anteriormente pela instituição que gerencia a distribuição de energia elétrica no país, mas agora conta com o apoio oficial do Conselho de Estado, ou gabinete do país, principal órgão do governo.

A China irá adicionar uma capacidade de cerca de 10 GW por ano entre 2013 e 2015, afirmou o Conselho de Estado em um comunicado.

Se atingido, o aumento na geração de energia solar beneficiaria não só as produtores de painéis domésticos como a Suntech Power Holdings e a LDK Solar, mas também as fabricantes de todo o mundo que têm lutado contra uma enxurrada de exportações chinesas baratas. Tanto a Europa como os Estados Unidos lançaram medidas anti-dumping contra as exportações de painéis solares da China.

Mas analistas estão céticos, citando a falta de financiamento para subsídios solares e a ausência de infraestrutura necessária para aproveitar a energia renovável intermitente.

"Eu acho que a China pode aumentar a capacidade para 21 GW, mas seria muito difícil chegar a 35 GW", disse Jason Cai, analista-chefe da consultoria Solarzoom, com sede em Xangai.

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terça-feira, 16 de julho de 2013

T-Rex caçava presas vivas e não apenas comia carcaças


T-Rex caçava presas vivas e não apenas comia carcaças


Réplica de Tiranossauro Rex. De acordo com cientistas, lagarto jurássico caçava animais vivos e não apenas consumia carniça de outros dinossauros (Foto: Divulgação)

Dente achado em fóssil de 67 milhões de anos ajudou na descoberta.
Antes, tiranossauro rex era conhecido apenas por ser 'carniceiro'.

A mordida de um Tiranossauro Rex encontrada no fóssil de um hadrossauro de 67 milhões de anos ajudou os cientistas a descobrir que este lagarto jurássico caçava animais vivos para consumo e não apenas devorava carcaças que via pela frente.

Os dados divulgados nesta segunda-feira (15) pela revista da Academia Americana de Ciências, a “PNAS”, foram obtidos graças a um pedaço de dente de T-Rex encontrado entre as pernas de um hadrossauro, que foi descoberto na região de Dakota do Sul.

A investigação feita por paleontologistas da Universidade do Kansas aponta que o hadrossauro atacado pelo T-Rex estava vivo quando recebeu a mordida e conseguiu escapar antes de se tornar a refeição do tiranossuaro.

De acordo com David Burnham, um dos autores do artigo científico, o fóssil fornece a evidência definitiva de que os tiranossauros caçavam animais vivo. No entanto, não ficou claro se houve uma perseguição entre predador e presa. Outros estudos já haviam apontado evidências de que o T-rex ia atrás de animais vivos, mas também também consumia carcaças de espécies mortas.


Cientistas mostram fóssil com pedaço de dente de tiranossauro. Evidência comprova que lagarto pré-histórico caçava presas vivas (Foto: David A. Burnham/AP)

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terça-feira, 16 de julho de 2013

Fazendeiros fazem desenho gigante de fábula em campo na Alemanha

Fazendeiros fazem desenho gigante de fábula em campo na Alemanha

Traços rementem a burro, cão, gato e galo.
Imagem de 12 mil m² representa fábula d'Os Músicos de Bremen'.

Em uma plantação em Utting, na Alemanha, o campo com milho, cânhamo, girassóis e malva foi cultivado para formar a imagem de uma fábula infantil alemã chamada “Os Músicos de Bremen”, exibindo um burro, um cão, um gato e um galo.
Os fazendeiros Corinne e Uli Ernst criaram o labirinto para celebrar os 200 anos da primeira edição da coleção de contos de fada Borthers Grimm, e o campo de mais de 12 mil m² estará aberto para visitante entre 18/7 e 22/9.



Imagem foi traçada em campo em referência à fábula infantil chamada 'Os Músicos de Bremen' (Foto: Peter Kneffel/AFP)

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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Master System completa 30 anos; veja seus 10 melhores jogos


Master System completa 30 anos; veja seus 10 melhores jogos


Alex Kidd in Miracle World (Foto: Divulgação)

O SG-1000, primeira versão do famoso Master System, completa no próximo dia 15 de julho nada menos que 30 anos de idade. Curiosamente, o console da Sega chegou ao mercado no mesmo dia do NES, o famoso "Nintendinho". O SG-1000 recebeu inúmeros títulos que se tornaram marcantes em sua história, mas como são muitos, então resolvemos reunir apenas os 10 melhores disponíveis para a saudosa plataforma. Confira abaixo:



10 – Mortal Kombat 2
Mortal Kombat 2 se destacou no Master System por ter sido “a versão que a concorrência não teve”. Basicamente, o jogo saiu no Master e também no Game Gear, portátil de 8-bits da Sega, mas nunca chegou ao Nintendinho - apesar de ter sido adaptada para o Game Boy.
Esta edição do famoso de luta era até bem trabalhada, com gráficos bem coloridos, apesar da limitação de lutadores e também da falta de violência.

Mortal Kombat 2 (Foto: Reprodução/GamesDBase)


9 – Shinobi
Shinobi era referência em termos de ninjas nos videogames, ao lado de outras figuras similares, como o Ninja Gaiden, da Tecmo. Com produção da própria Sega, o primeiro jogo - que viria a originar uma grande e clássica série - chegou ao Master System em 1987, mas não de forma exclusiva. Apesar disso, a versão de Master era considerada superior, em termos de edições para consoles.
Na jogabilidade, a dificuldade era alta e a missão do jogador era avançar pelo cenário com o habilidoso ninja.

Shinobi (Foto: Reprodução)


8 – Super Monaco GP
Super Monaco GP talvez seja o jogo de corrida mais popular do Master System. Apesar de ser apenas de Fórmula 1, o game foi lançado no auge da modalidade, em 1990, quando estrelas como Ayrton Senna e Nigel Mansell brilhavam.
O jogo tinha gráficos muito coloridos e uma jogabilidade bem rápida, que lembrava o ainda mais clássico Enduro, mas, claro, muito mais “moderno” em sua respectiva época.

Super Monaco GP (Foto: Reprodução)


7 – Black Belt
Black Belt era praticamente um jogo pirata lançado como oficial. Ele era, na verdade, uma versão ocidental e adaptada do game japonês Hokuto no Ken, que por sua vez é baseado no anime Fist of the North Star.
Com personagens que perderam seus nomes e viraram apenas “Herói” ou “Heroína” e artes trocadas, a aventura colocava o jogador no controle de um “faixa preta” que precisava quebrar a cara de todos que cruzavam seu caminho.

Black Belt (Foto: Reprodução)


6 – Bonanza Bros.
Bonanza Bros. é uma das poucas séries originais da Sega que nunca ganharam sequência. Lançado nos fliperamas, o jogo chamou a atenção quando chegou ao Master System, por apresentar uma simulação de gráficos em 3D nunca antes vista no console.
No controle de dois ladrões, o jogador tinha que se movimentar pelo cenário não apenas para os lados, mas também mudando de planos, usando e abusando dos efeitos gráficos para dar perspectiva. É uma pena que o título não tenha se desenvolvido em série, mas ao menos ganhou diversos relançamentos.

Bonanza Bros. (Foto: Reprodução)

5 – Land of Illusion
Land of Illusion é um jogo do Mickey Mouse que chegou ao Master System e também Game Gear, para satisfazer os fãs que curtiram o clássico Castle of Illusion, mas que não gostaram da versão adaptada para o primeiro console da Sega.
Este jogo, porém, apresenta uma história diferente e jogabilidade única. Apesar de só controlarmos Mickey, o jogo tem a participação de outros heróis Disney, como Donald e Minnie.

Land of Illusion (Foto: Divulgação)


4 – Jogos de Verão (California Games)
Talvez um dos games mais populares de Master System no Brasil, Jogos de Verão era um tipo de” mini olimpíada”, onde os jogadores competiam em partidas de esportes radicais e de praia – como surfe, skate, bicicleta e… peteca.
O título fez um enorme sucesso por ser simples de se aproveitar e por seu modo multiplayer, que também permitia jogar com apenas um controle em alguns casos.

Jogos de Verão (Foto: Reprodução)

3 – Sonic Chaos
Sonic Chaos não foi o primeiro Sonic do Master System, mas fez um grande sucesso por ter belos gráficos e novidades na jogabilidade que existiam apenas nas versões para Mega Drive.
Entre elas estava a participação de Tails, o parceiro do Sonic, e a existência do “dash” que Sonic aplicava no chão para se locomover mais rápido. O design das fases também era extremamente bem feito, criativo e diferente de tudo que já existia.

Sonic Chaos - VIDEO


2 – Alex Kidd in Miracle World
Alex Kidd in Miracle World é outro grande hit do Master System e merece o segundo lugar no nosso TOP 10. Isso por conta de diversos fatores, como música viciante, personagem carismático, gráficos coloridos e jogabilidade divertida.
Quem não se lembra de andar pelo cenário quebrando blocos de pedra e disputando “pedra-papel-tesoura” contra os chefões das fases? Vale lembrar que este game vinha na memória do aparelho em alguns modelos vendidos no Brasil.

Alex Kidd in Miracle World - VÍDEO


1 – Phantasy Star
Phantasy Star é o grande campeão em nosso TOP 10. O RPG clássico de Master System é considerado por muitos, até hoje, como o melhor jogo do sistema. Complexo, com história emocionante, cenário inusitado com mistura futurista/medieval e elementos de magia, além de jogabilidade de RPG puro, Phantasy Star marcou.
Em uma propaganda da época, a tec Toy, representante brasileira da Sega, dizia que “o jogo demorava meses para ser terminado”. Um pouco exagerado, mas era um dos maiores games do Master, com horas e horas para se concluir a campanha. Uma pena que a série tenha se tornado online atualmente e tenha perdido todo o seu charme, porém, as lembranças ficam!

Phantasy Star - VÍDEO



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sábado, 13 de julho de 2013

Cientistas criam orelha biônica com impressora 3D


Cientistas criam orelha biônica com impressora 3D



Orelha biônica criada com impressora 3D (Foto: Mel Evans/AP)

Órgão é capaz de captar frequências mais amplas que ouvido humano.
Técnica une células, polímero e nanopartículas de prata.



Cientistas da Universidade de Princeton, nos EUA, usaram a técnica de impressão em 3D para criar uma orelha composta de células de cartilagem, um tipo de polímero e nanopartículas eletrônicas capaz de captar frequências num espectro mais amplo que o ouvido humano.

Com uma impressora 3D comum, capaz de criar objetos tridimensionais por meio da aplicação de finas lâminas de matéria-prima, os estudiosos depositaram células de bezerro sobre uma base de material polimérico. As células viraram cartilagem. Simultaneamente, a impressora inseriu partículas de prata na estrutura, formando uma antena capaz de “ouvir” variadas frequências.

Os pesquisadores, liderados por Michael McAlpine, iniciaram a pesquisa porque a orelha é uma das estruturas mais difíceis de recriar por meios cirúrgicos. O modelo criado na universidade americana ainda precisa de mais testes para poder ser de fato usado.

Mas, na opinião dos autores da pesquisa, publicada na revista “Nano Letters”, a técnica é promissora para a substituição de órgãos humanos com problemas ou mesmo para a criação de partes corporais artificiais com capacidades que excedem as naturalmente e encontradas.


Pesquisadores manipulam impressora 3D em Princeton (Foto: Mel Evans/AP)


Orelha é composta por células, polímero e nanopartículas de prata (Foto: Mel Evans/AP)

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sábado, 13 de julho de 2013

Filhote de mamute congelado de 39 mil anos é exposto no Japão


Filhote de mamute congelado de 39 mil anos é exposto no Japão

Trata-se de uma fêmea, que foi encontrada na Sibéria e batizada de Yuka.
Animal vai ficar em exposição em Yokohama até setembro deste ano.


Filhote de mamute lanoso fêmea encontrado na Sibéria é exibido no Japão (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP )

Um filhote de mamute congelado de 39 mil anos foi apresentado nesta terça-feira (9) em Yokohama, cidade japonesa ao lado de Tóquio.

Trata-se de uma fêmea de mamute lanoso, que foi batizada de Yuka.

Ela foi encontrada na Sibéria em bom estado de preservação e ficará exposta no Japão de 13 de julho a 16 de setembro.

Incógnita
Os mamutes apareceram na África há três ou quatro milhões de anos, dois milhões de anos atrás emigraram para Europa e Ásia e chegaram à América do Norte há 500 mil anos, passando pelo Estreito de Bering.

Para a ciência continua sendo uma incógnita a causa de seu desaparecimento, que começou há 11 mil anos, quando a população destes animais começou a diminuir até a total extinção dos últimos exemplares siberianos há 3,6 mil anos.

A maioria dos especialistas estima que os mamutes foram extintos devido a uma brusca mudança das temperaturas na Terra, embora há também quem atribua seu desaparecimento ao ataque de caçadores ou a uma grande epidemia.


Filhote de mamute lanoso fêmea encontrado na Sibéria é rodeado por funcionários de local de exposição no Japão (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP)

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sábado, 13 de julho de 2013

Cientistas do México acham pedras com inscrições de 6 mil anos atrás


Cientistas do México acham pedras com inscrições de 6 mil anos atrás

Segundo instituto de arquieologia, elas podem ter sido feitas por caçadores.
'Petróglifos' foram encontrados em deserto no estado de Coahuila.


Rochas com inscrição de cerca de 6 mil anos atrás foram encontradas no México (Foto: INAH/Reuters )

Arqueólogos do México descobriram 500 rochas com 8 mil figuras entalhadas há cerca de 6 mil anos.

Segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História do país, esses petróglifos, como são conhecidas as inscrições em pedras, parecem ter sido obra de grupos de caçadores pré-hispânicos que frequentavam a área.

As rochas foram descobertas em uma área de 2 km² em um deserto em Narigua, no sul do estado de Coahuila.

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sábado, 13 de julho de 2013

Hotel-navio no alto de penhasco chama a atenção na Coreia do Sul


Hotel-navio no alto de penhasco chama a atenção na Coreia do Sul


O Sun Cruise Resort & Yacht é um hotel que fica dentro de um navio (Foto: Creative Commons/Parhessiastes)

Ele parece uma embarcação de cruzeiro comum, mas fica em terra firme.
Opções de entretenimento incluem karaokê e piscina de água do mar.

Com 165 metros de comprimento, 211 cabines e dois restaurantes, o “Sun Cruise” parece um navio de cruzeiro comum, desses que oferecem várias opções de entretenimento. Karaokê, sala de ginástica, discoteca, campo de golfe e uma grande piscina cheia de água do mar estão entre os atrativos para não entediar os hóspedes.



A diferença é que nele os turistas podem até sentir a brisa do mar, mas não correm o risco de ficarem enjoados ou com mal-estar.

A embarcação de 30 mil toneladas fica em terra bem firme, fixa em cima de um penhasco na cidade de Jeongdongjin, na Coreia do Sul.

O Sun Cruise Resort & Yacht é, na verdade, um hotel temático que afirma oferecer uma das melhores vistas da região, conhecida por ter um bonito nascer do sol.

Na base do hotel, há uma espécie de parque com jardins, grandes esculturas, pontes e um observatório com chão de vidro.


A entrada do hotel (Foto: Creative Commons/Khym54)


Hóspedes no Sun Cruise Resort (Foto: Creative Commons/Khym54)

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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Do disquete ao pendrive: veja a evolução do armazenamento móvel


Do disquete ao pendrive: veja a evolução do armazenamento móvel


Disquetes, CDs, e ZipDrive conviveram juntos durante algum tempo

Desde os primeiros disquetes, e seus míseros 80 Kb de espaço, os dispositivos de armazenamento móvel evoluíram significativamente. Vamos esclarecer para você um pouco da história do CD, ZipDrive, cartão de memória e outros dispositivos que marcaram época. Entenda como eles se tornaram cada vez menores em tamanho e maiores em qualidade.



Disquetes
Os extintos disquetes, criados nos anos 70, em suas primeiras versões mediam 8 polegadas e disponibilizavam apenas 80Kb de espaço para armazenamento; pouco depois surgiu o modelo de 5,25 polegadas. Em meados dos anos 90, popularizou-se a versão mais compacta, com 3,5 polegadas e uma “impressionante” capacidade para armazenar até 1,44 Mb.

CD e DVD
O CD (Compact Disc) surgiu no início dos anos 80 e, devido a sua qualidade de som, em pouco tempo conquistou o espaço antes ocupado pelo disco de vinil. O sucesso arrebatador que fez acabou por popularizar, consequentemente, o gravador de CD. Desde então, mais do que ouvir músicas, tornou-se possível gravá-las, no CD-R, ou ainda apagá-las e regravá-las novamente, no CD-RW.


CD e DVD (Foto: Reprodução/Photl)

Como todo tipo de dado pode ser armazenado nele, não tardou para que fosse um sucesso também na área de informática, já que com 12 cm de diâmetro possuia capacidade de armazenamento de até 700 Mb, o equivalente a 486 disquetes. Percebido isso, o disco compacto ganhou uma outra função: dispositivo de backup.
Já o DVD (Digital Versatile Disc) foi criado alguns anos depois, em 1997, porém, apenas no ano 2000 passou a ser comercializado em terras brasileiras. Com capacidade de 4,7 Gb de espaço, mal chegou e já conseguiu abocanhar 80% do mercado nacional de vídeos.

ZipDrive
Introduzido em 1994, o ZipDrive possuia o tamanho de um disquete de 3,5 polegadas, embora fosse mais robusto, e originalmente, tinha capacidade de armazenar 100 Mb.


ZipDrive tinha capacidade de 100 Mb (Foto: Reprodução/SXC)

Nas versões posteriores, chegou ao limite máximo 750 Mb. Apesar de ter um espaço considerável para a época, ações judiciais contra a marca e o alto valor de venda não permitiram que ele desbancasse o disquete ou o CD.
No início dos anos 2000 já quase não se ouvia falar desse dispositivo de armazenamento.

Cartão de Memória
No final dos anos 90, os primeiros cartões de memória apareceram no mercado. A portabilidade e o grande espaço de armazenamento foram os principais atrativos da novidade. No entanto, a produção desenfreada para os mais variados suportes fez com que não houvesse uma padronização de formato, o que tornou diversos modelos obsoletos muito rapidamente.

Memory card (Foto: Reprodução/SXC)
Apesar da grande variedade, os leitores de cartão de memória facilitam a vida dos usuários, já que tornam os dispositivos compatíveis em muitos computadores. Hoje, é possível encontra cartões de memórias em câmeras fotográficas, celulares, tablets, consoles de videogames portáteis e muitos outros dispositivos.
Atualmente, um cartão de memória, mesmo medindo milímetros, pode dispôr de até 128 Gb de espaço e velocidade de tranferência de dados de 45 Mb por segundo, em média. Na foto, um dos primeiros lançados, suportava apenas 128 Mb.

Pendrive
O Pendrive é um dispositivo de armazenamento móvel que permite a conexão, com um computador ou equipamento, através de entrada USB. Desenvolvido no ano 2000, ele surgiu com a missão de fazer backup e resgatar os dados danificados que o antigo disquete deixou de herança.


Pendrive Kingston HyperX 64 Gb

Mais resistente, com maior capacidade de armazenar, e mais veloz, ele caiu no gosto popular e contribuiu para extinção definitiva do, já moribundo, disquete. Atualmente é possível encontrar pendrives de 100 mm, com até 512 Gb de espaço para armazenamento.
A Kingston anunciou que, em breve, irá comercializar o pendrive Data Traveler HyperX Predator 3.0 na versão de 1Tb. Esse, que será o pendrive mais potente do mundo, fará leitura e gravação de arquivos em velocidades de 240 MB/s e 160MB/s, respectivamente.


Tabela mostra quantos disquetes seriam necessários para armazenar a capacidade de um CD ou pendrive, por exemplo.

Uma outra alternativa: HD Externo Portátil
Para aqueles que precisam armazenar um número maior de arquivos, o HD (“hard disk drive”, ou Disco Rígido), é altamente recomendado. Embora ele não seja o tipo de dispositivo que se carrega na bolsa usualmente, a capacidade de armazenamento oferecida é realmente mpressionante.



Detalhe do Seagate Wireless Plus

Por incrível que pareça, o primeiro HD foi lançado em 1957, com seus 152 cm de comprimento e 174cm de largura. Na época, ele possuia capacidade de armazenar 5 Mb, um valor ínfimo comparado aos modelos feitos a partir do ano 2000. Na versão portátil, um HD pode comportar até 3Tb de dados em apenas 84 mm, menor do que um disquete.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

AIDS Hoje - Saúde


AIDS HOJE - Saúde



Os aidéticos já dispõe de novas e eficientes armas para defender sua vida: dois novos medicamentos estão chegando ao mercado para ajudar o AZT a evitar a derrocada do sistema imunológico. Mas ainda falta muita pesquisa para que a guerra seja vencida.

Será que a Aids é provocada única e exclusivamente por um vírus? Os cientistas admitem: a dúvida não é nova. Mal o HIV foi isolado em células de aidéticos e acusado pela ruína do sistema imunológico desses pacientes, ainda em 1984, alguns pesquisadores já começaram a questionar se o microorganismo seria, de fato, responsável sozinho pela doença. Até recentemente, essas discussões costumavam acontecer entre as paredes dos laboratórios. Mas, há dois meses, o próprio descobridor do vírus réu, o francês Jean-Luc Montaigner, resolveu divulgar suas suspeitas de que talvez o HIV não agisse isolado. Existiriam comparsas ou co-fatores, como preferem os especialistas. Há quem acredite que o pesquisador foi forçado a se manifestar diante de outras declarações, bem mais polêmicas - as do alemão Peter Duesberg, há 23 anos professor de Biologia molecular na Universidade da Califórnia, Estados Unidos.


Na contramão da trilha traçada pelos estudos sobre Aids, Duesberg vem insistindo na completa inocência do vírus mais investigado na história da ciência: "O HIV é o engano do século", ousa dizer. Do outro lado do mundo, no Instituto Pasteur, em Paris, Montaigner rebate: "O HIV é necessário para o desenvolvimento da Aids. Resta saber apenas se ele é suficiente". Os dois cientistas, junto com outros colegas, tiveram a oportunidade de debater suas idéias, em meados de maio, numa conferência realizada na Holanda. Discutiu-se a hipótese de diversas moléstias, como o herpes ou a hepatite, e até mesmo o uso crônico de antibióticos ajudarem na derrocada das defesas dos portadores do HIV. Falou-se, ainda, na possibilidade de o vírus ser uma espécie de estopim, levando o sistema imunológico a se auto destruir.
Enfim, o maior objetivo do evento era reavaliar as causas da síndrome. Só que, infelizmente, cada palestrante agiu como se fosse o dono da verdade e ninguém buscou pontos em comum entre as diversas teorias apresentadas."De qualquer modo, a ciência sempre avança quando surgem confrontos", comenta o infectologista Jamal Suleiman, diretor do ambulatório e do pronto-socorro do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Mas, em seguida, hesita: "Muita gente nem sequer imagina direito o que é um vírus e ignora as medidas corretas para evitar a infecção. Se, ainda por cima, os médicos saírem falando em co-fatores, a confusão vai aumentar, e bastante". A maioria dos médicos brasileiros parece compartilhar esse temor.
Mato-grossense de Aquidauana - "a porta do Pantanal", como gosta de definir -, Suleiman conhece como poucos as dúvidas, os preconceitos, os medos que passam pela cabeça das pessoas, quando o assunto é Aids. Com 32 anos, o mais jovem diretor do Emílio Ribas só trata aidéticos, desde que se formou, em 1983. "Na época, ninguém queria ficar com esses pacientes", recorda. "Eu e dois colegas aceitamos. Um deles acabou desistindo." Até dois anos atrás, a dupla restante tocou o barco sozinha; hoje, o ambulatório conta com uma equipe de dezessete profissionais, entre médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros. Mas esse progresso não é nada, perto da mudança de cenário. "Entre 1986 e 1989, o consultório funcionava em um banheiro", faz questão de contar o infectologista. "As coletas de sangue eram feitas no corredor, embaixo da escada. Precisamos armar uma briga feia para fechar aquele canto com madeira, a fim de garantir a privacidade de quem queria fazer o exame de Aids."
Atualmente, o ambulatório se espalha no andar térreo de um dos blocos do hospital Ali, grávidas e adolescentes furam fila - "essas pessoas devem ser atendidas no instante em que chegam atrás do teste ou de um esclarecimento", determinou Suleiman num belo dia, com seu estilo direto. "Sou contra ficar elaborando projetos no papel. Prefiro ir botando a mão na massa." Isso, por sinal, ele começa a fazer às 8 da manhã, sem ter hora de parar. Em cada jornada, atende cerca de vinte portadores do vírus e aidéticos, como devem ser chamados só aqueles que já manifestam sintomas. Entre os doentes, há um caso extraordinário, do qual cuida há três anos, mas não gosta de fazer alarde: o paciente tem a peculiar tuberculose pneumocística, além de outros dos 25 distúrbios que caracterizam a síndrome dos aidéticos; no entanto, nenhum dos testes para acusar a presença do vírus, HIV, deu resultado positivo.
"Atenção, o vírus certamente está lá, no sangue do doente", adverte Suleiman. "Apenas, os glóbulos brancos não reagiram à sua presença", especula. Até se provar a eventual ausência do vírus (o que se flagrou, de fato, foi a ausência dos anticorpos detectáveis pelos exames), exemplos raríssimos como esse não indicam que o HIV seja dispensável para o surgimento da Aids. Os casos excepcionais mostram, isto sim, que os cientistas acumularam uma série de informações sobre a ação do HIV dentro de tubos de ensaio, mas ainda têm muito o que aprender sobre o seu comportamento no corpo humano. Por enquanto, ninguém explica como o vírus, ao atacar o sistema imunológico, consegue às vezes driblá-lo, a ponto de não receber o troco, na forma de anticorpos. A principal indagação, entretanto, é por que alguns portadores demoram mais para desenvolver a Aids do que outros. "Os mecanismos que disparam a doença são a grande incógnita", reconhece Suleiman.
Certa vez, George Bernard Shaw (1856-1950) definiu a ciência como algo que nunca resolve um problema sem criar dez outros. A ironia do escritor e teatrólogo irlandês se aplica para ilustrar a situação atual dos estudos sobre Aids. Os cientistas se deparam com uma série de incertezas a respeito do gatilho da Aids - aquele capaz de disparar a doença no portador do vírus -, justamente porque começam a montar o quebra-cabeça da depressão imunológica juntando as peças obtidas nesses doze anos de estudos. Graças ao quadro que se delineia, o clima é de colheita nos laboratórios. Por exemplo, quinze vacinas estão sendo testadas, quatro delas em fase final, ou seja, em seres humanos.
Outra evidência de avanço na área: só de outubro passado para cá surgiram dois novos remédios anti-HIV, aparentemente tão eficazes quanto o AZT - o medicamento pioneiro, que demorou sete anos para aparecer e levou outros cinco sendo a única arma específica para ajudar os aidéticos. Além desses, 27 substancial antivirais estão sendo desenvolvidas pelas indústrias farmacêuticas, em todo o mundo. Uma dessas drogas, criada pelos Laboratórios Merck, nos Estados Unidos, está sendo experimentada pela primeira vez em seres humanos, com a ajuda de quarenta voluntários paulistas. Desde maio, essas pessoas seguem a rigor o horário de engolir os comprimidos de L-696 - o nome do produto analisado - e anotam possíveis efeitos colaterais em um diário. Com isso, o Brasil finalmente entrou no rol dos centros de referência sobre Aids para a Organização Mundial da Saúde. "Os resultados devem sair em agosto", estima o infectologista André Villela Lomar, diretor científico do Emílio Ribas. A rigorosa Food and Drugs Administration (FDA), orgão que controla os medicamentos nos Estados Unidos, vem apressando a aprovação de remédios para combater a Aids, numa atitude inédita.

Até então, antes de permitir a venda de um fármaco, os americanos consumiam dois a cinco anos em exaustivas análises clínicas, isto é, um prazo que o aidético não pode se dar ao luxo de esperar. Pressionada pela opinião pública, a FDA antecipou, há nove meses, o lançamento do DDI, droga criada nos Estados Unidos, para pacientes que não toleram o AZT. Mas recorde bateu o DDC da indústria suíça Roche, no último mês de abril - trata-se do primeiro medicamento autorizado sem o sinal verde dos testes em seres humanos. Nenhum médico pode receitar o DDC sozinho. Até se avaliar com precisão seus efeitos no homem, o terceiro fármaco anti-HIV deve sempre ser ingerido junto com o AZT. Os especialistas não reclamaram dessa exigência, porque existem suspeitas de que uma droga potencializa os resultados da outra.
Na realidade, AZT, DDI e DDC miram o mesmo objetivo, que seria atrasar a replicação do vírus responsabilizado pela imunodepressão. Os antivirais rendem 100% durante, mais ou menos, seis meses. Depois desse tempo, é como se o HIV aprendesse a se desviar do obstáculo químico que impedia o seu avanço. Mas os três medicamentos existentes hoje em dia são barreiras diferentes - enquanto o vírus derruba uma delas, as demais continuam de pé. "Quando o AZT deixar de fazer efeito em um doente, ele passará a tomar o DDI", exemplifica Lomar. "E quando, por sua vez,a eficiência deste segundo também cair, sobrará a alternativa do DDC. O tempo de sobrevida deve triplicar."
Calmo e falante, Lomar se entusiasma ao relatar sua experiência com pacientes que iniciaram as doses de AZT antes de irromperem os sintomas da doença. Segundo ele, algumas dessas pessoas vêm conseguindo manter, há três anos, o nível das células CD4, aquelas arrasadas pelo vírus. "Muitas vezes, essa contagem até melhorou", revela, sem receio de críticas. Porque, ultimamente, uma das brigas mais acirradas contrapõe os que defendem e os que condenam o uso do AZT Pelos Portadores do vírus em que a doença ainda não se manifestou.
"Recentemente, surgiram indícios de que o AZT não prolonga a sobrevida, como se pensava", diz o professor americano Donald Abrams, da Universidade da Califórnia, ouvido por SUPERINTERESSANTE. "O que a droga faz é adiar o surgimento dos sintomas da Aids. Mas tenho dúvidas se isso significa mais conforto ou saúde para o usuário. O AZT pode provocar desde úlceras no estômago até anemias terríveis. Tomar ou não a droga pode ser uma questão de escolher qual dos males."
O professor Abrams faz parte do comitê convocado pela FDA, em meados de junho, para determinar a melhor época de iniciar o uso do AZT e, na esteira, das outras duas drogas antivirais. "Teremos uma conclusão até o final do ano", prevê. Até lá, deverá ter sido lançada no mercado brasileiro uma versão nacional do AZT, desenvolvida pelo Laboratório Microbiológica, no Rio de Janeiro. Batizada Zidovudina, a droga custará a metade do preço da marca inglesa, cujo frasco com 100 comprimidos sai por cerca de 130 dólares e dura apenas vinte dias. Os efeitos colaterais do AZT são velhos conhecidos dos médicos e dos usuários Supõe-se que O DDC despertará sintomas idênticos aos do AZT; por sua vez, o DDI é capaz de causar pancreatite, a inflamação da glândula produtora de insulina, deficiente em pessoas diabéticas. Os doentes de Aids, no entanto, não têm outra saída, senão correr os riscos. Até por que, mais do que nunca, vale a pena enfrentá-los
Em primeiro lugar, a sobrevida do aidético já não é o calvário de antes. O arsenal químico para combater as chamadas infecções oportunistas vem aumentando. Cientistas alemães e americanos sintetizaram moléculas de antibióticos, sob medida para barrar o protozoário da rara pneumonia pneumocística, que até recentemente era a causa mais freqüente de mortes entre aidétieos. Outro exemplo de vitória são as drogas contra o citomegalovírus. Quando a infecção por esse micróbio era diagnosticada, os médicos sabiam que o paciente só teria entre quatro e seis meses de vida. E, pior, iria enxergar cada vez menos, até morrer cego.
Novos remédios retardam os sintomas do citomegalovírus por até um ano e meio. No futuro próximo, a soma dos antivirais com medicamentos específicos contra micróbios oportunistas devem transformar a Aids em uma doença controlável. A cura, é verdade, não pode ser vista no horizonte do ano 2000, isto é, não existe até lá a previsão de uma vacina capaz de evitar infeção do HIV ou ainda de impedir completamente o avanço do vírus no organismo dos portadores. Antes de isso acontecer, os cientistas precisam conhecer todos os co-fatores da doença. Para o fisiologista Robert Root-Bernstein, da Universidade de Michigan, Estados Unidos, "as próprias infecções oportunistas também causam depressão imunológica. Talvez, para as defesas, elas façam mais estragos do que o HIV". Sua colega, a americana Joan McKenna. defende uma curiosa teoria de efeito estufa - e, aqui, não se trata do fenômeno ambientar de aquecimento do planeta.
A pesquisadora investigou um grupo de cem homossexuais, entre eles, 24 aidéticos. Dez pessoas do grupo sofriam de hepatite crônica; 27 delas tiveram, em média, uma infecção urinária por ano, na última década. A maioria relatou ainda cerca de vinte incidências de gonorréia, no curto período de três anos. A partir desses dados, a cientista concluiu: "Essas infecções somadas ao uso freqüente de antibióticos para combatê-las transformam o organismo num tipo de estufa, onde crescem micróbios raros." E mais: "A imunodepressão pode ser causada por uma nova espécie de sífilis, a qual não seria diagnosticada pelos exames. E o HIV, no caso, seria um vírus oportunista."
Mas as teorias baseadas na idéia de que o HIV só se desenvolve em pessoas com saúde debilitada não explicam, por exemplo, a existência de
2 600 crianças portadoras do HIV no Estado de São Paulo. Bebês sadios, cujo único comportamento de risco, por assim dizer, foi amamentar-se no peito de mães com o HIV. De certa maneira, o novo estudo do francês Montaigner contorna as contradições: "Nem todas as pessoas com o vírus terão Aids", afirmou na Holanda, sem o aval do Instituto Pasteur, de onde partiu uma nota oficial, esclarecendo que o seu mais célebre pesquisador não falava em nome dos vizinhos de laboratório.
Aparentemente constrangido, Montaigner contou à eclética platéia do evento que, há três anos, observou, in vitro, a morte de linfócitos B em amostras sangüíneas contaminadas pelo HIV. Tratava-se de uma apoptose, ou seja, as células se suicidaram, ao ativarem uma proteína, capaz de quebrar suas cadeias de DNA. Normalmente, o fenômeno ocorre para eliminar uma célula de defesa pronta para atacar as proteínas do próprio corpo.
Pois bem: Montaigner desconfia de que os chamados micoplasmas - micróbios em geral inofensivos, abundantes na mucosa genital - podem induzir a replicação do HIV e certas proteínas do vírus estimulariam o suicídio das células, dessa vez sem motivo. Experiências recentes mostram que determinadas enzimas conseguem evitar a apoptose. "Se isso se comprovar", aponta Montaigner, "haverá um novo caminho para interromper o processo da doença." Se, contudo, a epidemia continuar se expandindo, a possibilidade da cura diminuirá. "Quanto mais o vírus se espalha, maior a probabilidade de mutações", diz Montaigner. "Quando as pessoas se esquecem de medidas simples, como o uso de camisinhas, elas estão freando os avanços na direção de uma vacina eficaz."

1959

Morre o suposto primeiro aidético, um marinheiro inglês com tantas doenças raras que, na época, o caso chegou a intrigar uma equipe de pesquisadores da Universidade de Londres. Vinte e cinco anos mais tarde, ao reexaminarem as amostras congeladas da biópsia, os cientistas constataram a presença do HIV naquele paciente. Por enquanto, é a vítima de Aids mais antiga de que se tem notícia.

1980

A descoberta oficial da doença aconteceu depois de serem registradas nos Estados Unidos, diversas ocorrências do chamado sarcoma de Kaposi um raríssimo tumor de pele. Os cientistas afirmaram que, na realidade, o organismo dos pacientes havia perdido a capacidade de destruir, por exemplo, células cancerosas. Mas o câncer seria apenas um dos sintomas da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ou Aids (do inglês Acquired Immunodefciency Syndrome).


1981

Apareceu o primeiro caso brasileiro, um fotógrafo paulista. Como o vírus fica incubado cinco anos, em média, no organismo dos portadores, supõe-se que o HIV tenha entrado no pais ainda em meados dos anos 70.


1983

Isolado um vírus suspeito. Logo no inicio do ano, um biólogo presenteou o professor Luc Montaigner, do Instituto Pasteur, em Paris, com um gânglio extraído de um dos primeiros pacientes de Aids na França. Como desconfiava que a doença era virótica, Montaigner cultivou as células daquele gânglio para caçar ali o microorganismo culpado. Semanas depois, conseguiu isolar um vírus, que descreveu em um trabalho publicado na edição de maio da revista americana Science. Em julho, Montaigner foi aos Estados Unidos com uma bagagem peculiar: alguns tubos de ensaio com o vírus francês. No final da visita, resolveu oferecer aquelas amostras ao professor americano Robert Gallo, que também pesquisava as causas da Aids.


1984

O HIV foi acusado pela doença.

Então, o secretário da Saúde americano declarou solenemente que o professor Robert Gallo era o descobridor do vírus e, conseqüentemente, um dos responsáveis pelo teste capuz de detectar anticorpos contra a doença. Os franceses, claro, começaram a brigar pelos direitos da descoberta.


1987

Surgiu o AZT, a primeira droga capaz de agir diretamente no vírus, impedindo a sua proliferação, durante certo tempo. Nesse ano, também, a equipe americana chefiada por Robert Gallo e a francesa de Luc Montaigner aceitaram o acordo de dividir os lucros pela descoberta do HIV


1991

Termina a briga na justiça entre franceses e americanos que se diziam descobridores do vírus da Aids: os cientistas do Instituto Pasteur ganharam a causa, depois de provar, graças a exames nos genes do HIV, que os microorganismos isolados por Robert Gallo nada mais eram do que filhotes dos vírus que Luc Montaigner havia carregado na bagagem até os Estados Unidos, oito anos antes.


"No dia-a-dia, atendendo aidéticos, é quase impossível analisar se um herpes, no passado, ajudou a desencadear a deficiência imunológica do paciente. Talvez, embora a gente não perceba, outras doenças sirvam de gatilho para o HIV. Mas não existe Aids sem o HIV "

Caio Rosenthal,
infectologista diretor do hospital Emílio Ribas 2, em são Paulo


"Quando surgiram os primeiros Casos de Aids, já desconfiávamos que existiam co-fatores capazes de fazer a vítima morrer mais depressa. Isso não significa que o HIV seja menos culpado. Ele é o chamado agente etiológico, isto é, a semente da qual se origina a doença. É uma enorme bobagem negar isso, argumentando entre outras coisas que o vírus infecta um número pequeno de células do sistema imunológico. Os médicos estão cansados de conhecer uma série de outros males em que os vírus em si fazem poucos estragos. O vírus da hepatite B é um exemplo típico: ele próprio não causa danos diretamente; a reação violenta do sistema imunológico é que provoca as lesões no fígado. Será que com o HIV não seria a mesma coisa, isto é, ele não poderia agir de maneira indireta?"

André Vilella Lomar
diretor científico do Hospital Emílio Ribas

O desafinado dó de peito dos dissidentes de Amsterdam

Entre 14 e 17 de maio passado realizou-se em Amsterdam, na Holanda, uma bizarra Conferência Alternativa do Grupo para Reavaliação Científica da Aids. No soturno prédio de uma antiga igreja protestante, De Rode Hoed, no centro da cidade, juntaram-se cerca de duzentas pessoas, entre as quais havia cientistas do porte do francês Jean-Luc Montagnier, o descobridor do HIV, muitos doentes, alguns acompanhados de seus médicos particulares, homeopatas, e o implacável editor da revista científica inglesa Nature, John Maddox, e populares não qualificados. A operação consumiu 100 000 florins (algo como 60 000 dólares), conseguidos do governo holandês por uma Fundação para Pesquisa Alternativa da Aids.

A estrela do espetáculo deveria ser o americano Peter Duesberg, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, defensor da completa inocência do HIV nessa terrível questão. Tudo indica que ele perdeu a chance de brilhar: mesmo Maddox, que já desafiou a ira dos defensores da ortodoxia aidética oferecendo-lhe as sagradas páginas de Nature para expor suas idéias, decepcionou-se com seu desempenho, iniciando um artigo sobre a conferência com esta frase devastadora: "Dr. Peter Duesberg, de Berkeley, o enfant terrible da etiologia da Aids, é um pouco menos terrible agora".

Duesberg ficou isolado. Embora nenhum participante da conferência - exceto o professor R. Coutinho, um epidemiologista do Centro Municipal de Saúde de Amsterdam que, apesar do sobrenome familiar é holandês legítimo - sustentasse ser o vírus o único responsável pela doença, ninguém perfilou com Duesberg a tese da inocência absoluta. Em longas sessões de trabalho tornadas penosas pela precariedade das instalações - o calor era forte, faltava um sistema de som adequado, não havia serviço de tradução -, os conferencistas dedicaram-se a debater três temas centrais: o já citado papel do HIV no processo, a eficiência do AZT no tratamento da Aids e - mais interessante de todos - até onde a simples revelação da presença do vírus contribui para piorar a situação do paciente, na medida em que soa como uma sentença de morte.

No debate desse capítulo despertou especial interesse o depoimento do americano Michael L. Callen, um novaiorquino que atribui sua sobrevivência ao vírus ao cuidado de seu médico em receitar-lhe medicamentos para todas as infecções possíveis de aparecer no rastro da Aids. Do púlpito onde antigamente se pregavam sermões contra o diabo Callen exibiu um saco plástico cheio de vidros de remédios, e revelou tomar 56 comprimidos todos os dias. Devem ter sido eficientes, pois ele convive com o HIV há dez anos, e não parece doente.

Callen reclamou da falta de atenção dos pesquisadores à especial personalidade desses "sobreviventes de longo termo" (foi capaz de citar outros 48), "mal humorados, agressivos e bem-informados". Mudanças no modo de vida são fundamentais, segundo o orador que não tem nenhuma dúvida, como sobrevivente há dez anos: quem toma AZT fica sempre em piores condições.

Embora dele não se tenha ouvido falar, aqui no Brasil, esse congresso despertou grande interesse na Inglaterra, e os jornais dedicaram-lhe bom espaço no seu noticiário. Que tipo de notícias foram essas pode-se deduzir pela irada nota divulgada pelo austero Conselho Britânico de Pesquisa Médica: depois de classificá-las genericamente como "letal coquetel de mentiras e ignorância", os conselheiros de Sua Majestade dirigem-se especificamente à estrela do espetáculo: "Sugerir, como fez Duesberg, que segurança no sexo é inútil na luta contra a Aids é uma irresponsabilidade que beira o criminoso. Publicar essas sugestões é igualmente irresponsável." Aparentemente, não era pura má vontade dos ingleses; ainda em Amsterdam, o francês Montagnier desabafou sua decepção ao ouvido de Maddox: "Eu vim a esta conferência de boa fé; mas não atenderei a outro convite semelhante".

Saber até que ponto vai a ação do HIV e até que ponto agem os co-fatores é mero detalhe. Eu sei de pessoas acidentadas que tiveram de receber apenas meio litro de sangue. Elas deveriam sair daquela situação numa boa. Mas, por falta de controle na transfusão, saíram do acidente como portadoras do HIV e, tempos depois, desenvolveram a doença. Portanto, nem todos os aidéticos são pessoas que já tinham um organismo debilitado, como querem mostrar algumas teorias. Acho que, do ponto de vista prático, alguns cientistas estão se perdendo nessa questão marginal dos co-fatores."

Dráuzio Varella,
oncologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo

"A Aids, apesar de ter sido identificada há pouco mais de uma década. foi objeto de intensos estudos por parte de médicos e cientistas de todo o mundo. Muito já se descobriu, em especial detalhes sobre as características do HIV, sua biologia molecular, formas de transmissão e medidas preventivas. Apesar do imenso progresso obtido, não dispomos ainda de um remédio eficaz contra o vírus ou de um efetivo controle dos infectados. Todos esperamos que, em futuro próximo, consigamos ter a agradável surpresa de descobrir um fármaco ou uma vacina realmente eficazes contra a doença.

O vírus é uma única molécula de ácido nucléico, envolvida por uma fina capa de proteína. Dentro das células humanas existem dois tipos de ácido: no núcleo concentra-se o DNA, que guarda a bagagem hereditária no organismo: ao redor, espalha-se o RNA, responsável pelo bom funcionamento da célula. O vírus, formado por um DNA, corre direto para tomar o comando do núcleo. O HIV, porém não é um vírus comum, mas um retrovírus, porque é formado por um RNA. Ao infectar uma célula, uma enzima dentro de seu invólucro vai torná-lo DNA, o único ácido capaz de penetrar no núcleo. As três drogas existentes contra a Aids - AZT, DDC e DDI - atrasam essa invasão, eliminado a enzima tradutora.

Estratégias para evitar a contaminação

Há dois modelos de vacina. O primeiro é para prevenir o organismo sadio contra a doença. O segundo evita a replicação do HIV nos portadores.

Modelo 1: O objetivo é treinar o organismo para atacar o HIV, antes que ele se alastre. Isso é difícil, porque o vírus da Aids é extremamente mutante. Certas vacinas experimentais são feitas a partir de pedaços do HIV que tendem a ficar iguais mesmo quando ele passa por mutações (A). Outras usam microorganismos inofensivos que, graças a manipulação genética, passaram a produzir essas moléculas supostamente imutáveis do vírus (B). Mas, na prática, conhecer parte do HIV não é garantia de que o corpo humano conseguiria reconhecer o vírus inteiro.

Modelo 2: O vírus precisa se encaixar no receptor da célula CD4, para infectá-la. Os cientistas experimentaram, com sucesso em tubos de ensaio, injetar anticorpos sintéticos, que funcionam como rolhas nos receptores (A). Outro recurso testado é programar os genes dos glóbulos brancos para destruírem a célula, quando ocorre a entrada do HIV (B).

Ataque ao quartel-general

O sistema imunológico age como um verdadeiro exército diante de qualquer ameaça à segurança do corpo humano - pode ser um intruso terrorista, como um vírus, ou pode ser um agente subversivo, como uma célula cancerosa do próprio organismo. Há sempre poucos soldados de prontidão armados especificamente para cada espécie de inimigo. Mas, quando há necessidade, esses defensores se multiplicam para formar pelotões. Como em qualquer quartel, o coronel é o encarregado de recrutá-los. Essa patente que nunca participa diretamente das batalhas, corresponde à famosa célula CD4 (que alguns insistem em chamar T-4, como é conhecida em camundongos). o maior alvo do vírus da Aids.

Por não entrar em combate, a CD4 é classificada como auxiliar pelos imunologistas. Seu papel, entretanto, é fundamental em épocas de guerra. Afinal, ela libera substâncias, os fatores de crescimento, capazes de ordenar a reprodução das tropas de elite, que se dividem em dois grandes grupos. O primeiro é o das células citotóxicas, especializadas em lutas corpo a corpo. elas encostam em um tumor, por exemplo, para impregnar-lhe substâncias que podem destruí-lo. O segundo grupo, dos linfócitos B, libera moléculas de anticorpos, comparáveis a mísseis teleguiados para destruir um micróbio nocivo. Quando a CD4 é invadida pelo HIV, porém, tanto as células citotóxicas como os linfócitos B deixam de receber a ordem para crescer - e o organismo, então, não consegue mais defender-se eficientemente contra os vírus, fungos e bactérias, responsáveis pelas doenças oportunistas, que vão provocar a morte.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Arthur Stanley o pai das estrelas Eddington


ARTHUR STANLEY O PAI DAS ESTRELAS EDDINGTON



O homem que conduziu o primeiro teste bem-sucedido da teoria da Relatividade, em 1919, foi também o primeiro a suspeitar que os grandes corpos celestes são como balões, inflados por um maciço vento de luz.

Amante da concisão, seja na Matemática ou na linguagem comum, o astrofísico inglês Arthur Stanley Eddington ficou muito contente pela maneira como foi apresentado a uma conferência de cientistas na Universidade Harvard, Estados Unidos, em 1936. Entre solene e prático, o reitor da escola restringiu-se a dizer, em breves linhas, que estava diante de um pesquisador capaz de, ao mesmo tempo, acompanhar a expansão do Universo e espiar para dentro dos átomos - abarcando, portanto, os extremos do infinitamente grande e do infinitamente pequeno. Trata-se de uma frase realmente feliz, pois resume os próprios desafios da ciência no século XX, com os quais a obra de Eddington se mistura. Foi, sem dúvida, por sua visão abrangente que ele se tornou o primeiro a olhar para o interior das estrelas e a definir de que material eram feitas. No início do século, tal proeza representava uma invejável aventura no desconhecido, pois as estrelas pontilhavam o vazio como habitantes de um mundo largamente desconhecido. Basta ver que o Universo era ainda confundido com o mero conjunto de estrelas da Via Láctea - que é apenas uma entre incontáveis outras galáxias do céu. Eddington, no entanto, estava entre aqueles que suspeitavam desse fato, que ampliava espantosamente os horizontes da ciência. Não é difícil entender o motivo, já que no reino das galáxias distantes valem as leis do espaço e do tempo curvos, recém-deduzidas, nessa época, por meio da teoria da Relatividade do alemão Albert Einstein.


Não admira que Eddington tenha participado do primeiro teste prático - e bem-sucedido - das equações einstenianas. Bem-humorado, ele dizia que, além de Einstein e ele mesmo, apenas mais cinco sábios as compreendiam por completo. Na verdade, com sua habilidade em expor as idéias da ciência, ele foi capaz de dar uma visão dos novos conceitos a milhares de pessoas, em todo o mundo. Isso posto, é preciso ver que as novas leis do Cosmo não esgotavam a extraordinária riqueza de fenômenos que então se revelavam aos físicos e astrônomos. Por incrível que pareça, para compreender a natureza das estrelas era necessário voltar a atenção para o interior do átomo.
Nesse universo submicroscópico, o espírito desbravador de Eddington entreviu a verdadeira estatura da luz, a mais estranha metamorfose da matéria. Para ele, a tórrida massa de gás das estrelas escondia um incrível esqueleto de luz, e era tal arcabouço, em vez de matéria comum, que impedia o astro inteiro de desabar sobre si mesmo. Que a luz é tão concreta quanto os átomos era, então, uma idéia revolucionária, mas que estava ainda confinada às lousas dos teóricos. Na prática, poucos acreditavam nas ações da luz e das outras formas de radiação eletromagnética, como o calor, as ondas de rádio ou os raios X.
É emocionante ver como as idéias antigas e novas se confundiam na mente de Eddington, que ainda empregava termos superados para designar a radiação: "energia etérea" ou "ondas de éter". A radiação nascia no calor infernal, reinante no núcleo da estrela, e empurrava as camadas externas de gases. "É como se um vendaval soprasse de dentro para fora", especulou o cientista num artigo divulgado em 1920. "Na verdade, é razoável dizer que o fluxo de energia radiante é um vento; pois embora as ondas de éter não sejam usualmente consideradas materiais, elas têm as principais propriedades mecânicas da matéria." A partir dessa linha de raciocínio, ele mostrou como se podiam deduzir diversas características das estrelas. Sabendo-se apenas o valor da massa, por exemplo, podiam-se calcular a luminosidade e a temperatura de um astro qualquer.
Foi o primeiro passo para dar fundamento teórico à Astronomia do século XX - cujos achados, quase 100 anos mais tarde, continuam a maravilhar o mundo. Garoto reservado, quase solitário, Eddington havia chegado à maturidade à custa de dedicação em tempo integral ao saber e ao trabalho. Desde os 10 anos, ele driblava como podia as dificuldades de míope para observar os astros com uma luneta emprestada. E aos 14 anos, venceu um concurso nacional de Matemática que Ihe valeu uma bolsa para estudar no Owen´s College, atual Universidade de Manchester. Mais tarde, faria os estudos superiores na Universidade de Cambridge, onde se tornou Senior Wrangler, a mais alta distinção conferida aos matemáticos.
Quando afinal se graduou, não teve dificuldade em se integrar à equipe do Observatório Real de Greenwich. Sua vida social, por outro lado, foi extremamente discreta. "Ele era dolorosamente tímido", conta o teórico inglês William McCrea, autor de um artigo biográfico recente sobre Eddington, publicado pela revista americana Scientific American. Embora fosse um mestre em apresentar assuntos científicos por escrito, se atrapalhava quando tinha de expor qualquer coisa em público. McCrea diz, no entanto, que as pessoas de sua intimidade o consideravam companhia agradável e carinhosa.
De qualquer forma, nunca se casou, e seus biógrafos afirmam que mesmo na juventude demonstrara pouco interesse pela vida amorosa. Sua inexperiência com a bebida virou fonte de piadas, por exemplo, quando aceitou participar de uma recepção, num encontro de Astronomia na Holanda. Depois de apenas três taças de champanhe, parecia um colegial. Tinha 46 anos, mas confidenciou alegremente à pesquisadora americana Margaret Harwood que estava experimentando champanhe pela primeira vez. Nascido há cem anos, em 1882, em uma família quaker, Eddington não foi estimulado a apreciar as folias do mundo.
Aos 2 anos de idade, havia perdido o pai, um austero diretor de escola pública, graduado em Filosofia. Desde então, até o fim da vida, em 1944, viveu com a mãe e a irmã, que também nunca se casou. Embora a família não fosse rica, não parece ter deixado faltar ao menino a necessária formação básica: Uma de suas paixões foram os esportes - natação, golfe e ciclismo, que praticava com grande regularidade e destreza, de acordo com McCrea. "Era um notável ciclista e mantinha um rigoroso registro de suas corridas mais longas." Conta-se que, em 1905, teria pedalado nada menos que 4 250 quilômetros.
Do lado cultural, o jovem cientista recebeu poderosa influência da religião quaker, o que teria curiosa conseqüência sobre a sua carreira, muito mais tarde. Devido à ideologia pacifista que aprendera na igreja, Eddington recusou-se a lutar na Primeira Guerra Mundial e assim pôde participar da célebre expedição que forneceu a primeira prova em favor da teoria da Relatividade. As objeções do cientista contra a guerra, é claro, não se pautavam por esse aspecto prático. Sua indignação tinha raiz religiosa e humanitária, como ele mesmo depôs no tribunal militar, em 1918. "Não posso crer que Deus esteja me chamando para matar homens."
No entanto, como relata McCrea, o fato de Eddington ter papel indispensável na expedição científica pesou na ponderação dos juízes. Ainda mais porque o próprio astrônomo real, Sir Frank Dyson, se encarregou de defender tal argumento no tribunal. Em 1912, antes do início da guerra, Eddington já havia participado da primeira tentativa de comprovar a previsão einsteniana de que os raios de luz, como qualquer outra forma de matéria, sofriam a atração gravitacional do Sol. A experiência teve lugar em Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, o melhor local para se observar um eclipse do Sol previsto para o mês de outubro.
O raciocínio era claro: para haver atração mensurável, a luz de uma estrela distante teria de passar bem perto do astro-rei. Mas somente quando o clarão solar estivesse encoberto por um eclipse se poderiam observar eventuais desvios na fraca luz estelar. Infelizmente, o teste falhou pelo mais trivial dos motivos: choveu copiosamente no dia fatídico. Eddington teve de se contentar com a bela mas inglória compensação de admirar a paisagem tropical.
Em 1919, quando duas novas expedições se dirigiram aos trópicos, Eddington não fez parte do grupo que veio a Sobral no Ceará: rumou para a Ilha de Príncipe, na costa ocidental africana. Desta vez, a despeito do mau tempo no Brasil, as imagens obtidas nos dois locais demonstraram claramente o desvio da luz estelar na orla eclipsada do Sol. A relatividade deixava de ser uma brilhante elucubração teórica para se tornar uma lei indispensável à descrição da matéria e do Cosmo. Nos últimos anos da vida (morreu em 1944), Eddington, de certa maneira, seguiu os passos de Einstein em busca de uma teoria ainda mais abrangente que a relatividade. Sua concepção básica, porém, era mais especulativa que a do mestre alemão.
Einstein procurava unificar as forças gravitacional e eletromagnética - ou seja, descrevê-las por meio de um único conjunto de postulados físicos e equações matemáticas. Eddington, em vez disso, passou muitos anos refletindo sobre certas constantes universais, tal como a divisão entre a massa do próton e a do elétron, os dois componentes fundamentais dos átomos. O resultado dessa divisão dá 1836, um número que não se altera, não importa em que unidade se meçam as massas. Eddington acreditava que havia uma razão para isso, mas suas conclusões são incertas. McCrea afirma que nenhum cientista, até hoje, se arrogou a proeza de verificar, do começo ao fim, todo o complexo encadeamento lógico desse trabalho. Se isso é fato, é possível que o grande teórico ainda tenha uma palavra a dizer, por meio de sua obra, sobre a natureza mais profunda do Universo.

Receita para assar uma estrela

A origem das estrelas é parecida com a das roscas: umas e outras ganham forma a partir de uma massa de diversas substâncias. A diferença é que as estrelas contêm basicamente átomos de hidrogênio (cerca de 60%, no caso do Sol) e hélio (40% ). Tal mistura, a princípio, tem a forma de um gás tênue como fumaça de cigarro. Mas, ao longo de milhões de anos, suas partículas exercem contínua atração gravitacional sobre as vizinhas, até toda a massa espremer-se em torno de um centro tão denso que, nele, 1 litro de matéria pesa 150 quilos. Além disso, como compressão gera calor, a temperatura central chega a 15 milhões de graus Celsius. Até a década de 20, aceitava-se que a força das estrelas vinha desta fonte. O problema é que ela seca em alguns milhões de anos e havia inúmeras evidências geológicas de que a Terra e o Sol eram 1000 vezes mais antigos. Arthur Eddington propôs, então, que a energia vinha do núcleo dos átomos, comprimidos à temperatura de 40 milhões de graus. No Sol, a principal reação nuclear ocorre quando dois núcleos de hidrogênio se prendem um ao outro e formam um núcleo de hélio. Nesse processo, os hidrogênios precisam perder a alta velocidade que tinham em liberdade, e fazem isso emitindo fótons, isto é, partículas de luz, calor e outros tipos de radiação eletromagnética. É esse jato de partículas que empurra as camadas de gases para cima contrabalançando a gravidade das camadas externas da estrela. Quanto maior a massa, maior é a compressão e a tendência de auto-esmagamento; mas, nesse caso, também são mais rápidas as reações nucleares e mais energético o fluxo de luz. Daí porque as estrelas de menor massa têm cor vermelha - os fótons vermelhos têm menor energia que os amarelos, emitidos pelo Sol. Pela mesma razão, estrelas azuis ou violeta têm massa até oito vezes maior que a do Sol.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Atchiim Grito de Guerra


ATCHIIIM! Grito de Guerra



Gangues de vírus preferem bombardear o organismo durante o inverno, provocando as gripes e os resfriados. Ao sofrer esses atentados, o melhor é ficar sob as cobertas. Ou bandidos muito mais perigosos podem entrar em ação.

Era uma noite fria e (por isso) tenebrosa. Bandidos das piores espécies estavam de tocaia. A vítima parecia pressentir o perigo, já que sua face empalidecia, enquanto o nariz ia se tornando cada vez mais vermelho, como o de um palhaço. Porque o sangue corria para se concentrar ali, naquela área empinada do perfil, oferecendo todo o seu calor. Era necessário aquecer o ar aspirado, senão, a menos de 36 graus Celsius, ele danificaria os pulmões. Além disso, o jato de gás frio estava atrapalhando o desempenho de milhões de cílios, espalhados pelo corredor que conduzia à nobre região pulmonar, aonde nenhum estranho deveria ter acesso. Em condições normais de temperatura, feito excelentes policiais, esses cílios expulsaram diversos microorganismos intrusos. No entanto, surpreendidos pela mudança do clima, eles começavam a vacilar - era a hora ideal para os vírus do resfriado e da gripe atacarem. E, no rastro deles, talvez viessem inimigos muito mais ardilosos.

Este parece ser o início de uma história de suspense - e é. Só que baseada em fatos verídicos, que se repetem especialmente em épocas ou regiões de tempo instável. "Os cílios do aparelho respiratório podem se adaptar ao frio, desde que o termômetro não fique oscilando, de hora para outra. Porque, na verdade, o que eles não suportam são as mudanças bruscas de temperatura", explica a pneumologista Ilma Aparecida Paschoal, professora da Universidade de Campinas, no interior de São Paulo. "Aqui, por exemplo, chega-se a marcar diferença de 20 graus Celsius entre a madrugada e o meio-dia", reclama a médica do clima da cidade em que sempre viveu; contudo, orgulhosa de ser campineira, ela nunca cogitou sair de lá.
Os resultados de sua pesquisa, porém, já atravessaram as fronteiras brasileiras: há seis anos, Ilma se dedica a estudar os tais cílios, que revestem as vias aéreas, do nariz até os brônquios. Nesse trecho da trajetória do ar pelo organismo, é possível encontrar cerca de duzentos cílios de guarita, em uma única célula. Ao ampliá-los cerca de 80 000 vezes, com o microscópio eletrônico, a cientista consegue observar detalhes no interior desses soldados. E faz questão de evitar confusões: "Esse nome, cílios, não quer dizer que sejam pêlos". De fato, nem pensar em associá-los aos cabelinhos do nariz: os cílios, invisíveis a olho nu, são estruturas vivas, que lembram a cauda dos espermatozóides.
"Cada um deles se movimenta como o braço de um nadador", descreve a especialista. "Primeiro, estica-se para o alto, emergindo de uma camada de água salgada; depois se encolhe, mergulhando novamente." Sobre esse líquido, bóia uma outra camada, menos espessa e bastante grudenta - a do muco, que os batimentos ciliares vão deslocando na direção da garganta, onde é engolido, ou até o nariz, para ser assoado. "Colados nessa substância, tanto microorganismos invasores como partículas de poeira acabam arrastados para fora", diz Ilma.
Segundo a médica, observadas no microscópio eletrônico, as tropas de cílios parecem fazer uma ola, a onda que ergue a torcida nas arquibancadas dos estádios. Contudo, quando a temperatura esfria de repente, é como se o movimento passasse a ser realizado em câmara lenta. Portanto, se agirem rápido, os micróbios nocivos, que flutuam no ar, podem levar vantagem. Ao surgir uma dessas ocasiões - menos raras no inverno do que em qualquer outra estação - a estabanada gangue do resfriado costuma ir logo invadindo o organismo. Ela é composta por mais de cem variações de vírus, que os cientistas classificam, por sua vez, em dois grandes grupos, o dos adenovírus e o dos rinovírus. Todos eles têm um objetivo em comum: infectar as células ciliadas das vias aéreas superiores, ou seja, do nariz e de verdadeiras câmaras de ar que cercam esse órgão, os chamados selos paranasais.
Por onde passa, a galgue baderneira causa estragos: só o contato com substâncias tóxicas dos vírus provoca microscópicas bolhas na mucosa nasal, que então fica dolorida. Metido nessa encrenca, a primeira reação do nariz é aumentar o volume do líquido que recobre suas células - daí o fluido transparente que não pára de escorrer, quando alguém está resfriado. É a coriza. A segunda tentativa de defesa é incrementar a secreção de muco, para reter os invasores. Só que o muco, por ser pesado, afunda na camada inferior de água e sal; então, em vez de segurar os vírus, gruda os cílios uns nos outros. O pior, contudo, ainda está para acontecer. Como quaisquer vírus, os do resfriado escravizam o núcleo das células que infectam; assim, passam a ser fabricadas cópias e mais cópias dos invasores, até o acúmulo dos clones pressionar e arrebentar as paredes celulares. Adeus, então, célula ciliada. "Depois de um resfriado, a gente observa áreas completamente peladas na mucosa", conta Ilma Paschoal. São estradas livres do policiamento dos cílios, em que outros agentes infeciosos podem passar tranqüilos. Como, por exemplo, o vírus da gripe, se eventualmente estiver por perto.
Resfriado e gripe nunca foram palavras sinônimas. As divergências, aliás, começam pelos vírus causadores dessas doenças. Centenas deles podem ser responsáveis pelo resfriado. Já a gripe tem um único culpado. Mestre na arte do disfarce, ele é tão mutante quanto o HIV, acusado pela Aids. Por esse motivo, os cientistas penam atrás de vacinas eficazes, uma vez que é quase impossível prever qual será a próxima máscara do bandido, ou seja, sua próxima mutação genética. Perto dele, aliás, a gangue do resfriado, cuja ação se limita às redondezas do nariz, parece um grupo de criminosos novatos. O vírus da gripe, afinal, não se contenta em estropiar as células ciliadas das vias respiratórias. Seus passeios pelo resto do organismo terminam em enormes desastres. De carona na circulação sangüínea, ele sai jogando moléculas de toxinas por todos os lados, às quais o corpo reage invariavelmente com a febre. Eventualmente, faz uma escala na conjuntiva, como se chama a membrana ocular. A visita provoca lágrimas, ao pé da letra.
O vírus da gripe ainda se hospeda nas articulações. Estas incham temporariamente. Mas enquanto isso dura, o pobre gripado sente cada um de seus ossos como uma porta emperrada. O menor movimento do corpo é realizado aos trancos e barrancos. Dos pés à cabeça, tudo dói. Na realidade, o inchaço ou edema, como preferem os cientistas, não tem a ver diretamente com os vírus invasores, mas sim com o contra-ataque do organismo - a inflamação. Trata-se de um recrutamento das células de defesa, os glóbulos brancos do sangue, para irem combater em regiões julgadas em crise pelo sistema imunológico. Um nariz infeccionado por microorganismos merece essa chamada de emergência. "Para facilitar a chegada do exército defensor, os vasos sangüíneos se dilatam, abrindo o caminho", explica o médico otorrino Sung Ho Joo, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Fica na cara, portanto, quando alguém está com gripe ou resfriado: basta notar o nariz inchado. "Isso. somado ao excesso de muco, obstrui a passagem do ar", informa o especialista coreano, naturalizado brasileiro. Ele próprio reconhece: "A sensação é angustiante". Contudo, sempre que possível, mantém seus pacientes longe dos chamados remédios descongestionantes, para desentupir o nariz. Alguns desses medicamentos tentam resolver o problema contraindo os vasos sangüíneos. "Além de serem perigosos para pessoas com pressão alta, uma vez passado o efeito da droga, o organismo pode reagir de uma maneira curiosa, produzindo muito mais muco do que antes. O tiro sai pela culatra", resume. Por sua vez, as populares gotinhas de soro fisiológico apenas umedecem as narinas e, desse modo, são aprovadas pelo médico. Ele, no entanto, gosta de ensinar o que chama de velho truque: "Quando você lava o rosto, o simples contato da água com a pele da face dispara um reflexo nervoso", conta, gesticulando como se estivesse diante de uma pia. "A ordem do cérebro é para a mucosa nasal secretar aquele líquido salgado, que nada mais é do que o soro natural. Isso nunca falha", assegura. Às vezes, contudo, os otorrinos não conseguem dispensar o auxílio das drogas descongestionantes.
O fato, porém, é que um reles nariz entupido é capaz de transformar a vida em um calvário. "A pressão do ar se eleva dentro dos seios paranasais e a pessoa fica com a sensação de que a cabeça pesa uma tonelada", descreve Ho Joo. "Quando olha para baixo, a ilusão é de que o cérebro pode escorregar pela testa." Mas isso é pouco, perto da dor de uma sinusite, o nome que os médicos dão para a inflamação dessas câmaras de ressonância em volta do nariz. "Como qualquer secreção do corpo humano, o muco das vias respiratórias é um excelente ambiente para bactérias crescerem", diz o médico. Nem todos os casos de sinusite, nem sequer de rinites - como são conhecidas as inflamações do próprio nariz - são causadas por bactérias. No entanto, é bem provável que exista uma bactéria, ou melhor, milhões de bactérias por trás das complicações de um resfriado ou de uma gripe.
As bactérias são exemplos de oportunistas. "Por causa das substâncias dos vírus, o sistema imunológico tende a concentrar seus esforços para cima deles, enquanto as bactérias se multiplicam", conta o infectologista David Emerson Uip, da Universidade de São Paulo. Na verdade, apesar de provocarem literalmente dores de cabeça, os vírus da gripe e do resfriado sempre são derrotados pela defesa do corpo humano no prazo máximo de sete dias. "Gripe que já está durando mais do que uma semana não é gripe", afirma Uip. "No caso, já são as complicações que surgiram em decorrência da primeira doença." Na sua opinião, os médicos devem se preocupar somente com esses males oportunistas. "Os vírus do resfriado ou da gripe, afinal, serão irremediavelmente os fracassos da história."
Ele chega a apelar para vacinas contra a gripe, em pacientes considerados frágeis - pessoas com deficiência imunológica, crianças asmáticas, idosos, por exemplo. Isso, no entanto, exige do infectologista um faro de detetive. "Você nunca sabe qual a cara do vírus da gripe que vai atacar no Brasil, no próximo inverno", exemplica. "Por isso, o certo é verificar como aconteceu em outros países e tentar prever o futuro, descobrir quais vírus entraram no país." Para Uip, o resultado do trabalho não é um chute: "Uma única aplicação anual da vacina reduz 70% da incidência de casos", revela.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Jatos na Oficina - Tecnologia


JATOS NA OFICINA - Tecnologia



Com uma simples olhada nas turbinas em busca de penas de pássaros ou com radiografias e robôs de última geração. Os técnicos de manutenção garantem o vôo seguro dos grandes aviões.

Para os passageiros desavisados, pode parecer apenas um aceno de despedida ou um desejo de boa sorte. Mas, na verdade, o homem que sai de baixo do nariz do avião pouco antes da decolagem, olha para o piloto e agita uma fita vermelha, é um mecânico, comunicando que não há vazamentos nem danos graves, e que as portas estão todas fechadas. Só então o avião começa a taxiar, para levantar vôo rumo à próxima escala O aceno é só o último ato da inspeção de trânsito, uma verificação rápida, feita na pista dos aeroportos entre uma escala e outra. Terminada, o mecânico retira o pino de segurança do trem de pouso, onde se prende a fita vermelha, e libera o avião. Esse, no entanto, é apenas o mais simples entre os vários tipos de inspeções por que passam os aviões. Em alguns deles, as naves ficam mais de um mês em hangares especiais, com direito a radiografias, testes com nomes complicados e consertos feitos por robôs de última geração.



"A segurança dos passageiros no ar depende de uma boa manutenção em terra", diz o engenheiro Heitor da Rocha Azevedo, assistente da gerência de manutenção da Varig. Da sua sala, rodeado de réplicas de caças da Segunda Guerra Mundial - seu hobby é colecioná-los -, ele avista boa parte do parque de manutenção da empresa, o maior da América do Sul, ao lado do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Ironia do ar: ao contrário dos Spitfires e Messerschmitt pendurados no teto, feitos para derrubar outros aviões, as 2500 pessoas sob seu comando trabalham para manter aeronaves no céu.
Apesar de as estatísticas mostrarem que a maioria dos acidentes aéreos acontece por falha humana, a manutenção não pode ser descuidada. Um fato comprova isso: o pior acidente da história da aviação envolvendo um único avião - a queda de um Jumbo 747 da Japan Air Lines, em 1985 - foi causado por um erro de manutenção. Para que os aviões transportem as pessoas pelo céu e não para ele, os técnicos dedicam seus maiores esforços às três partes críticas de uma aeronave: motores, estrutura e sistemas hidráulicos. Dos três, os sistemas hidráulicos são os que mais preocupam em caso de falhas. Formados por um emaranhado de tubos e canos, levam óleo sob pressão a vários pontos da nave.
De acordo com o comando do piloto, a pressão aumenta em uma determinada tubulação, impulsionando trens de pouso, freios ou as partes essenciais para as manobras: flaps, ailerons, spoilers, profundores e o leme, conhecidos no jargão aeronáutico como superfícies de controle. "Um avião pode ter pane em todos os motores e mesmo assim consegue planar e pousar sem problemas. Mas sem pressão hidráulica nos comandos, o piloto não tem como salvá-lo", lembra o engenheiro Heitor. Foi o que aconteceu com o 747 japonês em 1985. Quando um remendo na fuselagem se rompeu em pleno vôo, o ar do interior do avião e os fragmentos saíram em alta velocidade e danificaram todos os sistemas hidráulicos. O avião conseguiu voar por vinte minutos, mas, sem controle, tripulantes e passageiros viram a morte chegar na forma de uma montanha no meio do caminho, sem ter como desviar.
Se um passageiro em visita à cabine de comando ouvir o co-piloto relatando ao comandante uma "perda de sistema hidráulico" não precisa entrar em pânico. A falha de um sistema é contornável, pois os aviões possuem equipamentos em dobro, ou às vezes em triplo. "Mas voar com esse tipo de problema não deixa de ser arriscado; só acontece quando a falha é detectada durante o vôo. Com o avião no chão, a regra é decolar com todos os sistemas hidráulicos operantes", diz o engenheiro Heitor. Quando o avião pousa os mecânicos saem à caça da pane. Nos modelos mais antigos, como os Boeing 727, 737 e os 747-200, o piloto é quem percebe qualquer anomalia e comunica ao mecânico. Mas nos aviões modernos, como os 747-400, 767-300 e o MD-11 (o sucessor do DC-10, da McDonell-Douglas), o computador de bordo detecta o problema e até sugere peças a serem checadas.
Um conserto de emergência num aeroporto tem aparência de um boxe de Fórmula 1, em que tudo é correria, mas nos hangares reina a calma de quem trabalha sob um milimétrico planejamento. As paradas para manutenção são programadas com meses de antecedência. Podem até aparecer aviões com a turbina enguiçada, mas nem isso é suficiente para alterar a rotina de uma oficina sem sujeira de graxa ou peças pelo chão, onde técnicos com sete anos de profissão são considerados novatos pelos colegas.
Na rotina das inspeções, quando se buscam indícios de falhas que ainda estão por acontecer, os sistemas hidráulicos passam pelo teste de Itcan - uma minuciosa verificação dos componentes, feita por sensores que medem a pressão do fluido quando os comandos são acionados. Qualquer vazamento interno, por menor que seja, é detectado, pois podem se tornar maiores no futuro e causar problemas.
Os motores dão mais trabalho, embora não sejam tão críticos para a segurança de uma aeronave quanto os sistemas hidráulicos. Mesmo um Jumbo 747 - o maior avião comercial - pode planar por um bom tempo em busca de um lugar para pousar se todas as quatro turbinas entrarem em pane ao mesmo tempo, hipótese muitíssimo improvável. Mas explosões em motores já causaram muitos sustos e pelo menos um grave acidente. Em 1989 a explosão da turbina traseira de um DC-10 da United Airlines danificou os sistemas hidráulicos da nave. Sem respostas aos comandos, o avião fez um pouso mal-sucedido no aeroporto de Sioux City, no Estado de Iowa (EUA), matando 119 dos 293 passageiros.
Explosões à parte, a manutenção dos motores é fundamental, porque são a fonte principal de energia dos próprios sistemas hidráulicos. Dínamos instalados nas turbinas geram eletricidade, como acontece nas usinas hidrelétricas. Essa eletricidade move as bombas que criam pressão nas tubulações hidráulicas. Nos casos de pane dos motores, os aviões modernos têm outros dois meios de conseguir energia elétrica, além dessas turbinas. Uma das fontes é a Ram Air Turbine (RAT), uma pequena turbina que, em situações de emergência sai pela barriga do avião e gera energia elétrica com auxílio do vento. A outra chama-se Auxiliary Power Unit (APU), um motor situado na cauda do avião, alimentado pelo mesmo querosene combustível das turbinas. Razões econômicas também exigem que a manutenção dos motores seja meticulosa. "Um motor de 747 em pane significa um avião parado, ao custo de 30 000 dólares por dia", afirma o engenheiro Heitor. Por isso, as empresas investem pesado na manutenção das turbinas. Na Varig, aproximadamente 55% da verba para compra de peças vai parar na oficina de motores.

Para assegurar o menor número de falhas possível, os motores são submetidos a testes que vão desde uma simples olhadela do mecânico em busca de penas de pássaros, durante a inspeção de transito, até a desmontagem total. A tal olhadela serve para alertar os técnicos de manutenção sobre uma causa bem comum de defeitos nos motores: os pássaros. "Em alguns aeroportos, como o de Manaus, onde há um depósito de lixo próximo à pista, as turbinas volta e meia ingerem urubus" , afirma o engenheiro Heitor.
Apesar de o perigo imediato ser pequeno, o almoço é bastante indigesto a longo prazo. O fan, uma peça fundamental da turbina, semelhante a um ventilador, é que recebe o impacto inicial da ave. Girando a 8 000 rotações por minuto, pode sofrer fissuras internas em algumas das 38 palhetas. Se nada for feito, com o tempo uma palheta danificada pode acabar se quebrando e sendo também ela "deglutida" pelo motor. Neste caso, haverá uma pane grave em pleno vôo. Além do incômodo causado por um motor inoperante no ar, há também o fator econômico. Cada uma das 38 palhetas - desenhadas por computador e feitas de ligas metálicas extremamente resistentes - custa a astronômica quantia de 10 mil dólares, "o mesmo que um Gol zero quilômetro", compara o engenheiro Heitor. E a turbina possui outras partes bastante caras, principalmente os rotores dos compressores responsáveis pela expulsão do ar em alta velocidade.
Nos hangares de manutenção, os técnicos vão literalmente fundo nos motores. Fazem a boroscopia, exame muito semelhante à endoscopia feita nos seres humanos. O boroscópio, um tubo fino e flexível, com fibras ópticas em seu interior, é introduzido nas partes internas da turbina. Com ele, os técnicos podem ver, sem abrir o motor, se há rachaduras nas palhetas dos rotores que giram dentro dos compressores. Em caso positivo, o motor é retirado da asa e levado à oficina para que a palheta rachada seja substituída. Se isso não for feito, ela pode se quebrar com a rotação e causar, novamente, uma pane em vôo.
Na oficina da Varig, "Xuxa" é quem recupera peças desgastadas ou enfraquecidas. Esse é o apelido dado a um robô americano de 300 000 dólares, o plasma-spray, capaz de fundir ligas metálicas e lançá-las no estado de plasma sobre urna peça, refazendo suas dimensões originais. Além disso, pode revestir peças com cerâmica protetora contra abrasão. A velocidade de seus movimentos, para os mecânicos comparável à de uma paquita dançando o "ilariê", Ihe valeu o apelido.
Como os motores, a estrutura do avião também envelhece e requer cuidados. A colisão com pássaros ou pedras durante a decolagem, e os descuidos freqüentes dos funcionários de aeroportos no momento de encostar as escadas, provocam riscos e amassados, que a longo prazo podem se tornar rachaduras. Os mais leves são apenas tratados com anticorrosivos. Em alguns casos, porém, é preciso até enxertar novas placas metálicas na fuselagem. "Com rachaduras não se brinca", alerta o engenheiro Heitor. Nos aviões mais velhos, elas se tornam uma verdadeira praga, colocando em risco a segurança.
No caso da fuselagem, as sucessivas pressurizações e despressurizações causam o aumento rápido de qualquer fissura. Os fabricantes de aviões perceberam isso há quatro anos, quando a parte de cima da fuselagem de um velho 737-200 da Aloha Air Lines, a companhia aérea do Havaí, simplesmente se rasgou, deixando o avião como se fosse um carro conversível. A partir daí, passaram a instruir as empresas aéreas para que fizessem testes mais rigorosos nos seus "aviões geriátricos".
Atualmente, há testes estruturais reforçados quando os aviões chegam aos hangares de manutenção. Toda a fuselagem é examinada com atenção por dentro e por fora. Algumas rachaduras, no entanto, são traiçoeiras. Escondidas no interior do metal, ficam invisíveis ao olho nu. "Para achá-las, só com os ensaios não-destrutivos", diz o engenheiro Heitor. Esses ensaios geralmente incluem radiografias e ultra-som. Detectadas, as rachaduras internas são corrigidas com reforços ou mesmo com a troca de partes inteiras da fuselagem.
Esses mesmos testes e reparos são feitos nos pontos particularmente sujeitos a grandes esforços durante o vôo. Os suportes que prendem a turbina à asa, chamados pylons, são os mais críticos. Num 747, além do peso da própria turbina - cerca de 5 toneladas - cada pylon deve suportar a força exercida pelo motor para puxar o avião para a frente: 30 toneladas, o peso de quatro elefantes. Desde o dia em que um 737 da companhia americana US Air não agüentou essa carga paquidérmica e perdeu uma turbina logo após a decolagem, em 1987, os técnicos de manutenção passaram a estudar meios de evitar acidentes desse tipo. Além de redobrarem a atenção nos testes estruturais nos hangares, tomaram uma providência curiosa para as inspeções de pista. Instituíram a pintura de duas marcas vermelhas, uma na carenagem do motor, outra no suporte da asa. Com o pylon em boas condições, as duas marcas ficam alinhadas. Se houver quebra do suporte traseiro - o que, segundo os técnicos, costuma acontecer antes do rompimento total -, a linha pintada na carenagem do motor desce e fica desalinhada em relação à da asa.
Com o sistema hidráulico checado, os motores verificados e a estrutura conferida, o avião está quase pronto. Falta cuidar da estética e do conforto. Numa inspeção de transito, pode ser uma simples varrida nos corredores. No hangar de manutenção, o interior é todo desmontado, as poltronas são reformadas e as galleys - uma espécie de cozinha de bordo - são substituídas por outras mais novas. Na cabine de comando, os painéis são todos retirados para a recuperação e limpeza de botões e mostradores. Após um período no hangar, quase tudo foi mudado na aeronave. Para os passageiros desavisados, pode parecer um aparelho novo, recém-saído da fábrica. Na verdade, é possível que estejam a bordo de um velho companheiro de outras jornadas.

Rombos na segurança

"Levante o nariz! Levante o nariz..." Os últimos segundos de gravação da caixa-preta mostram um tom de desespero na voz do comandante Masami Takahama. Depois, um ruído seco e o silêncio. A despeito de todos os esforços, o piloto do Jumbo 747 da Japan Air Lines não conseguiu desviar seu avião do monte Osukatayma e o dia 12 de agosto de 1985 ficou marcado pelo pior acidente envolvendo um único avião, com 520 mortos.

A causa da tragédia japonesa foi um erro de manutenção. Alguns anos antes, o avião havia batido com a cauda na pista durante uma decolagem. Uma das partes danificadas - a parede de pressão traseira - foi rebitada de forma errada pelos técnicos da Boeing chamados ao Japão. Essa parede separa a cabine pressurizada, onde ficam os passageiros, da cauda do avião.As pressurizações e despressurizações constantes enfraqueceram o remendo, até que ele se rompesse em pleno vôo. O ar da cabine saiu em alta velocidade carregando fragmentos que danificaram as tubulações de todos os sistemas hidráulicos e os cabos de comando do leme. O fluido hidráulico vazou até que a aeronave não respondeu mais a nenhum comando do piloto.

Em outros casos, a perícia dos pilotos compensou o erro dos departamentos de manutenção. Em 29 de abril de 1988, a parte de cima da fuselagem de um Boeing 737 da Aloha Airlines explodiu em pleno vôo. O avião da companhia aérea do Havaí, que fazia a ligação entre várias ilhas e a capital, Honolulu, ficou sem parte do teto com os passageiros à mostra. Para piorar a situação, destroço da fuselagem colidiram com um dos motores, deixando-o em chamas. Com sangue-frio e muita técnica, o comandante Robert Schornstheimer controlou a nave e fez um pouso perfeito no aeroporto de Mauí. Dos noventa passageiros e cinco tripulantes, a única vitima fatal foi uma comissária de bordo, sugada no momento da explosão. Os técnicos concluíram que a explosão foi causada por uma rachadura, que poderia ter sido detectada e consertada se a Aloha tivesse feito a verificação obrigatória da estrutura do avião.

Falhas Perigosas

Algumas partes do avião merecem atenção especial, tanto nas verificações de pista como nos hangares de manutenção.

Sistema Hidráulico Acionada eletricamente, a bomba aumenta a pressão do óleo nas tubulações, empurrando as partes móveis.

Galleys e Lavatórios Vazamentos de água causam corrosão na fuselagem.

Parede Traseira Separa a cabine da cauda, pode se romper com as constantes pressurizações.

Radome Radar do avião sujeito a danos causados por pássaros ou pedras.

Trem de Pouso O estado dos freios e amortecedores são verificados a cada pouso.

Asas Nas inspeções de trânsito, procuram-se vazamentos de combustível ou fluido hidráulico.

Pylons Sustentam as turbinas e podem quebrar por fadiga de material.


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segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Terra Prometida


A TERRA PROMETIDA



Um dia, quando a tarefa de reconstrução estiver pronta, e a geografia do planeta estiver se tornando mais harmônica, limpa e racional, a grande conferência do Rio será lembrada como primeiro passo desta moderna peregrinação rumo a um mundo melhor. Pode-se ter a idéia da vasta agenda de trabalho, que agora começa a ser montada, com a ajuda do conjunto completo de tabelas e gráficos apresentado nas páginas seguintes.


Os mais atilados militantes da ecologia têm sempre uma resposta na ponta da língua quando Ihes apontam as imensas dificuldades interpostas a uma desejável redução das agressões ao meio ambiente. Eles retrucam que toda mudança profunda requer que as pessoas passem a ver o mundo de uma nova maneira. Teria sido assim com a escravidão, escreve o economista americano Lester Brown, presidente de um dos mais respeitáveis organismos de pesquisa ambiental,. o Worldwatch Institute, com sede em Washington. Empregar escravos no passado, mais que aceitável, era um direito implícito do escravagista, argumenta ele. "Apesar disso, com o tempo, passou a provocar abominação."
A Rio-92 é, antes de mais nada, o resultado de uma mudança de percepção a respeito da exploração não planejada ou mesmo predatória dos recursos naturais, tal como vem sendo praticada. Veja-se o testemunho do próprio papa João Paulo II: "Começa a surgir uma nova consciência, que deveria ser estimulada, para que se traduza em iniciativas e programas concretos". Tom ainda mais firme perpassa o discurso da primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brudtland: "É clara a necessidade de uma administração responsável e planetária dos recursos naturais".
Os empresários, diz a escritora Linda Starke, não ficam atrás. Ela cita o exemplo de Edgar Woolard, diretor da maior indústria química americana, a Du Pont. Defensor de uma nova ética, que denomina ambientalismo empresarial, ele propõe trocar o consumismo por um padrão de consumo mais responsável - "dentro dos limites do que é ecologicamente viável e ao qual todos possam aspirar". Não admira, portanto, a ousada assertiva de Brown: "A Rio-92 pode ser o marco de uma nova etapa na história da humanidade". A despeito de inegáveis obstáculos, existe realmente a expectativa de se adotarem resoluções práticas. A começar pelo efeito estufa - o acúmulo de gases absorvedores de calor na atmosfera, com elevação da temperatura global.
É provável que a reunião decida reduzir, desde já, as emissões de dióxido de carbono, o CO2, principal causador do problema. Esse não é o único alvo dos debatedores, mesmo porque há laços indissolúveis entre todos os grandes sistemas ecológicos da Terra. Além da atmosfera, é preciso levar em conta os problemas do solo, das florestas, espécies animais e vegetais,oceanos, águas doces e, como não podia deixar de ser, da própria população humana. O efeito estufa, no entanto, é muito visado sobretudo por uma questão prática: ele teria uma causa bem definida e repercussão imediata sobre o planeta inteiro. Além disso, há uma circunstância crucial: é um fenômeno relativamente mais fácil de avaliar, do que, por exemplo, a degradação do solo (ou desertificação, como os técnicos costumam dizer).
É difícil medir com rigor a quantidade de terra fértil que é levada pela chuva, esterilizada pelo uso de insumos agrícolas, ou a área que enrijece sob a esteira dos tratores, o que prejudica ou inviabiliza novo plantio. Ainda mais árdua é a busca das causas efetivas da destruição: a erosão tanto pode decorrer do excesso de chuva, provocado por distantes distúrbios climáticos, ou do próprio endurecimento da terra, que, por não absorver a água, facilita o ataque ao solo. No entanto, a revolução prevista por Brown deverá unificar todos os grandes ecossistemas e alterar, em prazo relativamente curto, todo o curso da sociedade humana. Pelo menos é isso o que ele tem afirmado à imprensa.
"A revolução agrícola começou há 10 mil anos e a revolução industrial está em curso há dois séculos. Se a revolução ambiental for bem-secedida, ela devera comprimir-se em poucas décadas." Nesse prazo, imaginam governantes, empresários e cientistas, a geografia do planeta seria redesenhada por meio de intensa pesquisa tecnológica. Seria preciso sobretudo encontrar substitutos mais limpos para o petróleo e o carvão - por exemplo, a luz solar. Vislumbram-se ainda novos veículos e a adoção de sistemas de transporte de massa mais eficientes, onde os carros particulares tenham um peso bem menor que atualmente. Vê-se, assim, que as inovações não se referem apenas a máquinas e aparelhos: elas incluem também as técnicas de organização da sociedade.
Este, na verdade, é um ponto crucial, especialmente quando se pensa na preservação das florestas - que são, ao mesmo tempo, habitat de boa parte das espécies vivas, meio de vida para um número considerável de pessoas e fonte de inúmeros produtos comerciais. Concatenar todo esse conjunto é um desafio tanto maior porque os povos dessas regiões estão entre os mais pobres do planeta. E dificilmente haverá harmonia ecológica com a persistência de graves desigualdades sociais, argumenta-se. A redistribuição da riqueza mundial é um dos mandamentos-chaves em quase todas as cartilhas ambientais em circulação, e muitos governantes batem com insistência na mesma tecla. É o caso, por exemplo, do governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho: "Se a recuperação do planeta é responsabilidade de todos, a erradicação da miséria também é".
A questão do efeito estufa ilustra em parte o problema das disparidades econômicas. Isso porque o principal responsável por esse fenômeno é o CO2, e a maior fonte desse gás é a queima de carvão e petróleo nas usinas de eletricidade, em indústrias e carros. Assim, as medidas para equilibrar a temperatura global vão depender muito da disposição dos países desenvolvidos, nos quais as emissões são mais intensas. Uma primeira complicação é que também se emite CO2 nos países em desenvolvimento, onde se usa lenha para obter energia, ou se queimam arvores para abrir campos de plantio nas florestas. Essa prática é duplamente negativa, já que as arvores crescem absorvendo gás carbônico do ar: assim, quando são queimadas, não só se libera gás, como ainda se elimina um meio de que dispunha a natureza para reabsorvê-lo, a própria mata.
O mais grave, porém, é que esses países tendem a ampliar bastante sua contribuição para o efeito estufa, no futuro próximo. O motivo é sua compulsão a repetir as fórmulas econômicas empregadas pelos países industrializados - as mesmas que estes hoje procuram substituir por serem lesivas ao ambiente. A China, por exemplo, que diz ter planos de dobrar o uso de carvão para gerar energia, poderá bater o atual líder em poluição por CO2, os EUA (onde a maior parte da energia elétrica, por incrível que seja, ainda vem de usinas a carvão). Um nó cego, sem dúvida, e desfazê-lo será a maior glória do encontro no Rio, já que não se pode paralisar as nações em crescimento, onde vive a imensa maioria da população mundial.
A saída que se almeja envolve delicada operação política, na qual os países mais avançados não apenas reduziriam suas próprias agressões ambientais, mas também ajudariam os outros povos em termos financeiros. Estes, então, poderiam recorrer a novas tecnologias para abrir um atalho ecológico na trilha do desenvolvimento. Não há garantia de melhora substancial e imediata na saúde do planeta, mas é inegável a importância de um compromisso selado com esse fim. Os números podem ser decisivos, como se vê por um editorial da influente revista científica inglesa, a Nature, no qual se argumenta que mesmo o efeito estufa não é suficientemente bem conhecido. Em vista disso, não haveria como definir um valor máximo para as emissões de CO2, que os países se comprometeriam a respeitar.
E sem tal compromisso nenhum acordo teria efeito prático sobre o equilíbrio térmico da atmosfera. Muito mais otimista, Lester Brown acredita que a equação é bem mais simples e, de certa maneira, já vem sendo resolvida. A título de ilustração, ele lembra que, graças a novas tecnologias, a economia americana não ampliou sua emissão de gás carbônico, que permaneceu fixa em 1,2 bilhão de toneladas ao ano, entre 1973 e 1987. O crescimento econômico, nesse período, faria prever um acréscimo para o total de 1,6 bilhão de toneladas de CO2. A partir daí, ele estima quanto se poderia ganhar com uma redução no consumo dos carros - de 10 a 20 quilômetros por litro de combustível, para 50 quilômetros por litro - e com a limitação da frota mundial em cerca de 500 milhões de automóveis até o ano 2010.
Como resultado, os carros emitiriam 300 milhões de toneladas de CO2 - comparados a 547 milhões emitidas em 1988, quando havia no mundo 400 milhões de veículos particulares. Ainda mais impressionante que esses didáticos exercícios de futurologia têm sido as atitudes concretas em face da questão ecológica. Só para se ter uma idéia, a companhia norueguesa de informática BSO/Origin tornou-se no final do ano passado a primeira a colocar num balanço financeiro o valor do impacto ambiental provocado por suas atividades. A empresa lançou como dívida, num total de 1,2 milhão de dólares - 10% do lucro líquido -, seus resíduos e dejetos, o excesso de papel consumido e até as emissões de gases pelos carros de seus funcionários.
Como compensação, ela se dispõe a financiar projetos de proteção à floresta amazônica (a BSO/Origin atua em onze países, inclusive no Brasil). Isso mostra que a mudança já está sendo esboçada: resta saber se a Rio-92 conseguirá ampliar tais esforços e dar início à faxina planetária que todos desejam. Alguns dos princípios que devem nortear o trabalho foram compilados numa espécie de Carta da Terra. As medidas práticas, por sua vez, foram preliminarmente esboçadas na chamada Agenda 21 (tal número refere-se ao próximo século). O canadense Maurice Strong, secretário-geral da Rio-92, calcula que o preço dessa primeira vassourada ascenderá a 750 bilhões de dólares, ao longo de sete anos. Desse total, o osso mais duro será arrancar 125 bilhões do polpudo mas fechado bolso dos países desenvolvidos. Não há garantia de que esse fundo seja criado.
Na melhor das hipóteses, acena-se com a possibilidade de se reformular a Global Environment Facility (GEF), uma agência criada há quatro anos pelo Banco Mundial. Seu papel atual é restrito, mas ela poderia financiar os grandes projetos ambientais - se não estivesse sob excessivo controle dos Estados Unidos, alegam os países em desenvolvimento. Agora, os americanos teriam abdicado de parte de seus poderes. Também teriam admitido reduzir suas emissões de CO2, dando a entender que sua concentração seria estabilizada no nível de 1990.
Parece pouco, pelo menos para quem têm pressa de partir para a Terra prometida. Mas isso não significa fracasso, pois as negociações prosseguem. Acima de tudo, existe a certeza de que adiar as soluções significa agravar os problemas existentes. "A cada ano, diminui a chance de o aquecimento global ser uma miragem", filosofam os editores da Nature. Também não se deve desprezar a imensa repercussão de um encontro de tal porte, o maior já realizado pelas Nações Unidas em toda a sua história. Trata-se de uma oportunidade única para a divulgação e o fortalecimento das idéias ambientalistas.
Uma estimativa informal da revista americana Time dá conta de que as diversas organizações existentes em 1989 já congregavam um exército de 16 milhões de pessoas, em todo o mundo. Não deve ser exagero, já que comparecem ao Rio, agora, nada menos que 1500 ONGs, apelido que se deu às chamadas Organizações Não-Governamentais. Elas se reúnem no Fórum Global, realizado à margem do encontro mais importante (oficialmente batizado de Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, com participação prevista de 177 países). Cerca de 10 000 pessoas presenciarão centenas de eventos em 41 auditórios alocados ao Fórum Global.
Elas têm o privilégio de acompanhar uma decisão que pode ser crucial para o futuro da humanidade. Já é uma extrema ironia que o homem tenha tido que se defrontar com tal escolha, como lembrou muito bem a ex-ministra de recursos naturais do Zimbábue, Victoria Chitepo. No século XIX, diz ela, teria soado como absurda a idéia de que a cor do céu ou do mar pudesse um dia ser motivo de preocupação. O homem foi inábil o suficiente para ameaçar de destruição estas vastas e grandiosas obras da natureza. Espera-se, pelo menos, que tenha o bom senso de corrigir os erros do passado.

A carta da terra

Os princípios que devem nortear o desenvolvimento sadio das nações e dos povos foram transformados em um documento básico, a ser aprovado agora. O nome Carta da Terra foi trocado por Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mas seus 27 artigos retiveram parte da força inicial, que se imaginava equivalente à da Declaração dos Direitos do Homem. Alguns exemplos:

"Os seres humanos têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza."

"Os Estados devem cooperar em espírito de parceria global, para conservar, proteger e restabelecer a saúde e integridade do ecossistema da Terra."

"A guerra é intrinsecamente destruidora do desenvolvimento sustentável."

"Os povos indígenas e outras comunidades têm papel vital na gestão ambiental e no desenvolvimento, devido a seu conhecimento e suas práticas tradicionais."

"Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que têm na busca internacional do desenvolvimento sustentável em vista das pressões que suas sociedades exercem sobre o ambiente global e das tecnologias e recursos financeiros que dominam."

ATMOSFERA

O envelope de ar que cobre a Terra contém basicamente nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). Embora insignificante em quantidade - algo como 0,03% do total -, o CO2 é importante porque absorve e retém calor, que, de outra forma, escaparia para o espaço, mantendo constante a temperatura no planeta. As atividades humanas, porém, vêm aumentando a concentração de CO2 e de outros gases no ar, o que desequilibra a harmonia e provoca a elevação da temperatura global. É o chamado efeito estufa. Acredita-se que a temperatura pode subir até 4,5 °C em cinqüenta anos. Alguns destes gases também reagem com o vapor de água da atmosfera, tornando a chuva ácida. Ela pode contaminar lençóis de água e oceanos (2/3 das chuvas caem sobre eles). Por sua vez, o clorofuorcarbono (CFC), usado na refrigeração, destrói o manto de ozônio, protetor contra os raios ultrarvioleta do Sol. Eles causam câncer de pele, catarata e afetam o fitoplâncton, a fina camada vegetal sobre o oceano, responsável pela vida no mar.

SOLO

A área total da superfície terrestre é de 14,8 bilhões de hectares (1 hectare corresponde a um quarteirão). A cada ano, quase 6 milhões de hectares são transformados em desertos e outros 21 milhões são degradados e se tornam economicamente inviáveis. Desta forma, o homem perde por ano 24 bilhões de toneladas de terra fértil no planeta, desertificação que afeta 230 milhões de pessoas no mundo todo. As pastagens são responsáveis por 35% desta perda; outros 30% são erodidos devido ao desmatamento e 28% das terras são inutilizados por cultivos intensivos e pelo uso abusivo de produtos químicos, como fertilizantes e pesticidas. A quantidade de fertilizantes usada nos últimos 35 anos aumentou 9 vezes e o emprego de pesticidas, 32 vezes - mais de 1,8 milhão de toneladas despejadas por ano no solo. A falta de meios eficientes de irrigação em áreas áridas também altera a qualidade de terras potencialmente aproveitáveis para plantio e pastagens.

FLORESTAS

Mais de 70 países têm florestas úmidas, mas apenas três deles são donos de quase metade dos 7 bilhões e 800 000 hectares de florestas tropicais do mundo - Brasil, Zaire e Indonésia. As florestas tropicais ocupam 7% da terra e abrigam metade das espécies animais e vegetais. Quase 11 milhões de hectares são desmatados por ano. Cerca de 60% do desmatamento pode ocorrer devido à pratica do roçado itinerante - estes agricultores eram estimados em 300 milhões de pessoas no mundo todo na década de 80.

Da área desmatada podem sumir 35 000 espécies todos os anos. Só na Amazônia brasileira foram identificadas 2.500 vegetais diferentes. A perda destas plantas - muitas ainda sem estudo - pode afetar a indústria farmacêutica, que obtém 35% de seus produtos de vegetais. Outro problema são as queimadas, feitas para dar lugar a pastos ou para renovar plantações. O desmatamento e as queimadas liberam CO2, metano e óxido nitroso, gases que vão agravar o efeito estufa e a chuva ácida. Sem árvores, o solo, afetado por essa chuva, pode ficar estéril e as águas, sem as barreiras das raízes, levam os nutrientes, aumentando a erosão e empobrecendo ainda mais a área. Esses produtos sedimentam rios, diminuindo os recursos hídricos da região.

BIODIVERSIDADE

Estima-se que a duração média de uma espécie é de 5 milhões de anos. Já foram descritas 1,4 milhão delas, mas os cientistas estimam que o total pode chegar a 5 milhões ou mesmo a até 30 milhões de espécies. Em cada milhão de anos, nos últimos 200 milhões de anos de história do vida no planeta, cerca de 900 000 espécies se extinguiram. A taxa média, de extinção de uma espécie a cada 13 meses e meio, está agora milhares de vezes maior. Enquanto no passado uma espécie se extinguia, no mesmo espaço de tempo, hoje mais de 5 000 espécies vivas, de animais e vegetais, desaparecem, por conta da degradação ambiental, da agricultura extensiva e da caça predatória. Só nas florestas tropicais pode viver metade de todas as espécies do mundo. O fim de algumas espécies vegetais, por exemplo, pode comprometer a produção de medicamentos e alimentos, já que as novas espécies híbridas saídas de laboratórios, com características diferentes das suas ancestrais, podem ser vulneráveis à evidente variação climática da Terra.

OCEANOS

Os oceanos cobrem 71% da superfície da Terra. A sua manutenção está ligada à atmosfera, à massa terrestre, ao regime de chuvas e à energia solar. Portanto, vulnerável à variação de ecossistemas. Dois terços das chuvas, por exemplo, caem sobre os oceanos, A questão da chuva ácida, pode, a longo prazo, afetar a vida marinha. Um peixe não sobrevive com o pH menor do que 4, 5 e o pH da chuva em alguns lugares da Europa chegou a 3, quando o normal seria o pH 5,6. Os gases da atmosfera e a temperatura dela também possuem elos com o equilíbrio marinho. Um quarto do CO2 emitido pelo homem, responsável pelo efeito estufa, é absorvido pelos oceanos, por difusão ou pela fotossíntese do fitoplâncton. Para isso, a temperatura dos mares é importante. Poluído, ou aquecido pelo efeito estufa, tal absorção será comprometida, contribuindo para o agravamento do aquecimento global, A maioria das espécies de peixes vive em águas costeiras, de onde é retirada 95% da pesca mundial, 80 milhões de toneladas anuais. Devido à pesca abusiva, a quantidade de peixe disponível também deixou de crescer na última década. Além disso, o lixo urbano despejado nos rios polui o mar nesta faixa mais rica. Estima-se que, até o ano 2020, três em cada quatro pessoas residirão em regiões costeiras - o que agravará a poluição do mar pela cidade. Em alto-mar, também são encontradas todos os anos 150 000 toneladas de lixo jogadas por marinheiros, turistas pescadores e 600 000 t de petróleo.

ÁGUA

Mais de 97% da água no planeta está no mar, e outros 2% estão congelados ou em fontes profundas. A exploração do 1% de água disponível para uso humano aumentou 35 vezes nos últimos três séculos e deve aumentar mais 30% até o ano 2000. O estoque de água doce, porém, é poluído por esgotos e lixos urbanos, resíduos industriais, produtos químicos agrícolas e ainda pela mineração, que sedimenta o leito dos rios. A distribuição da água potável não é igual no mundo todo - perto de 1,2 bilhão de pessoas não recebem água em quantidade ou em qualidade necessárias. Por conta disso, cerca de 80% das doenças dos países pobres e um terço das mortes são relacionadas à água contaminada.

GENTE

Delimitados 100 anos da história da humanidade (1950-2050), as projeções indicam que a população mundial crescerá 16 vezes. Por estes cálculos, até o ano 2025, o número de moradores do planeta já terá saltado dos atuais 5,3 bilhões de habitantes para 8,5 bilhões. A maior taxa se dará principalmente em cidades do Terceiro Mundo, que terá o dobro de habitantes das do Primeiro Mundo. Os problemas de infra-estrutura se agravarão, já que existe a urbanização crescente - até 60% da população mundial viverá nas cidades. Para manter a estrutura atual das cidades, com deficiência no tratamento de esgotos e fornecimento de água potável para grande parte da população, os países pobres precisarão, nos próximos 15 anos, aumentar em 65% a capacidade de produzir e administrar a infra-estrutura, o que incluirá a construção de moradias, por exemplo. Infra estrutura é essencial para conter o avanço das doenças nas próximas décadas. A população do mundo no ano 2000 será de cerca de 6 bilhões de habitantes. Dois bilhões (33%) não terão serviços sanitários básicos.

INDÚSTRIA QUÍMICA

Hoje circulam no mercado mundial de 70 000 a 80 000 agentes químicos, com destino final no ambiente. A cada ano, entre 1000 e 2000 novos produtos são lançados comercialmente, sem que seus efeitos colaterais na saúde e no ambiente sejam previamente avaliados. Segundo o Conselho Nacional de Pesquisa Nacional dos Estados Unidos, de 67 725 substâncias químicas usadas regularmente, somente 10% de praguicidas e 18% das drogas foram pesquisadas e tinham avaliação completa sobre os danos que provocam à saúde. Dos rejeitos químicos perigosos expelidos por indústrias, 90% deles são originados nos países industrializados. Em 1984, foram gerados cerca de 375 milhões de toneladas no mundo todo. Alguns países deslocam estes rejeitos para fora de suas fronteiras. Só a Europa Ocidental, entre 1982 e 1983, exportou mais de 300000 toneladas de rejeitos perigosos para países do Terceiro Mundo.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Sobrevivência e Sedução - Natureza


SOBREVIVÊNCIA E SEDUÇÃO - Natureza



As flores não são mero capricho da natureza. A cor, o perfume e a forma da onze-horas, por exemplo, fazem parte de uma estratégia de sedução, indispensável para sua reprodução. Modificados ao longo de milhões de anos, as flores fazem tudo para agradar, principalmente aos insetos, o mais numeroso grupo de animais que existe na terra. De carona nas asas ou em outras partes dos corpos desses bichinhos, o pólen de grande número de vegetais consegue atingir outras flores, mais distantes, e assim garantir a geração de herdeiros fortes e saudáveis. Alguns desses truques são tão fascinantes que seduzem até mesmo pássaros e morcegos, que acabam se tornando também involuntários personagens dessa verdadeira epopéia da sobrevivência


Assim como os demais seres vivos, as plantas também surgiram na água, na forma de rudimentares espécies unicelulares, como os fitoplânctos e as algas.Quando deixaram o berço aquático, porém, precisaram desenvolver inimagináveis artifícios para que suas raízes se alastrassem pelo meio terrestre e garantissem sua sobrevivência. Para absorver e administrar a água, importante para suprir as novas exigências da vida na terra, tecidos impermeabilizantes apareceram ao longo da evolução e células diferenciaram-se para servir como verdadeiros diques naturais, impedindo que a transpiração devolvesse a preciosa água ao ambiente.Mas os truques não poderiam parar por aí. Primeiro, porque a conquista de novos campos implicava mandar as sementes para longe da planta-mãe. Há 450 milhões de anos, surgiram na terra firme as Gimnospermas, com estratégias para reproduzirem-se e espalhar seus filhos aproveitando os recursos do meio ambiente. Com suas sementes descobertas - gimno, em grego, quer dizer nua, sperma, semente - , o vento e as águas faziam as vezes de cupido, carregando o pólen, célula sexual masculina, para encontrar-se com a oosfera, a célula feminina. Dependendo das condições do tempo, estes vegetais precisavam produzir uma enorme quantidade de pólen, para garantir que um número suficiente sobrevivesse aos perigos da viagem. Ainda assim, a possibilidade de que a pequena semente nascida do encontro germinasse longe da planta-mãe, espalhando as gerações, era limitada.O passo seguinte na evolução vegetal deu origem a um ramo que aprimorou a história da reprodução. As Angiospermas (do grego, angio, urna, sperma, semente), surgidas há quase 150 milhões de anos, estrearam uma novidade mais eficiente: a flor. A partir daí, a reprodução destas plantas dispensou vento e água, para aproveitar o trabalho de animais prestativos, como abelhas , borboletas ou belos beija-flores, recrutados por meio de artimanhas sofisticadas.Quando o pólen trazido por eles chega até a parte feminina da flor, germina, crescendo através da haste feminina, até encontrar o óvulo. Grávida, a flor incha e se transforma no fruto - a tal urna que dá nome ao grupo vegetal - , cujas sementes, mais uma vez, serão transportadas por outros animais, pássaros, quase sempre. Essa idéia de aproveitar os bichos na reprodução foi trilhada lado a lado com a evolução dos polinizadores - essa sofisticação, é claro, não poderia ocorrer de forma independente. "A evolução dos vegetais é paralela à dos insetos, que, fora o vento, são o melhor instrumento para alastrar o pólen das plantas", diz Nanuza Luiza de Menezes, a agitada chefe do departamento de Botânica da Universidade de São Paulo. Nanuza é amiga, assessora e fã confessa do paisagista Burle Marx, cuja foto ela usa para enfeitar sua sala.Nanuza gosta de dar exemplos para explicar o que está falando. A orquídea Ophris speculum, diz ela, adquiriu ao longo de sua evolução uma pétala que é a cópia fiel das costas da fêmea da vespa Campsoscolia ciliata. Quando o macho desta espécie sobrevoa a flor, "pensa" enxergar a fêmea e aterrissa na corola. Assim que pousa, a Ophris, para manter a sedução e ainda obrigar o macho a vasculhar o seu interior, onde se contaminará com o pólen, usa seu perfume como armadilha fatal: ele possui substâncias, ditas feromônios, que identificam a fêmea. O macho, enganado pela falsa amante, efetivamente copula com a flor. Tal sedução maquiavélica custou a esta orquídea a alcunha de parasita, já que faz com que a vespa desperdice seu esperma numa planta.Esse é um exemplo extremo de especialização que pode, no entanto, condenar esse vegetal à extinção. Sua convivência tão intima com a vespa une o destino das duas espécies, o que em termos de evolução representa um risco. A vespa sobreviveria muito bem sem a orquídea ladra de esperma, mas a vulnerável planta poderá sumir da face da terra sem seu polinizador exclusivo.A história dos vegetais não excluiu também alguns retrocessos. É o caso das gramíneas, como o trigo, o arroz e o milho, que exerceram importantes papéis no desenvolvimento da civilização. Os fósseis destas angiospermas mostram que seus ancestrais foram um dia polinizados por insetos. No entanto, ao longo das transformações, elas voltaram um degrau atrás e resgataram a polinização das antigas gimnospermas, usando o vento para dispersar as sementes. Por esta razão, as flores das gramíneas não têm muitos atributos, já que não dependem mais dos insetos; são brancas, pequenas e sem perfume. Um retorno muito bem-sucedido.As parcerias necessárias para uma polinização eficiente determinaram a sobrevivência também daquelas plantas que melhor equilibraram seus ritmos com os de seus aliados animais. Uma flor pequena e alva, por exemplo, não chama atenção sob a luz do sol, mas pode ter resolvido a falta de charme de outro modo. E o caso da dama-da-noite. Desprezada na luz do dia, ela exala seu perfume intenso, estrategicamente, assim que o sol se põe. Dessa maneira, atrai as mariposas, insetos de atividade noturna, que percebem muito bem onde estão as açucaradas flores. Como são degustadoras exclusivas do néctar da dama-da-noite, sabem também que acharão farto alimento e são fiéis visitantes.A variabilidade genética, outro grande trunfo para a adaptação a novos ambientes, também foi assegurada ao longo da evolução pela diferença na maturação das partes sexuais das flores. As plantas geralmente apresentam flores andróginas, isto é, com órgãos masculinos e femininos, mas a atividade desses órgãos muitas vezes não coincide. Dessa forma, um inseto captura pólen de uma flor em período masculino e em seguida o deposita em flores cuja parte feminina esteja em plena maturação. Este vaivém genético faz com que as possibilidades de adaptação se multipliquem."O único obstáculo até agora para a evolução tem sido mesmo o homem que, usando pesticidas, pode estar interferindo na relação entre os insetos e a polinização dos vegetais", acredita Antônio Salatino, pesquisador da bioquímica das plantas do departamento de Botânica da Universidade de São Paulo. Salatino aproveita também suas horas vagas para comprovar as teorias sobre a atração que as cores das flores exercem sobre os insetos. "Quando jogo tênis, a bola amarela serve para brincar com as abelhas. Elas voam atrás da flor no jogo, querendo pousar nela ", diverte-se.Brincadeiras à parte, Salatino acha que o desequilíbrio promovido pelo homem na relação entre as plantas e os animais pode no futuro afetar até a produtividade porque a extinção de determinados polinizadores diminuirá a quantidade de frutos viabilizados. E a domesticação de alguns vegetais tem diminuído as variedades genéticas das espécies, tornando-as vulneráveis quanto à adaptação a novas situações ambientais, climáticas inclusive. Por esta razão, em laboratórios de todo o mundo, cientistas estão mapeando os genes vegetais, tentando realocar genes dos ancestrais, que definiam características perdidas ao longo da domesticação. O que é motivo de comemoração para o professor Salatino. "Os homens dependem dos frutos, os vegetais dependem do. insetos, então o sucesso da evolução das plantas, em última instância, garantiu a sobrevivência de muitas espécies. Inclusive a nossa."

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Os povoadores do Polo Norte - Arqueologia

OS POVOADORES DO PÓLO NORTE - Arqueologia



Uma pintura numa vértebra de baleia e mais 55 000 peças datadas do século XIV, descobertas em 1986, na Ilha Vitória - extremo norte do Canadá -, tornam possível a uma equipe de arqueólogos franceses desvendar o passado dos esquimós.


Foi num dia qualquer, entre os anos de 1380 e 1450, que uma nova idéia lhe veio à cabeça. Primeiro, queimou um osso e obteve um pó preto. Então, passou o dedo nesse pó e riscou cuidadosamente a peça preparada com antecedência - uma vértebra de baleia. Depois, procurou algo que pudesse fixar a imagem. Olhou demoradamente para a peça e guardou-a no fundo da casa de modo que estivesse sempre de frente para a entrada. Passaram-se mais de 500 anos até que outro ocupante chegasse àquele lugar, onde habitaram os thuleanos - ancestrais diretos dos esquimós -, remexendo vestígios. Ele não se vestia com casacos de pele de boi-almiscarado - estranho animal que parece uma mistura de boi com carneiro -, não caçava baleias nem se locomovia em caiaques. Trazia réguas, pequenas espátulas e potentes computadores.
O ano era 1986. O lugar, a Ilha Vitória, no extremo norte do Canadá. O homem, o arqueólogo e etnólogo francês Jean François Le Mouèl, chefe da Missão Arqueológica Francesa do Ártico (MIAFAR), que deparou com a primeira pintura da pré-história do "teto do mundo" - um boneco estilizado que parece segurar um arco e cujas pernas afastadas sugerem o movimento em direção à caça. Entre o arqueólogo e o thuleano, que se maravilharam pelo mesmo objeto, a comunicação só foi possível graças ao mecanismo que desde os tempos mais remotos promove encontros assim: a curiosidade humana.
O suporte da pintura, obra única, é um disco de vértebra - com 23 centímetros de diâmetro na parte mais larga - de uma Balaena mysticetus, ou baleia misticeta que chega a pesar 30 toneladas e se alimenta de plânctons, filtrados através de suas enormes barbatanas bucais. Junto à pintura, outras 55 000 peças datadas do século XIV, foram encontradas em três antigas habitações da cultura de Thulé, que ocupou o Ártico a partir do ano 1000. O conjunto dessas moradias chama-se OdPp-2, ou Nayoat, que na língua Inuit - o idioma esquimó - quer dizer "as gaivotas".
"Investigar um sítio arqueológico é como descobrir uma nova língua", compara Le Mouèl. "Cada objeto é uma palavra e a relação entre eles é a gramática." No caso de Nayoat, as 55000 palavras - correspondentes aos 55 000 objetos - ainda não formaram frases coerentes. Imagina-se que os thuleanos descendam da cultura dos grandes caçadores de baleia, que dominaram a região do Estreito de Bering, que separa o Alasca da Sibéria, até o século X. No entanto, um aquecimento de cerca de 3° Celsius na temperatura polar determinou sua migração em direção ao leste e, em apenas 100 anos, essas populações chegaram à costa oriental Groenlândia.
"Nessas regiões, onde a vida se perpetua em condições limite, as conseqüências de uma mudança ínfima no meio ambiente são espetaculares", atesta o arqueólogo. Cada grau a mais, por exemplo, representa 100 quilômetros a mais de floresta canadense em direção ao norte. Na região da tundra, onde viviam os caçadores, já distantes de qualquer árvore, o mar se liberou das calotas de gelo e permitiu a passagem das baleias por entre o arquipélago ártico até a Groenlândia. Nada mais natural para um povo nômade que quer seguir sua presa.
Munidos de arpões a propulsor, baleeiras e caiaques de pele de foca, e impregnados de uma forte noção de coletividade, única arma capaz de reunir pessoas em torno de um objetivo comum, os thuleanos foram o primeiro povo do Pólo Norte a se permitir um forte crescimento demográfico - a alimentação estava assegurada pelos gigantescos mamíferos marinhos.
Em OdPp-2, paradoxalmente, o único osso de baleia existente é a vértebra pintada. É que apenas focas serviam de refeição às famílias que ali se instalaram. Além da comida abundante, as baleias também contribuíram à arquitetura thuleana. As habitações típicas eram estruturadas com costelas do mamífero, cobertas de pele de foca e bois-almiscarados ou renas. As casas de Nayoat, porém, foram erguidas a partir de grossos troncos de madeira, trazidos à beira-mar pelos rios que desembocam no Oceano Ártico. Estranhos thuleanos estes de OdPp-2 que também não esculpiam em pedra sabão como outros, conterrâneos thuleanos, e que, entretanto, possuíam potes de cerâmica, cozidos não se sabe onde, pois não há indícios da existência de fornos naquela região. "Que mensagem estaria contida naquela pintura, tão singular quanto seus artistas?", pergunta-se o cientista francês.
Jean François Le Mouèl chefia a única equipe estrangeira autorizada a vasculhar, no extremo norte do Canadá, os testemunhos dos povos de língua Inuit, "os homens por excelência", como gostam de ser chamados os habitantes dessas regiões polares - a palavra esquimó foi usada pela primeira vez em 1611, quando o jesuíta francês Biard incorporou o termo eskimavok "comedores de carne crua", utilizado pelos índios Cree Maskegon, do sul da Baía de Hudson, para designar seus inimigos do norte. Le Mouèl, um legítimo representante dos Qavdlunat, que quer dizer "grandes sobrancelhas". Prepara-se para festejar seu qüinquagésimo aniversário a esquadrinhar o solo da Ilha Vitória.
Mas ele já está acostumado. Em 1962, comemorou seus 20 anos ao lado dos Inuit da Baia de Baffin, na costa ocidental da Groenlândia. "A hipótese mais provável é que estes thuleanos do século XV - um período adiantado da cultura de Thule - tenham sido privados de baleias por uma miniera glacial, obrigando-os a uma adaptação rápida e radical", explica o arqueólogo. "O osso de baleia pintado poderia significar, então, a própria ausência do animal e a momentânea impotência do homem diante do acontecimento."
Quando o telefone tocou no laboratório de Le Mouèl, instalado num barco à beira do Rio Sena, na tarde do dia 21 de fevereiro passado, mais uma "frase" de OdPp-2 estava condenada ao ponto de interrogação. Do outro lado da linha, o químico Bernard Guineau, do Centro de Pesquisas Ernest Babelon, de Orléans, afirmava não ter encontrado nenhum traço de óleo ou matéria gordurosa sobre a singela pintura. "Alguma substância deve ter sido utilizada para fixar a pintura e conservá-la durante os seis séculos em que permaneceu cravada na Ilha Vitória", rebateu o arqueólogo, sem obter resposta. Embora enterrada no chamado permafrost, a camada de gelo 3 centímetros abaixo do solo que não se descongela nem durante o verão, é difícil admitir que os traços em Pó de osso tenham resistido ao tempo sem um "auxílio químico".
Ao contrário da gravura ou da escultura, que se perpetuam espontaneamente, a pintura precisa do consentimento do artista para resistir, traduzido comumente por uma camada de verniz. "A importância desta pequena vértebra de baleia é justamente essa. Ao desenhá-la e fixá-la, o thuleano demonstrou que tinha consciência da continuidade de sua civilização e desejou se comunicar com outros que apreciariam sua obra mesmo depois que ele tivesse morrido. É a primeira vez que presenciamos uma expressão artística de Thuleano independente de seus conhecimentos técnicos", assegura Le Mouèl, A escultura, por exemplo, era usada na fabricação de armas. Pintar, no entanto, era uma atividade dissociada de sua tecnologia.
Esses vestígios são informações preciosas para o punhado de pesquisadores que dedicou a vida a compreensão de um povo que até os anos 20 deste século era considerado pré-histórico por não conhecer a escrita e que sobreviveu graças a uma extrema habilidade técnica capaz de vencer o frio, a escassez de alimentos e baleias de 30 toneladas. "Os esquimós fazem parte do imaginário de todos nós", constata o etnólogo Bernard Saladin d´Anglure, da Universidade Laval, de Quebec, no Canadá. "Mesmo incentivados pela nossa enorme curiosidade, por métodos modernos de escavação e pela convivência de alguns séculos, ainda não temos informações suficientes para desvendar a história dos Inuit."
Até há pouquíssimo tempo, por exemplo, achava-se que eram povos extremamente materialistas, desligados de noções religiosas e filosóficas, que se dedicavam apenas a desenvolver técnicas de sobrevivência. "Só agora percebemos uma riqueza de simbolismos impressionamente que passou pelo nosso nariz sem que enxergássemos", diz Bernard. Veterano do Ártico, assim como Le Mouèl, ele passou os últimos trinta anos a ouvir histórias. "Como toda a tradição Inuit é oral, é preciso muito convívio e cumplicidade com esse povo para ter acesso aos seus mitos e também à sua história real."
Muito antes da colonização da Groealândia pelos vikings liderados por Erik, o Vermelho, por volta do ano 1000 e da disseminação, na mesma época, dos povos de Thule, o Pólo Norte conheceu sucessivas ondas de civilizações. Os testemunhos de ocupação mais antigos de que se tem notícia datam de cerca de 4 000 anos. De fato, entre os anos 2000 e 1700 a.C., caçadores de bois-almiscarados e renas vindos do oeste acabaram por se estabelecer do Estreito de Bering até a Groealândia, incentivados, como os próprios thuleanos, por um aquecimento da temperatura. "Estes povos, chamados de Independence I, não caçavam animais marinhos", explica Le Mouèl, "Sua única presa eram os mamíferos terrestres, que acompanharam a floresta em direção ao norte, também por causa da temperatura." A segunda onda de ocupação se deu entre 1500 e 500 a.C.
Os povos chamados de Independence II também se alimentavam de bois-almiscarados e renas e a estrutura de suas habitações era semelhante à das de Independence I, erguidas sobre pedras achatadas e com cômodos separados para o trabalho doméstico e o descanso. Ao contrário dos primeiros, os de Independence II poliam materiais de caça, possuíam uma lança aprimorada com ranhuras perto da lâmina - seguramente mais eficiente na caça aos bois-almiscarados - e, detalhe não menos importante, furavam agulhas retirando lascas de chifres ou madeira no sentido horizontal. "O interessante é que os de Independence I, mais antigos, já dominavam o movimento circular: os furos de suas agulhas eram redondos", intriga-se Le Mouèl.
Supõe-se ainda que os de Independence II domesticassem cães para puxar trenós. A partir do ano 1000 a.C., outra civilização se desenvolveu paralelamente. Os dorsetianos ou de Dorset ocuparam o Ártico por 2 000 anos, ou seja, até cerca do ano 1000. Eram caçadores de foca e exímios escultores; não possuíam cachorros e por isso tinham de puxar seus pequenos trenós a mão. Suas casas eram retangulares, de uma só peça, e iluminadas por potes em pedra-sabão, cerâmica ou metal, com uma mecha no centro ou na borda, que servia como vela. Não fosse pela tradição oral dos Inuit de hoje, essas seriam as únicas informações disponíveis sobre este povo.
Segundo a lenda, porém, os de Dorset viveram no Ártico muito antes dos ancestrais dos Inuit. Suas casas eram tão pequenas que, quando a família se instalava para dormir no fundo do único cômodo, tinham de esticar as pernas contra as paredes. Excelentes caçadores, abatiam renas com apenas uma lançada. Durante o inverno, costumavam esperar um dia inteiro ao lado de um furo sobre o gelo para surpreender uma foca que viesse respirar. Segundo os esquimós de hoje, os dorsetianos foram expulsos do Artico por seus ancestrais, geralmente depois de batalhas sangrentas. Eles contam também que seus ancestrais gostavam da guerra assim como os homens brancos: Estão se referindo, sem dúvida, aos thuleanos.
"A história se encaixa no pouco que sabemos sobre todas estas bravas culturas", diz Le Mouèl, "Os thuleanos não acabaram, como outros povos. Eles se transformaram pouco a pouco nos Inuit contemporâneos. " Com grandes baleeiras e caiaques de pele de foca; um arpão aperfeiçoado de forma que ao penetrar a pele de uma baleia ou foca se coloca na posição horizontal impedindo que a presa escape; uma estrutura social que surgiu da necessidade da caça às enormes baleias misticetas; e, finalmente uma não menos importante fama de brigões, decretou-se a continuidade destes desbravadores.
A tecnologia empregada em suas construções tampouco é desprezível. Para aprisionar calor dentro das casas de forma circular, os thuleanos construíam corredores de entrada de até 7 metros e em declive. Assim, o ar quente que sobe devido a sua pouca densidade, era aprisionado no interior da casa, enquanto o ar frio que desce era expulso pelo corredor. Os potes de pedra-sabão que serviam de suporte para a mecha que iluminava o ambiente ficavam sempre à direita do longo corredor, local onde hoje fica a televisão.
Ao que tudo indica, os thuleanos também passaram por provas de versatilidade e adaptação - as evidências compõem hoje o sítio arqueológico de OdPp-2. Quando as baleias se foram, começaram a caçar focas. Quando não podiam mais dispor de grandes costelas de mamíferos marinhos, se utilizaram da madeira para construir. Cerca de 120 000 Inuit vivem hoje acima do Círculo Polar. Antenas parabólicas já fazem parte da paisagem gelada do Alasca, Canadá e Groenlândia e as lendas antigas duelam com os seriados de televisão na disputa pela atenção dos jovens. Os "grandes sobrancelhas" impregnaram a cultura Inuit de símbolos "ocidentais", mas ainda terão de queimar as pestanas para desvendar o mistério do pequeno caçador, de uma aldeia fora do comum e de um povo sobre o qual só se conhecem alguns rabiscos.

Quatro séculos para a conquista

Da Ásia à América sem contornar a África - um caminho que passa necessariamente pelas grandes latitudes. No começo do século XVI, época de todas as descobertas e de todas as aventuras, o desafio estava lançado. As primeiras expedições começaram logo depois de Cristóvão Colombo. O florentino Giovanni da Verrazzano foi incumbido pelo rei francês Francisco I de explorar pelo norte as regiões descobertas pelo genovês. Mas a passagem que acreditou encontrar, em 1524, nada mais era que a Baia de Hudson, no norte do Canadá.
Dez anos depois, o marinheiro francês Jacques Cartier chegou à aglomeração indígena de MontReal, através do Rio St. Laurent. O inglês William Baffin, por sua vez, ao cabo de duas expedições, descobriu a baía que tem seu nome. Seguir em frente por entre as ilhas canadenses representaria a tão cobiçada passagem do noroeste. Certo, porém, de que se tratava de uma única bala, desistiu e deu meia volta. Em vista de tamanhas dificuldades, as atenções se voltaram para uma possível passagem pelo nordeste, ao largo da costa siberiana.
Duas expedições também foram necessárias ao holandês Willem Barents até que chegasse à costa da Ilha de Nova Zemlya e pressentisse ter encontrado o caminho correto. Poucas horas, porém, foram suficientes para bloquear seu navio, estraçalhar o casco e obrigar a tripulação a seguir em botes salva-vidas até a costa russa. Barents morreu na empreitada e seu diário de bordo, repleto de relatos emocionantes, se transformou no grande best seller da época. Apenas no final do século XVI, a bordo de pequenas e rápidas embarcações, chamadas kotchis, foi que o cossaco Semen Dezhnev e outros sessenta caçadores em busca de peles de animais acabaram por atravessar, sem saber, o Estreito de Bering, que separa o extremo leste da Sibéria do extremo oeste do Alasca.
Mais de um século e meio se passou até que uma expedição oficial norueguesa refizesse a viagem dos soldados russos e que o explorador sueco Adolf Erik Nordenskiörd (1832-1901) fosse acolhido triunfalmente no porto japonês de Yokohama. A passagem pelo noroeste só foi encontrada em 1905 pelo cientista norueguês Roald Amundsen - pioneiro, seis anos mais tarde, das terras do Pólo Sul. O intrépido explorador foi ainda o primeiro a chegar ao Ártico, a bordo de um hidroavião, em 14 de junho de 1924 - quatro anos antes de sua morte, no próprio Pólo Norte, ao tentar resgatar os sobreviventes do dirigível Itália. Outros destemidos se lançaram à conquista em balões, navios, a pé e até puxados por trenós. Nenhum deles, porém, conseguiu provar sua permanência na inóspita região, à exceção do americano Will Steger, que demorou 56 dias para chegar ao extremo norte, a bordo de um trenó. em 1986.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Motim a Bordo - Cosmologia


MOTIM A BORDO - Cosmologia



As leis que explicam o nascimento e a evolução do Cosmo se fortalecem a despeito do grande número de críticas e tentativas de reformular o conhecimento atual.

"Existem muitas dúvidas de que o universo surgiu de uma grande explosão. As observações sugerem que ela talvez nunca tenha existido. "
Fred Hoyle, astrônomo inglês

"Uma certa dose de ceticismo é saudável, mas não há nenhuma contradição bem estabelecida contra a teoria do big bang".
James Peebles, astrônomo americano

Desde que a moderna ficção científica ganhou impulso e se popularizou, nos idos da década de 50, todos os seus autores tiveram que encontrar algum meio de superar a velocidade da luz e tornar a duração das viagens interestelares compatível com o curto período de vida dos seus heróis. Desde então, uma das mais usadas invenções literárias é a do hiperespaço, espécie de dimensão extra na qual as distâncias seriam, por natureza, muito mais curtas do que os trajetos ordinários. Não menos célebre, a nave Enterprise, do seriado Jornada nas Estrelas, emprega motores graduados em imaginárias "dobras" de superpotência para burlar, com maior ou menor rapidez, o limite imposto pelas leis da Física.
É uma pena que as coisas não sejam tão simples na vida real. A bordo de uma nave como a Enterprise, talvez fosse mais fácil elucidar inúmeros pontos obscuros que ainda persistem a respeito da origem e da evolução do Universo. Também aqui estão em jogo criações engenhosas do espírito, como a própria teoria do Big Bang (ou grande explosão), segundo a qual o mundo tomou forma há cerca de 15 bilhões de anos, na mais formidável explosão de que se tem notícia. Mas a ciência, ao contrário da ficção, não pode se contentar com as aparências: tem de encontrar fatos que sustentem suas teorias. E sempre que técnicas e instrumentos evoluem, expandindo a esfera do conhecimento, é preciso mostrar que as teorias continuam a espelhar a realidade.
Esse é o desafio com que se defronta agora a teoria do Big Bang. Embora tenha se consolidado desde a década de 30 como o melhor modelo do Cosmo, apoiado por ampla maioria, ela não governa sem oposição. E as críticas são tantas, atualmente, que quase se transformam numa revolta contra o saber vigente. A fonte que as alimenta, sem dúvida, é a imensa riqueza de informações coletadas no céu. Basta ver que os alemães Josef Hoell e Wolfgang Priester, da Universidade de Bonn acreditam ter reunido dados para nada menos que duplicar a idade estimada do Universo. Também não faltam novas idéias - ao contrário, há quem reclame que elas são excessivas, como o astrônomo americano Marc Davis, da Universidade da Califórnia.
"Não se pode inventar um princípio físico diferente cada vez que se depara com um novo fato", pondera. Inúmeros pesquisadores, no entanto, parecem ter adotado a bandeira dos protestos estudantis de 1968: "todo o poder à imaginação". Vale a pena citar como exemplo a intrigante tese de que o Universo se comporta de modo análogo aos seres vivos, defendida pelo teórico Lee Smolin, da Universidade Siracusa, nos Estados Unidos. Volta e meia, imagina o cientista, o vácuo se abriria para dar à luz rebentos, ou universos bebês. É, sem dúvida, uma proposta estranha, mas não despropositada.
O parto cósmico consistiria numa espécie de inversão daquilo que se pensa ocorrer-nos conhecidos buracos negros, astros cuja marca registrada é uma densidade sem limites. A partir de certa concentração crítica - que seria alcançada, por exemplo, se a massa do Sol fosse três vezes e meia maior do que é -, não há força na natureza capaz de impedir que a gravidade comprima a matéria indefinidamente. O resultado seria um astro sem corpo, um volume cheio de matéria em eterno desmoronamento. Smolin considera que tais "volumes negros" podem gerar "volumes brancos" de matéria em descompressão. Levando a analogia ainda mais longe, ele diz que os recém-nascidos talvez não fossem todos iguais. Cada um deles poderia ser mais ou menos propenso a gerar buracos negros e, conseqüentemente, ter maior ou menor capacidade de procriar.
O resultado final seria um zoológico de mundos disputando entre si o direito de povoar o espaço, com vantagem para os de maior prole. Essa proposta revela o grau de sofisticação alcançado pela pesquisa moderna. Mas não preconiza, necessariamente, a derrubada da teoria predominante. No jargão político, Smolin receberia o epíteto de reformista, enquanto outros se candidatam efetivamente à alcunha de xiitas da Cosmologia.
Entre estes últimos se encontram respeitáveis figuras como o inglês Fred Hoyle e os americanos Geoffrey Burbidge e Halton Arp, todos com uma polpuda folha de serviços prestados à ciência. "As inúmeras dúvidas existentes sugerem que talvez nunca tenha havido um Big Bang", escrevem eles em um artigo recentemente publicado na revista inglesa Nature. Ao lado de inúmeros outros, eles põem em dúvida nada menos que a lei fundamental de expansão do Cosmo, descoberta pelo astrônomo americano Edwin Hubble, há 65 anos.
Ao estudar galáxias mais ou menos próximas, Hubble percebeu, surpreso, que essas grandes ilhas de estrelas não estavam simplesmente flutuando no vazio. Estavam se afastando a grande velocidade em todas as direções. Concluiu então, em vista disso, que o Universo inteiro estava se expandindo - ou seja, as galáxias fugiam umas das outras da mesma maneira que os fragmentos de uma granada ao explodir. O choque provocado por esse golpe de gênio transparece num depoimento recente de um brilhante teórico, o inglês Stephen Hawking. Precoce, ele conta que era estudante secundarista quando começou a refletir sobre o afastamento das galáxias. "Mas não acreditei naquela conclusão. Parecia muito mais natural que o Universo fosse estático - caso contrário, o que teria dado início à expansão?"
Apesar de não dar solução a esse tipo de enigma, a teoria do Big Bang responde a indagações de importância fundamental. Ela explica, por exemplo, como nasceram os átomos mais simples, dos quais foram feitos todos os outros. É até difícil acreditar que uma teoria tão abstrata, construída com base em tão esparsos fatos concretos, possa levar a uma conclusão de impacto direto sobre a existência da vida e de toda a humanidade. Mas já não há dúvida de que os átomos começaram a ser moldados cerca de 1 segundo após a explosão primordial. Mais do que isso, sabe-se precisamente quais foram os elementos produzidos e a exata proporção que cada um deles representa da matéria-prima original.
Inúmeros cálculos, cuidadosamente refinados desde a década de 40, mostram que esses matusaléns das substâncias se resumiam a apenas três: hidrogênio, hélio e lítio. São justamente os três primeiros itens da tabela periódica (na qual o russo D.I. Mendeleyev e outros químicos do século passado classificaram os átomos em ordem crescente de complexidade, dos mais leves aos mais pesados). Até 76% da massa total do Universo foi transformada em hidrogênio, e quase todo o resto, perto de 24%, tomou a forma de hélio. O lítio poderia ser considerado como mera impureza das caldeiras cósmicas: forjou-se na proporção de um átomo para cada 10 bilhões de átomos de hidrogênio.
De acordo com a teoria todos os outros átomos existentes, de um total de quase 100, nasceram muito mais tarde, no interior das estrelas. Atualmente, a massa de todos eles mal chega a 2% da massa original de hidrogênio e hélio, a partir dos quais foram sintetizados. É importante notar que Enterprise nenhuma poderia cruzar o vazio na "era atômica", pois ainda não existiam galáxias, os habitantes por excelência do Universo atual. Devido ao curto tempo de expansão, apenas um segundo depois do Big Bang, a extensão total do espaço era ainda ínfima, 10 bilhões de vezes menor que hoje. Além disso, como tudo aquilo que se comprime, se aquece, a temperatura alcançava 10 bilhões de graus C, mil vezes maior que a encontrada no cerne do Sol.
Em outras palavras, a Astronomia ainda não existia, e o Cosmo inteiro constituía um tremendo reator nuclear. Não é por outro motivo que se podem calcular as suas propriedades com tamanha acuidade: a Física nuclear é muito bem conhecida, tanto por meio do estudo das estrelas, como das usinas e bombas atômicas construídas na Terra. Mesmo assim, ainda há margem para dúvidas. Análises aprimoradas das mais velhas estrelas, por exemplo, revelam quantidades aparentemente excessivas de berílio e boro, átomos que seguem o hidrogênio, o hélio e o lítio na tabela periódica dos elementos. Em vista disso, é cabível questionar, em contradição com os cálculos convencionais, se tais excessos não teriam se originado nos primórdios do tempo.
Alguns dos cientistas que garimpam átomos nas estrelas acreditam que essa possibilidade não apenas existe como, de quebra, poderia resolver um dos mais desconcertantes mistérios do Cosmo. Trata-se da matéria escura, ou matéria perdida, como foi inicialmente designada. A questão é tão simples quanto polêmica: não se sabe onde estão 99% da matéria do Universo, já que, aparentemente, tudo aquilo que se vê - na forma de galáxias, estrelas ou brilhantes nuvens de poeira e gás - constitui apenas 1% do total. Hawking dramatiza o problema da seguinte maneira: "Ou existe uma outra forma de matéria além da que podemos detectar, ou nossa compreensão do Universo primitivo está completamente errada".
Há diversos motivos para se pensar assim, mas o principal é o fenômeno da inflação cósmica, cuja descoberta, do teórico americano Alan Guth, foi uma das mais importantes dos últimos vinte anos. Embora não tenha nada a ver com as atribulações terrenas, a inflação cósmica ganhou esse nome devido à fase de rápido aumento de preços que assolou a economia americana nos anos 70. E ela realmente revela um momento de profunda crise na história do Cosmo. Em poucas palavras, Guth descobriu que, imediatamente depois de iniciado, o Big Bang repartiu-se num vasto número de fragmentos - e todo o Universo se originou de um único fragmento desses.
Antes de mais nada, tal fato explica a luz extremamente uniforme emitida pela grande explosão primordial. Detectadas ainda hoje na forma de débeis ondas de rádio e denominadas radiação de fundo, tais emissões são espantosas porque emanam ao mesmo tempo de todos os pontos do céu, como se o Cosmo inteiro estivesse se comunicando com a Terra. E não importa em que direção se aponte a antena: elas têm sempre a mesma intensidade, ou a mesma temperatura, num conceito mais refinado. O satélite americano COBE, que fez o último e mais acurado mapeamento celeste desse sinal cósmico, estabeleceu sua temperatura em exatos 270,42 graus Celsius negativos, ou 2,73 graus acima do zero absoluto.
Essa incrível uniformidade, no entanto, só pode ter sido alcançada porque o volume original do Universo era muito pequeno e denso. Assim, todas as suas partes podiam se misturar e trocar energia umas com as outras, de modo que todas elas detinham a mesma quantidade de energia, na média, e emitiam luz precisamente da mesma maneira. Nada parecido ocorreria se o Universo tivesse evoluído a partir de todo o Big Bang. Por uma simples razão: não haveria tempo de todas as suas partes se contatarem, mesmo à velocidade da luz. Nesse caso, apenas por milagrosa coincidência emitiriam luz de maneira uniforme - um fato que sempre alimentou críticas à teoria vigente. Guth livrou-a desse defeito original. Mas, ao mesmo tempo, abriu a temporada de caça à matéria escura, como explica o astrofísico americano David Schramm no excelente livro que escreveu com o físico Michael Riordan, The Shadows of Creation, "As sombras da criação", em tradução literal. "Se a inflação é realmente um fato, deve haver muito mais matéria no Universo do que antes se pensava." Os cálculos mostram que a matéria luminosa, ou detectável por meio dos instrumentos atuais, representa apenas 1% do total produzido pela inflação. Um dos maiores defensores do Big Bang, Schramm demonstra confiança na possibilidade de, mais cedo ou mais tarde, se desvelar a parte oculta desse iceberg.
Uma parte da massa escura já foi, na verdade, descoberta: ela pode ser formada por planetas muito distantes de qualquer estrela; poeira e gases excessivamente frios, ou estrelas-anãs, pequenas demais para brilhar de maneira perceptível. De modo indireto, é possível deduzir a presença desses corpos no corpo das galáxias ou na gigantesca estrutura dos superaglomerados, que às vezes reúnem milhares de galáxias. A pista, no caso das galáxias, é a alta velocidade de rotação das estrelas distantes do centro: se a única massa presente fosse a da matéria visível, a velocidade de rotação seria bem menor que aquela efetivamente medida. Tudo indica que as galáxias estão imersas numa grande esfera de matéria sem luz.
O mesmo se pode dizer dos aglomerados e superaglomerados, cujas peças brilhantes, as galáxias, se prendem firmemente umas às outras como monumentais carrosséis. Estima-se que a massa denunciada pelos excessos de velocidade deve somar pelo menos 10% do total produzido pela inflação; talvez até três vezes mais que isso. De qualquer maneira, ainda seria preciso dar conta de uma quantidade considerável de matéria. E mais importante: esse resto não poderia ser formado por átomos ou fragmentos convencionais de átomos, caso contrário já teria sido detectado. Só para dar um exemplo, se as nuvens de gás e poeira fossem muito mais abundantes do que parece, reduziriam a luminosidade de outros astros de maneira perceptível.
De longe, o mais forte candidato a matéria escura é um velho conhecido dos físicos: o neutrino, partícula descoberta na década de 30, que participa ativamente de todas as reações nucleares. Os neutrinos têm a virtude de interagir muito fracamente com qualquer outra forma de matéria. Explica-se, assim, que passem despercebidos, mesmo se tiverem influência global sobre o Cosmo. A dúvida é saber se realmente têm massa de repouso (isto é, além da massa decorrente do movimento, que todo corpo tem, até mesmo a luz). As mais recentes pesquisas - inclusive sobre os neutrinos emitidos pela supernova 1987 A, os primeiros captados de um astro que não o Sol - apontam para uma resposta positiva.
Embora muitíssimo pequena, tal massa teria efeito considerável, pois os neutrinos são incrivelmente abundantes (eles atravessam o corpo de toda pessoa na Terra à taxa de 600 trilhões a cada segundo). Mas esse debate é muito importante para ser encerrado com a simples escolha de um bom candidato a matéria escura. Em primeiro lugar, porque as evidências básicas que apóiam a teoria do Big Bang, por impressionantes que sejam, se resumem a apenas três: o afastamento das galáxias, a síntese dos átomos e a radiação de fundo. "Uma saudável dose de ceticismo é bem-vinda", admite o veterano James Peebles, do Instituto para o Estudo Avançado, de Princeton. Num artigo em defesa do Big Bang, assinado juntamente com Schramm, ele pondera que as evidências disponíveis são poucas, embora apóiem conclusões grandiosas a respeito do Universo.
Em seu livro, Schramm lembra que a investigação das galáxias em grande escala sugere a existência de estranhas formas, algo semelhante a uma esponja. Isso faz pensar numa estrutura global do Cosmo - numa analogia carregada de licença poética, se poderia compará-la ao esqueleto de um animal. Mesmo em escala relativamente pequena nota-se, em certas regiões, uma concentração exagerada de galáxias. Esse é o tipo de problema que, segundo alguns, poderia ser resolvido por uma alteração na síntese primordial dos átomos. O conceito de inflação também fornece algumas pistas. Durante uma rápida expansão, surgem rápidos bolsões onde a densidade de matéria eleva-se acima da média: no final estas oscilações deixariam sua marca na distribuição das galáxias.
Tais soluções ainda têm o sabor de pequenos remendos, e existe no ar a expectativa de um grande e surpreendente achado, capaz de dar uma resposta mais completa sobre o Cosmo. Talvez o primeiro passo para isso tenha sido a recém-anunciada descoberta da semente das galáxias pelo satélite americano COBE: ele mediu o clarão emitido pelos átomos primordiais e, pela primeira vez, registrou pontos densos que dariam origem aos aglomerados de galáxias. Schramm acredita que a solução definitiva não deve demorar. "Até o final do século, esperamos saber de que é feita a maior parte do Universo."

...Da era nuclear às galáxias

A idéia de que todas as galáxias estão se afastando entre si conduz a uma conclusão extraordinária: houve um momento, no passado, em que todas elas estiveram reunidas num único ponto. Nesse instante, o Universo nasceu. Para determiná-lo,, é preciso inverter o sentido atual da expansão das galáxias, de acordo com uma lei descoberta pelo astrônomo Edwin Hubble, em 1927. É como rodar um filme de trás para a frente: o resultado é cerca de 15 bilhões de anos De modo geral, a idéia funciona. As mais antigas galáxias conhecidas existiram à época que o Universo tinha apenas 1 bilhão de anos. Antes disso, à idade de 100 000 anos, a compressão era tão grande que a temperatura alcançava milhares de graus (suficiente para fundir o enxofre, fenômeno que os teólogos medievais usavam para definir o calor do inferno). O Cosmo estava cheio de um gás muito simples, composto por átomos de hidrogênio, hélio e lítio. Quando se recua ainda mais e a compressão aumenta, os próprios átomos perdem sua "casca", formada por elétrons, e ficam reduzidos apenas a seus núcleos, formados por prótons e nêutrons. Assim foi até à idade de 1 minuto e, antes disso, mesmo os minúsculos núcleos se tornaram instáveis. Prótons e nêutrons se mantêm coesos pela força nuclear, muito mais poderosa que a força eletromagnética, que prende os elétrons aos núcleos. No entanto, no período anterior a 1 segundo, a temperatura superava 1 bilhão de graus, e essas partículas circulavam livremente. Apenas daí para a frente haveria condições para que o Cosmo começasse a sintetizar os elementos químicos.


Idade cósmica

A simples definição de velocidade, familiar a todo estudante secundarista, permite calcular há quanto tempo o Universo existe. É como perguntar há quanto tempo um carro deixou uma cidade, quando se sabe que ele está a 120 quilômetros de distancia e se afasta a 60 quilômetros por hora. A resposta, naturalmente, é 2 horas, porque 120 dividido por 60 é 2. Imagine-se agora que duas galáxias quaisquer, no momento do Big Bang, estavam juntas, como o carro e a cidade. A partir daí, quando cronômetro começa a correr, elas se afastam cada vez mais, até alcançar a distancia em que se encontram atualmente. Há quanto tempo? Basta dividir essa distancia pela velocidade entre elas: o resultado é a idade do Cosmo. Aparentemente, isso não é tudo, pois a distancia entre as galáxias varia, conduzindo a inúmeros valores para o tempo. O que se observa, porém, é que existe uma regra básica no Cosmo: se a distancia aumenta, a velocidade aumenta na mesma proporção, de tal modo que a divisão entre os dois números nunca se altera. Não é à toa que essa lei tenha se transformado no alicerce da moderna ciência do Universo.

A inflação do Universo

O conceito de inflação cósmica prescreve que uma pequena porção do espaço, logo após o Big Bang, expandiu-se desmesuradamente até se cristalizar na estonteante população de galáxias que os astrônomos vêem no céu. Mas existe algo mais, além do céu: incontáveis universos que evoluíram de outras pequenas porções do Big Bang De acordo com as mais modernas teorias da Física, tais mundos espoucaram como bolhas, inflados pela densa massa de energia primitiva. A responsabilidade por esse fenômeno cabe a partículas chamadas bósons de Higgs (em homenagem a seu criador, o escocês Peter Higgs). Além de sua importância para o Cosmo, os bósons de Higgs são essenciais para se compreender a matéria numa escala muito menor que o diâmetro de um próton, o núcleo de um átomo de hidrogênio. Aí já não valem as leis da Física nuclear; é preciso empregar equações bem mais avançadas, que descrevem conjuntamente os dois tipos de força nuclear e a eletromagnética. Por isso, explica o astrofísico David Schramm, o vazio entre os universos não é idêntico ao espaço que permeia as galáxias. A matéria que ele abriga não é constituída pelos familiares elétrons e quarks (Com os quais se montam os prótons). Como as forças estão unificadas, existe uma espécie de simetria entre as partículas, que são idênticas entre si ou se transformam sem cessar umas nas outras. Nada disso ocorre no espaço assimétrico, cristalizado no interior das bolhas universos durante a formidável crise de inflação. Portanto, não há esperança de, um dia, uma nave como a Enterprise visitar os mundos vizinhos, diz Schramm. "Lá fora encontraríamos apenas o espaço indiferenciado, repleto de para energia Higgs"

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Turistas no Espaço


TURISTAS NO ESPAÇO



A 320 quilômetros de altitude, o astronauta James Adamson fotografa a Terra através da janela do ônibus espacial Atlantis. Munidos de equipamentos profissionais, os astronautas têm como tarefa da missão captar imagens do planeta, que depois são distribuídas a cientistas de todo o mundo. Com elas, os cartógrafos podem ver detalhes de regiões já mapeadas, mas nunca esquadrilhadas. Embora amadores, os astronautas têm competência de profissional para fotografar pontos predeterminados, em condições de luz que mudam rapidamente, a bordo de uma nave que viaja 28.000 quilômetros por hora


Vinte e quatro horas a bordo de um ônibus espacial significa ver o Sol nascer e se pôr dezesseis vezes. Cada "dia" tem 90 minutos - 45 de claro, 45 de escuro. A aurora dura apenas alguns segundos - o Sol surge no horizonte e ilumina a cabine como um flash. Enquanto há luz, os astronautas observam e fotografam as várias cores do planeta. Mesmo o predominante azul dos oceanos tem várias nuanças, conforme a temperatura e a profundidade das águas: no meio do Oceano Pacífico, com vários quilômetros de profundidade, o tom é de safira; sobre os raros recifes que rodeiam as ilhas de coral, é azul-claro.
Nem os desertos são iguais - enquanto as areias do Saara têm um certo tom avermelhado, as da Ásia Central são amarelas. Durante os 45 minutos de vôo noturno, a Terra se funde à escuridão do espaço. Vêem - se apenas ilhotas de luz das grandes cidades e chamas da queima de gases nos poços petróleo. Quando a noite é de tempestade tropical, os raios iluminam as nuvens e dão a impressão de caminhar ao longo dos continentes.
O itinerário mais comum das viagens dos ônibus espaciais é sobre as regiões tropicais, 30 graus ao norte e ao sul do Equador, porque são o melhor local para se lançarem satélites. É por esse motivo que a maioria das fotografias tiradas nos ônibus se concentra nessas regiões. Porém, algumas missões encomendadas pelo Departamento de Defesa Americano exigiam sobrevôos à antiga União Soviética, o que ampliava o alcance em latitude para 57 graus para cada lado do Equador. Em vez de circundar os trópicos, a órbita leva o ônibus de Moscou ao sul da América do Sul. Esses vôos "inclinados´ é que permitiram aos astronautas ver e fotografar o norte da União Soviética e icebergs na Antárdida.
Ônibus espaciais voam 35 vezes mais alto do que aviões, mas bem mais baixo do que satélites meteorológicos. Isso permite aos astronautas visões privilegiadas dos sistemas climáticos do planeta. Eles registram o movimento de ciclones e correntes oceânicas e são os responsáveis pelo monitoramento dos lagos Chade e Nasser, na África, cujo nível de água é um importante indicador da seca na região central do continente africano.

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

O Mundo na palma das mãos - Cartografia

O MUNDO NA PALMA DAS MÃOS-Cartografia



Hoje, quando o planeta é visto de cima pelos satélites, seus contornos não têm mais segredo. Durante séculos, porém, os astros e a Matemática foram os instrumentos que permitiram aos homens desenhar mapas para se localizarem no planeta.


Antes mesmo de começar a escrever, é provável que os homens das primeiras civilizações rabiscassem representações gráficas dos lugares por onde passavam. "Embora não seja possível dizer quando surgiu o primeiro mapa, eles começaram a ser feitos há mais de 4 000 anos por culturas antigas da Mesopotâmia, China, Egito e Grécia", disse a nos D. R. F. Taylor, professor de Geografia e Assuntos Internacionais na Universidade Carleton, no Canadá, e presidente da Associação Cartográfica Internacional. O mapa mais antigo que sobreviveu até hoje é uma placa de argila encontrada nas ruínas da cidade de Gasur, cerca de 300 quilômetros ao norte da Babilônia, desenhado por volta de 2 300 a.C. Medindo
7 centímetros, tão pequeno que cabe na palma da mão, ele mostra o Rio Eufrates cercado por montanhas.
Por mais de vinte séculos, os homens olharam para o céu para calcular distâncias e representá-las nos mapas Hoje fazem o inverso: vão para o espaço de lá conseguem imagens do planeta com uma precisão inalcançável para quem tem os pés na Terra. Na Antiguidade, como hoje, quem ditava as regras sobre as formas de desenhar mapas - ou cartas, como também são chamados - era a necessidade. Os mapas chineses, por exemplo, serviam não só como orientação, mas também como ferramenta para que os administradores pudessem demarcar fronteiras e fixar impostos, e os militares, usá-los como arma estratégica. Provavelmente mais precoce que a cartografia européia, há indícios de que a chinesa tenha aparecido por volta do
século IV a. C.
No Egito, a prática também começou cedo. Os egípcios já conheciam a triangulação, uma técnica para determinar distâncias baseada na Matemática, que seria depois usada por muitos outros povos. A triangulação utiliza um principio da trigonometria: se um lado e dois ângulos de um triângulo são conhecidos, é possível calcular o terceiro ângulo e os outros dois lados. Determinava-se, então, uma base para se chegar às distancias desejadas. Os egípcios valiam-se também de um instrumento chamado nível, uma armação em forma de A com um pêndulo amarrado no topo, que servia para medir áreas de terra. A medição era quase vital para os faraós e sacerdotes, já que seus incontáveis gastos eram garantidos basicamente pelos impostos cobrados sobre a terra, pagos em cereais. Demarcando a terra, os faraós tinham certeza de que nenhum grão ficava de fora.
Mas quem achou o mapa do tesouro da cartografia foram os gregos. "Eles foram o primeiro povo a ter uma base científica de observação", conta a cartógrafa Regina Vasconcelos, professora da Universidade de São Paulo e membro da Associação Cartográfica Internacional. A principio, os gregos acreditavam ser a Terra um disco achatado." Seus primeiros mapas-múndi, como o de Anaximandro de Mileto (610-546 a. C.), eram representados por um círculo onde um oceano circundava os três continentes conhecidos: Europa, Ásia e África.
Ainda no século VI a. C., a escola de Pitágoras apresentou uma Terra esférica. Essa suposição tinha base em observações práticas, como a sombra projetada por um eclipse, e considerações filosóficas, como o fato de a esfera ser a forma geométrica mais perfeita. Contudo, só por volta de 350 a. C., com as teorias do filósofo grego Aristóteles, a esfericidade da Terra passou a ser aceita pelos homens da ciência.
Coube ao filósofo e astrônomo Eratóstenes (276-194 a. C.) a tarefa de medir a circunferência da terra. Também conhecedor de Matemática, usou a trigonometria em seus cálculos. Ele observou que nos dias 20 e 21 de junho o ângulo que os raios do Sol faziam com a superfície da Terra na cidade de Siena (hoje Aswãn) era de 90°. Nos mesmos dias, esse ângulo era de 7° para a cidade de Alexandria. Por meio de relatos de viajantes, Eratóstenes sabia que a distancia entre as duas cidades era de cerca de 5 000 estádios, ou 206 250 metros. Mais uma vez usando trigonometria, ele foi capaz de calcular a circunferência da Terra. Chegou ao resultado de 28 000 milhas, ou 45 000 quilômetros. Uma precisão razoável. já que o valor real é de 40 076 quilômetros. sorte teve Posidônio
(135-51 a. C), um século mais tarde, quando utilizou a distância entre Rodes e Alexandria e a altura da estrela Canopus para fazer o mesmo cálculo. Ele chegou ao resultado de
18000 milhas, ou 29 000 quilômetros. Provavelmente, foram esses os cálculos adotados por Cristóvão Colombo, quinze séculos mais tarde, que o fizeram acreditar, pelo tempo de viagem, que havia chegado às Índias.
O sistema de coordenadas geográficas - latitude e longitude - também é um legado dos gregos, graças, mais uma vez, à Matemática, e também às observações de fenômenos celestes. Seu idealizador foi o astrônomo Hiparco (século 11 a. C.). Para conhecer a distância de um ponto qualquer ao Equador - a latitude - , era necessário saber o ângulo formado por este ponto, pelo Sol e pelo Equador, um triângulo em que o Sol é o vértice. Para a medição foi usado o gnômon, uma espécie de agulha fincada perpendicularmente a uma superfície horizontal. O Sol projeta a sombra da agulha no plano horizontal. A reta que vai da extremidade da sombra à extremidade superior da agulha mostra a direção do Sol. O ângulo dessa reta em relação ao plano horizontal indica sua inclinação. O cálculo foi feito sabendo se que o ângulo do Sol em relação à superfície da Terra, no Equador, era de 90° no dia do equinócio. Em qualquer outro ponto do planeta, esse ângulo era menor. Se a medida do ângulo desse 50º por exemplo, a latitude seria 40°. Dois ela é o resultado da diferença entre os dois ângulos (90° menos 50°).Para calcular a longitude, foi necessário estabelecer a hora exata de um fenômeno celeste importante - como um eclipse - , em um determinado local. Essa hora foi comparada com a que o mesmo fenômeno ocorreu em outra parte do globo. Já que a circunferência da esfera, 360°, equivale a 24 horas de duração de um dia, uma diferença de uma hora, por exemplo, levou à conclusão de que entre os dois pontos estudados havia uma diferença de 15°. De todos os trabalhos cartográficos da época clássica, o mais importante? por sua precisão e complexidade, foi o de Claudius Ptolomeu (90168 d. C.), que influenciou toda a cartografia até hoje.
Depois de passar vários anos estudando na biblioteca de Alexandria, a grande guardiã dos conhecimentos científicos da época, ele lançou seu grandioso Guia para a Geografia. A obra, em oito volumes, contém uma lista de 8 000 lugares com as respectivas coordenadas calculadas por ele. Exceto por algumas, que foram determinadas por observação, um grande número dessas localizações foi dado por velhos mapas, com aproximações das direções e distancias dadas por viajantes. O oitavo volume é o mais importante, pois contém instruções para a preparação de mapas-múndi, além de discussões sobre geografia, matemática e outros princípios fundamentais da cartografia.
Menos preocupados com o caráter científico da cartografia, e mais voltados para suas utilidades práticas, estavam os romanos. "O objetivo deles era o uso administrativo dos mapas, para cobrar impostos, e o militar, para aumentar seu império", lembra Regina Vasconcelos, que saca de sua mesa cópias de mapas das mais variadas épocas como forma de exemplificar o que diz. Os romanos não davam muita importância à visão esférica que os gregos tinham do mundo - para eles, os mapas gregos antigos, que mostravam a Terra em forma de disco, vinham bem a calhar, pois esses já lhes serviam para traçar rotas e delimitar os territórios conquistados. Nesse tipo de carta, chamado Orbis Terrarum - ou mundo inteiro-, os três grandes continentes conhecidos aparecem dispostos mais ou menos simetricamente.
Os romanos realizaram ainda extensos levantamentos do seu Império, usando instrumentos gregos como a dioptra (depois chamado de astrolábio), um instrumento óptico capaz de determinar a localização de pontos na Terra por meio da observação de fenômenos celestes. Os romanos também eram adeptos dos mapas conhecidos como itinerários (que mostram caminhos), e um bom exemplo desse tipo de mapa é a Tábua de Peutinger. Útil representação para os navegantes, a carta mede mais de 6 metros de comprimento por 30 centímetros de largura.
A maré de descobertas, que inundou a cartografia durante a Antiguidade clássica, baixou com o início da Idade Média, pelo menos na Europa. A influência da Igreja Católica por quase dez séculos chegou também à forma de desenhar mapas. Voltou-se a usar o Orbis Terrarum, mas com tal número de modificações que perdeu a exatidão. Os mapas mais característicos dessa época são os chamados T em O, que consistiam num circulo com um T representando rios e m, ares e dividindo o O em três continentes: Europa Ásia e África. São cartas que se prestam facilmente à interpretação do mundo de acordo com o catolicismo, pois só compreendiam as regiões mencionadas na Bíblia.
Durante esse período, os grandes guardiães da cultura cartográfica foram os árabes, que recolheram e desenvolveram o que o Ocidente já havia descoberto e esquecido. No caso dos árabes, a religião, em vez de atrapalhar, ajudou. A obrigação de peregrinar até Meca, a cidade sagrada do islamismo, levava-os a conhecer muitos lugares e a traçar caminhos para a correta orientação dos peregrinos. A conquista de novos territórios como a Mesopotâmia (hoje Iraque), Pérsia (hoje Irã) e Egito, também foi fundamental, pois era necessário conhecê-los para poder governá-los.
Ainda na Idade Média, no século XlII, surgiu na Europa um tipo de mapa próprio para navegação, as Cartas Portulanas, idealizadas provavelmente por almirantes e capitães da frota genovesa. Isso só foi possível graças à bússola, trazida do Extremo Oriente para o Ocidente pelos árabes no século XIl. Esses mapas caracterizam-se pelo minucioso sistema de rosa dos ventos, uma circunferência onde aparecem marcados os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste) e os colaterais (noroeste, nordeste, sudoeste e sudeste). Com essas cartas, os navegantes determinavam a localização de onde estavam e o ângulo em relação ao norte magnético, encontrando assim a direção a ser seguida.
Era o prenúncio das grandes descobertas por vir com o Renascimento, quando a cartografia avançou de vento em popa. Foi o período histérico marcado pela redescoberta dos clássicos pelos europeus, conhecimento que adormecera no Ocidente mas fora mantido vivo pelos árabes. Nessa leva, os estudos de Ptolomeu viram novamente a luz, fornecendo informação e inspiração aos que começavam a se aventurar em mares mais distantes. "Os navegadores já podiam contar com os grandes inventos, como as caravelas, que permitiam viagens mais longas e até navegar no sentido contrário ao do vento", lembra Regina Vasconcelos.
Com todos os ventos a favor, o homem foi se aventurar em alto mar. Os fazedores de mapas mal podiam imaginar o tamanho do trabalho que teriam pela frente. Primeiro, foi a recém-explorada costa ocidental da África. Depois, em 1492, os cartógrafos ganharam um continente novo em folha para mapear: a América. No lugar da certeza, vinha a imaginação - para justificar o investimento nas expedições e encorajar financiamentos nas terras recém-descobertas, as cartas européias se fartavam de atribuir às "terras virgens" fabulosas riquezas minerais. Várias expedições de reconhecimento desceram pela costa, copiando suas formas, tentando calcular a distancia, anotando o tempo que navegavam para norte ou sul, e chegando assim a um contorno do continente. O mapa-múndi de Juan de La Cosa, feito em 1500, é o primeiro a registrar a descoberta da América. A primeira tentativa de localização geográfico do Brasil aconteceu poucos dias após o descobrimento. João Emenelaus, tripulante de uma das caravelas da frota de Pedro Álvares Cabral, desceu à terra firme e, munido de um astrolábio, descobriu a latitude onde se encontra o pais.
Por volta do século XVI, quem tinha o mundo nas mãos eram os holandeses. Suas cidades comerciais eram passagem de mercadores e navegantes de todas as nações, com informações frescas sobre o mundo de fora Em meio a essa agitação viveu Gerardus Mercator (1512-1594), um cartógrafo que trabalhou com materiais recolhidos de todas as fontes possíveis: mapas antigos, crônicas de navegantes e suas próprias viagens. A projeção criada por ele, imortalizando seu nome, foi usada em seu mapa-múndi em 1569. Ela foi de grande utilidade para os navegantes, facilitando a localização do rumo a ser seguido em longas distancias, já que as coordenadas eram mostradas como linhas retas.
No século XVII cresceu, principalmente nos países da Europa, a preocupação com o rigor científico dos levantamentos topográficos - representação do terreno com todos os seus acidentes geográficos. Os mapas passaram a ser mais detalhados, com levantamento em escala - relação de tamanho entre a região e sua representação no mapa Uma escala 1:10 000, por exemplo, indica que cada centímetro do mapa corresponde a 100 metros, na realidade. Mesmo antes que esses grandes levantamentos começassem, já havia na Europa um esforço para fazer levantamentos topográficos. Para isso, certos instrumentos gregos foram resgatados, como o hodômetro, por meio do qual um mostrador registrava a distância, um topógrafo, com a ajuda de uma bússola, fazia um esquema da estrada e das imediações.
O primeiro levantamento topográfico nacional de importância foi realizado na França, em 1744, chefiado por César - François Cassini (1744 - 1784). Mais uma vez, a base foi a triangulação. O general e imperador francês Napoleão Bonaparte (1769 - 1821), como grande líder militar, também não deixou por menos, e encomendou um mapeamento da Itália, que conquistara, na escala 1:100 000, ficou inacabado com sua queda. Em decorrência desses levantamentos, nos séculos XVIII e XIX, começaram a ser feitos os mapas temáticos, que colocam informações como população e clima sobre uma base topográfica.

Planeta em várias formas

Quando se representa uma esfera como a Terra, em uma superfície plana, sempre há algum tipo de distorção, seja na distancia. na área ou na forma. Durante alguns séculos? a projeção comum em mapas-múndi e atlas foi a de Mercator. Mas. em 1973, o cartógrafo e historiador alemão Arno Peters criou uma nova projeção, que levou o seu nome. A projeção de Mercator foi criada para servir principalmente à navegação; portanto, mantinha o máximo grau de realidade possível nas distancias. Já a área dos continentes ficava deformada, e a Europa, além de aparecer no centro, parecia muito maior do que é na verdade.

A projeção de Peters, que é rigorosa quanto a área dos países mas altera suas formas, provocou grande surpresa por fugir da visão eurocentrista, mas foi muito criticada por profissionais da área. "Tecnicamente, a projeção de Peters é muito pobre. Ela está mais preocupada com afirmações políticas que científicas", D. R. F. Taylor, da Associação Cartográfica Internacional. Arno Peters, hoje diretor do Instituto de História Universal de Bremen, declarou a nos que seu atlas tem também uma grande importância política. "EIe foi utilizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para sensibilizar os países desenvolvidos em relação à pobreza do mundo. A equivalência geográfica será uma arma de base para a equivalência econômica."

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sábado, 29 de junho de 2013

Computador quântico quanto custa e o que você pode fazer com ele ?


Computador quântico quanto custa e o que você pode fazer com ele ?



Um resumo sobre o panorama atual da tecnologia para você saber quando — e a que custo — a revolução quântica vai acontecer.

Não é de hoje que falamos sobre o futuro da computação. Quando esse é o tema da pauta, o primeiro ponto que abordamos é a tal da computação quântica.

A história você já conhece bem: computadores que trabalham com bits especiais, os quais podem garantir um nível de desempenho inigualável — vai ser como ter um computador da NASA em casa.

Acontece que o papo já vem sendo abordado faz tempo e até agora nada de sair do papel. Além disso, muito se diz que a computação vai dar um salto gigantesco, mas nada se comenta sobre as reais aplicações dos computadores quânticos.



É justamente por essa falta de divulgação dos resultados na área que resolvemos correr atrás do assunto para trazer até você as novidades e os principais detalhes sobre o futuro da computação. Afinal, quanto vai custar uma máquina dessas? Vou poder abrir o Photoshop em apenas 1 segundo? Roda Crysis? Isso e muito mais é o que veremos.

Fazendo continhas de matemática
É possível que você não faça ideia do que acontece no interior do seu PC quando você aperta o botão de energia. A verdade é que diversos componentes de hardware são responsáveis para fazer a mágica acontecer. Talvez, o mais importante seja o processador. Dentro do cérebro do PC, há uma infinidade de pequenas pecinhas conhecidas como transistores.

Esses dispositivos eletrônicos têm dois estados de funcionamento: ligado (1) ou desligado (0). Para conversar com o hardware, o software utiliza uma linguagem semelhante que chamamos de dígitos binários (os tais dos bits). Tais instruções se comportam de forma parecida, podendo assumir valores “0” ou “1”.

Assim, se pensarmos num dado qualquer de apenas dois dígitos, podemos concluir que esse dado pode assumir quatro valores diferentes: 00, 01, 10 e 11. Combinações desse tipo são válidas para dados de mais dígitos, portanto a lógica é relativamente simples.

HOW DOES A QUANTUM COMPUTER WORK? - VIDEO

No caso da computação quântica, o grande segredo, na verdade, não é nem esse esquema dos números, mas a forma como um computador quântico trabalha. Há uma série de elementos da Física que podem ser usados como bits quânticos (que recebem o nome de qubits ), como um fóton, o núcleo de um átomo ou até um elétron.

Essas pequenas partículas se comportam de forma semelhante aos bits, mas há diferenças. Os qubits podem assumir três valores distintos: 0 ou 1 ou 0 e 1 simultaneamente. Essa posição de dois valores é chamada de superposição.

Acontece que, para funcionar devidamente, a computação quântica precisa de pares de bits. Basicamente, as configurações de qubits podem ser as seguintes: 00, 11, 01(bit1) + 10(bit2) e 01(bit1) - 10(bit2). Isso é apenas uma ideia básica, pois os elétrons e demais partículas não têm comportamento tão comum e podem assumir uma infinidade de valores parciais.

WHAT IS QUANTUM MECHANICAL SPIN ? - VIDEO

As contas não são tão simples e vão muito além de soma e subtração. O que importa, na verdade, é entender o básico. Os bits quânticos funcionam com coeficiente 2 e o número de bits é o expoente da conta — já explicamos isso anteriormente. Resumindo: um par de qubit é a representação de 4 bits, um trio de qubit equivale a 8 bits comuns e assim por diante.

Bom, como você já deve ter pegado a ideia, não precisamos entrar em muitos detalhes. A computação quântica basicamente faz milagre com os bits, o que torna os cálculos muito mais ágeis. A grande diferença, contudo, é que os qubits não se comportam de forma idêntica aos bits. Eles são específicos para cálculos quânticos (óbvio, não?) e tarefas bem difíceis.

Conforme o texto do Business Insider, uma máquina de 30 qubits é tão poderosa quanto um computador “comum” com capacidade de processamento de 10 teraflops — são 10 trilhões de cálculos por segundo. Um PC doméstico chega aos 7 gigaflops, o que dá mais ou menos 7 bilhões de cálculos por segundo. Realmente, há uma enorme diferença.

Ideal para tudo o que você não faz no cotidiano
A verdade é que a propaganda que tanto fazem da computação quântica não é tão lógica. Estas máquinas revolucionárias não servirão como substitutas do PC comum. Segundo a afirmação do Prof. Andrea Morello, da Universidade de New South Wales, os processadores quânticos não são sempre mais rápidos.



“Eles são apenas mais rápidos para tipos especiais de cálculos, em que você pode usar todas as superposições disponíveis ao mesmo tempo para realizar alguma computação em paralelismo”, relata Morello.

Ele ainda complementa dizendo que se você vai ver um vídeo em alta definição, vai navegar na web ou editar um documento, uma CPU quântica não vai oferecer nenhuma melhoria em particular. Na verdade, em geral, Morello diz que as operações comuns serão mais lentas num PC quântico do que em uma máquina como a que você usa na sua casa.

A rapidez da computação quântica consiste na redução de cálculos para chegar até um determinado resultado, ou seja, não quer dizer que as tarefas são realizadas de forma mais rápida. É preciso trabalhar com operações e algoritmos específicos.



Em vez de ser usado para rodar Photoshop ou Crysis, um PC quântico pode servir para rodar melhorias nos servidores de busca da Google ou para simular inteligência artificial avançada — algo que pode ser de grande utilidade para a NASA. Seja qual for a proposta, certamente essas máquinas não vão estar na sua casa tão cedo.

Pode tirar as moedas do seu porquinho
Números tão gigantescos e tarefas de proporções inimagináveis custam realmente caro. Os computadores quânticos já estão à venda há alguns anos. Os primeiros modelos, fabricados sobre medida para algumas poucas companhias (como a Google), traziam processadores de 128 qubits e custavam “apenas” US$ 10 milhões.



A D-Wave Systems já vem trabalhando há quase 15 anos com a tecnologia, sendo a grande referência na área. Infelizmente, a empresa não informa valores atualizados em seu site, o que nos impede de obter dados sobre as atuais máquinas. Tentamos contato com a companhia, mas não tivemos respostas.

De qualquer forma, valores antigos são suficientes para você ter uma ideia do custo de uma tecnologia tão avançada. É importante notar que mesmo havendo algumas máquinas no mundo, a computação quântica não é algo tão simples de utilizar. Mesmo com uma série de adaptações, não há maneiras simples de transformar os qubits em bits visíveis.

QUANTUM COMPUTING - LM TOMOROW - VIDEO

O D-Wave One é uma coisa rara nesse sentido. O processador dessa máquina foi especialmente adaptado para trabalhar com a linguagem Python, o que possibilita aos administradores do computador entenderem e acompanharem os cálculos que estão sendo realizados — algo que era inviável anteriormente.

O futuro da computação quântica ainda é bem nublado, mas ao menos você não vai mais ficar se iludindo para conhecer essa máquina que está por vir. Quem sabe, em um tempo bem remoto, esses PCs sejam o padrão doméstico.

Fontes: Veritasium, ExtremeTech, Business Insider, Live Science, HPC Wire, D-Wave Systems

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sábado, 29 de junho de 2013

Nova tecnologia de gravação multiplica a capacidade de armazenamento do DVD


Nova tecnologia de gravação multiplica a capacidade de armazenamento do DVD


Laser permite que até 1 PetaByte de dados seja armazenado em um único disco.

O avanço da tecnologia e das resoluções tem, como um de seus resultados, arquivos cada vez maiores. E, assim, o DVD acaba sendo pouco a pouco deixado de lado em favor do Blu-ray e da distribuição digital, com streamings de alta qualidade potencializados pelas conexões de alta velocidade. Uma pesquisa da Universidade Swinburne, na Austrália, está disposta a mudar isso.

Cientistas do Centro de Microfotônica desenvolveram um novo tipo de laser capaz de gravar até 1 PB de dados em um DVD convencional. O disco é exatamente o mesmo que você encontra em qualquer lugar – o que muda é a maneira como os dados são gravados e o funcionamento em si do método de gravação.

Basicamente, um laser convencional dispara pontos, formados por dados binários, no disco, para realizar a gravação. O que os pesquisadores conseguiram foi diminuir ao máximo o tamanho destas porções de dados, fazendo com que mais dots coubessem na superfície de um mesmo DVD. Só para se ter a noção, os dados gravados, individualmente, são cerca de 10 mil vezes menores que um fio de cabelo humano.

A tecnologia ainda está em seus estágios iniciais de testes e não existe nem mesmo uma previsão de quando ela pode chegar ao mercado de massa. A ideia é não exigir equipamentos especiais para leitura dos dados agora microgravados, e é aí que está o grande desafio da Universidade Swinburne.

Fonte: Extreme Tech

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sábado, 29 de junho de 2013

Se a tecnologia viajasse no tempo


Se a tecnologia viajasse no tempo

Será que o mundo seria da mesma maneira que é atualmente ou teremos muitas diferenças históricas?

A tecnologia é mesmo uma maravilha. Sem ela, dificilmente faríamos as coisas que fazemos atualmente e não há dúvidas de que esse Erro 404 nem estaria sendo escrito — até porque não existiria o Tecmundo ou computadores. Mas e se a tecnologia que temos hoje pudesse viajar no tempo e chegar ao passado? Como será que os habitantes de outros tempos reagiriam?

Nós fomos até lá para descobrir — mentira, nós só estamos imaginando e fazendo ilustrações muito maneiras. Confira agora, aqui no Erro 404 desta semana, como seriam aplicadas as tecnologias do presente (e também do futuro) em alguns dos momentos históricos mais conhecidos. Certamente você vai pensar: “Mas seria muito mais fácil, não é mesmo?”.

Leonardo da Vinci: o mago da edição de imagens
Se Leonardo da Vinci já conseguia fazer trabalhos incríveis com os materiais que possuía naquela época em que viveu, imagine se ele ainda contasse com o auxílio de softwares especialmente criados para a edição de imagens. Será que La Gioconda seria mais bonita? Talvez o sorriso misterioso dela seja apenas um erro de pincelada — que poderia ter sido corrigido com um “Control + Z”.



Mais do que isso, ele também poderia aplicar muito mais qualidade gráfica em seus projetos científicos — como os modelos que desenvolveu para esboçar sistemas de eclusas e também o conceito de helicóptero que foi criado por ele. Com uma melhor apresentação, talvez ele até conseguisse arrecadar fundos com alguns mecenas — os patrocinadores dos artistas renascentistas.

Michelangelo e as impressoras 3D
Ainda no mundo das artes, temos um outro personagem que iria se beneficiar muito com a presença de itens altamente tecnológicos. Estamos falando de um dos maiores nomes de todos os tempos, o nobre e admirável Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni — mais conhecido apenas pelo seu primeiro nome. Além de pintor, ele também é famoso por suas esculturas incríveis.



Isso inclui obras como David (que levou três anos para ser concluída) e Pietá de Florença. Agora, imagine como seria mais rápido se ele pudesse deixar o formão de lado na hora de esculpir os seus projetos. Bastaria trocar as ferramentas por um bom software de modelagem tridimensional e utilizar uma impressora 3D para criar as mais perfeitas esculturas que o mundo já viu.

Mas é claro que, nesse caso, as impressoras deveriam ser as do futuro, pois as atuais ainda levariam os três anos que um artista levaria se estivesse trabalhando à mão.

Santos Dumont: inventor do OVNI
Até hoje existe uma controversa autoria à invenção dos aviões. Enquanto boa parte das pessoas atribui ao brasileiro Alberto Santos Dumont, outros dizem que foram os irmãos Wright que realizaram o primeiro projeto de aeronave. Independente disso, nós sabemos (sabemos?) que, se houvesse tecnologia do futuro naquele tempo, certamente o brasileiro levaria vantagem em alguns processos.


E, dessa forma, os irmãos Wright poderiam construir quantos aviões julgassem necessários, pois Santos Dumont faria algo muito melhor. Visionário, ele seria o responsável pela invenção dos discos voadores. Exatamente, os primeiros discos voadores (que não seriam OVNIs, porque seriam identificados) fabricados na Terra seriam de autoria de um brasileiro.

Com isso, o Brasil se tornaria um grande polo industrial do ramo, sendo responsável pela maior cadeia de exportação de discos voadores de toda a galáxia. Uma potência econômica e política que não deixaria nenhum outro país chegar próximo da hegemonia. Uma pena não ter acontecido.

Guindastes nas pirâmides
Até hoje, milênios após a construção das pirâmides, fala-se sobre os mistérios que envolvem o erguimento daqueles blocos gigantescos sem que existisse tecnologia avançada. Agora, se os egípcios possuíssem guindastes poderosos, a história teria sido muito diferente. Em poucos dias seria possível erguer uma pirâmide inteira, com todos os mecanismos que as outras já possuem.



Todo o processo seria mais fácil e os faraós nem precisariam escravizar tantas pessoas, o que certamente resultaria em um ambiente mais harmonioso do que o que realmente era possível encontrar por lá. Outra técnica interessante seria a utilização de câmaras criogênicas para manter os faraós conservados, sem precisar de mumificações complicadas. Será que ia dar certo?

NOTA: Tudo descrito acima não passa de "possibilidades cômicas" com fatos históricos, nada pode ser levado ao pé da letra.

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sábado, 29 de junho de 2013

O que é Android ?


O que é Android ?



O Android é o sistema operacional livre da Google para celulares, smartphones e tablets que está se expandindo e dominando rapidamente todo o mercado.


O que é Android? Esta é uma pergunta feita por cada vez mais pessoas que buscam comprar um novo celular. Este artigo, sem pretensão de esgotar o assunto, pretende te explicar o que é Android de forma descomplicada.

Não faz muito tempo, o nome Android começou a se tornar popular, mesmo entre pessoas que não estão muito atentas ao que acontece no mundo da tecnologia. Para mim, que acompanho o desenvolvimento de novas tecnologias, vejo o Android como algo que chegou meio que atropelando. No começo, não foi muito levado a sério, mas provavelmente devido ao poder da Google, sua desenvolvedora, ele se capilarizou e hoje é o concorrente direto do IOS, o sistema operacional usado pela Apple no iPhone.

O que é Android?
Android é um sistema operacional para dispositivos móveis, como celulares, smartphones e tablets, que tem como base o núcleo do Linux. Talvez a maneira mais fácil de explicar, seja dizer que o Android é o Windows de alguns celulares. Da mesma maneira que o Windows nos permite interagir com a máquina e outros programas, o Android da Google nos permite interagir com o hardware dos celulares e usar os programas desenvolvidos para esta plataforma. Ele não é o único sistema operacional para dispositivos móveis. Existem outros, como o iOS da Apple, o Windows Phone da Microsoft e o Symbian da Nokia.

Quem é o dono do Android?
O Android é desenvolvido em parceria pela Google e Open Handset Alliance, mas é a Google quem dá as cartas, controlando a engenharia e gerenciando os processos. Tudo começou com a aquisição da Android Inc, uma empresa de Palo Alto, Califórnia, pela Google no ano de 2005. O Android está disponível como uma plataforma de código aberto desde 21 Outubro de 2008. Código aberto quer dizer que o sistema pode ser usado por terceiros sem o pagamento de licenças.

Versões do Android
Você já deve ter lido nas descrições de grandes lojas online, coisas como Honeycomb, Gingerbread, Froyo, entre outras palavras estranhas, relacionadas a telefones Android. Isto ocorre porque cada versão do sistema operacional Android da Google recebe um nome. Na data de publicação deste artigo, a última versão para celulares e smartphones era a 2.3 Gingerbread, e a última versão para tablets era a 3.0 Honeycomb. Veja abaixo as versões do Android e um gráfico mostrando o uso do sistema em dezembro de 2010.

1.5: Cupcake (Abril de 2009, com a última revisão oficial a maio de 2010)
1.6: Donut (Setembro de 2009, com a ultima revisão oficial a maio de 2010)
2.1: Eclair (Janeiro de 2010, com a última revisão oficial a maio de 2010)
2.2: FroYo (Frozen Yogourt – Maio de 2010, com a última revisão oficial a julho de 2010)
2.3: Gingerbread (versão atual lançada a 6 de dezembro de 2010)
3.0: Honeycomb (Lançada especialmente para tablets em Janeiro de 2011)



Muitas opções de celulares Android
Uma das coisas legais, pelo menos para os usuários, é que podemos hoje encontrar celulares Android para todos os gostos e necessidades. Há desde opções simples e baratas até as sofisticadas e caras. O modelo de desenvolvimento é diferente de produtos como o iPhone, uma plataforma fechada em que só aplicativos aprovados pela Apple podem ser comercializados, além de severas restrições aplicadas por esta empresa.

A grande capilaridade do Android, permite que possamos encontrar um modelo de celular e aplicativos que, juntos, satisfazem a praticamente todas as necessidades. Por outro lado, os desenvolvedores tem grande trabalho adicional para tornar seus aplicativos compatíveis com as diversas opções disponíveis no mercado, fato que não assombra os desenvolvedores do IOS da Apple.

Veja abaixo uma pequena lista de aparelhos que usam Android:

Sony Ericsson Xperia X8
Sony Ericsson Xperia X10a
Sony Xperia Arc
Sony Xperia Play
ZTE X850
Motorola XT300
Motorola MB501
Motorola Droid X
Motorola Droid 2
Motorola Droid 2 Global
Motorola Droid Pro
Motorola Atrix 4G
Motorola Milestone X
HTC Droid Incredible 2
LG P500
LG Optimus 2X / G2x
Samsung Behold II
Samsung i5510
Samsung Galaxy Tab
Samsung Droid Charge
Samsung Galaxy Fit
Samsung Galaxy Gio
Samsung Galaxy Mini
Samsung Galaxy Player
Samsung Infuse 4G
HTC Nexus One
HTC G2
HTC Desire HD
HTC Inspire 4G
HTC Incredible S
HTC EVO 4G
HTC EVO Shift 4G
HTC MyTouch 4G
Meizu M9
Sony Xperia Arc
Kyocera Echo

Fotos de celulares Android



Motorola XT300 Spice com Android


Samsung GT i5510 com Android


Motorola MB 525 com Android


Samsung GALAXY S II GT-I9100 com Android

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sábado, 29 de junho de 2013

Mouse para Deficientes Visuais - Mouskie


Mouse para Deficientes Visuais


Diante das tecnologias foi possível produzir um mouse especialmente para pessoas com deficiência visual, o Mouskie. (Foto: Divulgação)

É a evolução da tecnologia permitindo criar meios para que todos possam ter acesso à internet e informática de modo geral.

Você Sabia?
Uma espécie de régua localizada a frente do mouse para deficientes visuais é que faz toda a diferença, nela os pontos sobem e descem sempre que o equipamento é movimentado, assim é possível sentir cada letra.



A chegada do mouse para deficientes visuais se deu por insistência de dois pesquisadores suíços que tiveram o interesse em desenvolver para essas pessoas facilidades na hora de utilizar o computador.

Philippe Racine e Jean-Marc criaram o mouse para deficientes que funciona com muita agilidade e facilidade. A ideia é que os deficientes visuais sejam capazes de perceber as letras apenas sentindo-as no equipamento.

Como Funciona o Mouse?
Como a tecnologia serve tanto para os parcialmente cegos, assim como para os que não enxergam absolutamente nada, existem duas formas de saber exatamente o que está escrito ou o que se escreve.

Ao pressionar qualquer tecla e passar o mouse sobre a letra, aparecerá na tela o que foi digitado, ao lado terá a inscrição em braille, também uma síntese vocal será emitida e dirá o que está escrito e para finalizar é possível sentir com os dedos os pontos que compõe a letra.

O sistema funciona de modo bastante veloz, o que possibilita ao usuário ler palavras inteiras ao passar o equipamento por cima. O cursor sai de uma letra e logo é capaz de detectar outra e formar o alfabeto braile.

Mouskie
O mouse para deficientes visuais recebeu o nome de “Mouskie”, ele funciona através da tecnologia wi-fi e apresenta ótimos resultados. Recentemente, na Feira Reabilitação ele apareceu.

Aprovado, o equipamento deixou feliz muito dos que ali estiveram e os fiz perceber o quanto pesquisas e colaborações podem ser benéficas para que cada dia mais as pessoas possam ultrapassar os limites físicos.

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sábado, 29 de junho de 2013

Relógios inteligentes


Relógios inteligentes


Ideia de criar relógios com conexão à internet existe há uma década.

Relógios inteligentes têm tido uma relevância no setor de telefonia móvel, prometendo-se uma tendência a considerar para 2013.

Você Sabia?
Que a história registra que apareceu na Judéia mais ou menos 600 a.C., os relógios de água clepsidras e relógios de areia ampulhetas.



Google e Apple
Quem acha que já viu de tudo de tecnologia com os smartphones iOS e Android precisa reavaliar seus conceitos. Quem está atualizado com as notícias do mundo da tecnologia saber que os relógios inteligentes chamados também de Smart Watch são um os próximos lançamentos mais aguardados. Estes relógios teriam a intenção de substituir algumas funções dos celulares smartphones. Por hora é especulação quando as marcas são Apple e Google.

A Apple estaria com uma equipe de 100 designers desenvolvendo a criação do iWatch. A empresa ainda não fez nenhum anunciado oficial, mas já se sabe que ela possui uma patente de um produto que seria um relógio de pulso inteligente. Na descrição está apenas escrito que seria uma pulseira que poderá informar vários tipos de informação em sua tela, incluindo previsão de tempo.

Relógios Inteligentes
Mesmo com a Google e Apple fazendo mistério, alguns relógios inteligentes já estão presentes no mercado. A Motorola já tem no mercado seu MOTOACTV, um relógio inteligente com Android. A Sony também já possui seu próprio SmartWacth, ele funciona com tela sensível ao toque, mensagens de texto, leitura de e-mails, atualizações das redes sociais, e claro mostra as horas. O relógio custa cerca de US$ 250.

O relógio inteligente Pebble, é compatível com com Android e iPhone, consegue visualizar mensagens, controlar a música do seu aparelho, recebe alerta. Ele está disponível para venda nos Estados Unidos por US$ 150. Agora resta esperar o lançamento das grande corporações Google e Apple e ver se a novidade será adquirida pelas pessoas.

Informação
Já no Google há informações que já está em fase de testes o seu SmartWatch, que poderia inclusive ser lançado no segundo semestre de 2013. O celular da Apple leva tecnologia iOS e o relógio do Google Android, conforme funcionam seus respectivos celulares. Na descrição da patente do Google estaria descrito um objeto com display ‘flip-up’ de tela dupla e uma “interface de usuário tátil”.

As funções de cada modelo ainda são desconhecidas, mais ambas provavelmente terão tela sensível ao toque, GPS, acesso a e-mail e talvez possa efetuar ligações. A Samsung também estaria na corrida na fabricação de seu próprio relógio.

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sábado, 29 de junho de 2013

Russos querem construir nave espacial com energia nuclear


Russos querem construir nave espacial com energia nuclear



A agência espacial russa, Roscosmos, lança um concurso para desenvolvimento de uma nave espacial interplanetária movida a energia nuclear para chegar a Marte.



A agência espacial russa, Roscosmos, lançou um concurso para desenhar a primeira nave espacial alimentada por energia nuclear, destinada ao voo interplanetário.

Os resultado do concurso será conhecidos este ano, informou hoje a Roscosmos seu website, mas não está claro se empresas estrangeiras também podem participar.

O vencedor do concurso verá o início a construção da sua nave este ano, com prazo de conclusão para 2015, e pode gastar até 805 milhões de rublos (pouco mais que 48 milhões de Reais).

No 50 º aniversário do primeiro voo de um homem ao espaço em 12 de abril de 1961 pelo cosmonauta soviético Yuri Gagarin, a agência espacial Roscosmos anunciou sua decisão de concentrar seus esforços das próximas duas décadas na conquista de Marte.

Para este fim, os russos planejam desenvolver uma nave espacial tripulada com propulsão nuclear, o que permitiria o voo interplanetário (65 milhões de quilômetros) durante um período de tempo 20 vezes menor.

“É um projeto único. Um voo a Marte utilizando um motor convencional levaria muito tempo”, disse Anatoly Perminov, chefe da Roscosmos, agência espacial russa.

A nave espacial levará astronautas à estação espacial de 500 toneladas que a Rússia pretende construir perto do planeta vermelho e poderá acomodar uma tripulação de quatro pessoas por dois anos.

A obsessão do homem com Marte nasceu há muitos séculos atrás, mas somente em 1964, graças à sonda norte-americana Mariner 4, o mundo conheceu as primeiras imagens da superfície fria do deserto de Marte.

A URSS, que tinha com os EUA uma tensa corrida espacial durante a Guerra Fria, foi o primeiro país que conseguiu pousar um módulo de potência (Mars 3) no solo marciano, em 1971.

Como é sabido até agora, Marte, que tem sido comparado à Antártida pelas suas temperaturas baixas, contém gases, minerais e água líquida, o que faz alguns cientistas ponderarem que é possível sustentar a vida humana no planeta vermelho.

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sábado, 29 de junho de 2013

Alimentos indicados para quem tem pressão alta


Alimentos indicados para quem tem pressão alta


Os alimentos mais indicados para baixar a pressão alta são: Frutas frescas e Água de coco


Se você tem pressão alta, restringir os alimentos ricos em sal poderá ajudá-lo de forma significativa a controlar sua pressão.

Você Sabia?
Que o sal é uma substância essencial ao homem e indispensável a todos os tipos de vida animal. Podemos constatar a importância do papel desempenhado pelo sal, através dos registros da história da humanidade.



A pressão arterial nada mais é do que a força a qual o sangue passa pela parede das artérias durante a sua circulação.

E a pressão alta ou também chamada hipertensão é um problema de saúde que atinge mais de 15 milhões de brasileiros e seus sintomas não costumam se manifestar até que os danos possam se3r causados e aparentes. De forma numérica a pressão alta é definida como 140 de sistólica e 90 de diastólica.

Causa
Em grande parte dos casos a pressão alta tem sua causa desconhecida, ou seja, a condição é também chamada de hipertensão essencial ou primária. Com isso são fatores que aumentam o risco de hipertensão o tabagismo e a obesidade, bem como a ingestão abusiva de bebidas alcoólicas, sedentarismo, histórico familiar, stresse e ainda uma alimentação rica em sódio, ou seja, sal em excesso.

Alimentos para Pressão Alta
Ao alimentos consumidos poderão afetar a sua pressão arterial, e por este motivo o paciente deverá escolher por alimentos que não aumentem os efeitos desta doença. Aos pacientes que por exemplo, estiverem acima do peso, e que forem acometidos pela doença deverão se utilizar de uma dieta mais saudável com baixas calorias. E além disto deverão ser adquiridos hábitos mais saudáveis de alimentação para que se possa manter um peso ideal.

Controle do Sal
Uma quantidade menor de sal que uma colher de café é o suficiente para que o ser humano consuma diariamente. Apesar disto a quantidade utilizada diariamente é bem maior do que isso. Por este motivo é preciso que o paladar da pessoa possa se acostumar com uma comida que seja menos salgada, o que não quer dizer que a comida deverá estar sem gosto, pois pode-se utilizar diversos temperos. Pacientes com este tipo de problema ou mesmo quem tenha a saúde saudável precisa evitar comer perto de saleiros dando preferência por temperos que sejam criados naturalmente.

Informação
É importante ainda verificar o rótulo dos alimentos e tentar dar preferência para alimentos que tenham pouca ou nenhuma quantidade de sal.
Procurar não manter um saleiro sobre a mesa evitando assim o colocar na comida quando ela estiver pronta. Entre outros cuidados, estes que certamente irão fazer você ter uma alimentação saudável e uma vida melhor.

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sábado, 29 de junho de 2013

Alta Fidelidade Amplificador Valvulado Octave RE290


Alta Fidelidade Amplificador Valvulado Octave RE290



A qualidade deste amplificador valvulado da Octave, tradicional fabricante alemão, é impressionante. É simplesmente incomparável com qualquer equipamento comum.



Este é um assunto sobre o qual não penso e muito menos estou envolvido há muito, muito tempo. Eu ainda tinha 13 ou 14 anos quando estudava eletrônica, e a despeito de já ser uma tecnologia ultrapassada naquela época, a grade curricular insistia em nos ensinar a compreender o funcionamento das válvulas. Então, com muita nostalgia, vamos falar de um amplificador valvulado de alta fidelidade.

A alemã Octave, apresentou este ano o último estágio evolutivo de muitos anos de desenvolvimento, do amplificador integrado RE280, construído em 1980. Trata-se do RE290, que tem como base o modelo eletrônico confiável do RE 280 MKII. Este, por sua vez, é uma evolução do antigo RE280. Este amplificador usa válvulas pentodo de potência KT120, que permitem extrair 100W (RMS, é claro), com apenas dois tubos em push-pull.

A potência gerada pela KT120 é maior em comparação com a clássica KT88. Os transformadores de saída especialmente desenhados para esta válvulas, permitem obter uma estabilidade total na impedância de saída, recurso útil para reproduzir toda a faixa de frequências de uma orquestra em nossa sala de audição.



Infelizmente só mesmo quem estudou eletrônica para entender as características que apresento a seguir, entretanto lhe asseguro que seu home teather de 3 mil reais é um radinho de pilha velho em comparação com este amplificador.

A faixa de resposta do Octave RE290 vai de 15 Hz a 85 kHz. O nível de ruído é 100uV, igual a -106dB, tão baixo que mesmo usando alto-falantes de alta eficiência, será impossível ouvir qualquer zumbido ou ruído.

O controle absoluto no fornecimento de energia fará com que o arranque suave do RE290 permita uma redução drástica dos picos de corrente, muito prejudiciais a este tipo de amplificador, prolongando a vida útil dos componentes suscetíveis a mudanças bruscas de corrente durante a fase de arranque (quando é ligado). Com efeito, os componentes, fabricados na Europa, estão aptos a proporcionar um som estável por mais de 15 anos



Especificações Técnicas
Potência: 2 x 90 W em alta potência ou 2 X 75 W em modo de baixa energia.
Válvulas: 4 + 3 KT88/KT120 na saída e 3 ECC82 no pré-amplificador.
Acabamento em alumínio prateado e preto.
Resposta de frequência: 5 Hz – 80 kHz / – 3 dB.
TDH inferior a 0,1%, com 10 W de saída em 4 Ohms.
Impedância mínima de carga: 2 Ohms.
Ganho/Sensibilidade de entrada: + 30 dB/V.
Consumo de energia: 160 W quando inativo e 320 W em potência máxima.
Acessórios incluídos: Cabo de alimentação e chave de fenda de 3 milímetros pra ajudar o bias.
Peso: 24.5 Kg.
Mais informações: Octave

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sábado, 29 de junho de 2013

Como fazer um amplificador para iphone com uma revista


Como fazer um amplificador para iphone com uma revista


Como fazer um amplificador para iphone com uma revista ( Foto: Divulgação)

Se você tem um iphone irá adorar aprender a fazer um amplificador com uma revista!



O Iphone se tornou um objeto de desejo de milhões de pessoas do mundo inteiro e com isso empresas andam investindo em acessórios para este celular, para que ele possa se tornar ainda melhor. Um dos mimos que todos desejam, com certeza é um amplificador que faz com que o seu iphone se torne um perfeito rádio e toque as músicas que você mais deseja. E se esse amplificador pudesse ser feito a partir de uma revista? Descubra um pouco mais sobre isso e como fazê-lo.

Um amplificador permite que o som fique mais alto e mais amplo, como o nome já diz. Ele é um aparelho muito útil e que também já tem modelos especialmente direcionados para os famosos Iphone.

A geração de celulares da Apple tomou conta do mundo inteiro e as novidades não param de serem lançadas e com isso cada vez mais pessoas aderem a este moderno aparelho.

Porém, muitas vezes adquirir acessórios, como o próprio amplificador para iphone é um pouco fora do seu orçamento e para isso a ilustre amplificador feito com uma revista foi criado.

A ideia foi da marca Coca Cola FM que estava completando um ano e para comemorar esta data resolveu revolucionar e inovar, construindo o amplificador de revista.

Algo muito simples e aparentemente sem segredos o exótico amplificador foi acoplado na revista Capricho, da Editora Abril, que em uma das suas edições disponibilizou um encarte que fazia com que a revista se tornasse o próprio amplificador.

A ideia fez tanto sucesso que diversas pessoas adquiriram a revista para poder montar o seu também.

O segredo são os encaixes que a revista possui e o modo como ela é enrolada faz com que o som fique mais potente, tornando-se muito útil para diferentes momentos.

Ficou com vontade de saber como fazer o seu? Confira o vídeo da Coca Cola FM que mostra direitinho como ele é feito e como ficará depois de pronto. Divirta-se!

Se você tem um iphone irá adorar aprender a fazer um amplificador com uma revista!


Como fazer um amplificador para iphone com uma revista ( Foto: Divulgação)

Como fazer um amplificador para iphone com uma revista-VIDEO


Como fazer um amplificador para iphone com uma revista ( Foto: Divulgação)

Fonte: Site New Toys 4 big boys

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sábado, 29 de junho de 2013

Reeducação Alimentar – O que é, como fazer


Reeducação Alimentar – O que é, como fazer



Reeducação Alimentar é mudar toda a sua alimentação, mas mudar mesmo. Não é uma dieta, mas também faz emagrecer. É substituir tudo o que você come por outros alimentos.

Normalmente a substituição é feita por alimentos mais saudáveis que vão ajudar você a melhorar a saúde e também perder alguns quilinhos. Se você preferir pode fazer uma reeducação para ganhar peso.

Para fazer comece a analisar tudo o que você come. Troque tudo por alimentos saudáveis. Menos doces, gorduras e coisas que fazem mal à seu organismo. Se alimentar bem é sinônimo de saúde.

A maioria das pessoas que escolhem a reeducação alimentar está em busca de perder alguns quilinhos a mais e também melhorar a saúde por algum motivo especifico. Se for o seu caso faça o seu ajuste no que você come.

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sábado, 29 de junho de 2013

Pistola Taser Arma de choque elétrico – Informações


Pistola Taser Arma de choque elétrico – Informações


Pistola Taser: A arma não letal utilizada pelos homens da polícia e que tem provocado mortes (Foto: Divulgação)

Depois da morte de dois brasileiros surge debate quanto ao uso da Pistola Taser, que imobiliza uma pessoa por meio de choque elétrico



Pesquisas apontam que 500 pessoas já foram vítimas da pistola Taser nos Estados Unidos. Lá essa alternativa já vem sendo usada desde 2001, ou seja, em 11 anos de utilização essa arma de choque elétrico tem causado algumas mortes, cabe aos responsáveis pela segurança pública analisar.

A polícia de modo geral tem usado a Pistola Taser, arma de choque elétrico, com a intenção de diminuir a utilização da arma letal. Sempre quando é necessário imobilizar uma pessoa, não importa o motivo, seja por se tratar de um contraventor ou para preservar a vida de alguém ela é usada e já está dando o que falar.

Nos últimos dias muitos debates foram promovidos acerca da Pistola Taser. Será que ela protege a sociedade civil ou prejudica? Tudo isso pelo fato de terem morrido dois brasileiros, um no exterior e outro em Florianópolis.

Na madrugada de domingo (25) a Policia Militar do Sul foi acionada para conter um homem que segundo informações ameaçava pular da janela do prédio onde residia. Para impedir o acontecimento os policiais agiram com a arma considerada não letal de choque elétrico, a vítima não resistiu a descarga e faleceu.

Outro fato bastante parecido aconteceu com o estudante Roberto Laudísio Curti, 21 anos. Ele morava em Sydney, na Austrália e foi atingido por 18 disparos da Taser, o garoto também não resistiu e morreu mais tarde.


Taser, a pistola que imobiliza e em alguns caso mata (Foto: Divulgação)

O que é a Taser e seus efeitos?
De acordo com os órgãos de segurança que utilizam a pistola, ela é um dispositivo elétrico incapacitante, menos letal que uma arma de fogo;

Emite choque elétricos através de dardos;

A pessoa atingida pode ficar paralisada de 10 segundos a 5 minutos. A sensação é uma espécie de cãibra no corpo todo. Em alguns casos a descarga elétrica é tão forte que a pessoa não pode suportar.


As perguntas que não querem calar
Diante de todos esses acontecimentos uma dúvida surgiu, será que essas armas de descarga elétrica realmente são benéficas para sociedade ou só a prejudica?

Quem não corre risco de morte quando atingido com uma pistola desse “calibre”?
Quem são as pessoas que podem ser vitimas fatais da Taser?

Essas questões foram levantadas e precisam de resposta, todo o cuidado é pouco já que se sabe que não é possível utilizar a arma em qualquer pessoa ou em qualquer situação.

Os que correm mais risco de morte

1 ºAs pessoas com problemas cardíacos têm mais chances de responderem aos disparos fatalmente, pois se existir a predisposição de desenvolver uma taquicardia, esse choque pode levar à morte.

2º Os usuários de drogas. Uma pessoa sob efeito dessas substâncias pode vir a falecer.

3º Pessoas que acabaram de realizar algum esforço físico.


Veja no vídeo como funciona
Policiais fazem testes para saber como exatamente funciona a pistola Taser e quais os efeitos que ela causa no ser humano. Através das imagens é possível perceber que imediatamente ao ser atingida a pessoa sente alguma dor.

Assim que a arma é disparada, sondas ligadas por fios saem e se prendem ao corpo do individuo, a corrente elétrica é descarregada e é por esse motivo que os músculos se contraem.

POLICIAIS FAZENDO TESTE

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sábado, 29 de junho de 2013

Registrar Arma De Fogo Pela Internet


Registrar Arma De Fogo Pela Internet



No dia 31/12/2009 encerrou o prazo para o cidadão registrar armas de fogo de uso permitido não registradas (art. 30, Lei nº. 10.826/03) e renovar o registro de armas que possuem o registro estadual (art. 5º., § 3º., Lei nº. 10.826/03).

Visando melhorar e agilizar o atendimento, o cidadão que possui arma de fogo poderiam fazer o registro de requerimento provisório que estava disponível no site da Policia Federal.

Após o preenchimento desse requerimento eletrônico e a impressão do registro provisório de arma de fogo, o interessado tinha que se dirigir à unidade da Polícia Federal escolhida com o registro provisório de arma de fogo, original e cópia da cédula de identidade, CPF e do comprovante de residência fixa, original e cópia da nota fiscal de compra ou de comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a condição de proprietário.

Em seguida o cidadão deveria que pelo site da Polícia Federal se o certificado de registro de arma de fogo definitivo foi emitido e retornar à unidade policial para retirá-lo.

É importante salientar que possuir, mesmo que em sua residência, uma arma de fogo sem o registro federal é crime, passível de pena de detenção de 1 a 3 anos e multa. O cidadão tem a opção de entregar, voluntariamente, sua arma de fogo na Campanha do Desarmamento, sem sofrer nenhuma punição.

Você poderia tirar suas dúvidas até o dia 31/03/2010, pelo telefone 0800 727 3040: segunda a sexta-feira de 07 às 20h, mas agora ainda tem os endereços abaixo.

Confira alguns links que poderão te ajudar:

Dúvidas freqüentes: http://www.dpf.gov.br/web/servicos/perguntas_respostas_2010.pdf

Sinarm: http://sinarm.dpf.gov.br/sinarm-web/sinarmopcoes.jsp

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sábado, 29 de junho de 2013

Internet discada ainda é utilizada ?


Internet discada ainda é utilizada ?


Muitas empresas utilizam a internet banda larga e a internet discada

O acesso à internet através de linha telefônica, também conhecida por internet discada, perdeu muito espaço para o acesso à internet via banda larga.



A internet discada, através de linha telefônica, ainda é utilizada em diversas áreas no Brasil. Principalmente, onde a banda larga ainda não está disponível. Há também o fato de que a internet banda larga as vezes não é viável pela falta de sinal de recepção,torres de transmissão de sinal.

Em compensação as redes telefônicas que dão acesso a internet discada, abrangem áreas muito maiores de cobertura. A linha discada pode também ser uma alternativa de custo possivelmente menor à banda larga, conforme o horário de uso da mesma.

Informações
Outro fato importante a favor da internet discada é que se faltar energia elétrica e a pessoa ou empresa não tiver um gerador, o seu computador vai desligar, mas se estiver em notebook ou similar, a linha de internet discada, não será desligada, visto que a companhia responsável pela linha de telefonia, com certeza possui gerador de energia próprio e vai continuar a prestar o serviço de internet discada.

Enfim, muitas pessoas consideram a internet discada como coisa do passado, obsoleta, mas a internet discada também tem as suas vantagens.

Vídeo sobre Internet Discada

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sábado, 29 de junho de 2013

Tecnologia para detecção de armas e drogas


Tecnologia para detecção de armas e drogas


Tecnologia que detecta armas à distância é atração em feira

O scanner ThruVision TS4, esta sendo negociado pela Digital Barriers, com empresas brasileiras para ser produzido em território brasileiro.

A empresa britânica Digital Barriers, expôs na Feira Internacional de Defesa e Segurança LAAD, o maior evento do setor de Defesa e Segurança da América Latina, que foi realizada no Rio de Janeiro, o scanner ThruVision TS4.

Trata-se na verdade de uma câmera que escaneia objetos escondidos em baixo das roupas das pessoas, a uma distância de até 10 metros de distância, sem a necessidade de se despir as pessoas.

Sobre o Aparelho
O aparelho, que foi desenvolvido por pesquisadores britânicos e exposto pela primeira vez na feira do Rio de Janeiro, identifica desde homens- bomba até pessoas com armas e drogas escondidas no corpo.

O scanner ThruVision TS4, é portátil e compacto e transmite imagens de alta qualidade para uma tela instalada em um centro de controle. Sendo que ao invés de emitir raios para detectar o que as pessoas escondem, o ThruVision capta a energia natural irradiada pelas pessoas e, dessa forma, identifica objetos que bloqueiam esse sinal. Podendo inclusive detectar, em tempo real, objetos de qualquer tamanho, inclusive pó, gel, líquidos escondidos sob as roupas de uma pessoa, a uma distância que varia de 4 a 10 metros, conforme o tipo de material escondido.

O scanner ThruVision TS4, foi desenvolvido originalmente pela empresa ThruVision System, mas sua patente foi adquirida pela Digital Barriers no ano passado.

Informação
O aparelho é capaz de scanear inclusive pessoas em movimento, e está sendo negociada pela Digital Barriers com organismos de segurança do Brasil, para auxiliar na segurança dos próximos eventos no Brasil, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude.

Há também negociações em andamento para a fabricação do scanner ThruVision TS4, por empresas brasileiras em parceria com a empresa britânica Digital Barriers.

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sábado, 29 de junho de 2013

Doenças ligadas a tecnologia


Doenças ligadas a tecnologia


Estima-se, anualmente, o surgimento de mais de 160 milhões de casos de doenças relacionadas ao trabalho

As síndromes e doenças diversas aparecem junto com a compulsão pelo uso dos aparelhos como computador, celular e outros.


Doenças voltadas as áreas de Tecnologia:

Síndrome Vibração Fantasma
Certamente todo mundo que possui um aparelho celular atualmente com vibracall sente o celular vibrar no bolso da calça ou ainda dentro da bolsa e quando iremos olhar o que aconteceu, na verdade não era nada.

A síndrome de laptopordose
A grande popularização do notebook devido abarateação dos preços era algo iminente. Apesar disto tudo tem um preço específico, as máquinas costumam ser relativamente pesadas e as carregar de um lado para outro geravam dores nas costas, juntas e até mesmo problemas nos nervos da coluna.

Vícios em aparelhos portáteis
Em vários países do mundo não existem celulares convencionais mais, os smartphones já dominam o mercado e vem cada vez mais fazendo parte da realidade de todos os brasileiros. Seus modelos com telas grandes, teclados melhores e também a possibilidade de estar sempre conectado á internet oferece o vício aos usuários de estar atualizado com todas as redes sociais sempre. Todos os viciados possuem uma ansiedade e ficam sempre acessando o e-mail até mesmo na frente do computador.

A insônia adolescente
Existe uma grande quantidade de adolescentes que dormem com aparelhos embaixo do travesseiro ou da cama. Este é um costume comum de encaminhar mensagens de texto em qualquer hora da noite. Os efeitos da radiação do celular ainda não se sabe mas ter as noites mal dormidas por causa do aparelho certamente não irá fazer bem.

Olhos cansados
Os olhos estão acostumados a mudar seu foco de forma constante, apesar disto ao se ficar olhando por muito tempo uma tela de computador, com o passar do tempo é possível se ter dores de cabeça, dores nos olhos e ainda olhos secos e sensibilidade, além da dificuldade de foco na visão.

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sábado, 29 de junho de 2013

DNA do cavalo tem 700 mil anos e é o mais antigo já decifrado por cientistas


DNA do cavalo tem 700 mil anos e é o mais antigo já decifrado por cientistas


Cavalos Przewalski em reserva natural West Lake, na China. Cientistas decifraram genoma do cavalo, que já é considerado o mais antigo DNA já descrito pelo homem até hoje (Foto: Ed Jones/AFP)

Pesquisadores divulgaram feito em artigo publicado na revista 'Nature'.
Estudo foi possível a partir de fragmentos encontrados congelados.



Uma equipe de pesquisadores conseguiu decifrar o genoma de um cavalo de 700 mil anos, que passou a ser considerado como o mais antigo genoma já analisado até agora e um feito que permite contemplar a possibilidade de ler o DNA de fósseis que se pensavam danificados demais para fornecer informações exploráveis.

O estudo foi publicado nesta quarta-feira (26) pela revista científica "Nature". Os cientistas analisaram fragmentos de ossos fossilizados que foram encontrados em 2003, em uma camada de solo congelado em Yukon, no Canadá. De acordo com Ludovic Orlando, cientista do Museu de História Natural da Dinamarca e um dos autores do estudo.

O osso de cavalo permite a comparação morfológica com outros cavalos, pré-históricos ou não. É um osso preservado no frio, com 735 mil anos. Apesar de o mais antigo genoma sequenciado até o momento ter sido o do homem de Denisova, dez vezes mais jovem (com idade estimada entre 70 mil a 80 mil anos), a equipe dinamarquesa decidiu enfrentar o desafio e analisá-lo.

"Era uma oportunidade única para fazer avançar ao limite nossas tecnologias (...) Quando começamos, eu mesmo, para ser honesto, pensei que não fosse possível', emendou Orlando, principal autor do estudo.

Surpresa na investigação

Os cientistas verificaram antes se as moléculas dos ossos estavam bem preservadas pelo gelo durante tanto tempo. Não só encontraram ali os constituintes do colágeno, proteína principal dos ossos, mas conseguiram sequenciá-la. E, surpresa: desta forma viram outras moléculas, como os marcadores dos vasos sanguíneos que irrigam o osso.



Duas peças de parte do fóssil de 700 mil anos que foram examinadas pelos cientistas (Foto: Divulgação/Ludovic Orlando)

Todas as condições pareciam favorecer a busca do DNA com a tecnologia denominada de "segunda geração", a única disponível na época. Mas, "só conseguimos obter um fragmento de DNA uma vez a cada 200 tentativas", afirmou Orlando.

Então, os pesquisadores utilizaram o sequenciamento de "terceira geração", que possibilita sequenciar moléculas de DNA sem manipulá-las, sem amplificá-las, preservando-as ao máximo, uma vez que estavam bastante degradadas pela passagem do tempo.

O resultado foi de três a quatro vezes melhor do que antes. "Tentamos melhorar mais, mudando alguns parâmetros, como a temperatura, o método de extração e etc. De uma sequência equina de 200, passamos assim a 10 vezes mais", disse Orlando.

"Tínhamos muitas peças pequenas, mas como havia muitas, podíamos reuni-las e colocá-las sobre um genoma de referência. Como um copo que estivesse quebrado em mil pedaços, é um quebra-cabeças com bilhões de peças!", acrescentou.

"É claramente um membro da espécie do cavalo", primo distante situado "fora do grupo de todos os cavalos modernos", como prova a comparação com o genoma de cinco variedades domésticas, do cavalo de Przewalski (equino selvagem muito próximo do cavalo) e de um equino antigo de 43.000 anos atrás. "É maior que os pôneis atuais, maior que os cavalos Fjord. Tem o tamanho dos cavalos islandeses", afirmou o pesquisador.

Ancestral antigo

De quebra, os geneticistas demonstraram que o ancestral comum de todos os equinos modernos (cavalos, asnos, zebras e etc) surgiu há 4 milhões de anos, duas vezes mais cedo do que se pensava até agora. Eles também sugeriram que o cavalo de Przewalski, último remanescente da população de cavalos selvagens, é geneticamente viável apesar dos cruzamentos feitos para salvar a espécie da extinção.

Mas em especial, o feito destes cientistas abre perspectivas até agora impossíveis, permitindo sonhar algum dia com a análise de DNA de animais pré-históricos ou ancestrais do homem que se pensavam inalcançáveis.

"Mais ou menos 10% das moléculas de tamanho muito pequeno sobrevivem além do milhão de anos nestas condições. E a boa notícia é que estas moléculas têm suficiente informação detectável", resumiu o pesquisador.

"Abre-se uma porta que pensávamos que estivesse fechada para sempre! Tudo dependerá do avanço das tecnologias, mas há muitíssimos argumentos para pensar que isto nos levará a uma grande caixa-forte ao invés de a um beco sem saída", assegurou Ludovic Orlando.

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Arqueólogos descobrem tumba de 1,2 mil anos no Peru


Arqueólogos descobrem tumba de 1,2 mil anos no Peru


Crânio descoberto por arqueólogos durante escavação no Peru (Foto: Reprodução/BBC)

Túmulo é de civilização que dominou país antes dos incas.


Arqueólogos descobriram no Peru um túmulo de mais de 1.200 anos onde estavam sepultados nobres de uma tribo antiga (veja o vídeo).

Entre os tesouros encontrados, estavam também mais de 60 esqueletos, incluindo um crânio ainda com os cabelos.

A descoberta foi feita ao norte da capital, Lima, e traz novas informações sobre a civilização Wari, que chegou ao auge entre os séculos sete e dez. Eles conquistaram todo o território do Peru antes de seu declínio.

Além dos restos da nobreza Wari e suas jóias, também estavam esqueletos de vítimas de sacrifício e cerâmicas de cores vivas.


Esqueleto recém-descoberto; mais de 60 foram encontrados em túmulo com mais de 1,2 mil anos (Foto: Reprodução/BBC)

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

10 melhores sites para ouvir musicas online


10 melhores sites para ouvir musicas online

São vários os motivos para recorrermos a sites para ouvir musicas online. Eu poderia citar um a um, mas esse não é o foco. Selecionei esses sites baseado em experiencias pessoais e dados estatísticos de acessos, usuários, acervo de musicas e outros.
Há sites para todos os bolsos: os gratuitos são os mais usados, porém, não se tanta qualidade no som. Os pagos te dá qualidade e flexibilidade, sem falar que é um meio de se combater a pirataria, pois ao invés de comprar um CD (pirata ou não), desembolse R$ 8,90 e curta quantas musicas quiser de quantos artistas desejar.



TEXTO:

10 melhores sites para ouvir musicas online

Youtube
Creio que esse site nem precisa de descrição, sem duvida é o mais usado, mesmo não sendo exclusivamente de musicas. Não é a toa que entre os 10 videos mais vistos, 9 são de musicas. Recomendo o canal da VEVO.


Kboing
Kboing é o site de musica mais acessado do Brasil com 80 milhões de visitas por mês. Acesso livre, sem cadastro, gratuito, sons com qualidade de CD e ainda disponibilizam as letras da canção.


Grooveshark
Groovershark é um dos maiores players streaming do mundo com mais de 15 milhões de musicas, 35 milhões de usuários cadastrados e 1 bilhão de reproduções de sons por mês. É totalmente gratuito e pode fazer o upload de suas musicas favoritas.


Deezer
Lançado a versão brasileira no inicio de 2013, já desponta como um dos melhores. O Player francês possui 26 milhões de usuários, a maioria da Europa, onde é líder de mercado. Ele é gratuito por 6 meses, depois é limitado a 2 horas por mês. Premium R$ 8,90 por mês.


Sonora
O Sonora é maior da América do Sul com mais de 500 mil assinantes pagantes, e detentor de 40% do mercado áudio digital brasileiro (pertence ao portal Terra). É gratuito por 7 dias, depois terá que optar por planos a partir de R$ 9,90/mês.


Oi Rdio
Considerado como um dos 3 melhores do mundo, o Rdio possui um acervo com 18 milhões de musicas. A Oi comprou a franquia e trouxe ao Brasil em 2011 a preço competitivo – R$ 8,90/mês após os 7 dias de degustação gratuita.


Soongz
Recém lançado no segundo semestre de 2012, Soongz foi criado por empresa goiana com intuito de estabelecer uma rede social musical onde exige que você crie um perfil e poderá ouvir musicas, fazer upload, criar playlist e compartilhar na própria rede ou em outras. Gratuito.


SoundCloud
Inicialmente, seria uma rede social para músicos e compositores trocarem experiencias, porém se tornou um player que desafiou o reinado do Myspace com mais de 20 milhões de usuários cadastrados, boa parte, ouvintes. É gratuito e pode-se fazer upload.


Youzeek
Conheci o site ao elaborar essa lista e se tornou um dos meus favoritos. São 30 milhões de musicas em mais de 700 mil artistas. Tudo gratuito e legal, pois, assim como nós, puxa as musicas da plataforma do Youtube. Não necessita cadastro.

10°
Last.fm
É uma comunidade virtual com foco em musicas,com função de rádio online onde você recebe recomendações de acordo com seu estilo, gostos musicais. É gratuito, mas necessita cadastro e download de um plugin que coleta os dados das musicas que esta ouvindo.

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

MSX, um computador com ‘jeitão’ de videogame, completa 30 anos


MSX, um computador com ‘jeitão’ de videogame, completa 30 anos



Toshiba produziu o primeiro MSX (Foto: Reprodução/RetroVideoGamesSystem)

Há exatos 30 anos, bem antes das placas GeForce, dos muitos gigabytes de RAM e de armazenamento de arquivos, gamers de todo o mundo iam à loucura com um aparelho chamado MSX. Misto de computador e videogame, ele foi lançado oficialmente em 27 de junho de 1983 e começou a mudar a história do entretenimento nos PCs.



No início dos anos 80, os computadores estavam começando, lentamente, a entrar nas casas das pessoas. Os videogames, à época, ainda enfrentavam certa rejeição, pois o nível de desenvolvimento dos consoles não parecia levar a lugar nenhum. Tudo mudou quando os dois mundos foram unidos em um só aparelho, o MSX.

O impacto foi grande no mercado internacional. Nos Estados Unidos e Inglaterra, nem tanto, porém em países como Brasil, Japão, Coreia do Sul e Argentina, ele se tornou bastante popular. Inventado por Kazuhiko Nishi, vice-presidente da ASCII - empresa que foi a grande parceira da Microsoft no Japão naquela época -, a máquina era bem peculiar.

O aparelho era equipado com microprocessador Z-80A de 8 bits com 3,58Mhz, processador para vídeo (Texas Instruments TMS9918) e chip de áudio (General Instruments AY-3-8910). O chip PPI (Programmable Pheripheral Interface) Intel 8255A controlava teclado e gravador cassete. Ele tinha ainda 16 KB de memória dedicada ao vídeo.


Metal Gear começou a fazer sucesso no MSX (Foto: Reprodução/GameFront)

Os jogos, em formato de cartucho ou fita cassete, eram fabricados por empresas que hoje são muito gabaritadas no ramo, como Konami e Hudson Soft, além de diversas conversões de clássicos dos arcades na época. Vale destacar que o MSX também servia como um computador comum, muito usado para a educação, por exemplo.

MSX no Brasil: Gradiente e Sharp

O padrão MSX foi adotado por muitas empresas em todo o mundo. No Brasil, a Gradiente e a Sharp lideraram o mercado com o Expert XP-800 e o HotBit HB-8000. Lançados dois anos após o primeiro modelo, em 1985, eles quase não tinham diferenças de hardware, então, a preferência por um ou pelo outro ficava mais na questão do design.


Gradiente Expert fez muito sucesso no Brasil (Foto: Reprodução/Wikipedia)

Ao longo do tempo, surgiram diversos periféricos para MSX. No Brasil, chegaram, entre as novidades, drives de 5 1/4 externos (360 kB de capacidade) e posteriormente drives de 3 1/2 (720 kB de capacidade), expansões de memória (MegaRAM, MegaROM e memory maper), joysticks, expansores de slot e até mouses.

No geral, os relatos são de que o aparelho da Gradiente era o mais popular. Ambos foram recebendo atualizações e as linhas ganharam novas unidades ao longo dos anos, porém, seu período de sucesso foi curto. No Brasil, a segunda geração demorou muito a chegar e veio em formato kits de transformação, que ampliavam a memória e a VRAM.

Declínio e popularização de PCs e videogames

O sistema foi descontinuado no final de 1993 pela Panasonic, que fabricava o Turbo-R. A partir dali, iniciava-se uma nova era no Brasil e no mundo. A dos PCs, que contavam com a chegada ainda tímida da Internet, e também dos consoles. Quando a Microsoft lançou o Windows 95, o que se conhece hoje começou a ganhar forma.


Turbo R foi último modelo do padrão MSX (Foto: Reprodução/Old Computers)

Computadores maiores, mais robustos, com gabinete, monitor, teclado e CPU, além dos primeiros portáteis, fossem da Microsoft ou da Apple, entravam cada vez mais nas casas das pessoas. Entre os consoles, nasciam as gerações Master System e Nintendo, com o Mega Drive e o Super Nintendo se firmando pouco depois.

E, assim, o MSX foi ficando para trás. No entanto, até hoje há apaixonados por ele que se comunicam na rede (http://www.msx.org.br/) e outros que utilizam emuladores (http://www.bluemsx.com/) para rodarem seus jogos nos PCs atuais. Três décadas depois da conferência de imprensa que lançou o MSX, o mundo e a tecnologia já estão bem diferentes, mas ele segue inesquecível entre os fãs.

BOLO PARA OS 30 ANOS DO MSX

Confira um vídeo dos principais games do MSX e mate as saudades:
MSX GAMERS

FONTE:
http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2013/06/msx-um-computador-com-jeitao-de-videogame-completa-30-anos.html

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

10 maiores artilheiros de todas as Copas do Mundo


10 maiores artilheiros de todas as Copas do Mundo

A menos de um ano para a Copa do Mundo do Brasil, você irá acompanhar uma série de curiosidades sobre a maior competição do futebol mundial.
Nessas listas, você irá perceber a grande representatividade do Brasil na história das Copas da FIFA. E entre os artilheiros, não poderia ser diferente.
Ronaldo Nazário de Lima, o “fenômeno”, lidera esse ranking com mais 50 concorrentes. Com seus 15 gols, se tornou o maior artilheiro da história.
O único concorrente que pode superar o Ronaldo na Copa de 2014, é o David Villa

OS LUGARES:



EM TEXTO:

10 maiores artilheiros das Copa do Mundo


15 Gols
Ronaldo – 4 gols em 1998 (França), 8 gols em 2002 (Coréia-Japão) e 3 em 2006 (Alemanha).


14 Gols
Gerd Müller – 10 gols em 1970 (México) e 4 em 1974 (Alemanha).
Miroslav Klose – 5 gols em 2002 (Coréia-Japão), 5 em 2006 (Alemanha) e 4 em 2010 (Africa do Sul).


13 Gols
Just Fontaine – 13 gols em 1958 (Copa na Suécia)


12 Gols
Pelé – 6 gols em 1958 (Suécia), 1 em 1962 (Chile), 1 em 1966 (Inglaterra), e 4 em 1970 (México).


11 Gols
Jürgen Klinsmann – 3 Gols em 1990 (Itália), 5 em 1994 (EUA) e 3 em 1998 (França).
Sándor Kocsis – 11 gols em 1954 (Suiça).


10 Gols
Gabriel Batistuta Teófilo Cubillas Gary Lineker Grzegorz Lato Helmut Rahn.


9 Gols
Ademir Roberto Baggio Eusébio Jairzinho Paolo Rossi Karl-Heinz Rummenigge Uwe Seeler Vavá Christian Vieri


8 Gols
Leônidas Diego Maradona Omar Oscar Míguez Guillermo Stábile Rivaldo Rudi Völler David Villa


7 Gols
Careca Oldrich Nejedlý Hans Schäfer Johnny Rep Lajos Tichy Andrzej Szarmach

10°
6 Gols
Mario Kempes Erich Probst Hristo Stoichkov Rob Rensenbrink Helmut Haller
Lothar Matthäus Max Morlock Dennis Bergkamp Davor Šuker Györgi Sárosi
Salvatore Schillaci Zbigniew Boniek Oleg Salenko Josef Hügi Diego Forlán
Bebeto Rivellino

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terça-feira, 25 de junho de 2013

EUA lançam balas que mandam muçulmanos para o inferno


EUA lançam balas que mandam muçulmanos para o inferno


© Flickr.com/Stéphane Giner/cc-by-nc-sa 3.0

No estado norte-americano de Idaho, foi lançada uma nova linha de munição que, de acordo com os fabricantes, se tornará uma arma formidável contra terroristas radicais islâmicos que pretendem, com ajuda de jihad, ir para o céu.

A empresa South Fork Industries lançou balas especiais revestidas com tintas contendo carne de porco. A carne de porco é proibida no Islã, portanto, se tal bala matar um extremista, seu corpo será "maculado" e ele não atingirá o seu objetivo principal – ir para o céu, informa um comunicado de imprensa da empresa.

EUA, armamentos, Muçulmanos, Mundo insólito

FONTE:
http://portuguese.ruvr.ru/news/2013_06_25/EUA-lancam-balas-que-mandam-muculmanos-para-o-inferno-6608/

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terça-feira, 25 de junho de 2013

Facebook pode criar leitor de notícias no estilo 'revista virtual', diz jornal


Facebook pode criar leitor de notícias no estilo 'revista virtual', diz jornal


Flipboard é inspiração do Facebook para criar leitor de notícias(Foto: Divulgação/Flipboard)

Rede social pode criar leitor de notícias no estilo do Flipboard.
Lançamento deve ser um pouco antes do fim do Google Reader.

O Facebook trabalha em um leitor de notícias na web (RSS) para substituir o Google Reader, encerrará suas atividades em 1º de julho, que terá um visual de "revista virtual", de acordo com reportagem do jornal "Wall Street Journal". A rede social teria se inspirado no popular aplicativo Flipboard, para tablet e smartphones, que transforma as notícas de sites e atualizações de amigos em redes sociais em páginas de revista.

Segundo a reportagem do jornal, o projeto envolve um aplicativo para dispositivos móveis que está em desenvolvimento há mais de um ano e pode ser lançado pouco antes do dia 1º de julho, quando o Google Reader será extinto.

Internamente, o projeto é chamado de Reader, mas pode receber um nome oficial pouco antes do lançamento. O foco da rede social com mais de 1 bilhão de usuários é ganhar espaço do Flipboard, que já tem 50 milhões de usuários, além de criar um visual único para as páginas, mas o "Wall Street Journal" diz que a missão de superar o rival não será fácil. No passado, o Facebook tentou recriar suas versões de "apps" populares como o Snapchat, que envio de imagens que desaparecem após alguns segundos, o Poke, sem sucesso.

O Flipboard coleta as informações das redes sociais e dos leitores RSS dos usuários e as apresenta em forma de páginas de revista, destacando o que é mais importante e criando um ambiente mais fácil de ler as notícias.

Com o Google saindo de uma área que ele dominou no passado, a de leitores de notícia (RSS), muitas empresas demonstraram interesse en ter suas aplicações como o Digg, AOL e o Feedly.

O Facebook ainda não se manifestou sobre o seu aplicativo para ler notícias da web.

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terça-feira, 25 de junho de 2013

10 Series de TV mais baixadas no momento


10 Series de TV mais baixadas no momento

O site especializado no mundo dos torrents, TorrentFreak, divulgou mais um de seus balanços dos arquivos compartilhados em Bit torrent pelo mundo. Dessa vez, fez um top 10 das séries mais baixadas dos últimos 3 meses (21 de março a 22 de junho).
Após a estréia da terceira temporada, Game of Thrones liderou e desbancou todas as outras séries. Estima-se que foram mais de 5.2 milhões de downloads piratas efetuados através da rede Bit torrent.
Creio que se levar em consideração os downloads efetuados por outros modos, não fugiria muito da lista abaixo:



Quero lembrar que downloads piratas são ilegais e configura-se crime que está tipificado no Código dos Direitos de Autor.

Rank Serie Downloads
1° Game of Thrones 5,200,000
2° The Big Bang Theory 2,900,000
3° How I Met Your Mother 2,850,000
4° The Walking Dead 2,700,000
5° Hannibal 2,100,000
6° Vikings 1,900,000
7° Arrow 1,850,000
8° The Vampire Diaries 1,800,000
9° Modern Family 1,750,000
10° Revenge 1,700,000
Fonte:TorrentFreak.

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terça-feira, 25 de junho de 2013

As Aventuras De Tibicuera


As Aventuras De Tibicuera



Logo no início, o herói recebe dois presentes do pajé de sua tribo: o apelido de Tibicuera, e o segredo da eterna mocidade. A posse desse segundo regalo lhe permite participar de episódios marcantes da história do Brasil. Trata-se de uma mistura de fato e de ficção que ensina, além de divertir, ao possibilitar a história que se desenrole.

DOWNLOAD DO E-BOOK:

LINK 1

LINK 2





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segunda-feira, 24 de junho de 2013

41 Documentários Indicados - Junho de 2013.


41 Documentários Indicados - Junho de 2013.



01-Loucos Por Armas: Um Tiro, Uma Vítima
Documentário / Diversos
Nome Original: One Shot, One Kill
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
"Christian e Alex, pai e filho e proprietários da IMA, desejam ter um negócio de sucesso, além de ganhar dinheiro - mas nem sempre eles concordam sobre como fazer isso. Alex decide que, para conseguir um bom dinheiro, ele vai colocar algumas das preciosas antigas pistolas de seu pai à venda, mas ele não esperava que elas fizessem tanto sucesso. Quando conta para seu pai, Alex enfrenta sérias consequências - uma vingança. Para piorar a situação, um canhão carregado é encontrado no quintal, apontando para o prédio. Enquanto Christian e Alex partem para diferentes direções, Tom e Paul devem tentar desarmar o canhão - com uma serra de metal e uma empilhadeira."



02-Experiências Superloucas - Viciados em Energia
Gênero: Séries / Documentário
O sistema de alto-falantes que sacode a vizinhança; uma roupa especial para tocar a guitarra de tesla; uma estranha vela cantora.

03-Profetas da Maldição
A história nos ensina que a mudança é inevitável. Esta verdade foi ilustrada em todos os grandes impérios; não importa quanto foram poderosos, no final acabaram caindo. Existem entre nós aqueles que acreditam que o colapso já começou em nossos tempos, e ao contrário de Nostradamus e outros antigos profetas, eles não veem através de bolas de cristal ou estudam as estrelas. Suas visões fazem referência à instabilidade financeira do petróleo, ao esgotamento da água, à tecnologia hostil e à ameaça terrorista. Estes homens se reúnem hoje para expressar suas opiniões sobre os perigos que ameaçam o modo de vida americano e sobre como poderemos evitar este destino fatal.

04-O UNIVERSO - ECLIPSE TOTAL
Houve um tempo em que se acreditava que os eclipses eram dragões que comiam o Sol. A ciência moderna, no entanto, dissipou o mito e hoje em dia observamos os eclipses totais do Sol como um dos fenómenos mais espectaculares dos céus. Iremos explorar os complexos movimentos da Terra, da Lua e do Sol que geram estes acontecimentos inusuais e explicaremos por que poderíamos ser os únicos seres inteligentes do universo conhecido a presenciar eclipses como os que se vêem na Terra. Sabia que a ciência pode provocar eclipses artificiais através de uns instrumentos denominados coronógrafos? Estes ocultam a imagem do Sol deixando ver a sua coroa e mostram-nos segredos que, além de instrutivos, nos alertam para um desastre que poderia fazer fracassar estrondosamente a nossa moderna tecnologia. Por último, entraremos no espaço exterior, onde os diminutos eclipses provocados por planetas que orbitam à volta de estrelas longínquas revelam-nos agora a existência de outras centenas de estrelas em sistemas extra-solares. Talvez algum deles seja lugar habitável como a Terra.

05-Trabalho Sujo- Zelador de Boliche
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Conheça os empregos mais inusitados do mundo e os homens e mulheres que se dispõem a fazê-los. O apresentador Mike Rowe acompanha o trabalho de inseminadores de vacas, criadores de porcos, limpadores de fossas, entre outros.

06-Sandy - Um rastro de destruição
Conheça as histórias relacionadas com a tempestade mais forte de que se tem notícia que assolou Nova York.
Veja como uma estranha combinação de fenômenos naturais conduziu experiências que alteraram a vida daqueles que sofreram sua fúria e presenciaram árvores despencando, veículos arrastados pela água e bairros inteiros em chamas.
Analisamos cientificamente este enorme choque de sistemas meteorológicos mostrando o que acontece quando um furacão tropical se encontra com uma frente fria sobre a região mais densamente povoada dos Estados Unidos.
Será só o começo de um pesadelo que a população mundial enfrentará em razão de mudanças climáticas?

07-Testemunhas Da 2a Guerra Mundial
Este documentário traz um olhar intimista sobre a Segunda Guerra Mundial, a partir da perspectiva pessoal de veteranos.

08-Loucos Por Armas-Eu Quero um Jipe
Documentário / Diversos
Nome Original: I Wanna Jeep
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
"Christian e Alex Cranmer estão entre os maiores vendedores de antiguidades militares. Neste episódio, os gerentes do estoque Chris e Paul cuidam de um canhão da Guerra Civil, e Alex cobiça um jipe da Segunda Guerra Mundial, gerando um impasse entre pai e filho. Além disso, Chris fica mais descuidado com o dinheiro da empresa."

09-Loucos Por Armas- Um Novo Mercado
Documentário / Diversos
Nome Original: Grim Reaper
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
"Alex vai ao deserto do Arizona em busca de inspiração e novas dicas de vendas. O que ele descobre é a feira mais explosiva do mundo no Big Sandy Machine Gun Shoot, onde milhares de colecionadores experimentam armas de todos os tamanhos. Alex retorna com uma venda de $2.500,00 para um lendário armeiro que está em busca de uma Maxim Gun, a arma mais mortal da história. Quando ele retorna ao IMA, ele descobre que os subordinados Paul e Tom estão brincando com alguns de seus mais preciosos itens, um crime raramente perdoado em sua loja; mas a decepção que ele tem é ofuscada pela empolgação com a decisão de entrar no mercado japonês de armas - uma decisão que ele toma contra a vontade de Christian."



10-Anatomia Rara - Ossos
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Neste programa exploramos a ciência dos ossos examinando dois seres humanos singulares que possuem doenças genéticas raras.

11-Caçadores de Mitos - Alta Velocidade
Adam e Jamie se aventuram em alta velocidade neste episódio divertido, fascinante e cheio de carros rápidos.

12-Ecópolis - Cinco Tecnologias
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Vencedor do Prêmio Nobel, o cientista Dan Kammen compara cinco tecnologias de ponta mostradas na série e as coloca numa competição para escolher qual delas tem o maior potencial para transformar uma megacidade imaginária do futuro, Ecopolis.

13-Mythbusters - Os Caçadores de Mitos - Explosão de Granada
Documentário / Diversos
Nome Original: MythBusters: Season 5- Ep. 83
Elenco: Adam Savage, jamie Hyneman
País: EUA
Ano: 2007
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Jamie e Adam testam se alguém pode ser salvo de uma explosão de granada. Depois testam se coca-cola explode mesmo quando misturada com uma bala de menta, como afirma um vídeo que circula pela Internet.

14-Megaconstruções - Super Navios
Veja como os construtores de barcos estão projetando e montando
cargueiros tão grandes que exigem reajustes e ampliações para os portos e canais ao redor do mundo. A revolução na indústria náutica a partir desses Super Navios é o tema deste documentário

15-Arquivos Confidenciais - Ricardo III
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Em 1948, o legítimo rei da Inglaterra, Eduardo V, e seu irmão de 9 anos desapareceram da Torre de Londres em meio a rumores de assassinato - um infanticídio que alterou o curso da história britânica. Tal acontecimento rompeu a linhagem real, quase fez o país ir à falência e levou a uma ruptura da igreja católica. Seu tio, Ricardo III, tem sido acusado do crime desde então, mas técnicas modernas de investigação estão colocando em dúvida está culpa, expondo os manipuladores de opinião que transformaram Ricardo em um vilão sanguinário enquanto protegiam dois outros fortes suspeitos.

16-TABU - Provas de Virilidade
Como os homens provam sua virilidade? Geralmente resistindo à dor. Conheça um clube de luta nos Estados Unidos onde homens instruídos e bem-sucedidos participam de combates físicos para testar sua bravura, usando qualquer coisa para atacar – facas de madeira, latas de refrigerante, varetas e até mesmo sabonetes presos em barbantes. Na remota ilha de Sumba, na Indonésia, centenas de homens participam de um prestigiado evento conhecido como Pasola. Dois times montados a cavalo tentam derrubar o inimigo arremessando lanças. Na remota Benin, no norte do país, os rapazes da tribo Fulani devem açoitar o oponente duas vezes durante uma ampla demonstração pública e então sobreviver a dois violentos golpes. Este ritual de resistência é vencido quando o jovem não hesita, mas sim ri na cara do rival.
Pais de origem: AU
Ano de produção: 2007
Qualificação: Obra Não Publicitária Estrangeira e Constituinte de espaço qualificado
Classificação indicativa: Inadequado para menores de 16 anos

17-Batalhas A.c. - Davi, O Matador do Gigante
Documentário / Diversos
Nome Original: Battles Bc
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Verdade ou lenda Seja o que for, as antigas escrituras asseguram que, contra todas as probabilidades, o jovem Davi derrotou o gigante Golias com uma pedra lançada com sua poderosa funda.



18-SNIPERS - MISSÕES MORTAIS
Este especial de 2 horas estuda e analisa a atividade mais perigosa da história militar, e que sem dúvida é o trabalho mais extremo do mundo. Só é possível 1 tiro, após um olhar através de uma mira telescópica, uma respiração precisa e um toque no gatilho. Em uma fração de segundo, ou você elimina um comandante inimigo, ou será transformado em uma presa sem esperanças.

19-A Origem - Da Pólvora à Investigação Forense
Documentário / Diversos
Nome Original: From Fireworks to Forensics
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Esta semana, Josh Klein investiga a história por trás da realidade virtual nas investigações em cenas de crimes. Ele começa com a descoberta da pólvora pelos antigos alquimistas chineses. Disto surgiu a arma, e, com ela, novos tipos de ferimentos de batalha. Isso levou os cirurgiões do século XVI a explorar o corpo humano e a anatomia humana. Filósofos do século XVIII, em seguida, desenvolveram a ideia do corpo como uma máquina, o que levou aos autômatos e à transmissão por corrente. Josh acompanha a transmissão por corrente da bicicleta aos Irmãos Wright e os primeiros voos. A guerra aérea, em seguida, levou ao desenvolvimento do radar, e ao primeiro jogo de videogame. Finalmente, Josh segue o link dos videogames para o scanner de realidade virtual, sendo agora testado nas investigações de cenas de crime.

20-Trabalho Sujo - Saco de Correio
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Conheça os empregos mais inusitados do mundo e os homens e mulheres que se dispõem a fazê-los. O apresentador Mike Rowe acompanha o trabalho de inseminadores de vacas, criadores de porcos, limpadores de fossas, entre outros.

21-Mistérios Revelados - O CRÂNIO RACHADO
Scotty ruma para um local remoto na Escócia, onde um grupo de arqueólogos desenterrou o esqueleto de um jovem com um crânio incomum.
Scotty investiga a estranha deformidade do adolescente para tentar solucionar o mistério de sua morte.
Sua busca parte do mundo ancestral dos trabalhos em metal e chega ao reino da odontologia moderna, enquanto ele luta para determinar se o corpo é de alguém que se tornou inválido por alguma doença ou foi vítima de um crime.

22-Fanáticos por Armas - Silenciador de Rifle
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Will e a equipe RJ precisam instalar um silenciador interno em um dos fuzis mais barulhentos do mundo - o fuzil de precisão calibre .50. O recordista mundial de tiro, Tom Knapp chama a Red Jacket para um projeto especial.

23-De Leste a Oeste - Terra de Ninguém
Documentário / Diversos
Nome Original: No Man's Land
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Neste episódio nossa equipe vai atravessar a região da Amazônia mais devastada pela extração de madeira, queimadas, e pela ocupação de terras para a criação de gado e plantio de soja. Revelaremos populações nativas ameaçadas de extinção e paisagens desoladas que um dia foram partes de uma exuberante floresta.

24-Arquitetura Secular - A Basílica de Santa Sofia
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Examinaremos esta megaestrutura da antiguidade para revelar seus extraordinários segredos e recriar a incrível história da sua construção.

25-Arquivos Confidenciais - O Homem da Máscara de Ferro
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Visitando os calabouços mais sombrios da França Imperial, utilizando experimentos científicos modernos e pesquisando documentos há tempos esquecidos, eles montam uma descrição convincente e escandalosa da verdadeira história por trás do mito do Homem da Máscara de Ferro. O mito moderno nos é contado por dois franceses bem conhecidos: o filósofo Voltaire e o escritor Alexandre Dumas, que escreveram relatos do prisioneiro. A emocionante abordagem fictícia da história talvez seja a mais conhecida, uma vez que integra os contos de Os Três Mosqueteiros. Porém, é o relato histórico de Voltaire que se mostra particularmente importante na tentativa de decifrar a história. Nossa jornada nos leva à França do século XVII, uma época e lugar onde a palavra do rei era lei. Nem mesmo a aristocracia francesa estava protegida. As práticas de tortura e prisão sem julgamento predominavam. Neste período de temor e arbitrariedade, diversos prisioneiros de alto destaque na sociedade tiveram sua identidade apagada.



26-Ciência Viva - Engenharia do Animais
Descubra como os animais constroem incríveis maravilhas da engenharia que, em alguns casos, até superam as obras humanas. Estruturas como teias de aranha, colmeias e barragens de castores nos ensinam como construir de forma mais eficiente no futuro.

27-Batalhas A.C. - Aníbal, O Aniquilador
Documentário / Diversos
Nome Original: Battles Bc
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Superando com acréscimos os mais extraordinários relatos de ficção épica, Aníbal, de Cartago, que jurou com sangue a seu pai que apagaria da face da terra o império romano, executou uma proeza impensável.

28-As Faces da Terra Santa-Dalila
Documentário / Diversos
Nome Original: Delilah Revealed
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Neste episódio, uma animadora descoberta arqueológica colocou um crânio feminino de 3000 anos de idade nas mãos de nossa equipe forense. O crânio data da Idade do Ferro, a época do homem mais forte da Bíblia, Sansão, e sua amante traiçoeira, Dalila. Nossa equipe de arqueólogos, acadêmicos e antropólogos forenses reúnem evidências para oferecer a artistas forenses a oportunidade única de reconstruir o rosto de uma mulher do povoado dos filisteus.

29-Caçadores de Mitos - Nadando em Xarope
Em “Nadando em Xarope”, Jamie e Adam vestem seus calções de banho para ver se realmente é possível nadar rápido tanto em xarope quanto em água. Parece improvável, mas a razão por trás da física – e o tempo que eles marcaram irão surpreender você. Os meninos abrem seus próprios tanques e nadam em uma variedade de xaropes – de algo duas vezes mais grosso que a água, até um líquido mil e quinhentas vezes mais grosso. Crockett ficou famoso por histórias assim.

30-A Fúria dos Elementos-Água
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Tripulação de navio afundando abandona os passageiros. Fogo: um incêndio florestal ameaça atingir uma família. Terra: teto de igreja desaba e soterra fiéis.

31-Arquivos Confidenciais - Abraham Lincoln
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
O presidente dos Estados Unidos é assassinado e um único pistoleiro é preso e acusado, mas os fatos não fazem sentido. Por que o assassino deixou um bilhete amistoso para o vice-presidente horas antes do crime?

32-Arquitetura Secular - Alhambra
A Alhambra é o exemplo mais importante da arquitetura militar islâmica da Europa. Em 1238, o sultão mouro Muhammad I refugiou-se em Granada, no sul da Espanha, onde criou um bastião que protegeria sua família dos ataques dos cristãos. Ali começou a ser construído um dos mais belos palácios do mundo, que levaria mais de um século e meio para ser concluído. O documentário mostrará as engenhosas soluções técnicas e as traições políticas que deram origem ao que talvez seja o exemplo mais perfeito da arquitetura moura que ainda está em pé.

33-Mythbusters - Os Caçadores de Mitos - Escolhidos a Dedo
Várias sugestões enviadas por telespectadores são testadas neste episódio especial da nova temporada desta série.



34-Fanáticos por Armas-Red Jacket X Mythbusters
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
A equipe Red Jacket decide testar novamente um mito detonado pelos Caçadores de Mitos. Tory Belleci e Kari Byron vão à Louisiana para ajudá-los. Será que eles vão conseguir explodir um tanque de propano com um único tiro?

35-Caos-Futebol
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Caos organiza um encontro de colecionadores de camisetas de futebol para um leilão e troca-troca.

36-Eu, Humano
Documentário / Diversos
Nome Original: I Human Part
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Esta é a história de nosso extraordinário organismo em impressionantes imagens 3D. Por meio de uma rica combinação de sequências da vida real especialmente filmadas e imagens geradas por computadores de última geração, a série levará o espectador em uma viagem pelo interior do corpo humano, para vivê-lo de uma maneira poucas vezes vista. Com tecnologia de ponta, procedimentos médicos e científicos inovadores, impactantes histórias humanas e imagens inéditas em 3D, cada inesquecível episódio está repleto de imagens realizadas de uma perspectiva única. Esta série mudará por completo a maneira com que você se vê.

37-As Doutrinas Nazistas
Documentário / Histórico
Nome Original: The Nazi Gospels
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Este especial explora a psique distorcida do estado nazista, trazendo à tona suas estranhas bases ocultas: desde a ideia de Himmler da SS como uma ordem de cavaleiros antigos até as crenças sexuais surpreendentes impostas pelo poder nazista. Temos aqui uma nova forma de entender a vida humana, o mundo natural e o sobrenatural, a história do planeta e o funcionamento do cosmos.

38-FLOR DO CARIBE - PRIMEIRO CAPITULO - 11/03/2013
Cassiano, Ester e Alberto se encontram e relembram o passado.
Lindaura ajuda Samuel, que se sente mal ao ouvir o ruído do avião de caça, pilotado por Cassiano, Ciro, Rodrigo e Amadeu. Alberto não aceita o cargo de presidente do Grupo Albuquerque, deixando frustrado seu avô Dionísio. Cassiano, Ester e Alberto se encontram e relembram o tempo em que eram crianças. Alberto aceita o convite de Olívia para almoçar. Cassiano diz a Alberto que Ester é a mulher de sua vida. Chico não gosta da presença de Alberto em sua casa, e diz a Olívia que ele tem o sangue ruim do avô. Alberto lembra de sua paixão por Ester. Alberto volta atrás e diz a Dionísio que aceita ser presidente do Grupo Albuquerque. Dionísio se sente orgulhoso ao dar ao neto o anel que era de sua esposa e uma medalha que recebeu na época da Segunda Guerra Mundial. Alberto dá o anel de sua avó para Ester.

39-THE WALKING DEAD - 3º TEMPORADA EPISODIO 12
The Walking Dead conta a história da consequência de um apocalipse zombie; segue um pequeno grupo de sobreviventes, viajando por um desolado Estados Unidos à procura de uma nova casa longe das hordas de mortos vivos. O grupo é liderado por Rick Grimes, que era o xerife de polícia de uma pequena cidade da Geórgia, antes do surto de zumbis. Enquanto sua situação fica mais perigosa, o desespero do grupo para sobreviver leva-os a beira da insanidade.

40-O Universo - Deus e o Universo
Desde o alvorecer da civilização, os seres humanos se perguntam quem ou o que criou o Universo. A religião oferece uma resposta espiritual, mas as últimas descobertas da física mostram evidências de uma inteligência transcendente. Este episódio embarca na busca científica de Deus...

41-Mythbusters: Os Caçadores de Mitos - Bomba de Fósforo
Documentário / Diversos
Nome Original: Mythbusters: Season 6
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Neste episódio, a equipe dos Caçadores de Mitos testa os mais pedidos mitos do YouTube. Eles avaliam um hit da web sobre uma bola gigante de Lego e descobrem o poder explosivo das cabeças de fósforos.

FONTE: ÁLBUM DE VÍDEOS

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Óculos especiais bloqueiam reconhecimento facial por câmeras


Óculos especiais bloqueiam reconhecimento facial por câmeras


Óculos com luzes infravermelhas de LED impedem reconhecimento facial por câmeras (Foto: Divulgação/National Institute of Informatics)

Luzes infravermelhas impedem que câmeras façam identificação.
Aparelho ainda não tem data para chegar ao público.



Para quem tem medo dos novos sistemas de reconhecimento facial, com câmeras que podem identificar as pessoas nas ruas, em lojas, cafés - ou até o Google Glass, que reconhece contatos do usuário - pesquisadores japoneses criaram um óculos que impede que estes sistemas reconheçam rostos. O aparelho ainda não tem nome oficial nem data para ser disponibilizado ao público.

O dispositivo possui pequenas luzes infravermelhas de LED que impedem que as câmeras façam o reconhecimento dos rostos, mas a luz é invisível ao olho humano. Deste modo, uma forte iluminação aprece ao redor do rosto de quem usa os óculos impedindo a identificação.

Por enquanto, apenas câmeras com que captam imagens infravermelhas são bloqueadas com o uso do aparelho, que possui um design meio estranho.

Os óculos foram criados pelo Instituto Nacional de Informática do Japão. Os criadores afirmam que trabalham em uma versão que impedirá o bloqueio de imagens por qualquer câmera ou sensor.


Rosto do usuário não é reconhecido por câmera ao usar os óculos (Foto: Divulgação/National Institute of Informatics).

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Beber bastante água é bom para a pele-Mito ou realidade ?


Beber bastante água é bom para a pele-Mito ou realidade?



Estudos tentam comprovar se beber bastante água realmente faz bem à saúde (Foto: Getty Images)

Colunista da BBC Future tenta confirmar a tese de que ingerir muito líquido ajuda a manter a pele fresca e saudável.



É comum ouvirmos dizer que, para manter nossa pele fresca e saudável, é essencial beber bastante água.

As quantidades recomendadas variam. Nos Estados Unidos, por exemplo, a orientação é que se bebam oito copos de água por dia.

Mas, qualquer que seja o volume indicado, o princípio por trás do conselho é o mesmo: beber água mantém sua pele hidratada. Em outras palavras, a água funcionaria como uma espécie de hidratante que age de dentro para fora.

Você talvez se surpreenda, mas a verdade é que existem pouquíssimas evidências para confirmar essa teoria.

Uma forma óbvia de verificarmos o efeito da ingestão de água sobre a pele seria, por exemplo, separar um grupo de voluntários em duas metades. Uma receberia instruções para tomar água o dia inteiro, e a outra seria orientada a beber quantidades normais.

Um mês depois, a condição da pele dos participantes poderia ser avaliada para estabelecer se beber mais água resultou, ou não, em peles mais suaves e saudáveis.

Na prática, estudos como esse são raros, em parte porque, como a água não pode ser patenteada, é difícil encontrar alguém disposto a financiar esse tipo de pesquisa – já que ela não produziria nenhum remédio ou cosmético capaz de cobrir os custos do financiador.

Um estudo feito pelo dermatologista Ronni Wolf, do Kaplan Medical Centre, em Israel, encontrou apenas um trabalho sobre os efeitos, a longo prazo, da ingestão de água sobre a pele. Os resultados, no entanto, foram contraditórios.

A pesquisa tentava avaliar os efeitos, sobre a pele, da ingestão de água mineral em comparação à água de torneira. Após quatro semanas, o grupo que bebeu quantidades adicionais de água mineral apresentou diminuição na densidade da pele. Já o grupo que tomou água de torneira apresentou um aumento na densidade da pele.

Mas, independentemente do tipo de água ingerido, o estudo não encontrou nenhuma diferença na quantidade de rugas ou na suavidade da pele dos participantes.

Isso não quer dizer que a desidratação não exerça nenhum efeito sobre a pele. Podemos avaliar, em parte, as consequências da falta de água sobre a pele ao medir sua elasticidade. Para tanto, basta beliscar uma porção da pele e observar quanto tempo o tecido demora para voltar à posição inicial.

Se você estiver desidratado, haverá uma perda de elasticidade da pele e ela demorará mais tempo para recuperar a forma normal após um teste como esse.

Porém, se é verdade que beber menos água que o necessário é ruim para a pele, isso não quer dizer que ingerir quantidades excessivas seja bom. Isso equivaleria dizer que, porque a falta de alimentos leva à desnutrição, então comer demais seria bom. Ou, como disse Wolf, é o equivalente a dizer que, como um carrro precisa de gasolina, então, quanto mais gasolina, melhor.

Conselho misterioso

Outra crença comum é de que, se você beber quantidades adicionais de água, seu corpo irá armazená-la. Isso, na verdade, depende de quão rápido você ingere o líquido. Se você beber vários copos de água em um período de 15 minutos, simplemente vai urinar mais. Se tomar a mesma quantidade em um período de duas horas, aí, sim, reterá mais líquidos.

Um estudo sobre o tema concluiu que beber 500 ml de água aumenta a circulação do sangue pelos capilares da pele. Mas a pele dos participantes somente foi avaliada nos primeiros 30 minutos após a ingestão, e não se sabe se isso melhora ou não o tônus da pele.

Segundo um outro argumento, um terço da nossa pele é constituído de água, portanto, ingerir líquidos mantém o viço dela. Isso pode ser verdade, mas a aparência jovem depende muito mais de fatores como herança genética, exposição ao sol e danos causados pelo cigarro.

Nutriente

Então, de onde viria a recomendação de oito copos de água por dia para manter a pele saudável? A água é, sem dúvida, o nutriente mais importante do organismo. Sem ela, morreríamos em poucos dias. E manter o corpo hidratado traz outros benefícios para a saúde.

Um estudo feito em 2010 constatou que ingerir líquidos em abundância reduz a formação de pedras nos rins em pacientes que já sofreram do problema.

A regra dos oito copos por dia, porém, é muito debatida. Alguns questionam a quantidade necessária para limpar os rins de toxinas. Outros discutem se a água ajudaria ou não a diminuir o apetite. Isso depende de quão alta é a temperatura ambiente e quanta energia você está gastando.

Outro mito é de que outros líquidos não contam. Não precisa ser água. Até os alimentos contêm mais líquidos do que você imagina. Por exemplo, entre 40% e 49% de uma pizza são constituídos de água.

A quantidade de água que retiramos dos alimentos depende muito de onde vivemos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a média é 22%. Mas na Grécia, onde a dieta é mais rica em frutas e verduras, essa média é bem maior.

Concluindo, não há evidências de que beber mais água seja bom para a pele. Tampouco existe uma regra definitiva sobre a quantidade ideal que devemos beber, já que isso depende do clima e do tipo de atividade que você está fazendo.

Mas todos nós temos um ótimo guia interno, capaz de ajudar bastante: a sede.

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Entre a Terra e o Mar - Manguezais


ENTRE A TERRA E O MAR - Manguezais



Os bosques de mangues, regados pelas marés, protegem os continentes da erosão, reduzem a poluição das praias e, principalmente, garantem comida farta para a fauna dos oceanos.

Quando despencam tempestades em alto mar, a agitação repentina na superfície do oceano forma ondas quilométricas, cuja violência se reflete nas regiões costeiras. As águas salgadas, então, ameaçam avançar sobre o continente, em um avassalador fenômeno de ressaca. Essa fúria, no entanto, pode ser aplacada por uma rede de raízes esdrúxulas, suspensas sobre o chão lodoso, desenhando castiçais de ponta-cabeça. Nelas, apóiam-se árvores de até 30 metros de altura - os mangues, acostumados a periódicos banhos de mar. "Essa vegetação, típica das regiões tropicais, evita que as ondas destruam tudo pela frente, ao alcançarem a terra", aponta o geógrafo Renato Herz, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. "Ela também protege as áreas ribeirinhas dos rios contra as enchentes, ao diminuir a força das inundações." Mas não pára por ai a importância das florestas de mangues, ou manguezais, que delineiam cerca de 25 % dos litorais do planeta.
"A cortina verde tramada por essas árvores é capaz de filtrar poluentes", assegura Herz. "Isso reduz a contaminação das praias." Ou seja, fronteiras entre aterra e o mar, os manguezais também funcionam como barreira no sentido inverso, impedindo que produtos do continente sejam despejados nas águas costeiras. "Quando há desmatamentos próximos às áreas litorâneas, as raízes aéreas dos mangues retêm os sedimentos do solo", exemplifica o biólogo carioca Mário Moscatelli. "Sem isso, toneladas de materiais seriam carregadas pelas chuvas até se acumularem no fundo do mar, o que impediria a aproximação de navios, por causa do risco de ficarem encalhados. Portanto, os manguezais tornam muitos portos viáveis." Há pouco mais de um ano, Moscatelli se viu forçado a abandonar a direção do Departamento de Controle Ambiental de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro: "Fui ameaçado de morte, porque denunciava estragos nos manguezais daquele município", garante. Segundo o biólogo, no famoso arquipélago carioca, os manguezais correm o perigo de desaparecer do mapa devido à especulação imobiliária, que freqüentemente aterra esses bosques. "A destruição dos mangues já está provocando uma vertiginosa queda na captura do camarão", observa Moscatelli. "Isso prejudica a pesca artesanal, que sustenta inúmeras famílias brasileiras. Mas, sobretudo, mostra a total ignorância do papel dos manguezais como fonte de alimentos."
De fato, nove em cada dez peixes pescados no mundo inteiro provêm de áreas costeiras e balas que, juntas, não somam sequer 10% da superfície marinha. Não é história de pescador: a responsabilidade pela concentração de cardumes nesse espaço reduzido de mar cabe, mais uma vez, aos recém-valorizados manguezais. Só na década de 70, afinal, surgiram os primeiros estudos, realizados nos Estados Unidos, atestando sua importância para a ecologia. "A cadeia alimentar marinha começa nessas florestas", explica a bióloga Yara Scheaffer Novelli, da Universidade de São Paulo. Com mestrado em Oceanografia, a professora magra e agitada, que exibe a pele bronzeada sob uma maquilagem discreta, é considerada uma das maiores autoridades na discussão sobre o papel das florestas de mangues. Por isso, é sempre convidada para cursos e palestras em diversos países. Carioca, Yara herdou do pai, químico, a paixão pela ciência e pelos barcos. "Passei a infância velejando na Bala de Guanabara", recorda, hoje aos 48 anos. Não é de espantar que, ao chegar em São Paulo para cursar pós-graduação, em 1966, ela tenha optado por investigar a reprodução dos peixes. Dez anos mais tarde, começou a desenvolver um minucioso levantamento dos manguezais brasileiros, inédito até então.
Segundo a bióloga, ao ser atacada por fungos e protozoários famintos, a vegetação dos manguezais derruba folhas, frutos e flores, que começam a degradar-se; no chão lamacento, eles se combinam com uma série de proteínas e minerais transportados pela água doce dos rios, chuvas e lençóis freáticos. O calor do sol, finalmente, ajuda milhões de micróbios, presentes tanto no solo como na água salgada das marés, a terminarem a receita de um caldo nutritivo, que alimenta, por exemplo, os filhotes de camarões. "Essas moléculas de nutrientes são arrastadas pela maré, enquanto baixa, até as áreas costeiras", descreve Yara. "Dai, enchem a barriga de larvas e peixes pequenos que, por sua vez, alimentam espécies marinhas maiores e assim por diante." A fartura de comida típica dos manguezais torna possível sua superpopulação: convivem ali até 10000 indivíduos - entre peixes, moluscos e crustáceos - por metro quadrado. Por isso, nada irrita mais Yara do que confundir esse ecossistema com brejo - "o qual é, por definição, um lugar alagado por águas paradas e podres", trata de esclarecer.

Mas, para que as florestas de mangues cumpram sua função de primeiríssimo elo na corrente alimentar marinha, é preciso que haja um balanceamento entre a água doce e a salgada. Desse modo, qualquer alteração no ambiente, nas imediações de um manguezal - como, por exemplo, a construção de barragens - pode quebrar seu delicado equilíbrio - e prejudicar, no final das contas, boa parte da fauna dos oceanos. Os mangues, aliás, se adaptaram para acompanhar as variações naturais da salinidade no meio conforme o vaivém das marés. Isso porque suas raízes têm dificuldade em absorver água e nutrientes, quando a concentração de sal no meio externo faz com que a pressão do lado de fora seja maior do que a pressão no interior de suas células - daí o tamanho nanico dos mangues no Rio Grande do Norte, regados com água muito salgada.
Na tentativa de igualar as pressões, e assim conseguir absorver nutrientes, essas árvores têm a peculiar capacidade de estar sempre regulando sua dosagem interna de sais. "Outra forma de adaptação é a viviparidade", lembra Yara. "Ou seja, os frutos germinam grudados na árvore-mãe, evitando que as plantas pequeninas enfrentem o ambiente hostil, salgado e com pouco oxigênio disponível no solo."No Brasil, predominam três espécies de árvores: O mangue vermelho (Rhizophora mangle), O mangue siriúba ou mangue preto (Avicennia schaueriana) e finalmente o mangue branco (Laguncularia racemosa). Além destas, encontra-se o florido algodoeiro-da-praia (Hibiscus pernambucensis), embora não seja uma árvore exclusiva dos manguezais. "A diversidade de espécies não é característica dessas florestas", justifica Drude de Lacerda, professor de Geoquímica na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. "Mas, no Equador, chegam a existir vinte espécies de mangues." Comodamente, sobre as árvores, crescem bromélias, samambaias e orquídeas, classificadas pelos botânicos como epífitas, porque vivem apoiadas em outras plantas. De seu lado, os troncos e as raízes dos mangues são colonizados por algas marinhas.
Os manguezais merecem ainda o título de berçários do mar: "Diversos peixes e invertebrados marinhos preferem desovar ali", conta Lacerda. Uma das razões dessa escolha é a temperatura quente, ideal para o desenvolvimento dos embriões O solo, escuro por causa da grande quantidade de material orgânico em sua composição, absorve praticamente toda a luz solar, liberando essa energia na forma de calor. Além disso, os manguezais podem oferecer mais segurança à prole. Tanto assim que a maioria dos filhotes espera chegar à idade adulta para se aventurar pelo mar. "Eles encontram comida suficiente para crescer e, eventualmente, despistam predadores, nadando pelo labirinto das raízes aéreas", descreve Lacerda.
Na realidade, as florestas de mangues não servem de maternidade apenas para espécies marinhas: fêmeas de aves como o pelicano e o guará passam a viver nos manguezais, durante a época de reprodução. Outros animais, porém, fixam residência nesses bosques litorâneos para o resto de sua vida. É o caso do aratu (Aratus pisonii), uma espécie de caranguejo que raramente desce das árvores, alimentando-se das algas agarradas nos troncos. As ostras, também? formam imensas populações sobre as raízes aéreas, na companhia de siris, camarões e uma série de moluscos, como o sururu, que carrega uma concha violácea.
Alguns bichos, é verdade, são moradores novos: "Os bosques à beira-mar acabam sendo o último refúgio para animais de outras florestas, quando ocorrem desmatamentos", diz Lacerda. "Nos Estados Unidos, certas espécies de jacaré acabaram correndo para os manguezais da Flórida", exemplifica. Na Índia, por sua vez, onde se localizam alguns dos maiores manguezais do mundo - junto com os da Malásia e os da costa atlântica da África - , estão se realizando campanhas para a preservação desse ecossistema que, danificado, leva trinta anos para se recompor. Os indianos se preocupam por causa de sua alteza o tigre-de-bengala, que também mudou de endereço, vivendo entre os mangues daquele país.

Mangues de Norte a Sul

No Brasil, existem cerca de
25 000 quilômetros quadrados de florestas de mangue, que representam mais de 12% dos manguezais do mundo inteiro. Aqui, a destruição desses ecossistemas começou cedo, logo em seguida à chegada dos colonizadores. Com muita água, madeira à vontade e alimento farto, essas regiões pareciam ideais para povoados. Por isso é que as capitais da maioria dos Estados litorâneos brasileiros - as exceções, no caso, são Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo - ficam em áreas de antigos manguezais, aterrados ou destruídos indiretamente pelo processo de urbanização. Hoje em dia, os especialistas dividem em dez trechos as florestas de mangues que ainda resistem:
Amapá: entre o Oiapoque e o Cabo Norte estão as florestas de mangues mais bem preservadas do pais, porque a camada profunda de lama, nos períodos de maré baixa, dificulta o acesso do homem. As árvores chegam a ter 20 metros de altura.
Pará: no chamado golfão amazônico, há florestas de mangue preto e mangue vermelho, exploradas para a extração de lenha e carvão.
Maranhão: os manguezais se concentram na Bala de São Marcos e contornam a Ilha de São Luis, onde fica a capital do Estado. "Encontramos depósitos de lama tóxica, por causa da extração de alumínio na região, que podem contaminar todo esse trecho, como aliás aconteceu com os manguezais da Austrália", denuncia a bióloga carioca Norma Crud. "Para agravar, as plantações de arroz volumes enormes de defensivos agrícolas nos rios que banham os manguezais maranhenses."
Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará: no trecho de manguezais que engloba os três Estados, as vegetações são pouco desenvolvidas, porque a água é muito salgada. Certas áreas estão sendo desmatadas para a construção de salinas.
Pernambuco, Sergipe, Bahia: a região sempre se caracterizou pelo fato de os manguezais estarem separados por praias arenosas. No entanto, a distancia entre eles vem aumentando, por causa da ação do homem. Em Pernambuco, por exemplo, essas florestas já foram praticamente destruídas.
Espírito Santo: o crescimento da capital, Vitória, contribui para a poluição dos manguezais capixabas, que em algumas áreas chegam a ser aproveitados como aterro de lixo. Segundo Norma Crud, o projeto de construção de três barragens na foz do Rio Paraíba, para geração de energia, é uma grave ameaça. "Isso atrapalhará o balanceamento entre a água doce e a salgada" explica. "A manjubinha e o pitu, camarão de água doce, serão bastante prejudicados, pois costumam subir o rio para desovar nos manguezais. Ao chegarem ali, o desequilíbrio na salinidade poderá impedir a sua reprodução."
Rio de Janeiro: segundo estudos do passado, as florestas de mangue da Baía de Guanabara e da Ilha Grande, em Angra dos Reis, eram importantes refúgios de espécies marinhas. Hoje, quem diria, graças a aterros e à poluição, tornaram
se exemplos típicos da degradação dos manguezais.
São Paulo: no litoral sul do Estado, encontram
se manguezais praticamente intocados, na região de Cananéia e da Juréia. "No Brasil, eles talvez sejam os melhores bancos genéticos desse ecossistema" diz Norma.
Paraná: os manguezais, que se estendem até a região de Paranaguá, têm sido relativamente bem preservados.
Santa Catarina: é onde termina a faixa dos manguezais brasileiros. "Mas, infelizmente, ali se repete a situação carioca. Além da poluição, os manguezais vêm sendo sistematicamente aterrados para a construção de grandes projetos imobiliários", descreve Norma. "Não há mais bosques de mangues extensos, o que se vê apenas são manchas de manguezais no mapa do Estado."

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Nanotecnologia no coração da matéria


NANOTECNOLOGIA NO CORAÇÃO DA MATÉRIA



Graças ao microscópio de efeito túnel, baseado nos princípios da Física quântica, os cientistas conseguem enxergar átomos e manipulá-los um a um. Em uma década, a nanotecnologia, ciência do infinitamente pequeno, poderá ver os primeiros resultados práticos da possibilidade de construir moléculas sob medida. A longo prazo, em vinte ou trinta anos, é provável que surjam supercomputadores de bolso e minúsculas sondas para percorrer o interior do corpo humano.

As palavras soavam como que saídas da boca de um visionário: "Não tenho receio de considerar como questão final se, por fim - no futuro distante - nós pudermos arranjar os átomos da maneira que quisermos (...). O que aconteceria se pudéssemos arranjar os átomos, um por um, do jeito que quiséssemos?" Na época em que o físico americano e aprendiz de profeta Richard Feynman (1918-1988) devaneou diante de uma platéia incrédula, o mundo não era lugar para pequenas idéias. Em dezembro de 1959, quando Feynman preferiu as visionárias palavras na palestra "Há muito lugar no fundo" para seus colegas da Sociedade Americana de Física, os computadores ainda eram geringonças que ocupavam metade das salas em que eram colocados. Feynman falava em mexer átomos num tempo em que ninguém sequer tinha visto um deles. Trinta anos depois, o sonho do físico ganhou forma na ciência do muito pequeno, a nanotecnologia, assim chamada porque seus objetos de estudo costumam ser medidos em nanômetros - 1 milhão de vezes menor que 1 milímetro.
O que aconteceria se pudéssemos mover átomos?, perguntava Feynman. Respondem os cientistas que os manipulam hoje: podem-se construir supercomputadores que caibam no bolso, gravar bibliotecas inteiras em superfícies de centímetros quadrados, colocar microssondas para fazer testes sangüíneos dentro do corpo humano. Tudo isso ainda é suposição, previsão, talvez sonho. "A preocupação fundamental não é a aplicação das descobertas na prática, mas a pesquisa pela pesquisa. Os resultados disso só se tornarão visíveis dentro de uma década", disse a nos o físico americano K. Eric Drexler, da Universidade Stanford, o papa da nanotecnologia. O mundo futuro imaginado por Drexler, em que se construirão aparelhos ou substâncias molécula por molécula, é ridicularizado por alguns de seus colegas cientistas - da mesma forma que a maioria dos físicos presentes à palestra de Feynman acreditava que ele estava simplesmente brincando.
Tentar prever o que é possível fazer ao nível dos átomos é tão difícil quanto entender a natureza lá embaixo. A nanotecnologia só existe hoje como prática porque, há quase sessenta anos, os cientistas que estudavam a matéria derrubaram sólidos conceitos da Física clássica e criaram a Física quântica, em que as partículas como os fótons e os elétrons não se comportam como no mundo de gente grande. O microscópio de varredura por efeito túnel (scanning tunnelling microscope, ou STM), a ferramenta fundamental para a entrada no pequeno mundo, é filho direto da Física quântica.
Lá, onde os átomos se contam às unidades, os elétrons sofrem de dupla personalidade - comportam-se ao mesmo tempo como partículas e como ondas (mais ou menos como se fossem ao mesmo tempo balas de um revólver e onda do mar). Isso é inadmissível para a Física clássica, mas perfeitamente aceitável para a Física quântica, mesmo que não se compreenda muito bem o porquê. A clássica imagem do átomo como um núcleo de prótons e nêutrons, em torno do qual os elétrons circulam em órbitas, também foi por água abaixo. O aspecto mais importante da Física quântica para os nanocientistas é a descoberta de que os elétrons às vezes andam por onde não deveriam.
Normalmente, os elétrons param de se mover quando não têm energia para transpor uma barreira à sua frente. No reino da Física quântica, no entanto, há determinadas circunstâncias em que os elétrons encontram uma barreira tão fina que há probabilidade de que eles simplesmente a ignorem e sigam em frente e o chamado efeito túnel. Seria apenas mais uma descoberta teórica se, em 1981, uma equipe do laboratório da IBM em Zurique, na Suíça, não tivesse transformado essa maluquice do elétron num aparelho de enxergar átomos - ele mesmo, o microscópio de efeito túnel. O invento valeu a Gerd Binnig e Heinrich Rohrer o Prêmio Nobel de Física, em 1986.
Esse microscópio nada mais é do que uma minúscula ponta feita de material condutor que percorre - ou varre - toda a superfície da amostra a ser analisada. A ponta e o substrato onde se deposita a amostra ficam ligadas por um circuito. Aplica-se uma tensão elétrica no circuito e abaixa - se a ponta do microscópio até quase encostar na amostra. É um "quase" imperceptível ao olho humano, pois a distancia entre a ponta e a amostra chega a alguns nanômetros. Pois os elétrons, que só deveriam passar da amostra para a ponta se as duas estivessem encostadas, simplesmente pulam pelo ar mesmo - tunelam - , fechando o circuito entre a ponta e a amostra, e criando uma corrente com uma voltagem infinitamente pequena.
É um grande salto para o elétron e um grande passo para a humanidade. Com o microscópio de efeito túnel, passou-se a enxergar os átomos, antes jamais vistos, e, melhor ainda, conseguiu-se manipulá-los.. E certo que dizer "enxergar" átomos chega a ser uma licença poética, pois o que se vê é uma imagem simulada da variação da corrente elétrica. O levantar e abaixar da ponta do microscópio é uma operação que exige precisão muito além do que qualquer mão humana ou mecânica possa alcançar. Esse trabalho é feito pelos cristais piezoelétricos, como o quartzo, que se expandem ou encolhem quando recebem tensão elétrica (sim, mexem-se apenas alguns nanômetros). Há três cristais: o do eixo z (que se move para cima e para baixo), o x (para a frente e para trás) e o y (para a esquerda e para a direita).
Quando a ponta do microscópio começa a varrer a amostra, movendo-se nos eixos x e y, o eixo z fica na mesma Porém, quando a ponta encontra uma pequena montanha pela frente, ou seja, um átomo mais alto que os outros, a voltagem da corrente elétrica aumenta, pois a distancia em relação à amostra diminui. No modo de operação mais comum, o de voltagem constante, o eixo z deve portanto receber um alteração de tensão, para que se contraia e suspenda a ponta do microscópio de modo a fazer a voltagem retornar ao valor prévio. A variação da tensão do cristal z resulta num gráfico, que é transformado em imagem - está pronta a fotografia dos átomos.
Obviamente, o microscópio de efeito túnel só funciona com amostras de materiais condutores ou semicondutores; do contrário, não haveria passagem de corrente elétrica. Materiais isolantes, como vidro ou células vivas, seriam invisíveis ao STM. Que o pequeno mundo não se perca por isso - o mesmo Gerd Binnig deu um jeitinho e inventou uma ponta de microscópio capaz de enxergar qualquer coisa. Ele acoplou à ponta um pequeno fragmento de diamante, que contorna os átomos da amostra exercendo uma pressão pequena o suficiente para não destruí-la. É o microscópio de força atômica (AFM, em inglês) Conforme o fragmento de diamante se move quando encontra saliências, move-se também a ponta, criando-se então imagens como no STM.
Mais importante do que ver átomos é a possibilidade de movê-los, um a um. Isso acontece quando se aplica uma tensão elétrica muito forte entre a ponta do microscópio e a amostra - um átomo salta e gruda na ponta. Se a polaridade da corrente for invertida, o átomo volta para baixo com força, ficando cravado naquele ponto. Desde que o pesquisador americano Don Eigler, do laboratório da IBM na Califórnia, nos Estados Unidos, alinhou átomos de xenônio para escrever o logotipo da empresa sobre uma superfície de níquel, começou uma verdadeira corrida entre os cientistas para conseguir o melhor domínio da técnica de arrancar átomos de um ponto e colocá-los em outro.
O homem enfim toca o coração da matéria e, átomo por átomo, pode chegar a construir moléculas sob medida. Dai o sonho de montar um minúsculo supercomputador - enquanto nos chips dos computadores atuais a linguagem binária do sim/não é feita com a passagem ou não de bilhões de elétrons da corrente elétrica, a manipulação atômica poderia levar à montagem de um interruptor que fosse uma única molécula. Em laboratório, pelo menos, já se demonstrou que isso funciona, quando se verificou que a mudança de posição de um átomo de xenônio, ora sobre uma superfície de níquel, ora grudado na ponta do microscópio, causava uma variação na corrente elétrica que bem poderia servir como O e 1 do código binário. Claro que isso é inviável como tecnologia, já que uma das partes desse interruptor molecular é o próprio microscópio.
Na hora de armazenar informações, a nanotecnologia pode encolher a níveis absurdos o tamanho do suporte para gravá-las. John Mamin, também do laboratório da IBM na Califórnia, desenhou um mapa com átomos de ouro para demonstrar o potencial de armazenagem de informações em pouco espaço. Da mesma maneira que a superfície plana alternada com buracos num compact disc formam a linguagem binária. um simples átomo e sua ausência construiriam a mesma linguagem numa nanoamostra. A técnica de Mamin poderia armazenar a obra completa do dramaturgo inglês William Shakespeare numa superfície menor do que 0,2 milímetros. É uma densidade de informação 10 000 vezes maior do que o melhor disquete de computador existente.
Eric Drexler pensa longe quando visualiza aonde tudo isso pode levar: "A curto prazo, acredito que a nanotecnologia será pioneira no lançamento de novos instrumentos científicos voltados para a medição de escalas moleculares. Depois disso, provavelmente encontrará um campo de ação fértil na computação, primeiro na área da memória, e em seguida nos próprios computadores. Haverá também aplicações importantes nos produtos resultantes da manufaturação molecular, na medicina, nos equipamentos para uso aéreo e espacial, em instrumentos de proteção do meio ambiente e inclusive no desenvolvimento de novos instrumentos para esse fim". Uma das idéias de Drexler neste campo é a criação de nanomáquinas, que seriam lançadas na estratosfera para capturar átomos de cloro e resguardar a camada de ozônio do planeta.
Embora ainda não tão pequenos, já existem micromotores e microssondas fabricados com a mesma técnica dos chips de silício dos computadores. Sobre finas camadas de materiais semicondutores, como arsenieto de gálio, grava-se o padrão desejado para aquela camada e corroem-se as partes restantes, que depois podem ser preenchidas com outras substâncias. Na Universidade de Michigan, construiu-se uma microssonda de apenas 4,7 milímetros de comprimento, que permite estudar com detalhes tanto o cérebro humano como os circuitos neuronais, que imitam o funcionamento do cérebro. Micromotores de diâmetro menor que um fio de cabelo estão saindo do laboratório prontos para fazer rodar as futuras microengenhocas ou, enquanto elas não chegam, movimentar as partes ultra-sensíveis de equipamentos atuais, como a cabeça de leitura de discos magnéticos nos computadores.

A arte dos elétrons no efeito túnel

Esquema do microscópio de varredura por efeito túnel, a ferramenta que permite chegar ao coração da matéria. A ponta e a amostra são ligadas por uma das extremidades, formando um circuito. Quando a ponta se aproxima da amostra, os elétrons tunelam - pulam da amostra para a ponta - e fecham o circuito elétrico. A ponta do microscópio varre a amostra movimentando-se nos eixos x, y e z. Quando passa sobre uma saliência, a voltagem aumenta; vem então a ordem do microcomputador para que o cristal z receba uma tensão elétrica e encolha, suspendendo a ponta. A variação da tensão aplicada ao cristal z é o dado que o programa do micro usa para calcular a topografia da amostra.

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Redomas de Calor - Climatologia


REDOMAS DE CALOR - Climatologia



O concreto, o asfalto e a poluição nas grandes cidades impedem a evaporação e elevam temperatura no centro dos aglomerados urbanos até 9 graus acima do que se mede em bairros mais afastados .

A cena é clássica: depois de uma semana agitada, muito trabalho e calor insuportável, nada como um fim de semana em contato com a natureza. Barraca, saco de dormir, comidas enlatadas, equipamento de pescaria, máquina fotográfica e roupa apropriada: short e camiseta. À noite porém, um frio inesperado, que não estava nas previsões meteorológicas do jornal da sexta-feira, ameaça o humor dos campistas brasileiros. Ao mesmo tempo, a 8 000 quilômetros de distância, uma elegante senhora parisiense, equipada para enfrentar o inverno europeu, passa boa parte de seu dia no transporte público, aquecido a 23° C, enrolada num espesso casaco de lã. "Isto é o que chamo de perda total de noção de clima", explica a climatóloga Gisèle Escourou, professora da Universidade Paris - Sorbonne e pesquisadora do CNRS (Centre National pour la Recherche Scientifique).Gisèle Escourou passou os últimos vinte anos estudando as mudanças de clima e de temperatura entre os limites do perímetro urbano, e suas conseqüências sobre o batalhão de habitantes que se espreme neste ínfimo pedaço de território mundial. De fato, nada menos que 50% da população do planeta habita hoje um centro urbano. No século XXI, as estimativas saltam para 80%. Cerca de70%% dos brasileiros e 80%% dos franceses já moram nas cidades grandes. Mais de 80% dos belgas são citadinos, assim como os norte-a mericanos, japoneses, israelenses, chilenos e australianos. Para abrigar este heróico exército, toneladas de concreto foram superpostas, milhares de motores funcionam ininterruptamente e toda a para ernália do progresso avança de forma inexorável."Criamos microclimas que são cada vez mais diferentes do espaço externo às grandes cidades", explica Gisèle. "Hoje constatamos que Paris, por exemplo, tem um inverno ameno, onde não há mais neve, os dias de neblina são raros e a temperatura chega a ser 14° mais elevada que na periferia. Criamos uma ilha de calor no centro das aglomerações urbanas. Ela é mais espessa no centro e mais rala à medida que se distancia dele." O fenômeno ocorre praticamente em todos os cantos do globo, exceto nas cidades onde há muita água, como é o caso de Phnom Penh, capital do Camboja. Não é difícil entender o porquê desta distorção climática. "Tudo está intimamente ligado à falta de espaços verdes e à impermeabilização do solo", diz a climatóloga. No campo, a água da chuva se estoca no chão, formando uma espécie de reserva para a evaporação, enquanto nas cidades a água da chuva é escoada para os rios. Boa pane da energia dos raios velares que incidem sobre a paisagem do campo é utilizada no processo de evaporação.Para evaporar 1 grama de água são necessárias 600 calorias. O que sobra é pouco para aquecer o ambiente. Já no segundo caso, toda energia solar é utilizada no aquecimento, pois não há água para evaporar. Mesmo quando não chove, a relação se mantém. É que as folhas das árvores transpiram com o calor, criando liquido que utilizaria energia. "Nas cidades, não há árvores e por isso não há nenhum tipo de evaporação", diz Gisèle. Outros fatores contribuem à formação deste microclima: as habitações, geralmente pouco adaptadas ao clima local, guardam o calor recebido durante o dia para refleti-lo à noite. Os equipamentos de climatização e todos os outros aparelhos consumidores de energia aquecem o ambiente e não se pode negligenciar a poluição causada pelos automóveis. Estima-se que essa energia corresponda ao dobro da emitida pelo Sol."A ilha de calor que criamos sobre as cidades influencia, por sua vez, o clima de toda a região à sua volta", adverte a professora. As nuvens que trazem chuvas muitas vezes se separam em dois blocos, quando se aproximam das cidades. Ambos passam ao largo da "carapaça" de calor, sobem, se resfriam e caem sob forma de abundantes chaves na periferia das cidades. Se o calor é mais forte, a radiação solar diminui, pois as diversas partículas suspensas na atmosfera, como a poeira e o aerossol, mais abundantes nas grandes cidades, absorvem parte desta radiação e difundem outra parte em todas as direções. A radiação de curto comprimento, como os raios ultravioleta, por exemplo, são ainda mais absorvidos pelas partículas de aerossol. Isso explica a palidez dos habitantes das grandes cidades,principalmente nos meses mais frios.

No inverno, quando os raios velares estão mais inclinados em relação ao horizonte, atravessam uma camada mais espessa da atmosfera e, por isto, encontram mais partículas e mais aerossol. A luz se dispersa e cria o efeito de palidez. Porém, mais grave que a aparência sombria da população urbana é a sua falta de adaptação às mudanças climáticas. "Geralmente vivemos num microclima dentro do microclima", constata Gisèle. É que, nos países quentes, as pessoas estão sempre em locais refrigerados, enquanto nos de clima temperado há aquecedores por toda a parte. A casa, o trabalho, a escola, o transporte e o comércio mantêm, durante todo 0 ano, uma temperatura quase constante. Essa dupla inadaptação ao clima original de cada região faz com que as pessoas percam a noção de frio e calor.Esse fenômeno pode ser traduzido em números. Quando o calor aumenta brutalmente, sobretudo à noite, e as defesas do organismo estão enfraquecidas, cresce também a taxa de mortalidade nas grandes cidades. A onda de calor que atingiu a Inglaterra em 1976, por exemplo, aumentou em 10% o número de mortes Dor doenças cardíacas. Na cidade e Marselha, no sul da França, o aumento da temperatura ocorrido em julho de 1983 provocou um salto na mortalidade: de 39,6 - média por dia para este período - subiu para 88. Se, depois de três ou quatro dias, o calor ou o frio demasiado persistem, o índice de mortalidade abaixa, porque o organismo se ajusta à nova condição climática.A equipe de Gisèle Escourou chegou ainda a uma conclusão polêmica - o aquecimento das grandes cidades, devido à "ilha de calor" criada pelo homem, pode estar mascarando os dados sobre o efeito estufa. Causado pela emissão excessiva de poluentes, principalmente o dióxido de carbono, o efeito estufa elevaria a temperatura do planeta e traria conseqüências drásticas para seus habitantes, como o derretimento do gelo em regiões polares, aumentando o nível dos oceanos e inundando algumas cidades costeiras. Estima-se que a temperatura média da superfície do globo possa aumentar de 1,5 a 4,5°C até o ano 2050. Para Escourou, o efeito estufa como fenômeno global pode estar sendo tratado de forma um tanto exagerada.De fato a Temperatura da Terra aumentou 0,7° C nos últimos 100 anos. Essa mudança, no entanto, não é homogênea. As grandes cidades apresentam hoje temperaturas mais elevadas, e tendem a se aquecer ainda mais. Outras regiões,porém registram baixas em seus termômetros. E o caso da Ilha de Ouessant, no noroeste da França. Por não sofrer os efeitos da urbanização a temperatura diminuiu 0,4° C nos últimos dez anos, enquanto em Paris houve um aumento de 1,5° C. Isto significa que o efeito estufa pode estar ocorrendo apenas nos centros urbanos. Se for este o caso, não se trata apenas de um fenômeno ambientar. Seria a própria urbanização - uma mistura de poluição, habitações mal adaptadas, consumo de energia, falta de evaporação e de ventos - a causadora da " carapaça de calor" responsável pelas variações climáticas. "Ainda não estudamos a questão a fundo, mas talvez a catástrofe não seja tão grande como estamos prevendo", diz Gisèle."Os dados do efeito estufa não são tão gerais assim", rebate o especialista Hervé Le Treut, do Laboratório de Meteorologia Dinâmica da renomada ENS (École Normale Supérieure) de Paris. "Não podemos esquecer que as temperaturas para o estudo do efeito estufa são normalmente recolhidas nos oceanos, assim como nas cidades. Tentamos isentar esses dados dos efeitos da urbanização, embora nem sempre seja tão fácil." As duas teorias se cruzam, no entanto, num mesmo ponto: a ação do homem. Poluição, urbanização ou ambos não passarão incólumes ao crivo da natureza.

São Paulo sem neve nem garoa

No dia 21 de agosto de 1980, imagens de satélites geradas no INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em São José dos Campos - revelaram uma situação curiosa enquanto no centro de São Paulo, Santo Amaro e zonas industriais os termômetros registravam 31°, no Morumbi e no Parque do Ibirapuera, a temperatura não ultrapassava os 22°. Essa diferença de 9 graus se deve às ilhas de calor que dominam o centro da cidade e os lugares de concentração industrial, bem mais poluídos também. Já no Morumbi e Ibirapuera com áreas verdes, as temperaturas são mais baixas. Ao mesmo tempo, nas zonas periféricas o clima continua o mesmo, embora influenciado pelas mudanças ocorridas no centro, a 30 quilômetros de distância.As distorções climáticas que ocorreram na cidade ao longo dos anos podem ser medidas não apenas pela elevação da temperatura como também pelo aumento na quantidade de chuvas que cresceu entre 9% e 10%. A garoa, marca registrada de São Paulo, não existe mais. É que o aumento da temperatura fez com que diminuísse a umidade relativa do ar e com isso a famosa garoa sumiu. "Os invernos se tomaram menos rigorosos. Relatórios do Observatório Meteorológico de São Paulo, localizado na Avenida Paulista onde hoje se ergue o MASP, dão conta de que em 27 de junho de 1918 nevou na capital", relata o geógrafo José Bueno Conti, que há trinta anos leciona na Universidade de: São Paulo."Os ventos nas áreas urbanas também se alteraram bastante. No início do século predominavam os que vinham do sudeste e eles se orientavam pelos vales dos rios Tietê e Pinheiros. Hoje, com os edifícios. os ventos de superfície (de até 20 metros acima do solo) são barrados por uma espécie de paredão formado por essas construções", explica o professor Conti. Não é só a capital paulista que sofre com as ilhas de calor. Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre já são identificadas assim, pois também tiveram suas temperaturas médias e seus níveis de chuvas elevados e pagam o preço da urbanização e do desmatamento.

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Amamentação - Começo de vida saudável



AMAMENTAÇÃO-COMEÇO DE VIDA SAUDÁVEL



Em escritos religiosos antigos, o leite humano era chamado de sangue branco, pois se acreditava que a mãe transferisse parte de seu fluido vital quando oferecia o seio ao filho recém nascido. Esta imagem de intercâmbio de vida foi reproduzida ao longo dos séculos, como neste quadro do pintor renascentista italiano Giorgione (1477-1510). Em alguns casos, esta idéia não chega a ser exagero.


No instante em que se despede do ventre da mãe, o recém-nascido já intui que, em algum lugar, deve existir uma espécie de despensa repleta de quitutes para seu deleite exclusivo. Pois, de repente, ele se encontra privado das mordomias do útero onde, sem ter de fazer sinal de fome, recebia tranqüilamente as refeições. Ainda no tumulto da sala de parto, o bebê procura o maître, para garantir o primeiro bocado de comida. Se aproximado do seio materno, minutos depois de nascer, ele suga com convicção, feito qualquer filhote de mamífero. Notará, porém, que não é mais servido na mesa, como nos tempos de vida uterina, quando o cordão umbilical fazia as vezes de garçom: o sistema, a partir do nascimento, passa a ser self-service. Os seios da mãe, preparados durante nove meses pelos hormônios femininos estrógeno e progesterona, estavam mesmo aguardando para abrir suas portas.
Mal os lábios do bebê tocam os terminais nervosos do mamilo, um impulso elétrico vai até a hipófise da mulher - uma glândula na base do cérebro - e avisa, como uma campainha, que o freguês finalmente chegou. Sem perder tempo, a glândula derrama uma dose do hormônio chamado oxitocina que, de carona na circulação sangüínea, acaba chegando aos selos. Ali, a substância ordena que seja servida a primeira golada do leite materno. "Esse hormônio só atua em três momentos da vida da mulher: durante o ato sexual, no parto e na amamentação", conta o pediatra José Martins Filho, vice-reitor da Unicamp, que estuda amamentação há mais de vinte dos seus 49 anos. Nas três situações, o hormônio provoca a contração das fibras uterinas. Ou seja, no caso do aleitamento, além de autorizar o início da mamada, a oxitocina ajuda o útero a ir retomando o volume original. Pois, para abrigar o feto durante a gestação, esse órgão teve de aumentar cerca de 1 000 vezes de tamanho.
Aliás, de certa maneira. Pode-se atribuir à ação do hormônio oxitocina um enorme equívoco, comum na época da escravidão, quando as negras faziam o papel de amas-de-leite, encarregadas de dar o peito aos bebês de seus senhores. As senhoras das casas-grandes, então, obrigavam suas escravas a alimentar primeiro as crianças brancas, seguras de que, assim, estariam roubando o leite mais forte para seus rebentos. Mas, por ironia, o que elas faziam era deixar a melhor parte do banquete para os bebês escravos, que tinham de mamar sempre em segundo lugar. A explicação é simples. No intervalo entre as mamadas, a hipófise do cérebro da mulher secreta outro hormônio, a prolactina, que dispara a produção leiteira pelas chamadas células lactófaras, aninhadas nas glândulas mamárias. Tais células lembram literalmente saquinhos de leite, dispostos lado a lado, ligados por finíssimos ductos, por onde escorre o líquido branco. Nas mamas, milhares delas formam alvéolos, parecidos com os ramos de uma árvore, que desembocam em ampolas - locais onde fica estocado o leite que já está pronto para consumo.
Esse reservatório, no entanto, contém apenas um terço do volume de leite que um bebê costuma mamar, em cada uma de suas refeições. Quando se esgota essa porção inicial, o restante do líquido continua no interior das células lactóforas e precisa ainda descer para as ampolas. Nessa situação de emergência, volta a entrar em ação aquele primeiro hormônio liberado pela hipófise, a oxitocina, que antes havia aberto as comportas da mama para o bebê se alimentar. Dessa segunda vez, porém, a ordem enviada pelo hormônio é espremer depressa as células lactófaras. Para isso, aciona o anel em volta delas, formado por minúsculas fibras musculares, que se contraem como a mão de quem ordenha uma vaca. Mas no caso, a pressão exercida por essas fibras é tão grande que rompe as rechonchudas células lactóforas. Por essa razão, o leite posterior - como é conhecido o líquido que vai repor o estoque das ampolas - carrega também uma série de organelas celulares, tornando-se até três vezes mais rico em proteínas. Ou seja, no caso das amas-de-leite, ao contrário do que imaginavam suas senhoras, os bebês negros ficavam com o melhor bocado, porque mamavam por último.
O curioso é que, às vezes, escravas que nunca tinham engravidado eram transformadas em amas-de-leite. Isso porque, algumas mulheres, ao colocarem um bebê para sugar-lhes os seios todos os dias, em intervalos regulares, podem estimular a hipófise a secretar os dois hormônios necessários para a produção do leite, depois de uma ou duas semanas. "No que diz respeito a esse jogo hormonal, existem relatos de que até avós puderam amamentar seus netos em lugar de suas filhas", afirma o pediatra Martins, um entusiasta do aleitamento materno. Não falta motivo: coquetel branco oferecido pelas mães é invariavelmente um perfeito manjar. Os cientistas sabem, por exemplo, que o organismo materno chega a incluir mais proteínas na composição do leite, quando o bebê nasce prematuro - e, portanto, mais carente desses nutrientes. Ainda se desconhece, porém, os mecanismos desse fenômeno.Na realidade, cada ingrediente do leite materno entra na medida exata da necessidade da criança. Durante o primeiro mês de vida, o bebê precisa de um alimento especial, sem muitas moléculas de sais, que sobrecarregariam os delicados rins; além disso, o intestino do recém-nascido precisa entrar nos eixos, expulsando algumas substâncias secretadas na gestação, para funcionar direito. É por isso que nos trinta dias iniciais do aleitamento, aproximadamente, a mulher produz o colostro, uma beberagem feita sob encomenda, cuja receita inigualável é a maior justificativa para que se esqueçam as mamadeiras com leite extraído de mães de outras espécies animais. Além de ajudar o intestino da criança a trabalhar, por ser um laxante suave, o colostro carrega, em média, vinte vezes mais imunoglobulinas A (IgA) do que o leite que será produzido pela mãe nos meses seguintes. Essas imunoglobulinas transformam a bebida numa vacina, pois nada mais são do que anticorpos, moléculas fabricadas pelo sistema imunológico no sangue da mulher, para atacar germes diversos. Herdadas da mãe, as moléculas de imunoglobulinas se alojam nas mucosas respiratórias e no tubo digestivo da criança, feito guardiãs, para proteger o organismo indefeso contra invasores atrevidos, como vírus e bactérias.No colostro também existem fatores bífidos, como são conhecidos certos açúcares, que possuem moléculas de nitrogênio em sua fórmula. "Essas substancial, que não estão presentes no leite de vaca, estimulam o crescimento de lactobacilos, microorganismos importantes para o bom funcionamento do intestino", explica a nutricionista Eliete Tudisco, da Escola Paulista de Medicina, outra ferrenha militante do aleitamento materno. "Os micróbios conseguem a proeza de transformar determinada molécula do leite, a lactose, em dois tipos de ácidos - o lático e o acético, que nada mais é do que vinagre", conta a cientista. "Graças à acidez resultante no intestino do bebê, a sobrevivência de bactérias nocivas se torna impossível."Cercada no consultório por fofos de mulheres amamentando, Eliete lembra que o colostro tem ainda diversos glóbulos brancos do sangue materno. "Essas células de defesa possuem uma espécie de memória a respeito das doenças que a mãe já teve. Dessa maneira, a estratégia de guerra contra muitos agentes invasores já vem revelada para o recém - nascido que mama no peito." As proteínas também são especialmente dosadas para o pequeno freguês. Ao se comparar o leite humano com o de vaca, nota-se que têm a mesma quantidade de gorduras. No entanto, a bebida preparada pelos selos da mulher carrega mais moléculas de lipase proteína que ajuda a quebrar as moléculas gordurosas em pedaços menores, que o bebê digere mais fácil. O destino da gordura é o cérebro. Ali, forma a capa esbranquiçada de mielina, que reveste os neurônios, por onde passam os impulsos elétricos - é tudo o que falta para o sistema nervoso amadurecer.Poucas situações são capazes de secar a fonte desse coquetel perfeito - e, quando acontece, o estresse costuma ser o grande culpado. Afinal, das glândulas supra-renais de uma pessoa estressada jorra uma grande quantidade do hormônio adrenalina, que alguns cientistas apontam ser capaz de inibir a síntese de utra substância, a prolactina -a responsável pela linha de produção do leite humano. "Apenas cinco em cada cem mulheres não podem amamentar por problemas físicos" garante o pediatra José Martins Filho, que é capaz de ficar horas convencendo uma mãe a amamentar o filho. Esse empenho nasceu no Centro Internacional da lnfância. em Paris, onde fez doutorado, há mais de duas décadas. A partir de então, o médico se preocupa em divulgar as pesquisas que viu por lá sobre o aleitamento materno, somando os resultados de trabalhos que ele próprio realizou, ao voltar ao Brasil.Segundo Martins, a mortalidade infantil no Terceiro Mundo está diretamente associada ao desmame precoce. No Brasil, sabe-se que metade das mães deixa de amamentar no segundo mês, quando o ideal seria aos seis meses. Sem a herança imunológica e submetidas a condições de higiene precárias, as crianças morrem por doenças que teriam condições de enfrentar, se tivessem sido alimentadas no peito. A amamentação é essencial para o bebê, mesmo quando a mãe é subnutrida, pois o leite humano mantém o padrão de qualidade, não importando as condições físicas da mulher que o produz. "O organismo feminino sempre privilegia a alimentação do filhote", afirma Martins. De fato, para uma mãe amamentar bem, só a sua hidratação merece maiores cuidados, já que 87% do leite é composto de água. Ou seja, a mulher que bebe pouco líquido produz menos leite.Para os casos raros de mães que não podem amamentar, existe uma saída: os bancos de leite humano. O Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que abriu suas portas em 1943, é o mais antigo deles no país. Ali, todos os meses, são recolhidos quase 400 litros de leite de mulheres voluntárias. "Antes éramos apenas uma leiteria humana para mulheres carentes", compara o engenheiro de alimentos João Aprigio, que coordena o IFF. "Hoje, temos novas preocupações. Entre elas, a de ensinar as mulheres que trabalham a estocar o próprio leite." Segundo Aprígio, as técnicas para manusear o leite humano também foram aprimoradas - é possível até transformá-lo em leite em pó. Sem contar que, agora, o leite recolhido pelo IFF pode ser pasteurizado. Essa medida serve para destruir o terrível HIV, vírus da Aids, que infelizmente se transmite ao bebê pelo leite de mães contaminadas.

Via láctea

A dança hormonal no organismo da mulher, responsável pela síntese do leite, obedece ao dono da festa: o bebê.

Quando os lábios do bebê tocam os seios matemos, comprimem e esvaziam verdadeiros reservatórios de leite - as ampolas -, além de disparar um sinal elétrico para a hipófise da mãe.A mensagem ordena a glândula cerebral hipófise a descarregar o hormônio oxitocina. Este, por sua vez, provoca a contração de um anel muscular em torno das células lactóforas, que produzem o leite, seguindo o comando da prolactina, um segundo hormônio secretado pela hipófise.Na realidade, enquanto persiste o aleitamento, a prolactina não pára de gotejar na circulação. Se a dosagem for muito alta, eventualmente esse hormônio pode impedir a ovulação da mãe: afinal, enquanto empenha suas energias para alimentar o filhote, uma nova gravidez pode atrapalhar.


Coquetel sob medida

Para o bebê humano, a receita do leite da mulher é incomparável

O conteúdo hídrico não é diferente, mas a grande quantidade de minerais no leite de vaca faz com que a criança perca mais água para a digestão. Por isso, somente bebês amamentados com leite bovino passam sede. Muita proteína sambem não absolve o leite de vaca. A caseira, que existe vinte vezes mais neste leite, provoca coágulos que o bebê não está preparado para digerir. Outra vantagem: no leite das mães também existe mais lipase, a enzima capaz de quebrar as moléculas de gordura em ácidos graxos livres, principal fonte de energia para os bebês.A maior concentração de minerais no leite de vaca não é vantagem. Este excesso de substâncias provoca sobrecarga dos rins do bebe e grande parte destes minerais se perde. Além disso, a vitamina C do leite de vaca, em quantidade bem menor que no humano, diminui ou desaparece quando o leite é aquecido. O excesso de cálcio do leite bovino também não alivia nada. O bebê não consegue absorver. A prova disso é que as crianças que foram amamentadas com leite humano dificilmente apresentam raquitismos, e não o contrário.

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domingo, 23 de junho de 2013

Campeonato de esculturas de areia reúne obras incríveis do mundo todo


Campeonato de esculturas de areia reúne obras incríveis do mundo todo


O escultor americano Matt Long, membro do programa de viagens ‘Sand Masters’, durante o Campeonato Mundial de Esculturas de Areia (Foto: The Press of Atlantic City, Ben Fogletto/AP)

Evento é realizado no estado de Nova Jérsei, nos EUA.
Competidores exibiram esculturas em píer de Atlantic City.



Escultores de diversos países se reuniram na praia próximo a um píer em Atlantic City, em Nova Jérsei (EUA), durante o Campeonato Mundial de Esculturas de Areia, e exibiram suas obras monumentais para o público que acompanhava competição.


Nikoloy Torkhov, de Moscou, na Rússia, trabalha em sua obra chamada 'Rusalka', uma espécie de sereia da mitologia eslava (Foto: The Press of Atlantic City, Ben Fogletto/AP)


Campeonato Mundial de Escultura de Areia ocorre em Nova Jérsei, nos EUA (Foto: The Press of Atlantic City, Ben Fogletto/AP)


David Ducharme finaliza sua escultura 'Folded Memory' (memória dobrada, em tradução livre), nos EUA (Foto: The Press of Atlantic City, Ben Fogletto/AP)

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domingo, 23 de junho de 2013

Artista exibe exposição com esculturas feitas com peças Lego


Artista exibe exposição com esculturas feitas com peças Lego


Nathan Sawaya abriu uma exposição com esculturas feitas de peças Lego (Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP )

Exposição ocorre na Times Square, em Nova York.
Mostra reúne mais de 100 obras criadas com milhões de legos.
O artista americano Nathan Sawaya abriu uma exposição com esculturas feitas de peças Lego na Times Square, em Nova York (EUA). A mostra reúne mais de 100 obras criadas com milhões de legos.


Mostra reúne mais de 100 obras criadas com milhões de legos (Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP )


Exposição ocorre na Times Square, em Nova York. (Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP)

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domingo, 23 de junho de 2013

Ladrão rouba banco nos EUA fantasiado de Homem de Ferro


Ladrão rouba banco nos EUA fantasiado de Homem de Ferro



'Homem de Ferro'; entrou em banco na Flórida armado com uma pistola (Foto: Divulgação/Flagler County Sheriff's Office)

Incidente ocorreu em Belle Terre Parkway, no estado da Flórida.
Ele fugiu, e ninguém ficou ferido.

Um homem fantasiado como o super-herói Homem de Ferro assaltou um banco em um uma pequena localidade da Flórida e fugiu levando o dinheiro, cujo montante não foi especificado, informou a polícia.

O assaltante invadiu o banco usando uma máscara do personagem dos quadrinhos e do cinema e mostrou uma pistola para exigir que os caixas lhe entregassem o dinheiro.

Havia 10 pessoas dentro do banco Wells Fargo, de Belle Terre Parkway, no condado de Flagler, nordeste da Flórida. Ninguém ficou ferido.


Homem fugiu com dinheiro, e polícia procura pistas sobre o criminoso (Foto: Divulgação/Flagler County Sheriff's Office)

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domingo, 23 de junho de 2013

Cientistas criam mapa 3D superdetalhado do cérebro humano


Cientistas criam mapa 3D superdetalhado do cérebro humano


Pesquisadores cortam segmentos do cérebro para criar o modelo 3D ‘BigBrain’ (Foto: AP Photo/Katrin Amunts, Karl Zilles, Alan C. Evans)

Modelo tem 100 mil vezes mais dados do que uma ressonância magnética.
Mais de 7 mil 'fatias' de um cérebro foram digitalizadas para criá-lo.

Uma mulher de 65 anos já falecida forneceu aos cientistas o material para o primeiro modelo tridimensional do cérebro humano em superalta resolução, anunciaram os cientistas responsáveis pela façanha nesta quinta-feira (20).

O mapa da mente foi meticulosamente criado por cientistas da Alemanha e do Canadá e é 50 vezes mais detalhado do que a última tentativa já feita, contendo 100 mil vezes mais dados do que uma ressonância magnética tradicional, afirmaram.


Imagens detalhadas do hipocampo, divulgadas por cientistas que criaram o BigBrain (Foto: AP/ Montreal Neurological Institute/McGill University, Institute of Neuroscience and Medicine/Research Centre Juelich, and National Research Council of Canada)

O mapa tridimensional, descrito na revista científica americana "Science", visa a oferecer uma nova perspectiva para cientistas que quiserem estudar distúrbios cerebrais, tais como doença de Alzheimer e Parkinson, entre outras.

Conhecido como BigBrain, este é "o primeiro modelo cerebral já feito em 3D que realmente apresenta um cérebro humano realista com todas as células e estruturas do cérebro humano", disse o autor-sênior Karl Zilles, professor do Centro de Pesquisas de Julich, em Aachen, Alemanha.

O modelo foi feito a partir de 7.400 seções de um cérebro humano, cuidadosamente fatiadas com uma espessura de 20 micrômetros. Os segmentos foram dispostos em lâminas e tingidos para revelar estruturas cerebrais, e digitalizados com um escâner de alta resolução.

O resultado é um esqueleto anatômico das estruturas do cérebro, no qual os cientistas podem inserir informações adicionais sobre as condições da vida humana para um estudo detalhado.

"Nós elevamos o nível de ordens de percepção com uma magnitude além do que era possível na virada do século 20", afirmou Alan Evans, professor do Instituto Neurológico de Montreal na Universidade McGill, no Canadá.

"Este conjunto de dados vai revolucionar nossa habilidade para compreender a organização interna cerebral", acrescentou.

Mais informações estão disponíveis no site BigBrain.Loris.ca.

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domingo, 23 de junho de 2013

Astrônomos dizem ter descoberto nova poeira em galáxias ativas


Astrônomos dizem ter descoberto nova poeira em galáxias ativas


Concepção artística mostra os arredores do buraco negro supermassivo no centro da galáxia ativa NGC 3783, na constelação do Centauro (Foto: M. Kornmesser/ESO)

Estudo mostra que buracos negros evoluíram e interagem nos arredores.
Poeira 'fria' descoberta por telescópio forma um vento fresco, diz autor.


Astrônomos que atuam no Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, reuniram observações detalhadas da poeira ao redor do enorme buraco negro no centro da galáxia ativa NGC 3783, localizada a cerca de 126 milhões de anos-luz da Terra, na constelação do Centauro.

Em vez encontrar toda a poeira brilhante em torno do buraco negro, como era previsto, os astrônomos descobriram que acima e abaixo dele existe um "novo Universo". É o que aponta um artigo divulgado pelo Sebastian Hönig, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos Estados Unidos.

Segundo o texto, publicado na revista científica "Astrophysical Journal", as observações mostram que a poeira é empurrada para longe do buraco negro como um vento fresco – descoberta surpreendente que desafia as atuais teorias e mostra como os buracos negros evoluíram e interagem com seus arredores.

Ao longo dos últimos 20 anos, os astrônomos descobriram que quase todas as galáxias têm um enorme buraco negro em seu centro. Alguns estão crescendo, criando nesse processo os objetos mais energéticos do Universo: os núcleos ativos de galáxias (AGN).

Segundo os dados obtidos, as regiões centrais dessas potências brilhantes estão cercadas por "rosquinhas de poeira cósmica", que são arrastadas pelo espaço da mesma forma como a água forma um redemoinho em volta do ralo de uma pia. Por essa razão, os cientistas pensavam que a maior parte da radiação infravermelha proveniente dos AGN havia originado essas regiões, que lembram "donuts".

Agora, porém, as novas observações da galáxia NGC 3783 mudam o cenário astronômico. Apesar de a poeira quente – que varia de 700° C a 1.000° C – ser encontrada em um "donut", os astrônomos também acharam uma enorme quantidade de poeira mais fria, tanto acima e quanto abaixo da rosquinha principal.

A poeira recém-descoberta forma um vento fresco para fora do buraco negro. E esse vento deve desempenhar um papel importante na complexa relação entre o buraco negro e o ambiente em volta.

Segundo o artigo, o buraco negro alimenta o apetite "insaciável" do material ao redor, mas a radiação intensa que ele produz também parece fundir o material a uma certa distância. Para Hönig, ainda não está claro como esses dois processos trabalham juntos e permitem que os buracos negros cresçam e evoluam dentro de galáxias, mas a presença de um "vento empoeirado" acrescenta uma nova peça para esse quadro.

Isso permite, por exemplo, estudar uma região tão pequena quanto a distância entre o nosso Sol e o seu vizinho mais próximo, em uma galáxia a dezenas de milhões de anos-luz.

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sábado, 15 de junho de 2013

OS HERÓIS TAMBÉM FAZEM


OS HERÓIS TAMBÉM FAZEM

Para comemorar o dia dos namorados (que foi dia 12/06) com muito amor no coração, trago para vocês dez momentos de muito “Amor & Sexo”. Nós sabemos muito bem que os heróis também afogam o ganso, e muito mais vezes que os humanos normais.


10 – Arsenal & Lince



É, Roy Harper, você é um cara que se deixar figura em todas as listas.

Quando Roy decidiu se tornar um agente da lei “legal” aos olhos do governo, ele se juntou à organização Checkmate, a agência internacional de espionagem do Universo DC. Uma das suas primeiras missões foi a de seguir e acompanhar disfarçado, a psicótica Cheshire – aqui no Brasil: Lince – uma supervilã terrorista e descobrir tudo sobre sua organização de dentro dela.

Missão na qual ele realmente “entrou”… Depois de conseguir o que precisava para o Checkmate, ele deu no pé, deixando uma grávida Lince para trás sem saber. Lince teria essa criança, chamada Lian, e eventualmente daria ela de acordo próprio para ser criada com mais segurança por Roy.



Infelizmente, esse ideia não foi tão acertada como ela imaginava, afinal a menina acabou morta sob os cuidados do nosso querido Arsenal. O DC relaunch finalmente apagou tudo isso – o que não deixa de ser bom – e Roy agora é um “porra-louca” feliz que anda pra cima e pra baixo com o psicótico Jason Todd.


Contanto que ele não engravide o Capuz Vermelho também, por mim tá show.


9- Super-Homem e Mulher Maravilha

Nesse caso, a gente se pergunta: “Ué…não era pra eles terem caído de boca um no outro há muito tempo?”. Quando você tem convivendo juntos, o homem superior definitivo e a mulher superior definitiva, não faz sentido que os dois juntem as escovinhas de dente?


Em um dos possíveis futuros alternativos da série fantástica da DC “REINO DO AMANHÔ – Kingdon Come – e sim, geral se comia lá. Temos um “Elseworld” com um beijo final entre Kal-El e Diana, flutuando acima das nuvens. O final da série é impactante, pois descobrimos que agora os dois dividem as chaves do avião invisível e que Diana está grávida.

Talvez o fato bizarro nisso tudo não seja isso realmente acontecer e sim o quanto de tempo eles esperaram para ficarem juntos, parece o Laerte que levou quase o mesmo tempo que eles, sessenta anos, para finalmente se vestir de mulher como sempre quis.


8 – GWEN STACY e NORMAN OSBORN



Norman Osborn – entre centenas de outras filhadaputagens – é o conhecido assassino da namorada do Homem-Aranha, Gwen Stacy na edição clássica Amazing Spider-Man #121. Mas como foi revelado na história de 2004, chamada “Pecados pretéritos”, eles mantinham um relacionamento um pouco mais complicado que “simplesmente” assassino e vítima.



Pra refrescar a cabeça da gente: Norman Osborn, que costumava ser o insano e criminoso Duende Verde, na verdade mantinha uma conjunção carnal “consensual” – estranho e louco como deve parecer- com a namorada de Peter “corno” Parker.

Dessa absurda história – escrita por J. M. Straczynsk (saúde) – de sexo, drogas e muito Jazz – afinal Norman é conhecido por seu requinte e bom gosto – resulta uma Gwen grávida de gêmeos, que amadureceram prematuramente e eventualmente atacaram o coitado do Homem-Aranha.



Na busca de Peter Parker para confirmar que esses dois “anjinhos” eram mesmo os filhos de seu primeiro amor com seu maior inimigo, ele teve que cavar a sepultura de Gwen em busca de amostras de DNA. A velha sorte de Peter, não?


7 – Escândalo Savage e KNOCKOUT



Essa união carnal é impressionante não por ser bizarra ou esquisita com a anterior, mas por como ela é linda e normal. Aqui temos dois personagens, cada um com seu próprio passado louco e cheio de vilanias. Escândalo é a filha brasileira do vilão Vandal Savage e Knockout é uma deusa de Apokolips. Elas são interessantes e únicas e tem um ótimo relacionamento sexual. A única coisa inacreditável aqui é que apesar desse relacionamento ser mostrado aos leitores com riqueza de detalhes e profundidade, ele nunca agrediu ninguém.



A escritora Gail Simone é a maior defensora de que nos quadrinhos os heróis e vilões deveriam ser mostrados numa gama muito maior que simplesmente heterossexuais. E aqui ela escreveu um dos melhores e mais bonitos exemplos de como isso pode funcionar e ser só mais um detalhe enriquecedor da trama. Elas tinham seus problemas vez ou outra, normal, mas sempre víamos um relacionamento de compromisso e felicidade. Hum, até que a guerreira Knockout morresse…


6- JUGGERNAUT e Mulher-HULK

O escritor Chuck Austen, que nos meados dos anos 2000 escrevia uma fase controversa dos X-men : Anjo pegando a irmã do Míssil, Noturno sendo revelado como filho do Diabo e uma enfermeira humana, mãe solteira se apaixonando pelo Destrutor que estava em coma…entre outras bizarrices.


Mas o momento que mais o roteirista gerou ódio nos leitores foi quando Cain Marko – o Fanático – e Jennifer Walters tiveram um “samba do crioulo doido” embaixo dos lençóis que foi muito além de selvagem e indestrutível. Não apenas pela Mulher-Hulk mostrando atitudes questionáveis por dar a “aranha radioativa” dela para um criminoso – que naquela época procurava o irmão Charles Xavier em busca de redenção por seus crimes – , ela também representava o Juggernaut perante a Suprema Corte naquele momento. Apesar de tudo que aprendemos com os seriados enlatados de “Lei e Ordem” americanos, o fato de uma advogada fazer sexo com um cliente não é geralmente um privilégio cedido por lei.



Mas a “periquita gamma” é dela e ela faz o que quiser, certo? Cerrto! Quem lê Marvel sabe que o próprio Hércules brincou naquelas carnes verdes – aliás, há quem diga que o Hércules pegou até o Estrela Polar e parece ser verdade. Quando o escritor Dan Slott assumiu a mensal da verdona, indignadinho com todos esses eventos criados pelos roteiristas anteriores, deu seu jeito de invalidar tudo.


5 – LUKE CAGE e JESSICA JONES



Esse encontro carnal aconteceu no selo Marvel MAX , aonde todo mundo pode ter relações consensuais ou não sem deixar ningém indignadinho. Como não se trata de uma revista para o público “puro”, Brian Michael Bendis, em 2001, não poupou a perseguida de Jessica com inúmeros heróis e alguns vilões como o Homem Púrpura, até mesmo o …Homem-Formiga. Agora… encarar o Homem-Formiga e depois pegar o negão grandão Luke Cage deve ter doído pacas.


Eles são adultos e vacinados e hoje em dia tem uma filha linda chamada Danielle. Eu só os trouxe aqui pra dizer que torço muito pelo casal.


4 – SCOTT SUMMERS e EMMA FROST



Ciclope é um cara que nunca conseguiu ficar sozinho muito tempo. Após seu namoro de anos com Jean Grey ter acabado quando ela foi presumida morta após a saga da “Fênix Negra”, seu desespero por um relacionamento tomou a forma de Madelyne Pryor, um clone de Jean criado pelo Senhor Sinistro.

Depois da passagem de Grant Morrison pela revista Novos X-men, quando as coisas estavam confusas no seu casamento com a verdadeira Jean Grey – renascida como uma fênix – Scott procurou Emma por colo…o que logo nas mãos da loira safada se tornou um romance telepático onde ela se prestava, para agradar ao “parceiro de cama psíquica”, a se vestir de Fênix.

Assim, quando Jean morreu – de novo – no final da passagem de Morrison pela revista – o que é inevitável que ela voltará em algum momento – Emma e Scott não perderam tempo em tornar o relacionamento sexual telepático em algo verdadeiramente físico. Literalmente se agarrando em cima da sepultura de Jean!

Mas isso não é tão feio quanto parece, afinal , de onde estiver, Jean está telepaticamente dizendo à Scott que a vida continua! E para quê esperar o defunto da ex-mulher esfriar se ele a qualquer momento pode voltar à vida e acabar com a festinha de sacanagens e fetiches que esses dois fazem agora?


3- Mulher Gato e BATMAM


Hummmmmm… maldito

Ele finalmente pegou a gatinha mais cobiçada da DC, e as cenas calientes deles são repletas de fogo e paixão,no melhor estilo Wando de ser. também pudera, tão com esse tesão incubado por décadas. E o cara muitas vezes teve que se virar com o que tinha ao alcance das mãos, tipo os Robins e o Alfred, porque ele sempre foi um homem muito ocupado.



As peripécias dos dois na cama são repletas de pequenos diálogos questionáveis, tais como as brincadeiras da Mulher Gato com Bruce dizendo por exemplo: “Como, Bruce? Já acabou???”ou os questionamentos sobre as “utilidades” dos brinquedinhos que ela encontrou no cinto de utilidades dele….


2- Feiticeira Escarlate e Mercúrio – Universo Ultimate



Quando o assunto é: “Não!!! Isso não!!!” provavelmente esse (junto com romance de Normal e Gwen) ganham de lavada de qualquer outra invenção dos roteiristas da Marvel. Na primeira passagem de Mark Millar pelo título dos Supremos – os Vingadores do Universo Ultimate - ficou implícito, mas nunca dito ou mostrado que o irmão e a irmã, os filhos de Magneto, estavam… vivendo uma tradição real e questionável da família.

Depois, o escritor seguinte da revista, Jeph Loeb decidiu que era hora de tomar a dianteira da situação e usando da Vespa, explicou para o Capitão América – em quem ela, nesse universom dava uns pegas – o que estava realmente acontecendo. Vespa sempre foi a moderninha da Marvel! Em qualquer universo.

Vespa:”Você não está entendendo, não é senhor Rogers??? Eles amam um ao outro”.

Capitão: “Mas é claro que eles se amam, eles são irmãos!!!”



Vespa: “Não, é muito mais que isso, eles praticam o conhecimento mútuo bem a fundo.”

Está bom, Né? Já deu por aqui…


1 – HANK PYM e JANET VAN DYNE



Se existe uma regra nunca antes escrita sobre sexo e super heróis, é que as repercussões das atividades extracurriculares dos seus super poderes aplicados ao sexo, como Eléktron, Collossal, Senhor Fantástico, são frequentemente deixadas de lado, a não ser nos diálogos dos filmes do Kevin Smith.

Mas na passagem de Geoff Johns pela Marvel, essa regra foi quebrada de forma avassaladora com sua memorável cena, apresentando o cientista capaz de encolher e crescer Henry Pym, dando um trato de cortesia em sua ex mulher Janet Van Dyne, que acabava de fazer as pazes com ele.

Não tem muito que eu fale sobre essa página que ela por si só não mostre de forma fantástica, por favor, façam as honras.





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sábado, 15 de junho de 2013

Pesquisadores dizem ter descoberto novo tipo de estrela


Pesquisadores dizem ter descoberto novo tipo de estrela


Conjunto de estrelas; estudo apontou que 36 delas pertencem a uma nova classe (Foto: ESO/AFP)

Estudo apontou que 36 astros analisados possuem luminosidade variável.
Nova classe de estrelas ainda não foi batizada, diz observatório.


Pesquisadores atuando no Observatório de la Silla, no Chile, dizem ter descoberto um novo tipo de estrelas com luminosidade variável. O achado consta em um artigo publicado nesta quarta-feira (12) na revista científica "Astronomy and Astrophysics".

A descoberta se baseia na medição ao longo de sete anos de mais de 3 mil estrelas situadas no agrupamento galático NGC 3766, afirma a agência de notícias France Presse. O achado foi feito por uma equipe de astrônomos suíços, que trabalharam com o telescópio Euler, situado no Chile, pertencente ao Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).

Neste agrupamento galático, a equipe do pesquiador Nami Mowlavi descobriu um grupo de 36 estrelas que apresentaram um padrão inesperado, com "minúsculas variações regulares do seu brilho, ao nível de 0,1% do brilho normal das estrelas", afirmou o ESO, em um comunicado.

"As observações revelaram propriedades destas estrelas anteriormente desconhecidas, que desafiam as atuais teorias e levantam questões sobre a origem das variações [de luminosidade]", de acordo com o ESO.

A periodicidade das variações de brilho está entre duas e 20 horas, segundo o observatório europeu. A nova categoria de estrelas variáveis ainda não foi batizada, de acordo com a France Presse. Elas são levemente mais quentes e mais brilhantes que o Sol, ressalta o ESO.

"A existência desta nova classe de estrelas variáveis constitui um desafio para os astrofísicos", explicou Sophie Saesen, uma das integrantes da equipe de pesquisa, em comunicado divulgado pelo ESO.

"Os modelos teóricos atuais não preveem que a luz varie periodicamente e nosso esforço consiste, por isso, em conhecer melhor o comportamento desse novo tipo de estrela", acrescentou.

A origem das variações é desconhecida, mas os astrônomos observaram que algumas das estrelas parecem ter uma rotação rápida, superior à sua "velocidade crítica", limite a partir do qual as estrelas se tornam instáveis e ejetam matéria ao espaço.

"Nestas condições, a rotação rápida terá um impacto importante em suas propriedade internas", afirmou Nami Mowlavi. O estudo das variações de luminosidade das estrelas já conhecidas, que recebem o nome de "variáveis" ou "pulsantes", criou um novo ramo da astrofísica chamado algumas vezes de astrosismologia, de acordo com a agência France Presse.





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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Jogos inventados - Caverna do Dragão


Jogos inventados - Caverna do Dragão


Não lembra desse jogo? Não? Nem eu...

Ao embarcar em uma montanha russa, você e seus amigos foram transportados para outro mundo, repleto de dragões, monstros e magos. Agora vocês precisam encontrar o caminho de volta para casa, mas para isso terão que encarar o terrível Vingador, um mago maléfico que quer dominar o Reino.


Mas calma, vocês não estão sozinhos! Com a ajuda do Mestre dos Magos e equipados com poderosas armas vocês irão se aventurar por lugares jamais vistos e se tornar grande heróis.

Escolha um entre os seis personagens: um cavaleiro, um bárbaro, uma acrobata, um arqueiro, um mágico ou uma gatuna, e siga enfrentando criaturas do mal, incluindo uma batalha contra o terrível Tiamat, um Dragão de Cinco Cabeças.

Poderão nossos heróis retornar para casa? Além dos inimigos, armadilhas farão você quebrar a cabeça para solucionar o caminho e volta. Lembre-se: nesse jogo, escolhas simples como a vida de um unicórnio de estimação e o mapa de um labirinto podem ser cruciais. Boa sorte!


Ficou ducaralho né? Eu sei, o Master não pode tudo isso, mas eu quis forçar a barra.

A tela de abertura impressiona, logo de cara vemos que os desenvolvedores não pouparam esforços e ofereceram o que o Master System podem oferecer de melhor. Caverna do Dragão foi um sucesso na telinha e sua adaptação para os games não ficou para trás.


Quatro dos seis personagens para escolha inicial, ao clicar para o lado vemos mais dois.

Apesar de ser apenas para um jogador, a quantidade de personagem e as características de cada um foram muito bem elaboradas. É possível jogar bem tanto com Hank, usando flechas a distância, quanto com Bobby que só acerta com o tacape de perto, porém com muito mais força.


Mestre dos Magos aparece para dar instruções e logo some de vista...

Antes de iniciar a aventura, uma breve introdução por conta de nosso velho conhecido Mestre dos Magos. Mas não espere muita coisa, ele aparece, diz o que temos que fazer e some antes que nosso herói consiga perguntar alguma coisa.


Se aventure pelas densas florestas do Reino.

O jogo segue a linha side-scrolling, porém com elementos de RPG que definem o destino das fases. Em determinados pontos você terá que escolher se deve voltar e tirar Uni, o unicórnio mascote da turma de uma enrascada ou se deve seguir e pegar um mapa que vai levar ao labirinto, encurtando o caminho para casa. E aí, o que você fará?


Na parte debaixo você pode escolher entre os seis personagens da série.

Ao pausar o jogo, você poderá (em qualquer momento) trocar de herói, usando e combinando seus poderes e armas para escapar de armadilhas. Mas lembre-se, você só pode fazer uma troca por fase, portanto escolha bem para não se arrepender depois. Ao iniciar uma nova fase ou se morrer, você volta com o personagem que você escolheu no início do jogo.


Entre nessa e encare criaturas terríveis, como Tiamat.

Batalhas épicas como o penúltimo chefe, o Tiamat e o último chefão, o Vingador, fazem o jogo que é um tanto longo valer muito a pena. E você encontrará save points para poder prosseguir, pois sem eles seria impossível terminar de uma só vez.


Mas não se preocupe, nesse jogo, a história tem um final.

E então, esse jogo faria você correr pra locadora na sua infância? Eu sou suspeito a dizer, ele é exatamente como eu imaginei, hehehe. Espero que gostem, em breve volto com mais um jogo inventado para o nosso querido Master System.

Atenção: Esse jogo não existe! Trata-se de uma brincadeira.

FONTE:
http://qgmaster.blogspot.com.br/2013/06/jogos-inventados-caverna-do-dragao.html

C=232.832





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sábado, 1 de junho de 2013

O Zôo do Absurdo - Paleontologia


O ZÔO DO ABSURDO - Paleontologia



Descobertas recentes na China e em várias outras regiões do mundo confirmam: os animais surgiram durante um surto de criatividade evolutiva há 543 milhões de anos, no período Cambriano. Os precursores de todas as criaturas modernas estavam lá. Mas havia também um bestiário bizarro, de criaturas que parecem uma colagem de partes das espécies atuais. Como se a natureza tivesse tentado misturar cavalos com minhocas e camarões com sabiás. O próprio zoológico do absurdo. Mais tarde essas esquisitices desapareceram e restaram apenas os bichos que conhecemos. Ou seja, a explosão do Cambriano demonstra que a evolução não tem um plano bem definido e preestabelecido. Ela faz experiências o tempo todo, e não se pode antecipar o que vai dar e o que não vai dar certo.


Mudanças rápidas e radicais

Os únicos habitantes do planeta, ao longo de 3,5 bilhões de anos, foram as algas, bactérias e outros seres invisíveis a olho nu, feitos de uma célula só. Isso significa que durante quase 90% da história da vida sobre a Terra a natureza fez pouquíssimas mudanças nos organismos que existiam. E aí, de uma tacada só, há 543 milhões de anos, inventou todos os animais que existem e muitos outros que desapareceram sem deixar descendentes (veja o infográfico abaixo).

As únicas marcas desse episódio explosivo, que ocorreu durante o período Cambriano, são restos fossilizados encravados nas rochas. Eles estão sendo desenterrados em todos os continentes e são muito importantes porque mostram aos cientistas como a evolução realmente aconteceu. A primeira conclusão deles é que a natureza não age de maneira lenta e gradual. A revolução do Cambriano deve ter durado apenas 5 milhões de anos, uma fração de tempo irrisória quando comparada à enorme pasmaceira anterior.

A segunda constatação é que as mudanças, além de rápidas, são radicais. A população da Terra durante o Cambriano pulou direto dos micróbios unicelulares para animais complicados, formados por milhões e milhões de células. A maior parte eram ancestrais das águas-vivas, lagostas, vermes e ostras. Mas todas as espécies atuais estavam lá, pelo menos em suas linhas gerais (veja o infográfico no alto destas páginas). E a febre de invenções biológicas continuou. Junto com a fauna que nos é mais familiar, surgiram bichos extravagantes, que não podem ser classificados em nenhum dos grandes grupos conhecidos. Alguns pareciam uma colagem, feitos com partes dos corpos de duas ou três criaturas diferentes. Outros eram simplesmente impossíveis de analisar. Nestas páginas e nas seguintes você vai ler a história dessa fauna ensandecida e vai entender o que ela pode nos ensinar a respeito da origem das espécies.



A explosão ganha escala planetária

O mais recente e emocionante achado dos paleontólogos que estudam a evolução foi feito na China, no final do ano passado. Era um fóssil pequeno, de no máximo 5 centímetros, parecido com uma lesma. Batizado de Yunnanozoon lividum, apesar da aparência insignificante ele pode ter sido o primeiro membro de um grande grupo de animais ao qual pertence o homem. Pelas marcas que seu corpo deixou na pedra, ao ser esmagado entre duas rochas há 525 milhões de anos, vê-se que o yunnanozoon tinha vértebras, a marca registrada dos cordados. A descoberta confirma a hipótese de que todos os grandes grupos de animais surgiram praticamente ao mesmo tempo e em todos os lugares do planeta, numa explosão espetacular de criatividade natural.

Isso é importante porque até o final da década passada quase todos os fósseis do Cambriano haviam sido encontrados em Burgess Shale, no Canadá. Nos últimos dois anos, porém, restos semelhantes aos canadenses foram vistos também na Sibéria, na Groelândia, na China e na Namíbia (sul da África). Prova de que a explosão dos animais ocorreu em escala mundial. Não foi um episódio confinado a um canto do planeta. Mais ainda: medidas cuidadosas nesses locais limitaram drasticamente o período crítico das invenções biológicas, que teria durado 75 milhões de anos, de acordo com estimativas anteriores a 1987.

Uma primeira revisão, em 1994, reduziu a transição para menos da metade, cerca de 30 milhões de anos. Já parecia pouco demais para acomodar a criação de todos os tipos de seres. No ano passado, porém, ficou claro que o período durou menos de 10 milhões de anos. Mais provavelmente, 5 milhões de anos. "As novidades estão se acumulando mais depresssa do que damos conta de assimilar", afirmou o paleontólogo Andrew Knoll, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, à revista Time. Um dos principais responsáveis pelas medidas de tempo, ele explicou que as novidades do Cambriano começaram a aparecer quase exatamente há 543 milhões de anos e terminaram entre 538 milhões e 533 milhões de anos atrás.

O yunnanozoon, por acaso, encerra o penúltimo capítulo de uma aventura científica iniciada há cerca de um século com o naturalista Charles Doolittle Walcott, do Instituto Smithsonian. Um dos pais da moderna Paleontologia americana, Walcott foi o primeiro a ver os maravilhosos fósseis de Burgess Shale, em 1909. Espantado com a surpreendente diversidade preservada nas rochas, o cientista fez o que pôde para classificar os achados segundo as categorias conhecidas. E conseguiu. Só que forçou a mão e cometeu diversos erros decisivos, como outros pesquisadores perceberiam mais tarde. Num exemplo dramático, Walcott registrou que a opabínia, um dos fósseis mais esquisitos de Burgess Shale, tinha somente dois olhos, e não cinco (veja a ilustração na página anterior, em baixo).



Confusões anatômicas

A confusão foi possível porque a opabínia tinha sido esmagada por uma rocha e havia sido conservada quase como um decalque na pedra. Apesar disso, Walcott não estava disposto a ver traços anatômicos diferentes dos que conhecia, diz o biólogo e historiador da ciência americano Stephen Jay Gould. Em 1989, Gould publicou um livro excelente sobre o assunto, intitulado Vida Maravilhosa. Aí, ele explica que Burgess Shale continha pelo menos oito espécies que não podiam ser classificadas em nenhum dos grupos de animais conhecidos. Eram amostras da força criativa empregada pela natureza quando começou a transformar os antigos micróbios de uma única célula em seres complicados, feitos de milhões de células.

Na década de 60 os erros de Walcott começaram a ser corrigidos, especialmente pelos paleontólogos Harry Whittington, da Universidade Cambridge, e seus ex-alunos Derek Briggs e Simon Conway Morris. Eles agiram com muita habilidade, separando o melhor possível as partes dos fósseis triturados. Não queriam confundir uma garra com uma pata, nem deixar de ver um olho, como Walcott fizera. Também tomaram o cuidado de não fazer classificações apressadas, de não aplicar uma camisa-de-força num fóssil de modo a enquadrá-lo nas categorias existentes. Se não tinham certeza absoluta sobre as características de um animal, anunciavam que ele não pertencia a nenhum tipo conhecido.

Mesmo assim, havia poucos espécimes de cada bicho e alguns erros só foram corrigidos nesta década. Como a forma exata da hallucigênia, cujas patas foram interpretadas como tentáculos nas costas do fóssil. Na verdade, haviam posto a hallucigênia de cabeça para baixo (ela ainda aparece assim no livro de Gould). Outro enigma foi o anomalocaris: como sua boca era sempre encontrada longe do resto do corpo, foi vista como uma outra criatura (veja mais detalhes sobre a hallucigênia e o anomalocaris nas páginas seguintes). Briggs e Morris chegaram a publicar uma ilustração na revista americana Scientific American onde a boca do anomalocaris aparece flutuando sozinha no mar, classificada como um ancestral das esponjas-do-mar.

Os enganos talvez não tenham sido todos eliminados, mas já não dúvida nenhuma de que a explosão do Cambriano foi um fato e vai modificar consideravelmente a maneira como enxergamos a teoria da evolução.



Evolução fica parecida com um jogo de sorte

A revolução dos animais no período Cambriano coloca os paleontólogos diante de um grande ponto de interrogação: será que a natureza segue algum plano ao construir novos seres? Que mecanismo teria levado ao aparecimento de tantos organismos, tão diferentes entre si, e todos de uma tacada só? A resposta definitiva ainda deve esperar alguns anos de trabalho, com toda a certeza. Mas algumas idéias já estão tomando forma. Para início de conversa, é preciso apagar o conceito de que a natureza obedece a um plano de ação. Não existe uma fórmula para se produzir novas espécies.

Não dá nem para dizer que a evolução avança do mais simples para o mais complexo. As criaturas do Cambriano são tão elaboradas quanto qualquer ser do presente. De certo modo, a complexidade daquela época era maior do que a de hoje, já que havia maior variedade de modelos. Entenda bem: tudo indica que o número de espécies aumentou com o tempo. Mas houve uma grande redução na quantidade de filos. Atualmente o reino animal é dividido em cerca de 30 filos. No cambriano o número pode ter sido de 40 ou 50.

Mas se não há um plano geral da natureza, deve haver um outro meio de explicar o que aconteceu no passado, raciocinam os teóricos. Um deles, o americano Stu Kauffman, da Universidade da Pensilvânia, passou muito tempo pensando no assunto e acredita ter encontrado uma saída. Para ele, a evolução lembra um jogo de apostas com regras bem definidas. Imagine que num certo momento está para surgir um novo animal. Se ele for de um novo filo, a natureza faz uma grande aposta, pois implica em montar um organismo muito diferente de todos os existentes. Já a criação de uma espécie, que exige poucas modificações num organismo, é uma aposta pequena.



Quando o risco compensa

Esse, então, é o jogo. O que faz a natureza? Ela põe todas as fichas na aposta maior, responde Kauffman, porque o prêmio é maior. Prêmio significa explorar melhor os recursos disponíveis no meio ambiente. E ela age assim porque sempre dá certo, explica o cientista. É possível provar que, em todos os jogos montados dessa maneira, é vantajoso arriscar muito. O problema é que a estratégia não dura. Depois de uns poucos lances a vantagem cai para zero, não se ganha nada com modificações profundas nos organismos. A biologia passa a pensar pequeno e a longo prazo, tentando recompor os ganhos com a criação de espécies (ou de outras classificações menores que os filos).

O esquema dos jogos se encaixa perfeitamente com os acontecimentos do Cambriano. Não é ainda uma teoria, explica Kauffman. É só um exercício teórico, uma maneira de enxergar o problema. Mesmo assim, essa é a cara com a qual a teoria da evolução começa a ficar, na opinião de muitos cientistas. A antiga concepção, de aperfeiçoamento vagaroso e contínuo dos organismos, é rígida demais para dar conta dos fatos tal como estão sendo observados com a ajuda dos fósseis. O mundo real é muito mais flexível, e a biologia está sempre interagindo com o ambiente. E as soluções que encontra, ao contrário do que levava a crer o esquema antigo, não são úteis para sempre. Prova disso é que um grande número de filos, muito bem adaptados aos mares rasos do Cambriano, desapareceram sem deixar marcas nos organismos futuros.

Isso levanta um outro enigma: por que a explosão do Cambriano aconteceu exatamente há 543 milhões de anos, e não numa outra época qualquer? Esse é um problema prático, mais do que teórico. E terá que ser respondido também na prática, por meio de uma investigação detalhada sobre o clima e sobre a composição química dos oceanos naquele período. O gatilho do estouro provavelmente está em uma alteração brusca dessas condições. É um trabalho que, como a reforma da teoria, também vai levar tempo aos pesquisadores. Mas agora que se sabe precisamente o momento das mudanças, a demora não deve ser muito longa. Basta concentrar os esforços nos anos imediatamente anteriores ao Cambriano.



Para Saber Mais

Vida Maravilhosa, Stephen Jay Gould, Companhia das Letras, São Paulo, 1990
O Relojoeiro Cego, Richard Dawkins, Edições 70, Lisboa, 1988


Trinta figurinos

Há na Terra 1 milhão de espécies catalogadas (o número real pode chegar a 10 milhões). Mas, por incrível que pareça, só existem trinta modelos fundamentais de corpo. Qualquer animal pode ser classificado de acordo com o figurino que usa. Esse critério define os filos. Por isso, o número de filos gira em torno de trinta. Veja na página seguinte o nome de alguns dele significam.


Campeões do cambriano

O filo mais comum no Cambriano foi o dos artrópodes. Incluía insetos, lagostas, aranhas e trilobites (já extintos). Sua marca: corpo segmentado e artculações nas patas e pinças. Outro filo importante, o dos moluscos, hoje reúne ostras e polvos. Sua distinção é a casca (até os polvos têm dentro do corpo).



Lençóis vivos

O filo dos poríferos, das medusas, esponjas-do-mar e águas-vivas, talvez seja o mais antigo de todos. Quase não há corpo: algumas esponjas são meras "toalhas" de células que, a rigor, não formam orgãos de verdade. Flutuam no mar ou ficam presas a rochas filtrando os microorganismos. É sua refeição.



A coluna define o corpo

Cordados é o nome do filo do homem e dos bichos mais conhecidos, dos mamíferos às aves e aos peixes. O traço marcante é a coluna vertebral. Tudo indica que já havia cordados no Cambriano: eram parecidos com lesmas, como a pikaia, achada no Canadá, ou o yunnanozoon, encontrado no China.



A dinastia dos vermes

Minhocas, lombrigas e sangues sugas têm a forma mais popular de todas: simplesmente um tubo. As variações desse modelito singelo (tubos redondos, achatados, com espinhos etc) dão origem a dez filos. Os mais comuns são o dos anelídeos, o dos nematóides, o dos platelmintos e o dos asquelmintos.



O prêmio de originalidade

Vai para as estrelas-do-mar, do filo dos equinodermos. O corpo tem simetria radial, ou seja, é organozado de dentro para fora, geralmente como um pentágono (há estrelas-do-mar de até ciqüenta pontas). Também são radiais, com modificações, os filos dos cnidários (corais e anêmonas) e dos ctenóforos.


A revolução dos bichos

A explosão do Cambriano
Foi quando surgiram todas as grandes categorias de animais existentes. Também tiveram origem organismos que não podem ser enquadrados em nenhuma dessas categorias, chamadas filos. Estes bichos estranhos fizeram parte da febre criativa da evolução nesse período, e se extinguiram uns poucos milhões de anos depois. Veja nas páginas seguintes mais informações sobre essa fauna fantástica.


Entre o homem e o caranguejo

Pescoço e cabeça
Eram como a dos artrópodes (grupo dos siris e caranguejos). Mesmo assim, não há sinal de seus apêndices (pinças) serem articulados como os dos artrópodes. O corpo parece o de um cordado, o grupo a que pertencemos.


Aspirador no nariz

Risadas de perplexidade
Foi a reação causada pela opabínia ao ser apresentada pelo americano Harry Whittington à Sociedade Paleontológica, em Oxford. Seu apêndice frontal é bizarro. Não há nada igual no mundo de hoje. Os cinco olhos também causaram espanto. O bicho merece uma categoria à parte no reino animal.


Nadador enigmático

Dentes que não mordiam
O mais estranho são os 25 "dentes" em volta da boca, muito frágeis para morder ou raspar. Podem ter sido suportespara hipotéticos tentáculos. O problema é que os bichos atuaisque têm tentáculos não os apóiam em partes duras como os dentes.


Pétalas falsas

Estômago e músculos
O aparelho digestivo em forma de "u" (veja o desenho) lembra o dos chamados vermes entoproctas. Mas o corpo, que tinha até músculos era diferente do corpo de qualquer organismo conhecido.


De cabeça para baixo

Alucinação sobre patas
Cabeça bulbosa, espinhos nas costas e patas esquisitas, lembrando minhocas presas no corpo. A hallucigênia não pode nem ser comparada com seres modernos. Vai ser preciso criar uma categoria só para ela.


Tentáculos e nadadeiras

Salada de verme com siri
Criatura gelatinosa e achatada. Poderia ser classificada num grupo de vermes chamados quetógnatos. Mas estes têm dentes e um capuz na cabeça, dois traços ausentes no fóssil. Seus tentáculos centrais lembram as pinças dos siris, mas eram moles e não duros como as pinças.


O primeiro terror dos mares

Camarão estranho
É o significado do seu nome. A semelhança com o camarão existe, mas não é real. Nem os camarões nem seus parentes próximos têm apêndices para levar comida à boca, como os do anomalocaris.


Tanque submerso

Placas e espinhos
A placa da wiwaxia não é totalmente incomum. Há vermes assim atualmente, chamados poliquetos. Mas os poliquetos têm segmentos ao longo do corpo, e a wiwaxia é um bloco só, sem divisões internas ou externas. Já não existe nada igual a ela no mar.


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sexta-feira, 31 de maio de 2013

1.185 jogos de Mega Drive para jogar online


1.185 jogos de Mega Drive para jogar online



Já postamos aqui uma dica de site com 1.861 jogos de Super Nintendo para jogar online. Dessa vez, encontramos outra página que promete ocupar horas e horas do seu dia, especialmente se você teve um Mega Drive ou se sempre jogava na casa de um amigo. Extremamente viciantes, os jogos antigos que talvez você achasse que nunca mais iria jogar estão disponíveis.

Demos uma olhada nos jogos Sega disponíveis no site SÓ PARA QUE PUDÉSSEMOS ACRESCENTAR INFORMAÇÕES AO POST . Além dos clássicos da franquia Sonic – talvez o personagem mais icônico dos jogos de Mega Drive, encontramos títulos muito especiais como o Ayrton Senna’s Super Monaco GP II, uma edição especial do “Super Monaco GP” que teve o apoio e orientação do próprio Ayrton Senna, presente no game com dicas sobre cada pista.

Não foi à toa que citei o jogo do piloto brasileiro, essa era a fita que eu mais jogava no meu Mega Drive. Na época, era preciso alugá-la na videolocadora e isso tornava difícil progredir no jogo, pois nem sempre o cartucho estava disponível nas prateleiras. Após algum tempo, o jogo simplesmente não foi mais devolvido e não pude mais jogá-lo. Ayrton Senna’s Super Monaco GP II acabou caindo no meu esquecimento, mas agora, com o site SSega, foi emocionante poder reviver parte da infância com este e outros vários jogos – afinal, são 1184 disponíveis.

Se você leu até aqui deve estar desesperado para começar a jogar. Então, aqueça os dedos e ótima diversão. Acesse: ssega.com





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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Encontrado na Itália manuscrito da Torá mais antigo do mundo


Encontrado na Itália manuscrito da Torá mais antigo do mundo


Exemplar que pode ser o mais antigo da Torá foi encontrado na Itália (Foto: Universidade de Bolonha/AFP)

Segundo professor, texto sagrado foi escrito no século XII.
Pergaminho foi catalogado de modo equivocado por arquivista em 1889.


A Universidade de Bolonha (Itália) encontrou o que pode ser o manuscrito da Torá mais antigo do mundo, segundo um professor italiano que afirma que o texto sagrado foi escrito no século XII.

O valioso pergaminho de pele de cordeiro foi catalogado de modo equivocado por um arquivista da biblioteca universitária em 1889, que acreditou que pertencia ao século XVII.

Mas o professor de estudos hebraicos Mauro Perani constatou que o texto era anterior às normas de escrita da Torá adotadas no século XII.

"Imediatamente, percebi que era muito mais antigo", disse.

O professor explicou que o texto contém letras e sinais proibidos pelo erudito e filósofo judeu Moisés Maimônides no século XII.

"Este pergaminho é muito raro porque quando os manuscritos estragam, perdem sua santidade e não podem ser mais utilizados. Então, são enterrados", explicou Perani.

"Seu estado de conservação é excelente", completou.
"Os nazistas na Europa central e os fascistas na Itália destruíram dezenas de milhares de rolos. Aconteceu uma incrível destruição no século XX", disse.

O texto foi submetido a várias análises de carbono na Itália e Estados Unidos, que confirmaram que foi escrito entre o fim do século XII e o início do século XIII.

O pergaminho mede 36 metros de comprimento e 64 centímetros de largura.





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quinta-feira, 30 de maio de 2013

'Pais' do bóson de Higgs e Cern ganham Prêmio Príncipe das Astúrias

'Pais' do bóson de Higgs e Cern ganham Prêmio Príncipe das Astúrias


Físico inglês Peter Higgs (Foto: David Moir/Reuters)

Físicos Peter Higgs e François Englert fizeram trabalhos paralelos em 1964.
Premiação foi conferida por júri reunido na cidade espanhola de Oviedo.


O físico britânico Peter Higgs e o belga François Englert, descobridores da partícula subatômica bóson de Higgs – conhecida como "partícula de Deus" – ganharam nesta quarta-feira (29) o Prêmio Príncipe das Astúrias de Pesquisa Científica e Técnica, ao lado da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (Cern).
Higgs e Englert formularam, de forma independente, em 1964, a existência da partícula que confere massa para toda a matéria, razão que motiva seu apelido "divino".

O júri reunido na cidade espanhola de Oviedo destacou que os trabalhos publicados paralelamente por Englert com Robert Brout (morto em 2011) e por Higgs proporcionaram um elemento crucial para completar o Modelo Padrão da física de partículas, "a tabela periódica do mundo subatômico e suas regras, que explicam o funcionamento do Universo".
Em julho de 2012, quase 50 anos depois da publicação dos trabalhos, o Cern confirmou a existência dessa partícula, graças a experiências feitas em seu acelerador de partículas, o LHC.

"O descobrimento do bóson de Higgs constitui um exemplo emblemático de como a Europa tem liderado um esforço coletivo para resolver um dos enigmas mais profundos da física", acrescentou o júri.





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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Asteroide equivalente a nove navios deve passar pela Terra nesta sexta


Asteroide equivalente a nove navios deve passar pela Terra nesta sexta


Asteroide 1998 QE2 vai se aproximar da Terra nesta sexta, às 17h59 de Brasília (Foto: Nasa/JPL-Caltech)

1998 QE2 vai se aproximar do nosso planeta às 17h59 de Brasília.
Apesar de não representar perigo, objeto será alvo de estudos científicos.


Um asteroide deve passar pela Terra nesta sexta-feira (31) e ficar no máximo a 5,8 milhões de quilômetros daqui, o equivalente a uma distância de 15 vezes entre o nosso planeta e a Lua.

Apesar de não representar perigo, o 1998 QE2 pode ser um objeto interessante de estudo, entre esta quinta-feira (30) e o dia 9 de junho, para os astrônomos que tiverem um telescópio de radar de pelo menos 70 metros de comprimento. Esse corpo celeste tem 2,7 quilômetros de diâmetro, o tamanho de nove navios transatlânticos Queen Elizabeth 2.

A aproximação máxima do asteroide será às 17h59 (horário de Brasília) desta sexta. Esse será o ponto que ele chegará mais perto de nós pelos próximos dois séculos, pelo menos.
Esse objeto foi descoberto em 19 de agosto de 1998, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

O cientista Lance Benner, do Laboratório de Propulsão a Jato da agência espacial americana (Nasa), diz que espera obter uma série de imagens de alta resolução do 1998 QE2, o que pode revelar detalhes sobre ele.

"Sempre que um asteroide se aproxima, ele fornece uma importante oportunidade científica para estudá-lo e entender seu tamanho, forma, rotação, características da superfície e origem", explicou.

Monitoramento constante
A Nasa estabeleceu como alta prioridade o monitoramento de asteroides e cometas, e os EUA têm o maior programa de levantamento de objetos próximos à Terra do mundo – uma parceria entre agências governamentais, astrônomos de universidades e institutos de ciência. Até hoje, o país já identificou mais de 98% do total desses corpos conhecidos. E só no ano passado, o orçamento da Nasa para esse fim aumentou de R$ 12 milhões para R$ 40 milhões.

Em 2016, a Nasa planeja lançar uma sonda em direção ao asteroide potencialmente mais perigoso de que se tem notícia, chamado 1999 RQ36, ou 101955 Bennu. A missão Osiris-Rex também planeja fazer reconhecimentos em todos os objetos ameaçadores recém-descobertos. Além de monitorar possíveis ameaças, o aparelho poderá revelar detalhes sobre a origem do Sistema Solar, da água na Terra e das moléculas orgânicas que levaram ao desenvolvimento da vida.

Recentemente, a agência americana anunciou ainda que está desenvolvendo uma missão para identificar, capturar e mudar de rumo um asteroide para exploração humana.





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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cientistas acham no Ártico músculo e sangue de mamute conservados


Cientistas acham no Ártico músculo e sangue de mamute conservados


À esquerda, músculos bem preservados encontrados na carcaça de um mamute; à direita amostra de sangue coletada por cientistas na região do Ártico (Foto: Semyon Grigoryev/AFP)

Amostras recolhidas dão esperança para ressuscitar animal extinto.
Mamutes teriam desaparecido do planeta há cerca de 11 mil anos.

Cientistas russos afirmaram que foi possível retirar sangue e pedaços de músculo de uma carcaça bem preservada de mamute, encontrada em uma expedição feita a uma ilha remota do Ártico.

De acordo com os pesquisadores da Universidade Federal do Nordeste da Rússia, o achado dá nova esperança aos trabalhos de ressuscitar esta espécie extinta da natureza. Semyon Grigoryev, chefe da expedição, afirma que o animal encontrado é uma fêmea que morreu com 60 anos de idade há cerca de 15 mil anos.

Foi a primeira vez em que foi possível encontrar sangue e músculos bem preservado em uma carcaça.
“Quando nós quebramos o gelo que estava abaixo de seu estômago, o sangue fluiu para fora e era muito escuro”, disse Grigoryev. “Esse é o caso mais surpreendente da minha vida. Como foi possível ele [o sangue] permanecer na forma líquida por tanto tempo? E o tecido muscular, da cor vermelha, sinal de carne fresca?”, explica.
A carcaça ficou bem preservada pois caiu em uma poça de água que, mais tarde, congelou. A parte superior do corpo, incluindo a parte de trás da cabeça, foi comida por predadores.

Trabalho difícil
A decodificação do DNA do paquiderme pré-histórico, que leva a informação genética sobre o animal, é um trabalho árduo que, em muitas ocasiões, termina em fracasso, sem encontrar uma única célula viva.

Os mamutes apareceram na África há três ou quatro milhões de anos, dois milhões de anos atrás emigraram para Europa e Ásia e chegaram à América do Norte há 500 mil anos, passando pelo Estreito de Bering.

Para a ciência continua sendo uma incógnita a causa de seu desaparecimento, que começou há 11 mil anos, quando a população destes animais começou a diminuir até a total extinção dos últimos exemplares siberianos há 3,6 mil anos.

A maioria dos especialistas estima que os mamutes foram extintos devido a uma brusca mudança das temperaturas na Terra, embora há também quem atribua seu desaparecimento ao ataque de caçadores ou a uma grande epidemia.



Carcaça de mamute encontrada pelos cientistas na região do Ártico (Foto: Semyon Grigoryev/AFP)





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terça-feira, 28 de maio de 2013

Em Nova York há um caçador de tesouros urbanos


Em Nova York há um caçador de tesouros urbanos



Munido de fio dental, binóculos e cola de pegar rato, o porto-riquenho Eliel Santos sai todos dias de sua casa no distrito do Bronx, cidade de Nova York, rumo ao de Manhattan atrás de tesouros urbanos.


Aos 38 anos, Eliel está há 8 “pescando” joias, eletrônicos, dinheiro e outros objetos que pedestres deixam cair nas grades das calçadas. “Se você deixar cair, eu vou buscar – por isso tenha cuidado”, aconselha.

Ele anda rapidamente de um lado para o outro da rua. Mantem a cabeça abaixada e foco em suas possíveis “presas”. Quando algo o atrai, ele solta a cola presa ao fio dental e, com precisão, traz a recompensa à superfície.

Além de Manhattan, Eliel Santos também sai em busca de tesouros no Brooklyn e no Queens. Sua memória preserva várias das caçadas que realizou. Como quando ajudou um sujeito a recuperar sua aliança de casamento de dentro de uma grade na Times Square.

Após todos esses anos, Eliel aprendeu alguns macetes. Sabe, por exemplo, que vale mais a pena prestar atenção em áreas em que turistas trocam dinheiro com vendedores ambulantes. Com esse olhar clínico ele já encontrou objetos muito valiosos. O recorde foi uma pulseira de ouro 18 quilates que conseguiu penhorar por US$ 1.800.

Certa vez, ele ficou sabendo de uma mulher que perdeu um anel de US$ 20 mil na região do Madison Square Garden, famoso ginásio da cidade. Infelizmente Eliel ainda não conseguiu encontrar a joia.

Como surge um caçador de tesouros urbanos

Tudo começou por acaso quando Eliel encontrou um homem que tinha deixado suas chaves cair por uma grade e resolveu ajudá-lo. Saiu para comprar cola de pegar rato – pois imaginou que seria bem mais eficiente que um chiclete -, que prendeu a uma pedra amarrada por uma linha. O sujeito das chaves achou aquilo incrível e agradeceu Eliel com 50 dólares.

Aquilo pareceu uma ótima maneira de se conseguir dinheiro, e tem sido desde então. Nasceu assim o caçador de tesouros urbanos que em dias bons chega a faturar US$150 – dias excepcionais rendem até US$ 1.000. Com a sorte ao lado, ele já conseguiu encontrar tesouros como 270 dólares em dinheiro, a pulseira de diamantes e ouro branco 18k de US$ 1.800, três iPhones, um iPod Nano, entre outros.



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terça-feira, 28 de maio de 2013

A Criação do Homem-Aranha


A Criação do Homem-Aranha


Stan Lee, Jack “o rei” Kirby e Steve Ditko

Em 1963, na décima quinta (e última) edição da revista Amazing Fantasy surgiu um novo super-herói que acabaria fazendo história: O Homem-Aranha!

Mas de onde surgiu este personagem? Como foi o seu processo de criação? Muitos detalhes estão obscuros até hoje, mas o personagem foi, essencialmente, produto da criatividade de três pessoas. Três monstros sagrados dos quadrinhos: Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko.
Stan Lee (Stanley Martin Lieber) era, na altura, o editor-chefe e principal escritor da Marvel Comics. Sobrecarregado de trabalho, ele inventou um método de escrever quadrinhos que era rápido e inovador: Lee escrevia o roteiro básico da história (normalmente apenas uma ou duas páginas datilografadas), baseado neste o artista da história desenhava toda a revista e Lee, por fim, adicionava os diálogos no final do processo. Este método, que colocava a toda estruturação das histórias nas mãos dos artistas, rendeu mais tarde inúmeros questionamentos sobre qual teria sido a participação real de Lee na criação dos personagens da Marvel Comics.



Jack Kirby (Jacob Kurtzberg) era o principal artista de super-heróis da Marvel e fora inicialmente encarregado de desenhar o Homem-Aranha. Porém, embora tenha participado do desenvolvimento inicial do personagem, ele nunca chegou a ser desenhista do Aranha.

Steve Ditko era o principal artista de tramas de mistério e suspense da Marvel. Pouco afeito a super-heróis, acabou sendo o primeiro e mais importante desenhista do Homem-Aranha. Além de ser um bom artista, ele era um escritor de talento e (ao contrário de Kirby) chegou a ser creditado como co-escritor em diversas das histórias que fez em parceria com Stan Lee.

Mas qual foi a participação de cada um na criação de personagem? Bem, todos eles já deram suas versões para a criação do personagem e, a partir delas, tentaremos montar o quebra-cabeça que é a verdadeira história da criação do Homem-Aranha.

Segundo Stan Lee, o Homem-Aranha foi baseado (ao menos em nome) no personagem The Spider (O Aranha), protagonista de vários romances baratos (os chamados pulps) que Lee leu durante a sua infância (notem que, à exceção do nome, o violento vigilante Spider não possui qualquer similaridade com o Homem-Aranha). O tema “Homem-Animal” para denominar um super-herói também não era nenhuma novidade, tendo sido usado em personagens como o clássico Batman e até em outra co-criação de Stan Lee da época, o Homem-Formiga (Ant-Man).



Logo depois, Lee afirma que teve uma longa discussão com o dono da Marvel à época, Martin Goodman, que não aceitava um personagem baseado em uma aranha porque “as pessoas detestam aranhas”! Lee, com a sua conhecida lábia, o convenceu a publicar uma “história-piloto” do personagem na revista Amazing Adult Fantasy (nome de Amazing Fantasy até o número 14), que estava prestes a ser cancelada de qualquer jeito.

Amazing Adult Fantasy era uma das revistas de mistério/suspense da Marvel. A maioria das suas histórias era desenhada por Ditko e destoava das típicas histórias de monstros que compunham a maior parte do material do gênero da Marvel na época. Mas Kirby foi o escolhido como o artista do Homem-Aranha devido à sua experiência com super-heróis.



Segundo Lee, a ideia dele era que o personagem fosse um adolescente comum e não o tradicional herói imponente e musculoso, mas ao ver as primeiras páginas de Kirby ele teria se visto defronte um novo Capitão América. Não era exatamente o que ele queria! Imediatamente decidiu chamar Steve Ditko, mais acostumado a retratar o “mundo real” do que o épico Kirby, que, porém, desenhou a capa da revista com a primeira aparição do personagem.

Lee afirma não recordar se o distintivo uniforme do personagem fora criado por Kirby ou Ditko, nem maiores detalhes sobre a criação do personagem. A memória de Lee é proverbialmente fraca, uma vez ele chamou Bruce Banner (o Hulk) de “Bob Banner” em uma edição inteira do Quarteto Fantástico!

(Aos curiosos, é por isso que o nome do personagem é Robert Bruce Banner…)

Kirby, porém, questiona diversos detalhes da história de Lee. Segundo ele, o personagem era, na verdade, uma reciclagem de Silver Spider (Aranha Prateada, em tradução literal), personagem que Kirby criara com seu antigo parceiro Joe Simon em 1953, mas fora rejeitado pela editora Harvey Comics porque nessa altura os super-heróis estavam em baixa. O conceito fora reciclado para a editora Archie Comics, seis anos mais tarde, como The Fly (Mosca Humana, no Brasil), personagem que era uma criança que se transformava em um super-herói adulto, que carregava uma arma especial (raramente utilizada) na cintura, ao dizer palavras mágicas, graças a um anel que lhe foi dado por uma espécie de alienígena (!). Curiosamente, um dos primeiros vilões que The Fly enfrenta, ainda em sua primeira edição, é um criminoso fantasiado com motivos aracnídeos que se denomina Spider…



A “teoria Silver Spider” foi corroborada por Joe Simon em entrevistas e na sua autobiografia, porém ele adiciona alguns detalhes à questão. Segundo ele, Silver Spider teria sido chamado inicialmente de Spiderman (assim mesmo, sem hífen) e criado por Simon com C.C. Beck (o criador visual do Capitão Marvel, personagem que, como The Fly, também é uma criança que se transforma em adulto quando fala uma palavra mágica) na arte. O nome Silver Spider teria sido sugerido por Jack Oleck, cunhado de Simon. Esse material teria sido a base de The Fly e, eventualmente, do material que Kirby teria apresentado a Lee quando da criação do Homem-Aranha, o que colocaria Kirby em um papel bem menor na criação da “sua” versão do Homem-Aranha!

Afora isso, Kirby também alega ter sido o criador do uniforme do personagem, apesar de diversos artistas questionarem essa afirmação, visto que o uniforme do Homem-Aranha não possui nenhuma afinidade com os milhares de uniformes de super-heróis criados por Kirby, mas sim com aqueles poucos criados por Ditko! Diz também que teria deixado a série por estar com excesso de trabalho (o que é plausível, já que na altura, Kirby estava trabalhando em séries como Quarteto Fantástico, Hulk e diversas outras), porém já teria desenhado algumas páginas da história, que serviriam de base para a versão de Ditko. Entre elas a capa que foi publicada!

Várias das suas alegações são válidas, mas a memória de Kirby costumava ser tão falha quanto a de Lee…

A solução desses mistérios ficaria por conta do recluso Steve Ditko. Avesso a entrevistas, ele se absteve de comentar sobre o assunto durante anos, mas um artigo publicado em 1990 lançou uma nova luz sobre o assunto.



Segundo Ditko, Kirby foi efetivamente o primeiro artista a ser nomeado para a série, mas saiu por motivos por ele ignorados.

De acordo com Ditko, o conceito original do personagem era de que ele era um garoto que adquiria superpoderes e o corpo de um adulto graças a uma espécie de anel mágico (sim, como The Fly). Nada no seu uniforme lembrava uma aranha, embora lembrasse, ironicamente, o visual do Capitão América, reforçando a argumentação de Lee, com exceção de um desenho abstrato no peito do personagem. Ele carregava uma “arma de teia” na cintura (que Kirby nunca teria chegado a mostrar em ação), bem diferente dos discretos lançadores de teia de Ditko.

O visual de Kirby para o personagem (reproduzido de um desenho de Ditko) é realmente um design muito mais “Kirbyano” do que o uniforme tradicional do Homem-Aranha.

Curiosamente, ao criar a sua versão do Besouro Azul anos depois, Ditko faria um uniforme bastante simples, bem ao estilo de Kirby, com um inseto estilizado no peito e uma arma na cintura. Seria ele inspirado na versão de Kirby do Homem-Aranha?

De volta às páginas desenhadas por Kirby, nelas o personagem, que também era criado pelos seus tios idosos como o Homem-Aranha que nós conhecemos, é mostrado como sendo vizinho de uma espécie de cientista maluco que, aparentemente, teria sido o responsável pela obtenção dos seus poderes.

Vale dizer que toda a história de anel mágico e do corpo adulto é muito similar à do personagem The Fly. Similaridade essa que Ditko teria notado no momento em que recebeu as páginas. Alguns (como o especialista em Kirby Mark Evanier) teorizam que isso teria sido o verdadeiro motivo do afastamento de Kirby da série, mas nenhum dos autores envolvidos jamais afirmou isso com certeza, o que torna impossível comprová-la.



Ditko descartou então toda a versão de Kirby. Tendo retornado, segundo suas próprias palavras, ao roteiro original de Lee, ele refez toda a história, eliminando idéias como a do cientista e do anel “mágico”, e criando o uniforme que nós conhecemos hoje. Uma mudança significativa e que, provavelmente, resultou em um personagem bem mais interessante do que a versão original de Lee e Kirby.

Ditko também desenhou uma capa para a revista Amazing Fantasy 15, que acabou sendo rejeitada por Lee e, ironicamente, redesenhada por Kirby, que acabou sendo o capista da edição. Essa capa ainda existe e foi reproduzida diversas vezes em edições especiais do Aranha (incluindo como capa alternativa do número 700 da revista Amazing Spider-Man), o que coloca em questão a versão de Kirby.



Vale ser mencionado que a história de origem do personagem segue o padrão de origens escritas por Stan Lee (personagem está no topo do mundo, recebe uma rasteira da vida, aprende humildade e usa os seus novos poderes para lutar pelo bem), que seria repetido diversas vezes na Marvel, por exemplo, nas origens do Dr. Estranho e Homem de Ferro, na segunda origem do Thor (a que envolve Asgard) e até na do Dr. Destino! A única constante em todas essas histórias é a presença do próprio Stan Lee…



Embora Amazing Fantasy fosse cancelada após essa edição, o personagem atraiu interesse suficiente para ganhar um título próprio (Amazing Spider-Man), que seria co-escrito por Lee e Ditko e desenhado por este último até a sua saída da Marvel, sem a participação de Kirby, que, nesse momento, já estava bastante atarefado com outros personagens.

Como então definir quem foram os verdadeiros criadores do personagem? Bem, Steve Ditko é quem tem a versão mais sólida, mas ele ignorava quem criou o nome “Homem-Aranha” e as razões pelas quais Kirby não foi o desenhista do personagem. Mas é inquestionável que ele criou toda a parte visual do Homem-Aranha e boa parte dos conceitos da série. Stan Lee foi, sem qualquer sombra de dúvida, o escritor dos diálogos marcantes do personagem e teve, no mínimo, uma grande participação no roteiro das suas primeiras histórias. Vale dizer que, após a saída de Ditko, o personagem continuou sua trajetória de sucesso com Lee nos argumentos e sem qualquer contribuição criativa de Kirby ou Ditko.

E Jack Kirby? Bem, embora o “Rei” tenha tido uma importância imensurável na criação de maior parte dos personagens da Marvel, sua participação na criação do Homem-Aranha é muito pequena. Mesmo se for verdade que o personagem teria sido baseado em seu “Silver Spider”, ele foi transformado por Lee e, principalmente, Ditko em algo bastante diferente. E é esta a versão do personagem que povoa a imaginação dos leitores há quase 40 anos, a de Stan Lee e Steve Ditko.





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terça-feira, 28 de maio de 2013

1.861 jogos de Super Nintendo para jogar online


1.861 jogos de Super Nintendo para jogar online


Atenção! Antes de continuar por aqui, fique sabendo sua produtividade vai cair, que seu interesse no trabalho será reduzido a zero e que você fará uso constante do “alt+tab” sempre que alguém ameaçar “comer sua tela” – eu devia fazer um termo de responsabilidade para me isentar de qualquer acusação posterior.

Mas vamos lá! Encontrei na vastidão da internet o precioso site Snesbox, que reúne 1861 jogos de Super Nintendo (Snes) para jogar online, de graça e sem instalar nada. Ele possui um sistema de emulador em Flash, ou seja, no próprio navegador.

Se são 1861 títulos, é bem provável que todos aqueles cartuchos que você costumava alugar na videolocadora quando era mais novo estão lá. Os que gostam do console da Nintendo, mas não são adoradores fanáticos, podem ir direto para a lista de Top Games que o site relaciona (Super Mario World, Donkey Kong Country, Ultimate Mortal Kombat 3, Aladdin e The Legend of Zelda são alguns dos mais jogados).

Preparado? Comece a jogar agora!





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domingo, 26 de maio de 2013

16 Crimes cometidos em novelas


16 Crimes cometidos em novelas


Na novela "Paraíso Tropical" (2007) Taís (Alessandra Negrini) foi a ambiciosa gêmea, capaz de matar a própria irmã, Paula, para conseguir dinheiro e fama. Era uma mulher fútil, mentirosa e é capaz de tudo por dinheiro. Reprodução



Na novela "Força de um Desejo" (1999) barão de Sobral foi morto durante a festa de noivado de seu filho Abelardo (Selton Mello) e Juliana (Júlia Feldens). Como parte do seu serial killer, Bárbara (Denise Del Vecchio) decidiu assassinar o barão. Reprodução



Na novela "Belíssima" (2005), Bia Falcão (Fernanda Montenegro) foi a grande vilã e não cansou de cometer crimes. Depois de ter forjado a própria morte, ela armou atentados, cometeu assassinatos, fugiu para Paris, aonde terminou no bem-bom, ao lado de Mateus, mesmo depois de seus crimes e de matar seu advogado (2005) Folhapress



Na novela "Passione" (2010), Clara (Mariana Ximenes), era uma mulher mentirosa, sem escrúpulos, que só queria tirar proveito das situações. Trabalhou como enfermeira do marido de Bete (Fernanda Montenegro) e foi a única a escutar a revelação que o empresário fez à esposa antes de morrer. Foi capaz de planejar a própria morte do marido (Totó) e executar o crime. Divulgação/Globo



Na novela "Gabriela Cravo e Canela" (1975), coronel Jesuíno (Francisco Dantas) matou sua esposa e o amante dela após descobrir o adultério. Folhapress



Na novela "Pecado Capital" (1998) , Carlão (Eduardo Moscovis) foi um ambicioso taxista, que ficou com o dinheiro roubado de um assalto e ao longo da trama foi se afundando mais e mais, graças à ambição e ao desejo de reconquistar Lucinha.Quando resolveu deixar o dinheiro em uma estação do metrô e fazer uma denúncia anônima às autoridades, foi assassinado por Tonho Alicate, um mau-caráter com quem havia se envolvido em negócios ilícitos. Folhapress



Na novela "A Favorita" (2009) , Flora (Patricia Pillar) tinha inveja de Donatella (Claudia Raia) e fez de tudo para destruí-la e também prejudicar as pessoas próximas de sua rival. Divulgação/Globo



Na novela "Esperança" (2002), Genaro (Raul Cortez) foi assassinado por integralistas que queriam matar Toni (Reynaldo Gianecchini); ele morreu nos braços do filho. Folhapress



Na novela "Louca Paixão" (1999) o grande suspense era sobre quem teria matado Pedrão (Mateus Carrieri). Foram gravados três finais diferentes, nos quais os assassinos do personagem eram Vera (Suzy Rêgo), Teresa (Glauce Graieb) e Gil (Paulo Leite). No final, a assassina era Vera, cansada das chantagens de Pedrão, seu ex-namorado, o matou. A moça, que estava em liberdade condicional, voltou então para o presídio. Reprodução



Em "O Salvador da Pátria" (1989), Marlene (Tássia Camargo) foi assassinada pelos capangas do coronel Severo. Para evitar um escândalo com sua amante, Marlene, Severo convence Sassá de se casar com ela para criar uma fachada. No entanto, Marlene é assassinada e encontrada morta com Juca Pirama, radialista local que denunciava desmandos das oligarquias e dos traficantes. Reprodução



Em "Suave Veneno", Clarisse Ribeiro (Patricia França) morre assassinada após roubar alguns diamantes do pai. Maria Regina (Letícia Spiller) era a grande vilã da trama. Folhapress



Na novela "Porto dos Milagres" (2001) , Adma (Cássia Kiss) não cansa de arquitetar planos para matar seus inimigos. Primeiro ela envenena o cunhado e depois planeja a morte da cunhada e do sobrinho. Reprodução



Na novela "Torre de Babel" (1998), a empresária Ângela (Claudia Raia), nutria uma paixão platônica por Henrique Toledo, seu melhor amigo e colega de trabalho. Henrique, no entanto, era casado com Vilma e não desconfiava dos sentimentos da amiga. Aos poucos, a paixão de Ângela vai se tornando cada vez mais doentia e, para conseguir o que quer, ela se torna uma assassina fria e implacável, que chega comemorar as mortes de suas vítimas. Reprodução



Na novela "Sangue do meu Sague" (1996), Clóvis Camargo (Osmar Prado) era um cara ambicioso, capaz de tudo, inclusive, de matar. Em um dos crimes, ele fez com que Carlos, o funcionário que poderia incriminá-lo, sofresse um acidente com uma bomba. Reprodução



Em "O Bem Amado" (1973), Zeca Diabo (Lima Duarte) assassina o poderoso Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo - à esq.) Montagem/UOL



Em "Celebridade"(2003) , Laura (Claudia Abreu) matou Lineu (Hugo Carvana) por vingança. Laura era uma mulher ambiciosa, que não queria apenas tomar tudo de Maria Clara, mas se tornar a própria. A razão do ódio de Laura pela patroa é que ela era filha da verdadeira musa da canção que fez de Maria Clara uma mulher rica e famosa, enquanto ela e a mãe amargaram uma vida miserável. Maria Clara, porém, sempre acreditou que a música fora composta por seu ex-noivo Wagner em sua homenagem. Montagem/UOL





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domingo, 26 de maio de 2013

16 Curiosidades sobre Star Trek que você não sabia


16 Curiosidades sobre Star Trek que você não sabia



Em comemoração aos 46 anos da estreia do seriado.

Foi por causa dessa série que me tornei nerd, e se algum dia desejei ser um astronauta como todos os garotos da minha e de tantas gerações, foi por causa das reprises de STAR TREK nos finais de tarde da TV aberta. Não fui o único novinho arrebatado para o universo trekker ao assistir os requentados duas décadas após o término do último episódio inédito.



De fato, na época em que era inédito, Star Trek nunca obteve grandes números de audiência, vindo a ser cancelado na terceira temporada. O sucesso da mais intrépida nave da Federação dos Planetas Unidos veio anos-luz depois, com as reprises. Será porque era uma história à frente do seu tempo? Porque o público não estava preparado para explorar o universo? Não, deve ser a pegada filosófico-introspectiva-introspectiva-sem-porrada-nem-bomba adotada nos roteiros… Falar da condição humana? Tédio!

O primeiro episódio do programa foi transmitido na Terra em 1966 e até hoje continua sua viagem pelo espaço, em forma de ondas eletromagnéticas, atravessando infinito até que ultrapasse as fronteiras da existência, indo onde nenhum homem jamais esteve! Caramba, tenho que parar de tomar isso…


As aventuras da U.S.S . Enterprise e sua tripulação tiveram um dois maiores impactos conhecidos na cultura popular e ciência entre todas as outras franquias do gênero. E quase cinco décadas depois, continua influenciando fortemente o mundo em que vivemos. Vejamos algumas curiosidades…

O criador, Gene Roddenberry e a esposa

1- A primeira nave espacial da NASA foi batizada de Enterprise após uma campanha maciça de fãs americanos, que inundaram os escritórios da agência espacial pedindo por isso.



2- O episódio piloto da série tinha uma mulher como comandante da nave, mas a direção do canal julgou que não era realístico ter uma mulher em posição de comando e ordenou que o enredo fosse reescrito. Fofocas de bastidores dizem que na verdade a atriz era a protegida amante do criador da série, e que sua total falta de talento seria o porquê do pé na bunda, mas por que então outra mulher não a substituiu no papel? De qualquer jeito a boazuda deu um jeito de ser alistada como enfermeira principal pra cuidar dos dodóis espaciais da marmanjada.



3- A série original mostrou o primeiro beijo inter-racial da história da tv americana, entre o capitão Kirk e a tenente Uhura (de feia) em 1968. Aliás o mesmo ano em que Martin Luther King foi morto. Historicamente isso só é correto se formos pensar em termos de show de ficção científica. Pois o primeiro beijo inter-racial da tv foi entre Sammy Davis Jr e Nancy Sinatra no filme “Movin with Nacy” em dezembro de 1967, de acordo com a venerável Wikipédia. Agora o mais importante, senhores americanos: Brancos, negros e hispânicos, são etnias, não raças.


4- A formação da primeira tripulação da nave foi propositadamente diversa, porque seu criador Gene Roddenberry desejava mostrar um futuro muito mais utópico. Imaginem, a ponte de comando era dividida entre brancos, negros e orientais, além de um russo co-pilotando a nave em plena Guerra Fria.



5- Na série original, tripulantes com camisas vermelhas eram mais propensos a morrer do que os de outras cores. Muitos acreditam que era pelo fato de que a cor vermelha (engenharia) fazia parte da patente mais baixa da frota e portanto em situações de combate, eles seriam os desnecessários e serviriam como bucha. Mas a verdade é que em dezenas de episódios, quando o capitão Kirk , o chefe de ciências, algum linguista e o médico eram teleportados para um mundo estranho e hostil, eles normalmente estavam ali amparados pelos oficias de segurança (que também vestiam vermelho) e defendiam o seu capitão a qualquer custo, inclusive com suas vidas.


6- Majel Roddenberry, esposa do criador, teve um papel em todas as encarnações da franquia, que contou com 726 episódios em seis séries e onze filmes para o cinema.



7- A famosa saudação vulcana foi inventada por Leonard Nimoy, que foi baseada numa benção de sacerdotes judeus. Aliás essa referência é apenas a ponta do iceberg entre dezenas de outras referências hebraicas na série, como por exemplo a cultura milenar vulcana, da lógica acima da razão, que faz referência a uma vertente judaica chamada Talmidic onde existe a tradição de que o melhor argumento lógico vence um conflito, e onde a mente deve sempre governar o corpo acima de suas paixões.


8- O ator Zacharry Quinto (malvado Syler, de Heroes) teve que colar os dedos juntos (eu também preciso), para poder fazer a saudação vulcana quando interpretou Spock no reboot da série, de JJ Abrams.


9- A comunidade do colégio Tahoe (USA), oferece em um de seus diversos temas on line o curso “Xenolinguísticas – a antropologia das línguas alienígenas” onde os alunos estudam, entre outras línguas, o vulcano , o romulano e klingon.



10- Trekkies são os únicos fãs que são listados por nome no dicionário Oxford.


11- Nas últimas décadas o censo populacional americano recebe milhares de notificações de raça como sendo de vulcanos.


12- Os principais patrocinadores do canal americano CBS, donos de uma famosa marca de cigarro da época, sugeriram que Spock poderia fumar cigarros espaciais. Mas o criador falou que não, no futuro ninguém fumaria.


13- Em 2006 William Shatner vendeu uma pedra de seu rim para um colecionador (sem mulher provavelmente) por vinte e cinco mil dólares. A minha eu faço por quinhentinhos, quem vai?


14- A companhia de efeitos visuais de George Lucas, a ILM, trabalhou em sete dos filmes de Star Trek, incluindo o filme de 2009, o mais pirateado desse mesmo ano. Como é que eles obtêm esses dados??? Talvez perguntando “você pirateou filmes ou músicas nos últimos seis meses? Quais?”.


15- O desenho original de Roddemberry mostrava as duas turbinas da nave abaixo do famoso “disco” onde fica a ponte de comando da Enterprise, porém quando o estúdio contratado para fazer a maquete oficial do veículo chegou ao seu escritório na data da entrega, ele tinha se atrasado e os dirigentes do canal viram a peça primeiro com as turbinas acima do disco, instantaneamente se apaixonando pelo conceito. Gene não teve outra opção a não ser se render a isso e dizer ser um pequeno detalhe desagradável com o qual poderia viver.


Clique para ampliar


16- A famosa frase: “Indo a onde nenhum homem jamais esteve” há anos faz parte do casco de diversos aparelhos exploratórios em operação no espaço.


O resto é História, quem quiser que conte outra!

Se você devoto, conhece alguma curiosidade que não esteja nesta matéria não se acanhe, dê um esporro neste que vos fala ali em baixo nos comentário!

Desejamos à todos…

Vida longa e próspera!





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sábado, 25 de maio de 2013

Computador 'Apple 1' é vendido por R$ 1,37 milhão em leilão na Alemanha


Computador 'Apple 1' é vendido por R$ 1,37 milhão em leilão na Alemanha


Comprador é asiático e não quis revelar seu nome, diz a casa Breker.
Microcomputador fabricado por Jobs e Wozniak em 1976 ainda funciona.



Um leiloeiro anunciou neste sábado (25) que um dos primeiros microcomputadores da Apple -um modelo de 1976, ainda em funcionamento-, foi vendido por 516 mil euros (mais de R$ 1,37 milhão).

A casa alemã Breker disse que um cliente asiático, que não quis dar seu nome, comprou o Apple 1, construído por Steve Jobs e Steve Wozniak em uma garagem familiar.

A Breker afirma que a máquina é uma das últimas seis que restaram, ainda em funcionamento, no mundo.

Um modelo idêntico havia sido vendido no ano passado por 492 mil euros, segundo o leiloeiro.

Segundo a Breker, o computador tem a assinatura de Wozniak, bem como um velho recibo do já morto Jobs.

O Apple 1, que era vendido por US$ 666 em 1976, tinha apenas a placa de circuito. O gabinete, o teclado e o monitor tinham de ser comprados separadamente.



Foto do 'Apple 1' vendido pela casa Breker em 2012 (Foto: Reprodução)





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sábado, 25 de maio de 2013

Alemanha tem jogo de 'xadrez vivo' com pessoas no papel de peças


Alemanha tem jogo de 'xadrez vivo' com pessoas no papel de peças



Alemanha tem jogo de 'xadrez vivo' com pessoas no papel de peças (Foto: Jens Wolf/AFP)

Partida foi jogada em Ströbeck e celebra memória do duque de Gunzelin.
Jogo é ensinado nas escolas da cidade desde 1823.


A cidade alemã de Ströbeck foi palco neste sábado (25) de um jogo de "xadrez vivo", em que as peças são representadas por pessoas.
O jogo celebrou a memória do duque de Gunzelin, que, em 1011, era prisioneiro na região e ensinou seus carcereiros a jogar xadrez.
Desde então, o jogo faz parte da vida da cidade. Ele é ensinado nas escolas desde 1823.


Alemanha tem jogo de 'xadrez vivo' com pessoas no papel de peças (Foto: Jens Wolf/AFP)


Alemanha tem jogo de 'xadrez vivo' com pessoas no papel de peças (Foto: Jens Wolf/AFP)





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sábado, 25 de maio de 2013

Telescópio Hubble registra novas imagens da Nebulosa do Anel


Telescópio Hubble registra novas imagens da Nebulosa do Anel


Nebulosa do Anel tem estrela anã branca no centro, que deve morrer em 10 mil anos (Foto: Nasa/ESA/C.R. Robert O’Dell, G.J. Ferland, W.J. Henney e M. Peimbert/Large Binocular Telescope: David Thompson)

Região fica na constelação de Lira, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra.
Centro contém estrela anã branca, que deve morrer dentro de 10 mil anos.


Novas imagens feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, mostram detalhes da Nebulosa do Anel, localizada na constelação de Lira, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra.

Essa região, que tem sido alvo de muitas observação por parte de astrônomos amadores, mede cerca de 1 ano-luz de diâmetro e se expande a uma velocidade de 69 mil km/h. As cores indicam diferentes temperaturas de gás, sendo o azul o mais quente e o vermelho o mais frio.

As imagens combinam registros feitos em luz visível pelo Hubble com dados infravermelhos do Grande Telescópio Binocular, instalado no Arizona, nos EUA. Essas informações ajudaram os cientistas a construir modelos em 3D da nebulosa. Também foram usadas informações do observatório astronômico San Pedro Mártir em Baja Califórnia, no México.

As novas observações do Hubble revelam detalhes de um gás brilhante que se formou em volta de uma estrela anã branca à beira da morte, no centro da nebulosa. Esse astro compacto, com massa várias vezes maior que a do Sol, um dia se pareceu com a nossa principal estrela, mas ao longo de bilhões de anos foi queimando seu combustível de hidrogênio e perdendo suas camadas externas de gás. Nos próximos 10 mil anos, essa anã branca deve ficar cada vez mais fraca, até se fundir com o meio interestelar.

Agora, os cientistas começam a entender melhor a Nebulosa do Anel, que até então era tratada como uma formação clássica.

"Não é como um bagel, mas como um donut de geleia, pois está cheia de matéria no meio", comparou o pesquisador C. Robert O'Dell, da Universidade Vanderbilt em Nashville, no Tennessee. O cientista lidera uma equipe – que envolve instituições como as universidades do Arizona, do Kentucky e Autônoma do México – que usa o Hubble e vários telescópios terrestres para obter uma melhor visão dessa região do Universo.

Observações anteriores já haviam detectado o material gasoso no centro da nebulosa, mas esta é a primeira vez que imagens sugerem que o anel envolve uma estrutura em forma de bola de futebol azul – cuja cor vem do brilho do gás hélio. Cada extremidade dela se projeta para fora em lados opostos.

A equipe também foi surpreendida com "nós" de gás denso ao longo da borda interna do anel, semelhantes aos raios de uma roda de bicicleta. Todo esse material foi expulso pela estrela há cerca de 4 mil anos.

Segundo os astrônomos, estudar a Nebulosa do Anel vai fornecer informações sobre a morte do Sol dentro de 6 bilhões de anos. Mas, como a nossa estrela não é tão massiva quanto essa, seu fim deve ser menos pomposo.


Temperatura do gás da nebulosa aumenta de fora em direção ao centro (Foto: Nasa/Hubble Heritage Team)





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sábado, 25 de maio de 2013

Milhares de pinturas rupestres são descobertas em cavernas no México


Milhares de pinturas rupestres são descobertas em cavernas no México


As pinturas representam pessoas, animais, insetos, e imagens abstratas (Foto: Inah Mexico/BBC)

Cerca de 5 mil pinturas foram encontradas em região que se acreditava, até então, nunca ter sido habitada.

Arqueólogos no México descobriram 4.926 pinturas rupestres em Burgos, no Estado de Tamaulipas, no nordeste do país. As imagens em vermelho, amarelo, preto e branco representam pessoas, animais e insetos, assim como o céu e imagens abstratas.

As pinturas foram encontradas em 11 locais diferentes. Em uma caverna específica, as paredes estavam cobertas com 1.550 imagens. Até então acreditava-se que a região não tinha sido povoada por culturas antigas. Mas as pinturas sugerem que pelo menos três grupos de povos caçadores moraram na serra de San Carlos.

Os especialistas ainda não foram capazes de datar as pinturas, mas esperam descobrir a idade aproximada depois de analisar quimicamente a tinta usada.

Segundo o arqueólogo Gustavo Ramirez, do Instituto Nacional Mexicano de Antropologia e História (Inah), as pinturas estão sendo consideradas um achado importante porque documentam a presença de povos pré-hispânicos em uma região onde 'antes se dizia não existir nada'.

A arqueóloga Martha Garcia Sanchez, que também está envolvida no estudo do Inah, disse que se sabe muito pouco sobre as culturas que viveram em Tamaulipas. "Esses grupos escaparam do domínio espanhol por 200 anos porque fugiram para a Serra San Carlos, onde encontraram água, plantas e animais para se alimentarem", explica Martha.

Os resultados foram apresentados durante a segunda reunião de Arqueologia Histórica, no Museu Nacional de História do México.




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sábado, 25 de maio de 2013

50 Documentários Indicados - Maio de 2013


50 Documentários Indicados - Maio de 2013



01-Preparados para o Fim - Backup - Arca de Noe e Sustentabilidade

02-O EFEITO NOSTRADAMUS - O EXÉRCITO DE SATÃ - DOC



03-Curiosidade: O Mistério de Nefertiti
Curiosidade: O Mistério de Nefertiti
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
De todas as rainhas do antigo Egito, nenhuma é mais famosa que Nefertiti, a bela imperatriz da 18ª dinastia do Egito. Usando testes de DNA, gráficos e trabalho arqueológico, o Dr. Zahi Hawass tenta resolver o mistério da rainha Nefertiti.

04-A CHEGADA DO APOCALIPSE - MENSAGEIROS MAIAS
A Chegada do Apocalipse - Mensageiros Maias
Documentário / Diversos
Nome Original: Countdown To Apocalypse
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
21 de dezembro de 2012 é uma data profética assinalada pelos antigos maias, conhecidos por sua habilidade misteriosa para prever acontecimentos importantes. Nesta data, eles previram que iria ocorrer um alinhamento galáctico raro, que provocaria uma série de eventos catastróficos que poderiam paralisar nosso planeta e acabar com a vida na Terra. A contagem regressiva avança e o mundo todo presta atenção a esta advertência. Estariam os maias nos enviando uma mensagem sobre este dia? Muitos acreditam que sim e estão se preparando para isso. E você, também está?

05-II Guerra Mundial - Filmes Perdidos - A Guerra no Ar
II Guerra Mundial - Filmes Perdidos - A Guerra no Ar
Sinta o temor e a aceleração da batalha a quase 8 mil metros de altura. Neste aclamado especial de 2 horas sobre os Filmes Perdidos da Segunda Guerra Mundial, acompanharemos cinco veteranos em algumas das mais mortais, perigosas e visualmente surpreendentes missões aéreas desta guerra. O especial A Guerra no Ar, com excelentes tomadas de arquivo a cores, como nunca antes visto, levará os telespectadores para dentro da 8ª Divisão da Força Aérea dos Estados Unidos, que tomou os céus com histórias anônimas de coragem e sacrifício.

06-TABU - O MUNDO DAS FANTASIAS
TABU - O MUNDO DAS FANTASIAS
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Desde o início dos tempos, os humanos dão asas à imaginação. Mas nas sociedades frenéticas e cheias de regras de hoje em dia, as fantasias geralmente são consideradas um tabu.

07-Computador APPLE IIGS 1988 - Colocado para VENDA
O Apple IIGS, quinto modelo dos microcomputadores Apple II, foi o membro mais poderoso desta série produzida pela Apple Computer. Na época do seu lançamento, apresentava gráficos coloridos surpreendentes (com até 4096 cores) e som estéreo em 16 vozes, numa resposta voltada aos concorrentes diretos, Amiga 1000 e Atari 520ST. O "GS" refere-se justamente às suas capacidades avançadas de gráficos e som, que ultrapassaram tudo o que já havia sido feito anteriormente na série Apple II (e mesmo no Macintosh monocromático).
A máquina representou uma mudança radical em relação aos Apple II anteriores, com uma verdadeira arquitetura de 16 bits, velocidade de processamento aumentada, acesso direto a megabytes de memória RAM, placa de som embutida, GUI e mouse. Embora ainda totalmente compatível reversamente com os modelos anteriores da série, misturava características do Apple II e do Macintosh numa só máquina. O Apple IIGS representou um vislumbre dum futuro promissor para a linha Apple II, mas a Apple não lhe deu a devida atenção, visto que os interesses da empresa estavam cada vez mais direcionados para a plataforma Macintosh.

08-OS ANJOS
OS ANJOS
Este programa mostra por que os anjos tem papel central em tantas culturas e analisa como os anjos permeiam a vida cotidiana, incluindo testemunhos daqueles que alegam ter anjos da guarda que os protegem.

09-2111: Longevidade
2111: Longevidade
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Quando tempo viveremos? Será que a ciência encontrará o segredo da imortalidade? Conheça o plano alimentar que consegue aumentar a expectativa de vida em 20%.

10-A Historia de Todos Nos - Velocidade
A Historia de Todos Nos - Velocidade
Documentário / Diversos
Nome Original: Mankind
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
O fim da Guerra Civil permite à humanidade seguir adiante a todo vapor. Chega a era da inovação, da transformação e da produção em massa. As pessoas acreditam que "tudo é possível". O Japão passa de sociedade feudal a superpotência industrial em 50 anos. Mas o progresso tem seu lado obscuro. A demanda pela borracha devasta a África. E o desejo de construir mais rápido, obras maiores e melhores, leva a um desastre titânico.



11-A HISTORIA DE TODOS NOS - NOVAS FRONTEIRAS
A HISTORIA DE TODOS NOS - NOVAS FRONTEIRAS
O poder da Humanidade chega a proporções divinas. Bilhões de pessoas são alimentadas, muda a paisagem sobre a terra, e se modifica a engenharia do corpo humano. Além disso, o poder atômico é lançado sobre Hiroishima em Agosto de 1945. Desde então, estamos vivendo entre a eternidade e o esquecimento. Ao mesmo tempo, estamos mais conectados como espécie. Há 100.000 anos éramos poucos milhares de caçadores e coletores, vivendo nas savanas da África. Agora somos 7 bilhões de pessoas habitando cada recanto da terra. Foi uma viagem maravilhosa.

12-CAOS - BRINQUEDOS

13-A VERDADEIRA HISTORIA DO HALLOWEEN
A VERDADEIRA HISTORIA DO HALLOWEEN
A celebração do Halloween começou há séculos como uma festa pagã para honrar os mortos. Hoje, se transformou em um dia para quebrar as regras e usar fantasias peculiares. Esta tradição tem raízes muito antigas, quando na Idade Média, as pessoas iam de porta em porta pedindo guloseimas. Durante a depressão, as festas de Halloween chegaram a ser tão violentas e destrutivas, que as autoridades civis tiveram que intervir para poder prevenir o vandalismo disseminado nas cidades ao longo dos Estados Unidos. Atualmente, este ritual gera bilhões de dólares em vendas de doces a cada temporada, e não importa quantas cabeças de abóboras sejam talhadas ou quantas crianças saiam para pedir guloseimas, ainda gostamos de curtir o medo implícito da noite de 31 de outubro.

14-CAOS - MICROFONES E CARD GAME

15-CONFRONTO DOS DEUSES: ZEUS
Confronto dos Deuses: Zeus
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
O deus mais poderoso da mitologia grega enfrenta seu pai em uma luta pelo controle do Universo. Os deuses desafiam os titãs no que será a grande batalha do Olimpo.

16-ILHA DOS VAMPIROS - NÃO ERA UMA LENDA
ILHA DOS VAMPIROS
A lenda sobre criaturas que se alimentam de sangue humano vem se mantendo na imaginação coletiva por gerações. Mistérios sobre mortos-vivos que se levantam de seus caixões para nos aterrorizar e beber nosso sangue fazem parte das histórias que vemos no cinema e que lemos nos romances. Mas um grupo de arqueólogos e cientistas forenses reconhecidos colocou em evidência o fato de que esta lenda pode ser verdadeira. Da Inglaterra à Romênia e até uma ilha misteriosa na Grécia, vamos seguir a pista de um mistério que até hoje continua despertando terror.

17-SHOW DA VIRADA - QUEIMA DE FOGOS EM COPACABANA
SHOW DA VIRADA - QUEIMA DE FOGOS EM COPACABANA.
De 2012 para 2013.
A festa deste ano é uma homenagem ao Rio de Janeiro e tem direção de Mariozinho Meirelles.
"A ideia do programa foi baseada no projeto original do Marcos Paulo. A criação é dele, estou apenas executando. Está no programa quem fez sucesso durante 2012 nas rádios e na televisão. São as pessoas com quem o público se identifica", explicou o diretor.

18-Globo Repórter - Retrospectiva 2012
Globo Reporter - Retrospectiva 2012

Retrospectiva 2012. Um ano marcado por crises, confrontos e conflitos sem fim. Mas a humanidade apostou na esperança.

O maior julgamento da história: o do mensalão. Obama reeleito. Recordes nas Olimpíadas de Londres.

O príncipe ficou nú e o reino à espera de um novo herdeiro.

Rio+20: encontro para salvar a Terra.

Nova York: a fúria da natureza. No Brasil, o flagelo da seca e os sustos das enchentes.

Vitórias emocionantes. Corinthians duas vezes campeão.

A derrota de um gigante: o Palmeiras. E a consagração de um jovem campeão: Sebastian Vettel.

Acidentes, sustos, massacres, câmeras ligadas e escândalos. Que ano foi esse, afinal?



19-O Universo Submarino - Mares e Correntes Mortais
O Universo Submarino - Mares e Correntes Mortais
O universo submarino possui o poder de triturar o corpo humano; é um lugar sem escapatória onde as pressões elevadas dentro das suas profundezas podem matar. Em seguida, conheceremos os efeitos mortíferos que o movimento do planeta pode gerar, transformando um mar plácido em correntes impetuosas. Aprisionados em seu poder, nós seres humanos somos como folhas dentro de um furacão.

20-Alienígenas do Passado - Alienígenas e Mortos-vivos
Alienígenas do Passado - Alienígenas e Mortos-vivos
Zumbis que emergem de suas tumbas, vampiros chupadores de sangue, condenados por toda a eternidade, e seres humanos presos em uma luta mortal entre o céu e o inferno. Durante milhares de anos, a humanidade tem feito relatos de encontros com criaturas estranhas e sem alma. Teriam estas crenças sido fabricadas pelo homem ou pode haver origens extraterrestres nestes encontros terrenos com mortos-vivos...

21-Os Caçadores de Mitos: 102 Usos para a Fita Adesiva
Mythbusters: Os Caçadores de Mitos: 102 Usos para a Fita Adesiva
Documentário / Diversos
Nome Original: MythBusters: Season 7
Elenco: Adam Savage, Jamie Hyneman, Tory Belleci, Kari Byron, Grant Imahara
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Neste episódio, Adam e Jamie testam a resistência, a aderência e a capacidade de suportar peso da fita adesiva. Enquanto isso, Kari, Grant e Tory detonam mitos do uso da fita adesiva em carros.

22-A Chegada do Apocalipse - Quatro Cavaleiros
A Chegada do Apocalipse - Quatro Cavaleiros
O livro do Apocalipse prediz a vinda de quatro cavaleiros que anunciarão o fim dos dias, e também um anticristo, a peste, a fome e a guerra do Armagedom. A mensagem do livro das revelações é contundente: O Apocalipse se aproxima. Você está preparado?

23-Ultimate Cars: Potência
Ultimate Cars: Potência
Documentário / Diversos
Nome Original: The Ultimate Cars
País: EUA
Ano: 2004
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
A potência é mais importante que a velocidade para este tipo de carro.

24-Grandes Achados: Kansas City
Grandes Achados: Kansas City
Documentário / Diversos
Elenco: Thom Beers, Philip David Segal, Jeff Conroy
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Curt Doussett e Kinga Philipps fazem um chamado por objetos e artefatos na Historic Union Station, em Kansas City, no Missouri. A dupla investiga e verifica novos itens que eles selecionaram e que de fato são tesouros. Kinga vai até o Museu Nelson-Atkins para conhecer um expert de renome internacional em arte indígena americana para descobrir se a bolsa que ela tem realmente pertenceu a Geronimo. Sua próxima investigação a leva até a Missouri Town de 1855 para ver um de seus objetos, um artigo de jardim do século XVIII, em ação. Para investigar a peça final, Kinga ativa seu lado malandro e vai até o lar de um dos fora-da-lei mais notórios do país, Jesse James. As seleções de Curt o levam em uma jornada um tanto decepcionante. Ele leva uma peça de arte de scrimshaw a um perito, que aponta um problema no item; e se desfaz de outro objeto, o daguerreótipo, ao devolvê-lo para seu proprietário depois da investigação. No final, Curt está contando com apenas um objeto.
Para a sorte dele, sua única esperança de vitória acaba por ser o melhor negócio do programa: uma cópia rara e original da Constituição do Kansas de 1859. E o valor da peça fica ainda maior quando o Arquivista do Estado a compara com a única cópia que o Arquivo possui.

25-ENFIADOS NA LAMA - PRISÕES
ENFIADOS NA LAMA - PRISÕES
É hora de sujar as mãos com a História, na companhia de Johnny Vaughan e Steve Brooker, também conhecidos como os “homens da lama”. Acompanhe-os, enquanto eles se divertem procurando tesouros escondidos às margens do Rio Tâmisa.

Neste capitulo os rapazes vão até a maior prisão vitoriana para dar uma olhada dentro e fora de suas paredes.

26-A ARCA DE NOÉ
A ARCA DE NOÉ
A Arca de Noé era, segundo a religião abraâmica, um grande navio construído por Noé, a mando de Deus, para salvar a si mesmo, sua família e um casal de cada espécie de animais do mundo, antes que viesse o Grande Dilúvio da Bíblia. A história é contada em Gênesis 6-12, assim como no Alcorão e em outras fontes.
Conforme a tradição bíblica, Deus decidiu destruir o mundo por causa da perversidade humana, mas poupou Noé, o único homem justo da Terra em sua geração, mandando-lhe construir uma arca para salvar sua família e representantes de todos os animais e aves. A certa altura, Deus interrompeu o Dilúvio, fazendo as águas recuarem e as terras secarem. A história termina com um pacto entre Deus e Noé, assim como com sua descendência.



27-Arquivos confidenciais - Billy the Kid
Arquivos confidenciais - Billy the Kid
Em 1881, o mais famoso fora-da-lei do oeste americano, Billy the Kid, é detido no Novo México.
Mas não por muito tempo. Em um assassinato à sangue frio, Billy mata os carcereiros e foge. Esta é a história aceita sobre a ousada fuga que fez de Billy uma lenda.
Mas uma nova investigação forense lançou o mito de Billy the Kid em uma nuvem de fumaça. E uma nova interpretação de cartas escritas pelo próprio Billy tem forçado a reabertura do caso por historiadores e pela polícia atual.

28-Terror no Mar - O Naufrágio do Concórdia
Terror no Mar - O Naufrágio do Concórdia
Este especial investiga os acontecimentos que levaram o grande navio Costa Concórdia a encalhar na costa da ilha italiana de Giglio Porto, com consequências devastadoras. Através de imagens computadorizadas e depoimentos de sobreviventes e testemunhas, vão ser revelados minuto a minuto os momentos de terror antes do acidente. Com uma capacidade de cerca de 4.000 passageiros e uma estrutura imponente, nos perguntamos como é que este navio, tido como um exemplo glorioso da tecnologia moderna, pôde sofrer este acidente terrível que deixou pelo menos 28 pessoas mortas.pôde sofrer este acidente terrível que deixou pelo menos 28 pessoas mortas.


29-A INTERNET - PESQUISA - GOOGLE
A INTERNET - PESQUISA - GOOGLE
Este documentario fala do surgimento da pesquisa na internet no mundo, da revolução causada por ela, como foi antes da mesma, as dificuldades e ate mesmo as facilidades que os jovens “nerds” tiveram ao criar sistemas como yahoo, google e excite durante seus cursos. Muito Interessante.

30-COMO É POSSÍVEL ? Lixo Combustível?
COMO É POSSÍVEL ?
Como é possível produzir energia a partir do lixo, personalizar Supercarros e fabricar Superespadas de aço.

31-Arquivos Confidenciais - Leonardo da Vinci
Arquivos Confidenciais: Leonardo da Vinci
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Ele é o artista mais célebre do mundo e inventou, há 600 anos, máquinas que integram a era moderna: tanque, equipamento de mergulho e helicóptero. Seus avanços no campo da aviação estavam bem à frente de seu tempo. Ele também rompeu o padrão dos filósofos medievais. Será? Novas e surpreendentes evidências sugerem que Leonardo não foi o engenheiro revolucionário que a história retrata. Usando tecnologia laser de última geração para analisar o que está por atrás da Mona Lisa, o quadro mais famoso de Leonardo, esta investigação se aprofunda no gênio tecnológico da Renascença.

32-Obras incríveis - Energia oceânica
Obras incríveis - Energia oceânica
Não, não é energia eólica: A energia oceânica usa o mesmo princípio das hélices da eólica, porém embaixo dágua para aproveitar a força das correntes marítimas
Três equipes de engenheiros estão em uma corrida para aproveitar o que pode ser a fonte de energia limpa mais poderosa do planeta. As correntes de maré e ondas, e a força dos oceanos. Cada equipe acredita que pode resolver uma parte da necessidade mundial por energia. Eles estão testando três máquinas distintas projetadas para serem colocadas na água e converterem a energia dos oceanos em eletricidade. Mas pegar a máquina do estágio de projeto ao de implantação tem sido um grande desafio.

33-STAN LEE - ESPECIAL
STAN LEE - ESPECIAL
Este especial explora a vida colorida e a imaginação grandiosa de Stan Lee, desde seu início na época da depressão e muito além. Deslumbre-se ao ver as transcrições originais, ilustrações, fotografias e suas primeiras historietas. Trata-se da história contada por seu próprio protagonista, em companhia dos criadores de histórias em quadrinhos, atores, produtores de filmes, familiares e amigos. Trazemos aqui o retrato de um homem cuja criatividade não tem limites.

34-Universo Marinho - Ondas de Choque Mortais
Universo Marinho - Ondas de Choque Mortais
O universo submarino gera três tipos de ondas mortais, cada uma delas maior e mais destrutiva do que a outra. Este episódio explora como estas ondas assassinas nascem e o que as torna únicas. E depois, em outro episódio, no frio e na obscuridade, os predadores estão à espreita. Eles esmagam com suas mandíbulas, têm dentes afiados e possuem venenos tão dolorosos que suas vítimas gritam até mesmo inconscientes.



35-Feios & Excluídos: Macaco-Narigudo
Feios & Excluídos: Macaco-Narigudo
Documentário / Diversos
Nome Original: Weirdest Monkey Alive
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Lucy Cooke está em uma missão para mostrar por que os animais feios, esquisitos e ignorados podem ser fofos, carinhosos e merecedores de atenção. Junte-se a Lucy quando ela vai às florestas úmidas de Bornéu. Bornéu é uma região de estranheza ímpar, com incontáveis criaturas que só podem ser encontradas aqui. O objetivo de Lucy é aproximar-se do macaco-narigudo para descobrir por que esta criatura tem uma aparência tão estranha. Pelo caminho, ela encontra vários outros "esquisitos" - animais que inventaram adaptações para que pudessem sobreviver na floresta de Bornéu. Lucy encontra besouros em ação - comendo fezes -, sapos que voam, um társio com olhos maiores que seu cérebro, e um morcego que mora em uma planta carnívora.

36-Anatomia Rara - Músculos
Anatomia Rara - Músculos
Este programa do Canal National Geographic investiga a ciência do músculo nos levando em uma jornada pelos corpos de duas pessoas notáveis que possuem doenças genéticas surpreendentes. Jason Dunn, de 31 anos, sofre de distonia, um distúrbio raro que faz com que seu cérebro envie mensagens erradas para o sistema muscular. A cada passo, seus músculos se flexionam fora de controle, resultando em movimentos contorcidos e postura irregular. Ami Ankileweitz tem Atrofia Muscular Espinhal, uma doença que causa o enfraquecimento dos músculos. Aos 41 anos de idade, ele pesa apenas 17 quilos e é completamente imóvel do pescoço para baixo, sendo por vezes confundido com um boneco em tamanho natural. Utilizando computação gráfica de última geração, viajaremos pelos corpos extraordinários de Jason e Ami para desvendar o que faz os músculos funcionarem e o que acontece quando eles não funcionam.


37-INSTINTO ASSASSINO - ISABELLA NARDONI
INSTINTO ASSASSINO - ISABELLA NARDONI
Na noite de sábado, 29 de março de 2008, a pequena Isabella Oliveira Nardoni, de cinco anos, estava sob os cuidados de seu pai, Alexandre Alves Nardoni, de 29 anos, e da madrasta, Anna Jatobá, de 24 anos. Os últimos minutos desta noite ficaram marcados por um crime que chocou o Brasil e o mundo. Isabela caiu do sexto andar do apartamento do casal, em um edifício localizado na zona norte de São Paulo.

Avisada, a mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, ainda encontrou a menina com vida. Pouco depois, Isabella morreria no hospital. A polícia subiu até o apartamento do casal e percebeu que a tela de proteção havia sido cortada, e não havia sinais de arrombamento.

Alexandre Nardoni e Ana Jatobá foram conduzidos à delegacia para prestar esclarecimentos. No entanto, os depoimentos estavam repletos de contradições. Mais tarde, eles se negaram a participar da reconstituição do crime.

Os peritos do Instituto Médico Legal utilizaram tecnologias de última geração para detectar sangue e resíduos no apartamento, e encontraram provas irrefutáveis da participação do casal. A menina teria sido estrangulada, e em seguida, atirada pela janela do apartamento, onde Alexandre Nardoni e Ana Jatobá moravam com os dois filhos pequenos.

Em março de 2010, dois anos depois da morte de Isabella, um júri popular condenou o casal por homicídio triplamente qualificado.

Alexandre foi condenado a cumprir 31 anos, um mês e 10 dias, com o agravante de ser o pai da menina, e Ana Jatobá foi condenada a 26 anos e 8 meses, ambos em regime fechado.


38-As Mais Estranhas Formas de Morrer
As Mais Estranhas Formas de Morrer
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Cada episódio desta série apresenta três das mortes mais estranhas da história, explicadas pela ciência.

39-Enfiados na Lama: Segunda Guerra Mundial
Enfiados na Lama: Segunda Guerra Mundial
Documentário / Diversos
Nome Original: Mud Men
País: Reino Unido
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Os homens da lama estão na costa de Silvertown, conhecida por ter sido o local de uma grande explosão ocorrida na Grã-Bretanha em 1917, quando uma fábrica de munições explodiu.

40-Confronto dos Deuses: Hércules
Confronto dos Deuses: Hércules
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Esta é a história do super-herói mais forte da mitologia grega. A lenda de um semideus em busca de redenção por um horrendo crime cometido, e para conseguí-la, embarca em uma viagem para realizar uma série de desafios impossíveis.

41-Batalhas AC - O GRANDE CERCO DE CÉSAR
Superando em número aos romanos, na proporção de cinco para um, a dominação gaulesa parecia factível, sem esquecer que os gauleses já dominavam a fortificada cidade de Alessia. Mas Julio César, que acreditava apenas em realizações e não em estimativas, reforçou sua fortaleza com uma segunda muralha; quando os gauleses tentaram bloquear sua construção, Julio César ordenou levantar una terceira muralha, cercando os gauleses dentro do território romano. A isso se seguiu uma cruel e aterradora luta entre ambos os povos, que conseguiu acabar com as reservas e a paciência de todos. Milhares morreram de ambos os lados, mas Julio César, assumindo seu temperamento de imperador, não apenas derrotou seus adversários gauleses, mas também avançou sobre seus domínios, abandonados após meses de fome e desmoralização.

42-O Efeito Nostradamus - Plano de Batalha Final
O Efeito Nostradamus - Plano de Batalha Final
Em 1947 foram descobertos antigos manuscritos próximos do Mar Morto. Um dos textos, agora chamado de Manuscrito da Guerra, descreve em detalhes uma guerra futurista que acabará com o mundo. Os acontecimentos da atualidade acaso coincidem com essa profecia?



43-O UNIVERSO - ECLIPSE TOTAL
O UNIVERSO - ECLIPSE TOTAL
Houve um tempo em que se acreditava que os eclipses eram dragões que comiam o Sol. A ciência moderna, no entanto, dissipou o mito e hoje em dia observamos os eclipses totais do Sol como um dos fenómenos mais espectaculares dos céus. Iremos explorar os complexos movimentos da Terra, da Lua e do Sol que geram estes acontecimentos inusuais e explicaremos por que poderíamos ser os únicos seres inteligentes do universo conhecido a presenciar eclipses como os que se vêem na Terra. Sabia que a ciência pode provocar eclipses artificiais através de uns instrumentos denominados coronógrafos? Estes ocultam a imagem do Sol deixando ver a sua coroa e mostram-nos segredos que, além de instrutivos, nos alertam para um desastre que poderia fazer fracassar estrondosamente a nossa moderna tecnologia. Por último, entraremos no espaço exterior, onde os diminutos eclipses provocados por planetas que orbitam à volta de estrelas longínquas revelam-nos agora a existência de outras centenas de estrelas em sistemas extra-solares. Talvez algum deles seja lugar habitável como a Terra.

44-Trabalho Sujo- Zelador de Boliche
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Conheça os empregos mais inusitados do mundo e os homens e mulheres que se dispõem a fazê-los. O apresentador Mike Rowe acompanha o trabalho de inseminadores de vacas, criadores de porcos, limpadores de fossas, entre outros.

45-Sandy - Um rastro de destruição
Sandy - Um rastro de destruição
Conheça as histórias relacionadas com a tempestade mais forte de que se tem notícia que assolou Nova York.
Veja como uma estranha combinação de fenômenos naturais conduziu experiências que alteraram a vida daqueles que sofreram sua fúria e presenciaram árvores despencando, veículos arrastados pela água e bairros inteiros em chamas.
Analisamos cientificamente este enorme choque de sistemas meteorológicos mostrando o que acontece quando um furacão tropical se encontra com uma frente fria sobre a região mais densamente povoada dos Estados Unidos.
Será só o começo de um pesadelo que a população mundial enfrentará em razão de mudanças climáticas?

46-Testemunhas Da 2a Guerra Mundial
Testemunhas Da 2a Guerra Mundial
Este documentário traz um olhar intimista sobre a Segunda Guerra Mundial, a partir da perspectiva pessoal de veteranos.

47-Loucos Por Armas-Eu Quero um Jipe
Loucos Por Armas-Eu Quero um Jipe
Documentário / Diversos
Nome Original: I Wanna Jeep
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
"Christian e Alex Cranmer estão entre os maiores vendedores de antiguidades militares. Neste episódio, os gerentes do estoque Chris e Paul cuidam de um canhão da Guerra Civil, e Alex cobiça um jipe da Segunda Guerra Mundial, gerando um impasse entre pai e filho. Além disso, Chris fica mais descuidado com o dinheiro da empresa."

48-Loucos Por Armas- Um Novo Mercado
Loucos Por Armas- Um Novo Mercado
Documentário / Diversos
Nome Original: Grim Reaper
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
"Alex vai ao deserto do Arizona em busca de inspiração e novas dicas de vendas. O que ele descobre é a feira mais explosiva do mundo no Big Sandy Machine Gun Shoot, onde milhares de colecionadores experimentam armas de todos os tamanhos. Alex retorna com uma venda de $2.500,00 para um lendário armeiro que está em busca de uma Maxim Gun, a arma mais mortal da história. Quando ele retorna ao IMA, ele descobre que os subordinados Paul e Tom estão brincando com alguns de seus mais preciosos itens, um crime raramente perdoado em sua loja; mas a decepção que ele tem é ofuscada pela empolgação com a decisão de entrar no mercado japonês de armas - uma decisão que ele toma contra a vontade de Christian."

49-Loucos Por Armas-Um Tiro, Uma Vítima
Loucos Por Armas: Um Tiro, Uma Vítima
Documentário / Diversos
Nome Original: One Shot, One Kill
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
"Christian e Alex, pai e filho e proprietários da IMA, desejam ter um negócio de sucesso, além de ganhar dinheiro - mas nem sempre eles concordam sobre como fazer isso. Alex decide que, para conseguir um bom dinheiro, ele vai colocar algumas das preciosas antigas pistolas de seu pai à venda, mas ele não esperava que elas fizessem tanto sucesso. Quando conta para seu pai, Alex enfrenta sérias consequências - uma vingança. Para piorar a situação, um canhão carregado é encontrado no quintal, apontando para o prédio. Enquanto Christian e Alex partem para diferentes direções, Tom e Paul devem tentar desarmar o canhão - com uma serra de metal e uma empilhadeira."

50-JESUS - OS 40 DIAS PERDIDOS
JESUS - OS 40 DIAS PERDIDOS
Segundo a Bíblia, Jesus ressuscitou e andou pela Terra durante 40 dias antes de subir ao céu. Mas o Novo Testamento revela muito pouco sobre este milagre determinante para a fé cristã. Com a utilização de ferramentas históricas, da tecnologia, da ciência e da fé, revelaremos um relato pouco conhecido e enterrado em fontes não bíblicas, como o Evangelho de São Tomás, o Evangelho de Maria Madalena, a revelação secreta de João e os escritos do historiador judeu Flavio Josefo. As palavras de Jesus podem estar nestes manuscritos antigos?





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sábado, 18 de maio de 2013

Equipamento da Nasa capta forte impacto de rocha com a Lua


Equipamento da Nasa capta forte impacto de rocha com a Lua


Imagem mostra centenas de impactos de rochas com a Lua, registrados por equipamento da Nasa. O ponto em vermelho é a colisão mais recente, considerada a mais forte (Foto: Nasa/Reuters)

A explosão foi maior desde o início do monitoramento de impactos na Lua.
Rocha de 40 quilos tinha 30 cm de diâmetro e viajava a 90 mil km/h


Um telescópio que monitora a lua capturou imagens de uma rocha de 40 quilos chocando-se contra a superfície lunar e criando um flash de luz, disseram cientistas da agência espacial americana (Nasa) nesta sexta-feira (15).

A explosão, que ocorreu em 17 de março, foi a maior registrada desde que a Nasa começou a controlar os impactos de meteoritos na lua, há oito anos. Até agora, houve mais de 300 choques. O ponto mais forte pode ser visto na imagem acima na marcação em vermelho.

"Ele explodiu em um clarão quase 10 vezes mais brilhante do que qualquer coisa que tenhamos visto antes", disse em comunicado Bill Cooke, do escritório de estudos de meteoritos da Nasa no Centro Espacial Marshall de Huntsville, no Alabama.

Um satélite da Nasa a orbitar a lua busca agora a cratera recém-formada que os cientistas acreditam que teria um tamanho de até 20 metros. O clarão era tão brilhante que qualquer pessoa que estivesse olhando para a lua no momento do impacto poderia tê-lo visto sem telescópio, afirmou a agência.

Depois de analisar as gravações digitais, os cientistas determinaram que a rocha espacial tinha 30 centímetros de diâmetro e viajava a cerca de 90.123 km/h quando bateu na lua.

C=229.630





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sábado, 18 de maio de 2013

Kepler em repouso; será o fim?

Kepler em repouso; será o fim?



A missão do Telescópio Espacial Kepler (essa mesma aí do post anterior) pode estar com os dias contados.

O funcionamento normal do satélite é mais ou menos assim: quase que semanalmente, ele volta suas antenas de comunicação em direção a Terra para fazer o download dos dados observados. O telescópio fica durante alguns dias apontado para uma região do céu, mais precisamente nas constelações do Cisne, da Lira e do Dragão. Depois de acumular dados dessa região, se move de maneira a apontar a antena para a Terra e descarrega as informações. Depois disso, volta a apontar na mesma direção de antes.

Todas essas manobras de reposicionamento da antena e do telescópio são feitas com o uso de quatro rodas de reação. São rodas de inércia, que, ao girar em alta velocidade, fazem com que o satélite se mova. Tudo baseado nas leis de mecânica básica: conservação de momento e ação e reação. Esse método é muito mais eficiente do que usar retrofoguetes, consegue apontamentos extremamente precisos, sem limitação de combustível. Os retrofoguetes têm um reservatório finito; uma vez esgotado, não é possível reabastecer em voo. Por isso mesmo, evita-se ao máximo usá-los. Já as rodas de inércia são acionadas por motores elétricos, que são abastecidos pelos painéis solares.

Só que por girar tanto assim, os eixos sofrem um desgaste intenso. Há algum tempo atrás, aqui mesmo no blog, eu contei de uma roda dessas que estava falhando. Essa já era a roda sobressalente, usada em caso de falha de alguma outra. Essa roda reserva estava com um nível de atrito acima do normal, então ela foi colocada em repouso, de modo que o lubrificante se acomodasse de forma a minimizar esse atrito anômalo. A estratégia deu certo, mas, na época, os próprios engenheiros sabiam que essa era uma medida paliativa, e que mais cedo ou mais tarde a roda iria falhar definitivamente.

Esse momento chegou.

Nessa última quarta feira (15), a Nasa anunciou que nessa manobra para fazer o download, os técnicos encontraram o Kepler em modo de segurança com apontamento por retrofoguetes. Nesse modo, o satélite fica com seus painéis apontados para o Sol para receber o máximo de luz possível. As operações dos sistemas de bordo são reduzidas ao mínimo e apenas a telemetria é mantida, para que os engenheiros tenham um diagnóstico da saúde do satélite.

Só que, desta vez, além de estar no modo de segurança, o Kepler estava com apontamento por retrofoguetes, o que indica que alguma roda de inércia está falhando – mais precisamente, a roda número 4. Comandada a acelerar e girar entre 1.000 e 4.000 rotações por minuto, ela permaneceu estática. Os engenheiros têm tentado fazê-la se mover, dando ordens para girar ora num sentido, ora no sentido contrário. Em outras palavras, forçando o eixo a destravar. Outra tentativa, mais radical, é dar potência total aos motores da roda e esperar que ela vença esse bloqueio. Mas, talvez, essa seja a falha definitiva esperada já desde o começo do ano, e pode ser que não haja mais soluções possíveis, paliativas ou não.

Atualmente, o satélite está numa espécie de “coma induzido”, estado em que só os sistemas vitais estão funcionando, enquanto os engenheiros analisam os dados da telemetria.

Ao que parece, a missão do Kepler deve mesmo ser encerrada. Os objetivos principais da missão de três anos e meio foram cumpridos em novembro do ano passado, com a descoberta de planetas terrestres na zona de habitabilidade de diversas estrelas.

Mas, mesmo nessa condição prejudicada, o Kepler ainda pode ser útil. O apontamento por retrofoguetes não é preciso suficiente para retomar a observação de trânsitos planetários, mas é o suficiente para procurar e estudar os “NEOs”, sigla em inglês para Objetos Próximos da Terra. Os “NEOs” são asteroides que passam perto da Terra e eventualmente podem se tornar um problemão. A cada passagem pelas proximidades da Terra, a interação gravitacional altera a sua órbita e eventualmente ele pode vir a se chocar conosco.




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sábado, 18 de maio de 2013

Cientistas criam células-tronco humanas


Cientistas criam células-tronco humanas por meio de clonagem


Óvulo de doadora com núcleo de célula de pele (Foto: Divulgação/OHSU)

Pesquisadores usaram técnica semelhante à da utilizada na ovelha Dolly.
Linha de pesquisa buscava resultado há mais de 15 anos.


Depois de mais de 15 anos de fracassos de cientistas de todo o mundo, além de um caso de fraude, cientistas finalmente criaram células-tronco humanas com a mesma técnica que produziu a ovelha clonada Dolly, em 1996. A equipe liderada por Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, nos EUA, publicou artigo a respeito na revista "Cell", nesta quarta-feira (15)

Como informa a agência Reuters, para chegar ao resultado, os pesquisadores transplantaram material genético de células adultas em óvulos cujo DNA havia sido removido. Eles cultivaram células de seis embriões criados, em dois casos, a partir de DNA de amostras das peles de uma criança com uma doença genética, e, nos outros quatro casos, de fetos saudáveis.

Em cada um dos casos, o DNA foi inserido em óvulos não fertilizados doados e, após a aplicação de uma sequência de técnicas, foi verificada a replicação das células.

O procedimento, segundo a "Cell", abre uma nova frente para a medicina com células-tronco, que tem sido prejudicada por desafios técnicos, bem como questões éticas.

Até agora, as fontes mais naturais de células-tronco humanas eram embriões humanos, cuja utilização em pesquisa cria dilemas éticos. Para determinados setores, um óvulo fecundado deve ser tratado como um ser humano e, por isso, não pode ser descartado. A técnica divulgada nesta quarta-feira usa óvulos humanos não fertilizados, e, assim, não se enquadraria nessa discussão.

Eliminar a necessidade de embriões humanos pode aumentar as tentativas de utilização de células-tronco e suas descendentes para substituir células danificadas ou destruídas por problemas cardíacos, mal de Parkinson, esclerose múltipla, lesões na medula e outras doenças devastadoras.

Clonagem
A técnica, no entanto, também poderia ressuscitar os temores da clonagem reprodutiva, ou produzir cópias genéticas de indivíduos vivos (ou mortos). Mesmo antes de o estudo ser publicado, um grupo britânico chamado Human Genetics Alert protestou contra a pesquisa.

"Os cientistas, finalmente, entregaram o bebê que pretensos clonadores humanos têm estado à espera: um método confiável para criar embriões humanos clonados", disse o dr. David King, diretor do grupo. "Isso torna imperativo que nós criemos uma proibição legal internacional sobre a clonagem humana, antes que mais pesquisas como essa apareçam. É irresponsável ao extremo a publicação desta pesquisa."

Entre os cientistas, no entanto, o fato de a técnica ter funcionado está sendo saudado como um avanço, como afirmou o biólogo especializado em células-tronco George Daley, do Harvard Stem Cell Institute. "Isso representa uma conquista inigualável. Eles tiveram sucesso onde muitas outras equipes fracassaram, inclusive a minha."



Fraude
Entre os que fracassaram na utilização da técnica está o biólogo Hwang Woo-suk, da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul.

Em 2005, Hwang e sua equipe foram manchete em todo o mundo quando anunciaram, na revista "Science", que haviam criado células-tronco embrionárias humanas por meio de transferência nuclear, a mesma técnica que os cientistas de Oregon usaram. A alegação de Hwang acabou sendo desmentida, tornando-se um dos casos mais famosos de fraude científica na última década.

Se o feito da equipe de Oregon se mantiver e puder ser replicado por cientistas em outros laboratórios, o método oferecerá uma terceira, e potencialmente superior, forma de se produzir células-tronco embrionárias.

A pesquisa com células-tronco decolou em 1998, quando cientistas liderados por Jamie Thomson, da norte-americana University of Wisconsin, anunciaram que conseguiram cultivar células a partir de embriões humanos de alguns dias obtidos em clínicas de fertilização, chamadas de blastocistos.

Como os blastocistos eram destruídos quando as células-tronco eram removidas, grupos que acreditam que a vida começa na concepção promoveram intensos protestos.

Em 2001, o presidente norte-americano George W. Bush proibiu financiamento público federal nos EUA para pesquisa que criaria mais blastocistos.


Montagem mostra diferentes estágios do processo descrito pelos cientistas na 'Cell'
(Foto: Divulgação/OHSU)




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sábado, 18 de maio de 2013

Aposentadoria faz mal à saúde


Aposentadoria faz mal à saúde


Segundo pesquisa, pessoas ficam mais suscetíveisa problemas de saúde quando se aposentam (Foto: BBC)

Pesquisa sugere que inatividade eleva depressão e de doenças.



A aposentadoria pode gerar prejuízos para a saúde física e mental, revelou uma nova pesquisa.
O estudo, publicado pelo centro de estudos Institute of Economics Affairs (IEA) com sede em Londres, descobriu que a aposentadoria leva a um "drástico declínio da saúde" no médio e longo prazos.

Segundo a IEA, a pesquisa sugere que as pessoas devem trabalhar por mais tempo por razões de saúde e também financeiras.
O estudo, realizado em parceria com a entidade beneficente Age Endeavour Fellowship, comparou aposentados com pessoas que continuaram a trabalhar mesmo após terem alcançado a idade mínima para a aposentadoria e também levou em conta possíveis fatores
Philip Booth, diretor da IEA, disse que os governos deveriam desregular os mercados e permitir que as pessoas trabalhassem por mais tempo.

"Trabalhar mais não será apenas uma necessidade econômica, mas também ajudará as pessoas a viverem vidas mais saudáveis", disse ele.
Edward Datnow, president da Age Endeavour Fellowship, acrescentou: 'Não deveria haver uma idade 'normal' para a aposentadoria no futuro'.

Na Grã-Bretanha, o governo já planeja elevar a idade mínima para a aposentadoria.
"Mais empresários precisam pensar sobre como podem capitalizar em cima da população mais velha e aqueles que querem se aposentador devem refletir duas vezes sobre essa questão".
O estudo, focado na relação entre atividade econômica, saúde e política pública de saúde na Grã-Bretanha, sugere que há uma pequena melhora na saúde imediatamente depois da aposentadoria, mas constata um declínio significativo no organismo desses indivíduos no longo prazo.

Segundo a pesquisa, a aposentadoria pode elevar em 40% as chances de desenvolver depressão, enquanto aumenta em 60% a possibilidade do aparecimento de um problema físico.
O efeito é o mesmo em homens e mulheres. Já as chances de ficar doente parecem aumentar com a duração da aposentadoria.





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sábado, 18 de maio de 2013

Zumbi de 'Last of Us' foi inspirado em praga de inseto



Zumbi de 'Last of Us' foi inspirado em praga de inseto


Inspiração para praga do jogo veio de fungo real que ataca insetos (Foto: Divulgação)

Game quer explorar potencial do PlayStation 3, afirma diretor de criação.
Título dublado em português tem lançamento mundial marcado para 14/6.



Em um cenário pós-apocalíptico no qual milhões de pessoas foram mortas devido a um fungo raro e um anti-heroi precisa iniciar uma missão de resgate a uma menina de 14 anos para manter a promessa a um amigo, Neil Druckmann, diretor de criação da Naughy Dog, coloca o gamer na pele dos sobreviventes e não tem desculpas para economizar na violência de “The Last of Us”, game de sobrevivência (“survivor action”, em inglês) que chega exclusivamente para o PlayStation 3 em 14/6.

Por meio de uma conferência realizada na sexta-feira (17/5), Druckmann, ao lado de Gustavo Santaolalla, premiado compositor da trilha sonora do título, falou sobre o processo de desenvolvimento do game, a inspiração em um fungo verdadeiro para criar a ameaça do jogo, que promete ser “diferente de tudo que há no mercado”.

No título, dublado em português e que poderá ser testado a partir de 31/5 pelos jogadores que compraram "God of War: Ascension", o enredo se passa 20 anos após uma infecção mundial, e os poucos sobreviventes são mantidos em zonas de quarentena, sob vigilância frequente dos Estados Unidos. Joel, personagem principal, decide deixar a área para resgatar a jovem Elie, e faz de tudo para mantê-la viva, segura de humanoides infectados e de outros sobreviventes.

Druckmann explicou que a inspiração para a praga que assola os seres humanos em "The Last of Us" foi um gênero de fungo real chamado Cordyceps, que se aloja no corpo dos insetos e os transforma em “zumbis”, antes de utilizar o organismo como hospedeiro para espalhar poros e infectar outros bichos.


“Assisti ao documentário ‘Planet Earth’, da BBC, que mostra um fungo que toma controle dos corpos dos insetos. Depois disso, pensei: ‘o que aconteceria se isso fosse transmitido para as pessoas? Como isso afetaria a sociedade? Como as pessoas iriam lidar com as outras pessoas infectadas e com outros sobreviventes?’”, explicou Neil.

Partindo desse pressuposto, de acordo com o diretor de criação, o jogador se encontra num gênero diferente de game, “uma espécie de survivor-action”, que mescla momentos de muita ação, tiros e lutas e, ao mesmo tempo, cenários em que o jogador passa despercebido e ataca sorrateiramente os inimigos. “O game define um outro tipo de categoria de jogo já feito. É diferente de qualquer coisa que conhecemos”, comentou Gustavo. “Não é apenas mais um game, será um marco na história”, completou Neil.

Ganhador de dois prêmios Oscar de melhor trilha-sonora original, com "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005) e "Babel" (2006), Santaolalla afirmou que a trilha sonora é sua estreia no território dos games, e que certos arranjos possuem bastante influência latina e de músicas da América do Sul. “É um projeto diferente por causa da emoção envolvida. Em certos momentos do jogo, todos os efeitos sonoros são retirados, e apenas a música é tocada”, explicou o compositor, que utiliza o ronroco (instrumento de cordas sul-americano, parente do charango) em determinadas faixas da trilha - alguns desses trechos podem ser ouvidos em uma entrevista de Santaolalla divulgada pela produtora do jogo (assista, em inglês- http://www.youtube.com/watch?v=_tgl21xEdC0 ).


Gamer pode usar entre abordagem 'discreta' para eliminar inimigos sem ser notado, e combina elementos encontrados durante o jogo para criar novos itens (Foto: Divulgação)


Para tentar escapar das comparações com outros projetos dentro da Naugthy Dog, como a famosa série “Uncharted”, Neil Druckmann delimitou o processo de criação do novo título, e destacou as diferenças em relação a "The Last of Us". “Toda vez que começamos uma nova franquia, começamos do zero. Claro que algumas coisas serão familiares, como certos pontos da mecânica do jogo, mas 'The Last of US' é jogado mais no solo, e não tem tantos saltos quanto Uncharted”, comentou. Sobre a escolha para lançar o título no PS3, no mesmo ano da chegada da nova geração do console, o diretor de criação da Naughty Dog explicou que a equipe “passou dois anos desenvolvendo esse jogo, e ainda achamos que algo pode ser aproveitado do PS3. Usamos cada recurso de memória, casa núcleo da CPU”, afirmou,

Em um ambiente em que “os cenários são familiares, mas preenchidos com a morte” (já que a zona de quarentena é ambientada em Boston, no estado de Massachusetts, EUA), a equipe por trás do jogo destacou que o enredo e a forma de como conduzir a história fica, na maioria das vezes, na mão do jogador, com diálogos opcionais que podem ou não ser desenvolvidos, a preferência por uma abordagem discreta para matar os inimigos e tomar decisões com os itens que encontra pelo caminho. “Com a opção de crafting (na qual o jogador cria novos itens ao unir elementos do game), a abordagem fica a critério do jogador, das armas que ele tem consigo. ‘Devo usar isso para me curar ou criar um coquetel molotov?’ Você precisa fazer escolhas interessantes, e também ficar sem munição”, adiantou Neil.

Com ajuda de uma trilha sonora instrumental densa e melancólica, "The Last of Us" promete ser um jogo emocional, construído em volta do relaciomento das personagens e diante das escolhas que precisam fazer a todo momento, e violência como tempero especial. “Prometo litros e litros de lágrimas no enredo. Tem uma parte, e nem é uma animação, que mesmo fazendo parte e estando por dentro do desenvolvimento do jogo, toda vez fico com os olhos marejados”, revelou o diretor de criação.

Durante a feira de games E3 2012, o primeiro gameplay exibido pela Naughty Dog causou polêmica ao terminar o vídeo com uma cena gráfica, quando Joel dá um tiro de espingarda à queima roupa em um dos inimigos (veja aqui). Essa, no entanto, é uma das situações que não poderia ser evitada ou ao menos maquiada aos olhos de Druckmann. “O gameplay tinha que acabar daquela forma. A única regra que usamos para a violência é ‘o que é necessário para a história?’ E não usamos menos do que isso. As escolhas que você faz no dia a dia são mundanas, e não mostram quem você realmente é, o que faria para sobreviver”, concluiu o diretor de criação.


Limite para violência do jogo é a necessidade perante o enredo, avisa Neil Druckmann (Foto: Divulgação)





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sábado, 4 de maio de 2013

Rick Moranis Filmes, Personagens de Sucesso


Rick Moranis Filmes, Personagens de Sucesso


Rick Moranis, o maior nerd dos anos 80

Caso você nao conheça Rick Moranis é um ator canadense que fez sucesso principalmente durante os anos 80, com os seus filmes de comédia


Há algum tempo que não vemos mais Rick Moranis, que há alguns dias chegou aso seus 60 anos de idade. Para os novos maníacos por cinema ele deve ser levado como uma referência até que se encontre outro rosto, o que acredito que será impossível.

Para quem viveu nas décadas de 80 e 90 certamente viu filmes como “Os Caça-Fantasmas” (1984), “A Pequena Loja de Horrores” (1986), “S.O.S. – Tem Um Louco Solto no Espaço” (1987) e “Querida, Encolhi as Crianças” (1989), estes filmes que são apenas alguns exemplos de todo o seu talento de criar personagens que sejam engraçados, interessantes, e sempre a beira de um ataque.

Carreira
Tudo começou no anos 70 quando ele era DJ no Canadá. Foi então que seu amigo Dave Thomas o convenceu a realizar uma migração para a tv fazendo parte do elenco de “SCTV” –ou “Second City Television” em uma série que já estava na terceira temporada. A partir dos anos 80 o programa foi comprado pela CBS e a equipe teve a obrigatoriedade de produzir pelo menos dois minutos de conteúdos canadenses para que ficassem na TV aberta do país.

Foi então que Harold Ramis, o veterano do SCTV escreveu então “Os Caça-Fantasmas” com Dan Aykroyd –ao lado de Bill Murray, que eles fizeram os trios de investigadores paranormais uqe impediam o fim do mundo em Nova Yorke. Foi então que Rick surgiu como o contador Louis Tully vizinho da sexy simbol da época Sigourney Weaver.


Sucessos
O sucesso foi tanto que então Moranis começou a participar de várias comédias, como “Executivos em Apuros” (1985), “Chuva de Milhões” (1985) e “Clube Paraíso” (1986). “A Pequena Loja de Horrores” (1986).

Seu último grande sucesso foi em 1994 os Flinstones, e na época ele decidiu dar um tempo. As idéias eram tirar dois anos sabáticos apesar disto Moranis percebeu que a vida em Hollywood não lhe fazia falta. Atualmente realiza apenas dublagens e esquetes.Aos 60 anos, Rick Moranis tem um incrível legado no cinema pop. Porem preferiu viver a vida de uma pessoa comum.





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sábado, 4 de maio de 2013

Avião movido a energia solar chega a Phoenix após 18 horas de voo


Avião movido a energia solar chega a Phoenix após 18 horas de voo


Piloto comemora aterrissagem do Solar Impulse.
(Foto: Reprodução/live.solarimpulse.com)

Solar Impulse finalizou a primeira etapa de sua longa travessia dos EUA.
Ainda restam quatro etapas para concluir trajeto.



O avião Solar Impulse, movido a energia solar, aterrissou na madrugada de sábado (4) no aeroporto internacional de Phoenix, Arizona, depois de 18 horas de voo partindo de San Francisco.

A aterrisagem pôde ser acompanhada por imagens ao vivo divulgadas na internet pelos organizadores da iniciativa.

O avião, pilotado pelo suíço Bertrand Piccard, aterrisou em segurança às 7h30 (4h30 em Brasília) e assim terminou a primeira etapa de sua viagem planejada nos Estados Unidos.
Ainda restam outras quatro etapas para concluir o projeto.

A viagem com destino final a Nova York será realizada em cinco fases por razões de segurança.


O avião solar suíço Solar Impulse decola da base aérea de Moffett, perto de São Francisco, na Califórnia, dando início à primeira etapa de sua longa travessia dos EUA. A aeronave revolucionária é movimentada por quatro motores elétricos de energia solar. (Foto: Stephen Lam/Reuters)





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sábado, 4 de maio de 2013

Jornalista de tecnologia passa um ano sem internet



Jornalista de tecnologia passa um ano sem internet


O jornalista Paul Miller ficou um ano sem internet (Foto: Reprodução)

Ele anunciou em 30 de abril de 2012 que deixaria a web por um ano.
Paul Miller disse que estava errado sobre o lado negativo da internet.



O jornalista do site de tecnologia "The Verge" Paul Miller anunciou, em 30 de abril de 2012, que deixaria de usar a internet por um ano. Nesta quarta-feira (1º), aos 27 anos, ele publicou um texto sobre as conclusões que chegou neste um ano sem internet no trabalho e na vida pessoal.

“Eu estava errado. Um ano atrás, eu deixei a internet. Eu pensava que a internet estava me deixando improdutivo (...) Eu pensava que isso estava 'corrompendo a minha alma'”, disse. “Faz um ano desde que ‘naveguei pela web’ ou ‘acessei meu e-mail’ ou curti qualquer coisa de forma metafórica em vez de usar polegares reais. Eu consegui ficar desconectado como havia planejado. Eu estava livre da internet”, continuou.

No texto, Miller conta que, às 23h59 do dia 30 de abril de 2012, ele desligou o cabo da internet, descontectou a rede Wi-Fi e trocou seu smartphone por um mais simples. “Foi muito bom. Me senti livre”, disse.

Porém, ele conta que, após os primeiros meses de euforia e de descobertas novas longe da internet, ele começou a fazer as mesmas escolhas erradas fora da web. “Eu abandonei meus hábitos off-line positivos e descobri novos vícios off-line. Em vez de transformar o tédio e a falta de estímulo em aprendizado e criatividade, eu me voltei ao consumo passivo e ao recuo social”, conta Miller.


“As escolhas morais não são muito diferentes sem a internet. Coisas práticas, como mapas e compras off-line, são fáceis de se acostumar”, disse. “Mas sem a internet é mais difícil de encontrar pessoas. É mais difícil fazer uma ligação do que enviar um e-mail. É mais fácil enviar uma mensagem do que ir à casa de alguém. Não que estes obstáculos não podem ser ultrapassados. Eu os ultrapassei no primeiro momento, mas não durou muito”, contou o jornalista.

Para concluir, Miller disse que a internet não torna as pessoas solitárias e estúpidas, como muitos textos o fizeram acreditar. “A internet não é uma busca individual, é algo que fazemos uns com os outros. A internet é onde as pessoas estão”.





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sábado, 4 de maio de 2013

10 musicas mais tocadas nos anos 80


10 musicas mais tocadas nos anos 80



A década de 1980 foi um marcada pelo ressurgimento do Rock e suas vertentes. Foi nos anos 80 que o mundo conhecia o hard rock com grandes representantes como Bon Jovi, Van Halen, AC/DC,Guns N’ Roses, Whitesnake e The Cure. O mundo também ouviu uma batida mais pesada, era oheavy metal crescendo com Iron Maiden, Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax.

Enquanto isso, no Brasil, surgia um dos maiores festivais de musica do mundo, o Rock In Rio, com muito Pop e Rock, e sucessos da época do RPM, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, Roupa Nova, Blitz, Kid Abelha e Ira!.

Usamos como critérios: os vários álbuns de coletâneas com a temática dos anos 80 e as primeiras colocações das paradas das rádios nos anos de 1980 a 1989 do Hot100 Brasil.

Anos 80: Internacionais


1 -Thriller Michael Jackson
2 -Like a Virgin Madonna
3 -Sweet Child o’ Mine Guns N’ Roses
4 -Livin’ On A Prayer Bon Jovi
5 -Greatest Love Of All Whitney Houston
6 -Billie Jean Michael Jackson
7 -We are the world USA for Africa
8 -Because I Love You Stevie B
9 -Every Breath You Take The Police
10-Endless Love Diana Ross & Lionel Richie


Anos 80: Nacionais



1 -Menina Veneno Ritchie
2 -Emoções Roberto Carlos
3 -Como Eu Quero Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens
4 -Exagerado Cazuza
5 -Que País é Este Legião Urbana
6 -Como Uma Onda (Zen Surfismo) Lulu Santos
7 -Whisky A Go Go Roupa Nova
8 -Olhar 43 RPM
9 -Você Não Soube Me Amar Blitz
10 -Adelaide Inimigos do Rei





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sábado, 4 de maio de 2013

Pedras que 'andam' e deixam rastro intrigam turistas em vale dos EUA



Pedras que 'andam' e deixam rastro intrigam turistas em vale dos EUA


Pedra deixa rastro na Racetrack Playa, no Death Valley, EUA (Foto: Creative Commons/TravOC)

Rochas que se movimentam por até 450 metros são alvo de pesquisas.
Fenômeno acontece no Death Valley, na Califórnia.



Um fenômeno misterioso atrai turistas a um parque na Califórnia, nos EUA. Na Racetrack Playa, em Death Valley, diversas pedras se movimentam e deixam um claro rastro no solo.

Uma vez no leito seco do lago, elas se movem – algumas “viajaram” por até 450 metros. Há também aquelas que se movimentam em pares, deixando dois rastros tão sincronizados que parecem ter sido feitos por um carro.

Segundo a Nasa (agência espacial americana), ninguém viu as pedras se movendo de fato, mas a mudança de posição e as trilhas que elas deixam têm intrigado cientistas desde os anos 1940.

“As explicações mais óbvias – ação de animais, gravidade ou tremores de terra—foram descartadas, deixando espaço para várias especulações ao longo dos anos”, afirma a agência em seu site.

Uma das teorias mais aceitas sugere que uma rara combinação de condições de chuva e vento é responsável pelo fenômeno. Segundo uma pesquisa, a chuva molha a superfície do solo, deixando-o firme, mas escorregadio, enquanto ventos fortes empurram as pedras.


Vista de cima das pedras e seus rastros na Racetrack Playa (Foto: NASA/GSFC/Maggie McAdam)





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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Reserva sem Lei - Ambiente


RESERVA SEM LEI - Ambiente



Parada obrigatória de aves migratórias e dona de uma variedade de 35 espécies de peixes, além de uma vegetação exuberante, a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, em Santa Catarina, vive ameaçada. Pesquisadores e ecologistas batalham por sua efetiva implantação.


Vistas de longe, a 13 quilômetros de Florianópolis, em Santa Catarina, as formações rochosas do Arvoredo, em meio ao Oceano Atlântico, parecem apenas mais uma magnífica paisagem. Na verdade, promovidas há dois anos à condição de Reserva Biológica Marinha, as ilhas Deserta, Galé, Arvoredo e o calhau de São Pedro, que juntos somam 17 800 hectares, não deveriam receber visitas de pessoas não autorizadas e - se existisse fiscalização - haveria multas, caso ousassem furtar dali qualquer animal, como, afinal, determina a lei. Mas a efetiva implantação da Reserva ainda não aconteceu e ela continua desprotegida, à mercê dos depredadores.
Por isso, motivos de preocupação não faltam aos ecologistas. O primeiro, e talvez o principal, é a presença de milhares de aves migratórias? vindas do extremo norte do continente, que em todos os invernos procriam nas ilhas Deserta e Galé. A vizinha Ilha do Arvoredo - a maior, com 3 quilômetros de comprimento por 2 de largura e a mais acessível ao desembarque - também está ameaçada por acampamentos e infelizes pescas predatórias. Para afastar as cobras, por exemplo, os visitantes costumam atear fogo à vegetação - uma das raras porções da Mata Atlântica ainda preservada -, sem saber que com isso contribuem decisivamente para aumentar o número de ratos no local.
No mar, o perigo também não é menor. Pescadores, para matar os peixes de uma só tacada e ainda facilitar sua retirada, usam dinamite, além de substâncias químicas tóxicas, como o carbureto, que em contato com a água produz gases tóxicos ameaçando assim o equilíbrio da vida marinha costeira e matando peixes pequenos, sem valor comercial. Além disso. a morte indiscriminada de filhotes pode varrer definitivamente daquelas águas gerações inteiras de uma única espécie. Enfim, em terra, quando os pássaros chegam de suas longas jornadas e conseguem fazer os ninhos e desovar, vêem os ovos desaparecer - e virarem omelete para os pescadores que os recolhem.
Quem sabe, um dia todas essas histórias possam ser contadas como se fossem coisa do passado. Por enquanto, a batalha mal começou. Diante dos riscos à existência destes existência animais e da própria Reserva, em 1988, o catarinense André Freyesleben, estudante de Arquitetura de 27 anos, arregaçou as mangas e, munido de fofos, vídeos e um extenso dossiê escrito com a colaboração de biólogos, resolveu brigar pela criação da Reserva Biológica Marinha. Ele conseguiu convencer o governo federal não só da urgência em proteger estas espécies como de que o patrimônio genético do Arvoredo seria um rico objeto de pesquisas científicas. A escolha das ilhas para a procriação pelas aves, por exemplo, ainda não havia sido registrada.
Passados dois anos desde que a região adquiriu o status de Reserva, mesmo vitorioso, Freyesleben ainda não vê motivos para comemoração, já que ela só existiu até agora no papel assinado pelo então Presidente José Sarney. "Barcos pesqueiros indústriais ainda praticam arrastão ali, o que já é crime. Sem fiscais, não adiantou nada batizarem a área de Reserva Biológica", protesta André, que desde os 12 anos freqüenta a região. Para alertar o governo, e a população, pesquisadores do Projeto Larus - que há dez anos se dedica à educação ambientar - da Universidade Federal de Santa Catarina, têm documentado em vídeo diversos aspectos deste ecossistema. "Se acontecerem modificações sensíveis na Reserva, as faunas, tanto terrestre quanto marinha, poderão recuar, deixando um imenso vazio", sentencia o biólogo Alcides Dutra, coordenador do Larus.
Os trinta-réis, parentes das gaivotas dentro da família dos larideos - dai o nome do projeto, Larus -, são os donos do imenso ninho rochoso em que se transformou a Ilha Deserta. Os trinta-réis-de-bico-vermelho, por exemplo, apesar da frágil aparência, com suas penas brancas e o penacho escuro na cabeça, são ferozes e enfrentam os incautos que ousam se aproximar de seus filhotes. Ao mesmo tempo, atacam os filhotes de seus primos de bico-amarelo. É tal a sua antipatia por vizinhos que seus ninhos são sempre solitários. Já os trinta-réis-de-bico-amarelo são mais sociáveis e fazem ninhos tão próximos uns dos outros que formam verdadeiras creches.
Uma das preocupações com a preservação da Reserva do Arvoredo está diretamente ligada a essas aves. Pouco se sabe do seu destino ou de onde elas vêm. Por isso, acompanhar seu comportamento e artilhá-las, como tem sido feito recentemente por biólogos, permitirá entender estas complicadas viagens e seus objetivos. Além disso, acredita-se que elas riscam de seus roteiros os locais que não se mostrem muito seguros para a nidificação. O roubo dos ovos pelos pescadores contribuiria para que as aves deixassem de vez a região. Local de encontro de duas correntes marinhas, pesquisas preliminares apontaram a existência ali de 35 espécies de peixes além de golfinhos, leões-marinhos e tartarugas marinhas.
A razão da variedade é simples: a Corrente das Malvinas, fria, proveniente do Pólo Sul, carrega seus peixes e encontra ali, próximo à Reserva do Arvoredo, a Corrente do Brasil, quente, vinda da África, esta com seus animais marinhos amantes de águas mornas. A convergência destas duas correntes oceânicas torna a população de peixes rica e variada. Mais um motivo para impedir a pesca predatória. Tal diversidade é responsável indireta pelo povoamento das águas litorâneas do sul do pais, onde os pescadores, a continuar com a pesca Predatória. se arriscam a encontrar cada vez menos peixes para lotar seus barcos.
A vegetação da Ilha do Arvoredo é um capitulo à parte: são 24 espécies, entre elas quatro variedades de cipós. Esta intensa e exuberante vida vegetal e animal (que inclui gambás e morcegos-pescadores) se torna possível também devido aos veios de água doce que cortam seu território, resultantes de lençóis freáticos alimentados pelas águas da chuva. Apesar de toda essa riqueza estar protegida oficialmente, na prática os riscos ainda são grandes. A fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis) é precária: "A única lancha disponível está sempre quebrada", admite Eduardo Benício de Abreu, funcionário do órgão. Alexandre Filipinni, oceanógrafo do Ibama encarregado da Reserva, também acha que a queda-de-braço com os pescadores deve ser longa. "Não será fácil mudar um hábito de décadas", prevê Filipinni, com base na experiência de que trabalhou cinco anos na implantação da primeira Reserva brasileira do gênero, o Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte. Para cobrir a deficiente fiscalização, a Reserva tem seu lado sul liberado, mas só para visitação controlada.

A forma que o Ibama encontrou para suprir a falta de recursos foi autorizar operadores de mergulho a trabalhar no local. "Há seis anos ensinamos aos que mergulham conosco o respeito à Reserva", conta Júlio César Silva, dono da Sea Divers, uma das empresas que podem operar em Arvoredo. Ali, a visibilidade na água atinge 25 metros e a temperatura no verão é de 22 graus. Com um pouco de sorte, o mergulhador encontra peixes exóticos e fosforescentes, polvos, lagostas, moréias e ouriços. Aliás, os pesquisadores do Projeto Larus descobriram na ilha deserta uma espécie de ouriço-gigante que se pensava existir apenas no Caribe. Já no inverno, quem se aventurar a enfrentar os 17 graus de temperatura da água tem grande chance de deparar com golfinhos, pingüins e até baleias nanicas, vindas do sul da Argentina. Mas não são só os pássaros e os peixes que podem ser estudados na Reserva. Um sambaqui de 3 metros de altura por 20 de diâmetro, com idade estimada entre 2 000 e 4 000 anos encerrava os restos mortais dos antepassados dos índios carijós. Infelizmente, a construção de um galpão para barcos e com a lavoura de um morador destruiu parte do sambaqui. São cerca de vinte pessoas entre marinheiros e suas famílias, que se ocupam da manutenção do farol que orienta as embarcações. Nos paredões da Ilha do Arvoredo, de diabásio preto, uma espécie de rocha magmática, existem numerosas gravuras rupestres (sulcos gravados na rocha), ou simplesmente "letreiros", como apelidaram os moradores locais. Esses vestígios são valiosos para o estudo da ocupação do sul do país, que depende da preservação de sítios arqueológicos como estes. Pensando nisso e empenhado na defesa da Reserva, o oceanógrafo Filipinni anuncia as prioridades para este ano: montar uma equipe qualificada, instalar bases de apoio na Estação Ecológica de Carijós - próxima à Ilha do Arvoredo - e na praia de Porto Belo (a 66 quilômetros de Florianópolis) - perto da Ilha da Galé - e iniciar uma campanha de conscientização da população. O passo inicial foi dado em fevereiro, quando o Ibama promoveu um campeonato de caça ao lixo: entre as toneladas de resíduos recolhidas no mar pelos participantes, o prêmio de originalidade ficou com a porta de uma geladeira, completamente tomada pela vida marinha.

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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Fórmulas da Imagem - Computadores


FÓRMULAS DA IMAGEM - Computadores



Pontos, retas e curvas, organizados segundo as leis da Matemática e da Física, viram imagens dentro de um computador. Nas duas primeiras partes do poster, vemos a computação gráfica no cinema e na publicidade, dos efeitos especiais ao processo de construção das imagens. Na terceira parte, o uso da computação gráfica na ciência, especialmente em Medicina, onde pode aperfeiçoar tanto os diagnósticos como as cirurgias.


No filme O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final, o robô vilão T-1000 (Robert Patrick) tem o estranho dom de se fundir ao chão e dali levantar em forma de gente. Elaborada nos computadores da Industrial Light & Magic, divisão visual da produtora americana de efeitos especiais Luca Art Entertainment, a mágica foi recriada nas salas escuras e geladas da Globograph, no Rio de Janeiro. Não foi preciso descobrir o truque do mágico para produzir um efeitro semelhante. Desde que a Globografh foi criada, há cinco anos, a equipe de engenheiros desenvolve seus próprios softwares, e acaba inventando programas que tornaram possíveis imagens inusitadas - como uma estranha estatueta do Oscar derretendo-se pelo chão.

A idéia de liquefazer o boneco partiu da engenheira eletrônica Lúcia Modesto, carioca, há dez anos na praia da computação gráfica. Primeiro fez-se um molde do Oscar em silicone. O molde foi então cortado e, 55 fatias, cada uma representando uma curva de nível - nome técnico do contorno. Quanto mais se traçavam para um molde, mais detalhado (e complicado) fica o resultado final. Cada fatia foi xerocada num palel, e o contorno da curva foi passado para o computador através da mesa digitalizadora. Como um mouse, clica-se em cima de várias pontos do contorno, o computador traça curvinhas entre cada ponto e reconstrói tela a curva de nível inteira. Várias curvas, uma em cima da outra, ainda não compões um boneco. É necessário um programa que faça interpolarção das curvas, ou seja, preencha a área entre elas de forma a construir um objeto sólido. Está aí o segredo do negócio - a Globograph desenvolveu o programa "C-mech", que faz essa interpolação construindo polígonos entre cada curva. O monte de linhas virou enfim um Oscar inteiro.
Para causar a impressão de que o boneco se derretia, Lúcia esticou as curvas de nível do Oscar de baixo para cima, mudando as coordenadas geométricas que determinavam sua posição no espaço. Pronta a animação, definiu no computador o material da superfície do boneco, sua cor e as fontes de luz da cena. Gravados então em vídeo tape, os 150 quadros resultantes em 5 segundos de um Oscar derretendo-se na tela. Se quisesse imitar a T-1000 surgindo do chão, bastaria rodar a fita de vídeo ao contrário.

Outro efeito especial capaz de deixar boquiaberto quem assiste é a metamorfose, mundialmente famosa depois de ter sido utilizada no videoclip da música black or White, de Michael Jackson. Somente três empresas no mundo podem fazer esse efeito - a Industrial Light &Magic, a Pacific Data Imagens e a Globogragh", garante orgulhoso José Dias, engenheiro eletrônico paraibano que aportou na TV Globo há vinte anos e dirige a Globograph desde que ela nasceu. Basicamente, o que o programa "Morfh"faz é uma imagem em outra. Só que ele não sobrepõe simplesmente as imagens, como faz qualquer ilha de edição de videotape; ele funde as duas imagens, criando imagens intermediárias que não são iguais nem à primeira nem à última, mas contêm elementos das duas.
Primeiro as imagens a serem transformadas precisam ser digitadas, ou seja, passadas para o computador. Neste caso, as duas pessoas foram filmadas por uma câmera de vídeo e os rostos digitalizados. Colocadas as imagens no computador, o animador traça várias linhas sobre os rostos, o chamado grid. Retas a princípio, elas devem se ajustadas ponto por ponto para controlar o máximo de detalhes possível de cada rosto. Com isso, as imagens vão estar divididas em várias pequenas áreas, e é nelas que o programa vai atuar - ela não troca a cor dos pontos na tela, e sim transforma as imagem que está dentro de cada pequena área. A graça disso tudo é que se pode chamar na tela cada etapa dessa transformação, quando então se observa lentamente uma pessoa ser transformado em outra. Exatamente no meio do caminho, a imagem é a fusão perfeita dos dois rostos. É como se uma nova pessoa fosse criada digitalmente, pois ela é diferente tanto da primeira como da segunda.
A mais recente invenção da Globografh chama-se Caixa Elástica. É uma caixa imaginária que pode ser esticada em qualquer direção. Quando se coloca uma imagem dentro dela, a figura deforma-se junto. Foi assim que fizeram uma vinheta em que um peixe nada pela mexendo o rabo - colocou-se o peixe dentro da tal caixa, determinaram-se as duas posições laterais para onde o rabo deveria se mexer e o programa fez a interpolação, ou seja, calculou as imagens intermediárias. Antes dessa novidade, fazer um peixinho nadar mexendo o rabinho seria um trabalho de deixar louco qualquer animador.
O desenho de qualquer imagem no computador, seja única ou em seqüência para animação, começa com a noção de que a tela é um espaço com três eixos: x, na horizontal; y na vertical; e na profundidade (que dá noção de três dimensões). Constroem-se objetos determinando os pontos em cada eixo e ligando-os com retas. O programa Script, desenvolvido na Globograph, já tem algumas formas básicas, como cones e esferas, bastando ao programador mandá-lo construir figura e escolher seu lugar na tela. Formas complexas, como peixe, são passadas ao computador pela mesa digitalizadora. Quando todos os objetos desejados estão em cena, desenhados apenas com linhas, tem-se o polyfile, ou imagem apenas com polígonos.
O passo seguinte é determinar o material com que é feito cada objeto em cena. É óbvio que o computador não entende parâmetros como "plástico" ou "metal". Isso é conseguido informando-se ao programa a quantidade de luz que aquele objeto deve refletir - se for pouca, terá aparência de plástico; se for muita, parecerá metal. É hora então de escolher a cor. Todas serão formadas a partir de valores de RGB - sigla em inglês para vermelho, verde e azul. Se o programador escolher valor zero de R, valor zero de G e valor zero de B, terá um objeto azul. Depois disso, determina-se a quantidade e as posições na tela das fontes de luz, que vão iluminar a cena. A cena acabada recebe o nome de rasterfile. Seja para desenhar uma simples bola ou uma cena completa, o processo é semelhante. Cenas complexas apenas existem trabalho mais exaustivo além de ocupar mais tempo e mais memória no computador.
Quando se faz animação, trabalha-se primeiro com o polyfile para compor todas as cenas, pois o computador assim trabalha mais rápido. Para fazer os objetos se moverem no espaço, basta mudar as coordenadas nos eixos x, e z, em função do tempo. Na Globograph, o animador informa ao computador as key frames (posição-chave) para onde quer que os objetos se desloquem, e o programa se encarrega de elaborar as imagens intermediárias. O número de imagens necessárias varia conforme o tempo e o veículo - em vídeo tape, são necessários 30 quadros por segundo, e no cinema, 24.
Atrás da pele do corpo humano há muito mais segredos do que as radiografias e tomografias conseguem revelar. Em poucos anos, porém, uma equipe de vinte pesquisadores do Laboratório de Sistemas Integrados, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, pretende desenvolver um sistema de visualização em computação gráfica capaz de vasculhar a intimidade de qualquer organismo. Hoje, o máximo que se consegue, usando o mais avançado computador gráfico - O Silicon Graphics 480D -, são imagens do corpo construídas com a digitalização de tomografias, que não têm definição suficiente para mostrar pequenos tumores, por exemplo. E o que se vê são apenas cascas sobrepostas. Em qualquer lugar que se faça um corte, a imagem é real. O problema é que a imagem com voxel precisa de 1000 vezes mais memória do que uma imagem com pixels. Se for elaborada em tempo real - conforme o médico examina o paciente a imagem vai aparecendo na tela -, será necessário que o computador gere trinta imagens por segundo, movimentando 30 bilhões de pontos a cada segundo
Não há supercomputador no mundo que consiga executar essa tarefa. Por isso, o projeto caminha junto com outro maior, o da construção de quatro supercomputadores no mínimo domLSI. O primeiro, com doze processadores, está começando a funcionar. O maior poderá ter até 128 processadores i860, da Intel (um microcomputador tem um só, e muito mais lento do que esse). "Juntar processadores não é complicado, o difícil é desenvolver um software que distribua as tarefas de forma eficiente entre todos eles", explica Zuffo. Outra ambição da equipe é desenvolver softwares que possam gerar imagens pela técnica de ray-tracing (traçamento de raios) em tempo real. Essa técnica, baseada nas equações da física da luz, é tão complicada que computadores potentes levam horas para calcular cada imagem. Muito mais precisa e detalhada do que as imagens tradicionais, a técnica de ray-tracing permitiria ao médico ver o tumorzinho escondido nas entranhas do paciente.





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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Fuga do beco sem saída - Comportamento

FUGA DO BECO SEM SAÍDA - Comportamento



Entre a polícia e as clínicas de recuperação, pouquíssimos dependentes conseguem largar as drogas. Além das ilegais, como o grande problema no Brasil são as drogas fáceis de obter. Como álcool, cola de sapateiro e tranqüilizantes.


Há pouco menos de três anos, uma pesquisa realizada pela Escola Paulista de Medicina revelou um dado estarrecedor: no curtíssimo período de dois anos, o número de usuários de drogas entre estudantes brasileiros do 1° e 2° graus havia crescido 24%. De lá para cá, nada leva a crer que esse crescimento vertiginoso tenha cessado. Um dos motivos pode ser o fato de as raras campanhas antidrogas brasileiras visarem o mesmo alvo das campanhas realizadas em países desenvolvidos - as chamadas drogas pesadas, como a cocaína e o crack, as duas prediletas entre os jovens usuários americanos.
O crack é o primo pobre da cocaína, resultado da mistura desta com alguma substância básica, como soda cáustica ou bicarbonato de sódio. A combinação, além de baratear a droga - a qual, pura, vale tanto ou mais do que o ouro -, faz com que ela se cristalize. Os cristais podem ser fumados, enquanto a cocaína em pó se decompõe quando aquecida. É ótimo que se continue martelando o perigo dessas drogas nas salas de aula: tanto o crack como a cocaína podem causar a morte de quem as experimenta pela primeira vez. Basta exagerar alguns microgramas na dose suportável pelo organismo, que varia de pessoa para pessoa, para desencadear convulsões cerebrais fatais. Além disso, drogas injetáveis como a cocaína e a heroína - cujos viciados são raríssimos no Brasil - trazem consigo o terrível fantasma da contaminação pelo vírus da Aids, ao se compartilharem seringas na ânsia de aproveitar a última gotícula da substância.
A questão porem, é que apenas um em cada 200 estudantes experimentou cocaína. Dos 30.000 entrevistados pelos pequisadores, 17% declararam que consomem inalantes, como a cola de sapateiro e o lança-perfume, os campeões da preferência nacional. Em segundo lugar vêm os tranqüilizantes, de que dependem 7% dos jovens participantes da pesquisa. "Isso é alarmante", diz o médico Elisaldo Carlini, que coordenou o estudo. "Significa que as drogas mais consumidas no país não são ilegais e podem ser vendidas em farmácias ou armazéns de esquina." De fato, o estudo da Escola Paulista de Medicina se resume a jovens na faixa entre 10 e 21 anos. Contudo, pelos dados das clínicas especializadas em tratar os dependentes de tóxicos, o problema não é muito diferente quando se fala em consumidores mais velhos: em média, sete em cada dez pessoas internadas nesses locais são alcoólatras. E, para beber álcool, não é preciso sequer receita médica.
A população adulta e dependente de drogas também costuma ser fiel consumidora de estimulantes e barbitúricos. "Quando se fala em prevenção da dependência, a maioria das pessoas se lembra dos adolescentes e se esquece da vovozinha que não dorme sem engolir um tranqüilizante", destaca o médico Roberto Wüsthof, da Santa Casa de São Paulo. Aos 24 anos, pele bronzeada, ele tem a imagem de quem esbanja saúde à custa de muito esporte. Recém formado, com intenção de se especializar no tratamento de adolescentes - uma área da Medicina pouco explorada no Brasil, a seu ver -, Wüsthof começou a integrar programas antidrogas há quatro anos. Sempre estou organizando cursos e palestras sobre o tema nas escolas", conta. "Isso porque, na minha opinião, a saída do beco da dependência é dificílima. Melhor do que investir nos diversos tratamentos é reforçar as campanhas de prevenção."
A maconha, terceira colocada na preferência dos usuários de tóxicos brasileiros, ocupa em compensação o primeiro lugar em polêmica, por sua discutível dependência física. Do mesmo modo, está provado que a substância é incapaz de provocar morte por overdose. Nem sequer ela pode ser associada com a violência - um erro comum entre leigos -, pois seu efeito de ser um potente relaxante muscular e depressor do sistema nervoso costuma impedir que os usuários se metam em brigas. Quando isso eventualmente acontece, eles apanham feio. Contudo, quem quer fumar um baseado deve tocar em algum ponto da intrínseca rede da marginalidade para consegui-lo, pois que é uma substância proibida.
Alguns estudos apontam o caso dos usuários de maconha como principal argumento na defesa da descriminação das drogas. Há quem acuse os traficantes de serem os únicos que lucram com a ilegalidade. A Máfia, por exemplo, teve uma expressiva expansão enquanto vigorou a Lei Seca nos Estados Unidos, entre 1919 e 1933, quando a venda de bebidas alcoólicas era proibida.
Nenhum cientista defensor da descriminação, no entanto, está afirmando que a maconha não prejudica a saúde. "Ela pode diminuir ou até interromper a produção de espermatozóides no homem, exemplifica Wüsthof. Contudo, não acho que a descriminação legal aumentaria o consumo da droga. O crescimento seria aparente porque as pessoas teriam coragem de se declarar consumidoras. Por outro lado, do ponto de vista da prevenção, que é a raiz do problema, essa medida não ajudaria em nada. Acho simplista a explicação da que o adolescente procura uma droga pelo prazer de fazer algo ilegal." Defensor declarado da descriminação, o professor Elisaldo Carlini, da E. P. M., afirma que, nos países em que ela existe, como na Holanda. o consumo de tóxicos permaneceu estável: "E um absurdo fichar como criminoso o jovem que experimentou a maconha. O efeito dessa ação costuma ser mais tóxico do que a droga."
A briga pela descriminação é antiga e já se travaram vários rounds. Em novembro passado ao concluir um parecer sobre o uso de entorpecentes pela população, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados não tocou nesse ponto. Em compensação, na tentativa de adequar a lei à realidade dos usuários no país, apontou o perigo das chamadas drogas lícitas vendidas em farmácias. A CPI também acusou o governo de não destinar dinheiro suficiente para o combate ao narcotráfico: para essa verdadeira guerra, a Policia Federal dispõe de 2 milhões de dólares anuais, quando seria necessária uma verba cerca de 24 vezes maior para uma repressão eficaz.Um dos pontos mais importantes do anteprojeto da lei de tóxicos. apresentado pela CPI, é a suspensão do processo penal para o simples usuário - que hoje pode passar de seis meses a dois anos na cadeia por carregar drogas no bolso -, se a pessoa se comprometer a não repetir a experiência, caso não seja diagnosticada a dependência, ou a se submeter a um tratamento médico, ambulatorial ou não. "Isso até pode ser um estimulo para largar o vício", avalia o psicólogo paulista Luciano Costa Chati, embora o tom da voz não demonstre convicção. "Na realidade, um tratamento só pode dar certo quando não é imposto. A decisão tem de ser do próprio dependente", afirma, gesticulando muito, confiante nessa tese.
Formado há quatro anos, desde os tempos de estudante Chati já esteve ligado ao trabalho de diversas clínicas para toxicômanos. Durante os dois anos em que viveu em Londres, aproveitou para conhecer de perto os estudos dos especialistas ingleses. "Lá, eles enfatizam uma linha de tratamento conhecida por dinâmica, preocupada em levar o drogado a. rever seu papel na família e na sociedade", conta. "Existe ainda outra corrente, rotulada comportamentalista, preferida pelos americanos. Nesse caso, o paciente passa por uma desintoxicacão, com a substituição de estímulos, ou seja, a troca da droga por outra substância que não cause dependência, capaz de driblar o organismo enquanto se diminui a ingestão do tóxico."
Para Chati, contudo, o segredo do sucesso é sempre o diagnóstico: "No inicio da carreira, recebi um paciente com a indicação de ser esquizofrênico. Demorei certo tempo até notar que, na realidade, o rapaz era um dependente de drogas", recorda. "Na época, o caso me deixou abatido. Hoje em dia sei que esse erro é mais comum do que se imagina, embora isso não sirva de consolo." Seja qual for a linha de tratamento, uma vez constatada a dependência, arenas um em cada dez Pacientes consegue abandonar o vício; ainda assim, os raros casos de recuperação costumam implicar uma constante autovigilância. "As chances do êxito variam conforme o tóxico envolvido", explica o médico Anthony Wong, presidente da Associação Brasileira de Toxicologia. "Nesse sentido, os opiáceos, como a heroína, são os piores."
Segundo ele, o ambiente em que o paciente vive é fundamental. "Se os pais bebem ou fumam, as estatísticas mostram que os filhos têm três a quatro vezes mais probabilidades de se tornarem viciados em algum tipo de droga. "A psicóloga Lidia Rosenberg Aratangy recorda a importância da família, embora sua abordagem seja diferente. Na sua opinião, mais do que o eventual exemplo dos pais, o que importa são as chances de uma criança liberar suas emoções. "O sentimento propulsor, que conduz alguém a experimentar uma droga, é entrar em contato com o mistério ou o desconhecido, como o explorador", diz ela. "Isso é típico de quem gostaria de viver mais de uma vida. Na realidade, essa angústia não é nada do outro mundo; a maioria das pessoas a possui, mas a supera com coisas simples, como ler um livro com tamanha empolgação a ponto de se imaginar na pele da personagem", explica Lídia. "O dependente de drogas, porém, geralmente é uma pessoa reprimida na infância, que não aprendeu a liberar esse impulso, o da paixão. Então, o tóxico abre a brecha."
Para a psicóloga, é essencial mostrar ao dependente que largar o vicio não significa abrir mão dessa vontade de não se limitar a uma única pele, própria do ser humano. "No mais, qualquer tratamento é válido, desde que apresente resultados. Não adianta questionar o médico de uns ou de outros: os Alcoólicos Anônimos, por exemplo têm um modo muito peculiar de trabalhar e conseguem excelentes resultados." Lidia se refere a uma entidade sem fins lucrativos, fundada há 54 anos, que atualmente se espalha por 136 países. O programa dos A. A. se inicia quando o integrante reconhece a sua condição de dependente. A partir dai, durante três meses passa a freqüentar encontros, em que os participantes fazem depoimentos de sete a oito minutos sobre suas dificuldades como alcoólatras. Cada discurso é encerrado com a saudação "24 horas", que significa um dia inteiro de sobriedade.
Em São Paulo, numa espaçosa casa à beira da represa de Guarapiranga, no bairro de Interlagos, a Clínica Vila Serena é um exemplo nítido da influência dos Alcoólicos Anônimos. "Aqui, recebemos muitos pacientes funcionários de empresas multinacionais, que apóiam o tratamento", conta John Burns, americano ex-alcoólatra que fundou a clínica. Há treze de seus 61 anos, ele não coloca uma gota de álcool na boca. E, com bons motivos, orgulha-se: "A dependência do álcool é das mais difíceis de se recuperar. É mais produtivo tentar evitar o vicio nos filhos dos dependentes": Por isso mesmo, na Vila Serena - que não trata apenas de alcoólatras - existem grupos anônimos para familiares de dependentes.
"Um drogado, quando se recupera, nunca volta a ser a mesma pessoa de antes", constata o padre jesuíta Haroldo Rahm, de 72 anos, americano naturalizado brasileiro desde que chegou ao país, há quase três décadas. Na clínica que fundou há treze anos, a Fazenda do Senhor Jesus, cerca de cinqüenta homens, entre 17 e 45 anos, tentam se curar da dependência à química por meio da laborterapia, ou seja, do trabalho duro e pesado - 70 % dos recuperandos, como prefere chamá-los o carismático jesuíta, são portadores do vírus da Aids. "A maioria dos jovens são polidrogados, isto é, consomem álcool e cocaína, esta injetável", explica. Os internos fazem desde serviços domésticos até trabalho na lavoura, em que empunham a enxada para cuidar de plantações de café, feijão, milho, arroz. "Ocupar-se é dar um sentido à vida, diferente de buscar uma nova dose de droga", acredita o padre Rahm.
Hoje em dia, contudo, cerca de seis em cada dez dependentes de droga brasileiros não têm acesso a clínicas como essas: são os meninos de rua, viciados em inalantes como massa plástica e cola de sapateiro. Os solventes usados nesses produtos, como a benzina, são substâncias capazes de alterar a consciência, atingindo simultaneamente diferentes regiões cerebrais, segundos depois de inaladas. O uso crônico desses gases provoca perda irreversível da memória, devido a lesões nos centros nervosos do cérebro, e fraqueza muscular, ao destruir os chamados nervos motores, responsáveis pelos movimentos. Os órgãos que mais sofrem, porém, são os pulmões - eles são literalmente corroídos pelos inalantes, a ponto de não serem vistos numa radiografia do tórax .

Caça ao pó

Num pais de muito tráfico e pouco consumo, a polícia tem conseguido apreender quantidades cada vez maiores de droga, embora trabalhe em condições precárias

Quando não está viajando, como representante brasileiro em dezenas de encontros internacionais sobre repressão às drogas, o delegado Paulo Gustavo de Magalhães Pinto passa a maior parte do tempo em uma sala confortável e agitada no prédio da Polícia Federal em Brasília. É dali, na função de diretor da Divisão Nacional de Repressão a Entorpecentes, que o delegado comanda a ação de policiais, espalhados pelo pais inteiro, especializados em combater o poderoso narcotráfico. Fazendeiro nas horas vagas, ele fala com segurança sobre as mudanças que acompanhou nos últimos dezesseis anos, a começar pelo preparo técnico cada vez melhor dos policiais. Uma prova disso é que com um número pequeno de homens - o qual chega a ser um absurdo -, a Divisão tem realizado apreensões de tóxicos cada vez maiores e mais freqüentes, nos últimos anos.

P - Como o senhor vê o aumento no consumo de drogas no Brasil?

M. P.- Ninguém pode negar o crescimento no número de dependentes brasileiros. Mas, embora isso seja preocupante, a situação no Brasil está longe de ser desesperadora. Este é um país de transito entre os grandes produtores de droga - Peru, Colômbia e Bolívia - e os grandes consumidores, que são os países com moeda forte, como os Estados Unidos. Por mais que aumente a produção de drogas em outros países, como de fato parece estar acontecendo, eles não têm interesse de vendê-la ao Brasil, onde a maioria da população não tem dinheiro para comprá-la. Aqui, fica apenas o que chamamos de poeira: uma ínfima porção da droga em transito, cuja venda serve de salário, digamos, a quem ajuda essa mercadoria a atravessar um pais, rumo aos consumidores ricos dos outros continentes.

P- Por que o Brasil é uma excelente escala para o narcotráfico?
M. P.- Em primeiro lugar, por causa da grande extensão territorial, com mais de 17 500 quilômetros de fronteira seca (que não dá para o mar). Isso multiplica as possíveis portas de entrada e os caminhos da droga pelo país. Se traçássemos todas as rotas usadas pelos traficantes, elas cobririam o desenho do mapa do Brasil. Além disso,o país possui uma excelente estrutura de comunicação, que facilita as negociações internacionais dos traficantes, aqui, quem deseja ligar para alguém da China pega o telefone e fala. Na Bolívia, por exemplo, tem de se esperar um tempo enorme para se conseguir uma ligação para a cidade vizinha.

P- O Brasil não produz nenhum tipo de droga?
M. P.- Existe uma pequena produção de epadu, a similar brasileira da planta da coca, na região da Amazônia. Além disso, no Nordeste, especialmente na Bahia, encontram-se plantações de maconha, que nós estamos destruindo aos poucos, com a ajuda até de satélites capazes de localizá-las. Essa maconha, porém, é para consumo interno. Nenhum outro país quer importá-la, porque sua qualidade é inferior à da erva plantada, por exemplo, no Paraguai.

P- A polícia é mais severa conforme o tipo de droga apreendida?
M. P.- Absolutamente não. A legislação não faz distinção entre os diversos tipos de drogas. E mesmo no que diz respeito ao Poder Judiciário, quando o caso é levado aos tribunais, é considerada somente a quantidade de determinado tóxico, que pode ser desde cocaína até remédio para regime vendido sem autorização médica.

P- E qual a diferença do tratamento que a policia dá a um viciado e a um traficante?
M. P.-A princípio nenhuma: a polícia somente lavra o flagrante e, em 24 horas, entrega o caso à Justiça. Mas é bom esclarecer que não existem mais aqueles policiais com armas expostas e cigarros no canto da boca. Quando pega mos um traficante, graças às investigações preliminares, sabemos exatamente com quem estamos lidando. Quanto ao viciado, os policiais não os tratam como bandidos; mas também não os tratam como pessoas doentes, porque policiais não são médicos.

P- E como, no caso, a Justiça diferencia o simples consumidor do traficante?
M. P.- Pelos antecedentes e pela quantidade da droga apreendida com a pessoa. O consumidor pode pegar uma pena de seis meses, se não pagar fiança. Eu estou, no entanto, há muitos anos nessa área e nunca vi um consumidor ficar esse tempo na cadeia. É por isso, aliás, que a maioria dos traficantes carrega pequenas quantidades de tóxicos. Assim, quando são flagrados, alegam ser dependentes e escapam. Essa é uma questão delicada, portanto.

P- Como, então, a Policia Federal faz com os traficantes?

M; P.- Por incrível que pareça, a polícia brasileira é considerada uma das melhores do mundo no combate ao narcotráfico. A maioria dos agentes está sempre fazendo cursos no exterior, se especializando nesse jogo de paciência que são as investigações. A repressão aos narcotraficantes, por sua vez, é feita com a ajuda de troca de informações com policiais de vários países, especialmente Estados Unidos, França, Itália, Canadá, Espanha, Inglaterra e Suíça. Com tudo isso, porém, nossos resultados continuam limitados. Em primeiro lugar, porque há sete anos, enquanto o narcotráfico aumentou, não de realizaram concursos para a Policia Federal. Ou seja, para cobrir o Brasil inteiro, eu conto apenas com 500 homens especializados - no Rio de Janeiro, por exemplo, não devem existir mais do que dez desses agentes. E, para agravar, a lei limita ainda mais a ação da polícia.

P- Por que a lei atrapalharia a repressão aos traficantes?
M. P. - A legislação, no que diz respeito às drogas, é de 1976 e precisa ser atualizada. A lei não dá aos nossos policiais o poder de barganha que possuem os policiais americanos, por exemplo. Nos Estados Unidos, a pena de um traficante é diminuída quando ele entrega outros traficantes. Sem contar que, hoje em dia, no Brasil, precisamos da autorização de um juiz antes de realizar uma busca ou usar uma escuta telefônica. Nesse meio tempo, o traficante escapa.

P- A maioria das pessoas sabe onde é possível conseguir maconha ou cocaína. Porque a policia ignora esses pontos de venda?
M. P. - Justamente porque a Divisão de Repressão a Entorpecentes possui pouquíssimos funcionários. Na minha opinião, seria um desperdício mandá-los para os pequenos pontos de venda ou bocas de fumo, como esses locais são conhecidos. O melhor é concentrá-los nas grandes apreensões. Afinal, toda vez que prendemos uma quadrilha, estamos tirando cerca de cinqüenta bocas de fumo do mercado, ao interromper o fornecimento de drogas. Mesmo assim, eu diria que acabamos esbarrando nesses pequenos traficantes. Eles acabam representando cerca de 80% das prisões que realizamos. Mas isso não dá Ibope e a população fica sem conhecimento do nosso trabalho. Nenhum jornal quer publicar que a policia apreendeu 1 ou 2 quilos de cocaína aqui e acolá.





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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Bíblia de Pedras - Arqueologia


BÍBLIA DE PEDRAS - Arqueologia



No Vale das Maravilhas, no sudeste da França, 30 000 símbolos e desenhos recém-decifrados contam uma história que, a despeito da distância, parece ser uma singela versão da mitologia grega.


De um lado, o pico e os lagos do Diabo, o desfiladeiro do Tremor, o lago Negro, o vale do Inferno. Como paisagem, um caos de rochas quase sempre pontiagudas, pouquíssima vegetação, descidas íngremes. O ambiente é agressivo e algo misterioso. De outro lado, os lagos Gêmeos, o lago de Santa Maria, um conjunto de rochas arredondadas, dispostas harmoniosamente, e campos que na primavera se cobrem de pequenas flores coloridas. O clima é pacífico e acolhedor. Esta foi a constatação da epigrafista - cientista que estuda as inscrições e escritas antigas e sua interpretação - Emilia Masson, chefe de missão do CNRS (Centre National pour la Recherche Scientifique) em Paris, na sua única visita à região do Monte Bego, a montanha que define com precisão o limite entre essas duas paisagens antagônicas, em agosto de 1991.
Há centenas de anos, quando os nomes dos rios, lagos e desfiladeiros foram inventados pelos camponeses que habitavam a região, a impressão causada certamente não era diferente. Inúmeras lendas atestavam a morte de aventureiros desavisados que ousavam explorar o Vale das Maravilhas, região povoada por maus espíritos, apontados como responsáveis por secas, enchentes, pestes e tudo mais que se abatesse sobre a população deste atual departamento do sudeste da França, chamado Alpes Marítimos por sua proximidade das montanhas alpinas da Suíça e do Mar Mediterrâneo, a 80 quilômetros da cidade de Nice. Até 1947, o território fazia parte da Itália. Na remota Idade do Bronze, entre 1800 e 1500 a. C., quando a escrita ainda não existia e o homem vivia mais bem integrado à natureza, as paisagens das Maravilhas e de Fontanalba tampouco passaram despercebidas. Elas serviram de livro e de ilustração para o registro de um texto até pouco tempo incompreensível.
As chamadas culturas de Rhône e da Polada, que se supõe tenham ocupado a região nesta época, deixaram inscritos, ao longo dos dois vales, nada menos que 30 000 sinais e desenhos de tamanhos e formas variados, herméticos aos olhos leigos e ameaçadores aos espíritos amedrontados. A tais inscrições, outras 70 000 perfeitamentes inteligíveis foram acrescentadas ao longo dos milênios por individuos da Idade Média, viajantes do século XVI e mesmo por camponeses de um passado recente. O sítio, conhecido pelos arqueólogos como a região do Monte Bego ou como Montanha Sagrada da Idade do Bronze, é um dos maiores do mundo e o que, atualmente, mais chama atenção da comunidade científica européia.Isto porque a professora Emilia Masson, uma simpática iugoslava de sorriso contagiante, discurso apaixonado e um tanto mística - como ela mesma gosta de se definir -, acaba de divulgar sua interpretação das inscrições ditas proto-históricas, isto é, da época imediatamente anterior à invenção da escrita como hoje se conhece. Especialista em tribos indo-européias - populações pré-históricas cuja língua deu origem à maior parte das línguas faladas hoje na Europa, nos países colonizados por europeus e alguns países asiáticos - Emilia não esconde sua admiração "A civilização que habitou a região na Idade do Bronze usou os dois vales para publicar seus conhecimentos sobre o mundo dos deuses e sobre o mundo dos mortais. Nenhuma gravura está disposta de forma aleatória e cada uma delas tem sua razão de existir". Mais do que isso, a especialista reconheceu nos milenares traços franceses a história não menos antiga deixada pelo poeta grego Hesíodo, há sete ou oito séculos antes da era cristã."Trata-se da mesma mitologia indoeuropéia, tal como é descrita também na Turquia ou na Itália, só que com arte e técnica próprias". Não é de hoje que a região do Bego atrai os especialistas. Desde 1967, o geólogo Henry de Lumley, diretor do Instituto de Paleontologia Humana e professor do Museu Nacional de História Natural, conhecido como Museu do Homem, ambos em Paris, elabora o inventário detalhado de todas as gravuras. com a ajuda de uma equipe de pesquisadores tão pacientes quanto dedicados. "Há muitos anos percebemos que se tratava de uma montanha sagrada para aquela civilização", explica De Lumley. "Os homens talharam as rochas com elementos que simbolizavam suas crenças."Sessenta por cento dos desenhos são os chamados corniformes - cabeças de touro com chifres que variam de tamanho, de espessura e estilo, conforme a simbologia que representam. Mesmo as formas mais complexas, como os deuses inscritos nas estelas principais, são, freqüentemente, compostas de diversos corniformes. O segundo maior grupo de inscrições são as armas e as ferramentas. Punhais e outras armas brancas estão dispostos por todo o Vale das Maravilhas, embora haja poucos em Fontanalba. "Foi estudando o tamanho e as formas destas ferramentas que pudemos concluir que os desenhos datam do início da Idade do Bronze", explica o geólogo. "As datações com carbono-14 confirmaram nossas suspeitas." Figuras geométricas, geralmente retângulos divididos em pequenos quadrados, são o terceiro tema preferido pelos homens do Rhône e da Polada.
Eles podem representar a deusa Terra ou simplesmente a divisão de uma fazenda de gado, dependendo da localização e dos desenhos à volta. Apenas 2 por cento das figuras representam o homem. Na maioria dos casos, um pequeno boneco segura a ponta de um arado com dois ou mais bois. "Só agora estamos acabando de classificar todos os desenhos do Bego", explica Lumley. "Não podemos esquecer que, além destas 30 000 inscrições, que chamo de representativas, outras cerca de 100 000 também foram catalogadas. Trata-se de conjuntos de pontos martelados na pedra que podem significar a chuva que fecunda a terra. por exemplo. Não deixamos nada de lado."Graças ao trabalho incansável destes cientistas e ao amável convite para abrir o Colóquio Internacional sobre o Monte Bego, em julho do ano passado, dedicado ao célebre historiador francês Georges Dumézil, Emilia Masson, sua discípula e admiradora incondicional, pôde se debruçar sobre o significado e a coerência das imagens pré-históricas. "Traduziu" assim, pela primeira vez, com uma noção de conjunto, as imagens deste imenso livro ao ar livre. "Esta história é um romance", anuncia ela. "Guiada por uma forte intuição e por uma péssima forma física, minha primeira e única viagem ao Bego confirmou as suspeitas que formulei ao estudar inúmeras fotografias do local." " Emilia, que não se cosentia em condições de seguir o caminho mais curto, mas também o mais íngreme, para observar as três estelas principais de gravaras do Vale das Maravilhas, resolveu contornar uma montanha. A altitude da região varia entre 2 200 e 2 600 metros, o que torna a caminhada bastante cansativa Acontece que desta forma refiz, tanto tempo depois, a rota de uma espécie de procissão dos nossos antepassados". Ao chegar à rocha mais alta, que fica a 2 470 metros, Emilia deparou com as figuras chamadas "homem com braços em ziguezague" e "deusa acéfala". A partir dai, deduziu-se a história mitológica dos antigos. Ela diz que o deus Céu se uniu inúmeras vezes com a deusa Terra e que esta união desordenada deu origem a uma descendência excessivamente prolífica e caótica. Então, para que o ato de procriar deixasse de ser uma ameaça à ordem do universo, um dos filhos do casal primordial decide separar seus progenitores, ferindo o pai com um instrumento cortante. E não apenas isso: com medo da própria prole, este filho resolve devorá-la A complicação é que o último filho vivo joga uma pedra na boca do pai e o força a vomitar todos os descendentes que havia engolido. Estes, afinal, se tornam os deuses da terceira geração, incumbidos de governar o novo mundo, povoado por eles e pelos homens.Na literatura do grego Hesíodo. o casal primordial é formado por Urano e Gaia. Seu filho é Cronos, e o filho deste, que salva os irmãos, Zeus. Os deuses da terceira geração são os deuses do Olimpo. Já nas rochas do Vale das Maravilhas, a contraparte de Urano e Gaia é o casal que está na primeira e mais alta estela Cronos, situado mais abaixo, é representado pela figura do "feiticeiro". Zeus, o deus do trovão, assim como o primeiro homem, estão inscritos na última rocha, a do "chefe de tribo", ao pé de um riacho. "As três figuras mais importantes deste vale estão situadas num eixo bem definido em relação ao Monte Bego", conta a professora. "De tal forma que a última estela fica ao pé do riacho, como que para afirmar que a vida nasce da água.A extrema sensibilidade e acuidade visual da cientista fez com que ela ainda distinguisse, ao alto - numa enorme rocha em forma de punhal - uma imagem de cerca de 25 metros de altura, esculpida não se sabe se pelas mãos do homem ou pela natureza. O rosto é idêntico a uma quarta gravura até há pouco considerada de importância duvidosa. Chamada de "Cristo", por sua semelhança à imagem de Jesus - e por alguns pontos imitando uma coroa de espinhos em volta da cabeça, comprovadamente esculpidos numa época posterior -, a figura estimulou a imaginação de Emilia. "Quando a vi na rocha, fiquei perplexa, pois é uma réplica da grande imagem do deus supremo que reina no Vale das Maravilhas. Estou certa de que nossos antepassados também a viram."Na mesma rocha, um punhal de 98 centímetros de altura indica o começo da procissão. "É o maior punhal de todo o sitio", conta a geóloga Odile Romain, do laboratório de Pré-história do Museu do Homem, que, há sete anos, inventaria as ferramentas gravadas no local. Masson não tem dúvida de que o Vale das Maravilhas era o domínio dos deuses, cuja topografia caótica se presta tão bem à realização de possíveis rituais sagrados. "As tempestades são freqüentes e, como as rochas são ferruginosas, atraem os raios, reforçando o clima de mistério", sublinha Lumley. Além disso, todas as inscrições do vale são estilizadas, e isso parece indicar que dizem respeito ao reino dos imortais. Já gravuras realistas de Fontanalba seriam tão terrenas quanto sua paisagem. Um detalhe reforça essa análise. E que em Fontanalba, ao longo de uma extensa rocha, chamada de via sacra, há dezenas de inscrições, aparentemente semelhantes às das Maravilhas. Seu conteúdo, porém, desfaz a semelhança, já que elas retratam - em oposição às coisas do espírito - os aspectos da vida prática e da rotina dos homens que ali viviam.
Bois em arados, mangueiras de gado e homens brandindo punhais revelam uma organização não muito distante das nossas atuais fazendas de plantação e criação de bovinos, guardadas as proporções. "E impressionante como essas pessoas souberam ocupar os dois vales e como nada foi deixado ao acaso", diz a epigrafista. "As gravuras da via sagrada, de fato, seguem uma seqüência lógica que vai dos temas mais simples, como algumas ferramentas, aos mais complexos, onde se vê o homem, a ferramenta, os bois no arado e as fazendas."Tudo isso terminaria por volta de 1500 a. C. A cultura do Rhône desapareceu em condições desconhecidas e abandonou o santuário do Bego. Restou a região de extrema beleza onde as próprias rochas haviam sido polidas por uma rigorosa era do gelo. Há 18 000 anos, 800 metros de gelo cobriam as rochas. Há 8 000 anos, afinal, a região ficou totalmente desimpedida. A partir de agora, devido ao vandalismo as visitas só serão autorizadas se acompanhadas de guias. Assim, este imenso mosaico ficará preservado da, às vezes, bárbara civilização atual.





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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os Fungos invadem as Fábricas - Tecnologia



OS FUNGOS INVADEM AS FÁBRICAS - Tecnologia



Nem bichos, nem vegetais, os fungos são tão esquisitos que formam um reino à parte na natureza. Versáteis, entram tanto na fabricação de queijos quanto no controle de qualidade de produtos industriais.


Eles mofam pães, estragam sapatos e tingem paredes com manchas verdes. Ao mesmo tempo fontes de remédios - sobretudo antibióticos - e provocadores de doenças, também são mundialmente consumidos na forma de pratos nobres, como as raríssimas e caras trufas e o champignon. Pioneiros entre as formas de vida na Terra, são tão diversos entre si e diferentes de todos os outros seres do planeta que, depois de muita controvérsia sobre sua classificação, acabaram considerados um reino à parte na natureza. Os fungos, essas esquisitas criaturas que crescem tanto em organismos vivos como nos mortos, começam a ser cobiçados para ajudar empresas brasileiras no controle de qualidade de produtos industrializados.

De inconvenientes, os bolores e mofos tornaram-se mais um instrumento dos cientistas nas pesquisas com medicamentos, desinfetantes, inseticidas e, mais recentemente, anticorrosivos e simplificadores dos mecanismos de produção de álcool. Isso fez crescer o interesse de várias indústrias pelos fungos, fato que está causando furor nas micotecas, os laboratórios que os criam; armazenam e distribuem, classificando-os segundo sua origem e características peculiares. À medida que cresce a procura, aumenta a quantidade de tipos explorados. "Na busca desenfreada para conhecê-los melhor, eles ganharam casa própria e pedigree", compara o biólogo e micologista Mário Gatti, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Com 1 942 tipos diferentes, a micoteca da Fiocruz é a maior coleção brasileira do gênero.Existem no mundo cerca de 300 bancos de fungos. O mais completo deles é o da American Type Culture Collection (ATCC), nos Estados Unidos. Ali estão disponíveis mais de 50 000 micro-organismos diferentes, metade composta de fungos, bactérias e protozoários, que serviram de base para quase todas as coleções conhecidas. Acostumada a fornecer amostras para pesquisas universitárias e testes de esterilidade de medicamentos e cosméticos, a "fábrica" de fungos da Fiocruz conquista novos clientes. No ano passado, o número de pedidos de amostras de fungos dobrou em relação ao ano anterior. Mário Gatti, um dos curadores dessa micoteca, associa o crescimento à vigência do Código de Defesa do Consumidor. "As empresas estão mais preocupadas com a garantia da qualidade de seus produtos", acredita.Entre a clientela dos bancos de fungos, os maiores consumidores dos microorganismos comercializados no planeta foram os fabricantes de medicamentos e cosméticos. Empresas como Johnson & Johnson e Glaxo empregam fungos nos testes laboratoriais para controlar a qualidade de seus produtos. O processo implica contaminar propositadamente amostras do que se quer testar com fungos, principalmente o Aspergillus niger, encontrado em abundância na natureza. São feitas então análises periódicas para constatar se a população de fungos aumentou ou diminuiu. Se diminuiu até não sobrar quase nenhum, significa que o conservante daquele produto é eficiente. "Nossos produtos nas prateleiras precisam manter a mesma capacidade de preservação do produto recém-fabricado", avalia Lenir Garcia, gerente de microbiologia da Johnson & Johnson.
Na busca de seu principal alimento, o carbono, alguns fungos são odiados porque degradam materiais largamente utilizados pela indústria, como plásticos e metais. Para saber se seus produtos vão durar além das portas da fábrica, os responsáveis pelo controle de qualidade das empresas colocam-nos em contato com os fungos existentes lá fora. É isso que faz há cinco anos o Instituto Militar de Materiais Bélicos (Imbel) para medir a resistência à corrosão dos componentes de seus apareIhos radiotransmissores e detonadores de explosivos.
Ulysses D´Elia, o biólogo responsável por este trabalho, coloca as peças a serem examinadas junto com uma batata comum numa câmara lacrada, onde também é introduzido um pool de fungos especialmente selecionados. "Em terra, no mar ou no ar, os equipamentos têm de agüentar as mais variadas intempéries, possíveis de acontecer em qualquer região do Brasil", conta D´Elia. Dentro da câmara, são simuladas durante 28 dias todas as condições ambientais a que os aparelhos estarão submetidos. "A batata funciona como um termômetro, que mostra se os microorganismos estão sendo ativos. Em caso positivo, os fungos tomarão toda a batata", explica D´Elia. Experiências semelhantes também são realizadas pelo Instituto de Pesquisas da Marinha, em testes de resistência à corrosão dos equipamentos de navios e submarinos.Enquanto a capacidade deteriorativa dos fungos é problema para alguns, outros têm nesta característica um grande aliado. É o caso da produção de álcool combustível. que pode se tornar muito mais simples se nela forem aplicados alguns estudos realizados pelos cientistas do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. Liderada pelo bioquímico egípcio Hamza El-Dorry, esta equipe se utiliza do fungo Trichoderma reesei, descoberto durante a Segunda Guerra Mundial, para degradar celulose (a matéria-prima do papel) até a obtenção de glicose, que depois de fermentada se transforma em álcool. Na década de 40, esse fungo foi estudado em caráter de urgência por laboratórios americanos, pois desintegrava em poucos dias o tecido das barracas de campanha do Exército, armadas em campo de batalha.Os pesquisadores da USP já isolaram o gene do fungo que determina suas características glutonas. Agora, os esforços se concentram em conhecer como ele produz a enzima que degrada a celulose para inserir esse gene na levedura convencionalmente utilizada para transformar a glicose em álcool. "Estamos criando um processo único e integrado, que permite a obtenção de álcool até do bagaço da cana-de-açúcar, de madeiras e papéis jogados no lixo", preconiza El-Dorry. As leveduras também são empregadas na fabricação de cereja, vinhos e fermento para pães e bolos. Alguns fungos são ainda a peça fundamental de queijos finos.
Dizer que um queijo está embolorado não significa necessariamente que ele esteja estragado. Pelo contrário: o sabor dos queijos roquefort, gorgonzola e camembert depende do trabalho dos fungos. No dois primeiros tipos, o gosto picante e o forte aroma somente são obtidos por meio da perfuração de suas massas já prontas, onde são introduzidos bolores que ali se desenvolvem com a presença de ar. Os queijos camembert passam por um banho de imersão numa solução de mofo para chegarem à textura cremosa característica. Crescendo de fora para dentro de cada queijo, os fungos formam na parte externa aquela fina superfície dura e branca. Tanto as manchas verdes como a película branca são muito diferentes do bolor de um queijo estragado. Os bolores, como o Penicillium citrino, secretam substâncias potencialmente tóxicas, como a citrinina, que atacam células do fígado.Antes que cheguem à mesa, vários alimentos podem tomar contato com fungos ainda na lavoura. Em Brasília, o Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está elaborando um catálogo com mais de 300 fungos isolados para pesquisas na área de controle biológico de lavouras, ou inseticidas biológicos. Marcos Rodrigues de Faria, um dos engenheiros agrônomos envolvidos no projeto, explica como são feitos os testes para criação dos bioinseticidas: "Pegam-se as larvas do inseto contra o qual se quer combater. Elas são mergulhadas em uma suspensão líquida contaminada com algum fungo, geralmente Beauveria bassiana ou Metarhizium amisopliae. Se ele for capaz de matar a larva, será utilizado como inseticida".Aproveitar todo o potencial dos fungos não foi um caminho fácil de ser percorrido pelos estudiosos. Pesquisados em várias frentes desde o final dos anos 20, quando chegaram a público as descobertas do bacteriologista Alexander Fleming, só na década de 60 se chegou a um acordo sobre a identidade desses organismos. "Fungo não é vegetal nem animal, apesar de ter características de plantas e de animais", afirma Pedrina Cunha Oliveira, farmacêutica e bioquímica que estuda esses seres desde 1964. Responsável pelo departamento de micologia da Fiocruz, ela ensina que "o fungo é considerado animal porque seu alimento de reserva é o glicogênio, e não o amido, como em todas as plantas". Mas também era considerado planta pela sua própria morfologia: "Se olhado num microscópio, o fungo parece uma flor. Mesmo assim, eles não produzem cloroplastos, portanto não fazem fotossíntese".
Esta diferença em relação aos outros seres é que levou à criação do reino Fungi, um dos cinco reinos da natureza. Os outro quatro são o Animalia, dos animais; Plantae, dos vegetais; Monera, de organismos unicelulares como as bactérias; e Protista, dos organismos unicelulares como os protozoários. Saber com exatidão quais são esses seres que jogam ora contra, ora a favor do homem foi só o começo: "A história dosfungos é linda e foi pouco estudada", diz Pedrina. "Seu potencial encontra se em aberto."

Antibiótico por acaso

Enquanto alguns fungos provocam espirros, outros salvam vidas. Prova dessa benevolência dos membros do reino Fungi é a descoberta que o bacteriologista Alexander Fleming (1881-1955) fez em 1928. Ele trabalhava num laboratório em Paris, na França, quando descobriu um ser alienígena desenvolvendo-se no meio das bactérias Staphylococcus com as quais realizava pesquisas. Em vez de ficar irado com o intruso, Fleming decidiu estudá-lo e o identificou como sendo esporos do fungo Penicillium notatum que estavam "acidentalmente" inibindo o desenvolvimento das bactérias. Ele acabava de descobrir a penicilina, o primeiro de uma série de antibióticos que revolucionaram a Medicina.

O sumiço dos cogumelos

Os gourmets europeus estão apavorados com a possibilidade do desaparecimento de uma iguaria de seus pratos: os cogumelos. O pesquisador Eef Arnolds, da Universidade Agrícola da Holanda, chegou à conclusão de que certas espécies - como o chanterelle - estão em declínio na Europa. Contando os fungos em pedaços demarcados de terra na Holanda durante os últimos vinte anos, Arnolds constatou que o número médio de espécies caiu de 37 para 12 por metro quadrado. A mesma preocupação vem assolando os americanos, mas lá a grande vilã é a colheita desenfreada de cogumelos. O negócio é muito lucrativo - um simples colhedor pode conseguir até 600 dólares em apenas um dia -, mas quem paga o preço são as florestas. Nelas, os cogumelos vivem em pacífica simbiose com as árvores, instalando-se em suas raízes e ajudando-as a absorver água e sais minerais em troca de carboidratos. Sem essa ajuda, as árvores ficam multo mais vulneráveis e podem morrer sob um frio ou seca mais intensos.





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